É um trabalho que se coloca entre a relação ancestral entre gestação e vegetação, o exercício de construir uma fotografia, a partir de cortes e movimentos, que revelasse não somente um sujeito Mulher, mas uma Vida, uma singularidade que atravessa a todos e que recria um pensamento e uma narrativa profanado pelo corpo com seus limites e suas expansões, com seus acontecimentos e gestos. Autora: Antonia Muniz Coautora: Ketely Simões
Ano: 2015 Autora: Antonia Muniz Co-autoria: Day Suqui Ruminante (2015) se constrói na relação híbrida entre fotografia e performance, a fotógrafa mediando está relação entre dispositivo fotográfico, paisagem e corpo. Considerando a criação fotográfica potente à encontros e performances, aqui une-se vários elementos para o criação da ação, criação da corporeidade desejada, para a respiração que trazem as imagens. Marajó, Amazônia, Praia, Búfalo, Sorte, Mulher. No município de Salvaterra, na Ilha do Marajó, a presença dos búfalos são constantes. Animal de passos pesados, em que muitas vezes dóceis atravessam as praias com seus donos, noutras dão passadas firmes sapecando no olhar um medo da aproximação. A manada corpulenta e preta cortou de espanto nossos sentidos, as caveiras expostas na parede de algumas casas a fim de proteger dos “maus olhados” redobrou nosso olhar. Reconhecíamos ali a mesma ruminação, mar, mulher e bicho. A procura, do esqueleto, foi como a ele na noite, silenciosa, escura. A promessa da cabeça pelo domador. O encontro da cabeça enterrada nos fundos do quintal escuro, separando a cabeça de um lado e os chifres de outro. O peso do ser bicho no corpo, o rumor que ele e as águas poderiam produzir no corpo orgânico em cena. A presença de seu bafo nos ventos, a queda dos cornos como eco de fúria, a imagem ruminando um corpo humano sem rosto.