altitude A sua revista de Turismo e Meio Ambiente na Serra da Mantiqueira - Ano 1 - Nº 1
Arte Natural Conheça a história de moradores da cidade de São Bento do Sapucaí que transformam sobras da natureza em arte
Aventura
Cultura
Saiba mais sobre os esportes praticados na região e sobre segurança
Iniciativa de morador estimula a cultura de São Francisco Xavier
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Preservação Educação ambiental vai enriquecer seu contato com a natureza da região
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EDITORIAL
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air da rotina, cair na estrada e de brinde vislumbrar uma natureza incrível. A Serra da Mantiqueira é, sem dúvida alguma, um dos grandes espetáculos que a natureza nos oferece. Com uma extensão de 500 km, essa importante cadeia montanhosa se estende pelas divisas de três estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com altitudes que chegam a passar de 2 mil metros, a Serra da Mantiqueira possui três dos dez picos mais altos do país. O nome foi dado por índios tupis-guaranis que habitavam a região e significa “Serra que chora”, devido sua grande quantidade de nascentes e riachos. Berço de uma flora exuberante, a região é presenteada por árvores como a Araucária e a Quaresmeira. Já na fauna, quem marca presença é o João-de-barro, uma ave que vive tranquilamente junto ao homem. Local de beleza rara, a região tornou-se o grande foco da Revista Altitude que, a partir de agora, apresenta a você, caro leitor, um mundo de possibilidades para entrar em contato com a natureza e conhecer um pouco mais sobre essa valiosa região. Além de rica em belezas naturais, as cidades proporcionam momentos de lazer e diversão que podem se tornar inesquecíveis! São lugares onde a preservação da natureza e a valorização da cultura regional são cultivadas de geração em geração! Aproveitem a Revista Altitude para conhecer um pouco mais sobre esse povo acolhedor e preocupado com a preservação do planeta e que se encontra na região da Serra da Mantiqueira. Um lugar especial e encantador que você começa a conhecer agora! Boa Leitura!
Pé na estrada
Com carinho, Denise Costa
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ÍNDICE
BEM-ESTAR
CULTURA
GENTE QUE FAZ
Técnicas do tempo de nossas avós que ainda podem nos ajudar a relaxar e a combater o estresse
Comunidade e turistas se unem em prol da cultura de diversas gerações em São Francisco Xavier
Moradores de São Bento do Sapucaí usam a criatividade para gerar renda com sobras da natureza
PALADAR
AVENTURE-SE
ENTREVISTA
Uma substituição simples de açúcar por mel enriquece o sabor das receitas sem dar muito trabalho
Alguns cuidados importantes vão garantir a sua diversão durante a prática de esportes radicais emocionantes
Economia e Meio Ambiente: entenda melhor essa relação e como ela pode melhorar o ecoturismo
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EXPEDIENTE Revista Altitude | Ano 1 | nº 1 | Outubro/2009 | 12 exemplares Editora: Denise Costa Orientadora: Profa. Adriana Rodrigues Projeto Gráfico | Diagramação: Denise Costa Textos | Fotografias: Denise Costa Tratamento de Imagens: Aguinaldo de Jesus e Fernandina Célia Revisão: Prof. Ms. Luzimar Goulart Gouvêa e Profa. Dra. Miriam Bauab Puzzo A Revista Altitude é um Projeto Experimental para a conclusão de curso de Graduação com habilitação em Jornalismo da Universidade de Taubaté (UNITAU)
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DO LEITOR
“Eu fiz o “Caminho da fé” com um amigo em 2006 e depois a rota mudou. No ano seguinte, fomos novamente para ver o que tinha de diferente e tirei esta foto próximo à Campos do Jordão. Antes o caminho passava por Santo Antônio do Pinhal e subia. Hoje, mudou. Começa em Luminosa (MG), passa por Campos do Jordão e Pindamonhangaba até chegar em Aparecida. Saímos em um sábado e chegamos à Aparecida no outro sábado às 10h. Foi muito legal e tem muitas histórias. O contato com a natureza e com as pessoas dos lugares por onde passamos é fantástico! É serra para tudo quanto é lado!” Aguinaldo de Jesus | Fotógrafo | 2007
“Esta revista retrata de uma forma diversificada a região da Mantiqueira. Parabéns pelo ótimo trabalho e pela realização conquistada tanto na área pessoal, quanto profissional. Desejo muito sucesso!”
“Querida, parabéns por este trabalho que foi preparado por algum tempo e realizado com tanto prazer nos altos das montanhas. Em alguns momentos lhe acompanhei e foi ótimo! Meus parabéns!”
“Atualmente, é preciso observar nossos valores para termos a consciência do quanto é importante o respeito por todas as pessoas e os seres vivos que nos cercam. Parabéns pela iniciativa e muito sucesso!”
Renan de Castro Mascarenhas
Maria das Graças Costa Rocha
Dirceu Donizeti Rocha
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ENTREVISTA
Os rumos atuais do Meio ambiente
“Até o início da década de 90, quando se trabalhava modelos econômicos, principalmente projetos, não levava em conta o meio ambiente"
A cada dia, as discussões sobre o meio ambiente vêm aumentando. Diante dessa preocupação em preservar e cuidar da natureza como um todo, surgem diante do homem novos caminhos a seguir. Assim, o meio ambiente não é mais visto como uma esfera única, mas totalmente ligada a outras áreas, como o turismo. E é sobre isso que a Revista Altitude conversou com o economista da Universidade de Taubaté, Prof. Dr. Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira.
