Um beijo de amor verdadeiro? - S. A. A. Wood

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S. A. A. Wood

Propriedade de Hogwarts Live School http://www.hogwartsliveschool.com.br/ 2046


Um Beijo de Amor Verdadeiro? (livro de contos)

1º Edição Novembro de 2046 Autoras: Scarlett, Amélia e Annie Wood Revisão e Capa: Annie Wood Floreios & Borrões Beco Diagonal, Norte, Loja 5 Nenhum dos contos aqui narrados realmente aconteceu e os nomes parecidos com o de personagens históricos são mera coincidência.

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[Contos também postados no site Nyah! Fanfiction]

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Para Connor, Charlie, Abigail, Matthew e Eve.


C

omo ele conseguia? Aquele sorriso, o jeito egocêntrico, egoísta e mandão. Tudo isso nele mexia com ela. Sabia

que não poderia pensar nele "desse" jeito, mas como controlar? "Ah! Aquele sorriso..." pensava mais uma vez e logo outro pensamento lhe veio à cabeça: Como seria a sensação de ter aqueles lábios, tão perfeitamente desenhados, sob os seus? Reprimiu esse pensamento e o mandou para o fundo da mente, junto com todos os outros pensamentos


impróprios, as ideias loucas e os diversos sonhos inalcançáveis. Voltou sua atenção para o livro que repousava em seu colo. Ficou distraída por um tempo, mas logo sentiu aquele tão conhecido cheiro de menta que, misturado com o da terra molhada ali perto, a deixava extasiada. Ergueu a cabeça, só um pouco, o bastante para ter uma visão que lhe tirou o fôlego. Ele andava com a postura ereta, a cabeça erguida. Os olhos cinza-azulados estavam como o mar revolto e, naquele momento, ela desejava se afogar dentro daquela imensidão azul. Os cabelos desgrenhados brilhavam com a luz do sol e batiam-lhe na teste e os

ossos

fortes

e

finos

lhe

esculpiam

cuidadosamente o rosto. E, mais uma vez, seus pensamentos se voltaram para ele. Tinha certeza que ele provocava a mesma sensação em toda a ala feminina de Hogwarts e de fora também, assim


como em alguns garotos, com ela não poderia ser diferente. Claro que ninguém esperava isso dela, afinal, eles eram inimigos, não? Eles foram separados desde sempre e ela não deveria sentir nada além de raiva e quem sabe um pouco de nojo do loiro sonserino, certo? Mas quando se tratava dele ela perdia a linha do raciocínio. Ele era sua perdição, seu maior segredo e seu pior pecado. Sim, ele era seu Doce Pecado.


"Vamos, Cameron! Ande! Vá lá e fale. Afinal, você é ou não um grifo? Não, não venha com esses pensamentos, o Chapéu Seletor nunca erra, nunca, nunca."

E

ram

esses

pensamentos

que

rondavam a cabeça de Cameron Harper ao observar os cabelos loiros

dançando no ritmo que o vento forte naquele dia de outono mandava. Esses cabelos seguiam o rosto sereno e os olhos sonhadores - agora cobertos por óculos que muitos consideravam


estranhos, mas que para ele eram lindos - de Rosie Piot. As mãos suadas esfregaram a calça em busca de algo para as manter secas enquanto ele seguia tremulo até a menina que girava em círculos agitando a varinha e murmurando um feitiço que provavelmente só existia em sua cabeça. Mas, infelizmente, antes de completar seu caminho até ela, ele parou e a observou, ela corria em direção à floresta. Sua expressão entristeceu e ele baixou a cabeça enquanto seguia até o salão principal. É, talvez estivessem destinados a isso, a ficarem separados, a nunca terem um ao outro. Seus pensamentos esperançosos se acabaram e tudo se voltou para o quão covarde era. — Cameron! — ouviu a voz já tão conhecida e sonhadora lhe chamar, se virou a tempo de vê-la correndo em sua direção carregando uma florzinha vermelha, delicada e de poucas pétalas. Ela se aproximou mais e lhe entregou a flor. — Ela é tão


linda... Lembrei de vocĂŞ quando a vi. Ela se chama amor perfeito. - ele corou e percebeu que ela, assim como ele, ficava da cor da planta que carregava. Ou talvez nĂŁo, talvez estivessem destinados a estar juntos, quem poderia dizer?


E

ra primeiro de setembro e estava voltando para a velha estação. Já faziam anos que ele nem ao menos

pisava naquele lugar que mesclava o mundo trouxa e o bruxo. Lembrava-se bem da primeira vez que foi, se lembrava de ter ficado impressionado com tudo por que, mesmo que tivesse nascido bruxo e, como ele mesmo vivia a se orgulhar, puro-sangue, não existia nada que trouxesse tanta ansiedade quanto a expectativa de finalmente ir para Hogwarts.


