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@Destak | Edição nº 1039 Ano 5. Jornal de distribuição gratuita. Venda proibida
01.09.2016 Quinta-feira ABC MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO
Dilma Rousseff foi destituída da presidência por 61 votos a 20 no Senado Seus direitos políticos, no entanto, foram mantidos Em sua despedida, ela prometeu fazer vigorosa oposição à nova gestão
TROCA DE PODER Em cerimônia rápida, Michel Temer assinou ontem o termo de posse A ministros, disse que é preciso rebater críticas Na TV, ele defendeu reformas na Previdência e em direitos trabalhistas
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DILMA TERÁ DIREITO A 8
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1.09.2016
Como ex-presidente, Dilma Rousseffterá direito a oito assessores que serão escolhidos por ela e pagos pela Presidência da República. O decreto não prevê salário para a ex-presidente, mas determina que a União pague suamudança.
Senado condena Dilma com perda de mandato Impeachment da petista é aprovado com 61 votos favoráveis e 20 contra. Para se manter no cargo, ela precisaria do apoio de 28 parlamentares. Punição, contudo, não inclui perda dos direitos políticos AFP
MÁRIO COELHO mjunior@destakdf.com.br
Pela segunda vez desde o fim da ditadura militar, o Congresso condenou um presidente da República por crime de responsabilidade. Por 61 votos sim e 20 não, o Senado aprovou o impeachment de Dilma Rousseff (PT). No entanto, em uma articulação de aliados da agora ex-presidente, ela conseguiu evitar a punição maior, que a deixaria fora de cargos públicos por oito anos: Dilma manteve seus direitos políticos, mas perdeu o mandato. Na manhã de ontem, Eliseu Padilha, secretário da Casa Civil do governo Michel Temer, estimava que o impeachment seria aprovado com 60 ou 61 votos. Naquele momento, a incógnita era se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apareceria ou não para votar. No fim, ele se posicionou a favor do impeachment. A outra virada foi de Telmário Mota (PDT-RR), que negociou cargos com o novo governo e mudou de lado. Telmário chegou a divulgar uma nota ao final do processo justificando seu voto.
Quadros oficiais com as fotos de Dilma Rousseff começaram a ser retirados ainda ontem do Planalto Quando o resultado da condenação foi anunciado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, no começo da tarde de ontem, parlamentares pró-impeachment começaram a cantar o Hino Nacional Brasileiro. Depois, o próprio Lewandowski chamou a atenção dos senadores para a votação seguinte, se Dilma ficaria inabilitada para os próximos oito anos. Aliados de Dilma, comandados pela ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu (PMDB-TO) apre-
Racha na base do PMDB alivia punição da ex-presidente Mal foi oficializado presidente da República, Michel Temer precisou enfrentar uma crise entre aliados. Irritados com o acordo feito por senadores do PMDB com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), PSDB e DEM ameaçaram entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a decisão final da Casa no impeachment. “Não se constrói relação política desta forma. O PMDB começa o governo fazendo com o PSDB o que o PT fazia com ele”, disparou o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), após as votações que confirmaram a cassação e evitaram a proibição de assumir cargos públicos por oito anos. Senado teve quórum completo de 81 parlamentares para a votação. Na cassação do mandato, não houve abstenções
sentaram um destaque prevendo a votação em separado de condenação e a proibição de Dilma exercer cargos públicos. Apesar de protestos de governistas, Lewandowski aceitou o pedido com o argumento de que não poderia contrariar o regimento interno do Senado. A tática contou com apoio de Renan Calheiros, que defendeu a proposta em plenário, surpreendendo muitos pemeedebistas aliados de Michel Temer. “Nós não podemos deixar de julgar, nós temos que julgar, mas nós não podemos ser maus, desumanos”, afirmou. Por 42 votos sim e 36 não, os senadores acabaram rejeitando punição maior a Dilma. A votação que culminou no impeachment de Dilma Rousseffencerrou um processo iniciado em 2 de dezembro do ano passado. Nesta data, o deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), então presidente da Câmara dos Deputados, aceitou o impeachment contra Dilma Rousseff e determinou a instalação da comissão especial. O caso ficou parado na Câmara até fevereiro por conta de uma decisão provisória do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eunicio Oliveira , Valdir Raupp e Maria do Carmo Alves se abstiveram na 2ª votação sobre Dilma No total, foram 272 dias de processo, bem menos do que seu antecessor em processo de impeachment, Fernando Collor. O hoje senador pelo PTC de Alagoas foi condenado em um intervalo de quatro meses, contando a partir de 1º de setembro de 1992, quan-
do foi apresentada a denúncia contra ele na Câmara. Collor renunciou ao mandato, mas não se livrou da inabilitação por oito anos. Ontem, durante a sessão, o ex-presidente relembrou o fato e classificou como injusta a separação feita na votação de Dilma.
Apoios Embora soubessem que dificilmente mudariam o resultado, os aliados de Dilma tentaram até o último momento reverter o placar. Dilma acompanhou a votação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados no Palácio da Alvorada. Já o ainda interino, Michel Temer, ficou no Palácio do Jaburu, onde assistiu à sessão acompanhado de ministros e aliados próximos. Ambos foram comunicados oficialmente da decisão do Senado por volta das 15h. Temer tomou posse logo após.
Após votação, Aloysio Nunes entregou o cargo de líder do governo no Senado; Temer não aceitou Cunha Lima teve o apoio do líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO). Os dois se mostraram irritados com o acordo fechado com a chancela de Renan. No fim do dia, porém, preferiram não acionar o Supremo. A bancada peemedebista é formada por 19 senadores. Destes, dez apoiaram a tese de não punir Dilma com a inabilitação, dois se abstiveram, e os sete parlamentares restantes foram contra a tese de Renan.
Solidariedade Com a desistência de PSDB e DEM, o único partido aliado a manter a intenção de acionar o Supremo é o SD.
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Aliados do PT, os governos de Venezuela, Equador e Bolívia anunciaram que vão retirar seus embaixadores de Brasília em protesto ao impeachment. ‘Foi uma apologia ao abuso e à traição’, disse o presidente equatoriano,Rafael Correa.
