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JULIO MESQUITA 1891 - 1927
RUY MESQUITA Diretor
Segunda-feira 9 DE AGOSTO DE 2010 R$ 2,50*
ANO 131. Nº 42664
EDIÇÃO DE 23h
estadão.com.br
Link
Caderno2
Metrópole
Robô portátil Dez dicas para quem quer usar o Android, do Google, para jogar
Paixões de Crumb Cartunista (foto) fala de música e da vontade de desenhar, sempre
Pintor da noite. O alemão Jan Siebert e a SP noturna. Pág. C6
TASSO MARCELO/AE
Corregedoria aponta descumprimento de resolução que fixa uso só em serviço Relatórioda Corregedoria-Geralda JustiçaFederalapontausoexcessivodeveículos oficiais por desembargadores do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região mesmo em período de férias, domingos e feriados. Resolução do Conselho Nacional de Justiça proíbe o uso fora do expediente. O tribunal, com jurisdição
em São Paulo e Mato Grosso do Sul, é o maior federal do País. O documento aponta que, em um dos casos, o veículo percorreu 1.868 km quando o magistrado estava em férias, informa o repórter Fausto Macedo. Os desembargadores alegam que o uso é prerrogativa do cargo e lhes dá segurança. NACIONAL / PÁG. A4
● Situação
indefinida
Ministros do STF e advogados cobram explicações do ministro Joaquim Barbosa, que está de licença médica, mas foi visto em festa e bar no fim de semana. NACIONAL / PÁG. A6
O BRASIL NO MUNDO ● O Brasil ganha peso e busca espaço no cenário mundial, ao mesmo tempo em que as potências têm de aceitar novos sócios. Esse momento e os desafios do próximo governo são analisados por Paulo Sotero, Marcos de Azambuja, Rubens Barbosa, Andrew Hurrell, Celso Amorim, Marco Antonio Villa e Marcelo de Paiva Abreu.
EVELSON DE FREITAS/ AE
Esportes
Negócios
Corinthians vence e segue na cola do líder
Um problema para o JBS
O Corinthians venceu o Flamengo (1 a 0),noPacaembu,econtinuaaum ponto do Fluminense, que bateu o Grêmio (2 a 1), no Sul. Em Goiânia, o Palmeiras empatou (1 a 1) com o Goiás. O gol sofrido aos 44 do segundo tempo tirou de Luiz Felipe Scolari a oportunidade de comemorar sua primeira vitória. Em Curitiba, oSão Pauloempatou com o AtléticoPR (1 a 1) e poderá ter Silas. PÁG. E1
O empréstimo de R$ 3,5 bilhões concedidopelo BNDES para a compra da americana Pilgrim’s, em 2009, virou um transtorno para o frigorífico brasileiro. Pelo acordo, o JBS abriria em seguida o capital de sua filial nos EUA, mas o desânimo dos investidoresfrustrouoplanoeagoraofrigorífico busca saída para escapar da multa.
ANTERO GRECO Medo castigado
Lei Seca passa a ter blitze todos os dias
Atraso em obra eleva conta de luz em R$ 1 bi
Herói do jogo. Elias disputa bola com Jean: gol do meia mantém o time a um ponto do líder, o Fluminense
Chávez se reunirá com Santos
Até o mês passado, as operações em SPeramrealizadasdequintaadomingo. Ampliação foi possível com reforço de policiais. METRÓPOLE / PÁG. C1
Umdiaapósapossedonovo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, o lídervenezuelano,HugoChávez,exortou as Farc a libertar “todos os seus sequestrados”. Amanhã, Chávez se
PEDRO DORIA Guerra de gigantes Sim, o Google, símbolo da eficiência tecnológica do Vale do Silício, está copiando o Bing, da Microsoft. O centro da disputa está nos EUA.
VISÃO GLOBAL Exumar Bolívar Se Hugo Chávez puder afirmar que libertador foi morto na Colômbia, reforçará tese própria.
LINK / PÁG. L7
INTERNACIONAL / PÁG. A15
7 8 9 10 11 12
reúne com Santos, segundo a chanceler colombiana, Maria Angela Holguín. As ações indicam o fim de uma crise diplomática iniciada há duas semanas. INTERNACIONAL / PÁG. A11
MARCOS MÜLLER/AE
A sabedoria popular ensina que medo atrai coisa ruim. O empate do Palmeiras em Goiânia foi a confirmação dessa lição, cuja origem se perde no tempo. Dar um jeito nesse time é o maior desafio da carreira de Felipão. PÁG. E2
SERGIO MORAES/REUTERS
Juízes federais de SP usam carro oficial em férias e feriado
Caderno Especial
LÚCIA GUIMARÃES Somos todos Willy Loman O jornalismo online é uma revolução bem-vinda e não precisa inspirar tragédias. Mas serve o alerta de Arthur Miller: é preciso prestar atenção. CADERNO 2 / PÁG. D10
A conta de luz poderia ter economia de R$ 1 bilhão se as termoelétricas que abastecem o Norte já estivessem operando com gás natural. ECONOMIA / PÁG. B1
Mais um assalto a joalheria de shopping
Liminar autoriza genérico que controla o colesterol
Setehomens assaltaramduasjoalherias do Santana Parque Shopping. Houve 3 feridos. É a 8.ª ocorrência do ano na capital. METRÓPOLE / PÁG. C4
Jornais revertem tendência e retomam crescimento
Tempo na capital e 27˚ Máx. Sol aumento 12˚ Mín. de nuvens HOJE: 78 PÁGINAS * VER TABELA NA PÁGINA A3
ESTADO SOB CENSURA HÁ 374 DIAS. PÁG. A7
VIDA / PÁG. A16
NEGÓCIOS / PÁG. N6
NOTAS & INFORMAÇÕES
A indústria e o BNDES O que se busca com as críticas é que o banco demonstre o interesse público de suas operações. PÁG. A3
A2 Espaço aberto %HermesFileInfo:A-2:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
PUBLICAÇÃO DA S.A. O ESTADO DE S. PAULO
Fundado em 1875
Av. Eng. Caetano Álvares, 55 - CEP 02598-900 São Paulo - SP Caixa Postal 2439 CEP 01060-970-SP . Tel. 3856-2122 (PABX) Fax Nº (011) 3856-2940
Julio Mesquita (1891-1927) Julio de Mesquita Filho (1927-1969) Francisco Mesquita (1927-1969) Luiz Carlos Mesquita (1952-1970)
José Vieira de Carvalho Mesquita (1959-1988) Julio de Mesquita Neto (1969-1996) Luiz Vieira de Carvalho Mesquita (1959-1997)
Alma limpa só vota em ficha-limpa
Drogas, o debate necessário
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SANDRA CAVALCANTI oi uma luta muito longa, difícil, cheia de obstáculos. Na Assembleia Nacional Constituinte de 1987, um grupo de cidadãos nos procurou com umasugestãooportunaecorajosa:queainiciativadeproporprojetos de lei também pudesse emanar diretamente dos eleitores, isto é, que pudesse ser de iniciativa popular. Surgiramargumentoscontrários, muitos medos sem sentido e muitas cautelas hipócritas. Mas a ideia acabou sendo aprovada. A Carta Magna de 1988 deu à iniciativa popularo direito de propor projetos de lei, como constadoparágrafo2.º doartigo 61, no qual estão definidas as cautelas, as exigências que garantem a representatividade da vontade do eleitor. Para apresentar o projeto de lei a proposta depende da assinatura de, “no mínimo, um por cento do eleitorado nacional”. Desse 1%, os signatários devem ser eleitores “em pelo menos cinco Estados” da Federação. E cada um deles “com não menos de três décimos por cento” do eleitorado. Como se pode ver, uma fórmula bastante prudente, com o objetivo de impedir a ação demagógica de lideranças ditatoriais, como as que vemos à nossa volta, aqui, na América Latina. Promulgada a Carta de 88, as correntes que haviam liderado a ideia da proposta partiram para a hercúlea tarefa de fazer a coleta das assinaturas exigidas. As várias correntes, das mais diferentes origens, reuniam todososque lutavam porumsistema eleitoral mais limpo e mais garantido. Checar a identificação de cada signatário foi uma trabalheira incansável, minuciosa e rigorosamente honesta, que contou com a participação da Igreja Católica, de suas paróquias, de entidades sociaise culturais, deescolas, de cooperativas, de associações de moradores e de empresas. E, enfim, do eleitor que sonha com melhores costumes políticos. Ao final, uma bela vitória: o número de assinaturas superou as exigências! Foi mais do que expressivo.Foium gritode“basta!”, saído da alma de milhões de brasileiros. A preciosa carga foi entregue solenemente ao Congresso Nacional.Daíemdiante, ficoutudo por conta do Poder Legislativo. Cabiaaele,após verificar oatendimento das exigências, discutir o projeto nas comissões e no plenário e, por fim, aprová-lo.
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Foi uma longa espera, durante a qual o País sofreu o vexame desuportaramais deslavadafeira de corrupção política de todos os tempos. Nunca antes o Brasil viveu dias tão sujos, tão pornográficos, tão cínicos! Maisdoquenuncaficaramevidentes o dever e a obrigação dos partidos de não inscreverem, em suas chapas, candidatos envolvidos em irregularidades de qualquer natureza, principalmente no trato da coisa pública. Que o nosso sistema eleitoral é frágil e permissivo, isso todos sabemos. Também sabemos queesse voto proporcional – para todas as Casas Legislativas doPaís, à exceção do Senado Federal – é um tipo de voto que frauda o desejo e a intenção do eleitor. O eleitor escolhe um e acaba elegendo outro! Por isso é necessário que esse outro tam-
Se os partidos abrirem vaga na legenda para os fichas-sujas, caberá ao eleitor barrá-los na urna bém seja confiável. Mesmo com instituições frágeis, pessoas que cultivam valores morais revelam firmeza de comportamento. Ninguém é obrigado a ser desonesto. O escândalo dos Correios, o escândalo do mensalão do PT, o escândalododesgovernodeBrasília e todos os outros provam essatese.A compradeconsciências para garantir maiorias obedientes,paraaprovarleissuspeitíssimas, para administrar só pormedidasprovisórias,tudoisso não significa que as instituições é que sejam fracas. Até pelo contrário, fica bem claro que as falcatruas decorrem da falta de caráter dos corruptores e dos corrompidos. Daí a importância de os brasileiros exigirem políticos com ficha limpa. Quem tem de impor essa exigência nacional são os partidos. É deles a responsabilidade de, na hora de organizar as chapas para as eleições, impedir que os fichas-sujas possam concorrer. Muitos tentarão burlar esse desejo da maioria de nosso povo. Vão-se basear na expressão “ninguém será julgado culpado atéo trânsito emjulgado de sentença penal condenatória”, que consta do artigo 5.º da Constituição. Tudo bem. Ninguém é contra essa ressalva garantidora. Mas ninguém desconhece, também, o fato de que são longos, difíceis e às vezes quase impossíveis de vencer os prazos, os recursos, os embargos e tudo o mais que atravanca o andamento de processos no nosso Judiciário! O problema é que os prazos entreaseleiçõessão semprecurtos,enquantoosprazosparasen-
tençaspenais,tramitadasemjulgado, são sempre muito longos! Ondeestãoospolíticosflagrados em plena delinquência? Quemjá foi atingido porsentença penal transitada em julgado? Quantosestãoimpedidosdedisputar nessas condições? Quem está preso, cumprindo pena? Qual o resultado positivo? Vamos continuar aguardando o Judiciário? Não dá. Agora é a hora dos partidos. Dia 3 de outubro vai ser a hora do eleitor. Quem vai ter o poder de não aceitar as inscrições? Os partidos. Só depende deles o Brasil continuar sendo uma democracia de respeito. Só eles, sem ofender o inciso do artigo 5.º da Lei Maior, podem rejeitar quem pretenda usar suas legendas como abrigo. O candidato está indiciado? Desviou dinheiro público? Usou caixa 2? Bancou corrupção? Ficou rico de repente? Tomou parte em licitações de cartas marcadas? Organizou milícias? Invadiu propriedades? É protegido do crime organizado? Dá para ser prudente, não dá? Mas se, para tristeza nossa, os partidos abrirem vaga na legenda para os fichas-sujas, cabe a você, eleitor, barrar esses mesmos fichas-sujas na urna. Eleitor de alma limpa só vota em ficha-limpa! ✽ PROFESSORA, JORNALISTA, FOI DEPUTADA FEDERAL CONSTITUINTE, FUNDOU E PRESIDIU O BNH NO GOVERNO CASTELO BRANCO E-MAIL: SANDRA_C@IG.COM.BR
CARLOS ALBERTO DI FRANCO requentemente, a informação veiculada nos meios de comunicação produzumtravonaalma.Asociedadedesenhada nonoticiário parece refém do vírus da morbidez. Crimes, aberrações e desvios de conduta desfilam na passarela da mídia. O goleiro Bruno foi o maisrecentecapítulo.Ostelejornais, e até mesmo os diários mais sóbrios, ficaram de joelhos paraoespetáculo. Assistiu-se ao circo da morte. O crime foi o resultado de alguns desvios: o machismo da sociedade que trata a mulher como objeto de posse descartável,aculturadaimpunidade,adisseminaçãodasdrogas eosvaloresfrágeisdegarotasextasiadas com ícones de plástico, mascarregadosdedinheiroeglamourizados pelas engrenagens do entretenimento. Mas não vou falar do goleiro. Vou escrever sobre o avanço dasdrogas,queameaçatransformarosonhodajuventudenuma terrível frustração. A violência avança, impune, no Brasil e o seu principal estopim – a distribuição e o consumo de drogas – continua forada agenda pública e do debate dos candidatos. NomercadodacocaínaoBrasil exerce triste liderança. O País é hoje o maior espaço consumidor da droga na América doSuleprovavelmenteosegun-
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SINAIS PARTICULARES LEO MARTINS
Deco
do maior nas Américas. Cresce em progressão geométrica a demanda doméstica. Ademais, somos, hoje, um importante corredor de distribuição mundial. Multiplicam-se, paradoxalmente, declarações otimistas a respeito das estratégias da redução de danos. O essencial, imaginamosdefensoresdanovapolítica, não é a interrupção imediata dousodedrogas pelodependente,masqueeletenhaumamelhora em suas condições gerais. A opção pela redução de danos pode ser justificada em determinadas situações, mas não deve ser guindada à condição de política pública. Afinal, todos sabem que, assim como não existe meia gravidez, também não há meia dependência. Embora alguns usuários possam imaginar que sejamcapazesdecontrolaroconsumo, cedo ou tarde descobrem
Não se pode sucumbir à síndrome do avestruz quando o que está em jogo é a vida das pessoas que, de fato, já não são senhores de si próprios. Observa-se, igualmente, um crescente movimento a favor da despenalizaçãodasdrogas,sobretudodamaconha.Odependente, de fato, não deve ir para a cadeia. Precisa de ajuda, de apoio, de tratamento. Agora, o traficante, frio e calculista, deve pagar por seu crime com pena proporcional à gravidade da sua perversidade. Nãosedevem,igualmente,subestimarosefeitosnocivosdamaconha para a saúde do usuário. Ruy Castro, escritor de minha predileçãoedonodeumasinceridade afiada, abordou o tema em artigo na Folha de S.Paulo. “A SecretariaNacionalAntidrogas,órgão do governo federal, quer criar uma agência para pesquisar os ‘efeitos medicinais’ da maconha. Se trabalhar direito, será uma decepção para os usuários da erva: a maconha ‘medicinal’ não viria para ser fumada – mesmoporqueestatemtodososmales do tabaco e mais alguns.” “A lista das mazelas provocadas pela maconha fumada, estabelecida por médicos da Universidade de Oxford e citada na Folha (Tendências/Debates, 22/10) pelosdoutoresRonaldoLaranjeira e Ana Cecília Marques, inclui dependênciaquímica,bronquite crônica, insuficiência respiratória,riscodedoençascardiovasculares, câncer no sistema respiratório, diminuição da memória, ansiedade, depressão, episódios psicóticos, leseira, apatia e baixa no rendimento escolar.” “Donde, se provadas as qualidades terapêuticas da maconha – embora ninguém tenha conseguidoatéhojedescobrirsuasuperioridade em relação às substâncias tradicionais –, seu uso deve-
Américo de Campos (1875-1884) Nestor Rangel Pestana (1927-1933) Plínio Barreto (1927-1958)
ria se dar em forma de gotas, pomada, supositório ou o que for, e não enrolada, queimada e tragada. (...) A secretaria faria melhor seconcentrasseseusesforçosnuma guerra que o Brasil se arrisca a perder: contra o crack, a pior droga já inventada. E a mais covarde”, conclui Castro. Averdadeprecisaser dita.Não se pode sucumbir à síndrome do avestruz quando o que está em jogo é a vida das pessoas. O hediondo mercado das drogas está dizimandoajuventude.Eleavança e vai ceifando vidas nos barracos da periferia abandonada e no auêdosbareseboatesfrequentadospelajuventudebem-nascida. Movimenta muito dinheiro. Seu poder corruptor anula, na prática, estratégias meramente repressivas.Aprevençãoearecuperação, únicas armas eficazes a médio e a longo prazos, reclamam um apoio mais efetivo do governoeda iniciativa privada às instituições sérias e aos grupos de autoajuda que lutam pela reabilitação de dependentes. Tenho acompanhado o excelentetrabalhorealizadoporalgumas comunidades terapêuticas. Sem uso de medicamentos e investindo num conjunto de providênciasquevãoàscausasprofundas da dependência, essas comunidades têm obtido bons índices de recuperação. Visitei algumas dessas instituições. Aponto, entre outras, uma instituição de referência:aComunidadeTerapêutica Horto de Deus, em Taquaritinga, no interior de São Paulo (www.hortodedeus.org.br). Com gravíssimasdificuldadesfinanceiras e sem nenhum apoio dos governos, embora não faltem falsas promessas de ajuda de políticos oportunistas, a entidade tem sido responsável pela recuperação deinúmerosdependentesquímicos. Merece um registro. Os governos não se dão conta de que o trabalho dessas instituições repercute diretamente na qualidade da segurança pública. Elas rompemocírculoviciosodasdrogas e criam o círculo virtuoso da recuperaçãoe daressocialização. Debates no Congresso Nacional sugerem que as comunidades terapêuticas, bem como as demais instituições idôneas que trabalham na recuperação de adictos,possam,numfuturopróximo, receber recursos provenientes doFundoNacional Antidrogas e do Sistema Único de Saúde (SUS). Seria uma providênciainteligente. Ésempremelhor apoiar o que já funciona do que cair na tentação de criar novas estruturas. Afinal, um adicto recuperado é o melhor aliado na luta contra as drogas. ✽ DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, É PROFESSOR DE ÉTICA E DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO E-MAIL: DIFRANCO@IICS.ORG.BR
Fórum dos Leitores ELEIÇÕES Beco sem saída
Nada define melhor essa equivocada opção pela esquerda feita por nossos políticos que a anedota chinesa a que Carlos Alberto Sardenberg se refere em seu livro Neoliberal, Não. Liberal: “O presidente Jiang Zemin ia de motorista, conduzindo o grande líder Deng Xiaoping, autor da modernização chinesa, quando, subitamente, topa com uma bifurcação perfeita, abrindo-se para cada lado, à esquerda e à direita, uma estrada igualzinha à outra; Zemin hesita, breca e pergunta a Deng qual o caminho a tomar; Deng não vacila: Dê seta para a esquerda, mas vire à direita.” Já Serra, que quando necessário não titubeou em tomar o caminho à esquerda, não precisaria usar desse artifício chinês, pois certamente jamais relutaria em virar à direita toda vez que vislumbrasse nele o
melhor destino para nosso país. Tão importante quanto mostrar sua competência nos debates eleitorais, esse é o grande argumento que certamente faria a diferença a favor de Serra, pois qualquer cidadão bem informado pode ver que essa insistência cega e retrógrada de virar à esquerda a qualquer custo pode, a exemplo de nossos vizinhos sul-americanos, levar o País a um beco sem saída. RICARDO D. DE CAMPOS SALLES dauntsalles@uol.com.br Espírito Santo do Pinhal
cação, saúde, saneamento e segurança. 8) Prometo restabelecer a ética e a moralidade no País. 9) Juro usar parte dos royalties do pré-sal para tirar aposentados e pensionistas do INSS da indigência. 10) Não convidarei Chávez, Morales, Ahmadinejad, Lugo, Fidel e Correa para a minha posse. E, finalmente, para ganhar no primeiro turno e ser reeleito daqui a quatro anos, o mandamento único: Prometo fazer as reformas tributária, política e judiciária. GUSTAVO GUIMARÃES DA VEIGA gjgveiga@hotmail.com São Paulo
Os 10 mandamentos
Para reassumir a liderança na corrida presidencial: 1) A CPMF não será recriada. 2) A FAB vai escolher os caças. 3) Battisti vai para a Itália. 4) Sou contra a PEC do Calote. 5) Prometo rever os preços dos pedágios paulistas. 6) Incentivarei a energia solar, a eólica e a hidrelétrica. 7) Investirei em edu-
Dependência
No debate da Band pudemos ter a certeza: a candidata Dilma fica desorientada sem o presidente ao lado e o teleprompter à frente. SANDRO FERREIRA sandroferreira94@hotmail.com Ponta Grossa (PR)
MEIO AMBIENTE Código Florestal
O Decreto 2079, de novembro de 2009, assinado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), propõe a regularização dos proprietários multados por infrações ambientais que aderirem ao Programa Mais Ambiente. O substitutivo que apresentei, mais do que propor a mesma coisa, copia o decreto, modificando prazos e facilitando a regularização. É inaceitável que a ministra do Meio Ambiente e seus auxiliares ligados às ONGs qualifiquem de “anistia” o que o próprio governo se propõe a fazer, a não ser que não haja seriedade no propósito do MMA. Quanto à ideia de enviar proposta ao Congresso, retoma o hábito do Executivo de legislar em lugar do Legislativo, com a atenuante de que, desta vez, não será por medida provisória, decreto ou portaria. Enquanto isso, é preci-
so denunciar que a legislação atual continua a pôr na ilegalidade 90% das pequenas propriedades rurais do País, milhares delas impedidas de receber crédito da agricultura familiar pela insensatez dos legisladores de gabinete.
ALVAREZ AGUILAR alvarez.atib@hotmail.com São Paulo
ALDO REBELO, deputado federal dep.aldorebelo@camara.gov.br Brasília
Cumprimentos pelo editorial Terminais congestionados, que aponta questão crucial para o desenvolvimento brasileiro atual, particularmente em relação à dificuldade da Infraero de administrar e atender ao crescente movimento de cargas aéreas internacionais. Quanto aos portos secos, citados no texto como alvo de reclamações do mercado, destacamos que funcionam no País, administrados pela iniciativa privada, 63 unidades – 27 no Estado de São Paulo. Somam cerca de 6 milhões de m2 de área alfandegada destinada à armazenagem de mercadorias ainda por nacionalizar, estão instalados em 14 Estados e geram mais de 12 mil empregos diretos e indiretos. Traba-
TRANSPORTE DE CARGAS Burocracia aduaneira
Parabéns pelo editorial Terminais congestionados (5/8, A3). Só acrescentaria que os portos secos seriam utilizados pelas empresas importadoras se a alfândega no Porto de Santos não fosse tão burocrática na liberação do documento DTA-Pátio, o que possibilitaria a descarga dos volumes diretamente do navio para o caminhão, evitando pagamento duplo de armazenagem – uma no porto e outra no porto seco.
Portos secos
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Conselho de Administração Presidente
Membros
Aurélio de Almeida Prado Cidade
Fernão Lara Mesquita, Francisco Mesquita Neto, Júlio César Mesquita, Patricia Maria Mesquita e Roberto C. Mesquita
Notas e Informações A3
Opinião
Informação
Administração e Negócios
Diretor de Opinião: Ruy Mesquita Editor Responsável: Antonio Carlos Pereira
Diretor de Conteúdo: Ricardo Gandour Editor-Chefe Responsável: Roberto Gazzi
Diretor Presidente: Silvio Genesini Diretor de Mercado Leitor: João Carlos Rosas Diretor Financeiro: Ricardo do Valle Dellape Diretora Jurídica: Mariana Uemura Sampaio
estadão.com.br A versão na Internet de O Estado de S. Paulo
Notas & Informações
A indústria e o BNDES No que tem de mais consistente, o manifesto publicado nos principais jornais do País por 12 associações industriais, para defender o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) das críticas que tem recebido por sua forma de atuação, não apenas reconhece, como acrescenta fundamento à essência dessas críticas. “Configura um subsídio”, diz explicitamente o manifesto, o fato de o governo tomar dinheiro emprestado a determinada taxa de juros e o repassar a uma taxa menor para o BNDES, que o utiliza para financiar as empresas, também a juros baixos. Quanto às demais críticas a operações recentes do BNDES, o documento das associações empresariais ligadas à indústria nada diz. Limita-
se a acusar os críticos, identificados como “os que sempre defenderam as ideias do pensamento econômico que prevaleceu nas últimas décadas, que levou o mundo à maior crise econômica dos últimos 80 anos”. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) – uma das signatárias do manifesto –, José Ricardo Roriz, foi mais direto. Segundo ele, as críticas são “uma campanha orquestrada pelos bancos privados”. Deliberada ou não, trata-se, certamente, de uma grande confusão do dirigente empresarial. Pode até haver interesse de bancos privados nas críticas à atuação do BNDES. Certamente não há regência. O que se busca com essas críticas não é reduzir o importante papel do BNDES no apoio aos investimentos produtivos, mas leválo – e ao governo que o sustenta – a demonstrar com absoluta clareza qual o interesse público de suas ope-
rações e, sobretudo, o custo delas para o contribuinte. As associações reconhecem que, como os recursos repassados ao BNDES custam ao Tesouro juros iguais à Selic (atualmente em 10,25% ao ano) e esta é maior que a TJLP (custo médio dos financiamentos concedidos pelo banco, de 6% ao ano), “há, nessa operação de incentivo ao investimento, uma diferença a ser paga pelo Tesouro, o que configura um subsídio”. Não é um custo pequeno. No ano passado, o Tesouro repassou R$ 100 bilhões ao BNDES e, em 2010, mais R$ 80 bilhões. “Reconhecemos que o desembolso feito pelo Tesouro é um custo para a sociedade”, diz o manifesto. “Portanto, é indispensável que ela tenha conhecimento disso e decida se quer ou não continuar pagando a conta.” É exatamente o que os críticos estão exigindo, mas a sociedade não foi consultada sobre isso e nem sabe quanto está pagando por essas
A gestão dos resíduos epois de debatida durante 20 longos anos, foi finalmente sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Além de melhorar a gestão do lixo, que deixa muito a desejar em todo o País, mesmo nas cidades mais ricas, ela deve também influenciar positivamente os padrões de comportamento e consumo. A nova lei trata de todo o ciclo de vida do produto – da sua concepção até a disposição final – e estabelece a prática da chamada logística reversa, pela qual fabricantes, distribuidores e vendedores são obrigados a recolher lixo tóxico de difícil decomposição – pilhas, pneus, lâmpadas, lubrificantes e eletroeletrônicos. As prefeituras terão de elaborar e executar planos de gestão para resíduos sólidos e fica proibida a instalação de lixões a céu aberto. Ela estabelece ainda que, para enfrentar os grandes problemas ambientais, deve haver um esforço conjunto do poder público, dos setores produtivos e da sociedade. Conforme dados do Ministério do Meio Ambiente, a produção diária de lixo nas cidades brasileiras atinge 150 mil toneladas. Desse total, 59% vão para lixões e apenas 13% são reaproveitados. Os governos estaduais e municipais terão prazo de dois anos para criar sistemas de reciclagem de resíduos. Feito isso, receberão recursos para construir aterros sanitários ambientalmente sus-
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lham, porém, com índice de ociosidade de 40%. Apesar dessa ociosidade, é reconhecida a existência de áreas que demandam a abertura de exigidas licitações públicas para a instalação de novas unidades. Trata-se de locais de enorme potencial de importação e exportação, onde os portos secos podem desempenhar relevante papel como prestadores de serviços públicos. No último ano, incorporado aos benefícios do Reporto, o setor investiu cerca de R$ 100 milhões em equipamentos para operação nos terminais e em sistemas de informática para gestão e controle das cargas, proporcionando mais eficiência ao exercício da fiscalização aduaneira, que envolve também Anvisa, Ministério da Agricultura e outros órgãos do Estado. A iniciativa privada, que administra 99% dos portos secos em funcionamento, tem dado respostas positivas às demandas do mercado e vem se tornando importante par-
tentáveis para onde deverão ser enviados apenas os resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento. O Orçamento de 2011, segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, reservará R$ 1 bilhão para financiamentos de processos de reciclagem. A Caixa Econômica Federal terá R$ 500 milhões disponíveis em crédito para cooperativas de catadores e projetos de manejo de resíduos. Governantes e setores produtivos precisam se convencer de que o lixo não é só problema, também oferecendo oportunidade para a geração de ri-
O Brasil esperou 20 anos por essa nova lei. Quantos esperará por sua regulamentação? queza, emprego e energia. Sua correta gestão pode assegurar ascensão social – caso dos catadores –, favorecer o consumo consciente e o equilíbrio ambiental. Estudos do economista Sabetai Calderoni, doutor em Ciências pela USP e autor do livro Os bilhões perdidos no lixo, mostram que uma cidade de 200 mil habitantes gasta, em média, R$ 8 milhões por ano com transporte de dejetos. Se esses resíduos fossem reciclados, além de economizar a quase totalidade dos R$ 8 milhões, o município ainda ganharia pelo menos R$ 15 milhões. O conjunto do País poderia lucrar R$ 8 bilhões por ano, caso fosse reciclada a parte reutilizável das 150 mil toneladas de lixo geradas diariamente.
ceira da indústria nacional, em particular a exportadora, via prestação de serviços conexos, que vão além da liberação e armazenagem de cargas alfandegadas. As reclamações eventualmente apontadas servem ao setor como referência para tornar a operação ainda mais eficiente e segura. Afinal, quem vive de prestar serviços tem sempre como objetivo principal suprir as necessidades e as demandas do mercado. RICARDO VEGA, Associação Brasileira dos Portos Secos (Abepra) joaorusso@abepra.org.br São Paulo
PARCERIA Vai dar azia
Parabéns ao Estadão e à revista Piauí, essa pareceria vai dar azia. ADRIANA IRIGOYEN, assinante do jornal e da revista adrianairigoyen@terra.com.br São Paulo
operações. Em outro trecho, o documento afirma que o BNDES não subsidia a compra de empresas nem escolhe vencedores, e argumenta que são as empresas, algumas associadas às signatárias do documento, que procuram o banco. “Se preencherem os requisitos necessários, recebem o apoio aos seus projetos”, diz. Recentemente, o banco financiou operações bilionárias de empresas de grande porte, de aquisição de companhias estrangeiras, que não resultaram em novos empregos ou novos investimentos produtivos no País. O banco também financiou vultosas operações da Petrobrás, empresa que, por seu porte e por seu histórico financeiro, poderia captar no mercado internacional os recursos de que necessitava, o que permitiria ao BNDES apoiar mais empresas brasileiras interessadas em investir. Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp) mostrou que as empresas paulistas reclamam das garantias exigidas e do excesso de burocracia nas operações do BNDES, e 37% das 318 indústrias consultadas deixaram de investir por não disporem de recursos próprios suficientes e não conseguirem acesso aos créditos do banco estatal. “É preciso atender empresas de menor porte que, ao contrário dos grandes conglomerados, não têm acesso ao mercado de capitais, mas têm grande importância para a economia nacional”, disse ao Estado (1/8) o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, e também presidente da Abiplast, signatária do documento dos industriais de apoio ao BNDES, José Ricardo Roriz. Quanto à necessidade de investimento, que o manifesto defende, ninguém é contra – desde que o apoio do BNDES e seu custo sejam mais claros.
A contribuição da agricultura Os investimentos em cooperativas e em centrais de triagem deixam muito a desejar, assim como o incentivo para parcerias público-privadas nessa área. Mesmo São Paulo, a cidade que mais produz resíduos no País, investe muito menos do quedeviaemcoletaseletiva,embora destineR$ 478 milhõespor ano para o transbordo do lixo até os aterros. Nos últimos anos, a verba reservada à reciclagem tem girado em torno de 1% dos recursos empenhados para coleta de lixo. Das 300 mil toneladas de lixo produzidas por mês na capital, somente 3 mil toneladas (1%)são recicladas, comoresultado de um sistema que atinge apenas6 milhõesdosseus11milhões de habitantes. De acordo com a política municipaldosetor, deveriamtersido construídas 31 centrais de triagem em todas as subprefeituras até 2007, obras previstas no contrato de coleta de lixo firmado em 2005 com as concessionárias. Na época, 14 centrais já estavam em operação. Passados cinco anos, apenas 3 unidades foram construídas. Ao comentar a sanção da lei, a ministradoMeioAmbiente,Izabella Teixeira, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo: “Estou com a alma lavada, enxaguada e, agora, reciclada.” Infelizmente, ainda falta muito para que todo esse otimismo se justifique. A nova lei, apesar de sua importância, é apenas o primeiro passo de uma longa caminhada. Os próximos, que não podem tardar, são a sua regulamentação e a elaboração dos planos de gestão do lixo.
“Ficha-suja tem de ir para a cadeia, e não para o Congresso” SIDNEI ALZIDIO PINTO / ADAMANTINA, SOBRE A LEI DA FICHA LIMPA advocacia.sidnei@uol.com.br
“Joaquim Roriz alegava não saber o que era a Lei da Ficha Limpa, porque provavelmente a dele nunca o foi. Agora ele sabe” ALBERT HENRY HORNETT / SÃO PAULO, IDEM hornettalbert@hotmail.com
“Pena que a perspicácia do sr. Plínio de Arruda Sampaio não esteja a serviço da livre-iniciativa” JOSÉ EDUARDO ZAMBON ELIAS / MARÍLIA, AINDA SOBRE O DEBATE zambonelias@estadao.com.br
ais uma safra recorde de grãos e oleaginosas está sendo obtida no Brasil, neste ano, segundo as novas estimativas. A produção de algodão, arroz, feijão, milho, soja, trigo e outros produtos anuais de menor volume é agora calculada em 147,1 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Um número pouco menor e também recorde – 146,4 milhões – é indicado pelo IBGE. As lavouras da temporada 2009-2010 estão quase todas colhidas e em breve os produtores começarão a cuidar do plantio das culturas de verão. O bom desempenho da agricultura neste ano, especialmente das produções de milho e soja, estimulou as compras de máquinas e equipamentos para o campo e também os empresários da indústria mecânica têm motivos para festejar. No mercado interno, foram vendidas no atacado, entre janeiro e julho, 41,4 mil unidades de tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas automotrizes. Essas vendas foram 48,6% maiores que as de igual período de 2008 e 2009 e indicam a disposição dos produtores de continuar reforçando tecnicamente o setor agrícola – uma reação normal quando a produção vai bem. Mais uma vez os ganhos de produtividade, garantidos pelo tempo favorável e pelo uso de tecnologia, permitiram aumentar o volume colhido sem ampliar a área cultivada. Segundo
M
a nova estimativa da Conab, a área usada na safra 2009-2010 – 47,3 milhões de hectares – foi 0,7% menor que a do ano agrícola anterior. Nas últimas duas décadas, o aumento da eficiência possibilitou grandes aumentos de produção com pouca expansão das terras ocupadas pelas lavouras de grãos e oleaginosas. Esses dados contrastam fortemente com a imagem frequentemente difundida de uma ocupação desenfreada de terras para o cultivo de produtos exportáveis. Mas esses ganhos de produtividade com certeza incomodam concorrentes, especialmente
Os estoques finais de vários produtos vão diminuir e o governo deveria pensar nisso nos EUA e na Europa. A produção foi suficiente para garantir o abastecimento interno e para a sustentação de grandes vendas ao exterior. De janeiro a junho o agronegócio exportou produtos no valor de US$ 35 bilhões e o superávit comercial do setor chegou a US$ 28,9 bilhões. Foi 7% maior que o do primeiro semestre do ano anterior, em contraste com o minguante saldo total do comércio exterior brasileiro. Mais que nos anos anteriores, o saldo geral das transações comerciais foi sustentado pelas exportações de alimentos e matérias-primas originárias do campo. Mas o panorama revelado pelos últimos levantamentos da safra e das condições de supri-
mento não é uniforme. Embora a produção tenha sido suficiente para garantir um abastecimento sem problemas, várias colheitas, incluídas as de arroz, feijão e algodão, foram menores que as da safra anterior. O trigo da safra 2010-2011 já foi plantado e será colhido, na maior parte, até a primeira quinzena de novembro. A produção está estimada em 5,3 milhões de toneladas, maior que a anterior, de 5 milhões. Pelas estimativas da Conab, os estoques finais de algodão empluma, arroz emcasca, feijão de cores e trigo serão menores nasafra2009-2010doquenaanterior.Osestoques de milho,soja e derivados de soja deverão aumentar. Não há razão para prever problemas de abastecimento, mas a margem de segurança diminuirá sensivelmente no caso de alguns produtos. Os formuladores da política – não só o ministro da Agricultura, mas também os da Fazenda e do Planejamento – deveriam refletir logo sobre esses dados. O plano de safra para a nova temporada já foi anunciado, mas uma avaliação cuidadosa das condições de suprimento e da evolução provável dos estoques poderá mostrar a conveniência de algum ajuste naspolíticas de preços mínimos e de financiamento. Os produtores logo deverão decidir como será o plantio das culturas de verão. Sua escolha dependeráemboapartedosestímulos apresentados pelo governo. Uma boa safra será especialmente importante para facilitar a vida do novo governo em seu primeiro ano.
Avenida Engenheiro Caetano Álvares, 55 6º andar, CEP 02598-900 Fax: (11) 3856-2920 E-mail: forum@grupoestado.com.br
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Joaquim Barbosa vai a festa de amigos e a bar
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Ministro do STF está afastado do trabalho desde abril, por causa de licença médica ● “Não questionamos o saber jurídico do ministro, mas seu comportamento é muito aquém do que se espera.” ANTONIO SANTOS AQUINO
● “A questão é que o Brasil depende de seus ministros julgando. Se um não pode julgar, o Brasil fica esperando?” SILVIO SOUZA
● “Licença para tratamento de saúde não é prisão domiciliar. Não significa que a pessoa não possa sair, ver amigos.” ANA TEIXEIRA
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Nacional
estadão.com.br Vídeo. Ao lado de Lula, Cabral chama rapaz de otário e sacana estadao.com.br/e/cabral
Judiciário. Relatório confidencial da Corregedoria Geral da Justiça Federal mostra que desembargadores do TRF da 3ª Região descumprem rotineiramente a resolução pela qual veículos dos tribunais só podem ser usados em situação de serviço
Juízes federais de SP usam carro oficial em férias, domingos e feriados Fausto Macedo
Relatório confidencial da Corregedoria Geral da Justiça Federal aponta uso excessivo de veículos oficiais por desembargadores do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3) mesmo em período de férias, domingos, feriados e até no recesso da corte. No topo da carreira, vencimentos de R$ 24 mil mensais e com direito a escolta pessoal – dois seguranças à disposição dia e noite –, desembargadores se deslocam a bordo de modelos Corolla, Peugeot 307 e Santana. Rodam milhares e milhares de quilômetros, segundo o relatório.Alguns residem fora da Capital e viajam de suas cidades de origem até o prédio-sede do tribunal,naAvenida Paulista,praticamente todos os dias. Ao final do expediente, retornam ao lar. A corregedoria verificou que é corriqueiro veículos pernoitarem fora do TRF3. “Não existe um controle de veículo, contendo percurso do veículo oficial, nome do solicitante e da autoridade atendida”, constata. Com 261páginas, o documento narra passo a passo a análise de documentos realizada em todas as instalações e gabinetes de magistrados do TRF3. Um capítulo é dedicado aos itinerários dos desembargadores. Intitulado Relatório Circunstanciado de Inspeção, o dossiê foi concluído em 17 de julho e impõe prazo para apresentação de explicações e justificativas de todos os citados. A varredura
QUAL É A REGRA
A
resolução 83 do Conselho Nacional de Justiça determina: “É vedado o uso dos veículos...
...oficiais, inclusive locados, salvo os de representação, aos sábados, domingos, feriados e recessos forenses ou em horário fora do expediente do tribunal, exceto para os serviços de plantão e para o desempenho de outros serviços inerentes ao exercício da função pública.”
ocorreu entre os dias 15 e 24 de março segundo o processo número 2010-180010. A força-tarefa mobilizou 4 juízes federais e 21 servidores. Na página 197, o dossiê cita o desembargador Paulo Octávio Baptista Pereira, ex-corregedor do TRF3. “Existe uma viagem, em fim de semana, que teve percurso de 1.868 quilômetros tendo sido conduzido o veículo oficial pelo desembargador, que se encontrava de férias.” Deslocamentos. Outro desembargador, Nélson Bernardes, residente em Campinas, é citado. “Existe o registro de aproximadamente 72 deslocamentos de 213 quilômetros cada trecho, em um ano. Há indícios de que o veículo oficial permaneça grande parte da semana na cidade de Campinas, vindo somente algumas tardes ao tribunal. Inclusive nas férias e recesso o veículo oficial fica em Campinas.” Ao mencionar a desembargadoraVera Jucovsky,acorregedoria assinala: “Há indícios de que a viatura oficial pernoitou aproximadamente35vezes foradagaragem do tribunal. Em alguns dias, a viatura chega à garagem do tribunal de madrugada. Existem registros de dois deslocamentos de aproximadamente 320 quilômetros e um de 1.010 quilômetros.” A inspeção foi dirigida pelo corregedorgeraldaJustiçaFederal, ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O relatório foi aprovado pelo Conselho da Justiça Federal. A Corregedoria solicitou ao presidente do TRF3, desembargador Roberto Haddad, que observe o disposto na Resolução 72/2009 do Conselho da Justiça Federal, “especialmente no que diz respeito à guarda de veículos oficiais na sede do tribunal, à vedação de uso de viaturas para fins particulares e à condução dos veículos pelos próprios magistrados”. A corregedoria quer um rígido controle sobre todos os veículos da frota, sua guarda e documentação e levantamento de itinerários, tempo por percurso, requisitantes e usuários, além de adoção de critérios de inspeção, vistoria, revisão, reparo e conserto. A presidência do TRF3 foi orientada a estabelecer cota-limite de combustível e controle de ocor-
OS INVESTIGADOS l Corregedoria faz levantamento sobre o uso de veículos oficiais pelos desembargadores do TRF-3, o maior tribunal federal do País
DESEMBARGADOR BAPTISTA PEREIRA
Há indícios do uso de veículo oficial para viagens de fim de semana
25.500 km
30 viagens de 850 km cada (distância de ida e volta de São Paulo a Barretos), em 13 delas o desembargador estava de férias
1.868 km
Viagem, em um fim de semana (a distância de São Paulo a Brasília é de 1 mil km) DESEMBARGADOR NELSON BERNARDES
Residente em Campinas
15.000 km
72 deslocamentos de 213 km (distância entre São Paulo e São Carlos), cada trecho em um ano DESEMBARGADOR CARLOS MUTA
827 km
Consta uma viagem de 827 km. Foram identificadas algumas viagens no período de férias DESEMBARGADORA VERA JUCOVSKY
640 km
Dois deslocamentos de 320 km (distância entre São Paulo e Ribeirão Preto)
1.010 km
(dá para ir e voltar de São Paulo a Belo Horizonte) DESEMBARGADORA EVA REGINA
Reside em Campinas
Há indícios do uso frequente de veiculo oficial no trajeto residência à repartição e vice-versa.
27.000 km
Em 1 ano (de São Paulo a Nova York a distância é de 7.600 km). Algumas viagens foram realizadas no período de férias
Outros casos DESEMBARGADOR NERY JUNIOR
Há indícios do uso de veiculo oficial em aproximadamente 12 viagens, algumas no período de férias
DESEMBARGADOR NEWTON DE LUCCA
Há indícios de utilização do veículo oficial fora da região metropolitana de São Paulo
DESEMBARGADOR JOHONSOM DI SALVO
Há indícios de um total de 16 viagens e aproximadamente 350 km cada
rências como multas ou sinistros, com ou sem dano ao erário, com a identificação dos responsáveis e eventual reparação. Norma. O uso de veículos no
âmbitodoJudiciárioédisciplinado pela Resolução 83, de 2009, editada pelo Conselho Nacional deJustiça(CNJ),aquemcompeteo controledaatuaçãoadministrativa e financeira dos tribunais. Dada “a necessidade e con-
veniênciaderegrasclarasetransparentes no uso do patrimônio públicoporseusagentes”,ediante de denúncias recebidas, o CNJ decretou: “Os veículos oficiaisdestinam-se exclusivamente ao serviço público do órgão a que estejam vinculados.” Maior tribunal federal do País, com jurisdição em São Paulo e Mato Grosso do Sul, o TRF3 conta 43 desembargadores em seus quadros e um acervo de
91.130 processos acumulados – todosrelativosademandasdeinteresse da União. A carga de trabalho é de 11.511 processos por magistrado, acima da média nacional federal de 8.660 processos. A taxa de congestionamento do tribunal é de 66%, para a média nacional federalde 59,8%. “A análisedosserviços judiciários em gabinetes de desembargadores revelou as sérias deficiências do controle es-
Desembargadores argumentam que há ‘exigências de serviço’
Os desembargadores negam regalias.Alegam“exigênciasdeserviço” e “interesse público”. Todos afirmam que “trabalham muito”. Por isso, frequentemente, interrompem o descanso até “de madrugada e nas férias”. Eles argumentam que o veículo oficial é uma prerrogativa do cargo que ocupam e que lhes garante mais segurança porque se acham alvos de eventuais ataques de bandidos. Asseveram que é uma prerrogativa do cargo, “assim como de outras figuras da República”. Muitos se apegam a uma ressalva da Resolução 83 do ConselhoNacionaldeJustiça(CNJ)para justificar suas viagens. É a le-
tra B do artigo 4.º que permite o usodeveículosnoseventosinstitucionais, públicos ou privados, “emqueousuáriocompareçapararepresentaroficialmenteorespectivo órgão judiciário”. “Aqui não temos o que esconder, cumprimos as determinações legais”, afirmou o desembargadorRobertoHaddad,presidente do TRF3. “O uso da frota é preferencialmente em serviço, mas às vezes existem situações em que o carro oficial é usado para uma solenidade ou para uma atividade da escola da magistratura, por exemplo”. Haddad recebeu o Estado em seugabinete quinta-feira.Ele garantiu que já tomou medidas com relação ao uso da frota. “As situações não estão se repetindo, elas foram paralisadas. Os carros estão sendo usados rigorosamente dentro daquelas condições impostas pela resolução. Eu uso o carro exclusivamente em serviço.”
Usa, nos dias 27/3/2009 (sextafeira) e 29/3/2009 (domingo). Total de 449 km
INFOGRÁFICO/AE
SÉRGIO NEVES/AE
Juízes mencionados no relatório dizem que têm pesada carga de trabalho e correm o risco de ataques de bandidos
DESEMBARGADORA MARIANINA GALANTE
NasaladeHaddadestavamoutros três desembargadores, citados no relatório da Corregedoria-Geral da Justiça Federal – Nélson Bernardes, Newton de Lucca e Carlos Muta. Eles rechaçaram com veemência suspeitas deirregularidadesnousodosveículosdacorte.Bernardesprotestou contra os métodos da apuração. “Foi uma espécie de inquisição, não foi uma inspeção. Quase não davam chance para o assessor explicar.” “É uma prerrogativa do cargo o desembargador ter um carro oficial, agente de segurança e o transportede suacasaparaoserviço e do serviço para casa”, afirmou ele. Segundo ele, o veículo fica na garagem da Justiça Federal em Campinas.“Euachojusto namedida da importância do cargo de desembargador, assim como de outras figuras da República.” Bernardesfoijuizcriminal por 10 anos. “Somos pessoas alta-
Movimento. Carro oficial deixa a garagem do TRF3 mente visadas. Condenei muita gente. Imagine eu andando sozinho, o risco que estou correndo . Não é questão de ser justo ou não ter um carro à disposição, é uma prerrogativa do cargo que a lei estabelece. Apenas usufruímosdaquilo quealeinos proporciona.” Eventos. O desembargador Newton de Lucca disse ter ficado surpreso com a citação ao seu
nome. “Como diretor da Escola da Magistratura da Justiça Federal, ao longo de mais de dois anos, participei de inúmeros eventos. Os tais 900 quilômetros que aparecem no relatório se referem a eventos em Bauru, Campinas e Jundiaí.” Luccadisseque“hárazões”para uso do carro de madrugada, especialmente quando o magistrado está de plantão no TRF. “Estou absolutamente tranqui-
tatístico”, acentua o relatório. “A quase totalidade dos gabinetes sequer consegue, por deficiências no sistema, aferir com rigoro próprio acervo deprocessos em tramitação ou de feitos aguardandodecisão interlocutória, decisão liminar, de antecipação detutelaou julgamento”,diz o relatório. “Alguns gabinetes chegam a realizar precários controles manuais, sujeitos a falhas e desatualizações.”
lo quanto a essas ocorrências porquetodas elassãoplenamente justificáveis com atividade em serviço. Acho não só possível como provável que colegas meus tenham usado os carros em férias, que nós vivemos interrompendo. Osdados frios podemser interpretados com uma certa licenciosidade, dando ensejo a especulações. Às vezes, o bifeali na mesa se confunde com bife à milanesa.” Segundo Muta, “não foram poucas as vezes em que a Inteligência da Polícia Federal recomendouusodo carrooficialpara garantir maior segurança”. Ele foi categórico: “Não existe uso indevido de carros para festas ou irasupermercado.Aquinotribunal há um controle rígido.” O desembargador Nery Júnior, que mora em Alphaville, não admite suspeitas. Ele disse que nunca excedeu a cota de combustível de seu gabinete: “Mesmo em férias a gente cansa departicipar de situações deserviço.” O Estado solicitou, por meioda assessoria decomunicação do TRF3, manifestação dos outros desembargadores citados no relatório da Corregedoria. Não houve retorno. / F.M.
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Ministro do STF sofre cobrança de colegas
Vida social ED FERREIRA/AE
ministro do Supremo Tribunal Federal,JoaquimBarbosa, 55 anos, que está de licença médica, alegando “problema crônico na coluna”, circula por Brasília e marca presença em festas de
amigos e encontros em um conhecidorestaurante-barda cidade. Indicado em junho de 2003, o ministro vai completar 225 dias de licença no próximo dia 30 de setembro. Na tarde de sábado, a reportagem do Estado encontrou o mi-
nistro com amigos no bar Mercado Municipal, point da Asa Sul da capital. Na noite de sexta-feira, eleestevenumafestade aniversário, noLago Sul, que reuniu advogados e magistrados. Barbosa diz que as dores de coluna não lhe permitemficar muitotempo sen-
tado no plenário da Corte. Joaquim Barbosa está em licença médica desde 26 de abril. Advogados e colegas de tribunalreclamam queos processos estão parados e pressionam para que a situação dele se defina – se ele não pode trabalhar, que se avalie a necessidade de aposentá-lo. Quando a reportagem do Estado se aproximou da mesa de Barbosa no bar, o ministro disse que não daria entrevista. Mas criticou um texto publicado pelo jornal no último dia 5, intitulado “Licenças de Barbosa emperram o Supremo”. Ele é o campeão de processos estocados no STF,apesar de tersido poupado das distribuições nos meses de licença. De acordo com estatísticas do tribunal, tramitam sob a sua relatoria 13.193 processos, incluindo osqueestão no Ministério Público Federal para parecer. Ao todo, estão em andamento no tribunal 92.936 ações. Barbosa disse que o jornal havia publicado uma “leviandade”, que suas licenças não emperram os trabalhos da Corte e que a reportagem foi usada por um grupo de pessoas que quer a sua saída do STF. “Mas vou continuar no tribunal”, disse, irritado. O ministro reclamou que não foi procurado pela reportagem para se manifestar. Na realidade,o Estado procurou um assessor do ministro, que disse que Barbosa não daria entrevista. Ao ser confrontado com essa informação, o ministro reagiu: “Você tinha de ter ligado para o meu celular”. / M.G.
legasdeBarbosanoSTFconsideram que ele tem de resolver logo sua situação para que o tribunal encaminhe os mais de 13 mil processos em seu gabinete. Um dos ministros defendeu
que o STF se reúna, comandado pelopresidenteCezarPeluso,para tomar uma decisão institucionalsobreoproblema.“Nãopodemosficarcomalguémdoentepor tanto tempo. Não podemos cha-
mar substituto”, afirmou. Segundo um um integrante do STF,senãoforpossíveloretorno definitivo de Barbosa ao trabalho, o tribunal poderia acionar dispositivos da Lei Orgânica da
Magistratura, que estabelece regrasparaaposentadoriaporafastamento prolongado para tratamento de saúde. O problema tem de ser comprovado em perícia de médicos independentes.
Preocupação é com 13 mil processos sob a guarda de Barbosa, que está de licença médica Mariângela Gallucci / BRASÍLIA
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e advogados cobraram ontem explicações do ministro do STF JoaquimBarbosa, de licença médica desde abril por causa de um problema crônico na coluna, mas foi visto em uma festa e num bar em Brasília no final de semana (leia texto ao lado). De acordo com eles, Barbosa tem de resolver a sua situação: se fica no tribunal, trabalhando, ou se pede afastamento definitivo da Corte. “Quesedefinaasituação”,disseoministrodoSTFMarcoAuré-
AS LICENÇAS Quantos dias o ministro já esteve afastado do STF ● 2007: 2 dias de licença ● 2008: 66 dias de licença ● 2009: 30 dias de licença ● 2010: 127 dias de licença* * Total de dias se o ministro gozar integralmente a última licença, de 60 dias, prevista para terminar em 30 de setembro
lio Mello. “Seria o mínimo de consideração com a sociedade, com o erário, com os seus pares, com o Supremo, que o ministro Barbosaviesse apúblico daruma explicação”, disse o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir CavalcanteJúnior. “Não hácoerência entre a postura de não trabalhar por um problema de saúde, que é natural, qualquer pessoa pode ter, e de ter uma vida social onde isso não é demonstrado.” Opresidenteda OABmanifestou na semana passada uma preocupação dos advogados com a paralisação dos processos no gabinete de Barbosa. Integrantes do STF também estão aflitose sobrecarregados.“O Supremo tem 11 ministros, mas hoje está com 9 apenas ”, observou Ophir. Barbosa está de licença e ErosGrau seaposentounasemana passada. “O STF tem de dar vazão a todos os processos que lá tramitam. Há processos parados há mais de cinco anos com o relator. É preciso fazer frente a essedéficit de julgamentos”,disse o presidente da OAB. Aposentadoria. Assim como Marco Aurélio Mello, outros co-
Sábado. Barbosa no bar: ‘Vou continuar no tribunal’, reagiu, ao ser indagado por repórter
UMA TARDE COM AMIGOS Abordado pelo ‘Estado’ durante encontro em bar de Brasília, Joaquim Barbosa diz haver um grupo empenhado em conseguir sua saída do STF
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Eleições
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Enquete no portal
Candidato a deputado federal pelo Rio, o ex-jogador Romário (PSB) convidou Marcelo D2, MC Sapão e Leandro Sapucahy para compor seu jingle, misturando rap e samba. Veja o making of (estadao.com.br/e/romario)
Você mudaria seu voto em função de um debate? Acesse e participe (estadao.com.br/e/enquetedebate)
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PT e Previ silenciam sobre dossiês; Dilma reage Candidata compara caso a grampos da privatização no governo FHC, mas outros petistas não comentam denúncia de ex-dirigente do fundo de pensão ED FERREIRA/AE
Leandro Colon BRASÍLIA
Nem o comando do Partido dos Trabalhadores nem Sérgio Rosa reagiramontemàsdenúnciasfeitas por Gerardo Xavier Santiago, ex-diretoreex-assessordapresidência do fundo de pensão Previ. Em entrevista à revista Veja, Santiago disse que a Previ é uma “fábrica de dossiês” e funciona como “um bunker” e um “braço partidário” a serviço de um grupo do PT. A única reação à entrevista partiu da candidata do PT, Dilma Rousseff. Santiago contou que, “cumprindo ordens superiores”, elaborou dossiês contra deputados e senadores da oposição. Ele disse que no comando dos pedidos estava o presidente do fundo, Sérgio Rosa, que deixou a Previ dois meses e meio atrás, depois de sete anos na direção máxima da entidade que tem capital de R$ 140 bilhões. O ex-diretor revelou que um dos momentos em que a Previ mais trabalhou na coleta de informações para dossiês foi durante a CPI dos Correios, em 2005, quando a ordem foi para vasculhar documentos sigilo-
AGENDA ●
Dilma Rousseff (PT)
Irá ao Rio, de manhã, para gravar cenas para o horário eleitoral gratuito da televisão. Á noite, dará entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo ●
José Serra (PSDB)
15 horas - vai ao encontro Candidatos à Presidência Falam aos Empreendedores, organizado pela Associação Comercial de São Paulo. Local:- Memorial da América Latina - Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 , Barra Funda - São Paulo ●
Marina Silva (PV)
16h30 - também participa do encontro Candidatos à Presidência Falam aos Empreendedores no Memorial da América Latina, em São Paulo 19 horas - Lançamento do livro Marina - A vida por um Causa (Editora Mundo Cristão), de autoria da jornalista Marília de Camargo César, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2.073
‘Estado’ está sob censura há 374 dias Desde o dia 29 de janeiro, o Estado aguarda uma definição judicialsobre o processo que o impede de divulgar informações a respeito da Operação Boi Barrica, pela qual a Polícia Federal investigou a atuação do empresário Fernando Sarney. A pedido do empresário, que é filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o jornal foi proibido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) em 31 de julho do ano passado de noticiar fatos relativos à operação da Polícia Federal. No dia 18 de dezembro, Fernando Sarney entrou com pedido de desistência da ação contra o Estado. Mas o jornal não aceitou o arquivamento do caso. No dia 29 de janeiro, o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira apresentou ao TJ-DF manifestação em que sustenta a preferência do jornal pelo prosseguimento da ação, para que o mérito seja julgado.
notícia foi plantada e posta a circular a partir da investigação deflagrada na Previ. Disse, ainda, queasenadoraIdeliSalvatti(PTSC) usou informações da “central de dossiês” do fundo na CPI dos Correios. Ontem, o DEM anunciou que vai entrar com uma representação contra Ideli no Conselho deÉtica do Senado. Dilma reage. Para defender-se
Dia de feira. Candidata do PT visitou ontem feira popular da cidade-satélite de Ceilândia sos, cruzar planilhas e dados com investimentos sobre negóciosdofundoqueenvolviamparlamentares da oposição, como o deputado ACM Neto (DEMBA), os senadores Jorge Bornhausen (DEM-SC) e Heráclito Fortes (DEM-PI) e José Serra (PSDB-SP).
“A Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini (ex-presidente do PT), Sérgio Rosa, Luiz Gushiken (exministro) e João Vaccari Neto (dirigentes histórico da cúpula sindical bancária, junto com Berzoini)”. A Previ está por trás, acres-
centou, das informações espalhadas contra uma suposta relação entre Heráclito Fortes e Daniel Dantas, que permitiria que o parlamentar usasse jatinhos cedidos pelo banqueiro. O próprio Santiago diz que ninguém conseguiu comprovar esse uso dos jatinhos, mas que a
das recentes polêmicas sobre criação de dossiês por petistas contra adversários, a candidata doPTàPresidência,DilmaRousseff, comparou o caso da Previ ao escândalo dos grampos das privatizaçõesdogovernode Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e pediu que irregularidades degestõesanteriorestambémsejam apuradas. “Se for fazer vinculação de denúncias de pessoas que integram governos, levantemos de todos e não só os meus. Me parece bastante eleitoreira essa tentativa de vinculação”, disse. “É possível que a imprensa levante tudo o que aconteceu em governos anteriores. Por exemplo, todos os grampos que ocorreram durante as privatizações no BNDES. Atingirão, por acaso, o can-
didatoda oposição,omeu adversário, José Serra? Então acho que como aquilo não atinge, isso (dossiês) também não tem nada avercomminhacampanha”,afirmou, em visita a uma feira em Ceilândia, no Distrito Federal. Ela referiu-se aos processos deprivatizaçãode estataisno governo do tucano Fernando Henrique na segunda metade da década de 90, um negócio de R$ 22 bilhões. Conversas telefônicas revelaram indícios de que houve irregularidades e esquemas para favorecer empresas. Em junho passado, uma crise atingiu a campanha de Dilma depoisdarevelação de umatentativa de elaboração de um dossiê, supostamente por pessoas ligadas à campanha dela, contra o candidato do PSDB, José Serra. Ontem, a petista repudiou as ligações feitas entre sua campanha e esses episódios, como o da Previ. “Eu não acredito que tenha algo a ver isso com a minha campanha.Porque atéessaquestão de alguém acusar alguém tem que ser provada. Mas de qualquer jeito eu não tenho nenhuma vinculação, minha campanhanãotemnenhumavinculação com a Previ", afirmou.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
LARANJA. FAZ BEM PARA VOCÊ, PARA QUEM PRODUZ E PARA O BRASIL.
T
rês em cada cinco copos de suco de laranja bebidos no mundo são produzidos no Brasil. Nos países com inverno rigoroso, os consumidores não têm laranja fresca o ano todo, como aqui. Por isso, 97% de todo o suco de laranja produzido no Brasil é exportado. A cadeia produtiva da laranja gera mais de 200 mil empregos diretos em mais de 300 municípios e uma receita cambial de exportação que varia entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhões anuais. A conquista do mercado mundial de suco de laranja é resultado de décadas de trabalho, investimento e pesquisa. Ninguém produz suco de laranja como o Brasil. Mas não podemos esquecer: quem manda é o consumidor. Por isso, a produção do suco de laranja brasileiro depende quase que integralmente dos grandes compradores e dos consumidores no exterior. DESAFIOS DO SUCO DE LARANJA BRASILEIRO NO MUNDO A dona de casa na América do Norte, na Ásia e na Europa encontra uma grande variedade de bebidas quando visita o supermercado, uma delas o suco de laranja, que representa somente 1% do consumo total de bebidas industrializadas no mundo. 1,57 TRILHÃO DE LITROS (2009)
2,6% SUCOS E NÉCTARES, SENDO 35% LARANJA 12,8%
2,7% REFRESCOS DE CHÁ, CAFÉ, FRUTAS E ISOTÔNICOS, SENDO 30% LARANJA 15,3% ÁGUA ENGARRAFADA
LEITE PURO
11,2%
6,0%
CERVEJA
OUTROS
1,0%
REFRESCOS EM GERAL
4,0%
REFRESCOS LÁCTEOS
20,9%
12,5%
REFRIGERANTES CARBONATADOS
CHÁ QUENTE
1,0%
LEITES AROMATIZADOS
8,2% 1,8%
VINHOS CAFÉ QUENTE
Dentre as bebidas feitas com sucos de frutas, o segmento de Néctares e Refrescos, por utilizar baixo teor de suco de fruta e ser mais acessível ao consumidor emergente, é o que mais cresce. Além disso, nos últimos dez anos, o consumo mundial de suco de maçã, que tem a China como grande produtora, subiu de 400 mil para 1,6 milhão de toneladas de concentrado por ano. Em países como Alemanha, Áustria, Rússia, Turquia e Ucrânia, o consumo per capita de suco de maçã é maior que o de laranja. Nos principais mercados há uma forte concentração dos engarrafadores, os compradores diretos do suco de laranja brasileiro. O mesmo acontece com os varejistas. CONCENTRAÇÃO DOS DISTRIBUIDORES DE SUCO DE LARANJA NOS PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES EM 2009 PRINCIPAIS MERCADOS CONSUMIDORES DE SUCO DE LARANJA
TOTAL MUNDIAL
VENDA EM 2009 DE SUCO DE LARANJA (TONELADAS EQUIVALENTES A FCOJ A 66 BRIX)
PARTICIPAÇÃO DOS 4 MAIORES ENGARRAFADOES
PARTICIPAÇÃO DOS 4 MAIORES VAREJISTAS
2.406
100%
ESTADOS UNIDOS
990
41%
75%
53%
ALEMANHA
191
8%
62%
76%
FRANÇA
165
7%
52%
73%
REINO UNIDO
138
6%
84%
63%
CANADÁ
105
4%
81%
31%
CHINA
75
3%
86%
44%
JAPÃO
74
3%
52%
65%
RÚSSIA
74
3%
96%
68%
ESPANHA
47
2%
82%
72%
BRASIL
41
2%
83%
87%
MÉXICO
40
2%
92%
82%
AUSTRÁLIA
40
2%
87%
92%
COREIA DO SUL
38
2%
93%
83%
POLÔNIA
37
2%
87%
50%
94%
59%
HOLANDA
33
1%
OUTROS MERCADOS
318
13%
A maioria dos compradores de suco de laranja também envasa e distribui outras bebidas, preferindo as de menor custo de matéria-prima ou de baixo teor de suco, que oferecem uma maior margem de lucro. As vendas de suco de laranja exportado pelo Brasil ocorrem principalmente em negociações individuais entre os exportadores brasileiros e os grandes engarrafadores europeus, que compram 80% das nossas exportações. Essas transações levam em conta as cotações da Bolsa de Nova York, que reflete a expectativa de comportamento futuro do mercado internacional, a previsão da safra de laranjas, o estoque de suco e a estimativa de consumo mundial, entre outros. Neste processo, define-se uma clara relação entre o preço do suco de laranja concentrado congelado vendido no mercado internacional, com médias históricas oscilando entre US$ 2.000 e US$ 700 por tonelada a 66 Brix, e o preço das laranjas no mercado brasileiro. A produção e exportação do suco de laranja implicam em alta qualificação e custo tecnológico, intensa demanda de capital de giro e acentuado risco financeiro. O suco permanece estocado por 10 meses a -8ºC, obedecendo inúmeras especificações, em enormes geladeiras denominadas tank-farms, espalhadas em fábricas no interior paulista, em navios e terminais portuários na Bélgica, Holanda, Japão, Austrália e Estados Unidos, até ser vendido e entregue caminhão por caminhão aos engarrafadores. Mas além do custo tecnológico há um alto risco financeiro. Após a compra das laranjas numa determinada safra, a indústria não tem qualquer garantia quanto ao preço que será pago pelo suco estocado por longo tempo. Outro grande desafio é a estagnação do consumo mundial de suco de laranja 100%, ante o crescimento de consumo de néctares e refrescos de laranja e demais tipos de bebidas. A cada ano, surgem novos concorrentes nos mercados de bebidas europeu e norte-americano. Países emergentes, como China, levarão anos para se tornar alternativas relevantes para a exportação brasileira. Temos grandes oportunidades e grandes desafios.
DESAFIOS DO SUCO DE LARANJA NO BRASIL As indústrias brasileiras de suco de laranja plantam em média 30% das frutas que utilizam para a produção de suco, adquirindo a maior parte de sua matériaprima de produtores independentes. A cadeia citrícola paulista funciona de modo semelhante à cadeia citrícola da Flórida, nos Estados Unidos.
A indústria compra a laranja dos citricultores em alguns modelos de negócio, como contratos de longo prazo com preços fixos predeterminados, contratos de longo prazo com preço variável indexado ao preço real (auditado) de venda do suco pela indústria no exterior (com ou sem preço mínimo garantido), compra de laranja durante o período da safra ao preço do dia (o chamado “mercado spot”) e mediante contratos de arrendamento ou parceria agrícola de longo prazo. Os preços da laranja em cada modalidade são determinados pela situação de oferta e demanda de laranja e de suco no mercado no momento em que cada contrato é assinado. A oferta e demanda de suco e laranja no mercado é em grande parte refletida nos preços do suco cotados na Bolsa de Nova York. Como esses preços e as demais condições do mercado podem variar muito com o tempo, é natural que, numa mesma safra, existam preços de contratos de compra de laranja muito diferentes uns dos outros, dependendo das condições de mercado no momento da assinatura de cada contrato. Cada tipo de contrato tem vantagens e riscos próprios. Os contratos de preço fixo protegem o produtor contra flutuações negativas do preço do suco. Por outro lado, se o preço do suco e da laranja subir, o produtor com contrato a preço fixo não será beneficiado. Já nos contratos de preço variável, o produtor ganha mais ou menos de acordo com os preços de venda do suco por parte da indústria. O mercado spot, por sua vez, é imprevisível, refletindo condições de mercado específicas de cada safra. Quando o suco de laranja está em alta, como agora, quem vende no mercado spot consegue preços superiores aos contratos de longo prazo. Quando o mercado internacional está em baixa, em geral são os contratos de preço fixo que obtêm melhor resultado. A citricultura, como a agricultura em geral, vem se modificando com a alteração dos padrões de escala e de eficiência, resultando em uma clara predominância dos produtores mais eficientes sobre os menos eficientes. O custo de produção de laranja em pomares de baixa produtividade é pelo menos duas vezes maior do que o custo de produção de pomares de alta produtividade. Vários fatores têm determinado o sucesso ou não de citricultores em sua atividade. No ambiente, os microclimas e incidências regionais de pragas e a localização dos plantios. Na logística, a distância dos plantios às fábricas de suco. Na ciência, a procedência genética das plantas e as melhores combinações dos porta-enxertos e variedades para cada tipo de solo e clima. Além disso, são relevantes os níveis de adensamento dos pomares, o conhecimento aplicado do homem que implementa e mantém a lavoura, o know-how aplicado para o melhor manejo dos pomares e tratamento eficaz das pragas. As estratégias individuais de reinvestimento para renovação de pomares e a implementação de irrigação nas regiões de maior déficit hídrico, bem como a escala na compra dos insumos agrícolas, contribuem para o correto gerenciamento e escalonamento das atividades de colheita e logística de entrega da laranja às indústrias. Esses fatores, aliados à concorrência com outras culturas, têm determinado a continuidade ou não dos citricultores em sua atividade, ou mesmo a migração para outras culturas e regiões.
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Nacional A9
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE LARANJA (EM MILHÕES DE CAIXAS DE 40,8 KG) NO CINTURÃO CITRÍCOLA DE SÃO PAULO
REGIÕES CITRÍCOLAS*
2005-06
2006-07
2007-08
2008-09
2009-10
NOROESTE E NORTE
118
114
116
93
81
CENTRO
123
150
151
134
132
SUL E CASTELO BRANCO
62
87
89
96
104
303
351
356
323
317
TOTAL
(*) Produção total de laranja do cinturão considerando apenas as 4 principais variedades (Pera, Natal, Valência e Hamlin) Noroeste e Norte: Votuporanga, Rio Preto, Frutal, Barretos, Bebedouro, Monte Azul, Taiúva e outras. Centro: Taquaritinga, Itápolis, Matão, Araraquara, Brotas, Porto Ferreira, Casa Branca e outras. Sul e Castelo Branco: Limeira, Conchal, Itapetininga, Tatuí, Botucatu, Bauru, Avaré, Ubirajara e outras.
No caso da citricultura paulista, há uma reconhecida migração das Regiões Norte e Noroeste para as regiões do Sul e da Rodovia Castelo Branco, onde as terras são mais baratas, com clima privilegiado, menor incidência de pragas, permitindo cultivos tecnologicamente mais avançados e adensados, com uma adequação dos pomares a uma escala economicamente mais favorável. A forte valorização do real, que por um lado contribuiu para o controle da inflação, tem reduzido a histórica competitividade da citricultura nacional. Estima-se que, na safra paulista de 2009/2010, se a taxa de câmbio do dólar estivesse a R$ 2,40 em vez de R$ 1,85, haveria uma renda adicional de R$ 1 bilhão ao cinturão citrícola. Já com a taxa de câmbio do dólar a R$ 2,80, a renda adicional seria de R$ 1,7 bilhão. FAIXA DE PRODUTIVIDADE DAS PROPRIEDADES AGRÍCOLAS NO CINTURÃO CITRÍCOLA DE SÃO PAULO NA SAFRA 2009/2010
% DOS HECTARES
% DAS CAIXAS
PRODUTIVIDADE CAIXA/HECTARE
ACIMA DE 1.400 CAIXAS POR HECTARE
2%
5%
1.655
ENTRE 1.100 E 1.399 CAIXAS POR HECTARE
7%
13%
1.209
ENTRE 800 E 1.099 CAIXAS POR HECTARE
19%
29%
933
ENTRE 500 E 799 CAIXAS POR HECTARE
28%
30%
639
ENTRE 200 E 499 CAIXAS POR HECTARE
36%
21%
345
ABAIXO DE 200 CAIXAS POR HECTARE
8%
2%
138
100%
100%
607
TOTAL ACIMA DE 500 CAIXAS POR HECTARE
56%
77%
909
TOTAL ABAIXO DE 499 CAIXAS POR HECTARE
44%
23%
280
FAIXA DE PRODUTIVIDADE
TOTAL
CONSECITRUS: U M A O P O R T U N I D A D E PA R A A P R O X I M A R P R O D U TO R E I N D Ú S T R I A , A U M E N TA N D O A T R A N S PA R Ê N C I A N O S E TO R Para enfrentar tantos desafios, a aproximação entre indústrias e produtores é o caminho mais inteligente. Aos produtores interessa que as indústrias vendam cada vez mais suco, lutem pela redução das barreiras tarifárias e pelo aumento do consumo, para terem segurança quanto à venda das laranjas que produzem, a preços que remunerem adequadamente sua atividade. As indústrias, por sua vez, dependem da eficiência dos produtores no fornecimento de laranjas a custos compatíveis, de modo que o suco possa competir com todas as inúmeras bebidas disponíveis para o consumidor nas gôndolas dos supermercados no exterior. Mais do que nunca, citricultores e indústrias precisam trabalhar juntos para manter a liderança do Brasil na produção da laranja e do suco. Para que o funcionamento do setor seja cada vez mais transparente, entidades representativas dos produtores e das indústrias decidiram trabalhar em conjunto na criação do Consecitrus. Seguindo o modelo utilizado pelo setor da cana-de-açúcar desde 1998, negocia-se a formação de um conselho formado por indústrias e produtores, que determinará um preço de referência da caixa de laranja. O Consecitrus vai revelar os custos de produção e estocagem, distribuição internacional e venda do suco
de laranja brasileiro e também o cálculo de receitas de subprodutos e derivados, todos auditados por auditoria internacional, criando um mecanismo transparente, de adesão voluntária. É a prova de que, juntos, os produtores e as indústrias de suco de laranja podem vencer grandes desafios, ajudando o Brasil a crescer.
U M A A G E N D A P O S I T I VA PA R A A C I T R I C U LT U R A BRASILEIRA • Fortalecer as associações com vasta base de representação para que enriqueçam o debate em prol da união dos elos da cadeia produtiva; • Formar uma associação nos moldes da Orplana (do Consecana), que represente todas as atuais associações de citricultores; • Construir soluções técnicas confiáveis para o pagamento da laranja por “sólidos solúveis”; • Disseminar as melhores práticas de manejo agrícola visando ao aumento de produtividade e competitividade da cadeia; • Instituir convênios com universidades do agronegócio, com objetivo de criar excelentes bancos de dados técnicos e econômicos, divulgando com maior transparência informações relevantes ao setor; • Promover campanhas para o crescimento do consumo brasileiro de laranja e suco de laranja; • Buscar incessantemente a redução das tarifas alfandegárias nos mercados importadores do suco brasileiro; • Agir junto às instituições governamentais com objetivo de obtenção de fundos para apoio à citricultura.
LARANJA, O SUCO FAVORITO DO BRASIL E DE TODO MUNDO.
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SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Eleições
}
No Twitter
Ajuda de artistas
Joaquim Roriz afirma que vai processar fazendeiro apontado como laranja (@politica_estado)
Candidatos à Presidência usam apoio de celebridades na web para atrair votos (estadao.com.br/e/artistas)
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DILMA
SERRA
MARINA
PLÍNIO
blogs.estadao.com.br/vox-publica / twitter@zerotoledo
FLICHR/MARINA SILVA/DIV.
Reação é motivada por debate na TV, onde representante do PSOL afirmou que candidata verde é ‘ecocapitalista’ Luciana Nunes Leal Rio
Biografia. ‘No início, fui contra. Mas é um livro-reportagem’ “O Plínio quer o voto de protesto de qualquer natureza e disputa o voto de extrema esquerda com o PCO, o PSTU e o PCB. Tem uma atitude ‘sou contra vocês todos’. Está tentando ser o Enéas. Só que o Enéas era de direita”, disse o dirigente. Depois
de concorrer à Presidência em 1989, 1994 e 1998, Enéas, fundador do Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona), foi eleitodeputadoem2002ereeleito em 2006. Morreu em 2007. No debate, Plínio chamou a candidata do PV à Presidência,
Livro. Ao falar do livro, lembrou a figura paterna. “Cearense natural de Paracuru, meu pai falava muito das carnaúbas (palmeira típica do litoral cearense). Começou a trabalhar aos sete anos. Foi separando os molhinhos de palha que ele aprendeu a contar.” Ela diz que o livro não foi feito pensando nas eleições, poiscomeçouaserelaboradoantesde sua candidaturaserdefinida. COLABOROU CARMEN POMPEU, ESPECIAL PARA O ESTADO
Presidenciável já recebe doações pela internet Campanha da candidata do PV disponibilizou em site sistema que permite que eleitor doe usando cartão de crédito Anne Warth AGÊNCIA ESTADO
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, está recebendo doações pela internet para sua campanha desde a última sexta-feira. Fenômeno durante a campanha de Barack Obama à Presidência dos Esta-
dos Unidos, a internet até o momento é utilizada somente por Marina como meio de arrecadação, considerando os principais candidatos à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Oficialmente, a campanha eleitoral começou no dia 6 de julho no Brasil. Acampanha deJosé Serra(PSDB)desistiu, pelo menos por enquanto,dedisponibilizar o sistema em seu site, por considerá-lo burocrático. Já a campanha de Dilma Rousseff (PT) informou que está em fase de finalização do sistema e promete colocá-lo em funcionamento nos próximos dias.
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Com 3 sílabas ou +
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23,0 21,0
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Marina Silva, de “ecocapitalista”. Foi o que mais irritou os verdes, além da tentativa de igualar acandidata doPV aotucano José Serra e à petista Dilma Rousseff. “ChamaraMarina de ecocapitalista foi deselegante. É brincadeira”, afirmou Sirkis ontem. A candidata participou de uma tarde de autógrafos ao lado da jornalistaMarília deCamargo César, autora do livro Marina – A vida por uma causa. Sobre as críticas de Plínio, Marina afirmou considerá-las apenas um “estilo” do concorrente do PSOL. “Cada um vê nos outros o que tem dentro de si”, comentou
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Dirigente do PV sai em defesa de Marina e compara Plínio a Enéas
O PV decidiu reagir ao estilo “franco-atirador” do candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, adotadonodebatedaTVBandeirantes, na quinta-feira passada. Ontem, o presidente do PV do Rio,AlfredoSirkis,comparouPlínio ao deputado Enéas Carneiro, terceiro colocado na disputa presidencial de 1994 e conhecido pelo bordão “meu nome é Enéas!” Anteontem, Sirkis chamou o candidato do PSOL de “burguês quatrocentão”.
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dades de 80 hectares (o que corresponde a 80 quarteirões) de “chácara de fim 1 13 Você de semana”. Aos 80 anos, o presidenciável do PSOL debateu como quem não tem na14 14 da a perder, e ganhou. Atazanou os três Brasil rivais e conversou com o telespectador, a quem se dirigiu com frequência e tratou por “você”. 10 3 Trabalho/ Plíniousoufrasese palavrasmaiscurempregos tas que os adversários, e concentrou todo o seu discurso em uma ideia: combate à desigualdade. É certo que pela ex12 1 Milhões propriação, socialização e tudo o que mandam os manuais marxistas. Foi o oposto de Marina. A verde fez 2 5 umaperguntaparacadaadversário.SorSegurança riu. Não levantou a voz. Declamou poema. Foi quem mais falou de meio ambiente. Fez as frases mais longas e des3 0 fiou o vocabulário mais amplo. Se a elei- Desigualdade ção fosse de candidato mais bem comportado, seria favorita disparada. Mas é para presidente. 0 0 Ambiente/ O desempenho dos presidenciáveis ambiental na Band deu uma medida do que serão os próximos debates: UOL, RedeTV!, Record, Estado/Gazeta e Globo. Des- Complexidade do discurso gastes e eventuais fugas devem influir EM PORCENTAGEM/PALAVRAS nas intenções de voto, num processo de Diferentes Por frase acumulação. Debate não é luta de boxe. A ideia de 43,0 que um candidato só ganha quando leva 38,0 37,0 40,0 o oponente à lona projeta o desejo mór20,5 bido de ver um deles deitado em uma 15,7 16,7 poça de sangue. Ninguém vira eleição com um golpe só, nem aprende a debater do dia para a noite. A vitória de um candidato é sempre por votos, nunca por nocaute. LM
dos”,“acessibilidade”,“prioritariamente”), usou termos técnicos (“bioma”, “políticaestruturante”) eabusou dassiglas: UPPs, UPAs, SUS,Samu. Teve uma recaída da mania por cifras: falou “milhões” 12 vezes, e 4 vezes “mil”, mais do que seus três adversários somados. Até as considerações finais, Dilma pronunciou 2.100 palavras, mas conseguiu a proeza de citar Lula apenas três vezes. E só a partir do terceiro bloco. Esquecimento ou tentativa de parecer independente? A primeira hipótese é mais lisonjeira para a petista. Aplicada, Dilma abordou temas que as pesquisas mostram que os eleitores querem ouvir. Foi quem mais mencionou educação/ensino/escola. Também tentou falar de trabalho e emprego, um dos pontos altos do governo Lula, mas acabouarrastadaporSerraparaumadiscussão interminável sobre mutirões, cirurgias e Apaes. Saúde foi o assunto do tucano. Falou tanto que acabou tachado de hipocondríaco por Plínio. Serra começou nervoso, a língua ressecada estalando no céu da boca. Acalmou-sevendoDilmatropeçar.Confrontouaadversária (“vocêfalou”,“vocêdisse”,“vocêteveresponsabilidade”)eajudou-a a perder a concentração. Andava pra lá e pra cá no estúdio da Band enquanto as câmeras miravam a petista. Serra teriasido o menospior da noite, não houvesse um Plínio no meio do caminho. Ele fez o tucano se embananar, levando o debate para uma área desconfortável para Serra: a rural. O candidato do PSDB acabou qualificando proprie-
Educação/ ensino/ escolas
DI
É
possível medir com precisão o desempenho dos candidatos em um debate eleitoral?Enquetes,aréguatradicional, são contaminadas pela preferência dos eleitores por um presidenciável ou outro. Uma alternativa é contar quanto cada debatedor falou, o que disse, como disse e a quem se dirigiu. Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) falaram quase o dobro do que Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) durante o debatedaBand. Porquefizeramumembate particular: o tucano interpelou a petista três vezes, e foi indagado em duas oportunidades por ela. Marina e Plínio só responderam, cada um, a uma pergunta de seus rivais. Dilma e Serra criaram mais chancesparaaparecer.Masnãodeconvencer. Como o sucesso do Twitter e seu limite de 140 caracteres mostram, moderar o discurso é melhor do que falar pelos cotovelos. Plínio foi o que menos falou, mas acabou como o mais falado. Exposição demais para quem se expressa mal é castigo. Mais do que qualquer outro presidenciável, Dilma respondeu a seis perguntas de adversários e a duas de jornalistas durante o debate, fora suas réplicas, tréplicas e considerações finais. Inexperiente, ela gaguejou, perdeu o fôlego, olhou para a câmera errada, estourou o tempo das respostas. Dos quatro, foi quem mais empregou palavras longas (“oligopoliza-
Governo
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ÍN
O debate e o nocaute
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PL
Saúde/ mutirões/ cirurgias
SE
✽ ●
Palavras mais repetidas no debate
INFOGRÁFICO/AE
‘Estado’ lança série sobre desafios do novo presidente O Estado traz hoje o caderno especial O Brasil no Mundo, primeiroda sérieDesafiosdoNovoPresidente, que contará ainda com outras cinco edições até a eleição, em outubro. Os próximos cadernosserãosobredesenvolvimento econômico, sustentabilidade, democracia, metrópoles e inserção social. O papel que o Brasil desempenha no contexto internacional é o tema do caderno que circula hoje. O especial aborda os desafios do País e do próximo presidente na busca por mais espaço, num momento emque o sistema de poder mundial passa por mudanças, e para tornar o Brasil um emergente de real influência. Paraaprofundar odebate,oespecial traz artigos de Paulo Sotero, Rubens Barbosa, Marcos de Azambuja, Marco Antonio Villa, Marcelo de Paiva Abreu, Andrew Hurrell, Celso Amorim e Maria
No site http://www.minhamarina.org.br, qualquer eleitor podefazerdoaçõespor meiodecartões de crédito com as bandeiras Visa e Mastercard, desde que emitidos no Brasil. O titular deve ser pessoa física e estar com o CPF em situação regular, sem pendências na Receita Federal. Não serão aceitas, por enquanto, doações com o uso de cartões de débito. Como doar. Para doar recursos para a campanha de Marina, é preciso preencher um cadastro com dados como nome, e-mail, CPF, endereço completo e telefone, segundo informou o PV. É possível fazer doações com qualquer valor a partir de R$ 5 – limitadas, porém, a 10% dos rendimentos brutos declarados no Imposto de Renda do ano de 2009, conforme determinação
DIVULGAÇÃO
Política externa. Hoje, o primeiro de seis especiais Herminia Tavares. Além disso, foram ouvidos Marco Aurélio Garcia, Sérgio Amaral e Eduardo Felipe Matias.
da a legislação eleitoral. O PV lembra ainda que o eleitor deve declarar a doação feita para a candidatura da presidenciável Marina Silva no Imposto de Renda de 2011. “A campanha irá declarar todas as doações recebidas. É imprescindível, assim, que os doadores também declarem suas doações para evitar conflitos no cruzamento dos dados”, informa o partido. Até o momento, o PV conseguiu arrecadar R$ 4,650 milhões dos R$ 90 milhões que planeja gastar na campanha de Marina, segundo projeção informada à Justiça Eleitoral. O partido não soube informar qual valor pretende arrecadar na internet. Nos EUA, apenas pela internet, o agora presidente Barack Obama conseguiu arrecadar US$ 500 milhões.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
A11
Internacional Aproximação. Presidente venezuelano se compromete a encontrar novo líder colombiano amanhã ao meio-dia, em Bogotá; com a saída de Uribe, diálogo é retomado e Venezuela e Equador dão sinais de que pretendem colaborar com Colômbia no tema da guerrilha
Chávez pede às Farc que deixem a luta armada e acerta encontro com Santos CARACAS
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, se reunirá amanhã ao meio-dia com o novo líder colombiano, Juan Manuel Santos, em Bogotá. O anúncio foi feito ontem à tarde pela chanceler colombiana, Maria Angela Holguín, após encontro com seu colega venezuelano, Nicolás Maduro. Durante o dia, Chávez já havia selado a aproximação, ao exortar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a soltar todos os seus reféns. As declarações do venezuelano e o agendamento da reunião indicamofimdeuma crisediplomática iniciada há duas semanas, quando o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, denunciouapresençadasFarcnaVenezuela. Chávez deu ontem sinais de que mudará seu discurso.
