Diário do Comércio - julho 2007

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Ano 82 - Nº 22.408

São Paulo, segunda-feira, 2 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Edição concluída às 23h35

RRRobinho!!! No 3 a 0 contra o Chile, deu show: marcou todos os gols e mantém a Seleção com chance de chegar às quartas-de-final da Copa América. ESPORTE

Ivan Alvarado/Reuters

SUPERSIMPLES: COMEÇOU! O governo quer formalizar 1 milhão de informais. O Sebrae, abrir 1,8 milhão de empregos. O 1º dia do Supersimples: Economia 1

Grazia Neri/Brainpix

Pablo de Souza/Luz

O que este poeta faz no caderno de Economia?

Sua fachada está fora-da-lei? É ela quem sabe.

Livro de Gustavo Franco aborda a economia na prosa de Fernando Pessoa. E 3

A diretora do Emurb, Regina Monteiro (foto), é quem vai julgar os casos duvidosos do Cidade Limpa. C 1 e 2

E O DEPUTADO FOI NO PORTA-MALAS

CHÁVEZ AMEAÇA MERCOSUL

Inesperadamente, um deputado pediu carona durante o teste da Mercedes Turbo (foto), que já estava lotada. Acomodou-se no porta-malas. E ao sair, disse: "Viajei muito confortável".

No Irã (abaixo, com o Ayatollah Khomenei), Chávez diz que a Venezuela pode não aderir caso persistam "pressões de direita" do Brasil e Paraguai. C 6

Aparecido da Silva

AFP/STR

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 9º C.

Juízes no rebanho de Roriz? O TRE se reúne hoje para examinar as suspeitas de que alguns de seus juízes receberam propina do senador Joaquim Roriz. Página 3


Tr i b u t o s Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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RIO BRAVO EDITA SÉRIE SOBRE ECONOMIA Divulgação

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Livro tem textos de Pessoa publicados em 1926 na Revista de Comércio e Contabilidade, de Lisboa.

GUSTAVO FRANCO, EX-PRESIDENTE DO BC, EDITOU TEXTOS DO POETA FERNANDO PESSOA SOBRE O ASSUNTO

A ECONOMIA NA VISÃO DE PESSOA Reprodução

Patrícia Büll

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poeta português Fernando Pessoa, além de ser grande entendedor da alma humana, abordou em sua vida um tema menos sensível à humanidade, mas não menos importante: a economia. Esses escritos, desconhecidos tanto por economistas como por admiradores do poeta, podem agora ser conferidos no livro "A Economia em Pessoa – Verbetes contemporâneos", publicado pela Reler Editora e editado pelo economista Gustavo Franco, diretor da Rio Bravo Investimentos, professor da PUC-Rio e também ex-presidente do Banco Central do Brasil. Segundo Franco, o livro faz parte de uma iniciativa da Rio Bravo Investimentos de fazer uma série de publicações anuais sobre a economia vista por um ângulo diferente. "Nós publicamos um primeiro volume sobre Rui Barbosa, esse se-

Pessoa, poeta e empreendedor

gundo sobre Fernando Pessoa e já temos um terceiro em andamento, que será sobre Machado de Assis", afirma. Publicados originalmente em 1926, na Revista de Comércio e Contabilidade, em Lisboa, os 12 artigos de Pessoa abordam temas como privatização, monopólio e sindicalismo, assuntos que ainda hoje despertam discussões acaloradas. Es-

ses verbetes foram utilizados na abertura de cada capítulo para resumir a idéia do poeta sobre o escrito. "De propósito usamos verbetes contemporâneos que Fernando Pessoa não utilizaria", observa Franco. O economista diz que o livro contribui para quebrar um pouco o mito de que poetas não se preocupam com assuntos materiais e econômicos. "Pessoa não só se preocupava, como não era um cidadão atormentado, como talvez tenha sido a mística criada em torno dele. Ele trabalhou a vida inteira em escritório de comércio exterior, foi publicitário e empresário, foi bem e foi mal, teve uma vida agitada como empreendedor", destaca.

SERVIÇO A Economia em Pessoa Verbetes contemporâneos Gustavo Franco Reler Editora 186 páginas, R$ 44

Franco lembra 13 anos do real

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ntem, o real completou 13 anos. Pouca gente se recordou ou mesmo comemorou a data, pois, como diz o economista Gustavo Franco, um dos formuladores do Plano Real, agora "é como se sempre tivesse existido uma inflação pequena, como a de qualquer outro país". Mas ele lembra também que não foi sempre assim. Nesta entrevista ao Diário do Com érci o, o ex-presidente do Banco Central (BC) e agora diretor de uma empresa de investimentos, relembra o período em que o País enfrentava uma inflação de 40% ao mês, fala do momento econômico que o Brasil atravessa e, claro, faz paralelos entre o Brasil de hoje e os temas descritos por Fernando Pessoa no livro "A Economia em Pessoa – Verbetes contemporâneos".

O senhor diz que no mundo todo, no Brasil inclusive, a "pasta de dente não voltará para o tubo", a respeito da privatização. Mas nós vimos durante a última campanha eleitoral que o tema ainda mexe muito com o brasileiro. Por que o senhor acha que ainda existe essa resistência? Gustavo Franco: Eu acho que são mais as feridas deixadas pela privatização — em quem talvez merecesse as feridas — que torna o assunto polêmico. A privatização é a destruição de um privilégio e esses privilegiados, que são exfuncionários organizados em sindicatos, em setores das empresas estatais que viviam em esquemas corruptos, continuam vivos e fazendo barulho.

Luiz Prado/LUZ

Gustavo Franco presidiu BC

PERFIL

G

ustavo Franco foi presidente do Banco Central (BC) de agosto de 1997 a janeiro de 1999. Nos quatro anos anteriores foi diretor da Área Internacional do BC e secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Participou da criação do Plano Real. Mas o assunto está terminado. Não existe a menor chance de esse governo desprivatizar alguma coisa. Constantemente, aliás, ele se vê constrangido em privatizar, como fez com o Banco do Ceará, em concessões de rodovias ou no caso da exploração do petróleo. São todas privatizações feitas no governo Lula (do presidente Luiz Inácio Lula da Silva). Mas é assim: a guerra fria acabou, o capitalismo venceu, o muro caiu. Vamos virar essa página. Fer-

nando Pessoa já virou essa página nos anos 20. DC: Nós acompanhamos entre as empresas telefônicas, setor que foi privatizado, um movimento de novas aquisições e, assim como Fernando Pessoa disse, formando um monopólio novamente. O monopólio não é tão ruim quanto uma estatal? Gustavo Franco: O poeta discute o assunto especificamente e chega à conclusão, muito evidente, de que a pior forma de organização de uma atividade é a administração feita pelo Estado. Nada é mais corrupto e mais malfeito do que a administração estatal. Assim pensa Fernando Pessoa, goste a esquerda ou não. Essa é a opinião dele, e também a minha. O fato de existir monopólio em concessões de serviços públicos é uma vicissitude da atividade, não há como evitar. A concessão da telefonia, da eletricidade é monopolista por natureza. O que seria o ambiente da telefonia se não tivesse havido privatização? Seria patético. Então, esse é um elemento do debate brasileiro que, francamente, é uma hipocrisia total. DC: Fernando Pessoa já falava em protecionismo como um mal para o comércio internacional. Nós vimos agora os participantes da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) enfrentarem mais um impasse, pois não se avança nessa questão. Gustavo Franco: Esse é mais um fantasma antigo. Mas o ní-

vel de protecionismo que existe em um país como o Brasil e também em escala mundial é minúsculo relativamente ao que era na época em que Pessoa escreveu. Gradativamente, os obstáculos ao comércio foram caindo, as rodadas foram mais ou menos bem-sucedidas e, em paralelo a elas, existem os acordos de livre comércio bilaterais e regionais. Não há dúvida de que hoje o comércio exterior é muito mais livre do que foi no passado. No caso de Doha, todo o problema tem a ver com minorias privilegiadas na Europa e nos Estados Unidos, que não abrem mão desses privilégios, e os governos se vêem reféns dessas minorias. Esse é o grande problema que o poeta percebeu: a exploração da maioria por uma minoria privilegiada. É isso que está em jogo quando se fala em privatização, protecionismo, temas que o poeta identificou muito bem. Estar do lado da maioria é ser a favor da privatização, é ser a favor do comércio livre. É assim que se destroem privilégios de quem não merece privilégios. DC: Assistimos há tempos discussões sobre reforma trabalhista. E, no livro, o tema é abordado por meio dos sindicatos, que Fernando Pessoa condena. Nós temos saída? Gustavo Franco: Claro que sim. Mas essa é mais uma área em que se tem uma minoria de privilegiados que explora uma maioria. Todos os trabalhadores, todas as empresas do Brasil têm de ser filiados a um sindicato. Eu, economista, por exemplo, sou obrigado a ser filiado ao sindicato dos economistas, e não gostaria de ser, porque não gosto das atividades que eles desempenham. Além disso, existe o problema trabalhista: a empresa paga um salário para o trabalhador e um para o governo quando emprega com carteira assinada. Portanto, é como se o governo cobrasse um imposto sobre o emprego, e usasse os recursos para outros fins: é o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), a previdência. Eu preferiria que o meu FGTS viesse para mim e não para a Caixa Econômica (Federal) ser remunerada em TR (taxa referencial, remunerada em 0,0117354 no dia 30 de junho) mais 3%. Mas eu sou obrigado a isso. E não está certo, disse Pessoa, falando a respeito das leis trabalhistas britânicas, mais ou menos o que nós dizemos sobre as leis trabalhistas brasileiras: prejudica quem se pretende ajudar, porque se você torna o emprego com carteira assinada uma coisa cara, a empresa vai empregar menos.

DC: Saindo um pouco do assunto do livro, como o senhor vê o momento econômico brasileiro? Gustavo Franco: O momento é muito bom, é um momento internacional espetacular, o que ajuda, faz maravilhas: até rádio quebrado funciona. Mesmo com pequenos equívocos do governo, como a falta de reformas e outras tantas dificuldades, que em outras épocas foram decisivas e hoje não fazem a menor diferença, a situação melhorou. Eu vivi uma época de governo que foi metade do tempo assim, por conta da lua-de-mel em razão do sucesso do Plano Real. Mas depois houve um período que foi só crise, e o governo é muito mais testado quando ele tem de lidar com crises. Tivemos as crises dos bancos, externas, do apagão, de inflação. Mas nós curamos as doenças e resolvemos os problemas. Agora está fácil.

DC: O senhor já esteve no governo e agora está do outro lado. Percebe muita diferença entre esses papéis? Gustavo Franco: Claro que existe diferença, principalmente porque eu fui governo em uma época crítica: quando eu assumi meu primeiro cargo no Ministério da Fazenda, a inflação no Brasil estava em 40% ao mês. Então, todo o caminho que foi percorrido para se chegar a 2% de inflação ao ano em 1998 foi cheio de emoções, dificuldades e problemas para resolver. Vamos lembrar que neste domingo, dia 1º de julho, o real completou 13 anos, e agora nem se comemora mais essa data. Agora é café com leite, é como se sempre tivesse existido uma inflação pequena no Brasil, como a de qualquer outro país. Mas isso não foi sempre assim. Tivemos muito trabalho para liqüidar essa doença.

Nas palavras do poeta Estatização Considerada em si mesma, a administração de Estado é o pior de todos os sistemas imagináveis para qualquer das três entidades com que essa administração implica: de todas as "organizadas", é o Estado, em qualquer parte ou época, a mais malorganizada de todas.

Globalização O certo é que hoje, e mormemente nos países mais avançados materialmente, se vai tornando cada vez mais difícil o exercício profícuo e duradouro do c o m é rc i o a q u e m n ã o o exerça como se fosse uma indústria. (Trechos de artigos de Fernando Pessoa)


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Internacional

AFP

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, Hugo Chávez e o líder supremo Ayatollah Ali Khomenei durante encontro, ontem, em Teerã

Não nos intimidaremos com a Al-Qaeda Gordon Brown, novo premiê britânico

Mark Runnacles/Reuters

De cima para baixo: detetives forenses examinam veículo que explodiu contra parede de aeroporto em Glasgow, Stephen Hird/Reuters na Escócia, no último sábado; agente investiga um dos dois veículos carregado com explosivos, em Londres, na última sextafeira; polícia de Nova York inspeciona Meredith Davenport/Reuters veículos no caminho para o aeroporto John F. Kennedy, depois que um pacote suspeito foi encontrado na manhã de ontem

Chávez esnoba Mercosul Reino Unido liga Presidente venezuelano diz no Irã que pode retirar proposta de adesão ao bloco comercial sul-americano

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presidente venezuelano Hugo Chávez afirmou que pode retirar a solicitação de adesão plena da Venezuela ao Mercosul caso sejam mantidas "as pressões de alguns setores de direita" do Brasil e do Paraguai. Atualmente, Caracas participa do Mercosul como membro observador, sem direito a voto, mas seu ingresso pleno ainda depende da aprovação dos Senados de Brasil e Paraguai. Chávez não compareceu à cúpula semestral do bloco, ocorrida no final da última se-

Palestina recebe parte de fundos retidos por Israel

mana em Assunção, no Paraguai, por conta de uma série de visitas oficiais à Rússia, Belarus e Irã. No entanto, a Venezuela foi colocada mais uma vez no olho do furacão devido a um pequeno desacordo com o Brasil diante da suspensão dos direitos de transmissão do canal de televisão RCTV. A afirmação é feita em meio a uma polêmica entre Chávez e o Senado brasileiro, instituição que o líder venezuelano chamou de "papagaio" dos Estados Unidos depois que os parlamentares condenaram a sua decisão de não renovar a licen-

ça da rede de televisão RCTV, o que levou Chávez a rebater as críticas e afirmar que se trata de um "assunto interno". Um "novo Mercosul" Hugo Chávez disse também que a Venezuela só tem interesse em participar de um "novo Mercosul", não de um Mercosul marcado pelo "capitalismo e a concorrência feroz". "Quero ingressar em um novo Mercosul, mas se não há vontade de mudança, retiramos a solicitação de ingresso e nos dedicamos plenamente à Alternativa Bolivariana para os Povos da nossa América

(Alba), porque se não seria perder tempo com reuniões e cúpulas que não chegam a nada", disse o presidente venezuelano ao canal estatal de televisão VTV, após chegar à Teerã, onde se reuniu com o presidente Mahmoud Ahmadinejad e com o líder supremo do país, Ayatollah Ali Khomenei. "Poderíamos agradar às direitas brasileira e paraguaia. Se elas não querem que nós ingressemos no Mercosul, não teremos nenhum problema, não estamos desesperados para ingressar", finalizou. (Agências)

Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

O

governo israelense anunciou a liberação de US$ 118 milhões em impostos congelados ao governo do presidente palestino Mahmoud Abbas, na primeira ação concreta de Tel Aviv de apoio à batalha de Abbas contra o Hamas. O restante dos fundos que permanecem congelados — cerca de US$ 600 milhões — devem ser transferidos dentro de seis meses. Israel e a comunidade internacional têm tentado oferecer apoio a Abbas desde que o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, no mês passado. Os confrontos deixaram os palestinos com dois governos — o regime militante islâmico em Gaza e o gabinete de emergência de Abbas, ligado ao partido Fatah, na Cisjordânia. Em Ramallah, na Cisjordâ-

ameaças à Al-Qaeda

A

polícia britânica prendeu ontem o quinto suspeito de conexão com a explosão de um veículo no aeroporto escocês de Glasgow, no sábado, e com os carros-bomba encontrados na última sexta-feira em Londres. O alerta de segurança no Reino Unido foi elevado para "crítico", o mais alto possível. O primeiro-ministro Gordon Brown disse estar claro que "estamos lidando, em termos gerais, com pessoas ligadas ao grupo terrorista Al-Qaeda". Na sexta-feira, a polícia desmontou um esquema para conduzir explosões de carrosbomba aparentemente coordenadas no centro de Londres. Na noite de ontem, um termiNOVO LÍDER Portugal assumiu ontem a presidência semestral da União Européia (UE)

A

nia, autoridades do gabinete do primeiro-ministro Salam Fayyad disseram que o premiê pretende pagar os salários dos funcionários do governo esta semana. Em Gaza, o porta-voz

do Hamas, Ghazi Hamad, disse que o dinheiro "não é um favor ou um presente de Israel". Ataques No sábado, sete militantes palestinos foram mortos em

uma série de ataques aéreos conduzidos por Israel na Faixa de Gaza. Tel Aviv também tem realizado buscas a militantes na Cisjordânia, incluindo membros do Fatah. (AE)

TRAGÉDIA Um tremor com magnitude de 6,3 graus sacudiu um arquipélago na Indonésia

Ó RBITA

KIRCHNER II

Palestina caminha em meio a militantes da Jihad Islâmica, durante funeral de membro morto em ataque

nal do aeroporto internacional de Heathrow foi fechado após um pacote suspeito ter sido encontrado no local. Ainda ontem, a polícia escocesa fez uma explosão controlada de um veículo estacionado no hospital onde um dos dois indivíduos que jogou o automóvel contra o aeroporto de Glasgow está sendo tratado por queimaduras. A segurança nos aeroportos norte-americanos também foi elevada. Autoridades de segurança fecharam ontem temporariamente o terminal da American Airlines no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, depois que um pacote suspeito foi encontrado. (Agências)

primeira-dama da Argentina, a senadora Cristina Fernández, lançará sua candidatura à presidência do país no dia 19 de julho, afirmou ontem o jornal Clarín. A legisladora liderará a chapa governista nas eleições de 28 de outubro. A informação põe fim às dúvidas a respeito de quem seria o candidato do partido governista à presidência: se ela ou seu marido, o presidente Néstor Kirchner. (Agências)

QUEDA LIVRE

O

número de civis mortos nos confrontos entre as tropas de coalizão e os grupos rebeldes iraquianos caiu 36% em junho, em relação a maio, para o menor nível este ano. Pelo menos 1.277 civis iraquianos foram mortos em junho, junto a 190 policiais e 31 soldados, disse o Ministério do Interior do Iraque. A queda acontece simultaneamente ao aumento do número de soldados norteamericanos no país. (AE)

Nir Elias/Reuters

COMEMORAÇÃO E PROTESTO

F

oi celebrado ontem o 10º aniversário da devolução de Hong Kong à China, em um dia em que os críticos do regime de Pequim saíram às ruas da antiga colônia britânica para reivindicar o

direito a escolher seus governantes. Os atos solenes em Hong Kong contaram com fogos de artifício e as bandeiras chinesa e de Hong Kong içadas em frente ao símbolo da cidade. (Agências)


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ANÚNCIO DE INÍCIO DE DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA PRIMÁ

DRO

Companhia A CNPJ/MF n° 61.585. Av. Corifeu de Az S

Código IS

Registro de Distribuição Pú

Registro de Distribuição Púb

Código de negociação no segmento do Novo Me

Drogasil S.A. (“Companhia”) e os Acionistas Vendedores, conforme identificados no Prospecto Definitivo de Distribuição Pública Primária e Secundária de Ações Ordinárias de Emissão da D em conjunto com o Coordenador Líder, os “Coordenadores da Oferta”), comunicam o início da distribuição pública primária e secundária de ações ordinárias, todas nominativas, escrit

R$ 341. mediante a distribuição primária de 13.646.383 novas Ações, com a exclusão do direito de preferência de seus atuais acionistas, nos termos do artigo 172, inciso I da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e alterações posteriores (a “Lei das Sociedades por Ações”), dentro do limite de capital autorizado previsto no estatuto social da Companhia (“Oferta Primária”) e a distribuição secundária de 9.118.278 Ações de titularidade dos Acionistas Vendedores (“Oferta Secundária”), a serem realizadas simultaneamente no Brasil, em mercado de balcão não organizado, mediante a coordenação dos Coordenadores da Oferta, e a participação da HSBC Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. e do Banco Safra de Investimento S.A. (“Coordenadores Contratados”) e de determinados participantes especiais contratados pelos Coordenadores da Oferta (“Participantes Especiais” e, em conjunto com os Coordenadores da Oferta e com os Coordenadores Contratados, “Instituições Participantes da Oferta”), nos termos da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 400, de 29 de dezembro de 2003 (“Instrução CVM 400”) e demais disposições legais aplicáveis, e, ainda, com esforços de colocação das Ações no exterior, nos Estados Unidos da América, pelo UBS Securities LLC, pelo Bradesco Securities Inc., pelo HSBC Securities Inc. e pela Bulltick, LLC, (“Agentes de Colocação Internacional”), para “qualified institutional buyers”, residentes e domiciliados nos Estados Unidos da América, conforme definidos na Rule 144A e para investidores nos demais países (exceto nos Estados Unidos da América e no Brasil), em conformidade com o Regulation S, em ambos os casos em operações isentas de registro em conformidade com o disposto no Securities Act, sendo o respectivo ingresso de recursos no Brasil realizado por meio dos mecanismos de investimento regulamentados pelo Conselho Monetário Nacional, pelo Banco Central do Brasil e pela CVM (“Oferta”). A quantidade total das Ações inicialmente ofertada poderá ser acrescida de um lote suplementar de até 3.414.699 Ações, sendo 2.046.957 novas ações a serem emitidas pela Companhia e 1.367.742 ações de titularidade dos Acionistas Vendedores (“Ações do Lote Suplementar”), correspondendo a até 15% do total das Ações inicialmente ofertadas, conforme opção outorgada pela Companhia e pelos Acionistas Vendedores ao Coordenador Líder, nas mesmas condições e preço das Ações inicialmente ofertadas, nos termos do artigo 24 da Instrução CVM 400, as quais serão destinadas unicamente a atender a um eventual excesso de demanda que venha a ser constatado no decorrer da Oferta (“Opção de Ações do Lote Suplementar”). A Opção de Ações do Lote Suplementar poderá ser exercida pelo Coordenador Líder, mediante comunicado ao Coordenador, nos termos acima, no todo ou em parte, em uma ou mais vezes, a partir da data de assinatura do Contrato de Coordenação e Garantia Firme de Subscrição, Aquisição e Colocação de Ações Ordinárias de Emissão da Drogasil S.A., celebrado entre a Companhia, os Acionistas Vendedores, os Coordenadores da Oferta e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (“CBLC”), em 28 de junho de 2007 (“Contrato de Colocação”) e até 30 dias contados, inclusive, da data de início de negociação das Ações no segmento do Novo Mercado, segmento especial de negociação de valores mobiliários da Bovespa (“Novo Mercado”). 1. A OFERTA 1.1 Regime de Distribuição. Nos termos do Contrato de Colocação, as Ações objeto da Oferta serão colocadas em regime de garantia firme de liquidação, não solidária, pelos Coordenadores da Oferta para a totalidade das Ações inicialmente ofertadas, bem como para as Ações do Lote Suplementar, se for o caso. 1.2 Público Alvo. As Instituições Participantes da Oferta realizarão a distribuição das Ações, por meio da Oferta de Varejo (conforme definida no item 1.2.1 abaixo) e da Oferta Institucional (conforme definida no item 1.2.2 abaixo). A Oferta de Varejo será realizada junto aos Investidores Não-Institucionais (conforme definido no item 1.2.1 abaixo) e a Oferta Institucional será realizada junto aos Investidores Institucionais (conforme definido no item 1.2.2 abaixo). 1.2.1 Oferta de Varejo. Distribuição de 10% das Ações objeto da Oferta, sem considerar as Ações do Lote Suplementar, destinada prioritariamente a investidores pessoas físicas e jurídicas, inclusive clubes de investimento registrados na Bovespa, residentes e domiciliados no Brasil, que não sejam considerados Investidores Institucionais (conforme definido no item 1.2.2 abaixo) e que tenham realizado o Pedido de Reserva a Investidores Não-Institucionais, observado o valor mínimo de investimento de R$1.000,00 e o valor máximo de investimento de R$300.000,00 por Investidor Não-Institucional (“Investidores NãoInstitucionais”), totalizando 2.276.806 Ações. 1.2.2 Oferta Institucional. A Oferta Institucional será destinada a pessoas físicas, jurídicas e clubes de investimento cujos valores de investimento excedam o valor máximo de investimento estabelecido para Oferta de Varejo, fundos de investimento, carteiras administradas, fundos de pensão, entidades administradoras de recursos de terceiros registradas na CVM, entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central, condomínios destinados à aplicação em carteira de títulos e valores mobiliários registrados na CVM e/ou na Bovespa, seguradoras, entidades de previdência complementar e de capitalização complementar, regimes próprios de previdência social instituídos pela União, Estados, Municípios ou Distrito Federal, pessoas jurídicas com patrimônio líquido superior a R$ 5 milhões e investidores residentes no exterior que invistam no Brasil segundo as normas da Resolução do Conselho Monetário Nacional (“CMN”) nº 2.689, de 26 de janeiro de 2000, conforme alterada (“Resolução CMN 2.689”), e da Instrução da CVM nº 325, de 27 de janeiro de 2000, conforme alterada (“Instrução CVM 325”, “Investidores Estrangeiros”, “Investidores Institucionais” e “Oferta Institucional”, respectivamente). 1.2.3 Oferta das Ações no Exterior. Por intermédio do UBS Securities LLC, do Bradesco Securities Inc., do HSBC Securities Inc. e da Bulltick, LLC, serão realizados esforços de colocação das Ações no exterior para “qualified institutional buyers”, residentes e domiciliados nos Estados Unidos da América, conforme definidos na Rule 144A e para investidores nos demais países (exceto nos Estados Unidos da América e no Brasil), em conformidade com o Regulation S, em ambos os casos em operações isentas de registro em conformidade com o disposto no Securities Act, sendo o respectivo ingresso de recursos no Brasil realizado por meio dos mecanismos de investimento regulamentados pelo CMN, pelo Banco Central do Brasil e pela CVM. 1.3 Procedimento de Distribuição. Após a disponibilização do Prospecto Definitivo, a concessão dos registros da Oferta pela CVM e a publicação deste Anúncio de Início de Distribuição Pública Primária e Secundária de Ações Ordinárias de Emissão da Drogasil S.A. (“Anúncio de Início”), os Coordenadores da Oferta realizarão a distribuição das Ações, de acordo com o disposto no Contrato de Colocação, nos termos da Instrução CVM 400, e observado o esforço de dispersão acionária previsto nas regras do Regulamento de Listagem do Novo Mercado. 1.3.1 Período de Reserva. Foi concedido aos Investidores Não-Institucionais o prazo de 5 dias úteis, iniciado em 21 de junho de 2007 e encerrado em 27 de junho de 2007, inclusive (“Período de Reserva”), para a realização dos respectivos Pedidos de Reserva (conforme definido no item 1.3.2 abaixo). 1.3.2 Pedido de Reserva. O montante de 10% das Ações objeto da Oferta, totalizando 2.276.806, sem considerar o exercício da Opção das Ações do Lote Suplementar, foi destinado prioritariamente a Investidores Não-Institucionais que realizaram pedidos de reserva, de maneira irrevogável e irretratável (“Pedido de Reserva”), nos termos do Aviso ao Mercado de Distribuição Pública Primária e Secundária de Ações Ordinárias de Emissão da Drogasil S.A., publicado em 14 de junho de 2007 e republicado em 21 de junho de 2007 e do Comunicado ao Mercado publicado em 25 de junho de 2007, no Jornal Diário do Comércio e no Valor Econômico (“Aviso ao Mercado”), observada a condição de eficácia indicada na alínea (a) e a exceção prevista na alínea (g) deste item 1.3.2. Os Pedidos de Reserva efetuados por Investidores Não-Institucionais que fossem Pessoas Vinculadas foram cancelados pelas Instituições Participantes da Oferta que receberam os respectivos Pedidos de Reserva, tendo em vista a demanda da Oferta ter sido superior em um terço à quantidade de Ações ofertadas.

a. cada Investidor Não-Institucional somente pôde efetuar seu Pedido de Reserva junto a uma única Instituição Participan Oferta, observado o valor mínimo de investimento de R$1.000,00 e o valor máximo de investimento de R$300.000,00, sendo tais Investidores Não-Institucionais puderam estipular no Pedido de Reserva, como condição de sua eficácia, um preço má por Ação, nos termos do parágrafo 3º do artigo 45 da Instrução CVM 400;

b. cada Instituição Participante da Oferta deverá informar a Data de Liquidação (conforme definido no item 1.4), a quantidad Ações a serem adquiridas (ajustada, se for o caso, em decorrência do rateio, conforme descrito na alínea (f) abaixo) correspondente valor do investimento ao Investidor Não-Institucional que com ela tenha realizado Pedido de Reserva a 16:00 horas do primeiro dia útil subseqüente à data de publicação deste Anúncio de Início, por meio de seu endereço eletrô fornecido no Pedido de Reserva ou, na sua ausência, por fac-símile, telefone ou correspondência, sendo o pagamento lim ao valor do Pedido de Reserva, ressalvada a possibilidade de rateio;

c. até as 10:30 horas da Data de Liquidação (conforme definido no item 1.4), cada Investidor Não-Institucional deverá efet pagamento do valor indicado, conforme previsto na alínea (b) acima, junto à Instituição Participante da Oferta na qual t efetuado seu respectivo Pedido de Reserva, em recursos imediatamente disponíveis. Ressalvado o disposto na alíne abaixo, não havendo pagamento pontual, o Pedido de Reserva será automaticamente cancelado pela Instituição Participan Oferta junto a qual o Pedido de Reserva tenha sido realizado;

d. na Data de Liquidação (conforme definido no item 1.4), a CBLC, em nome de cada Instituição Participante da Oferta ju qual o Pedido de Reserva tenha sido realizado, entregará a cada Investidor Não-Institucional que com ela tiver feito seu Pe de Reserva o número de Ações correspondente à relação entre o valor constante do Pedido de Reserva e o Preço por A sendo que, no caso de fração de Ação, serão entregues Ações no primeiro número inteiro imediatamente inferior, desde efetuado o pagamento previsto na alínea (c) acima;

e. caso a totalidade dos Pedidos de Reserva realizados por Investidores Não-Institucionais seja igual ou inferior ao montan 10% das Ações ofertadas, sem considerar as Ações do Lote Suplementar, não haverá rateio, sendo todos os Investidores Institucionais integralmente atendidos em todos os seus Pedidos de Reserva, e as eventuais sobras no lote ofertado Investidores Não-Institucionais serão destinadas aos Investidores Institucionais;

f. caso a totalidade dos Pedidos de Reserva realizados por Investidores Não-Institucionais seja superior ao montante de 10% Ações ofertadas, sem considerar as Ações do Lote Suplementar, será realizado o rateio de tais Ações entre todos os Investid Não-Institucionais que aderirem à Oferta de Varejo, sendo que o critério de rateio será a divisão igualitária e sucessiva das A destinadas à Oferta de Varejo entre todos os Investidores Não-Institucionais, limitado ao valor individual de cada Pedid Reserva e ao valor total de Ações destinadas à Oferta de Varejo, desconsiderando-se, entretanto, as frações de Ações.; e

g. na hipótese de não haver a conclusão da Oferta, de resilição do Contrato de Colocação, ou, ainda, em qualquer outra hipó de devolução dos Pedidos de Reserva em função de expressa disposição legal ou regulamentar, os Pedidos de Reserva s automaticamente cancelados e os Coordenadores da Oferta, a Companhia e os Acionistas Vendedores comunicar cancelamento da Oferta por meio de publicação de aviso ao mercado aos Investidores Não-Institucionais que houverem efet Pedido de Reserva (“Anúncio de Revogação ou Retificação”). Nesse caso, deverão ser restituídos integralmente aos Investid Não-Institucionais os valores eventualmente dados em contrapartida às Ações, deduzida, se a alíquota for superior a ze quantia relativa à CPMF, sem juros ou correção monetária, em até 3 dias úteis da data da publicação do respectivo Anúnc Revogação ou Retificação, conforme disposto no artigo 26 da Instrução CVM 400.

1.3.3 Investidores Institucionais. As Ações da Oferta, após o atendimento dos Pedidos de Reserva dos Investidores Institucionais tal como descrito acima, serão distribuídas junto a Investidores Institucionais. Não foram admitidas, par Investidores Institucionais, reservas antecipadas, e não houve valores mínimos ou máximos de investimento. Caso o núme Ações objeto de ordens recebidas de Investidores Institucionais durante o procedimento de coleta de intenções de investim na forma do artigo 44 da Instrução CVM 400 (“Procedimento de Coleta de Intenções de Investimento”), exceda o total de A remanescentes após o atendimento dos Pedidos de Reserva dos Investidores Não-Institucionais, terão prioridad atendimento de suas respectivas ordens os Investidores Institucionais que, ao critério dos Coordenadores da Oferta Companhia e dos Acionistas Vendedores, melhor atendam o objetivo da Oferta de criar uma base diversificada de acion formada por investidores com diferentes critérios de avaliação sobre as perspectivas, ao longo do tempo, seu setor de atuaç as conjunturas macroeconômicas brasileira e internacional. Não foram aceitos lances de Investidores Institucionais que fos Pessoas Vinculadas, tendo em vista a demanda da Oferta ter sido superior em um terço à quantidade de Ações oferta Subscrições realizadas em decorrência dos contratos de total return swap não serão consideradas subscrições por Pes Vinculadas para fins da Oferta. Os Investidores Institucionais deverão realizar a aquisição e/ou subscrição das Ações media pagamento à vista, em moeda corrente nacional, no ato da aquisição e/ou subscrição.

1.4 Prazo de Distribuição. O prazo para a distribuição das Ações no âmbito da Oferta é de até 6 meses contados da da publicação deste Anúncio de Início, nos termos do artigo 18 da Instrução CVM 400, ou até a data da publicação do anúnc encerramento da Oferta (“Prazo da Oferta” e “Anúncio de Encerramento”, respectivamente), o que ocorrer primeiro. O períod colocação das Ações é de até 3 dias úteis contados da publicação do Anúncio de Início, para os Coordenadores da O efetuarem a colocação das Ações, exceto pelas Ações do Lote Suplementar (“Período de Colocação”). A liquidação fís financeira da Oferta deverá ser realizada até o último dia útil do Período de Colocação (“Data de Liquidação”).

1.5 Garantia Firme de Liquidação. Caso as Ações inicialmente ofertadas no âmbito da Oferta, não sejam totalmente subscri integralizadas e/ou adquiridas e liquidadas pelos Investidores Não-Institucionais e pelos Investidores Institucionais na Da Liquidação, os Coordenadores da Oferta subscreverão e integralizarão e/ou adquirirão e liquidarão, pelo Preço por Ação, fi de acordo com o Procedimento de Coleta de Intenções de Investimento, na Data de Liquidação, a totalidade do saldo resul da diferença entre o número de Ações da Oferta objeto da garantia firme de liquidação prestada pelos Coordenadores da O e o número de Ações da Oferta efetivamente liquidadas no mercado. O preço de revenda de tal saldo de Ações da Oferta jun público pelos Coordenadores da Oferta, durante o Prazo da Oferta, será o preço de mercado das Ações, limitado ao Preç Ação.

1.6 Preço por Ação. O Preço por Ação foi fixado de acordo com os critérios indicados no inciso III do parágrafo 1º do artigo 17 Lei das Sociedades por Ações, levando-se em consideração o resultado do Procedimento de Coleta de Intençõe Investimento, em conformidade com o artigo 44 da Instrução CVM 400. A escolha do critério de preço de mercado pa determinação do Preço por Ação por meio da realização do Procedimento de Coleta de Intenções de Investimento justific pelo fato de que tal critério reflete o valor pelo qual os Investidores Institucionais apresentaram suas intenções de subscrição de aquisição das Ações no contexto da Oferta. Os Investidores Não-Institucionais que aderiram à Oferta de Varejo participaram do Procedimento de Coleta de Intenções de Investimento e, portanto, do processo de determinação do Preç Ação.

1.7 Estabilização de Preço. O Banco UBS Pactual S.A., por intermédio da UBS Pactual Corretora de Títulos e Valores Mobili S.A., nos termos do Instrumento Particular de Contrato de Prestação de Serviços de Estabilização de Preço das Ações Ordin

Coordenadores da Oferta Coordenador Líder

Coordenad

Participa


segunda-feira, 2 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A E SECUNDÁRIA DE AÇÕES ORDINÁRIAS DE EMISSÃO DA

ASIL S.A.

de Capital Autorizado 001-51 - NIRE 35300035844 Marques, 3.097, Butantã aulo, SP

RDROGACNOR1

rimária: CVM/SRE/REM/2007/034.

cundária: CVM/SRE/SEC/2007/027.

na Bolsa de Valores de São Paulo (“Bovespa”): DROG3

l S.A. (“Acionistas Vendedores” e “Prospecto Definitivo”, respectivamente), em conjunto com o Banco UBS Pactual S.A. (“Coordenador Líder”) e com o Banco Bradesco BBI S.A. (“Coordenador” e, sem valor nominal, livres e desembaraçadas de quaisquer ônus ou gravames, de emissão da Companhia (“Ações”), ao preço de R$ 15,00 por Ação (“Preço por Ação”), perfazendo o total de:

69.915,00 de Emissão da Drogasil S.A. (“Contrato de Estabilização”), poderá realizar atividades de estabilização de preço das Ações, no prazo de até 30 dias contados da data de início da negociação das Ações no Novo Mercado, por meio de operações de compra e venda de Ações, com recursos provenientes das Ações emprestadas por meio do Contrato de Empréstimo de Ações, celebrado entre a Companhia, os Acionistas Vendedores e o Coordenador Líder (“Contrato de Empréstimo”), em conformidade com as disposições legais aplicáveis e com o Contrato de Estabilização, o qual foi aprovado pela Bovespa e pela CVM antes da publicação deste Anúncio de Início. 1.8 Direitos, Vantagens e Restrições das Ações. As Ações conferem aos seus titulares os direitos, as vantagens e as restrições decorrentes da Lei das Sociedades por Ações, do Regulamento de Listagem do Novo Mercado e do Estatuto Social da Companhia, dentre os quais, destacamos os seguintes: a. direito de voto nas assembléias gerais da Companhia, sendo que cada ação dará direito a um voto; b. direito ao dividendo mínimo obrigatório, em cada exercício social, equivalente a 25% do lucro líquido ajustado nos termos do artigo 202 da Lei das Sociedades por Ações; c. em caso de alienação, direta ou indireta, a título oneroso do controle da Companhia, tanto por meio de uma única operação, como por meio de operações sucessivas, direito de alienação de suas ações nas mesmas condições asseguradas ao acionista controlador alienante (tag along de 100% do preço); d. direito ao recebimento integral de dividendos e demais proventos de qualquer natureza pertinentes às Ações que vierem a ser declarados pela Companhia a partir da Data de Liquidação, ainda que referentes a períodos anteriores à respectiva Data de Liquidação, e todos os demais benefícios conferidos aos titulares das Ações; e e. em caso de cancelamento do registro de companhia aberta, de cancelamento de listagem no Novo Mercado ou de reorganização societária da Companhia na qual a companhia resultante da reorganização não seja admitida para negociação no Novo Mercado, direito de alienar de suas ações em oferta pública a ser lançada pelo acionista controlador, pelo seu respectivo valor econômico apurado mediante elaboração de laudo de avaliação por empresa especializada e independente, com experiência comprovada e escolhida pela assembléia geral de acionistas titulares de ações em circulação a partir de lista tríplice apresentada pelo Conselho de Administração, sendo que os custos de elaboração de referido laudo deverão ser integralmente suportados pelo acionista controlador. 2. APROVAÇÕES SOCIETÁRIAS A realização da Oferta Primária e as condições da Oferta, com exclusão do direito de preferência dos atuais acionistas da Companhia, de acordo com o disposto no artigo 172, inciso I da Lei das Sociedades por Ações, foram aprovadas em Reunião do Conselho de Administração da Companhia, realizada em 12 de junho de 2007 cuja ata foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Jornal Diário do Comércio em 14 de junho de 2007. O Preço por Ação foi aprovado na Reunião do Conselho de Administração da Companhia realizada em 28 de junho de 2007 cuja ata foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Jornal Diário do Comércio em 29 de junho de 2007. 3. INFORMAÇÕES SOBRE A COMPANHIA A Companhia tem por objeto social a) o comércio, a fabricação, a importação e a exportação de artigos farmacêuticos, produtos químicos e dietéticos, perfumes e essências, cosméticos, produtos de higiene e toucador, saneantes domissanitários, nutrimentos e aparelhos acessórios usados para fins terapêuticos ou de correção estética e produtos utilizados para fins diagnósticos e analíticos; b) a prestação de serviços peculiares ao comércio varejista, tais como serviço de entregas domiciliares de produtos comercializados ou não pela Companhia, gerenciamento de informações cadastrais e armazenamento de dados sobre vendas de produtos e serviços, realizados através de convênios, gerenciamento e participação de programas de benefício de medicamentos no setor privado e público, prestação de serviços comunitários, tais como recebimento de contas de água, luz, telefone, energia elétrica, de impostos e taxas em geral, pagamentos e recebimentos em geral, bem como venda de ingressos para teatro, shows, e outros espetáculos, inclusive esportivos, entre outros, serviço de revelação de fotografias e outros afetos ao seu objeto social; c) loja de conveniência e “drugstore”, destinadas ao comércio, mediante auto-serviço ou não, de diversas mercadorias com ênfase para aquelas de primeira necessidade, dentre os quais o comércio de alimentos em geral e correlatos a comercialização, de artigos e objetos de adorno, de decoração, de vestuário, de utensílios de uso doméstico, de flores e plantas ornamentais, de artigos de ótica, cine, foto e som, eletrodomésticos, fitas, discos, livros, jornais, revistas e impressos em geral, cartões telefônicos e serviços relativos ao objeto social; d) importação e exportação de qualquer produto afim com seu objeto social; e) o transporte rodoviário de mercadorias; f) a promoção e a participação em empreendimentos imobiliários; g) o comércio, a importação e a exportação de artigos, máquinas, e equipamentos afins com seu objetivo social; h) a compra de ouro e de outros metais preciosos; e i) a participação em outras sociedades. Atualmente, a Companhia é controlada por uma pessoa física e pela Regimar Comercial S.A., sociedade cujas ações são detidas em caráter de usufruto pela pessoa física mencionada acima. Após a Oferta não haverá um bloco de controle definido, uma vez que nenhum acionista ou grupo de acionistas vinculado por acordo de acionistas terá a maioria das ações de emissão da Companhia. A Companhia celebrou contrato de adesão ao Novo Mercado, cuja eficácia estava suspensa até a publicação do presente Anúncio de Início. As principais regras relativas ao Novo Mercado estão descritas de forma resumida no Prospecto Definitivo, que está à disposição dos investidores, conforme previsto neste Anúncio de Início. As Ações serão admitidas à negociação no Novo Mercado sob o código “DROG3” a partir da publicação deste Anúncio de Início. Para maiores informações sobre a negociação das Ações na Bovespa, consulte uma sociedade corretora de valores mobiliários autorizada a operar na Bovespa.

Os investidores que desejarem obter maiores informações sobre a Oferta, bem como o exemplar do Prospecto Definitiv deverão dirigir-se aos endereços dos Coordenadores da Oferta ou dependências dos Coordenadores Contratados ou d Participantes Especiais, conforme indicado abaixo. Informações adicionais sobre os Participantes Especiais podem ser obtid junto à CBLC, por meio de seu endereço eletrônico: www.cblc.com.br.

Os endereços das Instituições Participantes da Oferta aos quais os investidores deverão dirigir-se a fim de obter informaçõ adicionais acerca da Oferta e o exemplar do Prospecto Definitivo são os seguintes: Coordenador Líder Banco UBS Pactual S.A. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3729, 9º andar 04538-133 - São Paulo – SP At.: Sr. Evandro Pereira Tel.: +55 (21) 3383-2000 Fax: +55 (21) 3383-2001 www.ubs.com/ubspactual Coordenador Banco Bradesco BBI S.A. Avenida Paulista, 1450 – 8º andar 01310-917- São Paulo - SP At.: Sr. Rômulo Dias Tel.: +55 (11) 2178-4800 Fax.: +55 (11) 2178-4880 www.shopinvest.com.br/ofertaspublicas Coordenadores Contratados HSBC Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.064, 2º andar São Paulo - SP At.: Eduardo Rangel Tel: + 55 (11) 3847 9740 Fax: + 55 (11) 3847-9856 www.hsbc.com.br/para-voce/investimentos/ofertas-publicas.shtml Banco Safra de Investimento S.A. Avenida Paulista, 2100 01310 930, São Paulo – SP At.: Paulo Henrique Medeiros Arruda Tel.: + 55 (11) 3175 9372 Fax: + 55 (11) 3175-7537 www.safrabi.com.br Participantes Especiais Dependências dos Participantes Especiais contratados pelos Coordenadores da Oferta para participar na Oferta.

O Prospecto Definitivo também está disponível nos seguintes endereços eletrônicos: www.drogasil.com.br, www.ubs.com/1 ubslatinamerica/capital_markets.html e www.shopinvest.com.br/ofertaspublicas, www.hsbc.com.br/para-voce/investimento ofertas-publicas.shtml e www.safrabi.com.br. Adicionalmente, o Prospecto Definitivo está disponível na sede e no endere eletrônico (i) da CVM, na Rua Sete de Setembro nº 111, 5º andar, Rio de Janeiro - RJ, ou na Rua Cincinato Braga, 340, 2° and São Paulo - SP, ou em www.cvm.gov.br; e (ii) na Bovespa, na Rua XV de Novembro, 275, São Paulo - SP, ou e www.bovespa.com.br. O Prospecto Definitivo contém informações adicionais e complementares a este Anúncio de Início. LEIA O PROSPECTO ANTES DE ACEITAR A OFERTA.

Os investidores devem ler a Seção “Fatores de Risco” do Prospecto Definitivo, para uma descrição de certos fatores d risco que devem ser considerados em relação à aquisição/subscrição das Ações.

Este Anúncio de Início não constitui uma oferta de venda das Ações nos Estados Unidos da América. As Ações não poderão s ofertadas ou vendidas nos Estados Unidos da América sem que haja o respectivo registro, ou a isenção de tal registro, n termos do Securities Act. A Companhia não pretende registrar a Oferta ou as Ações nos Estados Unidos da América.

A Oferta Primária e a Oferta Secundária foram previamente submetidas à CVM e registradas, respectivamente, so os nos CVM/SRE/REM/2007/034 e CVM/SRE/SEC/2007/027, ambas em 29 de junho de 2007.

4. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DEPOSITÁRIA DAS AÇÕES

O investimento em ações representa um investimento de risco, posto que é um investimento em renda variável e, assi investidores que pretendam investir nas Ações no âmbito da Oferta poderão perder uma parcela ou a totalidade d investimento, dentre outros motivos, por conta da volatilidade do mercado de capitais brasileiro. Ainda assim, não nenhuma classe ou categoria específica de investidor em relação à qual seja inadequado subscrever e/ou adquirir Ações no âmbito da Oferta.

A instituição financeira contratada pela Companhia para prestação de serviços de escrituração e depósito das Ações é o Banco Itaú S.A.

“O registro da presente distribuição não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestad ou em julgamento sobre a qualidade da companhia emissora, bem como sobre as Ações a serem distribuídas”

5. DATA DE INÍCIO DA OFERTA A data de início da Oferta é 2 de julho de 2007. As Ações serão negociadas no Novo Mercado a partir de 3 de julho de 2007. 6. INFORMAÇÕES ADICIONAIS É recomendada aos investidores, antes da tomada de qualquer decisão de investimento, a leitura do Prospecto Definitivo.

asileira e Joint Bookrunners

es Contratados

es Especiais


Distritais DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

3 A CPU da ACSP tem como principais objetivos conhecer, discutir e trabalhar as questões relacionadas à política urbana.

ACSP Agliberto Lima/DC

André Alves

Por uma cidade melhor

A

melhoria da qualidade de vida na cidade, por meio da participação da sociedade nas questões referentes à política urbana, ganha força nas 15 sedes distritais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Nos últimos meses foi implantado, em cada uma delas, o Comitê Técnico de Política Urbana (CTPU), cujos objetivos principais são desenvolver e elaborar os temas e trabalhos propostos pela Comissão de Política Urbana (CPU) da ACSP. São muitos os desafios e projetos para cada uma das regiões da cidade. Eles passam, principalmente, por propostas para a revisão do Plano Diretor Estratégico, o que deverá acontecer até o final do ano. A CPU da ACSP tem como principais objetivos conhecer, discutir e trabalhar as questões relacionadas à política urbana encaminhadas por empreendedores, cidadãos e associados, a fim de elaborar e traçar as diretrizes e iniciativas políticas a serem levadas adiante pela entidade. Também visa facilitar a interface entre os associados, os cidadãos e o poder público, buscando uma participação maior da sociedade nas decisões do governo. "A capilaridade da ACSP, por meio das 15 sedes distritais espalhadas pela cidade, nos proporciona a oportunidade de sentir de perto os problemas e as prioridades de cada região da capital", explicou Antonio Carlos Pela, vice-coordenador da CPU. A Comissão atua mais politicamente, elaborando diretrizes que devem ser seguidas pelo CTPU. "Estamos presentes em quase todas as comissões na cidade de São Paulo, além de possuirmos um contato direto com todas as secretarias ". Técnico -O CTPU da ACSP foi criado em julho de 2006. Tem como atribuições, entre outras, assessorar tecnicamente a CPU, coordenar e oferecer apoio técnico e operacional aos comitês técnicos existentes nas distritais, além de manter a CPU informada sobre as questões referentes à política urbana, acompanhando as iniciativas do governo. Segundo informações da arquiteta e coordenadora do CTPU, Larissa Campagner, as reuniões com os comitês técnicos das distritais são realizadas quinzenalmente. "Em cada distrital há um coordenador – que é membro do comitê central do CTPU – e um suplente. Além disso, cada superintendente também é membro da CPU, que se reúne uma vez por mês e nos transmite as diretrizes e assuntos a serem trabalhados prioritariamente", explicou a arquiteta. Os principais temas relacionados à política urbana trabalhados pela CPU e pelo CTPU são o acompanhamento da ela-

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Alemanha - O vice-

presidente da ACSP Luiz Roberto Gonçalves recepciona o secretário de Economia de Baden-Wurttemberg (Alemanha), Ernst Pfister, e delegação de 25 pessoas. Às 12h, rua Boa Vista, 51/11º. I 9 de julho - O presidente da ACSP, Alencar Burti, participa de plenária em comemoração a 9 de julho – Revolução Constituinte. Às 17h, rua Boa

Comitês Técnicos de Política Urbana, instalados recentemente nas 15 distritais da ACSP, detectam problemas em suas áreas de atuação e propõem melhorias e soluções

Ao contrário do que acontece em outras regiões da cidade, onde os problemas são os mais diversos, o Centro da capital (acima) é uma área diferenciada e com boa infra-estrutura

boração, revisão e gestão do Plano Diretor Estratégico; transporte, tráfego e mobilidade; paisagem urbana; infra-estrutura, obras, saneamentos e ampliações; programas habitacionais; burocracias para exercício de determinadas atividades e obras de impacto pa-

ra cada região. Distritais - Cada distrital da ACSP, por meio do seu coordenador técnico, assessora tecnicamente a superintendência nas questões relativas à política urbana. Basicamente, a distrital congrega a sociedade local para discutir políticas urba-

nas pontuais, ou seja, os diversos projetos que venham a impactar a mancha urbana abrangida pela distrital, além de propor temas a serem abordados pela Distrital referentes à política urbana. Também podem participar dos comitês técnicos das distritais membros convidados, associados ou não-associados relacionados de alguma forma à política urbana. "O trabalho do CTPU nas distritais é de extrema importância. Ele estuda o que é melhor para cada região da cidade. Além da rapidez com que detecta os problemas locais, as distritais têm a função de ser os olhos e os ouvidos da central nas respectivas regiões", disse Roberto Mateus Ordine, viceMilton Mansilha/Luz/17/04/2007

O trabalho do CTPU nas distritais é de extrema importância. Ele estuda o que é melhor para cada região da cidade. Roberto Ordine, vicepresidente e coordenador das distritais

Vista, 51/9º andar, plenária.

Amanhã I Jabaquara – A distrital

promove Café da Manhã, apresenta o subprefeito do bairro, Heitor Sertão, e entrega Marco da Paz aos vencedores do Natal Iluminado. Às 8h30, avenida Santa Catarina, 641.

Quarta I Agricultura - O diretor,

conselheiro e coordenador do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio, Hélio Nicoletti, coordena reunião-almoço com o secretário de Estado da Agricultura, João Sampaio, que falará sobre A Agricultura de SP e a Transformação Energética. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, Enre.

I Tatuapé – A distrital realiza

reunião com palestra da AES Eletropaulo Isso é da sua conta. Às 19h30, praça Silvio Romero, 29, Tatuapé. Tel: 6129-2979.

Quinta I SP Chamber - O vice-

presidente da ACSP e coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, Alfredo Cotait Neto, coordena reunião do Conselho de Relações Internacionais da SP Chamber. Às 10h, rua Boa Vista, 51/11º andar. I Centro – A distrital realiza reunião de aquarelistas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes M. Martins. Às 14h, rua Galvão Bueno, 83. I PM - O ex-presidente e

membro do conselho superior da ACSP, Elvio Aliprandi, participa da reunião plenária anual do conselho geral da comunidade da Polícia Militar. Às 17h30, no Quartel do Comando Geral, praça Cel. Fernando Prestes, 115. I Centro – A distrital realiza reunião de óticas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes M. Martins. Às 19h30, rua Galvão Bueno, 83. Tel: 3207-9366.

Sexta I Panificação - O

superintendente da Distrital Mooca, Antonio Viotto Netto, participa da homenagem ao Dia do Industrial de Panificação. Às 20h, no Clube Juvenus, rua Juventus, 690.

presidente e coordenador institucional das sedes distritais da Associação Comercial. Cada região da cidade apresenta seus problemas urbanos específicos. Mesmo dentro de uma região, como é o caso da Distrital Santo Amaro, por envolver seis subprefeituras e 41% da área municipal, as prioridades são as mais diversas possíveis. "Na zona sul, em regiões mais consolidadas, os temas versam sobre a melhoria do espaço urbano, como a recuperação de praças e a implantação de ciclovias. Já nos bairros mais periféricos, a questão dos mananciais se sobressaem na hora das discussões", exemplificou Larissa. O mesmo raciocínio pode ser estendido para todas as ou-

tras regiões da cidade, talvez com exceção do Centro. "A região central tem ótima infraestrutura. Os principais problemas envolvem o esvaziamento habitacional e a recuperação de espaços públicos e edifícios deteriorados". Conquistas -Muitas sugestões elaboradas pelo CTPU devem ser aprovadas na revisão do Plano Diretor Estratégico do município, que deverá ocorrer até o final do ano. "A proposta de revitalização de 31 ruas comerciais pela Prefeitura de São Paulo foi uma das nossas conquistas", ressaltou Larissa. "Elaboramos um estudo de 500 folhas para a revisão do Plano Diretor. Muitas sugestões estão sendo estudadas", concluiu Pela.

Andrei Bonamim/Luz

Milton Mansilha/Luz/28/05/2007

O Centro tem ótima infra-estrutura. Os principais problemas são o esvaziamento habitacional e a recuperação de espaços públicos. Larissa Campagner, coordenadora do CTPU

A capilaridade da ACSP, com suas 15 distritais, nos dá a oportunidade de sentir de perto as prioridades de cada região. Antonio Carlos Pela, vice-coordenador da CPU

Jabaquara promove 2ª Feira da Saúde

A

Distrital Jabaquara, a Escola Estadual Professor Reducino de Oliveira Lara e a Supervisão Técnica de Saúde Vila Mariana/Jabaquara realizaram a 2ª Feira da Saúde e Cidadania do Jabaquara. Durante o evento aconteceram atividades gratuitas de cidadania, saúde, lazer, beleza, orientação jurídica e emissão do cartão SUS. A feira levou diversos serviços à comunidade, como medição de pressão arterial, teste de glicemia, orientação sobre higiene bucal, orientação nutricional, análise capilar, corte de cabelo, teste de visão em adul-

tos e crianças, massagem rápida, orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis e Aids além de práticas corporais. Foram abordados também os assuntos dengue e leptospirose. Em torno de 150 crianças assistiram palestra sobre higiene bucal e receberam kits de higiene oral. O evento recebeu o apoio da subprefeitura do bairro, equipe Anjos da Guarda Emergências Médicas, Calderón Confecções, Escola Cetas de Massagem, Rotary Club e Lions Club, Vitamed, Colégio Dominus Vivendi, OAB Jabaquara e Odontoprev entre outros.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 2 de julho de 2007

índice O 1º FLEX 4x4 DO MUNDO - 3 Novo Mitsubishi TR4 chega com marca mundial para aumentar oferta de bicombustíveis.

ANDANDO DE MERCEDES - 4 e 5 Mercedes-Benz B 200 Turbo: facilidade para dirigir, causar inveja e acelerar.

HORA DA MANUTENÇÃO - 6 Este é o melhor período para fazer manutenção do seu carro, segundo AutoInforme.

ANTIGOMOBILISMO - 7 Espaço para guardar e manter carros antigos, a Garage inaugura site oficial.

CINQUECENTO DE VOLTA - 8 Nesta quarta-feira, a Fiat traz de volta o seu modelo 500, cuja primeira versão surgiu há 50 anos.

LOUCOS SÃO OS PROBLEMAS doro ver a criatividade de pessoas que registram suas "loucas" invenções em busca de facilitar a vida dos usuários de automóveis. Equipamentos geniais e muitas vezes simples são, na maioria das vezes, soluções práticas e necessárias para muitos problemas que enfrentamos em nosso dia-a-dia. Apesar de apreciar, toda vez que vejo um novo invento fico irritado! Não com os "loucos" inventores, mas com os motivos que os levam a inventar seus equipamentos. Veja, por exemplo, algumas das novidades voltadas para o setor automotivo: adesivo identificador para capacetes de motociclistas, suporte para triângulos de sinalização, bloqueador de direção, sistema anti-sequestro, detector de combustível adulterado e bóias flutuantes para os carros. Para começar, - não creio haver uma estatística - em sua grande maioria, os apetrechos são feitos para evitar o roubo de veículos, como o bloqueador de direção, sistema anti-sequestro, ou ainda, o citado adesivo identificador para capacetes de motociclistas para facilitar a identificação nos casos de abordagens em semáforos. Claro, é muito mais prático deixar que a população se preocupe em utilizar centenas de artimanhas para se proteger, além de menos custoso para o governo, caso ele tenha que aumentar o

A

policiamento em nossas ruas. Mas os absurdos não param por aí. Se nosso país levasse um pouco mais a sério as coisas, provavelmente ninguém precisaria pensar em um detector de combustível adulterado. Isto não é função do consumidor, a fiscalização em postos de abastecimento tem que acontecer e a lei tem que coibir estas fraudes, como vem tentando o prefeito Gilberto Kassab. As bóias flutuantes para carros são outro sinal de que as coisas ultrapassaram seus limites naturais. Enchentes causadas por excesso de chuvas podem ocorrer, mas se começamos a ter que preparar nossos veículos para enfrentar estas situações é porque poucas alternativas foram criadas até hoje para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. Por fim, um pedido para as montadoras de automóveis: suporte para triângulo de sinalização não é problema governamental. Será que nenhum engenheiro que, sempre tão competentes, incorporam milhares de tecnologias em nossos veículos, consegue uma solução mais prática que o velho e inviável uso de triângulos que nunca param na posição certa por mais que míseros segundos? Anderson Cavalcante

aGenDa HOJE

A comemoração dos 50 anos de Scania no Brasil acontece hoje na sede da montadora, em São Bernardo do Campo, e contará com a presença do presidente da Scania para a América Latina, Michel de Lambert, além de autoridades e convidados.

4 de julho

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) divulgará os resultados do 1º semestre de 2007 do setor de veículos duas rodas. A divulgação será no Renaissance São Paulo Hotel.

Presidente Alencar Burti Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


São Paulo, segunda-feira, 2 de julho de 2007

DCARRO

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MITSUBISHI TR4

O PRIMEIRO 4X4 FLEX DO MUNDO! Mitsubishi surpreende e apresenta o primeiro utilitário esportivo 4x4 com motorização bicombustível do mercado

Divulgação

ANDERSON CAVALCANTE

O

público brasileiro já está tão acostumado com a tecnologia flex fuel na maioria de seus veículos, que alguns fatos chegam a surpreender. Um exemplo disso é que até agora não tínhamos nenhum utilitário esportivo 4x4 que oferecesse a flexibilidade na escolha do combustível. Pois agora está chegando às concessionárias Mitsubishi o Pajero TR4 2008, que surge com alguns títulos importantes: primeiro veículo da marca a utilizar esta tecnologia, primeiro utilitário esportivo 4x4 Flex do Brasil (nem mesmo a EcoSport 4X4 oferece esta possibilidade!) e se lembrarmos que mesmo os veículos com tecnologia parecida produzidos em outros países sempre precisam de uma quantidade mínima de combustível fóssil, o TR4 passa a ser o primeiro SUV 4x4 Flex do mundo.

Potência - O novo motor do Pajero TR4 foi produzido com tecnologia 100% nacional e desenvolvido pela MMC do Brasil com auxílio da Magneti Marelli. O propulsor de 2.0 l. e 16V leva o veículo a atingir 133 cv de potência máxima a

Mitsubishi Pajero TR4 tem consumo médio de 11 km/l com gasolina e 9 km/l com álcool

5.500 rpm e torque de 18 kgf.m a 4.500 rpm, quando abastecido com álcool, pouco mais que a versão anterior (somente gasolina) que alcançava 131 cv e 18 kgf.m. Ao utilizar somente gasolina no TR4 2008, os números repetem os do modelo 2007. Entre os trabalhos realizados durante os 18 meses de desenvolvimento, o motor

sofreu modificações internas em anéis, válvulas e sede de válvulas para que o uso do etanol não provocasse um desgaste excessivo nas peças. Outra alteração necessária foi a utilização de um sistema automático de partida a frio com reservatório no cofre do motor.

ra-choque integrado à grade e faróis duplos independentes. Além disso, continua também sua principal característica, o eficiente sistema de tração com alternativas de 4x2, 4x4 contínua, 4x4 com diferencial central bloqueado e 4x4 com reduzida.

Consumo - Segundo a Mitsubishi, o consumo médio entre cidade e campo do Pajero TR4 é de 11 km/l com gasolina e 9 km/l quando abastecido com álcool e o tanque de combustível teve suas dimensões alteradas para não prejudicar muito a autonomia do veículo quando utilizado o etanol, passando de 53 litros para 72 l. de capacidade. No mais, o Pajero TR4 2008 mantém seu visual expressivo e robusto, marcado principalmente pela sua frente alta, pá-

Preços - O utilitário esportivo brasileiro, fabricado na cidade de Catalão (GO), chega às lojas a partir deste mês com preço sugerido pela montadora de R$ 71.690, na versão com câmbio manual e R$ 76.590, com câmbio automático e está disponível em oito opções de cores. A expectativa da Mitsubishi do Brasil é que com a inclusão da tecnologia flex, o seu SUV compacto venda cerca de 750 unidades por mês.


DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 2 de julho de 2007

São Paulo, segunda-feira, 2 de julho de 2007

DCARRO

A Mercedes turbinada Nesta Mercedes é tudo fácil de se entender. O motorista vai apertando botões instintivamente e, quase sempre, acerta. Mas é bom ler o manual. MOISÉS RABINOVICI

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onheci a Mercedes turbinada (B 200 Turbo) numa escapada a Águas de Lindóia. Peguei-a do manobrista, já anoitecendo, sem nunca antes tê-la dirigido, e fui embora rápido para não atrapalhar o trânsito nem impedir a saída do estacionamento, no centro de São Paulo. Acelerei para a rodovia dos Bandeirantes, aproveitando os congestionamentos para descobrir a misteriosa Mercedes. Guiei-me pela intuição nos primeiros metros e quilômetros. Assim acertei as luzes (anoiteceu!); o controle elétrico do assento (acomodei-me experimentando várias opções); o funcionamento do rádio ao volante (memorizei as estações favoritas); e o ar-condicionado. Tudo bem fácil. Pisei, e a "Mercedinha" turbinada respondeu, ágil, poderosa. Pena que meu verdadeiro carro não seja assim. Como passei a sofrer de multafobia crônica (agora são tantas as câmeras indiscretas quanto os grampos telefônicos), programei o sensor/censor de velocidade a não passar de 120 km/h – a máxima na Bandeirantes. Nos trechos de 80 km/h, censurava mais ainda a velocidade. E seguia, paciente. É ótimo não ter de ficar de prontidão permanente para radares. Primeiras gotas de chuva, e o limpador de pára-brisa se liga automaticamente. (Legal, obrigado...) Já andei em outros carros que se acendem nos túneis, se enxugam quando chove e se protegem enquanto são estacionados, avisando a iminência de qualquer esbarro em árvores ou carros. Parece luxo, mas não é. São ferramentas úteis. Cadê a chave? - Foi só estacionar no hotel em Lindóia, e alguns amigos pediram a Turbinada para uma voltinha. Chave? Não: um charmoso plugue. Os carros ganharam circuitos eletrônicos e chips, como os

computadores. E estão cada vez mais inteligentes. Uma turma foi com a Mercedinha para o pacato centro de Lindóia em busca de balada. Mas na hora de voltar, tarde da noite, já eram um a mais, com um deputado estadual que tinha vindo a pé do hotel e agora queria subir de carona. Lotação esgotada, o porta-malas foi aberto, assim por curiosidade. O deputado fez questão de entrar nele. E não quis mais sair. Viajou como refém. Podemos afirmar que cabe um deputado estadual no porta-malas da Mercedes B Turbo 200. Ele até achou o passeio "confortável". Apenas pediu que seu nome não fosse revelado. Aprendi mais sobre a Mercedinha lendo um guia com sotaque português. O painel é "cockpit"; a janela traseira, um "óculo traseiro"; o "censor" de velocidade, "speedtronic"; a ajuda ao estacionar, "parktronic". Não consegui descobrir o que é "tempomat", mas não senti falta de nada. Não usei os botões de telefone, no volante, porque teria que ler manuais, e não haveria tempo. O "thermotronic" regula o arcondicionado e o aquecimento (ah, os bancos da frente, de couro, podem ser aquecidos). Abri e fechei várias vezes o computador de bordo, mas nada programei. Há vários pequenos espaços que portam-tudo – luvas, objetos, copos, celular, cigarro, óculos e, lá onde coube o deputado estadual, manual, macaco, etc. Voltei pela estrada me despedindo da Turbinada, já com certa intimidade. Saudades! Nota: minha multafobia agravou-se muito quando recebi uma multa dessa viagem, tendo ajustado a Mercedinha nos limites máximos das estradas. Quando saí do hotel, no domingo cedo, dobrei na avenida que leva à rodovia a uns 70 km/h, tudo vazio, nem pedestre nas ruas. Um radar, porém, estava atento a tudo que se movesse a mais de 50 km/h.

Alguns ricos equipamentos Nem tudo é novidade entre estes itens de conforto e segurança. Mas é difícil encontrar tantos deles, juntos, num único carro. E olha que não mencionamos todos, apenas alguns entre os mais importantes: • Air-bags frontais e laterais dianteiros, para nos sentirmos mais seguros. • Alarme. Embora não se deva deixar um carro desse gabarito na rua. • Ar-condicionado Thermatic. Cada

ocupante tem a sua temperatura. • Aviso de perda de pressão dos pneus. Ótimo para você não ficar na rua com pneu vazio, não é? • Bancos dianteiros com regulagem elétrica. Muitos carros já têm. Pena que nem todos. • Conexão automática dos faróis. Escurece e você não precisa fazer nada, ele acende as luzes. • Direção hidráulica eletrônica. Uma

delícia de maciez. Bom pra todo mundo. • Piso do porta-malas com ajuste de altura. Uma ajuda sempre bem-vinda, para os mais altos e para os mais baixos também. • Rádio MB Audio 5 CD. É sempre bom ouvir sua música preferida num bom sistema de som. • Sistemas ESP + ABS + BAS + EBD + ASR. É para frear de verdade. Sem

problemas. • Tempomat e Speedtronic. • Volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade. Comodidade para motorista de qualquer estatura. Nota: Tempomat, segundo a Mercedes-Benz, é o piloto automático. Ele acelera para você descansar o pé direito. Mas não o utilize em estradas com curvas acentuadas.

Aparecido da Silva

IMPRESSÕES

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Sua imagem, imponente. Os comandos, à mão. O motor, potente na medida. Espaço, para todos. O painel, de fácil leitura.

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DCARRO

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SEU CARRO

USO E MANUTENÇÃO: MAIS BARATOS EM JULHO O comportamento dos preços cotados para composição da Inflação do Carro, nos últimos cinco anos mostra que a época mais barata para andar e cuidar do seu carro é esta comportamento dos preços cotados para composição do IMC – Índice de Manutenção do Carro (Inflação do Carro) nos últimos cinco anos mostra que esta é a época mais barata para andar de carro. E para cuidar dele. O melhor período para o motorista fazer a manutenção de carro é entre os meses de maio e julho. A constatação é da pesquisa feita pela Agência AutoInforme para a coleta de preços de produtos e serviços do IMC, ou "Inflação do Carro", que mede o custo de uso e manutenção do carro. O estudo, que teve inicio em 2003, mostra uma clara curva do gráfico nos meses de maio e junho (veja abaixo), o que indica menos gastos com o carro nesses meses. Observe os gráficos dos últimos cinco anos e veja que a tendência de queda dos preços se repete todos os anos. No início do ano os combustíveis estão caros e o motorista tem outras despesas pesadas, como o pagamento do IPVA, mas a partir de maio – e até julho – os preços caem, especialmente

O

os do álcool, que está em plena safra. A partir de agosto inicia-se uma recuperação das quedas que ocorreram entre maio e junho. No ano de 2003 o custo de manutenção subiu 5,24%, mas em maio houve a maior queda do IMC do ano, com recuo de 2,71%; no mês seguinte ocorreu outra queda, de 1%. A tendência se confirmou em 2004, ano que o IMC disparou, subindo 11,29%, com índices positivos em todos os meses, mas foi no mês de maio que houve o menor índice do ano, 0,6%. Em 2005 a Inflação do Carro foi de 7,82% e mais uma vez o período entre maio e junho foi de baixa: quedas de 0,34% e 0,27%, respectivamente. No ano passado o IMC também apresentou deflação em maio, de 0,51%, a maior do ano. Em 2007 repete-se o fenômeno, com o mês de maio registrando deflação mais uma vez: o índice do IMC no mês passado foi - 0,06%. Joel Leite, da Agência AutoInforme


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DCARRO

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ANTIGOMOBILISMO

GARAGE AGORA DCARRO POR AÍ

TAMBÉM NA INTERNET

"Marina" de carros antigos, a Garage inaugura site oficial Divulgação

LIVRES PARA ANDAR EM SP. SÓ EM JULHO!

O

rodízio municipal, que restringe a circulação de veículos nos horários de pico (das 7h às 10h e das 17h às 20h de segunda a sexta-feira), no centro expandido de São Paulo, será suspenso nas duas primeiras semanas de julho. Outra novidade para os motoristas paulistanos ou para os visitantes de outras regiões é que a Justiça de São Paulo concedeu na semana passada uma liminar, a favor da Associação Nacional de

Trânsito (Anatran), que impõe a instalação de placas de sinalização nos locais em que vigora o rodízio municipal de veículos. Segundo a liminar, o prazo para que haja uma sinalização completa e adeqüada em todas as vias públicas é de trinta dias, com previsão de uma multa diária de R$ 10 mil caso não seja cumprido o estabelecido. A Prefeitura de São Paulo deve recorrer da decisão para aumentar este prazo.

AMPLIFICADOR VULCAN 2K-D

A

Outras imagens como esta você poderá encontrar no site da Garage Virtual

C

onheça a nova casa do seu veículo pela internet. O objetivo da Garage é guardar e manter carros antigos para que seus proprietários possam usá-los no momento oportuno. Localizada na Vila Leopoldina, em São Paulo, a Garage oferece serviços como limpeza, calibragem de pneus, verificação do nível de óleo e carregamento de bateria, incluídos no valor do aluguel que é de R$ 280, mês. A partir de agora, o espaço está disponível também pelo endereço www.mygarage.com.br. Trata-se do site oficial da Garage,

que seus idealizadores intitulam como uma “marina” de carros antigos. O site traz informações sobre o espaço e sobre o mundo das "máquinas" Hot Rod e de veículos clássicos, além de links de clubes automotivos e prestadores de serviços do mundo inteiro. Uma página com calendário de eventos também está sendo preparada e deve estar acessível em breve. É só aguardar. O espaço ainda oferece fotos de belas "máquinas" para download e uma página de classificados para comercialização de raridades.

MOTOS

ANTIGAS NO CENTRO Motociclistas reúnem raridades no Pateo do Collegio

A

organização do evento espera reunir cerca de 500 motocicletas clássicas e mais de 10 mil pessoas fãs destas "máquinas" das décadas de 20 a 80, no dia 15 de julho, quando acontece o 4º Encontro Moto e Cia Classic no Pateo do Collegio, centro histórico de São Paulo. "O local do evento foi escolhido para agregar a história de São Paulo à história das motocicletas. Muitas pessoas não conhecem o centro da cidade e se surpreendem positivamente", explica o diretor do portal Moto e Cia, organizador

do encontro, Antonio Carlos Lopes. Com entrada gratuita, o encontro tem início às 8h com a chegada das motocicletas e se estende até às 18 horas com a exposição de modelos raros. "O público que comparece é formado principalmente por famílias, colecionadores, saudosistas e aficionados por motocicletas, além disso, muitos motoclubes organizam viagens para comparecer ao evento", garante Lopes, com a experiência de ter participado dos três primeiros encontros. Os proprietários que levarem suas motocicletas antigas ainda podem votar na melhor moto do evento.

linha Vulcan, da empresa brasileira Stetsom, tem projetado seu nome nos Estados Unidos onde tem sido utilizado em competições realizadas por lá. É uma linha específica para projetos sonoros de grande potência, campeonatos de SPL e trio elétrico. Agora a Stetsom lança mais um modelo de amplificador, Vulcan 2K-D. O novo produto tem potência de 2000 W RMS e possui diferenciais como, sistemas de proteção com indicação por Leds, resposta de freqüência de 20hz a 15Khz e indicador de Clipping (usualmente denominado anti clip) – sistema que indica quando o amplificador atinge sua máxima potência

sem distorção do áudio, assim o usuário poderá regular o volume máximo do som baseado nesse indicador. A Stetsom promoveu uma modificação visual em toda a linha com utilização de matérias-primas nobres e design mais agressivo sem torná-lo extravagante, procurando uma melhor adaptação nos veículos. As especificações do Vulcan 2K-D tornam o equipamento recomendado para atender dois tipos de projetos sonoros: áudio interno com subwoofers de alto desempenho acima de 1000 W e som tipo trio com woofer de potências acima de 1000W. A Stetsom não divulga preços sugeridos de sua linha de amplificadores.

CLARION DXZ865 MP

A

Clarion lança um reprodutor que combina tecnologia, qualidade sonora e design, o DXZ865 MP, que Reproduz CD, MP3 e WMA e conta com monitor TFT de 4,2 polegadas e a mais nova geração da tecnologia Optimedia, que permite ao usuário navegar por diversas funções do aparelho de modo fácil e interativo, através de simples toques na tela. O equipamento possui funções como filtros de corte Low Pass e High Pass, equalizador paramétrico para ajustar freqüências da melhor forma e conversor digital-analógico de 24 bits, um dos grandes diferenciais do pro-

duto. Além disso, o DXZ865 MP oferece filtro antidistorção exclusivo, que elimina a distorção de gravação e permite que o usuário ouça o som da forma mais natural possível. Sua potência original de 53 watts x 4 canais garante qualidade mesmo sem uso de amplificador. O aparelho ainda oferece, entre suas inovações tecnológicas, controle CeNet de disqueteira, DVD, sintonizador de TV e iPod, interface para iPod, painel reclinável motorizado e controle remoto. O preço sugerido pela Clarion para comercialização do produto ao consumidor é de R$ 2.000.


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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LENTE DE

AUMENTO

O MELHOR QUE O BC PODERÁ FAZER

É

G Ainda não será

em 2008 que veremos a Selic de um dígito. O juro a 10% no início do ano é o melhor a fazer.

administrados com a qual trabalha o BC (de 4,5% em 2008) está superestimada. Se considerarmos nossa estimativa de 4,0% para a variação do conjunto destes preços, e voltando a simular a inflação ao consumidor do próximo ano com base em nosso modelo (que reproduz o do BC), a variação do IPCA resultante é de 3,8%, com juro estável em 12% ao ano. Um caminho possível para a Selic compatível com a elevação da inflação até 4,0% seria: duas quedas adicionais de cinqüenta pontos, seguida de quatros quedas de vinte e cinco pontos, perfazendo duzentos pontos-base. O ponto importante é que, segundo o modelo, taxas abaixo de 10% levariam a inflação acima de 4,0%, no próximo ano. Como argumentado antes, não seria recomendável que a inflação subisse além deste patamar. e resto, o ritmo de crescimento da demanda continua constituindo fonte de grande preocupação. O próprio BC reconhece que parte importante da distensão monetária ainda não foi sentida pela economia, em um momento em que o ritmo de expansão da demanda já é maior que o da oferta doméstica, deixando para as importações o papel de equilibrar oferta e demanda agregada, a curto prazo. Embora o mercado tenha entendido que o BC perseguirá inflação de 4,0% em 2009, a dubiedade e vacilação do governo em torno do assunto têm a clara desvantagem de jogar areia na engrenagem de formação de expectativas. Em conclusão, não será em 2008 que veremos uma Selic de um dígito . Acreditamos que levar o juro a 10% no início do próximo ano é o melhor que o BC poderá fazer.

D

À primeira vista, tal resultado não deveria causar maiores preocupações, pois a meta para o referido ano é de 4,5%. Restringindo-se o raciocínio a esta observação, o juro básico poderia continuar caindo. Na verdade, o próprio BC fez uso desta interpretação, no capítulo 6 do mencionado relatório (página 104). Acontece, porém, que, com a concordância dos demais integrantes do CMN, o BC afirma que trabalha com meta para 2009 de 4,0%. Se isto é verdade, que sentido há em inflacionar a economia, de maneira a permitir determinada alta da inflação em 2008, e calibrar a política monetária de modo a reduzi-la novamente, em meio ponto percentual, no período seguinte? Certamente, não faz qualquer sentido. Sabe-se que a estimativa para a inflação dos preços

TRECHOS DO COMENTÁRIO ECONÔMICO DA

JOÃO DE SCANTIMBURGO

A CULPA

DO SENADOR

Céllus

notório que a decisão recente do CMN, no sentido de esticar para 2009 a meta de inflação atualmente em vigor, não correspondeu ao que pensava o Banco Central. Para a autoridade monetária, teria sido melhor reduzir a meta em meio ponto percentual, algo que estaria mais de acordo com o ritmo corrente de crescimento dos preços e com as expectativas dos agentes econômicos para os próximos trimestres. Projeções contidas no último relatório de inflação chamam atenção, quando se observam as estimativas do IPCA para 2008. No cenário de referência, a projeção central do modelo do Banco Central é de 4,1%.

Peso mais que pesado ROBERTO FENDT

E

m mais de uma ocasião manifestamos neste espaço a preocupação com a entrada da Venezuela no Mercosul, nas condições atualmente propostas. Agora, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) verbaliza a mesma preocupação. Há razões para isso. A primeira razão é de natureza política. Dizme com quem andas e te direi quem és, diz a sabedoria popular. O mesmo vale para as nações. A Itália fascista de Mussolini selou um pacto com a Alemanha nazista de Hitler; a União Soviética de Stalin selou outro pacto com a Alemanha nazista em 1939; e Alemanha nazista e Itália fascista selaram um pacto com o Japão militarista, formando o Eixo. Os Aliados, aos quais se juntou o Brasil em 1944, combateram o Eixo; enviamos nossos pracinhas para a Itália. Vale a pena afrontar nossos principais parceiros em troca de patrocinar a ascensão de Chávez à liderança do continente? Que troca é essa e que ganhamos com isso? Não são dois males? O segundo argumento é utilitarista. Se a Venezuela do gauleiter Chávez se juntar ao Mercosul, teremos dado um sinal inequívoco a nossos principais parceiros – União Européia e Estados Unidos – de que pelos menos aceitamos a ideologia neo-xenofóbica do governante venezuelano e seu enfoque de negociações internacionais. Com isso, corremos um grande risco, já que a UE e os EUA são os nossos dois principais parceiros comerciais (juntos, correspondem a 41% do destino de nossas exportações). As exportações para a Venezuela correspondem a 0,52% do total. Dá para comparar? Do ponto de vista das negociações internacionais, a Venezuela está mais para passivo que para ativo. Sua entrada formal no Mercosul não facilitará o acordo de livre comércio em negociação com a União Européia. E estará mais para lastro que para trunfo em nossas negociações com os EUA. Argumentos como esses foram lembrados pela CNI para alertar o Congresso Nacional a respeito dos riscos da adesão da Venezuela ao Mercosul, nos termos atualmente propostos. A Venezuela não anunciou o cronograma de me-

didas de abertura de sua economia, antes de entrar no Mercosul e considera esse cronograma político, a ser obedecido quando e se lhe for conveniente. O mesmo tratamento não foi ofertado ao Paraguai e Uruguai, quando da adesão desses membros fundadores ao Mercosul. A CNI argumenta que, a despeito do aumento recente do fluxo de comércio com a Venezuela, a ausência do cumprimento de prazos e do ritmo de abertura pode ser vir a ser desvantajoso para o Brasil. Até o momento, a despeito de o Executivo já haver encaminhado o protocolo de adesão desse país ao Mercosul para a aprovação do Congresso Nacional, a Venezuela ainda não concluiu as negociações para aderir à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. Tampouco fez qualquer esforço para adaptar sua legislação interna às diversas regras do bloco.

É

importante que o Congresso esteja ciente de que, se aprovar a entrada da Venezuela no Mercosul sem que esta tenha oferecido um cronograma de ajustamento às regras do bloco, estará dando um cheque em branco ao coronel Chávez. A razão disso é o fato de que a abertura do mercado venezuelano ocorrerá até 2014; na ausência de um cronograma, toda a liberalização poderá vir a dar-se somente no final desse período, prejudicando os interesses da indústria brasileira. A Venezuela poderá tornar-se membro permanente do Mercosul a partir da aprovação de sua entrada pelo Congresso brasileiro. É importante que o Congresso brasileiro mostre que é independente do Executivo – que quer a adesão da Venezuela a qualquer custo – e exija condições mínimas para a entrada da Venezuela no Mercosul, compatíveis com o interesse nacional. Especialmente agora, após o fracasso das negociações da Rodada de Doha. Até porque, em recente pronunciamento, o presidente venezuelano afirmou não estar interessado no "velho Mercosul" e que não está "desesperado" em consolidar o processo de entrada no bloco. Por que deveríamos nós estar interessados?

O Brasil está dando um cheque em branco ao coronel Chávez

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O ritmo de crescimento da demanda preocupa

Petróleo no conta-gotas MARILDA ROSADO E DENISE OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE

E Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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m tempos de debate em torno das propostas governamentais para aceleração do crescimento, não basta que os partícipes da indústria do petróleo no Brasil tenham clareza sobre a importância desse segmento na taxa de crescimento da economia do país. Na última década, enquanto outros setores estiveram estagnados, a atividade petrolífera, notadamente a área de E&P, cresceu significativamente. Essa percepção precisa ser compartilhada pela sociedade e seus formadores de opinião. As medidas das autoridades, sejam elas do Legislativo, Executivo ou Judiciário, podem e devem ser avaliadas sob o prisma do desenvolvimento do País A suspensão da Oitava Rodada de Licitações promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em razão de liminares concedidas em duas ações judiciais movidas em Brasília e no Rio de Janeiro, exige que fiquemos alerta para que a atratividade do Brasil para os investimentos em petróleo e gás não seja afetada por um cenário de incertezas. As dúvidas geradas pela concessão das liminares, quanto ao status das áreas arrematadas antes da suspensão do leilão, já foram amplamente comentadas na mídia, e ainda não foram sanadas. A efetiva continuidade da Rodada, que teve a primeira aprovação do CNPE em 31 de janeiro

de 2007 para a realização dos estudos geológicos visando à definição dos blocos a serem licitados, é fundamental para resgatar a confiança dos investidores no mercado brasileiro, principalmente daquelas empresas estrangeiras que, pela primeira vez, se habilitaram a participar da Oitava Rodada.

O

s players do mercado têm uma pergunta que não quer calar: o fato de o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ter desmarcado sucessivas reuniões que iriam aprovar esta rodada, pode estar sinalizando, apesar de recentes pronunciamentos em contrário de autoridades do setor, a possibilidade de a Nona Rodada de Licitações não ocorrer em 2007 ? Considerando que o Brasil compete com outros países na captação de investimentos de risco em exploração e produção, essa ausência de notícias não é boa notícia. Está em jogo mais do que o simples adiamento de datas. No âmbito regulatório ficam comprometidas, a médio prazo, a clareza e a estabilidade institucional, as assim denominadas regras do jogo. MARIAL ROSADO É COORDENADORA DE CURSOS JURÍDICOS DO

INSTITUTO BRASILEIRO DO PETRÓLEO E GÁS E DENISE OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE É ADVOGADA DO KOURY LOPES ADVOGADOS

A suspensão dos leilões adiam os investimentos em petróleo e gás

ão fosse o senador Renan Calheiros o culpado da crise do Senado, já seria tempo de arquivar o seu processo e não teria havido intervenções políticas tentando salvá-lo, nem queda de presidentes do Conselho de Ética, e muito menos a efervescência dos meios de comunicação, que querem defender o Congresso até onde for possível, o que é difícil de se prever. Para dizer a verdade, o caso Renan está enjoativo, naquela fase que aproximase o vômito e fica-se aguardando o momento decisivo do alívio estomacal. É onde chegamos. Evidentemente, Renan Calheiros espera ser absolvido em tudo. Todos os meios de comunicação foram mobilizados para tratar de seu caso, que foi especulado totalmente, não deixando nada para exculpá-lo. O que o ainda senador Renan Calheiros deveria fazer é demitir-se da posição que ocupa e tomar o caminho de casa, indo pedir perdão à mulher sobre a traição que lhe impôs e o labéu que lhe afixou a família, agora para sempre, enquanto houver memória nesta terra.

N

ui Barbosa, numa de suas páginas luminosas - aquela que começa com a frase De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto (cito de memória) - Rui alongou-se no elogio a Dom Pedro II que não permitia sem-vergonhices nas instituições políticas brasileira, onde o Conselho de Estado não conviveria com a falta de vergonha como está ocorrendo no Brasil de nossos dias. Esse é um velho e grave problema: para a opinião pública, conforme ficou provado pela consulta de opinião de um grande semanário, o descrédito geral que paira sobre as instituições se concentra maiormente nas casas do Congresso, o que é penoso para qualquer jornalista veicular. Esse era o assunto que eu tinha a dizer sobre o infeliz senador. Está dito!

R

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G O caso Renan

está enjoativo. Chegamos naquela fase que antecede o vômito, aguardando o momento decisivo do alívio estomacal.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Política

RORIZ NA MIRA DO TRE

Paulo Whitaker/Reuters

Se o setor aéreo nacional não funciona bem, o País perde empregos e investimentos no turismo. Geraldo Alckmin (PSDB)

Antonio Cruz/ABr

Na ausência de relator, consultei os líderes para encontrar alguém para para assumir a função. Um esforço inglório. Sibá Machado, senador (PT-AC)

A Mesa do Senado deve pedir esta esta semana abertura de processo contra Joaquim Roriz.

A edição da revista "Veja" que foi às bancas neste final de semana diz que Roriz usou dinheiro do empresário Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas, para pagar propina a juízes do TRE do DF. Segundo a revista, Roriz usou parte do dinheiro para subornar dois juízes do TRE nas eleições do ano passado. O senador teria confessado a propina numa conversa com o suplente Gim Argello. O placar inicial, diz a "Veja", estava em 3 a 2 contra Roriz, mas terminou em absolvição por 4 votos a 2 – os votos contra

Roosewelt Pinheiro / Ag. Senado

Revista "Veja" diz que o senador teria subornado juízes do TRE-DF. A Mesa do Senado quer processá-lo.

Os parlamentares brasileiros perderam totalmente a noção do País em que vivem. Um grave erro. Cláudio Weber Abramo, diretor presidente da Transparência Brasil

Não dá mais para o Congresso ficar com a responsabilidade de julgar os seus próprios pares. Geddel Vieira Lima, ministro da Integração Nacional

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O

Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal discute hoje, em sessão marcada para às 16h, que medida adotará em resposta à suspeita de que alguns votos do tribunal podem ter sido comprados na decisão tomada em outubro do ano passado que absolveu o ex-governador e senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) no processo em que ele era acusado de usar uma empresa pública para fazer campanha eleitoral.

Celso Junior/AE

Nova gravação piora a situação

A

situação do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) se complicou neste fim de semana, por causa da reportagem da revista "Veja", com a denúncia de que Roriz teria usado parte do dinheiro recebido do empresário Nenê Constantino para subornar dois juízes do Tribunal Regio-

Tudo indica que houve falta de ética e isso implica em quebra de decoro. Pelo que se viu, ele (Roriz) tentou levar vantagem. Romeu Tuma, senador (DEM-SP)

Roriz não teria devolvido R$ 1,9 milhão, diz a reportagem da "Veja".

nal Eleitoral (TRE) nas eleições do ano passado. Na apresentação de mais um detalhe do caso, o Blog do Noblat, do "Globo Online", informou que uma gravação feita pela Operação Aquarela, realizada pela Polícia Federal (PF), mostra que os R$ 2,2 milhões sacados no BRB foram entregues a Valério Neves Campos,

principal assessor de Roriz no Senado. O dinheiro teria sido repassado a Valério, antes de chegar às mãos de Roriz, na sede de uma empresa transportadora de lixo que funciona no Setor de Indústria e Abastecimento de Brasília. O Ministério Público do DF teria descoberto o local da entrega do dinheiro no monitora-

Dida Sampaio / AE

Roosewelt Pinheiro/Ag. Senado

Acho que isso tudo é uma espécie de esquadrão da morte moral. As pessoas, sem terem prova, anunciam a sentença. Renan Calheiros, presidente do Senado (PMDB-AL)

Gilberto Nascimento/Ag. Câmara

A carta de princípios fala na unificação da luta e na ocupação como forma de fazer a reforma agrária acontecer. José Rainha, líder do MST

J. Freitas/Ag. Senado

Jorge Santos/AE

Tenho 34 anos de vida pública e nunca tive nada que desabonasse a minha conduta. Prestei todos os esclarecimentos à CPI. Carlos Wilson, deputado (PT-PE)

Não adianta fingir que há um clima de total normalidade dentro do Senado. Não é verdade. Jefferson Péres, senador (PDT-AM)

mento de uma conversa entre Valério e Tarcísio Franklin Moura, presidente do Banco Regional de Brasília (BRB). Na conversa, gravada no dia 13 de março, Tarcísio diz a Roriz que sacou os R$ 2,2 milhões no BRB, que seria remetido à casa do senador. Roriz, então, diz que prefere o escritório de Nenê para a partilha. (AOG)

Renan aposta em manobras jurídicas para ganhar tempo

O

Membros do Esquadrão da Morte não somos nós. Renan Calheiros é quem deve conhecer muitos deles. Chico Alencar, deputado (PSol-RJ) Lavar dinheiro com gado e fazendas é facílimo. Chamamos de vaca de papel. Odilon de Oliveira, juiz federal

foram dos juízes Estevam Carlos Lima Laia e Romes Gonçalves Ribeiro. O processo foi aberto a partir de uma representação do PCdoB, feita em setembro de 2006, acusando Roriz, então candidato ao Senado, de usar o site da Companhia de Água e Esgoto do DF, a Caesb, para divulgar o número 151, que era o número da candidatura do exgovernador. O número de relacionamento da Caesb com a população era o 115, mas, por meio de um truque eletrônico, quem acessava o site assistia a uma animação em que aparecia o 151 de Roriz. A reportagem da revista diz que não houve "troco" do cheque de R$ 2,2 milhões descontado pelo senador Roriz, em 13 de março passado, no Banco de Brasília (BRB). Em sua defesa, Roriz sustentou que precisava de R$ 300 mil para pagar a compra de uma bezerra e recorreu a um "amigo íntimo", Nenê Constantino. Segundo o senador, ele devolveu o restante (R$ 1,9 milhão) a ele. Processo – A Mesa do Senado deve enviar ainda esta semana ao Conselho de Ética o pedido de abertura de processo por quebra de decoro contra Roriz. A remessa já teria sido acertada entre o vice-presidente do Senado, Tiana Viana (PTAC), e o senador José Nery (PSol-PA), autor do pedido de investigação. (Agências)

O ARRAIÁ DO PODER – Este ano, o Arraiá do Torto foi pouco concorrido. Em função da crise envolvendo Renan Calheiros, o Planalto não convidou nenhum deputado. Somente ministros, funcionários da Presidência da República e pessoas próximas do casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia.

presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e seus aliados vão concentrar esforços em duas chicanas jurídicas para anular a representação do PSol que deu origem ao processo contr ale epor quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. Uma é mostrar, com a ajuda de um parecer jurídico, que não existe processo por decoro, mas suspeita de que Renan tenha cometido irregularidades financeiras e tributárias, o que autorizaria o Senado a remeter o assunto para o Supremo Tribunal Federal (STF), que tem competência para mandar investigar parlamentares. A outra é insistir para que o Senado reconheça a interpretação jurídica de que a representação do PSol não deveria ter sido enviada ao Conselho de Ética por uma decisão isolada do próprio Renan, pois caberia à Mesa Diretora do Senado analisar o caso e tomar ou não essa iniciativa. A oposição passou o fim de semana articulando uma forma de resistência à estratégia da tropa de choque de Renan. Isso porque o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), pode, sem votação no Conselho, considerar viciado o processo e devolvê-lo à Mesa. Controlada por Renan, a Mesa poderia remeter o caso ao STF. A oposição quer aproveitar o andamento e também resolver a situação de Quintanilha, acusado de participar de um esquema de corrupção com o irmão, Cleomar Quintanilha, de desvio de verbas públicas orçamentárias. (Agências)


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 2 de julho de 2007

NA ITÁLIA

A VOLTA DO CINQUECENTO Fiat lança nesta quarta-feira, em Turim, na Itália, 50 anos depois, a nova geração do seu minicarro mais famoso, o 500 CHICOLELIS

Divulgação

e para os norte-americanos o 4 de Julho tem um significado histórico, marcado pela Declaração da Independência, em 1776 (as 13 colônias americanas se separaram da Inglaterra), para os italianos, um povo "louco" por automóveis, tem também sua importância: em 1957, surgia o primeiro Fiat 500. Ele ficou sem ser produzido por cerca de 20 anos. Mas, depois de amanhã (4 de julho), cinqüenta anos depois do surgimento do primeiro, que substituiu o "Topolino", o "Cinquecento", como é conhecido o Fiat 500, estará de volta, com uma festa que movimentará toda a Itália.

S

O design da Fiat conseguiu trazer para o presente, com linhas modernas e tecnologia atualizada, o mesmo espírito, em prata (interior vermelho), do 500, lançado em 1957, em vermelho. Veja as fotos e compare.

A mesma cara - Não há como negar, o novo 500 tem a "alma", a mesma cara do antigo 500. Basta comparar com as fotos desta página. Ambos "fofinhos", como dizem as mulheres, ou "uma pequena máquina", como os homens o chamam. Tudo feito pelo Centro de Estilo da Fiat, em Turim, na Itália, para ser produzido em Tichy, na Polônia. Com suas três portas tem dimensões reduzidas: comprimento, 3, 55 m, largura, 1,65 m, altura de 1,49 e um entre eixos de 2,30 m. São três os motores: turbodiesel 1.3 16v Multijet de 75 CV e dois a gasolina, de 1.2 8v de 69 CV e 1.4 16v de 100 CV, todos com câmbio manual, de cinco ou seis velocidades. Por enquanto, nenhum flex. Mas, se vier para o Brasil, com certeza o 500 terá uma nova história para contar. Certamente de sucesso.

MÉGANE

Divulgação

E A CHEGADA L DO FLEX NA EUROPA A Renault está levando para a Europa a sua tecnologia flex desenvolvida aqui, no Brasil

á, na Europa, o Mégane 1.6 16V vai usar mistura de 15% de gasolina ao etanol, é chamado de biocombustível e não bicombustível, como no Brasil. A montadora aproveitou sua experiência aqui, no desenvolvimento de motores bicombustíveis, para levar a proposta para a França. A comercialização dos modelos Mégane Hatch e Mégane Grand Tour equipados com a motorização 1.6 16V movida a biocombustível E85 (etanol com adição de 15% de gasolina), com 105 cv de potência, começou no final do mês passado. O Grupo Renault considera os biocombustíveis uma das soluções mais eficientes para a redução dos atuais níveis de emissão de CO2, por ser renovável.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

TRIBUTOS SERÃO PAGOS EM UMA SÓ GUIA COM ALÍQUOTA ÚNICA

1,48

milhão de empresas possuem algum tipo de irregularidade

PROBLEMAS PODEM IMPEDIR O CUMPRIMENTO DE METAS. VÁRIOS ESPECIALISTAS DEFENDEM PRORROGAÇÃO.

SUPERSIMPLES JÁ ESTÁ EM VIGOR Sílvia Pimentel

O

Simples Nacional, conhecido como Supersimples, entra de fato em vigor hoje cercado de expectativas ambiciosas. Com o novo regime, o governo espera a formalização de um milhão de empresas no primeiro ano de vigência da lei. Em São Paulo, o Sebrae-SP prevê a constituição de 600 mil companhias nos próximos cinco anos, gerando 1,8 milhão de postos de trabalho. Considerado o mais importante dos 10 capítulos da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o Supersimples unifica tributos federais (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins; Contribuição para a Seguridade Social – INSS; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; e Programa de Integração Social – PIS) , estaduais (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS) e municipais (Imposto sobre Serviços –ISS). Reforma –Essa cesta de tributos será paga por meio de uma única alíquota e guia. "É a verdadeira reforma tributária da micro e pequena empresa", diz o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella. O prazo para a adesão termina no dia 30 de julho. Uma das condições básicas pa-

ra o enquadramento é um faturamento anual até R$ 2,4 milhões. As empresas já optantes do Simples Federal e que não possuem débitos tributários com a União, estados e municípios migrarão automaticamente para o Supersimples. Caso sejam devedoras, terão de regularizar a situação. Em São Paulo, o Supersim-

ples começa a vigorar contra a vontade dos contabilistas. Na opinião deles, a demora do Comitê Gestor em publicar as resoluções e a falta de definição do governo estadual sobre a regulamentação da lei podem colocar em risco a adesão das empresas paulistas, além de provocar um colapso nos postos locais de atendimento da

Receita Federal. José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sindicato das Empresas Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), defende a prorrogação do prazo para janeiro de 2008 e um aperfeiçoamento na lei. "Prometeram para junho uma lista das empresas com pendências tributárias. Até o momento, só temos dados referentes ao INSS", reforça o diretor-executivo da consultoria Confirp, Richard Domingos. Já o presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), Valdir Pietrobon, lembra que a lei foi promulgada em dezembro e os empresários deixaram o acerto para a última hora. Devedores – Balanço divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), há uma semana, mostra que das 5.562 prefeituras, apenas 2.391 enviaram informações à entidade sobre os devedores do ISS. De 2,2 milhões de empresas, com sede em 1.575 municípios, 1,48 milhão apresentou alguma irregularidade, impedindo a migração. No Rio de Janeiro são 158.209 companhias impedidas de ingressar no Supersimples, segundo o secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy. Dessas, 119.486 devem o ICMS e 28.107 estão inscritas na dívida ativa do estado. Em São Paulo, cerca de 600 mil microempresas isentas do ICMS devem perder o benefício fiscal com o Supersimples.

Foto: Rafael Hupsel/LUZ

Foto: Milton Mansilha/LUZ

Tortorella, do Sebrae/SP: reforma

Alcazar, do Sescon: prorrogação

Lei pode ser aperfeiçoada

O

Simples Nacional nem bem começou a vigorar e já existem propostas para aperfeiçoá-lo. Tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar nº 79, que prevê o parcelamento dos débitos tributários adquiridos até 31 de maio de 2007. Pelo texto da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, os contribuintes com débitos tributários só podiam solicitar o parcelamento de dívidas contraídas até janeiro de 2006. O autor da proposta é o deputado José Pimentel. "Ninguém deixará de aderir ao regime porque possui uma dívida", disse o parlamentar, durante audiência pública que debateu o Supersimples, na última quinta-feira. De acordo com o deputado,

o projeto foi recebido no Congresso Nacional e está pronto para ir a votação. Os débitos das empresas que quiserem aderir ao novo regime tributário poderão ser divididos em até 120 meses, com parcelas no valor mínimo de R$ 100. Para o presidente do SesconSP, José Maria Chapina Alcazar, o ideal seria incluir no texto da proposta a possibilidade para que as optantes do Supersimples transfiram créditos do ICMS. A proibição para o aproveitamento desses créditos é um dos pontos mais criticados na lei que criou o regime. "A indústria e o comércio atacadista serão muito prejudicados com essa restrição. Para competirem no mercado, terão de reduzir o preço da mercadoria, o que poderá inviabilizar os negócios", prevê.

Em 1/7/2007 tem início o Simples Nacional. Como o município de Tupã/SP, que ainda não elaborou a Lei Geral Municipal, arrecadará o Imposto Sobre Serviços (ISS)? Sescon - A Lei Complementar nº C 123/2006 não condiciona a vigência do Simples Nacional à elaboração de leis municipais. A arrecadação do ISS em relação aos optantes do Simples Nacional obedecerá ao disposto na LC 123/2006 e às resoluções do Comitê Gestor de Tributação das MPE.

manecer no regime que vinha sendo observado desde 1º de janeiro.

Tenho uma microempresa que está enquadrada no lucro presumido, na área de prestação de serviço de limpeza. Fiz os cálculos e vi que, com o enquadramento no Supersimples, terei uma tributação maior, pois tenho uma folha de pagamento de baixo valor. Posso mantê-la no lucro presumido ou existe outra opção de regime? Sescon - A opção ao Simples Nacional no exercício de 2007 estará aberta extraordinariamente durante o mês de julho para as empresas que não estavam no Simples Federal. A empresa certamente poderá permanecer no regime do Lucro Presumido, que deve ser observado pelo restante do ano-calendário (2007), já que é anual. A partir de 1º de julho a empresa pode optar pelo Simples Nacional ou per-

No Simples Federal, a alíquota é determinada, além do tipo de atividade, pelo volume de faturamento, que é um ciclo reiniciado a cada exercício. No Supersimples, o procedimento é o mesmo, ou seja, quando chegar em dezembro de um exercício "X" completo, e eu estiver praticamente com uma alíquota de 11,61% (comércio) e faturamento por volta de R$ 2.400.000,00 acumulado de janeiro a dezembro desse exercício "X", minha alíquota em janeiro do exercício seguinte será de 11,61% ou reinicia em 5,47%, correspondente a uma empresa enquadrada como EPP? Sescon – No Simples Federal, a identificação da alíquota aplicada mensalmente dependia da receita acumulada no próprio exercíc i o , o q u e re s u l t a v a n a utilização de alíquotas crescentes no decorrer do ano, com reinício do ciclo no ano seguinte. No Simples Nacional, ou Supersimples, o procedimento não é o mesmo, pois considera para efeito de determinação da alíquota, a receita bruta total acumulada nos 12 meses anteriores ao do período de apuração (§ 1º do art. 5º da Resolução 5, do CGSN).

Envie sua pergunta para supersimples@dcomercio.com.br. O Sescon responde.


segunda-feira, 2 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

O bom resultado da bolsa paulista foi favorecido por índices de inflação dos Estados Unidos.

PRODUÇÃO DE VEÍCULOS ACELEROU NOS ANOS 90

AÇÕES LIDERAM INVESTIMENTOS Maristela Orlowski

de renda fixa e DI, entre 0,5% e 0,85%. Em junho, o IGP-M registrou inflação de 0,26%. "Eselo quarto mês conse- ses títulos continuam como cutivo, a Bolsa de Va- boas opções de investimento a lores de São Paulo (Bo- longo prazo para diversificavespa) liderou o ran- ção de portfólio, já que estão king dos melhores investimen- rendendo na faixa de 6,5% a t o s . N o m ê s d e j u n h o , a 7,5% ao ano, mais variação do valorização do Ibovespa, prin- IGP-M." Colombo lembra que cipal indicador do mercado a rentabilidade desse tipo de acionário brasileiro, foi de fundo é atrelada diretamente 3,59% (até 28/6). Em maio, o ín- ao prazo do papel. Dólar – No lado de baixo do dice chegou a subir 6,77%. Já no acumulado do ano, a bolsa pau- ranking, ficaram os ativos relacionados ao lista tem alta de dólar. Os fun21,75%. Para o dos cambiais administrador até chegaram a de investimenesboçar algutos Fábio Coma recuperalombo, isso ção em junho, mostra o bom por cento é a mas não resisdesempenho valorização do tiram e voltados últimos meram a apresenses do mercado, Ibovespa, principal t a r m a u d efavorecido por índice do mercado sempenho. No uma leitura otim e rc a d o d omista dos índiacionário brasileiro, méstico, o dóces inflacionáno acumulado lar se manteve rios norte-amedeste ano acima dos ricanos. R$ 1,90, apesar Os fundos de de testar várias renda fixa ficaram em segundo lugar no ran- vezes esse piso no mês. "Enquanto o mercado interking das principais aplicações, com rentabilidade entre 0,65% nacional estiver otimista, a bae 0,95%, em linha com os fun- lança comercial brasileira com dos DI. "Os DI continuam pro- bom desempenho e os juros loporcionando excelente juro cais bem acima do padrão inreal bruto, um dos mais eleva- ternacional, a pressão de baixa dos do mundo, em torno de 6% sobre as cotações do dólar cona 8% ao ano, apesar das redu- tinuará forte", ressalta o espeções da Selic (taxa básica de ju- cialista. O dólar comercial fechou o mês de junho com baixa ros)", diz o economista. Já os títulos indexados ao Ín- de 0,17%, e o paralelo, com didice Geral de Preços de Merca- minuição de 0,48%. Na lanterna dos investimendo (IGP-M) fecharam o primeiro semestre com resulta- tos em junho ficou o ouro, que dos pouco abaixo dos fundos registrou uma baixa expressi-

Fabio Gonzales/ Divulgação

P

21,75

Produção do setor automobilístico, uma história de sucesso Fundos DI continuam apresentando juro real bruto entre os mais altos do mundo

va de 3,86%. O motivo foi a queda do preço da commoditie no mercado internacional. Já a poupança ficou no meio do caminho, com rendimento de 0,57% no mês e de 4% no acumulado do ano. Segundo Colombo, a mudança do cálculo da Taxa Referencial (TR) fei-

ta em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) no início do mês de março contribuiu para estabilizar a aplicação. "A mudança ocorreu porque a rentabilidade da poupança já estava muito próxima do rendimento médio dos fundos", afirma.

RENTABILIDADE EM QUEDA

S

egundo os analistas do mercado financeiro, a perda de lucratividade da poupança vai depender da trajetória dos juros, que servem para calcular a Taxa Básica Financeira (TBF). O matemático e professor da Universidade de São Paulo (USP) José Dutra Vieira Sobrinho calcula que o rendimento começará a ser afetado quando a TBF (que entra no cálculo da TR) chegar aos 12% ao ano. Com essa taxa, ele estima

que a rentabilidade da poupança cairá de 8,51% para 8,02% ao ano, ou seja, uma redução de 5,75%. A redução do ganho, de acordo com o matemático, ocorrerá ao longo do ano e poderá chegar aos 10,89% quando a TBF alcançar 11%. "Nesse caso, a rentabilidade, que deveria ser de 8,26% pela fórmula antiga da TR, passaria a 7,36% ao ano. Um ganho mensal de R$ 100 na poupança cairia para R$ 94,45 e R$ 89,48, respectivamente." (MO)

Indústria brasileira já fabricou 50 milhões de veículos desde 1957 Chicolellis

O

Brasil já produziu 50 milhões de veículos. Exatamente, 50,3 milhões, além de 1,85 milhões de máquinas agrícolas. A comemoração da marca foi feita na última semana, pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Jackson Schneider, presidente da entidade, ressaltou a importância do setor, que enfrentou modificações políticas, sociais e econômicas sempre "seguindo em frente, lutando para superar dificuldades". Schneider , que assumiu a presidência da Anfavea em maio passado, disse estar feliz à frente da entidade, justamente num momento tão importante para a his-

PETROBRAS Estatal negocia com 20 empresas do exterior contratos de compra de Gás Natural Liquefeito.

tória do setor, que produziu mais da metade dos 50 milhões de veículos a partir dos anos 90. Ou seja, em menos de 15 anos. A produção foi iniciada em 1957. Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, presente ao evento, o comércio brasileiro tem importância primordial para a indústria ter alcançado a marca de 50 milhões de veículos, não apenas com as revendas autorizadas, mas também com a presença do mercado de usados. É o carro usado que mantém a sustentação do carro zero. Burti relembrou seus primeiros tempos no setor de revendas, com as marcas Simca (antes de virar Chrysler) e Ford, com as quais trabalhou antes de passar para a Chevrolet.

ANATEL Ronaldo Sardenberg toma posse hoje na presidência da agência.

Ó RBITA

REPRESSÃO AO CONTRABANDO

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cerco ao contrabando na fronteira do Brasil com o Paraguai continuará. O aviso é do secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid (foto). Segundo ele, a edição da Medida Provisória (MP) criando um regime especial de tributação para os produtos vindos do Paraguai não vai afrouxar as ações de repressão na região de Foz do Iguaçu. O risco da fiscalização, que pode representar a perda de toda a mercadoria transportada, garantiria a adesão ao regime. Os "sacoleiros" terão que abrir empresa e pedir

Celso Júnior/AE

habilitação à Receita. A partir daí, pagarão alíquota única de 25% sobre o preço do produto importado. (AE)

CADASTRO

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Receita Federal estende a partir de hoje o acesso ao cadastro sincronizado do CNPJ, que já funciona nos estados de São Paulo e Bahia, aos contribuintes de Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte e Alagoas, e aos municípios de Belém, Belo Horizonte, Natal e Vitória. Para abrir ou fechar uma empresa, a entrada dos documentos será feita na Receita Federal. (AE) A TÉ LOGO

MERCADO

A

previsão dos analistas é de oscilações nos mercados nesta semana em especial nas bolsas. Preocupam os investidores as tendências para as taxas básicas de juros – com expectativa de manutenção nos Estados Unidos e de alta na Europa e Japão – e o desenvolvimento da crise do mercado imobiliário americano, que já começa a afetar outros segmentos da economia. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Gol é a 3ª em valor de mercado das Américas

L

Scania defende hoje comércio sem barreiras

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Tributos não afetam investimento no exterior


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Indicadores Econômicos

7

0,47

29/6/2007

por cento foi a alta do dólar comercial na última sexta-feira. A divisa norte-americana fechou cotada a R$ 1,93 para venda.

Informe Publicitário FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo

Empresarial LP Esher LP Hope LP JCP-SUL LP Master Recebíveis LP Múltiplo LP Redfactor LP Valecred LP

Posição em:

P.L. do Fundo

Valor da Cota Subordinada

% rent.-mês

% ano

Valor da Cota Sênior

% rent.-mês

% ano

rating

27/06/2007 27/06/2007 27/06/2007 27/06/2007 27/06/2007 27/06/2007 27/06/2007 27/06/2007

16.092.567,51 27.059.878,10 11.081.397,44 507.235,86 1.597.982,86 12.551.547,07 2.725.847,54 1.070.681,08

1.453,226873 1.315,470469 1.115,650170 998,495787 1.017,032829 1.375,704076 1.041,626656 991,572767

1,6807 0,5695 2,2514 -0,1504 15,8751 2,0274 3,5526 -0,8427

11,88 11,79 11,57 -0,15 -14,57 10,00 4,16 -0,8400

1.102,603720 0 1.010,686280 0 0 1.214,435312 0 0

0,8952 0 0,9116 0 0 0,8952 0 0

6,53 0 1,07 0 0 6,53 0 0

A (Austin) BBB (Austin) AA- (Austin) AA- (Austin) A+ (Austin) A+ (Austin) AA (Austin) A (Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Celso Unzelte

NOSSAS “GUERRAS” CONTRA O CHILE

Esporte

Estamos aliviados. Não podíamos passar em branco outra vez. Felizmente, contamos com Robinho." Juan

almanaque Wílton Júnior/AE

1 Paulo Whitaker/Reuters

Guillermo Granja/Reuters

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Robinho já tinha jogado bem em vários jogos da Seleção. Só que hoje acabou sendo decisivo.” Dunga

O BRASIL É Marcelo Hernandez/AP

UH/Arquivo Público do Estado de São Paulo

As seleções de Brasil e Chile estiveram em campo mais uma vez ontem, em mais um jogo da Copa América. Este duelo acontece há 91 anos. Acima, o atacante brasileiro Evaristo de Macedo briga pela bola com um defensor chileno em partida pelo Sul-Americano de 1957, disputado no Peru. Era a estréia brasileira na competição, com vitória por 4 a 2. Didi, com três gols, e Pepe, com um, foram os artilheiros do Brasil naquele jogo. Jaime Ramirez e José Fernandez marcaram os dois gols chilenos.

UMA ENORME VANTAGEM BRASILEIRA Desde 8 de julho de 1916, quando os dois países enfrentaram-se pela primeira vez, pelo Sul-Americano daquele ano, em Buenos Aires, com um empate por 1 a 1, brasileiros e chilenos já jogaram 62 vezes. O Brasil ganhou 43 jogos, empatou 12 e perdeu apenas 7 vezes. Marcou 139 gols e sofreu 52. A partida mais importante valeu pela semifinal da Copa do Mundo de 1962, disputada justamente no Chile. Com a vitória por 4 a 2, no dia 13 de junho daquele ano, o Brasil credenciou-se para a a conquista do bi mundial .

BERNARDO O'HIGGINS: UM CASO À PARTE Entre 1955 e 1966, Brasil e Chile disputaram entre si dez partidas pela Taça Bernardo O’Higgins, nome que homenageia um dos heróis da independência chilena. Eram dois jogos, disputados sempre em um dos dois países. O Brasil ficou com o troféu três vezes, em 1955 e 1959, jogando no Brasil, e em 1961,jogando no Chile. Os chilenos ganharam em 1957, jogando em casa. Na última edição, em 1966, houve uma vitória brasileira por 1 a 0, em Santiago, e outra chilena, por 2 a 1, em Viña del Mar. Os dois resolveram dividir o título.

“Viva Santo Antônio! Quatro bombas no gol do Chile" (Manchete do jornal A Gazeta Esportiva de 14 de junho de 1962, dia seguinte ao de Santo Antônio e à vitória brasileira sobre o Chile, por 4 a 2, que garantiu a presença do Brasil na final daquela Copa do Mundo, disputada justamente em território chileno.)

Nos 3 a 0 sobre o Chile, Robinho fez um pouco de tudo: encarou de frente os adversários, como Valdivia, e marcou todos os gols da vitória, que mantém a Seleção com boas chances de se classificar para as quartas-de-final da Copa América

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vitória do Brasil sobre o Chile, ontem, pela Copa América que está sendo disputada na Venezuela tem um nome: Robson de Souza, o Robinho. A grande estrela da Seleção Brasileira — nas ausências de Kaká e Ronaldinho Gaúcho, que pediram dispensa da Copa América —, Robinho fez todos os gols dos 3 a 0 sobre os chilenos. No primeiro, ele cobrou um pênalti muito discutido, marcado a favor do Brasil na primeira etapa. No segundo, quando faltavam apenas sete minutos para o final da partida, ele tocou a bola com sutileza por cima do goleiro Bravo. E no terceiro, já aos 41 minutos, chutando de pé esquerdo da entrada da área. Além disso, ele pedalou, deu toque de letra, peitou o craque chileno Valdivia quando necessário. Deu, enfim, um inesquecível show em campo, e por isso saiu aclamado como herói. “Não sei se foi a minha melhor atuação pela Seleção, mas estou muito feliz pelo que fiz hoje”, disse na saída de campo. Os dois últimos gols o craque comemorou embalando um bebê, gesto popularizado por Bebeto na Copa do Mundo de 94. Depois, com o dedo polegar na boca, simulou uma chupeta. Homenagem à noiva Vivian, que está entrando no terceiro mês de gravidez. “Foram muitos gols, então eu os dedico à minha namorada e ao meu fi-

lho. Ainda não sei se será menino ou menina. Se for menino, pode se chamar Júnior.” O herói, no entanto, segue recusando o rótulo de estrela solitária da equipe de Dunga: “A maior estrela é a Seleção. Eu, se tiver que dar carrinho, vou dar. E se tiver que driblar e fazer gol, como foi hoje, vou fazer. O importante é ajudar a Seleção Brasileira.” Um dos lances mais aplaudidos pela torcida venezuelana foi um passe de letra de Robinho para o lateral-direito Daniel Alves, que substituiu Maicon. “Foi o último recurso que encontrei”, justificou Robinho. “Estou acostumado ao jogo duro, de muito contato físico na Europa, onde não tem muito espaço para jogar. O que fiz com o Daniel foi o único recurso, não quis menosprezar ninguém. Gosto de divertir os torcedo-

res, mas uso a qualidade para ajudar o time, e não por pura individualidade ou para menosprezar ninguém.” Por ter sido escolhido o melhor em campo em uma votação realizada entre os jornalistas, o atacante ganhou um aparelho celular. Mas avisou: “Se a gente não conseguir o objetivo de se classificar para a próxima fase, ninguém vai lembrar dessa atuação, só vão criticar”. Robinho tem razão. Principalmente graças a ele, o Brasil evoluiu em relação à decepcionante estréia contra o México, na quarta-feira, quando foi derrotado por 2 a 0. Além disso, com os três pontos conquistados ontem, dificilmente ficará fora da próxima fase da Copa América, as quartas-de-final (classificam-se os dois primeiros colocados de cada grupo, e ainda os dois melho-

res terceiros). Mas ainda apresentou falhas demais. “O Brasil jogou um futebol de competição”, definiu o técnico Dunga. “Vamos continuar trabalhando nos treinos para aprimorar o nosso jogo. Precisamos de um ritmo mais dinâmico, de ter mais posse da bola e de uma maior variação de jogadas.” Para o jogo de quarta-feira, contra o Equador, decisivo para a classificação às quartas-de-final, Elano e Maicon são dúvidas. O meio-campista levou uma pancada forte na face interna da coxa direita. Já o lateral, substituído durante o jogo de ontem, sofreu uma contusão no ombro. Mas o médico da Seleção, José Luiz Runco, ainda acredita em sua recuperação antes de quarta-feira: “Vamos aguardar 24 ou 48 horas para ver se ele evolui e tem condições de jogo”.

BRASIL 3 Doni, Maicon (Daniel Alves), Alex, Juan e Gilberto; Mineiro, Gilberto Silva, Elano (Josué) e Anderson (Júlio Baptista); Vágner Love e Robinho. Técnico: Dunga.

CHILE 0 Bravo, Ormeño, Riffo (Vargas), Fuentes e Contreras; Jará (Lorca), Sanhueza, Meléndez (Iturra) e Mark González; Valdivia e Suazo. Técnico: Nelson Acosta. G ols: Robinho (pênalti), 35/1; Robinho, 38/2; Robinho 42/2. Local: Monumental Juana Avalanzadora (Maturín). Árbitro: Carlos Torres (PAR). Cartões amarelos: Gilberto (BRA), Mineiro (BRA), Robinho (BRA), Elano (BRA); Jará (CHI), Suazo (CHI), Vargas (CHI), Iturra (CHI), Contreras (CHI).

Vanderlei Almeida/AFP

Há exatos 91 anos, no dia 2 de julho de 1916, realizava-se o primeiro jogo da história do Campeonato SulAmericano, a atual Copa América, que em 2007 está sendo disputada na Venezuela. No antigo estádio do Racing, em Buenos Aires, na Argentina, a equipe dona da casa empatou com o Uruguai por 0 a 0. Com o resultado de sábado, o Palmeiras aumentou sua vantagem sobre o Corinthians em 90 anos de disputa do clássico. São agora 117 vitórias alviverdes contra 112 alvinegras e 96 empates. O Palmeiras marcou 480 gols e o Corinthians, 441. Morreu na segunda passada, 25 de junho, no dia em que completava 82 anos, o ex-meia Aírton Leite, mais conhecido como Nenê. Revelado pelo Ypiranga, da capital, Nenê jogou também no Corinthians (1947 a 1950) e no São Paulo (1952 a 1954).

Equador é o próximo O

México é a primeira seleção a garantir vaga nas quartas-de-final da Copa América. Depois dos 2 a 0 sobre o Brasil na estréia, a seleção mexicana chegou a seis pontos ao vencer o Equador por 2 a 1, ontem, no jogo de fundo da segunda rodada do grupo B e, mesmo que perca a última partida, terá a vaga assegurada como uma das duas melhores terceiras colocadas. O assistente técnico Jorginho e o preparador físico Fábio Mahseredjian, da Seleção Brasileira, acompanharam o jogo no estádio Monumental de Maturín, de olho no Equador, próximo adversário do Brasil, já na quarta-feira. Logo aos 22 minutos, Castil-

lo aproveitou uma falha do zagueiro Oscar Bágui, ganhou a bola, passou pelo goleiro Cristian Mora e fez 1 a 0. O segundo gol mexicano saiu aos 35 minutos do segundo tempo. Bravo aproveitou de cabeça um cruzamento de Blanco. Cinco minutos depois, Méndez diminuiu para o Equador, com um chute forte da intermediária que ainda desviou em Magallón antes de entrar no gol de Sánchez. O Equador tem remotas chances de se classificar para as quartas-de-final, mas para isso precisa vencer o Brasil na quarta-feira e torcer por uma série de resultados nos outros grupos, além da vitória do México sobre o Chile no grupo B.

Castillo aproveita cochilada de Bágui, passa pelo goleiro Mora e abre a vitória que classifica o México


Nacional Legislação Comércio Exterior Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Depois de atingir 555 pontos-de-venda no Brasil, a rede Bob's chega a Angola.

AUMENTA A EXPORTAÇÃO DE FRANQUIAS Divulgação

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Fotos: Divulgação

FRANQUIAS DO BRASIL CONQUISTAM O EXTERIOR Aproximadamente 40 empresas nacionais já fincaram a bandeira do negócio 'made in Brazil' pelo mundo Fátima Lourenço

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necessidade de inovações constantes para oferecer produtos e serviços diferenciados, além de mecanismos apurados de gestão que respaldam a operação em rede, credenciou muitas marcas brasileiras ancoradas no franchising às incursões no mercado internacional. Aos pioneiros, como O Boticário e Fisk, alinham-se hoje aproximadamente 40 franqueadores locais com presença no exterior, conforme levantamento feito pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Os produtos concebidos por esses empresários, desenhados para ser destaque nos shopping centers locais, contêm o tão almejado diferencial que se quer acrescentar às encomendas embarcadas para outros países. "Franquia é uma exportação de valor agregado", diz o presidente da ABF, e vice-presidente da rede O Boticário – Artur Grynbaum. O Boticário, segundo ele, atua fora do Brasil desde 1986 e está presente em 20 países, entre América do Sul, Oriente Médio, Europa e África – com 61 lojas exclusivas e mil pontos-de-venda com diferentes formatos. "Você tem que ser flexível quando atua em outros mercados", diz Grynbaum. E precisa contar com um parceiro local. "Não se pode correr o risco de abrir uma operação para ver o que acontece. A exportação é um investimento de longo prazo." A escola de idiomas Fisk persegue esse preceito desde 1984, quando iniciou operações na Argentina – hoje, com 82 unidades. Outras 23 escolas estão distribuídas por Paraguai, Estados Unidos, Japão e Angola. "A abertura de uma unidade fora do País gera outros negócios", afirma o executivo de Marketing e Franquias da rede, Christian Ambros. A Fisk prepara-se, agora, para assinar contratos pela América do Sul, na Bolívia e Chile e iniciou negociações no Peru. Incentivos – Para reproduzir experiências vitoriosas como essas, a ABF mantém há três anos um convênio com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Por meio de missões comerciais e com participa-

Escola Fisk no inverno japonês

Fisk Japão: uma das 105 unidades que a escola tem pelo mundo

Spoleto: dez novas lojas por ano

Pasta: a brasileira Spoleto prepara comida italiana na Espanha

ção constante em feiras setoriais, o projeto incentiva e facilita a internacionalização do franchising brasileiro. Um balanço da ABF com resultados do programa aponta a relação de empresas que marcam presença pelo mundo. Na lista, a Livraria Nobel (Portugal, Espanha, Angola e México), Showcolate (Estados Unidos, Portugal, Espanha,

Honduras), Carmen Steffens (Portugal, México, Estados Unidos), Mundo Verde (Angola), Lilica Ripilica (Portugal, Itália, México, Guatemala, Costa Rica , Peru e Colômbia), Golden Services (México e Angola), China in Box (México), Wizard (Estados Unidos), Oceanic (Portugal e México) e Bit Company (Equador, Argentina e Portugal).

Bob's inicia expansão

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o Bob's, uma rede de fast-food atualmente com 555 pontos-de-venda no Brasil (entre franquias e lojas próprias), a internacionalização ganha reforço a partir deste ano, embora a demanda pela exportação de sua marca seja antiga, solicitada por vários países. Apesar da procura, só agora o Bob's está presente em Angola, aonde chegou há dois anos e meio, pelas mãos de um

DIANA PAOLUCCI S/A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO CNPJ (MF) nº 60.715.703/0001-28 – NIRE nº 35.300.033.264 Ata de Reunião Ordinária do Conselho de Administração realizada em 11 de junho de 2007 Data, Hora e Local: 11/6/2007, 10:30h, sede social. Quorum: Totalidade. Convocação: Dispensada. Mesa: João Paolucci, Presidente e Stanislau Ronaldo Paolucci, Secretário. Deliberações Unânimes: 1) Eleitos por 3 anos: Diretor Presidente Executivo, Abelardo Paolucci, brasileiro, casado, empresário, RG 4.656.001 SSP/SP e CPF/MF 535.872.948-87, Av. Barão de Campos Gerais, 74, aptº 131. Diretor Vice-Presidente Executivo: Marcos Antonio Miranda da Silva, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG 10.936.016-3 SSP/SP e CPF/MF 075.428.068-31, Rua Gen. Eldes de Souza Guedes, 88, aptº 62, ambos residentes e domiciliados nesta Capital. Fica esclarecido, a quem possa interessar, p/ fins de direito, que os diretores eleitos nesta reunião assumem para si a responsabilidade como administradores da Cia. tão somente a partir desta data, permanecendo como responsáveis pela gestão anterior única e exclusivamente os antigos membros da Diretoria. Fixado até R$ 60.000,00 anuais p/ cada função exercida pelos administradores. 2) O Vice-Presidente Executivo, Marcos Antonio Miranda da Silva, frisou as funções do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva: a) Conselho de Administração tem objetivo de funcionar como órgão orientador estratégico da Cia., aconselhando Diretoria Executiva a trabalhar sobre temas importantes p/ desenvolvimento dos negócios; b) Conselho de Administração pode aconselhar e definir em comum acordo com a Diretoria Executiva regras de negócios que visam aprimorar e reforçar as vantagens competitivas das operações comerciais da Cia.; c) Conselho de Administração não possui poderes de execução e não lhe cabe interferir nos assuntos do desenvolvimento das operações correntes da empresa; d) Conselho de Administração tem seus objetivos e funções especificamente definidas no Estatuto; e) Conselho de Administração tem responsabilidade solidária sobre questões fáticas resultantes de aconselhamentos e orientações emitidas p/ Diretoria Executiva; f) Diretoria Executiva tem poder e objetivo de gerir adequadamente negócios da Cia, observadas as melhores práticas de gestão disponíveis no mercado; g) Diretoria Executiva tem poder e objetivo de gerir a matriz de risco da Cia. evitando que questões de natureza fiscal, jurídica, gestão de orçamento, gestão dos gastos e gestão das operações correntes possam destruir valor da empresa. Por tal razão, a Diretoria Executiva tem total autonomia p/ executar com liberdade todas questões de características estratégicas e táticas envolvidas na gestão corrente do negócio; h) Diretoria Executiva pode agir a juízo e iniciativa próprios sobre todos temas relacionados à gestão corrente, podendo aprovar qualquer tipo de operação comercial, industrial e financeira sem prévia aprovação de qualquer órgão gestor da Cia; i) Diretoria Executiva tem seus objetivos e limites de responsabilidade detalhadamente definidas no Estatuto Cia. 3) Deliberou-se sobre destino, atividades e função da filial no Município de Maracanaú, Estado do Ceará: a) serão encerradas operações de marcas privadas com jeans, devendo ser mantidas nesta filial a linha de modeladores corporais e cintas pós-cirúrgicas; b) linhas de modeladores corporais e cintas pós-cirúrgicas passarão por reengenharia de negócio e de fórmulas comerciais, através de Estudo de Viabilidade Econômico e Financeiro (EVEF), que será apresentado p/ aprovação da Diretoria até 15/7/2007; c) tais atividades desta filial serão separadas das atividades da Cia, através criação de pessoa jurídica, desprovida de qualquer vínculo; d) custo de investimento corrente máximo autorizado p/ manutenção dessa atividade pela nova empresa será R$ 35.000,00; e) Todas operações de compras e desenvolvimento de protótipos p/ segmento de licitações serão transferidas p/ sede da Cia, até 31/7/2007. 4) Deliberou-se sobre relacionamento comercial entre a Cia. e JSA Participações Ltda: a) proibido aporte direto de capital a partir das contas da Cia, p/ contas da JSA Participações Ltda., sendo que eventuais necessidades de caixa desta empresa deverão ser suportadas por aportes diretos dos acionistas, únicos interessados; b) pela utilização dos imóveis da JSA Participações Ltda., a Cia, deverá pagar aluguel mensal, devendo ser firmado contrato de locação com tal empresa; c) proibido qualquer investimento da Cia, nos imóveis da JSA Participações Ltda., seja que título for, mas eventuais aportes de capital poderão ser efetuados diretamente pelos acionistas interessados; d) imediata interrupação, no estado em que se encontram, obras e reformas em curso nas dependências da Cia, na Rua Dom Bosco, 710/SP; e) proibido uso não comercial de quaisquer imóveis pertencentes à Cia, cabendo a Diretoria autorizar eventuais exceções, desde que fundamentadas; f) até 30/9/2007, a Diretoria apresentará estudo executivo com objetivo de implantar projeto imobiliário nos imóveis de titularidade da Cia, se possível, no ano 2008. 5) Deliberou-se sobre definição da nova fórmula comercial da Cia.: a) até 30/6/2007 a Diretoria deverá apresentar plano de trabalho contendo diretrizes gerais p/ desenvolvimento do plano de negócios comerciais com definições dos novos segmentos de mercado, famílias de produtos, forma de atuação etc, a serem incorporados nas operações da Cia; b) projetos de desenvolvimento de operações comerciais que envolvam novos investimentos poderão ser apresentados e desenvolvidos pelo Presidente do Conselho de Administração; c) todos os novos projetos a serem desenvolvidos e incorporados aos negócios da Cia. devem possuir Estudo de Viabilidade Econômico e Financeiro (EVEF) devidamente aprovado pela Diretoria; d) todos representantes comerciais da Cia, deverão receber remuneração base variável, mais ajuda de custo, p/ fazer frente às despesas de locomoção, alimentação, estadias etc, sem agregar custos fixos e outros dispêndios aos gastos mensais. 6) Deliberou-se sobre estruturação da central de logística profissionalizada: a) até 30/9/2007, a Diretoria apresentara projeto executivo com objetivo de implantar projeto de supply chain e back office administrativo com vistas encerrar e transferir todas operações logísticas e administrativas do escritório na Rua Dom Bosco, 710/SP p/ unidade de processamento profissionalizada e adequada p/ tal fim, visando baixar custos de distribuição e frete e aumentar eficiência dos níveis de serviço associados à entrega de produtos; b) transferência total das operações logísticas deverá estar concluída até 31/12/2007. 7) Deliberou-se sobre plano de redução de gastos e ajuste do ponto de equilíbrio das receitas brutas e da necessidade líquida de capital de giro (NLCG) da Cia,: a) gastos fixos mensais [gastos com pessoal + encargos + contratos de manutenção + contratos de serviços de terceiros + depreciação – despesas logísticas (que por sua natureza variável se incorporam aos custos diretos de operações da Cia,)] devem ser reduzidos p/ valor máximo equivalente a um ponto de equilíbrio das receitas líquidas de vendas (BEP) de R$ 25.000.000,00 anuais, antes das despesas de manutenção da filial de Maracanaú, despesas de gestão de logística, despesas de pró-labore, distribuição de lucros aos acionistas, doações, despesas de funcionamento do escritório de Hong Kong,

brasileiro que lá reside. "Até o ano passado estávamos mais voltados para o mercado interno. A partir de 2007, o Bob's decidiu se estruturar e planejar a internacionalização da marca de forma mais ativa", afirma o diretor de marketing, expansão e franquia, Flávio Maia. O alvo da rede é a América Latina; e a atual fase, conforme definição de Maia, é a de estudo e análise de mercado. (FL)

Dive rsidad e - A relação completa das multinacionais do franchising, no entanto, é muito maior. A Spoleto, por exemplo, especializada em massas, com apenas oito anos de mercado, já está no México desde 2005. Ali, por meio de um master franqueado (grupo Cernas), opera cinco lojas, deverá dobrar a rede até o final de 2007 e crescer dez unidades por ano, nos próximos cinco anos, conforme planeja o diretor comercial Luis Felipe Cunha Campos. É a mesma meta estabelecida para a Espanha, onde acaba de chegar. As histórias são muitas, incluindo casos como o do empresário Nasser Kader Aisheh, que criou uma franquia de calçados infantis, a Tutu Mimi, para atender à demanda do Oriente Médio, onde vive desde 1999. Na retaguarda de Aisheh há 12 fabricantes de Birigui (SP). Com uma loja própria e duas franquias na Jordânia, Aisheh planeja chegar a 50 estabelecimentos na região nos próximos dez anos. Redes que ainda não têm representação externa preparam o terreno. A Vivenda do Camarão fez parceria com a Pizza Hut nacional para fornecer produtos às lojas de sua cadeia – de olho na rede mundial da marca, de mais de 10 mil unidades. O restaurante Babbo Giovanni, que atua há apenas dois anos no franchising – mas há 90 anos no mercado – deve chegar a Portugal em 2008. "Temos muitas consultas de fora", diz o diretor de expansão, Pedro Paulo Couto.

pagamentos das contas de parentes e relativos, ou seja, R$ 375.000,00 mensais. Este plano será implementado imediatamente e concluído até 31/7/2007; b) Diretoria deverá incorporar a gestão corrente normas e procedimentos formais com objetivo de disciplinar, orientar e aplicar sanções punitivas, se for o caso ao uso dos recursos da Cia; c) que nenhum ativo permanente pertencente à Cia, poderá ser utilizado fora do objeto, incluem-se nesta regra os acionistas, conselheiros, diretores e seus parentes próximos, ressalvadas exceções aprovadas pela Diretoria Executiva; d) Diretoria deverá apresentar Estudo de Viabilidade Econômico e Financeiro (EVEF) antes do inicio das atividades das operações do escritório de Hong Kong; e) nenhuma despesa poderá ser realizada se não estiver prevista no orçamento corporativo; f) todas despesas extraordinárias, ou seja, não prevista no orçamento, deverão ser objeto específico de aplicação de procedimento de aprovação pela Diretoria Executiva, certificando-se que todos recursos gastos adicionalmente aos dispêndios previstos terão retorno e se justificarão pelas atividades associadas ao objeto da Cia; g) despesas particulares dos acionistas não poderá ser objeto de desembolso a encargo da Cia, ou seja, as contas dos acionistas deverão estar totalmente desvinculadas das contas da Cia; h) proibida quitação de despesas das empresas particulares dos acionistas pela Cia; i) todos os gastos fixos deverão ser reduzidos de forma alterar a necessidade liquida de capital de giro da Cia, e a dependência de capitais de terceiros com vistas equacionar atual disponibilidade de haveres líquidos p/ giro que hoje não supera R$ 4.000.000,00 posição esta frágil e que leva a Cia. a utilização de suas linhas de crédito constantemente; j) Diretoria Executiva deverá apresentar e implementar até 30/6/2007, medidas de choque de gestão e caixa necessárias ao equacionamento do ponto de equilíbrio das receitas líquidas de vendas (BEP); k) Diretoria Executiva deverá apresentar até 30/6/2007 orçamento semestral revisto p/ o ano corrente e implementar de imediato todas práticas de controle necessárias à sua execução dentro de todos setores da Cia; l) todas despesas não dedutíveis, ou que não possam ter comprovação mediante apresentação de documento fiscal, ou que não estejam associadas ao objeto da Cia, deverão ser aprovadas pela Diretoria antes de sua efetivação, contabilização e liquidação, e ao final de cada período fiscal mensal, deverão ser apresentados relatórios aos acionistas discriminando eventuais despesas com estas naturezas de gastos; m) Cia. não poderá tomar obrigações junto às instituições financeiras superiores ao valor do seu Capital integralizado, portanto, não poderá superar 1 grau de alavancagem de 100% do Capital; n) todas operações comerciais deverão ser analisadas e aprovadas pela Diretoria Executiva, e coeficiente de rentabilidade não poderá ser inferior a 12% líquidos de despesas financeiras baseada no ciclo financeiro teórico da operação; o) distribuição de pró-labore mais distribuição de lucros e dividendos aos acionistas durante o ano de 2008, não poderá exceder 30% do lucro liquido auferido por trimestre corrente. Para lucro restante, fica definido que 50% dos lucros auferidos deverão ser reinvestidos p/ recomposição do capital de giro da Cia, 10% deverão suprir necessidades de investimentos e 10% deverão ser destinados à constituição de fundo de reserva p/ desenvolvimento do projeto de lançamento primário de ações a ser realizado, preliminarmente, até 31/1/2010; p) limite monetário máximo p/ manutenção dos estoques não deverá superar os 90 dias de giro monetários, observadas práticas de eliminação de perdas, vendas de sucatas e outros elementos de baixo giro que não poderão superar permanência nos estoques por mais de 45 dias. 8) Deliberou-se sobre implementação do conceito de prestação de contas e transparência na gestão: a) ciclo mensal de apresentação dos resultados e demonstrações econômicas deverá ser realizado na 3ª semana de cada mês, iniciando sempre às 9 hs e terminando às 11 hs, sem prejuízo do esgotamento de todos temas a serem colocados em pauta p/ aprovação; b) ciclo bimestral de reuniões do Conselho de Administração que a critério da Diretoria deverá definir data e necessidade de realização seqüencial ou não do evento; c) imediata contratação de empresa de auditoria externa que deverá periodicamente analisar, verificar e certificar que todas demonstrações contábeis da Cia, com escopo expandido p/ realização de exames de caixa e procedimentos internos, emitindo relatórios que deverão ser apresentados pelos próprios ao Conselho de Administração e a Diretoria Executiva. 9) Deliberou-se sobre criação do Conselho de Família em versão preliminar e com vistas ao aprimoramento do conceito de governança corporativa e formação de sucessores: a) será criado Conselho da Família preliminar, composto pelos membros da Diretoria e por 1 representante de cada família dos atuais acionistas. Eleitos: João Paolucci Filho, brasileiro, casado, arquiteto, RG 19.840.625-3 SSP/SP e CPF/MF 165.420.038-78, Av. Barão de Campos Gerais, 314, aptº 11. Mickael Villela Brandão Paolucci, brasileiro, solteiro, economista, RG 30.304.6284 SSP/SP e CPF/MF 227.044.308-02, Av. Barão de Campos Gerais, 74, aptº 131 e Maurício Paolucci, brasileiro, separado, administrador de empresas, RG 18.984.811-X SSP/SP e CPF/MF 105.803.708-01, Rua Dr. Edson de Melo, 407, casa 1, todos residentes e domiciliados nesta capital. Deverão representar os interesses do núcleo familiar perante a Cia, em caso de impedimento, ausência prolongada ou falecimento de um dos acionistas, além de participar de reuniões trimestrais com o Diretor Vice-Presidente Executivo, Sr. Marcos Antonio Miranda da Silva, a fim de receber informações sobre desenvolvimento dos negócios; b) Conselho da Família deverá receber aportes anuais p/ constituição de fundo de treinamento p/ membros representantes de cada núcleo familiar. O fundo de treinamento familiar deverá ser gerenciado pelo Diretor VicePresidente Executivo com vistas a brindar a formação e aprimoramento técnico necessário aos representantes do núcleo familiar, nas melhores universidades do mundo, institutos de formação de executivos de comprovada competência e ou outros cursos sempre associados à gestão estratégica de corporações. 10) Deliberou-se sobre definição da estrutura de suporte aos acionistas e diretores: a) infra-estrutura disponível aos atuais acionistas e administradores dentro da Cia. não deverá ser superior a 1 secretária, aos serviços comuns da empresa de transporte de mensagens, transporte de documentos e utilização de toda infra-estrutura tecnológica e operacional, salvo disposição complementar da Diretoria, reiterados os aspectos do acordo de conduta, que proíbe expressamente que qualquer funcionário preste serviço a título particular aos acionistas e diretores; b) criação do escritório da família com 1 funcionário, vistas a não associar as atividades da Cia. com a gestão dos interesses particulares dos acionistas. (aa) João Paolucci: Presidente da Reunião e do Conselho. Stanislau Ronaldo Paolucci: Secretário da Reunião e Vice-Presidente do Conselho. Abelardo Paolucci: Conselheiro. Marcos Antonio Miranda da Silva: Diretor Vice-Presidente Executivo. Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 244.134/07-8 em sessão de 26/06/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

Maia do Bob's: a prioridade da rede é se expandir pela América Latina

N gócios

&

oportunidades

Missão comercial ao México

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governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, em conjunto com a Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil-México, promoverá no próximo mês de setembro (entre os dias 1 e 8), missão comercial ao México, com visitas à capital, Cidade do México, e à cidade de Monterrey. Também fazem parte da organização da missão ao país a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os setores empresariais

prioritários para integrar a delegação são os de tecnologia da informação, máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos, alimentos e bebidas, cosméticos e moda (vestuário, calçados e bijuterias). Estão previstas rodadas de negócios, workshops setoriais, visitas técnicas e seminários. Informações podem ser obtidas na Secretaria de Desenvolvimento, com Thais, pelo telefone (11) 3766-2400, ramal 1470, pelo e-mail trade@exporta.sp.gov.br ou na Câmara de Comércio Brasil-México, com Flávia, pelo telefone (11) 3083-3006 ou pelo e-mail flavia@bramex.org.br.

Comus: logística em pauta

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Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), da Associação Comercial de São Paulo, promoverá no próximo dia 17, em sua sede central, a partir das 17 horas, reunião extraordinária para debater a "Logística para os Estados Unidos através dos portos da Filadélfia e Virgínia: perspectivas de racionalização de operações porta-a-porta" e que será complementada com o lançamento da Feira "Air Cargo Americas – 2007", a ser realizada em Miami, de 7 a 9 de novembro, sobre logística e transporte aéreo. Estarão presentes Renato Sabaine, do Serviço Comercial dos Estados Unidos, em São Paulo, e Charlotte Galogly, Presidente do World Trade Center de Miami, entidade organizadora da feira. A confirmação de presença deve ser efetuada na ACSP, com Teresa, pelo telefone (11) 3244-3500 ou pelo e-mail: tneuma@acsp.com.br. Logística de Exportações e Importações – Está programado para o próximo dia 10, das 8h30 às 12 horas, o

workshop sobre Logística de Exportações e Importações, que analisará a importância da racionalização da logística para o aumento da competitividade de exportadores e importadores, em termos de redução de custos e tempo de distribuição, bem como de aumento de receita. A apresentação será do consultor da FedEx Nelson Ludovico, que desenvolverá os seguintes temas: estudo de viabilidade de operações logísticas – relações entre freqüência de transporte, tamanhos de lotes, estoques e preços de produtos; incoterms 2000 e as responsabilidades de exportadores e importadores; embalagens e unitizações de cargas; exportações e importações realizadas ao amparo de despachos simplificados; características dos transportes aéreo, marítimo e rodoviário no comércio internacional; tipos de serviços; custos operacionais; contratos de transportes e discussão de casos. Mais informações e inscrições na ACSP, pelo telefone (11) 3244-3500 ou pelo e-mail tneuma@acsp.com.br

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


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segunda-feira, 2 de julho de 2007

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André Alves

LITORAL QUER ATRAIR MAIS TURISTAS

Projeto visa aumentar o fluxo de visitantes na Baixada Santista em 2,5%, nos meses de baixa temporada, até o fim de 2008

Agliberto Lima/DC/03/02/2007

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omentar o turismo e o desenvolvimento sustentável na Baixada Santista é o principal objetivo do projeto Circuito Turístico da Região da Costa da Mata Atlântica, assinado em maio na Associação Comercial de Santos (ACS). Idealizada pelo Sebrae-SP, pelo Santos e Região Convention & Visitors Bureau (SRCVB), e apoiada pelas associações comerciais das nove cidades integrantes, a medida visa aumentar o fluxo de turistas na região em 2,5% nos meses de baixa temporada, até o fim de 2008. Para isso, estão sendo investidos cerca de R$ 350 mil no projeto. "Entre as propostas, estão a criação de novos roteiros turísticos, o aumento no número de visitantes de março a novembro, a elaboração de material informativo e cursos de capacitação de profissionais de diversas áreas", explicou Lúcia Maria Furlani, presidente do Bureau. A iniciativa também visa determinar e ampliar o mercado, incrementar a competitividade e promover a sustentabilidade do Sistema Produtivo do Turismo Receptivo, consolidando a região como destino turístico, principalmente na baixa temporada. Alternativas - Para atingir essas metas, o Circuito Turístico se propõe a desenvolver novas alternativas de utilização dos recursos naturais, culturais e históricos, criando novos roteiros. "A questão da sazonalidade é muito grande. No verão h á u m a umento de 46% no número de turistas, no carnaval, 136%, e no resto do ano 12%. Isso traz alguns aspectos negativos, Os hotéis e como o eleva- restaurantes do número de devem e m p r e g o s ganhar muito. temporários A Baixada e, consequen- tem uma série temente, a má de atrativos. prestação de José M. da Silva, serviços", dispresidente se a gerente da ACS regional do Sebrae, Silvana Pompermeyer. Segundo ela, já foram diagnosticados mais de 250 pontos turísticos que podem ser incluídos no Circuito, composto pelas seguintes cidades: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. Cerca de 100 deles ficam em Santos. "Já iniciamos um diagnóstico para a ficha técnica dos atrativos e dentro de dois meses os roteiros devem ser discutidos com os empresários locais", afirmou Silvana. Comércio - Com o aumento de turistas fora de temporada, o comércio deve alavancar. "Os restaurantes e os hotéis devem ganhar muito com o projeto, já que a Baixada Santista tem uma série de atrativos ", ressaltou José Moreira da Silva, presidente da ACS. Em Santos, segundo Silvana, vários locais são fortes candidatos a entrar no Circuito, como a Bolsa Oficial do Café, a própria ACS e o estádio da Vila Belmiro. "A curto prazo, o projeto terá uma verba de R$ 350 mil e esperamos que em um ano os resultados comecem a aparecer", disse. Outra meta do Circuito Turístico é alavancar o turismo de negócios com a prospecção de eventos. Para isso, a capacitação das empresas prestadoras de serviços do setor será fundamental. No convênio firmado, essa será a principal função do Sebrae. "Esperamos, em um ano, atingir nossos objetivos. Esse convênio apenas dá continuidade a um trabalho já desenvolvido, que envolve pesquisa e divulgação dos roteiros turísticos", afirmou Lúcia.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Estão sendo investidos cerca de R$ 350 mil no projeto para atrair turistas. Uma das propostas é a criação de novos roteiros turísticos nas cidades litorâneas, como em Santos (acima) Divulgação

Divulgação

Jonne Roriz/AE/ 04/08/2205

Reunião que formalizou a assinatura do projeto O histórico prédio da Associação Comercial de Santos (esquerda) e a Bolsa Oficial do Café (acima) podem fazer parte do Circuito Turístico da Região da Costa da Mata Atlântica. Dos 250 possíveis pontos turísticos, 100 deles estão em Santos. O circuito engloba também as cidades de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente.

Luciano Netto/Folha Imagem/31/10/2004

Vila Belmiro: estádio poderá estar no roteiro Divulgação

POUPATEMPO

Em Ribeirão, o primeiro posto do SCPC a funcionar em poupatempo

Aberto mais um posto do SCPC

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Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) instalou um posto de atendimento no Poupatempo de Ribeirão Preto, no Novo Shopping. O serviço é uma parceria entre a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), prefeitura e Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp). "A proposta da Acirp é dei-

xar os nossos serviços cada vez mais próximos dos associados e da população. É mais uma alternativa para tornar mais ágil e prático para o empresário o assunto crédito", disse o presidente da Acirp, Francisco Pinghera. A iniciativa é inédita nos 11 postos do Poupatempo do Estado e nos sete postos móveis. "A proposta do Poupatempo é sempre aprimorar a oferta de

serviços. Por isso, fizemos a parceria", explicou o gerente do Poupatempo de Ribeirão Preto, José Wilson Ricciardi. A Acirp contratou dois funcionários para o atendimento no SCPC, que funciona de segunda a sexta, das 9h às 19h; e aos sábados, das 9h às 15h. A idéia é atender de 80 a 100 pessoas por dia. Informações sobre os serviços podem ser obtidas pelo 0800 772 36 33.

Inauguração do posto do SCPC instalado dentro de unidade do Poupatempo, em Ribeirão Preto. Idéia é atender, inicialmente, entre 80 e 100 pessoas todos os dias.

Notícias das associações comerciais e industriais do interior do Estado

FERRAZ DE VASCONCELOS proximadamente 90 empreendedores foram A certificados pela Associação Comercial e Industrial de Ferraz de Vasconcelos (Acifv) e pelo Sebrae-SP. Os empresários participaram do Curso Aprender a Empreender, que tem como objetivo desenvolver características que compõem o perfil empreendedor, despertar atitudes, habilidades, transmitir conhecimentos e valores de empreendedorismo. O presidente da Acifv,

Vanderlei Kerchner, disse que o curso tem tido grande procura. Isso se deve, segundo ele, ao resultado do Projeto Sebrae-SP e Acifv nos bairros, que percorreu a cidade levando ao empreendedor consultoria, informações de como abrir seu negócio e acesso ao crédito. A empresária Ozana Fernandes Zeller, é um exemplo do resultado. "Se eu tivesse feito o curso há um ano, estaria fazendo tudo diferente na minha empresa", afirmou.

MOGI GUAÇU

SÃO CAETANO DO SUL

presidente da om a participação do Associação Comercial e Núcleo de Artesanato, O C Industrial de Mogi Guaçu desenvolvido na Associação (Acimg), Almir Mário Mascarini, foi condecorado com a Medalha do Centenário do Sétimo Grupamento de Bombeiros, em solenidade que aconteceu em Campinas. A condecoração visa homenagear instituições e personalidades civis e militares que tenham prestado relevantes serviços ao estado de São Paulo e à comunidade. Este ano, 33 pessoas receberam medalhas.

Comercial e Industrial de São Caetano do Sul (Aciscs), será realizada, no próximo dia 14 de julho, uma festa julina beneficente na sede dos Patrulheiros Mirins de São Caetano. A festa contará com atrações como apresentações de bandas musicais, danças folclóricas, barracas com brincadeiras e comidas típicas. A entrada é gratuita e a festa começará a partir das 10h. O término é às 20h. A

Associação dos Patrulheiros Mirins de São Caetano - Oscar Klein fica na rua Cavalheiro Ernesto Giuliano, 450, bairro Oswaldo Cruz. Libra – A Aciscs firmou, recentemente, convênio com a Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil – regional ABC (Libra-ABC) para a realização de cursos e palestras de formação social e política. A parceria foi firmada entre os presidentes das duas entidades: Ivan Cavassani, da Aciscs, e Rosa Maria Riera, da Libra-ABC.


Passe Livre Copa América Argentina Mundial Sub-20

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Contra a Colômbia não é clássico, só com Uruguai, Brasil e Inglaterra.” Alfio Basile, técnico da Argentina

Alejandro Pagni/AFP

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TIME DE MESSI ENFRENTA A COLÔMBIA

Marcos Brindicci/Reuters

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rgentina e Colômbia fecham hoje, às 21h50 (de Brasília), em Maracaibo, a segunda rodada do Grupo C da Copa América, com estados de ânimo bem diferentes: os argentinos estrearam com uma boa vitória por 4 a 1 sobre os Estados Unidos, enquanto os colombianos levaram 5 a 0 do Paraguai. Na preliminar, em Barinas, duelam norte-americanos e paraguaios, às 19h35. Os argentinos sabem que o placar da estréia foi enganoso: a equipe saiu perdendo e só construiu a goleada nos minutos finais da partida. O técnico Alfio Basile já confirmou que repetirá os mesmos titulares da estréia. “Abbondanzieri, Zanetti, Ayala, Gabriel Milito, Heinze, Verón, Mascherano, Cambiasso, Riquelme, Messi e Crespo, aí estáo que vocês queriam saber”, disparou, na abertura de sua coletiva de ontem. Ele também não quis saber de lembranças do desastre de 1993, quando era o técnico da seleção que apanhou por 5 a 0 da Colômbia, em Buenos Aires, nas Eliminatórias. “Foi um baile que ninguém esquece, mas já está superado. Nós temos que vencer quem aparecer pela frente e não importa se a Colômbia vem mal”, disse. Messi é a grande aposta de Basile, e segue no time embora não tenha feito uma grande estréia - deu lugar a Tevez, que fez o quarto gol da goleada. “Falo o tempo todo com ele, é um garoto que está evoluindo, e oxalá chegue a ser 80% do que Maradona foi”, disse. “Não podemos achar que já estamos classificados", alerta o veterano Verón. “A Colômbia

p a Sse livre A VEZ Roberto Benevides

Cadê os meias?

DELES A O craque Messi é a grande aposta da favorita Argentina para o jogo de hoje contra a Colômbia

Miguel Rojo/AFP

está ferida e vem pra cima. Temos de ficar atentos para não sermos surpreendidos”, aposta o goleiro Abbondanzieri. Do lado colombiano, o técnico Jorge Luis Pinto recorreu ao boxe para animar seus jogadores. “Vamos nos recuperar como um boxeador que leva um golpe, cai, levanta e continua com chances de ganhar.” No embolado Grupo A, a definição sai apenas na última rodada. A líder e anfitriã Venezuela ficou em boa situação ao bater o Peru por 2 a 0 no sábado, sua segunda vitória na história da Copa América - a primeira desde 1967. Amanhã, um empate com o Uruguai basta para avançar à segunda fase. Na preliminar, o Peru pega a Bolívia, e tem de vencer para não precisar ficar na torcida no outro jogo.