DIPLOMACIA AMÉRICA LATINA
VOTAÇÃO NO SENADO
REAÇÃO NO PAÍS
81 SENADORES PARTICIPARAM DA SESSÃO, QUE DEFINIU A SAÍDA DE DILMA, MAS MANTEVE SEUS DIREITOS POLÍTICOS
FAVORÁVEL CONTRÁRIO
0 ABSTENÇÃO
SENADORES
PARTIDO
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INABILITAÇÃO
PDT-RO PSDB-MG PSDB-SP PV-PR PP-RS PT-RR PSDB-MG PSB-SE PTB-PE PSDB-TO PP-AL PSDB-PB PR-MT PP-PI PPS-DF PSDB-SC PMDB-SC DEM-AP PMDB-MA PSC-SE PMDB-AM PRB-RJ PTB-PI PMDB-CE PT-RN PSB-PE PTC-AL PSDB-PA PMDB-RN PP-AC PT-PR PMDB-DF PT-PE PP-RO PMDB-PA PMDB-MA PSB-AP PT-AC DEM-RN PSDB-SP PMDB-PB PSD-MT PT-CE PMDB-TO PDT-RS PSB-BA PT-RJ PSB-GO PR-ES DEM-SE PMDB-SP PSD-AM PSD-BA PSDB-SC PT-RS PT-PA PSC-MS PMDB-PB Rede-AP PT-PI Sem Partido-DF PMDB-AL PSDB-ES PMDB-PR PP-BA PSB-MA PSB-RJ PMDB-RR DEM-GO PMDB-ES PSD-AC PMDB-MS PSDB-CE PDT-RR PMDB-RO PCdoB-AM PR-TO PMDB-MS PR-MT PP-GO PTB-MG
Acir Gurgacz Aécio Neves Aloysio Nunes Alvaro Dias Ana Amélia Angela Portela Antonio Anastásia Antonio Carlos Valadares Armando Monteiro Ataídes Oliveira Benedito de Lira Cássio Cunha Lima Cidinho Santos Ciro Nogueira Cristovam Buarque Dalirio Beber Dário Berger Davi Alcolumbre Edison Lobão Eduardo Amorim Eduardo Braga Eduardo Lopes Elmano Férrer Eunício Oliveira Fátima Bezerra Fernando Bezerra Coelho Fernando Collor de Mello Flexa Ribeiro Garibaldi Alves Filho Gladson Cameli Gleisi Hoffmann Hélio José Humberto Costa Ivo Cassol Jader Barbalho João Alberto Souza João Capiberibe Jorge Viana José Agripino José Aníbal José Maranhão José Medeiros José Pimentel Kátia Abreu Lasier Martins Lídice da Mata Lindbergh Farias Lúcia Vânia Magno Malta Maria do Carmo Alves Marta Suplicy Omar Aziz Otto Alencar Paulo Bauer Paulo Paim Paulo Rocha Pedro Chaves Raimundo Lira Randolfe Rodrigues Regina Sousa Reguffe Renan Calheiros Ricardo Ferraço Roberto Requião Roberto Muniz Roberto Rocha Romário Romero Jucá Ronaldo Caiado Rose de Freitas Sérgio Petecão Simone Tebet Tasso Jereissati Telmário Mota Valdir Raupp Vanessa Grazziotin Vicentinho Alves Waldemir Moka Wellington Fagundes Wilder Morais Zezé Perrella
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# PALCO DE PROTESTOS
Av. Paulista tem grupos contrários e brigas
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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Um protesto convocado nas redes sociais reuniu uma multidão na avenida Paulista na noite de ontem. Os militantes gritaram palavras de ordem contra o impeachment e de oposição ao novo governo de
Michel Temer. A Polícia Militar reforçou a segurança para evitar conflitos com grupos que apoiavam o impeachment de Dilma Rousseff, que também estavam reunidos na avenida Paulista.
Alguns confrontos foram registrados entre manifestantes e a polícia. O cartão-postal de São Paulo se transformou no principal ponto de protestos da cidade nos últimos meses.
J. DURAN/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
WAGNER MAIA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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# VERDE E AMARELO
# NOVA OPOSIÇÃO
Festa do impeachment
Protesto no centro do Rio
Com direito a bolo, champanhe e foguetório, grupo a favor do impeachment comemorou a decisão em frente ao prédio da Fiesp, na avenida Paulista. Local virou a sede informal do grupo nos últimos meses.
Milhares de pessoas saíram às ruas na noite de ontem, na Cinelândia, no centro do Rio, para protestar contra Michel Temer. Eles exigem a convocação de novas eleições e a manutenção dos direitos trabalhistas.
AFP
LULA MARQUES/AGPT
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IMPEACHMENT
PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS
61 favoráveis 20 contrários
42 favoráveis 36 contrários 3 abstenções
# LÁGRIMAS
# ATO VERMELHO
Tristeza da militância
Apoio a Dilma em Brasília
Simpatizantes do governo petista choram após o anúncio da aprovação do impeachment. Integrantes de movimentos sociais se reuniram em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, para apoiar Dilma.
Deputados e militantes do PT se reuniram em Brasília para ato a favor da permanência de Dilma Rousseff no poder e para criticar Michel Temer. Grupo se dividiu entre Palácio da Alvorada e Esplanada dos Ministérios.
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1.09.2016
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) enviou cartas aos deputados pedindo para que os colegas votem contra a cassação do seu mandato em plenário. A votação está prevista para o dia 12 de setembro.