“A guerrilha colombiana não tem futuro pela via das armas”, afirmou o venezuelano, em declaração na TV de seu país. “Os guerrilheiros devem se mostrar afavordapaz,mascomumadecisão convincente. Por exemplo, soltando todos os reféns. Por que uma guerrilha mantém gente sequestrada?” Santos se mostra disposto a dialogar com as Farc se a guerrilha libertar todos os seus reféns, renunciar a “atos terroristas” e parar de recrutar crianças. Até então, diz que continuará com a popular política de Segurança Democrática, que marcou o governo de Uribe. A diferença é que enquanto a gestão Uribe foi marcada por atritos com a Venezuela e o Equador por causa da presença de guerrilheiros nos países vizinhos, Santos assumiu o cargo prometendo diálogo. Chávez demonstrou em algu-
masocasiões simpatiapelaguerrilha. Em 2008, defendeu o reconhecimentodasFarccomo “grupo beligerante”, o que desagradou o governo colombiano. Dias antesdedeixarocargo,Uribeentregou fotos e vídeos de guerrilheiros colombianos em territóriovenezuelanoparaaOrganização dos Estados Americanos (OEA), o que levou Chávez a romper relações diplomáticas com Bogotá, no dia 22. Como Santos evitou fazer declarações sobre o recente conflito, o líder venezuelano adotou um tom conciliador desde a posse do colombiano. “Acreditamosqueonovogovernocomeçará a construir tudo o que Uribe destruiu”, disse Chávez. “Estou muito feliz de ir a este encontro”, reforçou ontem à noite. A data foi estabelecida à tarde, emumareuniãodetrêshoras entre a chanceler Holguín e o cole-
Colômbia entrega ao Equador computador de líder guerrilheiro DIDA SAMPAIO/AE
● O ESTADO
NA COLÔMBIA
Quito fica satisfeito com iniciativa e seu chanceler encontra representante da Colômbia para dar início a ‘diálogo direto’
go Chávez, disse ontem que não aceitará em Caracas o embaixador designado pelos EUA, Larry
Palmer. Em uma sabatina no Congresso americano, Palmer disse que as Forças Armadas venezuelanas estavam com o moral baixo, contrariadas pela influência de Cuba na instituição. Chávez instruiu o presidente dos EUA, Barack Obama, a buscar outro candidato: “Como vou aceitar esse cavalheiro aqui?” / AP
ga venezuelano, Nicolás Maduro, conversa da qual participou o secretário-geral da Unasul, Néstor Kirchner. O trio evitou se cumprimentar de maneira solene ao final do encontro. Isso foi interpretado como uma estratégiaparaque aimagemqueencerrará a crise diplomática venha do encontro entre Chávez e Santos. “Hoje é o primeiro passo para restabelecer as relações com
franqueza”, disse a chanceler. Antes da reunião, Holguín havia se encontrado por 45 minutos com o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño. Ele elogiou a iniciativa de Bogotá de entregar às autoridades equatorianas o computador do líder guerrilheiroRaúlReyesapreendidopormilitares colombianos no Equador, em 2008 (mais informações nesta página).
● O presidente venezuelano, Hu-
REUTERS E SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ponte aérea CVC
SP/Rio Congonhas/Santos Dumont Voando Airbus A319 AVIANCA
Tânia Monteiro ENVIADA ESPECIAL BOGOTÁ
O governo do novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos,entregouno sábado aopresidente equatoriano, Rafael Correa, um dos computadores apreendidos da guerrilha Forças ArmadasRevolucionáriasdaColômbia (Farc). Ocomputador–queteminformações sobre os planos das Farc e documentos mostrando as suas relações com membros dos governos da Venezuela e do Equador – foi apreendido no acampamentobombardeado peloExércitodaColômbiaemterritório equatoriano, em 2008. O Equador vinha pedindo acesso a seu conteúdo há algum tempo. A decisão de Santos de entregá-lo – uma das primeiras medidas tomadas pelo líder colombiano após a posse – foi uma tentativa de desencadear o “diá-
Líder venezuelano veta embaixador dos EUA
Prejuízos. As razões de Santos para retomar logo a relação com os vizinhos não seriam ideológicas, mas pragmáticas. O atual presidente colombiano foi um dos mais duros críticos de Chávez . Quando ocupava o cargo de ministro da Defesa de Uribe, em 2008,ordenouoataqueaoacampamento de Reyes, no Equador, cuja Justiça emitiu ordem de extradição contra ele. Porrazões históricase geográficas,Venezuela e Equador estão entre os principais parceiros comerciais da Colômbia. De acordo com dados do Departamento Administrativo Nacional de Estatístico da Colômbia divulgados ontem, as exportações colombianas para a Venezuela caíram 71% no primeiro semestre deste ano por causa da crise. Para os colombianos, o prejuízo foi de bilhões de dólares. / EFE, AFP,
Em paz. Chanceler do Equador (D) diz que Bogotá já colabora logo direto” com o país vizinho. O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, mostrou-se satisfeito com a iniciativa. “(Trata-se de um gesto) realmente significativo”, disse Patiño. “As exigências equatorianasestãosendoatendidas”, concluiu. Ontem à tarde, a nova chanceler colombiana, Maria Angela Holguín, reuniu-se com Patiño em Bogotá. Após o encontro, Holguín afirmou que seu governo seguirá devolvendo o material apreendido no Equador e assegurou que Quito tem “todo o compromissodogovernoda Colômbia para normalizar as relações”. “As relações com o Equador são muito importantes e por
issoqueremoscontinuarpercorrendo o caminho da normalização”, afirmou a ministra colombiana, ao lado do colega equatoriano. Holguín prometeu agendar novos encontros nas próximas semanas. Patiño anunciou que ambos devem se reunir numa região de fronteira, mas também não mencionou datas. Detalhes do ataque. Na noite desábado,Correadissequeespera receber em breve informações sobre a operação militar que incluiu a invasão do território equatoriano. “Nos próximos dias nos entregarão também informações sobre os bombardeios”, afirmou Correa.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
AKHTAR SOOMRO/REUTERS
Desastre no Paquistão abre portas ao Taleban Milícia tenta se aproveitar do caos no país para avançar em áreas devastadas Griff Witt THE WASHINGTON POST
As inundações que devastaram a infraestrutura do Paquistão podem abrir a porta ao fortalecimento do Taleban, dizem as autoridades. O panorama nas áreas onde o nível da água baixou é de pontes, estradas, escolas, hospitais, usinas elétricas e sistemas de esgoto inteiramente em ruínas ou seriamente danificados. Com os rios ainda cheios e seguindo na direção do sul, a destruição aumenta a cada hora. Em visita a uma área inundada, no sul do país, ontem, o primeiro-ministro, Yousaf Raza Gillani, declarou que o impacto das inundaçõesequivale aoterremoto na Caxemira em 2005 – opinião compartilhada pela equipe de ajuda internacional. Embora o terremoto tenha provocadoa morte de umnúme-
ro muito maior de pessoas – pelo menos 73 mil, em comparação com as 1,6 mil mortas nas enchentes –, o premiê disse que os danosfísicosestão“além daimaginação”. “Nosso país retrocedeu alguns anos”, disse. O retrocesso torna mais difícil a batalha contra o Taleban, responsável por uma insurgência feroz que vem procurando tirar proveito da incapacidade do governo em prover os serviços mais básicos para a população. Durante o ano passado, o Exército paquistanês conseguiu retirarostalebansdeseusprincipais santuários, no Waziristão Sul e no Vale do Swat. Mas os danosprovocados pelas enchentes podem colocar em risco essesganhos,admitemasautoridades, se a infraestrutura não for rapidamente reconstruída – o que deverá custar bilhões de dólares e provavelmente exigirá alguns anos.
Desabrigados. Vítimas das inundações deixam suas casas em Sukkur: 1,6 mil paquistaneses morreram nos últimos dias O Vale do Swat, uma das áreas maisafetadas,é umexemplo disso. Embora o lugar fosse conhecido pelas atitudes moderadas de seus moradores, os militantes tomaram o controle da região, beneficiando-se da hostilidade em relação a um governo ● Sobre as águas
Barcos do Exército do Paquistão assumiram papel essencial no resgate das vítimas. “Temos feito isso há dias”, disse o oficial Akhter Mahmood, após navegar por 20 km de áreas inundadas.
que sempre pareceu distante. Noanopassado, o Exércitorecuperou a área numa grande ofensiva e iniciou obras públicas para reparar os danos. Os esforços começavam a dar resultado. Há um mês, os moradores faziam seus tradicionais festivais agrícolas sem temor de violência e os turistas tomaram conta dos hotéis recém-abertos. Em 28 de julho, porém, as inundações começaram. Oficiais do Exército dizem que todas as principais pontes do Vale estãodestruídas efotografiasaéreas da região mostram que os rios mudaram de direção, se-
guindo para o centro, onde estãoosprósperos mercados delojas. “Serão necessários meses até a eletricidade voltar”, disse Rahim Dad Khan, responsável pelo planejamento no noroeste do Paquistão. Recomeço. Segundo Khan, os planos de desenvolvimento para a região foram cancelados e o dinheiro será aplicado na reconstrução. “Pensávamos em construir hospitais e escolas. Mas está tudo perdido”, disse. Autoridades do Exército dizem saber que o Taleban vai aproveitar a situação. “Não bai-
xaremos a guarda. As medidas de proteção seguem instaladas”, disse o general Tippu Karim, que supervisiona a ajuda ao Vale e áreas do noroeste do país. Segundo ele, a reconstrução seráprioridadetãologooPaquistão vença o desafio de socorrer os moradores ilhados e dar abrigo e comida aos desabrigados. Na agência de gerenciamento de crises da província, porém, os funcionários admitem que não possuem os recursos necessários. Mais de 15 milhões de pessoas emtodoo país foramatingidas pelas inundações, segundo as estimativas oficiais.
Sucessão no Egito preocupa Casa Branca Com a saúde debilitada, o presidente Hosni Mubarak, que é aliado dos EUA, está sem vice e não tem sucessor óbvio Gustavo Chacra CORRESPONDENTE / NOVA YORK
A Casa Branca está apreensiva com a saúde do presidente do Egito, Hosni Mubarak, e teme mudançasquecoloquemseusinteresses em risco. O líder egípcio completou 82 anos, está doente, passou por tratamento na Alemanha e não tem um vicepresidente.Maisgrave, nãoindicou quem ele gostaria de ver no seu lugar no Cairo.
Apesar das críticas por reprimir a oposição, censurar a imprensa e fraudar eleições, Mubaraksemprehonrouseuscompromissos com os americanos e os israelenses.Pormenosdemocráticoqueseja,opresidentedoEgitotem sidoum aliadoleal deWashington e Jerusalém. A dúvida nos EUA é sobre como será o futuro presidente do Egito. Analistas comparam sua sucessão com a do líder sírio Hafez al Assad, que morreu há dez anos. No seu lugar, entrou seu filho Bashar Assad. Caso o mesmo fenômeno aconteça no Egito, o escolhido para o lugar do atual presidente será o seu filho, Gamal Mubarak, que conta com o apoio da elite econômica do Cairo e de Alexandria. Como
Bashar Assad, ele também fala inglês fluentemente, morou no Ocidente e é visto como modernizador.Suaplataformaseria parecida com a da China, que virou moda em regimes fechados – abrir a economia, mas manter o país distante da democracia. “Mas Gamal não é do Exército e existe uma certarelutância dos militares em ver um civil no comando do regime”, afirmou ao Estado Hani Sabra, analista de Egito da consultoria de risco políticoEurasia.Basharnãoteveesteproblema.Apesarde tersetornado oftalmologista, o líder sírio passou por anos de treinamento militar. O Egito também se difere da Síria por sua história. A sucessão de Hafez para Bashar foi a pri-
AMR ABDALLAH DALSH/REUTERS
meira em Damasco sem envolvergolpe. OEgitopassoupor outras duas sucessões dentro do sistema no atual regime, depois das mortes de Gamal Abdel Nasserede AnwarSadat,que antecederam Mubarak. E nenhum dos dois foi sucedido por seus filhos. Estabilidade. Caso o favorito Gamal seja excluído, a avaliação é de que o sucessor de Mubarak “será alguém de dentro do regime”. “Não deve haver instabilidade”, diz Sabra, que acha que a rachada Irmandade Muçulmana,principalgrupoopositor,dificilmente a assumirá o poder. Além disso, sem democratização, são nulas as chances de elegerem Mohammad el Baradei, ex-diretor da Agência Interna-
Doença. Mubarak passou por tratamento na Alemanha cional de Energia Atômica. Todos os outros nomes citados, além de Gamal, são ligados aMubarak.Omar Suleiman,che-
feda inteligência, sempre recebe citações de analistas e diplomatas como um nome forte. Depois deMubarak, é certamente a figura mais poderosa do Egito. Mesmo que não seja o sucessor do atual presidente, ele certamente estará envolvido na escolha do próximo governante. ZakariaAzmi, chefedegabinete de Mubarak e forte no regime, também costuma ter seus nomes nas listas. A Eurasia e outras consultoriasderiscopolítico,como a Stratfor, também trabalham com a hipótese de algum militar do segundo escalão ser o escolhido. Assim, o regime teria uma cara mais nova e de dentro do Exército, diferentemente de Gamal. Começaria assim mais uma dinastia na terra dos faraós.
Porta-vozdomovimentopró-democracia no Egito, o ex-chefe da agência atômica da ONU, MohamedElBaradei,confirmouaoEstado que pode ser candidato à presidência. “Nosso objetivo é transformaroEgitonumademocraciacomoqualqueroutra”,disse, por telefone, de Paris. “Com o fim do mandato de Mubarak, é preciso um período de transição de cerca de um ano, para a aprovação de uma nova Constitui-
ção. Então inauguraremos um novo sistema político com base na democracia.” ElBaradeiquerser candidato “só com garantia de eleições livres e justas, imprensa e Judiciário independentes”. Aliados do presidente Hosni Mubarak prometem dificultar a empreitada. Um de seu obstáculos é o apoio de países como os EUA, a Mubarak. Depois de Israel, o Egito é o país da região que mais recebe ajuda americana – quase US$ 2 bilhões. Alguns governos ociden-
tais temem que eleições permitam que radicais islâmicos cheguem ao poder. Ao se tornar o principal crítico de Mubarak, ElBaradei atraiu a simpatia da Irmandade Muçulmana,gruporeligiosoquenopassadoapelouparaaviolênciaehojetemapoiodesetoresconservadores. A irmandade, apesar de oficialmente banida, é o maior blocodeoposição ejáteria reunido em um site 72 mil assinaturas em apoio a ElBaradei. EmAlexandria, partidáriosorganizaram recentemente uma marcha a favor da candidatura do diplomata, que afirma lutar por um Estado secular, “A própria Irmandade Muçulmana hoje é contra um Estado teocrático”, reforça.
PARAGUAI
CHILE
AFEGANISTÃO
ElBaradei se canditará ‘se houver eleições justas’ Roberto Simon
Médico descarta retirar Equipes de resgate segundo tumor de Lugo buscam mineradores
Corpos dos 10 médicos são levados a Cabul
Néstor Martinez, médico pessoal do presidente paraguaio Fernando Lugo, afirmou ontem que um segundo gânglio linfático inflamado detectado em seu tórax não pode ser retirado, por sua “complexa localização”. Espera-se, no entanto, que este tumor desapareça com sessões de quimioterapia. A biópsia do primeiro tumor extirpado indicou a presença do linfoma maligno de Hodgkin. É esperado que Lugo chegue amanhã ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para mais exames e definição do tratamento.
Os corpos dos dez médicos – seis deles norte-americanos – mortos nas montanhas do norte do Afeganistão foram levados ontem para Cabul. O único sobrevivente do ataque, o motorista afegão que conduzia o grupo, também foi levado à capital. Autoridades estão realizando investigações para descobrir a motivação do crime. O ministro das Relações Exteriores da Inglaterra, William Hague, classificou as mortes como um “ato deplorável e covarde, contrário aos interesses do povo do Afeganistão.”
As equipes de resgate começaram a usar sonares para tentar resgatar os 33 mineradores presos na mina de San José a 45 km de Copiapó. Eles seguem presos e incomunicáveis desde que um túnel desabou, na última quinta-feira. Autoridades declararam que a situação é complicada e há dificuldades para o socorro. “Estamos falando de vários dias, provavelmente mais de uma semana”, afirmou o ministro da Mineração chileno, Laurence Golborne. Cerca de 200 familiares acompanham as tentativas de resgate.
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Internacional A13
INFORME PUBLICITÁRIO
Objetivo cria escola só para bons alunos Grupo diz que escolheu alunos entre os mais estudiosos, que podem assim ter mais chance de se desenvolver FABIANA REWALD DE SÃO PAULO
O Objetivo criou uma escola apenas para bons alunos. O Colégio Integrado Objetivo tem o mesmo endereço da tradicional unidade Paulista (avenida Paulista, 900) (...) A mensalidade (cerca de R$1.600) e a carga horária obrigatória também não mudam. A diferença é que no Colégio Integrado, criado em 2008, só entra aluno com nota alta. Além disso, ele oferece aulas extras para os alunos no período da tarde e os professores são „especiais‰.
“A média dos alunos do Colégio Integrado Objetivo no Enem foi 749,67, ou seja, é o 2º colocado em todo o país.”
(...) A divulgação das médias no Enem por escola, desde 2006, tem grande impacto no mercado da educação. Alguns colégios chegaram a aumentar o valor de suas mensalidades após aparecer no topo do ranking. O Objetivo diz que, se não fosse uma falha do MEC, a nova escola já teria aparecido em segundo lugar no país. Isso porque, segundo o grupo, os 42 alunos do terceiro ano do novo colégio tiraram notas altas. Por seus cálculos, a escola teve média 749,67. O primeiro colocado, o Vértice (zona sul de São Paulo), tirou 749,70. No entanto, o Colégio Integrado ficou sem média e não foi incluído no ranking. Segundo o MEC, o colégio, por ser recém-criado, ainda não tinha um número de registro no momento em que começou a inscrição para o exame. (...) O Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem) confirma que os dados serão retificados, mas não diz quando. (...)
„
Quisemos montar um colégio onde esses [melhores] alunos tivessem condições de desenvolver o que eles querem [estudar] e colocando professores especiais para eles. Na maioria, são alunos que ganharam medalhas em olimpíadas JO‹O CARLOS DI GENIO
um dos diretores do Colégio Integrado Objetivo
Grupo afirma que criou escola para os mais aplicados DE SÃO PAULO
O Objetivo afirma que criou o Colégio Integrado para os alunos que gostam de estudar mais e que já estavam acostumados a passar as tardes na escola. Segundo um dos diretores, João Carlos Di Genio, foram chamados aqueles que sempre conseguiam as melhores colocações em olimpíadas de diferentes áreas, como astronomia. (...) Di Genio acredita que o colégio possa até alcançar a primeira colocação no país. Isso porque a nota da redação de uma aluna está sendo questionada.
“O colégio pode até alcançar a primeira colocação no país. Isso porque a nota da redação de uma aluna está sendo questionada.”
O Ministério da Educação, no entanto, não confirma que possa haver retificação em nota individual. Apenas diz que a escola terá uma média calculada. Lucas Tafner Zahed, 18, que prestou a edição 2009 do Enem, diz que valeu muito a pena ter estudado no Colégio Integrado, formado pela turma mais forte. Ele cursa hoje medicina (...)
PARABÉNS ALUNOS E PROFESSORES DO COLÉGIO INTEGRADO OBJETIVO PELO ¯XITO NO ENEM Trechos de matéria publicada na edição de 20 de julho de 2010, na Folha de S. Paulo
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Galeria
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MIECZYSLAW MICHALAK/REUTERS
LEV MASLOV/AFP
Inglaterra. Parte do público do festival Big Chill, perto da cidade de Ledbury, tira a roupa e cobre o corpo com tinta para participar de uma instalação do artista Spencer Tunick
Alemanha. Chuvas no leste da Europa deixam sob a água cidades como Goerlitz
Rússia. Moradores de Moscou usam máscaras para se proteger da fumaça causada por incêndios em florestas próximas à cidade
Teerã solta mulher de advogado de iraniana condenada à morte EFE/HAKON MOSVOLD LARSEN
Intervenção da Noruega garante libertação de cônjuge de Mostafaei, defensor da iraniana Sakinehi Asthiani Jamil Chade CORRESPONDENTE / GENEBRA
Sem alardes, o governo da Noruega conseguiu a liberação da mulher do advogado Mohammad Mostafaei, defensor de Sakineh Asthiani, iraniana acusada de adultério e condenada à morte por apedrejamento. Segundo o advogado,o regime iraniano havia colocado sua mulher,FereshtehHalimi,nasolitária para pressioná-lo a se entregar.Háduassemanas,elafoilevada com dissidentes políticos à prisão iraniana de Evin. EmOslo,Mostafaeicontouontem que fugiu cruzando a cavalo
Asilo. Detido na Turquia, Mostafei foi aceito pela Noruega ● Gay é sentenciado
Teerã condenou neste fim de semana à morte Ebrahim Hamidi, de 18 anos, por ser homossexual. Seus advogados dizem que ele confessou ser gay sob tortura. Ele não tem direito a recurso.
a fronteira montanhosa entre o IrãeaTurquia.Detidopeloserviço de imigração turco, ele conseguiu asilo na Noruega. Na avaliação do advogado, a atuação discreta dos noruegueses garantiu sua segurança e, desde ontem, a liberação de sua mulher. “O governo da Noruega tomou a deci-
são de me acolher sabendo que poderia afetar as relações com o Irã”, afirmou o advogado, que diz ter livrado do corredor da morte 14 de 40 de seus clientes. Háumasemana,opresidenteLuizInácioLula da Silvadeclarou em comício com a candidata Dilma Rousseff que o Brasil poderia dar asilo a Sakineh. O governo brasileiro não formalizou a intenção e Teerã rejeitou a ideia. Em Ancara, a embaixada brasileira garantiu ao Estado que não recebeu qualquerinstruçãoparaintervir no caso ou oferecer asilo ao advogado. O advogado disse ainda que seu objetivo é poder voltar ao Irã para defender condenados à morte pelo regime iraniano. Ele acredita que a pressão internacional ainda pode salvar Sakineh da morte por apedrejamento. Na semana passada, o governo iraniano disse que Sakineh é culpada de homicídio, além de adultério. Esta semana, está previsto que a Corte Suprema defina a forma como ela será executada, se por apedrejamento ou enforcamento.
AFP
China. Deslizamento de terra causado por enchentes deixa 127 mortos e 2 mil desaparecidos no noroeste do país
Coreia do Norte captura pesqueiro sul-coreano SEUL
A Coreia do Norte apreendeu um barco de pesca sul-coreano e deteve seus sete tripulantes, segundo informações divulgadas ontem pela guarda-costeira da Coreia do Sul. O incidente amplia a tensão entre os dois países, que começou a se agravar com o naufrágio da fragata sul-coreana Cheonan, em março. A Coreia do Sul acusa os norte-coreanos de terem afundado o navio. No total, 46 pessoas morreram no incidente do Cheonan. Segundo a versão da Coreia do Sul, o navio afundou depois de ter sido atingido por um torpedo da Coreia do Norte, mas Pyongyang nega o ataque. Onavio pesqueiro apreendido é o Daeseung 55, que saiu do porto de Pohang, no sudeste da Coreia do Sul, há uma semana e planejava retornar ao mesmo local em 10 de setembro. A tripulação da embarcação é formada por quatrosul-coreanosetrês chine-
ses. De acordo com autoridades sul-coreanas, os sete estão sendo interrogados “por violar uma zonaeconômicaexclusiva nortecoreana”. À noite, o barco de 41 toneladas foi rebocado para o porto de Songjin,aonortedopaís.Funcionários do porto de Pohang, de onde saiu o barco, dizem que o Daeseung parou de enviar sinais no sábado. Pouco depois, um dos pescadores conseguiu se comunicar com as autoridades do país por meio de um telefone via satélite. Nos últimos anos, incidentes envolvendo embarcaçõesdos doispaísestêm sidofrequentes, principalmente em águas disputadas. Novo premiê. Ainda ontem, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak,nomeou oreformista Kim Tae-ho, de 47 anos, como novo primeiro-ministro do país. Lee substituiu metade de seu gabinete para seguir com suas reformas pró-mercado. /AP e AFP
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cluindo o então presidente dos EUA, Andrew Jackson, e o rei da Espanha. As descobertas apresentadas a um congresso médico, este ano, nos EUA, encorajaram ainda mais Chávez. No congresso, Paul Auwaerter, especialista em doenças infecciosas da Universidade Johns Hopkins, disse que provavelmente Bolívar morreu pela ingestão de arsênico, afirmação com a qual a imprensa venezuelana respaldou a tese de que Bolívar foi assassinado. Pouco importa que o dr. Auwaerter
diga que foi mal interpretado, pois a ingestão de arsênico poderia ser acidental, mediante medicamentos contendo arsênico, comuns na época, ou por meio de água contaminada. “Não concordo com as teorias do presidente Chávez”, ele disse em um e-mail. Impávido, o governo afirma que irá até o fim para descobrir como Bolívar morreu. O ministro da Justiça deixou claro que as autoridades consideram o mistério contido nos ossos de Bolívar como o equivalente a uma cena do crime e uma questão nacional. Se Chávez puder afirmar que Bolívar foi assassinado na Colômbia, poderá usar isto contra o atual governo colombiano, reforçando sua insistente afirmação de que os colombianos e outros têm um complô para matá-lo. Isso também permitiria a Chávez reescrever parte importante da história da Venezuela. O presidente identifica a si e ao seu movimento com Bolívar. Rebatizou o país de República Bolivariana da Venezuela, sua agência de espionagem é o Serviço Bolivariano de inteligência e assim por diante. Retratos de Bolívar são vistos ao lado do de Chávez nas repartições públicas. A intelligentsia deste país se concentra no legado de Bolívar e no uso de Bolívar não apenas por parte de Chávez, mas por governantes até mesmo do século 19. Nas livrarias, títulos como Divino Bolívar, O Culto de Bolívar, O Pensamento do Libertador, e Por que não sou bolivariano alinham-se nas estantes. Estudiosos se perguntam como é possível que um ditador do século 20, Juan Vicente Gómez, possa compartilhar as datas do seu nascimento e morte com as de Bolívar. Alguns dos principais assessores de Chávez já usam a exumação para atacar seus adversários. No mês passado, o ministro da Cultura, Francisco Sesto, criticou Baltazar Porras, arcebispo
des imobiliárias aqui”, diz Charette. Mas, independentemente da riqueza acumulada, os novos ricos da China não se sentem seguros. “Conheço empresários com muito dinheiro que me dizem ‘você pode ser um tigre, mas sempre há um caçador em algum lugar’”. Então, eles procuram Mikael Charette,especializadonamigração deinvestimentos para o Quebec, Canadá. Ou recorrem a outros advogados que também fazem esse tipo de aplicação, mas para outros lugares, como Estados Unidos, Austrália, Cingapura, Nova Zelândia e Hong-Kong. Mensagens de texto enviadas espontaneamente por empresasquefazemessemesmo tipode trabalho já se tornaram rotina para pessoas de classe média alta em Pequim. “Imigre para a Austrália por US$ 200 mil, 95%dechancedesucesso,educaçãográtis” é um exemplo de uma delas. Segundo a firma Hurun Rich List, que tem sede em Xangai, existem hoje 875 mil milionários no país, um aumento de 6,1% em relação ao ano passado. Mas, mesmo a China se tornando um país cada vez mais rico, o número de pessoas com muito dinheiro preferindo emigrar é grande. Muitos querem manter duas casas, de modo a unir as possibilidades de enriquecer na China com uma maior segurançaefacilidadesde viagensinter-
nacionais, o que é proporcionado por um passaporte estrangeiro ou um visto de residência permanente. No ano passado, pela primeira vez, cidadãos chineses formaram o maior grupo de imigrantes para a Austrália, desbancando grupos tradicionais como os da Grã-Bretanha e Nova Zelândia. De julho a dezembro de 2009, 13.371 chineses conseguiram residência permanente na Austrália, superando os 13.037 da Grã-Bretanha e os 7.342 candidatos da Nova Zelândia. Muitos imigrantes são admitidosdeacordocomsuascapacidades em função do que as empresas procuram, ou para reunião de família. Mas a imigração de investimentos, caso em que os candidatos fazem um mínimo investimento financeiro ou vão criar empregos no país de destino, também está em franca expansão. E tem crescido tanto a ponto de o Canadá (excluindo a província de Quebec)precisar,emjunho, suspendertemporariamente o seu programa, para duplicar o montante que os candidatos à imigração necessitam investir para serem aceitos.A exigência até agora era de umrendimento líquidode 800mildólares canadenses, ou cerca de US$ 790 mil, e um investimento de US$ 400 mil. No futuro, os candidatos vão precisar de 1,6 milhão de dólares canadenses
Exumar Bolívar para reescrever a História Se o presidente venezuelano, Hugo Chávez, puder afirmar que libertador foi assassinado na Colômbia, reforçará sua tese de que seus vizinhos e outros têm um complô para matá-lo ✽ ●
SIMON ROMERO THE NEW YORK TIMES
MARCOS MÜLLER/AE
relógio acabara de marcar meia-noite. A maior parte do país estava dormindo. Mas isto não impediu o presidente Hugo Chávez de anunciar nas primeiras horas do dia 16 de julho que a última fase de sua Revolução Bolivariana começara. Ao som do hino nacional, um pelotão de soldados, especialistas em medicina forense e assessores presidenciais se reuniram ao redor do sarcófago de Simón Bolívar, o aristocrata do século 19 que libertou da Espanha grande parte da América do Sul. Uma equipe da televisão estatal filmava o grupo, vestido com os jalecos brancos, rede prendendo os cabelos e máscaras. Eles removeram os parafusos do féretro, levantaram a tampa e retiraram uma bandeira da Venezuela que cobria os restos mortais. Uma câmera suspensa captou as imagens de um esqueleto. Cidadãos insones observaram de queixo caído a cobertura ao vivo da exumação de Bolívar pela televisão estatal, com a narração do ministro do Interior, Tareck El Aissami. “Que momentos impressionantes vivenciamos esta noite!”, Chávez disse aos seus seguidores em uma série de mensagens pelo twitter enviadas durante a exumação e redistribuídas pela agência nacional de notícias. “Levanta, Simón, não é hora de morrer! Imediatamente lembrei que Bolívar vive!” Até os venezuelanos acostumados ao teatro político de Chávez se
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surpreenderam com a exumação, que deixou de lado questões como um escândalo a respeito de alimentos importados apodrecendo nos portos, a raiva por uma economia em recessão e as provas apresentadas pela Colômbia de que guerrilheiros colombianos estão em solo venezuelano. Os venezuelanos coçaram a cabeça, nas últimas semanas, indagando os possíveis motivos que levaram Chávez a retirar os restos mortais de Bolívar do Panteão Nacional. O presidente apresentou sua própria explicação: a urgente necessidade de determinar se Bolívar morreu de envenenamento por arsênico em Santa Marta, na Colômbia, e não de tuberculose em 1830, como os historiadores aceitam há muito tempo. Há três anos, uma comissão criada por Chávez examina esta teoria. Seu trabalho baseia-se nas afirmações de alguns “bolivariólogos”, como aqui são chamados os especialistas na história de Bolívar, de que uma carta escrita por Bolívar revela que ele foi traído pela aristocracia da Colômbia. Decifrando a carta mediante a utilização de códigos maçons, eles sugerem que a conspiração era ainda maior, in-
Para chineses, liberdade está ao alcance do dinheiro Migrantes ricos trocam a China por um novo passaporte ✽ ●
DIDI KIRSTEN TATLOW THE NEW YORK TIMES
les são todos milionários. É o que diz Mikael Charette, referindo-se aos seus milhares de clientes, chineses ricos candidatos a emigrar para o Canadá, dentro do programa de imigração de investimento daquele país. “Eles conseguiram”, diz. Charette é advogado em Montreal e está encarregado de analisar os registros financeiros de seus clientes. Em 2005, quando começou a trabalhar
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Websfera
no Harvey Law Group, em Pequim, ficou surpreso com a frequência com que a riqueza de uma família aplicada em ativosdeumaempresaestataleratransferida a companhias privadas, nos anos 90. Em oito anos, essas empresas privadas se tornaram lucrativas, ele calcula. “Hoje,fazendoumbalançodeumadécada de registros, vejo que a empresa está indo muito bem. O dinheiro da família já passou para uma segunda geração, e os filhos quase sempre estudaram no exterior e também possuem proprieda-
O melhor da internet
THE GUARDIAN
Churchill ordenou silêncio sobre óvnis O ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill ordenou que ficassem ocultos durante 50 anos os registros de objetos
Internacional A15
voadores não identificados pela Força Aérea do país. O objetivo era não provocar pânico na população. A informação surgiu em documentos do Ministério da Defesa, divulgados na semana passada. Londres chegou a designar um grupo de analistas que apresentou um relatório sobre o caso. Nick Pope, um desses especialistas, diz que parte do material foi destruído. “Um cientista, cujo avô era segurança de Churchill, disse que ele mandou ocultar imagens de óvnis”, disse Pope. “Churchill achava que isto causaria pânico em massa.”
venezuelano, por ter cometido um “sacrilégio verbal” ao afirmar que, na realidade, Bolívar estava morto. Movimentos políticos inspirados pelos restos de um morto não são uma novidade. Um exemplo recente foi o de Carlos Menem, o ex-presidente da Argentina, que mandou trazer os restos mortais do caudilho do século 19, Juan Manuel de Rosas, enterrado na Grã-Bretanha, para ser sepultado na Argentina em 1989. “Disputas sobre cadáveres são disputas de poder sobre o passado e sobre o presente”, disse Lyman Johnson, historiador da Universidade da Carolina do Norte, especialista em cultos do corpo na América Latina. “Estes poderosos significados forçam uma nova vida em corpos mortos há muito tempo”. Ao remover os dentes e alguns fragmentos de osso do esqueleto de Bolívar para testes de DNA, Chávez levar a apropriação dos mortos a novos patamares. As autoridades do país ignoraram pedidos de descendentes da família de Bolívar (acredita-se que ele não teve filhos) para que os restos mortais fossem deixados em paz. “A exumação foi um dos espetáculos mais grotescos que já vi”, disse Lope Mendoza, 71 anos, empresário conhecido na Venezuela e sobrinho-tataraneto de Bolívar. As autoridades venezuelanas dizem que estão longe de terminar seu trabalho. Planejam construir um Panteão para Bolívar, que deve ser concluído no ano que vem e onde os ossos do libertador serão depositados dentro de uma urna de ouro, em vez de um sarcófago de chumbo. De acordo com o vice-presidente Elías Jaua, o próximo cadáver na lista de exumações será o da irmã de Bolívar, María Antonia Bolívar, cujos restos mortais estão na Catedral de Caracas. Jaua disse que testes de DNA serão realizados com o esqueleto dela para determinar se os ossos encontrados na tumba de Bolívar são realmente dele. “Quando nos certificarmos de que estes são os restos do libertador”, disse Jaua, “prepararemos um documentário como forma de testemunho histórico”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
✽ CORRESPONDENTE EM CARACAS
(US$ 1,58milhão) e um investimento de US$ 800 mil. Essas somas mais altas “não deverão ser problema para meus amigos”, murmurouHou, que não quis dar seu nome completo, pois ela trabalha para o Exército de Libertação Popular, representando empreendedores imobiliários ricos da cidade de Xangai, na província de Henan. Sepudesse, elatambém emigraria? Sua resposta imediata foi “sim”. Por quê? Afinal, o padrão de vida na China está subindo, enquanto o resto do mundo observa o sucesso aparente do chamado “Modelo Pequim” – uma política autoritária aliada a um rápido crescimento econômico. Suas respostas refletem as de outros candidatos a imigração: educação melhor para as crianças; ambiente sem poluição; atendimento médico com mais qualidade; casas maiores. A crise econômica no Ocidente nãoadesanima?“Não”, dizela.“Falase disso nos jornais aqui, mas não sei se estão dizendo a verdade. Confio nos meus amigos e eles dizem que as coisas não estão ruins.” / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
✽ É JORNALISTA E ESCRITORA
Cristiano Dias ABC ONLINE
THE ECONOMIST
Nome nazista de filhos faz casal perder guarda
Democracia ganha força na Somalilândia
Um tribunal de New Jersey, nos Após o sucesso das eleições preEUA, retirou na semana sidenciais de junho, a depassada do casal Heamocracia está em alta th e Deborah Campna Somalilândia, rebell a custódia de É A POPULARIDADE gião separatista do seus três filhos. O norte da Somália. O DE ÁLVARO motivo? Todos local ainda é pobre, URIBE, QUE DEIXA O CARGO foram batizados mas aguarda a cheNO SÁBADO com nomes nazisgada de investimentas: Adolf Hitler, tos. Se o reconheciJoyceLynn Aryan Namento internacional aintion e Honszlynn Hinler da está longe de vir, pelo meJeannie – respectivamente de 2, nos o fato de a votação ter sido 3 e 4 anos. pacífica é sinal de esperança.
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20 MINUTES.FR
PROFISSÃO PERIGO
Novo radar é pesadelo de motoristas na Suíça
Top 5 dos países mais perigosos para jornalistas (número de assassinatos de 1992 a 2010)
Ele se chama Trafistar SR590 e está causando pânico nos motoristas suíços. O novo super-radar pode monitorar até 22 veículos em quatro pistas, por até 500 metros. Ele detecta tudo: excesso de velocidade, avanço de sinal vermelho, paradas sobre a faixa de pedestre e ultrapassagens perigosas. A novidade foi testada por três meses e, segundo a polícia, entrará em ação no fim do mês, na cidade de Genebra.
● 1 – Iraque (142) ● 2 – Filipinas (68) ● 3 – Argélia (60) ● 4 – Rússia (52) ● 5 – Colômbia (42)
FONTE: Committee to Protect Journalists (CPJ)
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
PLANETA Energia fóssil tem 10 vezes mais subsídios que renovável Os subsídios governamentais às fontes de energias fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural) é dez vezes superior aos incentivos à energia de fontes renováveis. Essa é a conclusãode um estudo reali-
Ação pede princípio laico no ensino religioso BRASÍLIA
A vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, solicitou na semana passada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que deixeclaro queoensino religioso nas escolas públicas só pode ser de natureza não-confessional. Na ação direta de inconstitucionalidade encaminhada ao STF, Deborah sustenta que deve ser proibida a contratação de professores na qualidade de representantes de determinadas confissões religiosas. Para ela, as aulas devem expor as doutrinas, as práticas, a história e as dimensões das diferentes religiões. Deborah afirma que o Estado é laico e que os educadores devem ser professores regulares da redepública de ensino e não pessoas vinculadas a determinadas igrejas ou confissões religiosas. “A escola pública não é lugar paraoensinoconfessionaletambém para o interconfessional ou ecumênico, pois este, ainda que não voltado à promoção de uma confissão específica, tem por propósito inculcar nos alunos princípios e valores religiosos partilhados pela maioria, com prejuízo das visões ateístas, agnósticas,ou dereligiõescommenor poder na esfera sociopolítica”, diz a vice-procuradora. A Constituição prevê o ensino religioso e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1997, estabeleceu que a definição dos currículos é atribuição dos sistemas deensino,municipais ouestaduais. Enquanto em São Paulo as aulas são dadas por professores de outras disciplinas, no Rio sãoministradasporrepresentantesdasdiferentesreligiões.Acordo entre o governo brasileiro e a Santa Fé, promulgado no ano passado, também prevê o ensino religioso nas escolas.
AMBIENTE
Iceberg que se soltou é o maior em 48 anos Um iceberg de 260 km2 que se desprendeu da geleira de Petermann, na Groenlândia, na quinta-feira, se encaminha rumo ao Estreito de Nares, entre o Canadá e a Groenlândia. A água doce contida no iceberg poderia abastecer os EUA durante quatro meses. Desde 1962 não se desprendia um pedaço tão grande de gelo na região do Ártico. SAÚDE
Pará notifica caso de suspeita de sarampo A Secretaria Estadual de Saúde do Pará confirmou diagnóstico preliminar de sarampo em um jovem de 19 anos. Novos testes serão feitos para confirmar o diagnóstico. A doença era considerada erradada do País havia dez anos. Alguns casos foram tratados no Brasil entre 2001 e 2005, mas todos adquiriram a infecção em outros países.
}
zado pela consultoria Bloomberg New Energy Finance, especializada em energias limpas e mercado de carbono. Em 2009, os governos investiram um valor entre US$ 43 bilhões e US$ 46 bilhões em projetos de energias renováveis (eólica, solar, biomassa) e de biocombustíveis. No entanto, estimativas da Agência Internacional de Energia apontam que US$ 557 bilhões foram gastos pelos governos para dar incentivos às fontes de energia mais poluentes, como petróleo e carvão.
PREGUIÇA
estadão.com.br
Filhote de leopardo (Panthera pardus) se refresca em pote de água no zoo de Shangai, na China. O animal é símbolo dos safáris.
ESTADOS UNIDOS
Soldados adoecem com queima irregular de lixo
“É importante a reflexão sobre o Código Florestal. Mas o conservadorismo em relação à questão ambiental tomou conta do Congresso. ”
Centenas de soldados e civis americanos que atuam em bases militares no Iraque e no Afeganistão estão sofrendo de câncer de pulmão e de outras doenças respiratórias. A causa seria a Izabella Teixeira MINISTRA DO MEIO AMBIENTE queima do lixo nos dois países, realizada por uma empresa do Texas, Kellog Brown and Root, responsável pelo serviço. A em- soas. “A empresa queimava topresa está sendo processada na do tipo de lixo, de garrafas plásJustiça por mais de 240 pesticas a animais mortos, sem
Vida A17
Leia. Cimento para tapar poço no Golfo se solidifica estadão.com.br/planeta
nenhum tipo de tratamento”, afirmou um dos soldados. Em março, as Forças Armadas proibiram a queima dos resíduos a céu aberto. RECICLAGEM
Resíduo de aço vira asfalto Os resíduos da fabricação de aço da siderúrgica Usiminas estão substituindo o asfalto em obras de pavimentação nas fábricas da empresa em Ipatinga (MG) e Cubatão
(SP). Chamado de agregado siderúrgico, o material é obtido a partir de resíduos poluentes gerados no processo produtivo do aço, que deixaram de ser enviados a aterros industriais. No total, foram utilizadas 260 mil toneladas do material para consertos na pavimentação. A empresa também espera vender cerca de 1,3 milhão de toneladas desse produto até o final do ano para as indústrias de pavimentação. /ANDREA VIALLI, COM AGÊNCIAS
A18 Vida %HermesFileInfo:A-18:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
} 12 milhões VAZAMENTO
EDUCAÇÃO
CONTAGEM REGRESSIVA
89 dias
de inscritos no Enem tiveram dados pessoais expostos na internet
é o tempo que falta para o primeiro dia de prova do Enem 2010
RENATO WEIL/EM/D.A PRESS – 11/09/2008
Federais de Minas Gerais formalizam consórcio Iniciativa de sete universidades públicas visa a unificar atividades e gerir melhor os recursos Marcelo Portela BELO HORIZONTE
Em uma iniciativa inédita, sete universidades federais instaladas em Minas Gerais decidiram se unir em um consórcio para criar, pelo menos em números, a maior instituição de ensino superior do País. A exemplo de empresas, que se unem para otimizar o uso de recursos e pessoal, sete federaisfirmaramumcompromisso para a criação de uma megauniversidade, cuja proposta será formalizada amanhã. Com o consórcio, a instituição superaria a Universidade deSãoPaulo(USP)emquantidade de cursos de graduação e alunos matriculados. Oprimeiropassoparaacriaçãoda entidade foidadonacapital mineira, na semana passada. Os reitores das universidadesquefuncionamemAlfenas (Unifal), Itajubá (Unifei), Juiz de Fora (UFJF), Lavras ● Pensamento único
ÂNGELA DALBEN PROFESSORA DA UFMG
“Se existe um sistema de ensino público federal, o ideal é que ele seja pensado de forma unitária.”
(Ufla), Ouro Preto (Ufop), São João del-Rei(UFSJ) e Viçosa (UFV) assinaram um protocolo de intenções, que será formalizado em evento com o presidente LuizInácioLuladaSilvaeoministro da Educação, Fernando Haddad, na cidade de Divinópolis. O modelo idealizado pelos reitores, com inspiração em práticas já adotadas em países como os Estados Unidos e França, teve seu primeiro esboço apresentado a Haddad em Brasília no mês passado. Após a formalização, a próxima etapa será elaborar, até 15 de outubro,um planode desenvolvimento integrado (PDI), que passará a ser adotado já a partir de 2011. As instituições envolvidas estão localizadas a cerca de 200 quilômetros umas das outras e têm nível semelhante nas avaliações dos cursos de graduação e pós-graduação. Segundo o reitor da UFV, Luiz Cláudio Costa, o projeto tem o objetivo de unificar as atividades de ensino, pesquisa e extensão das universidades. “Haverá um grande ganho para os estudantes porque o aluno de uma universidadepoderá,por exemplo, cursar disciplinas em outras unidades. Poderemos oferecer muito mais disciplinas eletivas”, afirmou. Costa conta que, pela proposta, asinstituições poderão definir gastos conjuntos e aproveitar mais os recursos disponíveis para investimentos em pesquisas
Modelo. Câmpus da Unifal, em Alfenas: instituições que se uniram têm nível semelhante de graduação e pós-graduação oulaboratórios,porexemplo.Isso porque, pelo projeto de unificação, alunos matriculados em uma instituição poderão usar a estrutura de outra. Os reitores receberam a promessa de que nãohaverá perda derepasses para as unidades. “O que estamos fazendo não é briga por verbas adicionais.Éaotimizaçãodosrecursos”, afirma Costa. Segundo a professora Ângela Dalben, da Faculdade de Educação(FaE)daUniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG), a iniciativa pode trazer grande ganhos para alunos e instituições porque“quando seuneuniversidades importantes, se potencializa o que há de bom em cada uma”. “Instituições públicas já promovem fóruns onde trabalhamjuntas.Issofortaleceaoferta de ensino público”, salienta. Para Ângela, um dos benefícios do projeto será o aprimoramento do ensino, principalmente de pós-graduação, já que o conhecimento de mestres e douto-
res poderá ser partilhado. A professora, contudo, acredita que é preciso “certa organização” para que recursos, pessoal, laboratórios e pesquisas sejam usados da melhor forma. Novo órgão. O reitor da UFSJ, Helvécio Luiz Reis, ressalta que oprojetopreservaaindependência administrativa das instituições, que manterão reitores e conselhos próprios. Para gerenciaro consórcio,segundoele,deve ser criado um conselho de reitores, que ficará encarregado de definir as iniciativas conjuntas. “Poderemoscriargrades curriculares complementares, sendo que o aluno terá possibilidade de fazer um semestre em uma universidade, e outro em outra. Podemosaproveitar oconhecimento sem ter que seguir à risca os programas umas das outras.” Reis descarta a possibilidade imediata de extinção de cursos ou disciplinas por causa da criação do consórcio. Como vanta-
● Nova megauniversidade
91 mil
Alunos presenciais e a distância
3,5 mil Professores
260
Cursos de graduação
170
Mestrados e doutorados
gens, ele cita que, com a união, a megauniversidade terá grande chancede entrar em rankings internacionais de instituições de ensino superior, por causa do grandenúmerodemestresedoutores que vai unir. Vestibular. Uma questão que
aindaprecisaserdefinida,segun-
Escolas lançam revistas especializadas para pais e alunos JOSÉ PATRICIO/AE
Além de informar as famílias, publicações reforçam os laços e ainda servem como forma de marketing Mariana Mandelli
O cotidiano da escola transformado em páginas ilustradas e cheias de informação. Cada vez mais os estabelecimentos de ensino particulares investem na criação de revistas especializadas em educação, que têm como públicoalvo os alunos e pais. “Parasabero que estáacontecendo na rotina do colégio
Confiança. Silvia lê para conhecer rotina escolar de Nicholas do meu filho, basta abrir a revista. A escola se preocupa em mostrar o que está realizando e eu me sinto mais segura em confiar meu filho a ela”, conta a dese-
nhista industrial Silvia Massaia Francisco, de 49 anos, mãe do meninoNicholas,de10anos,aluno do Colégio Franciscano Pio XII, que envia aos pais a revista
RENATA CAFARDO/AE
Representante de Harvard dá palestras em SP, RJ e PR Jim Pautz, representante de escritóriosdeadmissõeseajuda financeira da Universidade Harvard, estará em São Paulo amanhã para divulgar como é o processo seletivo e a vida acadêmica da instituição. A ideia do visitante é tirar dúvidas e ajudar estudantes brasileiros que desejam fazer faculdade nos Estados Unidos. O evento, gratuito, está marcado para as 19 horas na
EspalhaFato, com assuntos relativos à convivência na escola. As pautas das revistas escolares normalmente são definidas em reuniões com a diretoria da instituição – em alguns colégios, também há a participação dos pais e dos alunos na definição dos conteúdos. OColégio Humboldt, que ébilíngue, conta com pais de alunos no conselho editorial da revistas trimestral Planet Humboldt – a publicação é feita em alemão e emlínguaportuguesa.Paraoprofessor universitário Gildo dos Santos Filho, de 60 anos, membro do conselho, existem assuntos que só as revistas escolares conseguem levar aos pais. “Tem coisa que acontece dentro da es-
cola que a gente só descobre nas páginas dessas publicações.” Os assuntos mais comuns das publicações, além do cotidiano da escola, são os eventos culturais, entrevistas com ex-alunos e reportagens que tratam de educação e carreira – inclusive abordandoprofissionaisbem-sucedidos e ex-alunos. A revista Labora, do Colégio Santo Américo, tem seções dedicadas a esses assuntoseatemascomoresponsabilidadesocial,vestibulareseformação continuada. As escolas também abrem espaço para relatos dos alunos, em textos autorais. “Os pais gostam de ler artigos dos filhos”, conta FátimaTrindade,diretoraadjunta do Pio XII.
na em relação ao futuro acadêmico. Muitos param por aí. Acho muito importante ampliar a visão deles”, afirmou Natany A pró-reitoria de graduação da de Souza Gomes, uma das voUniversidade de São Paulo luntárias desta edição do progra(USP) lançou a terceira ma. As visitas vão ocoredição do Programa rer durante todo este Embaixadores, que mês. O projeto foi tem como objetivo idealizado após a ALUNOS DA USP estimular que aluconstatação de que nos da rede pública SÃO VOLUNTÁRIOS muitos estudantes ESTE ANO NO prestem a Fuvest, o nem sequer prestaPROJETO vestibular da instivam a Fuvest. tuição. Pelo projeto, HISTÓRIA alunos da USP oriundos da rede pública voltam à esOlimpíada recebe cola onde estudaram para troinscrições até quarta car ideias com os alunos hoje As inscrições para a 2.ª Olimpíano ensino médio. “Estudando da Nacional em História do Braem escola pública, o aluno tem sil (ONHB), da Unicamp, pouma perspectiva muito pequeINCLUSÃO
‘Embaixadores’ da USP visitam escolas públicas
2.528
Universidade. Ponto central do câmpus, em Cambridge, EUA Fundação Rotary (Av. Higienópolis 996, 3.º andar). Pautz também dará palestras no Rio de Ja-
neiro, no dia 12, e em Curitiba, dia 16. Mais informações pelo site drclas.harvard.edu/brazil.
do Costa, é a forma de ingresso nas universidades. Ele contaquenão há mais tempopara queissosejaalterado antesdo próximo processo seletivo, mas conta que o uso do Exame Nacional do Ensino Médio(Enem)éumapossibilidade. “Os editais do próximo vestibular já devem estar sendo publicados. Mas todos usam o Enem de alguma maneira”, lembra. Embora ainda embrionário, o projeto já alimenta expectativas entre os alunos das federais envolvidas. Estudante do curso de Filosofia da Ufop, Jorge Freitas avalia que a iniciativa pode ser vantajosa para os universitários, que terão maior oferta de disciplinas á disposição. “Isso (a união) aumenta muito a possibilidade de crescimentodosalunos.Sóvaiajudar na formação dos estudantes, porque a estrutura tende a melhorar”, acredita.
As escolas admitem que as revistas também servem como estratégia de marketing, já que, como a circulação é livre, é fácil um exemplar cair nasmãosdealgumpaiinteressado em matricular o filho. “A revista é uma extensão do colégio. Ela estreita os laçosdainstituiçãocomacomunidade. E funciona como um material palpável que mostra a seriedade do nosso trabalho”, afirma Flávia Gouvêa, do departamento de comunicaçãodoColégioVértice.ArevistaVérticesésemestralesurgiu em 2008. Segundo a escola, os professores costumam colaborar com a produção dos exemplares. O periódico já publicou entrevistas exclusivas com personalidades como Amyr Klink, Cesar Cielo e José Mindlin.
dem ser feitas até quarta-feira, no site mc.unicamp.br. A competição vai de 19 de agosto a 24 de outubro e tem cinco fases online e uma presencial. Podem participar estudantes matriculados no ensino médio, 8.˚ e 9.˚ anos do ensino fundamental, e professores de história de todo o País. A taxa é de R$ 15 para equipes de escolas públicas e R$ 35, de particulares. ● Bolsa universidade
Programa dá bolsa a universitários para atuar em escolas da rede estadual de SP nos fins de semana. Inscrição em escoladafamilia.fde.sp.gov.br
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Projetos do pré-sal
Finanças pessoais
Processo lento
Indústria diz que não consegue fornecer para a Petrobrás
80% dos clientes de bancos não conhecem normas sobre tarifas
Banco Santos, que foi de Edemar Cid Ferreira, começa a pagar os credores seis anos depois
Pág.B4
Págs.B6 a B8
Pág.B10
Economia estadão.com.br
& NEGÓCIOS
EVELSON DE FREITAS/AE
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Atraso em obra encarece conta em R$1bi Energia elétrica poderia custar menos se as termoelétricas que abastecem o Norte do País já estivessem operando com gás natural Renée Pereira
O consumidor brasileiro poderia economizar R$ 1 bilhão na conta de luz se as termoelétricas que abastecem o Norte do País já estivessem operando com o gás natural do Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, inaugurado em novembro de 2009. Além do atraso no cronograma de conversão de algumas usinas (de óleo diesel para gás), a rede de distribuição do combustível não está pronta. ARegiãoNortepertenceaosistemaisoladoenãotemintercâmbio de energia com o resto do País. Apesar disso, qualquer mudança na política energética da região afeta o Brasil inteiro. Hoje, todos os consumidores pagam um valor a mais em sua conta de luz para subsidiar o sistema isolado. Na região, a energia que abastece residências, indústrias e comércio vem de térmicas movidas a óleo combustível ou diesel. Sem a ajuda do resto do País, os cidadãos do Norte não conseguiriam arcar com o custo elevado da energia. Em 2009, a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) paga pelos brasileiros somou R$ 2,4 bilhões. Neste ano, chegará a R$ 4,7 bilhões, por causadeumamudançafeitanalegislação, que inclui, além do combustível, a manutenção da usina. OGasodutoUrucu-Coari-Manaus, construído pela Petrobrás, pode ser a grande alternativa da regiãopara selivrar doscombustíveiscarosepoluentese,aomesmo tempo, diminuir o peso do subsídio na conta de energia elétrica. Mas, por enquanto, o empreendimento, de R$ 4,5 bilhões, está à espera de seus principais consumidores: as termoelétricas de Manaus. OassessoremenergiadaAssociação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Fernando Umbria, tem acompanhado de perto a questão das térmicas do Norte. Segundoele,asusinas comocronograma atrasado pertencem à Amazonas Energia, do Grupo Eletrobrás. São três unidades, com capacidade para mais de 500MW:AparecidaBlocoI, Aparecida Bloco II e Mauá Bloco III. O cronograma previa entrada emoperaçãoentrefevereiroeeste mês, conforme Plano de Operação2010 daEletrobrás.A Amazonas Energia afirma que os serviços de adequação para operação dessas usinas com gás natural estão contratados e em andamento. A conclusão deve ocorrer no último trimestre deste ano. Apesar disso, ela nega que o cronograma esteja atrasado. Segundo cálculos de Umbria, é a conversão das térmicas da Eletrobrás que vão representar maioreconomia. Isso porque essas unidades usam um tipo de óleo mais nobre, que custa mais caro. Se entrassem em operação agora, a economia para o consumidor seria de R$ 300 milhões. As demais usinas que atendem Manauspertencem aprodutores independentes, algumas com participação da Petrobrás. Nesse caso, o cronograma está em dia, mas a rede de distribuição de gás não está concluída porque problemas afetaram as obras. Petrobrás quer operar com gás a partir de 30 de setembro
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Receita para derrubar juros e crescer ✽ ●
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
N
ão sou candidato a nada, mas seguem aqui algumaspropostas parao próximo governo. Vão degraça,mesmoporqueéduvidoso que algum candidato ou candidata tope pagar por elas. O objetivo é promover uma segunda onda de reformas e uma nova onda de investimentos em infraestrutura e serviços públicos para dar conta do crescimento do País. Nãotemaquinenhumaideianovanem“soluçãoàbrasileira”.Étudo cópia do que deu certo em outrospaíses,emsituaçãosemelhante à nossa. Lá vai: 1. O presidente da República, comaforçadosvotosrecentes,enviaaoCongressoNacional,noseu primeirodia,oprojetodeleigarantindoa autonomia formal do Banco Central (BC). (Veja no pé deste artigo um exemplo de BC independente.) Livre de injunções político-partidárias,oBCestaráemcondiçõesinéditasparasefixarnoseu objetivo: manter ainflação nameta, com o máximo de crescimento
econômico.Independenteporforça de lei, e não por concessão do presidente, que pode retirá-la a qualquermomento,oBCnãoprecisará provar a todo instante que ageestritamentecombasenosdados econômicos. Todo o debate que se trava hoje em torno da última decisãodo BC – se foipolíticoeleitoraloutécnica–simplesmente não existiria. Com isso, como foiprovadoemoutrospaíses,ataxa básica de juros fixada pelo BC pode ser alguns pontos mais baixa. Bancos centrais não autônomos precisam ser mais conservadores. Com a aprovação da autonomialegal,deve-sepromover,ao mesmotempo,umareduçãoescalonada da meta de inflação, dos atuais 4,5% para 2,5% ao ano. 2.Nomesmoprimeirodia,opresidente envia ao Congresso um projetodeleidefinindoumaredução dosgastospúblicos pelos próximos oito anos. Não será preciso sairporaídemitindofuncionários efechandorepartições.Bastaráestabelecer a regra pela qual o gasto do governo federal crescerá sempreabaixodaexpansãodoPIB.Assim, se o PIB cresce 5%, o gasto público só pode aumentar em 2%. Aocabodealgunsanos,diminuirá o peso do Estado na economia, o
que permitirá reduzir a carga de impostos. Também levará a uma redução do endividamento público, para o que se deve estabelecer uma meta. Por exemplo, reduzir a dívida bruta dos atuais 60% do PIB para 40% em tantos anos. Podeapostar.AsimplesaprovaçãodessasmedidaspeloCongressoderrubarádemaneiraespetacular a taxa real de juros. Em pouco tempo, na medida em que os novosprogramascomecem aser implantados,os jurosbrasileiroscairão paras os níveis internacionais. Em vez da taxa básica nominal de 10,75%, poderemos ter algo na casados3%a4%aoano,emcircunstâncias normais de crescimento. A taxa de juros mais baixa, em ambiente de inflação também muito baixa e previsível, levará a um aumento extraordinário do crédito e elevação substancial do poder de compra das famílias. Logo,seráprecisoqueessemovimento macroeconômico seja apoiado por uma onda de investimentos de modo a aumentar a produção e desenvolver a infraestrutura. Por exemplo, milhões de pessoas poderão viajar de avião, para o que será preciso construir mais aeroportos e malhas viárias de apoio. Paradetonaressaondadeinves-
timentos não haverá alternativa senão um amplo programa de privatizações. É uma questão de dinheiro. Reparem: o governo federaldestinouR$6bilhõesparaaInfraero reformar os aeroportos. Não dá para nada. São Paulo, por exemplo,precisadeumnovoaeroporto metropolitano – e só isso já exigiria mais que os R$ 6 bilhões. Assim, a alternativa é simples: ou os aeroportos são construídos e operados pela iniciativa privada,
O objetivo é promover uma segunda onda de reformas e uma nova onda de investimentos soboregimedeconcessão,ousimplesmente não haverá aeroportos suficientes. Isso vale para portos, rodovias, ferrovias e para energia elétrica e telecomunicações. Reparem:semaexpansãodainfraestrutura, os preços dos serviços continuarão elevados. Com portos insuficientes, cai a concorrênciae oexportador e o importadorpagammaispelacirculaçãode suasmercadorias.Issoretiracompetitividadedasexportaçõeseaumenta preços internos. Com mais aeroportos, as com-
panhias poderão oferecer mais voos,comaumentodaconcorrência e queda de preços – como já aconteceu e acontece em tantos países. O Brasil é caro por falta de eficiência e de produção. Além disso, será necessária uma onda de microrreformas, de modo a facilitar a vida de quem querabrirumaempresaefazernegócios legalmente. Trata-se de derrubar a burocracia e também a carga tributária. Não faz sentido cobrar impostos pesados sobre o salário. Não faz sentido que o empreendedor pague um caminhão de impostos antes de faturar um únicocentavo. O custo de instalar uma fábrica sobe mais de 30% só por conta de impostos. Paracompletarobolo,boasmudanças no setor público, para melhoraraprestaçãodosserviços.Será preciso aumentar de maneira expressiva os salários de médicos, enfermeiros, professores e policiais, mas só desses e só daqueles queestiveremefetivamentetrabalhando diretamente com o público. Professor na sala de aula tem de ganhar mais que assessor em Brasília. E, então, cobrar eficiência, medida com metas. Hámuitosoutrosprojetosparalelos, mas o essencial está aí. De
todomodo,é,digamos,umprograma aberto. Aceitam-se sugestões. BC independente. Há um bem
aquiaolado,noChile.AConstituição define as funções do banco – garantir a estabilidade monetária – e assegura sua autonomia técnica.Adiretoriaéformadaporcinco membros, cada um com mandato de dez anos. Os diretores são designadospelopresidentedaRepública, com aprovação do Senado. Detalhe crucial: os mandatos dos diretores não coincidem. Vence umacadadoisanos.Comoomandato de presidente da República é de quatro anos, sem reeleição, estenomeiasódoisdiretoresdoBC. Os diretores podem ser demitidos? Sim, mas apenas mediante acusação e consequente processo na Corte de Apelações de Santiago, com motivos determinados. OBCdoChileédosmaiseficientes do mundo. Na última reunião (julho), elevou a taxa básica de juros para 1,5% ao ano, com a inflação correndo no ritmo anual de 1,2%. A meta é de 3%. ✽ JORNALISTA. E-MAIL: SARDENBERG@ CBN.COM.BR / CARLOS.SARDENBERG@ TVGLOBO.COM.BR
Humor S.A.
Copa na TV, apesar de tantos impostos
Momento decisivo e volta ao passado
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RAUL VELLOSO
V
indo do Peru, fiquei impressionadocomabeleza das ruínas de Machu Picchu e com a constatação de que os impostos cobrados pelo império Inca alcançavam apenas dois meses de trabalhode seus súditos. O guia anunciouesse fato constrangido, mas o tranquilizei lembrando que, aqui, a carga tributária alcança dequatroacincomeses detrabalho dos brasileiros. Outra informação relevante é que a carga peruana, segundo dados recentes, é de fato metade da brasileira. Só que, enquanto, por lá, o asfaltoem Lima é deótima qualidade, não há lixo nas ruas, as calçadas são lisas e, mais surpreendentemente ainda, os aeroportos, sob concessão privada, funcionam muito bem, as nossas portasde acessoestão umverdadeiro caos. Issomostraqueocasobrasileiro, de carga muito alta e serviços públicos precários, precisa ser urgentemente repensado. Temo que este tema não seja suficientementediscutidonos debates eleitorais, a exemplo do que se tem visto na mídia até o momento da redação deste artigo. Sabe-se que os “conquistadores peninsulares”, no dizer do guia, destroçaram a nação Inca para saquear o ouro e a prata que lá existiam. Mas não chegaram a Machu Picchu, descoberta somente em 1911 por um professor da Universidade Yale, nos Estados Unidos – onde, aliás, também estudei e pude ver peças valiosas em exibição no Peabody Museum, de New Haven, CT. O ouro e a prata do Brasil de hoje são exatamente a altíssima capacidade de pagar impostos, a cuja cobrança a sociedade vem, contudo, demonstrando cada vezmaior repúdio (vejam aspesquisas do Instituto Análise, de Alberto Almeida). Devido ao alto peso dos impostos indiretos
(PIS, Cofins, IPI, ICMS, etc.), a carga brasileira incide mais sobre os mais pobres, que enfrentam – no mesmo pé que os mais ricos, mas com renda bem mais baixa – os impostos já embutidos nos preços dos produtos. Do final dos anos 60 até o início dos anos 90, a carga tributária global do Brasil oscilava ao redor de 25% do PIB. Desde o real, vem subindo sistematicamente até atingir cerca de 35% do PIB no ano passado, ou seja, nesse curto espaço terá aumentado dez pontos de porcentagem do PIB, o que equivale a R$ 320 bilhões por ano. O que explica fundamentalmente a alta carga do Brasil é a intensa caça aos subsídios governamentais, que vem de todososlados.Seolharmos ascontas públicas em todas as suas ramificações com uma boa lupa, detectaremos altos subsídios na conta de juros líquidos, apurada mensalmente pelo Banco
Temo que a combalida infraestrutura do Brasil possa trazer surpresas desagradáveis em 2014 Central, onde pontificam os novos subsídios dos empréstimos do BNDES e a brutal acumulação de reservas internacionais, ambos financiados com títulos públicos. Há, obviamente, o Orçamento convencional, e também o dos demais entes em que osetor públicotemforteparticipação financeira ou decisória (como no caso dos fundos de pensão ligados a empresas estatais). Por trás de tudo está a açãodemuitos“cupinsda República”, na expressão do professor Isaías Coelho, da FGV-SP. Os cupins seriam benignos, se houvesse um plano de ação prévio discutido com a sociedade, em que, inclusive, se provasse que a intervenção estatal tem sólidas razões para existir. Nadadisso há,e o pior é que a qualidade de muitos dos gastos que são feitos nas administrações públicas é altamente discutível.
No gasto de pessoal, os salários dos servidores têm crescido bem acima dos de carreiras equivalentes no setor privado. Há servidores em quantidade bemacimadasnecessidades.Esses mesmos servidores prestam serviços em educação e saúde, dequalidadeabaixodamédiainternacional. O ensino universitário público gratuito é um tabu queprecisaser efetivamenteenfrentado. A despesa previdenciária é quatro vezes mais alta doqueadepaísescomcoeficientesdeidosos parecidos.A despesa assistencial não está focada nos efetivamente mais pobres. Em essência, o Brasil gasta muito e gasta mal. A sociedade não sabe quanto se gasta direito, por quê, para quê (que resultados se pretendem atingir? Estão sendo atingidos?) e quem, de fato, está pagando a conta. Isso não é culpa de nenhum governo em particular: é de todos os governos. O pior é que, quanto mais alto o gasto – especialmente o gasto corrente – e, portanto, maior a carga tributária, menor o espaço para os investimentos públicoseprivados,e,porconsequência, menor a taxa de crescimento da economia. Falta investimento público em infraestrutura e em outras áreas onde ele é imprescindível, e falta investimento privado em geral. Dizer que a economia vai crescer a taxas próximas das chinesas é um acinte. Constaquemilharesdeperuanos (além dos próprios brasileiros espalhados nos quatro cantos do nosso gigantesco país e dos fanáticos por futebol de várias outras regiões) estãose preparando para invadir o Brasil na Copa de 2014. Temo, contudo, que nossa provável incapacidade de recuperar em tempo a combalida infraestrutura de transportes e hoteleira traga surpresas desagradáveis, caso em que a saída será mesmo ver os jogos pela TV... ✽ CONSULTOR ECONÔMICO
MARCELO DE PAIVA ABREU
C
omobenefício da visão retrospectivanãoédifícil detectar momentos decisivos na história econômica brasileira. Para citar alguns mais recentes: a Grande Depressão de 1928-1932; o fim da 2.ªGuerra Mundial; a estagnação combinada à aceleração inflacionáriadoiníciodadécadade1960; o primeiro choque do petróleo e as respostas equivocadas das autoridades brasileiras; o segundo choque do petróleo e o início da longaestagnaçãocominflaçãoaltaem1980;eosucessodaestabilização com o Plano Real em 1993-1994. A economia brasileira começou a viver, talvez a partir de 2004, outro momento decisivo, com aceleração do crescimento, ainda que modesto, política macroeconômicaprudenteesustentada, sucesso continuado na reduçãodasdistorçõesredistributivas e perspectivas de crescimento ainda mais rápido com as descobertas do pré-sal. A recessão de 2008-2009 ofuscou temporariamente essas novas perspectivas, embora o melhor desempenho da economia brasileira em comparação com o quadro mundial já refletisse a nova realidade. Desenvolvimentos recentes, estimulados pelo ciclo eleitoral, têm contribuído para complicar o quadro. Tendem a comprometerummomentodecisivoqueparecia ser o início de um longo período de crescimento rápido e sustentado com maior equidade distributiva.Ogovernotemmostrado disposição em aumentar o nível de dispêndio muito além do que poderia ser recomendávelcombaseemargumentoscontracíclicos. Paralelamente, ganhamforçaideiasepolíticasrelativasao papel doEstado eao protecionismoquedeixaramdefuncionarao finalda décadade 1970. Odiscursodacandidatagovernista quanto ao papel do Estado
indutoreàproteçãocontraaconcorrência das importações revela ideias não muito diferentes das ventiladas por Roberto Simonsen,emmeioaumoutromomento decisivo da história econômica brasileira, em seu debate comEugênioGudin,háquasesetedécadas. Em meio à percepção de que se aproximava o fim da 2.ª Guerra Mundial, houve debate acirrado sobre a melhor estratégia econômica para o País. Roberto Simonsen, alto dirigente da Fiesp, defendeu a posição de que deveria ser preservada a função indutora do Estado naeconomia,inclusivenaprodução de bens e serviços. Além disso, dadas as dificuldades competitivas da indústria, deveriam ser preservadasaspolíticasprotecionistas herdadas do passado. EugênioGudin,seuopositor,profissional com ligações com empresas estrangeiras provedoras de serviçospúblicos,defendeuposições contrárias: redução do pa-
Será que aprendemos tão pouco sobre a economia brasileira nos últimos 70 anos? pel do Estado e da proteção à indústria ineficiente. Gudin era melhor economista e venceu o pobre debate técnico, afinal sabia a diferença entre valor da produção e valor adicionado. Mas foi a visão estratégica de Simonsenqueprevaleceunolongo prazo: até o início da década de 1990 a presença significativa do Estado na economia e a alta proteção do mercado doméstico foram dois pilares da estratégia econômica brasileira. Mas esta se esgotou já na década de 1970. Um assunto que não ocupou posiçãodedestaquenodebateSimonsen-Gudin teria importância crucial. A inflação brasileira durante a guerra acelerou até os 20%anuais.Após1945,aincapacidadedereduzirainflação,combinadaàleidausura,impediuqueo governo se financiasse e levou à adoçãodepolíticasmacroeconômicas insustentáveis. No final
dos anos 50, começo da década de 1960, as receitas do governo mal pagavam a metade de seus gastos. Enquanto a economia crescia,asituaçãopareciasustentável, mas a combinação de quedadoníveldeatividadecominflação alta e efervescência política abriu caminho para o golpe de 1964. A candidata governista defende o aumento do peso do Estado naeconomia.Issoincluiaprodução de bens e serviços, a exploração do poder de compra estatal como instrumento de proteção e o financiamento indiscriminado deempresasviapolíticadealeitamento do BNDES. Com os ajustes cabíveis, é a reedição do programa de Simonsen em 1944, sem preocupação de aprender com os erros. Há espaço para ação do Estado: assegurar a segurança pública, tornar expedita a provisão de justiça, adotar política externa coerente e responsável, educar a população, formar mão de obra especializada,regulareficazmenteas atividadeseconômicas, corrigir distorções de mercado por meio de subsídios com vigência programada, adotar política de eficazestímuloàinovação.Maso ativismo da candidata a impele a adotarposiçãoextremadaeequivocada sobre o tema. E a política macroeconômica? Do lado monetário há o recente compromisso da candidata, não totalmenteconvincente,emrelação ao papel do Banco Central. Doladofiscal,aimplícitaaprovação da acomodação de gastos crescentes pormeio doaumento da carga fiscal. Nada sobre controle de gastos, embora os limites para a expansão da carga fiscal sejam óbvios. Seria desejável que seus opositores se posicionassem quanto à definição da estratégia econômica. Pelo menos para estimular a candidata a rever seu dogmatismo. ✽ DOUTOR EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE, É PROFESSOR TITULAR NO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA PUC-RIO
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Economia B3 CELSO JUNIOR/AE–25/8/2008
Petrobrás quer operar com gás a partir de setembro Hoje todas as unidades com participação da empresa estão em processo de conversão, diz Graça Foster, diretora da estatal Renée Pereira
A Petrobrás, acionista de três usinas termoelétricas, acredita que seja possível começar a operar com gás natural até 30 de setembro, se a rede estiver disponível. Segundo a diretora de Gás e Energia da estatal, Graça Foster, atualmente todas as unidades com participação da empresa estão em processo de conversão e dentro do prazo do contrato de suprimento de energia feito com a Amazonas Energia. Isso, se nenhum imprevisto ocorrer nas próximas semanas. OassessoremenergiadaAssociação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Fernando Umbria, destaca que o gasoduto da Petrobráscomeçou aserdiscutido há alguns anos para resolver a dependência de Manaus pelas térmicas a óleo. Hoje o consumo de combustível das unidades que abastecem a capital e região representam cercade50%daContadeConsumo de Combustíveis (CCC). “É o maior centro consumidor de todo sistema isolado”, afirma o assessor. Na avaliação do assessor da Abrace, como a obra do gasodu-
PARA ENTENDER A Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) foi criada em 1973 para subsidiar o combustível consumido na geração térmica das concessionárias de energia. Com o passar dos anos, os recursos arrecadados foram direcionados ao sistema isolado do Norte do Brasil. Hoje, consumidores de todo o País subsidiam a energia mais cara entregue aos consumidores do Norte, região onde as longas distâncias e a baixa densidade populacional tornam os custos de transporte da energia altos. Daí a necessidade de construção de usinas térmicas próximas aos locais de consumo. to foi iniciada em 2006, os agentes poderiam ter planejado melhor a entrada em operação das usinas e da rede de distribuição bemantes,sematrasosecom benefícios para toda a população. “Faltou harmonizar todas as ideias e unir todos os elos do setor. Se tivessem feito tudo ao mesmo tempo, os testes já teriam sido feitos e as unidades es-
tariam em operação”, diz ele. A Cigás, distribuidora da região, afirma que o projeto foi paralisado por causa de divergênciacoma construtora. Masoutra empresa foi contratada e as obras retomadas. Agoraonovo cronogramaprevêentradaem operaçãoaindaeste mês. No total, serão 43 quilômetros de dutos que vão levar o gás natural do citigate até às térmicas. Transmissão. Ele lembra que outra alternativa que deverá diminuir a necessidade de subsídio da região é o projeto de construção da linha de transmissão Tucuruí-Macapá-Manaus,queligará Manaus ao Sistema Interligado Nacional. Ou seja, a região terá acesso a uma energia mais barata. O linhão, com capacidade de transmissão de 2,5 mil megawatts (MW) e 1,6 mil km de extensão, já teve algumas obras iniciadas. Mas alguns trechos, que estão em áreas mais sensíveis, têm maior dificuldade para conseguir a licença ambiental. Segundo técnicos, essas áreas pedem grande quantidade de estudos e exigem mais tempo para elaboração dos relatórios. A previsão inicial era que essa linha, prevista no Programa de
Canal. Gasoduto Urucu-Coari-Manaus da Petrobrás foi inaugurado em novembro de 2009 Aceleração do Crescimento (PAC), estivesse pronta até dezembro de 2011. Mas esse prazo jáfoidescartado.Agoratrabalhase com um cronograma entre 2012 e 2013. A obra custará mais de R$ 2,3 bilhões. Fim do subsídio. Com todas essas iniciativas, a tendência natural seria a conta da CCC, paga
por todos os brasileiros, desaparecer. Foi o que revelou recentemente o secretário de Planejamentoe DesenvolvimentoEnergético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho. “Dentro de dois a três anos, a CCC será praticamente eliminada”, afirmou ele. Na prática, no entanto, essa conta cada dia cresce mais. Com
a mudança na legislação, a CCC dobrou de valor de 2009 para 2010. Além disso, nunca se sabe se o governo brasileiro vai ou não eliminar essa fonte de renda. No setor elétrico, em outras ocasiões, os encargos, com data para ser extinto, sempre acabam sendo prorrogados por mais algum tempo.
Artigo
Segurado e objeto segurado Termos não são iguais, embora estejam ligados pelo dispositivo legal de que só se contrata uma apólice se tiver interesse direto no objeto do seguro ✽ ●
ANTONIO PENTEADO MENDONÇA
M
uito embora o segurado e o objeto segurado possam se confundir, eles não são a mesma coisa. Pelo contrário, são diferentes, ainda que diretamente ligados pela determinação legal de que alguém só pode contratar uma apólice se tiver interesse direto no objeto do seguro. De acordo com o “Dicionário de Seguros”,deAlexandreDel Fiori,editado pela antiga Editora Manuais Técnicos de Seguros, atual Editora
Roncarati, “segurado é a pessoa física ou jurídica em nome de quem é emitida a apólice ou sobre quem deverá recair o risco”, ao passo que objeto segurado é “o bem ou bens do segurado propostos para seguro”. Apesardetécnicas,asdefiniçõesmostram a diferença entre os dois conceitos.De formabastanteobjetivaesimplificada, segurado é o titular da indenização em caso da ocorrência do sinistro. Ao passo que o objeto segurado é o bem ou obrigação que pode sofrer o sinistro. Existem situações em que se pode dizer que o segurado é também o objeto segurado. Por exemplo, no seguro de invalidez permanente por acidente o que se segura é a redução da capacidade de movimento do segurado, então, na medida em que o seguro cobre dano ao corpo do segurado, o segurado e o objeto segurado se confundem. É o dano ao corpo do segurado que gera a indenizaçãoque deveserpaga aoprópriosegurado. DIFERENÇAS. Mas essa situação não é a regra. Na imensa maioria dos seguros
o segurado e o objeto segurado são coisas distintas, que precisam ser tratadas levando em conta suas características, desde a contratação do seguro até o final da vigência da apólice. É assim que, no seguro de incêndio de um edifício, o objeto segurado é o imóvel, ao passo que o segurado é o proprietário, ou quem detém a posse do bem, que é o titular do direito de receber a indenização. E a mesma regra vale para o seguro de veículos. Com uma agravante: o chamado seguro de veículos em verdade são três seguros distintos comercializados num único pacote, o que faz com que, aindaqueoseguradosejaomesmo,existam diferentes objetos segurados. O primeiro é o próprio veículo. O segundo é a responsabilidade civil do proprietário do veículo. E o terceiro são os danos corporais sofridos pelo motorista ou pelos passageiros causados pelo uso e existência do veículo. É por isso que a contratação do seguro de automóveis implica dois movimentos claros e distintos da seguradora. O primeiro é a análise do segurado e
a forma como ele utiliza o bem. Isso é feito com base nas informações constantes do perfil do segurado, que deve, na maioria das vezes, ser preenchido de próprio punho pelo proprietário ou por quem tem a posse legal do veículo. O segundo é a verificação do estado em que se encontra o bem. Isto é feito através da vistoria prévia do veículo, que é substituída pela nota fiscal de compra no caso dos carros zero quilômetros. Quer dizer, no seguro do bem, ou seja, do próprio veículo, a separação entre o segurado e o objeto segurado é nítida. Situação que já não se verifica na cobertura de responsabilidade civil, conhecida no seguro de automóveis como danos a terceiros. A garantia de responsabilidadecivil éum seguro dereembolso, pelo qual o segurado é ressarcido pela seguradora em função de indenizações pagasporele pordanosdesuaresponsabilidade causados a terceiros. Neste caso, o segurado e o objeto segurado se confundem, uma vez que é a ação ou omissão do segurado que gera a indenização.
Finalmente, no seguro de acidentes pessoais de passageiros temos uma terceira situação. O segurado é o proprietário do veículo. O objeto segurado é o dano corporal do motorista ou passageiro. E o beneficiário da indenização é a vítima, ou seja, quem sofre o dano. Assim, no seguro de veículos o segurado é sempre quem contrata o seguro, ao passo que o bem é uma das hipóteses possíveis de serem seguradas. É por isso que o segurado pode substituir o veículo quantas vezes quiser. E não é por outra razão que os bônus são dele. Se o seguro fosse do veículo, como é o caso do DPVAT, isso seria impossível. ✽ É ADVOGADO, SÓCIO DE PENTEADO MENDONÇA ADVOCACIA, PROFESSOR DA FIA-FEA/USP E DO PEC DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS E COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO. E-MAIL: ADVOCACIA@PENTEADOMENDONCA.COM.BR
Do rock ao pop. Do eletrônico ao jazz. C2+música: todos os gêneros em um só caderno.
Todo sábado no Estadão.
B4 Economia %HermesFileInfo:B-4:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Indústria quer fornecer mais ao pré-sal Empresários alegam dificuldades para negociar com a Petrobrás e defendem mudanças na regra de conteúdo local para os projetos Lu Aiko Otta Renato Andrade/BRASÍLIA
A indústria nacional quer aumentar sua presença na lista de fornecedores da Petrobrás, mas tem encontrado dificuldades para entrar no seleto grupo de parceiros da operadora única do pré-sal. O governo reconhece as dificuldades e trabalha para transformar a descoberta numa oportunidade para desenvolver, no Brasil, tecnologia de ponta para equipamentos para o setor. Uma das formas de garantir maior participação das empresaslocaisnopré-salseráaexigência do uso de material produzido no Brasil nos projetos. A norma ainda não está fixada, mas pelas avaliações das reuniões já realizadas,admite-seque, paratrabalhar no pré-sal, as empresas terão de utilizar 75% de materiais “made in Brazil”. Representantes das indústrias de eletroeletrônicos e de máquinas, entretanto, já foram aoMinistério deMinas eEnergia reclamar que suas associadas têm dificuldade em vender para a Petrobrás, apesar das regras de conteúdo local. Mesmo empresas estrangeiras que se associaram a firmas locais para aproveitaras exigênciasde conteúdona● Dificuldades
MARCO ANTÔNIO MARTINS ALMEIDA SECRETÁRIO DO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
“Tenho reclamações de empresas que vieram para cá e não conseguem vender”
HUMBERTO BARBATO PRESIDENTE DA ABINEE
“Os estaleiros chegam aos 65% de conteúdo local com o aço e mão de obra e o resto acabam importando”
Preocupação. Mas a forma como a regra do conteúdo local tem sido cumprida atualmente tem gerado mais preocupação do que entusiasmo. Em segmentos como o da construção naval, asempresascontratadaspelaPetrobrás para tocar um projeto acabam cumprindo a exigência atual – de incluir 65% de conteúdo local – apenas contabilizando pessoal e aço utilizado. “Os estaleiros chegam aos 65% de conteúdo local se abastecendo de aço e mão de obra e o resto acabam importando”, explica o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. O gerente regional da Abinee no Rio de Janeiro, Paulo SérgioGalvão,dizqueoscomponentes eletrônicos representam cerca de 4% do preço do navio. Por isso, os armadores não se preocupam em comprar esses produtos no mercado interno, pois eles teriam pouco peso na composição do conteúdo local.
Finep tem R$ 130 mi para desenvolver novas tecnologias Empresas do setor de petróleo têm até esta semana para apresentar projetos e assegurar recursos BRASÍLIA
Até o fim desta semana, as empresas da indústria de petróleo deverão apresentar à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) suas propostas de inovação tecnológica e melhoria da quali-
ReWILTON JUNIOR/AE - 02/09/2008
cional encontram problemas. “Tenho reclamações de empresas que vieram para cá, se associaram e não conseguem vender. Isso é um ponto que vamos ter de trabalhar”, afirma o secretário de Petróleo, Gás Natural e CombustíveisRenováveisdoMinistério, Marco Antônio Martins Almeida. Na avaliação do governo, o grande volume de investimentos e equipamentos demandados para exploração do pré-sal vai dar à indústria local algo que elas não tiveram até agora: escala. Na incerteza sobre quanto venderiam, alguns setores da indústriapoucoinvestiramemtecnologia. “Isso é a grande mudançaqueopré-saltrouxe.Elecaracterizou que vou ter demanda continuada e com escala para todos os equipamentos, abrindo espaço para que a indústria possa investir em capacitação”, avalia Almeida
dade de produtos. A Finep liberou R$ 130 milhões para esse programa, criado apartirdodiagnósticodoPrograma de Mobilização da Indústria NacionaldoPetróleoeGásNatural (Prominp), que identificou os principais entraves ao desenvolvimento na cadeia produtiva nacional. Inelástico. O estudo do Pro-
minp propôs projetos de inovação que somam R$ 132 milhões para os seis setores considerados mais problemáticos entre os
Reserva de mercado. Petrobrás não consegue encontrar parceiros nacionais habilitados a suprir as demandas do pré-sal Empréstimo casado. O problema é agravado pelo fato de a Petrobrásestartomandoempréstimos no exterior para investir no pré-sal. Essas linhas de financiamento muitas vezes são vinculadas à compra de produtos no país que forneceu os recursos. É o caso dos US$ 10 bilhões que a estatal tomou da China no ano passado.
potenciais fornecedores da Petrobrás. As empresas se queixaramdoprazocurtoparaapresentar os projetos, mas o calendário não pode ser mudado, sob pena deosrecursos nãoseremdesembolsados até dezembro. Nesse caso, seria necessário negociar uma outra previsão orçamentária em 2011. O programa da Finep inovou porque deixou a cargo das empresas ainiciativa depropor pesquisas destinadas a melhorar os produtos. Normalmente, os recursos do Finep são repassados a universidades. No entanto, o estudo do Prominp constatou que as pesquisas em andamento no País têmpoucarelaçãocomanecessidadedas empresas. Daí aideiade inverter o processo. AFineptambémdeixoudeexigir das empresas uma contrapartida em dinheiro para liberar os
Quando o fornecedor é micro ou pequena empresa, os entraves são ainda maiores. Um empresário que não quis se identificar disse que elas não conseguem se cadastrar para serem fornecedoras da Petrobrás porque, para isso, ela não pode estar inadimplente com a Receita Federal, o INSS e outros órgãos de governo. É uma exigência difícil
● Investimento
R$ 300
milhões é o quanto a Petrobrás destina por ano para a área de desenvolvimento e pesquisa de gás e óleo
recursos.Agora,essacontrapartida pode ser paga de outra forma como, por exemplo, horas trabalhadas dos pesquisadores. Além da Finep, o setor de petróleo tem outras fontes de recursos, segundo informou o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida. Uma parte dos royalties recolhidos ao Tesouro Nacional na exploração do petróleo é re-
de ser cumprida. Fatiada. A proposta defendida pela Abinee e pela Associação Brasileirade MáquinaseEquipamentos (Abimaq) para melhorar o acesso do produto nacional à Petrobrás é exigir que a regra de conteúdo local seja aplicada paracadasegmento deumprojeto e não somente para o resulta-
passada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, que tem um fundo específico para pesquisas no setor de petróleo e gás. Empresas que produzem em campos altamente produtivos têm ainda a opção de utilizar até 0,5% da Participação Especial (PE)aser pagaao governo edirecioná-la à pesquisa e desenvolvimento. Só a Petrobrás aplica cerca de R$ 300 milhões por ano, disse o secretário. O dinheiro é gasto parte em pesquisa e parte no treinamento de profissionais. Gargalos. A indústria brasilei-
ra consegue produzir alguns materiais de boa qualidade para a exploração de petróleo. Outros, como grandes geradores, não são fabricados aqui e dificilmente o serão. Há, porém, um segmento de competitividade média que pode entrar no jogo do pré-sal. Hoje, eles são consi-
do final. Ou seja, que em vez de se considerar o preço do navio inteiro,anacionalização sejaexigida para a parte eletrônica, o aço, por exemplo. O governo ainda não sabe se irá acatar a sugestão. “Será que vale a pena a Petrobrás mudar essa forma de contratar? É uma coisa que estamos estudando”, reconhece Almeida.
derados “gargalos”. Com base no extenso trabalho conduzido pelo Prominp, o governo definiu uma agenda de ações para solucionar as principais dificuldades dos seis setores que podem, no médio prazo, atingir esse objetivo. Soluções. “O pré-sal não trouxe necessidade de desenvolvimento de tecnologia diferente. Ele se transformou numa grande oportunidade, principalmente pela escala que vai proporcionar, para que a gente desenvolva isso aqui dentro”, diz Almeida Alémde construçãonavaleconexões, fazem parte da lista feita pelo Prominp os segmentos de caldeiraria, válvulas, automação e fabricantes de umbilicais – mangueiras e fios elétricos que ligam os equipamentos no fundo do mar aos painéis de controle na superfície. /L.A.O. e R. A.
