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Centro sociocultural da Vila Planalto Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Projeto, Expressão e Representação Projeto Final de Graduação Caderno de Projeto
Débora De Boni Lima 09|0110773 Orientação: Liza Andrade Banca Examinadora: Maria Cecília Filgueiras Flaviana Barreto Lira Sérgio Rizo
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1. do que se trata? Localizada no centro do poder nacional, entre a Esplanada dos Ministérios, o Palácio da Alvorada e o Setor de Clubes Norte, a Vila Planalto é um bairro exceção de Brasília. Surgiu como acampamento na década de 1950, para abrigar os operários da construção civil que ergueriam a nova capital. Nasceu de um projeto, mas foi se desenvolvendo de forma espontânea, de improviso. Com o passar dos anos e das lutas, alcançou a legitimidade e tornou-se um testemunho histórico e um contra-ponto à rigidez do desenho do Plano Piloto. A motivação para o estudo de vilas surgiu no decorrer do curso de graduação, ao observar a relação das pessoas com seus espaços e a possibilidade de intervenção a partir do reconhecimento das particularidades que as identifica como comunidade. Essas relações permeiam as discussões no campo do patrimônio e do urbanismo contemporâneo. A identificação das demandas apontadas pela própria comunidade propiciou o ponto de partida para o desenvolvimento deste projeto, sendo a Vila Planalto, de particular interesse, cujo local reuniu fatores importantes - organizações sociais, demandas comunitárias e fatos históricos relevantes. Além disso, a escala urbana com características de bairro, permite um estudo mais aproximado e detalhado do objeto escolhido como tema. A permanência da Vila Planalto dentro da poligonal tombada de Brasília foi possível graças às questões rígidas de legislação urbanísticas, incluindo a questão do tombamento, que lhe foram impostas, a fim de garantir os direitos dos pioneiros de continuarem em suas residências. Entretanto, a Vila está sofrendo um processo gradual de gentrificação, devido ao comércio local e à apropriação dos espaços por parte de um público externo. A ausência do Estado em relação aos jovens também é uma preocupação atual. Aos poucos, as oportunidades de atividades complementares ao estudo regular está desaparecendo. As instituições que oferecem esportes, artes, reforço escolar, na Vila estão fechando por falta de infra-estrtura e deterioração do patrimônio. A Escola Classe n.01 da Vila Planalto foi demolida e as crianças precisam ser deslocadas para outras escolas do Plano Piloto. É importante destacar que, apesar de reconhecer a importância patrimonial para a fixação da Vila Planalto, a comunidade não compreende que essa questão ainda é relevante nos dias de hoje, considerando as limitações impostas um problema para o desenvolvimento daquele bairro. Os primeiros contatos com a comunidade se deram a partir de uma demanda de reforma do Clube de Vizinhança da Vila Planalto. Buscou-se então, o aval da comunidade e após uma pesquisa mais profunda, concluiu-se que o clube era utilizado por uma parcela mais restrita da população. Outras demandas foram propostas e a carência por espaços onde fossem realizadas atividades socioculturais e reuniões foi a mais reivindicada. De acordo com uma reunião realizada em junho de 2015, este local já existiu e era o antigo Centro Social, formado por um grupo de mulheres da Vila (o Grupo das 10), abrigava as atividades dos moradores. Hoje, o centro não existe mais, devido a invasões e falta de recursos.
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agradecimentos Aos meus pais e ao meu irmão, que me ofereceu todo o apoio neste percurso formativo, por todos os sacrifícios, sem eles não teria condições de conquistar tantas vitórias. Aos outros membros da família que de alguma forma fizeram parte deste percurso. À Liza, que acreditou no meu trabalho e me apoiou, em tempo integral, oferecendo não só sua orientação, mas com sua preciosa amizade. À comunidade da Vila Planalto, que me recebeu de braços abertos e me deu suporte para a realização desta ideia. Agradeço especialmente à Efigênia, Carlos Humberto pela ajuda incondicional, Denise, Jaira, D. Francisca, D. Chiquinha, D. Conceição, D. Graça, Vantuil, Maura, Socorro, Zé Ramalho, D. Wanda, D. Floriza, João Vitor, D. Albaniza, e tantos outros que não citei neste agradecimento. Aos membros da banca, especialmente à Flaviana e Maria Cecília que acompanharam este trabalho e pelo apoio não só neste percurso, mas durante minha caminhada na FAU-UnB. Ao prof. Júlio Eustáquio, pela ajuda. Aos meus amigos, que estavam sempre lá quando eu precisei reclamar, chorar, rir e compartilhar coisas boas. Neste momento, especialmente àqueles que me ajudaram de alguma forma na conclusão deste trabalho: Natália Bomtempo, Pedro Ernesto, Fernanda Galvão, Daniel Bruno, Eduardo Duarte, Manuella Carvalho, Mariana Leite, Stela Regina, Carolina Novais, Desirée Salvatore, Caio Fiuza, Eduarda Aun, Iuri Cesário, Liv Vanzan. Por todos esses anos, na UnB, agradeço a Deus, pelos momentos felizes que vivi nessa jornada. A todos aqueles que contribuíram de alguma forma e que não foram citados. Acreditem, são muitos e sou muito grata.
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índice apresentação
aproximando o olhar por que centro sociocultural? expectativa x realidade premissas percurso contexto metamorfoses legislação e parâmetros de preservção grupos sociais modo de vida comércio formal e informal manisfestações culturais características estéticas
mapeamento sociocultural
P.A.P parque de ação pastoral ampare_casa de acolhimento casa kolping creche pioneira da vila planalto associação dos idosos renascer da vila planalto
12 13 14 14 15 16 20 21 24 25 30 25 30
processo
repertório processo participativo propostas proposta escolhida padrões da vila planalto
projeto
48 55 62 10 69
localização área de intervenção memorial desenhos
74 75 75 80
bibliografia
94
36 38 40 42 44
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apresentação
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aproximando o olhar A Vila Planalto, assim como outras vilas do Distrito Federal, fogem do estereótipo do avesso que Brasília (diga-se Plano Piloto) possui. A fama da cidade por ser uma impessoal, com distâncias desumanas se dissolve em bairros (que aqui são tratados como cidades ou núcleos urbanos), como a Vila, que possuem ruas estreitas, comércio local, associações comunitárias. Aquelas personalidades que todo bairro tem. Ela se identifica como um “bairro qualquer” do mundo ocidental. A aproximação com o cotidiano do bairro nos permite ver essas semelhanças e é o que motivou esse trabalho. Descobrir que a Vila Planalto é um grupo, mas dividida em outros tantos grupos sociais e que, carrega em sua gênese a história da cidade como um todo. O mais intrigante é ver como a história da cidade é tratada. Aqueles que construíram Brasília, foram quase excluídos depois da inauguração como se fizessem parte dos barracos que os abrigavam. A diferença foi a capacidade de resistir e lutar pelos direitos de permanecer, e alguns ainda permanecem na área que foi tombada para os pioneiros. Mas a Vila Planalto foi sendo alterada, apesar da sua morfologia engessada, as populações foram misturadas com novos moradores de origens diversas. Ela forma a comunidade mais heterogênea possível e em um primeiro momento, parece ter se desenvolvido bem, se olharmos os dados de demográficos. Entretanto, dados quantitativos não revelam a realidade dos indivíduos. Foi preciso olhar de perto, analisar as individualidades e assim, constatar as necessidades do lugar. Hoje, a Vila Planalto possui alguns eventos que atraem o público externo e isso é muito bom para o comércio local. Muita gente foi morar lá pela proximidade com o Plano Piloto e o espírito de bairro tradicional. Mas as pessoas que permaneceram e ainda possuem menos recursos (não só os pioneiros mas os seus filhos), são esquecidas pelo Estado e hoje, um dos graves problemas, é o abandono do patrimônio e dos equipamentos socioculturais. Hoje, a Vila Planalto não tem mais sua escola, seu centro social, o centro de estimulação, e algumas das instituições que faziam trabalhos para os moradores mais carentes. Algumas atividades são mantidas pela própria comunidade, mas devido ao impedimento de reformar ou restaurar as casas originais, elas estão oferecendo riscos aos usuários e acabam fechadas. O registro da história também é bastante fragmentado, e o material disponível ainda é limitado se considerarmos o espaço temporal dos acontecimentos, pois Brasília tem apenas 55 anos.
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por que centro sociocultural? Após uma aproximação com os moradores, foi possível identificar os grupos sociais. Devido à heterogeneidade da comunidade, algumas demandas foram colocadas como mais urgentes. O grupo ligado aos pioneiros e seus descendentes demonstrou um interesse social maior do que os outros grupos, a vontade de possuir um local em que fosse possível a realização de atividades mais diversificadas e que pudessem oferecer adequação às atividades já existentes na Vila Planalto, principalmente àquelas ligadas aos jovens. Após alguns contatos e uma reunião com algumas lideranças comunitárias, o centro social foi apontado como o local ideal, pois o terreno vazio oferecia flexibilidade ao projeto, além do programa comportar as necessidades apresentadas. O termo social + cultural foi definido pelo percurso das demandas apresentadas e percebidas, pois observando a comunidade, foram encontrados vários relatos e tradições que o bairro foi desenvolvendo ao longo do tempo. A vontade de reunir esses saberes incluiu o termo CULTURAL para enriquecer as possibilidades de propagação dessas manifestações.
