//instantes
Foi há 25 anos, no dia 23 de setembro, de 1988, que Rosa Mota venceu a Maratona dos Jogos Olímpicos de Seul. Estava escrita a segunda página de ouro do olimpismo português, quatro anos após a vitória de Carlos Lopes, na mesma prova, em Los Angeles.
//flashes
Notícias Protocolo com a DESMOR O Comité Olímpico de Portugal, a Desmor - Empresa Municipal de Desporto de Rio Maior e a Câmara Municipal de Rio Maior assinaram um protocolo que vai assegurar aos atletas olímpicos condições de treino de excelência tendo como objetivo a preparação para os próximos Jogos Olímpicos, a ter lugar no Rio de Janeiro em 2016. Com este acordo, as entidades envolvidas repetem o apoio à preparação olímpica, como se verificou no anterior ciclo, tendo em vista os Jogos de Londres no ano passado. O COP vai apoiar financeiramente o Centro de Estágio e Formação Desportiva de Rio Maior para que este preste aos atletas que frequentam o programa de preparação olímpica apoios nas áreas médica e paramédica, nomeadamente no âmbito da fisioterapia.
Programa de bolsas para investigação O Comité Olímpico Internacional lançou o programa de bolsas de investigação destinadas a investigadores em início de carreira envolvidos em trabalhos relacionados com o Movimento Olímpico, a sua história e ideais, e o impacto dos Jogos Olímpicos nos vários aspetos da cultura e sociedade contemporâneas. Os objetivos do programa são encorajar jovens investigadores a desenvolver trabalhos com uma perspetiva das áreas das ciências sociais e humanas sobre o fenómeno olímpico.
Arquivo histórico documental COP
Dia Olímpico 2013 O Dia Olímpico 2013 teve em Guimarães a sua festa, numa parceria entre o Comité Olímpico de Portugal e Guimarães – Cidade Europeia do Desporto. O Dia Olímpico consistiu num Passeio de Bicicleta que envolveu mais de um milhar de pessoas, que ao longo de alguns quilómetros pedalaram pela cidade berço de Portugal. No final, o Comité Olímpico de Portugal procedeu à entrega de um diploma do Dia Olímpico a cada um dos participantes.
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O Comité Olímpico de Portugal celebrou um protocolo com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e o Instituto de História Contemporânea que irá permitir restaurar o seu arquivo histórico documental. Estas instituições terão a seu cargo as tarefas de inventariar, catalogar, digitalizar e realizar os demais trabalhos necessários ao restauro do arquivo histórico documental do COP e sua consulta pública, em suporte físico e digital, respeitando as normas técnicas e legais, nacionais e internacionais, neste domínio. Será ainda criado um Centro de Recursos Olímpicos/Repositório de Conhecimento Olímpico através de uma plataforma online dedicada à divulgação e promoção de estudos sobre a história do olimpismo em Portugal.
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Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Desportivo O COP, em parceria com a Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, criou um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Desportivo no seio da instituição. Pedro Mil-Homens assumirá a coordenação técnicocientífica do projeto que terá como missão a implementação de projetos e ações em diversos domínios específicos das Ciências do Desporto, com vista a desenvolver a investigação científica, a formação contínua e a avaliação e controlo do treino relacionado com o alto rendimento desportivo e preparação olímpica. O Centro pressupõe também a publicação de um anuário dos trabalhos de investigação em todas as instituições de ensino superior na área das Ciências do Desporto, bem como a criação de incentivos e prémios para os melhores trabalhos.
Coleção de obras literárias O COP e a Visão e Contextos, principal editora de obras técnicas e cientificas em diversas áreas do desporto, representando também as principais editoras internacionais neste domínio, celebraram um protocolo para a publicação de uma coleção de obras nas áreas do desporto e olimpismo, com vista a contribuir para a formação e atualização de conhecimentos técnicos e científicos.
João Costa soma sucessos em 2013 O atirador nacional, quatro vezes olímpico, João Costa, somou vários êxitos ao longo dos últimos meses, num total de quatro medalhas em provas internacionais de referência. O atirador de 48 anos, conquistouuma medalha de ouro na Taça do Mundo de Munique e uma medalha de prata na Taça do Mundo de Granada, tendo mais recentemente brilhado no Campeonato da Europa de Bala, disputados em Osijek, Croácia, onde arrecadou duas medalhas, uma de prata, na prova de pistola a 50m, e uma de bronze, em pistola standard a 25m.
Buenos Aires recebe J.O. da Juventude 2018
Universíadas 2013 Portugal teve uma participação de sucesso nas Universíadas 2013, disputadas em Kazan, na Rússia. O medalhado olímpico em Londres 2012, Fernando Pimenta, venceu duas medalhas de ouro na Canoagem, nas provas de K1 1000m e 500m, medalhas a que juntam os bronzes conquistados por André Alves (judo -73 kg) e Marcos Chuva (salto em comprimento), o outro atleta olímpico nacional presente nas Universíadas 2013.
