diálogos setoriais - relatório final da ação_anexo 7 - relatório oficina de trabalho

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS

RELATÓRIO

OFICINA DE TRABALHO ESTRATÉGIA NACIONAL DE MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE

15 de Setembro de 2010


INTRODUÇÃO RESULTADOS – GRUPOS DE TRABALHO RECOMENDAÇÕES GERAIS ANEXO 1 – INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES ANEXO 2 – LISTA DE PARTICIPANTES


INTRODUÇÃO A Oficina de Trabalho – Estratégia Nacional de Monitoramento da Biodiversidade, realizada nos dias 23, 24 e 25 de agosto de 2010 em Brasília, foi uma iniciativa da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente em cooperação com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Participaram da Oficina, representantes do governo brasileiro, instituições nacionais e internacionais envolvidas com o tema, organizações não governamentais, especialistas brasileiros em inventários, monitoramento e bancos de dados, bem como instituições nacionais detentoras de bases de dados. Durante o evento foram abordados os temas relativos à indicadores, redes de monitoramento e sistemas de informação em biodiversidade, tendo sido resgatadas algumas iniciativas nacionais sobre estes temas, bem como experiências adquiridas em outros países. A Oficina teve como objetivo obter subsídios para a elaboração de uma Estratégia Nacional de Monitoramento da Biodiversidade. Para isto, quatro grupos temáticos – Sistemas Integrados de Informação; Redes de Monitoramento; Espécies/grupos taxonômicos e ainda Paisagens/Biomas e Habitats – elaboraram recomendações e propuseram diretrizes e ações para o estabelecimento de uma infraestrutura nacional de informação sobre biodiversidade, bem como para a seleção de indicadores em biodiversidade e para o monitoramento de paisagens e biomas. Os resultados obtidos nos grupos de trabalho são apresentados neste relatório. A consolidação de uma Estratégia Nacional para o monitoramento integrado da biodiversidade irá possibilitar a priorização na produção, integração e disponibilização de informações, essenciais para a gestão ambiental e tomada de decisão política nacional. Atualmente existe uma enorme demanda, do MMA e instituições vinculadas, sobre informações do estado de conservação da biodiversidade para subsidiar a gestão ambiental, particularmente nos processos descritos abaixo. 1. Subsidiar à tomada de decisão, nos processos de: a. b. c. d. e. f. g. h. i. j.

Licenciamento Ambiental; Concessão Florestal; Zoneamento Ambiental; Planos de Manejo Florestal; Criação e Planos de Manejo de Unidades de Conservação; Definição de Listas de Espécies Ameaçadas e elaboração de Planos de Ação; Definição de Áreas Prioritárias para a biodiversidade; Definição de Listas de Espécies Sobrexplotadas; Planejamento territorial e urbano; Elaboração de instrumentos normativos e definição de estratégias políticas (por exemplo, subsidiar o MMA no processo de revisão do Código Florestal);


k. Valoração de serviços ambientais. 2. Monitorar (por meio de uso de indicadores) e avaliar o estado da biodiversidade e a sustentabilidade de seu uso frente aos impactos e mudanças ambientais, especificamente considerando os processos e atividades de: a. b. c. d.

Concessão Florestal; Licenciamento ambiental; Alteração do uso e ocupação do solo; Mudanças climáticas.

3. Monitorar (por meio de uso de indicadores) a evolução do estado de conservação da biodiversidade e avaliar se as medidas que estão sendo tomadas para reduzir a sua perda têm sido efetivas, tais como: a. Criação de UCs (avaliação da efetividade das UCs na conservação da biodiversidade); b. Programas de educação ambiental; c. Criação de corredores ecológicos; d. Planos de Ação de Espécies Ameaçadas; e. Planos de Gestão para Espécies Sobrexplotadas; f. Programas de soltura da fauna. g. Programas de fiscalização. h. Programas de Conservação ex-situ 4. Avaliar o cumprimento de metas e acordos Internacionais, particularmente as metas da CDB, relativas à redução da perda da biodiversidade.


