D Design Dezembro de 2008 Edição Especial Abreu R$ 15,95
Alex Ross OBRAS DO GÊNIO DO DESENHO HOT-STAMP + EMBALAGENS PREMIADAS + BRAHMA 120 ANOS + DAVID CARSON + ETC.
índice D Design Notícias gráficas
Tipografia
Abreu DDesign Edição Especial - Dezembro de 2008 Diagramação Daniel Damasceno
4|Picture Challenge
Pré-Impresão 6|Dicas para imprimir um trabalho
Impressão 8|Flexografia
5|David Carson Criação e Design 14|Embalagens Premiadas Fotografia 16|Como fotografar o pôr-do-sol 17|Como fotografar shows e espetáculos Ilustração
Acabamento 10|Hot Stamp
Portifólio
18|Alex Ross - O Gênio
Contatos: danieldsabreu@hotmail.com
Embalagem 20|Brahma - 120 anos de História
11|Daniel Damasceno
Artigos Técnicos 22|Design como profissão
DDesign é uma publicação especial. Esta revista não tem objetivo obter lucros e sim apresetação de um portifólio.
notícias gráficas
Picture Challenge Picture Challenge é um Concurso internacional de design de cartazes, onde podem participar estudantes, designers semi-profissionais, ilustradores e fotógrafios, de qualquer país (participação individual), as inscrições podem ser feitas até 1 Dezembro.
Mais informações no site: http://www.picturechallenge2008.com/
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tipografia
David Carson David Carson é um designer gráfico norte americano, conhecido pelo seu trabalho inovador em design de revistas. O seu modo despreocupado de lidar com tipografia e com arranjos gráficos impacta à primeira vista. No fim dos anos 70, quando Carson dividia seu tempo entre a atividade como docente de sociologia e o surf. Um workshop de duas semanas introduziu-o ao design gráfico. O estilo pelo qual o californiano optou é, de certo modo, uma releitura do estilo Merz de Schwitters.
Em 1983, David Carson foi para a revista Transworld Skateboarding para trabalhar como diretor de arte. A revista trouxe experimentações em layout e tipografia que quase dissociavam o conteúdo editorial do projeto gráfico, tamanho o caos que reinava nas edições. Considerada o ápice criativo de Carson, a revista Beach Culture foi extinta em sua sexta edição, recebendo mais de 150 prêmios de design gráfico no mundo inteiro. O estrondoso sucesso da Beach Culture fez com que o designer privilegiasse a não imposição de qualquer tipo de grid, além da liberdade de criação: foi aí que Marvin Scott Jarrel cruzou seu caminho e, juntos, conceberam o que se tornaria a hecatombe do design em escala comercial. Nos seus trabalhos para empresas ou nas páginas de revistas como a porto-riquenha “Surf in Rico” e a brasileira “Trip”, Carson recorre a um mosaico de inspiração que inclui música, grafite, pichações, a vida praiana e as suas inúmeras viagens. “Para ser bom designer, no entanto, não é necessário rodar o mundo, mas ter no mínimo variadas experiências de vida”.
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Pré-Impresão
Dicas para Imprimir um trabalho
•Confirmar se estão presentes todos os elementos: logotipos, imagens, gráficos, EPS, TIFF; tudo devidamente identificados nas respectivas pastas para que qualquer pessoa que abra o ficheiro pela primeira vez fique perfeitamente orientada;
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•Confirmar se as fontes estão todas identificadas: que tipo de fontes são utilizadas, se são True Type, se são Pstscript e contê as fontes de impressão ou se estão convertidas em desenho vetorial;
•Não enviar informações ambíguas: não incluir ficheiros alternativos ou várias imagens para o mesmo trabalho. Qualquer hipótese de pode provocar confusão irá provocá-la, resultando em erros;
•Identificar os trabalhos: o suporte entregue com o trabalho deve ser identificado com o nome de origem e o nome do trabalho; • Colocar margem para corte: não colocar texto muito próximo da margem de corte, por em desvios de milímetros na guilhotina pode cortar o texto, por outro lado deve-se colocar uma margem da imagem pelo menos 3mm para além das miras de corte (sangria) para que não haja margem branca em volta da imagem;
• Fornecer a versão em 100%: o arquivo deve vir em tamanho original (100%), caso não seja possível deve ter a indicação da ampliação que deve sofrer; • Fazer o back-up de tudo: caso o arquivo enviado para gráfica tenha algum problema convém existir uma outra cópia.