GERALD HERBERT/AP
Acidente da BP seria evitado no Brasil Métodos de fiscalização do País impediriam a ocorrência de acidentes como o do Golfo do México, diz governo BRASÍLIA
Pelo que se sabe até agora sobre o acidente com a plataforma da British Petroleum (BP) no Golfo do México, coisa semelhante não teria ocorrido no Brasil. A afirmação é do secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida. “As falhas que sabemos com certeza que aconteceram lá não deveriam acontecer aqui”, disse. “Temos procedimentos e métodos de fiscalização que permitiriamevitarque aquiloacontecesse.” Ele observou, porém, que boa parte do acidente ainda precisa ser investigado. O vazamento de óleo no golfo
do México começou no dia 20 de abril, quando uma plataforma da BP explodiu e a peça que deveria ter fechado o poço Macondo – chamada blowout preventer (BOP) – falhou. Na quarta-feira, a petrolífera anunciou que o poço está praticamente fechado. Atéo fim deste mês ela deve concluir a abertura de outro poço, que retirará a pressão da área do vazamento. Só quando Macondo estiver desativado é que será possível retirar o BOP do fundo domareentão apurarexatamente o que aconteceu. “Há uma diferença grande entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse Almeida. Aqui, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) estabelece as normas de segurança para a exploração de petróleo. Lá, esses procedimentos ficam a critério de cada empresa. Os BOPs utilizados no Brasil sãomais seguros doque o de Macondo, porque têm duas “gavetas”. Se uma delas falhar ao fechar o poço, como ocorreu nos
PARA LEMBRAR No fim de abril, uma plataforma da BP próxima da costa da Louisiana explodiu, matando 11 trabalhadores e provocando um enorme vazamento de óleo. Três meses e meio após o incidente, a BP diz ter contido o vazamento com a injeção de barro e concreto. Mesmo sob o risco de pagar indenizações pesadas, a BP disse na semana passada que quer voltar a explorar o poço.
EUA, a outra entrará em ação. A ANP exige também que os BOPs tenham dois comandos para fechar. Assim, se a plataforma (onde está um comando) explodir, será possível acionar o fechamentodeoutroponto,comoumaembarcação, por exemplo. “Também dá para fechar manualmente, mandamos um robô para lá e
ele fecha”, explicou o secretário. Há sete BOPs da mesma marca do equipamento que falhou em operação no Brasil. Por precaução,foram todos vistoriados. Os procedimentos do Brasil e da Noruega são citados pelos especialistas em todo o mundo como exemplos a serem seguidos. As medidas preventivas evoluíram aqui à custa de três acidentes:doisnaplataformadeEnchova (em 1984 e 1988) e um na P-36 (2001). Lições. O acidente da BP ainda
precisará ser estudado pelo Brasil para definir, em primeiro lugar, se é preciso mudar algum procedimento de segurança. E, em segundo lugar, para criar um plano de ação caso algo semelhante ocorra aqui. É o chamado Plano Nacional de Contingência. “A BP desenvolveu equipamentos para tentar fechar o poço que vamos ter de estudar”, disse Almeida. AlutadaBPparaconterovazamento levantou questionamen-
Eficaz. Sistema nacional impediria acidente como o dos EUA tossobre, por exemplo,a quantidade de espessantes (uma substância que, misturada ao petróleo, o faz afundar) disponível no Brasil. “Para aquele volume de vazamento,ninguémtemaquantidade necessária”, afirmou. O secretário revelou que parte das barreiras de contenção da mancha de óleo utilizadas no Golfo do México eram do Brasil. “Ficamos a descoberto”, admitiu.Mas,explicou, esse éoprocedimento utilizado no mundo inteiro: quando tem um acidente, todo mundo ajuda. Estocar no País todo o mate-
rial para combater um acidente como o dos EUA seria caro e desnecessário, disse ele. Apósogovernoamericanosuspender a exploração de petróleo no mar, começou uma especulaçãosobreaadoçãodamesmamedida pela Europa e outros países. “Não sei se é uma medida adequada”, comentou Almeida. “Produzimos em águas profundas há quantos anos? Marlin foi descoberto em 1986. Será que nesses 24 anos tudo o que fizemos estava tão arriscado que eu vou ter de parar tudo o que estava fazendo?” / L.A.O. e R.A.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Economia B5 CLAYTON DE SOUZA/AE–1/12/2009
Aéreas nacionais perdem espaço Empresas cresceram 43% em voos para o exterior. Estrangeiras aumentaram 76,9% Glauber Gonçalves / RIO
O crescimento vigoroso do setor aéreo no País tem estimulado o apetite das companhias estrangeiras pelo mercado brasileiro, aponta um levantamento feito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Das 58 novas rotas internacionais autorizadas este ano, apenas 11 foram alocadas para as companhias nacionais TAM e Gol. Enquanto as empresas brasileiras expandiram em43% suas operações para o exterior de 2003 para cá, as estrangeiras cresceram 76,9%. “As empresas nacionais têm perdido participação principalmente nas ligações de longo curso, como para os Estados Unidos e a Europa”, diz Elton Fernandes, professor da Coppe/ UFRJ e presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo (SBTA). “No início da década, existia um equilíbrio. As companhias brasileiras detinham cerca de 50% do mercado internacional, com liderança da Varig, antes do seu colapso”, explica o pesquisador. Oavançodasestrangeirasére-
flexodeuma políticade abertura do mercado adotada pela Anac nosúltimosanos,queincluiainstituição da liberdade tarifária e os acordos bilaterais, que permitem a operação de voos internacionais. O Brasil possui acordos com 78 países, dos quais 40 foram negociados a partir de 2008. O foco é a livre determinação, pelos países signatários, do número devoos e a escolha derotas e cidades de destino. Avanço. “Se você oferece mais
frequênciaseasempresas nacionaisnãotêmcondiçõesdeoperálas, as estrangeiras acabam ocupando esse espaço”, diz Fernandes. Para ele, a possibilidade de voarpara maiscidades potencializa o crescimento das empresas internacionais.Hoje,aportuguesa TAP tem voos partindo de oitocapitaisbrasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Natal, Recife,Rio de Janeiro,Salvador e São Paulo. Segundo a presidente da Anac, Solange Vieira, essa é uma forma de expandir a aviação internacional. “Hoje os aeroportosdeSãoPauloedoRiodeJaneiro estão relativamente saturados. A tendência, para que este
Movimento. Enquanto companhias aéreas estrangeiras ganham espaço, nacionais optam pela cautela e crescem menos mercado cresça, é a distribuição de voos para outros aeroportos. Há alguns anos, praticamente sóhaviavoos internacionais partindo dessas duas capitais”, diz. Exemplo disso é a American Airlines, que até 2008 voava apenas para Rio e São Paulo. Desde então, passou a ter voos para Belo Horizonte, Salvador e Recife. ● Avanço limitado
Das 58 novas rotas internacionais autorizadas este ano no mercado brasileiro, apenas 11 foram para a TAM e a Gol. No Brasil, a carga de impostos para empresas do setor é cerca de 35%, enquanto na Europa e nos EUA, é de 16% e 9%.
Alta dos investimentos explica ‘restos a pagar’, afirma Dilma ED FERREIRA/AE
Ex-ministra contesta reportagem do ‘Estado’ que mostrou aumento recorde da rubrica na virada de 2010 para 2011 Leandro Colon / BRASÍLIA
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou ontem queocrescimentodospagamentos pendentes no governo federal, de um ano para o outro, é fruto de investimentos feitos nos últimos anos. Reportagem publicada ontem pelo Estado mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixará a seu sucessor um saldo a pagar de R$ 90 bilhões, segundo estimativa da área técnica. Será um novo recorde, superando os R$ 72 bilhões de contas penduradas que passaram de 2009 para 2010. Os valores têm aumentado a cada ano do governo Lula. Em 2002, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deixou R$ 22,6 bilhões para o petista pagar. Ontem, em uma feira em Ceilândia (Distrito Federal), Dilma criticou a comparação. “Queremcomparar umgoverno regido pelo Fundo Monetário
Indignação. Dilma criticou comparação com governo anterior com um governo que está com o Paíscrescendoa7%”,disse.“Proporcionalmente, é mais emprego, política pública, mais saúde, melhoria nas condições da educação brasileira. Resto a pagar é investimento.”
Ela criticou ainda o governo anterior por, segundo Dilma, não investir. “Não se investia em 2002. O Brasil estava em crise em 2002. Que história é essa de comparar restos a pagar de 2002 com o Brasil sem taxa de investi-
- Havendo recolhimento da contribuições em mais de uma GPS, encaminhar cópias de todas as guias.
creto no 3.048/1999. Recorda-se que tal dispositivo não sofreu expressamente qualquer alteração ou revogação, apesar de a Medida Provisória (MP) nº 447/2008, convertida na Lei nº 11.933/2009, ter modificado o prazo de recolhimento das contribuições previdenciárias das empresas, que passou para até o dia 20 do mês seguinte ao da competência. Comprovante de juros sobre o capital próprio - PJ - Fornecimento, à beneficiária pessoa jurídica, do Comprovante de Pagamento ou Crédito de Juros
“É um mercado que está superaquecidoequeremosampliarnossa presença aqui”, diz o diretor comercial, José Roberto Trinca. O próximo passo, informa, é o lançamento de uma operação em Brasília ainda este ano. Enquanto o mercado se abre, as empresas nacionais enfrentam dificuldades de concorrer com companhias estrangeiras maiores, avalia Allemander PereiraFilho, consultordoSindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). “No Brasil, a carga de impostos para empresas do setor aéreo fica em torno de 35%. Na Europa e EUA é de 16% e 9%, respectivamente.” Com receio de prejuízos nesse mercado, as companhias brasi-
leiras avançam lentamente. “A TAM vem fazendo um trabalho cuidadoso, operando em rotas mais procuradas”, afirma Pereira Filho. Paulo Castello Branco, vicepresidenteComercial edePlanejamento da TAM, diz que a companhiatem tido um crescimento “espantoso” nos últimos anos, masconfirmaaorientaçãocautelosa da expansão. “Há cinco anosvoávamos apenasparaMiami e Paris. Agora a empresa vai para 18 destinos internacionais. Por ano, analiso 30 mercados no exterior, mas só voamos para os que podem se tornar rentáveis em até seis meses”. O executivo afirma que a TAM tem hoje mais voos internacio-
mento, com queda violenta de atividade econômica, com uma crise fiscal violenta, com a inflação saindo do controle e com uma dívida externa que chegou a colocar o Brasil de joelhos diante do Fundo Monetário?”,indagouaex-ministra. Essas despesas que passam de um ano para outro são os chamados “restos a pagar” e ocorrem porque os ministérios, emmuitos casos, contratam uma obra que não é concluída até dezembro. Como o governo se comprometeu (empenhou) a pagar a despesa, a conta acaba sendo jogada para o ano seguinte. Dados levantados pelo site Contas Abertas, a pedido do Estado, mostram que, em 2009, o governo tinha R$ 57,068 bilhões para investir, mas a conta de restos a pagar das obras contratadas nos anos anteriores era de R$ 50,850 bilhões. Ou seja, se tivessem sido quitadas todas as obrigações pendentes, sobrariam R$ 6,218 bilhões para investimentos novos. O dado parcial de 2010, até junho, mostra que o saldo de restos a pagar em investimentosestáem R$53,7bilhões,para uma dotação de R$ 63,9 bilhões. No caso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), há restos a pagar de R$ 30 bilhões, para um orçamento de R$ 24 bilhões.
BB anuncia hoje segunda aquisição no exterior
sobre o Capital Próprio no mês de julho/2010.
_ Factoring. Código: 6895 – Seguros. Código: 3467 – Ouro. Código: 4028
Depois do Banco da Patagonia, na Argentina, instituição federal deve comprar banco com forte atuação na África Edna Simão / BRASÍLIA
Depois de comprar o Banco da Patagonia, na Argentina, o Banco do Brasil (BB) anuncia hoje mais uma etapa de seu processo de internacionalização. Desta vez, segundo uma fonte, será adquirido um banco internacional com foco na África. Mas, sem dar mais detalhes do negócio nem o nome da instituição, a fonte frisou que o “radar” do BB está ligado também para compras no Mercosul, Ásia e mercado americano. O suspense termina hoje, quando a operação será divulgada, em São Paulo, pelo presidentedainstituiçãofinanceira, Aldemir Bendini, e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. No sábado, o Estado informouqueoBBcomprariaumbanco internacional. As especulações eram de que o negócio envolvia o mercado americano. Isso porque, desde o ano passado, oBBvemconversandocominsti-
nais do que a Varig operava no seu auge, mas para um número menor de destinos. “O que ocorre é que a Varig voava para determinados destinos que não eram rentáveis. A TAM é listada em bolsa e por isso é muito criteriosa em relação a isso”, diz. Para Fernandes, a operação de rotas não rentáveis pela Varig ocorria porque a empresa não tinha apenas o objetivo de gerar lucro. “A Varig era uma embaixadora do Brasil no exterior. Em todo o mundo as empresas atuavam como representantes de seus países. Isso mudou pelo que se vê nas grandes fusões, como o da British Airways com a espanhola Ibéria”, explica.
tuições nos Estados Unidos. Segundo dados de assessores de Lula, o mercado americano tem hoje cerca de 700 pequenos bancos à venda, o que facilita as negociações de compra e incorporação por bancos financeiramentesaudáveisdepaíses emergentes.Adificuldadeéjustamente avaliar a saúde financeira de cada uma, em razão dos efeitos da crise das hipotecas. Para intensificar as especulações, em maio, a subsidiária do BB dos Estados Unidos recebeu autorização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para prestar serviços de remessa financeira naquele país. Com isso, na prática, o BB ficou autorizado a operar no mercado dos EUA, o que permitiu destravar a estratégia de negociar a compra de um pequeno banco. O BB adotou a estratégia de internacionalização no ano passado. O argumento é o de acompanhar e atender clientes brasileiros – pessoas físicas e jurídicas – onde eles estejam. Há um ano, o presidente Lula defendeu que a instituição investisse na África,naChinae naAméricaLatina.OEstadoapurouqueo bancotambémavaliabancosno Chile e no Uruguai. / COLABOROU LEANDRO MODÉ
Agenda IOB Dia 10 IPI Pagamento do IPI apurado no mês de julho de 2010 incidente sobre os produtos classificados no código 2402.20.00 da TIPI (cigarros que contêm fumo). Código: 1020 PREVIDÊNCIA SOCIAL INSS - GPS - Envio ao sindicato representativo da categoria profissional mais numerosa entre os empregados, da cópia da Guia da Previdência Social (GPS) relativa à competência julho de 2010.
NOTAS (1) Se a data-limite para a remessa for legalmente considerada feriado (municipal, estadual ou nacional), a empresa deverá antecipar o envio da Guia da Previdência Social. (2) O prazo para cumprimento dessa obrigação até o dia 10 está previsto no inciso V do art. 225 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo De-
Dia 13 IOF Pagamento do IOF apurado no 1.º decêndio de agosto/2010: – Operações de crédito – Pessoa Jurídica. Código: 1150 – Operações de crédito – Pessoa Física. Código: 7893 – Operações de câmbio – Entrada de moeda. Código: 4290 – Operações de câmbio – Saída de moeda. Código: 5220 – Aplicações financeiras. Código: 6854
IPI Demonstrativo de Crédito Presumido (DCP) - Entrega pela empresa produtora e exportadora que apure crédito presumido do IPI, de forma centralizada pela matriz, relativamente ao trimestre Abril-Maio-Junho/2010 - IN SRF no 419/2004. Demonstrativo de Exportação (DE) - Entrega pela empresa comercial exportadora que houver adquirido produtos indus-
trializados de pessoa jurídica industrial, com fim específico de exportação, relativamente ao trimestre Abril-Maio-Junho/2010 - IN SRF no 419/2004. IRRF Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos geradores ocorridos no período de 1º a 10.08.2010.
B6 Economia %HermesFileInfo:B-6:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
FINANÇAS PESSOAIS
}
Se aborrecer pra quê?
80% dos clientes bancários não sabem que podem ter conta sem pagar tarifa Estudo do Idec revela falha da maioria dos bancos na transmissão de informações sobre pacotes de serviços essenciais, regulamentados pelo BC em 2008 MARCOS DE PAULA/AE-30/3/2010
Roberta Scrivano
Desde abril de 2008, os brasileiros podem manter uma conta corrente sem pagar taxas mensais ao banco, por meiodautilização doschamados ‘serviços essenciais’. No entanto, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), obtidocomexclusividadepeloEstado, 80% dos consumidores não sabem dessa possibilidade. Para detectar o motivo da falta de conhecimento dos clientes, o Idec avaliou como os dez maiores bancos do País – Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real Santander e Unibanco – têm tratado e transmitido as normas de 2008 aos clientes. Emseisinstituições–Banrisul, BB, Caixa, HSBC, Nossa Caixa e Unibanco – não é possívelavaliar,por meiodatabela de tarifas, se os serviços essenciais podem ser contratados isoladamente. “Se não está na tabela, o cliente não tem como saber que pode usar esse recurso e acaba contratando uma conta com pacote de serviços pago”, diz Ione Amorim, economista do Idec responsável pela pesquisa. O conjunto de serviços essenciais gratuitos inclui cartão de débito, dez folhas de cheque por mês, compensação de cheques, quatro saques ao mês, dois extratos no caixaeletrônico, duastransferências entre contas do mesAÇÕES
OFERTA DOS SERVIÇOS ESSENCIAIS ● O pacote oferecido nessas condições é o padronizado, proposto pelo Banco Central de acordo com
a Carta Circular número 3.371/2007. Ao contrário do pacote de serviços essenciais, esse não oferece 10 folhas de cheques
Febraban. Ademiro Vian, dire-
tor adjunto da Federação Brasileirade Bancos (Febraban), contesta a informação do Idec e ga-
A OPÇÃO DE CONTRATAR OS SERVIÇOS ESSENCIAIS ESTÁ NA TABELA DE TARIFAS?
OS SERVIÇOS GRATUITOS QUE COMPÕEM OS PACOTES SÃO INFORMADOS?
EXISTE PACOTE SEM ALGUM DOS SERVIÇOS ESSENCIAIS?
HÁ ACESSO À TABELA DE TARIFAS NA PÁGINA INICIAL DO SITE?
Banco do Brasil
NÃO
SIM
SIM
SIM
Banrisul
NÃO
SIM
SIM
SIM
Bradesco
SIM
SIM
SIM
SIM
Caixa
NÃO
SIM
SIM
NÃO
HSBC
NÃO
SIM
SIM
NÃO
Itaú
SIM
SIM
SIM
SIM
Nossa Caixa
NÃO
NÃO
SIM
SIM
Real
SIM
SIM
SIM
SIM
Santander
SIM
SIM
SIM
SIM
Unibanco
NÃO
NÃO
SIM
NÃO
gum tempo de conversa com a reportagem, admitiu que eventualmente pode “ocorrer o descumprimento de uma ou outra norma, mas não é uma prática”. Hoje, 80% dos 112 milhões de correntistas ativos no Brasil são usuários de pacotes pagos, segundo o executivo da Febraban O porcentual é o mesmo constatado no estudo do Idec como de consumidores que desconhecem a possibilidade de usar apenas serviços essenciais.
Sem custo. 20% dos 112 milhões de correntistas não pagam mo banco por mês, consultas ilimitadas pela internet e extrato consolidado discriminado, mês a mês, uma vez ao ano.
BANCOS
rante que todos os bancos têm cumpridoas normasdesde queo BC instituiu a regulamentação. “Não conheço o estudo e tampouco a metodologia utilizada, mas garanto que não há esse gargalo. Até porque os bancos são fiscalizados pelo Banco Central”, diz o diretor que, após al-
Acesso. O estudo da entidade também avaliou se o banco facilita o acesso à tabela de tarifas, o que garante ao consumidor a informação sobre quanto vai pagar por movimentação bancária. “Na Caixa, HSBC e Unibanco, essa tabela não se encontra
PRINCIPAIS ÍNDICES DA BOVESPA
● A ação PN da Net disparou
18,8% na semana e liderou as altas do Ibovespa no período, reagindo à informação de que a Embratel fará oferta pública para comprar até 100% das ações. O preço oferecido é de R$ 23 por ação, 15% acima da cotação do dia anterior ao anúncio.
NA SEMANA (%)
NO ANO (%)
0,86 1,09 0,10 -0,58 1,53
-0,72 -2,19 4,57 4,51 3,79
Ibovespa IBX (50 ações mais negociadas) IGC (Governança Corporativa) ITAG (Tag Along Diferenciado) IEE (Energia Elétrica) NET PN 23,50 22,50 21,50 20,50 19,50 18,50
18,8%
Dow Jones Nasdaq Frankfurt Tóquio Londres
6/8
1,79 1,50 1,82 1,10 1,41
%
LOJAS RENNER ON MMX MINERAÇÃO ON LLX LOG ON GOL PN NATURA ON
MAIORES BAIXAS NA SEMANA
2,16 0,85 5,07 -8,57 -1,49
LOJAS RENNER ON B2W VAREJO ON TELEMAR ON SOUZA CRUZ ON VIVO PN
MAIORES ALTAS EM 12 MESES
18,76 15,54 11,13 7,33 6,74
NET PN TIM ON MMX MINERAÇÃO ON TIM PN LLX LOG ON
BOLSAS INTERNACIONAIS NA SEMANA % NO ANO %
R$ 22,47
30/7
MAIORES ALTAS NA SEMANA
%
%
92,21 83,35 81,30 74,11 71,73
MAIORES BAIXAS EM 12 MESES
que é direito do consumidor e dever do banco disponibilizar a tabela na página inicial da internet, bem como fixá-la nas agências. A economista recomenda atençãodosconsumidoressobre o tema, principalmente porque as taxas são uma “boa fonte de renda ao banco”, o queinibe aprestação deinformação proativa por parte das instituições financeiras. “A maioria dos correntistaspoderiaterapenasosserviços essenciais, sobretudo pela possibilidade de utilizar o cartão de débito para pagamento, o que diminui a necessidade de saques, além das consultas de saldo e movimentações pela internet”, observa Ione.
RANKING DA SEMANA ●Na primeira semana do mês, Ibovespa fechou em alta de 0,86%. Dólar também subiu no período: 0,28%
Setorial energia* %
-33,98 -14,96 -11,06 -8,15 -6,87
B2W VAREJO ON BRASIL TELEC. PN PETROBRAS ON CIELO ON TELEMAR N L PNA
-10,62 -9,50 -7,63 -6,30 -5,63
na página inicial do site”, afirma Ione. Procurados, os bancos esclarecem a questão. O Unibanco, com a incorporação ao Itaú concluída, diz que a situação já está regularizada. O banco afirma que, sempre que o cliente demonstrou interesse sobre o tema, disponibilizou a abertura de conta somente com os serviços essenciais. O HSBC explica que, na páginainicialdeseu site, háo recurso de busca e, se o correntista digitar “tabela de tarifas”, o primeiro resultado será para o link “Tabela de Tarifas do Banco HSBC.” A Caixa diz que o acesso rápido às informações de taxas deve ser feito pelo link www.caixa. gov.br/tabeladetarifas. A representante do Idec diz
5.675
5.700
ÍNDICE
Setorial telecom* 1.460 1.455
5.650
1.450 5.600
1.445 1.440
5.550
1.431
1.435 5.500
FUNDOS
5.450
Referenciado DI MAIORES POR PATRIMÔNIO
Referenciado DI MAIORES POR RENTABILIDADE
WESTERN ASSET DI MAX REF FI VIC FG 2 CRED PRIV FI REF SANTANDER FI REFERENCIADO DI SPECIAL REFERENCIADO DI FI CORP REFERENCIADO DI FI
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
0,22 0,22 0,21 0,21 0,21
0,05 0,04 0,04 0,04 0,04
5,70 5,85 5,64 5,58 5,60
3.465,52
2.090,59
24,99 18.103,74 7.472,96 5.567,59
1,09 66,54 97,66
111,45
Renda Fixa MAIORES POR RENTABILIDADE
UNIBANCO MASTER FI RENDA FIXA IMA B 5 REAL FI RENDA FIXA ANGELIM BNB FI RENDA FIXA SETOR PUB. PREVID RBCAPITAL FI RENDA FIXA PET CRED PRIV TRINDADE PREVIDENCIARIO RF CRED PRIV FI
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
0,34 0,34 0,33 0,33 0,31
0,21 0,15 0,13 0,12 0,14
6,98 5,59 7,49 6,25 7,54
347,59
1,31
31,01 48,91 40,52 1.020,50
280,95 1,42 106,25
40,62
Multimercados Multiestratégia MAIORES POR RENTABILIDADE
MOCASTLAND FI MULTIMERCADO CRED PRIV FI MULTIMERCADO EXTREME V FI MULTIMERCADO MERCFIN ESTRATEGIA OPPORTUNITY REBECA FIC FI MULTIMERC OPPORTUNITY INFINITY FIC FI MULTIMERC
MÊS (%)
5,64 5,38 4,62 4,40 4,27
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
4,71 21,06 4,58 -21,48 0,17 -20,84 0,62 -10,73 0,60 -8,10
136,55 22,62 1,16
1,83 7,36 0,61
22,78
1,22 1,06
7,38
BB TOP DI FI REFERENCIADO DI LP SANTANDER FI REFERENCIADO DI BRAM FI REFERENCIADO DI RUBI ITAU REFERENCIADO DI FI HSBC FI REFERENCIADO DI LP
DIA (%)
0,04
MÊS (%) ANO(%)
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
8,02
5,40
21.184,75 18.103,74 15.358,99 14.252,36 8.464,93
MÊS (%) ANO(%)
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
20.824,98 11.372,16 10.893,57 8.274,32 8.272,57
9,67
0,16
5,57
0,04
0,21
5,64
0,04
0,20
5,47
0,04
0,20
5,51
0,04
0,20
GERACAO FUTURO FIA SUPERNOVA VIRGINIA FI EM ACOES IQ FI EM ACOES PV 114 STRUCTURE XIII FIA MERCAANTE FI DE ACOES
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
55,84 6,11 5,85 5,62
0,53 -0,12 0,10 0,27
141,71 -17,98 0,55 -15,35
9,47 1,39 100,11 1,12
6,14 139,80 100,55 74,38
5,51
0,18
-33,62
4,65
458,91
MAIORES POR PATRIMÔNIO
CAIXA FI MASTER RF LONGO PRAZO BRAM FI RF CAIXA FIC PERSONAL RF LONGO PRAZO CAIXA FI MASTER PERFORMANCE RF LP CAIXA FIC EXECUTIVO RF LONGO PRAZO
DIA (%)
0,04
0,16
5,31
0,04
0,21
5,59
0,04
0,15
5,04
0,04 0,03
0,16 0,14
5,37 4,72
FRAM CAPITAL PREVIDENCIA FI RF LP FI RF MAPFRE RE SOBERANO SAFRA SIRIUS FIC FI RF PREVIDENCIARIO BRADESCO FI RF MASTER PREFIXADO FI BANESTES PREVIDENCIARIO RF
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
0,31 0,28 0,28 0,27 0,27
0,17 0,06 0,03 0,17 0,12
8,94 6,17 3,94 7,36 5,59
20,01 131,71 14,86 55,40 42,03
1,17 1,27 103,94 1,11 1,17
Previdência Petrobrás FGTS MAIORES POR RENTABILIDADE
REAL FP FMP FGTS PETROBRAS BRADESCO FGTS PRIVATE IV PETROBRAS FBMP FGTS PETR ITAU DESENV. PETROBRAS FMP FGTS BRADESCO FGTS PRIVATE III PETROBRAS
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
6,10 6,10 6,10 6,10 6,10
-0,30 -0,30 -0,30 -0,30 -0,30
-17,75 -17,72 -17,93 -17,70 -17,64
120,98
105,29
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
4,31 4,31 4,31 4,31 4,31
0,43 0,43 0,43 0,43 0,43
2,61 2,50 2,67 2,57 2,48
90,56
ITAUBANCO FMP FGTS VALE BANESPA FMP-FGTS CVRD ABN AMRO FMP FGTS VALE II BRADESCO FMP FGTS VALE PRIVATE SAFRA FMP VALE
12,29
10,55 7,26 1,21
DIA (%)
MÊS (%) ANO(%)
PL (R$ MILHÕES)
FFIE FI MULT CRED PRIV FIC FI MULTIMERCADO PETROS MASTER
0,34
-0,18
NB
0,05
0,17
5,82
17.788,68 10.950,53
SAFRA GLOBAL FI MULT CRED PRIV
0,04
0,17
5,45
6.681,95
FIC FI MULTIMERCADO PETROS MODERADO SELECT 1 FIC DE FI MULTI. PREV.
0,05
5,72
4.331,12 3.954,12
0,13
0,15 -0,06
8,88
1,25 4.866,25 5.455,46 3,81
2,98
Fundo de ações livre MAIORES POR PATRIMÔNIO
GERACAO L. PAR FIA TEMPO CAPITAL PRINCIPAL FI DE ACOES BIRD FDO INVEST EM ACOES INVEST EXTERI GERACAO FIA PROGRAMADO FIA BOV 114
DIA (%)
0,67 0,75 -0,83 0,36 0,20
MÊS (%) ANO(%)
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
4,18 -3,54 5,42 -1,65 5,94
2.524,16 1.040,30 973,53 913,85 763,65
59,79 127,26 1.024,71 1,81 228,29
MÊS (%) ANO(%)
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
43.638,73 15.027,32 13.732,64 12.796,19 10.062,10
1,79 2,64 177,43 1,78
1,93 -0,33 -2,30 1,17 1,34
Previdência renda fixa MAIORES POR PARTRIMÔNIO
BRADESCO FI RF MASTER PREVIDENCIA BRADESCO FIC RF VGBL FIX REALPREV FI RENDA FIXA BRASILPREV TOP TPF FI RF CAIXA FI PREVINVEST RF GESTAO
DIA (%)
0,04
0,21
5,74
0,03
0,15
3,87
0,05
0,20
5,72
0,05
0,15
5,68
0,04
0,21
5,62
1,81
MAIORES POR PATRIMÔNIO
CAIXA FMP FGTS PETROBRAS III
DIA (%)
MÊS (%) ANO(%)
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
-0,30
6,08 -17,85
10,33 10,57
10,19
CAIXA FMP FGTS PETROBRAS IV
-0,29
6,09
-17,73
106,46
CAIXA FMP FGTS PETROBRAS II
-0,30
6,08
-17,97
715,65
10,08
12,02
10,98
BRADESCO FGTS PETROBRAS
-0,30
6,09
-18,01
669,14
9,99
ITAU PETROBRAS FMP FGTS
-0,30
6,09
-18,03
382,27
99,69
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
263,19
130,46 12,79 130,35
MÊS (%) ANO(%)
161,44
13,05
75,16
128,32
* ESSES FUNDOS INDICAM A COTA DE ABERTURA DE ONTEM, MAS OS DADOS SOBRE RENTABILIDADE E PATRIMÔNIO LÍQUIDO REFEREM-SE AO DIA
1 1 1 1 1 1 1
30/7
6/8
Aplicações
Set. energia* Ibovespa ativo* Ibovespa* DI* Renda Fixa* IBX* IBX ativo*
3,54 1,44 0,85 0,20 0,20 0,06 -0,10
1 1 1 1 1 1 1
Ouro Euro ** Ibovespa CDI CDB médio Poupança Dólar **
1,83 1,69 0,86 0,20 0,18 0,13 -0,03
92,21 É a variação da ação Lojas Renner ON nos últimos 12 meses
* ÍNDICE CALCULADO PELA AE, A PARTIR DA RENTABILIDADE MÉDIA DOS MAIORES FUNDOS DA ANBID **DADOS DO BANCO CENTRAL
TESOURO DIRETO * VENCIMENTO
NTN-B
15/8/2012 15/5/2015 15/8/2020 15/8/2024 15/5/2035 15/5/2045 NTN-B-principal 15/5/2015 15/8/2024 LTN 1/1/2011 1/1/2012 1/1/2013 LFT 7/3/2013 7/3/2015
ANO (%)
6,22 6,37 6,31 6,27 6,25 6,23 6,38 6,25 11,24 11,65 12,01 0,00 0,00
R$
1.973,70 1.925,85 1.940,90 1.937,87 1.898,67 1.896,63 1.435,58 825,95 909,27 857,33 762,31 4.320,62 4.320,62
Previdência Vale FGTS PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
CAIXA FMP FGTS VALE II CAIXA FMP FGTS VALE I
MAIORES POR PATRIMÔNIO
DIA (%)
0,42 0,42
4,22 4,24
2,40 1,98
1.537,90 786,44
12,39 11,77
BB FMP FGTS VALE DO RIO DOCE
0,43
4,30
2,32
597,94
12,49
BRADESCO FMP FGTS VALE
0,43
4,30
2,14
513,54
12,28
ITAU FMP FGTS VALE
0,43
4,30
2,20
377,73
123,07
FONTE: ANBIMA
ENTENDA: REFERENCIADO DI - INVESTE, NO MÍNIMO, 95% DA CARTEIRA EM TÍTULOS QUE ACOMPANHAM O CDI OU A SELIC. RENDA FIXA - MANTÉM, NO MÍNIMO, 80% DA CARTEIRA EM TÍTULOS FEDERAIS. CURTO PRAZO - INVESTE EM TÍTULOS DE ATÉ 375 DIAS QUE ACOMPANHAM O CDI OU A SELIC E TENHAM PRAZO MÉDIO DE ATÉ 60 DIAS. MULTIMERCADOS COM RENDA VARIÁVEL - APLICA EM DIVERSOS ATIVOS (COMO DÓLAR, OURO E AÇÕES). AÇÕES LIVRE - NÃO ACOMPANHA ÍNDICES DE AÇÕES E NÃO SE VOLTA A SETOR ESPECÍFICO. IBX - ACOMPANHA O ÍNDICE BRASIL. IBX ATIVO - BUSCA SUPERAR O ÍNDICE BRASIL. IBOVESPA - BUSCA A VARIAÇÃO DO IBOVESPA. IBOVESPA ATIVO - BUSCA SUPERAR O IBOVESPA. CAMBIAL S/ AVALANCAGEM - APLICAM CAMBIAL C/ ALAVANCAGEM - IDÊNTICO AO ANTERIOR, ADMITE ENDIVIDAMENTO.
ENTENDA: NOTA DO TESOURO NACIONAL SÉRIE B (NTN-B) - PAGA VARIAÇÃO DO IPCA E JUROS FIXADOS NA COMPRA (PREFIXADO). OS JUROS SÃO PAGOS TODO O SEMESTRE. NOTA DO TESOURO NACIONAL SÉRIE B (NTN-B) PRINCIPAL - PAGA A VARIAÇÃO DO IPCA E JURO PREFIXADO. O JURO E O PRINCIPAL SÃO PAGOS NO VENCIMENTO. LETRA DO TESOURO NACIONAL (LTN) - JURO PREFIXADO COM RECEBIMENTO SEMESTRAL. NOTA DO TESOURO NACIONAL SÉRIE F (NTN-F) - RENTABILIDADE DEFINIDA, ACRESCIDA DE JURO PREFIXADO. JUROS SEMESTRAIS. LETRA FINANCEIRA DO TESOURO (LFT) - RENTABILIDADE DA SELIC E RESGATE NO VENCIMENTO.
* TÍTULOS A VENDA
CÂMBIO
POUPANÇA
Previdência Petrobrás FGTS
53,69
249,60 241,35
Fundos*
1.425
COTA (%)
90,18
10,63
6/8
8,46
1.220,60 1.016,53
Previdência Vale FGTS MAIORES POR RENTABILIDADE
74,41
30/7
Multimercados Multiestratégia MAIORES POR PATRIMÔNIO
Previdência renda fixa MAIORES POR RENTABILIDADE
3,82
Renda Fixa
Fundo de ações livre MAIORES POR RENTABILIDADE
66,54
ÍNDICE
1.430
MOEDA
Dólar comercial* Dólar turismo* Euro comercial* Euro turismo* Franco suíço** Peso argentino** Libra esterlina** Iene** Peso chileno** Rublo** Yuan** Dólar australiano** Dólar canadense** Dólar Hong Kong**
COMPRA (R$)
1,7580 1,6930 2,3317 2,2530 1,6909 0,4464 2,8021 0,0206 0,0034 0,0588 0,2594 1,6131 1,7066 0,2257
* COTAÇÃO AE / ** COTAÇÃO BC
VENDA SEMANA (R$) (%)
1,7600 1,8570 2,3329 2,4530 1,6920 0,4473 2,8039 0,0206 0,0034 0,0590 0,2595 1,6141 1,7076 0,2258
0,28 -1,38 1,69 0,82 0,25 0,29 1,64 1,18 1,42 1,32 0,04 1,34 -0,23 -0,44
20/7 a 20/8 21/7 a 21/8 22/7 a 22/8 22/7 a 22/8 23/7 a 23/8 24/7 a 24/8 25/7 a 25/8 26/7 a 26/8 27/7 a 27/8 28/7 a 28/8 29/7 a 29/8 30/7 a 30/8 31/7 a 31/8 1º/8 a 1º/9 2/8 a 2/9 3/8 a 3/9 4/8 a 4/9 4/8 a 4/9 FONTE: BC
TR
TBF
POUPANÇA
0,1072 0,1392 0,1031 0,1031 0,0802 0,0704 0,1003 0,1295 0,1121 0,1306 0,1118 0,0648 0,0718 0,0909 0,1167 0,1221 0,1180 0,0920
0,8780 0,8702 0,8839 0,8839 0,8508 0,8409 0,8811 0,9105 0,8930 0,9216 0,8226 0,8253 0,8223 0,8616 0,8976 0,9031 0,8989 0,8527
0,6077 0,6399 0,6036 0,6036 0,5806 0,5708 0,6008 0,6301 0,6127 0,6313 0,5914 0,6173 0,6227 0,6186 0,5925
B8 Economia %HermesFileInfo:B-8:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
FINANÇAS PESSOAIS
}
estadão.com.br Leia mais. Blog ‘No Azul’ sobre finanças pessoais blogs.estadão.com.br/no-azul
Aplicação longa exige rebalanceamento Especialistas recomendam a manutenção do peso de cada ativo da carteira como estratégia para bons resultados DANIEL TEIXEIRA/AE-22/07/10
Roberta Scrivano
PERFIS DO INVESTIDOR
Investimentos exigem estratégiaparaque o resultadoseja o esperado. Especialistas em finanças pessoais recomendam, principalmente para quem visa ao longo prazo e não tem acompanhamento profissional, uma estratégia simples,chamadarebalanceamento periódico da carteira. Isso significa que, se o investidordeterminou que 30% de seu patrimônio ficaria em renda variável e 70% em renda fixa, seis meses depois, as aplicações devem ser analisadas e, se necessário, reequilibradas por meio da venda de ações ou do resgate na renda fixa. A ideia é que os porcentuaisinicialmentedeterminados sejam mantidos. Seis meses é um tempo considerado “coerente”poradministradoresdeinvestimento,masoperíodo pode variar conforme o intuito de cada um. Passo a passo. A teoria é simples de ser implementada. Antes de iniciar o investimento, é necessário determinar o nível de risco que a carteira de aplicações terá. Os perfis são divididos em conservador, moderado e agressivo. (Para descobrir o seu, acesse as ferramentas do portal economia.estadao.com. br). A partir daí, definem-se os porcentuais em renda va-
1.
Conservador. O investidor que tiver forte aversão ao risco, segundo especialistas em finanças pessoais, deve manter apenas de 0 a 10% do total do dinheiro aplicado em ações. O porcentual restante devem ser colocado na renda fixa
2.
Moderado. Quem for considerado investidor moderado – ou seja, que tolera algum risco – pode manter entre 20% e 30% do total dos investimentos em renda variável
3.
Agressivo. Nessa classificação estão, sobretudo, investidores mais jovens, que podem correr mais risco. Segundo especialistas, quem se enquadrar nesse perfil pode manter até 60% do total das aplicações no mercado acionário Equilíbrio. Calcular periodicamente a proporção de risco das aplicações é estratégia simples riável e fixa, conforme indica a tabela ao lado. “De tempos em tempos, o investidordeve olharseos porcentuaiscontinuamosmesmosdefinidos no início da aplicação. Se estiver desequilibrado, é preciso retomar o balanceamento do início do processo”, reforça Robert Dannenberg, especialista
emfinançaseorganizadordafeira ExpoMoney. Osporcentuaisficamdesequilibrados por causa da rentabilidade de cada aplicação. Por exemplo: se as ações renderam mais que a fatia conservadora da carteira, o porcentual que havia sido definido inicialmente para arenda variável ficarámaior. Pa-
ra seguir a estratégia, é preciso reequilibrar a carteira – ou vendendo algumas ações, se a proporção favorecer a renda variável,conformeoexemplo,ouresgatar parte da renda fixa se o excessodepeso estiver desse lado. “Naturalmente, a técnica fará o investidor usufruir da melhor regradomercadoacionário:ven-
der na alta e comprar na baixa”, diz o administrador de investimentos Fábio Colombo. Ele lembra que há fundos de investimento que também usam a técnica. “Mas, no fundo, o investidor pagará uma taxa de administração para fazer algo que ele mesmo pode desenvolver sem muita complexidade.”
A semana ● Segunda, 9 Inflação: IGP-M e IPC-S (prévias de agosto). Balanços: Gol, Marcopolo e Banco ABC Brasil. China: Balança Comercial (julho). ● Terça, 10 Inflação: IPC-Fipe (prévia de agosto). Balanços: CSN, Itaúsa, Braskem, ALL e Amil. EUA: Reunião do Federal Reserve. EUA: Vendas no Atacado (junho). China: Produção Industrial (julho). China: Vendas no Varejo (julho). Japão: Reunião do BoJ ● Quarta, 11 IBGE: Vendas no Varejo (junho). Balanços: CPFL Energia e Cesp . EUA: Balança Comercial (junho). EUA: Contas do governo (julho). Coréia do Sul: Reunião do BC. ● Quinta, 12 Balanços: BM&FBovespa, AmBev, TAM e CCR . Japão: Produção Industrial (junho). Zona do Euro e Índia: Produção Industrial (junho). ● Sexta, 13 Balanços: Petrobrás, Eletrobras e Cemig . EUA: Vendas no Varejo (julho). EUA: Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho. EUA: Sentimento do Consumidor (agosto). Zona do Euro, Alemanha e Espanha: PIB (2º trimestre).
SK&C
Ano XX – Nº 1034 – Segunda-feira, 09 de agosto de 2010
Agosto mês do Corretor de Imóveis
RESPONSABILIDADE SOCIAL O Sciesp, em parceria com a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, realiza campanha no intuito de ajudar a salvar vidas. A iniciativa faz parte do programa Corretor Cidadão e busca informar a categoria e a população sobre a necessidade da doação de sangue. A participação é voluntária. As coletas são realizadas no Hemocentro localizado na região central, próximo ao Metrô Santa Cecília. Quem doa salva vidas. Informações através do telefone abaixo pelo ramal 578, falar com Cíntia.
Em comemoração ao Dia Nacional do Corretor de Imóveis, 27 de agosto, o sindicato oferece programação especial dos Encontros Imobiliários deste mês. No intuito de homenagear àqueles que têm desenvolvido sua atividade com, respeito à profissão, o Sciesp trabalha ativamente para oferecer aos corretores de imóveis constantes oportunidades para obter conhecimentos que favoreçam o êxito profissional. Para manter o corretor de imóveis bem informado e apto a prestar uma assessoria imobiliária de qualidade, a Universidade Corporativa UNISciesp desenvolve os Encontros Imobiliários por todo o Estado de São Paulo a fim de democratizar o conhecimento e valorizar a categoria. Os encontros são realizados todas as terças-feiras às 19:30 no auditório Newton Bicudo, sede social do sindicato e transmitidos ao vivo pela TV O Corretor, através do site www.sciesp.org.br . A programação também oferece, mensalmente, encontros imobiliários nas agências regionais. São diversas as ações que o sindicato realiza ao longo deste mês. Fique atento a programação dos Encontros Imobiliários que contará com a presença de profissionais de renome do setor imobiliário.
Dia 17/08 – “Aproveitando o bom momento das vendas imobiliárias”, com Eduardo Coelho Pinto de Almeida. Dia 24/08 - “Imóvel legal e sua regularização na cidade de São Paulo”, com Orlando de Almeida Filho. Dia 31/08 – “Formação do Corretor de imóveis: Ensino Médio ou Superior?”, com João Teodoro da Silva. Agências Regionais Dia 12/08 - Campinas: “Comunicação e Marketing para Lançamentos”, com Édson Simões. Dia 18/08 – S.J. Campos “Aplicando a Programação Neurolinguistica em Vendas”, com Edson Simões. Dia 19/08 - Sorocaba: “Análise do Comportamento em Venda”, com José Sarraccini Júnior. Dia 25/08 - Guarulhos: “Aplicando a Programação Neurolinguistica em Vendas”, com Edson Simões. Dia 26/08 Sto André – “Vendas sob ótica da Programação Neurolinguistica”, com Gil Alves de Lima.
Faça agora mesmo sua inscrição, através dos telefones abaixo, ramal 589 e pelo e-mail incricoes@sciesp.com.br. Sede Social Garanta a participação nos sorteios de Dia 10/08 – “O planejamento da brindes especiais que o Sciesp por interCidade de São Paulo e do Mercado médio de seus patrocinadores proporcionará aos participantes. Imobiliário”, com Rubens Chammas.
COMUNICADO Alertamos a todos os corretores de imóveis sobre a importância de se manter em dia com as obrigações destinadas à manutenção de sua entidade sindical, seja por força de lei (contribuição sindical) ou aquelas definidas pelas Assembléias Gerais (contribuição social e/ou confederativa). Importante destacar que a Contribuição Confederativa (Constituição Federal, artigo 8o, Inciso IV) do exercício de 2010 tem vencimento no dia 17 de agosto de 2010. É fundamental que o corretor efetue o pagamento desta contribuição, para que o Sindicato continue defendendo os interesses da categoria, criando novas possibilidades de benefícios e ferramentas para os corretores de imóveis associados e seus dependentes. Participe, contribua para o desenvolvimento de sua categoria, conheça o sindicato e, continue desfrutando dos benefícios e vantagens oferecidos aos associados. Informações nos telefones abaixo, ramal 31.
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%HermesFileInfo:B-9:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Economia B9
Crise completa 3 anos, sem reformas concluídas Temor de organismos mundiais é que foi perdido o momento mais crítico para fazer mudanças DAVID GOLDMAN/THE NEW YORK TIMES
Jamil Chade CORRESPONDENTE GENEBRA
Era uma quinta-feira de verão na Europa. Os principais chefes de estado estavam de férias e grande parte dos bancos trabalhava com metade de seus funcionários. Há exatos três anos – 9 de agosto de 2007 – banqueiros admitem que sentiram um verdadeiro terremoto. Hoje,adata échamada comoo início “oficial” da pior crise financeira nos últimos 70 anos. O Banco Central Europeu (BCE) deixou grande parte do mercado atônito diante de um comunicado anunciando que iria disponibilizar todo o apoio que bancos solicitassem,sem quemuitos sequer soubessem que o mercado precisava de ajuda. Três anos depois, bancos voltaram a lucrar e os primeiros sinais da recuperação apareceram. O temor para muitos é de que a sensação de normalidade façacomqueasreformasprometidas e esperadas percam força. Duas horas depois de emitir seucomunicadonodia9deagosto de 2007, o BCE anunciou que quase 50 instituições europeias haviam solicitado €94 bilhões. Na praça financeira de Genebra, banqueiros contaram ao Estado queodia9deagosto serálembrado da mesma forma como o 28 de outubro de 1929: o dia em que centenas de executivos em mesasde operação entenderam que muitos iriam quebrar. O ápice e suafasemaispúblicadacriseacabou sendo a quebra do Lehman Brother´s, um ano depois. Vários bancos se sucederam em apelar por ajuda de governos, entre eles o Royal Bank of Scotland, Lloyds, UBS e mesmo países inteiros, como a Islândia. Líderesseapressaram para mostrar que não deixariam a situação se repetir e que iniciariam uma ampla reforma do sistema financeiro internacional. Lucros. Três anos depois, os
bancos voltam a registrar lucros, os créditos retornaram e o comércio aumentou, mesmo sem a conclusãodasreformasprometidas. Em junho, os bancos voltaram a aumentar seus empréstimos pela primeira vez desde setembrode 2008edepoisde receber US$ 3 trilhões de governos para garantir sua liquidez. Noprimeirotrimestre, osbancos aumentaram seus empréstimos em US$ 700 bilhões pelo mundo, segundo dados do BancodeCompensaçõesInternacio-
SECRETARIA DO VERDE E DO MEIO AMBIENTE
Quebra. A crise financeira internacional tornou-se visível quando atingiu o Lehman Brothers
PARA LEMBRAR O início da pior crise financeira dos últimos 70 anos foi marcado por um comunicado do Banco Central Europeu (BCE) no qual a instituição informava que iria dar todo o apoio solicitado pelos bancos. Horas depois, 50 instituições pediram € 94 bilhões. No entanto, o auge da crise ocorreu um ano depois, quando o Lehman Brother’s quebrou. Em 2008 e início de 2009, empresas faliram e cerca de 10 mil pessoas perderam emprego a cada dia na Europa. Em 2009, as exportações caíram 12,2%. nais. Para a entidade, o apetite ao risco voltou. Em 2008 e 2009, a seca de créditos havia feito desaparecer US$ 3,1 trilhões dos mercados. Sem créditos em 2008 e início de 2009, empresas faliram e demissões chegaram a 10 mil pessoas pordia na Europa. Omercado consumidor desabou e, junto com ele, o comércio mundial. Em 2009, a Organização Mundial do Comércio (OMC) registrou a maior contração dos fluxos de exportação em 70 anos, chegandoa12,2%.Agora,estimase que a expansão do comércio mundial em 2010 será de pelo menos 10%. Algumas reformas importantes chegaram a ocorrer e continuam sendo negociadas, como a que exigirá novas garantias por
O Departamento Regional de São Paulo do Serviço Social da Indústria (SESI) comunica a abertura da licitação: CONCORRÊNCIA Nº 179/2010 – Objeto: Aquisição de camisetas e shorts. Retirada do edital: a partir de 09 de agosto de 2010. Entrega dos envelopes: até as 13h45 do dia 26 de agosto de 2010. Abertura às 14h00. Retirada de edital: Na Avenida Paulista, 1313, 2º andar, Bela Vista, São Paulo, SP, ou pelo site www.sesisp.org.br.
Gerência de Licitações de Bens e Serviços – GLBS
MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL INSPETORIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM SÃO PAULO - 8ª R.F.
AVISO DE LICITAÇÃO A Inspetoria da Receita Federal do Brasil em São Paulo torna público a abertura da seguinte licitação: Pregão Eletrônico IRFSPO nº 07/2010 Objeto:FormalizaçãodeAtadeRegistrodePreçosdemateriaisdestinadosàmanutenção predial elétrica, civil, hidráulica e de ar condicionado, num total de 109 itens. Data de abertura : 19/08/2010 - Horário : 15:00h. Local :Site WWW.COMPRASNET.GOV.BR. UASG 170259. O edital da licitação e seus anexos podem ser obtidos através do site: WW.COMPRASNET.GOV.BR ou mediante solicitação através do e-mail mauricio. grigoletto@receita.fazenda.gov.br São Paulo, 09 de agosto de 2010 Rodrigo Lorenzon Yunan Gassibe Inspetor-Chefe Adjunto da Receita Federal do Brasil em São Paulo
parte de bancos para assegurar que tenham liquidez. Mas a mudançade parâmetros deque falavam os líderes nas primeiras cúpulas do G-20 ficou pelo caminho.“Temoque perdemoso momento mais crítico para fazer reformas estruturais no mundo”, alertou o tailandês Supachai Panitchpakdi, secretário-geral da Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento. “Há a percepção de que, com tudo voltando ao normal, uma reforma não é mais necessária. Isso pode ser muito perigoso”, disse. Recuperação. Para o BIS, en-
quanto as reformas nos bancos não forem concluídas, os países ricosterãoumarecuperação lenta e desigual. Diversas agências de risco já mostraram que bancos tanto na Europa como nos Estados Unidos terão de se recapitalizar nos próximos meses. JáoFundoMonetárioInternacional (FMI) alertou na semana passada que, sem uma reforma dos gastos dos governos, a retomada do crescimento também pode estar comprometida. A expectativa é de que a Zona do Euro tenha uma expansão de 0,6% no segundo trimestre. Mas a Alemanha, maior economia do bloco e que registrou uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,4% em abril e maio, surpreendeu ao anunciar uma quedade0,6%emjunho.Odadochamou a atenção para a fragilidade da retomada. Já França e Itália se beneficiaram da retomada das importações na China. O resultado foi aumento de suas exportações e
queda do déficit comercial pela metade em junho. Os dados poderiam dar razão ao otimismo dopresidentedoBCE,JeanClaude Trichet, que indicou que a expansãodo blocoseria “excepcional”. Disparidade. Mas o que ainda está claro é a disparidade no ritmo de recuperação. A Grécia só sairá da recessão em 2011. Já o Banco da Espanha indicou que a economia de um dos países mais afetados pela crise cresceu apenas 0,2% no segundo trimestre. O temor é de que a economia poderia até mesmo voltar a entrar em recessão até o final do ano, diante do corte de gastos do governo, redução dos incentivos e taxas de desemprego que insistem em se manter acima de 20%. O consumo teve uma expansãode0,7%,praticamenteomesmoqueseregistrava antesda crise. Mas o BC espanhol admitiu que parte da expansão está ligada aos incentivos para a compra de carros, que foram suspensos. Para o Singapure Investment Corporation, sexto maior fundo do mundo, as ameaças para a recuperação ainda são reais. Em um recente relatório, Tony Tan, vice-diretor do fundo, insistiu que a recuperação é “frágil” e que “há a chance de que a economia mundial caia em uma nova recessão mais cedo que todos imaginam”. “A retomada da produção industrial global está chegandoaumpico,enquantoaspolíticas de apoio estão sendo retiradas.” Na sexta-feira, a OCDE disse que o pico da recuperação dos países ricos foi atingido.
EDITAL O Secretário do Verde e do Meio Ambiente do Município de São Paulo, Presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - CADES, Torna Público que se encontra nesta Secretaria, para análise, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) referente a Linha 17 - Ouro - Ligação do Aeroporto de Congonhas à Rede Metroferroviária. O referido Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) está à disposição dos interessados para consulta, no horário das 09:00 às 16:00 horas, nos dias úteis, na sala do CADES, junto à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, à Rua do Paraíso, 387 - 7º andar - Paraíso - São Paulo. Maiores informações pelos telefones: 3396-3309/3315.
AVISO DE LICITAÇÃO - ORIGEM SESA - PREGÃO ELETRÔNICO Nº 20100370 OBJETO: Registro de preços para futuras e eventuais aquisições de medicamentos, visando atender pacientes cadastrados no Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional, conforme especificações contidas no Edital e seus Anexos. RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS VIRTUAIS: No endereço www.comprasnet.gov.br, até o dia 20/08/2010 às 09:00 horas (horário de Brasília). OBTENÇÃO DO EDITAL: No endereço eletrônico acima ou no site www.seplag.ce.gov.br. Procuradoria Geral do Estado, em Fortaleza, 03 de Agosto de 2010 ROBINSON DE BORBA E VELOSO - PREGOEIRO
AVISO DE LICITAÇÃO - ORIGEM SESA - PREGÃO ELETRÔNICO Nº 20100372 OBJETO: Registro de preços para futuras e eventuais aquisições de medicamentos, visando atender pacientes cadastrados no Componente Especializado da assistência Farmacêutica (CEAF), nas unidades de referência do Estado, conforme especificações contidas no Edital e seus Anexos. RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS VIRTUAIS: No endereço www.comprasnet. gov.br, até o dia 20/08/2010 às 11:00 horas (horário de Brasília). OBTENÇÃO DO EDITAL: No endereço eletrônico acima ou no site www.seplag.ce.gov.br. Procuradoria Geral do Estado, em Fortaleza, 03 de Agosto de 2010 ROBINSON DE BORBA E VELOSO - PREGOEIRO
AVISO DE LICITAÇÃO - ORIGEM CAGECE - PREGÃO ELETRÔNICO Nº 20100165 OBJETO: Registro de preço para aquisição de cimento em saco de 50kg para serem utilizados nas unidades de negócio e serviço da capital, conforme especificações contidas no Edital e seus Anexos. RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS VIRTUAIS: No endereço www. licitacoes-e.com.br, até o dia 19/08/2010 às 08:30 (horário de Brasília). OBTENÇÃO DO EDITAL: No endereço eletrônico acima ou no site www.seplag.ce.gov.br. Procuradoria Geral do Estado, em Fortaleza, 04 de Agosto de 2010. CLARA DE ASSIS FALCÃO PEREIRA - PREGOEIRA
AVISO DE LICITAÇÃO - ORIGEM COGERH - CONCORRÊNCIA PÚBLICA NACIONAL Nº 20100007 IG Nº NÃO POSSUI EDITAL LPN Nº 20100007/PROGERIRH II/COGERH/CE - Acordo de Empréstimo Nº: 7630-BR 1)O Governo do Estado do Ceará por intermédio da Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH, recebeu um empréstimo do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento BIRD (Banco Mundial), em várias moedas, relativo ao custo do Projeto de Gestão Integrada dos Recursos Hídricos do Ceará – PROGERIRH II/CE (Financiamento Adicional), Acordo de Empréstimo N.º 7630-BR e pretende aplicar parte dos recursos desse empréstimo em pagamentos elegíveis nos termos do Contrato para aquisições e instalações dos equipamentos de automação localizados nos açudes Pacajus e Gavião. 2)A COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS - COGERH, doravante denominado “Comprador”, solicita propostas fechadas de Concorrentes elegíveis para o fornecimento dos Bens e Serviços referidos no Item 1 acima e descritos nas Especificações Técnicas (Anexo VIII do Edital). Os concorrentes poderão apresentar proposta para um lote ou para os dois lotes, sendo que: Lote I – Açude Pacajus e Lote II – Açude Gavião. 3) A documentação completa relativa à licitação pode ser adquirida1 no site www. seplag.ce.gov.br ou na COMISSÃO CENTRAL DE CONCORRÊNCIAS (CCC), localizada na CENTRAL DE LICITAÇÕES DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO CEARÁ (PGE) Centro Administrativo Bárbara de Alencar - Av. Dr. José Martins Rodrigues, 150, Edson Queiroz - CEP: 60811-520-Fortaleza-Ce, no horário de 8:00 h as 12:00h e de 13:00h as 17:00h (horário local), por qualquer Concorrente elegível mediante apresentação de um CD virgem. 4) As propostas deverão ser entregues na COMISSÃO CENTRAL DE CONCORRÊNCIAS localizada na CENTRAL DE LICITAÇÕES (PGE) do Centro Administrativo Bárbara de Alencar - Av. Dr. José Martins Rodrigues, 150, Edson Queiroz - CEP: 60811-520-Fortaleza-Ce, até às 16h30min, do dia 08/09/2010, e deverá estar acompanhada de Garantia de Proposta no valor de R$ 30.000,00 (Trinta mil reais). O valor da Garantia de Proposta independe do número de Lote que o Corrente for participar. As propostas serão abertas às 16h30min, do dia 08/09/2010 na presença dos interessados que desejarem assistir à cerimônia de abertura. 5)Os locais dos Bens a serem fornecidos e instalados estão definidos nos itens 03 e 04 das especificações técnicas, Anexo VIII, nos seguintes prazos: Lote I em seis (06) meses e para o Lote II em seis (06) meses, a partir da ordem de fornecimento que será emitida separadamente para cada Lote. Caso o Concorrente participe dos Lotes I e II, ele terá o prazo total de seis (06) meses para aquisição e instalação dos bens. Procuradoria Geral do Estado, em Fortaleza, 03 de Agosto de 2010 MARIA BETÂNIA SABOIA COSTA - VICE PRESIDENTE DA CCC
AVISO DE LICITAÇÃO - ORIGEM CAGECE - CONCORRÊNCIA PÚBLICA NACIONAL Nº 20100013 IG Nº NÃO POSSUI OBJETO – LICITAÇÃO DO TIPO TÉCNICA E PREÇO, PARA O FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA AMPLIAÇÃO DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DO COMPLEXO DA IBIAPABA-TIANGUÁ CECOP DEIBA ETA JABURÚ: LOTE 1 - ADUTORA MUCAMBO-PACUJÁ-GRAÇA(EIXO DE INTEGRAÇÃO DA IBIAPABA) E INTERLIGAÇÃO COM O CECOP DEIBA; LOTE 2 - RESERVATÓRIOS RAP CARNAUBAL E RAP GUARACIABA, TORRES E ESTRUTURAS DE COMUNICAÇÃO DAS UTRs EE-04 E EE-06, FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO/SUBSTITUIÇÃO DOS RÁDIOS MODEM DAS UTRs EXISTENTES. PROCESSAMENTO, JULGAMENTO E INFORMAÇÕES - COMISSÃO CENTRAL DE CONCORRÊNCIAS e representantes da CAGECE: Abigail Lino de Araújo e Leonaldo da Silva Gomes. REALIZAÇÃO - às 09:30h (nove horas e trinta minutos) do dia 23 de setembro de 2010, na Central de Licitações do Estado do Ceará- Centro Administrativo Bárbara de Alencar, na Avenida Dr. José Martins Rodrigues, 150 Edson Queiroz. CEP. 60811-520. Fone: 85-3101-6643/6646 - Fax: 85-3101-6622, e e-mail: ccc@pge. ce.gov.br. FORNECIMENTO DO EDITAL - Gratuitamente pela INTERNET, no endereço www.seplag.ce.gov.br ou na Gerência de Apoio á Contratação da CAGECE - GECON, Av. Dr. Lauro Vieira Chaves, 1030- Vila União. Fone: (85) 3101-1868 Fax: 3101-1869, após recolhimento de taxa na importância de R$ 30,00 (trinta reais), efetuada junto ao BRADESCO – Banco Brasileiro de Desconto S/A, Agência nº 0742-0, Conta nº 11.634-3, até 24 (vinte e quatro) horas antes da data de abertura da licitação. Procuradoria Geral do Estado, em Fortaleza, 04 de Agosto de 2010 MARIA BETÂNIA SABOIA COSTA - Vice Presidente da CCC
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Credores do Banco Santos recebem 10% e pedem mais Seis anos depois, sai o 1º rateio da massa falida, e eles se queixam de lentidão no processo JOSÉ LUIS DA CONCEIÇÃO/AE–16/11/2004
Leandro Modé
Quase seis anos depois que o Banco Central (BC) interveio no Banco Santos, credores da instituição finalmente viram algum dinheiro entrar em suas contas correntes. O administrador judicial da massa falida, Vânio Aguiar, começou a efetuar pagamentos, equivalentes a 10% do valor do crédito, em 30 de junho. Ainda assim, muitos beneficiados estão descontentes e se queixam da morosidade do processo. “Satisfeitos não estamos, porque receber 10% é muito pouco”, afirmou o gerente de Controladoria da indústria de vestuário Marisol,João JoséBizatto.Ofundo de pensão dos funcionários da empresa tinha R$ 1 milhão aplicado em produtos de investimento do Banco Santos. “Nós, que estamos empenhadosemuma solução paraessecaso desde imediatamente a intervenção (em novembro de 2004), não temos tanto a comemorar comorateioque,demoradamente, saiu”, disse o presidente do Instituto de Previdência do Legislativo do Estado de Minas Gerais, Gerardo Renault. A entidade é credora em cerca de R$ 20 milhões. Aguiar reage às críticas com tranquilidade. Argumenta que a demoraé explicadapelo quechama de burocracia legal. “Tenho de obedecer aos trâmites da lei”, disse. Ele cita como exemplo um eventualnovorateioque, doponto de vista de caixa, já poderia ocorrer. Antes de colocá-lo em prática,porém,eleprecisaencerrar o primeiro, o que deve levar ao menos outros três meses. Rombo. A falência do Banco
Santosdeixou umpassivo– atualizado pela correção monetária – de quase R$ 3,4 bilhões. Esse valor pertence a 1.969 credores. Em 30 de junho – no dia em que se iniciaram os pagamentos –, o caixa da massa falida tinha R$ 626 milhões. O primeiro rateio somaR$ 250milhões (10%dovalor da dívida original, ou seja, sem a correção do período). Os créditos prioritários – trabalhistas, tributários e instituições que tinham com o Banco SantosoperaçõescomoAdiantamentos de Contratos de Câmbio, entre outros – já foram pagos. Daqui para a frente, portanto, tudo o que for recuperado será dividido entre os chamados credores quirografários (que não têm prioridade). Aguiar e seu staff de 17 pessoas trabalham 12 horas por dia na antigasededobanco, em umluxuoso bairro localizado na zona oeste da capital paulista. A rotina, diz o administrador, consiste em fundamentalmentecobrarosdevedores (cerca de 700 no total) dafalidainstituição.Oqueérecuperado vai para o caixa para, posteriormente, ser dividido entre os credores. Um dos principais acordos feitos até o momento foi com a Eletropaulo.Adistribuidoradeenergia elétrica devia R$ 234,6 milhões aoBanco Santos relativos a
Ressarcimento. Vânio Aguiar começou a efetuar os primeiros pagamentos, mas é criticado
Rotina de Edemar inclui visita a gestor da massa falida deia, o ex-dono do Banco Santos Edemar Cid Ferreira, de 67 anos, aguarda em liberdade o julgamento dos recursos em diversos processos nos quais foi condenado – por crimes como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e gestão fraudulenta. Edemar chegou a ser preso em duas ocasiões. Na primeira, ficou cerca de três meses detido.
Na segunda, em dezembro de 2006, 15 dias. Foi quando conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-banqueiro ainda vive na mansão de 4.100 metros quadrados construída no Morumbi, bairro nobre de São Paulo. Pessoas que o visitaram recentemente contam que a casa exibe sinais de falta de conservação. A rotina de Edemar inclui visitas periódicas onde funcionava o banco e trabalha a equipe da massa falida. O ex-banqueiro diz que mantém interesse no caso porque quer ver os credores ressarcidos.
Ele argumenta que, se a recuperação dos créditos for bem sucedida, sua tese de que o banco tinha ativos suficientes para continuar funcionando será comprovada. “O Banco Santos não tinha patrimônio negativo que lhe foi atribuído quando da intervenção pelo Banco Central”, disse ao ‘Estado’, em nota. Outros envolvidos avaliam que o interesse de Edemar se explica por duas razões: (1) ele também é credor do banco e (2), ao contrário do que diz, quer protelar o caso. Para levar a tática adiante, porém, precisa estar por dentro da situação. / L.M.
perdas em contratos de swap cambial (uma operação no mercado futuro de câmbio). No início do ano passado, acertou com a massa falida o pagamento de R$ 151,2 milhões. Esse é o dinheiro que Aguiar pretende distribuir no segundo rateio. Aguiar afirma que o deságio, nesses casos,é comum. Segundo ele, é uma forma de estimular acordos com os devedores. Até o fim deste mês, está em vigor uma proposta da administração da massa que prevê descontos deaté75%parapagamentosàvis-
ta. Ou seja, uma dívida de R$ 1 milhão pode ser quitada com R$ 250 mil. Uma dificuldade adicional no caso do Banco Santos, diz ele, é que várias operações “deixaram sequelas” nos devedores. De acordo com o administrador, era muito comum uma pessoa ou uma empresa tomar dinheiro emprestado no banco, mas, em contrapartida, fazer uma aplicação em debêntures ou outros produtos da instituição – uma espécie de venda casada. Quem se encontra nessa situação, observa, “está no pior
dos mundos”, porque tem de pagar integralmente o empréstimo tomado sem que tenha usufruído de todo o recurso (porque a parte aplicada no banco também se perdeu na falência). O ex-controlador do banco Edemar Cid Ferreira se queixa da estratégia de oferecer deságio. “A administração judicial tem sido leniente nas cobranças, emdetrimento aos credores. Advoga mais para os devedores, dando-lhes significativos descontos”, afirmou ao Estado, por meio de nota (leia mais acima).
plificar o esforço de recuperação e recebimento das perdas sofridas com a quebra do banco”. Para Müller, “questões que seriam aparentemente simples terminam por resultar em uma série de discussões e recursos que, em termos práticos, tornam obrigatoriamente moroso o processo e custosa a manutenção do próprio procedimento judicial”.
tem objeção ao modelo. “Falência não é meio de sobrevivência paraninguém”,argumenta.“Talvez hoje eu não possa pegar outroscasos justamenteporque estou ocupado com este.” Desdeque assumiu agestãoda massa do banco, o administrador Aguiar está licenciado do Banco Central (BC). Ele pretende se aposentar no segundo semestre de 2011, quando diz que vai dedicar-se ao que tem feito desde 2004: administrar esse tipo de caso. Para que o FDIC seja implementado, é preciso que uma assembleia de credores aprove o modelo. Tal evento, porém, só pode ocorrer depois que Aguiar entregar um levantamento com todos os créditos potenciais da massa. Segundo ele, isso deve ocorrer entre 30 e 60 dias. / L.M.
● Condenado a 21 anos de ca-
Grupo faz proposta para acelerar o ressarcimento Credores sugerem criação de um Fundo de Investimento em Direito Creditório, o conhecido FDIC Ademoranoprocessoderecuperaçãodoscréditos doBancoSantos levou alguns credores a defender um modelo alternativo para o processo. Emvez do sistema tradicional, que segue a nova Lei de Falências, eles sugerem que se crie um Fundo de Investimento em Direito Creditório (conhecido pela sigla FDIC).
A ideia dos credores é passar todos os ativos potenciais do banco falido para esse fundo. Seriam, então, criadas cotas cuja distribuição seguiria os valores que cada credor tem a receber. À medida que o dinheiro fosse recuperado, seria, segundo os defensores da solução, rapidamente redistribuído entre credores. Um dos que defendem a ideia é o escritório de advocacia Lobo & Ibeas, que representa 28% dos credores quirografários (sem prioridade de recebimento). Em nota, o advogado Luiz Eugênio MüllerFilho afirma que a constituição do fundo “permitirá sim-
Despesas. O presidente do Ins-
tituto de Previdência do Legislativo do Estado de Minas Gerais, Gerardo Renault, afirma que, de cada R$ 1 arrecadado, a administração da massa falida gastou R$ 0,21. “Se excluirmos (o acordo com) a Eletropaulo, essa relação passa par R$ 0,47”, afirma. Oadministrador damassafalida, Vânio Aguiar, diz que não
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Violência
Bom exemplo
Vida na cidade
Bandidos assaltam 2 joalherias em shopping de Santana
Prédios da Vila Clementino instalam lixeiras na rua
Artista alemão Jan Siebert expõe no Mube paisagens da noite paulistana
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EVELSON DE FREITAS/AE
Metrópole estadão.com.br
Lei seca agora tem blitze de 2ª a 2ª Até o mês passado, operações ocorriam só de quinta a domingo; ‘tem um pessoal que vai para a balada todo dia’, justifica capitão da PM Camilla Haddad JORNAL DA TARDE
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FEVEREIRO E MARÇO - Carnaval
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Ser Royal é ter o melhor serviço dos sete mares e não se preocupar com nada. Os navios da Royal Caribbean têm diversão para toda a família. No Vision of the Seas® e Splendour of the Seas®, você aproveita seu dia nas piscinas, parede de escalada, jacuzzis e solarium com teto retrátil. Durante a noite a diversão continua no cassino, teatro, restaurantes e na boate. Já no Mariner of the Seas®, além de todo esse entretenimento, você pode jogar basquete, passear na Royal Promenade, um boulevard com bares e lojas, ou deslizar em uma pista de patinação no gelo, onde você também assiste a espetáculos inesquecíveis. Ter as melhores férias da sua vida. Isso é Royal.
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A cena parece comum: 15 policiais militares bloqueiam com cones uma das pistas da Avenida Antártica, na zona oeste de São Paulo, em mais uma blitz da lei seca. A diferença está no dia da semana, uma terça-feira à noite. Segundo a Polícia Militar, os bloqueios para flagrar motoristas embriagados agora ocorrem também às segundas, terças e quartas. Até o mês passado, ocorriam somente de quinta a domingo. “Nossas operações eram intensificadas a partir de quintafeira, mas tem um pessoal que vai para a balada todo dia. Por issoéimportante fechar o ciclo”, dizo capitão Paulo Sérgio deOliveira, da divisão operacional do Comando de Policiamento de Trânsito. Segundo a PM, a ampliação foi possível com o reforçono número de policiais: de834 para 1.558. “Temos uma média de16homensemcadablitz.Fazemos à tarde e à noite com mais ênfase e isso é igual de segunda a quarta-feira”, diz. “Todo dia pegamos gente. Por isso, compensa manter (as operações).” O aumento das operações surpreendeumotoristas.Aassistente administrativa Kátia Aveline e o marido, o consultor Pedro Evangelista, irritaram-se em uma blitz na semana passada. “Os policiais deveriam observar melhor a condição física da pessoa. Tem de dar uma tolerância. Eu estou tranquilo para dirigir”, afirmou Evangelista. Eles foram parados na Avenida Francisco Matarazzo, na Água Branca. “Sou contra. Eles deveriam irpara outros pontos, não aqui”, disseKátia. Evangelista foi multado e ela pegou a direção após ser liberada pelo bafômetro. Um estudante de 18 anos, que se identificou apenas como Renan, fez vários apelos para não ser multado e se recusou a soprar o bafômetro. Ficou uma hora e meia esperando até ser liberado. “Não quero criar provas contra mim.” Segundo o capitão Oliveira, poucos se recusam a fazer o teste. “Geralmente são advogados, mas isso é raro.” E avisa: “Quem se nega pode ser multado e levado para a delegacia.” Já o representante comercial Antônio Carlos Batista, de 49 anos, elogiou a operação. “Fui abordado com educação”, disse ele, que passou pelo teste do bafômetro.
*Valor anunciado com o câmbio referencial de 03/08/2010 de US$ 1 = R$ 1,83. O preço em reais poderá variar conforme o câmbio da data da compra, uma vez que os preços são baseados no dólar norte-americano. Tarifa de R$ 2.815,00 em cabine interna dupla, categoria N, referente ao cruzeiro de 7 noites no navio Vision of the Seas®, saída em 08/01/2011 (limite de 10 cabines para esta promoção), exclusivamente parte marítima. As tarifas acima apresentadas já incluem a taxa administrativa da agência de turismo excluindo-se todas as outras taxas, tais como taxas aéreas, portuárias e/ou de serviços. **Promoção 2º hóspede grátis válida até 31/8/2010 para pagamento da tarifa. Taxas e seguro deverão ser pagos por pessoa. Entrada de 20% (dinheiro ou cheque) e parcelamento em até 10x sem juros para pagamentos em cheque (sujeito à aprovação de crédito pela TCN) ou cartão de crédito das bandeiras Visa, Amex, Diners e Mastercard. Preços e condições promocionais sujeitos à disponibilidade em cada saída e alteração sem prévio aviso. Consulte os itinerários regulares referentes a cada saída. Consulte nossas condições gerais no site www.royalcaribbean.com.br.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
ALÔ, SÃOPAULO
27° 12°
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QUA 11/8
22° 12°
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Aracaju Belo Horizonte Brasília Boa Vista Belém Campo Grande Cuiabá Curitiba Florianópolis Fortaleza Goiânia João Pessoa Macapá
19°/23° Abaixo de 19°
Franca
40%
Ribeirão Preto
S. J. do Rio Preto
15°/32°
17°/30°
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Araraquara 11°/30°
Presidente Prudente 13°/30°
Bauru
Piracicaba
15°/28°
Sol/chuva Sol Ensolarado Sol/chuva Sol/chuva Sol Ensolarado Sol/chuva Sol/chuva Sol Ensolarado Chuvoso Sol/chuva
São Paulo 12°/27°
12°/26°
Chuvoso Sol/chuva Chuvoso Sol Sol Sol Chuvoso Sol Sol/chuva Sol/chuva Sol/chuva Sol Sol
Fuso Mín./Máx.
18°/25° 24°/33° 22°/26° 18°/33° 9°/16° 20°/34° 20°/26° 19°/34° 14°/29° 20°/27° 25°/31° 23°/34° 18°/29°
-1 Assunção +6 Atenas +5 Barcelona +5 Berlim +5 Bruxelas Buenos Aires 0 -1,5 Caracas -2 Chicago +5 Estocolmo +5 Genebra Johannesburgo +5 Lima -2 Lisboa +4 Londres +4 Los Angeles -4 Madri +5 México -2 Miami -1 Montevidéu 0 Moscou +7 Nova York -1 Paris +5 Roma +5 Santiago -1 Sydney +13 Tel-Aviv +6 Tóquio +12 Toronto -1 Washington -1
N NO
C P
Mín./Máx.
TÁBUA DE MARÉS: Porto de Santos
14°/27°
Sorocaba
Maceió Manaus Natal Palmas Porto Alegre Porto Velho Recife Rio Branco Rio de Janeiro Salvador São Luís Teresina Vitória
22°/27° 11°/28° 13°/28° 23°/35° 24°/33° 14°/31° 19°/35° 9°/17° 14°/18° 23°/30° 16°/32° 22°/29° 24°/33°
13°/25°
Ourinhos
rente ria
Tempo
8°/21°
12°/28°
S. J. dos Campos
TEMPERATURA DIMINUI ma frente fria che a e se afasta rapidamente do litoral de ão aulo mas o vento frio e mido ue vem do mar forma muita nebulosidade no leste paulista e dei a os pr imos dias com c u nublado e temperatura bai a.
Mín./Máx.
C. do Jordão
Campinas
13°/27°
cheia 24/8 (14h05)
Poente 17h48
NOITE
NO MUNDO
Tempo
13°/29°
0%
TARDE
NAS CAPITAIS
24°/27°
17°/28°
1mm
MANHÃ
28°/32°
Votuporanga
18° 14°
crescente 16/8 (15h14)
Probabilidade de chuva
Acima de 32°
Na capital
nova 10/8 (0h08)
Nascente 6h37
Volume de chuva
PRÓXIMOS DIAS EM SP O tempo fecha no leste paulista a partir de hoje à noite com diminuição de temperatura.
TER 10/8
minguante (2h) 3/8
PREVISÃO PARA HOJE EM SÃO PAULO Sol e aumento de nuvens
20nós
O
Ubatuba
NE L
13°/27°
Santos
11°/24°
midade ue ue che a do mar
SO
Guarujá
Itapeva
15°/26° 11°/23°
Cananeia 12°/23°
Céu claro
www.estadao.com.br/sms
Nublado
Parcialmente nublado
0,5m
S
Iguape
Receba por sms a previsão de onde você está
SE
15°/26°
Pancadas de chuva
9 Segunda
10 Terça
2h39 8h45 15h51 21h24
2h58 9h26 16h26 21h58
Chuva
1,3 -0,1 1,6 0,2
1,3 -0,1 1,5 0,2
Chuva com trovoadas
11 Quarta
12 Quinta
3h15 10h08 16h51 22h30
3h39 10h47 17h04 23h
1,4 -0,1 1,4 0,2
1,4 0,0 1,3 0,2
12°/21° 24°/32° 17°/30° 16°/23° 13°/23° 3°/14° 19°/27° 22°/29° 14°/23° 8°/24° 8°/19° 14°/21° 19°/35° 14°/22° 10°/27° 22°/37° 14°/22° 25°/31° 9°/12° 23°/38° 19°/33° 12°/25° 19°/29° 5°/20° 9°/15° 21°/33° 24°/27° 18°/26° 20°/34°
Volume de chuva (mm) Probabilidade de chuva (%)
Agenda da Semana Histórias
Arte tailandesa
Onde: Rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes (Tucarena – entrada pela Rua Bartira) Quando: Amanhã, 10h às 12h Preço: Grátis Informações: (11) 3670-8453 ou teatrotuca.com.br
Onde: Av. Morumbi, 4.500, portão 2, Morumbi (Palácio dos Bandeirantes) Quando: de 11 a 29/8, 3ª a domingo, 10h às 17h (visita a cada hora) Preço: Grátis Informações: (11) 2193-8282
A oficina A Arte de Contar Histórias, ministrada pela atriz Ana Luísa Lacombe, aborda diversos estilos de contos e busca despertar nos participantes a riqueza da experiência de ouvir e contar histórias.
A exposição Tailândia – A Função Social da Arte reúne objetos artísticos e peças tailandesas. Pertencentes à Embaixada e ao Consulado da Tailândia, as obras mostram a delicadeza milenar dessa cultura.
Gatos de Raça
Cinema Verde
Onde: Rua Abraão Ribeiro, 503, Barra Funda Quando: Sábado e domingo, 9h às 19h Preço: 1 kg alimento não-perecível ou produto de higiene Informações: clubebrasileirodogato.com.br
Onde: Avenida 4º Centenário, 1.268, portão 7-A (UMAPAZ – Auditório Verde, no Parque do Ibirapuera) Quando: dias 14, 21 e 28/8, 10h às 13h Preço: Grátis Informações: (11) 5572-1004
Mais de 200 gatos de várias raças, espécies raras como o Ragdoll, gatos com mais de 10 kg, felinos sem pelos e pequenos leopardos estarão na 120ª e na 121ª Exposições Internacionais de Gatos de Raça.
O Circuito Tela Verde exibe 29 vídeos com temas socioambientais. São curtas de animação, documentários e entrevistas com o objetivo de sensibilizar o público e estimular o debate sobre essas questões.
Seus Direitos TIM Infinidade de problemas
Possuo duas linhas de um plano familiar pós-pago, Infinity 120 e Infinity 160, e uma outra no pré-pago da TIM. No final da tarde do dia 24/7, recebi uma ligação de uma pessoa que se dizia atendente dessa operadora e que eu deveria confirmar meus dados cadastrais. Respondi que não faria isso, pois já o tinha feito há apenas três meses, quando adquiri as linhas, e também não tinha como confirmar se ela era de fato da TIM. Minutos depois, as duas linhas do pós-pago foram bloqueadas. Fui informada de que o motivo do bloqueio foi porque os minutos do plano foram excedidos. Nunca fomos alertados sobre isso. Informaram-me que qualquer custo adicional decorrente desse excedente poderia ser incluído para pagamento na próxima fatura e fariam isso em até 2 horas. De fato, um pouco mais de uma hora depois, o celular voltou a funcionar. No entanto, uma das linhas ainda estava bloqueada.
1˚ Prêmio 2˚ Prêmio 3˚ Prêmio 4˚ Prêmio 5˚ Prêmio
44.432 64.500 23.280 39.673 25.882
PROTESTO NA PRAIA Com cartazes e guarda-chuvas pretos em forma de cruz, desabrigados pelas chuvas lembraram ontem na Praia de Icaraí, em Niterói (RJ), os mortos nos deslizamentos e pediram moradia digna ● MARCOS DE PAULA/AE
Informe-se
As cartas devem ser enviadas para consumidor. estado@grupoestado.com.br, pelo fax 3856-2940 ou para Av. Engenheiro Caetano Álvares, 55, 6˚ andar, CEP 02598-900, com nome, endereço, RG e telefone, e podem ser resumidas
e eu cancelei as linhas.
Entrei em contato com a operadora e disseram que a linha estava desbloqueada, mas seria preciso desligar o aparelho para tirar o chip, esperar 15 minutos e religá-lo para que a linha voltasse a funcionar. No dia seguinte, o aparelho ainda não funcionava. Entrei em contato com a TIM que disse que a linha estava bloqueada e assim permaneceria até o “gestor de consumo” entrar em contato comigo, o que poderia acontecer em até 5 dias úteis. Quando já haviam passado 24 horas, liguei novamente para a operadora. Depois de contar toda a história novamente (ninguém resgatou meu histórico), a atendente desligou na minha cara.
JOGO DE EMPURRA Pedido de transferência
O Centro de Relacionamento com o Cliente da TIM esclarece que entrou em contato com a sra. Daniela para informá-la de que ambas as linhas em seu nome já estão canceladas, conforme solicitado. Diz ainda que realizará a isenção da multa contratual.
Análise: De acordo com a narrativa dos fatos, verifica-se que não se trata de problema com a portabilidade e, sim, vício no serviço prestado pela TIM. Em princípio, constata-se a falha na informação transmitida à consumidora, já que a empresa entrou em contato com ela a fim de confirmar seus dados cadastrais sem informar quais as implicações que a recusa de tal confirmação lhe causariam. Até porque, recomenda-se sempre a cautela do consumidor ao divulgar os seus dados pessoais, por razão de segurança. Por outro lado, o bloqueio das linhas telefônicas dos celulares póspagos significa interrupção na prestação de serviço, o que implica abatimento proporcional na fatura de pagamento pelo tempo em que o serviço ficou indisponível ao consumo, nos termos do artigo 30, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), além da reparação de outros danos eventualmente sofridos, de acordo com o artigo 6.º, inciso VI do mesmo diploma legal.
A leitora comenta: A TIM não conseguiu resolver o problema
Mariana Ferreira Alves é advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
DANIELA ZOLKO SIQUEIRA / SÃO PAULO
Loterias FEDERAL Nº 04473
Cena da Cidade
Sou cliente do Banco Real-Santander e, desde novembro de 2009, estou tentando transferir meu saldo e documentos da previdência privada dessa instituição para um grupo concorrente. Reclamei 4 vezes no SAC, 2 vezes na Ouvidoria, telefonei para o gerente e enviei e-mails, mas nada foi feito. Somente há pouco tempo, o valor, finalmente, foi transferido, porém, faltam documentos importantes e o jogo de empurraempurra continua. OSCAR ROBERTO JUNIOR / SÃO PAULO O Banco Real informou, em 7/7, que entrou em contato com o leitor sr. Roberto Junior, que pediu que a demanda seja concluída pela Ouvidoria, a qual providenciará os documentos necessários.