RESULTADOS – GRUPOS DE TRABALHO GRUPO I. Sistemas integrados de informação Foram discutidas as diretrizes para o estabelecimento de uma infraestrutura nacional de informação sobre biodiversidade. Esta infra-estrutura deve apresentar um catálogo de metadados, definição de normas e padrões, política de dados, portal de visualização e integração de dados através de serviços web (WebService) e interface para tomadores de decisão. Exemplos: SIB (com Catálogo Nacional de Metadados – Colombia, atribui a um instituto a gestão dos dados – Humboldt), National Biological Information Infraestructure - EUA e NBII - Austrália. A infra-estrutura nacional de informação sobre biodiversidade deve: a. Utilizar softwares livres, sempre que possível; b. Estar de acordo com os protocolos e padrões já estabelecidos pela INDE (IBGE), E-ping, E-mag; c. Utilizar protocolos e padrões internacionalmente aceitos, sempre que possível; d. Fortalecer experiências já existentes no Brasil; e. Estabelecer procedimentos de validação da qualidade dos dados depositados no sistema de forma automática e por análise de técnicos devidamente capacitados. Deverão estar inseridos neste processo as Instituições governamentais - federais, estaduais e municipais - as IES, as Organizações não Governamentais (ONGs), Institutos de Pesquisa, setor privado, Organismos Internacionais. Sugere-se a RNP para a implantação física da infraestrutra (com aproveitamento da infraestrutura, cache-nodes, conectabilidade, redes metropolitanas etc..); Recomenda-se a formação de uma comissão com representantes no nível federal, estadual, acadêmico, além de instituições como IBGE, representantes de projetos pré-existentes etc. Esta comissão deverá ordenar o acesso, o armazenamento, o uso e a disseminação de dados e das informações. A construção de repositórios de dados, componente fundamental do sistema, depende de processo criterioso para sua normatização e implementação. Em relação à sistemas centralizados versus descentralizados, sugere-se que esta Infraestrutura apresente uma coordenação centralizada, com os demais componentes descentralizados e com obrigatoriedade de criação de espelhos. Em relação à política de dados, recomenda-se acesso livre, aberto, útil e utilizável a todos (com exceções justificadas). Os prazos para liberação dos dados ao público serão estabelecidos de acordo com o projeto. Etapas para implementação de um banco de dados (sistema) integrador: 1. Realização de um diagnóstico, com avaliação da viabilidade e sustentabilidade da infraestrutura; 2. Apresentação de uma proposta de implementação da infra-estrutura (incluindo modelo de gestão, mecanismos de monitoramento e controle, matriz de responsabilidades, fontes de recursos, estratégias de sustentabilidade); 3. Institucionalização da infra-estrutura (instrumento legal, internalização de processo e normas, etc.); 4. Implementação da infra-estrutura 5. Monitoramento e ajuste do funcionamento


É essencial o estabelecimento de um arranjo institucional para coordenação e gestão do sistema imediatamente. Dúvidas 1. 2. 3.

Quais as principais perguntas a serem respondidas com este sistema integrado ? Qual a instituição que deverá liderar este sistema ? Qual será o arranjo institucional?


Tema 2. Redes de Monitoramento Uma listagem inicial das instituições relevantes como pontos focais, por Bioma, para constituir parte da rede de monitoramento, foi proposta sugerida pelo grupo (Tabela 1) Tabela 1 – Pontos focais por Bioma Instituições

Amazônia

Cerrado

Caatinga

ANA APNE EMBRAPA Evandro Chagas FIOCRUZ FUDHAM IBAMA ICMBIO INPA INPE IPJB-RJ Mamirauá MPEG OEMAS ONGs SFB SIPAM UNIVERSIDADES UEFS UERJ UF LAVRAS UF PELOTAS UF Viçosa UFCE UFES UFG UFMG UFMS UFMT UFPA UFPB UFPE UFPR UFRG UFRGS UFRJ UFRN UFRPE UnB UNESP UNICAMP UNIVASF USP

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Obs. Deverá ser dado peso às instituições de acordo com a sua atuação (importância, volume e abrangência geográfica/temática). Outras universidades relevantes poderão ser acrescentadas. As Instituições deverão apresentar informações (ou ter como foco temático para a realização de pesquisas) nas seguintes áreas relativas à biodiversidade: paisagem, ecossistemas, espécies/grupos taxonômicos, comunidades, populações, genes.