CUNHA ENVIA CARTA
ROBERTO STUCKERT FILHO/PR
Destituída da Presidência da República, petista fez pronunciamento cercada de aliados políticos logo após a sentença ter sido lida no plenário do Senado determinando a cassação do mandato
Dilma diz que saída não é adeus Ex-presidente afirma que é vítima de um golpe e garante que irá fazer oposição enérgica diante do novo governo do peemedebista MÁRIO COELHO mjunior@destakdf.com.br
Com a presença de ex-ministros, de parlamentares de partidos aliados e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff afirmou ter sido vítima de um golpe parlamentar, ressaltou que sua saída não representa um adeus e que fará “oposição enérgica” ao novo governo. Ela acompanhou a votação do Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente da República. Conversou com os parlamentares do PT e do PCdoB e membros de entidades e movimentos sociais e depois ficou na biblioteca da casa, onde assistiu à sessão do Senado
com Lula e assessores próximos. Depois da sessão, ao lado de diversos aliados, Dilma fez um novo pronunciamento à nação. Naquele momento chegaram seu advogado no processo, José Eduardo Cardozo, e os senadores contra o impeachment. “Acabam de derrubar a primeira mulher presidenta do Brasil, sem que haja qualquer justificativa constitucional para este impeachment”, disse. “É uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos. É uma fraude, contra a qual ainda vamos recorrer em todas as instâncias possíveis”, disse Dilma no seu pronunciamento.
Dilma disse esperar que “saibamos nos unir” em defesa de causas comuns aos setores progressistas da sociedade, “independente de filiação partidária ou posição política”. “Ouçam bem: eles
Manifestantes contra o impeachment fizeram protesto na frente do Alvorada e atacaram jornalistas pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer.”
OS 13 ANOS DA ERA PT NO PODER Governo Lula lança o programa Bolsa Família
Lula é reeleito com 60,8% dos votos, contra Geraldo Alckmin (PSDB)
OUT/2003
OUT/2006
JAN/2003 Lula assume a presidência do Brasil
Lula apresenta o PAC
Rio de Janeiro é escolhido para ser sede da Olimpíada de 2016
Dilma assume o poder
JAN/2007
OUT/2009
JAN/2011
Com a decisão do Senado, a expresidente tem 30 dias para deixar o Palácio da Alvorada. Ela ainda não decidiu qual será seu destino profissional e acadêmico. Mas, no seu pronunciamento, destacou que não estava se despedindo. “Neste momento, não direi adeus a vocês. Tenho certeza de que posso dizer ‘até daqui a pouco’”, afirmou. Também fez um agradecimento especial às mulheres e disse ter travado “bons combates”. Citando o antropólogo Darcy Ribeiro, ela disse não querer estar “no lugar dos vencedores”. O pronunciamento da ex-presidente foi encerrado com um poema do escritor russo Maiakovski. Diz o trecho:
“Não estamos alegres, é certo. Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes”.
Mudança Dilma deve ir para Porto Alegre, onde mora sua filha, Paula, e os dois netos. A petista tem casa na capital gaúcha. Embora seja mineira, Dilma escolheu o Rio Grande do Sul para morar desde que deixou a prisão após a Ditadura Militar. Lá, retomou sua vida e constituiu família. Foi em Porto Alegre também que a petista começou sua vida política, inicialmente no PDT. Agora, Dilma volta ao Estado para seu recomeço político. A mudança será paga pela Presidência.
Lava-Jato começa a apurar desvios da Petrobras; compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, passa a ser investigada
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceita pedido de impeachment contra Dilma, pelas pedaladas fiscais
Dilma deixa o poder após a aprovação do impeachment no Senado. Michel Temer é o novo presidente
MAR/2014
DEZ/2015
AGO/2016
JUN/2005
SET/2008
OUT/2010
OUT/2014
ABR/2016
Surge o escândalo do mensalão; Dilma Rousseff assume a Casa Civil no lugar de José Dirceu
Explode a crise econômica internacional
Dilma é eleita presidente com 56% dos votos, contra José Serra (PSDB)
Dilma é reeleita com 51,6% dos votos, contra Aécio Neves (PSDB)
Impeachment de Dilma avança no plenário da Câmara dos Deputados
JUN/2013 MAR/2009 É criado o programa habitacional Minha Casa Minha Vida
Onda de protestos contra a corrupção e por melhorias nos serviços públicos se espalha pelo país
MAR/2016
MAI/2016
STF suspende posse de Lula como ministro
Senado aceita abertura processo do impeachment, e Dilma é afastada em caráter provisório
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BARBOSA CRITICA IMPEACHMENT
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O ex-presidente do STF JoaquimBarbosa considerou o impeachment ‘patético’. ‘Não acompanhei nada desse patético espetáculo que foi o ‘impeachment tabajara’ de Dilma Roussef. Não quis perder tempo’, afirmou ele noTwitter.
DIDA SAMPAIO/ESTADÃOCONTEÚDO
Temer já assume com racha na base Medidas econômicas são prioridades para o novo presidente, que tem de administrar conflitos entre PMDB, DEM e PSDB MÁRIO COELHO E IARA LEMOS redacao@destakdf.com.br
Confirmado como presidente da República até 31 de dezembro de 2018, Michel Temer assume a principal cadeira do Palácio do Planalto com uma base aliada dividida e precisando administrar brigas entre governistas. Por conta da crise econômica, ele precisa aprovar uma série de medidas no Congresso. E, por enquanto, o prognóstico não é favorável. Temer tem que administrar uma briga que envolve seu partido, o PMDB, e dois de seus principais aliados, o PSDB e o DEM. As duas bancadas se opuseram à ofensiva peemedebista de reajustar os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Por ser o teto do funcionalismo público, os vencimentos dos integrantes da Corte podem resultar em um impacto de mais de R$ 4,5 bilhões nas contas para o próximo ano.
Se é governo, tem que ser governo”, disparou. O primeiro ato de Temer como presidente da República foi uma reunião ministerial à tarde. Ela estava acertada desde ontem. A ideia era que ele orientasse ao primeiro escalão suas diretrizes políticas e econômicas. No entanto, como a narrativa do golpe ganhou força, ele também resolveu usar o encontro para orientar a equipe a responder à acusação. Presidente do STF leu a sentença que resultou no impeachment de Dilma e na posse de Temer
Peemedebista afirmou que sua equipe precisa rebater críticas e não aceitar ‘desaforos’
Presidente do Senado, Renan Calheiros foi um dos articuladores da manutenção dos direitos de Dilma
“Golpista é você, que está contra a Constituição”, disse Temer. Ele recomendou que seus aliados não levem “desaforo para casa” e que não deixem “uma palavra sem resposta”. “Nós somos de uma discrição absoluta. Jamais retrucamos palavras em relação ao nosso governo, à nossa conduta”, afirmou. Enquanto isso, na economia, Temer começa o trabalho em um encontro das 20 maiores economias do mundo na China. Em Pequim, terá uma série de encontros bilaterais no G-20. Neste meio tempo, ficará de olho no Congresso, à espera de que os parlamentares aprovem propostas como a renegociação da dívida dos Estados e o teto dos gastos públicos.
