Olimpo#130

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Reportagem

A R E V I S TA D O C O M I T É O L Í M P I C O D E P O R T U G A L

Nº 130, Maio de 2012 publicação mensal

SENT R O OLIMP SMO

Entre Londres e o Jamor A MISSÃO OLÍMPICA QUIS DAR AOS JORNALISTAS ACREDITADOS PARA OS JOGOS UM PRIMEIRO CONTACTO COM A REALIDADE DO MAIOR EVENTO MULTIDESPORTIVO DO MUNDO. ENTRE LONDRES E O JAMOR FORAM MUITAS AS EMOÇÕES VIVIDAS!

Entrevista Telma Monteiro, Campeã Europeia de Judo, fala da sua preparação e das suas expectativas para os Jogos

Reportagem Um dia com Ana Rente, Atleta Olímpica de Trampolim Feminino

Roteiro As nossas sugestões para o que não deve perder em Londres no mês de Maio

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Sumário 10

TEMA DE CAPA SENTIR O OLIMPISMO

A Missão Olímpica proporcionou aos jornalistas acreditados para os Jogos Olímpicos 2012 um primeiro contacto com a realidade do maior evento multidesportivo do mundo. Começando em Londres e terminando no Jamor foram muitas as emoções vividas.

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ENTREVISTA TELMA MONTEIRO

A Campeã Europeia de Judo, fala-nos sobre a sua preparação para os Jogos Olímpicos de Londres e da responsabilidade de representar Portugal no evento. Numa pequena entrevista ficámos a conhecer o lado mais pessoal desta judoca de 26 anos.

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REPORTAGEM ANA RENTE

A Olimpo foi acompanhar um dia de Ana Rente, Atleta Olímpica de Trampolim Feminino, que normalmente se divide entre as aulas do quinto ano de medicina na Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Nova de Lisboa e os treinos no Lisboa Ginásio Clube (LGC).

Ficha Técnica

4 EDITORIAL 6 BREVES 10 TEMA DE CAPA Sentir o Olimpismo 14 ENTREVISTA Telma Monteiro, Campeã Europeia de Judo 18 REPORTAGEM Ana Rente, Atleta Olímpica de Trampolim Feminino 20 PUBLIREPORTAGEM Delta Cafés 21 ROTEIRO LONDRES 22 OPINIÃO Miguel Nobre Ferreira, Coordenador da Comissão Instaladora do TAD

Propriedade e Edição Comité Olímpico de Portugal, Travessa da Memória, 36 1300-403 LisboaTel.: 21 361 72 60 Fax: 21 363 69 67 Director José Vicente Moura Director Executivo João Malha Textos Cunha Vaz & Associados Fotos Fernando Piçarra, Registos Associação e Arquivo COP Projecto Gráfico e Paginação Cunha Vaz & Associados Impressão Sig, Sociedade IndustrialGráfica, Lda. Rua Pêro Escobar, 21, 2680-574 Camarate Lisboa Tiragem 2.500 exemplares Periodicidade Mensal Numero de Registo ICS 102203 Depósito Legal 9083/95 Distribuição gratuita Maio 2012 . Olimpo . 3

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Editorial

JOSÉ VICENTE MOURA Presidente do Comité Olímpico de Portugal

LONDRES 2012

exemplo de um conjunto de excelentes atletas demonstra, mesmo nos nossos conturbados e intranquilos tempos, que é possível vencerem-se dificuldades e conquistar-se um lugar de evidência. FALTAM CERCA DE DOIS MESES PARA a Cerimónia de Abertura dos Jogos da XXX Olímpiada, em Londres. Nesta data cerca de 70 atletas estão qualificados pelas Federações Internacionais e com resultados que lhes permitem ser seleccionados pelo Comité Olímpico de Portugal (COP) para integrarem a Missão Olímpica de 2012. Temos, assim, mais atletas que em ano homólogo dos Jogos de Pequim e menos modalidades apuradas. As atletas do género feminino, ultrapassam os 45%, o que relativamente a Pequim significa um progresso, neste âmbito. Infelizmente, mais uma vez, as modalidades colectivas primam pela ausência, desta feita o Futebol cedo se afastou da qualificação e o Voleibol, sempre lutando tenazmente para se apresentar nos Jogos, não se apurou. Seria crucial analisar e definir o que

fazer em termos futuros. Este conjunto de excelentes atletas que, ao longo de quatro anos, muito trabalharam, sacrificando tempo, actividades profissionais e estudantis, bem merecem serem credores da nossa admiração e apoio. Cada vez é mais difícil o apuramento para os Jogos e só por isto devem ser homenageados. O seu exemplo demonstra, mesmo nos nossos conturbados e intranquilos tempos, que é possível vencerem-se dificuldades e conquistar-se um lugar de evidência. Com as grandes potências económicas e demográficas cada vez mais interessadas em demonstrarem ao Mundo a excelência

dos seus regimes e políticas, mobilizando as melhores condições financeiras, infraestruturais e técnicas, naturalmente que aspiram conquistar a grande maioria das medalhas olímpicas, sendo a excepção, a este primado, por parte dos pequenos países, um facto assinalável. Convém recordar que dos doze campeões europeus ou mundiais que, em 2008, integraram a Missão para Pequim, hoje só contamos com uma atleta nessas condições. Se no desporto olímpico, as previsões fossem credíveis, teríamos cumprido as nossas previsões de medalhas para Pequim. Mas como, felizmente, as previsões são falíveis, talvez Londres nos traga o sucesso que os atletas, com certeza, mas também os treinadores, e os dirigentes das Federações, COP e Administração Central bem merecem.

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Breves

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MILLENNIUM BCP, BANCO OFICIAL DO COP

O

Millennium bcp e o Comité Olímpico de Portugal (COP) assinaram um contrato de patrocínio, que contempla a sponsorização do COP e da Equipa Olímpica Portuguesa, no âmbito dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. O Millennium bcp é assim o Patrocinador Oficial do COP e da Equipa Olímpica Portuguesa, em regime de exclusividade, no sector da banca. O protocolo foi assinado por Nuno Amado, Presidente da Comissão Executiva do

// Diogo Ganchinho,

24 anos, garantiu a sua vaga olímpica

TRAMPOLINS

O Presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Comandante Vicente Moura, esteve presente no XIV Congresso de Ciência do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa, subordinado ao tema “Desporto: Cultura, Estética e Excelência”, que se realizou em Belo Horizonte, Brasil, entre os dias 2 e 5 de Abril.

