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Latin GRAMMY “Vento Sardo”
A voz de Monte tem a cadência e a delicadeza da bossa nova, mas seu canto, assim como suas composições, é movido por uma inteligência feroz, uma curiosidade sobre a condição humana e uma paixão por riscos. Ela colaborou com uma ampla gama de artistas de vanguarda, incluindo Seu Jorge, David Byrne, Philip Glass, Caetano Veloso, Ryuichi Sakamoto, Arto Lindsay, John Zorn e Laurie Anderson. O single vencedor do Latin
GRAMMY “Vento Sardo” (Vento da Sardenha), foi escrito e cantado por Monte e Jorge Drexler, o cantor e compositor uruguaio vencedor do Oscar. Eles compuseram a música enquanto viajavam juntos em um veleiro na Sardenha. Cantada em espanhol e português, ela fala sobre “o fluxo da vida”, diz Monte, “e como as coisas estão sempre em um movimento dinâmico, mudando o tempo todo”.
A turnê Portas é a produção mais teatral de Monte até hoje, apresentando projeções elaboradas e várias trocas de figurino. Além das músicas do novo álbum, Monte também apresentará canções favoritas de sua notável carreira de três décadas.
Seu mais novo álbum surgiu do confinamento aparentemente estéril imposto pela pandemia. Enquanto estava em casa no Rio com seu marido, filho e filha, Monte planejou Portas (Doors), um álbum cheio de sons reconfortantes e edificantes e mensagens de esperança. “Queria oferecer algo que pudesse curar e ajudar as pessoas a atravessar esse momento, a não ficar tão deprimidas e tristes”, diz ela. Sobre a sensual faixa-título, Monte explica: “As portas são elementos muito simbólicos; eles falam sobre oportunidades, mudanças, transformações, então quis oferecer uma sensação de passagem.”
Em novembro de 2020, quando as restrições do COVID começaram a diminuir, ela começou a gravar com seus músicos no estúdio, tomando todas as precauções de segurança. Músicos de Nova York, Espanha e Portugal fizeram contribuições de convidados através do Zoom. Foram feitos vídeos para todas as canções –“pequenos documentários musicais que mostram o processo de gravação”, diz Monte, “mas também o jardim, o mar, o céu, tudo o que estava lá fora durante o confinamento, quando todos tínhamos capacidades físicas muito limitadas” espaço para viver”
Marisa de Azevado Monte nasceu no Rio de Janeiro em 1º de julho de 1967. Seu pai era um engenheiro que também trabalhava na escola de samba Portela; ele ajudou a inflamar sua paixão pela música. Rapidamente se espalhou em todas as direções: ela aprendeu a tocar piano e bateria, cantou em uma produção escolar de The Rocky Horror Show e depois se mudou para Roma na adolescência para estudar ópera A partir daí ela começou a cantar músicas brasileiras em bares italianos.
Nelson Motta, jornalista e produtor musical carioca, conheceu Monte e percebeu seu potencial. Depois que Marisa mudou de casa, ele ajudou a criar seu primeiro show, Veludo Azul (Blue Velvet). A emoção foi tanta que o cineasta brasileiro Walter Salles (Central, Diários de Motocicleta) dirigiu uma versão para a TV. Motta produziu o primeiro álbum de Monte, Marisa Monte, para a EMI. Isso a marcou como uma destemida exploradora do pop mundial, variando de “I Heard It Through the Grapevine” ao samba tradicional e rock brasileiro a “Bess, You Is My Woman” dos Gershwins, cujo disco vendeu meio milhão de cópias. Na sequência, Mais, ela fez parceria pela primeira vez com Arto Lindsay, o iconoclasta músico e produtor americano. "Mais" a estabeleceu como compositora e também como um ímã para outros artistas experimentais. Monte escreveu várias músicas com Nando Reis e Arnaldo Antunes, da banda de rock brasileira Titãs. Ela também foi acompanhada pelo falecido Ryuichi Sakamoto, o compositor de música eletrônica vencedor do Oscar e do GRAMMY, e por outro aventureiro aclamado, o guitarrista Marc Ribot.
Desde então, Monte foi regada em reconhecimento. Seu álbum de 2000, Memórias, Crônicas e Declarações de Amor, [inclui] “Amor I Love You”, a maior música do ano no Brasil. O vídeo rendeu a Monte um de seus sete MTV Video Music Awards. Dois anos depois, veio o primeiro álbum dos Tribalistas, célebre trio formado por Monte, Antunes e Carlinhos Brown, o carismático cantor e ativista social baiano. O tema de seu álbum duplo de platina, Universo ao Meu Redor, foi o samba. Isso rendeu à cantora um de seus cinco Latin GRAMMYs. Para seu show no NJPAC, Marisa liderará uma banda com alguns dos músicos mais requisitados do Brasil: o baixista Dadi; os guitarristas Chico Brown (coautor de várias faixas do Portas e talentoso filho de Carlinhos Brown) e Davi Moraes; o percussionista Pretinho da Serrinha; baterista Pupillo; e uma seção de metais com Eduardo Santanna (trompete, fliscorne), Antonio Neves (trombone) e Lessa (flauta, sax).
“Estou super feliz por voltar à estrada”, diz Monte.