Sentir Psicologia

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INFORMATIVO MENSAL SOBRE PSICOLOGIA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

ANO 15 - EDIÇÃO 154 - SETEMBRO, 2015

Cyberbullying:

uma ameaça virtual Os danos e consequências não mudam por ser um ataque virtual, pois a vítima desenvolve os mesmos sintomas do Bullying, que é uma agressão mais física e do mundo concreto. A vítima de Cyberbullying pode desenvolver consequências Caso você ainda não conheça, Cyberbullying é o ato de ameaçar

emocionais graves, como vergonha de si próprio, depressão,

alguém no mundo virtual, é uma agressão moral e psicológica, por

isolamento, tende a se comunicar apenas com os pais, há um prejuízo

meio de emails, mensagens instantâneas, sites de relacionamentos,

acadêmico, perde a confiança nas pessoas e em casos mais graves

aplicativos de celulares, que agride, ofende e difama alguém, e faz

comentem suicídio.

com que as vítimas se sintam coagidas e com medo.

Para que isso seja evitado, pais, professores ou qualquer pessoa pode

Esse comportamento, tem se alastrado entre os jovens e adolescentes.

ajudar tomando algumas medidas:

O Bullying consiste em uma agressão, uma violência moral e física

- fique atento a qualquer mudança comportamental do seu filho ou

de forma externada, portanto mais perceptível socialmente.

aluno;

Já o Cyberbullying, é uma agressão virtual que desencadeia danos

- acompanhe e oriente a relação do seu filho ou aluno com o mundo

psicológicos, portanto menos percebida socialmente. Esses ataques

virtual;

não são físicos, mas emocionais, geralmente por meio de ameaças de

- estabeleça regras e limites sobre tempo e acessos de uso da internet;

morte, de agressão física, ameaças de publicações de informações

- converse com a criança ou adolescente sobre seu dia;

pessoais e “zoações” que remete as características pessoais.

- converse em família sobre esse assunto;

Sendo o Cyberbullying uma agressão pertencente ao mundo virtual,

- oriente seu filho a buscar ajuda nestas situações, seja ele a vítima ou

sua marca acaba sendo permanente, pois, além de espalhar

caso perceba que alguém passa por esse problema;

rapidamente a informação ela permanece por tempo indeterminado

- promova em seu colégio, meios de abordar o tema, para que possa

no mundo virtual. Outra condição que acaba facilitando essa agressão

promover o conhecimento sobre o assunto (palestras, oficinas

virtual, é que, muitas vezes o agressor não pode ser identificado no

educativas, debates...);

mundo virtual.

Denise Alves de Siqueira Castro Silva - CRP 06/80554

Denise Alves de Siqueira Castro Silva - CRP 06/80554 Psicóloga, especialista em Terapia Comportamental Cognitiva pela Universidade de São Paulo USP Pós-graduada em Psicopedagogia Criança, Adolescente, Adulto, Idoso. Psicoterapia-Orientação Vocacional Avaliação Neuropsicológica Reabilitação Neuropsicológica Tel.: (12) 3962-4045 Cel.: (12) 99146-5418

Pós Graduando em Neuropsicologia pelo Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP Pós Graduando em Reabilitação Neuropsicológica pelo Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP Rua Carlos Navarro da Cruz, 125 - Sala 05 - Centro - Jacareí - SP ( Próximo à UNIMATER - em frente ao Parque da Cidade) denisesiq@hotmail.com www.denisesiqueira.com.br


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Aprendizagem e dificuldades de aprendizagem “Para Vygotski, desenvolvimento humano e educação constituem dois aspectos de uma mesma coisa. Se o primeiro diz quem é o ser humano e como ele se constitui, a segunda é a concretização dessa constituição. O que nos permite dizer que, nessa perspectiva, a educação não é um mero “valor agregado” à pessoa em formação. Ela é constitutiva da pessoa. É o processo pelo qual, através da mediação social, o indivíduo internaliza a cultura e se constitui em ser humano” (p. 57). A aprendizagem é um processo que ocorre no sistema nervoso central, que é uma estrutura complexa. A criança nasce, cresce vai se desenvolvendo, e o cérebro vai passando por um processo de maturação, que vai permitir que ela desenvolva o andar, o falar e o pensar. Nesse sentido, nosso cérebro vai se transformando e alcançando novas possibilidades. Embora o aprender de uma criança comece muito antes da aprendizagem escolar, é na escola que esse processo se torna sistematizado, e outras regiões cerebrais serão recrutadas para que a criança aprenda a ler, a escrever e a contar. Lembrando que esse processo deve estar sempre coerente com o seu nível de desenvolvimento. Na escola poderão ser percebidas algumas dificuldades acerca do processo de aprendizagem, e se este está ocorrendo de uma forma adequada ou não. Nesse sentido, poderão ser percebidas dificuldades em leitura, escrita ou habilidades matemáticas, e serão sinalizadas através de um baixo rendimento acadêmico.

