Caderno de Dados Setoriais - Abcic

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Caderno de Dados Setoriais Abcic 2024

Caderno de Dados Setoriais Abcic 2024

Caderno de dados setoriais 2024

Conselho Editorial : Abcic - Íria Lícia Oliva Doniak, Paulo Santos Júnior e Wilson de Almeida Claro

Design, Editoração e Capa : Diagrama

Sondagem do setor : FGV IBRE - Economista Ana Maria Castelo

Redação (capítulos 2 e 3) : Mecânica de Comunicação

Copyright © ABCIC – Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (2024)

Caderno de dados setoriais 2024

Abcic Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto Planejamento estratégico e 21 Anos

Instituto Brasileiro de Economia – IBRE, Fundação Getulio Vargas – FGV.

Relatório de Pesquisa – Sondagem do Setor de Pré-fabricados de Concreto – Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC) – Nº 6534. Fundação Getulio Vargas – FGV. Instituto Brasileiro de Economia – IBRE. Rio de Janeiro, 2023.

40 p.

Condomínio Villa Lobos Office Park Avenida Queiroz Filho, nº 1.700 , Torre River Tower – Torre B – Sala 405 - Vila Hamburguesa – São Paulo – SP CEP 05319-000 - abcic@abcic.org.br

Caderno de Dados Setoriais Abcic 2024

GESTÃO 2022-2024

Presidente Executiva

Íria Lícia Oliva Doniak

Diretor Administrativo Financeiro

Nivaldo de Loyola Richter

Diretor Técnico

Luis André Tomazoni

Diretor de Marketing

Wilson de Almeida Claro

Diretor de Desenvolvimento

Ronaldo Franco

CONSELHO ESTRATÉGICO:

Presidente

Felipe Cassol

Vice-presidente

João Carlos Leonardi

Conselheiros

Mauro Cesar Falchi, Wellington Pedro Morais Santos, Bruno Simões Dias, Luiz Otávio Baggio Livi, Ricardo Panham, Claudio Gomes de Castilho, Gilmar Jaeger

Presidentes Honorários

Milton Moreira Filho, Paulo Sérgio Cordeiro (in memorian), Carlos Alberto Gennari, Aguinaldo Mafra Júnior, André Pagliaro, José Antonio Tessari e Guilherme Fiores Philippi

Conselho Fiscal

Rui Sérgio Guerra, Jaqueline Maria Scimitz Milanesi, Fernando Gaion, Noé Marcos Neto, Marcelo Lima Bandeira

Missão

A ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) representa a indústria de pré-fabricados (estruturas, fachadas e fundações) no Brasil e tem por objetivo principal o desenvolvimento e a difusão do sistema construtivo e da industrialização da construção.

Sondagem do Setor de Pré-fabricados de Concreto FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS – FGV INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA – IBRE Fevereiro 2024 Caderno de Dados Setoriais Abcic 2024
9 EDITORIAL 10 Capítulo 1 SONDAGEM DO SETOR DE PRÉ-FABRICADOS 12 APRESENTAÇÃO 12 METODOLOGIA E AMOSTRA 12 PERFIL DAS EMPRESAS 13 DESEMPENHO 2022/2021 16 PROJEÇÃO 2023 E PERSPECTIVAS 2024 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18 ANEXO 21 Capítulo 2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 26 Capítulo 3 ABCIC 21 ANOS 36 SUMÁRIO

A Abcic – Associação Brasileira da Construção industrializada de Concreto, apresenta a primeira edição do Caderno de Dados Setoriais, que traz a sondagem do setor de pré-fabricados de concreto realizada pela FGV IBRE (Fundação Getúlio Vargas - Instituto Brasileiro de Economia).

Em 2011 publicamos o primeiro anuário Abcic, que pela primeira vez apresentou os dados setoriais de forma organizada. Repetimos em 2012 através de consultorias especializadas no mercado da construção civil. Ao criarmos a cultura de informação no setor, em 2013 passamos a sondagem setorial para a FGV IBRE, visando agregar ao trabalho a credibilidade da fundação e um relatório mais elaborado trazendo a interface com a conjuntura da construção civil. Os anos mais difíceis durante a crise econômica vivenciada entre 2014 e 2019, fizeram com que este trabalho fosse interrompido em 2016. Retomado posteriormente em 2020 foi disponibilizado apenas no ambiente associativo ou sob demanda de alguns órgãos públicos.

Neste intervalo houve um expressivo crescimento de pautas editoriais relacionadas a agenda do setor através da revista “Industrializar em Concreto” que passou a cumprir a finalidade de levar informações de distintos temas relacionados ao setor em três edições ao longo do ano. O periódico que conquistou leitores na academia, nas empresas produtoras, clientes, enfim em toda a cadeia produtiva se consolidou como vetor de disseminação de informações qualificadas sobre a pré-fabricação em concreto e a industrialização da construção civil em todo o país.

Não havendo mais a necessidade de uma pauta editorial de informação das ações do exercício anterior, nasceu então este instrumento. Com uma proposta mais concisa, com foco nos dados setoriais e resumidamente as diretrizes de nossas ações que possuem como fundamento o Planejamento Estratégico.

Esta primeira edição está estruturada em três capítulos, inicialmente a sondagem, no segundo capítulo as diretrizes de planejamento e um último capítulo resgatando a história da entidade que completará neste ano 22 anos de existência.

Hoje, vivenciamos um período importante no contexto global e tam-

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Editorial

bém do nosso país que traz um cenário de disrupção especialmente relacionado a novas tecnologias (em especial a Inteligência Artificial), novos entrantes, novos desafios impostos pelas mudanças climáticas além de outras megatendências que impactam os modelos de negócio das nossas empresas. Em paralelo o setor da construção civil enfrenta a escassez de mão de obra e ao mesmo tempo a necessidade de aumentar a produtividade. Em outra esfera a reforma tributária que poderá trazer soluções importantes para a industrialização da construção civil, porém passará por um período de transição no qual muita atenção será exigida.

Nosso objetivo com este instrumento é prover aos nossos associados, num único local, uma visão sistêmica que possa auxiliar nas tomadas de decisão. Também o de levar informação qualificada ao mercado e a todo o “ecossistema” (cadeia produtiva) da construção civil.

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Felipe Cassol Presidente do Conselho Estratégico Íria Lícia Oliva Doniak Presidente Executiva

Sondagem do Setor de Pré-fabricados de Concreto

1. APRESENTAÇÃO

A sondagem do setor de pré-fabricados de concreto é resultado de uma parceria entre o FGV IBRE e a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC) que prevaleceu entre 2013 e 2016 e foi retomada em 2021.

A pesquisa realizada com as empresas associadas da ABCIC traz informações sobre o perfil das indústrias, seu desempenho recente e as expectativas.

A indústria de pré-fabricados de concreto representa um importante segmento dentro da construção civil e está diretamente associada ao avanço da industrialização do setor da construção. Nesse sentido, o presente relatório consolida e registra as informações da sondagem apresentando-se como um importante instrumento para analistas, pesquisadores e fornecedores, bem como para as empresas participantes, além da própria ABCIC, que passa a ter em mãos informações que podem contribuir para a tomada de decisões e formulação de políticas setoriais. São informações que permitem avaliar o desempenho recente das empresas e fazer análises comparativas que mostram a dinâmica e as tendências do mercado.

A investigação apresentada ao longo deste estudo traz os números já fechados de 2022, mas também perspectivas relativas ao ano de 2023 e 2024.

2. METODOLOGIA E AMOSTRA

As informações analisadas foram coletadas no período compreendido entre os dias 12 de setembro e 13 de outubro de 2023, através de questionário estruturado (ver ANEXO), contendo questões fechadas e abertas, respondidas por contato telefônico ou por e-mail com o link do questionário, totalizando 41 respostas.

O público-alvo da pesquisa contemplou empresas associadas à ABCIC. As respostas foram tabuladas e disponibilizadas no formato de planilha.

Sobre a amostra, a pesquisa foi realizada como censo, considerando a listagem com 48 empresas, ou seja, o equivalente a 95 contatos. Na tabela a seguir, é possível observar o total de empresas e de pesquisas realizadas, bem como o percentual alcançado.

Vale notar que na Sondagem realizada em 2022, foram obtidas 40 respostas. No entanto, a despeito do número equivalente, apena 27 empresas são comuns às duas pesquisas.

Os resultados são apresentados a seguir.