PATROCÍNIO

LEGISLAÇÃO

Diogo Ganchinho representa Portugal nos trampolins

BRASIL COP PRESENTE NO XIV CONGRESSO DE CIÊNCIA DO DESPORTO E EDUCAÇÃO FÍSICA DOS PALOP

O ginasta português Diogo Ganchinho, 24 anos, garantiu presença nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, superando o ginasta Nuno Merino nos Campeonatos Europeus de Trampolins, que decorreram em São Petersburgo, na Rússia. Diogo Ganchinho qualificou-se para a final registando 49,470 e 59,075 pontos nos dois saltos das preliminares de apuramento para a final. Ganchinho volta assim a marcar presença na maior competição multidesportiva do mundo, depois de ter sido 11.º nas preliminares em Pequim 2008.

49,470 e 59,075 pts

O Comité Olímpico de Portugal (COP) e a Shamir, empresa israelita pioneira mundial na investigação e desenvolvimento na área das lentes oftálmicas, estabeleceram um acordo de patrocínio que permitirá ajudar todos os atletas nacionais com necessidades oftalmológicas. O acordo entre as duas entidades, que irá vigorar durante o Ano Olímpico, torna a firma Shamir o “Fornecedor Oficial Oftálmico do Comité Olímpico de Portugal”, em regime de exclusividade. Shamir é uma multinacional especialista em lentes oftálmicas progressivas, com um ‘know-how’ de 40 anos, detentora de um dos maiores e mais avançados departamentos de Investigação e Desenvolvimento de lentes do mundo. Em Portugal, tem o laboratório de referência da Europa, nos arredores do Porto, onde emprega 200 pessoas e produz lentes oftálmicas para o mercado português e europeu. Só em 2011 produziu mais de 1,5 milhões de lentes por receita.

DIOGO GANCHINHO

APURAMENTO

PATROCÍNIO ÓPTICA SHAMIR É FORNECEDOR OFICIAL DO COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL

Governo aprova Tribunal Arbitral do Desporto

O Governo aprovou, para audições, o anteprojecto de proposta de lei que institui, sob a égide do Comité Olímpico de Portugal, o Tribunal Arbitral do Desporto, com competência específica para administrar a justiça relativamente a litígios que relevam do ordenamento jurídico desportivo ou relacionados com a prática do desporto, sendo uma entidade jurisdicional independente, com sede nas instalações do Comité Olímpico de Portugal.

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PROJECTO APOIADO PELO COP

350 MILHÕES DE DALTÓNICOS PODEM DISTINGUIR BANDEIRAS DOS PAÍSES PARTINDO da premissa de que 90% da comunicação é feita através da cor, o código ColorADD, uma invenção portuguesa patenteada, define três símbolos universais que se combinam para traduzir a cor. A estes juntam-se mais dois, representados pelo preto e pelo branco. De uma forma simples e positiva, num “jogo mental”, consegue-se a correcta identificação da cor para indivíduos que não a conseguem diferenciar. Estima-se que existam no mundo 350 milhões de Daltónicos. Estudos revelam que

95% dessa comunidade já sentiu ou sente constrangimentos de acessibilidade à vida social dada como adquirida pela maioria: “De que país é a bandeira hasteada? Como escolho ou compro uma peça de roupa? Como interpreto o mapa do metro se as linhas são representadas por cores? Que cor está no semáforo?” A aplicação do conceito ColorADD à maior competição desportiva do mundo facilitará o dia-a-dia de todos os daltónicos que assistirão aos Jogos, quer no complexo Olímpico, quer através das emissões televisivas.

Millennium bcp, e Vicente Moura, Presidente do Comité Olímpico de Portugal, na sede do COP, e contou com a presença dos atletas olímpicos Marco Fortes, Francis Obikwelu, Diogo Ganchinho, Ana Rente e Sara Carmo, bem como de Nuno Barreto, Presidente da Comissão de Atletas Olímpicos.

1 000 000 Já estão à venda quase um milhão de bilhetes, incluindo alguns para a final masculina de 100 metros e para as Cerimónias de Abertura e de Encerramento dos Jogos Olímpicos Londres 2012.

APURAMENTO ÁLVARO MARINHO E MIGUEL NUNES PRESENTES EM LONDRES A DUPLA de velejadores da classe 470, Álvaro Marinho e Miguel Nunes, garantiu presença nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, na Semana Olímpica Francesa, obtendo um 5.º lugar na Medal Race e ficando assim à frente da dupla António Matos Rosa/Ricardo Schedel. Esta será a quarta vez que a dupla Álvaro Marinho e Miguel Nunes marcará presença na maior competição multidesportiva do mundo. Maio 2012 . Olimpo . 7

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ENCONTRO COP/FPT PROMOVEM ENCONTRO PARA FALAR DE TÉNIS O Comité Olímpico de Portugal (COP) e a Federação Portuguesa de Ténis (FPT) promoveram dia 20 de Abril, na sede do COP, em Lisboa, um encontro subordinado ao tema “O ténis português nos Jogos Olímpicos”. No encontro, que assinalou o 87.º aniversário da FPT, fundada a 16 de Março de 1925, pretendeu-se recuperar a memória do ténis português nos Jogos Olímpicos e perspectivar Londres 2012.

APURAMENTO

TIRO E VELA

Já estão apurados os atletas a quem serão atribuídas as quotas olímpicas de Tiro e de Vela, na classe Star. No Tiro o apuramento coube aos atletas João Costa e Joana Castelão. Na classe Star de Vela foi escolhida a dupla Afonso Domingos e Frederico Melo. Para Joana Castelão, um dos talentos do Tiro nacional, Londres 2012 será a sua estreia olímpica. Para o atirador João Costa, o primeiro atleta português a garantir, para Portugal uma quota olímpica para Londres 2012, será a sua quarta participação, tendo sido 7.º classificado nos Jogos de Atenas 2004. Na vela, a dupla Afonso Domingos e Frederico Melo garantiu a qualificação durante os Mundiais de Vela de Classes Olímpicas que decorreram em Perth, Austrália, em Dezembro.