Qual a relação existente entre economia e meio ambiente? Veja bem, até o início da década de 90 quando se trabalhavam modelos econômicos, principalmente projetos, não levava em conta o meio ambiente. Então implantava-se uma fábrica e ela gerava uma poluição direta e indireta na degradação ambiental que todos sabiam que acontecia, mas ninguém colocava uma possível recuperação no projeto.
A partir de 90, passou a incorporar na modelagem econômica o custo necessário para fazer essa recuperação. Então, passaram a tratar melhor as questões ambientais dentro do modelo econômico. Foi a partir daí que passou a ter essa “área da economia” chamada economia ambiental ou economia do meio ambiente. E essa economia não só estuda o custo que tem essa degradação como também a forma de recuperar, bem como as normas que o empresário tem que obedecer para que um processo possa ser considerado viável do ponto de vista econômico, financeiro e ambiental. O que o senhor acha que seria preciso para unir empresários e ecologistas? Com certeza a conscientização. E a conscientização começa com educação ambiental já na base. Tudo é uma questão de ir despertando a consciência. É preciso começar uma geração mais nova na escola. Por exemplo, não
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Prof. Dr. Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade do Vale do Paraíba tem uma disciplina consistente de ecologia na escola. Então é preciso fazer isto primeiramente e depois, no nível médio e no nível superior, ter realmente disciplinas voltadas para a conscientização ambiental e a demonstrar a penalidade daquilo que incorre na contraversão de crimes ambientais para justamente despertar a necessidade de preservar. E é isso que não existe. Isso é pauta de discussão de empresários, de economistas, de cientistas políticos, mas apenas pauta de discussão. Embora precise partir da discussão para a implementação do modelo. Quanto ao ecoturismo, como o senhor acha que as cidades podem fomentar o ecoturismo sem agredir o meio ambiente? Fomentar um ecoturismo sem agredir o meio ambiente é uma equação impossível. Só de entrar na mata, abrir trilhas, já está agredindo de alguma forma. O que pode ser feito é agredir e compensar. Então, ecoturismo na Amazônia,
ecoturismo no serrado, ecoturismo aqui na Serra do Mar, na Serra da Mantiqueira, tudo isso é muito legal e muito bom. Acho isso válido. Sempre tem cliente para isso, mas tem que ser feito com muito critério, com um projeto muito técnico e com pessoas realmente especialistas na área, senão aquilo que todo mundo acha que é ecoturismo nada mais é do que uma forma diferenciada de ser predador. Seria mais um turismo rural? Sim, turismo rural ou então sem nenhum critério. É a maioria das coisas que a gente tem e ecoturismo rural degrada da mesma forma. A pessoa vai para a montanha leva um monte de garrafinha pet e fica jogando nas trilhas. Fuma e joga na trilha, incendiando a mata. Não acho isso um ecoturismo interessante. Quais atividades deveriam ser feitas, então? Teria que fazer um projeto para isso. Criar os parques, criar as rotas, tudo devidamente com recursos
Mestre em Economia do Trabalho e da Tecnologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Doutor em Engenharia Aeronáutica e Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica Atua na área de gestão e economia brasileira
“Tudo é uma questão de ir despertando a consciência. É preciso começar uma geração mais nova na escola" 09 | REVISTA ALTITUDE
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recorrentes da própria atividade para reverter para a manutenção desses parques. E isso é muito interessante, porque às vezes quem explora essas atividades não é nem da região e isso não traz vantagem nenhuma.