Além disso, observou do Palácio do Jaburu, durante o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, a briga por conta da manobra para evitar que a petista não fosse proibida de assumir cargos públicos por oito anos. “Hoje nós tivemos um pequeno embaraço na base governamental, em face de uma divisão que lá se deu. Outra divisão que é inadmissível.
Recurso A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff promete entrar no Supremo Tribunal Federal com dois recursos. Um contestando a legalidade de um artigo da lei do impeachment e outro da ampliação da discussão no Senado. “O mérito é político, não se discute”, disse o advogado da petista, José Eduardo Cardozo.
Presidente defende reformas para manter aposentadorias Em seu primeiro pronunciamento à nação como presidente, Michel Temer afirmou que a decisão que o levou ao cargo foi “democrática e transparente”. “O momento é de retomada da confiança. A incerteza chegou ao fim. Tenho consciência do peso que carrego nos ombros”, afirmou em cadeia nacional de rádio e televisão na noite de ontem. Temer afirmou que recebeu o país em “uma grave crise econômica”, com quase 12 milhões de desempregados. “Meu compromisso é de resgatar a força da economia e colocar o Brasil nos trilhos”, afirmou. O pronunciamento teve cerca de cinco minutos.
Aposentadorias Temer falou que tem entre suas responsabilidades mostrar à economia internacional que o país tem estabilidade política para in-
Precisamos de um sistema que proteja os idosos sem punir os mais novos. MICHEL TEMER Presidente da República
vestimentos. Defendeu a necessidade da aprovação das reformas trabalhistas e previdenciárias. “Sem reforma, em poucos anos não teremos como pagar os aposentados. Precisamos de um sistema que proteja os idosos sem punir os mais novos”, disse.
BENEFÍCIO PARA CUNHA
MAIA Momentos antes de assumir como interino no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a decisão do Senado em fatiar o julgamento da ex-presidente Dilma Rousseff pode interferir no processo por quebra de decoro contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A votação está prevista para 12 de setembro. “Pode abrir espaço para isso”, afirmou Maia. Ele defendeu que a decisão seja analisada “com cuidado” com a assessoria, se existe impacto. Em tese, Maia entende que pode abrir caminho para que seja votado um projeto, e não o parecer do Conselho de Ética. Desta forma, o texto poderia ser emendado ou fatiado.
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6 MEIRELLES
‘ORÇAMENTO REALISTA’
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No primeiro ato como ministro da Fazenda efetivo, Henrique Meirelles apresentou o Orçamento de 2017, que prevê alta de 1,6% no PIB, salário mínimo a R$ 945,80 e o ingresso de mais receitas ( R$ 18,4 bilhões) via concessões de estatais.
Recessão piora, mas impeachment deve ajudar na retomada FONTE: IBGE
Analistas e empresários veem efeito positivo no fim do governo Dilma, após PIB marcar pior ciclo de quedas em 20 anos DA REDAÇÃO redacao@destakjornal.com.br
No dia em que foi confirmado o impeachment de Dilma Rousseff, o IBGE divulgou que a recessão econômica brasileira chegou ao seu ponto mais agudo no segundo trimestre do ano. Para economistas e empresários, a saída de Dilma terá efeito positivo na economia, mas, lembram, que só medidas efetivas do governo Michel Temer devem reverter a depressão. Segundo o órgão, o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) recuou 0,6% no trimestre passado ante o período anterior e 3,8% frente a um ano antes. Na comparação trimestral, é a sexta queda seguida; na anual, a nona. Em ambas as medições, trata-se da maior sequência de resultados negativos, desde 1996, quando começou a série histórica. Apiora traduz a retração do consumo das famílias, no sexto trimestre no vermelho, em meio a inflação e desemprego elevados. Também impactou a redução do consumo do governo e da agropecuária.
Melhora da confiança Os dados do PIB mostram, porém,
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que houve melhora da indústria (+0,3%) e nos investimentos (0,4%), já refletindo o efeito na confiança dos agentes econômicos da nova equipe econômica, que assumiu interinamente em maio. Essa trajetória deve ser reforçada com a saída da petista. Para Gesner Oliveira, sócio da Go Associados, o impeachment impulsionará o PIB ao “atrair investidores estrangeiros e atenuar um período de incertezas que se arrasta há mais de dois anos”. Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria, afirma que ele ajudará na retomada, mas“são precisos sinais mais concretos, como a aprovação da PEC (do teto) dos gastos e reforma da Previdência, para que haja um cresci-
mento mais consistente”. O Bank of America Merrill Lynch (BofA) espera uma recuperação da economia já no quarto trimestre deste ano.
Agentes cobram reformas O Sinduscon-SP (sindicato da construção) diz que a “superação da crise política (...) é bem-vinda”, mas a retomada dos investimentos necessita de “mudanças estruturais, como as reformas trabalhista, previdenciária e social. Para a Fiesp (sindicato das indústrias de São Paulo), “é hora de virar a página” e de fazer o ajuste fiscal, “a mãe de todas as reformas”. AFecomercio fala que o governo deve “acelerar o processo de concessões” para atrair capital.