VELA

Mário Santos, o Chefe da Missão Olímpica Portuguesa aos Jogos Olímpicos Londres 2012, esteve no Centro de Alto Rendimento de Sangalhos para acompanhar de perto a preparação dos ginastas qualificados para os Jogos Olímpicos, bem como dos restantes atletas da Federação Portuguesa de Ginástica que ali se encontrava em estágio. Portugal assegurou quatro quotas olímpicas na modalidade de Ginástica, através de Manuel Campos (Artística Masculina), Zoi Lima (Artística Feminina), Nuno Merino (Trampolim Masculino) e Ana Rente (Trampolim Feminino).

O Troféu Princesa Sofia foi uma das múltiplas competições que ajudou a determinar quais os velejadores que ocuparão as quotas olímpicas conquistadas por cada país. Mário Santos, Chefe da Missão Olímpica Portuguesa aos Jogos de Londres 2012, esteve presente em Abril em Palma de Maiorca, Espanha, para acompanhar as várias provas do Troféu. Em causa esteve o apuramento dos atletas, na modalidade de Vela, para as classes 49er, 470, Laser Radial e Laser Standard.

APURAMENTO

VISITA CHEFE DE MISSÃO NO CENTRO DE ALTO RENDIMENTO

49ER, 470, LASER RADIAL E LASER STANDARD

Breves

7 300 PESSOAS

TOCHA OLÍMPICA JÁ TEM PORTADORES E PERCURSO TRAÇADO

A

organização dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 anuncia que mais de 7 300 pessoas vão transportar a Tocha Olímpica. Simultaneamente foram revelados os uniformes dos portadores da Tocha, bem com o percurso a realizar e que já pode ser consultado no sítio da internet www.london2012. com/olympictorchrelay. Neste suporte digital podem também ser lidas as incríveis e tocantes histórias de vida de alguns dos participantes escolhidos pela comunidade. O grupo de Portadores da Chama Olímpica inclui todos os que foram nomeados pelo público, bem como

os representantes dos três parceiros: Coca-Cola, Lloyds TSB e Samsung. Estima-se que uma média de 115 pessoas transportará diariamente a Tocha durante a sua jornada de 8 000 milhas por todo o Reino Unido até chegar ao Estádio Olímpico, a 27 de Julho. A Chama atravessará mais de mil comunidades transportada a pé, de barco, eléctrico, balão de ar quente, bicicleta, moto e cavalo. Portugal estará representado por Filipa Ferreira, campeã nacional de Juniores nos 20 km Marcha, por Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar, e por Jorge Gonçalves, um cidadão anónimo de 61 anos.

Uma menina de nove anos, que pode ver o Estádio Olímpico da janela do seu quarto, teve a honra de declarar oficialmente inaugurado o Estádio Olímpico de Londres, juntamente com Sebastian Coe. Niamh Clarke-Willis, que mora em Hackney, carregou num botão azul gigante que soltou balões para o céu de Londres.

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PARCERIA COP, MOVIJOVEM E SEDJ LANÇAM CARTÃO INOVADOR

O COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL

(COP) estabeleceu uma parceria com a Movijovem e a Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude para o lançamento do Cartão Jovem Atleta. A apresentação decorreu no Auditório do Centro de Medicina Desportiva do Estádio Universitário de Lisboa, contando com as presenças do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre, do Presidente do Comité Olímpico de Portugal, Comandante Vicente Moura e do Presidente da Movijovem, João Bibe, para além de vários representantes de entidades e organismos desportivos. O cartão jovem Atleta destina-se a jovens dos 12 aos 29 anos (inclusive), permitindo um leque de vantagens, descontos, reduções e isenções em produtos e serviços prestados por entidades públicas e privadas. Custa dez euros e é válido por um ano. Está à venda nos CTT, Pousadas da Juventude, Lojas Ponto JÁ (IPDJ), nas lojas TMN, Caixa Geral de Depósitos e através do site: www.cartaojovem.pt.

Os badmintonistas portugueses Pedro Martins e Telma Santos confirmaram presença nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, após o fecho dos ‘rankings’, nos quais se apuravam os 38 primeiros badmintonistas, tanto em femininos como em masculinos. Pedro Martins, de 22 anos, atleta do CHE Lagoense, qualificou-se na 32.º posição. Telma Santos, 28 anos, da mesma equipa, vê confirmada a sua presença com um 36.º lugar no ‘ranking’. Esta será a estreia para os dois atletas portugueses em Jogos Olímpicos, mas a quarta representação consecutiva do Badminton nacional em Jogos Olímpicos, desde Sidney em 2000.

APURAMENTO

MARCOS FREITAS E JOÃO PEDRO MONTEIRO QUALIFICAM-SE PARA TÉNIS DE MESA OS MESA-TENISTAS Marcos Freitas e João Pedro Monteiro qualificaram-se para os Jogos Olímpicos Londres 2012 ao vencerem duas das poules masculinas do Torneio Europeu de Qualificação Olímpica 2012 que decorreu em Kirchberg, no Luxemburgo. Marcos Freitas, de 24 anos, e João Pedro Monteiro,

de 28 anos, repetem assim a sua presença nos Jogos Olímpicos após terem participado em Pequim 2008, naquela que foi a estreia do Ténis de Mesa nacional na competição, onde também esteve Tiago Apolónia. Em Pequim, Marcos Freitas assegurou o 17.º lugar. João Pedro Monteiro quedou-se pela 33.ª posição.

Pin Olímpico

Badminton

PORTUGAL CONQUISTA QUOTA NO RS: X FEMININO E NO LASER STANDARD

APURAMENTO

O Comité Olímpico de Portugal (COP) desenvolveu um ‘pin’ para assinalar a sua participação nos Jogos Olímpicos. Este pin, cuja proposta criativa esteve a cargo da BrunoBate – Design Studio, para além de assinalar a presença de Portugal nos Jogos Olímpicos Londres 2012, presta homenagem ao país organizador, através da utilização de um dos símbolos nacionais ingleses, a Rosa. A forma escolhida obedece à linguagem arrojada como foi criado o logótipo para os Jogos de 2012, através da estilização de formas, propondo-se à construção de uma rosa muito particular. Para tal, foi utilizado como elemento de referência a Cruz de Cristo presente no símbolo do COP. O ‘pin’ será utilizado por todos os elementos da Missão Olímpica Portuguesa presente nos Jogos Olímpicos Londres 2012.

