TGI IAU USP | Débora Scanagatta

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MEMÓRIA E CULTURA EVIDENCIADAS PELO RIO PIRACICABA


UNIVERSIDADE DE SĂƒO PAULO Instituto de Arquitetura e Urbanismo


Trabalho de Graduação Integrado DÉBORA SCANAGATTA CAP | Comissão de Acompanhamento permanente Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Joubert José Lancha Prof. Dra. Lucia Zanin Shimbo Prof. Dra. Luciana Bongiovanni Marins Schenk Coordenadora do grupo de trabalho Alline Coelho Sanches Corato

Agradecimentos ao Ademir, proprietário da Fábrica por ter cedido informações e autorizado as visitas in loco.

SÃO CARLOS, JUNHO DE 2018



“A restauração deve visar ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que isso seja possível sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem cancelar nenhum traço da passagem da obra de arte no tempo” (BRANDI, 2004, p. 33 apud KUHL, 2008)


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01. INQUIETAÇÕES

02. HISTÓRIA

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03. LEVAN


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NTAMENTOS

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PROJETO

BIBLIOGRAFIA


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01. INQUIETAÇÕES

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CONTEXTO ATUAL E PATRIMÔNIO “A veces, parecería incluso que fragmentos de unas ciudades son literalmente clonados en otras. Una producción de paisajes comunes que alcanza una escala global pero que conlleva un uso, manipulación y puesta en valor de algunos elementos de la esfera local en sus múltiples dimensiones: social, cultural o en lo que se refiere al entorno construido.” (MUÑOZ, 2008, p.4)

Em um contexto em que as cidades atuais estão diretamente afetadas pelo fenômeno da globalização e pelo consumo, a paisagem urbana sofre intervenções e passa a responder menos às questões históricas e culturais e se volta mais a um novo tipo de paisagem. Segundo Francesc Muñoz, em “Urbanalización, paisajes comunes, lugares globales”, apesar de territórios diferentes e independentes entre si, com características próprias e cultura e história particulares, as transformações passadas são similares, e, portanto, produzem paisagens semelhantes. Paisagens homogêneas, padronizadas, sem temporalidades nem espacialidades, passa-se a produzir

mais do que uma urbanizacion, uma urbanalizacion, se os vínculos de sociabilidade cotidiana em edifícios que sofre reflexos na produção da linguagem históricos. arquitetônica. E como o arquiteto lida com essa questão? Essa situação agrava-se quando, através de um processo de financeirização da cultura como uma nova forma de Segundo Norberg Schulz, a arquitetura é uma arte difícil, investimento, esses edifícios históricos transformam-se é mais do que construir, é ajudar o homem a habitar, a em turismo. Segundo Paula Marques Braga, o problema pertencer a um lugar: não está em fazer o turismo como atividade principal, mas sim na forma como ele é implantado no local “A arquitetura começa a existir quando ‘faz visível histórico. todo um ambiente’, para citar uma definição J e Suzanne Langer. Isso significa concretizar o Isso porque com as intervenções, ao alterar o uso e a genius loci. Vimos que isso acontece por meio função dos edifícios, os grupos sociais que participam de construções que reúnem as propriedades do local são alterados, o que resultará em um processo do lugar e as aproximam do homem. Logo, o ato de privatização do espaço urbano. Esse processo de fundamental da arquitetura é compreender a gentrificação expulsa a comunidade e os aspectos ‘vocação’ do lugar. Dessa maneira, protegemos particulares que definem tal local. a terra e nos tornamos parte de uma totalidade compreensível. O que se defende aqui não é uma Como forma de evitar que a banalização da paisagem espécie de ‘determinismo ambiental’. Apenas comprometa a memória – elemento de ligação entre reconhecemos o fato de que o homem é parte temporalidades distintas – e os marcos – carregados integral do ambiente e que ele somente contribui de significados de momentos diferentes da história para a alienação e ruptura do ambiente quando se das cidades –, é importante a adequada incorporação esquece disso. Pertencer a um lugar quer dizer do Patrimônio Cultural em uma intervenção. De modo ter uma base de apoio existencial em um sentido a relacionar seu suporte físico – Patrimônio Material – cotidiano concreto.” (SCHULZ, 2006 , p. 459) com as manifestações culturais existentes – Patrimônio Imaterial. Principalmente nas áreas centrais, que, de modo geral, são onde localizam-se os edifícios mais antigos da cidade, Dessa forma, a intenção do projeto é que as intervenções e, portanto, são áreas já consolidadas, as intervenções feitas possibilitassem a criação de um lugar, em que acontecem através da imposição de modelos, através os moradores se sintam pertencidos, valorizando a da iniciativa pública e/ou privada, de modo a perderem- memória e a vivência já existentes no local.


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PATRIMÔNIO

INDUSTRIAL

A intervenção em um edifício histórico, que sofreu alterações durante o tempo, tem como base a Carta de Veneza de 1964 que ressaltava que o restauro tinha como objetivo “conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento e fundamentase no respeito pelo material original e pelos documentos autênticos” (Carta de Veneza, artigo 9). Portanto, intervir significa basear-se em um conhecimento aprofundado, de abordagem multidisciplinar, de modo que os bens mais significativos possam ser preservados e valorizados, levando sempre em consideração que as transformações continuem a ser efetivos e fidedignos suportes da memória coletiva.

Essas áreas industriais abandonadas tornaram-se alvo de discussão para a área do Patrimônio, que não encontrava todas as respostas na Carta de Veneza . E em 2003, como uma síntese das definições feitas ao longo de várias décadas, criou-se a Carta de Nizhny Tagil, documento do TICCIH (The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage), que define o conceito de arqueologia industrial: “A arqueologia industrial é um método interdisciplinar que estuda todos os vestígios, materiais e imateriais, os documentos, os artefatos, a estratigrafia e as estruturas, as implantações humanas e as paisagens naturais e urbanas, criadas para ou pelos processos industriais. A arqueologia industrial utiliza os métodos de investigação mais adequados para aumentar a compreensão do passado e do presente industrial.” (Carta de Nizhny Tagil)

Com o advento da Revolução Industrial desenvolvemse novas tecnologias e alteram-se, consequentemente, os modos de produção. Um novo cenário passa a ser constituído com a construção estratégica de Fábricas, de maneira geral, próximas às regiões centrais da cidade O objeto de estudo de uma arqueologia industrial e aos rios, facilitando o transporte e o fornecimento de engloba não somente os edifícios de produção industrial, mas também as unidades de produção de energia, água para a indústria. a sistematização dos meios de transporte e todo o Entretanto, a partir da metade do século XX, essas complexo de elementos relacionados à fábrica. industrias pioneiras se tornam insuficientes e obsoletas por não atenderem mais as demandas necessárias da cidade, por isso transferem suas produções para zonas mais periféricas em busca de estruturas e condições favoráveis.