E por que não, resgatar os locais já existentes?
Tecido que conta a história da Vila Planalto e suas tradições, confeccionada pelas pioneiras.
O conflito começa com a origem da Vila Planalto. Apesar das leis de preservação, não podemos deixar de ressaltar que primeiramente, a vila foi construída como acampamento, ou seja sua estrutura era provisória. A grande dificuldade de manter as estruturas de madeira fez com que a população, naturalmente, alterasse as habitações para conseguir uma qualidade de vida maior. A segunda questão é que as poucas unidades de preservação rigorosa são de responsabilidade do governo, em sua manutenção e esse, está ausente há um bom tempo, além de não oferecer opções às instituições que as mantinham. A maior razão alegada para a falta de manutenção pelo Estado é um problema jurídico. A Vila Planalto não é regularizada (apesar desses decretos), ou seja, os terrenos foram doados ao governo do Distrito Federal pela Terracap, apenas em 2013 e as atribuições das secretarias ainda não foram definidas completamente, a maior parte dos moradores não possuem escrituras até hoje. Por todas essas razões e definindo que os critérios deste projetos serviam para atender demandas possíveis, optou-se por não considerarmos as partes de preservação rigorosa, uma vez que neste momento seria impossível saná-las.
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expectativa x realidade Durante a realização deste trabalho, algumas limitações foram impostas pelas circunstâcias. Quando se trabalha com pessoas reais, problemas reais ocorrem, portanto estamos lidando sempre com incertezas. Inicialmente, a dificuldade de encontrar documentos sobre a Vila Planalto foi a primeira barreira, já que não existe um acervo único. É possível encontrar documentos na Secretaria de Gestão de Territórios, Arquivo Público e Subsecretaria de Cultura e Patrimônio do Distrito Federal. Entretanto, parte da documentação nem está catalogada, é preciso lidar com fontes primárias, sem saber exatamente do que se tratam. Aos poucos, é possível reconhecer cada documento. A quantidade de leis e decretos também dificultam o entendimento, uma vez que existem decretos de tombamento que se entrelaçam ao projeto de loteamento e às leis de uso e ocupação. Essas leis, algumas vezes não atribuem valores quantitativos, dificultando ainda mais o entendimento do que deve ser feito para manter as características patrimoniais. A heteroginedade dos grupos sociais já presentes também dificultou um trabalho mais abrangente com a comunidade. Cada grupo já exerce suas próprias atividades e há forte influência política em alguns deles. Portanto, a escolha de alguns deles foi fundamental para o prosseguimento da metodologia. Com ajuda da facilitadora Efigênia Fernandes, a ocorrência da primeira reuniâo foi possível. Nessa reunião, a demanda foi apresentada por algumas lideranças da comunidade em que todos concordaram que o centro social era a mais urgente. Entretanto, no meio do processo, quase tive que mudar o percurso para uma outra demanda, pois algumas pessoas do Centro Social impuseram barreiras para a continuidade do projeto, mesmo tendo sido escolhido pela comunidade. Para evitar conflitos desnecessários, procurei outra associação para intervir, mas uma líder comunitáira me procurou e pediu para que eu retomasse a demanda, já que foi escolhida por mais pessoas. Após tantas pesquisas , levantamentos e o apelo, concluiu-se que seria viável a continuação do processo, com ajuda das pessoas que já estavam envolivdas. Após a resolução dos conflitos, uma dinâmica posterior foi realizada e houve a possibilidade de desenvolvimento da proposta, que será apresentada mais adiante.
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premissas sustentabilidade social
Promover o desenvolvimento social e a inclusão, por meio do projeto participativo, incluindo a comunidade nas decisões projetuais. Valorizar o uso do entorno e incentivar o uso da rua.
cultural
Promover o resgate das memórias e os hábitos da comunidade, além de proporcionar um espaço onde o desenvolvimento cultural seja possível.
econômica
Utilizar materiais que sejam capazes de gerar economia na obra, assim como a utilização da mão-de-obra local. Oferecer um espaço que permita a produção de bens materiais e imateriais.
ambiental
Construir um edifício que reduza os impactos ambientais, além de despertar a consciência de seus usuários para os problemas ambientais.
percurso
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1.
contexto
2.
3.
4. ONU - Brasília
Palácio do Jaburu MAB - Museu de Arte
situação:
Congresso Nacional
Brasília Palace Hotel
Palácio da Alvorada
lago paranoá 3.Setor de Embaxadas Norte
2.setores de clubes esportivos/ hotéis e turismo norte vila planalto
plano piloto
A Vila Planalto está situada dentro da Poligonal de tombamento do Plano Piloto, entre áreas importantes para o Governo Federal, além do setor de Diversão
Catedral Metropolitana
Embaixada do Egito
Concha Acústica
Brasil
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Palácio do Planalto (Praça dos Três Poderes)
4.Esplanada dos ministérios e praça dos três poderes
1.palácios presidenciais (área de segurança nacional)
breve Histórico: As vilas do Distrito Federal têm origem em formações provisórias ou espontâneas (originalmente acampamentos) ao longo do tempo em que a capital se desenvolveu. Algumas delas remontam à construção de Brasília e foram concebidas pelas próprias construtoras. (Nacional, DFL, Rabello, são algumas delas). Mesmo com o fim das obras, os moradores de algumas delas permaneceram nesses locais, resistindo às ações dos vários governos, outros foram removidos e transferidos para cidades distantes do Plano Piloto, como Ceilândia1 e Taguatinga com a justificativa que nesses lugares seria fornecida uma infraestrutura melhor. Entre elas estão: a extinta Vila do IAPI2, Vila Planalto, hoje tombada; a Vila Telebrasília, localizada na Asa Sul, próxima ao Lago Paranoá; a Vila Amauri3, também próxima ao Lago e já extinta. Essa listagem ilustra a natureza numerosa dos acampamentos e vislumbra a paisagem configurada, durante a construção da capital. No ano de 1957, a Vila Planalto surgiu da união de vários acampamentos próximos à Praça dos Três Poderes, Palácio da Alvorada e Brasília Palace Hotel. Foi pensada para abrigar os operários das obras de empreiteras particulares. Desde seu início, a Vila Planalto caracterizou-se por uma população heterogênea, abrigando as mais variadas classes sociais, separada pela profissão e estado civil. O início da construção de Brasília fez os habitantes de Vila Planalto coabitarem com diferentes classes sociais, o que exerceu influência na forma de estruturação do espaço, visível até a atualidade, no qual os blocos de casa eram construídos de acordo com a função da pessoa que moraria lá. Ou seja, casas maiores eram voltadas para os engenheiros, enquanto os pedreiros ficavam em barracos de madeira. Os desafios das relações entre classes, em termos locais, se refletiam nas transformações no espaço, em que a sobera ao mesmo tempo incerta e um desafio(RODRIGUES, 2013:21). Logo que as construtoras concluíssem seus trabalhos, as edificações em madeira seriam demolidas, mas não foi o que ocorreu. Quando os trabalhos foram concluídos, as construtoras saíram e deixaram como herança a população de operários que pretendia fixar residência na nova capital. A condição de acampamentos não planejados que constituíram a Vila Planalto criou uma tensão entre o governo e os moradores, que reivindicaram seus direitos até o reconhecimento do núcleo urbano como patrimônio do Distrito Federal, em 1988. De acordo com Zarur (1996), algumas razões explicam a permanência dos acampamentos, ou vilas, após o fim das obras principais na cidade. Essas razões, específicas a cada período, surgiram das relações entre moradores e autoridades locais que garantiam aos últimos estratégias de sobrevivência. Num primeiro momento, foi estabelecida uma relação de “servidão” entre os trabalhadores e as construtoras, expressando-se na configuração espacial dos acampamentos. O controle dos trabalhadores dava-se por meio da setorização das residências, que se realizava de acordo com a hierarquia profissional. Todavia, o desenho de caráter controlador dos acampamentos foi dissolvido com o afrouxamento da fiscalização. No segundo momento da Vila Planalto, parte de sua população original foi substituída por 1 Antiga CEI - Centro de Erradicação de Invasões 2 A Vila do IAPI foi a maior de todas, reuniu dezenas de milhares de barracos, na região onde encontra-se o Núcleo Bandeirante e o Guará II. 3 Mais precisamente onde está hoje o Iate Clube de Brasília até a área de segurança do Palácio da Alvorada. A Vila foi extinta gradualmente com o fechamento das comportas do Palácio e o consequente alagamento das margens do lago Paranoá.