O leitor responde: O banco está “providenciando” a solução do problema desde novembro de 2009. Essa, por sinal, foi a segunda vez que procurei a Ouvidoria. (Além das três ou quatro vezes em que falei com o
SAC.) Um funcionário da Ouvidoria me ligou há uns 10 dias, mas até agora não tive resposta no sentido da conclusão da operação. No dia 21/7, por exemplo, mandei um e-mail para eles, mas não recebi resposta. Análise: De acordo com o Código de Defesa do Consumidor é uma prática infrativa o fato de o Banco Real não prestar o serviço solicitado pelo cliente sr. Roberto Junior. O banco também está contrariando as resoluções estabelecidas pelo Banco Central (BC). Além disso, por normas da Superintendência de Seguros Privados (Susep), questões de previdência privada e sua transferência não poderiam sofrer essa burocracia criada pelo banco citado, que descumpre não somente as normas da Susep, como também do BC e do CDC. Recomendo ao leitor sr. Oscar que faça uma reclamação formal no BC, na Susep e no Juizado Especial Cível, para exigir eventuais reparações de danos causados pela demora e prejuízo financeiro. Fábio Lopes Soares, advogado, é membro da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-SP e da Associação Brasileira de Ouvidores (ABO).
ATENÇÃO: O quadro abaixo não deve ser usado para a conferência oficial das loterias. Dependendo do horário dos sorteios e do fechamento de edição, alguns resultados podem estar defasados. Confira os resultados oficiais no site www.caixa.gov.br
7/8/10 R$ 1.000.000,00 R$ 24.000,00 R$ 14.500,00 R$ 14.000,00 R$ 12.240,00
MILIONÁRIA Nº 04461 1˚ Prêmio 2˚ Prêmio 3˚ Prêmio 4˚ Prêmio 5˚ Prêmio
83.488 42.773 34.723 57.431 76.637
26/6/10 R$ 1.000.000.00 R$ 32.000.00 R$ 27.000.00 R$ 14.300.00 R$ 12.720,00
QUINA Nº2366
7/8/10
Quina (1)
R$ 915.051,27
LOTOFÁCIL Nº554 5/8/10 Dois apostadores acertaram as 15 dezenas e vão receber R$ 808.008,00 01 02 03 04 06
Quadra (142)
R$ 2.484,49
Terno (8.224)
R$ 61,28
09
13
14
17
19
49
20
21
22
24
25
04
17
38
40
MEGA SENA Nº1203 Sena (Acumulou)
7/8/10 R$ 7.018.099,86
Quina (99)
R$ 14.840,80
Quadra (6.138) 07
09
R$ 341,95 30
33
38
55
CORPO DE BOMBEIROS: 193 OU WWW.CCB.POLICIAMILITAR.SP.GOV.BR POLÍCIA MILITAR: 190 OU WWW.POLICIAMILITAR.SP.GOV.BR POLÍCIA CIVIL: 197 OU WWW.POLICIA-CIV.SP.GOV.BR DISQUE-DENÚNCIA: 181 (SP) OU (011) 3272-7373 SPTRANS: 0800-771-0118 (BILHETE ÚNICO E CARTÃO FIDELIDADE) ITINERÁRIOS DE ÔNIBUS: 156 DEFESA CIVIL: 199 PROCON: 151 SABESP: 195 AES ELETROPAULO: 0800-727-2196 COMGÁS: 0800-011-0197 RODÍZIO: NÃO PODEM CIRCULAR NO CENTRO EXPANDIDO, DE 7H ÀS 10H E DE 17H ÀS 20H, CARROS E CAMINHÕES COM PLACAS DE FINAIS
1e2 Há um Século 9 de agosto de
1910 A população germânica no sudoeste russo é de 320.000 almas, tendo já adquirido uma área superior a 800.000 hectares. O governo russo resolveu deles o direito de adquirir a propriedade immovel e de arrendar terras.
estadão.com.br Blogs. Leia mais notas no blogs.estadao.com.br/cem-anosatras/
SERVIÇO: O Estado publica diariamente as loterias. Fique atento aos números e à data de realização dos sorteios
DUPLA SENA Nº887 Sena (Acumulou)
11
17
24
25
Sena 2.˚ sorteio (1) Quina (97) Quadra (3.359)
01
02
03
6/8/10 R$ 8.784.945,20
28
31
40
LOTOMANIA Nº1060 7/8/10 20 acertos (Acumulou) R$ 3.415.661,48 02 03 13 19 26
R$ 318.899,42 R$ 2.465,72 R$ 67,81
29
30
32
37
39
41
42
67
69
70
29
74
78
81
82
95
37
%HermesFileInfo:C-3:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Cidades/Metrópole C3
Trânsito. Mais blitze
Bares reclamam e taxistas elogiam maior fiscalização
LEONARDO SOARES/AE –29/7/2010
Sindicato diz que ampliação das operações vai “intimidar” clientes. Empresas e motoristas de táxis esperam aumento de passageiros A ampliação das blitze para todos os dias da semana não agradouaosetordebareserestaurantes de São Paulo, mas é vista como possibilidade de aumento dos lucros pelos taxistas. “Vai intimidar os clientes e os estabelecimentos serão prejudicados”, afirma Sérgio Martins Machado,diretorjurídicodoSindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo. “O bar não está ligado só ao fornecimento de bebida, tem comida também. Às vezes, a pessoa fica com medo de ir aos restaurantes. Vira um trauma.” Machado acredita que o trabalhodaPolícia Militarestátomandoumrumoinadequado.“Apolícia tem de se preocupar com a segurançada cidade. Tem de sair para prender ladrões”, reclama. A Polícia Militar afirma que as blitze estão entre as atribuições dos policiais de São Paulo. Ainda segundo o diretor do sindicato de bares e restaurantes, os estabelecimentos têm mantido o funcionamentocommedidascomo convênios com táxis para ● Cantora em blitz
A cantora Elba Ramalho teve a habilitação suspensa na sexta após se negar a fazer o teste do bafômetro em uma blitz no Rio.
OPERAÇÕES l Comparação das blitze da lei seca nos 27 dias anteriores e posteriores à ampliação para toda a semana
Números da lei seca
Flagrantes de embriaguez
DE 1º A 28 MAIO
DE 1º A 28 JULHO
Pessoas abordadas*
10.842
16.713
Motoristas abordados
9.312
14.418
Submetidos ao bafômetro
9.279
14.366
Presos em flagrante
60
72
Multados
264
377
Quantidade de blitze
671
752
17% 14,40%
6,19%
4,03%
2%
DE ABR. A DEZ.
DE JAN. A JUN.
DE JUN. A DEZ.
DE JAN. A DEZ.
DE JAN. A JUN.
2007
2008
2008
2009
2010
Em números VIATURAS POR BLITZ
HOMENS
Até 10
16
DURAÇÃO
1 hora
*Acompanhantes dos motoristas FONTE: POLÍCIA MILITAR
clientes e outros serviços semelhantes. Táxi. Ricardo Auriemma, presidente da Associação de Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo (Adetax), afirma que logo que a lei entrou em vigor, em 2008, houve uma procura constante pelo serviço de táxi. “Com o passar do tempo,
Operação. PMs participam de blitz na Francisco Matarazzo: rigor da lei seca já surtiu efeito
Flagrados tentam escapar: ‘sabe com quem está falando?’ ● Frases como “meu pai é juiz”
ou “trabalho no gabinete do governador” são algumas das desculpas ouvidas pelos policiais que abordam motoristas nas fiscalizações da lei seca. “Sofremos com isso. Temos de ouvir e explicar que o cargo ou a filiação
não muda nada”, diz um sargento que participa das ações e identificou-se como Edmilson. Na blitz acompanhada pela reportagem na Avenida Francisco Matarazzo, zona oeste de São Paulo, um jovem flagrado pelo bafômetro gritou, bateu no carro e teve de ser contido por PMs. “Ele disse que o pai é juiz. O pai foi chamado e, ao chegar, tentou acalmar a situação”, conta o sargento Edmilson. “Casos assim são comuns. Tem gente que fala
que é advogado, critica, mas estamos cumprindo a lei”, afirma. Os policiais militares dizem que há casos em que o motorista diz que é advogado. “Também aparece gente dizendo que é filho de político”, revela um soldado, que pediu para não ser identificado. “Geralmente esses motoristas estão em carros importados. Acham que podem tudo. Infelizmente, pais perdem filhos em acidentes e a lei veio para acabar com isso.” / C.H.
porcentual de motoristas embriagados pegos no bafômetro tem caído de forma gradual desde2007,quandoasoperaçõescomeçaram. Naquele ano, 17% dos condutores abordados estavam alcoolizados. No primeiro semestre deste ano, esse índice caiu para 2%. “Houve uma conscientização”, diz o professor da Faculdade de Psicologia da Pon-
tifícia Universidade Católica (PUC-SP) Ari Refheld. “A lei seca promoveu muita discussão e isso ajuda a pensar no assunto.” Em maio, a Polícia Militar da capital já havia mudado de estratégia,aoreduzirotempodeduração das blitze. O objetivo era evitar a troca de informações pelo Twitter sobre os pontos defiscalização. / CAMILLA HADDAD
INFOGRÁFICO/AE
essa demanda caiu. Conversando com os motoristas, eles me disseram que atualmente, dependendo do local da operação (blitz da PM), há um leve aumento perto de bares.” De acordo com Auriemma, com a fiscalização ampliada, a situação pode melhorar.“Há reflexo no serviço sempre que há aumento de blitze. Pode ser que as pessoas pas-
sem a usar mais os táxis.” O taxista José Soares espera crescimento no número de passageiros. Com ponto na Vila Madalena, zona oeste, ele diz que o movimento caiu há um ano. “Com as blitze intensas, poderemos ter uma procura maior.” Flagrantes. Segundo a PM, a
fiscalização já surtiu efeito. O
C4 Cidades/Metrópole %HermesFileInfo:C-4:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
DANIEL TEIXEIRA/AE
No 8º ataque a shopping do ano, alvo foi Santana Bandidos atacaram Casa das Alianças e JK. Houve pânico e 3 foram feridos em tiroteio Damaris Giuliana
No oitavo assalto do ano em shoppings paulistanos, sete homens armados com pistolas e revólveres invadiram o Santana Parque Shopping, na zona norte, às 22h30 de anteontem. Os ladrões entraram simultaneamente na Casa das Alianças e na JK Alianças. Levaram peças de mostruário e R$ 1,3 mil. Houve tiroteio. Dois seguranças e supostamente um ladrão ficaram feridos. Bandidos fugiram em um Ka e uma Saveiro. Pouco depois do crime, a Polícia Militar informou que um dos vigias havia morrido. Ontem, emnota, o Santana Parque corrigiua informação. “Dois seguranças do shopping foram atingidos e encaminhados ao Pronto-Socorro do Mandaqui.” Minutos antes da ação, os ladrõespedirambolo,doceserefri-
Em Belo Horizonte, tiros e correria durante as compras Várias lojas do Shopping Del Rey, um dos maiores de Belo Horizonte, também tiveram de baixar as portas mais cedo no sábado, véspera do Dia dos Pais. Apesar do grande movimento de clientes, dois assaltantes dispararam pelo menos três tiros dentro
gerantesemumadocerianafrente da Casa das Alianças. “Pegaram os doces e cada um sentou em um lugar. Alguns falavam no celular”, disse uma funcionária. As imagens das câmeras que foram entregues à polícia mostram que os criminosos renderam um vigia em um corredor do primeiro piso, antes de entrar na loja. Segundo o shopping, apesar de não ter reagido, ele foi atingido por um tiro no rosto. A bala entrou de cima para baixo e ficou alojada na medula. Até a noite de ontem, o estado de saúde dele era grave. O outro, atingido na mão de raspão, foi liberado logo depois do atendimento. Segundo a coordenadora da Casa das Alianças, Marisa Eugênia, a ação foi rápida. “Não deu três minutos.” Três criminosos renderam cinco funcionários, um cliente e um policial à paisana que fazia compras na loja. Os vendedores foram obrigados a
do estabelecimento por volta das 21h30, durante assalto a uma funcionária do estacionamento. Ninguém ficou ferido. De acordo com informações da Polícia Militar, a vítima estava indo depositar cerca de R$ 6 mil em um caixa eletrônico quando foi rendida por dois homens. Apesar de ela não ter reagido, frequentadores do shopping ouviram quando os ladrões dispararam os tiros no primeiro piso do centro comercial.
Pânico. Casa das Alianças foi uma das assaltadas: horário havia sido estendido até as 23h, mas todas as lojas fecharam antes abrir o cofre e o caixa da loja. Os bandidos fugiram em seguida. Na JK Alianças, nenhum representante se pronunciou. Opolicialàpaisana,da4.ªDelegacia Seccional (Norte), reagiu após ouvir o disparo que atingiu o segurança na cabeça. Ele informouterbaleadoumdosassaltantes. Policiais do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) percorreram hospitais da região, mas não localizaram o criminoso. Pânico. Como era véspera do
Dia dos Pais, o horário defuncionamentodas lojas haviasido am-
Houve pânico, muita correria e algumas lojas fecharam as portas. Os dois assaltantes fugiram e, até a tarde de ontem, não haviam sido encontrados. A polícia de Minas informou que, pouco depois do roubo no Shopping Del Rey, dois adolescentes foram apreendidos por suspeita de participação no crime, mas foram liberados algumas horas mais tarde por falta de provas. / MARCELO PORTELA, ESPECIAL PARA O ESTADO
pliado para as 23 horas. Praça de alimentação e cinemas estavam cheios. A cabeleireira Luciana Garcia, de35 anos, fazia compras com as filhas, de 8 e 16 anos. “Tínhamos acabado de entrar em uma loja quando começaram a atirar. Tinha muito tiro, muita gente gritando. Corri com as minhas filhas para me esconder e só saí meia hora depois, com escolta da polícia.” À 1 hora de ontem, ela ainda aguardava liberação do estacionamento e não esquecia o desespero. “Mães com bebês deixaram os carrinhos e saíram correndo.” Testemunhas contam que várias pessoas tentaram se refugiar nos cinemas. As sessões foram interrompidas por volta da meia-noite e os espectadores abandonaram as salas pelas saídas de emergência, onde receberam vouchers como reembolso. OpedagogoMarcosBorgesPereira da Silva, de 43 anos, já tinha saído do cinema e estava com a família na praça de alimentação quando o tiroteio começou. “Corri paradentro de umaloja,quebaixouasportas”,relatou.“Depois,apolícianos encaminhou para uma saída e fomos embora para casa de táxi.”
CASO BRUNO
NOVA IGUAÇU (RJ)
RIO
Amante de goleiro tem sangramento e sai da prisão para exames em maternidade
Jovem corre para pegar o ônibus e é morto
Polícia acha 600 kg de maconha em polvilho
Um adolescente chamado Michael Jackson Ribeiro Martinez, de 17 anos, foi morto durante discussão dentro de um ônibus, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Segundo testemunhas, o jovem correu para entrar no veículo e quase deu um esbarrão numa mulher com um bebê no colo. O homem que a acompanhava se irritou e ligou para uma pessoa que passou a seguir o ônibus numa Kombi. Minutos depois, o motorista da Kombi entrou no ônibus e atirou quatro vezes contra o adolescente, que morreu na hora.
Um caminhão com cerca de 600 quilos de maconha foi apreendido na madrugada de ontem em uma das vias de acesso ao Complexo do Alemão, no Rio. A carga estava escondida sob um carregamento de polvilho e teria vindo do Paraná. Após receber uma denúncia anônima, policiais fizeram a abordagem na Estrada do Itararé, às 2 horas. Um carro fazia escolta da carga. Os criminosos atiraram e fugiram. O motorista do caminhão se apresentou à polícia mais tarde e disse ter sido rendido pelos bandidos.
A amante do goleiro Bruno Fernandes, Fernanda Gomes de Castro, de 32 anos, passou mal ontem na prisão. Acusada de envolvimento no sequestro e morte de Eliza Samudio, Fernanda disse ter tido sangramento e foi levada à Maternidade Otaviano Neves, na capital mineira. Segundo a Secretaria de Estado da Defesa Social, Fernanda deve passar a noite na unidade médica. Antes de ela ser levada à penitenciária onde está presa preventi-
vamente desde o dia 5, seus advogados já haviam dito que havia possibilidade de ela estar grávida. O exame de ultrassom, porém, não detectou o feto. Ontem, ela seria submetida a outros procedimentos – incluindo curetagem, se necessário – para verificar se tem condição de voltar à prisão. Pela manhã, havia sido atendida por médicos da penitenciária. Além de Fernanda, outras 8 pessoas estão presas pelo caso.
Durante a madrugada, assim como outros clientes, Silva voltou para buscar seu carro. À 1h15, ele e Luciana foram acompanhados por funcionários do shopping até um acesso lateral para retirar os veículos. Ontem, as lojas abriram normalmente. Não havia sinal de tiroteio ou tumulto nos corredores do shopping. Nas joalherias assaltadas, fechadas ao público, gerentesevendedores contabilizavam os produtos perdidos e os valores levados. O Santana Parque afirmou que tinha reforçado a segurança no sábado, não por causa dos assaltos a joalherias de outros shoppings, mas porque este é o procedimento padrão nas ocasiões em que cresce o movimento nas lojas. Os seguranças são terceirizados e trabalham armados, mas são orientados a não reagir no interior do estabelecimento. / COLABORARAM JOSMAR JOZINO e
CRONOLOGIA 12 de janeiro Shopping Higienópolis Três ladrões invadem a Montblanc e levam joias
4 de abril Shopping Pátio Paulista Relógios e joias são roubados da joalheria The Graces
3 de maio Shopping Campo Limpo Cliente é baleado após assalto a loja de surfe
16 de maio Shopping Cidade Jardim Oito assaltantes invadem a Tiffany e levam 72 peças
7 de junho Shopping Cidade Jardim Rolex levados da Corsage
LAIS CATTASSINI
3 de julho Shopping Ibirapuera Relojoaria S.Rolim é o alvo Leia o Estadão no Ipad. Saiba como em: estadão.com.br/celular/ipad
CAMPO MOURÃO (PR) DIRCEU PORTUGAL
Choque de caminhão e ônibus mata 2 pessoas Duas pessoas morreram em um acidente entre o ônibus da equipe sub-20 do Grêmio de Maringá e um caminhão, em Campo Mourão (PR). As vítimas foram os motoristas dos veículos.
10 de julho Shopping Campo Limpo Johara Gold é roubada
VALENTIM GIL (SP)
Série de acidentes deixa 14 feridos no interior Uma colisão entre cinco veículos na Rodovia Euclides da Cunha, interior paulista, deixou 14 pessoas feridas – 4 em estado grave – na noite de anteontem. Segundo a Polícia Rodoviária, um Toyota bateu na traseira de um Gol, que, em seguida, chocou-se contra um Corsa no km 527, perto de Valentim Gil. Seis pessoas ficaram levemente feridas. Os veículos permaneceram na estrada e foram atingidos por um quarto carro. Em seguida, um Gol atropelou quatro vítimas do acidente, que foram hospitalizadas em estado grave.
DANIEL IGLESIAS/O TEMPO
Falecimentos Eleonora Wanda Nardi Arcuri – Dia 4, aos 84 anos, era viúva do Dr. Prof. Arnaldo Arcuri. Deixa as filhas Nancy Arcuri , Suely Nardi e o neto Alexandre. O enterro foi no Cemitério Gethsemani.
Para publicar anúncio fúnebre: Balcão Iguatemi – Shopping Iguatemi 1a - 04, tel. 3815-3523 / fax 3814-0120 – Atendimento de 2ª a sábado, das 10 às 22 horas, e aos domingos, das 14 às 20 horas. Balcão Limão – Av. Prof. Celestino Bourroul, 100, tel. 3856-2139 / 3857-4611 / fax 3856-2852 – Atendimento de 2ª a 6ª das 9 às 19 horas. Só serão publicadas notícias de falecimento/missa encaminhadas pelo e-mail falecimentos@grupoestado.com.br, com nome do remetente, endereço, RG e telefone
os filhos Maria Aparecida, Henrique, Delfina, Joel, Josué, Noemi, Simone, Edilene e Silmara. O enterro foi no Cemitério de Congonhas.
Juvelina de Lara Souza – Aos 83 anos. Filha de Antonio de Lara e Ester de Almeida. Deixa filhos. O enterro foi no Cemitério da Saudade.
Edna Maria da Cunha Melo – Aos 43 anos. Filha de Geraldo Pedro da Cunha e Ana Agripina da Cunha. Deixa os filhos Thiago e Thais. O enterro foi no Cemitério Campo Grande.
Piedade Cecilia Mendes – Aos 78 anos. Filha de Francisco Mendes e Maria Cecilia. Deixa os filhos Fernando, Jaime, Milton, Maria de Fátima e Sergio. O enterro foi no Cemitério São Pedro.
Arnaldo Magalhães – Dia 7, aos 84 anos. Era casado com Anna Maria. Deixa as filhas Ana Cristina e Martha. A cerimônia de cremação no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.
Maria Helena de Oliveira Junqueira – Dia 6, aos 75 anos. Era casada com Rodrigo Octavio Monteiro Diniz Junqueira. Deixa a irmã Dalva e os filhos, Otavio, Marta, Rodrigo, Heloisa e Marcelo. O enterro foi no Cemitério do Araçá.
Antonio Ferreira D Azambuja – Aos 84 anos. Filho de Antonio Ferreira D Azambuja e Palmira Gomes
Maria Aparecida Muniz de Souza – Aos 74 anos, era casada com Henrique Bernerdo da Silva Deixa
Caiado. Deixa filhos. O enterro foi no Cemitério São Paulo. Joaquim Villar Rouco – Aos 84 anos. Filho de Francisca Rouco Ramiro. Deixa os filhos Davi e Marisol. O enterro foi no Cemitério Villar Parque dos Pinheiros. Jornalista Sidney Mello – Aos 74 anos, era casado com a professora Cecília Muniz Arco de Mello. Deixa filhos e netos. O corpo foi trasladado para o Crematório de Vila alpina. Luiz Augusto Cesar de Oliveira – Dia 4, aos 68 anos. Deixa esposa, 3 filhos e 6 netos. Geralino Alves Passos – Dia 3, aos 54 anos. Filho de Perpetuo Alves Passos e Iracema Marques
A Família da querida
FRAJDA RYWKA LACHOWSKY (FRIDA)
comunica seu falecimento. O sepultamento será realizado HOJE às 10 horas no Cemitério Israelita do Butantã.
Santos, era casado com Dalva Aparecida Silva Passos. Deixa filhos. O enterro foi no Cemitério da Paz. Menino Cauê de Valentim Suto de Souza – Aos 3 anos. Filho de Filipe de Valentim Souza e Michele Aparecida Suto dos Santos. O enterro foi no Cemitério de Congonhas. MISSAS Alda Cabral de Monlevade – Hoje, às 18 horas, na Igreja N. Senhora Mãe da Igreja, na Al. Franca, 889, Jd. Paulista (1º aniversário). Dulce de Castro Caçapava França – Amanhã, às 18h30, na Igreja Sagrado Coração de Maria, na Rua Jaguaribe, 735, Higienópolis (7º dia).
Economia, Sociologia, música e madeira Ubirajara Ohl de Souza adorava música – da clássica ao blues. Em sua coleção armazenava 500 CDs. O gosto surgiu quando ainda pequeno, por influência da família italiana, que
tinha vários músicos. Outro de seushobbies erao trabalho manual – marcenaria e marchetaria. Talhava caixas, porta-joias e materiais para escritório. Masnãovendia,apenaspresenteava amigos e parentes. A profissão nada teve a ver com os gostos pessoais – era bancário. Começou na carreira aindaadolescente,obrigadopelo pai, quando repetiu de ano na escola. Já trabalhava na época em que cursou Economia. Mais tarde, sempre interessado em política, entrou na faculdade de Sociologia. Dia 2, aos 66 anos.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
ANTONIO PRATA ✽ ●
antonio.prata@estadao.com.br
Spam abe aquela chateação à mesa de terdeficar pedindo que um passe a salada, o outro devolvaoensopado, que quem está no meio alcance o suco? Vai terminar!” “O sofrimento comdepilaçãoestácomosdiascontados!” “A mais nova casa noturna de SP conta com ambiente decorado nos tons e temas do sudeste asiático. A pista de dança é suportada por arcos em forma de ogiva, lembrando grandes construções, como o Taj Mahal. Possui, ainda, um Buda de 3 metros de altura e 4 toneladas localizadoestrategicamenteacimadacabine do DJ, chamando a atenção de todos.” “Uma parceria inédita no Bra-
“S
sil: o oftalmologista Dr Pedro Murtinho fará uma operação de córnea acompanhado da DJ Márcia Zorzan e suas picapesnasalade cirurgia.” “Venha divertirseeaprender adançar o csárdás,o ritmo das aldeias da Transilvânia e das planícies da Hungria.” “Para você que deseja conhecer mais de 550 truques dos grandes mágicos, ter sorte no amor, sexo ou dinheiro, deseja fazer uma simpatia em busca de novos negócios, para a cura de doenças, esse é o produto ideal.” “Hoje em dia, além das versões de comprimidosefervescentesegotasdeácidoascórbico, muito frequentes para a prevenção de gripes e resfriados, o consumidor pode até tomar banho de vitamina C.” “Através de um percurso marcante, você poderá reviver o amor do Filho de Deus por todos nós. Participe dessa re-
flexão pessoal vivenciando os últimos momentos da vida de Jesus Cristo.” “Contrate sósias de celebridades para seu evento! Temos mais de 800 sósias para divertir seu público.” “Quem busca métodos naturais que proporcionem
A praga dos anúncios por e-mail oferece de depilação a aula de dança da Transilvânia qualidade de vida pode participar do Curso Básico de Aromaterapia – Módulo I – que será realizado em São Paulo, no dia 16 de abril.” “Surpreenda seus convidados na recepção de seu evento com os paparazzi reais e simulados!” “Há registros de que Cleópatra já se livravadosindesejadospelosusandofai-
xasdetecidos embebidosem ceraquente, uma técnica que mesmo hoje não está tão desatualizada. Porém, as pesquisas internacionais permitiram inovações nos métodos de depilação, como o mais novo aparelho que acaba dechegar aoBrasil,o Zoom-lite.”“O inventoutiliza um mecanismo simples e funcional: um cartucho especial com vitamina C é acoplado à ducha e a água passa a ser expelida com doses da substância, porém sem alterar sua cor.” “Trata-se de uma espécie de prato de polipropileno, com 60 centímetros de diâmetro, que resiste a temperaturas de até 120 graus. Formado por uma base inferior e um tampo superior, ele tem entre essas duas camadas esferas que permitem seu perfeito deslizamento por qualquer tipodemesa.” “Oobjetivoéusar amúsicamixada porelaparaacalmar opaciente e aumentar a concentração do cirurgião.” “O público é formado, principalmente, por belas mulheres (diga-se de passagem: MUITAS), modelos, formadoresdeopiniãoe, claro,os“bem-nascidos”. A casa promete ser rígida, adotandoosistemadedoorpolicyeassimmantendo o nível já conquistado, com um público excelente.” “Desta vez com a participação dos dançarinos do grupo infanto-juvenil*Csillagszem?*, da Hungria,em visitaao nossoPaís!”“Alémdissovocêconhecerá mágicasincríveis,como: anel que corta ao meio, a dama que
murmura, cartas que andam, moeda escondida,moedafujona,moedairradiante, moeda que chora, sua carta é doisdepaus,bolso mágico”,“Aromaterapia – Módulos I, II e III, Marketing Olfativo – “Sell with smell.” “Mais de 4.800 pessoas já participaram; mais de uma tonelada de pedras foi distribuída pelo auditório; a areia lembra Jerusalém; centenas de velas iluminamocaminho;maisdemilmetros de tecido simbolizam pelas cores o sangue, a morte, a paz e a vida eterna; o incenso de mirra é um dos presentesrecebidos por Jesusaonascer; a música sacra leva à reflexão.” “Outra grande novidade é a Vela Minitortinha de Salada de Frutas. A réplica perfeita da torta dá água na boca e promove no ambiente um delicioso aroma.” “A partir de agora, as reuniões de amigos e os almoços em família nunca mais serão os mesmos!” “A entrega é realizada em até três dias úteis, via carta registrada com frete grátis!” “Saiba mais em nosso site.” “Aceitamoscartões eboletobancário.” “Preço da tortinha: R$ 5,60.” “Informações e inscrições com Juçara.” PS: O autor jura de pés juntos que todas as frases deste texto – com exceção dos nomes das pessoas, alterados para evitar constrangimentos – saíram de e-mails por ele recebidos.
Vida na cidade FOTOS REPRODUÇÃO
PINTOR ALEMÃO REGISTRA NOITE DO CENTRO DE SP ‘Quando a cidade escurece, as pessoas somem, o silêncio impera e dá para captar cada detalhe’, explica Jan Siebert, autor de exposição no Mube Valéria França
A
Praça Roosevelt, o Minhocãoe o prédio dos Correios foram alguns pontos do centro da cidade de São Paulo registradospeloartista plástico alemão Jan Siebert, de 39 anos. Desde 1994, ano em que deixou a Alemanha para conhecer o mundo, ele vem pintandoascidadesporondepassa. São Paulo é uma delas e está na exposição Aquém do Concreto, aberta no Museu Brasileiro de Escultura (Mube), no Jardim Europa. Quando chegou à capital paulista em 2008, Siebert se assustou.“Nuncaviuma cidade com tanto concreto. Achei feia e caótica. Mas com o tempo comecei a conhecer as pessoas e a gostar do que via.” Seu primeiro ponto de parada foi a Praça Roosevelt, na época abandonada e tomada por moradores de rua e usuários de crack. Ele foi atraído pela estrutura de concreto, imensa, que ocupa quase toda a praça, mas ficou mesmo pelo que encontrou na parte interna do prédio:umsubmundocheiodecódigos próprios, que, apesar de violento,oacolheueprotegeu. “Assimquemonteiocavalete,aspessoas foramseaproximando. Depois de um tempo,
guardavam minhas coisas”, conta ele, já num português fluente. As telas, o cavalete e os pincéis ficavam com os moradores de rua quando Siebert voltava para casaparadormir.“Eramaisseguro deixar lá. No caminho, sabia que podia ser assaltado.” “Às vezes ficava com medo de perder tudo. Quando a Prefeitura passa, costuma recolher todos os objetos de quem dorme na rua. Dá até pena. Podiam perder tudo, mas deixavam meus quadros escondidos, seguros.” Uma noite, Siebert chegou e suas telas haviam sido transformadasemestruturaparaumaespécie de cabana contra o frio. “Aos poucos fui observando os vestígios que o passado havia deixado nas paredes do local. Vi peixinhospintados, aos quais os moradores deram uma
expressão diabólica. Foi então que descobri que ali funcionou uma escola de crianças e, ao lado, um supermercado. Pareceume impossível.” Dos habitantes da Praça Roosevelt, Rafael era o mais próximo de Jan. “Um dia ele me pediu tinta. Eu dei. No dia seguinte me chamou, todo orgulhoso, para mostrar o que tinha feito.” Mais tarde, descobriu que Rafael era um dos ladrões mais violentos da região. “Ele nunca me pediu um tostão. Tinha respeito e admiração pelo meu trabalho.” Bem mais fácil e menos intrigante foi pintar o Minhocão. “Lá foitranquilo. É um ponto de passagem, onde ninguém fica.” E isso quer dizer um pedaço da cidade sem dono. “À noite, sempre tem alguém que manda no pedaço. E você precisa se aproximar, meio que pedir permissão para estar ali.” Não seria mais fácil trabalhar de dia? “Nesse período, as ruas estão muito cheias de gente e não há como perceber o lugar”, explica. “Quando a cidade escurece, as pessoas somem, o silêncio impera e dá para captar cada detalhe.” O grafite das paredes, o papel jogado no chão, a janela do prédio velho aberta, o reflexo da poça d’água são detalhes que surgem no quadro como se fosse uma foto. “Os quadros de Siebert vão além da reprodução
Praça Roosevelt. Moradores de rua ajudavam a guardar os pincéis, telas e cavalete de Jan
Correios e Minhocão. ‘SP é a capital da América Latina, mas tem de investir em educação’ fidedignado cenário”,diza curadora da exposição, Lilian Heitor. “É a visão do autor, o que de fato salta aos seus olhos. ” E os preços variam de R$ 3 mil a R$ 25 mil. Alemanha. Sua saída de Ham-
burgo foi estimulada por um anseio profissional. Ele deixou a carreira de ilustrador para se dedicar às artes plásticas e buscava novas inspirações. Decidiu-se
pela América Latina. “A cultura latino-americanaémuitoatraente. Ao contrário dos alemães, que seguem as regras nos seus mínimos detalhes, nesse lado do mundoaspessoastêmmaisflexibilidade.” Ele passou oito anos no México e voltou para a Alemanha. Ficou um ano e decidiu vir para o Brasil. “São Paulo é a capital da América Latina”, afirma. “É a cidade mais moderna, mais euro-
peia. Mas ainda tem de apostar muito na educação. Tem tanto lixo na rua, porque falta educação.” Serviço JAN SIEBERT – AQUÉM DO CONCRETO. ONDE: MUBE. ENDEREÇO: AVENIDA EUROPA, 218, JARDIM EUROPA. TEL.: (11) 2594-2601. QUANDO: ATÉ 22 DE AGOSTO. GRÁTIS
EVELSON DE FREITAS / AE
WERTHER SANTANA/AE
Moradores da Vila Clementino decidem instalar lixeiras na rua Luísa Alcalde / JORNAL DA TARDE
A instalação de pequenas lixeiras do lado de fora de condomínios residenciais, comerciais ou clínicas particulares tem ajudado a manter limpas as calçadas daVilaClementino,polodeestudos e de serviços médicos na zona sul, por onde circulam cerca de 50 mil pessoas por dia. A iniciativa partiu do zelador de um prédio residencial na Rua dos Otonis, Aílton Lima, de 43 anos, que instalou há três anos
trêsrecipientes paralixonaparede do prédio. “Como a Prefeitura não coloca, a gente é obrigado a pôr. Aqui jogam muito lixo no chão”, afirma. Desde então, a Exemplo. Lixeira instalada em prédio da Rua dos Otonis ● Entulho
Trinta e duas pessoas foram detidas em uma semana na operação de combate ao descarte de entulho. Dezesseis veículos foram apreendidos. A multa passou de R$ 500 para R$ 12 mil.
ideia ganhou adeptos no bairro. Hélio Fonzar, síndico de um edifíciona Rua Borges Lagoa, diz ter instalado as lixeiras há cerca de dois meses. “Vi em outro prédio e resolvi copiar”, conta. “As pessoas abandonavam o lixo nas
cestas de metal usadas para o descarte dos sacos do prédio. Só que esses recipientes são vazados e o lixo caía na calçada. No final do dia era uma sujeira.” Segundoo presidentedaAssociação Amigos da Vila Mariana, Oswaldo Luiz Baccan, as lixeiras particularesestão seespalhando pelo bairro. “Nossa região recebe um público flutuante grande por dia em direção a clínicas e hospitais, e as lixeiras públicas não dão conta de absorver todo o lixo”, afirma Baccan. A Subprefeitura da Vila Mariana diz que desde 2008 instalou cerca de 2.500 lixeiras na Vila Clementino, número que considera suficiente para a região.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010 ANO XXIV – Nº 8087
Entrevista
Cinema
Flip
“O que presta vem da alma”, diz a atriz Maitê Proença
Festival de Gramado abre com programa duplo sobre famílias
Um papo com Crumb
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Págs. D6 e D7
Caderno2 estadão.com.br
Luiz Zanin Oricchio
Reflexões de Um Liquidificador – já viu nome mais engraçado para umfilme?Poisotítulonãoéaúnica coisa diferente neste longa do diretor André Klotzel. Além de ser uma comédia de humor negro,gênerorelativamenterarono cinema brasileiro recente, ele terálançamentocomercialdiferenciado.Em vezde entrar em cartaz comportadinho, numa sexta-feira, chega às telas hoje, em plena segundona. “Chega às telas” talvezsejaexagero–chega,naverdade, a uma única, porém nobre, tela, a da sala 3 do Espaço Unibanco, na Rua Augusta, um dos templos da cinefilia paulistana. As novidades não param por aí. Antes do longa-metragem, será sempre exibido um curta-metragem. Serão oito no total, um para cada semana que Reflexões de Um Liquidificador deverá ficar no cinema da Augusta. O primeiro deles será o divertido Divino de Repente, de Fábio Yamagi, sobre o repentista Ubiraci Crispim de Freitas, o Divino, que conta a sua vida entre um verso e outro – ditoscomgraçaevelocidadedemetralhadora. A filmagem se vale também de técnicas de animação paracontarahistóriadopersonagem. Nas semanas seguintes, outros curtas interessantes: Dossiê Rebordosa, Black-Out, Ernesto no País do Futebol, Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba e Avós. Além disso,nas sessõesdas 20 h e 22hhaveráshowsdestand-upcomedy, com quatro atores se revezando. No fim da sessão das 22 h, o diretor do curta discutirá seu filmecom o público. Nasquartas, no mesmo horário, alguém do longa (o diretor ou uma pessoa do elenco ou roteirista) virá para conversarcomopúblico.Émuita coisa para um filme só, ou não é? “Mas alguma coisa tinha mesmo de ser feita ou tentada”, diz Klotzel, cansado de ver os filmes brasileiros entrarem e saírem de cartaza toque de caixa. “Eu apresentei a proposta para o Adhemar Oliveira, do Espaço Unibanco, ele topou e ainda entrou com a ideia dos comediantes.” A base é fazer do programa de ir ao cinema algo diferente, um evento, um acontecimento em si, algo único, que não pode ser feito em casa diante da TV. Criar atrativos adicionais, pois “os filmes
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TASSO MARCELO/AE
REFLEXÕES DE UM CINEASTA BEATRIZ LEFÈVRE/DIVULGAÇÃO
não têm tempo de fazer sua carreira junto ao seu público potencial”, diz Klotzel, lembrando-se de títulos recentes que poderiam ter ido muito mais longe do quedefatoforam,comoOsInquilinos, de Sérgio Bianchi, É Proibido Fumar, de Anna Muylaert, e Olhos Azuis, de José Joffily. Para encontrar esse nicho de mercado, o cineasta conta não apenas com essa inusitada estratégia de lançamento, mas também com um gênero que, acredita, tem seu público – uma comédia de humor negro que conta
André Klotzel inova na estratégia de lançamento de Reflexões de Um Liquidificador em busca de maior relação com o público brasileiro com trama sutil e bons atores para interpretá-la. Essa fábula paulistana tem como narrador um eletrodomésticodotempodoonça, um liquidificador avariado que,depoisdepassarporumconserto, adquire consciência e passaaconversarcomsuadona,Elvi-
ra. A voz do aparelho é de Selton Mello. Elvira (Ana Lúcia Torre) é uma dona de casa que vive com o marido já entrado em anos e de aparência pacata, Onofre, interpretadoporGermanoHaiut.Aramis Trindade (de Baile Perfumado) faz um sinuoso investigador de polícia, Fabíula Nascimento é a vizinha de Elvira, e o há pouco falecido Marcos Cesana faz papel de carteiro. Gorete Milagres entra numa participação especial. Tudo gira em torno do desaparecimentodeumapessoa,umpossível crime e uma investigação.
Uma curiosidade adicional é que Reflexões de Um Liquidificador surge de um acidente de percurso na carreira de Klotzel. Ele estava preparando novo longametragem, inclusive com parte dodinheirodeproduçãojácaptado, quando entra em cartaz um título destinado a ser o grande sucesso do cinema brasileiro contemporâneo – Se Eu Fosse Você, de Daniel Filho. “Quando vi o filme do Daniel, não acreditei e disse para mim mesmo: ‘Estou ferrado’.” Por quê? O roteiro que ele iria começar a filmar, com o
título De Corpo e Alma, era simplesmenteahistóriadeduas mulheres quer trocam de corpo, uma pela outra. Muito parecido com a trama do casal interpretado por Tony Ramos e Gloria Pires. “Não dava”, admite Klotzel, “tive de abandonar o projeto e devolver o dinheiro.” Surgiu então a ideia de adaptar o texto de JoséAntoniodeSouzaeLiquidificador tomou vida. Na voz e na malícia de Selton Mello. Leia mais sobre o filme e sua estratégia de lançamento na Pág. D3
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
DIRETO DA FONTE SONIA RACY
Colaboração Débora Bergamasco debora.bergamasco@grupoestado. com. br Gilberto de Almeida gilberto.almeida@grupoestado.com.br Marilia Neustein marilia.neustein@grupoestado. com. br Paula Bonelli paula.bonelli@grupoestado. com. br
estadão.com.br/diretodafonte
Encontros com o Estadão
‘O QUE PRESTA VEM DA ALMA. CASO CONTRÁRIO, É TESE DE DOUTORADO’ Maitê Proença fala de Stela, de Passione, da carreira e de novos projetos.
é um pensamento que não leva a lugar algum. As escolhas que fiz moldaram esta que sou hoje. Tá tudo certo. ● Quais são seus critérios para
aceitar um papel?
Quando é oferecido pelo Silvio de Abreu, por exemplo, aceito de olhos fechados. De resto, tem que bater em algum lugar intuitivo que aprecia aquilo ou não sabe-se lá o motivo. Mas a gente deve contribuir com boas histórias, elas devem ser contadas mesmo se o personagem for pequeno. ● A Regina Duarte declarou re-
MARCIO NUNES
A personagem Stela Gouveia que Maitê Proença vem encarnando na novela Passione, temsuscitado discussões. Casada, infeliz, se entrega a aventuras e mentiras no seu dia a dia. No primeiro momento, Stela era aplaudida, personificando uma forma de “vingança” feminina. Hoje não mais, segundo constata a própria atriz. “Recebo elogios pela atuação, não mais pelo personagem.” Quem conheceMaitê sabe que ela pouco tem em comum com Stela. Direta, avessa a mentiras, às vezes dura demais, a atriz tem uma inteligência singular aliada a uma maneira intensa de viver. Não gosta de meias verdades, meias intenções, enfim, os caminhos do meio que inevitavelmentedão em cima domuro. Entre gravações da novela e novos projetos,
ela dedicou alguns minutos à coluna. Aqui vão os principais trechos da conversa: ● Você atua escreve e dirige. O
que mais gostaria de fazer?
Gostaria de ser cantora de MPB ou de rock. Até crooner de boate quebrava um galho. Entre escrever e atuar, gosto de poder migrar de um para o outro, são prazeres bem distintos. A escrita é mais íntima e protegida. A gente pode cavar fundo longe de olhares alheios, ao menos durante o processo. Já atuar é uma violência, expõe-se tudo que todos trancam a sete chaves, enquanto o público fica ali assistindo você se rasgar. Mas é uma maravilha
quando sai bonito. Só quem experimenta sabe. ● Como identificou seu talento para a escrita?
Escrevendo e reescrevendo. O tempo e o exercício vão depurando a técnica, tenho uma vida pela frente... ● Onde você melhoraria seus textos? Usa alguma técnica?
Faria mais pesquisas para rechear os assuntos com curiosidades, todo tipo de informações. Tenho por hábito ler em voz alta até o texto me soar bem. Quando é para teatro, por exemplo, aquilo tem que poder ser falado, tem que parecer provável, sem ficar comum. O texto precisa fluir como se fosse óbvio. Sem ser.
Quando faço caminhadas pela praia elas brotam com tudo e muitas se perdem. ● Sua peça As Meninas ganhou vários prêmios. Você colocou sua alma nessa história. Estaria aí o motivo do sucesso?
Tudo que presta vem da alma. Caso contrário, é tese de doutorado ou matéria jornalística. De forma mais ou menos velada a gente escreve sobre si mesma. ● Para atuar, você se despe do
ego, dos pensamentos, das raízes ou de outros?
Da vergonha na cara. Aquilo é um despudor total. O ator se coloca todo naquilo que, às vezes, abominaria na vida. Há imensa generosidade nisso, acho muito bonito ser ator.
centemente que, por causa da idade, tem recebido menos convites. Já passou por algo semelhante? Teme que isso possa acontecer com você um dia?
Já passei por isso, mas aproveitei para me desenvolver em outras áreas. Não tenho medo porque sou do tipo que cresce na adversidade. Me dê um problema que eu crio asas. Cansa a beça isso, não recomendo (risos). ● O que a sua personagem Stela,
de Passione, tem de parecido e diferente de você?
Tem meu gestual e a ausência de vulgaridade com que se porta em situações pouco louváveis. De diferente, a forma de pensar e as atitudes que toma. Eu sou aquariana, direta, não sou da mentira e dos joguinhos. ● Como ela, você sustentaria um
● Já pensou no seu próximo pro-
jeto literário?
Não posso contar. Não tenho certeza de que será realizado, mas há um bocado de ideias rond a n d o .
● As melhores atrizes são as que
mais conseguem esquecer de si mesmas?
relacionamento infeliz para manter as aparências?
Talvez sejam as que se comovem mais profundamente com o drama humano. E aí então se despojam de si para vivenciar a história do outro.
Eu destruiria a pessoa antes. Meu aborrecimento apareceria a cada instante, e a pessoa, coitada, me largaria por conta de eu ter tornado o relacionamento insuportável.
● Se arrepende de ter feito ou de
● O que o homem mais jovem
ter recusado algum papel?
tem de atraente para você?
Se soubesse o que sei hoje quando tinha 20 anos teria feito outras escolhas em muitas ocasiões, mas esse
O avesso do blasé. Um entusiasmo por aquilo que o cerca. ● Você é abordada em público
por conta da Stela Gouveia? Como é a reação das pessoas?
Quando ela saía à caça, as pessoas aplaudiam e queriam mais. Agora a reação é controversa. Elogiam a interpretação, mas não mais a Stela. ● Já decidiu seu voto? O que acha
das atuais opções para a Presidência da República?
Gosto da Marina e do Serra. ● O feminismo já era ou a
mulher ainda precisa lutar contra as discriminações da sociedade?
A mulher ainda é tratada como escrava na África, Ásia, países árabes, na maior parte do planeta. Só no ocidente houve progressos, muitos, mas ainda há discriminação. Quem sabe a própria venha a calhar nesse momento de eleições, atiçando os machos selvagens e nos salvando da Dilma? ● Como você decidiu fazer documentário sobre os brasileiros que estão no Haiti? Em que pé está o projeto?
Parado. As imagens foram exibidas em programas de TV e com isso arrecadamos dinheiro para os Expedicionários da Saúde, uma ONG que auxilio. Teria que voltar lá pra filmar muito mais, se quisesse fazer algo bacana que complementasse o material que temos. Precisaria de tempo e de apoio financeiro. Escolhemos usar o dinheiro que arrecadamos na assistência direta às vítimas do terremoto. ● Você que é bonita, bem-sucedida, admirada, o que mais almeja da vida?
Adoraria saber dançar lindamente, cantar sem vergonha, pintar quadros que depois eu gostasse de olhar, dar a volta ao mundo num veleiro parando sempre que desse vontade. Gostaria de plantar 2.000 árvores no meu sítio, fazer faculdade de história na Itália, ler todos os livros que se enfileiram na minha estante, aprender a cozinhar pra caramba e muito, muito, mas muito mais. ● Como é sua rotina para cuidar da beleza?
Me alimento bem, uso filtro solar religiosamente, tomo pouco sol, faço pilates, esteira e um pouquinho de musculação – porque é muito chato. Invisto em coisas que me dão prazer, como viajar e reformar a casa para que fique linda, porque acredito que dessas alegrias vem a saúde, sem a qual não há beleza. Nada a longo prazo. ● Já fez ou pensa em fazer cirurgia plásticas?
Farei quando estiver muito incomodada com alguma parte de mim que, se esticada, não me roube a dignidade. ● Posaria nua novamente?
Olha, vou te lembrar o que os franceses aconselham: “Ne pas dire toujours ni jamais”.
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SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
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Cinema. Estreia BEATRIZ LEFÈVRE/DIVULGAÇÃO
KLOTZEL, POR UM
REFLEXÕES DE UM LIQUIDIFICADOR Direção: André Klotzel. Gênero: Comédia (Brasil/2010, 80 minutos). Censura: 16 anos. Circuito: Espaço Unibanco.
LUGAR AO SOL Reflexões de Um Liquidificador pode levar a debate sobre mercado exibidor Luiz Zanin Oricchio
Ofatodeterbatidodefrentecom um blockbuster brasileiro, Se Eu Fosse Você, de Daniel Filho, pode ter inspirado Klotzel a refletir sobreasquestõesdemercadoeproporalgooriginalparaolançamento do seu filme seguinte. Ocircuitocinematográficobrasileiro chega às vezes a ser quase que 100% ocupado pelos filmes dos grandes estúdios norte-americanos.Shrekentraem600salas; A Origem, em outras tantas. Sobra pouco para o restante. Menos ainda para o cinema independente, e o brasileiro em particular. Além disso, Klotzel (e com ele muita gente) já percebeu que a fatia média de mercado que vem sendoocupadopelosfilmesbrasileiros, cerca de 10% dos bilhetes vendidos no ano, é preenchida por uns poucos sucessos nacionais. Chico Xavier faz 3,5 milhões deespectadores,masumêxitode críticacomoViajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo mal chega aos 25 mil pagantes. Tudo bem, este é um filme muito fora do padrão e destinado a públicos pequenos.Masobrascompotencial de diálogo maior também não
QUEM É ANDRÉ KLOTZEL CINEASTA
✽ André Klotzel estreou em 1986 com Marvada Carne. Levou quase dez anos para lançar o segundo, Capitalismo Selvagem (1994). Seu terceiro filme foi a correta adaptação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (2001).
vão até aonde poderiam, como Olhos Azuis, de José Joffily, com 14 mil espectadores até agora. Claro, os filmes médios brasileiros não podem ser comparados a blockbusters. Têm de ser medidos em comparação a outros filmes médios. O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella, vencedor do Oscar, já foi visto por 310 mil brasileiros. Na-
damau.Éumpatamaraoqualpodemaspirarproduçõesdebomnível artístico mas de diálogo fácil. Isso não tem acontecido e filmes “populares e inteligentes” como É Proibido Fumar, com 50 mil espectadores, ficam aquém do que poderiam. Parece que é preciso fazer alguma coisa a mais para levar as pessoas ao cinema. É o que Klotzelestápropondo.Sevaicon-
Cinema. Festival Universitário
NA TELA, O MELHOR DA NOVA SAFRA Flavia Guerra
O primeiro filme, seja curta ou longa-metragem, a gente nunca esquece. Ou quase. Muitas vezes, os filmes de conclusão de curso produzidos pelos alunos das mais importantes escolas de cinema do País não encontram seu público e acabam restritos ao acervo das universidades. É para que os novos talentos do cinema nacional possam mostrar na tela grande seus primeiros trabalhos que existe o Festival Brasileiro de Cinema Universitário. Em sua 15.ª edição, o Festival terminou ontem no Rio e começa hoje em São Paulo – estendendo-se até o próximo domingo. Além de dezenas dos melhores filmes universitários do Brasil e do mundo, a edição paulista do evento conta com uma sessão especial de abertura, hoje, às 20 horas, no Cine Sabesp. A programação inclui os cinco os mais recentes curtas produzidos pelos alunos do Curso Superior do Audiovisual da Escola de Comunicações e Arte da USP, o lançamento de um DVD e a exibição de Projeto Sal Grosso 9, curta produzido a partir de roteiro selecionado em um workshop realizado na edição 2009 do festival. Em sua terceira edição, o DVD traz, além dos cinco que serão exibidos, outros três curtas. Entre eles, há vários já premiados em diversos festivais do mundo. Dos cinco filmes que serão exibidos hoje, destaque para Nuvens, De Daniel Grinspum. Retrato do dia a dia de uma menina que vende balas em um cruzamento de São Paulo, o filme já levou prêmios em festivais como o Beijing Film Academy, TelAviv Student Film Festival e La
Pantalla Latina, na Suíça. “É muito gratificante ver que, além de dirigir seus primeiros trabalhos, nossos alunos estão podendo mostrar e ser reconhecidos por eles. A escola possui a função de ajudar o aluno a se inserir no mercado e cada vez mais acho que a ECA tem de trabalhar para isso”, comentou Esther Hamburger, chefe do de-
partamento de Cinema, Rádio e TV da ECA-USP. Para Esther, que está deixando o cargo esta semana com a sensação de dever cumprido, o diálogo entre a universidade e a população só tem a ganhar com ações como esta. “A formação do aluno passa também pelo reconhecimento de sua produção. Atualmente, além de incentivar e auxiliar os alunos a exibirem seus filmes, a ECA procura ajudar na viagem desses jovens diretores aos festivais internacionais. O intercâmbio de ideias in loco é muito importante.”
seguir ou não é outra história. Mas ninguém poderá dizer que não foi inventivo ou não tentou.
estadão.com.br Vídeo. Veja o trailer de Reflexões de Um Liquidificador estadao.com.br/e/d3
Do tempo do Onça. Fábula tem como narrador um antigo aparelho avariado
✽ Crítica:
Luiz Zanin Oricchio ✪✪✪✪ ÓTIMO
Em busca do sorriso inteligente do espectador
K
lotzel diz que não sabe se sua comédia faz parte de um subgênero, uma espéciedecomédiaàpaulistana,como as de Anna Muylaert (Durval Discos e É Proibido Fumar) ou de José Antonio Garcia, que também dialogou com o humor negro em O Corpo (1991). “Deixo isso para quem está de fora e assiste ao filme, mas é claro que esses diálogos existem e estão no meu horizonte”, diz. Faz bem. Umberto Eco (no posfácio de O Nome da Rosa) dizia que o autor deveria morrer (simbolicamente) depois de terminada a obra. Ou seja, deveria deixar que os outros falassem sobre ela. Mesmo porque, em certo sentido, o autor é o menos capacitado para interpretar a sua obra. De vêla “objetivamente”, como diz Klotzel. Visto de fora, Reflexões de um Liquidificador parece fazer parte, de modo coerente, de uma proposta e de um estilo. Klotzel, como boa parte da geração que começou a fazer filmes no final dos anos 1980, pegou a ressaca da era pós-Embrafilme, por fim desmontada no início do governo Collor, mas já agonizante no final da década. Era uma geração ainda ligadanoBrasil, masjá semaadrenalinarevolucionária do Cinema Novo. E sem o desejo do cinema-espetáculo. Nessa linha, Klotzel sempresemostrouadeptodeumcinemaintimista sem ser introvertido, engraçado sem ser explícito, à procura de um sorriso de inteligência. Fez isso relendo Antonio Candido em Marvada Carne ou adaptando Machado de Assis em Memórias Póstumas. Esse sorriso não tão rasgado, ele procura de novo em Reflexões de um Liquidificador. Busca pelo inusitado da história, pelas interpretações serenas do elenco, por uma fotografia e música que nunca se sobrepõem à essência da trama. Pelo contrário, a servem. Num tipo de enredo que está sempre a um fio de cabelo do ridículo, essa contenção é disciplina fundamental.
D4 Caderno2 %HermesFileInfo:D-4:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Astral
TOURO 21-4 a 20-5
LEÃO 22-7 a 22-8
ESCORPIÃO 23-10 a 21-11
Agora não é necessário fazer opções, apenas experimentar a diversidade de situações que se tornaram disponíveis. Em vez de teorizar ou antecipar-se aos resultados, resolva passar para a prática a vontade de experimentar.
A herança virtuosa dos governantes consiste no exemplo libertador de injustiças e ilegalidades, nada melhor do que isso pode fazer aquele que considere a si líder de um povo. Como raramente é isso que se destila do exemplo dos governantes, temos diversas correntes de heranças viciadas se disseminando ao longo de gerações. O exemplo dos governantes é a realidade que será multiplicada através de cada uma e de todas as pessoas do povo, pois, ainda que se viva hoje em dia a democracia, este é o espírito da realeza, quem ocupa o lugar mais elevadoedestacadoassumeocompromissocósmicodecriarrealidade através do seu exemplo e, evidentemente, sua alma será cobrada por isso no além, no aquém e de todas as formas disponíveis.
GÊMEOS 21-5 a 20-6
VIRGEM 23-8 a 22-9
O misterioso tempo muda todos os ânimos. Sua alma já esteve tão entediada que se convenceu de que isso iria durar para sempre. O mesmo pensou em outros momentos, de profundo gozo. O misterioso tempo muda tudo.
Melhor livrar-se logo do peso excessivo e dos compromissos que só gastam seu precioso tempo. Melhor navegar pela vida afora com maior leveza, de modo que as novidades encontrem tempo e espaço para acontecer em sua vida.
TEATRO
MEMÓRIA
MÚSICA
Passatempos
FESTIVAL ESTUDANTIL ABRE INSCRIÇÕES
MORRE COMPOSITOR ROBERTO CANTORAL
ROBBIE WILLIAMS SE CASA COM AYDA FIEL
Sudoku
Estudantes de todo o País já podem inscrever-se no Festival Estudantil de Teatro (Feto) 2010. As inscrições deverão ser feitas via internet no site www. fetobh.art.br. O material complementar deve ser enviado por correio até 16 de agosto. Podem participar estudantes vinculados a qualquer instituição de ensino no Brasil em duas categorias: Teatro na Escola, destinada a estudantes de escolas dos ensinos fundamental, médio e superior; e Escola de Teatro, para estudantes de instituições de artes cênicas. Os espetáculos de ambas as categorias podem ser inscritos nas modalidades teatro de palco, teatro alternativo e teatro de rua.
Morreu na noite de sábado o compositor mexicano Roberto Cantoral, aos 75 anos, na cidade de Toluca, México. Segundo a Sociedade de Autores e Compositores do México, que Cantoral presidiu por mais de 20 anos, ele sofreu um enfarte. Seu corpo foi levado para o Palácio de Belas Artes da Cidade do México, onde recebeu homenagem ontem. Autor de canções ícones da música latino-americana, como El Reloj, La Barca e El Preso Número 9, Cantoral teve suas composições gravadas por dezenas de cantores de vários países. Destacam-se Plácido Domingo, Joan Báez, José Feliciano, Chucho Ferrer e Luis Miguel, entre outros. / EFE
O cantor britânico Robbie Williams casou-se no sábado com a atriz americana Ayda Fiel, em cerimônia íntima em Los Angeles. Williams, de 36 anos, e Avda, de 31, conheceram-se em 2006. O pedido de casamento foi feito ao vivo durante um programa de uma rádio australiana, mas o casal optou por manter em segredo detalhes da festa até o último momento. Até os companheiros de Williams no grupo Take That (que ele deixou em 1995 depois de vender 15 milhões de discos e com quem ele anunciou recentemente que voltará a cantar) foram avisados tão de última hora que não puderam comparecer à cerimônia, mas mandaram mensagens de felicidade. / AFP
AQUÁRIO 21-1 a 19-2
No mundo civilizado em que você existe não é adequado dizer tudo que pensa nem muito menos praticar tudo que deseje. Porém, para a alma escorpiana são justamente as proibições as questões mais atraentes.
Adote uma perspectiva diferente para entender melhor aqueles acontecimentos que estão empacados e que, com certeza, contribuem firmemente para você não progredir tudo que merece. Novos olhos, novos horizontes.
SAGITÁRIO 22-11 a 21-12
Nível Fácil
8 3
PEIXES 20-2 a 20-3
As coisas mais importantes que nossa humanidade realizou, um dia não passaram de utopias. Porém, alguém acreditou tanto nelas que teve força de convencer pessoas a se unirem e investirem recursos até realizá-las.
4 2 6
7 9
Sua alma não descansará até saciar toda a vontade de experiências. Por isso, encontre as situações e agarrese a toda e qualquer oportunidade de satisfazer a vontade de experimentar. Você está aqui para isso.
Para jogar: Preencha com números de 1 a 9 os quadrados pequenos, as linhas verticais e horizontais. Não repita. 6002465
9 2
1 4 6
2 8 6
4 8
5 8 1 2
Solução
1
3
9 5 4 2 8 6 7 1 3
1
6
7 2 6 9 3 1 4 8 5
5 6 9
7
1 3 8 7 4 5 2 6 9
9
6 1 5 3 7 8 9 4 2
Quadrinhos
Há um tempo certo para deixar de fazer o que você tem vontade enquanto há outro que é propício a você satisfazer todas as suas vontades. Agora é o caso deste último, que dura pouco e por isso merece ser aproveitado.
2 8 7 6 9 4 5 3 1
Ainda que seja importante para você ter segurança para seguir em frente, esta não deve acontecer e a despeito da situação, você deva continuar em frente mesmo. Assim são as coisas, do mesmo tamanho terá de ser a coragem.
CAPRICÓRNIO 22-12 a 20-1
4 9 3 1 5 2 6 7 8
Heranças virtuosas e viciadas Vênus em oposição e Júpiter em quadratura com Plutão; a Lua é Nova no signo de Leão.
Muitas opiniões, muitos conselhos gratuitos, alguns com cara de sensatos, outros bem bizarros, mas no fim sua alma estará só perante as decisões que a necessidade tornou oportunas. Faça o que seu coração mandar.
5 6 2 4 1 3 8 9 7
astro@0-quiroga.com
LIBRA 23-9 a 22-10
Cumprir as obrigações é necessário, porém, também é preciso satisfazer a vontade de experimentar, que se tornou oportuna e está disponível. Agora é quando a alma fica em dúvida sobre o que é melhor a fazer.
3 4 9 8 2 7 1 5 6
✽ ●
CÂNCER 21-6 a 21-7
Melhor do que satisfazer um desejo é ter com quem compartilhar a satisfação. Melhor do que compartilhar a satisfação é promover o bem comum. Melhor do que promover o bem comum é iluminar-se espiritualmente.
8 7 1 5 6 9 3 2 4
QUIROGA
ÁRIES 21-3 a 20-4
4 5 3
Palavras Cruzadas Diretas
Minduim Charles M. Schulz
© Revistas COQUETEL — www.coquetel.com.br
Frank & Ernest Bob Thaves Primeira parte da Bíblia
Música de Tom Jobim que homenageia o Cristo Redentor Camada de ar situada Linguiça de acima de 12.000 m feijoadas
V Que existe sempre junto com outro Aparam pelo de animal
Período de trânsito intenso Fraco; frouxo
Mensurei Item da data Recolhe um a um
Chuviscar (bras.) 3(?), recurso de placas de vídeo
Habitação indígena (bras.)
Nicolau de (?), astrônomo alemão
(?)-2, avião bombardeiro
Cobrador de passagens (bras.)
Força aérea militar
Forma de tratamento formal (abrev.)
Save Our Souls (abrev.)
O melhor de Calvin Bill Watterson
Fernando de Noronha e Marajó (Geog.) Punta del (?), cidade uruguaia
Escasso; incomum
Erva-(?): a base do chimarrão
(?) bem: Enfeitado; vem a propósito adornado
Sem beleza (fem.) (?) Araújo, atriz
Cinema (red.) A letra comum do HD (Inform.)
Ã
(?) Lewis, atleta Enfermeira, em inglês
Italiano inventor do rádio
Certa marcha de carros "A educação começa no (?)" (dito)
Camareiro Telefone (bras.) (red.)
Recruta Zero Mort Walker
Estrutura como a jugular Os cantores das barcarolas de Veneza
Prender à correia Medida de radiação O primeiro signo do Zodíaco (Astrol.)
Sufixo de "noitada" (Gram.)
I 4/carl — cusa — rush — veia. 5/nurse — tíbio. 7/marconi. 12/estratosfera.
BANCO
SOLUÇÃO S E P O S A T I A R O C A T R R O N O S F E T E A R C I A S A AR I N D O
S R A R A M R B I O A R D C O C A A U T V S A I A C Ã O N I U N T R E E S L E I
I V E L U S H T A M E S E B D O R I C A S C A I A R L R E E I L A R A D A R O S
● Bem pensado
“Não há satisfação maior do que aquela que sentimos quando proporcionamos alegria aos outros.” Masaharu Taniguchi
A I N T I G O T A E S T M A M V E N T G O
Turma da Mônica Mauricio de Sousa
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
35%
SEM INTERVALO KEILA JIMENEZ ✽ ●
foi o crescimento do número de acessos do site do SBT, em quatro dias de exibição de séries como Grey’s Anatomy naquele endereço
keila.jimenez@grupoestado.com.br ELIANE LEME/DIVULGAÇÃO
Glória Maria pode entrar em Saia Justa
5h00 Novo Telecurso Prof. 5h10 Novo Telecurso - Ensino Fundamental 5h30 Novo Telecurso - Ensino Médio 5h45 Telecurso Tec 6h00 Tecendo O Saber 6h30 Telecurso Tec 6h45 Novo Telecurso - Ensino Fundamental 7h00 Novo Telecurso - Ensino Médio 7h15 Novo Telecurso Prof. 7h30 Via Legal 8h00 O Pequeno Urso/ Pingu 8h30 Vila Sésamo 9h00 Tchibum Tv 9h15 Baú De Histórias 9h45 Super Fofos 10h00 Cantigas De Roda/ Dora, A Av./ Pequeno Bosque Ilustrado 10h30 Escola Pra Cachorro 10h45 As Aventuras De Piggley Winks 11h15 Cocoricó Na Cidade 11h30 Princesas Do Mar 12h00 Arthur 12h30 Doug 13h00 Zoboomafoo 13h30 O Mundo Secreto Dos Jardins Guerra Das Plantas 14h00 Pequeno Bosque Ilustrado/ Minúsculos / Shaun, O Carneiro 14h15 Dora, A Aventureira 14h45 Vila Sésamo 15h15 Super Fofos 15h30 Cocoricó Na Cidade 15h45 Escola Pra Cachorro 16h00 Camundongos Aventureiros 16h30 Arthur 16h45 Minúsculos/ Bandeiras Do Mundo/ Shaun, O Carneiro/ Um Minuto No Museu 17h00 Castelo Rá-Tim-Bum 17h30 Doug 18h00 Tudo O Que É Sólido Pode Derreter 18h30 Arquivo Zack 19h00 Login 20h00 Contos De Fada - O Flautista De Hamelin 21h00 Jornal Da Cultura (av) 21h35 Metrópolis 22h00 Roda Viva - Lei da Palmada fala o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, 23h30 Rumos Da Música - Paula Santoro 0h00 Invenção Do Contemporâneo 1h00 Doctv Iv - O Rei Do Carimã (2ª Exibição) 2h00 Login (2ª Exibição) 3h00 Univesp Tv
SBT (4) 6h00 7h00 9h00 12h45 13h15 13h45 14h15 15h10 16h00 17h00 18h00 19h05 19h30 20h15 21h15 22h15 22h20 23h10 0h10 1h00 1h45 3h15 4h00 5h00
Jornal Do Sbt - Manhã Carrossel Animado Bom Dia & Cia Série - Chaves Série - Arnold Série - Eu, A Patroa E As Crianças Novela - Pérola Negra Novela - Esmeralda Novela - As Tontas Não Vão Ao Céu Casos De Família Programa Do Ratinho Boletim De Ocorrências Sbt Brasil Novela - Uma Rosa Com Amor Hebe Boletim De Ocorrências Novela - A História De Ana Raio E Zé Trovão Sbt Repórter Jornal Do Sbt - Noite Série - Dois Homens E Meio/ Two And A Half Men Tele Seriados I - Série: Chuck Tele Seriados II - Série: Moonlight Jornal Do Sbt - Madrugada Jornal Do Sbt - Madrugada/ Reprise
GLOBO (5) 5h00 Telecurso Educação Básica Tecendo o Saber 5h15 Telecurso Profissionalizante 5h35 Telecurso Ensino Médio 5h50 Telecurso Ensino Fundamental 6h05 Sagrado 6h08 Globo Rural 6h25 Bom Dia SP
uma coisa vai mudar na TV Cultura: o cenário do Roda Viva, que será apresentado por Marília Gabriela a partir do dia 30. O famoso cenário em círculo, com dois andares – símbolo do programa – será modificado. Ficará menor, com todos os entrevistadores no mesmo plano.
O folhetim, que terá gravações no Japão em outubro, apostará em um grande núcleo japonês. O resultado dos testes sai esta semana.
Marília Gabriela gravou o primeiro piloto do programa, já no novo cenário, na semana passada. Tem toda pinta de ser a última a
Parece, mas não é. O vestido vermelho que lançou Victor Valentim (Murilo Benício) em Ti-ti-ti, na semana passada, é exatamente da cor do vestido que fez o mesmo “papel” na trama original. Só a cor. O modelo da trama da vez foi inspirado em uma criação de Dior do início dos anos 50.
Sem direito a réplica Prestes a encarar um debate presidencial, o âncora da Band Ricardo Boechat ainda teve de acalmar Monica Iozzi e Danilo Gentili, que disputavam para ver quem iria cobrir o evento eleitoral na última quinta-feira. A brincadeira vai ao ar hoje, no CQC.
Guia. TV CULTURA (2)
Entre tantas reformas, mais
comercial. Eu acho, né.’ Luciano
A Globo realizou na semana passada uma série de testes com atores com traços orientais para o elenco de Dinossauros e Robôs, próxima trama das 7, de Walcyr Carrasco.
C
goleiro Bruno, do Flamengo, em campo. Trata-se da nova temporada do Operação de Risco, estreia do dia. O reality show acompanha no episódio toda a operação policial durante o clássico Corinthians X Flamengo, no Pacaembu.
● ‘É a mesma vibe de fazer
Huck à repórter Patrícia Villalba, pouco antes de gravar, de pijama,sua primeira cena na série As Cariocas
om volta prevista para o dia 25,oSaia Justa, doGNT,podetrazerumasurpresa:Glória Maria. A coluna apurou que a jornalista – que pouco tem aparecido no Globo Repórter – está cotadíssima para integrar o novo time da atração,que mantémdaformaçãoanterior Mônica Waldvogel e segue sob direção de Nilton Travesso. Fora do ar desde junho, quando o elenco foi desmanchado, o Saia Justa vem passando por reformulação de formato e cenário, e já gravou cinco pilotos testando elenco. Entre as novas debatedoras devem estar ainda duas mulheres de destaque, mas desconhecidas do grande público. Procurado, o GNT, via assessoria, diz que não há nada definido no programa.
Caderno2 D5
A RedeTV! exibe hoje imagens do
atual edição de Ídolos na Record. Até agora não há conversas do canal com a Fremantle (dona do formato), para a renovação do acordo.
Para quem vale a norma de conduta da Globo que proíbe seus profissionais de fazer qualquer citação a candidatos em mídias sociais? Na sexta-feira, o bem-humorado Aguinaldo Silva, em seu twitter, garantiu voto a Jean Willys (ex-BBB) para deputado federal.
Cultura: 2182-3000; SBT: 3236-0111; Globo: 3131-2500; Record: 2184-4000; Rede TV!: 3306-1000; Gazeta: 3170-5757; Band: 3131-1313; ; Rede Vida: (17)3355-8432. Esta programação e
informações são de responsabilidade exclusiva dos canais e podem ser alteradas à última hora.
7h15 8h08 8h13 9h40 9h44 12h00 12h45 13h15 13h45 14h35 15h50 17h38 17h42 18h10 19h00 19h15 20h15 20h55 22h05 23h55 0h35 2h05
Bom Dia Brasil Radar Mais Você Globo Notícia I TV Globinho SPTV - 1ª Edição Globo Esporte Jornal Hoje Vídeo Show Vale a Pena Ver de Novo Sinhá Moça Sessão da Tarde - Um Príncipe em Minha Vida 2: O Casamento Real Globo Notícia II Malhação ID Escrito Nas Estrelas SPTV - 2ª Edição Ti-ti-ti Jornal Nacional Passione Tela Quente - Paranóia Jornal da Globo Programa do Jô Sessão Brasil - Inesquecível
RECORD (7) 6h30 7h20 8h30 9h30 12h00 14h30 16h30 18h15 18h45 20h10 21h15 22h15 23h15 0h15 1h15
Direto Da Redação São Paulo No Ar Fala Brasil Hoje Em Dia Record Notícias Tudo A Ver Todo Mundo Odeia O Chris Série Os Mutantes Sp Record * Jornal Da Record Csi Investigação Criminal Série Ribeirão Do Tempo Show Do Tom Csi Ny - Série - Hd Programação Iurd
REDETV! (9) 5h00 Ig. Internacional da Graça de Deus 8h30 Leitura Dinâmica - 1ª Ed. 9h00 Manhã Maior 11h15 RedeTVEsporte 12h00 TV Kids - TWF "Luta Livre de Polegares"/ Super Onze/ Ilha dos Desafios 12h57 Imbra 13h00 Ig. Internacional da Graça de Deus 14h00 Imbra 14h03 Interligado 15h00 A Tarde é Sua 17h07 Imbra 17h10 Ig. da Graça, Nosso Programa 18h10 TV Kids - Pokémon/ Super Onze/ Pokémon/ Luzes, Drama, Ação! 19h45 TV Fama 20h50 RedeTVNews 21h45 Operação de Risco 22h30 SuperPop 0h15 Leitura Dinâmica 0h45 Vinho a Mesa 1h10 Super Papo 3h00 Igreja da Graça, Nosso Lar
GAZETA (11) 6h00 8h00 8h20 8h40 9h00 13h10 14h00 17h50 18h00 19h00 20h00 22h00 22h15 0h15 0h35 0h45
Ig. Universal do Reino de Deus Bestshop TV Gazeta Shopping Gazeta Imóveis Manhã Gazeta TV Culinária Mulheres Gazeta News Gazeta Esportiva Jornal da Gazeta Ig. Universal do Reino de Deus Super Esporte Todo Seu Gazeta Imóveis Gazeta Shopping Bestshop TV
BANDEIRANTES (13) 7h00 Primeiro Jornal 7h30 Band Kids / Sp 8h00 Band Kids - Os Cavaleiros Do Zodíaco / As Aventuras De Jimmy Neutron / Os Castores Pirados / Ei Arnold! 9h15 Quase Anjos 10h00 Dia Dia 11h15 Jogo Aberto 12h30 Jogo Aberto / Sp
13h00 14h15 14h35 15h00 15h25 16h10 17h10 18h50 19h20 20h25 20h50 22h00 22h15 0h15 1h00 2h15
Sp Acontece Lassie Um Hóspede Do Barulho Família Dinossauros Popcorn Tv Márcia Brasil Urgente Brasil Urgente / Sp Jornal Da Band Show Da Fé Band Mania Busão Do Brasil Cqc Jornal Da Noite A Noite É Uma Criança Espaço Vida Vitoriosa
22h00 Caçadores de Nazistas na América Latina: Klaus Barbie 23h00 Obras Incríveis: A Ponte Akashi Kaiko
CONTROLE NA MÃO
LIV 12h00 13h00 14h00 14h30 15h00 16h00 17h00 18h00 19h00 20h00 21h00 22h00 22h50
MTV (32) 8h00 Mtv Lab Bandas - Rolling Stones 8h30 Mtv Lab Now 9h15 Mtv Lab Radio 10h00 Colírios Capricho- Reprise Final 11h00 Andy M. Show 11h30 Top 10 12h30 Tome Conta Do Brasil 12h45 15 Minutos 13h00 Acesso Mtv 14h00 Quinta Categoria 15h00 Furo Mtv 15h30 Mtv Lab Playlist 16h00 Mtv Lab Sap 16h45 Mtv Sports 17h00 It Mtv 17h30 Andy M. Show 18h00 Top 10 19h00 Acesso Mtv 20h00 16 And Pregnant 21h00 Rockgol 21h45 15 Minutos 22h00 Furo Mtv 22h30 Top Top Mtv 23h30 Lobotomia 0h00 Noticias Mtv 0h15 Fudêncio E Seus Amigos 0h30 Peak Season 1h00 Furo Mtv 1h30 Programa A 2
REDE VIDA (34) 8h00 8h30 9h00 10h00 10h30 11h00 11h30 11h55 12h00 12h20 12h30 13h00 14h00 14h30 15h00 17h00 17h30 17h50 18h00 18h20 18h30 19h00 19h10 20h00 20h30 21h00 21h30 22h15 23h45 23h50
Amor Exigente Novena do Perpétuo Socorro Missa de Aparecida (av) Filhos do Pai Eterno Mãe dos Aflitos Hora de Brincar Motivação e Sucesso Terço Bizantino O Terço Gozoso O Pão Nosso Jornal da Vida Caminhos do Esporte Novena do Perpétuo Socorro Hora de Brincar Medalhão Persa (av) Filhos do Pai Eterno Encontro com Cristo Terço Bizantino O Terço Gozoso O Pão Nosso JCTV (av) Momentos de Reflexão Missa no Santuário da Vida (av) Filhos do Pai Eterno Brasil, é Isso Caminhos do Esporte Jornal da Vida (av) Tribuna Independente (av) SP Terço Bizantino Medalhão Persa (av)
TV SÉCULO 21 8h35 8h50 9h05 11h30 11h40 11h55 12h00 12h30 13h00 14h00 14h15 16h15 17h00 17h30 17h45 18h00 19h00 19h15 20h00 21h00 22h30
Novena Disk Shop Você Pode Ser Feliz Associação Precisa de Você Disk Shop Por um Brasil Cristão Século News Disk Shop Século 21 Esporte Disk Shop Mulher.Com Antônio dos Milagres Ateliê na TV Oração da Tarde Novena Caminhos da Fé Meu Senhor e Meu Deus Sócios na Fé Pra Lá de Bom Vida e Saúde Disk Shop
AmigãoZão Estreia
Paulo S.Pinheiro Laerte no Roda Viva Lobotomia
DiscoveryKids/12h Cultura / 22h 23h00 Anunciamos Jesus 23h30 Madrugada de Bênçãos
TV PAGA ANIMAL PLANET 12h00 Jessica, a Hipopótamo 13h00 Oceanos: Oceano Índico 14h00 Animal Planet ao Extremo: Trapaceiros 15h00 Criaturas Titânicas: Megalania 16h00 Noite: Hienas 16h30 60 Encontros Mortais 17h00 Animal Planet ao Extremo: Sobreviventes 18h00 Oceanos: Águas Costeiras do Oceano Índico 19h00 Os Sobreviventes: Um Novo Dia 20h00 Vídeos Divertidos do Animal Planet 20h30 Vídeos Divertidos do Animal Planet 21h00 O Encantador de Cães: Trabalho Comunitário 22h00 Os Sobreviventes: Perdidos 23h00 Planeta Violento: Tempestade
AXN 12h00 14h30 15h00 16h00 17h00 18h00 19h00 20h00 21h00 22h00 23h00
O Santo AXN FLIX C.S.I. Criminal Minds Criminal Minds Las Vegas Law & Order: Criminal Intent C.S.I. Miami C.S.I. Criminal Minds Os Últimos Passos de Um Homem
CANAL BRASIL 12h35 14h30 15h30 16h00 16h30 18h00 18h30 19h45 20h15 20h30 21h00 21h30 22h00
Vai Que é Mole Clipe Brasil Curta na Tela O Som do Vinil: Fernanda Takai, Onde Brilhem os Olhos Seus Pte 02 Faixa Musical: Móveis Coloniais de Acaju Making Of: Ódiquê? Cama de Gato.Doc Curta na Tela Estúdio 66 Águias de Fogo Credicard Destino Brasil Cinema Espelho: Com Lázaro Ramos Seleção Brasileira: A Concepção
DISCOVERY 12h00 Sem Corte e Sem Censura 13h00 O Mundo Futuro: Os Carros do Futuro 14h00 A Supercâmera 14h30 A Supercâmera 15h00 Grandes Destruições 15h30 Apetite Mortal 16h30 Grandes Destruições 17h00 À Prova de Tudo 18h00 O Mundo Futuro: Metrô
19h00 20h00 20h30 21h30 22h00
Pesadelo Animal: Golpe Mortal A Supercâmera Águas Mortais Grandes Destruições Fuga Quase Perfeita: A Vingança 23h00 Guia de Sobrevivência: Furacão
ESPN BRASIL 9h00 10h00 11h30 12h30 14h00 16h00 16h30 17h30 18h30 20h15 20h30 21h00 23h00 0h00
Loucos por Futebol Pontapé Inicial - (av) Sportscenter - (av) Bate-Bola : 1ª Edição - (av) Campeonato Russo: Spartak Moscou x Zenit Planeta Expn : X-Treme Tv Gt Brasil : Etapa Em São Paulo Loucos Por Futebol Bate-Bola: 2ª Edição - (av) Social Clube Vamos Correr! Linha De Passe: Mesa Redonda - (av) Sportscenter - (av) Linha de Passe: Mesa-Redonda
FILM & ART 12h00 14h00 15h00 16h00 18h00 19h00 20h00 22h00
Strictly Bolshoi - Misericordes Cranford Doc Martin Coisas que Você Pode Dizer Só de Olhar Para Ela Direto do Actors Studio The Sessions Os Mistérios do Inspetor Lynley Poirot, de Agatha Christie
FOX 12h00 13h00 14h00 16h00 18h00 19h00 20h00 20h30 21h00 22h30 23h00
One Tree Hill Justiça Sem Limite Salvando Sarah Cain Eragon Os Simpsons Bones Os Simpsons Os Simpsons Justiça Sem Limite Modern Family Norbit - Uma Comédia de Peso
GNT 12h00 13h00 14h00 15h00 16h00 17h30 18h00 19h00 20h00 21h00
The Associates: Revelação Happy Hour Callas & Onassis The Oprah Winfrey Show Efeito Delphi - o Beijo da Morte Interprograma Kitchen Nightmares Happy Hour The Oprah Winfrey Show Barbara Hulanicki e a Butique Biba 22h30 Callas & Onassis 23h30 Weeds: Bens Preciosos
HBO 11h25 Pura Liberdade 13h00 Especial Cannes 2010: Glamour e Cinema de Autor 13h30 O Príncipe das Marés 15h50 Sinais 17h50 Ashes To Ashes
MTV / 23h30 18h50 21h00 21h30 22h10
Cálculo Mortal Hung Hung Um Faz de Conta que Acontece
MAX 12h50 14h15 16h05 18h00 20h00 22h00 23h40
Amorosa Soledad Um Lugar Chamado Brick Lane Tropas Estelares 3 A Estranha Perfeita Motoqueiro Fantasma Quarentena Crosby, Stills, Nash & Young Dejá Vu
MAX PRIME 12h00 13h45 15h15 17h45 20h00 22h15
Babylon 5: O Início O Preço da Fama Homem-Aranha 3 Virando o Jogo O Caçador Asas do Terror
MGM 12h30 14h25 16h25 18h10
Escalada da Violência Velozes e Furiosos Encontro com o Destino Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio 20h10 Harry e Sally - Feitos Um para o Outro 22h00 Trocas Macabras
MULTISHOW 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 16h00 16h30 17h00 17h30 17h45 18h00 18h30 19h00 21h00 21h30 22h00
As 5 Mais Votadas no Site Viagem Sem Fim Kaiak Operação S2 Altas Horas Urbano De Cara Limpa Cilada: Festa de Casamento Melhor Prêmio De Todos Os Tempos Da Última Semana Tira Onda The Hills Paris Hilton's Bff TVZ As 5 Mais Votadas no Site Cilada: Festa de Casamento Lugar Incomum
NATIONAL GEOGRAPHIC 12h00 As Armas Secretas de Hitler 13h00 Vivendo com Leopardos 14h00 Detetives Submarinos: Navios Naufragados 15h00 Anjos do Mar: Zona de Desastre 16h00 Segundos Fatais: Acidente Aéreo no Everglades 16h30 Munique: O Contra-Ataque 17h00 O Melhor Trabalho do Mundo: O Primeiro Dia 17h30 O Melhor Trabalho do Mundo: Ciúme no Paraíso 18h00 Flagrantes da Vida Selvagem 19h00 NatGeo Wow! 20h00 Expedição Shark: Os Mistérios do Tubarão Branco 21h00 Mayday! Desastres Aéreos: Fumaça Negra
Miami Ink: American Chopper Los Angeles Ink Superstars Rumo ao Estrelato Charmed Dawson's Creek: Decisões Life Unexpected Extreme Makeover: Reconstrução Total Charmed Dawson's Creek Rescue Me Life Unexpected O Albergue
SONY 12h00 13h00 14h00 15h00 16h00 17h00 17h30 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 21h00 22h00 23h00 23h30
America's Next Top Model The Real Housewives of Atlanta Ghost Whisperer Felicity Beverly Hills 90210 According To Jim Everybody Loves Raymond Seinfeld Scrubs 30 Rock Will & Grace Ghost Whisperer Grey's Anatomy Private Practice 30 Rock Scrubs
SPORTV 9h00 10h00 11h45 14h00 18h00 19h15
Sportv News (av) Redação Sportv (av) É Gol!!! (av) Arena Sportv (av) Sportv Tá Na Área (av) Liga Futsal - Jaraguá x Petrópolis (av) 21h00 Bem, Amigos! (av) 23h00 Sportv News (av)
TCM 12h00 13h00 14h00 15h40 17h25 19h00 20h00 21h00 22h00 23h50
Bonanza Os Pioneiros Amarga Esperança A Costela de Adão Jogue a Mamãe do Trem Os Invasores Os Viajantes do Tempo Bonanza Dívida de Sangue Jantar às Oito
TELECINE ACTION 12h15 14h35 16h15 17h45 20h05 22h00 23h35
Missão Impossível 3 Pânico Na Estrada Cloverfield - Monstro Homens Perigosos Xeque-mate Morte Pede Carona, A (2007) Velozes e Furiosos
TELECINE CULT 11h55 13h55 15h35 18h05 20h10 22h00
Ester E O Rei Travessuras De Casados Inimigo Público Nº 1 - Parte 2 Psicose (1960) Sete Homens E Um Destino 2 Além De Hollywood: O Melhor Do Cinema Australiano 23h50 Quarto 666
11h20 13h20 15h25 17h10 19h30 22h00
TNT 12h00 14h15 16h45 19h30 22h00
Scruff - Um Conto De Natal Estranho Chamado Elvis, Um Amor De Vizinho, Um Perdidos Em Nova York Corra Que A Polícia Vem Aí 2 1/2 20h15 Professor Aloprado, O 22h00 Professor Aloprado 2, O - A Família Klump
TELECINE PIPOCA 11h55 Múmia: Tumba Do Imperador Dragão, A Vida Secreta Das Abelhas, A Terminal, O Alma Perdida Jogo De Amor Em Las Vegas Última Parada 174
14h00 16h05 18h25 20h05 22h00
TELECINE PREMIUM
O Enigma do Colar Diário de uma Paixão Alguém Tem Que Ceder Hitch - Conselheiro Amoroso O Labirinto do Fauno
UNIVERSAL CHANNEL 13h00 14h00 15h00 16h00 18h30 19h00 20h00 21h00 22h00
Law & Order Law & Order Law & Order SVU Jennifer 8 - A Próxima Vítima Medical Detectives Law & Order Law & Order SVU House The Good Wife
WARNER 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 15h00 17h30 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 20h30 21h00 22h00 23h00 23h30
Two and a Half Men Two and a Half Men Friends Friends Third Watch A Hora do Rush The Big Bang Theory Friends Friends Two and a Half Men Two and a Half Men The Big Bang Theory The New Adventures of Old Christine The Mentalist Chuck Californication Two and a Half Men
INFANTO-JUVENIL CARTOON 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 15h00 16h00 17h00 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 22h00 22h30 23h00 23h30
Battle Force 5 Bakugan Ben 10 Ben 10: Força Alienígena As Aventuras de Eliot Kid Luzes, Drama, Ação! Twisted Whiskers Garfield Pink Panther & Pals Scooby Doo, Cadê Você? Garfield Tom e Jerry Batman - O Mistério da Mulher Morcego Pink Panther & Pals Scooby Doo, Cadê Você? Garfield Tom e Jerry
DISCOVERY KIDS 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 14h30 15h00 15h30 16h00
TELECINE LIGHT 11h55 13h15 15h05 16h55 18h40
Quebrando Regras Amor Não Tem Regras, O Grande Dave, O Homem De Ferro Tá Rindo Do Quê? Homem Bom, Um
16h30 17h00 17h30 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 20h30 21h00 21h30 22h00
Dinotrem Meu Amigãozão Hi-5 - Austrália Will e Dewitt: Will Vai Acampar / Vá Embora, Mancha Feia Franklin Martha Fala: O Segredo de Truman / As Macaquices do Skits Sid, O Pequeno Cientista Garota Supersábia: As Bonecas do Grandão / Bisavó Ira Milly e Molly: Belinha Pimentinha / Meias para que te Quero Lazytown: Rápidos como Foguete Hi-5 Austrália Backyardigans Princesas do Mar: As Casamenteiras / A Nova Prince sa Angelina Ballerina: Os Seguintes Passos WordWorld Peixonauta: O Caso do ovo do Kiwi Mister Maker Mecanimais: Ilha da Rainha Brilho/ Ilha da Mecana Coruja da Neve Toot & Puddle: O Importante é Competir / Dilema na Itália Willa e os Animais: Um jacaré comeu meu trabalho d a escola Backyardigans: Os Dois
Mosqueteiros
DISNEY CHANNEL 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 14h30 15h00 15h30 16h00 16h30 17h00 17h30 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 22h00 22h30 23h00 23h30
Zack & Cody: Gêmeos a Bordo Hannah Montana Os Feiticeiros de Waverly Place Sunny Entre Estrelas Zack & Cody: Gêmeos em Ação A Nova Escola do Imperador Phineas & Ferb Os Substitutos Jake Long da Disney, O Dragão Ocidental Phineas & Ferb Phineas & Ferb Ninguém Merece! Zapping Zone Uma Banda Lá em Casa Os Feiticeiros de Waverly Place Phineas & Ferb A Família do Futuro Os Feiticeiros de Waverly Place Hannah Montana Sunny Entre Estrelas Minha Vida com Derek
DISNEY XD 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 14h30 15h00 17h00 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 20h30 21h30 22h00
Kid vs. Kat Os Padrinhos Mágicos Kid vs. Kat Pucca Os Padrinhos Mágicos Os Padrinhos Mágicos Tarzan Kid vs. Kat Kid vs. Kat Zeke e Luther Pucca Mistureba Os Padrinhos Mágicos Merlin Zeke e Luther Tarzan
NICKELODEON 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 14h30 15h00 15h30 16h00 16h30 17h00 17h30 18h00 18h30 19h00 20h00 20h30 21h00 21h30 22h00
Bob Esponja Nicktoons Os Pinguins de Madagascar Os Padrinhos Mágicos True Jackson Drake & Josh Zoey 101 I-Carly Fanboy e Chum Chum Bob Esponja Os Padrinhos Mágicos Os Pinguins de Madagascar The Troop I-Carly Isa TK+ Zoey 101 Drake & Josh I-Carly Drake & Josh Manual de Sobrevivência Escolar do Ned
TV RÁ TIM BUM 12h00 12h15 12h30 12h40 12h50 13h00 13h15 13h30 13h40 13h55 14h10 14h20 14h30 14h45 15h00 15h10 15h40 16h10 16h45 17h15 17h45 18h15 18h30 19h00 19h10 19h20 19h30 19h45 20h00 20h05 20h15 20h30 21h00 21h30 22h00
1, 2, 3, Agora é Sua Vez X-Tudo Os Caça Livros Os Reciclados Anabel Carrinhos Escola de Princesinhas Kiara e os Luminitos Os Ecoturistinhas Simão e Bartolomeu Show do DJ Cão De Onde Vem? Pequenos Cientistas Tchibum TV Passeio Animal Glub Glub Qual é, Bicho? Rá Tim Bum Castelo Rá Tim Bum Ilha Rá Tim Bum Baú de Histórias Cocoricó Vila Sésamo Os Caça Livros Os Reciclados Kiara e os Luminitos Carrinhos Escola de Princesinhas Brasil Futebol Clube Show do DJ Cão Cocoricó na Cidade Mundo da Lua Castelo Rá Tim Bum Ilha Rá Tim Bum Cambalhota
Filmes na TV
Clássico de Hitchcock na TV paga Luiz Carlos Merten Um Príncipe em Minha Vida 2: O Casamento Real 15H50 NA GLOBO (Prince & Me 2: The Royal Wedding). EUA, 2005. Direção de Catherine Cyran, com Luke Mably, Kam Heskin, Clemency Burton-Hill, Jonathan Firth, Jim Holt, Daniel Cerny.
