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ALEX MOTHÉ
Como foi seu início com o skate?
No final dos anos 80 ganhei meu primeiro skate, era mais uma brincadeira, até que em 1990 fui numa matine que tinha skate e patins, na beija flor de Nilópolis. Foi a primeira vez que vi alguém mandando ollie e outras manobras da época, me apaixonei pelo skateboard.
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Você foi um skatista que procurou se profissionalizar ou foi skate for fun?
Cheguei a ter alguns apoios como amador mas lesões consecutivas me impediram de continuar por um tempo. Depois vi que skate pra mim era mais uma expressão artística e cultural e continuei andando por diversão.
Você que é da primeira geração do skate no Brasil, diga-nos como era o skate nos anos 70,80 no país?
Sou da geração de 90, nasci em 77.
E o skate? Você anda de skate atualmente? Como é o skate na sua vida...
Ando de skate pelo menos umas 3 vezes por semana. Posso dizer que fui salvo pelo skate, cresci na baixada fluminense/RJ o skate me mostrou toda uma cultura muito diferente do que eu tinha ao meu redor, sou tatuador e artista visual graças às influências que tive no meio do skate.
O que você acha do mercado de skate atual? Acredita que tenha a mesma essência?
O skate chegou num patamar muito alto, hj em dia muitos já começam pensando em se profissionalizar, em ganhar dinheiro com skate, ainda mais depois das olimpíadas. Mas acho que há espaço pra todos, o skate de rua é a essência e nunca vai morrer, o número de produções cinematográficas mostrando o skate de rua só cresce a cada dia. A cultura está sendo passada adiante.
Se temos grandes representantes do skate brasileiro no mundo, o que falta para o mercado nacional crescer na mesma proporção?
Acredito que por entraves da nossa própria economia, não tenho muito conhecimento nessa área., mas já conversei com diversas pessoas no meio que sempre falaram sobre altos custos de produção e impostos, num mundo globalizado acredito que fique difícil competir com outros mercados. Aqui no Rio, até pra manter uma skate shop funcionando é bem complicado.
Como você vê a volta do skate old school? Recebemos constantes relatos de pessoas que voltaram a andar de skate depois de muito tempo. O que acha disso?
Acho sensacional, as vezes vou no role old que rola na pista do aterro do flamengo, acho inspirador ver a galera mais velha que eu ainda no gás e tentando se superar sempre. Eu aos 45 anos, já fui abordado várias vezes por pessoas bem mais novas que me veem como inspiração. Isso não tem preço.
Algum assunto que não abordamos que você gostaria de comentar? Fique à vontade...
Skate pra mim não é sobre ser o melhor, é sobre ser você mesmo, se superar , se encontrar, compartilhar, agregar,se expressar da forma que quiser. Se vc ama skate, ande de skate, independente do seu nível de role.
Mensagem e Agradecimento...
Gostaria de agradecer a todos que sempre me apoiaram e incentivaram no skate, galera do skate do Méier. RJ e a galera da praça XV minha segunda casa. Agradeço tb a todos vocês da deccs Magazine pelo convite, viva o skate.
Uma frase?
Skate livre