A imagem do pioneiro tornou-se um personagem histórico na construção da capital e unificou os diferentes grupos na luta contra a remoção dos acampamentos.
funcionários públicos, pois não havia casas suficientes para alojá-los. Assim, as casas de madeira dos antigos engenheiros foram transformadas em casas funcionais. Os mais pobres reorganizaram-se em cortiços, aproveitando a complacência dos fiscais que fingiam não ver a situação. Um número cada vez maior de pessoas ocupava um espaço gradativamente menor devido as demolições por parte do governo. A morfologia da Vila alterou-se, barracos e cortiços foram circundados por casas mais nobres que ocultavam a situação de carência de infraestrutura, pois o assentamento deveria ser provisório. O terceiro momento da Vila Planalto foi marcado pelo rígido controle governamental. Seus lotes eram do Governo do Distrito Federal e sua administração passou por vários órgãos, Terracap, Novacap e DePHA, até ela ter sido reconhecida , o que foi possível pela sua regularização. Outra razão importante para a permanência da Vila Planalto, ainda segundo Zarur (1996), foi o reconhecimento de seu valor histórico, sendo este fundamental para a atuação da comunidade e do GT Brasília no estabelecimento de parâmetros para sua preservação e salvaguarda, além de cumprir o papel de sensibilizar o público externo em relação à permanência da Vila. A sobrevivência da Vila Planalto caracterizou-se pela resistência dos moradores, que simplesmente recusavam-se a abandonar suas casas e obtinham ajuda dos fiscais e autoridades. Para abandonar o local, uma de suas táticas era a exigência de contrapartidas. A presença de autoridades moradoras do local também dificultava a ação do governo. A remoção tornou-se cada vez mais inviável, na medida em que se o Distrito Federal se consolidava. Os moradores começaram a reivindicar serviços e equipamentos urbanos essenciais, o que provocou o surgimento de alguns movimentos sociais. Até o final da década de 1980, houve certa dificuldade na relação dos moradores com o governo e, portanto, a demora na execução de obras de infraestrutura. Mas, aos poucos, as lideranças da Vila Planalto souberam organizar-se e criaram meios para alcançar suas reivindicações, tais como contatos com autoridades ou vínculos estabelecidos nos locais de trabalho. A demora ao atendimento das demandas da comunidade trouxe prejuízos à população e à integridade do patrimônio local, tais como desmoronamentos de edifícios e destelhamentos. Os movimentos sociais traduziram-se em associações comunitárias, tais como grupo de oração, associação das mães e donas de casa, centro social e grupo de agregados. Houve a institucionalização da Associação de Moradores e a Prefeitura Comunitária, supostamente, em prol da comunidade. A Associação de Moradores encontra-se sem sede, mas ainda há reuniões, com baixa adesão de público. Em resumo, as sobrevivências da Vila Planalto e de outras vilas do Distrito Federal deram-se, principalmente pelas relações sociais estabelecidas entre seus moradores. As tensões, os conflitos, as adversidades foram vencidas e transpostas pelas comunidades melhor organizadas politicamente. A imagem do pioneiro unificou os diferentes grupos na luta contra a remoção.
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contexto
MODO DE VIDA
linha do tempo:
Devido à condição provisória dos acampamentos, os operários viviam em barracos de madeira, sem nenhuma infraestrutura básica, como esgoto, por exemplo. Essa condição perdurou até o fim da década de 80, mesmo com a reivindicação constante da população. É preciso ressaltar que os engenheiros e governates também moravam em acampamentos, mas suas casas ofereciam melhor infraestrutura.
50’
1960
60’ Início da Remoção dos acampamentos
1956
Escolha do projeto de Lúcio Costa
1956
Inauguração de Brasília
Criação dos primeiros acampamentos
Antes da fixação, a região onde fica a Vila Planalto chegou a possuir 24 acampamentos, que foram sendo desmontados ao longo dos anos. Eles ocupavam uma área que ia das margens do Lago Paranoá até a área onde hoje fica o Palácio da Justiça. Restaram apenas seis que formam a poligonal de tombamento da Vila, além de algumas casas próximas ao Clube de Imprensa. No início, os acampamentos tinham um desenho rígido que foi modificado com as frequentes ocupações e o relaxamento da fiscalização. Dentro dos acampamentos era possível encontrar farmácia, cinema, mercearia, hospital, escola. Com a saída das construtoras, os equipamentos públicos foram removidos ou inutilizados por falta de manutenção.
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1958 Construção do Eixo Monumental e da Praça dos Três Poderes
1964
Golpe Militar
1959 Massacre da Pacheco Fernandes
1968
Após a inauguração de Brasília, foram inúmeras, as tentativas de remoção dos moradores da região da Vila Planalto, com o Golpe Militar, a repressão aumentou e muitos moradores foram transferidos para outras cidades. Mesmo assim, houve resistência, e parte da população permaneceu.
DECRETO 11.079 Tombamento da Vila Planalto Define a condição da Vila Planalto como patrimônio do Distrito Federal, por sua importância histórica e sua configuração, bem como sua área de tutela, além das características a serem preservadas. O Decreto ainda considera seu conjunto sob proteção do Governo do Distrito Federal.
luta pelo centro de saúde e creche 1990 pioneira
90’
1988 GRUPO DAS 10
70’ Tentativas de remoção Conivência dos fiscais
80’
1986
1987
Relatório Brasília Revisitada- Lúcio Costa URB 90_90 - Projeto de Parcelamento Define os parcelamentos da Vila Planalto e possui como complemento as NGB’s 90/90, 163/90, 164/90, 165/90 e 58/91. Apesar do projeto ter sido feito em 1990, só foi aprovado em 1994.
Criação da Associação de Moradores
1982 surgimento dos movimentos sociais
Leilane entrega a carta para Sarney Leiliane era uma menina, filha de Albaniza, ela ia para as reuniões do grupo de mulheres (que deu origem ao centro social) acompanhando a mãe. Durante as reuniões, as mulheres decidiram lutar pela fixação da Vila. A menina então decidiu escrever uma carta para o presidente, relatando o caso e conseguiu entregá-la pessoalmente, num domingo. Na foto, Leiliane aparece com o então Governador do DF, José Aparecido que ficou responsável pelo caso.
2013
2013
10’ Demolição da Escola Classe n.01 Além da desativação dos equipamentos públicos que atendiam as crianças nos horários contrários aos do ensino regular, a única escola do bairro foi demolida com a alegação de que estava com problemas estruturais. Nenhuma obra foi iniciada até hoje. As crianças são levadas de ônibus para outras escolas do Plano Piloto.
hoje...
00’
Entrega das primeiras escrituras aos moradores
2008
Plano de Ação para a Vila Planalto PPCUB
Foi feito um levantamento das condições de preservação do Conjunto Tombado da Vila Planalto. A partir disso, foram lançadas diretrizes para as ações a serem executadas no local. Até agora, quase nenhuma ação foi tomada.
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metamorfoses:
ontem*
hoje 2.
1.
* as fotos do “ontem” foram gentilmente cedidas pelo arquivo público do distrito federal 1. fonte: veja brasília 2. Fonte: arquivo pessoal
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ontem*
hoje 1.
2.
* as fotos do “ontem” foram gentilmente cedidas pelo arquivo público do distrito federal 1. fonte: veja brasília 2. Fonte: arquivo pessoal
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legislação e parâmetros de preservação Legislação urbanística Tombamento O projeto de regularização da Vila Planalto está registrado em nome da Terracap com base no Projeto de Urbanismo URB 90_90, de 12 de novembro de 1998, no livro 2, sob a matrícula n° 46.023, do Cartório do 2° Ofício de Registro de Imóveis de Brasília - DF. O parcelamento registrado é constituído de 954 lotes destinaods a uso misto, 29 para comércio/ residência, 23 lotes comerciais e 14 institucionais, perfazendo um total de 1020 lotes. (SEDUMA, 2008) A legislacão urbanística vigente foi aprovada em 28 de dezembro de 1994, pelo Decreto n° 16.226 e em 11 de março de 1998, pelo Decreto n° 19.082, embora date de 1990. Em seu total é composta pela Memorial Descritivo - MDE 90/90, Projeto Urbanístico de Parcelamento 90/90 e pelas Normas de Uso e Gabarito: NGB 90/90, 163/90, 164/90, 165/90 e 58/91 De acordo com o relatório do Seminário “A Vila Planalto em Proposta”, SEDUMA (2008), alguns dispositivos relativos aos parâmetros de gabarito previstos nos decretos tomam como referência as construções existentes na época de elaboração dos mesmos. Ou seja, não foram estabelecidos valores para afastamentos e cotas de coroamentos, bem como a morfologia e material das construções. Apesar da falta de informação quantitativa sobre as normas de ocupação dos lotes, a NGB 90_90 refere-se ao número de pavimentos das edificações que deveriam ter apenas um, sem deixar margens para as edificações com mais gabaritos. De acordo com o mesmo relatório, a situação atual, de edifícios com mais de um pavimento, poderia ter sido evitada e tornado a situação de preservação menos complexa, com menos danos ao patrimônio histórico e à preservação.
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A Vila Planalto localiza-se entre o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada e o SCEN (Setor de Clubes Esportivo Norte). Situa-se na RA-I (Região Administrativa I) - Brasília. Recentemente, em 2013, seus lotes foram doados da Terracap ao Distrito Federal, cabendo aos órgãos CODHAB/SEDHAB administrar seu processo de regularização. Foi tombada pelo Decreto Distrital 11.079 de 21/4/1988, publicado no DODF de 25/4/1988 e alterado pelo Decreto 11.104, de 12/05/1988, publicado no DODF de 17/5/1988. Está escrita no livro do Tombo do GDF - Livro III - Conjuntos Urbanos e Sítios Históricos - DePHA, folha 001, inscrição n. 002 18/11/1991.