Ele podia imaginar como seu filho, o pequeno Sam, estava se sentindo. O menino já se mostrava preocupado há um bom tempo, ansioso para passar pelo Chapéu Seletor, ele almejava desesperadamente ir para a sonserina. A mãe do pequeno loiro discordava. Ela dizia que ele, assim como ela, tinha que ir para a corvinal e Daniel só dava risada das pequenas discussões que os dois travavam, interferindo só para dizer o quanto a casa das cobras era melhor. O loiro observava seu filho enquanto este já estava frente ao trem, se preparando para seu primeiro ano no grande e admirável castelo, que era usado como escola. Ele viu o menino olhar numa

direção

especifica,

aparentemente

encantado com algo. Olhou para descobrir o que era e viu uma parte da atual família Weasmy. Holly Weasmy ajudava sua filha a carregar um dos vários livros que esta levava, os livros deveriam ser extremamente pesados já que elas cambaleavam levemente

ao

andar

carregando-os.

Ambas


pareciam distraídas com aquilo e ignoravam tudo ao redor, inclusive as risadas que um par de ruivos davam. Ao ver aquilo Daniel lembrou-se de uma situação que há muito tempo não pensava. Lembrou-se de uma parte relativamente infeliz de seu primeiro ano, quando estava difícil de se fazer amigos e tudo o que ele tinha era um par de capangas que sempre fingiam ouvir o que ele dizia. Nunca contestavam nada... Ah, o loiro se lembrava bem do quanto aquilo o deixava irritado. Ele se lembrou do quão animado ficou ao achar alguém que parecia interessado em ouvir todos os seus discursos, interessado ao ponto de discutir com ele.

“Ele se vangloriava mais uma vez sobre sua inteligência, esperando que alguém chegasse e lhe contestasse. Mas a única coisa que ele tinha por perto, era um par de idiotas que só prestavam atenção no que metiam boca à dentro, e ás vezes


nem nisso! Simplesmente comiam ser ver o que. Bufou irritado e decidiu começar a provar sua inteligência, falando sobre poções, tinha certeza que os dois bobões não entenderiam do que ele falava, nem se quisessem. Tentou ignorar esse fato e continuou a falar. — Então, a casca de Wiggentree serve para fazer poções curativas... A mais famosa eu acredito que seja a Poção Wiggenweld por que vocês sabe, ela é bem fácil de fazer, então é mais famosa e... — A Poção Wiggenweld não é a poção curativa mais famosa! — Uma voz falou e chamou a atenção do jovem Malloy. Ele estreitou os olhos e encarou a pessoa que lhe desafiava. Viu uma menina pequena e de cabelo ruim. Até então não tinha lhe dado atenção, ela era só mais uma entre todas as meninas de cabelo ruim que andavam por aí. Até que se lembrou, na aula de Poções... essa


menininha sabia demais, mas isso não significa que ela podia contesta-lo. — Ora! É claro que é. Se não fosse não estudaríamos ela tão cedo! — Ele argumentou. Estava aparentando estar irritado, mas por dentro quase pulava de alegria. Finalmente alguém que debatesse!” Deu uma pequena risada da recordação. Certamente, as conversas com aquela menina de nariz empinado lhe fizeram ler muito sobre medicina, com toda certeza que lhe influenciaram a escolher seu atual trabalho, medi-bruxo. A mulher que ele observava finalmente pareceu perceber que tinha olhares sobre si. Levantou o rosto e deu de cara com a família Malloy lhe encarando. Ficou receosa, mesmo com a guerra já tendo acabado e aparentemente todo o preconceito tendo se extinguido ela ainda poderia sofrer algum tipo de ofensa, afinal, aquele era Daniel Malloy. Ao


contrário de xingamentos, ela recebeu um pequeno sorriso.