Bolsa cai com divisão na base do governo A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou ontem em queda de 1,15%, pressionada pelo cenário externo negativo e pela aprovação inesperada pelo Senado da manutenção dos direitos políticos de Dilma Rousseff, decisão que alimentou preocupações com a governabilidade de Michel Temer. Em sessão volátil, o dólar fechou em leve queda, de 0,34%, a R$ 3,2290, também repercutindo a divisão da base de Temer. “O impeachment ficou para trás e o que sobrou foi todo esse ruído, essa dúvida sobre o que vai ser da base aliada”, disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato. Dilma foi condenada pelo Senado por 61 votos a 20, placar considerado um pouco maior do que o esperado por alguns operadores, mas manteve os direitos políticos. Essa decisão gerou desconforto, fazendo o mercado reagir negativamente, com medo de que esses atritos se traduzam em maior dificuldade na aprovação de medi-
das de austeridade fiscal.
Otimismo Para o economista da Guide Investimentos, Ignacio Rey, o resultado do impeachment, porém, foi positivo e deve animar a Bolsa nacional daqui para a frente. A equipe do JPMorgan também se diz otimista sobre uma melhor perspectiva para as ações, ideia compartilhada pelo presidente da Bovespa, Edemir Pinto. “Esperamos a retomada das operações no mercado de capitais”, afirmou ele, em nota.
‘Esperamos um choque de capitalismo no Brasil para os próximos dois anos’ Edemir Pinto Presidente da Bovespa REPRODUÇÃO
Mesmo esperado, afastamento da ex-presidente Dilma, deve animar ações
AGÊNCIA BRASIL
Em dia histórico, Copom mantém juro básico
Ilan Goldfajn, presidente do BC: taxa não muda desde julho de 2015
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve ontem, pela nona vez consecutiva, a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano, no maior nível em dez anos. Foi a primeira definição sobre juros depois do impeachment de Dilma Rousseff e da posse de Michel Temer como presidente efetivo, e a segunda comandada pelo novo presidente da instituição, Ilan Goldfajn.
A decisão, que veio em linha com o esperado pelo mercado, foi unânime entre os membros do Copom.
Nota indica corte em breve No comunicado da decisão, o BC retirou a expressão de que não há espaço para corte de juros, usada nos últimos meses, o que pode alimentar apostas de que a flexibilização pode estar mais próxima do que o esperado. No lugar, a autoridade monetá-
ria disse que “uma flexibilização das condições monetárias dependerá de fatores que permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação nos horizontes relevantes para a condução da política monetária, em particular da meta de 4,5% em 2017”. “Parece um BC mais construtivo e enxergando uma luz no fim do túnel”, afirmou à Reuters a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. “Ele pode
preparar, a depender dos dados, um corte de juros em outubro [no próximo encontro do Copom]”, acrescentou a economista. O BC vinha apontando que não havia espaço para cortar os juros diante da inflação alta. Mas agora, o órgão diz que os preços no atacado já indicam “possível arrefecimento”, o que deve aliviar o bolso. Um corte na Selic ajudará a estimular o crédito e o consumo, e, assim, a elevar o PIB brasileiro.
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MUNDO
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COREIA DO NORTE MINISTRO É EXECUTADO
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OministrodaEducaçãoevice-premiêdaCoreiadoNorte,KimYong-Jin,foiexecutadoporfaltaderespeitoemumareunião comolíderKimJong-Un.DeacordocomaCoreiadoSul,duasoutrasautoridadesforamenviadasacamposdereeducação.
AFP
Turquia desmente acordo com curdos Ancara negou, ontem, que tenha negociado um cessar-fogo com milícias na Síria, como os EUA informaram na terça DA FRANCE PRESSE redacao@destakjornal.com.br
A Turquia desmentiu ontem ter acertado um cessar-fogo com as milícias curdas na Síria, como anunciado pelos Estados Unidos, e negou qualquer compromisso com os “terroristas”, como são chamados por Ancara aqueles a quem combatem na inédita ofensiva no norte do país. “A república turca é um Estado
soberano e legítimo que não pode ser colocada no mesmo nível que uma organização terrorista”, disse o ministro turco de Assuntos Europeus, Ömer Çelik, referindose ao PYD, o Partido de União Democrática dos curdos da Síria, e seu braço armado, YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo). O porta-voz presidencial, Ibrahim Kalin, ainda fez uma declaração transmitida pela televisão, para reiterar que uma trégua está “totalmente descartada”. O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, garantiu que a ofensiva militar irá continuar enquanto houver a ameaça de milícias curdas tomarem mais territórios na fronteira turca com a Síria.
Na terça, o coronel John Thomas, porta-voz do Comando Central, afirmou que a Turquia e a milícia curda YPG haviam acertado um cessar-fogo, a ter início na noite da próxima segunda-feira (5). Ancara, que participa da ofensiva contra o Estado Islâmico na Síria, também tem os curdos como alvos. O país considera estes grupos como segregação do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), ilegal na Turquia, que desde 1984 realiza uma sangrenta rebelião contra o Estado turco. Washington criticou, essa semana, as ações militares de Ancara na Síria. Os EUA apoiam os curdos e os consideram os combatentes mais eficazes contra EI.
Bombardeio turco atinge cidade síria de Karkamis, na fronteira, contra o EI
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FASES DA LUA AGOSTO DE 2016
Nova dia 2, 17h46
PALAVRAS CRUZADAS
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Crescente dia 10, 15h22
SUDOKU
Cheia dia 18, 6h29
1.09.2016 Minguante dia 25, 0h44
SOLUÇÕES
MEU DESTAK VINICIUS ALBUQUERQUE EDITOR CHEFE viniciusdestak1@gmail.com
Podenão estarnemaí? ndar pelas ruas foi interessante neste 31de agosto. Meu foco, claro, é bastante local – só andei por algumas das ruas da região da cidade onde vivo, São Paulo. Mas em poucos minutos, ouvi uma senhora dizer a quem quisesse ouvir que nada teria a esperar do presidente Temer: o que ela queria era um novo governo. Ouvi de funcionárias de um restaurante que nada teria mudado nos últimos meses, em que a presidente esteve afastada; e de uma estudante de um colégio de elite, que ela acreditava que haveria mais gente nas ruas, mais barulho de fogos de artifício.
