ORGANIZAR E FORTALECER A LUTA PARA AVANÇAR NA MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES!
NENHUM PASSO ATRÁS! A greve dos municipários de Porto Alegre de 2014 vai ficar marcada na história do SIMPA e das lutas dos trabalhadores da cidade. Foram 12 dias de greve às vésperas da Copa do Mundo, num ano eleitoral, em meio a um grande ascenso de greves, talvez o maior desde a década de 80. Nessa conjuntura de aumento do ataque contra os trabalhadores, a principal preocupação dos governos e dos patrões é de como derrotar as greves e calar os movimentos. Essa política se expressa na utilização da violência, na repressão, no autoritarismo e no assédio moral crescente - um dos elementos principais da política de governo de Fortunati. Trata-se de manter o silêncio dos explorados, reprimindo-os e negando o diálogo, para seguir alimentando a farra dos exploradores e seus parceiros.
Nessas condições, para conquistar qualquer vitória, é necessário construir unidade para enfrentar os patrões. Não é pouco que em diversos sindicatos, mesmo com direções pelegas, os trabalhadores se mobilizem e arranquem vitórias importantes, como nos mostraram as greves dos rodoviários em PoA e dos garis no RJ. Quem luta com determinação, conquista, e nós, municipários, conquistamos derrotando o autoritarismo do Prefeito. Foi uma grande jornada de lutas que devemos comemorar e com a qual devemos aprender para avançar mais.
EM TODOS OS CANTOS A CATEGORIA ERA UNÍSSONA:
“NÃO TEM HISTÓRIA! É GREVE ATÉ A VITÓRIA!” Encorajados pela conjuntura os trabalhadores mostravam disposição e enchiam as assembleias com um vigor nunca antes visto. A classe em luta compôs atos e fechou ruas com mais de 1000 pessoas, foram indispensáveis nas 24h dos piquetes, enfrentaram as chefias e insubordinaram-se nos locais de trabalho. Somaram-se aos garis, professoras/es e operários de várias secretarias, impedindo a entrada dos caminhões no transbordo. Lá resistiram até o último momento. Essa ação repercutiu em toda a mídia a partir do comprometimento da coleta do lixo na primeira semana da greve. O trancamento da entrada do transbordo resgatou uma tática da tradição de luta dos municipários de 1988, e também mostrou para a sociedade a precarização de nossas condições de trabalho. Na segunda semana, a greve também repercutiu com o piquete nos portões do DMAE. Nos dois casos, vimos a utilização da força policial para tentar impedir a continuidade do movimento, refletindo as falácias do governo quando se coloca enquanto “mediador” para o fim do assédio moral na PMPA. Neste sentido reafirmamos que “nós não perdemos, e sim deixamos de ganhar“. Tivemos avanços e temos a convicção de que
se tivéssemos uma greve forte, combativa e radicalizada desde o início, teríamos arrancado mais. Em nossa última assembleia (13/06) o posicionamento de nosso coletivo era de permanecer em greve. Muitos dos municipários mantinham disposição de luta, mas isso poderia dividir a categoria e colocar trabalhadores contra trabalhadores, enfraquecendo o movimento. Entendemos que defender a manutenção da greve em um contexto de falta de ampliação do movimento grevista e de parte da categoria já desgastada seria inconseqüente com a luta dos municipários. No intuito de manter a categoria atenta propusemos a mobilização permanente por via do “estado de greve”, garantindo o acompanhamento da negociação de nossa pauta. Há um consenso na categoria ao qual deve ser dado destaque: o maior ganho que tivemos em nosso movimento foi o fortalecimento da luta da categoria. Nossa mobilização foi uma grande vitória da qual levamos inúmeros aprendizados que nos auxiliarão a organizar e contribuir para enfrentar as batalhas futuras.
Mas devemos perguntar: o que faltou para ir adiante e arrancar ainda mais do governo? Nós, do ALICERCE, começamos a discutir essa questão. Queremos aprender e promover essa reflexão para fazer com que o nosso movimento se torne cada vez mais forte, que consiga mais vitórias e contribua para o avanço de toda a classe trabalhadora.