“O primeiro ano tinha passado rapidamente. As férias foram tão rápidas quanto, mal se deu conta e já estava na Floreios e Borrões se preparando para comprar seu material para o próximo ano. Andou pelas inúmeras prateleiras abarrotadas de livros do lugar e escutou um pequeno murmúrio irritado. — Mas onde está? Eu tinha certeza que estava aqui! Não é possível que tenha perdido mais uma vez a chance de comprar Merlin e Morgana. Pelos céus! Esse é o melhor livro já escrito. — Ele deu uma risadinha ao ver quem era, e só pra não perder o costume decidiu começar uma briga. — Claro que não é. O melhor livro já escrito é Hogwarts, uma história. — ele falou sendo sincero. A menina com cabelo cacheado e alto lhe lançou


um olhar, seguido por um sorriso que foi prontamente retribuído. — Não é não. Merlin e Morgana é melhor. — e deu uma risadinha. — Eu senti sua falta. — ele disse para a garota, essa pequena frase provocou um sorriso ainda maior nela e ele ficou feliz ao ver isso. Mas aos poucos seu sorriso morreu e ele logo entendeu por que. — Você deve ser a Srta. Granth... — Seu pai falou, aparecendo do nada e lhe dando um grande susto. Segurou um palavrão por isso. — Daniel me falou tudo sobre você. — E ele tinha realmente falado, seu falatório incluiu a frase: “Achei que os sangue-ruins fossem burros. Mas ela é bem inteligente”. Aparentemente essas palavras irritaram em demasiado seu pai, que o proibiu de falar com a menina.”


Agora o loiro pensava sobre o assunto e decidiu fazer algo a respeito dos olhares admirados que seu filho lançava para a pequena Weasmy. — Quer fazer seus anos lá valerem a pena? — o menino assentiu animado, esperando mais um conselho do seu pai. — Ao entrar no trem, procure a cabine que os Popper e os Weasmy estão. — ele falou e sentiu que só aquilo não foi o bastante. — E não se preocupe se não for para a sonserina, a grifinória pode parecer bem interessante se tiver alguma menininha inteligente e briguenta lá. — essa última parte ele falou mais baixo, evitando que sua esposa escutasse. Um apitou soou avisando que esta era a última oportunidade de entrar no trem e o menino correu na direção da porta do mesmo. Ele se aproximou dos casais que agora tinham sorrisos animados ao dar tchau para os filhos. Escutou


quando a castanha que agora não tinha mais os cabelos esvoaçantes e bagunçados disse: — Nem acredito que nossos pequenos já estão indo para Hogwarts! Para o ano mais importante das suas vidas. — Ora Granth, é claro que os anos mais importantes não são esses! — Ele falou, chamando a atenção de todos ali. Ela olhou na sua direção e ele lhe lançou um sorriso amigável. Ela sorriu de volta, entendendo rapidamente que era uma provocação. — Eu senti sua falta. — ela falou. A pequena frase provocou raiva no ruivo e espanto nos outros. Todos queriam saber qual foi a parte da historia que eles perderam, mas nenhum deles iria descobrir. Nunca. Ou talvez descobrissem quando vissem que seus

filhos

tinham

voltado

de

Hogwarts

extremamente amigos e fossem passar o natal


juntos... Ou quem sabe descobrissem naquele jantar o qual Sam pediu Ruby em namoro oficialmente... Mas, enquanto isso, mantiveram o pequeno segredo e sempre que se viam, uma frase certamente era proferida: “Eu senti sua falta.�


Hogwarts - 1996 (Semanas antes da Invasão dos Comensais da Morte)

D

ylan Nagel estava tendo problemas para dormir desde o dia em que quase morrera após perder uma

aposta e pular no Lago Negro. Vinha tendo todos os tipos de pesadelos macabros com sua morte todas as noites. Mais uma vez levantou-se no meio de uma fria madrugada, calçou seus chinelos e saiu do dormitório masculino que dividia com Adam, Luke, Patrick e Louis. O salão comunal da Grifinória estava vazio como era de se esperar já que passara a muito da meia noite.


Provavelmente o grifinório era a única alma viva acordada em todo o castelo. Saiu pelo quadro da Mulher Gorda e com cuidado e atenção vagueava pelos corredores frios e desertos de Hogwarts. Dylan sempre gostou de ir para uma parte isolada dos jardins para pensar, mas nesta noite, Pirraça o forçou a mudar de caminho, pois guardava a saída para os jardins. Seguiu então em direção à Torre de Astronomia, seu segundo lugar favorito. Estava subindo a grande escadaria de pedras da torre quando escutou um choro triste e soluçado vindo de dentro do local. Em silêncio abriu a porta com todo cuidado para não espantar a pessoa que estava a chorar e deparou-se com uma garota encolhida em um canto escuro da torre chorando em um tom sofrido. A

garota

mexeu-se

e

com

a

pouca

luminosidade oferecida pelo luar pôde identificar a garota, afinal, como esquecer-se de uma pessoa


