Scartmagazine#000

Page 1

SCartmAGAZINE

ANO 1 | Nº 000  –  OUTUBRO 2014

fotoshow longa exposição MONTRA DE TRABALHOS | 9

ARTE DIGITAL PINTURA COM LUZ | 14

VIAGENS FOTOREPORTAGEM | 20 NATUREZA | 24 PRETO NO BRANCO | 27

NESTA EDIÇÃO Edição experimental de exemplo e divulgação

SOFTWARE | 6 Adobe LightRoom Keep it fast

DICA | 3 Falamos de equipamentos

SHOWPEOPLE | 5 David Branco, o editor


scartmagazine

2    scartmagazine


scartmagazine CAPA: David Branco ESQUERDA: David Branco

scartmagazine

Editor David Branco

Redação David Branco

Art director David Branco

EQUIPAMENTOS Em jeito de pré-leitura desta edição, vimos falar de uma máquina fotográfica DSLR para quem se está a iniciar na fotografia. Para falar deste tipo de máquinas uma edição inteira da revista não seria suficiente, pelo que, partimos com a ideia de que todos sabem de que tipo de máquinas estamos a falar. Dentro deste tipo temos várias gamas, para vários fins e, claro, com vários preços. O pretendido no DICA desta edição é mostrar uma máquina DSLR barata, para a iniciação à fotografia, mas que é completa e já permite alguma margem dentro deste segmento. Será pois uma boa escolha! Falamos da Nikon D3100 SM

Designer David Branco

Publicidade Distribuição Online, gratuita

Website scartmagazine.com

Agradecimentos Teresa Carvalheiro

Contactos SCARTMAGAZINE é uma publicação online, criada por David Branco e mantida por voluntários, com o ibjetivo de divulgar Arte Digital. Para colaborar contacte-me +351 917908053 ou e-mail info@ scartmagazine.com.

DICA

pub@scartmagazine.com

scartmagazine    3


scartmagazine

4    scartmagazine


scartmagazine

SHOWPEOPLE palavras do editor ESQUERDA: David Branco BAIXO: Miguel Calçada

Este trabalho surgiu no âmbito académico, do 3º ano da licenciatura de Educação e Comunicação Multimédia (Pós-Laboral). Consistia o trabalho final da Unidade Curricular de Arte Digital na realização de um trabalho de arte digital. A minha curiosidade e paixão pelo design editorial levou-me ao desenvolvimento de um layout de uma revista online sobre arte digital, nomeadamente que de início incidisse sobre fotografia. Outra das minhas paixões. A ideia é explorar mais temas além da fotografia mas, como esta primeira edição é toda elaborada por mim, decidi focar-me mais na fotografia, tentando mostrar algum do meu (ainda pouco) trabalho, mas também tentando passar informações sobre software, equipamentos e técnicas usadas na fotografia e, sempre que possível, que a tornem em Arte Digital. O porquê do nome SCARTMAGAZINE? SCA vem de SCAL, iniciais da palavra que dá origem à cidade de Santarém - SCALABIS e

O Magazine da Arte de Santarém... aos seus habitantes, scalabitanos. Como sou de Santarém e este trabalho é realizado no âmbito de uma licenciatura de uma instituição de ensino desta cidade, pareceu-me ideal. ART vem da palavra em Inglês para ARTE. Sendo uma publicação e um trabaho relacionado com Arte Digital e para uma disciplina com esse mesmo nome, decidi que a palavra ARTE teria de constar da nomenclatura. Neste caso optando pelo termo inglês por questões estéticas e de pronúncia. MAGAZINE por ser uma publicação digital em formato de revista. As semelhanças que tento incutir no presnete layout a uma rervista em papel são visiveis, daí o estilo ser definido como Magazine, tendo isso frisado no nome. Também funcionando como uma mostra, como os Magazines da Moda, por exemplo, mostram peças de alta costura, aqui pretende-se que o Magazine da Arte de Santarém mostre peças de arte digital dos seus intervenientes. Neste trabalho, edição número zero apenas eu, mas a ideia é para desenvolver, e tenciono convidar e recolher trabalhos de outros alunos e artistas locais e de outras cidades para divulgação. Entusiasmei-me com a ideia de poder levar este trabalho do nível puramente académico para um nível real, de publicação online com uma períocidade regular. Assim surge esta edição de exemplo, com a finalidade de captar mais colaboradores e conteúdos.

Obrigado! David Branco - Editor

scartmagazine    5


scartmagazine

software

adobe photoshop lightroom

Da aparência inicial à imagem final, o Adobe Photoshop Lightroom torna tudo na fotografia digital mais fácil, rápido e organizado.