Cichero festeja o primeiro gol: Venezuela volta a vencer, após 40 anos

zebra ensaiou aprontar mais uma, mas Robinho desfez as pretensões chilenas. Robinho fez um, fez dois, fez três. O placar é um exagero, mas o Brasil mereceu a vitória. Tirando Robinho, o time jogou pouco. Como o Chile não tem Robinho, jogou menos ainda. Até os 35 do primeiro tempo, quando Robinho abriu o placar mesmo cobrando muito mal o pênalti de Riffo em Vágner Love, era o Chile que estava menos mal e criava mais chances de gol. O 1 a 0 mudou o jogo. Pouco, mas mudou. Na estréia, perdendo para o México por 2 a 0 logo nos primeiros 45 minutos, Dunga voltou para o segundo tempo com redobrada disposição ofensiva. Tirou Elano e Diego, botou Anderson e Afonso. Ontem, depois de virar com a vantagem do 1 a 0, Dunga substituiu Anderson por Julio Baptista. Tinha lá seus motivos o técnico, preocupado com as sucessivas bolas perdidas pelo Brasil entre as duas intermediárias, mas é duro ver a Seleção com Gilberto Silva, Mineiro, Elano e Júlio Baptista no meio-de-campo. Dunga achou pouco e ainda substituiu Elano por Josué. Deu certo, o Brasil chegou aos 3 a 0 nos dez minutos finais. O que se vai dizer, então? Simples, simples: o Brasil não pode transformar o meio-decampo em república dos volantes. Não pode porque esse é um desenho tático tolerável apenas em times pequenos e não pode porque o Brasil tem uma leva de volantes medianos e, em contraposição, alguns dos melhores meias do mundo na atualidade - como Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Diego e Anderson. O trabalho do técnico da Seleção é reunir os melhores e encontrar um jeito de botá-los em campo de forma organizada. Ainda é cedo para se cobrar isso de Dunga, que só agora teve tempo - e pouco tempo - para treinar o grupo e ainda não pôde contar com todos os craques do futebol brasileiro. Devemos cobrar, no entanto, que ele comece a desenhar o Brasil de verdade. Afinal, depois da Copa América, vêm as Eliminatórias e não é com um amontoado de volantes que o Brasil irá longe.

OUTRO PROBLEMA

ATRAÇÃO

Dizem que o problema do Palmeiras é a falta de gols. Será? Em 12º lugar no Brasileirão, após vencer o Corinthians por 1 a 0, o Palmeiras já marcou dez gols. Você acha pouco? O São Paulo, quarto colocado, o Corinthians, sétimo, e o Santos, 16º, marcaram menos – sete, cada. O problema do Palmeiras é a defesa, que já levou 12 gols, um a mais do que a do Santos. O Corinthians levou o terceiro no sábado e o São Paulo tem a defesa menos vazada do campeonato, com apenas dois gols.

O coronel Marcos Marinho, presidente da comissão de arbitragem, garantiu ao repórter Vinicius Vaccaro, do jornal Zero Hora, que a bandeirinha Ana Paula Oliveira pode desnudar tranqüilamente o belo corpo nas páginas da Playboy de julho sem temer o risco de ser depois afastada dos campos pela Federação Paulista de Futebol. O coronel justifica: — Ela é uma atração requisitada pelos clubes, principalmente do interior. Hoje, ela leva mais público aos estádios do que os jogadores.

*Com Agência Estado e Reuters

SUB-20

Mau começo

O

Brasil estreou com derrota no Mundial Sub-20, no Canadá: perdeu por 1 a 0 para a Polônia, com um gol de falta de Krychowiak, aos 22 do primeiro tempo. Mesmo com um a mais desde a expulsão de Krol, quatro minutos após o gol polonês, a

seleção liderada por Alexandre Pato não teve organização para buscar o empate. O time treinado por Nelson Rodrigues busca a reabilitação amanhã, às 20h45 (de Brasília), contra a Coréia do Sul, que empatou com os EUA por 1 a 1 na primeira rodada.


Vôlei Liga Mundial Fórmula 1 GP2

DIÁRIO DO COMÉRCIO

RAIKKONEN VENCE NA FRANÇA; MASSA É 2º

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Bertrand Guay/AFP

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Já estou 100%, física e mentalmente. Foi um ótimo fim de semana.” Robert Kubica

A FERRARI REAGE Bertrand Guay/AFP

Rossi mostra suas armas

F

oi o velho Valentino Rossi quem foi à pista sábado: depois de largar em 11º, ele fez uma corrida brilhante, venceu o GP da Holanda da MotoGP, com direito a uma ultrapassagem sobre o líder Casey Stoner nas voltas finais. A diferença agora é de 21 pontos. O brasileiro Alex Barros fez boa prova e chegou em sétimo - segue na oitava posição no Mundial. CLASSIFICAÇÃO - 1. Stoner (AUS), 185; 2. Rossi (ITA), 164; 3. Pedrosa (ESP), 119; 4. Hopkins (EUA), 94; 5. Vermeulen (AUS), 88; 6. Melandri (ITA), 87; 7. Edwards (EUA), 75; 8. Barros (BRA), 69; 9. Capirossi (ITA) e Hayden (EUA), 57.

Uma cortada na má fase

M

árcio e Fábio Luiz venceram ontem a etapa de Stavanger (NOR) do Circuito Mundial de vôlei de praia, com vitória sobre os holandeses Nummerdor e Schuil por 21/14 e 27/25, e espantaram a fase ruim das últimas semanas, que os deixou de fora do Pan Ricardo e Emanuel ficaram com a única vaga brasileira. “Precisávamos muito desta medalha de ouro”, vibrou Márcio, depois da sétima vitória consecutiva na semana. “Estávamos jogando bem, mas falhando nos momentos decisivos.”

Até a chuva espera por ela

M

Toby Melville/Reuters

aria Sharapova venceu a japonesa Ai Sugiyama por 6/3 e 6/3 e avançou para as oitavas-de-final de Wimbledon. E, menos de um minuto depois, voltou a chover em Londres e o resto da rodada de sábado ficou para hoje, a partir das 7h (de Brasília). Num dos jogos mais esperados, Rafael Nadal pega o sueco Robin Soderling. O domingo é dia de folga no tradicional torneio e não há jogos, mas Roger Federer venceu sem precisar jogar: seu próximo rival, Tommy Haas, se contundiu, e o número 1 do mundo foi direto para as quartas-de-final.

Massa fez a pole e liderou a maior parte do GP da França, mas Raikkonen foi o vencedor, com mais de 30 segundos de vantagem para Hamilton

Raikkonen ficou tão feliz quando sua frieza escandinava permite. Chegou a duas vitórias, assim como Massa, Hamilton e Fernando Alonso, e espantou a má fase que o rondou nas últimas provas. “Finalmente as coisas funcionaram bem para mim na largada”, festejou o finlandês, agora a cinco pontos de Massa e a 22 de Lewis Hamilton. O inglês não se abalou com o terceiro lugar. Afinal de contas, abriu mais quatro pontos de vantagem para Alonso, que

Marcos D‘Paula/AE

Brasil venceu a Sérvia duas vezes na reabertura do Maracanãzinho

Casa arrumada C

om duas vitórias sobre a Sérvia, por 3 a 1 no sábado e 3 a 0 ontem, a seleção brasileira feminina de vôlei reinaugurou em grande estilo o Maracanãzinho, palco preparado durante três anos para receber o vôlei durante os Jogos PanAmericanos. O técnico José Roberto Guimarães, no entanto, acredita que é preciso melhorar muito para receber a medalha de ouro no mesmo ginásio, no dia 19 de julho. “O saque precisa ser mais agressivo. O passe também não saiu como queríamos, e a defesa também tem de melho-

rar”, afirmou o técnico, que já havia comandado a equipe em outras duas vitórias sobre as sérvias, durante a semana, em Santa Catarina. Ele sabe que só o título no Pan vai satisfazer a torcida. “Não gostaria de decepcionar o povo brasileiro. Temos que satisfazê-lo, já que não atuamos muito no País.” Receoso, Zé Roberto elogiou o público bem mais que sua equipe. “A platéia já se identificou com o time, e a pressão no Pan será grande.” Depois de dois dias de folga, a seleção volta a treinar na quarta-feira. “Estamos focados no ouro.”

FIVB

Michael Kooren/Reuters

F

elipe Massa fez quase tudo no GP da França: saiu na pole position, marcou a melhor volta e liderou a maior parte da corrida. Mas quem comemorou foi seu companheiro de Ferrari, Kimi Raikkonen, que venceu à la Michael Schumacher: aproveitou as últimas voltas antes de sua segunda parada nos boxes para pisar fundo e conseguir sair na frente do brasileiro. Massa até tentou encostar, mas na travada pista de Magny-Cours, que se despediu da Fórmula 1, pouco pôde fazer. Restou a ele comemorar a evolução da equipe, que fez a dobradinha depois de três vitórias seguidas da McLaren. “Estamos definitivamente de volta à luta pelas vitórias”, disse Massa. “A forma como não fomos ameaçados aqui nos deixa confiantes para a sequência do Mundial”, endossou Raikkonen, que chegou com mais de 30 segundos de frente para Lewis Hamilton, o terceiro - oitavo pódio em oito corridas no ano e na carreira. A satisfação pelo bom desempenho da equipe não ocultou a chateação de Massa pela forma como perdeu a ponta enquanto Raikkonen teve pista livre para acelerar, ele teve de lidar com retardatários que disputavam posição. “É duro você dar 100%, conquistar a pole, a melhor volta e perder a corrida por um fator que não depende de você. Pena, porque era dia para vencer, o carro estava perfeito o tempo todo.”

HORA DE DESCANSAR – Giba dá autógrafo a torcedores após a vitória por 3 a 0 sobre a Finlândia, na sexta. Com os 3 a 1 de sábado, o Brasil avançou invicto à fase final da Liga Mundial, que começa na outra quarta-feira, dia 11.

terminou em sétimo lugar. “Não se pode vencer sempre. Num campeonato como esse é preciso ser constante, e somos”, disse o inglês, satisfeito com o terceiro posto. Quem não estava nada feliz era o espanhol, mesmo com a bela corrida: largou em décimo, por causa de problemas no câmbio que o impediram de sair à pista na última parte do treino, e ganhou três posições, depois de boas disputas com Nick Heidfeld e Giancarlo Fisichella. Sobre a vantagem do

companheiro, foi curto e grosso: “A hora ele que ele tiver problemas com o safety car, como eu no Canadá, e no câmbio, como eu aqui, possa tentar encostar nele”, disse, com seu constante mau humor. Quem brilhou foi Robert Kubica. O polonês mostrou não ter se abalado com o acidente no Canadá e acelerou fundo, chegando em quarto. MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Hamilton (ING/McLaren), 64; 2. Alonso (ESP), 50; 3. Massa (BRA/Ferrari), 47; 4. Raik-

konen (FIN/Ferrari), 42; 5. Heidfeld (ALE/BMW ), 30; 6. Kubica (POL/ BMW), 17; 7. Fisichella (ITA/Renault), 16; 8. Kovalainen (FIN/Renault), 12; 9. Wurz (AUT/Williams), 8; 10. Trulli (ITA/Toyota), 7; 11. Rosberg (ALE/Williams), 5; 12. Coulthard (ESC/Red Bull) e Sato (JAP/Super Aguri), 4; 14. Weeber (AUS/Red Bull) e Schumacher (ALE/Toyota), 2; 16. Vettel (ALE/ BMW) e Button (ING/Honda), 1. CONSTRUTORES: 1.º McLaren, 114; 2. Ferrari, 89; 3. BMW, 48; 4. Renault, 28; 5. Williams, 13; 6. Toyota, 9; 7. Red Bull, 6; 8. Super Aguri, 4; 9. Honda, 1.


4

Santos São Paulo Palmeiras Série B

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

A vitória no clássico pode significar nossa arrancada no campeonato.” Dininho, do Palmeiras

VIDA NOVA APÓS VENCER O CORINTHIANS

Márcio Fernandes/AE

VITÓRIA DE CAIO JÚNIOR Márcio Fernandes/AE

Miguel Schincariol/AE

A

cabou a crise do Palmeiras — pelo m e n o s p o r e nquanto. E foi “na base da superação”, como pedia o técnico Caio Júnior. A vitória por 1 a 0 sobre o rival Corinthians, sábado, no Morumbi, deu fim a um jejum de cinco jogos e 41 dias sem vitórias. E também aos rumores sobre a demissão do treinador palmeirense. Já o corintiano Paulo César Carpegiani conheceu sua primeira derrota no Campeonato Brasileiro. Mesmo com 12 desfalques, incluindo as estrelas Edmundo e Valdivia, Caio Júnior conseguiu montar um time forte na defesa e rápido nos contraataques. O Palmeiras ganhou com um gol do zagueiro Dininho, marcado no final do primeiro tempo, e os jogadores comemoraram como se fosse um título. Os comentários sobre uma suposta demissão de Caio Júnior também motivaram o elenco. O técnico chegou a qualificar como “sensacionalista” o noticiário da semana passada. “Quando fiz o gol, fui comemorar com o Caio, uma pessoa maravilhosa e que estava recebendo muita pressão”, disse Dininho. “O Caio sempre me ajudou muito. Eu estava voltando de lesão e ele me colocou como titular.” Caio Júnior disse que “a pressão sempre foi externa. Dentro, recebi apoio de todos”. Caio Júnior ainda não confirmou o time que amanhã pega o América-RN, às 19h30, no Parque Antártica. O técnico não poderá contar com os atacantes Edmundo, William e Alex Afonso, todos machucados. Mas a tendência é usar uma formação um pouco mais ofensiva que o 3-6-1 do clássico contra o Corinthians. Os meias-atacantes Bruno Farias e Deyvid Sacconi (ex-Guarani) podem ser as novidades. Do lado corintiano, o técnico Paulo César Carpegiani saiu de campo reclamando muito de seu time. “A equipe se ressente de criatividade. Eu preciso buscar no elenco um jogador que possa exercer essa função já contra o Sport, quartafeira, no Recife”, desabafou, irritado. Dinelson foi tão mal contra o Palmeiras que acabou substituído no intervalo. Após a partida, ele tentava se justificar: “Eu estava há muito tempo sem jogar. Quando isso acontece, você fica sem ritmo.

Com o 1 a 0 de sábado sobre o Corinthians de Carpegiani, técnico palmeirense ganha tranqüilidade

CORINTHIANS 0 Felipe, Cadu, Zelão e Betão (Wilson); Pedro (Carlos Alberto), Marcelo Mattos, Rosinei, Dinelson (Dentinho) e Marcelo Oliveira; Éverton Santos e Clodoaldo. Técnico: Paulo César Carpegiani.

PALMEIRAS 1

Diego Cavalieri, Gustavo, Dininho e Nen; Paulo Sérgio, Pierre, Wendel (Makelele), Martinez, Caio e Valmir (Leandro); Luís (Bruno Farias). Técnico: Caio Júnior. Gol: Dininho, 45/1. Local: Morumbi. Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP). Cartões amarelos: Rosinei (C), Gustavo (P) e Martinez (P).

Eu senti muito isso no primeiro tempo. Estava programada a minha saída. Não iria agüentar o jogo inteiro”. Carpegiani nem pensa em manter Dinelson como titular diante do Sport. Ele pretende apostar em Dentinho. O jogador de 18 anos entrou muito bem contra o Palmeiras. “O menino foi o jogador mais sereno no clássico”, avaliou o técnico. “Entrou muito bem apesar de estar fazendo seu primeiro jogo importante da vida. E eu tenho certeza que contra o Sport estará ainda mais solto em campo.” Finazzi e Fábio Ferreira, contundidos, ainda não terão condições de enfrentar o Sport, na quarta.

Santos: empate e reforço

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epois do empate de sábado com o Grêmio (0 a 0), na Vila Belmiro, o técnico do Santos, Vanderlei Luxemburgo, recebeu uma boa notícia: o centroavante Kléber é aguardado na tarde de hoje, na reapresentação dos jogadores, no Centro de Treinamento Rei Pelé. No entanto, o treinador terá que aguardar mais de um mês para escalar seu mais importante reforço para o restante do Campeonato Brasileiro. Ontem, o gerente jurídico do Santos, Mário Mello, afirmou que nem vai consultar a CBF sobre a possibilidade de o atacante, cujo contrato com o Necaxa, do México, terminou no sábado, ser liberado antes do dia 3 de agosto. “Para que a consulta se a legislação é clara?”, disse. “A RDI da CBF que disciplina a matéria estabelece duas janelas por ano — de janeiro a março e de 3 de a 31 de agosto. Fora disso, só se o jogador obtiver uma autorização da Justiça do Trabalho para atuar.” O empate por 0 a 0 com o Grêmio, no sábado, na Vila Belmiro, deixou o time muito perto do bloco dos candidatos ao rebaixamento e bem longe dos líderes. A diferen-

ça em relação ao líder Botafogo, que era de 10 pontos, subiu para 12. E na parte inferior da tabela, a equipe só está à frente do Juventude (sete pontos e com um jogo a menos), Flamengo (seis pontos e dois jogos a menos), Náutico e América-RN. Neste mês, o time vai disputar quatro dos seus sete jogos na Vila Belmiro, contra Cruzeiro, Botafogo, Figueirense e Náutico. E terá apenas três partidas fora: quarta-feira à tarde, contra o Vasco; Palmeiras, dia 19; e Goiás, dia 25, em Goiânia.

SANTOS 0 Fábio Costa, Domingos, Marcelo e Ávalos (Vítor Júnior); Alessandro, Adriano, Rodrigo Souto, Pedrinho (Rodrigo Tabata) e Carlinhos; Wesley (Marcos Aurélio) e Moraes. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

GRÊMIO 0

Saja, Patrício, William, Pereira e Thiago; Sandro Goiano (Edmílson), Gavilán (Kelly), Diego Souza e Lúcio; Ramón (Nunes) e Éverton. Técnico: Mano Menezes. Local: Vila Belmiro. Árbitro: Alício Pena Júnior (MG). Cartões amarelos: Domingos (S), Gavilán (G) e Edmílson (G).

São Paulo: Júnior é a aposta

O

lateral-esquerdo Júnior, que não joga há mais de dois meses, pode ser a novidade do São Paulo para o jogo de amanhã, contra o Internacional, às 20h30, no Morumbi. O time, que na quinta passada empatou com o Figueirense, em Florianópolis, em 0 a 0 (veja ficha técnica ao lado), ocupa a quarta posição na tabela de classificação do Brasileiro. Júnior está recuperado da lesão muscular da coxa esquerda, que o tirou dos últimos jogos do São Paulo — o lateral também teve pneumonia nesse período longe dos gramados. Assim, vira boa opção para o técnico Muricy Ramalho armar o time. Com contrato com o clube até agosto, Júnior deve se reunir com o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, ainda nesta semana para tratar da renovação. Ele chegou a pensar em sair do Morumbi, mas parece estar perto de um acerto. Enquanto Muricy prepara os jogadores para mais uma rodada do Brasileirão, o time B do São Paulo jogou ontem um amistoso em Hong Kong. Perdeu de virada para o Bayern de Munique, por 2 a

1, diante de um público de mais de 40 mil pessoas. O time comandado por Mílton Cruz abriu o placar aos 19 minutos do primeiro tempo, com Marcel, vencendo o famoso goleiro Oliver Khan. A virada do time alemão veio no segundo tempo, com dois gols de bola parada. Klose empatou aos 20 minutos e Altintop, aos 35, batendo uma falta que desviou na barreira antes de entrar, virou o jogo para os alemães.

FIGUEIRENSE 0 Wíilson, Ânderson Luís, Vinícius, Felipe Santana e Cleiton Xavier; Carlinhos, Henrique, Fernandes (Diogo) e Peter (Jean Carlos); Otacílio Neto e Victor Simões. Técnico: Mário Sérgio.

SÃO PAULO 0

Rogério Ceni, Edcarlos, Breno e Miranda; Ilsinho, Richarlyson, Hernanes, Leandro (Souza) e Jorge Wagner; Dagoberto (Lenílson) e Aloísio. T é c n i co : Muricy Ramalho. Local: Orlando Scarpelli. Árbitro: Luis Antônio da Silva Santos (RJ). Cartões amarelos: Peter (F) e Jorge Wagner (SP).

SÉRIE B

Barueri entre os quatro epois de duas rodadas disputadas na semana passada, a Série B do Brasileiro apresenta apenas uma equipe paulista entre as quatro melhores, que ocupam a zona de acesso para a Série A: o Grêmio Barueri. Na terça, a equipe empatou fora de casa com o São

D

Caetano (1 a 1); no sábado, foi a Itu e derrotou o Ituano (3 a 0). Outro destaque entre os times do Estado é a Portuguesa, que fez dois jogos em casa: na terça, venceu o Vitória (1 a 0); no sábado, empatou com o Paulista (1 a 1). Com isso, subiu mais três posições (9º lugar).

Classificação

P

V

SG

GP

8ª Rodada

1 Criciúma

20

6

7

16

2 Coritiba

16

5

3

11

Avaí 2 x 0 Ceará Portuguesa 1 x 0 Vitória Ipatinga 1 x 0 Coritiba Santa Cruz 1 x 0 Ituano Marília 3 x 2 Ponte Preta Remo 1 x 2 Criciúma Fortaleza 0 x 1 Brasiliense Gama 1 x 0 CRB São Caetano 1 x 1 Barueri Paulista 3 x 1 Santo André

3 Barueri

16

4

3

14

4 Vitória

15

5

12

21

5 Brasiliense

15

4

3

14

6 Gama

15

4

2

11

7 Ceará

14

4

0

13

Ponte Preta

14

4

0

13

9 Portuguesa

13

4

2

12

10 CRB

13

4

1

13

11 Fortaleza

12

4

-3

9

12 São Caetano

12

3

0

11

13 Santa Cruz

11

3

1

14

14 Marília*

10

5

1

19

15Avaí

10

3

-4

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17 Ipatinga

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9ª Rodada Coritiba 1 x 0 Fortaleza Portuguesa 1 x 1 Paulista Avaí 1 x 0 Ipatinga Brasiliense 1 x 1 Criciúma CRB 3 x 1 Remo Vitória 4 x 0 Ponte Preta Santo André 3 x 0 Santa Cruz Ceará 3 x 0 Gama Marília 3 x 0 São Caetano Ituano 0 x 3 Barueri *Perdeu seis pontos no STJD.


DIÁRIO DO COMÉRCIO Quando vejo um enorme pedaço de queijo e penso se devo comê-lo e ficar com celulite ou não comê-lo, no final me vejo debruçada sobre o queijo.

Divulgação

Nicole Kidman, atriz australiana, em entrevista ao site Female First, na qual declarou também ser viciada tortas e bolos, especialmente de chocolate.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Logo Logo

2

www.dcomercio.com.br/logo/

Dia do Bombeiro

JULHO

2 - LOGO

U NIVERSIDADES T URISMO

No clima da Guerra Fria Turistas frustrados com a queda do Muro de Berlim podem voltar aos velhos tempos em um novo hotel de estilo comunista que ressuscita a atmosfera da Alemanha Oriental. Num bloco de concreto com vários andares, perto da estação ferroviária que serve o leste da capital alemã, o ex-dirigente comunista Erich Honecker, com seus óculos de armação preta e grossa, observa os hóspedes nas paredes de cada um dos 39 quartos. Cortinas de padrões laranja-berrante e sofás marrons "retrô" contrastam com as paredes caiadas de verde. Plantas plásticas e

abajures antigos ficam junto às janelas que dão vista para outros caixotes de concreto, e os relógios da recepção mostram as horas em Moscou, Pequim e Havana. O "Ostel" (trocadilho de Ost, oriente, com Hotel) foi inaugurado em 1º de maio, o Dia do Trabalho, tão celebrado no mundo comunista. "Não sei por que ninguém fez isso antes, mas o negócio vai realmente muito bem", disse o sócio Guido Sand, que se diz, ele mesmo, um saudosista do período comunista de 33 anos. A contradição: no primeiro mês, afirma, o hotel comunista já deu lucro.

M EMÓRIA

A MAZÔNIA

Caminho: estadualizar

Essa é a solução para as federais na opinião do secretário José Aristodemo Pinotti

P

ivô da crise na Universidade de São Paulo (USP) que durou 50 dias, a Secretaria Estadual de Educação Superior, criada há seis meses, tenta estabelecer uma rotina. Mas o prédio em Santa Cecília, que abrigava a secretaria de Turismo no governo anterior, ainda tem salas vazias à espera de educadores. A única idéia que saiu do papel foi a criação de um banco

de dados com as estatísticas estaduais, como números de alunos, professores, cursos etc. O secretário José Aristodemo Pinotti declara querer alavancar o ensino de graduação à distância e financiar cursinhos para alunos carentes. "Para permitir que o jovem trabalhador possa estudar". Mas sua idéia mais polêmica é a criação de um sistema de ensino superior paulista, incluindo insti-

tuições públicas e privadas, incumbência que hoje cabe ao Ministério da Educação (MEC). "Eu sou favorável à estadualização das universidades federais. Acho um absurdo ter universidade federal. Como o MEC vai cuidar de universidades no Amazonas e em São Paulo? Tem que estar no Estado. E a maior prova que temos capacidade são as três universidades estaduais." (AE)

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

Frank Perry/AFP

Acessórios que matam bichos

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Desfile com elefante mecânico de 12 metros de altura chama a atenção para projeto que quer reativar, em Nantes, na França, estaleiro fechado há 20 anos.

"Não tire as penas da vida" é o slogan adotado pelo Ibama na campanha contra a comercialização de colares, pulseiras, brincos e cocares feitos com penas, dentes e pedaços de ossos de animais silvestres, comuns na Amazônia nesta época, quando acontece o Festival Folclórico de Parintins, do qual participam turistas e moradores locais que usam os artigos seguindo as cores dos bois Garantido e Caprichoso.

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E M

ELEVADO ARBORIZADO - A menina Tamires Vitoria Menezes passeia, no domingo, entre as 2.500 mudas colocadas no Minhocão, pelo movimento São Paulo Pela Paz, que reúne diversas Ongs, e coordenou o ato para simbolizar as mortes pela violência em 2007. L ITERATURA

Reprodução

Show para Diana reúne 70 mil

CINEMA

Lições de mandarim

O Beach Bike Speaker é um conjunto de altofalantes que se encaixa no iPod e pode ser preso à bicicleta. A caixa de som é resistente à água e ao impacto. Vem com controle remoto sem fio que pode ser preso ao guidão. O aparelho serve como carregador do iPod quando ligado na tomada. Custa US$ 99. www.ihomeaudio.com/products.asp?

Para quem pensa que é impossível aprender o mandarim, idioma oficial da China, o governo do país criou um site que pretende provar o contrário. O site Linese oferece lições, arquivos de áudio, exercícios interativos, fotografias, descrições de monumentos e tradições chinesas e outros recursos que são organizados como aulas. O site garante que seguindo as lições é possível, sim, aprender o idioma. O único problema para os alunos brasileiros é que é preciso saber inglês para aprender o mandarim.

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www.linese.com

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A TÉ LOGO

dia, 17% acima das vendas antecipadas do sexto livro. No Brasil, a Livraria Cultura já recebeu mais de mil pedidos do livro em inglês. No exterior,

no site da estrangeira Amazon a contagem regressiva para o lançamento é feita segundo a segundo. O lançamento do quinto filme da série garante a dose extra de atenção para o personagem. [Na foto: fãs japoneses vestidos como personagens da história]. A edição em português do episódio final chega às livrarias à meia-noite de 10 de novembro. www.amazon.com www.livcultura.com.br

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Professora esquece por três horas aluno de quatro anos de idade trancado em sala de aula Brasileira é uma das estrelas do Balé Real da Dinamarca, que se apresenta em SP amanhã

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Caixa de som de iPod para bicicleta

Toru Yamanaka/AFP

dia é 21 de julho, a hora, meia-noite. Harry Potter and the Deathly Hallows (que em português se chamará Harry Potter e as Relíquias da Morte) chegará às livrarias com a resposta a uma angústia dos fãs da série: será que o protagonista vai morrer? A dúvida garantiu que a primeira edição em inglês tenha 325 milhões de exemplares e bata recordes de pré-vendas, em mé-

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F AVORITOS

Contagem regressiva

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G @DGET DU JOUR

A revista norte-americana Forbes destacou no fim de semana os planos da rede Intercontinental Hotels Group de implantar quatro novos hotéis com as bandeiras Holiday Inn e Holiday Inn Express no Brasil. As cidades escolhidas são Manaus, Foz do Iguaçu, Natal e Aparecida e os hotéis devem começar a funcionar já em 2008. Além do Holiday Inn Express Natal, serão instalados mais dois hotéis com a bandeira Holiday Inn Express: A intenção do grupo é aumentar até o final de 2009, a capacidade de oferta de quartos em 779 apartamentos quando estiver em funcionamento as 20 unidades da IHG no país. H OMENAGEM

C A R T A Z

Bugsy Malone – Quando as Metralhadoras Cospem é a atração de hoje da Coletânea Jardins da Infância. A mostra exibe filmes protagonizados por atores mirins. No HSBC Belas Artes, Rua da Consolação, 2423, tel. 3258-4092, às 19h.

Cerca de duas mil pessoas devem participar a partir de terça-feira (3) da 3ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Fortaleza (CE). Com o tema Por um Desenvolvimento Sustentável com Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, o encontro reunirá por quatro dias representantes de governos, entidades, conselhos e organizações da sociedade civil, além de convidados de 12 países. Os participantes vão avaliar as ações e políticas públicas de erradicação da fome e da pobreza, além de conhecer experiências e projetos na área que mais se destacaram.

Turismo em alta: 4 novos hotéis

Mais seco e mais quente mudar, mas no momento parece improvável", disse ele, com base nos registros de temperatura feitos até o fim de abril. Jones previra no final do ano passado que 2007 poderia superar 1998 como o ano mais quente já registrado, devido à combinação do efeito estufa, provocado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, com o El Niño, fenômeno causado pelo aquecimento das águas superficiais do oceano Pacífico. Quase todos os climatologistas apontam uma tendência de mais secas, inundações, ondas de calor e tempestades.

12 países discutem combate à fome

B RAZIL COM Z

M EIO AMBIENTE

Este ano deve se tornar o segundo mais quente desde o início dos registros, na década de 1860. Segundo eles, as inundações no Paquistão e a onda de calor na Grécia podem ser o prenúncio de inconvenientes ainda maiores provocados pelo aquecimento global. "2007 parece que vai ser o segundo mais quente, atrás de 1998", disse Phil Jones, chefe da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (GrãBretanha), que fornece dados para a Organização Meteorológica Internacional (OMI), da ONU. "Não está muito atrás (de 1998). Pode

A LIMENTAÇÃO

Aposentado de 68 anos demora cinco dias para conseguir vaga em UTI no Distrito Federal

Cerca de 70 mil pessoas estiveram presentes, incluindo os príncipes William e Harry, no Estádio de Wembley, em Londres, neste domingo, durante show em homenagem à princesa Diana, que completaria 46 anos. O cantor Elton John deu início, interpretando Your Song. Tocaram a banda Duran Duran – a favorita de Diana – e Lily Allen, entre outros. A eclética homenagem teve um mix de rock, pop, hip-hop e balé clássico, com o English National Ballet apresentando um trecho do Lago do Cisnes. "Esta noite tem tudo a ver com o que minha mãe mais amava na vida: sua música, sua dança, sua caridade e sua família e amigos", disse William, de 25 anos, filho mais velho da princesa. F ÉRIAS

Viagem no tempo na Estação Ciência Com espaço ampliado e reformado, a Estação Ciência abre o evento Viagem no Tempo Profundo, espaço que simula um elevador onde os visitantes passeiam pelas camadas da Terra ao mesmo tempo em que percebem os vestígios de cada época que marcou o Planeta. Há ainda o Simulador de Terremotos, a maquete de vulcão e outros elementos interativos. O espaço, com 5 mil m², tem mesas de jogos para mostrar a Matemática, aquários para ensinar biologia e um planetário para 50 pessoas. Rua Guaicurus, 1394, Lapa, telefone: 3673-7022. R$ 2. www.eciencia.usp.br


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

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INVESTIDORES INTERNACIONAIS ESTÃO DESCOBRIRAM A NOVA ROTA DA FORTUNA: TÍTULOS E AÇÕES BRASILEIROS.

NOVO PAU-BRASIL ANTONIO DELFIM NETTO DESAGRADÁVEL

OS LATINO-AMERICANOS NÃO ESTÃO PRODUZINDO APENAS COMMODITIES E MANUFATURADOS. POR JOHN EDMUNDS

MUDANÇA relatório anual do Banco Internacional de Compensações – BIS contém uma advertência a respeito da inflação que deve ser acompanhada com bastante atenção, porque traz uma sutil mudança na posição adotada até hoje. Ele observa que está começando a se desenvolver uma pressão inflacionária no mundo, não muito importante, ainda morna, mas que indica uma alteração na situação anterior. Alguma coisa diferente aconteceu na economia mundial quando nem mesmo o extraordinário aumento nos preços do petróleo transmitiu pressão para os preços. Os economistas andaram produzindo muitas explicações para o fenômeno, comparando as fracas tensões inflacionárias atuais com o que aconteceu nos dois choques do petróleo, de 1973 e 1982, mas sem concluir nada muito mais convincente que o fato que o atual foi um choque de demanda enquanto os outros dois foram choques de oferta. Os aumentos anteriores dos preços do petróleo produziram uma enorme inflação, os juros foram elevados à estratosfera e o resultado foi a recessão mundial.

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Márcio Fernandes/AE

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

72% A MAIS DE TÍTULOS E COMMERCIAL PAPERS EM 2006 (NA FOTO, FESTA NA BM&F) ois séculos atrás, David Ricardo desenvolveu a teoria das vantagens comparativas. Ele usou o famoso exemplo do vinho e dos têxteis para mostrar que um país pode ganhar com o comércio internacional até mesmo se fizer comércio com outro país que tenha uma vantagem absoluta na produção tanto de vinho quanto de têxteis. O argumento se tornou um dos pilares da doutrina econômica. Mais recentemente, outro conceito entrou para o léxico popular e rapidamente se tornou parte da sabedoria convencional. É um conceito que tem apelo intuitivo, porque fornece uma explicação clara e superficialmente satisfatória para os fracassos econômicos da América Latina. Também é uma meta brilhante que os países se esforçam para atingir. Trata-se do conceito de competitividade. Com a palavra, vêm os argumentos acompanhantes. Alguns são sutis e alguns são redundantes e óbvios. O argumento mais superficial, que muitos estudantes assimilam completamente depois de uma ou duas semanas na universidade, é de que um país tem de ser capaz de produzir bens com eficiência suficiente para competir com outros países que produzem bens. Isso porque os custos de transporte caíram muito. Outro argumento que os estudantes assimilam rápido é o de que, se um país vai produzir um bem, terá que ser o produtor daquele bem com o menor custo do mundo inteiro. Isso porque, em todo setor industrial, o produtor com o menor custo vai sobreviver e prosperar, e todos os outros vão desaparecer.

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H

utra fonte de crescimento, particularmente no Peru, Brasil e México, é a expansão dos serviços financeiros. Aumentos impressionantes na atividade financeira têm impulsionado o crescimento, e pode ser argumentado que o setor de serviços financeiros tem sido uma fonte primária de crescimento em diversos países. Entretanto, esse crescimento não é comemorado. A maioria das pessoas o vêem com nervosismo G O foco na competitividade e preocupação. Elas estariam muito mais felizes se o crescimento estivesse ocorrendo na eleva alguns área da economia que chamam de “setor protipos de dutivo”. Mas as economias modernas não atividade produzem apenas bens, nem só bens manueconômica a faturados para vender nos mercados de exum status alto portação. Elas também produzem serviços, e relega outros incluindo serviços locais que são desejados e a um status comprados nos mercados domésticos, sem ter um equivalente exato em outros países. secundário Mais importante, economias modernas ou terciário. produzem também títulos de dívida e ações. Não são produtos físicos, mas competem no G A nova fonte de crescimento mercado com títulos e ações de outros países. no Peru, Brasil Produzir títulos e ações de qualidade não é fácil. Há passos-chave no processo. É necessária e México é expertise, e países podem desenvolver a capaa expansão cidade de emitir títulos e ações de qualidade, dos serviços ou podem permanecer cronicamente incapafinanceiros. zes de produzi-los de forma competitiva.

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G Mas muitos

estariam mais felizes se o crescimento estivesse ocorrendo no chamado setor á bastante mérito nesses argumen- produtivo.

tos, mas eles têm tido efeitos deletérios no debate sobre política econômica. O problema é que o foco na competitividade eleva alguns tipos de atividade econômica a um status alto e relega outros a um status secundário ou terciário. Por exemplo, a prioridade dada à manufatura é alta demais, e a ênfase na tecnologia de produção absorve tanta atenção que outros tipos de atividade econômica são relativamente subvalorizados. Diversos países latino-americanos têm tentado recentemente atingir um crescimento econômico de 7% ou mais, e todos eles têm feito isso sem conseguir grandes saltos em sua atividade manufatureira. Alguns o fizeram aproveitando oportunidades de aumentar a produção de bens e serviços para seus mercados locais.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

a nova atividade de produção de títulos e ações de qualidade, há uma competitividade semelhante à do setor manufatureiro, mas ao mesmo tempo diferente. A razão é que investidores não querem ter todo o dinheiro investido num só país. Em vez disso, querem diversificação. Em conseqüência, agora existe uma nova versão da vantagem comparativa. Isto é, ser capaz de emitir títulos e ações que investidores queiram em seus portfólios. A medida do sucesso é a ponderação que os valores mobiliários de um país podem conseguir nos portfólios dos investidores. Diversos países latino-americanos têm se desempenhado muito bem nesse novo esforço competitivo. O Brasil, por exemplo, foi capaz de emitir e colocar 72% mais títulos e commercial papers em 2006 que em 2005. Isso é motivo de celebração. O Brasil agora é comparativamente competitivo na emissão de títulos, e não é o único país na região a ter aprendido os segredos dessa atividade econômica.

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JOHN C. EDMUNDS É PROFESSOR DE FINANÇAS DO BABSON COLLEGE EM BOSTON E CO-AUTOR DE WEALTH BY ASSOCIATION (C)AMERICAECONOMIA

TÍTULOS E AÇÕES NÃO SÃO PRODUTOS FÍSICOS, MAS COMPETEM NO MERCADO COM TÍTULOS E AÇÕES DE OUTROS PAÍSES.

Brasil foi particularmente beneficiado porque o aumento nos preços das commodities que exportamos e o crescimento das compras mundiais de nossos produtos foram fatores decisivos para a eliminação da vulnerabilidade externa no governo Lula. Fomos bastante ajudados pelo mundo e poderíamos ter avançado muito mais se não tivéssemos nos amarrado a uma política de juros que permite a super valorização cambial, travando o crescimento e a diversificação do setor exportador brasileiro nos melhores momentos de expansão do comércio mundial. Há dúvidas se este "vento de cauda" continua e se há tempo para reanimar os setores da indústria brasileira que foram expelidos da competição mundial por força do equívoco cambial.

gora, não: os fortes aumentos nos preços do petróleo e das demais matérias-primas (commodities) estimulados pelas compras chinesas e pelo próprio crescimento mundial não se transformaram em pressões inflacionárias. As tensões continuaram modestas, não pressionaram as taxas de juros e isso possibilitou o enorme aumento de liquidez mundial que financiou o crescimento do comércio.

s sinais de alerta do BIS sobre um pequeno aumento da tensão inflacionária devem nos preocupar porque significam a probabilidade de menor de crescimento da economia mundial nos próximos anos. Todos os países hoje estão no regime de metas de inflação. Os Bancos Centrais têm seus mecanismos bem azeitados e coordenados de modo que podem ser induzidos a uma alta nas taxas de juro de longo prazo, esfriando a economia global e obviamente afetando as perspectivas de crescimento brasileiro.

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PROFESSOR EMÉRITO DA FEA-USP, EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO CONTATODELFIMNETTO@ UOL.COM.BR

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G Ainda morna, começa a se desenvolver uma pressão inflacionária mundial. Se esfriar o crescimento da economia global nos próximos anos, vai piorar nossa perspectiva de crescimento.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fotos: Divulgação

Mitsubishi TR4, o primeiro 4x4 Flex do mundo, está na página 3. E o novo Fiat 500, italiano, na 8. Conheça-os.

DCARR Nº 176

Aparecido da Silva

São Paulo, 2 de julho de 2007

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Uma Mercedes muito especial PÁGINAS 4 E 5


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Congresso Planalto Política CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

É preciso ter como meta uma simplificação do sistema tributário, para reduzir o custo da burocracia sobre as empresas e melhorar a qualidade da aplicação dos tributos. Alencar Burti

O MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA

Reproduções: Agliberto Lima/ DC

Eymar Mascaro

Lula quer Aécio

D

urante alguns encontros informais dentro e fora do PT, o presidente Lula faz os seguintes comentários: sua legenda não tem um candidato, pelo menos no momento, com chances reais de vencer a eleição de 2010. Ele não esconde que poderá apoiar um "nome" de outro partido. Sua simpatia pelo governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), não é segredo. Lula sabe que seus companheiros seriam contrários ao apoio. Mas a ida de Áecio para o PMDB pode reverter esse quadro. O mineiro já recebeu o convite de Michel Temer mais de uma vez. Ele garante que continuará no tucanato.

LUTA

9 de julho de 1932: o dia em que São Paulo lutou pela democracia. ACSP forneceu apoio material logístico e estratégico para as tropas.

HOMENAGEM AOS HERÓIS DA REVOLUÇÃO DE 1932 Sergio Leopoldo Rodrigues

O

s 75 anos da Revolução Constitucionalista de 1932 – 9 de Julho – serão comemorados hoje pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com dois acontecimentos simultâneos: a outorga de diplomas e colares "Carlos de Souza Nazareth" à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, à presidente emérita da Fundação Dorina Nowill para cegos, Dorina Nowill, e aos ex-presidentes da entidade, Élvio Aliprandi, Lincoln da Cunha Pereira, Romeu Trussardi Filho e Mário Jorge Germanos. Ao mesmo tempo, começará a circular uma nova edição da revista Digesto Econômico que faz um importante balanço do significado e impacto histórico do Movimento de 32 para a vida política moderna dos brasileiros. O título de primeira página – "Revolução Constitucionalista, uma lição de demo-

cracia" – resume o espírito da edição, que também discute a possibilidade de um "apagão" energético em 2010, numa entrevista exclusiva com o professor José Goldemberg. No texto de abertura, o presidente da ACSP, Alencar Burti, dá o tom da homenagem : "A Associação Comercial teve um papel fundamental no movimento. Foi responsável pelo controle de receitas e despesas da Revolução, forneceu apoio material e logístico". Burti também lembra os alertas feitos pelos empresários e especialistas sobre os riscos da falta de energia, ainda no governo Lula, desde que foi anunciado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Reconhecimento – Francisco Giannoccaro , coordenador da Comissão Cívica e Cultural da ACSP, que organizou a plenária solene do jubileu de diamante da Revolução, disse que a comemoração deve servir como um momento de exemplo para todos os brasileiros, que lutam pela democracia, ética e

Digesto Econômico traz edição comemorativa dos 75 anos da Revolução Constitucionalista de 1932

justiça no País. A entrega dos diplomas e colares "Carlos de Souza Nazareth", segundo Giannoccaro, "representa um ato de reconhecimento da ACSP aos que prestaram e ainda prestam serviços relevantes à nossa sociedade". O trabalho sem trégua da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, de Dorina Nowill e

dos ex-vice presidentes da Associação Comercial, "deixaram sua marca na nossa comunidade" . Giannoccaro acrescentou que os ex-presidentes homenageados ajudaram a solidificar, projetar e manter a ACSP presente nos momentos decisivos da história paulista e brasileira, "na defesa da livre iniciativa e principalmente do pequeno empreendedor". A revista analisa o legado da Revolução paulista para a formação de um espírito democrático no Brasil, em textos reflexivos sobre a data, entre outros, do jornalista Renato Pompeu e do jurista Ives Gandra Martins. Vale-se de fotos de época, do mapa das batalhas travadas em 1932, do relevante papel das mulheres e da liderança do então presidente da ACSP, Carlos de Souza Nazareth, durante o movimento. Inclui ainda um poema exclusivo do poeta Paulo Bomfim, membro da Academia Paulista de Letras, feito especialmente para a Digesto Econômico, com o título "O que foi 32?".

Empresários pressionam senadores Paulo Pampolim/ Hype

S

e depender das lideranças políticas do PSDB, DEM e PT no Senado a reforma tributária será aprovada este ano. Durante reunião do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), na última sextafeira, na Serasa, Agripino Maia (DEM-RN), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Aloizio Mercadante (PT-SP) se comprometeram com uma centena de empresários a promover um esforço conjunto nesse sentido. Os parlamentares pediram mobilização da sociedade para pressionar o Congresso , sem o que a reforma não andará. Eles convidaram o palestrante, Jorge Gerdau, presidente do Grupo Gerdau, Luiza

Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza e Alencar Burti, presidente da ACSP, a levarem suas sugestões à comissão que estuda propostas para a reforma tributária. Para Burti, "é preciso ter como meta uma simplificação do sistema tributário, para reduzir o custo da burocracia sobre as empresas e melhorar a qualidade da aplicação dos recursos nas áreas de infra-estrutura logística, educação e saúde. É preciso descentralizar melhor os investimentos, definindo as responsabilidades da União, Estados e Municípios", disse. Além disso, Burti pregou um choque de gestão para racionalizar e reduzir os gastos públicos. (SLR)

O

começam a se preparar para o recesso parlamentar, que ocorre entre os 18 e 31. Antes, eles precisam aprovar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano. Reforma política – Dois temas relativos à reforma política precisam ser votados: a fidelidade partidária e o fim das coligações proporcionais. A fidelidade partidária é tema do Projeto de Lei Complementar 35, de 2007, do deputado Lu-

NÃO QUER

Do outro lado, Aécio não demonstra grande entusiasmo com a oferta do governador de São Paulo. O mineiro quer disputar em 2010. Dentro do PSDB, nas últimas semanas, foi proposto um encontro entre as duas lideranças para resolver o caso. Os tucanos lembram que, juntos, os dois estados somam mais de 40 milhões de votos.

Luiza Trajano e o senador Aloizio Mercadante em encontro do Lide

ciano Castro (PR-RR). O projeto pretende deixar inelegíveis por quatro anos os políticos eleitos que tenham mudado de partido. A regra valeria tanto para mandatos do poder Executivo quanto do Legislativo e para todas as esferas de governo (municipal, estadual, distrital e federal). Uma série de depoimentos marca o início da semana da CPI do Apagão Aéreo. Hoje, às 9 horas, os deputados ouvem

os coronéis-aviadores Eduardo dos Santos Raulino (comandante do Cindacta I); Eduardo Jean Kiame (do Cindacta II); José Alves Candez Neto (do Cindacta III); e Eduardo Antonio Carcavallo Filho (do Cindacta IV). Às 13 horas, depõe o comandante e assessor de segurança de vôo e relações internacionais do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Célio Eugênio de Abreu Júnior. (Ag. Câmara)

DETALHE

Marta e Alckmin são os mais cotados dentro das duas legendas, segundo as pesquisas. Tanto a ministra como o exgovernador adotaram a mesma linha de ação. Eles se recusam a assumir a candidatura. Preferem deixar a decisão para o ano da eleição.

REFORMA

Depois de recusar as listas fechadas e flexíveis, o plenário da Câmara se prepara para votar esta semana outros itens do projeto de reforma política, como o financiamento público de campanha, a fidelidade partidária, e o fim das coligações nas eleições proporcionais (para deputado e vereador). O voto distrital misto também poderá entrar nesse pacote.

REJEIÇÃO

ASSÉDIO

O PMDB ainda mantém sua oferta a Aécio Neves. Michel Temer, presidente peemedebista, quer o mineiro como candidato do seu partido ao Planalto. Temer sabe que Lula poderá apoiá-lo em 2010. O tucano diz que não deixará o PSDB.

DOBRADINHA

O PMDB sonha com uma chapa formada por Aécio como candidato a presidente e a vaga de vice seria oferecida ao ex-ministro Ciro Gomes (PSB). Os socialistas já trabalham a candidatura de Ciro a presidente, mas aceitariam a coligação. Pesa muito na balança a amizade do cearense com o presidente Lula.

OLHO VIVO

Reforma política na pauta da semana

plenário da Câmara dos Deputados se concentra esta semana nas votações do Projeto de Lei da reforma política (PL 1210, de 2007). Amanhã, está prevista a eleição dos parlamentares para compor a Comissão Representativa do Congresso Nacional, que deverá ser formada por oito senadores e 17 deputados. Nesta primeira semana de julho, os deputados também

Aécio Neves e José Serra disputam a legenda do PSDB para concorrer em 2010. O governador paulista deseja um chapa "pura", formada por ele e o mineiro como seu vice. Como contrapartida, Serra daria total apoio ao colega tucano em 2014.

PT e PSDB desejam reconquistar a Prefeitura de São Paulo em 2008. Os dois partidos acham importante administrar uma cidade que deve centralizar, na próxima eleição presidencial, cerca de 10 milhões de votos. Todo o Estado de São Paulo terá 30 milhões de eleitores no ano eleitoral.

ADVERSÁRIO

Petistas e tucanos, no entanto, terão de enfrentar o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição. As legendas também enfrentarão a deputada Luiza Erundina (PSB). O PT continuará insistindo na candidatura de Marta Suplicy, ainda mais se o PSDB lançar o ex-governador Geraldo Alckmin.

A maioria dos deputados que rejeitou as listas pretende recusar a proposta de financiamento público de campanha. Os parlamentares preferem continuar recebendo doações de empresas privadas, com o argumento de que são contrários ao envolvimento de dinheiro do contribuinte nas disputas eleitorais.

FIDELIDADE

Também não existe firmeza na aprovação da fidelidade partidária. Os políticos gostariam de manter o direito de trocar de legenda em qualquer ocasião. Pelo sistema sugerido, o parlamentar precisaria ter três anos de filiação para mudar de "camisa". Atualmente, a legislação prevê apenas um ano de filiação.

DENÚNCIA

Leomar Quintanilha, que derrotou Arthur Virgílio (PSDB) por 9 votos a 6, foi acusado por Jefferson Péres (PDT-AM) de ter sido eleito presidente do Conselho para livrar Renan Calheiros (PMDB-AL) da perda do cargo de presidente do Senado e também do mandato. Péres pretende boicotar as próximas reuniões do Conselho em sinal de protesto.

GRAVIDADE

O Corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), admite que Joaquim Roriz (PMDBDF) teria cometido falta grave e que poderá perder o mandato. Roriz teria usado, de forma indevida, dinheiro do Banco de Brasília (BRB), em parceria com o expresidente da instituição, para comprar um bezerro por R$ 300 mil. O empréstimo foi de R$ 2 milhões.


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Congresso Planalto Administração CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PROGRAMAS FEDERAIS NÃO SÃO CONCLUÍDOS

1,5

bilhão de reais é a diferença entre o total disponibilizado e o que foi efetivamente gasto.

O DINHEIRO SAIU. E AS OBRAS? Dos 23 programas do governo federal em São Paulo, nenhum foi concluído até agora, aponta uma auditoria do TCU. O déficit já chega a R$ 44 milhões.

U

ma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) em 23 programas do governo federal em São Paulo mostrou um déficit de R$ 44 milhões (custo atualizado menos o gasto) e uma dura conclusão: nenhum deles foi concluído. Segundo especialistas, a obra paralisada apena o contribuinte duas vezes: pela ausência do benefício e pelo recurso já aplicado. O levantamento faz parte de uma amostra nacional de programas de seis ministérios (Turismo, Cidades, Educação, Transportes, Saúde e Integração), além de outros órgãos da administração. O TCU cadastrou 400 obras dos governos Luiz Inácio Lula

mento, disputas judiciais, questões ambientais e burocracia (mais de um ministério cuida de um único programa, o que dificulta o andamento e a fiscalização). O contingenciamento é uma medida determinada na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para garantir o cumprimento das metas fiscais. Segundo tribunal, 60% das obras federais inacabadas, financiadas com recursos diretos da União, se devem ao bloqueio de recursos. Para o ministro Valmir Campelo, do TCU, que relatou o processo, o déficit expõe a falta de planejamento. "Há um desperdício de dinheiro público no País que precisa ser enfrentado", alerta. Ele defende a re-

Luludi / LUZ

Prédio do Sindicato dos Metalúrgicos: sem elevadores

da Silva e Fernando Henrique Cardoso – 130 foram executadas com recursos da União e outras 270 em parcerias com estados e município (as chamadas transferências). O valor total é de 3, 5 bilhões, com um volume gasto de quase R$ 2 bilhões, o que dá uma diferença de R$ 1,5 bilhão. Em São Paulo, os gastos somam R$ 114 milhões e o executado, R$ 70 milhões (veja no quadro). O TCU lista uma série de causas do déficit, entre elas problemas com a construtora, contingenciamento do orça-

gulamentação do contingenciamento de recursos orçamentários para acabar com os abusos e a adoção de um cadastro geral de obras na internet para a população conhecer o andamento delas. "O cadastro vai inibir o superfaturamento de obras e o desvio de dinheiro público", acredita. Corredores – De modo geral, o governo federal fez grandes investimentos em saneamento, moradia popular e transporte coletivo. O item transporte coletivo refere-se à implantação dos corredores de

Sergio Kapustan

ônibus na capital, em 2004, cujas as obras tumultuaram a cidade e foram bandeira de campanha à reeleição da então prefeita Marta Suplicy (PT). Na parte Educação há também prós e contras. Segundo o ministério, de seis centros de educação profissional, que qualificam mão-de-obra, apenas um, em Campinas, está com sua obra concluída. Os demais estão com a vigência expirada por falta de dinheiro ou porque a construtora foi dispensada. Na segunda alternativa enquadram-se o Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo (falta instalar os elevadores) e o Instituto Paulista de Ensino e Cultura (IPEC), de Campinas. "Aguardo uma posição do Ministério da Educação desde 2004 para concluir a obra", reclama o diretor do instituto, Vicente de Paula Oliveira. Os demais cursos, segundo a assessoria do Ministério, foram federalizadas e as obras deverão ser concluídas no segundo semestre. Na raça – Distantes de gabinetes, a população, principalmente a mais pobre, sofre com a falta de políticas públicas eficientes. O caso mais evidente é a situação da rodovia Fernão Dias (BR 381), que corta o município de Mariporã, na região metropolitana. Apesar de duplicada, a rodovia, no trecho da cidade, é um perigo por conta de buracos e da falta de passarelas. A comunidade de Terra Preta, distrito industrial do município que fica no quilômetro 57 da rodovia, reclama que depois de descer do ônibus precisa caminhar três quilômetros para contornar o viaduto e chegar em casa. Há também a opção de um túnel, mas ele é pouco usado por questões de segurança, principalmente à noite. Os moradores contam que já perderam a conta de ver gente atropelada, por conta disso. Segundo o TCU, uma passarela deveria ser construída no local. Mas a obra vai demorar porque o governo federal só vai abrir licitação de concessão

Luludi / LUZ

Nada à vista: passarela na rodovia Fernão Dias, aprovada ainda na gestão FHC, continua no papel

Luludi / LUZ

pública no final ano. Até lá, a população vai continuar exposta ao perigo. "A gente atravessa a rodovia na raça, cansada e com medo de assalto", desabafa a merendeira Sandra Regina Barbosa, 41 anos, preparando-se para cruzar a estrada e, se for bem-sucedida, cuidar do jantar do marido.

Ministro Valmir Campelo, relator do processo no TCU: "Há um desperdício de dinheiro público no País que precisa ser enfrentado."


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 - INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington, DC

O Evangelho segundo Luiz Mott

Cesar Itiberê/Folha Imagem

O

líder gay Luiz Mott (fotos), que se diz "Professor Doutor" e talvez o seja mesmo, já que os portadores desses títulos abundam nesta parte do universo, enviou ao jornal eletrônico Mídia Sem Máscara uma carta em que faz restrições literárias e teológicas ao meu artigo "Conspiração de Iniqüidades" (aqui publicado em 25 de junho, http://www.olav o d e c a r v a l h o . o r g / s e m ana/070625dc.html). Sob o primeiro aspecto, ele o chama de "prolixo e pedante texto". Achei particularmente adorável esse negócio de "tetexto" logo na entrada de uma reprimenda estilística. Mas deixemos isso para lá. Os professores doutores, no Brasil, escrevem assim mesmo, e de há muito já desisti de fazer algo por eles. No que diz respeito ao conteúdo, meu artigo, segundo o referido, "peca pelo abuso dos silogismos e calúnias contra a estratégia do Movimento Homossexual Brasileiro em ter reconhecidos seus direitos elementares de cidadania: do mesmo modo como os pastores e padres não podem nos púlpitos ou nas suas televisões citar e defender os versículos bíblicos que estimulam e abençoam o racismo, a discriminação contra as mulhres e a intolerância religiosa, assim também, a Lei deve proteger os homossexuais dos ataques e calúnias de quantos abusam do santo nome de Deus para semear o ódio contra cidadãos homossexuais que jamais foram condenados pelo Filho de Deus, Nosso Senhora Jesus Cristo. Portanto, Olavo de Carvalho, o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva podem espernear à vontade, pois a história mais cedo que se espera, fará justiça contra esses fariseus, reconhecendo que também os homossexuais são templos do Espírito Santo e revelam, quando discriminados, a verdadeira face de Jesus. É legal ser homossexual!"

O Professor Doutor se faz de humilde (...) fingindo criticar apenas uns tantos abusados quando, na verdade, ataca e criminaliza duas religiões na sua base mesma, na raiz da sua tradição.

Eu gostaria de responder a isso, mas creio que não posso fazê-lo. A mensagem, breve o quanto seja, traz tantos pressupostos subentendidos que o simples esforço de elucidar o seu sentido vai consumir praticamente todo o espaço desse ar tigo. Em primeiro lugar, se há na Bíblia "versículos que estimulam e abençoam o racismo, a discriminação contra as mulhres e a intolerância religiosa", então, evidentemente, o delito nefando de homofobia não está só nuns quantos padres, pastores e rabinos que "abusam do santo nome de Deus", e sim na própria Bíblia. O livro sagrado dos cristãos e judeus, segundo o Professor Doutor Mott, é criminoso em si. O Professor Doutor se faz de humilde e inofensivo, fingindo criticar apenas uns tantos abusados, quando na verdade ataca e criminaliza duas religiões na sua base mesma, na raiz da sua tradição. O Professor Doutor não prega abertamente a proibição do livro, mas deixa claro que só está disposto a permitir sua leitura em voz alta se ele for expurgado de todos os trechos considerados inconvenientes. A pergunta "Quem fará a seleção?" é ociosa, pois, de um lado, o Professor Doutor já considerou desqualificados para essa função "o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva", subentendendo por esta expressão latina todos os desafetos do movimento gay; de outro lado, ele próprio já fixou o critério seletivo: devem ser excluídos todos os versículos desagradáveis aos gays, às feministas, aos abortistas, aos adeptos de religiões fetichistas e animistas, bem como aos não-cristãos e não-ju-

Foto: Site pessoal

deus em geral, que se sentem barbaramente discriminados ao ouvir dizer que os primeiros são Filhos de Deus e os segundos são o Povo Eleito. Também não é preciso perguntar o que sobrará da Bíblia depois dessa amputação. Não sobrará nada daquilo que hoje se entende por judaísmo ou cristianismo. O resíduo final não soará ofensivo a ninguém, exceto aos cristãos e judeus, esses discriminadores malditos. Com relação aos versículos condenados, o Professor Doutor afirma taxativamente que os sacerdotes "não podem" citá-los ou defendêlos nem mesmo dentro de seus templos respectivos. Notem bem. Ele não diz que eles "não devem" fazêlo. Ele não diz que eles "não poderão" fazê-lo se for aprovada uma lei que os proíba. Ele diz simplesmente "não podem", no presente do indicativo. A proibição vigora portanto desde já, independentemente de aprovado ou não o projeto de lei dito "anti-homofóbico". E não estão proibidos só os versículos anti-homossexuais, mas também os antifeministas, anti-fetichistas, etc. etc. Estão proibidos não por alguma lei aprovada no Congresso, mas pela decisão soberana do Professor Doutor. Mais ainda: a expressão "não poder" não significa apenas ilegalidade ou proibição. Significa impedimento real, impossibilidade objetiva. Tão logo o Professor Doutor anunciou sua vontade, ela se impõe por si mesma como uma lei cósmica, e contrariá-la se torna tão inviável quanto reverter o curso dos astros

ou fazer com que dois mais dois dêem cinco. Se os leitores duvidam que a autoridade do Professor Doutor seja divina, onipotente e onipresente, leiam com atenção. Ele acaba de impugnar o texto da Bíblia, e no instante seguinte fala em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só podemos concluir que a fonte de onde ele recebeu a mensagem divina não é a Bíblia nem as tradições baseadas nela. É uma revelação direta, que revoga a anterior e traz ao mundo um novo corpo de mandamentos. Mas, se os senhores, com algum ceticismo, perguntam como chegou ao Professor Doutor essa revelação, é porque não entenderam a dupla afirmativa essencial da sua carta: "Os homossexuais são templos do Espírito Santo e revelam, quando discriminados, a verdadeira face de Jesus". Com relação à primeira parte, é claro que templos do Espírito Santo somos todos nós, membros da espécie humana. O Professor Doutor não iria descer do seu pedestal só para repetir uma mensagem velha de dois mil anos. A novidade que ele introduz aí é formidável: os homossexuais são templos do Espírito Santo não enquanto meros seres humanos, mas enquanto homossexuais. Há portanto uma forma especial de ser templo do Espírito Santo, a qual não deriva da condição humana em geral, mas da prática do homossexualismo. O macho da espécie torna-se um templo do Espírito Santo no instante em que vai para a cama com outro igual. A sodomia

tornou-se o oitavo sacramento, revelado ao mundo pelo Professor Doutor. Mas não pensem, por favor, que ele é apenas um profeta a mais, um Jeremias ou Isaías qualquer. Seu verdadeiro estatuto espiritual, infinitamente superior, é elucidado na segunda parte da afirmativa, onde ele declara que o homossexual discriminado - ele próprio, modéstia à parte - "revela a verdadeira face de Jesus". Eis aí resolvido o enigma das fontes da revelação. O Professor Doutor não "recebeu" a revelação de parte alguma, ele simplesmente é a revelação, é o Logos encarnado que vem ao mundo castigar os fariseus, rasgar as páginas da Bíblia e instaurar a nova legalidade cósmica com a lista do que pode e do que não pode. A diferença, a novidade radical desse acontecimento é que Cristo, na sua primeira vinda ao mundo, ex-

cluiu categoricamente a possibilidade de mudar uma só letra que fosse da Lei e dos profetas. O Segundo Advento copidesca, modifica e exclui páginas inumeráveis, institui o sacramento da sodomia e destina às penas do inferno todos aqueles que, como os profetas hebraicos, enxerguem nessa prática alguma coisa de errado. Tão logo compreendido o sentido da mensagem do Professor Doutor, nota-se facilmente que ela não pode ser respondida. Não se discute com a autoridade divina, sobretudo quando ela não vem pelos canais indiretos da profecia e da tradição, mas pela própria presença do Verbo que se fez banhas e foi sacudi-las na Parada Gay. Tudo o que posso fazer diante de acontecimento de tal magnitude é imergir em profundo silêncio contemplativo. *** Não poder responder à mensagem do Professor Doutor não impede, no entanto, que eu faça a respeito uma distinção básica entre o paranóico megalômano ostensivo e o camuflado. O primeiro declara abertamente que é Deus. O segundo deixa isso subentendido nas entrelinhas. O primeiro desmoraliza-se a si mesmo instantaneamente. O segundo fascina a platéia com um discurso apenas vagamente incoerente mas ao mesmo tempo envolto na aura misteriosa de uma autoridade desconhecida. Uma vez analisado o discurso, ele se revela, ao contrário do que parecia, uma construção lógica perfeitamente coerente, com um só ponto absurdo: a premissa oculta que o sustenta, a fonte mesma da sua credibilidade. Assim, por exemplo, o Professor Doutor pode ao mesmo tempo impugnar a autoridade da Bíblia e falar em nome do Cristo que a consagrou como definitiva e imutável. Parece incoerente, não é mesmo? Vindos logo em seguida um ao outro, esses dois trechos revelariam na mente do seu autor uma desatenção patológica, uma incompreensão radical do sentido do que ele próprio diz. O Professor Doutor Mott, nesse caso, seria apenas um idiota. Mas, por favor, compreendam que o Professor Doutor é o próprio Cristo reencarnado, e a impressão de incoerência se dissipará no mesmo instante. O megalômano ostensivo é apenas um louco vulgar inflado de mania de grandeza. No megalômano camuflado, a mania de grandeza soma-se à astúcia de um sociopata manipulador, capaz de fazer da sua própria loucura uma fonte de autoridade. Ele é muito mais louco, evidentemente, do que o megalômano vulgar, mas não é nem um pouco idiota, como não o era o Doutor Mabuse. É esperto ao ponto de vender sua loucura, com sucesso, como sabedoria divina. A eficácia hipnótica desse tipo de discurso deriva, na verdade, de um truque bem elementar. A mensagem tem de vir simultaneamente em dois planos: o da contradição aparente e o da premissa oculta que a resolve trocando-a por uma absurdidade substantiva. A contradição, entrevista de longe, provoca no ouvinte um vago desconforto intelectual. Mas, se é um ouvinte de boa vontade, disposto a aceitar o orador como guia confiável, ele atribuirá essa contradição a um erro de percepção dele próprio, não do orador, e por mero automatismo apostará na existência de alguma explicação mais profunda que lhe escapa no momento. Como essa explicação profunda existe realmente, mas o ouvinte não sabe que ela é absurda, a absurdidade oculta adquire então a força estupefaciente de um atrativo mágico, de uma fonte de autoridade secreta e inapreensível. Só a análise integral do raciocínio implícito pode desfazer o encantamento, mas raros ouvintes terão a prudência - e os meios intelectuais - de realizá-la. Se o Professor Doutor houvesse inventado essa técnica ele seria, além de Deus, um gênio. Mas ela é de uso corrente no movimento revolucionário desde o século XIV pe-

lo menos. O homem são sabe quanto é difícil agir com justiça para com seus próximos. Mas desde aquela época têm aparecido milhões de pessoas que se julgam habilitadas a implantar o reino da justiça no planeta inteiro. Implícita nessa promessa está a pretensão de deslocar o Juízo Final da eternidade para o tempo. De passagem mística para o supratempo que transcende o fim da História, o Dia do Juízo torna-se um episódio da própria História, trazido ao mundo pelas mãos humanas dos revolucionários gnósticos. Cada revolucionário é portanto o próprio Cristo vingador, que baixa dos céus com o látego divino para castigar todos os fariseus, entre os quais, é claro, "Olavo de Carvalho, o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva". Não há, pois, grande originalidade no ardil empregado pelo Professor Doutor. Original, sim, é o ato falho que ele comete logo no início da sua mensagem, ao imputar ao meu artigo o delito de "abuso de silogismos". A acusação é monstruosamente extemporânea, pois esse artigo é uma descrição e análise psicológica de certos fatos, e não uma demonstração silogística do que quer que seja. Ao proferi-la, o Professor Doutor nada disse a meu respeito, mas também não atirou no vazio. Acertou em si mesmo. Não pode ha-

O macho da espécie torna-se um templo do Espírito Santo no instante em que vai para a cama com outro igual. A sodomia tornou-se o 8º sacramento, revelado (...) pelo Professor Doutor.

ver maior abuso da técnica silogística do que usar uma contradição como anzol para fisgar o ouvinte numa premissa oculta absurda, psicótica em sentido estrito. Para a desgraça da humanidade, esse tipo de discurso é o de uso mais freqüente entre os revolucionários, profetas do mundo novo e justiceiros globais em geral. Tão freqüente, que já o empregam por mero automatismo e rotina, sem nem precisar conscientizar a intenção maligna com que o fazem. Se o Professor Doutor usa desse ardil demoníaco para se fazer de portador do Espírito Santo, podem estar cientes de que isso é bem mais grave do que todos os pecados sexuais - homossexuais ou heterossexuais, pouco importa -- que ele possa ter cometido ao longo da vida. Quando o Apóstolo disse: "Nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os principados e as potestades das trevas", estava aí implícita a seguinte distinção: o que leva o ser humano aos pecados do sexo é o apelo da carne e do sangue. Nenhum crente genuíno e inteligente "combate" esses pecados, nem em si mesmo nem nos outros, mas tenta, com suavidade e paciência, canalizar para algum objetivo espiritualmente legítimo o impulso primário que os move, sabendo, como disse Agostinho, que "as virtudes são feitas da mesma matéria dos vícios". Mas carne nenhuma e sangue nenhum podem inspirar a um ser humano a idéia satânica de fazer-se passar pelo Verbo Divino encarnado para rasgar as páginas do livro que Ele declarou sagrado e intocável. Essa inspiração não tem nada a ver com sexualidade, homo ou hetero: ela vem diretamente dos principados e das potestades, e estes não podem ser melhorados ou transmutados. Não há alquimia, humana ou divina, que devolva o demônio à sua condição originária de anjo. Espiritualmente, o Professor Doutor está numa encrenca dos diabos, no sentido mais literal da expressão. No fundo, ele sabe disso perfeitamente. Não espanta que deposite suas esperanças não no Deus eterno cuja autoridade ele usurpa, e sim na pretensa justiça da deusa História, essa velha prostituta que muda de clientes a cada geração, servindo a quem lhe pague mais.


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

1 A lei Cidade Limpa é irreversível. Regina Monteiro, diretora da Emurb

ENTREVISTA/REGINA MONTEIRO Rejane Tamoto

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Guardiã da Cidade Limpa ensina comerciantes a criar uma cidade linda

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oram necessários seis meses de muita explicação para que a sociedade se convencesse e aderisse às regras da lei Cidade Limpa, que decretou o fim da poluição visual em São Paulo. Essa missão, desempenhada pela diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Regina Monteiro, vai se intensificar neste mês, Pablo de Sousa/Luz quando ela assumirá a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), que julgará os casos omissos à lei. É no gabinete de Regina Monteiro que estão os principais projetos anexos à lei. Tanto que seus funcionários já começaram a mapear e levantar os imóveis da rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, primeiro passo para a criação de cerca de 50 ruas-modelo nas 31 subprefeituras, uma iniciativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Prefeitura paulistana, tornada realidade na última quinta-feira, com a assinatura de uma parceria. Os comerciantes das ruasmodelo terão a oportunidade de adequar as fachadas de seus estabelecimentos às exigências da lei Cidade Limpa a partir de sugestões arquitetônicas bonitas e de baixo custo, a serem formuladas pela Emurb. Faz parte do mesmo projeto a remoção das pichações que descaracterizam as fachadas dos edifícios da ci- Regina Monteiro, da Emurb, e futura presidente da CPPU: seis meses de explicações para a sociedade dade. E é nas mãos de Regina que está a regulamentação da lei antipichação. das pela CPPU. Não é o caso da Do sucesso da lei Cidade Liberdade. Não vejo nenhum Limpa, ela não duvida. "A problema no fato de os ideoadesão do comércio foi fun- gramas japoneses e chineses damental para a lei dar certo. continuarem nos anúncios inO que se tem feito nas facha- dicativos do comércio local, das, na maioria dos casos, é desde que respeitem as medisimbólico e ainda há muito das estipuladas pela lei. Só não por fazer. O projeto das ruas- podemos aceitar anúncios modelo vai dar início a esse grandes, que ocupem um préprocesso mais amplo", disse. dio inteiro. Para a diretora da Emurb, a guerra contra os outdoors foi Qual a previsão para uma vencida, com a cassação, pela decisão sobre a Liberdade? Justiça, da maioria das limiO caso da Liberdade será julnares obtidas por empresas gado em seis meses. Afinal, é do setor. "A lei é irreversível", um projeto para todo um bairro. disse. Na entrevista que se se- Enquanto não houver uma degue, Regina Moncisão, o comércio teiro fala sobre terá de retirar os seu novo desafio à anúncios irregufrente da CPPU, lares. Uma dica é esclarece as prin- Não vejo problema no q u e o s c o m e rcipais dúvidas do fato de os ideogramas ciantes não jocomércio, destaca guem fora os japoneses e chineses a isenção ou abatiideogramas, pois m e n t o d e I P T U continuarem nos eles podem ser c o m o f o r m a d e anúncios indicativos, usados em um compensação aos desde que respeitem a novo anúncio, na comerciantes que legislação. mesma placa. tiverem gastos exRegina Monteiro Qual será o tras para adequarem suas fachadas desafio da CPPU? à nova legislação. O desafio está em atender os casos de comerNa última quarta-feira, a ciantes que não conseguiram o formação da Comissão de Cadastro de Anúncios (Cadan) Proteção à Paisagem Urbana pela internet e querem manter a (CPPU) foi publicada no Diário publicidade irregular até obtêOficial do Município. Qual será lo. A lei não permite isso. A sua atribuição nessa entidade? questão é que o Cadan pela inO prefeito Gilberto Kassab ternet não reconhece um imóvel designou como presidente da de esquina ou um que seja tomCPPU o secretário de Habita- bado, por exemplo. Esses coção, Orlando de Almeida Fi- merciantes terão de entrar com lho. Porém, na primeira reu- um processo diferenciado na nião da comissão, o secretário Prefeitura. se afastará da função e eu assumirei a presidência. A CPPU já Para onde o comércio e as tem 20 casos para analisar e entidades poderão encaminhar dez deles são polêmicos. seus pedidos? A estrutura a ser utilizada O bairro da Liberdade é um pela CPPU será a da secretaria desses casos polêmicos? de Habitação. Nós vamos estuOs casos polêmicos são os de dar todos os casos, com relatócomerciantes que querem rios técnicos, e discutir nas reumanter seus anúncios enquan- niões da comissão. to essas peças não forem julga-

TIRE SUAS DÚVIDAS Para ficar por dentro da nova legislação sobre publicidade externa, confira o Guia Cidade Limpa, organizado pelo DC. Ele está disponível no endereço http://www.dcomercio.com.br/especiais/cidade_limpa/

A diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Regina Monteiro, esclarece uma série de dúvidas sobre a lei Cidade Limpa, que reordena a publicidade externa na cidade. A partir de hoje, a Prefeitura multará quem estiver em desacordo com a legislação. E as multas partirão de R$ 10 mil. Futura presidente da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), ela julgará os casos omissos à lei. Como guardiã da Cidade Limpa, ajudará a criar a cidade linda anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab.


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

CRÉDITO EM 24 "SUAVES" PRESTAÇÕES GANHA FORÇA

1 Consumidor é atraído pelo valor baixo das prestações que cabem no orçamento familiar

Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

Apesar do risco de inadimplência, juro alto é fonte de lucros para lojas e financeiras Sonaira San Pedro Prestações mais alongadas são comuns principalmente nos varejistas de móveis e eletrodomésticos

A

oferta de crédito em 24 parcelas fixas, sem entrada, ganha força no varejo. Em parceria com financeiras, magazines de móveis e eletrodomésticos apostam na manutenção do cenário econômico para os próximos dois anos e na contenção da inadimplência. Por outro lado, o consumidor despreza os juros de pelo menos 6% que paga ao mês e só se preocupa se as prestações cabem no bolso. Entre as lojas que oferecem parcelamento a perder de vista, estão as da rede Ponto Frio e a Danúbio Móveis e Modulados, que dividem as compras em até 24 vezes fixas e sem entrada. A Marabraz aposta em 17 prestações inferiores a R$ 50 e duas parcelas intermediárias de valor mais alto, como ocorrem nos financiamentos de apartamentos. Nas Lojas Cem, o cliente pode pagar as compras em 20 vezes. Para se ter uma idéia do montante de juros embutidos nessas compras parceladas, o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emílio Alfieri calculou para o Diário do Comércio um caso real da venda parcelada de um armário. À vista, o produto custaria R$ 1.190, sem descontos. Parcelado em 24 vezes, com mensais de R$ 94,90, o mesmo armário custaria 91,3% mais: R$ 2.277. "Isso significa juros de 6% ao mês. Daria para comprar quase dois armários no preço à vista", disse o economista da ACSP. "O problema é que o consumidor não tem noção de quanto paga de juros quando faz esse tipo de negócio." Para Alfieri, nesses casos sempre compensa pagar à vista, mas se tornou hábito do consumidor brasileiro parcelar as compras no máximo de vezes que ele puder. "Apesar dos altos juros, vejo essas opções de parcelamento como uma forma de inclusão social, já que as parcelas são mais baixas", disse Alfieri. Ele relembrou o caso do Mappin, que dividia o pagamento das compras dos clien-

Prestadoras de serviços ampliam negociação de dívidas Fátima Lourenço

Antonio Batista Pereira pagou taxa de juros de 13,5% mensais

José Rudson: sonho do celular foi transformado em pesadelo

tes em até dois anos, e quebrou quando a inadimplência atingiu uma taxa média de 30%, em 1998, em razão do aumento do desemprego. "Para esses empresários, é um jogo de certo risco, mas muito lucrativo, e toda essa oferta de crédito deve aumentar o endividamento do consumidor", disse o economista. Dados de maio deste ano apontam a inadimplência estável em 8%. Sonho caro – Desde que se casou, o grinaldista Antonio Batista Pereira queria presentear sua mulher com um armário e uma mesa de cozinha. Há dois meses, ele recebeu um folheto de promoções de uma grande rede de lojas de móveis e efetuou a compra, parcelada em 12 prestações fixas, com juros. Sem entender de cálculos financeiros, Pereira pensou que estivesse fazendo um bom negócio, até que um vizinho o alertou que estava pagando o dobro do preço real, por conta das altas taxas de juros. Sem saber, Pereira se comprometeu a desembolsar 13,5% de juros ao

mês. "O presente saiu muito caro porque o que era para custar menos de R$ 600 chegou a R$ 1.240, e isso é mais que o dobro", disse, revoltado. O auxiliar administrativo José Rudson passou por uma situação parecida com a de Pereira. No começo do ano, ele realizou o sonho de comprar o primeiro celular. Mas a realização virou um pesadelo quando ele percebeu que levava apenas um aparelho para casa enquanto pagava quase dois. "Dividi a compra em dez vezes e essa foi a única maneira de poder ter um telefone", disse. O produto, que custaria cerca de R$ 400 à vista, saiu por R$ 650. O professor do departamento de Economia da PUC-SP e diretor da Metha Consultoria, Claudemir Galvani, faz outro alerta: "Verifique o valor das tarifas para a abertura de crédito, que variam entre R$ 20 e R$ 150". "Para quem vai parcelar, compensa tomar dinheiro emprestado no banco. Os juros são mais baixos que os cobrados por lojas e financeiras."

É a vez do "Simples dos Sacoleiros"

O

s presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicanor Duarte, do Paraguai, acertaram a criação do Regime de Tributação Unificada (RTU) para os sacoleiros brasileiros que compram produtos em Ciudad del Este, segunda maior cidade paraguaia e responsável por metade do Produto Interno Bruto (PIB) do país. De acordo com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, a alíquota ficará em 25%, podendo chegar a 44%, dependendo do produto, sem incluir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a ser discutido pelos estados. Conforme acordo fechado entre o Paraguai e o Brasil, em maio passado, os sacoleiros registrados no regime simplificado poderão "importar"

anualmente até R$ 240 mil; contudo, o secretário-adjunto da Receita Federal do Brasil, Carlos Alberto Barreto, quer que o limite fique entre R$ 120 mil e R$ 150 mil por ano. O presidente Lula comunicou ao presidente do Paraguai a publicação, na última sexta-feira, no Diário Oficial da União, de uma medida provisória instituindo o Regime de Tributação Unificada (RTU), uma espécie de "Simples" para os sacoleiros – prevê o pagamento unificado de vários tributos (Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social e Programa de Integração Social). A MP também permite a inclusão, posteriormente, do ICMS cobrado pelos estados e

Distrito Federal, caso queiram aderir ao regime. A MP traz outra novidade: esse tributo será debitado diretamente da conta corrente do sacoleiro. Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento editarão uma portaria com uma lista dos produtos e das quantidades que as empresas poderão importar. A expectativa da Receita é de que o sistema esteja funcionando em 90 dias. Para ter acesso ao regime especial de tributação, os sacoleiros terão de abrir uma empresa microimportadora. Os produtos só poderão ser vendidos no comércio varejista. "Em última análise, haverá ganhos para o Fisco, porque, embora esteja reduzindo a alíquota, a expectativa é de que se possa cobrála", disse Amorim. (AE)

N

egociar o pagamento de contas atrasadas com o consumidor inadimplente tem se mostrado uma boa opção para recuperar receitas e clientes perdidos. Prazos mais elásticos para saldar a dívida são oferecidos pelas concessionárias de serviços de energia elétrica, água e telefonia, com o atrativo da redução de alguns acréscimos de mora. A situação não é diferente no comércio. "A proposta de uma negociação estimula o pagamento", afirma a superintendente de Serviços da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roseli Garcia. Ela explica que a ACSP estimula o empresário que se utiliza do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) a receber o cliente para negociar e a oferecer soluções para facilitar o pagamento de dívidas. A dinâmica do SCPC prevê o envio de uma carta ao inadimplente quando seu nome chega para registro. O documento explica o motivo do registro e o orienta a procurar o fornecedor para negociar. Há um prazo de dez dias para que isso ocorra, antes que o registro fique público no sistema. Segundo Roseli, perto de 20% dos registros que chegam ao SCPC são excluídos em até dez dias. As pesquisas da ACSP mostram que esse número se mantém e que o consumidor deseja quitar os débitos. Não o faz, na maioria das vezes, por motivos alheios à sua vontade, como a perda do emprego. Campanha – Na Telefônica, campanhas com o objetivo de anular débitos são realizadas desde 2005 e permitiram, segundo a empresa, que mais de 415 mil usuários saldassem os atrasos e regularizassem o cadastro pessoal junto aos serviços de proteção ao crédito. A empresa iniciou neste mês nova campanha para clientes residenciais e empresas de pequeno e médio portes com contas vencidas há mais de 120 dias. São consumidores que já perderam o direito à linha telefônica e têm o nome incluído no cadastro de inadimplência dos órgãos de proteção ao crédito. A negociação pode ser solicitada até o dia 31 de julho e permite parcelamento da dívida ou desconto para pagamento à vista. Os percentuais são definidos caso a caso. Prestadoras de serviço como a Eletropaulo e a Sabesp não realizam campanhas, mas negociam a dívida. Na Eletropaulo, o registro de inadimplência é seguido de uma carta para lembrar o cliente sobre o pagamento. "Se após 15 dias, a partir do envio da carta, ele não pagar, interrompe-se o fornecimento", explica o diretor do ciclo da receita,

A proposta de uma negociação estimula o pagamento. Perto de 20% dos registros que chegam ao SCPC são excluídos em até dez dias. Roseli Garcia, da ACSP Charles Capdeville. Após o corte, recomenda-se que o usuário procure a Eletropaulo para quitação ou negociação. Há três opções para o cliente residencial: entrada equivalente a 50% da dívida e mais uma parcela, com isenção de juros e atualização financeira; 40% de entrada e até três parcelas, com isenção da atualização financeira; ou entrada de 30% do valor da dívida, com até cinco parcelas, sem direito aos descontos.

Entre os clientes residenciais, a Eletropaulo contabiliza, em média, 120 mil cortes mensais de fornecimento por falta de pagamento. Cerca de 100 mil pontos são religados, num universo de 5,5 milhões de usuários contabilizados em 2006. Para Capdeville, a inadimplência não é alta. "A Eletropaulo é a segunda empresa do setor com menor número de devedores." Na Sabesp, o nível de inadimplência também tem se mantido estável, segundo o gerente do departamento de cobrança, Valdimiro Alves Arruda Junior – situa-se na casa dos 2,7% sobre o faturamento da companhia. Desse universo, 67,06% dos débitos são residenciais; 25,71%, comerciais; e 7,23%, industriais.


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Transpor te Saúde Urbanismo Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007 Rafael Hupsel/Luz - 03/04/2007

O prefeito orientou multar principalmente as grandes peças. Regina Monteiro

CASOS ESPECIAIS SERÃO ANALISADOS

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Milton Mansilha/Luz - 15/06/2007

Milton Mansilha - 26/062007

Em que casos o comerciante poderá se enquadrar no artigo da lei que trata dos anúncios considerados especiais? Os critérios para requerer a manutenção do anúncio são rigorosos e incluem a antigüidade e referência para a cidade. A árvore da Abril, por exemplo, deve atender os critérios. A empresa provou por meio de fotos e matérias em revistas antigas, referências bibliográficas, músicas e poesias que a árvore é referência.

Como está a adaptação das fachadas do comércio, seis meses após a entrada em vigor da lei? A maior parte do comércio retirou as placas para fugir das multas. Mas há muitos comerciantes que ainda cometem equívocos, sem saber. Um deles é deixar na fachada qualquer estrutura. Vejo pela cidade muitos estabelecimentos com peças metálicas na fachada, principalmente em padarias. Essas caixas enormes, mesmo que contenham o nome do estabelecimento em tamanho pequeno, são irregulares. O nome pequeno, se estiver em uma caixa, se soma à ela e a multa será aplicada do mesmo jeito.

Paulo Pampolin/Hype - 07/05/2007

do comerciante ou da Eletropaulo. Depois, vamos retirar as estruturas metálicas e, então, realizar um trabalho básico de recuperação de elementos das fachadas, de marquises e, por último, pintar.

Que sugestões a Emurb vai oferecer ao comércio das ruasmodelo para se adaptarem à lei? Por enquanto, a Emurb faz o levantamento do tamanho de todas as fachadas dos imóveis das ruas-modelo. Nesse processo, é feita a veLeonardo Rodrigues - 28/06/2007 Como o rificação de comerciante problemas exdetecta se o ternos, por projeto meio de fotos. oferecido por A partir disso, um arquiteto e s t a m o s f aou empresa de zendo simulacomunicação ç õ e s . O p r ivisual para a meiro local fachada está que passa pelo dentro da lei? projeto é a rua Recomendo Teodoro Samque ele leve espaio. Em geral, se projeto para as idéias que a subprefeitutivemos são ra ou às distrisimples e, em tais da Assomuitos casos, a Burti e Kassab: parceria ciação Comerpintura da facial de São chada em uma Paulo ou à Emurb. A lei é mui- cor, a moldura da entrada da loto simples, só que há empresas ja ou da janela em outra cor, reque podem oferecer pegadi- solve. Podemos colocar uma nhas e induzir ao erro. placa pequena e podar as árvores, para que a loja fique visível. Que problemas foram Outro exemplo interessante é o detectados nas fachadas do da farmácia Droga Raia, que cocomércio das vias incluídas no locou na fachada uma foto próprojeto das ruas-modelo? pria e antiga. O que não pode é Os principais problemas são colocar estruturas da parede paos muitos fios elétricos pendu- ra fora e nem tapar janelas. rados nas fachadas. Quando os comerciantes retiraram as peças Quando as ruas-modelo estarão com os luminosos, apareceu a prontas? fiação. Isso é perigoso porque A idéia era terminar pelo mepode cair em alguém na calça- nos alguns trechos de ruas até o da. Outros problemas são os ca- Natal. Mas dependemos de nos de água pluvial, que tam- mão-de-obra, tinta, adesão dos bém estão expostos, e ar-condi- comerciantes. A força de trabacionado com fios para fora. lho que trabalhará no projeto precisará de capacitação. Como serão resolvidos? Primeiro, vamos recuperar a As multas começam neste mês parte elétrica e hidráulica. Em para todos os casos? relação aos fios, vamos identiO prefeito orientou multar ficar se é de responsabilidade principalmente as grandes pe-

Rafael Hupsel/Luz - 29/05/2007

O bairro oriental da Liberdade (no alto, à esquerda) a rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (foto no alto), a rua 25 de Março, no Centro (foto acima) e a avenida Duque da Caxias, foto à esquerda. Exemplos de comércios que já se adaptaram ou estão em fase de adequação à lei Cidade Limpa que, segundo Regina Monteiro, é irreversível.

ças, ou aqueles que não se mexeram para se adaptar à lei. Mas quem responde melhor isso é a secretaria de Coordenação das Subprefeituras. Aproximadamente metade das 30 mil solicitações do Cadan feitas pela internet foram aceitas pela Prefeitura. Não é pouco? Sim. O impressionante é que muita gente ainda não sabe que pode tirar o Cadan pela internet. Se o comerciante está dentro dos padrões e informa para o poder público que vai respeitar o tamanho do anúncio, ele pode obter o Cadan. A Prefeitura não quer saber se o anúncio será de pano ou de lona. Isso fica a critério do comerciante. O que a Prefeitura precisa saber e aprovar é o tamanho do anúncio, já que é isso que o fiscal vai fiscalizar.

O comerciante que obtiver o Cadan provisório pela internet terá dois anos para obter o alvará de funcionamento, sob o risco de perder o Cadan e, ainda, ser multado. O que está sendo feito para resolver o antigo problema de regularização do comércio por meio de alvará? O comerciante que obteve o Cadan provisório tem dois anos para se adequar e obter a licença de funcionamento. O problema é que a maioria do comércio não tem alvará porque a Prefeitura não vê isso desde a década de 70. Na Prefeitura, há estudos sobre isso e, alguns, falam em anistia, procedimento ao qual sou contra. Em vez de anistiar, acho que temos de mudar as regras. Se a cidade inteira está errada, alguma coisa está errada na lei. Um dos projetos de incentivo ao

comércio para que se adapte à lei é uma compensação pelo IPTU. Como está o projeto? Estão sendo feitas simulações de isenção ou desconto. Acho que a medida deveria se estender a todo o comércio, mas até agora acho que os beneficiados serão os imóveis de valor venal de até R$ 300 mil. Quando o projeto segue para a Câmara Municipal? O projeto de tem de ir à Câmara até setembro, para que a isenção seja válida para 2008. O que o comerciante deve fazer para requisitar a isenção do IPTU? O comerciante deve ter três fotos: de como a fachada era antes, da reforma e de como ficou após as obras. Além disso, deve apresentar notas fiscais dos produtos comprados para a reforma, em que conste o en-

dereço do estabelecimento reformado. Você já tem idéias para regulamentar a lei antipichação? Está muito difícil de regulamentar porque o projeto entrou na Câmara antes da lei Cidade Limpa. Há dificuldades em definir, por exemplo, quem pinta o imóvel. A lei coloca que serão pessoas que cumpram penas educativas. Mas isso quem determina é a Justiça. A contrapartida para quem ceder tintas é a colocação de uma placa de 15 x 30 cm. Isso não trará de volta à cidade um festival de placas? Placas estão proibidas, não pode. Os imóveis particulares serão pintados com dinheiro público e as parcerias com a iniciativa privada não envolverão placas. (RT)


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Ambiente Educação Compor tamento Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CRIATIVIDADE EVITA PREOCUPAÇÕES E BRIGAS

Computador e videogame são inevitáveis nessa época, mas devem ter o uso controlado.

Boas férias, custem o que custar As férias escolares de julho chegaram. Para evitar problemas em casa, especialistas recomendam às famílias se programarem para o período, inclusive financeiramente. Fotos de Paulo Pampolin/Hype

Kelly Ferreira

A

s férias escolares começaram. Se para as crianças e adolescentes isso significa apenas uma pausa nos estudos, para os pais esse período pode ser sinônimo de dor de cabeça e gastos extras. Para os que não tiram férias em julho há duas opções: deixar os filhos com avós, tias e empregadas ou investir em um programa divertido, pelo menos para as crianças, como os acampamentos. "A procura pelo acampamento tem sido muito grande. Muitos pais preferem o passeio a gastar dinheiro com lanches, parques, cinema. É uma opção que agrada os dois lados", diz Jussara Campos, do Acampamento dos Pumas, em Pindamonhangaba (SP), que já está com 60% das vagas reservadas nas férias. Apesar de não ser um passeio tão barato – no Pumas um período de 12 dias custa R$ 1.625,00, com todas as refeições incluídas – os pais também correm um sério risco de aumentar os gastos com os filhos dentro de casa. Para o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, uma das armadilhas para se gastar mais dinheiro do que o habitual nas férias é ir ao shopping center sem nenhum objetivo. O ideal, segundo ele, é ter um destino traçado antes de sair de casa, como ir ao cinema, fazer compras ou simplesmente tomar um lanche. "Isso evita gastos desnecessários e o saldo negativo no final do mês", diz o consultor. Criatividade - Cerbasi orienta que as pessoas que não têm dinheiro para investir em férias divertidas que apliquem seu tempo com criatividade. "É preciso usar a criatividade nas férias escolares para divertir as crianças sem gastar muito. Há várias formas: levar as crianças a um parque para andarem de bicicleta, soltar pipas, alugar DVD´s e jogos de videogame que ajudem as crianças a pensarem. Vale até resgatar antigas brincadeiras, como amarelinha e bolinha de gude. Já para os que têm opor-

Este ano, a executiva Martha Rocio Rocha, mãe de Rodrigo e Gustavo (fotos acima e à esq.), vai viajar com os filhos durante uma semana

tunidade de mandar os filhos viajarem, que o façam. É menos estressante para os pais e mais divertido para as crianças", explica o consultor. Mesmo com brincadeiras criativas e destinos certos em shoppings, Cerbasi calcula que uma família que tenha dois filhos e renda entre R$ 2.000 e R$ 3.000 gaste, no míni-

mo, R$ 600 a mais no período de férias escolares. "Isso inclui, além de dinheiro para os passeios e alimentação, a manutenção da casa. Gasta-se mais com guloseimas, produtos de limpeza e outras coisas, por falta de programação. É raro uma família que se programa para as férias escolares. É preciso fazer isso para gastar o or-

çamento de forma prazerosa e não fazer dívidas para os próximos meses", explica. Para o psiquiatra José Ângelo Gaiarsa, as férias escolares acabam sendo um drama para os pais. "Muitos têm filhos em idades diferentes que querem fazer programas diferentes. Isso acaba sendo uma tortura para os pais e desgastante para os filhos", explica. Outro problema, pelo menos na visão dos pais, é o uso contínuo da tevê, do videogame e do computador. "Pouco adianta dizer sim ou não, é difícil restringir. O importante nesses casos é valorizar programas e jogos que têm relação com o cotidiano. Há muitos jogos que ajudam as crianças a pensarem e resolverem situações com competitividade. Qualquer coisa é melhor do que não fazer nada", diz o psiquiatra. Na opinião de Gaiarsa, o ideal é, se puder, mandar os filhos para uma colônia de férias ou para um acampamento, para que eles tenham variedade de con-

tatos, além de deixar a família sossegada. "Se não puder fazer isso, os pais não precisam se sentir culpados. Crianças adoram ficar em casa sem eles." Trabalho - A executiva Martha Rocio Rocha, diretora de vendas da Ericsson, sabe como é difícil as férias de julho em casa. As crianças ficam livres da escola, mas ela e o marido não ficam longe do trabalho. Sobra sempre para Alice, fiel escudeira da executiva. "É ela que agüenta as malcriações, que participa das brincadeiras e que dá bronca. Ainda bem que eles (Rodrigo de 14 anos e Gustavo de 7 anos) são danados, porém tranqüilos", contou Martha. Este ano, ela pretende tirar uma semana de férias para viajar com os filhos. "Vai ser uma exceção e vamos viajar. Quero proporcionar isso para que eles também não fiquem estressados por ficarem em casa", conta. Quanto às brincadeiras das férias, não há como fugir da rotina computador, videogame e

bagunça. "Quando chego em casa nas férias parece que passou um furacão. É muita bagunça. Pulam no sofá, já é o terceiro que compro em um ano, brigam e deixam tudo espalhado. Mas não reclamo, eles sabem os limites que eles têm e até onde podem ir com a bagunça. Nos finais de semana, que estamos livres, procuramos levá-los a livrarias, parques e cinemas", diz. Na casa da secretária Silmara Araújo, as férias são um pouco diferentes. As filhas sempre ficam em casa. Este ano, a mais velha, Júlia, de 14 anos, vai viajar uma semana com a tia. Luisa, de 7 anos, vai ficar com a avó. "Elas já estão acostumadas com esse ritmo. Geralmente, tiramos férias em janeiro para passear com elas. Em julho, é tudo no improviso. Cinema, parquinho, andar de bicicleta e DVDs. Mas uma coisa não muda nunca: as brigas. A disputa por atenção, sem dúvida, aumenta muito nessa época", conta.


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

SUPERSIMPLES TEM VALIDADE QUESTIONADA NA JUSTIÇA FEDERAL

1 As empresas optantes do Simples Nacional passarão a ter preferência nas compras governamentais. Presidente Lula

Divulgação

Ricardo Trida/AE

Nese prevê "aumento brutal" da carga tributária

Para Lula, outra vantagem é a criação de empregos.

Entidades querem manter o enquadramento de seus associados até o fim do ano Sílvia Pimentel

A

Confederação Nacional de Serviços (CNS) ingressou na 14ª Vara Federal, em São Paulo, com mandado de segurança contra o Simples Nacional, conhecido como Supersimples, que passou a vigorar no último dia 1º. O objetivo da ação impetrada é obter uma liminar para que as empresas de serviços atualmente enquadradas no Simples Federal continuem no mesmo regime tributário até o final deste ano. Esta é a terceira ação contra o Supersimples. No Supremo Tribunal Federal (STF), a Lei Complementar nº 123, que criou o mais novo regime de tributação voltado às micros e pequenas empresas, tramitam mais duas ações diretas de inconstitucionalidade (Adin). Uma é da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) e a outra foi protocolada pela Associação Nacional dos Procuradores de Estados (Anape). De acordo com o presidente da CNS, Luigi Nese, várias empresas do setor de serviços possuem dívidas tributárias, o que as impedem de migrar para o Supersimples. "Além disso, algumas atividades terão aumento brutal da carga tributária, mesmo com a inclusão do Imposto sobre Serviços (ISS) na alíquota única", justifica. De fato, as tabelas com as

Não poderiam existir bases diferenciadas por tipo de atividade. Por que serviços devem pagar mais que o comércio? Luigi Nese, presidente da CNS alíquotas aplicáveis ao setor de serviços são mais altas na comparação com o comércio e a indústria, e variam de 6% a 18,5%, fora a contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que, em alguns casos, será cobrada separadamente. "A tabela do comércio começa com 4%", compara o presidente da CNS. Mais ações – As investidas da entidade contra o mais novo regime tributário não param por aí. A CNS deve ingressar antes do final deste mês – quando vence o prazo para os contribuintes que não estavam enquadrados no Simples Federal ou não conseguiram migrar automaticamente – com uma segunda ação na Justiça com o argumento de que foi criado um novo imposto. Trata-se do "ISS progressivo", cujas alíquotas podem oscilar entre 2% e 5%. De acordo com o dirigente da entidade, a Lei Complementar nº 116/2004, que ampliou a lista de serviços sobre

os quais se deve cobrar o ISS, determina a adoção de uma única alíquota para cada categoria de serviços. "Além disso, não poderiam existir bases tributáveis diferenciadas por tipo de atividade econômica. Por que serviços devem pagar mais que o comércio ou a indústria?", questiona. Balanço – A Receita Federal vai divulgar hoje, durante coletiva de imprensa em Brasília, o balanço das micros e pequenas empresas que migraram para o novo regime. Estar em dia com os fiscos federal, estadual e municipal é uma das condições básicas para que a transição ocorra de forma automática. Caso o contribuinte tenha débitos tributários, poderá solicitar o parcelamento de suas dívidas (veja texto abaixo, nesta página). Até o momento, dos 2,2 milhões de micros e pequenas empresas enquadradas no Supersimples que tiveram os dados fiscais avaliados pelas prefeituras, apenas 715 estavam aptas a migrar automaticamente porque pagam regularmente o ISS. Os demais contribuintes devem o imposto municipal ou possuem alguma irregularidade, como a falta de alvará de funcionamento. Quem quiser mais informações, o site da Receita Federal ( w w w 8 . r e c e i t a . f a z e nda .go v. br/ Sim pl esN aci on al/ def a u l t. a s p ) permite verificar quais empresas migraram automaticamente, bem como detalhes da legislação.

Governo estadual deve lançar programa de parcelamento Luiz Prado/LUZ

Renato Carbonari Ibelli

O

governo do Estado de São Paulo promete regulamentar, nos próximos dias, um Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) abrangendo dívidas com tributos ocorridos até 31 de dezembro de 2006. O programa será mais uma opção para as empresas que pretendem entrar no Supersimples mas, por terem pendência com o fisco, não estão habilitadas para aderir ao regime. O Supersimples não admite empresa com dívidas tributárias. As dívidas englobadas pelo programa do governo do estado serão as de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto de Circulação de Mercadorias (ICM). A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) informou ainda não ter os detalhes do PPI estadual. Pela resolução n° 4 do Conselho Gestor do Simples Nacional (CGSN), que detalha a lei Complementar n° 123, de 2006, que rege o Supersimples, empresas devedoras que pretendem aderir ao novo regime tributário poderão quitar as dívidas, ou entrar em programas de parcelamento, até 31 de julho de 2007. As empresas devedoras que pretendem entrar na nova sistemática precisarão aderir a ele antes de quitar ou parcelar suas dívidas.

José Maria Chapina: mais empresas deverão aderir ao regime

Na opinião do consultor tributário Flavio de Oliveira, da Confirp Consultoria Contábil, a PPI estadual "dará maior fôlego ao devedor de ICMS que pretende aderir ao regime". Já o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-SP), José Maria Chapina, "vê a medida como um pequeno avanço para atrair novas empresas ao regime". Empresas do município de São Paulo também podem aderir até o próximo dia 6 de julho ao PPI da prefeitura paulistana. Mas a adesão ao PPI municipal só será possível para quem tiver dívida com fato gerador anterior a 31 de dezembro de 2004. O programa de parcelamento do município

prevê desconto de 100% dos juros de mora e de até 75% da multa para quem quitar o débito em parcela única. No pagamento parcelado, é oferecida redução de 100% dos juros de mora e de até 50% da multa. O valor mínimo da parcela do PPI municipal é de R$ 500. Em até 120 parcelas – Outra opção de parcelamento pode ser encontrada no próprio Supersimples. O artigo 79 da lei que rege o novo regime tributário prevê a possibilidade de parcelamento, em até 120 vezes, dos débitos tributários firmados até 31 de janeiro de 2006, inscritos ou não na dívida ativa. O valor mínimo da parcela foi definido em R$ 100.

Pequenas empresas terão prioridade no governo, diz Lula

A

partir de agora, as micros e pequenas empresas do País terão prioridade nas compras governamentais de até R$ 80 mil. Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essa é uma das novidades da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas, que começou a vigorar no dia 1º de julho. "Essa é uma boa novidade proporcionada pela Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas. As microempresas e empresas de pequeno porte, optantes do Simples Nacional, passarão a ter preferência nas compras governamentais de bens e serviços até R$ 80 mil,

realizadas no âmbito federal, estadual e municipal", disse Lula em seu programa de rádio Café com o Presidente. Novo sistema – O Simples Nacional, também conhecido como Super Simples, unifica o recolhimento de impostos da União, dos estados e dos municípios para companhias com receita bruta anual de até R$ 2,4 milhões. O presidente Lula disse também que a nova lei permitirá a redução do tempo para abertura de uma empresa. "Dentre as vantagens, a lei proporciona fácil acesso ao crédito, estimula a inovação tecnológica e possibilita a

redução do tempo de abertura e fechamento de empresas, que hoje é de aproximadamente 150 dias para apenas cinco dias", disse. Outra vantagem, segundo o presidente, será o aumento da contratação de trabalhadores com carteira assinada. "Na medida em que a empresa pode se legalizar, pagando menos impostos do que habitualmente, vai poder admitir mais funcionários, sem medo de que isso torne sua carga muito pesada", explicou. A expectativa do governo é de o Supersimples formalizar um milhão de empregos no primeiro ano de vigência da lei. (AE) INFORME PUBLICITÁRIO

VOCÊ CONHECE O POP?

O

POP (Proteção do Investimento com Participação) é um novo produto de renda variável, negociado na BOVESPA, que proporciona uma determinada proteção contra a eventual desvalorização do investimento em ações em troca de uma participação nos potenciais ganhos desse investimento. Isso é possível por meio da combinação da aplicação em ações e seus respectivos derivativos. COMO FUNCIONA O investidor define o nível de proteção desejado ao escolher em que série de POP vai investir. Se a ação cair, ele recebe o valor do capital protegido, cobrindo assim o risco correspondente à desvalorização. Em contrapartida, se a ação subir, o aplicador abre mão de parte do lucro obtido

com a valorização do papel. A proteção do POP pode ser menor do que o investimento, mas é válida somente se mantida até o vencimento. VENCIMENTO No vencimento do POP, podem acontecer duas coisas: se o valor da ação for menor que o capital protegido, o investidor escolherá receber esse montante em vez de ficar com a própria ação. Essa escolha é o exercício da opção, que deverá ser comunicado à Corretora que o administra para ser executada no mercado. Se o valor da ação for maior que o capital protegido, o investidor deverá escolher se quer ficar com a ação sem qualquer proteção ou adquirir um novo POP, para continuar a ter uma determinada proteção ao seu capital. Essa escolha também deverá ser comunicada à Corretora.

RESGATE Caso o investidor precise resgatar o POP antes de seu vencimento, será realizada uma transação comum. O POP, assim como as ações, é um bem que pode ser comprado ou vendido a qualquer instante e em qualquer montante (obedecidos os lotes mínimos de negociação). Caso o investidor decida, basta dar à Corretora a ordem de vendê-lo e o valor correspondente será disponibilizado em sua conta. Nesse caso, ele receberá o valor de mercado do POP no momento da venda. É importante ressaltar que o valor do capital protegido é assegurado somente no vencimento do POP e a sua negociação antes do vencimento é efetuada aos preços do mercado. Para mais informações ligue para 0800 7710194 ou acesse o site www.bovespa.com.br.

COMO INVESTIR

COMO ACOMPANHAR

PROTEÇÃO

I O processo para investir no POP é o mesmo para comprar ações. O primeiro passo é procurar uma Corretora de Valores. Elas são as únicas instituições autorizadas a operar na BOVESPA. Acesse o site www.bovespa.com.br e veja a lista completa de Corretoras Membros.

I O investidor que deseja acompanhar suas aplicações no POP pode acessar o site da BOVESPA (www.bovespa.com.br), pela área "Cotação Rápida" ou a página da CBLC (www.cblc.com.br) e procurar pela seção CEI – Canal Eletrônico do Investidor.

I O funcionamento do POP e suas características de risco-retorno só valem se ele for mantido inalterado. Se o investidor vender ou comprar qualquer um dos três instrumentos do POP, a proteção de capital tornase inválida. Portanto, antes de "desmanchar" um POP, consulte sua Corretora.

Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO REFLEXÕES SOBRE A OPERAÇÃO ALEMÃO

A

G Que se ocupe

o Complexo e que a policia desaloje os bandidos de lá definitivamente

cussão da ocupação. O que eles têm a dizer? O que acham? Estão esperando furtivamente os resultados para opinar? Depois de registrarmos que aquele cerco anterior, com 20 homens, não daria em nada, esperamos que o próximo passo vá além do cerco e a megaincursão. Que se ocupe, de fato, o Complexo, e que a polícia fixe-se na região de cima e desaloje de lá os bandidos, definitivamente. Os corpos dos bandidos mortos (e os relógios, as roupas, o tipo físico) sinalizam que eram soldados da baixa hierarquia do tráfico. As armas apreendidas corresponderam a isso, fora aquelas que servem mais para fotos que para a ação, como metralhadoras anti-aéreas ou lança-rojões. O processo de recomposição das gangues é automático, com novos integrantes, novas armas, novas munições, novas drogas. Aliás, os novos soldados, por menor ex-

periência que tenham, são os mais perigosos. O que disse o secretário de Segurança - que a ocupação foi apenas o início - traz uma expectativa positiva dos desdobramentos. Na Favela da Maré, no extremo oeste, onde há um batalhão da PM mal localizado (por decisão do secretário de Segurança da época) e onde milícias já ocupam, mostrando que os bandidos não estão com essa bola toda, poderíamos levar o batalhão para o miolo da área, como propôs a Prefeitura na época. Coisa fácil de se fazer, obra simples. programa de Segurança Pública apresentado pelo PFL em 1998 e 2002 priorizava a ocupação das comunidades do corredor da Tijuca, para se ir reduzindo em progressão o confronto inicial e ampliando-o a outras áreas. Tudo bem: que sejam as do corredor da Leopoldina. Mas falta a transformação progressiva, uma a uma, das áreas integradas de segurança nos bairros em laboratórios de polícia integrada e rotina exemplar. Começar-se-ia pela Ilha do Governador. Agora, pela Baixa Leopoldina -Ramos, Bonsucesso, Olaria. A Operação Rio de 19941995 mostrou que as operações de ocupação em comunidades, sem outras correspondentes nos bairros adjuntos, reduz no início a criminalidade associada ao tráfico de drogas, mas faz explodir a criminalidade de rua. A SSP pode pedir os números do início de 1995 e conhecê-los. Fazer uma reavaliação da Operação Rio e não repetir os mesmos erros, com as conseqüências conhecidas. Este Ex-Blog torce para que as informações ainda não conhecidas sobre o desdobramentos da dinâmica da Operação Alemão sejam aquelas que, finalmente, produzam o mo to- con trá ri o do atual. Ou seja: que o bandido corra e tenha medo da polícia. E que a presença da polícia, ali e alhures, seja como nos bairros da zona sul.

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO

ELEVAÇÃO DO Céllus

operação ocorrida no Complexo de Favelas do Alemão foi o contrário do que os policiólogos midiático s vêm dizendo há anos. Aliás, todos se lembram imagens da TV mostraram quando a ONG Viva Rio e os policiólogos de plantão pediram que a polícia que ocupava a Rocinha saísse de lá. E (quem não se lembra? ) quando à partir de 1999 influenciaram a Segurança Pública para um alto de fogo, sempre que o tráfico de drogas traficasse à vontade, sem que houvesse troca de tiros em disputas de bocas de fumo. E o GPAE? Era a polícia cuidando da bocade-fumo para não haver tiroteios... Aliás, um GPAE foi criado na Vila Cruzeiro. Onde está? Só não se ouviu a voz destes policiólogos na reper-

Privacidade ou latrinidade? BENEDICTO FERRI DE BARROS

S

e se tivesse de escolher um ato e pronunciamento que tipificam antologicamente o estilo deste desgoverno e a dialética de abobrinhas do sim-e-não-muitopelo contrário, como nunca-antes utilizada por Lula, a escolha recairia sobre a cerimônia de recondução do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, coincidente com a visita de 40 minutos que o presidente do Senado fez ao presidente da República. A mixórdia começa por aí. Nesse mesmo lugar e hora, a presença do procurador Torquemada (o Grande Inquisidor do passado, afastado de suas atividades e sendo reconduzido) coincide com a do atualmente Grande Investigado presidente do Senado, que o presidente da República, na qualidade de magistrado desse encontro supremo, defende de esguelha e entredentes, enunciando abobrinhas da tradição jurídica, acompanhadas de sua tradicional mímica funambulesca: dois dedos em riste e a ginga de olhar ora para a direita, ora para a esquerda, afirmando com a cabeça o que emitiu pela boca. Todos são iguais perante a lei, até que seja julgado; todo cidadão goza a presunção de inocência; o Ministério Público e a Polícia Federal têm o direito e a obrigação de investigar e apurar os fatos até o fim, trá-la-li, trálo-ló. Tire daí cada cidadão a conclusão que já tinha em seu bestunto, pois aparentemente é isso mesmo que vem ocorrendo. O presidente do Senado agradece o apoio despedindo-se com dois tapinhas nas costas do presidente da República, que durante o ato sequer olhou para ele, pois o que focava eram as abobrinhas jurídicas. O ato mistificador foi desembrulhado pela seqüela dos pronunciamentos do ministro da Justiça e da ministra da Casa Civil, que, seguindo a dialética presidencial disseram, esta, que

A inconsistência da oposição

COMENTÁRIO DO

SACHA CALMON

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Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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O

imbróglio que paralisa o Senado no caso do seu presidente não envolve uma questão de privacidade, nem de direitos civis, como tem sido invocado por seu presidente e foi objeto de dissertação pelo presidente da República. Quer na defesa que o presidente do Senado faz de si próprio, quer nas ameaças chantagistas que faz aos seus pares, de revelar seus podres, o caso não é uma questão de direitos civis nem de privacidade. Mais se enquadra como um caso de latrinidade. É disso que resulta o internamento hospitalar do primeiro relator e as dificuldades de constituição da Comissão de Ética e da escolha de seu relator, o empenho do governo e do PMDB em chefiar a Comissão de Ética, a renúncia de diferentes senadores à chefia e relatoria do processo em causa. Nesse episódio, como em tantos outros, a nebulosidade em que os políticos procuram envolver suas maracutaias só para eles podem parecer salutares. Para o público informado são, evidentemente, coisas privadas deles próprios.

O imbróglio do Senado não é uma questão de direitos civis. É latrinidade.

PREFEITO DO RIO, CESAR MAIA

Q ue o bandido corra e tenha medo da polícia

foi um discurso presidencial sobre os direitos civis, e aquele que "deseja" que o presidente do Senado seja inocente". Uma no cravo e outra na ferradura. (O único equívoco do ministro da Justiça foi afirmar que isso mesmo, a inocência do senador , é o que o povo deseja, quando para o povo há muito suas maracutaias foram postas às claras por ele mesmo, o senador-presidente) Desse ato furta-cor, o que ficou claro é que, como o presidente da República seus ministros são neutros no que se refere ao caso e a pessoa do presidente do Senado, mas sumamente interessados em preservar a parceria do PMDB que é fundamental para garantir a chamada base de sustentação governista.

C

orrupção, segurança pública e falta de planejamento em infra-estrutura são os pontos fracos do governo, apontou recente pesquisa. Entretanto, a oposição só quer saber de CPIs e, a reboque, não tem projeto. O governo Lula é um sucesso macroeconômico, apesar da equivocada política de juros básicos - subiram demais e descem lentamente. O governo se dá bem com a política econômica de superortodoxia neoliberal, herdada à risca do antecessor (câmbio flutuante, metas de inflação, gastos sociais compensatórios e formação de superávit primário). Nesse ponto, a oposição não pode criticá-lo sob pena de criticar-se. Tamanho sucesso deve-se, em grande parte, a quatro fatores extragovernamentais: à extraordinária capacidade do agronegócio, à expansão do comércio internacional, forçando em quantidade e preços a exportação de commodities, c) ao aumento da renda interna, não por aumento de produtividade, mas pelo crédito consignado e da imensidão do Bolsa-Família e d) à total ausência de crises no mundo globalizado de baixa inflação, juros módicos e retumbante crescimento. No entanto, o Brasil não surfa bem nessa maré de prosperidade em razão da brutal carga tributária, mal distribuída, a sufocar o investimento, o emprego, a formalidade e o consumo, merecendo críticas. Se baixasse a carga, empregaria mais, formalizaria mais, arrecadaria mais, cresceria mais. A oposição não tem consistência teórica para criticar e, por isso, a Nação não lhe dá crédito.

Dois outros flancos estão abertos: o da política externa inábil e o medíocre reforma política. Há mais a fazer para combater a corrupção: diminuir o Estado empregador, tornar o Orçamento impositivo e liberar o Judiciário, ocupado em 80% com as querelas dos entes públicos. Urge criar tribunais administrativos, simplificar o processo e acabar com o foro privilegiado. Precisamos reduzir os cargos de confiança, de livre nomeação. No Brasil, são 24 mil, 2.792 só na Presidência da República. Nos Estados Unidos, 4,5 mil; na França, 500. Orçamento não impositivo favorece a troca de favores entre Executivo e Legislativo e, naturalmente, a corrupção.

A

oposição é um deserto de homens e de idéias. Na segurança, falta planejamento; as fronteiras não têm defesa para coibir o tráfico de drogas e de armas. Não se constróem presídios federais, nem se quebra o braço financeiro do crime organizado, tarefas típicas de um governo federal. Onde está a oposição? Remexendo o caldo podre das CPIs, sem êxito, na esteira das operações investigatórias da Polícia Federal. Sobranos uma inquietante percepção: até que ponto situação e oposição, alternadamente, pirateiam a República e o Estado, pro domo sua? Resta-nos a esperança de um grande líder na oposição, com um governo virtual e paralelo, para a sociedade comparar. É o que se aspira. SACHA CALMON É SÓCIO DO SACHA CALMON - MISABEL DERZI CONSULTORES E ADVOGADOS E PROFESSOR TITULAR DE DIREITO TRIBUTÁRIO DA UFRJ

A situação e a oposição, alternadamente, pirateiam a República?

NÍVEL DO MAR em do Rio de Janeiro e de Santa Catarina uma notícia assustadora: o nível do mar se elevou nessas regiões, chegando ao nível da praia, o que anuncia outras elevações mais graves no litoral de São Paulo, Espírito Santo e da Bahia, ou mesmo em toda a fímbria verde do mar do Brasil, com grandes devastações na orla marítima. Os jornais do dia 27/06 são minuciosos ao transmitirem as informações do IBGE sobre o fenômeno e suas prováveis conseqüências, já amedrontadoras, sobretudo para quem vive perto das águas do Atlântico. Temos na memória os acontecimentos do tsunami que devastou muitas cidades e que levou à morte milhares de pessoas, inutilizando muitas praias e regiões. Em nosso país não acontece o mesmo, mas devemos tomar como advertência os fenômenos que vêm ocorrendo no Rio e em Santa Catarina. Neste último, as águas do mar cobriram toda a frente de uma residência, impedindo os jogos de um avô com o seu neto. Não sabem os técnicos do IBGE, a rigor, se houve elevação do nível do mar ou se a terra desceu, mas o que sabemos é que o mar está invadindo calçadas e casas, levando a muitas a total destruição. O Rio e Santa Catarina já têm em mãos mais esse problema, que é de suma gravidade.

V

m dos fatores apontados pelo IBGE sobre a elevação do mar ou o rebaixamento da terra, foi o aquecimento global. O certo é que esses fenômenos escapam à capacidade do homem de controlá-los, como aconteceu, por exemplo, nos EUA, em Nova Orleans. Na realidade, estamos diante de uma ameaça universal, que pegará os países dos hemisférios norte e sul sem capacidade para defesa imediata. As informações principais foram fornecidas pelo IBGE, que vem estudando o assunto há tempos.

U

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G O mar está

invadindo calçadas e casas. Devemos tomar como advertência os fenômenos que ocorreram no Rio e em Santa Catarina.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - ECONOMIA/LEGAIS COMUNICADO

Eu Regina Maria Giffoni Marsiglia, comunico a perda de meu diploma de doutorado em Ciência Política pela USP, título homologado em 1 de junho de 1993.

CASA DE SAÚDE SANTA RITA S/A CNPJ/MF nº. 60.882.289/0001-41 Edital de Convocação – Assembléia Geral Extraordinária Ficam convocados os Senhores Acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada em primeira convocação no dia 13 de julho de 2007, às 15 horas, na sua sede social à Rua Cubatão, 1.190, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Homologação do aumento do Capital Social de R$ 4.050.800,00 para R$ 4.970.800,00, ou seja, um aumento de R$ 920.000,00,através de moeda corrente nacional ou mediante a utilização de créditos em conta corrente, mediante a emissão de 3.680.000 ações ordinárias nominativas sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 0,25 cada uma, valor este estipulado nos estritos termos do disposto no artigo 170, § 1º da Lei 6.476/76. O referido aumento foi deliberado na AGOE de 25/04/07, quando se iniciou o prazo de subscrição e integralização do mesmo, observando-se o direito de preferência dos senhores acionistas, conforme disposto no artigo 171,§ 4 da Lei nº. 6.404/76. 2. Em conseqüência do item anterior, deliberar a respeito da nova redação do “caput” do artigo 5º do Estatuto Social em vigor. São Paulo, 29 de junho de 2007. Dr. Carlos Eduardo Lichtenberger – Diretor Presidente. (02, 03 e 04/07/2007)

terça-feira, 3 de julho de 2007

União Brasileira de Vidros S.A.

UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A

CNPJ (MF) nº 61.594.172/0001-25 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente ficam convocados os acionistas da UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A para a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se no dia 23 de julho de 2007 na sede da UVCC, na Rua Amaral Gurgel, 560 – São Paulo – Capital às 19:00 horas, em primeira convocação e, em não havendo quorum, às 19:30 horas, em segunda convocação com qualquer número de convocados presentes, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras, bem como analisar a responsabilidade dos administradores da UVCC; 2. Alteração da forma de alienação do Patrimônio Imobiliário, a cargo da Comissão de Vendas instituída em Assembléia Geral; 3. Eleição de um novo membro para a Comissão de Vendas; 4. Redução do capital social e outros assuntos de interesse da UVCC. Obs: em conformidade com o disposto no artigo 133 da Lei 6.404/76 acham-se à disposição dos acionistas na sede da UVCC, o relatório de administração, cópia das demonstrações financeiras, parecer do auditor e demais documentos pertinentes a assuntos incluídos na ordem do dia. Maury Sergio Lima e Silva – Diretor Presidente.

CNPJ nº 60.837.689/0001-35 - NIRE nº 35300033205 Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da União Brasileira de Vidros S.A., a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 13 de julho de 2.007, às 10:00 horas, na sede social da companhia, localizada na Avenida Senador Teotônio Vilela, s/n, Km 30, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Objetivo: a) Homologação do aumento do capital social. São Paulo, 02 de julho de 2.007. Luis Roberto Souto Vidigal - Presidente. 03, 04 e 05/07/2007

Banco Alfa de Investimento S.A. (Sociedade Anônima de Capital Aberto) C.N.P.J. nº 60.770.336/0001-65 e NIRE 35 3 0005322 2 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária Data: 24 de abril de 2007. Horário: 09:00 horas, Assembléia Geral Ordinária e em seguida Assembléia Geral Extraordinária. Local: Sede social, Alameda Santos, 466, 4º andar, São Paulo SP. Presença: 1) acionistas titulares de ações ordinárias, representando mais de 2/3 do capital social, com direito de voto; 2) auditoria externa independente, KPMG Auditores Independentes, CRC 2SP014428/O-6, representada por Zenko Nakassato, CRC 1SP160769/O-0. Mesa: Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Presidente. Augusto Esteves de Lima Júnior, Secretário. Christophe Yvan François Cadier, Secretário. Ordem do Dia: 1. editais de convocação: no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Diário do Comércio, ambos de 05, 06 e 10/04/2007; 2. relatório anual da administração, balanço patrimonial encerrado em 31/12/2006 e demais peças das demonstrações financeiras, acompanhadas dos pareceres dos auditores independentes: Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio de 08/03/2007; 3. proposta da Diretoria, com pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, arquivados na sede social. Leitura de Documentos: Todos os documentos citados acima da Ordem do Dia foram lidos, colocados sobre a mesa e entregues à apreciação dos acionistas. Deliberações Tomadas por Votação Unânime em Assembléia Geral Ordinária: 1. com abstenção dos legalmente impedidos, aprovou o relatório anual da administração, o balanço patrimonial e demais peças das demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31/12/2006, os pareceres dos auditores independentes do Conselho Fiscal e do Resumo do Comitê de Auditoria, com as indicações constantes dos itens seguintes; 2. aprovou a destinação do lucro líquido do exercício, sendo a importância de R$ 4.365.469,20 para Reserva Legal, e o saldo remanescente do lucro líquido de R$ 58.542.384,15 para Reservas Estatutárias a saber: R$ 52.688.145,73 para Reserva para Aumento de Capital e R$ 5.854.238,42 para Reserva Especial para Dividendos; 3. ratificou a distribuição de juros sobre o capital próprio, relativos ao primeiro e ao segundo semestres de 2006; 4. declarou que a Assembléia Geral Extraordinária, a reunir-se em seguida, deliberará sobre a eliminação do excesso de reservas legal e estatutária em relação ao capital social; 5. com abstenção dos interessados e da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI, decidiu, na forma do Estatuto Social, atribuir aos administradores a participação de até 36 milésimos do lucro líquido ajustado, relativo ao último exercício, cabendo ao Conselho de Administração deliberar sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros e os da Diretoria; 6. com abstenção dos interessados e da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI e atendendo aos preceitos estatutários, fixou em até R$ 430.000,00 (quatrocentos e trinta mil reais), em média mensal, livre do imposto de renda na fonte, a remuneração global do Conselho de Administração e da Diretoria, nos termos do Estatuto Social, cabendo ao primeiro desses órgãos deliberar sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros e os da Diretoria. Essa verba vigorará a partir de abril corrente, inclusive, e poderá ser reajustada de acordo com os índices da inflação. Poderá o Banco proporcionar aos seus administradores transporte individual e, para alguns, também segurança, a critério do Conselho de Administração; 7. acolheu pedido de acionistas e deliberou instalar o Conselho Fiscal, cujos membros terão mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2008. Foram então reeleitos, por indicação da acionista, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI, que pediram a instalação do Conselho Fiscal, como membro efetivo, o Sr. Luiz Alberto de Castro Falleiros (CPF nº 024.351.768-80 - RG nº 6.855.739 - SSP-SP), brasileiro, casado, economista, residente e domiciliado em Sorocaba - SP, na Rua José Oliveira Lamberti, 103, e como membro suplente o Sr. Frederico Santana Sampaio (CPF nº 532.166.445-53 - RG nº 1.104.439 - SSP-SE), brasileiro, solteiro, economista, residente e domiciliado nesta Capital, com endereço comercial na Rua Jerônimo da Veiga, 45 - 4º andar. Os demais acionistas reelegeram então para integrar referido órgão: Efetivos - Dr. Aureliano José Pires e Albuquerque (CPF nº 001.905.518.87 RG nº 3.504.327-1-SSP-SP), brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua Dr. Luiz Augusto de Queiroz Aranha, 173, 6º andar; Dr. Luiz Alves Paes de Barros (CPF nº 272.014.578.53 - RG nº 3.472.461-SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, economista, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Alameda Franca, 1433, apto. 61; Dr. Rubens Barletta (CPF nº 397.909.328.04 - RG nº 3.540.429-SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua Raul Pompéia, 775, apto. 121; e Dr. Luiz Gonzaga Ramos Schubert (CPF nº 080.501.128.53 - RG 2.560.033-SSP-SP), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Alameda Jaú, 88 apto. 114; e como respectivos Suplentes Dr. Victório Amoroso (CPF nº 018.326.038 49 - RG nº 1.217.507-SSP-SP), brasileiro, viúvo, advogado, residente e domiciliado em Guaratinguetá (SP), na Rua Domingos Rodrigues Alves, 390; Sr. Paulo Roberto Mendes Salomon (CPF nº 011.169.597 04 e RG nº 2.406.352-SSP-RJ), brasileiro, casado, técnico em Administração, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua São Vicente de Paula, 645, apto. 102; Dr. Waldir Gonçalves Bastos (CPF 011.169.407-87 e RG nº 2.406.358-IFP-RJ), brasileiro, Casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Alameda Campinas, 967 - apto. 62; e eleger o Sr. José Celso Pereira Coelho, (CPF 000.446.793-00 - RG nº 3.189.109 - SSP-SP), brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Rua Conselheiro Brotero, 1208, apto. 94; 8. decidiu que cada membro efetivo do Conselho Fiscal, quando em exercício, perceberá a remuneração mensal mínima prevista em lei, e para cada membro suplente do Conselho Fiscal, será paga a remuneração mensal de R$ 1.000,00 (um mil reais); 9. com abstenção dos interessados e da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI e atendendo aos preceitos estatutários, fixou em R$ 16.500,00 (dezesseis mil e quinhentos reais) a remuneração semestral de cada um dos integrantes do Comitê de Auditoria; 10. os administradores ora reeleitos e eleitos não estão incursos em crime algum que vede a exploração de atividade empresarial, nos moldes do Código Civil, artigo 1011 - § 1º. Deliberações Tomadas por Votação Unânime em Assembléia Geral Extraordinária: 1. aprovou o aumento do capital social, no valor de R$ 32.000.000,00, elevando-o de R$ 303.000.000,00 para R$ 335.000.000,00, sem emissão de novas ações, mediante incorporação de igual valor, a ser retirado da conta “Reservas Estatutárias - Reserva para Aumento de Capital”, visando a eliminar o excesso a que se refere o parágrafo 3º do artigo 33 do Estatuto Social, tal como indicado na proposta da Diretoria e nos pareceres do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, reformando o artigo 5º, “caput”, do Estatuto Social, que passa a ser redigido da seguinte forma: “Artigo 5º O capital social é de R$ 335.000.000,00 (trezentos e trinta e cinco milhões de reais) dividido em 90.224.492 (noventa milhões, duzentos e vinte e quatro mil, quatrocentas e noventa e duas) ações escriturais, sem valor nominal, das quais 53.948.999 (cinqüenta e três milhões, novecentas e quarenta e oito mil, novecentas e noventa e nove) ordinárias e 36.275.493 (trinta e seis milhões, duzentas e setenta e cinco mil, quatrocentas e noventa e três) preferenciais, inconversíveis em ordinárias.”; 2. autorizou a publicação desta ata nos termos dos parágrafos primeiro e segundo do artigo 130 da Lei de Sociedades por Ações. Lida e aprovada, vai esta assinada pelos presentes. São Paulo, 24 de abril de 2007. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Presidente da Mesa. Augusto Esteves de Lima Júnior - Secretário. Christophe Yvan François Cadier - Secretário. Certidão Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 243.155/07-4, em 25/06/07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral. Reunião do Conselho de Administração: Data: 24 de abril de 2007. Horário: 14:00 horas. Local: Sede social, Alameda Santos, 466, 4º andar, São Paulo SP. Pauta: Eleição da Diretoria. Reuniu-se o Conselho de Administração do Banco Alfa de Investimento S.A., presentes os seus membros que abaixo assinam. Trataram os senhores Conselheiros, segundo preceitos legais e estatutários, da eleição da Diretoria pelo período de 1 (um) ano, que se estenderá até a primeira Reunião do Conselho de Administração que se realizar após a Assembléia Geral Ordinária de 2008. Resolveram, assim, por unanimidade, reeleger os seguintes membros daquele órgão: para Diretor Presidente: Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro, (CPF nº 128.798.437.15 - RG nº 9.519.184-7 - SSP - SP), brasileiro, separado judicialmente, engenheiro, residente e domiciliado em São Paulo - SP, com endereço comercial na Alameda Santos, 466 - 4º andar; para Diretores: Ailton Carlos Canette, (CPF nº 287.580.728-53 - RG nº 5.680.643 - SSP-SP), brasileiro, divorciado, administrador de empresas, residente e domiciliado em São Paulo - SP; Benedito Carlos de Pádua, (CPF nº 530.548.068-04 - RG nº 7.153.674 - SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, economista, residente e domiciliado em Alphaville, Barueri - SP; Roberto Musto, (CPF nº 042.833.108-40 - RG nº 12.313.187-X-SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, economista, residente e domiciliado em São Paulo - SP, todos com endereço comercial na Alameda Santos, 466 - 5º andar; Ivan Dumont Silva, (CPF nº 369.841.246-20 RG nº 1.112.905 - SSP-MG), brasileiro, casado, economista, domiciliado e residente em São Paulo - SP; e Fábio Alberto Amorosino, (CPF nº 073.874.508-11 - RG nº 12.854.760 - SSP-SP), brasileiro, casado, administrador de empresas, residente e domiciliado em São Paulo - SP, ambos com endereço comercial na Alameda Santos, 466, 6º andar; e eleger para Diretor, o Sr. Adilson Herrero, (CPF nº 856.973.628-20 - RG nº 5.707.479 - SSP-SP), brasileiro, casado, engenheiro eletrônico, residente e domiciliado em Barueri - SP, com endereço comercial, na Alameda Santos, 466 - 5º andar, permanecendo o Sr. José Antonio Rigobello com as áreas de responsabilidade a ele atribuídas, junto ao Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários - CVM, até a data em que o Sr. Adilson Herrero tomar posse no cargo. Os Diretores não estão incursos em crime algum que vede a exploração de atividade empresarial, nos moldes do Código Civil, artigo 1011 - § 1º. Nada mais a tratar, foi encerrada a reunião, da qual se lavrou esta ata que, lida e achada conforme, vai assinada pelos Conselheiros presentes. São Paulo, 24 de abril de 2007. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Conselheiro. Rubens Garcia Nunes - Conselheiro. Esta ata é cópia fiel da original lavrada em livro próprio. Banco Alfa de Investimento S.A. Ailton Carlos Canette - Diretor. Roberto Musto - Diretor. Certidão - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 243.156/07-8, em 25/06/07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

Financeira Alfa S.A. - Crédito, Financiamento e Investimentos (Sociedade Anônima de Capital Aberto) C.N.P.J. nº 17.167.412/0001-13 e NIRE 35 3 0004818 1 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária Data: 24 de abril de 2007. Horário: 09:30 horas, Assembléia Geral Ordinária e em seguida Assembléia Geral Extraordinária. Local: Sede social, Alameda Santos, 466, 4º andar, São Paulo - SP. Presença: 1) acionistas titulares de ações ordinárias, representando mais de 2/3 do capital social, com direito de voto; 2) auditoria externa independente, KPMG Auditores Independentes, CRC 2SP014428/O-6, representada por Zenko Nakassato, CRC 1SP160769/O-0. Mesa: Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Presidente. Augusto Esteves de Lima Junior - Secretário. Christophe Yvan François Cadier - Secretário. Ordem do Dia: 1. editais de convocação: no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Diário do Comércio, ambos de 05, 06 e 10/04/2007; 2. relatório anual da administração, balanço patrimonial encerrado em 31/12/2006 e demais peças das demonstrações financeiras, acompanhadas dos pareceres dos auditores independentes: Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio de 08/03/2007; 3. proposta da Diretoria, com pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, arquivados na sede social. Leitura de Documentos: Todos os documentos citados acima da Ordem do Dia foram lidos, colocados sobre a mesa e entregues à apreciação dos acionistas. Deliberações Tomadas por Votação Unânime em Assembléia Geral Ordinária: 1. com abstenção dos legalmente impedidos, aprovou o relatório anual da administração, o balanço patrimonial e demais peças das demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31/12/2006, os pareceres dos auditores independentes do Conselho Fiscal, com as indicações constantes dos itens seguintes; 2. aprovou a destinação do lucro líquido do exercício, sendo a importância de R$ 2.972.241,72 para Reserva Legal, e o saldo remanescente do lucro líquido de R$ 39.846.564,67 para Reservas Estatutárias a saber: R$ 35.861.908,19 para Reserva para Aumento de Capital e R$ 3.984.656,48 para Reserva Especial para Dividendos; 3. ratificou a distribuição de juros sobre o capital próprio, relativos ao primeiro e ao segundo semestres de 2006; 4. declarou que a Assembléia Geral Extraordinária, a reunir se em seguida, deliberará sobre a eliminação do excesso de reservas legal e estatutária em relação ao capital social; 5. com abstenção dos interessados e da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI, decidiu, na forma do Estatuto Social, atribuir aos administradores a participação de até 20 milésimos do lucro líquido ajustado, relativo ao último exercício, cabendo ao Conselho de Administração deliberar sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros e os da Diretoria; 6. com abstenção dos interessados e da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI e atendendo aos preceitos estatutários, fixou em até R$ 245.000,00 (duzentos e quarenta e cinco mil reais), em média mensal, livre do imposto de renda na fonte, a remuneração global do Conselho de Administração e da Diretoria, nos termos do Estatuto Social, cabendo ao primeiro desses órgãos deliberar sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros e os da Diretoria. Essa verba vigorará a partir de abril corrente, inclusive, e poderá ser reajustada de acordo com os índices da inflação. Poderá o Banco proporcionar aos seus administradores transporte individual e, para alguns, também segurança, a critério do Conselho de Administração; 7. acolheu pedido de acionistas e deliberou instalar o Conselho Fiscal, cujos membros terão mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2008. Foram então reeleitos, por indicação da acionista, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI, que pediram a instalação do Conselho Fiscal, como membro Efetivo, o Sr. Luiz Alberto de Castro Falleiros (CPF nº 024.351.768-80 - RG nº 6.855.739 - SSP-SP), brasileiro, casado, economista, residente e domiciliado em Sorocaba - SP, na Rua José Oliveira Lamberti, 103, e como membro Suplente, o Sr. Frederico Santana Sampaio (CPF nº 532.166.445-53 - RG nº 1.104.439 - SSP-SE), brasileiro, solteiro, economista, residente e domiciliado nesta Capital, com endereço comercial na Rua Jerônimo da Veiga, 45 - 4º andar. Os demais acionistas reelegeram então para integrar referido órgão: Efetivos - Dr. Luiz Alves Paes de Barros (CPF nº 272.014.578-53 - RG nº 3.472.461 - SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, economista, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Alameda Franca, 1433, apto. 61; Dr. Rubens Barletta (CPF nº 397.909.32804 - RG nº 3.540.429 - SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, advogado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Rua Raul Pompéia, 775, apto. 121; Dr. Waldir Gonçalves Bastos (CPF 011.169.407-87 e RG nº 2.406.358 - IFP-RJ), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Alameda Campinas, 967, apto. 62; e Dr. Luiz Gonzaga Ramos Schubert (CPF nº 080.501.128-53 - RG 2.560.033 - SSPSP), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Alameda Jaú, 88, apto. 114; e como respectivos Suplentes - Dr. Victório Amoroso (CPF nº 018.326.038-49 - RG nº 1.217.507-SP, brasileiro, viúvo, advogado, residente e domiciliado em Guaratinguetá (SP), na Rua Domingos Rodrigues Alves, 390; Sr. Carlos Fernandes (CPF 011.397.206-78 - RG M-104.937 - SSP-MG), brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Rua Pamplona, 391, apto. 124; o Sr. José Celso Pereira Coelho, (CPF 000.446.793-00 - RG nº 3.189.109 - SSP-SP), brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Rua Conselheiro Brotero, 1208, apto. 94; e eleger o Sr. Wilson Roberto Bodani Fellin (CPF nº 052.488.418-87 e RG nº 3.340.391 - SSP-SP), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua Oscar Freire, 1549, apto. 134; 8. decidiu que cada membro efetivo do Conselho Fiscal, quando em exercício, perceberá a remuneração mensal mínima prevista em lei, e para cada membro suplente do Conselho Fiscal, será paga a remuneração mensal de R$ 1.000,00 (um mil reais); 9. os administradores ora reeleitos e eleitos não estão incursos em crime algum que vede a exploração de atividade empresarial, nos moldes do Código Civil, artigo 1011 - § 1º. Deliberações Tomadas por Votação Unânime em Assembléia Geral Extraordinária: 1. aprovou o aumento do capital social no valor de R$ 22.000.000,00, sem emissão de novas ações, mediante incorporação de igual valor, a ser retirado da conta “Reservas Estatutárias - Reserva para Aumento de Capital”, visando a eliminar o excesso a que se refere o parágrafo 3º do artigo 29 do Estatuto Social, tal como indicado na proposta da Diretoria e nos pareceres do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, reformando o artigo 5º, “caput”, do Estatuto Social, que passa a ser redigido da seguinte forma: “Artigo 5º - O capital social é de R$ 182.000.000,00 (cento e oitenta e dois milhões de reais), dividido em 105.765.903 (cento e cinco milhões, setecentas e sessenta e cinco mil, novecentas e três) ações escriturais, sem valor nominal, das quais 59.439.005 (cinqüenta e nove milhões, quatrocentas e trinta e nove mil, e cinco) ordinárias e 46.326.898 (quarenta e seis milhões, trezentas e vinte e seis mil, oitocentas e noventa e oito) preferenciais, inconversíveis em ordinárias.”; 2. alterar a redação do artigo 6º, do Estatuto Social, que passa a ser assim redigido: “Artigo 6º - Todas as ações serão escriturais, permanecendo em conta de depósito no Banco ABN AMRO REAL S.A., em nome de seus titulares, sem emissão de certificado, nos termos dos artigos 34 e 35 da Lei de Sociedades por Ações. § Único - Observados os limites máximos fixados pela Comissão de Valores Mobiliários, o Banco ABN AMRO REAL S.A., como instituição depositária, poderá cobrar do acionista o custo do serviço de transferência da propriedade das ações escriturais”; 3. autorizou a publicação desta ata nos termos dos parágrafos primeiro e segundo do artigo 130 da Lei de Sociedades por Ações. Lida e aprovada, vai esta assinada pelos presentes. São Paulo, 24 de abril de 2007. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Presidente da Mesa. Augusto Esteves de Lima Jr. Secretário. Christophe Yvan François Cadier - Secretário. Certidão - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 243.153/07-7, em 25/06/07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral. Reunião do Conselho de Administração - Data: 27 de abril de 2007. Horário: 10:00 horas. Local: Sede social, Alameda Santos, 466, 4º andar, São Paulo - SP. Pauta: Eleição de Diretoria. Reuniu-se o Conselho de Administração da Financeira Alfa S.A. - Crédito, Financiamento e Investimentos, presentes os seus membros que abaixo assinam. Trataram os senhores Conselheiros, segundo preceitos legais e estatutários, da eleição da Diretoria pelo período de 1 (um) ano, que se estenderá até a primeira Reunião do Conselho de Administração que se realizar após a Assembléia Geral Ordinária de 2008. Resolveram, assim, por unanimidade, reeleger os seguintes membros daquele órgão: para Diretor Presidente: Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro, (CPF nº 128.798.437-15 - RG nº 9.519.184-7 - SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, engenheiro, residente e domiciliado nesta Capital, com endereço comercial na Alameda Santos, 466 - 4º andar; e para Diretor, o Sr. Rubens Bution, (CPF nº 012.626.258-66 - RG nº 9.541.400 - SSP-SP), brasileiro, casado, contador, residente e domiciliado nesta Capital, com endereço comercial na Alameda Santos, 5º andar e eleger para Diretor, o Sr. Adilson Herrero, (CPF nº 856.973.628-20 - RG nº 5.707.479 - SSP-SP), brasileiro, casado, engenheiro eletrônico, residente e domiciliado em Barueri - SP, com endereço comercial na Alameda Santos, 5º andar, permanecendo o Sr. José Antonio Rigobello com as áreas de responsabilidade a ele atribuídas, junto ao Banco Central do Brasil e à Comissão de Valores Mobiliários - CVM, até a data em que o Sr. Adilson Herrero tomar posse no cargo. Os administradores não estão incursos em crime algum que vede a exploração de atividade empresarial, nos moldes do Código Civil, artigo 1011 - § 1º. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, da qual se lavrou esta ata que, lida e achada conforme, vai assinada pelos Conselheiros presentes. São Paulo, 27 de abril de 2007. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Conselheiro. Fernando Pinto de Moura Conselheiro. Esta ata é cópia fiel da origina lavrada em livro próprio. Financeira Alfa S.A. - Crédito, Financiamento e Investimentos. Rubens Bution - Diretor. Paulo Guilherme M. L. Ribeiro - Diretor Presidente. Certidão - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 243.154/07-0, em 25/06/07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

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O Jornal do Empreendedor

LUCIANO WERTHEIM S/A EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS CNPJ (M.F.): 46.514.527/0001-35 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores Acionistas: em obediência às determinações legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V.Sas., as demonstrações contábeis relativas aos exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2006 e 31 de dezembro de 2005. Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos que forem julgados necessários. A Diretoria BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 E 2005 (EM REAIS) Demonstrações do Resultado para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2006 e 2005 (Em Reais) ATIVO Notas 2006 2005 PASSIVO Notas 2006 2005 Circulante: Circulante: Notas 2006 2005 Disponib. e aplic. financeiras 3 13.974.374 7.825.572 Financiamentos - SFH 6 5.914.516 3.311.495 Receita da venda de imóveis 20.394.949 14.341.596 Promit. compradores de imóveis 16.481.501 10.150.293 Fornecedores e contas a pagar 503.715 247.293 ( - ) Imp. incidentes sobre vendas (700.425) (551.929) Imóveis destinados à venda 4 23.571.884 26.796.511 Obrigações tribut. e trabalhistas 1.282.891 1.729.196 ( - ) Custo dos imóveis vendidos - (13.241.813) (8.374.798) Créditos diversos 596.458 561.582 Obrigações tributárias diferidas 7 1.569.341 683.115 6.452.711 5.414.869 ( = ) Result. da venda de imóveis Impostos a recuperar 122.317 1.169.076 Credores por imóveis compromis. 1.040.165 2.281.126 (+/-) Desp. e receitas operacionais: Despesas comerciais a apropriar 193.986 Antecipação de Clientes 233.267 Despesas administrativas (1.894.775) (1.828.843) 54.940.520 46.503.034 Juros sobre o capital próprio 1.797.398 Despesas comerciais (1.967.595) (1.734.026) Não circulante 10.543.895 10.049.623 Despesas tributárias (153.606) (257.564) Realizável a longo prazo: Despesas financeiras 10 (1.468.562) (1.004.437) Promit. compradores de imóveis 3.847.283 11.759.910 Não circulante Receitas financeiras 11 2.501.602 1.903.296 Depósitos compulsórios 23.064 23.064 Exigível a longo prazo: Outras receitas e despesas 7 (1.027.591) 1.969.954 3.870.347 11.782.974 Financiamentos - SFH 6 3.207.000 3.511.050 (4.010.527) (951.620) Permanente: Obrigações tributárias diferidas 7 931.757 1.425.414 ( = ) Result. antes das prov. tributárias 2.442.184 4.463.249 Investimentos 15.873 15.873 Total do passivo não circulante 4.138.757 4.936.464 IR e contribuição social - corrente (1.131.384) (882.835) Imobilizado líquido 5 877.634 933.984 Patrimônio líquido: IR e contribuição social - diferido 7 (310.204) 2.624.662 Diferido líquido 1.089 1.089 Capital social 9 43.000.000 37.600.000 ( = ) Lucro líquido do exercício 1.000.596 6.205.076 894.596 950.946 Reserva de lucros 2.022.811 6.650.867 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis Total do ativo não circulante 4.764.943 12.733.920 45.022.811 44.250.867 Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos para os Total do ativo 59.705.463 59.236.954 Total do passivo e patrimônio líquido 59.705.463 59.236.954 exercícios findos em 31 de dezembro de 2006 e 2005 (Em Reais) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis Origens de recursos 2006 2005 Das operações Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido para os exercícios findos em 31/12/2006 e 2005 (Em Reais) Lucro líquido do exercício 1.000.596 6.205.076 Reserva de lucros Lucros Item que não afeta o capital circulante líquido Capital social Reserva legal Retenção de lucros Total acumulados Total Depreciação e amortização 70.461 7.207 Saldos em 31 de dezembro de 2004 27.600.000 447.843 13.035.103 13.482.946 41.082.946 Recursos originados das operações 1.071.057 6.212.283 Aumento de capital 10.000.000 (10.000.000) (10.000.000) De terceiros Lucro líquido do exercício 6.205.076 6.205.076 Dimin. do ativo realiz. a l. prazo - promitentes 7.912.627 6.546.515 Dist. de divid. - jur sobre o cap. próprio (3.037.155) (3.037.155) (3.037.155) Total das origens 8.983.684 12.758.798 Constituição da reserva legal 310.254 310.254 (310.254) Aplicações de recursos Reserva de retenção de lucros 5.894.822 5.894.822 (5.894.822) Adições do ativo permanente 14.111 62.249 Saldos em 31 de dezembro de 2005 37.600.000 758.097 5.892.770 6.650.867 44.250.867 Dimin. do passivo exigível a l. prazo - financ. 304.050 682.652 Aumento de capital 5.400.000 (5.400.000) (5.400.000) Distrib. de divid. juros sobre o capit. próprio 3.037.155 Lucro líquido do exercício 1.000.596 1.000.596 Distribuição de dividendos 228.652 Distribuição de dividendos (228.652) (228.652) (228.652) Dimin. do passivo exig. a l. prazo - obrig. tribut. 493.657 1.637.795 Constituição da reserva legal 50.030 50.030 (50.030) Total das aplicações 1.040.470 5.419.851 Reserva de retenção de lucros 950.566 950.566 (950.566) Variação do capital circulante líquido 7.943.214 7.338.947 Saldos em 31 de dezembro de 2006 43.000.000 808.127 1.214.684 2.022.811 45.022.811 Demonstração da Variação do Capital Circulante Líquido As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis 2006 2005 Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis para os exercícios findos em 31/12/2006 e 2005 Ativo circulante No final do exercício 54.940.520 46.503.034 1. Contexto operacional: A Luciano Wertheim S/A Empreendimentos vendidas, conforme descrito na Nota 2.1. 2.7. Imobilizado. É registrado No início do exercício 46.503.034 38.967.073 Imobiliários foi fundada em 1950 e tem por objetivo a incorporação e pelo custo de aquisição. As depreciações são calculadas pelo método liVariação 8.437.486 7.535.961 comercialização de empreendimentos imobiliários próprios. 2. Principais near a taxas que levam em consideração a vida útil econômica dos bens. práticas e apresentação das demonstrações contábeis: As demons- 2.8. Financiamentos - SFH. Os recursos do Sistema Financeiro Passivo circulante No final do exercício 10.543.895 10.049.623 Habitacional foram obtidos para a aplicação no custo de obra das unidatrações contábeis foram elaboradas em conformidade com as práticas No início do exercício 10.049.623 9.852.609 contábeis adotadas no Brasil, sendo as principais: 2.1. Apuração do re- des em construção, denominadas no ativo circulante por imóveis destinaVariação 494.272 197.014 sultado de incorporação e venda de imóveis: Nas vendas a prazo de dos à venda. Estão atualizados pelas variações monetárias e pelos juros 7.943.214 7.338.947 unidade concluída, o resultado é apropriado no momento em que a ven- incorridos até a data do balanço. 2.9. Férias. As férias vencidas, as pro- Variação do capital circulante líquido da é efetivada, independentemente do prazo de recebimento do valor porcionais e os seus respectivos encargos incorridos até a data do balan- As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis contratual. Nas vendas de unidades não concluídas, foram observados ço, foram apropriados considerando-se o período aquisitivo individual 7. Obrigações tributárias diferidas. 7.1. Provisões fiscais diferidas. O os procedimentos e normas estabelecidos pela Resolução CFC n° 963/ dos funcionários. 2.10. Credores por imóveis compromissados. Reimposto de renda, a contribuição social, o PIS e a COFINS diferidos inci03, do Conselho Federal de Contabilidade, quais sejam: O custo incorri- presentado pelas obrigações decorrentes da aquisição de terrenos, do das unidades vendidas, incluindo o terreno, é apropriado integralmen- acrescidas das atualizações monetárias incorridas até a data do balanço. dentes sobre a diferença entre a receita tributada pelo regime de caixa e o valor registrado pelo regime de competência foram calculados de acor2.11. Provisões tributárias do exercício. A legislação fiscal (Instrução te ao resultado; As receitas de vendas e as despesas comerciais inerentes às respectivas incorporações são apropriadas ao resultado utilizan- Normativa SRF n° 84/79) permite que as receitas relacionadas às ven- do com os critérios previstos na legislação vigente, podendo ser assim do-se o método do percentual de conclusão de cada empreendimento, das de unidades imobiliárias sejam tributadas e os tributos recolhidos demonstrados: 2006 2005 sendo esse percentual mensurado em razão do custo incorrido em rela- com base em regime de caixa e não com base no critério descrito na Descrição 1.134.398 904.360 ção ao custo total orçado dos respectivos empreendimentos; As receitas Nota 2.1 para reconhecimento dessas receitas. O imposto de renda e a Imposto de renda Contribuição social 484.613 404.446 contribuição social são calculados observando-se os critérios estabelecide vendas apuradas, incluindo as atualizações monetárias, líquidas das 157.084 142.416 parcelas já recebidas, são contabilizadas como contas a receber. Valores dos pela legislação fiscal vigente, pelas alíquotas regulares de 15% PIS 725.003 657.306 recebidos superiores às receitas contabilizadas são registrados como acrescidas de adicional de 10% para o imposto de renda e de 9% para a COFINS 2.501.098 2.108.528 adiantamento de clientes; As demais receitas e despesas são apropria- contribuição social. Conforme facultado pela legislação tributária, a Soci- Total 1.569.341 683.115 das ao resultado de acordo com o regime de competência. As informa- edade optou pelo regime tributário de lucro presumido. A base de cálculo Parcela circulante 931.757 1.425.414 ções dos saldos das operações de incorporação imobiliária e venda de do imposto de renda é calculada à razão de 8% (incorporação imobiliária, Parcela não circulante unidades em construção estão demonstradas na Nota 8, de acordo com inclusive atualização monetária, a da contribuição social à razão de 12% 7.2. Mudança de regime tributário. A Sociedade, a partir de 2006, optou os critérios estabelecidos pela referida Resolução do CFC. 2.2. Disponi- (incorporação imobiliária) e 100% sobre as receitas financeiras, sobre as em mudar o regime de tributação do imposto de renda e da contribuição bilidades e aplicações financeiras. Registradas ao custo, acrescidas quais se aplicam as alíquotas regulares do respectivo imposto e contri- social de Lucro Real para Lucro Presumido. Com isso foi registrada, no dos rendimentos auferidos até a data do balanço. 2.3. Promitentes com- buição. Como a prática contábil de provisão e pagamento de tributos dife- exercício de 2005, reversão parcial dos tributos e contribuições federais, pradores de imóveis. Representados pelo saldo a receber de clientes re da prática fiscal, é calculado um passivo ou ativo de impostos e contri- contabilizada no resultado do exercício, conforme relacionamos a seguir: relativos à venda de unidades imobiliárias, atualizado pelos índices buições sociais federais diferidos para refletir as diferenças temporárias, Descrição R$ contratuais e juros devidos. O recebimento bruto efetivo proporcionado conforme comentado na Nota 7. 2.12. Estimativas. Na preparação das 1.796.086 por vendas de imóveis da empresa em 2006 foi de R$ 21.608.540 (R$ demonstrações contábeis são adotadas premissas para o reconheci- Efeitos do PIS/COFINS - outras receitas operacionais 22.752.705 em 2005). 2.4. Provisão para devedores duvidosos. Regis- mento das estimativas, para registro de certos ativos, passivos e outras Efeitos do IRPJ e da CSLL - reversão da mudança 2.624.662 tra os créditos com promitentes compradores de imóveis considerados operações como resultado de incorporação e venda de imóveis, tributos de regime tributário incobráveis, sendo constituída em valor suficiente para cobrir essas per- sobre receitas, entre outros. Os resultados a serem apurados quando da 8. Resultado de venda de imóveis . 8.1. Receitas e custos a apropriar das. 2.5. Imóveis destinados à venda. Registram os valores aplicados concretização dos fatos que resultaram no reconhecimento destas esti- de venda de imóveis não reconhecido nas demonstrações na aquisição de terrenos, disponíveis para futura incorporação, mativas poderão ser diferentes dos valores reconhecidos nas presentes contábeis . Conforme mencionado na Nota 2.1, são adotados os proceregistrados pelo custo de aquisição. Também são compostos por imóveis demonstrações. A administração monitora e revisa periódica e dimentos e normas estabelecidos pela Resolução CFC nº 963/03 para em fase de construção, sendo registrados os custos de obra correspon- tempestivamente estas estimativas e suas premissas. reconhecimento contábil dos resultados auferidos nas operações imobilidentes destes imóveis até a data do balanço e o terreno equivalente à 3. Disponibilidades e aplicações financeiras árias. Desta forma, os saldos de custos orçados das unidades vendidas R$ construção. 2.6. Despesas comerciais a apropriar. As despesas comerem construção e a receita de vendas de imóveis a apropriar, oriundo dos Descrição 2006 2005 ciais a apropriar estão representadas por custos e despesas incorridos empreendimentos efetivados, não estão refletidos nas demonstrações 334 500 na construção e manutenção dos “stands” de vendas e comissões pagas Caixa e outras despesas correlatas, diretamente relacionadas com cada em- Bancos conta movimento contábeis, cujos valores estão demonstrados a seguir: 3.963.574 2.507.356 preendimento, sendo apropriadas ao resultado observando o mesmo cri- Aplicações financeiras 2006 2005 10.010.466 5.317.716 tério adotado para reconhecimento das receitas e custos das unidades Total 13.974.374 7.825.572 Prestações a receber 5.430.998 3.480.592 Custos orçados 2.792.930 1.868.128 4. Imóveis destinados à venda 9.Patrimônio líquido. 9.1.Capital social. O capital social em 31/12/06 é Unidades R$ Em estoque Em estoque de R$ 43.000.000 (R$ 37.600.000 em 2005), totalmente integralizado, Terrenos Totais 2006 2005 2006 2005 sendo que o capital subscrito e integralizado é composto de 43.000.000 R. Michigan 6 6 6.058.432 de ações (37.600.000 ações em 2005) ordinárias no valor de R$ 1 cada. R. Indiana 1 1 2.237.969 9.2. Distribuição de dividendos. A Sociedade procedeu à distribuição R. Bernarda Luiz 1 1 1 690.481 615.181 de dividendos no valor de R$ 228.652, a qual necessita de aprovação na 690.481 8.911.582 Assembléia Geral e Ordinária. Até o exercício de 2005, a Sociedade reaImóveis em construção lizava a contabilização dos juros sobre o capital próprio sendo distribuído Villagio Arandu 72 23 21 9.087.242 naquele exercício o montante de R$ 3.037.155, que foi calculado de Terraços dos Manacás 46 27 40 8.284.728 8.797.687 acordo com a legislação tributária vigente. Os juros sobre o capital próUno São Paulo 20 19 4.318.150 prio foram registrados nos livros comerciais de 2005 como despesas Boulevard Brooklin 28 22 1.594.503 financeiras para fins da legislação fiscal. Para efeito de publicação foram Maggiore Brooklin 23 23 3.523.386 registrados diretamente no patrimônio líquido. Está assegurado aos acio17.720.767 17.884.929 nistas, o direito de dividendo anual mínimo obrigatório de 25% do lucro Imóveis concluídos do exercício ajustado de acordo com a legislação societária, salvo se a Villagio Arandu 72 23 21 5.160.636 Total 23.571.884 26.796.511 Assembléia Geral deliberar pela distribuição de dividendo inferior ao obri5. Imobilizado R$ gatório ou a retenção de todo o lucro (artigo 202, parágrafo 3º da Lei nº 2005 2004 6.404/76). O saldo restante terá o destino que a diretoria indicar, desde % Taxa de Custo Depreciação que aprovado em Assembléia Geral e observadas as disposições legais. Descrição depreciação Corrigido acumulada Líquido Líquido 10.Despesas financeiras Imóveis 4 495.785 (57.694) 438.091 438.887 2006 2005 Máquinas e equipamentos 10 38.324 (38.324) – – Juros passivos 765.188 231.984 Móveis e utensílios 10 93.976 (93.976) – – Variação monetária 89.617 159.552 Veículos 20 637.793 (203.401) 434.392 490.769 Equipamentos de computação 20 74.806 (69.655) 5.151 – CPMF 111.161 118.699 Direito ao uso de linha telefônica – 4.328 Variação cambial 483.735 492.834 Total 1.340.684 (463.050) 877.634 933.984 Outros 18.861 1.368 6. Financiamentos SFH - Os financiamentos SFH referem-se às liberações para projetos imobiliários garantidos pelos imóveis construídos, sendo Total 1.468.562 1.004.437 atualizados pelas taxas de juros contratuais, que variam entre 9 e 15% ao ano, observando-se o regime de competência. Os financiamentos sem 11.Receitas financeiras destinação específica estão igualmente atualizados de acordo com as taxas de juros contratuais: 2006 2005 R$ Rendimentos de aplicações financeiras 1.122.568 906.429 Instituição Financeira Tipo Obra 2006 2005 Juros obtidos 244 39.205 Banco Sudameris S/A SHF Villagio Arandu 5.861.823 3.272.196 Variação monetária ativa 500.229 Banco Safra - Luxembourg S/A Financiamento 3.259.693 3.550.349 Juros ativos 87.632 Total Geral 9.121.516 6.822.545 Variação cambial 790.929 957.662 Parcela circulante 5.914.516 3.311.495 Total 2.501.602 1.903.296 Parcela não circulante 3.207.000 3.511.050 LUCIANO WERTHEIM Diretor-Presidente

ROSA REIBSCHEID WERTHEIM Diretora Vice-Presidente

Aos acionistas da Luciano Wertheim S/A Empreendimentos Imobiliários: 1. Examinamos os balanços patrimoniais da Luciano Wertheim S/A Empreendimentos Imobiliários, levantados em 31 de dezembro de 2006 e 2005, as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas brasileiras de audi-

RICARDO WERTHEIM Diretor

DIRETORIA ELY FLÁVIO WERTHEIM Diretor

toria e compreenderam: o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da entidade; a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, assim como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posi-

OSVALDO WERTHEIM Diretor

CARLOS JACKSON S. VIEIRA 1SP CRC-TC 130.010/O-4

ção patrimonial e financeira da Luciano Wertheim S/A Empreendimentos Imobiliários, em 31 de dezembro de 2006 e 2005, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 13 de abril de 2007. LOURINALDO DA SILVA MESTRE Contador AUDITORES INDEPENDENTES 1SP 126.047/O-8 CRC 2 SP 018.196/O-8


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

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Política

O PSDB não se afastará um milímetro de sua posição: exige investigação séria e transparente. Carta do PSDB

Caio Guatelli/ Folha Imagem

TUCANOS PEDEM A CABEÇA DE RENAN PSDB refuta manobra para livrar o presidente do Senado das acusações e pede a sua saída do cargo

O

PSDB reunirá hoje concretizar-se, desestabilizasua bancada no Se- ria aquele conselho, retirandonado e deve pedir o lhe o que lhe resta de credibiliafastamento de Re- dade", informou o comunicanan Calheiros (PSDB-AM) da do da sigla. Sob condição do anonimato, presidência do Senado, informaram três parlamentares tu- representantes do partido afircanos à agência de notícias maram que Renan não pode "Reuters". Em nota divulgada permanecer no comando da ontem à tarde, o partido con- Casa sendo acusado de "obstadenou qualquer medida pro- culizar" o processo por quebra d e d e c o ro q u e telatória do caso. corre contra ele "Diante dos runo Conselho de mores de que o Ética. presidente do O movimento, Conselho de Éti- O PSDB entende que a se confirmado, ca, senador Leo- medida seria consolida a opomar Quintanilha protelatória. A sição como fia(PMDB-TO), es- concretizar-se, dora da saída de taria pretendenRenan Calheiros do remeter à Me- desestabilizaria o do cargo. Na sesa Diretora do Se- Conselho, retirandomana passada, o nado Federal o lhe o que lhe resta de Democratas já processo relativo credibilidade. havia pedido seu ao senador Reafastamento. nan Calheiros, ou O posicionamento do PSDB até levá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF), o PSDB en- será formalizado em reunião tende que essa medida seria hoje. Os líderes tucanos na Câmeramente protelatória. A mara, Antonio Carlos Pannun-

Abaixo-assinado distribuído e organizado pelo PSol pede a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência do Senado Federal

zio (PSDB-SP), e Júlio Redecker (PSDB-RS), também foram convidados a participar. Arthur Virgílio (AM), líder da bancada no Senado, disse que seu partido "não abre mão de que Renan seja julgado sob dois pressupostos: investigação profunda dos fatos e amplo direito de defesa". Irregularidades – Na semana passada, Leomar Quintanilha, que assumiu a presidência do conselho na quarta-feira passada, pediu que a consultoria legislativa do Senado se pronunciasse a respeito do processo. Segundo ele, há indícios de irregularidades na investigação. A equipe técnica

da Casa concluiu o parecer na do Senado. Na ocasião, sob arúltima sexta-feira apontando, gumento de uma solução rápida, foi o próprio pelo menos, dois Renan Calheiros erros de tramitaquem decidiu ção do processo. sozinho em relaNo primeiro ção à abertura do caso, afirma que a O partido exige que o processo. perícia da Polícia senador Renan A reunião do Federal nos docu- Calheiros se submeta c o n s e l h o t a mmentos apresena julgamento no bém está marcatados por Renan da para hoje. devia ter sido so- Conselho de Ética. É a licitada pela Me- grande oportunidade Ainda sem relator, a investigasa Diretora, não que tem de se ção corre lenta. pelo Conselho de defender. Aliados de ReÉtica. No segunnan, sobretudo do, alega que a Mesa deveria ter sido convoca- do PMDB, são acusados de da para deliberar a representa- manipular o processo em beção do PSol contra o presidente nefício dele.