O Comité Olímpico Internacional atribuiu à capital da Argentina, Buenos Aires, a organização da terceira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude de verão, que terão lugar em 2018. Buenos Aires levou a melhor sobre Medellín, na Colômbia, e Glasgow, na Escócia, numa votação que teve lugar em Lausanne, na sede do Comité Olímpico Internacional, numa sessão extraordinária levada a cabo para a eleição da cidade-sede deste certame olímpico. Será a primeira vez que a capital argentina receberá um evento olímpico. Esta será assim a terceira edição da competição, depois de Singapura ter sido o primeiro país da história a receber os Jogos Olímpicos da Juventude de verão em 2010. A segunda edição vai ter lugar em 2014, de 16 a 28 de agosto, na cidade de Nanjing, na China, que tem na antiga campeã olímpica russa do salto à vara, Yelena Isinbaeva, a embaixadora do evento.
Ana Rente de Bronze A ginasta Olímpica Ana Rente ganhou a medalha de Bronze nas finais de Trampolim Individual da Taça do Mundo, em Loulé. Depois de ser apurada para as finais da prova com um exercício de elevada qualidade, que lhe valeu a pontuação de 97,900, a ginasta conseguiu um brilhante 3º lugar, com 50,840 pontos, ficando a escassas cinco milésimas da medalha de Prata.
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Pedro Fraga venceu duas Taças do Mundo
Gabinete de Apoio ao Movimento Associativo
Pedro Fraga venceu duas das três Taças do Mundo de Remo, disputadas em 2013, na categoria de LM1x. Primeiro em Eton Dorney, Londres, Inglaterra, e depois em Lucerna, na Suíça, o remador do Porto afirmou-se como um dos mais fortes remadores internacionais da atualidade. A estas duas vitórias, Fraga somou ainda o título de vice-campeão da Europa, tendo fechado a sua época com um excelente quarto lugar no Mundial de Remo, falhando por pouco o pódio.
Conferência mundial sobre Desporto e Ambiente Sob o tema “Changing for a Better Tomorrow”, a 10ª edição da Conferência Mundial de Desporto e Ambiente, organizada pelo Comité Olímpico Internacional, terá lugar de 30 de outubro a 1 de novembro, em Socchi, a cidade russa que acolherá os Jogos Olímpicos de inverno já no início do próximo ano. Alguns dos temas em destaque serão: Uma visão coletiva para um futuro sustentável; os novos objetivos de desenvolvimento sustentável; legado russo pré e pós-Socchi 2014; cenários de desenvolvimento sustentável após conferência Rio+20; showcase do legado olímpico ambiental, entre outros temas.
Óbitos O antigo lutador Leonel Duarte faleceu no passado mês de julho, aos 64 anos, vítima de doença prolongada. Presente em três edições dos Jogos Olímpicos, em representação de Portugal, onde o melhor resultado foi um 15º em Montreal 1976, Leonel Duarte foi também várias vezes campeão nacional de luta greco-romana. Faleceu ainda o pai do judo português, Kiyoshi Kobayashi, aos 88 anos. Médico de profissão, veio para Portugal em 1958 para promover a modalidade. Manter-se-ia no nosso país por mais de 50 anos, tendo sido selecionador e treinador da seleção nacional e liderado diversas seleções em Campeonatos da Europa e do Mundo, bem como nos Jogos Olímpicos.
João Vieira brilha nos Mundiais de Atletismo O marchador olímpico João Vieira foi o destaque nacional dos Campeonatos do Mundo de Atletismo, disputados em Moscovo, na Rússia, no mês de agosto. Vieira foi quarto classificado nos 20km Marcha, ficando a poucos segundos do pódio. Este foi o melhor resultado da comitiva nacional que contou com a participação de vários atletas olímpicos.
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O COP criou um Gabinete de Apoio ao Movimento Associativo que consistirá num centro de apoio, interna e externamente, em áreas relacionadas com a governação, organização e regulação do desporto, com ênfase nos domínios do Direito, Fiscalidade, Imagem e Comunicação, Gestão e Organização. Pretende assim o COP estar mais próximo das federações desportivas, designadamente das que têm menos meios e ajudá-las em todas as suas áreas de atuação, dispondo em seu benefício dos seus serviços e consultoria gratuitos nas áreas em cima mencionadas.
Sustentabilidade Rio 2016 O Comité Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 apresentou o Plano de Gestão da Sustentabilidade dos Jogos Rio 2016, elaborado com os três níveis de governo (federal, estadual e municipal) para estabelecer os fundamentos da integração de princípios, ações e projetos relativos à sustentabilidade no planeamento e operação dos eventos. O lançamento foi marcado pela assinatura de um acordo de cooperação técnica com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que prevê, entre outras atividades, uma avaliação do plano e a mediação do diálogo entre o Rio 2016 e a sociedade civil sobre sustentabilidade.
//em foco
A festa da
JUVENTUDE
EUROPEIA Utrecht foi o palco do Festival OlĂmpico da Juventude Europeia, o grande evento olĂmpico do ano de 2013, onde Portugal esteve presente com 25 atletas de seis modalidades.