O que é? De acordo com o site da Adobe, empresa que desenvolve o Lightroom e o Photoshop, entre outros softwares define o programa como um software de gestão de fotos. O que é pura modéstia, o Lightroom é um programa que executa, e muito bem, as funções de organizar fotos, fazer backups, ajustar as imagens quanto à saturação, tonalidade, contraste, luminosidade, nitidez, tamanho, enquadramento e outros parâmetros, realizar ajustes na imagem, preparar a impressão das imagens, produzir outros meios de apresentação profissional como o slideshow ou páginas em HTML, exportar fotos em JPEG e TIFF, em 16 ou 8 bits de amostragem, em espaço de cor sRGB, Adobe RGB, CMYK ou ProphotoRGB, e além disso o Lightroom ainda é um conversor RAW.

Ou seja, apesar da modéstia da página da Adobe, o Lightroom é um gestor integral do fluxo de trabalho fotográfico. Você precisa disso? Sim. (Não necessariamente do LightRoom, mas de algum software que desempenhe essas funções, de preferência todas). Em que circunstâncias? Veremos adiante...

ESQUERDA:  Print da iniciação do Lightroom

Se já passou daquela fase extremamente inicial na fotografia e sabe que vai continuar a fotografar pela vida toda. Ou quando começa a organizar o seu arquivo; Se editar centenas de fotos de uma só vez e precisa de uma ferramenta rápida para fazer a seleção das imagens; Se quer ter ao alcance ferramentas de fácil compreensão e aplicação intuitiva para aprimorar conjuntos inteiros de imagens, com alguns cliques apenas; Se quer ter a possibilidade de facilmente preparar versões diferentes da mesma foto para serem avaliadas, a fim de escolher uma versão definitiva; DIREITA:  Printo do aspecto do ambiente de trabalho do Lightroom

6    scartmagazine


scartmagazine Se precisar de realizar vários ajustes na imagem toda ou em áreas específicas da foto; Se precisar de uma interface de impressão mais confortável que a disponibilizada pela sua impressora; Se precisar de apresentar a sua produção de maneira elegante e rápida, seja em slideshows ou páginas web; Se você fotografa em RAW e deseja um conversor mais rápido que o que veio com a sua máquina fotográfica. Obviamente, diversos programas fazem algumas destas funções. Instalando uns 4 ou 5 deverá chegar a um poder de processamento e armazenamento de imagens semelhante. No etanto isso significaria ter de gerir 5 áreas de trabalho! A vantagem do LightRoom é que com ele tem tudo no mesmo lugar.

ESQUERDA:  Print da gestão de fotos so Lightroom

Tarefas simplificadas O Lightroom simplifica muitas das tarefas de um fotógrafo. Uma das mais utilizadas é a introdução de marcas de água nas fotografias, para protecção dos direitos dos seus autores. Quando temos trabalhos de centenas ou milhares de imagens, estar a realizar esta marcação à peça torna-se uma tarefa demoníaca. Uma das excelentes ferramentas deste software são as Marcas d’agua, que podem ser criadas e adicionadas às fotografias de forma automática e com poucos cliques, aquando da exportação das imagens do Lightroom. Para fazer a gestão das suas marcas d’agua, poderá visualizar um vídeo que explica como o fazer na versão mais recente do Lightroom. Basta clicar na imagem do lado para aceder a esse vídeo explicativo. Verá que é bastante simples e intuitivo e que lhe vai poupar muitas horas de trabalho de edição e qume sabe muitas dores de cabeça de futuro. DIREITA:  Print da gestão de Marcas D’agua

Limitações!? O Lightroom foi feito a pensar nos fotógrafos de todos os tipos. Se pretende incluir design e publishing no seu trabalho, o Lightroom sozinho não será a solução. Dependendo de quão importante uma área é para si, o Lightroom pode ser inferior em performance para programas específicos. O Lightroom não tem nenhuma função de extracção de elementos da foto tipo Knockout e para isso ainda precisa do photoshop. De resto é uma excelente ferramenta. SM ESQUERDA:  Banner do site da Adobe Portugal

scartmagazine    7


scartmagazine

8    scartmagazine


scartmagazine ESQUERDA:  David Branco

photoshow longa exposição MOSTRA DE TRABALHOS

A fotografia de longa exposição é uma área que suscita muitas perguntas. Entre os critérios técnicos, por vezes, difícil de entender e equívocos que circulam aqui e ali, difícil saber exatamente os prós e contras desta prática emocionante fotográfica. O meu objetivo aqui será entregar a chave máxima da minha própria experiência no campo, para que você possa abordar este assunto e estar preparado rapidamente para ter os seus próprios resultados.