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Total de Empresas Pesquisas Realizadas Percentual Alcançado 48 41 85,4%

3. PERFIL DAS EMPRESAS

Em dezembro de 2022, as empresas de pré-fabricados de concreto respondentes da pesquisa registraram 7.731 empregados, o que configura uma média de 189 trabalhadores por empresa. Em 2021, a sondagem apontou um número médio de empregados ligeiramente superior, alcançando 199.

Na comparação com os dois anos anteriores, houve aumento no número de empresas na faixa média entre 101 e 500 trabalhadores: somam 51% das empresas, que respondem por 60% do contingente empregado. As empresas menores e as de maior porte perderam participação. No primeiro grupo, 41% das empresas empregaram 14% do contingente pesquisado, enquanto o grupo com mais de 500 empregados, que representa 7% do total das empresas, emprega 26% dos trabalhadores.

Perfil por porte: 2020-22

Distribuição das empresas em relação ao total

A produção total de pré-fabricados alcançou 801.491 m3, ou 19.549 m3 por empresa, resultado muito próximo do registrado na sondagem de 2021, de 19.795 m3. Em média, as empresas informaram que utilizaram 57% de sua capacidade de produção em 2022.

Em relação ao perfil por volume de produção, o destaque é a produção acima de 30.000 m3: 17% das empresas responderam por 54% da produção de 2022. Por outro lado, 56% das empresas produziram até 10.000 m3, sendo responsáveis por 17% do total do ano de 2022.

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Sondagem do Setor de Pré-fabricados de Concreto

Comparativamente aos dois anos anteriores, houve aumento na proporção de empresas produzindo entre 20 mil3 a 30 mil m3

Perfil por faixa de produção – 2020-22 Distribuição da produção em relação ao total

Em relação à origem, vale destacar a região Sul, que concentra 55% da produção informada, seguida pela região Sudeste, com 34%, região Nordeste com 8% e, por fim, a região Centro-Oeste, com 3%.

A pesquisa mostrou que apenas 4% assinalaram produção (de forma complementar ou estrutura de fábrica móvel) nos canteiros, abrangendo 13% da produção delas. Na pesquisa realizada em 2021, 12% das empresas indicaram a execução nos canteiros, percentual que já se reduzira para 5% em 2022.

Em 2022, as empresas de pré-fabricados consumiram 319,6 mil toneladas de cimento, foram consumidas também 75,5 mil toneladas de aço.

As empresas produzem em média 54% de concreto armado e 46% de concreto protendido.

Vale notar que 69% das empresas assinalaram que produzem o concreto autoadensável, que representou cerca de 40% da produção delas. Vale notar que o tipo de concreto adotado é função da tecnologia de fabricação e processos adotados na indústria.

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Na sondagem de 2022, foi introduzida uma questão para acompanhar os esforços das empresas em relação à inovação e a desmaterialização, rumo a neutralidade de carbono. Assim, indagou-se sobre os planos em relação à implantação do Ultra High Performance Concrete (UHPC): a maioria, 56% apontou que está em fase de estudos. E já há registros de implantação concluída em 4,9% das empresas e 2,4% em implementação. O UHPC é um tipo de concreto especial, que por suas características possibilita aumentar a resistência significativamente em relação aos concretos convencionais e também a durabilidade das estruturas. Se por um lado aumenta o consumo de cimento em kg/m3, por outro reduz significativamente o volume total de concreto por peça produzida, o que trará impactos importantes também nas emissões em redução na logística, transporte e montagem dos elementos pré-fabricados de concreto. É uma tendência internacional na indústria dentre as “soluções verdes” que tem sido apresentadas, também associadas ao uso de protensão.

Considerando estes aspectos, a tendência é que poderá haver, mesmo com o crescimento de mercado, a redução do consumo total de insumos e volume produzido em função do aprimoramento das tecnologias empregadas.

Planos da empresa em relação ao Ultra High Performance Concrete % de assinalações

A ampla maioria das empresas (78%) continua não produzindo estrutura metálicas. Para a parcela que produz, as estruturas representam cerca de 13% da produção.

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Sondagem do Setor de Pré-fabricados de Concreto

Em 2022, as vendas de pré-fabricados atingiram 849.843 m3, ou 20.729 m31 por empresa, o que representou uma queda de 2,5% em relação à média registrada em 2021.

Em relação à origem da demanda, em 2022, os centros de distribuição e logística superaram a indústria como principal destino, confirmando um movimento relacionado ao E-commerce, já detectado na sondagem anterior. O varejo tem perdido participação nos últimos anos, mas se manteve em terceiro lugar.

Por sua vez, o destaque negativo foi a perda de participação das obras de infraestrutura, que superaram apenas o mercado habitacional. Nesse caso, vale observar que os investimentos em infraestrutura no país se reduziram de forma bastante expressiva desde 2013. Nos últimos dois anos, começa-se a notar uma inflexão, a partir da programação de investimentos privados dos últimos leilões de concessões. Somados à reedição do PAC, esses investimentos previstos para acelerar em 2024, devem mudar novamente essa configuração de demanda.

Ainda em relação à demanda habitacional, apesar da pouca disseminação dos processos industrializados, a nova edição do MCMV traz um foco importante sobre a produtividade, o que também pode contribuir para melhorar o perfil da demanda.

4. DESEMPENHO 2022/2021

A Sondagem mostrou um aumento de 3,8% no volume da produção das empresas de pré-fabricados e de 3,9% no volume de vendas na comparação com a pesquisa realizada em 2021. No entanto, além do número de informantes em 2023 ter sido maior, as empresas não foram as mesmas, havendo mudança por porte. Havendo também que se considerar as tecnologias que estão sendo empregadas.

Ao se considerar apenas as 27 empresas que deram informação relativa à produção, vendas e empregos2 e que participaram das sondagens de 2022 e de 2023, o resultado é bem distinto, mas está mais em linha com a dinâmica da indústria de materiais em 2022. O resultado apontou queda de 8,1% tanto na produção quanto nas vendas. O total de empregados manteve-se praticamente estável com variação de 0,2%. Vale observar que a produção dessas 27 empresas representa cerca de 65% da produção total apurada pelo conjunto de todas as empresas que responderam à pesquisa em 2023.

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140 empresas responderam o quesito.

Destino das vendas – 2020-2022

2Em 2022, algumas empresas que participaram da amostra também 2023 não responderam todos os quesitos, impossibilitando a comparação

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Sondagem do Setor de Pré-fabricados de Concreto

5. PROJEÇÃO 2023 E PERSPECTIVAS 2024

A maioria das empresas indicou que a produção irá crescer em 2023. A diferença entre as que assinalaram aumento e queda da produção foi superior a 30%, sinalizando um ano positivo para o setor de pré-fabricados de concreto.

Para 2024, o otimismo se mantém. Vale notar que a maioria das assinalações aponta um aumento moderado da produção tanto em 2023, quanto em 2024.

O otimismo moderado se explica pela diversidade de setores que são atendidos pela indústria de pré-moldados de concreto, que não se restringe apenas ao habitacional e a infraestrutura.

No que diz respeito aos investimentos previstos, 39% assinalaram aumento contra apenas 4% que indicaram redução. Para a maioria (56%) haverá estabilidade. Vale notar que entre os que assinalaram aumento dos investimentos, 44% apontam a decisão como certa, enquanto para 38% a decisão é quase certa. Apenas 19% indicam incerteza.

Volume de produção de pré-fabricados – 2023:2024

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em 2022, o PIB brasileiro registrou crescimento de 3,0%, consolidando a recuperação pós-pandemia. O resultado superou às expectavas iniciais para o ano, mas refletiu um desempenho bastante distinto de cada um dos três grandes setores da economia. Enquanto o PIB

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do setor de Serviços aumentou 4,3%, alavancado ainda pelo retorno às atividades presenciais, o PIB da indústria registrou aumento de apenas 1,5%, sendo que a indústria de transformação ficou estagnada com variação de -0,5%.

A produção da indústria sofreu os efeitos de um cenário bastante adverso para os investimentos. A taxa Selic que já iniciou o ano em patamares bastante elevada, de 9,25% a.a., alcançou dezembro a 13,75%.

O setor da construção também reduziu o ritmo de expansão em 2022, mas ainda experimentou um ano de crescimento robusto: em 2021, a alta alcançou 12,6%, passando para 6,8% em 2022.

No entanto, o desempenho setorial de 2022 teve a forte contribuição das obras do mercado imobiliário residencial, que, como mostrou a Sondagem, representa uma parcela pequena das vendas do setor de pré-fabricados de concreto.