“O Governo Federal tem que tomar uma iniciativa porque temos apenas uma política nacional no papel, então não temos de fato"
O termo sustentabilidade vem sendo muito utilizado de um tempo para cá. O senhor acredita que o termo está sendo usado de maneira correta ou com equívocos? Não, tem equívoco, sim. Uma coisa é você obter um modelo de preservação ambiental. O outro é você manter. E isto que é sustentabilidade. Eu posso ter um processo de conscientização ecológica e ambiental, mas eu preciso ter sustentabilidade para sustentar essa conscientização para que ela possa passar de geração para geração. Então, isso é um processo a longo prazo. É um processo que envolve a educação e a mudança nas profissões. Além disso, envolve a educação do próprio núcleo familiar e vai desde despertar a consciência na criança com a reciclagem de lixo doméstico. Todo esse encadeamento de pequenas etapas que se chega a um resultado maior. Agora, o que acontece é que se reduz muito a sustentabilidade a um foco como se fosse apenas a empresa que trata, trata e trata seus afluentes, recicla o lixo e isso aí é sustentabilidade. Esse é um conceito muito pouco e muito restrito de sustentabilidade. E quanto às formas de educação ambiental trabalhadas em parques ecológicos? Quando muito bem feita, eu acho bacana. Um parque bem delimitado, bem administrado. Tem exemplos e modelos de parques bem administrados, com recursos gerados que são revertidos ao próprio parque. O que deixa dúvida é se os recursos estão realmente
sendo aplicados naquela região. Às vezes, é feita a exploração e, na verdade, pagam apenas os guias e mais alguma coisa na região e o restante do recurso vai para fora. Se for isso, eu acho que não tem nada de interessante e nem deveria ser apoiado. Como o senhor vê as políticas criadas pelos municípios e o estado para desenvolver o ecoturismo? Os políticos não são muito claros. Não têm uma política nacional de incentivo e assim, as iniciativas de estados e municípios não estão integradas. Cada um está fazendo o seu. Isso é péssimo. Teria que ter uma atividade nacional que desse as diretrizes para a política estadual e municipal para eles se integrarem. Porque cada um fazendo o seu são esforços isolados e isto não é vantajoso. O Governo Federal tem que tomar uma iniciativa porque temos apenas uma política nacional no papel, então não temos de fato. E o ecoturismo aqui na Serra da Mantiqueira? Qual sua posição? Muito viável, mas pode melhorar com a introdução de empresas mais especializadas para explorar o ecoturismo na Mantiqueira e também no Vale Histórico, como em Areias, Cunha... Qual seria, para o senhor, o ponto forte da região da Mantiqueira? Eu acho que o montanhismo, a trilha e toda essa parte de acampamentos e de canoagem. Tudo isso são áreas que podem ser exploradas e, para isso, basta ter pessoas e empresas especializadas nisso. Porque atualmente nós quase não temos, a maioria é empresa de fora que explora aqui. Uma ideia seria a formação de guias, por exemplo. Por aqui, onde tem uma “escola” para essa área? Não tem. E o que assusta é ver no noticiário que alguém se perdeu na Serra da Mantiqueira e isso não é legal.
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Raquel, de 6 anos, conhece cada livro da seção infantil da Biblioteca Solidária e se diverte durante as horas de leitura
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CULTURA
Iniciativa que transforma Ações solidárias de moradores e turistas valorizam a cultura de São Francisco Xavier
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realidade nem sempre é como queremos. Enfrentála e mudá-la não é fácil. São desafios, problemas e muita superação para transformar sonhos em realidade. Mas, para isto acontecer, algo simples pode fazer toda a diferença: a determinação de uma pessoa. E foi exatamente isto que aconteceu em São Francisco Xavier, distrito da cidade de São José dos Campos. Em 2000, após diversos trabalhos em bibliotecas do país, Sidnei Pereira, decidiu voltar à cidade natal. No local, se surpreendeu com a difícil situação de crianças e jovens da cidade que, ao terem a Biblioteca Municipal fechada, precisavam bater de porta em porta para emprestar livros de outros munícipes para poderem realizar trabalhos escolares. “Isso mexeu muito comigo e eu percebi que precisava fazer algo para ajudá-los de verdade, não apenas emprestar livros naquele momento”, lembra Pereira. A partir disso, Sidnei tentou por diversas vezes montar projetos para reabrir a Biblioteca Municipal, porém não conseguiu. Mesmo assim, o bibliotecário não desistiu e resolveu abrir sua própria biblioteca para auxiliar os jovens estudantes. Com o apoio de seu pai o sonho
começou a ganhar forma. “Diante das dificuldades, perguntei ao meu pai se ele poderia me ajudar”. E, foi dessa forma que um sim conseguiu transformar a cultura de São Francisco Xavier. Em 2002, Sidnei começou a montar a biblioteca na garagem da casa de seu pai. “Comecei com a garagem e hoje já ocupo a casa inteira e ainda assim falta espaço”, explica Pereira. A partir disso, o apoio de milhares de doadores, entre moradores e turistas, o ajudaram a montar a Biblioteca Solidária, que hoje conta com um acervo de mais de 13 mil livros de todos os gêneros. “Todos os livros foram de doações da própria comunidade e de turistas. Entre as obras doadas está o livro Sagarana, de Guimarães Rosa, autografado pelo próprio autor em 1946”. Ponto de parada para uma boa leitura, a Biblioteca Solidária oferece um stand com diversas revistas atuais que são doadas por uma grande editora a cada três meses. Neste stand, Helen Rose dos Santos, de 30 anos, gosta de buscar algo para uma leitura tranquila enquanto aguarda alguns compromissos. “Estou aqui dando um tempo durante o intervalo de um curso. Estou aproveitando para
“Neste espaço a criançada fica horas. Tem mãe que deixa o filho aqui e volta mais tarde pra buscar. As crianças adoram” 13 | REVISTA ALTITUDE