Mais do que construções, é necessário aliar à arqueologia industrial as questões do Patrimônio Imaterial. Ecnontrar soluções que relacionem a Fábrica com a história e a comunidade que a pertence.


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FRENTE DE ÁGUA

Diante das condições mínimas favoráveis várias cidades iniciaram seu crescimento e fundação próximas a rios, atribuindo-os, assim, uma grande valorização. Sua importância aumentou mais ainda com a industrialização e a construção de fábricas em seu entorno imediato. Entretanto, com o processo inverso - a desindustrialização - esses espaços transformamse em extensas áreas obsoletas, abandonadas e até mesmo perigosas. Como forma de evitar isso, esses vazios vem sendo considerados como oportunidades de valorização da cidade, através de intervenções que buscam aproximar a cidade das águas. A ideia de Alexandre Delijaicov para solucionar esse problema é a da Metrópole fluvial: “construir feixes de infraestrutura urbana, integrados a redes de equipamentos sociais, fundamentalmente estruturados pelos cursos d’água”. Ou seja, ao invés de enxergar o rio como um limite ou como fundo de uma cidade ou construção, deve-se devolver sua particular importância. Qualificar o seu percurso linear para a cidade, mas também criar nas confluências entre os rios centralidades através da inserção de equipamentos públicos.


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02. HISTÓRIA

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PIRACICABA: O CRESCIMENTO ENTORNO DO RIO DE PIRACICABA E AS INTERVENÇÕES NA TRADICIONAL RUA DO PORTO

Boyes, objeto de desenvolvimento de projeto desse trabalho), a segunda casa industrial de Piracicaba, fundada em 1873 por Luiz de Queiroz); e o Engenho Central, em 1881, pelo Barão de Rezende; além de diversas olarias que fabricavam tijolos e telhas. Não só um crescimento de fábricas, mas inicou-se ali um incentivo de àreas recreativas como a praça em frente à Fábrica Santa Francisca, o passeio público na Rua do Porto, o Mirante.

A ocupação do território iniciou-se entre 1723 e 1725 com uma abertura para ligar São Paulo a Cuiabá pelos bandeirantes. Seu crescimento começou pela ocupação da margem direita, depois pela margem esquerda com a construção da Matriz, onde aconteceria a expansão da cidade. A cidade começou e continuou a se desenvolver entorno do seu Rio, com a construção da Ponte Pêncil em 1823, e com uma vida ativa e particular de seus moradores - pescadores, trabalhadores de olarias - que faziam manifestações culturais que perduram ainda atualmente, como a Festa do Divino Espírito Santo, realizada desde 1926. As modificações na configuração da Rua do Porto começaram com a construção de duas fábricas no final do século XIX nas margens do Rio de Piracicaba: a Fábrica de Tecidos Santa Francisca (atual Fábrica 11

Somente no final da década de 1969 que é possível observar as transformações da área impulsionadas pelo aumento do processo de especulação turística e imobiliária. Neste período é possível verificar que houve um processo dinâmico de (re)significação das tradições e vivências locais com o aparecimento de novos usos para a Rua do Porto, transformada em centro gastronômico e turístico.

Clemência Pecorari Pizigatti, que representa Piracicaba diversas cenas da antiga Piracicaba. Mais uma ação do processo de conscientização sobre a necessidade de preservação dos bens naturais e culturais (materiais e imateriais) presentes nesta localidade. Entretanto, apesar dessas intervenções que tinham como objetivo qualificar a área da Rua do Porto, com a desativação do Engenho Central na década de 1970, das olarias nos anos 1980, a área caracterizou-se por um lugar perigoso devido à má conservação e por ter se tornado esconderijo para sem-teto, desocupados e usuários de drogas. Essa situação tem grande contribuição do não funcionamento do Engenho Central. Este, com maquinários encomendados da França, deveria processar toneladas de cana-de-açúcar, com muito mais rapidez que os artesanais engenhos movidos à força de mula. Porém, em função das más condições do mercado e pela insuficiência de matéria-prima, o Engenho estagnou e em 1899 é vendido para três franceses, na qual passou a ser a maior empresa do estado em produção e a mais importante do país..

Na década de 1970, resultado de um jogo de disputas entre os interesses públicos e privados, a margem esquerda do rio Piracicaba passou por um processo de requalificação e (re)valorização da área através da implementação de um grande parque municipal: o Parque da Rua do Porto e a Área de Lazer do Trabalhador. De certa forma um modo No entanto a partir da década de 1950, a concorrência de retomar o que existia antes das grandes fábricas e do açúcar dos outros países latino-americanos privileintervenções. giados pelos EUA no mercado internacional, a dificuldade de manutenção das peças importadas, e de mão-de-obra Em setembro de 1978, no Parque do Mirante, foi feito especializada fizeram a produção decair em todos os eno mural de mosaico, da artista plástica piracicabana genhos centrais. o que levou à sua desativação em 1974 e


contribuiu para a degradação da área.. Somente ocom a desapropriação de toda a área da antiga planta fabril e remanescente florestal, o Parque do Engenho Central é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), e passa a ser utilizado para fins culturais, festas beneficentes, feiras e exposições, além de sediar a Secretaria Municipal da Ação Cultural. Uma forma de reativar e qualificar o espaço da Rua do Porto. Nas antigas instalações fabris funciona o Teatro Municipal Erotides de Campos e há um projeto em fase de captação de recursos para o Museu do Açúcar.

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FÁBRICA BOYES Fundada por Luiz de Queiroz, a Fábrica de Tecidos Santa Francisca foi a segunda grande casa industrial de Piracicaba. Engenheiro responsável: inglês Arthur Drysdem Sterry. A primeira iniciativa para o funcionamento da fábrica foi o pedido de concessão para montar uma usina de força no Rio Piracicaba. Na falta de máquinas, estas foram importadas da Inglaterra, assim como técnicos especializados vieram da Bélgica. O algodão passou a ser plantado e também a comprar de outros pequenos produtores, os quais Queiroz incentivou a produzir.

Após a decisão de fundar a atual Escola Agrícola Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), vende a Fábrica e sua residência ao lado – Palacete Luiz de Queiroz – para o Banco (da República) do Brasil.

1876

A Fábrica é vendida para a Sociedade Anônima Manufactora Piracicabana.