Para a indústria de materiais como um todo, o ano de 2022 foi de retração. De acordo com a Pesquisa Mensal da Indústria (PIM-IBGE), a produção de materiais de construção registrou contração de 6,9% na comparação com 2021. No segmento de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes, a queda alcançou 5,4%. No entanto, deve-se lembrar que os números de 2021 foram alavancados pelo efeito da base de comparação reduzida de 2020 afetada pela contração decorrente dos efeitos da paralisação sanitária.

Os efeitos desse cenário sobre as empresas de pré-fabricados de concreto foram revelados pela sondagem: o otimismo em relação às perspectivas da produção que prevalecia ainda em outubro de 2022 não se confirmou. Consolidados os números, as empresas se depararam com um resultado abaixo de suas expectativas: a pesquisa mostrou que o setor de pré-fabricado não conseguiu sustentar a expansão do ano anterior.

O cenário desafiador da economia se prolongou por 2023, com a taxa Selic mantendo-se em patamar elevado ao longo do ano. No entanto, as projeções indicam que o investimento em infraestrutura cresceu alavancado por obras contratadas por prefeituras em ano pré-eleitoral e pelo setor privado. Ou seja, a despeito das dificuldades, as empresas do setor de pré-fabricados indicam que o desempenho será positivo: as projeções da ampla maioria para o ano em curso são de expansão da produção. Um otimismo ainda que moderado é extrapolado também para 2024.

Por fim, cabe destacar que a economia alcançou o final de 2023 em desaceleração com queda na taxa de investimento. As projeções para 2024, de fato, não indicam um crescimento robusto nem para a economia, nem para a cadeia da construção.

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Sondagem do Setor de Pré-fabricados de Concreto

Taxa de crescimento anual 2020:2022

Por fim, é importante ressaltar a agenda de sustentabilidade começa a ganhar relevância entre as empresas – mais da metade já tem planos de implantação do UHPC. E 2024 será um ano em que a pauta da sustentabilidade e modernização avançará com a aprovação da Reforma Tributária.

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Questionário

7. ANEXO

CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA

1. Quantos empregados possuía a empresa em 31/12/22

2. Em 2022, qual foi o volume de produção de pré-fabricados (em m³)?

3. Em 2022, qual foi o volume de vendas de pré-fabricados (em m3)?

4. Em 2022, qual foi a quantidade de CIMENTO consumida no processo produtivo (em t)?

5. Em 2022, qual foi a quantidade de AÇO consumida no processo produtivo (em t)?

6. Qual a capacidade instalada da empresa (em m³)?

PRODUÇÃO DE CONCRETO

7. Informe a distribuição em percentual da produção de concreto, segundo o tipo, em 2022 (As opções de resposta devem somar 100%)

Concreto armado ( )%

Concreto protendido ( )%

8. A empresa produz concreto auto-adensável?

Sim ( ) (Especificar o % em relação ao total produzido) Não ( )

9. Qual o consumo médio de cimento em Kg/m3 das dosagens de concreto adotadas na produção?

10. Quais os planos da empresa em relação ao Ultra High Performance Concrete (UHPC):

( ) Em fase de estudos

( ) Está em implantação

( ) Foi implementada

( ) Não considera implantar

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Sondagem do Setor de Pré-fabricados de Concreto

11. A empresa produz estruturas metálicas?

Sim ( ) (Especificar o % em relação ao total produzido)

Não ( )

DETALHAMENTO DO PERFIL DAS VENDAS DE PRÉ-FABRICADOS DE CONCRETO

12. A empresa executa pré-fabricados nos canteiros de obras?

Sim ( ) (Especificar o % em relação ao total produzido)

Não ( )

13. Informe a distribuição, em percentual, do destino das vendas de pré-fabricados de concreto por tipo de obra, em 2022? (As opções de resposta devem somar 100%)

Indústrias ...................................................................................................................................... ( )%

Varejo ( )%

Shoppings Centers ................................................................................................................. ( )%

Centros de Distribuição e Logística............................................................................. ( )%

Infraestrutura e Obras Especiais* ( )%

Habitacional ................................................................................................................................ ( )%

Edifícios Comerciais............................................................................................................... ( )%

Outros (especificar) ( )%

*Hospitais, escolas, estádios de futebol, mobilidade urbana, pontes, viadutos e passarelas

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EXPECTATIVAS VOLUME DE PRODUÇÃO

14. Em 2023, em comparação com 2022, o volume de produção de pré-fabricados:

Aumentará muito (mais de 10%) ( )

Aumentará um pouco (Entre 2 e 10%) ( )

Ficará relativamente estável ( )

Diminuirá um pouco (Entre 2 e 10%) ( )

Diminuirá muito (Mais de 10%) ( )

15. Para 2024, em comparação com 2023, o volume de produção de pré-fabricados:

Aumentará muito (mais de 10%) ( )

Aumentará um pouco (Entre 2 e 10%) ( )

Ficará relativamente estável ( )

Diminuirá um pouco (Entre 2 e 10%) ( )

Diminuirá muito (Mais de 10%) ( )

16. Nos próximos 12 meses, em comparação aos 12 meses anteriores, os investimentos em capital fixo da empresa:

Aumentarão ( )

Ficarão estáveis ( )

Diminuirão ( )

17. A decisão de investimentos da empresa para os próximos 12 meses pode ser considerada como:

Certa ( )

Quase certa ( )

Incerta ( )

• Eficiência estrutural;

• Flexibilidade arquitetônica;

• Versatilidade no uso;

• Conformidade com requisitos estabelecidos em Normas Técnicas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas);

• Velocidade de construção;

• Uso racional de recursos e menor impacto ambiental.

CONHEÇA NOSSAS AÇÕES INSTITUCIONAIS E AS EMPRESAS ASSOCIADAS. A indústria de ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS NO BRASIL tem viabilizado inúmeros projetos www.abcic.org.br ABCIC - Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto Condomínio Villa Lobos Office Park | Avenida Queiroz Filho, nº 1.700 Torre River Tower | Torre B | Sala 403 e 405 Vila Hamburguesa | São Paulo/SP | CEP: 05319-000 E-mail: abcic@abcic.org.br | Tels: (11) 3763-2839 ou 3021-5733 SIGA-NOS EM NOSSAS REDES SOCIAIS AS VANTAGENS DESTE SISTEMA CONSTRUTIVO, PRESENTE NO BRASIL
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Leia a revista Industrializar em Concreto

Planejamento Estratégico

ABCIC APRESENTA PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PROJETA FUTURO DO SETOR

Em 2021, a ABCIC completou 20 anos de fundação, desempenhando um papel essencial na promoção e disseminação dos benefícios da construção industrializada de concreto no Brasil. Como resultado, contribuiu para uma maior aplicação do sistema construtivo em diversos mercados, desde os mais consolidados até aqueles considerados mais novos ou inovadores.

Ao longo de mais de duas décadas, a representatividade da associação tem acompanhado o crescimento do setor. Portanto, a ABCIC está cada vez mais envolvida nos principais movimentos dentro do setor da construção e da área do concreto no Brasil e no exterior. Atualmente, todas as iniciativas em prol da industrialização da construção contam com o apoio e a presença ativa da entidade. Em âmbito internacional, a ABCIC tem sido convidada a participar dos principais eventos promovidos na América Latina, Europa e Ásia, especialmente pela contribuição que oferece no contexto da Federação Internacional do Concreto (fib), em colaboração com a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE) e o Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON).

Entretanto, para que o trabalho da ABCIC seja ainda mais eficaz, é necessário projetar o futuro do setor. Assim, a entidade decidiu dedicar-se à elaboração do segundo Planejamento Estratégico, visando o horizonte de 2023-2027, a fim de estabelecer as diretrizes para pavimentar o desenvolvimento sustentável da pré-fabricação de concreto no Brasil com inovação e menor impacto ambiental. Para isso, foram formuladas perguntas estratégicas relacionadas às macro questões e promovidas oito oficinas.

A primeira edição do Planejamento Estratégico, realizada em 2015, mapeou 100% dos stakeholders, incluindo associados, entidades parceiras e formadores de opinião. Contou com a avaliação de um Grupo Consultivo formado pelos membros do Conselho Estratégico atual e da gestão anterior, membros do Conselho Fiscal, Presidentes Honorários e Diretoria. Além disso, contou com a consultoria do professor Gerson Ishikawa, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que também coordenou os trabalhos do primeiro Planejamento Estratégico ABCIC.