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ler uma revista”, conta. Helen, historiadora e moradora de São José dos Campos, admira a iniciativa do bibliotecário. “Acho incrível e muito importante, porque democratiza a educação e, com isso, ele prova que iniciativa como esta é possível e que vale a pena”. Essa democratização pode ser vista não apenas com o empréstimo e as doações que a própria Biblioteca realiza hoje, mas está presente na infra-estrutura do local. “Temos aqui uma máquina que possui uma lupa eletrônica que aumenta 50% o tamanho da letra. É especial para quem tem baixa visão”, explica Pereira. E se, para alguns, biblioteca é local de silêncio e voltado a adultos, a Biblioteca Solidária transforma o silêncio em diversão. Uma das quatro salas do local é voltada às crianças. Com livros, quebracabeças, revistas de pintar, gibis e jogos educativos a turminha aproveita. “Neste espaço a criançada fica horas. Tem mãe que deixa o filho aqui e volta mais tarde pra buscar. As crianças adoram”, conta Pereira. Entre os apaixonados por esta sala está a pequena Raquel, de 6 anos, que passa horas se divertindo na biblioteca do tio. “Eu adoro vir para cá para brincar”, confessa com um lindo sorriso. Diante de tantos livros, Raquel logo apresenta seus preferidos. “Eu gosto deste, deste, deste e deste”, conta enquanto aponta cada um na estante com os olhos brilhando. Ao abrir o último, mostra aos risos sua página preferida. “Olha só esse aqui. A Girafa usa roupa”, exclama a pequena se divertindo. Além de brincar e se divertir na sala das crianças, os pequenos também podem tomar emprestado livros para trabalhos escolares. Devido a essa grande procura dos jovens é que Sidnei estabeleceu o horário da Biblioteca. “A Biblioteca funciona nos horários de maior movimento, que é quando as crian-
ças saem da escola e já param por aqui para devolver ou emprestar algum livro”. Hoje, o local atende a um público diverso e encanta com seus livros, revistas e vídeos as mais diferentes gerações. “Aqui frequenta gente desde os 2 anos até idosos de 84 anos”, afirma. E, mesmo alcançando esse objetivo, Sidnei não quer parar. “Meu sonho é ampliar tudo aqui, pois está crescendo muito rápido e eu nem imaginava”.
“Entre as obras doadas está o livro Sagarana, de Guimarães Rosa, autografado pelo próprio autor em 1946”
Livro autografado em 1946 é uma das obras mais especiais de Sidnei na Biblioteca
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MEIO AMBIENTE
Preservar com educação Cuidado com o meio ambiente pode ser ensinado por pais e professores em parques ecológicos especializados
S ”Nosso intuito é educar as pessoas por meio da apreciação da natureza porque está todo mundo muito afastado dela”
apo cururu na beira do rio, quando o sapo grita ó maninha, diz que está com frio. Nas cantigas e nas brincadeiras de roda é possível perceber que o homem sempre manteve uma relação muito próxima com a natureza. A fauna e a flora são ponto de partida para aventuras imaginárias de diversas crianças, mesmo que seja pela tela de um computador. Com o passar do tempo, a imagem de que os recursos ambientais eram inesgotáveis caiu por terra e o homem está reaprendendo a conviver com o meio ambiente. Atualmente, educação ambiental é um tema muito discutido tanto nos meios de comunicação como também em escolas e parques ecológicos. Educação ambiental é, antes de mais nada, uma forma de ensinar sobre o que temos e, principalmente, sobre sua importância para que possamos
preservar. Segundo a Política Nacional de Educação Ambiental, do Governo Federal, educação ambiental é o conjunto de processos pelos quais um indivíduo e toda a sociedade constrói valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e até competências voltadas para a conservação do meio ambiente com o intuito de beneficiar a todos da sociedade. Na região da Serra da Mantiqueira, muitos são os parques que têm o objetivo de desenvolver noções de educação ambiental em seus visitantes. Entre eles está o Jardim dos Pinhais – Ecco Parque, em Santo Antônio do Pinhal, que oferece o Programa de Educação Ambiental (PEA). “Nosso intuito é educar as pessoas com a apreciação da natureza, porque está todo mundo muito afastado dela. E não apenas os adultos, mas também as crianças que muitas vezes não conhecem nem mesmo
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um grilo”, explica Antônio Rodolfo de Farias, monitor do parque. Durante uma caminhada de cerca de uma hora, os turistas conhecem 8 diferentes jardins temáticos e, em cada um, é apresentada a biodiversidade do local e suas peculiaridades. “A gente faz brincadeiras e perguntas ao longo do passeio para ajudar no aprendizado das pessoas e de uma forma descontraída eles acabam aprendendo muito mais rápido”, afirma Haline Ruth do Nascimento, também monitora do parque. Para Simone de Oliveira Souza Santos, colocar a filha Júlia, de apenas 4 anos, em contato com a natureza é uma prática comum. Mesmo com uma vida agitada e corrida na capital, Simone e o marido gostam de curtir momentos de lazer ao lado da filha enquanto apresentam a ela a beleza e o bemestar que este contato pode gerar. “Eu gosto de trazê-la para despertar na Júlia essa consciência ambiental desde pequena. E de apreciar e admirar a natureza também, porque nós não fazemos isso no dia a dia”, conta Simone. Borboletas Outro local onde os turistas podem entrar em contato com a natureza é o borboletário “Flores que voam”, em Campos do Jordão. Em uma região extremamente rica em biodiversidade, o borboletário foi implantado com o intuito de educar crianças e adultos por meio da observação dos hábitos desse importante inseto. Para a fundadora do “Flores que voam”, Sandra Gatta, o mundo dessas pequenas borboletas pode ensinar muito aos visitantes do local. “Para se ter uma idéia, as borboletas são ótimas indicadoras da flora do local e não conseguem sobreviver em ambientes com grandes variações de temperatura. Por isso, o efeito estufa pode acabar com elas que são tão importantes Trabalho de Haline em parque ecológico desperta a curiosidade para conhecer de perto a natureza
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para a disseminação da flora do lugar onde vivem”. Claudia Forges Pereira, mãe de Caio, de 3 anos, se encantou com o lugar e com a vida desses pequenos insetos. “Nunca tinha ido a um borboletário e o Caio adorou. Apesar de não entender muito a explicação, ele ficou fascinado quando pegou uma borboleta e isso é muito bom para o desenvolvimento dele”.