Decretos (SEDUMA, 2008):
Decreto 11.079 de 21 de abril de 1988 - Define a condição da Vila Planalto como patrimônio do Distrito Federal, por sua importância histórica e sua configuração, bem como sua área de tutela, além das características a serem preservadas. O Decreto ainda considera seu conjunto sob proteção do Governo do Distrito Federal. Decreto n° 11.104, de 12 de maio de 1988 - Altera a redação do Inciso VII do Artigo 2° do Decreto 11.079 de 21 de abril de 1988. “preservação da estrutura urbana original, admitindo-se apenas a restauração das unidades em ruína”, lê-se ¨preservação de sua estrutura urbana. Sendo necessária a edificação de unidades imobiliárias, elas serão implantadas em áreas internas à Vila, integrando conjuntos já consolidados e entre Acampamentos contidos no perímetro de tombamento, respeitando-se o arruamento e de configuração, os índices urbanísticos, a forma de
ocupação e o uso das unidades imobiliárias”. Esse trecho torna-se relevante porque abre a possibilidade de assentamento para as famílias que encontravam-se fora da poligonal de tutela. Decreto n° 12.247, de 05 de março de 1988 - Trata da aprovação do regulamento para regularização das Unidades Imobiliárias do conjunto da Vila Planalto e dá outras residências. Decreto n° 11.080, de 21 de abril de 1988 - Dispõe sobre os critérios de fixação da Vila Planalto e dá outras providências. Decreto n° 12.246 de 05 de março de 1990 - Dispõe sobre os usos dos materiais de construção a serem empregados nas edificações da Vila Planalto, principalmente o uso de madeira em restaurações e novas construções. Permite o uso da alvenaria apenas para locais de áreas molhadas que não sejam localizados nas fachadas aparentes. Ainda permite o uso de baldrame em todo o perímetro da unidade habitacional. Dispõe ainda, sobre edificações institucionais, em que há permissão de construção em alvenaria, desde que aprovadas pela SEDUH. Lei n° 271, de 28 de maio de 1992 - Autoriza a fixação dos moradores pioneiros, na Vila planalto, pelo poder Executivo. Decreto n° 16.226, de 28 de dezembro de 1994 - Aprovação do projeto urbanístico referente ao conjunto tombado da Vila Planalto, localizada na RA I. É composto das seguintes partes: MDE 90/90, plantas URB 90/90 e nas NGBs 90/90, 163/90, 164/90 e 165/90. Lei n°1.060/96 - sobre concessão de transferência de títulos de posse da Vila Planalto pelo Governo do Distrito Federal. Decreto n° 19.082, de 11 de março de 1998 - Aprova Projeto Urbanístico na Região Administrativa de Brasília - RA I.
Número Componente 1
Plano de Ação para a Vila Planalto PPCUB O Plano de Ação para a Vila Planalto e a criação de um grupo de Trabalho fazem parte do PPCUB (Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico - Brasília) por meio do Decreto n° 29.652/2008. Em seu diagnóstico forma constatadas várias irregularidades, no que diz respeito às construções executadas desde seu tombamento.
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Objetivo Geral
Objetivos resumidos
INTERRUPÇÃO DAS OBRAS
Interromper as execuções de obras em desconformidade com a legislação vigente
Visa orientar, notificar e impedir obras irregulares por parte da população, evitando o agravamento da situação de descaracterização da Vila.
AÇÕES DE GOVERNANÇA
Promover a participação da comunidade no processo de solução dos problemas e de regularização do uso e ocupação do solo
Incluir a comunidade na elaboração e na efetivação dos futuros projetos para a Vila, além da educação patrimonial.
Além de verificar os parâmetros de PreserAnálise da situação da Vila Planalto compara- vação com as características atuais, prevê AVALIAÇÃO DO TOMBAMENTO da com as características de seu tombamento a verificação se houve mudança no perfil dos moradores.
DIAGNÓSTICO HABITACIONAL
Diagnosticar a situação atual de ocupação dos lotes e de enquadramento das normas
Pretende conhecer a real ocupação e sua configuração, além dos moradores que habitam esses lotes.
ANÁLISE JURÍDICO ADMINISTRATIVA
Análise e definição dos critérios técnicos e legais para concessão de uso dos lotes
Analisar processos de regularização mais adequados além de assegurar a preservação por meio de normas.
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REVITALIZAÇÃO DO PATRIMÔ- Resgatar as características essenciais que NIO HISTÓRICO confere caráter peculiar à Vila Planalto
Recuperar e preservar o sítio urbano e histórico da Vila Planalto, além de desenvolver programa incluindo atividades culturais, turísticas e educacionais.
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CONTROLE DAS EDIFICAÇÕES Regularização de todas as edificações IRREGULARES
Determina a divulgação das novas normas além de estabelecer a derrubada e adaptação das edificações que não seguirem as mesmas.
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10,1
10,2
QUALIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS Qualificar os espaços públicos da Vila URBANOS PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO DE MÃO DE OBRA
Qualificar serviços dos setores de gastronomia e produção artesanal
Revitalizar a área da Fazendinha, tornando-a um espaço de valorização e resgate da Vila REVITALIZAÇÃO DO CONJUN- Planalto no contexto da construção de BrasíTO FAZENDINHA lia, qualificando o espaço para o lazer, e para a produção cultural da comunidade e também como atrativo turístico da localidade
Identificar e levantar os espaços públicos e sua infra-estrutura e melhorar a qualidade dos espaços urbanos. Levantar informações sobre a produção cultural, artística, artesanal e gastronômica, além de oferecer ações para qualifcação. Levantar informações sobre a Vila Planalto para formação de acervo, além de definir o espaço urbano da Fazendinha, bem como execução de projeto arquitetônico e paisagístico.
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grupos sociais Como já foi dito, a totalidade da Vila Planalto é composta por vários grupos sociais com interesses diferentes. Apesar de apresentar essa heterogeneidade desde seu início, as características sociais foram alteradas em cada um. Primeiro, a população era dividida em engenheiros (junto com as autoridades) e operários. As áreas de convivência eram diferenciadas por essas classes sociais, o clube que frquentavam, o armazém, a farmácia. Assim como as áreas residenciais e a qualidade das casas. Hoje, a divisão é mais visível ainda nas áreas de habitação remanescentes com os acampamentos (devido ao tamanho dos lotes) e nas origens dos moradores: se são mais antigos ou mais novos. A presença do público externo também criou um tipo de grupo sazonal.
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Pioneiros
novos moradores
descendentes
Os pioneiros são aqueles que vieram para a construção de Brasília. Entretanto, todos os moradores mais antigos (que estão lá há mais de trinta anos) são considerados pioneiros, acompanharam o processo de desenvolvimento do bairro e adquiriram direitos sociais de posse dos lotes. Boa parte já é bastante idosa.
São pessoas que vieram nos últimos quinze anos, principalmente os mais recentes, por motivos variados. Boa parte deles veio por considerar a Vila Planalto um bairro tranquilo e que tem características de cidade de interior. Esta é uma categoria bastante heterogênea contendo estudantes universitários, professores, estrangeiros, juízes e desembargadores, por exemplo.
São os filhos e netos de pioneiros. Esses, geralmente, nasceram e foram criados na Vila Planalto e continuam morando com seus pais e avós. É comum encontrar lotes dividos pelas famílias, que constroem suas casas de acordo com o crescimento das mesmas.
“forasteiros” São o público externo. Com o crescimento do comércio local, voltado principalmente para a gastronomia e o entretenimento. A presença de pessoas de fora é mais instensa, principalemente nas áreas mais próximas às bordas da Vila.
Modo de vida A Vila Planalto é um bairro com fortes características residenciais, devido a sua natureza de antigo acampamento. Após a saída das construtoras e o desmantelamento da infraestrutura oferecida por elas, a maior parte dos lotes permaneceu residencial. Alguns comércios resistiram ao longo do tempo, outros surgiram depois. Com iniciativa do GDF (Governo do Distrito Federal), houve uma tentativa de se estabelecer um polo turístico, voltado para a Gastronomia na área, seguindo as diretrizes do GEAP. A maior parte dos restaurantes é localizada na parte mais externa da Vila Planalto e não se insere como fortemente na vida dos moradores. O público mais frequente é o de trabalhadores da Esplanada dos Ministérios e arredores. O bairro é o lugar onde o usuário manifesta o seu engajamento social ou seja, a relação de convivência com vizinhos, comerciantes e frequentadores ligados pela proximidade e repetição das trocas cotidianas. No seu espaço, estabelecem-se regras de boa convivência que delimitam a aproximação e o reconhecimento entre os indivíduos do grupo. Os comportamentos são modos de consumir o espaço público (o jeito de falar, de caminhar, vestimentas entre outros), são identidades relacionadas àquele lugar específico, dando-lhe sentido, uma linguagem própria de significantes e significados. A conveniência1 pode trazer benefícios aos habitantes de um mesmo bairro, que respeitando as regras e convenções sociais, sentem-se reconhecidos naquele espaço. Pertencer a uma rua ou a um bairro determinado é o mesmo que possuir um nome e sobrenome - é uma ponte para o mundo mais vasto, o da cidade. É importante ressaltar que durante os anos, a Vila foi reestruturada com a luta dos moradores para adquirir serviços básicos, tais como esgoto e asfalto, além dos equipamentos públicos; a creche e o centro de saúde foram reivindicações atendidas depois de inúmeras reuniões e protestos dos grupos e associações do bairro.