1902 1897

Eram inaugurados os trabalhos de fiação com cinquenta teares de serviço para setenta operários, produzindo 2.400 metros de tecido por dia. Com uma grande visão de crescimento, Queiroz instalou linha telefônica entre a tecelagem e sua Fazenda Santa Genebra, adquiriu barcos para o transporte fluvial da produção com cidades vizinhas, e a partir de 1877 por meio dos trilhos da Cia. Ituana Piracicaba passou a ter relações com Capivari, Indaiatuba, Jundiaí, São Paulo e Santos.

1912 A Fábrica é vendida para Rodolpho Miranda e passa a ser denominada como Fábrica de Tecidos Arethusina.


Durante o período das Guerras Mundiais, o trabalho na fábrica passou a ser de 24 horas por dia, e assim permaneceu até meados da década de 1980, antes da recessão.

1918

Fechamento definitivo da indústria de tecidos.

2002 1980

A Fábrica passa a pertencer à Boyes e Cia, sociedade composta pelos irmãos Herbert James Singleton Boyes e Alfred Simeon Boyes.

2007 Década 1990 A produção começa a sofrer reduções. Quando em 2002 , com apenas algumas seções em funcionamento, concentrava-se na produção de fios vendidos a outras tecelagens da região e do Estado, e na produção de tecidos grossos como o brim,

Desde sua fundação até a última aquisição pela família Boyes, a antiga fábrica, conforme se verifica pela descrição de sua trajetória, representou para cidade uma referência e um potencial de desenvolvimento, estabelecendo forte ligação com a população. Abandonada, após diversas especulações imobiliárias, é aprovado pela Prefeitura um Projeto para o local que compreendia hotel, Shopping Center e Centro empresarial. Apesar de ter sido aprovado e começado a demolição de dois edifícios, o projeto não se desenvolveu, provavelmente por motivos econômicos.


ARQUITETURA DA FÁBRICA BOYES

O conjunto fabril originalmente executado em alvenaria aparente se compunha em vários edifícios com funções distintas. O grande pavilhão da tecelagem dividido em quatro blocos e em desnível, adaptado por porão, recebeu telhados independentes por bloco (com telhas francesas), ainda que fossem contíguos. Neste edifício, as aberturas foram executadas em arcos plenos e janelas em guilhotina, com quatro peças por bloco. Os outros prédios reuniam funções distintas de serviços e um casarão coberto com telhas coloniais, que parece ter sido a casa sede da Fazenda Engenho d’Água, abrigava os escritórios. Entre o pavilhão da tecelagem e o casarão de escritórios havia um caprichoso jardim francês, ao lado de um canal. Logo na entrada principal do pavilhão, cujo destaque era um frontão com a epígrafe da empresa, existia uma ponte sobre o referido canal. Havia também um estábulo e pasto para cavalos. O abastecimento hidráulico da fábrica se dava por uma caixa d’água, correspondente a três pavimentos se destacava no conjunto, abastecida por dutos.

das e outras demolidas. Posteriormente o conjunto fabril foi reformado e ampliado pelo empreiteiro Antonio Borja Medina assumindo linhas Art déco. Atualmente encontra-se fechada após a falência da Boyes e apesar de seu conjunto edificado ter sido tombado em nível municipal, juntamente com as edificações ribeirinhas da Rua do Porto, não há ações efetivas que garantam sua preservação, além das possíveis pressões imobiliárias na área. A Usina, ainda existente, foi edificada em alvenaria aparente, vidraças de abrir e as telhas de capa e canal, com um anexo em madeira que se estruturava de forma semelhante ao esquema enxaimel (desaparecido). Neste pequeno edifício fabril aparece uma característica importante da alvenaria aparente em Piracicaba: a gama de cores variadas nos tijolos. Além disso, um dos grandes destaques está no edifício com pilares espaçados a cada 3,5 metros. Mostra o avanço da época em estruturas em concreto armado.

O conjunto fabril foi tombado em 2004 com grau P2 de preservação: “P2 - imóvel partícipe de conjunto arquitetônico, cujo interesse histórico está em ser parte do conjunto, devendo seu exterior ser totalmente conservado ou restaurado, mas podendo haver remanejamento interno, desde que sua volumetria e acabamentos não O conjunto passou por sucessivas vendas e várias reforsejam afetados, de forma a manter-se intacta a possimas a que as edificações foram submetidas, tornando bilidade de aquilatar-se o perfil histórico urbano” (LC difícil a percepção das características originais de suas 171/05). (FONTE CODEPAC) tipologias e também a identificação das remanescentes do conjunto original, sendo que algumas foram reformaApós o fechamento da fábrica em 2007, o terreno com 15

uma área total de 32.477 m², sendo 5.050,49 m² de área livre e 27.693,51 de área construída, ficou abandonado, O projeto do Shopping foi aprovado, porém não objteve sucesso e permaneceu no papel. Somente foi reativada a hidrelétrica.


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03. LEVANTAMENTOS

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ANÁLISE

DOS

MAPAS

Localizada no interior de São Paulo, com 400.000 habitantes, a cidade possui 1.376km2. Com a intenção de entender melhor o desenvolvimento das indústrias na cidade, o PRIMEIRO MAPA apresenta as suas respectivas fundações confrontadas com a ocupação urbana por décadas. Percebe-se, portanto, que até 1920 somente a Fábrica em estudo e mais outras duas indústrias foram contruídas, e as três ao lado do Rio Piracicaba. Conforme já explicado anteriormente, as indústrias passarm para as áreas periféricas e atualmente em Piracicaba há um grande incentivo para que elas se instalem na região Nordeste. Localizados os bens tombados, destaca-se a concentração na região central, onde iniciou-se a cidade, na margem esquerda do Rio. Já no SEGUNDO MAPA, pode-se verificar que a área central, onde localiza-se o objeto de estudo, é a àrea que possui o maior número de equipamentos públicos, dessa forma, sendo uma questão importante a ser pensada no projeto. Destaca-se ainda algumas outras centralidades existentes também fora da região central. 19


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ANÁLISE

DOS

MAPAS

O mapa de APROXIMAÇÃO COM A ÁREA DE INTERVENÇÃO mostra a cidade em uma escala mais aproximada com o local de intervenção. Aqui é possível perceber os equipamentos de grande importância que existem em seu entorno, a área da Rua do Porto no qual a Fábrica pertence, e as dinâmicas que ali acontecem. Numa escala ainda mais aproximada, o MAPA DE USOS mostra que existe um movimento próximo de restaurantes, mas também o grande número de residências próximos. No MAPA DE GABARITOS é possível verificar como as edificações são baixas, com mínimas exceções, possuem no máximo 3 pavimentos. Já a Fábrica possui um gabarito maior. 21