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Impressão
Flexografia
Nenhum processo de impressão pode traduzir melhor a inventividade do homem do que a impressão flexográfica. A origem do processo flexográfico de impressão tem sido exaustivamente discutida, com pouco efeito, de fato. Sabe-se apenas que a flexografia é um amadurecimento do processo de impressão anilina, manual e rudimentar.
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Um tipógrafo chamado Sperling aprimorou, em meados de 1800, o processo de impressão anilina, com a utilização de clichês de borracha vulcanizada empregados numa máquina impressora bastante primária, para a impressão de papéis para embalagens. O fabricante Ostdeutschen Gummiwerken teve sua fabrica tomada pelas chamas, em 1935, e dessa máquina não restou sequer uma ilustração.
A esta altura, surgem as primeiras controvérsias. Os ingleses têm documentos comprobatórios de que a origem do processo flexográfico data do final do século XIX, pela Sociedade Comercial Bibby, Barons & Sons Ltd. Os registros históricos, no entanto, apontam para uma versão primitiva da impressão flexográfica, no ano de 1860, nos Estados Unidos.
O desenvolvimento propriamente dito da flexografia tal como a conhecemos hoje data do início do século XX, por parte dos fabricantes de máquinas Holweg, Windmoller & Holscher, Fischer & Krecke dentre outros. No início dos anos 20, uma empresa americana combinou a primeira máquina impressora flexográfica com uma máquina de produção de sacos de papel de fundo quadrado, obtendo assim o primeiro módulo conjugado em linha da história das embalagens. As tintas desenvolveram-se por fim, em meados dos anos 50, assumindo o pigmento como elemento corante e agregando valor às exigências técnicas dos produtos impressos. No fim do mesmo decênio, a flexografia conheceu aquele que revolucionaria de uma vez toda a sua história: o fotopolímero. Jamais esqueçamos que a flexografia é bisneta do carimbo de borracha. E traz consigo seu maior defeito genético: o squash (esmagamento) de impressão, um halo indesejável nos contornos dos grafismos, provenientes da pressão de impressão.
Máquina de Flexografia
Máquina de Flexografia
Retículas para flexografia A diferença gradual das inclinações de retículas entre cores deve ser de no mínimo 30 graus. Um valor inferior a esse certamente resultaria no moiré, padrão gerado a partir da interferência entre dois ou mais padrões diferentes sobrepostos. Como opção, a retícula de freqüência modulada (FM Screen ou estocástica) poderia ser aplicada à imagem digital, evitando o moiré através da distribuição aparentemente randômica dos pontos de retícula.
O ângulo da retícula do cilindro anilox também deve ser considerado. Inicialmente, as gráficas adotavam uma inclinação de 45 graus — esse valor foi substituído por 60 graus, com uma configuração de inclinações geralmente assim empregada conforme a imagem abaixo:
Infelizmente, a retícula estocástica não se comporta bem no processo flexográfico, ocasionando entupimento nas áreas de máximas e meios-tons. Retículas híbridas vêm minimizar o moiré e proporcionar uma imagem de alta qualidade, com a mescla das retículas convencional (nas áreas de máxima e meio-tom) e estocástica nas áreas de mínimas ou altas luzes. Dezembro | 2008 | DDesign | 9
acabamento
Hot-Stamp Ainda na fase do orçamento o e dependendo da complexidade dos acabamentos é conveniente pedir à gráfica que faça um mono para testarmos se realmente esse acabamento funciona. É o ideal para confirmar se as dobras funcionam, se a gramagem escolhida é a ideal e se não será preferível aumentar ou reduzir, ou mesmo mudar de papel. Algumas operações consideradas como acabamentos são efetuadas em linha, como por exemplo, no caso da impressão offset rotativa de jornais ou revistas Entre as operações mais frequentes, à parte de vincar, dobrar e cortar encontra-se a faca especial e o relevo a seco.
Selos feito com hot-stamping
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Estampagem a quente
Máquina de hot-stamp industrial
Este processo usa folhas metálicas ou pigmentadas. A folha é posta em contacto com o suporte debaixo de calor e pressão, e a imagem pressionada passa definitivamente para o suporte. É necessário criar antes uma gravura de metal à semelhança do que acontece com o relevo a seco, mas a gravura é mais fina para não provocar uma grande distorção no papel.