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em foco// A cidade holandesa de Utrecht recebeu aquele que foi o principal evento olímpico do presente ano, entre 14 e 19 do passado mês de julho. Participaram 49 países membros dos Comités Olímpicos Europeus, num total de mais de 2.800 atletas, com idades entre os 13 e os 18 anos. O Festival Olímpico da Juventude Europeia (FOJE)
Jéssica Barreira, no Triplo Salto, e Pedro Silva, no Judo (categoria 90kg), ficaram à beira do pódio, tendo o judoca português tido mesmo a oportunidade de lutar pelo bronze frente ao britânico John Jayne, que se impôs com dois Wasa-Ari, arrendando Pedro Silva da tão desejada medalha. Para além dos dois quintos lugares,
atletas e condição necessária para o sucesso. É importante manter uma forte aposta nos jovens talentos e habitua-los, desde cedo, a competir para ganhar. Tivemos vários atletas a demonstrar um bom nível competitivo”. À margem da competição, teve ainda lugar uma homenagem ao ainda então Presidente do Comité Olímpico
conheceu no país das túlipas a sua 12ª edição, depois da estreia há vinte e dois anos, em Bruxelas, na Bélgica. A Missão Portuguesa ao FOJE 2013 contou com a presença de 25 atletas de seis modalidades distintas, Atletismo, Ciclismo, Ginástica, Judo, Natação e Ténis, sendo que existiam ainda mais três provas coletivas, onde o nosso país não teve representação (Andebol, Voleibol e Basquetebol). Apesar de não ter conseguido medalhas, Portugal esteve próximo, alcançando dois quintos lugares.
Portugal somou mais de uma dezena de finais e vários recordes nacionais e pessoais no Atletismo e Natação. Apesar de Portugal não ter conseguido trazer para casa qualquer medalha, o chefe de missão, Mário Santos, manifestou o seu contentamento pela participação nacional no FOJE 2013. “O balanço é positivo, uma vez que este Festival se enquadra num formato que pretende dar a jovens atletas uma experiência competitiva e conviver com aquilo que são os ideais olímpicos. A experiência internacional é fundamental para a carreira dos
Internacional, Jacques Rogge, que foi o fundador deste evento em 1991. Nestas doze edições do FOJE 2013, participaram vários atletas nacionais que se viriam a tornar olímpicos, com destaque para dois que foram mesmo medalhados: Sérgio Paulinho e Nélson Évora. Paulinho foi medalha de ouro no FOJE em 1995, na cidade de Bath, tendo mais tarde sido medalha de prata em Atenas 2004 e Nelson Évora obteve a medalha de ouro no FOJE em 2001, em Murcia, tendo posteriormente conquistado o ouro em Pequim 2008.
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Tradição
europeia Thomas Bach é o novo Presidente do Comité Olímpico Internacional. Aos 59 anos, o Presidente do Comité Olímpico da Alemanha e Vice-Presidente do COI, torna-se o nono presidente do COI e o oitavo europeu no cargo. Bach sucede ao belga Jacques Rogge, que liderou a instituição durante os últimos 12 anos.
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pódio//
E
Em 1894, foi criado o Comité Olímpico Internacional, por ocasião do Congresso de Paris, onde se deu origem ao Movimento Olímpico moderno. Atenas foi escolhida para acolher a primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna e estipulou-se que o Presidente da mais importante instituição desportiva mundial seria proveniente do país que acolhesse a próxima edição do evento. O grego Demetrius Vikélas foi então o eleito e deu início a uma longa tradição de presidentes originários do Velho Continente. Após Atenas 1896, novas eleições tiveram lugar e Pierre de Coubertin, o pai do Olimpismo moderno, assumiu o cargo, dado que Paris seria a cidade da edição seguinte, em 1900. Contudo, a norma de que o presidente do COI seria originário do país que acolhesse a próxima edição dos Jogos terminaria nesta altura, uma vez que Coubertin teve o mais longo mandato da história da instituição, que durou 29 anos. Até hoje, o COI conheceu mais seis presidentes, sendo que apenas o norte-americano Avery Brundage, entre 1952 e 1972, contrariou a tradição de um europeu liderar a organização. Uma tradição que foi renovada no passado dia 10 de setembro, com a eleição de Thomas Bach, como novo presidente do Comité Olímpico Internacional, após a votação que decorreu em Buenos Aires, encerrando a 125ª sessão do COI. Bach, alemão de 59 anos, era o favorito na corrida ao cargo e a votação
confirmou-o. Após uma primeira ronda, que deixou fora da eleição o candidato de Taiwan, Ching-Kuo Wu, os membros do COI elegeram Thomas Bach com 49 votos, ficando o porto-riquenho Richard Carrion, com 29 votos, a larga distância. Ser Miang Ng, de Singapura, com seis votos, Denis Oswald, da Suiça, com cinco, e Sergey Bubka, da Ucrânia, com quatro, foram os restantes candidatos. Campeão olímpico na modalidade de Esgrima, em Montreal em 1976, em Florete por equipas, Bach ocupava o cargo de Presidente do Comité Olímpico da Alemanha e o de VicePresidente do COI, instituição para a qual entrou em 1991, e era atualmente também responsável da Comissão Jurídica do COI. O novo presidente agradeceu, no seu discurso, em sete idiomas, a confiança demonstrada pelos membros votantes. “É uma grande responsabilidade, mas irei liderar seguindo o meu lema “Unidade e Diversidade”. O COI é uma grande orquestra universal, portanto toquemos em harmonia musical para o futuro brilhante do movimento olímpico. Esta votação é um sinal de confiança no meu trabalho”. Entre os principais desafios, Bach terá a luta contra o doping e as apostas ilegais, bem como a revisão do programa desportivo olímpico, a consolidação dos Jogos da Juventude e a possibilidade de uma estreia dos Jogos Olímpicos em África. Thomas Bach foi eleito para um mandato de oito anos, que poderá renovar por mais quatro, uma vez que
o cargo tem a limitação de doze anos. Votaram 94 membros do COI, uma vez que os membros de país de origem dos candidatos não podiam votar. O dirigente alemão herda o COI numa invejável situação de saúde financeira, uma vez que Rogge se despediu deixando 901 milhões de dólares nos cofres, um valor muito superior aos 105 milhões que estavam no COI na altura em que ocupou o cargo em 2001. Para tal, muito contribuíram os patrocínios e direitos televisivos que ao longo da última década originaram receitas significativas. No momento da despedida, Rogge destacou aquelas que foram as áreas fulcrais do seu trabalho. “Os Jogos Olímpicos e o bem estar dos atletas foram o nosso principal objetivo, mas também tentámos promover a cultura, a educação, o meio ambiente, a ética, a luta contra o doping e os Jogos Olímpicos da Juventude”. A liderança do médico belga fica indelevelmente marcada pela luta contra o doping e corrupção. Rogge conseguiu implementar a congelação das amostras colhidas nas análises antidoping por um período de oito anos, para análise posterior com métodos mais avançados, técnica que permitiu descobrir vários casos de doping de vários olímpicos de Atenas 2004. Outra das suas bandeiras foi a criação dos Jogos Olímpicos da Juventude, merecendo ainda destaque a sua luta pela presença de mulheres no COI e a escolha da primeira cidade sulamericana, o Rio de Janeiro, para sede de uma edição dos Jogos Olímpicos, que decorrerá já sem a sua presença no cargo, no próximo ano de 2016.