MAPA DE USOS

MAPA DE GABARITOS

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ANÁLISE

DOS

MAPAS

MAPA DE USOS

USOS: BARES/RESTAURANTES SEMAE MUSEU DA ÁGUA INDÚSTRIA HIDRELÉTRICA ÁREA DE INTERVENÇÃO

BARES/RESTAURANTES 戀愀爀攀猀 攀 爀攀猀琀愀甀爀愀渀琀攀猀

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MORADORES DE RUA AUTO ESCOLA/ TREINAMENTO No MAPA DE USOS e de USOS POR PERÍODO é possível perceber a dinâmica existente no local, os períodos de utilização mas também de certo abandono, pricipalmente no período noturno. Na MAPA DE CURVAS DE NÍVEIS é possível perceber que o terreno da área de intervenção possui 17m de desnível, o que torna como questão uma das questões principais do projeto. 23

HIDRELÉTRICA

MUSEU DA ÁGUA USOS POR PERÍODO: DIURNO NOTURNO

CALÇADÃO/PASSEIO

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MAPA DE CURVAS DE NíVEL (1m)

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ESTUDO

DOS

MATERIAIS 2

1 4

5 10

ED. USOS 1 APOIO 2 APOIO 3 APOIO 4 APOIO

Foram feitos estudos in loco de cada edifício para que pudessem ser compreendidas tanto o uso antigo de cada edifício como também suas características materiais de cobertura, piso e paredes. As conclusões estão apresentadas na tabela ao lado. O objetivo foi entender as dinâmicas que existiam na fábrica e a época em que cada parte foi construída, para que pudessem ser tomados partidos no projeto baseados na realidade. 25

5 APOIO 6 PRODUÇÃO 7 PRODUÇÃO 8 PRODUÇÃO 9 PRODUÇÃO 10 PRODUÇÃO

11 APOIO 12 PRODUÇÃO 13 PRODUÇÃO 14 PRODUÇÃO 15 APOIO

3 6 11

7 8

9

12 13 14 15

DESCRIÇÃO VALORES Berçario, refeitório Valor funcional sala de reuniões Sem valor (destruído quase inteiro) Portaria pessoal, segurança, enfermaria e banco Valor funcional (Entrada) Depósito de embalagens e ferro da oficina mecânica Valor arquitetônico Abridores e batedores, compressores e aparelhos de incêndio Valor arquitetônico Pré-fiação, fiação filatório Flatts e Fasa, fiação open-endValor arquitetônico e funcional Espuladeiras e liços Valor arquitetônico Almoxarifado filatório sussen Valor funcional Porão de fios e tecelagem, preparação e retorcimento Valor arquitetônico e funcional Oficina mecânica e prensa de resíduos Não possuem valor funcional, mas suas características (cobertura em forma de abóbada e e triangular destacam-se do Oficina mecânica e prensa de resíduos Caldeira e depósito de materiais de engomagem e tubos plásticos Valor funcional Valor arquitetônico de uma Depósito de emalagaem, sala de pano, engomadeira fachada, pois o restante foi muito Depósito de embalagem e tecidos, sala de pano, urdideiras Sem valor Hidrelétrica Valor histórico e funcional


REVESTIMENTOS E PISO COBERTURA

PAREDE DE ALVENARIA + REVESTIMENTO DE PINTURA COM TELHAS AMIANTO PAREDE DE ALVENARIA + REVESTIMENTO DE PINTURA

TELHAS DE FIBROCIMENTO

PAREDE DE TIJOLO APARENTE + REVESTIMENTO DE PINTURA

TELHAS DE AMIANTO

TACO DE MADEIRA

TELHAS METÁLICAS

MISTO

TELHAS DE BARRO E ESTRUTURA DE MADEIRA

CIMENTO QUEIMADO

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ANร LISE DAS FOTOGRAFIAS ANTIGAS

Estudo das fotografias encontradas no Instituto Histรณrico e geogrรกfico de Piracicaba 27


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ANÁLISE DAS EDIFICAÇÕES ATUAIS

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PRIMEIRO NÍVEL

SEGUNDO NÍVEL 44 88 16m 16m

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ANÁLISE DAS EDIFICAÇÕES ATUAIS

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TERCEIRO NÍVEL 4 8 16m


QUARTO NÍVEL

QUINTO NÍVEL 4 8 16m

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ANÁLISE DAS EDIFICAÇÕES ATUAIS 01 03

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06

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ANÁLISE DAS EDIFICAÇÕES ATUAIS | MAQUETE DE PROCESSO 09 10

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04. PROJETO

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ENTREVISTA FEITA EM PIRACICABA E DIRETRIZES DE PROJETO QUAL REGIÃO VOCÊ MORA?

QUAIS OUTROS USOS PODERIAM EXISTIR? (resumo das respostas)

16% CENTRAL 13% NORTE 39% SUL 16% LESTE 13% OESTE 3% OUTROS MUNICÍPIOS

REFORÇAR A CULTURA LOCAL | MUSEU COM A HISTÓRIA DA RUA DO PORTO | OFICINAS MUSICAIS, ARTESANATO, PINTURA, TEATRO, DANÇA | TEATRO E CINEMA MAIS ACESSIVEL, AO AR LIVRE | PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO E DE CONVIVÊNCIA | ESTAR | ÁREA DE LEITURA E ESTUDOS | USO POPULAR E ACESSÍVEL | SHOPPING | TRIAGEM MÉDICA PARA IDOSOS PRINCIPALMENTE | NECESSIDADE DE COMPLEMENTAR O ENGENHO CENTRAL, QUE POSSUI USOS MAIS PONTUAIS E MAIS CAROS

PERÍODOS QUE MAIS COSTUMA UTILIZAR A RUA DO PORTO 12,9% DIAS DA SEMANA DURANTE O DIA 4,3% DIAS DA SEMANA DURANTE A NOITE

84,3% FINAIS DE SEMANA DURANTE O DIA

28,6% FINAIS DE SEMANA DURANTE A NOITE

INDIQUE QUAIS OS USOS MAIS COMUNS PARA ESTA ÁREA 55,7% PASSEIO (CAMINHAR, FEIRA DO ARTESANATO, FOTOS, ANDAR DE PATINHO, BRINCAR) 37,1% CULTURAL (TEATRO, OFICINAS, SHOW, EXPOSIÇÕES) 47,1% GASTRONÔMICO 7,1% ESTUDO/RELAXAR 39


RIO AUMENTAR O USO DURANTE A SEMANA

CULTURA PIRACICABANA

BARES/CANTINAS/CAFÉ

REFORÇAR A CULTURA LOCAL

ESPAÇO DE LEITURA/ESTUDOS TEATRO

USO POPULAR E ACESSÍVEL

DIVERSIDADE DE USOS PÚBLICOS

ESCOLA

OFICINAS

ESPAÇO DE ESTAR E CONVIVÊNCIA

PRESERVAÇÃO HISTÓRICA

MUSEU COM A HISTÓRIA DA FÁBRICA

PARQUE

PERMEABILIDADE RIO COMO COSTURADOR URBANO

VALORIZAÇÃO DA CULTURAL LOCAL 40


REFERÊNCIAS

DE

PROJETO MILLENINUM BRIDGE, Londres Referêncoa de projeto em que o Rio é uma das principais diretrizes. Através dessa passarela é possível atravessar o rio e chegar ou sair bem em frente ao Tate Modern Museum. Ponto que define uma dinâmica movimentada entorno do Rio.

