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Boletim Unificado - GREVE DAS ESTADUAIS PAULISTAS
UM PROGRAMA PARA A LUTA DAS ESTADUAIS VENCER!
POR UMA UNIVERSIDADE RADICALMENTE DEMOCRÁTICA A SERVIÇO DOS TRABALHADORES! OS TRABALHADORES E ESTUDANTES NÃO VÃO PAGAR PELA CRISE! As reitorias e o governo querem descarregar a crise que criaram nas nossas costas, com cortes de verbas e direitos, e arrocho salarial, que com a inflação cada vez maior vai corroer totalmente nossos salários nos próximos anos se deixarmos esse ataque passar agora! - Reposição da inflação e das perdas salariais! 9,78% de reajuste já! Equiparação entre USP, UNESP e UNICAMP! Elevação do piso para o mínimo do DIEESE (hoje R$3.019) - Abaixo os cortes de verbas para o ensino e a pesquisa! Por permanência estudantil, creches, bolsas e moradia para todos os estudantes que necessitem! - Fim do congelamento de contratação de funcionários e professores! Contratação imediata para os locais onde o quadro é insuficiente, principalmente os restaurantes e hospitais! Pelo gatilho de contratação automática de funcionários e docentes que se aposentem ou se demitam!
Nenhuma demissão das(os) trabalhadoras(es) terceirizadas(os) das universidades! Pela defesa dos nossos empregos, incorporação das(os) terceirizadas(os) sem necessidade de concurso público! - Na USP, imediata resolução da crise da EACH (USP-Leste), garantindo o retorno ao campus com total segurança! Punição dos responsáveis pela contaminação!
Por outro lado a origem dessa crise orçamentária é que quando as universidades ganharam autonomia o governo cortou em quase um terço o orçamento que era equivalente a 11,6% (em média) do ICMS! - Se falta dinheiro, mais verbas para a educação! 33% do total real do ICMS para a educação, sendo 11,6% para as universidades estaduais e 2,1% para o Centro Paula Souza!
- Abaixo os privilégios, regalias e supersalários da burocracia universitária!
- Por uma Estatuinte livre e soberana, autoorganizada pela mobilização de trabalhadores, professores e pela maioria estudantil!
Por um lado, se acusam a folha de pagamento, nem sequer é possível confirmar exatamente quanto do orçamento é mesmo gasto com salários (o que sabemos é que o do reitor e da burocracia da USP passam de R$26 mil!), pois as contas das universidades não são públicas, muito menos as das Fundações que lucram milhões com a estrutura das universidades.
- Fim de todas as Fundações e incorporação dos trabalhadores às universidades!
Toda a crise da universidade foi gerada pela estrutura de poder extremamente antidemocrática e autoritária das universidades, controlada por uma casta de professores, dos quais grande parte é proprietária das fundações e empresas que lucram na universidade, controlando o orçamento e também o acesso, o trabalho, o ensino, a pesquisa, e tudo o mais, a serviço do governos e de grandes empresários. Por isso é necessário derrubar essa estrutura de poder e democratizar radicalmente a gestão das universidades!
- Dissolução dos Conselhos Universitários e fim do reitorado!
POR UMA UNIVERSIDADE REALMENTE PÚBLICA, A SERVIÇO DOS TRABALHADORES E DO POVO POBRE!
- Exigimos a abertura dos livros de contas das Universidades e das Fundações!
PELA DEMOCRATIZ AÇÃO RADICAL DA ESTRUTURA DE PODER DAS UNIVERSIDADES! A REITORIA É A CRISE DA UNIVERSIDADE!
E enquanto eles voltam a defender abertamente a cobrança de mensalidades, devemos lutar pela democratização radical do acesso! - pelo fim da UNIVESP, transformando as vagas às distância em vagas presenciais - cotas para negros, proporcionalmente à população do estado - pelo fim do vestibular, e pela estatização de todo o ensino privado, pela via do não pagamento da dívida pública que suga 47% do orçamento do País, para garantir vagas para todos que queiram estudar!
- Reintegração de Brandão e de todos os estudantes expulsos! Fim de todos os processos administrativos e criminais aos ativistas e diretores do Sintusp! Total liberdade de organização sindical desde as unidades!