"O PSDB exige que o senador Renan Calheiros se submeta a julgamento no Conselho de Ética. É a grande oportunidade que tem de se defender. Caso contrário, poderá sofrer condenação pela opinião pública. E a crise poderá aprofundar-se, carregando com ela toda a instituição parlamentar, que nos empenhamos em defender". Secreto –Os aliados de Renan querem discutir o assunto a portas fechadas na reunião da Mesa Diretora e decidir em votação secreta. A alguns senadores, o vice Tião Viana prometeu tomar "uma decisão republicana". (Agências)

Moreira Mariz/ Ag. Senado

Presidente do Conselho de Ética abre caminho para arquivar o processo

O

senador Leomar Quintanilha (PMDBTO), presidente do Conselho de Ética do Senado, enviou à Mesa Diretora da Casa o processo por quebra de decoro contra Renan Calheiros (PMDB-AL), mais de um mês após sua abertura. Até o momento, o caso não foi votado pelo Conselho. A medida é uma manobra para tentar arquivar o caso, que, na prática, volta à estaca zero. Com base na interpretação jurídica de que a representação do PSol não deveria ter sido enviada ao Conselho por uma decisão isolada do próprio Renan, o processo é remetido novamente para a Mesa Diretora, presidida pelo próprio sena-

dor, que irá analisar o caso e tomar ou não a iniciativa de encaminhar o pedido novamente ao Conselho de Ética. Vícios – Outro argumento usado por Quintanilha é o de que o Conselho aprovou solicitação de diligências à Polícia Federal sobre o caso Renan, e essa solicitação só pode ser feita pela Mesa Diretora. Segundo ele, esses dois fatos constituem "vícios" do processo. Após a decisão, o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RO), conversou com Renan e disse que não sabe quando a Mesa vai se reunir para apreciar a representação enviada ontem por Quintanilha. Já o Conselho de Ética tem reunião marcada

hoje para discutir o caso. O líder do DEM, senador José Agripino (RN), anunciou que vai recorrer ao Conselho contra a decisão de reenvio do caso à Mesa. Agripino disse que o órgão da Casa não pode ser "prisioneiro de arbitrariedade". A atitude de Quintanilha, segundo o senador do DEM, "está com cheiro de mais uma armação jurídica para procrastinar o processo." Os responsáveis – Compõem a Mesa, além de Renan, os senadores Tião Viana (PTAC). Papaléo Paes (PSDB-AP), Efraim Morais (DEM-PB), Gerson Camata (PMDB-ES), Cesar Borges (DEM-BA) e Magno Malta (PR-ES). (AE/Reuters)

E a Câmara vira cenário de um casamento

Antonio Cruz/ ABr

Tuma defende afastamento de Quintanilha

E

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corregedor do Senado Federal, senador Romeu Tuma (DEM-SP), defendeu ontem o afastamento imediato do novo presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDBTO). O comentário foi feito durante entrevista concedida à reportagem da Rádio Jovem Pan, de São Paulo. O parlamentar, lembrou Tuma, está sendo pressionado pelos demais integrantes do conselho a abandonar o cargo porque já responde a dois processos por desvio de verbas públicas no Supremo Tribunal Federal (STF). "Tendo em vista essas acusações, ele deveria renunciar à presidência. Se pesa sobre ele essa acusação, que é grave, ele deveria pedir licença e ceder o lugar para outro", afirmou o corregedor. O senador Romeu Tuma declarou, ainda, que pode ter

Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e sua manobra: caso volta à Mesa do Senado para depois ser arquivado

Tuma com Jefferson Péres: troca de informações sobre o caso

havido inclusive quebra de decoro parlamentar pelo atual presidente do Conselho de Ética do Senado. "Eu vou tentar identificar qual é o ministro que está de posse dos processos para que se possa fazer uma investigação preliminar e ver se houve ou não a quebra de conduta ética e moral", anunciou. Próxima reunião – O Conselho de Ética do Senado se reúne hoje para discutir a votação do processo por quebra de decoro parlamentar contra o

presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB). Deve ser definido, também hoje, o nome do novo relator do caso, após os últimos dois relatores pedirem afastamento da função. Epitácio Cafeteira (PTB), relator titular, afastou-se por motivos de saúde, enquanto Wellington Salgado (PMDB) decidiu renunciar por não concordar com o adiamento da votação do relatório. Sobrou para Quintanilha a missão – e ele também está sendo contestado. (AE)

m meio à crise política, as dependências da Câmara foram usadas no último sábado para a celebração de um casamento. Os noivos, policiais civis do Distrito Federal, receberam cerca de 300 convidados, segundo informações da Casa, no amplo restaurante do 10º andar do anexo 4, com direito a uma privilegiada vista panorâmica de Brasília. Com o veto da assessoria técnica e da direção da Câmara, o evento só aconteceu com a intermediação parlamentar. O restaurante funciona por meio de concessão e segue regras da Casa, o que não inclui a abertura nos fins de semana. Fora do horário de trabalho normal da Câmara, o restaurante precisa de autorização para funcionar. Essa exceção foi pedida pelo gabinete do

deputado Sérgio Brito (PDTBA), na semana passada. Brito, por meio da assessoria, afirmou que não sabia desse requerimento e transferiu a responsabilidade para o chefe de gabinete, Humberto Peres. "Eu fiz um ofício no sentido de consulta para atender ao pedido do dono do restaurante (Churrascaria Pampa), que queria fazer um jantar de confraternização e eu frisei que seria dentro do procedimento normal da Casa. Não queria nada de ilícito nem ilegal", afirmou Peres. Essa, no entanto, não foi a primeira vez que ele solicitou uma exceção. Em outra ocasião, a churrascaria foi aberta na noite de uma sexta-feira para um jantar. O pedido falava num grupo de 20 convidados, mas o restaurante atendeu a cerca de cem e, além disso, houve danos a obras de arte que

estavam expostas na galeria do 10º andar, segundo informações da Casa. Questão de espaço – Na sexta-feira, o segundo pedido do gabinete de Brito chegou às mãos do diretorgeral da Câmara, Sérgio Sampaio, que negou a solicitação. Dessa vez, coube ao deputado Laerte Bessa (PMDB-DF) interceder a favor da celebração. O deputado, ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, afirmou que foi procurado pelos dois agentes policiais para que ele tentasse liberar o espaço. "Eles me disseram que não tinham mais tempo para armar outro local e que já tinham feito os convites", disse Bessa. "Procurei o presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP), mas não o encontrei. Falei na presidência com um assessor do presidente, que liberou", afirmou Bessa. (AE)


terça-feira, 3 de julho de 2007

Finanças Tr i b u t o s Empresas Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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TÁXI AÉREO PODE SER MAIS ECONÔMICO QUE PASSAGEM

Para crescer, tivemos que comer o pão que o diabo amassou. Presidente Lula

AVIÃO ALUGADO OFERECE ROTA MAIS LIVRE E É POUPADO, EM PARTE, DAS CONFUSÕES NOS AEROPORTOS

TÁXI AÉREO CRESCE COM APAGÃO Milton Mansilha/LUZ

Fernanda Pressinott

A

Crise e filas nos aeroportos beneficiam o setor de táxi aéreo, que, apesar de também precisar da liberação dos controladores de vôo, parte logo em seguida. Além disso, o passageiro pode esperar em sala vip, com infra-estrutura.

Quando a compra é recomendada

C

omo saber se é hora ou não de comprar um avião? Os especialistas do setor indicam a compra de uma aeronave para aquelas p e s s o a s o u e m p re s a s q u e voam mais de 30 horas por mês, em média. O custo de manutenção – que varia conforme a aeronave e a utilização – torna-se menos oneroso do que as passagens ou fretamentos. Abaixo disso, os empresários costumam comprar apenas por prazer

pessoal. "Também tem aquelas empresas que não desejam imobilizar um ativo e não compram um avião nunca", diz o diretor de táxi aéreo da Líder Aviação, Eduardo Uchoa. Entre as companhias brasileiras que têm aviões e helicópteros próprios estão Bradesco, Safra, Itaú, CSN, Votorantim e Vale do Rio Doce. Nenhuma delas fala a respeito. Uma possilibidade menos onerosa para quem pretende manter um avião é deixá-lo sob

os cuidados de uma companhia especializada em táxi aéreo nos períodos de ociosidade. "Por exemplo, se o executivo sabe que não usa o aparelho às segundas-feiras, ele pode deixar a aeronave à disposição de uma companhia para a realização de outros fretamentos nesse dia. Nós gerenciamos o uso do equipamento e fazemos a manutenção. Dessa forma, os custos são divididos", afirma o executivo, sem detalhar valores ou acordos. (FP)

Lídio Carraro: o vinho do Pan

O

s produtores brasileiros de vinhos têm sofrido recentemente com o aumento da importação da bebida, favorecida pelo dólar desvalorizado (leia mais sobre o assunto na página 10 deste caderno). Mas algumas vinícolas como a Lídio Carraro, da Serra Gaúcha, afirmam não sentir os efeitos negativos do câmbio valorizado. A empresa produz vinhos que classifica de premium, com preços a partir de R$ 45 — faixa de valor em que o Brasil é competitivo, na avaliação de Juliano Carrraro, enólogo e sócio da vinícola. As bebidas produzidas pela empresa foram as escolhidas para receber a marca dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007. "O Comitê Olímpico não queria

optar por uma companhia que vendesse vinhos de maneira massificada e nem com pouco reconhecimento no mercado, que se aproveitasse do Pan para se promover", afirma o executivo. A produção da Lídio Carraro não ultrapassa 200 mil garrafas. A empresa, que colheu sua primeira safra de uvas viníferas em 2002, aposta no manejo das videiras para ter produtos de qualidade e desenvolve um serviço comercial quase personalizado. De acordo com Carraro, a vinícola faz um trabalho muito detalhado, por meio do qual é possível observar desde as características do solo até a forma de venda dos produtos finais. Os vinhos fabricados pela Lídio Carraro são encon-

trados apenas em restaurantes sofisticados e lojas especializadas na bebida. Segundo o sócio da empresa, o manejo correto da cultura, com o plantio de videiras em espaldeiras, garante mais luminosidade e menor produção por planta — o que garante maior concentração das características das frutas e, em conseqüência, um vinho de melhor qualidade. Carraro afirma que a vinícola foi pioneira na utilização da técnica e que a enóloga responsável, Mônica Rossete, começou a introduzila há dois anos na Itália. A especialista está aprendendo outras técnicas e o uso de diferentes equipamentos para usar quando retornar ao Brasil. Adriana David

crise nos aeroportos está ajudando pelo menos um setor ligado à aviação, o de táxi aéreo. De acordo com a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), o segmento cresceu a taxas superiores a 10% nos últimos dois anos e tende a se manter nesse ritmo em 2007. Nessa expansão estão incluídos tanto o faturamento das empresas de táxi com fretes como com a venda de aeronaves. Esse crescimento contínuo também se deve à estabilidade econômica e ao câmbio, que reduz o preço dos serviços e dos aviões. Embora os vôos empresariais que saem de grandes aeroportos também estejam sofrendo com atrasos e o fechamento de pistas, e dependam da liberação dos controladores, eles saem imediatamente ao receberem autorização, economizando tempo de grandes executivos e evitando o transtorno em filas e saguões lotados. Além disso, enquanto esperam a liberação, esses empresários ficam em salas vips, com toda infra-estrutura e total privacidade. Em alguns casos, as companhias de táxi até mesmo informam ao executivo, por telefone, se há algum problema no aeroporto, antes que ele se desloque para lá. "As restrições em aeroportos como Congonhas também se aplicam ao táxi, mas não sofremos

Ó RBITA A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Lula: comemos o pão que o diabo amassou

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Balança tem 2° melhor resultado do ano

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Governo eleva previsão de exportações

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Bens de consumo: crescem as importações

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Emissões de títulos atingem R$ 48,7 bi

economia e o dólar estão fazendo as empresas reverem suas estratégias", diz o diretor comercial José Eduardo Brandão. A empresa representa no País a canadense Bombardier e os turboélices Pilatus. Agricultura – O crescimento do agronegócio também está ajudando o setor; afinal, apenas jatos executivos, turboélices e helicópteros conseguem chegar a pistas pequenas. "O pouso e a decolagem são feitos por aproximação visual", explica o diretor de táxi aéreo da L í d e r Av i a ç ã o , E d u a r d o Uchoa. Segundo ele, as rotas da capital paulista para cidades pequenas do Centro-Oeste, Paraná e interior de São Paulo cresceram 30% nos últimos dois anos. Mas o eixo Rio de Janeiro-São Paulo-Brasília ainda concentra 70% dos vôos executivos. Além da mobilidade de chegar a lugares ermos do País, ou de fugir das rotas comerciais, aeronaves pequenas voam em altitudes mais baixas, o que as livra de congestionamento. "Os vôos executivos também são mais flexíveis, permitem que o empresário visite três ou quatro cidades no mesmo dia, dependendo da agenda", diz Uchoa. A Líder cresceu 14% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2006 e quer manter esse nível de atividade durante o ano. A companhia tem hoje 27 aviões, entre frota própria e gerenciada, além dos helicópteros.

Qual o tipo ideal de aeronave?

A

escolha da aeronave para vôos executivos depende de critérios como valor e preferências do cliente. Mas itens como distância, conforto, além de custos de aquisição e manutenção, são os principais fatores a serem levados em consideração. Para quem faz viagens de até 400 quilômetros de distância, o ideal são os helicópteros, que voam em altitudes baixas, livres dos problemas com con-

Companhia Melhoramentos Norte do Brasil

INFLAÇÃO A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) subiu 0,42% na última semana de junho.

o efeito dominó dos vôos de carreira", diz o vice-presidente executivo da Abag, Adalberto Febeliano da Costa. As companhias de táxi aéreo não declaram faturamento nem informam que modelos de aeronaves foram vendidas e para quem, mas é possível imaginar a movimentação do mercado com os números da Táxi Aéreo Marília (TAM), por exemplo. A companhia passou de 30 horas/vôo ao mês com 15 aviões no ano passado para 60 horas/mês com a mesma frota neste ano. Para tentar ampliar o serviço, comprou dois aviões usados, cada um por cerca de US$ 2,7 milhões. "Estamos no limite da capacidade de vôo e, por isso, devemos comprar, pelo menos, mais uma aeronave até o final do ano", diz o presidente da empresa, Rui Aquino. O mercado está tão aquecido que a TAM, que é representante da norte-americana Cessna no Brasil, tentou, sem sucesso, reservar cinco aviões novos Citation Mustang para a própria empresa. Acabou vendendoos para clientes que querem ter seus jatos. Em 2006, a TAM vendeu 33 jatos executivos. A OceanAir também vive um bom momento. Cresceu 10% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2006 e ficou entre as principais empresas do setor. "Notamos um aquecimento maior na venda de aeronaves, sejam aviões ou helicópteros, porque a irritação nos aeroportos, a

CNPJ nº 14.920.540/0001-06 - NIRE 35.3.0010801-9 Ata da Assembléia Geral Ordinária Realizada em 26 de Abril de 2007 Data, Hora e Local: Aos vinte e seis dias do mês de abril de dois mil e sete, às 16:00 horas, no prédio da sede social, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, nesta Capital. Presença: Acionistas representando 99,99% (noventa e nove vírgula noventa e nove por cento) do capital social, conforme as assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas, atendendo a convocação efetuada de conformidade com o art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, como Presidente, eleito entre os acionistas presentes, e Dr. André Luís Garbuglio como Secretário. A Acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentou pedido de cópia de documentos e manifestação relativa à eventual lavratura da ata em forma de sumário, os quais foram registrados pela mesa como Docs. 01 e 02. Ordem do Dia: (a) prestação de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006 e destinação do resultado; (b) eleição dos membros da diretoria para o próximo triênio; e (c) fixação dos honorários globais da Diretoria. Deliberações: A Acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentou pedido de esclarecimentos, registrado pela mesa como Doc. 03, esclarecimentos esses que foram devidamente prestados pelos administradores presentes. Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos e com a abstenção da Acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio, cujos votos foram registrados pela mesa como Docs. 04, 05 e 06, deliberaram: (a) por maioria, aprovar o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006, acompanhado das Notas Explicativas; (b) por maioria, eleger para o próximo triênio, os seguintes membros para a Diretoria da Companhia: Sr. Paulo Nelson Pereira, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 581.527-7-SSP/SP, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº 005.051.028-20, com escritório na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, para o cargo de Diretor Presidente; e os Srs. Gastão de Souza Mesquita, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG nº 4.290.003-SSP/SP, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº 531.065.208-68, com escritório na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar; e Roberto de Oliva Mesquita, brasileiro, casado, engenheiro agrônomo, portador da Cédula de Identidade RG nº 11.462.182-2-SSP/SP, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº 023.114.848-85, com domicílio no Município de Jacarezinho, Estado do Paraná, na BR 153, Km 9, CEP 86400-000, para os cargos de Diretores, que investir-se-ão nos respectivos cargos mediante a assinatura do termo de posse a ser lavrado no livro de atas de reunião de diretoria, no prazo legal; e (c) por maioria, fixar os honorários da Diretoria pelo limite global mensal de R$1,00 (um real) por Diretor. Registrada a presença dos Diretores da Companhia. Nada mais havendo a tratar e ninguém pedindo a palavra, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos da Assembléia até a lavratura desta ata, que, conforme aprovação unânime dos presentes, foi lavrada na forma sumária. Assinam a ata: O Presidente, Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, o Secretário, Dr. André Luís Garbuglio e os Acionistas: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná,(p.p. Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni), Paulo Nelson Pereira, Roberto de Oliva Mesquita, Gastão de Souza Mesquita, Suzana de Oliva Mesquita (p.p. Dr. Luís Augusto Egydio Canedo), Lúcia de Mesquita Nunes (p.p. Dr. André Luís Garbuglio) e Maria Helena Moraes Barros Pamio (p.p. Dr. Luís Gustavo Haddad.). Esta ata é cópia autêntica da que se encontra lavrada em livro próprio da Companhia Melhoramentos Norte do Brasil.São Paulo, 26 de abril de 2007. Dr. André Luís Garbuglio - Secretário. JUCESP nº 205.102/07-4 em 24/05/2007.Cristiane da Silva F. Corrêa - Secr. Geral.

troladores de vôo. Para os que precisam fazer percursos mais longos, a opção deixa de ser econômica e se torna desconfortável por não ter tanta infraestrutura interna. Já as aeronaves turboélice, mais flexíveis, são indicadas para regiões com menos estru-

tura ou pistas rudimentares e atingem grandes distâncias. Os jatos, mais sofisticados e confortáveis, percorrem grandes trajetos, até mesmo intercontinentais, dependendo do tamanho e modelo. Mas têm custo inicial alto, assim como a manutenção. (FP)


terça-feira, 3 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Se eu tivesse que identificar a mais importante ameaça à diversidade biológica da Terra, ela seria a demanda crescente por biocombustíveis.

Divulgação

terça-feira, 3 de julho de 2007

www.dcomercio.com.br/logo/

Do pioneiro do ambientalismo, o norte-americano Lester Brown, na Folha de S. Paulo. Segundo ele, o uso do milho para produzir álcool combustível desencadeou uma disputa épica entre os 800 milhões de donos de carros e os 2 bilhões de pessoas mais pobres do planeta.

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3 Nascimento da atriz, cantora e bailarina norte-americana Josephine Baker (1906-1975)

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Ele desbancou Bill Gates

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Magnata mexicano supera o dono da Microsoft e se torna o homem mais rico do mundo

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magnata mexicano Carlos Slim deu uma rasteira impossível no co-fundador da Microsoft, Bill Gates, e se tornou o homem mais rico do mundo, com fortuna estimada em US$ 67,8 bilhões. Um aumento de 27% de março a junho no preço da ação da América Móvil, a maior operadora de telefone celular da América Latina, controlada por Slim, e que no Brasil é dona da Claro, o deixou US$ 8,6 bilhões mais rico que Gates, disse Eduardo Garcia na Sentido Comum, publicação financeira online criada por ele. A revista F o r be s informou em abril que Slim havia superado o in-

Andrew Winning/Reuters

crescendo em muitos países em desenvolvimento, especialmente entre adolescentes, e por isso o número anual de mortos deve subir para 8,3 milhões nos próximos 20 anos, segundo Bettcher. Por outro lado, se os governos introduzirem medidas como aumento de impostos, proibição de propaganda e proibição do fumo em lugares públicos, a taxa de mortalidade relacionada ao tabagismo pode cair pela metade até 2050, disse ele. "É uma epidemia completamente evitável", disse Bettcher, citando países como Cingapura, Austrália e Tailândia, cujas duras leis antifumo ajudaram as pessoas a largar o hábito. "Se fizermos isso, até 2050 podemos salvar 200 milhões de vidas".

vestidor bilionário Warren Buffett e chegou ao segundo lugar na lista, com Gates ainda liderando. A Forbes subiu Slim no ranking por causa de ganhos em sua companhia Carso e com a telefônica Telmex, enquanto as ações da Berkshire Hathaway, de Buffett, caíram no mesmo período. Há três meses, a Sentido Comum já havia classificado Slim como mais rico que Gates, mas apenas por uma pequena margem. Agora, Garcia afirma que não há dúvidas de que a fortuna do mexicano é maior em valores atuais das ações. Slim afirmou em uma entrevista à Reuters este ano que não tinha o hábito de calcular sua fortuna regularmente. Ele e seu porta-voz não estavam imediatamente disponível para comentários.

Fiat/AFP

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Todo mundo canta junto

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Taberu Me seja feito nos alimentos mais simpáticos e fáceis de comer, como as castanhas e balas. Além de imprimir as informações básicas de um cartão de visitas, como logo da empresa, nome, telefone e endereço, o sistema pode também imprimir imagens simples e pequenas. O cartão de comer pode ser um tanto exótico para ser apresentado numa reunião de negócios, mas ao menos é um lixo orgânico, que não prejudica o meio ambiente. Cada caixinha com 150 Taberu Me custa cerca de US$ 50), o que aparentemente é bem barato, se você considerar o impacto da novidade, se bem usada, para seus negócios.

A modelo Gisele Bündchen apresenta um dos modelos do estilista inglês John Galliano para a Maison Christian Dior, que ontem completou 60 anos.

O norte-americano The New York Times publicou ontem uma longa crítica ao show do brasileiro Carlinhos Brown, que "fez da participação da audiência uma prioridade de sua apresentação" no Nokia Theater na última sexta-feira à noite. "Palmas, acompanhamentos vocais e braços levantados em movimentos sincronizados" faziam o público tremer até a dança lenta do final. "Brown não fala sobre amor em suas músicas, suas músicas em geral celebram a cultura afro-brasileira e as raízes de seu povo".

Ligue para o número do amendoim A empresa japonesa Arigatou Co., especializada em impressão a laser em alimentos, lançou um produto especial para o marketing empresarial: o cartão de visitas em amendoins – e também bolinhas de chocolate, pequenas balas, castanhas, amêndoas e similares. O "Taberu Me" (algo que pode ser traduzido como cartão para comer) é produzido graças a um método especial de gravação com laser de CO2 chamado "Shiawase-kun", que pode gravar até 700 caracteres por segundo em materiais orgânicos duros como feijões, castanhas, arroz e massas secas. A Arigatou vende todos esses tipos de alimentos com impressão, mas recomenda que o

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Um bilhão de pessoas vão morrer vítimas de doenças relacionadas ao fumo neste século caso países ricos e pobres não se mobilizem contra o tabagismo, disseram ontem diretores da Organização Mundial da Saúde (OMS). "O tabaco é um produto defeituoso. Mata metade dos seus consumidores", disse Douglas Bettcher, diretor da Iniciativa Sem Tabaco, da OMS, no início de uma conferência internacional em Bangcoc que pretende traçar um plano mundial contra o cigarro. "Ele mata 5,4 milhões de pessoas por ano, e metade dessas mortes acontece em países em desenvolvimento. É como um (avião) Jumbo caindo a cada hora", afirmou. O tabagismo está

François Guillot/AFP

T ABAGISMO

ÍCONE - Amanhã, a Fiat comemora os cinquenta anos do lançamento da primeira versão de seu modelo Cinquecento (500). Ícone de seu tempo, o automóvel ganhará, no mesmo dia, uma nova versão. A festa de lançamento acontecerá em Turim, sede da empresa.

www.arigatou3.com

C HINA C A R T A Z

Esticando o orçamento

Viciados em estourar bolhas de plástico em geral ganharam um brinquedinho para as horas de ansiedade. O PuchiPuchi é um chaveiro com oito botões que simulam a sensação e o barulho de cada estouro. Criado pela empresa japonesa Bandai, a cada cem estouros, o aparelho muda de barulho. Os sons vão de uma voz sexy ao barulho de campainha. Custa R$ 12.

Conseguir pagar todas as despesas e ainda chegar ao fim do mês com dinheiro para o chopp soa como uma missão impossível? Então você pode aprender muito no minicurso online gratuito de orçamento do site Workshop. O curso ensina a negociar dívidas e a pedir desconto em qualquer compra. Uma dica é chegar com o cheque pronto à loja com o valor do produto já com desconto e dizer ao vendedor: "só tenho isso". Para receber as lições por e-mail basta se inscrever no site.

www.kilian-nakamura.com

www.workshop.com.br

Neuschwanstein, na Bavária, foi reconstruído entre 1864 e 1886 e aberto ao público em 1903 é um dos mais populares castelos da Europa e concorre ao título de uma das sete novas maravilhas do mundo.

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Esperança contra a gripe aviária Uma equipe internacional de cientistas, liderados pelos EUA, informou ontem que identificou anticorpos humanos capazes de neutralizar vários tipos do coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), ou gripe aviária. A descoberta é uma esperança para o desenvolvimento de uma vacina para a doença. A Sars surgiu na província de Cantão, no sudeste da China, no final de 2002, e causou a morte de cerca de 800 pessoas no mundo todo, de um total de mais de 8 mil casos registrados. L OTERIAS Concurso 233 da LOTOFÁCIL

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ois meses após se casar, o homem mais alto do mundo divulgou esta semana as fotos do casal para o álbum de casamento. O chinês Bao Xishun, 56 anos, de 2,36m, casou-se com Xia Shujuan, de 28 anos e 1,68m, em maio deste ano e eles farão uma nova cerimônia este mês. Em uma das fotos [ao lado], Bao e Xia caminham no parque Chifeng, no norte da China. Eles vivem na região autônoma da Mongólia chinesa. Bao teve de encomendar uma cama especial para dormir com a mulher na noite de núpcias. Uma empresa fabricou uma cama especial, de 2,8m de comprimento, 2,20m de largura e 70 cm de altura. Registrado em 2005 no Guinness Book of Records como o homem mais alto do mundo, Bao teve crescimento normal até os 16 anos, quando, repentinamente e sem que os médicos tenham encontrado ainda uma explicação, teve um "estirão" que, em sete anos, o levou à sua estatura atual.

Reuters

Mostra fotográfica apresenta São Paulo nos últimos 100 anos. Espaço Provisório 24 de Maio. Rua Dom José de Barros, esquina com a 24 de Maio, das 12h às 18h. Grátis.

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Castelo do conde Drácula é colocado à venda na Transilvânia por US$ 78 milhões Movimento de turistas estrangeiros recebidos pelo Brasil caiu 6,3% no ano passado Governo federal anuncia investimentos de R$ 2,1 bilhões para urbanização de favelas

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 - ECONOMIA/LEGAIS

terça-feira, 3 de julho de 2007

Itaú BBA Trading S.A. CNPJ 52.815.131/0001-20

NIRE 35300095553 EXTRATO DA ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA DE 27.4.2007 Instalação: 27.4.2007, às 17:30 horas, na sede social e com presença total. Presença Legal: representantes da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes. Mesa: Presidente: Dr. Candido Botelho Bracher; Secretário: Dr. Mario Luiz Amabile. Deliberações: a) aprovadas as contas dos administradores, as demonstrações contábeis relativas ao exercício de 2006 e a destinação do lucro líquido do exercício; b) reeleitas as pessoas a seguir qualificadas para compor a Diretoria no mandato anual que vigorará até a posse dos eleitos em 2008: Diretor Presidente: CANDIDO BOTELHO BRACHER, RG-SSP/SP 10.266.958, CPF 039.690.188-38; Diretores: ANTONIO CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, RG-SSP/SP 4.518.457, CPF 528.154.718-68; EDUARDO MAZZILLI DE VASSIMON, RG-SSP/SP 9.539.448, CPF 033.540.748-09; e JEAN-MARC ROBERT NOGUEIRA BAPTISTA ETLIN, RG-SSP/SP 5.569.852, CPF 051.036.138-24; c) mantida a verba global e anual destinada à remuneração da Diretoria. Quórum das Deliberações: unanimidade. Formalidades Legais: ata lavrada no livro próprio e arquivada conforme seguinte CERTIDÃO Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob nº 240.643/07-0, em 20.6.07. (a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS Concorrência Pública nº 004/2007 Processo nº 5794/2007 Ratificação Ratifico a decisão proferida pela Comissão Permanente de Licitações, que se deu através da Ata de Julgamento proferida no dia 29 de junho de 2007, referente ao recurso apresentado pela licitante Engenharia e Comércio Bandeirantes Ltda. São Carlos, 02 de julho de 2007. Newton Lima Neto - Prefeito Municipal

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Melhoramentos Sul do Pará S.A.

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CNPJ nº 49.333.800/0001-13 - NIRE 35.3.0019033-5 Ata da Assembléia Geral Ordinária Realizada em 26 de Abril de 2007 Data, Hora e Local: Aos vinte e seis dias do mês de abril de dois mil e sete, às 15:30 horas, na sede social, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, nesta Capital. Presença: Acionistas representando 99,64% (noventa e nove vírgula sessenta e quatro por cento) do capital social, conforme as assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas, atendendo a convocação efetuada de conformidade com o art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, como Presidente, eleito entre os acionistas presentes, e Dr. André Luís Garbuglio como Secretário. Ordem do Dia: (a) prestação de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006 e destinação do resultado; e (b) fixação dos honorários globais da Diretoria. Deliberações: Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos, deliberaram: (a) por unanimidade, aprovar o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006; e (b) por unanimidade, fixar os honorários da Diretoria no valor de R$ 1,00 (um real), por mês, por Diretor. Registrada a presença dos Diretores da Companhia. Nada mais havendo a tratar e ninguém pedindo a palavra, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos da Assembléia até a lavratura desta ata, que, conforme aprovação unânime dos presentes, foi lavrada na forma sumária. Assinam a ata: O Presidente, Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, o Secretário, Dr. André Luís Garbuglio e os Acionistas: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Companhia Melhoramentos Norte do Brasil (p.p. Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni), Roberto de Oliva Mesquita, Paulo Nelson Pereira, Gastão de Souza Mesquita, Suzana de Oliva Mesquita (p.p. Dr. Luís Augusto Egydio Canedo) e Lúcia de Mesquita Nunes (p.p. Dr. André Luís Garbuglio). Esta ata é cópia autêntica da que se encontra lavrada em livro próprio da Melhoramentos Sul do Pará S.A. São Paulo, 26 de abril de 2007. Dr. André Luís Garbuglio - Secretário. JUCESP nº 205.103/07-8 em 24/05/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secr. Geral.

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CNPJ/MF 60.401.205/0001-00 - NIRE 035.300.042.875 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 18/06/07 Data: 18/06/2007. Hora: 15:00 horas. Sede Social: Av. das Nações Unidas, 10.989, 6º andar, conj. 62, Vila Olímpia, São Paulo, SP - CEP. 04578-000. Convocação: Editais publicados no DOE em 06.07 e 12/06/2007 e no Diário do Comércio em 06.08 e 11/06/ 2007. Presença: Acionistas representando a maioria do capital social com direito a voto, conforme livro de presença de acionistas. Mesa: Presidente, Sr. Nabor Rony Anzanello, Secretária, Sra. Iolanda Castilhos Anzanello. Ordem do Dia: Dispensada a leitura, por ser do conhecimento dos presentes. Deliberação: a) Aprovada por unanimidade, a alteração da sede social da empresa da Av. das Nações Unidas nº 10.989 6º andar - Conjunto 62, Bairro Vila Olímpia, na Capital do Estado de São Paulo, CEP 04578-000 para a Av. das Nações Unidas nº 10.989 - 6º andar - Conjunto 62-A, Bairro Vila Olímpia, São Paulo - SP, CEP 04578-000 com a conseqüente alteração do Artigo 3º do Estatuto Social, que passa a ter a seguinte redação: Artigo 3º. A sede social da Companhia é na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida das Nações Unidas nº 10.989 - 6º andar - conjunto 62-A, Bairro Vila Olímpia, CEP 04578-000. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a assembléia, sendo lavrada a presente ata, redigida na forma prevista no art. 130 da Lei 6.404/76, que lida e aprovada vai assinada pelos membros da mesa e pelos acionistas presentes. São Paulo, 18 de junho de 2007. Assinaturas: Nabor Rony Anznello - Presidente; Iolanda Castilhos Anzanello - Secretária. Acionistas: Nabor Rony Anzanello, Ana Hanaishi, Iolanda Castilhos Anzanello. A presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. Nabor Rony Anzanello - Presidente da Mesa. Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o número 245.963/07-8 em 27/06/07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

Destilarias Melhoramentos S.A.

CNPJ nº 49.648.587/0001-39 - NIRE 35.3.0009093-4 Ata da Assembléia Geral Ordinária Realizada em 26 de Abril de 2007 Data, Hora e Local: Aos vinte e seis dias do mês de abril do ano de dois mil e sete, às 10:30 horas, no prédio da sede social, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, nesta Capital. Presença: Acionistas representando 99,38% (noventa e nove vírgula trinta e oito por cento) do capital social, conforme as assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas, atendendo a convocação efetuada de conformidade com o art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, como Presidente, eleito entre os acionistas presentes, e Dr. André Luís Garbuglio como Secretário. A Acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio, apresentou pedido de cópia de documentos e manifestação relativa à eventual lavratura da ata em forma de sumário, os quais foram registrados pela mesa como Docs. 01 e 02. Ordem do Dia: (a) prestação de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006 e destinação do resultado; e (b) fixação dos honorários globais da Diretoria. Deliberações: A Acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentou pedido de esclarecimentos, registrado pela mesa como Doc. 03, esclarecimentos esses que foram devidamente prestados pelos administradores presentes. Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos e com a abstenção da acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio, cujos votos foram registrados pela Mesa como Docs. 04 e 05, deliberaram: (a) por maioria, aprovar o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006, com o conseqüente resultado do exercício de R$14.854.454,87 (quatorze milhões, oitocentos e cinqüenta e quatro mil, quatrocentos e cinqüenta e quatro reais e oitenta e sete centavos), e após a reversão de reserva de reavaliação e dos ajustes de exercícios anteriores, apresentou um resultado final de R$14.070.090,22 (quatorze milhões, setenta mil, noventa reais e vinte e dois centavos), o qual foi totalmente absorvido com o saldo de prejuízos acumulados de anos anteriores, tudo conforme demonstrado no balanço, demais demonstrações financeiras e respectivas notas explicativas, não havendo, portanto, dividendos a distribuir; e (b) por maioria, fixar os honorários da Diretoria pelo limite global mensal de R$3.288,00 (três mil, duzentos e oitenta e oito reais), valor esse corrigido de acordo com os mesmos critérios de correção dos salários dos funcionários da Companhia. Registrada a presença dos Diretores e do auditor da Companhia. Nada mais havendo a tratar e ninguém pedindo a palavra, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos da Assembléia até a lavratura desta ata, que, conforme aprovação unânime dos presentes, foi lavrada na forma sumária. Assinam a ata: O Presidente, Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, o Secretário, Dr. André Luís Garbuglio e os Acionistas: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Maringá S.A. Cimento e Ferro-Liga, Companhia Agrícola Usina Jacarezinho (p.p. Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni), Paulo Nelson Pereira, Roberto de Oliva Mesquita, Gastão de Souza Mesquita, Suzana de Oliva Mesquita (p.p. Dr. Luís Augusto Egydio Canedo), Lúcia de Mesquita Nunes (p.p. Dr. André Luís Garbuglio) e Maria Helena Moraes Barros Pamio (p.p. Dr. Luís Gustavo Haddad e Dra. Fernanda Annenberg). Esta ata é cópia autêntica da que se encontra lavrada em livro próprio da Companhia Canavieira de Jacarezinho. São Paulo, 26 de abril de 2007. Dr. André Luís Garbuglio - Secretário. JUCESP nº 205.101/07-0 em 24/05/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secr. Geral.

6G7K.GP8G

G.6Q 'QPI87-JQY7MK

6K78K+PG .+ #KNX+ Q66q+ #G-6G8D6K+ G6+N

CNPJ nº 45.777.166/0001-57 - NIRE 35.3.0008829-8 Ata da Assembléia Geral Ordinária Realizada em 27 de Abril de 2007 Data, Hora e Local: Aos vinte e sete dias do mês de abril de dois mil e sete, às 13:30 horas, no prédio da sede social, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, nesta Capital. Presença: Acionistas representando 99,99% (noventa e nove vírgula noventa e nove por cento) do capital social, conforme as assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas, atendendo a convocação efetuada de conformidade com o art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, como Presidente, eleito entre os acionistas presentes, e Dr. André Luís Garbuglio como Secretário. A acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentou pedido de cópia de documentos e manifestação relativa à eventual lavratura da ata em forma de sumário, os quais foram registrados pela mesa como Docs. 01 e 02. Ordem do Dia: (a) prestação de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006 e destinação do resultado; e (b) fixação dos honorários globais da Diretoria. Deliberações: A acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentou pedido de esclarecimentos, registrado pela mesa como Doc. 03, esclarecimentos esses que foram devidamente prestados pelos administradores presentes. Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos deliberaram: (a) por maioria e com a abstenção da acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio, aprovar o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006, com conseqüente resultado do exercício de R$6.976.567,67 (seis milhões, novecentos e setenta e seis mil, quinhentos e sessenta e sete reais e sessenta e sete centavos), e após a constituição da reserva legal e a reversão da reserva de reavaliação, com o resultado final de R$7.717.953,58 (sete milhões, setecentos e dezessete mil, novecentos e cinqüenta e três reais e cinqüenta e oito centavos). A Companhia já distribuiu o montante de R$2.000.000,00 (dois milhões de reais) a título de dividendos antecipados por conta do lucro do exercício, durante o ano de 2006, correspondente a 25,91% do resultado final. Aprovou-se ainda, por maioria, com o voto contrário da acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio, cujo voto foi registrado pela mesa como Doc. 04, a destinação do saldo remanescente de lucro líquido do exercício no valor de R$5.717.953,58 (cinco milhões, setecentos e dezessete mil, novecentos e cinqüenta e três reais e cinqüenta e oito centavos), à Reserva Estatutária Operacional, conforme artigo 20, § 2º do Estatuto Social; (b) por maioria, com a abstenção da acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio, cujo voto foi registrado pela mesa como Doc. 05, fixar os honorários da Diretoria pelo limite global mensal de R$31.686,65 (trinta e um mil, seiscentos e oitenta e seis reais e sessenta e cinco centavos), sendo esse valor corrigido consoante os mesmo critérios de correção dos salários dos funcionários da Companhia. Registrada a presença dos Diretores e do auditor da Companhia. Nada mais havendo a tratar e ninguém pedindo a palavra, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos da Assembléia até a lavratura desta ata, que, conforme aprovação unânime dos presentes, foi lavrada na forma sumária. Assinam a ata: O Presidente, Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, o Secretário, Dr. André Luís Garbuglio e os Acionistas: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (p.p. Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni), Paulo Nelson Pereira, Gastão de Souza Mesquita, Lúcia de Mesquita Nunes (p.p. Dr. André Luís Garbuglio) e Maria Helena Moraes Barros Pamio (p.p. Dr. Luís Gustavo Haddad/Dra. Fernanda Annenberg). Esta ata é cópia autêntica da que se encontra lavrada em livro próprio da Destilarias Melhoramentos S.A. São Paulo, 27 de abril de 2007. Dr. André Luís Garbuglio - Secretário. JUCESP nº 196.103/07-1 em 21/05/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secr. Geral.

Companhia Canavieira de Jacarezinho

G.6Q 'QPI87-JQY7MK

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G-N+6Q 59G + R6G7GP8G o -xRK+ HKGN .+ 8+ N+X6+.+ PQ .KX6Q R6xR6KQ

Companhia Agrícola Usina Jacarezinho CNPJ nº 61.231.478/0001-17 - NIRE 35.3.0001135-0 Ata da Assembléia Geral Ordinária Realizada em 26 de Abril de 2007 Data, Hora e Local: Aos vinte e seis dias do mês de abril de dois mil e sete, às 13:30 horas, no prédio da sede social, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, nesta Capital. Presença: Acionistas representando 98,39% (noventa e oito vírgula trinta e nove por cento) do capital social, conforme as assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas, atendendo a convocação efetuada de conformidade com o art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, como Presidente, eleito entre os acionistas presentes, e Dr. André Luís Garbuglio como Secretário. A Acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentou pedido de cópia de documentos e manifestação relativa à eventual lavratura da ata em forma de sumário, os quais foram registrados pela mesa como Docs. 01 e 02. Ordem do Dia: (a) prestação de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006 e destinação do resultado; (b) eleição dos membros da Diretoria para o próximo triênio; e (c) fixação dos honorários globais da Diretoria. Deliberações: A Acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentou pedido de esclarecimentos, registrado pela mesa como Doc. 03, esclarecimentos esses que foram devidamente prestados pelos administradores presentes. Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos e com a abstenção da Acionista Maria Helena Moraes Barros Pamio, cujos votos foram registrados pela mesa como Docs. 04, 05 e 06, deliberaram: (a) por maioria, aprovar o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006, com o conseqüente resultado do exercício de R$917.038,45 (novecentos e dezessete mil, trinta e oito reais e quarenta e cinco centavos), e após as reversões de reservas de reavaliação reflexa e da própria Companhia e dos ajustes de exercícios anteriores, apurou-se o resultado final de R$2.884.967,07 (dois milhões, oitocentos e oitenta e quatro mil, novecentos e sessenta e sete reais e sete centavos), o qual foi totalmente absorvido com o saldo de prejuízos acumulados, tudo conforme demonstrado no balanço, demais demonstrações financeiras e respectivas notas explicativas, não havendo, portanto, dividendos a distribuir; (b) por maioria eleger, para o próximo triênio, os seguintes membros para a Diretoria da Companhia: Sr. Paulo Nelson Pereira, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 581.527-7-SSP/SP, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº 005.051.028-20, com escritório na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, para o cargo de Diretor Presidente; e os Srs. Gastão de Souza Mesquita, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG nº 4.290.003-SSP/SP, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº 531.065.208-68, com escritório na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar; e Roberto de Oliva Mesquita, brasileiro, casado, engenheiro agrônomo, portador da Cédula de Identidade RG nº 11.462.182-2-SSP/SP, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº 023.114.848-85, com domicílio no Município de Jacarezinho, Estado do Paraná, na BR 153, Km 9, CEP 86400-000, para os cargos de Diretores, que investir-se-ão nos respectivos cargos mediante a assinatura do termo de posse a ser lavrado no livro de atas de reunião de Diretoria, no prazo legal; e (c) por maioria, fixar os honorários da Diretoria pelo limite global mensal de R$8.706,49 (oito mil, setecentos e seis reais e quarenta e nove centavos), sendo esse valor corrigido consoante os mesmos critérios de correção dos salários dos funcionários da Companhia. Registrada a presença dos Diretores e do auditor da Companhia. Nada mais havendo a tratar e ninguém pedindo a palavra, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos da Assembléia até a lavratura desta ata, que, conforme aprovação unânime dos presentes, foi lavrada na forma sumária. Assinam a ata: O Presidente, Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, o Secretário, Dr. André Luís Garbuglio e os Acionistas: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, (p.p. Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni), Roberto de Oliva Mesquita, Paulo Nelson Pereira, Gastão de Souza Mesquita, Lúcia de Mesquita Nunes (p.p. Dr. André Luís Garbuglio), Maria Helena Moraes Barros Pamio (p.p. Dr. Luis Gustavo Haddad e Dra. Fernanda Annenberg). Esta ata é cópia autêntica da que se encontra lavrada em livro próprio da Companhia Agrícola Usina Jacarezinho.São Paulo, 26 de abril de 2007. Dr. André Luís Garbuglio - Secretário. JUCESP nº 205.104/07-1 em 24/05/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa Secr. Geral.

Companhia Melhoramentos Norte do Paraná

Companhia de Cimento Portland Ponte Alta CNPJ nº 61.403.507/0001-80 - NIRE 35.3.0002329-3 Ata de Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, Realizada em 27 de Abril de 2007 Data, Hora e Local:Aos vinte e sete dias do mês de abril de dois mil e sete, às 15:30 horas, no prédio da sede social, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, nesta Capital. Presença: Acionistas representando 84,00% (oitenta e quatro por cento) do capital, conforme as assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas, atendendo a convocação efetuada de conformidade com o artigo 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, como Presidente, eleito entre os acionistas presentes, e Dr. André Luís Garbuglio, como Secretário. Os acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentaram pedido de cópia de documentos e manifestação relativa à eventual lavratura da ata em forma de sumário, os quais foram registrados pela mesa como Docs. 01 e 02. Ordem do Dia: em Assembléia Geral Ordinária: (a) prestação de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006 e destinação do resultado; e (b)fixação dos honorários globais da Diretoria. Deliberações:Os acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentaram pedido de esclarecimentos, registrado pela mesa como Doc. 03, esclarecimentos esses que foram devidamente prestados pelos administradores presentes. Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos deliberaram: (a) por maioria e com a abstenção dos acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio, aprovar o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006, apurando-se um prejuízo de R$224.536,94 (duzentos e vinte e quatro mil, quinhentos e trinta e seis reais e noventa e quatro centavos), não havendo, portanto, distribuição de dividendos. Ainda, o saldo de lucros acumulados de anos anteriores, após a compensação do prejuízo do exercício, resultou no valor de R$1.743.645,90 (um milhão, setecentos e quarenta e três mil, seiscentos e quarenta e cinco reais e noventa centavos). Os acionistas presentes aprovaram por unanimidade e com voto dos acionistas dos acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio, registrado pela mesa como Doc. 04, a destinação do mencionado saldo de lucros à conta de reserva especial, haja vista a situação financeira da companhia e a incompatibilidade de sua distribuição, tudo conforme os parágrafos 4º e 5º do artigo 202 da Lei nº 6.404/76; (b) por maioria e com a abstenção dos acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio, cujo voto foi registrado pela mesa como Doc. 05, fixar os honorários da Diretoria pelo limite mensal de R$1,00 (um real) por Diretor. Ordem do Dia: em Assembléia Geral Extraordinária: (a) Aumento do capital social da companhia mediante a capitalização de reservas. Deliberações: Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos deliberaram: (a) tendo em vista que o valor da reserva estatutária operacional ultrapassou 90% (noventa por cento) do valor do capital social, nos temos da letra ‘b’, parágrafo 2º, artigo 18 do estatuto da companhia e tendo em vista que o valor da conta de reserva de lucros ultrapassou o valor do capital social, nos termos do artigo 199 da Lei nº 6.404/76, os acionistas aprovaram, por maioria e com o voto contrário dos acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio, registrado pela mesa como Doc. 06, a proposta da Diretoria e o conseqüente aumento do capital social da companhia, no montante total de R$5.450.000,00 (cinco milhões, quatrocentos e cinqüenta mil reais), mediante a capitalização de valores da conta de reservas de lucros, sendo R$2.507.488,13 (dois milhões, quinhentos e sete mil quatrocentos e oitenta e oito reais e treze centavos) de reserva livre e R$2.942.511,87 (dois milhões, novecentos e quarenta e dois mil, quinhentos e onze reais e oitenta e sete centavos) de reserva estatutária operacional, sem que haja, contudo, a subscrição e emissão de novas ações, nos termos do parágrafo 1º, artigo 169 da Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976 e alterações posteriores. Conseqüentemente, fica alterada a redação do caput artigo 5º do estatuto social, que passa a viger com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social é de R$17.000.000,00 (dezessete milhões de reais), totalmente integralizado, dividido em 56.500.000 (cinqüenta e seis milhões e quinhentas mil) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal”. Registrada a presença dos Diretores e do auditor da companhia. Nada mais havendo a tratar e ninguém pedindo a palavra, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos da Assembléia até a lavratura desta ata, que, conforme aprovação unânime dos presentes, foi lavrada na forma sumária. Assinam a ata: O Presidente, Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, o Secretário, Dr. André Luís Garbuglio e os Acionistas: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Companhia Agrícola Caiuá (p.p. Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni), Paulo Nelson Pereira, Gastão de Souza Mesquita, Lúcia de Mesquita Nunes (p.p. Dr. André Luís Garbuglio) e Maria Helena Moraes Barros Pamio e Cezar Pamio (p.p. Dr. Luís Gustavo Haddad e Dra. Fernanda Annenberg). Esta ata é cópia autêntica da que se encontra lavrada em livro próprio da Companhia de Cimento Portland Ponte Alta. São Paulo, 27 de abril de 2007. Dr. André Luís Garbuglio - Secretário. JUCESP nº 211.928/07-0 em 04/06/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa Secr. Geral.

CNPJ nº 61.082.962/0001-21 NIRE 35.3.00026438 Ata da Assembléia Geral Ordinária Realizada em 30 de Abril de 2007 Data, Hora e Local: Aos trinta dias do mês de abril de dois mil e sete, às 10:30 horas, no prédio da sede social, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, nesta Capital. Presença: Acionistas representando 89,30% (oitenta e nove vírgula trinta por cento) do capital social, conforme as assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas, atendendo a convocação efetuada de conformidade com o art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, como Presidente, eleito entre os acionistas presentes, e Dr. André Luís Garbuglio como Secretário. Os acionistas representados pelos advogados Luís Gustavo Haddad, Fernanda Annenberg e Fábio Peixinho Gomes Corrêa apresentaram pedido de instalação de Conselho Fiscal, conforme voto escrito, recebido pela mesa como Doc. 01. A acionista Companhia Agrícola Caiuá também apresentou pedido de instalação de Conselho Fiscal por um ano, com mandato até a próxima Assembléia Geral Ordinária da companhia, conforme voto escrito, recebido pela mesa como Doc. 02. Diante dos pedidos constantes dos documentos 01 e 02, foram eleitos pelos acionistas representados pelos advogados Luís Gustavo Haddad, Fernanda Annenberg e Fábio Peixinho Gomes Corrêa, por unanimidade e em votação em separado, como membro efetivo do Conselho Fiscal, o Sr. Flávio Stamm, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG nº 12.317.859 SSP/SP, CPF/MF nº 048.241.708-00, residente e domiciliado na Rua Patápio Silva, 223, apartamento 32, São Paulo, SP e, como respectivo membro suplente, o Sr. João Paulo de Seixas Maia Krepel, brasileiro, solteiro, maior, advogado, RG nº 33.087.653-3 SSP/SP, CPF/MF nº 269.652.048-58, residente e domiciliado na Rua Joaquim Cândido de Azevedo Marques, 389, São Paulo, SP. Os acionistas Companhia Agrícola Caiuá, Paulo Nelson Pereira, Paulo Roberto Nunes, Antonio Carlos Srougé, Roberto de Oliva Mesquita, Gastão de Souza Mesquita, Gastão de Souza Mesquita Filho, Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, Suzana de Oliva Mesquita, Thiago Ferreira de Camargo Mesquita, Vera Lucia Moraes Novo e Lúcia de Mesquita Nunes elegeram, por unanimidade, como membros efetivos, o Sr. Edmundo de Macedo Soares e Silva Filho, brasileiro, viúvo, corretor de seguros, RG nº 3.084.330-3 SSP/SP, CPF/MF nº 077.239.118-15, residente e domiciliado na Alameda Bragança, 332, Condomínio Vale das Laranjeiras, Indaiatuba, SP e o Sr. Carlos Masetti Júnior, brasileiro, divorciado, contador, RG nº 4.660.364-5 SSP/SP, CPF/MF nº 580.308.168-04, domiciliado na Rua Luís Coelho, 320, 1º andar, São Paulo, SP e, como seus respectivos suplentes, o Sr. Alberto Podgaec, brasileiro, casado, advogado, RG nº 15.931.547 SSP/SP, CPF/MF nº 125.084.988-82, OAB/SP 125.733 e o Sr. Eduardo Perez Salusse, brasileiro, casado, advogado, RG nº 17.695.240 SSP/SP, CPF/MF nº 149.128.638-58, OAB/SP 117.614, ambos com escritório na Avenida Paulista, 1842, Torre Norte, 12º andar, São Paulo, SP. A remuneração do Conselho Fiscal mínimo legal, conforme previsto no parágrafo 3º, do artigo 162, da Lei nº 6.404/76, o que foi aprovado por unanimidade dos acionistas presentes. Após lida a convocação constante de edital, publicada na forma da lei, os acionistas representados pelos advogados Luís Gustavo Haddad, Fernanda Annenberg e Fábio Peixinho Gomes Corrêa apresentaram pedido de cópia de documentos e manifestação relativa à eventual lavratura da ata em forma de sumário, os quais foram registrados pela mesa como Docs. 03 e 04. Ordem do Dia: (a) prestação de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006 e destinação dos resultados; e (b) fixação dos honorários globais da Diretoria e dos Conselheiros, de Administração e Consultivo. O Conselheiro Fiscal Bruno Robert apresentou e leu manifestação recebida pela mesa como Doc. 06. Deliberações: Os acionistas representados pelos advogados Luís Gustavo Haddad, Fernanda Annenberg e Fábio Peixinho Gomes Corrêa apresentaram pedido de esclarecimentos, registrado pela mesa como Doc. 05, esclarecimentos esses que foram devidamente prestados pelos administradores presentes. A acionista Companhia Agrícola Caiuá apresentou manifestação sobre a aprovação das contas do exercício e sobre a destinação de seu resultado, recebido pela mesa como Doc. 07. Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos deliberaram: (a) por maioria e com a abstenção dos acionistas representados pelos advogados Luís Gustavo Haddad, Fernanda Annenberg e Fábio Peixinho Gomes Corrêa, registrado pela mesa como Doc. 08, aprovar o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006, com o conseqüente resultado do exercício de R$13.206.755,50 (treze milhões, duzentos e seis mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e cinqüenta centavos), do qual, após a constituição da reserva legal e a reversão da reserva de reavaliação em empresas controladas, resultou em um lucro líquido do exercício no valor de R$17.304.771,20 (dezessete milhões, trezentos e quatro mil, setecentos e setenta e um reais e vinte centavos). Consignou-se também a distribuição pela companhia, durante o exercício de 2006, o montante de R$7.000.000,00 (sete milhões de reais) a título de dividendos antecipados por conta do lucro do exercício, correspondentes a 40,45% (quarenta vírgula quarenta e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, tudo conforme demonstrado no balanço, demonstrações financeiras e respectivas notas explicativas, devidamente auditadas pela PriceWaterhouseCoopers. Aprovou-se ainda, por maioria, nos termos do voto apresentado pela acionista Companhia Agrícola Caiuá, registrado pela mesa como Doc. 07 e, com o voto divergente dos acionistas representados pelos advogados Luís Gustavo Haddad, Fernanda Annenberg e Fábio Peixinho Gomes Corrêa, recebido pela mesa como Doc. 09, a destinação integral do saldo de lucro líquido do exercício, no montante de R$10.304.771,20 (dez milhões, trezentos e quatro mil, setecentos e setenta e um reais e vinte centavos), para conta de reserva estatutária operacional da companhia, nos termos do § único, artigo 28, do estatuto social; e (b) por maioria, com abstenção dos legalmente impedidos e com a abstenção dos acionistas representados pelos advogados Luís Gustavo Haddad, Fernanda Annenberg e Fábio Peixinho Gomes Corrêa, conforme voto escrito, registrado pela mesa como Doc. 10, fixar os honorários dos administradores e conselheiros nos seguintes valores: em R$27.553,45 (vinte e sete mil, quinhentos e cinqüenta e três reais e quarenta e cinco centavos), como valor global mensal para a Diretoria; em R$11.449,87 (onze mil, quatrocentos e quarenta e nove reais e oitenta e sete centavos) como valor global mensal para o Conselho Consultivo; e R$25.668,00 (vinte e cinco mil, seiscentos e sessenta e oito reais) como valor global mensal para o Conselho de Administração. Todos os honorários de administradores e conselheiros serão corrigidos conforme os mesmos critérios de correção dos salários dos funcionários da companhia, com distribuição livre entre seus respectivos membros. Nada mais havendo a tratar, o Presidente suspendeu os trabalhos da Assembléia até a lavratura desta ata, que foi lavrada na forma sumária. Reaberta a sessão pelo Presidente, foi a ata assinada. São Paulo, 30 de abril de 2007. Assinam a ata: Presidente, Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, Secretário, Dr. André Luís Garbuglio, Companhia Agrícola Caiuá, p.p. Dr. Karlheinz Alves Neumann, Paulo Nelson Pereira, Paulo Roberto Nunes, Roberto de Oliva Mesquita, Gastão de Souza Mesquita, Gastão de Souza Mesquita Filho, Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, Suzana de Oliva Mesquita (p.p. Dr. Luis Augusto Egydio Canedo), Lúcia de Mesquita Nunes (p.p. Dr. André Luís Garbuglio), Luiz Misasi, Linda Misasi Micales, Vera Misasi, Sílvia Maria Crespi, Joana Crespi, Sílvia Crespi, Carla Crespi, Crespi Administração e Participação Ltda., Espólio de Marco Fábio Crespi, Crespi Empreendimentos Ltda., Enrico Misasi, Adele Apollinari Misasi, Alessandra Misasi Baptista da Costa, Dora Carmen Antonietta Senise Weiszflog, Waldemar Zwicker Filho, Awal Comercial e Participações Ltda. (p.p. Dr. Luís Gustavo Haddad), Marina Médici Misasi, (p.p. Dra. Fernanda Annenberg), Antônio Moraes Pinto Jr., Ana Heloisa Ferreira da Rosa, Ana Maria M. Pinto de A. Prado, Antônio Moraes Pinto Neto, Heloisa Cardoso Pereira de Almeida, Yolanda Cardoso de Almeida Criciúma, Hélio Falchi, Mira Marcella Marisa Falchi, José Cláudio Falchi, Maria Falchi Gallo, José Thomaz Senise, Maria Helena Moraes Barros Pamio, Cezar Pamio, Paschoal Ernesto Américo Senise, Marita Travaglia Crespi, Fernando Crespi, Paulo Crespi (p.p. Dr. Fábio Peixinho Gomes Corrêa). Esta ata é cópia autêntica da que se encontra lavrada em livro próprio da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. São Paulo, 30 de abril de 2007. Dr. André Luís Garbuglio - Secretário. JUCESP nº 196.104/07-5 em 21/05/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secr. Geral.

Maringá S.A. Cimento e Ferro-Liga

CNPJ nº 61.082.988/0001-70 - NIRE 35.3.0001745-5 Ata da Assembléia Geral Ordinária Realizada em 27 de Abril de 2007 Data, Hora e Local: Aos vinte e sete dias do mês de abril de dois mil e sete, às 10:30 horas, no prédio da sede social, na Rua São Bento, nº 329, 10º andar, nesta Capital. Presença: Acionistas representando 94,35% (noventa e quatro vírgula trinta e cinco por cento) do capital social, conforme as assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas, atendendo a convocação efetuada de conformidade com o art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, como Presidente, eleito entre os acionistas presentes e Dr. André Luís Garbuglio, como Secretário. Os acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentaram pedido de cópia de documentos e manifestação relativa à eventual lavratura da ata em forma de sumário, os quais foram registrados pela mesa como Docs. 01 e 02. Ordem do Dia: (a) prestação de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006 e destinação do resultado; e (b) fixação dos honorários globais da Diretoria. Deliberações: Os acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio apresentaram pedido de esclarecimentos, registrado pela mesa como Doc. 03, esclarecimentos esses que foram devidamente prestados pelos administradores presentes. Os acionistas presentes, com abstenção dos legalmente impedidos deliberaram: (a) por maioria e com a abstenção dos acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio aprovar o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006, com o conseqüente resultado do exercício de R$9.807.902,75 (nove milhões, oitocentos e sete mil novecentos e dois reais e setenta e cinco centavos) que, após a constituição da reserva legal e as reversões de reservas de reavaliação em empresas coligadas e de lucros a realizar, resultou no saldo final de R$9.556.377,85 (nove milhões, quinhentos e cinqüenta e seis mil trezentos e setenta e sete reais e oitenta e cinco centavos) e por conseqüência, no valor de dividendo mínimo obrigatório de R$2.389.094,46 (dois milhões, trezentos e oitenta e nove mil noventa e quatro reais e quarenta e seis centavos). A companhia já distribuiu o montante de R$1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil reais), dos quais (i) R$1.147.500,00 (um milhão, cento e quarenta e sete mil e quinhentos reais) a título de dividendos antecipados por conta do lucro do exercício, e (ii) R$ 552.500,00 (quinhentos e cinqüenta e dois mil e quinhentos reais), a título de juros sobre o capital próprio, já líquido de imposto de renda. O saldo resultante de dividendos complementares, no valor de R$689.094,46 (seiscentos e oitenta e nove mil noventa e quatro reais e quarenta e seis centavos), será pago até 30 de junho de 2007. Ratificou-se, por maioria, com a abstenção dos acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio, a distribuição dos dividendos pagos durante o exercício de 2006 aos acionistas, no montante total de R$8.500.000,00 (oito milhões e quinhentos mil reais), oriundos do saldo da conta de Reserva Estatutária Operacional. Aprovou-se ainda, por maioria, com o voto contrário dos acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio, cujo voto foi registrado pela mesa como Doc. 04, a destinação do saldo remanescente do lucro líquido do exercício, no valor de R$7.069.783,39 (sete milhões sessenta e nove mil setecentos e oitenta e três reais e trinta e nove centavos), à Reserva Estatutária Operacional, conforme artigo 18, § 2º do Estatuto Social; e (b) por maioria, com a abstenção dos acionistas Cezar Pamio e Maria Helena Moraes Barros Pamio, cujo voto foi registrado pela mesa como Doc. 05, fixar os honorários da Diretoria pelo limite global mensal de R$77.779,67 (setenta e sete mil setecentos e setenta e nove reais e sessenta e sete centavos), valor esse corrigido de acordo com os mesmos critérios de correção dos salários dos funcionários da Companhia. Registrada a presença dos Diretores e do auditor da Companhia. Nada mais havendo a tratar e ninguém pedindo a palavra, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos da Assembléia até a lavratura desta ata, que, conforme aprovação unânime dos presentes, foi lavrada na forma sumária. Assinam a ata: O Presidente, Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni, o Secretário, Dr. André Luís Garbuglio e os Acionistas: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Companhia Agrícola Caiuá (p.p. Dr. Sérgio Ricardo Nutti Marangoni), Paulo Nelson Pereira, Gastão de Souza Mesquita, Roberto de Oliva Mesquita, Suzana de Oliva Mesquita (p.p. Dr. Luís Augusto Egydio Canedo) e Lúcia de Mesquita Nunes (p.p. Dr. André Luís Garbuglio), Cezar Pamio, Maria Helena Moraes Barros Pamio (p.p. Dr. Luís Gustavo Haddad e Dra. Fernanda Annenberg). Esta ata é cópia autêntica da que se encontra lavrada em livro próprio da Maringá S.A. Cimento e Ferro-Liga. São Paulo, 27 de abril de 2007. Dr. André Luís Garbuglio - Secretário. JUCESP nº 196.109/07-3 em 21/05/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secr. Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 2 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Reqte: Maria Renata Baptista Borges - Reqdo: Magnum Turismo Ltda. - Av. São Luis, 50 – 9º andar - 01ª V. Falências Reqte: Mônica Regina Silva Martins - Reqdo: Akzo Nobel Coatings Ltda. - Rua Gomes de Carvalho, 1356 – 15º andar – salas 151 e 152 - 02ª V. Falências

Reqte:Astra Motos Comércio Ltda. - Reqdo: Via Motos Comércio Ltda. - Rua Clélia, 1985 - 01ª V. Falências Reqte: Carlos Soares Silva - Reqdo: CD Expert Editora e Distribuição Ltda. Rua Euclides Pacheco, 1080 - 01ª V. Falências


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Espor tes E mais Vídeo Inovação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Vídeo ou DVD a preços de mercado. Mas comprados (ou alugados) pela internet.

AGORA DÁ PARA COMPRAR E ALUGAR DVD PELA REDE

DVD agora se compra pela internet Divulgação

U

m novo modelo de negócio promete mexer com o conceito que temos de vídeo locadora. Na semana passada, a Intel, a Microsoft e a Megaware (fabricante de computadores) se uniram para anunciar seu apoio ao lançamento do portal de entretenimento Eonde (www.eonde.com), que tem como meta facilitar a compra ou aluguel de filmes, episódios de TV, músicas e games pela internet. Apesar de ser uma solução que tem como entrave a tecnologia de banda larga, o conceito deve agradar os aficionados por filmes pela facilidade de sua utilização. Basta navegar pelo website, escolher o que deseja comprar e finalizar a compra com cartão de crédito para que o comprador comece a fazer o download legalmente do produto. Os valores de compra são comparáveis aos do mercado de DVD's. Grandes lançamentos serão vendidos por R$ 44,90, lançamentos por R$ 39,90, e filmes catálogo entre R$ 24,90 e R$ 14,90. Episódios de TV serão vendidos por R$ 5,90. Quando a opção de locação estiver disponível, os lançamentos serão oferecidos por R$ 7,00 e catálogo por R$ 5,00. No caso de locação, o código

O X-Cube, para aluguel e downloads pelo controle remoto da TV. Ao lado, a tela do Eonde.

é válido por 24 horas, que só é ativado quando ele começar a assistir ao filme. Desta forma, mesmo tendo feito o download antes, a validade da locação tem início apenas no momento em que a tecla play é acionada. O portal também reservou espaços para que os internautas montem suas comunidades, criem suas resenhas, tro-

quem informações ou estabeleçam critérios de avaliação de filmes, games e seriados. "A meta é fazer do portal um ponto de convergência dos amantes do cinema, dos aficionados por games e daqueles que não deixam de colecionar suas séries de TV", diz Karl Loriega, diretor geral da Eonde. Para garantir que não haja pirataria, os filmes são protegi-

dos com a tecnologia de gerenciamento de direitos digitais da Microsoft (DRM), o que impede que o usuário grave uma cópia de segurança de seus filmes e os utilizem em qualquer aparelho de DVD, já que tanto na locação, quanto na compra de filmes, o código do usuário está atrelado ao HD de sua máquina. Há poucos títulos disponíveis no momento. Um dos primeiros estúdios a fechar parceria com a Eonde foi a Warner Bros, que já colocou no portal filmes e seriados de TV para venda. Mas os criadores afirmam estar em negociação com todos os estúdios e devem ter em seu menu cerca de 200 títulos de filmes até o final do ano. É possível acessar Eonde de qualquer computador conectado à internet com banda larga e browser. A Megaware também apresentou outra maneira de assistir aos filmes do portal com o seu novo equipamento, o XCube, que possui placa de TV e controle remoto. O usuário poderá ligar o aparelho a uma TV, fazendo toda a operação de compra ou aluguel e downloads pelo controle remoto. Custa R$ 2.999. Fábio Pellegrino

Download não mata locadoras Arquivo DC

Locadoras ainda terão vida longa, pois são locais de entretenimento

s novas tecnologias que permitem efetuar o download de filmes diretamente no computador não matarão as vídeo locadoras nem as salas de cinema e não afetarão a produção cinematográfica brasileira e mundial. Pelo contrário, serão mais um instrumento de distribuição de filmes em todo o País.

A

Esta é a opinião de Carlos Augusto, diretor de Frachising da 100% Vídeo, rede de locadoras, com mais de 90 lojas em 17 estados. Ele apenas ressalta a necessidade de se respeitar um intervalo mínimo de tempo entre o lançamento dos filmes em cada mídia. "Esta é uma possibili-

dade inevitável. Por enquanto, o Brasil ainda não dispõe da infraestrutura para disseminar esta nova modalidade de distribuição, mas já estamos nos preparando para isso". Quando à possibilidade de o download de filmes fazer o mesmo que ocorreu com o advento do CD, que praticamente matou o LP, o executivo argumenta que a música é diferente do filme porque "as pessoas deixam de ouvir música mas assistem os DVDs muitas vezes e o DVD ainda tem muito a evoluir tecnologicamente". P.C

Para o computador da IBM, o Selective

Primeiro modelo laser: Xerox-PARC

Impressora matricial de 80 colunas Atari-820

Primeira impressora a jato de tinta fabricada pela HP

NX-1000: primeira matricial colorida para o público.

InVision lança máquina que imprimem objetos em 3ª dimensão

1948

1975

1982

1984

1989

Século 21

APRENDA A TRABALHAR. JOGANDO.

encontrar certa dificuldade em entender as tarefas. Na gestão do orçamento é preciso avaliar de forma cuidadosa as suas aquisições. O seu orçamento depende do quanto a empresa é lucrativa e ele deve ser utilizado também para contratar novos funcionários. O sistema de compras é bem simples, mas no começo o dinheiro é pouco. Depois de ter comprado equipamento na loja, basta arrastá-lo do inventário para a localização onde deseja instalá-lo. Essa tarefa pode necessitar de suporte de TI imediatamente. Mais recursos, mais gastos. É preciso ficar sempre atento aos seus empregados. Um funcionário pode não ter o nível de capacidades necessário para alcançar uma solução rápida a

problemas enfrentados. É justamente nesse ponto que a aquisição de novas capacidades é importante para progredir através dos níveis do jogo. Claro que à medida que a empresa cresce é preciso mais suporte de TI, sendo necessárias novas contratações e recompensar os bons funcionários com incentivos pelos serviços bem-executados e férias, caso contrário eles podem procurar novos desafios. Aos maus a demissão é o único caminho. Apesar de prejudicar a moral do grupo, às vezes esta medida pode ser necessária. Sempre alerta – Na maior parte do tempo é preciso estar preparado para o inesperado. Não há uma rotina, mesmo que pareça possível nessa área. O jogo pode ser salvo no final de cada dia virtual e termina se

O

que se faz quando falta memória RAM no computador? A solução é adicionar mais. Mas é preciso abrir a caixa do computador, espetar a plaquinha e esperar a reconfiguração. No novíssimo Windows Vista há outra saída: um pen drive, graças à função ReadyBoost. Assim, é possível adicionar memória ao sistema s e m c o mprar um novo pente de memória nem abrir o computador. Basta que se tenha um pen drive (mínimo de 512MB) compatível com a função; a partir daí é possível utilizar o dispositivo externo como memória RAM da máquina, aumentando seu desempenho durante a execução de aplicativos. Para que a tecnologia seja utilizada com sucesso, o pen drive deve ter mínimo de 256 MB e não mais do que 4 GB, com velocidade superior a 3,5 MB/s para leitura e a 2,5 MB/s para escrita aleatória. Não vale a medida de leitura seqüencial, q u e e m g e r a l d á n ú m e ro s maiores mas não compatíveis. O espaço livre também deve ser levado em conta; para que o ReadyBoost realmente aumente o desempenho da máquina, o pen drive precisar ter, no míni-

mo, 64 MB disponíveis. Usuário da tecnologia, Marcelo Poltronieri, gerente de marketing e vendas da Superkit, distribuidora de produtos para informática, trouxe para o portfólio da empresa um dos primeiros pen drives compatíveis com a função ReadyBoost,

ão

O ITMG2: controle virtual de uma empresa em etapas.

os lucros diminuírem a ponto de se atingir a falência. Isso porque os empregos estão em risco, incluindo o do jogador. O sistema parece ter caído no gosto dos brasileiros, já que o Brasil é destaque em utilização do sistema, seguindo a trilha de outros lançamentos tecnológicos, como sites de relacionamento. Números – Segundo informações da Intel, são cerca de 200 novos jogadores registrados a cada dia, para a versão em português do IT Manager Game. Lançada no início de março, já é a que tem a maior audiência. Com 23 mil jogadores, o ITMG brasileiro deixou para atrás até mesmo a versão em inglês, que está no ar há um ano e tem, atualmente, 17 mil usuários. Evidentemente que, se tratando de tecnologia e sendo desenvolvido pela Intel, o IT Manager Game não poderia deixar de fazer propaganda da companhia, demonstrando como soluções da Intel são confiáveis e trazem um excelente custo-benefício. Propagandas à parte, o jogo agrega alguns pontos interessantes e traz uma visão profissional do que é gestão, funcionando como uma boa ferramenta educacional. Como acessar – O IT Manager Game faz parte do Next Generation Center (www.nextg.com.br), centro de atualização online da Intel. O sistema é gratuito e para jogar, basta se acessar o link e m http://www.nextg.com.br e se cadastrar.

lgaç

Divulgação

Memória extra do Vista em um pen-drive

Divu

O

s games já não são encarados apenas como uma forma de divertir, mas sim como uma possibilidade de simular uma situação ou cenário do mundo real. Basta ver o surgimento e o crescimento da mais famosa tentativa de levar a nossa realidade a outro plano, o Second Life. As empresas e universidades têm se dado conta dessa poderosa ferramenta e cada vez mais surgem treinamentos, cursos e até mesmo avaliações baseadas nessa tecnologia. A Intel procurou usar esse universo como forma de divulgar sua tecnologia e mostrar as dificuldades que um gestor enfrenta ao comandar uma área de tecnologia. Utilizando a tecnologia Flash, o jogo IT Manager Game 2 (ITMG2) é mais que uma mera simulação, permite que você controle um movimentado departamento de TI . Como administrador, o jogador deverá resolver problemas, equilibrar os orçamentos e atualizar os conhecimentos de funcionários, para garantir o aumento da produtividade da empresa. N a v e rd a d e , o o b j e t i v o principal do game é tornar a companhia o mais eficiente e lucrativa possível, por meio de liderança tecnológica e também de um ambiente melhor de trabalho. Tudo com muito humor, é claro. Apesar de divertido é preciso de tempo para compreender e utilizar o sistema. O sistema de ajuda tem um papel importante, mas o jogador pode

Fotos: divulgação

Impressoras, da década de 40 ao 3D

O pen-drive X-Porter XT é compatível com a função.

o X-Porter XT, da Patriot. Por segurança, o Windows Vista grava um cache também no hard disk, mas dá preferência ao pen drive, mais rápido. Luiz Carlos de Assis


OPINIÃO

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O

VOCÊ DESCONHECE OS LIMITES DO QUE PODERÁ ACONTECER, MAS TERÁ DE TOMAR DECISÕES. VOCÊ TEM DE GERENCIAR RISCOS

HOMEM-

RISCO G Até os anos 50,

administrar bens (inclusive dinheiro) de terceiros era muito mais uma arte do que uma ciência.

Por Paulo Brito

e alguém entende de risco no mundo esse alguém é Peter Bernstein. Foi colega de classe de John Kennedy em Harvard, funcionário da inteligência americana durante a II Guerra Mundial, pesquisador no Federal Reserve Bank, professor de economia, gerente de finanças, pioneiro em análise de investimentos, historiador, especialista em risco e escritor. Aos 87 anos, tem um currículo inigualável e invejável, e acaba de lançar mais um livro Capital Ideas Evolving, que é a continuação de Capital Ideas, lançado em 1992, uma análise do impacto das teorias acadêmicas no mercado de valores americano (Capital Ideas Evolving, Wiley, John & Sons, 282 páginas, US$ 23,96) Em 1996, escreveu Against the Gods, sobre risco e retorno no mercado financeiro: "Risco – diz ele – significa que mais coisas poderão acontecer do que realmente acontecerão. Isso significa que você desconhece os limites do que poderá acontecer, mas ainda assim terá de tomar decisões. Então, você tem de gerenciar riscos comparando-os a resultados potenciais obtidos por meio da diversificação". E completa: "Mas, lembre, só porque mais coisas podem acontecer do que irão acontecer não significa apenas coisas ruins. O resultado pode ser melhor do que você espera. Pode ser que uma ação que eu possuo triplique de preço". Em seu último livro, Bernstein ampliou magnificamente seu panorama sobre o pensamento acadêmico em termos de risco e investimento – pensamento de teóricos como Harry Markowitz, Bill Sharpe e Myron Scholes, que desenvolveram teorias para explicar as relações entre risco e remuneração, os ganhos alcançáveis pela diversificação dos investimentos e o arcabouço dentro do qual nascem os valores das opções financeiras. Segundo o próprio autor, o tema central do livro lançado agora é sobre como os grandes financistas americanos (especialmente os do governo, e entre estes os do Federal Reserve, o banco central americano) pensam sobre temas relevantes como os mercados, os investimentos, o equilíbrio entre risco e retorno, "mercado eficiente" e diversificação. Mas quando ele estava escrevendo o livro, diz Bernstein, a implementação dessas coisas era deficiente. Agora, diz ele, todos os Prêmio Nobel de Economia estão ganhando dinheiro com a implementação prática dessas idéias.

S

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

G O jogo atualmente

é muito parecido com as corridas armamentistas que o mundo tem assistido de 1940 para cá.

conceito de "mercado eficiente" (segundo o qual os preços sempre refletem toda a informação disponível num certo mercado) levou à criação de fundos destinados a acompanhar índices, o que permite aos investidores possuir um portfólio de ações bem diversificado a um custo reduzido. Mas na prática, o que acontece é que os gerentes desses fundos ainda sofrem muito para fazer com que os resultados alcancem os índices escolhidos. Bernstein procura mostrar na obra de que modo gigantes financeiros como Barclays Global Investors e Goldman Sachs Asset Management aproveitaram as dicas dos acadêmicos – e ele deixa claro que se há uma maneira de ganhar sempre, derrotando as incertezas do mercado, é contratar doutores em Física ou Matemática e adquirir força computacional em grande escala. Não adianta mais, segundo ele, ter boas maneiras no restaurante da Bolsa e um livro de contatos bem atualizado. O jogo atualmente é muito parecido com as corridas armamentistas que o mundo tem assistido de 1940 para cá: os gerentes de fundos tentam cada vez mais encontrar computadores rápidos o suficiente para negociar títulos e valores antes que os concorrentes descubram as mesmas oportunidades. Essa corrida torna os mercados mais eficientes e faz os modelos acadêmicos parecerem mais reais do que antes. Não era assim, entretanto, até os anos 50, quando administrar bens (inclusive dinheiro) de terceiros era muito mais uma arte do que uma ciência. Na verdade não havia teorias que pudessem explicar o comportamento de certos mercados. Gerenciar, nessa época,

O

significava encontrar quem tivesse informação privilegiada que pudesse ser usada em favor do cliente (e de seus bens). Isso só começou a mudar entre 1950 e 1970, quando os acadêmicos começaram a estudar a administração das carteiras de ações, apesar do ceticismo dos bancos. E Bernstein estava entre eles.

SE ALGUÉM ENTENDE DE RISCO NO MUNDO ESSE ALGUÉM É PETER BERNSTEIN

segundo deles é a questão da representação popular no legislativo da União. São mais de 500 deputados federais numa festança de gastos públicos para uma contrapartida de produção legislativa útil que há muito não se vê. Indo além, existe a distorção do número de cadeiras por estado. O teto imposto aos estados mais populosos, limitando suas cadeiras, permite que unidades da Federação com menor população, menor peso político e econômico imponham sua vontade (quase sempre dependente dos favores econômicos e financeiros da União) aos que, de fato, produzem e sustentam o País.

PAULO SAAB FORO E REPRESENTAÇÃO enhuma reforma política no Brasil pode passar longe de apreciar dois temas que afetam a vida nacional e são desconsiderados quando o assunto volta à pauta. O primeiro deles diz respeito à questão do foro privilegiado de que desfrutam os parlamentares e outros ocupantes de cargos públicos. A Justiça brasileira é ruim, lenta, entre outros adjetivos pertinentes, e também descumpridora da Constituição que deveria guardar. A Lei Maior diz que todos são iguais perante ela própria, a lei. Ocorre que, ao criar foros privilegiados, ela deixa de ser igual e favorece quem a ofende, dando guarida em procedimento que, normalmente, é acobertador ou protelatório, beneficiando sempre o infrator.

N

nação brasileira não pode nem deve se acostumar com o comportamento de políticos e governantes que desonram o cargo, atacam a imprensa e a instituição a que pertencem, buscando cortina de fumaça para encobrir as infrações ou crimes cometidos. A concessão de foro privilegiado é um sintoma a mais da impunidade generalizada no País, que está levando as pessoas a se sentirem cobertas em qualquer tipo de atitude que viole regras, leis, códigos. Indo além, gera uma permissividade moral negativa, que se espraia como alegada legítima defesa para quem não tem limites para sua cobiça pessoal. Acabar com o foro privilegiado e destinar a julgamento comum qualquer cidadão, independentemente do cargo que ocupe, é uma primeira maneira de começar a inibir a ação despudorada dos predadores do patrimônio público e/ou da moral pública.

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tese é polêmica e remonta aos tempos dos governos militares, que deram maior peso de representatividade aos estados do Norte e Nordeste para, através de uma maioria dependente das dotações federais, subjugar politicamente os estados mais desenvolvidos. Acabaram-se os governos militares mas os interesses de dominação prevaleceram e ainda hoje se assiste a um festival de vitórias de grupos de interesse restritos na aprovação de leis de interesse dos detentores do poder. Legislam em causa própria. Mexer com esses temas é enfiar o dedo na ferida das mazelas da vida política nacional e, também, no vespeiro, porque os patrulheiros de plantão, defensores perpétuos das benesses oficiais a seu favor, sempre chiam com voz de ofensa.

A

ingir que isso não é prioridade só atende aos interesses das minorias que, como urubus, atacam a carniça do bem público. E se defendem, agredindo quem ousa falar em nome dos verdadeiros interesses nacionais que eles pensam encarnar. Reforma política para beneficiar quem está no poder não é reforma. É falácia.

F

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

G A concessão

de foro privilegiado é um sintoma a mais da impunidade generalizada no País.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Espor tes Logística Vídeo Seção

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Entre no site e embarque na aventura do Solar Impulse, o avião movido a energia solar.

DE TUDO UM POUCO PARA SUA INFORMAÇÃO

Blue Gene/P: ele é o máximo. Divulgação

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Laboratório Nacional Argonne, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, deve ser a primeira instituição a receber o Blue Gene/P, lançado na semana passada e considerado o computador mais poderoso do mundo. A segunda geração do Blue Gene praticamente triplica o desempenho de seu antecessor. E é o pacote de computação que mais economiza energia e espaço já construído. A IBM, fabricante da supermáquina, afirma que o Blue Gene/P pode, por exemplo, executar simulações de testes clínicos em 27 milhões de pacientes em uma tarde, usando apenas uma pequena parte da capacidade total da máquina. A Solução IBM® System Blue Gene®/P é projetada para operar continuamente em uma velocidade que excede um "petaflop", ou um quatrilhão de operações por segundo. O sistema é 100 mil

chip tem a capacidade de realizar 13,6 bilhões de operações por segundo. Uma placa de 0,61 metros por 0,61 metros que contém 32 destes chips produz continuamente 435 bilhões de operações por segundo, tornando-o mais poderoso que um cluster típico de 40 nós, baseado Blue Gene/P: 100 mil vezes mais poderoso que um PC doméstico. em processadores de commodity de dois núcleos. poucos anos. vezes mais poderoso do que Trinta e duas placas Como o seu antecessor, o um computador residencial e compactas compreendem os Blue Gene/P conta com pode processar mais racks de 1,8 m de altura. Cada operações em um segundo do design modular, composto rack executa até 13,9 trilhões que uma pilha de laptops de por "racks" que podem ser de operações por segundo, adicionados de acordo com a 2.400 metros. Pode ser 1.300 vezes mais rapidamente configurado para atingir necessidade do cliente. do que os computadores Quatro processadores IBM velocidades superiores a três residenciais mais rápidos de (850 MHz) PowerPC® 450 petaflops, um nível de estão integrados em um único hoje. O sistema operacional é desempenho que muitos baseado no software Linux. chip do Blue Gene/P. Cada pensavam ser inatingível há

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Kennex comercializa na rede Extra o PC TV KNX-33180/2. Possibilita assistir a programas da TV aberta e a cabo. Conta com processador Intel Celeron D331. Informações: www.extra.com.br.

legenda dos notebooks Dell Latitude D630 e D830 saiu truncada na última edição. Os preços dos notes, com Windows Vista instalado, variam de R$ 6.959 a R$ 7 mil, a depender da configuração.

Empresa de TI busca profissionais W e s h o w (www.weshow.com.br) é uma plataforma que busca em todos os web sites vídeos e os disponibiliza para os internautas. Recebeu investimentos de US$ 2 mi.

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T-Systems, empresa de serviços de Tecnologia da Informação e de Comunicações (ICT), abriu 140 vagas para 80 estagiários e 60 profissionais em SP, PR e SC. Trinta são para portadores de necessidades especiais. Informações no site www.t-systems.com.br.

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EU NAVEGO

Ibope, agora pelo celular.

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Ibope medirá a audiência da televisão no celular e na web Lançado no dia 22 de junho, o novo programa, chamado de Media Workstation, além de fazer medições da audiência de TVs, fará também a medição do conteúdo exibido na internet e em celulares, graças a sua capacidade de fazer a avaliação por conteúdo. O antigo software utilizado pelo Ibope realizava uma medição baseando-se no canal em que o telespectador estava sintonizado em um dado momento. Com o novo software será possível registrar todos os conteúdos transmitidos nos servi-

dores do Ibope, possibilitando identificar a sua reprodução em um momento posterior. Será possível, por exemplo, medir a audiência de um usuário quando ele assistir àquele programa gravado por meio de um aparelho de DVR (digital vídeo recorder), em determinado tempo no passado, explicou Dora Câmara, diretora comercial do Ibope Mídia. O Media Workstation começa a ser instalado nas emissoras e agências de propaganda de São Paulo a partir deste mês e no segundo semestre chega aos demais estados brasileiros.

Sergio Kulpas sergiokulpas@gmail.com

A atriz Camila Morgado diz que seu site favorito é o Yo u T u b e ( w w w . y o u t u b e . c o m . b r ) , " p o r q u e consigo me divertir e, ao mesmo tempo, me informar."

iPhone: o negócio do século.

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VOE, NA FRENTE DO SEU PC. E

ntre no site www.solarimpulsevirtual flight.com. E acompanhe a rotina da equipe da missão Solar Impulse (foto acima), o avião movido a energia solar projetado pelo suíço Bertrand Piccard. O simulador foi desenvolvido pela Altran, líder na Europa em Consultoria TI e uma das patrocinadoras do projeto. Com o simulador, as

eventuais dificuldades da missão, que decolará em maio de 2011, podem ser antecipadas. Além disso, é possível acompanhar os passos dos integrantes da missão, em tempo real, além de ter acesso às imagens, aos dados, itinerários, mapas e diário de bordo. Na simulação, escolhe-se o destino e, a partir daí, o sistema traça a rota ideal,

Gerenciador de lojas é lançado em nova versão Divulgação

U

ma nova versão do Gerenciador Automático de Lojas (GAL) foi lançada no varejo. Batizada Flash, ela permite ao lojista acompanhar em tempo real, através da internet, o desempenho das lojas em tempo real. Conta com sistema de gerenciamento total do negócio com auditoria, registro de todas as operações,

considerando as condições climáticas mais adequadas e seguras. O Solar Impulse tem 80 metros de comprimento e duas toneladas de peso. Deverá voar a uma altitude de 12 mil metros, durante o dia, para manter as baterias carregadas. Nos vôos noturnos, a altitude deverá ser de cerca de três mil metros.

O atendimento mais simples do GAL dura em média 12 segundos

alteração de parâmetros, facilidade de uso, interface com periféricos e suporte para as vendas, incluindo treinamento a distância. Além disso, a empresa lança o módulo Business Inteligence (BI), que oferece suporte para a gestão de negócios. Mais informações através do site www.quadrant. com. br.

s dados são da consultoria Piper Jaffray: foram vendidas 500.000 unidades do iPhone nos Estados Unidos durante o fim de semana, de sexta de manhã até domingo à noite. Já na manhã de ontem, o 'Los Angeles Times' informava que o número já chegava a 525.000 unidades vendidas. Segundo o estudo elaborado pelo analista Gene Munster, da Piper Jaffray, o volume comercializado na estréia supera e muito a previsão inicial, que era de 200.000 unidades no primeiro fim de semana. Apesar do desabastecimento em algumas lojas da operadora AT&T AFP (parceira da Apple no lançamento), o iPhone pôde ser encontrado em todas as lojas da Apple na sexta e no sábado, e em 84% das lojas no domingo. Em grandes centros como Nova York e São Francisco, 95% dos consumidores preferiram o modelo de 8GB, que custa US$ 599. Em apenas um fim de semana, a Apple faturou quase US$ 300 milhões com o aparelho. Uma soma fabulosa, sob qualquer aspecto. Não é para menos: anunciado pela primeira vez há pouco menos de um ano, o iPhone virou uma mania, uma febre de antecipação como há muito tempo não se via nos Estados Unidos. Os sites especializados com o o G i z m o d o ( w w w. g i z m odo.com) e Gadget Lab (http://blog.wired.com/gadgets/) fizeram uma cobertura detalhada da "loucura": pessoas que passaram vários dias acampadas na frente das lojas da Apple, fotos dos primeiros felizardos que saíram com seu cobiçado prêmio e até tentativas de furtos. A mídia norte-americana deu milhares de linhas e milhares de mi-

nutos de vídeo para a cobertura do lançamento, ofuscando até a cobertura da guerra e de problemas mais prementes. Ontem, as ações da Apple e da AT&T abriram em alta, como era de se esperar. Além disso, o lançamento extremamente bem-sucedido já coloca em funcionamento acelerado uma indústria completa voltada para o iPhone: acessórios de todos os tipos, serviços complementares, camisetas, buttons, etc. Não é difícil imaginar o florescimento de uma indústria bilionária de varejo relacionada com o iPhone nos próximos

Filas nas lojas da Apple: 500 mil iPhone vendidos.

meses. Mas nem tudo são rosas para o "gadget do século" e seus proprietários. Mesmo antes do lançamento oficial, os analistas se preocupavam com a capacidade da AT&T de atender a demanda – tanto em termos de ativação dos serviços previstos para o iPhone como para resolver as dúvidas dos clientes. As previsões se confirmaram na forma de muito atraso nos procedimentos de ativação e a quase impossibilidade de falar com o atendimento ao consumidor da operadora de telefonia. A Apple, uma empresa moderna, pode sofrer (e muito) com as deficiências da AT&T, uma companhia antiga e

antiquada. A gigante da telefonia nos Estados Unidos foi condenada a se desmembrar em 1984, como resultado de um rumoroso processo antitruste. Desde então, aos poucos a AT&T se reaglutinou, comprando de volta unidades que estavam operando independentemente. As letras miúdas do contrato de serviço com a AT&T podem pegar muitos consumidores de surpresa. Para usar as funções básicas do iPhone, é preciso assinar um contrato inicial de dois anos com a operadora, que sai por US$ 60 mensais mais a taxa de ativação de US$ 36. Somado ao valor do aparelho, em torno de US$ 600, o valor supera US$ 2.000. E para funções mais sofisticadas, ou "premium", o valor do contrato pode ser ainda mais alto. E sem o contrato com a AT&T, o iPhone é uma máquina morta: não será possível sequer usá-lo como iPod, para tocar música. Mesmo essa função depende da ativação via AT&T para funcionar. E mesmo com um negócio tão promissor em mãos, a AT&T parece não ter se preparado tão bem com a Apple para o lançamento (ou talvez subestimou o sucesso do aparelho). Ao longo do fim de semana e da segunda-feira, a mídia tradicional e os blogs especializados pipocaram de notícias sobre clientes furiosos com a lentidão da ativação dos serviços e falta de esclarecimentos do serviço ao consumidor da AT&T. Em tempo: o iPhone não tem previsão alguma de chegada na América do Sul. Mas as operadoras Vivo e TIM já estão avaliando uma parceria com a Apple para lançar o aparelho aqui.


terça-feira, 3 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


Eleição Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

TRE DEIXA CASO RORIZ PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO Reprodução

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Nilton Servo: principal acusado pela Operação Xeque Mate aguarda apenas o alvará de soltura

Lindomar Cruz /Agência Senado

Verba do MEC para alfabetizar tem destino ignorado

Eymar Mascaro

Abrindo o bico

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eraldo Alckmin tomou duas importantes decisões no último final de semana. Ele não disputará a presidência do PSDB, mas já da sinais claros de que concorrerá à Prefeitura de São Paulo. O ex-governador pretende "movimentar" o cenário político nas próximas semanas. Os tucanos realizam no mês de novembro a convenção que decidirá seu novo presidente. O escolhido conduzirá a legenda durante o processo de escolha do próximo candidato ao Palácio do Planalto em 2010. Alckmin deverá receber o apoio dos principais líderes do tucanato durante sua campanha na capital paulista.

P

arte dos milhões de reais destinados ao programa de alfabetização de jovens e adultos mantido pelo Ministério de Educação (MEC) tem ido pelo ralo. Apenas no primeiro semestre deste ano, o ministério liberou cerca de R$ 20 milhões para organizações não governamentais (ONGs) que executariam o Programa, mas admite que não sabe para onde foi o dinheiro. Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" analisou as contas do ministério e percorreu os endereços onde deveria haver aulas em São Paulo. Encontrou classes fantasmas, professores que não receberam salários, educadores contratados para alfabetizar ao mesmo tempo em três lugares e duplicidade de turmas. A proposta de erradicar o analfabetismo esbarra em um esquema de desvio de verba que envolve as ONGs credenciadas pelo MEC, conclui o levantamento. Na capital, 12 entidades foram cadastradas – 11 já receberam verbas para cumprir aquela que seria uma das mais importantes metas do ministério: acabar com o analfabetismo. Em São Paulo, parte dos 68 mil alfabetizadores cadastrados atua desde o início do ano. Mas, terminado o primeiro semestre, centenas deles não viram um centavo da verba. Para ser cadastrada no Brasil Alfabetizado, a ONG precisa apresentar e ter seu projeto aprovado pelo MEC. É o caso do Centro de Educação, Cultura e Integração Social de São Paulo, autorizada em 2006. A ONG, em Guaianases, zona leste da capital paulista, recebeu R$ 632.887,20 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para alfabetizar 5.709 pessoas, em 241 turmas com 146 alfabetizadores. A verba foi depositada em 3 de abril, na conta 000041493X, agência 1267, do Banco do Brasil. Até sexta-feira, boa parte dos educadores não tinha recebido o dinheiro. Mais: das 241 turmas, a reportagem esteve em 130 e descobriu que pelo menos 65 são fantasmas. Dos endereços declarados ao MEC, alguns são terrenos baldios. Outros, residências. Isso pressupõe que a ONG recebeu, só por esse grupo, pelo menos R$ 98.800,00 e deixou de alfabetizar no mínimo 650 alunos. (AE)

ABERTURA

Mudança de fórum: processo contra o senador segue agora para nova apuração de 'desvios de conduta'

RORIZ: CASO PASSA PARA O MPF TRE transferiu para o Ministério Público Federal a decisão de investigar o senador

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presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TREDF), Otávio Augusto Barbosa, deixou para o Ministério Público Federal a decisão de investigar ou não o suposto pagamento de propina a desembargadores para absolver o senador Joaquim Roriz (PMDBDF), acusado de fazer propaganda ilegal durante a campanha do ano passado. Em nota oficial divulgada ontem, Barbosa promete punição rigorosa, caso fiquem comprovados "desvios de conduta", mas não anuncia nenhum procedimento interno para apurar os fatos. Em outubro do ano passado, Roriz foi absolvido por 4 votos a 2, depois que o desembargador José Luiz da Cunha Filho, que tinha votado contra o peemedebista, mudou de idéia e votou pela improcedência das representações contra Roriz. Segundo reportagem da revista "Veja", Roriz teria usado parte dos R$ 2,2 milhões que tomou emprestado do empresário Nenê Constantino para pagar suborno a dois desembargadores, que garantiriam o arquivamento do caso no TRE. O valor da propina seria de pelo menos R$ 1,2 milhão. Na nota oficial, o desembargador Otávio Augusto Barbosa diz que enviou cópias dos processos contra Roriz para o Ministério Público Federal e acrescenta que o tribunal "está à disposição daquele órgão para prestar as informações que julgar necessárias". O senador diz que pediu o empréstimo ao "amigo" Constantino e que

Justiça manda soltar Servo e mais oito

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Justiça Federal de Campo Grande (MS) revogou ontem a prisão de Nilton Servo, apontado como chefe de uma máfia de exploração de máquinas caça-níqueis. Além de Servo, outros oito envolvidos na Operação Xeque-Mate, desencadeada pela Polícia Federal, receberam de volta a liberdade. Desse total, sete envolvidos continuavam presos e dois eram considerados foragidos. O juiz considerou que não havia mais razão para manter os acusados presos, já que não os via atrapalhando o andamento do processo. Nilton Cezar Servo apregoa ser amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que fez empréstimos ao

irmão mais velho de Lula, Genival Ignácio da Silva, o Vavá, que acabou não sendo denunciado à Justiça. Mas o major da Polícia Militar do Estado, Sérgio Roberto de Carvalho, vai continuar preso. Ele cumpria pena por tráfico de drogas no regime de liberdade condicional, e como voltou a ser preso, o juiz da Vara de Execuções Penais da Justiça Estadual suspendeu a condicional. O advogado de Nilton Servo, Eldes Rodrigues, disse que ontem foi apresentada a defesa prévia do acusado, e que agora estão se preparando para a audiência na quinta-feira, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação. (AOG)

usou R$ 300 mil para pagar uma bezerra. O resto, segundo Roriz, foi devolvido ao empresário. O peemedebista nega ilegalidade na operação. Roriz respondeu a dois processos semelhantes – um movido pelo Ministério Público Eleitoral e outro pelo PCdoB, partido do ex-ministro Agnelo Queiroz, derrotado na disputa pela vaga no Senado. As representações foram encaminhadas em setembro do ano passado, antes das eleições. Acusa-

A meu sentir, reside no seu voto (do relator) a certeza de que as representações (contra Roriz) não podem prosperar. Desembargador José Luiz da Cunha Filho

vam Roriz de usar o portal da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) para divulgar sua candidatura ao Senado. A Caesb fazia, na época, campanha para divulgar o novo telefone para atendimento ao público, que passara de 195 para 115. No entanto, os denunciantes entenderam que a campanha tinha a intenção de divulgar o número de Roriz, 151. As representações pediam a cassação do registro de Roriz, o que impediria o peemedebista de continuar na disputa eleitoral. O julgamento valeu para os

dois processos. No primeiro dia do julgamento, 13 de outubro, o placar estava 3 a 2 em favor de Roriz, mas o pedido de vista do processo, feito pelo desembargador Romes Gonçalves Ribeiro, adiou a decisão. Na ocasião, votaram em favor de Roriz o relator do processo, Roberval Casemiro Belinati, a juíza Maria Beatriz Parrilha e o desembargador Carlos Fernando Mathias de Souza. Foram contrários ao arquivamento da representação José Luiz da Cunha Filho e o vice-presidente do TRE, Estevam Maia. No dia 23 de outubro, retomado o julgamento, Romes Ribeiro votou contra Roriz, o que igualou o placar em 3 a 3. No entanto, José Luiz mudou o voto e o peemedebista foi absolvido por 4 votos a 2. "Após proferir meu voto no sentido da procedência das representações em julgamento, tive acesso aos autos e os examinei detidamente, quando pude chegar à mesma conclusão do eminente relator. A meu sentir, reside no seu voto a certeza de que as representações não podem prosperar", disse Cunha na sessão que livrou Roriz dos processos. Na sessão anterior, o desembargador tinha sido sucinto no voto contrário a Roriz. "Eu vou acompanhar a divergência e julgar procedente a representação". O Ministério Público não recorreu da decisão do TRE e com isso o processo 1501 foi arquivado. O PCdoB recorreu então ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguarda novo julgamento. (AE)

Abin pede autorização para escutas legais

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Agência Brasileira de Inteligência (Abin) quer deixar de ser uma "inteligência surda". A direção do órgão prepara um pedido formal para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva patrocine mudanças na legislação para permitir a seus agentes fazer escutas em telefones e ambientes, havendo autorização judicial. O pedido da Abin e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), será analisado em reunião que o presidente fará com os principais assessores para tratar dos rumos do serviço brasileiro de inteligência. Quando o governo foi surpreendido pela invasão da usina hidrelétrica de Tucuruí por integrantes da Via Campesina e do

Movimento dos Atingidos por Barragens, o Planalto concluiu que chegou a hora de discutir que tipo de Abin o Brasil precisa ter. A cúpula da agência define um conjunto de propostas que vai da mudança na Constituição para permitir escuta ambiental e interceptação telefônica e de comunicações – sempre mediante autorização judicial – até o aumento do orçamento para modernizar seus equipamentos e ampliar seus quadros em ao menos 20%, nos próximos três anos, com melhoria salarial. Para o presidente da Abin, Márcio Buzanelli, a autorização para escutas legais "será um marco na evolução do trabalho da agência". (AE)

Com a decisão de não brigar pela presidência da legenda, Geraldo abre caminho para a eleição tranquila do senador pernambucano Sérgio Guerra. O parlamentar coordenou a campanha de Alckmin durante as eleições presidenciais de 2006. O político tem o apoio da sua bancada no Senado e do ex-presidente Fernando Henrique.

APOIO

A provável candidatura de Geraldo Alckmin em São Paulo entrará em choque com os tucanos que "costuram" o apoio da legenda ao atual prefeito Gilberto Kassab (DEM). O principal interessado é o governador José Serra (PSDB-SP), cujo objetivo é garantir a coligação em 2008 e receber a colaboração dos democratas em 2010.

COLIGAÇÃO

Serra está convicto de que será ele o candidato tucano à presidência, embora a legenda tucana também seja alvo de outro governador, Aécio Neves (Minas Gerais). Parece que o acordo do governador paulista com os democratas pode "subir no telhado" com a decisão de Geraldo Alckmin.

INSISTÊNCIA

Vencendo a disputa dentro do PSDB, Alckmin levará o PT a insistir na candidatura de Marta Suplicy. Os dois são indicados como os principais "nomes" dentro de suas legendas. Eles serão os principais adversários de Gilberto Kassab. Os petistas mantém o discurso de que Geraldo disputará 2008 de olho em 2010.

Serra em quase todas as regiões do País. O paulista leva vantagem por ter exercido o cargo de Ministro da Saúde e de ter disputado o Planalto em 2002. Aécio precisa de mais tempo para divulgar seu "nome".

MARKETING

Os "marqueteiros" do governador de Minas acham que o uso da televisão poderá projeta-lo no cenário nacional. Eles calculam que ainda faltam três anos para a eleição presidencial, tempo razoável. Pessoas ligadas a Aécio sabem que o escolhido para disputar a presidência será aquele que apresentar o melhor desempenho nas pesquisas de opinião.

CANDIDATURA

Aécio Neves está disposto a enfrentar todos os problemas para ser o candidato a presidente em 2010. Ele não tem interessa em disputar o cargo em 2014. Aécio não deseja enfrentar Lula em 2014. Sua avaliação é de que será mais "fácil" concorrer daqui a três anos, pois o PT não terá um candidato de "peso".

OFERTA

O desejo de concorrer em 2010 pode levar Aécio a trocar o PSDB pelo PMDB. Aécio já recebeu o convite do presidente peemedebista Michel Temer, de quem obteve também a garantia de legenda para 2010. Mas, por enquanto, Aécio permanece no PSDB, embora continue a cultivar uma boa convivência com Lula.

CHAPA

O sonho de Michel Temer (PMDB-SP) é de levar o mineiro para sua legenda e lançá-lo candidato a presidente. O vice seria o ex-ministro Ciro Gomes. Temer avalia que seria uma chapa forte, ela somaria os eleitores de Minas, cerca de 11 milhões de votos e os do Nordeste, por volta de 33 milhões.

COM O PT

O mineiro também poderá obter o apoio de MEXIDA Lula e do PT, caso saia A Prefeitura de São candidato pelo PMDB. Na Paulo pode receber um falta de um "nome" com quarto nome interessado chances reais na disputa, em administrá-la. A deputada Luiza Erundina os petistas podem (PSB-SP) é vista como uma colaborar com uma alternativa de outra alternativa dentro de sua legenda. Sua candidatura legenda. O presidente não esconde que tem simpatia interessa a Ciro Gomes, por Aécio Neves, desde provável candidato dos que ele esteja fora do socialistas ao Planalto em ninho tucano. 2010. Todos os partidos têm interesse nos 10 INCÓGNITA milhões de votos que o O Conselho de Ética do município terá em 2010. Senado se reunirá hoje para examinar o processo EM BAIXA contra o senador Renan Pesquisas realizadas a pedido do lideres do PSDB Calheiros (PMDB-AL). A indicam que Aécio Neves oposição insiste para que o presidente da Casa deixe o (PSDB) ainda é cargo pelo menos desconhecido da maioria enquanto durarem as dos eleitores brasileiros. investigações. O mineiro perde para


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Nacional Empresas Va r e j o Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

Consumidor prefere comprar edredons e cobertores confeccionados com fibras mais leves

LOJAS DE R$ 1,99 FORAM DESTAQUE

MAIOR OFERTA DE CRÉDITO ELEVA AS VENDAS NO 1º SEMESTRE

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Aumento da renda deve dar impulso ao comércio na segunda metade do ano Vanessa Rosal

A

s vendas de roupas, calçados e outros produtos de baixo valor agregado, como itens de utilidade doméstica, sustentaram os negócios do varejo durante o mês de junho. De acordo com os indicadores econômicos divulgados ontem pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as vendas cresceram 7,6% sobre o mesmo período de 2006. O principal medidor das compras no crediário, o Servi-

ço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), sinalizou que as vendas a prazo cresceram 6,4%. Já as consultas ao UseCheque, que mostram o ritmo das vendas à vista, aumentaram 8,8%. "Os números positivos ainda são resultado do Dia dos Namorados, que é uma data comemorativa em ascensão. Lojas populares, como as que vendem produtos a R$ 1,99, foram destaque", disse o economista Emílio Alfieri, do IEGV. No semestre, entretanto, o número de consultas ao SCPC cresceu 5,6%, ante 5,3% do UseCheque. Para o diretor do IEGV, Marcel Solimeo, "o aumento das vendas do varejo se

deve à redução das taxas de juros, dilatação dos prazos de crediário, aumento do emprego e da renda e queda de preços de artigos importados". As expectativas para o segundo semestre também são positivas. "É preciso considerar que esse período é mais forte em vendas, em razão do efeito das correções salariais e do 13º salário", afirmou Solimeo. Já a inadimplência se manteve estável em junho. Os registros recebidos aumentaram 4,6% e os cancelados, 4,5%, com ligeira aceleração no semestre, que teve crescimento de 6,3% dos recebidos e de 5,5% dos cancelados.

Lojistas antecipam as liqüidações de inverno

As peças de inverno deverão dar lugar às coleções de verão ainda nas primeiras semanas de agosto Newton Santos/Hype

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

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inverno começou oficialmente há duas semanas, mas a falta de frio fez com que o varejo paulistano antecipasse as tradicionais liqüidações, geralmente iniciadas nas primeiras semanas de agosto. As temperaturas em alta e os lançamentos das coleções de verão na última São Paulo Fashion Week são apontados pelos lojistas como as principais causas dos descontos de até 70% em blusas de manga longa, terninhos e casacos de lã. É o caso da Renner, que lançou a campanha Grandes Ofertas no último dia 28. A empresa oferece descontos de até 40% em roupas, acessórios e calçados da linha outono-inverno, com a possibilidade de parcelamento em cinco vezes sem juros. A rede TNG também antecipou as liquidações, intitulando a campanha como "promoção de férias" e fazendo descontos de até 70% nos itens de inverno e básicos, como o jeans. Seguindo essa tendência, os lojistas de shoppings oferecem descontos desde a segunda quinzena de junho. "O consumidor nunca sabe quando vai esfriar. Então, ele se previne comprando cobertores e edredons mesmo no calor", explica Adriane Viana Teixeira, gerente da Marlene Enxovais, no Shopping Anália Franco, na zona leste da capital. Segundo ela, o período de liquidações de inverno do esta-

Peças com materiais sintéticos fazem sucesso

João Mina: cobertores soft têm grande procura

Roupa de cama fica mais leve Lojistas oferecem descontos de até 70% nas peças de outono/inverno

belecimento tem vendas equivalentes ao período de Natal e os descontos chegam a 50%. Já a Equus oferece blusas a R$ 29 desde o dia 15 de junho, na campanha de liqüidação. A marca apostou em cores chamativas na fachada da loja, como o vermelho, e em grandes letras com a palavra "Bazar". De acordo com a gerente Carla Lucera, as peças de inverno estão mais leves neste ano, por causa do calor, e a coleção de primavera chegará na primeira semana de agosto. "Fomos a primeira loja do Anália Franco a liqüidar o estoque de inverno. É uma estratégia que está dando certo", diz. A mesma estratégia foi adotada pela Mob, loja de moda feminina. A gerente Patrícia Cláudia Rachope diz que a liquidação, iniciada após o Dia

dos Namorados, já "limpou" quase todo o estoque de inverno. "Restam poucas peças de manga comprida. Já estamos nos preparando para receber as roupas de verão." As lojas da Rua Oscar Freire aderiram às promoções e oferecem descontos de 70% desde o mês passado. De acordo com o gerente da Zoomp, Pedro Guimarães de Oliveira, ao longo dos anos, a empresa adotou a estratégia de acompanhar as tendências da São Paulo Fashion Week. "Desfilamos nossos novos modelos na última semana de moda, e todas as lojas da rede iniciaram a liquidação". Marcas como Ellus, Triton, M. Officer e Ópera Rock também estão liqüidando. As coleções de verão antecipam a chegada para agosto. (VR)

Maristela Orlowski

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frio na capital já não é mais o mesmo. A comercialização de cobertores também não. As antigas e pesadas cobertas de lã saíram do gosto popular e abriram caminho para produtos mais leves e macios, como mantas soft e edredons. Na Tecelagem Lorena, por exemplo, localizada em Moema, zona sul de São Paulo, a venda desses artigos disparou nos últimos anos. Segundo o proprietário do estabelecimento, João Mina, cobertores e mantas soft são responsáveis por 70% do total de vendas do setor de roupa de cama. "Além de serem leves, os artigos soft são mais em conta que os de lã." Para se adequar à demanda do mercado, há quatro anos,

Mina começou a fabricar edredons mais leves, de puro algodão e supercal 200 fios, com estampas que seguem as tendências da moda. "Atualmente, a linha faz sucesso e responde por 50% das vendas totais de edredons." No segmento de mantas, os produtos importados da China são as grandes vedetes. "São mais leves e macios. As peças não chegam a pesar um quilo." O diretor da varejista Zêlo, Mauro Razuk, também percebe esse cenário nas lojas da rede. "O público não procura mais cobertores de lã no inverno. Querem edredons ou cobertores de materiais de fibra oca, que são mais volumosos e menos pesados", diz. Linha leve – Os fabricantes apostam cada vez mais na linha leve. A Tecelagem Parahyba, fundada em 1925 e com sede em São José dos Campos, interior de São Paulo, é um exemplo. Famosa por seus cobertores de lã e fibra sintética, a empresa ampliou o mix de produtos com a fabricação de mantas e edredons. "Atualmente, 50% da produção é destinada para mantas, 40% para cobertores e 10% para edredons", diz o diretor da empresa, Ricardo Kabbach. Apesar dos investimentos em novas linhas, o diretor da Tecelagem Parahyba diz que as vendas caíram quase 30% nos primeiros quatro meses do ano em comparação ao mesmo período do ano passado. "O último inverno rigoroso que tivemos em São Paulo foi em 2004. De lá para cá, enfrentamos uma queda de vendas de aproximadamente 5% ao ano em produtos de inverno", revela Mateus Scarparo, diretor da Scavone.

Ele também reclama da importação: "Além da falta de frio, estamos sofrendo com uma enxurrada de cobertores chineses neste ano, que aumentou 170% em relação a 2006." A Scavone, fábrica localizada em Itatiba, a 60 quilômetros da capital, mudou a forma de atuação no mercado. "Em 2004, iniciamos a produção de cobertor tipo polar fleece ou soft, pois percebemos o aumento da demanda por artigos mais adequados ao nosso clima", afirma Scarparo. Segundo o executivo, houve redução da fabricação de produtos sazonais, como mantas, cobertores e edredons, que, atualmente, respondem por 30% da produção do setor de roupa de cama da empresa. "Em 2004, esses produtos de inverno representavam 65% do faturamento da linha de artigos para cama. A proporção alterou-se porque investimos em lençóis e colchas matelassadas, que, hoje, representam 70% do faturamento. Em 2004, o segmento respondia por 35%", afirma Scarparo. Te c i d o s t e c n o l ó g i c o s – Além do setor de roupa de cama, que abrange lençóis, colchas, mantas e cobertores, a empresa também atua no setor de nonwovens (tecidos não tecidos), produtos altamente tecnológicos e utilizados nas indústrias automobilística, calçadista e de higiene e saúde. "A tendência é concentrarmos investimento na linha de lençóis e colchas no setor de roupa de cama e no setor de nonwovens/produtos técnicos. A expectativa para este ano é boa no geral, porém, em relação a produtos de inverno o quadro continua desanimador", conclui Scarparo.


terça-feira, 3 de julho de 2007

Vídeo Inovação Logística Espor tes

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 A lei será revista. E o navegador por GPS em automóveis terá, finalmente, imagens.

O CAMINHO MAIS RÁPIDO PELO GPS

Navegamos pelo asfalto (e não nos perdemos) Avaliamos dois modelos de navegadores por GPS, um equipamento útil para entregadores e vendedores que vivem nas ruas da cidade. Newton Santos/Hype

Fábio Pellegrino

Divulgação

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pesar de muitos motoristas dizerem que conhecem as ruas de São Paulo "como a palma da mão", perder-se é comum: a cidade tem cerca de 50 mil ruas e é mal sinalizada. É um problema especialmente para entregadores e para vendedores. Para reduzir o problema, a tecnologia fez o favor de dar uma mãozinha. Os navegadores GPS (via satélites) são excelentes guias e levam motoristas a rotas quase sempre certeiras. Quase sempre, porque a ordem de tráfego eventualmente é mudada e uma rua que era mão-dupla pode ser alterada para mão-única de um dia para o outro. Teste - Mas o aparelho funciona? Instalamos dois GPS de diferentes modelos (o NAV 200, da Delphi, e o DOTB 300, da Navisystem) em veículos daTransportadora Rodominas para que os motoristas da empresa respondessem. Os dispositivos permitem que sejam traçadas rotas e recalcula rapidamente qualquer alteração de caminho, caso o motorista mude seu trajeto. Apesar da indicação dos fabricantes, os equipamentos não foram instalados no pára-brisa, porque a Resolução 190 em vigor trata os equipamentos da mesma forma que monitores de DVD's, que são proibidos se não desligarem quando o veículo for acionado (uma lei que deve ser revista, como se verá logo abaixo). Os portáteis, desse modo, foram usados pelos auxiliares dos motoristas. Contramão? - Segundo o motorista Leandro Mena Mazurega, os navegadores foram eficientes a ponto de muitas vezes indicarem a rota usual sem modificações, mas também cometeram erros. "Ele chegou a indicar ruas que tinham sido mudadas de sentido, mas houve casos em que o navegador informava que eu não poderia entrar em uma determinada rua por entender que era contramão."

NAV 200 Fabricado pela Delphi (www.delphi.com.br), usa sistema operacional Win CE.net Core V 4.2. Tem player MP3 e WAV, filmesAVI e fotos gif, jpg, png. Além disso, vem com calculadora, jogos e relógio com horário mundial. Usa memória Flash/RAM32MB flash/ 64 MB RAM e suporta SD até 2 GB. O display de 3,5 pol, é anti-ofuscante. Pesa 190 gramas e custa R$1.799,00.

Leandro Mena Mazurega, motorista da Rodominas: o GPS "sugeriu" que se dobrasse à esquerda. A rua era contramão.

Para o gerente de logística da Rodominas, Valmir Monteiro, o equipamento é útil em momentos em que o motorista conhece apenas as via principais do local ou quando sai de seu roteiro habitual. Além da velocidade de entrega ter aumentado em locais distantes, como em bairros desconhecidos, há um aspecto importante a ser levado em conta: a segurança. "Sem o GPS, muitas vezes o motorista conhece uma avenida próxima ao local e precisa parar para olhar no guia ou pedir informações, o que pode ser arriscado. Com o navegador esse problema é solucionado", diz Monteiro. Além disso, não é mais necessária a compra de guias das grandes cidades, o GPS pode ser atualizado com novos municípios até mesmo pela internet. "Não precisamos ter um guia para cada local onde enviamos um motorista, principalmente porque ficam desa-

tualizados." Monteiro lembra de outro problema que pode ser eliminado com o GPS: o transporte em regiões desconhecidas. "Quando fazemos a entrega em outros Estado, somos obrigados a nos valer dos serviços do "chapa" (guia sem vínculos que orientam caminhoneiros) que nem sabemos quem são." Olho nos radares - O GPS também mostra aos motoristas a localização de radares eletrônicos e possui alerta de velocidade: ele emite um sinal sonoro quando a velocidade ultrapassa os 40 km/h na cidade. Segundo Maykon Stinglin, g e re n t e d e Te c n o l o g i a d a transportadora foi uma surpresa a aceitação da tecnologia nos veículos. "A maioria dos motoristas não gosta de mexer em computador ou qualquer aparelho mais sofisticado. No entanto, quando viram a simplicidade e o funcionamento do aparelho, foi difícil selecionar entre tantos motoristas que

GPS, AGORA COM IMAGENS.

O

Denatran deve rever a proibição do uso de imagens nos navegadores por GPS instalados nos automóveis. Pela atual lei, os mapas só podem ser exibidos na tela com o carro parado: em

movimento, as únicas referências do motorista são setas indicadoras de direção e a orientação da rota por voz. Em nenhum lugar do mundo o GPS funciona desta maneira, pois isso acaba prejudicando a principal

função do navegador, que é a orientação por mapas . A alteração na Lei será publicada ainda esta semana e deve autorizar a liberação de imagens apenas na tela do GPS, pois sinais de TV ou DVD continuam proibidas.

O scanner que lê tudo

A

leitura de etiquetas e códigos de barras meio apagados, úmidos ou já danificados pelo transporte ou pelo tempo não é nenhum problema para o scanner de mão Symbol LS3578-FZ, lançado na semana passada nos Estados Unidos. O equipamento é ideal para uso intensivo em depósitos, armazéns, no recebimento e embarque de mercadorias, no gerenciamento de inventários e rastreamento de ativos da empresa. O Symbol, lançado pela Motorola, pode ser deslizado sobre a etiqueta da caixa de forma vertical ou horizontal. Essa facilidade na captura dos dados é uma das principais características do produto. Outra vantagem do modelo é a conexão Bluetooth, para agilizar o

Divulgação

envio dos dados sobre estoques e mercadorias diretamente a um computador ou a outro dispositivo que disponha da mesma tecnologia sem fio. O scanner também lê códigos de barras a distâncias curtas (a partir de 10 cm) ou mais longas. O

O scanner da Motorola ainda não chegou ao Brasil: leitura dinâmica.

produto é selado e protegido contra poeira e água e é resistente até a pequenos pedaços de concreto, se acontecer algum acidente. O preço não foi definido. Mais informações, www.symbol.com/ls3578fz B.O.

se dispôs a testá-lo. Isso me fez avaliar a possibilidade de adotar a tecnologia." Maykon ainda lembran que o uso do navegador pode abrir novas oportunidades. "O aparelho não é capaz de identificar trânsito, mas somada a experiência dos motoristas ao nave-

gador as entregas ficaram mais eficientes. Além disso, fizemos testes com entregas em outras cidades, como Campinas, e os navegadores foram extremamente eficientes. Dessa forma, eu consigo fazer com que o funcionário esteja aqui até horas antes do que previa."

DOTB 300 Fabricado pela Navisystem (www.navisystem.com.br ), usa CPU Samsung S3c2440 300 MHz, com 64 MB, flash rom de 32 MB (expansível até 1 GB), monitor TFT 3,5 pol, sistema operacional Windows CE. Tem leitor MP3 e fotos, e expansão slot de cartão de memória SD/MMC. Pesa 186 gramas e seu preço sugerido é de R$ 1850.


terça-feira, 3 de julho de 2007

Congresso Planalto PA N CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PRESIDENTE VISITA OBRAS DE AEROPORTO NO RIO

3,23

bilhões de reais serão investidos pelo governo federal em saneamento e urbanização no Rio.

'O BRASIL ASSUMIU SUA GRANDEZA' Ricardo Stuckert / PR

Em dircurso em São Bernardo do Campo, presidente Lula faz críticas aos subsídios dos Estados Unidos e diz que Brasil negociará Doha em condições de igualdade: "Chega de ser pequeno".

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem um dos seus mais duros discursos com relação à postura que o Brasil passou a adotar nas suas relações comerciais externas. Falando diretamente sobre o enfrentamento do governo brasileiro na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), Lula ressaltou: "Pela primeira vez tivemos a coragem de não ceder às economias desenvolvidas, como os Estados Unidos e a União Européia". No discurso proferido na cerimônia de comemoração dos 50 anos da Scania do Brasil, em São Bernardo do Campo (ABC paulista), Lula afirmou que seu governo fez questão de dizer, na Rodada Doha, que tinha acabado aquele momento de subserviência. "Queríamos ser tratados em pé de igualdade", emendou o presidente, classificando de "absurda" a proposta dos Estados Unidos em querer aumentar os seus subsídios agrícolas. "Nos últimos três anos, os EUA subsidiaram sua agricultura em US$ 15 bilhões. Eles queriam incluir uma cláusula no acordo para elevar esses s u b s í d i o s p a r a U S $ 1 7 b ilhões", acrescentou Lula. Na semana retrasada, fracassaram as negociações do

chamado G4 – grupo que inclui Brasil, EUA, União Européia (UE) e Índia – para tentar obter um acordo. Lula criticou os EUA, afirmando que o país, em vez de reduzir os subsídios agrícolas, pretendia, na prática, aumentá-los. Mas a proposta norte-americana significaria efetivamente a definição de um teto menor, já que atualmente os Estados Unidos, pelas regras internacionais de comércio, podem gastar até US$ 22 bilhões com subsídios agrícolas domésticos. Os países do G20, grupo de emergentes que o Brasil lidera, queriam que o teto de gastos dos EUA na área fosse muito menor, em torno dos US$ 12 bilhões por ano. Lula disse que o Brasil pode fazer este enfrentamento porque vive um momento de crescimento estabilizado. "O mundo precisa aprender que o Brasil resolveu assumir a sua grandeza política e econômica", afirmou o presidente. "Respeito é bom e nós gostamos de dar e receber." "Chega de ser pequeno, chega de ser o país do futuro. Chega de ser a esperança do mundo, chega de ser um monte de adjetivos que nunca se concretizaram. Agora vamos concretizar", completou ele. A Rodada de Doha corre o risco de ficar em suspenso por vários anos. (Agências)

Lembranças de luta por direito de greve O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou ontem, durante a cerimônia de aniversário de 50 anos de atividades da Scania no Brasil, que a primeira greve, desde o golpe militar de 1964, foi justamente na fábrica da empresa, em 1978. "Eu estou no mesmo cenário que eu vivi 29 anos atrás. Foi aqui, nesse pátio, que nós começamos a conquistar a redemocratização do País. Aqui, no dia 12 de maio de 1978, um grupo de trabalhadores resolveu exercitar, depois de muitos anos, porque o regime militar não permitia o direito de greve", recordou Lula. Na

época, ele era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema. Repercussão – À tarde, no Rio, ao anunciar obras de saneamento básico e urbanização de favelas, Lula queixou-se da pouca repercussão do mesmo ato em São Paulo e Minas Gerais. "Como a gente sabe, está cheio de gente torcendo para a coisa não dar certo. Tem políticos que só torcem para o time adversário", afirmou, numa aparente referência aos governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). "Ano que vem tem eleições e fica mais difícil fazer qualquer coisa", alfinetou Lula. (Agências)

Bruno Domingos / Reuters

O Pan começa dia 13; Lula visitou obras do aeroporto Santos Dumont.

Lula segura o caminhão que comemora 50 anos da Scania no Brasil: "Na rodada Doha, dissemos que a subserviência havia acabado."

Portugal organiza jantar com Brasil, França, Espanha e Itália

P

ortugal convidou um pequeno grupo de líderes europeus para uma minicúpula com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o encontro União EuropéiaBrasil, marcado para amanhã. Entre os convidados para o jantar com Lula estarão o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e os primeiros-ministros espanhol, José Luiz Rodríguez Zapatero, e o italiano, Romano Prodi, segundo uma fonte do governo português. A reunião com o Brasil tem por objetivo elevar as relações da Europa com o País para uma parceria estratégica, semelhante àquela que a União Européia (UE) tem com outros países emergentes, como Índia e China. No domingo, Portugal assumiu a presidência rotativa da UE no lugar da Alemanha. Destaque – No que depender da intenção européia, a parceria estratégica com o Brasil irá além de um diálogo político anual. A proposta apresentada pela Comissão Européia ao Parlamento do bloco ressalta o papel crescente do Brasil como líder regional e internacional e propõe intensificar as relações bilaterais em áreas como fortalecimento do multilateralismo, promoção do desenvolvimento regional, alcance das metas do milênio, proteção ao meio-ambiente, cooperação energética e reforço da estabilidade e prosperidade na América Latina. Também sugere o aprofundamento das relações econômicas e comerciais. "Nos últimos anos, o Brasil se transformou em um importante 'global player' e emergiu como interlocutor-chave da UE. Apesar disso, até recentemente, o diálogo não havia sido suficientemente explorado e se dava basicamente no âmbito do diálogo UE-Mercosul", diz o documento. E acrescenta: "Chegou o momento de olhar para o Brasil como um parceiro estratégico e como o principal ator econômico e líder regional da América Latina. O Brasil será o último, entre os principais emergentes, a ter status de parceiro estratégico da União Européia". A proposta destaca que

o Brasil atraiu 80,1 bilhões de euros em investimentos internacionais diretos da UE. O Brasil é o mais importante mercado para a UE na América Latina, responsável por um terço do comércio europeu com a região. Apesar disso, responde por apenas 1,8% do total de comércio da UE, ficando em 11º lugar no ranking de parceiros comerciais, diz o documento. Os europeus também propõem engajamento de Brasil e da UE nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), para que a Rodada Doha seja concluída em 2007, ainda que a razão do entrave da rodada – repetido recentemente – seja justamente a divergência de interesses entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Apesar das diferenças, a proposta européia pede maior abertura do mercado brasileiro. "Em acesso a mercados, nosso objetivo é incrementar nossas oportunidades de comércio ainda além da Rodada Doha e das negociações Mercosul-UE", afirma o documento. "A UE encoraja o Brasil a reduzir barreiras tarifárias e não tarifárias, promover reforma fiscal e estabelecer um ambiente regulatório estável para os agentes econômicos, incluindo os investidores estrangeiros", exemplifica.

As áreas prioritárias de ação da parceria UE-Brasil incluem o reforço do multilateralismo. "Um importante primeiro passo será o fortalecimento de nossa cooperação nos fóruns internacionais por meio de consultas sistemáticas para comparar pontos de vista, alinhar posições quando possível, assegurar apoio mútuo em questões importantes e desenvolver iniciativas comuns", sugere a proposta européia. A partir do lançamento da parceria estratégica, que ocorrerá durante a cúpula BrasilUnião Européia, as duas regiões passarão a tratar da estruturação do diálogo bilateral, com a definição de áreas prioritárias para aprofundamento da cooperação. PAN – Lula fez uma rápida visita ontem ao novo terminal de passageiros do Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro. Com a entrega das obras, o terminal de passag e i ro s d o S a n t o s D u m o n t passa a ter capacidade para receber 8,5 milhões de pessoas por ano. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), após a ampliação, o Santos Dumont estará preparado para receber o público que vem à capital fluminense para os Jogos PanAmericanos, que se iniciam no dia 13. A reforma, que inclui

ainda serviços no sistema de pistas e pátios, obras complementares e elaboração de projetos executivos, totalizou um investimento do governo federal de R$ 390 milhões, e deve estar plenamente concluída em novembro de 2007. Lula também anunciou ontem que o governo vai investir R$ 3,23 bilhões em saneamento e urbanização no Estado do Rio de Janeiro. Segundo o presidente, esses recursos vão priorizar obras localizadas em áreas dominadas pelo crime organizado, como o Complexo do Alemão. "Se o Estado não cumprir com seu papel de dar condições ao povo, o narcotráfico dá, o crime organizado dá", disse Lula. "Nós queremos competir com o crime organizado, na certeza de que só vamos derrotá-lo na hora que conseguirmos levar benefícios para dentro desses lugares mais pobres do Brasil", completou o presidente. O Rio é a terceira etapa do programa de saneamento e urbanização, que vai beneficiar 2 milhões de famílias. Para São Paulo foram anunciados R$ 7 bilhões e, para Minas Gerais, R$ 3 bilhões. O programa faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve destinar, no total, R$ 40 bilhões a esses dois setores em quatro anos. (Agências)


terça-feira, 3 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

2/7/2007

COMÉRCIO

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falências foram decretadas em junho, de acordo com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).


Ano 82 - Nº 22.409

São Paulo, terça-feira, 3 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Edição concluída às 23h50

'Cidade Limpa' Não é assim tão e traiçoeira: Supersimples... multou ícones do nosso Japão Por que serviços devem pagar mais do que o comércio? Com esta pergunta, entidades vão à Justiça para questionar a validade do Supersimples, que entrou em vigor ontem. Economia 1

Milton Mansilha/LUZ

Para o sr. Ikesaki, a Liberdade seria como Tóquio (que ele mostra abaixo). Mas a Lei Cidade Limpa já a descaracterizou. E ontem a atacou com fiscais seguidos pela TV. Só o sr. Ikesaki, guardião da tradição japonesa, foi multado 3 vezes. Querem o fim da Liberdade? C 1 e 2

TÁXI! TÁXI!

Luiz Prado/LUZ

Um bom negócio na era do apagão Há dois anos as empresas de táxi aéreo crescem a taxas superiores a 10%. Aviões alugados driblam, em parte, a confusão dos aeroportos. Economia 3

MELHOR DESKTOP OU NOTEBOOK? A INFORMÁTICA NO ESPORTE Tecnologia ajuda atletas a aprimorar suas técnicas e a superar seus limites, em busca de novos recordes James Boardman/Reuters

Newton Santos/Hype

Processo contra Renan volta à estaca zero Londres aterrorizada

Três médicos estão entre os suspeitos de terror. C 4 HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 9º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 11º C.

TRIBUTO DA ACSP À REVOLUÇÃO DE 32 Veja quem recebeu diplomas e colares "Carlos de Souza Nazareth" (foto) durante a plenária da ACSP. Pág. 8

Presidente do Conselho de Ética devolve à Mesa Diretora o processo por quebra de decoro contra Renan Calheiros: caminho para o arquivamento. Página 3


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Inovação Vídeo Espor tes E mais

A saltadora Fabiana de Almeida Murer: cada vez mais alto, com vara de fibra de carbono.

A TECNOLOGIA AJUDANDO A QUEBRAR RECORDES

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ão apenas o corpo e os equipamentos utilizados pelo atleta de alto nível recebem a ajuda da tecnologia. Há pelo menos duas décadas, é a mente que vem fazendo diferença no desempenho de quem chega ao topo. Mas a tecnologia também já ajuda o próprio cérebro. E da cabeça aos pés, surge o atleta programado para vencer: a maioria dos competidores do Pan-Americano do Rio de Janeiro (que começa dia 12 com as partidas de futebol) foi programada para ser a melhor. Análise - Regina Brandão, psicóloga do Esporte que participou da equipe de Luiz Felipe Scolari na Copa de 2002, cita aparelhos informatizados que auxiliam no conhecimento das características de personalidade do atleta. E outros, que visam ao relaxamento vindo do stress que atrapalha na obtenção de resultados. O aparelho conhecido por "infotest" informatiza testes psicológicos para 22 características, analisa cada caso com diagnóstico e até prescreve programas dentro de cada modalidade esportiva. O diagnóstico chega ao psicofisiológico. Pode-se captar não apenas se o atleta é mais ou menos determinado, ou concentrado, por exemplo, mas também sua coordenação motora, tempo de reação, visão periférica. E tudo pode ser treinado. "Se você imaginar que está carregando peso, por exemplo, o cérebro se prepara para isso", explica Regina. "Ele não distingue se é real ou só imaginação." Paulo

terça-feira, 3 de julho de 2007

Montanaro, o atleta que não foi programado.

Programados para vencer

Eduardo Knapp/Folha Imagem

primeira bola de futebol feita com borracha vulcanizada, criada em1855 por Charles Goodyear.

A

Montanaro: campeão no vôlei.

ola de couro (ou de capotão), dos anos 1930. Pesada em jogos na chuva e costuras feitas com barbante .

B

/AE

Pinto

ola de material sintético, a Nike Mercurial Team: sem costuras e densidade calculada por computador.

B

Regina Brandão: o cérebro manda.

Também podem ser colocados sensores na musculatura, que recebem sinais de diferentes sinais fisiológicos, como tônus muscular, que indicam nível de stress, mostram como o atleta reage a ele, até quanto suporta. Os aparelhos têm programas para ajudar o atleta a baixar a ansiedade, por meio do controle da respiração. "A inteligência artificial no esporte evolui a cada dia e a performance, principalmente as essencialmente técnicas, de saltos, lançamentos, a natação, está muito ligada ao desenvolvimento da informática", comenta Turíbio Leite de Barros, fisiologista do São Paulo F.C. Sem dor - José Elias de Proença, preparador físico da Seleção Feminina de Vôlei, conta que está usando nas garotas o método do italiano Danielli Raggi, com uma prancha em forma de "V" para mexer com as relações corporais e alongamentos. Também é feito desenvolvimento muscular combinado com eletromusculação. O equipamento se chama "complex", para resultados de resistência, força, potência, com objetivo de preservar articulações e também recuperálas. O estimulador elétrico "puxa" endorfina para tirar a dor, além de remover toxinas para recuperação mus- AE cular. Sim, a dor é uma defesa do organismo, explica, mas também indica algo para ser tratado. O fisiologista Turíbio Leite de Barros lembra que há refeições programad a s p o r computador (até Nélio Moura: ferramentas. para o período de vestiário, no caso do futebol) balanceadas para recuperação do esforço, aceleração da reposição de energia, remodelagem rápida do músculo. Um dos grandes "saltos" no trabalho dos treinadores de pista, ligados à biomecânica foram os aparelhos portáteis que medem o desempenho do atleta no mais natural possível de sua competição. A evolução agora é com relação ao operador dos aparelhos. Não é preciso mais o deslocamento do cientista, do laboratório para campo, nem a interferência direta sobre o atleta. O próprio treinador, ao lado da pista, pode armazenar dados no laptop e tirar conclusões relacionadas a seu trabalho. No caso do aprimoramento do "gesto esportivo", Nélio Moura, técnico de atletismo que orienta a saltadora Maurren Maggi, cita o "datafish", que classifica de instrumento de análise do movimento esportivo. São feitas marcas na pista e filmagens do atleta. O vídeo é passado ao programa e dele se obtêm os dados quantificados. A partir dele, o treinador prescreve o treinamento e suas evoluções. Há ainda o "muscleleg", com análises a partir de sensores colocados na barra de halteres, que aponta valores de potência de trabalho para cada treinamento específico, até grupos musculares. Os fios dos sensores são ligados a um potenciômetro, que envia informações ao computador, que determina o ritmo a ser imprimido pelo atleta. Só é preciso deixar claro, diz Nélio, que tudo é ferramenta, mas são os treinadores que interpretam os dados porque seu trabalho na verdade é arte, não só ciência.

osé Montanaro Júnior, vice-campeão mundial de vôlei e medalha de prata olímpica entre 1982 e 84, nunca foi programado. Foram as brincadeiras de rua na Zona Norte de São Paulo que desenvolveram o atleta. No final da década de 70, a Confederação Brasileira de Vôlei começava a trabalhar mais cientificamente e foi uma das primeiras a contar com comissões técnicas no comando de uma equipe multidisciplinar, que começou pelas estatísticas. Aos poucos, os atletas "de rua" passaram a ser acompanhados pela ciência, caso de Hortência Marcari, do basquete, considerada um fenômeno também com relação à sua carga genética. Hoje, a formação com base em ciência vem de muito jovem, como no caso da equipe permanente de ginástica artística que vive em Curitiba. Tempos muito distantes de Ademar Ferreira da Silva, duas medalhas olímpicas de ouro no salto triplo (1952 e 56) com sapatilhas de couro e pregos e que, com barro, podiam ser pesadas em quilos, não em poucas gramas.

J

Paulo Pampolim/Hype

A tecnologia ajuda os atletas de alto nível a aprimorar suas técnicas, a superar seus limites, a buscar novos recordes. Mas, apesar de todo avanço, ainda é a mente que faz a diferença no desempenho de quem chega ao topo. Por Denise Mirás.

Turíbio Barros: teste ergoespirométrico.

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ANÁLISE ESPACIAL auxílio da tecnologia já ultrapassou os limites do corpo e dos locais de competição para, no caso dos velejadores, chegar ao espaço. Os movimentos dos velejadores são estudados para evitar lesões e também para as eventuais correções de postura garantirem mais eficiência. Mas, além disso, estuda-se o movimento do próprio barco. Falhas de movimentos são detectadas para determinar a influência no comando da embarcação. Os desvios do trajeto ideal são relatados a partir de GPS (sistema de posicionamento global). É o que estão fazendo pesquisadores do Centro de Educação Física e Fisioterapia de Desportes

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Por meio de câmeras e GPS, análise dos movimentos do barco e da tripulação. Objetivo: chegar à rota mais curta. Marcelo Soares/Hype

ma das áreas em que a tecnolgia está mais presente é na de desenvolvimento de materiais. No caso dos tênis, diz Júlio Serrão, coordenador do laboratório de biomecânica da Escola de Educação Física e Esportes da USP, das pistas os calçados logo chegam às lojas. "O que existe hoje de mais avançado é um tênis com microprocessadores que fazem a leitura do choque no solo e regulam a densidade do solado por um sistema de cabos." O efeito mais macio ajuda a prevenir lesões, mas não macio demais para não prejudicar o rendimento. Daí o controle dos microprocessadores. No caso de chuteiras, agora, já foram desenvolvidos modelos com controle individualizado de travas, conforme as características do atleta. Mas a genialidade de cientistas para esses pés também precisa estar lá na outra extremidade do atleta: a cabeça.

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da Universidade do Estado de Santa Catarina, na avaliação e acompanhamento dos atletas da Federação Brasileira de Vela e Motor, que têm Hélio Roesler, especialista em biomecânica aquática, à frente. Na classe Laser, por exemplo, com apenas um tripulante, coloca-se uma filmadora (muito leve, para não influenciar no desempenho da embarcação) na proa do barco e outra no alto do mastro, para a reconstrução tridimensional dos movimentos do velejador. O GPS mostra a posição do barco na Terra a cada segundo, tendo o horizonte como referencial. Assim, os dados de dentro do barco e do barco no espaço são cruzados. A partir disso podem ser feitas as correções.

Pauê, o atleta que corre nas nuvens. ão existe nada no esporte de alto nível que dependa mais de tecnologia do que os para-atletas. Paulo Eduardo Agaard, 25 anos, treina para a Para-Olimpíada em Pequim/2008 (não estará no Para-Pan, no Rio de Janeiro, porque não haverá provas de natação no mar, ciclismo e triatlo). Também deve participar de um IronMan do Havaí. Depois de um acidente aos 18 anos, já sem as pernas, do joelho para baixo, Pauê começou a nova vida esportiva pelo surfe. Mas chegou ao título de campeão mundial de triatlo na categoria amputado bilateral nadando, pedalando e correndo com o auxílio das próteses. As próteses com molas, de fibra de carbono, próprias para corrida, que ganhou há cerca de dois anos, foram como um sonho: não sente mais dor. E diz que, como não sente o chão, sua sensação é andar nas nuvens. Com elas, se mantém "parado" em pé dando saltinhos. Foram muitos testes, mas aos poucos Paué foi se adaptando ao melhor que a ciência poderia fornecer, ganhando independência e principalmente motivação, como destaca. E os olhares curiosos não incomodam, diz, em um mundo com tecnologia cada vez mais presente, por toda parte.

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Congresso Planalto 9 de julho CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

HOMENAGEM AOS QUE DEFENDEM A DEMOCRACIA

É um motivo de júbilo para nós podermos reconhecer grandes feitos do passado que sirvam de exemplo para o presente. Francisco Giannoccaro

Newton Santos/ Hype

ACSP CELEBRA O ESPÍRITO DE 1932

À esquerda: Mario Jorge Germanos, Romeu Trussardi Filho, Dorina Nowill, Francisco Giannoccaro, Domingos Quirino Ferreira Neto e Elvio Aliprandi. Na foto acima, o presidente em exercício da ACSP, Carlos Monteiro e Guilherme Afif Domingos condecoram Dorina.

Sessão Plenária faz homenagem a personalidades que participaram da Revolução Constitucionalista André Alves e Sergio Leopoldo Rodrigues

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A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo (ACSP) realizou ontem uma Sessão Plenária Solene comemorativa aos 75 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. No evento, realizado com auditório lotado, foram homenageados com Diplomas e Colares "Carlos de Souza Nazareth" seis personalidades: Domingos Quirino Ferreira Neto, provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Dorina de Gouvêa Nowill, presidente emérita e vitalícia da Fundação Dorina Nowill para Cegos, além dos ex-presidentes da ACSP Elvio Aliprandi, Lincoln da Cunha Pereira, Mario Jorge Germanos e Romeu Trussardi Filho. De acordo com o vice-presidente e presidente em exercí-

cio da ACSP, Carlos Monteiro, na ocasião substituindo o presidente da ACSP, Alencar Burti, a Associação Comercial não poderia deixar de comemorar o jubileu de diamante da Revolução Constitucionalista de 1932. "Há 75 anos o movimento faz parte da memória paulista. E essa casa encarnou como nunca, por meio do então presidente Carlos de Souza Nazareth, a bandeira pela legalidade e pela constituição. Apesar de derrotado pelas armas, São Paulo venceu pela moral", enfatizou. Exemplo presente – Francisco Giannoccaro, coordenador da Comissão Cívica e Cultural da ACSP, ressaltou que as homenagens prestadas foram um reconhecimento da casa a todas as entidades e ex-presidentes da ACSP. "É um motivo de júbilo para nós podermos reconhecer grandes feitos do passado que sirvam de exemplo para o presente".

Muitos de nossos jovens, res éticos e morais, patrióticos atualmente, não conhecem a e democráticos. Domingos Quirino Ferreira história da Revolução de 1932. É preciso reviver o espírito do Neto, provedor da Santa Casa, movimento e cultivar a cora- agradeceu a homenagem de gem e o heroísmo dos soldados reconhecimento ao papel da da época. Essa é a opinião da Santa Casa no trabalho de retag u a rd a e m 3 2 , professora Edicuidando dos femara de Lima. ridos em combaDurante seu prote, vindos de nunciamento, Queluz, Itariri e ela destacou que Precisamos Mogi Mirim. " re v e re n c i a r é hoje de muitos "Nos desdobránão permitir o es- soldados vamos para cuiquecimento". constitucionalistas dar dos feridos, Homenagem como fazemos Todos os home- para o Brasil até hoje com os nageados desta- poder avançar caram a atuação e cumprir seu destino. nossos pacienda Associação Dorina Nowill, da tes", enfatizou. Legado históComercial nos Fundação Dorina ric o – Segundo momentos mais Nowill para Cegos Dorina Nowill, a decisivos da hisluta pela demotória política nacional. Eles também apresen- cracia foi o grande legado do 9 taram a figura de Carlos de de Julho para as atuais geraSouza Nazareth como exem- ções, tão carentes de ideais. plo a ser preservado na memó- "Precisamos hoje de muitos ria dos jovens, pelos seus valo- soldados constitucionalistas

para o Brasil poder avançar e cumprir seu destino", afirmou. Para ela, a Comenda recebida será a herança "que vale a pena ser deixada para meus filhos e netos". Os quatro ex-presidentes da ACSP homenageados falaram da força dos princípios éticos que mantém viva a mais do que centenária Entidade. Para Elvio Aliprandi, desde Antônio Proost Rodovalho, fundador da ACSP, "a Entidade esteve engajada em lutas que buscaram a cidadania neste País". Aliprandi disse que a Associação é uma "escola de líderes" que ajudam na construção política, econômica e social do Brasil. R o m e u Tr u s s a rd i F i l h o acrescentou que a ACSP "deve servir de paradigma para a atuação dos jovens" na esfera pública e privada. Para isso, é "preciso reverenciar nomes como o de Souza Nazareth, que representam os ideais e as vir-

tudes necessárias para construir o País". Mario Jorge Germanos destacou que o 9 de Julho pode expressar um sentimento maior de patriotismo e de responsabilidade para com a democracia. "E isso está na luta democrática de 1932, na tradição da Santa Casa de Misericórdia e em dona Dorina Nowill, que reúne as melhores qualidades das mulheres e homens deste Estado e desta cidade", afirmou Germanos. Já para o vice-presidente da ACSP, Lincoln da Cunha Pereira Filho, representando seu pai homenageado, ausente em viagem ao exterior, "o espírito de luta de 32 ainda vive nos quadros da ACSP". P re se nç a– O evento ainda contou com a participação do secretário do emprego e relações do trabalho, Guilherme Afif Domingos e do secretário das relações internacionais da Prefeitura de São Paulo, Alfredo Cotait Neto.