PARQUE FLUVIAL PADRA RENATO POBLETE, Santiago

CONCHA ACÚSTICA da LAGOA DA JANSEN, São Luis

Destaca-se pelo modo como cria o paisagismo utilizando o desnível do terreno.

Como exemplo de utilização do terreno para arquibancadas para apresentação de espetáculos.

PRAÇA DAS ARTES, São Paulo Um problexo cultural ligado à música, teatro e dança, possui uma arquitetura que abre seu edifício para a parte externa, possui relação com edifícios antigos ali existentes, se conecta entre si através de conexões e rampas externas.

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SESC POMPEIA, São Paulo Usado como referência principal do trabalho por também ser uma intervenção em uma antiga Fábrica. foi feita uma análise mais afundo do edifício. É possível observar tanto as dinâmicas que foram possibilitadas através da arquitetura, como o uso de materiais que se destacam em relação ao antigo.

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ESCOLA

PARQUE

A ideia de criar uma movimentação no local durante o dia unindo-se à ideia de reafirmar a cultura local, levou a necessidade de propor uma escola parque de ensino fundamental (1º ao 5º ano) para que possam conviver junto com o Centro do Folclore, e assim criar uma forma de unir a educação com a cultura local. 3km

Para intensificar o uso noturno e diversificar as classes etárias que frequentam a área, acontecerá o EJA - Escolas de Jovens e Adultos. CEU (2000-2004) - RELAÇÃO COM A COMUNIDADE

3km

CULTURA EDUCAÇÃO

MULTIUSO

ESPORTE ESCOLA PARQUE (1947)

[...] predomina o sentido de atividade completa, com as suas fases de preparo e de consumação, devendo o aluno exercer em sua totalidade o senso de responsabilidade e ação prática, seja no trabalho, que não é um exercício mas a fatura de algo completo e de valor utilitário, seja nos jogos e na recreação, seja nas atividades sociais, seja no teatro ou nas salas de música e dança, seja na biblioteca, que não é só de estudo mas de leitura e de fruição dos bens do espírito. (ANÍSIO TEIXEIRA, 1994, p.163)

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2º ao 5º ANO 6º ao 9º ANO

2º ao 5º ANO 6º ao 9º ANO 6º ANO ao ENSINO MÉDIO ENSINO MÉDIO ÁREA DE INTERVENÇÃO

2km

2km


Mapa de Escolas com Programa de CENTRO DO FOLCLORE DE PIRACICABA Ensino Integral | Piracicaba - SP

até no exterior, Chiarini conseguiu fazer com que o Centro contasse com significativa biblioteca, hemeroteca, discoteca e até mapoteca, um espaço de articulação e de sociabilidade dos músicos da cidade.

Como observa Tania Garcia, caberia aos folcloristas a “missão de orientar e controlar a modernização, evitando que as transformações decorrentes da modernidade corrompessem a cultura nacional” (GARCIA, 2013, p. 30). Atividades associadas à É no contexto em que a cidade de Piracicaba passa por melhoria do exercício de lazer dos trabalhadores. grandes transformações - intenso êxodo rural, mas ainda assim, a prevalência grandiosidade da produção Para o folclorista piracicabano João Chiarini, o cururu e de cana-de-açúcar – que é criado o Centro de Folclore outros ritmos de origem rural eram vistos como parte de Piracicaba (CFP), em maio de 1945, por João Chiarini. integrante de uma longa tradição, cuja origem remonta aos primórdios da formação brasileira. E, embora Chiarini, se interessava pelo folclore da região transformado no ambiente urbano, o cururu deveria ser de Piracicaba e de todo o interior do Brasil. incentivado pelo Cento de Folclore de Piracicaba. Para Principalmente pela música espontânea produzida Chiarini, os versos de cururu “significam um estado pelos repentistas. Com seu livro Cururu, mostrou ao de espírito”, uma expressão relacionada à origem país inteiro o folclore paulistano, mas também o modo social de uma coletividade: os trabalhadores (CHIARINI) peculiar do falar piracicabano - o caipiracicabano. Levando em consideração toda a tradição envolvente Segundo Uassyr de Siqueria, o Centro buscava nesse Centro que já existiu, mas foi desativado em 1988, incentivar e a preservar as tradições populares da e diante de algumas tentativas da população em resgatar cidade, de modo a incentivar, defender e democratizar e reativar esse centro, como forma de resgatar as o folclore, cooperar com outras instituições congêneres tradições piracicabanas, que é elemento principal do e manter cursos populares de folclore. Buscando reunir projeto em discussão, trata-se de extrema importância elementos dispersos da área rural em costumes e adicionar esse Centro ao Projeto, de modo que as hábitos, manter intenso intercâmbio com estudiosos crianças, ao serem alfabetizadas, tenham contato direto e interessados pelo folclore no restante do país e com a própria cultura da cidade em que pertencem. 44


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PALACETE SISTEMA

LUIZ DE DE

QUEIROZ MUSEUS

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O Palacete Luiz de Queiroz é atualmente uma propriedade privada e possui em seu entorno muros que acabam escondendo totalmente sua beleza e seu jardim. Como forma de trazer tudo o que é parte da antiga Fábrica Boyes, o projeto propõem a desapropriação do Palacete, de forma que nele haja um Museu, contando toda a história da Fábrica no tempo, como forma de preservar a cultura local. Dessa forma seria criado um sistema de museus próximo à área da Rua do Porto, incluindo o Museu do Açúcar, projeto a ser executado no Engenho Central.

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45

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46


PROJETO | DIRETRIZES ÁREA EXTERNA do CAFÉ/ESTAR

CALÇADÃO HALL de ENTRADA VIA ESTREITA HALL de DISTRIBUIÇÃO (2pav.)