Máquina de hot-stamp
Portifólio
D
aniel amasceno
Daniel Damasceno é aluno do curso técnico de Design Gráfico no SENAI. Desde criança sempre se interessou pelas artes impressas. Conta ele que na época de eleições, ficava recolhendo “santinhos“ dos candidatos e ficava analisando alí as imagens. Quando estava estudando ainda no ensino fundamental e médio, ministrou cursos de desenhos nas apresentações de Feira de Cultura. Pela prefeitura, participou de cursos de mangá, onde alí decidiu realmente o que queria seguir na vida profissional, trabalhar com imagens, desenhos, fotos e tudo mais que pudesse envolver imagens.
Flyer do show da Maddona desenvolvida na aula de Illustrator
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Postal Card desenvolvido na aula de Photoshop
Desenho de observação
Aplicação do projeto de propaganda da marca Absoluta 12 | DDesign | Dezembro | 2008
Postal Card desenvolvido no curso técnico nas matérias de Fotografia e Photoshop
Desenho de Observação feito em sala de aula
Fotografia Original
Após o tratamento de imagem feita no Photoshop Dezembro | 2008 | DDesign | 13
Criação e Design
embalagens premiadas
Embalagem sofisticada que atribui luxo e beleza ao produto Tampa transparente propõe um visual mais moderno. Embalagem produzida 100% no Brasil com o mesmo patamar de luxo e complexidade de perfumes internacionais.
A nova identidade visual foi concebida a partir do logotipo original e da tradicional paisagem montanhosa que, permeada por um riacho, um sol poente e algumas nuvens, ilustram as demais águas da linha Minalba.
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O projeto primou pela diminuição dos contornos e pelo aumento da legibilidade das letras da marca a fim de obter um visual mais leve, limpo e iluminado.
Perfeitamente ergométrica atrai o consumidor, que ao vê-la, imediatamente deseja tocá-la, motivando de forma única o consumo. Posiciona o produto como premium dentro do setor.
Pintura soft touch Design da embalagem conecta 3 peças-chave: jovem, tecnologia e música Embalagem inspirada em celulares, iPods e MP3 players
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fotografia
Como fotografar o pôr-do-sol
Fotografar o pôr-do-sol (ou o nascer) é um dos temas mais explorados em fotografia. A mídia publicitária impressa está repleta de imagens de pessoas, animais e outras cenas envolvendo este que é um dos mais belos momentos da natureza. Fotografá-lo não é tarefa muito difícil, porém exige alguns cuidados técnicos para se conseguir uma bela foto. A beleza de um pôr-do-sol está relacionada a vários fatores, que incluem a localização geográfica, clima, época do ano, metereologia, etc. Geralmente as melhores fotografias de pôr-do-sol são obtidas com teleobjetivas acima de 200 mm. 16 | DDesign | Dezembro | 2008
Quando mais poderosa a lente, melhor o efeito conseguido. Além de aproximar o sol (e aumentar seu tamanho), a tele permite encurtar as distâncias relativas entre os objetos, realçando o plano de fundo em relação aos elementos do primeiro plano. Outro aspecto a ser abordado é o da fotometragem. Para se obter uma fotometragem correta uma boa dica medir a luz nas áreas adjacentes ao sol, ou seja, eliminase o sol do enquadramento da foto e mede-se o céu, que deve estar amarelo ou avermelhado, pois é ele que vai dar vida e dramaticidade para a imagem.
Como o sol tem uma luminosidade muito intensa, a medição feita sobre ele irá produzir uma fotometragem equivocada para este tipo de imagem. Em câmeras manuais, que só possuem fotometragem geral da área do visor, basta movimentar a câmera e enquadrar o céu sem o sol. Câmeras eletrônicas que possuem medição parcial (spot meter) facilitam mais o trabalho, pois pode se medir exatamente a área do céu que se deseja que fique com a luz correta.
Como fotografar shows e espetáculos
Para fotografar estes eventos o fotógrafo tem que levar em conta as condições de iluminação que irá encontrar em cada situação.
passada ao laboratório que irá revelar o filme, para que sejam feitas as alterações necessárias no processamento.
Na maioria dos casos teremos uma iluminação artificial criada pelos refletores, para a qual devese escolher um filme de alta velocidade (ISO 800 ou superior).
Um cuidado extra deverá ser tomado na hora da fotometragem. Em muitos casos os cenários de shows e espetáculos de teatro apresentam grandes áreas escuras, que podem interferir na fotometragem quando se faz uma tomada geral.