Diante da facilidade cognitiva das crianças, as lições ensinadas durante “aulas” de educação ambiental são absorvidas rapidamente. “A educação ambiental ensina lições às crianças que serão aprendidas mais rapidamente e que são levadas em suas lembranças e em atitudes mais responsáveis no futuro, eu tenho certeza”, ressalta Jeane de Oliveira, monitora do borboletário.
”Ele ficou fascinado quando pegou a borboleta e isso é muito bom para o crescimento dele”
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GENTE QUE FAZ
A nova arte da natureza Comunidade que já foi refúgio de escravos preserva a arte de seus conterrâneos e valoriza a cultura enquanto zela pela natureza
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Bairro do Quilombo, em São Bento do Sapucaí, foi, por muitos anos, refúgio de milhares de escravos que encontraram no local uma oportunidade para uma vida melhor. Segundo historiadores, o bairro já existia há mais de 200 anos, antes mesmo da própria cidade ser fundada em 1832. Ponto de parada de muitos turistas que visitam a cidade ao
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longo de todo o ano, o local é, atualmente, reconhecido pela arte de seus moradores. Entre os mais ilustres está Benedito Silva Santos, mais conhecido como Ditinho Joana, artesão há mais de 30 anos que começou seu trabalho quase que por um tropeço em pedaço de raiz de árvore próximo a um rio no ano de 1974. “Minha filha, ao olhar para aquele pedaço de raiz sabia que parecia com uma linda
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“A minha inspiração é o que eu vi e ouvi"
escultura, mas já não sei dizer se era um cachorro, uma girafa ou um leão”, recorda-se Ditinho com um leve sorriso. Diante da raiz, uma grande vontade de esculpi-la foi despertada no jovem lavrador. Apesar do cansaço de um dia inteiro de serviço, Ditinho foi determinado e, mesmo sem luz elétrica, contou com a ajuda de sua mãe que lhe cedia uma lamparina para iluminar suas produções. Depois disso, não parou mais: criou diversas esculturas e participou de exposições. Hoje, com 64 anos tem, ao seu lado, 4 dos 6 filhos, a mulher e algumas noras auxiliando na criação de novas esculturas. Sentado em uma cadeira de madeira em meio a uma pequena sala com algumas de suas esculturas, Ditinho respira fundo e, ao som de um leve suspiro de orgulho, desabafa. “Isto significa para mim uma grande alegria, porque é como uma árvore que viveu há tanto tempo dando sementes e
contribuindo com a natureza e que hoje vê uma semente brotando, quase já brotada, que vai ficar para me representar”, e com um grande sorriso diz estar realizado. Entre as obras que a família reproduz está a escultura de uma das peças preferidas de Ditinho: a botinha. “Veja lá minha filha, a história da botinha”, diz enquanto aponta em direção a pequena peça que traz um bilhete com os dizeres: “A botinha representa a nossa caminhada da vida. Subi e desci. Andei depressa e devagar. Cansei e descansei. Entristeci e me alegrei e, assim, sempre caminhei. Hoje estou gasta e cheia de marcas, mas com certeza valeu a pena”. Em pedaços de madeira nobre, como jacarandá, pereira e taúba o escultor retrata a vida simples no campo. Ditinho conta que a madeira nobre não pode ser cortada, pois precisa ser preservada e, que por isso, cria suas esculturas nesta linha de trabalho. E diante de tantas peças repre-
Tiago, de 4 anos, se sentiu fascinado com uma das primeiras esculturas de seu Ditinho
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“A botinha representa a nossa caminhada da vida. Subi e desci. Andei depressa e devagar. Cansei e descansei. Entristeci e me alegrei e, assim, sempre caminhei. Hoje estou gasta e cheia de marcas, mas com certeza valeu a pena� Ditinho Joana
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sentando o homem do campo, o motivo de tanta inspiração é respondido rapidamente e sem receio: “A minha inspiração é o que eu vi e ouvi”. E olhando para os verdes morros ao lado do ateliê onde o sol já se deitava, Ditinho explica que o homem do campo é um homem rústico, sofrido, mas ao mesmo tempo muito realizado, porque ele trabalha próximo da natureza e é ela que realiza no homem todas as felicidades. E com um breve olhar de sabedoria, pergunta ao visitante que o observa atentamente: “Concorda?”