CAFÉ

ESPAÇO de ATELIÊS

ESPAÇO de CHEGADA

ESPAÇO TEATRAL

1ºpav.: ESPAÇO DE ESTUDOS 2ºpav.: ÁREA DE CONVIVÊNCIA E ALIMENTAÇÃO 3ºpav.: CENTRO DO FOLCLORE DE PIRACICABA

PRAÇA CENTRAL

HIDRELÉTRICA CONCHA ACÚSTICA

ÁREA de ESPORTES (2pav.) 1ºpav.: ESPAÇO TEATRAL 2º e 3ºpav.: ESCOLA BILHETERIA/ RECEPÇÃO

VIA COMPARTILHADA (automóveis e pedestres)

PRAÇA DE ENTRADA

MUSEU PALACETE BOYES

ESPAÇO DE VIA COMPARTILHADA (automóveis e pedestres)

VIA INTERNA/ RESTRITA/AUTOMÓVEIS

PARQUE LIGAÇÕES | RAMPAS 47


DESCRIÇÃO

DO

PROJETO

PROPOSTO forma de retomar o edifício existente e remeter à mesma sensação antiga de passar pela VIA ESTREITA entre os edifícios da Fábrica, que liga o projeto da parte superior Como forma de abrir o projeto para o Rio de Piracicaba, até a ponte Pêncil. sua ligação é feita através de um ESPAÇO DE VIA COMPARTILHADA (automóveis e pedestres) de modo a Com cobertura de vidro, a PRAÇA CENTRAL dá acesso servir como uma continuação do calçadão já existente direto ao ESPAÇO TEATRAL e à ÁREA DE CONVIVÊNCIA na via da parte da Ponte Pencil. E ALIMENTAÇÃO. A chegada ao projeto abre-se para uma PRAÇA DE ENTRADA mais seca, que serve como ponto de distribuição para todo o projeto através de rampas e escadas. A CONCHA ACÚSTICA, rebaixada 1 metro e LIGADA à praça central, utiliza-se do desnível do terreno para a criação de sua arquibancada, e propicia ao usuário a HIDRELÉTRICA como paisagem ao fundo. A HIDRELÉTRICA, criada justamente para abastecer a Fábrica de Tecidos, permaneceu desativada por um tempo e voltou a entrar em funcionamento em 2016 para produzir energia para o projeto de um Shopping Center que seria ali construído. Entretanto, como não foi executado, a produção de energia atualmente é vendida para a cidade. A proposta é que ela volte a ser destinada ao funcionamento do projeto na Fábrica. A PRAÇA CENTRAL é caracterizada pela manutenção dos pilares da extremidade e também pela permanência da sua fachada voltada para o lado do teatro, como uma

Já o andar superior é composto pelo CENTRO DO FOLCLORE DE PIRACICABA, com biblioteca, mapoteca, Acervo João Chiarini, vindo de outro local, e área de exposições.

Este andar possui ligação com o edifício ao lado, HALL DE DISTRIBUIÇÃO, através da extensão de um elemento arquitetônico, que chega até o segundo pavimento do edifício ao lado, a ESCOLA. Esse hall serve como área de O ESPAÇO TEATRAL inicia-se com um grande foyer, informações sobre o projeto proposto e as edificações livraria, cafeteria e área de esposições flexíveis. O teatro ali existentes. com capacidade para 616 pessoas, possui ÁREA DE APOIO com saída para a a VIA INTERNA DE AUTOMÓVEIS. No primeiro andar da ESCOLA encontram-se a Contém espaços para cenário, mobiliários, camarins, administração e as salas de aula. E, através de uma sala de aula e ensaio, sanitários e dormitórios para 32 rampa, que rasga boa parte da laje do edifício, é possível pessoas no piso superior. acessar o terceiro pavimento, segundo andar da escola. Esse possui o refeitório, sala de multiuso, áreas dos A compra de bilhetes está no edifício BILHETERIA/ professores e biblioteca, com abertura para um balcão RECEPÇÃO, que também possui guarda volumes, sala de que dá vista para o Rio Piracicaba. reunião e recepção de grupos. Para suprir as necessidades da escola, mas também de A ÁREA DE CONVIVÊNCIA E ALIMENTAÇÃO, possui uso externo, a ÁREA DE ESPORTES contém uma quadra diversos espaços destinados a bares e cantinas, com poliesportiva, e edifício ao lado, triangular, com vestiáespaços de estar e convivência a serem configurados rios. pelos próprios usuários. O ESPAÇO DE ATELIÊS, que possui 3 salas - dança, O andar inferior do edifício, que tem área direta para música e artesanato - e espaço de convivência, serve a CONCHA ACÚSTICA, conta com um ESPAÇO DE tanto para o uso dos alunos como para a cidade. ESTUDOS, com salas individuais e coletivas tanto para estudos como para instrumentos musicais. O CAFÉ, retomando o uso antigo da Fabrica - refeitório - possui área coberta e também área externa com 48


PROJETO | CURVAS DE NÍVEL (1m) e FLUXOS

49


mesas e estar. Liga-se com os bares e restaurantes da rua de cima através da praça. O acesso ao café se dá por uma RAMPA que vai do CALÇADÃO até o ESPAÇO DE CHEGADA. Através dele chegam também quem desce pela escada do calçadão. O CALÇADÃO é a ligação direta do terreno da Fábrica à PRAÇA BOYES. Forma-se um PARQUE com a união da PRAÇA BOYES e do PALACETE, com suas abertura para a cidade como museu, através da VIA COMPARTILHADA e do percurso para pedestres criado ao lado.

CURVAS DE NÍVEL PROPOSTAS Como forma de entender melhor o terreno e as edificações, as curvas de nível se tornam essenciais em no projeto com diferença de 17 metros nas edifcações.

DIAGRAMA DE FLUXOS EXISTENTES DIAGRAMA DE FLUXOS PROPOSTOS

DIAGRAMA DE FLUXOS Uma das diretrizes principais do projeto é romper com as barreiras existentes e estabelecer novas conexões. Para isso a retirada de muros e de barreiras físicas se tornou essencial, além de possibilitar diversos novos caminhos a serem percorridos pelos pedestres em toda a área, facilitados por rampas e escadas devido a grande diferença topográfica.