Em relação às pressões sobre a biodiversidade, deverão ser considerados os seguintes setores/temas (e instituições relacionadas): energia, petróleo, mineração, agricultura, pecuária, extrativismo, madeira, pesca, mudanças climáticas, desertificação e urbanismo. Como base da informação para determinados temas, foram propostas algumas instituições no âmbito nacional (Tabela 2) e no âmbito regional (Tabela 3). Além disso, deverão ser consideradas algumas instituições que não realizam monitoramento, como Museus, alguns setores do IBAMA (SISLIC/DILIC, DBCOZAM), dentre outras. Tabela 2 - Bases de informações originais - Escala Nacional Instituição Base de informação IBAMA Licenciamento Ambiental ICMBio UCs, ARPA, Planos de Manejo, Planos de Ação, Lista de Spp. Am., SNA-Net, SITAMAR, BDBioPrim e outras bases de Centros de Pesquisa Instituições de Pesquisa MPEG, INPA, Instituto Butantã, ONGs, EMBRAPA Sede Serviço Florestal INF, monitoramento das concessões florestais Brasileiro Tabela 3 - Bases de informações originais - Escala Regional Instituição Base de informação OEMAs FEPAM/RS, IF-MG, … Jardins Botânicos JBRJ FNS (ex-FUNASA) monitoramento de vetores de endemias Centros da EMBRAPA Cerrados, Pantanal, CENARGEN... Universidades ??? Programas GEOMA, PPBIO, Biota-FAPESP, ComCerrado, Rede de Parcelas Permanentes, PDBFF, Rede meros do Brasil, Reef Check, Rainfor, Petrobras Ambiental Proposta de arranjo institucional Como sugestão de arranjo para esta rede de instituições, foi proposto uma Pirâmide com nós institucionais locais, regionais, e um hub nacional. Além disso, uma análise de lacunas deverá ser realizada, considerando as áreas e temas de maior demanda de dados. Deve haver uma Política de dados bem definida e um compromisso de responsabilidades institucionais Deverão ser considerados os seguintes aspectos no levantamento de instituições que comporão a rede:  Representatividade regional por biomas;  Estrutura física de suporte para atividades de campo;  Proximidade e facilidade de acesso;  Estrutura física para processamento de amostras, identificação do material e manutenção de coleções;  Vinculação de pessoal especializado permanente;  Pessoas capacitadas, diversificadas (em formação) e dedicadas exclusivamente a rede;  Oportunidades para troca de experiências, articulações entre instituições (local/regional/nacional);  Equipamento para coleta e análise de dados (para atender as demandas do monitoramento);  Hardware/software para aporte de dados;  Comitê gestor/técnico.


Principais problemas levantados para a construção da rede:  Falta de definição de táxons e temporalidade das amostras;  Falta de definição de protocolos, alvos e indicadores;  Falta de pessoal capacitado para uso de métodos padronizados e manutenção das coletas;  Falta de pessoal capacitado e profissionalizado para agregação de dados nos sistemas, análise e integração das informações;  Incerteza do provimento de recursos financeiros para manutenção dos programas de monitoramento a longo prazo;  Arquitetura (falta de interoperabilidade) dos bancos de dados;  Dificuldade de integração institucional e devido às diferentes culturas organizacionais;  Falta de incentivo/políticas para compartilhamento dados;  escassez de recursos humanos e financeiros;  não disponibilidade de metadados;  falta de liderança no processo;  falta de sistema de informação para compartilhamento dos dados;  impossibilidade de adoção de um padrão geral para coleta de dados . Sugestão de para promover a padronização/integração da informaçãos: 1. Definição da política nacional de monitoramento (da biodiversidade/ambiental); 2. Definição do arranjo organizacional do Sistema de Monitoramento; 3. Estabelecimento de compromissos e responsabilidades institucionais; 4. Realização de uma análise de lacunas; 5. Definição de uma Política de dados e; 6. Definição do custo do processo de monitoramento e das fontes de financiamento para sua manutenção em longo prazo (>20 anos)

Produtos esperados da rede - Geração de informações temporais sobre organismos capazes de compor indicadores sobre o estado de conservação da biodiversidade - Criação do Sistema Nacional de Monitoramento da Biodiversidade como contribuição essencial para o monitoramento ambiental - Programa de capacitação estabelecido para monitoramento da biodiversidade - Avaliação periódica sobre a eficiência da rede (custos vs. benefícios) - Mapas atualizados de uso e cobertura do solo nos biomas/bacias; - Avaliação da saúde/eficácia das áreas protegidas (UCs); - Avaliação contínua de potenciais reservatórios de zoonoses; - Avaliação da qualidade ecológica da água; - Mapeamento das pressões e das iniciativas de monitoramento, (identificação de lacunas de monitoramento); - Avaliação do status de conservação de espécies ameaçadas; - Avaliação do estado das espécies invasoras; - Mecanismos de análises/predição rápidas frente a ameaças e propostas mitigadoras. Reflexões: Qual o valor/ganho adicional de uma rede de monitoramento? Qual cenário de arranjo que queremos para a rede de monitoramento? Topdown, redes locais, ou geográfico? (MMA demandando? iniciativas pontuais se articulando?)