APRENDIZADOS DO MOVIMENTO
APRENDIZADOS DO MOVIMENTO A insatisfação com as condições de trabalho, com a desvalorização, o assédio moral e o arrocho salarial conduziram a mobilização da categoria Com as negativas e intransigência do Prefeito Fortunati de negociar, a greve era inevitável. Mas essa compreensão, de que só com a greve poderíamos conquistar a nossa pauta de reivindicações, amadureceu de forma desigual. Municipários de diferentes secretarias apontavam a necessidade de um trabalho de base mais intenso e do diálogo entre os trabalhadores para a construção real de um movimento forte, combativo e unificado. Julgamos acertada a decisão da assembleia (15/5), de marcar a greve para 02 de junho. Essa decisão permitiu o reforço nas visitas aos locais de trabalho, das plenárias descentralizadas, a discussão das reivindicações, da necessidade da greve para arrancar negociação e, o mais importante, o engajamento de mais colegas na construção do movimento de forma autônoma e ativa. Isso diferencia a decisão da maioria da categoria daqueles setores que queriam uma greve de faz-de-conta, sem constrangimentos aos governos, e também frustrou os que desejavam apenas desgastar os governos e capitalizar votos nas eleições. Realizamos uma grande greve, preparada e com capacidade de arrancar a negociação de Fortunati. Toda greve deve levar em conta a conjuntura em que se realiza. A situação da nossa categoria e o amadurecimento das condições de greve se deram às vésperas da Copa do Mundo. Nesse sentido, a greve não tinha como objetivo barrar a Copa, e em nenhum fórum foi apresentada esta proposta. Mas tinha o dever de explorar as fragilidades da prefeitura e da Câmara Municipal e, a Copa, era uma delas. Os setores ligados ao governismo operaram para passar pelo filtro todas as propostas que visavam acuar o Prefeito e aguçar as contradições que ele enfrentava com a realização da Copa do Mundo na cidade. No caso da saúde poderíamos apresentar explicitamente como nossas condições de trabalho estão precárias, que pra população não há atendimento, leitos, que setores estão sendo fechados. Como diz no Portal da Copa: “As emergências de toda a rede de saúde estão orientadas a relatar imediatamente a entrada de pacientes estrangeiros, para que esses tenham atendimento adequado.” Ou seja, além de haver dinheiro, a vida do estrangeiro vale muito mais do que a do trabalhador ou morador da cidade. É dever do nosso sindicato promover discussões permanentes nos locais de trabalho preparando a categoria para compreender a conjuntura, debater a prefeitura, o nosso próprio trabalho e sua situação. Assim formaremos uma camada de ativistas preparados e dispostos a organizar o nosso movimento.
A organização e qualificação nos piquetes deve ser melhor estruturada O piquete sempre cumpre o papel de diálogo com os não grevistas e a interrupção dos serviços prestados. Entretanto, esse não foi o papel central dos nossos piquetes. Mais do que isso, os piquetes de nossa greve contribuíram principalmente para elevar a identidade de colega municipário e a unidade na luta entre os trabalhadores. É necessário ampliar e ter uma estrutura qualificada nos piquetes permitindo que mais colegas possam se somar à luta e que aqueles que lá estejam possam resistir; investir nas caminhadas no entorno do Paço; e descobrir outros pontos estratégicos de mobilização. Somente assim construiremos novos focos massivos e combativos de luta durante a greve. de mobilização. Somente assim construiremos novos focos massivos e combativos de luta durante a greve.
Investimento em comunicação, propaganda e denúncia Nossa greve tomou espaços importantes na mídia. Mas esse fato não é tudo e deve ser feito tanto pra dentro da categoria (calendários de atividades, email´s, informativos, etc) quanto para a população (outdoors, notas na mídia e cartas abertas à população) tendo um papel crucial de diálogo e apoio junto à sociedade. Esta era uma das formas mais importantes de dar visibilidade à luta e se utilizar da realidade a nosso favor. Em nossa apresentação perante a grande mídia poderíamos ter investido mais no debate do serviço público de qualidade relacionado às condições de trabalho e a política causadora da precarização dos serviços públicos as quais os municipários e a população estão submetidos. Da mesma forma tiveram menor destaque assuntos fundamentais como o assédio, com dados concretos, bem como o desperdício de gastos na realização da Copa em detrimento da nossa valorização relacionando ao nosso importante papel na cidade.