ABAIXO A “AUTORREFORMA” DO REGIME PELO C.O. DA USP! O regime é tão antidemocrático que na USP a tensão ameaça os interesses da burocracia universitária, por isso falam em “democratização” - enquanto mantêm o regime autoritário e a repressão aos que lutam. O que querem é mudar alguns detalhes pra garantir que o que importa fique como está! Não devemos legitimar de forma nenhuma essa autorreforma do regime! Pra dar uma “cara mais democrática” a essa falsa democratização do C.O., colocaram trabalhadores e estudantes
em uma “Comissão Assessora Especial do Conselho Universitário” (CAECO). É uma armadilha, pra criar ilusão de que o C.O. pode democratizar a USP, e de que os trabalhadores e estudantes estão tendo voz, quando temos 3 representantes de trabalhadores e cerca de 10 estudantes, entre mais de 140 burocratas, muitos donos de fundações e empresas terceirizadas! Por isso defendemos que os representantes dos trabalhadores e estudantes no C.O. se retirem da CAECO!
Boletim Unificado - GREVE DAS ESTADUAIS PAULISTAS
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QUE AS CENTRAIS SINDICAIS CONVOQUEM UMA PARALISAÇÃO NACIONAL PARA UNIFICAR AS GREVES E LUTAS EM TODO O PAÍS! Se no estado de São Paulo estão dadas as condições para unificarmos as lutas por educação, o clima em todo o país também é propício para colocar a juventude e a classe trabalhadora na ofensiva. Os garis do Rio mostraram o caminho, conseguindo impor um aumento por cima da burocracia sindical e do governo. As greves se alastraram em todo o país, e agora os rodoviários estão mostrando sua força. Nos atos de 15 de maio os sem-terra, sem-teto e a juventude organizaram manifestações em mais de 50 cidades. Agora, com a copa, é o melhor momento para arrancarmos conquistas salariais e também para retomarmos as demandas que foram colocadas nas ruas em junho do ano passado, por transporte, educação, saúde e moradia. Precisamos apontar
o caminho da unificação nacional a partir de cada assembleia, votando um chamado às outras categorias e às centrais sindicais e entidades estudantis por um dia nacional de paralisação. Vamos exigir que a inflação não seja descarregada nas costas dos trabalhadores e da juventude! Pelo piso salarial do DIEESE, por um reajuste geral emergencial de 40% (como conquistaram os garis do RJ) e pelo reajuste mensal dos salários de acordo com o aumento da cesta básica! Pela redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais! E contra as demissões, PDVs e férias coletivas, dividir as horas de trabalho entre todos! controle operário e popular. Chega de horas extras nas empresas: trabalhar todos para trabalhar menos! Pelo salário mínimo do Dieese! Nós
UNIFICAR JÁ AS GREVES DOS PROFESSORES E TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO EM SÃO PAULO! Nesse maio operário, em que diversas greves radicalizadas, e em muitos casos decretadas contra as direções burocráticas dos sindicatos, estouram pelo país, há um forte protagonismo das lutas dos trabalhadores da educação. Nas universidades federais, a greve já entra no segundo mês. Em São Paulo, os professores da rede municipal enfrentam a demagogia do governo petista de Haddad por suas demandas. Agora, entra em cena a luta das estaduais paulistas com uma forte mobilização. E até mesmo a burocracia petista da APEOESP – sindicato dos professores da rede estadual – é obrigada a sinalizar com uma greve para “não ficar mal” diante de sua base.
São os mesmos problemas que atingem a educação: falta de verbas, privatização, sucateamento, arrocho salarial, falta de condições de trabalho. E os responsáveis são os governos que, seja do PT ou do PSDB, levam a frente os interesses dos grandes empresários da educação. Para conseguirmos derrotar esses inimigos, que ao seu lado têm o Estado, a polícia, a imprensa, a justiça, muito dinheiro e até mesmo muitos dos sindicatos dirigidos por burocratas, precisamos conseguir unificar nossas greves pela base, a partir das nossas assembleias e daqueles que realmente têm interesse em ver essas lutas triunfarem: os trabalhadores e estudantes.