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federações//
De Londres’12 para num ano de Ouro para as Escolas, o Ténis de Mesa O dia 5 de agosto de 2012 marca um feito histórico do Ténis de Mesa português, ao qual se seguiu um ano de consolidação de resultados desportivos e de desenvolvimento da modalidade junto de um público muito mais vasto. O impacto mediático do 5.º lugar por equipas nos Jogos Olímpicos de Londres, catapultado pela transmissão televisiva em direto, representou a afirmação definitiva de uma geração de atletas e de um desporto que já há alguns anos mostrava potencial para grandes feitos. O êxito olímpico não foi esporádico e os meses que se seguiram mostraram que os resultados são fruto de um trabalho e dedicação exemplares. Os três olímpicos portugueses continuaram a revelar o seu valor, com Marcos Freitas a ser chamado para representar a Seleção da Europa e Tiago Apolónia e Marcos Freitas a sagrarem-se vice-campeões dos competitivos Campeonatos em que se encontram, respetivamente o alemão e francês. A Seleção Nacional alcançou no Mundial de Paris, disputado em maio, o melhor resultado de sempre na segunda competição desportiva mais importante, com a presença nos oitavosde-final na variante de Singulares (Marcos Freitas) e Pares (Tiago Apolónia e Marcos Freitas). Desempenhos que permitem acalentar aspirações de obter um excelente resultados no Europeu que se disputa em outubro em Schwechat, na Áustria, de uma equipa que é detentora da Medalha de Bronze na competição.
Mas o êxito foi extensível aos escalões mais jovens. João Geraldo brilhou no Europeu de Jovens realizado em Ostrava, ao conquistar duas Medalhas de Bronze, em Singulares e Pares. O internacional português, que aos 17 anos se tornou no mais jovem mesa tenista de sempre a ingressar numa equipa estrangeira, passando a desenvolver as suas qualidades no campeonato alemão, foi convocado para representar a Seleção da Europa no Top 10 Europeu, juntamente com Diogo Chen. A Federação quer alargar o âmbito da modalidade a um universo cada vez mais amplo e mais jovem e nesse sentido lançou o programa “O Ténis de Mesa vai à Escola”, que pretende contribuir para a promoção do Ténis de Mesa no Plano Anual da Escola, através da integração da modalidade na sua atividade interna. O alargamento do número de praticantes é umas das apostas e a Federação disponibilizou um manual que pretende constituir um guia de trabalho para os docentes do 1.º e 2.º ciclos, cuja utilidade se revelará na forma como as características do Ténis de Mesa se adequam à realidade e aos objetivos da Escola. A exposição que o Ténis de Mesa tem alcançado por via dos resultados desportivos deverá traduzir-se no crescimento de praticantes e de clubes, a base de sustentação de todas as modalidades. É o que se deseja para um futuro que se vislumbra promissor!
Federação Portuguesa de Ténis de Mesa
2990
PRATICANTES
222
TREINADORES
170
CLUBES
16
ASS. DISTRITAIS
15
CAMPEONATOS NACIONAIS
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//zona mista
“SEM VALORES E ÉTICA, O DESPORTO NÃO TEM FUTURO” Entrevista a Carlos Gonçalves, segundo português a vencer prémio do Comité Internacional de Fair Play, depois de Eusébio da Silva Ferreira.
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zona mista//
Carlos Gonçalves foi galardoado este mês de setembro com o Prémio Willi Daume, que distingue uma pessoa ou entidade pela promoção dos valores e princípios do Fair Play. Um troféu atribuído pelo Comité Internacional de Fair Play, que desde 1965 apenas havia premiado um português, Eusébio da Silva Ferreira, em 2001, neste caso com o prémio Jean Borotra, em reconhecimento de uma carreira pautada pelo respeito pelos princípios éticos do Desporto. Presidente honorário da European Fair Play Movement, depois de dezoito anos ao seu serviço como Vice-Presidente, primeiro, e Presidente depois, Carlos Gonçalves faz à Olimpo o balanço de uma vida dedicada à ética no desporto, abordando temas fraturantes como o Doping ou a violência, com uma visão crítica sobrea realidade do desporto nacional a este nível, onde destaca uma clara falta de cultura desportiva.