No segundo filme da série, o príncipe e a plebeia estão de casamento marcado quando uma antiga lei do reino é invocada pela oposição à união. Se a noiva não for de linhagem, o herdeiro terá de abdicar ao trono. É agora? O filme não tem grandes credenciais nem de direção nem elenco. Mas apenas vendo para conferir se vale a pena. Reprise, colorido, 96 min.
Amor em Chamas 22 H NA REDE BRASIL (Hanover Street). Inglaterra, 1979. Direção de Peter Hyams, com Harrison Ford, Lesley-Anne Down.
Harrison Ford já havia feito o primeiro Guerra nas Estrelas (Star Wars), mas a série com Indiana Jones ainda estava por vir e ele não era um astro quando fez este drama romântico sobre piloto que se envolve com enfermeira casada, durante a 2ª Guerra. Quando tem de salvar um colega que caiu atrás das linhas inimigas, ele descobre que se trata do marido dela, e vacila. O objetivo declarado do diretor Hyams era fazer um daqueles filmes à moda antiga, como A Ponte de Waterloo, de Mervyn LeRoy, com Robert Taylor e Vivien Leigh. Ficou só na vontade, apesar do empenho de seus atores. Lesley-Anne Down é ótima, mas teve poucas boas chances em Hollywood. Reprise, colorido, 108 min.
Paranoia 22H05 NA GLOBO
(Disturbia). EUA, 2005. Direção de D.J. Caruso, com Shia LaBeouf, Sarah Roemer, Carrie-Anne Moss, David Morse, Aron Yoo, Jose Pablo Cantillo.
A morte do pai desestabiliza o comportamento de Shia LeBeouf e ele tem um surto na escola, o que o leva a ser confinado em casa. Como James Stewart no clássico Janela Indiscreta, sem ter o que fazer, ele começa a espirar os vizinhos e desconfia de que o cara da casa em frente é um assassino em série. Thriller sem grandes novidades, mas que cumpre o objetivo de manter o espectador ligado (e, eventualmente, fazê-lo sofrer alguns sustos). Reprise, colorido, 104 min.
Inesquecível 2H05 NA GLOBO Brasil. 2007. Direção de Paulo Sergio de Almeida, com Murilo Benicio, Caco Ciocler, Guilhermina Guinle, Fernanda Machado, Gustavo Rodrigues.
Baseado num conto do escritor uruguaio Horacio Quiroga, o filme trata do triângulo formado por
dois amigos que se envolvem com a mesma mulher. A trama adquire uma dimensão fantástica quando um dos amantes morre e sua alma assombra o filme que os outros dois fizeram. Produção caprichada, o filme não estourou nos cinemas, e não porque lhe faltem qualidades. Guilhermina Guinle é belíssima e Nat King Cole fornece o adequado clima romântico cantando Unforgettable. Reprise, colorido, 89 min.
Amanhã A Globo exibe amanhã, no Intercine, o preferido do público entre – As Montanhas de Thredbo, de Peter Andrikidis, com Craig Mclachlan, Tom Long, Anthony Hayes, Jodie Dry, Simon Burke e Joe Manning, baseado na história real de avalanche que soterrou 60 pessoas e só uma delas saiu com vida (Austrália, 2001, fone 0800-70-9011); e Solteira, Profissão Mãe, de Don Mcbrearty, com Gail O’Grady, Grant Show e Danielle Panabaker, sobre mu-
lher que cria a filha sozinha, de forma autoritária e repressiva; quando arranja um namorado, a menina é quem sofre (EUA, 2003, fone 0800-70-9012). TV PAGA
do? Hitchcock usou técnicas de TV. A trilha, as interpretações, tudo contribuiu para a estatura do filme. A referida cena da ducha teve muitas imitações, mas elas nunca chegaram aos pés do original. Reprise, colorido, 102 min.
Psicose
Jantar às 8
18h05 no Telecine Cult (Psycho). EUA, 1960. Direção de Alfred Hitchcock, com Anthony Perkins, Vera Miles, John Gavin, Janet Leigh, Martin Balsam.
23h50 no TCM (Dinner at EIght). EUA, 1933. Direção de George Cukor, com Marie Dressler, John Barrymore, Wallave Beery, Jean Harlow, Lionel Barrymore.
O clássico que o mestre do suspense adaptou do pulp de Robert Bloch virou um dos filmes mais influentes de todos os tempos. A célebre sequência do assassinato de Marion Crane na ducha, com suas mais de 70 posições de câmera para 40 segundos de filme (apenas), revolucionou a montagem e exerceu larga influência na linguagem do cinema E DA TV. Na história, Marion foge com dinheiro da firma e vai parar no motel de Norman Bates, onde é assassinada. Seguem-se outras mortes. Ta-ta-tã, quem está matan-
Jantar vira ponto de encontro e tensão entre alpinistas sociais e gente muito rica, todos com segredos inconfessáveis. Um dos primeiros filmes de Cukor, recémchegado a Hollywood, vindo do teatro. Jean Harlow era uma estrela de cinema. John e Lionel Barrymore integravam uma família de prestígio no teatro e cinema. É interessante conferir como o cineasta, há mais de 80 anos, encarava o desafio da interpretação para a mídia que, afinal de contas, ainda era nova. Reprise, preto e branco, 111 min.
D6 Caderno2 %HermesFileInfo:D-6:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Literatura. Flip
AO SOM DE BLUES E PIXINGUINHA O cartunista Robert Crumb fala com exclusividade sobre música – e a necessidade de desenhar Bruno Dorigatti ESPECIAL PARA O ESTADO PARATY
“Com licença, poderia lhe dar estes vinis?” Robert Crumb estava em sua pousada após a coletiva deimprensaeaassessoradaConrad, editora que publica seus álbuns no País, havia me dito que talvez conseguisse entregar a ele os LPs e dois 78 rotações que havia trazido do Rio. Como Crumb, também aprecio o som dos anos 1920e1930,obluesejazzdosnorte-americanos e o nosso choro e samba. Pensei que o quadrinista, autor de Blues (livro sobre obscuros blueseiros como Charley Patton) capas de vinis e revistas retratando os velhos músicos daquele tempo e histórias onde transparece sua irritação com o
barulhento rock’n’roll, pudesse canafoivistacomomercadoconinteressar-se pelo som de gente sumidor em potencial. comoPixinguinha,AltamiroCarO quadrinista de 67 anos tamrilho, Canhoto, Noel Rosa, Jacob bém falou dos tempos em que codo Bandolim e Época de Ouro, meçou a publicar suas histórias, Aracy de Almeida, Paulo Moura. emSãoFrancisconofimdos1960, Crumb me disse que, entre es- quando em que a contracultura ses, conhecia Piamericana exploxinguinha e Ludia.Crumbfolheapércio Miranda e va o recém-lançaAOS 18 ANOS, SAIU ficou curioso pado Meus Problemas raouviros78.Eto- DE PORTA EM PORTA com as Mulheres pou bater um pa(ele ainda não haPEDINDO DISCOS po, falando sobre via visto a edição DE 78 ROTAÇÕES asmúsicasqueoubrasileira) e o paviaem casa,quanpo começou com do criança, no rádio da mãe, co- oscomentáriossobrehistóriaseremo conheceu as velhas músicas tratos dos 1960, 1970 e 1980. “Que nosantigos filmes doiníciosécu- homem doente”, comentou ele. lo e como era difícil achar esse som nos anos 1950, logo após a ● Você se vê como doente? explosão do rock, quando pela Sim, claro, mas todos eram primeira vez a juventude ameri- meio loucos.
● Como é fazer esses desenhos?
É um prazer, um grande prazer desenhar essas coisas. É uma espécie de masturbação. Sempre tive muito prazer em colocar essas fantasias no papel. Era algo que tinha necessidade de fazer. Hoje nem tanto mais, estou muito velho agora. ● E poderia falar de suas primeiras memórias musicais? Ouvia muita música quando criança?
Claro, mas a maior parte da música que eu ouvia era ruim. Aquela música popular que minha mãe ouvia no rádio, dos anos 1940 e começo dos 1950. A pior música popular, de cantores que vocês talvez não conheçam aqui, Frank Sinatra... ● Ele é bem conhecido aqui...
Doris Day, Patty Como, coisas horríveis. Ela me falou mais tarde que gostava de ouvir polca no rádio. E quando surgiu a televisão, no começo dos 1950, eu assistia àqueles velhos filmes de 1931, 1932 e eu realmente gostava da música que havia lá, por alguma razão que nem sei. Comecei a procurar aquela música no rádio, em discos, e não conseguia achá-la. Até que encontrei aqueles discos de 78 rotações bem velhos, quando tinha 16, 17 anos. Descobri que as músicas daqueles filmes estavam nesses discos. Aí me tornei completamente viciado em procurar essas gravações. Eu apenas tinha de ouvir aquela música, não sei por quê. Uma espécie de intoxicação com aquela velha música. Eu ainda sou intoxicado por ela.
Crumb. “Sempre tive muito prazer e
OFF FLIP Nomes
Qualidade
Bastava ouvir um nome tipicamente brasileiro para o americano Colum McCann (foto) sacar uma caderneta e tomar nota, às vezes pedindo para soletrar. Como pretende escrever um romance que também será ambientado no País, ele coleciona até apelidos.
Prevista para a tarde de ontem, a exibição do filme Ironweed foi cancelada pela manhã depois que o diretor Hector Babenco não conseguiu garantias de que a projeção teria a qualidade esperada. No sábado, o cineasta não gostou do trecho exibido durante a mesa de William Kennedy, autor da história.
Soluços
Aves Já a iraniana Azar Nafisi não escondia a inquietação para terminar uma entrevista. Não que as perguntas a estivessem incomodando – ela é que estava curiosa para saber que pássaro era aquele que fazia uma bela e inesperada trilha sonora. Era um bem-te-vi.
Kennedy, aliás, difundiu em Paraty uma receita infalível para curar soluços: colocar um pedacinho de papel atrás da orelha. Ele contou que a simpatia porto-riquenha dá tão certo com sua mulher, Dana, que hoje basta simplesmente citar a ideia para ela superar as recorrentes crises de soluço.
Xarope O poeta Chacal (foto) contou que prepara um livro de memórias, que levará o título Uma História à Margem. Ele contou que
Gargarejo Azar também descobriu uma forma curiosa de combater a dor de garganta que quase a deixou sem voz nos primeiros dias em Paraty: gargarejos com cachaça local. Deve ter surtido efeito, já que, em sua mesa na Tenda dos Autores, não se notou resquício de rouquidão.
Saramago – 1 No sábado à noite, foram exibidos trechos de José & Pilar, documentário inédito sobre o escritor José Saramago (foto), falecido no dia 18 de junho, e sua mulher Pilar, com direção de Miguel Gonçalves Mendes, para compensar a ausência do cantor e compositor Lou Reed.
Paraty é palco importante de suas recordações: “Fiz um livro no mimeógrafo, durante os anos 1960, à base de xarope para bronquite: tomava um pouco que dava aquela onda e ia para o meio da praça.”
Poetas de rua A enorme quantidade de poetas amadores que andou pelas ruas de Paraty oferecendo suas obras levou frequentadores da Flip a pensarem, a título de piada, em organizar no ano que vem a Flipoisé em Letícia, no Amazonas. Seria uma feira simultânea à Flip, dedicada apenas aos artistas em questão.
Tradução Saramago – 2 Mas a homenagem de peso ao autor acontece no dia 9 de setembro, com o evento de lançamento do livro As Palavras de Saramago (seleção de declarações à imprensa), pela Companhia das Letras, que convidou também Pilar.
O tradutor alemão Berthold Zilly recebeu de uma editora de Munique o convite para fazer uma nova tradução do clássico Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Ele fará também, por conta própria, a versão para o alemão da obra Parque Industrial, de Patrícia Galvão, a Pagu.
TASSO MARCELO/AE
AULA-SHOW DE FERREIRA GULLAR Ubiratan Brasil ENVIADO ESPECIAL / PARATY
Ferreira Gullar fez com que o público que o assistiu no sábado não ficasse impassível. Ao entrar no palco da Tenda do Autores, no início da tarde, para celebrar os 80 anos de lançamento do primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade (Alguma Poesia), o poeta foi aplaudido de pé. Reação que se repetiu após a maioria de suas interven-
ções. Na mesa seguinte, que homenageou outra data redonda (seus 80 anos de vida), Gullar provocou gargalhadas, inspirou lágrimas fugidias até, finalmente, botar a plateia novamente em pé, para outro caloroso aplauso. “O que mais me emociona é ver que a poesia ainda provoca emoções”, disse. Assim como Ariano Suassuna, autor de inspiradas e memoráveis aulas-show, Ferreira Gullar estabeleceu um método
de apresentação marcado por lembranças e pontuado por leituras da própria obra. Na mesa em sua homenagem, por exemplo, ele leu com tal emoção um trecho de sua obra maior, Poema Sujo, que certamente lhe foi difícil conter as lágrimas. Também adiantou poemas inéditos do próximo livro, Em Alguma Parte Alguma, que a José Olympio lança em setembro. Para exemplificar como a poesia pode surpreender nos momentos
Gullar. “Poesia é como alquimia: transforma dor em alegria”
mais inesperados, Gullar lembrou o processo de criação dos versos de Acidente na Sala, que nasceu depois de ele sentir a movimentação do osso helíaco. Relembrouainda ostemposdo neoconcretismo, que liderou ao lado de grandes nomes das artes comoHelioOiticicaeLigiaClark. Também brincou com o início da carreira (“Eu só escrevia em decassílabos,deformarígida.Escrevi tanto que comecei a falar em decassílabos”) até dizer a frase, que vem repetindo há vários encontros, mas que provoca comoção entre os twitteiros: “A arte existe porque a vida não basta.”
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SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
TOMAS RANGEL/DIVULGAÇÃO
● Por outro lado, você é associado com a música dos anos 1960, o rock e a contracultura, mas você odeia aquilo.
Meus quadrinhos fizeram parte daquela cultura hippie, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Doors, Jim Morrison. Então relacionavam minhas histórias hippies com aquela música, mas aquilo não me interessava. Não convivia com eles. Conheci Janis Joplin, ela me pediu para fazer aquela capa de Cheap Thrills. Mas não tinha conexão com eles. Estava fora daquilo, desenhando o tempo todo, era o que fazia, desenhava. ● E por que esse período da música o fascina?
em colocar fantasias no papel. Era algo que precisava fazer. Hoje nem tanto, estou muito velho agora”
Não sei, mas essa música americana como o jazz, a partir dos 1930, não me interessou mais, tirando algo de country e do blues. E me interesso pela música de outros países, alguma coisa dos 1950. E gosto de algo dessa época, aqueles velhos rockabillies. É estranho, pois não tenho aquela sincronia com o
meu tempo, é muito estranho, desconfortável, mas quando eu escutava aquela música em casa, sozinho, era e é profundamente prazeroso. É mais autêntico para mim, mais real, uma coisa engraçada, sou preso àquilo, que é de antes de eu ter nascido. Minha mãe gostava de Benny Goodman, Glenn Miller, Art Shaw, mas a música que eu gostava era do tempo dos meus avós. E termina no começo dos 1930. ● Você também desenhou histórias sobre músicos obscuros, como Charley Patton.
Fui fazer isso mais tarde, até porque não havia informação a respeito. Tinha poucos livros sobre jazz, mas coisas sobre Patton, não encontrava. As pessoas estavam começando a pesquisar aquilo, alguns amigos da minha idade também curtiam aquilo no começo dos 1960, iam para o Sul, Mississippi, Louisiana, Alabama e Kentucky, procurando discos e pesquisando sobre as pessoas que faziam aquelas músicas.
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● E a história de você batendo de
porta em porta, perguntando se aquelas pessoas com os 78 gostariam de se desfazer daquilo?
Sim, eu fiz aquilo e achei bons discos assim. Li um livro sobre jazz de 1939, que tinha um capítulo, Procurando Discos, e falava sobre bater nas portas da vizinhança negra. Eu tinha 18, 19 anos quando saí batendo nessas portas, em Delaware, onde morava. E aquelas pessoas ainda tinham os velhos gramofones em casa e discos da década de 1920. Eu perguntava se queriam vender – a maioria das vezes eu conseguia e, como não tinha muito dinheiro, pagava 10 centavos por disco. Achei discos incríveis assim. E os nomes eram na maioria desconhecidos ou esquecidos e me perguntava quem era Big Bill, Saulty Dog Sand, Joe Evens, The Famous Hocken Boys. Aquela música era incrível. ✽ BRUNO DORIGATTI É EDITOR DO SITE SARAIVACONTEÚDO, ONDE ESTÁ A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA
FREYRE, A CONTRADIÇÃO CONSTANTE TASSO MARCELO/AE
Laura Greenhalgh ENVIADA ESPECIAL / PARATY
Homenagens correm o risco de se tornar laudatórias. Mas a Flip se desviou do perigo ao escolher como homenageado deste ano o sociólogopernambucanoGilberto Freyre (1900-1987). Intelectualcontraditório,composições políticas indefensáveis e arredio aos cânones acadêmicos, Freyre rendeu conversa para três mesas emtorno da sua trajetóriaeobra, fora a conferência inaugural, ondefoidissecadopelotambémsociólogoFernandoHenriqueCardoso. Somadas as atividades em torno do autor de Casa-Grande & Senzala, a impressão que fica é a de que Freyre continua sendo uma equação que não fecha. Ele própriorecorria acategoriasinusitadas na tentativa de se explicar: “Sou acatólico, pós-marxista e inacadêmico.” Um elenco de intelectuais e pesquisadores foi recrutado para debaterFreyreaolongodaFlip.A conferência feita por Fernando Henrique confrontou o pernambucano com as correntes de pensamento do seu tempo. FHC explicou por que Freyre foi criticadopelaescolapaulistadesociologia.“NãohádúvidadequeFlorestan Fernandes e Roger Bastide promoveram uma reviravolta nosestudosderaçanoBrasil. Começamosa fazer pesquisa, orientados por eles, e vimos que não batia com o que vinha de Freyre. Havia discriminação contra o negro e nada nos remetia à ideia de democracia racial”, salientou o ex-presidente. FHC argumentou que o autor pensava como antropólogo, produzia como ensaísta eviravaascostasaocientificismo acadêmico.“Aopassoquenós,na sociologia da USP, dávamos aula até de avental branco”, ironizou. Em vários momentos os debatedoresfocalizaramo estilosolto e sedutor da escrita de Freyre. O historiador Ricardo Benzaquen falou de um certo inacabamento do texto, algo a ver com a oralidade e a tradição do ensaísmo. O domínio da linguagem era tanto, que Freyre chegou a usar pala-
PÚBLICO É MENOR DO QUE NO ANO PASSADO Raquel Cozer ENVIADA ESPECIAL / PARATY
O público foi menor que o do ano passado – algo entre 15 e 20 mil, contra pouco mais de 20 mil em 2009, segundo o diretor-geral Mauro Munhoz –, embora, neste ano, a Flip tenha colocado a venda o maior número de ingressos de todas as edições, já que reduziu a cota de ingressos paraconvidadosepara aimprensa. O número menor, na avalia-
ção de Munhoz, decorreu do fato de o evento neste ano ter sido adiado para agosto por conta da Copa do Mundo, o que o afastou das férias escolares e o fez terminar justo no Dia dos Pais. Para Liz Calder, presidente do evento, no entanto, a edição que terminou ontem teve “a mais interessantedetodasas programações” devido a nomes “diferenciados” como Salman Rushdie e RobertCrumb.Flávio Moura,diretor de programação, também
TASSO MARCELO/AE
Ambiente. Para Liz Calder, edição teve os debates mais ricos
destacou esses opostos – mais precisamente, ressaltou a participação bem-sucedida tanto da best-seller Isabel Allende quanto do intelectual marxista Terry Eagleton. “O nível das discussões foi muito mais alto do que eu esperava”, admitiu. Disse ter se surpreendido com a mesa que pôs lado a lado a iraniana Azar Nafisi e o autor israelense A.B. Yehoshua. “Não sabia nem se eles se falariam, mas foi assombroso,elesdialogaram demaneira tão intensa”, concordou Liz. Sobre Lou Reed, Moura disse que “não fez a menor falta”. Questionadosobreaparticipa-
Peter Burke. Conceito de mestiçagem revisto vras chulas em seus livros, lembrou o crítico literário Edson NerydaFonseca:“Efoiduramente criticado por Afonso Arinos.” Embora possa ter idealizado a situação do negro, ousou demonstrarque,emcertaspartesdoPaís, os escravos eram culturalmente superioresaoscolonizadores, aspecto ressaltado não só por Nery da Fonseca, como pelo africanista Alberto da Costa e Silva. Livros menos conhecidos foramrevistos:Nordeste,Ingleses no Brasil e Ordem e Progresso. Costa e Silva falou dos microensaios deNordeste – sobrecanoas, casas, cavalos, o hábito do cafuné, entre outros temas –, valorização do mundo das coisas pequenas. Já a historiadora Maria Lúcia Palhares Burke trouxe à tona o “amor quasefísico”deFreyrepelacultura inglesa, enquanto a socióloga AngelaAlonso,aoanalisarOrdem e Progresso, sobre a desagragação da sociedade patriarcal, ressaltou a visão de uma civilização tolerante, plástica, tropical. O ciclo freyriano na Flip prova como o conceito de mestiçagem foi desdobrado por Freyre, “não só na literatura, mas na política e até nosexo”, sublinha o historiador Peter Burke. Ao que o sociólogo José de Souza Martins agrega: “Sua sociologia não pode ser vista, hoje, do mesmo lugar de quando foi produzida.”
ção de Crumb, na mesa mais esperada e mais criticada, Moura disse que foi uma vitória conseguir trazê-lo, já que ele próprio havia tentado nas três edições anteriores, assim como diretores que o antecederam. Moura também foi questionado sobre sua própria permanência no evento. Ao completar sua terceiraparticipação, eleéodiretor que mais tempo permaneceu na função, e o comentário em Paraty era o de que este seria seu último ano. “O caminho a gente faz ao caminhar”, resumiu Munhoz, desconversando sobre a possível substituição.
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Guia. Cinema
CLASSIFICAÇÃO DOS FILMES
★ ruim | ★★ regular | ★★★ bom | ★★★★ ótimo
ESTREIAS
EM CARTAZ
400 Contra 1 – Uma História do Crime Organizado ★★
15 Anos e Meio
Brasil/2009, 98 min. Drama. Dir. Caco Souza. Com Daniel de Oliveira, Daniela Escobar e Negra Li. Conta a origem do Comando Vermelho a partir da história de William da Silva, que vai preso na Ilha Grande (RJ) nos anos 70. Lá, tem de lidar com presos políticos, tentativas de fuga e confrontos com policiais. 18 anos. Anália Franco, Belas Artes, Bourbon, Bristol, Central Plaza, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Interlagos, Interlar Aricanduva, Jardim Sul, Kinoplex Itaim, Kinoplex Vila Olímpia, Marabá, Metrô Itaquera, Metrô Santa Cruz, Pátio Paulista Playarte, Reserva Cultural, Santana Plaza, Shopping D, SP Market.
O Estranho em Mim ★★★ Das Fremde in Mir, Alemanha/2008, 99 min. Drama. Dir. Emily Atef. Com Susanne Wolff, Johann von Bülow e Maren Kroymann. O jovem casal Rebecca e Julian tem seu primeiro filho. Mas Rebecca parece não ter o instinto materno que outras mulheres possuem. Ela entra em uma profunda depressão e percebe que pode ser uma ameaça para o próprio filho. 14 anos. Cine Bombril, Cine Sabesp, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Meu Malvado Favorito ★★★ Despicable Me, EUA/2010, 92 min. Animação. Dir. Pierre Coffin e Chris Renaud. Vozes de Steve Carell, Julie Andrews e Jason Segel na versão original. Gru precisa recuperar o seu posto de vilão mais malvado, roubado por Vector. Para isso, ele decide roubar a Lua. Mas três meninas órfãs, que precisam de seus cuidados, podem acabar com o plano. Livre. DUBLADO: Anália Franco (3D), Boavista, Boulevard Tatuapé, Bourbon (3D), Bristol, Butantã, Campo Limpo (3D), Center Norte, Central Plaza (3D), Cidade Jardim (3D), Cine Tam (3D), Eldorado (3D), Frei Caneca Unibanco Arteplex (3D), Iguatemi (3D), Interlagos (3D), Interlar Aricanduva, Jardim Sul (3D), Kinoplex Itaim (3D), Kinoplex Vila Olímpia (3D), Lapa, Marabá (3D), Market Place (3D), Metrô Itaquera (3D), Metrô Santa Cruz (3D), Metrô Tatuapé (3D), Pátio Higienópolis (3D), Pátio Paulista Cinemark (3D), Penha, Plaza Sul, Santana Plaza (3D), Shopping D (3D), SP Market (3D), Villa-Lobos (3D), West Plaza.
A Origem ★★★★★ Inception, EUA-Reino Unido/2010, 148 min. Ação. Dir. Christopher Nolan. Com Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Ellen Page. Dom Cobb, espião industrial capaz de entrar no sonho das pessoas, recebe missão especial: implantar uma ideia na mente do herdeiro de uma grande empresa. A tarefa, porém, exige uma viagem por vários níveis do subconsciente. 14 anos. DUBLADO: Anália Franco, Boavista, Bourbon, Campo Limpo, Central Plaza, Interlagos, Interlar Aricanduva, Jardim Sul, Metrô Itaquera, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Penha, Santana Plaza, Shopping D, SP Market. LEGENDADO: Anália Franco, Boulevard Tatuapé, Bourbon (Imax), Bristol, Center Norte, Central Plaza, Cidade Jardim, Cine Tam, Eldorado, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Iguatemi, Interlagos, Jardim Sul, Kinoplex Itaim, Kinoplex Vila Olímpia, Marabá, Market Place, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Pátio Higienópolis, Pátio Paulista Cinemark, Plaza Sul, Santana Plaza, Shopping D, SP Market, Villa-Lobos.
Quando Me Apaixono ★★★ Then She Found Me, EUA/2010, 139 min. Comédia. Dir. Helen Hunt. Com Helen Hunt, Colin Firth e Matthew Broderick. April está passando por tempos difíceis: o marido a abandonou, a mãe adotiva faleceu e a mãe biológica decidiu ser uma excêntrica apresentadora de TV. 12 anos. Bourbon, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Reserva Cultural.
Reflexões de um Liquidificador ★★★
Brasil/2010, 80 min) – Comédia. Dir. André Klotzel. Com Selton Mello, Ana Lúcia Torre e Germano Haiut. A dona de casa Elvira começa a ouvir vozes em sua cozinha – e descobre que o liquidificador está falando com ela. Ao mesmo tempo, precisa lidar com o sumiço do marido. 16 anos. Espaço Unibanco.
DIVULGAÇÃO
Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar ★★★★
15 Ans et Demi, França/2008, 97 min. Comédia. Dir. François Desagnat e Thomas Sorriaux. Com Daniel Auteuil, Juliette Lamboley e François Damiens. O cientista Philippe Le Tallec tem de retornar à França para cuidar da sua filha adolescente, a quem não via há muitos anos. Ele descobre que precisará se esforçar para construir uma relação com a menina, que está mais interessada em festas e namoros. 14 anos. Belas Artes.
Gake no ue no Ponyo/Ponyo on the Cliff by the Sea, Japão/2008, 101 min. Animação. Dir. Hayao Miyazaki. A peixinha dourada Ponyo cria uma grande amizade com o garoto Sosuke. Para passar mais tempo com ele, resolve se tornar humana. 10 anos. DUBLADO: Anália Franco, Bourbon, Interlar Aricanduva, Jardim Sul, Kinoplex Vila Olímpia, Pátio Paulista Playarte, Plaza Sul, SP Market. LEGENDADO: Bristol, Santana Plaza.
Aproximação ★★★★ Disengagement, Alemanha-Itália-Israel-França/2007, 115 min. Drama. Dir. Amos Gitai. Com Juliette Binoche, Liron Levo, Jeanne Moreau. Após a morte de seu pai, Ana decide tentar encontrar a filha, que abandonou quando era adolescente. A busca a leva a Israel, no momento em que as tropas do país se retiram da Faixa de Gaza. 12 anos. Belas Artes.
O Bem Amado ★★ Brasil/2010, 110 min. Comédia. Dir. Guel Arraes. Com Marco Nanini, José Wilker, Drica Moraes, Matheus Nachtergaele e Andréa Beltrão. Na cidadezinha de Sucupira, o prefeito corrupto Odorico Paraguaçu faz de tudo para que alguém morra e inaugure o cemitério local, grande obra de seu mandato. 12 anos. Anália Franco, Boavista, Bourbon, Bristol, Central Plaza, Cidade Jardim, Cine Bombril, Cine Tam, Eldorado, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Iguatemi, Interlagos, Interlar Aricanduva, Jardim Sul, Kinoplex Itaim, Kinoplex Vila Olímpia, Market Place, Metrô Itaquera, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Pátio Higienópolis, Pátio Paulista Cinemark, Penha, Santana Plaza, Shopping D, SP Market, Villa-Lobos.
Brilho de uma Paixão ★★★★ Bright Star, Austrália-França-Reino Unido/2009, 119 min. Drama. Dir. Jane Campion. Com Abbie Cornish, Ben Whishaw e Paul Schneider. Baseado em uma história real, o filme se passa em 1819 e narra a história de Fanny, uma garota que se apaixona pelo poeta John Keats. 12 anos. Bristol, Cine Uol Lumière, Gemini, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé.
Cartas para Julieta ★★ Letters To Juliet, EUA/2010, 105 min. Romance. Dir. Gary Winick. Com Amanda Seyfried, Gael García Bernal e Vanessa Redgrave. Em viagem à Itália, Sophie descobre que mulheres com problemas amorosos deixam cartas endereçadas a Julieta em um muro, pedindo conselhos. Sophie encontra uma mensagem escrita há cinquenta anos e decide ajudar sua autora a encontrar seu amor do passado. 10 anos. Gemini, Kinoplex Itaim.
O Preço da Traição ★★★
Salt. Agente secreta (Jolie) é acusada de contraespionagem Drama. Dir. Roman Polanski. Com Ewan McGregor, Pierce Brosnan e Tom Wilkinson. Um escritor é contratado para redigir um livro sobre as memórias de Adam Lang, primeiro-ministro da Inglaterra. Durante a pesquisa biográfica, contudo, ele descobre segredos do passado do político que podem colocar sua vida em risco. 12 anos. Belas Artes, Espaço Unibanco, Gemini.
A Jovem Rainha Vitória ★★★
A Fita Branca ★★★★
Mademoiselle Chambon ★★★
Das Weisse Band – Eine Deutsche Kindergeschichte, Alemanha-Áustria-França-Itália/2009, 144 min. Drama. Dir. Michael Haneke. Com Christian Friedel, Ernst Jacobi, Leonie Benesch. No ano de 1913, uma pequena cidade da Alemanha começa a presenciar estranhos eventos: um celeiro é incendiado, um médico cai em uma armadilha e duas crianças são sequestradas e torturadas. Cabe ao professor do coro infantil tentar entender esses mistérios. 16 anos. Belas Artes.
Flor do Deserto ★★★ Desert Flower, Alemanha-Áustria-Reino Unido/2009, 120 min. Drama. Dir. Sherry Horman. Com Liya Kebede, Sally Hawkins e Craig Parkinson. Baseado no best-seller ‘Desert Flower’, conta a trajetória da modelo Waris Dirie, desde sua infância sofrida na Somália até a carreira de sucesso nos Estados Unidos. 14 anos. Reserva Cultural.
O Grão ★★★ Brasil/2007, 88 min. Drama. Dir. Petrus Cariry. Com Nanego Lira, Leuda Bandeira e Luís Felipe Ferreira. Perpétua sente que a morte se aproxima e decide preparar seu neto, Zeca, para a separação. Paralelamente, Damião e Josefa se esforçam para preparar o casamento da filha e sustentar a família. 10 anos. Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Hanami – Cerejeiras em Flor Dzi Croquettes ★★★
★★★★
Brasil/2009, 110 min. Documentário. Dir. Tatiana Issa e Raphael Alvarez. Com depoimentos de Liza Minnelli, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Miguel Falabella e Marília Pera. No período da Ditadura Militar no Brasil, o grupo de dança Dzi Croquettes, formado por homens que usavam vestidos e sapatos de salto alto, confrontou a repressão do governo. 10 anos. Belas Artes, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Reserva Cultural.
Kirschblüten – Hanami, Alemanha–França/2008, 127 min. Drama. Dir. Doris Dörrie. Com Elmar Wepper e Hannelore Elsner. Trudi fica sabendo que seu marido Rudi tem pouco tempo de vida. Mas, sem contar nada, ela decide fazer com que Rudi aproveite com alegria o tempo que lhe resta. Um incidente muda o curso da história. 14 anos. Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Encontro Explosivo ★★★
Män Som Hatar Kvinnor, Suécia/2009, 152 min. Suspense. Dir. Niels Arden Oplev. Com Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre. Baseado no best-seller de Stieg Larsson, o filme narra a história de um jornalista e uma detetive particular que precisam investigar o caso de uma garota que desapareceu há 36 anos. 16 anos. Belas Artes.
Knight and Day, EUA/2010, 110 min. Ação. Dir. James Mangold. Com Tom Cruise, Cameron Diaz, Maggie Grace e Peter Sarsgaard. A solitária June se interessa por Ray, um homem que conheceu em um avião. Mas ela descobre que ele é um agente secreto e é forçada a segui-lo em uma viagem pelo mundo – e tentar sobreviver às suas missões. 14 anos. DUBLADO: Central Plaza, Interlagos, Interlar Aricanduva, Metrô Tatuapé, Shopping D, SP Market. LEGENDADO: Anália Franco, Boulevard Tatuapé, Bourbon, Bristol, Center Norte, Central Plaza, Cidade Jardim, Eldorado, Iguatemi, Jardim Sul, Kinoplex Itaim, Kinoplex Vila Olímpia, Marabá, Market Place, Metrô Santa Cruz, Pátio Higienópolis, Pátio Paulista Cinemark, Plaza Sul, Villa-Lobos.
O Escritor Fantasma ★★★★ The Ghost Writer, Alemanha-EUA/2010, 128 min.
DUBLADO: Shopping D. LEGENDADO: Belas Artes, Espaço Unibanco, Reserva Cultural.
Os Homens que Não Amavam as Mulheres ★★★
Ilha do Medo ★★★★ Shutter Island, EUA/2009, 148 min. Drama. Dir. Martin Scorsese. Com Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo. O detetive Teddy Daniels viaja até um hospital psiquiátrico – localizado em uma ilha – de onde uma perigosa assassina fugiu. Ao longo de sua investigação, porém, ele percebe que os médicos podem ser os verdadeiros vilões – e que ele pode ser uma vítima. E tem de tentar escapar (ou descobrir a verdade). 16 anos. Belas Artes.
The Young Victoria, EUA-Reino Unido/2009, 100 min. Drama. Dir. Jean-Marc Vallée. Com Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany. Vitória assume o trono da Inglaterra logo que atinge a maioridade. Como rainha, precisa enfrentar uma crise constitucional e lidar com seus sentimentos. 10 anos. Reserva Cultural.
França/2009, 101 min. Drama. Dir. Stéphane Brizé. Com Vincent Lindon e Sandrine Kiberlain. Jean é um pai de família que tem uma vida tranquila. Mas isso muda quando ele se vê atraído pela professora de seus filhos, Mademoiselle Chambon. 12 anos. Reserva Cultural.
Mary e Max – Uma Amizade Diferente ★★★ Mary and Max, Austrália/2009, 93 min. Animação. Dir. Adam Elliot. A amizade entre Mary, uma menina solitária de oito anos, e Max, um homem de quarenta anos que vive sozinho em Nova York. Livre. Belas Artes.
Medos Privados em Lugares Públicos ★★★★ Coeurs, França-Itália/2006, 120 min. Drama. Dir. Alain Resnais. Com Sabine Azéma e Lambert Wilson. As carências e fantasias secretas de um grupo de personagens, entre eles um corretor de imóveis apaixonado por sua colega de trabalho, um ex-militar desempregado e em crise afetiva e uma jovem solitária adepta de encontros marcados por anúncios de jornal. 16 anos. Belas Artes.
As Melhores Coisas do Mundo
★★★★ Brasil/2009, 107 min. Drama. Dir. Laís Bodanzky. Com Francisco Miguez, Caio Blat, Paulo Vilhena e Denise Fraga. A história de Mano, um garoto que passa por experiências e confusões típicas da adolescência. Inspirado na série de livros de Gilberto Dimenstein e Heloisa Pietro. 14 anos. Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Uma Noite em 67 ★★★★ Brasil/2010, 85 min) – Documentário. Dir. Renato Terra e Ricardo Calil. Depoimentos de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Roberto Carlos. O documentário relembra a final do 3º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, realizado em 1967, e os artistas que brilharam naquela noite com canções que marcaram época. Livre. Bourbon, Cine Bombril, Cine Uol Lumière, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Um Novo Caminho ★★★ Le Dernier Pour la Route, França/2009, 106 min) – Drama. Dir. Philippe Godeau. Com François Cluzet, Mélanie Thierry e Michel Vuillermoz. Hervé é internado em uma clínica de reabilitação, devido à dependência alcoólica. Lá, ele se apaixona pela jovem Magali. 14 anos. Belas Artes, Cine Uol Lumière, Reserva Cultural.
O Pequeno Nicolau ★★★★ Le Petit Nicolas, França/2009, 91 min. Infantil. Dir. Laurent Tirard. Com Máxime Godart, Valérie Lemercier e Kad Merad. Baseado na história de René Goscinny (criador de ‘Asterix’) e Jean-Jacques Sempé, conta a história de Nicolau, um menino que tem medo de ser ignorado pelos pais quando suspeita que eles esperam um outro bebê. Livre.
erro da justiça. Vinte e cinco anos mais tarde, o policial Benjamín Espósito resolve retomar a investigação. 14 anos. Belas Artes, Gemini.
Sempre Bela ★★★★ Belle Toujours, França-Portugal, 70 min. Drama. Dir. Manoel de Oliveira. Com Michel Piccoli e Bulle Ogier. Inspirado no livro de Joseph Kessel, o filme retoma os personagens Henri Husson e Séverine Serizy do longametragem ‘A Bela da Tarde’, de Luís Buñuel. 14 anos. Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Shrek para Sempre ★★★
Predators, EUA/2010, 107 min. Ficção Científica. Dir. Nimród Antal. Com Adrien Brody, Alice Braga e Laurence Fishburne. Royce é um militar que está um planeta estranho e precisa liderar grupo de pessoas pelas florestas perigosas, enquanto são caçados por predadores alienígenas. 16 anos. Interlar Aricanduva. LEGENDADO: Bristol, Butantã, Marabá.
Shrek Forever After, EUA/2010, 93 min. Animação. Dir. Mike Mitchell. Vozes de Mike Myers, Cameron Diaz, Antonio Banderas e Eddie Murphy na versão original. Shrek percebe que, ultimamente, tem sido um ogro muito inofensivo. Para reaver seu porte assustador, ele resolve firmar um acordo com o duende Rumpelstiltskin. Mas Shrek é enganado e transportado para uma dimensão onde ninguém o conhece – e todos estão diferentes. Livre. DUBLADO: Anália Franco, Boavista, Boulevard Tatuapé, Bourbon, Butantã, Campo Limpo, Center Norte (3D), Central Plaza, Eldorado (3D), Iguatemi, Interlagos, Interlar Aricanduva (3D), Itaim Paulista, Jardim Sul, Lapa, Marabá, Market Place, Metrô Itaquera, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Pátio Paulista Cinemark, Penha, Plaza Sul (3D), Santana Plaza, Shopping D, SP Market, Villa-Lobos, West Plaza. LEGENDADO: Center Norte (3D), Interlar Aricanduva (3D), Eldorado (3D), Market Place.
O Profeta ★★★★
Solo ★★★
Chloe, Canadá-EUA-França/2009, 99 min. Drama. Dir. Atom Egoyan. Com Julianne Moore, Liam Neeson e Amanda Seyfried. O relacionamento de Catherine e David vai bem, até que ela passa a suspeitar de que o marido a trai. Catherine decide, então, contratar uma garota de programa para seduzir David e testar sua fidelidade. 16 anos. Gemini.
Predadores ★★
Un Prophète, França/2009, 155 min. Drama. Dir. Jacques Audiard. Com Tahar Rahim, Niels Arestrup e Adel Bencherif. Malik El Djebena é condenado a seis anos de prisão. Na cadeia, recebe ordens e missões do líder de uma gangue. Mas Malik não quer apenas obedecer e começa a bolar seus próprios planos. 18 anos. Espaço Unibanco, Reserva Cultural.
À Prova de Morte ★★★ Death Proof, EUA/2007, 114 min. Ação. Dir. Quentin Tarantino. Com Kurt Russell, Sydney Tamiia Poitier, Zoe Bell e Rosario Dawson. Dividido em dois momentos, o filme conta a história de um dublê psicopata que usa um carro indestrutível para perseguir e assassinar oito mulheres. 14 anos. Belas Artes, Bristol, Espaço Unibanco.
A Saga Crepúsculo: Eclipse ★★ The Twilight Saga: Eclipse, EUA/2010, 135 min. Romance. Dir. David Slade. Com Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner e Dakota Fanning. Bella precisa fazer escolher entre ficar com seu verdadeiro amor, o vampiro Edward, ou conservar a amizade com o lobisomem Jacob. As duas raças, porém, tem de esquecer suas diferenças para enfrentar a vampira Victoria e um exército de sanguessugas assassinos. 12 anos. DUBLADO: Anália Franco, Boavista, Butantã, Campo Limpo, Center Norte, Central Plaza, Interlagos, Interlar Aric., Itaim Paulista, Marabá, Metrô Itaquera, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Penha, Plaza Sul, Shopping D, SP Market, West Plaza. LEGENDADO: Boulevard Tatuapé, Central Plaza, Interlar Aricanduva, Jardim Sul, Market Place, Santana Plaza, Villa-Lobos.
Salt ★★ EUA/2010, 100 min. Ação. Dir. Phillip Noyce. Com Angelina Jolie, Chiwetel Ejiofor e Liev Schreiber. Agente secreta da CIA é acusada de ser espiã russa. Agora, tem uma nova missão: escapar de seus inimigos e provar sua inocência. 14 anos. DUBLADO: Boavista, Campo Limpo, Eldorado, Interlar Aricanduva, Kinoplex Vila Olímpia, Lapa, Metrô Itaquera, Metrô Tatuapé, Penha, Shopping D, SP Market. LEGENDADO: Anália Franco, Boulevard Tatuapé, Bourbon, Bristol, Center Norte, Central Plaza, Cidade Jardim, Cine Tam, Eldorado, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Iguatemi, Interlagos, Jardim Sul, Kinoplex Itaim, Kinoplex Vila Olímpia, Marabá, Market Place, Metrô Santa Cruz, Pátio Higienópolis, Pátio Paulista Cinemark, Plaza Sul, Santana Plaza, Villa-Lobos.
Brasil/2009, 72 min. Drama. Dir. Ugo Giorgetti. Com Antonio Abujamra. Homem de meia idade reflete sobre a cidade de São Paulo e o mundo atual – lugares nos quais se sente deslocado. Livre. Espaço Unibanco.
Todo Poderoso: O Filme Brasil/2010, 90 min. Documentário. Dir. Ricardo Aidar e André Garolli. O filme celebra os 100 anos do Corinthians com o resgate de imagens e gols históricos, além dos símbolos, mascotes e uniformes que marcaram a história do time. Livre. Cine Bombril.
Toy Story 3 ★★★★ EUA/2010, 113 min. Animação. Dir. Lee Unkrich. Vozes de Tom Hanks, Tim Allen, Michael Keaton e Joan Cusack na versão original. Quando o jovem Andy vai para a faculdade, decide doar seus brinquedos para uma creche. Woody, Buzz e os outros bonecos, então, têm de tentar escapar de um grupo de crianças destruidoras. Livre. DUBLADO: Anália Franco, Boulevard Tatuapé, Butantã, Center Norte, Central Plaza, Eldorado, Interlagos, Interlar Aric., Itaim Paulista, Jardim Sul, Kinoplex Vila Olímpia, Market Place, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Pátio Higienópolis, Pátio Paulista Cinemark, Penha, Plaza Sul, Santana Plaza, Shopping D, SP Market, Villa-Lobos.
Tudo Pode Dar Certo ★★★ Whatever Works, EUA/2009, 92 min. Comédia. Dir. Woody Allen. Com Larry David, Evan Rachel Wood, Ed Begley Jr. e Patricia Clarkson. Boris é um velho mal-humorado e acostumado a insultar as pessoas. Mas isso muda quando ele resolve abrigar uma menina de 21 anos em sua casa. 14 anos. Espaço Unibanco, Gemini.
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo ★★★★ Brasil/2009, 71 min. Drama. Dir. Marcelo Gomes e Karim Aïnouz. Construido de forma experimental, o filme usa imagens do Nordeste registradas em formatos variados para contar a história de um geólogo que faz uma viagem de trabalho, enquanto relembra seu amor. 14 anos. Espaço Unib., Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Vincere ★★★★
El Secreto de sus Ojos, Argentina-Espanha/2009, 127 min. Drama. Dir. Juan José Campanella. Com Ricardo Darín e Soledad Villamil. Uma mulher é assassinada em Buenos Aires. Mas seu assassino é logo solto, por um
Itália-França/2009, 128 min. Drama. Dir. Marco Bellocchio. Com Giovanna Mezzogiorno, Filippo Timi e Fausto Russo Alesi. Ida Dalser é deixada por seu marido, o líder italiano Benito Mussolini, que desaparece durante a I Guerra Mundial. Quando Ida o reencontra, descobre que ele está casado com outra – e renega a existência do filho de Ida. Mas ela irá lutar para que a criança seja reconhecida. 16 anos. Cinesesc.
Eclipse - 14a. - 20h50. ● 5 (180 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. 12h50 / 15h00 / 17h20 / 19h40. Legendado 21h50. ● 6 (217 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h05 / 15h15 / 17h25 / 19h35 / 21h45. ● 7 (134 lug.). O Bem Amado - 12a. - 13h25 / 15h40 / 18h05 / 20h30. ● 8 (219 lug.). A Origem - 14a. - 15h20. ★ Metrô Santa Cruz - Cinemark R. Domingos de Morais, 2.564, V. Mariana. 3471-8070. De R$ 13 a R$ 25. ● 1 (210 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 14h20 / 16h40 / 19h00 / 21h15. ● 2 (202 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 12h55 / 15h00 / 17h20 / 19h30. Eclipse - dub. - 14a. - 21h40. ● 3 (268 lug.). Salt - 14a. - 13h10 / 15h40 / 18h00 / 20h30. ● 4 (206 lug.).A Origem - 14a. 14h40 / 17h50 / 21h00. ● 5 (203 lug.). O Bem Amado - 12a. - 13h30 / 16h00 / 18h30 / 21h05. ● 6 (206 lug.). Salt - 14a. - 16h30 / 19h10 / 21h30. Brilho de Uma Paixão - 16a. - 14h00. ● 7 (260 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h00 / 15h20 / 17h40 / 20h00 / 22h15. ● 8 (230 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 14h10 / 17h10 / 20h20. ● 9 (173 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 12h50 / 14h50 / 17h15 / 19h40 / 22h00. ● 10 (345 lug.). A Origem - 14a. - 13h05 / 16h10 / 19h20 / 22h20. ● 11 (206 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h20 / 15h50 / 18h20. Encontro Explosivo 14a. - 20h50. ★ Metrô Boulevard Tatuapé - Cinemark Rua Gonçalves Crespo s/n, Tatuapé. 2295-4006. De R$ 10 a R$ 16. ● 1 (251 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h40 / 16h00 / 18h10 / 20h40 / 23h10. ● 2 (240 lug.). Salt - 14a. - 12h35 / 14h55 / 17h15 / 19h35 / 21h55. ● 3 (373 lug.). A Origem - 14a. - 14h30 / 17h40 / 21h00. ● 4 (240 lug.). Shrek para Sempre - dub. - L. - 12h50 / 15h00 / 17h10. Eclipse - 14a. - 19h20 / 22h00. ● 5 (193 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. 13h30 / 16h20. Encontro Explosivo - 14a. - 19h00 / 21h30. ★ Metrô Itaquera - Cine Box Av. José Pinheiro Borges, s/nº, Itaquera. 4005-9050.De R$ 9 a R$ 14. 3D De R$ 19 a R$ 21.● 1 (427 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 15h15 / 18h15 / 21h15. ● 2 (395 lug.). Shrek para Sempre - dub. - L. - 14h20 / 16h30 / 18h40 / 20h45.● 3 (322 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h10. ● 4 (294 lug.). Salt - dub. - 14a. - 14h30 / 16h50 / 19h15 / 21h30. ● 5 (315 lug.). Meu Malvado Favorito dub. - L. - 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h10.● 6 (164 lug.). O Bem Amado - 12a. - 14h10 / 16h25 / 18h45 / 21h00. ● 7 (208 lug.). Eclipse - dub. 14a. - 13h10 / 15h50 / 18h35 / 21h20. ● 8 (254 lug.). 400 Contra 1 - 18a. 14h50 / 17h15 / 19h30 / 21h40. ★ Metrô Tatuapé - Cinemark Av. Radial Leste, s/nº, Tatuapé. 2092-9237. De R$ 10 a R$ 23. ● 1 (273 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h40 / 15h50 / 18h00 / 20h10 / 22h20. ● 2 (149 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h45 / 16h15. Eclipse - dub. - 14a. - 18h40 / 21h15. ● 3 (116 lug.). Shrek Para Sempre dub. - L. - 12h55 / 15h00 / 17h10 / 19h15. Encontro Explosivo - dub. 14a. - 21h20. ● 4 (184 lug.). A Origem - 14a. - 15h10 / 18h10 / 21h10. ● 5 (107 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h10 / 15h15 / 17h20 / 19h25 / 21h30. ● 6 (103 lug.). O Bem Amado - 12a. - 14h20 / 16h40 / 19h10 / 21h35. ● 7 (189 lug.). Salt - dub. - 14a. - 16h20 / 18h35 / 20h50. Brilho de Uma Paixão - 16a. - 14h00. ● 8 (252 lug.). A Origem - dub. 14a. - 14h10 / 17h15 / 20h15. ★ Morumbi Cine TAM Av. Roque Petroni Junior, 1.089, Brooklin. 5189-4656. De R$ 16 a R$ 18. 4ª R$ 14. 3D De R$ 24 a R$ 26. ● 1 (248 lug.). O Bem Amado - 12a. 13h10 / 15h20 / 17h30 / 19h40 / 21h50. ● 2 (207 lug.). A Origem - 14a. 15h00 / 18h00 / 21h00. ● 3 (246 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 4 (227 lug.). Salt - 14a. - 13h00 / 15h10 / 17h20 / 19h30 / 21h40. ★ Pátio Higienópolis - Cinemark Av. Higienópolis, 646, Higienópolis. 3823-2875. De R$ 16 a R$ 27. ● 1 (113 lug.). Encontro Explosivo - 14a. - 16h10 / 18h30. ● 2 (116 lug.). Salt 14a. - 14h40 / 17h05 / 19h20 / 21h40. ● 3 (110 lug.). A Origem - 14a. 13h40 / 16h40 / 19h50. ● 4 (96 lug.). O Bem Amado - 12a. - 12h40 / 15h00 / 17h40 / 20h10. ● 5 (208 lug.). A Origem - 14a. - 14h50 / 18h00 / 21h10. ● 6 (217 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h15 / 15h25 / 17h30 / 19h40 / 21h55. ★ Pátio Paulista - Cinemark R. Treze de Maio, 1947, Arco 501, Paraíso 3262-4065. De R$ 14 a R$ 27. ● 1 (216 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h20 / 15h35 / 17h50 / 20h10 / 22h30. ● 2 (214 lug.). A Origem - 14a. - 12h45 / 15h50 / 19h05 / 22h10. ● 3 (214 lug.). A Origem - 14a. - 12h45 / 15h50 / 19h05 / 22h10. ● 4 (214 lug.). Encontro Explosivo - 14a. - 13h50 / 16h20 / 18h50 / 21h20. ● 5 (214 lug.). Salt - 14a. - 14h20 / 16h50 / 19h15 / 21h50. ● 6 (178 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 15h00 / 19h50. Shrek Para Sempre dub. - L. - 12h50 / 17h35 / 22h20. ● 7 (158 lug.). O Bem Amado - 12a. 13h40 / 16h10 / 18h40 / 21h30. ★ Pátio Paulista - Playarte
R. Treze de Maio, 1.974. Paraíso. 5053-6934 . De R$ 8 a R$ 14. ● 1 (265 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ● 4 (186 lug.). Ponyo - dub. - L. - 14h20 / 16h30 / 18h40 / 20h50. ★ Penha R. Dr. João Ribeiro, 304, Penha. 2091-6300. De R$ 9 a R$ 14. ● 1 (120 lug.). O Bem Amado - 12a. - 15h20 / 21h45. Shrek Para Sempre - dub. L. - 17h45 / 19h45. ● 2 (92 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 14h15 / 16h30. Eclipse - dub. - 14a. - 19h00 / 21h40. ● 3 (166 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 14h45 / 16h45 / 18h45 / 20h45. ● 4 (172 lug.). Salt - dub. 16a. - 15h10 / 17h10 / 19h15 / 21h15. ● 5 (260 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 15h30 / 17h30 / 19h30 / 21h30. ● 6 (332 lug.). A Origem dub. - 14a. - 14h30 / 17h20 / 20h15. ★ Plaza Sul - Playarte Pça Leonor Kauppa, 100. - Jd. da Saúde. 5073-8642. De R$ 12 a R$ 22. ● 1 (140 lug.). Ponyo - dub. - L. - 12h10 / 14h20 / 16h30. Eclipse - dub. 14a. - 18h40 / 21h20. ● 2 (263 lug.). Shrek Para Sempre - 3D dub. - L. 12h00 / 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 3 (140 lug.). Salt 14a. - 13h10 / 15h15 / 17h20 / 19h25 / 21h30. ● 4 (140 lug.). A Origem 14a. - 12h20 / 15h15 / 18h10 / 21h05. ● 5 (140 lug.). Toy Story 3 - dub. L. - 12h45 / 15h05 / 17h15. Encontro Explosivo - 14a. - 19h30 / 21h45. ● 6 (234 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ★ Santana Parque Shopping - UCI R. Conselheiro Moreira de Barros, 2.780 - Lauzane Paulista. 3131-2211. De R$ 11 a R$ 15. (*) 3D De R$ 19 a R$ 21. 2ª R$ 6. ● 1 (327 lug.). A Origem - 14a. - 13h10 / 16h10 / 19h10 / 22h10. ● 2 (167 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h25 / 15h30 / 17h35 / 19h40 / 21h45. ● 3 (140 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h00 / 15h25 / 17h50. O Bem Amado 12a. - 20h10 / 22h30. ● 4* (217 lug.).Meu Malvado Favorito - 3D - dub. L. - 14h05 / 16h10 / 18h15 / 20h20 / 22h25. ● 5 (217 lug.). Salt - 14a. 14h45 / 16h55 / 19h05 / 21h15. ● 6 (140 lug.). Shrek para Sempre dub. - L. - 16h45 / 21h30. Eclipse - 14a. - 14h05 / 18h50. ● 7 (167 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 13h50 / 15h50 / 17h50 / 19h50 / 21h50. ● 8 (327 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 15h20 / 18h25 / 21h25. ★ Shopping D - Cinemark Av. Cruzeiro do Sul, 1.100, Ponte Pequena. 3326-9171. De R$ 12 a R$ 23. ● 1 (246 lug.). A Origem - 14a. - 14h05 / 17h10 / 20h20. ● 2 (291 lug.). Salt - dub. - 14a. - 14h20 / 16h40 / 19h00 / 21h20. ● 3 (298 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h55 / 16h20 / 18h35 / 20h50. ● 4 (351 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 12h40 / 15h45 / 18h50 / 22h00. ● 5 (219 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 12h40 / 15h45 / 18h50 / 22h00. ● 6 (183 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 13h50 / 16h10 / 18h25 / 20h40. ● 7 (231 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h10 / 15h20 / 17h30 / 19h40 / 21h50. ● 8 (130 lug.). O Pequeno Nicolau - dub. - L. - 14h00. Shrek Para Sempre - dub. - L. - 15h50 / 17h55 / 20h00. Eclipse - dub. 14a. - 22h10. ● 9 (116lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h00 / 15h30 / 18h10. Encontro Explosivo - dub. - 14a. - 21h10. ● 10 (146lug.). O Bem Amado - 12a. - 12h50 / 15h00 / 17h50 / 20h30. ★ SP Market - Cinemark Av. das Nações Unidas, 22.540, Jurubatuba. 5686-2595. De R$ 12 a R$ 24. ● 1 (163 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 15h00 / 17h30. Eclipse - dub. - 14a. - 19h40 / 22h20. ● 2 (156 lug.). Toy Story 3 - dub. L. - 13h00 / 15h30. Encontro Explosivo - dub. - 14a. - 18h10 / 20h50. ● 3 (383 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 14h10 / 17h20 / 20h30. ● 4 (254 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 14h10 / 17h20 / 20h30. ● 5 (128 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 13h40 / 16h00 / 18h30 / 20h40. ● 6 (127 lug.). O Bem Amado - 12a. - 14h15 / 16h45 / 19h20 / 21h45. ● 7 (227 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 14h50 / 17h10 / 19h30 / 21h50. ● 8 (328 lug.). Salt - dub. - 14a. - 14h20 / 16h40 / 19h00 / 21h30. ● 9 (328 lug.).Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 14h00 / 16h20 / 18h40 / 21h00. ● 10 (160 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 13h20 / 15h40 / 17h50 / 20h00 / 22h10. ● 11 (282 lug.). A Origem - 14a. - 14h55 / 18h00 / 21h10. ★ Villa-Lobos - Cinemark Av. das Nações Unidas, 4.777, Alto da Lapa. 3024-3851. De R$ 15 a R$ 27. ● 1 (271 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h50 / 16h10 / 18h30. ● 2 (105 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 15h00 / 17h25 / 19h50. Eclipse - 14a. - 22h15. ● 3 (129 lug.). A Origem - 14a. - 15h30 / 18h40 / 21h40. ● 4 (163 lug.). A Origem - 14a. - 14h40 / 17h40 / 20h50. ● 5 (163 lug.). Salt - 14a. - 13h15 / 15h45 / 18h00 / 20h25. ● 6 (129 lug.). O Bem Amado - 12a. - 11h35 / 14h00 / 16h20 / 19h00 / 21h20. ● 7 (122 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 14h10 / 16h15. Encontro Explosivo - 14a. - 18h25 / 21h10. ★ West Plaza - Playarte Av. Francisco Matarazzo, s/nº, Barra Funda. 5053-6935. De R$ 12 a R$ 16. ● 1 (175 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 12h00 / 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 2 (170 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00. Eclipse - dub. - 14a. - 21h00.
O Segredo dos seus Olhos ★★★
Cine. Salas. Horários Esta programação é de responsabilidade exclusiva dos exibidores e pode ser alterada à última hora. Confira pelo telefone antes de sair de casa + = também e menos = não haverá sessão CINECLUBES E SALAS ESPECIAIS ★ Centro Cultural Banco do Brasil (70 lug.). R. Álvares Penteado,112, Centro. 3113-3651. Grátis e R$ 4. O Melhor de Russ Meyer. Filmes e horários variados. ★Cinusp Paulo Emílio (100 lug.). Rua do Anfiteatro, 181,Colmeia, Favo 4, Cidade Universitária. 3091-3540. 15º Festival Brasileiro de Cinema Universitário. Filmes e horários variados. Mostra do Cinema Irlandês. Filmes e horários variados. ★ MIS (185lug.). Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Av. Europa, 158, Jd. Europa. 2117-4777. R$ 4. Rojo Nova - Cultura Contemporânea. Filmes e horários variados. ★ Cinemateca Brasileira - Sala Petrobrás (110 lug.), Sala BNDES (210 lug.). Lgo. Senador Raul Cardoso, 207, V. Clementino. 3512-6111. Grátis e R$ 8.Fábrica de Sonhos: 100 Anos de Cinema e Psicanálise (IPA). Filmes e horários variados. IV Jornada Brasileira do Cinema Silencioso Filmes e horários variados. AUGUSTA, PAULISTA E JARDINS ★ Belas Artes R. da Consolação, 2.423, Cerq. César. 3258-4092. De R$ 8 a R$ 16. ● 1 (293 lug.). 400 Contra 1 - 18a. 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ● 2 (245 lug.). Mary e Max - 12a. - 14h00. 15 Anos e Meio - 16a. - 16h00 / 18h20. O Segredo dos Seus Olhos - 12a. - 20h30. ● 3 (163 lug.). Um Novo Caminho - 14a. - 14h00 / 20h30. Dzi Croquettes - 10a. 16h00 / 18h20. ● 4 (154 lug.). Aproximação - 12a. 15h40. Os Homens Que Não Amavam as Mulheres - 16a. - 18h10. A Ilha do Medo - 16a. - 21h10.● 5 (97 lug.). A Fita Branca - 12a. 14h00. O Escritor Fantasma - 14a. - 16h50. Cineclube: Da Vida das Marionetes 19h20. Medos Privados em Lugares Públicos 21h30.● 6 (88 lug.). O Pequeno Nicolau 14h10 / 18h20. À Prova de Morte - 16a. - 16h00 / 20h20. ★ Bristol - Playarte Av. Paulista, 2.064. 3289-0509. De R$ 15 a R$ 27. ● 1 (444 lug.). A Origem - 14a. - 12h20 / 15h15 / 18h10 / 21h05. ● 2 (144 lug.).Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ● 3 (144 lug.). Ponyo - L. - 13h00 / 15h10 / 17h20 / 19h30 / 21h40. ● 4 (177 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 5 (133 lug.). Predadores - 14a. - 14h10. Encontro Explosivo - 14a. - 16h20. À Prova de Morte - 16a. - 21h10. Brilho de Uma Paixão - 12a. - 18h35. ● 6 (242 lug.). Salt - 14a. - 13h00 / 15h05 / 17h10 / 19h15 / 21h20. ● 7 (115 lug.). O Bem Amado - 12a. - 12h30 / 14h45 / 17h00 / 19h15 / 21h30. ★ Cine Bombril Av. Paulista, 2.073. 3285-3696. De R$ 16 a R$ 18. 4ª R$ 12. Sessão Folha: De R$ 5 a R$ 10. Poltronas numeradas. ● 1 (300 lug.). O Estranho em Mim - 14a. 14h30 / 16h50 / 19h10 / 21h20. ● 2 (100 lug.). O Bem Amado - 12a. - 14h00 / 21h50. Todo Poderoso: O Filme - 100 Anos de Timão - L. 16h00 / 20h00. Projeto Folha: Uma Noite em 67 - L. 18h00. ★ Cinesesc (326 lug.). R. Augusta, 2.075, Jd. Paulista. 3087-0500. De R$ 8 a R$ 12.Vincere 16a. - 14h00 / 16h30. ★ Espaço Unibanco R. Augusta, 1.475, Cerq. César. 3288-6780. De R$ 12 a R$ 18. 5ª R$ 8. ● 1 (268 lug.). Uma Noite em 67 - L. 14h00 / 16h00 / 20h00 / 22h00. 1º Festival Itinerante de Curtas-metragens Latino-Americanos - 18h00. ● 2 (240 lug.). O Estranho Em Mim - 14a. 14h40 / 17h00 / 19h20 / 21h40. ● 3 (189 lug.). Reflexões de Um Liquidificador - 16a. - 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ★ Espaço Unibanco R. Augusta, 1.470, Cerq. César. 3287-5590. De R$ 12 a R$ 18. 4 (107 lug.). 1º Festival Itinerante de Curtas-metragens Latino-Americanos 18h00.● 5 (51 lug.). O Pequeno Nicolau - L. 14h00 / 16h00. Solo - L. 17h50. Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo - 14a. 19h30. O Profeta - 18a. - 21h10. ★ Gemini Av. Paulista, 807. 3289-3566. De R$ 14 a R$ 16. ● 1 (379 lug.). Tudo Pode Dar Certo - 14a. - 14h10 / 19h50. O Preço da Traição - 16a. 16h00. Cartas Para Julieta 17h50 / 21h40.● 2 (379 lug. ). Cartas Para Julieta 14h30. O Segredo dos Seus Olhos 16h40. Brilho de Uma Paixão 19h00. O Escritor Fantasma 21h20.
★ Reserva Cultural Av. Paulista, 900. 3287-3529. De R$ 13 a R$ 20. ● 1 (190 lug.). 400 Contra 1 - 18a. 13h20 / 15h10 / 17h00 / 18h50 / 20h40. ● 2 (161 lug.). A Jovem Rainha Vitória - 10a. 13h25. A Flor do Deserto - 14a. 15h20. Quando Me Apaixono 17h40 / 19h40 / 21h35. ● 3 (120 lug.). O Pequeno Nicolau - L. - 13h40 / 15h30 / 19h30. Dzi Croquettes - 10a. - 17h20 / 21h20. ● 4 (110 lug.). Medemoiselle Chambon - L. - 13h00. Um Novo Caminho - 14a. - 15h00 / 17h05 / 19h10. O Profeta - 18a. - 21h15. CENTRO ★ Marabá Av. Ipiranga, 757, Centro. 5053-6881. De R$ 9 a R$ 16. ● 1 (430lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ● 2 (122 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 12h30 / 14h30. Encontro Explosivo - 14a. - 19h15. Predadores - 14a. - 21h30. Eclipse dub. - 14a. - 16h30. ● 3 (133 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 12h45 / 14h45 / 16h45 / 18h45 / 20h45.● 4 (161 lug.). Salt - 14a. - 12h55 / 15h00 / 17h05 / 19h10 / 21h15. ● 5 (176 lug.). A Origem - 14a. - 14h40 / 17h35 / 20h30. BAIRROS ★ Cine Sabesp (271 lug.). R. Fradique Coutinho, 361, Pinheiros. 5096-0585. De R$ 16 a R$ 18. 4ª R$ 12.O Estranho em Mim - 14a. 16h00 / 18h00. Antes Que o Mundo Acabe - 10a. - 14h00. ★ Itaim Paulista Av. Marechal Tito, 7.579. Itaim Paulista. 2571-7649. De R$ 4 a R$ 8.● 1 (187 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 14h00. Eclipse - dub. - 14a. - 16h10 / 18h40 / 21h00. ● 2 (161 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ★ Kinoplex Itaim R. Joaquim Floriano, 466, Itaim Bibi. 3131-2006. De R$ 18 a R$ 23. 3D De R$ 26 a R$ 29. Poltronas numeradas. ● 1 (187lug.). 400 Contra 1 18a. - 14h50 / 17h20 / 19h30 / 21h40. ● 2 (161 lug.). Salt - 14a. - 15h00 / 17h10 / 19h20 / 21h30. ● 3 (184 lug.). Cartas Para Julieta - 10a. - 14h00 / 19h00. Encontro Explosivo - 14a. - 16h30 / 21h35. ● 4 (158 lug.). O Bem Amado - 12a. - 13h50 / 16h10 / 18h30 / 21h00. ● 5 (321 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 14h40 / 16h50 / 19h00 / 21h10. ● 6 (319 lug.). A Origem - 14a. - 14h50 / 17h50 / 20h50. ★ Cine UOL Lumière - Playarte R. Joaquim Floriano, 339, Itaim Bibi. 3071-4418. De R$ 15 a R$ 19.● 1 (195 lug.). Brilho de Uma Paixão - 16a. - 13h30 / 21h00. Um Novo Caminho - 14a. 16h00 / 18h30. ● 2 (170 lug.). Uma Noite em 67 - L. 13h00 / 15h30 / 17h30 / 19h30 / 21h30. SHOPPINGS ★ Anália Franco - UCI R. Regente Feijó, 1.739, Tatuapé. 2164-7790. De R$ 11 a R$ 17. (*) 3D De R$ 19 a R$ 23. 2ª R$ 6. ● 1 (382 lug.). A Origem - 14a. - 13h25 / 16h25 / 19h25 / 22h30. ● 2 (308 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 15h00 / 18h00 / 21h00. ● 3 (242 lug.). Shrek para Sempre - dub. - L. - 13h00 / 17h45 / 19h50 / 21h55. Eclipse - dub. - 14a. - 15h05. ● 4 (120 lug.). Toy Story 3 dub. - L. - 13h00 / 15h25 / 17h50. Encontro Explosivo - 14a. - 20h15 / 22h35. ● 5 (132 lug.). O Bem Amado - 12a. - 14h50 / 17h10 / 19h30 / 21h50. ● 6 (239 lug.). Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar - dub. L. - 12h10. Salt - 14a. - 14h25 / 16h35 / 18h45 / 20h55. ● 7* (418 lug.). Meu Malvado Favorito 3D - dub. - L. - 14h05 / 16h10 / 18h15 / 20h20 / 22h25. ● 8 (295 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h05 / 15h10 / 17h15 / 19h20 / 21h25. ● 9 (203 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 13h50 / 15h55 / 18h00 / 20h05 / 22h10. ★ Boavista R. Borba Gato, 59, Santo Amaro. 5547-6060. De R$ 8 a R$ 14. ● 1 (183 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 15h40 / 17h40 / 19h40 / 21h40. ● 2 (330 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 14h30 / 17h20 / 20h15. ● 3 (118 lug.). Salt - dub. - 14a. - 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ● 4 (95 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 14h50 / 16h50 / 18h50. Eclipse - dub. 14a. - 20h45. ● 5 (95 lug.). O Bem Amado - 12a. - 15h30 / 21h45. Shrek Para Sempre - dub. - L. - 17h50 / 19h50. ★ Bourbon - Espaço Unibanco R. Turiaçu, 2.100, Pompeia. 3673-3949. De R$ 16 a R$ 20. 4ª R$ 12. 3D R$ 22 a R$ 24. (*)Vip.● 1 (213 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h30 / 15h30 / 17h30 / 19h30 / 21h30. ● 2 (202 lug.). Salt - 14a. 13h00 / 15h00 / 17h10 / 19h20 / 21h30. ● 3 (202 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 4 (213 lug.). 400 Contra 1 - 18a. 13h20 / 15h30 / 17h40 / 19h50 / 22h00. ● 5 (202 lug.). A Origem - 14a. - 15h00 / 18h00 / 21h00.● 6 (202 lug.). A Origem - 14a. - 14h00 / 17h00 / 20h00.● 7 (122 lug.). O Bem Amado - 12a. 14h20 / 16h40 / 19h00 / 21h20. ● 8 (121 lug.). Ponyo - dub. - L. - 13h10 / 15h00 / 17h00. Encontro Explosivo - 14a. - 19h20 / 21h30. ● 9 (122 lug.). Quando Me Apaixono - 12a. 14h40 / 17h00 / 19h20 / 21h50. ● 10* ( 62 lug.). Uma Noite em 67 - L. 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00.
★ Bourbon - Espaço Unibanco Imax (327 lug.) R. Turiaçu, 2.100, Pompeia. 3673-3949. De R$ 22 a R$ 34. A Origem 14a. - 13h00 / 15h50 / 18h40 / 21h40. ★ Butantã - Playarte Av. Prof. Francisco Morato, 2.718, Butantã. 5053-6938. De R$ 10 a R$ 14.● 1 (220 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ● 2 (211 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. 12h00 / 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 3 (140 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h05 / 14h20 / 16h35. Eclipse - dub. - 14a. - 18h50. Predadores - 14a. - 21h30. ★ Campo Limpo Estr. de Campo Limpo, 459 , 2º Piso. 5512-7596. De R$ 7 a R$ 14. (*) 3D De R$ 9 a R$ 18. ● 1 (238 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. 16h00 / 18h00 / 20h00. ● 2 (298 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. 17h15 / 19h00. Eclipse - dub. - 14a. - 21h00. ● 3* ( 354lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 16h30 / 19h00 / 21h00. ● 4 (356 lug.).A Origem - dub. - 14a. - 15h00 / 17h45 / 20h30. ● 5 (328 lug.).Salt - dub. - 14a. 17h00 / 19h00 / 21h15. ★ Center Norte - Cinemark Trav. Casalbuono, 127, V. Guilherme. 2252-2395. De R$ 14 a R$ 25. ● 1 (325 lug.).Shrek Para Sempre - 3D dub. - L. - 13h20 / 15h30 / 17h40 / 19h50. Legendado 22h00. ● 2 (256 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h10 / 15h20 / 17h30 / 19h40. ● 3 (260 lug.). Salt - 14a. - 15h00 / 18h10 / 21h20. ● 4 (224 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h40 / 16h10. Encontro Explosivo - 14a. - 18h55 / 22h10. ● 5 (316 lug.). A Origem 14a. - 13h00 / 16h05 / 19h10 / 22h20. ★ Centerplex Lapa R. Catão, 72, Lapa. 4005-9080. De R$ 8 a R$ 14. ● 1 (291 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 14h00 / 16h15 / 18h30/ 20h40. ● 2 (151 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 15h00 / 17h05 / 19h00 / 21h00. ● 3 (151 lug.). Salt - dub. - 14a. - 14h20 / 16h30 / 18h45 / 21h15. ★ Central Plaza - Cinemark Av. Dr. Francisco Mesquita, 1.000, Ipiranga. 2914-7859. De R$ 11 a R$ 23. ● 1 (320 lug.). A Origem - 14a. - 14h00 / 17h10 / 20h10. ● 2 (361 lug.). Salt - 14a. - 13h35 / 16h00 / 18h30 / 21h00. ● 3 (152 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 12h50 / 15h00 / 17h15 / 19h25. Eclipse - 14a. 21h35. ● 4 (118 lug.). Encontro Explosivo - dub. - 14a. - 13h05 / 15h30. Legendado 18h00 / 20h40. ● 5 (151 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. 13h50 / 16h20. Eclipse - dub. - L. - 19h00 / 21h40. ● 6 (98 lug.). O Bem Amado - 12a. - 13h55 / 16h25 / 18h55 / 21h25. ● 7 (270 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h40 / 15h50 / 18h10 / 20h30. ● 8(266 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 14h25 / 16h35 / 18h50 / 21h20. ● 9 (278 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h10 / 15h20 / 17h40 / 19h50 / 22h00. ● 10 (486 lug.). A Origem - 14a. - 14h45 / 17h50 / 21h10. ★ Cidade Jardim - Cinemark - Salas Bradesco Prime Av. Magalhães de Castro, 12.000. 3552-1800. De R$ 37 a R$ 49. ●3 (72 lug.). O Bem Amado - 12a. - 12h10 / 14h40 / 17h10 / 19h40 / 22h05.●4 (82 lug.). A Origem - 14a. - 14h30 / 17h40 / 20h50. ★ Cidade Jardim - Cinemark Av. Magalhães de Castro, 12.000. 3552-1800 De R$ 18 a R$ 29.(*) 3D De R$ 25 a R$ 28. ● 5(181 lug.). Salt - 14a. - 15h00 / 17h25 / 19h45 / 22h10. ●6 (219 lug.). A Origem - 14a. - 14h05 / 17h15 / 20h20. ●7*(274 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 14h20 / 16h30 / 18h40 / 21h00. ★ Eldorado - Cinemark Av. Rebouças, 3.970, Pinheiros. 2197-7470. De R$ 15 a R$ 27. ● 1 (372 lug.). A Origem - 14a. - 14h50 / 18h10 / 21h20. ● 2 (265 lug.). Salt - 14a. 13h25 / 16h00 / 18h20 / 20h40. ● 3 ( 265 lug.). A Origem - 14a. - 14h00 / 17h10 / 20h20. ● 4 (265 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. 12h50 / 15h10 / 17h30 / 19h40 / 21h50. ● 5 (265 lug.). Toy Story 3 dub. - L. - 13h10 / 15h50 / 18h30. ● 6 (265 lug.). Salt - dub. - 14a. 14h20 / 16h40 / 19h00 / 21h30. ● 7 (187 lug.). O Bem Amado - 12a. 15h00 / 17h25 / 19h50 / 22h20. ● 8 ( 297 lug.). Shrek Para Sempre 3D dub. - L. - 13h15 / 15h30 / 17h50 / 20h00. Legendado 22h10. ● 9 (297 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 14h10 / 16h30 / 18h50 / 21h00. ★ Frei Caneca Shopping - Unibanco Arteplex R. Frei Caneca, 569, Cerqueira Cesar. 3472-2365. De R$ 16 a R$ 20. 4ª R$ 12. 3D R$ 22 a R$ 24. ● 1 (268 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 2 (234 lug.). A Origem - 14a. - 15h00 / 18h00 / 21h00. ● 3 (181 lug.). Salt - 14a. - 14h50 / 17h10 / 19h30 / 21h50. ● 4 (103 lug.). Uma Noite em 67 - L. 14h30 / 16h40 / 20h10 / 22h00. Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo 14a. 18h30. ● 5 (103 lug.). O Bem Amado - 12a. - 14h00 / 16h00 / 19h40 / 21h50. O Grão - 10a. 18h00. ● 6 (125 lug.). O Estranho em Mim - 14a. 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00.● 7 (103 lug.). As Melhores
Coisas do Mundo - 14a. - 14h00. 400 Contra 1 - 18a. 16h00 / 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 8 (103 lug.). Antes Que o Mundo Acabe - 10a. 14h20.Hanami - Cerejeiras em Flor - L. 16h20. Sempre Bela - 12a. 18h40 / 20h10. Dzi Croquettes - 10a. 21h40. ● 9 (125 lug.). Quando Me Apaixono - 12a. 14h40 / 17h00 / 19h20 / 21h40. ★ Iguatemi - Cinemark Av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jd. Paulistano. 3815-8713. De R$ 18 a R$ 29. Poltronas numeradas. ● 1 (266 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 12h35 / 14h50 / 17h10 / 19h20 / 21h30. ● 2 (129 lug.). Encontro Explosivo - 14a. - 15h00 / 17h25 / 19h55 / 22h15. Shrek Para Sempre - dub. - L. - 12h40. ● 3 (131 lug.). O Bem Amado - 12a. - 13h20 / 15h50 / 18h20 / 20h50. ● 4 (140 lug.). A Origem - 14a. - 15h30 / 18h40 / 22h00. ● 5 (140 lug.). A Origem - 14a. - 14h40 / 17h50 / 21h00. ● 6 (172 lug.). Salt - 14a. - 14h10 / 16h30 / 18h50 / 21h10. ★ Interlagos - Cinemark Av. Interlagos, 2.255, V. Inglesa. 5565-2570. De R$ 10 a R$ 15. (*) 3D De R$ 18 a R$ 21. ● 1 (201 lug.). Salt - dub. - 14a. - 14h15 / 16h35 / 19h00 / 21h45. ● 2* (294 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. - 13h20 / 15h40 / 18h00 / 20h20 / 22h30. ● 3 (207 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 14h20 / 16h30 / 18h45 / 21h00. ● 4 (208 lug.). A Origem 14a. - 13h05 / 16h05 / 19h15 / 22h20. ● 5 (161 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 13h50 / 16h00. Encontro Explosivo - dub. - 14a. - 18h10 / 20h40. ● 6 (201 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 13h00 / 15h10 / 17h30 / 19h50 / 22h15. ●7 (212 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 14h30 / 17h40 / 20h50. ● 8 (197 lug.).Toy Story 3 - dub. - L. - 13h40 / 16h10 / 18h40. Eclipse - dub. - 14a. - 21h40. ● 9 (125 lug.). O Bem Amado - 12a. - 14h10 / 16h40 / 19h10 / 21h50. ● 10 (119 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. 15h00 / 17h10 / 19h20 / 21h30. ★ Interlar Aricanduva - Cinemark Av. Aricanduva, 5.555, Aricanduva. 3444-2564. De R$ 10 a R$ 22. ●1 (176 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 13h10 / 15h25 / 17h40 / 19h55 / 22h00. ● 2 (177 lug.). Shrek Para Sempre - dub. - L. - 14h00 / 16h05. Encontro Explosivo - dub. - 14a. - 18h10 / 20h35. ● 3 (192 lug.). Salt - dub. - 14a. 13h25 / 15h40 / 18h00 / 20h15 / 22h30. ● 4 (133 lug.). Eclipse - dub. 14a. - 14h50 / 17h30. Legendado 20h05. ● 5 (134 lug.). Toy Story 3 dub. - L. - 13h50 / 16h20 / 19h00. Predadores - dub. - 14a. - 21h25. ● 6 (206 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 14h35 / 16h40 / 18h45 / 20h55. ● 7 (117 lug.).Shrek Para Sempre - dub. - L. - 13h00 / 15h00 / 17h05. Eclipse - dub. - 14a. - 19h10 / 21h45. ● 9 (178 lug.). A Origem dub. - 14a. - 14h15 / 17h15 / 20h25. ● 10* (520 lug.). Shrek Para Sempre - 3D dub. - L. - 13h45 / 16h15 / 18h35. Legendado 20h45. ● 11 (239 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 15h15 / 18h20 / 21h20. ● 12 (237 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h15 / 15h30 / 17h35 / 19h40 / 21h55. ● 13 (189 lug.). O Bem Amado - 12a. - 15h05 / 17h25 / 20h00 / 22h25. ● 14 (268 lug.). Salt - dub. - 14a. - 14h30 / 16h45 / 19h05 / 21h35. ★ Jardim Sul - UCI Av. Giovanni Gronchi, 5.830, Morumbi. 2164-7711. De R$ 15 a R$ 20. (*)3D De R$ 21a R$ 24. 2ª R$ 6. Poltronas numeradas.1* (249 lug.). Meu Malvado Favorito 3D - dub. - L. - 14h10 / 16h15 / 18h20 / 20h25 / 22h30. ● 2 (165 lug.). Eclipse - 14a. - 17h40. Encontro Explosivo - 14a. 13h00 / 15h20 / 20h20 / 22h35. ● 3 (191 lug.). Ponyo - dub. - L. - 15h45. Shrek para Sempre - dub. - L. - 13h40 / 18h00 / 20h05 / 22h10. ● 4 (239 lug.). A Origem - dub. - 14a. - 13h30 / 16h30 / 19h30 / 22h30. ● 5 (228 lug.). Salt - 14a. - 14h50 / 17h00 / 19h10 / 21h20. ● 6 (228 lug.). 400 Contra 1 - 18a. - 13h35 / 15h40 / 17h45 / 19h50 / 21h55. ● 7 (177 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h55 / 16h20 / 18h45. Eclipse - 14a. 21h10. ● 8 (165 lug.). A Origem - 14a. - 15h00 / 18h00 / 21h00. ● 9 (413 lug.). A Origem - 14a. - 15h00 / 18h00 / 21h00. ● 10 (191 lug.). O Bem Amado - 12a. - 13h10 / 15h30 / 17h50 / 20h10 / 22h30. ● 11 (235 lug.). Meu Malvado Favorito - dub. - L. - 13h20 / 15h25 / 17h30 / 19h35 / 21h40. ★ Kinoplex Vila Olímpia R. Olimpíadas, 360, V. Olímpia, 3131-2006. De R$ 18 a R$ 23. (*)3D De R$ 26 a R$ 29. (*) VIP De R$ 37 a R$ 49. ● 1 (125 lug.). 400 Contra 1 18a. - 14h40 / 16h50 / 19h00 / 21h10. ● 2 (125 lug.). Salt - dub. - 14a. 14h30 / 18h50. Shrek para Sempre - dub. - L. - 16h40. Encontro Explosivo - 14a. - 21h30. ● 3 (144 lug.). O Bem Amado - 12a. - 14h00 / 16h20 / 19h00 / 21h20. ● 4* (176 lug.). Meu Malvado Favorito - 3D dub. - L. 14h10 / 16h30 / 18h40 / 20h50. ● 5 (189 lug.). A Origem - 14a. - 14h20 / 17h20 / 20h20. ● 6* (98 lug.). Salt - 14a. - 14h50 / 17h00 / 19h10 / 21h30. ● 7* (98 lug.). A Origem - 14a. - 15h00 / 18h00 / 21h00. ★ Market Place - Cinemark R. Dr. Chucri Zaidan, 920, V. Cordeiro. 3048-7405. De R$ 15 a R$ 28. Poltronas numeradas. ● 1 (201 lug.). Encontro Explosivo - 14a. 14h25 / 17h05 / 19h30 / 22h00. ● 2 (369lug.). A Origem - 14a. - 14h20 / 17h30 / 20h40. ● 3 (261 lug.). Salt - 14a. - 14h00 / 16h20 / 18h40 / 21h00. ● 4 (180 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h20 / 15h50 / 18h20.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Caderno2 D9
Arte, Cultura e Lazer AGOSTO
AGOSTO
mam
AGOSTO
Shows e Espetáculos de Arte ECOLÓGICA MEMÓRIAS REVELADAS A história do ensino de arte na Faap e sua contribuição para a arte em São Paulo. A mostra reúne obras de arte, fotos, documentos e depoimentos em instalações interativas de alta tecnologia.