Tema 3. Espécies/grupo taxonômicos Discussão de critérios apropriados para avaliação do estado de conservação da biodiversidade É recomendável a utilização de indicadores para avaliação do estado de conservação da biodiversidade, tendo sido citado alguns exemplos de indicadores como riqueza (comunidades), abundancia (espécies), e recrutamento. Recomendações para a seleção de indicadores: 1. Deverão ser selecionados indicadores nacionais, mesmo que exista uma regionalização da obtenção da informação (ex: porcentagem de espécies ameaçadas por bioma, status de conservação de mamíferos de grande porte por bioma independente das espécies avaliadas: capivaras, golfinhos ou onças); 2. O conjunto de espécies monitoradas deve ser representativo da totalidade da biodiversidade terrestre, aquática, marinha em cada Bioma, e a discussão dos grupos específicos seria de acordo com as especificidades de cada região ou área. 3. Deverão ser contempladas as unidades ecológicas, com indicadores em todas as escalas; 4. Deverão ser utilizados os critérios da IUCN; 5. Deverá ser levado em consideração a simplicidade de protocolos. Para a seleção de espécies ou grupos taxonômicos, deverão ser considerados: a) b) c) d) e)

Capacidade instalada de taxônomos; Representatividade nos biomas; Sensibilidade ambiental do indicador às pressões; Capacidade instalada em coleções Indicadores de qualidade ambiental

Entre alguns táxons sugeridos estão: plantas dominantes, vertebrados de médio e grande porte (mamíferos, quelônios, crocodilianos), aves, anfíbios, peixes, determinados grupos de invertebrados (ex. lepidópteros, corais). Outras recomendações: No caso dos indicadores que precisam ser depositados em coleções (peixes, invertebrados) é essencial uma ampliação da infra-estrutura dessas coleções. As espécies ameaçadas constituem um grupo de indicadores, que precisam de programas específicos de monitoramento, priorizando as espécies de fácil detecção. As espécies invasoras também precisam ser monitoradas. Podem ser selecionadas espécies relacionadas aos objetivos de criação da unidade. No caso de monitoramento em UC, as espécies devem refletir as pressões sofridas pela UC.


É recomendável que o monitoramento tenha um foco nas comunidades, com avaliações sobre a dinâmica de populações e espécies; dinâmica de mortalidade e recrutamento de plantas; cobertura vegetal para ambientes não arbóreos, dentre outros aspectos. Além disso, recomenda-se uma política de investimento, priorizando a realização de inventários básicos, que dê subsídios à elaboração de listas de espécies ameaçadas de extinção, com o estabelecimento de indicadores mínimos. Os dados já coletados, como aqueles provenientes dos monitoramentos de calor e cobertura vegetal (INPE), não devem ser desprezados. Indicadores Regionais Devem ser consideradas as diferentes pressões regionais para definição de indicadores específicos. Os critérios para seleção de indicadores regionais seriam: a) b) c) d)

Sensibilidade ao impacto causado pela pressão; Aplicabilidade no contexto específico da pressão Espécies sensíveis a introdução de espécies exóticas Relevância para manutenção de serviços ambientais para a sociedade no sentido lato (ex. saúde, controle ecológico de pragas, pesca)

Recomendações para a padronização de dados  Disponibilização de recursos financeiros e humanos como fomento para a utilização de protocolos padronizados;  Identificação dos táxons a serem monitorados e de especialistas para esses táxons distribuídos pelo país;  Definição de protocolos padronizados simples e capacitação periódica para utilização dos mesmos;  Investimento em capacitação de parataxonomistas e assistentes de campo;  Envolvimento das comunidades locais;  Estratégias de investimento diferenciadas para atender as necessidades regionais;  Estabelecimento de uma política de dados clara;  Indicadores monitorados podem variar de uma UC para outra (rastro de onça, queixada e anta em Emas; avistamentos de muriqui em Serra dos Órgãos, por exemplo);  Utilizar mão de obra dos servidores ICMBio, no caso específico das UCs federais;  Garantir a dotação orçamentária adequada via PPA para o monitoramento da biodiversidade, através de um dispositivo legal a Política Nacional de Monitoramento da Biodiversidade Brasileira.  Criação de linhas de financiamento de projetos de pesquisa em longo prazo, com facilidade de gastos. Informações mínimas necessárias para a integração de banco de dados de espécies  Registro único para os espécimes coletados e local de depósito;  Nome científico;