Olimpo – O que representa para si este Prémio Willi Daume? Carlos Gonçalves - É motivo de grande satisfação e traduz o reconhecimento do trabalho desenvolvido à frente do European Fair Play Movement. Contudo, gostaria de repartir com todos os dirigentes que comigo colaboraram ao longo de 18 anos no EFPM e os delegados dos países nele filiados, que desenvolvem um trabalho notável na defesa e promoção dos valores e princípios éticos no desporto. Este prémio não pode representar o trabalho individual de uma pessoa, mas sim o trabalho de todos aqueles que na Europa se dedicam a esta causa dos valores humanistas da prática desportiva. Porquê a pedagogia e a ética no Desporto? Enquanto praticante tive sempre a preocupação de entender a prática desportiva como algo que só faz sentido se for efetuada com respeito por um conjunto de princípios e valores sem os quais a prática desportiva nada vale. Depois, enquanto docente, estive sempre consciente da importância que a escola e professores têm na defesa desses valores e princípios, quer através das aulas curriculares, quer do desporto escolar. Este trabalho de muitos anos fez-me convencer de que sem os valores e princípios referidos, o desporto, seja de competição ou recreação, não tem futuro se não for balizado por um conjunto de regras, não as de cada modalidade, mas de conduta e comportamento que lhe deverão estar sempre inerentes. Como surgiu a oportunidade em 1994 de integrar a EFPM? Desde 1989 que um conjunto de representantes de diferentes países se reuniam anualmente na Europa para fazer um balanço das suas atividades. Ao fim de cinco anos, incluíram outros países e organizações que trabalhavam nesse domínio, para criar a primeira Assembleia Constituinte que deu origem ao primeiro Comité Europeu de Fair-Play. Durante essa Assembleia (Zurique 1994), foi decidido estabelecer um comité executivo provisório do futuro organismo europeu, tendo eu sido eleito vice-presidente, num total de 14 representantes de países europeus. Hoje, a organização é composta por representantes de 40 países europeus, mas ainda há muito para fazer, como a integração de países com trabalho desenvolvido nesta área, como os nórdicos ou o Reino Unido.
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//zona mista A ética no desporto é vivida de forma diferente em Portugal e no estrangeiro? Há diferentes realidades na Europa. Em Portugal é um tema desvalorizado, que não colhe uma aceitação dos decisores desportivos e políticos. Há uma ausência gritante de educação desportiva ao longo dos tempos. Falta uma visão que não seja meramente comercial e mercantilista do desporto. Tudo isso influencia a maneira como as questões da ética e fair play são entendidas. Na Europa, existe uma grande consciencialização da importância destes temas, mas ainda longe de os mesmos merecerem uma grande atenção dos decisores. Contudo, isso não tem impedido que nalguns países se faça já um trabalho notável no enfatizar da importância destas questões na prática desportiva. São os casos da Alemanha, França e Rússia, mas também de países da dimensão de Portugal, como a Holanda, a Áustria, a Finlândia ou a Polónia, com comités de fair play a trabalhar lado a lado nestas matérias com os comités olímpicos nacionais. Em Portugal, é urgente que todos os organismos desportivos governamentais e não governamentais se envolvam numa campanha de valorização pedagógica das práticas desportivas visando a exploração das suas virtualidades educativas e formativas.
“É preciso haver ações que sensibilizem as pessoas para a importância social do desporto enquanto espetáculo.“ Como vê o fenómeno do doping e qual a sua opinião sobre a introdução do Passaporte Biológico no combate ao doping? Temos assistido nas últimas décadas a uma excessiva comercialização do desporto de alta competição. Como tal, é impossível evitar esse fenómeno, que traz consigo a ideia da vitória a qualquer custo, tendo por base interesses comerciais e políticos envolvidos. Esta realidade dá origem, naturalmente, a um alargamento dos fenómenos de doping, corrupção, violência, apostas ilegais e viciação de resultados desportivos. Não podemos permitir que vinguem certas correntes europeias, que defendem a igualdade no desporto através do doping. Aceitar esse princípio seria promover uma disputa entre laboratórios farmacológicos em vez de países. A igualdade continuaria a não existir, pois os países com mais possibilidades económicas teriam substâncias mais avançadas. E pior, estaríamos a obrigar atletas que não utilizam produtos ilícitos a doparem-se, quando a maioria dos atletas está limpa. A política que temos defendido no EFPM é a repressão do doping, complementado pela educação. A introdução do passaporte biológico é um instrumento relevante nesta luta. O trabalho da Agência Mundial Anti-Dopagem tem sido muito importante, mas não pode ser só esta agência a assumir a batalha. Também as agências nacionais e restantes internacionais têm de lutar contra este fenómeno, assim como as federações.