que tanto o atormentou e aos seus amigos? Reconheceria aqueles longos cabelos loiros e as vestes finas da Sonserina em qualquer lugar. Katherine Benoit estava chorando como uma criança que se perdeu da mãe em uma loja ou em um supermercado. Dylan, assustado com a vulnerabilidade da garota sussurrou: – Benoit? – devido ao silêncio que se estabelecia, sendo desfeito apenas pelo choro da sonserina, a garota escutou. Rapidamente se levantou e enxugou as lágrimas que teimavam em cair tentando recuperar a pose de Princesa da Sonserina. – O-O-O que es-está fa-fa-fazendo aqui? – gaguejou com a voz embargada pelo choro compulsivo. Se xingou mentalmente por ter se mostrado fraca diante do “idiota mais burro da Grifinória”. – O que você quer? – retomou seu costumeiro tom de voz que seria capaz de congelar um deserto inteiro de tão frio que era.


– Por que está chorando? – Dylan ignorou as perguntas e o tom de voz usado da menina e perguntou em uma tonalidade preocupada, o que assustou a si mesmo. Aos poucos se aproximou da garota que fazia força para não voltar a chorar na frente do grifinório. – Não te interessa. Saia daqui. – esbravejou. Virou as costas e debruçou-se sobre a sacada da torre. – Eu não vou me abrir com um idiota feito você, Nagel. – o garoto ignorou a ofensa e se aproximou ficando lado a lado com a sonserina. – Às vezes é bom compartilhar. Quem sabe eu não possa lhe ajudar?! – a garota riu com escárnio. – Ninguém pode me ajudar. – Dylan notou a tristeza na voz da garota. Katherine podia passar a imagem de uma mulher forte, inatingível e durona, mas por dentro era como qualquer outra adolescente.

Era

frágil,

sensível,

possuía


sentimentos comuns que sua pose de Sonserina não deixava mostrar. – O que está acontecendo Katherine? – ambos não deixaram de perceber que ele a chamou pelo primeiro nome. Tal feito de certa forma transmitiu confiança e carinho para a menina. Ela sentiu que podia confiar no grifinório, mas não daria o braço a torcer tão facilmente, ela ainda possuía o orgulho de uma verdadeira sonserina. – Por favor, deixe-me te ajudar. – Mesmo se eu quisesse lhe dizer eu não poderia. – suspirou pesadamente. Olhou no fundo dos olhos azuis do garoto. – Eu seria torturada e morta. – abaixou a cabeça deixando algumas lágrimas caírem por sua face. "Mesmo

chorando ela continua perfeitamente linda." pensou Dylan. Em um gesto de carinho, Dylan segurou sua mão e com a outra levantou seu rosto e acariciou sua face enxugando suas lágrimas com o polegar.


– Eu nunca deixaria alguém lhe machucar. – disse com um tom de preocupação e seriedade que assustou a ambos e pela primeira vez ela dirigiu um sorriso sincero para alguém que não fosse seus pais ou Henry Blake. Dylan fazia carinhos ternos no rosto e pescoço de Katherine a deixando arrepiada. Ela nunca recebera tanto carinho assim de um garoto que não fosse Henry. Katherine Benoit era o tipo de garota que todos intitulavam de vadia com motivos, afinal, fora para a cama com todos os garotos da Sonserina, exceto um, Henry Blake, seu irmão de criação. Aos poucos foram quebrando o espaço que os separava, encostaram uma testa na outra fazendo com que suas respirações se misturassem. Dylan passava uma segurança para a garota que nunca sentiu com ninguém, nem mesmo quando estava transando. O grifinório cruzou os braços em volta da cintura da sonserina encostando


totalmente seu corpo másculo e forte no esbelto e delicado da moça. Dylan tomou a iniciativa e selou seus lábios em um longo selinho, encostou levemente sua língua no lábio inferior da loira pedindo passagem. Sem pensar duas vezes, Katherine abriu a boca o suficiente para dar passagem à língua quente e macia de Dylan. O beijo era calmo e lento, passava ali todas as emoções que ambos sentiam no momento, todas suas aflições. Aquilo era errado, eles eram inimigos desde os 11 anos, de casas e ideais diferentes, mas se eles se odiavam tanto assim, de onde veio tanto carinho e preocupação? Naquele momento nada mais importava além deles e do melhor beijo que um dia já deram. O maldito ar fez falta os forçando a interromper o beijo. Não se afastaram, grudaram a testa uma na outra. Estavam

ofegantes,

mas

claramente

mais

tranquilos e felizes. – Desculpa. – Dylan começou com a voz entrecortada pela falta de ar causada pelo beijo. –