PEDESTRES CICLOVIA AUTOMÓVEIS MUROS

50


PROJETO | PLANTAS E CORTES | primeiro nível 486.2

484.75

485.5

484.0 484.0

483.5

484.0

482.2 482.0

483.0

482.6 477.0

481.86 482.9

481.3

479.3

481.05 480.8 478.9

E DE MAIO

474.3

480.05

RUA TREZ

477.5

474.3

479.0

475.5

475.45

474.3 473.0 470.0

472.0

473.55

471.0

IRA RIO

AVENIDA BE

51

5 10 20m


5.45

E

482.6 477.0

2

1

3

2

1

F

1

B

474.3

4

C’

A’

D

F’

D’ C

6

1

B’ A

E DE MAIO

3 RUA TREZ

5 474.3

ESPAÇO de ESTUDOS

1 - Salas em grupo de estudos 2 - Salas em grupo de estudos 474.3 3 - Salas individuais de música 4 - Área de estar e estudos 5 - Área de estar 6 - Sanitários

DIAGRAMA DE CORTES

2 4 8m

E’

473.0 470.0

472.0

473.55

ESPAÇO TEATRAL

CORTE AA’ IRA RIO

AVENIDA BE

1 2

4m 52


PROJETO | PLANTAS E CORTES | segundo nível 486.2

484.75

485.5

484.0 484.0

483.5

484.0

482.2 482.0

483.0

482.6 477.0 483.9

481.86 482.9

481.8

479.3

481.05 480.8

479.4 478.9

478.9

474.3

479.4

E DE MAIO

480.05

RUA TREZ

477.5

474.3

479.5

479.0

475.5

475.45

474.3 473.0 470.0

472.0

473.55

471.0

IRA RIO

AVENIDA BE

53

5 10 20m


482.2 482.0

483.0

482.6 477.0

5

481.8

482.9

483.9

10

1

480.8

1

3

481.3

4 3

8

15 14 13 12 11

5

3

9

1

479.3

1

478.9

1

486.2

481.05

7

1

2

478.9

485.5

484.75

479.4

484.0 474.3

484.0

483.5

2

4

479.4

16 6

482.2

4 6

480.05

482.6

2

483.0

2

1

484.0

482.2

4

1

482.0

477.5

3

477.0

1 - Área de convivência 2 - Ateliê de dança 479.3 3 - Ateliê de música 4 - Ateliê de artesanato 5 - Sanitários 6 - Depósito

482.9

479.5

479.0 479.4 474.3

479.4

BILHETERIA/RECEPÇÃO 1 - Sala de recepção e reuniões 2 - Bilheteria e guarda volumes 477.5 3 - Sanitários 4 - Copa

474.3

2 1

475.45

3

4

474.3

470.0

473.55

(primeiro pavimento) 1 - Foyer 2 - Área475.5de esposições flexíveis 3 - Livraria480.8e espaços de leitura 4 - Cafeteria 5 - Sanitário masculino 6 - Sanitário feminino 7 - Teatro 8 - Cabine de projeção 9 - Acesso para área externa 10 - Sala de ensaio e de aulas de teatro 11 - Camarim coletivo 12 - Camarim individual 13 - Sala de maquiagem 14 - Área de convivência 15 - Sanitários 473.0 16 472.0 - Depósito de cenário e mobiliário do teatro

HALL DE DISTRIBUIÇÃO

481.8

(primeiro pavimento) 1 - Central de informações do 479.3 conjunto de edifícios, acesso 470.0 472.0 pela praça central coberta

481.3

475.45

474.3

481.05

ÁREA DE CONVIVÊNCIA E ALIMENTAÇÃO

473.55

480.05

471.0

479.5

479.0

1

473.0

478.9

478.9

E DE MAIO

ESPAÇO TEATRAL

ESPAÇO de ATELIÊS

483.9 474.3

RUA TREZ

483.9

2

475.5

479.4

(segundo pavimento) 1 - Bares, restaurantes, cantinas 477.5 2 - Sanitários 3 - Apoio/depósito 4 - Vazio

ÁREA DE ESPORTES A BEIRA RIO AVENID

(primeiro pavimento) 1 - Arquibancada 2 - Quadra poliesportiva

2 4 8m

475.45

54


PROJETO | PLANTAS E CORTES | terceiro nível 486.2

484.75

485.5

484.0 484.0

483.5

portão

484.0

482.2 482.0

483.0

482.6 477.0 479.4

481.86 482.9

484.84

479.3

481.05 480.8 483.85

483.8

479.4

474.3

E DE MAIO

483.8

480.05

RUA TREZ

477.5

474.3

475,45

479.5

479.0

475.5

475.45

474.3 473.0 470.0

472.0

473.55

471,0 471.0

IRA RIO

AVENIDA BE

55

5 10 20m


CAFÉ

486.2

3

4

2

486.2

5

485.5

484.75 484.0

484.0

483.5 485.5

484.75 484.0

1

484.0

483.5

3

1

HALL DE ENTRADA

1 - Cozinha 2 - Sanitários 3 - Depósito 486.2 4 - Café - área coberta 5 - Café - área externa

1 - Área de entrada com cobertura nova e tótens 2 - Sala de segurança 3 - Área livre degradada

484.0 485.5

484.75

2

484.0 483.5

484.0

484.0

482.2

482.0

482.6 484.0

portã

o

483.0

(segundo pavimento) 482.9 1 -Sanitários Administração 2 - Copa 482.9 3 - Almoxarifado 4 - Depósito de materias de 480.8 limpeza 5 - Sanitários dos alunos 480.8 6 - Sala do vice-diretor 7 - Sala do diretor 8 - Coordenação 9 - Secretaria 10 - Salas de aula 11 - Balcão

HALL DE DISTRIBUIÇÃO (segundo pavimento) 1 -481.3Central de informações do conjunto de edifícios, acesso pela rampa e por uma porta de 481.05 481.3 entrada

482.0

483.8

CENTRO DO FOLCLORE DE PIRACICABA

483.0

482.0

483.8

2 1 3 4 5

483.85

67 9 8 10

1

479.3

483.8

483.8

474.3 483.8

483.8

479.4

474.3

480.8 483.85

10

3

4

483.8

8

479.3

477.5

11

5

7

477.5

480.05

474.3

6

477.5 474.3

475,45 475.45

474.3

475,45

479.5

1 - Espaço com dormitórios

479.4

481.05

475.5

ESPAÇO TEATRAL (segundo pavimento)

2

1

479.3

481.3

483.85

(terceiro pavimento) 1 -480.05 Espaço de esposições 2 - Acervo João Chiarini 3 - Biblioteca 480.05 4 - Sanitários 5 - Mapoteca 6 - Depósito/Apoio 7479.5- Estar

479.0

482.2

477.0

482.9

481.05

479.0

1

482.6

o

483.0

portã

ESCOLA

477.0

482.2

475.5

1

475.45

3

ÁREA DE ESPORTES 470.0

474.3

479.5

479.0

2

4

475.5 473.55

473.55

473.0

472.0

1 (primeiro pavimento) - Vestiário 475,45 feminino da quadra poliesportiva 470.0 472.0 475.45 2 - Arquibancada 3 - Mezanino (segundo pavimento) 4 - Quadra poliesportiva 2 4 8m