Marcelo Casal Jr/ABr

Ó RBITA

TRABALHO ESCRAVO Uma operação do Ministério Público do Trabalho libertou ontem mais de 1.100 trabalhadores sob condições totalmente desumanas em um canavial do Pará.

FICA VENEZUELA ACM ESPERA ALTA

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ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem que o Brasil "torce" para que a Venezuela não desista do Mercosul. Segundo o chanceler brasileiro, o país vizinho enriquece a formação do bloco econômico e não há motivos para o presidente Hugo Chavéz desistir. (Reuters) A TÉ LOGO

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deputado federal ACM Neto (DEM-BA) disse ontem que seu avô, o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), de 79 anos, já discute com os médicos a previsão de alta do Instituto do Coração, em São Paulo. “Ele está bem lúcido e já discute com os médicos a previsão de alta”, afirmou.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Justiça ordena retirada de manifestantes em PE

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Sem-Terra realizam protesto no Paraná

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Aécio mantém foro privilegiado em Minas

PT defenderá o financiamento público de campanha

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epois da derrota sofrida na Câmara em relação ao voto em lista fechada, os líderes do PT insistirão na aprovação do financiamento público de campanha, um dos destaques do projeto de reforma política que tramita na Casa. O presidente do partido, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), admitiu ontem que a proposta fica bastante prejudicada sem aprovação do voto em lista, mas ressaltou que o financiamento público das campanhas é importante para a democracia. "A nossa posição é que o financiamento seja totalmente público. Acreditamos que isso é o ideal

para a democracia", afirmou o parlamentar. Na avaliação dos petistas, os recursos privados permitem que o poder econômico tenha um papel decisivo na formação do Congresso. "Acho que nós temos a oportunidade de reduzir drasticamente esta influência e evitar essa idéia de que o deputado vai ficar com rabo preso porque recebeu uma doação", opinou. O PT admite também que será necessário aumentar a fiscalização por parte do governo para que o dinheiro destinado às campanhas não seja desviado para outros fins. Berzoini acredita na capacidade do Estado para

Berzoini diz que o Estado tem condições de fiscalizar os repasses

desempenhar esse controle. "Não acho impossível o governo, que fiscaliza milhares de empresas e atividades econômicas complexas, avaliar o tamanho de uma campanha e o tanto que ela custa", declarou. Na proposta original, o governo destinaria R$ 7,00 por eleitor e mais R$ 2,00 para as campanhas majoritárias

que cheguem ao segundo turno. Os petistas concordam que os valores são pequenos, mas defendem a tese de que o a transferência de recursos privados pesa mais no bolso do contribuinte do que o repasse de dinheiro público. A legenda também fechou questão e decidiu que defenderá a aprovação da fidelidade partidária. (AE)


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Tr i b u t o s Empresas Agronegócio Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

Muitos produtores familiares de vinhos não conseguem enfrentar os importados, segundo a Abba.

IMPORTADOS DOMINAM MERCADO

QUEDA DO DÓLAR PROVOCOU AUMENTO DA PRESENÇA DE PRODUTOS ESTRANGEIROS DE JANEIRO A ABRIL

IMPORTAÇÃO DE VINHOS AUMENTA 73% Fotos: Divulgação

Adriana David

A Plantação brasileira de uvas viníferas: produtores, como a Vinícola Miolo, mudam sistema de trabalho para melhorar a qualidade.

Miolo aposta em modernização

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melhora da qualidade de uvas para vinhos tem ajudado vinícolas brasileiras a enfrentar a concorrência com os produtos importados, intensificada com a queda do dólar. A Vinícola Miolo, que tem videiras nas regiões Sul e Nordeste, aderiu à busca de qualidade e tecnologia para enfrentar a invasão dos importados. "Não tem como baixar o preço", afirma o diretor nacional de vendas da Miolo, Márcio Bonilha. Há seis anos, o plantio das uvas, que era feito pelo sistema chamado de latada, foi convertido para o de espaldeiras. A conversão demandou investimento de R$ 90 milhões e, re-

centemente, garantiu mais um prêmio à Miolo (para o vinho merlot terroir) em teste cego do qual participaram renomados sommeliers. Variedade — Segundo especialistas, há muita variedade no mercado brasileiro de vinhos, o que pode confundir os consumidores. "Preço mais baixo sempre teremos, mas nem todos farão vinho com qualidade. Garantimos isso com o enólogo Adriano Miolo e o consultor francês Michel Rolland, o maior enólogo do mundo", diz o diretor. Em busca da excelência e com divulgação mais ampla, a Vinícola Miolo deve garantir em 2007 um faturamento qua-

se 30% superior ao de 2006 e vender 1 milhão de caixas de vinhos, espumantes e brandy. No ano passado, foram vendidas 800 mil caixas de bebidas. Segundo Bonilha, o resultado deve ser comemorado, por ter sido registrado sobre base alta. Os ganhos também são atribuídos à modernização da área comercial. Agora, além de representantes, a Miolo tem equipe própria de vendas. A empresa planeja duplicar a área de cultivo de uva. Os atuais 520 hectares plantados devem chegar a mil hectares em 2012. Com o aumento da área, a produção de vinho deve subir dos 3,5 milhões de litros anuais para 7,5 milhões.

importação de vinhos da Argentina e do Chile, que já era forte por conta das regras do Mercosul, tem crescido nos últimos anos com a baixa do dólar. Segundo a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a entrada de vinhos no Brasil aumentou 73% no primeiro quadrimestre de 2007 em relação a igual período de 2006. Desde 2004, o aumento anual da presença dos vinhos estrangeiros no País tem sido de quase 70%. Há seis anos, os vinhos importados representavam 40% do mercado, enquanto os nacionais ficavam com 60%. Hoje a relação é inversa, o que prejudica os produtores de uva. Muitos têm abandonado a atividade, basicamente familiar, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), Flávio João Piagentini. Segundo ele, 20 mil famílias dedicam-se à atividade na região da Serra Gaúcha. "Muitos produtores de vinho estão com os estoques altos, sacrificando margens por causa da concorrência com os importados", afirma. A questão cambial não é o único problema. O setor enfrenta também o contrabando de vinhos do Paraguai e Argentina. "O governo não consegue resolver a questão e agora sugere a ajuda do setor privado para coi-

Piagentini: estoques preocupam.

bir a atuação dos contrabandistas", diz Piagentini, referindo-se à posição do governo na última reunião da Câmara Setorial do Vinho, na semana passada, em Brasília. A Abba estima que sejam contrabandeados 12 milhões de litros da Argentina, a mesma quantidade que chega oficialmente ao Brasil. Compensação — O setor apresentou proposta compensatória ao governo para taxar em US$ 1 cada garrafa de vinho argentino ou chileno que entre no Brasil. Segundo Piagentini, isso contribuiria para que chegue ao País bebida de valor superior e não o vinho de garrafa a US$ 0,60. O varejo brasileiro vai sentir os reflexos da valorização cambial apenas quando o dó-

lar cair mais de 15%. Essa é a opinião do gerente de Produtos do Wal-Mart Brasil, Alex Ribeiro, que até o próximo dia 8 comanda a 1ª Feira de Queijos e Vinhos no Supercenter de Osasco. Na ocasião, serão vendidos vinhos com preços até 10% inferiores aos dos concorrentes. "É necessário a queda entre 15% e 20% da moeda americana para que haja redução nos custos do produto." Para Ribeiro, o vinho nacional também tem se beneficiado com a queda do dólar pela redução do custo de insumos. Neste ano, a rede varejista já detectou aumento de 18% em volume de vendas em relação ao ano passado. A alta foi maior que o resultado de 2006, quando o percentual atingiu 12%. "O brasileiro está descobrindo o vinho", diz Ribeiro, que observa equilíbrio das vendas entre os vinhos brasileiros e estrangeiros. Pesquisa do Instituto Qualibest mostra que o vinho apresenta o menor índice de rejeição por parte dos entrevistados (de apenas 1%, contra 3% da cerveja). A bebida apareceu na segunda colocação das preferências, com 27%. Para o diretor executivo da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Darci Dani, a maior oferta de importados garante mais consumidores e espaço para o vinho brasileiro. "Com isso, há necessidade de se investir em uvas de mais qualidade e com mais tecnologia de plantio", afirma. (Leia mais sobre vinhos na pág. E3.)


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

1 Não podemos descaracterizar mais o bairro neste momento. Nilton Fukui, comerciante

CIDADE LIMPA

Fiscais promovem dia de fúria Acompanhados de uma equipe de televisão, fiscais da Prefeitura distribuíram multas a comerciantes da Liberdade. A ACSP lamentou profundamente a atitude. Fotos de Luiz Prado/Luz

Rejane Tamoto

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primeiro dia de fiscalização intensa da lei Cidade Limpa surpreendeu os comerciantes do bairro da Liberdade, no Centro, não só porque receberam multas de R$ 10 mil (valor mínimo), mas porque elas foram lavradas em frente a câmeras de uma emissora de tevê, na manhã de ontem. O estabelecimento mais atingido pela ação protagonizada pelos fiscais foi o Ikesaki Cosméticos, multado em R$ 30 mil. O valor corresponde a três multas referentes ao anúncio indicativo, a um anúncio no interior da loja e a um relógio com o logotipo da empresa no alto do prédio, que fica no número 37 da rua Galvão Bueno. O proprietário da Ikesaki e presidente da Associação CulHirofumi Ikesaki (acima) alugou guindaste para retirar armação de anúncio e, mesmo assim, recebeu tural e Assistencial da Liberdatrês multas, num total de R$ 30 mil: "Deixei o relógio (direita) porque é peça de utilidade pública". de (Acal), Hirofumi Ikesaki, lamentou a ação, principalmente porque já havia alugado um guindaste para retirar o anúncio vertical que ocupava a extensão do edifício. "Eu deixei o relógio porque era uma peça de utilidade pública. Agora, terei de interditar a rua novamente e alugar um guindaste por R$ 4.500 ", disse. Quem também lamentou a ação dos fiscais da Prefeitura foi a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em pronunciamento oficial, a entidade lamentou "profundamente as autuações lavradas pelos agentes fiscais do município no bairro". Segundo Roberto Mateus Ordine, coordenador das Sedes Distritais da ACSP, a Associação Comercial e a Acal sempre se posicionaram a favor do projeto Cidade Limpa e, por diversas veAndrea Felizolla/Luz - 10/08/2006 zes, reuniram-se com representantes da Prefeitura paQuando pro- determinar qual será o novo ra buscar um meio de atender a pomos alter- perfil de um bairro como a Lilei sem corromper os traços tranativas, fala- berdade, que adquiriu, ao londicionais do bairro oriental. mos em nome go dos anos, suas característi"Talvez, se tivesse sido acelerados interesses cas tradicionais". do o início da Comissão de Pro- ontem, foram lavradas 787 da comunidade", afirmou OrPara Solimeo, a Liberdade teção à Paisagem Urbana (CP- multas referentes a publici- dine, que colocou à disposição surgiu espontaneamente e asPU), responsável por resolver dade externa na cidade. dos associados e comerciantes sumiu as características de bairesses casos excepcionais, essa siTraição - O comerciante da em geral o departamento jurí- ro oriental paulistano, numa feituação lamentável não teria Espaço Liberdade e presidente dico da entidade. Eventuais ção comum a outros países, coacontecido", disse Ordine. do Conselho Comunitário do esclarecimentos podem ser ob- mo uma evolução natural da Espanto – A ação causou es- bairro da Liberdade, Nilton tidos no telefone: 3244-3030. concentração populacional típipanto ao comércio e às entida- Fukui, disse que se sentiu traíTradição – O economista ca e do mercado local. "Essa desdes, principalmente porque o do com esse episódio. "Estou chefe do Instituto de Economia caracterização é um desrespeito bairro da Liberdade será o pri- engajado em informar a comu- Gastão Vidigal da Associação à tradição, que deveria ser premeiro a ser analisado pela CP- nidade japonesa sobre a lei Ci- Comercial de São Paulo, Mar- servada, a exemplo do que ocorPU, que foi formada na sema- dade Limpa. Há 30 dias tirei cel Solimeo, criticou a postura re em outras nações", disse. na passada para julgar os casos excessos de meu anúncio indi- da Prefeitura, afirmando que Marcel Solimeo, da ACSP: um (Colaborou Fernando Vieira). omissos à lei Cidade Limpa. cativo, que tem agora 2,5 m2, "é lamentável um burocrata Mais Cidade Limpa na página 2 desrespeito à tradição De acordo com a diretora de sob orientação dos próprios Meio Ambiente e Paisagem fiscais. Hoje (ontem) fui multaUrbana da do por eles em Emurb, Regina frente às câmeras M o n t e i ro , q u e de reportagem. p re s i d i r á a c oFiquei sem m i s s ã o , e s t ã o Não entendo porque ação", disse Fusendo feitos estu- começaram pela kui. A maior dos, simulações e preocupação do l e v a n t a m e n t o Liberdade. Mas não comerciante, no dos imóveis da posso falar sobre entanto, se conL i b e r d a d e . A multas, que cabem à centra agora no idéia é que o bair- Secretaria das Festival das Esro , q u e p o s s u i Subprefeituras trelas, conhecido anúncios estamcomo Tanabata Regina Monteiro, M a t s u r i , q u e pados, inclusive, da Emurb ocorre nos próxiem cartões postais, permaneça mos dias 7 e 8, na com os ideogramas japoneses Liberdade. e chineses, que caracterizam a "Não podemos descaracteriregião. "Não entendo porque zar mais o bairro neste mocomeçaram as autuações pela mento, quando ocorre o maior Liberdade. Mas não posso fa- evento de comemoração dos lar sobre essas multas, que ca- 99 anos da imigração japonesa. bem à secretaria de Coordena- Não podemos desmontar tudo ção das Subprefeituras", disse e deixar o bairro feio em plena Regina. festividade. Pedimos a comA secretaria de Coordena- preensão da Prefeitura", disse. ção das Subprefeituras inforSem privilégio – Um dos esmou ontem que a ação dos fis- tabelecimentos autuados pecais foi uma ação rotineira e los agentes fiscais na manhã de não uma operação especial ontem, na Liberdade, foi a Seou uma força-tarefa. Desde a de Distrital Centro da ACSP. "É entrada em vigor da legisla- uma prova de que nunca busção municipal, em janeiro, até camos privilégios pessoais.

Nelson Issao Hoshino (esq.), que retirou ideogramas japoneses da fachada de seu estabelecimento. A loja Espaço Liberdade (foto mais à esq.) foi multada 30 dias após receber orientação de um fiscal municipal. Mário Miranda/Luz - 26/05/2006

Ordine, da ACSP: atender a lei sem corromper a tradição


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Polícia Ciência Urbanismo Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

A singularidade da Liberdade, desde o início, deveria ter sido levada em conta pela Prefeitura. Marcel Solimeo, economista

CPPU INICIA ESTUDOS ESTA SEMANA

Eduardo Nicolau/AE

Liberdade: um golpe às vésperas do centenário Para economista, é absurdo aplicar uma lei geral em uma cidade como São Paulo

Ó RBITA

DOMÉSTICA

Fotos de Luiz Prado/Luz

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menos de um ano da comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil, que será celebrada em junho do ano que vem, o comércio da Liberdade se preocupa com as mudanças impostas pela lei Cidade Limpa. A Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (Acal) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) encaminharam, ao longo dos últimos meses, propostas de adequação à Lei Cidade Limpa que previam a preservação das características tradicionais do bairro turístico oriental. Um dos tópicos em negociação era a manutenção dos ideogramas orientais nos anúncios indicativos das fachadas dos estabelecimentos, que foram reduzidos drasticamente durante a fase de ‘bom senso’ dos fiscais em relação à nova legislação, finalizada ontem, com o início da aplicação de multas. "Absurdo" – O economista chefe do Instituto Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, considera um "absurdo aplicar uma lei geral em uma cidade tão grande como São Paulo", sem atentar para as peculiaridades de diferentes bairros. "A própria lei Cidade Limpa prevê casos especiais, sendo que a singularidade da Liberdade, desde o início do projeto, deveria ter sido levada em conta pela Prefeitura", afirmou Solimeo. Projeto - Somente a partir desta semana, com a maior parte do comércio sem os ideogramas nos anúncios indicativos, a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) começa a analisar que características o comércio do bairro da Liberdade poderá manter, por meio de estudos. E só deverá chegar a uma conclusão em seis meses. Um dos estabelecimentos que está sem identificação, de placas ou ideogramas, é o Photo Matsuura, na rua dos Estudantes, na Liberdade. Desde que o gerente da loja, Nelson Issao Hoshino, retirou a placa, que escondia dois equipamentos de ar condicionado (agora expostos), a perda de clientes foi de 15%. "Estou com problemas para colocar outro anúncio, já que meu ramo de atividade exige refrigeração. Meu novo anúncio indicativo, sob os equipamentos terá de passar por aprovação", disse.

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ois dos cinco jovens acusados de agredir a doméstica Sirley Dias de Carvalho, no Rio de Janeiro, foram ouvidos novamente ontem pela polícia. O técnico de informática Leonardo Andrade e o estudante de turismo Rodrigo Bassalo são acusados de participar de um assalto a uma exfrentista, no dia 1.º de março. Eles negaram o crime. A vítima contou que saía do trabalho, um posto de gasolina na Barra da Tijuca, quando os dois rapazes, um deles armado, anunciaram o assalto. Um carro preto os aguardava. Ela reconheceu Leonardo e Rodrigo ao vêlos na televisão. (AE)

KASSAB DEFENDE

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Shopping sem os ideogramas japoneses que identificavam sua fachada

prefeito Gilberto Kassab defendeu ontem o subprefeito do Butantã, Maurício Pinterich, acusado de envolvimento na máfia dos bingos. Ele teve o nome citado em conversas gravadas pela Polícia Federal. Os policiais gravaram, em fevereiro e março, diálogos entre os advogados Luiz Roberto Pardo e Paulo Roberto Bonadies. Nas conversas, eles dizem que Pinterich aceitaria R$ 5 mil para manter o Bingo Morato aberto. Kassab disse que a Prefeitura vai abrir sindicância, mas afirmou não acreditar no envolvimento do subprefeito. (AE)

CASAL EXECUTADO

O Fachada da Ikesaki, loja que recebeu ontem três multas da Prefeitura

Ao propor que sejam mantidas as características tradicionais do bairro da Liberdade, o empresário da Ikesaki Cosméticos e presidente da Acal, Hirofumi Ikesaki, tem uma visão mais ampla. Ele quer que a ‘Cidade’ Liberdade seja limpa, iluminada e parecida com Shinjuku, Tóquio. O projeto é de um bairro limpo (sem lixo e pichação nas ruas), moderno, com novas calçadas, arborização e com anúncios indicativos luminosos, de tamanhos diferentes das medidas determinadas pela Prefeitura, como no Japão. "Enviei um ofício à Prefeitura porque queremos um bairro

planejado e que não fique do jeito que está, com uma lei que só faz deixar o comércio sem placas", disse. O objetivo de Ikesaki é dar início, até o final do ano, às mudanças no bairro da Liberdade, que contará com apoio da iniciativa privada. "Quando o projeto é bom e prevê um bairro exemplar para a cidade, o gasto vira investimento e deixa de ser considerado despesa. Então, os interessados apoiam. Precisamos de uma aprovação urgente por parte da Prefeitura, para que no centenário da imigração japonesa, em 2008, esteja tudo pronto", disse. (RT/FV)

promotor de eventos Claudinei Porto Magalhães, de 29 anos, e sua mulher, Renata Maria da Silva, 47 anos, foram mortos a tiros dentro de casa, no bairro Parque Maria Helena, em Suzano, na Grande São Paulo. O crime aconteceu no domingo à noite, por volta das 22h30. Magalhães foi morto na garagem de casa, com seis tiros na cabeça. Sua mulher foi assassinada no quarto de cima da residência, com cinco tiros. Vizinhos que ouviram um carro parar na frente da casa e depois os tiros chamaram a polícia. Os assassinos fugiram. A polícia suspeita de crime de vingança. (Agências)

BINGO CLANDESTINO É FECHADO NO BRÁS

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iscais da subprefeitura da Mooca fecharam ontem no Brás, região central, um bingo clandestino que funcionava em um casarão próximo ao largo da Concórdia (foto acima). O bingo foi lacrado e 25 pessoas foram encaminhadas ao 12.º Distrito Policial, no Pari. Segundo o delegado titular do DP, Wilson Zampieri, o proprietário do bingo, que

era itinerante, poderá ser condenado de um mês a um ano de prisão. Às 9h30, os apostadores foram surpreendidos por 23 fiscais, 60 guardas civis e 20 PMs. Durante a ação, destinada principalmente a impedir a presença de camelôs na região, os policiais notaram o grande movimento de pessoas no casarão e foram investigar.(AE)

PRESO OUTRO SUSPEITO DE MATAR GARÇOM

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polícia prendeu ontem Peterson Caldeira da Silva, de 20 anos, suspeito de ter participado do assassinato do garçom John Moreira, de 19 anos. Moreira foi morto a facadas por um grupo de jovens punks, na madrugada de sábado. O suspeito foi preso em Embu das Artes, na Grande São Paulo. Segundo a polícia, Silva foi detido em sua casa. Ele foi

localizado após denúncia feita pelo telefone 190. Na sexta-feira, um adolescente de 13 anos se apresentou à policia para prestar esclarecimentos. Ele confessou à polícia ter emprestado a faca a um amigo, que teria matado o garçom. Outros quatro jovens já estão presos, também acusados de participação no crime, nos Jardins. (Agências)

USP: REPOSIÇÃO DE AULAS NAS FÉRIAS

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Universidade de São Paulo (USP) divulgou ontem o calendário de reposições de aulas depois da greve de professores, funcionários e alunos, que durou 50 dias. A paralisação, segundo a instituição, comprometeu 47 dias letivos. Nas unidades mais afetadas, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), haverá aulas já em julho. As férias

serão apenas entre os dias 22 e 29 de julho. Pelo calendário, o feriado da Semana da Pátria, entre 3 e 6 de setembro, também poderá ser suspenso, caso as reposições não tenham sido efetuadas. Segundo a USP, as provas não realizadas também serão repostas. As unidades têm até sexta-feira para enviar à pró-reitoria da universidade seus calendários de reposição. (AE)


terça-feira, 3 de julho de 2007

Ambiente Educação Aeropor tos Saúde

TRAGÉDIA Policial militar da Paraíba matou o filho ao confundi-lo com um ladrão.

DIÁRIO DO COMÉRCIO Clayton de Souza/AE

Ó RBITA Patrícia Santos/AE

RIO: 4 MORTOS SEM ANTECEDENTES David Souza de Lima. Os Polícia Civil do Rio de A Janeiro divulgou ontem a quatro sem antecedentes são: Paulo Eduardo dos Santos, lista com os nomes dos José da Silva Farias Júnior, Marcelo Luiz Madeira e Rafael Bernardino da Silva. Após um final de semana mais tranqüilo, os tiroteios voltaram ao complexo do Alemão, ontem. Desta vez, no Morro da Fé, na Penha, onde o veículo blindado do Bope, conhecido como "caveirão" foi recebido a tiros pelos traficantes. (Agências) José Luís da Conceição/AE

RODÍZIO SUSPENSO o primeiro dia útil sem o N rodízio de veículos em São Paulo, o trânsito ficou ruim, ontem, no fim do dia. Às 18h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 76 quilômetros de lentidão. A média para o horário, nos dias de julho de 2006, era de 45 quilômetros. O rodízio está suspenso até o dia 13, por causa das férias escolares. A medida foi adotada em caráter experimental. (Agências)

EVANGÉLICA TEM CABELO ROUBADO

centímetros de seu cabelo roubado por um casal ao sair de um culto evangélico em Araraquara (SP), anteontem à noite. Ela foi rendida com uma faca. O cabelo era castanho escuro e nunca foi tingido. Esse é o segundo roubo de cabelo registrado em Araraquara este ano. A polícia ainda não tem pista do casal. Regina estava a dois

quarteirões de casa quando um homem a parou e colocou uma faca em sua barriga. Uma outra mulher puxou o cabelo da evangélica e, mandando ela ficar quieta, cortou as mechas com uma tesoura próximo à nuca. Simone se orgulhava de ter os fios abaixo da cintura e de só ir ao cabeleireiro para aparar as pontas. O delegado Jesus Nazaré Romão, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), não tem pistas do casal. (AE)

ESQUECIDO

METRÔ NO IPIRANGA

comerciária Simone A Regina Penteado, de 19 anos, teve cerca de 90

rian Correia Sales, de 4 B anos, foi esquecido em uma sala de aula de Limeira

naugurada no sábado, a ILinha estação Alto do Ipiranga, da 2 do metrô, operou

(SP). O menino ficou ao menos três horas a mais do que o período escolar trancado na sala. Brian foi encontrado com as calças molhadas de xixi. A família teme que ele fique traumatizado. Ao ser procurada, a professora lembrou que havia deixado Brian de castigo. O caso foi encaminhado à Secretaria de Educação. Foi registrado um Boletim de Ocorrência. (AE)

normalmente no domingo e registrou 13.444 usuários, recorde do dia na linha. Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, a estação Alto do Ipiranga será uma das mais movimentadas da Linha Verde, com previsão de 40 mil usuários por dia. O governo promete construir mais três estações na Linha 2-Verde até 2010: Sacomã, Tamanduateí e Vila Prudente. (Agências)

URUBUS

NOVAS CÂMERAS

piloto Carlos Willian Prefeitura vai usar o Pereira Fraga, de 22 anos, A Parque Trianon, na O ficou cego de um olho após o avenida Paulista, para testar o

bimotor que conduzia ter sido atingido por um bando de urubus. O acidente ocorreu domingo, em Jundiaí (SP). No choque, uma das aves quebrou o pára-brisa e Fraga ficou inconsciente. O avião estava no piloto automático. Depois do acidente, Fraga conseguiu aterrissar no aeroporto da cidade e foi transferido para um hospital de Goiânia. (Agências)

No fim do dia de ontem, 24,7% dos vôos em todo o País registraram atrasos superiores a uma hora.

ANAC INVESTIGA OVERBOOKING

AUTRAN Paulo Autran, que esteve internado, volta a encenar "O Avarento" no dia 13.

mortos na operação realizada no conjunto de favelas do Alemão, na semana passada, em que 19 pessoas morreram. Segundo a lista, dos mortos, três são menores, quatro não tinham antecedentes criminais e outros 11 teriam passagem pela polícia. Os menores identificados são: Pablo Alves da Silva, Maxwel Vieira da Silva e

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sistema de vigilância por câmeras da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em parques e regiões arborizadas, como os Jardins. A previsão é que até o início de dezembro a cidade conte com mais 99 câmeras. Há 11 meses a GCM monitora a Cracolândia e o Centro Velho com 35 câmeras de alta definição. A ampliação vai expandir o serviço para 369 ruas e avenidas. (Agências)

Vôos foram para o espaço Conclusão é do presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, que ontem sofreu os efeitos do apagão Clayton de Souza/AE

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m mais um capítulo do caos aéreo que persiste no País, o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou ontem que, durante o fim de semana, "a malha aérea do País inteiro foi para o espaço" e o efeito perdurava até ontem. No sábado e no domingo, os atrasos chegaram a 36% dos vôos. Em alguns aeroportos, como Fortaleza (CE) e Belém (PA), os atrasos atingiram 80% dos vôos. Pereira atribuiu o problema "a um fenômeno meteorológico incrível" que fechou, por causa de um nevoeiro, o aeroporto de Viracopos, em Campinas, para onde foram desviados todos os vôos do Estado de São Paulo, na sexta-feira. Segundo ele, as medidas da Aeronáutica foram eficazes e o "controle aéreo está controlado". O presidente da Infraero afirmou também que as duas pistas do aeroporto de Congonhas estão em condições de operar normalmente. "A questão agora é acertar a malha aérea e fazer o plano aeroviário, que o Brasil não tem". Segundo o brigadeiro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já está conduzindo esse processo. "Acredito que em pouco tempo a gente tenha um plano elaborado", disse. Atraso - Ontem, nem o presidente da Infraero escapou do apagão aéreo. Pereira deveria ter embarcado em Brasília no vôo 1812 da Gol (Porto VelhoBrasília-Rio), para a inauguração do novo terminal de embarque do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A partida estava prevista para as 7h, mas a aeronave só decolou às 9h55. Segundo a Infraero, o atraso foi reflexo dos problemas ocorridos no final de semana em todo o País. Em mais um dia difícil para os passageiros, até as 18h de ontem, 358 vôos (24,7%), de um total de 1.446 vôos registraram atrasos de mais de uma hora e outros 124 foram cancelados (8,5%), segundo boletim da Infraero. "Eu cheguei atrasado", disse Pereira, referindo-se à visita de Lula ao novo terminal de embarque. O brigadeiro disse ter sentido a mesma insatisfação que milhares de brasileiros que esperaram, e esperam, horas nas filas para conseguir embarcar. "Três horas de atraso é realmente muita coisa. Evidentemente, os passageiros do avião não estavam nada satisfeitos. Nem eu." Ele contou não ter sido

Aeroporto de Congonhas, ontem: País precisa de um plano aeroviário

abordado pelos outros passageiros e se queixou de ter chegado atrasado ao Rio. Pereira disse ainda que sempre viaja em vôos comerciais e que esta foi a quarta vez que enfrentou atrasos desde o início do apagão aéreo. "Eu sempre sofro, sou um passageiro normal. Entro na fila como todo mundo. É a única maneira de ver o que está realmente acontecendo. Eu vi hoje mais uma vez", resignou-se. O brigadeiro apenas riu quando perguntado pelos re-

pórteres se ele relaxou e gozou, como sugeriu a ministra do Turismo, Marta Suplicy, há algumas semanas. Pereira afirmou ainda que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai apurar o que aconteceu em seu vôo, mas disse não esperar atrasos durante as férias e os jogos Pan Americanos, que começam no dia 13, no Rio. Overbooking - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) iniciou auditoria ontem para verificar se empresas

aéreas praticaram overbooking (venda de passagens superior ao número de assentos), o que teria provocado, ou pelo menos agravado, os atrasos no fim de semana. O overbooking teria acontecido por causa do início das férias de julho. A Anac admitiu que a infraestrutura precária utilizada para desafogar aeroportos como Congonhas e Cumbica tem ajudado pouco no combate ao caos. Na sexta-feira, por exemplo, no aeroporto de Viracopos, em Campinas, havia 22 aviões no pátio e só cinco escadas para servir todos os vôos. A Aeronáutica afirmou que, no sábado e no domingo, o sistema de controle de tráfego aéreo funcionou normalmente. O único problema teria sido uma pane no software de planejamento dos vôos em Cumbica, às 11 horas de sábado. O problema durou 20 minutos e provocou atrasos em cascata. Mas fontes da Aeronáutica disseram que algo mais aconteceu desde sexta-feira para provocar tantas demoras e cancelamentos de vôos. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 3 de julho de 2007

São bárbaros os que destruíram o Iraque Hugo Chávez, presidente da Venezuela

Internacional

Adrian Dennis/AFP

Kiedran Dodds/AFP

Darren Staples/Reuters

Policial checa um veículo suspeito durante blitz nas ruas de Londres

Oficiais realizam busca no aeroporto de Glasgow, na Escócia

No total, dezenove casas foram vasculhadas ontem no Reino Unido

'Caça ao terror' acende alerta vermelho no Reino Unido Três médicos estão entre as oito pessoas detidas na investigação dos atentados contra o aeroporto em Glasgow e a ameaça com carros-bomba em Londres. Dois deles — um iraquiano e outro jordaniano — trabalhavam na Inglaterra

A

polícia britânica prendeu ontem mais três suspeitos de ligação com uma célula terrorista que teria atirado um jipe cheio de combustível contra um aeroporto em Glasgow, no último sábado, e planejava um atentado com carros-bomba em Londres, na sexta-feira passada. Com as detenções de ontem, já chegam a oito o número de suspeitos presos, que levaram

o governo do novo primeiroministro Gordon Brown a elevar para "crítico" o alerta de emergência, o que significa que um atentado é iminente. Carros e outros veículos foram proibidos de se aproximarem de aeroportos, e outras medidas de segurança foram implementadas em todo o Reino Unido. Ontem, o aeroporto Stansted, ao norte de Londres, entrou em alerta após pacote suspeito ter sido encontrado

Jason Reed/Reuters

perto de um dos terminais. Mais um alarme falso. Até a noite de ontem, 19 casas já haviam sido vasculhadas pela polícia, que credita à rede Al-Qaeda, do terrorista Osama bin Laden, os incidentes do último final de semana. Os detidos Três médicos estão entre os detidos pela polícia na investigação. Segundo fonte da polícia britânica, dois deles já foram identificados: o iraquiano

Miraflores Palace/Reuters

Bilal Abdulla, 27, e o jordaniano Mohammed Jamil Asha, 26. O terceiro seria um indiano, mas a Scotland Yard não confirmou a informação. Autoridades do Departamento de Contraterrorismo afirmaram que o grupo terrorista responsável pelos ataques incluiria ao menos oito integrantes, que seriam liderados por um homem identificado como "Mr. Big". Abdulla é um dos dois ho-

mens que ocupavam o Cherokee lançado em chamas contra o aeroporto de Glasgow. No ataque, o motorista, cujo nome não foi divulgado, sofreu queimaduras graves e foi internado no hospital Royal Alexandra, a poucos quilômetros de Glasgow. Uma funcionária do Royal informou que Abdulla trabalhou para o hospital. Não está claro quando o médico, que se formou em 2004 em Bagdá, trabalhou por lá.

A CNN relevou que Abdulla e o motorista podem ter sido as mesmas pessoas que estacionaram os dois carros cheios de gás propano, gasolina e pregos na sexta-feira, em Londres. Já Mohammed Jamil Asha, juntamente com sua mulher, foi preso perto da cidade de Cheshire. O neurologista trabalha no hospital North Staffodshire. O terceiro suspeito teria sido detido no exterior, segundo a BBC. (Agências) PRISÃO Forças de segurança leais ao presidente Mahmoud Abbas detiveram um legislador do Hamas e uma autoridade do Ministério do Interior em Gaza

LIBERDADE George W. Bush emitiu uma ordem executiva comutando a pena de dois anos e meio de prisão a que foi condenado Lewis "Scooter" Libby

Ó RBITA Asif Hassan/AFP

US$ 1 POR DIA ...em balneário no Irã, acordos e críticas aos EUA

Bush e Putin: ameaças a Teerã

vam as relações russo-americanas a seu pior nível desde o fim da Guerra Fria. As desavenças devem-se, em grande parte, ao plano de Washington de instalar um escudo antimíssil na Europa Oriental, ao qual a Rússia se opõe publicamente. (Agências)

O

presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e seu colega russo, Vladimir Putin, anunciaram uma "frente unida" para conter o programa nuclear iraniano. Os chefes de estado estão reunidos desde domingo na residência de verão da família do presidente americano, em Kennebunkport. "Continuaremos a ter sucesso enquanto trabalharmos contra o programa iraniano dentro do Conselho de Segurança da ONU", afirmou o presidente russo. Contudo, enquanto Bush defendeu sanções mais duras, Putin não deixou claro que tipo de pressão poderia fazer contra Teerã. A reunião teve saídas para pescarias e jantares à base de lagosta, mas também uma diplomacia séria a respeito dos assuntos que le-

Chávez e Irã: críticas aos EUA

O

s presidentes do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e da Venezuela, Hugo Chávez, assinaram uma série de acordos para ampliar a cooperação econômica bilateral, que inclui a construção de uma usina petroquímica que fortalecerá o "eixo da unidade" entre os países, ricos em petróleo e adversários dos EUA. "Os países se unirão para derrotar o imperialismo, na união do golfo Pérsico e o mar do Caribe", disse Chávez (Reuters)

segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado ontem. Isso significa que mais de 1 bilhão de pessoas está abaixo da linha da pobreza em todo o mundo. Os números são alarmantes, mas sinalizam avanço: em 1999, o contingente de miseráveis equivalia a 23,4% das pessoas no globo. O progresso mostrado pelo relatório "Metas de Desenvolvimento do Milênio 2007" mostra que essa melhora é desigual entre as várias regiões do mundo. Enquanto a China alcançou melhorias significativas nos últimos anos, na África Subsaariana 40% da população continua vivendo em condições de extrema pobreza. (Agências)

BRASILEIRO NA ONU diplomata brasileiro O Sérgio Duarte foi nomeado ontem chefe do Escritório para Assuntos de Desarmamento da Organização das Nações Unidas. Duarte, que tem 48 anos de experiência no

Reprodução

Em Kennebunkport, lagostas, mísseis e Irã...

erca de 19% da população C mundial vivia, em 2004, com menos de US$ 1 por dia,

Itamaraty, será o primeiro alto representante da ONU para o tema. O novo cargo faz parte da reforma da entidade para dar vigor aos esforços de não-proliferação de armas. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

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Informática

Veja como economizar bom dinheiro nas ligações interurbanas. A receita está na página 6.

Newton Santos/Hype

Paulo Pampolim/Hype

Divulgação BM&F/Luz

Carlos Alberto Cavalheiro, da Dual Comp: muito satisfeito com seu micro de mesa.

Idivaldi Távora, representante comercial: há dois anos, só usa portáteis.

Portátil ou de mesa? O micro de mesa ainda é o melhor para as empresas. Mas para quem vive fora do escritório, o ideal é o notebook.

A atleta Fabiana de Almeida Murer salta com uma vara de fibra de carbono desenvolvida pela Nasa. Veja, na página 8, como a tecnologia ajuda o esporte.

Barbara Oliveira

cessador (um Dual Core, por exemplo) também vale a pena para os usuários que precisam raças ao mercado abrir várias janelas ao mesmo corporativo e ao im- tempo. Mas se este não for o capulso do usuário do- so da sua empresa, os chips de méstico, a venda de dois núcleos podem esperar computadores no primeiro tri- até ficarem mais baratos: os mestre deste ano atingiu 1,9 desktops com os tradicionais milhão de unidades, segundo Intel Pentium e AMD Athlon o IDC, com crescimento de dão conta do recado. Mas se o usuário está mi23,9% nos desktops e de 125% nos portáteis em relação ao grando para um portátil e comesmo período de 2006. A par- mo o upgrade nesse tipo de ticipação dos notebooks deve equipamento não é uma tarefa saltar de 8% para 15%, até o fim simples e nem muito barata do ano. Mas o que é melhor pa- (especialmente a troca do prora o seu negócio: o desktop de- cessador), o ideal é já adquirir um modelo um pouco mais romesa, ou o portátil? Apesar do uso maciço, os busto (com processador de núnotebooks ainda estão longe cleo duplo e mais memória), de tomar o lugar dos desktops sugere Rocha Pereira. Só no note - O gerente da nas empresas de pequeno e médio porte, avalia o consul- Marketing da Leadership, Rator de TI para SMB (small/me- fael Montello que vive no Rio dium business) Flávio Xandó, de Janeiro, migrou para o noteda FX Consult. "Embora o no- book há quatro anos e não trotebook seja uma tendência, por ca "por nada deste mundo". causa da mobilidade e dos pre- Montello viaja cinco a seis veços em queda, os pequenos e zes por mês dentro do Brasil e, médios negócios ainda depen- pelo menos, quatro vezes por dem intensivamente do micro ano para o exterior, especialde mesa, por ele atender às mente China, para a compra de aplicações básicas tais como equipamentos. "Recebo cerca softwares de gestão, planilhas, de 250 e-mails por dia, aonde documentos em Word, progra- eu vou a minha máquina vai mas de apresentação e e e- comigo, mesmo quando viajo mail." Além disso, os micros de com a família em fins de semamesa trazem o conforto da tela na, pois minha vida toda está maior, têm facilidade de up- lá". Além do notebook wiregrade e preços mais em conta. less, o que lhe permite acessar a internet de qualquer Só no desk - É que lugar com rede Wi-Fi pensa Carlos Alberto Uma das por perto, Montello Cavalheiro, gerente carrega uma bateria de vendas da Dual vantagens externa para lhe dar Comp, uma importa- do micro de mais quatro horas de dora e distribuidora mesa é o autonomia (em casos de produtos de áudio de vôos mais longos) e vídeo, telefonia, au- preço mais e um adaptador para tomotivos e eletrôni- em conta tomadas. Os riscos cos, de São Paulo. Cavalheiro só trabalha com desk- não preocupam Montello. tops. Ele e a equipe de 27 pes- "Não penso em roubos nem em s o a s d e v e n d a s e perdas, mas protejo meu micro telemarketing, nas três unida- dentro de uma mochila básica des da Dual Comp, não sentem para não levantar suspeitas". Outro que migrou do deskfalta do notebook. "Trabalho com muitas imagens de pro- top para dispositivos móveis, é dutos, acho mais confortável o representante comercial Idioperar um micro de mesa com valdi Távora. Ele parou de usar tela maior, teclado e mouse micro de mesa há dois anos em apropriados". Cavalheiro tem sua empresa, CCT Comércio uma máquina com 1 GB de de Informática e Serviços Ltda. RAM, HD de 80 GB e placa de "Usava desktop e saía com o notebook para trabalhar, mas vídeo de 128 MB. Para o consultor de TI do Se- começou a ficar complicado brae, Jorge Luiz da Rocha Pe- porque tinha de transferir arreira, o uso dos micros de mesa quivos de um para o outro". além de ser vantajoso para Agora só usa os portáteis. quem não precisa sair da em- Além do note com 80 GB e mepresa freqüentemente, é ideal mória de 512 MB, de bom tatambém pela maior segurança manho para suas planilhas, tanto da máquina como dos documentos, internet e algudados ali guardados. Os portá- mas imagens de produtos para teis podem ser esquecidos em mostrar aos clientes, Távora tem um smartphone Audioum táxi ou roubados. Os consultores recomen- vox (da rede Vivo) para agendam aos pequenos empresá- dar compromissos, acessar erios máquinas de mesa com mail, falar pelo MSN e entrar memórias de 512 MB de RAM e na internet. "Num aparelho de disco rígido de 60 a 80 GB, para 200 gramas carrego boa parte terem uma vida útil maior. O de meu trabalho." O teclado preço médio de um pente de pequeno do palmtop e a redumemória DDR2 de 256 MB está zida autonomia das baterias em R$ 100. Nos notebooks, es- dos notebooks ainda são os se upgrade pode custar o do- pontos negativos dos dois bro. Flávio Xandó acha que ca- equipamentos, segundo o reprichar na memória e no pro- presentante comercial.

G

UM DOS DESKTOPS mais vendidos para o

O NOTEBOOK mais em conta para as

mercado de pequenos negócios é o modelo Corp 2, da Positivo. Sua configuração consiste no processador Intel Pentium 4, disco rígido de 80 GB, 512 MB de memória RAM, tela de 17 polegadas CRT, 2 USB frontais e já vem com Windows XP. A garantia é de um ano. E o preço médio, R$ 1.756. Com drive óptico (DVD ou CD-RW a ser definido pelo cliente), o preço salta para R$ 1.833.

pequenas e médias empresas é o InfoWay Note W7635, da Itautec. Conta com processador Intel Celeron-M430, disco rígido de 80 GB, memória RAM de 512 MB, leitor de DVD-RW, tela de 15 polegadas. Já vem com o Windows Vista Home instalado. Pesa 2,8 kg e, com esta configuração, sai por R$ 2.199.

O GPS é útil para seu negócio? Avaliamos dois modelos de navegador por satélite nas ruas de São Paulo. Eles funcionam. E são úteis para quem vive na rua. Veja na página 7.


terça-feira, 3 de julho de 2007

Empresas Nacional Finanças Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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4,5

MERCADO PREVÊ CRESCIMENTO MAIOR

por cento ao ano será a taxa de juros cobrada pelo BNDES no crédito para laboratórios

COM ALTA DE 1,8%, IBOVESPA ENCERROU NEGÓCIOS DE ONTEM ACIMA DE 55 MIL PONTOS PELA PRIMEIRA VEZ

BOVESPA BATE NOVO RECORDE

O

noticiário sobre fusões e aquisições de empresas e o fato de o índice de atividade industrial em junho nos Estados Unidos ter sido melhor do que o esperado pelos analistas deram sustentação às bolsas de valores ontem. Os fatores positivos compensaram a alta do preço do petróleo e as preocupações com os ataques terroristas no Reino Unido, onde o alerta de segurança foi elevado ao máximo. O cenário, portanto, favoreceu novo recorde da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O Ibovespa, principal referência do mercado brasileiro de ações, encerrou o pregão acima de 55 mil pontos pela primeira vez. O indicador subiu 1,8%, para 55.371 pontos — o 25º recorde de pontuação de 2007. Com esse resultado, a bolsa paulista passa a acumular ganhos de 24,5% no ano. Nos últimos 12 meses, a valorização chega a 51,16%. O índice Dow Jones, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York, encerrou ontem com alta de 0,95%, enquanto o Nasdaq subiu 1,12%. A expectativa para hoje é de reduzido volume de negócios, porque os mercados financeiros nos Estados Unidos fecham mais cedo na véspera do feriado nacional de 4 de julho. (AE)

Lula Marques/Folha Imagem – 12/6/07

Mercado eleva projeção para o IPCA, mostra Focus Expectativa dos analistas para a inflação deste ano sobe para 3,64%

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mercado financeiro aumentou de 3,6% para 3,64% sua projeção para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, de acordo com a pesquisa semanal Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). A estimativa dos analistas é a mais alta desde os 3,67% do início de maio. Para o economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Thadeu Filho, a expectativa poderá aumentar mais nas próximas pesquisas. "Elevamos nossas projeções de IPCA neste ano de 3,5% para 3,81% há cerca de um mês", afirmou. Mesmo assim, o resultado fechado do ano ficaria abaixo da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os efeitos da alta de preços dos alimentos, segundo o economista, não deverão se esgotar em junho, ao contrário do que mostram os dados da pesquisa para os demais meses do ano. "O problema é que as projeções da pesquisa demoram para ser alteradas por fatores estruturais. Elas respondem mais rapidamente aos dados da inflação ocorrida", disse.

Demanda — Para Thadeu Filho, o aumento da demanda interna, a alta dos insumos provocada pelo próprio aumento da produção agrícola e um esforço de recuperação das margens no setor puxarão os preços de alimentos. O setor de serviços deverá ser outro foco de pressão sobre os preços. "Sem capacidade de aumentar a eficiência produtiva com importações de máquinas, os empresários terão de repassar aos preços as elevações de custos provocadas pelos ganhos salariais obtidos pelos empregados do setor." Na avaliação de Thadeu Filho, isso demonstra os limites dos impactos benéficos da valorização do real sobre os preços. "O BC não pode olhar apenas para os preços de produtos transacionáveis com o exterior para fazer uma avaliação positiva dos impactos do câmbio sobre a inflação", comentou. Para 2008, a projeção do mercado para o IPCA é de 4%. Mais pessimista, o economista da UFRJ já trabalha com estimativa de 4,6%, percentual um pouco acima da meta central de 4,5%. "Aumentamos nossas projeções logo depois que o

Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu acelerar o ritmo de corte de juros para 0,5 ponto percentual em sua última reunião", afirmou. Segundo ele, a queda mais rápida da taxa básica deve alimentar um processo de recomposição das margens de lucros na indústria e outros setores da economia. PIB — As previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, por sua vez, subiram de 4,3% para 4,34%. Foi a terceira elevação consecutiva das projeções, que ainda estão distantes dos 4,7% estimados pelo próprio BC no Relatório de Inflação divulgado na semana passada. A tendência, de acordo com Thadeu Filho, é de que as projeções caminhem ao longo do tempo para algo entre 4,6% e 4,7%. Ele destacou que a atual expansão da economia se baseia fortemente no aumento de preços das commodities agrícolas. "Com uma queda nos preços, o crescimento poderá sofrer alguma interrupção." Por outro lado, a produção industrial, segundo o economista, vem patinando nas medições que levam em conta um período de 12 meses. (AE)

Coutinho: BNDESPar poderá participar de projetos das empresas.

BNDES: crédito para laboratórios

O

presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, anunciou ontem a redução das taxas de juros nos financiamentos específicos para o setor farmacêutico, de 6% ao ano para 4,5%. De acordo com ele, a medida engloba os projetos aprovados no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica (Profarma), que foi criado em 2004 e até o momento acumula desembolsos de R$ 935 milhões. Coutinho afirmou que a expectativa do governo é de dobrar esse volume nos próximos dois anos. O presidente do BNDES participou, no Rio de Janeiro, de cerimônia na Fiocruz, ao lado do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Na avaliação de Coutinho, o desenvolvi-

mento do setor farmacêutico é fundamental para o próprio desenvolvimento econômico do País. Além de liberar o financiamento, o BNDES poderá participar de projetos dos laboratórios com capitalizações por meio do BNDESPar (empresa de participação do banco), complementou Coutinho. Bio-Manguinhos — O banco de fomento aprovou financiamento de R$ 30 milhões para a construção da primeira fábrica de protótipos de medicamentos do Brasil que, de acordo com o banco, vai permitir a produção de remédios em escala industrial. O financiamento do BNDES foi aprovado no âmbito do Fundo Tecnológico (Funtec) e será destinado à Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz no Rio de Janeiro. Ainda segundo o banco, o projeto vai gerar 175 empregos diretos. (AE)


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Nacional Empresas Finanças Agronegócios

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 3 de julho de 2007

A VENDA DE IMÓVEIS AUMENTOU 70% NESTE ANO

5,5

bilhões foi o valor dos financiamentos liberados apenas no primeiro quadrimestre de 2007

Foto: Luludi/LUZ

GARGALOS PÕEM EM RISCO AUMENTO DO CRÉDITO PARA OS IMÓVEIS

O SFH, sozinho, não suportará o crescimento da demanda porque é um sistema condenado. Roberto Troster, economista da Integral Trust

Apesar do aumento, o financiamento imobiliário só representa 5% do PIB Roseli Lopes

E

ntre janeiro e maio deste ano, os brasileiros tomaram R$ 5,534 bilhões emprestados do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), integrado ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), para a compra de imóveis, segundo o Banco Central (BC). O volume é 70% superior ao total de financiamentos imobiliários contratados pelos bancos em igual período de 2006. Representa, ainda, 25% mais do que os recursos liberados pelo sistema em todo o ano passado. Em maio último, as operações somaram R$ 1,438 bilhão, 68% mais do que em maio de 2006 e é também o maior valor já emprestado em um único mês na história do SBPE. Não fosse a acanhada participação do crédito imobiliário brasileiro na formação do Produto Interno Bruto (PIB) – equivale a 2%, computados apenas os empréstimos feitos

1,4

bilhão de reais foi o valor das operações apenas em maio último, o maior já emprestado em um único mês na história do SBPE com os recursos da caderneta de poupança, e a 5% se somado o dinheiro do Fundo de Garant i a d o Te m p o d e S e r v i ç o (FGTS), quando em muitos países a relação crédito habitacional/PIB chega a ser dez, até 20 vezes maior –, os números apresentados pelo setor pressupõem um ambiente de crescimento sustentado. Mas, a despeito do bom ritmo de expansão que o segmento vem mostrando entre 2005 e 2006, o sistema não consegue,

entretanto, atender a demanda por domicílios. Hoje, faltam 7,5 milhões de moradias no País. Na década de 70, o SFH, que é alimentado pelos depósitos da caderneta de poupança e pelos do FGTS, conseguia atender até 70% da demanda habitacional. Atualmente, o percentual não chega a 10%, revela um estudo de quase 50 páginas da FGV Projetos, unidade da Fundação Getúlio Vargas, divulgado no início de junho com o título O Crédito Imobiliário no Brasil: Caracterização e Desafios. Condenado – "O Sistema Financeiro da Habitação, sozinho, não conseguirá suportar o crescimento da demanda por parte dos consumidores, pois é um sistema condenado", diz o economista Roberto Luis Troster, da Integral Trust Serviços Financeiros, especializada em operações de securitização de recebíveis, uma alternativa de crédito no mercado. Para Troster, a burocracia, que faz o comprador gastar até 10% do valor do imóvel em do-

O que se discute não é a aplicação nos empréstimos imobiliários, mas se o banco precisa carregar o crédito. José Gonçalves, da Abecip

Roberto Troster, da Integral, reclama da burocracia e dos juros altos.

cumentação, as barreiras jurídicas, os juros altos, que afastam parte dos tomadores de crédito imobiliário, e a falta de fontes de recursos de longo prazo fora do SFH são alguns dos gargalos que o setor enfrenta no Brasil, ocasionando aumento da demanda. Troster não é voz isolada. Ele encontra eco na Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que defende junto ao governo o fim do direcionamento dos recursos – ele obriga os bancos a destinar ao crédito imobiliário ao menos 65% dos depósitos captados em caderneta de poupança. "O que se discute não é a aplicação dos valores no financiamento imobiliário, mas se o banco precisa carregar esse crédito até o final do contrato, que pode chegar a 20 anos", diz o superintendente técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves. Para ele, a exemplo do que foi feito em países como a Espanha, que conseguiram alavancar os financiamentos depois de acabar com o direcionamento, o importante é o banco dar o crédito e não carregálo. "O crédito imobiliário é hoje um dos melhores produtos para os bancos", diz Pereira. Negócio – Sem a obrigatoriedade do direcionamento, diz Pereira, os bancos poderiam vender esse crédito no mercado de securitização para captar recursos, que seriam investidos nos próprios empréstimos habitacionais. A securitização permite ampliar o volume de dinheiro via emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), papéis que têm lastro nos créditos a receber originados da venda de imóveis e que podem ser oferecidos a investidores individuais ou institucionais. Os CRIs atrairiam ainda recursos de pesos pesados como fundos de pensão e seguradoras que compram créditos imobiliários no mercado secundário. Também abriria espaço para a participação de instituições financeiras estrangeiras no mercado de securitização de recebíveis brasileiro, com a colocação de papéis no mercado externo. A securitização, no entanto, está presa a outro gargalo: a falta de padronização das operações de crédito imobiliário no País, mais especificamente dos contratos. Sem ela, a venda de CRIs aos investidores torna-se muito mais difícil por um motivo: a padronização funciona como um selo de segurança para quem compra os recebíveis. E com a ida das construtoras para outros estados, como uma forma de expandir os negócios, a falta do

contrato único continua emperrando as operações de empréstimo. "Há estados em que a situação dos cartórios é tão precária que não há computador, dificultando a transferência de dados", diz o superintendente Ary José de Lima, da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg). Com isso, os cartórios adotam as mais variadas formas de registro de imóveis. "A padronização de-

7,5

milhões de moradias estão em falta no País. Na década de 70, o SFH atendia 70% da demanda. Hoje, o percentual não chega a 10%. ve ser obrigatória para que uma determinação judicial de penhora ou arresto dada na cidade de Santos, no litoral paulista, seja igual em qualquer cidade da Paraíba", diz Lima. Concentração – O mercado de crédito imobiliário evoluiria ainda mais se pudesse ficar livre da burocratização. Não do crédito imobiliário, mas da operação de compra e venda, que chega a levar até quatro meses para ser liberada por

conta do elevado número de documentos e certidões exigidos pelos bancos. Uma proposta estudada, para a qual já existe um projeto de lei, é a da concentração do ônus na matrícula do imóvel. Agilidade – Essa medida prevê que todas as informações, tanto do vendedor como do imóvel, sejam dadas no momento da matrícula, de tal forma que nenhuma reclamação posterior poderá inviabilizar o financiamento. A concentração daria mais garantias ao negócio e permitiria que a operação ganhasse em agilidade, já que muitas certidões hoje pedidas pelos bancos seriam substituídas por um único documento. O gerente do Departamento de Suporte a Negócios Imobiliários da Nossa Caixa, Maurício Rosa, ratifica a necessidade de uma mudança legislativa no que diz respeito à burocracia na operação de crédito imobiliário. "Além de agilizar a operação, ela evitará fraudes", diz o executivo. O diretor-executivo do Bradesco, Ademir Cassiello, lembra que a operação, na forma como é feita hoje, "torna-se onerosa e morosa". Antônio Barbosa, superintendente da área de crédito imobiliário do ABN Amro Real, concorda que a concentração na matrícula dos imóveis e o fim da burocracia na compra e venda terão forte impacto no aumento de volume de contratações de crédito imobiliário.


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E mais Vídeo Inovação Logística

DIÁRIO DO COMÉRCIO

O iPHONE É TÃO REVOLUCIONÁRIO ASSIM?

E o iPhone já está falando

terça-feira, 3 de julho de 2007

Enquanto isso no Brasil, as dicas para economizar bom dinheiro nas ligações interurbanas.

Divulgação

Não, não é o iPhone: é o LG Prada. Divulgação

E dando o que falar: é tão revolucionário assim? Sim, ele é.

Q

ue Steve Jobs, o CEO da Apple, tem vocação para Midas muita gente já sabe. Mas, além de engordar sua conta bancária em alguns milhões de dólares, Jobs mantém a incrível capacidade de surpreender e gerar tanta expectativa em torno de um lançamento que pode mudar a rotina de algumas cidades. Foi o caso do iPhone, um dos equipamentos mais aguardados da Apple, e que provocou filas de espera e uma certa histeria em frente às lojas durante a semana toda. Mas, antes de continuar o texto, um lembrete: o iPhone não vem para o Brasil. Apesar do interesse das operadoras, dependem do interesse de Jobs em liberar o iTunes no país, software que garante os serviços do iPhone. Mas o iPhone é realmente tão revolucionário assim? Sim. Seu formato é finíssimo em relação aos smartphones concorrentes, a tela touch screen elimina o teclado físico e reúne 16 funções principais em ícones grandes. Outro item de tirar o fôlego é a facilidade de visualização das mensagens de voz listadas na tela, bastando clicar no menu Phone e selecionar as mensagens com data, hora e a identificação de quem ligou. A característica intuitiva do iPhone

é o que faz a diferença para o necte em redes sem fio, por Wiconsumidor à procura de algo Fi. Outro item que desapontou simples de usar, mas, ao mes- os especialistas que testaram o mo tempo, cheio de recursos. produto foi a bateria não remoCoisa, aliás, que a Apple sem- vível, como nos iPods, mas dipre fez bem, desde seus pri- ferente de todos os seus conmeiros Macintoshes e sistemas correntes em telefones celulaoperacionais. Outro ponto for- res. A Apple garante que a carte do telefone é sua capacidade g a r e s i s t e a 8 h o r a s d e de fazer várias coisas ao mes- conversação, 24 horas de música e 7 horas de vímo tempo. O usuário deo. Testes feitos pequer combinar um O Brasil, por lo Wall Street Journal cinema com a namodão conta de que esrada pelo telefone? enquanto, ses números estão Basta entrar na inter- está fora bem perto da realinet enquanto falandade. Quando a cado com ela, chamar o dos planos pacidade da bateria Google Maps, desco- da Apple. terminar (depois de brir o endereço e en300 ou 400 cargas) o viar pela tela ou por consumidor terá de levar o voz mesmo. O navegador Safari, da Ap- aparelho à Apple para a troca ple, também merece destaque. (pagando por isso, claro). Outra dificuldade apontada Por dispor de uma "inteligência" embutida, ele permite vi- foi o número de passos para se sualização de páginas inteiras fazer uma simples ligação, da Web, aproxima textos e ima- pois é necessário ir à tela inigens com um toque duplo na cial, depois no ícone da telefotela e se ajusta a ela. Mas o sis- nia, procurar a lista de chamatema operacional não suporta das ou agenda e selecionar o nome que se quer chamar. Flash ou Java. O iPhone só está disponível Contras - Entre os pontos fracos do equipamento está a no mercado norte-americano, re d e E d g e , d a o p e r a d o r a aos preços de US$ 499 (4GB) a AT&T, única a disponibilizar o US$ 599 (8GB), além do valor produto nos Estados Unidos, dos planos da AT&T. A Apple por enquanto. Um aparelho espera vender 10 milhões de tão sofisticado mereceria uma iPhones até 2008. rede mais rápida (a Edge não é Barbara Oliveira nem considerada uma rede (Veja também a coluna de Ser3G), embora ele também se co- gio Kulpas, na página 2).

Para poucos: design único.

A Várias funções na tela, abertas com um simples toque de dedo. Crédito

Steve Jobs, da Apple: venda de 10 milhões de aparelhos até 2008.

INTERURBANO: ECONOMIZE.

U

ma das áreas de telecomunicações em que a competição gerou benefícios mais imediatos aos consumidores foram as chamadas de longa distância. No entanto, nem todos percebem que a escolha do CSP (código de seleção de prestadora, os dois dígitos que indentiifcam a operadora) pode pesar no bolso, embora a qualidade da ligação seja igual com qualquer empresa. Os assinantes com uso pesado de interurbanos normalmente optam por Planos Alternativos, que oferecem pacotes conforme cada perfil e estabelecem uma política de tarifas válida em um prazo determinado. Para os assinantes do Plano Básico, valem as tarifas que as operadoras comunicam à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que podem ser consultadas no Sistema Integrado de Tarifas e Preços, SIPT http://sistemas.anatel.gov.br. Grande diferença - As diferenças mais gritantes encontradas no SIPT, de até R$ 0,85 por minuto, evidenciam que algumas operadoras desviaram seu foco da competição no plano básico e se concentraram na oferta dos alternativos. Em

contrapartida, outras disputam centavo a centavo a preferência do consumidor, e a correlação vai se alterando a cada semana. Como resultado, os usuários que consultam com regularidade a comparação de preços obtêm uma economia média entre R$ 7 e R$ 10 por hora falada em chamadas de longa distância. Em um mesmo dia, a melhor opção pode mudar, conforme as políticas de tarifação por horário. Por isso, mesmo os assinantes de planos alternativos - que normalmente praticam tarifas uniformes - podem ter vantagens ao usar outro CSP em alguns momentos. Com uma média mensal de 18 horas de interurbanos para fixos e celulares, a designer Ana Rezende acabou aderindo a um plano alternativo, com tarifa de R$ 0,26 para longa distância nacional. "Já tinha reduzido os interurbanos a apenas 18 horas, quando os grupos de trabalho passaram a usar telefonia via Internet. Mas para ligar para os clientes, preciso de qualidade; mesmo se for VoIP, tem que ser de operadora profissional", explica Rezende, que mora em São Paulo e trabalha com pessoas em Brasília e Rio de

Janeiro. "O problema do plano alternativo, no meu caso, é que o serviço telefônico vem pelo cabo de TV, uma rede que nem sempre está disponível. Então, continuo consultando a tabela de preços públicos", conta. Economia - A designer estima que a economia obtida com consultas semanais à correlação de preços chegava a R$ 150 mensais, antes de ter aderido ao plano alternativo. As tabelas abaixo ilustram as diferenças de preços em chamadas de São Paulo para localidades a mais de 300 Km de distância. Deve-se destacar que essa referência vale por muito pouco tempo, devido a rápidas monimentações de algumas operadoras na disputa pelo tráfego interurbano de varejo.

LG Eletronics e a Prada uniram-se para lançar amanhã, em São Paulo, e pela primeira vez na América Latina, seu novo modelo de celular no Hotel Unique, na região dos Jardins, em São Paulo. Já comercializado em diversos países da Europa, o Prada conta com design e estilo diferenciados. Os recursos tecnológicos são considerados os mais modernos e contam com diversos recursos. De acordo com os representantes das duas empresas, o novo modelo será apresentado ao mercado latino-americano pelos executivos: Chang Ma, vicepresidente de marketing estratégico da LG, Giacomo Ovidi, diretor de desenvolvimento e negócios da Prada e Tomaso Galli, diretor de comunicações e relações externas da Prada.

Cuidado: seu celular pode estar com vírus.

O

s smartphones também estão sendo atacados por vírus. Estudo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) indica que há 68,6 milhões deles no país e, por isso, cresce a necessidade de preservar os dados armazenados nestes aparelhos. A F-Secure, especializada em segurança, informa que já há 21 versões de vírus para celulares. O Comwarrior surge como uma mensagem de MMS executável, que infecta o aparelho e busca outros telefones com tecnologia Bluetooth. No Brasil, instituições financeiras já investem em sistemas de segurança.

Vanderlei Campos

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o final de junho, a NTT Docomo e uma empresa japonesa anunciaram que planejam equipar lojas de conveniência com caixas recicláveis para depositar telefones celulares que estão sendo descartados. O objetivo é facilitar a vida de quem deseja reciclar os aparelhos dos quais estão se desfazendo. Desde 1998, os fornecedores japoneses de tecnologia wireless têm reciclado telefones em suas próprias lojas. Entretanto, agora, mais clientes esperam mais para reciclá-los, à medida que armazenam mais dados importantes. Apesar disso, a maioria decide descartar-se deles. Em 2005, a NTT coletou 42 toneladas de cobre e 145 quilos de ouro de telefones velhos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de julho de 2007

José Cruz/ABr

Política CERCADO POR TODOS OS LADOS

Quem não tem processo transitado em julgado, não pode ser considerado condenado. Valdir Raupp (PMDB-RO)

Manobra para adiar processo contra Renan Calheiros sai pela culatra e complica ainda mais a situação do presidente do Senado; ele garante que fica.

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presidente do Senado, Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL), viveu ontem o seu pior dia desde que a representação do PSol foi encaminhada por ele mesmo ao Conselho de Ética, em 31 de maio. Segundo um dos integrantes da Mesa Diretora do Senado, Renan sofreu três derrotas ao longo da reunião da manhã, interrompida várias vezes por telefonemas do próprio Renan aos dirigentes da Casa. A discussão do caso Renan foi parar na Mesa do Senado na última segunda-feira por decisão de Leomar Quintanilha (PMDB-TO), presidente do Conselho de Ética, que tirou o processo do órgão e o devolveu à Casa para retomar o caso do zero. Renan responde a processo por quebra de decoro, acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista. Sua primeira derrota foi a fracassada tentativa de arquivar a representação do PSol na própria Mesa. Não houve ambiente político sequer para prosseguir a discussão dessa alternativa posta pelo primeiro vice-presidente, senador Tião Viana (PT-AC). Nenhum dos presentes se levantou a favor do arquivamento. A segunda ofensiva dos aliados de Renan foi a de levar a votação ao plenário do Senado, que teria de decidir se cabia arquivamento ou o envio da representação ao Conselho. Os aliados defenderam que o plenário tomasse sua decisão pelo voto fechado. Mas o advogado

Péres: 'é irregular o réu comandar o caso'

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senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse temer que a Mesa Diretora do Senado tome decisões combinadas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). "Tudo isso é irregular, anômalo, pois quem comanda tudo é o próprio réu Renan Calheiros", disse Péres. "A devolução do processo à Mesa é uma pantomima que beneficia o próprio réu", acrescentou o senador. Péres também considerou a decisão do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), de devolver o caso de Renan à Mesa Diretora como uma "quebra de confiança" entre Quintanilha e seus pares no Conselho. O senador avisou que iria pedir o afastamento de Quintanilha da presidência do Conselho, pois ele responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha. "Um senador que está indiciado criminalmente no STF não deveria integrar o Conselho de Ética. Há uma incompatibilidade, eu diria até regimental", disse Péres. Nulidade – O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), disse ontem que, se houve erros, "não acarretam a nulidade do processo, uma vez que a defesa foi permitida". Na opinião de Romeu Tuma, o processo deve continuar tramitando no Conselho de Ética e a perícia nos documentos apresentados como defesa por Renan deve ser finalizada. "O processo continua de onde parou", defendeu ele. (Agências)

Geraldo Magela / Ag. Senado

Agora, o processo terá três relatores

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A Mesa Diretora decidiu devolver o processo ao Conselho de Ética, em reunião tumultuada e marcada por vários telefonemas de Renan.

do Senado, Alberto Cascais, foi chamado a opinar e esclareceu que o regimento interno não permitia o voto fechado. Informado dessa decisão pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que acompanhou parte da reunião, Renan tentou ainda uma terceira alternativa: o voto aberto, em plenário. Embora o PSDB e o PFL tenham recomendado a seus representantes decidir pelo en-

vio direto da representação ao Conselho, houve um momento da reunião em que todos os membros da Mesa decidiram, por unanimidade, que a representação deveria passar pelo plenário. O senador Tião Viana, que conduzia a reunião, chegou a dizer que os membros da Mesa tinham apenas duas alternativas: "Ou vai para o plenário ou a representação morre aqui". A Mesa votou e decidiu que a

discussão via plenário era a melhor saída. Só que nesse momento, segundo um dos participantes, "instalou-se um tumulto". Emissários de Renan dispararam telefonemas para os membros da Mesa, quando o advogado do Senado voltou a ser acionado e opinou que a votação aberta em plenário seria, na verdade, um pré-julgamento do Conselho de Ética. O presidente do Senado teve

que recuar, porque também foi alertado de que corria o risco de ser desautorizado pelo plenário. A decisão, então, foi voltar o assunto diretamente para o Conselho de Ética, sem passar pelo plenário, como defendiam, no início da reunião, o PSDB e o DEM. O tumulto foi tamanho que o caso do senador Joaquim Roriz (PMDBDF) nem chegou a entrar na pauta. (AE)

presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDBTO) anunciou ontem à noite que a representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) terá três relatores, e não apenas um. Quintanilha pediu aos líderes partidários que escolham esses relatores. O primeiro convite para a relatoria foi feito ao senador Renato Casagrande (PSB-ES) para a relatoria. Porém, Quintanilha disse que a indicação só seria efetivada após a divulgação dos pareceres que ele havia solicitado à Advocacia Geral e à Consultoria do Senado a respeito de possíveis "vícios processuais" nos trabalhos do Conselho. Em função disso, Casagrande desistiu de ser o relator do caso. Um dos vícios apontados pelos pareceres seria o fato de a admissibilidade da representação ter sido decidida pelo presidente do Senado sem consulta à Mesa Diretora. Por causa disso, Quintanilha devolveu a representação à Mesa, que se reuniu ontem de manhã e decidiu reencaminhá-la ao Conselho. (Ag. Senado)

vai Em plenário, senadores pressionam Reunião avaliar Dida Sampaio / AE

denúncia contra Roriz

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m total clima de constrangimento, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ouviu, da cadeira de presidente do Senado, repetidos apelos de colegas que pediam seu afastamento do cargo enquanto durar seu processo no Conselho de Ética. "O PSDB não se deixou pautar por ninguém, mas vem neste momento sugerir que vossa excelência se afaste até a conclusão do caso. Não é com agrado ou prazer que sugere esse caminho, mas seu julgamento exige dois pressupostos: amplo direito de defesa e amplíssimo de investigação", pediu o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Outros colegas também foram à tribuna fazer o mesmo pedido ao presidente do Senado. Entre eles, estavam Cristovam Buarque (PDT-DF) e até mesmo dois colegas de partido de Renan: Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Durante duas horas, pelo menos 15 senadores fizeram o apelo. Um dos poucos a sair em defesa de Renan foi o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO). "Quem não tem processo transitado em julgado não pode ser considerado condenado", disse, em referência também ao presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). "Minha formação democrática e minha fé no Estado de Direito me fazem aceitar qualquer tipo de manifestação, mesmo quando guardo frontal divergência", defendeu-se Renan. "Devo permanecer na presidência, mesmo que isso contrarie apetites políticos de plantão", acrescentou. Logo após um aparte do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), Renan pediu a palavra para voltar a defender que não existe crise no Senado. "É exatamente por causa desse

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Líderes do PSDB querem pressionar Renan; quinze senadores foram à tribuna pedir o afastamento

debate, que traz para o plená- Casa, sem consultar todos os rio o que deveria ser discutido membros do Conselho. "Enquanto o presidente estino Conselho de Ética, que passa a impressão de que o ver à frente, nenhum processo Congresso não está funcionan- vai ter credibilidade... Mais do do. Não é verdade. O Congres- que boi, o que configura queso tem deliberado como pou- bra de decoro agora são as macas vezes deliberou", disse o nobras feitas por ele para impedir o andamensenador. to do processo", O presidente disse Jereissati. do PSDB, sena"O processo só dor Tasso Jereisvai ficar limpo e sati (CE), afir- Devo permanecer só vai ficar transmou ontem que na presidência do parente quando o tentar manipu- Senado, Renan se afastar. l a r o p ro c e s s o mesmo que Depois de todas disciplinar pode essas manobras e l e v a r R e n a n a isso contrarie articulações, Reuma outra repre- apetites políticos nan perdeu quals e n t a ç ã o p o r de plantão. quer credibilidaquebra de decoRenan Calheiros de para ficar à ro. O PSDB pefrente da Presidiu o afastamento de Renan da presidência do dência do Senado, enquanto Senado até a conclusão das in- durar esse processo", acrescentou. vestigações. Fechando o cerco – Ontem a A decisão dos tucanos foi tom a d a n a s e g u n d a - f e i r a e bancada do PT no Senado dianunciada após o presidente vulgou uma nota em que dedo Conselho de Ética, Leomar fende a continuidade das inQuintanilha (PMDB-TO), alia- vestigações sobre Renan. Já a do de Renan, devolver a repre- bancada do PDT decidiu, por sentação contra o presidente unanimidade, pedir o afastado Senado à Mesa Diretora da mento temporário do senador

da presidência até que sejam concluídas as investigações. A avaliação geral do caso Renan é a de que sua situação se torna a cada dia mais difícil. "Está muito ruim", admitiu, em uma conversa reservada, o senador José Sarney (PMDBAP), que forma com Renan a principal dupla de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aplausos – A nota do PT diz que eles "aplaudem" a decisão da Mesa Diretora do Senado de devolver o processo ao Conselho. "Os senadores expressam sua irrestrita confiança no prosseguimento das investigações, observados o devido processo legal e as garantias constitucionais do contratidório e da ampla defesa". O texto afirma ainda que os parlamentares se empenharão para que o procedimento em curso seja concluído de forma rápida, "nos estritos termos constitucionais, legais e regimentais, fazendo-se a necessária Justiça". E pede que o Conselho se reúna o mais breve possível para dar continuidade à investigação. (Agências)

presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou para hoje reunião da Mesa Diretora para analisar e encaminhar ao Conselho de Ética a representação do PSol pedindo a abertura de um processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). O caso de Roriz será analisado hoje e amanhã, quando seu processo chegará oficialmente ao Conselho, ele pode renunciar ao mandato com o intuito de preservar o direito de concorrer nas próximas eleições. Roriz foi flagrado em grampo telefônico feito com autorização judicial discutindo com o expresidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin de Moura, a divisão de R$ 2,2 milhões que pertenciam ao empresário Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas. Entulho –O dono da Nely Transportes, Osvaldino Xavier de Oliveira, que se intitula "o rei do entulho", informou ontem que a partilha do dinheiro foi feita em sua empresa. Osvaldino disse que o empréstimo do espaço foi pedido por Valério Neves Campos, assessor especial do senador. "Fiz um favor a um amigo", disse o empresário, referindo-se a Valério. O dinheiro, explicou, chegou ao pátio da sua empresa num carro forte, guarnecido por seguranças armados. Osvaldino disse que presenciou de longe a contagem do dinheiro, e contou que os maços de notas foram divididos em duas sacolas. (AE)


quarta-feira, 4 de julho de 2007

Nacional Empresas Negócios Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BRASIL CONCENTRA 1,2 MIL EMPRESAS ALEMÃS

A Embraer, líder mundial na produção de jatos comerciais para até 118 lugares, quer ampliar a fatia neste mercado nos próximos dez anos.

PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA, FENABRAVE SEPARA COMPRAS FEITAS POR PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS

VENDAS DE CARROS BATEM RECORDE A 1,02

Rafael Hupsel/LUZ

A delegação alemã visitou a Associação Comercial de São Paulo

Alemanha está de olho em artesãos paulistas Renato Carbonari Ibelli

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Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, informou que empresários alemães pretendem investir no artesanato paulista. O interesse no trabalho dos artesãos locais teria sido despertado em visita recente feita ao País por uma comitiva com 25 empresários do estado alemão de BadenWürttembergs. A delegação também visitou a São Paulo Chamber, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). De acordo com a Sutaco, outra ação bilateral comentada na visita seria a troca de informações entre empresas alemãs e artesãos brasileiros. Esse intercâmbio de conhecimento seria intermediado pelo órgão do governo do estado. O Estado de São Paulo possui cerca de 57 mil artesãos. Desses, até maio de 2007, aproximadamente 7,2 mil haviam emitido nota fiscal com respaldo da Sutaco, gerando um faturamento de R$ 7 milhões segundo a secretaria. A Sutaco possui termo de cooperação com 450

Ó RBITA

municípios, para os quais envia instrutores para capacitação de profissionais locais. Artes e biodiesel – A missão alemã teve o apoio da ACSP. O estado alemão de BademWürttembergs é responsável por aproximadamente 60% do volume comercializado entre Brasil e Alemanha, conforme informações do consulado alemão no Brasil. A missão de empresários alemães também mostrou interesses na tecnologia brasileira de produção do etanol e do biodiesel. Um dos interesses brasileiros citados no encontro entre os representantes dos dois países foi pela tecnologia alemã – principalmente a utilizada em máquinas e equipamentos –, que poderia ser usada para deixar as micros e pequenas empresas nacionais competitivas no exterior. De acordo com dados do consulado alemão, existem atualmente cerca de 1,2 mil empresas alemãs instaladas no Brasil, das quais 800 estão no Estado de São Paulo. Ainda segundo o consulado, as empresas alemãs representam aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e empregam 200 mil pessoas no País.

INFLAÇÃO O Índice de Preços ao Consumidor Semanal subiu 0,58% na última semana de junho.

BRASIL VAI REVER TEC NO MERCOSUL

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risco de o Paraguai reiterar sua negativa ao aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) para confecções e calçados de 20% para 35%, no próximo dia 9, levou o governo brasileiro a preparar uma alternativa. A opção do Brasil será pedir um waiver (licença) para, unilateralmente, aumentar a tarifa de importação

desses setores ao teto de 35%, assim como fez a Argentina. Segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, o pedido ou a alternativa poderão ser aprovados por meio de uma reunião "virtual" entre ministros dos quatro sócios do bloco. (AE)

INDÚSTRIA PODE REDUZIR PROTEÇÃO

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ara salvar os acordos multilaterais, a indústria brasileira está disposta a reduzir seus níveis de proteção. "Mas é preciso discutir quanto e como", disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Historicamente, os setores industriais têm resistido a uma maior abertura A TÉ LOGO

comercial, ao passo que os países desenvolvidos não abrem mão de sua proteção à agricultura. Porém, diante do risco de colapso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), a indústria admite ter uma postura mais flexível. "Do contrário, sobrarão só os acordos bilaterais", observou Monteiro. (AE)

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Dívida agrícola: proposta só para a safra 07/08

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Bradesco amplia prazo do crédito imobiliário

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Nestlé: processo por "maquiagem" de produtos

s vendas de automóveis novos e comerciais leves no País em junho foram recorde para o mês, totalizando 188.661 veículos. O recorde anterior era de junho de 1997, quando as vendas somaram 172.950 unidades. Em relação apenas a automóveis, junho foi o terceiro melhor mês em vendas da história, com um total de 161.178 veículos, superado apenas por maio de 1997 (171.174 unidades) e dezembro de 2006 (178.486 unidades). As vendas no acumulado do primeiro semestre deste ano, de 1.027.370 automóveis e comerciais leves novos, foram recorde histórico. A marca anterior era de 1997, quando foram vendidas 954.339 unidades no mesmo período. Pela primeira vez em sua história, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) di-

milhão de veículos foram vendidos no primeiro semestre deste ano. Este junho foi o melhor da história, com 188.661 unidades.

vulgou os dados das vendas de veículos de um mês separando as compras efetuadas por pessoas físicas e pessoas jurídicas, acentuando uma velha briga das maiores montadoras do País pela liderança no mercado nacional de veículos. Liderança – De acordo com esse critério, há uma inversão no ranking das maiores montadoras do País. A Fiat, que

tem hoje o primeiro lugar em vendas consolidadas de automóveis (pessoas físicas e jurídicas), com 27,37% de participação de mercado em junho, cai para terceiro lugar se consideradas apenas as vendas para pessoas físicas, com 18,91% de participação de mercado e 16.683 unidades comercializadas, mas mantém o primeiro lugar em vendas para pessoas jurídicas, com 38,61% de participação de mercado e 28.079 veículos vendidos. A Volkswagen, por sua vez, em segundo lugar no ranking de vendas consolidadas, com 24,25% de participação do mercado em junho, assume a liderança nas vendas de automóveis para pessoas físicas, com 23.050 unidades comercializadas e 26,13% de participação de mercado. A GM, na terceira colocação do ranking consolidado, com 22,08% de participação de mercado, fica com o segundo lugar, com

18.503 unidades vendidas e 20,98% de participação. Se consideradas apenas as vendas para pessoas jurídicas, após a Fiat, aparece em segundo lugar a GM, com 17.958 veículos comercializados e 24,69% de participação de mercado em junho, e, na terceira colocação, a Volkswagen, com 15.072 unidades vendidas e 20,72% de fatia do setor. Na avaliação do presidente da Fenabrave, Sergio Antonio Reze, separar as vendas de veículos entre pessoas físicas e jurídicas é a forma mais correta para analisar o mercado automotivo. "Nós consideramos que a legítima participação de mercado é dada pelo critério da pessoa física", disse. Ele lembrou ainda que, entre pessoas jurídicas, estão frotistas e locadoras de veículos que, além de contar com privilégios fiscais, como isenção de alguns impostos, recebem descontos das montadoras. (AE)

Setor prevê expansão de 17% neste ano

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Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) elevou sua previsão de aumento nas vendas de veículos no mercado interno em 2007 para 17%. A projeção anterior, feita em março, era de alta de 12%. De acordo com a nova estimativa, as vendas totais de veículos devem atingir neste ano 3,8 milhões de unidades.

A comercialização de veículos novos no mercado interno em junho foi a melhor em comparação com os demais meses de junho de toda a história do setor. Foram vendidas no mês passado 329.175 unidades, com crescimento de 32,33% sobre igual período de 2006. O volume inclui caminhões, ônibus e veículos comerciais leves e carros de passeio.

Pelas contas da entidade, as vendas de automóveis e comerciais leves devem subir 14,7% em 2007, totalizando 2,1 milhão de veículos. No caso de caminhões, deve haver alta de 12,9% (88.689 unidades) e no de motos, expansão de 20,7% (1,6 milhão de unidades). Já as vendas de ônibus devem cair 15,7% (para 16.343 unidades no acumulado do ano)

O presidente da Fenabrave, Sergio Antonio Reze, citou dados macroeconômicos para justificar a elevação da previsão das vendas de veículos este ano. De acordo com ele, os juros mais baixos, a extensão dos prazos para financiamento de veículos e a expansão do acesso ao crédito são as causas do crescimento de vendas verificado no setor. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Gus Freedman/Wikipedia

Muito da Wikipédia é um espelho das minhas convicções (...) Manter aberta a possibilidade de participação significa que podemos receber muitas idéias excelentes das fontes mais variadas. Do fundador da Wikipédia, James Wales, sobre a idéia de que todos podem contribuir para a construção do conhecimento em sites colaborativos.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

2 - LOGO

4 Publicação da primeira edição de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, em 1865

E NERGIA NUCLEAR M ÚSICA

H ISTÓRIA

'Envio a você três beijos...' Esta é uma das frases de Napoleão na declaração de amor escrita a sua futura esposa Josephine. A carta era um dos itens de uma das maiores coleções de cartas históricas do mundo, leiloada ontem em Londres por US$ 7,7 milhões. Entro os quase mil documentos colecionados ao longo de 30 anos por um banqueiro austríaco, cartas escritas por Winston Churchill, Pedro, o Grande, Aleksandr Pushkin, John Donne e a rainha Elizabeth I. A carta a Josephine, em tom de desculpas,

foi enviada por Napoleão na manhã posterior a uma discussão furiosa entre o casal. A carta foi vendida por US$ 557 mil, um recorde para uma carta de Napoleão e cinco vezes mais do que indicavam as avaliações da casa de leilões Christie's. "Envio a você três beijos –um no coração, um em sua boca e um em seus olhos", escreveu Napoleão. Um manuscrito no qual o cientista inglês Isaac Newton discute a teoria da gravidade e a estrutura do universo, foi vendido por US$ 412 mil libras.

E SPANHA

ROOMOLITION

Potências desarmadas EUA e Rússia anunciam redução de arsenais nucleares de longo alcance

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UA e Rússia se empenharam em discursos ontem para reduzir mutuamente o arsenal de armas nucleares de longo alcance "ao menor patamar possível". Como resultado de uma última rodada de conversações entre os presidentes dos dois países, George W. Bush e Vladimir Putin, afirmaram que estão determinados a impedir a proliferação de armas nucleares. Um tratado básico assinado

em 1991 determinava a redução em um terço dos mísseis balísticos de longo alcance, ou para um máximo de 6 mil mísseis intercontinentais estratégicos para cada país. O tratado deverá expirar em dezembro de 2009. Em outra questão sobre armamentos nucleares, os dois países afirmaram que os EUA a Rússia buscarão a cooperação de outros países para evitar a proliferação de armas nucleares e que aumentarão a cooperação

no desenvolvimento de tecnologia nuclear pacífica. Após meses de críticas russas à política externa americana, Bush reduziu as queixas de políticos russos. "Às vezes Putin me diz coisas que eu não quero ouvir. Mas eu sei que ele sempre me diz a verdade", disse Bush aos repórteres. Os dois mantém uma amizade pessoal desde 2001, quando se encontraram pela primeira vez na Eslovênia.

Audições para a Sinfônica de MG A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) está com inscrições abertas para músicos de todo o País e também estrangeiros. A seleção abrange violino, viola, violoncelo, contrabaixo, oboé, flauta, clarineta, fagote, trombone, trompa, tuba, percussão, harpa e teclado. As inscrições, gratuitas, estão abertas até dia 16 e as audições acontecem entre 16 e 22 de julho. A orquestra é composta por 76 músicos e foi criada há 30 anos. Informações nos sites www.icos.org.br ou

Peter Parks/AFP

www.palaciodasar tes.com.br

B RAZIL COM Z

Pierre-Philippe Marcou/AFP

Escravos libertos do século 21

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Uma convenção internacional de "demolição de quartos" (roomolition) foi promovida por um hotel de Madri. Trinta executivos de diversos países, considerados estressados em uma bateria de testes psicológicos, foram convidados a participar do evento que consistia em usar marretas para quebrar paredes, espelhos, banheiras e tudo mais dos 146 quartos do lugar.

SEM SAÍDA - Fila de táxis diante da estação ferroviária de Pequim, na China. Organizadores das Olimpíadas de 2008 querem tirar 50 mil táxis das ruas porque, acreditam, é a única forma de combater a poluição na cidade que sediará as competições.

C URITIBA

BBC, Reuters e Financial Times, entre outros 89 veículos estrangeiros, destacaram ontem a operação do Ministério Público do Trabalho que libertou mais de 1.100 trabalhadores sob condições desumanas em um canavial em Ulianópolis (PA), pertencente à empresa Pagrisa. A Organização Mundial do Trabalho (OIT) disse em nota que essa foi a maior operação desse tipo já feita no Brasil, onde cerca de 160 locais de trabalho clandestinos foram encontrados pelas autoridades nos últimos anos. T URISMO Shannon Stapleton/Reuters

Á SIA

Um avestruz extrovertido

C A R T A Z

VISUAIS

E M

arrastar quem tentou agarrá-lo, mesmo estando com ferimentos leves. Todos temiam que a ave acabasse atropelada ou atingisse algum veículo, principalmente motos. O avestruz pertence ao Circo de Moscou, que está acampado ao lado da BR-116, no bairro Parolin, na região central de Curitiba. Ele escapou por volta das 8h30, aproveitando o descuido de seus tratadores.

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Um avestruz, com cerca de 120 quilos, fugiu de um circo em Curitiba e obrigou um grupo de soldados do Corpo de Bombeiros, policiais militares e tratadores a percorrer quase que cinco quilômetros antes de apanhá-lo. A perseguição terminou porque o avestruz caiu em uma valeta, que o impediu no prosseguimento da fuga até então bem sucedida. Quando foi capturado, chegou a

Mohsin Hassan/Reuters

Chuvas de monção Shahid Ali/AFP

Materiais do cotidiano dão forma as obras de arte de Felipe Barbosa. Na Casa Triângulo, Rua Paes de Araújo, 77, Itaim Bibi. Tel.: 3167-5621.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Tubarão na piscina, a missão

Cotidiano com menos burocracia

72824.asp?promo=homepage

C HILE

O mistério do lago desaparecido Uma expedição científica conseguiu solucionar o enigma sobre o desaparecimento de um lago situado na Patagônia austral, que segundo os últimos informes agora estaria começando a reaparecer. O lago esvaziou porque a água escorreu por meio de uma fenda, segundo o cientista Andrés Rivera, do Instituto Antártico Chileno. O lago tem cerca de meio quilômetro quadrado de superfície e está localizado a cerca de 2,1 mil quilômetros ao sul da capital chilena. O desaparecimento foi "descoberto" no fim de maio. L OTERIAS Concurso 570 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 16

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 09

O repórter britânico Alan Johnston, da BBC, foi libertado pelo Hamas na Cidade de Gaza Itens retirados do lixo da ex-presidiária Paris Hilton são vendidos por US$ 1.171 no eBay

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www.poupetempo.com.br

"Nossas casas foram destruídas. Há quatro dias não há nada para comer ou beber. Tudo está inundado", declarou um fazendeiro, reclamando que a ajuda governamental demora a chegar à região. Desde a semana passada, o ciclone Yemin também agrava as condições climáticas locais.

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www.hammacher.com/publish/

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província que ocupa a parte sudoeste do território paquistanês onde fica a cidade de Shadad Kot [foto maior], a mais atingida pelas cheias. A população está abanadonando [foto menor] a região rumo ao norte do país e os refugiados se concentram principalmente na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.

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O tubarãorobô tem 60 centímetros de comprimento, e se desloca sob a água de modo muito similar ao animal de verdade. Ele pode ser manobrado para cima, baixo, esquerda, direita, e mesmo para trás. O controle remoto também é à prova d'água. Funciona com bateria recarregável. Por US$ 100.

Sem relação com o serviço Poupatempo, do governo estadual, o site Poupe Tempo traz vários serviços úteis. O principal deles é listar as informações essenciais para quem precisa tirar documentos, entrar com um pedido de aposentadoria, consultar multas, fazer declarações do imposto de renda, receber a indenização por acidentes de trânsito do seguro obrigatório ou mover uma ação no juizado de pequenas causas, receber o PIS entre outras ações que podem tornar o dia-a-dia muito burocrático.

erca de 500 pessoas morreram e mais de um milhão ficaram desabrigadas no Paquistão, Índia e Afeganistão, afetados há uma semana pelas chuvas de monção e pelas cheias dos rios. Só no Paquistão, o número de mortos já é superior a 100 pessoas. As mortes ocorreram na província do Baluquistão,

A piscina flutuante Lady, em Brooklyn Bridge, Nova York. Com 25 metros, é a primeira do tipo a requerer autorização da guarda costeira dos EUA para atracar.

Ex-primeira-dama francesa Claude Pompidou morreu ontem em Paris aos 94 anos

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Concurso 1770 da QUINA 10

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Empresas Finanças Nacional Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CRESCIMENTO PODE QUEBRAR REGRAS NESTE ANO

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pontos, em escala de zero a 100, é o que a construção civil espera nos negócios neste ano.

CONSUMIDORES RESIDENCIAIS PODERÃO TER ATÉ 12,66% DE REDUÇÃO NA TARIFA DE ENERGIA ELÉTRICA

CONTA DA ELETROPAULO MAIS BARATA

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Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem redução média de 8,43% nas tarifas da AES Eletropaulo para o processo da segunda revisão tarifária da concessionária. A queda se refere ao reajuste anual determinado pela agência mais a revisão da tarifa, que é feita a cada quatro anos. O efeito a ser percebido pelos consumidores será de redução de 11,83%, considerando também os 3,4% a menos dos itens financeiros do período entre julho de 2006 a junho 2007. Os novos percentuais já valem a partir de hoje. Entre as classes consumidoras, a diminuição da conta de energia será distinta. Os consumidores residenciais serão os mais beneficiados, com redução de 10,77% no nível de tensão alta e de 12,66% para baixa tensão. Já as contas de indústrias e comércio terão queda de 8,6% a 8,9%. Segundo a Aneel, o índice fi-

cou negativo devido à redução de algumas taxas que o governo cobra na conta de luz e a uma necessidade menor de remuneração da Eletropaulo. A concessionária fornece energia para 5,35 milhões de consumidores em 24 municípios de São Paulo, inclusive a capital do estado. Entre as taxas que ficaram menores está a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), cobrada dos consumidores de todo o País para subsidiar o óleo diesel utilizado nas usinas térmicas da região Norte. Provisório – Segundo o diretor da Aneel, Romeu Donizete Rufino, o novo índice é provisório porque a Aneel ainda não dispõe de um modelo definitivo da empresa, de referência de eficiência operacional para as concessionárias de energia elétrica. Ao longo deste ano e do próximo, a Aneel trabalhará na definição de um modelo definitivo. O índice aprovado ontem é superior à redução de 5,43%

proposta em maio deste ano, no início do processo de revisão tarifária da distribuidora paulista. Do índice negativo de 8,43%, 7,92% são relativos ao próprio índice de reajuste tarifário e 0,51% se referem aos componentes externos do processo de revisão, de acordo com Rufino. O percentual negativo de 7,92% reflete os novos valores para as receitas verificada e requerida da distribuidora. Em maio, a Aneel estabeleceu a receita requerida em R$ 7,597 bilhões e a verificada em R$ 8,031 bilhões. Com os novos valores, calculados após ajustes efetuados a partir do que foi tratado na audiência pública realizada no mês passado em São Paulo, a receita requerida da empresa é de R$ 7,47 bilhões e a verificada, de R$ 8,118 bilhões. "É aí que se explica o novo índice", justificou Rufino. Foi fixado em 2,42% o fator de repasse aos consumidores dos ganhos de produtividade das concessionárias. (AE)

Energia: Brasil pode ajudar Argentina

crise energética que restringiu o fornecimento de gás às indústrias e provocou cortes de eletricidade para a população local. O governo brasileiro concluirá estudos para verificar se existe sobra de energia para seu transporte até a Argentina pelo sistema elétrico interconectado, disse ontem aos jornalistas

um porta-voz do Ministério de Minas e Energia. "Existe uma possibilidade de aumentar os envios, depende dos estudos técnicos", disse o porta-voz. Ele acrescentou que uma decisão levará em conta também a capacidade de transporte na Argentina, "para ver se a rede suporta uma carga maior". (Reuters)

O

governo do Brasil estuda a possibilidade de aumentar as exportações de energia para a Argentina, em um momento em que o país vizinho enfrenta uma

AMEAÇA Equador quer punir Petrobras

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Petrobras cometeu violações legais e operacionais no gerenciamento de suas concessões no Equador e deve ser punida com a perda de validade do contrato e dos ativos da companhia naquele país, afirmou um comunicado do governo equatoriano ontem. O documento questiona a transferência, por parte da empresa brasileira, de 40% de suas operações no país à empresa japonesa Teikoku Oil,

além de uma suposta exploração irregular de uma jazida em disputa com a estatal equatoriana Petroecuador. "Recebemos o comunicado final, porém ele não foi analisado. Os técnicos da área dizem que consideram a possibilidade de cancelamento por vários argumentos", disse o ministro de Energia do Equador, Jorge Albán, aos jornalistas. Um eventual cancelamento do contrato de exploração e produção implicaria a perda

dos ativos da Petrobras, que extrai cerca de 35 mil barris de petróleo bruto por dia naquele país sul-americano. A empresa opera os blocos amazônicos 18 e 31, sendo que o último desses lotes ainda não e n t ro u e m o p e r a ç ã o p o i s aguarda o processo de licenciamento ambiental. O comunicado atiçou as diferenças entre Quito e Brasília sobre o destino da Petrobras no quinto produtor de petróleo da América do Sul. (Reuters)

Economia em ritmo acelerado

A

economia brasileira deve se acelerar mais que o normal do primeiro para o segundo semestre deste ano. Tradicionalmente, o Produto Interno Bruto (PIB) cresce 1,5% entre esses dois períodos. Neste ano, a expectativa é de um salto de 3%. A projeção é do diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, que atribui a aceleração no ritmo de crescimento do PIB ao deslanche da indústria. "A redução na taxa de juros começa a ter efeitos mais significativos na produção industrial", diz Silveira. Ele observa que o ritmo da indústria está se recuperando lentamente, mas de forma sustentável, puxado pelo bens de capital. A produção industrial de maio, que será divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve mostrar crescimento de 4,7% ante maio de 2006, segundo projeções da consultoria.

Serviços – A consultoria MB Associados projeta crescimento próximo de 5% para o PIB no segundo semestre na comparação anual. "O período deve ter um ritmo mais forte que o primeiro semestre, principalmente pela continuidade da recuperação do setor de serviços e o maior crescimento da indústria, por conta do mercado interno", diz Sergio Vale, economista da MB. Do lado da demanda, segundo ele, continuam boas as perspectivas para os investimentos. "A indústria, que vinha patinando, crescendo perto de 3% em 12 meses, vai se acelerar neste semestre", diz Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB. Para ele, o aumento da produtividade por meio de investimentos e a queda dos juros devem impulsionar o ritmo da atividade industrial a partir de agora. Padovani diz acreditar que o primeiro semestre tenha fe-

chado com crescimento econômico maior do que o esperado. Entre as evidências, ele cita o bom desempenho do comércio, a elevação do uso da capacidade instalada da indústria e o baixos níveis de estoques. No segmento de construção civil, por exemplo, as expectativas para o segundo semestre são as melhores dos últimos oito anos. Essa é uma das principais constatação de sondagem trimestral do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), com 300 empresas em todo o País. Numa escala de zero a 100, a avaliação das perspectivas de desempenho dos negócios atingiu índice de 59,3 pontos, o que representa melhora de 21,5% em relação ao resultado em igual período de 2006. A entidade projeta avanço de 7% para o PIB do setor em 2007. No ano passado, o crescimento da construção civil foi menor, de 4,9%. (AE)

CNI prevê crescimento concentrado

A

Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que a indústria de transformação vai repetir no segundo semestre o comportamento registrado nos primeiros seis meses do ano: crescimento da produção, mas de maneira concentrada, e receita com expansão abaixo dos indicadores de produção e emprego. "A produção deve ser estimulada com o crescimento das demandas interna e externa", afirma o economista Paulo Mol, da CNI. No entanto, como já ocorreu na primeira metade do ano, a alta do real deve continuar prejudicando o faturamento das empresas exportadoras e comprimindo a margem de lucro das que são mais voltadas para o mercado interno, que têm que concorrer com produtos importados. A indústria de transformação registrou em maio, pelo segundo mês consecutivo, queda no faturamento em função da valorização do real frente ao dólar. As vendas reais da indústria, que apuram o faturamento das empresas, recuaram 0,5% em maio, depois de uma queda de 2,4% em abril. Apesar desses dois resultados negativos, as vendas reais do segmento ainda acumulam alta de 4% no ano. "As vendas tiveram um arrefecimento bastante importante nos últimos dois meses." (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Odival Reis/Diário de S. Paulo

urante alguns anos convivi com o criador de um dos maiores sucessos da aviação comercial brasileira. Rolim, o Comandante da TAM, tinha algo que levou consigo e que ninguém conseguiu herdar dentro da sua companhia: respeito ao passageiro, tendo como base a competência. Muitos problemas aconteceram, é claro, durante a sua gestão à frente da TAM: acidentes com mortes, incidentes, atrasos, overbooking e outras coisas mais. Ninguém é perfeito! Mas o passageiro da empresa sabia que podia contar com ele, o seu "comandante", sempre disposto a ouvir e sempre com o que dizer aos que escolhiam a TAM para voar. Na noite de anteontem, no entanto, um nevoeiro embotou a mente de alguns dos funcionários da empresa criada por Rolim. O mau tempo impediu que fossem embarcados passageiros com destino a Paris, Londres, Miami, Fortaleza, entre outros destinos, cada um levando seus planos de passeios, trabalho, encontros... Ninguém voou. Vôos cancelados, vôos reprogramados. O aeroporto cheio, e as pessoas também.

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

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te literária em sentido pleno. E era claro que eu não pensava só na educação escolar, mas na educação do público em geral (do “cidadão”, como então eu ousava dizer, usando um termo ainda não banalizado e prostituído pelos programas partidários). O meio para isso não eram propriamente as escolas, mas a influência direta do educador através dos jornais, da TV, do rádio, de grupos de encontro, etc. Só um grande poeta que fosse ao mesmo tempo um showman poderia salvar o Brasil de afundar para sempre no poço da inépcia literária. Só que aí vinha a pergunta: Cadê o poeta? Nossos melhores escritores estavam octogenários, pendurados em balões de oxigênio. A geração seguinte, intoxicada de mitologia política tão fútil quanto vaidosa – para não mencionar a cocaína desconstrucionista -, perdera até mesmo o sentido elementar da qualidade literária. A vida que poderia ser levava todo o jeito de que não seria jamais. De repente, o anjo, sob a forma de uma mulher majestosamente bonita – Kátia Medeiros –, irrompeu na minha sala de aula trazendo pela mão a solução do problema.

homem falava pelos cotovelos, mas também ouvia com atenção – e, por instinto, sabia que estava ali para fazer o que era preciso fazer. “Voltei para ensinar” foi a frase mais reconfortante que ouvi naquele ano de 1993. Não sei quantas noites varamos analisando a situação, esboçando planos, recenseando meios e obstáculos, preparando a edição dos seus Sapos de Ontem – o primeiro tiro da lon-

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G Professor sem

cátedra, tribuno sem tribuna, lutador sem ringue: o soldado sem armas não morreu em batalha ga batalha que esperávamos travar – e rindo até passar mal só de imaginar a carantonha dos Campos, das Chauís, dos Gianottis, dos Veríssimos, da alta hierarquia inteira da mediocridade nacional, quando vissem, pela primeira vez em suas pomposas vidas, alguém que não os levava a sério, exceto como problemas de saúde pública.

G No final da

manhã, a primeira informação: o vôo para Paris foi programado para o meio-dia, 25 horas depois do horário original. Mas não há garantias! G O que estaria

errado na TAM de hoje? Não há mais unidade. Parece que cada um faz o que quer.

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Saint-John Perse entre outros --, o poeta já nada mais tinha a exigir da vida, ao menos para si mesmo. “Voltei para ensinar”, dizia. Era o que o Brasil mais precisava: alguém que o sacudisse de um torpor literário de três décadas, que lhe devolvesse o amor à grande arte da palavra, base de toda vida civilizada. -- Você vai ser o nosso Matthew Arnold, profetizei, pensando em Culture and Anarchy (1869), The Study of Poetry (1880) e outros ensaios nos quais tomara corpo, mais perfeitamente ainda do que nas obras e atitudes do Doutor Samuel Johnson, a figura bem anglo-saxônica do crítico literário como educador de um povo. Na época eu estava terminando de expor em classe a minha Teoria dos Quatro Discursos, na qual a Poética e a Retórica eram recolocadas no centro mesmo da filosofia aristotélica (portanto, de toda a cultura ocidental). Uma de suas conclusões era a necessidade absoluta de começar toda educação -- científica inclusive -- pelo aprendizado da poesia. O senso do símbolo, da união mágica de som e sentido, era o princípio e fonte do conhecimento, e ele só se realizava na poesia – na ar-

Q

N

comunicou aos passageiros que deveriam desembarcar da sala VIP... O que significaria "desembarcar"?

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Q

uem faturou mesmo foi o FastSleep, um serviço de hotelaria, oferecendo "conforto, repouso e banho para passageiros em situação de espera". São dois locais em Cumbica. O mais antigo funcionando há três meses, junto às salas de embarque do Terminal 1. O mais novo, logo após o desembarque nacional, no Terminal 2. A primeira hora de sono custa R$ 50 e as demais, R$ 20 cada. O banho, com direito a shampoo, condicionador, sabonete e toalhas, custa R$ 30. Cada cômodo - o tamanho é

o final da manhã, a primeira informação: o vôo para Paris foi programado para o meio-dia, 25 horas depois do horário original. Mas não há garantias!... Que pena, vamos chegar a Turim um dia depois do lançamento da nova geração do Cinquecento, o carro-símbolo que a Fiat está trazendo de volta 50 anos após seu lançamento.

G Um funcionário

cio

uando em 1993 Bruno Tolentino retornou de um exílio voluntário de quase trinta anos na Inglaterra, sua obra poética – em três línguas -- estava completa. Só faltava dar-lhe uns últimos retoques, organizá-la em volumes e publicá-la. Vitorioso, seguro de si, reconhecido como igual pelos maiores -- W. H. Auden e

que estará errado na TAM de hoje? Não há mais unidade. Parece que, agora, cada um faz o que q u e r. E t e m f u n c i o n á r i o s e achando no direito de expulsar os passageiros do conforto que pagaram para usufruir. O episódio serviu para mostrar uma realidade: alguns funcionários da TAM, despreparados, não fazem distinção entre quem paga Ex ec u ti va , Primeira Classe ou E con ômic a. Todo mundo é tratado igual. E muito mal.

O

tão reduzido (cerca de 3 m²) que não pode ser chamado de apartamento - oferece conforto para duas pessoas, em cama de casal ou solteiro. Mas o banho é reconfortante, com água em abundância e na temperatura escolhida pelo hóspede. Às 10:30 da manhã, a falta de informação continuava a mesma. Os funcionários das empresas aéreas pouco respondiam. O telefone interno do Infraero informado por integrantes da Polícia Federal e pelos aeroviários, também não respondia. Depois da terrível madrugada, nos aguardava uma manhã sem respostas!

trí

OLAVO DE CARVALHO BRUNO TOLENTINO (1940-2007)

ntem cedo, funcionários do aeroporto que chegavam ao trabalho, ali pelas 7 da manhã, mostravam-se surpresos com o tamanho das filas para as salas de embarque. Visivelmente constrangidos e preocupados com a identificação funcional, mantinham seus crachás escondidos sob os uniformes de lã. Enquanto isso, funcionários das demais companhias aéreas eram "caçados" por passageiros, inconformados com a falta de orientação. Ninguém sabia de nada, ninguém informava nada. E os passageiros esperavam. Ou cantavam o agora famoso coro "queremos voar". E tome batucada (desafinada) nos vidros das salas de embarque por causa da noite mal dormida.

Pa

E

a primeira informação: o vôo para Paris fôra reprogramado para as 9h da manhã de ontem, dia 3. Já os passageiros para Londres souberam que seu vôo fôra cancelado porque o aeroporto londrino estaria fechado. Dez minutos depois, meia volta, volver! Embarque para Londres! Uma bagunça total. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, outros passageiros para Paris passavam pelos mesmos problemas, esperando pelo avião retido em São Paulo. Também ficaram a pé, mas com uma vantagem: lá os funcionários mantiveram o bom espírito de Rolim e - pelo que soubemos - dispensaram tratamento de primeira, profissional, para todos.

as bagagens, os novos horários dos vôos? O comissário da TAM não sabia dizer o que aconteceria. Por volta das 2h30 da madrugada,

Passageiros especiais enfrentaram a madrugada em Cumbica ao abrigo de uma precária sala VIP da TAM. Por Chicolellis

Jo

oi quando um funcionário na sala VI P, totalmente despreparado, comunicou aos passsageiros que deveriam "desembarcar" da sala, pois seus vôos não sairiam nos horários previstos... O que significaria, no caso, "desembarcar"? Ter que deixar a sala. E ir para onde? A mãe de duas crianças, uma delas de colo (ambas dormindo, pois já era madrugada em Cumbica), desafiou-o a retirá-las da sala. Voando para Londres, a passageira argentina estava espantada com a atitude irredutível do funcionário, que insistia em nos "desembarcar". Que fossemos até as esteiras e lá pegassemos nossas bagagens, para voltar no dia seguinte e fazer novo check-in! Apesar da tensão e de algumas baixarias, os passageiros permaneceram na sala, fugindo do caos instalado no saguão do aeroporto, tomado por uma multidão que enfrentava problemas parecidos, mas sem a proteção de uma sala VIP - que a esta altura pouco ou quase nada poderia oferecer aos passageiros. Todos ficaram.

"Ninguém informava nada."

O EDITOR CHICOLELLIS VIAJOU A CONVITE DA FIAT

Quando reagiram como reagiram -- com um “manifesto de intelectuais”, tentando suprir pelo número de assinaturas a falta absoluta de respostas inteligentes --, olhamos um para o outro, contendo o riso, e concluímos em uníssono: “Pediram penico.” Nos meses seguintes, voltamos à carga, limpando o terreno, furando balões, cortando cabeças, fazendo um estrago dos diabos. Quando nossos adversários finalmente se calaram, achamos que então haveria espaço para o nosso projeto de reeducação literária nacional. Mas não contávamos com a malícia organizada. Vendo que não poderiam derrotar o poeta, resolveram assimilálo, digeri-lo, diluí-lo e neutralizá-lo. Nos anos que se seguiram, cumularam-no de prêmios, de homenagens, de agrados, de festinhas, de prazeres, – tudo sempre entremeado, é claro, de sussurros venenosos --, ao mesmo tempo que lhe sonegavam todos os meios de ação. Ao homem que deveria no mínimo dirigir um suplemento cultural, uma revista, uma instituição de ensino, não se deu sequer uma miserável coluna de jornal. Estendiam-

lhe um troféu, um dinheirinho (sabiam que ele precisava), davam-lhe um tapinha nas costas, e o mandavam ir para casa escrever poesia. Mas ele não tinha mais poesia para escrever. Tinha uma missão a cumprir, que foi ficando cada vez mais longe, mais longe, até desaparecer no horizonte. Já cansado e doente, ainda tinha a bravura de marcar posição, quando o deixavam falar aqui ou ali, numa entrevista, numa palestra, numa roda de amigos. Mas sua voz nunca mais teve a presença, o volume, a autoridade pública dos primeiros momentos. professor sem cátedra, o tribuno sem tribuna, o lutador sem ringue, o soldado sem armas, não morreu em batalha. Morreu de tanto esperar a chance de lutar. Sua vida não foi perdida, é claro. Sua obra poética atravessará os séculos. Ela é a mais esplêndida das vitórias, um testemunho vivo da soberania do espírito. No fim das contas, Bruno Tolentino não perdeu nada. Foi o Brasil que o perdeu e, com ele, se perdeu novamente a si mesmo.

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OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA, ESCRITOR E PROFESSOR DE FILOSOFIA


quarta-feira, 4 de julho de 2007

Nacional Estilo Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BRASILEIROS GASTAM US$ 4 BILHÕES COM LUXO

A cozinha não é mais como antes. Os fogões ganharam novos acessórios e funções.

NO MUNDO TODO, CONSUMIDORES DE ALTA RENDA GASTAM US$ 410 BILHÕES COM ITENS REQUINTADOS

O CONCORRIDO MERCADO DO LUXO Paulo Pampolin/Hype

Paulo Pampolin/Hype

Neide Martingo

C Bosch: fogões de R$ 695 a R$ 3,1 mil, com diferentes acessórios. Carlos Piratininga

Elgin: cozinhas montadas sob medida, conforme o perfil do cliente.

Fogões: repaginados, mas sempre presentes.

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á até pouco tempo, o c r e s c e u 4 5 % n o p e r í o d o . fogão era considera- "Quando o microondas surdo a vedete da cozi- giu, muita gente apostava que nha – impossível pensar nu- o fogão desapareceria. Mas, ma casa sem o produto. Mas, hoje, ele complementa o uso do como a tecnologia tem o obje- fogão, assim como o grill. tivo de facilitar o dia-a-dia das Quando se prepara um frango pessoas, surgiram outras op- no microondas, ele não fica ções para o preparo de alimen- tostadinho como quando feito tos, como o grill e o microon- no forno comum. O sabor fica das. Será que vieram para diferente. Mas o microondas ameaçar o reinado do fogão, oferece uma praticidade que ou para complementar a utili- não é encontrada no fogão", dade do eletrodoméstico? Fa- diz. O modelo de fogão com bricantes e comerciantes esco- menor custo da Bosch é o Style, lhem a segunda opção, mas com quatro queimadores, que muitas empresas tentam ino- sai por R$ 695. O Professional var oferecendo praticidade e P4, considerado o mais sofistimodernidade em projetos de cado da marca, com cinco queimadores, custa R$ 3,1 mil. ambientes e produtos. Va re jo – No Carrefour, a A gerente da Dako, que pertence ao grupo Mabe, Christi- venda do fogão com cinco bona Peruch, afirma que existe cas, um dos mais procurados, público interessado nos três cresceu 80% no primeiro quaitens. "Cada um dos produtos drimestre de 2007 em relação a igual período tem um difede 2006. Já a rencial de devenda do prosempenho paduto de quatro ra determinab o c a s , c a mdo uso. Há coipeão de vensas que o das, subiu m i c ro o n d a s 20%. De acorfaz melhor. Já do com o geo fogão ferve rente da cateleite mais rágoria linha pido. Contubranca do Cardo, no microrefour, Eustáondas a sujeiquio Agrizzi, r a é m e n o r. as vendas do Portanto, exismicroondas te mercado aum enta ram para todos os 30% e as do utensílios", afirma Chris- Madaleno: 10% a mais em 2006 grill se elevaram em 15%. tina. Ela acrescenta que "o grill também é "Há públicos diferentes e exisprático para alguns fins, como te espaço para todos", diz. Decoração – A Elgin Cuisigrelhar uma carne de forma ne, empresa que faz projetos mais saudável, sem óleo". Mesmo assim, a Dako lan- sob medida para cozinhas, çou um fogão com forno e com criou soluções para gostos tragrill para atender melhor às dicionais e modernos. "Muita necessidades dos consumido- gente prefere os fogões granres. "É um diferencial. O grill des, parecidos com os indusdo fogão da Dako serve para triais, porque gosta de cozidourar e gratinar, funções dife- nhar e receber os amigos em rentes das encontradas no grill casa. Outros consumidores convencional. É uma maneira optam pelos módulos que de oferecer praticidade ao con- unem fritadeira e fogão de sumidor." Para ela, os clientes duas bocas, por exemplo. Ou podem até comprar fogões seja, a consolidação do amcom menos recursos e optar biente acompanha as tendêntambém por microondas e cias de mercado, o gosto e o esgrill. "Mas o fogão não pode tilo de vida do consumidor. "A cada dez clientes, metade prefaltar na cozinha", completa. O gerente de marca da Bos- fere a linha tradicional, a outra ch, Antônio Madaleno, com- metade, a proposta mais conprova com números a realeza temporânea. Mas a tendência é do fogão. Segundo ele, as ven- que a segunda opção cresça a das do produto em 2006, em re- cada dia", diz a gerente de marlação a 2005, subiram acima de keting da Elgin Cuisine, Môni10%. A venda de microondas ca Galvanini. (NM)

anetas, bolsas, lingerie, sapatos, jeans. O mercado do luxo se estende a todos os setores e não pára de crescer, no Brasil e no mundo. As grifes internacionais enxergam no País um lugar promissor para vender, e as marcas nacionais usam a criatividade para ganhar os clientes. Resta saber se existe espaço para todas essas empresas, já que a concorrência faz com que os consumidores sejam cada vez mais disputados. "Não acredito em saturação do setor do luxo brasileiro", afirma o professor do curso de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Marcos Sérgio Piaskowy. "Cada segmento de mercado tem seu nicho, com itens simples e os de luxo, desde água até viagens. O público espera por produtos com mais qualidade, de maior valor. Por isso, as grifes resolvem expandir os negócios", diz. Segundo ele, é a classe média que sustenta o mercado do luxo. "A atual conjuntura favorece o consumo. A queda da taxa de juros e a facilidade de crédito proporcionam acesso aos produtos dos sonhos." O especialista em mercado de luxo e consultor da MCF Consultoria e Conhecimento Carlos Ferreirinha também cita a classe média como a que mais movimenta as vendas

Ferreirinha: Brasil pode responder por até 5% do volume global.

das grifes famosas. Mas a perda de renda dessa população é um dos fatores que dificultam o desenvolvimento do setor no Brasil. "O enfraquecimento do poder de compra da classe média começou exatamente quando foi iniciado o profissionalismo do mercado de luxo no País. Além disso, a expansão do turismo nas regiões Norte e Nordeste também pode contribuir para o setor. É apenas uma questão de tempo", explica Ferreirinha. Conforme o consultor, o mercado do luxo movimenta aproximadamente US$ 410 bilhões no mundo – as marcas consagradas são responsáveis por metade do valor. O crescimento anual do setor é de até 22% ao ano. O Brasil responde por 1% do total mundial, ou cerca de US$ 4 bilhões. O mercado brasileiro do luxo, segundo Ferreirinha, teve aumento

real de 17% (pela variação cambial) até maio deste ano, em relação aos 12 meses anteriores a maio de 2006 . Mas em outros países em desenvolvimento, os índices são maiores: na Índia, o crescimento é de 50% ao ano; na Rússia, de 70%, e na China, de 90%. "No Brasil, a população sofre com a burocracia, a falta de infra-estrutura e os juros ainda altos." Mesmo assim, Ferreirinha aposta no crescimento constante. "O Brasil pode responder por até 5% do giro mundial, ao ano, em duas décadas. Porque, aqui, o consumo desses produtos está apenas começando", prevê. Alta renda – O público de alto poder aquisitivo tem muitas opções de consumo e é sempre estimulado a gastar. A MasterCard lançou, no ano passado, o cartão MasterCard Black, cujos clientes são convi-

dados a adquirir o produto, e está montando, pela segunda vez, um espaço em Campos do Jordão para seus usuários. A empresa fez parceria com várias marcas do segmento de luxo, que comercializam helicópteros, iates ou carros, para "facilitar" a decisão de compra – ou seja, estar no lugar certo, na hora certa. De acordo com o diretor de produtos para o segmento de alta renda da MasterCard, Venâncio de Castro, o portador do MasterCard Black gasta por mês, aproximadamente, US$ 7 mil. "Bradesco, Banco do Brasil e Unibanco já convidam seus clientes a aderir ao cartão. Em abril, foi fechado acordo com o Santander. E até o final do ano, os clientes de mais dois bancos poderão ter o produto." Outro exemplo do potencial do setor de luxo foi o lançamento de um empreendimento imobiliário no bairro de Campo Belo, em São Paulo, no mês passado. "Os apartamentos custavam em média R$ 1,6 milhão. Das 36 unidades, 30 foram negociadas em apenas cinco horas, no dia do lançamento. As restantes foram reservadas", afirma o executivo da Tiner Incorporadora, Antonio Neto. Para ele, o mercado do luxo está em crescimento, mas depende também da competência de quem vende. "As pessoas querem qualidade e profissionalismo. O setor é muito competitivo. Ganha quem for mais criativo," afirma.


Congresso Planalto Eleições CPI

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DINHEIRO PÚBLICO NAS CAMPANHAS ELEITORAIS

José Cruz/ABr

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Não vi nenhum delito que pudesse ser imputado contra o Silas Rondeau. ministro Tarso Genro

Beto Barata / AE - 31.01.07

Caso Renan congestiona o serviço "Alô Senado"

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Antonio Carlos Pannunzio: "O financiamento público misto tem mais prejuízos do que ganhos"

REFORMA: MAIS UMA TENTATIVA Deputados querem salvar aprovação do financiamento público de campanha

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m mais uma tentativa de aprovar o uso de recursos públicos nas eleições, a Câmara retoma hoje as votações da reforma política na tentativa de aprovar o financiamento público exclusivo para as campanhas eleitorais de cargos majoritários – presidente, governadores, prefeitos e senadores. O texto final da proposta ainda será discutido pela manhã, em reunião de líderes com o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), mas a sugestão é fixar os gastos ao equivalente a R$ 5 por eleitor, o que daria em torno de R$ 630 milhões, mais um real por eleitor se houver segundo turno, o que acrescentaria mais R$ 126 milhões ao montante. "O financiamento público apenas para os cargos majoritários não é o ideal, mas é um avanço", afirmou o deputado

Henrique Fontana (PT-RS), um dos principais defensores do projeto. "O financiamento público diminuiu um pouco a proximidade do governo com as empresas", disse. Fontana argumentou que os presidentes, governadores e prefeitos têm de decidir muitas vezes sobre questões que envolvem interesses de empresas doadoras de campanha e o financiamento público tornará essa relação mais distante. Nas eleições proporcionais – deputados federais, distritais e estaduais e vereadores –, a proposição prevê o financiamento privado com a fixação de um limite de gastos. O cálculo para esse teto deverá ter por base a média dos gastos da campanha passada dos eleitos, de acordo com cada estado ou cidade, menos um terço do valor. Há ainda a discussão se as doações estariam restritas a

pessoas físicas e proibidas para as empresas. Para evitar a derrota de mais uma idéia, o grupo de articuladores do novo texto ampliou ontem as negociações com a entrada de representantes do PSDB, PSB e o relator do projeto da reforma, Ronaldo Caiado (DEM-GO). PSDB e PSB contribuíram para derrotar na semana passada o plano que previa a votação eleitoral por meio de listas pré-ordenadas pelos partidos. "O sentimento de que isso será votado é positivo. Há vários partidos defendendo". Apesar de indicar um nome para o grupo que elabora o novo texto, o líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), criticou a proposta. "O projeto tem muitos problemas. O financiamento público misto tem mais prejuízos do que ganhos", disse. (AE)

riado para "ouvir" a população, o serviço chamado "Alô Senado" virou uma forte trincheira contra todas as tentativas de impedir o Conselho de Ética de investigar o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Os telefonemas de protesto contra as manobras superaram no mês passado qualquer outro assunto dentro do legislativo. O "Alô Senado" – que recebe ligações gratuitas por meio do número 0800-612221 – somou cerca de 1.804 telefonemas tratando do caso Renan no último mês de junho, o que corresponde a 50% das 3.636 ligações dirigidas aos 81 senadores, com temas que abordam desde problemas nos seus estados a projetos que estão em tramitação no Senado e ainda não andaram. De acordo com os atendentes, a maioria dos que tratam do caso Calheiros lamenta o estrago causado à imagem dos parlamentares. O número de telefonemas tem aumentado todos os dias. Na última sexta-feira, quem ligou e queria protestar contra a possibilidade de se engavetar o processo teve de esperar mais de 40 minutos para ser atendido. As linhas ficaram congestionadas e nem todos conseguiram ser atendidos. Entre os cidadãos que telefonaram para reclamar do atual escândalo, a maioria é do sexo masculino (72%) e tem mais de 40 anos. Quanto à escolaridade, 38% têm ensino médio, 35% fizeram curso superior e 11% são pósgraduados. A maior parte das ligações tem origem na região Sudeste do País. Os atendentes ouvem e anotam tudo. (AE)

Tarso Genro diz que não há provas contra Silas Rondeau

O

dar o Ministério Público e o Judiciário se manifestarem", disse Genro, em entrevista, depois de presidir uma solenidade de formatura da última turma de concursados da Polícia Federal. A denúncia teve como ponto de partida um vídeo do próprio sistema de segurança do ministério, cujo conteúdo apresentava Maria de Fátima Palmeira, diretora da Gautama, ao lado de Ivo Almeida Costa, então assessor de Rondeau – com um papel na mão. A PF afirma que se tratava de um envelope com R$ 100 mil, que teria sido entregue ao ministro por meio de Costa. Na semana passada, laudo assinado pelo perito Ricardo Molina, da Universidade de

Canto alegre

O

s líderes do PSDB avaliam que há, sim, chances reais da legenda vencer as eleições na cidade de São Paulo. Outras capitais também são bem avaliadas na "cotação" tucana. A liderança do partido já trabalha com o nome de Geraldo Alckmin como candidato. Os tucanos reconhecem que essa decisão impedirá o fechamento de uma coligação com o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM). Essa parceria tem como principal interessado o governador José Serra (SP), que contava com ela para receber o apoio dos democratas em 2010. Tudo indica que o tucanato decidiu desagradar o governador paulista. A solução é esperar a reação dos atingidos.

FAVORECIDO

O PSDB tem "fé" no nome de Geraldo Alckmin. O exgovernador é o tucano mais lembrado nas pesquisas encomendadas pelo partido. Ele é favorecido pela exposição durante a campanha para presidente em 2006. Sua marca, segundo a legenda, ainda está marcada na memória dos eleitores paulistanos.

ACORDO

O grupo de Serra dentro do ninho tucano ainda busca a pavimentação de uma via de duas mãos. Uma delas levará o partido para o palanque ao lado de Gilberto Kassab. A outra, mais longa, terá os democratas ao lado do governador em 2010, quando ele será candidato ao Planalto.

GOVERNO

Para mudar a idéia na cabeça de Alckmin, os aliados de Serra lembram o ex-governador que ele pode voltar ao Palácio dos Bandeirantes em 2010. Ele também é o favorito nas pesquisas para governador. O dado poderá mudar o rumo do seu futuro político, avaliam os "serristas". Do outro lado, Geraldo avalia que há uma possibilidade de José Serra tentar a reeleição em São Paulo.

UNIÃO

Os democratas trabalham a candidatura de Kassab convencidos do apoio dos tucanos. A previsão é que o prefeito suba nas pesquisas em função das ações realizadas nos últimos meses, principalmente o projeto Cidade Limpa. O democrata será um candidato forte e deve polarizar a disputa com o PT, caso tenha mesmo o apoio do PSDB.

Fabio Pozzebom/ABr

ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu ontem que não viu indícios de crime envolvendo o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau (PMDB). Rondeau foi acusado pela Polícia Federal (PF), durante as ações da Operação Navalha, de ter recebido a quantia de R$ 100 mil da construtora Gautama – empresa pivô da máfia das obras–, para facilitar o desempenho da empreiteira em licitações do governo federal. "Eu examinei as peças, depois que o processo se tornou público, e não vi nenhum delito que pudesse ser imputado ou provado contra o ministro Silas Rondeau. Agora, eu não sou a autoridade adequada para fazer um juízo. É preciso aguar-

Eymar Mascaro

CANDIDATURA

Rondeau: exames de criminalística contestam acusações feitas pela PF

Campinas (Unicamp), sustentou que Ivo Almeida segurava um papel em branco ou um envelope vazio. Outro instituto de criminalística, acionado por Silas Rondeau, teria chegado a conclusão semelhante. Padrinho do ex-ministro, o senador José Sarney (PMDBAP) tem dito nos bastidores que vai exigir uma retratação por parte da Polícia Federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se disse

convencido da inocência do seu ex-ministro, que por conta das denúncias foi afastado do seu cargo. O presidente até admite que poderá reconduzi-lo ao ministério. Até agora Lula não nomeou ninguém para assumir o cargo, embora o PMDB tenha feito uma indicação para a vaga, em maio: o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta, o técnico Márcio Zimmermann. (AE)

Para disputar as eleições em São Paulo, o PT ainda insiste na candidatura de Marta Suplicy. A ministra não decidiu se aceitará ou não o posto. Ela continua com a tese que só será candidata em 2010. Os cargos almejados são o governo do estado ou até mesmo a presidência.

Um livro sobre a Carta

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Batizado de: "Estado de Direito Já! – 30 anos da Carta aos Brasileiros", o material traz depoimentos de personalidade como Almino Affonso, Antonio Candido, Celso Lafer, Dalmo Dallari, Eugênio Bucci, José Gregori, Miguel Reale Jr, entre outros. Para adquirir um exemplar antecipadamente, o interessado pode acessar o portal: www.estadodedireitoja.com.br até o próximo dia 10 de julho. Lá, os leitores também poderão contribuir com a escolha da capa do livro. Mais informações pelo telefone (11) 9580-9396, Editora Lettera.doc. (DC)

APOIO

Acreditando no discurso de Marta, o PSB alimenta seu sonho de receber o apoio do PT para Luiza Erundina (SP). Os petistas não admitem a teoria de ficar sem candidato. A legenda já avalia outras opções, como os deputados Arlindo Chinaglia, José Eduardo Martins Cardozo; o ministro Fernando Reação de Goffredo Telles virou marco democrático

COBIÇA

PT e PSDB são os partidos que mais desejam a Prefeitura de São Paulo, considerada importante na campanha presidencial e para governador em 2010. As legendas estão de olho na projeção de que o município terá 10 milhões de votos em 2010.

INCENTIVO

A candidatura Erundina é avaliada como importante para o lançamento do nome de Ciro Gomes à presidência. O ex-ministro pode disputar uma vaga em Brasília em duas frentes: candidato a presidente ou vice numa provável chapa com Aécio Neves, caso o mineiro migre mesmo para o PMDB.

LEMBRANÇA

A festa junina na Granja do Torto, com o casal presidencial vestido de caipira, serviu para petistas estrelados "tricotarem" sobre política. Falou-se, por exemplo, na hipótese de Lula apoiar Aécio Neves, caso o mineiro saia mesmo pelo PMDB. Lula ainda admite que o PT está sem um candidato forte para enfrentar os adversários, sobretudo um tucano.

QUER FICAR

Aécio afirma que não tem interesse algum em deixar o PSDB para se filiar ao PMDB. Mas as conversas indicam que seu forte desejo de concorrer ao cargo de presidente em 2010, o que o levaria a disputar o posto com José Serra, poderá leválo a aceitar o convite de Michel Temer.

CHAPA

Tucanos paulistas insistem na formação da chapa Serra/Aécio. Seria um retorno da política do café-com-leite, unindo São Paulo e Minas. Os políticos mais experientes comentam que a sucessão de 2010 passará pelos dois estados, que somam cerca de 40 milhões de votos, cerca de 1/3 do eleitorado brasileiro.

LEVANTAMENTO

Antes de tomar qualquer decisão, o PT contratará um instituto para levantar quem no partido teria o melhor desempenho numa futura disputa eleitoral em 2010. Três nomes estão em evidência: o governador baiano Jacques Wagner e os ministros Dilma Rousseff e Tarso Genro.

Leonardo Colosso/Folha Imagem

erá lançado no próximo dia 8 de agosto um livro comemorativo aos 30 anos da "Carta aos Brasileiros", escrita e lida pelo professor Goffredo Telles Júnior no Largo de São Francisco, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Publicada em 1977, durante a ditadura militar, a Carta é vista, por historiadores e intelectuais, um marco da luta pelo Estado de Direito no Brasil. O livro trará uma pesquisa histórica visando o resgate da importância histórica da Carta aos Brasileiros e à confirmação de sua atualidade.

Haddad e o senador Aloizio Mercadante.

DENSIDADE

Tudo indica que Jacques Wagner, que governa um estado do Nordeste, região onde o PT dispõe de forte apelo eleitoral em função de programas sociais que atendem as zonas mais carentes, seja o escolhido. Foi no Nordeste, por exemplo, que Lula arrancou sua maior votação. São 33 milhões de eleitores.


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Nacional Estilo Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de julho de 2007

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BOVESPA BATEU 26 RECORDES NESTE ANO

reais deve ser o tíquete médio das compras com cartões de crédito em julho, estima a Itaucard.

CENÁRIO FAVORÁVEL CONTRIBUI PARA CADA VEZ MAIS EMPRESAS CAPTAREM RECURSOS NO MERCADO

BOLSA DEVE MANTER TENDÊNCIA DE ALTA D 65 Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

epois de ter encerrado o primeiro semestre com o melhor ganho acumulado entre as melhores aplicações financeiras, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já começou a segunda metade do ano com dois recordes consecutivos, atingindo a marca inédita de R$ 2 trilhões em valor de mercado (leia reportagem nesta página). E a expectativa dos especialistas é de que o movimento positivo continue nos próximos meses. A consultoria Austin Rating estima que a Bovespa pode render em torno de 17% neste segundo semestre e fechar o ano em 65 mil pontos (ontem estava em 55.700 pontos). A projeção está baseada na possibilidade de o País obter o grau de investimento em 2008, no aumento de ofertas públicas, no bom desempenho das empresas, na estabilidade da política econômica e em um vigoroso crescimento da economia

mil pontos deve ser o patamar do Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, no fim do ano, de acordo com estimativa da Austin Rating.

mundial. Segundo a Austin Rating, a valorização projetada para o ano, de 46,2%, seria a maior desde 1999. IPOs — As emissões de títulos por oferta pública na Bovespa também alcançaram um recorde neste ano: atingiram R$ 48,72 bilhões no primeiro semestre, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com alta de 44,2% sobre os seis primeiros meses de 2006.

As empresas brasileiras fizeram 31 ofertas iniciais de ações (IPOs) no primeiro semestre, captando R$ 19,5 bilhões. No ano de 2006 inteiro foram feitas 26 IPOs, que captaram R$ 15,2 bilhões. "As empresas brasileiras estão vendo a importância de se capitalizar", diz o professor de mercado de capitais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Ernesto Lozardo. "As que não se capitalizarem correm o risco de ficar estagnadas ou até de ser compradas por companhias maiores." O maior IPO do ano até agora foi o do frigorífico JBS/Friboi, que captou R$ 1,6 bilhão em março. Em seguida ficaram o banco Daycoval (R$ 950 milhões) e outro frigorífico, o Marfrig (R$ 887 milhões). A CVM também registrou neste ano 24 lançamentos secundários de ações — em que os recursos vão para os acionistas controladores. Essas emissões alcançaram um total de R$ 9,55 bilhões. (AE/DC)

Mostra "Comércio, do Escambo ao Chip" fica na estação Sé do metrô até o final de julho

Valor de mercado de R$ 2 trilhões

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lém de ter batido o 26º recorde de pontuação deste ano, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão de ontem com o maior valor de mercado de sua história. A soma dos valores de todas as ações de empresas negociadas na bolsa paulista atingiu a marca inédita de R$ 2 trilhões no fechamento das operações.

De acordo com informações da Bovespa, a Petrobras é a maior empresa brasileira em valor no mercado nacional: R$ 255,1 bilhões. Em seguida na lista vêm Companhia Vale do Rio Doce (R$ 205 bilhões), Itaubanco (R$ 100,5 bilhões), Bradesco (R$ 97,5 bilhões) e Ambev (R$ 84,9 bilhões). No pregão de ontem, o cenário externo positivo favoreceu

o novo recorde do mercado brasileiro de ações. O volume de negócios foi menor que o habitual — as bolsas americanas fecharam mais cedo por causa da comemoração, nesta quarta-feira, do Dia da Independência dos EUA. O Ibovespa, principal referência do mercado acionário brasileiro, encerrou o pregão com alta de 0,59%, em 55.700 pontos. (DC)

Cartão foi usado pela primeira vez em SP em 1985

Exposição dá destaque aos meios eletrônicos

DA VELHA CADERNETA AO CHIP Maristela Orlowski

T

odos que passarem pela estação Sé do Metrô durante este mês poderão conferir a história dos meios de pagamento no Brasil na exposição gratuita "Comércio, do Escambo ao Chip". Patrocinada pela Redecard, a mostra é dividida em quatro módulos, dispostos em ordem cronológica. Eles trazem os testemunhos de comerciantes de diferentes ramos e épocas sobre a evolução dos meios de pagamento nas atividades comercial e de serviços, desde os antigos sistemas de trocas até as transações eletrônicas atuais. São fotos, textos e histórias, que recuperam episódios vivenciados por pessoas envolvidas com o comércio. O primeiro módulo, "O escambo e a economia de troca: os primeiros sistemas de paga-

mento", é focado no trabalho dos antigos mascates, negociantes que contribuíram para a disseminação do comércio pelo interior do Brasil, um movimento em sintonia com as rotas de ocupação territorial. Geralmente, lavradores faziam compras na cidade e pagavam com sacas de milho ou outros produtos agrícolas. Confiança — Já no segundo módulo, o visitante terá contato com o surgimento do dinheiro e as primeiras formas de pagamento em uma época em que a confiança permeava os relacionamentos comerciais. As populares cadernetas de fiado, amplamente usadas nas atividades comerciais, eram acrescidas de juros baixíssimos, mas foram extintas pelo avanço da inflação, que inviabilizava esse recurso de venda. Nesse módulo, comerciantes relatam suas táticas para atrair clientes.

Um quadro ilustrativo das mudanças de padrão monetário ocorridas no Brasil — do velho cruzeiro, adotado em 1942, ao real, implantado em 1994 — abre o terceiro módulo da exposição. Nele, são relatadas as atitudes criativas dos comerciantes para driblar a alta da inflação, o gerenciamento do crediário e as constantes trocas de moedas. O surgimento do cartão de crédito também é destaque. A idéia do dinheiro de plástico nasceu nos Estados Unidos em 1958 e se espalhou pelo mundo rapidamente. O aparato tecnológico — que possibilita o desenvolvimento acelerado do sistema de meios eletrônicos de pagamento — é prestigiado no último módulo. Nele, o visitante fica sabendo que, em São Paulo, o primeiro aparelho eletrônico para pagamento com cartões de crédito foi instalado no Shopping Eldorado, em 1985.

Cartões: movimento de R$ 15,6 bi

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mercado brasileiro de cartões de crédito deve movimentar um total de R$ 15,6 bilhões neste mês, segundo a Itaucard, que divulga mensalmente o estudo "Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento". O montante é 20,1% superior ao faturamento de julho de 2006 (R$ 13 bilhões).

O número de cartões de crédito em circulação deve alcançar 83,8 milhões neste mês, com expansão de 17,2% em relação aos 71,5 milhões de julho do ano passado. Será maior também, de acordo com o levantamento da Itaucard, o tíquete médio das transações, que passará de R$ 90 para R$ 92 na mesma comparação.

"Projetamos para julho o maior faturamento do ano até agora", disse o diretor de marketing de cartões do Itaú, Fernando Chacon. O volume será maior até que o do mês de maio (R$ 15,5 bilhões), que é normalmente um período forte por causa do Dia das Mães. "O crescimento mostra que as pessoas continuam substituindo outros meios de pagamento pelo cartão de crédito." No ano — Para o acumulado dos sete primeiros meses do ano, a expectativa da Itaucard é de que a indústria de cartões de crédito movimente R$ 101,4 bilhões, volume 18,9% superior ao de igual período de 2006. O tíquete médio deve ficar em R$ 91 no período, e o número de transações deve somar 1,1 bilhão. "O desempenho esperado para julho reforça a projeção de alta de 20% para o faturamento do ano." No mês passado, o mercado de cartões de crédito movimentou R$ 14,8 bilhões, com expansão de 20,2% sobre junho de 2006. Esse faturamento é resultado de 162 milhões de transações realizadas por portadores de cartões, com compra média de R$ 92 no mês. Em junho, circulavam no mercado 82,2 milhões de cartões. (AE)


Congresso Planalto Diplomacia CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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LULA SE REÚNE HOJE COM A 'TRÓIKA' DA UE

Elza Fiúza/ABr

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Ex-relator do processo contra o presidente do Congesso, Renan Calheiros, o senador Epitácio Cafeteira será operado hoje, em São Paulo.

Ed Ferreira /AE

BRASIL E UE ABREM CÚPULA PARA DISCUSSÕES Países integrantes da 'tróica' do bloco e o presidente Lula irão avaliar as relações bilaterais e a possibilidade de retomada das negociações entre Mercosul e UE

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rasil e União Européia realizam hoje sua primeira cúpula de chefes de Estado e governo, em Lisboa. O encontro, que abre a agenda de Portugal na presidência do bloco europeu, lançará uma parceria estratégica e passará em revista os principais temas da pauta política e econômica bilateral e regional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da reunião com a chamada tróika do bloco: o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, o primeiro-ministro português, José Sócrates, e o primeiro-ministro da Eslovênia, Janez Jansa – país que irá ocupar a presidência do Conselho de Ministros, depois de Portugal. De acordo com o Itamaraty, Brasil e União Européia farão uma avaliação das relações bilaterais e dos cenários europeu e latino-americano. É nesse contexto que entrará em pauta

a possibilidade de retomada das negociações para o acordo bilateral entre Mercosul e UE, paralisadas desde 2004. "Este não será um foro de negociação do acordo MercosulUnião Européia. É uma instân-

(O encontro de hoje) é uma instância política que poderá contribuir para alcançarmos os resultados que queremos. Embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis cia política que poderá contribuir para alcançarmos os resultados que queremos. A mesma coisa vai acontecer com a Rodada Doha", destacou ontem a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis,

chefe do Departamento de Europa do Itamaraty. A atual rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio corre o risco de congelar de vez após o fracasso da última reunião do G-4, grupo formado por Brasil, Índia, Estados Unidos e União Européia, que vinha tentando conciliar posições entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento para facilitar um acordo entre os 150 membros da OMC. Com a implosão do grupo no encontro de Potsdam (Alemanha), as negociações ficam na dependência de um impulso político, como o presidente Lula disse na ocasião. De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, a Rodada Doha deve ser discutida não apenas na Cúpula em Lisboa, mas também em jantar oferecido pelo presidente português, Aníbal Cavaco Silva, em homenagem ao presidente Lula, com a presença de chefes de

Despedida: Lula anuncia recursos para o PAC no Ceará, antes de viajar para Portugal, ontem à noite.

Estado e governo da França, Eslovênia, Itália, Alemanha, Finlândia, Hungria, Eslováquia, Letônia e Países Baixos. Ainda no âmbito do diálogo bilateral que será travado na primeira Cúpula Brasil-União Européia, devem ser abordados o combate a pobreza e a questão energética, com ênfase em biocombustíveis e mudanças climáticas. A parceria com o Brasil em matéria de energias renováveis interessa particularmente aos europeus, pois os países do bloco dependem da importação de petróleo e gás. Além disso, a preocupação com o meio-ambiente levou a Europa a se impor uma meta: adicionar 5,7% de etanol gasolina até 2010. Até 2020, a meta é substituir 10% de todo o combustível utilizado pelos 27 países-membros por energias re-

nováveis. Hoje, a participação é de apenas 1%. O tema será aprofundado na Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, na quinta-feira, em Bruxelas, em que Lula será o único chefe de Estado presente, como convidado de honra. Serão discutidas questões políticas e econômicas relacionadas ao desenvolvimento da produção de biocombustíveis a partir de quatro temas-chave: que tipo de mercado internacional se quer criar, conseqüências para os países em desenvolvimento, desafios ambientais e os esforços tecnológicos necessários. Também participarão o Alto Representante para a Política Externa da UE, o espanhol Javier Solana, os ministros de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e de Portugal, Luís Amado, e os comissários

europeus de Relações Exteriores e Políticas de Vizinhança, Benita Ferrero-Waldner, e de Comércio, Peter Mandelson. Jantar– O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e os primeiros-ministros de Espanha, José Luis Zapatero, Itália, Romano Prodi, e Eslovênia, Janez Jansa, participam hoje de um jantar oferecido pelo presidente português, Cavaco Silva, ao final do encontro, disse uma fonte da diplomacia da UE. Os líderes europeus, segundo a fonte, discutirão temas ligados ao modelo de geração de energia europeu e alternativas para redução de poluentes. O mercado de biocombustíveis deve ganhar espaço na mesa européia, principalmente a discussão de um balcão de negociações único para o produto, que ainda é tema de debates entre os países. (AE)

Wilson Dias / ABr

Ceará recebe recursos federais para as obras do PAC

O

Boaventura de Sousa Santos, sociólogo de Coimbra, diz que Brasil tem postura moderada e serve à Europa

Europa usa Brasil para isolar Venezuela e Bolívia, diz sociólogo

I

MST PROTESTA Trabalhadores sem-terra fecharam ontem a estrada de acesso a Chorozinho (CE), em protesto contra o Incra, por não desapropriar a Fazenda Uruanã.

Ó RBITA

OCUPAÇÃO

A

Central Única dos Trabalhadores (CUT) informou em comunicado que fará, a partir das 9h30, a Ocupação Pacífica do Congresso Nacional, com o tema "Vote com a CUT", para pressionar os parlamentares a votar algumas reivindicações exigidas pelas lideranças sindicais. Entre elas estão a manutenção do veto à Emenda 3 e o direito irrestrito de greve no setor público. A TÉ LOGO

CONTRATAÇÕES

CAFETEIRA

O

O

ministro da Justiça, Tarso Genro, informou ontem que a estrutura da Polícia Federal será reforçada para o combate à criminalidade e à corrupção, com a contratação de mais 5 mil policiais e ênfase nas interceptações telefônicas. No primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a PF teve seu efetivo elevado de 7 mil para quase 13 mil. As megaoperações prosseguirão, avisa Genro.

gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) divulgou nota informando que o senador será operado na manhã de hoje. Ele está internado há cerca de dez dias no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A operação é chamada trepanação, e consiste em fazer um pequeno corte no crânio para drenar o líquor, líquido que recobre o cérebro, cujo excesso vinha lhe provocando desmaios.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Ajuste na legislação pode incluir 1,5 milhão de empresas no Supersimples Deputado Mário de Oliveira (PSC-MG) é notificado pelo Conselho de Ética

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O sociológo destaca que "o Brasil tem uma posição geoestratégica nas mudanças políticas que têm ocorrido no continente sul-americano". "Durante muitos séculos suas riquezas foram sendo saqueadas e, neste momento, estes povos disseram ponto final de alguma maneira. É assim que devemos entender a posição de Néstor Kirchner (presidente argentino) quando decidiu reduzir unilateralmente parte da dívida externa. É assim também na Bolívia e na Venezuela, quando decidem nacionalizar o petróleo e o gás", disse. Neste domínio, ressalta o sociólogo, "a filosofia política do governo brasileiro pretende se aproximar da filosofia política da Europa, do modelo social europeu, de tentar alta competitividade e alguma proteção social". E é por isso que a Europa procura adensar com o Brasil seu intercâmbio econômico em busca de um tratado comercial bilateral no momento em que o comércio global está bloqueado. (ABr)

PRISÃO AMBIENTAL A polícia de Mato Grosso prendeu ontem 65 pessoas integrantes de uma quadrilha que forjava projetos de exploração florestal, desmatamento e manejo.

estaduais. A cerimônia aconteceu no Centro de Convenções Edson Queiroz, com a participação dos ministros Patrus Ananias e Guilherme Cassel e o presidente do Consea, Francisco Menezes. Até a próxima sexta-feira, quando termina a conferência, haverá debates sobre o Bolsa Família, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, a polêmica transposição das águas do rio São Francisco, o aumento dos casos de obesidade, os riscos sobre o meio ambiente e a saúde dos consumidores e a questão dos alimentos transgênicos, entre outros assuntos. (AE)

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Intenção – "Estes são os jogos, as grandes manobras políticas globais que se jogam nestas cimeiras", afirma, em referência à primeira Cúpula Brasil-União Européia, que será realizada hoje, em Lisboa, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes europeus. Boaventura destaca, porém, as limitações da diplomacia européia, por não poder se sobrepor aos interesses nacionais de cada um dos 27 paísesmembros. Também aposta na "lucidez" da política externa brasileira e de outros países do mundo. Por estas razões, não acredita no êxito da estratégia européia que está em curso. Pretensão – "A Europa não está em condições de impor condições ao mundo. Acredito que esta parceria pode ser boa para a Europa para começar a ver outra realidade, outras pessoas, outras caras. A Europa tem que aprender muito, o retorno das caravelas ainda não aconteceu e é bom que aconteça agora".

Combate Fome, Patrus Ananias, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Outro compromisso no início da noite marcou a passagem de Lula pela capital cearense antes de seguir viagem para Portugal, onde participará da cúpula BrasilUnião Européia (veja reportagem ao lado): a abertura da 3ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, um encontro que reuniu cerca de duas mil pessoas entre especialistas, representantes governamentais do Brasil e de 12 países, da sociedade civil e de conselhos de segurança alimentar municipais e

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nteresses econômicos e políticos norteiam a parceria estratégica proposta pela União Européia ao Brasil. Na avaliação do sociólogo e professor Boaventura de Sousa Santos, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, o Brasil, neste momento, é um "fruto apetecido" devido à atuação protagonista nas negociações comerciais internacionais e à influência regional e em outras regiões importantes do mundo em desenvolvimento. "O Brasil tem tido posição mais moderada, é o governo mais pró-ocidental, não tem uma linguagem anti-imperialista, enquanto os outros países tem posição mais extremista em relação aos objetivos ocidentais", diz Boaventura. Por conta disso, segundo ele, "a Europa obviamente pretende, com esta negociação, premiar a moderação brasileira e, talvez perversamente, isolar as versões mais extremistas. Nomeadamente a Venezuela e a Bolívia".

presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, no fim da tarde, em Fortaleza, recursos federais para obras de saneamento básico e urbanização em seis municípios cearenses previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Serão beneficiados a capital do estado, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Caucaia, Maranguape e Sobral. A assinatura dos protocolos de cooperação ocorreu à noite, no Palácio Iracema, com a presença dos ministros das Cidades, Márcio Fortes, da Casa Civil, Dilma Rousseff, do Desenvolvimento Social e

Receita Federal descarta incentivos para pequenos frigoríficos


quarta-feira, 4 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

3/7/2007

COMÉRCIO

7

19,58

por cento foi a queda no número de cheques sem fundo registrados no Banco Central em junho.


ERRINHO NO SUPERSIMPLES: 1,5 MILHÃO DE VÍTIMAS Câmara aprova projeto de lei que corrige digitação errada de data. Medida amplia até 31/05/2007 prazo dos débitos passíveis de parcelamento. E 1 Ano 82 - Nº 22.410

São Paulo, quarta-feira, 4 de julho de 2007

Edição concluída às 23h45

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

AFP

Chávez dá ultimato ao Brasil O 1º disparo da guerra de palavras partiu de Chávez: ou a Venezuela entra no Mercosul,ou adiós

REAGE DILMA ROUSSEFF:

Ed Ferreira/AE

'Ninguém dá prazo para o Brasil' A ministra Dilma disparou um torpedo para Chávez: "Ninguém estabelece prazo para nós". Cidades 4

Europa quer premiar Lula contra Chávez e Evo

Agora é o Equador que ameaça a Petrobras

É a aposta que faz um analista para o encontro de Lula com a UE. Página 5

Leia em Economia 4. Na pág. 6, editorial: 'O certo e o errado na política externa'.

Sergio Barzaghi/Agência O Globo

RELAXE E DURMA Neblina fecha Cumbica: de volta o caos dos atrasos em cascata. C 3

DOIS PONTOS Nosso repórter não conseguiu relaxar. Pág. 7 Dida Sampaio/AE

HOJE - Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 9º C. AMANHÃ - Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 10º C.

Uma posição incômoda para Renan O presidente do Senado, Renan Calheiros (foto), sofreu várias derrotas ontem. Seus aliados não conseguiram arquivar o processo movido contra ele por quebra de decoro. E o caso voltou ao Conselho de Ética, onde terá agora três relatores. Nada menos do que 15 senadores foram à tribuna pedir seu afastamento. Página 3


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Nosso objetivo no Projeto Atletas pela Cidadania é um só: contribuir. Sócrates, ex-futebolista.

Fotos Thiago Bernardes/Luz

O time (da esq. para a direita): Ricardo Vidal, Henrique Guimarães, Rogério Sampaio, Vanessa Menga, Gustavo Borges, Hortência, Joaquim Cruz, Ana Moser, Magic Paula, Branca, Raí, Ida, Patricia Medrado e Sócrates.

Um time campeão. Pela cidadania. Grupo de atletas lança projeto pioneiro entre esportistas para valorizar a educação e estimular programas de inclusão no mercado de trabalho Paula Cunha

C

om o mesmo entusiasmo que encaravam treinos, concentrações e competições, um time de atletas que se destacou no País nas mais diversas modalidades se uniu para lançar a organização Atletas pela Cidadania.

Mais que uma Organização Não Governamental, o grupo pretende não apenas mobilizar a sociedade em favor de causas sociais e ambientais, mas influenciar na criação de ações que transformem a sociedade com uma atuação política para defender estes princípios. A divulgação oficial do grupo foi feita em São Paulo no fim de junho em uma apresen-

tação especial com direito a vídeo promocional e declaração de princípios. Time de ponta - F or m ad o por nomes como Raí, Ana Moser, Hortência, Magic Paula, Joaquim C r u z , S ócrates, Ida, Patrícia Medrado, Rogério Sampaio, entre outros, a nova frente de ação está cercada por profissionais es-

pecializados em áreas como educação, trabalho, saúde e outras, que os municia de dados a repeito da realidade dos jovens para elaborar planos que ser ã o a p r esentados à sociedade e ao governo. "Não estamos aqui para fazer um movimento superficial. Queremos realizar uma intervenção efetiva nos problemas que escolhemos", afirmou o ex-jogador Raí. "Desejamos, também, fazer um trabalho de bastidores na política para atingir as metas fixadas. Nos incomoda simplesmente

Magic Paula: "Nós vamos agir basicamente por causas políticas, sem ser políticos."

equivale a 20% da população total de 189,1 milhões de habitantes. Por ser esta a parcela do povo brasileiro que mais dificuldade encontra para entrar no mercado de trabalho, o grupo decidiu também divulgar e incentivar a adoção da Lei do Aprendiz nas empresas. Este será o primeiro tema a ser explorado, pois é um instrumento de transformação da realidade dos jovens. O mercado de trabalho tem, atualmente, capacidade para criar 800 mil vagas para este grupo, mas existem apenas 56 mil adolescentes colocados como aprendizes em todo o País. O grupo pretende divulgar com mais intensidade todos os itens que compõem a Lei do Aprendiz e orientar as empresas na adoção deste tipo de programa que contempla para esta parcela da população não apenas trabalho mas também cursos específicos para jovens a partir dos 14 anos. Durante a coletiva, a reportagem do Diário do Comércio perguntou como se daria esta divulgação porque muitas empresas alegam dificuldade em cumprir todos os pontos da lei. O presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, afirmou que a lei é bem conhecida e que as empresas precisam se empenhar mais para cumpri-la. Segundo ele, há muitas companhias que têm condições de aplicá-la mas simplesmente ainda não o fazem.

lançar uma proposta e deixar as coisas acontecerem. Não é este o nosso objetivo." Primeiras causas – O grupo fundamentou suas escolhas (atuação política, educação de qualidade, oportunidades para os jovens) baseados em estatísticas oficiais. Os jovens serão o ponto central de aten-

ção do grupo, pois, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há 34 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 24 anos, o que

respeito da importância da aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O Atletas pela Cidadania pretende estabelecer parcerias com ONGs e instituições da sociedade civil para fundamentar suas ações. Um dos novos aliados é o Instituto Ethos. Seu presidente, Oded Grajew, disse que este deverá ser considerado um dia histórico.

Ana Moser: "Esta é uma maneira organizada de colocar todo o nosso patriotismo para fora."

Hortência: "Temos causas. Vamos usar o poder que temos de fazer com que nos ouçam."

Joaquim Cruz: "Este movimento está dando um novo significado à palavra herói."

Raí: "As 8 Metas do Milênio são a nossa base, mas apoiaremos causas emergenciais."