. E ao olhar para os detalhes de cada peça produzida pelo artista, o visitante afirma com um gesto lento com a cabeça e um olhar distante. No ateliê, estava a psicanalista Márcia de Mello Franco que o visitava pela terceira vez. Na primeira foi por curiosidade, na segunda por saudade e na terceira por um motivo especial. “Da última vez que vim, no começo do ano, meu filho ficou fascinado por uma peça. Então, agora nas férias decidi trazê-lo para vê-la”. A escultura pela qual Tiago, seu filho de 4 anos, ficou apaixonado foi uma peça que Ditinho Joana fez ao lembrar-se de sua infância quando adorava andar pendurado nas costas de seu pai. Tiago gostou tanto que, ao ver a escultura, abriu um lindo sorriso e correu em direção ao pai para que este o levantasse rapidamente e o colocasse também em suas costas, como o menino da escultura. INCENTIVO Símbolo de referência dos moradores do bairro, Ditinho Joana sempre incentivou os demais moradores a criarem novas peças de artesanato fazendo do talento uma fonte de renda e de auto-estima. Assim, a poucos metros do Ateliê de Ditinho estão as mulheres do Arte do Quilombo, um local onde a folha de bananeira vira arte. Criado em 2004, este grupo de mulheres da própria comunidade Seu Ditinho além de esculpir suas obras, também incentiva a produção artesanal na comunidade
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contou, desde o início, com os incentivos do mais antigo artista do bairro: Ditinho Joana. “Antes mesmo de começarmos aqui, seu Ditinho já nos apoiava e sempre dizia que a gente precisava investir nos talentos do bairro e começar com algum tipo de artesanato”, conta Maria Alexandra Silva Santos, uma das mulheres do Ateliê, com um grande sorriso de felicidade e orgulho por ter ouvido os conselhos do vizinho. Em um amplo galpão, mulheres de diversas idades, algumas das mesmas famílias, se revezam para trabalhar com diferentes tipos de produtos criados com a folha da bananeira. Quando começaram, as dez mulheres que faziam parte do grupo ajudavam na produção de esteiras com folhas de bananeiras que alguns vizinhos já criavam. “O nosso trabalho foi crescendo quando os turistas começaram a pedir coisas diferentes, como cortinas, por exemplo”, relembra Maria Alexandra. Diante da iniciativa, algumas das mulheres do grupo participaram de um pequeno curso que ensinava o processo de capturar e cortar as folhas da árvore. “O curso animou, mas não era suficiente. A gente teve que aprender na prática e isso que nos ajudou bastante”, explica aos risos uma das primeiras a participar do grupo, Aparecida Elizabeth da Silva, de 54 anos. Sentada enquanto descansava do serviço, Beth, como é chamada, conta que quando começaram tiveram a força de um anjo de guarda especial: o funcionário de uma grande empresa de cosméticos se perdeu na cidade e acabou conhecendo o trabalho dessas mulheres. Totalmente apaixonado, o jovem levou a ideia à empresa e em seguida encomendou duas mil caixinhas de folha de bananeira. “Aí a gente viu que tinha que agarrar aquela chance e chamou um monte de gente para ajudar, juntamos toda a comunidade porque o prazo
Mulheres do Arte no Quilombo conseguiram galpão para a produção de diversos tipos de artesanato
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Criatividade auxilia na produção constante de novos produtos
“Vimos que nosso trabalho realmente podia ser reconhecido e levamos em frente"
era muito pequeno e a gente tinha que correr. Depois disso, vimos que nosso trabalho realmente podia ser reconhecido e levamos em frente”, conta a simpática Beth, expressando um grande sorriso. Daquele dia em diante, o interesse pela arte foi nascendo e serviu de incentivo para que cada uma delas descobrisse um produto novo para trabalhar e atualmente elas produzem desde pequenos ímãs em formato de vaso com flores até caixas, cortinas e fazem revestimento de tetos. As folhas para o trabalho artesanal vêm do bairro vizinho, chamado de Paiol Grande, onde os moradores têm o costume de plantar bananas e, como precisam limpar o local com regularidade para garantir uma boa produção,
acabam auxiliando o grupo doando ou, algumas vezes, vendendo as folhas da árvore a preços “simbólicos”. Depois de tudo separado e limpo, as mulheres preparam as matérias-primas e deixam a criatividade fluir. São esteiras, cordinhas, flores, caixas, ímãs, bonecas, chinelos, carrinhos e tudo o que o vier à mente. São as invenções que tanto atraem os turistas. Para os psicólogos José Ferrari e Elisabetha Ferrari que visitavam o Arte no Quilombo a iniciativa dessas mulheres é muito importante, pois conciliam renda, arte e preservação. “A iniciativa é muito bacana”, afirma Ferrari. “O trabalho é riquíssimo tanto nos detalhes quanto no acabamento”, completa Elisabetha.