473.0

56


PROJETO | PLANTAS E CORTES | quarto nível 486.2

484.75

485.5

484.0 484.0

483.5

484.0

482.2 482.0

483.0

482.6 477.0

481.86 482.9

481.3

479.3

481.05 480.8

E DE MAIO

489.25

480.05

RUA TREZ

477.5

474.3

483.5 475.5

475.45

474.3 473.0 470.0

472.0

473.55

471.0

IRA RIO

AVENIDA BE

57

5 10 20m


482.2 482.0

482.6 477.0

ESCOLA

2 1 43 5

(terceiro pavimento) 1 -Sanitários Professores 2 - Sala da zeladora 479.3 3 - Despensa 4 - Depósito de materias de limpeza 5 - Sanitários dos alunos 6 - Cozinha do refeitório 7 - Cantina 8 - Refeitório 9 - Copa e estar dos professores 10 - Sala dos professores 11 - Sala multiuso 477.5 12 - Biblioteca 13 - Balcão

8

6 7 489.25

9 10 11 12 13

483.5

ÁREA DE ESPORTES (segundo pavimento) 475.5

Vestiário masculino da quadra poliesportiva

474.3

2 4 8m 475.5

475.45

474.3 473.0 470.0

472.0

473.55

471.0

ESPAÇO DE ATELIES IRA RIO

AVENIDA BE

1 2

4m

CORTE BB’ 58


PROJETO | CORTES

ESCOLA ESCOLA ÁREA DE ESPORTES

ESPAÇO TEATRAL

1 2 4m

CORTE CC’ 59


CENTRO DO FOLCLORE ÁREA DE CONVIVÊNCIA ESPAÇO DE ESTUDOS

CORTE DD’

1 2 4m 60


SALA MULTIUSO

ÁREA PROFESSORES

PROJETO | CORTES

489.25 ALUNOS

SANITÁRIOS MATERIAL LIMPEZA

ESCOLA ESPAÇO TEATRAL ESPAÇO DE ATELIES

61

ESCOLA TEATRO

ESPAÇO TEAT


ÁREA PROFESSORES

SALA MULTIUSO 489.25

ALUNOS

SANITÁRIOS MATERIAL LIMPEZA

TRAL

CORTE EE’

0

5

10

20m

CENTRO DO FOLCLORE HALL DE DISTRIBUIÇÃO

ÁREA DE CONVIVÊNCIA ESPAÇO DE ESTUDOS CORTE FF’

1 2 4m

62


63


VISTA INTERNA DA ESCOLA VISTA INTERNA DA ÁREA DE CONVIVÊNCIA E ALIMENTAÇÃO

64


65


05. BIBLIOGRAFIA

66


BRAGA, Paula Marques. “Intervenções urbanas em áreas centrais históricas: paisagens particulares versus a banalização da paisagem. Contradições entre a preservação do patrimônio cultural e a promoção do turismo em intervenções realizadas no Centro Histórico de Salvador e no Bairro do Recife”. Tese (Doutorado- Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e Área de Concentração em Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2013. _____________________ “Intervenções urbanas e preservação do patrimônio cultural – Paisagens particulares e banalização da paisagem”. XVII enanpur, São Paulo, 2017. Disponível em: http://anpur.org.br/xviienanpur/principal/publicacoes/XVII.ENANPUR_Anais/ ST_Sessoes_Tematicas/ST%207/ST%207.9/ST%20 7.9-04.pdf . Acesso em 20/10/2017. CACHIONI, Marcelo. “O papel pioneiro de Piracicaba na construção fabril na província de São Paulo”. In: Colóquio Latino-americano sobre Preservação e Recuperação do Patrimônio Industrial. São Paulo: TICCIH, 2012. CAMPAGNOL, Gabriela. “A Usina Santa Barbara e a Reutilização de Edifícios Indústriais”. Tese (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999. “CARTA DE NIZHNY TAGIL SOBRE O PATRIMÓNIO INDUS67

TRIAL”, he International Committee for the Conservation Naify, 2006. of the Industrial Heritage (TICCIH), Nizhny Tagil (2003). REIS-ALVES, Luiz Augusto dos. “O conceito de lugar”. DILNOT, Clive. O texto decisivo: para iniciar a leitura Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, de “Construir, Habitar, Pensar”. Revista Risco Online, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2004. São Carlos, p. 202-217, n.9, 2009. Trad. Valéria Eugênia Garcia e Manoel A. L. Rodrigues Alves. Fonte de dados de Piracicaba https://www.ibge.gov.br/ HEIDEGGER, Martin. “Construir, habitar, pensar”. In: Ensaios e conferências. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback, Petrópolis: Vozes, 2001.

SIQUEIRA, Uassyr de. Tempos Gerais - Revista de Ciências Sociais e História – UFSJ. Folclore, música caipira e trabalho (Piracicaba, 1940-1950)

KUHL, Beatriz Mugayar. Patrimônio industrial: algumas questões em aberto. 2010. Disponível em: http://www. usjt.br/arq.urb/numero_03/3arqurb3-beatriz.pdf . Acesso em 15/09/2017

UCHOA, Rita. Espaço público e frente de água [repensar o limite]. http://www.academia.edu/214130/Espa%C3%A7o_p%C3%BAblico_e_frente_de_%C3%A1gua_repensar_o_limite_

____________________ “Algumas questões relativas ao patrimônio industrial e à sua preservação”. 2006. Disponível em: http://www.labjor.unicamp.br/patrimonio/ materia.php?id=165 . Acesso em: 15/09/2017. MUÑOZ, Francesc. “URBANALIZACIÓN, paisajes comunes, lugares globales”. Disponível em: https://bibliodarq. files.wordpress.com/2014/08/2_muc3b1oz-f-urbanalizacic3b3n-paisajes-comunes-lugares-globales.pdf. Acesso em 5/10/2017. NORBERG-SCHULZ, Christian. “O Fenômeno do lugar”. In: NESBITT, Kate (org.). Uma Nova Agenda para a Arquitetura. Antologia Teórica 1965-1995. São Paulo: Cosac

Entrevista: Alexandre Delijaicov / Alexandre Delijaicov conta como seria uma cidade estruturada pelos cursos dágua http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/234/artigo296121-1.aspx


IMAGENS Foto capĂ­tulo 02 http://www.vidadefotografo.com.br/portal/ponte-pensil-2/ Foto do Centro do Folclore http://gshow.globo.com/EPTV/Mais-Caminhos/noticia/2015/03/improviso-e-rima-o-mais-caminhos-uniu-geracoes-diferentes-do-rap-e-do-cururu-em-piracicaba.html

68



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