Curadoria de Felipe Chaimovich inspirada em conceitos do intelectual austro-francês André Gorz exibe 22 obras nacionais e internacionais na Grande Sala do MAM-SP
De 22/08 a 28/11
02/07 a 19/09
MAB-FAAP Rua Alagoas 903 Prédio 1 Tel. 3662-7198
Parque do Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3
EVANDRO CARLOS JARDIM MASP revisita Evandro Jardim de 1973 a 2010, com 250 fotos desenhos gravuras e pinturas, entre 150 inéditas
02/07 a 15/08
Terça a domingo e feriados. Bilheteria das 10h às 17h30. Visitação das 10h às 18h
De 3ª a 6ª das 10h00 às 20h00 Sábados/domingos/feriados das 13h00 às 17h00. Fechado às 2ªs Feiras, inclusive quando feriado.
Av. Paulista, 1.578. (11) 3251 5644
AGOSTO
ENTRADA FRANCA. SERVIÇO EDUCATIVO
Terça-feira a domingos e feriados, das 11h às 18h; quinta até 20h. A bilheteria fecha uma hora antes. www.masp.art.br
AGOSTO
Entrada franca até o dia 10 de fevereiro. Ingresso: R$ 5,50 Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. Site: www.mam.org.br
ENTRE ATOS 1964/68 RECITAL DE CLELIA IRUZUN Exposição investiga a constituição do acervo do MAC USP tendo como foco a arte brasileira produzida durante o regime militar.
Piano Obras de Frédéric Chopin e Robert Schumann
Até 03/10
15/08 (única apresentação)
Saiba todos os segredos e dicas de como beber e comer bem.
Toda quinta no Estadão.
Av. Morumbi, 4077 Fone: (11) 3742-0077
MAC USP Cidade Universitária Rua da Praça do Relógio, 160 11 5573.9932
Domingo às 11h30
Terça a sexta das 10h às 18h, sábado, domingo e feriado das 10h às 16h Entrada gratuita
Capacidade do auditório: 107 lugares Venda antecipada de ingressos por telefone Estacionamento com manobrista no local
0800-118220 Para a programação completa visite www.sescsp.org.br
Informações sobre estas e outras atividades no
TEATRO
ESTREIA DIA 13
MÚSICA
EXPOSIÇÕES
vitrolA modernA
Fellini Dia 12, 20h30 Vila Mariana
DANÇA Espetáculos de diversos estados em itinerância pelo país. Até dia 29
celso viÁForA
zAmbo
A religiosA
Direção, coreografia e concepção Mônica Lira Coreografia Mônica Lira. Dia 11, 21h
Com a Hospedaria Cia. de Teatro (RJ). Interpretação Symone Strobel. Direção João Marcelo Pallottino. Sex., 20h. Sáb., 20h e 21h30. Dom., 18h e 19h30
santana
Aqueles dois Concepção Cia. Luna Lunera. Direção Cláudio Dias. Dias 11 e 12, 21h iPiranga
encAntrAgo – ver de rosA um ser tão Com o grupo Expressões Humanas e Teatro Vitrine. Dias 12 e 13, 20h osasCo
15º FestivAl brAsileiro de cinemA universitÁrio – são pAulo O festival divulga boa parte da produção audiovisual das universidades brasileiras. Consulte a programação completa De 10 a 15. Ter. a dom. Encontro com Bodil Marie Stavning Thomsen (professora da Universidade Aarhus - DIN e especialista em cinema escandinavo). Dia 10, 11h
Pinheiros
Espetáculo de lançamento do CD e DVD “Batuque de Tudo”. Dia 12, 21h
ciA elevAdor de teAtro pAnorÂmico - 10 Anos Destaques: Amor de Improviso. Espetáculo com direção de Marcelo Lazzaratto. A partir do dia 11. Qua. a sáb., 20h. Dom., 18h30 Experientia - Imersão Campo de Visão. Criação coletiva pedagógica e mergulho no processo do espetáculo “Do jeito que você gosta de Shakespeare”. A partir do dia 11. Qua. a sex., 14h santana
instrumentAl sesc brAsil
duo perAnzzettA senise
bAnKsY bAng
Dia 9, 19h
Concepção e direção Ricardo Gali e Nathalia Catharina. Ter. e qua., 21h Pinheiros
novA soundscApes Em parceria com revista Rojo e MIS – SP. Com Ljudbilden & Piloten (Suécia) + Bradien (Espanha) + Vidderna (Suécia). Dia 12, 21h30. prAtA dA cAsA Dia 10, 21h PoMPeia
ii congresso internAcionAl de YogA e AYurvedA
PoMPeia
Wing cHun - Arte mArciAl cHinesA
pedAlA cidAdão
Vivência com orientação do Mestre Márcio A. Gonçalves. A partir do dia 11. Qua., 20h
Passeio ciclístico pela região de Santana. Inscrições antecipadas Dia 15, 8h30
Não recomendado para menores de 10 anos.
Consolação
Não recomendado para menores de 12 anos.
circuito sesc de dAnçA Aquilo de que Somos Feitos. Com Lia Rodrigues Companhia de Danças. Dias 11 e 12, 21h Consolação
gAbY AmArAntos
O congresso reúne professores internacionais que falarão sobre o Yoga e Ayurveda. De 11 a 13. Consulte a programação completa
ESPORTES
ForA dA ordem: FotogrAFiAs dA nAtionAl geogrApHic
Vila Mariana
Consolação
CinesesC
Livre para todos os públicos
ESTREIA DIA 10
SOCIEDADE E CIDADANIA
mutAçÕes - A invenção dAs crençAs Ciclo de conferências que investiga as mutações produzidas pela tecnociência no universo das crenças contemporâneas - religião, arte, ética e política. Com José Miguel Wisnik, Franklin Leopoldo e Silva, Nilton Bignotto, Oswaldo Giacoia Jr., Sergio Paulo Rouanet, Marcelo Jasmin, Renato Lessa, Abdelwahab Meddeb, Pascal Didie, Marcelo Coelho, entre outros. Curadoria Adauto Novaes. Qua., qui. e sex., 19h30
Pinheiros
Não recomendado para menores de 14 anos
Não recomendado para menores de 16 anos
Vila Mariana
Não recomendado para menores de 18 anos.
Exposição composta por 60 fotos pertencentes ao acervo da coleção National Geographic, especializada em fotografia de meio ambiente, paisagem e sustentabilidade. Curadoria Eder Chiodetto. Ter. a dom. Acervo sesc de Arte brAsileirA
A estÉticA do Futebol grAvurAs de rubens gercHmAn A exposição apresenta 10 serigrafias que têm como tema o futebol. Ter. a dom. Pinheiros
35mm em relevo Exposição tátil em que imagens de clássicos do cinema brasileiro são convertidas em placas com relevos que destacam os volumes produzidos pelos contrastes de luz e sombra das fotografias em preto e branco. Acessível a portadores de deficiência visual. ABERTURA DIA 12 .Ter. a dom. iPiranga
especiAl musicAl
João bosco e orquestrA sinFônicA Heliópolis Direção para TV Rodrigo Giannetto Dia 11, 22h
Artes visuAis • cinemA • culturA digitAl • dAnçA • esporte • literAturA • meio Ambiente • músicA • teAtro • lAzer • educAção em 32 unidAdes no estAdo de são pAulo.
D10 Caderno2 %HermesFileInfo:D-10:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
LÚCIA GUIMARÃES
✽ ●
SEGUNDA-FEIRA LÚCIA GUIMARÃES MATTHEW SHIRTS
TERÇA-FEIRA ARNALDO JABOR
QUARTA-FEIRA ROBERTO DAMATTA
QUINTA-FEIRA LUIS FERNANDO VERISSIMO
SEXTA-FEIRA IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO MILTON HATOUM
SÁBADO MARCELO RUBENS PAIVA MARIA RITA KEHL
DOMINGO LUIS FERNANDO VERISSIMO JOÃO UBALDO RIBEIRO DANIEL PIZA
lucia.guimaraes@estadao.com.br
Somos todos Willy Loman PARATY
U
ma das falas mais conhecidas da dramaturgia americana é o lamento de Linda, mulherdo caixeiro viajante da peça de Arthur Miller. Ao notar o desespero do marido Willy Loman, que não consegue sobreviver na economia modernizada do pós-guerra, ela pede aos filhos que prestem atençãoa“umacoisaterrívelqueestáacontecendo com ele”. “Attentionmustbepaid”,afrasedita emAMortedoCaixeiroViajante,tornouse uma expressão comum de alarme e compaixãoemeveioàcabeça,enquantoouviaoeditorde um site denotícias, gabar-sedotratamentodadoaosjornalistas na sua redação. O site Gawker dá prêmios em dinheiro para matérias queatraiammaistráfego.Umtelãopendurado na redação vai atualizando as mais lidas com o nome dos autores. O fundador do Gawker,Nick Denton, um sujeito que faria o finado Arthur Miller vomitar, disse ao New York Times que vê seus repórteres postados diante do telão, como hominídeos embevecidos diante de um monólito.
OcomentáriofoiinseridonumareportagemrecentedoNewYorkTimessobrea notável ocorrência de desgaste físico e emocional no jornalismo online. A expressão slow-blogging, uma referência ao movimento culinário slowcooking, não é nova, assim como não é novidade que toda brusca mudança tecnológicaeeconômicadespertareaçõese manifestos para se tirar o pé do acelerador. Mas, depois de uma década de blogues e uma primeira geração de jornalistas formados online, as consequências vãoalémdetendinites,doresnacolunae obesidade,malescomunsdequempassa a maior parte do dia ao computador. A reportagem do Times relatou um alto índice de pedidos de demissão em redações como a do Politico, o site cujo repórter mais famoso acorda às 2 da manhã para começar a blogar. Numdebateinspiradopelamatériado Times–sim,obastiãodavelhamídiacontinua dominando a conversa muito mais doquegentecomoNickDentongostaria –,aestaçãoderádiopúblicanova-iorquinadedicoumeiahoraaoadmirável mundo novo do jornalismo online. Repórteres de grandes jornais, depois de entregar suas matérias, gastam uma
parte do dia repassando textos e links para sua rede de contatos sociais, pelo Facebook, Twitter e outros,numa tentativa de aumentar o tráfego, disse um dos convidados. A autopromoção passou a ser esperada do jornalista e o choque de gerações aí se torna inevitável. Num grande jornal nova-iorquino, cujo nome não foi revelado por um entrevistadodoprograma,oseditoresficaramtãoassustadoscomalistadasreportagensmaislidas, compostademanche-
O jornalismo online é uma revolução bem-vinda e não precisa inspirar tragédias. tes de crime, que entraram no site e manipularam a seleção para proteger sua reputação. Umeditor-chefe,tambémnãoidentificado, mantém em sua mesa um spreadsheetcomíndicedecomentáriospormatéria e dá sinais de que usa seus dados para promover repórteres. Embora editores do New York Times digam a seus comandados para não se preocupar com o tráfego, o próprio jornalmantémapáginawww.nytimes.com/
mostpopular, onde as matérias são listadascomomaislidas,maisenviadas,mais blogadas.Nãoésegredonenhumquejornalistas se tornam cada vez mais escravos do algoritmo do Google e usam nas manchetes e nos leads palavras que façam seus textos subirem na página do maior site de busca. Um conhecido jornalista carioca, que publica a maior parte do trabalho online, queixa-se comigo de que um número absurdo de horas do seu dia é devotado aos comentários de leitores e, como ele está num portal com grande tráfego, os donos de seu pedaço virtual exigem dele que seja mediador e sancione todas as centenasdee-maildiários.Doscomentáriossensatosaosxingamentosàsuamãe. É umaevolução curiosa da nossa atividade. O jornalista não é dono do conteúdo, não pode arrecadar publicidade. Mas é obrigado a “vender” seu trabalho nas mídias sociais e a exercer uma segunda função, antes limitada aos encarregados das cartas à redação. Embora escreva da idílica Paraty, numa varanda colonial visitada por beijaflores, quero acreditar que não sofro de passadismo profissional. Sou a primeira a comprar um sanduíche na esquina
quandoosprazosmeimpedemdecontemplarnovaporosbeloslegumesorgânicos das fazendas da região de Nova York. Saio para entrevistas levando um gravador, uma câmera de vídeo e outra de fotos, não me iludo sobre a redefinição inevitável do meu ofício. Mas, algo ou alguém tem que ceder. Se temos que bater de porta em porta para vender o nosso peixe, quanto temposobraparapescar?Qualaindependência do repórter preocupado com algoritmos do Google e números detráfego?Seodramadaperucaloura de Lindsey Lohan na prisão é igual ao drama do Golfo do México perante um algoritmo, para onde vai aquele sistema político inventado na Grécia antiga? Attention must be paid. O trágico Willy Loman já nasceu condenado na página, criado como manifestomoralnumpaíscujavelocidade não conseguia acompanhar. O jornalismo online é uma revolução bem-vinda e não precisa inspirar tragédias. Mas o alerta de Arthur Miller serve para o exército de Willy Loman criado pela nova mídia. É preciso prestar atenção.
Cinema. Festival COLUMBIA PICTURES/DIVULGAÇÃO
A FAMÍLIA NA PRIMEIRA NOITE DE GRAMADO Mostra abre com filmes sobre o tema, Bróder e Enquanto a Noite Não Chega Luiz Carlos Merten GRAMADO
Histórias de família deram o tom na abertura do 38.˚ Festival de Gramado. Inicialmente programado para abrir o evento fora de concurso, Bróder, de Jeferson De, foiincluídoàspressasnacompetição, depois de concorrer em Paulínia e levar quatro troféus, incluindoodacrítica.Foiumcomeço impactante para Gramado 2010 e o filme desde logo é candidato aos prêmios de interpretação. É pouco provável, para não dizer impossível, que surja outra mãe mais sofredora – e convincente, no sofrimento – do que a interpretada por Cássia Kiss. O programa da primeira noite foi duplo: Bróder, seguido de Enquanto a Noite Não Chega, que o cineasta gaúcho Beto Souza adaptou de um dos grandes autores do Rio Grande do Sul, Josué Guimarães. Na entrevista ao Estado, o curador José Carlos Avellar – que faz a seleção em dupla com Sérgio Sanz – deixou claro que ambos nãoacreditamnomodelodefesti-
val competitivo. Gramado não se pretende um campeonato de filmes, mas um ponto de encontro para discussão e confronto de ideias e sistemas de produção. Jefferson De fez o filme dele com apoio de uma major, a Sony, e de grandes empresas como a Globo e a Lereby (de Daniel Filho).Todaessaestruturafoimontadaparaviabilizarqueumjovem Bróder. Filme de Jeferson De, incluído às pressas na competição, resultou em começo impactante para a 38ª edição do evento autor egresso da periferia pudesse dar seu testemunho, de den- do para o filho, Caio Blat, diz que em dívida, é cooptado para se- dade tecnológica, mas a projeção tatragédiaqueexigeosilênciopatro,sobreaviolênciaurbana.Azo- tem um pressentimento, uma questrar o príncipe (o jogador). digital não esteve à altura e diga- ra potencializar ador que sentem na escolhida foi o Capão Redon- dor‘aqui’eapontaopeito.OjogaJeffersonDefez umbelotraba- mos que o filme não impressio- os pais privados do filho. Quem do, em São Paulo. É aí que, duran- dordeixouumanamoradinhagrá- lho de preparação de elenco nou muito por esse lado. quer que tenha lido o livro talvez teumdia,trêsamigossereencon- vida. Traz presentes para todo (com Sérgio Penna). PersonaImpressionoumenosaindaco- o identifique no belo filme da patram. É aniversámundo. A cena é gens e situações são intensos, mo pathos. Os atores, Miguel Ra- raguaia Paz Encima, Hamaca Pario de um deles, o ótima. Ele traz reais. É mais do que se pode dizer mos e Clênia Teixeira têm currí- raguaya, ou na peça inédita de único que permaum uísque para de Enquanto a Noite Não Chega. O culo – ela, predominantemente Dib Carneiro, Paraíso. Cada um É IMPROVÁVEL neceu no local. Os um homem que filme de Berto Souza é sobre um no teatro. Atores de verdade são tem seu casal de velhos em atituSURGIR MÃE MAIS outros são um jodeixou de beber, casal de velhos cujo filho partiu bonsemqualquermídia,maspre- de de espera. Nem Dib nem Paz gador que foi para SOFREDORA DO QUE um santo para de trem para a guerra. Eles espe- cisam ser bem dirigidos. Ramos e conhecem o livro de Guimarães, a Espanha e agora umadevotaquevi- ram – o quê? Não mais a volta, Clênia põem ênfase exagerada mas opróprio autorgaúcho sereCÁSSIA KISS vive a tensão de rou crente. Mais mas a morte, numa cidade tão es- nos mínimos gestos e, quandofa- conheceria no trabalho deles. ser convocado ou doquedetalhesdi- vaziadaquantoelespróprios.Ber- lam, dão a impressão de decla- Não são adaptações, no entanto. nãoparaaseleçãobrasileira,eou- vertidos, esses desacertos prepa- toSouzaeofotógrafoRenatoFal- mar. Nada menos de acordo com troquenãofoitãolonge,mascon- ramoespectadorparaainevitabi- cão,comcréditodecodireção,op- o espírito naturalista do belo texseguiu criar uma vida fora dali. lidade da tragédia. Ela explode taram por filmar com uma nova todeJosuéGuimarães.Paracom- O REPÓRTER VIAJOU A CONVITE Otrioencontra-separaumafei- quando Caio Blat, pressionado câmera digital, a Red, em 4 K. Foi plicar, há excesso de música – ela DA ORGANIZAÇÃO DO FESTIVAL joada. A mãe, Cássia Kiss, olhan- por criminosos com quem está dada grande importância à novi- virapersonagem indesejável nes-
BURMAN, UM OLHAR HUMANO E SOCIAL GRAMADO
Assimcomonãoacreditamnoformato campeonato de filmes para o seu festival, os curadores José CarlosAvellareSérgioSanzapostam em mostras paralelas. Os filmes devem interagir, como tema ou formato de produção, competindoouemseçõesparalelas,brasileiros ou latinos.O documentárioOjosBienAbiertos:UmViajepor Sudamérica, de Gonzalo Arijón, abriuacompetiçãolatina.Foiprecedido, na tarde de sábado, pelo argentino Dos Hermanos, de Daniel Burman, fora de concurso.
O longa argentino dialoga com os filmes brasileiros de Jefferson De e Beto Souza pelo tema da família. Conta a história de um casal de irmãos. Após a morte da mãe, a irmã quer vender a casa. Afloram velhos ressentimentos. Burman filma bem (Abraço Partido) e seu tipo de cinema humano, rico em observações sociais, depende muito do ator. Graciela Borges, grande estrela argentina, que filmou com Leopoldo Torre Nilssonnos anos1960e renasceu como a matriarca de O Pântano, de Lucrecia Martel, nos anos 2000, é excepcional como essa
DIVULGAÇÃO
Ojos Bien Abiertos. O Sul sob o ponto de vista do povo
mulher que passa feito trator sobre o irmão (e todos à sua volta). OuruguaioArijónfezoquenão deixa de ‘sua’ versão de Ao Sul da Fronteira. Como Oliver Stone, ele viaja pela América boliviana, visitando países cujos presidentes criaram uma frente unida latina (Brasil,Venezuela,Chile,Argentina,Bolívia,Equador).Stonedialogou com a cúpula do poder. Arijón adota o ponto de vista do povo,mesmo quesua câmera acompanheoraLula,oraHugoChávez, ora Evo Morales. O farol é o livro AsVeiasAbertasdaAméricaLatina, de Eduardo Galeano, que Chávez oferece a Barack Obama no início. A tese: o Sul precisa ser pobre esubdesenvolvidoparaqueoNorte possa ser rico e desenvolvido.
Há algo de ‘Pachamama’, mas Arijón não experimenta a linguagemcomoErykRocha.Émaisdireto,ousamenos.Comoodocumentário de Stone, sua viagem prestaseacertacrítica.Eletomapartido, não acredita na isenção jornalística.Estádoladodosoprimidos.Lulasaichamuscado:suaposserepresentaparaodiretoraesperançade mudança.Umoutromundoépossível.MasLula,explicaumdirigente comunitário da Amazônia, não érevolucionário.Eleveiodomovimentosindical,crê(eseperde)na negociação. Morales e Chávez são revolucionários. A tese é polêmica. O filme tem imagens irrefutáveis como as verdades do livro de Galeano, um clássico da literatura de conscientização na AL. / L.C.M.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Quem assume?
A primeira vez
Ainda sem vencer
São Paulo empata e Silas pode ser anunciado como treinador
Calouros da seleção brasileira ansiosos pela estreia nos EUA
Palmeiras fica no 1 a 1 com o Goiás e Felipão segue sem vitória no retorno
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UESLEI MARCELINO/AGIF
Esportes estadão.com.br
Campeonato Brasileiro FOTOS JF DIORIO/AE
Para o novo chefe. Elias fez o gol que garantiu o 1º triunfo de Adílson no Corinthians
VITÓRIA COM SABOR DE
VINGANÇA Giuliander Carpes
OCorinthiansqueriaostrêspontos para permanecer no encalço do Fluminense na batalha pelo título brasileiro e também para dar a primeira vitória ao técnico Adílson Batista. Os dois objetivos foram alcançados ontem no Pacaembu. O time alvinegro jogoubem, apesar domagro placar de 1 a 0 contra o Flamengo, algoz corintiano na Taça Libertadores deste ano, e permanece a um ponto do líder do Nacional, que também venceu. “O time está bem, atacando bastante. Não perdemos padrão de jogo com a saída do Mano”, analisou o experiente lateral-esquerdo Roberto Carlos. “Vamos lutar pelo título até o fim.” ● Dificuldade para contratar
O Corinthians tem dificuldades para contratar reforços. Já trouxe o goleiro Bobadilla e o mais próximo de chegar agora é o zagueiro Thiago Heleno, que trabalhou com Adílson no Cruzeiro.
7 8 9 10 11 12
O clássico das multidões atraiu público apenas razoável ao Pacaembu. Também pudera. Os grandes ídolos estavam em faltaontem.Omomentonãoajuda a torcida neste sentido. Apenas Roberto Carlos marcou presença. Ronaldo ainda não voltou a atuar pelo Corinthians e os flamenguistas têm de seacostumar a torcer por gols do colombiano Cristian Borja e do redondo Val Baiano, quando, pouco tempo atrás, essa missão cabia a Adriano e Vágner Love. Em tarde de sol, pais e filhos aproveitaram para reforçar a fidelidade a seus times e pouco mais de 29 mil pessoas pagaram ingresso para assistir ao jogo entre o vice-líder do Campeonato Brasileiro e o campeão do ano passado.Viram oCorinthiansassumir o domínio da partida desde o início. A equipe da casa queria manter a invencibilidade no Pacaembu – agora são 16 vitórias etrêsempatesnoestádionatemporada – e seguir na cola do Fluminense na luta pelo título que pode salvar o ano do centenário. A chave do jogo foi o esquema
CORINTHIANS FLAMENGO CAMPEONATO BRASILEIRO
1 0
Gols: Elias aos 38 minutos do primeiro tempo. CORINTHIANS (4-3-3): Júlio César; Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei e Elias (Danilo); Jorge Henrique, Dentinho (Paulinho) e Iarley (Defederico). Técnico: Adílson Batista. FLAMENGO (4-4-2): Marcelo Lomba; Léo Moura, Jean, Ronaldo Angelim e Juan; Antônio, Willians, Kléberson (Michael) e Petkovic (Diego Maurício), Borja (Vinícius Pacheco) e Val Baiano. Técnico: Rogério Lourenço. Juiz: Heber Roberto Lopes (PR). Cartão amarelo: Jean. Renda: R$ 936.324,00 (29.222 pagantes). Local: Pacaembu.
com três atacantes do Corinthians. Ao mesmo tempo que Dentinho–quesaiu,aindanoprimeiro tempo, com lesão muscularparaaentrada dovolantePaulino em função parecida – e Jorge Henrique bem abertos pelos flancos serviam como válvula de escapeparaoataque,tambémse-
guravam os laterais adversários, talvez as armas mais perigosas do Flamengo. Ataque contra defesa. O gol corintianoerasóquestãodetempo. Elias errou chute livre na entradadaáreaaos8minutos. Marcelo Lomba impediu gol claro de Jucilei sete minutos depois. Jorge Henrique foi derrubado por LéoMouranaáreaaos27–pênaltiqueHeberRobertoLopesignora. E Willians tirou a bola do atacante corintiano que já se preparava para marcar aos 37. Até que Elias, enfim, acabou com a sorte do Flamengo. Aos 38, o ofensivo volante recebeu passedeJucilei–queontemmesmo, após o jogo, já viajou para Nova Jersey para se juntar à seleção brasileira –, limpou adversário e fuzilou o goleiro Marcelo Lomba da entrada da área. Um gol clássico. Síntese do domínio corintiano no jogo. Embora, no segundo tempo, Rogério Lourenço tenha desistido de Borja e Kléberson – ambos com péssima atuação –, o Flamengo não voltou do intervalo
Corinthians bate Flamengo no primeiro encontro após o duelo da Libertadores. Resultado faz time seguir na vice-liderança
mostrando capacidade para virar o jogo contra o Corinthians noPacaembu.Muitopelocontrário.Otimealvinegro,embelatarde de Elias, Iarley e Jorge Henrique, seguiu dominando. Só não ampliou o placar porque faltou talento na definição das jogadas. Aos 28 minutos,
Elias perdeu duas chances claras cara a cara com Marcelo Lomba. OFlamengosóameaçounofinzinho, naquele esforço desesperadoquandoaderrotaseaproximava. Foi aí que brilhou a estrela do goleiro Júlio César. Na próxima semana, Ronaldo estará de volta. Então, o Avaí que se cuide.
No Dia dos Pais, Roberto Carlos dá abraço em Zico
“O Zico é o nosso papai", derreteu-se o corintiano. "Uma das coisas mais maravilhosas que já me aconteceu na vida foi ter trabalhado com ele. Não podia perder a oportunidade de aprender mais um pouquinho e vim falar com ele no vestiário.” O Galinho começou a assistir ao jogo no meio da torcida do Flamengo. Não parou de dar autógrafos e posar para fotos com os torcedores. Aí, em outro sinal de cordialidade, o Corinthians convidou-o a ver a partida de um confortável camarote do Pacaembu. / G.C.
● O lateral-esquerdo corintiano
não deu bola para a rivalidade e foi dar um abraço em Zico, diretor de futebol e maior ídolo do Flamengo, no vestiário dos visitantes do Pacaembu. Os dois trabalharam juntos no Fenerbahçe, da Turquia – chegaram às quartas de final da Copa dos Campeões da Europa em 2008. Ficou o carinho quase de pai para filho.
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O ESTADO DE S. PAULO
AnteroGreco
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Medo castigado
A
antero.greco@grupoestado.com.br
sabedoria popular ensina que medo atrai coisa ruim. O empate do Palmeiras em Goiânia foi a confirmação dessa lição cujaorigemseperde notempo mas continua sempre atual. Felipão e sua turma temeram que os três pontos contra o Goiás escapulissem, depois de obterem vantagem ainda no primeiro tempo, e optarampor esquema covarde. Então, o que aconteceu? Voltaram para casa de novo sem a vitória. Pior do que isso: o time continua na zona de lusco-fusco, na faixa dos que não acrescentam nada aoBrasileiro.Estánopurgatórioecomeça a flertar com o calor do inferno. A saída de Kléber quando faltavam bem uns 15 minutos para terminar o jogo foi o sinal de que a insegurança dá o tom no Palmeiras destes dias. O futebol da equipe era aquele feinho de sempre,
mas ela se aguentava com o bando de volantes – Marcos Assunção, Márcio Araújo, Pierre, Edinho. Martírio. Ainda assim, esboçava uma ou outra arrancada com seu centroavante. A opção pelo marcador Tinga no lugar do solitário guerreiro foi o atestado de que abria mão de veleidade ofensiva para quebrar a série de uma derrota e três empates. O golemcima dahorafoiocastigomerecido e só fez aumentar o déficit verde. Terumaturmaacongestionaromeiocampojáémausinalparatimecomtradiçãodeconquistas.Otorcedorficaencafifado, porém como atenuante imagina que seja fase passageira. A preocupação vem com a constatação de que se trata de uma tendência. Foi assim numa época com Muricy Ramalho, continuou com a breve passagem de Antonio Carlos e se repete com Felipão. É um monte de gente acostumada a destruir que se junta em nome de uma estratégia às vezes ocasional. No caso palestrino, parece permanente. Para complicar, noves fora Marcos Assunção, nenhum integrante desse “volantariado” tem pontaria calibrada. Muito menos sabe armar. O resultado é time embolado, em que prevalecemchutões e passes errados,na mesma proporção em que somem as jo-
gadas bem elaboradas. Um suplício, enfim. Ou o Palmeiras volta a jogar como time grande – e pode fazê-lo no meio da semana com o Vitória pela Sul-Americana – ou põe em seu balanço outro ano perdido. E, de temporada perdida em temporada perdida, abandona vocação de ator principal para ser coadjuvante. Com a permissão de Galvão Bueno: Vai que é sua, Felipão! Dar um jeito nessetime éo maior desafiode sua carreira. Revanche? Onde? Corinthians x Fla-
mengo de ontem se insinuava como uma revanche e tanto. Pairava no ar a sensação de que o bravo time paulista devolveria com juros a decepção provocada pela vitória (2 a 1) inglória obtida
Empate em Goiânia mostra que insegurança dá o tom ao Palmeiras atual meses atrás, no mesmo Pacaembu, e quelhevaleuadesclassificaçãonaLibertadores. Ilusão. O reencontro dos times mais populares do Brasil não foi aquele joguinhodecompadres dosegundo turno da Série A de 2009 – em que Ronaldo teve uma estranha contusão com dez
minutos e pediu para sair – nem teve a adrenalina do duelo pelo torneio continental. Foi morno. O Corinthians jogou para o gasto, como tem feito há algum tempo, manteve longa invencibilidade no palco paulistano e se segura no bloco principal.AdilsonBatista teveomérito de iniciar com Jorge Henrique, Dentinho e Iarley no ataque. Com 20 minutos,abriumãodo esquema,porque Dentinho se machucou. Já o Fla não é nem sombra do grupo vibrante que se sagrou campeão brasileiro. Time insosso, sem carisma, sem pegada, sem bravura. E ainda com o uniforme que lembra o Parma. É histórico, dizem alguns. É só uma forma de tirar grana do torcedor, acrescento. Em busca do prumo. Milton Cruz
tentou um São Paulo mais agressivo, em Curitiba, com Cléber Santana, Marlos, Fernandão e Ricardo Oliveira. No primeiro tempo do jogo com o Atlético, o time não foi bem. No segundo, melhorou e o empate não foi ruim para quem se ressente da queda na Libertadores. Silas caiu no Grêmio. Mais uma na lista de candidatos a substituto de Ricardo Gomes.
Campeonato Brasileiro JF DIORIO/AE
ADÍLSON USA TÁTICA VENCEDORA DE 2009 Treinador colocou equipe com três atacantes, mesma formação que deu certo ano passado. Os jogadores aprovaram Giuliander Carpes
A partida contra o Flamengo não foi boa para o Corinthians apenas pelo resultado (1 a 0, no Pacaembu) e pela manutenção da vice-liderança do Campeonato Brasileiro. Valeu também para Adílson Batista relembrar ao elenco corintiano o esquema de jogo vencedor em 2009. O técnico, que conquistou a primeira vitória no clube, utilizou com sucesso o sistema com três atacantes que levou a equipe aos títulos paulista e da Copa do Brasil em 2009. “Estou muito contente.Os jogadores se empenharamefizeram tudoqueagentetinhaemmente”, comemorou Adilson. “Agora, temos de seguir firmes e tentar passar logo o Fluminense.” Os atletas parecem estar ao seu lado. “O Adílson está mantendo o estilo de jogo que o Mano deixou eeste é o caminho certo”, disse Roberto Carlos. O Corinthians teve um padrão dejogo muitosuperior aodo Flamengo.Muitoporcausadasatuações de Iarley e Jorge Henrique,
mas, principalmente, de Elias. O volante foi adiantado para a armação. E acabou como o grande destaque da partida. Jogando como armador, Elias apareceu mais para o jogo. Além do gol que decidiu a partida, foi o “motorzinho” do time, o jogador que ditou o ritmo durante toda a partida. “O Adílson conversou comigo e disse que gostaria de me utilizar como meia”, contou Elias. “Foi jogando assim que surgi para o futebol, na Ponte Preta, em 2008. Eu gosto de atuar ali. Vou fazer o meu melhor em qualquer posição.” Elias teria recebido uma proposta para se transferir ao Benfica.Mas disseque nãotem conhecimento de nada e pensa em permanecer no Corinthians e ser campeão brasileiro. Faltou “matar o jogo”. A prin-
cipal reclamação dos jogadores corintianos ao final da partida foi sobre a dificuldade de fazer um resultado melhor e evitar que o Flamengo pudesse ameaçar o empate no final. O sufoco que o Corinthians sofreu a partir dos40 minutos dosegundo tempo causou certa indignação à defesa do time. “A gente falou com o Jorge Henrique. Tivemos quatro ou cinco oportunidades pela esquerda. Faltou definir a jogada”,
Mais precisão no ataque. Adílson Batista disse que o time poderia ter feito mais gols e que empate seria um resultado injusto reclamou o lateral-esquerdo Roberto Carlos. “A gente precisa ter a maturidade de matar o jogo. Se não um jogo perigoso até o final. Fomos muito preciosistas lá na frente”, cobrou o capitão William. Adílson reconheceu que faltou “matar o jogo” mais cedo. “Poderíamostercaprichadoedefinidooplacarantes”,disseotreinador.“Osufoco foiporcausa de uma ou outra jogada no final. Mas seria totalmente injusto.” A esperança corintiana é de que Ronaldo possa voltar contra o Avaí para jogar pelo menos 45 minutos e tentar resolver o problema de pontaria, tão evidente no jogo de ontem.
Pacaembu vira trunfo corintiano na busca do título ● O Corinthians ainda não per-
deu uma partida sequer no Pacaembu na temporada. E o retrospecto no estádio como mandante no Brasileiro – empatou ali como visitante com o Palmeiras (1 a 1) – é simplesmente irretocável: sete vitórias em sete partidas. “A torcida do Corinthians é maravilhosa. Sempre lota o estádio, nos apoia muito. É difícil mesmo
perdermos aqui”, comemora o lateral-esquerdo Roberto Carlos. Os jogadores nem sabiam quando havia sido a última derrota da equipe no Pacaembu. “Estava falando com o Jorge Henrique sobre isso. Ninguém tem a mínima ideia de quando foi que perdemos aqui”, diz Elias. “Se não perdermos aqui, seremos campeões.” O último revés foi em novembro, diante do Náutico: 3 a 2. Já o Fla-
mengo não vence há quatro jogos no Brasileiro. O técnico Rogério Lourenço espera que o time se arrume quando os novos contratados estrearem. O atacante Leandro Amaral e o meia Renato já devem estar à disposição para enfrentar o Ceará, sábado, no Rio.
“A gente precisa ter maturidade para matar o jogo” William, irritado com chances perdidas pelo ataque corintiano EVELSON DE FREITAS / AE
Diretoria otimista em evitar o desmanche do Santos Cúpula fala em projetos para manter os craques Neymar e Paulo Henrique Ganso e diz que Wesley só sairá por R$ 23 milhões Sanches Filho ESPECIAL PARA O ESTADO / SANTOS
A cúpula do Santos já não está tão temerosa com relação ao risco de desmanche do time cam-
peão estadual e da Copa do Brasil. Até agora, depois de 20 dias da abertura da janela para negociação internacional e a 11 do fechamento, saíram apenas André,negociado com o Dínamo de Kiev,e Robinho, que retornouao Manchester City. Wesley não esconde a empolgaçãodiante da proposta salarial querecebeu do Werder BremenALE,mas oclubedaBaixadaSantista,mesmo sendodono deapenas 35% dos direitos econômi-
cos do atleta, não abre negociação. E segurar Neymar e, principalmente, Paulo Henrique Ganso parece ter se tornado tarefa bem mais fácil do que os dirigentes imaginavam. Graças aos projetos de marketing que o clube está elaborando para as suas duas maiores estrelas. “Estão sendo feitosos arremates do planejamento visando à exploração da imagem de Neymar e Ganso, dentro de um processo que vai proporcionar ga-
● Keirrison deve estrear
contra o Avaí, na Vila O atacante Keirrison deve jogar pela primeira vez com a camisa santista na quinta-feira, contra o Avaí, na Vila Belmiro, na estreia na Copa Sul-Americana. O time folgou ontem, beneficiado pelo adiamento do jogo contra o Internacional, e se reapresenta hoje.
nho salarial equivalente ao desempenho deles em campo”, explicou o presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro. Consta que, além do tão falado projeto de carreira, os dois teriam sido beneficiados por disparos do gatilhosalarial, previstos em contra-
to. Primeiro com a conquista do Estadual, em seguida com a convocação dos garotos para a seleção Brasileira e por último com o título da Copa do Brasil. O assunto é reservado, mas consta que se Neymar e Ganso forem titulares no amistoso do Brasil contra os Estados Unidos, amanhã à noite, em Nova Jersey, terão atingido mais um objetivo e o gatilho salarial vai disparar novamente. A situação de Wesley preocupa, mas o diretor de futebol, PedroLuís Nunes Conceição, acredita em final feliz. “Ele só sairá se o interessado depositar os € 10 milhões de euros (mais R$ 23 milhões) da multa contratual”, avisou o dirigente.
Melhor na tv ● FUTEBOL LIGA FUTSAL Jaraguá x Petrópolis
19h15 / SPORTV ●
TÊNIS
MASTERS 1000 Etapa de Toronto
12h / SPORTV 2 ●
NATAÇÃO
MEETING - Etapa de Budapeste
12h / BANDSPORTS
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Esportes E3
Campeonato Brasileiro DANIEL CASTELLANO/GAZETA DO POVO
SÃO PAULO SÓ
EMPATA ESILASPODECHEGAR Atlético-PR fica com dez jogadores no 2º tempo e nem assim Tricolor vence. Técnico demitido ontem ganha força Marcon Beraldo ESPECIAL PARA O ESTADO
Ainda amargurado pela eliminação na fase semifinal da Taça Libertadores da América, o São Paulo voltou a apresentar um futebolirregularneste Campeonato Brasileiro. O resultado, 1 a 1, acabou sendo um prêmio pelo pouco que apresentou ontem à noite na Arena da Baixada, em Curitiba, diante do Atlético-PR. O time e a torcida seguem na expectativa de quem vai ocupar agora o cargo de técnico. Silas, demitido pelo Grêmio, passou a ser nome forte no Morumbi. Com 16 pontos, o São Paulo segue no bloco intermediário, Já a equipe paranaense soma 14, perto da zona de rebaixamento. O Atlético-PR esperava tirar proveito da ressaca são-paulina e apostou na correria desenfreada para tentar perturbar o adversário e, assim, sair na frente no placar. O equatoriano Guerrón conseguia esse efeito pela direita do ataque. A defesa tricolor, insegura e cometendo falhas infantis, contribuía para entusiasmar os atleticanos. Até Miranda,
que já defendeu a seleção brasileira, assustava: e acabou levando cartão amarelo (o terceiro), ficando suspenso para o próximo jogo, contra o Cruzeiro – pior é que o São Paulo já não pode contar com Alex Silva e Xandão, no departamento médico. DepoisdeváriasdefesasdeRogério Ceni e só uma finalização do ataque – Ricardo Oliveira, em jogada individual, acertou o travessão –, o técnico interino Milton Cruz parecia aliviado pelo finaldoprimeirotempocomoplacar inalterado. “O time criou pouco, deu dois chutes a gol, o
ATLÉTICO-PR SÃO PAULO CAMPEONATO BRASILEIRO
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Gols: Cléber Santana aos 22 e Maikon Leite aos 27 minutos do segundo tempo. ATLÉTICO-PR (4-4-2): Neto; Leandro (Branquinho), Manoel, Rodolpho e Paulinho; Vítor, Chico, Paulo Baier e Netinho (Maikon Leite); Guerrón (Mithyué)e Nieto. Técnico: Paulo César Carpegiani. SÃO PAULO (3-5-2): Rogério Ceni; Renato Silva (Carlinhos Paraíba), Miranda e Samuel; Jean, Rodrigo Souto, Cléber Santana, Marlos (Marcelinho) e Júnior César; Fernandão (Fernandinho) e Ricardo Oliveira. Técnico: Milton Cruz. Juiz: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ). Cartão amarelo: Samuel, Miranda, Ricardo Oliveira, Cléber Santana. Cartão vermelho: Manoel. Local: Arena da Baixada.
Atlético chegou na bola parada, precisamos corrigir isso”, prometia o treinador. Quem começou no ataque no segundotempo,porém,foinovamenteoAtlético-PR.Logonoprimeiro minuto, Rogério Ceni fez grande defesa em cabeçada de Paulo Baier. O goleiro são-paulino voltaria a praticar boa defesa em chute desviado de Vítor. Mas quando os paranaenses pareciammaispróximosdogol, oSão Paulo, em contra-ataque, abriu o placar, aos 22 minutos: Marlos cruzou da esquerda para Cléber Santana, que chutou colocado. Mas o São Paulo não teve muitotempo parafestejar. O técnico PauloCésar Carpegianifezsubstituições para explorar o lado direito do São Paulo, o mais fraco. Edeucerto,aos 27minutos:MaikonLeiteganhouna“raça”echutou forte no canto alto direito de Rogério Ceni: 1 a 1. A expulsão do zagueiro Manoel, aos 28 minutos, favoreceu o São Paulo, que teve uma grande chance com Ricardo Oliveira, mas o goleiro Neto salvou. Depoisdisso,oSãoPaulo,inexplicavelmente, entrou em pânico e permitiu a pressão desordenada do adversário. Fernandão admitiu que o empate acabou sendo um bom resultado: “Faltou um poucode tranquilidade,mas otime até que reagiu bem por tudo o que aconteceu”, disse.
O melhor. Rogério Ceni evitou o pior, fazendo várias defesas difíceis na Arena da Baixada
Ex-técnico do Grêmio nega ter convite do Tricolor ● Com a queda de Silas no Grê-
mio, ficou mais forte a possibilidade de o treinador ser anunciado para ocupar o cargo de Ricardo Gomes no Morumbi. A identifica-
ção de Silas com o São Paulo pode ser um argumento a mais para convencer o presidente Juvenal Juvêncio. O treinador, então meia, foi criado nas categorias de base do São Paulo e fez parte do vitorioso time que ficou conhecido como “Menudos”, na década de 80. “O São Paulo não me convidou para ir para lá, é um clube que tem ética, como o Grê-
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mio, e eu como profissional também tenho. Seria uma covardia da minha parte sair assim. Quem conviveu comigo esses sete meses sabe como eu sou”, afirmou Silas, que negou ter sido convidado antes de ser demitido do Grêmio. “Foi uma mentira maldosa que nos prejudicou muito. Disseram que eu teria me despedido dos jogadores. Não é verdade.”
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Boleiros
SEGUNDA-FEIRA PAULO CALÇADE
PAULO CALÇADE
O talento e o rótulo
U
ma das piores coisas do futebolsãoosrótulos.Umjogador pode passar toda uma vida com a função carimbada na testa: volante, meia, atacante... Mas nem sempre é assim, depende exclusivamente de cada um, do estilo, da movimentação em campo. E do talento. Ontem o Corinthians venceu o Flamengo com um gol de um sujeito que explica bem
essa história. Elias começou a partida como volante pelo lado direito do meio-campo. Foi assim até aos 21 minutos, quando Dentinho,contundido,foisubstituídoporPaulinho. Adílson Batista optou por colocar mais um jogador de marcação e liberou Elias para se aproximar dos atacantes, como nos tempos de Ponte Preta. E foi assim que o segundo volante se transformou em terceiro e passou a jo-
TERÇA-FEIRA LUIZ ZANIN
QUARTA-FEIRA DANIEL PIZA
gar ainda mais ofensivamente. Havia Danilo no banco, um meia mais próximodosentidoclássicodo rótulo,eDefederico, atacante. Adílson, porém, preferiu rechear o meio-campo, dando liberdade a Elias e complicando a vida de Juan, o lateral rubro-negro que fez fama no apoio ao ataque. Elias esperava ser convocado por Mano Menezes e, provavelmente, poderá aparecer nas próximas chamadas. Possui boa técnica, o ponto de partida para qualquer jogador, mas chama a atenção pela mobilidade em campo. Na função de meia, não se trata daquele jogador capaz de resolver a partida com um passe, resultado da habilidade e da percepção do espaço. Não é o meia cerebral. Elias é transpiração, é o movimento embuscado espaçovazio, o jogadorque se apresenta ao time, que se oferece ao passe, e busca na área a finalização. O gol surgiu aos 39 minutos do primeiro tempo, 18 após a mudança de posição, num chute de fora da área, forte, bem colocado. O Corinthians ficou nisso, abraçado à melhor campanha do campeonato como mandante: sete vitórias em sete jogos.
SÁBADO MARCOS CAETANO
DOMINGO UGO GIORGETTI
Não foi uma grande partida, do tamanho das duas maiores torcidas brasileiras. O Corinthians ainda buscou o gol, finalizou, diferentemente do Flamengo que passou 90 minutos se equilibrando em apenas um chute certo no alvo. No finalzinho da segunda etapa, acertou mais duas vezes o gol de Júlio César, mais pelo esforço dos desesperados que por suas virtudes. Virtude, no momento, é ter Zico no comando do futebol. Virtude que coloca todo o seu prestígio em jogo em meio a
Elias é o movimento em busca do espaço vazio, o jogador que se oferece ao passe um período de ajustes, de retração nos investimentos. E também de retração técnica. No ano passado, Dejan Petkovic tinha Adriano em ótima fase ao seu lado, agora recebe a bola e reluta em passá-la a Val Baiano. O tempo passa e deixa marcas. A experiência é uma maravilha que faz as pernas pesarem cada vez mais. Talvez seja prudente definir Roberto Carlos, também aos 37, de uma outra
maneira: a exceção. O lateral ainda consegue jogar com simplicidade e fazer a diferença, longe de nos lembrar de sua idade. Não há uma regra para definir essa situação. Veja o caso de Ronaldo, hoje mais importante pela ausência do que pela presença. Falta ao Corinthians um atacante de área, já que Souza continuainvisível, agora aos olhosde Adílson Batista. Do jeito que está, vai ser difícil o Corinthians perseguir o Fluminense por mais 25 rodadas. Muricy Ramalho perdeu a chance de trabalhar na seleção brasileira, mas em troca ganha um jogador por semana. Num campeonato caracterizado pela regularidade, com praticamente um terço da competição disputada, o Flu é o time a ser batido. Não vai jogar bonito, mas vai ganhar pontos em casa e fora dela, como os de ontem, que derrubaram Silas no Grêmio. Com o Internacional na decisão da Libertadores e já garantido no Mundial, o caminho Tricolor pode ficar mais fácil. AtéquandooCorinthiansconseguirá persegui-lo sem um centroavante?
Campeonato Brasileiro
PALMEIRAS SEGUE ROTINA SEM VITÓRIA ADALBERTO MARQUES/AGIF
Time levou o gol de empate do Goiás no fim do jogo e Felipão ainda não sabe o que é um triunfo desde a sua volta Daniel Akstein Batista
Para quem investiu alto paraformar um supertime, entrar em campo a apenas três pontos da zona de descenso não é nada confortável. E assim, pressionado,o Palmeiras foi ao Serra Dourada enfrentar o Goiás. Noventa minutos depois, a diferença para os rebaixados seguiu a mesma. Mas o time foi embora lamentando o empate por 1 a 1 – vencia até os minutos finais. Luiz Felipe Scolari segue sem vencer desde que voltou ao clube. Antes, ele dizia estar contentecomaatuação do timenasúltimaspartidas,mesmosemconseguir o resultado positivo – agora, são quatro empates e uma derrota. Ontem, com certeza mudou de opinião. Otreinadorestava tambéminsatisfeito com demora nas contratações e no acerto da documentação dos reforços. O volante Rivaldo, por exemplo, já joga-
GOIÁS PALMEIRAS CAMPEONATO BRASILEIRO
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Gols: Ewerthon aos 12 minutos do primeiro tempo e Amaral aos 44 do segundo. Goiás (4-4-2): Harlei; Douglas (Romerito), Rafael Toloi, Ernando e Júnior; Jonílson, Amaral, Wellington Monteiro e Bernardo (Felipe); Everton Santos (Otacílio Neto) e Pedrão. Técnico: Emerson Leão. Palmeiras (4-4-2): Deola; Vítor (Marcos Assunção), Maurício Ramos, Danilo e Armero; Edinho, Pierre, Márcio Araújo e Paatrick; Ewerthon (Luan) e Kleber (Tinga). Técnico: Felipão. Juiz: Sandro Meira Ricci. Cartão amarelo: Ernando, Kleber e Armero. Renda e público: Não divulgados. Local: Serra Dourada.
ria em Goiânia, mas sua estreia teve de ser adiada. Quem atuou pela primeira vez foi o atacante Luan. E o jovem Patrick, que já havia jogado outras vezes, teve de fazer o papel de meia armador no lugar do lesionado Lincoln. Otreinador etodatorcidaalviverde sabem que ainda é preciso tempo para o time ganhar uma “cara”. Felipão não consegue repetir a mesma formação. Mesmo contra um time na zona de descenso e com o placar favorável, o Palmeiras recuou e apenas assistiu ao Goiás jogar no segundo tempo. Sem Lincoln, o time de Felipão perdeu uma de suas principais peças. Patrick, por mais que tentasse, não conseguia impor o mesmo ritmo do titular. E, assim, os visitantes tiveram dificuldade na ligação meio-ataque e na armação das jogadas. Apesar de algumas ausências, o Palmeiras era o favorito em Goiânia. Aos 12 minutos, foi beneficiadopor erro deAmaral, que Ewerthon apro-
Raça. Kleber disputa bola com Júnior (D). Faltou criação de jogadas na equipe e atacante teve poucas chances de gol veitoucom um certeiro chute de fora da área, no canto esquerdo do goleiro Harlei. Se o camisa 1 do Goiás não foi capaz de ajudar o seu time, o 22 palmeirense foi um dos destaques do jogo. Deola estava seguro para dar a Felipão sua primeira vitória. Bernardo foi o primeiro a testar o arqueiro rival. Depois, Pedrão teve a sua chance. E ne-
nhum dos dois conseguiu fazer a festa da torcida goiana. Pressão. Deola realizou apenas uma defesa difícil no segundo tempo. Romerito arriscou e viu que o goleiro estava em boa fase. O Goiás foi outro time na fase final. E o Palmeiras se fechou. Ficou recuado e torcendo para surgir um contra-ataque, para
conseguir anotar o segundo gol. Não conseguiu, e aí teve de torcer para o adversário não chegar ao empate. Apesar da pressão, os goianos erraram muito. Tiveram problemas para furar o bloqueio adversário e pouco chutaram. Felipão deu oportunidade para Luan no lugar de Ewerthon e tirou Kleber para fechar o time com a entrada de Tinga. Estava tudo dan-
do certo, até os 44 minutos – e aí Deola não foi tão feliz. O empate do Goiás saiu justamentenolance em que mais tentou: a bola na área. Otacílio Neto cobroufalta, o goleiro palmeirense saiu mal e Amaral deu um leve desvio para conseguir o gol que não livrou sua equipe da zona de rebaixamento, mas deixou o Palmeiras mais pressionado na competição.
“Cometemos erros primários. E não recuamos no 2.º tempo” Felipão, explicando que o Palmeiras não mudou a postura no jogo ANDRÉ COSTA/COSTAPRESS
Felipão admite erros, mas mantém esperança Treinador diz que time falhou na marcação e afirmou estar tranquilo por não ter ganhado. Mas se irritou com as críticas Felipãoconfirmou queoPalmeiras está cometendo erros bobos, mas garante estar tranquilo com asituação do time. “Teve faltade qualidade nossa, mas não vou ficar martirizando todo dia isso. Tenho de esperar que vocês pa-
rem de falar no mesmo assunto”, disse, irritado com as pergunta se ele está preocupado por ainda não ter vencido. O treinador repetiu o discurso dos últimos jogos. “O time está jogando razoavelmente bem, mas não tem tido sorte. E tem errado em situações que não são normais. Não podemos cometer oerrodeumjogadorestardecostas e receber a bola”, falou, sobre falhas de marcação. “Cometemos erros primários.” Apesar das críticas, o técnico
preferiu chamar para si a culpa do empate. “Se perdermos mais dez jogos, a culpa vai ser minha.” O técnico não concordou que seu time recuou na segunda etapa. “Eles colocaram quatro jogadores na frente, queria o quê?” Kleber levou ontem o seu primeiro cartão amarelo desde sua volta ao Palmeiras. E mesmo assim está fora do jogo contra o Atlético-PR,sábado,no Pacaembu. O atacante já havia sido duas vezesadvertidoquandoaindadefendia o Cruzeiro. O outro suspenso é Armero. O meia Lincoln, ainda se recuperando de lesão na coxa, também desfalcará o time. Na quarta-feira, a equipe estreia contra o Vitória na Copa Sul-Americana, em Salvador.
UESLEI MARCELINO/AGIF
Flu segue líder e provoca crise no Grêmio
Ewerthon. Atacante anotou um gol, mas foi substituído
OFluminensenãoapenasconseguiu se manter na liderança do Brasileiro ao vencer o Grêmio por 2 a 1, no Sul, mas de quebra causou uma crise no adversário, que perde técnico e dirigente. Após a derrota, Silas e Luiz Onofre Meira, diretor de futebol, foram demitidos do clube gaúcho. O treinador, aliás, é um dos cotados para assumir o São Paulo. Desde 3 de junho sem vencer – foram oito partidas sem triunfo,
com cinco derrotas –, o time entrou pressionado em campo. A má campanha gerou protestos da torcida que, durante a semana, assim como ontem, realizou manifestações contra a direção do clube. Mariano e Emerson fizeram os gols do líder Fluminense, um ponto à frente do Corinthians. No fim, André Lima ainda diminuiu para os gaúchos, que seguem na zona de rebaixamento. Em Fortaleza, o Ceará não saiu do empate sem gols com o lanterna Atlético-GO, mas se mantém no G-4. Com o apoio da torcida, o Vasco fez 1 a 0 no Vitória (gol de Zé Roberto) e Cruzeiro e Grêmio Prudente ficaram no 0 a 0.
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PELO MUNDO 1
DANNY MOLOSHOK/REUTERS
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PETER KOLLANYI /EFE
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1. Não deu. Michael Phelps lamenta a fraca atuação de ontem, quando ficou apenas em 4º lugar nos 200 metros costas. O ouro ficou com o americano Ryan Lochte, com 1min55s58
2. Sintonia. A equipe grega de nado sincronizado se apresenta pelo Campeonato Europeu, em Budapeste
AP
MORRIS MAC MATZEN /REUTERS
3. Tragédia. O piloto alemão Gunter Zimmer morreu ontem num acidente de helicóptero, na Bielo-Rússia
4. Obstáculo. Cavalos atravessam poça d’água durante tradicional corrida em Duhnen, na Alemanha
Atletismo
Prudente tem poucas apostas para 2016 Cidade já foi referência na revelação de atletas e, hoje, dos 50 que treinam, apenas dois despontam como promessa Ana Paula Garrido
PresidentePrudenteficoufamosa por ser um polo de talentos do atletismo. André Domingos, Claudinei Quirino e Vicente Lenilsonsaíramdelá.Ograndedescobridor de atletas era Jayme Netto Junior, que , apesar de banido do esporte por assumir a culpa do maior escândalo de doping, ocorrido ano passado segue como referencial para a atual geração. Os novos técnicos, no entanto, ainda estão se adaptando a função de olheiro. E com isso, o número de revelações está em queda, a seis anos da Olimpíada no Brasil. Dos50jovensquetreinam diariamente na pista da Unesp, em
NOVIDADES JEAN CASSIMIRO Atleta do salto triplo
“Competir sem a pressão de favorito é mais fácil. Mas tento fazer meu papel” DINO DE AGUIAR C. FILHO Treinador de Jean e Maíra
“A Maíra já faz 3,80 m. A meta é marcar 3,90 m. Até 4 m ela tem condições” Prudente, apenas dois são considerados promessas de medalhas para 2016: Jean Cassimiro Rosa e Maíra dos Santos Silva. Jean, de 20 anos, é o terceiro
no ranking brasileiro adulto no salto triplo –perde apenas para Jadel Gregório e Jefferson Dias Sabino.Comestilo técnicopeculiar, segundo seu treinador Dino de Aguiar Cintra Filho, o jovem de Paraguaçu Paulista tem chances de estar já no próximo Mundial,em2012,eserum dosfavoritosnosJogosdoBrasil. “Eleestarácom 26 anos (em 2016), o ápice de um atleta”, explica. A pressão de ser uma aposta já perturbou mais o garoto, que adiouvárias vezes aentrada definitiva para o mundo do atletismo: “Eu entrava e saía, porque estudava em escola municipal e ostorneioseramestaduais.”Agora, Jean se diz tranquilo e confiante no seu potencial. “Quando você compete sem pressão de ser favorito é mais fácil. Mas tento fazer meu papel e estou seguro do que quero”, disse. Por enquanto, o treinamento de Jean segue um ritmo moderado. De acordo com Dino, a estratégia é não forçar muito agora, para que o jovem chegue ao auge da performance na hora certa. Outra discípula de Dino, Maíra, que ficou perto do índice para o Mundial Juvenil desse ano, é a aposta no salto com vara. “Ela já faz 3,80 m. A meta é marcar 3,90 m, até 4 m ela tem condições”, indica o técnico. No fim dejulho, porém, ela fez 3,70 m no Campeonato Brasileiro Sub-23. Culpadavara. “Agentenãotemmuitas varas em Prudente. Na hora, a minha vara ficou fraca e isso me prejudicou”, explicou a atleta, que ficou em segundo, atrás de Sara Santos Pereira. Pouco investimento. Apesar
de escassos, os novos talentos de Prudente só existem por cau-
JF DIORIO/AE
Revelação. Jean, de 20 anos, se destaca nos treinos, é o 3º no ranking nacional e surge como uma das poucas apostas
sa do programa estadual Centro deExcelência. É um dos motivos de a cidade continuar atraindo atletas. “Todo mundo quer vir para cá, até parece uma fábrica
dos sonhos”, comenta o ex-velocista Claudinei Quirino, diretor do programa. A fábrica de revelações, no entanto,sofrecomafaltadeinvesti-
mentos. A Unesp voltou a cobrar taxa de uso pela pista e os próprios técnicos têm de comprar equipamentos, como o colchão para o salto com vara.
Fórmula Indy ROBERT LABERGE/GETTY IMAGES/AFP
Castroneves aproveita erros e fica em 3º MID-OHIO
O brasileiro Helio Castroneves conquistou o terceiro lugar ontem, na etapa de Mid-Ohio, nos Estados Unidos. O ganhador da prova foi o escocês Dario Franchitti, que venceu o duelo com seu principal rival, o australiano Will Power. Após ter largado em 13.º, o bra-
sileiro, que corre pela Penske, conseguiu avançar, aproveitando a primeira bandeira amarela da disputa para fazer seu pitstop. Depois, Castroneves, assimcomoRyanBriscoe,aindaescapou de um toque com Ryan Hunter-Reay na saída dos boxes. Já Will Power, que foi pole, não consegui segurar a liderança. Pressionou nas últimas vol-
tas, mas Franchitti se defendeu bemeconquistouasegunda prova da temporada –a primeira foi nas 500 Milhas de Indianópolis. Outro brasileiro que se destacou na corrida foi Raphael Matos. O piloto da De Ferran/Dragon fez várias ultrapassagens, que lhe renderam a 7.ª posição no fim – um verdadeiro salto, já que largou em 19.º. Mário Mo-
raes, da KV, terminou em 12.º, Vítor Meira, da A. J. Foyt, em 15.º e Tony Kanaan, da Andretti Autosport, em 17.º. Estreia difícil. Na primeira provanaIndy naequipe Conquest,o italiano Francesco Dracone, que entrounolugar dobrasileiro Mario Romancini, provocou, sozinho, duas bandeiras amarelas.
Estratégia. Castroneves aproveitou bem a bandeira amarela
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Vôlei feminino
Brasil perde invencibilidade no Grand Prix para Itália trou o desempenho das partidas anteriores e, no jogo de ontem, cometeu muitos erros. Apesar de atuar desfalcada, a se-
SÃO CARLOS
A seleção brasileira feminina de vôlei sofreu ontem, em São Carlos, a primeira derrota no Grand Prix. A equipe havia vencido as primeiras partidas nesta etapa, contra Taiwan e Japão e, após 27 vitórias seguidas na competição, a equipe dirigida pelo técnico José Roberto Guimarães perdeu por 3 sets a 1 (25/22, 25/21, 18/25 e 25/19) para a Itália, em partida que durou 1h33min. A equipe brasileira não mos-
BOA PONTARIA
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acertos fez a oposta Natália para a seleção brasileira no jogo de ontem contra as italianas
leção italiana quase sempre teve o controle do jogo. A levantadora Dani Lins e a ponteira Mari não estiveram bem, e o Brasil acabou cedendo 22 pontos em erros, contra apenas 12 das italianas. Apoiada pela torcida, o Brasil chegou a alternar bons momentos, mas só convenceu mesmo no terceiro set, quando tentou iniciar uma reação. Nas duas primeiras parciais, Zé Roberto fez várias substituições, mas só a oposta Natália correspondeu
JEFFERSON BERNARDES/VIPCOMM
Destaque. Natália deu trabalho, mas a Itália levou a melhor
à expectativa do treinador. Após dois sets equilibrados, Natália fez a diferença na terceira parcial e levou o Brasil à vitória. A oposto ainda terminaria como maior pontuadora do time, com 21 acertos, à frente das centrais Thaísa, com 15, e Fabiana, com 12. Mas as brasileiras voltaram a errar muito no quarto set, o que acabou custando a derrota. Agora, a seleção brasileira se prepara para a próxima etapa do Grand Prix. Em Macau, na China, a equipe vai enfrentar Holanda, República Dominicana e as donas da casa. O primeiro jogo será na próxima sextafeira, contra as dominicanas.
Jogo Rápido
Placar Estado
TÊNIS
C. BRASILEIRO - SÉRIE B
O ARTILHEIRO
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1º Fluminense
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1º Coritiba
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2º Figueirense 24 12
3º Ceará
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3º Náutico
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5º América-MG 21 12 6
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9º Guarating.
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10º Flamengo
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10º Ponte Preta 17 12 4
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11º Vasco
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11º Brasiliense
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12º São Paulo
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12º ASA-AL
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ROBERTO
13º Icasa
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AVAÍ
14º Bragantino
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HERRERA
15º D. de Caxias
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BOTAFOGO
16º Sport
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WELLINGTON PAULISTA
17º Santo André 12 12
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CRUZEIRO
18º Ipatinga
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JONAS
19º América-RN
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GRÊMIO
20º V. Nova-GO
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13º Palmeiras
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14º Grêmio Prudente
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16º Vitória
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17º Goiás
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BRUNO CÉSAR
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CORINTHIANS
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ALECSANDRO
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INTERNACIONAL
■ Vaga na Sul-Americana
VITÓRIA
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Guarani
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Avaí
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Palmeiras x Atlético-PR
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Flamengo x Ceará
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Ceará 0 x 0 1x2
Fluminense
Atlético-PR
1x1
São Paulo
Vasco
1x0
Cruzeiro 0 x 0
16h00
Atlético-GO
Grêmio
Atlético-MG x Guarani
Domingo
Palmeiras
São Paulo x Cruzeiro
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G. Prudente x Vasco
16h00
Avaí x Corinthians
16h00
Fluminense x Internacional
Vitória
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Vitória x Santos
G. Prudente
18h30
Grêmio x Goiás UESLEI MARCELINO/AGIF
Ponte Preta
2x0
Santo André
GRUPO 1
1º 2º 3º 4º
Remo-PA América-AM Cametá-PA Cristal-AP
GRUPO 3
1º 2º 3º 4º
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Ewerthon. Gol do Palmeiras
Samp. Corrêa JV Lideral-MA Guarany-CE Flamengo-PI
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7 7 5 2
4 4 4 4
2 2 1 0
1 1 2 2
1 1 1 2
4 0 1 -5
PG
J
V
E
D
SG
9 7 5 1
4 4 4 4
3 2 1 0
0 1 2 1
1 1 1 3
4 1 0 -5
PG
J
V
E
D
SG
9 7 6 1
4 4 4 4
3 2 2 0
0 1 0 1
1 1 2 3
6 4 -3 -7
GRUPO 2
1º 2º 3º 4º
Mixto-MT Vila Aurora-MT Vilhena-RO Náuas-AC
GRUPO 4
1º 2º 3º 4º
CSA-AL Santa Cruz-PE Confiança-SE Potiguar-RN
PG
J
V
E
D
SG
10 8 3 1
4 4 4 4
3 2 1 0
1 2 0 1
0 0 3 3
7 3 -2 -8
América-RN
1x3
Portuguesa
Bragantino
2x0
Ipatinga
América-MG
2x1
D. de Caxias
Sábado Paraná Clube 0 x 1 5x1
Icasa
BASQUETE
Náutico
1x1
Sport
ASA-AL 0 x 1
Bahia
Time brasileiro viaja para Nova York
Brasiliense
3x0
Vila Nova-GO
São Caetano
3x1
Guaratinguetá
Elias, do Corinthians. Fez o gol da vitória sobre o Fla e manteve o time na vice-liderança do Brasileiro
1x0
Flamengo
*
2
Santos
Internacional
3
Grêmio
Fluminense
1x2
4
Paraná
Coritiba
0x1
Sport
5
Náutico
6
Brasiliense
19h30 Guaratinguetá x Náutico 19h30
Santo André x América-MG Ipatinga x América-RN
PG
J
V
E
D
SG
12 5 5 0
4 4 4 4
4 1 1 0
0 2 2 0
0 1 1 4
6 0 -1 -5
19h30
Icasa x Brasiliense
21h00
Sport x Figueirense
21h00
Coritiba x São Caetano
7
3x0
ASA-AL
Bahia
0x1
8
Guarani
Avaí
4x1 0x0
9
Ceará
Atlético-GO
10
Goiás
Palmeiras
1x1
11
Fortaleza
Paysandu
1x1
12
Vasco
Vitória
1x0
13
Atlético-PR
Treze-PB Fluminense-BA River Plate-SE Central-PE
GRUPO 7
1º 2º 3º 4º
Uberaba-MG Rio Branco-ES América-RJ Camaçari-BA
GRUPO 9 1x1
São Paulo
Botafogo
1º 2º 3º 4º
GRUPO 6
PG
J
V
E
D
SG
1º 2º 3º 4º
Ceilândia-DF Araguaína-TO Brasília Botafogo-DF
5 5 4 3
4 3 3 4
1 1 1 0
2 2 1 3
1 0 1 1
1 1 -1 -1
PG
J
V
E
D
SG
7 5 5 4
4 4 4 4
2 1 1 1
1 2 2 1
1 1 1 2
0 1 0 -1
3x0
Atlético-MG
Rateio oficial: R$ 223.805,52 * Resultado será definido por sorteio hoje, às 11h30
1º 2º 3º 4º
Joinville-SC Operário-PR São José-RS Oeste-SP
PG
J
V
E
D
SG
7 7 4 4
4 4 4 4
2 2 1 1
1 1 1 1
1 1 2 2
1 1 -1 -1
GRUPO 8
1º 2º 3º 4º
Madureira-RJ Cene-MS Tupi-MG Botafogo-SP
GRUPO 10
1º 2º 3º 4º
Metropolitano Iraty-PR Pelotas-RS Marcílio Dias
PG
J
V
E
D
SG
9 7 6 1
4 4 4 4
3 2 2 0
0 1 0 1
1 1 2 3
4 0 3 -7
■ Classificam-se para a 2ª fase
CAMPEONATO BRASILEIRO - SÉRIE C
GRUPO C
Macaé Luverdense Ituiutaba Marília Gama-DF
PG
J
V
E
D
SG
7 6 2 2 2
3 4 3 3 3
2 1 0 0 0
1 3 2 2 2
0 0 1 1 1
6 1 -1 -2 -4
Portuguesa x ASA-AL
21h50
Vila Nova-GO x Ponte Preta
21h50
Bahia x Paraná Clube
21h50
D. de Caxias x Bragantino
PG
J
V
E
D
SG
7 7 4 3 1
3 4 3 3 3
2 2 1 1 0
1 1 1 0 1
0 1 1 2 2
5 2 1 -3 -5
ABC-RN Alecrim-RN CRB-AL Campinense Salgueiro-PE
GRUPO D
1º 2º 3º 4º 5º
Criciúma Caxias Brasil-RS Chapecoense Juventude
PG
J
V
E
D
SG
7 5 4 3 2
3 3 3 3 4
2 1 1 1 0
1 2 1 0 2
0 0 1 2 2
5 1 -1 0 -5
PG
J
V
E
D
SG
7 4 4 3 3
3 3 4 3 3
2 1 1 1 0
1 1 1 0 3
0 1 2 2 0
4 0 -2 -2 0
PRÓXIMA RODADA
Sábado
Sábado
PG
J
V
D
SG
1º PSG
3
1
1 0 0
2
2º Toulouse
3
1
1 0 0
2
3º Nancy
3
1
1 0 0
1
Caen
3
1
1 0 0
1
Sochaux
3
1
1 0 0
1
6º Montpellier
3
1
1 0 0
7º Auxerre
1
1 0
1 0
0
Lorient
1
1 0
1 0
0
1
1 0
1 0
0
VÔLEI DE PRAIA
1
1 0
1 0
0
1
1 0
1 0
0 0
Márcio e Ricardo conquistam o bronze
3x1
Marília
19h00
Fortaleza
1x1
Paysandu
Domingo
Brasil-RS 0 x 0 CRB-AL
2x1
Juventude
15h30
Campinense
15h30
Ontem
16h00
Salgueiro-PE 0 x 3
Águia-PA x R. Branco-AC Chapecoense x Juventude Caxias-RS x Criciúma Campinense x ABC-RN
ABC-RN
16h00
Marília x Gama
Criciúma
2x0
Chapecoense
16h00
Ituiutaba x Macaé
Luverdense
2x0
Gama
17h00
Alecrim-RN x CRB-AL
São Raimundo
17h00 São Raimundo x Paysandu
Rio Branco-AC
3x
3
1
1 0
1 0
Nice
1
1 0
1 0
0
Valenc.
1
1 0
1 0
0
4x2
Madureira
Tupi
1x0
Botafogo-SP
Sábado
Rio Branco-ES
4x1
América-RJ
Botafogo-DF
1x1
Ceilândia-DF
Uberaba
4x0
Camaçari
3x0
Guarany-CE
Ontem
15h00
Madureira x Botafogo-SP
15h30
São José-RS x Oeste-SP
16h00
Ceilândia-DF x Araguaina-TO
16h00
Cene-MS x Tupi-MG
16h00
Botafogo-DF x Brasília
17h00
Uberaba x R. Branco-ES
Remo
1x0
América-AM
18h30 JV Lideral-MA x Samp. Corrêa
CSA-AL
2x0
Potiguar-RN
20h00
Fluminense-BA
2x3
River Plate-SE
Domingo
Operário
1x0
Oeste
15h00
Metropolitano
16h00
Camaçari x América-RJ
16h00
Joinville x Operário-PR
Pelotas
1x0 2x1
Marcílio Dias 0 x 0 Treze-PB Confiança-SE
4x1 1x1
São José-RS Iraty Central-PE
Cametá-PA
2x0
Cristal-AP
Mixto-MT
5x1
Marcílio Dias x Pelotas
16h30
Flamengo-PI
Vilhena-RO 0 x 1
16h00 16h00
Vila Aurora Náuas-AC
17h00 17h00
15º Arles
0
1 0 0
1
-1
Lens
0
1 0 0
1
-1
0
1 0 0
1
-1
18º Bordeaux
Olympique
0
1 0 0
1
-1
19º S. Etienne
0
1 0 0
1
-2
20º Brest
0
1 0 0
1
-2
■ Vaga na Copa dos Campeões
■ Rebaixamento
Auxerre
2x2
Lorient
Lens
1x2
Nancy
Lyon 0 x 0 Olympique
Remo x Cristal-AP América-AM x Cametá-PA
18h00
Náuas-AC x Vila Aurora-MT
18h00
Mixto-MT x Vilhena-RO
Monaco Caen Valenciennes
PSG
3x1
Saint-Etienne
Rennes
1x1
Lille
Central-PE x River Plate-SE Guarany-CE x Flamengo-PI
1x2
Nice 0 x 0
Santa Cruz x Potiguar-RN
Sochaux
2x1
Arles-Avignon
Toulouse
2x0
Brest
1x0
Bordeaux
Ontem Montpellier
O Manchester United conquistou ontem a Supercopa da Inglaterra ao bater o Chelsea por 3 a 1. Os gols foram de Valencia, Hernández e Berbatov, que entrou no final do jogo. Kalou fez o único do Chelsea.
Os brasileiros Márcio e Ricardo ganharam ontem dos alemães Klemperer e Koreng, por 2 a 0 (21/14 e 21/12), e conquistaram a medalha de bronze no Grand Slam da Polônia. Os americanos Rogers e Dalhausser ficaram com o ouro. GOLFE
Tiger Woods tem pior resultado da carreira
RESULTADOS Sábado
Iraty x Metropolitano
Confiança-SE x CSA-AL
16h00
5x1
Treze-PB x Flumin.-BA
16h00
Santa Cruz-PE
Samp. Corrêa
1
Monaco
Cene-MS
JV Lideral-MA
11º Lyon
E
Hoje 20h15 Araguaina-TO x Brasília-DF
Joinville
Macaé
PRÓXIMOS JOGOS
Sábado
■ Classificam-se para a 2ª fase
RESULTADOS
Manchester United vence a Supercopa
CAMPEONATO FRANCÊS
9º Lille
RESULTADOS
GRUPO B
1º 2º 3º 4º 5º
INGLATERRA
1x1
V.Nova-GO
14
Amanhã
Rennes
1º 2º 3º 4º 5º
A seleção brasileira de basquete viaja hoje para Nova York, onde joga contra China e Porto Rico. Depois, vai à Espanha e França, para só então chegar à Turquia, sede do Mundial. Ontem, a equipe se despediu do Brasil vencendo Angola por 89 a 59.
PRÓXIMA RODADA
21h50 GRUPO 5
Corinthians
1
Paysandu Fortaleza São Raimundo Águia-PA Rio Branco-AC
Coritiba
Figueirense
19h30
LOTECA Concurso 426
GRUPO A
lugar foi a posição de Nelsinho Piquet em sua estreia na Nationwide, divisão de acesso à Nascar, em Watkins Glen. O piloto passou a prova brigando por posição com o experiente Jacques Villeneuve.
CAMPEONATO BRASILEIRO - SÉRIE D
A ESTRELA
1º 2º 3º 4º 5º
7º
Sexta-feira JOSÉ PATRICIO/AE - 22/7/2010
Goiás
Atlético-GO x Botafogo
18h30
Flamengo
■ Rebaixamento
Terça-feira
Botafogo
1x0
-1
RESULTADOS
Sábado
Ontem
3
SCHWENCK
PRÓXIMA RODADA
Sábado
Corinthians
■ Vaga na Série A
SANTOS
GUARANI
RESULTADOS
2
Depois de um mês de férias, Rafael Nadal (foto), Novak Djokovic e Roger Federer, tenistas números 1, 2 e 3 do mundo, respectivamente, voltam às quadras para disputar o Masters 1.000 de Toronto, no qual Nadal e o sérvio Djokovic farão dupla inédita.
ANDRÉ
ROGER
■ Rebaixamento
5
Djokovic, Federer e Nadal voltam hoje
TOM HEVEZI/AP
■ Vaga na Libertadores
5 GOLS
9
NÉSTOR PONCE/EFE
CAMPEONATO BRASILEIRO – SÉRIE A
Tiger Woods fez ontem o pior resultado da carreira durante competição em Ohio. O golfista terminou o torneio com 18 batidas acima do par. Mesmo assim, o americano segue como primeiro no ranking mundial. Woods, no entanto, corre risco de ser ultrapassado por Phil Mickelson já na próxima semana, no campeonato PGA. O campeão do torneio de Ohio foi Mahan Bridgestone.
%HermesFileInfo:E-7:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Esportes E7
Lutas FOTOS: JEFF CHIU/AP
Decisivo. Anderson Silva no momento em que aplicou uma chave de braço e perna
Anderson Silva apanha, mas se salva no fim Quando a luta parecia perdida, brasileiro consegue chave de perna e braço e garante a invencibilidade Wilson Baldini Jr. ENVIADO ESPECIAL / OAKLAND
Anderson Silva mostrou na madrugadadeontem,naOracleArena,emOakland,Califórnia,oporquê é apontado o melhor lutador do UFC da atualidade. Depois de apanhardurante23min10donorte-americano Chael Sonnen, o Spider, como é conhecido, ainda teve forças, e reflexos, para buscar uma chave dupla de perna e braço para forçar seu adversário aabandonaraluta,quandorestavam apenas 1min50 do quinto e último assalto.
EXPLICAÇÃO ANDERSON SILVA Campeão dos médios do UFC
“Não subestimei ninguém. Sofri uma lesão e ele veio muito bem preparado. Luta é isso” Detalhe: o lutador paranaense revelou ainda no octagon que se apresentou com uma das costelas trincadas em treinamento. Os12.971 espectadores,quelotaram o ginásio e garantiram uma
Ex-garçom, Cigano vence e vai tentar o título dos pesados Contra adversário visivelmente acima do peso, brasileiro teve dificuldades, mas segue animado em busca do título OAKLAND
Há seis anos o catarinense Junior dos Santos, o Cigano, trocou Florianópolis por Salvador em busca de uma vida melhor. Dividia seu tempo com o trabalho de garçom e os treinos de jiu-jítsu e boxe. Ganhou como mentor Minotauro, um dos astros do UFC, que se tornou também seu maior ídolo e amigo. Pois sábado, no ringue da Ora-
cle Arena, em Oakland, o lutador de 1,92 metro, 110 quilos e 26 anos, se credenciou a disputar o título mundial dos pesos pesados do UFC, ao bater, por pontos, após três rounds, o norte-americano Roy Nelson. Com um inchaço enorme na mão direita e um corte profundo debaixo do olho direito, Cigano não continha a alegria pelo triunfo, que não foi tão fácil quanto se esperava. O gorducho Nelson demonstrou uma resistência muito grande aos golpes. O brasileiro teve o domínio do combate, mas não conseguiu um desempenho excepcional, como havia obtido diante de
arrecadação de US$ 1,56 milhão, se dividiram entre aplausos e vaias ao brasileiro. Anderson segue invicto (12 vitórias e sete defesas de cinturão) e campeão dos médios (até 84 quilos)doUFC. Seupróximo adversáriodeveserotambémbrasileiro Victor Belfort. “Um brasileiro não desiste jamais. Agradeço a todos os meus professores que me ensinaram a ser desta forma. Ele (Sonnen) fez uma grande luta e está de parabéns. Gosto dele. Do jeito dele, soube fazer muito bem a promoção da luta”, afirmou Anderson, na entrevista coletiva após o combate, referindo-se às trocas de farpas durante a semana. Revanche. Sonnen não mudou
seu discurso. “Bater no Andersonécomocomercomidachinesa. Vinte minutos depois, você
Fabricio Verdum, Stefan Struve, Mirko Cro Cop, Gilbert Yvel e Gabriel Napão Gonzaga. Os jurados apontaram 30-27, 30-27 e 30-26. “Ele (Nelson) é um adversário muito duro. Só venci porque estava muito bem preparado”, disse o brasileiro. “E estarei pronto também para o vencedor entre Brock Lesnar e Caín Velasquez.” Cigano se referia ao duelo de outubro, no UFC 121, no qual estará em jogo o título dos pesados do UFC. Natentativadeaprimorar suas qualidades, Cigano pre-
Difícil. “Só venci porque estava bem preparado”, disse o lutador Cigano (D)
quer mais. Estou devastado. Espero que a comissão marque rápido a revanche”, disse o lutador norte-americano,queperdeupela 11ª vez em 38 combates pelo MMA. Dana White, presidente do UFC, não garantiu uma nova oportunidadeparaSonnen diante de Anderson. “Vamos ver como as coisas acontecem”, desconversou. A verdade é que pouca gente acreditava que Sonnen pudesse fazer frente a Anderson. Ele só não fez uma grande luta, como setransformounoprimeiro lutadoracastigar ocampeão dosmédios. O lutador de 33 anos (dois a menos que Anderson) levou o brasileiro para o chão durante os primeiros quatro rounds. Teve por várias vezes a chance de liquidar a disputa, mas não possui pegada para finalizar o combate. Em uma vacilada, ficou na posição correta para Anderson aplicar a chave e renascer em uma noite que poderia marcar o fim de sua invencibilidade. “Não subestimei ninguém. Sofri uma lesão e ele veio muito bem preparado. Luta é isso”, disse o brasileiro. “Agora quero ver meus filhos, minha mulher, que não os vejo há três meses e meio”, afirmou o cam-
TALENTO DE PESO
1,92
metro tem o lutador brasileiro, que espera chegar ao cinturão dos pesados até o início de 2011
110
quilos é o peso de Cigano, maior promessa nacional para a categoria no UFC
peão, que recebeu um bônus de US$ 120 mil pela “melhor luta da noite” e pela “submissão da noite”. Mais brasileiros. Outros três brasileiros se apresentaram na OracleArena. Eperderam.Ricardo Almeida foi finalizado pelo lendário Matt Hughes, aos 3min15 do primeiro assalto. O brasileiro chegou a desmaiar por
alguns segundos. Rafael dos Anjos teve o maxilar fraturado e abandonou a luta, a 1min51 do terceiro assalto. Já Thiago Alves perdeu por pontos, após três rounds, para Joh Fitch. O REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DO UFC
Bateu, levou. Sonnen deu trabalho, mas não resistiu à categoria do brasileiro no fim
tende disputar em outubro o Campeonato Brasileiro Amador de boxe, em São José do Rio Preto. “Será importante para ele ganhar velocidade e potência”, disse o técnico Luis Dórea, que trabalhou com o excampeão mundial de boxe Acelino Popó Freitas no início de carreira. O plano de Cigano e também de Dórea é disputar os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. “O Brasil é carente de pesos pesados e o Júnior (Cigano) é um pesado natural. Uma vitória no Brasileiro vai colocá-lo na equipe olímpica. Aí, restará a disputa do Pré-Olímpico”, previu Dórea. “Uma medalha na Olimpíada teria uma repercussão enorme no mundo do UFC”, continuou o treinador. Antes, Cigano terá de ter a autorização do UFC, com quem tem contrato de mais uma luta. A expectativa é de que o brasileiro ganhe o cinturão dos pesados noinício doano quevem e assine um novo contrato de mais seis combatescomaprincipalempresa do MMA (Mixed Marcial Arts). Cigano soma agora seis vitórias, com cinco nocautes no UFC.
E8 Esportes %HermesFileInfo:E-8:20100809:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Amistosos internacionais
BRASIL COM CARA DE TIME DE CALOUROS Gustavo Chacra CORRESPONDENTE / NOVA YORK
A seleção brasileira desembarcou ontem em Nova York como uma classe de calouros que chega à universidade. Tímidos, curiosos e ansiosos para a estreia. Acima de tudo, queriam agradar ao treinador Mano Menezes, que também debutará como técnico do Brasil na partida de amanhã contra os Estados Unidos. A maioria dos jogadores não se conhecia. Os que estão na Europa às vezes sequer sabem quem são alguns dos que atuam no Brasil. Poucos conversaram com Mano Menezes antes do embarque. E o grupo se reuniu pela primeira vez apenas no hotel onde aseleção estáhospedada emNova Jersey, já que parte embarcou de São Paulo, parte do Rio e o restante chegou em diferentes voos da Europa. No desembarque, poucos torcedores, além de jornalistas brasileiros. A imprensa americana
Ainda tímidos e com pouca intimidade com os novos companheiros, os jogadores convocados por Mano Menezes chegaram ontem aos EUA, onde jogam amanhã não compareceu, apesar de, durante a Copa da África do Sul, os principais jornais e redes de TV dos Estados Unidos terem dado enorme destaque à competição e à seleção americana, que fez boa campanha.
“Não conheço a maioria dos jogadores, a não ser o Rever e o Diego, e apenas por jogar contra eles. Os outros são novidade para mim. Mas, pelo que estamos vendo, será um ambiente muito bom”, disse o goleiro Victor ao chegar ao hotel em Nova Jersey. O goleiro Renan também disse ser a primeira vez que conhecerá os outros jogadores.“Só conhecia o Tardelli porque tínhamos jogado em partidas beneficentes em Santa Catarina. Mas fui muito bem recebido”, afirmou. O jovem atleta do Avaí, de Florianópolis, também celebrou ter sido, o primeiro goleiro de Santa Catarina a ser convocado para uma seleção. Diego Tardelli acrescentou que a “seleção está se renovando, e poucos se conhecem”. Disseaindaque esta partida seráimportante para o entrosamento. O treinador Mano Menezes brincou com os jornalistas, mas sódeveconcederentrevistahoje. O mais experiente. Apesar da ansiedade por defender a sele-
ção, os santistas não deixaram o bom humor de lado. E coube ao veterano de seleção, Robinho, a função de quebrar o gelo. Ao ver o tamanho das malas carregadas pelos novatos Neymar e Ganso, o santista disparou. “Pô, parece que o Josué está aí dentro. Eu trouxe essa mala pequena, junto com o meu futebol. Eles vão aprender.” Robinho é um dos quatro remanescentes da Copa convocados por Mano. Os outros são Ramires, Daniel Alves e Thiago Silva. “É um momento de renovação. Estou feliz por estar novamente na Seleção. Espero que os garotos possam mostrar qualidade”, disse o atacante, que deverá ser titular amanhã. Estádio moderno. Durante o dia, os jogadores permaneceram no hotel. O treino foi realizado na noite de ontem no estádio New Meadowlands, em Nova Jersey, onde será a partida entre Brasil e Estados Unidos, a 30 minutos de Nova York (leia nesta página).