Na segunda edição do Planejamento Estratégico, mantendo o conselho consultivo nas mesmas funções, o monitoramento de tendências nacionais e internacionais foi considerado e estudado pelo grupo, além de uma avaliação profunda dos processos e da estrutura organizacional. Tudo isso com o objetivo de impulsionar o avanço e crescimento da própria ABCIC, que ao longo dos anos tem desempenhado um papel fundamental para o desenvolvimento tecnológico e sustentável do sistema construtivo que representa.

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Planejamento Estratégico 2016-2020

Nesse sentido, é importante lembrar que o objetivo de um planejamento estratégico é aprimorar o desempenho de uma organização a longo prazo. No caso de uma associação, o objetivo vai além da própria organização; ou seja, visa fortalecer seus associados por meio do desenvolvimento do setor. A ABCIC, como entidade que representa esse segmento, é o instrumento que potencializa o desenvolvimento setorial de forma institucional e dentro de princípios éticos.

O primeiro Planejamento Estratégico não promoveu alterações na missão, visão, valores e código de conduta da ABCIC, pois desde sua fundação em 2001, enfatiza a conduta ética para a formação da cultura associativa no segmento de construção industrializada de concreto. As ações da ABCIC na promoção da qualidade setorial são reconhecidas como impulsionadoras do desenvolvimento da pré-fabricação em concreto, tanto que, em 2003, a entidade criou o Selo de Excelência ABCIC, um programa de certificação com indicadores específicos para o sistema construtivo.

Um dos principais resultados desse planejamento estratégico foi o mapa estratégico, dividido em quatro perspectivas - associados, grupos de relação, processos internos e aprendizagem e crescimento -, cujo intuito é equilibrar os objetivos estratégicos em relações de causa e efeito que se reforçam entre si. Dessa forma, o mapa é um guia de objetivos estratégicos para assegurar a longevidade da entidade e o crescimento do setor de construção industrializada de concreto nos próximos anos. OBJETIVOS

Associados Promover pré-fabricado de concreto

Grupos da Relação

Exercer Influência em políticas setoriais

Desenvolver Qualidade Social Fomentar Inovação Estimular Associatividade

Contribuir para Normalização

Manter Ações Internacionais

Processos Internos Fortalecer canais de comunicação com Associados

Aprendizagem e Crescimento

Desenvolver Novas Lideranças Setoriais

Buscar Isonomia Tributária

Fortalecer Relações com Form. Opinião

Implementar Ações e Eventos Regionais

Estimular Educação e Know-How

Fortalecer Cultura Setorial

Planejar Crescimento e Profissionalização

Diante desse contexto, a ABCIC buscou trabalhar cada um dos objetivos estratégicos nos anos posteriores ao lançamento do Planejamento Estratégico. As ações desenvolvidas sempre estiveram alinhadas com essas diretrizes.

Um exemplo é a contribuição da entidade para o avanço da normalização setorial no Brasil. Em 2017, foram publicadas a ABNT NBR 9062:2017 - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado, que revisou a ABNT NBR 9062:2006, e a ABNT NBR 16475: 2017Painéis de parede de concreto pré-moldado - Requisitos e procedimentos. A normalização

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ESTRATÉGICOS

tem ajudado significativamente a disseminar o sistema construtivo, além de dar respaldo técnico para os escritórios de projeto, para as construtoras, para os auditores de segurança do trabalho, além da própria indústria

Ainda em consonância com esse objetivo, a ABCIC lançou o Manual de Montagem das Estruturas Pré-Moldadas de Concreto, em 2019, uma ferramenta de referência para as operações envolvendo a montagem das estruturas pré-fabricadas de concreto, ao oferecer uma visão integrada de todo o processo nas interfaces com a comercialização, projeto e produção das estruturas, bem como apresentar os princípios elementares das atividades inseridas neste processo de forma detalhada e em linguagem. É um instrumento complementar às normas regulamentadoras (NRs).

Já em 2022, foi desenvolvido no âmbito do CT 304 – Comitê Técnico IBRACON/ABCIC de Pré-Fabricados de Concreto, com o apoio da ABECE, da prática recomendada da ABNT NBR 9062 - Comentada e com Exemplos Numéricos, com o objetivo de disseminar o correto entendimento do texto normativo das estruturas pré-moldadas de concreto e contribuindo para a disseminação do sistema construtivo desde o ensino dentro das universidades até os canteiros de obras.

Essas publicações somadas às normas da ABNT formam um arcabouço para dar sustentação às demandas relacionadas à pré-fabricação de concreto, oferecendo ao mercado ferramentas que comprovam a qualidade, a durabilidade, a eficiência, a segurança, a confiabilidade e a sustentabilidade do sistema construtivo, contribuindo para ampliar sua aplicação em obras.

A disseminação da pré-fabricação em concreto também foi amplamente trabalhada pela ABCIC ao longo desses anos, por meio da realização de eventos regionais, nacionais e internacionais, além de encontros exclusivos para informação e networking. Foi nesse período que a entidade criou o ABCIC Networking, que já possui 12 edições, realizou seminários regionais em Santa Catarina e em Minas Gerais, e promoveu uma série de eventos com o apoio ou em conjunto com a fib, como a Jornada Internacional ABCIC, composta pelo 7º Seminário Internacional Abcic – Inovação e Ousadia para Vencer os Atuais Desafios e Gerenciar o Futuro e pelo Curso Internacional Abcic-fib“Uma visão global através do Manual de Planejamento e Projeto de Estruturas Pré-Moldadas de Concreto e a viabilidade dos edifícios altos”, o “Seminário sobre Pontes Pré-moldadas de Concreto, aspectos conceituais, de projeto e novas tecnologias” e o Workshop Código Modelo fib (MC 2020) – Desenvolvimento para os Códigos de Estruturas Novas e Existentes em parceria com a ABECE.

A entidade também contribui para a vinda de renomados engenheiros mundiais, que são membros da fib, como os ingleses George Jones e Kim Elliot, o japonês Akio Kasuga, o dinamarquês Kaare K. B. Dahl, os espanhóis Hugo Corres Peiretti e David Fernández-Ordóñez, os belgas Stef Mass e Arnold Van Acker (In memorian), o italiano Marco Menegotto e os norte-americanos James Toscas, atual presidente do PCA - Portland Cement Association

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Planejamento Estratégico

que à época presidia o PCI Precast/Prestressed Concrete Institute e Larbi Sennour. A presença desses especialistas no Brasil, à convite da Abcic, está ligada à contribuição para o desenvolvimento não apenas da indústria, mas dos projetos. Assim, parte deles participou de eventos como o Encontro Nacional da Engenharia e Consultoria Estrutural (ENECE), da ABECE, o Congresso Brasileiro do Concreto, do IBRACON, e o PPP - Pesquisa Projeto e Produção do Concreto Pré-moldado, evento organizado pelo professor Mounir Khalil El Debs, na Escola de Engenharia de São Carlos/USP, que teve três edições, sendo fundamental para a integração da academia com os escritórios de projeto e a indústria.

Eles também estiveram presentes em eventos e reuniões específicas, organizados pela ABCIC e ABECE para debater melhorias em aspectos importantes relacionados ao projeto, as ligações e aos edifícios altos. “Este movimento corroborou para uma ampla integração do pré-fabricado com todos os elos da cadeia, bem como para trazermos ao Brasil as tendências internacionais dando abertura a participação de outros profissionais representantes dos demais elos da cadeia.

Há também a participação de muitos outros profissionais ligados à Comissão 6 da fib, todos experts em pré-fabricação em concreto, que auxiliaram a organizar as Missões Técnicas da ABCIC em vários países da Europa, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Japão. As missões técnicas contribuíram sobremaneira para o avanço e desenvolvimento tecnológico das indústrias que aderiram aos sete programas organizados pela entidade. Os participantes visitaram feiras internacionais, vinte indústrias e seis canteiros de obras, além de fornecedores associados com plantas no exterior e escritórios de projeto.

Outro ponto fundamental é que a participação brasileira na fib tem propiciado um intercâmbio entre as tecnologias desenvolvidas em nível internacional com o que tem sido feito no Brasil, trazendo benefícios para o desenvolvimento da pré-fabricação de concreto no mundo. A participação ativa da ABCIC tem sido referenciada em boletins da fib relacionados ao setor, como o boletim de edifícios altos construídos em pré-fabricado de concreto, mas também o Selo de Excelência ABCIC entrou como referência em termos de programa de certificação do setor no boletim 88 da fib cujo foco é a sustentabilidade. Isso significa que toda ação da ABCIC oferece um respaldo ao mercado, consolidando sua competitividade diante de outros sistemas construtivos.