As crianças também serão escolhidas para as ações do grupo, pois ele constatou que mais da metade dos pequenos de quatro a seis anos está fora da escola. Neste grupo da educação infantil, o déficit de vagas é estimado em 14,6 milhões de vagas. Dia histórico – O "Atletas pela Cidadania" foi lançado oficialmente agora, mas já está atuando desde o ano passado. O grupo que o compõe esteve no Congresso Nacional para conversar com congressistas a

"A iniciativa é inédita, mas teremos uma perspectiva do impacto destas ações em breve. É importante lembrar a importância das ações deste grupo de esportistas. A Lei do Aprendiz, por exemplo, foi promulgada em 2000 e ficou sem regulamentação. O Raí fez um movimento para regulamentá-la e isso aconteceu no ano passado. Este é um grupo que se organiza para lutar permanentemente pela cidadania", disse Grajew. Ao final da cerimônia de lançamento, o ex-jogador Sócrates afirmou que todo o grupo já participa de outras ações pontuais de responsabilidade social para melhorar o País. "Estamos aqui para mostrar que a nossa união pode ajudar nesta tarefa. Nosso principal objetivo é dar uma contribuição coletiva", concluiu.


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Empresas Tr i b u t o s Estilo Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de julho de 2007

A Federação Brasileira de Bridge reúne em torno de 1,5 mil bridgistas, concentrando 800 só em São Paulo.

PAÍS GANHOU QUATRO CAMPEONATOS MUNDIAIS

BRIDGE

Fotos: Newton Santos/Hype

Para ganhar, é preciso muito mais do que sorte Jogo é chamado de xadrez das cartas Armando Serra Negra

lhões de habitantes, gosta de embaralhar as cartas nos dias frios do inverno. Assim como o jogo de tranca ator Omar Shariff ( D o u t o r J i v a g o , é um aperfeiçoamento do jogo Lawrence da Ará- de buraco, o bridge tem suas bia, etc.) é o garoto raízes no popular Whist inpropaganda do bridge – um glês, cuja referência mais antidos mais famosos e difundidos ga remonta ao século XVI. Mas jogos de cartas do mundo. O foi em 1929 que o multimilioator já esteve em São Paulo pa- nário americano Cornelius ra disputar torneios em 1977, e, Vanderbilt criou um sistema não raro, ganha cachês para is- de jogar mais dinâmico e sofisso. Chamado "o xadrez do ba- ticado, originando o bridge ralho", ao contrário dos outros propriamente dito, então chajogos de cartas, está longe de mado de "auction bridge". ser apenas mais um "jogo de Aliás, milionários é o que não azar". O motivo é que nele o fa- faltam nesses torneios. Além tor sorte é totalmente elimina- do magnata do petróleo Ira do das pelejas, tornando-o ain- Corn ter aperfeiçoado o sisteda mais fascinante. É um jogo ma inventado por Vanderbilt – intelectual, levando em conta a criando o bridge moderno, o maestria dos bridgistas no co- "contract bridge" – Bill Gates e nhecimento das regras, e a me- Warren Buffet (os dois homens mória dos jogadores no cálculo mais ricos dos EUA atualmendas probabilidades de locali- te) deliciam-se com suas partização das cartas na mão do das pela internet. Outro aficionado famoso foi Mahatma parceiro e dos adversários. Gandhi, que Existem hocomparou o je cerca de 10 jogo com o milhões de jonascimento e a gadores fedemorte, segunrados no mundo a filosofia do – grande hindu. "As parte nos Estacartas que redos Unidos, cebemos são o com quatro ou carma (os procinco milhões. b l e m a s a reA Federação solver, herdaBrasileira de Jogo tem raízes do Whist inglês dos de vidas Bridge reúne em torno de 1,5 mil bridgistas, passadas), e o que fazemos dos quais 800 em São Paulo, "e com elas, durante o jogo, são o uns 300 amadores", calcula darma (o modo como se tenta Fred Kladt, presidente da As- solucioná-los)". Além do Bridge Clube, vásociação Paulista de Bridge, o Bridge Clube, considerado um rios clubes paulistanos realidos melhores lugares para zam torneios semanais – Haraprender a jogar. Diante desses monia, Hebraica, Monte Líbanúmeros, percebe-se que o no, Clube de Campo, São Franmais nobre dos jogos de cartas cisco Golf Club –, ocasiões em é muito pouco difundido por que os bridgistas, mesmo não aqui, embora o País seja reco- sendo sócios, são bem-vindos. nhecido mundialmente como Tais torneios, realizados no o "pequeno notável". "Fatura- mais profundo silêncio e conm o s q u a t ro c a m p e o n a t o s centração, reúnem em média mundiais, em 1976, 1978, 1989 60 jogadores (15 mesas), dos e 1990", diz Sérgio Aranha, tri- quais 60% são homens e 40%, mulheres. Para aprender a jocampeão sul-americano. Demograficamente, no en- gar, esteja atento: é um jogo ditanto, o país que mais reúne jo- fícil, complexo e sofisticado, gadores é a Finlândia, onde que requer dedicação e estudo 75% da população, de 5 mi- para enfrentar os desafios.

O Bridge Clube e também o Harmonia, Hebraica, Monte Líbano, Clube de Campo e São Francisco Golf Club realizam torneios semanais

O

Interessados podem participar das aulas do professor Fábio Sampaio no Clube de Bridge

Da esq. para a dir.: Fred Kladt, Sérgio Aranha, Marcelo e Marina Amaral

Sérgio Aranha é campeão sul-americano

Partida exige muita concentração dos participantes

Vence quem tiver a melhor estratégia

O

fundamento do bridge – jogado em duplas – está no valor das cartas e dos naipes: ás, rei, dama e valete valem quatro, três, dois e um pontos, respectivamente, e são chamadas honras. Na hierarquia dos naipes, espadas é o mais forte, seguido por copas, ouros e paus. O jogo desenvolve-se em dois momentos diferentes, o leilão e o carteado. No leilão, seguindo as regras de pontuação, as duplas disputarão o direito de cartear. Os jogadores devem prome-

ter, de antemão, que tipo de jogo irão realizar. Como no truco, as cartas maiores derrotam as menores, sendo o objetivo do carteado derrotar o maior número delas, a fim de que a promessa manifestada no leilão seja cumprida. Somente um jogador da dupla vencedora fará o carteio, pois o parceiro deverá baixar as cartas na mesa, expondo-as à vista dos demais. Posicionamento – Os jogadores sentam-se à mesa em posições predeterminadas e identificadas, seguindo a rosa

dos ventos. Assim, se um jogador assume a posição Norte, seu parceiro estará à frente, na posição Sul, e os adversários nas posições Leste e Oeste, respectivamente. Terminada a rodada, as cartas de cada jogador serão inseridas num display, segundo suas posições na mesa: N, S, L, O. Esse mostrador, então, passará para outra mesa, e, nesta, os jogadores das posições N, S, L, O, jogarão com as mesmas cartas que foram jogadas pela mesa anterior, e assim sucessivamente. No final do torneio haverá a

apuração para saber qual foi a dupla vencedora. É esse o processo que elimina o fator sorte do jogo, pois todas as duplas – N, S / L, O – jogarão com as mesmas cartas, vencendo aquela que melhor soube carteá-las e maior vantagem tirou do leilão. Uma partida entre bons jogadores demora em média oito minutos para ser concluída – leilão e carteado – e, entre principiantes, cerca de 15 minutos. Num torneio jogamse, em média, 16 displays, com duração de três horas.

Newton Santos/Hype

O Bridge Clube reúne apreciadores e campeões da América do Sul


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de julho de 2007

1 Leonardo Rodrigues/Hype

CPPU vai analisar as exceções para aplicação da lei Cidade Limpa, como os anúncios da Liberdade.

CIDADE LIMPA

As estrelas vão brilhar na Liberdade Comunidade japonesa não se abala com multas da Cidade Limpa e prepara o Festival das Estrelas, no próximo fim de semana. Comerciantes autuados podem recorrer. Luiz Prado/Luz

Rejane Tamoto

U

ma análise da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) para que reconsidere os anúncios indicativos característicos do bairro da Liberdade o mais rápido possível. Esse será um dos pedidos feitos por quem passar pela tradicional festa Tanabata Matsuri (Festival das Estrelas), no fim de semana, que costuma reunir todos os anos 130 mil pessoas na Liberdade. Diz a lenda milenar japonesa que pedidos feitos nessa data são atendidos por uma princesa tecelã e um pastor, que, apaixonados, foram castigados por terem deixado de lado suas obrigações. Transformados em estrelas, só podem se encontrar uma vez ao ano, no mês de julho. A 29.ª edição da tradicional festa ocorrerá nas ruas do bairro, que vai começar às 14h de sábado e será encerrada apenas no domingo, às 18h. As quatro multas pela lei Cidade Limpa, aplicadas na manhã de segunda-feira pelos fiscais ao comércio da Liberdade, não vão tirar o brilho da festa deste ano, promete o comerciante e presidente do Conseg da Liberdade, Nilton Fukui. "Ontem (segunda-feira), ficamos chateados, mas já recorri da multa. Solicitei um prazo maior para alterar o anúncio indicativo da minha loja, para não interditar calçadas ou trechos de ruas às vésperas da festa", afirmou Fukui. Segundo ele, os incidentes ocorridos anteontem não mudarão a decoração do tradicional Festival das Estrelas Tanabata Matsuri. A organização instalará cerca de 100 bambus, de 13 metros de altura cada, na praça da Liberdade e nas ruas Galvão Bueno e dos Estudantes. Três enfeites de papéis coloridos, com longas caudas, serão colocados em cada bambu, que terão ramos onde as pessoas pendurarão os pedidos anotados em papéis coloridos. A festa contará também com apresentação de danças folclóricas, karaokê, oficinas de origami, de poesias Haikai e barracas de alimentação típica oriental, entre outras atrações. "Estamos do lado da Liberdade. A gratidão dos japoneses pela nossa cidade, representada por essa festa, continua", disse o coordenador das Sedes Distritais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Mateus Ordine. Recurso - De acordo com Or-

MORTE O sargento PM Washington Luís Gomes Peçanha morreu ontem em tiroteio no Rio.

Festa do Tanabata Matsuri será realizada no fim de semana na Liberdade. Um dos pedidos à lenda japonesa será a manutenção dos tradicionais anúncios com ideogramas, marca do bairro.

dine, a Associação Comercial também irá recorrer da multa recebida pela Distrital Centro da ACSP, que fica no bairro da Liberdade. Além disso, o coordenador das Distritais colocou à disposição dos associados e comerciantes em geral o departamento jurídico da entidade, no telefone 3244-3030. De acordo com informações da subprefeitura da Sé, a decoração da festa Tanabata Matsuri não será afetada pela lei Cidade Limpa. A secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou também que os comerciantes multados podem recorrer da multa, sob o argumento de que os anúncios do bairro da Liberdade estão sob análise da CPPU. A comissão, responsável pela análise dos casos omissos à lei Cidade Limpa, foi formada na semana passada e está subordinada à secretaria de Habitação, que até ontem não tinha previsão de quando será feita a primeira reunião, ocasião em serão iniciadas as discussões sobre a manutenção dos ideogramas japoneses e chineses nos anúncios indicativos do bairro da Liberdade.

Ó RBITA

CRISTO REDENTOR

E

ncerra-se sexta-feira o prazo de votação para a eleição das Sete Novas Maravilhas do Mundo. Por isso, ainda há tempo de os brasileiros votarem no Cristo Redentor. Quem não votou ou quer votar de novo pode ligar, quantas vezes quiser, para (11) 315-315-07 ou (21) 330-307-07. Chamadas de SP e RJ têm custo local. É possível votar gratuitamente pelo celular, enviando uma mensagem de texto (SMS) com a palavra CRISTO para o número 49216. (Agências)

CLIMA SECO Até sexta-feira, 14 estados deverão sofrer com os efeitos da baixa umidade do ar.

AVESTRUZ

U

m avestruz, com cerca de 120 quilos, que fugiu do Circo de Moscou, em Curitiba, obrigou um grupo de homens a percorrer quase que cinco quilômetros antes de apanhá-lo. A perseguição terminou porque a ave caiu em uma valeta, interrompendo a fuga, até então bem sucedida. Quando foi capturado, o avestruz chegou a arrastar quem tentou agarrá-lo, mesmo estando com ferimentos leves. (AE)


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Transpor te Saúde Pirataria Ciência

Um trem rumo ao aeroporto de Cumbica

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

FEIRA DO CIGARRO PREOCUPA SUBPREFEITO

Na feira do cigarro-barbante Na madrugada, rua do Brás vende cigarros de origem suspeita. Subprefeitura da Mooca diz que vai agir.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Feira funciona durante a madrugada, na rua Domingos Paiva, em frente ao metrô do Brás.

Uma ofensiva contra o álcool e o tabaco

Fotos de Milton Mansilha/Luz

Flávia Gianini

licitação do projeto ferroviário Expresso Aeroporto, que ligará o Centro de São Paulo a Cumbica, está em processo de formatação e poderá sair até setembro. Caso o documento seja publicado no prazo estimado, as obras deverão começar em abril do próximo ano e terminar em 2011. O orçamento do projeto prevê custo de R$ 1,7 bilhão. Depois de concluído o expresso, as viagens do Centro de São Paulo ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, deverão durar 25 minutos. A obra foi anunciada ontem pelo secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella. A má notícia é que a recuperação parcial de décadas de atraso em investimentos no transporte público vai custar caro para São Paulo. Mais precisamente R$ 16,3 bilhões de reais para modernização dos trens da Companhia Paulista d e Tre n s M e t ro p o l i t a n o s (CPTM), extensão da Linha 2Verde e a Linha 4-Amarela, a construção do Expresso Aeroporto, Expresso Guarulhos e o Expresso ABC. Do orçamento apresentado, R$ 9,8 bilhões são referentes ao metrô, R$ 5,9 bilhões para a CPTM, e R$ 1,2 bilhão à EMTU. Mesmo com o governo arcando somente com 44% do total do investimento, e o restante capitalizado em financiamento externo, Participação Público Privada (PPP), entre outros, os projetos entrarão em pleno funcionamento somente em 2012. A decisão de anunciar o projeto no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) teve o propósito de sensibilizar possíveis investidores. "Se não fizermos uma PPP, o projeto não ficará de pé", disse o secretário. A objetivo é minimizar o investimento público, mas o secretário Portella reconhece que é impossível a concessão de exploração das linhas sem dinheiro do estado. Nem saiu do papel e o projeto do Expresso Aeroporto já começa com obstáculos. O governo de São Paulo espera o apoio da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero). A empresa deveria investir R$ 200 milhões na construção do terminal de chegada do Expresso, em Cumbica. Mas segundo informou Portella, as conversas não estão caminhando no momento em decorrência dos problemas enfrentado pela empresa com o caos aéreo.

Ivan Ventura

O

comércio ambulante noturno realizado em ruas do Brás, região central da cidade, lançou mais um exemplo de venda de ilegal de produtos. Depois dos brinquedos, dos vestuários em geral, dos CDs, DVDs, eletrônicos e outros itens, os camelôs criaram, agora, uma feira exclusiva para a venda de cigarro, mais precisamente de cigarrobarbante, denominação utilizada por policiais para se referir ao produto com origem duvidosa, quer de contrabando quer de pirataria. A feira funciona na Pacote com 10 maços de cigarros da marca Derby: preço muito abaixo da tabela e prazo de validade vencido rua Domingos Paiva, em frente ao metrô do Brás. O subprefeito da Mooca, Nada de maços avulsos. As Eduardo Odloak, responsável marcas vendidas vão desde pela fiscalização na região, foi cigarros conhecidos, como surpreendido com a Derby, até outros nem tão informação e promete agir populares como U.S, Vila Rica, contra esse tipo de comércio. Eight e outros. Na madrugada de ontem a “Só vendo cigarro de reportagem do Diário do primeira linha. Pode conferir Comércio foi conferir a feira que é bom”, propagandeou do cigarro-barbante, que um dos ambulantes, que não funciona de terça a quintaquis se identificar. Mas a feira, das 4h às 7h. O afirmação do camelô provoumovimento é discreto, com se inverídica: ele vendia um cerca de 20 barracas e um pacote com dez maços de público de mais cigarros da de 50 pessoas, marca Derby a entre ambulantes R$ 7,50. e compradores. Oficialmente, o Um grupo de preço desse Diante dessa pelo menos cinco constatação, (a feira) produto em camelôs padarias, bares e será tema de debates bolivianos outros tipos de também marcou sobre as ações da estabelecimentos presença na feira subprefeitura da comerciais da do cigarro, mas cidade é de R$ Mooca e da polícia. apenas como 2,10. Isso Eduardo Odloak, significa que o compradores. subprefeito da Mooca pacote com dez Na feira percebe-se que a maços de Derby ação é realizada por um custa, no mercado legal, R$ 21. grupo de vendedores Depois de negociar um ambulantes organizados. Há desconto, um comprador olheiros nas duas adquiriu o mesmo pacote da extremidades da rua. Além de marca Derby por R$ 6,50. Mas alertar sobre qualquer atitude logo teve uma surpresa: além Vendedores e compradores de cigarros na rua Domingos Paiva, no Brás suspeita, eles também são de cigarros amassados e responsáveis por tentar alguns maços sujos, o selo do agilizar a venda do produto. E suposto pagamento de com os camelôs que atuam na ambulantes decidiram ir gritam: “Vamos vender, Imposto sobre Produto rua Oriente e adjacências (a embora, enquanto outros rapaziada”. Além disso, a Industrializado (IPI) indicava permaneceram e chamada feirinha da iluminação fraca e a escuridão que o produto estava com sua aproveitaram a chegada dos madrugada), Odloak afirmou da madrugada ajudam a data de validade vencida que ainda é prematuro primeiros usuários do metrô. camuflar o local, dificultando desde setembro, outubro e estabelecer uma relação entre A existência da feira a ação da polícia ou novembro de 2006. Outra esses dois pontos de venda. preocupou o subprefeito da fiscalização da Prefeitura. curiosidade: os cigarros O Sindicato das Empresas de Mooca. “Diante dessa Nesse comércio informal de foram comercializados fora Fumo do Estado informou constatação, ela, com certeza, cigarro, o negócio é intenso e do pacote tradicional, ontem que não existem será tema de futuros debates rápido. Compradores com envolvidos por uma fita estudos confiáveis sobre o sobre as ações da sacos pretos percorrem a adesiva vermelha, que unia número de cigarros piratas ou subprefeitura da Mooca e da passos largos o estreito todos os maços. de contrabando. Informaram polícia, afim de coibir a corredor da feira, cercado por E assim as vendas na feira apenas que as 19 empresas prática”, afirmou Eduardo barracas de madeira, montadas do cigarro-barbante legalizadas no País tiveram Odloak. Sobre um possível na calçada. Ali, ambulante só prosseguiram até o uma produção de mais de 4 vínculo entre os ambulantes vende pacotes de cigarros. amanhecer, quando alguns bilhões de cigarros em 2006. da feira do cigarro-barbante

Kelly Ferreira

S

ão Paulo tenta fechar o cerco ao tabagismo e à comercialização de bebidas alcoólicas para menores. O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, premiará empresas, edifícios e os espaços públicos fechados que evitarem o uso do tabaco. Ao mesmo tempo, o vereador Carlos Bezerra, líder do PSDB, criou o Programa de Prevenção à Venda Ilegal de Bebida Alcoólica e Desestímulo ao Consumo por Crianças e Adolescentes. A nova lei já surtiu efeito. Na segunda-feira, pela primeira vez, a Prefeitura fechou um bar que vendia bebida alcoólica para menores. O bar foi lacrado e o dono multado. "A lei que criei é específica e atinge todos os estabelecimentos que vendem bebida alcoólica. Antes, na lei de 1996, a multa era de R$ 500 e só estavam relacionados bares, lanchonetes, casas noturnas e supermercados. Agora, até lojas de conveniência podem ser multadas. Além disso, o valor da multa aumentou para R$ 4,5 mil (R$ 9 mil na reincidência) Se um estabelecimento for autuado três vezes, perderá seu alvará. O vereador Bezerra disse que propôs a lei com base nas pesquisas sobre bebidas alcoólicas. Segundo ele, 90% dos estabelecimentos nunca checaram a idade da pessoa que compra a bebida, 80% nunca pediram documentos para vender e 52% acham que não é responsabilidade do estabelecimento se o cliente se embriaga. Selo – Na frente de combate ao tabagismo não há multa ou punição, mas um incentivo à conscientização de que o cigarro faz mal. No dia 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, será lançado em todo o Estado o selo "Ambiente Livre do Tabaco". As empresas, edifícios e espaços públicos fechados que seguirem as orientações de uma cartilha poderão receber o selo, como se fosse uma certificação de qualidade. "A idéia nasceu de programas já implantados com sucesso na Argentina e Uruguai, sem proibições. Queremos incentivar a redução do cigarro entre os paulistas", afirmou a psiquiatra Luizemir Lago, diretora do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) e coordenadora do projeto. No Brasil, morrem anualmente cerca de 200 mil pessoas vítimas do tabagismo.


Ambiente Educação Aeropor tos Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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AEROPORTO DE CUMBICA FECHOU MAIS DE 6H

Até as 18h de ontem, 20,1% dos 1.409 vôos, em todo o País, atrasaram mais de uma hora.

José Patrício/AE

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Depois dos controladores, a neblina Aeroporto de Cumbica fechou durante toda a madrugada e passageiros enfrentam martírio para embarcar. Situação só volta ao normal hoje, mas se o tempo ajudar.

A

rotina nos aeroportos brasileiros voltou a ficar complicada ontem. No aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, a situação foi considerada dramática, já que o terminal ficou fechado para pousos e decolagens mais de seis horas, durante a madrugada, por causa de um forte nevoeiro. Diante do efeitocascata nos demais terminais, a previsão da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) é que a situação só esteja normalizada hoje, se não houver mais problemas meteorológicos. As operações em Cumbica foram totalmente suspensas às 22h30 de anteontem e só foram retomadas às 5h05. O saguão ficou lotado durante toda a madrugada. Havia filas para remarcar passagens, pegar táxi, que chegava a demorar até duas horas, e até mesmo usar os elevadores. Cenas que já se tornaram comuns voltaram a se repetir: pessoas dormindo no chão ou nas cadeiras, entre elas várias crianças. Apesar de ter sido reaberto às 5h para decolagens, os passageiros ainda enfrentavam longas filas no começo do dia. Às 6h44, os pousos foram retomados com restrições. Apenas aeronaves com equipamentos que permitem operações em baixas condições de visibilidade podiam pousar em Guarulhos. Com o fechamento e os atrasos, vôos domésticos e internacionais foram transferidos para os terminais do Galeão, Viracopos e Congonhas. A situação só não foi pior em São Paulo porque Congonhas operou normalmente. Mesmo com a retomada das operações em Guarulhos, a confusão continuou durante todo o dia no aeroporto e afetou os terminais em todo o País. Segundo balanço da Infraero, 158 dos 268 vôos programados no aeroporto entre as 22h de anteontem e as 14h de ontem sofreram atrasos superiores a uma hora. Os problemas afetaram vôos domésticos e internacionais. Informações - A principal queixa dos passageiros que tiveram de amargar horas no sa-

Sergio Barzaghi/AOG

José Patrício/AE

José Patrício/AE

Com as operações suspensas, passageiros enfrentam o desconforto e a falta de informações no aeroporto de Cumbica (à esq. e no alto). Forte nevoeiro provocou efeito-cascata de atrasos de vôos em todo o País. Apu Gomes/Folha Imagem

Apu Gomes/Folha Imagem

PF esvazia avião à força

O

guão era a falta de informações. A estudante Juliana Mariño chegou às 8h no aeroporto para embarcar às 10h para o Paraguai, junto com a amiga Melina Domingos. Esperaram uma hora e meia na fila e, ao chegar ao balcão de embarque, foram informadas que o vôo havia sido preenchido com passageiros de outra partida cancelada anteriormente. "Vamos embarcar só às 22h. A companhia informou apenas que cederá um crédito no cartão de fidelidade", disse. "Estou com raiva porque fiquei uma hora e meia na fila para ser informada só agora. Ninguém veio até nós para dizer nada."

O comerciante Eli Novaes, que tentava embarcar para Salvador junto com a esposa e a filha de quatro anos, esperou na fila por mais de uma hora para então ser informado que seu vôo, previsto para decolar às 11h, já estava cheio. De acordo com ele, a empresa transferiu seu vôo para outra companhia, e a previsão era de embarque só às 15h. "Eles não passam informação alguma, apenas falam que o vôo está cheio, que temos de esperar ou aceitar outro vôo, que também vai atrasar. Nem o motivo do atraso eles informaram", reclamou. A comerciante Kátia Sena chegou de Manaus às 20h de an-

teontem. Deveria pegar um vôo para Vitória às 21h15, mas às 22h ela, o marido e o filho de três anos foram encaminhados para a aeronave, onde ficaram por cinco horas. "Às três horas da manhã disseram que o vôo tinha sido cancelado, que tínhamos que desembarcar, pegar as bagagens e que a companhia ia garantir hotel e transporte", contou. Ela e a família voltaram às 11h de ontem para o aeroporto, mas compraram passagens novas de outra companhia, com previsão de partida para 15h, com escala no Rio de Janeiro. Segundo Kátia, a família optou por comprar outras passagens porque não acreditava que chegaria ontem em Vitória. Lixo - A comerciante reclamou da falta de informação e do descaso com as pessoas e as bagagens em Cumbica. "Nossas coisas foram tratadas como lixo. Comprei uma mala para o meu filho e ela está toda arrebentada. Eles misturaram todas as malas de todos os vôos cancelados naquele período. Era gente caindo por cima das malas e não tinha um funcionário para dar informação." Infraero - A expectativa do presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, é de que a situação esteja normalizada hoje, mas apenas se as condições meteorológicas não

voltassem a interromper as operações. "A estimativa é que só volte ao normal amanhã (hoje) cedo, se não ocorrer mais nevoeiro. E é possível que ocorra. Aí o País inteiro é afetado pelo efeito dominó (de atrasos)", afirmou o brigadeiro. À noite, as salas de embarque e balcões de Cumbica continuavam lotados e o efeito-dominó afetou outros aeroportos. Os passageiros sofriam com a falta de informações e até para saber em quais filas deveriam se dirigir para o check-in. Segundo balanço da Infraero, até as 18h, 20,1% dos 1.409 vôos em todo o País registraram atrasos de mais de uma hora. O governo afirma que os novos atrasos são resultado das condições meteorológicas, ao contrário da recente crise do setor aéreo, quando a Aeronáutica atribuiu os problemas aos controladores de tráfego aéreo, afastou profissionais e anunciou medidas para controlar a situação. A nova seqüência de atrasos começou na sexta-feira, por causa de um forte nevoeiro em Congonhas. Desde então, os atrasos e cancelamentos em todo o País novamente viraram rotina. (Agências) Leia na página 7 o artigo "Ninguém informava nada"

utro incidente marcou a já tumultuada madrugada em Cumbica. Após passarem mais de seis horas parados dentro do avião, passageiros do vôo JJ 3324, da TAM, que deveria ter decolado às 20h45 de anteontem para Fortaleza, precisaram ser retirados da aeronave pela Polícia Federal. Os passageiros do vôo teriam se recusado a sair do avião para aguardar a reabertura do aeroporto. Os passageiros reclamavam da falta de informações. "A gente entende o que está acontecendo, mas ninguém deu nenhuma informação. Falam apenas que o vôo está anulado, sem previsão", contou Diane Moreira, de 35 anos, que estava no avião. Em nota, a TAM informou que os passageiros retirados do avião embarcaram em dois vôos, às 12h27 e 12h30 de ontem. A TAM informou que a decolagem atrasou porque foi necessária a verificação adicional de uma das travas de segurança da cabine da tripulação. A medida teria sido tomada porque os procedimentos de segurança, principalmente os relacionados à proteção antiterrorismo, foram elevados ao nível máximo, após os últimos acontecimentos terroristas ocorridos em Londres. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 4 de julho de 2007

Internacional

Os eleitores latinos terão papel-chave nas eleições Hillary Clinton , candidata à Casa Branca

´ ULTIMATO DE CHAVEZ O

presidente venezuelano Hugo Chávez deu ontem um ultimato: seu país vai retirar o pedido para se juntar ao Mercosul se os Congressos do Brasil e do Paraguai não aprovarem o ingresso de Caracas como membro do bloco comercial até setembro. A ameaça foi prontamente rechaçada pelo governo brasileiro (ver matéria abaixo). Chávez vê o Mercosul como um meio paAFP ra as nações da América do Sul se unirem contra a influência política e econômica Não há dos EUA na nenhuma região. Conrazão para o tudo, disse Congresso que os países não aprovar membros do nosso bloco comeringresso cial não pareHugo Chávez cem dispostos a romper com o capitalismo estilo norte-americano. "Não estamos desesperados para entrar no Mercosul e, muito menos, quando sentimos que há pouca disposição dentro do Mercosul por mudanças." "Não há nenhuma razão para os Congressos de Brasil e Paraguai não aprovarem nosso ingresso ao Mercosul. Nenhuma razão, nem política, nem jurídica, nem econômica, nem

moral", afirmou Chávez, assinalando que o atraso dos congressistas em decidir sobre a integração da Venezuela ao bloco representa uma "falta de respeito para com o país". Durante pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, Chávez afirmou que lhe chamava atenção as recentes declarações do chanceler brasileiro, Celso Amorim, que afirmou que ainda faltam alguns requisitos para a Venezuela. No Congresso Brasileiro, parlamentares de diferentes tendências afirmam precisar de "gestos" de aproximação por parte do presidente venezuelano, para superar o clima de mal estar gerado pelas recentes críticas de Chávez à casa. Tudo porque, depois de não renovar a concessão da emissora RCTV, ligada à oposição, Chávez chamou de "papagaios de Washington" os parlamentares brasileiros que pediram ao governo venezuelano reconsiderar sua decisão. Histórico A Venezuela firmou em 2006 seu acordo de adesão ao Mercosul, em um processo pelo qual deve ajustar-se a normas comerciais e aduaneiras do bloco até 2014. Os líderes do Mercosul aprovaram a entrada, mas o acordo ainda deve ser aprovado pelos Congressos do Brasil e do Paraguai para ser ratificado. Os legislativos de Argentina e Uruguai já deram suas respectivas aprovações. (AE)

AFP

'Terror médico' põe britânicos em alerta

E

m meio a um alerta de segurança de nível "crítico", diversos aeroportos e estações de trem britânicos tiveram a vigilância reforçada na terça-feira. Um terminal do aeroporto de Heathrow, em Londres, chegou a ser esvaziado pela polícia depois que um pacote suspeito foi encontrado. Em Glasgow, um time de especialistas em bombas da polícia realizou a explosão controlada de um carro em frente a uma mesquita, o terceiro veículo suspeito detonado na cidade desde que dois terroristas invadiram o

terminal do aeroporto local em um Cherokee em chamas. Todos os oito presos até o momento em conexão com as tentativas de atentados têm alguma ligação com o Serviço Nacional de Saúde do país, divulgou ontem a BBC. A polícia se recusou a comentar o relato de que todos os atentados tenham sido perpetrados pelos mesmos homens. A informação foi publicada na edição eletrônica do "The Guardian". Mas a polícia parece já ter estabelecido relações entre os suspeitos detidos. Sete dos presos seriam médicos ou estudantes, enquanto

NOME: Mohammed Jamil Asha IDADE: 26 anos PROFISSÃO: médico ORIGEM: Jordânia MOTIVO DA PRISÃO: suspeita de terrorismo o oitavo trabalha como técnico de laboratório. Preso na Austrália, trata-se do indiano Muhammad Haneef, detido na noite de segunda-feira no aeroporto de Brisbane. De acordo com a imprensa britânica, Haneef trabalhou em um hospital em que outros

suspeitos de terrorismo prestaram serviços. Ao menos outros três são estrangeiros, incluindo um iraquiano e um palestino. O jordaniano Mohammed Asha é o suspeito de ser o mentor do grupo. (Agências)

Aamir Qureshi/AFP

'Ninguém dá prazo para o Brasil', rebate Dilma

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ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, rechaçou as afirmações do presidente Hugo Chávez e afirmou que o Brasil não vai obedecer prazos definidos pelo governo Fábio Pozzebom/Abr venezuelano para que ratifique a adesão de Caracas ao Mercosul. "Ninguém vai estabelecer prazo par a p a í s n eNinguém vai nhum. Nem estabelecer n ó s . N i nprazo para g u é m e s t apaís nenhum. belece prazo Nem nós. para nós e Dilma Rousseff nem nós estabelecemos prazo para ninguém." Dilma disse que interessa ao Brasil o relacionamento com a Venezuela do ponto de

vista de integração energética, de acesso às riquezas energéticas e de parceria de estrutura e desenvolvimento da região. A ministra afirmou que o Brasil tem desempenhado uma atitude madura e de responsabilidade nas relações com a América Latina. Ela lembrou que o Brasil tem papel estratégico na região e que é interesse do País manter a integração econômica, geopolítica, social e cultural. "Vamos ter de estruturar uma convivência civilizada que permita que, respeitando as nossas diversidades, estruturemos um consenso comum, respeitando todos. Qualquer iniciativa nossa é sempre do interesse para a construir um acordo. Obviamente, o Brasil tem desenvolvido essa política de acordo com a sua compreensão, dentro do critério de soberania". (AE)

Estudantes paquistanesas protestam contra o governo depois de confrontos que mataram aos menos 11 pessoas, ontem, em Islamabad

Europa islâmica será alvo de investigações

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Comissão Européia anunciou ontem que pretende propor medidas para intensificar a luta contra o terrorismo, depois das tentativas de atentado contra um aeroporto em Glasgow, na Escócia, e dos carros-bomba encontrados em Londres, na Inglaterra. Entre as propostas a serem apresentadas em outubro está o investimento "contra a ideo-

logia radical islâmica" que se dissemina no continente. O comissário de Justiça da União Européia, Franco Frattini, prometeu buscar informações junto aos 27 países que participam do bloco a fim de saber como tratam da educação religiosa com vistas a "evitar a radicalização islâmica". Esse esf o rç o i n c l u i r i a a v a l i a r a s verbas públicas e particulares gastas com instituições religiosas e com a formação de professores de religião. "A idéia que vem sendo discutida é a de haver um Islã europeu, contrário à radicalização". (Reuters)

Paquistão: 11 mortos e quase 150 feridos

C

hoques entre forças locais de segurança e estudantes islâmicos diante de uma mesquita radical em Islamabad, capital do Paquistão, terminaram em um tiroteio no qual onze pessoas morreram. Testemunhas disseram que o incidente começou quando a polícia impediu que os estudantes ocupassem um prédio público. Os estudantes ataca-

ram edifícios do governo, inclusive o Ministério do Ambiente, apedrejando e incendiando os locais. Eles também atearam fogo em diversos carros estacionados no ministério. As forças policiais reagiram violentamente, inclusive com gás lacrimogêneo. Zafar Warriach, vice-ministro do Interior, disse que os mortos são quatro estudantes, três civis, um soldado e um jornalista. Ele acrescentou que 148 pessoas ficaram feridas no incidente. Do protesto participaram várias mulheres vestindo burcas. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

MAIS 1,5 MILHÃO DE EMPRESAS PODERÃO ADERIR AO SIMPLES NACIONAL

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1,3

milhão de empresas migraram automaticamente do Simples Federal para o novo sistema

Foto: Dida Sampaio/AE

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Câmara dos Deputados aprova modificações na Lei Geral. Agora, falta o Senado. Renato Carbonari Ibelli

A

Câmara dos Deputados aprovou ontem, por 353 votos e uma abstenção, o Projeto de Lei Complementar n° 79, de 2007, de autoria do deputado José Pimentel (PT-CE), que modifica pontos polêmicos na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que criou o Simples Nacional, o Supersimples. Entre outros aspectos, o projeto amplia de 31 de janeiro de 2006 para 31 de maio de 2007 o prazo dos débitos passíveis de parcelamento pela Lei Geral. Essa ampliação, de acordo com o relator, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), "vai permitir o ingresso de pelo menos 1,5 milhão de empresas no Supersimples". Agora, o projeto terá de ser aprovado pelo Senado Federal. "A matéria é de interesse

do governo e da oposição, por isso irá tramitar na Casa também em regime de urgência. O projeto deve ser votado na próxima semana", disse Hauly. Sem vácuo – A Lei Geral prevê a possibilidade de parcelamento dos débitos tributários, existentes até 31 de janeiro de 2006, em até 120 vezes mensais. Para os tributaristas, esse prazo criava um vácuo de um ano e meio que afastava a empresa da adesão ao novo regime, por não ter condições de quitar suas dívidas. Com a aprovação do projeto na Câmara, "um grande passo foi dado para que fiquem cobertas pelo parcelamento da Lei Geral dívidas com fatos geradores até 31 de maio de 2007", afirma o relator. Um erro de digitação foi responsável por toda discussão em torno do prazo – na verdade, o rascunho original da lei previa que o parcelamento poderia ser pedido até 31 de janeiro de 2007.

O PL também estabelece que prestadores de serviços já enquadrados no Simples Federal sejam tributados na forma do anexo III da Lei Geral, que determina alíquotas menores e menos complexas para serem calculadas. Com essa alteração, serão beneficiadas empresas de serviços, como os de transporte, lavanderia e cabeleireiro, entre outras. Caso a caso– O projeto também retira da Lei Geral a previsão de que os serviços não listados, e que entrem posteriormente no Supersimples, serão automaticamente tributados com base no anexo V – agora, a tributação dos novos serviços será analisada caso a caso. O projeto de lei n° 79 deixa claro que será coibida a prática de cobrança antecipada do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) nas fronteiras de estados, operações verificada no caso de vendas interestaduais.

Devedores chegam a 1,2 milhão

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ais de 1,2 milhão de micros e pequenas empresas terão de regularizar sua situação junto ao fisco – seja ele da União, estado ou município – para poderem aderir ao Simples Nacional, ou Supersimples. Mais 1,337 milhão migrou automaticamente do extinto Simples Federal para o atual sistema. E nos dois primeiros dias de vigência do novo regime, a Receita Federal recebeu 82.161 novos pedidos de adesão por parte de companhias que não faziam parte do Simples Federal – eles ainda serão avaliados para determinar se a situação dos negócios está absolutamente regular. O balanço foi feito ontem pelo secretário-executivo do Comitê Gestor do Simples Federal, Silas Santiago, que considerou o resultado "positivo, dentro das expectativas da Receita". Declarações – Das 4,8 milhões de micros e pequenas empresas optantes do Simples Federal, apenas 2,56 milhões entregaram declaração neste ano. "Recomendo até mesmo aos empresários que

acreditam não ter pendência a fazerem a opção pelo Supersimples porque, se perderem o prazo, que termina no dia 31 deste mês, essas empresas terão de esperar até janeiro de 2008 para serem incluídas", disse o secretário. Para verificar se a empresa migrou ou tem alguma pendência, é preciso acessar a página da Receita Federal na internet (w w w. re c e i t a . f a z e nda.gov.br). No portal do Simples Nacional, deve fornecer o número do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Caso tenha algum problema, uma mensagem dirá que repartição pública o empresário deve se dirigir para solucioná-lo. Foi esse o caminho percorrido por 4.235 empresas nos últimos dias. Elas pediram o parcelamento dos débitos federais e previdenciários – o Comitê Gestor ainda não tem dados referentes às dívidas estaduais e municipais. Só é permitido o parcelamento dos tributos incluídos no Simples Nacional. São seis federais (Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido – CSLL, PIS/Pasep, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, Contribuição patronal ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI), um estadual (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS) e um tributo municipal (Imposto sobre Serviços – ISS). A de sã o – Para aderir ao sistema, a empresa precisa quitar dívidas referentes a todo e qualquer outro imposto, sem chance de parcelamento. "Se o contribuinte deve o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), por exemplo, tem que pagar à vista", informou José Marcio Andriotti, chefe da Divisão de Parcelamentos da Receita Federal. Segundo ele, até ontem foram emitidos documentos de arrecadação de receitas federais (Darfs) no valor de R$ 8,5 milhões. Esse valor só será recolhido no dia 15 de agosto, data prevista para o pagamento dos impostos e da primeira prestação dos parcelamentos. (AE)

Para Carlos Hauly (PSDB-PR), "um grande passo foi dado para permitir a adesão de milhares de empresas" Agliberto Lima/DC

"Em São Paulo, seis milhões de empreendedores poderão se formalizar", afirma o autor da idéia da empresa individual, Guilherme Afif Domingos, Secretário Estadual do Trabalho

Comitê define modelos fiscal e contábil para o Supersimples Sílvia Pimentel

O

Comitê Gestor de Tributação das Micros e Pequenas Empresas publicou ontem no Diário Oficial a resolução nº 10, que trata da documentação fiscal e contábil que os contribuintes optantes do Supersimples deverão utilizar e enviar ao fisco. Uma das novidades é a regulamentação do chamado empreendedor individual, modalidade de "empresa" criada para trazer para a formalidade pessoas que exercem alguma atividade, ganham até R$ 36 mil por ano, mas não possuem registro nos órgãos públicos. A idéia da criação dessa categoria empresarial foi apresentada há três anos ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva pelo então presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, que hoje ocupa a secretaria estadual de Emprego e Relações do Trabalho. "Só no Estado de São Paulo são cerca de seis milhões de empreendedores nessa situa-

ção, que poderão se formalizar com a medida", afirma Afif. Documentos – Pela resolução, as empresas de serviços enquadradas no novo regime tributário deverão usar a Nota Fiscal de Serviços, conforme modelo aprovado e autorizado pelo município. "Em São Paulo, por exemplo, a Prefeitura adota o documento eletrônico e o estado está implantando uma nota nos mesmos moldes", lembra o gerente da Confirp Consultoria Contábil, Flávio de Oliveira. De acordo com Oliveira, a exigência cada vez maior dos fiscos pelos documentos digitais é uma indicação de que, no futuro, as apurações dos tributos serão unificadas, assim co-

mo a declaração exigida dos contribuintes. A resolução também ratifica a proibição à transferência de créditos dos impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e sobre Serviços (ISS) pelas empresas optantes do novo regime tributário. Conforme o consultor, a restrição deve ser levada em conta numa análise tributária para se chegar ao regime mais adequado, principalmente pelo atacadista e indústria, que mais geram créditos do ICMS.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - ECONOMIA/LEGAIS

quarta-feira, 4 de julho de 2007

União Brasileira de Vidros S.A.

Veneza Holdings S.A. o

CNPJ n 08.503.652/0001-50 - NIRE 35.300.337.000 Extrato da Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 31.5.2007 Data, Hora, Local: Aos 31 dias do mês de maio de 2007, às 11h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP. Presença: Totalidade do Capital Social. Constituição da Mesa: Presidente: Sérgio Socha; Secretário: Milton Almicar Silva Vargas. Convocação: Dispensada (§ 4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76). Deliberações: aprovada a proposta da Diretoria para alteração da razão social de Veneza Holdings S.A. para Veneza Empreendimentos e Participações S.A., e do endereço da sede social de Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900, paraAvenida Ipiranga, 282, 9o andar, Consolação, São Paulo, SP, CEP 01046-920, com a conseqüente alteração dos Artigos 1o e 3o do Estatuto Social que passarão a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1o) A Veneza Empreendimentos e Participações S.A., doravante chamada Sociedade, rege-se pelo presente Estatuto. Art. 3o) A Sociedade tem sede na Avenida Ipiranga, 282, 9o andar, Consolação, no Município de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP 01046-920, e foro no mesmo Município.”. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a Ata da referida Assembléia encontra-se lavrada no livro próprio e arquivada conforme segue: “Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob número 243.832/07-2, em 25.6.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”. Veneza Holdings S.A. aa) Sérgio Socha, Milton Almicar Silva Vargas.

CNPJ nº 60.837.689/0001-35 - NIRE nº 35300033205 Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da União Brasileira de Vidros S.A., a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 13 de julho de 2.007, às 10:00 horas, na sede social da companhia, localizada na Avenida Senador Teotônio Vilela, s/n, Km 30, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Objetivo: a) Homologação do aumento do capital social. São Paulo, 02 de julho de 2.007. Luis Roberto Souto Vidigal - Presidente. 03, 04 e 05/07/2007 ASSOCIAÇÃO DOS PROTÉTICOS DENTÁRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO - APDESP

Edital de Convocação - Assembléia Geral Ordinária O Conselho Eleitoral, nomeado pelo Presidente desta entidade, em 3 de julho de 2007, determina e torna público, que no dia 17 de setembro de 2007, no horário ininterrupto das 8:00 às 20:00 horas, em sua sede, realizar-se-ão as eleições para Diretoria e Conselho Fiscal da APDESP, biênio 2008/2009. Os candidatos devem se organizar por chapa, com designação de cargos e respectivos concorrentes, sendo a inscrição feita mediante requerimento por escrito e direto ao Conselho Eleitoral, protocolizada perante a Secretaria da APDESP na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, nº 2.050 - 13º andar, até as 18:00 horas do dia 17 de agosto de 2007, sempre obedecidas as condições previstas no Estatuto da Associação dos Protéticos Dentários do Estado de Sâo Paulo. São Paulo, 4 de julho de 2007 - Conselho Eleitoral da APDESP.

Auto Posto Ferracini e Souza Ltda,

torna

público

que

recebeu

da

Cetesb

a

Licença de

Operação n°31003542, com validade até 28/06/2012, para atividade de comércio de produtos derivados de petróleo, sito à Via Anchieta, 1954 - 04246-002 - Vl. Moinho Velho - SP.

COMUNICADO

Eu Regina Maria Giffoni Marsiglia, comunico a perda de meu diploma de doutorado em Ciência Política pela USP, título homologado em 1 de junho de 1993. GEMALTO DO BRASIL CARTÕES E TERMINAIS LTDA torna público que requereu da CETESB – OSASCO, a Licença Prévia e a Licença de Instalação para: Empresa de impressão para terceiros de material de segurança. Sita na Rua Bahia, 277 - A - Bairro: Alphaville - Município: Barueri – SP. GEMPLUS BANK NOTE LTDA torna público que recebeu da CETESB – OSASCO, a Licença Prévia Nº 32001674 e a Licença de Instalação Nº 32003189 e requereu a Licença de Operação para: Empresa de Impressão para terceiros de material de segurança. Sita na Rua Bahia, 277 - Bairro: Alphaville Município: Barueri – SP.

CASA DE SAÚDE SANTA RITA S/A

Banco Finasa S.A. CNPJ no 57.561.615/0001-04 - NIRE 35.300.115.686 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 4.6.2007 Data, Hora e Local: Aos 4 dias do mês de junho de 2007, às 10h, na sede social, Avenida Alphaville, 1.500, Piso 2,Alphaville, Barueri, SP. Presenças: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença, os representantes do Banco Bradesco S.A., único acionista da Sociedade. Constituição da Mesa: Presidente: MiltonAlmicar Silva Vargas; Secretário: Paulo Eduardo D’Avila Isola. Convocação: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404/ 76, com a seguinte ordem do dia: deliberar sobre o desligamento do senhor Evanir Coutinho Ussier, Diretor da Sociedade. Deliberação: aprovado o desligamento, a partir desta data, do senhor Evanir Coutinho Ussier, Diretor da Sociedade. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que a matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva depois de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação, e encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que vai assinada pelo senhor Presidente, por mim Secretário e pelos representantes do acionista. aa) Presidente: Milton Almicar Silva Vargas; Secretário: Paulo Eduardo D’Avila Isola; Acionista: Banco Bradesco S.A., representado por seus Diretores, senhores Sérgio Socha e Milton Almicar Silva Vargas. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Banco Finasa S.A. aa) Sérgio Socha, Milton Almicar Silva Vargas. Certidão - Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 245.089/07-0, em 27.6.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CNPJ/MF nº. 60.882.289/0001-41 Edital de Convocação – Assembléia Geral Extraordinária Ficam convocados os Senhores Acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada em primeira convocação no dia 13 de julho de 2007, às 15 horas, na sua sede social à Rua Cubatão, 1.190, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Homologação do aumento do Capital Social de R$ 4.050.800,00 para R$ 4.970.800,00, ou seja, um aumento de R$ 920.000,00,através de moeda corrente nacional ou mediante a utilização de créditos em conta corrente, mediante a emissão de 3.680.000 ações ordinárias nominativas sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 0,25 cada uma, valor este estipulado nos estritos termos do disposto no artigo 170, § 1º da Lei 6.476/76. O referido aumento foi deliberado na AGOE de 25/04/07, quando se iniciou o prazo de subscrição e integralização do mesmo, observando-se o direito de preferência dos senhores acionistas, conforme disposto no artigo 171,§ 4 da Lei nº. 6.404/76. 2. Em conseqüência do item anterior, deliberar a respeito da nova redação do “caput” do artigo 5º do Estatuto Social em vigor. São Paulo, 29 de junho de 2007. Dr. Carlos Eduardo Lichtenberger – Diretor Presidente. (02, 03 e 04/07/2007)

PENTÁGONO IMPORTADORA E EXPORTADORA S/A

COOPER TEAM - SOCIEDADE COOPERATIVA MULTIPROFISSIONAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

EDITAL DE CONVOCAÇÃO – ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA A Presidente da Cooper Team - Sociedade Cooperativa Multiprofissional de Prestação de Serviços, no exercício dos poderes que lhe são conferidos pelos artigos 38 e seguintes da Lei nº 5.764/ 71, CONVOCA a todos os seus associados cooperados para a Assembléia Geral Extraordinária que se realizará à Av. Brigadeiro Luis Antônio, 4.899 - Jardim Paulista, na cidade de São Paulo, e, ainda, nos seguintes endereços: Rio de Janeiro - Rua México, 119 sala 902, Centro; Salvador - Av. Antônio Carlos Magalhães, 2.573, sala 303; Marília - Rua Paes Leme, 47, 4º andar, sl. 42, Alto Cafezal e Santos - Rua Carvalho de Mendonça, 230, cj. 72, Vila Mathias, nos quais os cooperados poderão participar da Assembléia, com voz e voto, através do sistema de áudio conferência, em 23 de julho de 2007, em primeira convocação às 15:00 horas, em Segunda convocação às 16:00 horas e, em terceira e última convocação, cuja realização depende do quorum mínimo de 10 (dez) associados, às 17:00 horas, para deliberar a seguinte ORDEM DO DIA: I - Assistência Médica e Odontológica, análise do reajuste proposto pela atual operadora e confronto dos valores em face às cotações adquiridas junto a outras empresas, com escolha através de votação da melhor proposta; II - Diária Por Incapacidade Temporária - DIT, análise do reajuste proposto pela atual operadora e confronto dos valores em face às cotações adquiridas junto a outras empresas, com escolha através de votação da melhor proposta. III - Outros assuntos de interesse geral da Sociedade Cooperativa. São Paulo, 30 de maio de 2007. Tereza de Jesus Gonçalves Machado - Presidente

ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MONTE AZUL

Tel.: (11) 5851-5370 Av. Tomas de Souza, 552 - Jd. Monte Azul - SP RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO site: www.monteazul.com.br PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 o fim do ano até a segunda laje. A equipe de construção, inclusive Senhores Diretores, Associados e Interessados: Atendendo às disposições legais e estatutárias, a Associação arquiteta e mestre-de-obra desenvolve um trabalho muito compeComunitária Monte Azul submete à apreciação o Relatório da tente e com muito carinho. O apoio financeiro vem de várias fundações e pessoas físicas do exterior. “O Prédio das Oficinas” Administração e as Demonstrações Financeiras Consolidadas. Estes demonstrativos refletem os atos e operações da administra- foi concluído com o apoio do Fundo Lotérico de Basiléia e ocupado ção, assim como a situação patrimonial e financeira no exercício com oficinas de manutenção, marcenaria e oficinas para os jovens social findo em 31 de dezembro de 2006. A Conjuntura Econômi- especiais. “Escola Oficina Social e Mainumby” - terminamos o ano ca - O ano de 2006 ainda foi de moderado crescimento social, pois com 109 de 30 entidades sociais. Foi o segundo ano do curso que as taxas de juros elevadas influenciaram um ciclo de crescimento tem a duração de três anos no total e forma educadores comunitábaixo nos ambientes públicos e privados, isto reflete diretamente rios que já estão trabalhando e ficam muito gratos com a possibilidade nas empresas que têm intenção de apoiar o Terceiro Setor, pois de receber subsídios para a sua prática do dia-a-dia. Os colaboradeixam de direcionar seus recursos para projetos sociais. Para o dores da associação participaram das oficinas da Escola Oficina ano de 2007 temos a promessa do PAC. Mas o que terá provavel- Social que tem como objetivo a formação de agentes para a mente um impacto maior será a Lei Geral que entra em vigor em transformação social. “Escola Waldorf Comunitária’ - Os professojulho e apóia o crescimento de pequenas e médias empresas, o que res estão sendo preparados para iniciarem a escola em 2007/ poderá resultar numa perspectiva favorável no sentido de mais 2008”. O grupo participou do 1º. Congresso Brasileiro da Pedagogia empregos, o que diminuiria as tensões sociais. A respeito de Waldorf em Botucatu, um evento de três dias com a participação de políticas mais eficazes, não temos ilusões de grandes progressos 400 pessoas. Foi elaborado o projeto e encaminhado para a neste ano. A Entidade - A Associação Comunitária Monte Azul fundação Software, solicitando financiamento. Estamos aguardanmanteve em 2006 seus 18 programas (serviços contínuos) que do o resultado. “Projeto Nutrindo um novo Horizonte” – o projeto foram enriquecidos com 09 projetos (serviços com tempo determi- contribuiu para a conscientização da importância do aleitamento nado), atuando principalmente nas áreas de educação, saúde, materno de mulheres no Horizonte Azul. Continua o serviço do cultura, urbanização, meio ambiente entre outros, beneficiando de banco de leite, crianças, jovens e adultos recebem aulas sobre forma direta e indireta um total de 15.000 pessoas. Além disso, alimentação saudável. “Projeto Ambiental” - três jovens foram manteve o Programa de Saúde da Família (PSF) em parceria com treinados para ministrarem aulas de artesanato de materiais a Secretaria Municipal de Saúde, sendo responsável pelo distrito recicláveis ou da natureza. Elas deram aula para crianças das São Luis e parte do Jardim Ângela, atingindo um total de 280.000 escolas públicas da redondeza e dos nossos núcleos sóciopessoas. Nossas realizações em 2006 e perspectivas para 2007 educativos. “Observatório da Medicina Antroposófica” - Os nossos - O ano de 2006 foi um ano difícil, tanto em termos sociais, como ambulatórios médicos servirão como observatório da medicina também em termos de sustentabilidade. Sofremos ações violentas antroposófica conforme portaria do Ministério da Saúde. Para principalmente na favela Monte Azul, como também a cidade de apoiar esta iniciativa e ampliar o atendimento destes ambulatórios São Paulo foi alvo do crime organizado. Graças à nossa equipe recebemos no fim de 2006 o apoio financeiro da Fundação Mahle. corajosa e fiel conseguimos superar estas dificuldades, proteger as As metas da entidade para os próximos anos são: a) Manter os nossas crianças e famílias, e terminar o ano com uma bela festa de programas já existentes direcionando nossas ações para a integração natalina com todos os colaboradores, inclusive do PSF. sustentabilidade da Associação e ainda; b) Aumentar o número de O nosso dia-a-dia nos 3 núcleos segue seu ritmo próprio e bem parcerias, para suprir as necessidades financeiras, baixos salários dinâmico, tanto nas áreas de educação, quanto na saúde e cultura. e a contínua melhoria da alimentação de nossas crianças. Todas A demanda de novas ações é constante e assim tivemos durante estas ações fazem a entidade perceber que nossos desafios nos 2006, apoiados por parceiros e amigos, a atenção concentrada em farão mais fortes e mais preparados para ampliar a presença da alguns projetos novos e outros em andamento: “De Canto em consciência e atuação social no mundo. O ano de 2007 será um Canto” - tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento e período decisivo na luta para manter viva a nossa missão e criar a valorização do potencial humano e artístico em crianças e adultos, sustentação financeira necessária para manter todas as nossas em situação de risco, através da música. Este projeto contou com ações. São Paulo, 31 de maio de 2007 o apoio da Tim do Brasil e terminou em junho de 2006. “Casa A Administração Ângela” - a construção foi iniciada em agosto de 2006 e chegou até Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31/12/2006 e 2005 - (Valores expressos em reais) 1. Contexto Operacional - A Entidade foi constituída em 1979, com provisionada integralmente pela parte vencida e proporcional a o objetivo da promoção de atividades de ação comunitária, visando vencer, inclusive com os respectivos encargos até a data do contribuir para a solução de problemas típicos de grandes concen- balanço. f. Resultados - As receitas são reconhecidas quando trações urbanas, sobretudo daquelas de caráter social em efetivamente auferidas e despesas são registradas pelo regime de comunidades carentes, prestando para tais fins, serviços gratuitos, competência do exercício. 4. Aplicações financeiras e contas de permanentes, sem qualquer discriminação de clientela, conforme a investimentos - São representadas por aplicações de renda fixa legislação em vigor. Dedica-se também, à realização de desenvol- e poupanças. Esses recursos estão aplicados nas seguintes entivimento social, bem como a prestação de serviços a órgãos dades financeiras: públicos, a instituições voltadas ao desenvolvimento comunitário e a. Aplicações Financeiras 2006 2005 a empresas privadas. Para a consecução desse objetivo, angaria BB REND FIX 10 MIL – 11681 37.353,95 recursos provenientes de setores públicos e privados, nacionais e BB RF LP 150 MIL 21.013,76 estrangeiros. Por ser tratar de uma Entidade com objetivos filantró- DI FAC FI – 37975 14.195,49 picos e sem fins lucrativos, goza de isenção das contribuições sobre BB DI EMPRES. MAX – 25007 - 431.190,46 o total das remunerações pagas aos empregados (INSS - parcela BB REND FIX LP 10 MIL – 13542 40.725,33 54.732,60 empregador, seguro contra acidentes de trabalho, SENAI, SENAC BB REND FIX LP 10 MIL – 25008 52.622,28 48.088,90 e SEBRAE), de acordo com o artigo 55 da Lei nº 8.212/91, com a BB REND FIXA – 25006 20.568,34 68.050,20 alteração dada pela Lei nº 9.429, de 26 de dezembro de 1996. Para BB REND FIXA – 25009 34.694,04 47.007,04 assegurar este benefício, faz-se necessária a renovação periódica BB REND FIXA – 25002 - 137.299,55 do Certificado de Entidade Filantrópica, o qual encontra-se válido BB REND FIXA – 25004 - 212.952,27 até 31 de dezembro de 2006. Assim sendo, a Entidade é isenta do BB REF DI MIL – 25000 5.826,72 recolhimento das referidas contribuições, que neste exercício fo- BB REF DI MIL – 25003 2.246,87 ram de R$5.381.696,43 (R$ 4.137.662,70 em 2005). 2. FIC MASTER – 1511 - 161.156,74 Apresentação das demonstrações contábeis - As demonstra- BB RF LP 150 MIL - 4155 - 222.477,54 ções contábeis foram elaboradas e estão sendo apresentadas em BANESPA TOPÁZIO – 1414 - 106.621,49 conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil e DI FACFI – 12625 126.701,43 123.612,90 normas específicas para entidades reconhecidas como de utilidade FIF RF – 1131 4.583,88 pública. 3. Principais práticas contábeis - a. Aplicações Finan- POUPANÇA – ITAÚ – 060064 263,47 ceiras - São registradas pelo valor da aplicação, acrescido dos SUPER RF FACFI-ITAÚ– 26329 90.694,30 30.036,63 rendimentos auferidos até a data do balanço. b. Direitos e Obriga- BB FIX EMPRESARIAL 22.412,29 ções - Os direitos e obrigações da entidade estão registrados pelo BB CURTO- 4155 1.488.227,35 valor de realização da data do balanço, acrescidos, quando aplicá- APLIC.CLASSIC DI - 1414 3.145,01 vel, dos correspondentes encargos moratórios incorridos até a data BB PRAZO 50 – 25002-3 90.831,80 do balanço. c. Provisão para Devedores Duvidosos - A entidade BB PRAZO 50 -25007-4 232.545,62 não mantém a Provisão para Devedores Duvidosos, em decorrên- BB PRAZO 50 – 25004-X 97.175,89 cia de suas finalidades filantrópicas e assistenciais e por não BB PRAZO 50 – 250003-1 107.339,58 considerar relevantes eventuais riscos de não recebimento. d. CONTA INVESTIMENTO -1511-9 136,91 Imobilizado - Demonstrado pelo valor da avaliação efetuada em 31 CONTA INVESTIM. – ITAÚ 26329 506,12 de dezembro de 2005 para todos os seus itens. A depreciação será CONTA INVESTIMENTO-ALIANÇA 1.032,70 calculada a partir desta data de acordo com a vida útil dos bens C/INVEST. – BANESPA – 1414 130,00 indicadas no laudo de avaliação. e. Provisão para Férias - Está 2.409.358,99 1.728.840,46 5. Imobilizado Terrenos Imóveis - Construções Instalações Biblioteca Computadores e Periféricos Direito Uso de software Ferramentas Instrumentos Musicais Obras em Andamento Máquinas e Equipamentos Móveis e Utensílios Veículos Adiant. a Fornecedores Obras em andamento Imobilizado Líquido

2006 Custo Depreciação Corrigido Acumulada 322.500,00 1.647.161,50 (131.769,84) 3.527,20 (973,41) 55.015,47 (22.006,08) 68.104,42 (29.690,05) 5.421,67 (2.168,64) 10.604,00 (4.022,15) 15.041,80 (2.589,85) 234.971,84 75.769,91 (24.803,15) 83.910,96 (36.609,40) 69.040,00 (30.306,48) 42.284,66 243.972,84 2.633.353,43 (284.939,05) 2.633.353,43

Em 31 de dezembro de 2004 a Entidade procedeu um levantamento físico total do seu ativo imobilizado. Esse levantamento foi efetuado por empresa de engenharia de avaliações especializada, a qual atribuiu os valores considerando as condições em que se encontravam os bens e o uso para o qual foram destinados. Esse levantamento implicou em um acréscimo do Ativo Imobilizado no montante R$ 880.770,85, tendo como contrapartida o Patrimônio Social, decorrente, substancialmente dos critérios que eram adotados pela Entidade, para registro dos gastos com reformas e ampliações bem como das doações recebidas ao longo do tempo. 6. Conta corrente com o programa da saúde da familia - P.S.F. - Em 2001 a Entidade firmou convênio com a Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP, para execução do Projeto “Programa da Saúde da Família, do SUS/SP”, pelo qual recebe repasses da PMSP, que são aplicados nos objetivos do Convênio. No exercício de 2006 a Entidade recebeu da PMSP recursos para o PSF no valor de R$ 22.240.264,24 (R$ 16.186.567,83 em 2005), a que se somaram R$ 387.891,31 de rendimentos de aplicações financeiras dos citados recursos e R$ 326,89 de outras receitas, totalizando R$ 22.628.482,44 (R$ 16.362.934,48 em 2005). Neste exercício, foram incorridos gastos de R$ 22.628.482,44 (R$ 16.362.934,48 em 2005), conforme se demonstra no quadro “a”. Parecer dos Auditores Independentes Aos Administradores da Associação Comunitária Monte Azul 1. Examinamos os balanços patrimoniais da Associação Comunitária Monte Azul, levantados em 31 de dezembro de 2006 e 2005 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio social e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaboradas sob a

2005 Imobilizado Imobilizado Líquido Líquido 322.500,00 322.500,00 1.515.391,66 1.646.000,00 2.553,79 1.920,00 33.009,39 55.015,47 38.414,37 44.190,00 3.253,03 5.421,67 6.581,85 6.860,00 12.451,95 13.030,00 234.971,84 50.966,76 58.805,00 47.301,56 69.045,00 38.733,52 69.040,00 42.284,66 234.971,84 2.348.414,38 2.185.155,12 2.348.414,38

a) Resultado do exercício 2006 2005 Entradas Subvenção da PMSP 22.240.264,24 16.186.567,83 Rendas de aplicações financeiras 387.891,31 175.280,35 Outras Receitas 326,89 1.086,30 22.628.482,44 16.362.934,48 Saídas Gastos com pessoal 20.830.412,23 15.261.972,46 Gastos administrativos 1.350.098,96 948.738,16 Aluguéis e Equipamentos 447.971,25 152.223,86 22.628.482,44 16.362.934,48 Resultado do exercício A subvenção recebida é reconhecida no resultado do exercício como Receita de Subvenção PSF, no mesmo valor dos desembolsos, que são tratados como despesas Programa Saúde Família – PSF, sem efeito no resultado final. Eventual saldo ainda não utilizado no programa é mantido no passivo em conta corrente Prefeitura – PMSP. O quadro “b” demonstra a posição patrimonial em 31 de dezembro e o quadro “c” apresenta a movimentação dos recursos do PSF e o saldo passivo existente no final do exercício, que é aplicado no exercício subseqüente, conforme proposta orçamentária. responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume das transações e o sistema contábil e de controles internos da Entidade; b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis

CNPJ (MF) nº 53.919.007/0001-78 – NIRE nº 35.300.104.960 Ata de Assembléia Geral Extraordinária de 15 de março de 2007 Data: 15/03/2007, às 9h30.Local: Sede social na Av.Padre José Holanda doVale 1820 – Piratininga, na cidade de Maracanaú, Estado do Ceará.Convocação, Presença e Quorum: Dispensada a convocação, nos termos do art. 124, § 4º, da Lei 6404/ 76. Presentes os acionistas que representam a totalidade do capital social da companhia. Mesa: Eleitos para Presidente Sr. Stanislau Ronaldo Paolucci e, para Secretário Sr. João Paolucci, que assumiram seus cargos e deram início aos trabalhos. Ordem do Dia: A) Aprovação da lavratura da presente Ata de forma sumária, nos termos do art. 130 da lei 6404/76; B) Deliberar a Abertura de Filial no Estado de São Paulo. Deliberações: A) Os acionistas representando a totalidade do capital aprovaram a lavratura desta ata de forma sumária, nos termos do art. 130 da lei 6404/76; B) Aprovada a Abertura da Filial no Estado de São Paulo à Rua Dom Bosco 716, Mooca/SP, que terá como atividade o Transporte; Armazenagem e manuseio de Produtos Próprios e de Terceiros. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Presidente deu por encerrada a Assembléia, da qual foi lavrada a presente ata, que lida e aprovada, foi assinada pelos componentes da mesa, assim como pela totalidade dos acionistas. Acionistas: João Paolucci, Stanislau Ronaldo Paolucci e Abelardo Paolucci. Certifico que a presente confere com a original lavrada em livro próprio. S. Paulo, 15/3/2007. (aa) Presidente da Assembléia: Stanislau Ronaldo Paolucci e Secretário: João Paolucci. Certidão: Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob nº 109.243/07-9 em 4/4/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa: Secretária Geral.

Menor preço pelo mesmo espaço, só no DC O Jornal do Empreendedor

Balanço Patrimonial em 31 de dezembro de 2006 e 2005 - (Expresso em reais) Ativo 2006 2005 Passivo 2006 2005 Circulante Circulante Disponível 43.093,39 181.164,47 Fornecedores 17.394,20 18.430,87 Aplicações Financeiras 2.409.358,99 1.728.840,46 Outras Contas a Pagar 43.314,59 35.547,09 Empréstimos a Entidades - Obrigações Trabalhistas 2.600,16 12,01 Adiantamento a Funcionários 340.492,26 307.182,11 Obrigações Tributárias 14.083,67 41.305,14 Empréstimos a Funcionários 32.221,48 28.773,19 Conta Corrente PSF 2.455.260,10 1.166.397,52 2.825.166,12 2.245.960,23 Conta Corrente Urbanização 1.349,46 161.283,43 Realizável a Longo Prazo Provisão para Férias e Encargos 74.645,51 87.602,43 Empréstimos a Funcionários 18.112,91 43.275,00 2.608.647,69 1.510.578,49 18.112,91 43.275,00 Passivo Exigível a Longo Prazo Permanente Provisão para Contingências 31.568,01 Imobilizado 2.348.414,38 2.185.155,12 Total do Passivo não Circulante 31.568,01 1.510.578,49 2.348.414,38 2.185.155,12 Patrimônio Social 2.366.527,29 2.228.430,12 Sup. Acum. de Exercs. Anteriores 2.963.811,86 3.072.964,66 (Déficit) do Exercício (412.334,15) (109.152,80) 2.551.477,71 2.963.811,86 Total do Ativo 5.191.693,41 4.474.390,35 Total do Passivo 5.191.693,41 4.474.390,35 Demonstração do Resultado para os Exercícios Demonstração das origens e aplicações de recursos Findos em 31/12/2006 e 2005 - (Expressa em reais) para os exerc. findos em 31/12/2006 e 2005 - (Expressa em reais) Receita Operacional Bruta 2006 2005 Origens 2006 2005 Doações e Contribuições 1.938.320,35 1.700.918,24 Das Operações Subvenções 1.556.558,85 1.653.333,85 Déficit do Exercício - (109.152,80) Subvenções do Prog. de Saúde 22.628.482,44 16.362.934,48 Depreciações 139.138,16 Subv. do Projeto de Urbanização 168.759,37 162.299,77 29.985,36 Receitas do projeto Ambulatório 36.286,73 54.471,64 De Terceiros Vendas e Serviços 328.345,31 427.299,72 Diminuição do Realizável a L. Prazo 25.162,09 Aluguéis 17.394,97 19.011,15 Aumento no Exigível a Longo Prazo 31.568,01 Financeiras dos Projetos 181.338,14 230.806,71 Total das Origens 56.730,10 29.985,36 Outras 7.625,40 2.663,20 Aplicações 26.863.111,56 20.613.738,76 Das Operações Custos Dirs. das Áreas Prods. Déficit do Exercício (412.334,15) Marcenaria - Depreciações 145.802,93 Loja (118.667,99) (149.916,85) (266.531,22) Padaria (39.775,21) (39.065,22) Outros - Adições ao Imobilizado (309.062,19) 32.466,14 (158.443,20) (188.982,07) Aumento no Realizável a L. Prazo 7.152,60 Custos Diretos Projs. Assists. Total das Aplicações (575.593,41) 39.618,74 Atendimento Monte Azul (34.873,39) (26.167,21) Redução no Capital Circ. Líq. (518.863,31) (9.633,38) Mat. e Sers. Uts. em Projs. Assists.(164.828,70) (153.021,00) Demonstrado conforme segue: Bolsa de Estudos (100.972,60) (85.976,16) Ativo Circ. no Início do Exercício 2.245.960,23 1.813.331,95 Prog. de Saúde/Família - P.S.F. (22.628.482,44) (16.362.934,48) Ativo Circ. no Final do Exercício 2.825.166,12 2.245.960,23 Projetos SAS/SME/SEMAB (366.802,47) (357.165,28) 579.205,89 432.628,28 Projeto Urbanização (168.759,37) (162.299,77) Pas. Circ. Início do Exercício 1.510.578,49 1.068.316,83 (23.464.718,97) (17.147.563,90) Pas. Circ. no Final do Exercício 2.608.647,69 1.510.578,49 Despesas Gerais e Adms. (1.098.069,20) 442.261,66 Gastos com Pessoal (2.376.536,76) (2.392.912,07) Dimin./Aum. no Cap. Circ. Líq. (518.863,31) (9.633,38) Serviços Prestados (571.560,68) (434.982,03) Demonstração das mutações do patrimônio social para os Comunicação e Locação (20.442,07) (24.671,77) exercícios findos em 31/12/2006 e 2005 - (Expressa em reais) Gêneros Alimentícios (43.176,67) (33.459,93) Patrimônio Superávit Manutenção e Conservação (167.443,86) (110.611,91) Social Acumulado Total Medics. e Mat. de Enfermagem (48.490,10) (68.514,35) Gerais (385.717,46) (309.189,01) Salds. em 31/12/2004 1.890.426,46 1.281.371,70 3.171.798,16 Aj. de Exerc. Anterior (98.833,50) (98.833,50) Prov. p/ Riscos e Contingências (31.568,01) (109.152,80) (109.152,80) Financeiras (1.047,36) (3.346,61) Déficit do Exercício Tributárias (6.300,57) (8.657,91) Sals. em 31/12/2005 1.791.592,96 1.172.218,90 2.963.811,86 (412.334,15) (412..334,15) Total das Desps com Projetos (3.652.283,54) (3.386.345,59) Déficit do Exercício (Déficit) superávit do exercício (412.334,15) (109.152,80) Sals. em 31/12/2006 1.791.592,96 759.884,75 2.551.477,71 programa é mantido no passivo em conta corrente Urbanização. O quadro “b” demonstra a posição patrimonial em 31 de dezembro e o quadro “c” apresenta a movimentação dos recursos da Urbanização e o saldo passivo existente no final do exercício, que é aplicado no exercício subseqüente, conforme proposta orçamentária. b) Posição Patrimonial 2006 2005 Saldos Ativos Disponível 3.281,92 161.295,44 Saldos Passivos 3.281,92 161.295,44 Saldo comprometido Fornecedores 36.657,41 - Saldos Passivos INSS a recolher 81.219,81 60.835,90 Saldo comprometido 158,22 12,01 FGTS a recolher 179.960,47 137.161,52 FGTS a recolher 2,75 ISS a recolher 879,02 719,72 PIS a recolher 1.042,12 PIS a recolher 27.025,50 20.519,10 Rescisão a pagar 729,37 IRRF a recolher 81.910,95 35.927,77 Provisão de Férias 1.349,46 161.283,43 Obrigações Trabalhistas 592.006,70 1.835,36 Sal. do Conta Cor. Urbanização. 3.281,92 161.295,44 Rescisão 682,33 1.629,24 2006 2005 Empréstimos em Consignação 72.129,13 41.509,90 a)Movimentação da conta corrente 161.283,43 98.833,50 Outras contas 706,61 13.903,18 Saldo Inicial 155.202.43 Saldo do Conta Corrente P.S.F. (336.426,38) (435.850,82) Subs. recebidas durante o exercício 8.804,37 7.075,92 Provisão de férias e encargos 1.718.508,55 1.288.206,65 Rendimentos de Aplics. Financeiras 21,03 21,42 2.455.260,10 1.166.397,52 Outras Receitas (168.759,37) (99.849,84) Patrimônio Social (734.246,09) (734.246,09) (-) Desps. incorridas no exercício 159.933,97 62.449,93 1.721.014,01 432.151,43 Movimentação líquida do exercício 1.349,46 161.283,43 c) Mov. da conta corrente 2006 2005 Saldo Final Saldo Inicial (435.850,82) (923.029,10) 8. Doações e Contribuições - O saldo refere-se a doações de Subs. recebidas durante o exerc. 22.240.264,24 16.186.567,83 pessoas físicas e jurídicas, do Brasil e do Exterior. A distribuição em Rendimentos de Aplics. Financeiras 387.891,31 175.280,35 cada um dos exercícios foi a seguinte: 2006 2005 Outras Receitas 326,89 1.086,30 178.456,65 127.153,22 (-) Desps. incorridas no exerc. (22.529.058,00) (15.875.756,20) Pessoas Físicas 317.863,51 250.473,89 Movimentação líquida do exercício 99.424,44 487.178,28 Pessoas Jurídicas 1.099.426,39 919.280,42 Saldo Final (336.426,38) (435.850,82) Exterior 341.167,20 402.683,21 7. Conta corrente urbanização - A Associação tem convênio ONGs 1.406,60 1.327,50 firmado com a Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP Doações em Espécie 1.938.320,35 1.700.918,24 (COHAB), para execução do Projeto “Urbanização”, pelo qual recebe repasses da PMSP, que são aplicados nos objetivos do 9. Subvenções INSS - Para o controle das Gratificações ConcediConvênio, em 2005 atendendo às normas do convênio a entidade das, a entidade reconhece as despesas em “Custo com Assistência passou a registrar o resultado entre as subvenções recebidas e não Gratuita”, no resultado do exercício, reconhecendo o benefício utilizadas, como uma obrigação. Em decorrência da mudança de como receita na conta “Subvenção INSS”, anulando o efeito no prática contábil, a entidade efetuou um Ajuste de Exercício Anterior, resultado do exercício. 10.Projetos Sociais - No atendimento ao subtraindo do Patrimônio Social a parcela recebida e não utilizada disposto no inciso VI do artigo 3º do Decreto nº 2.536/98, a entidade de anos anteriores, sendo o efeito deste ajuste o montante de R$ tem todo seu serviço de assistência social concedido gratuitamen98.833. No exercício de 2006 a Entidade não recebeu da PMSP te, seu principal projeto é o atendimento de aproximadamente 1.200 recursos para a Urbanização e de R$ 155.202,43 em 2005 , a que crianças, fornecendo assistência social, educacional e alimentase somaram R$ 8.804,37 (R$ 7.075,92 em 2005) de rendimentos de ção, de atendimento à saúde (2.500 atendimentos mensais) e de aplicações financeiras e também R$ 21,03 (R$ 21,42 em 2005) de atividades culturais com a participação de aproximadamente 600 outras receitas, totalizando R$168.759,37 (R$ 162.299,77 em pessoas. Os gastos com esses projetos, estão representados nas 2005). Neste exercício, foram incorridos gastos de R$ 168.759,37(R$ rubricas: Folha de Pagamento, Despesas com Alimentação e Materiais Utilizados em Projetos Assistenciais. Para realização 162.299,77 em 2005), conforme demonstra o quadro “a”. a) Resultado do exercício 2006 2005 desse projeto a entidade conta com o apoio de diversas entidades, cujo montante está refletido na nota 8. 11. Imposto de Renda e Entradas Subvenção da PMSP 155.202,43 Contribuição Social - A Associação, por ser uma entidade sem Movimento C/C PMSP 159.933,97 - fins lucrativos, é isenta de imposto de renda e de Contribuição Rendas de Aplicações Financeiras 8.804,37 7.075,92 social. 12. Contingência - A Associação está sendo cobrada Outras Receitas 21,03 21,42 judicialmente pela Prefeitura do Município de São Paulo por IPTU 168.759,37 162.299,77 sobre duas propriedades, relativos aos exercícios de 2002, 2003 e 2004. Em sua defesa a Associação enfatiza sua condição de Saídas Gastos com pessoal 92.643,84 43.507,47 entidade filantrópica com direito à imunidade tributária, sobre o que Gastos administrativos 76.115,53 118.792,30 tramita pedido feito administrativamente à referida Prefeitura. Os 168.759,37 162.299,77 advogados que conduzem a defesa entendem como possível o Resultado do exercício - êxito da entidade. Os valores em questão não seriam relevantes em A subvenção recebida é reconhecida no resultado do exercício relação ao patrimônio total da Entidade. Para as ações trabalhistas como Receita de Subvenção – Urbanização, no mesmo valor dos e fiscais existentes em que o risco apontado pelos advogados da desembolsos, que são tratados como despesas Urbanização, sem Entidade foi definido como de perda provável, foi constituída efeito no resultado final. Eventual saldo ainda não utilizado no provisão para contingências. Diretoria b) Posição Patrimonial Saldos Ativos Disponível Empréstimo em folha C/C com Monte Azul Adiantamento de Férias

2006

2005

1.489.294,81 375,88 (79,94) 231.423,26 1.721.014,01

243.562,54 464,47 (8.832,49) 196.956,91 432.151,43

Ayrton Pimentel - Presidente C.P.F. 038.262.798-01

PUBLICIDADE Fone: 11 3244-3344 Fax: 11 3244-3894 FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 3 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Tecelagem Javaes Ltda. - Requerido: Fábrica de Saias Evanik Ltda. - Rua Silva Pinto, 26 - 2ª Vara de Falências Requerente: Tecelagem Moda Cores Ltda. - Requerido: Confecções de Roupas 4 Seasons Knit Ltda. - Rua Bresser, 210 - 2ª Vara de Falências Requerente: Tecelagem Javaes Ltda. - Requerido: Gercina Torres de Aquino Confecções Ltda. - Rua Prof. Pinto Pereira, 19 - 2ª Vara de Falências Requerente: Tecelagem Javaes Ltda. - Requerido: Infinity Ind. Comércio Comp Ltda. - Rua Anhaia, 210 - 2ª Vara de Falências Requerente: ACS Distribuidora Ltda. - Requerido: Confecções Raio de Sol Ltda. - Rua Coimbra, 663 - 1ª Vara de Falências Requerente: British Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Zenflax Comércio Representação Ltda. - Rua Ricardo Vilela, 302 - 2ª Vara de Falências Requerente: Pantanal Express S/C Ltda. - Requerido: Gazeta Mercantil S.A. - Rua Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 229 – conj. 801 - 1ª Vara de Falências Requerente: Comfortflex Ind. e Com. de Espumas e Estofados Ltda. - Requerido: Eletrodireto S.A. Central de Distribuição - Av. Brigadeiro Faria Lima, 1.473 - 1ª Vara de Falências Requerente: Paema Embalagens São Paulo Ltda. - Requerido: PRI Embalagens Ltda EPP Rua Marcilio Dias, 104 - 1ª Vara de Falências

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O Jornal do Empreendedor

Regina Souza de A. Wrasse - 1ª Tesoureira C.P.F. 153.252.758-60

Zilda das G. de Almeida - T. Contador C.R.C. 1SP251693/O-4 divulgadas; e c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis patrimônio social e as origens e aplicações de seus recursos mais representativas adotadas pela administração da Entidade, referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as bem como da apresentação das demonstrações contábeis toma- práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 11 de maio de 2006. das em conjunto. 3. Em nossa opinião as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1 acima representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da CRC Nº 2SP013002/O-3 Associação Comunitária Monte Azul em 31 de dezembro de Clóvis Ailton Madeira 2006 e 2005, o resultado de suas operações, as mutações do seu CTCRC Nº 1SP106895/O-8 S-SP

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 4 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO

CRISE E AGENDA LEGISLATIVA

A

G O semestre

pode terminar sem um desfecho para os casos Renan e Roriz. Para o governo, não é nada bom. lheiros no Senado está impactando o ritmo de votações. Para se ter uma idéia, a pauta do Senado está trancada há semanas por medidas provisórias, as quais estão sendo votadas a conta-gotas. Na Câmara, o efeito da crise política de Renan já é sentido no debate sobre a Lei de D i re t r i z e s O rç a m e n t á r i a s (LDO), a qual deve ser votada até 17 de julho no Congresso, último dia de atividades antes do recesso legislativo. Se não for votada até lá, os parlamentares não podem sair de férias. As lideranças de oposição ameaçam boicotar a sessão conjunta do Congresso caso ela seja presidida por Renan. Até mesmo deputados do seu partido já estão pedindo para que Renan se afaste da presidência do Senado para acabar com a crise política. O recado foi dado em plenário por Marcelo Itagiba, deputado do PMDB do Rio de Janeiro. Aliás, está no PMDB do

L

Rio de Janeiro o grande problema do governo. O deputado Eduardo Cunha, relator da CPMF, já disse que irá propor modificações no texto. Uma delas é transformar o imposto em permanente. A outra é estabelecer uma divisão do tributo com Estados e Municípios. Dois problemas se apresentam. Ambos foram apontados por nós em outras análises. O primeiro deles referese ao cronograma de tramitação da CPMF. O tempo começa a ficar escasso para essa PEC imóvel na CCJ da Câmara desde 9 de maio, mas parece que Cunha não tem pressa. Outro problema refere-se ao fato de que a mudança na proposta original pode determinar a existência de uma noventena para que a nova CPMF entre em vigor. Caso tal fato seja confirmado, a proposta teria que ser aprovada definitivamente até o final de setembro, tornando o cronograma mais apertado. Considerando os desafios de avançar com a agenda do PAC, a mini-reforma política e a aprovação da CPMF, o governo está numa situação de desconforto. Sua maioria é ampla o suficiente para aprovar tudo o que necessita. Porém, não é consistente para suportar as turbulências de um sistema político caótico. Assim, o cenário que se desenha para o segundo semestre indica que o governo terá que dar total prioridade ao andamento da CPMF. Para tal, terá que atender aos pedidos dos aliados e, idealmente, resolver a questão de Renan Calheiros, para que o relacionamento com a oposição melhore. A qualidade da maioria governista não assegura tranqüilidade para avançar com temas delicados em curto espaço de tempo. Para aprovar a LDO e a CPMF em ritmo de urgência, urgentíssima, os votos da oposição vão ser muitos importantes, especialmente no Senado, onde o governo não tem uma maioria folgada.

JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus

crise do Senado parece interminável. O certo é considerar que o primeiro semestre pode terminar sem um desfecho para os casos Renan e Roriz. Para o governo, não é um bom negócio. A pauta legislativa do segundo semestre está carregada e com temas cruciais para o governo, que não pode desperdiçar oportunidades. O presidente Lula segue livre dos efeitos diretos da crise política. Nem mesmo o apagão aéreo, cuja solução parece nunca vir, o atinge. Amparado em sólidos índices de popularidade, Lula está blindado. No entanto, alguns aspectos inerentes ao campo legislativo preocupam. Apesar de as medidas do PAC terem avançado na Câmara, a crise de Renan Ca-

O certo e o errado na política externa ROBERTO FENDT

A

o contrário do que pensam muitos, sou de opinião de que agiu bem o Itamaraty em procurar levar a bom termo as negociações multilaterais da Rodada de Doha, no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC). Se daria certo ou não, são outros quinhentos. Claro, deu errado; mas não é pelos resultados que se julga a justeza de uma política, mas pelos seus objetivos. E os objetivos da abertura multilateral de mercados são justos. O oposto de um grande acordo de liberalização do comércio multilateral é um conjunto desordenado de acordos bilaterais de abertura comercial. Os acordos bilaterais têm mais inconvenientes que convenientes. Servem para discriminar os fluxos de comércio provenientes de países não-membros desses acordos; tornam a política externa do País de mais difícil coordenação, na medida em que as pautas dos acordos bilaterais são distintas; e tornam mais fácil (e barato) o lobby de empresas interessadas no acordo bilateral, como alguns supõem que o comércio automotivo (leia-se: montadoras multinacionais) tenha sido o grande incentivador de nossa negociação para a entrada da Venezuela no Mercosul. Talvez a principal vantagem de um acordo multilateral de liberação do comércio na OMC esteja na proteção do Estado de Direito internacional promovida pelo acordo. Países grandes e países pequenos sujeitam-se aos mesmos normativos e às mesmas sanções quando utilizam práticas desleais de comércio. Foi muito mais fácil ganhar contenciosos com os Estados Unidos ou o Canadá na OMC que resolver qualquer de nossas questiúnculas com a Argentina, no Mercosul. Além disso, qualquer negociação que leve à redução de barreiras contra as importações provenientes de um país-membro da OMC é automaticamente concedida a todos os demais membros. Dessa forma, nos beneficiamos automaticamente de qualquer iniciativa de abertura comercial unilateral de qualquer dos países membros. Finalmente, o negociado na OMC permite a abertura de um painel para a solução de qualquer contro-

vérsia entre países- membros, de forma mais expedita e segura que negociações dos mesmos conflitos em acordos bilaterais de comércio. Por todas essas razões, sou de opinião que nossa diplomacia fez bem em procurar chegar a bom termo nas negociações da Rodada de Doha. Se não foi possível ofertar aos parceiros uma maior abertura para o comércio mais livre de produtos industrializados, a responsabilidade por essa oferta não recai sobre a diplomacia. O mesmo pode se dizer, com relação aos seus negociadores, da contrapartida de abertura dos mercados de produtos do agribusiness nos países desenvolvidos.

N

ão quer isso dizer que o Itamaraty está sempre certo. Pelo contrário. Infelizmente, em diversos episódios recentes, esteve e continua errado o nosso ministério de relações exteriores. Sem dúvida, o episódio mais errado é esse estranho alinhamento com o gauleiter da Venezuela. Errada também é a política de aproximação – mais que aproximação, de aberto e irrestrito apoio – ao governo de Evo Morales, da Bolívia. Nos dois casos estamos nos comportando como a clássica mulher de malandro: quando mais nos batem, mais nos apaixonamos. Enquanto isso tratamos mal o Uruguai e o Paraguai, nossos parceiros de primeira hora no Mercosul, ao mesmo tempo em que privilegiamos com atenção e agrados os que ofendem nosso parlamento e rompem unilateralmente contratos envolvendo empresas brasileiras. Além disso, se não está errada em si, a política aplica os escassos recursos (principalmente humanos) de nossa diplomacia com uma inócua política africana, resquício dos devaneios etílicos de um ex-presidente patrício. Embora não apóie explicitamente ditaduras daquele continente, gastamos tempo, recursos humanos e dinheiro que melhor destinação teriam se aplicados em promover e ampliar nossas relações com nossos principais parceiros comerciais, a União Européia e os Estados Unidos.

N ão é pelos resultados que se julga uma política, mas por seus objetivos.

Pelo voto distrital majoritário

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE MURILLO DE ARAGÃO, DA CONSULTORIA ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR/

ula segue livre dos efeitos diretos da crise

ARNALDO MADEIRA

A Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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rejeição por parte da maioria dos deputados ao voto em lista fechada, ao contrário do que muitos supõem, pode ter sido uma bela notícia para os cidadãos. Afinal, se o sistema de que dispomos está esgotado – e está –, o que esteve prestes a ser aprovado, dias atrás, pela Câmara dos Deputados, era pior ainda. A questão central é: temos que aproximar representantes e representados. O melhor caminho é adotar o voto distrital majoritário para eleições de deputados e vereadores. O sistema é de fácil compreensão. Cada distrito eleitoral elege um – apenas um – parlamentar. O eleitor poderá acompanhar o que faz seu representante nas diferentes casas legislativas. Se ele agiu bem, terá de novo o voto da maioria; se ele agiu mal, voltará para casa. Hoje, o que acontece? O eleitor tem dificuldade enorme para escolher quem deverá representá-lo no parlamento, em seus diferentes níveis. E isso decorre do fato de que temos excesso de partidos e de candidatos. O cidadão vota num candidato e acaba por contribuir para eleger, aquele que ele não queria de jeito maneira ver eleito. Não por acaso, no dia seguinte às eleições, parte expressiva de quem vota nem sabe em quem votou. O que é pior: se boa parte dos eleitores não sabe em quem votou – e, portanto, em quem o representa –, os eleitos ignoram a quem devam dar satisfações. Não há sistema

eleitoral perfeito. O ideal é que cada cidadão represente um voto. Dá para fazer isso, agora? Não. Que se faça, então, o que necessita ser feito: criar mecanismos que aproximem eleitores de seus representantes. O sistema eleitoral mais adequado é aquele que: (1) é de fácil compreensão pelos eleitores; (2) reduz o custo das campanhas; (3) serve para o fortalecimento dos partidos; (4) dá aos cidadãos condições de acompanhar o desempenho político-parlamentar de seus representantes; (5) facilita a governabilidade; (6) permite uma relação efetiva entre os representantes e seus representados.

P

or isso defendo o voto distrital majoritário nas eleições para parlamentares. Ele daria um verdadeiro choque em nossa prática política. Não ignoro, claro, que a maioria dos parlamentares tem preferência pelo voto distrital misto – um sistema que, por híbrido, elege uma parte dos deputados e vereadores pelo distrito e outra pelo voto em lista partidária. A sua desvantagem mais evidente em relação ao voto distrital majoritário é que ele não é de tão fácil compreensão. Ainda assim, seria um choque. Embora de menor voltagem. ARNALDO MADEIRA (SP) É VICE-LÍDER DO PSDB NA CÂMARA FEDERAL

O mais fácil: cada distrito eleitoral elege um – apenas um – parlamentar.

ANTÔNIO ERMÍRIO

ecebi o livro de Antônio Ermírio de Moraes com esse título fascinante: Somos todos responsáveis. Vivemos numa nação doente, politicamente, economicamente, culturalmente, e outras enfermidades que seria longo arrolar. Fiquemos com Antônio Ermírio. Fui grande amigo de seu irmão, já falecido, José Ermírio de Moraes Filho, o mais velho do clã. Antônio Ermírio é o pensador da família, depois do pai, que tanto escreveu e falou a respeito dos problemas nacionais. Seu livro é uma reunião de artigos publicados aos domingos na Folha de S. Paulo, onde ele tem um número elevado de leitores de seu estilo claro, sem literatura e pronto para ser assimilado. No exemplar que tenho em mãos, pergunta ele: "De que tipo de juventude o Brasil precisa? De que tipo de país a juventude precisa?". Entre um e outro texto, Antônio Ermírio faz um balanço do porquê somos todos responsáveis. Ele coloca várias questões no seu substancioso livro, que parte de várias questões e finaliza com essa devastadora meta: a educação. Esse é um assunto que tenho debatido vezes sem conta e não alcanço governo que saiba prestar atenção às proposições, como ao que diz Antônio Ermírio e tantos outros.

R

ntônio Ermírio, para ficarmos só nele, é um mestre leigo, sabe lançar idéias no seu meio e no País através das entrevistas que concede e através dos artigos que escreve. O mestre leigo aproveita os veículos de que dispõe e lança essas palavras lapidares, dignas de um frontispício, como os americanos gostam de usar; este, por exemplo: "Uma nação só cresce mediante a conjugação de esforços de seu povo. Condutas e comportamentos são fundamentais e indicam o cumprimento de responsabilidades sociais. Isso vale para o planejamento da família, o uso dos recursos naturais e, sobretudo, a prática da boa educação. " É de homens como Antônio Ermírio que necessitamos. Felizmente, contamos com ele; e já nos basta.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G É de homens como Antônio Ermírio que necessitamos. Felizmente contamos com ele, e já nos basta.


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

RESENHA

NACIONAL

PLANO DE VÔO CEGO JOÃO DE SCANTIMBURGO

A

CPI do Apagão Aéreo está destinada ao fracasso. Lulla sabe que as obras aeroportuárias foram superfaturadas. O Tribunal de Contas da União já apontou inúmeras irregularidades, entre elas o superfaturamento das obras. Temos notícias contraditórias sobre os equipamentos de controle de vôo. A desinformação vai desde a confiabilidade de leitura nos terminais até o número correto de aeronaves submetidas a cada um dos controladores. Pegar este pacote de bobagens geradas para e pelo governo, em suas diversas instâncias, e transferir o problema para as companhias aéreas, é parte da lógica do Império.

G Mudar a malha

ancelar horários de vôo, reduzindo-os em horários de pico, é desconhecer a lógica do consumidor. O pico resulta do interesse dos passageiros em viajar em determinados horários. Mudar a malha é uma solução simplista, mas que causa inúmeros transtornos às companhias aéreas. O governo já está fazendo bobagens há muito tempo. Desapertar para cima da iniciativa privada não é razoável.

Céllus

A

Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e representantes da Aeronáutica querem que as empresas aéreas alterem o horário de seus vôos, nos principais aeroportos do País, para evitar a crise aérea. Não custa lembrar que tudo começou no ano passado, com o fatídico choque nos céus da Amazônia entre um avião da Gol e um Legacy de bandeira norte-americana, no qual morreram 154 pessoas. O governo deu, então, um verdadeiro show de incompetência. Diante de evidências que apontavam parte das responsabilidades para os controladores de vôo, a categoria, contra o

BENEDICTO FERRI DE BARROS

D

á para entender que absorvido pela magnitude dos problemas que envolvem a gerência urbanística da metrópole paulistana, na proficiente execução de seu programa de Cidade Limpa, haja escapado, por exceção, o que pode parecer um pequeno detalhe , mas é, sob todos os aspectos, uma falha que pode macular toda essa inteligente e bela iniciativa. A saber, o que este jornal denominou na sua primeira página de terça-feira de Cidade Limpa e traiçoeira: multou ícones do nosso Japão. A aplicação ao bairro da Liberdade e adjacências dos dispositivos do Programa Cidade Limpa conflita, em primeiro lugar, com a própria política urbanística da Prefeitura, que tem como segunda etapa de sua administração, uma Cidade Linda. Pois ameaça descaracterizar completamente o enclave genuinamente nipônico, que é um dos muito surpreendentes, pitorescos e lindos recantos desta cidade. Mais do que isso, um verdadeiro patrimônio histórico que preserva o testemunho de uma saga de cooperação e amizade do singular espírito de acolhimento e cordialidade não só dos paulistanos e paulistas, mas de todo o mosaico de gente e de culturas que construiu e constrói nossa cidade. Tudo isso precisamente na antevéspera do ano que vem, quando a cidade, por todo seu povo e instituições, inclusive nossa Prefeitura, comemorará com numerosas festividades, o centenário da chegada da primeira leva de imigrantes japoneses, em 1908 no Kasato-Maru assume o travo de uma rejeição que colide com o espírito da administração Kassab. Não há dúvida de que os próprios urbanistas que integram sua equipe sabem melhor do que nós o significado e valor urbanístico dessa ilha nipônica na paisagem paulistana. Os próprios japoneses e nipo-brasileiros que construíram,

COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ, NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

O governo deu um show de incompetência aérea

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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trabalham e vivem na região, e herdaram o espírito de respeito e obediência de seus ancestrais, são agora os primeiros a se antecipar à ação das autoridades. A muitos isso não os poupou de - como disse este jornal na matéria a que estamos nos referindo – de serem multados por ostentarem “os ícones do nosso Japão.” A única explicação que se pode dar para o desastre dessa descaracterização é a inadvertência da legislação genérica, que ignorou a peculiaridade e valor urbanístico da região e a exação com que a lei vem sendo aplicada. Em último, mas não em menos importante lugar, é de se considerar as repercussões eleitorais negativas que decorrerão dos infelizes acidentes que vêm acontecendo. Não só e apenas porque a oposição virá a explorá-los como erro urbanístico. Mas também econômico, dados os gastos que as mudanças vêm provocando e os prejuízos que se perpetuarão pela redução do comércio regional desfalcado do encanto de sua exoticidade .

A

ssim, o prejuízo não será apenas urbanístico, mas também econômico para a cidade e os cofres da Prefeitura. E o final destes, finalmente, será o desgaste que a administração municipal já vem sofrendo pela publicidade negativa veiculada pela imprensa, que só tende a aumentar com o crescendo das conseqüências desses fatos e de sua repercussão. Tudo o que o prefeito Kassab tem plena capacidade para corrigir e inverter, com a flexibilidade já comprovada de seu espírito e o prestígio político de que dispõe. Sábado próximo se realiza na Liberdade o Tanabata Matsuri ("Festival das Estrelas"), que reunirá na região mais de 130 mil visitantes. Uma oportunidade vinda dos céus para Kassab se manifestar.

O Cidade Limpa ameaça descaracterizar completamente a Liberdade

Milton Mansilha/LUZ

bom senso e a disciplina, resolveu fazer a tal da operação padrão. Desnecessário dizer o prejuízo para a população que usa transporte aéreo e para atividades correlatas ao turismo. O comandante da Aeronáutica, Juriti Saito, resolveu punir os controladores militares por insubordinação. Lulla não só desautorizou o brigadeiro, como delegou a negociação ao ministro Paulo Bernardo. Não vi publicadas as promessas de Bernardo, mas, pelo que se sabe, prometia não punir controladores. No bojo do motim dos sargentoscontroladores estava embutida reivindicação salarial. As soluções de Lulla são sempre sindicalistas. Ante a ameaça de demissão coletiva do Estado Maior da Aeronáutica, Lulla recua e chama os controladores de amotinados.

comemoração da Revolução Constitucionalista de 32 será comemorada na próxima segunda, dia 9 de Julho. Chegou o dia de se comemorar a revolta, - como gostava de fazer o professor Miguel Reale, com o seu verbo eloqüente a verdadeira qualificação do movimento cívico que levou um povo a se levantar contra o esbulhamento feito pelo líder de uma revolução e seus apaniguados. Pondo de lado os seus instrumentos de trabalho, levantou-se o povo paulista à altura de sua responsabilidade cívica. Digo e repito, 32 não foi uma revolução como tantas que conhece a América Latina, mas o levante de um povo inteiro, do estado mais desenvolvido da nação, a fim de fazer crer aos governantes de então que eles deviam mudar de rumo ao enfrentar os ideais democráticos. Por ideais democráticos devemos entender aqui uma concepção de vida digna e um povo desenvolvido, trabalhador e conquistador da riqueza, capaz de paralisar todas as suas atividades, levando ao alto uma ação cívica que empolgou os milhões de habitantes de São Paulo. Getúlio Vargas não nomeava a comissão de Constituição porque desejava manter-se chefe do governo provisório o mais possível. Foi contra isso que São Paulo se revoltou. Como se revoltou contra a nomeação de interventores que não estavam à altura do cargo.

Atentado urbanístico A ou lapso administrativo?

C

é uma solução simplista, que causa inúmeros transtornos às companhias aéreas.

NOVE DE JULHO

A insustentável leveza dos aeroportos LUIZ AUGUSTO MÓDOLO DE PAULA

S

egundo o austríaco Friedrich A. Hayek, “a característica que mais claramente distingue um país livre de um país submetido a um governo arbitrário é a observância, no primeiro, dos grandes princípios conhecidos como o Estado de Direito. (...) Isso significa que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas – as quais tornam possível prever, com razoável grau de certeza, de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades individuais com base nesse conhecimento”. Não quero parecer exagerado. Mas vale comparar o problema do “caos aéreo” com as teorias de Hayek. Vejamos. Os problemas nos aeroportos brasileiros vêm sendo provocados por greves de controladores e policiais, problemas técnicos e panes, entre outras causas que não têm a ver com os passageiros. Mais do que nunca, está claro que o Estado de Direito sofre ameaças constantes dos principais envolvidos no episódio, sejam eles o governo federal, servidores públicos e seus sindicatos, e as empresas de aviação. Nos últimos meses, as pessoas colocam os pés nos aeroportos sem saber se vão embarcar, o que impede o planejamento. Negócios são perdidos, férias canceladas, famílias terminam separadas e muitos compromissos importantes têm de ser adiados. Isso é o que Hayek chamaria de arbítrio, pois é onde acaba a liberdade de escolha do cidadão. E o que fazem os responsáveis por toda essa situação?

O governo federal, num misto de paralisia e deboche, é capaz apenas de fazer declarações desrespeitosas. Não consegue, com o perdão do trocadilho, controlar os controladores de vôo e suas demandas sindicais. A Polícia Federal ainda contribui com as filas para obtenção de passaportes. O governo federal também falha na hora de fornecer uma estrutura aeroportuária razoável, que não seja frágil ao ponto de manter aviões no chão por causa de urubus, cachorros na pista, neblina e a falta de um ou dois controladores (exemplos do noticiário recente).

J

á as a companhias aéreas promovem overbooking e violam direitos dos consumidores, tratando seus clientes como gado, abandonando-os à própria sorte no chão dos aeroportos, sem direito à alimentação, traslado, hotel e informações. Sem a menor cerimônia, rasgam o Código dos Direitos do Consumidor. Esse desrespeito generalizado à minoria que anda de avião neste país é um ataque ao próprio Estado de Direito, sem exagero. Tolhidos no seu direito de ir e vir, os passageiros não vivem em uma democracia, já que lhes foi tirada a capacidade de planejar. Hayek diria que, “segundo as regras do jogo conhecidas, o indivíduo é livre para perseguir suas metas e desejos pessoais, tendo a certeza de que os poderes do governo não serão empregados no propósito deliberado de fazer malograr seus esforços”. Mas me parece que isso não é mais válido no Brasil. LUIZ AUGUSTO MÓDOLO DE PAULA É PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

A s pessoas colocam os pés nos aeroportos sem saber se vão embarcar

ão entenderam o levante paulista os governantes da época, daí a situação incômoda em que ficaram Getúlio Vargas e seus apaniguados, enfrentando São Paulo quando os paulistas eram autores de um movimento cívico para pôr o Brasil na direção legítima nos ideais democráticos. São Paulo perdeu a luta nos campos de batalha e deixou a lição que ninguém arrebatou ainda: que uma nação se faz com civismo e com amor à pátria. É o que tenho a dizer sobre a Revolução Constitucionalista de 32.

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Pondo de lado os seus instrumentos de trabalho, levantou-se o povo paulista à altura de sua responsabilidade cívica.


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quinta-feira, 5 de julho de 2007

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Política SEM OUTRA SAÍDA, RORIZ RENUNCIA 1

milhão de reais é o valor que Joaquim Roriz teria recebido do empresário Nenê Constantino.

Geraldo Magela / Ag. Senado

A carta de renúncia foi lida pelo senador Mão Santa; representação contra senador deve ser arquivada

O

senador Joaquim Roriz (PDMB-DF) renunciou ontem à noite ao seu mandato por meio de carta, lida em Plenário pelo senador Mão Santa (PMDB-PI). A Mesa do Senado decidiu, no começo da tarde, acatar a representação do PSol contra Roriz por quebra de decoro. Com a renúncia, a representação deverá ser arquivada pelo Conselho de Ética. Na carta, Roriz afirma que tomou essa decisão para salvar a sua honra. Devo "Esta é para comunicar a mim mais uma minha hora, entre as renúncia ao inúmeras que já mandato de vivi, em que desenador que o vo tomar uma povo de g r a n d e d e c iBrasília me são... devo coconferiu. municar à VosJoaquim Roriz sa Excelência e à Mesa do Senado a minha renúncia ao mandato de senador da República que o povo de Brasília me conferiu", escreveu Roriz. "Às vezes, da renúncia depende a honra do cidadão. Nessas denúncias todas pesou apenas o propósito de destruir uma vida pública", acrescentou a carta. O senador e ex-governador do DF pediu formalmente à Mesa que a decisão sobre a representação do PSol contra ele não fosse tomada ontem, e lhe concedesse um prazo de pelo

menos 48 horas para que pudesse provar sua inocência. Ao invés de conceder o prazo – o que seria considerado "escandaloso", segundo afirmou um senador –, a Mesa protelou a entrega formal da ata da decisão ao Conselho de Ética. À noite, o senador renunciou. Em uma gravação telefônica feita pela Polícia Civil do Distrito Federal, divulgada pela imprensa, Roriz e o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin Moura tratam da partilha de R$ 2,2 milhões, dinheiro que pertencia ao empresário Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas. A revista "Veja" desta semana publicou reportagem afirmando que o dinheiro foi destinado a subornar juízes. Alvo de um processo disciplinar, Joaquim Roriz avaliou não só as condições políticas, mas também a própria idade. Ele completa 71 anos no próximo dia 4 de agosto. Cassado, ficaria inelegível por oito anos, a contar do fim do mandato para o qual foi eleito, em 2014. Ou seja, ficaria fora do jogo até as eleições majoritárias de 2022. "Se ele enfrentar o processo e for desfavorável, acaba a carreira política dele", afirmou o d e p u t a d o Ta d e u F i l i p e l l i (PMDB-DF), político muito ligado a Roriz, antes da renúncia do senador. Privilégio – Roriz transitou ontem pelo Senado com a carta de renúncia pronta, mas obteve mais um privilégio de Leo-

Roriz pediu à Mesa do Senado um prazo de 48 horas para se defender, mas não conseguiu. Investigações desmentem a defesa do senador.

mar Quintanilha (PMDB-TO), presidente do Conselho de Ética e também alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria-Geral da República por suposta fraude em licitações. Quintanilha se comprometeu a notificar Roriz só depois da renúncia. Quando intercedeu junto à Mesa, o senador do DF chegou a pedir que os colegas aguardassem a investigação do caso pela ProcuradoriaGeral da República antes de enviar a representação ao Con-

selho de Ética. Renan chegou a consultar o advogado-geral da Casa, Alberto Cascais, para concluir: "Eu não posso dar um prazo. Seria dar um prazo ao Judiciário." Investigação – Dos R$ 2,2 milhões, Roriz diz que ficou com apenas R$ 300 mil e que teria devolvido o restante (R$ 1,9 milhão) a Constantino. Ele argumentou que tratou-se de um empréstimo pessoal, para pagar uma novilha. Porém, apuração preliminar do Ministério Público e da Po-

lícia Civil indica que Roriz teria recebido R$ 1 milhão – e não apenas R$ 300 mil, como alega o senador. O suplente de Roriz, Gim Argelo, teria ficado com R$ 500 mil, no rateio descoberto por conversas grampeadas do ex-governador do DF. O Ministério Público e a Polícia Civil se depararam com as informações dos valores supostamente repassados a Roriz, a Argello e a outras autoridades investigadas na Operação Aquarela. Policiais e promotores estão, agora,

comparando os dados preliminares com os documentos apreendidos, para tentar comprovar o rateio com papéis. As informações farão parte de novo relatório a ser enviado para o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que abriu um procedimento administrativo para investigar Roriz. "Não temos provas cabais. Temos indícios fornecidos por um levantamento da inteligência", disse uma das autoridades à frente da investigação. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 - TURISMO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

FÉRIAS

Os sabores de Visconde de Mauá

Fotos: Divulgação

Na serra do Rio de Janeiro, a cidade tem tudo para agradar os mais exigentes gourmets. Pousadas locais oferecem a dobradinha: boa acomodação com cardápio de qualidade Por Estela Cangerana

Estela Cangerana

E

ngana-se quem pensa que a região serrana de Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro, tem para oferecer apenas pousadas com uma bela vista das montanhas e ofurôs ao ar livre. A gastronomia da região está cada vez mais sofisticada e a dobradinha boa acomodação com refeição de qualidade é o segredo do sucesso de muitas pousadas. Seus restaurantes não fazem feio a nenhum bom empreendimento das grandes metrópoles, com uma culinária que mistura pratos internacionais com ingredientes regionais. A seguir, algumas dicas de dar água na boca. Café da manhã – O circuito gastronômico de Mauá começa com as mesas fartas de café da manhã, refeição que, em alguns lugares, se estende até o início da tarde. Como em qualquer hotel de boa qualidade, há uma infinidade de pães, bolos, frios, frutas, sucos. A diferença é que, por lá, você também pode encontrar delícias como pamonhas fresquinhas, iogurte caseiro e muitos dos produtos expostos à mesa vêm de hortas próprias, como na Pousada Casa Bonita. O café da manhã é levado tão a sério que a Pousada Tijupá transformou-o em um ritual que vai até as 13h30. Lá, o hóspede não escolhe o que quer em uma mesa farta. Os pratos é que vão até ele um a um, para que sejam degustados com calma. Almoço com prato premiado – Depois do farto café, fica difícil querer almoçar. Mesmo assim, opções não faltam. Quem foi ao restaurante Caminho da Roça, da Pousada Mauá Brasil, nos meses de maio e junho pôde apreciar, como cortesia, o prato premiado no último festival do pinhão da cidade, a paçoca de pinhão com lombo de porco e ameixa. O prato foi oferecido a todos os clientes

Café na Pousada Casa Bonita

do self service, que custa R$ 24 por pessoa, incluindo a sobremesa (sem as bebidas), e funciona apenas para o almoço. Para fugir das pousadas, mas garantir uma refeição farta e de qualidade reconhecida pelo Guia Quatro Rodas há dez anos (os últimos seis com duas estrelas) e eleito o melhor restaurante de comida mineira do Brasil, a opção é o Gosto com Gosto, no centrinho de Visconde de Mauá. Para a entrada, vale experimentar as lingüiças feitas na casa. A variedade é grande – tem até de filé mignon (trio de lingüiças de cordeiro, frango e porco a R$ 19,50). O tutu de feijão é o prato principal mais pedido (sai a R$ 65 para duas pessoas, o prato é bem servido e dá direito a rodízio de doces caseiros) mas, na dúvida entre o que comer, não deixe de pedir a ajuda do garçom Augusto, uma atração à parte do Gosto com Gosto, por sua simpatia e atenção com os clientes. Jantar com classe – Mas é no jantar que a gastronomia de Mauá se alia à principal vocação da região (o romantismo) para oferecer momentos inesquecíveis aos casais apaixonados que sustentam o turismo local. Taças de cristal, luz de velas, lareira e mesas com localização estratégica valorizam ainda mais a apresentação impecável dos

Na Terras Altas, vale experimentar o nhoque...

pratos. Uma das pousadas mais tradicionais da região, a Verde que Te Quero Ver-te, tem tudo preparado para criar esse clima e só oferece no cardápio pratos consagrados pelos seus clientes. Fondue ainda é líder entre pedidos por lá (combinado de queijo e oriental/carne por R$ 70), mas há boas surpresas, como o sabor agridoce do filé mignon de cordeiro grelhado com molho de melado de cana e gengibre, acompanhado de arroz selvagem (R$ 45). Vinhos – Já os apreciadores de vinho têm na Pousada Terras Altas a melhor adega da região, com garrafas que custam entre R$ 30 (chileno Santa Helena) e R$ 1.100 (francês Chateau Longueville). Seu restaurante prepara jantares harmonizados a pedido dos clientes. Entre os pratos do cardápio, vale a pena experimentar o nhoque ripieno de carne seca com crocante de lingüiça (R$ 28) e, entre as sobremesas, o destaque fica com o creme de maracujá com crocante de gergelim com pequenas frutas do bosque e coullés de framboesa (R$ 19). A Terras Altas também é o único local que faz sessões periódicas de degustação de vinhos. Elas ocorrem aos sábados, das 19h às 21h, mas são exclusivas aos hóspedes. Fora do circuito de restaurantes de pousada há o Rosmarinus Officinalis, com o mesmo clima intimista e pratos sofisticados como o soffiotti de queijo gratinado ao pomodoro e azeite de manjericão (R$ 34). Mas, se a idéia é fugir dos preços altos (tão comuns na região) e não abrir mão da culinária típica de inverno, a dica é o Maison de la Fondue. Lá fondue de queijo sai a R$ 44. E, se depois de comer tanto, ainda sobrar pique, vale conferir um dos shows de MPB ou música instrumental da Pousada Terra da Luz, às sextas e sábados. A cozinha fecha às 23h, mas o bar fica aberto até o último cliente.

... acompanhado de um vinho da completa adega

RAIO X COMO CHEGAR A região de Visconde de Mauá (que inclui Maringá e Maromba) tem limite com o Parque Nacional de Itatiaia e faz parte do Circuito das Águas da Serra da Mantiqueira, no sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O principal acesso é pelo quilômetro 311 do trecho fluminense da Rodovia Presidente Dutra (BR 116), na saída para Penedo, entre os municípios de Itatiaia e Resende. Mas prepare-se! Para chegar às vilas as estradas ainda são de terra, inclusive o trecho de subida da serra. ONDE DORMIR E COMER Pousada Casa Bonita: Estrada da Maromba, s/nº, Alto da Maromba, tel. (24) 3387-1342, www.pousadacasabonita.com.br. São 13 chalés, dois apartamentos e duas suítes, com diárias para casal a partir de R$ 250, com pensão completa. Restaurante apenas para hóspedes. Pousada Tijupá: Estrada Vale do Pavão, quilômetro 5, Visconde de Mauá, tel. (24) 3387-1145, www.tijupa.com.br. Quatro chalés e quatro apartamentos. Diárias para casal a partir de R$ 250, com café da manhã. Pousada Mauá Brasil: Estrada Mauá-Campo Alegre, km 4, tel. (24) 3387-2077, www.mauabrasil.com.br. Onze chalés, com diárias

para casal a partir de R$ 680, com café da manhã. Dois restaurantes (Caminho da Roça e Mauá Brasil) abertos para não-hóspedes. Hotel Verde que Te Quero Ver-te: Estrada Maringá, s/nº, Visconde de Mauá, tel. (24) 33871322, www.verdequetequeroverte. Quatro chalés e três apartamentos, com diárias para casal a partir de R$ 350, com café da manhã. Restaurante aberto ao público. Pousada Terras Altas: Estrada Mauá-Campo Alegre, km 5, tel. (24) 3387-2132, www.pousadaterrasaltas.com.br. Possui sete chalés e três suítes. Diárias para casal a partir de R$ 340, com café da manhã. Restaurante aberto a nãohóspedes. Pousada Terra da Luz: Estrada Mauá-Maringá, km 6,5, tel. (24) 3387-1306, www.pousadaterra daluz.com.br. Seis chalés, com diárias para casal a partir de R$ 300, com café da manhã. Restaurante aberto ao público. Restaurante Gosto com Gosto: Rua Wenceslau Brás, 148, Vila Visconde de Mauá, tel. (24) 3387-1382. Rosmarinus Officinalis: Estrada Mauá-Maromba, km 4, tel. (24) 3387-1550. Maison de la Fondue: Estrada Maringá, km 6, tel. (24) 3387-1485. Le Petit: Estrada Maringá, km 6, tel. (24) 3387-1554.

A Verde Que Te Quero Ver-te (acima) é uma ótima opção para quem prefere um jantar romântico. Fora de pousadas, o premiado restaurante Gosto com Gosto (fotos abaixo), no centro da cidade, faz a alegria dos bons de garfo. Imperdível no cardápio é o tutu de feijão – prato para duas pessoas que é um dos mais pedidos da casa. Com clima mais intimista, o Rosmarinus Officialis (ao lado) oferece receitas mais sofisticadas

Mastercard facilita pagamento de passagens aéreas

A

Mastercard anunciou mais uma solução para facilitar a compra de passagens aéreas com cartões de crédito. O foco são as empresas-clientes, os bancos e as agências de viagens corporativas. Há alguns anos, a Mastercard já trabalha com o cartão de passagens aéreas, um cartão virtual (só contém o número, não há plástico) que fica em posse da agência para as compras de bilhetes aéreos de suas clientes corporativas. Trata-se do Corporate Travel Airline Account (CTAA), que faz parte do Mastercard Business Travel Solution. Essa opção, no entanto, acabava não sendo tão atrativa aos bancos, responsáveis pela emissão do cartão e da fatura para as empresas. Isso acontecia por caber ao banco fazer toda a conciliação das informações fornecidas pela Redercard (adquirente da Mastercard no Brasil) e pelas agências de viagens. Dessa maneira, os bancos não se engajavam muito em comercializar este produto, que apesar de ser um facilitador para agências de viagens e empresas, acabava gerando algumas dores de cabeça. Para facilitar o trabalho dos bancos e tornar a ferramenta um produto interessante para ser oferecido aos clientes, a Mastercard passa a ser a responsável por essa consolidação das informações. A empresa desenvolveu um sistema que reúne as informações tradicionais de uma compra via cartão de crédito – como número do cartão, valor, data da compra, entre outros com os dados relativos à viagem, como data e número do vôo, trecho voado, valor da tarifa e descontos. Dessa maneira, o banco tem tudo pronto para entregar às empresas. Para as agências de viagens, nada muda no procedimento. Porém, não haverá mais a preocupação de transmitir essas informações para as empresas, que terão tudo consolidado na própria fatura de seu cartão. "A solução surgiu de uma demanda por parte dos bancos, que muitas vezes não se interes-

savam em vender o cartão virtual de passagens aéreas para as empresas, pois tinham dificuldades na hora de detalhar as informações e repassá-las aos clientes", explicou a vice-presidente de Vendas de Produtos Corporativos da Mastercard, Regina Rocha. "Ao conciliar as informações, a Mastercard libera o banco emissor e as agências para focar seus esforços em seus negócios" completou a vice-presidente. Investimentos – Atualmente, cinco bancos usufruem da facilidade (Bradesco, Ibi, Itaú, Panamericano e Santander). "Queremos captar mais e treinar as forças de vendas destes bancos para oferecer o produto às empresas. Também esperamos que isso aumente o número de agências homologadas para trabalharem com o cartão virtual. Atualmente, são 20 agências e acreditamos ser possível chegar a 50 até o fim do ano", afirmou a executiva. Segundo Regina, além de a Mastercard ser a integradora de todo o processo do CTAA, ainda faz todo o relacionamento com as agências de viagens, inclusive oferecendo um programa de incentivo para que elas façam parte do sistema. Os investimentos baseiam-se no potencial de fluxo de valores que o mercado corporativo de viagens tem. A empresa utilizou-se dos últimos dados da ABGev (Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas) para pontuar este potencial. "As compras de passagens aéreas no Brasil giram em torno de R$ 15 bilhões por ano. Se somarmos aos outros gastos, como hotéis e locação de carros, este número chega a R$ 25 bilhões", apontou a vice-presidente. Diante desses resultados, Regina já antecipa que as facilidades para as compras no aéreo, brevemente, podem ser estendidas para o resto da viagem. "Estamos com novos planos para este segmento que devem ser lançados ainda neste ano", afirmou. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Da apresentação da pré-candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, em seu site na internet voltado para a comunidade hispânica.

AFP - 16/05/07

www.mygrito.com

Logo Logo

5

www.dcomercio.com.br/logo/

AFP - 04/07/06

Mulher, 59 anos, senadora, casada, signo: escorpião.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

JULHO

2 - LOGO

Em 1996, nascia a ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado. Dolly morreu em 2003.

E UROPA M EIO AMBIENTE

Afogando em vinhos

Energia limpa, comida cara

F UTEBOL Alexandro Auler/JC Imagem/AE

BIQUÍNI

Especialistas querem reduzir produção das vinícolas mais tradicionais do mundo

A

União Européia propôs ontem um corte na produção de vinhos, o que promete causar um debate emotivo no continente. Perdendo mercado para os vinhos do Chile, da Argentina, dos EUA e da Austrália, Bruxelas quer rever os subsídios dados aos produtores e que, nos últimos anos, gerou uma produção superior do consumo, criando lagos de vinho. Com mais de 1,3 bilhão de euros em subsídios por ano, a produção européia chega a níveis tão elevados que parte do vinho é usado como combustível em fábricas ou como desinfetantes para não ser jogada fora. A proposta foi apresentada em Bruxelas e prevê a redução da quantidade de vinho no continente em 6%. Pelo projeto, 200

mil hectares na Europa deixariam de produzir uvas e seriam compensados em 460 milhões de euros até 2009. Hoje, o continente destina 3,6 milhões de hectares aos vinhedos. Atualmente, a Europa consome mais da metade do vinho produzido no mundo. Mas as exportações estão estagnadas em 4 bilhões de euros por ano. Além disso, a concorrência vem afetando as vendas dos produtores locais. Paralelamente a isso, o consumo de vinho na Europa vem caindo. Nos últimos 50 anos, os franceses cortaram pela metade o consumo per capta do produto. Até 2015, uma queda de 9,3% ainda está sendo esperada no mercado francês. O resultado é a perda da posição de liderança no mercado. De um total de vendas de US$ 91

bilhões por ano no mundo, os americanos são responsáveis por US$ 20 bilhões, contra US$ 9 bilhões na França. Os produtores europeus se recusam a aceitar a reforma. Portugal, França, Espanha e Itália já alertaram que vão lutar contra a proposta. Para os produtores, o projeto transforma a produção em uma "mera indústria" e coloca em questão "as tradições européias". "A proposta é perigosa", afirmam as organizações de produtores nos quatro países. Para tentar acalmar os produtores, a comissária de Agricultura da União Européia, Mariann Fischer Boel, garantiu que o volume dos subsídios não será reduzido. Mas será usado de outra forma: a promoção dos vinhos no exterior.

Reprodução

causados, em boa parte, por fatores de natureza temporária, como carências na oferta provocadas por secas e estoques baixos", afirma o estudo Perspectiva Agrícola 2007-2016, apresentado ontem em Paris. O levantamento observa que os preços mais elevados das commodities agrícolas representam uma preocupação para os países importadores como também para as camadas pobres das populações urbanas.

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Um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) prevê que os preços dos produtos agrícolas vão continuar subindo nos próximos dez anos, beneficiando as exportações dos grandes produtores dessas commodities, como o Brasil. "Os atuais preços altos no mercado mundial para muitas commodities agrícolas são

M ODA

Em 5 de julho de 1946, há exatos 61 anos, o estilista francês Louis Réard lançou o traje de banho que foi batizado com o nome do pequeno atol de Bikini, no Pacífico. As duas peças escandalizaram o mundo antes de se tornarem ícone da modernidade.

Masao Goto Filho/eSIM

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O escritor Ariano Suassuna chega ao estádio de Ilha do Retiro, em Recife, para acompanhar o jogo entre o Sport, seu time do coração, e o Corinthians, válido pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. O Sport venceu o Corinthians por 2 a 1.

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Reuters

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E M

O rótulo do chianti Casanuova di Nittardi foi desenhado por Yoko Ono, viúva de John Lennon. Yoko é a 25ª artista contratada pelo alemão Petter Femfert, proprietário da italiana Nittardi, para desenhar um rótulo para uma das edições limitadas produzidas por sua vinícola.

AE - 16/06/07

A RTE

C A R T A Z

LES TAMBOURS - Este é o título do espetáculo de rua que os sete integrantes da Compagnie Transe Express apresentaram ontem no Centro de São Paulo. Combinando ritmos africanos, mediterrâneos e bretões, a performance se repete hoje. Amanhã, eles se apresentarão pendurados num guindaste, a 40 metros de altura, no show Mobile Homme. E UA

DANÇA

Lucas Jackson/Reuters

Pecado da gula Toru Hanai/Reuters

Divulgação

No verão 2008, o biquíni deve dividir as areias das praias brasileiras é o modelo "engana mamãe". A tendência, que foi um dos destaques da coleção primaveraverão da semana de moda de São Paulo, é uma mistura de biquíni nas costas com maiô na frente que, na foto acima, aparece na versão da grife Movimento.

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Balé da Cidade de São Paulo exibe duas coreografias inéditas no palco do Theatro Municipal: Dicotomia, de Luiz Fernando Bongiovanni, e Khaos, de Maurício Oliveira. Praça Ramos de Azevedo, s/nº, bilheteria: 3222-8698, às 21h. Ingresso: R$ 10 e R$ 15.

Para driblar a fome no inverno

O iStraw é um filtro para água no formato de uma caneta hidrocor). Segundo o fabricante, o iStraw é potente o bastante para filtrar 99,99% das bactérias que podem viver na água, incluindo Giardia e Cryptosporidium. O filtro interno é capaz de filtrar 500 litros d'água antes de ser trocado. Um um acessório indispensável para este século tão poluído. Por 19,99 libras.

Comer mais no inverno é normal, já que o corpo trabalha à uma temperatura alta e, no inverno, gasta mais energia para manter a temperatura ideal, que gira em torno dos 37 graus. A necessidade de comer mais, entretanto, em geral vem associada a uma quantidade extra de pratos mais calóricos e pesados, como massas, fondues, caldos e cremes. Para quem quer driblar a fome e os quilos a mais nessa época do ano, o site, de título sugestivo, Intestino Preguiçoso, traz traz várias dicas.

www.istraw.co.uk

www.intestinopreguicoso.com.br

norte-americano Joey Chestnut [na foto, à direita] consagrou-se o novo campeão do mundo no campeonato de devoradores de hot-dogs ontem, ao bater o japonês Takeru Kobayashi [à esquerda], que havia vencido os seis últimos campeonatos. A estranha competição, que acontece anualmente nos

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A TÉ LOGO

EUA, foi realizada em Coney Island e mereceu tanto destaque no país que até a rede de televisão CNN noticiou o evento ao vivo para mostrar o andamento do evento. Chestnut bateu Kobayashi ao ingerir 66 cachorros-quentes em 12 minutos, o que representa uma média de um hot dog a cada 10,9 segundos. No ano

passado, Kobayashi havia batido o recorde mundial ao comer 53 cachorros-quentes em 12 minutos, mas neste ano acabou superado pelo guloso americano. "Se eu precisasse comer outro hot dog agora, eu poderia", disse o californiano de 23 anos depois de receber o cinturão cor de mostarda da vitória.

L OTERIAS Concurso 737 da LOTOMANIA 02

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Jovens brasileiros são os que mais usam preservativos, diz pesquisa norte-americana Imagem de Nossa Senhora aparece em caule de árvore que vira ponto de peregrinação

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Filtro de água pequeno e eficiente

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F AVORITOS

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G @DGET DU JOUR

Para o joalheiro japonês Ginza Tanaka, a ousadia nos trajes de banho não é uma questão de colocar o corpo à mostra, mas de ostentar brilho e glamour. Por isso, ele lançou o maiô de fios de ouro puro. A peça, lançada em Tóquio ontem e à espera de compradoras, custa 10 milhões de iênes, o equivalente a quase US$ 82 mil.

Petrobras não participa de acordo entre 150 multinacionais para reduzir emissão de CO2

Concurso 881 da MEGA-SENA 04

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

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O DISCURSO E O

CINISMO

CLAUDIO WEBER ABRAMO

CHICANERIAS E CARADURISMO companho, à distância - de Budapeste, Hungria - a farsa a que continuam a se entregar os senadores da República no episódio Renan Calheiros. Continuam numa relutância descabida em pressionar o presidente da Casa a afastar-se da função enquanto o assunto não se esclarecer, como aconteceria em qualquer lugar minimamente civilizado. Por outro lado, no fundo, explica-se. O Senado é uma Casa legislativa que abriga nada menos de 30 políticos que são acusados por crimes graves na Justiça ou foram multados por Tribunais de Contas devido a irregularidades diversas. Ou seja, 37% dos 81 integrantes. A lista completa deles, como as respectivas ocorrências, pode ser encontrada no projeto E xc e lê nc i as , da Transparência Brasil, em h t t p : / / w w w . e x c e l e ncias.org.br/casa.php?pr=1. Não se trata de bobagens. São crimes que variam de formação de quadrilha a peculato, compra de votos, uso da máquina pública para campanha eleitoral, corrupção ativa e passiva, recepção irregular de recursos milionários em contratações públicas, crimes contra a ordem tributária, prática de trabalho escravo, desvio de verbas, crimes contra o sistema financeiro, irregularidades diversas em licitações públicas, gestão fraudulenta de instituição financeira e por aí vai. Observe-se, aliás, que nesse particular o Senado é ainda pior do que a Câmara dos Deputados, na qual os acusados por crimes ou multados por Tribunais de Contas por irregularidades somam 164 entre 513 (o que dá 32%). A conclusão que esses números autorizam é que as Casas legislativas brasileiras estão gravemente contaminadas pela presença de pessoas que não deveriam estar lá.

Jim Watson/AFP

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

A liberdade de expressão envolve o direito de não haver discurso secreto. Por Robert Samuelson Quatro de Julho é um momento apropriado para refletir sobre uma das grandes histórias mal contadas de nosso tempo: o avanço da expressão regulamentada. Veja a Primeira Emenda: O Congresso não legislará ...cerceando a liberdade de expressão, ou de imprensa, ou o direito do povo de se reunir pacificamente, e de dirigir ao governo petições para a reparação de seus agravos. Mas não pense que ela ainda é aplicada. Grandes partes do discurso político agora são governados por leis, agências reguladoras, decisões dos tribunais e interpretações jurídicas. A expressão não está mais livre. Isso não significa que não temos um debate vigoroso ou que a maioria dos pontos de vista não esteja representada. Mas em relação às eleições, o que pode ser dito, por alguns e sob algumas circunstâncias, é uma rede emaranhada de qualificações legais – todas justificadas como “reforma” do financiamento de campanha. Como prova, considere a recente decisão da Suprema Corteno caso Comissão Eleitoral Federal versus Wisconsin Right to Life . Não tente entender, você não vai conseguir. O ponto é: o que é um discurso admissível ou não é admissível agora está confuso. Um simples discurso político proliferou-se em muitas subcategorias -- “discurso da questão”, “comunicações eleitorais”, “advocacia expressa” e “advocacia não-expressa”, entre outros. Padrões jurídicos diferentes sendo aplicados.

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um absurdo tratar o “discurso da questão” (genericamente, tentar influenciar questões de governo) como sendo diferente do “discurso da eleição” (genericamente, tentar influenciar uma decisão da campanha).. Nas democracias, as pessoas e os grupos mostram seus pontos de vista sobre as questões tentando eleger líderes que concordem com elas. Mas a lei de financiamento eleitoral insiste nessa divisão porque sem ela controlar as contribuições de campanha seria impossível na prática. Em 2004, o Wisconsin Right to Life começou a exibir anúncios conclamando os dois senadores do Estado a ficarem contra uma manobra legislativa envolvendo nomeações de juízes federais feitas pelo presidente Bush. Mas o Ato Bipartidário sobre a Reforma da Campanha Eleitoral de 2002, conhecido como McCain-Feingold, por causa de seus principais defensores, proíbe alguns anúncios de questão 30 dias antes de uma primária e 60 dias antes de uma eleição geral. Como um dos senadores, Russell Feingold, estava concorrendo numa primária, o anúncio teve de ser interrompido no meio de agosto. Essas são as distorções da expressão regulamentada. Elas vão aumentar. O Wisconsin Right to Life entrou na Justiça, alegando que seus direitos da Primeira Emenda tinham sido prejudicados, ainda que a Corte já tivesse aprovado a constitucionalidade do caso.

É

em, numa decisão por 5-4, a Suprema Corte não derrubou a constitucionaliexige dinheiro. dade da lei, mas concordou que os paTente purgar drões para anúncios de questão pré-eleição pera política mitidos devem ser ampliados. O problema é do dinheiro que o novo padrão, estabelecido pelo presie a política fica dente da Suprema Corte, John Roberts, pamutilada. rece confuso até para alguns de seus colegas na Justiça. Confusões e litígios vão continuar. Surgem dúvidas: por que o aumento G A reforma do financiamento dos discursos regulamentados foi tão pouco divulgado e debatido? Ele trouxe algum bede campanhas nefício público? não curou A resposta para a primeira é simples: no o cinismo geral, a imprensa considera a “reforma” público sobre do financiamento de campanhas como o dinheiro uma cruzada digna. Dinheiro na política é na política. ruim; muito dinheiro, como quer que seja E não pode definido, é pior. É corrupto – ou pode ser. curar porque Reprima-o. Ela fecha os olhos ou ameniza cotidianamente as restrições subseqüentes para a expresos americanos são política. A imprensa protege com muito zelo sua própria liberdade de expressão. se sentem Porém é mais despreocupada com o direicínicos sobre to dos outros. a política. E para a segunda pergunta, a resposta é: pouco, se é que há algum. A "reforma” do fiG O valor da nanciamento de campanhas não curou o ciliberdade de expressão não nismo público sobre o dinheiro na política – a principal justificativa legal para as restrié apenas uma ções à Primeira Emenda. E não pode curar diversidade porque cotidianamente os americanos se de visões, sentem cínicos sobre a política. Mas o objemas é também tivo básico aqui para seu cinismo é fraco. G A política

a possibilidade das pessoas contestarem. Os únicos controles desejáveis são os financiamentos abertos. Vamos deixar o povo ver quem está financiando quem.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

B

pesar de ser comum pensar que os políticos vendem seus votos para os grandes financiadores, a conclusão esmagadora de uma pesquisa acadêmica é que nas listas de votação os membros do Congresso seguem suas visões filosóficas e interesses de seus eleitores, afirma Michael Malbin, diretor do grupo apartidário Institute Finance Campaign. Os financiadores, diz, podem ter mais influência nas comissões parlamentares, onde as leis são esboçadas. Porém, os Estados Unidos são tão ricos que praticamente qualquer causa ou interesse (negócios, emprego, meio ambiente, pobreza) pode provocar um competitivo recolhimento de fundos. A política exige dinheiro. Tente purgar a política do dinheiro e a política está mutilada. O valor da liberdade de expressão não é apenas uma diversidade de visões, mas é também a possibilidade das pessoas contestarem essas visões. Os únicos controles desejáveis são os financiamentos abertos. Vamos deixar o povo ver quem está financiando quem. A liberdade de expressão envolve o direito de não haver discurso secreto. Por outro lado, reconhece que a “reforma” do financiamento de campanhas é um perigo à Primeira Emenda.

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(C) 2007, THE WASHINGTON POST WRITERS GROUP TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

resultado disso, associado à inacreditável ineficiência do Judiciário pátrio, é que a vida política é invadida por elevados contingentes – como mostram os números mencionados anteriormente – de pessoas desclassificadas, indivíduos cujo lugar não é uma Casa legislativa. Esse estado de coisas só faz afastar a sociedade cada vez mais da vida política. Os partidos políticos e as instituições parlamentares brasileiras estão entre aquelas que contam com o menor apreço e o pior grau de confiança entre outras instituições. Cada vez mais o brasileiro considera que não vale a pena monitorar os políticos e cobrar deles que se comportem.

fato de estarem lá se deve a duas circunstâncias. A primeira é a lei eleitoral, que não veda eligibilidade a indivíduos já condenados em segunda instância. A segunda é a permissividade dos partidos políticos, que abrigam qualquer pessoa sob suas legendas. Não existe nenhuma razão legal que obrigue um partido político a aceitar como integrante uma pessoa qualquer, e muito menos oferecer-lhe legenda. É como a casa da Geni: qualquer um entra.

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c a s o R e n a n C alheiros é paradigmático nesse sentido. É impossível encontrar alguém que se refira ao comportamento geral do Senado sem praticamente vomitar. Não obstante, os senadores olimpicamente ignoram a voz das ruas. Muitos deles não têm o menor pejo em manifestar o cinismo mais descarado – igualzinho ao que acontecia durante o caso do mensalão. Desprezo pela opinião pública, cinismo, descaramento, caradurismo, vão alheando cada vez mais a população em geral e o eleitor em particular. É até possível que alguns políticos façam isso de propósito, para testar até onde conseguem chegar. Vão dando voltas no parafuso. O parafuso do Senado está espanando. Não é bem claro por que o Senado deve sequer existir. Não há nada que o Senado faça que a Câmara não possa fazer. A razão formal para a sua existência é garantir, em determinado tipo de matéria, que os estados sejam igualmente representados. Esse argumento, porém, não é grande coisa.

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eria interessante que alguém levantasse as matérias que foram votadas no Senado e nas quais essa pretensa representatividade "federativa" tenha sido relevante. Do jeito que o Senador anda, é melhor que desapareça.

S

CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR-EXECUTIVO DA TRANSPARÊNCIA BRASIL

G Crimes no

Senado: desvio de verbas, uso da máquina na campanha eleitoral, corrupção ativa e passiva, desvio de verba, irregularidades em licitações, gestão fraudulenta de instituição financeira... E por aí vai.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


quinta-feira, 5 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Gover no Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007 Roosewelt Pinheiro/ABr

Vocês têm o direito de dar a interpretação aos fatos, eu o dever de desmentir Walfrido dos Mares Guia

MINISTRO DESMENTE INTERFERÊNCIA DE RENAN

Dida Sampaio/AE

Eymar Mascaro

Time em campo

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a so Marta Suplicy decida mesmo não disputar a prefeitura de São Paulo, o PT tem outros quatro précandidatos interessados na disputa de uma prévia para definir o nome que concorrerá na capital paulista. O partido ainda joga tudo na candidatura da ministra, mas se sua decisão for mesmo definitiva, a legenda passará a trabalhar suas alternativas. Entre os postulantes estão os deputados federais Arlindo Chinaglia e José Eduardo Martins Cardozo; o ministro da Educação Fernando Haddad e o senador Aloizio Mercadante. Tudo indica que a ex-prefeita só disputará um cargo executivo em 2010. Ela pretende continuar na pasta do Turismo.

PREFERÊNCIA

Senador Renan Calheiros conheceu o grupo que relatará seu caso junto ao Conselho de Ética. "São três bons nomes", avaliou o parlamentar.

DEFINIDOS OS RELATORES DO CASO RENAN Após reunião de líderes, foram escolhidos Almeida Lima, Renato Casagrande e Marisa Serrano

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ideranças do Senado definiram na tarde de ontem a comissão que relatará o processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). O triunvirato será composto pelos senadores Almeida Lima (PMDB-SE), Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS). Na manhã de hoje, a comissão de relatores e o presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintailha (PMDBTO), farão um novo plano de trabalho e seguirão até a Polícia Federal (PF) para pedir um prazo final para a conclusão da perícia que o órgão realiza sobre os documentos de Renan. Um dos objetivos da nova

comissão será ouvir Calheiros em sessão do Conselho de Ética, desde que o parlamentar aceite falar ao colegiado. "Agora é a investigação e cada um vota de acordo com sua consciência", disse o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), principal aliado de Renan. A demora em chegar a um consenso sobre os nomes, segundo fontes do Congresso, ocorreu porque a oposição não aceitava o nome de Almeida Lima, que tem sido, ao lado de Jucá, um dos principais defensores de Renan Calheiros. O PMDB, no entanto, ofereceu, além do próprio Lima, apenas o nome do senador Gilvan Borges (PMDB-AP). Sem saída, a oposição aca-

bou aceitando e o acordo foi fechado após uma reunião dos líderes partidários no gabinete do senador Aloizio Mercadante (PT-SP). "Cada partido é responsável por seu relator", disse o líder do PSDB, Arthur Virgilio (AM), que vinha resistindo muito a Almeida Lima. Na reunião, ficou decidido também que o conselho abrirá um prazo de cinco sessões para Renan se defender após a conclusão da perícia da PF. Opinião e Mídia– Ao ser indagado por repórteres sobre a escolha dos nomes para relatoria do seu caso, o presidente da Casa foi sintético em sua resposta. "São três bons nomes" , respondeu o parlamentar. Calheiros também voltou a

Deputados travam pauta até a mudança de presidente Beto Barata/AE

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lém de manifestações de protesto e anúncio de obstrução da sessão do Congresso, a possibilidade de o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), presidir os trabalhos do Legislativo na votação da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) preocupa os deputados integrantes da Mesa Diretora da Câmara. Na reunião do grupo realizada ontem os parlamentares que também ocupam um lugar à Mesa do Congresso ficaram incumbidos de marcar com os colegas do Senado a data da sessão para votar a LDO. "Estamos muito preocupados para que haja votação no prazo previsto", afirmou o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Para que o Congresso (Câmara e Senado) inicie o recesso de julho, no próximo dia 18, o projeto da LDO terá que ser aprovado até o dia 17. O primeiro vice-presidente da Casa e da Mesa do Congresso, deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), informou que tem sido procurado por deputados apreensivos com a situação e com o temor de que a crise envolvendo Renan Calheiros atrapalhe o andamento da lei orçamentária. "Existe uma cobrança, um sentimento na Câmara de que a crise no

acusar a imprensa de atacá-lo sem motivos concretos. Para o senador, "setores da mídia" querem derrubá-lo da presidência do Senado depois de falharem na tentativa de depor o presidente da República. "Que é que há contra mim? Qual é a acusação que me fazem? Que eu tive um filho fora do casamento? Eu já me penitenciei, pedi perdão. Fui perdoado por quem devia. Do que me acusam mais?", questionou o político aos repórteres. Ao afirmar que não há prova alguma contra ele, Calheiros voltou a atacar os veículos de comunicação, alegando que é alvo de uma campanha para retirá-lo do seu cargo no Congresso a qualquer custo. (AE).

Mares Guia diz que governo não interfere no Senado

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Chinaglia está preocupado com o prazo de votação do projeto

Senado não deve ser trazida para cá. Há uma manifestação crescente de deputados e de partidos com relação a isso". Rodrigues defendeu a adoção de prioridade para levar a LDO ao plenário nos dias que antecedem o início do recesso. Decisão– Segundo o vicepresidente, a decisão de presidir ou não a sessão do Congresso cabe ao próprio senador Calheiros. "Estou pronto para presidi-lá, mas a definição cabe a ele (Calheiros). Temos que aguardar a sua decisão", disse Rodrigues, que ainda se definiu como um "pneu estepe" no atual cenário. Nárcio avaliou que decisão de seu partido de pedir o afastamento de Renan cargo para que as investigações sobre ele sejam feitas de

forma independente não interfere no cargo que ocupa. "É uma questão partidária. O meu papel aqui é outro, é conduzir os trabalhos e não entrar nesses atritos". Formação–A Mesa do Congresso é composta alternando os cargos das duas Casas. O atual presidente do Senado acumula o mesmo cargo na Mesa. O primeiro vice-presidente da Câmara exerce a mesma função no Congresso, o segundo vice do Senado é o segundo vice do Congresso, e assim até a composição do órgão. Para os deputados, as acusações contra Calheiros, principalmente o suposto pagamento de suas despesas por um funcionário de empreiteira, podem complicam o grupo. (AE)

m dia depois de senadores aumentarem a pressão pela renúncia do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMD-AL), o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, negou que o governo federal trabalhe nos bastidores para segurar o seu aliado na presidência da Casa. Após café da manhã na Câmara com parlamentares da bancada do Nordeste, Mares Guia demonstrou irritação com rumores de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria interferido até mesmo no episódio da renúncia do então presidente da Comissão de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC). "Não é verdade. Não é verdade", reagiu o ministro com irritação, ao ser questionado por repórteres. "Vocês têm o direito de dar a interpretação aos fatos, mas eu tenho o dever de desmentir." Na prática, o Planalto mantém oficialmente a solidariedade a Renan, mas cada dia mais distante. Lula julga já ter feito sua parte na semana passada, durante solenidade de recondução do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, quando disse que ninguém pode ser culpado até prova em contrário e criticou o comportamento da Polícia Federal e do Ministério Público em investigações. (AE)

Pesquisas encomendadas pelo PT apontam que Marta Suplicy é a candidata preferida do eleitorado. A legenda deseja reconquistar a Prefeitura de São Paulo. Líderes petistas já aceitam a idéia de trabalhar outro nome para disputar a vaga em 2008. Tudo dependerá da resposta da ministra, mas todos os sinais indicam que ela só concorrerá ao governo do estado ou a presidência.

LASTRO

Os pré-candidatos petistas não têm o mesmo potencial de votos de Marta. Fernando Haddad, por exemplo, nunca enfrentou o teste das urnas. Seria difícil para o ministro duelar com adversários de peso, como Geraldo Alckmin (PSDB), Gilberto Kassab (DEM) e Luiza Erundina (PSB). Sua chances são mínimas.

OS DEMAIS

Arlindo Chinaglia e José Eduardo Martins Cardozo tiveram boa uma votação na disputa pela Câmara dos Deputados. Mas o melhor candidato, depois de Marta, seria Aloizio Mercadante. O senador perdeu a eleição de governador para José Serra, mas recebeu uma soma considerável de votos na capital paulista.

DISPUTA

O PSDB também decidiu reconquistar São Paulo. O partido estuda a opção de não lançar um candidato próprio e apoiar Gilberto Kassab (DEM-SP). Os democratas retribuiriam o apoio em 2010, fechando a chapa com os tucanos na eleição para presidente e governo do estado. Serra e Kassab desejam o acordo entre suas legendas.

QUEM SERIA

Lançando candidato, os tucanos definirão Geraldo Alckmin como o escolhido. O ex-governador já teria comunicado o partido que tem vontade de disputar a prefeitura. Os serristas ainda insistem na chapa com Kassab e deixar o nome de Alckmin para o governo de São Paulo em 2010.

REVELAÇÕES

Pesquisa enviada ao PSDB indica que José Serra é tucano mais lembrado no momento pelos eleitores. O governador paulista alcançou o dobro do índice obtido por Aécio Neves. Serra é beneficiado por ter sido ministro da Saúde e disputado o governo estadual no ano passado.

INDICAÇÃO

Caso a escolha do candidato tucano à presidência seja baseada em pesquisas, Serra levará a melhor sobre Aécio Neves. O governador mineiro ainda dispõe de três anos para se projetar no cenário político. Sua tática prevê uma intensa campanha de seu governo na televisão.

CHAPA

Serra ainda briga para convencer Aécio de sair como vice na sua chapa. O governador paulista estuda uma união de São Paulo e Minas. Os Dois estados somam cerca de 40 milhões de votos, cerca de 1/3 do eleitorado brasileiro. O paulista propõe ao mineiro sair como candidato a presidência em 2014.

DÚVIDA

Aécio Neves continua defendendo sua candidatura para 2010. Ele não quer enfrentar Lula em 2014. Caso os tucanos escolham mesmo o governador de São Paulo, Aécio pode aceitar o convite de Michel Temer e disputar a eleição pelo PMDB. A chapa do PMDB pode sair com Ciro Gomes como vice.

ATRAÇÃO

Dentro do PMDB as conversas indicam que o "nome" da legenda poderá receber o apoio de Lula. O presidente admite que o PT está sem um candidato bom de voto. Lula já teria confidenciado a amigos que pode apoiar Aécio se o mineiro deixar o PSDB.

OLHO VIVO

Reconquistar São Paulo para o PT e PSDB representará uma vantagem nas campanhas para presidente e governador. A capital paulista, que hoje conta com 8 milhões de eleitores, concentrará 10 milhões em 2010. A previsão dos tribunais eleitorais é que o estado acumule 30 milhões de votos daqui a três anos.

INTERESSE

Ciente que a eleição presidencial passará por São Paulo, o PSB trabalha a candidatura de Luiza Erundina. O partido avalia o lançamento da candidatura de Ciro Gomes à presidência. Erundina já foi prefeita e tem um bom eleitorado. Ela poderá atrair votos de uma ala petistas.

CANDIDATO

As informações são de que Lula enfrentará a ira de petistas se sugerir o apoio da legenda a outro partido. Os petistas avaliam que não podem ficar sem candidatura própria. Um dos mais lembrados para disputar a sucessão de Lula é o atual governador da Bahia, Jacques Wagner. Ele é bem cotado por um motivo especial: administra um estado na região Nordeste. Um dos principais centros eleitorais do PT. São 33 milhões de eleitores.


Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007 Leonardo Rodrigues/Hype

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SUPERMERCADISTA VAI INVESTIR R$ 40 MILHÕES

WAL-MART E IGUATEMI APOSTAM NO POTENCIAL DA GRANJA VIANA

Moradores da Rua Adib Auada reclamam do barulho e da sujeira das obras

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Empreendimentos serão construídos no quilômetro 23 da rodovia Raposo Tavares Vanessa Rosal

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e um lado, o WalMart. Do outro, o Shopping Granja Viana, ambos voltados para uma população que cresce entre 4% e 5% ao ano, com renda familiar superior a 20 salários mínimos. O grande potencial de consumo dos moradores da região atraiu a atenção desses grandes empreendimentos para Cotia, em São Paulo. Quem passa pelo quilômetro 23 da Rodovia Raposo Tavares, no sentido capital, já constata a movimentação de tratores e o início das obras em uma área total de 44 mil metros quadrados. O Wal-Mart deve começar a operar a partir de outubro com o formato Supercenter, um hipermercado com sortimento superior a 60 mil itens. O investimento para a construção dessa unidade foi de R$ 40 milhões. "Estamos bastante satisfeitos com a decisão de ter uma unidade em Cotia, uma região que representa um mercado

Eduardo Bravo: sem sossego

importante para nós e com grande potencial de crescimento", avalia o vice-presidente de desenvolvimento do Wal-Mart Brasil, Ciro Schmeil. A nova loja vai gerar cerca de 300 empregos diretos, com parte das oportunidades de trabalho destinadas a pessoas de terceira idade. Já o projeto do centro de compras está a cargo da Leasing Mall, braço da Iguatemi

Empresa de Shopping Centers, da família Jereissati, para a implantação e comercialização de shoppings. Embora a assessoria de imprensa do Iguatemi garanta que o projeto não tenha nada a ver com a empresa, moradores da região dizem que o shopping se chamará Granja Viana Iguatemi. De acordo com a Associação Comercial e Industrial de Cotia, o empreendimento será bem-vindo na região. A cidade, de 170 mil habitantes, tem 50 bairros residenciais voltados para as classes A e B. O projeto do shopping center prevê área bruta locável (ABL) de 25 mil metros quadrados. Os moradores do local afirmam que as obras serão iniciadas em agosto. Por enquanto, os esforços estão voltados para a canalização de dois córregos e uma nascente, que vêm dificultando as negociações desde o segundo semestre de 2006. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) existem 28 shopping centers

O supermercado e o shopping center serão construídos em uma área de 44 mil metros quadrados

Moradores afirmam que obras do shopping começam em agosto

em projeto no Brasil. Nos próximos quatro anos, R$ 6 bilhões serão investidos na construção de 89 novos centros de compras, envolvendo capital nacional e estrangeiro. Nesse total, estão incluídos os empreendimentos em projeto e os 61 com as obras em andamento. Polêmica – Foi só os projetos saírem do papel que morado-

res da Rua Adib Auada, vizinhos do futuro hipermercado e centro de compras da Granja Viana, não dormem mais e reclamam da sujeira e do barulho provocados pelo tráfego de caminhões da obra. Segundo o comerciante e morador da rua, Eduardo Bravo, o projeto inicial do Wal-Mart prevê que a entrada e saída de carretas da

nova loja sejam por aquela via. "Quem mudou para a Granja Viana atrás de sossego, acaba de fazer um péssimo negócio", disse, embora concorde que a construção dos empreendimentos adicionem valor aos imóveis da região. Novo acesso – A paisagista Fátima Barbosa, diretora social e de assuntos comunitários do Conselho de Segurança da Granja Viana (Conseg), diz que a rua não tem estrutura para receber carretas de 26 toneladas. Na noite da última terçafeira, em reunião entre moradores e representantes do hipermercado ficou acertado a mudança do endereço de acesso dos caminhões. "Falta só a aprovação da prefeitura, mas acredito que não haverá problemas", disse. Enquanto isso, faixas de protesto pedindo que o Wal-Mart respeite os moradores da Granja Viana continuam nas ruas.

Shoppings comemoram vendas Maristela Orlowski

O

s shoppings centers estão comemorando os resultados do primeiro semestre. Facilidade de crédito, economia estável e aumento do número de promoções em datas comemorativas foram alguns dos fatores que impulsionaram as vendas. Em alguns casos, a expansão chegou a 20% em relação ao mesmo período do ano passado. O Shopping D, por exemplo, fechou o semestre com vendas 17% superiores a igual período de 2006. Para o superintendente do Shopping D, Antônio Mascarenhas, esse crescimento já era esperado, graças ao bom desempenho obtido nos meses de maio (Dia das Mães) e junho (Dia dos Namorados), que registraram expansão de 22% e 12%, respectivamente, em relação aos meses equivalentes do ano anterior. Segundo o executivo, o desempenho do semestre dá o tom do ano, já que a estimativa é de que as vendas de 2007 sejam pelo menos 15% superiores às de 2006. Mascarenhas afirma também que, atraídas pelo alto desempenho de vendas verificado desde o ano passado, várias marcas consagradas no varejo instalaram-se no centro de compras, como as Lojas Marisa, a Casa das Alianças e a TNG. Mas a grande novidade fica por conta do Ponto Frio, que abrirá brevemente mais uma loja da rede no shopping. O diretor-regional do Ponto Frio, Marcelo Bazzali, explica que a loja se dedicará à venda de produtos de última geração. "Encontramos no Shopping D uma boa oportunidade. Vamos agregar valor à marca e ficar ao lado de importantes grifes do mercado." O balanço do semestre também foi positivo no Shopping

Interlagos. Lá, houve crescimento de 8% em vendas, 6% no fluxo de público e aumento de 15% do tíquete médio. "Tal desempenho pode ser atribuído às vendas expressivas de eletroeletrônicos, telefonia celular e vestuário, além das ações de marketing", diz a superintendente do Interlagos Carla Bordon Gomes. Para o segundo semestre, a expectativa de crescimento é de 10%. Segundo a executiva, para os próximos seis meses, há previsão de ingresso de novas lojas e expansão de outras, como Lilica & Tiger, Baked Potato, Teruya Escola de Cabelereiros e Planet Girls. "O objetivo é buscar a valorização do mix, assim como propiciar o máximo de conforto e comodidade aos freqüentadores." Também foi verificado aumento de vendas no Central Plaza Shopping. De janeiro a junho, a expansão foi 15% superior à da mesma época de 2006. O fluxo de público ficou 6% mais alto e o tíquete médio foi 20% maior em comparação aos primeiros seis meses de 2006. De acordo com o superintendente, João Carlos Alves Feitosa, esse desempenho pode ser atribuído a vários fatores como economia favorável, inaugurações de novas lojas e ações promocionais junto às datas comemorativas do varejo. "A expectativa de aumento de vendas para o segundo semestre também é bastante otimista e deve atingir 15%." Já no Shopping Frei Caneca o fluxo de pessoas permaneceu estável, mas o faturamento aumentou em torno de 12%, frente à expectativa inicial de 10%. "Isso mostra que houve aumento da renda do nosso público", afirma o superintendente do estabelecimento, Wilson Pelizaro. A estimativa inicial de crescimento para o segundo semestre – de 10% – também deve ser superada.


quinta-feira, 5 de julho de 2007

Congresso Planalto Câmara CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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REFORMA POLÍTICA EM MAIS UMA PROVA DE FOGO

Falta de consenso obriga a Câmara dos Deputados a votar separadamente os itens polêmicos.