Diana Assunção e Marcelo Pablito, diretores do Sintusp, levando solidariedade ao piquete dos rodoviários da Santa Brígida
trabalhadores também temos que responder ao problema da corrupção e da crise de legitimidade do regime, mas com uma política independente do governo e que toque na raiz do problema. Isso passa por levantar o fim do senado e que todos os parlamentares, juízes e funcionários de alto escalão ganhem o salário de um professor e que seus mandatos sejam revogáveis por aqueles que os elegeram. Além disso, devemos lutar pelo definitivo arquivamento do PL 4330, que permite terceirizar atividades fim, mas avançando no questionamento à terceirização também das chamadas “atividade meio”, que hoje já divide enormemente a nossa classe, batalhando pela contratação imediata dos terceirizados nas empresas privadas e efetivação sem concurso público nas instituições públicas.
Por condições dignas de trabalho! Aumento salarial para todos os trabalhadores da educação, que consiga os aumentos pautados nas assembleias das categorias rumo ao piso estabelecido pelo DIEESE para arcar com os custos de vida previstos na constituição (R$ 3.019,07 em abril). Efetivação de todos os trabalhadores terceirizados e professores precários! Por escolas que não sejam “depósitos de crianças” nem “escolas prisão”, com menos alunos por sala de aula, metade da carga horária destinada a atividades extra-classe, infraestrutura adequada e sem nenhuma polícia! Por acesso universal ao ensino superior! Cotas raciais proporcionais à população negra do estado, o fim do vestibular e a estatização das universidades privadas sem indenização! Permanência estudantil plena, com bolsas de estudo sem contrapartida acadêmica; vagas nas moradias para todos que necessitem; creches para as mães; bibliotecas e laboratórios; hospitais universitários! Para que tudo isso seja financiado, que se suspenda o pagamento da dívida pública que só faz aumentar o lucro dos capitalistas!
Não pode haver contradição entre levantar essas demandas e aquelas que vem sendo motoras das lutas em várias categorias, como as por melhores condições de trabalho e salário. No dia 30/8, cada categoria deve ampliar suas lutas ligando suas demandas as gerais da nossa classe. Nós da LER-QI queremos debater com os trabalhadores que é necessário, num momento onde o país está mudando rapidamente, que encaremos essas mobilizações como parte da tarefa de questionar as bases do sistema capitalista, que submete milhões à miséria, enquanto enche um punhado de empresários e políticos de privilégios.
Universitários e do reitorado! Fim das fundações privadas de ensino! Para colocar fim na crise, abertura imediata dos livros de contas para vermos aonde vai cada centavo dos impostos! Por 33% do ICMS para a educação básica, 11,6% para as estaduais paulistas e 2,1% para o Centro Paula Souza! Todas essas demandas só poderão ser conquistadas se conseguirmos efetivar a unificação de nossas lutas. O primeiro passo é conseguirmos estabelecer atos unificados. Nas estaduais paulistas podemos dar o exemplo concreto constituindo um comando de greve unificado. A partir de cada assembleia na base aprovemos chamados às outras categorias para unificar as greves e atender as demandas por educação!
Por governos democráticos nas universidades que sejam compostos por funcionários, professores e com maioria estudantil! Fim dos Conselhos
Adão, trabalhador da Unesp de Marília veio com delegação de trabalhadores pro ato unificado
Pablito, trabalhador do restaurante da física e diretor do SINTUSP esteve na assembleia dos metroviários chamando a unificação das lutas
COMANDO DE GREVE DOS TRABALHADORES DA USP APROVOU CHAMADO A ATO UNIFICADO EM SÃO PAULO DIA 05/06!