O item “Exercer influência em políticas setoriais” também foi amplamente trabalhado pela ABCIC, pois a entidade integrou, por exemplo, um importante programa lançado pelo Governo Federal, em 2022, a fim de promover a industrialização da construção no país. O Projeto Construa Brasil visa melhorar o ambiente de negócios do setor da construção, retirando barreiras atuais e incentivando as empresas à modernização. Com nove metas, oito delas em andamento, e 31 submetas, foi estruturada em três pilares: desburocratização, digitalização e industrialização.

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Planejamento Estratégico

A ABCIC participa dessa iniciativa, por meio da atuação no Grupo Técnico Consultivo (GTC) da meta 9, relacionada à industrialização da construção. A representante do setor e da entidade é a engenheira Íria Doniak. Essa meta tem coordenação da Associação Brasileira da Indústria de Materiais da Construção (ABRAMAT). A RECEPETi (Rede Catarinense de Inovação) é quem lidera todos os trabalhos, ao vencer o Edital de Chamamento Público nº3/2019 do Ministério da Economia.

No governo atual, o programa segue com o mesmo nome e foi incorporado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Durante a 24ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que ocorreu no final de março de 2023, em Brasília, o ministro da pasta, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, apresentou duas iniciativas do projeto Construa Brasil: a apresentação de guias orientativos de boas práticas para códigos de obras e edificações e também para obtenção de alvarás de construção e os cursos EAD para harmonização dos códigos de obra e simplificação do processo de alvará.

Mais recentemente, a ABCIC está integrada ao Grupo Construção é +, que conta com outras 13 entidades do setor produtivo. A iniciativa também busca a modernização da construção civil no país e defende a importância de o Estado dar atenção ao setor por sua importância na geração de empregos e de renda à população brasileira, como verdadeiro motor da economia.

O Planejamento Estratégico também salientou a aplicabilidade do sistema construtivo em novos mercados, o crescimento das soluções híbridas, um uso maior em edifícios comerciais e residenciais e a adoção de novas tecnologias em materiais, em sistemas, incluindo a digitalização. E, durante esse período, de 2016 a 2020, todos esses fatos aconteceram.

O pré-fabricado de concreto foi usado em inúmeros empreendimentos e obras, de todos os portes e de diversas tipologias, incluindo obras especiais, no agronegócio, em energia renovável, em mineração, em portos, em casas residenciais, igrejas, cemitérios, instalações elétricas, entre outros.

As obras também incorporaram novas tecnologias, como o BIM (Building Information Modeling) em suas variadas dimensões, concreto autoadensável, concretos especiais, concreto de ultra alto desempenho, softwares, laser scan, soluções de rastreabilidade, formas e veículos de transporte especiais, equipamentos de maior alcance e capacidade. É importante citar ainda as fábricas carrossel no país.

Planejamento Estratégico 2023-2027

Para o Planejamento Estratégico 2023-2027, a perspectiva se amplia, uma vez que atualmente as mudanças climáticas e a questão ambiental são temas prioritários no mundo, cujos efeitos são vistos em todos setores econômicos e na sociedade. Com isso, o futuro precisa ser de redução dos impactos ambientais e menor pegada de carbono até alcançar por completo a descarbonização das economias globais.

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Assim, a pergunta a ser respondida passou de “Para onde vai o pré-fabricado de concreto?” para “Onde vai a construção sustentável?”. E a resposta que se chegou foi “para a pré-fabricação e com projeto 100% digital”. Essa ponderação é importante, pois o entendimento é que a construção industrializada de concreto será vital para que a indústria da construção alcance as metas de redução ou eliminação das emissões de carbono.

Quanto ao digital, a incorporação do BIM e de tecnologias como gêmeos digitais, inteligência artificial, internet de coisas, realidade aumentada, impressão 3D, possibilitam que o projeto estrutural, o projeto arquitetônico, o planejamento dos processos de produção, transporte e montagem sejam realizados em ambiente 100% virtual. Esse projeto, por exemplo, pode ser enviado digitalmente para os equipamentos de produção que têm se tornando cada vez mais modernos e automatizados. O uso de drones permite o mapeamento completo da obra, incluindo sua geologia, e a utilização de robôs em fábricas ou nos canteiros realizam as tarefas conforme as orientações de projeto e planejamento.

Sustentabilidade nas áreas do cimento e do concreto no Brasil e no mundo

A sustentabilidade é um tema que está na agenda do setor e está presente como macro estratégia do Planejamento. É também um assunto que vem sendo debatido por todo o setor da construção e as áreas de cimento e de concreto no Brasil e no exterior.

O trabalho com a sustentabilidade na pré-fabricação em concreto tem sido impulsionado pelo Selo de Excelência ABCIC, programa de certificação evolutivo, cujas auditorias são realizadas pelo IFBQ (Instituto Falcão Bauer para Qualidade), atesta a conformidade aos padrões de qualidade, tecnologia, desempenho, segurança e sustentabilidade das empresas e plantas industriais no país desde 2003. Em seu nível III o escopo das questões ambientais é considerado com a inclusão de requisitos da norma ISO 14001 de Gestão Ambiental. Esses requisitos eram correlacionados a avaliação e monitoramento dos impactos ambientais na indústria: resíduos sólidos e líquidos, consumo de energia e água, uso racional dos materiais envolvidos no processo e a emissão de CO2.

O Selo de Excelência ABCIC é reconhecido no Brasil e no exterior por sua abrangência e poder de indução da qualidade e sustentabilidade setorial e empresarial. Por ser um indutor de desenvolvimento tecnológico, sua adoção possibilita as empresas se organizarem de uma forma tal que implementar novas tecnologias com base em dados existentes se torna muito mais fácil. O Selo se transformou não apenas num importante diferencial de competitividade para as empresas do setor, mas também em um guia das melhores práticas em termos de normas técnicas, de segurança no fornecimento de produtos e serviços, além de uma garantia de contínuo aprimoramento nas diversas áreas das organizações. Ele assegura o estímulo para essa constante evolução rumo à excelência das empresas.

Através de seu planejamento estratégico, a ABCIC tem monitorado as tendências internacionais, adotado uma postura colaborativa e de integração na interface com outras ações

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Estratégico

Planejamento

da cadeia produtiva do concreto e da construção civil. Destacando a plataforma CECarbon, Calculadora de Consumo Energético e Emissões de Carbono na Construção Civil, ferramenta desenvolvida pelo Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP (Comasp), em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação (SNH) e com a Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ), que tem o objetivo de contribuir com a gestão climática e energética do setor da construção civil, a partir da padronização de métricas e consistência de dados entre empresas e os atores da cadeia produtiva.

Outra iniciativa é a plataforma web Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção (Sidac), desenvolvida no âmbito do CBCS (Conselho Brasileiro da Construção Sustentável) que permite o cálculo da pegada de energia e de carbono de produtos de construção fabricados no Brasil, e está baseado em uma abordagem simplificada da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), focada nas questões ambientais mais importantes para a cadeia de valor da construção. Recentemente como uma das entidades integrantes do SINAPROCIM - Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento, foi uma das signatárias do acordo de cooperação técnica com o CBCS.

No âmbito do IBRACON, a ABCIC Integra também o CT-101 (comitê Técnico ABECE/IBRACON/ABCIC de sustentabilidade), promovendo sua interface com as ações do CT-304 (comitê técnico IBRACON/ABCIC de Pré-Fabricação) , promovendo sua integração com as pautas propostas. Entende-se que o instituto, como núcleo de inteligência do material concreto assume um protagonismo relevante neste contexto. Valendo ressaltar que em 2022 durante a edição Jubileu de Ouro do Congresso Brasileiro do Concreto, o IBRACON apresentou a Declaração IBRACON de Sustentabilidade do Concreto, por meio da qual o Instituto alinha-se aos movimentos internacionais em defesa da responsabilidade do setor em atender às metas estabelecidas no Acordo de Paris.

O próximo passo, já foi dado pela entidade e diz respeito a estratégia de implementação das DAPs (Declarações Ambientais de Produto), de fundamental importância para fornecer dados precisos à comunidade técnica e a sociedade.

É fundamental que todas essas ações convirjam para atender as metas de redução das emissões de carbono, até porque, o concreto é e continuará sendo um grande protagonista nas próximas décadas, sendo utilizado cada vez mais de formas mais inteligentes.

Segundo informações da consultoria McKinsey, em 2017, a produção de cimento é responsável por 7% das emissões globais de CO2 e a indústria sozinha responde por cerca de um quarto de todas as emissões de CO2 da indústria. Também é o maior gerador de emissões por dólar de receita, com 6,9 k.g/CO2/$. Cerca de dois terços dessas emissões resultam da calcinação, reação química que ocorre quando matérias-primas como o calcário são expostas a altas temperaturas.