Eu me aproveitei da sua fragilidade. Sinto muito eu... – Não fale nada. – Katherine o calou pressionando levemente seus lábios com seu dedo indicador. – Só continue me beijando. – e novamente selaram seus lábios, mas diferente do primeiro beijo, esse era quente, necessário e urgente. O beijo demonstrava todo o desejo que sentiam pelo outro. Quando o ar fez falta novamente, Dylan distribuiu beijos por toda a extensão do pescoço de Katherine fazendo-a gemer baixinho em seu ouvido. O garoto abraçoua transmitindo segurança e alívio. – Agora você quer falar o por quê que uma garota linda e poderosa como você estava chorando? – perguntou meigo e preocupado. – É que... que... o Henry. – começou gaguejando e algumas lágrimas ameaçaram cair. Ao citar o nome do sonserino viu os lindos olhos


azuis de Dylan ficarem em um tom muito mais escuro devido à raiva que o consumia. – O que ele fez com você? – disse entre dentes serrando os punhos ao lado do corpo e ofegante. Katherine o abraçou o sentindo tremer de raiva em seus braços, o apertou mais um pouco e sussurrou em seu ouvido que Henry não tinha feito nada com ela e se prontificou a explicar o que realmente tinha acontecido. – Durante as férias, Voldemort torturou a Tia Rose, mãe do Henry, e ameaçou matá-la para forçá-lo a se juntar aos Comensais da Morte. Ele se sacrificou para salvar a mãe e agora Voldemort deu-lhe uma missão praticamente impossível e se ele falhar irá morrer. – deu uma pausa para tomar fôlego e limpar uma lágrima que teimou em cair. – Ele é meu irmão, ao contrário do que todos pensam, eu o amo não pelo seu dinheiro e pelo seu sobrenome, mas o amo porque fomos criados juntos como irmãos, um sempre protegeu o outro e


dessa vez eu falhei. Não fiz nada para evitar que ele recebesse a marca. Eu não sei o que fazer. – dessa vez ela não impediu as lágrimas. – Eu até pensei em me tornar uma Comensal também para poder ajudá-lo e... – Dylan a interrompeu. – NÃO! – esbravejou – Eu não vou deixar você ser marcada como gado. Eu não vou deixar. – uma lágrima solitária escapou de seus olhos e a garota logo tratou de enxugá-la com seus lábios. – Você não irá se arriscar. – O castelo será invadido dentro de algumas semanas pelos melhores e mais fiéis Comensais da Morte. – ela sussurrou temerosa. – Eu estou com muito medo. – Não deixarei nada acontecer com você. Só não pense nisso agora. – ele lhe deu um selinho rápido – Vamos viver nosso último dia na Terra. Novamente se beijaram com desejo e volúpia. Com um aceno da varinha, Ron conjurou um


colchão onde delicadamente pousou a garota e se colocou sobre ela distribuindo seu peso para não machucá-la. Fizeram amor como nunca fizeram antes, era calmo e gentil. Ouso dizer que havia até mesmo sentimentos.

Hogwarts - 1996 (Invasão de Hogwarts) Os Comensais estavam por todo o castelo, os alunos mais velhos e professores estavam divididos entre tentar duelar com os Comensais para impedi-los de avançar mais no ataque e proteger os alunos menores e levá-los para seus salões comunais. Harry Potter estava na Torre de Astronomia com Dumbledore, Hermione Granger duelava com Grayback e Ronald Weasley socorria os feridos. Enquanto

isso, Dylan corria azarando

qualquer um que entrasse em seu caminho. Ele queria chegar o mais rápido possível nas


masmorras para garantir a segurança de sua amada. Nunca disseram "Eu te amo" para o outro, mas seus gestos e ações demonstravam tudo o que não conseguiam por em palavras. Katherine tentava sair das masmorras e ir atrás de Dylan e Henry, as únicas pessoas que realmente importavam para ela e que arriscaria sua própria vida para salvá-los. Estava desesperada e chorava sem parar gritando com todos que tentavam impedi-la de sair. – Kat, por favor. Não grite. Eu não vou te impedir de sair. Eu sei o que você está passando e eu vou te ajudar. – Liam Carter a abraçou com força e ajudou-a a sair do salão comunal da Sonserina. – Tenha cuidado, por favor. Katherine estava a meio caminho do Salão Principal

quando encontrou

Dylan.

Muitos

choravam e tentavam limpar alguns destroços da pequena batalha. Os Comensais já tinha se dissipado mostrando que Draco Malfoy tinha


cumprido

sua

provavelmente

missão estaria

e

que

morto.

Dumbledore Suas

pernas

tremeram e caiu de joelhos no chão frio do hall de entrada do castelo. Dylan correu em sua direção e abraçou-a a deixando chorar em seus braços. Deu-lhe um beijo terno nos lábios, um beijo que ambos sabiam que seria de despedida. Despediuse de seu amado e voltou para as masmorras de cabeça baixa escondendo as lágrimas que tentavam sair de seus olhos.

Hogwarts - 1997 (Batalha Final) Sete longos meses dentro de florestas correndo risco de vida, fugindo dos Comensais que o procuravam por causa de sangue trouxa. Dylan

passou

sete

meses

dividindo

seus

pensamentos em se salvar e a segurança de Katherine Benoit. Dylan, em uma atitude não pensada e totalmente desesperada, voltou para Hogwarts com a ajuda de um velho que não conhecia, dono


do Cabeça de Javali. No mesmo dia, pouco tempo depois de se amparado por seus colegas na Sala Precisa, Harry, Ronald e Hermione chegaram ao castelo pelo mesmo local que ele viera. Harry explicou a todos os amigos que estavam reunidos sobre a Horcrux que estava em algum lugar do castelo e que eles precisavam destruir. Uma sirene soou e todos os alunos tiveram que se dirigir para o Salão Principal. Dylan procurou

Katherine

entre

os

alunos

da

Sonserina, mas não a achou. Olhou por todo salão a sua procura, seu coração estava acelerado e começou a desesperar-se. Imaginava tudo de ruim que poderia ter acontecido com sua amada, desde torturas até a morte. Seus devaneios foram interrompidos pelo estrondo que a porta fez ao ser aberta. Um grupo de Comensais da Morte adentrou o salão sendo liderado por Severo Snape, logo atrás deste estavam Antonin Dolohov, Aleto e Amico Carrow, Draco Malfoy,


Henry Blake e uma mulher que não pôde reconhecer, pois esta estava de cabeça baixa. Snape passava entre os alunos falando algo sobre Harry estar dentro do castelo, Dylan não prestava atenção, seus olhos estavam vidrados na Comensal desconhecida. A mulher abaixou o capuz do manto negro e levantou à cabeça, Dylan deixou escapar um gruindo que expressava tudo o que estava sentindo no momento, terror, raiva e tristeza. Katherine Benoit havia se tornado uma Comensal, tudo o que Dylan pediu para não fazer, lágrimas rolaram por sua face e o garoto não fez questão de limpá-las. Katherine estava ao lado de Henry, este a olhou fraternalmente e segurou sua mão. Ela olhou para os alunos que estavam assustados pelo modo que Snape falava. Seus olhos rolaram para os alunos da Grifinória e cruzou o olhar com um garoto de cabelos ruivos que a olhava com os olhos marejados. Automaticamente seus olhos se


encheram de lágrimas e a garota as limpou antes que qualquer Comensal percebesse. Ainda olhando para o ruivo balbuciou de forma silenciosa um "Sinto muito. Eu te amo.". O ruivo a olhou tentando acreditar no que a garota falara e ainda sem desviar o olhar devolveu um "Eu também te

amo.". O resto da batalha aconteceu como um flash. Duelos, mortes e Horcruxes sendo destruídas. Dylan foi à procura de sua amada e encontrou-a desmaiada em meio a destroços do castelo pegoua no colo e a levou para a ala hospitalar que estava abarrotada de feridos. Sentou ao seu lado e acabou perdendo para o cansaço. Katherine acordou atordoada na enfermaria da escola, não se lembrava o que aconteceu e como ela foi parar ali. Olhou para o lado em busca de alguém conhecido que pudesse ajudá-la e encarou um ruivo dormindo sentado ao seu lado segurando sua mão. Não pôde conter um sorriso


de felicidade, pensava em tudo que aconteceu desde a noite na Torre de Astronomia, onde se beijaram pela primeira vez. Saiu de seus devaneios ao sentir lábios quentes em sua mão, olhou sorrindo para os olhos azuis ao seu lado que tanto sentiu falta e amava, abriu a boca para falar, mas foi interrompida por lábios urgentes nos seus. Beijaram-se como nunca antes expressando toda a saudade que sentiam um do outro. - Eu te amo, minha loira. - uma lágrima escapou de seus olhos e garota enxugou com o polegar. - Eu te amo muito. - Eu também te amo, meu ruivo. - selaram novamente os lábios em um beijo terno e lento.


A

nos. Muitos e longos anos. Penso olhando pela janela do avião. Cinco para ser exato, este é o tempo que

estou sem pisar por essas terras. Toda saudade que imaginei que sentiria desse lugar. Do vento frio no rosto. Dos belos jardins. Da arquitetura tradicional e imponente, magnífica. Da pequena casa dos meus avós. Como senti falta da comida da minha avó. Das brincadeiras na Toca. Dos cafunés da minha mãe e das broncas do meu pai.

Broncas telefônicas não contam. É claro, senti falta dela.


O céu estava incrivelmente azul. Notei. Não tinha nenhuma nuvem nele, mas mesmo assim estava muito frio, percebi isso logo que desci o primeiro degrau do avião. O doce frio cortante de Londres é bastante reconfortante. Já me sinto em casa novamente. Sigo as pessoas que andam a minha frente, elas assim como eu estão em busca de suas malas. O aeroporto está bem movimentado já que é véspera de natal. Estamos em pleno 24 de dezembro. Pensando nisso notei a falta de neve que fazia para aquela época do ano. Talvez isso tenha a ver com as mudanças climáticas doidas que tem acontecido pelo planeta. Dou de ombros com esse pensamento. Pego minha mala na esteira. Antes de seguir andando confiro se está é minha mala mesmo, observo a etiqueta vendo meu nome lá. Arrasto a


mala grande e preta entre as pessoas que se movimentam animadas enquanto se reencontram com amigos e parentes por toda extensão do aeroporto. A cerca de dez metros de mim, vejo um rapaz de cabelos pretos sentado de forma largada em um banco enquanto come um salgadinho. Sorrio e ando em sua direção. Ele olha para frente preguiçosamente e me olha, pisca os olhos duas vezes, como quem para confirmar o que via, e se levanta prontamente correndo em minha direção. Deixo minha mala de lado para receber o abraço carinhoso do meu irmão mais novo. O único da família que vi durante esses cinco anos. Pego minha mala novamente e vamos andando ate seu carro. Ele abre o bagageiro. — Esses óculos são mais bonitos que o antigo. — Comento


colocando a mala no bagageiro e o fechando em seguida. — Jake quebrou os meus antigos. — Diz rindo. Provavelmente lembrando-se do momento em que teve seus óculos quebrados. Mais um momento que perdi. Neste momento já estamos dentro do carro. Indo para a casa dos meus avós, onde vai ser a festa de natal. E que já deve está movimentado mesmo ainda sendo duas da tarde. — Por que você veio de terno? — Ele perguntou rindo. — Você não está a trabalho. Não respondo, apenas dou uma risada e afrouxo a gravata. Fui para a América atrás da minha satisfação profissional. E consegui isso. Hoje sou um dos empresários mais reconhecidos da

minha

área.

Tornei-me

um

homem

completamente responsável. Bem diferente do garoto que costumava ser na escola. Dediquei


meus últimos anos de vida a minha carreia e estou muito satisfeito com o resultado. Eu sempre quis voltar. Mas sempre aparecia algo para ser superado no meu trabalho. Mas meu coração bate por meu lar e por minha English

Rose. Meu pai sempre me entendeu durante as minhas ligações. Afinal ele ama minha mãe e sabe como eu me sinto. Os lugares que eu estive, por mais severos ou loucos, nunca foram capazes de me fazer esquecer minha doce Rose. Passamos cerca de três horas no carro. Eu contava-lhe sobre por onde andei, e ele me contava sobre meu lar. Sem mencionar o nome dela. Acho que ele não sabia bem como dar inicio a conversa. Já que quando fui embora ela se sentiu abandonada. Mas tudo que eu fiz foi pensando nela. Qual futuro ela teria ficando com o garoto problema da família? Ela era brilhante e


eu era quem lhe apagava o brilho. Eu só queria ser bom o suficiente. O carro parou frente à desajeitada casa, já tinham cerca de cinco carros em frente a ela. Desci do carro olhando ao redor e sentindo a nostalgia tomar conta de mim. A porta da casa foi aberta bruscamente, e vi uma cabeleira ruiva e olhos azuis intensos me encararem chocados, para no segundo depois os braços dela estarem ao meu redor como uma tempestade adormecida que acordou. Se não fosse aquele senhor. Talvez eu nem estivesse aqui. Pelo menos não em corpo, só em coração. Como sempre estive. Como eu estava conseguindo sobreviver sem essa tempestade ruiva de sardas e olhos azuis? Quando meus colegas de trabalho me obrigaram a ir aquele bar meia boca alegando que eu precisava me divertir um pouco achei a ideia


uma merda. Então, enquanto bebia uma cerveja, sentado naquele banco, olhei para o homem ao meu lado. O incomodo que senti quando aquele cara

aparentemente

decadente

contou

sua

historia foi enorme. Mas ao fim me identifiquei com cada palavra. Então, não achei nem um pouco precipitado quando cheguei no outro dia ao meu emprego pedindo transferência para Londres ou demissão. Não nego ter ficado aliviado quando eles me deram a transferência. — Eu senti tanto a sua falta. — Escutei as palavras sussurradas. A voz dela ainda era a mesma. — Pensei que tinha me esquecido. Que tinha achado uma dessas modelos, e... e... — Ela não conseguiu concluir. A abracei mais forte. — Nunca te esqueceria Rose. — Falei acariciando seus cabelos. — Venha vamos entrar. Falei andando ainda abraçado a ela.