Na Vila Planalto não é diferente. O cotidiano é marcado pelas personagens, desde pioneiros a comerciantes, além das associações e grupos. As pessoas tornam-se pontos de referência. São “personalidades” que conhecem os moradores e conectam umas pessoas às outras. Como o caso do Armazém do Geraldo, que é uma referência e ponto de encontro para os moradores. O mercado é a personificação do proprietário, com a expressão “Vou ali no Geraldo” que adquiriu o estabelecimento depois de trabalhar vários anos para o antigo dono. O Geraldo adquiriu valor simbólico porque conseguiu se adaptar aos tempos modernos.2 O armazém pos1 A conveniência, segundo CERTEAU (2008 : 49), são as repressões minúsculas, ou seja, ela se encarrega de promulgar as “regras” do uso social, enquanto o social é o espaço do outro, e o médio da posição da pessoa enquanto ser público. A conveniência é o gerenciamento simbólico da face pública de cada um de nós desde que nos achamos na rua. 2 Em A Invenção do Cotidiano: morar, cozinhar, Certeau (2008) descreve essas personagens e explica o porque delas permaneceram como referências para diferentes gerações. O autor apoia suas explicações narrando o caso de Robert, um comerciante, e seu armazém (aos quais os moradores referem-se: “Vou ali no
suía uma divisão entre os operários e os engenheiros, que foi abolida. Além disso, o local acabou de passar por uma reforma para maior conforto dos clientes. Atualmente, seus familiares administram o armazém com seu apoio, pois sua saúde está debilitada. Outros comerciantes também são referência, o comércio de rua ainda é uma característica importante. O vendedor de tapioca, seu Milton, que passa na bicicleta, as vendedoras, que fazem o brechó na praça Nelson Corso todo sábado de manhã. A praça Rabelo é popularmente conhecida como Zé Ramalho, pois o pioneiro que dá nome à praça mora logo em frente. Ele costuma passar seus dias à sombra de uma das árvores e é muito conhecido pelos moradores, principalmente os mais antigos. Sua função social é muito importante, pois ele observa todo tipo de movimentação naquele espaço e assim, pode comunicar aos outros moradores. A imagem de pioneiro ainda é muito forte, pois foram eles que deram origem à Vila Planalto e conseguiram sua fixação. Muitos deles são referências, assim como suas casas. Assim como Zé Ramalho, temos Maria do Chapéu, Maria Albaniza, Celina “do café”, Bené (Benedita), Soberana, Aparecida Arantes, Wanda Corso e muitos outros participantes do Centro Social da Vila Planalto, muito importante no desenvolvimento e no auxílio às famílias. Os integrantes das instituições e associações também são referências. A Associação dos moradores, apesar de não possuir mais sua sede, teve vários presidentes ao longo dos anos. Vantuil, Carlos Humberto, Nilson são relacionados sempre como seus integrantes e peças importantes para a relação da comunidade com o governo, além da mediação de conflitos. As igrejas também representam esses elos comunitários. A maioria da população é católica, de acordo com levantamento da antiga SEDUMA de 2009 e tem como ponto de apoio a igreja Nossa Senhora do Rosário da Pompeia e o Padre Sérgio (o atual pároco), lá além dos grupos e missas, muitos informes comunitários são divulgados. A igreja não exerce apenas papel religioso, mas também social, por meio de seus programas e do uso do espaço do Parque de Ação Paroquial. O senhor Severino (mais conhecido como Bil) era conhecido como o padeiro da Vila, apesar de nunca ter feito nenhum pão. Ele comprava o pão na Asa Norte para distribuir para os moradores, entregando a quantidade exata para cada casa, em que ele sabia de cor. Chegava a entregar, segundo ele, cinco mil pães todos os dias.
Robert”), na cidade de Lyon, que conseguiu sobreviver às transformações do tempo por sua capacidade de adaptar-se à modernidade. Diferente dos outros comerciantes, Certeau mostra o valor simbólico desta personagem, pois além de sua simpatia, sua resistência foi capaz de destacá-lo. Assim, ele tornou-se uma referência para o seu bairro. Pode-se estabelecer um paralelo entre o que foi observado pelo pesquisador francês e o que acontece na Vila Planalto, o Armazém do Geraldo exerce o mesmo papel daquele de Robert. Está na Vila desde sua inauguração, no início, segundo Leiliane Rebouças, também moradora, era o único armazém do acampamento..
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Modo de vida transporte escolar
criação de galinha/porco
fazer compras a pé
uso do orelhão
projetos comunitários cães e gatos
catar fruta no pé
sentar na calçada
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uso de bicicleta
Sr. Zé Ramalho, sentado na praça que hoje leva popularmente o seu nome. Chegou em Brasília para trabalhar na construção da barragem do Paranoá e logo depois se mudou para a Vila Planalto. Aposentado, natural do Ceará, plantou um mandacaru que trouxe do nordeste em sua casa.Hoje com mais ou menos cinco metros de altura, já teve uma muda plantada no Palácio da Alvorada; presente para o Presidente Lula.
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comércio formal e informal churrasquinho
bicicleta da tapioca
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brechó na praça
carro de conveniência
feira semanal
armazém do geraldo e outros armazéns
carrinho de acessórios
delivery local
Manifestações culturais A Vila Planalto, possui suas próprias manifestações culturais, adquiridas ao longo dos anos. Os moradores costumavam reunir-se em favor da própria comunidade, isso os levou a criar essas manifestações; infelizmente, algumas já deixaram de ser realizadas. Após a realização de algumas entrevistas e depoimentos, foi possível fazer um levantamento das manifestações, demonstrando a importância delas no contexto do bairro. É importante ressaltar que elas são realizadas pelos moradores mais antigos e não necessariamente conhecidas pelos mais recentes. Outras manifestações, ao contrário são mais recentes, tais como o teatro e as quadrilhas de festa junina.
Tecido contando a História e tradições da Vila Planalto
Escola de Samba Vila Planalto/Lago Sul
serenata das mães
escola de samba
Era realizada, principalmente, no dia das mães. Os moradores costumavam cantar músicas de autoria própria, acompanhados de violão, onde saíam de porta em porta chamando as mulheres onde eram homenageadas.
Realiza ensaios todos os anos e participa do desfile oficial das Escolas de Samba do Distrito Federal. As roupas são feitas na própria comunidade, mas eles não têm um local próprio como um barracão para realizar esses trabalhos. Geralmente, usam o espaço de outras instituições para conseguir confeccionar as roupas.
banho de lama
Realizado no fim do ano, na época das chuvas, principalmente pelos homens, na praça Rabelo (ou Zé Ramalho).
feira night Feira de encontro de brechós da Vila Planalto. Os moradores se encontram para vender seus pertences, uma vez por mês na praça Nelson Corso. A ocorrência de bazares também é muito frequente, principalmente, nas instituições, arrecadando fundos para mantê-las. Todo o sábado pela manhã, é possível encontrar algumas pessoas na mesma praça, vendendo roupas.
carro de som O carro de som é fundamental na comunicação dos moradores. Por meio das mensagens é possível saber notícias, falecimentos, reuniões, além daqueles que também vendem seus produtos.
Banho de lama
semana santa/queima do judas
festas juninas
A queima do Judas ocorre na mesma praça do Banho de Lama, a praça Zé Ramalho, na época da Páscoa. Além de queimar o Judas, na semana santa ocorre a paixão de Cristo.
As duas festas juninas mais tradicionais são as da Creche Pioneira e a da Igreja Nossa Senhora do Rosário da Pompeia, ocorrem todo ano.
bazares Acontecem em várias instituições da comunidade, tais como creche pioneira, associação dos idosos e outros grupos que necessitam da arrecadação de fundos para suas obras. São muito frequentes na Vila. Senhor José (Brasil), foi Jesus Cristo na Paixão de Cristo.
Judas: deputado Marcos Feliciano Festa Junina
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características estéticas
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mapeamento sociocultural
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Armazém do Geraldo, primeiro armazém da VIla Planalto e um dos primeiros de Brasília, é um dos símbolos da Vila Planalto.
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Centro Sociocultural
Armazém do Geraldo
Casa Lar AMPARE
Igreja N. S. Pompeia
Parque de Ação Pastoral
Clube de Vizinhança
Associações desativadas (em casas históricas)
Associação Renascer dos Pioneiros da Vila Planalto
Creche pioneira da Vila Planalto
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mapea mento cultu ral
P.A.P._Parque de ação pastoral
padrões gerados padrões ESPACIAIS/construtivos
Local Tipologia Sistema Construtivo Responsáveis
Guarda volumes
Luminárias especiais
As plantas ornmentais presentes são tropicais e estão nos espaços desde o início do acampamento.
Guarda volumes para os participantes durante as atividades.
Luminárias externas originais
Janelas em madeira
Cobogós
Janelas em madeira do tipo maxim-ar
Elementos vazados ou cobogós foram utilizados na casa original.
Conjunto Fazendinha Galpão galpão em aço; casa: madeira e alvenaria. Alexandre e Ricardo Atividades: Segunda-feira - Encontro e ensaios da pastoral do Teatro e Terço dos Homens. Terça-feira - Reunião da Legião de Maria e (Legião de Maria juvenil), curso de inglês, capoeira, jiu-jitsu.
descrição
Plantas ornamentais
padrões socioculturais Uso de bicicleta
Atividades em grupo
Usada como meio de transporte pelos usuários do espaço.
Atividades esportivas, teatro, canto, oração, reuniões.