Ainda não finalizado e com um custo de US$ 1,6 bilhões, o estádioserá umdosmais modernosdosEstados Unidose abrigará partidas das equipes de futebol americano do New York Giants e do Jets. Seleção renovada. Esta será a primeira partida da seleção norte-americana depois do fim da Copa do Mundo e dá início ao projeto de preparação para o Mundial de 2014. Com uma equipe renovada e poucos jogadores atuando em grandes equipes da Europa, a visita da seleção não tem provocado o mesmo impacto nos Estados Unidos dos treinamentos e amistosos de times europeus na pré-temporada em Nova York e outras partes do país, como o Real Madrid, por exemplo, que foi embora na semana passada. Ontem ainda era possível comprar ingressos para o jogo de terça-feira pela internet. No entanto, a expectativa é de um grande público para ver de perto as duas renovadas seleções.
Última vitória sobre Estados Unidos foi por 3 a 2, de virada ● Em 80 anos de história, Brasil
e Estados Unidos já jogaram 13 vezes, com ampla vantagem brasileira de 12 vitórias e uma única derrota, por 1 a 0, na Copa Ouro Concacaf, em 1998. Ou seja, jamais um jogo entre as duas seleções terminou empatado. Essa série de partidas entre os dois países teve início em agosto de 1930, num amistoso vencido pelo Brasil por 4 a 3. Já a última vitória brasileira sobre os Estados Unidos foi na decisão da Copa das Confederações, no dia 28 de junho do ano passado, na África do Sul, quando, depois de estar perdendo por 2 a 0, a seleção brasileira bateu o adversário por 3 a 2, com gols de Luís Fabiano e Lúcio. A vitória deu o tricampeonato do torneio ao Brasil.
RENOVAÇÃO NA SELEÇÃO FOTOS CBF
E os fãs? Apenas a imprensa recepcionou a seleção brasileira
1º teste. Réver, Victor, Renan, Jefferson e Diego Tardelli no desembarque nos EUA; renovação começa a ser testada
Atual campeã mundial, a Espanha não mudou. Mas outros importantes times europeus estreiam jogadores nesta semana Além da partida do Brasil contra os Estados Unidos, a semana terá mais dez amistosos internacionais. Na mesma quarta-feira em que a equipe de Mano Menezesentraemcampo,emNewJersey, a Espanha viaja até a Cidade do México para fazer seu primeiro jogo após a conquista do título mundial, na África do Sul. O meia Andrés Iniesta, destaque do time na campanha sul-africana,nãoacompanhaaequipe porque está machucado, assim como o atacante Fernando Torres. Dequalquermaneira,valeapena conferir como anda o futebol da Fúria após a conquista da Co-
pa. Assim como vale ficar de olho na nova seleção francesa convocada pelo técnico Laurent Blanc – estreante também no comando dos Bleus. Para a partida contra a Noruega, também na quarta-feira,otreinadornãochamou nenhum jogador que participou da tumultuada campanha da Copa do Mundo. Com isso, o atacante Karim Benzema, do Real Madrid, que não foi chamado para a África do Sul, acabou se transformando na grandenovidadedalistadivulgada pelo novo técnico. A seleção alemã também apresentamuitascarasnovasnaquarta-feira, contra a Dinamarca, já queapenasoitojogadoresqueestiveram na Copa do Mundo foram chamados. Entre eles dois titulares: o goleiro Manuel Neuer e o lateral Jerome Boateng. O atacante brasileiro naturalizado alemão Cacau ficou de
Amanhã. Um dia antes, na terça-feira, será a vez da Itália mostrar sua nova cara, contra a Costa do Marfim, em Londres. E já chegacom polêmica.Em sua primeira convocação pela Azzurra, o atacante brasileiro Amauri, de 30 anos, afirma que não cantará ohinonacionalitaliano.Parairritar ainda mais os nacionalistas, Mario Balotelli, italiano de descendência ganesa, está no time pelaprimeiravez, dentro doprocessodereformulaçãocriadopelo técnico Cesare Prandelli.
Ganso deve estrear como titular. Neymar, no banco
OUTROS AMISTOSOS Amanhã Itália x Costa do Marfim Bósnia H. x Catar Quarta-feira
NOVA YORK
Irlanda x Argentina Dinamarca x Alemanha Noruega x França Islândia x Liechtenstein República Checa x Letônia Ucrânia x Holanda Malta x Macedônia Macedônia x Espanha
Polêmico. Brasileiro Amauri diz que não cantará hino italiano
LORENZO GALASSI/AP
França, Alemanha e Itália mostram seus novos rostos
fora, assim como os destaques da campanha alemã no Mundial – Schweinsteiger, Müller e Özil.
Com moral. Victor se transformou numa das atrações do time
Ganso deve começar como titular e Neymar no banco. Em treino realizado com o campo reduzido na noite de ontem em Nova Jersey, o técnico Mano Menezes colocou nove contra nove. De umlado, os que devemser titulares; de outro, os reservas. Falta apenas definir um meio-campista e um atacante. Entreostitulares,estavamVictor, Dani Alves, Thiago Silva, David Luis e André Santos; Lucas Ramires e Ganso; Robinho. As duas vagas restantes devem ser preenchidas com Hernanes e Alexandre Pato. O meia chega apenas hoje e tem a preferência do técnico – Jucilei seria a alternativa. Pato, que chegou aos Estados Unidos poucas horas antes do treino, se exercitou separadamente. Não ficou claro se estava sentindoalesãodofimdatemporada passada ou apenas foi poupado.Senãoforescalado,otécnico pode optar por Diego Tardelli
O QUE ELE DISSE Paulo Henrique Ganso Meia da seleção brasileira
“Representamos o Brasil aqui. Não dá para comparar com o clube” ou Neymar. Ao chegar no estádio para o treino, Mano Menezes preferiu não falar com a imprensa. Apenashojeestá previstauma entrevistacoletivana qualele devedefinir oficialmente o time titular. Gansodisse ter encontrado na seleção um ambiente diferente doexistenteno Santos.“Aquiestamos representando o Brasil e isso é um grande orgulho. Não dá para comparar com o clube. E estamos aproveitando também para nos conhecermos”, disse o meia santista. / G.C.
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PATROCÍNIO
estadão.com.br
SERGIO MORAES/REUTERS
BRASIL–EUA Paulo Sotero BOLIVARIANISMO Marcos de Azambuja MERCOSUL Rubens Barbosa BRICS Andrew Hurrell O ITAMARATY Celso Amorim DIREITOS HUMANOS Marco Antonio Villa COMÉRCIO Marcelo de Paiva Abreu
Missão. Soldados brasileiros embarcam para o Haiti
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O BRASIL NO MUNDO Um emergente em busca de espaço ● Os obstáculos do próximo governo ● O que está nos planos dos candidatos ●
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O EMERGENTE PEDE PASSAGEM Como pode o Brasil, num sistema internacional em transição, aumentar sua influência?
Gabriel Manzano
rata-sede uma felizcoincidência e o melhor que os candidatos à Presidência podem fazer é aproveitá-la. O Brasil ganha importância e sonha com mais espaço na política mundial no exato momento em que uma crise financeira abala o sistema e obriga as grandes potências a reavaliar as regras do jogo e aceitar novos sócios. A multipolaridade, palavrada modaentre diplomatas ehistoriadores, abre as portas do clube para novos sócios – os países emergentes. Uma tarefa a mais, portanto, paraos presidenciáveis: entender de política externa. O tema entrou no caldeirão das prioridades nacionais e está obrigando cada um deles a esclarecer aos 135 milhões de eleitores, até outubro, duas questões: de que modo farão o País tirar vantagem desse novo cenário? E por quais caminhos pretendem definir esse novo lugar do Brasil no mundo? Essasperguntasnão faziam o menorsentido nos tempos do chamado mundo bipolar, o da Guerra Fria. Aquele era um mundo no qual não cabia mais ninguém além de Estados Unidos e União Soviética, com seus mísseis, seus espiões e o som de seus tambores de guerra. O nome do jogo era “mundo livre versus cortina de ferro” e a diplomacia dos tristes trópicos, tão desimportante, dormia sossegada durante os comícios eleitorais. Isso passou. Sepultado com o comunis-
T
mo, em 1991, o mundo bipolar foi trocado pelo domínio americano, unipolar. Bem depressa, porém, este se desmantelou. Não resistiu ao espetacular crescimento da China, aos estilhaços da crise financeira mundial e à virada americana com Barack Obama – cujo subproduto imediato era o fim do governo Bush e de sua obcecada guerra ao terror. É do presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, uma das melhores definições desse furacão: “As placas tectônicas da economia e da política estão se deslocando. As categorias desatualizadas do Primeiro e do Terceiro Mundo, doador e credor, líder e liderado, já não servem mais.” Buscar vantagens para o Brasil, nesse quintal de incertezas, não é tarefa simples. Primeiro, porque não há mais consenso sobre política externa. Como adverte a professora Maria Hermínia Tavares, do Instituto de Relações Internacionais da USP, o País ficou importante e os temas da diplomacia jánão cabem nos salões e saletas doItamaraty. “Eles ganharam o Congresso, as empresas, a mídia. Tornaram-se um tema controverso”, diz ela. Polêmica aqui dentro, polêmica lá fora. O mundodito multipolar onde a políticaexterna tem de se aventurar virou um quebra-cabeça de novos temas, novos fóruns, novos riscos. Dos grandes salões oficiais, como a ONU e a OMC, o debate escapou para o G-20, os BRICs, os BASICs, o Caricom, a Unasul... Cúpulas informais, às vezes gigantescas, reúnem governos, ONGs e institui-
ções mil para discutir sistema financeiro, segurança nuclear, mudanças climáticas, energias limpas, lavagem de dinheiro, direitos humanos, migrações, controle da internet. Uma tarefa para diplomatas de todos os ministérios. Que mundo pode sair desse feirão de debates, com seus quilômetros de documentos? Para saber, o Conselho Nacional de Segurançados EUA reuniu centenas de cientistas e montou, em 2008, uma futurologia de primeira – o estudo Global Trends 2025: A Transformed World (Tendências Globais 2025,Um MundoTransformado). Éum nunca acabar de alertas, a exigir das diplomacias um guia de sobrevivência. Seu primeiro lembrete é que o Ocidente tem hoje 18% da população mundial – um número que convive com o rápido crescimento da Ásia e do Islã. A riqueza se transfere, em ritmo inédito, para a Ásia. Daqui a 15 anos cerca de 25 nações saberão fabricar uma bomba nuclear. As alterações climáticas vão desarrumar a vida de muitas nações. É preciso começar já a construir uma economia sem petróleo. O Brasil, nessa avaliação, vale mais do que antes e menos do que se proclama. Embalado pelo agronegócio e pelo petróleo em altomar, pode sonhar com dias gloriosos – mas a precariedade da educação e uma tecnologia de principiante o impedem de decolar. Discursos e euforia à parte, o que os números dizem é que o País patina no 85º lugar nos índices de educação da ONU e que saltou de
22% para 45% o volume de matérias-primas nas nossas exportações. Como adverte o economista Marcelo de Paiva Abreu, professor da PUC-Rio, se quiser livrar-se desses grilhões o próximo governo “não pode ignorar a urgência de maciça renovação da infra-estrutura e inovações tecnológicas”. Isso combina com a incômoda previsão do Global Trends, segundo o qual o Brasil “tem limitada habilidade para projetar-se além do continente, como player importante no cenário mundial”. O americano Peter Hakim, do Diálogo Interamericano, vai mais longe. Veterano estudiosoda América Latina, ele afirma queo potencial do Brasil para liderar o continente é “limitado por sua falta de disposição para arcar com os custos financeiros e políticos” de tal empreitada. E os vizinhos, diz ele com alguma ironia, “não têm um desejo particular de serem representados pelo Brasil”. Em meio a tudo isso, a escolha moral e p0lítica sobre valores. A busca do “Brasil potência” vale o afastamento das tradicionais alianças ocidentais? Onde fica o ponto ótimo entre direitos humanos e negócios? Nenhum presidenciável escapará dessas escolhas cruciais, assim que subir a rampa do Planalto. E de muitas outras: como dar alento ao Mercosul? Dá para aplicar um choque de realidade no bolivarianismo? Como retomar o clima de confiança com os EUA? Os BRICs têm futuro como aliança? Seria oportuno o País ousar um pouco mais na política ambiental?
FAISAL MAHMOOD/REUTERS
Protestos de estudantes da Venezuela de Chávez: o bolivarianismo é um dos desafios no debate sobre o lugar do Brasil no mundo. Mas os sonhos de potência dependem de um salto em educação e tecnologia que não está à vista
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Os choques no Irã, onde o Brasil apoiou um governo que sufoca as oposições, criou um clima ruim nas relações com Washington. E a solução não parece próxima: com economia em crise e o risco de um derrota eleitoral em novembro, Obama tem mais o que fazer
EM BUSCA DO NORTE PERDIDO As opções do atual governo, principalmente a aproximação com o Irã, esfriaram as relações com os EUA
Paulo Sotero
Paulo Sotero é jornalista e diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center for Scholars, em Washington.
vencedor ou vencedora das urnas de outubro herdará, na relação com os Estados Unidos, um ambiente envenenado pelas consequências da trombada entre Brasília e Washington na questão do programa nuclear do Irã e outros desencontros nos últimos dois anos. O ressentimento deixado pelo episódio iraniano é intenso, mútuo e extravasou para áreas além do controle dos diplomatas, o que deve complicar o indispensável trabalho de reconstrução da confiança entre os dois governos. Entre altos funcionários e pessoas que acompanham de perto as relações bilaterais fala-se em uma “great anger”, algo entre uma “grande irritação” e “enorme raiva”. “Eu não teria previsto, no início do ano passado, o quadro negativo com que hoje nos deparamos”, disse um funcionário. No Departamento de Estado, na Casa Branca e em outras áreas do executivo e do Congresso norte-americanos, a interpretação que Brasília deu aos fatos e o vazamento de uma carta que o presidente Barack Obama enviou a seu colega brasileiro foram tomados como “má fé” de um governo que pisou na bola, ignorou o que ouviu de Washington em repetidas consultas, calculou errado a posição de outros países e acabou isolado não apenas de parceiros tradicionais do Brasil, mas também de novos aliados, como China e Rússia. “A Rússia e a China votaram contra o Irã não porque acreditam nas sanções, mas porque valorizam sua relação com os Estados Unidos e sabiam da importância que a decisão tinha para o presidente Obama”, diz
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uma alta fonte oficial de Washington. De acordo com a fonte, o voto do Brasil contra as sanções impediu a Turquia de abster-se, como o governo de Ancara gostaria de ter feito – segundo fontes suas teriam feito saber a Washington –, e agravou o dano causado pelo clima de celebração da assinatura do acordo em Teerã, no dia 17 de maio. O prejuízo estende-se à mídia, onde Lula começa a ser tratado com hostilidade, e ao Congresso. Para assessores parlamentares, o episódio alienou simpatizantes e gerou uma predisposição hostil ao Brasil que antes não havia e será agora mobilizada pelo influente lobby pró-Israel e por grupos protecionistas contra iniciativas de interesse do País. O clima ficou tão carregado que recentemente diplomatas americanos acharam necessário mobilizar amigos influentes em Washington para evitar declarações ou gestos que pudessem aumentar o estrago. O ressentimento é mútuo. Há, no Planalto, forte zanga diante do que foi interpretado como um ato de sabotagem diplomática da secretária de Estado Hillary Clinton ao acordo que Brasil e Turquia negociaram com o Irã. O sentimento foi expresso pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando recebeu o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em maio, dias depois de o Conselho de Segurança da ONU ter apoiado a posição americana e imposto novas sanções econômicas contra Teerã. Segundo uma testemunha, Lula disse sentir-se “traído” por Obama, a quem julgava estar ajudando ao interceder junto aos iranianos numa missão de alto risco. Figuras insuspeitas em Washington, como o ex-embaixador Thomas Pickering e o ex-chefe das inspeções da Agência Interna-
tional de Energia Atômica, David Kay, criticaram a pressa da administração Obama em ir adiante com as sanções em vez de tentar usar os esforços do Brasil e da Turquia para buscar uma solução com o Irã. A disposição dos EUA a um diálogo com o Irã, admitida há dias por Washington, pode aliviar o mal-estar com Brasília e Ancara, mas tem premissa que Teerã quer conversar porque as sanções estão surtindo efeito e é preciso, portanto, manter a pressão. “A eleição presidencial de outubro abre uma oportunidade natural para se fazer uma reavaliação nos dois países e reconduzir o diálogo a um patamar produtivo”, disse uma alta fonte diplomática. “Daqui até lá, é importante evitar duas coisas: que se conclua, em Washington, que o Brasil não é um aliado confiável, e , em Brasília, que a diplomacia americana está interessada apenas em afirmar o poder dos Estados Unidos e negar ao Brasil o espaço que o país conquistou na cena internacional.” No entanto, a retomada do diálogo de alto nível iniciado pelos presidentes FHC e Bill Clinton nos anos 90, que Lula manteve com George W. Bush e ensaiou com Obama, depende agora de fatores imponderáveis. Em tese, a eleição de José Serra desanuviaria o ambiente mais rapidamente. O candidato tucano na condenou publicamente o abraço de Lula ao governo iraniano de Mahmoud Ahmadinejad. Em caso de vitória de Dilma Rousseff, a dúvida é se ela adotará uma estratégia externa pragmática, que busque fortalecer a agenda econômica e revalorizar as relações com os EUA ou se abraçará a diplomacia ideológica dos últimos dois anos. A resolução negociada da questão do algodão, depois do episódio iraniano, evitou a imposi-
ção de retaliações comerciais aos EUA e mostrou que prevalece em Brasília e Washington o reconhecimento de que há interesses econômicos e uma relação importante a preservar. Promover a cooperação bilateral com vistas a resultados mutuamente vantajosos foi a ênfase da Cúpula de Altos Executivos de Empresas dos dois países realizada em meados de julho em Denver, Colorado. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, nome forte para a Fazenda num governo Dilma, enfatizou a importância da cooperação com osEUA dopragmatismonas decisõeseconômicas internacionais em encontro que teve na Casa Branca, em conversas reservadas com executivos e acadêmicos e em palestra pública que fez no Wilson Center, durante viagem a Washington, no mês passado. A falta de traquejo internacional de Dilma alimenta, porém, dúvidas se ela, uma vez no poder, optará por agradar a militância do Partido dos Trabalhadores e abandonará os traços de pragmatismo remanescentes na política externa. Somem-se a isso as incertezas geradas pela fragilidade da recuperação econômica dos Estados Unidos e pelas crescentes dificuldades políticas do governo Obama. As pesquisas apontam para a derrota do Partido Democrata nas eleições legislativas de novembro e perspectivas incertas de reeleição de Obama em 2012. A consequência provável é que, nos próximos dois anos, a administração norte-americana estará voltado para dentro. Isso, a má vontade mútua criada pelo episódio iraniano e a possibilidade de nova colisão com Washington a respeito dos Andes desaconselham grandes expectativas nas relações bilaterais.
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MERCOSUL, O TANGO QUE DESAFINOU Rubens Barbosa é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp. Foi embaixador do Brasil nos EUA e na Grã-Bretanha
Sucessor de Lula terá de resolver os conflitos e a paralisia deixados por uma diplomacia de partido
Rubens Barbosa
América do Sul é, na retórica oficial, a principal prioridade da política externa do governo Lula e a que também apresenta os maiores problemas. A partir de 2003, as ações diplomáticas do Brasil no continente foram influenciadas pela partidarização da política do Itamaraty. Ao colocar em prática a plataforma do partido no poder, a política externa deixou de ser de Estado e passou a ser do PT. A diplomacia da generosidade em relação a nossos vizinhos, fato inédito nos anais da diplomacia mundial, é uma das consequências da partidarização. Essa generosidade faz-se presente por causa das afinidades ideológicas e partidárias com Bolívia e com o Paraguai e porque o governo quer preservar sua parceria estratégica com Argentina e Venezuela. O Brasil passou a ter uma atitude reativa às propostas da Venezuela (criação do Banco do Sul) e às políticas comerciais da Argentina (restrições contrárias às regras do Mercosul e da OMC a nossos produtos de exportação). O precedente da tímida reação à nacionalização das refinarias da Petrobrás na Bolívia, em 2006, serviu de estímulo ao Equador, à Argentina e ao Paraguai, que, sem a menor cerimônia, passaram a se sentir no direito de desrespeitar compromissos assumidos com o Brasil. O Paraguai, querendo a revisão do Trata-
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do de Itaipu, apresentou uma “pauta de reivindicações” que incluiu a exigência de um “preço justo” para a venda da energia excedente de Itaipu e o cancelamento da dívida contraída pelo Paraguai com a construção da hidrelétrica, sob nosso olhar complacente. Tudo feito sem preocupação com o alto preço a pagar, com os poucos ganhos políticos de nossa parte e sem levar em conta o interesse nacional. O principal projeto da política externa do governo Lula, o Mercosul, está seriamente abalado e sem perspectiva. Do ponto de vista de uma política externa que seja de fato do interesse do Brasil, a sua preservação, como personalidade jurídica e como um processo mais complexo de integração, deveria ser prioridade do Itamaraty. O Brasil nada fez para estancar a fragilidade do Mercosul, decorrência do seguido descumprimento do Tratado de Assunção. O Mercosul é hoje uma união aduaneira imperfeita e seus críticos querem que volte a ser área de livre comércio. Caso isso viesse a ocorrer, o desaparecimento da Tarifa Externa Comum poderia, no médio prazo, ser contrário aos interesses da indústria brasileira pela perda das preferências e pela inevitável triangulação, sobretudo com a China. Os objetivos de longo prazo do Tratado deveriam permanecer. O importante, do ponto de vista do Brasil, é não limitar – como ocorre agora – a margem de manobra na busca de acordos com parceiros comerciais importantes, como a União Europeia e paí-
ses asiáticos. Essa modificação no Mercosul deveria ser parte de nova estratégia de negociação, mais condizente com os interesses do País. Ao Brasil deve interessar que todos os vizinhos cresçam e prosperem. Como a maior economia da região, o Brasil deveria apoiá-los de forma realista, adequada com esse objetivo. Apesar das resistências, todos os países esperam que o Brasil assuma suas responsabilidades e lidere as propostas de mudanças e de integração regional. No momento em que a região enfrenta um processo de desintegração política e fragmentação comercial, o Brasil, por não ter claramente definidos seus objetivos, está sem estratégia para promover a integração regional e permanece na defensiva e a reboque dos acontecimentos. Dentro de uma visão estratégica de médio e longo prazo na região, é do interesse brasileiro: ● Reconhecer a prioridade da América do Sul e pautar a atitude em relação aos vizinhos pelos valores defendidos internamente (democracia e direitos humanos) e pelo estrito interesse nacional. ● Negociar a ampliação dos acordos bilaterais com todos os países sul-americanos, garantindo aos nossos vizinhos ampla abertura do mercado brasileiro. ● Negociar acordos de garantia de investimento para proteger empresas nacionais. ● Manter a prioridade do processo de integração regional, com atenção especial a infra-estrutura, energia e intercâmbio comer-
cial; e retomar projetos de construção de rodovias e ferrovias de modo a permitir que as exportações de produtos brasileiros para a Ásia saiam a partir de portos do Peru e do Chile, o que é estratégico para nossos interesses comerciais de médio prazo. ● Manter o apoio ao Mercosul, como um processo que levará a uma crescente integração comercial dos países do Cone Sul a longo prazo. Para benefício de todos os países-membros, a resolução que determina que os membros do Mercosul negociem acordos comerciais com uma única voz deveria ser flexibilizada para permitir que cada país possa negociar individualmente sua lista de produtos. Deveria ser feita uma avaliação objetiva sobre a entrada da Venezuela no Mercosul. ● Re-examinar a melhor forma de participação do Brasil nas recém-criadas instituições sul-americanas (Unasul, Celalc, Conselho de Defesa). ● O crescente peso econômico do Brasil na América do Sul e no contexto global, além da intensa participação nos temas globais e no grupo dos BRIC exigirão respostas rápidas e transparentes aos desafios do novo quadro político na região. Caso a economia continue a crescer a altas taxas de maneira sustentável, a América do Sul e o Mercosul ficarão pequenos para o Brasil. Ao contrário da percepção oficial, a política externa brasileira na América do Sul é uma bomba de efeito retardado que o atual governo deixará para seu sucessor.
OS FALSOS FILHOS DE BOLÍVAR No grandioso esquema bolivariano de Chávez, que repete antigas trilhas autoritárias, não está claro o papel do Brasil
Marcos de Azambuja
arl Marx, redivivo, talvez não fosse hoje “marxista”. É possível imaginar que Simon Bolívar também não coubesse nem se sentisse confortável em nossos dias no molde de um militante “bolivariano”. No dia 17 de dezembro de 1830, em uma casa de fazenda em Santa Marta, morria “El Libertador”–oprimeiro,ooriginal,verdadeiramente o único. Embora San Martín, com menores merecimentos, houvesse também sidoungidocomigualtítulo,faltavaaosóbrio argentino o sentido de teatro e história e o carisma extraordinário do venezuelano. Sua última e relutante viagem a caminho do exílio é um estudo em desilusão e amargura. Garcia Marques escreve sobre ela uma de suas melhores narrativas. As cartas finais de Bolívar são o testamento de sua decepção comofuturoqueanteviaparaaAméricaespanhola que havia ajudado a desconstruir e não pudera (ou soubera) reconstruir de acordo com sua grande visão de uma América Latina unida e integrada e – aí residia um dos maiores obstáculos – com ele como seu ditador. Se voltasse hoje – 180 anos depois – e se visse refém do projeto político de Hugo Chávez, é agradável presumir que o libertador não iria permitir que seu nome, seus ideais e seus grandiosos projetos pudessem ser apropriados,nasnovaseinteiramentediversascircunstânciasdocomeçodoséculo21,paradefinir e rotular um projeto que não seria o seu. Bolívar é, acima de tudo, o herói em sua definição romântica e poderia ter saído da obrade Byron– que, incidentalmente,era um ardenteadmiradoredeumesmoseunomeao barcoque o levou em sua última viagem pelas
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Marcos de Azambuja é vice-presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais. Foi embaixador na França e na Argentina e secretário-geral do Itamaraty de 1990 a 1992
costas da Europa. ÉtambémfácilassociarBolívaraGaribaldi, com quem compartilha importantes traços de identidade. Foi um homem de seutempo e umadmiradordoNapoleãodaprimeirafasee a cuja coroação como imperador assistiu em 1804.Nãoéfácilimaginarumcidadãodomundo formado no espírito de Rousseau, de Voltaire, admirador da revolução americana e do modelo constitucional britânico reduzido ao sectarismodasteses hojedefendidaspelo governo de Caracas. Há vários Bolívar embrulhados em um só. Háojovemaristocratacriolloferozmenteantiespanhol;háoprofetaquejuralibertaraAmérica com Roma a seus pés; há o homem de açãodasváriascampanhasmilitares;háoestadistadosmanifestosdeAngosturaedeCartagena e há o homem de reflexão da Carta da Jamaica.HáaindaoamantedadestemidaManuela Saenz (que ele próprio havia definido como“LalibertadoraDelLibertador”)–ele,o Don Juan de muitas outras escapadas na Nova Granada e em diversos leitos e paragens. Se Byron era um seu admirador, Marx foi um crítico severo pelo que se depreende do artigo que, sobre Bolívar, escreveu para The New American Encyclopedia em 1858. Para Marxrevoluçãoera coisaséria,aserperseguida com rigor, método e disciplina. O impulsivo caudilho não era, certamente para Marx, o tipo de líder que a revolução reclamava. O quesalva Bolívardavala comum doautoritarismo dos cavalarianos de sua época é exatamente a riqueza de seu mundo interior e as surpresas e os paradoxos do seu espírito. Não vou levar mais longe este exercício hipotético sobre como o Bolívar histórico teria reagidoàapropriaçãodeseunomeparalegitimar um suspeito projeto político atual. Algunsdosingredientesbásicosdomodelo“bo-
livariano”deHugoCháveznãosão,certamente, originais e podem ser encontrados em outrosmovimentoslatino-americanos:nojusticialismo argentino; no aprismo e nos que trilharam o Sendero Luminoso peruano; nos Montoneros dos pampas e nos Tupamaros uruguaios; nos sandinistas da Nicarágua e nos seguidores de Farabundo Martí ou de José Martí em Salvador e Cuba. A lista pode se alongar e acabaríamos juntando, na busca da recriação de “La Pátria Grande”, berço naturaldessalatino-americanidade visionária,Bolívar eErnestoGuevara – este, seguramente, a versão acabada do herói romântico do nosso tempo. Com algumas diferenças naturais de época ou contexto nacional, muitos dos ingredientes de cada movimento parecem retirados do mesmo bloco de sentimentos populistas, autoritáriosesocialistaslatino-americanos.Dependendodaépoca,odragãoexternoéaEspanha,ouaInglaterraouosEUA.Osvilõesinternos são ou as forças armadas, uma oligarquia corrupta ou latifundiários brutais. No mais das vezes, todos juntos. É difícil ir contra a retórica “bolivariana”. As palavras são semprecandentes;aspromessas generosas;oserros do passado sempre odiosos; a exploração dos pobres, cruel e insensível. Como ser contracadamanifestoquetrazapromessadeque desta vez a história será diferente? O grande engano de cada impulso “bolivariano” – de que o “chavismo” é a mais recente versão – é que, em seu nome, se cometem os mesmos erros e se trilha o mesmo caminho de experiências fracassadas anteriores: renova-se a esperança da salvação pela espada e pela inspiração do herói; promete-se mais liberdade futura ao limitar a liberdade atual; insiste-se no desprezo pela construção paciente de um edifício social e econômico on-
de os erros venham a ser gradualmente corrigidos.Traçamumalinhairreconciliávelentre amigoseinimigosenaháespaçoparamatizes e qualificações. Subestimam e desqualificam os que não estão na mesma onda de fervor e militância. Sobre o Brasil e nosso lugar nesse grandiloquente esquema, há quase sempre um constrangido silêncio. Desde o início não somos vistoscomoparte dafamíliaaserreagrupada; nossaopçãoinicial,monárquicaeescravocrata e a consolidação – com a Independência – de nossos imensos espaços e da nossa unidade nos faz alheios ao esforço por reunificação e restauração que animava os principais atores da América espanhola fragmentada. Nãofalamos–literalemetaforicamente–a mesma língua. Enquanto eles se insurgiam contra o império distante, o Rio de Janeiro, com a chegada da Côrte portuguesa, passava a ser, nos trópicos, a capital de um império. O nosso foi um outro caminho. Menos retumbante mas, talvez, mais sensato na busca das formas mais justas e representativas de organização política e social. Tivemos mais sorte que eles e uma dose maior de juízo. Ao procurar separar Simon Bolívar do projeto de Hugo Chávez devo reconhecer que, em pelo menos um ponto, El Libertador foi um legítimo precursor do que hoje se faz em Caracas.Quistambémapresidênciavitalícia, da qual acabou afastado pela inexorável força da natureza das coisas. Seria confortador pensar que, depois de 180 anos de reflexão na quietude do túmulo, Bolívar se tenha convertido ao reconhecimento de que democracia é também alternância das pessoas e dos partidos no poder – o que provoca a oxigenação e a regeneração que só acontecem quando novos atores chegam ao centro do palco.
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Para Marco Aurélio Garcia, que coordena o programa de Dilma, ela “não é o Lula de saias, mas também é firme em suas posições”. E compara: quem não entra em questões espinhosas “não pode ser presidente nem do Corinthians” DIDA SAMPAIO/AE
DILMA, NAS PEGADAS DE LULA O projeto da candidata do PT é manter o eixo central da diplomacia lulista, lutando por um espaço nos grandes conflitos
Patrícia Campos Mello ENVIADA ESPECIAL BRASÍLIA
m uma eventual vitória do PT nas eleições presidenciais, a candidata Dilma Rousseff vai manter as incursões da política externa brasileira em assuntos polêmicos – ela pretende, inclusive, continuar tentando ter uma voz em conflitos como o do Oriente Médio e da questão nuclear iraniana, a exemplo do que fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Estilo à parte, o Brasil alcançou um espaço internacional que é absolutamente compatível com as ideias da Dilma e com sua própria personalidade”, disse ao Estado Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais e principal formulador do programa de governo da candidata. “Quem não entra em questões espinhosas não pode ser presidente nem do Corinthians.” Marco Aurélio é a alma da política externa da petista. O mais cotado para chanceler em um eventual governo Dilma é o atual secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota. Dilma encara a diversificação de mercados do governo Lula e aproximação com emergentes como um grande trunfo e pretende mantê-las, se chegar ao Planalto. Segundo Marco Aurélio, a “opção sul-americana” iria se aprofundar – ele vê países como a Venezuela e Colômbia fabricando equipamentos para o pré-sal brasileiro. Rebate as acusações de que o posicionamento do Brasil de não condenar o desrespeito a direitos humanos em países como o Irã e Cuba prejudique a reputação do País: “O Brasil não é uma ONG, que faz denúncias, o Brasil opera em episódios de direitos humanos de forma prática”. E mantém vivas as críticas aos EUA: “Se os EUA insistem que temos de nos ocupar da América do Sul e eles se ocupam do mundo, isso não vai acontecer.”
E
● O que dá para fazer para melhorar o relacionamento com os EUA? Há ruídos, criados pelas divergências em Honduras, no Irã...
Não fomos nós que criamos ruídos. Se os EUA insistem que nós temos de nos ocupar da América do Sul e eles se ocupam do mundo, evidentemente, isso não vai acontecer. Precisamos ter paciência, vamos ver o que ocorre nas eleições nos EUA. Tivemos relações tão boas com os republicanos... ● A química era melhor com o Bush?
Lula não apenas se declarou contra a guerra do Iraque, como começou a fazer uma articulação internacional. Em um tema tão crucial para o Bush, o Brasil soube se diferenciar e mesmo assim manter as relações com eles. O Bush veio aqui duas vezes, qual presidente americano veio duas vezes ao Brasil? ● E o Obama não veio, e provavelmente não virá neste ano.
Durante um período não veio porque estava sem embaixador. Nós somos sensíveis às dificuldades que Obama enfrenta. ● O presidente Lula ainda está chateado com Obama por causa do episódio do Irã?
O presidente Lula está um pouco decepcionado, porque tem muita estima pelo Obama. E uma grande expectativa.
Pouca. Os EUA deveriam ter sido mais peremptórios em Honduras. Não foram, sofreram pressão forte de conservadores. ● Digamos que até o fim do ano, ou daqui a dois, o Ahmadinejad apareça com uma bomba nuclear. Com que cara o Brasil vai ficar?
O Brasil condenará duramente. Mas o Irã não vai aparecer com uma bomba. ● Como é que vocês têm certeza?
rio internacional está ligada ao presidente Lula. Como seria isso em um governo Dilma?
● Foi uma vitória para a diplomacia brasilei-
profile de política externa?
Estilo à parte, o Brasil alcançou um espaço e responsabilidades internacionais absolutamente compatíveis com as ideias de Dilma e com a própria personalidade de Dilma. ● Dá para ver a Dilma tentando mediar o conflito do Oriente Médio?
Por que não?
tos sobre respeito aos direitos humanos?
Não é verdade, temos uma posição objetiva, temos votos no Conselho a ONU... ● Mas o Brasil se abstém em votos de condenação ao desrespeito dos direitos humanos.
Essa posição de abstenção é histórica do Itamaraty, vem lá de trás. ● E por quê?
Porque não queremos ser seletivos e politizarcircunstâncias.Aspessoassabemdemuitospaíses quetêmgravíssimosproblemas de direitos humanos, mas com os quais os EUA sedãomuitobem,comoaColômbia.Osamericanos têm complacência com países onde há apedrejamento a mulheres. O Brasil não é uma ONG, que faz denúncias . Ele opera em episódios de direitos humanos de forma prática. Quando há violações, nós agimos. ● E na eleição do Irã?
Não sei qual é o problema da eleição do Irã. ● Mataram manifestantes e prenderam oposi-
Sim, mas não é problema da eleição.
caso da União Europeia foi a Argentina... Os problemas com a Argentina podem ser completamente resolvidos. ● Não é necessário o Brasil se mostrar mais ativo em acordos bilaterais sozinho?
Podemos fazer isso com o Mercosul. O Mercosul não é, ao contrário do que o (candidato do PSDB, José) Serra tem dito, um estorvo. Nessas propostas de o Brasil fazer carreira solo em negociações bilaterais há, no fundo, uma tremenda nostalgia da Alca. ● O fato de o Brasil não ter fechado nenhum acordo bilateral, a não ser com Israel, nos últimos anos, não indica problemas?.
Capitaneamos um esforço coletivo que seria muitomaisabrangenteelevamosissoàsúltimas consequências (a Rodada Doha). Quem barrou? EUA e Índia. Agora a Índia está de acordo, mas os americanos não querem. ● Doha continuaria como a grande aposta num próximo governo?
Euestoucético. Vamosfortalecer uma negociação com a União Europeia. ● Quais seriam os ajustes na política externa em um governo Dilma?
Temos de aprofundar a opção pela América do Sul, avançar nos projetos de substituição de importação com presença de capitais brasileiros, na Venezuela, na Bolívia.
região?
● Boa parte da visibilidade do Brasil no cená-
● O Brasil manterá, se ela for eleita, o high
● Talvez porque o Brasil evite fazer julgamen-
cionistas. Isso não é um problema? ● Houve mudança na política dos EUA para a
Os americanos dizem que eles não têm. Nós estamos tentando impedir que eles tenham, e a melhor maneira é falando com eles.
A Dilma é diferente e não pretende ser o Lula de saias. Ela vai ter seu estilo. Lula tem uma prodigiosa intuição, já a Dilma é uma pessoa de formação acadêmica, muito assertiva, firme em suas posições.
dor e Colômbia, Venezuela e Equador. Recebemosaqui o Shimon Peres, o Mahmoud Abbas, o Ahmadinejad, o Bashar Al Assad, da Síria, e todos pediam que interviéssemos...
ra, apesar de o acordo não ter sido aceito?
Nós propusemos um caminho, que foi desconsiderado pelos EUA de forma brusca, ríspida e inamistosa. ● No caso da Dilma, ela entraria também nessas questões espinhosas?
É claro, quem não está disposto a entrar em questões espinhosas não pode ser presidente nem do Corinthians.
● Mas prenderam membros da oposição...
Fizemos várias “démarches” junto ao Irã.
● Haverá proteção de contratos, para não repetir o problema da Odebrecht no Equador?
● Lula comparou presos cubanos a presos
O problema da Odebrecht no Equador foi absolutamente isolado e já foi resolvido.
comuns. Não é hora de ser mais assertivo em relação a direitos humanos em Cuba?
Eu conheço Cuba suficientemente para saber que qualquer declaração assertiva produz efeitos opostos. ● E no Conselho de Segurança da ONU, continuamos buscando assento permanente?
Entramos em um período de transição que vai em direção a um mundo multipolar. Temosindícioseconômicose políticosdapreeminência do sul sobre o norte. Ibas, BRICs, diálogo Sul-Sul, e episódios como Irã mostram isso. O episódio do Irã foi a entrada na cena internacional de dois personagens que não tinham sido convidados, que entraram com uma proposta importante. ● O Brasil deveria fazer isso sempre?
Os países vão fazer normalmente, porque não podemos viver hoje sob a tutela de um sistema mundial que foicriado em 1945 e que hoje não tem mais impacto.
● Uma crítica da oposição: porque não vamos mediar as papeleras no Uruguai em vez de um problema no Oriente Médio?
liberar o Brasil para acordos bilaterais?
Quisemos mediar o caso das papeleras, não foi aceita nossa mediação. Mediamos Equa-
Bobagem, porque não são os nossos parceiros que estão nos criando dificuldades. No
● O que o sr. acha de flexibilizar o Mercosul e
● Quais outras maneiras haveria para investir na opção sul-americana?
Comopré-salteremosdecriarumagigantesca infraestrutura , que a indústria brasileira sozinha não terácondições de absorver. Será que não podemos ter produção desses componentes em outros países? Tem projetos agora na Venezuela, na Colômbia. ● E para essa maior integração funcionar, não teria de ser resolvido o problema do protecionismo argentino?
O protecionismo argentino tem incidência marginal. Essas questões são marginais ante os grandes desafios como: a Venezuela vai se industrializar? E a Bolívia? Vamos nos transformar em um mercado de consumo regional, mais de 300 milhões de consumidores. Cada vez mais empresas investem aqui. ● Sim, mas no Brasil. Para a Venezuela, onde há insegurança jurídica, ninguém vai.
O problema da Venezuela é menos de insegurança jurídica. O problema é que o modelo ainda não está plenamente configurado. A Venezuela ainda não rompeu com seu modelo petroleiro.
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Especial H7
Despartidarizar a política externa, eis a prioridade de uma eventual diplomacia tucana. O que significa flexibilizar o Mercosul, voltar a negociar acordos bilaterais e, nas questões de direitos humanos, retomar as alianças tradicionais DIVULGAÇÃO
COM SERRA, UMA DIPLOMACIA CLÁSSICA A meta tucana é dar uma guinada, para longe do Irã, de Chávez, de Cuba. E com o comércio gerido por uma SuperCamex, sem o Itamaraty
Patrícia Campos Mello
ever o Mercosul, afastar-se de países não-democráticos como Cuba, Irã e ditaduras africanas,eabandonaroviésideológico da política comercial sãoaslinhas-mestrasdaplataforma de política externa do candidato José Serra (PSDB). Mas o assunto está longe de ter um grande destaque nas propostas de governo dos dois candidatos da oposição. Mas,segundo apurou o Estado, asdiretrizes do tucano vão propor a flexibilização do Mercosul, liberando o Brasil para buscar acordos bilaterais, e a criação de uma SuperCamex, nos moldes do United States Trade Representative (USTR), que daria à política comercial do País status de ministério, subordinado à Presidência. De quebra, seria uma maneira de “despolitizar” a política comercial e acabar com a grande influência do Itamaraty sobre o assunto. Não existe um núcleo formal dentro da campanha de Serra para debater o assunto, mas há três nomes ouvidos pelo candidato e que apresentam sugestões. Na área de comércioexterior, Rubens Barbosa, ex-embaixadordo BrasilemWashingtoneatualpresidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP, e Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da FIESP e ex-secretário executivo da Camex no governo FHC. Para política externa, o mais ouvido é Sérgio Amaral, que foi porta-voz do governo FHC e cotado para ser chanceler em um eventual governo tucano.XicoGraziano,ocoordenadordoprograma de governo de Serra, supervisiona. Ostucanos minimizamapolítica dediversificar os destinos de exportação brasileira, umadas grandesbandeiras dogoverno Lula. Para os petistas, foi essa diversificação que permitiu ao Brasil passar quase incólume pela crise financeira mundial. Os tucanos afirmamque a estratégiaseguiu motivos políticos e não trouxe benefícios concretos, pois as vendas para África e Oriente Médio, por exemplo, continuam sendo minúsculas. Umaapostamais acertada,argumentam, seria aprofundar os acordos na América do Sul, liberaro Brasil para mais acordos bilaterais e intensificar as relações com os EUA. Na visão dos tucanos, a diplomacia da era LulaassociouoBrasilanaçõesnãodemocráticas, prejudicando seu “soft power” e sua capacidade de liderança global. Serra já afirmouque olíderiraniano MahmoudAhmadinejad, integra a “turma de ditadores” da história, como Adolf Hitler e Josef Stalin. “O que ganhamos com essa aproximação? Nada.Eperdemosmuitoemimagemecredibilidade”, diz Sérgio Amaral. “Este governo tem a tendência de ver o mundo através de afinidades ideológicas, e nem sempre é assim.”
R
Para Amaral, apostar no G-20 é exemplo o próprio Serra coordenar essa SuperCade atuação construtiva do Brasil, que deve mex nos primeiros seis meses de governo. se aprofundar, enquanto associar-se ao Irã O candidato tucano avalia que o Mercosul na questão nuclear não é. Os tucanos mini- tem falhas graves. Define-o como “uma farmizam o fato de o Brasil ter adquirido um sa” e “uma barreira para que o Brasil possa destaquemaiornocenáriointernacionaldu- fazer acordos comerciais”. Não se trata de rante o governo Lula. As diretrizes de Serra extingui-lo, avisa Rubens Barbosa, mas de devem abordar o que a campanha chama de flexibilizá-lo: “Precisamos liberar o País pa“falso protagonismo” do Brasil, ao se ofere- ra procurar acordosbilaterais”. Hoje emdia, cer de mediador de assuntos polêmicos co- o Mercosul é uma união aduaneira, estrutumo o conflito do Oriente Médio e a questão ra que exige concordância de todos os sónuclear no Irã. cios para se fechar um acordo comercial, e Amaraladmitequeocarisma dopresiden- uma tarifa externa comum para importação teLula ajudouoBrasilaconseguirmaisespa- de terceiros países. Giannetti e Barbosa deço no cenário internacional, mas entende fendem retroceder a um estágio anterior, que os presidentes dos outros países são apenas de livre comércio, liberando os paípragmáticos. “Se o novo presidente, seja ses do bloco para fazer acordos bilaterais. quem for, levar adiante políticas que são imEssa ideia deflexibilização deverá constar portantes, será respeitado internacional- das diretrizes de política externa do programente”, diz . Sua avalia´ção é que o Brasil ma de Serra. “Nos últimos cinco anos, 100 tem a desempenhar, na América do Sul, um acordos bilaterais de comércio foram fechapapel que até agora não conseguiu. “Se você dos no mundo, mas o Brasil fechou apenas não consegue propor uma visão para a Amé- um, com Israel”, diz o texto proposto. rica do Sul e atuar em conflitos aqui, como o Na relação com a Argentina, os tucanos das papeleras (conflito entre Uruguai e Argen- pregam um endurecimento. Esse país, na tina por causa de instalação de indústrias de avaliação de Barbosa, “está desrespeitando celulose na fronteira), qual é o sentido de ten- regras da Organização Mundial de Comértar resolver o conflito cio (OMC), violando o no Oriente Médio?” tratadocomassucessiA cobrança já foi covas medidas protecio** ‘Este governo tem a mentada por José nistas contra produEduardo Dutra, presitosbrasileiros”.Adecitendência a ver o dente do PT. “O efeito são do governo brasimundo através de principal da política exleiro de ceder ao Paraafinidades ideológicas’, terna se dá na econoguai na renegociação mia,nasrelaçõescomerdas tarifas de energia diz Sérgio Amaral ciais. Dizia-se que, se a excedente de Itaipu é ** gente não embarcasse para ele “outro exemnaAlca,seriaumatragéploda políticadegenedia para o Brasil. A Alca já foi sepultada. E rosidade do governo”. qual o resultado de nossa política externa? Serra também tem feito críticas ao goverAté 2002, 60% das exportações brasileiras no do presidente boliviano Evo Morales: os eram para a União Europeia, Estados Uni- bolivianos,emseuentender,estariamfazendos e Japão. Hoje, esses três representam do “corpo mole” em relação ao tráfico de menos de 40%. Tivemos uma diversificação drogase o governoseria“cúmplice” disso. O que permitiu um desempenho melhor du- governo Lula reagiu com ironias. “Serra está rante a crise.” tentando ser o exterminador do futuro da Um dos projetos centrais dos tucanos, em política externa. Já destruiu o Mercosul, um eventual governo Serra, é despolitizar a quer destruir nosso relacionamento com a política comercial – criando uma SuperCa- Bolívia e já disse que Mahmoud Ahmadinemex,órgão com status deministériodedica- jad é um Hitler”, comentou o assessor espedo a conduzir a política comercial do País. cial da Presidência Marco Aurélio Garcia. “Hoje em dia, o Itamaraty tem o controle da O melhor caminho, segundo os tucanos, política comercial”, diz Rubens Barbosa. seria aprofundar os acordos existentes na “Queremos uma espécie de USTR, subordi- América do Sul, enquanto se buscam novos nado à Presidência, que seria uma Camex acordos bilaterais. E Amaral diz que é precifortalecida.” Para Barbosa e Roberto Gian- so fazer valer as regras do bloco. “A Argentinetti, a Camex vive relegada a um comando naimpõe barreiras, nós entendemos. A Bolíde terceiro escalão. Se fosse promovida a via se apropria da Petrobrás, o Brasil entenministério, daria maior prioridade à política de. Não dá para só compreender e tolerar; comercial. “Os outros ministérios como o sendo condescendentes com a violação das da Agricultura e o Itamaraty, precisam se regras, nós estamos desfazendo as instituisubordinaràCamexpara decisõesdecomér- ções do bloco”, diz o ex-porta-voz de FHC. cio exterior”, diz Barbosa. “Se o Itamaraty, A Rodada Doha de negociações comerpor exemplo, quer um acordo com a Rússia, ciais, outra prioridade no governo Lula, poprecisa passar pela Camex.” Uma ideia seria deria ficar de molho em um governo tucano.
“NogovernoLula,ficaramoitoanospreocupados com Doha e descuidaram do resto”, ataca Barbosa. “A ideia é esquecer Doha por enquantoeagilizaracordos bilaterais”,sugere Amaral. O governo atual, diz ele, orientase “por uma realidade ultrapassada, com uma mentalidade pré-fim da Guerra Fria”. Umexemplodisso, segundoele,são as alianças de países de Terceiro Mundo para chegar a mudanças. A China fez outra coisa: “Abandonou essa visão norte e sul e atua em simbiose com os EUA. A Índia também, e foi reconhecida como potência nuclear ao assinar um acordo nuclear com Washington.” Ele também acha que está na hora de o Brasil reativar o relacionamento com os EUA. “Por muito tempo os EUA foram vistos com desconfiança, e com motivo, por causadesuasingerênciasemquestõesfinanceiras, de comércio e política interna dos países da região”, diz. “Mas hoje as circunstâncias são totalmente diferentes. O novo presidente tem uma proposta de não ingerêncianosassuntos dospaíses,de multilateralismo. Ele representa muito do que nós queríamos. Podemos adotar uma política de confiança.” A relação com a Casa Branca, que azedou após divergências no caso de Honduras e do Irã, precisa ser resgatada, acredita a oposição. O Brasil costurou com a Turquia um acordo para troca de combustível nuclear do Irã. Para os EUA, o acordo era insuficiente e ameaçava o consenso necessário à adoçãodesançõescontraosiranianosnoConselho de Segurança da ONU. A posição do Departamento de Estado era que o Brasil mostrava-se “ingênuo” e estava sendo usado pelo Irã – cujo objetivo, segundo eles, era apenas ganhar tempo. A secretária de Estado americana , Hillary Clinton, anunciou sanções um dia depois de o Itamaraty comemorar o acordo com a Turquia – o que irritou profundamente o governo brasileiro. Essa decisão deu origem a várias críticas contrao presidenteBarackObama.Ogovernobrasileiro sesentiutraídopela CasaBranca, que não esperou os resultados do acordo mediadopeloBrasil.LulaentendeuqueObama estava dando um tiro no pé ao endurecer contra o Irã. “Não foi uma atitude de quem ganhou o Nobel da Paz”, afirmou. Outra divergência ocorre no caso de Honduras. Os americanos acham que o Brasil tem sido duro demais com o presidenteeleito, Porfírio Lobo, e intransigente em sua defesa do líder deposto Manuel Zelaya – o que estariaatrapalhando areconstrução da estabilidade política dos hondurenhos. A CasaBranca vê os movimentosdo Brasil com reservas. Uma das consequências disso é que a visita de Obama ao País deve ficar para o próximo governo. Amaral resume o impasse: “Não dá para ter uma política de defesa da democracia em Honduras, e uma diferente em Cuba”.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
PARA MARINA, O PLANETA É VERDE Programa da candidata do PV prioriza política ambiental, direitos humanos e uma reforma geral da ONU
Patrícia Campos Mello
proximaçãodoBrasilcomregimes não-democráticos está corroendo o chamado soft power do País, a reputação que permite a um governo influenciar outras nações. E o Brasil está desperdiçando energia ao tentar mediar questões mundiais complicadas. Essa é a visão do advogado Eduardo Felipe Matias, que ajudou a elaborar as diretrizes da candidata Marina Silva para política externa e vem dandosugestõesàcampanhadacandidatadoPV. “O Brasil deveria abraçar a bandeira da sustentabilidadee damudança climática para alcançar o tal protagonismo internacional, em vez de tentar mediar causas polêmicascomoacrise iranianaea tensãonoOriente Médio”, diz Matias, especialista em Direito Internacional e autor do livro A Humanidade e suas Fronteiras – do Estado Soberano à Sociedade Global.
A
Para Matias, o Brasil está “endossando regimes que não deveriam ser endossados de nenhuma maneira. Não dá para abrir mão de defesa de direitos humanos, esse pragmatismo antigo prejudica nosso soft power”. Um exemplo seria a frase de Celso Amorim de que “negócios são negócios” quando o presidente Lula esteve com o ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Mbasogo. As diretrizes de política externa divulgadas pela candidata afirmam que o Brasil “deve dirigir a sua política externa com base em princípios sólidos, e não em conveniências imediatas; o Brasil deve passar a ser visto como uma nação coerente, que abraça as causas corretas, lidera pelo exemplo e assim fortalece seu poder de persuasão e a sua influência no cenário internacional”. Marina já afirmou que o Brasil tem uma atitude “preocupante” em relação ao Irã e a Cuba. “O Irã tem desrespeitado direitos humanos, ali tem presos políticos, pessoas são executadas”, disse. “Causou estranhamento
aaudiênciadadaaogovernodoIrã(pelogoverno brasileiro)”, disse ela em outra ocasião. E sobreCuba:“Se defatosomos amigos,temos de fazer ver que a revolução se completa com ademocracia”,afirmou.“Seosdireitoshumanos são importantes para os brasileiros, também são importantes para os cubanos.” A senadora, no entanto, disse não apoiar a decisão do Conselho de Segurança da ONU, instado pelos EUA e França, de impor sanções comerciais contra o regime iraniano. “Não sou favorável a sanções. O único caso emque elas funcionaram foina África do Sul, contra o regime do apartheid. Os bloqueios acabamexacerbando situações e não favorecem o diálogo”, disse Marina em entrevista a jornalistas em Nova York. Um dos pontos enfatizados nas diretrizes da candidata é a necessidade de aprofundar areformadeinstituições multilaterais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, e o Conselho de Segurança da ONU. Matias diz que o sistema atual “não
tem legitimidade”, porque não reflete adequadamente os países emergentes. Tambémcriticao atualTratadodeNão-Proliferação Nuclear, que discrimina os países que não dispõem da bomba. O advogado apoia a iniciativa do governo Lula nessa direção, mas acha que será preciso avançar mais. “Os Estados Unidos ainda vão manter uma grande porcentagem dos votos do FMI e o direito a veto, mesmo após areforma atual”, diz Matias. “É preciso que o Brasil, muitas vezes prejudicado por essas ‘regras do jogo’ desiguais, seja um veemente defensor da legitimidade nas instituições internacionais”, sustentam as diretrizes. ParaoadvogadoMatias,apolíticadediversificação de mercados e maior enfoque em países em desenvolvimento, adotados duranteogovernoLula,forammuitoimportantes. Mas o relacionamento com os norteamericanos precisa ser resgatado. “Precisa haver maior ênfase na relação com os Estados Unidos, que não avançou nada.”
Política externa da candidata não endossa o que se faz com Irã ou Cuba: “Esse pragmatismo antigo prejudica o nosso soft power”. Ela acha importante a diversificação de mercados, mas pede “maior ênfase” na relação com os EUA.
A DIPLOMACIA DE CADA UM
RELAÇÃO COM ESTADOS UNIDOS
Considera que Lula negligenciou a relação com os EUA. Prega maior ênfase no relacionamento e promoção comercial do que exporta.
Mantém a aposta na América do Sul, valorizando a Unasul e deixando as relações com os Estados Unidos em egundo plano
Voltar a dar ênfase, à relação com os Estados Unidos, que não avançou como devia e precisa ser valorizada
MERCOSUL
Prega flexibilização do acordo, permitindo que o Brasil faça acordos bilaterais com outros países. Endurecimento com protecionismo da Argentina
Aprofundamento do Mercosul, com integração produtiva e investimentos brasileiros nos vizinhos e participação destes em projetos daqui
Trabalhar para transformar o Mercosul em uma união aduaneira de verdade e endurecer com a Argentina
CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU
Acha legítimo o pleito do Brasil por um assento permanente, mas discorda dos métodos usados pelo governo Lula para consegui-lo
Acha a reforma do Conselho de Segurança inevitável e vai continuar lutando por isso, buscando principalmente o apoio da China
Defende a reforma no Conselho de Segurança e a democratização de instituições como Fundo Monetário e Banco Mundial
POLÍTICA SUL-SUL
Abandonar foco nos países emergentes e reorientar a política para uma visão que não antagonize as nações ricas. Apostar no G20
Continua como espinha-dorsal da política externa brasileira, como reflexo da modernização da realidade geopolítica
Apoia aproximação com países africanos mas não se distancia dos relacionamentos tradicionais
QUESTÃO NUCLEAR IRANIANA
Brasil só sai perdendo ao se associar ao Irã. Projeto deve ser dar prioridade à solução de conflitos na nossa região
EUA ignoraramo Brasil ao não considerar o acordo proposto em Teerã. Sanções não vão ajudar. Irã não está desenvolvendo armas
Contra o "endosso" do Irã, país que desrespeita os direitos humanos. Mas questiona legitimidade do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
MEDIAÇÃO NA QUESTÃO ISRAEL-PALESTINA
Brasil não tem massa crítica para participar de modo efetivo. Não deve entrar na mediação de um conflito tão espinhoso e distante
Mantém o esforço de buscar um papel para o País em grandes conflitos, como o do Oriente Médio. Deve atuar como mediador.
Brasil deve abraçar a bandeira de sustentabilidade para ter destaque internacional, em vez de atuar no Oriente Médio e na questão nuclear iraniana
PARAGUAI E ITAIPU
Acabar com a política de "generosidade" com vizinhos. Exigir respeito aos contratos. Não aceitar revisão de tarifas de energia de Itaipu
O Brasil não cedeu demais ao Paraguai. E ao atuar como atua está se beneficiando do desenvolvimento regional
Brasil pode manter política de boa vontade com os paraguaios mas descobrir formas de cobrar contrapartidas
RODADA DOHA
Manter discussão sobre Doha em banho maria, apostar em acordos bilaterais e aprofundamento de tratados na América do Sul
Cética em relação aos resultados de Doha. A grande aposta é um acordo Mercosul-Europa para intensificar o comércio
Apoia a liberalização comercial por meio da rodada multilateral, mas desde que questões ambientais sejam abordadas
CUBA
Retomar postura tradicional de defesa dos direitos humanos. Decisão de não condenar violação de direitos prejudica reputação do País
Condenar abertamente o regime cubano por decisões que toma contra a oposicão interna é contraproducente
Brasil deveria insistir na defesa da democracia em Cuba. O Brasil deve ter posição firme na defesa dos direitos humanos
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Especial H9
PATRICK ANDRADE/REUTERS
Celso Amorim é ministro das Relações Exteriores do Brasil desde janeiro de 2003
NO NOVO MAPA DO MUNDO, O PAÍS ESTÁ MAIOR Uma boa política externa exige prudência, mas também ousadia. Em oito anos, o Brasil mudou de patamar, diz o chanceler
Celso Amorim
á sete anos, quando se falava na necessidade de mudanças na geografia econômica mundial ou se dizia que o Brasileoutrospaísesjádeveriam desempenhar papel mais relevante na OMC ou integrar de modo permanente o Conselho de Segurança da ONU, muitos reagiam com ceticismo. O mundo e o Brasil têm mudado a uma velocidade acelerada, e algumas supostas “verdades” do passado vão se rendendo à evidências dos fatos. O diferencial de crescimento econômicoemrelaçãoaomundodesenvolvido tornou os países em desenvolvimento atores centrais na economia mundial. A maior capacidade de articulação Sul-Sul –naOMC, noFMI,na ONUeem novascoalizões, como o BRIC – eleva a voz de países antes relegados a uma posição secundária. Quanto mais os países em desenvolvimento falam e cooperam entre si, mais são ouvidos pelos ricos. A recente crise financeira tornou ainda mais patente o fato de que o mundonão pode mais ser governado por um condomínio de poucos. O Brasil tem procurado, de forma desassombrada,desempenhar seupapel neste novo quadro. Completados sete anos e meio do governo do Presidente Lula, a visão que se tem do País no exterior é outra. Já não precisamos ouvir os líderes mundiais e a imprensa internacional para sabermos que o Brasil tem um peso cada vez maior na discussão dos principais temas da agenda internacional, de mudança do clima a comércio, de finanças a paz e segurança. Países como Brasil, China, Índia, África do Sul,Turquia etantos outros trazem umamaneira nova de olhar os problemas do mundo e contribuem para um novo equilíbrio internacional. NocasodoBrasil,essamudançadepercepção deveu-se, em primeiro lugar, à transformação da realidade econômica, social e política do País. Avanços nos mais variados domínios – do equilíbrio macroeconômico ao resgate da dívida social – tornaram o Brasil mais estável e menos injusto. As qualidades pessoais e o envolvimento direto do presidente Lula com temas internacionais ajudaram a alçar o Brasil à condição de interlocutor indispensável nos principais debates da agenda internacional. Foi nesse contexto que o Brasil desenvolveu uma política externa abrangente e próativa. Construímos coalizões que foram além das alianças e relações tradicionais, as quais tratamos de manter e aprofundar, como no estabelecimento da Parceria Estratégica com a União Europeia ou do Diálogo de Parceria Global com os Estados Unidos. O crescimento expressivo de nossas exportaçõespara os países emdesenvolvimento e a criação de mecanismos de diálogo e concertação, como a Unasul, o G-20 na OMC, o Fórum IBAS (Índia-Brasil-África do Sul) e o grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) refletiram essa orientação de uma política externa universalista e livre de visões acanhadas sobre o que pode e deve ser a atuação externa do Brasil. A base dessa nova política externa foi o aprofundamento da integração sul-americana. Um dos grandes ativos de que o Brasil dispõenocenáriointernacionaléaconvivênciaharmoniosacomsuavizinhança.Ogoverno do presidente Lula empenhou-se, desde o primeiro dia, em integrar o continente sulamericanopormeio do comércio,da infraestrutura e do diálogo político. O Acordo Mer-
H
cosul-Comunidade Andina criou, na prática, uma zona de livre comércio abrangendo toda a América do Sul. A integração física do continente avançou de forma notável, inclusivecom aligaçãoentreoAtlântico eoPacífico. Nossos esforços para a criação de uma comunidade sul-americana (CASA) resultaram na fundação de uma nova entidade – a UniãodasNações Sul-Americanas (Unasul). Sobre as bases de uma América do Sul mais integrada, o Brasil ajudou a estabelecer mecanismos de diálogo e cooperação com paísesdeoutrasregiões,fundadosnapercepção de que a realidade internacional já não comporta a marginalização do mundo em desenvolvimento. A formação do G-20 da OMC, na Reunião Ministerial de Cancún, em 2003, marcou a maioridade dos países do Sul, mudando de forma definitiva o padrão decisório nas negociações comerciais. O IBAS respondeu aos anseios de concertação entre três grandes democracias multiétnicas e multiculturais, que têm muito a dizer ao mundo em termos de afirmação da tolerânciae deconciliação entre desenvolvimento e democracia. Além da concertação política e da cooperação entre os três países, o IBAS tornou-se um modelo em projetos em favor dos países mais pobres, demonstrando, na prática, que a solidariedade não é um apanágio dos ricos. Também lançamos as cúpulas dos países sul-americanos com os países africanos (ASA) e com os países árabes (ASPA). Construímos pontes e políticas entre regiões que vivem distantes umas das outras, em que pesem as complementaridades naturais. Essa aproximação política resultou em notáveis avanços nas relações econômicas. O comércio do Brasil com países árabes quadruplicou em sete anos. Com a África, foi multiplicado por cinco e chegou a mais de US$ 26 bilhões, cifra superior à do intercâmbio com parceiros tradicionais como a Alemanha e o Japão. Essas novas coalizões estão ajudando a mudar o mundo. No campo econômico, a substituição do G-7 pelo G-20 como principal instância de deliberação sobre os rumos da produção e das finanças internacionais é o reconhecimento deque as decisões sobrea economia mundial careciam de legitimidade e eficácia sem a participação dos países emergentes. Também no campo da segurança internacional,quandooBrasileaTurquiaconvenceram o Irã a assumir os compromissos previstos na Declaração de Teerã demonstraram que novas visões e formas de agir são necessárias para lidar com temas antes tratados exclusivamente pelos atuais membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Apesar dos ciúmes e resistências iniciais a uma iniciativa que nasceu fora do clube fechado das potências nucleares, estamos seguros de que a direção do diálogo ali apontada servirá de base para as negociações futuras e para a eventual solução da questão. Uma boa política externa exige prudência. Mas exige também ousadia. Não pode fundar-se na timidez ou no complexo de inferioridade. É comum ouvirmos que os países devem atuar de acordo com seus meios, o que é quase uma obviedade. Mas o maior erro é subestimá-los. Ao longo desses quase oito anos, o Brasil atuou com desassombro e mudou seu lugar no mundo. O Brasil é visto hoje, mesmo pelos críticos eventuais, como um país ao qual cabemresponsabilidadescrescenteseumpapel cada vez mais central nas decisões que afetam os destinos do planeta.
“Na ONU, como no FMI, nos BRICs, a maior capacidade de articulação SulSul eleva a voz de países antes relegados a uma posição secundária. A formação do G-20 mudou o padrão decisório nas negociações comerciais.”
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
O Brasil acertou ao ajudar a reconstrução do Haiti, mas seu peso no mundo é fruto de uma rota virtuosa de 16 anos de estabilidade. Um dos erros cometidos “foi não perceber, em Cuba, a centralidade dos direitos humanos na agenda internacional”
‘HÁ MAIS BARULHO QUE RUPTURA’
Gabriel Manzano
● A sra. chamaria de ruptura o que o Itamaraty vem fazendo, comparado com a era FHC?
debate sobre política externa tem provocado um certo barulho, mas o que se vê é muito mais continuidade do que ruptura. O fato é que certas tradições nacionais, como a independência no agir e a vocação para negociar já estão no DNA de nossa diplomacia – ninguém tira mais. Então, por que o barulho? “Simplesmente porque o Brasil ficou importante”, resume a professora Maria Hermínia Tavares, diretora do Instituto de Relações Internacionais da USP. E num País importante diplomacia não é exclusividade de um ministério. “O que o Brasil diz ou faz lá fora é medido, pesado e cobrado no Congresso, em outros ministérios, nas empresas, entre formadores de opinião.” A professora não entra no fogo cruzado dos partidos. Prefere repassar um fio mais longo da história, juntando os últimos 16 anos de forte diplomacia presidencial – “sendo a atual, de Lula, num estilo mais agressivo, com apostas mais arriscadas”. Isso pode levar a grandes resultados – “basta ver o que se diz do Brasil lá fora” –, mas também a equívocos, como em Honduras, em Cuba. “Neste segundo caso, o erro foi não perceber que a situação na ilha mudou. Faltou sensibilidade para prever que é impossível o país continuar daquele jeito.” E daqui para a frente? “Acho que o clima vai ser outro. Tanto José Serra como Dilma Rousseff ou Marina Silva são figuras menos importantes na cena internacional.”
Acho que há mais continuidade do que ruptura entre um governo e outro. Claro que há diferenças. O governo Lula tem uma política externa mais agressiva, mais arriscada. Assim é possível que tanto erros como acertos apareçam mais. Lula apostou numa conexão que é mais Sul, mas não é completamente isso. Todos sabem, no governo, que estamos na América, que a ligação com os Estados Unidos continuará decisiva. Mas também se apostou no Haiti, e deu certo. Diziam no início que era melhor não se meter ali. Hoje ninguém diz isso mais.
O
O Brasil ficou importante e sua política externa já não é só do Itamaraty, adverte Maria Hermínia Tavares, da USP. Em meio ao debate sobre ruptura de alianças, ela lembra uma tradição da diplomacia: “O Brasil não briga com ninguém” RAMON ESPINOSA/AP
● O Brasil abre frentes por todo lado, em busca de espaços, e até compra brigas com grandes potências. Para onde isso aponta?
Essas novas possibilidades têm que ver com os ganhos internos. Não foi pouca coisa essa rota virtuosa de estabilidade, crescimento e democracia nos últimos 16 anos. Somos vistos como uma grande democracia de massas, estável. Isso nos deu respeitabilidade e espaço para uma posição mais atuante. Um dos efeitos disso foi que desapareceu o consenso que havia antes, na nossa diplomacia. Ela agora virou tema da agenda nacional. Mas no fundo a missão é a mesma: aumentar o protagonismo do País. O governo FHC abriu o caminho, nas primeiras disputas com a Organização Mundial do Comércio. O governo Lula levou isso adiante, afirmando seus objetivos de outro modo. Não sei se é tão ruim assim acabar com o consenso. A condição para que ele existisse seria, a meu ver, manter a política externa encapsulada no Itamaraty. ● À parte a polêmica, o governo está certo no que faz?
O objetivo é sempre aproveitar as oportunidades para alavancar o desenvolvimento. Influir como um negociador que aposta no multilateralismo. Isso tem sido feito. Nesse contexto se destaca a importante decisão, tomada no governo FHC, de assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Fizemos ali a opção de buscar um papel importante, no mundo, mas abrindo mão de um recurso significativo, a bomba. ● A propósito, uma das polêmicas de agora é se o País deve assinar o Protocolo Adicional do TNP, que permitirá a agentes da ONU vir fiscalizar nossos reatores nucleares.
O importante, nessa questão, é entender que a bomba é um recurso que vai perdendo a importância. Ela afeta cada vez menos os grandes temas. Você não resolve os temas comerciais, os ambientais e muitos outros com o chamado poder duro, o hard power, como definiu o americano Joseph Nye. O País apostou no soft power, e isso teve um grande impacto no debate dos conflitos da América Latina. Garantiu ao continente clima e espaço para conversar sobre suas diferenças em ambiente pacífico.
● O Mercosul era prioridade, mas empacou.
Entendo o Mercosul como um elemento de continuidade, ele começou antes do governo Lula. Mesmo o compromisso com a união aduaneira, que é o que nos amarra, foi decidido ainda no governo Collor. O que Lula fez foi acrescentar uma dimensão política. Convém lembrar também que, antesw, era mais fácil. Os governos da região eram mais convergentes, era o momento das reformas de mercado. O Hugo Chávez estava apenas começando. A diversificação, de lá para cá, não dependeu do Brasil. E nossa dimensão negociadora dificultou uma ação mais afirmativa. O Brasil não briga com ninguém, e isso não é de agora. ● O que se cobra é que nossa diplomacia passou a defender, nessas relações, uma visão de partido político, não o interesse nacional.
Não tenho tanta certeza de que foi isso. Claro que há uma retórica mais agressiva. Você tem de lidar com governos que querem rever os contratos, como o Paraguai em Itaipu. Vamos fazer o quê? Romper relações com os paraguaios? ● Pode-se exigir, em fóruns internacionais, que ele cumpra o contrato.
Não tenho tanta certeza de que seja uma forma adequada de lidar com o caso. Talvez pudesse falar mais duro, mas de alguma maneira tem de lidar com as críticas. O governo às vezes é criticado por ser duro, outras por não ser. ● A estratégia em Honduras foi adequada?
O governo errou em Honduras. Não vejo sentido naquilo. No primeiro momento, estava todo mundo defendendo, a OEA também. Mas no segundo, aceitando Manuel Zelaya lá dentro, ficou complicado... ● E a relação com Cuba?
Também acho que há um erro em Cuba. Por não se perceber que a situação da ilha mudou. Nossa posição com eles vêm desde o governo Sarney. Mas agora a situação está mudando e o Brasil não teve sensibilidade para prever que é impossível continuar daquele jeito. Acho que aí, de fato, pesaram os níveis partidários, pessoais. Foi um erro não perceber que os direitos humanos estão adquirindo uma centralidade importante na agenda internacional. ● A questão dos direitos humanos também tem despertado polêmica.
No caso de Darfur também o governo agiu de modo inadequado. No caso com o Irã, acho que o presidente tentou uma jogada arriscada, para trazê-los à negociação. Se desse certo... Mas a grande pergunta nesse caso é: o que o Brasil ganha, entrando nessa disputa? O Irã nuclear é um assunto dos poderosos do Conselho de Segurança da ONU, um jogo de cachorro grande. Aliás, tenho a sensação de que o governo Lula abriu frentes demais. Por exemplo, não sei o que o Brasil quer na África. Nossos interesses ali não estão claros. ● Com o próximo presidente, seja Serra ou Dilma, esse perfil muda?
Me parece que tanto Serra como Dilma são figuras menos visíveis internacionalmente.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Especial H11
DESMOND BOYLAN /REUTERS
Marco Antonio Villa é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
NAVEGANDO ENTRE PRINCÍPIOS E NEGÓCIOS O Brasil tem uma oportunidade histórica de aliar seu dinamismo econômico à convivência entre raças e a uma política externa humanista
Marco Antonio Villa
política externa do governo Lula tem se caracterizado pelo absoluto desprezo aos direitos humanos. Segundo o ministro Celso Amorim, o que importa são os negócios. Foi assim que justificou a visita à Guiné Equatorial, governada por um tirano há mais de três décadas. Da mesma forma que fechou os olhos aos ataques às liberdades democráticas que ocorre de forma sistemática na Venezuela. Para o Itamaraty, eleições livres, defesa das liberdades democráticas, alternância do poder, respeito às minorias nacionais, tudo isso é absolutamente irrelevante, “coisa de poeta”. De acordo com Amorim, uma potência mundial não tem princípios, só interesses. Esta diplomacia sonha transformar o Brasil em um país com presença mundial e agindo conforme as regras do jogo estabelecidas nos últimos dois séculos. Daí que não seria exagero imaginar até a retomada do programa de construção da bomba atômica, adotando velhos argumentos, como o de que não é “democrático”, como disse o presidente Lula, que somente alguns países tenham acesso ao domínio completo da tecnologia nuclear. Isto pode explicar a leniência da diplomacia quando teve de enfrentar nos fóruns internacionais as questões relacionadas aos direitos humanos. O Brasil não apoiou as pressões contra o governo do Sudão que pratica há anos, na região de Darfur, um verdadeiro genocídio. Silenciou. Em outros momentos, apoiou entusiasticamente ditaduras e racistas, como as ironias de péssimo gosto em relação aos presos políticos cubanos ou a sustentação de um candidato à direção da Unesco, o egípcio Faruk Hosni, que é um conhecido defensor do antissemitismo. E, nos últimos dias, quando Lula considerou “uma avacalhação” interceder junto ao governo iraniano para salvar da morte por lapidação a iraniana Sakineh Ashtiani – para, posteriormente, fazer um pedido envergonhado de concessão de asilo, algo absolutamente descabido. Nada mais antibrasileiro do que a defesa do racismo e do ódio entre as raças. Uma das conquistas históricas do Brasil são a mestiçagem e o enfrentamento do racismo. Depois de tantos percalços, a democracia se consolidou. E um país com a nossa história não pode desprezar estes triunfos. Mas a política externa lulista não dá a mínima importância. Não considera a democracia um valor universal. Assumiu, como se fosse um prato recém-preparado, o requentado discurso terceiromundista. E pior: em um mundo multipolarizado. O Brasil deve deixar de contemporizar com governos que violam as leis internacionais, ignoram os contratos e desprezam a democracia. Não pode achar que valores históricos devam ser trocados por mercadorias. Princípios não são commodities. O nosso compromisso é com os povos e não com ditadores. Não é ingenuidade estabelecer uma política de princípios. Pelo contrário. Temos de romper com a hipocrisia de que o mundo sempre foi assim, que as potências têm interesses e não amigos. O Brasil tem neste momento uma oportunidade histórica. Pode aliar o dinamismo econômico, a experiência da convivência de diferenças raças e religiões, a uma política externa que tenha princípios democráticos. Seria bom que o Itamaraty voltasse a ler o Barão do Rio Branco. A 1º de dezembro de 1902, depois de um quarto de século longe do País, pouco antes de assumir o ministério, a convite do presidente Rodrigues Alves, Rio Branco lembrou que prestou inúmeros serviços ao País mas o fez “porque defendia causas que não eram de uma parcialidade política, mas sim da nação inteira.” E concluiu: “Não venho servir a um partido político, venho servir ao Brasil.”
A
O cubano Guillermo Fariñas em greve de fome: mistura entre negóci0s e princípios ignora o exemplo do Barão do Rio Branco: “Não venho servir a um partido político”
VENDER NÃO É PRECISO As incertezas quanto ao futuro dos mercados e o temor de que aumente o protecionismo dão o sinal de alerta: a margem de manobra na disputa comercial, já escassa, pode ficar ainda menor
Marcelo de Paiva Abreu
valiar os rumos da política comercialdosucessor deLula requer análise do que foi a políticacomercialbrasileiranosúltimosoitoanoseapartirdaíconsiderar os cenários básicos de continuidade ou ruptura, dependendo da vitória de Dilma Rousseff ou de José Serra. Até mesmo os mais entusiastas defensores da política externa patrocinada pelo triunvirato Garcia–Amorim–Guimarães terãodificuldade em listariniciativasdepolíticacomercial que tenhamtidoreal relevância nosdois mandatosdopresidenteLula. Apredominânciadosobjetivos estritamentepolíticos na agenda de política externa foi marcante.Sóasfracassadasnegociaçõesmultilaterais na OMC caracterizaram exceção importante. Mesmo assim, a sua prioridade na agenda do Itamaraty decorreu em boa medida de argumentos políticos relacionados à posição proeminente do Brasil na coalizão do G-20 a partir do fracasso da reunião de Cancún, em 2003. No mais, o que se viu foi o enterro da ALCA depois de longa agonia, já iniciada no governo Fernando Henrique Cardoso, e uma postura de protelação sistemática de qualquer solução durável das inúmeras dificuldades de implementação de um Mercosul para valer. No colapso da ALCA, o governo quase que fez questão de proclamar prematuramente a sua aversão a uma iniciativa de integração hemisférica que incluísse os EUA. E, no entanto, parecia óbvio que a ALCA não poderia prosperar sem que houvesse disposição política do governo dos EUA quantoaconcessões agrícolas,especialmente ao Mercosul. As “alianças estratégicas” com as grandes economias em desenvolvimento restringiram-seajurasde cooperaçãopolítica. Aspreferências negociadas com Índia e África do Sul retratam bem a mediocridade das ambições de liberalização comercial.
A
A escolha da França como “parceiro estratégico” desenvolvido, manifestação indireta das reticências em relação aos EUA, não teve implicações práticas em fazer avançar as negociações comerciais estagnadas com a UniãoEuropeia. De fato,vista deParis,a parceria estratégica parece ganhar proeminência quando se trata de vender caças e ficar inativa quando se trata de fazer concessões agrícolas relevantes. A posição do Brasil foi ativa e construtiva nas negociações da Organização Mundial do Comércio que atolaram em 2008. Foi talvez o único bom momento da política externa brasileira desde 2003. Mas mostrou-se inviável manter a coesão do G-20. OItamaraty, entusiasmado com aliderança brasileira, e com o olho no almejado Conselho Permanente da ONU, subestimou as diferenças entre os interesses comerciais do Brasil, produtor agrícola eficiente, e os da China e da Índia. O G-20 foi bom de bloqueio, mas ruim de ataque. Enquanto o Brasil pensava em G-20, China e Índia pensavamem G-33 e G-90,coalizões comprometidas com o protecionismo agrícola. E a política comercial de Dilma e Serra? Nada indica que a eleição de Dilma possa significar ruptura relevante em relação à sua herança.Grandesnegociaçõescomerciaisbilaterais ou multilaterais parecem improváveis.Nas negociações na OMC, o Brasil mostroupoucadisposição emreduzirsignificativamente as suas tarifas sobre produtos industriais. Dada a reciprocidade que caracteriza as negociações na OMC, o espaço para redução do protecionismo agrícola, demanda principal brasileira, foi restrito pelas limitações das ofertas tarifárias industriais das economias em desenvolvimento. Há indícios claros de recrudescimento do protecionismo no Brasil como, por exemplo, a provisão extremamente generosa de crédito público subsidiado e o tratamento preferencial de provedores nacionais nas licitações públicas. A nostalgia protecionista
sugere que a escassa margem de manobra nas negociações comerciais poderá ter sido ainda mais reduzida. A ênfase da candidata na defesa da participação ativa do Estado na provisão de bens e serviços agrava este quadro. A mixórdia do Mercosul não parece preocupá-la. Por outro lado, alguns de seus comentários têm indicado ser bastante improvávelumareversão daposturaantiamericana que caracteriza a diplomacia do atual governo (a despeito de desmentidos meio perfunctórios). No melhor dos casos, mais do mesmo? José Serra tem feito críticas à política externa de Lula e demonstrado preocupação em perseguir substância em lugar de forma. Fez críticas também à postura do Brasil em relação ao Irã e – provavelmente menos razoáveis– à Bolívia. Tem insistido na necessidade de uma política comercial “agressiva”, semdetalhar quais seriamos alvos preferenciais das possíveis iniciativas brasileiras. Sua insatisfação com o estado de coisas quanto ao Mercosul é conhecida. Acredita, e tem razão, que são custosas as limitações impostas por parceiros do Mercosul, e especialmente a Argentina, a possíveis iniciativas brasileiras de celebração de acordos comerciais bilaterais. O que não está elucidado é se José Serra, como presidente, realmente renegará seus entusiasmos protecionistas e se realmente acredita que “um libera de um lado, outro de outro; num acordo bem feito os dois saem ganhando” . A política comercial que melhor serviria aos interesses nacionais deveria estar calcada na simultânea redução do protecionismo no Brasil e nos seus parceiros comerciais através de acordos bilaterais e no âmbito da OMC. Deveria ser combinada à maciça renovação da infra-estrutura e a políticas efetivas de inovação tecnológica e educacionais que melhorem a capacidade competitiva brasileira. Os dois candidatos parecem longe desse programa. Dilma mais longe do que Serra.
Marcelo de Paiva Abreu, doutor em Economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Andrew Hurrell é professor de Relações Internacionais no Balliol College, da Universidade de Oxford
Os países emergentes se tornaram atores indispensáveis na montagem de uma nova ordem global. Mas há pouco acordo quanto à natureza dessa ordem. E esses novos sócios do poder só têm em comum a luta por espaço STRINGER/REUTERS
Andrew Hurrell
multilateralismo funcionou na maior parte do período pós-1945, porque não era muito multilateral. Centrava-se num grupo central de países desenvolvidos. Excluía o bloco soviético e a ameaça soviética era essencial para sua coesão institucional e para enfrentar o desafio representado pela ascensão econômica do Japão e dos tigres asiáticos. O Terceiro Mundo tinha um papel marginal. Onde se envolveu, seus interesses eram limitados e predominantemente defensivos (o que se via claramente na participação dos países em desenvolvimento no GATT). Quando ele tentou desafiar a ordem estabelecida, nos anos 70, o desafio foi derrotado. Tudo isso mudou. O sistema internacional é caracterizado por uma difusão do poder,queinclui potências emergentes eregionais; por uma difusão de preferências com muito mais vozes exigindo serem ouvidas, tantoglobalmentequantointernamente,comoresultadodaglobalização edademocratização; e por uma difusão de ideias e valores, com uma retomada das grandes questões da organização social, econômica e política que se supunha já sepultadas com o fim da Guerra Fria e a ascensão do liberalismo. Há um consenso geral de que os novos poderes regionais e emergentes são atores indispensáveisdequalquerordemglobalviável. Mas há pouco acordo quanto à natureza ou aos princípios dessa ordem. A escala de desafios à governança é gigantesca. Da União Europeia ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o multilateralismo e as instituições formais estão em desordem. E a ascensão de novos poderes traz consigo uma heterogeneidade ainda maior de interesses e valores, assim como fortes demandas por status e reconhecimento – os chamados “positional goods” – a respeito dos quais é praticamente impossível chegar a um acordo estável. Uma reação já visível é a tentativa de voltar a uma ordem mais centrada nas grandes potências. Segundo essa visão, os Estados Unidos reduziriam o tamanho de suas responsabilidades ao negociar uma nova série de barganhas com as atuais potências emergentes.Essepensamentoéaparentenainterminável retórica das “parcerias” e na maior proeminência de agrupamentos informais como o G-20. As cadeiras ao redor da mesa de negociações seriam rearrumadas e a mesa, ampliada. A ordem global iria envolver um mosaico de agrupamentos diferentes e muito do que o diplomata Richard Haass, assessor do governoGeorge Bush,chamoude “multilateralismo bagunçado”. O ministro de Relações Exterioresda Grã-Bretanha,William Hague, falou recentemente de uma maneira semelhante, enfatizando a importância das relações com as potências emergentes e argumentando que a influência depende de redes de Estados com padrões fluidos de lealdades, alianças e conexões. Novas entidades como os BRICs, os BASICs e o IBSA pertencem, por igual, a esse cenário. Elas representam tentativas de se organizar para ter mais influência. Às vezes refletem um desejo de equilíbrio em relação aosEstadosUnidose umatentativa dedeslegitimar as pretensões ocidentais de ditar a ordem global. Às vezes eles são orientados por uma questão mais específica. Mas eles tambémsemarcampor interessesheterogêneos e muitas vezes conflitantes, e oferecem uma base fraca para um programa de ação. Apesar de a linguagem das novas parcerias estratégicasestarsempre presente,arealidade e a retórica frequentemente divergem – mesmo no caso muito alardeado da relação Estados Unidos-Índia.