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Flores encantam turistas e estรฃo entre as peรงas mais vendidas pelas mulheres do Arte no Quilombo
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“Venham ver como dão mel as abelhas do céu...” Alimento estimula o sistema imunológico e ainda pode valorizar o sabor de outros alimentos em todas as refeições
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á dizia Vinícius de Moraes, na doce canção “As abelhas”, que a abelha-rainha está sempre cansada. Engorda a pancinha e não faz mais nada. Quem dera se o cansaço da vida fosse causado apenas pelo “esforço” de comer. Um ato tão simples e tão esperado. O sabor da comida bem temperada, bem preparada! Não é à toa que cozinhar é uma arte, para quem faz e para quem aprecia. Quem tem pela gastronomia uma paixão é capaz de ficar horas pensando em como incrementar uma receita, como melhorá-la e, principalmente, como dar aquele toque especial, único e marcante. Em Santo Antônio do Pinhal, Rolf Sauberli, apicultor e apaixonado pela arte de cozinhar combina, há quase 9 anos, o sabor do mel com suas diversas receitas de família. São massas e doces adoçados por este rico
alimento natural das abelhas. “Gosto de criar novas receitas, aprimorar as que eu tenho e, sempre que posso, incluo o mel como alimento substituto do açúcar, enriquecendo o sabor das receitas”, garante Sauberli. Segundo a bióloga Lídia Maria Ruv Carelli Barreto, especialista na área, o mel é um alimento de grande potencial nutritivo que, muitas vezes, é conhecido apenas pelo seu poder medicinal. Um verdadeiro mito, pois o mel não tem potencial curativo, mas auxilia no fortalecimento do sistema imunológico de nosso corpo, possibilitando assim que ele não adoeça tão facilmente. Além disso, o mel pode ser utilizado na nutrição humana diariamente e substituir o açúcar, garantindo uma alimentação com alta qualidade e com muita energia para as atividades ao longo de todo o dia.
”Incluo o mel como alimento substituto do açúcar, enriquecendo o sabor das receitas” 29 | REVISTA ALTITUDE
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Foi pensando nisso que Sauberli decidiu abrir um restaurante e uma pizzaria para oferecer pratos saborosos, ricos em energia e com um toque especial, único e marcante: o mel. A massa de pizza foi uma das primeiras a receber esse toque especial e, com o passar do tempo, foi sendo adicionado o mel nas mais variadas receitas. Sauberli explica que a ideia de criar receitas com o alimento começou como uma forma de diversão, enquanto se reunia com os amigos para cozinhar. “Era aquela coisa de juntar a turma e cozinhar e, a partir disso, a gente ia inventando novas combinações”, conta. Entre as receitas mais pedidas está a banana assada e a maçã ao conhaque, ambas saboreadas com cobertura de mel. Receitas deliciosas que já chamaram a atenção de uma revista especializada no setor, que classificou em sua edição nacional a banana assada como receita de destaque. O destaque dessas receitas se deve à sua simplicidade. O paladar é estimulado pela sensação originada pelo quente das frutas e pelo gelado do sorvete que as acompanha. Uma combinação que derrete rapidamente na boca e que, mesmo antes de apreciada, já nos proporciona o que é tão esperado por todo cozinheiro: a água na boca.
”Era aquela coisa de juntar a turma e cozinhar. A partir disso, a gente ia inventando novas combinações” Banana assada com canela e mel já é a sobremesa preferida dos turistas
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BEM-ESTAR
Cuidados de gerações em gerações Dicas do tempo de nossas avós que podem nos ajudar a se livrar do estresse e muitas outras doenças
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“(O escalda pés) serve tanto para cuidar do lado físico como também do lado emocional das pessoas"
cultura oriental acredita que na sabedoria dos mais velhos está a solução para muitos dos problemas e dos questionamentos da atualidade. Mesmo tendo como base a cultura ocidental, na Serra da Mantiqueira também são preservados os costumes passados de geração a geração. Os cuidados com a saúde fazem parte dessa sabedoria que resiste ao tempo e auxilia na manutenção da qualidade de vida de muitas pessoas. São chás, banhos e muitas outras formas de aliviar o estresse e auxiliar no tratamento de problemas de saúde. Na cidade de Santo Antônio do Pinhal, a cromoterapeuta Ana Azzi acredita que as dicas de nossos antepassados continuam valendo. “Eles sabiam sim o que faziam e o escalda-pés é um bom exemplo disso, porque serve para tranquilizar todo o corpo". O escalda-pés era feito por nossas avós para relaxar e garantir, assim, um sono muito mais tranquilo. E mesmo sem toda essa correria e estresse dos tempos modernos, é dos antigos que vem uma das grandes soluções que muitas pessoas encontraram para os males atuais. O modo de fazer é simples, mas os resultados obtidos são os mais diferentes. Desde um simples relaxamento para acalmar até como forma de lidar com as energias do
corpo e cuidar da ansiedade, da depressão e da insônia. “Serve tanto para cuidar do lado físico como também de todo o lado emocional”, explica Ana. O escalda-pés é uma importante combinação de ervas, florais e essências que podem tanto ser compradas prontas para serem adicionadas à água apenas, quanto podem ser feitas em casa. Antes de se deitar, basta colocar água bem quente em uma bacia numa quantidade de água que consiga cobrir o tornozelo. Enquanto a pessoa não conseguir colocar os pés em contato com a água, basta deixá-los alguns centímetros acima, recebendo apenas o vapor. Após uns 15 minutos, já será possível o contato entre o pé e a água. Depois disso, basta colocar os pés na água e permanecer com eles dentro da bacia enquanto a água ainda está numa temperatura agradável. Ao final, seque os pés e o proteja com algum óleo de essência. E durma uma noite tranquila. Para a arquiteta Cristiane Maria Teixeira de Almeida o escalda-pés auxilia no relaxamento de todo o corpo após um longo dia de trabalho. “Ele ajuda a relaxar e a desinchar o nosso pé depois de um dia inteiro de sapato, faço sempre que posso”. O truque, simples e fácil, foi aprendido por Cristiane por intermédio de sua mãe. “Aprendi com ela e ela aprendeu com a sabedoria do povo”, lembra.