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Como vê o caso que afeta os Jogos Olímpicos de inverno de Sochi 2014, acerca da lei russa que discrimina os homossexuais? Com total reprovação. É algo que viola a Carta Olímpica pelo que é inaceitável. A Holanda e Alemanha têm desenvolvido muitos trabalhos nesta área, como é exemplo a recente participação de vários atletas internacionais holandeses numa parada gay neste país, como forma de apoio à livre orientação sexual. Infelizmente é algo que não vejo como possível em Portugal neste momento, pois existe ainda descriminação, o que provavelmente impede que alguns atletas nacionais possam ter a “ousadia” de assumir a sua orientação como algo natural, exigindo o respeito pela sua dignidade enquanto ser humano. É tudo uma questão de educação desportiva e cívica. É algo que não acontece num minuto. É preciso que as entidades trabalhem em convergência no sentido de enfatizarem as virtualidades que a prática desportiva tem em diversos domínios.
zona mista// É altamente preocupante, mas não surpreende. Hoje o desporto juvenil traduz os mesmos traços de que enferma o desporto de alta competição. Se assistirmos com regularidade a competições desportivas de jovens, das mais diversas modalidades, veremos reproduzidos os comportamentos erróneos de participantes e praticantes, que vemos no desporto de alta competição. Que desporto para jovens queremos? Que desporto temos neste momento para jovens em Portugal? Qual a formação dos treinadores que lidam com os jovens na área da ética e do desporto? Que formação específica têm os dirigentes desportivos para lidarem com esta área? E por último, a questão dos pais, que da minha experiência e dos estudos realizados, são considerados o agente que mais influencia e mais prejudica o trabalho dos jovens praticantes. A moralidade não é algo inato no momento de nascimento, não é transmitida de forma biológica. Para a sua aquisição tem de haver uma promoção, valorização e empenhamento por parte de todos os que têm responsabilidades no movimento desportivo. De praticantes, atletas, dirigentes, federações e organismos nacionais desportivos, governamentais e não governamentais. Merece uma campanha nacional de esclarecimento e educação, de forma a valorizar estes temas como acontece noutros países. Há um longo caminho a percorrer. No futebol português existem ainda vários exemplos de violência, das chamadas claques, que ainda não se conseguiram eliminar. Existe um défice de desportivismo?
Em Portugal existe um défice de prática desportiva. Que caminho preconiza para alterar esta realidade social do país? É o reflexo da falta de hábitos desportivos do nosso país. Há progressos nesse sentido, mas estamos muito longe da média europeia. Hoje é um facto adquirido de quando se fala em desporto se fala em espetáculo desportivo e na importância que o mesmo tem na nossa vida em sociedade. Contudo, essa importância não encontra paralelo no que diz à prática desportiva regular dos cidadãos. Isso começa na escola, onde tem de haver habituação a um estilo de vida saudável. Tem também de ser dado relevo ao facto de a prática não ser importante apenas nos jovens, mas na promoção do Desporto para Todos, com campanhas de sensibilização promovidas pelos órgãos institucionais do país, que destaquem a importância das atividades físicas para a saúde de cada um. A lei do policiamento continua a dar que falar no futebol português com forte contestação de clubes, árbitros e associações...
Portugal tem um défice de cultura e educação desportiva. Esses fenómenos de violência refletem o entendimento que há da competição desportiva no país. As claques refletem no seu pior o entendimento da vitória a qualquer preço, o denegrir o adversário e entendê-lo como um inimigo a abater, independentemente dos meios utilizados para o conseguir. É algo que deve ser abordado do ponto de vista legal, mas também através da repressão. Mas não basta impor as leis. É preciso haver ações que sensibilizem as pessoas para a importância social do desporto enquanto espetáculo. Aqueles comportamentos são contrários ao conceito de uma verdadeira indústria desportiva e torna-a invendável. O desporto não pode ser um espaço de insegurança. Infelizmente, em Portugal, constantamos que as pessoas são adeptas prioritariamente dos clubes e querem a afirmação social do clube através da vitória, relegando para segundo ou terceiro plano o desporto em si e a consequente valorização da prática desportiva. Qual o exemplo mais emblemático do fair play no desporto de que tem memória? Há diferentes casos que merecem realce. Desde casos em que atletas se acusam de uma irregularidade cometida, a casos como o de um treinador do futebol, o francês Arsène Wenger, que num jogo da Taça de Inglaterra, defendeu a repetição de um jogo que tinha ganho porque um jogador seu, após a assistência a um colega da sua equipa, não devolveu a bola e, para espanto geral, na reposição da bola em jogo, marcou golo que valeu a vitória. Após a proposta de Wenger de repetição do jogo, a Federação inglesa acabou por aceitar o pedido, apesar da falta de base legal para o efeito e da recusa da FIFA em julgar o caso. Será que uma atitude destas seria possível em Portugal? Não acredito!