André Dusek / AE

EUROPEUS RECLAMAM DE TRIBUTOS DO BRASIL Em viagem a Lisboa, Lula diz que o País está próximo de concluir as reformas tributária e política

C

obrado por empresários europeus e brasileiros a respeito da elevada carga tributária do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o País nunca esteve tão próximo de enfrentar "dois problemas cruciais": a aprovação das reformas política e tributária. O presidente afirmou que há "um consenso, se não uma maioria" de acordo que é preciso criar uma nova política tributária no País. Uma proposta tem sido negociada de forma "serena" por sua equipe, informou. "Eu queria dizer que a reforma tributária é uma das coisas mais difíceis de ser feita em qualquer país do mundo", ponderou o presidente, lembrando que o governo enviou sua primeira proposta sobre o tema ao Congresso ainda em 2003. Lula procurou ainda mostrar que, mesmo sem a reforma, o governo procurou aliviar a carga tributária sobre o

setor produtivo, desonerando diversos setores, entre eles o da construção civil, num total de quase R$ 15 bilhões. Além disso, lembrou, no dia 1º de julho entrou em vigor a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que significa uma redução da c a rg a p a r a a s Eu queria dizer empresas de peque a reforma queno porte. A tributária é medida, disse uma das Lula, "vai forcoisas mais malizar empredifíceis de ser sas que hoje feita em qualquer país operam quase na clandestinido mundo. dade". Presidente Lula Jeffrey Sachs, economista e representante da ONU para as estratégias de luta contra a pobreza disse ontem que o BolsaFamília não será suficiente para que o governo brasileiro desenvolva o Nordeste: "O Brasil precisa garantir melhor infraestrutura, para lidar com o problema de cada local". (AE)

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a cùpula União Européia-Brasil sobre as reformas tributária e política

Câmara vota fidelidade partidária

E

m resposta a questão de ordem do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) não admitiu a emenda aglutinativa apresentada para a votação dos demais itens da reforma política, como financiamento público de campanha, federação partidária e coligação partidária. Os temas devem ir à votação, separadamente, hoje. Faria de Sá questionou o fato de que a emenda

continha temas novos que não constavam de nenhuma das emendas listadas pelo autor, deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), como usadas para fazer esse novo texto. Pelo Regimento Interno da Câmara, uma emenda é considerada aglutinativa por reunir pontos de outras emendas anteriormente oferecidas, mas não pode introduzir mudanças na legislação não tratadas pelas emendas originárias. O presidente citou, entre os artigos com matérias novas,

os que tratavam de aspectos como devolução de sobras de recursos públicos à Justiça Eleitoral; equiparação dos candidatos e dirigentes partidários a funcionários públicos para os fins penais; e consulta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aos partidos antes de baixar a resolução que regulamenta o processo eleitoral. Esses pontos não constam de nenhuma das emendas citadas. Chinaglia refutou, entretanto, o argumento de que não poderia ter sido

usada matéria já rejeitada no substitutivo do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), recusado pelo Plenário, pois ela consta de emendas e do projeto original. Em seguida, o presidente encerrou a sessão e convocou outra para hoje, às 11 horas. Estarão em pauta somente o Projeto de Lei 1210/07, e o Projeto de Lei Complementar 35/07, que trata da fidelidade partidária. Na semana passada, a adoção de listas pré-ordenadas nas eleições foi rejeitada. (Ag.Câmara)


quinta-feira, 5 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

4/7/2007

COMÉRCIO

11

10,55

por cento é a queda no número de cheques sustados por roubo e extravio em junho, em comparação ao mesmo período do ano passado.


Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

R$ 0,60 São Paulo, quinta-feira, 5 de julho de 2007 Ano 82 - Nº 22.411

A Lei Cidade Limpa mirou a Liberdade, cartão postal japonês de São Paulo (foto). A Cidade Limpa está deletando sua memória: sob a lei, o bairro perde o seu sotaque. Comete um "haraquiri". Os japoneses de São Paulo apelam a uma comissão municipal que ainda nem tomou posse. Se ganharem, a Liberdade poderá voltar a ser o que era. E todas as despesas por conta da comunidade: a de se descaracterizar e a de se caracterizar de novo. Os fiscais fizeram a 1ª blitz da Cidade Limpa na Liberdade, o bairro que está em julgamento como possível exceção. Cidades 1 e Opinião, pág. 6

Edição concluída às 00h10

Massao Goto Filho/e-SIM

ICMS atrasado em até 15 anos

Governador José Serra lança Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) que permitirá aos contribuintes paulistas parcelar dívidas de ICMS. Economia 1 Antônio Gaudério/Folha Imagem

Guillermo Granja/Reuters

CRISTO MARAVILHA

Conheça os dez pontos turísticos mais votados no concurso que busca as sete novas maravilhas do mundo. Boa Viagem

HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 12º C.

RORIZ RENUNCIA Investigações desmentem os argumentos de sua defesa. Sem saída, foi obrigado a deixar o Senado. Página 3

O Brasil acima do Equador

RENAN RESISTE

Robinho (foto) faz o 1 a 0 que leva a Seleção às quartas-de-final da Copa América. A vitória no www.dcomercio.com.br

Agora são três os relatores do caso. Eles preparam novo plano para levar conclusões à Comissão de Ética. Página 4


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

TURISMO - 1 Divulgação

MARAVILHAS

ROTEIRO GOURMET EM VISCONDE DE MAUÁ Esta cidade da serra fluminense é um prato cheio para quem quer comer bem e, ainda, hospedar-se com muito charme neste inverno. Pág 4 Divulgação/MSC Cruzeiros

N este sábado, dia 7 de julho, sairá o resultado da votação das novas sete Maravilhas do Mundo. A idéia é do aventureiro suíço Bernard Weber, que criou, em 2001, a Fundação New 7 Wonders of the World (www.new7wonders.com), com o objetivo de escolher democraticamente os monumentos mais interessantes e, assim, ajudar a preservar o patrimônio cultural da humanidade. De quase 80 atrações espalhadas pelo mundo, 21 foram eleitas finalistas– inclusive as Pirâmides de Gizé, que também estão na lista das Sete Maravilhas da Antigüidade, criada pelo grego Philon de Bizâncio em 200 a.C. Durante um ano e meio milhares de pessoas vêm votando para escolher as sete vencedoras. Com base no último ranking* divulgado no dia 7 do mês passado – o qual revelava que cerca de 50 milhões de pessoas já tinham votado –, selecionamos as dez favoritas até então. Entre elas, o nosso Cristo Redentor, que pelas previsões deve continuar na lista das campeãs de preferência. Conheça um pouco dessas maravilhas, da Muralha da China a Machu Picchu (Peru), e se inspire na sua próxima viagem. Só não se esqueça de votar no Cristo (www.votecristo.com.br), pois ainda dá tempo – a votação vai até as 21h de amanhã! POR LYGIA REBELLO. Págs. 2 e 3. * Utilizamos como base o ranking de junho, pois devido ao grande número de votações o site oficial deixou de divulgar, diariamente, o ranking parcial.

Cláudia Martins/AE

Flávia Perin/AE

Jason Lee/Reuters

Gabriel Bouys/AFP

Yiorgos Karahalis/Reuters

Alessia Pierdomenico/Reuters

Pilar Olivares/Reuters

Gustavo Chacra/Folha Imagem

José Ramalho/Folha Imagem

AS DEZ MAIS


Congresso Planalto Anistia CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

JUSTIÇA ANUNCIA NOVAS APOSENTADORIAS

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem - 09.03.07

André Dusek/AE

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Dilma Rousseff: ministra da Casa Civil está entre os próximos beneficiários da aposentadoria.

Tasso Marcelo /AE - 02.04.04

ZIRALDO, JAGUAR E WEID: REPARAÇÃO Dilma Rousseff também está na lista federal

O

s cartunistas Ziraldo e Jaguar, ambos com uma história l i g a d a a o " P a squim", jornal de oposição ao regime militar, e o ex-líder estudantil Jean Marc von der Weid, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1968, devem ser as próximas personalidades que combateram a ditadura a receber reparação econômica da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Talvez receosa de uma possível repercussão negativa da concessão, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que integrou a

Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) no período pediu, há dois meses, a suspensão da análise de seu processo enquanto estiver no governo. A reparação econômica aos jornalistas deve sair até o fim do ano. Depois de casos polêmicos como a indenização e concessão de pensão à família do capitão Carlos Lamarca, e o pedido de anistia de José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo – apontado como responsável pela extinção de várias organizações de esquerda e mortes de companheiros ao passar para o lado dos militares –, os no-

Aposentadoria à vista: os cartunistas Jaguar e Ziraldo, que à época da ditadura militar trabalhavam no tablóide "O Pasquim" e foram detidos pela repressão vigente, devem obter a reparação econômica até o ano que vem. "Já trabalhei muito, recebo R$1 mil por mês de aposentadoria e creio que essa reparação será a chance de conseguir me aposentar depois de tanta perseguição pela ditadura", comemora Ziraldo.

vos processos não devem trazer muita discussão. "Ziraldo e Jaguar se enquadram nos critérios que elegemos como prioritários por terem mais de 75 anos e serem titulares de processos antigos", explica o presidente da comissão, o professor da PUC-RS Paulo Abrão Lopes Júnior. "Weid também tem um processo que perdura

há vários anos". Anselmo pede reconhecimento como anistiado político, indenização desde 1964 da Marinha e promoções até o cargo de suboficial, além de contagem de tempo de serviço (veja mais abaixo). Aposentadoria – Ziraldo afirmou que não tem nenhum constrangimento de receber a reparação econômica. "Eu e o

Jaguar não entramos com o processo, quem o fez foi o Sindicato dos Jornalistas do Rio. Já trabalhei muito, recebo R$ 1 mil por mês de aposentadoria e creio que essa reparação será a chance de conseguir me aposentar depois de tanta perseguição pela ditadura ". Weid, que hoje integra uma ONG especializada em asses-

soria a projetos de agricultura alternativa, também espera receber logo seus direitos. A Comissão de Anistia ainda tem 30 mil casos para analisar até 2010, de acordo com cronograma do ministro da Justiça, Tarso Genro. Assim, não há previsão sobre os próximos beneficiados nem quando isso ocorrerá. (AE)

Masao Goto Filho / Março / 1999

Cabo Anselmo: 'Apoiei os militares para salvar vidas'.

V

ivendo em lugar secreto e sob identidade falsa desde os anos 60, José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, deu ontem ao jornal "O Estado de S. Paulo" uma rara e exclusiva entrevista em que afirma ter passado a apoiar o regime militar para "salvar vidas". Anselmo entrou com pedido de reparação econômica na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e aguarda decisão. Cabo Anselmo – hoje com 65 anos – é acusado de trair seus companheiros da esquerda, ajudando a eliminar várias organizações

clandestinas que combatiam a ditadura. Muitos de seus excompanheiros foram mortos pelas forças de repressão. "Tenho plena consciência de que dei uma contribuição para limitar a violência e mortes de tantos que hoje podem usufruir deste novo Brasil", afirmou. Responsável, quando presidente da Associação de Cabos e Soldados da Marinha, por um discurso, em 25 de março de 1964, que ajudou a derrubar o então presidente João Goulart, Cabo Anselmo foi preso e, então, se tornou um

agente da repressão. Vários ex-companheiros dizem que ele não só colaborou com a repressão, mas viajou ao exterior para trazer de volta ao País opositores do regime que, posteriormente, denunciava e levava à morte sob tortura. No caso mais conhecido, o Massacre da Chácara São Bento, o ex-marinheiro denunciou e provocou a morte pelas balas dos homens do delegado Sérgio Paranhos Fleury, do DOI-CODI, seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) em um sítio na região metropolitana do Recife. Uma

delas era a militante comunista Soledad Barret Viedma, sua companheira, grávida de sete meses. Advogado de Anselmo, Luciano Blandy criticou a comissão por manifestar preconceito ideológico com seu cliente, ao demorar a julgar o seu processo. "Parece mais uma comissão de recompensa, que premia só os que eram fiéis à ideologia socialista". Abrão rebateu: "O advogado é que demonstra preconceito. As decisões da comissão são técnicas". (AE) Cabo Anselmo: acusado por ex-companheiros de se tornar um agente duplo e denunciá-los nas organizações de repressão, usa outro nome e se mantém em endereço ignorado.

Jonne Roriz / AE

Furacão: novas prisões no Rio

A

Bragato é alvo de duas ações na Assembléia Bragato é suspeito de receber propina de empreiteira que seria pivô da 'Máfia da CDHU'.

O

INDICAÇÃO ADIADA A comissão de Infra-estrutura do Senado adiou a decisão sobre a indicação de Luiz Antonio Pagot para o cargo de diretor-geral do (DNIT).

Ó RBITA

NEPOTISMO MINEIRO O MP de Minas Gerais recomendou à Câmara Municipal de Belo Horizonte a exoneração de 21 servidores parentes de vereadores.

DESENTROSADOS

MORTE NO TRE

CADASTRO POSITIVO

I

ntegrantes da CPI do Apagão Aéreo saíram ontem da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) surpreendidos. "Há um grande desentendimento entre a Infraero, a Aeronáutica e a Anac", diz o deputado Wanderley Macris (PSDB-SP) sobre o caos nos aeroportos do País. A TÉ LOGO

O

motorista Reinaldo da Silva morreu ontem dentro do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE), após prestar depoimento no processo que pede a cassação do governador Cássio Cunha Lima (PSDB). Silva sofreu um infarto logo após deixar a sala do corregedor eleitoral (AOG)

A

Comissão de Defesa do Consumidor vai votar, na próxima quarta-feira (11), o PL 405/07 que estabelece a formação do cadastro positivo nos Sistemas de Proteção ao Crédito. O objetivo da proposta, do Senado, é criar um banco de dados com os consumidores que pagam as contas em dia.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Paulo Bernardo discutirá prorrogação da CPMF por mais cinco anos Ex-prefeito de SP, Celso Pitta, é absolvido de inquérito da Anhembi Turismo

L

supostos pagamentos continuaram após Bragato chegar ao Legislativo." A representação petista abre espaço, ainda, para o depoimento de Edson Meneses à polícia. Alvo da Operação Pomar, que investiga construções irregulares da CDHU no Oeste paulista, Meneses é filiado ao PSDB desde 2003. Ele prestava serviços à FT e foi preso por ordem judicial. Declarou que levava dinheiro ao escritório do PSDB, em Presidente Prudente, que seria destinado a Bragato. Tranquilidade –Bragato reagiu com aparente tranqüilidade à notícia. "Não estou sabendo", afirmou. "Mas estou aberto a qualquer investigação" (AE)

L

dos integrantes do colegiado para iniciar a análise do caso. "Impõe-se a esta Casa que adote o procedimento previsto para rigorosa apuração dos fatos, de modo que o deputado possa fornecer as explicações necessárias, promover a sua defesa com a amplitude que lhe assegura a Constituição e, assim, demonstrar sua inocência, ou que, acaso reste provado o contrário, sejam adotadas as medidas que o caso enseja", diz a petição do PT, apresentada pelo líder da bancada, Simão Pedro. O petista cita e anexa à denúncia reportagens publicadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo". "Há informações de que o livrocaixa (da FT) indica que os

prisão são contra policiais federais, entre eles os delegados Oswaldo Rodrigues Ferreira e Flávio de Assis Gomes Furtado. Os procuradores federais M a rc e l o F re i re e O r l a n d o Monteiro da Cunha pediram à juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6º Vara Federal Criminal a prisão de 15 pessoas, mas ela só decretou a de 13. Todos foram presos, segundo a Polícia Federal. Resta um mandado de busca e apreensão ainda em cumprimento. (AE)

L

líder do PSDB na Assembléia, Mauro Bragato, foi alvo ontem de duas representações por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética e Decoro da Casa. Os pedidos de investigação foram apresentados pelo PT e pelo PSol. O nome de Bragato consta da lista de beneficiários de supostos pagamentos de propina patrocinados pela FT Construções nas eleições municipais de 2004. A empreiteira é apontada como pivô da máfia da CDHU, que envolve fraude em licitações e superfaturamento de obras de casas populares. O presidente do Conselho de Ética, Hamilton Pereira (PT), já pediu a convocação

perem uma servidora do Senado, segundo informações obtidas pelo Estado. A mulher, ainda não identificada, conseguiu suspender a convocação do então presidente da Associação de Bingos do Rio, José Renato Granado, pela CPI. Granado é um dos presos na primeira fase da operação, que desarticulou um esquema de compra de decisões judiciais em favor da máfia que explora jogos ilegais. Quatro dos mandados de

Polícia Federal está cumprindo, desde a tarde de anteontem, 13 mandados de prisão na terceira fase da Operação Hurricane (Furacão). Entre os presos estão o ex-deputado José Ferreira do Nascimento, o Zé Índio, do PTB, e o ex-servidor da Câmara dos Deputados, Wilber Correa da Silva. Eles teriam recebido R$ 20 mil do advogado Gustavo Henrique Carvalho Alberini também preso - para corrom-

Fim da punição por vadiagem e por mendicância


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Nacional Empresas Empreendedores Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Antes de meu trabalho, a Páscoa era medíocre, com coelhos de papelão. Suzy Gheler, da Laçarotes

A EMPRESÁRIA NÃO VENDE SEUS BONECOS

Fotos: Masao Goto Filho/e-SIM

Bonecos de pano contam histórias e conquistam crianças e adultos A Laçarote criou personagens para exposições nacionais e internacionais Kety Shapazian

L LETREIRO

A

artista plástica conta que cresceu num ambiente familiar "perfeito". "Meu mundo era cor de rosa, tudo meu tinha laço. O ambiente em casa nunca teve qualquer problema. Meus pais estão casados há 55 anos." Uma amiga de Suzy sugeriu, então, que o nome da empresa fosse Laçarote. "Inclusive, faço um laço perfeito. Fui eu quem ensinou essa arte às meninas."

SEGREDO

P

ara a artista plástica Suzy Gheler, o segredo do sucesso é uma mistura de qualidade, supervisão "de tudo", e cumprimento dos prazos combinados. "Sou meticulosa ao extremo." A pessoa também deve gostar muito do que faz, ensina. "Eu adoro e todas as minhas funcionárias adoram. Digo que elas deveriam me pagar porque isso aqui não é trabalho. É terapia ocupacional."

evando no colo uma de mento do Brasil, e um judeu orsuas criações, uma bo- todoxo, com a barba caracneca rosa, a artista plás- terística, levando pela mão um tica Suzy Gheler é para- Torá – rosa, é claro. Nova fase da na rua por uma muA fase de personagens colher. "Nossa, que linda. Vende para mim?" Suzy, meçou em 1995, depois de uma atenciosa, diz que essa ela não década fazendo bonecos-mapode vender, mas dá para a se- nequins para vitrines de loja. nhora o número de telefone de Em 1996, Suzy, judia, foi chaseu ateliê Laçarote Criações. mada para fazer uma mini-Je"As pessoas ficam enlouqueci- rusalém em comemoração dos das, querem comprar meus três mil anos da cidade. A exbonecos, mas não vendo – acho posição, que viajou por três caque ninguém vai cuidar deles pitais brasileiras, mostrava dicomo eu. Dou o telefone por- versos personagens judeus que é meu dever dar esperança (como os soldados do exército às pessoas", explica. Quem es- israelense ou a cena de um cateve no Shopping Iguatemi em samento), árabes (em frente a época de Páscoa, nos últimos uma réplica da Mesquita do 10 anos, e se encantou com os Domo Dourado) e católicos coelhos da artesã, sabe que (padres e freiras). Na parede do escritório, "dar esperanestá penduraça" é algo que do o agradeciela faz bem. m e n t o d e I sNo ateliê, o rael, assinado ambiente é ropor Ehud Olsa – do cesto de mert, atual prilixo à pasta de mei ro-mi nisexecutiva, que tro. "A partir ela ganhou do daí, meu trabanamorado. lho não parou "Fui uma mede crescer." nina mimada. Para o HosNo meu quarto pital Albert havia uma coEinstein, em leção enorme junho de 1998, de bonecas que fez a "Orquesmeus pais tratra de Mozart", ziam de outros países", conta. Talento em várias nacionalidades com sarau, lareira, quadros Suzy casou cedo, com 18 anos. Depois de nas paredes – tudo em tecido. quatro anos, "estava cansada Era para ficar dois meses no de não fazer nada". Tinha mo- hospital. Durou o dobro. "Os torista, babá e enfermeira para pacientes desciam, se emociocuidar da filha e achava que "fi- navam. Eu só chorava", relemcar dependendo de mesada de bra. Uma arquiteta gostou tanto da exposição que falou ao marido não dava". Começou a fazer bonecas de chefe sobre o trabalho. Ela era, tecido em 1980 com a ajuda de quem diria, o braço-direito do uma tia "que também não fazia "todo-poderoso" Carlos Frannada". Dois anos depois, o so- cisco Jereissati, responsável gro lhe ofereceu o espaço em por um grupo que fatura mais Pinheiros onde está até hoje. de R$ 2,8 bilhões por ano com Quadros na parede lembram vários empreendimentos, encada exposição feita para o tre eles, o Iguatemi. O primeiro trabalho para o Iguatemi na última década: coelhas bailarinas em "Dan- shopping considerado o mais çando em ritmo de Páscoa"; "chique" do País foi o "Natal vestidos de príncipe e princesa dos anos 20". Não foi fácil. em "Um conto de Páscoa"; e "Era um inferno. A arquiteta camponeses em "Páscoa diver- vinha aqui a cada três dias e ditida" são alguns dos trabalhos zia 'Ai, o Jereissati não gosta da artista. Em cima de uma es- muito de verde'. Agora, no fitante, um boneco de Pedro Ál- nal de cada Páscoa, sento com vares Cabral, feito para a mos- o Carlinhos Jereissati Filho, tra dos 500 anos do descobri- mostro o projeto do ano se-

EMPREENDEDORES A artista plástica Susy Gheler, da Laçarote Criações, rodeada por bonecos que enfeitaram vários cenários

guinte, ele aprova e tchau. Vou correr atrás de patrocínio." Suzy garante ter "criado" a Páscoa no Brasil. "Antes, era uma coisinha medíocre, com coelho feito de papelão." Além de um sem-número de coelhos, cerca de outros 300 personagens são guardados num galpão e alugados a preços que vão de R$ 20 mil a R$ 200 mil. Como os índios da mostra Brasil 500 anos, que Suzy fez com a ajuda do sertanista Orlando Villas Bôas. "Ele me ensinou a fazer a pintura dos índios." A artista faz o Natal do banco HSBC Bank Brasil, em Curitiba (PR), há três anos. Como seus bonecos não podem tomar chuva, são montados em tecido e um escultor faz "clones" em fibra de vidro. Além de oito artesãs fixas, ela terceiriza o serviço de bordadeiras profissionais, figurinista, diretor de arte, e até uma chapeleira, "que deve ter uns 200 anos". O traço final no rosto de cada personagem, no entanto, é feito por ela. "Só eu mexo com o aerógrafo. Tenho uma mão firme", afirma. Para quem não queria depender do marido, Lucy pode se orgulhar: a Laçarote Criações espera faturar em 2007 mais de R$ 1 milhão.

O detalhismo das cenas de Suzy rendeu elogios até de chefes de Estado

PEDRA

A

artesã apenas lamenta não conseguir se ausentar um pouco mais da empresa, por ser muito centralizadora. "Não saio de férias, não consigo largar o trabalho. Aprovo desde a cor da unha até o tecido de cada roupa dos bonecos." Entre o Natal e o Ano Novo, o ateliê fecha por alguns dias. "O problema é que essa época coincide com o auge da produção da Páscoa, uma loucura", diz.

Os traços são criados pela artesã


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

1 Na rua Tomáz Gonzaga, um comércio já sem os indicativos em ideogramas japoneses.

Liberdade: falta definição, sobram multas Prefeitura distribuiu multas aos comerciantes da Liberdade antes mesmo de definir como deverão ser os anúncios no bairro oriental da cidade Fotos de Masao Goto Filho/e-SIM

Rejane Tamoto

E

nquanto espera que seus anúncios indicativos sejam analisados pela Prefeitura, o comércio da Liberdade terá de retirá-los, caso estejam em desacordo com os tamanhos impostos pela lei Cidade Limpa. A diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Emurb, Regina Monteiro, recomenda aos comerciantes que guardem as peças com os ideogramas e demais elementos orientais retirados das fachadas, e que entrem com pedidos individuais na Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), que será responsável por estudar os casos omissos à lei. "A reunião de posse dos representantes da CPPU não passará da semana que vem, com a presença do prefeito Gilberto Kassab. O primeiro caso a ser analisado será o da Liberdade", disse Regina. A reunião de posse dará início aos trabalhos da CPPU, crucial para uma definição sobre que características urbanísticas serão mantidas no bairro turístico oriental da cidade. A decisão se mostra urgente, já que a comissão foi formada com atraso de mais de um mês após sua publicação em decreto no Diário Oficial do Município, em 23 de maio. Surpresa – O comércio da Liberdade e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) foram surpreendidos, na última segunda-feira, por autuações lavradas no bairro, logo no primeiro dia de fiscalização da lei. "Tínhamos protocolado um projeto especial para a Liberdade. Entendemos que não tinha sentido retirar os anúncios que caracterizam a região para depois recolocá-los", disse o coordenador das Sedes Distritais da ACSP, Roberto Mateus Ordine. Em uma carta (veja box) encaminhada ao DC, sobre reportagem intitulada "Cidade Limpa e Traiçoeira: multou os ícones do nosso Japão", a Prefeitura informou que as regras da lei são conhecidas pela maior parte do comércio. "No momento, a Prefeitura estuda exceções à Lei Cidade Limpa para o bairro da Liberdade manter suas características orientais sem afrontar as regras da lei", diz um trecho da carta. Sem lógica – O economista chefe do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo, não vê sentido na aplicação das multas em um bairro que está em estudo. "A exigência de que o comércio descaracterize suas fachadas, para caracterizá-las novamente, não tem lógica. Mesmo porque o bairro não voltará a ser o que era antes, por causa dos custos que essas mudanças demandam. O empresário não

Caracterizado por anúncios em ideogramas, o bairro da Liberdade terá de aguardar pela burocracia da Prefeitura para saber como agir. Até lá, a ordem é retirar os indicativos.

Carta da Prefeitura ao DC

A

O Guia Cidade Limpa, feito pelo DC

A rua Tomáz Gonzaga com lojas já sem seus indicativos tradicionais

pode arcar com os ônus e riscos gerados pela lentidão da burocracia", afirmou Solimeo. Levantamentos – A diretora da Emurb, Regina Monteiro, faz levantamentos da história da Liberdade, dos usos das fachadas dos imóveis para fundamentar o que é referência urbanística oriental para o bairro. A previsão da diretora é que em um mês o estudo esteja pronto para ser julgado na CPPU. "Pretendo incorporar a esse levantamento o projeto de reurbanização do bairro, de autoria da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (Acal) ", disse Regina. O projeto de reurbanização do bairro é de autoria de um

dos comerciantes multados, o presidente da Acal, Hirofumi Ikesaki, que está entristecido com a desfiguração da fachada de sua loja, às vésperas do festival das Estrelas, o Tanabata Matsuri, que ocorre no final de semana. Cartilha – A Associação Comercial de São Paulo lamentou o fato, já que colaborou com a Prefeitura de São Paulo nos últimos três meses, ao

orientar o comércio da cidade por meio de suas 15 distritais e ao publicar duas vezes, no Diário do Comércio, o Guia Cidade Limpa, cartilha com todas as informações sobre a nova lei. Na semana passada, a ACSP firmou parceria com a Prefeitura para transformar o comércio de 50 ruas da cidade, distribuídas pelas 31 subprefeituras, em modelo de adequação à lei Cidade Limpa.

matéria "Cidade Limpa e Traiçoeira: multou ícones do nosso Japão", publicada na edição de terça-feira, critica multas aplicadas a comerciantes da Liberdade. É preciso lembrar que a Lei Cidade Limpa foi aprovada pela Câmara Municipal em setembro de 2006 (10 meses atrás) e está em vigor desde 1/1/2007 (para outdoors) e 31/3 (para indicativos comerciais). Nesse período, a Prefeitura fez campanhas de divulgação em TV, rádio e

jornal, distribuiu 200 mil folhetos e cartilhas sobre a Lei e fez divulgação das regras em inúmeros eventos em toda a cidade. Tanto as regras são conhecidas, que a maior parte do comércio já se adaptou a elas. No momento, a Prefeitura estuda exceções à Lei Cidade Limpa para o bairro da Liberdade manter suas características orientais sem afrontar as regras da lei. Sergio Rondino, Assessor de Imprensa, Prefeitura de São Paulo.

O empresário não pode arcar com os ônus e riscos gerados pela lentidão da burocracia. Marcel Solimeo, economista


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - TURISMO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

NOVAS MARAVILHAS... CRISTO REDENTOR – BRASIL

Divulgação/Riotur

Símbolo de hospitalidade e abertura

C

om seus braços abertos, abençoando a Cidade Maravilhosa, a enorme estátua branca de pedrasabão é símbolo não só do Rio de Janeiro, mas do Brasil. E é a maior escultura art déco do mundo. No topo do Corcovado, que faz parte do Parque Nacional da Tijuca, o monumento de 38 metros de altura e 23 m de envergadura foi idealizado para a comemoração do Centenário da Independência da República, mas só ficou pronto quase uma década

depois. Em abril de 1922 foi instalada a pedra fundamental da estátua, cujo projeto é do engenheiro Heitor da Silva Costa. Em 1926 começaram as obras. Os desenhos finais do monumento, de autoria do artista plástico Carlos Oswald, foram levados à França para que o escultor polonês Paul Landowski criasse as peças. Sua inauguração só ocorreu anos depois, em 12 de outubro de 1931. Em 1973, o monumento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). E em 2003,

uma grande reforma, que começou em 2000, trouxe elevadores panorâmicos e escadas rolantes – antes era preciso subir 220 degraus para desfrutar da paisagem deslumbrante que se tem aos pés do Cristo. QUEM LEVA AVisual Turismo tem pacote de quatro noites a partir de R$ 1.021 por pessoa - preço válido de 12 a 31/7. Inclui passagem aérea, traslados, hospedagem e passeio ao Corcovado (sem ingresso). Tel. (11) 3235-2000, www.visualturismo.com.br.

Viviane Kulczynski/AE

CHICHÉN ITZA – MÉXICO Símbolo de culto e conhecimento

O

mais famoso sítio arqueológico da civilização maia, com 25 quilômetros quadrados, conserva impecáveis construções do centro econômico, religioso e político desse povo. Localizada na Península de Yucatán, a cidade foi fundada em meados do século 5 e possuía centenas de construções. Mas apenas três dezenas delas já foram

COLISEU – ITÁLIA

exploradas e estudadas. Entre as mais famosas, os destaques são o El Caracol – um observatório astronômico –, o Templo dos Jaguares e, principalmente, o Castillo de Kukulcán – uma pirâmide de 24 metros de altura (91 degraus em cada uma das suas quatro faces) erguida por volta de 800 d.C, que é o motivo principal para este sítio arqueológico ter sido cogitado como uma nova maravilha.

QUEM LEVA A Calcos Operadora tem pacote denominado Arqueologia e Magia, de 13 dias, a partir de US$ 2.065 por pessoa em apartamento duplo - preço válido até 24/7. Inclui passagem aérea, traslados, hospedagem com café da manhã, excursões conforme o roteiro (algumas incluindo almoço), city tour em Oaxaca e seguro-viagem. Tel. 0800/7255800, www.calcos.com.br.

Flavio Florido/Folha Imagem

Símbolo de júbilo e sofrimento

N

o coração de Roma, esse famoso anfiteatro – cuja arena foi palco de inúmeros combates entre homens, animais e embarcações – foi inaugurado em 80 d.C e serviu de exemplo para os modelos de estádios modernos. Possuía 48 metros de altura, 188 m de comprimento e 156 m de

largura, 80 arcos em cada um dos três primeiros andares e tinha uma capacidade para 55 mil pessoas. Os lugares mais baixos, próximos da arena, eram os reservados para imperadores e alta sociedade. Quanto mais alto o assento, mais pobre era seu ocupante. Foi usada até o ano de 217 d.C. Dois terremotos, em 442 e1349, destruíram boa parte

da construção, que depois foi usada como fortaleza antes de virar uma ruína. QUEM LEVA A Nascimento tem pacote de 6 noites a partir de US$ 1.247 por pessoa – válido de 21/7 a 11/8. Inclui parte aérea, hospedagem com café e seguro-viagem. Tel. (11) 3156-9944, www.nascimento. com.br.

Roberto de Oliveira/Folha Imagem

ACRÓPOLE – GRÉCIA Símbolo de civilização e democracia

N

o alto do morro chamado de Colina Sagrada, esse conjunto de edificações impera sozinho a 100 metros sobre a capital da Grécia, Atenas.

ESTÁTUAS DA ILHA DE PÁSCOA – CHILE Símbolo de mistério e espanto

T

ambém conhecida como Rapa Nui, é a ilha mais remota e isolada do planeta. Situada no Oceano Pacífico, fica a 3.700 quilômetros do Chile. Ela chama a atenção por abrigar em seus 172 km² estátuas de pedra vulcânica gigantescas, chamadas de moai. Representando figuras

Presidente Alencar Burti Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

humanas, muitas têm mais de 20 metros de altura e podem pesar até 90 toneladas. Datadas dos séculos 5 e 6, acredita-se existiram 900 estátuas para uma população de 4 mil pessoas. Até hoje são muitas as hipóteses para a existência dos moai (que estariam relacionados a culto aos mortos) e para explicar

Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani Lima Ilustrações Roberto Alvarenga Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

como foram moldadas e transportadas para os vários cantos da ilha. QUEM LEVA A Cia Nacional de Ecoturismo tem pacote de 7 dias a partir de US$ 1.650 por pessoa, em julho. Inclui José Ramalho/Folha Imagem

parte aérea, traslados, duas noites em Santiago e quatro noites na Ilha de Páscoa, hospedagem com café da manhã, tours, seguro e kit viagem. Tel. (11) 5571-2525, www.ciaecoturismo.com.br.

Construído entre 450 e 330 a.C, está localizado no coração da cidade e é seu principal ponto turístico. Não à toa. Ali, fica o Pórtico das Cariátides e o famoso Pártenon, cuja fachada é sinônimo de perfeição e foi usada para ilustrar o símbolo da Unesco. Uma bela homenagem à deusa da sabedoria e protetora da cidade grega, Atenas, ele demorou dez anos para ficar pronto e mais 15 anos para que toda a sua decoração fosse esculpida. Lá em cima, há ainda o Museu da Acrópole, que guarda tesouros como as estátuas originais das

cariátides, além de peças inteiras ou parte dos objetos dos antigos templos. QUEM LEVA A Queensberry tem pacote de 19 dias que visita Espanha, França, Itália e Grécia. Custa a partir de US$ 6.265 por pessoa em quarto duplo. Inclui parte aérea, 13 noites no navio Royal Princess (pensão completa) no Mediterrâneo, duas noites em Barcelona (com café) e duas em Atenas (café), traslados, guias em espanhol e português e seguro-viagem. Saída em 21/8. Tel. (11) 3217-7100, www.queensberry.com.br.


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

SERRA LANÇA PROGRAMA DE PARCELAMENTO PARA O ICMS

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bilhões de reais é o total dos débitos das empresas em outros tributos, além do ICMS, junto ao governo

Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O PPI apresentado permitirá que os débitos sejam quitados em até 15 anos Adriana David

O

s contribuintes paulistas vão poder parcelar seus débitos tributários do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em até 15 anos. O benefício, que é parte do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), foi lançado ontem pelo governador José Serra (PSDB) e aprovado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária. Segundo o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo da Costa, os débitos somam cerca de R$ 74 bilhões provenientes de 21 milhões de ocorrências tributárias, dos quais R$ 47,46 bilhões de autos de infração e R$ 26,889 bilhões de débitos declarados e provenientes de fatos geradores até 31 de dezembro de 2006. O contribuinte poderá escolher os débitos a serem incluídos no programa. E o prazo para a adesão vai até o dia 30 de setembro. As dívidas poderão ser quitadas com descontos de até 75% no valor da multa e de 60% no dos juros com o pagamento em parcela única. Caso opte pelo pagamento à vista, a Secretaria da Fazenda calcula que o contribuinte terá um desconto total de 54% da dívida. Em 12 parcelas, o desconto será de 50% no valor da multa e

Prazo de adesão a PPI municipal até 31 de agosto

O

prazo para adesão ao Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) para a regularização das dívidas tributárias do município de São Paulo, que terminaria amanhã, foi prorrogado para o próximo dia 31 de agosto. A ampliação do prazo beneficia as micros e pequenas empresas com débitos que desejam migrar para o Supersimples e têm até o dia 31 de julho para fazê-lo. De acordo com o auditor fiscal tributário municipal Hélio Campos Freire, entre a última segunda-feira e terça-feira um total de 3.058 contribuintes parcelaram seus débitos, negociação que envolve R$ 66 milhões, já com as reduções previstas. Desde o início do programa de parcelamento de débitos, no último mês de abril, as adesões somam 31.324 contribuintes e R$ 309,89 milhões. O total da dívida tributária que os contribuintes têm com a Prefeitura paulistana até dezembro de 2004 é de R$ 647 milhões. "A adesão dos contribuintes tem sido bem forte", diz o auditor. Pelo PPI municipal, os débitos poderão ser quitados com descontos de até 75% no valor de multas e de 100% no valor dos juros com o pagamento em parcela única e redução de 50% no valor das multas e 100% no dos juros para o parcelamento. (AD)

74

bilhões de reais é o total dos débitos das empresas paulistas com o governo referentes ao não recolhimento do ICMS. 40% no dos juros, gerando reduções de 36% sobre o valor total dos débitos. Na sessão de assinatura do decreto, o governador José Serra anunciou que os honorários advocatícios resultantes das adesões foram reduzidos a 1% do montante da dívida. Inicialmente, a previsão era de que fossem de 5%. A adesão ao programa deve ser feita pelo site ww w.p pid o i c m s . s p . g o v. b r , onde o contribuinte poderá fazer simulações das diversas formas de pagamento. Caso queira parcelar a dívida, deve indicar o banco, a agência e a conta corrente para a secretaria efetuar o débito mensalmente. Se a opção for a parcela única, o sistema emitirá um boleto para pagamento. A parcela mínima é de R$ 500. As micros e pequenas em-

presas poderão aderir ao programa e pagar a primeira parcela até o dia 31 de julho para migrar para o Simples Nacional, ou Supersimples. Serão excluídos os contribuintes que atrasarem o pagamento por mais de 90 dias e os que deixarem de pagar o ICMS atual. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que esse programa vai de fato beneficiar muitas empresas e não apenas o estado e algumas grandes corporações, como em programas lançados anteriormente. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar, o PPI é elogiável, pois dá fôlego às empresas, que seriam ainda mais beneficiadas se os prazos de pagamento dos tributos fossem flexibilizados. Uma sugestão é pagar os impostos quando se vende uma mercadoria e não antes, como é atualmente praticado. No lançamento, o governador pediu ao secretário da Fazenda que amplie o parcelamento para os outros tributos estaduais, que devem somar R$ 25 bilhões, conforme números da Fazenda. Para isso, será necessário o envio de um projeto de lei para a Assembléia Legislativa.

O secretário Mauro Ricardo Costa estuda novos programas para o recebimento de outros tributos estaduais

Serra: mais parcelamentos

SP pode mudar imposto sobre álcool

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secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho, disse ontem, durante almoço na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que a Secretaria da Fazenda paulista está estudando alterar a fonte de tributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do álcool hidratado das usinas para as distribuidoras. O objetivo da mudança é reduzir as fraudes que consistem em adulterar a gasolina com adição de álcool hidratado. De acordo com o secretário, dois representantes

de sua pasta vão ser designados para se unir a uma comissão da Fazenda que está estudando o assunto. A fiscalização seria mais eficiente, pois há menos distribuidoras que usinas. "Seria uma forma de baixar o preço do combustível para o consumidor", afirmou Sampaio. O secretário estadual da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo da Costa, com um sorriso, desmentiu que haja estudo para que isso ocorra. A indagação sobre a existência dessa possibilidade foi feita ontem após o lançamento do Programa de Parcelamento Incenti-

vado (PPI) estadual. De acordo com o advogado tributarista Régis Trigo Palota, o segmento de combustíveis é regido pela substituição tributária. Isso quer dizer que o imposto que seria pago pelas distribuidoras é recolhido pelas usinas. O mesmo ocorre com a indústria automotiva e com os fabricantes dos setores de transporte e bebidas, por exemplo. "Caso seja feita a mudança, haverá um deslocamento da incidência do tributo, o que descaracterizará a substituição tributária. Mas é totalmente possível pela constituição", afirmou. (AD)


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Ambiente Educação Tr â n s i t o Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Werther Santana/Folha Imagem

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Passageiros ainda têm de ter paciência para conseguir embarcar nos aeroportos brasileiros.

ACIDENTE NA MARGINAL PIOROU TRÁFEGO

Filipe Araujo/AE

Rodovias esperam movimento intenso Concessionárias já preparam esquemas de circulação para o feriado de 9 de Julho

A

s rodovias paulistas que levam ao litoral e interior dev e r ã o t e r m o v imento intenso a partir de amanhã, em função do feriado prolongado de 9 de julho, Dia da Revolução Constitucionalista de 1932. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) iniciam amanhã a Operação Especial para o feriado. O esquema, que se estenderá até segunda-feira, vai envolver, principalmente, as rodovias que dão acesso ao litoral norte e a Campos do Jordão, na serra da Mantiqueira. A previsão é de que o movimento se intensifique entre as 16h e meia-noite de amanhã e entre as 7h e 15h de sábado. No retorno, os motoristas deverão evitar as rodovias entre 15h e 22h de segunda-feira. O sistema espera receber até 164.820 veículos na Rodovia Litorânea (SP-55) e até 100 mil na Ayrton Senna/Carvalho Pinto (SP-70). Juntas, as rodovias D.Pedro I (SP-65), Tamoios (SP-99), Mogi-Bertioga (SP-98), Oswaldo Cruz (SP125) e Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123) estimam que cerca de 186 mil veículos passem pelas praças de pedágio. Acidente –Depois de uma manhã dramática, em que algumas pessoas gastaram mais de três horas para se locomover em trajetos que consumiam, no máximo, um terço desse tempo, os reflexos do tombamento de um caminhão carregado de lixo, na marginal do Tietê, ainda podiam ser sentidos no período da tarde.

Ó RBITA

ENERGIA SOLAR

O

uso de energia solar destinado ao aquecimento de água em novas edificações virou lei em São Paulo. O prefeito Gilberto Kassab sancionou ontem a lei municipal 14.459/07, que exige a instalação do equipamento de captação de energia solar em prédios residenciais e

Filipe Araújo/AE

Passageiros aguardam vôo no saguão do aeroporto de Cumbica ontem, que registrou novos atrasos: paciência

Controlador é preso. E atrasos continuam. Líder dos controladores aéreos tem prisão decretada por denunciar o Cindacta-1

Marginal Tietê congestionada por causa de acidente com caminhão

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 15h30, o trânsito na capital apresentava 65 quilômetros de lentidão, praticamente o dobro do índice no mesmo período, que é de 33 quilômetros. O rodízio de veículos na Capital está suspenso até o dia 13 de julho, em caráter experimental. Mas o grande vilão do dia foi mesmo o tombamento, que aconteceu por volta das 4h30.

O acidente aconteceu na pista expressa da marginal Tietê, no sentido Lapa-Penha. A carreta, carregada de 20 toneladas de material reciclável, tombou em frente ao estádio da Portuguesa. O pior momento para o trânsito foi registrado às 9h, com 120 quilômetros de congestionamento, praticamente quatro vezes superior ao normal para o mesmo período, 26 quilômetros. (Agências)

comerciais. A medida prevê que as edificações utilizem, no mínimo, 40% de água aquecida por esse método. A Prefeitura tem 120 dias para regulamentar a nova lei. De autoria do prefeito Gilberto Kassab e do vereador Átila Russomano (PP), a lei obriga a instalação do equipamento em hotéis, motéis, clubes desportivos, casas de banho, saunas, hospitais, escolas, creches, abrigos, asilos e albergues, clínicas de estética, industrias, quartéis do Exército, Marinha ou Aeronáutica instalados no município, entre outros. No entanto, a instalação do

captador de energia solar nas edificações dependerá de condições técnicas a serem definidas no decreto regulador. “Isso é competência do Poder Executivo, mas os prédios que não utilizam água aquecida logicamente não serão obrigadas a ter o captador de energia solar”, disse Russomano. O vereador acredita que a proposta deverá gerar uma redução de até 30% no custo mensal de energia elétrica. “Além de redução de custo para o consumidor, a proposta prevê a utilização de um sistema sustentável de energia”, afirmou. (IV)

A

Aeronáutica determinou ontem a prisão administrativa do presidente da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, Wellington Rodrigues. Na semana passada, ele encaminhou vídeo ao Encontro SulAmericano de Controladores em que classificava o clima no Cindacta-1, em Brasília, como "doentio". A punição está prevista para começar amanhã e tem prazo de dez dias. Rodrigues faz parte do grupo de 14 sargentos afastados das funções no dia 22, por serem considerados "lideranças negativas". A defesa dele vai recorrer à Justiça Federal. Novos atrasos - Apesar de apresentar uma melhora em relação aos últimos dias, o aeroporto de Cumbica teve novos atrasos ontem. Até as 17h, 39% dos vôos programados registraram atrasos superiores à uma hora. Das 136 partidas programadas, 53 atrasaram e outras 15 foram canceladas. No aeroporto de Congonhas, na zona sul, a situação foi bem melhor. Dos 96 vôos programados para decolar até as 17h, 13 foram cancelados e 18 tiveram atrasos superiores a uma hora (9,2 % do total). Pela manhã, por causa da neblina, o aeroporto de Guarulhos teve de operar por meio de instrumentos, o que provocou

Werther Santana/Folha Imagem

Nevoeiro obriga aeroporto a operar com instrumentos durante a manhã

atrasos. As más condições do tempo têm provocado os recentes transtornos no espaço aéreo brasileiro, segundo a Infraero.Além dos atrasos, sete vôos de Guarulhos tiveram de seguir para outros aeroportos, em Campinas e no Rio de Janeiro. O movimento foi intenso nas salas de embarque e balcões das companhias aéreas. Segundo a Infraero, a situação verificada ontem ainda é reflexo dos atrasos ocasionados pelos nevoeiros desde o início da semana. O superintendente regional do Sudeste

da Infraero, Edgard Brandão Júnior, afirmou que a situação dos aeroportos somente deverá voltar ao normal amanhã. "A tendência é normalizar ao longo da quinta-feira (hoje) e começarmos uma sexta-feira de forma mais tranqüila." Denúncias - A recomendação dos órgãos de defesa do consumidor é que os passageiros prejudicados pelo apagão cobrem seus direitos na Justiça. Para isso, as pessoas devem guardar notas fiscais de lanches, táxis ou gastos com hospedagem. (Agências)


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quinta-feira, 5 de julho de 2007

TURISMO - 3

...AS FAVORITAS DO MUNDO Kamal Kishore/Reuters

TORRE EIFFEL – FRANÇA Símbolo de desafio e progresso Paul Hardy/Corbis

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TAJ MAHAL – ÍNDIA Símbolo de amor e paixão

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onstruído no século 17, é considerado uma das maiores provas de amor da história da humanidade. O mausoléu todo de mármore branco erguido a mando do imperador muçulmano da dinastia Mogul, Xá Jahan era uma homenagem à mais querida de suas 300 mulheres, que faleceu ao dar à luz ao 14º filho do imperador. Os herdeiros acabaram

mandando o pai para a prisão, de onde ele passava os dias olhando para o palácio branco, que possui inscrições do Alcorão e pedras preciosas. Diz a lenda que todos os homens que trabalharam na construção, que durou 22 anos, tiveram suas mãos cortadas no final da obra para que ninguém pudesse fazer uma réplica. Um enorme espelho d'água, jardins floridos e fontes rodeiam esse monumento ao

amor, localizado em Agra, ao sul de Nova Déli, próximo ao Rio Yamuna. QUEM LEVA A Mundus Travel tem pacote Índia Norte Especial, de 16 dias, a partir de US$ 3.200 por pessoa. Inclui passagens aéreas, hospedagem com café da manhã, tours, traslados (exceto em Paris), guias locais e seguro-viagem. Tel. (11) 3289-9786, www.mundus.com.br.

cartão-postal mais famoso de Paris foi construído pelo engenheiro Gustave Eiffel para a Exposição Universal de 1889, como forma de celebração pelo centenário da Revolução Francesa. O chamativo enfeite, que levou dois anos para ser finalizado, seria provisório e só não foi desmontado no final da feira, pois descobriu-se que poderia ser útil para a instalação de antenas. Até a construção do Empire State, ela reinava sozinha como a estrutura mais alta do mundo. Com 321 metros de altura, cerca de 10 mil toneladas e dois restaurantes, a torre, toda de aço, recebe anualmente 6 milhões de visitantes. Dizem que a estrutura é tão sólida que nunca oscilou mais de 7 cm. QUEM LEVA A CVC tem pacote de 7 dias a partir de 1.088 euros por pessoa. Inclui passagem aérea, traslados, seis noites de hospedagem com café da manhã e seguroviagem. Tel. (11) 2146-7011, www.cvc.com.br. Antônio Milena

Loay Aby Haykel/Reuters

PETRA – JORDÂNIA Símbolo de engenharia e proteção

U

ma cidade de pedra vermelha, esculpida durante os séculos 9 a.C e 14 d.C nas montanhas. A 260 quilômetros ao sul da capital do país, Amã, as ruínas da obra do habilidoso povo nabateu pode ser vista de perto em toda a sua imponência. Redescoberto no século 19 pelo exploradorJohann Ludwig Burckhardt, o sítio arqueológico – que fica escondido atrás do desfiladeiro Siq – guarda construções como o Al Khaznah (O Tesouro) – famoso por aparecer no filme Indiana Jones e a Última Cruzada. Com uma fachada em estilo clássico grego de 42 metros de altura, é o cartão-postal do destino, que exibe várias outras edificações e tumbas reais.

Mario Viana/AE

MACHU PICCHU – PERU Símbolo de comunidade e dedicação

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misterioso lugar, a 113 quilômetros de via ferra de Cuzco, que em quíchua significa "velha montanha", foi construído em meados do século 15 e é hoje um dos sítios arqueológicos mais importantes do planeta, com 326 km². Esta cidade nas nuvens – a 2.400 metros de altitude – e no meio da Floresta Amazônica era considerada sagrada por seus habitantes, o povo inca, por ser um lugar que mistura a Cordilheira dos Andes e o Rio Urubamba. No complexo – que inclui templos, casas e terraços irrigados –, destaque para suas construções de pedras

encaixadas milimetricamente, e para seu relógio solar. Por causa de uma epidemia de febre amarela, os incas abandonaram o lugar antes da chegada dos espanhóis. Ficou esquecido por vários séculos e foi redescoberto no século 20 pelo arqueólogo Hiram Bingham, que encontrou ali ossadas, cerâmica, objetos de prata e cobre e tecidos. QUEM LEVA A Ambiental Expedições tem pacote de 6 dias a partir de US$ 1.330 por pessoa, em julho. Inclui parte aérea, traslados, hospedagem, café, passeios e assistência Travel Ace. Tel. (11) 3818-4600, www.ambiental.tur.br.

QUEM LEVA A New Age tem pacote de 12 noites a partir de US$ 3.085 por pessoa (saídas a partir de meados de agosto). Inclui aéreo, visita a seis cidades de Israel e Jordânia, traslados, guia em espanhol, hospedagem com café, nove jantares e cartão assistência. Tel. (11) 31384888, www.newage.tur.br.

GRANDE MURALHA – CHINA Símbolo de perseverança e persistência

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onstruída com o propósito de impedir uma invasão mongol, acabou tornando-se o maior monumento feito pelo homem – ela pode ser vista desde o espaço. De este a oeste, a muralha foi edificada aos poucos ao longo de 2 mil anos, com o trabalho de 1 milhão de pessoas. E passa por todo tipo de paisagem: de montanha a deserto, totalizando cerca de 6.700 quilômetros de extensão. Após 2 mil anos de existência, algumas partes se danificaram, outras desapareceram. Atualmente, apenas um terço dela sobrevive. Os primeiros trechos surgiram nos séculos 7 e 6 a.C e as últimas

modificações na construção só foram realizadas entre os séculos 14 e 17. No começo eram vários pequenos muros que foram unificados na dinastia Qin. Inicialmente era feita de terra, pedras, madeira e grama, mas também foi usado tijolo nas etapas finais. QUEM LEVA A Raidho tem pacote de 15 dias a partir de

US$ 3.574 por pessoa em quarto duplo, em julho. Inclui passagem aérea, passeios (inclusive um só para a visita a um trecho da Grande Muralha), traslados, hospedagem com café da manhã, um jantar especial, espetáculo artístico de acrobacia em Pequim, guias em espanhol e seguroviagem. Tel. (11) 3167-1644, www.raidho.com.br.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

quinta-feira, 5 de julho de 2007

DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA FOI DE R$ 4 BILHÕES EM 2006

0,08

centavos é o custo do minuto da ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro feita pelo Skype

A EMPRESA INOVOU AO ACEITAR O CARTÃO DE CRÉDITO NACIONAL E O GOVERNO COBRARÁ PELO SERVIÇO

SKYPE PASSA A SER TRIBUTADO 25 PREVIDÊNCIA

A

partir de agora, brasileiros que quiserem colocar créditos para fazer ligações telefônicas por meio do Skype terão de pagar 25% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Isso porque a empresa acaba de fechar uma parceria com a operadora de telecomunicações Transit Telecom para operar no Brasil e poder estender o atendimento a portadores de cartão de crédito nacional ou a quem prefira fazer depósito identificado na conta da companhia. Antes do acordo entre as duas empresas, apenas clientes com cartões internacionais tinham acesso aos serviços do Skype e sem a incidência do tributo. A parceria e a nacionalização da empresa devem ser divulgadas na próxima semana. O que muitos usuários do serviço não entenderam até agora é o fato de uma companhia virtual com sede em Luxemburgo, o Skype, estar sendo cobrada pelo governo por um imposto estadual, o ICMS. Explica-se: a Transit Telecom é

por cento é quanto o usuário terá de recolher em ICMS ao adquirir créditos do serviço de telefonia pela internet

uma empresa paulista e, por isso, deve pagar ao fisco 25% da arrecadação em ICMS. A tarifa, como em toda conta telefônica, é cobrada dos clientes e repassada ao governo. É por isso que antes da parceria entre as duas empresas os usuários do Skype não pagavam impostos sobre os serviços. Mas, agora, na compra de R$ 25 em cotas de crédito, o consumidor tem debitada em sua fatura de cartão de crédito R$ 33,33, já que R$ 8,33 desse montante são impostos. E se o usuário adquirir R$ 75 em crédito para ligações, deverá pagar em tributos R$ 25, somando R$ 100 na conta total. Mes-

mo assim, financeiramente, ainda vale a pena contratar os serviços do Skype para fazer ligações pela internet a discar de telefones convencionais. Um minuto de ligação para o Rio de Janeiro custa R$ 0,08 quando realizado a partir da empresa virtual, mas custa em média R$ 0,61 se feito por meio de empresas brasileiras de telecomunicação. As ligações internacionais também oferecem bom custo ao cliente Skype: ligar para um telefone fixo na Argentina sai por US$ 0.032 o minuto, e para um celular na Austrália o custo por 60 segundos é de US$ 0.203. Saí da – O próprio Skype apresenta uma opção ao cliente que não deseja sofrer a incidência de mais um tributo. Mas, para aderir, é preciso ter um cartão de crédito internacional. A saída é efetuar o pagamento por meio do paypal, um sistema gratuito de pagamentos online que permite a transferência de dinheiro entre negociantes com um endereço de email, por meio de cartão de crédito internacional. Basta criar uma conta em paypal.com e, depois, selecionar essa opção de pagamento quando da compra de créditos no Skype.

Insumos e serviços para infra-estrutura são isentos de tributos

A

compra de insumos e serviços destinados a obras de infra-estrutura está isenta do pagamento de Programa de Integração Social (PIS) e de Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) desde ontem, quando entrou em vigor regime especial de tributação anunciado entre as medidas do Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC). O benefício vale para obras de transportes, energia, saneamento básico e irrigação. A regulamentação do Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de InfraEstrutura (Reidi) prevê que, para terem direito ao benefício, as empresas precisam habilitar os investimentos nos ministérios responsáveis, que

avaliarão se a suspensão do imposto está sendo repassada às tarifas finais. O secretário-adjunto da Receita Carlos Alberto Barreto afirmou que a suspensão reduzirá em cerca de 10% o custo das obras. Segundo ele, o fato de a isenção, anunciada em janeiro, só ter entrado em vigor agora não acarretou prejuízo às empresas. (Reuters)

Governo quer reavaliar contas

A

proposta de reforma da Previdência que será apresentada pelo governo até o início de setembro envolve mudanças no longo prazo e será elaborada com base em uma reavaliação da contabilidade do sistema. As declarações foram pelo ministro da Previdência, Luiz Marinho, que participou de reunião do Fórum Nacional da Previdência Social. Marinho afirmou que apesar do déficit de R$ 4 bilhões em 2006, não há problemas a curto prazo porque as contas da Previdência caminham para o equilíbrio e até o final de 2008 devem atingir superávit. O ministro adiantou que a proposta do governo vai considerar as contas da previdência sob uma nova perspectiva, que excluirá dos gastos da pasta despesas com pagamento de benefícios dos trabalhadores rurais e incentivos fiscais nas exportações do agronegócio, por exemplo. "Precisamos deixar claro o que faz parte de receitas e despesas do regime geral da Previdência Social e o que

IR: consulta ao segundo lote

A

Receita Federal deve liberar até a próxima segunda-feira a consulta ao segundo lote de restituição

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Modalidade: CONCORRÊNCIA 26/2006 ATO DE DELIBERAÇÃO Objeto: Execução das obras e serviços de restauração, melhoramentos, pavimentação e duplicação da Rodovia BR-153, entre o km 54,30 e o km 72,10, inclusive obras de arte e interseções. A Comissão Especial de Licitações comunica que foi revogada a liminar concedida pela Vara da Fazenda pública local no Mandado de Segurança 3005/07, impetrado pela empresa Encalso Construções Ltda., atendendo o pedido de reconsideração da Procuradoria Geral do Município, que impedia a abertura das propostas financeiras da concorrência em epígrafe. Revogada a liminar, conforme ressalva constante na deliberação publicada no dia 27/06/2007, fica designada a data de 06/07/2007, às 9:00 h para abertura das propostas financeiras, dando prosseguimento ao processo licitatório. Comunica-se, ainda, a revogação dos despachos proferidos nos recursos administrativos interpostos pelas empresas Encalso Construções Ltda. e Cetenco Engenharia S.A, que ficam acolhidos como representação, sem efeito suspensivo e negados, no mérito, pelos próprios e jurídicos fundamentos constantes na decisão de fls. 4580/4587, somados àqueles constantes na decisão de revogação da liminar da Vara da Fazenda Municipal, que ficam registrados como razões de decidir ambos os recursos.

Wilson Dias/ABr

Sonaira San Pedro

Marinho: o ministro prevê que a Previdência atinja superávit em 2008

eventualmente está nas costas da Previdência e não deveria estar", afirmou. Na reunião, o Fórum ouviu representantes das bancadas dos trabalhadores e dos empregadores sobre os recursos da Seguridade Social e sua implicação na reforma da Previdência. Marinho disse que as análises e sugestões apresentadas durante o Fórum serão levadas em consideração na elaboração da

proposta do governo. "Nós estamos maturando o debate e as divergências são importantes para depois se chegar a um ponto de acordo, de entendimento", avaliou. Na próxima reunião do Fórum, marcada para os dias 3 e 4 de agosto, representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores vão revisar as análises apresentadas até agora e para avaliar os consensos e as divergências. (ABr)

do Imposto de Renda da Pessoa Física 2007, ano-base 2006. O dinheiro estará nos bancos a partir de 16 de julho. A consulta pode ser feita na internet (www.receita.fazenda.gov br) ou pelo telefone 0300-789-

0300. Basta informar o número do CPF. O valor da restituição será corrigido pela variação da taxa Selic. No primeiro lote, apenas os contribuintes com mais de 60 anos receberam restituição de imposto. (AE)

Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas,Vídeo e Similares do Estado de São Paulo

ÁGATA TECNOLOGIA DIGITAL LTDA. CNPJ nº 03.729.922/0001-22 torna público que recebeu da CETESB a Licença de Operação nº 15002926 para fabricação de discos magnéticos para som, vídeo e dados à Rua Licaten 417 - Bloco A, Pólo Industrial, CEP 07400-000 - Arujá, SP.

Souto Vidigal S.A. C.N.P.J. 60.688.256/0001-65 - N.I.R.E. 35.300.035.542 Ata de Assembléia Geral Extraordinária Realizada em 30 de Maio de 2007 1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 30 de maio de 2007, às 11:00 horas, na sede social da Companhia à Avenida Brigadeiro Faria Lima da SV a ser cindido e incorporado pela SVH, a valores contábeis. (6) Os resultados obtidos pela Empresa de Avaliação deverão constar de nº 3.144, 6º andar, conjunto 61, CEP 01451-000, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. Convocação: Dispensada nos termos do Laudo de Avaliação, que será submetido à aprovação dos sócios das sociedades envolvidas na operação, na forma da legislação pertinente. § 4º do artigo 124 da Lei nº 6.404/76. 3. Quorum de Instalação: Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme (7) As variações patrimoniais posteriores à data-base da cisão parcial e da incorporação, relativas ao acervo líquido contábil cindido da assinaturas constantes no livro de “Presença de Acionistas”. 4. Mesa dos Trabalhos: Presidente: Maria Cecília Souto Vidigal; Secretário: SV e incorporado pela SVH, deverão ser reconhecidas e escrituradas por esta última Sociedade, efetuando-se os lançamentos necessários Dr. José Carlos de Magalhães, em conformidade com o disposto no Estatuto Social. 5. Ordem do Dia: 5.1.Leitura e apreciação do Protocolo nos livros contábeis e fiscais das Sociedades envolvidas na operação. (8) A cisão parcial da SV efetivar-se-á com a incorporação, pela SVH, e Justificação de Cisão Parcial (“Protocolo”), celebrado em 08 de maio de 2007, entre a administração da Companhia e a da SV Holding da parcela cindida do patrimônio da SV, conforme identificada e descrita no item 11 abaixo. Elementos Patrimoniais a serem Transferidos Ltda.; 5.2. Ratificar a nomeação da empresa avaliadora indicada no Protocolo para proceder à avaliação do acervo líquido contábil da Companhia, a ser cindido; 5.3. Aprovar o Laudo de Avaliação preparado pela empresa avaliadora, nos termos do Protocolo; e 5.4. Aprovar - (9) O acervo líquido contábil a ser cindido da SV e incorporado pela SVH, corresponderá à parcela do patrimônio líquido constituída pelos a cisão parcial da Companhia nos termos do Protocolo, para refletir as conseqüências desta cisão. 6. Deliberações: Em seguida, o elementos abaixo relacionados: Descrição - Valores em R$: 1) Investimento de 77,963% na União Brasileira de Vidros S.A., Presidente da Mesa encaminhou a discussão da ordem do dia, sendo que, após ampla apreciação, a Assembléia, por unanimidade: correspondente a 682.009.469 ações ordinárias representativas do seu capital social, de um total de 874.718.120 ações ordinárias 6.1. Aprovou o Protocolo, celebrado em 08 de maio de 2007, entre a administração da Companhia e a da SV Holding Ltda., sociedade 53.748.892,00; 2) Investimento de 50,9986% na Brasmetal Waelzholz S.A. Indústria e Comércio, correspondente a 66.298.154 ações empresária limitada, com sede na Avenida Brigadeiro Faria Lima nº 3.144, 6º andar, conjunto 61, CEP 01451-000, na Cidade de São Paulo, ordinárias representativas do seu capital social, de um total de 130.000.000 ações ordinárias - 70.626.518,00; 3) Provisão para Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 08.696.043/0001-65, com seus atos constitutivos devidamente arquivados na Junta contingências fiscais, trabalhistas e cíveis, conforme Anexo I, contraídas pela sociedade em decorrência do processo de transferência do Comercial do Estado de São Paulo (“JUCESP”) sob NIRE 35.221.260.543, o qual passa a fazer parte integrante e indissociável desta ata, controle acionário o Banco Mercantil de São Paulo S.A. ao Banco Bradesco S.A. - 124.220.000,00. Anexo ao Protocolo e Justificação de Anexo I, referente à cisão parcial da Companhia com versão do acervo líquido cindido à SV Holding Ltda.; 6.2. Ratificou a contratação da Cisão Parcial da Souto Vidigal S.A., com data de 08/05/2007. Anexo I. Processo/Naturaza, Período até 30/04/2007: 1 - Trabalhista, PricewaterhouseCoopers International Services Ltda., sociedade estabelecida na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida Francisco 40.583.000,00; 2 - Cível/Fiscal, 44.274.000,00; 3 - Tributário, 147.424.000,00; 4 - FCVS, 84.903.000,00; 5 - Inconsistência Contábil, Matarazzo nº 1.400, nos 1º, 2º, 6º, 8º, 11º e 12º andares, Torre Torino, Água Branca, inscrita no C.N.P.J./M.F. sob o nº 47.205.646/0001-79 56.525.000,00, Subtotal, 373.709.000,00; 6 - Conta Gráfica, (46.496.000,00); 7 - Efeitos Fiscais 34%, (95.025.000,00); Total dos Riscos, feita pelos diretores da Companhia, para proceder à avaliação do acervo líquido contábil da Companhia a ser cindido; 6.3.Aprovou o Laudo de Avaliação do acervo líquido contábil da Companhia a ser cindido, preparado nos termos do Protocolo pela empresa avaliadora acima 232.188.000,00. Responsabilidade: Souto Vidigal S.A., Valor Contábil, 53,50%, 124.220.000,00; Total das Contingências, qualificada o qual passa fazer parte integrante e indissociável desta ata, Anexo II; e 6.4.Aprovou a cisão parcial da Companhia, com versão 124.220.000,00. Acervo Líquido Contábil da SV a ser Cindido - 155.410,00. Alteração no Valor do Capital Social da SV e da SVH do acervo líquido contábil cindido à SV Holding Ltda., nos termos do Protocolo e autorizou os administradores da Companhia a adotarem (10) Aprovada a cisão parcial, e confirmado, pela empresa avaliadora, o saldo do acervo líquido contábil a ser cindido, o valor do capital todas as providências necessárias à sua efetivação e alterou por conseqüência, o artigo 5º do Estatuto Social da Companhia, para fazê-lo social da SV deverá ser reduzido de R$ 8.246.159,75 (oito milhões, duzentos e quarenta e seis mil, cento e cinqüenta e nove reais e setenta constar com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social integralizado é de R$ 8.090.749,86 (oito milhões, noventa mil, setecentos e e cinco centavos) para R$ 8.090.749,75 (oito milhões, noventa mil, setecentos e quarenta e nove reais e setenta e cinco centavos), portanto quarenta e nove reais e oitenta e seis centavos), representado por 694.724.557 (seiscentos e noventa e quatro milhões, setecentas e vinte uma redução de R$ 155.410,00 (cento e cinqüenta e cinco mil, quatrocentos e dez reais), com cancelamento de 12.411.815 (doze milhões, e quatro mil e quinhentas e cinqüenta e sete) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal. Parágrafo 1º - Os acionistas terão quatrocentas e onze mil e oitocentas e quinze) ações ordinárias nominativas, ficando o seu capital social dividido em 694.724.557 preferência para a subscrição das novas ações. No caso de aumento de capital, será respeitada a proporção do número de ações que já (seiscentos e noventa e quatro milhões, setecentas e vinte e quatro mil e quinhentas e cinqüenta e sete) ações ordinárias nominativas e sem possuírem. Parágrafo 2º - No aumento de capital por subscrição particular, a integralização do capital subscrito será feita dentro do prazo valor nominal, mantida a respectiva proporção entre os acionistas. (11) Aprovada a cisão parcial, e confirmado, pela empresa avaliadora, o de um ano, contado da data da Assembléia Geral que homologar o aumento, na medida das conveniências da Sociedade e nas condições saldo do acervo líquido contábil a ser incorporado, o valor do capital social da SVH deverá ser aumentado de R$ 1.000,00 (mil reais) para que forem fixadas pelo Conselho de Administração. Parágrafo 3º - A Sociedade poderá adquirir as próprias ações, com o objetivo de cancelá-las ou mantê-las em tesouraria para posterior alienação, mediante autorização do Conselho de Administração.” Encerramento: R$ 156.410,00 (cento e cinqüenta e seis mil, quatrocentos e dez reais), portanto um aumento de R$ 155.410,00 (cento e cinqüenta e cinco Nada mais tendo sido tratado, suspendeu-se a Assembléia, para a lavratura desta ata que, a seguir, tendo sido lida e aprovada por todos os mil, quatrocentos e dez reais), com emissão de 15.541.000 (quinze milhões, quinhentas e quarenta e uma mil) novas quotas, ficando o seu presentes, foi por estes assinada. São Paulo, 30 de maio de 2007. (aa) Maria Cecília Souto Vidigal - Presidente da Mesa; José Carlos de capital social dividido em 15.641.000 (quinze milhões, seiscentas e quarenta e uma mil) quotas, mantida a respectiva proporção entre os Magalhães - Secretário. Acionistas: Maria Cecília Souto Vidigal; Ligia Souto Vidigal; Regina Vidigal Guarita; Gastão Augusto Souto de Bueno sócios. Formalização da Operação - (12) Na data de 30 de maio de 2007, serão realizadas a Assembléia Geral Extraordinária e a Alteração Vidigal; Luis Vidigal Andrade Gonçalves; Eduardo Vidigal Andrade Gonçalves; Guilherme Vidigal Andrade Gonçalves, p.p. Eduardo Vidigal do Contrato Social, respectivamente, da SV e da SVH, para a análise dos termos do presente Protocolo e aprovação do Laudo de Avaliação Andrade Gonçalves; Teresa Guarita Grynberg; Heloisa Vidigal Guarita Padilha; Dario Ferreira Guarita Neto; Maria Helena Pacheco Fernandes preparado pela Empresa Avaliadora, com data-base de 30 de abril de 2007. São Paulo, 08 de maio de 2007. Souto Vidigal S.A., Odenir de Bueno Vidigal; Maria Isabel Pacheco Fernandes de Bueno Vidigal, Maria Luiza Pacheco Fernandes de Bueno Vidigal; Maria Augusta Antônio Valério - Edson Luiz Stadler; SV Holding Ltda., Luiz Carlos Di Sessa Filippetti - Odenir Antônio Valério. Laudo de Avaliação do Pacheco Fernandes de Bueno Vidigal; Mahil Participações Ltda., p.p. Ruy Rangel; e LS Vidigal Participações Ltda., p. Ligia Souto Vidigal. Acervo Líquido Contábil - Souto Vidigal S.A. - PricewaterhouseCoopers International Services Ltda., sociedade estabelecida na Capital do Certidão: A presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. São Paulo, 30 de maio de 2007. Souto Vidigal S.A., Odenir Antonio Valério Estado de São Paulo, na Avenida Francisco Matarazzo nº 1.400,1º, 2º, 6º, 8º, 11º e 12º andares, Torre Torino, Água Branca, inscrita no - Diretor; Edson Luiz Stadler - Diretor. JUCESP nº 247.535/07-2 em 29/06/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral. Protocolo e Justificação de Cisão Parcial da Souto Vidigal S.A. com Incorporação da Parcela Cindida pela SV Holding Ltda.Pelo presente protocolo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o nº 47.205.646/0001-79, registrada originariamente no Conselho firmado ao oitavo dia do mês de maio de 2007, entre a administração da Souto Vidigal S.A., sociedade por ações, com sede na Avenida Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo sob o nº 2SP0009963/O-1, com seu Contrato Social de constituição, datado de 09 de Brigadeiro Faria Lima nº 3.144, 6º andar, conjunto 61, CEP 01451-000, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com seus atos janeiro de 1976, registrado no 4º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo - SP, em 27 de janeiro de 1976, e alterações constitutivos arquivados perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo (“JUCESP”) sob o N.I.R.E. 35.300.035.542 e inscrita no posteriores registradas no mesmo Cartório, estando a última delas, datada de 24 de outubro de 2006, registrada em microfilme sob o C.N.P.J./M.F. sob o nº 60.688.256/0001-65, neste ato devidamente representada na forma prevista em seu Estatuto Social, pelos Srs. Odenir nº 526926, em 04 de dezembro de 2006, representada por seu sócio infra-assinado, Sr. Marcelo Ricardo de Quadros Cioffi, brasileiro, Antonio Valério, brasileiro, casado, contador e administrador de empresas, portador da Carteira de Identidade R.G. nº 5.366.679-SSP/SP e casado, contador, inscrito no CRC sob o nº 1SP213113/O-0, portador da Cédula de Identidade R.G. nº 14.484.143-5, inscrito no C.P.F./M.F. inscrito no C.P.F./M.F. sob o nº 589.881.818-91 e Edson Luiz Stadler, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da Carteira sob o nº 250.301.818-14, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo com escritório no mesmo endereço da de Identidade R.G. nº 11.945.850-SSP/SP e inscrito no C.P.F./M.F. sob o nº 931.374.358-20, ambos residentes e domiciliados na Cidade de representada, nomeada perita pela Souto Vidigal S.A. (“Companhia”) e pela SV Holding Ltda. (“SVH”) para proceder à avaliação do acervo São Paulo, Estado de São Paulo, com escritório na Avenida Brigadeiro Faria Lima nº 3.144, 6º andar, conjunto 61, CEP 01451-000, de ora líquido contábil, formado por determinados ativos e passivos da Souto Vidigal S.A. em 30 de abril de 2007, a ser cindido e incorporado pela em diante denominada SV, e a administração da SV Holding Ltda., sociedade empresária limitada, com sede na Avenida Brigadeiro Faria SVH, apresenta a seguir o resultado de seu trabalho. A avaliação do acervo líquido contábil acima mencionado foi efetuada em conexão com Lima nº 3.144, 6º andar, conjunto 61, CEP 01451-000, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no C.N.P.J./M.F. sob o nº 08.696.043/0001-65, com seus atos constitutivos devidamente arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo (“JUCESP”) sob o exame do balanço patrimonial em 30 de abril de 2007 da Souto Vidigal S.A., elaborado sob a responsabilidade da administração da N.I.R.E. 35.221.260.543, neste ato representada pelos Srs. Luiz Carlos Di Sessa Filippetti, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Companhia. Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil, as quais requerem que os exames Carteira de Identidade R.G. nº 3.057.789-5-SSP/SP e inscrito no C.P.F./M.F. sob o nº 265.132.268-72 e Odenir Antônio Valerio, acima sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação do acervo líquido contábil em todos os seus aspectos relevantes. qualificado, de ora em diante denominada SVH,ficam consignados os motivos da proposta de cisão parcial da SV, seguida de incorporação Portanto, nosso exame compreendeu, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos do acervo líquido contábil cindido pela SVH, bem como estabelecidos os termos e condições que deverão reger a operação em questão, saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia, (b) a constatação, com base em testes, das em obediência aos preceitos legais aplicáveis. Justificação da Cisão Parcial - (1) O objetivo da presente cisão parcial da SV, seguida de evidências e dos registros que dão suporte aos valores das informações contábeis divulgados e (c) a avaliação das práticas e estimativas incorporação do acervo patrimonial cindido pela SVH, se consubstancia na decisão dos acionistas de transferir seus bens, direitos e contábeis representativas adotadas pela administração da Companhia. Com base nos trabalhos efetuados, concluímos que o valor do obrigações de maior relevância de uma sociedade anônima para uma sociedade empresária limitada, racionalizando assim os custos acervo líquido contábil formado por determinados ativos e passivos da Souto Vidigal S.A., a ser cindido e incorporado pela SV Holding inerentes à manutenção de uma sociedade do tipo anônima, assim como permitindo que a SV,com seu acervo patrimonial remanescente, Ltda., resumido no Anexo, é de R$ 155.410,00 (cento e cinqüenta e cinco mil e quatrocentos e dez reais) e está registrado nos livros da seja transferida a terceiros não relacionados. Condições da Cisão Parcial e Subseqüente Incorporação - (2) Para realizar a avaliação do contabilidade, segundo as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 30 de maio de 2007. PricewaterhouseCoopers International acervo líquido contábil da SV a ser cindido e incorporado pela SVH, os diretores de ambas as sociedades indicam como empresa de avaliação a PricewaterhouseCoopers International Services Ltda., sociedade estabelecida na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida Services Ltda. CRC 2SP009963/O-1; Marcelo Ricardo de Quadros Cioffi - Contador CRC 1SP213113/O-0. Anexo - Souto Vidigal S.A. Francisco Matarazzo nº 1.400, nos 1º, 2º, 6º, 8º, 11º e 12º andares, Torre Torino, Água Branca, inscrita no C.N.P.J./M.F. sob o nº Acervo Líquido Contábil em 30 de Abril de 2007 - Reais: Ativo permanente: Investimentos em controladas: Brasmetal Waelzholz S.A. 47.205.646/0001-79 (doravante denominada “Empresa de Avaliação”). (3) A indicação da Empresa de Avaliação deverá ser ratificada pelos Indústria e Comércio - 70.626.518,00; União Brasileira de Vidros S.A. - 53.748.892,00; – - 124.375.410,00; Exigível a longo prazo: sócios das sociedades envolvidas na operação, quando das deliberações sobre a cisão parcial da SV e sobre a incorporação do acervo Provisão para contingências - 124.220.000,00; Parcela do patrimônio líquido contábil a ser cindida - 155.410,00. Este anexo é parte líquido contábil cindido pela SVH.(4) A avaliação deverá ser elaborada com base em balanço da SV levantado em 30 de abril de 2007, que integrante e inseparável do laudo de avaliação do acervo líquido contábil da Souto Vidigal S.A., emitido por PricewaterhouseCoopers será considerada a data-base da cisão parcial e da incorporação. (5) A Empresa de Avaliação deverá efetuar a avaliação do acervo líquido International Services Ltda., com data de 30 de maio de 2007.

CNPJ (MF) nº 53.054.193/0001-20 Eleições Sindicais – Aviso Será realizada eleição no dia 10 (dez) de outubro de 2007, na sede desta entidade na Avenida Rangel Pestana, 1292, 2º andar, conjunto 21, São Paulo, Capital, para a composição da Diretoria e Conselho Fiscal, Efetivos e Suplentes, devendo o registro da chapa ser apresentado, à secretaria do Sindicato, no horário de 10:00 (dez) às 16:00 (dezesseis) horas, no período de 20 (vinte) dias, a contar da publicação deste Aviso. Edital de Convocação da eleição encontra-se afixado na sede desta entidade. S. Paulo, 4 de julho de 2007. Alberto Bitelli – Presidente.

União Brasileira de Vidros S.A. CNPJ nº 60.837.689/0001-35 - NIRE nº 35300033205 Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da União Brasileira de Vidros S.A., a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 13 de julho de 2.007, às 10:00 horas, na sede social da companhia, localizada na Avenida Senador Teotônio Vilela, s/n, Km 30, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Objetivo: a) Homologação do aumento do capital social. São Paulo, 02 de julho de 2.007. Luis Roberto Souto Vidigal - Presidente. 03, 04 e 05/07/2007 ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Eleições ASSETJ - 2007-07-07 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente edital ficam convocados os associados desta Associação para, em cumprimento ao artigo 83, c.c.o artigo 12, letra “c”, do Estatuto Social, participar das eleições gerais destinadas à eleição da Diretoria Executiva, do Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal, obedecendo os termos do artigo 86 do mesmo Estatuto Social, a realizar-se no dia 04 de outubro de 2007, das 8:00 às 17:00 horas, em sua sede Social, sita à Rua Tabatinguera, nº 91, bairro Centro - São Paulo - SP, e nas sedes regionais da Barra Funda, Consolação, Ipiranga, Guarulhos, Campinas e Ribeirão Preto, onde estará fixado o presente Edital. Os associados residentes em cidades onde não existam sedes regionais votarão nos termos do artigo 92 do estatuto. A Junta Eleitoral designada na reunião da Diretoria executiva do dia 02 de julho de 2007, tornará público através de afixação na sede Central e xerox simples nas Sedes Regionais, o regulamento das normas que regerão o pleito. São Paulo, 04 de julho de 2007. (a) José Gozze, Presidente.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 4 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Comercial de Cereais Irmãos Lopes Ltda. - Requerido: Cobal Radial Comércio de Alimentos Ltda. - Av. Antonio Estevão de Carvalho, 1.532 e 1.545 1ª Vara de Falências Requerente: Regina Marta Mesa Toledo - Requerido: Balcos Indústria Gráfica e Editora Ltda. - Rua Entre Rios, 494 - 2ª Vara de Falências

Requerente: Marcegaglia do Brasil Ltda. - Requerido: MLF Metais Ltda. EPP - Rua Nicolau Nasoni, 50 - 2ª Vara de Falências Requerente: Radup Sistemas de Segurança e Serviços Ltda. - Requerido: Lingraf Indústria Gráfica Ltda. - Rua Antonio de Camargo, 120 - 1ª Vara de Falências

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O Jornal do Empreendedor


quinta-feira, 5 de julho de 2007

Ambiente Saúde Polícia Educação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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TRAFICANTES ATACAM FORÇA NACIONAL NO RIO

Polícia Militar teve de usar gás pimenta para conter manifestantes no Terminal do Sacomã.

José Luis da Conceição/AE

Ó RBITA

GUERRA NO RIO

P

oliciais da Força Nacional de Segurança (FNS) entraram em confronto ontem com traficantes da Favela Nova Brasília, em Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro. O tiroteio começou por volta das 10h e, do alto da favela, traficantes atiravam nos agentes que patrulham os acessos à favela, revistando carros e moradores. Não há registro de feridos. O primeiro combate ocorreu na rua Jeovan Costa e o outro na rua Aristóteles Ferreira. Desde segundafeira, os agentes trocam tiros com os criminosos da região. A situação ficou tensa e o trânsito chegou a ser interrompido na avenida Itararé, uma das principais avenidas do bairro. Na operação realizada na quarta-feira passada no Rio, 19 pessoas morreram supostamente em confronto com as forças policiais no complexo de favelas do Alemão. Dos 19 mortos, havia menores e pessoas sem passagens pela polícia. Entidades de direitos humanos protestaram contra a violência da ação, mas o governo do Rio de Janeiro afirmou que não pretende recuar das ações de combate ao tráfico nos morros. (Agências)

PERUEIROS E PM ENTRAM EM CONFRONTO

U

m protesto de perueiros ontem de manhã no Terminal Sacomã, zona sul, terminou em confronto com a Polícia Militar. O grupo colocou vans na entrada para impedir o acesso dos ônibus. Os policiais tentaram tirar os veículos, mas os perueiros impediram. Os policiais

reagiram com gás pimenta. A entrada do terminal só foi liberada por volta das 9h30. Os perueiros reclamam da diminuição do repasse da verba da São Paulo Transporte S.A, de R$ 1,18 para R$ 1,06 por passageiro. A Prefeitura alega que a redução está prevista em contrato.(AE)

ALUNOS QUEIMAM CARRO DE DIRETORA

D

ois alunos adolescentes de uma escola estadual em Piraju (SP) invadiram a casa da diretora, Leonor Gomes de Castro, e atearam fogo em seu automóvel. As chamas destruíram o carro, um Logus, e queimaram as madeiras do telhado e da janela da residência. Os bombeiros impediram que o fogo se alastrasse por toda a casa. Os menores, de 15 e 16 anos, confessaram a ação e disseram que tinham "bronca" da diretora.

O aluno de 15 anos já tinha passagem pela Fundação Casa, antiga Febem, e fora denunciado pela diretora uma semana antes por ter depredado uma janela da escola. O incêndio ocorreu dia 16 de junho, mas a polícia só chegou aos autores uma semana depois. A diretora continua trabalhando normalmente. O destino dos garotos será decidido pela Vara da Infância e da Juventude da cidade. (AE)


quinta-feira, 5 de julho de 2007

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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R$ 35 BILHÕES IRÃO PARA OS COFRES PÚBLICOS VIA CPMF

69

por cento das pessoas ouvidas pela Ipsos acham que a CPMF eleva o preço final dos produtos

POPULAÇÃO DESEJA QUE A CONTRIBUIÇÃO SEJA EXTINTA, SEGUNDO PESQUISA DO INSTITUTO IPSOS

BRASILEIRO DESCONHECE A CPMF Antonio Cruz/ABr

Renato Carbonari Ibelli

A

O ministro Paulo Bernardo se reunirá amanhã com o relator da proposta de emenda constitucional que prorroga a CPMF

Paulo Bernardo se reúne com relator

O

ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, vai se reunir amanhã com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), relator da proposta da emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) por mais cinco anos. Informações dão conta que o relatório de Cunha na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) será favorável ao governo, que poderá ter os votos do partido no plenário. Mas um deputado peemedebista adverte o governo do risco de "ignorar" os pleitos da bancada. "O que está em jogo não é a prorrogação, mas sim a

partilha dos recursos da CPMF reivindicada pelos sete governadores do PMDB e pelas centenas de prefeitos do partido", resumiu o parlamentar, lembrando que o "troco" dos insatisfeitos pode aparecer na votação das emendas. O líder Henrique Alves insiste, no entanto, que os deputados não condicionaram seus votos. "Virão emendas, mas tudo isso será discutido muito próximo do governo." Setores do PMDB, entretanto, especialmente deputados da bancada fluminense, que aguardam com ansiedade a nomeação do ex-prefeito do Rio de Janeiro Luiz Paulo Conde para a presidência de Fur-

nas Centrais Elétricas, irritaram-se com a nomeação do exdeputado Moreira Franco para uma das diretorias da Caixa Econômica Federal (CEF), atendendo à reivindicação da ala rival do partido. "Isso, em vez de ajudar, atrapalha. O governo está jogando o presidente e o líder contra a bancada", disse um deputado. Decreto – O governo publicou ontem no Diário Oficial da União (DOU) decreto que regulamenta toda a legislação da CPMF. Segundo a Receita Federal, não há nenhuma mudança. Alega ser praxe consolidar em um único decreto toda a legislação de um determinado tributo. (AE)

maioria dos brasileiros não sabe que o governo cobra 0,38% sobre toda transação bancária feita — seja para pagar contas, impostos ou saques. A cobrança, feita na forma da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), é desconhecida para 58% da população, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, a pedido do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). A contribuição, que como o próprio nome sugere é provisória, pode se tornar permanente se for aprovada emenda constitucional no congresso que quer transformá-la em imposto. Na contramão, grupos de empresários e de parlamentares têm feito campanhas pelo fim da CPMF.

Eternamente provisória

O

governo federal criou a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em 1996, com a intenção de destinar sua arrecadação para a área da saúde. A contribuição entrou em vigor no ano

A pesquisa do Ciesp, que teve como base mil entrevistados de nove regiões metropolitanas do País, mostra que a maioria (69%), apesar de desconhecer a contribuição, acredita que ela "encarece muito" o preço de venda dos produtos consumidos. Esse mesmo percentual de entrevistados (69%) revela, na pesquisa, que o governo deveria acabar de uma vez com a CPMF. Outros 18% afirmaram que o executivo deveria reduzir a taxa de 0,38% gradualmente até eliminar a contribuição por completo. O desconhecimento a respeito da CPMF é maior entre a baixa renda. O levantamento aponta que, enquanto entre as classes D/E e C, respectivamente 70% e 54% dos entrevistados não conhecem a cobrança, nas classes A/B, apenas 29% disseram desconhecer a contribuição. Entre as regiões, o Nordeste é o que concentra o

maior número (79%) de entrevistados que não sabiam da existência da cobrança. Movimentos que pedem o fim da contribuição provisória estão espalhados pelo País. Na semana passada, a Assembléia Legislativa de São Paulo lançou a Frente Parlamentar contra a CPMF. A criação da frente foi uma reação à movimentação existente em Brasília para transformar a contribuição em imposto, e assim, se tornar permanente. Pela Constituição Federal, a CPMF perde a validade em dezembro deste ano. Mas é consenso que dificilmente o governo deixe de estender o prazo de validade da contribuição. Só neste ano, estima-se que a CPMF levará aos cofres públicos R$ 35 bilhões. Outra campanha contra a prorrogação da contribuição provisória foi batizada de "Xô, CPMF!". O movimento já tem o apoio de 60 entidades.

seguinte, com alíquota de 0,2%. De prorrogação em prorrogação, ela sobrevive até hoje, abocanhando 0,38% de todas as transações bancárias feitas pelos contribuintes. No final de 2000, o fisco passou a usar a CPMF de forma estratégica para identificar os sonegadores. À época, o governo permitiu o cruzamento das informações bancárias com as declarações

do Imposto de Renda (IR). Assim, a Receita passou a comparar o valor da movimentação financeira do contribuinte com o recolhimento da CPMF. A mais recente prorrogação da contribuição ocorreu em 2003 e deveria terminar em dezembro deste ano. Ao que tudo indica, o prazo será alongado. De novo. (RCI)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 5 de julho de 2007

Leon Neal/AFP

Internacional Paraguai cede às pressões de Hugo Chávez Um dia depois de o presidente venezuelano ter dado ultimato para que Brasília e Assunção aprovem o ingresso de Caracas ao Mercosul até setembro, líder paraguaio pede para Congresso votar pela adesão

O

presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, entregou ao Congresso de seu país o pedido para aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul. A solicitação ocorreu um dia depois de o mandatário venezuelano, Hugo Chávez, ter dado ultimato e ameaçado desistir do ingresso no bloco sul-americano caso o processo de adesão não seja aprovado até setembro. Os presidentes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai assinaram, há um ano, acordo que previa a entrada de Caracas no bloco. Os parlamentos da Argentina e do Uruguai já referendaram a adesão. No Congresso brasileiro, porém, o

assunto está emperrado. No Paraguai, o Executivo não tinha enviado a solicitação ao Parlamento até ontem. Apesar do gesto de Duarte, o vice-presidente paraguaio, Luis Castiglioni, reagiu com indignação ao ultimato de C h á v e z . " S e o p re s i d e n t e (Duarte) não fala, eu digo que rechaçamos qualquer pressão ou condição imposta pela Venezuela. Chávez pode governar seu país, mas não o Paraguai e muito menos o Mercosul", disse. "O Paraguai é livre, independente e soberano. Não aceita prazos de ninguém." Parlamentares que fazem oposição a Duarte criticaram a demora do Executivo no envio da proposta. O presidente do

Senado, Miguel Saguier, disse que "só hoje (ontem) o Palácio envia o protocolo de adesão. O atraso no tratamento do tema não é nossa culpa, mas do presidente. A mensagem de Duarte tem data de 26 de dezembro de 2006, mas apenas hoje (ontem), chega ao Senado." O documento seguirá para a comissão de assuntos constitucionais e, em 30 dias, deve ser enviado ao plenário. Se aprovado, seguirá para a Câmara dos Deputados, onde passa por processo semelhante. As iniciativas propostas por Duarte ao Congresso têm sido, em sua maioria, reprovadas pelos parlamentares. A oposição controla o Senado há mais de um ano. (AE)

'Se não quiser, não fica'

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com dureza ao ultimato do venezuelano Hugo Chávez, que pretende se retirar do Mercosul caso o Congresso não aprove sua adesão até setembro. "Para entrar tem de ter as regras. Para sair, não tem regra. Se não quiser ficar, não fica", disse Lula em Portugal. Em seguida, ponderou. "É difícil fazer política externa comentando as declarações de terceiros sem saber ao certo em que contexto elas foram dadas", afirmou o presidente. Lula contou que pretendia resolver as diferenças com a Venezuela na reunião do Mercosul que aconteceu na última

Paulo Cordeiro/AFP

semana no Paraguai: " E u i m a g inava que iria conversar com o Chávez no Paraguai, mas ele não foi por compromissos no exterior", disse, em referência às viagens oficiais do venezuelano à Rússia, Irã e Belarus. "Mas não vai faltar oportunidade de conversar com o Chávez, porque nós queremos manter a Venezuela no Mercosul. Não faltará oportunidade para uma prosa", finalizou. Na equipe de governo, a ameaça de Hugo Chávez é vista com certo alívio, quase uma torcida. "Ele está fora e vai continuar fora", comentou um in-

Jornalista britânico Alan Johnston, 45 anos, ficou 114 dias em poder da milícia Exército do Islã na Faixa de Gaza

'Na Faixa de Gaza, nunca mais'

tegrante do alto escalão, acrescentando que o venezuelano nunca teve intenção real de ingressar no bloco. O comentário nos bastidores é que a indústria energética da Venezuela estaria contra a adesão ao Mercosul. A linha de atuação de Chávez, porém, não teve um comentário tão ameno do presidente da União Européia, José Manuel Durão Barroso. Ele lembrou que o bloco mantém uma postura firme em relação à liberdade de expressão e que é seu dever manifestar preocupação toda vez que ela é reduzida. Quando o presidente Hugo Chávez não renovou a licença da RCTV, a União Européia protestou. (Agências)

"E

u me sentia como se estivesse enterrado vivo, isolado do mundo e às vezes verdadeiramente aterrorizado". Foi com esse testemunho que o jornalista da BBC, Alan Johnston, fez sua primeira aparição pública depois de 114 dias de seqüestro na Faixa Gaza. Pálido, mais magro, mas aliviado horas após ter sido libertado pela milícia Exército do Islã, Johnston, 45, disse que durante o cativeiro quase não viu a luz do sol e, apesar de não ter sido torturado, os seqüestradores ameaçaram "degolá-lo como um cordeiro" se membros do grupo detidos na Jordânia e na Grã-Bretanha não fossem libertados. "Estava nas mãos de gente muito perigosa e imprevisível", disse o correspondente, seqüestrado em 12 de março em Gaza. Johnston contou que ficou doente, seus captores o

trataram relativamente bem e somente o golpearam no final, durante a viagem antes de sua libertação. Já no consulado britânico em Jerusalém, assegurou que não quer voltar a Gaza. "Passei três anos cobrindo Gaza como correspondente e quatro meses confinado e isolado. Creio que já é suficiente", disse. Johnston, único correspondente ocidental radicado em Gaza, afirmou ter sentido que seus sequestradores cederam à pressão depois que o Hamas derrotou o Fatah, há três semanas. Ele descreveu o Exército do Islã como "um pequeno grupo jihadista", mais interessado em fazer mal à Grã-Bretanha do que no conflito palestino com Israel. Autoridades dizem que o grupo tem como principal base de apoio o clã Doghmush, cujo reduto, em Gaza, foi isolado por homens do Hamas, o que facilitou a libertação do jornalista. (Agências)

Joshua Roberts/Reuters

SEM RECEITA

PATRIOTISMO

G ORIENTE MÉDIO A Síria reabriu a fronteira com o nordeste do Líbano

O

Gore III: filho do ex-vicemaconha presidente dos EUA, Al e drogas Gore, foi detido ontem na sem Califórnia por porte ilegal de receita 28 gramas de maconha e

Reuters

Ó RBITA

eorge W. Bush apelou para o patriotismo e defendeu a guerra do Iraque, pedindo "paciência e determinação" aos americanos. Em seu discurso do 4 de Julho, disse que é necessário tempo para que a estratégia adotada no país árabe renda frutos. (Reuters)

drogas controladas como Xanax e Valium. Al Gore III dirigia um veículo a 160 quilômetros por hora em uma rodovia em San Diego. (AE)

SEVERO

O

governo britânico reduziu o nível de segurança no país de "crítico" para "severo", o que indica que um atentado terrorista é considerado provável. Os oito suspeitos presos pela polícia, todos ligados a áreas médicas, continuam sendo investigados. (AE)


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Nacional Empresas Negócios Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

CONTRATOS ERAM FEITOS EM NOME DE LARANJAS

15

mandados de busca e apreensão foram expedidos.

FRIGORÍFICOS VENDIAM CARNE NO MERCADO ATACADISTA POR MEIO DE EMPRESAS FANTASMAS

PF DESMONTA ESQUEMA NO PARÁ U 100

Paulo Pampolin/Hype

Arnaldo Mazzolin Júnior: exemplos de empreendedores que tornaram as empresas mais representativas

WorkDay terá relatos de sucesso André Alves

E

stimular os empresários e executivos a realizar mudanças e a buscar alternativas para seus negócios são os principais objetivos do seminário WorkDay 2007, que será realizado no próximo dia 10, no Centro Fecomercio de Eventos, em São Paulo. "Como Ganhar o Jogo com as Cartas que Temos nas Mãos" será o tema desta segunda edição do evento, criado e promovido pela Mazz International Consulting, empresa especializada em consultoria organizacional e empresarial. Segundo o presidente da Mazz, Arnaldo Mazzolin Júnior, vivemos atualmente em um mundo sob pressão, onde em muitas situações e segmentos o passado não é base para o futuro e onde os referenciais mudam de forma mais intensa do que o comportamento humano pode acompanhar. "É preciso ouvir experiências bem-sucedidas

e realizar mudanças para manter o sucesso da empresa. Vale lembrar que as pessoas mudam os processos, mas os processos não mudam as pessoas", disse. Um dos principais pontos apontados por Mazzolin como primordiais para o sucesso empresarial é a liderança dos que dirigem as empresas nos mais diversos ramos. "Um bom líder deve ter flexibilidade nos paradigmas e ser ousado. Sem ousadia não há crescimento. No seminário, é importante causar estímulos visando oferecer alternativas para chegar ao sucesso." Palestrantes - Todos os palestrantes, de acordo com Mazzolin, são empreendedores que tornaram as empresas em que trabalharam mais ágeis, lucrativas e com maior representatividade no mercado. Entre eles estão Ozires Silva, com o tema "Brasil - como enfrentar os gargalos da infra-estrutura deficiente"; André Beer, com o tema "Administrar ou complicar?"; Antonio Delfim Netto -

FALÊNCIAS Serasa registrou queda de 28,8% no primeiro semestre sobre igual período do ano passado.

Ó RBITA

"Medidas imprescindíveis para o Brasil embarcar definitivamente no ciclo virtuoso da economia mundial", e Hirton Browne Maia Filho, com a palestra "New Manufacturing As Novas Propostas de Gestão Operacional". AACD - Nesta segunda edição do WorkDay, todo o valor arrecadado com as inscrições – a R$ 600,00 – será doado para as cirurgias da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). O primeiro WorkDay foi feito em novembro de 2006 para 420 empresários. "A expectativa para este ano é de que 500 pessoas participem – presidentes, CEOS, empresários, diretores administrativos e financeiros, diretores comerciais e de RH, diretores de marketing, gerentes, supervisores, técnicos e profissionais liberais." O Centro Fecomércio de Eventos fica na Rua Dr. Plínio Barreto, 285, na Bela Vista, em São Paulo. O terceiro WorkDay será realizado em Porto Alegre no dia 16 de outubro. COCA-COLA Empresa pode fazer proposta pela Snapple, unidade de chás da Cadbury Schweppes.

PETROBRAS: ACORDO COM A GALP

A

Petrobras e a empresa portuguesa Galp Energia assinaram acordo para a produção e comercialização de 600 mil toneladas anuais de biodiesel. As duas empresas formarão uma terceira companhia, com 50% de capital de cada uma. A produção de óleo ocorrerá, numa primeira etapa, no Brasil. Os planos envolvem exportar metade dessa produção, ainda na forma de óleo, para ser transformada em biodiesel pela Galp em Portugal. A outra metade será produzida A TÉ LOGO

no Brasil e exportada para Portugal ou outros países da União Européia. Futuramente, a idéia é produzir óleo na África, segundo o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer. Empresas da Inglaterra e da Itália também têm interesse em projetos semelhantes. Em nota, a Galp informou que "o plano de negócios que agora será detalhado e ficará sujeito à ratificação por parte das administrações das duas empresas". Segundo a Petrobras, o acordo atende a seu plano estratégico. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Europa propõe corte na produção de vinho

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Varejistas emitem mais cartões que bancos

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Shell volta a abrir postos no Brasil

SECRETARIA DE GESTÃO COORDENADORIA DE GESTÃO DE BENS E SERVIÇOS Acha-se aberta a licitação na modalidade PREGÃO ELETRÔNICO PARA REGISTRO DE PREÇOS Nº 036/2007/CGBS - Proc. 2006-0.328.236-5 PARA AQUISIÇÃO DE DISCO DE CD-RW (COMPACT DISC REGRAVÁVEL) E DISCO DE CD-R (COMPACT DISC GRAVÁVEL). Abertura dia 18/07/2007 às 09:30 horas. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelas interessadas no horário das 9h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,15 (quinze centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS. 21, na Rua Líbero Badaró, 425, 3º andar, Centro, ou através da Internet pelos sites http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br.

BÓIA-FRIA

J

osé Dionísio de Souza, de 33 anos, morreu durante horário de trabalho na Usina Agreste, em Espírito Santo do Turvo, região de Ribeirão Preto, noroeste paulista. Ele foi o terceiro bóia-fria a morrer neste ano em seu local de trabalho, segundo a Pastoral do Migrante de Guariba. (ABr)

ETANOL

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urante a cúpula empresarial BrasilUnião Européia, os europeus indicaram que estão dispostos a impor barreiras não-tarifárias para o etanol brasileiro. Eles levantaram a necessidade de haver um processo de certificação das empresas produtoras de álcool. (AE)

JAPÃO

A

agência de classificação de riscos Moody's colocou o rating da dívida doméstica do governo do Japão em revisão para possível elevação. A agência rebaixou o rating do país em duas notas em maio de 2002 para o nível atual. (AE)

m novo esquema de fraudes contra os cofres públicos, envolvendo empresas que negociam gado e carne, foi desarticulado ontem numa operação conjunta da Receita Federal e da Polícia Federal. O volume das fraudes alcança R$ 100 milhões, segundo levantamento da própria PF. A Operação Arroba investigou durante mais de um ano como agia a quadrilha e monitorou todos os seus passos. A Justiça Federal expediu 15 mandados de busca e apreensão no Pará e nove foram cumpridos em Castanhal. Ao todo, foram cumpridos 25 mandados nas cidades de Belém, Castanhal, Redenção e Xinguara, além dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Piauí e Maranhão. Documentos e computadores foram apreendidos em seis grandes frigoríficos de Castanhal, responsáveis pelo abastecimento de carne de vários municípios do nordeste daquele estado, além de outras regiões.

milhões de reais é o valor alcançado pelas fraudes em esquema que envolve negócios com carne e gado.

Cerca de 150 policiais federais e 50 auditores da Receita Federal estiveram envolvidos na operação. Duas pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo na cidade de Xinguara, durante a entrada dos policiais em frigoríficos da região. Na residência de três empresários, também em Castanhal, foram apreendidos documentos. Todo o material recolhido foi levado para a sede da PF em Belém, onde será analisado para compro-

var as irregularidades. A investigação constatou que os frigoríficos vendiam gado e carne no mercado atacadista por meio de empresas "fantasmas" para sonegar o recolhimento de impostos aos cofres da União, além de contribuições previdenciárias e trabalhistas. O esquema da quadrilha consistia na transferência de obrigações mediante contratos fictícios de prestação de serviço de abate, arrendamento, entre outros, para as empresas de fachada, em nome de sócios "laranjas". Segundo a PF, por serem de fachada e com nome de "laranjas", as empresas simplesmente deixavam de declarar ou declaravam suas receitas com valores menores, o que evidencia enorme disparidade entre as receitas declaradas e as movimentações financeiras. Quando uma das empresas de fachada era eventualmente autuada pelo Fisco, ela era imediatamente descartada pela quadrilha, que criava outra com as mesmas características. (AE)

Empresa francesa de logística quer crescer 40% no Brasil Fernanda Pressinott

A

s operações da ID Logistics cresceram 47% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2006. Isso porque a empresa de origem francesa iniciou recentemente a gestão de um centro de distribuição (CD) de 10 mil metros quadrados da fabricante de autopeças Arvin Meritor, que favoreceu fortemente seu faturamento. No consolidado de 2007, a companhia pretende crescer 40% e chegar a uma receita de R$ 70 milhões no País. Para alcançar esse resultado, além do contrato com a Arvin Meritor, a ID tem um grupo internacional do setor alimentício como novo cliente. Sem dar maiores informações, o presidente mundial da companhia, Eric Hemar, revelou apenas que a ID vai gerenciar um CD

de 10 mil metros quadrados desse grupo na região Sudeste do Brasil. "As operações devem começar no quarto trimestre", afirmou. A empresa também aposta no crescimento da criação de CDs de grande escala (com mais de 50 mil metros quadrados) no País e na terceirização de operações de armazenagem in house. "Alguns estudos indicam que o segmento de logística deve crescer entre 8% e 10% no Brasil nos próximos anos. Apostamos em mais que isso", afirmo Hemar. Clientes – Fundada há seis anos na França, a ID Logistics se tornou um dos principais operadores de logística do país, com clientes como Carrefour, Intermaché, Castorama e Casino. A empresa também atua em dez outros países. No Brasil, a companhia chegou em 2002 já com o Carrefour como cliente. No ano pas-

sado, a filial brasileira cresceu 67%, de um faturamento de R$ 30 milhões em 2005 para R$ 50 milhões. Os responsáveis por essa expansão foram os contratos com a rede de bricolagem e construção Leroy Merlin e com a petroquímica Chevron Texaco. No modelo de negócio da ID, os clientes suportam boa parte do investimento. Os locais de armazenagem e distribuição são sempre alugados, a frota terceirizada e o hardware de informática é de parceiros. "Nosso trabalho é gerir com inteligência o setor de logística e armazenamento de uma empresa. Não fazemos investimento em infra-estrutura ou em frota de caminhões", disse Hemar. Mundialmente, a ID tem apenas 600 veículos, dos quais 400 na França e 200 em Taiwan "apenas porque não encontraram bons parceiros de transporte nesses locais".

Telefonia: rumores de fusão no ar

U

ma venda acionária, estimada em pelo menos US$ 500 milhões, poderá ser mais um lance na consolidação do setor de telecomunicações do País. Fundos de pensão, participantes da Brasil Telecom (Previ, Petros e Funcef), estão negociando com o Citibank a compra dos 38% de participação da Telecom Italia na holding Solpart, que controla, indiretamente, a operadora de telefonia baseada em Brasília. Caso se concretize, o negócio poderá representar mais um passo numa eventual fusão entre a Brasil Telecom (BRT) e o Grupo Oi (antiga Telemar), do qual os fundos também são acionistas. Segundo o analista da ABN Amro Real Corretora, Alex Pardellas, a união das duas empresas é uma "coisa distante", porque a

lei em vigor não permite essa consolidação – limitações regulatórias impedem que um mesmo grupo controlador seja dono de duas concessões na mesma área. Desejo ministerial – Os rumores sobre uma fusão entre os grupos brasileiros começaram a circular em abril. As duas companhias negaram. Desde então, integrantes do governo, entre eles o ministro das Comunicações, Hélio Costa, têm demonstrado simpatia à idéia de o País contar com uma empresa de capital nacional no setor, de porte maior, para competir com os grupos estrangeiros. Nesta visão, o risco seria ver o mercado brasileiro dividido, basicamente, entre dois grupos internacionais, a espanhola Telefónica e a mexicana Telmex. A analista da Brascan Corre-

tora, Beatriz Battelli, avalia que a compra da parte da Telecom Italia pelos fundos favoreceria uma eventual fusão entre os grupos nacionais. "Pode ficar mais fácil", analisa ela, levando em conta que os fundos também participam da Telemar, embora estejam afastados do bloco de controle. A saída da Telecom Italia da BRT afastaria, na visão de um executivo do setor, o risco de a Telefônica vetar uma possível consolidação entre as duas operadoras brasileiras. A dúvida, diz ele, é se o grupo espanhol teria poder para impedir o negócio. Na prática, a Telefónica comprou, junto com parceiros italianos, participação de uma empresa, a Telco, que detém fatia da Telecom Italia. Com isso, ficou com uma participação indireta de 10% na operadora italiana. (AE)

Comércio eletrônico cresce 49% O comércio eletrônico movimentou cerca de R$ 2,6 bilhões no primeiro semestre, valor que supera em 5% a expectativa inicial da e-bit e representa um crescimento nominal de 49% em relação a igual período de 2006. A pesquisa da empresa, que acompanha o comércio eletrônico

nacional, não inclui as vendas de passagens aéreas, automóveis e sites de leilão. Segundo o diretor-geral da empresa, Pedro Guasti, um dos fatores responsáveis pela alta foi o maior volume de vendas, que teve crescimento de 45%, impulsionado pelos novos consumidores. No fim do

ano passado, 7 milhões de pessoas já tinham feito pelo menos uma compra pela rede. Até junho, já eram 8 milhões. A média do valor gasto nas lojas virtuais de janeiro a junho deste ano ficou em R$ 296, aproximadamente 3% acima do registrado em 2006. Maristela Orlowski


quinta-feira, 5 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 7


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Tr i b u t o s Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ABACATE FOI O ITEM QUE MAIS SUBIU NO IPC

quinta-feira, 5 de julho de 2007

19,98

por cento foi, em junho, a participação das pessoas físicas nos negócios registrados na Bovespa.

NO MÊS PASSADO, BOLSA PAULISTA MOVIMENTOU R$ 105,2 BILHÕES, COM MÉDIA DIÁRIA DE R$ 5,3 BILHÕES

BOVESPA TEM VOLUME RECORDE Fluxo cambial: País recebeu US$ 42,8 bi de janeiro a junho Segundo o BC, volume registrado até 15 de junho é recorde para o período

O

fluxo de entrada de dólares no País chegou a US$ 42,887 bilhões no período de janeiro até 15 de junho. Divulgado ontem pelo Banco Central (BC), o valor já é maior que os US$ 37,27 bilhões de todo o ano passado, quando o ingresso de moeda estrangeira já havia batido recorde histórico. Para o fechamento do ano, as estimativas variam entre US$ 47 bilhões e US$ 57 bilhões. O forte ritmo de entrada de dólares foi sustentado pelo crescimento das operações de antecipação das exportações. "Estamos vendo esse movimento desde dezembro do ano passado", disse a economista Zeina Latif, do banco ABN Amro. As antecipações têm sido o instrumento usado pelos exportadores para se proteger contra a valorização do real. Por meio dessas operações, os exportadores conseguem antecipar o recebimento dos dólares referentes à venda de seus produtos no exterior.

57

bilhões de dólares deve ser o volume de entrada de dólares no País em 2007, de acordo com estimativas do mercado financeiro.

Em apenas 15 dias de junho, o ingresso de moeda estrangeira chegou a US$ 7,821 bilhões. Mais alto que os US$ 6,944 bilhões de todo o mês de maio, o resultado foi influenciado pela entrada de aproximadamente US$ 5 bilhões de operação de compra das participações de acionistas minoritários da Arcelor pela Mittal Steel. "Não foi por outro motivo que o fluxo no segmento financeiro do mercado de câmbio fi-

cou positivo em US$ 1,27 bilhão nos 15 dias de junho", disse a economista do ABN Amro. Normalmente, o segmento financeiro do mercado de câmbio — que não inclui operações comerciais — apresenta déficit. Mas já há cinco meses tem sido observado ingresso líquido de divisas nessa conta, o que indica aumento da entrada de capitais de curto prazo. O ingresso maciço de dólares tem provocado aumento expressivo das reservas internacionais, pois o BC repetiu, em junho, a estratégia dos meses anteriores e comprou toda a sobra de fluxo em leilões diários. Com isso, só em junho as reservas cambiais aumentaram US$ 10,682 bilhões, alcançando US$ 147,101 bilhões no final do mês. No semestre, as reservas cresceram US$ 61,262 bilhões. No período, o BC teve prejuízo de R$ 4,752 bilhões com as operações de swap cambial reverso, feitas para evitar alta excessiva do real em relação ao dólar. (AE)

A

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou volume médio diário recorde de R$ 5,3 bilhões em junho, ante R$ 4 bilhões em maio. A média diária de negócios alcançou a máxima histórica de 141.093, superando as 130.851 transações do mês anterior. O volume total movimentado no mês também foi recorde, com R$ 105,2 bilhões, ante R$ 87,3 bilhões em maio. Entre as operações mais relevantes realizadas no mês passado está a oferta de fechamento de capital da Arcelor Brasil realizada em 4 de junho, que movimentou R$ 10,3 bilhões. Segundo a Bovespa, a operação teve reflexo no fluxo de investimentos e na distribuição da participação de investidores, elevando a presença de estrangeiros e reduzindo a da pessoa física no movimento financeiro total da bolsa. De fato, a participação do investidor estrangeiro nas operações subiu de 34,14% em maio para 35,61% em junho. Os institucionais ficaram com 26,92%, ante 30,49% no mês anterior; as pessoas físicas, com 19,98%, ante 24,42%; as instituições financeiras, com 11,91%, ante 9,50%; as empresas, com 5,45%, ante 1,34%; e outros, com 0,12%, ante 0,1%. O sistema de negociação pela internet, o home broker, voltou a registrar recordes em junho, com volume de R$ 13,3 bilhões no mês, ante R$ 13 bilhões em maio. O valor médio por negócio foi de R$ 9,1 mil, ante 8,8 mil no mês anterior, e o número de investidores com ofertas alocadas atingiu 113.052 ordens, acima dos 112.933 de maio. O número de negócios, no entanto, caiu de 1,5 milhão para 1,4 milhão. A participação do sistema na quantidade de negócios da bolsa ficou em 27,16%, ante 27,24% em maio, e a participação no volume foi de 8,16%, an-

te 8,39% no período anterior. Ao final de junho, 59 corretoras ofereciam o serviço de negociação de ações pela internet, duas a mais que em maio. O mercado à vista respondeu por 93,7% do volume financeiro total em junho, seguido pelo de opções, com 3,6%, e pelo mercado a termo, com 2,7%. O after market, período de negociações após o pregão regular, girou R$ 310,133 milhões, com 36.138 negócios, ante R$ 335,627 milhões e 38.225 operações em maio. Estrangeiros — As ofertas públicas de ações na Bovespa, incluindo as operações iniciais (IPOs), somaram R$ 21,466 bilhões de janeiro a junho deste ano, considerando as operações concluídas até o dia 3 de julho. A participação dos estrangeiros nas captações atin-

giu R$ 15,747 bilhões, o equivalente a 73,4% do total. O fluxo de recursos de investidores estrangeiros diretamente na bolsa ficou negativo em R$ 138,629 milhões no acumulado do ano até junho. Porém, se considerado o capital externo destinado às ofertas de ações, esse saldo torna-se positivo em R$ 15,608 bilhões. Apenas em junho, o balanço das negociações dos investidores estrangeiros diretamente na Bovespa ficou negativo em R$ 2,083 bilhões, resultado de vendas de ações no valor de R$ 38,403 bilhões e de compras de R$ 36,32 bilhões. O montante inclui a forte saída de capital externo, de R$ 1,581 bilhão, no pregão de 4 de junho, quando foi realizada a oferta pública para fechamento de capital da Arcelor Brasil. (AE)

INFLAÇÃO Alta de 178,75% no Real

A

inflação ao consumidor em São Paulo foi de 178,75% nos 13 anos do Plano Real, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No período, o custo de vida foi pressionado principalmente por preços administrados e monitorados pelo governo. Entre os sete grupos de preços pesquisados para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, as maiores altas entre julho de 1994 e junho deste ano foram de transportes (variação de 321,53%) e educação (301,55%). A menor alta desde 1994 foi do grupo vestuário, de 15,79%. Os preços de

alimentação tiveram avanço de 119,22% no período. Entre os itens pesquisados pela Fipe, as maiores elevações foram de abacate (1.101%), tarifa de telefone fixo (744%), seguro de veículos (741%), camarão (598%), ônibus (449%) e ensino superior (357%). Projeção — A Fipe elevou ontem a projeção para a inflação na cidade de São Paulo para 2007. Segundo o coordenador do IPC, Márcio Nakane, o indicador chegará ao final de dezembro com variação acumulada de 4,2%, resultado superior ao de 2006, quando a inflação foi de 2,55%. A estimativa anterior de Nakane era de

uma elevação de 3,7%. Desde o início de março, ele não modificava a previsão para 2007. A taxa estimada pelo coordenador é maior que a verificada no mais recente relatório Focus do Banco Central (BC), no qual instituições do mercado financeiro esperam alta de 3,89% para o índice da Fipe. No primeiro semestre de 2007, a inflação acumulou alta de 2,37%, após ter subido 0,55% em junho e 0,36% em maio. Nos 12 meses encerrados em junho, a alta acumulada foi de 4,88%, a maior desde novembro de 2005 (4,92%). No mês passado, o IPC-Fipe apurou inflação de 0,55%. (AE)

BNDES busca acordo na Europa

O

presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem em Lisboa que durante a sua visita à Europa discutirá uma aproximação com o Banco Europeu de Investimentos (BEI). Trata-se de uma instituição com sede em Luxemburgo, cujo

orçamento é de 46 bilhões de euros, aproximadamente seis vezes mais que a verba do Banco Mundial. "Inexplicavelmente, temos uma relação muito modesta com esse banco", disse Coutinho. Ele informou que está em discussão uma linha de financiamento do BEI para o BNDES, para financiar projetos relacionados ao

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, comentou, também em Lisboa, que o BNDES trabalha na reformulação das linhas de apoio à internacionalização das empresas brasileiras, com condições competitivas no mercado internacional. (AE)


quinta-feira, 5 de julho de 2007

Empreendedores Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MERCADO ELEVA PREVISÃO PARA INDÚSTRIA

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por cento foi a alta da produção de motocicletas pela indústria nacional no primeiro semestre.

NO PRIMEIRO SEMESTRE, SETOR COMERCIALIZOU 790,4 MIL UNIDADES. BICICLETAS SOFREM COM PIRATARIA.

VENDAS DE MOTOS AUMENTAM 25,8%

´ INDUSTRIA N

Anderson Cavalcante

A

indústria surpreendeu até mesmo os analistas mais otimistas e mostrou ótimo desempenho no mês de maio, puxado especialmente pelos bens de capital. A produção aumentou 1,3% sobre abril (bem acima da média de 0,4% projetada pelo mercado financeiro), somando oito meses consecutivos de expansão, seqüência que não ocorria desde 2004. Em relação a maio do ano passado, houve crescimento de 4,9%. Os resultados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levaram economistas a anunciar que farão revisões para cima nas projeções para o desempenho da indústria e até mesmo do Produto Interno Bruto (PIB) para 2007. "É um crescimento cada vez mais generalizado e liderado por máquinas e equipamentos, o que é bem saudável", observou Silvio Sales, coordenador de indústria do instituto. Ele destacou que há uma expansão cada vez maior de dados positivos do setor. A economista Alessandra Ribeiro,

da Tendências Consultoria, disse que deve revisar as estimativas para a produção industrial e o PIB neste ano. Atualmente, a projeção é de aumento da produção industrial brasileira em 3,7% e do PIB, de 4%. "Os indícios são de que teremos um PIB mais forte do que esperávamos", disse. Esse crescimento, segundo ela, deve ser puxado por consumo e investimentos. "Esses são os dois grandes motores de nossa revisão", acrescentou. Juros mais baixos — O economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) José Ronaldo Souza Junior disse que o resultado surpreendeu positivamente — a instituição projetava queda de 0,1% na produção na comparação com abril — e deverá levar a uma revisão para cima na estimativa de crescimento na produção industrial em 2007, atualmente de 4,4%. Na avaliação dele, os investimentos, a redução dos juros e a expansão do crédito foram os principais responsáveis pelo "resultado bastante positivo" apresentado pela indústria.

De janeiro a maio, a produção da indústria acumulou alta de 4,4%. Sales destacou que o consumo interno continua sendo o principal motor da indústria neste ano. Ele afirmou que o ciclo de crescimento industrial diagnosticado em 2007 só teve similar recentemente em 2004, mas naquele ano era preponderante o papel das exportações, enquanto a demanda doméstica tem sido crucial na atual trajetória. Prova disso é que o segmento de veículos automotores, que tem registrado queda nas vendas externas e excelente desempenho no mercado interno, registrou aumento de 3,7% na produção em maio ante abril e puxou, como principal impacto positivo, a produção de toda a indústria nessa base de comparação. As demais influências mais importantes também têm forte componente doméstico: indústria farmacêutica (aumento de 8,3%), máquinas e equipamentos (alta de 3,1%) e alimentos (expansão de 1,2%, neste caso também com influência externa). (AE)

Plugues e tomadas têm novo padrão Mário Tonocchi

C

om investimentos em adaptações na produção estimados em R$ 1 milhão (pequenas indústrias) e R$ 10 milhões (empresas de grande porte), os fabricantes brasileiros de plugues e tomadas estão prontos para a padronização nacional que começa no próximo dia 1º de agosto. A previsão é de implementação total das mudanças até 1º de janeiro de 2010. As alterações nos formatos das tomadas, impostas pelo governo por meio do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) devem tornar os equipamentos mais seguros contra choques elétricos. A principal novidade serve para equipamentos que precisam de aterramento, como geladeiras, fogões e microondas. O plugue deve vir com uma terceira haste para encaixar em tomadas com três furos, um deles exclusivo para o fio-terra. Outra mudança importante é que os encaixes para os plu-

gues devem ser "afundados" no espelho cerca de um centímetro. Isso tem o objetivo de impedir que a pessoa toque nas hastes enquanto encaixa o plugue na tomada. Preços — "Existe especulação de que os preços finais dos produtos devem ficar entre 10% e 20% mais altos para os consumidores. Isso não é verdade", disse o diretor da área de Materiais Elétricos de Instalação da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Sérgio Lima. Gustavo Kuster, gerente de avaliação da conformidade do Inmetro, disse que os consumidores não vão sofrer nenhum prejuízo com as mudanças. Segundo ele, 80% do que é utilizado hoje nas residências e empresas para conexão elétrica poderá ser utilizado normalmente. "O que vai acabar é o plugue com pinos chatos, que não suportam a corrente elétrica brasileira", disse. Até 2010, são as empresas que vão substituir esses plugues pelos novos modelos. Com isso, o consumidor só terá de trocar a tomada de casa

quando comprar um equipamento com plugue novo. Outro item muito utilizado pelos brasileiros, o famoso "benjamim", da forma como é vendido hoje, como adaptador e ampliador do número de conexões elétricas também vai acabar. Esse produto, de acordo com o Inmetro, não funciona. As empresas já trabalham para lançar novos modelos, mais eficientes e seguros.

Alessandro Garofalo/Reuters

Expansão de 1,3% em maio

o Brasil, existem boas e más notícias no setor de veículos de duas rodas. Enquanto a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) comemora o crescimento de 25,83% nas vendas de motocicletas no primeiro semestre deste ano em relação ao período de janeiro a junho do ano passado, os produtores de bicicletas passam a se preocupar com a pirataria de produtos, que começa a atuar nesse segmento. Nos seis primeiros meses do ano, o setor de motocicletas vendeu 790.486 unidades, ante 628.214 comercializadas no mesmo período de 2006. Já a produção teve um aumento um pouco menor, de 23,11%. Isso ocorreu principalmente porque as exportações do seg-

mento caíram 32,1% no período, afetadas pela valorização do real em relação ao dólar. Na avaliação do presidente da Abraciclo, Paulo Shuiti Takeuchi, mesmo com a queda nas exportações no primeiro semestre do ano, o segmento n ã o t e m d o q u e re c l a m a r. "Comparando com a situação de alguns anos atrás, quando ansiávamos em produzir um milhão de unidades por ano, não dá para reclamar. Já estamos praticamente alcançando esse número ainda no primeiro semestre", afirmou. De acordo com o diretorexecutivo da entidade, Moacyr Alberto Paes, o bom resultado no mercado interno nos últimos anos tem como base três principais motivos. "Os fabricantes aceleraram o desenvolvimento de bons produtos, adequados à realidade nacional. Outro fator importante é a grande oferta de crédito, que proporcionou 55% das vendas financiadas, 30% por meio de

consórcios e apenas 15% realizadas à vista", afirmou. "Por fim, o mercado verificou uma tendência de a motocicleta ser utilizada como meio de transporte e não só como objeto de lazer, como ocorria há alguns anos. Com isso, a frota nacional, que era de 2,793 milhões de motocicletas emplacadas até o ano 2000, hoje já beira os 9 milhões", acrescentou o diretor da Abraciclo. Pirataria — O Brasil é o terceiro maior produtor de bicicletas no mundo, perdendo apenas para China e Índia, e sua produção anual tem mantido nos últimos anos a média de 5 milhões de unidades. Um problema hoje para o setor é o fato de os fabricantes estarem sendo procurados por clientes com bicicletas ainda no período de garantia, mas que não foram produzidas por elas. Por isso, a Abraciclo e suas associadas solicitam que os consumidores procurem locais idôneos para comprar novas bicicletas.

CINQUECENTO Um carrinho compacto, lançado na Itália em 1957, volta ao mercado com o nome de Fiat 500. O lançamento oficial foi ontem e as vendas começarão em 15 de setembro, na Itália. O projeto é do Fiat Style Centre. Ele tem 3,55 m de comprimento, 1,65 m de largura e só 1,49 m de altura.


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Nacional Empresas Agronegócio Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 5 de julho de 2007

SETOR SUCROALCOOLEIRO EXPORTOU R$ 5,6 BILHÕES EM 2006

3,9

por cento ao ano, nos próximos 10 anos, é a previsão de crescimento para as oleaginosas.

NOS CINCO PRIMEIROS MESES DESTE ANO, EXPORTAÇÕES AGRÍCOLAS DE SP CRESCERAM 27% SOBRE 2006

CRESCE O AGRONEGÓCIO PAULISTA OCDE Milton Mansilha/LUZ

Paula Cunha

A

s exportações paulistas de produtos agropecuários totalizaram US$ 5,7 bilhões de janeiro a maio deste ano, cifra que indicou aumento de 27% sobre o mesmo período de 2006. Em todo o ano passado, as exportações agrícolas de São Paulo totalizaram US$ 14,74 bilhões, 30% superiores ao valor de 2005. A produção do estado totalizou R$ 33 bilhões em 2006. Apesar desses números positivos, o secretário estadual de Agricultura, João Sampaio, ressaltou que o setor encontra muitas dificuldades em razão da queda do dólar e da precariedade dos portos e vias de escoamento das exportações em São Paulo. Ele apresentou os resultados da agropecuária durante encontro com o Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio realizado ontem na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Segundo o secretário da Agricultura, em razão da queda do dólar, as exportações têm crescido muito mais em volume que em valores. Ele citou os principais ramos afetados: café, laranja e pecuária. Para reverter essa situação, Sampaio informou que diversas medidas, como a padronização de produtos para exportação e cursos de qualificação para os produtores agrícolas, já estão sendo adotadas, além de viagens oficiais para apresentar a produção a países in-

teressados, principalmente os em desenvolvimento, que necessitam de matérias-primas. "Hoje, as câmaras de comércio e a ACSP têm importância fundamental para divulgar a produção de São Paulo. Nosso objetivo é aperfeiçoar as parcerias com outros países compradores e oferecer, além dos nossos produtos, tecnologias de plantio de diversas culturas. Um exemplo é o México, que já está adquirindo nosso knowhow de cana-de-açúcar", acrescentou o secretário. Avanço da cana – O setor de açúcar e álcool de São Paulo exportou US$ 5,6 bilhões em 2006, com aumento de 74% em valor sobre 2005. O maior destaque foi o álcool, com elevação de 135,9%, devido ao crescente interesse mundial por biocombustíveis. No ano passado, a cana ocupou área de 7,1 milhões de hectares no País e produziu 458 milhões de toneladas. Para este ano, a expectativa é de uma safra total na casa das 495 milhões de toneladas. Segundo o coordenador do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio da ACSP, Hélio Nicoletti, o setor continuará crescendo e, além das atuais 335 usinas de açúcar e álcool, terá 85 novas unidades até 2012. "Apesar das dificuldades, o grande interesse pelo álcool assegurará o desenvolvimento do setor e a tecnologia do etanol continuará avançando ordenadamente", afirmou o coordenador. Para ele, não existe risco de substituição de outras culturas pela cana.

Terra no Paraná sobe até 95%

L

evantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná mostra que as terras mecanizáveis do estado tiveram valorização de 46% a 95% neste ano, em relação a 2000. O ajuste, apesar de positivo, representa uma acomodação sobre os valores da terra alcançados em 2004.

De acordo com o economista Dizonei Zampieiri, do Deral, em 2004 a valorização foi bem maior em função dos preços da soja, que dispararam por conta das grandes compras da China. Desde 2004, a cotação da soja voltou aos patamares históricos, e os preços da terra recuaram um pouco, mas permaneceram valorizados em relação a 2000. (AE)

Estudo aponta aumento de preço de commodities

U

Secretário João Sampaio: exportações agrícolas paulistas crescem mais em volume do que em valor

Para ministro, safra sobe para 135 milhões de toneladas

O

s preços internacionais elevados dos grãos, principalmente da soja, devem estimular uma expansão do plantio no Brasil na temporada 2007/08, com a safra em geral podendo atingir um novo recorde, afirmou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. "Se as condições climáticas forem as mesmas deste ano, acho que vamos para 135 milhões de toneladas", afirmou, acrescentando que a soja seria "o carrochefe" da expansão mas que o milho também "é destaque". A última projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a atual temporada, divulgada na terça-feira, apontou safra recorde de 130,5 milhões de toneladas. Só a soja somaria 58 milhões de toneladas, também recorde. Stephanes afirmou que a alta internacional dos grãos – motivada principalmente pela demanda por milho nos Estados Unidos, usado na produção de etanol – tem ajudado a amenizar os efeitos da valorização do real ante o dólar. Ele ressaltou, contudo, que o dólar baixo pode ser uma ameaça à produção agrícola brasileira não para a próxima

Impasse nas dívidas rurais

G

overno e parlamentares tentam resolver o impasse sobre a renegociação da dívida rural. A proposta da comissão da Agricultura da Câmara prevê a prorrogação integral das dívidas de investimento que vencem

safra, mas dentro de um prazo mais longo, já que está "comendo" parte dos ganhos do produtor num momento que deveria ser de recomposição. Problemas de produção e de preços geraram nos últimos anos graves dificuldades para os produtores brasileiros, especialmente no Centro-Oeste, onde os custos são mais altos devido à distância dos portos. O ministro observou que, apesar da melhora da situação neste ano, não houve recuperação da renda do setor como um todo – ela varia de acordo com o produto e a região. Mato Grosso – Avaliações feitas pelo ministério considerando renda bruta do setor, custo de produção, endividamento e renda líquida de-

monstram que Mato Grosso não terá condições nos próximos dois anos de pagar dívidas passadas, apenas custeio da última safra e alguns investimentos novos. No Paraná, a situação é um pouco mais tranqüila, especialmente porque o custo de transporte de grãos até os portos é bem inferior ao do Centro-Oeste: US$ 20 por tonelada contra US$ 80 a US$ 100. O Mato Grosso teria condição de começar a pagar as dívidas nos próximos dois anos, "em valores menores, e s e a s s a f r a s c o n t i n u a re m boas", frisou o ministro. "Uma coisa que ficou muito clara (recentemente) é que onde houve boa produção e bom preço na última safra, 95% dos produtores estão com pagamentos de custeio da última safra em dia. Isso mostra que quando tem renda, ele (o produtor) paga", afirmou o ministro. O governo, segundo Stephanes, está atento à situação da oferta de adubo no País. Hoje o Brasil importa o equivalente a 60% de suas necessidades de matéria-prima para o insumo, e a perspectiva é chegar aos 80% em 15 anos. (Reuters)

neste ano e a inclusão de um percentual maior de bônus para os produtores que pagarem as parcelas com vencimento em 2007. A proposta do governo incluía o pagamento de no mínimo 30% das parcelas de dívidas que venceram neste ano, de R$ 5,2 bilhões, referentes a seis programas do Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES): o Moderfrota, Prodeagro, Prodefrutas, Prolapec, Proflora, Moderagro. Os 70% restantes seriam prorrogados para 2008 a juros contratados de 8,75% ao ano. Os parlamentares querem retirar a obrigatoriedade de pagamento de 30%. (AE)

O dólar baixo pode ser uma ameaça à produção agrícola brasileira, não na próxima safra, mas em prazo mais longo. Reinhold Stephanes

m estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) prevê que os preços dos produtos agrícolas vão continuar subindo nos próximos dez anos, beneficiando as exportações dos grandes produtores dessas commodities, como o Brasil. "Os atuais preços altos no mercado mundial para muitas commodities agrícolas são causados por fatores de natureza temporária, como carências na oferta provocadas por secas e estoques baixos", afirma o estudo Perspectiva Agrícola 2007-2016, apresentado ontem, em Paris. "Mas mudanças estruturais como o aumento na demanda de matéria-prima para a produção de biocombustível, e a redução de superávits causados por reformas implementadas no passado em políticas no setor agrícola, podem manter os preços acima dos níveis históricos de equilíbrio durante os próximos dez anos." O estudo prevê que os preços de todas as commodities agrícolas vão subir nos próximos dez anos. "A crescente presença dos mercados da Argentina e Brasil é impressionante", disse. "Enquanto o crescimento no Brasil é mais concentrado no açúcar, óleos vegetais e carnes, a performance exportadora da Argentina também cobre cereais e muitos produtos laticínios", afirma. A China deve continuar aumentando sua fatia nos volumes globais de importações de várias commodities agrícolas. O levantamento observa que os preços mais elevados das commodities agrícolas representam uma preocupação para os países importadores como também para as camadas pobres das populações urbanas. Isso deve alimentar o debate sobre a validade do uso dessas commodities para a produção de biocombustíveis, ao invés de direcioná-las para a alimentação. "Além disso, embora preços mais elevados de matéria-prima para biocombustíveis possa elevar a renda dos produtores dessas commodities, eles resultam em custos mais elevados e renda menor para os produtores que usam as mesmas commodities como ração de animais." A OCDE prevê que o crescente uso de cereais, açúcar e óleos vegetais para satisfazer a necessidade da indústria de biocombustíveis, que se expande rapidamente, é um dos principais fatores que vão afetar o cenário agrícola nos próximos anos. Substanciais quantidades de milho nos Estados Unidos, trigo na União Européia e açúcar no Brasil serão usados na produção de etanol e biodiesel. "Isso está pressionando para cima os preços das safras e, indiretamente através das rações, os preços para os produtos animais. Brasil – O estudo da OCDE e FAO prevê que a produção brasileira de oleaginosas, entre as quais a soja, vai ter crescimento médio anual de 3,9% nos próximos dez anos. "O Brasil vai superar os Estados Unidos até 2009 como o maior exportador de oleaginosos", diz o documento. (AE)


sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

Transpor te Ciência Compor tamento Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PARA NUMEROLOGISTAS, UMA BOA DATA PARA SE CASAR

O papa Bento 16 divulgará amanhã seu Motu Proprio, autorizando a missa no ritual Tridentino.

Não fossem os aspectos místicos, esotéricos e cabalísticos que cercam o dia 7, do mês 7 de um ano terminado em 7, certamente a data de amanhã chamaria a atenção pela repetição simétrica, estética. Seja como for, não é sempre que se topa com um 07/07/07. Por isso, é preciso registrá-lo. Warner Bros/Divulgação

Kety Shapazian O mago Harry Potter: o sétimo livro da escritora escocesa J. K. Rowling será lançado no próximo dia 21, contrariando o desejo de fãs do mundo inteiro, que gostariam de ter acesso à publicação numa data mais compatível: o dia 7 do mês 7 de 2007.

O

mais novo livro de Harry Potter – "Harry Potter and the Deathly Hallows" – será lançado apenas no dia 21 de julho, contrariando fãs do mundo inteiro, que acreditavam que a autora J. K. Rowling iria aproveitar a data de amanhã, 7 de julho de 2007, para colocar no mercado o sétimo livro do bruxinho adolescente. A mística em torno do dia sete, do mês sete, do ano de 2007 inundou a rede com crendices, superstições e coincidências. Afinal, que dia melhor que amanhã para divulgar o resultado do concurso para eleger as sete (ops!, oito, depois de as Pirâmides de Gizé terem a vaga assegurada) novas maravilhas do mundo? O anúncio das maravilhas finalistas será feito às 21h30, horário de Lisboa (Portugal), onde a cerimônia acontece – e não às A última vez 7h e 7 minutos, que aconteceu como internauum 07/07/07 tas queriam. foi em 1907. A A histeria copróxima será letiva em torno em 2107. do dia atingiu Talvez seja em cheio, prinesse o motivo cipalmente, cade tanta sais que escohisteria. lheram o dia para dizer o sim. Casamentos – N um erol ogistas disseram em coro que seria uma boa data para se casar. A atriz norte-americana Eva Langoria (do seriado Desperate Housewives) se casa amanhã, na França, com o jogador de basquete Tony Parker. “Tony é completamente supersticioso e acha que se casar em 07/07/07 é ideal para oficializar nossa união", teria declarado um amigo do casal para a revista People. Parece que a atriz e o jogador não são os únicos a acreditar que o dia trará bons fluidos para a união. Segundo a agência de notícias AFP, a Galeria Lafayette, em Paris, tem 774 listas de casamento para o dia 07/07/2007. A média, geralmente, é de 300 listas nos sábados de julho a setembro. Ainda na França, foi criada uma loteria especialmente para o dia – o sortudo levará para casa, adivinhem, sete milhões de euros. Nos Estados Unidos, o site de casamentos theknot.com diz que o número de casamentos amanhã (38 mil!) será três vezes maior que qualquer outro sábado de julho. E alerta:

Ó RBITA

VOTE NO CRISTO ermina hoje, às 21h, a T votação para escolha das Sete Novas Maravilhas do Mundo. O Cristo Redentor é um dos 21 candidatos. Sua escolha pode representar um aumento de até 20% no fluxo de turistas ao País e a geração de cerca de 200 mil novos empregos. Para participar, basta ligar, quantas vezes quiser, para os números 33 03 07 07 (Rio de Janeiro) e 315 315 07 (São Paulo). Para demais

MSC Cruzeiros/Divulgação

Timothy A. Clary/AFP

Para drusos, veneração

O

O Cristo Redentor, que dia 7 pode ser escolhido uma das Sete Maravilhas. Acima, a atriz Eva Langoria e o jogador de basquete Tony Parker, que escolheram o dia 7 para se casar.

talvez não haja fotógrafo, cabeleireiro ou ministros de paz para tanta gente. O jornal The Indianapolis Star conta que na cidade de Las Vegas, conhecida por celebrar uniões vaptvupt 24 horas por dia, apenas uma capela –a Little White Wedding Chapel – tem 400 casamentos agendados, quando o normal é 100 num sábado. (A última vez que aconteceu um 07/07/07 foi em 1907. A próxima será em 2107. Talvez seja esse o motivo de tanta histeria.) localidades faça um DDD. Para o Rio: (21) 33 03 07 07. Para São Paulo: (11) 315 315 07. Pelo celular, basta enviar uma mensagem de texto com a palavra "Cristo" para o número 49216. A Vivo, Claro, Tim, Oi e Brasil Telecom uniram-se para participar da campanha "Vote Cristo. Ele é uma Maravilha". Os torpedos (votos pelo celular) são gratuitos (um voto por assinante) para os cerca de 90 milhões de clientes das operadoras participantes. A votação pode ser feita pelo site www.votecristo.com.br.

Sete continentes – Já a versão carioca do megashow "Live Earth" por pouco não acontece amanhã. O Ministério Público do Rio de Janeiro havia obtido uma liminar suspendendo as apresentações por preocupações com a segurança na cidade, mas a decisão foi revogada na quintafeira. O evento tem shows marcados nos sete continentes durante 24 horas. O primeiro acontece em Sydney (Austrália) e o último será no

Giants Stadium, em Nova York (Estados Unidos). Especialistas não acreditam que o mundo termine amanhã – se não acabou no 'feriado da besta' (dia 6, do mês seis, de 2006), é muito provável que não aconteça nada em 07/07/2007 ou em 08/08/2008. De qualquer modo, o papa Bento 16 divulgará amanhã seu Motu Proprio, autorizando a missa no ritual Tridentino. A partir dessa data um gru-

po de pelo menos 30 fiéis católicos poderão, em qualquer parte do mundo, pedir a um padre para celebrar a missa segundo o rito Tridentino, banido da Igreja no século 17. Mas nem todo mundo vê o sete como um número de sorte. Para parentes e amigos das 52 pessoas que morrerem no dia 07 de julho de 2005, amanhã é dia de lembrar o aniversário de dois anos das bombas detonadas no sistema de transportes de Londres, na Inglaterra.

s 16 mil drusos do Golan veneram o número 7: são 7 os dias da semana, um palmo tem 7 dedos, para eles há 7 céus, 7 terras, 7 planetas, o santo califa al-Hakim se vestiu de preto por 7 anos e ficou sem cortar cabelo outros 7 anos, e a bíblia escrita pelo "papa" Hamza Ben-Ahmed está dividida em 7 partes. Entre as 7 obrigações religiosas e morais dos drusos estão a verdade das palavras, a segurança do próximo e o distanciamento dos demônios. Majdal Shams tinha 7 carros quando Israel a ocupou, na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Agora tem um trânsito engarrafado por últimos modelos de carro. "Mas o progresso chegou ao mundo todo", dizem na cidade. E agora deve também chegar a paz. O texto acima é um pequeno excerto de reportagem escrita em 1983 pelo jornalista Moisés Rabinovici, diretor de redação do DC, à época correspondente de O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde no Oriente Médio.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

Internacional 'Papagaios' no caminho de Chávez

Entramos no Iraque para garantir petróleo Brendan Nelson, ministro da Defesa da Austrália

Francesco Spotorno/Reuters

Pedro Rey/AFP

A

rgentina e Uruguai resolveram interceder junto ao Brasil na polêmica diplomática que se transformou a adesão da Venezuela ao Mercosul. Mas o ultimato dado pelo presidente Hugo Chávez para que o Congresso brasileiro decida a entrada de Caracas até setembro pode ter servido para deixar o h e r m an o mais longe do bloco sul-americano. Na última terça-feira, Chávez deu prazo até setembro para que os legislativos de Brasil e Paraguai aprovem o ingresso da Venezuela no Mercosul. Caso contrário, seu governo retiraria a petição de adesão. O ingresso de Caracas foi acertado há um ano, e já foi aprovado por Argentina e Uruguai. O senador Jefferson Peres (PDT-AM) pediu ontem o adiamento por três meses da votação sobre a entrada da Venezuela no Mercosul. O prazo proposto é o mesmo do ultimato dado por Chávez ao Congresso. "Seria extremamente humilhante discutir o protocolo de adesão dentro do prazo fixado pelo tenente-coronel Chávez", disse o senador. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) apoiou a proposta e atribuiu o "ultimato" do venezuelano à "formação autoritária" que Chávez teria. O Congresso entra em recesso no dia 18 e só volta a funcionar em 1º de agosto. Por isso, Jarbas disse que será "muito di-

Roberto Filho/Ag. O Globo

Ultimato do presidente venezuelano para que aprovem o ingresso de Caracas no Mercosul até setembro gera críticas no Congresso brasileiro; senador solicita o adiamento em três meses do processo de votação da petição de Hugo Chávez

Jefferson Peres

Hugo Chávez

Seria humilhante discutir a adesão dentro do prazo fixado pelo tenente-coronel Chávez Jefferson Peres fícil" cumprir os trâmites no prazo dado por Chávez. O ultimato provocou duras críticas a Chávez por parte dos congressistas brasileiros e paraguaios. Os brasileiros já estavam especialmente irritados com o mandatário de Caracas, desde que foram chamados por ele de "papagaios de Washington", quando repudiaram a não renovação da concessão da emissora venezuelana RCTV, fechada por criticar Chávez abertamente. O Congresso brasileiro exige do presidente venezuelano um pedido público de desculpas, o que ainda não aconteceu.

Lobby Em uma tentativa de minimizar o desgaste provocado pelas declarações recentes de Hugo Chávez, o governo venezuelano enviou ontem ao Senado brasileiro o embaixador da Venezuela no Brasil, Júlio Garcia Montoya. Ele negou que a Venezuela tenha dado ultimato ao Congresso. Segundo o embaixador, o que existe, de fato, é um "autocompromisso da Venezuela", um prazo imposto, segundo ele, pelo próprio país e não ao Congresso brasileiro. "Não há ultimato. O que há é um desejo e um compromisso nosso, o nosso prazo para que busquemos soluções", afirmou. Ajuda O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, defendeu ontem a aprovação da adesão da Venezuela por parte dos congressos de Brasil e do Paraguai. Ele revelou também que pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aprovar a adesão de Caracas. "Estamos profundamente convencidos a continuar adiante com as políticas implementadas, com a construção do Mercosul. Por isso é importante aplainar o caminho, como disse a Lula, para que a Venezuela possa ser parte ativa do Mercosul", afirmou Kirchner. A chancelaria uruguaia também conversa informalmente com seus parceiros do bloco para solucionar a polêmica. (Agências)

INDEPENDÊNCIA – A Venezuela celebrou ontem o 196° aniversário da declaração de Independência com um desfile militar do qual participaram 12.500 efetivos da Força Armada Nacional. O ato, que aconteceu em Caracas, contou com a presença do presidente Hugo Chávez

11 mortos na Faixa de Gaza Exército israelense faz nova ofensiva contra militantes do Hamas

O

nze palestinos, quase todos militantes do grupo islâmico Hamas, morreram e vinte pessoas ficaram feridas em choques contra forças israelenses em um dos mais sangrentos dias de combates desde que a milícia extremista tomou o controle da Faixa de Gaza, em meados de junho, levando ao fim do governo de coalizão com o Fatah. O exército de Israel entrou na manhã de ontem na Faixa de Gaza e se defrontou com militantes, utilizando aviões e tanques. Após ter varrido seus rivais do partido Fatah da Faixa de Gaza em uma rápida campanha no mês passado, o Hamas tenta solidificar seu regime na região. A milícia tem lançado poucos ataques contra Israel, mas não impede que outros grupos de militantes dis-

parem foguetes contra o território israelense. Aparentemente, foram esses disparos de foguetes que provocaram a reação israelense de ontem. Na Cisjordânia, o exército israelense prendeu 13 palestinos. Seis foram detidos em Hebron, três em Jenin, um em Ramallah e outros quatro — três do Hamas e um da Jihad Islâmica — em Belém. Repressão O primeiro-ministro do governo de emergência palestino, Salam Fayyad, prometeu reprimir os militantes na Cisjordânia ocupada, mas disse que para obter sucesso Israel precisa parar de perseguir os ativistas. Ele afirmou, ainda, que Tel Aviv não pode se aproveitar da campanha de desarmamento lançada pelo governo de emergência para continuar detendo os militantes.

Forças de segurança palestinas lideradas pelo Fatah já estão perseguindo membros do Hamas, que estariam tentando formar uma "Força Executiva" na Cisjordânia. Dezenas de pessoas foram detidas e depois liberadas após interrogatório, disseram fontes de segurança. Visita Alan Johnston, o jornalista da BBC libertado na quartafeira após 114 dias de seqüestro, viajou à Cisjordânia para agradecer ao presidente palestino, Mahmud Abbas, pelo apoio durante os dias de cativeiro em Gaza. Ele foi libertado após o grupo político rival de Abbas, o Hamas, pressionar os seqüestradores a libertá-lo. O Hamas reivindicou o crédito pela libertação e disse que era um sinal de que o grupo tem condição de impor a lei e a ordem no território. (AE)

Banaras Khan/AFP

Nayef Hashlamoun/Reuters

Os estudantes desafiam as autoridades paquistanesas fazendo campanha em favor da adoção da 'sharia'

Garoto palestino observa soldado israelense durante operação militar que terminou com 11 mortos

Mesquita em guerra

C

entenas de estudantes cercados em uma mesquita de Islamadab, capital paquistanesa, ignoraram ontem os pedidos de seu líder capturado para se renderem, aumentando temores de que algumas crianças possam ser usadas como escudo humano. Diante da resistência, militares destruíram partes da Mesquita Vermelha, abrindo buracos em uma de suas paredes e atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra radicais. O cerco ao templo começou na terça-feira, quando pelo menos dez pessoas morreram nos confrontos entre os estudantes e as forças de segurança. Eles desafiam as autoridades paquistanesas fazendo

uma campanha em favor da adoção da sharia (lei islâmica). A mesquita, localizada em pleno centro da cidade de Islamabad, está cercada por 1.500 membros das forças de segurança e sob ameaça constante de ser invadida caso os extremistas armados em seu interior não se rendam. Em entrevista exibida na tevê estatal, o líder da Mesquita Vermelha, Abdul Aziz, que segue uma forma radical do islamismo, disse que 850 estudantes ainda estavam ontem dentro do local, incluindo 600 mulheres e meninas. Aziz foi capturado na quarta-feira tentando fugir da mesquita disfarçado de mulher com uma burca. (Agências)

John Jairo Bonilla/Reuters

DESASTRE Equipes de resgate já recuperaram 26 corpos do ônibus soterrado no centro do México

ATENTADO A explosão de um carro-bomba em Bagdá deixou pelo menos 17 mortos e 28 feridos

Ó RBITA Jose Luis Quintana/Reuters

PROTESTO – Greves e bloqueio de estradas atingem algumas das principais regiões da Bolívia, como La Paz e Santa Cruz de la Sierra

MOBILIZAÇÃO

M

ilhões de pessoas saíram às ruas, serviços foram paralisados e políticos discursaram na Colômbia quando o relógio marcou o meio dia de ontem (14 horas em Brasília), para pedir a libertação de todos os seqüestrados e o respeito à vida aos grupos armados ilegais do país. Após um pedido do presidente Álvaro Uribe, cidades e vilarejos viram cidadãos exibindo panos brancos e realizando buzinaços para exigir à guerrilha das Farc e outros grupos armados a libertação dos reféns, assim como a entrega dos cadáveres de onze deputados

supostamente mortos em cativeiro na última semana. Os manifestantes propuseram a troca de prisioneiros, mas o governo e as Farc parecem distantes da possibilidade de iniciar negociações. (Agências)


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

RESENHA

NACIONAL

O LAMAÇAL TOMA CONTA DO SENADO

E

G O preço para

salvar a pele de Renan pode ser muito alto para o Senado, o governo e para o próprio Renan.

Renan Calheiros usou essa nova postura da oposição como um dos argumentos para pedir ao presidente Lula que a base governista se movimente para protegê-lo. Segundo ele, a mobilização da oposição para retirá-lo da presidência do Senado representa um risco para o governo. A pressão sobre o Planalto surtiu efeito. A solidariedade presidencial ao peemedebista foi cuidadosamente medida. Não tão explícita a ponto de os problemas de Renan respingarem no Planalto. Nem tão dissimulada a ponto de desagradá-lo. Se tudo der errado, Renan não poderá reclamar do presidente Lula. Se ele cair não arrastará consigo a imagem do presidente. E se conseguir se manter na presidência do Senado, será devedor do Planalto. O preço para salvar sua pele, contudo, pode ser muito alto para o Senado, para o governo e para o próprio Renan. s manobras do grupo de Renan deteriorarão ainda mais a imagem do Senado. Além disso, o ambiente da Casa pode se tornar bastante conflagrado. É pouco provável que a oposição assista de braços cruzados às ações do grupo de Renan. A reação da oposição poderá paralisar os trabalhos do Senado, situação que contrariará os interesses do Planalto. Por fim, Renan continuará arrastando o peso de não ter respondido a contento as acusações contra ele. A saída legalista, não o livrará da imagem de ser um político com vários esqueletos guardados no armário. Tudo isso pode resultar num grande nó institucional para o Senado. O impasse pode sair do Conselho de Ética e gerar um curto-circuito geral no Senado. Neste cenário não improvável, a confusão está apenas começando.

A

opinião pública que ele não tem como justificar a origem de seus rendimentos agropecuários e que se as investigações forem aprofundadas sua situação tornar-se-á ainda mais complicada. Ficou claro também que é uma grande balela a história de que não há senadores dispostos a assumir a relatoria do caso. O que não existe é alguém que tenha um mínimo de credibilidade, isto é, que não faça parte da tropa de choque de Renan, e que concorde em encerrar o processo sem mais delongas. Resultado, essas manobras aumentaram a pressão para que Renan Calheiros se afaste da presidência do Senado. Para o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), “o Congresso não pode mergulhar mais na lama do que já está mergulhado. Esta situação está ficando insuportável. O Senado tem que tomar providências, doa a quem doer.

TRECHOS DO COMENTÁRIO POLÍTICO DA

JOÃO DE SCANTIMBURGO

FALTA DE

PROFESSORES

O caos do Brasil de hoje PAULO SAAB

O

que está ocorrendo nos aeroportos e céus do Brasil, mesmo que não se perceba, é o mesmo que ocorre em relação ao comportamento dos nossos políticos. É o mesmo que ocorre na forma como países de terceira linha, como a Venezuela, a Bolívia - e agora, até o Equador tratam o Brasil nas relações comerciais e políticas. É o mesmo que acontece com as operações da Polícia Federal, que acabam sempre com a libertação dos presos, e a libertação de condenados por fraudar o Tesouro ou o patrimônio nacional. Exemplos tomariam todo o dia. Mensalão, valérioduto, dinheiro na cueca, irmão lobista, filho-empresário bem-sucedido e toda sorte de desatinos, como os sucessivos escândalos que jogaram o Congresso Nacional na lama da vergonha. O Brasil de hoje é reflexo de uma somatória de fatos, entre eles a ausência de autoridade e a ausência de mecanismos efetivos de punição aos criminosos, inclusive - ou principalmente - aos instalados em acarpetados cargos no governo. Como o exemplo da falta de autoridade e de comprometimento com a causa pública vem bem de cima, na planície os comuns mortais inspiram-se nele e a lei do salve-se quem puder vigora em sua plenitude. Voltando ao caos aéreo (sim, são tantos que é preciso especificar). Depois de tanto tempo de fortes turbulências, fosse o Brasil um país que respeitasse as leis e seus consumidores e de há muito as companhias aéreas já teriam tomado providências para montar forças-tarefas (para usar termo a gosto da burocracia) de atendimento, esclarecimento e encaminhamento de providências em todos os aeroportos do País. O descaso com que todas elas tratam seus clientes, atos pérfidos de ofensa à dignidade e à honra do ser humano, é mero reflexo do descaso com que as autoridades públicas de todos os

níveis e poderes tratam o País. O brasileiro é em geral um maltratado. Desrespeitado. E como não existem lideranças que não tenham rabo preso com a distribuição do butim público, não existe quem organize, defenda e verbere em nome de milhões e milhões de eleitores e contribuintes, que sustentam tudo isso tomando chibatadas morais e físicas a cada passo. É um escárnio, uma festa, um verdadeiro happening por falta de reação e organização da sociedade que sustenta o Estado e seus braços, como as companhias aéreas (concessões de exploração do transporte aéreo) e destes recebe o desdém, a ironia ("relaxa e goza"), o desprezo, na certeza de que nas urnas não haverá tradução da indignação. Na certeza de que prevalecerá a impunidade, a mesma certeza esperada por senadores que aviltam a República.