Pode-se optar também pela puxada do filme. Por exemplo: usamos um filme de ISO 800 e regulamos a câmera para ISO 1600 (puxada de 1 ponto) ou ISO 3200 (puxada de 2 pontos). Esta informação deverá ser re-
O ideal é fazer a leitura com o modo spot meter, disponível na maioria das câmeras eletrônicas, fazendo a medição nos atores ou em objetos que fazem parte do
cenário. Se a sua câmera é mecânica, e só fotometrar o visor inteiro, basta corrigir a leitura, ou seja, fechar a lente em 1 ou 2 pontos, pois as grandes áreas escuras nos dão uma leitura de super-exposição. Uma dica para shows musicais é aproveitar o efeito causado pela iluminação que incide sobre a fumaça de gelo seco que é lançada no palco. Deve-se esperar o momento certo, quando a fumaça toma conta de todo o palco e o efeito fica mais acentuado.
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Ilustração
Alex Ross O Gênio Alex Ross estourou em 1994, quando conheceu Kurt Busiek e com ele produziu a série Marvels, que mostrava desenhos altamente realistas. Outro trabalho que também ajudou a projetar o desenhista mundialmente foi Kingdom Come, escrita por Mark Waid lançada pela DC Comics. De 1998 a 2003 ele produziu várias graphic novels no formato tablóide, para comemoração de 60 anos de personagens da DC Comics.
G-Force 18 | DDesign | Dezembro | 2008
Hoje, ele está trabalhando com o roteirista Jim Kreuger na série de 12 edições Justice, que conta uma história inédita da Liga da Justiça da América da era de prata.
Coringa e Arlequina
Batman
Flash Gordon
Liga da Justi莽a
Tocha-Humana
Her贸is da DC Comics
Shazam
Par贸dia feita na candidatura de Obama Dezembro | 2008 | DDesign | 19
Embalagem
Brahma - 120 anos A Brahma completou 120 anos e está entre as maiores marcas de cerveja do mundo, e como era de se esperar a marca está investindo pesado em comunicação para comemorar a data.
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A campanha vai contar com uma série limitada de latas comemorativas, ao todo serão 11 modelos diferentes mostrando a evolução da marca e os diversos rótulos presentes em prateleiras de bares e mercados ao longo desses 120 anos.
A Africa, agência responsável pela conta da Brahma, também estará lançando novas peças comerciais para divulgar a coleção histórica, que será comercializada em bares e grandes redes de mercados nacionais.
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Artigos Técnicos
Design Como proffisão
O design - palavra em inglês que significa “projeto” ao invés de “desenho” - é visto pela sociedade de forma geral como uma atividade artística, que depende de um dom, de uma habilidade inata, para ser realizado de modo pleno. Esta visão tem sido reforçada pela dificuldade em diferir o design de áreas afins como a publicidade, o marketing, a diagramação, a arquitetura. Mesmo nos escritórios de design, os profissionais mais experientes muitas vezes recebem a titularidade de “Diretor de Arte”, ajudando a sedimentar o conceito de profissão subjetiva. Nas gráficas, é comum solicitar a “arte” do folder, a “arte” do livro ou a “arte” de algum outro material gráfico. Entre os designers, há duas vertentes mais comuns, aqueles que acreditam no potencial artístico e aqueles que defendem um tecnicismo, baseados principalmente 22 | DDesign | Dezembro | 2008
nas duas maiores escolas de design do século XX: a Bauhaus (Alemanha 1919 - 1933) e Escola de Ulm (Alemanha 1953 - 1968). Assim como em qualquer profissão, a experiência faz a diferença. O designer, assim como o arquiteto por exemplo, aprende com aquilo que vê, tentando compreender e assimilar aquilo qu e outros profissionais estão produzindo e evoluir a cada novo projeto. Este conjunto de experiências é tipicamente chamado de “repertório”, assim como o repertório de uma banda representa sua experiência em diferentes estilos musicais. Sendo uma profissão na qual somente a experiência adquirida demonstra a qualidade de quem a exerce, este conhecimento empírico [construído na prática] é mostrado no portfólio do designer.
O design é uma profissão que se utiliza de conceitos técnicos (como a teoria das cores, escalas de proporção, conhecimentos de tipografia, de desenho técnico, computação gráfica de alta precisão, escalas de cores como Pantone, CMYK, RGB) e também se vale de habilidades artísticas de quem utiliza estas técnicas para produzir elementos gráficos e produtos que respeitem os preceitos estabelecidos num Briefing para cada necessidade: um material gráfico, o projeto de um carro ou de um tênis, um logotipo, uma marca. Conforme a web foi de desenvolvendo, os papéis dos designers foram se segmentando, criando novas especialidades dentro do contexto do projeto de um site: o Arquiteto de Informação, o especialista em Usabilidade, a Designer da Interface.