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Tomada de Posse do novo Conselho Diretivo da AOP Decorreu no passado dia 7 de junho (6.ª feira) a cerimónia de tomada de posse do novo Conselho Diretivo da Academia Olímpica de Portugal. O Conselho Diretivo agora empossado estará em funções até ao primeiro trimestre de 2016. Luís Gomes da Costa, na sua intervenção, enumerou os objetivos para a AOP: “Aproximar a AOP dos seus membros, procurando uma relação biunívoca efetiva e de proximidade; Reforçar, em alinhamento com o COP, o âmbito de atuação da Academia no contexto do sistema desportivo nacional, abrindo-a à sociedade civil e meio académico”
A lista A, presidida por Luís Gomes da Costa, venceu as eleições que decorreram no dia 31 de maio e foi empossada por José Manuel Constantino, Presidente do COP, tendo assumido funções os seguintes elementos:
- Luis Manuel de Oliveira Gomes da Costa (Presidente) - Tiago Nunes Viegas (Vice-Presidente) - Susana Isabel Pacheco Rodrigues (Secretária-geral) - Horácio Fernando Costa Lopes (Vogal) - Helena Isabel Pinto Coelho Messely (Vogal) - Fernando José Ferreira dos Santos Costa (Vogal) - Carlos Gustavo Soares Neves Marcos (Vogal)
Participação da AOP nas sessões internacionais 12.ª Sessão Internacional para Diretores de Academias Olímpicas Olímpia recebeu os Diretores das Academias Olímpicas Nacionais. A Sessão decorreu em Olímpia, de 12 a 19 de maio e o tema da Sessão centrou-se no ‘Legado Olímpico: Os Jogos Olímpicos e os desafios na Educação’. Estiveram presentes 106 participantes representado 81 Academias Olímpicas Nacionais. A Academia Olímpica de Portugal fez-se representar pelo seu presidente, Sílvio Rafael e por Sandro Lúcio (vogal).
53.ª Sessão Internacional para Jovens Participantes A 53ª Sessão para Jovens Participantes decorreu em Olimpia – Grécia, de 11 a 25 de junho, tendo representado a Academia Olímpica de Portugal, Joana Viães e Paulo Neto. Sob o lema «Legado Olímpico», foram desenvolvidos os subtemas “O empowerment do Olimpismo através da Juventude”.
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10.ª Sessão para Educadores Decorreu em Olimpia - Grécia, de 22 a 27 de julho, a 10ª Sessão Internacional para Educadores e funcionários de Escolas Superiores de Educação Física, subordinada ao “Legado Olímpico” como tema principal e às “Dimensões Cultural e Social dos Jogos Olímpicos” como tema específico. A AOP esteve representada pelos membros Teresa Rocha e Paulo Ferreira. Num total de 5 dias de atividade, aos participantes da sessão foram proporcionados fóruns, palestras e grupos de trabalho de reflexão sobre diversos temas, a par de experiências na área do ensino, num ambiente de multiculturalidade. Foram examinados os aspetos educacionais do Olimpismo e o Movimento Olímpico bem como o significado cultural e humanístico do desporto e a sua contribuição para a sociedade moderna. Foram ainda discutidos métodos de ensino com relevância prática e cultural, a fim de promover a prática de desporto saudável e dos ideais olímpicos entre os jovens de todo o mundo.
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PRÉMIO
INTERNACIONAL
DO COI
O Comité Olímpico Internacional atribuiu o prémio “150 anos Pierre de Coubertin, Desporto como Escola de Vida” à Câmara Municipal do Seixal, após proposta da Comité Olímpico de Portugal. Na base da decisão estiveram os serviços prestados ao desporto nacional pela edilidade ao longo dos últimos anos, onde se incluem, para além de algumas infraestruturas de excelência, vários projetos de desenvolvimento de modalidades desportivas, num total de 16, que envolveram ao longo dos últimos três anos, mais de 200.000 pessoas. Tendo em conta o tema do prémio deste ano, “150 anos Pierre de Coubertin, Desporto como Escola de Vida”, a escolha do COP visou premiar uma instituição que apresentasse um percurso de promoção e educação através do desporto como elemento de formação cívica.
atribuído ao Seixal
A edilidade do Seixal encaixa nesse perfil, uma vez que tem valorizado a dimensão e importância do desporto para o desenvolvimento social, económico e cultural da cidade, assumida desde os alvores do poder democrático local em Portugal, através de um trabalho de várias décadas, único e pioneiro no país, enfocado na generalização da prática desportiva, no apoio ao associativismo desportivo, no desenvolvimento do parque desportivo e na qualificação das competições desportivas, com notáveis resultados alcançados. A cerimónia de entrega do prémio decorreu no passado dia 10 de setembro, no Auditório Central dos Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal, onde estiveram presentes o Presidente do COP, o Secretário-Geral, e a Vice-Presidente Rosa Mota.
Prémio Anual do Comité Olímpico Internacional O Comité Olímpico Internacional (COI) tem lançado anualmente, desde 1985, um troféu baseado em diversos temas atuais. Este troféu é disponibilizado a cada Comité Olímpico Nacional (CON), o qual é responsável por identificar e escolher a entidade a galardoar com o troféu no seu território. Celebra-se neste ano o 150.º aniversário do nascimento do Barão Pierre de Coubertin. Prestandolhe tributo, o troféu tem neste ano o seu nome. Neste sentido, o COI incentivou os CON’s a organizar uma cerimónia para entrega do troféu e convidou-os a apresentar, a partir de agosto de 2013, destinatários para este troféu. Desde 1997 foram várias as personalidades desportivas e entidades portuguesas galardoadas com o Troféu COI, pelo que importa dar continuidade a este processo, como forma de prestigiar e valorizar o trabalho daqueles que se destacam nos mais variados domínios do fenómeno desportivo.