A longa exposição Na foto, mais do que em outras áreas artísticas, o equipamento ocupa um lugar de destaque. Particularmente com exposições longas e ao contrário do que tenho lido em alguns sites, ainda é um monte de material. No entanto, não fique com a ideia de que para fazer este tipo de imagem precisa de uma máquina profissional, fora do alcance da sua carteira. Apesar de, no mínimo ser necessário se você quiser fazer impressões de 30x30 cm ou maiores. Para obter uma prestação de qualidade basta uma DSLR de gama média-amador. Eu tenho, até agora, todas as minhas fotos, ou outras longas exposições com uma Nikon D60 e uma D3100 e isso não me impediu de fazer apresentações, ou ter fotos publicadas em revistas. Dito isto, um pequeno detalhe sobre todos os equipamentos necessários para longas exposições: 1) uma câmera para instalar Temporizador ou que permita BULB (ou bulbo), que é um modo que propicia a abertura e fecho do

obturador manualmente -> é pressionado para abrir, é pressionado para fechar, o intervalo de tempo entre as duas fica à sua boa vontade, o que significa que este intervalo pode ser de 30 segundos ou 2 minutos, ou até várias dezenas de minutos. Esta opção requer que a máquina use um comando remoto, na sua maioria, não fornecido com o aparelho. (Em alguns modelos, cerca de 30 € são suficientes para um modelo simples). 2) tripé Escolha um modelo bastante forte e relativamente pesado, o peso é a garantia da estabilidade de todos (lembre-se que ao vento sobre o mar, uma DSLR num tripé muito fino, fatalmente acaba no chão). Uma

quantidade de luz, sem alterar o contraste da cena fotografada. Esses filtros têm frequentemente gravadas duas letras ND seguido de um número. Esse número refere-se ao grau de opacidade do filtro e, de fato corresponde ao valor do multiplicador do tempo de exposição. Você pode usar até 2 filtros em conjunto. Ao usar dois filtros multiplica os seus respectivos valores. Assim, um ND8 ND 1000 é multiplicar o tempo de exposição de 8000, dois filtros ND 1000 multiplica o tempo de exposição por 000 mil. Tenha em atenção o material que você precisa. Sem ele nenhuma longa exposição é possível.

Em termos de hardware

Atenção ao material que precisa. Sem ele nenhuma longa exposição é possível... boa solução é escolher um modelo com a base da coluna de apoio da unidade é equipada com um gancho para pendurar em seu saco da máquina. 3) filtro de densidade neutra (densidade neutra) Se você quer fazer as poses muito tempo durante o dia, é absolutamente necessário reduzir a quantidade de luz que entra na máquina. Para isso, a única solução é juntar à sua lente um filtro ND que diminui a

Não são necessáriamente precisos, mas ajudam quando se pretende um melhor resultado com este tipo de fotografia: Cronómotro (mesmo o do telemóvel) para não ter de contar os segundos ou minutos entre disparos de forma manual; Baterias extra, pois ao processar as imagens por vários minutos, o desgaste é mais rápito; carregador de isqueiro, para poder recarregar baterias; Cartões de memória de substituição, pois um nunca é suficiente.

scartmagazine    9


scartmagazine DIREITA:  David Branco

BAIXO:  David Branco

Como fotografar? Bem, nem todos os que têm o equipamento sabem como configurar o dispositivo para saber como calcular o tempo de exposição. Também vamos explicar como usar tudo isso. Está agora a trabalhar arduamente. Você está em cena e as condições de rodagem são ideais. Como? Acima de tudo, o dispositivo já deve estar montado sobre o tripé. Após este primeiro passo feito, definir a sua abertura e tomar uma medida de luz. Neste ponto, sugiro que você também faça uma foto (ou várias) de ensaio, sem filtros para verificar se a medida do seu dispositivo não está errada (isso seria uma vergonha para fazer uma pausa de 10 minutos para perceber no final que o céu está queimado devido a uma má iluminação). Após a foto de ensaio, é tempo de fazer os ajustes necessários para obter uma exposição correcta. É isso! Você tem a sua velocidade de obturador e abertura, calcule o seu tempo agora para apresentar. Não se esqueça de fotografar no modo manual do seu aparelho. Em seguida, aperte suavemente o seu filtros ND (se for caso disso). Finalmente, ajuste o para-sol da lente sem o bloqueio. Agora está pronto para disparar. Olhe para o seu relógio, ou cronómetro, aperte o controle remoto que está ligado à máquina e o iniciador do contador do relógio ou cronómetro ao mesmo tempo. Ao chegar ao fim do tempo definido nas etapas anteriores, aperte o controle remoto novamente para fechar o obturador e finalmente fez a sua primeira exposição longa. Repita as vezes necessárias até ter o resultado ideal que procurava. Só com muito treino e paciência se chegam a resultados positivos.