 local (município, estado, coordenadas geográficas, sítio de coleta, bioma, tipo de vegetação, altitude/profundidade, habitat),  data e hora,  equipe (responsável pela expedição, coletor, assistente), método de coleta, captura ou marcação, esforço de coleta, determinador da espécie (pessoa que identificou o material)  Cada registro deve conter atributos do sítio de coleta.  O sistema deve possuir campos estruturados e relacionar o nome científico com toda a hierarquia taxonômica. Em resumo: O que (espécie em questão), Onde (local que ela ocorre) Quando (temporalidade) Quanto (indicador, unidade de abundancia do táxon, grupo taxonômico) Como (metodologia) Quem (que é o responsável pelo dado) Recomendação do grupo: No mínimo, compartilhar os bancos de dados existentes entre MMA, instituições vinculadas, MCT


Tema 4. Paisagem/biomas e habitats Estabelecimento de Indicadores É desejável o estabelecimento de indicadores para avaliação sistemática do estado de conservação dos diferentes biomas e tipos de habitats brasileiros, entretanto, é fundamental que a lógica para definição dos indicadores/parâmetros nacionais e regionais sejam tratados diferentemente para ambientes terrestres e aquáticos. Por exemplo, considerando especificidades como a conectividade entre áreas protegidas em ambiente terrestres. Além do recorte “bioma” deverão ser consideração outras unidades, como: bacias hidrográficas, ecorregiões aquáticas e terrestres. Deve-se considerar também as especificidades de cada unidade de monitoramento. Em relação à priorização de habitats/biomas, o principal critério deve ser a questão de pressão/risco e importância biológica, em especial levando-se em consideração as Áreas Prioritárias para Biodiversidade, já definidas em 2007. A questão do custo deve necessariamente ser levada em consideração, não diminuindo o valor dos parâmetros apresentados acima. É absolutamente recomendável a utilização de uma classificação única para nomeação dos diferentes tipos de habitats. Apesar de se tratar de uma tarefa difícil o ideal é que se adote o processo já em curso levado pelo IBGE. Proposta para o Monitoramento de habitats e paisagens O Monitoramento deverá ser feito em duas escalas: Em nível nacional – Deverá ser feito na escala apropriada (a ser oportunamente determinada) com imageamento por satélite classificando de forma simples e biologicamente significativa a vegetação Em escala maior – Deverão ser feitas amostragens nos vários biomas com o seguinte procedimento geral: a. Haverá, aproximadamente, trinta áreas de amostragem, sendo metade compreendendo uma UC de Proteção Integral e seu entorno e outra sem a presença de UC; b.

O imageamento da área será analisado como tendência temporal.

Observações: Sugere-se que a legenda usada em nível nacional seja, por exemplo, a relativa ao comportamento da vegetação na estação desfavorável. A amostragem na outra escala visa a ter um controle de mudança ambiental (a UC) e as mudanças em seu entorno e nas áreas sem UC. A analise da imagem devera atender as características relacionadas ao funcionamento do sistema


Recomendações: 1. Para agregar as iniciativas de diferentes instituições deve haver inicialmente uma padronização do sistema de classificação do uso e cobertura (e.g. LCCS-FAO, CORINE –EU, NatureServe). Deve ser feito um comitê para consensuar os padrões de classificação. 2. O produto mais relevante é o mapeamento do uso e cobertura do solo, atualizados a cada período definido de anos, nas escalas nacional e local; 3. Em relação ao Cadastro Ambiental Rural, deverá ser verificado os esforços em andamento nos estados, aproveitando o esforço e periodicidade dos levantamentos de uso e cobertura; 4. Inicialmente, deve-se estabelecer um processo para sistematizar/agregar as informações existentes, nas diferentes resoluções, e disponibilizá-las aos gestores; 5. Iniciar com um piloto; 6. Devem ser consideradas outras informações, além da cobertura e uso do solo, para subsidiar modelagens para distribuição de espécies (e.g. altimetria; pluviosidade, e outras). 7. Mapear quais iniciativas de classificação de uso e ocupação do solo e classificação de formações naturais e instituições em curso, identificando as respectivas resoluções (espacial, temporal, espectral). 8. Deverão ser sugeridas formas de implementação para as ações de avaliação do grau de conservação de habitats e paisagens, em escala nacional. 9. Estruturar a estratégia nacional de monitoramento da biodiversidade, institucionalizando-a, de modo que seja gerida por um consórcio de instituições (modelo consórcio ZEE) que tenha como objetivo a internalização da biodiversidade no planejamento territorial do país, tornando-a questão estratégica de Estado. Esta estrutura deverá ter: • • •