Democracia no movimento Tivemos em nossa greve um avanço organizativo com a instituição do comando de greve e a ampliação da comissão de negociação. Contudo, consideramos que devemos avançar em debates referentes à função do comando e sua composição, bem como no formato da ampliação da comissão de negociação. Neste sentido devemos construir nos locais de trabalho eleições para atuação no comando de greve, sendo a direção do sindicato parte integrante que se dilui no comando, ou seja, o comando assumiria de fato a direção do movimento que reúne os sócios do sindicato, mas também aqueles que ainda não tem a compreensão da importância de se filiar ao SIMPA. Toda a categoria deve saber quem são os membros do comando. A comissão de negociação a ele vinculado também deve ser eleita sendo seus membros passíveis de substituição a qualquer momento pelos trabalhadores grevistas. A assembleia de greve é maior que o sindicato. Entendemos que esses problemas só podem ser superados a partir do debate junto a todos os trabalhadores da base. É a isso que nos propomos com este Informativo: apontar alguns elementos de crítica, bem como escutar nossos colegas a respeito de sua opinião.
ESTAMOS EM ESTADO DE GREVE! Dia 12 de agosto temos assembleia e é muito importante a nossa participação. Precisamos continuar mobilizados permanentemente e preparados para os novos enfrentamentos que teremos contra a intolerância do Prefeito. Pensar nos problemas que atravancam a nossa luta é armar a categoria e consolidar as experiências passadas. Somente assim não cometeremos os mesmos erros. O fim desta greve
é o inicio do nosso processo de organização e mobilização para próxima campanha salarial. Ao mesmo tempo, temos confiança na luta da classe trabalhadora. Sabemos que as amarras do capitalismo devem ser rompidas, apontando para uma nova sociedade sem exploração. A este futuro glorioso que dedicamos a nossa luta.
NENHUMA CONFIANÇA NOS GOVERNOS E PATRÕES!! NÃO EXISTEM ALTERNATIVAS PARA A CLASSE TRABALHADORA, APENAS A LUTA COLETIVA E ORGANIZADA MUDA A VIDA!! SIGAMOS TODOS EM LUTA, EM 2015 O NOSSO MOVIMENTO VAI SER MAIOR!
O Encontro Nacional de Educação - ENE conclama educadoras/es e movimentos a fortalecer a luta pelo controle social da educação pública. Recusamos o propósito do capital de conferir ao Estado o papel de educador. Defendemos que quem educa são os/as educadores/as e os movimentos sociais. As lutas educacionais seguem vivas e intensas; os movimentos têm recriado a problemática educacional, inserindo-a nas estratégias de suas lutas. O ENE, nesse sentido, se propõe a ser um espaço de unidade para tornar as lutas pela educação pública qualitativamente superiores, capazes de alterar a correlação de forças na disputa dos rumos da educação pública. Os Eixos que norteiam o ENE são: Privatização e mercantilização da Educação: das creches a pós graduação; Financiamento da Educação Pública; Precarização das atividades dos trabalhadores da Educação; Avaliação meritocrática na educação; Democratização da educação; Acesso e Permanência; Passe Livre e Transporte Público. CONVIDAMOS TODOS/AS A PARTICIPAREM DO ENE NOS DIAS 8, 9 e 10/8 NO RJ! TEREMOS TRANSPORTE GRATUITO. MAIORES INFORMAÇÕES, CONTRIBUIÇÕES E INSCRIÇÕES (R$ 30,00) PELO http://ene2014.wordpress.com/ ou pelos números 84191923 (Tzusy) e 82951416 (João), ou pelo email do Alicerce!
O Alicerce é um coletivo de trabalhadores e trabalhadoras de diferentes setores do município e, também, com diferentes “tempos” de trabalho. O que nos une é a necessidade do debate, do aprendizado e da organização no movimento sindical. Defendemos o fortalecimento do trabalho de base, o envolvimento de cada trabalhador nos debates e mobilizações e a autonomia do sindicato frente a partidos, governos e patrões na construção de um instrumento de luta alicerçado na categoria, forte e combativo. Nosso objetivo é contribuir para que a classe trabalhadora e a juventude se mobilizem pelas suas reivindicações imediatas e pela construção de organismos que a capacitem a lutar pelo poder político de forma a construir um mundo em que “sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.” Contatos: alicercemunicipariospoa@gmail.com
Cel: 94255507 (claro) – 84191923 (oi)