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HORÓSCOPO - POR ZANDER CATTA PRETA
ÁRIES 21/3 - 20/4
CÂNCER 21/6 - 21/7
LIBRA 23/9 • 22/10
CAPRICÓRNIO 22/12 • 20/1
Bom momento para exercitar sua criatividade e capacidade de movimentar negócios. Você enxergará soluções além do convencional e rotineiro.
Pense antes de abrir a boca e evite magoar as pessoas que lhe querem bem. Muitas vezes não medimos o impacto que as palavras têm nas pessoas.
Obedeça seus limites, respeite-se. Nem tudo pode ser resolvido num dia só, e ir além da sua capacidade só compromete sua saúde física e emocional.
Concentre-se em sua capacidade de resolver problemas, evite pensar em besteiras, gastar tempo com o que não leva a nada e arrumar aborrecimentos.
TOURO 21/4 - 20/5
LEÃO 22/7 - 22/8
ESCORPIÃO 23/10 • 21/11
AQUÁRIO 21/1 • 19/2
Troca de experiências fará você repensar algumas opiniões e tomar um novo rumo em projetos que estava a abandonar ou deixar em segundo plano.
Há boas chances de progresso através de novas propostas profissionais, mas não faça nada movido por impulso, entusiasmo ou empolgação.
Se quiser que tudo saia da forma que sempre sonhou, é melhor aprender a confiar mais em si mesmo. Você é capaz de realizar coisas impensáveis.
Você terá espaço para tarefas que precisem de concentração e silêncio. Talvez o deixem em paz por um tempo, talvez você encontre foco em si mesmo.
GÊMEOS 21/5 - 20/6
VIRGEM 23/8 - 22/9
SAGITÁRIO 22/11 • 21/12
PEIXES 20/2 • 20/3
Algumas questões importantes merecerão ser analisadas para evitar gastos excessivos e descontrolados. Pense bem nas prioridades e economize.
Converse com pessoas que possam enriquecer seus conhecimentos em áreas que você ainda não domina. Há sempre espaço para aprender mais.
Evite gastar acima do normal. As dívidas assumidas neste período podem ser de difícil resolução. Cuidado com compromissos além de sua capacidade.
Organize bem o seu dia para que as tarefas do lar e do seu trabalho possam ser realizadas com harmonia e eficiência. Organização é a base de tudo.
De um certo modo, não seria ilícito – na verdade, talvez seja até trivial – concluir a partir dessas manifestações que o povo não está nem aípara o que ocorre na política. Parece paradoxal dizer isso, vistos os protestos barulhentos – e não raro, violentos – que tomam as ruas dia sim, outro também. Mas o paradoxo se desfaz quando se toma em conta os números: os maiores protestos no país contaram público em unidades de milhão, e somos mais de 200 milhões. Se há muito barulho da militância, há muito mais gente que não tem outra alternativa senão tocar a própria vida dia a dia e torcer para que o fantasma do desemprego não bata à porta. Um eco de otimismo diz lá de trás que a hora é de olhar para a frente e tentar fazer o país sair do atoleiro. A realidade, porém, mostra o quão pouco os esforços de cada um contam. Não por acaso, muita gente decide que o melhor é não estar nem aí.
1.09.2016 ELEIÇÕES 2016 SÃO CAETANO
QUINTA-FEIRA
ABC
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O vidro traseiro do carro de som utilizado pela candidata à prefeitura da cidade Lucia Dal’Mas (PRTB) foi quebrado ontem, após ficar estacionado no bairro Fundação. O ato de vandalismo foi registrado no 1º DP do município.
Após 10 meses, obra contra crise hídrica é inaugurada no ABC DIVULGAÇÃO/SABESP
Ligação entre Billings e Alto Tietê foi entregue em setembro de 2015 com metade da capacidade de bombeamento FABÍOLA ANDRADE fabíola.destak@gmail.com
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) entregou ontem as obras concluídas de transposição da água da represa Billings para o sistema Alto Tietê. A intervenção prometida como solução para a crise hídrica deve permitir que até quatro mil litros de água por segundo sejam retirados do braço rio Pequeno. A tubulação deveria ter sido entregue em junho de 2015, mas só foi inaugurada parcialmente em setembro, quando permitia apenas a transposição de cerca de dois metros cúbicos por segundo. A Sabesp informou, em nota, que a medida “é um aumento no estoque de água disponível para atender aos moradores do ABC e também das zonas leste e sul da capital e de municípios do Alto Tietê”. A intervenção custou cerca de R$ 20 milhões. Para a professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e especialista em recursos hídricos, Marta Marcondes, dois fatores preocupam quan-
CARLA CARNIEL/DESTAK
O número de desempregados na região chegou a 240 mil pessoas em julho deste ano. Os dados foram apresentados ontem pela Fundação Seade/Dieese e divulgados pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC. A taxa de moradores fora do mercado de trabalho é de 16,8%, a maior registrada desde 2005, quando atingiu 17,1%. “O índice é histórico e atribuído ao cenário difícil, mas a taxa tem apresentado pouca variação negativa, se comparado aos meses anteriores, o que pode apontar para sinais estáveis”, avaliou o economista do Dieese e coordenador da pesquisa, César Andaku. O setor de comércio e reparação de veículos foi o que mais apresentou aumento nas taxas de desemprego, 5,4%, o que mostra que 11 mil pessoas deixaram o mercado de trabalho em um ano. Já a área de serviços foi a única que mostrou crescimento das contratações: foram oito mil
Número de moradores sem carteira de trabalho assinada subiu 17,3%
a mais do que em julho de 2015. “Esse dado é importante, porque o setor de serviços é o que concentra o maior número de ocupados no ABC. Porém, ainda vemos isso como um sinal de estabilidade, já que o aumento foi de apenas 1,2%”, explicou Andaku. O contingente de assalariados com carteira de trabalho assinada diminuiu 1,2% no ano.