A ATLETA CAROLINA SOUZA-MENDELBLATT assegurou a quota olímpica para Portugal nos Jogos de Londres 2012 na modalidade de Vela, na prova de RS:X Feminino. Esta será a segunda vez que Portugal participa nesta prova na história dos Jogos Olímpicos, depois da estreia em Atlanta 1996, com Catarina Fagundes. A velejadora luso-brasileira de 32 anos assegurou o lugar para os Jogos de 2012 ao garantir o 52.º lugar no Mundial de RS:X Feminino, durante uma prova em Cádis, Espanha, no último lugar que garantia a presença no maior evento multidesportivo do mundo. Por outro lado, Gustavo Lima garantiu recentemente quota nos Jogos Olímpicos para Portugal no Mundial da Classe Laser Standard, a decorrer na Alemanha, alcançando a Frota de Outro do Mundial de Laser Standard. Com as duas qualificações, elevam-se para oito o número de classes da modalidade de vela em que Portugal se classificou para os Jogos: Laser Radial, RS:X Feminino, RS:X Masculino, Star, 49er, 470 Masculino, Match Racing Feminino e Laser Standard. Maio 2012 . Olimpo . 9

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Tema de Capa

Citius, Altius, Fortius”

E

ste é o lema dos Jogos Olímpicos em latim. Mais rápido, mais alto e mais forte em português. Foi este o desafio lançado pela Missão Olímpica aos jornalistas portugueses que estarão em Londres a fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos 2012. Por uma manhã, os profissionais da comunicação social viveram o outro lado do desporto. De ténis calçados, calções e t-shirt vestidos. Porque para se entender o desporto sobre o qual escreve, nada melhor do que sentir nos músculos o que é ser atleta. Experienciar quão dura é a preparação para se atingir aquele que é o objectivo máximo, participar nos Jogos Olímpicos na capital britânica. O Complexo do Jamor foi o palco deste dia diferente para os mais de 30 jornalistas presentes. Desportivos, generalistas, rádios e TV’s, todos quiseram ser “Jornalistas Olímpicos”, o nome dado a este evento pelos responsáveis da Missão Portuguesa que assinalou, simultaneamente, os 100 dias para os Jogos Olímpicos de Londres 2012. E foi bem cedo que o dia começou para os profissionais da comunicação social. Como os heróis olímpicos, é preciso começar o treino no alvorar de cada dia. Depois das boas-vindas do Chefe de Missão, Mário Santos, e do Director do Complexo Desportivo do Jamor, João Paulo Graça, foram criados quatros grupos de jornalistas. Cada um iria viver diferentes emoções ao longo da manhã. Da velocidade do Atletismo, à agilidade da Ginástica, passando pela perícia da Esgrima, pela destreza da Canoagem, pela resistência do Triatlo ou pela força do Judo, os desafios eram vários e a curiosidade dos participantes sobre quais as modalidades que lhes calhariam em sorte era grande. Para alguns seria o primeiro contacto

MISSÃO LONDRES 2012

SENTIR O ESPÍRITO OLÍMPICO Começou em Londres e terminou no Jamor, a experiência vivida pela Comunicação Social no espaço de uma semana. A Missão Olímpica quis dar aos jornalistas acreditados para os Jogos um primeiro contacto com a realidade do maior evento multidesportivo do mundo. Do palco dos sonhos à experiência de ser atleta por um dia, foram muitas as emoções vividas.

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// Do aquecimento até à hora de sprintar, nada faltou para que os jornalistas se sentissem atletas por um dia com estas modalidades, pelo que foi fundamental o acompanhamento dos atletas olímpicos portugueses em cada uma das estações criadas. Em comum, todos os grupos tiveram a experiência do Atletismo, mas em provas diferentes. Uns experimentaram o salto à vara, outros as barreiras, outros ainda a caixa de saltos que, na pista de corrida, tem assinalados os resultados ímpares de Nélson Évora no triplo salto, e de Naide Gomes no Comprimento. Pela velocidade, um dos pontos mais altos da modalidade de Atletismo nos Jogos Olímpicos, todos passaram, alguns dos quais com excelentes resultados, a demonstrarem que, com a preparação adequada, poderiam sonhar com os mínimos para uma grande competição. A acompanhá-los estiveram Yazaldes Nascimento, Ricardo Monteiro, Vera Barbosa, João Ferreira e Jorge Paula, atletas que estão na calha para irem a Londres, alguns deles já com mínimos B para as suas provas. Impressionados ficaram ainda os jornalistas com as excelentes condições do Centro de Alto Rendimento do Jamor, onde as principais figuras do Atletismo nacional se preparam diariamente para superar os seus recordes pessoais e elevarem bem alto o nome de Portugal. Maio 2012 . Olimpo . 11

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Tema de Capa

// Como verdadeiros campeões olímpicos, os jornalistas até experimentaram alguns testes médicos antes do exercício

O outro ponto em comum a todos os grupos foi a visita ao Laboratório de Alto Rendimento do Jamor e à sala de treino em Altitude, que garantem aos atletas portugueses que ali treinam, em diferentes modalidades, condições únicas e de privilégio para desenvolverem as suas capacidades e potenciarem ao máximo a sua preparação. Na estação de Judo, a primeira exigência foi descalçar os sapatos e respeitar o ambiente especial que existe naquele espaço, como explicou o Chefe Adjunto da Missão, Nuno Delgado, medalhado em Sidney. Depois, foi a vez do Bi-Campeão da Europa João Pina, com a ajuda dos jovens Pedro Jacinto e Sérgio Oleinic, revelar os segredos de uma modalidade na qual Portugal tem alcançado excelentes resultados nos últimos anos. Tatami, Ippon e Yuko passaram a ser termos comuns aos jornalistas presentes. Na Ginástica, o trampolim foi o cen-