O
OS BÁRBAROS ESTÃO CHEGANDO Brasil, Rússia, Índia e China, os BRICs, somam 15% do comércio mundial e entram no jogo. Mas já há reações em favor de um sistema mais seguro, que preserve o peso das grandes potências
O G-20 é supostamente o principal foro para a cooperação econômica internacional, mas ainda é incerto o que isso inclui – seria um centro de redes técnicas para uma governança da economia global? Um diretório dos principais Estados coordenando e apoiando a ação de instituições formais? Ou uma concertaçãomaisantiquada depotênciasjá estabelecidaseemformação, comeficiênciasustentada em hierarquia, exclusão e realização? É essa incerteza a respeito da função do G-20, e não a questão sobre o melhor tamanho ou abrangência, a maior fragilidade do agrupamento. Essas incertezas refletem o caráter complexo, híbrido e contestado da sociedade internacional contemporânea – uma sociedade que enfrenta uma série de desafios westfalianos (especialmente relacionados à transição de poder e ao surgimento de novas potências);mas que enfrenta esses desafios em um contexto marcado por fortes característicaspós-westfalianas(tanto em termos das condições materiais da globalizaçãocomoda mudança do caráter da legitimidade política). Seriam mais factíveis os movimentos em direção a uma ordem mais centrada nas potências? Quase certamente, não. As grandes potências de hoje parecem incapazes ou relutantes a desempenhar seus papéis tradicionais nesse tipo de ordem, ajudando a resolver o problema de outros povos e definindo seus interesses de maneira ampla, para ganhar algum apoio dos Estados mais fracos. Eles também compartilham uma granderelutância a pensar sobre reforma institucional séria e sobre a reconstrução de instituições multilaterais eficientes. Essa não é uma combinação feliz. Osproblemas de legitimidade são particularmente sérios. Os valores que definem direitos humanos e democracia foram manchados pelos excessos da era Bush; os atrativos do “soft power” do capitalismo de livremercado foram enfraquecidos pela crise financeira; e as alegações das instituições ocidentais sobre competência técnica e propriedade intelectual foram abaladas. Por outro lado, as potências emergentes de hoje se sentem tentadas a ver uma política externa escorada em princípios como algo pertencente a uma era de fraqueza ( caso do não-alinhamento na Índia); ou a enfatizar, corretamente, a hipocrisia e seletividadeque faz parte dos apelos ocidentais a valores globais (como exemplo, se tratando de direitos humanos na Índia e no Brasil). Mas legitimidade é indispensável – tanto para o poder nacional como para a ordem global. E é especialmente importante para um país como o Brasil, cuja influência não pode depender de força coercitiva. Essa é uma das razões pelas quais o multilateralismo continua indispensável. Um desafio final está relacionado à política doméstica. Isso emerge automaticamente no caso dos Estados Unidos. Mas, neste ponto crítico, algo semelhante pode ser dito a respeito das potências emergentes, grandese complexas. As restrições domésticas da Índia à mudança climática são tão complicadas quando as registradas nos EUA. Isso é novo? Em termos gerais, não. Pensemos nas tensões que foram geradas pela rápida mudança econômica no decorrer da ascensão dos Estados Unidos, da Alemanha e do Japão. Mas o que é novo, ou pelo menos difícil de evitar, é o grau pelo qual a substância das relações entre as potências necessariamente envolve uma gama de questões oriundas da estrutura profunda da sociedade doméstica. A politização da política externa no Brasil indubitavelmente reflete questões que são particulares ao país – como as mudanças ideológicas dentro da América do Sul. Mas o que vemos no Brasil faz parte de uma tendência mais geral.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010 Nº 980
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
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HYPER JUMP Keith Stuart The Guardian
10 dicas para quem quer usar o sistemaoperacional móvel do Google para jogar ●
O Android está em alta. De acordo com a Nielsen, os celulares com o sistema operacional móvel do Google está em 27% dos novos smartphones nos EUA no primeirosemestrede2010,ultrapassando o iPhone. E com o Android Market chegando aos 100 mil aplicativos, os fãs da Apple não podem mais caçoar da plataforma do Google por causa do acervo limitado de programas. E quais são as melhores opções de games para o Android? Se você acaba de comprar um aparelho com este sistema ope-
racional, eis dez sugestões de jogos para você experimentar. A maioriaoferece umaversãolimitadagratuitaparaqueoconsumidor possa jogar o game antes de decidir comprá-lo. Eles foram testados num Sony Ericsson Xperia 10, ótima escolha para quem gosta de jogos devido ao ótimo processador e à tela de 10 centímetros. Além disso, o telefone é bonito e confortável às mãos,o quegarantiugráficosimpressionantes nos games que foram testados. Eles também foram avaliados no X10 Mini, versão compacta do mesmo aparelho, que traz tecladodeslizanteQwertycompleto, bateria com tempo de carga surpreendente e uma tela muito boa. O aparelho não foi capaz de rodaralgunsdosjogosmaispesados, mas o resultado foi muito bom nos jogos do tipo puzzle e atendeu às exigências de fanáticos por e-mail e por SMS que desejam um telefone pequeno no qual possam jogar alguns games de vez em quando.
GAME NA MÃO
No Hyper Jump, o jogador precisa subir em plataformas pelo maior tempo possível, saltando e colecionando itens especiais
EVERLANDS
ANDROID MARKET ❙ Depois de ligar e configurar seu aparelho, o ícone do Android Market deve aparecer na terceira ‘home screen’ do seu celular INSTALANDO APPS ❙ Dentro da loja, escolha se quer baixar aplicativos, jogos ou outros downloads. Escolha o aplicativo e clique no botão ‘instalar’, do lado do nome do app
Este quebra-cabeças propõe embate entre criaturas da floresta, abelhas malignas, ursos e corujas num tabuleiro que mistura Super Trunfo e RPG tático
SHOOT U Os jogadores precisam usar um canhão para disparar personagens que seguem o com o objetivo de atingir uma estrela vermelha
RADIANT Jogo de tiro ao estilo retrô. Radiant traz alienígenas de néon que pulsam pela tela enquanto o jogador tenta atingi-los. Os controles são simples
BONSAI PLUS É preciso deter a linha de esferas coloridas atirando bolas contra elas. Quando três ou mais esferas da mesma cor são agrupadas, elas desaparecem TUDO NOSSO
Revista ‘Piauí’ está no estadão.com.br O site da revista Piauí, uma das mais importantes do Brasil, agora integra o portal estadão.com. br. João Moreira Salles, editor da revista, reforça o vínculo entre as duas publicações ao afimar que “com a parceria, também estamos sob a censura de José Sarney”. URBAN FISH
Peixe Urbano repercute nos EUA O site brasileiro de vendas coletivas Peixe Urbano chamou a atenção do blog TechCrunch. O criador do site, Julio Vasconcelos, foi entrevistado pelo blog sobre o cenário das startups de internet no Brasil e as semelhanças com o Groupon, principal site do tipo nos EUA. MULTIFUNÇÃO?
Kindle agora vem com games O Kindle, e-reader da Amazon, agora não serve mais apenas para ler. A loja virtual lançou os dois primeiros games para o aparelho. Every Word e Shuffled Row são variações de passatempos de palavras cruzadas e são gratuitos. 3D
Smartphone em três dimensões A Sharp é a maior fabricante de celulares do Japão, mas tem pouca expressão global. Para mudar isso a empresa anunciou que irá lançar um smartphone 3D. O aparelho não precisará de óculos específicos e terá uma câmera fotográfica 3D.
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SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
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PERSONAL NERD Escolhendo seu portátil TR
A B A L H O:
HP 210-1060BR
Principal atividade no computador EDITAR IMAGENS, ÁUDIO E VÍDEO
Com seus arquivos digitais sendo carregados de um lado para o outro diariamente e seu cotidiano cada vez mais conectado, resta entender que tipo de aparelho atende melhor às suas necessidades
Conectividade
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REDE + WI-FI
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REDE + WI-FI + BLUETOOTH + DVD-R + SAÍDA DE VÍDEO (HDMI)
- ROBUSTO
REPRODUZIR VÍDEOS OU GAMES NAVEGAR NA INTERNET
REDE + WI-FI + 3G
CRIAR TEXTOS E PLANILHAS
N
NT
O
REDE + WI-FI + BLUETOOTH + DVD-R (OU BLU-RAY) + SAÍDA DE VÍDEO (VGA)
:
E
TR
E T ENIME
Sony VPC-EB13EB - PODER DE PROCESSAMENTO - PLACA DE VÍDEO - TECLADO ESPAÇOSO
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Processamento EFICIENTE (INTEL ATOM)
EDITOR DE IMAGENS (PHOTOSHOP) TOCADOR DE MÍDIA (ITUNES, WINDOWS MEDIA PLAYER) NAVEGADOR (FIREFOX, CHROME)
PODEROSO (INTEL CORE I3)
V I A G E M: Lenovo S10-3 - CONECTIVIDADE
MUITO PODEROSO (INTEL CORE I5 OU I7)
- LEVE
EDITOR DE TEXTOS (WORD, OPENOFFICE)
Mobilidade (peso / L x P x A)
Característica mais importante RESISTÊNCIA PODER DE PROCESSAMENTO
MOBILIDADE
D PC
O M ÉS TIC
O:
DELL Latitude E5410
(GARANTIA + SUPORTE)
PESQUISA: FRED LEAL
1,22 kg / 268 x 178 x 23 mm 2,7 kg / 369 x 248 x 31 mm
- ESTABILIDADE - ESPAÇO EM DISCO - TECLADO ESPAÇOSO
DURABILIDADE A LONGO PRAZO
EFICIENTE (INTEL ATOM)
- ROBUSTO
1,1 kg / 268 x 168 x 16-14,4 mm 2,36 kg / 338 x 244 x 33,2 mm
INFOGRÁFICO/AE
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SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
E-READER
LEITURA AOS BITS Carla Peralva carla.peralva@ grupoestado.com.br
Livro eletrônico muda a forma como editoras e autores se relacionam
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O livro digital é como o gás encanado. O produto é idêntico ao que chega pelo botijão – mas você só precisa abrir o registro para usá-lo. A comparação é de Zeca Fonseca, autor que publicou eletronicamente seu primeiro livro, O Adorador, e só depois recorreu ao papel para divulgar suaobra.Paraele,ose-books vieram para difundir todo o conhecimento criado pelas pessoas, mas de forma mais rápida. Mike Shatzkin, fundador e CEO da The Idea Logical Company, que presta serviços de consultoria sobre toda a cadeia produtiva do livro, acredita em uma mudança de hábitos dos leitores eprevêqueoslivrosdigitaissuperarão em poucas décadas, em quantidade e em preferência, seus primos impressos. Ele falará sobre o futuro do livro amanhã, no Fórum Internacional do Livro Digital, evento a ser apresentado nos dois dias anteriores ao início da Bienal do Livro de São Paulo (que acontece entre os dias 12 e 22 no Anhembi). Só nos EUA, o mercado editorial eletrônico mais que duplica
a cada ano. A Amazon, por exem- de venda. Para ele, o autor deve plo, já experimenta os efeitos ter o direito de decidir como seu dessa migração: em um ano, a livro será oferecido aos leitores. venda dosmais de630 mil títulos “Todos têm o direito de publicar de e-books representaram um um livro, de fazer parte da literacrescimento de 200%, superan- tura”, diz. do a de livros de papel. OriscodapiratariaésuperestiPessimistas preveem o fim das mado, segundo Coker. Sim, no editoras,mas a maioria dos espe- ambiente digital é mais fácil cocialistas acha que esse é o mo- piarlivrosedeixar depagardireimentocertopara elassereinven- tos autorais. Mas o criador do tarem. O americano Mark Coker Smashwords crê que os leitores apostaemummodelodepublica- estão dispostos a pagar para ler ção digital baseado na autono- eletronicamente e que travar miadosautoresenainterativida- um arquivo – como faz a maioria de entre leitores. Em 2009, criou das revendedoras de e-books, a plataforma Smashwords, que com o DRM – é tratar o leitor hoje já conta com mais de 6.500 como um criminoso. autores profissionais e centenas Ao contrário dos usuários exde independentes. clusivos de computadores, que Funciona estão habiassim: o autuados a adtor formata quirir conseu livro de teúdo graOA LIVROS acordo com tuitamente, IMPRESSOS um manual quem usa RENDEM ATÉ 25% disponível smartphoPARA OS no site e sones e e-reaAUTORES. OS be o arquivo ders já está DIGITAIS, 85% de Word no acostumaSmashwordo a pagar ds. O site pequenas converte-o quantias paraoformaporaplicatito certo dos livros digitais e dis- vos, por exemplo. Pensando nisponibiliza nas maiores lojas de so, distribuidores de e-books foe-books, como Kindle Store, cam prioritariamente na leitura iBooks, Sony Reader Store e Bar- em tablets para rentabilizar seus nes & Noble. Quem determina o negócios. Os irmãos Luciana e preço é o próprio autor, que fica Duda Ernanny começaram a Gacom 85% da receita gerada pelas to Sabido, primeira e-bookstore vendas (menos as taxas cobra- brasileira com o propósito de das pelo serviço de pagamento vender de tudo: de best-sellers a online), contra o máximo de 25% edições que não são mais enconpagos pelas grandes editoras tradas em papel e obras inéditas americanas. de autores independentes. Para Esseéummodeloemqueauto- incentivar a compra de livros diresindependentestêmmais faci- gitais, que ainda engatinha no lidade para lançar seus livros no Brasil, importam e comercialimercado, sem que precisem pas- zam o Cool-er, leitor digital que sar pelo crivo das editoras. usaatecnologiadetintaeletrôniCoker diz que não considera jus- ca, similar a do Kindle. to um editor julgar a obra de alO Smashwords pretende cheguém e decidir quanto ela vale gar em breve ao Brasil. Com uma levando em conta seu potencial parceria fechada com a editora
‘TODOMUNDO LERÁEM TELAS’ O livro de papel tem futuro? DIVULGAÇÃO
LOGIN ❙ Mike Shatzkin, consultor especializado na cadeia produtiva do livro Os livros impressos perderão espaço para os digitais? Sim. Devemos nos perguntar: em que medida a venda de um livro digital significa que um impresso não foi vendido? Ou, em que medida um e-book vendido representa um novo consumidor? Acredito mais na primeira opção: há uma substituição de vendas. Daqui a 20 ou 30 anos, acho que todo mundo lerá em telas. Em cinco anos, metade dos livros serão digitais. Em dez, 75%. Então, acredita que a popularização dos e-books não vai criar novos leitores? Eu acho que, em grande parte, o mercado de leitores digitais é o mesmo que compra livros tradicionais. As pessoas estão mudando seus hábitos. Elas costumavam ler em papel e, agora, estão descobrindo que preferem ler em um Kindle, ou em um iPad. Talvez porque o e-reader já está com elas todo o tempo e não seja necessário carregar um livro também. Mui-
tas compram um iPad por muitas razões e descobrem que podem ler livros neles. Pode ser que não lessem livros antes e passem a ler e-books. Haverá um crescimento no número de leitores e isso fará o mercado crescer, mas só um pouco. Autores vão passar a escrever pensando especificamente em publicações digitais? Isso já está acontecendo. Primeiro, porque você pode publicar um e-book sem investir dinheiro. Além disso, há pessoas criando coisas que só podem ser feitas eletronicamente. Uma mulher do Reino Unido está fazendo um romance em que um casal só se fala por Skype. E, em partes da história, você assiste ao vídeo dessas conversas. Nós veremos cada vez mais experimentações desse tipo, mas não acredito isso vá substituir ou enfraquecer o romance tradicional. Se as pessoas podem publicar e-books sozinhas, como ficam as editoras? As editoras deveriam estar preocupadas com sua sobrevivência. Elas existem porque colocar palavras em um pacote apresentável que pode ser vendido para um consumidor requeria dinheiro, organização e perícia. Quando isso não é mais necessário, seu modelo de negócio está comprometido.
Singular Digital, todo o conteúdoládisponívelserávendido nos canais brasileiros, e as obras de autores nacionais serão comercializadas nas lojas estrangeiras queabastecemose-readersdetodoo mundo.Até o fimdo ano,diz Newton Neto, diretor-executivo da Singular, o Smashwords deve ser trazido completamente traduzido para o País. Outra aposta da Singular é o livro sob demanda, que permite a impressão rentável de pequenas tiragens. Esse modelo provou ser bem sucedido com a Amazon, que já tem mais de 85% deseuslivrosvendidos dessaforma. Para Neto, grandes tiragens não fazem mais sentido para a maioria dos livros, pois geram um gasto desnecessário de impressão e armazenamento – além do risco de encalhe. Além disso, dificultam que os leitores encontrem essas obras quando suas edições estão esgotadas, mas ainda não há demanda suficiente para que se imprima outra. Segundo ele, a expansão do mercadodelivrosdigitaisnosEstados Unidos foi precedida, do ponto de vista das editoras, pelo modelo de impressão sob demanda, que tornou a experiência de compra mais proveitosa para o leitor e capitalizou os arquivos digitalizados das obras. Serviço FÓRUM INTERNACIONAL DO LIVRO DIGITAL. Palestras de Mike Shatzkin, John B. Thompson, pesquisador de Cambridge, e Jean Paul Jacob, engenheiro eletrônico brasileiro. Dias 10 e 11, no Parque Anhembi. Inscrições pelo e-mail digital@cbl.org.br
PRODUTO ❙ Kindle DX PREÇO ❙ US$ 379,00 ONDE COMPRAR ❙ Amazon.com DETALHES ❙ Tela de tinta eletrônica com 9,7 polegadas, conexão Wi-Fi e 3G, só baixa arquivos da Kindle Store
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PRODUTO ❙ Cool-er PREÇO ❙ R$ 749,90 ONDE COMPRAR ❙ Gato Sabido DETALHES ❙ Tela de tinta eletrônica com 6 polegadas, compatível com PC e Mac, suporta arquivos ePub, RTF, TXT, HTML, entre outros
PRODUTO ❙ iPad PREÇO ❙ US$ 629,00, o de 16 GB ONDE COMPRAR ❙ Não está disponível no Brasil DETALHES ❙ Tela touchscreen com 9,7 polegadas, conexão Wi-Fi e 3G, vem com navegador instalado
PRODUTO ❙ iRiver Story PREÇO ❙ R$ 1.299,00 ONDE COMPRAR ❙ Fnac DETALHES ❙ Tela de tinta eletrônica, suporte a conteúdo multimídia, reprodução de MP3 e gravação de voz
PRODUTO ❙ Nook PREÇO ❙ US$ 199,00 ONDE COMPRAR ❙ Não está disponível no Brasil DETALHES ❙ Tela principal de tinta eletrônica, só baixa arquivos da livraria americana Barnes & Noble
PRODUTO ❙ Positivo Alfa PREÇO ❙ R$ 699,00 ONDE COMPRAR ❙ Livraria Cultura DETALHES ❙ Tela touchscreen de 6 polegadas, com Dicionário Aurélio já instalado, 2 GB de memória
PRODUTO ❙ Sony Reader PREÇO ❙ US$ 249,99 ONDE COMPRAR ❙ Não está disponível no Brasil DETALHES ❙ Tela touchscreen, conexão 3G, lê ePub e PDF
Oformatomudaalinguagem O filósofo canadense Marshall McLuhan dizia que “o meio é a mensagem”, referindo-se ao poder que o meio de comunicação tem de determinar o entendimento de um conteúdo. Se pudesseserquestionadosobreo futuroda literaturano mundodigital, ele com certeza apostaria na transformação da percepção da palavra escrita pelos leitores. Com os livros digitais, escritores e editoras têm novas possibilidades em vista. Tudo que antes era restrito pelo papel e pela tinta agora é possível: interatividade, links com informações adicionais, trechos escritos substituídos por vídeos, infográficos e ate funções sociais (leia abaixo). Autores e publicadores já perceberam o potencial que os e-books possuem, e estão explorando as novas linguagens que podem integrar lançamentos e reedições de clássicos. Em 2009, a startup Vook foi pioneira nesse processo e lançou aplicativos para leitura em celularese nainternet. Mas, com
a chegada do iPad, a integração de mídias fica muito mais fácil e começa a ser levada a sério. Emparceriacom aeditora Nova Fronteira, a Singular Digital irá lançar uma versão eletrônica do livro 1808, de Laurentino Gomes, que narra a vinda da família real portuguesa para o Brasil. O e-book será lançado na Bienal do Livro, que começa no próximo dia 12, e conta com fotos, vídeos e recursos multimídia que fizeram parte da pesquisa do autor –
como o quadro Coroação de Dom Pedro I (acima), de Debret. Newton Neto, diretor-executivo da Singular, crê que as editorasqueestãoentrandonomercado eletrônico precisam investir em novos formatos e sair do digital estático. Mike Shatzkin, consultor especializado na cadeia produtiva do livro,
diz que várias experimentações desse tipo serão feitas nos próximos anos e ganharão entusiastas.Umriscoparaaliteraturatradicional? Não, apenas mais um jeito de contar histórias. Mark Coker, da editora digital Smashwords, também acha que os romances estão a salvo. Para ele, os recursos multimídias fazem mais sentido em livros não ficcionais, que trazem informações que podem ser enriquecidasporvídeosefotos.Mas,aliteratura ficcional, diz ele, pede um momento introspectivo, de imersão, em que as imagens são criadas na cabeça do leitor, guiado apenas pelas palavras. /C.P.
LEITURA SOCIAL Kevin Rose, criador do Digg, se incomoda ao ler e-books em aparelhos conectados à internet e não tirar nenhum proveito disso. Para ele, a
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leitura pode se tornar um experiência social. Por isso, fez uma lista com as cinco coisas que mais gostaria de poder fazer nos próximos e-readers.
● exTRAS Clicar no nome de uma personagem e ver uma ficha com mais informações sobre ela. Destacar uma palavra e já buscá-la no dicionário ou na web
● ANOTAÇÕES Destacar um trecho de que você gostou muito e gravar uma anotação de voz sobre ele, que poderá ser ouvida por seus amigos
● EMPRÉSTIMos Que tal tornar digital uma prática tão comum nos livros em papel? É emprestar um e-book para um amigo e pegá-lo de volta em apenas um clique
● ESTATÍSTICAS Ter uma janela que mostre quantas páginas faltam para o fim, qual a média de leitura por minuto e o tempo estimado para terminar o livro
● CLUBE DO LIVRO Reunir amigos dentro de um livro e ver, no índice, em que capítulo cada um está. Acompanhando o ritmo de leitura deles, dá para começar conversas interessantes
WIKIMEDIA COMMONS/REPRODUÇÃO
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SERVIDOR
O QUE ACONTECEU COM O
De roupa nova
WAVE “O WAVE SEMPRE TEVE SEUS DETRATORES. MAS NÃO É A PLATAFORMA, ESPECIFICAMENTE, QUE ME PREOCUPA, MAS SIM QUE O GOOGLE SIMPLESMENTE NÃO CONSEGUE DESCOBRIR UM MEIO EFETIVO DE LANÇAR NOVAS FERRAMENTAS” Jeff Jarvis autor do blog Buzzfeed
Recriaro serviçodee-mail do zero, fundindo-o com o de um comunicador instantâneo e construindo um ambiente totalmente colaborativo. Era essa a missão do Wave em maio de 2009, quando foi aberto àqueles que tinham convites. A disputa por eles, no entanto, não chegou nem perto da que o Google esperava. A maioria das
“QUANDO ENTREI NO WAVE, NÃO VI NADA DE INTERESSANTE. FICAVA A CARGO DO USUÁRIO DECIDIR COMO VENDÊ-LO. MAS EU NEM ENTENDI O QUE AQUILO ERA, OU SUAS CAPACIDADES, E ESTAVA SEMPRE OCUPADO. SE EU GASTASSE TEMPO ALI, TALVEZ PARECESSE INTERESSANTE. MAS EU NÃO GASTEI”
pessoas achava a ferramenta complicadademaise,semdisposição para explorar o seu funcionamento, deixou a onda passar. Três meses depois, a companhia anunciou que não trabalharia mais em melhorias para ele. Continua no ar, ao menos até o finaldoano,comoquepara registrarmais uma falha doGoogle na web social. Seu código foi aberto – talvez os usuários descubram o que fazer com ele. Se o Twitter tem parte de uma ideia simples que a maioria entende, o Wave quis recriar a roda. As pessoas teriam que reaprender a usar a internet e até mudar como interagiam uma com as outras. O resultado? Ninguém quis.
A empresa canadense Research in Motion (RIM), fabricante do Blackberry, anunciou na última semana o lançamento de um novo modelo de smartphone, o Blackberry Torch 9800. O aparelho tem tela multitoqueetecladodeslizante, além de apresentar a nova versão(6.0)dosistemaoperacional da RIM. O Blackberry foi o primeiro modelo de smartphone a se popularizar, ainda no começo dadécadapassada.Atéhápouco a marca ocupava a liderançanomercadonorte-americano de celulares inteligentes, mas foi ultrapassada no último trimestre pelos celulares
baseados em Android, o sistema operacional do Google – adotado por empresas como Motorola, HTC e Samsung. Ao mesmo tempo em que o Blackberry começa a crescer nos Estados Unidos, a RIM ainda tem que se preocupar com sua presença nos mercados em desenvolvimento do Oriente Médio – seu Messenger virou assunto de segurança nacional em países como Kuwait e Emirados Árabes.
TORCH ❙ Novo smartphone da Blackberry tem tela multitoque e teclado deslizante. O sistema operacional também ganhou atualização para competir com iPhone e Android
/RAFAEL CABRAL
Dave Winer criador do RSS e blogueiro
Classificados
“SEMPRE ACHEI INCRÍVEL O FATO DE ELES TEREM LANÇADO O WAVE. TECNOLOGIA INTERESSANTE? CLARO. MAS, COMO PRODUTO, ERA QUASE IMPOSSÍVEL DE DESCREVER. QUANDO UMA NOVA FERRAMENTA FAZ SUCESSO MESMO SEM NINGUÉM ENTENDER, PARA QUE ELA SERVE?” John Gruber autor do blog Daring Fireball
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NAVEGAR IMPRECISO
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Pedro Doria pedro.doria@grupoestado.com.br
A estratégia da Microsoft para derrubar o Google
E
le apareceu faz pouco tempo. É discreto que só mas, numa páginatão espartana,ainda assim chama atenção. Está lá no pé, à esquerda, do endereço Google. com: “Altere a imagem do plano de fundo”. A home branca se vai substituída por uma fotografia colorida à beça. O Google fica a cara do Bing. Há um quê de surreal na situação, como se algo ali não fizesse sentido. O Google copiando o sistema de buscas da Microsoft. E, no entanto, as reportagens e análises vêm surgindo. É um processo lento, quase que surpreso. Mostram que o Bing cresce nos EUA – tinha 8% do mercado de buscas quando foi lançado, em maio de 2009. Agora está com 12,7%. Dos blogs ultra-especializados aos sites de tecnologia e de lá, semana passada, para o New York Times. Alguém na Microsoft anda feliz da vida: elogio na imprensa não é exatamente coisa com a qual estão acostumados. E por certo há surpresa equivalente na sede do Google. Alguém dizendo que outrositede buscasébomtambém? Como pode? Não adianta recorrer a ele. O Bing é bom, sim. Mas não no Brasil. Ele é bom nos EUA. E não é que seja bom em qualquer busca. Ele faz bem coisas bastante específicas.Procurar, porexemplo, passagens de avião para comprar. É uma busca tão sofisticada que entende a flutuação dos preços. Não só informa que um avião sai do aeroporto pedido e a quehoras naquele dia comodiz seo momento para comprar é bom ou ruim. Se o preço melhora nuns dias ou se não passa disso. Ele responde com o placar do jogo para quem busca uma partida. Responde com a cotação se alguém perguntar sobre uma ação negociada nas bolsas americanas. Escreva o nome da empresadetransporteeo código daencomenda,Bingretornacomolocalondeopacote está. Bing é melhor para buscar onde
o produto está mais barato, enquanto o Google virou o terror poluído onde quem busca um produto só encontra de volta lixo. Ao menos, tudo isto é verdade lá nos EUA. Aqui, ainda não. Faz só algumas semanas que o Googleadaptouseus resultadosde buscapara imagens. Antes, era um tal de clicar no link da próxima página, uma após a outra, até encontrar aquele retrato perfeito. Agora, não. Um scroll para baixo resolve – a próxima patacada de fotos aparece. Copiou do Bing. Sim: estão copiando mesmo o sistema da Microsoft. O Google, símbolo da agilidadeeeficiência tecnológicadoVale do Silício, está copiando a mesmíssi-
ma empresa de Bill Gates, quetem parecido sempre se atrapalhar nos últimos anos. Ora, pois. O movimento é discreto. A turma do Bing tem na manga algumas poucas e bem implementadas inovações. Sua busca, em termos gerais, não é melhor que a do Google. Mas é direita. A esperança é que alguém venha procurar pela passagem e continue ali na hora de pesquisar sobre história para o trabalho escolar.Enãoéàtoaque buscastãoespecíficas sejam localizadas geograficamente – que funcionem lá mas não aqui. É preciso analisar bem os sistemas locais todos até responder bem por um serviço. Há que adaptar país por país. O movimento é discreto mesmo. Cresceuum punhadodepontospercen-
tuais enquanto o Google ainda tem para lá da metade. Está sólido e confortável na liderança. Ainda assim, pela primeira vez em anos, o Google copia um concorrente. JasonCalacanis,oempresáriopioneiro dos blogs enquanto negócio que se transformou em analista de tudo o que acontece na rede, tem uma ideia. Seria um grande acordo entre a Microsoft e a imprensa, nos EUA. No sonho de Jason, que bem gosta de umaconfusão instalada,Bill Gatesbateria à porta de cada um dos dez maiores grupos de mídia americanos. Eles produzemogrossodainformaçãoconsumida online. A cada um destes grupos, Gates faria uma oferta em dinheiro. Não precisa ser muito, basta que seja algum.
É para compensar a queda na renda em publicidadeaoperderos acessosvindos do Google. Isso mesmo: em troca do dinheiro, cada um dos dez bloquearia todos os seus sites para o Google e ficaria exclusivo do Bing. Não derruba o Google, mas faz uma bagunça danada. O site deixa de ser a fonte primordial de notícias nos EUA. À Microsoft, custaria um dinheiro. Estaria, literalmente, comprando uma parcela da audiência que se informa via mecanismos de busca. Busca, afinal de contas, é matéria de hábito. Tem a ver com o primeiro site que nos vem à mente ou com a caixa que, convenientemente, já pusemos direto no software de navegação. Em geral, para quase todo mundo, Google. O hábito não se constrói por acaso. A turma do Google é boa em tecnologia e sua tecnologia não está apenas no programa que seleciona as melhores respostas para cada agrupamento de palavras-chave.Tambémestáem seusservidores:umasériede computadores baratosemrede,umapósooutro,armazenados em galpões espalhados pelo mundo.Computadoresbaratíssimosfuncionando como se foram um só. Rápidos, incomparavelmente rápidos. É apenas uma de suas vantagens. Derrubar o Google não é trivial. Mas a tática da Microsoft é interessante por surpreender. Ao invés de tentar construir um site de buscas melhor em tudo, optou por investir em segmentos específicos e a investir na interface. A busca se apresenta mais organizada, mais prática. E o produto final é ornado por uma bela fotografia que muda todo dia. Seu problema é que o Google copia. E copiarápido.SeéumabrigadeDavicontra Golias, não deixa de ser curioso ver a Microsoft no papel de Davi.
link http://blogs.estadao.com.br/pedro-doria/
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Aos 44 anos, o fundador da Zynga tem fama de ser difícil, é considerado um visionário e, apesar de se vestir como um garoto, tem mais de dez anos a mais do que a maior parte dos novos bilionários do Vale do Silício
The New York Times
“NÓS ÉRAMOS
“Estamos em 2007. Não é possívelque ainternetseja sóisto. Deve haver algo além de um brechó, uma livraria, um buscador e um portal”. São eles os gigantes e-Bay, Amazon, Google e Yahoo. A frase foi dita por Mark Pincus, 44anos,criadordaZynga,produtora de games para o Facebook como FarmVille e Mafia Wars, e resume bem as ambições da empresa – todas elas encarnadas na figura do fundador. E para que não haja dúvidas quanto a qual dos gigantes a Zynga se compara, Pincus disse que a oportunidade de erguer um império do entretenimento era “como o setor das buscas antes do Google”. Por enquanto, ele parece estar no rumo certo. A Zynga Game Network é a mais promissora dentre as novas empresas do Vale do Silício desde o Twitter e de seuantecessor,oFacebook.DiferentementedoTwitter,cuja renda é simbólica, a Zynga está a caminho de embolsar US$ 835 milhões neste ano, de acordo com a Inside Network, que acompanha os aplicativos do Facebook. Enquanto o Facebook levou 4 anos e meio para atingir a marca de 100 milhões de usuários, a Zynga ultrapassou esse número em 2 anos e meio. A maiorparte da rendada Zynga, cujos jogos são todos gratuitos, provém da pequena fração dos usuários que paga dinheiro de verdade por artigos de faz-deconta que lhes permitem avançar nos jogos ou presentear os amigos. Os jogadores VIDA DIGITAL podem comprar tais itens com cartões de crédito, com contas do PayPal ou com o Credits, novo sistema de pagamentos do Facebook. O trator cor-derosa, um dos itens mais procurados no MARK FarmVille, custa cerca de PINCUS US$ 3,50. É pouco, mas multiplicado pelos milhões de usuários, vira bastante. Aempresacresceurapidamente até chegar a quase mil funcionários, um aumento acentuado em relação aos 375 funcionários quecompunhamsuaforçadetrabalho um ano atrás, e há atualmente 400 vagas em aberto na Zynga.InvestidorescomooGoogle e o fundador da Netscape, Marc Andreesen, depositaram cerca de US$ 520 milhões na empresa. Apesar departe do dinheiro ter sido usada para comprar a participação de investidores iniciais e funcionários, a soma ainda é considerável para os padrões do Vale do Silício. O valor de mercado da Zynga foi avaliado em mais de US$ 4,5 bilhões, o que faz de Pincus um sériocandidato asetornar o próximo bilionário no Vale do Silício. Pelos padrões da região, onde pessoas como Andressen, criador do Netscape, Mark Zuckerberg,do Facebook,Larry Page e Sergey Brin, do Google, ergueram impérios na internet antes de completar 30 anos de idade, Pincus é um garoto genial de idade avançada. Vestindo jeans e camiseta, ele poderia facilmente passar despercebidoem meioaos novosrecrutasdaZynga, umgrupo de engenheiros e gerentes de produto que vestem agasalhos de capuz e têm pouco mais de 20 anos. Empreendedor serial, ele vendeu sua primeira empresa, a Freeloader – um dos primeiros serviçosde transmissãodainterNÚMEROS net –, por US$ 38 milhões e tornou pública sua segunda empresa, uma produtora de software empresarial chamada Support. MILHÕES de dólares é o que a com. Ele possui muitas casas e Zynga deve faturar em 2010, um avião. Mas, cinco anos atrás, segundo a Inside Network. naépocaem quesuaterceiraempresa – uma rede de relacionamento chamada Tribe.net – caminhava para a falência, ele se queixou, numa entrevista, que FUNCIONÁRIOS trabalham aindanãoestavanalistadosprinlá. Um ano atrás eram 375 pescipais nomes do Vale do Silício. soas. Há 400 vagas abertas. Com a Zynga, Pincus acredita que finalmente receberá o que
LUCRATIVOS ANTES MESMO DE TER
DINHEIRO “ ● Veterano
Antes da Zynga, ele teve um serviço de transmissão de dados, uma produtora de software e uma rede social
VD
835
1.000
JIM WILSON/THE NEW YORK TIMES
Miguel Helft
4,5
4
20%
BILHÕES de dólares é o quanto a
VEZES mais gente joga games da
empresa, que tem três anos de existência, vale hoje
Zynga em comparação com a Eletronic Arts, segunda no setor
DOS USUÁRIOS do Facebook entraram na rede social para jogar games
211
1
520
MILHÕES de pessoas jogam ga-
MÊS foi o tempo que levou para o
MILHÕES de dólares é o que a
mes da da Zynga por mês. Farmville já teve 83 milhões de adeptos
FrontierVille, novo título, atingir a marca de 20 milhões de usuários
Zynga recebeu de investimento até agora
merece. Ele fala em erguer uma empresa cujos serviços sejam tão indispensáveis que, no futuro, todos se perguntem como vivíamos sem ela. Enquanto abria seu caminho pelo Vale do Silício, Pincus ganhou a reputação de líder visionário.Maseletambéméconhecido por sua personalidade incisiva e estilo irreverente, uma imagem que não tenta desmentir. Ele costuma se vangloriar de ter sido demitido de uma firma de consultoria por ser muito impaciente com seus chefes. “Nunca acreditei que sofrer no trabalho fosse um critério para ser respeitado”, disse numa palestra. Pincus fala abertamente de sua desconfiança em relação aos investidores e afirma não quer ficar à mercê deles. “Nós éramos lucrativosantesmesmodeterdinheiro”, diz. “Acho que isso nos confereumachance maior de,ao sentar com investidores, agir como seus pares, e não como seus funcionários.” Ele diz que certa vezimpediu ossócios de umafirma que tinha investido na Support.com de participar das reuniões “porque eles nada tinham a acrescentar”. Com um toque de orgulho, acrescenta que uma empresa do Vale do Silício se recusou a investir na Zynga por considerá-lo “impossível de manobrar”. Mas ele reconhece que, com o sucessodaZynga, eletevede maneirar nas atitudes intempestivas. “Conforme a empresa ganhou visibilidade e exposição, comeceiaperceberque umgrande número de pessoas leva a sério as coisas que digo”, afirma ele. “Tive de amadurecer.” ConformeaZyngaemergiucomomaisbemsucedidadesenvolvedora de aplicativos para o Facebook, o relacionamento com a gigante das redes sociais ficou maiscomplicado.Primeiro,houve problemas com o sistema de notificação e a queda nos acessos. Então o Facebook disse que pressionaria os desenvolvedores de aplicativos para que adotassem uma moeda virtual, chamada de Credits, dentro do site, cobrandoumaparcelade30%sobre o lucro obtido. A situação ficou tensa, mas as empresas conseguiram acertar as diferenças. Em maio, anunciaram uma parceria de 5 anos ampliando o uso dos créditos nos jogos da Zynga. Ethan Beard, que lidera a equipededesenvolvedoresparaaplataforma Facebook, reconheceu o desgaste, mas disse que a relação entre as empresas agora é “extremamente sólida”. Ainda assim, alguns analistas preveem novos atritos conforme o equilíbriode poder entre elas se altera. “A maioria das pessoas acredita que o Facebook seria um fenômeno mesmo sem os jogos”, diz MichaelPatcher,analista daWedbushSecurities.“Não estou tão certo quanto a isso. Entre 20% e 30% das visitas ao Facebook têm como objetivo o acesso a estes jogos.” A Zynga, que parece estar considerando a possibilidade de uma oferta pública, não quer apostar todas as suas fichas no Facebook.Aempresa assinourecentemente um acordo para trazer seus jogos aos milhões de usuáriosdoYahoo.EPincusdividiu o palco com Steve Jobs, da Apple, no lançamento do iPhone 4, anunciando que o FarmVille estaria disponível no celular. Isso sem falar na recente aproximação entre Google e Zynga. Quando Pincus teve suas primeiras ideias para a criação da Zynga, a maioria dos investidores e demais participantes da indústriaduvidouqueumaempresa iniciante no ramo dos games pudesse virar a próxima grande promessa. Mas o sucesso dos jogos da empresa calou os críticos. “De todos os empreendimentos novos dos quais já participei, a Zynga, de apenas 3 anos, é o mais lucrativo, o que mais cresce e o que apresenta o maior número de fregueses satisfeitos”, diz John Doerr, sócio da Kleiner Perkins Caufield & Byers, firma de investimento que apoiou Amazon, Google e Netscape. /TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
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SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
A Disney brasileira Resort Rio Quente, em Goiás, é o hotel que mais fatura no País
Pág. N5
Cérebro. Gandour, da IBM, lidera inovação no País Pág. N4
negócios KEITH RINGLAND/GETTYIMAGES
http://www.estadão.com.br
O ponto de interrogação do JBS O empréstimo de R$ 3,5 bi dado pelo BNDES para a compra da americana Pilgrim’s deveria ser solução. Mas virou problema para o frigorífico brasileiro
Raquel Landim David Friedlander
ra para ser um negóciodepaiparafilho: um empréstimo de R$ 3,5 bilhões, sem juros, pagamentodedividendos ou qualquer outro custo durante o prazo de um ano. Com esse dinheiro, fornecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o frigorífico JBS comprou aamericanaPilgrim’snoanopassado e se consolidou como o maior produtor de carne processada do mundo.
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Pelo plano original, o JBS abriria em seguida o capital de sua filial nos Estados Unidos – e assim o BNDES transformaria a dívida em ações e a empresa da família Batista começaria a ganhar dinheiro com a operação americana. Faltou combinar com o mercado. O último repique da crise econômica assustou o investidor americano e o JBS já anunciou que não há condições para abrir seu capital este ano. O tropeço no mercado americano não é culpa do JBS, mas deverá custar à companhia US$ 300 milhões – o equivalente a meio bilhão de reais. Esse é o valordeumamultaprevistanocon-
trato com o BNDES no caso de o JBS não conseguir abrir o capital nosEUAatédezembro.Procurados, o JBS afirmou que está em período de silêncio e o BNDES não quis se pronunciar. OJBSjáadiouduasvezesoplano de lançar ações nos EUA. Seria o arremate do agressivo processodecrescimentointernacional que começou com a compra da Swift na Argentina, em 2005. Dois anos depois, a empresa abriu seu capital no Brasil, captou recursos e adquiriu outras dez empresas no exterior, em apenas três anos. Desde a compra da Pilgrim’s, em setembro, o cenário mudou,
tornando as coisas mais difíceis paraoJBS. Arecuperaçãodaeconomia global está mais lenta do que se imaginava por causa da crisenaEuropa.Ospreçosdomilho e da soja, base da ração dos animais, subiram. A Rússia, um dos maiores clientes dos exportadores de frango dos EUA, fechou as portas para o produto. Tudo isso minou o interesse dos investidores americanos por ações de empresas de alimentos. A compra da Pilgrim’s foi um negócio de ocasião. Como a empresa estava quebrada, suas ações, que chegaram a custar US$ 32 cada, despencaram para US$ 0,40 no auge da crise. O JBS
arrematou a empresa pagando US$ 3,5 por ação. Hoje, elas valem o dobro. Além da pechincha, os irmãos Batista (Júnior, Joesley e Wesley) encontraram apoio no BNDES e sua política decriaçãodemultinacionaisbrasileiras. O BNDES comprou R$ 3,5 bilhões emdebêntures (dívida que pode ser convertida em ações) do JBS. Esse modelo teve duas vantagensparaosBatista:aocontrário de um empréstimo normal, não há pagamento de juros; e, como os papéis são convertíveis em ações, não contaminam o balanço da empresa, já muito endividada, com mais débito.
Para não ficar desprotegido, o banco estatal impôs uma condição – a tal abertura de capital nos Estados Unidos, até o fim do ano. Caso isso não aconteça, o BNDES tem direito a receber ações do JBS no Brasil. O frigorífico tem a opção de esticar o prazo até dezembro de 2011. Mas nesse caso é obrigado a pagar uma multa de 15% sobre o valor da operação – cerca de R$ 520 milhões. Mercado fechado frustra planos do JBS nos EUA
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
FATO RELEVANTE CLAYTON NETZ
Colaboração Denise Ramiro denise.ramiro@grupoestado.com.br Felipe Vanini felipe.vanini@grupoestado.com.br
clayton.netz@grupoestado.com.br
TECNOLOGIA
Rede D´Or e fundador da Amil avaliam parceria
ANTITRUSTE
FABIO MOTTA/AE
“Os acordos entre publishers, Amazon e Apple parecem ter resultado em preços iguais para muitos dos e-books mais populares, privando potencialmente os consumidores de preços mais competitivos” Richard Blumenthal PROCURADOR-GERAL DE CONNECTICUT
TURISMO DE NEGÓCIOS
Viagens para o exterior superam as nacionais
Consolidação. A carioca rede D´Or fez parceria com o BTG e agora analisa alvos de aquisição clima é de euforia entre muitos executivos e, especialmente, donos de hospitais. Em pleno processo de consolidação do setor, há uma série de negociações em andamento.Uma delas pode alterarradicalmente o atual equilíbrio de forças. Segundo apurou a repórter Melina Costa, a rede carioca D´Or, líderentre os gruposprivados, mantém conversas com o empresário Edson de Godoy Bueno, dono de uma rede que inclui os hospitais Santa Paula e 9 de Julho e também fundador e controlador da Amil, maior empresa de planos de saúde do País. Na semana passada, executivos da Rede D´Or, sob orientação do banco BTG Pactual, visitaram o hospital Santa Paula para uma due dilligence (processo de análise
O
dos dados financeiros da empresa) e tinham planos de visitar o 9 de Julho. Ainda não se sabe qual o formato de uma possível associação entre a Rede D´Or e os hospitais de Bueno: se uma fusão, aquisição ou a compra de apenas algunshospitais em separado. Procurado, o BTG não se manifestou sobre o assunto, assim como Edson Bueno. Já a Rede D´Or negou a aproximação. “Não participamos de nenhuma due dilligence no 9 de Julho e no Santa Paula”, diz Jorge Moll, fundador e presidente da rede. “Mas analisamos a aquisição de outros hospitais.” Em maio, a Rede D´Or tornou-se parceira do banco BTG Pactual depois de uma emissão de debêntures conversíveis (dívida que pode se transformar em participação acionária). Com R$1,5 bilhão em faturamento, a rede é o principal comprador de hospitais do País. Há, pelo menos, duas outras negociações em curso no setor. A mais avançada é a do hospital São Luiz, que procura
um sócio. A outra envolve a rede Vita, donade quatrohospitais– dois emCuritiba (PR) e dois em Volta Redonda (RJ). Atualmente, dois fundos de participações e um concorrente estão na disputa pelo Vita, segundo um executivo próximo às conversas. As redes de hospitais representam o último elo na cadeia dos negócios de saúde ainda no início da consolidação. Planos de saúde, laboratórios farmacêuticos e de análises clínicas já convivem com a onda de fusões e aquisições há anos e algumas empresas têm capital aberto na Bolsa de Valores. No caso dos hospitais, o processo é mais lento por um motivo em especial: essas empresas são proibidas, pela Constituição, de receber aportes de investidores estrangeiros(o que inviabiliza os IPOs e o avanço de uma série de fundos). Representantes do setor fazem lobby no governo para que a regra seja alterada, mas ainda não há previsão de mudança.
O resultado da operação brasileira da Carlson Wagonlit Travel (CWT), líder mundial em gerenciamento de viagens corporativas, mostrou que pela primeira vez em cinco anos a procura por viagem de negócios internacional superou a doméstica. Segundo dados da CWT, no primeiro semestre do ano, o volume de vendas de viagens para o exterior cresceu 50,7% sobre igual período de 2009, enquanto os destinos nacionais cresceram 49%. “Isso comprova a recuperação nos negócios com outros países depois da crise internacional”, diz André Carvalhal, presidente do escritório da CWT no Brasil. No bolo total de bilhetes comercializados, o faturamento com passagens internacionais representou 51%, contra um índice de 45% em 2009. Os principais destinos estrangeiros no período foram, pela ordem, Buenos Aires, Houston, Paris, Santiago do Chile, Cidade do México, Bogotá, Nova York, Frankfurt, Miami e Lima. As vendas totais da CWT, nos seis primeiros meses do ano, chegaram a US$ 12,3 bilhões. O maior ganho veio da América Latina, com alta de 48,1% no período. MÍDIA DIGITAL
Editora Europa lança títulos na íntegra para iPad A Editora Europa está lançando uma versão integral para os aparelhos iPod e iPhone, da Apple, de quatro de suas 16 revistas mensais. O programa para leitura dos títulos Natureza, EDGE, VídeoSom e Computer Arts foi desenvolvido pela americana Pixel Max Media, que também produziu o aplicativo da revista Vanity Fair. Inicialmente, as edições, que devem ser adquiridas na Apple Store, custam US$ 0,99 e oferecem a possibilidade de o cliente tornarse assinante dos títulos. Segundo Aydano Roriz, um dos sócios da Editora Europa, esse lançamento faz parte de seu plano de atingir um faturamento de R$ 100 milhões em 2010.
Claro quer faturar com aplicativos móveis De olho no aquecido mercado de aplicativos para telefones móveis, que deve gerar receitas de US$ 15,6 bilhões em 2013 ante US$ 1,94 bilhão no ano passado, a operadora Claro está patrocinando o I Prêmio Mobilefest de Aplicativos para Celular, que premiará os melhores trabalhos na área. Os vencedores ganharão um contrato de seis meses de exclusividade com a operadora para comercializar os aplicativos no Portal Claro Ideias. O melhor deles participará de um programa de desenvolvimento de aplicativos móveis no Canadá. IMÓVEIS
Financiamento será foco em evento em SP Os principais bancos do País já confirmaram presença no Salão Imobiliário São Paulo e prometem levar ao evento opções de financiamento, cartas de crédito, taxas de juros e prazos para pagamentos diferenciados. “Haverá opções para quem deseja adquirir seu primeiro ou segundo imóvel”, diz Marly Parra, diretora da Reed Exhibitions Alcântara Machado, promotora do evento. A expectativa é que o volume de crédito à disposição dos 50 mil visitantes chegue a R$ 1 bilhão, mais de 60% acima do oferecido em 2009. O Salão Imobiliário acontece de 23 a 26 de setembro, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. AGRONEGÓCIO
Orgânicos apostam em Copa Verde em 2014 A Organics Brasil, entidade de promoção dos produtos orgânicos, contratou a consultoria paranaense Brain para elaborar um plano de desenvolvimento do setor para os próximos cinco anos. A ideia é incluir o consumo de produtos orgânicos na Copa do Mundo do Brasil de 2014, ação batizada de Copa Verde, além de avançar na elaboração de um certificado único do setor.
PELO RALO
R$ 238 mi é o custo anual dos afastamentos do trabalho provocados pela falta de saneamento básico no País, de acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o Instituto Trata Brasil
Negócios por quem faz negócios
Sem recursos, não há crescimento José Eduardo Carneiro Queiroz
dinâmica do crescimento econômico do Brasil e do interesse de investidores estrangeiros em nosso País é todo dia anunciada nos meios de comunicação e nas conversas sobre negócios. Desde o chamado “milagre econômico”, na década de 70 do século 20, não vemos um período tão longo de crescimento com grande possibilidade de resultar numa mudança de patamar para o País. A partir dessa dinâmica, temos assistido a um grande desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro. Nos últimos cinco anos, grande foi o número de empresas que buscou o caminho da abertura de capital e do acesso via mercado a recursos mais abundantes para financiar seus projetos. Também nesse período vimos uma série de outros desenvolvimentos relevantes: a expansão do crédito disponível, tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas; a grande expansão do mercado interno, com a inclusão de milhões de pessoas no mercado consumidor; e a mudança da percepção internacional sobre o Brasil e as opor-
A
tunidades de investimento aqui existentes. As perspectivas para a próxima década são tão boas que chegam a ser assustadoras, se pensarmos na quantidade de recursos que será necessária para financiar todos os investimentos que o crescimento econômico demandará. Serão investimentos em infraestrutura, em empresas e na sua capacidade produtiva. Como o volume de recursos necessários será muito grande, o aumento da capacidade das fontes hoje utilizadas para financiamento e desenvolvimento de novas fontes de financiamento será necessário e obrigatório. Essa readequação das fontes de financiamento já está acontecendo, estabelecendo no Brasil diferentes maneiras de investidores e instituições financeiras disponibilizarem recursos para as companhias, de acordo com o perfil dos investidores, o estágio dos investimentos e o tamanho das empresas. Private equity. Um estágio inicial está nos investimentos dos fundos de private equity. Esses fundos, muitos deles internacionais, aplicam recursos ainda nas etapas mais iniciais de desenvolvimento das empresas ou quando elas ainda não acessaram o mercado de capitais. Seus investimen-
BAPTISTÃO
tos são tipicamente realizados com a aquisição de participação no capital das empresas receptoras. São os private equity muitas vezes que trazem, para empresas em fase de crescimento, cultura de governança e práticas de gestão que ajudam no seu processo de expansão. Mas, como são investidores por período determinado, os fundos de private equity precisam ter mecanismos para vender suas participações em algum momento. Atualmente, tanto o mercado de capitais, via abertura de capital, é uma saída, como também existe a
possibilidade de operações de aquisições como encerramento de um investimento. Além dos investimentos em capital, no entanto, outras formas de financiamento começam a se desenvolver e precisarão ser muito maiores e mais eficientes. Uma dessas formas de financiamento é a securitização. Mercado quase que inexistente há alguns anos, já é uma realidade no Brasil por meio dos fundos de securitização (FIDCs) e dos certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), valores de utilização específica para lastro
imobiliário. Com relação a esse último segmento, o crescimento do mercado imobiliário e a existência de crédito de mais longo prazo para financiar a aquisição de imóveis servirão como combustível para a securitização. Problemas. São todas boas notícias, mas nos remetem aos problemas associados à origem da crise financeira internacional, especialmente naqueles países de crédito mais abundante que foi por muito tempo disponível em volumes excessivos. A todo momento, os reguladores e pessoas mais ligadas ao mundo financeiro se questionam sobre como evitar tais problemas quando estamos diante de uma economia em crescimento que necessita de crédito e investimento para aproveitar todas suas potencialidades. Será preciso assegurar que os mecanismos de financiamento estarão disponíveis e que seremos capazes de fazer nossa legislação e regulamentação permitir todo desenvolvimento e inovação financeira necessários. Mas também que continuemos a medir os efeitos dessa expansão na economia, educando pessoas e empresas a viver em equilíbrio diante da nova realidade econômica de crescimento, juros mais baixos e crédito mais disponível. ✽ SÓCIO DA ÁREA DE MERCADO DE CAPITAIS DO MATTOS FILHO, VEIGA FILHO, MARREY JR. E QUIROGA ADVOGADOS
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negócios N3
Matéria de capa
Faltou combinar com o mercado Raquel Landim David Friedlander
Com o mercado americano sem apetite, todas as opções para cumprir o contrato com o BNDES hoje são ruins para o JBS. Se insistir na oferta de ações nos EUA, vai receber um preço muitoabaixodo queplanejou.Outro caminho, a conversão do empréstimo do BNDES em ações no Brasil, elevaria a participação do banco estatal no JBS de 17% para pertode 30% – isso seriapoliticamente complicado para o BNDES, que já é criticado por seu apoio aos frigoríficos – e reduziria a participação da família Batista para menos de 50% em sua própria empresa. A alternativa que sobrou, por enquanto, é pagar a multa. O mercado especula o que os banqueiros, os advogados e os donosdoJBSpodemestarplanejando para escapar dessa despesa
que não estava no roteiro. Na semana passada, circulou um rumor de que a empresa poderia partir para um mecanismo conhecido como “fusão reversa”: ao invés de a JBS USA absorver a Pilgrim’s, esta é que poderia incorporar seu comprador. Assim, não seria necessário abrir o capital da JBS nos Estados Unidos porque a Pilgrim’s já é listada em bolsa. A companhia negou a especulação. Mesmo que seguisse por esse caminho, teria complicações. Como são donos de 64% da Pilgrim’s, os Batista precisariam convencerosaguerridos minoritáriosamericanosaaceitaraoperação. Com 36% da empresa, eles podem cobrar caro para trocar os papéis da Pilgrim’s pelos da nova companhia formada pela fusão entre as duas. E, dependendo da maneira como o negócio fosse realizado, a participação do BNDES na filial
americana poderia acabar diluída, ou seja, a fatia do banco estatal ficaria menor do que os 20% a 25% combinados na operação original – o que seria um golpe para o parceiro dos Batista. “A questão das debêntures comoBNDESéhojeumdosprincipais riscos para quem compra papéis do JBS. O problema é que a empresa tem um tempo limitado para fazer a abertura de capital”,disseGustavoWigman,analista da Goldman Sachs. “Esse é o grande ponto de interrogação da empresa hoje”, concorda Pedro Herrera, analista do HSBC em Nova York.
aparente arrefecimento do processo de aquisições em série, o JBS comece a se beneficiar das sinergias e do poder de mercado que seu tamanho pode proporcionar. Dos oito analistas de bancos que acompanham o desempenho da JBS, sete recomendam a compra das ações da empresa no Brasil. O oitavo analista é neutro. O maior atrativo, dizem esses profissionais, é que o papel estábarato.VendidaaR$8 quando estreou na bolsa, em 2007, a ação hoje é cotada a R$ 8,4 apesar de tudo que a empresa cresceu no período. “O papel não se valorizouporquea estratégiade-
Entusiasmo. A encrenca das de-
bêntures aparece num momento em que o mercado finalmente começa a mostrar entusiasmo com o JBS. Nas últimas semanas, as agências de classificação de risco melhoraram as notas da empresa. Espera-se que, com o
RICARDO RAFAEL/O POPULAR
Desânimo do investidor frustra abertura de capital do JBS nos EUA e leva frigorífico a buscar alternativas para fugir de multa
● Estratégia mundial
O JBS, dos irmãos Batista – Júnior (foto), Joesley e Wesley –, e o Marfrig receberam a maior parte dos R$ 18,5 bilhões que o BNDES já desembolsou para o setor de frigoríficos, na estratégia de transformar as empresas brasileiras em gigantes mundiais
les exige tempo para mostrar resultados. Agora é que a empresa deve começar a colher os frutos”, diz Gabriel Andrade Vaz de Lima, analista do Santander. Apesar das dificuldades nos Estados Unidos, fora de lá o JBS já recorreu este ano duas vezes ao mercado com sucesso. Em abril, fez uma oferta de ações no Brasil e captou R$ 1,6 bilhão para desenvolver um sistema próprio de distribuição global dos seus produtos. Em junho, vendeu US$ 700 milhões em bônus na Europa para trocar dívidas de curto prazo por títulos de longo prazo. Quando chegaram aos EstadosUnidos,os irmãosBatista assustaram os concorrentes locais com seu estilo agressivo. Depois decortarcustosesanearasfinanças da Swift, primeira empresa comprada no país, partiram para o ataque. Aumentaram a produção,derrubaramospreçose ocuparam o espaço dos tradicionais frigoríficos americanos. A dúvida é quando essa agressividade vai virar lucro e encorajar os investidoresamericanosasetornarem sócios dos irmãos Batista.
O pequeno açougue criado na década de 50 em Goiás virou um gigante global de carnes graças aos lances agressivos dos últimos anos
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2007
2008
2009
2010
Aquisição de 50% da BF Alimentos
Internacionalização do grupo, com a compra da Swift Armour S.A., maior produtora e exportadora de carne bovina na Argentina
Aquisição de outras duas unidades na Argentina
Oferta pública inicial de ações (IPO) na Bovespa, com arrecadação de R$ 1,6 bi
Aquisição das americanas National Beef e Smithfiel e da australiana Tasman
Pedido de registro de IPO nos EUA
Coloca à venda um pacote de 2 milhões de debêntures no valor de R$ 3,5 bi e BNDESPar fica com 99,9% dos papéis
Aquisição da Swift, nos EUA, por US$ 1,4 bi
Compra de 50% da Inalca, um dos maiores frigoríficos da Europa, por US$ 327,5 mi
Compra do controle da americana Pilgrim's Pride por US$ 800 milhões Incorporação do Grupo Bertin
Anuncia oferta de títulos de dívida (bonds) de US$ 700 mi
ARTE SOBRE FOTO DE WILTON JUNIOR/AE
● SAGA EXPANSIONISTA
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AYRTON VIGNOLA/AE
Tecnologia. Gandour lidera projeto de laboratório da IBM no Brasil
O Brasil na rota mundial da inovação Grandes empresas trazem centros de pesquisa ao País de olho no pré-sal, nos grandes eventos esportivos e na classe média emergente Renato Cruz
De tão usada, a palavra inovação muitas vezes parece esvaziada de sentido, desgastada pelo abuso dos manuais de administração. Na cabeça de algumas pessoas, ela se confunde com pesquisa, uma atividade de alto risco, com retorno incerto e aplicabilidade remota. Não é nada disso. Geoff Nicholson, ex-vice-presidente da 3M e criador do Post-it, deu certa vez uma definição interessante: “Pesquisa é a transformação de dinheiro em conhecimento; inovação é a transformação de conhecimento em dinheiro.” Por muito tempo, as atividades de inovação foram vistas comocoisadepaísesricos.Nosúltimos anos, a China e a Índia têm ganhado espaço nessa área, como gigantes emergentes capazes de criar produtos e serviços de classe mundial, e, ao que tudo indica, o Brasil começa a fazer parte desse time. Uma indicação é a entrada da Petrobrás no ranking das 50 empresas mais inovadoras do mundo, da Boston Consulting Group. Estreando no 41.º lugar, foiaprimeira empresa da América do Sul a fazer parte da lista. Outrasãoosanúnciosdeinvestimentos de gigantes internacionais,comoaGEeaIBM,emlaboratórios no Brasil. “O modelo de inovação está se tornandomais distribuído”,afirma Olavo Cunha, sócio do BCG em São Paulo. “Existe hoje muitainovaçãovindadepaísesemergentes.”Orelatórioda consultoria fala na ascendência de China,
Índia e Brasil – dos Bricsmenos a Rússia – na inovação. Atrativos. A emergência do Brasil é explicada por uma série de motivos. A performance econômica recente, com a saída rápida da crise mundial,e a expansão da classemédia brasileiratêmatraído a atenção de empresas de todo mundo, que, ao chegar por aqui, percebem que precisam criar produtos e serviços para um público com perfil de consumo diferente do que é encontrado nos países ricos, mas que podem ser oferecidos em outros mercados emergentes. Os grandes eventos esportivos que serão realizados no Brasilnos próximos anos– Olimpíada e Copa do Mundo – exigirão investimentos em infraestrutura que justificam uma presença local mais forte. Por fim, não é por acaso que a Petrobrás é vista como o grande exemplo da inovação brasileira. A exploração do petróleo da camada pré-sal representa um de-
● MUDANÇA
OLAVO CUNHA SÓCIO DO BCG EM SÃO PAULO
“O modelo de inovação está se tornando mais distribuído. Existe hoje muita inovação vinda de países emergentes.”
CARLOS FRAGA GERENTE EXECUTIVO DO CENPES
“Cresceu muito o volume de trabalho com universidades e fornecedores.”
safio tecnológico que tem atraído parceiros mundiais da petroleira, que decidiram instalar laboratórios próximos do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), instalado pela Petrobrás no Rio de Janeiro. No caso do pré-sal, conquistar uma fatia do desenvolvimento tecnológicohojerepresentaagarantia de contratos de fornecimento de equipamentos e serviços quando a extração do petróleo estiver funcionando a plena capacidade. “Cresceu muito o volume de trabalho do Cenpes com universidadesefornecedores”,dizCarlosTadeuFraga,gerenteexecutivo do Cenpes. “Mais da metade dos projetos são cooperativos, o que aumenta a velocidade de desenvolvimento.” Aumenta também o volume de recursos destinados a pesquisa e desenvolvimento. A Petrobrás investe anualmente cerca de R$ 1,5 bilhão em atividades de inovação. Segundo Tadeu, parceiros internacionais como a Schlumberger, a Baker Hughes e a FMC Technologies instalaram centrosdepesquisanoPaísatraídos pela Petrobrás. O pré-sal e os grandes eventos estão entre os motivos que levaram a IBM a decidir instalar um laboratório de pesquisa no País. Aterceiragrandelinhadepesquisa serão os semicondutores. SegundoFábioGandour, cientistachefe da IBM Brasil, o laboratório terá uma estrutura distribuída. “Tenho de ter um núcleo no Rio, perto da Petrobrás”, afirma Gandour.
● Empresas mais inovadoras
ENTREVISTA
1. Apple
Deborah Wince-Smith,
2. Google
‘O futuro das Américas depende da parceria entre Brasil e EUA’
EUA
EUA
3. Microsoft EUA
4. IBM EUA
5. Toyota EUA
6. Amazon EUA
7. LG Japão
8. BYW EUA
9. GE EUA
10. Sony Japão
41. Petrobrás Brasil
O ‘CÉREBRO’ POR TRÁS DAS GIGANTES Empresa da Siemens, mas com administração independente, a Chemtech foi criada por cariocas e tem Petrobrás, Vale e CSN na carteira de clientes FABIO MOTTA/AE
Prata da casa. Moczydlower, hoje CEO, entrou na Chemtech como estagiário, há 13 anos
Nos dias 20 e 21 de setembro, acontece em Washington a 2.ª Conferência de Inovação BrasilEUA. Deborah Wince-Smith, presidente do Council of Competitiveness, que reúne empresas americanas, falou ao Estado sobre como empresas dos dois países podem trabalhar juntas, após evento com a FGV em São Paulo. ● Qual é o objetivo da conferên-
cia?
Nós temos, com nossos parceiros no Brasil, o objetivo de estimular e desenvolver conjuntamente um crescimento baseado em inovação nos dois maiores países das Américas. ● Quais são os principais desa-
fios nas parcerias entre EUA e Brasil na área de inovação?
Nós não temos os dispositivos legais e regulatórios para a integração de nossas economias. Ainda não temos um tratado de investimento binacional. Isso exigiria que o Congresso brasileiro mudasse a lei. Existem cada vez mais empresas brasileiras nos EUA. A JBS Swift, maior produtora de carne dos EUA, é
brasileira. Eles não têm nenhuma proteção ao investimento, porque não existe tratado. Outro desafio é a liberação do comércio de produtos e serviços. Nós temos tarifas altas em alguns produtos agrícolas, como o açúcar. Cobramos tarifas altas sobre o etanol brasileiro, de cana de açúcar. Mas, ao mesmo tempo, o Brasil tem tarifas muito altas em produtos industriais, como computadores. Precisamos retirar essas tarifas. ● Por que é importante os dois países trabalharem juntos?
Quando a Intel foi criada, era uma máquina de criar empregos no Vale do Silício. Hoje, o iPhone e o iPad da Apple são inovações imensas. Mas criaram 300 mil empregos na China, e só uma fração nos EUA. A população dos EUA precisa de trabalho e, em parceria com o Brasil, conseguiríamos manter os empregos na região. O Brasil tem uma posição importante na mineração, em commodities, em áreas muito estratégicas. O futuro das Américas depende do relacionamento entre Brasil e EUA.
FONTE: BCG
Fernando Scheller
Exército de engenheiros
Presidente do Council on Competitiveness
carioca Chemtech não produz nem mesmo um parafuso, mas é uma importante parceira degigantesbrasileiras.É nas pranchetase computadores dos mais de mil engenheirosdaempresaquesãodesenvolvidas tecnologias para grandes projetos do setor de petróleo, que concentra 85% das receitas da companhia. Além da Petrobrás, fazem parte da carteira de clientes da Chemtech a siderúrgica CSN, a mineradora Vale e a petroquímica Braskem. A companhia, hoje parte do grupoalemão Siemens, surgiu da cabeçadetrêsrapazesrecém-saídos da universidade, em 1989. Numaépocaemqueosengenheiros se viam obrigados a migrar para outras áreas para arranjar trabalho,elesjuntaramforçaspara apostar em um setor quase “alienígena”nomercadobrasileiro: a inovação. No período de vacas magras da engenharia nacional, nos anos 90, a estratégia foi apenas parcialmente vitoriosa: na falta de projetos estruturais, os sócios concentraram-se na criação de softwares para não fechar as portas.Oconhecimentoadquirido neste tipo de solução acabou por se tornar um diferencial: ho-
A
je, aempresa desenvolve programas relacionados a seus projetos de engenharia. Quando a Siemens comprou 51% da empresa dos sócios-fundadores, em 2001, a Chemtech ainda era uma companhia de pequeno porte, com 60 funcionários.Avendaparaumgrandegrupo se justificou pelas dificuldades do negócio em garantir o fluxo de caixa em um mercado que depende de contratos temporários. Em 2007, a Siemens adquiriu 100% da companhia.
A empresa não produz nenhum parafuso e emprega mais de mil engenheiros Com a reativação de grandes projetosdeengenharia,especialmente no setor de petróleo, a Chemtechganhouescalanosúltimos anos. O “boom” aconteceu especialmente a partir de 2008. O faturamento quase triplicou desde 2007, saindo de R$ 85 milhões para os cerca de R$ 250 milhões projetados para este ano. SegundoDeniseCardoso,diretora de RH da Chemtech, a expansão vai se refletir em novas contratações: até o início de 2011, o número de funcionários deve crescer de 1,3 mil para 1,5 mil. No início deste ano, a empresa rompeu definitivamente os la-
ços com os sócios-fundadores. Em 31 de março, Luiz Eduardo Rubião deixou a presidência–paraseulugarfoiescolhido Daniel Moczydlower, 34 anos, que havia entrado na Chemtech como estagiário, em1997.Emabril,RubiãofundouaRadix,concorrentedireta da Chemtech – com quatro mesesdemercadoe60funcionários,onovonegóciodevefaturar R$ 20 milhões este ano. O relacionamento entre Chemtech e Petrobrás se estreitounosúltimosanos. Asede da empresa, no Rio de Janeiro, abriu espaço para funcionários da estatal, que acompanham os projetos da petrolífera. “Trabalhamos em esquema de força-tarefa dentrodanossasedeparaprojetos de exploração e produção”, explica Moczydlower. Masamaiorpartedostrabalhos da Chemtech é feita na casa do cliente. Por isso, a companhia abriu escritórios em várias partes do País, para atender os novos projetos que surgem: São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Vitória e Recife – este seráabertoatédezembro.Ainda em 2010, a companhia iniciará o trabalho de prospecção de projetos no Oriente Médio, com a alocação de um executivo na região.
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A Disney brasileira fica no meio do cerrado
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RESORT RIO QUENTE: PRAIA DE VERDADE PARA QUÊ? FOTOS: RIO QUENTE RESORT/ DIVULGAÇÃO
Inspirado no complexo americano, o resort Rio Quente é o hotel que mais fatura no País Naiana Oscar
Cravados no centro do Brasil, em Rio Quente, a 170 quilômetros de Goiânia, 18 compressores trazidos da Escócia produzem nove tipos de ondas numa das maiores praias artificiais do mundo. O “mar” ali está envolto porcerradoea“linhadohorizonte”, a 80 metros do guarda-sol. A invenção inaugurada em 2008 custou R$ 13 milhões e é uma demonstração de ousadia domaisbem-sucedidoempreendimento hoteleiro do País, o Rio Quente Resort. No ano passado, o complexo de sete hotéis e um parque aquático recebeu 1,5 milhãodeclientes –é maisda metade do número de turistas que visitaram o Ceará em 2009. O Rio Quente fechou o ano com um faturamento de R$ 220 milhões e uma margem de lucro de 20%, enquanto seus pares têm amargado prejuízo. O complexovirou referência no mercado. Primeiro porque conseguiu prosperarnumlugarseminfraestrutura. E segundo porque adotouum modeloque podeser chamadodeautossustentável,tamanha é a intensidade com que as atividades se complementam. Desde 1979, o resort é controladopelos gruposAlgar,deUberlândia, e Gebepar, de Goiânia. As holdings atuam nos setores de telecomunicação, agribusiness, serviçose turismo.“Não temosa visão romântica da hotelaria”, diz Francisco Costa Neto, um dos presidentes do Rio Quente. Ele é do Gebepar e divide a funçãocom umrepresentante daAlgar.Tudo foiplanejado comfoco em resultado e lucro. “Eles tiveram de se virar para conquistar espaço. Não podiam ficar esperandoohóspedechegar”,dizAlexandre Zubaran, ex-presidente do Resort Costa do Sauípe, na Bahia, que admite já ter copiado estratégias do concorrente. Sem voos regulares para o aeroporto de Caldas Novas, o grupo criou sua própria operadora, a Valetur. A empresa freta 450 voos por ano e já é a segunda maior cliente da TAM, depois da
CVC. Ao criar uma operadora própria, o resort resolveu também outro problema: o da sazonalidade. Eles se vendem o ano inteiro e não disputam espaço com outros destinos. Clube de férias. Para garantir
altas taxas de ocupação, o resort apostou no sistema de time share ou férias compartilhadas, que lhe rendeu receita de R$ 75 milhões em 2009. Com 14 mil famílias associadas, eles são os que mais oferecem o serviço no País. Clientes compram uma semana de hospedagem por ano e podem usufruí-la no resort ou em outro hotel conveniado. Quem gerenciao intercâmbioéamultinacional RCI, com mais de 4,5 mil estabelecimentos conveniados no mundo. “No Brasil, o Rio Quente representa 25% do nossonegócio”,dizAlejandroMoreno, diretor da empresa no País. No ano passado, o Ministério Público de Goiás entrou com processo civil público contra o resort depois de ter recebido maisde100reclamaçõesdeassociados do time share. “Algumas cláusulas eram abusivas e a estrutura de atendimento não era suficiente para fazer cumprir os brindes oferecidos”,diz apromotora Alessandra Melo Silva. O resort aceitou firmar um Termo de Ajustamento de Conduta e já seadequou,segundo o MP. Até 2013, os donos vão investir R$ 138 milhões na ampliação do complexo. Parte do recurso irá para a construção de dois novos hotéis, com 580 apartamentos. Eles também querem erguer uma vila noturna de entretenimento. Para conduzir o projeto, trouxeramdeOrlandoummineiro que por 20 anos foi executivo da Disney. “Eles são a nossa inspiração. Queremos ser a Disney brasileira”,dizCostaNeto,presidente do Rio Quente.
ESTRUTURA
491 mil m2
8
é a área ocupada pelo resort, equivalente a 10% do total da fazenda
restaurantes
7
hotéis, academias, SPAs e quadras de futebol
março de 2010, os resortsvenderam2 mildiárias a menosque em 2009, um ano naturalmente ruim por causa da crise financeira. “É o único segmento do turis-
1.800
é o número de funcionários do Resort, mais da metade da população de Rio Quente
65% famílias
6
bares aquáticos
9% idosos
São Paulo
65% são de São Paulo
18
compressores formam 9 tipos diferentes de ondas que podem atingir até 1,2 metro
18
nascentes, com vazão de 6,5 milhões de litros de água, alimentam as 13 piscinas do complexo
5,5
50%
milhões de litros de água da praia são renovados a cada três horas
têm renda familiar até R$ 4,6 mil
FONTE: RIO QUENTE RESORT
Em crise, resorts mudam foco Depois dos cruzeiros, as viagens internacionais roubaram os clientes dos resorts brasileiros e estão obrigando essas empresas a mudar seu foco. De janeiro a
PERFIL DOS VISITANTES
mo que não está surfando no bom resultado da economia”, diz Alexandre Zubaran, que já atuou como executivo em resortsnacionaisehojeéfranquea-
do da CVC em São Paulo. A margem de lucro do setor, que faturou R$ 1,1 bilhão no ano passado, é baixíssima – em torno de 5%. Segundo Rubens Régis, presidente da associação ResortsBrasil,doisfatorestêmcontribuído para os sucessivos prejuízos registrados pelas empresas: elas estão expostas a uma sé-
rie de custos pesados para manter a qualidade do serviço e dependem de um público muito sensível à variação cambial. Paraequilibrarascontas,osresorts estão investindo nos eventos corporativos – o que era apenas uma atividade complementartornou-seumaestratégiafundamental. No Costão do Santi-
nho, em Santa Catarina, os eventosrepresentavam atéo ano passado 50% do faturamento (de R$ 65 milhões) e neste ano devem chegar a 75%. “O País está crescendo e a expectativa é que os eventos cresçam ainda mais, em torno de 12% ao ano”, diz Régis, que é também presidente do resort catarinense. / N. O.
Design & Inovação
A nova ‘cara’ da linha branca Discriçãonãoeraumacaracterística das cozinhas das casas brasileiras da década de 70. O comum erase ver refrigeradores efogões azuis, vermelhos e amarelos – e nãonecessariamente secomprava todos da mesma cor. Nos anos 80, a cor predominante foi o bege; só na década seguinte a linha passou a fazer jus ao nome e as cozinhas foram tomadas por equipamentos brancos. No começo dos anos 2000, toda dona de casa tinha um sonho: trocar tudo pelos modelos modernos eminox.Qualserá acarada linha
branca nos próximos anos? Essa é a pergunta que a indústria se faz nesse momento. Para a Brastemp, o futuro passapelaadoçãodelinhasarredondadas, pela interatividade e pelo “fim da ditadura das cores”. A empresa lançou uma linha-conceito cinza-grafite cuja principal característica é a tecnologia de ponta. “A linha tem uma nova interface gráfica, visual e auditiva, que permite que até usuários portadores de deficiência usem oprodutocomsegurança”,explica Mário Fioretti, gerente-geral de Design e Inovação da Whirlpool, detentora da marca. Refrigerador, fogão e máquina de lavar roupas têm embutidos mini-computadores que, além de permitirem a programação das atividades, avisam quando a comida ficou pronta ou a roupa
já foi lavada. A geladeira também segue o conceito “inverse”, em que o freezer é posicionado na parte inferior – mecanismo que a Whirlpool já usa em produtos e que é outra aposta da empresa. Se a Brastemp investe no futurismoe naneutralidade,a americana Big Chill parece querer resgatar justamente aquelas cores tão comuns no passado. A marca aposta no saudosismo e fabrica refrigeradores e fogões com design retrô – os refrigeradores têm duas portas e os fogões têm puxadores que parecem ter chegado diretamente dos anos 50. Osprodutossãovendidosemcores como vermelho, rosa e verde. E, como nem os saudosistas abrem mão da praticidade, contam com dispositivos modernos, como o sistema frost-free. / AIANA FREITAS
DIVULGAÇÃO
Cores. Brastemp (E) aposta no cinza, enquanto Big Chill se vale do saudosismo
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2010
Mídia & Marketing FELIPE RAU/AE
Fim do jornal: uma profecia que não se cumpriu Circulação para de cair nos EUA e cresce na Alemanha, Japão e países emergentes. Mais: jovens estão lendo o noticiário no papel Marili Ribeiro
A morte anunciada dos jornais não deu em nada. Não que tudo tenha voltado a ser como antes. Há mudanças no negócio de se fazerjornal. Masacatástrofeprevista entrou para o rol das profeciasquenão se cumprem,na opiniãodeRicardo Pedreira, diretor executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ). Os sinais estão por toda a parte.NoBrasil,assimcomonospaísesemergentes,aleituraeostítulosdisponíveis nomercado crescem. Nos Estados Unidos, um dos maiores mercados do mundo, parou de cair. Na Alemanha e no Japão, seguem sendo um bom investimento. Mas a melhor notícia é que há jovens lendo jornais. E no papel. DaFrança vem uma das sinalizações mais otimistas. A Editora La Play Bac, dedicada a um público de 6 e 18 anos, mantém três títulos diários para esse faixa etária com 150 mil assinaturas. O Japão, um dos países mais conectados à internet, detém cinco dos dez maiores jornais em circulação no mundo. Vende cerca de 28 milhões de exemplares impressos todos os dias, que não são lidos apenas por senhores. No Brasil, menos afetado pela crise econômica, o meio jornal ocupa o segundo lugar na prefe-
● Em alta
7,7%
foi o crescimento do jornal ‘O Estado de S. Paulo’ no primeiro semestre, ante o mesmo período de 2009. Foi o maior avanço entre os dez maiores veículos do País
28
milhões de exemplares circulam no Japão diariamente. Dos dez maiores jornais do mundo, cinco são japoneses
0,5%
foi o crescimento do americano ‘Wall Street Journal’ no primeiro trimestre, ante o mesmo período de 2009. A circulação subiu para 2,2 milhões de exemplares
rência de anunciantes, após a televisão aberta, com participação de 21,4% no bolo publicitário. A circulação de jornais segue emcurva ascendente. Houve aumentode2% no primeirosemestrede 2010, deacordo com o Instituto Verificador de Circulação (IVC). O crescimento foi puxado pelo Estado. Entre as dez maiorespublicações,o jornal obteve o melhor resultado no primeiro semestre deste ano, com alta de 7,7% em relação ao mes-
mo período do ano anterior. Na agência depropaganda Talent, uma pesquisa encomendada para entender o que desperta o interesse de homens de 28 a 35 anos, solteiros, sem filhos e que haviam decidido por comprar um modelo de carro sedan (tido como desejo de tiozinho), revelou que eles cultivam símbolos de maturidade. Entre os hábitos que passam a desenvolver está a leitura de jornais. “Eles apontam que o impresso oferece uma curadoria que lhes dá a segurança de ter as informações que as pessoas com mais experiência têm”, explica a responsável pelo estudo, Mari Zampol, diretora de planejamento da agência. “A rede social desse jovem, a dinâmica da busca da informação na web, não necessariamente cumpre esse papel de curadoria das informações.” Intangível. O reconhecimento
do valor do jornal impresso e a sua resistência acima dos prognósticos iniciais, na opinião de Pedreira,daANJ,tornamevidentesqueoseupoderémuitomaior do que se imaginava. “Trata-se de algo intangível, que fica claro na necessidade dos leitores por contextualização,ediçãoepelalinha editorial. Ouço pessoas falaremdosseus jornaiscomo sefossem um amigo e companheiro diário,comquemgostamdecom-
Expansão. No primeiro semestre, a circulação de jornais cresceu 2% no Brasil, apontou o IVC partilhar o dia”, diz Pedreira. Júlio Ribeiro, presidente do GrupoTalent,insisteque aexperiência física proporcionada pelo jornal não é substituível, nem mesmo por um iPad. “Nós vivemos de sensações e folhear o jornal é uma delas”, diz Ribeiro. Reconhecido frasista, o publicitárioNizanGuanaes,sócio doGrupo ABC, resume a atual fase de ressurreição do veículo: “Jornal é como uma instituição bancária. O que está em jogo é crédito.
O anúncio publicado no jornal ganha credibilidade. E isso não vai acabar.” Os apocalípticos estipularam datas para o fim dos impressos. Há duas semanas, a revista The Economist se redimiu em relação a uma matéria veiculada em 2006, reconhecendo que se precipitou. O negóciotem mais saúde do que tinha avaliado. A revista diz, entretanto, que a sobrevivência de longo prazo não está garantida, já que fortes ajustes
foram feitos nos últimos três anos,como,porexemplo,aextinção de 13,5 mil empregos na área só nos EUA. O professor Rosental Calmon Alves, diretor do Knight Center de Jornalismo e professor da Universidade do Texas, acha mesmo que o jornal impresso vai resistir por muito tempo. “Trata-se de uma ótima interface, portátil, flexível. Algum dia, no entanto, ela poderá se tornar obsoleta. Mas não é pra já”, diz.
tral “Qual é o gesto que coloca o seu amor em movimento?”, a campanha reuniu 20 casais reais, escolhidos entre 300 candidatos, para falar sobre o assunto. A diretora de criação da agência, Denise Gallo, conta que a preocupação foi fugir de velhos clichês, como o jantar a luz de velas ou a viagem a Paris. A aposta recaiusobreatosquesãoumindicador de cumplicidade entre um casal. Entre as histórias que vira-
ram um dos anúncios está a do pedidode casamento feito com o aro do chaveiro, no lugar do anel oficial, e em pela rua. A aposta em expansão na perfumariafeitapelacompanhiaresponde ao mercado do segmento. De acordo com dados da associação do setor, fragrâncias cresceram 18,4% no primeiro bimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado, movimentando mais de R$ 1 bilhão. / M. R.
Making of
Campanha reúne histórias de 20 casais Gestos dizem mais do que muitas palavras sobre a relação entre duas pessoas. Comesse conceito em mente, as executivas da empresa de cosméticos Natura fo-
rambuscarumacampanhapublicitária que embutisse a mensagemquequeriamcolarnasuanova linha de produtos, a Amó. “Observamos que existe a necessidade de se cultivar a sustentabilidade das relações afetivas. A mensagem de nossa nova linha vai nessa direção, indicando como cuidar melhor desse amor com os pequenos gestos afetivos que unem pessoas”, explica a diretora de Unidade de Negócios
DIVULGAÇÃO
Cumplicidade. Propaganda da Natura mostra casais reais da Natura, Denise Figueiredo. Os comerciais estreiam hoje. A campanha foi criada pela agên-
ciaPeraltaStrawberryFroge dirigida pelo cineasta Andrucha Waddington.Comamensagemcen-
Um furacão no marketing da General Motors FRED R. CONRAD/THE NEW YORK TIMES
CRONOLOGIA
Com experiência em outras montadoras, Joel Ewanick assume o setor e promove diversas mudanças na empresa
Três empresas em três meses De fevereiro de 2007 até março de 2010
Stuart Elliott
Hyundai Na Hyundai, Joel Ewanick foi responsável por vários projetos, como a criação de um seguro que permitia que o consumidor devolvesse o carro caso perdesse o emprego. A ação dobrou a porcentagem de consumidores que consideravam comprar um veículo da marca.
THE NEW YORK TIMES
Na Madison Avenue, em Nova York,atualmenteo títulode “homem mais interessante do mundo” pertence a Joel Ewanick. Ele está nos holofotes da indústria por causa de seu novo emprego, de vice-presidente de marketing da General Motors, controlando umenormeorçamentodepropaganda que no ano passado totalizou US$ 2,2bilhões. Mas asatenções se dirigem a Ewanick também por outras razões. Só este ano, a GM é a terceira montadora em que Ewanick assume o controle do marketing. Ele começou 2010 na Hyundai, em Fountain Valley, na Califórnia. Em março, deixou a Hyundai e foi para a Nissan, em Nashville, também como vicepresidente de marketing. Dois meses depois, saiu da Nissan para a General Motors, em Detroit. Ele recebeu a proposta do presidente da GM para a América do Norte,MarkReuss,quando jáes-
Sina. ‘Tudo o que fiz na carreira me levou a isso’, diz Ewanick tava procurando uma casa em Nashville. “Foi um ‘daqueles’ momentos”, diz. “E, em 60 segundos, eu disse que aceitava.” Desdesuachegada àGM,Ewa-
nick realizou muitas mudanças. Nas primeiras semanas, descartou as agências que trabalhavam para Cadillac e Chevrolet, duas das quatro marcas remanescen-
tes da montadora. Mais recentemente, contratou equipes para trabalhar com mídia social para consumidoreshispânicos;anunciou que a GM voltaria a patrocinar o Super Bowl em 2011 e criou o que chamou de “conselho de administração de marketing”, composto por executivos dealto escalão.Aprovou, ainda,umadecisão para proclamar o Cadillac como “The new standard of the world”(“Onovopadrãodomundo”), numa campanha futura. Causa nobre. Ele tenta, ainda, imaginar como a GM – que apenas recentemente saiu do pro-
De março a maio de 2010 Nissan Os bons resultados da Hyundai chamaram a atenção da concorrente, mas ele ficou apenas dois meses na empresa.
A partir de maio de 2010 General Motors Em poucos meses, o executivo trocou as agências que trabalhavam com grandes marcas, contratou uma equipe para atuar com o público hispânico e determinou que a GM voltasse a patrocinar o Super Bowl.
cesso de recuperação judicial – vaicomercializarseuscarros, caminhões,crossoverseoutrosveículosduranteumafasedaeconomia considerada a mais difícil desde a Depressão. “É como se tudo o que fiz em minha carreira tivesse me levado a isso”, diz Ewanick, que considera que ajudar na recuperação da GM é “uma causa nobre”. Ewanick reconhece que, nos últimos 30 ou 40 anos, os consumidores ficaram em segundo lugar no conceito da GM. “Acredito firmemente no lema que diz que o consumidor está em primeirolugar”,diz, acrescentando
que isso vai ficar demonstrado nas novas campanhas. Segundo Ewanick, as agências de criação para a Cadillac e Chevrolet foram mudadas abruptamente porque ele precisa “de parceiros que saibam como contar uma história”. A conta da Chevrolet passou para a Goodby, Silverstein & Partners, que faz parte do Omnicom Group, com quem ele já tinha trabalhado na Hyundai. A conta do Cadillac foi assumida pela Fallon Worldwide, outra empresa com a qual ele já atuou no passado. O executivo nega, no entanto, ter chegado à GM com a intenção de contratar seu antigos parceiros publicitários. Ewanick diz ser cauteloso quando as discussões dentro da GMseconcentramnacompetitividade e sobre o que ele teria aprendido, nessa área, na Nissan e na Hyundai. “Eu preciso estar muito atento a algumas coisas e ser cuidadoso quanto a compartilhar o que sei”, afirma. Mas é difícilocultar alguns conhecimentos. Indagado se a GM poderáretomarapropagandadurante a cerimônia dos Prêmios da Academia, além do Super Bowl, o sorriso de Ewanick sugere que o acordo que fez na Hyundai para a empresa ser patrocinadora exclusiva do Oscar 2010 vale até pelo menos 2011. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO