Dia da Mulher 2013

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Dia Internacional da Mulher

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Mulheres que escolheram o amor aos filhos como alavanca para superar as dificuldades e sonhar com um futuro melhor.


Ano Internacional da Mulher Todo mundo gosta de ser valorizado e sentir-se especial. E na verdade, todos somos. Únicos em nossa essência e maneira de encarar a vida. Escolhemos essa data tão importante para revelar 3 histórias de luta, perseverança, garra e determinação. Esta é uma homenagem a essas mulheres que mudaram suas vidas e estão mudando o mundo.

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Rosele A história de Rosele Pires começa em Surubim-PE, em fevereiro de 1976. Os pais Maria Augusta e José Pires eram agricultores e retiravam da roça o sustento da família com 14 filhos. Para completar o orçamento, seu José ainda trabalhava para um fazendeiro da região. Aos 14 anos, a menina que gostava de estudar, já lavava roupa para comprar material escolar e sonhava com o dia em que iria poder trabalhar e lutar pelos próprios objetivos. Uma parte do sonho ela realizou em Surubim mesmo: entre todos os filhos, foi a única a concluir o ensino médio. Com talento para cozinhar, pensava em trabalhar em uma confeitaria fazendo aqueles bolos decorados, e, enquanto isso não acontecia, ia preparando bolos para aniversário de amigos e parentes, desenvolvendo seus dotes culinários. A chegada a São Paulo Em 2001 veio para São Paulo morar com a irmã em Itapevi e logo conseguiu emprego em uma casa de família, como doméstica, onde podia trabalhar e dormir no emprego. Os finais de semana eram reservados para descansar e visitar a irmã. A irmã trabalhava em uma indústria farmacêutica e sugeriu a Rosele que fosse a uma agência procurar emprego. Ela acabou sendo contratada por um período de 3 meses, quando foi efetivada pela Monange, em Alphaville. Promovida duas vezes como operadora, permaneceu durante 5 anos como funcionária, e adquiriu muita experiência no laboratório da empresa, que foi vendida e demitiu muitos funcionários.


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Rosele se apaixonou e desse amor nasceu o pequeno Pedro Felipe. Mas o casamento não deu certo pois o marido “não parava em nenhum emprego” e ainda fazia compras com seu cartão de crédito deixando tudo para ela pagar. Depois de 8 meses desempregada, em novembro de 2008 começou a trabalhar na Eurofarma e gostou principalmente porque poderia trazer o filho para a creche: Pedro Felipe agora estava com 3 anos. A creche trouxe desenvolvimento para Pedro Felipe que se transformou de um menino calado em um menino falante e animado com as aulas de judô e informática. A creche fez grande diferença para Rosele porque o filho gostava de freqüentá-la. Animada com o emprego, Rosele decidiu estudar Farmácia e freqüentou o curso durante 1 ano pela UNIP de Alphaville. Teve que trancar a matrícula porque chegava tarde em casa e não tinha com quem deixar o pequeno Pedro Felipe. A preocupação de Rosele com o filho contrasta com as atitudes do pai, que pediu para que ela não ligasse mais pra ele porque “queria ser feliz”. Depois desse dia o pai deixou de ver o filho, levou apenas uma vez e não voltou mais, fazem 2 anos. Nos aniversários do menino, Natal e Ano Novo, ele não aparece. Quando foi renovar a matrícula na escola, Pedro Felipe perguntou se ia voltar para creche. Ele adora a educadora Cleonice e a moça da limpeza, Nice, e já estava feliz da vida quando Rosele disse que não seria possível por causa da idade. Conseguiu que o menino fizesse uma visita a creche de Itapevi para matar a saudade dos colegas e das pessoas que gostava. Foi um dia especial, uma sexta-feira. Na época Rosele trabalhava no horário da manhã.

Vida diária O dia-a-dia de Rosele não é fácil, paga 330 reais de aluguel em 2 cômodos no mesmo quintal da irmã. Acorda cedo, toma café com o filho e o deixa na perua às 6:45h para ir a escola. Quando ele volta, ao meio-dia, almoçam e Rosele deixa o filho com o sobrinho até que sua irmã chegue para ficar com o menino. Rosele é evangélica há 4 anos e gosta de freqüentar a igreja. O lazer é passear com o filho no shopping, viajar em excursões à praia e ouvir músicas evangélicas.

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Seus planos para o futuro: “continuar trabalhando e comprar uma casinha para deixar de herança para o filho”. Ainda sonha em casar na igreja e encontrar uma pessoa que a ame e valorize. O filho lhe cobra um irmãozinho, mas Rosele pensa em ter apenas uma filha e uma mesa farta para sua família. No meio de tudo isso, ainda pensa em voltar a faculdade e terminar a graduação em Farmácia. Mensagem para as mulheres: “Em tudo o que venci foi pela fé, porque sempre acreditei que ia vencer. Na época estava muito mal e minha mãe queria que eu voltasse para o nordeste, mas não desisti de lutar e tive coragem de continuar”.