Conclusão A magia de longa exposição é de apenas 2 tiros no mesmo lugar, você não vai ter 10    scartmagazine


scartmagazine

BAIXO: Stockphoto

BAIXO:  Lincoln Harrison

muito o mesmo resultado. O elemento do acaso oferece uma atração especial para este tipo de imagem. No entanto, este não é o caminho mais fácil. Deve estar atento à sua escolha de enquadramento. Por outro lado, nós vimos aqui toda a parte diretamente relacionada com o disparo, há, naturalmente, o “processamento de fotos”, que também é importante para destacar o potencial do clichê, mas é uma outra história ...

As fotografias aqui expostas As fotografias aqui expostas são longas exposições. Umas nocturnas e outras diurnas, mas ambas com recurso à técnica aqui explicada. A maioria são fotografias da autoria de David Branco, que não passam de testes a este tipo de fotografia, pois este ainda não dispõe de alguns materiais necessários ao aperfeiçoamento desta técnica. Os dois exemplo de outros autores são perfeitos. Um desconhece-se o autor pois foi retirado de um site de stockphotos grátis, mas ilustra uma queda de água numa longa exposição diurna bastante bem conseguida. O segundo é do grande fotografo Lincoln Harrison (www.lincolnharrison.com) que é conhecio pelas suas excelentes longas exposições. Este imagem do lado esquerdo foi a minha tentativa de fazer algo com as luzes dos carros numa autoestrada. Uma exposição de cerca de três minutos. Foi realizada para um trabalho da unidade curricular de Laboratório de Fotografia Digital e Vídeo do primeiro ano da minha lienciatura. SM

ESQUERDA:  David Branco

scartmagazine    11


scartmagazine

12    scartmagazine


scartmagazine

Exposição Nocturna Esta imagem foi capturada na Praia de Vidiago nas Astúrias. Numa noite de primavera com algum vento mas com poucas nuvens. Para chegar a este resultado foi preciso que a máquina estivesse num tripé, com o foco manual (préviamente focado num dos elementos pa paisagem). Foi utilizado um ISO 100 com uma abertura considerável e foi feita a fotometria para que o disparo fosse de 30 segundos. Como o tripé utilizado não é muito eficiente, podem notar-se algumas partes da imagem mais imperfeitas. A técnica e a forma de fotografar este tipo de longas exposições foram aplicadas e utilizadas. O material técnico é que pode melhorar. Para evitar pequenos balanços na máquina poderia ter utilizado o dsiparo retardado alguns segundos, ou mesmo um comando de disparo, mas nesta situação não foi o caso. Foi das primeiras “aventuras” na longa exposição à noite. DB

scartmagazine    13


scartmagazine DIREITA: Stockphotos

ARTE DIGITAL Pintura com luz, uma técnica que vem desde o tempo de Picasso até à fotografia digital dos nossos dias

CIMA: Stockphotos

Já ouviu falar em light painting? Esta técnica fotográfica, literalmente traduzida como “pintura de luz”, existe há pelo menos 60 anos: lá nos idos de 1949, o célebre fotografo Gjon Mili capturou uma série de emblemáticas pinturas de luz do não menos famoso Pablo Picasso. Assim como várias outras técnicas, o light painting vem se popularizando na última década graças às máquinas digitais – vide o sucesso de grupos como o Light Painting – The Real Deal, no Flickr. Afinal, agora é muito mais fácil conferir se o experimento está dando certo e corrigir detalhes, sem precisar de esperar pela revelação do filme, como antigamente. Existem dois tipos de pinturas de luz: aquelas em que a iluminação é apontada direto para a máquina, criando rastros luminosos como tubos de néon, e outras mais subtis, em que a fonte de luz é usada para iluminar seletivamente uma imagem. Noutras palavras, no primeiro tipo a própria luz torna-se o assunto principal da foto, enquanto no segundo tipo, ela só revela ou destaca detalhes do assunto principal.. A maioria das fotos da galeria mencionada acima são do primeiro tipo, talvez porque seja a técnica mais fácil de executar e com resultados mais chamativos. Nela, tanto se pode mover as fontes de luz diante da máquina, como mover a própria máquina. Uma experiência bem mais radical é o chamado camera toss, em que o fotógrafo arremessa a máquina para o alto e deixa o acaso e a gravidade decidirem a imagem que será capturada. Como isso geralmente é feito no escuro, para registar linhas de luzes, não deixa de ser um exemplo de light painting em que é a máquina que se move. Só que se não tiver cuidado, pode ser um passatempo caro. Por mais que essas imagens abstratas sejam divertidas, no entanto, os melhores exemplos de light painting são como as obras de Mili e Picasso: desenhos luminosos relativamente concretos. E não precisa de saber desenhar à mão (e às cegas) – basta traçar o contorno de algum objeto para obter efeitos interessantíssimos.