E UNIFICADO CONSTRUIR JÁ UM COMANDO DE GREV DE BASE! DAS ESTADUAIS COM REPRESENTANTES A greve das estaduais paulistas começa com forte adesão em diversas categorias, como não se via há muitos anos. Contudo, como em outros momentos, a direção do movimento se organiza pelo Fórum das Seis – organismo que reúne as associações de docentes, sindicatos de trabalhadores e DCEs das três universidades – decidindo tudo por “consenso”, e, desta forma, fazendo sempre prevalecer as posições dos setores mais conservadores da mobilização. É necessário lutarmos desde já pela criação de um organismo democrático e construído desde as bases para dirigir a greve unificadamente. Este só pode ser um comando estadual de greve, que funcionaria através de delegados de cada categoria eleitos em suas assembleias de curso, reuniões de unidade e espaços de base, com mandatos revogáveis que devem ser referendados ou revogados em cada nova assembleia. Assim, poderíamos ter um organismo democrático, sensível às deliberações políticas das bases, e diretamente controlado por elas, com os trabalhadores, professores e estudantes decidindo aí, cotidianamente, os
rumos do movimento, e enraizando e fortalecendo a greve. Os trabalhadores da USP já têm um comando de greve desse tipo, com delegados de base eleitos nas reuniões de unidade, dirigindo sua greve, e esse organismo mostra na prática como é avançado, permitindo o fortalecimento da greve, o conhecimento profundo do desenvolvimento da luta em cada uma das várias dezenas de unidades, e que todo trabalhador discuta e opine sobre as melhores medidas para fazer a luta avançar. Foi também com um organismo desse tipo, por exemplo, que os garis do Rio conseguiram triunfar mesmo com a traição de seu sindicato: elegeram uma comissão de greve em sua assembleia. Quando esta resolveu aceitar o acordo rebaixado da patronal, os garis não tiveram dúvida: revogaram a comissão e elegeram outra, que levou a luta até o fim junto com a base, e eles conseguiram vencer. Para conseguirmos vencer o Cruesp e o governo do estado, precisamos da democracia a partir da base!
NOS BASTA DE PRIVATIZAÇÃO E CALAMIDADE S DE SAÚDE! HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS E CENTRO A situação dos hospitais universitários e serviços de saúde das universidades é de calamidade! Mesmo nesses que estão entre os melhores hospitais públicos, a população não consegue atendimento e morre enquanto espera tratamento. Os trabalhadores, por outro lado, estão expostos a uma enorme sobrecarga, e condições de trabalho terríveis, e sem o direito à jornada de 30 horas semanais para os trabalhadores da saúde.
Fim das fundações, Organizações Sociais e outras formas de terceirização e privatização! Contratação de funcionários para todas as áreas da saúde! Por um SUS 100% estatal, sob controle dos trabalhadores e usuários! Redução da jornada para 30 horas semanais, sem redução de salário!
Agora, com a política de cortes de gastos, isso só está piorando, pois as demissões de terceirizados significam, além de mais desemprego e sobrecarga, o aumento no risco de infecções hospitalares, e a suspensão de compras de certos materiais significa atendimento inadequado em certos casos. Aqui, o corte de gastos é corte de vidas! Essa política de sucateamento dos serviços de saúde nas universidades tem o mesmo objetivo que tem fora dela: levar a uma condição que aparentemente justifique o avanço da desvinculação dos hospitais das universidades, a entrega deles a Organizações Sociais e fundações, e sua privatização. Não podemos aceitar isso! Em defesa da saúde 100% pública, com atendimento de qualidade para toda a população, e condições adequadas de trabalho!
RES! HE UL M S DA TA LU A UM É OS ST GA DE ES RT CO OS RA A LUTA CONT Por Os cortes de gastos, de pessoal, de bolsas e permanência atingem sobretudo as mulheres. São mulheres negras a maioria das terceirizadas que sofrem com as demissões, que não têm os mesmos salários e direitos dos efetivos. Somos as mães que não têm vagas nas creches para deixar seus filhos, nem muito menos vagas nas moradias. Quantas não são obrigadas a abandonar a universidade porque o estado não fornece mínimas condições materiais para que concilie a maternidade com os estudos?
Quantas nem sequer conseguem entrar pelo mesmo motivo? Somos nós, principalmente, que amargamos com a precarização e privatização do Hospital Universitário. As mulheres estão convocadas a ser linha de frente nessa greve, pois nossa luta é parte da luta pela educação e pelos direitos das(os) trabalhadoras(es) e estudantes! Venha conhecer e se organizar conosco para lutar não apenas pelo pão, mas também pelas rosas!
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