A mais desafiante das estações acabou por ser a do Triatlo, numa competição real, na qual o grupo levou à séria a prova e lutou até à final pela vitória.” tro das atenções. Com Diogo Ganchinho, Nuno Merino e Sílvia Saiote a darem as coordenadas, era notório o receio de alguns dos jornalistas em voar a cada salto que davam. Alguns achavam que iam parar fora do trampolim mas, à medida que ganhavam confiança, a emoção de subirem mais alto ganhou a batalha. Ao lado, era a vez da Esgrima assumir-se como protagonista. E foi fácil perceber que a destreza de Zorro não se adquire da noite para o dia. Inês Herminio e Gael Santos, que infelizmente não viriam a lograr na qualificação para Londres, distribuíram o equipamento e explicaram quais os movimentos. Pouco depois, já se faziam apostas sobre quem iria conseguir derrotar quem nos confrontos entre jornalistas. A alguns metros de distância, as canoas entravam na água, com a ajuda da atleta olímpica Joana Vasconcelos e do Chefe da Missão e Presidente da Federação Por-

tuguesa de Canoagem, Mário Santos. As forças já não eram muitas e a hipótese de cair à água não se colocava. Até deixaram os coletes em terra para demonstrar esta sua convicção. E, de facto, cumpriram os mínimos, apesar da fadiga acumulada. Foram alguns minutos à tona de água, de pagaia na mão, a navegar por águas que nunca tinham navegado. A mais desafiante das estações acabou por ser a do Triatlo, numa competição real, na qual o grupo levou à séria a prova e lutou até à final pela vitória. João Silva explicou o que teriam de fazer para chegar à glória e, depois de nadarem na Piscina Olímpica do Jamor, montaram nas bicicletas num percurso que os levaria ao Centro de Alto Rendimento de Atletismo, onde A Bola e a Sporttv lutaram em sprint na pista de tartan, pela vitória que acabou por sorrir ao canal de TV desportivo, graças à impressionante ponta final de Filipe Gonçalves.

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Capital Mundial do Desporto

LONDRES

FOI NO PASSADO DIA 11 DE ABRIL que a Missão Olímpica levou a Londres, a maioria dos jornalistas acreditados para os Jogos Olímpicos para conhecerem o Parque Olímpico: o local que concentrará a atenção de todo o mundo de 27 de Julho a 12 de Agosto. Mário Santos, Chefe da Missão Olímpica, liderou a comitiva de 23 pessoas que rumou à capital britânica, numa viagem relâmpago que começou às seis horas da manhã, no Aeroporto de Lisboa, onde o grupo regressou já depois das 22h. Chegados a Londres, a comitiva rapidamente se dirigiu ao Centro Comercial de Stratford, ao lado da ainda deserta Aldeia Olímpica. Será aqui que milhares de atletas e oficiais, de todas as delegações, ficarão hospedados ao longo das mais de duas semanas em que decorrem os Jogos. Depois de um rápido almoço no Centro Comercial, marcado por um alerta de incêndio que obrigou à evacuação do espaço durante alguns minutos, jornalistas e responsáveis da Missão foram até ao Parque Olímpico onde ficaram a conhecer as várias infra-estruturas onde decorrerão uma grande maioria das competições. E se alguém esperava ver ainda muito por fazer, rapidamente percebeu que o Parque está praticamente pronto, estando apenas por concluir as zonas comuns, já que os vários locais de competição estão totalmente terminados. O passeio de autocarro, com direito a guia do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos, durou cerca de 40 minutos e percorreu todos os recantos do Parque. São várias as infra-estruturas que, do ponto de vista arquitectónico, prometem impressionar os milhões de espectadores que por aqui irão passar no próximo Verão. O destaque vai para o Centro Aquático, a Copper Box, um pavilhão que parece uma enorme caixa de madeira suspensa, a Arena de Pólo Aquático e o Velódromo, que reuniu a preferência da maioria. Esta foi a oportunidade para os jornalistas ficarem a conhecer, por fora, aquela que será a sua casa a partir do final de Julho. A visita ao interior de cada local de competição ficará para mais tarde, quando começar o maior evento multidesportivo do mundo, que fará de Londres a capital desportiva do planeta. A visita terminou com uma improvisada conferência de imprensa do Chefe de Missão aos jornalistas presentes. O pano de fundo foi o Estádio Olímpico, que receberá alguns dos momentos de maior interesse dos Jogos: as Cerimónias de Abertura e Encerramento, bem como o Atletismo, uma das modalidades sobre as quais recaem mais atenções. Mário Santos falou das expectativas para a competição, não se comprometendo com a conquista de medalhas, mas garantindo à Comunicação Social que estão reunidas as condições para que os atletas se superem e possam alcançar excelentes resultados nas diversas modalidades em que Portugal irá participar. Assim terminou esta visita ao Parque Olímpico, que foi também a primeira oportunidade para jornalistas e Missão contactarem mais de perto e partilharem expectativas e procedimentos durante os Jogos Olímpicos. Em Julho, todos estarão de volta com a expectativa de viver de perto e relatar uma honrosa participação da Missão Olímpica de Portugal. Maio 2012 . Olimpo . 13

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Entrevista

TELMA MONTEIRO,

26 ANOS, CAMPEÃ EUROPEIA DE JUDO

“Para Londres estou mais madura e fisicamente melhor preparada” Assume-se como favorita, mas avisa que isso não é sinónimo de conquista obrigatória de medalhas. Reconhece os erros de Pequim 2008 e confessa como, às vezes, se mostra durona às adversárias no tapete, mas até nem está assim tão confiante.

Conseguiu diagnosticar os seus pontos fracos e quais as fragilidades em combate que não voltará a repetir? Sinto-me muito mais forte do que há quatro anos em todos os aspectos: técnica e fisicamente sou uma atleta melhor. Mas também sei que dando mil por cento todos os dias e dando cem por cento no dia da competição, infelizmente, às vezes não chega. Se as minhas adversárias forem melhores do que eu não há nada que possa fazer. Tenho que me mentalizar e trabalhar para naquele dia ser melhor do que elas. O judo é composto por muita técnica, mas também por muita táctica, muita estratégia. Estuda a sua adversária antes de pisar o tapete e sabe de antemão quais são os seus pontos fortes e fracos? Raramente entro para um combate sem saber o que tenho de fazer.

Conhecer os pontos fracos dela. Ter capacidade de provocar determinadas reacções. Colocá-la numa posição favorável para atacar. Por isso temos que ter conhecimento do que normalmente faz e estudamos os seus pontos fracos e fortes. É também muito jogo psicológico. Assume uma postura agressiva… Passo sempre uma imagem forte e confiante, mesmo que às vezes até nem me sinta tão confiante. Tenho certeza das minhas capacidades e é isso que tento transmitir para intimidar a minha adversária. O que sentiu quando em Fevereiro no “Grand Slam” de Paris atirou a sua adversária Aiko Sato ao tapete em sete segundos? Fiquei muito contente. Eu sabia que ia ser um combate muito difícil. Pelo menos era isso que eu esperava. Ela é uma atleta muito inteligente. Tinha-lhe ganho há um mês atrás e esperava que fosse difícil. Fui preparada para um combate muito duro do ponto de vista técnico e táctico. Quando a bati em tão pouco tempo foi uma sensação indescritível. Tanto que a minha reacção foi um bocado descontrolada. Para si foi tão empolgante ganhar o “Grand Slam” de Paris quanto poderá ser conquistar uma medalha Olímpica? Ganhar o “Grand Slam” de Paris é importante. Não é como ganhar um campeonato do mundo, mas acaba por ter a mesma importância. É uma prova muito forte onde está o grupo mais restrito das atletas de judo. Creio que nesse sentido se assemelha aos Jogos Olímpicos. Se tivesse que escolher escolhia Paris, mas não deixam de ser duas competições especiais. Vencer o “Grand Slam” de Paris era um objectivo importante que perseguia há muito tempo.