14    scartmagazine

Experimente o light painting Para criar suas próprias pinturas de luz, você vai precisar de uma máquina capaz de registar exposições longas e de uma ou mais fontes de luz como pequenas lanternas, aqueles porta-chaves com leds ou até velas. Além, é claro, de um ambiente suficientemente escuro e, na maioria dos casos, de um tripé ou outro tipo de apoio para manter a máquina parada enquanto você vai “pincelando” a cena com a sua lanterna ou coisa parecida. A velocidade a ser usada vai depender muito das condições do ambiente e da intensidade das fontes de luz, então experimente começar em torno de um ou dois segundos e ir aumentando até ficar satisfeito com o resultado. Para a máquina não captar luz demais, tome o cuidado de configurar a sensibilidade (ISO) para um valor baixo e, se possível, escolher uma abertura intermédia. Outro detalhe importante é o foco: se a máquina contar com foco manual, o ideal é ajustá-lo antecipadamente, para evitar que o autofoco “mire” no lugar errado ou, nas fotos abstratas, que uma máquina desfocada acabe captando muito mais luz do que o desejado. Por fim, se a máquina for ficar parada, use aquele recurso de disparo automático, após uma contagem regressiva, para ter certeza de que o apertar do disparador não vai fazêla tremer.

O tema Longas Exposições e o tema Pintura com Luz desta edição estão interligados! Um é necessário para a realização do outro.


scartmagazine

scartmagazine    15


scartmagazine

16    scartmagazine


scartmagazine ESQUERDA: Stockphotos

Como pintar com luz? Como o nome já diz, é uma pintura. Mas em vez de tinta, é luz pintada no ar. Não é preciso a tradicional tela de pintura. O ar é a sua tela e os seus movimentos o seu pincel. Então mas e o que faz de tinta? Fácil! Uma luz, que pode ser uma lanterna ou foco, uma vela ou mesmo a luz do seu telemóvel. Para pintar com luz precisa de uma fonte de luz, um ambiente escuro, e colocar a máquina fotográfica no modo manual para colocar uma velocidade de captura bem lenta, segundos ou minutos de exposição. Com máquinas compactas também é possível fazer (embora com tempos de exposição

pois estava no escuro e não se contornou a si própria.

ARTE DIGITAL

Dicas

A pintura com luz, ou light painting como também é conhecida mesmo em Portugal, é uma forma de fazer arte digitalmente.

1) No escuro é mais difícil de focar, por isso peça para alguém apertar o disparador até meio para fazer o foco, enquanto você segura a lanterna no ponto onde fará o desenho, ou vice-versa. 2) Se estiver sozinho foque com a luz acesa, ligue o temporizador da máquina fotográfica, accione o disparador e apague a luz do ambiente antes de fazer a foto. 3) Estando na rua, como na imagem da página ao lado, tente focar nalgum elemento do cenário, ou use a primeira dica que indicá-

No seu início não era digital, pois já temos referências deste tipo de fotografia desde o tempo de Picasso, mas hoje em dia estamos na era do digital e ainda se torna mais simples trabalhar esta técnica. Não é fácil, mas com prática e com as condições ideias reúnidas, torna-se uma excelente maneira de tratar a fotografia.

menores, em torno de 2 a 4 segundos) colocando nos modos “Cena” ou “Scene” Noturno (sem flash) ou modo “Fogos de Artifício”, como é indicado em alguns modelos de máquinas compactas. A foto acima levou 5 minutos, depende de foto para foto o tempo que precisa para elaborar a cena desejada. Por exemplo, para desenhar uma estrela, precisa de 3 segundos. Nesse tempo, a máquina fotográfica deixará o obturador aberto, como se estivesse a filmar. Não se esqueça que a máquina tem de estar estática e a luz que desenha tem de apontar na direcção da máquina. O seu corpo não aparece pois está no escuro, a não ser que queira que ele apareça, assim terá de o contornar com o foco de luz. A imagem acima que pretende recriar aa famosa fotografia com os Beatles, por exemplo, foi feita por uma pessoa que não se vê na fotografia, que contornou com um foco de luz as outras que aparecem. A imagem ao lado, por exemplo, é possível que tenha sido feita só com uma pessoa, que depois de disparar a máquina pintou com luz o boneco. A pessoa não apareceu na imagem

mos acima, isto se estiver acompanhado. 4) Tem sempre duas opções de utilização do ponto de luz (lanterna, isqueiro, lâmpada, etc.) que são a pintura ou a iluminação do objecto que quer que apareça. Considerações finais Você pode mudar a cor da lanterna colocando na frente papel celofane, papéis de seda, ou sacos de plástico coloridas, embora também existam hoje lanternas que permitem mudar a cor da luz. Atenção que mesmo de noite, é bom fechar as cortinas, pois a luz fraca da lua ou de um poste mais longe pode clarear demais a imagem, e mostrar coisas que talvez não queira na sua imagem. Algumas máquinas fotográficas semiprofissionais têm até 15 ou 30 segundos de exposição para utilizar. As profissionais, além desse tempo pré-determinado, também têm o modo Bulb “B”, que seria o tempo “infinito”, que pode ser acionado pelo cabo disparador (comprado separadamente). SM