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AVENTURE-SE
Emoção e segurança nas alturas Aventura radical pode ser frequentada por toda a família, mas segurança é fundamental
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“Eu adoro (arvorismo e tirolesa) e minha mãe sempre me leva. Nem sei quantas vezes já fui"
á um medo enorme, mas a sensação é maravilhosa, é única e vale muito a pena. É desta forma que Camila Lopes descreve sua primeira aventura radical: uma combinação de arvorismo e tirolesa. Mas quem, assim como Camila, jamais se aventurou para sentir exatamente aquele friozinho na barriga minutos antes do momento tão esperado? “Esse friozinho é substituído muito rápido por gritos de alívio, de satisfação e por uma emoção sentida verdadeiramente segundo a segundo!”, ressalta Patrícia Severi que também realizou a aventura radical pela primeira vez. O arvorismo ou arborismo é a prática de travessias por meio de pontes de madeiras, redes e cabos pelos quais o aventureiro caminha de uma árvore para outra e pode ser realizada em alturas diferentes, dependendo do local. Já a tirolesa proporciona ao aventureiro passar de uma árvore para outra ou então para o chão. “A parte do arvorismo foi tranquila,
mas quando cheguei na árvore não queria mais pular e grudei nela”, conta Patrícia Severi aos risos. “Mas depois foi muito gostoso”. E essa aventura não é apenas para gente grande não. Victor Mazza, de 6 anos, já conhece a sensação de ficar andando e deslizando entre as árvores. “Eu adoro e minha mãe sempre me leva. Nem sei quantas vezes já fui”. E se as contas de Victor não fazem mais sentido, a mãe dele, Rita Mazza, explica o porquê. “Nós sempre gostamos e desde os 4 anos eu já o levava para fazer essas coisas. Esse é o nosso passeio em família.” Porém, para esse passeio em família ser sempre motivo de alegria e recordação é necessário alguns cuidados importantes como, por exemplo, procurar lugares associados à Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA). Na região da Serra da Mantiqueira, são sete as agências associadas. “É importante verificar se a empresa é associada porque
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Victor, de 6 anos, adora sentir a adrenalina de praticar esportes radicais desde os 4 anos
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“Como sempre vou, já tenho um olhar crítico, principalmente porque levo meus filhos"
assim ela pode oferecer segurança desde a parte de equipamento até problemas que podem acontecer, já que o turista tem até um seguro”, explica Tânia Augusta de Almeida, monitora do Portal do Equilibrium, em São Francisco Xavier. Para Rita, a segurança é sempre um requisito muito importante na hora de se divertir com a família e com os amigos. “Como sempre vou, já tenho um olhar crítico, principalmente porque levo meus filhos e só escolho lugares que confio, porque existem muitos lugares por aí que são 'tranqueiras'." Segurança também é prioridade para a turista Patrícia Severi que afirma que monitores bem treinados é outro item fundamental de quem pratica o esporte. “Os monitores ficavam o tempo todo nos observando e explicando o que
deveríamos fazer porque nós não temos muita noção, principalmente eu. Isso nos passa uma confiança e, claro, profissionalismo”. CERTIFICAÇÃO VOLUNTÁRIA As agências de turismo de aventura agora podem se voluntariar para ter a certificação de segurança cedida pela ABETA. A certificação voluntária passou a ser implantada no segundo semestre deste ano e tem o intuito de melhorar a segurança de quem pratica esporte de aventura em todo o país. Com a certificação, os turistas saberão quais agências seguem corretamente os procedimentos de segurança, uma vez que, regularmente, são realizadas inspeções nas agências de turismo de aventura para verificar todo o equipamento e a estrutura do local.
Camila e o namorado praticam esportes radicais pela primeira vez, mas segurança é fator primordial
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Dicas Pega Leve! Planejamento é fundamental - Entre em contato prévio com a administração da área que você vai visitar para tomar conhecimento dos regulamentos e restrições existentes - Informe-se sobre as condições climáticas do local e consulte a previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais - Viaje em grupos pequenos de até 10 pessoas. Grupos menores se harmonizam melhor com a natureza e causam menos impacto - Certifique-se de que você possui uma forma de acondicionar seu lixo para trazê-lo de volta. Aprenda a diminuir a quantidade de lixo, deixando em casa as embalagens desnecessárias Cuide das trilhas - Mantenha-se nas trilhas prédeterminadas. Os atalhos favorecem a erosão e a destruição de raízes e de plantas inteiras - Remova todas as evidências de sua passagem ao percorrer uma trilha. Certifique-se que esses locais permanecem como se ninguém tivesse passado por ali Deixe cada coisa em seu lugar - Não quebre ou corte galhos de árvores, mesmo que estejam mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de abrigo para aves ou outros animais - Tire apenas fotografias e deixe apenas suas pegadas. * Dicas Pega Leve! Campanha de mínimo impacto em ambientes naturais www.pegaleve.org.br
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ENCONTRE-SE
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