JOEL DUARTE

33 ANOS, 23 ANOS DE BMX, SANTA MARIA – (RS) / @JOELDUARTEFERREIRA

Tudo começou quando ganhei uma BMX de Natal do meu pai, eu era tão criança que nem lembro a idade que tinha. Acabei fazendo amizade com um menino que morava perto da minha casa, andávamos de bicicleta e fazíamos aquelas famosas rampinhas de madeira com tijolo. Mais tarde, nos anos 2000, um colega de escola me levou até uma pista de DIRT JUMP, onde haviam uns 100 praticantes de BMX. Foi aí que aconteceu o encantamento, pois aquele contexto deixa qualquer criança encantada com design das bikes, os saltos e a maneira como se divertiam. Isso me fez querer ser como eles.

Seus treinos e preparos físicos?

Na adolescência, quando comecei a andar, nunca me preocupei com fortalecimento muscular e coisas desse tipo. Acredito que o preparo vinha da prática do BMX, associado ao trabalho pesado de construir e dar manutenção nas pistas de DIRT JUMP que fazíamos. Com o passar do tempo e as responsabilidades da vida chegando, tive que diminuir meus treinos para me dedicar ao trabalho e estudos, mas as lesões começaram a ficar mais frequentes. Hoje consigo fazer regularmente 3 treinos de fortalecimento muscular na academia e rolê de BMX no minimo uma vez por semana.

Você está trabalhando em alguma vídeo parte?

Já fiz este tipo de trabalho. Atualmente não estou pensando em nenhuma video part individual e nem coletiva para postar no canal do YouTube, mas estou focado em desenvolver conteúdo para o perfil do Instagram da CHScrew (@chscreubmx), marca que desenvolvemos para difundir a cultura e estilo de vida dos BMX que se identificam com o conceito da crew.

Uma trip que marcou sua caminhada na BMX?

Com certeza a que mais me marcou foi a primeira trip para o Bike Sul de BMX Frestyle, campeonato que rolava na cidade de Portão-RS. Aquilo foi muita novidade para mim, acabei conhecendo esportistas com estilos diferentes do que rolava na minha cidade, isso acabou expandindo minha compreensão de como era o BMX além da minha cidade. Foi assim que comecei a me preparar para novas competições fora de minha cidade.

Como está sua caminhada para se profissionalizar?

Já tive o sonho de me tornar profissional, mas devido à falta de apoio familiar, infraestrutura pública adequada e recursos financeiros, acabei achando melhor deixar o BMX como estilo de vida. Aproveitei o que estava ao meu alcance para tentar melhorar de vida estudando Desenho Industrial na universidade pública de minha cidade, a UFSM.

Voce participa de competições?

Atualmente ando meio parado nas competições, mas já tive meus tempos de glória onde pude conquistar troféus e medalhas, alguns até no topo do pódio.

Voce tem apoio ou patrocínio?

Não. Mas ainda tenho o sonho de conseguir viver do BMX ou possuir alguma fonte de renda extra desenvolvendo produtos relacionados à moda, obstáculos e pistas para prática de BMX e, com isso, talvez um dia poder apoiar mais ou patrocinar outros atletas.

Suas Influências na BMX?

Assim como a maioria, possuo várias influências internacionais, como Edwin De La Rosa, Nigel Sylvester, Ruben Alcantara, entre outros. Também fui bastante influenciado por muitos BMX da minha cidade, alguns nem praticam mais o esporte, mas um deles que continua na ativa e influenciando, através de sua disposição e energia, é o Luciano Dorneles (@lucianonegoleka), mais de 40 anos e ainda em cima da BMX, evoluindo em todos os sentidos.

Viagem dos sonhos?

Barcelona, Nova York e, não poderia faltar, a tão falada Califórnia.

Foco em 2023?

Este ano estou focado em aprimorar meu condicionamento físico para melhorar a performance nos conteúdo da CHScrew. Além de realizações profissionais que possam me dar mais condições de atingir objetivos futuros dentro do esporte.

Para finalizar, deixe uma mensagem e seus agradecimentos...

Ande de bike e se divirta! Não dê ouvidos às pessoas que tentarão te menosprezar, tenha seus objetivos e propósitos bem definidos, trace um plano, siga em frente sem baixar a cabeça. Às vezes é preciso dar um tempo para baixar a poeira, se reprogramar e seguir em frente. Acredito que o maior benefício desse esporte é nos ensinar a superar nós mesmos a cada dia, nos mostrando que somos capazes de fazer coisas incríveis. Leve isto para sua vida. Meu agradecimento a todos que sempre estiveram ao meu lado mandando boas vibrações e a DECCS Magazine por conceder esta oportunidade de compartilhar um pouco de minha caminhada e contribuir com a cultura do BMX.