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Daniela Olá pessoal! Para quem me conhece e para que não me conhecem muito bem, hoje vou contar um pouco da minha vida e trajetória: meu nome é Daniela Fernandes da Silva e minha história começa quando minha mãe Efigênia me deu a luz. Nasci em Diadema, e meus pais são Hélio Fernandes e Efigênia Maria, mineiros da cidade de Mariana. A partir deste momento começa uma trajetória de lutas, batalhas e grandes conquistas. Nascida em uma família humilde, minha vida foi sempre muito bem estruturada no amor e união. Meus pais sempre me ensinaram o valor da vida e a importância do respeito e da honestidade. Sou a filha mais velha de uma família de 4 irmãos, 2 meninos e 2 meninas e em minha infância gostava muito de brincar com meus irmãos, e principalmente de andar na bicicleta que ganhamos do nosso pai. Eram duas bicicletas e tínhamos que revezar para que todos brincassem. Gostava de levar as amigas pra casa e brincar de fazer maquiagem e ficar experimentando roupas das mães, querendo ser adulto. Aos 7 anos comecei a estudar em um colégio público e nesse momento se iniciava o período das conquistas. Uma das primeiras conquistas foi o casamento que aconteceu antes mesmo que eu terminasse os estudos. Foi algo que deu certo porém apenas por um tempo; e deixou um grande tesouro: meu filho, Danilo, que hoje tem 16 anos, e é um garoto fantástico. Que me tornou não apenas mãe, mas uma incrível mulher, que batalharia com todas as garras pela vida.

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Iniciei no meu primeiro emprego em um indústria de chocolates e fiquei lá durante 7 anos. Como não havia perspectivas de crescimento profissional, logo decidi abrir mão de todo tempo de serviço para recomeçar do zero. Em pouco tempo comecei a trabalhar em uma indústria de sorvetes renomada, onde permaneci por 2 anos. A empresa se mudou e houve a necessidade de novamente buscar novos horizontes. “Sou uma pessoa que idolatra infinitamente as bênçãos de Deus”, e foi aí que, sem notar, entrei na empresa que mudaria minha vida: Eurofarma. Em encontro com uma grande amiga comentei que estava procurando emprego e fomos juntas a uma agência que estava selecionando para um grande laboratório. Passei pelo processo seletivo e fui encaminhada para uma entrevista com a supervisora Ivanete de Assis, em Itapevi. Fiquei impressionada com o tamanho da empresa, olhei para o logo e desejei muito portar aquele crachá. Saí de lá com grande esperança de que a resposta seria positiva. Aprovada, fui contratada para uma vaga de Auxiliar na Produção na Unidade Campo Belo, onde fiquei por 10 meses e aprendi muitas coisas. Tudo muito importante para o meu crescimento profissional e pessoal pois fiz muitos amigos bacanas e a partir desses 10 meses fui indicada para uma vaga na área de Serviços Administrativos como Auxiliar Administrativo. O que mudou imensamente meus pensamentos pois, percebi que poderia aprender mais e crescer na empresa. Decidi então fazer informática e sentí a necessidade de iniciar uma faculdade. Cuidei do medo que sentia em dirigir e hoje tenho meu próprio carro. Estou cursando o 3º Ano de Administração de Empresas, passei a assumir um caráter onde o medo de ir além não existe mais. Agora enxergo o mundo sem limites e fronteiras. Sou muito feliz, adoro minha vida, tenho muitos amigos legais a quem muito estimo. Minha frase predileta é “eu quero, eu posso, eu alcançarei”, é o meu lema de vida. Acredito que hoje é apenas o começo de tudo o que tenho capacidade de conquistar. Meu objetivo é alcançar o insuperável. Não tenho sonhos com bens de alto valor, mas quero terminar a faculdade, continuar sendo feliz e alcançar crescimento pessoal e profissional.

Mensagem para as mulheres: “Humildade, honestidade e perseverança, com essas qualidades todos podem chegar onde querem”.


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Elisângela As 3 coisas mais importantes da vida de Elisângela Tomaz de Almeida são: a família e o amor que sente pelos filhos e marido; o trabalho que proporciona as condições para realizar sonhos e o amor-próprio: é preciso gostar de si mesmo para estar bem e viver a vida. A filha de José Gomes (60) e Maria Geralda (57), ele aposentado, pernambucano; e ela mineira, do lar, começou os estudos com 5 anos, no chamado pré-primário, uma escola de um bairro da Zona Sul onde nasceu e sempre morou nesses 37 anos de vida. Elisângela tem 2 irmãs mais novas, Erica e Eleonice. A mãe, muito protetora, sempre a levava e buscava na escola. Os pais são pessoas simples, de muito caráter e responsabilidade e sempre fizeram questão de cuidar das filhas com muito carinho. A infância foi rica em brincadeiras, a menina esperta gostava de brincar de tudo: de bola de gude a voleibol, passando pelo futebol com meninos, queimada, passa anel... Mas as brincadeiras tiveram que esperar: o pai teve um problema de saúde muito sério. Um câncer que exigiu a atenção de todos da família. A mãe se dedicou em cuidados ao pai que ficou durante quase um ano entre idas e vindas do hospital e foi aí que a menina amadureceu pois, precisava ajudar a mãe na educação das irmãs também. Com a doença do Seu José, as dificuldades financeiras apareceram e Elisângela, então com 13 anos, decidiu começar a trabalhar. Era um trabalho informal como recepcionista em uma escola, mas foi a primeira sensação de receber um dinheiro fruto do próprio esforço. Depois que o pai recuperou a saúde, ela continuou trabalhando e agora já podia custear suas próprias despesas pagando a condução, comprando suas roupas e ainda ajudando a família. Para se desenvolver profissionalmente, ela aproveitava os cursos gratuitos que apareciam: secretariado, informática etc. Entrou no Colegial e decidiu fazer Magistério pensando que poderia ser professora mas logo em seguida conseguiu emprego em uma fábrica de lixeiras de flandres (um tipo de folha de alumínio). Trabalhou nessa empresa 4 ou 5 anos e logo veio parar na Eurofarma.