O

caos brasileiro de hoje é conseqüência da forma descomprometida de seriedade com que o País é governado, legislado, (in)justiçado. Prevalece a demagogia barata, o populismo instantâneo, o discurso emotivo do presidente identificado com os pobres (explorados na manutenção eterna dessa pobreza por "bolsas" que os impedem de buscar prosperar). E a "inteligência" nacional, acomodada nos largos sofás das verbas públicas, dos patrocínios estatais e do tráfico de influência dos vavás da vida; risonha, enaltece a felicidade do País! Por que cargas d´água as companhias aéreas iriam se lixar para os seus otários passageiros? Só porque reclamam, protestam, enquanto são linchados nos aeroportos e aeronaves tupiniquins? A sociedade como um todo está feliz com tudo isso. Nunca antes nesse país o povo foi tão alegre, risonho, próspero e os companheiros tão ricos...

S ucessivos escândalos jogaram o Congresso na lama da vergonha

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O preço de uma vida

COM.BR

A confusão está apenas começando

IVONE ZEGER

E Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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ão milhares os professores que faltam para compor o quadro de ensino no Brasil. Já citamos a Coréia do Sul, um pequeno país, mas que serviu de exemplo, por ter se concentrado na educação e em pouco tempo impressionou o mundo com suas realizações tecnológicas, com o avanço de seu progresso e sua elevação diante das grandes potências mundiais. A prova disso está agora num anúncio, repetido em vários jornais do Ocidente, sobre o automóvel Hyundai, apresentado como o primeiro fabricado com novas técnicas, novo empuxo e nova apresentação, de fazer inveja à antiga industrialização dos veículos nos EUA e na Europa. Evidentemente, não se pode subestimar a situação da indústria automobilística ocidental, principalmente a americana, que satisfaz a seu povo, não obstante a concorrência que lhe é feita por outros fabricantes do Ocidente e do Oriente.

S Céllus

nquanto a Câmara não consegue avançar a reforma política, o Senado está empacado por conta das acusações contra Renan Calheiros (PMDB-AL). O caso não vai para frente nem para trás. Chegou-se a um impasse. Há mais de dez dias o Conselho de Ética não delibera a respeito do processo contra o presidente do Senado. O grupo que apóia o senador alagoano logrou interromper a evolução do julgamento. Agora, está reagrupando a tropa para tentar novamente enterrar o processo, aprovando um parecer favorável a seu arquivamento, ou arrumando um jeito de remetê-lo ao Supremo. O problema é que quanto mais manobram para livrar Renan, mais convencem a imprensa e a

m 13 de maio de 1888 a escravidão foi oficialmente abolida no Brasil. Ainda assim, em pleno Século 21, continuamos a nos surpreender com notícias de seres humanos sendo comprados e vendidos como mercadoria. O caso mais recente ocorreu em Rio Branco, no Acre, onde uma mulher foi presa tentando comprar por R$ 500 um bebê que nem sequer havia saído do ventre. A acusada teria assediado a futura mãe ao longo da gravidez, insistindo para comprar o bebê logo após o nascimento e oferecendo-se até mesmo para pagar exames médicos, a fim de garantir que sua “compra” estivesse em bom estado de saúde! Perturbada pelo assédio, a mãe relatou o caso à polícia e foi orientada a fingir que concordava com o negócio, para que então pudesse ocorrer a prisão em flagrante. E foi o que aconteceu. A mulher deverá ser indiciada pelo crime de tráfico de pessoas e a polícia investiga a possibilidade de que ela pertença a uma quadrilha com atuação internacional, especializada no tráfico de crianças. Felizmente, essa história acabou bem. Inúmeras outras, porém, têm um final diferente. Na maioria das vezes esses criminosos conseguem realizar seu intento porque escolhem como alvo mães e pais em sérias dificuldades econômicas e sem acesso à informação. Eles se aproximam oferecendo “ajuda” para custear

O

despesas médicas e de parto e garantem que a criança será adotada por uma rica e bondosa família estrangeira. O que os pais não imaginam é que o destino da criança pode ser outro. Para começar, se a suposta família adotiva fosse tão maravilhosa assim, teria recorrido às vias legais de adoção. E, depois, ainda há o risco de que essa família nem exista. Muitos bebês saudáveis são “comercializados ” com o horripilante propósito de serem sacrificados, a fim de que seus órgãos sejam vendidos para transplantes.

O

acesso à informação é essencial para que essa triste realidade comece a ser revertida. Mães em dificuldades devem saber que possuem o direito de procurar as Varas da Infância e da Juventude e solicitar que o filho que elas não podem criar seja mantido em uma instituição pública. Essa pode ser uma situação temporária, durante a qual as mães continuam tendo acesso aos filhos, podendo reavê-los quando tiverem condições. Ou, então, se acharem que essa é a melhor alternativa, poderão entregar as crianças para adoção, mas de forma segura, sob a supervisão do Estado, conforme determinam a lei e a ética. No dia em que informações como essas forem acessíveis a todos, talvez possamos ter esperanças de que práticas escravagistas desse tipo acabem no Brasil. IVONE ZEGER É ADVOGADA

acesso à informação é essencial para acabar com o tráfico de bebês

assemos agora ao ensino no Brasil, que se distancia daquela pequena república oriental. Leio espavorido que professoras têm sido atacadas e ofendidas fisicamente por alunos mal criados, sem educação e sem compostura, que ofendem professoras e professores, que em outras épocas eram louvados e admirados por seus alunos. Nunca se imaginou naquele passado que professores seriam vítimas de ataques pessoais, que causam danos físicos e psicológicos gravíssimos, devendo serem tratados com apoio psicológico. Os tempos são outros, evidentemente, mas nunca imaginamos que chegaria a esse ponto a ofensa pessoal a mestres que se dedicam ao trabalho penoso e mal remunerado de ensinar as primeiras letras a alunos que não se comportam dignamente nas salas de aula. Não há o que defender nessa raça de maus bofes, que já prevêem um futuro sombrio para a sociedade que os vai receber no futuro com empregos para ajudar a economia nacional. Fico por aqui, nauseado com o que tenho lido sobre o ensino, sobre a falta de professores e sobre as agressões praticadas contra mestres dedicados ao seu ofício penoso e exigente.

P

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Leio

espavorido que professoras têm sido atacadas por alunos mal criados. Não há o que defender nessa raça de maus bofes.


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Política RENAN ACENA COM NOVAS PROVAS

Pelo jeito, ele (Renan) não está disposto a renunciar. A questão é justamente essa dificuldade. Dom Odilo Pedro Scherer Ed Ferreira/ AE

Presidente do Senado diz ter apresentado ao Conselho de Ética papéis suficientes para provar a sua inocência e sinaliza que documentos estão sendo ignorados Dida Sampaio/ AE

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presidente do Senado, Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL), disse ontem que se antecipou ao Conselho de Ética e já apresentou os documentos que, segundo ele, comprovam que não usou dinheiro de um lobista da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas pessoais. O Conselho de Ética havia anunciado que solicitaria a Renan os documentos para que a Polícia Federal (PF) possa analisá-los e aprofundar a perícia parcial feita nas notas fiscais e recibos de venda de gado de fazendas de Renan em Alagoas. Ontem, o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, informou que poderia fazer uma perícia completa em 20 dias, "desde que tenha todos os documentos necessários em mãos " referentes ao presidente do Senado. "A minha defesa está aqui. Isso vai demonstrar que estou com a razão", afirmou Calheiros, exibindo cópias de documentos já enviados ao Conselho. "As provas demonstrarão sobejamente minha inocência", insistiu. O s e n a d o r re c l a m o u d a atuação do Conselho, que, segundo ele, até agora teria ignorado os documentos apresentados. "Em nenhum momento eu pedi o direito de presunção da inocência. Eu inverti o ônus da prova. Eu sempre fiz a prova contrária. Em algum momento, isso vai aparecer. As provas vão aparecer no Conselho, ou no plenário do Senado", completou, dando a entender que, se o processo contra ele por quebra do de decoro parlamentar chegar ao plenário, os papéis que apresentou seriam suficientes para provar sua inocência. Renan fez essas declarações após os relatores do Conselho de Ética informarem que até terça-feira terão concluído o levantamento dos tipos de docu-

mentos que solicitarão a Renan para serem usados pela Polícia Federal para aprofundar a investigação. A Mesa Diretora do Senado só fará o pedido formal de perícia na próxima semana. Patrimônio – O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB), informou que o colegiado vai trabalhar em duas linhas na apuração. Uma será a de investigar a evolução patrimonial de Renan entre 2002 e 2006, e a outra, analisar as obras feitas pela construtora Mendes Júnior em todo o País com recursos do Orçamento da União e checar se houve influência política na liberação das verbas orçamentárias a elas destinadas. Oposição – Senadores avaliam que o julgamento no Congresso não levará menos de um mês. Alguns setores do governo e do PMDB próximos a Renan temem que o processo se prolongue a ponto de desorganizar a base aliada, abrindo espaço para uma candidatura da oposição a presidente do Senado e do Congresso. Segundo um integrante da base, é com este cenário da base enfraquecida que a oposição conta para turbinar a candidat u r a J a r b a s Va s c o n c e l o s (PMDB-PE) à sucessão do presidente do Congresso. Embora adversários e aliados do governo tenham a cautela de tratar de sucessão apenas em conversas reservadas, um senador do DEM considera "fatal" que a oposição entre na disputa e diz que a sucessão saiu dos bastidores e começou a ser discutida dentro do plenário: "O nome mais falado no plenário na quarta-feira foi o do senador Gerson Camata (PMDB-ES)". Um dirigente do PSDB afirma, no entanto, que Camata é apenas uma "opção a mais do governo", uma vez que o senador José Sarney (PMDB-AP) ainda não admitiu entrar em disputa. (Reuters/ AE)

População quer senador alagoano fora da presidência

O

presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deveria deixar a presidência e o cargo de senador por conta das acusações de que teria despesas pagas por um lobista da construtora Mendes Júnior. Este foi o resultado de uma pesquisa realizada pelo portal de notícias do jornal "O Estado de S. Paulo", na tarde de ontem. De acordo com a publicação, 80,76% dos 977 leitores do "estadao.com.br que participaram da enquete sobre quais seriam as saídas para o político, escolheram a opção que indica a sua retirada da presidência do Senado e do Congresso Nacional. Outros 11,26% acham que ele deveria deixar a cadeira de comando da Casa, mas continuar no Senado; e para 7,98%, o senador não deveria "arredar pé" de nada, afinal o caso pode acabar em pizza. Histórico–Renan responde a processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Casa. Ele nega as acusações e diz que os R$ 12 mil mensais pagos à jornalista Mônica Velloso, com quem tem uma filha fora do casamento, eram recursos próprios e, portanto, não precisava do dinheiro de Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior. Segundo o parlamentar, o lobista apenas intermediava o contato com Mônica por se tratar de um caso extraconjugal.

Apesar de toda a pressão de senadores, aliados e "inimigos", para que ele deixe pelo menos a presidência do Senado até o final das investigações, Calheiros disse em diversas ocasiões que "fica". A tropa de choque do senador tentou várias vezes "engavetar" o processo e na última manobra para arquivar o caso resultou no seu enfraquecimento. Agora, com o processo de volta ao Conselho de Ética, foram definidos três relatores, que pedirão novos documentos e informaram que investigarão a evolução patrimonial do peemedebista nos últimos anos. Nas duas últimas semanas, os aliados do senador partiram para uma estratégia de empurrar o caso para o segundo semestre, mais precisamente para o mês de setembro. Com o recesso parlamentar em julho, a oposição sabe que aumenta o risco de o caso acabar sem "fôlego", o que tornaria mais difícil o pedido de saída do político, que ganharia tempo para formar uma maioria aliada. Interlocutores do governo afirmam que o Palácio do Planalto não irá interceder no desenrolar do caso. Calheiros, um dos principais aliados do governo Lula, aguarda pelo apoio, mesmo que seja indireto, de senadores da base aliada. (AE/Agências)

Para d.Odilo Scherer, 'bom senso indica afastamento'

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Renan Calheiros exibe o 'dossiê ignorado' que garante ser suficiente para livrá-lo do processo de cassação

arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, disse ontem que o "bom senso indica" que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deveria se afastar do cargo para que as acusações que pesam contra ele sejam apuradas com isenção. "Para separar um pouco o cuidado do público, nesse caso. Ele (Renan) está à frente de uma instituição importante da República. A defesa pessoal, a apresentação de argumentos que possa eventualmente comprovar, segundo ele pretende, a sua inocência das acusações, que isso possa ser feito com plena isenção à gestão do próprio poder que lhe é conferido diante do Senado. O bom senso indicaria por aí", disse dom Odilo em entrevista coletiva à imprensa concedida da Cúria Metropolitana de São Paulo, no bairro Higienópolis. "Pelo jeito ele não está disposto a renunciar. A questão é justamente essa dificuldade, que o presidente de instituição tão importante como é o Senado e o Congresso, esteja sob investigação. Parece que ali o bom senso mandaria separar as duas coisas para que se possa investigar, responder tranqüilamente", disse. (AOG)

Sergio Dutti/ AE

Acusador e acusado vão propor quesitos de perícia da PF

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m reunião na tarde de ontem entre o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e dois dos relatores – Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) – foi decidido conceder ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao PSol, partido autor da representação por quebra de decoro, a possibilidade de apresentarem, até a próxima terça-feira, novos quesitos para a perícia que deverá ser completada pela Polícia Federal. O terceiro relator, senador Almeida Lima (PMDB-SE), que não compareceu ao Congresso por motivos de saúde, participou da reunião do Conselho de Ética pelo viva-voz. "Estamos questionando a quem representou e ao representado se eles têm alguma coisa a mais para ser esclarecida junto à Polícia Federal. Isso tem que ser feito

Renato Casagrande (PSB-ES) vai à PF para obter informações sobre o prazo para a conclusão da perícia

para que nós não incorramos na possibilidade de anular o processo no futuro", disse Casagrande. O parlamentar esteve ontem na Polícia Federal com o diretor-geral do órgão, Paulo Lacerda, para acertar os detalhes da perícia nos documentos de Renan. Advogados – Um grupo de advogados criminalistas de São Paulo esteve ontem no Ministério da Justiça, em Brasília, para um encontro

com o ministro da Justiça, Tarso Genro, com Paulo Lacerda e com o Secretário Nacional de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, para se inteirarem dos métodos da PF na condução das operações deflagradas. Entre outras coisas, os juristas paulistas criticam a restrição do acesso de advogados aos inquéritos em andamento. " Muitas vezes vamos à delegacia com a procuração

dos nossos clientes e não temos acesso ao inquérito. Precisamos recorrer ao judiciário para obter um mandado de segurança", explicou o advogado José Luis Oliveira Lima. De acordo com José Mentor (PT-SP), Genro, Lacerda e Biscaia "foram receptivos e se prontificaram a receber um relatório deles que será encaminhado ao grupo de estudos do Ministério". (AOG)

Chinaglia: reforma vai ficar na pauta

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presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou ontem que manterá a proposta de reforma política na pauta do plenário na próxima semana, mesmo depois da decisão do Conselho Político, integrado por partidos da base aliada, de adiar a votação para o mês de agosto. O parlamentar disse que o acordo para levar o texto ao plenário em julho saiu após uma reunião de líderes da base e da oposição. Ele

argumentou que a apreciação do projeto já começou e que se o grupo de líderes quiser "enterrar" a reforma política, que diga isso no próprio plenário. "Se a base aliada decidir que não vai votar, vai ter que apresentar requerimento na sessão", disse Chinaglia. O presidente da Câmara informou que reunirá as lideranças novamente na próxima terça-feira para tratar o projeto de reforma. Além da presença dos caciques de cada bancada, a

reunião do Conselho contou com a presença dos ministros das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, e do Planejamento, Paulo Bernardo. O líder do governo na Câmara, José Múcio(PTB), informou que até o recesso parlamentar, marcado para a próxima semana, somente a fidelidade partidária será votada. Múcio diz que os deputados têm de dar uma resposta concreta à sociedade, já que existem

decisões de tribunais. A decisão do conselho, segundo o deputado da base aliada, é a de promover um seminário, em agosto, para encontrar um consenso sobre a reforma política. José Múcio explicou que existem muitas sugestões e que é preciso se chegar a algum ponto comum. "Precisamos sentar com calma para debater, estabelecer o que temos em comum. Não temos como votar nada. Um consenso é fundamental no momento", avaliou (AE)


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Congresso Planalto Apagão Debate

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CPI INTRANQÜILIZOU O CINDACTA

horas mensais de trabalho dos controladores de vôo estão sendo respeitadas.

Ricardo Stuckert / PR

LULA FAZ MISTÉRIO SOBRE RONDEAU Presidente sai pela tangente sobre a volta do ministro

O Lula discursa durante a Conferência Internacional Sobre Biocombustíveis, realizada ontem em Bruxelas.

Comandante admite desatenção de controladores em acidente

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comandante do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) 1, coronel-aviador Eduardo dos Santos Raulino, admitiu ontem que os controladores de vôo estavam em "consciência situacional baixa" no momento do acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, em setembro do ano passado. O comportamento, segundo ele, foi motivado pela tranqüilidade das condições de tráfego, com pequena quantidade de vôos monitorados. O acidente, que provocou a morte

de 154 pessoas, ocorreu na área de controle do Cindacta 1, sediado em Brasília. Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea, o comandante garantiu, no entanto, que os controladores "trabalham de forma correta, são responsáveis e dedicados ao trabalho". Problema de comando – Raulino está no cargo há cerca de três meses e revelou que, após a instalação da CPI, em 3 de maio, houve momentos de grande tensão entre o comando do sistema e os controlado-

res de vôo devido à "efervescência" sobre o assunto provocada pela mídia. Segundo o comandante do Cindacta 1, os conflitos de relacionamento foram solucionados depois da adoção, por parte da Aeronáutica, de medidas emergenciais no último dia 22 de junho, como o afastamento de 14 controladores. O relator da CPI da Crise Aérea, deputado Marco Maia (PT-RS), participou de uma comitiva da CPI que visitou o Cindacta 1 em maio e constatou essa dificuldade de interlocução. Segundo ele, as declara-

Dida Sampaio / AE

SEM-TERRA

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uas fazendas localizadas em Goiás que pertenciam ao traficante Fernandinho Beira-Mar devem ser destinadas à reforma agrária. As propriedades, que originalmente estavam no nome de laranjas, tinham sido transferidas para o governo federal. As áreas ficam no município de Paraúna, a 155 quilômetros de Goiânia, e têm, juntas, 750 hectares. (AOG) A TÉ LOGO

PROPAGANDA VOLTOU Recomeçou ontem a propaganda eleitoral gratuita em rede nacional. A reestréia coube ao Partido Socialismo e Liberdade (PSol), às 20h, no Rádio e às 20h30 na TV.

PERTO DE CASA

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deputado federal ACM Neto (DEM-BA) disse ontem que seu avô, o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), deixará o Instituto do Coração de São Paulo (Incor) na próxima semana. Segundo o parlamentar, ACM passou bem os últimos dias, o que colaborou com a previsão de alta. A família aguarda pela confirmação do dia da liberação pelos médicos do Incor. (AOG)

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Ong inglesa sob suspeita na Amazônia

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Sindicatos pedem a saída de tropas do Haiti

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Mais informações sobre o caos aéreo em Cidades, nas páginas 1 e 2.

Ó RBITA

(que divulgou a informação)", ironizou o presidente. Na coletiva, Lula também criticou o estudo divulgado na quarta-feira pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), prevendo que o preço dos alimentos deve continuar subindo nos próximos anos, devido ao aumento do uso de biocombustíveis. "Esse estudo deveria apresentar quanto os preços dos alimentos subiram depois do aumento do barril de petróleo, de US$ 28 para US$ 70", criticou Lula. E continuou: "Eu não quero fazer parte nem dos muito pessimistas e nem dos muito otimistas", afirmou o presidente, numa referência à perspectiva de crescimento do peso dos biocombustíveis no mundo. (AE)

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Os comandantes Raulino, do Cindacta 1, e Kiane, do Cindacta 2, em depoimento à CPI do Apagão Aéreo.

ções do comandante foram "tranquilizadoras", pois demonstrariam a superação do conflito. "Está claro que houve problema de comando, aparentemente resolvido, mas temos outros problemas, como a concentração da malha aeroviária em Brasília e em São Paulo, além de diversos problemas de gestão do setor", disse o deputado. Visualização –Raulino admitiu ainda que havia dificuldades de visualização no radar pelo Cindacta 1 na região onde ocorreu o acidente, mas afirmou que o problema não comprometia a segurança, uma vez que a visualização no radar não é considerada "condição primária" para garantir a segurança dos vôos. Mais importante, segundo ele, é a comunicação entre as aeronaves e o controle aéreo. Raulino e o comandante do Cindacta 2, Eduardo Jean Kiame, que também depôs ontem na CPI, disseram ser contrários à desmilitarização do controle de tráfego aéreo e contra a oferta de gratificação especial aos controladores de vôo. Eles garantiram que o sistema aéreo é seguro, que não há sobrecarga de trabalho e que o limite de 156 horas mensais está sendo respeitado. (Ag.Câmara)

presidente Luiz Inácio Lula da Silva não confirmou, t a m p o u c o d e smentiu categoricamente, a informação que pretende reconduzir ao cargo o ex-ministro das Minas e Energia Silas Rondeau, afastado por ter o nome envolvido em denúncias de c o r ru p ç ã o a p u r a d a s p e l a Operação Navalha, realizada pela Polícia Federal. "Eu não posso confirmar nada, pois estou sabendo da informação agora", disse Lula, ao ser questionado sobre o tema, durante entrevista coletiva concedida ontem, acompanhado do presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso. "Eu acho fantástico estar aqui (em Bruxelas), a milhares de quilômetros do Brasil, e ouvir notícias que vou mudar o ministério. Eu vou descobrir quem é esse poderoso chefão

Portos esperam os recursos do PAC


DIÁRIO DO COMÉRCIO A questão das altitudes será resolvida em breve, porque haverá a rodada das eliminatórias em setembro. Você pode jogar em altitudes elevadas, mas somente se o time visitante tem tempo para se aclimatar.

AFP - 20/06/06

Do presidente da Fifa, Joseph Blatter, ontem, sobre a polêmica envolvendo o veto da entidade a partidas internacionais de eliminatórias da Copa em locais com altitudes superiores a 3.000 metros do nível do mar.

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JULHO

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6 Centenário de nascimento da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954)

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Eles são uns tagarelas

Violência virtual reeditada

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Saint Joseph, na Filadélfia. "Eles promovem sofrimento, humilhação e depreciação". Os mundo dos jogos online multiplayer tornou-se imensamente popular na internet e a Associação Americana de Medicina anunciou no mês passado que muitos classificam o uso de videogames como um comportamento viciante que pode incitar o comportamento violento. A entidade acabou minimizando a questão, mas pediu mais pesquisas sobre os efeitos dos videogames e do uso da internet sobre as pessoas.

Estudo desmistifica a tese de que as mulheres falam mais do que os homens

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m estudo da Universidade do Arizona feito com 400 estudantes destruiu o mito de que as mulheres são tagarelas é mito. Na verdade, segundo o estudo publicado na revista Science, homens e mulheres conversam muito e em ritmo quase idêntico. "O estereótipo altamente difundido e aceito sobre a elo-

qüência feminina em contraste com a reticência masculina é infundada", afirmou Mathias Mehl, principal autor do estudo. Com a ajuda de um grupo de psicólogos, Mehl examinou gravações sistemáticas de conversações reais de estudantes. Os pesquisadores analisaram o áudio e calcularam quantas palavras foram pronunciadas por cada participante em um to-

tal de 17 horas. Os resultados revelaram que, enquanto elas pronunciaram em média 16.215 palavras, eles não ficaram tão atrás em termos estatísticos, com 15.669 palavras. A diferença está no conteúdo das conversas, as mulheres apresentaram uma tendência a falar mais sobre pessoas, enquanto os homens preferem conversar sobre ferramentas ou carros.

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m novo tipo de violência conhecido como "griefer", em inglês, tem chamado a atenção de especialistas. Diferente de ataques pela internet que ocorrem via mensagens instantâneas e celulares, os grief e r s p ro m o v e m a t o s d e agressão via jogos online, atacando suas vítimas ou atormentando outros jogadores nos games. "Os griefers fazem emboscadas contra suas vítimas e as atacam pelos jogos", disse Sally Black, professora da Universidade

A RTE AFP

Eloy Alonso/Reuters

E SPAÇO Nasa/AFP

A obra Santa Rufina, do artista espanhol do século 17 Diego Velásquez, foi leiloado ontem na casa de leilões Sotheby's, de Londres, por US$ 16,96 milhões.

B RAZIL COM Z

O País está em obras

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Imagem feita pelo telescópio Hubble e divulgada ontem pela agência espacial norte-americana, a Nasa, mostra o momento de formação de estrelas na galáxia anã NGC 4449, localizada a 12,5 milhões de anos-luz da Terra.

O jornal norte-americano The New York Times publicou ontem uma longa reportagem sobre o impulso dado ao setor da construção civil depois com a recente estabilidade econômica e as mudanças nas leis de financiamento. Segundo o jornal, o binômio está possibilitando "pela primeira vez aos trabalhadores pobres do País a compra da casa própria. E usando o afluxo de dinheiro de estrangeiros que sentem um investimento lucrativo – US$ 4,8 bilhões desde setembro de 2005 – as construtoras e incorporadoras do país estão construindo o mais rápido que podem".

Vincent West/Reuters

S AÚDE

Proteína mutante é 'chave' de câncer A maior incidência de câncer no fígado nos homens se deve aos efeitos inflamatórios de uma proteína, segundo um estudo feito com ratos na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia. Segundo os cientistas, as fêmeas dos roedores produzem em menor quantidade a proteína interleucina6 (IL-6), que contribui para a inflamação hepática que causa câncer. Além disso, segundo os pesquisadores, quando ocorre uma produção de IL-6 nas ratas, esta é E M

neutralizada pelo estrogênio, o hormônio do desenvolvimento sexual feminino. "Ao eliminar a proteína IL-6, conseguimos reduzir a incidência do câncer hepático nos machos em cerca de 90%", disse Michael Karin, professor que participou do estudo. A descoberta pode abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos contra o câncer hepático masculino pela redução dos níveis de IL-6 ou da administração de compostos similares ao estrogênio.

C INEMA

Solteirice nas telas

C A R T A Z

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TEATRO

CORRIDA DE TOUROS - Menino tenta olhar por cima do muro do local onde ficam confinados os touros da corrida que é o ponto alto do festival de San Fermín, em Pamplona, na Espanha. Enquanto isso, ativistas usavam apenas a roupa de baixo e chifres de brinquedo para protestar contra o evento.

O seriado mais famoso da TV vai ganhar uma versão nas telas dos cinemas. As atrizes Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis e Cynthia Nixon vão interpretar as mesmas personagens que fizeram na TV e protagonizar as discussões sobre sexo, relacionamentos e homens da série Sex and the City. O filme será produzido pelo estúdio New Line em parceria com o canal HBO. Parker, que vivia a colunista Carrie Bradshaw, vai ser a produtora do filme baseado na série que fez sucesso entre 1998 e 2004. A LEMANHA

H ISTÓRIA

Chegadas e partidas Reuters

As Meninas traz texto de Lygia Fagundes Telles e mostra o cotidiano de três universitárias presas a expectativas sentimentais. No Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. Tel.: 3383-3402. Até domingo.

Direitos humanos mundo afora

A loja Toys Brando de Hong Kong tem esse maravilhoso Panic Button via USB. Acionado com o punho, o botão bloqueia a tela do computador, ocultando dados importantes. O programa gera três tipos de efeitos na tela: uma planilha falsa do Excel, uma bomba explodindo ou o chefe levando um soco. Por US$ 17. http://toys.brando.com.hk/

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acaba de lançar seu site em português. A Ong, que atua contra as violações globais de direitos humanos, colocará no site relatórios e notícias sobre os últimos acontecimentos em direitos humanos por todo o planeta. Informações sobre os antecedentes de países como Angola ou Brasil, a justiça internacional, direitos das crianças e mulheres, prisioneiros, refugiados e portadores do vírus do HIV são alguns dos principais assuntos.

prod_detail.php?prod_id=00199

www.hr w.org/por tuguese

A TÉ LOGO

e cartões postais recebidos e enviados [foto]. Mas, conforme observa Jen Nitschke, o designer da mostra, o museu não está interessado apenas no passado. "O museu deve

ser uma harmonia de três tons entre o passado, o presente e o futuro". O site do museu (em alemão e inglês) traz mais detalhes desses três tempos. www.ballinstadt.de

Um fato inédito e com o qual todos os cidadãos do mundo sonham aconteceu na pequena cidade de Worms, na Alemanha: "uma substancial quantia de dinheiro caiu do céu". Uma mulher de 24 anos viu, pelo espelho retrovisor do carro, o dinheiro caindo; desceu e tentou pegar todas as notas. Não conseguiu. A polícia foi avisada e ela teve de entregar o que havia resgatado. Policiais a levaram ao local da "chuva de euros", mas não mais nada. A polícia não quis divulgar detalhes do caso, como quantia e local, porque trabalha para descobrir a origem do dinheiro. L OTERIAS Concurso 234 da LOTOFÁCIL 01

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Com ajuda energética de Seul, Coréia do Norte poderá fechar seu principal reator nuclear O Ministério da Educação rechaça críticas da OAB à qualidade dos cursos de direito no País

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Botão gigante de pânico

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F AVORITOS

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G @DGET DU JOUR

oi aberto ontem, em Hamburgo, um museu dedicado ao papel vital desempenhado pela cidade no embarque de um grande número de europeus para o Novo Mundo. Entre 1850 e 1939, cerca de 5 milhões de europeus passaram por ali rumo à conquista do sonho de uma vida melhor. Talvez por isso, o Museu BallinStadt seja chamado Porto de Sonhos. BallinStadt era o posto de serviço onde chegavam emigrantes de vários países da Europa. Dali, eles partiam para a América. Agora, o complexo foi reformado e deu lugar ao museu. No acervo, modelos em tamanho real em trajes da época, objetos pessoais, cartas

Chuva de dinheiro

Temperaturas no Tibete estão 5 graus acima da média e causam derretimento de geleiras

Concurso 1771 da QUINA 28

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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estabilidade plantada anos atrás, a hipnose coletiva com o mantra nuncaantes-neççepaíz..., no esforço doentio de apagar tudo o que foi feito antes. Estão na delles. Enganam quem quer enganado. É do jogo.

Por Guy Sorman

Moscou é uma festa. Moscou é um caos. Tudo o que se escreve e se diz sobre a Rússia, as impressões e os discursos, tudo é verdadeiro e contraditório ao mesmo tempo. Se bem

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Rússia se tornou de fato uma economia de mercado? “Já estamos quase lá”, diz Arkady Dvorkovitch, o jovem assessor econômico do presidente Putin. Ele tem 35 anos, formado nos Estados Unidos, ícone de toda um nova geração no poder. “Ainda nos faltam”, admite, “uma Justiça independente, um verdadeiro Estado de Direito e funcionários públicos que se contentem em aplicar as leis em vez de e x t o rq u i r o s f u n d o s . ” Mas, por que o Estado não investe? A infra-estrutura continua como no Estado soviético. Estradas, pontes, tudo está arruinado. As repartições públicas não estão melhores . No gabinete da Presidência da Rússia que eu conheci ocupado pelo Comitê Central do Partido Comunista, reparei os mesmos tapetes gastos pelos quais eu tinha caminhado nos anos 80. Os lucros do petróleo e do gás não evitam que os russos invistam atualmente menos que 20% da riqueza nacional, como o Brasil, ante 40% da China.

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NEIL FERREIRA

Fantasiadas com uniformes da II Guerra, garotas brincam durante um festival em Moscou/AFP/Victor Drachev

EU SOU UM

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s empresas nacionais mais lucrativas não dão o bom exemplo: a Gasprom prefere os investimentos financeiros em vez de prospectar novas jazidas ou de criar uma indústria petroquímica. “O que Putin decretou”, comenta Evgueny Iassine, “não tem conseqüências concretas”. O presidente russo acredita ser suficiente destinar fundos públicos a tal ou tal setor que ele, como por encanto, se desenvolve. Putin não entendeu que em uma economia de mercado, o desenvolvimento depende das instituições. Assim, enquanto a Rússia não for um Estado de Direito, enquanto os empresários correrem o risco de serem preso por desafiarem o poder, não se deve esperar grandes inovações. Porém petróleo e gás em abundância, a “maldição de recursos” como chama Iassine, evita que os dirigentes e a Rússia no geral façam uma reflexão verdadeira sobre as reformas. As cotações de petróleo anestesiam qualquer vontade de reformar: eis por que a burocracia espontaneamente voltou a sua passividade da era soviética.

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erá Iassine um cético, porque após ter sido ministro da Economia de Bóris Yeltsin está, como Gaidar, afastado do poder? A grande ilusão petroleira que puxa o crescimento russo é durável? Os líderes atuais parecem persuadidos. As perspectivas de crescimento da China e da Índia os convenceram que as cotações não vão parar de subir, para grandes lucros da Rússia. Quando eu citei o fantasma do aquecimento global que poderia levar a economia global para um avanço mais lento, com menos consumo de petróleo e de gás, meus interlocutores riram. Segundo eles, os chineses e os indianos parecem estar indiferentes a esse debate

“made in USA”. Os climatologistas russos, diz Arkady Dvorkovitch, não acreditam no aquecimento. Ora, são sábios mais competentes do que Al Gore. Mas a Rússia não ratificou o Protocolo de Kyoto sobre a emissão de gases do efeito estufa? Um gesto político, afirma Dvorkovitch. Nada além.

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ladimir Milov pertence à mesma geração de Dvorkovitch. Mas ele saiu do governo, por questões morais. Ele viu e não suportou os comportamentos que as cotações de petróleo induzem. Milov decidiu se expressar sem medo, o que requer um certo heroísmo num regime que aceita com dificuldade as críticas. Ele conseguiu criar um centro de estudos sobre os problemas energéticos com alguns estrangeiros iniciados por ele nos mistérios da política russa. “O marxismo”, explica Milov, “tem a maior utilidade para se compreender a vida política e as evoluções ideológicas na Rússia”: a infra-estrutura econômica determina as super-estruturas ideológicas. Quando Putin chegou ao poder, em 1999, o preço da energia estava baixo. O Estado tinha poucos recursos. Putin se voltou para a sociedade civil, com uma linha democrática e liberal. À medida que as cotações foram aumentando e quanto mais essa tendência parecia ser duradoura, Putin reestatizou a economia, restaurou os antigos poderes da burocracia e da KGB (agora FSB). Também na política externa, diz Milov, pode-se estabelecer uma relação direta entre os preços do

petróleo e a agressividade russa. O novo racionalismo russo, a exaltação da identidade nacional, a russianalidade, temperado pela ortodoxia que é a nova ideologia dominante, está ligada à cotação do barril. "A Rússia, conclui, está dopada pelo petróleo". Não é um regime duradouro porque um mercado nunca fica eternamente em alta. Cedo ou tarde, ele cai. A Rússia, em seu estado atual, seria incapaz de enfrentar uma queda das cotações. US$ 150 bilhões por ano de receita do gás e do petróleo e US$ 6 bilhões só com a venda de armas é a nova maldição russa ou uma restauração da soberania nacional?

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s jovens russos fazem a festa. Outros constatam que no centro de Moscou, sempre nos locais da Lubianka, de triste memória, a KGB/FSB nunca mudou. Em 1991, a estátua de seu fundador, o temido Djerzinski, foi derrubada pela população. Desde então, ela foi posta no pátio do Museu de Arte Moderna, tomada por ferrugem e ervas daninhas. Nesse mesmo museu há uma retrospectiva dedicada a um artista emblemático na nova arte russa: Oleg Koulik. Ele ficou famoso ao caminhar nu pelas ruas de Moscou, uma coleira no pescoço, latindo e se lançando contra os pedestres para lambê-los ou mordê-los.

Ao artista russo, hoje tudo é permitido. Menos criticar Putin e a Igreja Ortodoxa. TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

DOS QUASE 40 MILHÕES. CADÊ A MINHA TURMA? ã o m a i s d e 3 9 m ilhões que não queriam dar mais quatro anos para o Noçço Guia Santificado e sua quadrilha continuar fazendo gato e sapato deççepaíz. Elle passou dos 58 milhões, uma montanha de votos. Vamos respeitar, mesmo não concordando. O que não respeito são os métodos, que não me respeitaram nem por um segundo. Acredito que 25 milhões de votos foram comprados com o bolsa-esmola. Um resto ficou por conta da Mentirobrás, nossa mais forte estatal. Outro resto ficou por conta da maior corrupção da nossa história. Foi um estelionato eleitoral pago com dinheiro, mentiras e mutretas. O país que paga a conta escolheu o Geraldo, numa votação consagradora. O país que pendura a conta e atira-a no colo de quem paga impostos escorchantes escolheu o Padim Padi Ciço, numa votação esmagadora. Está feito e pronto. É preciso tapar o nariz e torcer para dar certo, mesmo tendo essa insuportável carga de impostos a arrancar-nos o couro, discursos primorosos como eççepaíz é o melhor Brasil dos últimos cem anos e a trambicagem comendo solta. O Brasil é maior do que isso que aí está, acostumei a crer numa longa vida que resistiu ao adhemar e seu doutor rui, maluf, quércia e fleury. jânio e sua renúncia. jango e sua República Sindical Marquescista ( t emos uma em andamento hoje). Vinte e tantos anos de ditadura, censura, torturas, desaparecimentos e mortes, sob cinco generais e uma junta militar. Cinco anos de sarney, congelamento, os "fiscais", calote externo e a esquecida inflação de 80% ao mês. collor, confisco da poupança, pc farias, a roubalheira e o impeachment. itamar, o topete, o Plano Real e a menina sem calcinha. O bi de FHC, inflação domada, estabilização da moeda, responsabilidade fiscal, cinco terríveis crises mundiais superadas, país no rumo. O bi de Deus em Peççoa, valerioduto, cumpanherada mamando, dinheiro saindo para o ladrão, um escândalo atrás do outro, o mundo na melhor conjuntura possivel, a colheita da

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adê os nossos ? Sumiram ? A oposição cega, surda e muda. Não vê nada, não ouve nada, não fala nada. Parece o lulla do mensalão. Amigos paranóicos estão dizendo: "Os nossos ? Já são delles."

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SÓ DÓI QUANDO EU ESCREVO. E FALO. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEILFERREI@GMAIL.COM

G A oposição

cega, surda e muda. Não vê nada, não ouve nada, não fala nada. Parece o lulla do mensalão.

FALE CONOSCO Maxim Marmur/AFP

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

que Moscou tranqüiliza e preocupa da mesma forma. Mas para quem conheceu a União Soviética antes de 1991, Moscou está, sobretudo, numa alegria. A cidade era sombria e assustadora; o povo, miserável e aterrorizado. Tudo isso mudou rapidamente em 15 anos, o que é pouco na vida de um país. Restaurantes, bares, hotéis abertos dia e noite estão lotados, a juventude está bronzeada, os ricos são bem jovens e os carros, luxuosos. Claramente, os benefícios do petróleo, do gás, das matérias-primas: o dinheiro corre, de cima para baixo. No topo da pirâmide estão os funcionários públicos, os burocratas, os negociantes: quem tem ligação com a rede de exportação fica com as maiores vantagens. O dinheiro, bastante, legal ou ilegal, fica na Rússia para o consumo ou depositado em segurança no estrangeiro. Do alto dessa pirâmide, o dinheiro rola para baixo: todos os russos, ou quase, lucram. Um indício: o Carrefour vai inaugurar no próximo ano cem novos supermercados. Aproximadamente 20% de aumento salarial em 2006, uma taxa de crescimento nacional de 7%. Ficam fora desse novo crescimento - informa-me Egor Gaidar, primeiro-ministro de Bóris Yeltsin - cidades abaixo de um milhão de habitantes e o campo, traumatizado pela privatização da agricultura.

as cadê a minha turma que não entra em campo. Alguns, que pensam como eu, estão a ponto de jogar de a toalha. Vimos a vergonheira que foi a pizzaria do mensalão. Onde estavam os nossos ? Tasso, presidente do partido que agrupa a maioria dos políticos que considero decentes (incluo entre os decentes os 3 Mosqueteiros, deputado Gabeira e os senadores Jefferson Peres e Pedro Simon), parece que tem um caso de amor ou é aliado oculto de ciro gomes, o boquirroto, boca de aluguel, grosseiro, rosnador, tropa de choque do lullismo, um collor de sumpólo com sutaq ue de coronel nordestino à antiga. Do mensalão para cá, 104 escândalos registrados, envolvendo o primeiro escalão do governo, a Primeira Família, entrando por baixo da porta do gabinete presidencial, lambendo os pés do Santíssimo. E os nossos ? As capas da Veja, registro da lama em que fomos mergulhados, imagine isso na mão de uma oposição aguerrida e consistente. Cadê os nossos ? Nessa nojeira do renan onde passa um boi passa uma boiada avacalheiros, O Pai do Filho de Deus assume a defesa de um criminoso comum, pilantra, mentiroso, corrupto, passador de nota fria e passa a mão na cabeça delle, como já deu cheque em branco para o Roberto Jefferson, nomeou zédirceu capitão do time, batizou o Economista do Povo de "nosso" delúbio, inocenta silas 100 conto s rondeau "não provaram nada contra esse menino" (sic). roriz, produto da minha paranóia, pura ficção, não existe. O G oleador Constantino pai, titular em todas as trambicagens do roriz inexistente, nem é entrevistado pelos repórteres de campo.

E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Congresso Planalto Senado CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO Sérgio Moraes / Reuters

sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

O fundamental era que nós tivéssemos conseguido instaurar a CPI. Heloísa Helena

MÃO SANTA SAI EM DEFESA DE RORIZ

DENUNCIADO, GIM DEVE Pé no freio ASSUMIR G O

Eymar Mascaro

im Argello (PTBDF), suplente do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) – que renunciou ao mandato na última quarta-feira –, assumirá o cargo, apesar das denúncias que pesam sobre ele, segundo afirmou por meio de sua assessoria de imprensa. Argello, vice-presidente do PTB e ex-deputado do Distrito Federal, é acusado de irregularidades apuradas pela Polícia Civil na Operação Aquarela, a mesma que investiga Roriz, por conta de um cheque de R$ 2,2 milhões que o ex-senador recebeu do empresário Nenê Constantino. Argello cancelou uma coletiva marcada para ontem por problemas de saúde. O suplente já estava em observação médica por conta de um princípio de infarto na semana passada e, segundo sua assessoria, teria

se sentido mal, apresentando um quadro de estresse. Ainda segundo sua assessoria, Argello não definiu por enquanto uma data para assumir o cargo, mas já informou que pretende fazê-lo antes de 90 dias, prazo máximo fixado pelo regimento do Senado. Ontem o senador José Nery (PSol-PA) informou que seu partido fará consultas com especialistas para checar se Argello está em condições jurídicas de assumir um mandato de senador. E se prepara para entrar com uma representação contra o suplente de Roriz. Foi o PSol que representou à Mesa Diretora contra o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e

contra o próprio Roriz. O partido quer saber se não está caracterizada quebra de decoro parlamentar, já que, segundo a Polícia Civil, Argello teria atuado, em março, como intermediário na operação em que Roriz e o então presidente do Banco de Brasília (BRB) Tarcísio Franklin de Moura, fizeram a partilha de R$ 2,2 milhões. Já o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), membro do Conselho de Ética, afirmou que Argello não deverá sofrer processo no órgão. Para Torres, fato anterior ao mandato não pode ser analisado pelo Conselho. "Lamentavelmente não podemos abrir processo por quebra de decoro", afirmou. "Ele deverá responder ao Supremo Tribu-

nal Federal (STF) e à Justiça Eleitoral", disse. O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), preferiu não especular sobre o assunto e disse esperar possível representação contra Argello e ver como procederá. "Não queremos trabal h a r s o b h i p ó t e s e . Va m o s aguardar. Se efetivamente o suplente assumir e qualquer partido apresentar representação, vamos analisá-la", observou. Segundo reportagem de ontem do jornal "O Estado de S.Paulo", antes de renunciar, Roriz teria passado o dia tentando convencer Argello a abrir mão da suplência. Esperava, assim, arrefecer as investigações. O senador chegou a mandar um emissário lembrar seu suplente que é o principal intermediário da operação, por ser amigo íntimo do empresário Constantino. (AE)

Roosewelt Pinheiro / Ag. Senado

PSDB prepara uma operação "abafa" dentro da Assembléia Legislativa de São Paulo contra a abertura de uma CPI para investigar os contratos da CDHU em cidades do interior do estado. Os tucanos estão preocupados com um possível impacto negativo das investigações sobre os seus futuros candidatos a prefeitura paulistana e ao Palácio dos Bandeirantes. A oposição pede a apuração de uma denúncia de pagamento de propina por parte de uma construtora ao ex-presidente da autarquia, o deputado estadual Mauro Bragato. A tucanada também luta para impedir a abertura da CPI do Metrô e da Nossa Caixa. O clima é quente no legislativo paulista.

DEFESA

O governador José Serra não quer nem ouvir falar de CPI investigando as administrações tucanas. Serra afirma que não há nada para ser apurado no momento. Em relação às denúncias envolvendo a CDHU, ele diz que o Ministério Público já assumiu o caso. Até agora, a barragem contra as comissões vem surtindo efeito. A oposição fica só na "gritaria", por enquanto.

ENVOLVIMENTO

Mauro Bragato, exprefeito de Presidente Prudente, é líder do PSDB na Assembléia Legislativa. O parlamentar presidiu a autarquia durante o governo Geraldo Alckmin. Ele nega a acusação de que teria recebido propina e pretende colocar seu sigilo bancário à disposição dos interessados no caso.

CAMPANHA

Os tucanos suam o "bico" para evitar uma comissão investigando o governo Alckmin. A legenda não deseja uma mancha na biografia política do exgovernador; ele é o provável candidato a prefeito. Geraldo nega qualquer irregularidade na empresa de habitação durante sua gestão em São Paulo. Para o senador, a conversa gravada pela Operação Aquarela, envolvendo Roriz, revela apenas um negócio 'entre amigos ricos'.

'Roriz saiu humilhado' O senador Mão Santa, que leu a carta de renúncia do ex-governador, minimizou as denúncias da Polícia Civil

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senador Mão Santa (PMDB-PI) saiu ontem em defesa do exsenador Joaquim Roriz (PMDB-DF), que renunciou ao mandato na noite da última quarta-feira. Para o senador, Roriz saiu "humilhado" da Casa. Na sessão em que foi lida a sua carta de renúncia, o ex-governador do Distrito Federal sequer compareceu. A carta foi lida por Mão Santa. Para o senador piauiense, a gravação feita pela Polícia Civil do Distrito Federal, duran-

te as investigações da Operação Aquarela, em que Roriz aparece tratando da partilha de R$ 2,2 milhões com o expresidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin, não passa de "um telefonema entre dois amigos ricos". "Eram dois homens ricos. Seria somente a palavra; quando pudesse, um devolveria ao outro", assegurou. O outro "amigo rico" citado por Mão Santa seria o empresário e agropecuarista Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aé-

Acusação: troca de geladeira por voto

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Tribunal Superior Eleit o r a l ( T S E ) re c e b e u uma ação contra o prefeito eleito de Ibicuitinga (CE) nas eleições de 2004, Francisco A n a i l t o n P i n h e i ro M a i a (PPS), que teria prometido uma geladeira usada em troca de votos. O juízo de primeira instância julgou procedente a representação interposta pelo candidato derrotado à prefeitura do município, José Edmilson Gomes (PSDB), para cassar os mandatos do prefeito e seu vice. De acordo com o site do TSE, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) havia extinguido o recurso,

de autoria do Ministério Público Eleitoral do Ceará, alegando que teria sido ajuizada fora do prazo. De acordo com o acórdão do TRE, a suposta doação da geladeira em troca de votos teria ocorrido em setembro de 2004, e a representação só foi ajuizada em 15 de outubro daquele ano, extrapolando o prazo de cinco dias. Mas o MPE alega que a decisão não encontra respaldo na jurisprudência do TSE. Cita que o TSE não estendeu para as representações por captação ilícita de votos o prazo de cinco dias, e que a ação poderia ser ajuizada até a data da diplomação do prefeito.

reas. Porém, a conversa gravada pela Polícia Civil não foi entre Roriz e Nenê, e sim entre o senador e o ex-presidente do BRB. Nenê é citado na gravação apenas como o dono do escritório onde acabou sendo feita a partilha do dinheiro. A decisão de renunciar de Roriz já havia sido tomada depois que a Mesa Diretora do Senado aprovou o envio ao Conselho de Ética da representação do PSol contra ele, por quebra de decoro parlamentar. Caberia ao órgão dar início ao

processo de cassação. Com a renúncia, o ex-governador escapa de uma possível cassação e pode manter seus direitos políticos para concorrer nas próximas eleições. "Esta é, para mim, mais uma hora entre as inúmeras que já vivi, em que devo tomar uma grande decisão... devo comunicar à vossa excelência e à Mesa do Senado a minha renúncia ao mandato de senador da República que o povo de Brasília me conferiu", escreveu Roriz, em sua carta de renúncia. (AE)

Heloísa Helena lamenta renúncia de senador

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presidente do PSol, a exsenadora Heloísa Helena, lamentou, em entrevista concedida ontem à rádio CBN, a renúncia do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) para escapar de um processo de cassação. "O fundamental era que nos tivéssemos conseguido instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), porque conseguiríamos a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico", disse ela. Durante a entrevista, Heloísa adiantou que, por enquanto, não poderia dizer se o PSol pretende apresentar uma representação contra o primeiro suplente de Roriz, Gim Argello (PTB-DF), acusado de irregularidades em investigação da Polícia Civil do Distrito Fe-

deral na Operação Aquarela. "Não vamos dizer antecipadamente se iremos fazer, mas evidente que é nossa obrigação identificar todos os indícios e quando há indícios relevantes de crimes contra a administração pública". O partido é responsável pelo pedido de abertura do processo contra o senador Roriz e também contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado, entre outras denúncias, de ter despesas pessoais pagas por um lobista da construtora Mendes Júnior. Roriz renunciou na noite de quarta-feira, mas não compareceu ao Senado. Sua carta de renúncia foi lida pelo senador Mão Santa (PMDB-PI). (AE)

SANGRIA

A CPI da CDHU, segundo a liderança tucana, seria usada como arma eleitoral pelo PT para atingir a "imagem" de Alckmin. As denúncias apresentadas indicam o superfaturamento de preços na construção de casas populares em pelo menos 35 municípios do estado. O extra no orçamento chegaria a 100% do preço original de cada unidade construída.

democratas apoiariam o governo na disputa pelo Planalto em 2010.

INTERESSE

Serra decidiu que continuará trabalhando para convencer Alckmin a disputar o governo do estado, não o município. O governador deseja o apoio do DEM para disputar a presidência. O tucano reconhece a importância de uma chapa forte para superar o candidato do governo Lula.

FIRMEZA

Gilberto Kassab está convencido de que o acordo com o PSDB não será rompido. Ele tem certeza de que disputará a reeleição com o apoio dos tucanos. Kassab registra um crescimento considerável de sua popularidade entre os paulistanos. O principal fator para isso, segundo seus assessores, são ações de impacto como o projeto Cidade Limpa.

DISPUTA

Caso Alckmin e Marta decidam disputar o pleito, a disputa em São Paulo contará com quatro concorrentes de "peso". Além dos dois, e Gilberto Kassab, a deputada Luiza Erundina (PSB) dá sinais claros que disputará a cadeira. Seu partido avalia uma provável projeção de Ciro Gomes, que deseja disputar mais uma vez o Planalto, com o lançamento da ex-prefeita.

CHAPA

O PT trabalha desde já para atrair um nome do PMDB para sua chapa, no posto de vice-prefeito. O mais indicado é Michel Temer, presidente da legenda. Os petistas avaliam que Temes pode aceitar o convite pois seu partido é o principal aliado do governo Lula. Não interesse no lançamento de uma candidatura própria dentro do PMDB.

ATRAÇÃO

COMBATE

Já o PT ainda alimenta a esperança de que Marta Suplicy sairá candidata à sucessão de Gilberto Kassab (DEM). Da mesma forma que Alckmin, a ministra é favorecida pelas pesquisas encomendas pela legenda. Os dois ainda são lembrados pela maioria dos eleitores, principalmente por suas últimas gestões.

IMBRÓGLIO

O PSDB também convive com o dilema de lançar ou não um candidato próprio à capital paulista. Os nomes mais ligados a José Serra mantém o desejo de acertar uma coligação com o DEM e apoiar a reeleição de Gilberto Kassab. Como contrapartida, os

PT e PSDB desejam mesmo reconquistar a Prefeitura de São Paulo. As legendas avaliam que a cidade terá papel fundamental nas próximas eleições presidenciais. Enquanto os dois partidos lutam pelo controle políticoadministrativo do município, o DEM fará de tudo pela manutenção de Gilberto Kassab no cargo.

MAR DE VOTOS

O Brasil pode atingir a marca de 130 milhões de eleitores em 2010, ano da eleição presidencial. Desse total, cerca 30 milhões estarão no estado de São Paulo. Hoje, o estado concentra 25 milhões de um total de 125 milhões de títulos eleitorais. A cada cinco eleitores no País, um é paulista. Do total projetado para a região, cerca de 1/3 estará na capital e 2/3 no municípios do interior.


Congresso Planalto Justiça CPI

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JUÍZES EM CAMPANHA CONTRA A CORRUPÇÃO Elza Fiúza/ ABr

sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

O foro privilegiado é, acima de tudo, o foro da impunidade. Rodrigo Collaço

Roberto Stuckert Filho / AOG

STF NÃO CONDENA POLÍTICOS DESDE 1988 Revelação foi feita ontem pela AMB num ato público

N

ão há nenhum caso de condenação criminal de autoridades pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 1988, segundo um levantamento feito pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e divulgado ontem. O estudo mostra que um porcentual mínimo de autoridades acusadas de crimes é condenado pela Justiça. O presidente da AMB, Rodrigo Collaço, atribui o fato à existência do foro privilegiado, que assegura a elas o direito de serem investigadas e julgadas perante órgãos como o STF e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) – e o foro é quase sinônimo de impunidade, diz. No STJ, foram encontradas apenas cinco condenações. Collaço conclui que o foro contribui para que ocorra a impunidade. Ele disse que a questão somente será resolvida com o fim do privilégio ou a adoção de medidas que tornem mais rápida a tramitação dessas ações. "O foro privilegiado é,

acima de tudo, o foro da impunidade. Não há julgamento. O foro é quase uma linha de defesa", compara. Das 130 ações criminais protocoladas no Supremo Tribunal apenas 52 tramitam atualmente, o que representa 40% do total. O restante foi transferido para instâncias inferiores do Judiciário, foi para o arquivo ou ocorreu a absolvição. Os réus desses processos respondiam a acusações variadas, como crimes contra a administração pública, a honra, o patrimônio e a fé pública e delitos eleitoral e fiscal. No Superior Tribunal, a situação encontrada não é muito diferente. Foram detectadas apenas cinco sentenças condenatórias. Em 11 casos, os acusados foram absolvidos. Collaço observa que o Supremo Tribunal e o STJ não foram criados para instruir processos criminais. O presidente da AMB defende a adoção de medidas que tornem mais rápida a tramitação dessas representações, como a transferên-

Abaixo a impunidade: o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) discursa no lançamento da campanha "Juízes contra a Corrupção"

cia para juízes e desembargadores da tarefa de instruir os processos contra as autoridades. De acordo com Collaço, a legislação permite a delegação de determinados atos instrutórios dos inquéritos e ações. Além de apresentar os dados sobre as ações protocoladas nos tribunais contra autoridades, Collaço lançou ontem, em Brasília, a campanha Juízes contra a Corrupção. Participaram do evento vários parlamentares, como o senador Pedro Simon (PMDBRS) e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que discursaram na solenidade contra a concessão do benefício, para que se reduza a impunidade no País – e no meio político, em especial. (AE)

Tribunal do Rio Grande do Sul é apontado como exemplo

O

estudo divulgado ontem pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) indica o Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Sul como modelo a ser seguido para combater a impunidade. Com varas e câmaras especializadas, o Tribunal consegue julgar, rapidamente e, muitas vezes, condenar prefeitos acusados de delitos. No local, existe desde 1994 uma

Tucanos propõem criar uma corte especial

E

m meio à lentidão da Justiça em punir envolvidos em casos de corrupção (veja reportagens nesta página), em especial da classe política, o deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP) vai apresentar na próxima terçafeira à Câmara uma proposta de emenda constitucional para a criação de um novo tribunal superior. A nova Corte, sugere o tucano, seria encarregada exclusivamente de julgar casos relacionados à administração pública, de forma a evitar que acabem no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no Supremo Tribunal Federal (STF). A emenda teve 180 assinaturas – nove além das 171 necessárias para tramitar. Embora não seja endossada pelo conjunto da bancada do PSDB, ela conta com o "apoio entusiasta" de tucanos como Carlos Sampaio (SP) e Gustavo Fruet (PR).

Tem aval também de deputados de outras siglas, como Alceni Guerra (DEM-PE), Luiza E ru n d i n a ( P S B - S P ) e J o s é Eduardo Martins Cardozo (PT-SP). O Tribunal Superior da Probidade Administrativa abrigaria casos contra ministros, parlamentares, governadores, desembargadores e prefeitos de grandes cidades. E incluiria co-autores, mesmo que sem foro privilegiado. "Zuleido Veras seria julgado nesse tribunal", diz Paulo Renato, em referência ao dono da Construtora Gautama, pivô do esquema de fraudes em obras públicas. Pela emenda, o tribunal teria 11 membros indicados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas seriam proibidos de integrá-lo aqueles que ocupassem cargo eletivo ou ministerial nos dez anos anteriores à nomeação. (AE)

Deputados mineiros ampliam a "blindagem"

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lém de insistirem na estratégia para restringir a competência do Ministério Público Estadual (MPE) em investigar e processar autoridades do setor público, os deputados estaduais de Minas Gerais ampliaram ontem a sua "blindagem". Emendas apresentadas ao Projeto de Lei, de autoria do MPE, incluem os prefeitos e presidentes de Câmaras Municipais de Minas na prerrogativa de serem notificados e requisitados, exclusivamente, pelo procurador-geral de Justiça, vedada a delegação. Uma emenda anterior, incluída em outro PL do governo de Minas Gerais, ampliava o direito aos deputados estaduais, juízes, vice-gover-

nador, secretários e advogado-geral do Estado. Pela atual legislação, somente o governador e os presidentes do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa se valem desta competência exclusiva. A proposta foi vetada pelo governador Aécio Neves (PSDB) na última segunda-feira. Ao chegar ao plenário, o texto– que trata de gratificação a integrantes do órgão que acumulariam mais de uma comarca – recebeu 70 emendas. A primeira foi apresentada pelos deputados Paulo César (PDT) e Antônio Júlio (PMDB), que propuseram a extensão da prerrogativa aos prefeitos e presidentes de Câmaras. (AE)

câmara específica para o julgamento de crimes que envolvam ações realizadas por administradores municipais. No ano 1995, foi registrado um recorde de condenações. Segundo o levantamento da AMB, a 4ª Câmara Criminal do órgão gaúcho condenou 30 acusados e absolveu outros 26. Já em 2004, foram 27 condenados e 34 absolvidos. Neste ano, até o último mês

de maio, ocorreram duas sentenças condenatórias e um reconhecimento de improcedência. "Os benefícios advindos da especialização já são conhecidos no âmbito do Poder Judiciário e o exemplo do TJ Rio Grande do Sul apresenta uma série de resultados significativos em termos de eficiência," destaca a pesquisa da Associação dos Magistrados. (AE)

Escândalos? Então vai para o foro privilegiado...

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Simon: "Onze ministros não podem julgar milhares de casos"

s principais escândalos político-policiais dos últimos tempos terão de ser decididos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Tramitam ali inquéritos que apuram supostos esquemas de corrupção, como o "mensalão". No inquérito do "mensalão", são investigados 40 acusados entre empresários, parlamentares, publicitários e ex-políticos. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, denunciou o grupo no STF, mas o plenário do órgão ainda não decidiu se abrirá uma ação penal contra os suspeitos. Com a eventual abertura do processo, os investigados passarão à condição de réus. Mas isso não significa que serão condenados. A expectativa é de que o julgamento sobre o recebimento ou não da denúncia ocorra em

agosto. O relator do inquérito do "mensalão" no Supremo Tribunal, ministro Joaquim Barbosa, alertou desde o início da investigação, em 2005, que, por causa do grande número de investigados, o inquérito teria uma tramitação bem lenta. Ontem, durante a divulgação do trabalho da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) observou que os ministros do Supremo Federal não podem julgar ações e se dedicar à instrução de processos criminais abertos contra autoridades. "Onze ministros não podem julgar milhares de casos", afirmou. "Se o dinheiro público estiver em jogo, o processo deve ir para o começo da fila", disse. Tramita também no STF o suposto esquema de venda de decisões judiciais favoráveis à máfia dos bingos, apontado pela Operação Furacão.(AE)

Acesso será acelerado, diz Tarso

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ministro da Justiça, Tarso Genro, prevê que pelo menos uma parte do conjunto de projetos que vão constituir o Programa Nacional de Democratização do Acesso à Justiça deve estar pronta para ser apresentada à sociedade até o final do ano. A coleta de sugestões começou ontem, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em Porto Alegre, com o primeiro de uma série de colóquios sobre o tema que o ministério vai promover em todo o País para ouvir advogados, juízes, organizações não governamentais e especialistas do Direito. "Como estamos com o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, que será apresentado ao presidente

Luiz Inácio Lula da Silva na próxima segunda-feira) pronto, vamos iniciar outra agenda, a do acesso à Justiça", anunciou. "Provavelmente no final do ano teremos alguns projetos prontos para remeter ao Congresso". Embora não tenha detalhado esses projetos, Tarso citou algumas linhas gerais dos temas que estarão em debate nos próximos seis meses: medidas que acelerem o processo penal, para evitar a impunidade que desencanta a população; alteração de currículos para inclusão, nos cursos de Direito, da cultura da conciliação e da mediação como alternativa ao litígio; e simplificação dos recursos às instâncias superiores, para que não sejam usados para protelar indefinidamente o cumprimento das penas.

"Hoje temos casos de pessoas que ficam respondendo por homicídios torpes, cometidos à traição, por 20, 30 anos, e levam o processo até completarem 70 anos, quando não são mais punidas", observou. O ministro também destacou que algumas reformas já foram feitas, como a Lei do Processo Civil, e que há experiências inovadoras em andamento, como mediadores instruídos por juízes que reduziram índices de violência em algumas regiões do País. Pronasci – O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania estará dividido em três áreas de atuação. A primeira trata da ação da polícia e da aquisição de equipamentos para o combate direto ao crime. A

segunda está voltada para a vinculação de políticas de segurança com as políticas sociais do governo. E a terceira vai criar marcos legais novos para as relações institucionais entre Estados e União e normas para facilitar a melhoria da qualidade de vida dos policiais. As linhas gerais do programa foram citadas pelo ministro Tarso durante o colóquio sobre Democratização e Acesso à Justiça, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. O ministro confirmou a reorganização da Força Nacional de Segurança, que terá capacidade de ações mais prolongadas, o policiamento comunitário, e o programas salariais e habitacionais para policiais de baixa renda. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

GOVERNO PAULISTA PREPARA PROJETO DA LEI GERAL

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milhões de pessoas poderão sair da informalidade, segundo o secretário estadual do Trabalho, Guilherme Afif Domingos.

Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

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A ação tem apoio de uma Frente Parlamentar com 13 deputados estaduais Renato Carbonari Ibelli

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governo de São Paulo promete enviar para o Legislativo até 15 de agosto o texto do projeto que cria a Lei Geral Estadual das Micros e Pequenas Empresas. A implantação da lei em nível estadual é uma determinação da Lei Complementar (LC) n° 130, de 2006, que também obriga municípios a desenvolver suas leis gerais até o final do ano. O compromisso foi firmado ontem pelo secretário do Emprego e Relações no Trabalho, Guilherme Afif Domingos, durante oficialização da Frente Parlamentar de Apoio à Micro e Pequena Empresa na Assembléia Legislativa. Entre outros pontos, a Lei Geral Estadual vai garantir a preferência às micros e pequenas empresas nas compras realizadas pelo estado. Ela também estabelecerá programas de incentivo ao crédito e instituir a fiscalização orientadora, que visa garantir que o pequeno empreendedor não seja autuado logo na primeira ação do fisco, quando a irregularidade encontrada não representar alto risco fiscal. Segundo o secretário do Trabalho, a Lei Geral Estadual vai regulamentar a figura do Empreendedor Individual – pessoa física com faturamento anual de até R$ 36 mil –, que foi reconhecido como categoria pela LC n° 130 nesta semana, através da publicação da resolução n° 10 pelo comitê gestor da lei geral.

A lei fará o empreendedor parar de se preocupar com a burocracia e a carga tributária, garantindo que se dedique só ao trabalho. Marco Bertaiolli A resolução estipula que a responsabilidade pelo empreendedor individual passa a ser dos estados. Só em São Paulo, Afif estimou que mais de 6 milhões de negócios individuais sairão da informalidade amparados pela lei das micros e pequenas empresas. A formação da Frente Parlamentar, que trabalhará na esfera legislativa para a aprovação da Lei Geral Estadual, é vista como fundamental para que o Executivo paulista tenha a lei vigorando até o final do ano. "A Lei Geral vai fazer o micro e pequeno empresário parar de se preocupar com a burocracia e a carga tributária, garantindo que ele possa se dedicar inteiramente ao trabalho", disse ontem o deputado estadual Marco Bertaiolli (DEM), um dos coordenadores da Frente. Fundamentos – A Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas (LC n° 130) estabeleceu o Simples Nacional – também chamado de Supersimples –, que unifica os tributos federais, estaduais e municipais. Além disso, a lei complementar prevê em seu texto medidas

de desburocratização para abertura e fechamento das micros e pequenas empresas e garante a elas a preferência nas compras governamentais. Outro ponto central da lei é o aumento das faixas de enquadramento para o regime tributário simplificado. A lei elevou de R$ 120 mil para R$ 240 mil o limite da receita bruta anual para o enquadramento das micros e de R$ 1,2 milhão para R$ 2,4 milhões para as empresas de pequeno porte. A LC n° 130 vem recebendo criticas em alguns pontos. Com a nova lei vigorando, o Simples Estadual acabou e passou a vigorar o Simples Nacional. Com isso, empresas que tinham isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) em alguns estados pelo regime tributário paulista deixaram de ser beneficiadas. Tributaristas também dizem que a nova lei afasta a micro e pequena empresa industrial do regime simplificado. Isso porque, com a promulgação da lei, o único regime simplificado que passa a vigorar é o Supersimples, que, ao contrário de regimes anteriores, não permite que créditos de ICMS sejam gerados nas vendas. Sem a geração de créditos, os empresários que aderiram ao Supersimples temem que seus compradores busquem fornecedores que estão fora do simplificado, e assim podem gerar créditos do imposto estadual. A F re n t e P a r l a m e n t a r é composta por 12 deputados estaduais de diferentes agremiações políticas.

Cooperativas: sem Supersimples, mas com vantagens garantidas. Sílvia Pimentel

A

s cooperativas continuam impedidas de ingressar no regime tributário do Simples, mas foram beneficiadas pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Aquelas com faturamento anual até R$ 2,4 milhões terão acesso a linhas de crédito específicas oferecidas por bancos públicos. Além disso, terão prioridade nas licitações que não ultrapassem R$ 80 mil. Essas medidas, voltadas para as micros e pequenas empresas, estão previstas na Lei nº 11.488/07, especificamente no artigo 34, que faz referências à Lei Geral. As novas regras devem beneficiar cerca de 7 mil empresas do segmento, a maioria de pequeno porte. As medidas foram bem recebidas pela Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp). "O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) há muito tempo se mobiliza para incluir as cooperativas no rol de empresas que podem optar pelo regime do Simples. A proibição ainda persiste, mas essa lei de certa

forma veio assegurar um tratamento legal e diferenciado para estimular o cooperativismo", diz o assessor jurídico da entidade, Paulo Vieira. Pela legislação, as empresas do segmento terão prioridade para participar de licitações públicas até R$ 80 mil. Quando o valor for maior e houver empate, vencerá a de menor porte que estiver participando do processo, incluindo as cooperativas. "Esse ponto sem dúvida vai incentivar o setor a concorrer nesse mercado", assinala. Com a lei, as cooperativas

ganharão linhas de crédito específicas, com juros diferenciados, oferecidas pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Vieira diz que a maioria das cooperativas não possui garantias para oferecer às instituições financeiras, o que era um entrave para os empresários conseguirem recursos. As cooperativas também receberam sinal verde para utilizar os juizados especiais cíveis, conhecidos como juizados de pequenas causas, quando o valor do processo não ultrapassar 40 salários mínimos.

Afif: projeto da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas deve estar no Legislativo até 15 de agosto.

Frente: 12 deputados pela Lei

Bertaiolli, coordenador da Frente, criticou a burocracia e a carga tributária

Alerta para empresários: cuidado com boletos suspeitos

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mpresários de primeira pecial a Assessoria a Autôno- momento. Queira por gentileviagem que acabam de mos, Comércio e Indústria do za ligar daqui a alguns instanreceber o CNPJ devem Estado de São Paulo (AA- tes". Na segunda tentativa de se cercar de cuidados para não CIESP) e a Associação Nacio- contato, de novo a secretária. Dados – O Diário Oficial do dar lucro a entidades de classe nal da Indústria e Comércio. No boleto da AACIESP, o va- Estado é a principal fonte de desconhecidas no mercado, sem qualquer representação. lor cobrado é R$ 228,25. Vem informações dos dirigentes Apostando na desatenção, impresso o seguinte recado: dessas supostas entidades ou sindicatos. No meio de muitas enviam de for- Reprodução um calhamaço de foma aleatória boletos de lhas, procuram paciencobrança de "contribuitemente o nome das ção anual" a empresas empresas recém-aberque tiveram seus nomes tas e respectivos endedivulgados no Diário reços. "Já denunciamos Oficial do Estado. O o fato à Junta Comerpior: há quem use nome cial, que fornece as insemelhante a de entidaformações, mas não há des tradicionais para muito o que fazer nesse confundir o empresásentido, pois a publicario, que só mais tarde ção dos dados é obrigadescobre o truque. tória por lei", explica JoA Associação Comersé Maria Chapina Alcacial de São Paulo zar, presidente do Sin(ACSP) há muito tempo dicato das Empresas é vítima de uma delas: a Contábeis no Estado de Associação Comercial São Paulo (Sescon-SP), do Estado de São Paulo que também recebe re(Acesp). Numa das reclamações de seus asmessas de boletos ensociados, vítimas do viados recentemente, mesmo problema. do Banco Santander, o Segundo ele, a orienvalor cobrado é de tação do sindicato é inR$ 349,98. "É comum re- Boletos que têm sido enviados a empresários formar ao contador socebermos ligações de associados que perguntam se a "Após confirmação de paga- bre o recebimento da cobrança. cobrança é da ACSP", diz Jorge mento pelo banco, o estabele- Além dos boletos duvidosos, Mol, do departamento jurídico cimento receberá via correios o os escritórios de contabilidade da entidade. Segundo o advo- kit contendo as portarias de ligados ao sindicato também gado, em geral os contatos são orientação e defesa do consu- vêm sendo vítimas de "vendefeitos pelos novos associados. midor com seus respectivos te- dores" de assinatura ou de "No meio de tanto papel, mui- lefones". A reportagem do anúncios de revistas supostatos podem realmente se con- Diário do Comércio ligou para mente editadas por associafundir, daí a importância de o número do telefone que apa- ções representativas de funchecar com cuidado o nome de rece no boleto. Do outro lado cionários do governo, como a quem está enviando a ordem lado, a voz da secretária eletrô- de auditores fiscais. "Oferede cobrança", aconselha. Além nica: "Você ligou para a AA- cem o produto em troca de proda Acesp, merece atenção es- CIESP. Estamos ocupados no teção fiscal", alerta Chapina.

STJ rejeita isenção da Cofins

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s sociedades civis e prestadoras de serviços perderam mais uma ação que pedia a isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Desta vez, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou agravo regimental interposto pela Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro (OAB-RJ). A alegação da OAB era a de que a norma que isentou as sociedades dos advogados de pagar a

Cofins é de caráter especial, portanto, não pode ser revogada por uma norma de caráter geral. A relatora do processo, a ministra Eliana Calmon, negou o agravo da OAB-RJ informando se tratar de uma tese nova que deveria ser apresentada antes de a matéria chegar a Brasília. "A tese trazida à apreciação sequer foi ventilada na Corte de origem, o que obsta seu conhecimento ante a ausência do necessário pré-

questionamento", afirmou a ministra. Ao negar o agravo, a ministra Eliana Calmon remete o caso da OAB-RJ ao Supremo Tribunal Federal (STF). Casos semelhantes, apresentados por outras sociedades de serviço que chegaram ao STF, perderam. As sociedades civis pedem que volte a vigorar a lei complementar n° 70, de 1991, que isentava essas categorias do pagamento da Cofins. (RCI)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - LAZER

sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

TEATRO A história de Carandiru, dramatizada na ribalta. E a força do pensamento de Ibsen.

Fotos: João Caldas/Divulgação

Semana de minissérie francesa, livros e shows pela vida. TELEVISÃO

Bálcãs e a guerra Regina Ricca Fotos: Divulgação

O Último Senhor dos Bálcãs, produção francesa sempre às sextas, 22h.

Monólogos de um cotidiano brutal Sérgio Roveri

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esde que se tornou um dos maiores sucessos do mercado editorial brasileiro, com quase meio milhão de exemplares vendidos, o livro Estação Carandiru, do médico e escritor Drauzio Varella, já provou que tem cacife para fazer sucesso também longe das estantes. O livro inspirou o longa Carandiru, de Hector Babenco, uma minissérie na televisão e até uma adaptação radiofônica na cidade de Londres. O teatro era a última fronteira a ser explorada por aqueles personagens nos quais Varella conseguiu identificar traços de uma comovente humanidade oculta sob o manto da marginalidade. Salmo 91, que estréia amanhã no Teatro do Sesc Santana, vem finalmente apresentar o palco aos ex-ocupantes daquele que foi o maior presídio da América Latina. Escrito pelo jornalista e dramaturgo Dib Carneiro Neto,

Salmo 91 é constituído de dez monólogos levados à cena por cinco atores (Ando Camargo, Pascoal da Conceição, Pedro Henrique Moutinho, Rodolfo Faz e Rodrigo Fregnan). São histórias que se cruzam, se assemelham e que procuram, acima de tudo, dar conta de um cotidiano brutal revelado ao País e ao resto do mundo na ocasião do massacre de outubro de 1992. "As histórias mostradas no espetáculo são absolutamente fiéis ao livro", diz o autor. "E nem poderia ser de outra forma, pois é de grande impacto para a platéia ver tudo aquilo desfilando na sua frente e saber que tudo aconteceu mesmo. Dói na alma saber

o quanto seria muito melhor se tudo tivesse sido ficção". Salmo 91 foi escrito logo após a publicação do livro, no final de 1999, antes portanto do lançamento do filme e da minissérie da TV. Mas isso não convenceu o autor de que o texto pudesse sofrer alguma alteração. "Desde o início eu sentia que no palco a contundência das palavras valeria mais que sangue jorrando pelas escadas, corpos inertes empilhados, imagens realistas do dia do massacre", diz Dib. "Isso o filme e a televisão fizeram muito bem. O teatro entra nesta história justamente pela força das palavras na arte eloqüente da encenação".

O espetáculo, que tem direção de Gabriel Villela, está longe de ser uma reprodução literal da narrativa de Varella. Em cena, vários personagens do livro aparecem fundidos em um só e há ainda um embaralhamento dos diálogos e capítulos. "Algumas histórias do livro conseguiram se impor mais do que as outras, mas isso é normal em qualquer obra de natureza plural", diz o dramaturgo. "Tive o cuidado de escolher personagens que pudessem conter em si as histórias de outras figuras do livro, que pudessem trazer para si, sem prejuízo de sua história pessoal, falas completas de outros presidiários e situações similares à sua".

Cinco atores em cena, em Salmo 91: Carandiru chega ao palco, com a mesma força dramática do livro de Drauzio Varella.

Salmo 91, estréia amanhã, sábado (7), no Teatro do Sesc Santana, Avenida Luis Dumont Villares, 579, tel.: 6971-8700. Sexta e sábado às 21h, domingo às 19h. Ingressos: R$ 20.

ÚLTIMA SEMANA Inimigo do Povo (foto), de Henrik Ibsen. Escrito em 1882, é considerado um dos principais dramas realistas do autor norueguês. No elenco, Theodoro Cochrane, Fernando Assis, Olayr Coan e Sílvia Susy. Tuca. Rua Monte Alegre, 1024. Tel.: 3188-8455. Sexta (6) e sábado (7), 21h. Até domingo (8), 20h. R$ 30.

O Kronoscópio, de Ricardo Karman. Drama inspirado livremente no conto The Dead Past, do russo Isac Asimov (1920-1992). No elenco, Gustavo Vaz, Eduardo Demerjian e Hélio Cícero. Teatro do Centro da Terra. Rua Piracuama, 19. Tel.: 3675-1595. Sábado (7), 21h. Até domingo (8), 19h. Grátis. Ingressos distribuídos duas horas antes do espetáculo.

ma minissérie francesa, histórica, para sair da mesmice enlatada made in USA que domina a programação da TV a cabo. A partir de hoje, sexta (6) – e todas as sextas do mês de julho, sempre às 22h –, o Eurochannel vai exibir O Último Senhor dos Bálcãs, cujo roteiro levará o telespectador para o epicentro das Guerras Balcânicas que envolveu principalmente a Grécia, a Macedônia e a Albânia durante a primeira metade do século XX (entre 1892 e 1949). É nesse cenário de confronto que se contará a história de um jovem turco, Zülfikâr, conhecido como Z (vivido pelo ator Arnaud Binard), filho de um lorde, nascido em 1892 no turbulento sul da Macedônia (parte do império Otomano). Anos mais tarde, ao voltar da Universidade de Salonika, ele se apaixona por Esma (Mélissandre Meertens), mas questões políticas impedem que eles se casem (embora ela esteja grávida, sem Z saber). O rapaz acaba casando com Myriam (Candela Fernández), uma refugiada judia. Enquanto Z sela seu destino amoroso, a Segunda Guerra Mundial explode nos Balcãs e se alastra por toda a Europa – época em que Z acaba se envolvendo politicamente com o primeiro-ministro albanês. Quando Mussolini invade o país, Z é preso por se recusar a colaborar com a ocupação fascista. E na tenda armada pela TV Cultura em Parati, durante a Festa Literária Internacional de 2007 (Flip), várias estrelas literárias que por ali estarão vão dar uma paradinha para serem entrevistadas pelo programa Roda Viva. As entrevistas, feitas por Paulo Markun, vão ao ar na seguinte seqüência: segunda (9), às 22h40, será a vez do mexicano Guillermo Arriaga, premiado roteirista de filmes como Amores Brutos,21 gramaseBabel. Terça (10), meia noite e meia, enJornalista Robert Fisk (ao lado) na Cultura: Flip de astros e estrelas. E Madonna (abaixo), em show na Globo.

Fotos: Divulgação

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Seis da Tarde, de Caetano Gotardo. Realização da Companhia Auto-Retrato. Teatro Fábrica São Paulo - Sala 2. Rua da Consolação, 1623. Tel.: 3255-5922. Amanhã, sábado (7), às 21h20. Até domingo (8), às 20h30. R$ 20.

MARCELO VIANNA

Sambista digno de Baden e Paulo César Pinheiro Aquiles Rique Reis

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um momento em que as cantoras ditam o tom e o ritmo, surge Marcelo Vianna, na praça com o CD Cai Dentro – A Música de Baden Powell e Paulo César Pinheiro. Marcelo é sambista. Tem a manha do samba no sangue e no gogó. Tem ginga o Marcelo. E demonstra estar pronto para brilhar no cenário que hoje é dominado pelas mulheres. Logo de cara, chama atenção o fato de a percussão utilizada no disco, apesar de eficiente, ser apenas discreta. Apenas quatro das onze faixas, sambas em sua maioria, contam com ela. A força do piano é que é a marca registrada dos arranjos. Piano que Phillippe toca com muito suingue, logo na abertura do CD, no pouco conhecido Cai Dentro. Ao somar o violão de Caio Cezar ao seu piano, Phillippe consegue equivaler a incrível pegada de seu arranjo à força que tem o samba tocado com surdo, repique, tan-tan e cuíca. Aliás, o disco se esmera na utilização da formação piano e violão. Vio-

lão que ora é tocado por Caio Cezar, ora por Ulisses Rocha; piano que ora é tocado por Phillippe Baden Powell, ora por Adriano Souza. Piano e violão, imbuídos da genialidade dos parceiros que compuseram os sambas que tocam, funcion a m à p e r fe iç ã o . E l e s f o rmam a dupla responsável pelo suporte necessário para fazer ressoar a voz de Marcelo, que se difere de outras pelo som que o acompanha. A partir da escolha do repertório, Marcelo teve garantido o sucesso de seu trabalho. Somando-se a este fato a certeza de que sua voz é talhada para cantar sambas como os pinçados da obra

de Baden e Paulinho Pinheiro, o moço dá toda pinta de que veio para suprir uma carência que já dura muitos anos: a falta de bons cantores. A interpretação que Marcelo Vianna dá a Pai, bela letra inédita de Paulo César Pinheiro, é arrebatadora. O piano e o violão marcam o ritmo e conferem uma harmonia que empresta à levada o sabor imaginado por Baden em seu violão. Dá gosto perceber que não há limites para o cantor. É prazeroso verificar que esta mesma falta de limites mostra ao compositor o caminho de criar sem amarras. E é nesta ausência que se faz o ouvido daqueles que buscam o prazer pela música.

Assim se cria um repertório fundamental, disposto a ser base para novas vozes e comprovar que da música pode-se esperar tudo, desde que a ela se dê todo o talento disponível. Para encerrar, transcrevo agora outras palavras que constam do encarte de Cai Dentro. Elas foram escritas pelo próprio Marcelo Vianna: “Essa parceria começou em Ramos, na casa de meu avô Pixinguinha. Meu pai, Alfredinho, ao piano, e Baden, no violão, trocaram os primeiros acordes dessa história, que originou a valsa “Linda”, de autoria de papai, gravada por Baden, em 1958. Quando a nota não era certa, Pixinguinha, da cozinha, dizia ao filho: “É bemol, Alfredinho, é bemol!” E Paulo César Pinheiro, vizinho de rua, já ouvia tudo. O CD Cai Dentro é afinidade e desafio! É a minha casa. É de onde venho e para onde vou.”

CD Cai Dentro A Música de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro, com Marcelo Vianna: bela viagem à arte dos mestres.

tra no ar o israelense Amós Oz, o mais influente escritor de seu país. Já a entrevista com a escritora sul-africana Nadine Gordimer vai ao ar na quinta-feira, (12), também meia noite e meia. E finalmente as de Lawrence Wright escritor, roteirista de cinema e um dos jornalistas investigativos mais respeitados da atualidade, e Robert Fisk, correspondente do jornal The Independent no Oriente Médio e um dos jornalistas mais experientes na cobertura de guerras, serão exibidas na sexta (13), no mesmo horário das demais. Madonna, The Police, Genesis, Bon Jovi, Jack Johnson, Beastie Boys, Jorge Ben Jor, Lenny Kravitz, Red Hot Chili Peppers e J.Quest, também vão dar o ar da graça na TV neste domingo (8), na Globo. Um especial com os melhores momentos do Live Earth, Música pela Vida, evento internacional voltado à consciência ambiental, será exibido logo após o Sob Nova Direção. Os shows serão realizados sábado (7), em nove cidades de oito países, em todos os continentes. No Brasil, o evento será realizado na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, ed. A Girafa.

REESTRÉIA O DRAMA "UMA PILHA DE PRATOS NA COZINHA" De Mário Bortolotto, no ciclo E Se Fez a Praça Roosevelt em 7 Dias. Espaço Satyros Um. Praça Roosevelt, 214. Tel.: 3258-6345. Sexta (6), sábado (7), domingo (8), 22h30. R$ 10.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - ECONOMIA/LEGAIS PRELUDE MODAS S/A. - CNPJ nº 61.084.745/0001-70 EXTRATO DA ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 30 DE MAIO DE 2007. 1) Data 30/05/2007 às 10:00 horas. 2) Local na sede social à Rua Rego Freitas, nº 508-SP. 3) Presença de Acionistas: Quorum Legal. 4) Mesa: Presidente ARTUR ANIBAL HERMAN; Secretário NELSON SCHARFF. 5) Ordem do Dia e Deliberações: 5.1) Preenchimento das vagas de Diretor Presidente e Diretor Comercial porque os cargos se encontram vagos; 5.2) Outros assuntos de interesse social. Posto em votação, foi eleito para Diretor Presidente o Sr. MARCELO LUIZ LEVINZON, acumulando os cargos de Diretor Presidente e Diretor Industrial e para Diretor Comercial foi eleito o Sr. LUCIANO LEVINZON. Foi eleita para Diretora a Sra. RITA LEVINZON. Votação aprovada por unanimidade, tendo se abstido de votar os legalmente impedidos. Em virtude das alterações havidas a Diretoria ficou composta dos seguintes membros: Diretor Presidente e Diretor Industrial MARCELO LUIZ LEVINZON; Diretor Comercial LUCIANO LEVINZON; Diretora RITA LEVINZON e o Diretor ARTUR ANIBAL HERMAN. SP 30/05/2007. a) ARTUR ANIBAL HERMAN, Presidente; NELSON SCHARFF, Secretário. Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania - JUCESP - Certifico o registro sob o número 240.844/07-5 em 21 de junho de 2007 - Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

COMUNICADO À PRAÇA

Com o objetivo de resguardar nossos direitos e de terceiros, COMUNICAMOS, que nossa empresa SKONI COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA., estabelecida na Rua Fernandes Silva nº 296 - Suc nº 26, Brás, Capital, São Paulo, inscrita no CNPJ/MF nº 01.086.497/0001-75, está sendo vítima de quadrilha de estelionatários, que estão utilizando-se, fraudulentamente, dos dados da empresa, para a emissão de duplicatas mercantis sem origem e lastro. Outrossim, comunicamos que os estelionatários estão utilizando de endereço fictício situado na Rua Estrada de Itaquera nº 5972, São Paulo, como sendo o de nossa empresa. Por final, comunicamos que os fatos em questão já estão sendo investigados pelo Delegado do 12º Distrito Policial da Capital, nos autos do inquérito policial nº 338/07, instaurado por requerimento de nossa empresa para apurar o crime de duplicata simulada. Atenciosamente. Sinval Antunes Filho, Ruivo e Campos Advogados Associados.

MITSUI BRASILEIRA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S.A.

CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE 35.300.172.108 Ata da Assembléia Geral Extraordinária 1. Data e Horário: 04/06/2007, às 10 horas. Local: Sede Social à Av. Paulista, 1.842 - 23º andar - Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo/SP. 2. Convocação e Quorum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo § 4º, do artigo 124, da Lei 6.404/76. 3. Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário: Osamu Yasuda. 4. Ordem do Dia: a) Elevação do cargo do Sr. Yoshinobu Watanabe, que de Diretor Supervisor passará a ocupar o cargo de Diretor de Departamento da Companhia; b) Indicação do Sr. Ryotaro Sumi, de nacionalidade japonesa, portador do Passaporte Japonês nº TZ0274344, expedido em 28.03.2005 para ocupar futuramente o cargo de Diretor de Departamento; c) Outros assuntos de interesse social. 5. Deliberações: Foram aprovados por unanimidade com abstenção dos legalmente impedidos; 5.1. Quanto ao item “a)” da ordem do dia, foi deliberado por unanimidade dos presentes, a elevação do cargo do Sr. Yoshinobu Watanabe que de, Diretor Supervisor, passará a exercer o cargo de Diretor de Departamento da Companhia. 5.2. Quanto ao item “b)” da ordem do dia, foi aprovado por unanimidade a indicação do Sr. Ryotaro Sumi, para ocupar futuramente o cargo de Diretor de Departamento da Companhia, devendo ser efetuado oportunamente, na forma da lei e das disposições estatutárias. A efetivação do Sr. Ryotaro Sumi no referido cargo dar-se-á por deliberação a ser adotada pela respectiva Assembléia Geral dos Acionistas a ser convocada para esse fim, após a legalização de sua permanência no país. 5.3. Quanto ao item “c)” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida, assim, a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 04/06/2007. aa) Mitsui & Co., LTD., pp. Takao Omae. Mesa: Takao Omae; Presidente e Osamu Yasuda, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 04/06/2007. Osamu Yasuda - Secretário. Visto da Advogada: Mônica Missaka OAB/SP - 131.912. Secretaria da Fazenda. JUCESP. Certifico o registro sob o nº 247.936/07-8 em 29.06.07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secr. Geral.

PATRAQUE EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA. CNPJ (MF) nº 08.708.672/0001-68 – NIRE nº 35.221.243.495 Assembléia Geral Extraordinária de 21/3/2007 p/ Transformação em PST Energias Renováveis e Participações S/A. Data, hora e local: 21/3/2007, 10 horas, Av. Brigadeiro Luis Antonio, 580,11º/SP. Convocação: Dispensada. Presença: 100%. Mesa: Fabio Augusto Rigo de Souza, Presidente e Angelo Rogério Ferrari, Secretário. Deliberações unânimes: A) Face o deliberado e aprovado na Ata de Reunião de Quotistas, de 21/3/2007, os sócios aprovaram a transformação do tipo societário e o Estatuto Social: Capítulo I - Denominação, Sede, Foro e Prazo de Duração – Art. 1º: A sociedade anônima, operará sob a denominação de PST Energias Renováveis e Participações S/A. regida pelo Estatuto Social e pelas disposições legais aplicáveis. Art. 2º: A Cia. terá sede e foro jurídico na cidade de São Paulo/SP., na Rua Antônio Ramiro da Silva, 250, sala 13. § Único: A Cia. poderá, por deliberação de acionistas representando maioria do capital, abrir, transferir e/ou encerrar filiais de qualquer parte do território nacional ou no exterior, fixando, p/ fins legais, o capital de cada uma delas, a ser destacado do capital social. Art. 3º: A Cia. tem prazo de duração indeterminado. Capítulo II - Objeto Social - Art. 4º: A Cia. terá por objeto a participação no capital de outras empresas de energias renováveis, na qualidade de sócia ou acionista, atuando como holding e administração de bens próprios. Capítulo III - Capital Social - Art. 5º: O capital é de R$ 1.000,00 totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional e dividido em 1.000 ações ordinárias nominativas, s/ valor nominal. Art. 6º: As ações são indivisíveis em relação à Cia. e cada ação ordinária confere direito a 1 voto nas assembléias, cujas deliberações serão tomadas por maioria de votos. Art. 7º: Alienação, transferência ou oneração, por qualquer acionista, da totalidade ou de parte de suas ações, não será permitida sem prévio e expresso consentimento dos demais acionistas, os quais terão prioridade na aquisição das mesmas. Capítulo IV - Administração - Art. 8º: A Cia. será administrada pela diretoria, eleita em Assembléia, c/ mandato de 3 anos, passível de reeleição, c/ mínimo de 2, e máximo de 5 membros: 1 Diretor Presidente, 1 Diretor Administrativo e de 3 Diretores s/ designação especial. Nos termos da lei, a diretoria poderá ser destituída a qualquer tempo pela Assembléia . Art. 9º: Observado disposto nos §§ deste art., à Diretoria compete administrar e representar a Cia., c/ poderes p/ obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo, transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, nos termos deste Estatuto. Art. 10: Todos atos e documentos que importem em responsabilidade ou obrigação p/ Cia., como compra de bens móveis e imóveis, venda, alienação ou gravame de bens móveis, escrituras de qualquer natureza, abertura de contas bancárias, cheques, promissórias, letras de câmbio, duplicata, ordem de pagamento, títulos de dívida em geral, contratos, inclusive de empréstimo c/ bancos e quaisquer órgãos públicos ou particulares e outros documentos não especificados, serão obrigatoriamente praticados c/ assinatura dos Diretores Presidente ou Administrativo, isoladamente, ou de 2 Diretores, em conjunto, ou nos termos do § 3º deste art. § 1º: A Cia. se obriga c/ assinatura isolada dos Diretores Presidente ou Administrativo, ou de 2 Diretores, em conjunto, observadas condições previstas neste Estatuto. § 2º: A Cia. também poderá ser representada por 1 Procurador, constituído isoladamente pelo Diretores Presidente ou Administrativo, ou por 2 Diretores, em conjunto. § 3º: Procurações outorgadas em nome da Cia. serão sempre pelos Diretores Presidente ou Administrativo, isoladamente, ou por 2 Diretores, conjuntamente. § 4º: Quaisquer atos praticados pelos Diretores, procurador ou funcionário da Cia., envolvendo obrigações relacionadas c/ negócios e operações estranhas ao objeto, tais como fianças, avais ou quaisquer garantias em favor de terceiros, são expressamente proibidos e serão nulos de pleno direito, exceto se expressamente autorizados, por escrito, por acionistas representando maioria do capital. Art. 11: Conselho Fiscal não permanente e composto por 3 membros efetivos e 3 suplentes, acionistas ou não, eleitos em Assembléia, e funcionará, apenas, no exercício que for instalado, a pedido de acionista, na forma do art. 161, §2º, Lei 6404/76. Permitida reeleição e remuneração fixada em Assembléia. Capítulo V - Assembléias Gerais - Art. 12: Assembléias poderão ser Ordinárias e/ou Extraordinárias, quando os acionistas reunir-se-ão ordinariamente, dentro dos primeiros 4 meses após término do exercício, e extraordinariamente, sempre que convocada, na forma da lei. § Único: Assembléias serão presididas pelo Diretor Presidente e secretariadas por acionista ou não, por ele escolhido na oportunidade. Na ausência do Diretor Presidente, serão as Assembléias presididas por qualquer Diretor ou por qualquer dos presentes que seja indicado por aclamação dos demais acionistas presentes. Capítulo VI - Exercício Social, Demonstrações Financeiras e Destinação do Lucro - Art. 13: O exercício encerra-se em 31/12 de cada ano. § Único: A Cia. poderá levantar balanços trimestrais p/ fim de apurar lucro do período neles compreendido, podendo tal lucro ter destinação estabelecida no Estatuto. Art. 14: Lucro líquido, como definido no art. 191 da Lei 6404/76, apurado em cada balanço da Cia, terá, pela ordem, a destinação: a) constituição da Reserva Legal; b) constituição de Reservas de Contingência e de Lucros a Realizar, mediante proposta da Diretoria e “ad referendum” da Assembléia; c) pagamento de dividendos propostos pela Diretoria que, somados aos dividendos intermediários e/ou juros s/ capital próprio de que tratam os §§ 2º e 3º deste art., que tenham sido declarados, assegurem aos acionistas, em cada exercício, a título de dividendo mínimo obrigatório, 25% do respectivo lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores especificados nos itens I, II e III, Art. 202, Lei 6404/76. § 1º: Diretoria é autorizada a declarar e pagar dividendos intermediários, especialmente semestrais e mensais, à conta Lucros Acumulados ou Reservas de Lucros existentes. § 2º: Poderá a Diretoria autorizar distribuição de lucros aos acionistas a título de juros s/ capital próprio, conforme legislação específica, em substituição total ou parcial aos dividendos, inclusive os intermediários, cuja declaração é facultada pelo § anterior ou, ainda, em adição aos mesmos. § 3º: Juros eventualmente pagos aos acionistas serão imputados, líquidos do IRF, ao valor do dividendo mínimo obrigatório do exercício (25%), conforme letra “c” do caput deste art. Art. 15: Saldo do lucro líquido, verificado após distribuições acima previstas, terá destinação proposta pela Diretoria e deliberada pela Assembléia, podendo ser destinado 100% à Reserva de Lucros/Estatutária, visando manutenção de margem operacional compatível c/ desenvolvimento das operações ativas da Cia., até atingir limite de 95% do valor do capital integralizado. § Único: Na hipótese da proposta da Diretoria, s/ destinação do Lucro Líquido do exercício, conter previsão de distribuição de dividendos e/ou pagamento de juros s/ capital próprio em valor superior ao dividendo obrigatório estabelecido no Art. 18, letra “c” do estatuto, e/ou retenção de lucros conforme Art. 196 da Lei 6404/76, o saldo do lucro líquido p/ fins de constituição da reserva mencionada neste art. será determinado após dedução integral dessas destinações. Capítulo VIII - Liquidação - Art. 16: Cia. entrará em liquidação nos casos previstos em lei, que se processará conforme Assembléia, competindo-lhe eleger liquidante. Capítulo IX - Alterações – Art. 17: Estatuto poderá ser alterado em qualquer de seus arts. e a qualquer tempo, por Assembléia, podendo acionistas, c/ maioria de votos, deliberar transformação da Cia., em outro tipo societário, conforme preceitos legais. Capítulo X - Lei Aplicável - Art. 18: O Estatuto rege-se pela Lei 6404/76 e modificações na Lei 9457 de 5/5/97. B) Eleita, por 3 anos, a Diretoria: Diretor Presidente: José Salgueiro Lourenço, RG 973.570 SSP/SP e CPF/MF 005.475.578-68. Diretora Administrativa: Alice Andreoni Lourenço, RG 2.010.489 SSP/SP e CPF/MF 046.887.158-62. Diretores: Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço, RG 8.416.962 SSP/SP e CPF/MF 051.771.428-09. Guilherme Andrioni Salgueiro Lourenço, RG 8.417.069 SSP/SP e CPF/MF 066.537.85807. Ana Paula Lourenço de Toledo, RG 8.417.068-2 SSP/SP e CPF/MF 113.029.858-25. C) Fixada remuneração global anual da Diretoria em R$ 20.000,00 distribuída entre Diretores. SP, 21/3/07. aa) Fabio Augusto Rigo de Souza, Presidente da Mesa e Acionista, Angelo Rogério Ferrari, Secretário e Acionista. Jucesp: nº 236.013/07-5 e NIRE 35.300.342.798 em 14/6/07.

PASSAPORTE BRASIL S.A. CNPJ nº 03.445.349/0001-25 - NIRE 35 3 0017393 7 Ata de Reunião do Conselho de Administração DATA:25.04.2007. HORÁRIO: 14:00 horas. LOCAL: Sede Social, Rua Ramos Batista nº 444 2º andar - Vila Olímpia - São Paulo-SP. Reuniu-se o Conselho de Administração da Passaporte Brasil S.A., presentes seus membros infra-assinados. Na ocasião, os senhores Conselheiros trataram segundo preceitos legais e estatutários, da eleição da Diretoria pelo período de 1 (um) ano, que se estenderá até a Assembléia Geral Ordinária de 2008. Resolveram, assim, por unanimidade, reeleger para Diretores os Srs.: JOSÉ ELANIR DE LIMA, (CPF n.º 000.701.906-82 R.G. n.º M-164.409SSP-MG), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, com escritório na Alameda Santos, 466 - 10º andar, e LUIZ HENRIQUE SOUZA LIMA DE VASCONCELLOS (CPF nº 011.505.966-00 - RG nº 5.459.225-SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, economista, domiciliado e residente no Rio de Janeiro-RJ, com escritório nesta Capital, na Alameda Santos, 466 - 5º andar. Os administradores não estão incursos em crime algum que vede a exploração de atividade empresarial, nos moldes do Código Civil, artigo 1011 - § 1º. Nada mais a tratar, foi encerrada a reunião, da qual se lavrou esta ata que, lida e achada conforme, vai por todos assinada. São Paulo, 25 de abril de 2007. Luiz Henrique Souza Lima de Vasconcellos - Presidente do Conselho de Administração. Flávio Márcio Passos Barreto - Conselheiro. Renato Rubens R. G. de Oliveira - Conselheiro. Esta ata é cópia fiel da original lavrada em livro próprio. PASSAPORTE BRASIL S.A. Flávio Márcio Passos Barreto. CERTIDÃO - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 245.912/07-1, em 27.06.07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

COMPANHIA TRANSAMÉRICA DE HOTÉIS - SÃO PAULO CNPJ nº 43.212.943/0001-90 - NIRE nº 35 3 0000648 8 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DATA: 11.06.2007. HORÁRIO: 10:00 horas. LOCAL: Sede Social -Avenida das Nações Unidas nº 18.591 - São Paulo - SP. PRESENÇA: Acionistas representando mais de dois terços do capital social com direito a voto. MESA: Nelson Marcelino - Presidente. Aloysio de Andrade Faria Secretário. PUBLICAÇÕES E DOCUMENTOS LIDOS, ARQUIVADOS NA SEDE SOCIAL. 1. editais de convocação: Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio, ambos de 29, 30 e 31 de maio último; 2. Aviso aos Acionistas: Diário Oficial do Estado de São Paulo de 26, 27 e 28 e Diário do Comércio de 26, 27 e 30, todos de abril último; DELIBERAÇÕES TOMADAS POR UNANIMIDADE 1. declarou que: a) a Assembléia Geral Extraordinária realizada em 25 de abril de 2007: a.1 - autorizou a elevação do capital social de R$ 60.571.182,01 para R$ 64.571.171,13, mediante a emissão de mais 170.648 ações escriturais, sem valor nominal, sendo 58.607 ordinárias e 112.041 preferenciais Classe B, para serem subscritas e integralizadas mediante capitalização de créditos ou em dinheiro; a.2 - fixou em R$ 24,44 o preço unitário de emissão das ações; a.3 - fixou em 30 dias, a contar da data da publicação do respectivo Aviso aos Acionistas, o prazo para o exercício do direito de preferência legal; b) o prazo para o exercício do direito de preferência legal venceu em 26 de maio de 2007; c) as ações relativas ao aumento de capital foram totalmente subscritas, parte dentro e parte fora do aludido prazo de preferência legal, e integralizadas em moeda corrente nacional, conforme listas de subscrição que se encontravam sobre a mesa; e d) o conclave estava habilitado a deliberar sobre a homologação do aludido aumento do capital social; 2. homologou o aumento do capital social para R$ 64.571.171,13, sendo o aumento de R$ 3.999.989,12, representado por 170.648 ações escriturais, sem valor nominal, sendo 58.607 ordinárias e 112.041 preferenciais Classe B e, em conseqüência, reformou o “caput” do Artigo 5º do Estatuto Social, que passou a ser assim redigido: Art. 5º - O capital social é de R$ 64.571.171,13 (sessenta e quatro milhões, quinhentos e setenta e um mil, cento e setenta e um reais e treze centavos), integralmente realizado e dividido em 1.400.187 (um milhão, quatrocentos mil, cento e oitenta e sete) ações escriturais, sem valor nominal, das seguintes espécies e classes: a) 480.874 (quatrocentos e oitenta mil, oitocentas e setenta e quatro) ordinárias; b) 2.525 (duas mil, quinhentas e vinte e cinco) preferenciais Classe “A”; e c) 916.788 (novecentos e dezesseis mil, setecentas e oitenta e oito) preferenciais Classe “B”. 3. deliberou incluir no Objeto Social, item sobre aluguel de salas, e em decorrência o Art. 4º do Estatuto Social, passa a ser assim redigido: “Art. 4º - A sociedade tem por objeto: a) a prática de exploração da atividade hoteleira; b) a prática de operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes, inclusive no de câmbio manual; c) participar, como sócia ou acionista, de outras sociedades; e d) a locação de salas.”. 4. autorizou a Diretoria, nos termos do Art. 17 do Estatuto Social, a alienar participações acionárias detidas junto à TELESP - Telecomunicações de São Paulo S.A. e VIVO Participações S.A..Determinou que a sociedade seja representada por dois Diretores, na forma da letra “a” do artigo 19 do Estatuto Social, ou por procurador constituído na forma do § 1º do mencionado artigo, na assinatura dos respectivos termos de transferência, bem como, em todos os demais atos e documentos que se fizerem necessários à formalização daquelas alienações. Lida e aprovada, vai esta ata assinada pelos presentes. São Paulo, 11 de junho de 2007. MESA: Aloysio de Andrade Faria - Secretário, Nelson Marcelino - Presidente da Mesa. AS ACIONISTAS: TRANSAMÉRICA HOLDINGS LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria, ALFA PARTICIPAÇÕES, ADMINIST. E REPRESENTAÇÕES LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria, FAZENDA FORTALEZA LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. Esta ata é cópia fiel da original lavrada em livro próprio. Nelson Marcelino - Presidente da Mesa. CERTIDÃO - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 245.962/07-4, em 27.06.07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de Ambientes Complementares, de Sala de Aula com Fornecimento, Instalação, Licenciamento e Manutenção de Elevador e Reforma de Prédio Escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÀREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1173/07/02 - EE Profª Gloria dos Santos Fonseca - Rua Manaus, 1735 - Jd. Paraíso - Ribeirão Preto/SP - 210 - 33,84 - R$ 28.048,00 - R$ 2.804,00 - 14:00 - 26/07/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 06/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 25/07/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0628/07/02 - Reforma de Prédio(s) Escolar(es) - EE Azevedo Junior - Rua Dom Pedro I, 50 - Vila Belmiro - Santos/SP - 180 - R$ 36.644,00 – R$ 3.640,00 – 09:30 – 26/07/2007. 05/1056/07/02 - Adequação (Adaptação de Ambientes) / Reforma de Prédio(s) Escolar(es) - EE/DER Prof. Itubirdes Bolivar de Almeida Serra / Diretoria de Ensino Região Sul 3 - Av. de Pinedo, 777 - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 120; EE Sup. Paulo Idevar Ferrarezi - Rua Sebastião Pereira Machado, 31 - Vila Municipal - Carapicuíba/SP – 150; EE Tereza Togno Comolatti - Est. das Laranjeiras, s/n - Faz. Sama - Juquitiba/SP – 150 - R$ 71.979,00 – R$ 7.197,00 – 10:30 – 26/07/2007. 05/1061/07/02 - Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista e Reforma de Prédio(s) Escolar(es) - EE Pe. Louis Joseph Lebret - Rua Londrina, 328 – Jd. Progresso – Santo André/SP - Adequação (Adaptação de Ambiente) / Reforma = 180; Adequação (Cobertura de Quadra) = 90; EE Nagib Miguel Elchmer - Rua Massaranduba, 190 - Prq. João Ramalho – Santo André/SP - Adequação (Adaptação de Ambiente) / Reforma = 120; Adequação (Cobertura de Quadra) = 90; EE Profª Esther Medina - Rua Cabo Verde, 386 - Vila Lucinda – Santo André/SP - 180 - R$ 101.753,00 – R$ 10.175,00 – 11:00 – 26/07/2007. 05/1182/07/02 - Reforma de Prédio(s) Escolar(es) - EE Roberto Mange - Est. Municipal, s/n - Jd. Myrna - São Paulo/SP - 120 - R$ 15.940,60 – R$ 1.594,00 – 15:00 – 26/07/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 06/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 25/07/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 5 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Digex Aircraft Maintenance Ltda. - Requerido: Platinum Air Linhas Aéreas Ltda. - Avenida Paulista, 807 – 8º andar - 1ª Vara de Falências

FDE AVISA: CONCORRÊNCIA DE REGISTRO DE PREÇOS N.º 05/1066/07/01 OBJETO: Registro de Preços para a Execução de Serviços de Inspeção das Condições de Segurança e Atendimento às Normas de Higiene do Trabalho em Obras de Escolas Pertencentes à Rede Pública do Estado de São Paulo - PCMAT. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para o Registro de Preços para a execução de serviços de Inspeção das Condições de Segurança e Atendimento às Normas de Higiene do Trabalho em Obras de Escolas pertencentes à Rede Pública do Estado de São Paulo - PCMAT. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 06/07/2007, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - CEP 01121-900 - São Paulo/ SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 09/08/2007. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Fábio Bonini Simões de Lima Presidente

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O Jornal do Empreendedor


Oficinas, workshops e 368 produções no 15° Festival Internacional de Animação do Brasil CINEMA

Fotos: Divulgação

Curta independente mostra história de espião estrangeiro perdido na Amazônia

ANIMA MUNDI

Perdido na selva Rita Alves

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Perdido no Meio do Nada: animação de Fabio Mazaia e Rodrigo EBA! presente no festival

spião estrangeiro é jogado de um avião e cai em floresta brasileira. A princípio, pode parecer uma notícia insólita, mas o caso aconteceu. Não na vida real, mas na imaginação de Fabio Mazaia e Rodrigo EBA!. A invenção foi transformada por eles em um curta de animação e pode ser conhecida na 15ª edição do Anima Mundi, que dessa vez conta com 368 produções na programação. Em São Paulo, o evento acontece de 11 a 15 de julho no Memorial da América Latina. Na programação do festival estão filmes brasileiros e de outros 41 países. A produção independente de Mazaia e EBA!, intitulada Perdido no Meio do Nada, será exibida na sala 1, no próximo dia 13, às 12h. Perdido no Meio do Nada levou a dupla a trabalhar durante sete meses, desde a idéia do curta até finalização do vídeo. Essa é a terceira vez que os animadores participam do Anima Mundi. Em 2004 levaram o desenho Cadê a Mamãe? para o festival. Já em 2005 a produção escolhida foi Discípulos de Rushu. O interesse dos dois por animação existe desde criança, mas foi só no ano de 2003 que eles uniram suas idéias. "Em 2003, quando o Fabio estava prestes a se formar na faculdade de Rádio e TV, ele teve a idéia de fazer uma animação como seu trabalho de conclusão de curso. Ele me chamou e fizemos o Cadê a Mamãe?. Esse foi o pontapé inicial", conta EBA!. Apesar de a floresta ser o cenário principal do filme, nenhum dos animadores conhece a região. "Isso torna a animação mais divertida. Porque falamos exatamente de estereótipos, da imagem que o Brasil tem lá fora, e da imagem que nós temos da Amazônia". E completa: "A Amazônia

é muito forte no imaginário mundial, mas se perguntarmos a um menino de São Paulo ou do Rio de Janeiro sobre um índio, essa imagem será tão distante para ele quanto a de um esquimó. Por isso Perdido no Meio do Nada termina com a frase nonsense de um menino perguntando para a professora se existe índio de verdade". A dupla reconhece a importância da participação no Anima Mundi e diz que o festival representa uma vitrine, além de ser um canal que possibilita contato com outros trabalhos, técnicas e animadores. Quem também sabe do valor do evento é Guilherme Alvernaz, filho do consagrado animador Ruy Perotti e sócio da produtora de animação Oca Filmes. Alvernaz já participou de edições anteriores do festival e trabalha com desenhos animados desde 1985. "O Anima Mundi é hoje em dia um dos principais festivais de animação do mundo. Sua importância vem da visibilidade que ele traz a essa forma de arte tão fascinante e diversificada e da atenção que atrai principalmente à animação brasileira. Também pode-se dar ao Anima Mundi o crédito pelo grande número de novos animadores que surge a cada ano no Brasil, pois é também um grande incentivo aos novos animadores". Com a sua extensa experiência, Alvernaz ainda revela uma dica para os fãs do gênero. "O ponto principal para um bom filme é o roteiro, sendo de animação ou não. Não importa muito se é um filme de humor ou drama. Com um bom roteiro se tem um bom filme. Claro que uma boa técnica ajuda a contar melhor a história, mas não há virtuosismo técnico que salve uma história ruim".

Itaú Cultural exibe mostra comemorativa de uma década de arte e tecnologia VISUAIS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

LAZER - 3

Mundo real e virtual são misturados em exposição. Sensações em alta.

TRANS-E: alucinações virtuais criadas por Diana Domingues; Descendo a Escada: vertigem e OP_ERA: Sonic Dimensions: luz e som

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Memorial da América Latina. Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, tel.: 3823-4600. De 11 a 15 de julho. Programação completa em www.animamundi.com.br.

ato de atravessar uma parede parece coisa de super-herói? E subir uma escada sem sair do lugar é façanha especial somente de mágicos? No Itaú Cultural a junção de arte e tecnologia mostra que não. As duas experiências podem ser conhecidas pelo público da cidade na mostra Memória do Futuro, Dez Anos de Arte e Tecnologia no Itaú Cultural. São 13 trabalhos em que o espaço e o tempo - reais ou virtuais - mexem com a imaginação do espectador, provocando diversas sensações. A brincadeira de passar para o outro lado de uma parede pode ser feita graças ao arquiteto belga Julien de Smedt, criador da instalação Le Passe Muraille, inédita no Brasil. Um sistema de projeção provoca a ilusão da proeza que faz com que o visitante consiga "perfurar" uma abertura para o outro lado. A obra é uma alusão ao funcionário público do livro homônimo do francês Marcel Aymé. O personagem tinha o poder de atravessar objetos sólidos. Para aqueles que preferem percorrer vários degraus sem perder o fôlego, Regina Silveira inventou Descendo a Escada. O número de degraus não é pequeno e, quem decide interagir, experimenta a vertigem do movimento de descida de uma escada vir tual. Os freqüentadores do Itaú Cultural poderão lembrar da obra originalmente montada para a primeira edição do evento Emoção Art.ficial, em 2002. Outro trabalho apresentado no local, em 2003, na exposição Rumos Itaú Cultural Transmídia, tem relação com a música. A versão atual é chamada de OP_ERA: Sonic Dimensions e foi criada por Rejane Cantoni e Daniela Kutschat. Com formato de um cubo preto e aberto, a obra é repleta de linhas parecidas com as cordas de um violino. E é o observador quem dá o tom dessa instalação interativa. As gigantes cordas virtuais vibram de acordo com a posição e o modo de interação do público. A exposição também proporciona ao visitante experimentar uma viagem virtual, sem risco de atraso ou tumulto na hora do embarque. O passeio pode ser feito em Desertesejo (acima), trabalho poético do artista multimídia Gibertto Prado. Extensão geográfica, rupturas, solidão e encontros são temas explorados no projeto que transporta o viajante para diversos ambientes e ainda muda seu formato. Ao final da aventura, a surpresa: o visitante pode ser transformado em onça, serpentes ou águia. E boa viagem. (Rita Alves) Itaú Cultural. Avenida Paulista, 149, tel.: 2168-1776. Terça a sexta, das 10h às 21h; sábado, domingos e feriados, das 10h às 19h. Grátis. Até 9 de setembro.

King Kong: história da fera gigante é uma das atrações da mostra E o Som se Fez, no CCBB

Por dentro do som. No cinema.

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té o próximo domingo o frequentador do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) terá a chance de fazer um mergulho no universo sonoro do cinema. A mostra E o Som se Fez exibe uma série de filmes, tanto da época da passagem do cinema mudo para o sonoro quanto das eras moderna e contemporânea do cinema. A curadoria da mostra ficou por conta de Fernando Morais, doutor em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, onde defendeu a tese O som no cinema brasileiro - revisão de uma importância indeferida.

"O som é parte fundamental da gramática cinematográfica. Além de exibir filmes sobre seu início no cinema, a seleção inclui produções modernas que têm na sofisticação do trabalho com o som um de seus grandes méritos", diz. Entre os filmes selecionados estão Alô, Alô, Carnaval, de Adhemar Gonzaga (Brasil, 1936), King Kong, de Merian C. Cooper/Ernest B. Schoedsack (EUA, 1932), M, o vampiro de Dusseldorf, de Fritz Lang (Alemanha, 1931) e O buraco, de Tsai Ming Lang (Formosa, 1998). No CCBB, Rua Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: 3113-3651.


sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

Tr i b u t o s Empresas Negócios Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 A venda de 6,56% das ações ordinárias da Brasil Telecom e o anúncio de captação de R$ 11,45 bilhões pela Telemar no exterior surpreendeu o mercado ontem.

FEIRA COMEÇA NO PRÓXIMO DIA 10

SETOR CALÇADISTA TEVE PRIMEIRO SEMESTRE POSITIVO E LOJISTAS DEVEM RENOVAR ESTOQUES NA FEIRA

FRANCAL ABRE EM CLIMA DE OTIMISMO Divulgação

Patrícia Büll PIS-PASEP Abono deixou de ser recebido por cerca de 603 mil trabalhadores brasileiros.

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SINDICATOS

A Feira vai apresentar os lançamentos da próxima primavera-verão

de mercado externo da entidade, Walter Perfeito, apesar da alta do real, o setor de componentes teve crescimento de 9% nas exportações de janeiro a maio deste ano, em relação a igual período de 2006, totalizando US$ 362 milhões no período. "Para driblar a valorização do real, os fabricantes buscaram alternativas e apostaram em inovação, design e tecnologia, o que tem rendido bons resultados para o País, pois conseguem agregar valor ao produto", diz Perfeito.

Para este ano, a expectativa é a de alcançar US$ 1 bilhão em vendas externas. Para dar uma contribuição, a Assintecal irá apresentar em seu estande sapatos desenvolvidos por estilistas que participaram dos desfiles na São Paulo Fashion Week e na Fashion Rio. "A partir desses modelos, 36 empresas calçadistas de Franca, Jaú, Birigüi e Santa Cruz do Rio Pardo fizeram releituras dos desenhos dos estilistas e desenvolveram coleções próprias", afirma Perfeito. (PB)

Aposta no acesso rápido

de Marketing da TIM. O serviço – pelo qual se conecta o computador à rede de telefonia móvel – já é comum para empresas, mas as operadoras vinham trabalhando pouco o consumidor final. Fábio Freitas, gerente de Oferta Premium da Vivo, diz que cerca de 65% dos clientes do Vivo Zap, lançado em 2001,

são corporativos e o restante, residenciais. A operadora tem 200 mil clientes de acesso à internet pelo celular. No primeiro trimestre foram vendidos 252 mil notebooks no País, mais 130% sobre igual período de 2006, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e a IT Data. (AE)

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crescimento da venda de notebooks levou as operadoras de telefonia celular a apostarem no mercado residencial de acesso à internet. "Podemos substituir o acesso discado", disse Denis Ferreira, gerente

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

País prepara os gigantes do etanol Exportação de álcool cresce 71% no semestre Petrobras quer regulamentar expansão de etanol Brito cobra "velocidade" no PAC dos portos 120 mil obtiveram certificação digital em 2007

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Assintecal (associação dos fabricantes de componentes de calçados) vai recepcionar durante a Francal 2007 um grupo de dez empresários vindos da Costa Rica, Colômbia, África do Sul e Etiópia. A visita faz parte do Projeto Comprador, uma parceria entre a associação, a Apex-Brasil e o Sebrae, que tem como objetivo abrir novos mercados para os componentes brasileiros e aproximar compradores. Segundo o vice-presidente

A TÉ LOGO

O fundo oferecia um retorno menor a seus cotistas por cobrar uma taxa de administração variável. O julgamento do caso está marcado para a próxima terça-feira. Estavam indiciados no inquérito o Banco Safra, o Banco Safra Investimento e dois diretores da instituição, Ezra Safra e Luciane Ribeiro. No acordo, o Safra se comprometeu a pagar R$ 28 milhões aos clientes, valor equivalente à remuneração média de outros fundos de aplicação automática. (AE)

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Setor recebe estrangeiros na feira

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fechou ontem com o grupo Safra um termo de compromisso no valor de R$ 29,5 milhões, o mais alto já celebrado pela autarquia. Com o acordo, fica suspenso o inquérito administrativo aberto para apurar denúncias de que o Banco Safra S.A. aplicava automaticamente o saldo de contas correntes de seus clientes em um fundo de investimento administrado pelo Banco Safra Investimentos.

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Francal 2007 – de 10 a 13 de julho, das 10 horas às 20 horas (exceto dia 13, só até 17 horas); Anhembi – São Paulo.

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Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) decidiu ontem ampliar o número de trabalhadores que podem abater até 80% do valor das prestações de financiamentos da casa própria com o saldo do fundo. Subiu para até seis salários mínimos (R$ 2,28 mil) mensais a faixa de renda dos mutuários. (AE)

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SERVIÇO

FGTS

CVM SUSPENDE INQUÉRITO DO SAFRA

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expositores que participarão da Francal 2007, apenas seis são estrangeiros – quatro italianos, um português e um alemão. Chineses, os fantasmas que assombram o mercado brasileiro, foram, nas palavras de Abdala, "barrados por princípio". Segundo ele, se fosse permitida a participação dos asiáticos, haveria um cresci-

mento de pelo menos 20% no número de expositores. E é para driblar a concorrência chinesa que alguns fabricantes decidiram buscar novos nichos, lançando marcas e explorando o mercado interno. É o caso da Kidy, fabricante de calçados infantis de Birigui, que depois de 16 anos produzindo exclusivamente para crianças de 0 a 11 anos, decidiu entrar no segmento pré-adolescente feminino com a Magia Teen, que será lançada durante a Francal. De acordo com o diretor comercial da marca, Sérgio Gracia, a expectativa é atender uma lacuna vislumbrada em pesquisas realizadas pela empresa e, assim, ter um incremento entre 20% e 25% nas vendas.

contribuição assistencial fixada em norma coletiva é devida por todos os integrantes da categoria e não só pelos associados dos sindicatos. Esse é o entendimento do juiz Valdir Florindo, do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, que condenou o Sanduba Buffet a descontar a contribuição de um funcionário para o Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares de São Paulo. (AE)

Ó RBITA

PETROLEIROS Categoria decidiu suspender a greve que paralisaria a produção de petróleo no País.

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o próximo dia 10, São Paulo será palco do maior evento do setor calçadista do País, a Francal 2007. Em sua 39ª edição, a feira internacional de calçados e acessórios reunirá 1 mil expositores distribuídos em 70 mil metros quadrados do Pavilhão de Exposições do Anhembi. Eles apresentarão os lançamentos que vão calçar pés masculinos e femininos durante a próxima temporada primavera-verão 2007/2008. Segundo dados do setor, o segundo semestre é responsável por um acréscimo de 30% a 40% nos negócios da indústria calçadista em relação aos primeiros seis meses do ano. E apesar do clima de desânimo que abate os exportadores devido à valorização do real e a conseqüente queda da competitividade do calçado nacional, o presidente da feira, Abdala Jamil Abdala, disse que esta será a melhor edição do evento para os fabricantes. Um dos motivos seria a melhora do poder aquisitivo do brasileiro, fazendo com que parte da produção que deixou de ser exportada (40 milhões de pares entre abril de 2005 e abril de 2007) seja absorvida pelo mercado interno. "Outro motivo é que o lojista precisa renovar os estoques, já que os lançamentos estarão nas vitrines a partir do próximo mês. E ele está capitalizado para isso, pois o varejo teve um bom primeiro semestre", afirmou Abdala. Não aos chineses – Dos mil

Alimentos puxam ICV entre os de menor renda


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CAFÉ

Casa Mondavi, o livro

O consumo de cafés gourmet cresce 15% ao ano no País

José Guilherme R. Ferreira

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Fotos: Divulgação

O café está presente na pintura Ensacamento de Café, Fazenda Santa Gertrudes, Araras, SP (alto), quadro executado em 1903 por Antonio Ferrigno, hoje pertencente ao acervo do Museu Paulista da USP. A mostra do Sesc traz painéis educativos. O Tiramissu do chef e os cafés da Doceira Paiol dão água na boca. E o Guia do Barista traz dicas.

FORTE E SELECIONADO Lúcia Helena de Camargo

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uase todo mundo toma café. De manhã, depois do almoço, com as visitas, no bar, na padaria. Tomar um café é uma instituição nacional. Conhecido desde o século XV, somente em 1727 seria trazido ao Brasil, pelas mãos de Francisco de Melo Palheta. E a cada dia há cada vez mais opções dos chamados cafésgourmet no mercado e a função de barista – aquele que tira o café expresso da máquina – ganha importância. O consumo de café comercial cresce na ordem de 1,5% ao ano, enquanto o aumento do mercado gourmet é da ordem de 10% a 15%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Uma constatação, porém,

é que a despeito do País ser hoje o maior produtor e exportador mundial de café, com a participação de 30% do mercado internacional, o café colombiano ainda é o mais conhecido mundialmente pela excelência. E não temos uma rede global de cafeterias, como a norte-americana StarBucks, surgida na década de 1970, nos Estados Unidos, que hoje conta com mais de 6 mil lojas em 30 países. Os EUA estão em primeiro lugar entre os consumidores de café, com 5,3 quilos por habitante no período de um ano. O Brasil vem em segundo, com 4,3 quilos. Os dados são registrados pela Abic, que também divulga uma boa notícia: o consumo vem subindo. No último

A Colheita, óleo de Ferrigno de 1903. Artista ficou conhecido como "o pintor do café"

ano, houve uma evolução de 3,9% em relação a 2005. O consumo aumenta, segundo a entidade, porque a qualidade vem subindo ano a ano. Gourmet - Há ótimos cafés, como o da Fazenda Pessegueiro, servido em bons restaurantes da cidade; o Opus 1 Exotic, lançado em maio, que com apenas 1% de cafeína consegue um sabor marcante; o delicioso café produzido pela Sociedade Agrícola Grão de Ouro, vendido na cidade apenas na rotisserie Di Sergio Arno e nos restaurantes La Pasta Gialla (www.alimentari.com.br). Há redes empenhadas em oferecer produtos de qualidade, como a Café Latte, que além do Pessegueiro serve o encorpado Orfeu; e o Café do Centro, tradicio-

nal torrefadora de cafés gourmet e especiais, que esboça vir a ser a uma marca nacional forte no exterior: acaba de inaugurar sua segunda loja em Tóquio, Japão, com meta de chegar a 100 filiais no continente asiático em dez anos. A marca vende cafés das regiões Mogiana, Paraná, Bahia, Cerrado Mineiro, Espírito Santo e Sul de Minas e seu produto chega às mesas dos restaurantes D.O.M, A Bela Sintra e La Tambouille. O crescente interesse na substância e como prepará-la da melhor forma possível faz surgir cursos, como o ministrado no Centro de Excelência em Expresso da Italian Coffee (tel.: 3357-8080), aberto em junho de 2006, pelo qual passam mensalmente 200 pessoas. A empresa lançou na Fispal Food Service, feira que aconteceu de 25 a 28 de junho em São Paulo, a Vending Machine com comando de voz. Ainda apenas um conceito, ou seja, sem produção industrial, será que a máquina poderá substituir um expresso bem tirado por uma pessoa? Baristas - A resposta só pode ser um enfático “não”, quando vinda do autor do recém lançado Guia do Barista – Da Origem do Café ao Expresso Perfeito (Café Editora, 176 páginas, R$ 52). É destinado a baristas, mas será vendido em livrarias e talvez desperte interesse também em apreciadores que não necessariamente pretendam adotar o café como profissão. O autor, Edgard Bressani, é executivo da Ipanema Coffees e primeiro juiz brasileiro certificado internacionalmente pelo World Barista Championship. Em dez capítulos, ele aborda da história a dados sobre as competições de baristas. Entre as informações, algumas curiosidades, como a existência da Cantata do Café, uma obra cômica do compositor barroco alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), feita sob encomenda de Zimmermann, dono de um café na cidade de Leipzig. Bressani dá dicas, como sempre usar água filtrada para obter um bom café, como fazer um coador de pano, mostra fotos de modelos variados de cafeteira elétrica e fornece, no final, uma bibliografia para quem quiser aprofundar os conhecimentos sobre o assunto. Outra maneira de conhecer um pouco mais sobre o café é visitar a mostra Bule Magia, em cartaz até o dia 22 no Sesc Interlagos. A exposição traça um panorama sobre a história, origens, características e c o m p o s iç õ e s g a st r o n ô m icas com o grão. Aberta ao público de quarta a domingo (incluindo feriados), das 10h às 17h. O Sesc Interlagos fica na Avenida Manoel Alves Soares, 1100, Parque Colonial, telefones 5662-9500 e 0800-118220. Ingressos de R$ 1,50 a R$ 6. A exposição itinerante Cafés do Brasil, que também exibe a trajetória do café no País, esteve instalada no Shopping D até o dia 22 e agora pode ser vista no Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, até dia 15. Organizada pela Abic, até o final do ano a mostra será levada para outros 16 shoppings. Um dos objetivos é divulgar pesquisas que apontam o benefício do consumo diário e moderado de café para a saúde. Na xícara- E para não ficar só na teoria, há centenas de casas na cidade para provar um bom café. Entre elas, a Doceira Paiol (tel.: 5505-2706), em três endereços, que oferece oito opções de cafés preparadas pelo barista Marcelo Guimarães: há o Mocha Latte, (R$ 4,50) feito de café expresso e leite vaporizado, com calda de chocolate ou caramelo. Para os dias menos frios, há o Café Shake (R$ 9): café expresso e sorvete creme coberto com chantilly e também na versão com morangos, que leva café expresso, sorvete de creme, morango e cobertura de chantily. No restaurante Thyme (tel.: 5052-1110), Rino Siviero, barista e um dos proprietários, prepara 14 opções, como o Choco Macchiato – raspas de chocolate, expresso e leite (R$ 4,50); o Medicina, que leva meia dose de cachaça (R$ 4) e Canelinha – café, leite e sorvete de canela (R$ 6,50). E na Osteria Don Boseggia (tel.: 3842-5590), o destaque com café é o Tiramissu do chef (R$ 14), que leva bolachas champanhe e queijo mascarpone.

costumada a brilhar nas revistas especializadas (e na de celebridades), a família Mondavi, responsável por décadas de elegância na elaboração de grandes vinhos no Vale do Napa, merecidamente reconhecida como mecenas da cultura enogastronômica da Califórnia, tem agora sua trajetória analisada sob um olhar sem concessões. A jornalista Julia Flynn Siler, do The Wall Street Journal, acaba de lançar The House of Mondavi

(Gotham, 2007), um livro que mostra os meandros dos negócios da família, desde a chegada do imigrante italiano, o patriarca Cesare Mondavi, aos Estados Unidos, em 1906. Fala das décadas de Robert Mondavi, que com talento e visão construiu um império de mais de um bilhão de dólares e foi peça-chave na revolução da vitivinicultura americana. E põe suas tintas na rivalidade entre os herdeiros Michael e Thimothy, expressa na luta pelo controle do negócio, até a venda da companhia para um conglomerado internacional, a Constellation Brands, em dezembro de 2004. Na pesquisa que baseou reportagens de capa do WSJ e, agora, o livro, Julia teve de vencer sérias resistências dos produtores californianos, temerosos em falar sobre os poderosos amigos Mondavi. Até que Robert e a mulher, Magrit, abriram dados das operações. Além de entrevistas, o livro é resultado de detalhada pesquisa documental. (E como ficou o legendário Opus One? O acordo então celebrado por Mondavi e os Rothschild de Bordeaux foi renovado pela Constellation em setembro de 2005.)

http://www.cbrands.com/CBI/constellationbrands/homepage/default.jsp http://www.robertmondaviwiner y.com/summerfest.asp

ADEGA

A cebola foi só o começo Sergio de Paula Santos

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al chegado ao Brasil, apenas com ambição e disposição para trabalhar, Vicente La Pastina foi convidado a ser sócio de um armazém. Apesar de "não ter onde cair morto" (as palavras são suas), fundou, em 1947, na Rua Santa Rosa, no bairro do Brás, o Armazém La Pastina. Vendia apenas cebola, batata e algumas especiarias. Até hoje Vicente fala do orgulho de ter dado seu nome ao pequeno negócio. A cidade cresceu e a zona cerealífera prosperou. Alguns anos depois o armazém passou a importar conservas e outras especiarias, principalmente da Itália. E ao redor de 1960 exportava cereais. Em 1978 seu filho caçula, Celso, assumiu o cargo de diretor comercial da empresa. Até 1980, afirma Celso, "Nos dedicavámos a ingredientes de luxo, lentilha, castanhas, grão-de-bico e bacalhau." Passaram então a importar vinhos e com a chegada dos vinhos de Maurice Granier, em 1985, a emprea fez-se notar entre as concorrentes. No final da década, a firma mudou-se para a Rua da Alfândega, onde está hoje. E a primogênita de Vicente assumiu a diretoria administrativa da empresa. Expansão

marca terão um visual mais moderno, com seu logotipo reformulado, no qual constará o ano de fundação da empresa. Essas novas embalagens chegarão ao mercado em dois meses. Exterior Também novidade é a abertura de um centro de distribuição com quase 9 mil metros quadrados, com capacidade para estocar 550 mil caixas de vinho, e um setor climatizado para 80 mil caixas. Está também nos planos da empresa internacionalizar a marca e entrar no ramo do café, da produção às cafeterias, como fazem as grandes empresas italianas do setor. Esses planos ambiciosos são feitos, entretanto, pela mesma gente que em 60 anos passou de um pequeno armazém de cebolas e batatas para a pujante empresa de hoje, 350 funcionários e 500 itens importados, além dos vinhos. Como bem afirmou Vicente La Pastina, na deliciosa e comovente comemoração do aniversário de sua empresa: "Tenho 82 anos, 76 dos quais de trabalho. Se tivesse de começar tudo novamente, faria do mesmo modo". Parabéns Vicente, que Deus o proteja. Pessoas como você são exemplos e estímulos para todos nós.

Com a abertura das importações em 1990, a La Pastina expandiu-se muito, passando a trazer não apenas Sergio de Paula Santos toda mercearia seca, mas também a é médico e crítico de vinhos. refrigerada, queijos e embutidos. Membro-Fundador da Federação Possivelmente a empresa foi a Internacional dos Jornalistas e pioneira na importação de arroz para Escritores do Vinho (Fijev), risoto, massas de grão duro, queijo é autor de livros sobre vinhos, grana e o vinagre balsâmico para o o último dos quais, Memórias de País. Cuidaram também de lançar Adega e Cozinha, Senac, 2007, produtos de marca própria, de recém lançado. atomatados, azeites de várias procedências, cafés e arroz negro. Em 1999, a empresa abriu a World Wine, uma expansão do setor de importação de vinhos, hoje com mais de 1.200 rótulos. Bem assessorada, por profissionais que acompanham os lançamentos de vinho, entre os quais o jovem sommelier Eduardo Lopes de Oliveira, a Word Wine, de La Pastina, nivela-se às mais destacadas importadoras de vinhos do país. Seus produtos de O vinho e Celso La Pastina: empreendedor


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Tr i b u t o s Nacional Empresas Imóveis

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AGÊNCIA CONVIDARÁ INTERNAUTAS A VER O PÔR-DO-SOL

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milhões de reais foi o valor do financiamento recebido pela Votorantim para aplicar em genética

Divulgação

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First Life

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agência de publicidade McCann-Erickson decidiu comprar briga com os internautas brasileiros, que ficam presos nas telas da internet, em especial no Second Life (que faz sucesso na comunidade plugada na web), enquanto a vida corre lá fora, ou seja, na First Life, até então a única que temos, de verdade, de carne e osso. Amanhã, a agência publica "Manifesto" na própria internet (www.chevrolet.com.br/firstlife), convidando todos a contemplar mais o nascer e o pôr-do-sol. A estratégia faz parte da campanha de lançamento do novo modelo do Chevrolet Corsa, que também será apresentado amanhã, em filmes e peças impressas. Os comerciais descrevem cenas de momentos importantes na vida de um jovem – que poderiam ter acontecido se ele tivesse aproveitado melhor as oportunidades oferecidas. O filme começa mostrando uma cena de amigos em um bar, com o narrador dizendo: “Este é seu melhor amigo; quer dizer, seria, se você tivesse ido àquele happy-hour da faculdade. Mas você preferiu ficar em casa, vendo TV”. Depois, aparecem cenas de um casamento, ironizadas pelo narrador: “Esta é a mulher da sua vida, mas vocês nem tiveram a chance de se encontrar...".

Ao final, um Corsa sai de uma garagem, dando espaço à assinatura: "Não deixe a sua vida acontecer sem você. Corsa 2008, agora com novo motor 1.4 Econoflex. Potente e ainda mais econômico". "A idéia da campanha é transmitir a mensagem: 'Não se arrependa do que fez, mas do que não fez'. O Corsa entra justamente aí, como herói, mostrando que ainda dá tempo de aproveitar a vida e curtir cada quilômetro", afirma Adriana Cur y, c o - p re s i d e n t e d a M cCann-Erickson, que comanda a criação da agência. Mais do que simples campanha, a ousadia da McCannE r i c k s o n d e v e e n f u re c e r aqueles que estão ligados no mundo virtual, namoram e têm amigos cibernéticos. O brasileiro, segundo o Ibope/NetRatings, é o usuário que mais tempo fica ligado na internet em comparação a americanos, franceses, alemães e japoneses. É também o líder disparado de comunidades virtuais como o MSN e o Orkut. E, segundo o escritor Ziraldo, estão deixando de escrever e ler, trocando você por vc, também por tb e beijos por bjs. A guerra promete. Envie informações para essa coluna para o e-mail: carlosfranco@revista publicitta. com.br

Irreverentes

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REAL: Quem fica em casa, na frente da TV ou do computador, corre o risco de viver apenas virtualmente Divulgação

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TUDO: todos os serviços nas asas da imaginação do consumidor

PROTEÇÃO: fraldas para garantir um sono tranqüilo

Nas asas do celular

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agência age., conhecida por campanhas sofisticadas, decidiu mostrar seu lado irreverente nas ondas da web. Os sócios e diretores ganharam "avatares" – uma vida virtual, na pele dos Simpsons. Os sócios Ana Lucia Serra e Domingos (ilustração) dão as boas-vindas aos internautas.

agência Lew, Lara assina campanha que será lançada no fim de semana, com a qual a operadora de telefonia celular TIM oferece pacotes de serviços aos consumidores. A agência

criou bela imagem para mostrar que web, mensagens, games, vídeos e outros dão asas aos usuários. Tudo para estimular o uso de serviços que aumentam a receita para além das tarifas.

Farra de bebês

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Johnson & Johnson está investindo R$ 15 milhões para, depois de 40 anos, relançar a campanha Bebê Johnson, sucesso nos anos 60. Agora, em vez de concurso, os mais belos vão ganhar álbum. A concorrente

Procter & Gamble aproveita para exibir seu bebê Hipoglós e ainda lança campanha, assinada pela F/Nazca (foto), para as fraldas Pampers. Enquanto o Dia dos Pais não chega, os bebês deitam e rolam.

Votorantim recebe R$ 39 milhões do BNDES

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamentos no valor de R$ 39,2 milhões para empresas do grupo Votorantim que atuam na área de desenvolvimento genético. Segundo comunicado do banco estatal de fomento, R$ 28,9 milhões foram aprovados para a Alellyx e outros R$ 10,3 milhões para a Canaviallis. As duas companhias têm sede em Campinas (SP). D e a c o rd o c o m n o t a d o BNDES, os recursos à Alellyx serão aplicados em pesquisa, desenvolvimento e melhoria genética da cana-de-açúcar, citros e eucalipto. Serão desenvolvidos oito diferentes

sub-projetos nas áreas de combate a pragas, bacterioses e viroses em citros; resistência à seca e aumento do teor de sacarose na cana-de-açúcar; e melhoria da qualidade da madeira de eucalipto, com mais celulose e menos lignina. Genética – A Canavialis tem como objetivo principal o desenvolvimento genético de variedades de cana-de-açúcar mais produtivas e que permitam tornar viável a produção de açúcar e álcool em novas fronteiras agrícolas. A empresa é responsável pelo aperfeiçoamento das variedades RB, que atualmente cobrem cerca de 50% da área plantada de cana na região centro-sul do Brasil, informa o banco.(AE)

RS terá uma nova fábrica de biodiesel

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Brasil Ecodiesel inaugura amanhã, em Rosário do Sul (RS), sua quinta unidade produtora de biodiesel, com capacidade para produzir 120 mil metros cúbicos do produto por ano, usando a soja como matériaprima. A fábrica ajudará a empresa a cumprir um contrato de entrega de 496 mil m³ de biodiesel em 2007 para a Petrobras. A meta é incluir mamona e girassol na rotina de processamento de Rosário do Sul. "O objetivo da Brasil Ecodiesel é produzir novas oleaginosas em áreas agrícolas pouco exploradas", explica o diretor de operações, Guilherme Raposo. A nova fábrica, que não esmaga oleaginosas, deve produzir cerca de 70 mil m³ de combustível em 2007. Ela atua apenas na transformação do óleo em biodiesel. Para produzir sua própria matéria-prima, a companhia adquiriu uma esmagadora desativada em São Luiz Gonzaga, no norte gaúcho, que come-

çará a operar até o começo de agosto. Enquanto essa unidade não atinge plena capacidade, a empresa vai comprar óleo vegetal de terceiros. Novas fábricas – Depois do Rio Grande do Sul, a Brasil Ecodiesel vai inaugurar, ainda em julho, uma produtora de biodiesel em Itaqui (MA). A empresa também construirá outra unidade em Dourados (MS) e ampliar a de Floriano (PI). Entre as cinco fábricas existentes, só a de Floriano tem capacidade para 45 mil m³ por ano. As demais podem produzir 120 mil m³. A base de Rosário do Sul deve começar a entregar biodiesel à Petrobras ainda em julho. Para isso, precisará receber o Selo Combustível Social do Ministério do Desenvolvimento Agrário, concedido a projetos que recebem matériaprima de agricultores familiares. Para isso, o abastecimento de mamona será garantido por 1.600 famílias e o de girassol, por 300 produtores.


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LAZER - 5

LEITURA Flores e espinhos do novo livro de Marco Lacerda, escritor e sempre repórter.

ENTREVISTA

Perigos, prazeres e abismos. Sérgio Roveri

O COMOVENTE E CORAJOSO ROMANCE DE UM ESCRITOR DE TALENTO

Hoje, nem os massacres mais insanos divulgados na imprensa são capazes de nos comover, tal a forma como se banalizaram.

Renato Pompeu

C

omovente e corajoso – é o mínimo que se pode dizer do romance As Flores do Jardim da Nossa Casa , apresentado como "autobiografia não autorizada", pelo autor, o jornalista e escritor Marco Lacerda, que foi correspondente de O Estado de S. Paulo nos Estados Unidos e da Editora Abril no Japão, e cuja ficção Favela High Tech está sendo filmada; a "autobiografia não autorizada" foi publicada pela Editora Terceiro Nome. O livro é comovente, porque é a história, narrada na primeira pessoa, de um bem-sucedido jornalista e escritor que, ao completar 40 anos, se vê assaltado em seu apartamento e, rendido e amarrado, relembra toda a sua trajetória desde que nasceu. Nos comovemos porque, ao longo de toda a vida, de sua carreira triunfal, dos sucessos de sua vida sexual e dos insucessos de sua vida amorosa, o personagem narrador teve um único anseio não-realizado: a conquista do amor do pai. A sombra do pai pouco afetivo, e agressivo com a mulher, está por trás de toda a trama, e é o que guia a vida do personagem central, o qual, mesmo nos momentos de maior êxtase sexual e de maior enlevo amoroso, de maior êxito profissional, sempre lembra que em poucos momentos conseguiu conquistar o que mais queria: um gesto de afeto do pai. E a "autobiografia não autorizada" é extremamente corajosa, porque o personagem narrador descreve sem hesitações e sem meios-tons, embora de maneira artisticamente elaborada, o desenvolvimento de sua sexualidade como gay e a sua experimentação de drogas. Podemos observar como é complicada a vida sexual e amorosa de um gay em nossa sociedade: na maioria dos casos citados no livro, a sexualidade do personagem é desenvolvida com amantes de ocasião pagos; poucas vezes a sexualidade envolve afetividade, nuns envolvimentos amorosos de curta duração, interrompidos pelos mais variados motivos, inclusive a morte do companheiro que sofria de Aids. Mas, a par dessas características mais pessoais, de comoção e de coragem, o livro tem outros ingredientes. Os personagens participam da extraordinária renovação dos costumes e da cultura,

principalmente a popular, no Brasil a partir dos anos 1960. São ricas as referências a cantores como Caetano Velloso e Elis Regina, e a tantos outros nomes e, embora isso vá prejudicar o livro a longo prazo – pois essas referências culturais não terão a mesma força nas futuras gerações – o fato é que, na atualidade, o torna um denso documentário sobre as artes brasileiras, em especial a música popular, ao longo de meio século. Outra função de documentário social importante é cumprida pelo livro no que se refere à mudança de costumes. Acompanhamos passo a passo as tumultuadas reviravoltas de uma sociedade em que as moças se casavam virgens, os rapazes se iniciavam sexualmente com prostitutas e os homossexuais e bissexuais nunca saíam do armário, para uma sociedade como a atual, em que as variegadas sexualidades humanas se expressam mais abertamente. O livro também é emblemático politicamente, pois o personagem, que inicialmente se sente salvo do comunismo pelo movimento de 1964, pouco a pouco se revolta contra o autoritarismo e o caráter repressivo do regime militar. Filho de um distribuidor de cosméticos, isto é, tendo nascido na classe média baixa, o personagem narrador, ao longo de sua bem-sucedida carreira como jornalista, se aproxima das classes altas, e adquire seus gostos e costumes. A par disso, se relaciona sexualmente com pessoas de classes mais baixas do que a sua originária. Toda essa situação lhe permite observar a sociedade brasileira como um todo, com todas as mazelas de suas desigualdades gritantes. Além disso, ele vive um período em São Francisco, o paraíso dos gays nos Estados Unidos, onde se inicia na espiritualidade zen, à procura de conforto e de um sentido para a vida. Com isso, passa a ver o Brasil com olhos mais lúcidos. Em suma, é um livro muito rico para se conhecer a sociedade brasileira da segunda metade do século XX – mas acima de tudo é a busca do pai perdido. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do romance-ensaio O mundo como obra de arte criada pelo Brasil, Editora Casa Amarela.

uma tarde perdida dos anos 60, um garotão tímido e de poucos amigos, filho de pai alcoólatra e de uma mãe eternamente assustada, assiste, na tevê do vizinho, à uma das primeiras apresentações de um jovem cantor vindo do Espírito Santo disposto a produzir um desvio brusco nos rumos de uma música popular dominada pelos vozeirões de Nelson Gonçalves e Cauby Peixoto. A partir daquela tarde, o adolescente mineiro deixaria se conduzir pela doce rebeldia daquele cantor capixaba, que na época ainda estava disposto a mandar tudo para o inferno. O garotão cresceu, conheceu outros sons e outras paisagens, flertou diversas vezes com o perigo em sua incansável busca pelo sexo, experimentou todos os tipos de drogas em doses e combinações igualmente assustadoras, abandonou Belo Horizonte, tornou-se um dos repórteres mais conceituados da imprensa paulista, viajou o mundo como correspondente de diversas publicações e, quando o leitor finalmente o encontra, ele está imobilizado numa cama, com os braços amarrados para trás e uma pistola Magnum 357 apontada para a sua nu-

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espécie de purgação. O assalto aconteceu no começo dos anos 90, num tempo, portanto, em que a gente ainda se assustava com assaltos. Hoje nem os massacres mais insanos divulgados na imprensa são capazes de nos comover, tal a forma como se banalizaram. O livro é sobre o que acontece dentro de uma pessoa que sabe que tem dois assassinos dentro de casa e tem certeza de que está à beira da morte. Autobiografia é você se sentar e relembrar sua história pessoal. Neste caso minha história pessoal com seus detalhes mais remotos. Lá dos cafundós de mim emergiu um episódio verdadeiro – um crime desses que nunca saiu na imprensa, mas deixou um rastro de destruição e ódio. Este é um dos fios condutores da história. E como ele há muitos fatos, uns trágicos, outros cômicos, além de um desfile de personagens bizarros que passaram pelo mundo, principalmente nos anos 60 e 70. Quando você enxerga o livro como uma obra pronta, é importante distinguir nele o que é realidade e o que é ficção? Você pode escrever algo como: "Ao entardecer, enquanto os dois jovens amantes se beijavam, os elefantes so-

ca por um dos dois assaltantes que acabam de invadir seu apartamento, no bairro dos Jardins, em São Paulo, no dia em que ele completa 40 anos. Em seu terceiro livro, As Flores do Jardim da Nossa Casa (Editora Terceiro Nome, 223 páginas, R$ 34) o jornalista Marco Lacerda conduz aquele garoto mineiro por um detalhado passeio pelos últimos 40 anos da história do Brasil, em que despontam o surgimento da jovem guarda e do tropicalismo, os anos da ditadura, o movimento hippie, a chegada devastadora da Aids e o esfacelamento dos velhos sonhos de uma geração assombrada hoje pela violência urbana. O título da obra, que combina de maneira equilibrada fatos reais e a mais pura ficção, é a prova de que a trilha sonora da vida daquele garotão engolido pela história ainda leva a assinatura de Roberto Carlos. Diário do Comércio: O livro As Flores do Jardim da Nossa Casa traz vários episódios que podem ser apontados como verídicos em sua vida, como os anos passados em Belo Horizonte, sua trajetória na imprensa e a temporada de trabalho no Japão. Você diria que se trata de uma obra essencialmente autobiográfica? Marco Lacerda: Apesar de todas essas características que você cita e apesar até do subtítulo Autobiografia não autorizada, não considero o livro autobiográfico. Ele lança mão de um dado biográfico real e o utiliza como fio condutor de toda a história. A narrativa do livro se apóia no assalto do qual você foi vítima no dia em que completou 40 anos. Como foi trabalhar este episódio na literatura? Esse episódio do assalto ficou anos travado na minha garganta e só me libertei dele de fato quando conclui As Flores do Jardim da nossa casa. Foi uma

brevoavam a savana mortos de inveja de tanto amor". Isto é ficção. Mas se, em vez disso, você disser: "Eram cinco ou seis os elefantes que sobrevoavam a savana, por volta das 17h15, enquanto os dois jovens amantes se beijavam" – isto é realidade, o compromisso do jornalismo com a realidade. Acho que As Flores ... é meu último livro com algum vestígio de jornalismo. Tudo o que fiz até agora foram exercícios para fazer ficção. Na noite de lançamento tinha muita gente que já lera o livro. Todos queriam saber quem é o homem rico e famoso – pai de uma cantora não menos famosa – que desfila pela história e para quem está reservado um destino trágico. Deixo nas mãos do leitor o dever de casa de destrinchar o personagem e chegar a alguma conclusão. Eu não revelaria nem sob tortura. Quais as principais influências do jornalismo na sua produção literária? Meu primeiro livro, Favela High-Tech, é jornalismo puro e simples, uma investigação sobre a morte misteriosa de um amigo ocorrida no Japão no tempo em que eu era correspondente de uma editora. Clube do homens bonitos dá um passo adiante no uso de elementos de ficção, acho até que um passo exagerado. Finalmente As Flores são meu vôo mais ousado para experimentar a ficção. Você consegue separar hoje o repórter do escritor? Consigo, embora seja fã de carteirinha do new journalism que Truman Capote inventou em A Sangue Frio. Gosto muito de publicações como Vanity Fair e New Yorker, que em muitos textos se aproximam da literatura. Mas as chances de praticar esse tipo de jornalismo no Brasil estão ficando cada vez mais remotas com o espantoso empobrecimento da imprensa.

Arquivo DC

Os presidentes americanos passavam por aqui, diziam meia dúzia de asneiras e iam embora deixando a gente se sentindo mais altos, mais fortes, mais louros.

Para escrever o livro foi preciso voltar ao passado e, portanto, a uma noite descarnada que nunca encontrou par em minha vida. Foi preciso reviver a sucessão de pesadelos (...).

Favela High-Tech, um livro-reportagem no qual você desmistifica a imagem da prosperidade ligada ao Japão, está prestes a virar filme. Que expectativas você tem em relação a esta chegada do livro aos cinemas? Assim como o sonho da grande maioria dos jornalistas é escrever livros, o de um jornalista-escritor, que é o meu caso, é ter uma obra adaptada para o cinema. A compra dos direitos autorais de Favela pela Gullane Filmes me deixou feliz como há muito eu não me sentia. O motivo de tanta alegria é a grande surpresa diante da qual me encontro: qual será a leitura do roteirista? E o diretor, como conduzirá a história? Quem serão os atores? Impossível não parar de pensar como ficará o livro quando aparecer na tela. Você acredita que rótulos como homoerótica ou gay possam ser aplicados à literatura? Rótulos e guetos sempre me incomodaram. As Flores do Jardim da Nossa Casa tem componentes marcadamente gays mas nem por isso eu chamaria o livro de literatura gay ou homoerótica. Em As Flores..., houve a necessidade de alguma pesquisa histórica para compor o retrato do Brasil da ditadura? Não, porque em As Flores os episódios envolvendo a ditadura são vistos por um garoto de 18 anos, sem qualquer envolvimento político. Um garoto que busca uma liberdade que ele mesmo não entende, que governo nenhum – militar ou não – pode conceder e muito menos tomar. Você acredita que, em algum momento, o protagonista de As Flores passa a enxergar o Brasil com os olhos de um estrangeiro? Na época éramos bombardeados pela cultura americana, sobretudo a música – por música entenda-se rock – com uma intensidade que beirava a lavagem cerebral. Os presidentes americanos passavam por aqui, diziam meia dúzia de asneiras e iam embora deixando a gente se sentido mais altos, mais fortes, mais louros. Era impossível escapar dessa cilada. Tanto é que eu acabei indo para São Francisco que, na época, era o lugar para onde se ia quando as mentiras que contávamos para nós mesmos não colavam mais. Seria possível apontar a maior alegria e talvez o maior pesadelo durante o processo de redação deste livro? Para escrever o livro foi preciso voltar ao passado e, portanto, a uma noite descarnada que nunca encontrou par na minha vida. Foi preciso reviver a sucessão de pesadelos, o maior dos quais foi o momento em que um dos assaltantes entra no meu quarto, fecha a porta atrás de si com um sorriso peçonhento e dá início ao ritual da morte. Reviver este momento sem dúvida me provoca calafrios até hoje. A maior alegria é o momento imediatamente após, em que eu sou milagrosamente resgatado das mãos dos assaltantes, de uma forma patética que não se encontraria nem na melhor literatura de terror. As Flores do Jardim da Nossa Casa está chegando às livrarias à mesma época da maior feira literária do país, a Festa Literária Internacional de Parati. Você tem admiração especial por algum dos convidados desta edição da feira? Missão difícil essa pergunta. Tem muita gente boa. Mas eu não pretendo perder a participação de Amós Oz, Chacal, Maria Rita Kehl, Mia Couto, Nadine Gordimer e Silviano Santiago. As mais de 200 páginas do livro oferecem um passeio detalhado – com direito à trilha sonora – pelos últimos 40 anos do Brasil, praticamente a mesma idade do protagonista da obra. Como aquele jovem repórter dos anos 60 enxerga o Brasil de hoje? Com os ouvidos entupidos de asneiras e os olhos nublados pelo horror. Para que autores ou obras você teria um lugar garantido em sua cabeceira? Gabriel García Márquez, José Saramago, Kenzaburo Oe, Pedro Juan Gutiérrez e Ernest Hemingway.