garantia de recursos no PPA continuidade em longo prazo Definição clara de responsabilidades entre atores envolvidos

Próximos passos (ou passos necessários): • Definição do melhor arcabouço político-institucional para implementação e gestão da Estratégia Nacional de Monitoramento da Biodiversidade; • Mapeamento de Atores; Reflexões


Deveríamos pensar inicialmente na estrutura pretendida, nas experiências em curso (consulta à academia), o que temos que poderia ser usado? Qual(is) escala(s) devemos pensar/monitorar? Certamente, a escala nacional, cobertura e uso do solo (1:5milhão, até 1:50mildesejável), é fundamental para tomada de decisões e gerenciamento dos recursos naturais. Entretanto, este mapeamento não atende a todas as demandas/particularidades, para todos os biomas, principalmente para a gestão em escala local. OBS: INPE – Mapeamento do Brasil 2002, com classes abrangentes, BioVeg


RECOMENDAÇÕES GERAIS

1. Recomenda-se a formação de uma comissão com representantes no nível federal, estadual, acadêmico, além de instituições como IBGE, representantes de projetos pré-existentes etc. Esta comissão deverá ordenar o acesso, o armazenamento, o uso e a disseminação de dados e das informações. 2. Deverá ser estruturada a estratégia nacional de monitoramento da biodiversidade, institucionalizando-a, de modo que seja gerida por um consórcio de instituições (modelo consórcio ZEE) que tenha como objetivo a internalização da biodiversidade no planejamento territorial do país, tornando-a questão estratégica de Estado. 3. É essencial o estabelecimento de um arranjo institucional para coordenação e gestão do sistema imediatamente. 4. Definição do arranjo para a rede de monitoramento (Top-down, redes locais, ou geográfico? MMA demandando? iniciativas pontuais se articulando?) 5. Realização de uma análise de lacunas, considerando as áreas e temas de maior demanda de dados. 6. Definição de um Política de dados; 7. Estabelecimento de compromissos e responsabilidades institucionais 8. Compartilhamento de bancos de dados existentes entre MMA, instituições vinculadas e MCT 9. Utilização de uma classificação única para nomeação dos diferentes tipos de habitats. Apesar de se tratar de uma tarefa difícil o ideal é que se adote o processo já em curso levado pelo IBGE. 10. Deverão ser sugeridas formas de implementação para as ações de avaliação do grau de conservação de habitats e paisagens, em escala nacional. 11. Deverá ser feito um comitê para consensuar os padrões de classificação com o objetivo de agregar as iniciativas de diferentes instituições (deve haver inicialmente uma padronização do sistema de classificação do uso e cobertura, e.g. LCCS-FAO, CORINE –EU, NatureServe). 12. Mapear quais iniciativas de classificação de uso e ocupação do solo e classificação de formações naturais e instituições em curso, identificando as respectivas resoluções (espacial, temporal, espectral).


ANEXO 1 – INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES AMLD

Fundação Mico-Leão-Dourado DG Environment – European Commission Instituto Humboldt

APNE

Associação Plantas do Nordeste

BIOTA

Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo

CEMAVE

Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres

CI

Conservação Internacional

CRIA

Centro de Referência em Informação Ambiental.