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O relatório esclarece que pelas características de desempenho e a ampla disponibilidade de calcário, o cimento (e, portanto, o concreto) continuará sendo o material de construção preferido globalmente. Contudo, o aumento do uso do BIM e a construção modular podem reduzir o consumo de cimento, diminuindo efetivamente a demanda, apesar de um aumento geral na atividade de construção.

É importante avaliar que o estudo aponta ser possível até 2050 reduzir 75% das emissões do cimento. Mas será preciso, além de avanços operacionais que responderam por 20% dessa diminuição, o investimento em inovação tecnológica. Na avaliação dos especialistas da McKinsey, medidas de eficiência energética, por exemplo, já foram amplamente implementados pela indústria, enquanto o potencial de redução de emissões de combustíveis alternativos e substituição de clínquer é limitado pela diminuição da disponibilidade de insumos. Assim, serão necessárias abordagens mais inovadoras, como novas tecnologias e materiais de construção alternativos. Também, a sustentabilidade poderá ser o catalisador para que o setor busque novos modelos de negócios, parcerias e abordagens de construção.

No Brasil, as ações promovidas pela indústria fizeram o país se tornar uma referência mundial entre as nações com a menor emissão de CO2 por tonelada de cimento produzida no mundo, sendo quase um terço da média mundial - ou 2,3% - segundo o último Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa, que capta dados até 2016. Estimativas mais recentesembora não oficiais - já sinalizam, entretanto, uma participação de apenas 1,6% do cimento nas emissões totais brasileiras atuais.

Ao se falar da redução de gases de efeito estufa, existem três principais pilares que respondem pela maior parte da redução do setor, ao mesmo tempo em que representam as principais ações em termos de sustentabilidade ambiental: Adições (ou Matérias-Primas Alternativas); Combustíveis Alternativos; Eficiência Energética.

A agenda de carbono é o maior e mais importante compromisso com o meio ambiente já firmado pela indústria do cimento. Após quase 20 anos da criação do que hoje é considerado o maior banco de dados de emissões de uma atividade industrial no mundo, a Global Cement and Concrete Association (GCCA) lançou, em 2021, o Roadmap Net Zero para acelerar a transição rumo a uma economia neutra em carbono. Foi o primeiro setor a firmar um compromisso de neutralidade climática, em escala global, dentro do programa Race to Zero da ONU. Como desdobramento desse programa global, o Brasil foi escolhido pela GCCA, junto a outros 4 países, para avançar na elaboração de um Roadmap Net Zero nacional. A ideia é partir do Roadmap Brasil, lançado em 2019 e que apontava meios para reduzir a emissão de CO2 na produção de cimento, e ampliar para o ciclo de vida do produto, incorporando o concreto e a construção conforme informações da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), em recente entrevista à Industrializar em Concreto.

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Segundo o GCCA, as emissões globais totais de CO2 do setor ultrapassam 2,5 Gt. As emissões diretas de CO2 são oriundas do calcário aquecido, cerca de 60%, e da combustão dos combustíveis usados no forno de cimento e outros processos da fábrica, com aproximadamente 40%. Para zerar as emissões, será preciso trabalhar diversos aspectos, mas chama a atenção a importância do projeto e da construção e da produção de concreto para alcançar esse objetivo. A ABCP ponderou que é preciso que a redução das emissões de CO2 se torne um parâmetro do projeto, além dos parâmetros atuais de qualidade, custo, velocidade e requisitos específicos do cliente. Os projetistas podem reduzir as emissões por meio da escolha da geometria e do sistema da laje de concreto, da escolha do espaçamento da coluna de concreto e da otimização da resistência do concreto/tamanho do elemento/porcentagem de reforço. Em todos os projetos globalmente, as reduções de emissões de CO2 alcançáveis por meio de do projeto e da construção estão previstas em 7% e 22% em 2030 e 2050, respectivamente. Em termos de produção de concreto, o GCCA analisou que a industrialização é a principal alavanca. A mudança para os processos industrializados oferece economias significativas de emissões de CO2 devido à adesão às especificações de mistura e controle de qualidade. A utilização mais ampla de aditivos e o processamento aprimorado de agregados são boas oportunidades para menor emissão na produção de concreto. A otimização da produção de concreto em termos de utilização de ligantes pode levar a reduções de demanda de ligantes de 5% e 14% em 2030 e 2050, respectivamente.

A fib também tem se posicionado acerca da sustentabilidade e da redução das emissões de carbono e do impacto ambiental da atividade relacionada ao concreto. A entidade elencou cinco aspectos para serem trabalhados, a fim de que o setor contribua com a conservação do meio ambiente e do planeta.

O primeiro é o uso de racional de materiais, que envolve o desenvolvimento de concreto de baixo ou até mesmo zero carbono; o uso de concreto geopolímero/ligante ativado por álcali (AAB); uso de protensão e fibras para reduzir o volume do concreto e o volume da armadura; a aplicação de polímeros reforçados com fibras (FRP – Fiber Reinforced Polymers) com concreto ou fora das seções de concreto; e projeto de concreto carbono otimizado com adições que permitem utilizar novos tipos de ligantes e materiais reciclados na fabricação do concreto ou utilizando a quantidade mínima de materiais nas estruturas.

Na otimização de projetos de estruturas estão a aplicação de princípios sofisticados para diminuir o uso de materiais e a criação de projetos estruturas resilientes e estruturas leves para permitir um consumo mínimo de materiais e emissões. Para a eficiência na construção, a fib orienta a aplicação de métodos de construção acelerada, industrialização na construção e pré-fabricação.

Para ganhos na conservação, será imprescindível o uso de tecnologias altamente duráveis aplicadas ao concreto, conservação e gerenciamento de vida útil de estruturas. Já para

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Planejamento Estratégico

ganhos no desmantelamento e reutilização, é importante o desenvolvimento de projeto de estruturas que podem ser desmontadas e recicladas ou reutilizadas para um projeto de economia totalmente circular.

A fib também criou uma plataforma para ser um inventário de emissões de CO2 na área do concreto, com informações de fornecedores, engenheiros projetistas, construtoras e proprietários de empreendimentos. Essa ação é importante para se ter uma base de dados consistentes para apresentar as novas tecnologias que reduzem significativamente as emissões.

Macroestratégias do Planejamento Estratégico 2023-2027

Nesse contexto, o Planejamento Estratégico 2023-2027 conta com quatro macroestratégias, sendo uma delas voltada à sustentabilidade. Há também a valorização dos associados e da associação, a estruturação do setor para atender as demandas por edifícios altos e o desenvolvimento de um portal de serviços de conteúdo. Cada uma delas conta com um coordenador.

MACRO-ESTRATÉGIAS (2023-2027)

1. Valorizar Associação e Associados

1.1 Valorizar Associação

1.2 Valorizar Associados

2. Estruturar setor para Edifícios Altos

2.1 Desenvolver Técnica

2.2 Desenvolver Cadeia de Valor

OBS: DAP – Declaração Ambiental de Produto.

3. Adequar para Sustentabilidade

3.1 “Roadmap” de sustentabilidade

3.2 Estimular Selo (Nível 3)

3.3 Implementar ACV-DAP

3.4 Obter DAPs

3.5 Emitir DAPs

4. Desenvolver Portal de Serviços de Conteúdo

4.1 Definir modelo de parcerias e de viabilização

4.2 Planejar desenvolvimento

4.3 Piloto

4.4 Lançar e expandir

A macroestratégia Valorização dos Associados e da Associação, está sob a coordenação de Vítor Almeida, diretor da T&A Pré-Fabricados.

João Carlos Leonardi, vice-presidente do Conselho Estratégico da ABCIC e diretor comercial da Leonardi, é o coordenador da macroestratégia Estruturar o Setor de Construção Pré-fabricada de Concreto para os Edifícios Altos.

A terceira macro estratégia sobre sustentabilidade é coordenada por Bruno Simões Dias, membro do Conselho Estratégico da ABCIC e presidente da Precon Sistemas Construtivos.

Membro do Conselho Estratégico da ABCIC e diretor de Engenharia da Pré-Infra Pré-Moldados, Luiz Otávio Baggio Livi, coordena a macroestratégia 4 relacionada ao Portal de Serviços de Conteúdo.

A macroestratégia é uma trilha do conhecimento, ou seja, uma jornada de aquisição de conhecimento que estará disponível aos associados que desejarem adotar as melhores práticas do setor.