Quarta-feira - Ensaios da equipe de canto; encontro dos Vicentinos; Quinta-feira - Capoeira, curso de inglês e jiu-jitsu. Sexta-feira - Reunião da Legião de Maria, treino Kun-For, Grupo Jovem. Sábado - Grupo SIM, encontro e ensaio da Pastoral do Teatro.
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Imagens: Arquivo Pessoal Agradecimentos à Natália Bomtempo
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mapea mento cultu ral
casa de acolhimento_ampare
padrões ESPACIAIS/construtivos
Local Tipologia Sistema Construtivo Responsáveis
Descrição
Fachadas em madeira
Horta urbana
Plantas frutíferas
As fachadas do Conjunto Fazendinha são todas em madeira com padrão horizontal.
A horta serve para consumo próprio das crianças que habitam o lar.
O pomar complementa a horta provendo algumas frutas.
Corredores iluminados
Sala administrativa
Cisterna
Corredores longos com presença de janelas laterais.
A sala serve de apoio para os processos burocráticos.
A cisterna serve para armazenar a água da chuva, que é usada na horta e pomar.
Conjunto Fazendinha Casa madeira e alvenaria Maísa Funciona como lar para pessoas com necessidades especiais (casa de acolhimento) de faixa etária entre 10 e 28 anos; a casa é mantida por meio de doações. OBS: Fundada por Gláucia Gomes Aguiar, foi a primeira casa lar deste tipo no Brasil. As atividades dos moradores, tais como escola e terapias são feitas na Fundação AMPARE da 709 norte. Informações para contato: Acampamento Pacheco Fernandes, Conjunto Fazendinha - 03, Vila Planalto, Brasília, DF CEP: 70758700 Telefone: 61-3306-1110 Email: AMPARE@BRTURBO.COM.BR Número de crianças atendidas: 10
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padrões gerados
padrões socioculturais Atividades ao ar livre
Atividades em grupo
O lote favorece atividades ao ar livre com varandas, parquinho e a própria horta.
Neste caso, brincadeiras, refeições e leitura.
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mapea mento cultu ral
casa kolping (desativada)
padrões gerados padrões ESPACIAIS/construtivos Piso em madeira
Campo de areia
Fachadas em madeira
Piso em madeira com tábuas longas e finas
Campo de madeira que servia como local de atividades ao ar livre.
Fachadas em madeira com com tábuas longas na vertical.
Plantas ornamentais
Local Tipologia Sistema Construtivo Responsáveis
Sala administrativa
Conjunto Fazendinha Casa madeira e alvenaria Salete A casa Kolping tinha por objetivo a integração social por meio de atividades inclusivas e formação profissional. Já contou com uma cozinha alternativa que produzia almoços. (com forno para 4500 pães).
Descrição
Ventilação entre os cômodos
As plantas ornmentais presentes são tropicais e estão nos espaços desde o início do acampamento.
Ventilação é feita pelo forro e paredes por meio de treliças.
A sala serve de apoio para os processos burocráticos.
padrões socioculturais Atividades ao ar livre
Atividades em grupo
Mural de fotos
O lote favorece atividades ao ar livre com varandas, parquinho e a própria horta.
Ocorriam dentro e fora da casa.
Estavam presentes nas paredes da sala principal
Havia alfabetização para adultos, bazares, informática, horta comunitária, capoeira, sala de costura e muitas outras atividades. OBS: A casa está em estado de degradação e não há manutenção. Site da Organização Kolping: http://kolping.org. br/site/index.php
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Imagens: Arquivo Pessoal agradecimento Ă Salete da casa kolping
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mapea mento cultu ral
creche pioneira da vila planalto
padrões ESPACIAIS/construtivos Refeitório
Quadra poliesportiva
A quadra poliesportiva é um local quefavorece as atividades ao ar livre, mesmo que não sejam esportes
Utilizado pelas crianças para fazer as refeições.
Ventilação superior
Local Tipologia Sistema Construtivo Responsáveis
Descrição
Antigo Acampamento dos Solteiros, Pacheco Fernandes escola alvenaria Wanda e Maura
Atividades: educação infantil (nível escolar) para crianças de 1 a 4 anos em período integral e atividades relacionadas, além de projetos extendidos para as famílias dos alunos. Bazares e almoços beneficentes (para arrecadação de fundos). Festa junina da creche. Projeto Conviver Centro de convivência de 9 a 12 anos no contraturno escolar. (aulas de leitura, computador, palestras educativas de parceiros, oficinas, jogos e brincadeiras) - ocorre em uma sala cedida na creche e em uma parte do parque. Horário de funcionamento: de 9h às 15h. Monitoras: Daniela e Giovana
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padrões gerados
Ventilação utilizada para saída do ar mais quente e provocar circulação do ar
padrões socioculturais Atividades ao ar livre
Atividades em grupo
O lote favorece atividades ao ar livre com varandas, parquinho e a própria horta.
Neste caso, brincadeiras, refeições e leitura.
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mapea mento cultu ral
Associação dos Idosos Renascer da Vila Planalto
padrões ESPACIAIS/construtivos Pintura nas paredes
Local Tipologia Sistema Construtivo Responsáveis
Descrição
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padrões gerados Mural de fotos
Feita pela própria comunidade, adquire o gosto e a linguagem das pessoas do local.
Estavam presentes nas paredes da sala principal
Cozinha
Sala administrativa
Praça Nelson Corso casa alvenaria Presidente Graça e Vice-Presidente Conceição Atividades: Oficinas de artesanato para os idosos, almoços beneficentes, reuniões burocráticas da associação, roda de terapia comunitária e bazares. Na época do carnaval, funciona como barracão da escola de samba da Vila. OBS: A associação existe há 18 anos, reunindo moradores antigos . Foi fundada pelo pioneiro José Medeiros. Anteriormente, funcionava como centro de estimulação de desnutrição.
Utilizada para pequenas refeições e lanches e também nos almoços dançantes e bazares para arrecadação de fundos.
Ainda está sendo montada para a parte burocrática e de gestão da associação.
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processo
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repertรณrio centro comunitรกrio pani - bangladesh desenho do repertรณrio
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parque educativo uramita - colĂ´mbia desenho do repertĂłrio
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repertório espaço lúdico sinhazinha meirelles são paulo desenho do repertório
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CENTRO DE ASSISTร NCIA E DESENVOLVIMENTO INFANTIL COSTA RICA
desenho do repertรณrio
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repertรณrio centro comunitรกrio - chile desenho do repertรณrio
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espaรงos de paz - venezuela
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processo participativo O processo participativo foi um dos pilares deste projeto. Durante o ano, foram feitas três reuniões principais para a discussão da demanda e do projeto, além de inúmeras visitas com depoimentos e perguntas diretas aos moradores, na tentativa de obter mais informações e compreender seu universo. As intenções desses encontros foram: Valorização das necessidades apresentadas;
Busca pelos eventos culturais e do cotidiano;
Valorização dos padrões estéticos;
Ouvir o ponto de vista da comunidade sobre diversos assuntos;
O resgate da memória, história e dos saberes da população;
Tornar os projetos de caráter público mais democráticos.
personagens efigênia floriza
FRANCISCA
denise humberto
Jaira
joão vitor
vantuil
socorro
maura CONCEIÇÃO GRAÇA
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processo participativo primeira reunião Objetivo: apresentação das demandas percebidas e coleta das demandas apresentadas. Escolha da demanda: Centro Social + Preservação Cultural Presença das lideranças da comunidade: creche pioneira, associação de moradores, escola de samba, grupo democrático. Além de participação em: grupo dos idosos, centro de saúde e igreja católica. Método: discussão com os moradores e questionários.
MINI QUESTIONÁRIO A VILA É O MUSEU - 1 ETAPA Este questionário faz parte de um levantamento para o meu trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo. O trabalho consiste em um projeto para um museu comunitário na Vila Planalto.
Mas o que é um museu comunitário? O museu comunitário tem por objetivo, envolver a totalidade dos problemas de uma comunidade, ou seja ele junta a preservação dos lugares e objetos históricos e o desenvolvimento social. No museu comunitário é possível, não só conservar objetos, mas as tradições locais e atividades culturais. Nesse contexto, procuro incorporar os patrimônios da Vila Planalto em uma escala mais urbana, em um percurso de museu e oferecer, em escala arquitetônica, um local multiuso que ofereça espaço para atividades culturais e reuniões comunitárias.
E por que o museu? Acredito no valor histórico que esta coumidade possui para o contexto de Brasília e também nacional, pois abrigou pessoas de muitos lugares. E, em algumas visitas e entrevistas, pude perceber a necessidade de lugares de encontro comunitários e de atividades culturais. Conto com a sua contribuição! Débora De Boni. Contato: (61) 9933-9255 email: deboradeboni@gmail.com
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Nome (opcional)________________________________Sexo: F ( ) M ( ) Idade ______________________________________________________ Mora/ morou/ frequenta a Vila Planalto? __________________________ Há quantos anos? ____________________________________________ Qual seu lugar favorito na Vila Planalto? Há pontos de cultura e lazer na Vila?_______________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ Participa de grupos ou projetos no local? __________________________ ___________________________________________________________ __________________________________________________________ ___________________________________________________________ Você acha a conservação dos edifícios históricos importante? Por quê? ___ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ Você acha a inclusão de espaços para a tividades culturais importante? Por quê? _______________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________
processo participativo segunda reunião Objetivo: apresentação do levantamento socio-cultural Dinâmica para obtenção do porgrama de necessidades e desejo do público alvo Presença de idosas do Centro da Associação de Idosos da Vila Planalto e Jaira, responsável pelo centro social. Método: obtenção do programa de necessidades e linguagem dos moradores por meio dos padrões gerados pelos equipamentos socioculturais e questionário. PROBLEMAS: Baixa adesão e barreiras no prosseguimento da dinâmica. Com a ausência das sócio-fundadoras, a reunião deveria ser adiada. Produtos da reunião: depoimentos e obtenção de algumas informações sobre o centro social. as propostas para posterior apresentação foram feitas com base nos depoimentos e levantamentos feitos na vila planalto.
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processo participativo terceira reunião Objetivo: apresentação das propostas estudadas para escolha e posterior desenvolvimento. Método: apresentação do percurso, cartões com a figura de lugares e edifícios para a assimilação de repertório pela comunidade, apresentação de duas propostas de projetos e discussão. as propostas serão apresentadas nas páginas seguintes e foi escolhida, a primeira.
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Os cartões foram escolhidos e interpretados de acordo com as memórias afetivas dos participantes. O resultado mostrado na figura ao lado, trouxe algumas das frases: - Gostei da figura porque lembra igrejas da região onde morava. (fig. 5) - Bom de tomar o chá das 5h com as amigas. (fig. 16) - Gostei da área coberta, mas arrojada com passarela e balanço para integração. (fig. 12) - Uma casa com várias salas, no qual serão desenvolvidos vários projetos. (fig.19) - Espaços para os jovens desenvolverem atividades sociais. (fig 18) - Gostei porque há integração das pessoas para momentos de encontro. (fig.8) - Espaço muito bonito com bastante cor e plantas. Bem interessante. (fig. 22) - colorido maravilhoso. (fig. 22) - Isso é maravilhoso, pois é uma integração com a natureza, tendo uma relação com a terra. E com agricultura familiar, horta comunitária. Isso é muito interessante e faz parte da cultura brasileira.(fig. 10) - Gostei muito deste teto transparente e o piso muito bonito. Bem arejado. (fig. 03) - Gostei muito das cores fortes, vivas, das obras de arte e as plantas. (fig. 11) - A felicidade infantil (fig. 04) -É bonito e muito agradável e gostoso. (fig. 01)
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PROPOSTAS primeira proposta
cobertura
partido plantas
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volumetria
inserção urbana
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PROPOSTAS SEGUNDA proposta
volumetria final
planta pavimento tĂŠrreo volumetrias/ partido
volumetrias 64
fachadas
corte
podem ser aumentados de acordo com a necessidade
módulo de inserção urbana
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Após a utilização da dinâmica da associação de imagens e da apresentação dos padrões encontrados na vila planalto, houve a discussão e votação para a escolha do projeto pelos participantes. após a apresentação de plantas e croquis, os participantes escolheram a primeira proposta, que julgaram ser a mais adequada ao programa e mais significativa.
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justificativa da escolha: - módulos dispostos em círculo, o que para eles, facilitará a integração; - a possível cobertura pode oferecer espaço para eventos maiores; - a linguagem lembra a arquitetura de brasília e da vila planalto; - as salas oferecem espaços para atividades diferentes; - entradas no interior do lote - questão de segurança; - pequeno auditório.
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padrõeS Locais pequenos para reunião
parklet/ pracinha na rua
Sala administrativa
Sala com espelho
Guarda volumes
Locais pequenos para reunião são importantes para aproximar as pessoas e dar a oportunidade para todos ouvirem e falarem.
Parklets são praças que ocupam o espaço de uma vaga. São ótimos para pequenos espaço, aumentando a oferta de espaços para pessoas.
Necessária para a gestão dos espaços e para dar lugar à parte burocrática da instituição.
São ótimas para a prática de esportes e danças. Ajudam na consciência corporal e ainda dão a ilusão de amplitude.
Guarda volumes para os participantes durante as atividades.
Locais para exposição
Prática de artes
Cozinha semi-industrial
Plantas ornamentais
Cobogós
São importantes, não só para expor os trabalhos realizados no centro, mas para dar oportunidade de exposição do patrimônio histórico local. É uma boa oportunidade de aumentar os laços e a auto-estima da comunidade.
Locais que favoreçam o exercício de atividades culturais e artísticas.
Necessária para a gestão dos espaços e para dar lugar à parte burocrática da instituição.
As plantas ornmentais presentes são tropicais e estão nos espaços desde o início do acampamento.
Elementos vazados ou cobogós foram utilizados na casa original e são um símbolo de Brasília.
Um local para projeção
Uso de bicicleta
Volumes permeáveis
Favorecer locais permeáveis à vista e à acessibilidade para convidar a comunidade a frequentar o espaço.
Pequenos locais para refeição
Um local pequeno com mesas que favoreçam refeições rápidas. Importante para pessoas que ficarão longos períodos no centro.
Uma parede lisa e um espaço vazio propiciam a projeção de filmes e outros vídeos de maneira bem descontraída.
Usada como meio de transporte pelos usuários do espaço. Um biciletário é ideal para atender esses usuárioas..
Atividades em grupo
Atividades esportivas, teatro, canto, oração, reuniões. Salas multi-uso para atender essas atividades são necessárias.
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padrõeS Janelas em madeira
Janelas em madeira do tipo maxim-ar
Luminárias especiais
Horta urbana
Piso em madeira
Luminárias externas originais ornando as fachadas.
A horta serve para consumo próprio das crianças que habitam o lar.
Piso em madeira com tábuas longas e finas
Ventilação entre os cômodos
Ventilação é feita pelo forro e paredes por meio de treliças.
Fachadas coloridas
Corredores iluminados
Cisterna
Campo de areia
Plantas ornamentais
As fachadas do Conjunto Fazendinha e da Vila Planalto em Geral possuem cores vivas.
Corredores longos com presença de janelas laterais.
A cisterna serve para armazenar a água da chuva, que é usada na horta e pomar.
Campo de madeira que servia como local de atividades ao ar livre.
As plantas ornmentais presentes estão nos espaços desde o início do acampamento.
Atividades ao ar livre
Plantas frutíferas
Fachadas em madeira
Refeitório
O lote favorece atividades ao ar livre com varandas, parquinho e a própria horta.
O pomar complementa a horta provendo algumas frutas.
Fachadas em madeira com com tábuas longas na vertical.
Utilizado pelas crianças para fazer as refeições.
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padrõeS Ventilação superior
Quadra poliesportiva
Produção de artesanato
Ventilação utilizada para saída do ar mais quente e provocar circulação do ar
A quadra poliesportiva é um local quefavorece as atividades ao ar livre, mesmo que não sejam esportes
Feita pela própria comunidade, adquire o gosto e a linguagem das pessoas do local.
Pintura nas paredes
Feita pela própria comunidade, adquire o gosto e a linguagem das pessoas do local.
Quadra poliesportiva
A quadra poliesportiva é um local quefavorece as atividades ao ar livre, mesmo que não sejam esportes
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o projeto
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LOCALIZAÇÃO
ACAMPAMENTO RABELO
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ÁREA DE INTERVENÇÃO
memorial praça rabelo (zé ramalho) ARMAZÉM DO GERALDO praça nelson corso
terreno do centro sociocultural
vila planalto, acampamento rabelo, rua 04, lote 03
Após tomar como base os padrões de projeto e o desejo dos moradores, duas propostas diferentes foram apresentadas para a comunidade. A proposta escolhida foi desenvolvida para atender atividades diversas, por isso, os ambientes deveriam ter flexibilidade de usos. Por ser um terreno pequeno e com restrições de uso e gabaritos, optou-se por uma cobertura livre, com um pergolado, que pode abrigar algumas atividades e um telhado verde semi-intensivo, capaz de comportar o cultivo de alimentos. O partido circular proporciona maior visibilidade entre as partes e um sentido de agrupamento, uma das razões para a escolha desta proposta. A sustentabilidade ambiental foi uma das premissas que guiaram o projeto, o que influenciou igualmente o desenho com princípios bioclimáticos e escolha dos materiais. Por esse motivo, optou-se por um sistema construtivo de blocos BTC (terra compactada) que serve também como sistema estrutural, complementados por pilares de madeira. As lajes do tipo “cascaje”, ou seja, painéis abobadados de ferrocimento (cimento estruturado com tela de galinheiro), que reduzem a quantidade de cimento utilizado em sua concepção. As esquadrias serão em madeira, não só por ser um material renovável,mas também por ser uma caracterísitca da história da Vila Planalto. Previu-se também, o uso de cisterna para coleta e armazenamento de água da chuva, placas solares, composteira e o tratamento de águas de águas negras com bananeiras (bacia de evapotranspiração - BET). A sugestão de rua compartilhada promove a integração do projeto com o entorno, abrindo a possibilidade de atividades do centro social, também na rua. Uma das caracterísitcas da Vila Planalto, e que, está se perdendo aos poucos, é o hábito de sentar-se na rua. Por isso, a proposta leva em consideração, a tranformação da rua de mão dupla para uma rua sem saída, que diminui a velocidade de tráfego, sem inviabilizar o acesso às casas. A aplicação do bloco intertravado do interior para toda a via, além de sugerir essa integração, também aumenta a permeabilidade do pavimento.