Transposição deve atender moradores da região e das zonas leste e sul de SP
to ao bombeamento. A primeira está relacionada ao volume de água produzido pelo braço rio Pequeno, que é de cinco mil a seis mil litros por segundo. “Vão poder retirar quase toda quantidade de água que o reservatório consegue produzir”, explicou a professora. A outra preocupação se refere à vazão da água de outro braço da Billings – considerado como poluído – para a bacia limpa. “Não existe uma contenção, então confor-
me retiram o recurso do rio Pequeno, há a vazão da água do corpo central para o local”, alertou. A Sabesp declarou que os quatro mil litros de água por segundo só serão retirados quando houver necessidade. “A quantidade de água bombeada pode variar ao longo do tempo de acordo com a chuva, por exemplo, já que parte da precipitação escorrerá naturalmente para o córrego que termina no rio Grande”, informou por meio de nota.
Volks retira peças de empresa de Mauá DIVULGAÇÃO/VW
A Volkswagen começou nesta semana a retirar as ferramentas da montadora que estavam em comodato da empresa Keiper, localizada em Mauá. A ação foi apoiada pela Polícia Militar. A Keiper era responsável pelo fornecimento de bancos automotivos para a fábrica de São Bernardo, mas problemas na negociação de preços e no fornecimento dos itens fizeram com que a Volks rompesse os contratos. Em nota, a empresa alemã informou que “rescindir os con-
Desemprego na região atinge 240 mil pessoas
tratos e recorrer à Justiça para reaver os ferramentais de sua propriedade foi a última alternativa da Volkswagen, após o descumprimento de 11 acordos comerciais estabelecidos”.
Produção ficou 140 dias paralisada por falta de fornecimento de bancos
Manifestação A Volks era a principal compradora de peças da Keiper, por isso, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá teme que a empresa feche as portas. Em protesto, os trabalhadores organizam ato, ainda sem data marcada.
S. André proíbe achocolatado que foi vetado pela Anvisa O Departamento de Vigilância à Saúde de Santo André proibiu a comercialização de um achocolatado produzido por empresa de Minas Gerais e que teria provocado, dias atrás, a morte de uma criança de dois anos em Cuiabá (MS). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também já havia suspendido por 90 dias a
produção do produto. A Secretaria de Saúde da cidade informou que desde ontem equipes da Vigilância Sanitária percorrem estabelecimentos comerciais do município para recolher o lote em investigação. A recomendação é que, se o consumidor encontrar o produto citado, entre em contato com o órgão.
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DIVERSÃO & ARTE
LOLLAPALOOZA VENDA ABRE NO DIA 12
QUINTA-FEIRA www.destakjornal.com.br
1.09.2016
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DIVULGAÇÃO
‘O rap manda no mundo’, diz Edi Rock Rapper do Racionais MC’s fala sobre o gênero e a evolução da banda; no sábado, grupo faz show em megafestival no DF ANDRÉ SOLLITTO sollitto.destak@gmail.com
No sábado, os Racionais MC’s, junto com outros nomes do rap nacional, como RZO, Flora Matos, Negra Li e Cone Crew, vão se apresentar no estádio Mané Garrincha, em Brasília, no Yo Music, megafestival que
deve ter edições posteriores em outras cidades do país. Edi Rock, do Racionais, não poupa elogios ao projeto. “É um festival que tem que se repetir, independente do lugar. Tem música, batalha de MCs, grafite, skate. Não tem só o rap como música, mas o rap como cultura”, diz o rapper ao Destak. O músico é um dos pioneiros do gênero que durante muito tempo foi marginalizado, até fazer parte da cultura popular. “O rap é o espelho do jovem, hoje mais do que nunca. Não tem como não se identificar com as letras, com a lingua-
Mano Brown, KL Jay, Ice Blue e Edi Rock, do Racionais MC’s; grupo é a principal atração do Yo Music, em Brasília
gem do corpo. O rap manda no mundo, não só no Brasil ou EUA, mas também na Europa e África.” Após tantos anos na estrada com os Racionais, Edi Rock diz que vê uma terceira geração de fãs surgindo. “O público aumentou. Quando começamos, fazíamos músicas para pessoas que
hoje são pais e levam seus filhos aos shows. E algumas já são também avós. Quando tocamos em algum Sesc, vemos os netos”, diz. Após o lançamento de “Cores e Valores”, em 2014, o grupo já pensa no próximo trabalho. Edi Rock diz que até o final deste ano o Racionais deve soltar uma novidade.
DIVULGAÇÃO/MARC THEIS
Rock Station mistura vertentes do punk
Guitarrista Rudolf Schenker (à esq.) é o único integrante da formação original
Scorpions mostra seu show de aniversário Em 2009, o Scorpions anunciou que “Sting in the Tail” seria seu último disco de estúdio, e que a turnê seguinte marcaria a despedida dos palcos. Mas os alemães não cumpriram nenhuma das duas promessas. Já lançaram outro CD (“Return To Forever”, de 2015), e voltam ao país pela terceira vez desde o anúncio da despedida. O grupo toca hoje, sábado e domingo, no Citibank Hall. Desta vez, o Scorpions celebra seus 50 anos na estrada. Fundada em 1965, a banda já contou com
The Offspring, Dead Kennedys, Anti-Flag e Dona Cislene formam o line-up do Rock Station. O festival acontece hoje, às 19h, no Espaço das Américas. O elenco internacional tem foco em vertentes do punk. Headliner, The Offspring representa a escola que insere nuances do pop no gênero. A banda californiana surgiu nos anos 1980, e tem no currículo hits como “Come Out and Play”, “Self Esteem”, “Hit That” e “Why Don’t You Get a Job?”. Um dos mais influentes nomes
do gênero, nos EUA, o Dead Kennedys é conhecido pelo hino punk “California Uber Alles”. A banda começou nos anos 1970 e teve como vocalista Jello Biafra, que depois se tornou conhecido também como ativista político. Também americano, o AntiFlag faz a linha anarcopunk. O grupo chega com material do disco “American Spring”, de 2015. ESPAÇO DAS AMÉRICAS Tel. 3864-5566. Hoje, 19h. R$ 240 a R$ 440. ticket360.com.br
O método de trabalho tem foco em faixas individuais, reunidas depois em um álbum. O rapper ainda trabalha a carreira solo. “A gente não para, pensa em tudo.” YO MUSIC Tel. 4007-1108. Sáb., 14h. R$ 120 a R$ 240. yomusic.com.br
DIVULGAÇÃO
Poster de ‘Assassin’s Creed’, filme que estreia no país em janeiro
Feira de games reúne em pavilhão fãs de jogos
diversas mudanças no line-up, e hoje o único integrante original remanescente é o guitarrista Rudolf Schenker, 68. O repertório favorece velhos hits, como “Wind of Change” e “Big City Nights”, além de temas recentes, como “We Build This House”. O grupo ainda tem shows marcados em Fortaleza e no Rio.