*** Já era noite, e toda família este reunida na sala principal, já tínhamos jantado e em breve faríamos a troca de presente. Olhei para os dois embrulhos na minha mão, e guardei o maior de volta na mala. Desci as escadas. Desde que cheguei. Mal havia me separado dela. E os nossos parentes sabiam como nos sentíamos, então não faziam nenhuma menção em tentar nos separar. Quando cheguei lá na sala, Rose conversava com Aaron. Mas logo que me viu se dirigiu a mim me abraçando. — Vamos começar a troca de presentes. — Ela disse chamando nossa atenção. Enquanto Rose andou para o sofá deixei o presente que tinha em mãos junto com os outros que eu tinha trazido. Depois me juntei a ela.


Todos fizeram suas trocas de presentes alegres. Senti falta daquele movimento. Era como um filme passando a minha frente. Quando chegou minha vez me levantei e entreguei o presente a todos. Não eram grandes coisas. Afinal não tinha muito espaço para trazer. Então entreguei o ultimo a Rose. E pedi que ela abrisse. Ela me olhou chocada quando visualizou o anel na caixa. Olhou-me animada e confusa. Como quem pedindo uma explicação. — Eu trouxe dois. Este e um livro. — Falei rindo. — Não sabia qual iria te entregar ate quando cheguei. Tudo que sabia era que não queria perder mais um segundo. Eu te amo minha rosa inglesa. — Falei esperando sua resposta. — Eu também te amo Thomas. — Ela disse me abraçando. — Sim. — Rio me beijando.


— Está nevando. — Gritou uma das nossas primas. Pude ouvir o movimento, e as pessoas indo ate a janela, mas nós ficamos como estávamos. Juntos e aos beijos.


Scarlett Wood Scarlett estudou em seus primeiros anos no Instituto Durmstrang, onde fazia parte da Haus Feuer, quando a reforma de Hogwarts foi concluída, ela foi transferida para lá e selecionada para a Slytherin. Após terminar seus estudos foi morar na França, para se especializar em Defesa Contra as Artes das Trevas, História da Magia e Direito Bruxo. Viveu entre os franceses por oito anos antes de voltar para Londres, e durante quatro anos trabalhou na Suprema Corte dos Bruxos no Ministério Francês. Atualmente é Assistente Administrativa da Suprema Corte no Ministério Britânico, leciona Defesa Contra as Artes das Trevas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e ocupa o cargo de Diretora Executiva na Wood Enterprise Holding Inc.


Amélia Wood Começou seus estudos em Hogwarts, onde fez parte da casa Slytherin, mas foi transferida para Durmstrang no quarto ano e foi selecionada para a Haus Land. Concluiu seus estudos em Durmstrang e fez faculdade de História da Magia na Universidade de Cambridge. Ao terminar a faculdade começou a viajar pelo mundo com um grupo de historiadores, logo assumiu a chefia de todos eles e coordenava as expedições. Em 2044 decidiu parar suas viagens após a morte da sua mãe e voltou para Londres. Lecionou Estudo dos Trouxas por seis meses e em 2045 assumiu História da Magia. Atualmente é professora de História da Magia em Hogwarts, Diretora da Comissão de Eventos e é Diretora de RP na Wood Enterprise Holding Inc.


Annie Wood Filha mais nova da família Wood, concluiu seus estudos inteiramente e Hogwarts, fazendo parte da Slytherin. Logo foi aceita na Universidade de Cambrigdge, no curso de Comunicação Bruxa. Ao sair da faculdade se mudou para os EUA e decidiu viver entre os trouxas, onde quase nunca usava magia, assim adaptou-se à vida trouxa e tem uma paixão pela cultura dos mesmos. Já lecionou Estudo dos Trouxas no Instituto de Bruxas de Salém e em Hogwarts. Atualmente, Annie trabalha com o setor administrativo da empresa Wood Enterprise Holding Inc., ocupando o cargo de Vice-presidente e Chefe do Setor Criativo.




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