Ensaio paginado

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Artes Gráficas e Cartazes

A linguagem visual, no seu sentido mais vasto, tem uma longa história. Quando o homem primitivo, ao sair para caçar, distinguia na areia a pegada de algum animal, o que ele via ali era um sinal gráfico. O design gráfico é a arte de criar ou seleccionar determinadas marcas, para comunicar uma ideia. As imagens gráficas são mais do que ilustrações descritivas da realidade ou imaginadas. São signos cujo contexto lhes dá um sentido especial e cuja disposição lhes pode conceder um novo

significado. Profissionalmente, o design gráfico surge em meados do século XX, até à altura, todos os trabalhos gráficos eram desenhados pelos “artistas comerciais”, também conhecidos por “visualizadores”; os tipógrafos tinham um papel fundamental faziam o projecto de paginação (organização das ilustrações e do texto) e davam instruções para a composição; os ilustradores que produziam imagens de qualquer tipo, diferentes técnicas e sobre variadíssimos temas; retocadores,


letristas e outros que finalizavam os projectos para a reprodução. A maioria dos “artistas comerciais”, tais como os desenhadores de cartazes reuniam essas diferentes aptidões, eram multidisciplinares. As artes gráficas até ao final do século XIX, eram especialmente produzidas a preto e branco e os diferentes trabalhos eram impressos em papel. “A relação entre imagem e fundo, entre o espaço com tinta e o

espaço sem tinta, o positivo e o negativo, tornou-se fundamental para a estética do conjunto. A área sem tinta pode ser visualmente tão importante quanto a área com tinta, e o fundo, portanto, as suas proporções e dimensões, a sua cor e textura, é parte integrante do design gráfico.” (Hollis, 2001). Diversos tipos desse arquétipo histórico desenvolveram-se entre os séculos XV e XX, e subsistem hoje em formato digital. “Caracterizando esta evolução


vai entretanto entrar em cena (…) William Morris e vai dominar a estética gráfica até ao final do século XIX. Depois de ter sido um calígrafo notável, criou em 1891 uma tipografia particular a “Kelmnscott Press” e criou o seu primeiro caracter a que chamou de Golden Type inspirando-se nos romanos venezianos de Jenson e Jacques Rouge, e fez fundir dois góticos derivados dos de Zaimer e Mentelin.” Após os distintos grafismos do século XVIII, as letras e as vinhetas que fizeram a glória de Fournier, a rigidez de formas que caracterizavam os tipos criados pelos Didot e de uma relativa estagnação da chamada tipografia revolucionária, abre-se caminho para uma inteira liberdade de desenhar todos os elementos gráficos. A tipografia clássica, fora algumas evoluções interessantes do seu estilo, continuava a utilizar os seus seculares e tradicionais moldes, mas o século XIX traria a completa liberdade e uma abundante criatividade embora Curiosamente verifica-se que as três funções básicas do design gráfico, se mantém inalteráveis, sucedendo-se vários séculos, estas funções sofreram tão poucas

mudanças como o alfabeto romano. A função primordial é – identificar –; a segunda função é – informar e instruir –; a terceira função é – apresentar e promover. O design gráfico presentemente desenvolve novas formas em resposta às pressões comerciais e às evoluções tecnológicas, contemporaneamente recria-se das suas próprias tradições. Durante o século XIX foram realizadas relevantes descobertas no campo da química, essas descobertas vão revolucionar a tecnologia das tintas de impressão e contribuir decididamente para tornar o universo da indústria gráfica um universo ainda mais colorido, a proliferação de imagens coloridas chamam a atenção e provocam entusiasmo nos artistas e no público espectador. Nos finais do século XIX e meados da década com que iniciou o século XX, começa a despontar um novo processo de impressão que Ira Washington Rubel, a quem alguns atribuem o mérito da invenção, chamada de “Impressão Offset” (Hollis, 2001). Durante os anos de 1890 a 1900, a Europa e América assistiram ao surgir de um a nova linguagem


visual, de uma nova forma de publicidade, também de uma nova forma de arte: as ilustrações coloridas dos cartazes artísticos. Com a inauguração da primeira grande Exposição Universal celebrada em Londres em 1851, há o despertar para o sentido propagandístico da indústria. Até aos finais do século, a capital inglesa disputa com Paris a hegemonia neste campo, alternando uma e outra capital com sucessivas exposições, desde a 1851, 1862, 1871, 1874, em Londres, e 1855, 1867, 1878, 1889, 1900 em Paris. Os cartazes artísticos, como linguagem visual, tem a função de – apresentar e promover – é

essencial que a imagem e a palavra sejam concisas, legíveis, que a mensagem tenha um significado único e fácil de memorizar. Ilustram o estilo artístico da época e introduzem uma nova estética de imagens económicas e simplificadas, consequente dos meios empregues para a reprodução. Antes do aparecimento da litografia, os cartazes eram impressos por tipografia, como os livros, e só casualmente as ilustrações era produzidas por xilografia. Apesar de, existir já a fotografia, ainda não era possível a reprodução de imagens em tamanhos ampliados e nem grandes tiragens.


Os artistas consideravam Paris a capital artística, e os que não viviam ali, contemplavam os cartazes artísticos repletos de espanto e de respeito. O estilo de Jules Cheret (18361932), intitulado como “O Pai do Cartaz”, amadureceu no final da década de 1880, sendo logo reconhecido e adoptado por outros artistas, particularmente por Pierre Bonnard e Henri de ToulouseLautrec. Os contornos firmes e as cores uniformes reflectem a paixão de Cheret pelas xilogravuras japonesas, cujos trabalhos, exibidos nas exposições de Paris em 1867 e 1878, exerceram influência dominante na estética daquele período. Imagens retratadas de baixo, como no cartaz Folies Bergère, de Cheret e pormenores de figuras, cujo exemplo mais notável é o Ambassadeurs… Aristede Bruant dans son Cabaret, de Henri de Toulouse-Lautrec. Na opinião de Gui Bonsiepe, “os desenhos gráficos não devem ser concebidos como pinturas com elementos tipográficos

a g r e g a d o s …To u l o u s e - L a u t r e c foi um excelente pintor, mas um péssimo tipógrafo.” Além destes artistas, outros não menos importantes contribuíram para a difusão do design internacionalmente, tais, como: Theophile-Alexandre Steilen, Alphonse Mucha, Leonetto Cappiello,…



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