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Eduardo Mahon

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Agnaldo Lima

Agnaldo Lima

A PEDRA

Uma pedra é uma pedra não porque se quis assim Mas, antes, porque foi pedra desde sempre Por mais que queiram fazer dela tudo menos pedra E mesmo quando ainda não era chamada pedra Nasceu pedra, se é que pedra nasce E vai morrer pedra, se é que pedra morre

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Uma pedra não se ofende com a desnaturação alheia Das películas modernas que a fazem flutuar como nuvens Ou das pinturas que a fazem parecer voar como pássaros A pedra, contudo, continua solidamente convicta Da sua natureza essencial de pedra

A pedra poderia, claro, não se chamar pedra Mas seria pedra de qualquer forma, em qualquer língua Independentemente do que inventam os poetas e os ficcionistas Pedra é pedra porque só pode ser, mas gente é diferente Gente é o que quer pelo poder de querer

Eduardo Mahon

43, é carioca da gema, advogado e escritor. Mora em Cuiabá com a esposa Clarisse Mahon, onde passa sufoco com seus trigêmeos: José Geraldo, João Gabriel e Eduardo Jorge. Autor de livros de poemas, contos e romances, publica pela Editora Carlini e Caniato.

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