Fotos Fernando Piçarra

Olimpo – Em Atenas era uma jovem inexperiente. Em Pequim estava preparada mas não correu bem. Fez um diagnóstico do que se passou e consegue, no momento que se apurou para Londres 2012, dizer o que correu mal antes e o que não vai correr mal agora? Mário Santos – Em Pequim o que falhou mesmo foi o facto de eu querer muito alcançar o ouro. Estava muito segura de mim e, com alguma ingenuidade, ajudei a alimentar essa expectativa. Quando perdi o combate com a chinesa [Xian Dongmei] acabei por não ficar psicologicamente em condições de lutar por uma medalha. Também nesse ano tive problemas pessoais, morreu o meu treinador. Não estava emocionalmente bem. Mesmo sem me ter apercebido, isso pode ter influenciado. Creio que foi o que mais pesou. Agora para Londres estou mais madura psicologicamente e sou uma atleta fisicamente melhor preparada para esta etapa que cria tanta expectativa.

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Telma Monteiro Campeã da Europa

A atleta portuguesa Telma Monteiro sagrou-se Campeã Europeia de Judo na categoria de -57kg, vencendo na final a atleta grega Loulietta Boukouvala por Ippon, nos campeonatos que se estão a realizar em Chelyabinsk, Rússia. Para chegar à final, a judoca portuguesa já tinha vencido quatro combates. Nazlican Ozerler (TUR), Irina Zabludina (RUS) e Hedvig Karakas (HUN) na poule A e a atleta Sarah Loko (FRA) na meia-final. Esta é a quarta vez que a judoca Telma Monteiro vence o Campeonato da Europa, a segunda na categoria de -57kg, tendo também conquistado por três vezes a Medalha de Prata nos Campeonatos do Mundo de Judo. A atleta portuguesa ocupa neste momento a segunda posição no ‘ranking’ mundial. Maio 2012 . Olimpo . 15

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Entrevista

É mesmo teimosa? Sou. Gostava de pensar que não, mas sou. Continua tímida? Muito tímida. Quando vou sozinha na rua e sou abordada por pessoas que não conheço sou muito envergonhada. Às vezes passo a sensação de que sou arrogante ou indiferente porque a minha timidez bloqueia-me. É feitio. Ainda rói as unhas? Ainda. Mas isto é um vício. Em vez de as cortar, roo-as. É mais giro. O que ouve agora mais no seu Mp3? Ui, ouço tanta coisa… Desde Queen a Pink. Ouço tanta música

diferente. Ainda sonha abrir uma escola de judo? Sim. Continuo com esse sonho. Sonho não, objectivo futuro. O surf é o seu segundo desporto favorito? Faço surf uma vez por outra. Gostava de ser boa no surf. Tenho tanto respeito pelo mar que isso acaba por limitar o que podia progredir. Os Globos de Ouro ficam melhor aos pares? [Venceu o de melhor desportista em 2009 e está nomeada para a mesma categoria em 2012] (risos) Se puder ser aos pares, melhor. Estar nomeada num grupo tão restrito de atletas já

é gratificante. Não é o meu objectivo principal. Gostava de ter um para ser amigo do outro que está lá em casa (mais risos). Mais de sete mil amigos no Facebook: sente-se acarinhada? Sim. É uma forma das pessoas mostrarem apoio. É gratificante ir lá e sentir-me perto das pessoas que contactam comigo. Acha que os homens têm medo que lhes bata? Não. Acho que não tenho um ar agressivo (risos)… Eles só ficam envergonhados por eu ser uma pessoa conhecida. Acho que não têm medo que lhes faça mal.

* esta entrevista ocorreu antes da Gala dos Globos de Ouro e antes da partida de Telma Monteiro para o estágio na China

“Gostava de ter outro Globo de Ouro* para ser amigo do que está lá em casa”

“Um judoca tem que ter empenho, disciplina e coragem” Disse em 2010 à revista Aula Magna que “no judo não se pode facilitar, nem parar. Temos que estar sempre a trabalhar”. Em que consiste esse trabalho constante? Acho que mesmo quando sair do judo não vou estar completa. Se quero manter o nível físico tenho que me aperfeiçoar. Trabalhar

muito para não ficar para trás. As minhas adversárias começam a conhecer-me bem e vão tentar tudo para me contrariar. Tenho que estar sempre um passo à frente. Quais são as principais qualidades de um judoca? Tendo em conta os valores do

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, felicitou-a pelo seu apuramento para Londres 2012, após a vitória nos campeonatos europeus na Rússia a 26 de Abril. Sente que a responsabilidade de representar Portugal nos Jogos e as expectativas a seu respeito estão a aumentar cada vez mais? Responsabilidade sempre senti. Não vejo o acto de representar o meu país como uma tarefa banal. Já havia favoritismo e isso agora aumentou. Também já expliquei que o facto de ser favorita não quer dizer que vá ganhar. É só uma motivação.

judo: tem que ser uma pessoa com muito empenho, bastante disciplina e coragem para enfrentar os adversários. Em que medida a prática do judo pode determinar hábitos de vida saudáveis e um estilo de vida inteligente? O judo é uma modalidade em

2011 e 2012 estão a ser anos fantásticos para si em termos competitivos. Acha que esse facto aumenta a pressão sobre si? Que por ter ganho tantas competições terá obrigatoriamente que trazer uma medalha de Londres? Acima de tudo as pessoas querem isso para mim porque viram que eu já ganhei muitas medalhas. Acho que ficavam contentes se eu conseguisse atingir esse sonho e se lhes pudesse dar essa alegria. Que conseguisse realizar um sonho pessoal e ganhar a única medalha que ainda me falta. Aumenta a pressão, mas é uma pressão positiva. Querem que eu ganhe,

que temos de ser inteligentes para conseguirmos atirar o adversário ao chão. Não basta pegar. Temos que antever movimentos, contrariá-los, esquivarmo-nos a eles. E depois levarmos o nosso adversário a reagir de acordo com o nosso objectivo. Nesse sentido desenvolve-se a inteligência.

mas por simpatizarem comigo. Falar em medalhas dá a sensação que é fácil e não é. Estou numa categoria muito competitiva. Todas estamos bem preparadas. Sinto é que se não trouxer uma medalha a reacção das pessoas e da imprensa poderá não ser muito amigável. Pensa muitas vezes no facto de que é a melhor judoca portuguesa de todos os tempos? Não penso muito nisso. Tenho uma carreira ímpar. Os resultados provam-no. Acho que posso ganhar ainda mais. Quero só ser melhor do que aquilo que sou actualmente.

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Reportagem

UM DIA COM... ANA RENTE,

ATLETA OLÍMPICA DE TRAMPOLIM FEMININO

Fotos Fernando Piçarra

A perfeição do salto

SÉRIE QUE ANA RENTE VAI APRESENTAR NOS JOGOS OLÍMPICOS

Série

(A prestação nos jogos olímpicos é composta por duas séries de aproximadamente 20 segundos cada). Primeia série . 3/4 de Mortal atrás empranchado; . Cody engrupado; . Barani empranchado; . Mortal atrás empranchado;

. Full; . Barani encarpado; . Mortal atrás encarpado; . Mortal atrás engrupado; . Rudy Out engrupado; . Miller empranchado.

Segunda série . Barani out Triffis encarpado; . Half in half out encarpado; . Barani out Triffis engrupado; . Half in half Out engrupado; . Rudy out engrupado;

. Duplo atrás encarpado; . Full in half out encarpado; . Full in full out encarpado; . Barani out encarpado; . Half in Rudy out encarpado.

Nota: se passar à final, Ana Rente terá que realizar uma sequência da segunda série.

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Fotos Fernando Piçarra

te oito a nove horas por dia”, diz-nos Ana. Sobe uma vez mais para rede do trampolim e fica mais tempo no ar, apercebemo-nos que o nível de complexidade dos saltos é cada vez maior, o treinador cronometra o tempo de execução da série. Ana não fica satisfeita com o resultado, apesar de Luís considerar que “não foi uma má prestação”. A segunda tentativa corre melhor. A persistência e capacidade de trabalho são duas características que, de acordo com Luís Nunes, fazem de Ana Rente uma das melhores saltadoras do mundo e potencial finalista dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012. Ana Rente vai competir com 16 atletas de todo o mundo, mas os seus objectivos para a missão olímpica estão bem definidos: “primeiro chegar à final e depois lutar pelas medalhas”. Luís e Ana partem para Londres dia 22 de Julho.

// A capacidade de trabalho e a boa gestão de tempo de Ana Rente fazem com que a atleta consiga

combinar os estudos de medicina e enfrentar uma competição olímpica

P

ortugal conta novamente com a presença de Ana Rente na modalidade de trampolim para os Jogos Olímpicos de Londres 2012 (já o fez na edição de Pequim, em 2008). A Olimpo foi acompanhar um treino da ginasta no Lisboa Ginásio Clube (LGC). Já passava das 20h quando Ana entrou apressadamente na porta nº 63 da Rua dos Anjos, em Lisboa (LGC), local onde treina diariamente desde 2006. No dia, já carregava uma manhã de exigentes aulas do quinto ano de medicina da Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Nova de Lisboa, horas de estudo (época de exames) e uma entrevista concedida à RTP. Mas, ainda assim, Ana entra com uma energia contagiante no ginásio, cumprimenta os treinadores, Luís Nunes e Carlos Nobre, e os colegas. Equipa-se na sala de treino e inicia o aquecimento correndo ao

longo do perímetro da sala. Conforme passa pelos colegas que ainda não tinha tido oportunidade de saudar, vai distribuindo sorrisos e “olás”, sem descontinuar a corrida. Luís dálhe as orientações para o resto dos exercícios de aquecimento e Ana não perde tempo: salta à corda, faz os abdominais e a exercitação preparatória para os saltos no trampolim. Dos quatro grandes trampolins que ocupam a sala, Ana dirige-se para o “seu”, o mais à direita: “Vou começar com os saltos mortais simples”, indica-nos. Refere-se aos mortais engrupados, encarpados e empranchados. Faz uma pausa para descansar, senta-se no trampolim e retoma a conversa animada com os colegas. Passam-se cerca de quatro minutos e Ana regressa às alturas. Aproveitamos a nova pausa para lhe perguntar quantas horas treina por dia: “entre duas horas e meia e três horas, os chineses treinam aproximadamenMaio 2012 . Olimpo . 19

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Publireportagem

PROTOCOLO DELTA CAFÉS APOIA ATLETAS PORTUGUESES NOS JOGOS O patrocínio da Delta Cafés ao Comité Olímpico de Portugal reitera o compromisso social da marca com a prática desportiva, com os atletas portugueses e com Portugal

H

á mais de 50 anos que a Delta Cafés se assume como uma marca socialmente responsável, fidelizando a comunidade através dos seus valores, produtos e serviços, intervindo de forma pró-activa no desenvolvimento integrado da comunidade. O apoio ao desporto, nomeadamente à Missão Portuguesa nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, decorre da política de responsabilidade social da marca que visa incentivar um estilo de vida saudável, através do patrocínio as várias modalidades. A Delta Cafés tem apoiado e promovido

várias iniciativas desportivas de âmbito local e nacional. Exemplo disso é o patrocínio da marca a vários clubes de futebol como o Sporting Clube de Portugal, o Sport Lisboa e Benfica e o Futebol Clube do Porto, bem como outras modalidades desportivas, designadamente o Basquetebol, o Andebol e o Automobilismo. Na vila alentejana de Campo Maior, sede do Grupo, a Delta Cafés presta um forte apoio à comunidade desportiva patrocinando o Sporting Clube CampoMaiorense e proporcionando condições para a prática de desporto na comunidade, incentivando um estilo de vida saudável, através

de várias modalidades como o futebol (nas categorias de infantis, iniciados, juniores, juvenis e seniores), Futsal, Futebol Feminino, Basquetebol, Ginástica, Natação e BTT. Da comunidade local ao desporto nacional, a Delta Cafés, apoia o desenvolvimento das comunidades desportivas. O patrocínio da Delta Cafés ao Comité Olímpico de Portugal (COP) reitera o compromisso social da marca com a prática desportiva, com os atletas portugueses e com Portugal, sobretudo num momento em que se prepararam para enfrentar mais um duro desafio nas suas carreiras desportivas: os Jogos Olímpicos de 2012.