Os Grupos de Trabalho (GTs), sob as diretrizes do planejamento e condução dos coordenadores estão em franco desenvolvimento de suas ações.

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Duas décadas para o desenvolvimento sustentável do pré-fabricado de concreto no Brasil

A pré-fabricação em concreto no Brasil tem seu primeiro registro quando a construtora dinamarquesa Christiani Nielsen utilizou elementos pré-moldados nas fundações e muros do Hipódromo da Gávea no Rio de Janeiro. Também importantes ícones começaram a usar o sistema construtivo: os prédios de escritórios e almoxarifados do Campus Norte, da Universidade de Brasília, projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer e acompanhados pelo arquiteto João da Lima Filgueiras Lima (Lelé), que compreende a importância da racionalização, da industrialização da construção e da pré-fabricação para a arquitetura, ao ser influenciado por seu mestre e tendo participado da construção de Brasília. Posteriormente, Lelé segue para o Leste Europeu, a fim de conhecer mais sobre o sistema construtivo.

Por parte da engenharia, duas escolas - europeia e a norte-americana -, pontificadas por dois grandes nomes da engenharia estrutural no país - Augusto Carlos de Vasconcelos e José Zamarion Ferreira Diniz - impulsionaram o avanço da pré-fabricação em concreto no país.

Na década de 1950, no pós-guerra, Vasconcelos passou 14 meses em Munique, na Alemanha, em companhia de seu orientador de doutorado Hubert Rüsch, que foi fundamental para que, em seu retorno ao Brasil, trouxesse uma bagagem teórica e um entusiasmo, que o levou a criar uma carreira de incentivo ao uso do pré-fabricado de concreto, atuando fortemente em São Paulo, com conceitos e ensinamentos que repercutiram e, ainda repercutem, por todo o país. Ele protendeu as primeiras pistas e também foi fundador, em 1957, da primeira fábrica de estruturas pré-moldadas de concreto protendido de fio aderente.

Zamarion estudou e trabalhou na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, realizando a revisão bibliográfica e teórica e fazendo estudos sobre fadiga de concreto e ligação entre o concreto pré-moldado e o moldado no local. Seu trabalho tornou-se de grande interesse para a área de rodovias e pontes com trechos no mar. Com isso, ele desenvolveu inúmeros trabalhos e ensaios. Em seu retorno ao Brasil, como um entusiasta da pré-fabricação, começou a divulgação do sistema a partir da cidade onde residia, Belo Horizonte, Minas Gerais. Concomitantemente, novas indústrias foram criadas, a partir de movimentos sociais e mercadológicos, como o déficit de habitação e de infraestrutura, a orientação das multinacionais para construção de parques fabris com a pré-fabricação (1980), o movimento dos grandes varejistas (1990) e shopping centers (2000), e eventos esportivos (2009-2014). Esse histórico demonstra que o sistema construtivo está há mais 60 anos no país, evoluindo de forma sustentável e sendo protagonista de momentos históricos e desafiadores para o Brasil.

Em 2001, foi instituída a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC), com a missão de promover o desenvolvimento do setor de pré-fabricado

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Abcic 21 Anos

de concreto e a difusão desse sistema construtivo e da industrialização da construção, a partir de valores como ética, integridade, respeito aos associados e responsabilidade socioambiental.

A ABCIC tem como visão integrar a cadeia do pré-fabricado de concreto junto aos seus públicos de interesse, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da industrialização da construção, por meio de ações e atividades técnicas, setoriais, de conhecimento, de normalização, formação e qualificação de pessoas, institucionais e acadêmicas.

Sua fundação foi estruturada a partir da reunião de um grupo de pré-fabricadores, denominados atualmente de sócios fundadores pelo estatuto da entidade, com o incentivo da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), para discutir importantes temas como padronização, qualidade e ética. A primeira ação foi propor à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a revisão da ABNT NBR 9062 - Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-Moldado, cuja publicação ocorreu em 2006.

Foi também estabelecido um comitê, liderado pelo primeiro presidente da ABCIC, Milton Moreira (gestão 2001-2003), para ações de benchmarking com o Precast/Prestressed Concrete Institute (PCI), entidade que desenvolve e promove a pré-fabricação nos Estados

Unidos, que resultaram em uma visita, onde se concluiu que a base sustentável para o desenvolvimento de um setor é padronização, por isso foi estabelecido um programa de certificação, com avaliação das fábricas e das obras por um organismo independente.

Essa decisão culminou, em 2003, na criação do Selo de Excelência ABCIC, programa evolutivo que atesta plantas de produção e obras em relação à qualidade, segurança e meio ambiente. Essa iniciativa é considerada pelo mercado e pelos associados a principal ação desenvolvida pelo setor. A ABCIC entende que o desenvolvimento tecnológico associado à padronização e à certificação seriam vitais para fomentar importantes ações, que, atualmente, são traduzidas em pesquisa e desenvolvimento e inovação.

Entre 2004 e 2009, a ABCIC teve como presidente Paulo Sérgio Cordeiro (in memorian), que foi também diretor de Marketing por duas gestões (2011-2015). Como presidente, sua principal marca foi o estabelecimento do Código de Ética, atual Código de Conduta, além de contribuir de forma expressiva para a consolidação do Selo de Excelência ABCIC, como instrumento de aprimoramento e desenvolvimento tecnológico das empresas do setor.

Por isso, em 2004, a ABCIC doou um edifício como contrapartida de um programa proposto e idealizado pelo professor Marcelo de Araújo Ferreira, a partir do Programa Jovem Pesquisador em centros Emergentes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Foi o início do Núcleo de Estudo e Tecnologia em Pré-Moldados de Concreto (NETPre), cujo objetivo é o desenvolvimento de pesquisa científica e de tecnologia, a transferência tecnológica e a disseminação de conhecimento no campo dos sistemas construtivos pré-fabricados de concreto adaptados às condições nacionais. A partir de um

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Abcic

Convênio de Colaboração Tecnológica com a Abcic, foi construído, em 2005, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o primeiro laboratório no Brasil dedicado às Estruturas Pré-Moldadas.

Na gestão de Cordeiro, a ABCIC inicia um novo programa: as Missões Técnicas, e sua associação à International Federation for Structural Concrete (fib) e impulsiona a atuação internacional da entidade, que vem sendo fundamental para o monitoramento de tendências globais, desenvolvimento tecnológico e normalização do setor. Assim, em 2008, a Abcic passa a integrar, juntamente com a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), o Grupo Nacional Brasileiro junto à federação. Posteriormente, o Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) une-se ao grupo.

As Missões Técnicas são eventos especiais realizados por adesão de empresas associadas interessadas. A programação é criteriosamente desenvolvida, contando com a coordenação técnica e operacional da Presidência Executiva e apoio de um coordenador local, usualmente ligado a uma organização (empresa ou entidade) que possua reconhecida atuação no destino pretendido. São visitas técnicas que promovem conhecimento e debates em temas de interesse propostos pelo Conselho Estratégico ou por associados, tendo como objetivo principal o avanço tecnológico das empresas e técnicos associados. Até 2019, foram realizadas sete Missões Técnicas para Alemanha, Bélgica, China, Dinamarca, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, Holanda, Inglaterra, Itália e Japão

Outro ponto fundamental de sua gestão foi profissionalizar a atuação da ABCIC, criando a Diretoria Executiva, que ficou a cargo da engenheira Íria Doniak, profissional que já atuava no setor e também prestava serviços à entidade. Posteriormente, após a reformulação do estatuto, durante a gestão de Carlos Gennari (2009 a 2013), Íria passa a ser presidente executiva.

Como diretor de Marketing, Cordeiro sempre apoiou o desenvolvimento das atividades e teve seu sonho concretizado, com o lançamento da revista Industrializar em Concreto.

A gestão seguinte, de Gennari, foi marcada pela intensificação das relações institucionais, ampliando a interface com entidades nacionais e internacionais, pela reformulação do estatuto, que estruturou duas grandes áreas complementares: a Presidência Executiva e o Conselho Estratégico; e alterou o mandato de reeleição de 3 anos para 2 anos. Ele também apoiou a atuação das Relações Institucionais e Governamentais (RIG) pela entidade. A partir de segunda gestão de Gennari, a associação passa a ter Conselho Estratégico, presidente executiva e presidente do conselho Estratégico.