CIMA ESQUERDA: Stockphotos CIMA DIREITA:  David Branco

Ainda não tive hipótese de fazer muita coisa neste sentido, fiz uns testes num curso de fotogtrafia, mas não têm qualidade suficiente para serem expostos na revista, mas mostro aqui ao lado uma foto da minha autoria que também se pode inserir neste tipo de técnica, uma vez que o ambiente era completamente escuro e só quando o fogo é cuspido é que se pinta a sua imagem no escuro e a sua luz deixa ver o “cenário” atrás, que neste caso são pessoas. Esta é uma técnica que vou explorar em breve, com recuros à utilização de um espaço escuro e fechado e depois com várias longas exposições pintar com a luz de uma lanterna de leds as silhuetas de um modelo sentado nesse espaço. Como se pode ver, os temas desta edição da revista estão interligados, pois a longa exposição também faz parte da pintura de luz. DB

scartmagazine    17


scartmagazine

18    scartmagazine


scartmagazine

Pintar com luz Esta fotografia foi conseguida com recurso à técnica da Pintura com Luz. Vamos explicar como se chegou a este resultado. Num mabiente escuro, numa longa exposição, foi pintado um sujeito com luz vermelha, depois desenhou-se uma espécie de arma a sair das mãos desse sujeito com luz de outra cor. (Este desenho é feito no ar, com foco de luz). Para o automóvel, usaram-se vários pontos de luz de cores diferentes. Um branco fez o contorno geral e pintou a zona dos vidros, estes foram “pintados” por trás do carro, e uma luz azul pintou alguns detalhes laterais. No carro aparecem umas partes vermelhas que não são pintura com luz mas sim reflexos causados pelo facto de o carro ter superfícies espelhadas. As pessoas não aparecem pois pelo facto de estarem num ambiente escuros só iam aparecer quando contornadas com luz, como a de vermelho. SM

scartmagazine    19


scartmagazine

viagensFOTOREPORTAGEM Numa viagem pelos Açores, a paisagem é o explendor máximo que se pode trazer na volta. Fotografias de David Branco

20    scartmagazine


scartmagazine

scartmagazine    21


scartmagazine

22    scartmagazine


scartmagazine ESQUERDA:  Pico, Ilha do Pico

BAIXO:  Ilha das Flores

Com quase seis séculos de presença humana continuada, os Açores granjearam um lugar importante na História de Portugal e na história do Atlântico: constituíramse em escala para as expedições dos Descobrimentos e para naus da chamada Carreira da Índia, das frotas da prata, e do Brasil; contribuíram para a conquista e manutenção das praças portuguesas do

questões mais controversas da história dos Descobrimentos. Entre as várias teorias sobre este facto, algumas assentam na apreciação de vários mapas genoveses produzidos desde 1351, os quais levam os historiadores a afirmar que já se conheciam aquelas ilhas aquando do regresso das expedições às ilhas Canárias realizadas cerca de 1340-1345, no reinado de Afonso IV de Portugal. Outras

entanto, que a descoberta das primeiras ilhas ocorreu já ao tempo de Afonso IV de Portugal e que as viagens feitas no tempo do Infante D. Henrique não passaram de meros reconhecimentos. Adicionalmente, alegadamente, foram recentemente descobertos templos escavados nas rochas datados do século IV a.C., de possível autoria cartaginesa. Estas alegadas descobertas estão a ser contestadas