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Era o ano de 1997 e Jorge, um gerente que trabalhava na linha Person, a convidou para ser Auxiliar Administrativo na unidade Veterinária. A Eurofarma ainda se chamava Billi Farmacêutica. Elisângela trabalhou algum tempo no Faturamento e, em 2002, quando a empresa resolveu implantar o SAP, participou da equipe que ia ativar o projeto. Conheceu pessoas diferentes, potencializou seus relacionamentos e participou da implantação do SAP em 2003, e no final desse ano recebeu proposta para trabalhar com Bianchi, na Linha Genéricos. Depois de 8 anos atuando em vendas na área Genéricos, recebeu convite para atuar onde está até hoje: Oncologia. Como Analista de Vendas logo foi trabalhar na área de Marketing onde é Coordenadora atualmente. Voltamos um pouco no tempo para contar sobre o casamento de Elisângela. Foi em 2001, e 4 anos e meio depois nasceu uma criança que foi muito amada e desejada: Pedro Henrique. Uma das coisas que a deixavam mais tranquila era o fato da Eurofarma proporcionar a creche, para que ela pudesse trabalhar e estar perto do filho. De todos os benefícios que a empresa dá a uma funcionária mulher, o melhor é a possibilidade de cuidar bem dos filhos. Pedro Henrique ficou internado com 1 ano com pneumonia, ninguém sabia o que era e tentavam tratar o problema. Tinha muitos problemas respiratórios. Um dia conversando com a Janaína, soube de uma pediatra que era pneumologista e era maravilhosa. Elisangela levou o filho para consultas e acabou descobrindo que o filho tinha intolerância à lactose. Passaram-se 2 anos até o diagnóstico e nesse período Elisângela recebeu muito apoio da empresa, do gestor Fernando, para cuidar da doença do filho: creche, cardápio especial, medicamentos, cuidados, tudo com 100% de atendimento. E ainda a compreensão da empresa para os momentos em que foi preciso se ausentar para cuidar do filho. Foram 4 anos de tratamento com um alergologista e à base de vacinas diárias. Depois de tudo isso, Elisangela ainda planejou uma segunda gravidez e em 2006 nasceu Felipe.


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Uma criança que também sofria alergias e intolerância à lactose. Mas a mãe, já experiente, soube lidar melhor com a situação, e principalmente porque podia contar com a ajuda do pessoal da creche para oferecer os cuidados necessários ao seu segundo filho. Com formação em Marketing, a profissional que existe dentro da mãe dedicada diz: “tudo o que conquistei de maravilhoso nesses 15 anos foi aqui na Eurofarma”. E os sonhos continuam: pretende cursar uma segunda faculdade mas ainda vai esperar as crianças crescerem um pouco mais. Quer ter oportunidade de contribuir um pouco mais com a empresa, continuar trabalhando e quem sabe comprar um casa nova, maior. Elisângela quer dar aos filhos as mesmas oportunidades que teve de crescer, estudar e trabalhar. “Tenho meus pais perto de mim, minha família, sou uma mulher saudável, lido com uma doença que é muito difícil e, vejo que outras pessoas que quase não tem nada, não reclamam da vida”. Elisangela é espírita e participa de uma instituição de caridade doando tudo que pode: tempo, roupas... e faz campanhas com propósito de levar alguma ajuda a qualquer pessoa. “Alimento minha vida espiritual com leituras, ouvindo o coração e meditando sempre que tenho oportunidade.”

Mensagem para as mulheres: “A melhor coisa que a gente pode fazer é aproveitar um dia de cada vez. Procurar ter como mãe um tempo de qualidade, se for só no final de semana, mesmo que seja pouco tempo, que seja um tempo bom. Viver com qualidade, e não viver em quantidade.”

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Agradecimentos À Flávia Moreno, minha coordenadora, por acreditar na proposta e dar todo suporte para que o trabalho acontecesse de maneira satisfatória; As colegas Rosele, Daniela e Elisângela pela atenção e disponibilidade em abrir o coração e contar histórias sobre suas vidas. Dario Reys


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