Em 2011, a entidade completou 10 anos de atividades bem-sucedidas para o desenvolvimento da pré-fabricação em concreto no Brasil. Em comemoração, foi criado o Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto. Também foi instituída a sondagem setorial, que atualmente está a cargo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A ABCIC passa a integrar o GT Construção Industrializada, oriundo do Programa de Inovação Tecnológica (PIT), da Câmara

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Anos

Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e coordenado pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT).

No ano seguinte, a associação sedia importante reunião no país e recebe a Comissão 6 de Estruturas Pré-fabricadas da fib e realiza o seminário Latino-Americano de Estruturas Pré-fabricadas de Concreto com ênfase em concepção e projeto, onde decisões importantes são traçadas em relação à ampliação do uso do pré-fabricado de concreto e suporte à normalização.

Entre 2013 e 2015, Aguinaldo Mafra Junior assume como presidente do Conselho Estratégico, tendo como destaque a elaboração do Planejamento Estratégico, que definiu um conjunto de diretrizes, estratégias e ações para melhorar o desempenho organizacional da ABCIC e, com isso, fortalecer seus associados por meio de atividades que contribuíram para o desenvolvimento setorial. Revisado a cada cinco anos, conta com o apoio de uma consultoria especializada.

Durante a gestão Mafra, a ABCIC passou a ter uma sede própria. Anteriormente, a associação funcionava integrada ao Campus da ABCP. Isso foi um passo importante para a emancipação da entidade, que já possuía um estatuto e diretrizes próprias desde sua criação. Também foi lançada, em 2014, a primeira edição da Revista Industrializar em Concreto.

André Pagilaro foi presidente do Conselho Estratégico entre 2016 e 2018 e destacou a realização de atividades de normalização, como a publicação da 3ª revisão da ABNT NBR

9062 - Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-moldado, de Missões Técnicas, do Seminário Internacional e do Workshop fib, que teve uma grande repercussão, pois contou com uma plateia formada por profissionais da área de engenharia, representantes da academia e também de instituições governamentais, além de ter como conferencistas e debatedores os maiores especialistas mundiais em construção industrializada de concreto.

A economia brasileira, na gestão de Pagliaro, estava em crise, afetando a construção civil brasileira. Mas a pré-fabricação em concreto dobrou seus esforços e se reinventou. Desse modo, a entidade acabou saindo fortalecida, ganhando mais resiliência e resistência.

Entre 2018 e 2020, José Antonio Tessari foi o presidente do Conselho Estratégico, e teve o grande desafio de manter as atividades da entidade mesmo em cenário econômico adverso no país. Ele deu continuidade aos trabalhos realizados por seus antecessores, com ênfase nas Missões Técnicas, uma vez que os anos de relacionamento com a fib e o PCI resultaram em um importante apoio dessas entidades para integração e troca de experiências internacionais.

Outros marcos de sua gestão foram o lançamento do Manual de Montagem das Estruturas Pré-Moldadas de Concreto e a criação do Abcic Networking, evento voltado aos associados e convidados, com o objetivo de trazer o debate de importantes temas para o setor e promover a integração e intensificar o ambiente associativo. Todos os programas da ABCIC contam com uma logo própria para identificação por parte de seus associados e do mercado.

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A presidência do Conselho Estratégico entre 2020 e 2022 foi exercida por Guilherme Fiorese Philippi, que precisou enfrentar os desafios impostos pela pandemia da Covid-19. Contudo, o setor mostrou coragem, dedicação, resiliência, adaptação e flexibilidade, como já havia feito em outros momentos, para superar esse período. Foram realizadas reuniões virtuais periódicas com os associados para compartilhamento de percepções, informações e boas práticas no momento da pandemia.

Um destaque da gestão de Philippi foi a intensificação da ABCIC em diversos fóruns, apresentando seus pleitos e apoiando decisões que são transversais a toda a cadeia produtiva da construção civil. A entidade participou do Grupo de Trabalho Consultivo (GTC) no âmbito da meta 9, com o tema “Incentivo à construção industrializada”, do Edital de Chamamento Público nº 3/2019 do Ministério da Economia, que culminou no projeto Construa Brasil. A ABCIC tem, portanto, levado aos associados informações atualizadas sobre o contexto atual e perspectivas futuras.

Houve ainda um fortalecimento das atividades digitais da entidade, com a realização de eventos online e também uma maior participação nas redes sociais. No final de sua gestão, teve início o novo Planejamento Estratégico da ABCIC.

O presidente do Conselho Estratégico entre 2022 e 2024 é Felipe Cassol, que está dando continuidade ao Planejamento Estratégico, para trazer uma visão dos próximos 5 anos, capturando as mudanças sociais e de mercado que são advindas de novas tecnologias, materiais, novos entrantes e catalisadas pela grande transformação global no pós-pandemia. Um dos focos de sua gestão será a sustentabilidade, trabalhando em conjunto com entidades nacionais e internacionais, uma vez que a COP-26 gerou muitas metas para a diminuição dos impactos das mudanças climáticas.

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Também estão pautados temas como inovação, além de qualidade, segurança e padronização, que desde o início da ABCIC, têm sido a bandeira que impulsiona o desenvolvimento tecnológico do setor. Outro fator ressaltado será um reconhecimento, ainda maior, do mercado para as empresas pré-fabricadoras de concreto, como protagonistas da disrupção da construção convencional.

Ao completar 20 anos de história, a ABCIC mostra a importância da pré-fabricação de concreto para o crescimento sustentável e aumento da produtividade, qualidade e sustentabilidade na construção civil brasileira. Cada gestão foi essencial para a evolução do setor, que culminou em empresas consolidadas, robustas e altamente inovadoras e produtivas. Todos os presidentes sempre deixaram um legado que faz da ABCIC uma referência no Brasil e no mundo.

Linhas de atuação da ABCIC

Incentivar o desenvolvimento tecnológico contínuo da indústria: apoiando a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), participando das comissões de normas correlatas e complementares ao sistema construtivo que representa; monitorando as tendências internacionais através da participação em fóruns e grupos de trabalho internacionais, como a International Federation for Structural Concrete (fib); organizando as missões técnicas que têm possibilitado experiências aos seus associados através de visitas técnicas a indústrias em outros países, feiras e workshops em temas de interesse de seus associados como BIM, ligações, concretos especiais, entre outros.

Incentivar o cumprimento das Normas Técnicas ABNT bem como das Normas Reguladoras e Boas Práticas de Gestão como Responsabilidade Social e Meio Ambiente, por meio do estabelecimento de seu Código de Conduta e do programa Selo de Excelência ABCIC, que atesta as fábricas e os canteiros de obras em relação a requisitos pré-estabelecidos em normas e requisitos aplicáveis, de domínio público.

Apoiar o ensino nas universidades públicas e privadas através de programas específicos de cooperação, convênio, desenvolvimento de conteúdo e participação nas semanas de engenharia e arquitetura.

Difundir o conhecimento através da realização e apoio de eventos técnicos (Workshops, Seminários, Congressos e jornadas Técnicas) que gerem à comunidade técnica e empresarial da construção civil oportunidades de aprendizado e debates.

Reconhecer as obras, cujo projeto arquitetônico e estrutural bem como a sua execução, apresentaram soluções inovadoras e resultados expressivos promovendo o uso do sistema construtivo, realizando anualmente o Prêmio Obra do Ano Abcic.

Incentivar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o incremento da produtividade, qualidade e competitividade da construção civil. Participando dos grupos de traba-

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lhos específicos e pró-industrialização da construção civil e também engajada e apoiando trabalhos como Construbusiness (DECONCIC-FIESP), Coalizão Pela Construção Civil (CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Do Mesmo Lado (ABRAINC- Associação Brasileira das Incorporadoras), entre outros movimentos.

Promover encontros das distintas categorias de associados, a fim de integrar a cadeia produtiva setorial gerando relacionamentos e trazendo informações técnicas e tendências da construção civil.

Presidentes Honorários

Milton Moreira Filho (2001 a 2004)

Paulo Sérgio Teixeira Cordeiro “in memoriam” (2004 a 2009)

Carlos Alberto Gennari (2009 a 2013)

Aguinaldo Mafra Júnior (2013 a 2016)

André de Carvalho Pagliaro (2016 a 2018)

José Antonio Tessari (2018 a 2020)

Guilherme Fiorese Philippi (2020 a 2022)

Presidente do Conselho Estratégico

Felipe Cassol – Cassol Pré-Fabricados (2022 a 2024)

Presidência Executiva

Íria Licia Oliva Doniak

Diretora Executiva de 2008 a 2010 (data de registro do estatuto que cria a Presidência Executiva)

Presidente Executiva de 2010 a atual

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