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ROTEIRO R OTEIRO LONDRES PRINCESS MODERN A F O S E quena IMPS ente uma pe DIANA: GL u recentem

// De manhã

inauguro Princesa Kensington usados pela O Palácio de ria de cinco vestidos vez no Reino ra ei im rá pr po o pela ais mostra tem tar ainda m em exposiçã orto- Diana, muitos deles do bilhete é possível visi P e -s za li loca mpra las de Unido. Com a co os jardins do Palácio. otting Hill, PORTOBELLO ROAD tram-se fi o bairro N e n n o es c s, çõ n re si e d a po n o ex três e Hill. irões da ru este de L ngton Palac o Na zona o os primeiros quarte s, a cara de Notting giganLocal: Kensi Março a 2 de Setembr u a N b d . d ri e a 0 d de lo o s h0 c 26 a : 18 h s te a in 0 en u m bello Ro h0 Pat euros) as, algu as das 10 os s, barraq d di d a te a n os in b (cerca de 18 s s ra m sá do u ra e s a to g lib o o st 0 A rt ,5 re s. be s 14 A a District ou casas o ): st o ha al ri ã s de tu a mais rua est sington (lin ete individu re a ru a en ilh d h e K (b il o d et g s ço m re n o re e St d lo P igh Ao ades merca ar: Metro H s. de antiguid d Market, um dos ntral) Como cheg ntiguidade ay (linha Ce gas, lojas a a o sw e R en o o ã ue ll Q e m b a Circle) ou segund e o Porto

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Opinião

MIGUEL NOBRE FERREIRA Coordenador da Comissão Instaladora do TAD

A PROPÓSITO DO TRIBUNAL ARBITRAL DO DESPORTO

aprovação pelo Governo da proposta de lei que institui, sob a égide do Comité Olímpico de Portugal (COP), o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) constitui facto relevante que a “Olimpo” vem assinalar. Honra seja feita ao actual Secretário de Estado do Desporto, Dr. Alexandre Mestre, que teve a percepção do interesse para o Desporto Nacional da institucionalização do TAD e a determinação política necessária para o impulsionar, após cinco anos de inexplicável “travagem” burocrática. Nesta ocasião é oportuno recordar o histórico do processo que constitui uma emanação do movimento associativo e do seu propósito de auto-governo da justiça desportiva, independente da administração pública e da justiça comum. De facto, a história do TAD começou em 2001 por iniciativa da Fundação do Desporto, com o apoio da Associação Portuguesa de Direito Desportivo e sob a égide do COP,

com a realização em Lisboa de um Seminário Internacional sobre Arbitragem Desportiva, no qual participaram eminentes juristas nacionais e estrangeiros, nomeadamente o Dr. Matthieu Reeb, actual Secretário Geral do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS). Desde então o COP assumiu a liderança do projecto do TAD, tendo o Presidente Vicente Moura proposto a sua criação como finalidade estatutária do COP, o que foi aprovado pelas Federações Desportivas olímpicas e não olímpicas. Com esse objectivo, em 2006, foi constituída, no seio do COP, a Comissão Instaladora do TAD, presidida pelo Juiz Conselheiro Cardoso da Costa, que elaborou o projecto de Estatutos do TAD, os quais vieram a ser aprovados, por unanimidade das Federações presentes, na Assembleia Plenária do COP de 27/10/2007. O projecto de criação do TAD foi entregue ao então Secretário de Estado e, posteriormente, em 14/12/2007, ao Ministro da Justiça, tendo ambos manifestado o seu apreço pela iniciativa do COP e a sua aprovação à criação do TAD nos moldes propostos. Não obstante, em Setembro de 2010, foi nomeada pelo Governo uma Comissão para a Justiça Desportiva, encarregada de elaborar um novo projecto para o TAD, que veio a ser apresentado publicamente em Maio de 2011, mas que não chegou a ser aprovado pelo Governo. Cabe aqui salientar que o projecto do Governo, alternativo ao do COP, reflectia uma visão

estatizante da justiça desportiva, em que o movimento associativo e os seus legítimos representantes (COP, Confederação, Federações e Associações de Treinadores, Árbitros e Atletas) tinham uma participação subalterna. Desde logo, o COP manifestou ao Governo então em funções a sua oposição a tal projecto, tendo recomposto a sua Comissão Instaladora, que passou a ser presidida pelo Prof. Miguel Galvão Teles, com o propósito de manter e aprofundar, em diálogo com o novo Governo, o seu projecto de um TAD, de matriz essencialmente associativa. Por isso, constitui um êxito para o COP a Resolução do Conselho de Ministros, agora tomada, de criação do TAD sob a égide do COP, dotado de competência específica para administrar a justiça nos litígios decorrentes da actividade desportiva, independente dos órgãos da administração pública e dispondo de autonomia administrativa e financeira, organismo jurisdicional com sede no COP, que responderá pela sua instalação e funcionamento. Note-se que o projecto do COP é, simultaneamente, supra-federativo e transversal a todo o sector desportivo e a bolsa de juízes, limitada a juristas ou personalidades de mérito reconhecido, é composta por indicação das entidades representativas do movimento associativo e dos agentes desportivos, com exclusão de nomeações por via administrativa ou política. O modelo de TAD proposto pelo COP segue, com as necessárias adaptações à nossa realidade desportiva, a estrutura, composição e funcionamento do TAS de Lausanne, ao qual estão sujeitos todos os Comités Olímpicos e todas as Federações Internacionais, e consequentemente as Federações Nacionais, e que tem granjeado elevado prestígio internacional, pela independência, isenção e competência das suas decisões. Importa salientar que o TAD será independente do COP e não se destina a substituir os órgãos jurisdicionais legítimos das Federações, mas tão só a decidir em última instância os recursos das suas decisões, evitando o recurso à justiça comum. O COP, e o movimento associativo, aguardam a breve institucionalização do TAD, satisfeitos por, ao fim de dez anos, ter sido reconhecido o seu esforço e por, mais uma vez, terem contribuído para a melhoria do Desporto Nacional.

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