Quando pensamos em desenvolvimento infantil e aprendizagem, há três fatores fundamentais a ser observados: a escola, a família e a criança. E dentro de cada um destes fatores, outros aspectos precisam ser avaliados, tanto quantitativamente como qualitativamente. Havendo a necessidade de se investigar as causas dessas dificuldades, o psicopedagogo, que é o profissional especialista em dificuldades de aprendizagem, deverá considerar todos estes fatores, e havendo necessidade, unir esforços com outros profissionais que também entendam dos processos de aprendizagem, realizando uma avaliação multiprofissional. Quando as dificuldades são sinalizadas, o ideal é buscar uma avaliação o mais precoce possível, pois a medida que os anos escolares vão avançando, os conteúdos escolares vão se tornando cada vez mais complexos e a criança passa a vivenciar o fracasso escolar, possibilitando o surgimento de fatores secundários, como por exemplo, os sentimentos de menos valia e de baixa autoestima. Posto isso, conclui-se que uma boa avaliação significa um bom acompanhamento posteriormente. Elaine Vasconcelos Pedagoga Especialista em Psicopedagogia Mestre em Psicologia da Educação elaine@elainevasconcelos.com.br www.elainevasconcelos.com.br


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Quando procurar um psicólogo Infantil?

“Se você está preocupado pelo futuro dos seus filhos num mundo duro, a melhor preparação que pode dar-lhes é a saúde psicológica, que só se consegue se são tratados com amor, confiança e respeito.” Aletha Solter em “Mi niño lo entiende todo”

Muitos pais são chamados na escola com a queixa de falta de concentração, hiperatividade, agressividade ou até mesmo alguém da família faz comentários sobre o

ou alterações bruscas na rotina que a criança apresenta dificuldade em assimilar, como: - Perda de um ente querido; - Divórcio dos pais; - Chegada de um irmãozinho; - Troca de professor, etc.

comportamento “diferente” da criança.

Os problemas da criança podem estar relacionados a

Nessas horas vem o pensamento: - “Estão exagerando, é

vários fatores (biológicos, emocionais, cognitivos,

só uma fase.” Será mesmo?

psicomotores, fonoaudiólogos, etc).

Mesmo que inconscientemente, a maioria dos pais se sente

Em um ambiente de acolhimento e confiança, onde a

culpado por esses comportamentos, por isso, negam para

forma de falar, o tom e as palavras são elaboradas para que a criança se sinta segura e a vontade para, através de

si, para escola e para família que há algo errado, com isso protegendo e, sem querer, piorando o quadro dessa criança.

histórias, jogos e atividades específicas, expressar seus

Em primeiro lugar, os pais sempre procuram fazer o

sentimentos, angústias e fantasias.

melhor, dentro daquilo que acreditem, portanto, não há culpados. Cada criança é única e tem seu jeito próprio de

Muitas vezes o psicólogo detecta que não é necessário

encarar e entender o mundo.

um tratamento continuado, que poucas sessões com as devidas instruções para os pais resolverão a queixa.

Mas como saber se é necessário buscar ajuda profissional?

Os benefícios da terapia são muitos, dentre eles o alívio

A resposta é simples: Quando há comportamentos que dificultam a rotina e relações da criança, como: - Demora em falar ou andar;

que no futuro essa criança se torne um adulto seguro e emocionalmente saudável, a terapia pode fazer toda a diferença.