Lista de vencedores do Troféu COI: 1997 . Ética Desportiva Eusébio da Silva Ferreira 1998 . Desporto para todos – INATEL 1999 . Desporto e Educação - Teotónio de Lima 2000 . Desporto e Voluntários Movimento Associativo Desportivo 2001 . Desporto e Bem Estar – C. M. Oeiras 2002 . Excelência Desportiva Fernanda Ribeiro (Atletismo) 2004 . Desporto e Comunicação Social Rodrigo Pinto (a título póstumo) 2005 . Fair-Play – Ticha Penicheiro 2006 . Desporto e Comunidade Sport Algés e Dafundo 2007 . Desporto e Promoção do Olimpismo Câmara Municipal de Rio Maior 2008 . Desporto e Juventude Academia Olímpica de Portugal 2009 . Desporto e Luta contra o Doping Laboratório de Análises Antidopagem 2010 . O desporto como facto de inspiração da juventude – COMPAL AIR, parceria entre a F. P. de Basquetebol e a marca Compal, com o apoio do Desporto Escolar 2011 . Desporto e Responsabilidade Social Associação Nacional de Municípios Portugueses 2013 . 150 anos Pierre de Coubertin, Desporto como Escola de Vida - Câmara Municipal do Seixal
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DO KARATÉ ÀS ARTES PLÁSTICAS A artista plástica Joana Vasconcelos falou com a Olimpo sobre a sua ligação ao Desporto, dando a conhecer o seu passado ligado ao Karaté, do qual se viu afastada por uma lesão no joelho, e uma incursão pela Patinagem... num trabalho de verão nos hipermercados Continente. Recentemente aceitou o convite para integrar a Comissão Consultiva de Cultura e Desporto, criada pela nova direção do Comité Olímpico de Portugal, e revela o sonho de dirigir uma cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos
Qual a relação que tem com o desporto? Tive uma relação muito próxima, pois pratiquei Karaté ao longo de quase vinte anos, desde os meus 7 anos de idade, tornando-me cinturão negro nessa modalidade. Cheguei até a dar aulas e a ponderar uma carreira profissional nessa área, até que uma lesão num joelho impediu-me de continuar. Mas contínuo a ter um equilíbrio excecional! Qual a sua modalidade favorita? Karaté, claro, e dançar! Praticou algum desporto? Além de Karaté, também pratiquei patinagem, mas de forma amadora, a distribuir brindes no Continente, como um trabalho de verão! Qual a sua visão sobre o Olimpismo e os valores que estão na sua génese? A amizade, respeito, excelência, e também a ética, são valores importantíssimos, com os quais me identifico, sendo eles valores que regem a minha vida pessoal e profissional. Também como o sentido de equidade entre nacionalidades e géneros, pois para mim é essencial que as fronteiras sejam ultrapassadas e que pensemos de forma universal e global. O Karaté, por exemplo, foi determinante na minha vida pois ensinou-me a ser resistente, a trabalhar em equipa e a liderar, e é também à prática desta modalidade que devo o meu sentido de disciplina e perseverança.
Alguma vez assistiu ao vivo a uns Jogos Olímpicos? Infelizmente, ainda só assisti através da televisão. Quando se fala em Jogos Olímpicos, vem-lhe à memória algum momento marcante da história dos Jogos? Como Portuguesa, é impossível não falar dos jogos de 1984 em Los Angeles, em que Carlos Lopes ganhou a medalha de Ouro e Rosa Mota a de Bronze, ambos na Maratona, e os seguintes de 1988, em Seul, em que a mesma alcançou o Ouro. Foi um momento que se fixou na nossa memória coletiva por gerar um imenso orgulho nacional, e que ainda hoje é pertinente porque continua a mostrar que apesar de virmos de um país pequeno e relativamente pobre, por comparação a muitos outros que investem muito mais no Desporto, conseguimos ser grandes. Aceitou integrar a Comissão Consultiva “Cultura e Desporto” do Comité Olímpico de Portugal. Quais as suas expetativas? Espero poder responder ao convite e desafio da melhor forma possível, e que o meu conhecimento e experiência seja uma mais-valia nesta Comissão. De que forma a cultura poderá interagir com o desporto? A cultura e o desporto andam frequentemente de mão em mão por fazerem parte dos nossos modos de lazer,
e o desporto pode servir como mote de inspiração à criação artística, como é o exemplo das minhas obras Ópio, de 2003, composta por duas balizas em ferro pintado e unidas por croché, e Luso Nike, de 2006, na qual faço uma conjugação entre azulejos industriais e ténis da Nike, para formar o símbolo da Nike. Gostava de desenvolver algum projeto artístico na área do desporto ou do movimento olímpico? Penso que seria uma enorme honra e desafio, e daí também um sonho porque eu gosto de desafios -, um dia ser convidada a ser diretora artística da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, mas também não me importaria de ser só convidada a desenhar uma Chama Olímpica! É uma embaixadora de Portugal no mundo, tal como acontece com muitos desportistas. Que imagem pensa projetar internacionalmente do nosso país? Não procuro projetar uma determinada imagem, mas sim representar o meu país da melhor forma que sei e posso, ao integrar a minha obra num discurso que é, acima de tudo, global. Os portugueses, enquanto cidadãos, devem pensar, sobretudo, de forma global, perseguindo com convicção, inteligência e trabalho os seus objetivos. FOTOGRAFIA: Joana Vasconcelos Miguel Domingos/©Unidade Infinita Projectos
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