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entorno LOJA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
PONTOS DE ÔNIBUS
CENTRO
VISTA DA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS
características ambientais do terreno
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LANCHONETES
programa legenda administração sala multiuso sala de computadores cozinha auditório banheiros almoxarifado depósito cobertura verde/horta terraço
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aplicação dos padrões
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PAVIMENTO TÉRREO PLANTA BAIXA
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COBERTURA PLANTA BAIXA
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uso da rua compartilhada
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perspectiva da rua
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fachada principal
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o processo continua... Próximos passos: - aprovação do projeto pela comunidade; - aprovação na administração; - projeto executivo; - procura de apoio financeiro; - execução.
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-fresta-foto http://www.archdaily.com.br/br/770839/espaco-ludico-sinhazinha-meirelles-grupo-fresta/55b3cd4ce58ece6c070003e1-espaco-ludico-sinhazinha-meirelles-grupo-fresta-foto BANGLADESH http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67bd6e58ece76a200004a-pani_community_centre_bangladesh_plaza_children_ swing_schilderscholte_architects-jpg http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67b3de58ece76a2000045-pani_community_centre_bangladesh_classroom_with_children_schilderscholte_architects-jpg http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67b52e58ece33a8000040-pani_community_centre_bangladesh_classroom_with_infants_schilderscholte_architects-jpg http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67b22e58ece33a800003d-pani_community_centre_bangladesh_children_playing_ schilderscholte_architects-jpg http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67b07e58ece7fc300003c-pani_community_centre_bangladesh_boy_on_swing_schilderscholte_architects-jpg http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67ac0e58ece7fc300003a-man-at-work_3-jpg http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67c74e58ece76a200004d-pani_community_centre_bangladesh_roofed_plaza_schilderscholte_architects-jpg http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67b6de58ece7fc3000041-pani_community_centre_bangladesh_courtyard_playground_schilderscholte_architects-jpg http://www.archdaily.com.br/br/766431/centro-comunitario-pani-schilderscholte-architects/54e67b90e58ece76a2000049-pani_community_centre_bangladesh_gadering_space_rajarhat_schilderscholte_architects-jpg COLÔMBIA http://www.archdaily.com.br/br/770078/parque-educativo-de-uramita-fp-arquitectura http://www.archdaily.com.br/br/770078/parque-educativo-de-uramita-fp-arquitectura/5580e6a4e58ece56d800016a-parque-educativo-de-uramita-fp-arquitectura-photo http://www.archdaily.com.br/br/770078/parque-educativo-de-uramita-fp-arquitectura/5580e503e58ece710300015d-parque-educativo-de-uramita-fp-arquitectura-photo http://www.archdaily.com.br/br/770078/parque-educativo-de-uramita-fp-arquitectura/5580e489e58ece710300015b-parque-educativo-de-uramita-fp-arquitectura-photo PÁGINAS 15 e 16: http://brasiliapoetica.com.br/wp-content/uploads/1960/04/0058_NOV_B_01_Candango_na_Lonalandia_Candangolandia_DF_1957_19601.jpg PÁGINA 16 - THOMAZ FARKAS (NÚCLEO BANDEIRANTE) http://www.ims.com.br/images/14/63/prog_imginterna_1401241463.jpg GERVASIO BAPTISTA (JUSCELINO KUBITSCHEK) https://janelaobjetiva.files.wordpress.com/2009/02/jk-gervasio.jpg?w=560 CROQUI PLANO PILOTO (LÚCIO COSTA) http://adbr001cdn.archdaily.net/wp-content/uploads/2012/01/1326482514_croquis_lucio_costa.jpg CONGRESSO NACIONAL EM CONSTRUÇÃO http://diversacidade.org/wp-content/uploads/2013/10/capital-em-construcao.jpeg FOTO DO GRUPO DAS 10 E LEILIANE E JOSÉ APARECIDO: Gentilmente cedidas por Carlos Humberto da Silva PÁGINA 18 Fotos preto e branco: cedidas pelo Arquivo Público de Brasília, créditos: 094089_SCS_MF_12_10_C_5_Vila_Planalto_DF_22_9_88_Foto_Wilson 094119_SCS_MF_12_10_C_5_Vila_Planalto_DF_22_9_88_Foto_Wilson_Susuki
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111868_SCS_MF_12_10_C_5_Vila_Planalto_DF_8_8_89_Foto_Marcos_Oliveira http://image.fatoonline.com.br/image/flex/260/146/2015/04-abril/005936-scs-gf-12-10-f-1-demolicao-de-barracos-vila-planalto-df-2-11-68.jpg Fotos retiradas da revista Veja Brasília (abril, 2015): http://msalx.vejabrasilia.abril.com.br/2015/05/06/1117/spJ51/2f3c6a4cd8af177f6456e7e51a916ff3.jpeg?1430921862 http://msalx.vejabrasilia.abril.com.br/2015/05/06/1117/spJ51/9cbe38ee91368cef7c0f22de9c3461e3.jpeg?1430921863 PÁGINA 24 “Sentar na calçada” - imagem gentilmente cedida por Liza de Andrade PÁGINA 26 “Carro de Conveninência” - imagem gentilmente cedida por Liza de Andrade PÁGINA 58 e 59 1- http://www.archdaily.com/832/orquideorama-plan-b-architects-jprcr-architects 2 - http://j-p-g.tumblr.com/post/282924721/geometry-ceiling-via-b%CE%BB%CE%B2%CE%BB%CE%BA%E2%81%B4%C2%B3 3 - https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/b8/32/10/b8321043d053a338ca02ff11bc8963c1.jpg 4 -http://images.adsttc.com/media/images/53a9/7c86/c07a/80c1/1200/01f4/large_jpg/1403286199_hibridizacao_moco_salvador_brasil_2.jpg?1403616383 5 - http://www.tommunz.com/wp-content/uploads/2015/09/Tom_Munz_Ersatzneubau_Egnach_Holzbau_Aussen.jpg 4_hibridizacao_moco_salvador_brasil_2.png?1403616383 6 - http://images.adsttc.com/media/images/546a/b57d/e58e/ce7d/2500/00d2/large_jpg/14_CECUDI_Nicoya.jpg?1416279411 7 - http://architizer.com/projects/pani-community-centre/media/1121952/ 8 - http://hdka.hr/2013/10/pitt-street-mall-by-tony-caro-architecture/pitt_street_mall-by-tony_caro_architecture-06/ 9 - http://images.adsttc.com/media/images/5100/d24b/b3fc/4b39/6200/00c4/large_jpg/HOUSE_OF_WOULD_PHOTO_02.jpg?1414598601 10 - http://www.urbangardensweb.com/category/greening/ 11 - http://barnandwillow.com/blogs/barn-willow/23354561-mexican-decor-styles-we-love 12 - http://images.adsttc.com/media/images/54e6/7bd6/e58e/ce76/a200/004a/large_jpg/Pani_community_centre_Bangladesh_plaza_children_swing_SchilderScholte_architects.jpg?1424391112 13 - http://www.juanofwords.com/wp-content/uploads/2012/04/stairs.jpg 14 - http://www.everystockphoto.com/photo.php?imageId=5594502 15 - http://img.archilovers.com/projects/a5177fa8-3918-41d4-b903-da942def0a62.jpg 16 - http://www.landezine.com/wp-content/uploads/2013/12/Redesign_of_Stationsstraat-by-Grontmij_Belgium-08.jpg 17 - https://62e528761d0685343e1c-f3d1b99a743ffa4142d9d7f1978d9686.ssl.cf2.rackcdn.com/files/79018/width668/image-20150423-29726-fapmoq.jpg 18 - http://www.revistacodigo.com/wp-content/uploads/2015/01/Cuerpo-Openparlamento2013-300x225.jpg 19 - https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/b5/f8/c1/b5f8c1d32f1976fbaf18432443782813.jpg 20 - http://www.criatives.com.br/2015/05/projeto-espalha-cadeiras-nas-ruas-para-estimular-o-antigo-habito-de-conversar-na-calcada/ 21 - https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/b5/a5/54/b5a55413e142e35720b11ea5f7794628.jpg 22 - http://www.oddee.com/_media/imgs/articles2/a98846_street_4-umbrella.jpg PÁGINAS 17 e 24: (ÔNIBUS) http://s02.video.glbimg.com/x360/4072753.jpg PÁGINA 27 - ESCOLA DE SAMBA http://imgs-srzd.s3.amazonaws.com/srzd/upload/v/i/vila_planalto_e_lago_sul_credito_uniesbe_df_620.jpg QUEIMA DO JUDAS http://msalx.veja.abril.com.br/2014/08/09/1231/pe6Cx/malhacaojudasfeliciano-original.jpeg?1402460763 BANHO DE LAMA - Imagem gentilmente cedida por Carlos Humberto da Silva PÁGINA 72 e 73 - Planta do Sistema SIRGAS - SICAD 1:2000 - ano 2010 (FEIRINHA DA VILA) http://campus.fac.unb.br/arquivo/campus12014/midia/2013/1/fotografia/3-gestao/vila_mari_2.jpg http://larameeee.tumblr.com/post/24194679230/elhombreorquestadigital-cielos-y-suelos-de http://www.treklens.com/gallery/photo591815.htm http://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-s/08/5f/03/48/casarao.jpg http://campus.fac.unb.br/arquivo/campus12014/midia/2013/1/fotografia/3-gestao/vila%2039.jpg
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