- Intolerância ou agressividade; - Distúrbio alimentar; - Dificuldade de aprendizagem; - Agitação ou falta de concentração; - Choro em demasia; - Pesadelos;

da ansiedade e das situações que geram desconforto na criança, e, consequentemente, dos que a cercam. Para

Sara Hokama - CRP 06/60908 Psicóloga e Pedagoga. Pós graduando em Neuropsicologia pelo HCFMUSP. Email: psicologa.hokama@gmail.com Informativo Mensal 2000 exemplares - Jornalista responsável: Marta Donizeti Fernandes MTB 20565 Diagramação: C&D Design - Impressão: Focus Vale

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P@rticipe! Envie comentários e sugestões pelo e-mail: denisesiq@hotmail.com


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A importância de ensinar às crianças Habilidades Sociais Primeiro, faz-se necessário entender o conceito de Habilidades Sociais. Esse termo pode ser entendido como um “conjunto de comportamentos sociais do repertório de um indivíduo que favorecem o relacionamento saudável e produtivo com as demais pessoas”. Esse repertório inclui uma classe de comportamentos como o autocontrole e expressividade emocional, habilidades de

comportamento sofra contínua transformação e reforço social para os comportamentos adequados. Pesquisas em treino com pais e escolas para o desenvolvimento de habilidades sociais em crianças e adolescentes, mostram-se eficazes. Os recursos utilizados e aplicados seguem diversas metodologias, como oficina de pais e professores baseado e psicoeducação, treinamento

civilidade, empatia, assertividade, solução de

e desenvolvimento de comportamentos assertivos

problemas interpessoais, fazer

para

amizades e habilidades sociais acadêmicas, a cooperação, a comunicação

e

as crianças e adolescentes, com recursos lúdicos, textuais, psicoeducativos,

Estudos evidenciam

pares e um menor grau de dificuldades de aprendizagem e comportamentos antissociais. O contrário disso, crianças com repertório social empobrecido, desencadeiam problemas psicológicos, apresentam maior dificuldade nas relações sociais e rejeição por parte dos pares e um maior grau de dificuldades de aprendizagem. O repertório empobrecido de crianças com baixa habilidade social pode ser observado por dificuldades de se expressar, são significativamente mais retraídas, podem desenvolver depressão, ansiedade, são mais impulsivas, agressivas, agitadas, desafiantes e antissociais. (Castro, Melo, & Silvares, 2003; Ladd, Herald,

do

manejo comportamental para

autocontrole. (Del Prette, 20110/2012)

de habilidades sociais apresenta maior facilidades nas relações sociais, com menor grau de rejeição entre seus

ajuste

comportamento criança, oficina de treinamento e

o

que uma criança, quando desenvolve um amplo repertório

o

filmes, atividades recreativas, roda de conversa, filmes, debates, entre muitos outros recursos técnicos, teóricos e práticos baseados na linha da terapia comportamental cognitivo. Essa intervenção pode ser feita tanto em contexto institucional e em grupo, como também com enfoque clínico e individual. Os resultados obtidos com os participantes pontuam uma melhora significativa quanto à comunicação, expressividade, limites, respeito às regras, redução dos comportamentos de agressividade, dos sintomas de depressão e ansiedade, nos comportamentos de desobediência, melhora no desempenho acadêmico e diminuição nos conflitos sociais.

Slutzky& Andrews, 2004) As habilidades sociais devem ser desenvolvidas no período do desenvolvimento infantil, no contexto familiar e escolar, é sabido que a estrutura familiar e o

Denise Alves de Siqueira Castro Silva – CRP 06/80554

observação e modelo ambiental, esse contexto permite a

Psicóloga, especialista em Terapia Comportamental Cognitiva pela Universidade de São Paulo USP Pós-graduada em Psicopedagogia Pós Graduando em Neuropsicologia pelo HC-FMUSP Pós Graduando Reabilitação Neuropsicológica pelo HC-FMUSP Coordenadora e idealizadora do Informativo Sentir Psicologia

criança a aprender habilidades motoras, linguísticas e afetivas, o ingresso a vida acadêmica fará com que esse

Email: denisesiq@hotmail.com Site: http://www.denisesiqueira.com.br/

estilo de criação exerce papel fundamental, é sabido também, que o desenvolvimento individual está relacionado a fatores genéticos, expectativas individuais,


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