Vista como a maior feira de games da América Latina, Brasil Game Show acontece a partir de hoje, e até o dia 5 de setembro, no São Paulo Expo. Marcas como Cinemark e Saraiva participam. Empresas levam ao evento produtos lançados no país e no exterior. Além disso, é exibido conteúdo inédito do filme “Assassin’s Creed”, produção da Fox que estreia em janeiro de 2017. Posters do longa serão distribuídos no stand da Ubisoft.
CITIBANK HALL Tel. 4003-5588. Hoje, 21h30, sáb., 22h, dom., 20h R$ 200 a R$ 750
SÃO PAULO EXPO Tel. 5067-1717. Hoje a 5/9, a partir das 10h. R$ 30. www.brasilgameshow.com.br
DIVULGAÇÃO
Formado nos anos 1980, The Offspring é o headliner do festival em São Paulo
12 SALTO COM VARA BRAZ X LAVILLENIE
QUINTA-FEIRA
ESPORTES
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Campeão olímpico na Rio-2016, o brasileiro Thiago Braz reencontrará o francês Renaud Lavillenie, derrotado no Jogos e que ficou com a prata, hoje na etapa de Zurique da Diamond League. ‘Não é uma revanche, porque não nos darão medalhas da Olimpíada’, disse o francês.
Tite estreia com a missão de resgatar o futebol da Seleção Em Quito, Brasil encara Equador, vice-líder nas Eliminatórias, hoje às 18h DA REDAÇÃO redacao@destakjornal.com.br
Treinador sabe que há grande expectativa em relação ao início do seu trabalho na Seleção Brasileira
MOWA PRESS
1.09.2016
O técnico Tite inicia hoje uma nova era na seleção, com a esperança de recuperar o respeito do Brasil perdido nos últimos anos, e recolocá-lo entre as principais forças do futebol mundial. Desde a vexatória derrota para a Alemanha por 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo de 2014, a Seleção Brasileira não se encontrou mais e acumula uma série de fracassos em competições oficiais. Com Dunga no lugar de Felipão, o Brasil foi eliminado na Copa América do ano passado pela fraca seleção do Paraguai. Depois conseguiu apenas duas vitórias em seis jogos disputados pelas Eliminatórias da Copa de 2018 e está em 6º, fora da zona de classificação. Neste ano, a seleção voltou a decepcionar ao cair na 1ª fase da Copa América Centenário dian-
te do Peru, que culminou com a demissão de Dunga. Com seis títulos nos últimos seis anos (entre eles dois Brasileiros , uma Libertadores e um Mundial), Tite chegou à seleção com credenciais de vencedor e quer implantar sua filosofia rapidamente. “São etapas que a gente busca apressar para que o resultado em campo aconteça”, disse o técnico. Tite demorou 26 anos para chegar ao cargo máximo no futebol brasileiro e às vésperas de sua estreia no comando da seleção não esconde a ansiedade. “Estou muito mais em paz, mais tranquilo, mais ainda ansioso. Eu me preparei a vida inteira para estar aqui”, afirmou Tite. Em relação ao time de Dunga, as principais mudanças são no meio-campo. Casemiro e Paulinho são os novos titulares, nos luga-
7ª RODADA HOJE 17h 17h30 18h
Bolívia x Peru Colômbia x Venezuela Brasil x Equador
20h30 Argentina x Uruguai 21h
Paraguai x Chile
Copa do Brasil: Palmeiras encaminha vaga às quartas GEOVANI VELASQUEZ/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
res de Lucas Lima, que foi para a reserva, e Elias, que nem foi convocado por Tite. O zagueiro Marquinhos e o lateral Marcelo também começam como titulares. No ataque, Gabriel Jesus ganhou a disputa com Gabigol e começa jogando.
Messi e Bauza são novidades na Argentina Depois de anunciar que deixaria a seleção argentina após a derrota na final da Copa América Centenário, Messi voltou atrás e voltará a defender a equipe contra o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. “Leo (Messi) tomou a decisão correta. Seria um pecado se deixasse de jogar com a camisa que tanto gosta”, disse Mascherano. O craque chegou a ser dúvida, pois teve lesão na coxa no domingo, mas já treinou em dois períodos e mostrou estar recuperado. Assim como o Brasil, a seleção da Argentina terá um novo treinador. Edgardo Bauza, deixou o São Paulo para assumir a seleção do seu país pela primeira vez. Hoje fará sua estreia.
Rafael Marques se igualou a Cristaldo como maior artilheiro do Allianz
Em sua estreia nesta edição da Copa do Brasil, o Palmeiras venceu o Botafogo-PB por 3 a 0, no Allianz Parque, em jogo de ida das oitavas de final e ficou muito próximo da vaga à próxima fase. Na partida de volta, marcada para o dia 21 de setembro, em João Pessoa (Paraíba), o alviverde pode perder até por dois gols de diferença que estará nas quartas. Depois do 1º tempo equilibrado, o Botafogo-PB não resistiu e sofreu três gols na etapa complementar. Jean abriu o placar em cobrança de pênalti, que não existiu. Rafael Marques ampliou e Tchê Tchê definiu a partida com um golaço aos 35 minutos. “Ontem foi o meu aniversário e acho que esse gol foi o meu presente”, disse o jogador. A edição foi finalizada antes de Fluminense x Corinthians
AFP
DESPEDIDA O meia Schweinsteiger foi homenageado antes de seu último jogo pela Alemanha. A atual campeã mundial venceu a Finlândia por 2 a 0