ECOMAR ESCAS

Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade

FIOCRUZ

Fundação Oswaldo Cruz

FUNBIO

Fundo Brasileiro para a Biodiversidade

FUNCATE Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais GTZ

Cooperação Técnica Alemã

IB USP

Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo

IBAMA

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBIO

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

IFES

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo

IFG

Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia de Goiás

INCA INPA

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

INPE

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPEA

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

JBRJ

Jardim Botânico do Rio de Janeiro

JICA

Agência Japonesa de Cooperação Internacional

JNCC

Joint Nature Conservation Committee

MCT

Ministério da Ciência e Tecnologia

MMA

Ministério do Meio Ambiente


MPEG

Museu Paraense Emilio Goeldi

MS

Ministério da Saúde

SBH

Sociedade Brasileira de Herpetologia

SBO

Sociedade Brasileira de Ornintologia

SFB

Serviço Florestal Brasileiro

TNC

The Nature Conservancy

UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro

UNEP

United Nations Environment Programme

UNESCO

United Nations Education, Scientific and Cultural Organization

UNIPAMPA Universidade Federal do Pampa - Rio Grande do Sul WCMC

World Conservation Monitoring Centre

WWF

World Wide Fund for Nature


ANEXO 2 – LISTA DE PARTICIPANTES Participante

Instituição

Alexsandro Santos

ICMBIO

Allan Crema

ICMBIO

André Cunha

GTZ

André Gustavo C. de Oliveira

ICMBIO

Andrea Delaffi

FUNCATE

Anna Fanzeres

SFB

Arthur Brant

ICMBIO

Áthila Bertoncini

ECOMAR

Bárbara Fonseca Bruno Walter

EMBRAPA

Caren Dalmolin

ICMBIO

Carlos Eduardo de Mattos Bicudo

IBUSP

Carmen Pires Celso Monteiro Filho

IBGE

Chrille Colpini

SFB

Cibele Rodrigues Bonvicino

INCA

Cleber V G Damon Stanwell

WCMC

Danilo Corrêa

ICMBIO

Danny Charbonneau

DG Environment

David C. Oren

MCT

Denise Rambaldi

AMLD

Dora Ann Lange Canhos

CRIA

Eduardo Dalcin

JBRJ

Eduardo Zea

Instituto Humboldt

Enio Egon Sosinski Jr

EMBRAPA

Fabio S. Vilella

UNIPAMPA

Fernanda Figueiredo

FUNBIO


Flávia Fonseca Pezzini

INPA

Flavia Regina Capellotto Costa

INPA

Flavio Bocarde

ICMBIO

Giovana Botura

IBAMA

Guilherme Gomide

SFB

Helen Gurgel

MMA

Helena K. Boscolo

ICMBIO

Helena Pavese

UNEP- WCMC

Isabela Deiss

ICMBIO

Isaías José dos Reis

ICMBIO

Ivan André Alvarez

EMBRAPA

J. Alexandre F. Barrigossi

EMBRAPA

João Paulo Viana

IPEA

Jorge Luis do Nascimento

ICMBIO

José Luiz Vieira

APN

Joseilson Costa

ICMBIO

Juliana Mattos

MMA

Júlio C. Roma

IPEA

Kleber Gomes

CEMAVE

Koji Asano

JICA

Laplace Gomide Junior

ICMBIO

Laurindo Campos

INPA

Leonardo Vianna Mohr

SOB

Lucely Oliveira Gonçalves

MS

Lucia Lopes

MMA

Luciana A Z Andrade

IBAMA

Magno Vicente Segalla

SBH

Marcelo Marcelino

ICMBIO

Marcia Chame

FIOCRUZ

Maria Carolina Hazin

UNESCO

Maria Socorro D. da S. Couto

IFG

Mariana Viana


Mario Barroso

WWF

Marlúcia Bonifácio

MPEG

Norma Libarthe

FIOCRUZ

Onildo J. Marini

ICMBIO

Otávio Borges Maia

ICMBIO

Paula Moraes

MMA

Paulo A. Buckup

UFRJ

Paulo A. C. Flores

ICMBIO

Paulo Sérgio D'Andrea

FIOCRUZ

Rafael Angrizani

UNIPAMPA

Reinaldo Lourival

TNC

Renan de S. Rezende Renato De Giovanni

ESCAS

Rita Marcia

INPE

Roberto Gilson

Biosfera da Caatinga

Rodrigo Ranulpho Rui Cerqueira

UFRJ

Sérgio L. Mendes

IFES

Sidney Aurélio V Ramos

SFB

Sidney T. Rodrigues

WWF

Steve Wilkinson

JNCC

Tatiany Barata

MMA

Thaís Pacheco Kasecker

CI

Tiago Egger M. D. Estrada

BIOTA

Wadih João Scandar Neto

IBGE

Willian Ernest Magnusson

INPA


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