Os Açores granjearem um lugar importante na História de Portugal Norte de África; quando da crise de sucessão de 1580 e das Guerras Liberais (1828-1834) constituíram-se em baluartes da resistência; durante as duas Guerras Mundiais, em apoio estratégico vital para as forças Aliadas, mantendo-se, até aos nossos dias, num centro de comunicações e apoio à aviação militar e comercial. O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da Madeira, é uma das

referem que o descobrimento das primeiras ilhas (São Miguel, Santa Maria, Terceira) foi efectuado por marinheiros ao serviço do Infante D. Henrique, embora não haja qualquer documento escrito que por si só confirme e comprove tal facto. A apoiar esta versão existe apenas um conjunto de escritos posteriores, baseados na tradição oral, que se criou na primeira metade do século XV. Algumas teses mais arrojadas consideram, no

por especialistas. O que se sabe concretamente é que Gonçalo Velho chegou à ilha de Santa Maria em 1431, decorrendo nos anos seguintes o (re)descobrimento - ou reconhecimento - das restantes ilhas do arquipélago dos Açores, no sentido de progressão de leste para oeste. A Duquesa da Borgonha, mandou povoar a ilha de Santa Maria. FONTE: wikipédia

scartmagazine    23


scartmagazine DIREITA:  Arriba da Galé, Praia da Galé, Grândola

viagensNATUREZA Viajar é a arte de contemplar a Natureza. O olhar a lente é o caminho. Fotografias de David Branco A melhor maneira de viajar é sentir

Sursum corda! Acordo na noite e sinto-me diverso.

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.

Todo o Mundo com a sua forma visível do costume

Sentir tudo de todas as maneiras.

Jaz no fundo dum poço e faz um ruído confuso,

Sentir tudo excessivamente,

Escuto-o, e no meu coração um grande pasmo soluça.

Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas

Sursum corda! ó Terra, jardim suspenso, berço

E toda a realidade é um excesso, uma violência,

Que embala a Alma dispersa da humanidade

Uma alucinação extraordinariamente nítida

sucessiva!

Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,

Mãe verde e florida todos os anos recente,

O centro para onde tendem as estranhas forças

Todos os anos vernal, estival, outonal, hiemal,

centrífugas

Todos os anos celebrando às mancheias as festas de

Que são as psiques humanas no seu acordo de

Adônis

sentidos.

Num rito anterior a todas as significações,

Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como

Num grande culto em tumulto pelas montanhas e os

várias pessoas,

vales!

Quanto mais personalidade eu tiver,

Grande coração pulsando no peito nu dos vulcões,

Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,

Grande voz acordando em cataratas e mares,

Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,

Grande bacante ébria do Movimento e da Mudança,

Quanto mais unificadamente diverso, dispersada-

Em cio de vegetação e florescência rompendo

mente atento,

Teu próprio corpo de terra e rochas, teu corpo

Estiver, sentir, viver, for,

submisso

Mais possuirei a existência total do universo,

A tua própria vontade transtornadora e eterna!

Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.

Mãe carinhosa e unânime dos ventos, dos mares, dos

Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,

prados,

Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,

Vertiginosa mãe dos vendavais e ciclones,

E fora d’Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.

Mãe caprichosa que faz vegetar e secar,

Cada alma é uma escada para Deus,

Que perturba as próprias estações e confunde

Cada alma é um corredor-Universo para Deus,

Num beijo imaterial os sóis e as chuvas e os ventos!

Cada alma é um rio correndo por margens de Externo

Sursum corda! Reparo para ti e todo eu sou um hino!

Para Deus e em Deus com um sussurro soturno.

Tudo em mim como um satélite da tua dinâmica intima

Sursum corda! Erguei as almas! Toda a Matéria é

Volteia serpenteando, ficando como um anel

Espírito,

Nevoento, de sensações reminescidas e vagas,

Porque Matéria e Espírito são apenas nomes confusos

Em torno ao teu vulto interno, túrgido e fervoroso.

Dados à grande sombra que ensopa o Exterior em

Ocupa de toda a tua força e de todo o teu poder

sonho

quente

E funde em Noite e Mistério o Universo Excessivo!

Meu coração a ti aberto!

Sursum corda! Na noite acordo, o silêncio é grande,

Como uma espada traspassando meu ser erguido e

As coisas, de braços cruzados sobre o peito, reparam

extático,

Com uma tristeza nobre para os meus olhos abertos

Intersecciona com meu sangue, com a minha pele e os

Que as vê como vagos vultos noturnos na noite negra.

meus nervos, ESQUERDA:  Parque de Merendas na ilha das Flores

24    scartmagazine

DIREITA:  Canal entre o Pico e São Sorje - Açores


scartmagazine Teu movimento contínuo, contíguo a ti própria sempre, Sou um monte confuso de forças cheias de infinito Tendendo em todas as direções para todos os lados do espaço, A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim Não passem de mim, nem quebrem meu ser, não partam meu corpo, Não me arremessem, como uma bomba de Espírito que estoira Em sangue e carne e alma espiritualizados para entre as estrelas, Para além dos sóis de outros sistemas e dos astros remotos. Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo. Tudo o que há dentro de mim tende a despejar-me no chão, No vasto chão supremo que não está em cima nem embaixo Mas sob as estrelas e os sóis, sob as almas e os corpos Por uma oblíqua posse dos nossos sentidos intelectuais. Sou uma chama ascendendo, mas ascendo para baixo e para cima, Ascendo para todos os lados ao mesmo tempo, sou um globo De chamas explosivas buscando Deus e queimando A crosta dos meus sentidos, o muro da minha lógica, A minha inteligência limitadora e gelada. Sou uma grande máquina movida por grandes correias De que só vejo a parte que pega nos meus tambores, O resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis, E nunca parece chegar ao tambor donde parte... Meu corpo é um centro dum volante estupendo e infinito Em marcha sempre vertiginosamente em torno de si, Cruzando-se em todas as direções com outros volantes, Que se entrepenetram e misturam, porque isto não é no espaço Mas não sei onde espacial de uma outra maneira-Deus. Dentro de mim estão presos e atados ao chao Todos os movimentos que compõem o universo, A fúria minuciosa e dos átomos, A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos, A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam, A chuva com pedras atiradas de catapultas De enormes exércitos de anões escondidos no céu. Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh’alma. Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode, Freme, treme, espuma, venta, viola, explode, ESQUERDA: Topo do monte Gallihorn em Kandersteg, Suiça DIREITA: Praia da Aberta Nova, Grândola

Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge, Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida, Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes, Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos, Sobrevive-me em minha vida em todas as direções! Álvaro de Campos, in “Poemas” Heterónimo de Fernando Pessoa

scartmagazine    25


scartmagazine

CIMA:  Kandersteg Internacional Scout Centre, Suiça

CIMA:  Aqueduto dos Pegões, Tomar

CIMA:  Ordesa, Espanha

CIMA:  Vila Nova da Barquinha

BAIXO:  Topo do Monte Gallihorn, Suiça

BAIXO:  Vale de Figueira, Santarém

BAIXO:  Praia da Galé, Grândola

26    scartmagazine


scartmagazine

viagens PRETO & BRANCO A imagem a preto e branco está envolta numa certa nostalgia, que deriva não só de memórias de fotografias antigas, mas também dos primórdios da televisão. De facto, a imagem a preto e branco é bastante eficaz a enfatizar as formas e tons de um motivo. O preto e branco permite criar uma imagem poderosa de um motivo que poderia ter menos impacto a cores. Paisagens de Inverno As paisagens de Inverno adequam-se perfeitamente à fotografia a preto e branco. Nesta altura do ano, é normal haver pouca cor – não existem verdes vivos e vemos apenas escassas flores em tons de vermelho ou amarelo. Uma paisagem coberta de neve já é maioritariamente monocromática. Concentre-se nas formas das árvores

despidas de folhas, paredes de pedra e edifícios. A composição e o contraste tornam-se elementos fundamentais da imagem. A regra dos terços é particularmente útil na fotografia a preto e branco, já que existe pouca cor para distrair o olhar. Imagine uma grelha desenhada no visor da câmara - duas linhas verticais e duas linhas horizontais,

A fotografia a Preto e Branco está envolta numa certa nostalgia... formando quatro intersecções. Tente colocar o motivo principal numa dessas intersecções. Assim se produz uma composição forte. Outra ajuda à composição é a perspectiva distante. É possível verificá-la ao fotografar uma estrada de um plano superior ou seguindo as vias férreas. As linhas da estrada ou via parecem convergir, apesar de sabermos que são paralelas. O olhar é atraído para as linhas e seduzido pela imagem.

Paisagens urbanas As fotografias de arquitectura são frequentemente monocromáticas, de modo a enfatizar a forma dos edifícios. O contraste acrescido proporcionado pelo modo preto e branco sobre as cores adequa-se perfeitamente ao motivo. É frequente realizar estas fotografias de manhã cedo, em parte para evitar as distracções do trânsito e das pessoas, mas também para beneficiar da iluminação proporcionada pelo sol baixo no horizonte. Esta iluminação cria sombras alongadas e pode produzir uma textura apelativa em pedras ou no asfalto. Estas imagens podem beneficiar também da simplicidade e nitidez do modo preto e branco. Fotografia nocturna A fotografia nocturna deve ser experimentada tanto a cores, como a preto e branco. Frequentemente, o brilho amarelo da iluminação urbana dá vida a uma cena. Em alternativa, a textura e os padrões de uma cena ressaltam mais num estilo monocromático. SM

BAIXO:  David Branco

scartmagazine    27


Procuramos colaboradores e criadores de conteúdo para as próximas edições. Se quiser ver os seus trabalhos publicados, faça-os chegar até nós. ÁREAS: fotografia; 3D; Ilustração; Animação; pintura digital; robótica; entre outras. contacte-nos pelo email info@scartmagazine.com Faça parte deste projecto! OBRIGADO! Para publicitar: pub@scartmagazine.com


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.