NO PALCO, TEXTOS DE GRANDES ESCRITORES BRASILEIROS Rapsódia dos Divinos: com obras de Guimarães, Clarice, Lima Barreto... Teatro Imprensa. Rua Jaceguai, 400. Tel.: 3241-4203. Sábado (7), 21h15; domingo (8), 19h25. R$ 50.


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ECONOMIA - 5


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6 - LAZER

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Auguste Gusteau, o grande chef; o crítico Anton Ego; Linguini com o talentoso Remy; a decidida Colette, única mulher na cozinha. E o vilão Skinner.

... EM PARIS ...

Fotos: Buena Vista/Divulgação

CENÁRIO DE RATATTOUILLE, EM QUE RATO COZINHA E UM HUMANO LEVA OS CRÉDITOS PELOS BONS PRATOS

CINEMA

CYRANO DE BERGERAC DAS PANELAS Lúcia Helena de Camargo

R

emy é um ratinho de 18 centímetros de altura que anda sobre duas patas e lava as mãos antes de tocar na comida. Ao contrário de seus amigos e parentes, não revira o lixo, não come qualquer coisa e tem uma rara aptidão para combinar alimentos. É fã de Auguste Gusteau, um famoso chef de cozinha, já morto, cuja obra mais conhecida é o livro Qualquer Um Pode Cozinhar. O pequeno roedor é a estrela de Ratatouille, nova animação criada pela produtora Pixar, agora em conjunto com a Disney, que estréia nesta sexta (6) nos cinemas brasileiros. Embora habilidoso com temperos e sabores, ele é um rato. E ninguém quer ratos na cozinha. Depois de provocar a mudança de sua comunidade para a ci-

dade, uma avalanche de coincidências o levará às portas do restaurante de seu ídolo, no coração de Paris. Gusteau, cuja dublagem em francês é feita pelo ator Jean-Pierre Marielle (na foto, na pré-estréia na capital francesa), continua a aparecer ao longo da história, na imaginação de Remy. A solução para o ratinho será, então, transformar-se em um ghost-cook. O atrapalhado lavador de pratos Linguini, recém contratado na casa, colocará suas mãos a serviço do talento do diminuto cozinheiro. E dessa forma constrói-se a trama desse Cyrano de Bergerac das panelas, onde no lugar do notável desempenho verbal que apaixona a mocinha, entra a competência culinária do ratinho para conquistar os estômagos dos comensais. A única mulher na cozinha é a arro-

jada Colette, que pilota uma moto da sempre mal de tudo. O veterano Peter marca "Calahan", em uma homena- O'Toole confere impagável fleuma à gem a Sharon Calahan, a diretora de voz de Ego. E o outro que tornará a vida de Remy e Linguini mais difícil é o baifotografia do filme. Os vilões aqui são deliciosas sátiras xinho Skinner, chef titular, dublado nas cópias em inaos clichês do Pascal Le Segretain/Buena Vista/Divulgação glês por Sir Ian mundo da gasHolm. O nome tronomia. Ané uma hometon Ego é o crínagem ao psitico gastronôcólogo behamico mais pov i o r i s t a B. F. deroso da Skinner, famocidade, cujo esso por suas critório tem o exper iências formato de um com ratos. caixão. Há temCorrendo o risco de chover no mopos não encontra nada que lhe apeteça o paladar e, assim, seu maior prazer já lhado, uma observação: o desenho é não é degustar iguarias, mas destruir tecnicamente impecável. Mas para reputações dos restaurantes, falando manter a excelência que se espera, a

Imagem Filmes/Divulgação

Pixar arregaçou as mangas: foram criadas 270 tipos de comidas diferentes, cada alimento era preparado e decorado numa cozinha de verdade, depois fotografado como referência. Para amealhar tanta variedade, os cineastas tiraram 4.500 fotografias, sendo que as pesquisas de campo incluíram um estágio e muitas visitas do diretor Brad Bird e do produtor Brad Lewis ao restaurante exclusivo de Thomas Keller, French Laundry, em Napa Valley, além do “sacrifício” mais intenso, que foi passar semanas comendo em restaurantes de Paris, para se familiarizarem com a alta gastronomia francesa. Felizmente foi mantido no Brasil o título original, pois Ratatouille, nome de um prato vegetariano francês à base de

tomate, berinjela e pimentão, funciona como trocadilho perfeito em relação espécie do personagem principal. Talvez para o público infantil não sair do cinema pensando que ratos são bem-vindos na cozinha, o desfecho traz uma leve reprimenda de caráter higiênico, para em seguida fazer piada e deixar claro que ali não está mais um filme da Disney dos velhos tempos, já que uma solução bem bolada toma o lugar da moral da história. Ratatouille (Estados Unidos, 2007, 100 minutos). Direção: Brad Bird e Jan Pinkava. Vozes na versão em inglês de Patton Oswalt (Remy), Lou Romano (Linguini), Janeane Garofalo (Colette) e Brad Garrett (Auguste Gusteau).

... E EM PARIS TAMBÉM ...

Amores e tragédias são um espelho da cidade

B

Catalina Sandino Moreno, no curta de Walter Salles e Daniela Thomas: longe, bem longe de casa

eijos, bilhetes apaixonados, sangue, viagens de metrô, mais beijos, alguns tapas, ironia, fantasia e a Torre Eiffel ao fundo. Um pouco de tudo isso em cada uma das 18 partes do filme Paris, Te Amo, cada uma dirigida por um cineasta de visão e talento bem diferente dos demais. O resultado é um longa-metragem de pouco mais de duas horas, cuja unidade é o fato de que cada um dos pedaços é uma declaração de amor à capital francesa. Mas claro que alguns episódios são muito melhores do que outros. Delicada e tocante é Bastille, da espanhola Isabel Coixet (diretora do ótimo A Vida Secreta das Palavras, em cartaz na cidade), que mostra a descoberta de um sentimento dado como perdido em um casamento, tendo um casaco vermelho importante papel. Ela brinca com o banal e o trágico da vida, levando o protagonista a pensar sobre o ridículo de tomar uma decisão crucial comendo profiteroles. E ainda inclui a cheia de significados canção Le Tourbillon de La Vie, cantada por Jeane Moreau em Jules e Jim, de Truffaut. A parte dirigida pelos brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas, Loin du 16e, é terna, e embora não sobressaia pela originalidade, tem o mérito de levar às

platéias internacionais uma história universal sobre amor de mãe e desigualdade social, fatores que existem, em maior ou menor grau, em toda parte. Trata-se de Paris, mas poderia ser São Paulo, Bogotá, Nova York ou Adelaide. A moça pobre (Catalina Sandino Moreno) deixa seu bebê em uma creche pública e vai trabalhar bem longe de casa, como babá, cuidando e ninando a criança da patroa, como se fosse seu próprio filho. Porte de Choisy, de Christopher Doyle, é um emaranhado de cenas plasticamente fantásticas, mas esvaziadas de sentido. Beleza e exotismo também em Quartier de La Madeleine, de Vicenzo Natali, sobre um encontro entre o casal de vampiros. Mas o resultado soa altamente pretensioso. Já os irmãos Joel e Ethan Cohen fazem a média geral subir. Com Steve Buscemi no papel do turista americano desavisado, Tuileries é engraçado e surpreendente, cinema de primeira em poucos minutos. Em Parc Monceau, o badalado Alfonso Cuaron também consegue surpreender. E a ironia dá o tom em Quartier Latin, dirigido por Fréderic Auburtin e Gérard Depardieu, que filmaram um inusitado acerto de contas. Tampouco passa despercebida a participação de Gus Van Sant. Em um ateliê

de gravuras no Marais, bairro de artistas que dá nome ao episódio, um rapaz declara-se, num rompante. Amor à primeira vista. O outro se mostra impassível em razão de uma impossibilidade na comunicação. Mas talvez não impeça a união das almas gêmeas unidas pelo acaso. Sylvain Chomet , que tem no currículo As Bicicletas de Belleville, parte do símbolo mais famoso da cidade. Em Torre Eiffel, lança mão do lúdico para contar a história de amor entre mímicos. Há ainda belas seqüências de cineastas pouco conhecidos, como o triste e intenso Place de Fête, de Olivier Schmitz, sobre uma paramédica africana e um músico esfaqueado na rua. E é bom prestar atenção em Gurinder Chadha, nascida no Quênia e naturalizada inglesa, que em Quais de Seine, ao mostrar um incipiente namoro entre uma jovem muçulmana e um adolescente britânico, faz uma ode a um mundo sem segundas intenções ou falsidades, sem sexualidade recalcada ou culpa religiosa. Parece dizer que ainda é possível viver sendo 100% autêntico, simples e natural. Pelo menos em Paris. (LHC) Paris, Te Amo (Paris, Je’taime, França/Alemanha/Suíça, 2006, 126 minutos).


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Com o mercado em alta, as montadoras subiram suas previsões de crescimento para 2007.

EXPANSÃO NAS INDÚSTRIAS MONTADORAS

A FABRICAÇÃO E AS VENDAS DE AUTOMÓVEIS NO MERCADO INTERNO ATINGEM NOVOS PATAMARES

PRODUÇÃO DE CARROS BATE RECORDE 246,4 1,383 Alex Ribeiro/DC

Anderson Cavalcante

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Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresentou os balanços do mês de junho e do primeiro semestre de 2007, com novos recordes para o setor. As vendas no mercado interno e a produção de veículos tornaram o mês passado o melhor mês de junho da história do setor, com 246,4 mil unidades produzidas e 198,8 mil veículos vendidos no Brasil. Já o semestre teve 1,383 milhão de unidades produzidas, 6,3% mais que o mesmo período do ano passado (1,301 milhão). Em comparação ao mês de maio, a produção de veículos em junho teve queda de 4,2%, passando de 257,3 mil unidades para 246,4 mil, mas confrontando com junho de 2006, quando foram produzidos 224,8 mil autos , subiu 9,6%. "Para fazer comparações com

Também na Argentina setor comemora

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esmo com a crise energética, a indústria automobilística da Argentina conseguiu apresentar o melhor resultado de sua história para um mês de

mil unidades produzidas e 198,8 mil veículos vendidos no Brasil, em junho passado, bateram os recordes históricos do setor automobilístico.

milhão de unidades produzidas nos seis primeiros meses de 2007 fecharam o maior resultado para o período de um semestre.

o mês anterior deve-se verificar a quantidade de dias úteis. Em maio foram 22 dias úteis e em junho apenas 20; com isso a média diária de produção do último mês deste semestre foi de 12.320 unidades ante 11.694 do mês anterior", afirmou o presidente da Anfavea, Jackson Schneider. Da mesma maneira, o número de veículos novos licenciados apresentou queda de 5,9% em relação a maio, mas com

crescimento de 34% sobre junho de 2006, e de 25,7% do primeiro semestre de 2007 sobre igual período do ano passado. As exportações, somados os valores do setor de veículos em geral e máquinas agrícolas, recuaram 4% em junho em comparação a maio, mas tiveram alta de 9,6% em relação a junho do ano passado. O primeiro semestre deste ano aumentou 2% referente ao mesmo período de 2006, pas-

sando de US$ 5,819 bilhões para US$ 5,938 bilhões. Previsão – Também segundo a Anfavea, durante o mês de junho foram contratados 2.181 trabalhadores para o segmento da autoveículos e 52 novos funcionários para o setor de máquinas agrícolas. Segundo Jackson Schneider, as previsões para o ano de 2007 foram refeitas pela Anfavea após o término deste primeiro semestre. A entidade espera, no acumulado do ano, aumento de 22% nas vendas de veículos no mercado interno, atingindo 2,35 milhões de veículos em geral. A produção deve apresentar crescimento de 10%, atingindo 2,87 milhões de unidades produzidas. Para as exportações, a expectativa é de queda próxima de 11% em quantidade, que deve diminuir de 843 mil veículos em 2006 para 750 mil neste ano, mas sem alteração nos valores, que devem acumular cerca de US$ 12,1 bilhões, mesma cifra do ano passado.

junho. As fábricas produziram 47,6 mil unidades, acumulando no primeiro semestre 232 mil veículos, um volume 32% superior ao de 2006. Os números foram fornecidos pela Associação de Fábricas de Automotores (Adefa). As cifras são expressivas, principalmente porque o setor cresce em meio ao cenário

adverso de escassez de gás e de eletricidade que assola as grandes indústrias locais. "A robustez da indústria se explica pelo forte aumento da demanda interna e pelas exportações", afirma o diretor executivo da Adefa, Fernando Rodríguez Canedo. Segundo ele, os problemas energéticos estão sendo anunciados desde

2003 e "as montadoras se prepararam para enfrentá-los e gerar sua própria energia". Em relação a maio, a produção avançou 4,9%. Canedo explica que o aumento só foi possível "graças aos investimentos que as montadoras fizeram na renovação da oferta de produtos". (AE)

Três quartos dos carros usados são vendidos por financiamento

Venda de carros usados subiu 5,29% em junho

O

mês de junho registrou bons resultados para o setor de revendas independentes de veículos no Estado de São Paulo. No período, foram realizados 127.819 negócios. Na comparação com maio, quando foram contemplados 121.400 negócios, o mês de junho registrou alta de 5,29%. É o que afirma o levantamento realizado pela Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado de São Paulo (Assovesp) e pelo Sindicato do Comércio Varejista de Veículos Usados no Estado de São Paulo (Sindiauto). De acordo com a pesquisa, das 127.819 vendas em junho, 70% foram realizadas com veículos de motor 1.0, o que corresponde a uma queda de 5,51% em relação ao montante de negócios com esse tipo de veículo registrado em maio – 89.473 em junho ante 94.692 no mês anterior. A Assovesp informa ainda que os financiamentos estagnaram no período ante o mês anterior. Em junho, assim como em maio, 75% dos negócios foram realizados por algum tipo de financiamento. O prazo para pagamento do financiamento também ficou estável. Foram concedidos, em média, 40 meses para pagamento, prazo equivalente ao de maio. A média do saldo financiado apresentou queda em junho. No mês, foram financiados

68% do valor total do negócio, enquanto em maio foram financiados 76%. Os veículos tiveram, em média, desvalorização de 0,01%. Os antigos (10 anos ou mais) tiveram melhor desempenho, com alta de 0,41%. Os usados em geral de cinco a nove anos apresentaram valorização de 0,18%, e os seminovos até quatro anos sofreram desvalorização de 0,25%. Os veículos populares apresentaram valorização de 0,01%. Os carros a álcool perderam 0,15% de seus valores de mercado, enquanto os veículos flex valorizaram 0,35%. Os carros importados desvalorizaram 0,9%. No acumulado de janeiro a junho de 2007, o volume vendido totalizou 704.270 negócios, correspondente a um crescimento de 44,41% ante o primeiro semestre de 2006, quando se acumularam 487.682 negócios. No período, os carros desvalorizaram em média 1,23%. Motocicletas – Em relação a motos, o acumulado no semestre caiu 18%. Foram 59.618 motos negociadas no primeiro semestre de 2007, ante 72.685 no primeiro semestre de 2006. A desvalorização média no semestre foi de 0,88%. O segmento de caminhões apresentou 28.782 negócios realizados no primeiro semestre, equivalentes a uma queda de 15,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. (AE)

País pode ter recorde de investimentos estrangeiros

O

País pode ter registrado no mês passado um recorde com o ingresso de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED). O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio José Maciel, informou ontem que as estimativas são de que o Brasil recebeu US$ 6,5 bilhões de novos investimentos. Até o dia 22 de junho, o BC contabilizou investimentos diretos de US$ 3 bilhões. O resultado é atribuído a operação relacionada à compra da siderúrgica Arcelor pela indiana Mittal Steel. Se confirmada a estimativa, será o melhor resultado mensal da série histórica, iniciada em 1947. "Nunca na história desse País tivemos um IED desse tamanho", disse Maciel, parafraseando um bordão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O BC não confirma, mas analistas econômicos afirmam que o resultado seja influência da operação de compra de papéis de acionistas minoritários da Arcelor pela Mittal. "O fluxo de IED foi muito influenciado por essa operação", disse o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal. A companhia asiática pagou, de acordo com estimativas do mercado, cerca de US$ 5 bilhões para os minoritários da Arcelor. Maciel informou que, a se

confirmar a projeção sobre o resultado de junho, o fluxo de investimentos diretos nos últimos 12 meses poderá chegar a US$ 28,5 bilhões, acima da estimativa de US$ 25 bilhões para este ano. Medidas – As medidas adotadas pelo BC para refrear as operações especulativas dos bancos na área de câmbio já podem ter surtido efeito. A posição vendida em câmbio dos bancos, que era de US$ 15,79 bilhões no final de maio havia caído para US$ 10,119 bilhões no dia 22 de junho. A redução de US$ 5,671 bilhões em 22 dias de junho, segundo Maciel, pode ter sido provocada pelas medidas anunciadas para limitar o aumento da chamada exposição cambial dos bancos, anunciadas no dia 8 de junho. Apesar dessa queda, no entanto, o valor ainda está acima dos registrados pelo BC entre janeiro e abril deste ano. A posição vendida dos bancos em câmbio é um indicativo das operações em que as instituições apostam contra o dólar. Nessas operações, as instituições tomam empréstimos de curto prazo a custos baixos no exterior e aplicam em reais. A elevação da posição vendida dos bancos para os US$ 15,79 bilhões em maio foi acompanhada por uma elevação de US$ 1,546 bilhão da dívida externa de curto prazo. (AE)


Ano 82 - Nº 22.412

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R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Senho Edição concluída às 23h35

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Serra sai em defesa dos micros e pequenos empreendedores Rafael Hupsel/LUZ

O governo de SP enviará ao Legislativo até 15 de agosto texto do projeto que cria a Lei Geral Estadual das Micros e Pequenas Empresas. O compromisso foi firmado ontem pelo Secretário do Trabalho, Afif Domingos (foto), durante oficialização da Frente Parlamentar de Apoio à Micro e Pequena Empresa na Assembléia Legislativa. A nova lei garantirá a preferência às micros e pequenas empresas nas compras feitas pelo Estado, incentivará o crédito e instituirá a fiscalização orientadora contra autuações irregulares. E 1

Mais um suspeito chega ao Senado: é o suplente de Roriz

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Buena Vista International

É só um encontro de números?

Tina Salles/Divulgação

Amanhã é dia 7 do mês 7 do ano 2007. O último 07/07/07 foi em 1907. O próximo será em 2107. À parte cabalismos e esoterismos, a data motiva grandes eventos. Um deles: o Cristo Redentor poderá ser eleito uma das 7 Maravilhas. C 3

O ratinho Remy esbanja charme e esperteza em Ratatouillle (acima), nova animação da Disney que abre a temporada de férias nos cinemas da cidade. Programas não faltam para quem ficar em São Paulo. No palco, a peça Salmo 91 recria o drama do livro Carandiru. Mostras? Surpresas virtuais no Itaú. Mais: leitura, gastronomia, minissérie de TV e Roda do Vinho.

Guia , 0 1 , a eir Terça-f ersimples do Sup

HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 10º C.

Na trilha das marchinhas Desfile de 92 marchinhas de sucesso no musical Sassaricando: assista dançando.


sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

5/7/2007

COMÉRCIO

7

0,42

por cento foi a alta do índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, ontem.


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

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1 Eduardo Nicolau/AE

1,3 milhão de veículos devem deixar a cidade a partir de hoje para o feriado de 9 de Julho.

Greve deve fechar o tempo em Cumbica Funcionários do aeroporto internacional de Guarulhos aprovam greve a partir de quarta-feira. Mas governo se antecipa e concede aumento para evitar a paralisação. José Luis da Conceição/AE

A

pós os problemas com controladores de tráfego aéreo e os nevoeiros que impediram pousos e decolagens, um novo problema deve aumentar o caos nos aeroportos: os funcionários do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, ameaçam entrar em greve a partir da próxima quarta-feira (11), por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada ontem em assembléia realizada pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina). Na segunda-feira, haverá outra assembléia, no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, para conquistar a adesão dos funcionários do Galeão à paralisação. De acordo com o secretáriogeral do Sina, Samuel Santos, participaram da assembléia de ontem 120 dos cerca de mil funcionários da Infraero em Guarulhos. Segundo ele, a paralisação afetará pelo menos 70% dos serviços de Cumbica. Em conseqüência, afirmou o sindicalista, "a programação dos pousos e decolagens será mais lenta e, com certeza, isso ocasionará um efeito-cascata de atrasos. Teremos um novo caos". Apenas parte dos serviços essenciais será mantida, como navegação aérea, segurança e operações como fiscalização de pátio das aeronaves e serviços administrativos. A decisão não inclui os serviços dos aeronautas (comandantes e comissários de vôo) e dos aeroviários (funcionários e prestadores de serviços das empresas aéreas). "Sabemos que estamos no olho do furacão, mas se não fizermos o protesto neste momento, de nada adiantará", disse Santos. A pauta de reivindicações dos aeroportuários tem 163 itens. As principais são: reajuste de 8,2% nos salários, criação de PCCs (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) e elevação nos valores dos benefícios pagos à categoria. Como contraproposta, segundo o sindicalista, a administração da Infraero ofereceu 4% de reajuste, mas avisou que, para conceder o reajuste, irá reduzir os valores e benefícios para novos funcionários que ingressarem na empresa a partir de agora. Governo - Preocupado, o governo federal se antecipou e o Ministério da Defesa concordou em conceder um reajuste salarial maior, de 6%, aos 10.600 aeroportuários, para evitar a greve. A informação é de funcionários do governo. A decisão seria levada ainda ontem ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A reivindicação de reajuste salarial dos aeroportuários foi um dos principais assuntos discutidos ontem na reunião reali-

Saguão do aeroporto de Cumbica, ontem: greve dos aeroportuários vai paralisar 70% dos serviços do terminal e piorar a situação nos aeroportos brasileiros, por causa do efeito-cascata

zada no Ministério da Defesa, entre o ministro Waldir Pires e os dirigentes dos principais órgãos do setor aeronáutico. Participaram da reunião representantes da Infraero, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Com a concessão do aumento, o governo espera evitar a greve da categoria, que coincide com a antevéspera da abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Rio. Uma das preocupações do governo é com o fato de que, no caso do Rio de Janeiro, a maior parte dos controladores de tráfego aéreo é de civis, para os quais não valem as normas legais que impedem os controladores militares de realizarem greves. Além disso, Cumbica deve receber delegações e turistas estrangeiros para os Jogos. Atrasos - Uma paralisação dos funcionários da Infraero deve complicar ainda mais a situação dos passageiros. Ontem, os aeroportos operaram normalmente, após o caos enfrentado pelos passageiros desde o início da semana. (Agências) Na página 2, aeroporto de Congonhas fechará às 23h

Trânsito intenso no feriadão

A

Companhia de Engen h a r i a d e Tr á f e g o (CET) prevê trânsito complicado hoje na saída do paulistano para o feriado de segunda-feira. A recomendação para o motorista é evitar viajar hoje, das 14h às 22h, e amanhã na parte da manhã. A estimativa da CET é que 1,3 milhão de veículos deixem a cidade. "Estamos prevendo um volume bastante alto, já que o próximo feriado é em setembro", prevê o engenheiro de trânsito Antônio Tadeu Prestes, responsável pelas marginais Pinheiros e Tietê. "Teremos agentes orientando e trabalhando nos principais cruzamentos e deixaremos guinchos posicionados", explicou o engenheiro. Para Prestes, o cancelamento do rodízio de veículos até o dia 13 de julho não deve interferir na saída do feriado. "Na sexta-feira o trânsito sempre é

mais intenso", explicou. "Estamos em um mês de férias e isso pode ajudar. Mas o que a gente pede é que as pessoas tenham atenção. Que acessem um site antes de sair de casa para ter uma fotografia de como estão as vias, que sintonize uma rádio e procure se informar", completou o engenheiro. O Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) mobilizaram 1.830 agentes na Operação 9 de Julho. A previsão é de tráfego intenso nas principais rodovias do Estado entre 16h e 24h de hoje e 7h e 15h de amanhã. Na segunda-feira, o motorista deve evitar as rodovias entre 15h e 22h na volta para casa. As autoridades recomendam ainda atenção nos trechos de serra. Também é importante respeitar a sinalização e não beber antes de dirigir. (Agências)


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COMPRADORES PODEM IR À JUSTIÇA

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milhão de trabalhadores do setor de construção civil no País têm carteira assinada, diz Sinduscon.

Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

IMÓVEL NOVO NEM SEMPRE É SINÔNIMO DE SOSSEGO São comuns casos de apartamentos entregues com problemas de construção Maristela Orlowski Sílvia comprou um apartamento novo, fez vistoria e constatou que as fechaduras não tinham parafusos Paulo Pampolin/Hype

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epois de quase dois anos de procura, a m ic ro em p re sá ri a Roseli Storti encontrou o imóvel de seus sonhos: um apartamento novo, no Campo Belo, zona sul de São Paulo, com três dormitórios, uma suíte, duas vagas na garagem e ótimas condições de pagamento. E o melhor de tudo: com lazer completo, algo difícil de encontrar na época. Era o condomínio ideal, com espaço para os dois filhos. Mas o que era para ser perfeito acabou se tornando um pesadelo. Logo na vistoria do imóvel, ela verificou que o acabamento era completamente diferente do especificado pela construtora. E esse foi só o primeiro de uma longa lista de defeitos. "Minha rotina resumia-se a correr atrás de engenheiros e mestres-de-obra para solucionar os problemas", lembra. "Foram dez dias sem poder entrar na cozinha, porque estava trocando todo o piso; três meses sem telefone, pois não havia fiação; e quatro meses tomando banho no chuveiro elétrico do banheiro de empregada, porque o sistema de aquecimento a gás não funcionava." Os problemas não se limitaram ao apartamento de Roseli: apareceram em todo o condomínio, do hall de entrada às áreas comuns — sala de ginástica, piscina e garagem. Situações como a da microempresária ocorrem com mais freqüência do que se imagina. O imóvel, aparentemente perfeito na hora da compra, começa a apresentar defeitos, que podem ser simples e fáceis de serem resolvidos ou complicados, que demandam tempo, paciência e dinheiro. São o que engenheiros chamam de vícios construtivos aparentes, ocultos (que surgem após o uso) ou de edificação, que envolvem acabamento, sistemas elétrico e hidráulico, rachaduras, vazamentos e infiltrações. Para prevenir complicações, especialistas aconselham atenção e cautela na hora do recebimento das chaves. Segundo o vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Alberto Du Plessis, quando o proprietário

Manuais não têm validade, afirma o advogado Nelson Figueiredo.

Pia com mármore mais barato Paulo Pampolin/Hype

recebe o imóvel, tem o direito de fazer uma vistoria para verificar se as especificações constantes no memorial descritivo foram atendidas e se há vícios aparentes. "O proprietário pode se negar a receber o imóvel caso detecte algum defeito, solicitando o reparo à construtora ou incorporadora", ressaltou o especialista. Paulo Pampolin/Hype

Roseli: assoalho com defeito.

Du Plessis lembrou ainda que há prazos de garantia estabelecidos no Manual do Proprietário, elaborado pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP) e pelo Secovi-SP, que serve de base para muitas construtoras. Nele, a resolução de problemas de acabamento de pisos e paredes — como um azulejo quebrado, por exemplo — só podem ser solicitadas no ato da entrega das chaves (veja as garantias no quadro). No entanto, segundo Nelson Raimundo de Figueiredo, advogado e sócio do escritório

Barcellos Tucunduva, esses manuais não têm validade jurídica, mas podem induzir os compradores a não reclamar seus direitos na Justiça. As empresas construtoras são, sim, responsáveis pela deterioração do imóvel, devido a vícios de construção, durante um período de cinco anos, afirmou. Depois disso, o comprador pode abrir uma ação, mas terá de comprovar que o problema é da construtora. "O novo Código Civil reduziu de 20 para cinco anos o período de reclamação do consumidor, no caso de pessoa física. Quando se trata de pessoa jurídica, o prazo cai para três anos." Segundo ele, geralmente, ações judiciais dessa natureza são demoradas e podem levar, em média, entre cinco e seis anos. Mas existem instrumentos jurídicos para abreviar o tempo. ""Por isso, é sempre mais fácil tentar negociar com a construtora a reparação do dano, o que poupa tempo." Fechaduras — Há dois anos, a analista financeira Silvia Cussari Lomovtov mudou-se para um apartamento no Butantã, zona oeste da capital. Antes de pegar as chaves, levou o cunhado, que é engenheiro, para avaliar a situação do apartamento. Resultado: vários problemas de acabamento, a começar pelas fechaduras das portas, que mal tinham parafusos, uma janela emperrada, algumas portas com pintura manchada e contrapiso desnivelado. "Confesso que não fui atrás da construtora para reivindicar os consertos. Estava com pressa para mudar. Peguei as chaves, mandei arrumar tudo, e uma semana depois entrei no apartamento", disse. Segundo ela, um único detalhe passou despercebido: um azulejo quebrado no box do banheiro. Já a gerente de atendimento e suporte Luciana Kohama fez a vistoria do apartamento que comprou há um ano no Jardim Japão, zona norte, com o engenheiro da obra. "Ele não detectou nada. Como não tenho experiência, não atentei para os detalhes. Só depois que entrei no apartamento reparei que alguns pisos e azulejos estavam quebrados, havia desnível nos ralos, vazamento no banheiro e infiltração perto da janela", afirmou. Luciana arcou com boa parte dos consertos. A infiltração foi arrumada pela construtora, mas voltou a dar problema um ano depois.

Pintura no lugar de cerejeira

Azulejo rachado no banheiro

Edifício Ilhas Gregas: problemas.

Janela do apartamento novo de Sílvia foi entregue emperrada

Emprego na construção cresce 0,9%

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prosperidade no setor de construção civil no País se refletiu em novas vagas de emprego em maio. O crescimento no período foi de 0,92% ante abril, o que equivale a 14.930 novos trabalhadores com carteira assinada. Os dados são do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), com base no levantamento realizado em parceria com a FGV Projetos e dados do Ministério do Trabalho.

Segundo o SindusCon-SP, nos cinco primeiros meses deste ano a alta acumulada é de 5,81%, o que corresponde a 90,2 mil novos postos de trabalho. Nos 12 meses anteriores a maio, o mercado abriu 112,5 mil vagas. Hoje, mostra o levantamento, a construção civil brasileira registra 1,642 milhão de trabalhadores formais. De acordo com a entidade, porém, a alta do nível de emprego em maio ficou aquém da registrada em abril, quando

houve incremento de 2,22% em contratações no setor. No Estado de São Paulo, o sindicato registrou saldo positivo de 4.348 vagas, o que elevou o nível de emprego em 0,95% entre abril e maio. Apesar do cenário otimista, o SindusCon verificou que, no Estado de São Paulo, três regiões apresentaram queda no nível de emprego. Foram os casos de Presidente Prudente e de Sorocaba, onde os saldos no mês baixaram 1,17%. (AE)


sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 1

Marchinhas, das bandas ao carnanaval. André Domingues

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em o rock, nem o jazz tiveram tanto impacto sobre a MPB quanto a marcha, a principal atração das bandas marciais, que chegaram por aqui na metade do século XIX. Por ser vibrante e muito eficiente em desfiles públicos, o ritmo acabou se associando a diversas comemorações populares, colaborando decisivamente para o nascimento da marchinha carnavalesca – tema de Sassaricando –, e de diversos outros ritmos festivos, como a marcharancho, o frevo, a ciranda pernambucana e até o samba carioca. Sem falar que a sua instrumentação (aquela mesma que, ainda hoje, se preserva nas bandinhas de coreto), tornou-se a mais popular do País, reinando soberana até as primeiras décadas do século passado. A marchinha, filha irreverente da marcha, deu seus primeiros passos entre o final dos anos 10 e início dos 20, mas só na década seguinte se tornou o gênero preferido dos foliões. Não é por acaso que os anos 30 tenham dado o maior número de canções para o repertório do musical, com clássicos como Cidade Maravilhosa, Pierrô Apaixonado e Mamãe Eu Quero. Não é à toa, também, que Braguinha (foto), um dos maiores compositores do gênero, seja o que mais têm músicas no programa: cinco, ao todo. Tal escolha é justa, mas reflete uma certa preferência pessoal, já que os não menos representativos Lamartine Babo e Haroldo Lobo aparecem com, apenas, 3 obras: Linda Morena e Alá-lá-ô e Retrato do Velho (respectivamente). Sassaricando homenageia, ainda, a cadenciada marcharancho, precursora das marchinhas, trazendo a pioneira Ó Abre-Alas, composta por Chiquinha Gonzaga em 1898. Curiosamente, o número mais recente do programa também é uma marcha-rancho: Bandeira Branca, de 1969.

MUSICAL

Fotos: Tina Salles/Divulgação

No embalo divertido das chanchadas

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Ó ABRE-ALAS, VAMOS SASSARICAR! Sérgio Roveri

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nquanto no resto do País ainda reverberam os ecos retardatários das festas juninas, no Tom Brasil já é carnaval. Maior sucesso do verão carioca, o musical Sassaricando – E o Rio Inventou a Marchinha terá apenas uma temporada de duas semanas em São Paulo para tentar provar que, nesta época em que o carnaval rendeu-se aos fabricantes de cerveja e à axé-music, ainda é possível encontrar um pierrô apaixonado que acabou chorando por causa de uma colombina. Arquitetado pelo jornalista Sérgio Cabral e pela historiadora Rosa Maria Araújo, Sassaricando é, antes de propriamente uma história, um desfile de 92 marchinhas carnavalescas capazes de transformar o mais comportado dos ambientes em um gigantesco salão de baile – no Rio, mais de 50 mil pessoas renderam-se aos versos simples e atemporais de Bandeira Branca, Máscara Negra e Mamãe eu Quero. "Acredito que são muitos os fatores responsáveis pelo sucesso do musical", diz Rosa Maria Araújo. "Eu citaria a graça das marchinhas com sua crítica social, sua ironia e suas belas melodias, o despertar da memória afetiva do público, a alegria do espetáculo, a qualidade da orquestra e o talento dos dois principais cantores em cena, Eduardo Dusek e Soraya Ravenle". Sérgio Cabral e Rosa Maria Araújo pesquisaram mais de mil marchinhas para chegar às quase cem que integram o espetáculo. O roteiro de Sassaricando procurou alinhavá-las por temas como economia, finanças, trabalho, profissões, vida doméstica, tipos e preconceitos. Preconceitos, sim – já que nas décadas de 20 e 30, quando a maioria das marchinhas foi composta por nomes como Noel Rosa, Lamartine Babo, João de Barro e Haroldo Barbosa, ninguém precisava ser fiel ao politicamente correto e era possível entoar "o teu cabelo não nega" sem medo de cometer algum crime racista. O que o musical mais parece festejar, no entanto, é a crônica urbana do Rio de Janeiro, uma cidade cuja história pode ser contada tanto nas escolas quanto nas mesas de bar e nas passarelas do samba. "Sassaricando fala de um Rio de Janeiro que era capital da República, de um Rio que resistiu e criou arte nos

releitura também nas marchasrancho e mesmo Sassaricando, a canção-título, surge em cena interpretada de duas maneiras distintas". O espetáculo, que tem direção de Cláudio Botelho, inspirou-se um pouco no formato dos tradicionais teatros de revista, mas não só aí. Há influência também de modernos musicais brasileiros e mesmo dos grandes espetáculos da Broadway. Aos que não conseguirem ingressos para uma das oito apresentações de Sassaricando no Tom Brasil, resta um consolo: a gravadora Biscoito Fino já colocou à venda, por R$ 37,90, um CD duplo com a íntegra das marchinhas apresentadas no espetáculo. Sassaricando, em cartaz no Tom Brasil, Rua Bragança Paulista, 1281, tel.: 2163-2100. Sexta e sábado, às 22h, e domingo às 20h. Ingressos de R$ 50 a R$ 120.

s filmes do estúdio Atlântida eram um festival de sassaricos. Puxados pela comicidade de Oscarito e Grande Otelo (abaixo); pela brejeirice de Eliana Macedo e Fada Santoro; e pelos galãs Cyl Farney e John Herbert, invariavelmente evocavam o carnaval, embalados por marchinhas divertidas, que iam da crítica social politicamente incorreta à piada de salão. Em uma palavra, chanchadas! Rotulados assim, as comédias musicais produzidas entre 1942 e 1962 pela Atlântida atraiam público fiel e fãs de carteirinha. O diretor Carlos Manga, um dos mais prolíficos dessa era, produziu o documentário Assim Era a Atlântida, no qual revive uma época em que o cinema brasileiro tinha ares de indústria, representado por dois grandes estúdios: Atlântida e Vera Cruz. Assim Era a Atlântida é uma antologia, que mereceu cuidadosa trilha sonora original produzida por experts no gênero: Lírio Panicalli e Leo Perachi. As músicas do filme foram editadas em CD. O filme já existe na versão em DVD (MMJ).

Fotos: Arquivo DC

Eduardo Dusek e Soraya Revenle: Sassaricando em São Paulo, depois de uma temporada bem sucedida no Rio de Janeiro, assistida por mais de 50 mil pessoas.

anos de 1970", diz a historiadora. "E também do Rio de hoje, que enfrenta a violência mas mantém a beleza e a alegria de viver seja nas praias, no bairro da Lapa ou nas calçadas". A largada do musical obedece a uma dramaturgia muito pueril: ao vasculhar o baú do avô recentemente falecido, uma garota descobre sua grande paixão pelo carnaval, expressa no formato de cartas e em dezenas de fantasias guardadas durante décadas. Tem início aí uma irresistível viagem de duas horas pelos grandes momentos do carnaval carioca. "Tivemos o cuidado de não fazer um espetáculo nostálgico", diz Rosa Maria. "Ele é um show de memória sublinhando a alegria do carnaval de rua de hoje em

dia, que ressalta a força dos cariocas e seu eterno espírito de molecagem e brincadeira". Um dos toques de modernidade do show provém dos novos arranjos criados pelo diretor musical Luís Felipe de Lima, que também comanda a banda de dez músicos que toca ao vivo. Lima garante que em nenhum momento teve a pretensão de reinventar as marchinhas, limitando-se a tornar os arranjos mais contemporâneos. "Dar uma sonoridade mais atual àquelas canções foi uma idéia presente desde o início do projeto", diz a historiadora. "Os novos arranjos trazem uma leitura enriquecedora. O público sente o cancã em Paris, sente o olé das touradas de Madri. Há

COMÉDIA "HOJE É DIA DE ROCK" NO ALIANÇA FRANCESA O roqueiro José busca uma clave ainda não descoberta. Texto de José Vicente. Rua General Jardim, 182. Tel.: 3129-5730. Às quartas, 20h. Até 25 de julho. R$ 5.


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Tr â n s i t o Ciência Av i a ç ã o Saúde

ARMAS Polícia Rodoviária Federal apreende granadas e submetralhadoras no Rio de Janeiro.

AUMENTO José Serra anuncia aumento de até 24,4% para polícias Civil, Militar e Técnico-Científica.

Alex Silva/AE

GREVE DE ÔNIBUS NA ZONA NORTE Paulo Transporte s ônibus da viação O Sambaíba, que (SPTrans), 241 ônibus ficaram sem circular, pela atendem 23 linhas na zona norte de São Paulo, começaram a circular apenas no fim da manhã de ontem. Os motoristas fizeram uma paralisação em solidariedade a um grupo de profissionais que foi demitido pela empresa, segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores no Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo. De acordo com a São

manhã. Eles foram parcialmente substituídos por 135 ônibus do Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência). Por causa da paralisação, foram prejudicados os passageiros de bairros como o Mandaqui, Vila Nova Cachoeirinha, Jardim Peri e Pedra Branca, entre outros. (Agências)

TÚNEL 9 DE JULHO

ACIDENTE

m passageiro da Linha m convênio para a U 3-Vermelha do metrô U modernização do sistema de iluminação do de São Paulo foi atingido Túnel 9 de Julho será assinado hoje entre o prefeito Gilberto Kassab e o presidente da Eletropaulo, Britaldo Pedrosa Soares. Em seis meses, serão substituídas cerca de 460 lâmpadas de 400 watts por 348 lâmpadas, de 600 watts e 100 watts, além da troca de luminárias e reatores. Também será firmado um protocolo de intenções para melhoria da iluminação em outros túneis da cidade. (RT)

na cabeça por um vagão na estação Barra Funda, ontem, por volta das 18h. Por causa do acidente, os trens circularam com velocidade reduzida. Segundo a assessoria do Metrô, o rapaz, que não teve o nome divulgado, foi atendido na própria estação e seria encaminhado para um hospital na região. Não há informações sobre o seu estado de saúde.(Agências)

DESAPARECIDOS

BEBÊ NO BUEIRO

m bebê recém-nascido ois mergulhadores foi encontrado ontem que estavam U D dentro de um bueiro, em desaparecidos há três dias Paulínia (SP). A criança, um menino, foi abandonada na Rodovia José Lousano, perto do sambódromo da cidade. Resgatado por guardas municipais, o bebê foi levado para um prontosocorro. Batizado de Pedro, ele está internado em estado de observação. O menino será encaminhado para um abrigo até ser adotado. (Agências)

sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7, 8 e 9 de julho de 2007

DECISÃO SE DEVE A UMA AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Juiz reconheceu a necessidade de se impor limites para as operações do aeroporto.

Juiz fecha Congonhas às 23h Liminar proíbe funcionamento do aeroporto entre 23h e 6h, para garantir tranqüilidade aos moradores da região

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juiz Paulo Cezar Neves Junior, da 2ª Vara Cível Federal, concedeu liminar ontem proibindo pousos e decolagens entre 23h e 6h no Aeroporto de Congonhas. Segundo o juiz, a decisão foi "em respeito ao necessário repouso noturno de sua vizinhança". A decisão foi provocada por uma ação civil pública da Associação dos Moradores e Amigos de Moema, na zona sul. O juiz determinou também que as checagens de motores realizadas pelas companhias aéreas estão proibidas

Ó RBITA

em Fernando de Noronha foram encontrados ontem no litoral do Rio Grande do Norte. O barco deles estava à deriva no mar. Os dois foram levados para Natal, onde passariam por exames médicos. Nilson Pedro da Silva, de 45 anos, e Gustavo Henrique Buratto, de 28 anos, estavam conscientes e sem problemas aparentes de saúde.(Agências)

DIÁRIO DO COMÉRCIO

entre 22h e 7h, de acordo com a Portaria nº 188/DGAC, de 08 de março de 2005, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão responsável pelo controle do espaço aéreo. Na ação civil, a associação dos moradores alega "excessiva poluição sonora" provocada pelas turbinas das aeronaves, o que está prejudicando a saúde dos moradores da região, pois "não conseguem manter um mínimo de horas regulares de sono em razão do ruído provocado pelos aviões", em Congonhas. O juiz Neves Junior reconhe-

ceu a necessidade de se impor limites para as operações do aeroporto, "em horários próprios e imprescindíveis para o descanso das pessoas", já que o horário de funcionamento foi estendido algumas vezes por conta da crise aérea. "Várias foram as notícias veiculadas na imprensa nos últimos meses no sentido de ser prorrogado o horário de funcionamento do Aeroporto de Congonhas". O funcionamento do aeroporto foi prorrogado recentemente para aumentar o fluxo de vôos, espaçados pelo apagão aéreo. A liminar abre exceção ape-

nas para as aeronaves que transportem enfermos ou feridos graves, órgãos vitais para transplantes humanos ou que estejam empenhados em operações de busca e salvamento. Mas o juiz lembra que qualquer outra exceção dependerá da autorização da Justiça. De acordo com a liminar, cada descumprimento da decisão acarretará em multa de R$ 50 mil. A Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, informou que deve se manifestar sobre a decisão assim que for notificada oficialmente pela Justiça. (Agências)


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

1 Presença de Kassab no festival Tanabata Matsuri (foto) foi saudada pela comunidade japonesa.

Kassab enquadra a Liberdade Prefeito participa do festival Tanabata Matsuri, diz que lei Cidade Limpa vale para toda a cidade e promete preservar identidade do bairro Fotos de Newton Santos/Hype

Ó RBITA

Rejane Tamoto

Valéria Gonçalvez/AE

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emorou 453 anos para a cidade ganhar uma estátua em homenagem a seu santo padroeiro, o apóstolo São Paulo (foto). Feita em bronze, pesando 4 toneladas e com 3,60 metros de altura, a obra foi inaugurada ontem na praça Vinicius de Moraes, no Morumbi. O prefeito Gilberto Kassab tirou do papel um projeto engavetado desde 1964, de autoria do artista plástico italiano Galileo Emendabili (1889-1974), encomendado pelo então governador Adhemar de Barros. "Logo veio o golpe militar e esqueceram da estátua ", disse Fiammetta Emendabilli, de 72 anos, filha do artista, durante a inauguração, acompanhada de Kassab e de Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras. A estátua do apóstolo Paulo, segundo o projeto original, teria 105 metros de altura e seria instalada no pico do Jaraguá, o ponto mais alto da cidade, na zona oeste. Hoje, estaria para São Paulo como o Cristo, para o Rio. (AE)

José Patrício/AE

NO CANAL

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oldados do Corpo de Bombeiros levaram mais de uma hora para reitar um veículo que caiu num dos respiradouros do rio Cabuçu de Baixo, localizado na avenida Inajar de Souza, na zona norte (foto). O acidente aconteceu na madrugada de ontem . Tudo indica que o motorista perdeu o controle do veículo, que caiu de frente no canal. Quando os bombeiros chegaram, o motorista não estava mais no local. (Agências)

Prefeito Gilberto Kassab no festival Tanabata Matsuri, na Liberdade: pedido de sucesso em sua administração e saudação especial à comunidade

Crianças participam de dança típica japonesa durante a festa

mi Ikesaki foi quem recebeu a multa mais alta, de R$ 30 mil. Segundo ele, a decisão do que pode ser mantido na Liberdade é importante para preservar as características do bairro oriental e também para os comerciantes, que estão perdendo muito dinheiro já que, sem placas e ideogramas, ninguém mais sabe a atividade que eles exercem. Segundo Ordine, todos os comerciantes autuados pelos fiscais na semana passada já haviam recorrido das multas no último sábado, inclusive a ACSP. Segundo Ordine, o projeto para manter as características especiais da Liberdade está em estudo. "Uma das características em análise é que o

nome de cada loja possa vir acompanhado dos ideogramas, em uma medida diferenciada. Mas ficou claro que anúncios grandes têm de ser retirados", afirmou. Polêmicas - As multas recebidas pelos comerciantes foram polêmicas porque existe um projeto que prevê a permanência dos ideogramas orientais nos anúncios indicativos da Liberdade, o primeiro a ser estudado pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU). A comissão será responsável pela análise dos casos omissos à lei, mas ainda não iniciou seus trabalhos. Enquanto isso, o comércio da Liberdade terá de se adaptar e esperar a decisão da CPPU.

Ikesaki: presidente da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade

Niels Andreas/AE

PADROEIRO

epois de uma semana tensa entre os comerciantes do bairro da Liberdade, que receberam multas pela lei Cidade Limpa, um "arigatô" foi trocado entre a comunidade e o prefeito Gilberto Kassab, na festa do Tanabata Matsuri, o Festival das Estrelas, no último sábado. "Faço uma saudação muito especial ao senhor Hirofumi Ikesaki, presidente da entidade que organiza o evento. Essa festa é uma das inúmeras tradições dos japoneses e serve de oportunidade para identificarmos a expressão que a colônia japonesa tem no Brasil", disse o prefeito. O agradecimento também foi direcionado a Kassab que, ao comparecer à festa, prestigiou a comunidade e seguiu a tradição japonesa ao fazer pedidos aos deuses da lenda do Tanabata Matsuri, entre eles o sucesso em seu mandato. Kassab reiterou que a Liberdade terá suas características urbanas mantidas, mas que os estabelecimentos terão de se enquadrar na lei Cidade Limpa. O prefeito disse que a lei valerá para a Liberdade, mesmo com a manutenção das características especiais para o bairro. "Todas as características que diferenciam e conferem identidade ao bairro serão preservadas. Digo isso em relação à identidade da Liberdade e não aos seus anúncios indicativos, que devem estar adequados à lei Cidade Limpa, que prevalece em toda a cidade", disse Kassab. Orgulho - O prefeito disse que sua presença no evento demonstrou o orgulho que a cidade tem por conviver com uma colônia tão especial. "Que nos traz riquezas, tradições, empregos e que ajuda a fazer do Brasil um grande país". Segundo o vice-presidente e coordenador das Sedes Distritais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Mateus Ordine, ao comparecer ao evento o prefeito mostrou que prestigia a Liberdade. Durante o festival, o presidente da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (Acal), Hirofumi Ikesaki, conversou com o prefeito e ambos trocaram "arigatôs" diante do público. "Em nossa conversa, o prefeito disse que estuda primeiro o nosso caso, para tornar o bairro mais bonito, típico, bem projetado e moderno. Fiquei muito contente também porque ele veio prestigiar nossa festa", disse Ikesaki. Multas - A visita do prefeito foi interpretada positivamente pela comunidade japonesa, já que, cinco dias antes, fiscais da Prefeitura haviam multado quatro lojistas do bairro, no primeiro dia de fiscalização intensa da lei Cidade Limpa. Hirofu-

RIGOR NA 23 DE MAIO – A retirada de um outdoor localizado na avenida 23 de Maio, junto à rua Tutóia, interditou um dos acessos da via ao bairro do Paraíso. O outdoor, em desacordo com a lei Cidade Limpa, estava em frente a um bingo, atividade que também está na mira das autoridades municipais.


Debate Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

MEDIDAS PROVISÓRIAS TRANCAM PAUTA Arquivo/DC

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Não tem como fugir da MP. Vamos estudar uma alteração no trâmite das medidas. Arlindo Chinaglia

Roberto Stuckert / PR

LULA VOLTA A DEFENDER OPÇÃO PELO BIODIESEL Os biocombustíveis influirão no desenvolvimento do País, que está preparado contra calúnias, disse.

E Lula ontem, ao comemorar a eleição do Cristo Redentor como uma Maravilha do Mundo: matriz energética brasileira é "revolucionária"

MPs atrasam votações na Câmara

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m levantamento elaborado pela liderança do PSDB na Câmara indica que 65,73% das sessões foram trancadas por Medidas Provisórias. Desde o final de 2001, a Constituição determina que após 45 dias da edição de uma medida provisória, ela trancará a pauta do Legislativo, que ficará impedido de votar qualquer outra matéria até que o texto debatido seja aprovado ou rejeitado no plenário.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), diz que também fica preocupado com o excesso de medidas provisórias do governo, mas lembra que a solução depende de um acordo entre os partidos para votar a restrição às MPs. No último mês de março, um grupo foi formado para discutir mudanças na lei, para evitar a "ditadura" das medidas provisórias, mas nenhum avanço foi atingido. "Não tem como fugir da MP.

Para resolver essa situação, vamos estudar uma alteração no trâmite das medidas", disse o deputado petista. Mesmo com os números apresentados acima, Chinaglia avaliou que o primeiro semestre de 2007 foi de "altíssima produção", mesmo com as intervenções do Executivo. "Ainda não fiz o balanço, mas minha convicção é que foi um bom semestre. Você não tem com escapar da pauta do Executivo", avaliou.

O levantamento sobre as dificuldades de votação de projetos de lei devido ao excesso de MPs editadas demonstra que, em média, a cada dez sessões trancadas existem seis medidas provisórias na pauta da Casa. O resultado apresentado pelos tucanos repete o obtido no primeiro semestre de 2006, quando o percentual ficou na casa dos 65,71%. Em 2004 e 2005, o comprometimento foi ainda maior, com sete a cada dez sessões. (AE)

m seu programa semanal "Café com o Presidente", ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu os biocombustíveis dizendo que o Brasil deve estar preparado para enfrentar "calúnias" de nações contrárias ao desenvolvimento dessa matriz energética no País. "Nós não vamos aceitar outra vez o cartel dos poderosos do mundo tentando impedir que o Brasil se desenvolva e se transforme numa grande nação", declarou o presidente. Lula, que reafirmou também a posição brasileira favorável à redução de subsídios e tarifas agrícolas nas nações desenvolvidas para um acordo comercial na Rodada de Doha, afirmou que "o Brasil não pode abrir mão, em hipótese alguma, de defender a sua matriz energética revolucionária já comprovada há 30 anos, que é o etanol e agora o biodiesel". "Lógico que temos de ter

consciência que temos adversários. Temos adversários que vão levantar todo e qualquer tipo de calúnia contra a qualidade do etanol...", disse. Ele se referia às acusações de que os biocombustíveis ameaçariam a floresta Amazônica e elevariam os preços dos alimentos. O presidente lembrou que a cana-de-açúcar, principal matéria-prima do álcool, não se desenvolve bem no clima amazônico, e portanto não pode ser apontada como a vilã do desmatamento. Lula destacou ainda que os biocombustíveis podem colaborar para a redução dos gases causadores do efeito estufa e ajudar no desenvolvimento e na distribuição de renda nas nações mais pobres da África. Dessa forma, ele considerou fundamental que as nações ricas cortem tarifas ao produto, que impedem o desenvolvimento do comércio global desse combustível. (Reuters)

Milton Mansilha / LUZ - 05.07.07

ACSP e PM destacam liderança nas revoluções Sergio Leopoldo Rodrigues

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Associação Comercial de São Paulo (ACSP) como líder na defesa da democracia, dos princípios da livre iniciativa, da micro e pequena empresa, e importante fonte de informação para o desenvolvimento do crédito no Brasil, foi o tema da palestra de seu expresidente, Élvio Aliprandi, na plenária do Conselho Geral da Comunidade (CGC) da Polícia Militar de São Paulo (PM), na semana passada. "Estivemos sempre ligados aos grandes movimentos democráticos da nossa história e ao desenvolvimento econômico e social do País", disse Aliprandi, integrante do CGC, formado por coronéis PMs e representantes de entidades civis. Ele apresentou a ACSP como uma "escola de líderes e

Aliprandi: "Estivemos sempre ligados aos movimentos democráticos"

de civismo" e acrescentou: "Desde 1898 já lutávamos contra as imposições fiscais e tributárias do governo, que impediam o desenvolvimento dos negócios". Aliprandi fez um relato histórico da atuação política da ACSP nas Revoluções de 1924 e 1932 e nos movimentos pela democracia. "Essa defesa do empreendedorismo conta em nossa rede capilar com 15 Sedes Distritais na Capital e 420 Associações Comerciais filiadas à Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo)", explicou.

PETISTA PRESO A polícia de Maceió prendeu ontem o vereador Cosme Soares da Silva (PT), por tramar a morte de Lula Soares, exprefeito de Novo Lino.

Ó RBITA

Para o comandante-geral da PM, coronel Roberto Antônio Diniz, é importante conhecer mais "aspectos dessa enorme entidade, que teve e tem participação ativa na história de São Paulo e do Brasil". O secretário geral do Conselho, Caio Luiz Prado Alfaya, elogiou o trabalho da ACSP na comemoração do 9 de Julho, com a outorga da medalha Carlos de Souza Nazareth. Participaram do evento, o vice-comandante da PM, coronel José Roberto Martins Marques e o vice-presidente do CGC, Flávio Fracarolli Martins Fontes. RONDEAU: SEM CONCLUSÃO Nota da Polícia Federal informa que o caso Silas Rondeau está com a Justiça e a PF não tem "nenhuma nova conclusão" sobre ele.

STF DETERMINA TETO PARA PROCURADORES

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ma decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, impede que os procuradores autárquicos aposentados de São Paulo recebam remuneração acima A TÉ LOGO

do teto estadual, que é o salário do governador José Serra. A pedido do Estado de São Paulo, Ellen Gracie suspendeu uma decisão da Justiça de São Paulo que permitia o pagamento de

salários acima do teto. Na ação, o governo paulista argumentou que a execução da decisão favorável aos procuradores causaria grave lesão à ordem e à economia pública.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Vereador petista é acusado de encomendar morte de ex-prefeito

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Tocantins e Amapá são os que mais contratam funcionários comissionados

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Plano Nacional de Segurança consumirá R$ 3,5 bilhões até 2010


DIÁRIO DO COMÉRCIO artística; produção cinematográfica e de artes cênicas, a tributação será realizada de acordo com o Tabela IV da Lei Complementar (artigo 17, § 1º, incisos XIII a XVIII da LC 123/06), que exclui o benefício do INSS, sendo obrigatório o recolhimento pela alíquota integral (26,80%) com base na folha de pagamento. Já as prestadoras de serviços que tenham como atividade descriminadas no artigo 17, § 1º, incisos XIX a XXVII da LC 123/06, administração e locação cumulativa de imóveis de terceiros; academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; escritórios de serviços contábeis; serviço de vigilância, limpeza ou conservação e demais sociedades que se dediquem exclusivamente à prestação de outros serviços que não tenham sido objeto de vedação expressa no caput do artigo 17 da Lei, deverão seguir a Tabela V da Lei Complementar. No caso destas, se a folha de salário for maior ou igual a 40% do faturamento, pagarão alíquotas reduzidas de 4% a 13,50% de acordo com a receita bruta (para estímulo do emprego). Na hipótese em que seja maior ou igual a 30% e menor do que 35% do faturamento, recolherão 14,50%; se inferior a 30%, esta alíquota será de 15%. O valor da alíquota varia de acordo com a seguinte fórmula: (r) = Folha de Salários incluídos encargos (12 meses) Receita Bruta (12 meses) Entende-se que, quanto menor o resultado do (r), maior será a alíquota cobrada, ou seja, quanto menor a folha de pagamento, maior a alíquota a ser aplicada nos tributos: PIS/PASEP, IRPJ, COFINS e CSLL. III - Casos Práticos

A

dúvida fundamental do empresariado refere-se ao enquadramento ou não no Simples Nacional, naturalmente buscando a economia tributária, ou seja, a opção por um sistema tributário menos oneroso para seus estabelecimentos. Não há uma única resposta, cumprindo às empresas analisar a sua situação específica. A princípio, há mais vantagens do que desvantagens no enquadramento. De acordo com a nova Lei, as empresas de comércio, indústria e prestação de serviços, que faturam e tem custos operacionais conforme o quadro abaixo, podem apresentar resultados diferenciados. A saber:

Com base nos demonstrativos, para as empresas comerciais e industriais cujo faturamento não ultrapasse R$ 1.200.000,00 e seus custos operacionais sejam iguais aos apresentados no quadro, a melhor opção é o Simples Nacional. Para as empresas enquadradas nas mesmas atividades mencionadas no parágrafo anterior, com faturamento até R$ 2.400.000,00, a melhor opção será o Lucro Real. Quanto as prestadoras de serviços enquadradas nos

3 incisos XIX a XXVII, § 1º, art. 17 da Lei Complementar nº 123/06, a melhor opção continua sendo o Lucro Real. Numa tentativa de simplificação e auxílio, a Associação Comercial apresenta a seguir uma importante tabela comparativa que, por certo, facilitará a análise do empresário no tocante à decisão de enquadramento. IV - Tabela Comparativa dos Regimes Tributários em Vigor

Dos Cálculos:

Empresa Comercial – Tabela I


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Empresas Nacional Agronegócio Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

Produtores do interior paulista aprimoram técnica de produção do champignon Paris

CRESCE PRODUÇÃO DA "CARNE VEGETAL"

Heitor Hui/AE

COGUMELOS PINHALZINHO QUER SER A CAPITAL DO CHAMPIGNON Antigos produtores de batata estão migrando para a produção do fungo Adriana David

O

município de Pinhalzinho, a 120 quilômetros da capital paulista, quer se tornar a terra do cogumelo. Antigos produtores de batata estão migrando para o cultivo do apreciado fungo, e a produção de 220 toneladas por ano deve dobrar em 2008, com o ingresso de novos interessados. Apesar de baixa, a produção de cogumelo tem sido fonte de renda para pequenos produtores de champignon Paris, o mais consumido no Brasil. Os agricultores estão se organizando na Associação dos Produtores Rurais e Artesãos de Pinhalzinho, onde os interessados na atividade podem se informar. Segundo o presidente da associação, Paulo Eraldo Torres Neto, os novos agricultores estão começando mais estruturados, beneficiando-se das experiências dos mais antigos. Os novos usam

220

toneladas anuais de cogumelos do tipo champignon são produzidas em Pinhalzinho. A colheita deve dobrar no próximo ano. estufas climatizadas, que proporcionam a temperatura adequada e a umidade relativa do ar entre 80% e 90%. São mais eficientes do que o sistema antigo, com ar-condicionado. O pessoal de Pinhalzinho busca informação e cursos. "Se a pessoa não souber o correto manejo, pode perder tudo", diz Torres Neto. O maior produtor da região, Carlos de Oliveira, era caseiro e mantinha um barracão de

cultivo de cogumelo na chácara de seu antigo patrão. Há onze anos no setor, já possui, hoje, sua propriedade, com cinco barracões instalados e produção mensal de cinco toneladas do fungo. Oliveira deve, em breve, ampliar a área de produção para colher mais três toneladas por mês. M a rg e n s – Para produzir uma tonelada, são gastos R$ 40 mil, fora o custo do terreno. O produto é vendido a granel por R$ 9 o quilo para distribuidores que repassam a produção a supermercados e restaurantes. Parte da produção é vendida ao consumidor final do próprio município. Segundo Torres Neto, é possível obter um lucro de mais de 20%. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Recursos Genéticos e Biotecnologia, promove cursos sobre o cultivo de cogumelos a partir de uma tecnologia chinesa adaptada para o Brasil, denominada Jun-Cao, que permite baratear a produção desses fungos, já que utiliza substratos de gramíneas, em vez de troncos de árvore e serragem, usados nos meios de cultivo tradicionais. Em outra área produtora, cerca de 30 agricultores mineiros, organizados pela Associação dos Produtores de Cogumelo do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha (Aproconova), estão cultivando o cogumelo do sol, com consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O nome científico do cogumelo do sol é Agaricus blazei e ele foi descoberto no Brasil na década de 60. Inicialmente, foi destinado ao uso medicinal, mas, segundo a presidente da Aproconova, Doriane Pinto de Oliveira, os cultivadores mineiros estão investindo para ampliar seu uso na gastronomia.

Champignon Paris, o mais consumido no Brasil, proporciona renda a pequenos agricultores paulistas Julio Ottoboni/AE

O segredo do cultivo é dominar a técnica da climatização, com temperatura certa e alta umidade do ar

Consumo no Brasil é pequeno

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stima-se que o Brasil produza 8 mil toneladas de cogumelos por ano, a maior parte de champignon Paris. Cerca de 80% da produção é originária do Estado de São Paulo, 70% da região do Alto Tietê, onde ficam os municípios de Mogi das Cruzes e Suzano. Tanto a produção como o consumo

têm crescido 16% ao ano. O uso, no Brasil, é pequeno se comparado a outros países. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que cada brasileiro consome apenas 30 gramas por ano. Na França, por exemplo, são mais de dois quilos. Ao contrário do que se pensa,

não são os orientais que estão no topo da lista, mas os alemães, que chegam a saborear mais de três quilos per capita ao ano. Conhecido como "carne vegetal", o fungo é rico em ferro, vitaminas e sais minerais. Em proteínas é superior à carne, contendo de 28% a 34%, ante 14% do alimento animal. (AD)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Ambiente Educação Aeropor tos Saúde

terça-feira, 10 de julho de 2007

Trânsito foi complicado nas rodovias paulistas ontem, no retorno do feriado prolongado.

GOVERNO OFERECE AUMENTO DE 6%

Governo cede e greve aérea é suspensa Sindicato aceita proposta de reajuste salarial e suspende paralisação de aeroportuários marcada para amanhã. Mas categoria ainda vai avaliar proposta na sexta-feira. Nelson Antoine/Futura Press

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Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) e o Sindicato dos Trabalhadores Aeroportuários (Sina) chegaram a um acordo e foi suspensa, ontem, a greve que estava prevista para acontecer amanhã, em vários aeroportos do País. Segundo o presidente do Sina, José Gomes Alencar, a greve foi suspensa porque a Infraero ofereceu reajuste salarial de 6% para a categoria. A proposta foi feita pelo presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, numa reunião realizada ontem à tarde em Brasília. Alencar informou que a proposta de um reajuste de 6% será avaliada pela categoria, que reúne 10,6 mil trabalhadores, em assembléias que serão realizadas em todo o País, sem interrupção dos serviços, na sexta-feira. Caso a categoria aceite a proposta, a Infraero passará a gastar R$ 28 milhões a mais por ano. Galeão - Ontem, os aeroportuários do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, haviam aprovado a greve em assembléia realizada pela manhã, no aeroporto. A decisão engrossaria o movimento dos trabalhadores de Cumbica (São Paulo), Viracopos (Campinas) e Manaus (AM), que já haviam decidido entrar em greve desde a semana passada. Desde que foi aprovada a paralisação em

Trânsito lento na volta

O Greve poderia atrapalhar Jogos PanAmericanos, no Rio, a partir de sexta-feira. Ontem, movimento foi normal nos aeroportos (foto à esq.)

Cumbica, o governo federal procurava meios para evitar a greve, às vésperas dos Jogos PanAmericanos, no Rio. O temor é que um colapso nos serviços dos aeroportos prejudicasse os Jogos, que começam na sexta-feira. Na quinta-feira, o Ministério da Defesa já havia concordado em conceder um reajuste salarial de

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Centro - A distrital realiza

reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 9h, rua Galvão Bueno, 83. I Comex - O vice-presidente da ACSP, Renato Abucham, coordena reunião da Comissão de Comércio Exterior. Às 17h, rua Boa Vista, 51 / 11º andar – Salas Tadashi. I Pinheiros - A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h, rua Simão Álvares, 517.

Amanhã I Posse - O vice-presidente da

ACSP, Roberto Mateus Ordine, participa da cerimônia de posse da diretoria eleita (gestão 2007/2011) do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Às 16h, na sede do Sindicato dos Comerciários – rua Formosa, 409 – Centro. I Ipiranga - A distrital realiza a 2ª reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 17h, rua Benjamim Jafet, 95. I Santo Amaro - A distrital realiza reunião ordinária . Às 19h, av. Mário Lopes Leão, 406. I Butantã - A distrital realiza a palestra: "Supersimples – vantagens e armadilhas", ministrada por Reinaldo Franco. Às 19h, rua Alvarenga, 591. I Vila Maria - A distrital realiza reunião ordinária da Diretoria Executiva e do Conselho Diretor. Às 19h30, rua do Imperador, 1660.

I Ipiranga - A distrital realiza

reunião com a palestra "Cidade Limpa – esclarecendo as principais dúvidas", ministrada pelo 1º vicesuperintendente e coordenador técnico de Política Urbana, Gerson Gomez. Às 19h30, rua Benjamim Jafet, 95. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de móveis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h, av. Marechal Tito, 1042.

Quinta I São Miguel - A distrital

realiza reunião do núcleo setorial de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h, av. Marechal Tito, 1042. I Centro - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de aquarelistas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes M. Martins. Às 14h, rua Galvão Bueno, 83. I Centro - A distrital promove palestra sobre o programa "Bovespa Mais – Como sua empresa pode ter acesso ao mercado de ações", coordenada pelo analista de desenvolvimento de empresas da Bovespa Thiago Almeida Ribeiro da Rocha. Às 18h, rua Galvão Bueno, 83. I Centro - A distrital realiza

reunião do núcleo setorial de óticas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes M. Martins. Às 19h30, rua Galvão Bueno, 83. I Mooca - A distrital realiza reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 19h30. Externato São Rafael, av. Paes de Barros, 717. I Santana - A distrital, em parceria com a RG Comunicação, apresenta a palestra "Comunicação & Marketing: Alavanque seus negócios", coordenada por Martha Rios Guimarães, especialista em Comunicação, Marketing e Planejamento Estratégico. Reservas pelos telefones 6979-4504/69733708 ou pelo e-mail: dsantana@acsp.com.br. Às 19h45, rua Jovita, 309.

Sexta I Vila Maria - A distrital Vila

Maria realiza reunião da Comissão de Política Urbana. Às 8h30, rua do Imperador, 1660.

Sábado I Ipiranga - A distrital, em

parceria com o Movimento Cívico em Defesa do Parque e o Monumento da Independência, realiza a troca da bandeira, com a inauguração do mastro eletrônico doado pela CPFL Companhia Paulista de Força e Luz. Às 8h, Parque da Independência, s/n.

6% aos aeroportuários. A pauta de reivindicações dos trabalhadores aeroportuários tem 163 itens. Entre eles, reajuste de 8,2% nos salários, criação de Plano de Cargos, Carreiras e Salários e elevação nos valores dos benefícios da categoria. Os aeroportos registraram movimento normal ontem, segundo a Infraero. (Agências)

motorista que deixou para voltar do feriado ontem à tarde enfrentou trânsito intenso nas principais rodovias paulistas. Na Rodovia dos Imigrantes, uma carreta pegou fogo no Km 26, sentido litoral, mas, segundo a Ecovias, o acidente não prejudicou o tráfego na região, já que o fluxo maior de veículos era com destino à Capital. As rodovias Castello Branco e Raposo Tavares, que ligam a Capital ao oeste do Estado, tiveram trânsito intenso, mas sem lentidão, até o fim do dia. Dos 228 mil veículos que seguiram pelas duas rodovias, 50 mil já haviam retornado até as 12h de ontem. Na Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, o tráfego foi normal nos dois sentidos, segundo a concessionária Nova Dutra. Nas rodovias Anhangüera e Bandeirantes, duas pessoas morreram e pelo menos 56 ficaram feridas em acidentes nas rodovias desde sexta-feira, segundo balanço da Autoban, que administra o sistema. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

1 O desempenho da cana-de-açúcar altera os dados do crescimento regional

Divulgação

BOLSÕES DE OFERTA DE EMPREGO NO INTERIOR

Desenvolvimento tecnológico forma ilhas de prosperidade em regiões paulistas Mário Tonocchi

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ecnologia de ponta e cana-de-açúcar formam, hoje, os dois pilares da industrialização e criação de "bolsões de emprego" no Estado de São Paulo. Não faltam exemplos desse crescimento no interior paulista, como as cidades de Hortolândia, Piracicaba, Sertãozinho e Araçatuba. Na área de tecnologia, oito empresas de Hortolândia, na Região Metropolitana de Campinas, ampliam a produção e abrem 10 mil empregos formais até o final de 2008, com investimentos de R$ 340 milhões, segundo a prefeitura local. Os números são extraordinários, levando-se em conta que, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o emprego formal cresceu apenas 0,54% em maio passado em relação a 2006 em todo o estado, o que representou a criação de 11.728 postos. O vigor empresarial da cidade é o reflexo do aumento de uma demanda cada vez maior por equipamentos de comunicação. Nessa onda, o prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini (PT) aproveitou a fama das universidades e centros de pesquisa regionais, que chamam a atenção das indústrias, e ofereceu um leque de atrativos fiscais. Abriu mão de 20 anos de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e pagou as obras de terraplenagem na ampliação ou implantação de novas fábricas. "A indústria é a saída para empregos em uma cidade que foi emancipada de Sumaré em 1991, e que tinha naquela época praticamente toda economia voltada apenas para a mandioca", disse Perugini.

O outro lado da moeda

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ortolândia, Piracicaba e Sertãozinho, e Araçatuba são "ilhas de prosperidade" em meio a sérios problemas da economia industrial brasileira, segundo André Rebelo, gerente do

Entre as empresas que investem, hoje, em Hortolândia, está a IBM, com um centro de tecnologia instalado no município. A empresa deve contratar pelo menos 2,5 mil pessoas até o final deste ano. Para 2008, serão mais 300 vagas ao mês, 70% delas para a área de alta tecnologia. A IBM precisa de gente capacitada: consultor SAP e consultor BI, profissionais de mainframe, middleware e midrange, além de analista de sistemas, programadores e testadores. Na agroindústria, ainda na região de Campinas, Piracicaba, em meio ao crescente interesse dos combustíveis alternativos, tem, neste momento,

índice de desemprego abaixo de zero – menos 6%. Com fator negativo na taxa de ocupação, a cidade soma-se a outras duas no interior de São Paulo para formar o eixo da ebulição econômica patrocinado pelo etanol. Sertãozinho, na região central do estado, bateu recorde de exportação de etanol no ano passado, com US$ 157 milhões; e Araçatuba (região Oeste) teve, de janeiro a maio deste ano, aumento de 22,6% no emprego formal, ante a média estadual de 4,7%. A excitação no mercado de álcool parece maior ainda do que a de tecnologia. A cana é responsável por 16 mil dos 24 mil empregos da indústria paulista, criados de janeiro a maio deste ano, de acordo com o Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas da Fiesp, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Baixa qualificação – De acordo com o especialista do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, Paulo Teixeira, no entanto, os empregos criados para fornecer mão-de-obra para a canade-açúcar são, ao contrário da área tecnológica, de baixa qualificação. "O que emprega mais é o corte, com a utilização dos antigamente denominados bóias-frias. Mas também há empregos voltados para a indústria de base, com especialização", disse Teixeira. Quem também se empenha na procura de gente especializada é a Dedini Indústria de Base, de Piracicaba, que vai abrir, neste ano, 700 vagas para atender à construção de usinas para álcool e açúcar. Com pouca oferta profissional imediata, a empresa chama de volta até aposentados.

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). Em Campinas, de acordo com o diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Luiz Alberto Soares Souza, o que aparece é o setor de alta tecnologia. Mas na pesquisa de maio, os demais setores apresentaram queda de

0,09% no emprego, com 132 demissões registradas nas cerca de 469 indústrias das 19 cidades da área de atuação do CiespCampinas. "Mesmo nos setores em crescimento, como tecnologia e álcool, não podemos identificar que haja uma grande euforia. É uma resposta da indústria para a demanda", diz Souza. (MT)

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mil dos 24 mil novos empregos na indústria paulista, nos primeiros cinco meses do ano, foram oferecidos pelo setor de cana-de-açúcar.

A indústria é a saída para uma cidade que foi emancipada em 1991, e que tinha, naquela época, toda a economia voltada apenas para a mandioca. Angelo Perugini, prefeito de Hortolândia

O centro de tecnologia da IBM, em Hortolândia, é exemplo da demanda por profissionais capacitados Lucio Piton/Futura Press

Introdução de máquinas novas para cortar cana: setor de álcool alavanca desenvolvimento tecnológico

Etanol é o carro-chefe do crescimento paulista

O

interior de São Paulo é, desde o início deste ano, a alavanca do crescimento industrial e do emprego, segundo indica um levantamento do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Aparecem nessa lista como maiores geradoras de trabalho no interior paulista, as regiões de Araraquara, com saldo positivo de 3,89%, Rio Claro (crescimento de 3,31%) e São José dos Campos (aumento de 2,64%). Para todo o Estado de São Paulo o índice ficou negativo em 0,01%; e para a Grande

São Paulo teve aumento de apenas 0,02%. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, a indústria de transformação gerou 88,163 mil vagas em todo o estado, um aumento de 4,18% sobre igual período do ano passado. No mesmo intervalo de tempo, o interior apresentou expansão de 7,24%, ante queda de 0,13% da Grande São Paulo e retração de 0,89% na capital. O álcool desponta na pesquisa do Ciesp como o carrochefe da economia paulista atualmente, com aumento de

3,64% no nível de emprego registrado no último mês de maio. Em seguida, vêm os produtos alimentares (com crescimento de 1,82% no nível de emprego) e máquinas e equipamentos (com aumento de 1,49%). As maiores baixas estão nos setores econômicos afetados pela desvalorização do dólar. A indústria de couro e de artigos de viagem reduziu a taxa de emprego em 2,42%; e as empresas de calçados apontaram queda de 0,75%. Já o setor da confecção de artigos de vestuário recuou 0,7%. (MT)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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V - Parecer da Associação Comercial or todos os demonstrativos relacionados, é possível verificar que para as empresas que se enquadram como Comerciais e Industriais com faturamento inferior a R$ 2.400.000,00, existem vantagens na opção pelo Simples Nacional, fato que pode não ocorrer principalmente com as Prestadoras de Serviços descriminadas no artigo 17, § 1º, incisos XIX a XXVIII da Lei 123/06. Outro fator relevante que os Contribuintes devem analisar é o acúmulo dos créditos tributários, uma vez que a Lei não permite ao contribuinte creditar ou

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transferir créditos de tributos, elevando assim, os custos de aquisições de seus insumos, colocando o contribuinte optante em desvantagem competitiva junto aos seus concorrentes não optantes. Mesmo com estes desabonos, o Instituto Jurídico da ACSP não concorda, em parte, com o que vem sendo divulgado pela imprensa sobre a Lei que regulamenta o Simples Nacional. Em resumo, “pode não ser a mais adequada, mas de certa forma oferece grandes benefícios às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, reduzindo e simplificando as obrigações tributárias principais e acessórias.” Diante de todo o exposto, continua sendo o Supersimples a opção menos onerosa para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Quanto às Prestadoras de Serviços, enquadradas na tabela V, aconselha-se que seja efetuada uma análise detalhada dos dados elaborados, antes de tomar qualquer decisão. Por fim cumpre lembrar que o prazo para inscrição no Supersimples começou em 1º de julho de 2007, com término previsto para o último dia útil deste mesmo mês.

Empresa Industrial – Tabela II

* Trabalho elaborado pelos consultores Jaerson Cavalcanti, Vanessa Mariano e João Baptista Morello Netto do Instituto Jurídico.

Empresas – Prestadoras de Serviços – Tabela V


Nacional Empresas Finanças Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

FERIADO ESVAZIOU O PREGÃO PAULISTA

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DOLAR

terça-feira, 10 de julho de 2007 Roosewelt Pinheiro/ABr

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Brendam McDermid/Reuters

Mercado projeta inflação de 3,68% em 2007

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Moeda americana é cotada a menos de R$ 1,90

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ela primeira vez desde 23 de outubro de 2000, o dólar recuou para menos de R$ 1,90. A moeda americana encerrou a segunda-feira em queda de 0,26%, cotada em R$ 1,898. Por causa do feriado no Estado de São Paulo, o volume negociado foi bem menor do que em dias úteis normais – cerca de R$ 170 milhões. Para se ter uma idéia, na sextafeira passada, o valor foi mais de dez vezes maior. De acordo com analistas, a tendência para o mercado de câmbio ainda é de valorização do real, mas em menor intensidade do que nos últimos meses. "O fluxo de dólares para o Brasil é enorme, seja via balança comercial, investimento direto estrangeiro, recursos para bolsa de valores e renda fixa de longo prazo", sintetizou Carlos Eduardo Souto Uchôa, operador de mercados internacionais do Banco Modal. Marco Melo, chefe da área de pesquisa da Corretora Ágora Sênior, concorda. "Não há novidade no cenário. O fluxo forte de dólares é o fator determinante", disse. "A cotação de R$ 1,90 é apenas mais uma barreira psicológica batida." O nível de R$ 2, que causou grande alvoroço no mercado, foi superado no dia 15 de maio. O Relatório de Mercado divulgado ontem pelo Banco Central (BC) mostrou que a expectativa média das institui-

ções financeiras para o dólar no fim do ano subiu levemente, de R$ 1,90 na pesquisa realizada no dia 29 de junho, para R$ 1,92 no levantamento feito sexta-feira passada. Além dos dados relativos ao fluxo cambial, os analistas acreditam que a estratégia do BC no mercado de câmbio também é importante para o rumo da cotação do dólar. Muitos notaram uma redução de apetite da autoridade monetária nas últimas semanas. O BC adquiriu, em média, US$ 260 milhões por dia em julho, ante US$ 650 milhões em maio, por exemplo. "Ainda assim, compras na faixa de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões são substanciais", disse Uchôa. "É que ficamos 'malacostumados' com as intervenções entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões por dia." Q u e ix a s – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, queixou-se do nível da taxa de câmbio que reduz os lucros do agronegócio. "A única coisa de que não gosto é quando o dólar cai demais porque acaba prejudicando os setores a que cabe ao ministro da Agricultura cuidar", afirmou. O ministro disse que "não necessariamente" as exportações do setor agrícola – está estimada em mais de US$ 50 bilhões, para importações de menos de US$ 6 bilhões – são a causa da baixa cotação da moeda americana. (AE)

Quando o dólar cai demais, prejudica os setores que cabe ao ministro da Agricultura cuidar. Reinhold Stephanes, ministro da Agricultura

BANCO CENTRAL DOS EUA – Nos Estados Unidos, o Índice Dow Jones avançou 0,28% e a bolsa eletrônica Nasdaq, 0,13%. Hoje, os investidores estarão atentos ao discurso do presidente do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, Ben Bernanke.

40% da população têm dívidas, diz pesquisa Apesar do alto índice, inadimplência está caindo em todo o Pais Divulgação

Paula Cunha

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erto de 40% da população brasileira pagam algum tipo de financiamento. Apesar do alto número de consumidores com compromentimento da renda, os índices de inadimplência entre as pessoas físicas estão caindo. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), divulgada na última semana. Segundo o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, as taxas para as pessoas físicas caíram em maio de 2007 para 7,1%. No mesmo período do ano passado, eram de 7,7%, de acordo com dados do Banco Central. "Os indicadores do levantamento apontam ainda que as pessoas estão mais conscientes na hora de fazer compras a prazo", afirma. O mesmo estudo também mostrou que o consumidor brasileiro não gosta de adquirir bens a prazo com "prestações a perder de vista", como sugerem os informes publicitários das redes varejistas. Os dados da pesquisa da Fecomércio-RJ levam à conclusão de que o comportamento tanto dos clientes de menor poder aquisitivo quanto os de maior poder de compra é semelhante nesse ponto. As mesmas opções para os dois grupos foram observadas nos casos de aquisição de bens de menor valor. Para eletroeletrônicos, compradores com renda mensal de até R$ 1 mil preferem parcelar suas dívidas em 11 prestações. O mes-

Os indicadores do levantamento apontam ainda que o consumidor está mais consciente na hora de comprar a prazo. Orlando Diniz, Fecomércio-RJ mo prazo é escolhido por aqueles que recebem salários acima dessa cifra. No caso de eletrodomésticos, o primeiro grupo costuma optar por dividir o pagamento em dez meses e o segundo em 11 parcelas. Entretanto, a pesquisa ressalta que esses prazos aumentam significativamente de acordo com o valor dos bens adquiridos. Imóveis, por exemplo, são comprados em 81 vezes por quem ganha até R$ 1 mil e em 104 por quem tem renda superior a esse valor. Esse último grupo consegue manter uma dívida mais longa porque compromete menos o

orçamento familiar. F ai x a- e tá r ia – De acordo com Diniz, quem mais está financiando são as famílias que recebem acima de R$ 1 mil. Quanto à faixa de idade desses consumidores, os que mais financiam situam-se entre os 25 e os 34 anos, e os que menos optam por essa modalidade de compra são os de 35 a 44 anos. Para o economista do Instituto Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, o alongamento dos prazos adotado pelo varejo trouxe para o mercado consumidores que ganham até dois salários mínimos. Esse público é o grande responsável pelo pelo aumento do consumo. Para Alfieri, o cliente de baixa renda está sendo beneficiado pelo aumento nos prazos de pagamentos e não se preocupa com as altas taxas de juros cobradas nos financiamentos. Perspectivas – Na opinião do economista, esse comportamento por parte dessa parcela da população deve continuar. Segundo ele, o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que mede o desempenho das vendas a prazo, registrou elevação no número de consultas nos últimos meses. Em junho deste ano, elas tiveram aumento de 6,4% sobre o mesmo mês de 2006. No primeiro trimestre deste ano, a média de crescimento foi de 4,7% sobre o mesmo período do ano passado. Outro fator que deve contribuir para a manutenção desse quadro, segundo Alfieri, é a adoção do salário mínimo de R$ 420 no Estado de São Paulo.

projeção do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 3,64% para 3,68% na pesquisa semanal Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Com a terceira alta seguida, as estimativas passaram a ficar 0,18 ponto percentual acima dos 3,50% projetados às vésperas da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mesmo assim, as previsões ainda continuam abaixo da meta central de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2007. "Apesar de ter dado uma piorada, o patamar de inflação continua bom", disse o economista Ivo Chermont, da Modal Asset Management. Chermont acredita que as revisões para cima das projeções de IPCA para este ano estão sendo motivadas pelo fato de a inflação de junho ter ficado acima do que se esperava inicialmente. "A inflação para 2007 já foi lançada. A decisão do CMN de fixar a meta do índice de 2009 em 4,5% não afeta em nada o resultado deste ano", afirmou. A prova, de acordo com o economista, é que as estimativas de mercado para a inflação nos meses entre julho e dezembro deste ano ficaram praticamente estáveis. A fixação da meta de 4,5% para 2009, entretanto, poderá afetar as estimativas de inflação para prazos mais longos. (AE)

Receita libera consulta ao 2º lote do IR

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Receita Federal do Brasil libera ontem, a consulta ao segundo lote de restituições do Imposto de Renda da Pessoa Física 2007 (ano-base 2006). Nesse lote serão liberadas 851.934 declarações, das quais 735.453 para contribuintes com direito a restituição, no valor de cerca de R$ 999,9 milhões. O dinheiro estará disponível para saque no dia 16 e terá correção total de 2,94%. (AE)


Saúde Educação Memória Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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EVENTO MARCA COMBATE PELA DEMOCRACIA

Agliberto Lima/DC

terça-feira, 10 de julho de 2007

Governador José Serra entregou no evento medalhas a pessoas e entidades, como a ACSP.

Revolução de 32: festa aos 75 anos Solenidade realizada ontem no Ibirapuera marcou homenagem à Associação Comercial de São Paulo, que liderou campanha para financiar luta pelos ideais de 1932 Fotos de Agliberto Lima/DC

Ivan Ventura

Relíquias na ACSP

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erca de quatro mil pessoas aproveitaram a manhã ensolarada de ontem para acompanhar a comemoração dos 75 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, em frente ao Obelisco, próximo ao Parque do Ibirapuera, zona sul. Nesta data, um grande movimento armado ganhou as ruas da Capital e do Interior contra o governo de Getúlio Vargas e por uma nova Constituição. Estiveram presentes na solenidade o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o p re f e i t o G i l b e r t o K a s s a b (DEM), o senador Romeu Tuma (DEM), secretários estaduais e representantes das três Forças Armadas. O evento começou por volta das 9h e foi até as 12h. Houve o tradicional desfile com homens das polícias Militar e Civil, da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e veteranos de 32, além da participação de grupos de escoteiros e representantes da sociedade civil. A solenidade também marcou o sepultamento simbólico de sete combatentes da Revolução (num total 624 combatentes mortos pelo lado paulista). Ao som de “Oração ante a última trincheira”, de autoria do poeta Guilherme de Almeida, os restos mortais dos sete ex-combatentes (que estavam em cemitérios de cidades do Interior) foram transferidos para o interior do Obelisco, próximos ao Monumento ao Herói Jacente, escultura que guarda o túmulo dos estudantes Euclides Miragaia, Mario Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza, e Antonio Américo de Camargo Andrade. Os quatro foram mortos durante um protesto na praça da República, em maio de 1932, e seus nomes deram origem ao movimento MMDC (referência às iniciais de Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo). A transmissão do simbólico cargo de comandante do Exército Constitucionalista foi outro destaque da celebração. O posto passou do veterano Egberto Maia Luz, 90 anos, para o ex-soldado, Oswaldo Diana, 98 anos, o mais antigo ex-combatente vivo da Revolução Constitucionalista. Diana era só alegria. “Em poucos minutos eu passei de soldado a comandante. Nem acredito”, disse. No desfile em carro aberto, o agora comandante Oswaldo Diana chorou. “O homem é valente na trincheira, mas é fraco em momentos como esse”, afirmou. Homenagem - Houve também a entrega das 40 medalhas a pessoas ou entidades que defendem os ideais democráticos do Movimento Constitucionalista. Entre os homenageados por Serra, Kassab, o presidente

Biblioteca da Associação Comercial reúne raridades sobre a Revolução de 32 Fotos de Paulo Pampolin/Hype

Fernando Vieira

A O ex-soldado Oswaldo Diana, 98 anos (à direita): novo comandante

Luiz Morelli, de 93 anos, mostra foto sua, da época em que combateu

Desfile relembra a luta dos paulistas pela democracia na Revolução de 32

da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e o deputado estadual Vaz de Lima (PSDB) estavam Gianbattista Serra e Alfredo Bruno Junior, ambos representantes da Associação Comercial de São Paulo no desfile. A ACSP foi uma das entidades lembradas pelo seu importante papel na Revolução. Na época, a Associação liderou o movimento paulista intitulado “Ouro para o Bem de São Paulo”. A população era convocada a contribuir com jóias e metais preciosos para o financiamento da tropa paulista (leia box ao lado). Em troca, o doador recebia um anel com os dizeres “Dei Ouro para o Bem de São Paulo” ou um certificado com a mesma frase. Ao fim do evento cívico paulista, a população presente ao desfile gostou dos carros, tanques e também da lembrança da data. Bandeiras com as cores de

São Paulo e do Brasil estavam presentes em roupas ou faixas colocadas nas cabeças dos espectadores do evento. Um deles era Pedro Paulo Silveira, 43 anos, que acompanha o desfile desde 82, participa da solenidade e até criou uma comunidade no site de relacionamentos Orkut. “É uma pequena homenagem a esses patriotas”, disse. Vários veteranos também participaram da festa. Um deles, Luiz Morelli, de 93 anos, tinha 18 na época do combate. Orgulhoso, ele exibia fotos e documentos da época, como o seu alistamento como voluntário.

néis, medalhas, placas e barras de ouro e de prata, com brasões e certificados alusivos à Revolução Constitucionalista de 32. Essas são algumas das peças que compõem o acervo histórico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Embora, hoje, ainda estejam longe dos olhos do público, a proposta é reunir esse e outros materiais, com descrições do contexto da época que os envolveram, em um projeto de exposição temático-rotativa dentro da entidade, revela a coordenadora de serviços de informação e documentação da ACSP, Luciana da Costa Camargo Pereira. Ao longo dos últimos dez anos, um trabalho de garimpo em busca de elementos preciosos de memória vem sendo realizado na biblioteca da ACSP. Primeiro, chegaram os acervos fotográficos e documentos em papel, com inúmeras atas de reuniões que remontam à fundação da entidade, em 7 de dezembro de 1894. Depois, uma vasta coletânea de artigos de jornais foi digitalizada e arquivada. Entre essas publicações, estavam diversas notícias do “front de combate”, veiculadas na época da Revolução de 1932. Assim, teve início a compilação das relíquias históricas de 32. “Algo de interessante é que esse material traz o engajamento da ACSP no movimento, com foco no dia-a-dia das ações internas, determinando como a entidade iria deliberar e se posicionar diante dos acontecimentos”, conta Luciana. Ao acervo, somaram-se medalhas doadas pela família do ex-presidente da ACSP, Daniel Machado de Campos. Essas peças eram confeccionadas e distribuídas aos cidadãos e entidade que apoiaram o levante revolucionário paulista, como form a d e re c o n h e c i m e n t o . Além disso, anéis em latão, com o mesmo propósito das medalhas, com brasões e frases de honrarias gravadas, como “Dei ouro para o

Luciana: material mostra o engajamento da ACSP no movimento

Anel de advogado

Anel do alto comando

Placas recebidas pela ACSP...

... da Santa Casa de Misericórdia

Medalha e documentação

ria Metropolitana, ACSP e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, por seu engajamento no movimento. Segundo a assistente-administrativa da biblioteca, Regiane Prete, embora o acervo ainda não esteja exposto, é possível consultálo como fonte de pesquisa no local e, também, via intranet (nesse caso, apenas colaboradores). “Além das peças, há à disposição um consistente material informativo, com livros e revistas da época”, disse. Sem deixar de cuidar do passado, a coordenadora de serviços de informação e documentação da ACSP já olha e pensa no futuro. “A intenção é resgatar a rica história da entidade e suas participações político-sociais, para estruturar uma proposta viável de exposição ao público. Talvez não em caráter permanente, mas temático-rotativa, adequando o acervo variado ao tema pertinente do momento”, concluiu Luciana.

bem de São Paulo”, chegaram à biblioteca da ACSP Mas a principal peça hoje na biblioteca, referente ao movimento constitucionalista de 1932 é um conjunto formado por placa, certificado e duas barras, sendo uma de ouro e outra de prata que, depois de muitos anos desaparecido, foi incorporado ao acervo, em 2006. O material faz parte de uma série limitada, produzida em homenagem ao Museu Paulista, Cú-


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Nacional Tr i b u t o s Legislação Negócios

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

TRIBUNAL DA IGREJA EM SP RECEBE 300 AÇÕES AO ANO

Matrimônio marcado por crises exageradas de ciúmes é um forte candidato à anulação.

AUMENTA NÚMERO DE CASAIS QUE RECORREM AOS TRIBUNAIS ECLESIÁSTICOS PARA DISSOLVER CASAMENTO

NOVA CHANCE DE SUBIR AO ALTAR Paulo Pampolin/DIGNA IMAGEM/22/05/2007

Sílvia Pimentel

vontade dos dois. Para que tenha validade, é preciso que esta manifestação seja plenaque Deus uniu, o m e n t e c o n s c i e n t e e l i v re . homem não separa. Quando algo interfere nessa Muitos católicos se- vontade, diz-se que ocorreu víguem à risca esse cio do consentimento, o que preceito e, diante da possibili- poderá invalidá-lo", explica o dade de um segundo casamen- padre Gonçalves. Contaminação– São várias as to, buscam com fé a chance de subir mais uma vez ao altar. O condições que podem "contacaminho são os chamados Tri- minar" o consentimento. Um bunais Eclesiásticos, em que pa- matrimônio marcado por crises dres e advogados, seguindo as exageradas de ciúmes, manias regras seculares do Direito Ca- de dominação e perseguição, nônico, decidem pela nulidade por exemplo, é um forte candiou não do matrimônio. É assim dato à anulação. Da mesma forque funciona parte da Justiça es- ma, estão a embriaguez ou o uso pecializada da Igreja, cujos trâ- de substâncias químicas. "Há mites guardam alguma seme- inúmeros casos de pessoas que comparecem emlhança com o Pobriagados à cerider Judiciário mônia", afirma o aplicado pelos padre. homens de toga. Existem ainda Os Tribunais Entre os argumentos 12 impedimenEclesiásticos têm tos canônicos como função pro- mais utilizados que podem gerar mover a Justiça estavam a n o â m b i t o d a infidelidade e a união a n u l i d a d e d o matrimônio. EnIgreja, o que inclui motivada pela seus fiéis, bispos e gravidez indesejada. tre eles estão a impotência antesacerdotes. Além Alexandre Cunha, cedente e perpéd e a n a l i s a re m Unip tua, rapto, conjuprocessos envoljicídio (causar a vendo a validade morte do cônjuou não de um casamento, julgam delitos prati- ge para se casar com outro) e cados por padres e bispos e até parentesco (primos-irmãos), causas de beatificação e canoni- por exemplo. A preservação da virgindazação, como a que ocorreu com de antes do casamento, no paso Frei Galvão. Maioria – De acordo com o sado, tinha outro tratamento padre Antônio Robson Gon- no Código de Direito Canôniçalves, mestre em Direito Ca- co. Sua violação era a principal nônico pelo Instituto Pe. Dr. alegação masculina para pedir Giuseppe Benito Pegoraro e a nulidade do matrimônio. juiz do Tribunal Interdiocesa- Hoje, entretanto, de acordo no de São Paulo, que funciona com o padre Gonçalves, "se a na capital, a maioria das causas virgindade fosse condição sine que chega ao tribunal refere-se qua non, os casamentos seriam à nulidade do casamento. Por extremamente raros". O advogado criminalista ano, são protocolados 300 processos . "O número vem au- Alexandre Sanches Cunha, professor de Filomentando gradasofia do Direito tivamente. O na Unip, que enprincipal fator é tre 1994 e 2004 que muitos catóatuou como juiz licos desconhe- A preservação da no tribunal de 2ª ciam essa possi- virgindade já foi o instância, em bilidade", diz. principal motivo Campinas, lemO padre Robbra as alegações son ressalta que para justiticar o mais comuns não basta apenas pedido de nulidade apresentadas por i n g r e s s a r c o m do matrimônio. A casais que decidiuma ação. É pre- alegação não é mais r a m re c o r re r à ciso provar, com aceita. Justiça da Igreja documentos e padre Gonçalves na época: infidetestemunhas, lidade, imaturique o casamento dade do parceiro realmente foi nulo, ou seja, não ocorreu de fato para assumir o ônus do matriperante a Igreja. "Quando se mônio e união motivada pela declara que uma união é nula, gravidez indesejada. Um caso inusitado que significa dizer que, apesar de toda a aparência exterior, não acompanhou envolvia pedido existiu enquanto sacramen- de nulidade por causa de anomalia no órgão genital do mato", explica. Do ponto de vista religioso, a rido, o que dificultava o ato seessência do matrimônio está xual. "A imaturidade, entreno "sim", proferido publica- tanto, é o motivo mais apresenmente pelo casal. "O casamen- tado e onde se consegue obter to, então, é a manifestação da mais êxito", completa.

O

Católicos descobrem que a Justiça da Igreja pode colocar fim aos "laços indissolúveis do matrimônio", segundo o Direito Canônico Rafael Hupsel/LUZ

Problemas impedem migração É preciso provar, com documentos e testemunhas, que o casamento não ocorreu de fato perante a Igreja. padre Antônio Gonçalves

Lado a lado com a Justiça comum

A

Justiça da Igreja funciona de forma semelhante ao Poder Judiciário. Os processos são analisados em primeira e segunda instâncias. Quando há divergências, as ações são traduzidas para o latim e encaminhadas para a terceira instância, o Tribunal da Rota Romana, em Roma, na cidade Estado do Vaticano, uma espécie de Supremo Tribunal Federal da Igreja.

Na segunda instância, os processos são analisados por dois sacerdotes e um leigo, em geral um bacharel de Direito. O caso é acompanhado também pelo defensor do vínculo, uma espécie de promotor, cuja principal função é lutar pela não nulidade do matrimônio. A morosidade é outro ponto em comum com o Judiciário. "Para se chegar a uma conclusão, são exigidas muitas pro-

vas. A análise dos processos é bastante criteriosa, com o acompanhamento, se necessário, de psicólogos e psiquiatras", explica o advogado Alexandre Sanches Cunha. Segundo o padre Antonio Robson, a demora varia de tribunal para tribunal – em São Paulo, dificilmente ultrapassa um ano na primeira instância e seis meses, na segunda. Todos os processos são sigilosos.(SP)

A

o longo da semana passada, a primeira em que vigorou o Supersimples, de 293.208 micros e pequenas empresas que optaram pelo Supersimples, 262.787 apresentaram alguma pendência fiscal. Os dados são da Receita Federal. Essas empresas têm até do dia 31 de julho para quitar a dívida ou entrar em programas de parcelamento dos débitos. A data marca o fim do prazo para adesão ao Supersimples. Além das companhias que optaram pelo novo regime de tributação, cerca de 4,5 milhões poderiam entrar automaticamente no Supersimples – se não possuíssem dívidas tributárias - porque já estavam sendo tributadas pelo Simples Federal. Desse total, 3,2 milhão não puderam migrar de forma automática por possuírem pendências. Renato Carbonari Ibelli Nesta edição, um guia do Supersimples

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO

AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 09/2007 De conformidade com solicitação da Secretaria Municipal de Obras, faço público, para conhecimento dos interessados, que acha-se aberta, na Prefeitura deste Município, a Tomada de Preços nº. 09/2007, para Pavimentação Asfáltica da Estrada Paiol de Telha, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no item 5 deste Edital. Os envelopes dos licitantes, com a documentação e a proposta, deverão ser entregues no Departamento de Protocolo da Prefeitura do Município de São Pedro, sita à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, nesta cidade, impreterivelmente até às 11:00 horas, do dia 26 de julho de 2007. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 26 de julho de 2007, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, nesta cidade. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 05 de julho de 2007. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL N° 075/2007 Objeto: Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de preparo de alimentação escolar nas escolas de ensino fundamental e educação infantil. Data de processamento do pregão: 24/07/2007 às 08:30h, na sala de audiências da Comissão de Licitações, 2º andar do Paço Municipal.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 6 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Alimentos Nobre do Brasil Ltda. - Requerido: Serrana Papéis e Celulose S.A. - Rua Bernardo Wrona, 352 - 2ª Vara de Falências

Maior

Requerente: Labcentro Laboratório de Ótica Ltda. - Requerido: Ótica Amarela Ltda. ME - Alameda Lorena, 1.304 - Loja 04 - 2ª Vara de Falências

Requerente: BK Confecções Ltda. Requerido: Sand Work Ind. Com. Import. de Confecções Ltda. Rua Aralu, 95 - 2ª Vara de Falências

cobertura pelo menor preço

Requerente: Editora Jurídica da Bahia Ltda. - Requerido: VSG Distribuidora de Livros Ltda. Rua Cons. Ramalho, 571 - 1ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 10 de julho de 2007

Internacional

Não há condições para tropas internacionais na Faixa de Gaza Romano Prodi, premiê italiano

Ceerwan Aziz/Reuters

O Iraque já teme o caos do pós-guerra Reportagem do "New York Times" levanta discussões, na Casa Branca, sobre retirada gradual das tropas; líderes de Bagdá falam em guerra civil

L

íderes iraquianos advertiram ontem que uma eventual retirada antecipada das tropas norte-americanas pode levar o país a uma guerra civil sem precedentes. As declarações foram feitas depois que o New York Times publicou reportagem que mostra que cresce na Casa Branca o debate sobre uma retirada gradual das forças, em uma tentativa de George W. Bush não perder o pouco apoio que lhe resta

dos republicanos. "Isso poderia produzir uma guerra civil, a partição do país e uma guerra regional. Podemos ver o país em colapso", disse o ministro curdo do Exterior, Hoshiyar Zebari, ao ser questionado sobre o artigo. O jornal, citando autoridades do governo, disse que eles temem que os últimos pilares de apoio político entre republicanos do Senado à nova estratégia de Bush estejam "caindo ao seu redor". Mais de

Um país destruído: desde o início da guerra, em 2003, 3.606 soldados americanos e milhares de iraquianos morreram em combate no Iraque

330 soldados americanos foram mortos entre abril e junho, tornando o trimestre o mais letal desde a invasão, em março de 2003. Ao todo, 3.606 soldados americanos e milhares de iraquianos morreram. Autoridades iraquianas disseram que suas próprias forças de segurança não estão prontas e advertiram que uma retirada prematura de parte dos 157 mil norte-americanos pode produzir um vácuo. O Iraque vive atualmen-

te um dos momentos mais delicados do pós-guerra, com ondas de violência como a do último final de semana, que matou 250 pessoas. "Nós no Iraque acreditamos, não somente o governo, mas todos os partidos políticos, que a presença destas forças é necessária para prevenir o crescimento da violência e evitar que o país caia em uma guerra civil", disse Sadiq al-Rikabi, assessor do primeiroministro xiita Nuri al-Maliki.

O vice-presidente sunita Tareq al-Hashemi disse "que ficaria muito feliz de ver o último soldado americano saindo hoje. Mas o problema é: quem vai preencher o vácuo se estas forças saírem?". Eu digo não A Casa Branca se pronunciou dizendo que não tem nenhum plano de retirar soldados do Iraque. "Neste momento, não há nenhum debate sobre a retirada das forças", disse o porta-voz Tony Snow.

O governo elabora um relatório provisório a ser enviado ao Congresso até domingo sobre a estratégia de Bush pela qual ele enviou um contingente adicional de 28 mil soldados ao Iraque. Bush deve apresentar até 15 de setembro um relatório sobre o progresso de segurança e político no país. Mas o Senado já prepara para esta semana o que promete ser um duro debate sobre o futuro da guerra e o seu financiamento. (Reuters)

Abbas Moman/AFP

Soldados da Força de Segurança marcham durante treinamento no quartel-general da Autoridade Palestina, localizado na cidade de Ramallah

Israel pode libertar mais palestinos

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primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, criticou ontem a lista de 250 prisioneiros palestinos que Tel Aviv libertará em breve, em um ato de apoio ao governo de emergência de Mahmud Abbas em sua luta contra os militantes do Hamas. "Libertar os presos que já iam ser soltos em breve representa um insulto aos palestinos", afirmou o premiê israelense. Durante reunião com membros do partido Kadima, Olmert reafirmou seu compromisso de libertar um grande número de presos com longas penas de prisão e disse que isso contribuirá para obter a libertação dos soldados israelenses — capturados há um ano por milícias palestinas e pelo grupo xiita libanês Hezbollah. Uma comissão supervisionada pelo Ministério da Justiça elabora uma nova relação dos presos palestinos que serão libertados — nenhum deles pode ser acusado de homicídio. A lista será votada no domingo pelo gabinete israelense. Olmert e Abbas se reunirão

na próxima semana para discutir segurança e ajuda humanitária nos territórios palestinos. Israel fechou as passagens fronteiriças com a Faixa de Gaza, provocando o temor de uma crise de abastecimento. Suspensão A Agência das Nações Unidas para Assistência e Obras (Unrwa) suspendeu todas as obras civis que patrocina na região da Faixa de Gaza, apontando como causa a falta de material de construção decorrente do fechamento de um posto de fronteira por Israel. O governo israelense mantem o terminal de Karni, principal passagem comercial para a região, quase sempre fechado depois de o grupo islâmico Hamas ter assumido o controle do território no último mês, em um confronto que terminou com 100 mortos. A agência paga por centenas de obras realizadas na empobrecida Gaza. A Unrwa compra material de empresas israelenses e contrata, principalmente, empresas palestinas prestadoras de serviço. (Agências)

Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Ó RBITA

APELO

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utoridades religiosas do Paquistão fizeram um apelo aos militantes islâmicos entrincheirados na Mesquita Vermelha, em Islamabad, para que entreguem mortos e feridos, junto de mulheres e crianças. Desde a última semana, os confrontos entre policiais paquistaneses e centenas de estudantes e radicais islâmicos já deixaram um saldo de cerca de 30 mortos. (Agências) Após dois anos, a leoa Sabrina, em destaque, volta ao zoológico para brincar com seu irmão Sakher

Sabrina, a leoa, volta para casa

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epois do jornalista da BBC britânica Alan Johnston, libertado na última semana após ficar 114 dias nas mãos

da milícia Jihad Islâmica, a região da Faixa de Gaza presenciou ontem outro resgate, mais inusitado. A leoa Sabrina foi resgatada por militantes do grupo Hamas após ter sido roubada há dois anos do zoológico de Gaza. As condições em que ela volta para sua casa não são das melhores: Sabrina exibe

sinais de mau-trato, que incluem a falta de alguns dentes e presas, e está bastante desnutrida. Autoridades do parque informaram que a leoa foi explorada como atração pelos ladrões, que cobravam cinco shekels (cerca de R$ 2,50) para que as pessoas tirassem foto com o animal. (Agências)

CONDENAÇÃO

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uatro homens foram condenados por tentar realizar atentados a bomba contra o sistema de transporte público de Londres em 2005, em um plano fracassado que copiava o ataque ocorrido duas semanas antes, na mesma cidade, e no qual foram mortas 52 pessoas. Segundo a polícia, os réus são todos muçulmanos. (Reuters)


terça-feira, 10 de julho de 2007

Agronegócio Finanças Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PARTICIPAÇÃO NO BRASIL AINDA É BAIXA

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5,5

Newton Santos/Hype

por cento das receitas dos supermercados no ano passado vieram de itens de marcas próprias

Fotos: Divulgação/Pão de Açúcar

MARCA PRÓPRIA GANHA CADA VEZ MAIS ESPAÇO NAS PRATELEIRAS

Taeq é uma das marcas próprias do grupo Pão de Açúcar

Associação Paulista de Supermercados estima alta 5% superior à do segmento Fernanda Pressinott

O

segmento de marcas próprias cresce, ao ano, cerca de 5% mais que os supermercados. A estimativa é da Associação Paulista de Supermercados (Apas), com base nos dados dos últimos dois anos. Só em 2006, o segmento supermercadista teve alta de 7,86%. Segundo a entidade, a ampliação do leque de produtos é responsável pela alta. "Além disso, a melhora na qualidade e exposição dos itens ajuda na expansão do mercado", diz o vice-presidente comercial da Apas, Martinho Paiva Moreira. No ano passado, os produtos com logotipo de empresas foram responsáveis por 5,5% do faturamento dos supermercados no País. O grupo Pão de Açúcar não detalha o faturamento, mas o diretor de Marcas Próprias, Celso Ruggiero, admite que, no primeiro semestre deste

4,55

por cento das vendas do grupo Pão de Açúcar correspondem a produtos de marcas próprias. No Extra, percentual é de 5,2% ano, as vendas de produtos com algum logotipo do grupo cresceram "bem mais do que as vendas gerais" (que tiveram alta de 8% no período). No entanto, o executivo diz não acreditar que o mercado brasileiro chegue um dia ao tamanho do europeu. Lá, 28% das vendas dos supermercados correspondem a produtos com bandeira das empresas. Na Inglaterra, a participação chega a 47%. "Temos o perfil de

consumo mais parecido com o americano. Somos orientados para marcas tradicionais, de indústrias centenárias." Nos EUA, a venda de artigos com logotipo de supermercados chega a 15% do total comercializado. "Devemos chegar a esse número em cinco ou seis anos", afirma Ruggiero. Na bandeira Pão de Açúcar, o segmento de marcas próprias participa do faturamento com 4,55% do total. No Extra, esse número chega a 5,26%; no Sendas, a 5,06%; e no CompreBem, a 7,56%. "Não comercializamos todas as categorias de produtos. Nos subgrupos em que atuamos, a venda com marca própria chega a 8% do total." O grupo tem 482 itens com logotipo da rede. "Todos os nossos produtos têm excelente qualidade, mas no CompreBem eles são mais voltados para o baixo preço pela característica dos consumidores da rede (classe C e D)", diz. Nesse supermercado, o marketing dos produtos é feito

Melhora da qualidade ajuda na expansão, segundo Moreira, da Apas.

com muita degustação, porque "os consumidores não têm dinheiro para errar a compra". Ranking — Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os produtos mais vendidos são papel higiênico, com 11,7% do total comercializado com marcas próprias em 2006, biscoitos

(11,6%) e leite (9,5%). "As classes A e B já se acostumaram a comprar esses itens. As classes C e D estão aprendendo, começando com produtos descartáveis ou básicos para, depois, partir para os mais elaborados", afirma o coordenador pelo varejo do Comitê de Marcas Próprias da Abras,

Óleo de soja da marca Pão de Açúcar: em alta.

Marco Antonio Quintarelli. Nos próximos anos, de acordo com o coordenador, devem crescer as vendas de itens diet e light, de bazar e eletroportáteis. As empresas investem entre R$ 500 e R$ 1 milhão todos os anos na inovação desses produtos, diz Quintarelli.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

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Informática

VIRUS?

Não, é o simpático viral.

1 Você sabe o que é Home Broker? Maurício, na foto, sabe. E faz dinheiro sem sair de casa. Veja na 4.

Ana Maria Guariglia

Divulgação

Fátima Lourenço

pactos da digitalização das o c ê j á r e- mídias nos netra nsmi tiu gócios da proum "viral"? É paganda e do p r o v á v e l varejo. "Quem lideque sim. Os v i r a i s s ã o ra a revolução a q u e l e s e - no mundo dimails que consideramos inte- gital é o consuressantes, a ponto de repassá- midor. Ele está los para os amigos. Eles contêm muito à nossa algum apelo simpático, como frente", senteninduzir ao entretenimento, à re- c i o u o p r e s iflexão, ao riso. Não são vírus e dente da Ogilnão causarão problemas ao v y O n e computador, mas foram criados W o r d w i d e , para ganhar a simpatia do con- Brian Fetherssumidor e remeter o internauta, tonhaugh. Ele apresende forma amistosa, a uma marca tou, no evento ou a algum produto. O que diferencia, basica- realizado em mente, o viral de um simples e- m a i o e m S ã o mail marketing – como são Paulo, o resulchamadas as propagandas en- tado de um traviadas por e-mail – é que no balho que enprimeiro caso, a mensagem se c o m e n d o u à propaga por iniciativa de própria filha adolescente: quem a recebe. No mundo digitalizado, o r e l a t a r, n u m uso desse recurso é apenas diário, as míuma das novas formas de se re- dias que costulacionar com o potencial con- mava usar. O resultado sumidor, cliente que já pode decidir se quer ou não assistir a da tarefa mosRenato de Paula, diretor-geral da OgilvyOne Brasil, diz que o marketing viral é um movimento em ascensão. uma propaganda; que recebe tra o que muiconteúdos diversos pelo celu- tos pais observam entre os lar, em que também acessa a in- adolescentes brasileiros: eles ternet; que personaliza a sele- assistem televisão preferenção musical no seu iPod, para cialmente na tela do computacitar somente algumas possi- dor, pulando os comerciais, buscam jogos, DVDs e substibilidades. D es a f io s - Para profissio- tuíram o jornal impresso pelas nais de comunicação, fabri- notícias da internet. Além discantes e varejistas em geral, o so, os adolescentes não comgrande desafio é entender o pram sem fazer pesquisa (na impacto que a digitalização da internet, claro); têm exigência mídia trará aos seus negócios. maior por serviços ágeis (querem resolver tuNo Brasil, estido muito rapima-se que entre damente) e es2% e 3%, dos certão abertos à ca de R$ 40 bicus tomiza ção lhões investidos As novas gerações (selecionam sua em comunica- têm necessidade de própria música, ção em 2006, fo- integridade. Se você por exemplo). ram destinados cometeu um engano, "As novas geraàs ações na interções também net, impulsio- deve pedir desculpas. nando mudanBrian Fetherstonhaugh, querem particiças que ganham presidente da par e têm uma velocidade há OgilvyOne Wordwide. n e c e s s i d a d e grande de intecerca de três gridade. Se você anos. A comunicometeu um encação com o consumidor se tornou fragmenta- gano, deve pedir desculpas", recomenda o executivo. da, dizem os analistas. Soluções - Fetherstonhaugh "É um movimento em ascensão (da mídia digitalizada) e apresentou alguns exemplos que agora vai acontecer de for- bem-sucedidos do uso das míma mais acentuada", prevê o dias digitais. Caso da Lego, diretor-geral do Grupo Ogil- que convidou o consumidor a vyOne Brasil, também respon- participar, por meio do websisável pela a agência de comu- te, do desenho de um novo nicação na América Latina, Re- trem da marca. O produto final, com as sugestões incorponato de Paula. Repete-se, aqui, movimen- radas, segundo relatou Fetos que já causaram impactos therstonhaugh, vendeu 200% em mercados como Estados a mais, na comparação com o Unidos, Japão e alguns países produto médio. O executivo também relatou europeus e da Ásia. Nos Estados Unidos, segundo estudos algumas experiências de suda agência, 80% das mídias se- cesso realizadas pelas empresas Nestlé, Dove e Cisco. Marrão digitais até 2020. Embora não haja estimativas cas como Procter & Gamble, do gênero para o Brasil, de Pau- Pepsico, IBM e American Exla lembra que o País conta com press já se definiram por au33 milhões de internautas – 25 mentar os investimentos em milhões dos quais acessando a mídia digital. "Os líderes estão internet a partir da própria ca- fazendo isso", afirma. sa. "O País já tem massa crítica para isso. O brasileiro fica mais de 20 horas por mês online. É a as primeira posição no ranking como a j e V mundial", diz o executivo. sas empre lidam F u t ur o - Não é à toa que o eiras Brasil foi escolhido como sede brasil mundo do último "Verge – Digital com o pág. 6. Summit", evento que a Ogill. Na digita vyOne já realizou em mais de 15 países para discutir os im-

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eja, na última página, as dicas para fotografar as suas férias (na foto, um barco em Santos, SP).

Você trabalha com a impressora certa? Matricial, jato-de-tinta ou a laser? Veja, na página 6, qual o melhor tipo de impressora para a sua atividade.


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Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

Nobel e seu leque diversificado de produtos e serviços para assegurar a expansão

FRANQUEADORES QUEREM ABRIR CAPITAL

ONDA DE FUSÕES E AQUISIÇÕES AGITA SETOR DE FRANQUIAS

Fotos: Newton Santos/Hype

Associações e fusões também estão na pauta dos executivos das redes Fátima Lourenço

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franchising brasil e i ro e n t ro u e m uma fase acelerada de consolidação das operações, embalado por associações, fusões ou aquisições entre as redes. O processo ainda não é voraz, como o vivido pelo varejo de supermercados, instituições bancárias e shopping centers, mas já movimenta o comando de muitas redes e chama a atenção de investidores, muitos internacionais. Eles têm procurado consultores com trânsito pelo franchising, em busca das boas oportunidades no ramo. Especialistas como Marcelo Cherto, do Grupo Cherto, Marco Aurélio Militelli, da Militelli Business Consulting, e Kan Wakabayashi, da Cypress Associates, comentam que no período de um ano o mercado conhecerá o desfecho de muitos desses casos em negociação. "Nos próximos 12 meses acontecerão pelo menos cinco ou seis fusões. Tem muita gente olhando, esperando que alguém faça, para ver como será", prevê Cherto. No ano passado, ele criou uma área específica, dentro da consultoria que comanda, para atender a essa demanda. Fusões, associações e aquisições são os formatos que mais devem ocorrer, analisa. O que os franqueadores querem, na opinião de Militelli, é a abertura de capital. E como para isso é preciso ter porte, a atual fase de aproximação entre as redes funciona como uma preparação para esse longo processo. "No Brasil, em geral, as redes são pequenas; há muita lição de casa ainda para fazer". Influências – O movimento, novo para o franchising brasileiro, é comum nos Estados Unidos – maior mercado

de franquias no mundo. Lá, muitos grupos acomodam várias redes, como por exemplo o Yum! Brands, que congrega nomes como Pizza Hut, KFC e Taco Bell. O Grupo mexicano Alsea – considerado o maior operador de restaurantes da América Latina – também é um caso emblemático. Além de administrar muitas marcas, ele comanda uma empresa especializada em logística dedicada ao abastecimento na área de alimentação. No Brasil, as incursões do Alsea já datam de muitos anos. Em uma operação recente, a corporação passou para a brasileira Spo-

Nos próximos 12 meses acontecerão ao menos cinco fusões. Tem muita gente olhando, esperando que alguém faça, para ver como será. Marcelo Cherto leto a administração local da Domino's Pizza. Pioneirismo – O grupo Yum! Brands, por seu lado, entregou recentemente ao Bob's (da holding Brazilian Fast Food Corporation BFFC) o comando dos restaurantes locais da KFC – os atuais e as futuras lojas próprias ou franqueadas. A BFFC, com sede nos Estados Unidos, foi montada em 1996 por um grupo de investidores interessados em comprar o Bob's de um grupo holandês. Ela é uma empresa de capital aberto, com ações negociadas na Bolsa de Nova York desde 1996, e controlada, com 60% de participação, por dois grupos brasileiros. "O nome já revela a intenção de ser uma multimarca",

afirma o diretor de marketing, expansão e franquia, Flavio Maia. O primeiro passo, esclarece, era consolidar o Bob's, hoje com 555 pontosde-venda. Agora, o grupo parte para a internacionalização e expansão dos negócios. "A KFC é a primeira de algumas marcas que pretendemos ter em nosso portfólio", esclarece Maia. O segmento de alimentação é o principal interesse, pelo domínio no ramo e pelo ganho de escala que esses negócios podem acrescentar ao grupo. Bols a - A Livraria Nobel, rede de 170 franquias, trilha caminho semelhante com o objetivo de abrir capital dentro de dois ou três anos. Optou, no entanto, por somar marcas de diferentes segmentos. Sob comando de uma central (Fundo de Investimentos em Participações Franchising Ventures), a Nobel se alinhou às franquias Zastras (brinquedos), Centro Britânico ( i d i o m a s ) , C a m a rg o D i a s (imobiliária), Benedixt (decoração) e Café Donuts. As aquisições começaram há dois anos, e a reestruturação, com a incorporação das participações em um fundo, é recente, conta Milano. "Para o franqueado Nobel isso é muito bom. Agora, ele pode ser sócio do franqueador (Nobel) e também de novos franqueadores, ao comprar uma cota do fundo. E o investidor pode entrar sem que precise operar uma loja", comenta. No modelo de gestão e expansão adotado pela Nobel, os donos das redes acomodadas na Franchising Ventures foram mantidos como sócios. As redes, bem menores que a Nobel, passaram a usufruir de toda a estrutura já existente (como treinamentos para franqueados e equipes e negociações com shopping centers) e dão fôlego ao grupo, rateando despesas. O objetivo é adquirir novas marcas.

Agências dos Correios: indefinição Paulo Pampolin/Digna Imagem

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ara os 1.466 franqueados dos Correios, o ano de 2007 pode significar o fim de uma longa parceria com a marca. Os contratos da estatal com a rede franqueada vencem em 27 de novembro próximo e podem simplesmente não ser renovados, por força de questões legais que obrigam os órgãos públicos a realizar licitação para a contratação dos serviços. A solução seria a regularização da situação por meio de uma legislação específica, que desse formato definitivo às franquias públicas. Projeto de Lei com esse objetivo já foi elaborado no âmbito do Fórum Setorial do Franchising, instância que funciona no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e reúne representantes da iniciativa privada e governo. Na última plenária do Fórum, realizada no final de junho, durante a 16ª ABF

Milano da Nobel: rede optou por diversificar ofertas para crescer no concorrido segmento das franquias.

Microlins investe em educação continuada

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Microlins, hoje com 700 unidades e 16 anos de mercado, é outra entre as grandes marcas a se movimentar. A empresa aproveitou sua experiência no segmento educacional e estabeleceu parcerias em áreas distintas, mas com demandas associadas ao ensino. A marca nasceu como escola de informática, ampliou o leque de cursos com a criação de um centro de formação profissional e também constituiu uma holding (Fran Holding) para buscar expansão. Por meio dela, estabeleceu joint venture com a fábrica Embelezze e hoje também comanda uma rede de cursos na área de beleza, por meio do Instituto Embelezze, com 200 franquias e meta de chegar a 260 escolas até o final do ano, conforme o presidente das duas instituições, José Carlos Semenzato. A recente parceria entre a Microlins e o estilista Ricardo Almeida segue modelo semelhante – por enquanto testado em cinco escolas próprias de corte, costura e modelagem. Isso também vale para a socieda-

Divulgação

Semenzato: 260 escolas em 2007

de com a rede Number One, de idiomas, concretizada há cerca de seis meses. "É sempre uma sociedade onde cada parte entra com 50% e com seu knowhow", esclarece Semenzato. Outra marca que nasceu como escola de informática e ampliou sua atuação é a Bit Company. Há 14 anos no mercado, a empresa constituiu a holding Nova Rede, que hoje acomoda, além da Bit Company (136 unidades e oferta de dezenas de cursos), as marcas Multi Idio-

O efeito cascata

O Correios: fim de parceria?

Franchising Expo, em São Paulo, a presidente da Associação Brasileira de Empresas Prestadoras de Serviços Postais (Abrapost), Emily Yamashita, aproveitou para mostrar sua insatisfação com o tema, referindo-se à demora na tramitação do anteprojeto e à proximidade do término de vigência dos contratos. Para continuar parte da rede de agências da estatal,

os franqueados terão de disputá-las em licitação. Os Correios informam que o processo, com base na lei das concessões de serviços públicos, está em fase final de elaboração. A estatal informa, por meio de sua assessoria de imprensa, desconhecer qualquer projeto de lei para regulamentar a situação dos operadores das franquias de órgãos públicos. (FL)

s setores de alimentação e educação concentram muitos dos projetos em análise com vistas às fusões e aquisições no franchising, conta o sócio da Cypress Associates, Kan Wakabayashi. Os vários formatos de aproximação entre as redes devem ocorrer em efeito cascata. A venda da operação do McDonald's no Brasil e a presença de investidores na operação de compra foi, segundo ele, um grande catalisador para esse momento, "uma chancela do modelo brasileiro de franquia". A necessidade de consolidar operações, mais as condições econômicas internas favoráveis e a abundância de dinheiro no mercado mundial, analisa o consultor, só contribuíram para acelerar o processo. Quem já é forte, tende a ficar mais forte; e os menores podem ficar mais fracos. E Wakabayashi sentencia: "Ou procuram associar-se, ou vendem a operação." (FL)

mas (inglês e espanhol) e Clube do Empreeendedor (gestão de conhecimento), além da portuguesa CEFAD, que oferece cursos para massagistas. As parcerias estão estruturadas em sociedades. No caso dos portugueses, com a vantagem de a CEFAD abrir portas para a entrada da Bit Company em Portugal. "As análises mostram que a educação continuada é uma tendência. Tínhamos que manter a expansão no Brasil, mas também olhar o mundo", afirma a diretora e sócia da Bit Company, Cristina Franco. De olho nesse movimento do franchising mundial, a brasileira Qualittá, rede de lavanderias criada por Hermínio Coimbra, fundiu-se no ano passado com a norte-americana Quality Cleaners. Da operação, válida para o mercado brasileiro, nasceu a Quality Lavanderia, atualmente com 74 lojas e apoio de mais duas franquias que complementam a estrutura da rede: a Linha e Bainha e a Prima Clean. Novos investimentos estão em estudo, revela o diretor de expansão, José Wenceslau Ventura. (FL)

Tudo para crescer

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ara o franqueador, a lógica do movimento rumo à Bolsa ou às fusões, aquisições e associações é praticamente a mesma de todo o mercado. Busca-se robustez para crescer. No caso do franchising, no entanto, há motivos intrínsecos ao sistema. O dono de uma marca, por maior que seja sua rede de franquias, obtém receita das eventuais lojas próprias e dos royalties pagos pelos franqueados. No ramo de alimentação, por exemplo, se a rede for pequena, ele não conseguirá fazer frente aos concorrentes de grande porte. E se for grande já não terá muito como crescer e oferecer, também, opções de expansão a seus franqueados. As parcerias que eles têm implementado trazem o gás necessário para vôos mais ousados, otimizam os recursos disponíveis e proporcionam redução de custos e, de quebra, permitem que seus franqueados tenham opções de expansão. (FL)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

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Do professor para o computador Alunos da PUC-Campinas inventam uma caneta digital para substituir a lousa nas salas de aula Ricardo Lima/PUC-Campinas

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epois do Smart Board, a tela interativa que vem substituindo o giz e a lousa em algumas escolas, surge outra novidade para a sala de aula – a Youpi!, uma caneta digital criada por quatro alunos do segundo ano da Faculdade de Engenharia da Computação da PUC-Campinas. Por meio de sensores, a caneta digitaliza o que é escrito em qualquer superfície e envia a um computador – ou a um conjunto de computadores na sala de aula. "Por enquanto, o tema da aula será enviado a um computador e logo depois estará disponível aos alunos", explica o professor Carlos Miguel Tobar, orientador do projeto. "Mas estamos trabalhando para que a caneta mande o conteúdo simultaneamente aos computadores dos alunos." Imagine - Com o projeto, os alunos Édipo Aragão, Eric Ribeiro Mendes, Gabriel Couto e Paulo Balbino chegaram à semi-final da quinta edição do "Imagine Cup", o torneio de tecnologia da Microsoft, cujo

Os estudantes, com o professor Carlos Tobar(o segundo, da direita para a esquerda) com a Youpi!

tema foi "Imagine um mundo onde a tecnologia permita uma melhor educação para todos". O time da PUC, um das oito universidades brasileiras que participaram da semifinal, disputou com 200 outros grupos de estudantes. Ao todo, o

"Imagine Cup" teve sete mil inscritos de todas as universidades do mundo. A Youpi! identifica tanto a letra de mão, quanto a de forma, além de desenhos. "Ela pode ser utilizada em qualquer superfície e também

serve para desenhos em 3D", diz Gabriel Couto, um dos criadores da caneta. A Youpi! ainda está na fase de protótipo e deve ser aperfeiçoada. A PUC-Campinas estima que o preço da caneta não passará dos 120 dólares.

PHOTOIMAGEBRAZIL

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mercado brasileiro de câmeras digitais não pára de crescer. Segundo a empresa de pesquisas IDC, os consumidores brasileiros compraram 2,5 milhões de unidades em 2006, contra 1,5 milhão no ano anterior. Esse movimento faz com que a 15ª edição da PhotoImageBrazil, que será realizada de 7 a 10 de agosto no Centro de Exposições Imigrantes (SP), seja a maior de sua história. O evento já tem 115 expositores confirmados, mais de 300 marcas estarão representadas, trazendo aproximadamente 500 lançamentos. Os organizadores esperam romper a barreira dos

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30 mil visitantes. Promovido pela Alcânta Machado Feiras de Negócios, em parceria com a Reed Exhibitions, a Feira Internacional de Imagens, que ocorre dentro da PhotoImageBrazil, é o maior evento dedicado à indústria de fotografias e imagens da América Latina. Ela irá contar com os maiores expoentes de fotografias e imagens, como Samsung, Kodak, Fujifilm, Canon, HP, Panasonic, Sony, entre outros. E já estão abertas as inscrições para palestras e congressos da 15ª PhotoImageBrazil. Os temas abordarão negócios dirigidos ao varejo, atendendo

os setores de fotografia, vídeo, web design, comunicação visual, pré-impressão, impressão digital, tecnologia móvel e eletrônica de consumo. Entre os dias 7 e 9, ocorre o 33º Congresso Brasileiro do Seafesp (Sindicato das Empresas de Artes Fotográficas no Estado de São Paulo) e o 12º Congresso da PMAI/Brasil (Photo Marketing Association International), das 8h30 às 13h30. Também estão abertas as inscrições para Workshops Image & 2º Fórum de Impressão Digital. O evento também é da Alcântara Machado. Inscrições e informações: www.photoimagebrazil.com.br

uer se divertir? Entre em http://www.youtub e.com/watch?v=4ZwJZNAU-hE&mode=related&search. O filme mostra o trabalho de um helpdesk na Idade Média.

É preciso capacitar a área de TI

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m estudo da IDC, financiado pela Symantec, conclui que existe uma forte relação entre capacitação da equipe, aprimoramento em indicadores-chave de desempenho e alocação de recursos em uma organização de TI. O estudo aponta que equipes capacitadas em TI direcionam mais tempo para

atividades de alto valor, que ajudam as organizações a gerenciar melhor os riscos de TI, incluindo segurança, disponibilidade, desempenho e cumprimento, resultando em economia de tempo e dinheiro e maior produtividade. "Muitas organizações de TI implantam tecnologia sem saber como usá-la de forma

eficaz, o que resulta em perda significativa de tempo e dinheiro", diz Cushing Anderson, diretor da IDC. "Com o treinamento apropriado, as organizações de TI podem aprimorar sua base de conhecimento e capacitação, ficando mais preparadas para gerenciar e minimizar riscos, o que ajuda no sucesso dos negócios."

Anotou, vai tudo pra memória.

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ubstituir o papel por um bloco de notas eletrônico pode ser uma boa e segura opção. O tablet G-Note 7000, da Genius, é ótimo para estudantes, equipes de vendas, hospitais ou corretores de seguro, que podem digitalizar as anotações, desenhos e rascunhos. Todas as informações são anotadas em papel com uma caneta digital e tudo o que o usuário escrever é salvo na memória

Divu

lgaç

ão

G-Note 7000, da Genius: anotações são digitalizadas e armazenadas na memória.

A criação dos alunos da PUC-Campinas pode decretar o fim da lousa nas salas de aula

UM POUCO DE TUDO PARA SUA INFORMAÇÃO

do bloco eletrônico. A memória de 32 MB do G-Note é capaz de guardar mais de 100 páginas. Além de salvar as informações, o bloco de notas eletrônico embute um gerenciador de arquivos para a busca de documentos específicos. Depois, os dados são transferidos para o computador, via cabo USB (é preciso de um software específico). É distribuído no Brasil pela SND e custa R$ 699. Informações : www.snd.com.br. B.0

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ma novidade para enólogos ou simplesmente aqueles que gostam de apreciar bons vinhos. A Tocave (www.tocave.com.br), fabricante de adegas climatizadas, acaba de lançar um software para controlar os vinhos armazenados. Quem gosta do assunto deseja ter, além do produto bem acondicionado, todas as informações catalogadas. Assim, o programa visa proporcionar organização e conforto. O usuário pode dar nome à sua adega, registrar onde está localizada cada garrafa, qual o tipo de uva utilizada, a safra, a vinícola de origem, entre outras informações complementares. Além disso, é possível montar uma espécie de diário, descrevendo quando determinado vinho foi consumido, quem o degustou, com quais pratos ele foi harmonizado etc. O software acompanha gratuitamente a linha de adegas fabricada pela empresa, que vão de 6 garrafas até 72, todas com qualidade internacional.

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Games Imagem E mais Investimento

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gora, será possível comprar e pagar refrigerantes, sucos, chás e energéticos em máquinas vending machines da Coca-Cola, usando o celular. Quem traz a novidade para o Brasil é a Refrigerantes Minas Gerais (Remil), fabricante dos produtos CocaCola no Estado, em parceria com a Coca-Cola Company, M-Pay (Mobile Payment System), Telemig Celular e Visa. O projeto-piloto *2653 que significa Coke, se digitado no celular – acaba de ser lançado em Belo Horizonte e fica em funcionamento experimental durante 60 dias, em 15 pontos de venda. A operação de compra pode ser realizada por meio de qualquer operadora de celular e o valor, debitado pelo cartão de crédito Visa. Entretanto, o número *2653 é exclusivo da Telemig Celular. Para as demais, é preciso discar o número (31) 9933-3333.

EU NAVEGO Além de regente titular da Orquestra Jazz Sinfônica, o maestro Maurício Galindo, é enólogo, navega e recomenda o site www.artedovinho.com.br.

Sergio Kulpas sergiokulpas@gmail.com

O varejo se prepara para o "nativo-digital"

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urante o evento 'Retail Solutions 2007', que ocorreu em junho em Birmingham (Inglaterra), uma importante tendência se confirmou: a aplicação de tecnologia pelo varejo está cada vez mais focada no conforto e na praticidade para o consumidor, e não tanto para a economia de custos. Segundo a consultora Sarah Kellett, o varejo entrou em uma era "cliente-cêntrica". As novas tecnologias no mercado foram pensadas para aumentar o conforto e o controle na mão do cliente. O parceiro comercial da Fujistu Services na Europa, Mark Dorgan, diz que os clientes modernos estão exigindo cada vez mais tecnologia "multicanal" que atenda suas necessidades. Essas tecnologias oferecem mais interatividade e mais opções de seleção para o consumidor na hora da compra. Segundo o analista John Davison, da consultoria Gartner, as lojas devem se preparar agora para atender o cliente "nativo digital" dentro de alguns anos. O "nativo digital" é o consumidor que cresceu cercado de tecnologias e facilidades digitais. Davison avisa as empresas de varejo que elas devem planejar com muito cuidado essa transição. Segundo ele, há casos onde o cliente encontra um problema em uma das tecnologias da loja e não volta mais a consumir naquele estabelecimento, mesmo que as outras tecnologias funcionem bem, assim como o atendimento de uma forma geral. Entre as tecnologias apresentadas na Retail Solutions 2007 estavam exemplos da nova geração de sistemas de informação para o cliente. Telas de cristal líquido posicionadas em pontos estratégicos dos corredores e gôndolas anunciam os produtos, falam de suas qualidades e dão até dicas de preparo. As novas telas apresentam uma alta resolução e as imagens em mo-

vimento criam um impacto muito grande. Elas podem ser usadas em promoções e campanhas, muitas vezes em parceria com os fornecedores, reduzindo custos. Bill Waterson, diretor do setor de varejo da Fujitsu Services, disse que os preços dessas telas têm caído consistentemente nos últimos anos, e sua aplicação em corredores e gôndolas se tornou menos proibitiva. Por outro lado, a aceitação por parte dos consumidores está em alta – em muitos casos, o cliente espera encontrar essa tecnologia nas lojas, para ajudá-lo. Outra tecnologia em ascensão são os quiosques eletrônicos usados para "individualizar a experiência de compra". Bill Waterson, da Fujitsu, chama essa tecnologia de "quiosque de fidelidade". O sistema pode ser ativado pela impressão da palma da mão ou digital do cliente. Depois da verificação biométrica, o sistema mostra promoções gerais e personalizadas na loja, e indica quantos pontos o cliente acumulou para obter descontos em sua compra. O aparelho pode então imprimir cupons para uso imediato, ou ainda (de modo mais sofisticado) enviar as promoções para o celular do cliente. As possibilidades com o celular são bastante amplas: o quiosque pode enviar promoções com detalhes sobre ingredientes, número de calorias, informações sobre o fab r i c a n t e e t c. Até os códigos de barra dos produtos podem ser enviados por celular, p a ra d a r d e scontos em cer-

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Quiosque de autoatendimento

tos itens. Quanto mais o cliente usar a tecnologia, maior será sua relação com a loja e maiores serão seus pontos de desconto. Outro destaque do evento Retail Solutions 2007 foram as soluções de pagamento "sem contato": cartões que não precisam de contato físico com o equipamento para efetuar uma transação. O Visa PayWave foi lançado na Europa pela operadora de cartões de crédito como uma solução que facilita a vida dos clientes em compras de baixo valor. Em grandes centros, as pessoas apressadas podem comprar o café da manhã e um jornal e efetuar o pagamento em segundos, bastando segurar o cartão diante da máquina. O sistema também é bastante útil em lojas de conveniência. A loja pode acelerar o movimento, reduzir as filas e aumentar o conforto do cliente. Segundo a pesquisa da Visa, os clientes que usam a tecnologia "contactless" tendem a gastar 22% a mais que os consumidores quem usam dinheiro. Já a Motorola apresentou um sistema de compra automatizada. O cliente usa um scanner portátil, ativado por seu cartão pessoal de fidelidade. Com o registro, o cliente pode passear pela loja sem precisar usar um carrinho, apenas escaneando os códigos de barras dos produtos desejados. Quando terminar, basta ir ao caixa e pagar, enquanto as compras são empacotadas ou então preparadas para entrega. Essas tecnologias voltadas para o conforto do consumidor não são exatamente baratas, nem foram desenvolvidas especificamente para economizar custos nas lojas. Mas atendem a crescente demanda dos clientes por uma experiência de compra agradável, prática e rápida. E a geração de "nativos digitais" está se tornando adulta: nos próximos dez anos, terá vantagem a loja adaptada para esse novo consumidor.


terça-feira, 10 de julho de 2007

Investimento Ser viço Game Imagem

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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JUNTO COM O FILME, HARRY POTTER ESTRÉIA NO PC.

O game apresenta boas imagens, recursos primorosos. E muitos desafios para a turma.

Harry Potter na telinha do PC Divulgação

O novo game da série chega simultaneamente ao filme no cinema Fábio Pellegrino

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ruxos de plantão preparem suas varinhas para mais uma aventura em Hogwarts. A Electronic Arts lançou o jogo para PC Harry Potter e a Ordem da Fênix, considerado o ano mais perigoso para o jovem bruxo. Desta vez, o jogador terá de ajudar o aprendiz a enfrentar grandes perigos, utilizando muita magia, em uma nova forma de aventura: agora os gamers aprendem bruxarias e as utilizam constantemente durante a partida. A história é uma adaptação do quinto livro da série, escrita por J.K.Rowling. Harry Potter (no cinema interpretado por Daniel Radcliffe) volta para Hogwarts para cursar seu quinto ano de estudos e descobre que grande parte da sua comunidade mágica não teve acesso à verdade sobre o seu recente encontro com o maligno Lorde Voldemort (Ralph Fiennes). Temendo que o venerável diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore (Michael Gambon), esteja mentindo sobre o retorno de Voldemort, e para enfraquecer a sua posição e tomar o seu emprego, o ministro da Magia designa uma nova professora de Defesa contra as Artes das Trevas - na verdade, mais para vigiar o diretor e os estudantes de Hogwarts do

que para ensiná-los. Contrariando as expectativas dos jovens bruxos, Dumbledore aceita a indicação, para evitar polêmicas, mas o curso de magia defensiva da professora Dolores Umbridge, aprovado pelo ministério, deixa os jovens magos lamentavelmente despreparados para se defender contra as forças das trevas, que ameaçam não só a eles, mas também toda a comunidade bruxa. O jogo - Na pele de Hermione, Rony e Harry, o jogador deverá se encarregar de resolver o problema. Em encontros secretos com um pequeno grupo de estudantes, que se autodenomina "A Armada de Dumbledore", é preciso que Harry os ensinem a se defender contra as Artes das Trevas, preparando os corajosos jovens bruxos para a extraordinária batalha que acontecerá cada vez mais cedo. Harry Potter e sua turma amadurecem assim como os jogos da série. Quem nunca quis fazer o feitiço "Reparo" ou mesmo levitar objetos com o "Vingardium Leviosa"? O grande diferencial desta versão deixa de ser aventuras simples para a possibilidade de viver e descobrir toda a magia de Hogwarts. Harry e seus amigos terão 12 feitiços para dominar, no entanto, não é uma tarefa tão complicada. Basta fazer gestos com sua varinha (utilizando o

sando de um ambiente para o outro, não há demoras de carregamento de imagens - o que normalmente irrita muito. Os efeitos de sonoros e a música colocam o jogador no clima. Como o game foi dublado em português, a diversão se torna mais rica - apesar de movimentos da boca não estarem bem sincronizados com o som. No geral, o jogo é muito divertido. Sua fórmula muda de forma inteligente as mesmices encontradas em games que se baseiam em filmes: há uma interação maior do jogador e de forma mais inteligente. Quem tiver interessado em experimentar um pouco da magia de Hogwarts está disponível uma demo em inglês para PC no site: http://largedownloads.ea.com/pub/dem o s / H a r r y P o t t e r / H P OOTP_PC_DD_DEMO.exe. O jogador pode explorar o castelo livremente, usando os feitiços aprendidos

mouse) para repeti-los. Uma "Lista de feitiços" lembra como deve ser o movimento caso o gamer se esqueça.

A qualidade gráfica é muito boa

Acessórios para turbinar sua máquina

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rio também vem com um senames para computador sor de vibração. cada vez mais sofistiPara os jogos em que cados têm oferecido aos o mouse é fundamenjogadores muito mais tal, a linha da Clone desafios à habilidatraz o Mouse Óptide e, em muitos caco X-Game (R$ sos, somente com a 83). O acessório é ajuda de acessóequipado com rios com caractet rê s b o t õ e s p arísticas especiais drões e mais três é possível vencer p rog r a má v e is , uma fase mais comOs novos acessórios além do centro plicada, derrotar o para games da Clone já do tipo scroll. Os Boss ou vencer adversáestão no mercado três botões de jorios numa corrida de carro. Divulgação gos laterais perA Clone selecionou algumas opções de periféricos que fa- com pedais e borboletas iguais mitem agilidade e personalirão o jogador se sentir em uma aos dos carros de F1, onde o jo- zação de funções dos jogos, verdadeira estação de jogos. gador tem o controle de acele- além configurar para utilizar na internet. O sensor ótico do Para os jogos de velocidade, a ração e de freio. empresa lançou o Volante Com um design moderno, mouse e seu modelo ergonôSport Racing Whell (R$ 117). 12 botões de disparo e 4 eixos, o mico garantem uma excelente Compatível com Playstation I Joypad Combat Fire (R$ 96) precisão dos movimentos e e II e PCs, o joystick tem uma para Playstation I e II e PCs au- acessos a manobras especiais, chave seletora, que permite a mentam a emoção dos jogos, características essenciais nos troca de uso a qualquer mo- combinados com as funções jogos de ação em primeira pesmento. O acessório é equipado Turbo, Star e Select. O acessó- soa ou de tiro. (FP)

VIOLÊNCIA U m novo tipo de violência na internet, conhecido pela expressão em inglês "griefer", está superando outras formas de agressão na web e nos jogos online. Diferentemente de ataques pela internet, que ocorrem via mensagens instantâneas e celulares, os griefers promovem atos de agressão, via jogos online, atacando ou atormentando outros jogadores nos games. Os mundo dos jogos online multiplayer tornou-se imensamente popular, com jogadores disputando em games como World of Warcraft, RuneScape e Everquest. "Os griefers fazem emboscadas contra suas vítimas e as atacam pelos jogos", disse a doutora Sally Black, professora assistente da área de serviços de saúde da Universidade

Saint Joseph, na Filadélfia. "Eles promovem sofrimento, humilhação e depreciação", acrescentou a pesquisadora. "Eu pessoalmente acredito que esses são jogos viciantes porque os jovens passam muitas horas por dia neles, colocando suas vidas basicamente em função de jogos, como World of Warcraft e Warhammer", disse Black. "Eles têm forte conteúdo de natureza violenta e muita sexualidade", acrescentou. A Associação Americana de Medicina anunciou no mês passado que muitos classificam o uso de videogames como um comportamento viciante. A entidade acabou minimizando a questão, mas pediu mais pesquisas sobre os efeitos dos videogames e do uso da Internet sobre as pessoas. (Reuters)

Os produtores do game recriaram em detalhes todas as locações de Hogwarts, usando os blueprints do filme, e o jogador pode explorar o c a s t e l o l i v remente, usando os feitiços aprendidos, recrutando alunos para a Armada de Dumbledore e participando dos principais eventos do filme.

Site da CNN está de cara nova Captura de tela

Mais interatividade

A

CNN International anuncia o relançamento de seu site (www.cnn.com), que já está no ar. A página pretende melhorar a experiência dos usuários ao agregar maior interatividade e acessibilidade. O CNN.com é um dos sites de notícias mais acessados no mundo.

Harry pode interagir com muitos itens espalhados pelo castelo para ganhar mais poder para suas magias (Pontos de Descoberta), são vasos quebrados para serem reparados, quadro para serem colocados no lugar certo, acender tochas entre outras descobertas. Às vezes, pode ser necessário conversar com os alunos, professores, fantasmas que circulam pelas dependências para obter informações importantes. Os retratos de Hogwarts também podem ajudar, com dicas de passagens secretas. Recursos - A qualidade gráfica é muito boa e mesmo pas-

SERVIÇO HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX já está no ar. Visite: Distribuição: Electronic Arts Telelefone: (11) 5506-0232 Configuração mínima requerida: Windows XP ou Vista, Processador 1.6 GHz, 256 de memória RAM, leitor de DVD de 8x, 4.5 GB de espaço livre, placa de vídeo de 32 MB e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0c. Idioma: totalmente em português Classificação: 12 anos Para mais informações: http://harrypotter.ea.com Preço sugerido: R$ 99,90


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Ser viço Game Imagem E mais

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

Equipamentos digitais são sensíveis às variações do clima, ao pó e à água: é preciso cuidado com eles.

FOTOS DE FÉRIAS DEVEM CONTAR UMA HISTÓRIA

Depois de relaxar, saiba como clicar suas

Ana Maria Guariglia

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raia ou campo? Não importa. Prepare as férias e saia em campo com sua câmera digital. Mas antes de sair de casa, coloque na bolsa os itens necessários para não ficar na mão na hora de fotografar: pilhas extras e recarregador (R$ 60, em média), tripé ou monopé para fotos noturnas (faixa de R$ 20 a R$ 50). Com relação aos cartões de memória, leve um extra para não ter que economizar fotos. Os de 512 MB armazenam cerca de 256 fotos de 4 Megapixels (MP) e 499 nos de 1 GB (gygabyte). Com 5 MP, os de 512 MB, aceitam 172 fotos, e os de 1 GB, cerca de 360 imagens. Os SD (Secure Digital Card) e os MMC (MultiMedia Card) de 512 MB saem por R$ 70; os de 1 GB, R$ 80; e de 2 GB, R$ 150. Tome cuidado com o gasto excessivo de energia da câmera. Procure não usar muito o monitor de cristal líquido. É um grande vilão da energia, sobretudo das câmeras que usam pilhas (recarregáveis ou não). O zoom óptico também exige uma carga elevada. Procure usá-lo somente quando necessário. Outra coisa que se deve evitar é a procura de funções no menu na hora foto. Leia bem o manual e memorize os tipos de exposição, foco etc. Não abuse mesmo usando baterias de lítio. Conte uma história - As fotos de viagem devem descrever as férias da forma mais completa, combinando as imagens para contar uma história passo a passo. Muitos viajantes fotografam símbolos e placas como lembretes e ficam bem melhor se tiverem pessoas no primeiro plano para criar perspectiva. Esse processo oferece a tridimensionalidade, dando a sensação da distância entre o motivo próximo, que pode ser uma ou mais pessoas, e o motivo distante. Qualquer objeto no primeiro plano é adequado para mostrar as dimensões de uma praia ou de um conjunto arquitetônico. No Brasil, estamos no inverno, em que a luz é dura, mas as paisagens ficam bem nessa época, principalmente na parte da manhã e no final da tarde. O sol do meio-dia é bom para revelar os contrastes entre os tons claros e escuros, originando sombras amplas. Mas o sol a pino também aplaina as formas e a perspectiva. No final da tarde, os objetos ficam mais nítidos e as cores e as sombras são quentes e ricas de contraste. Outra opção são as fotos na contraluz, criando silhuetas escuras no primeiro plano, demonstrando a distância dos objetos do segundo plano. É sempre bom esperar pela hora certa do dia e escolher com cuidado sua posição. A maioria das digitais compactas ou reflex possui o flash de preenchimento. Pode e deve ser usado para que as sombras mais amplas fiquem preenchidas, sem afetar demais a iluminação ambiente. O flash na posição automática pode ser bom, mas, às vezes, retira a autenticidade da foto, descolorindo e eliminando as cores verdadeiras e até criando reflexos. Portanto, estude a cena e tenha precaução ao usá-lo. O melhor é a luz natural, do nascer ao pôr do sol. Flash pode ser usado em interiores. A Microsoft tem o programa Photo Story (www.microsoft.com). O histórico de suas férias se transforma em um filme e você pode completá-lo com movimento, músicas e narração. Poderá também imprimir as imagens em livros com textos e legendas, utilizando o fotolivro, com o software D-Book.

´ FERIAS Fotos: Ana Maria Guariglia

Fotos: Divulgação

Nova safra da HP ecentemente, a HP lançou nove modelos de digitais, com destaque para o modelo R937, de 8 MP, cujo preço é de US$ 300. A tela de 2,5 polegadas é touch screen, com a regulagem feita com toques na tela. Com zoom óptico de 3X, o modelo R937 (US$ 200) também é de 8 MP e zoom óptico de 6X, com todos os quesitos das compactas atuais, incluindo sistema ante borrão. Deverá estar no mercado internacional neste mês. Informações: www.hp.com.

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Display móvel utra câmera anunciada foi a PowerShot S5 IS, da Canon, com o diferencial do display de 2,5 polegadas móvel, como se fosse uma filmadora, possibilitando mais comodidade para fotografar de qualquer ângulo. Possui 8 MP e zoom óptico de 12X, sapata para flash avulso, além dos recursos que hoje são tendência, como sistema anti-vibração e possibilidade de videoclipes. Preço: US$ 650.

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(www.usa.canon.com)

Impressão direta Mitsuca lançou o modelo DC7328BR, com resolução de 7 MP e zoom óptico de 3X. Ele traz a função de redimensionar as imagens e impressão direta, através da função PictBridge. Um dos seus atrativos é o display colorido de cristal líquido (LCD) de 3 polegadas, para melhor visualização das imagens. Sua memória interna é de 32 MB, que pode armazenar de 6 até 286 fotos, e permite a expansão com cartão de memória de 2 GB. Ele também grava vídeos com recursos de zoom. Preço sugerido: R$ 799,00.

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A melhor dica é usar a luz natural, do nascer ao pôr do sol, deixando o flash para interiores. Acessórios como tripés e maletas ajudam a tarefa.

Cuide bem de sua amiga

A

manutenção da digital é imprescindível para seu bom funcionamento. Em primeiro lugar, utilize sempre a bolsinha para sua proteção – as acolchoadas são muito boas para protegê-la, caso seja derrubada. Mesmo que esteja pendurada em seu pescoço, se houver tampa para a objetiva, use-a sem exceção ou desculpa. Para proteger o monitor de cristal líquido e a objetiva é necessário adquirir um kit de limpeza, como o Kit Fotográfico DC521 Digital Concepts, que vem em um estojo com porta-cartão e um conjunto de limpeza com cinco peças, como escova e assoprador de objetiva e líquido especial para limpeza da lente, e ainda nove protetores de tela (custa R$ 20 em www.comprafacil.com.br). Caso existam areia e partículas mínimas de sujeira, lim-

par a objetiva com uma flanela comum produz atritos. Como consequência, ocasionará arranhões e danos irreversíveis à lente, provocando ainda manchas e pontos escuros nas fotos. A limpeza preserva a aparência nova e brilhante da câmera. Limpe toda a superfície da câmera com um pano limpo, seco e macio. Use também o jato de ar, soprando suavemente, inclusive na parte externa do flash. Essa limpeza geral deve ser feita pelo menos uma vez por mês, mesmo que não use a câmera consecutivamente. Sol e chuva - As digitais não gostam de temperaturas muito altas ou muito baixas. Na praia ou no campo, cubra com uma toalha e a coloque na sombra. Pode ser inspirador fotografar paisagens com chuvas forte, mas se não tomar cuidado, vai acabar molhando o

equipamento e provavelmente ter problemas de funcionamento. Para preservá-la nessas ocasiões, envolva-a em um saco plástico resistente, fazendo um pequeno furo para a objetiva e fixando tudo com um elástico. É uma capinha de chuva bem legal. Atenção: não deixe nenhum produto químico, como loção bronzeadora, entrar em contato com a superfície da câmera. Se suspeitar que entrou água, desligue-a, retire as pilhas ou baterias e o cartão de memória, deixando que sequem por um mínimo de 24 horas. Não utilize soluções de limpeza (álcool e benzina) para qualquer tipo de limpeza, nem passe na objetiva e no visor papel para lentes de óculos, que costuma vir com produtos químicos. Isso pode riscar a lente. Os componentes da câmera são como os de um PC, e se deixarem de

funcionar, leve de imediato à assistência técnica. Energia - Por fim, cuide das pilhas e baterias, não deixando que fiquem expostas às temperaturas altas ou muito baixas. Também não as largue dentro do carro sob sol, que resultam em danos permanentes e até em explosões. Recarregue as pilhas antes ou depois de um longo período de armazenamento. Se não forem recarregadas, podem vazar e causar corrosão na câmera. De forma alguma misture pilhas velhas com novas ou as de tipos diferentes e não as jogue no lixo comum após o término de vida útil. Siga as instruções do fabricante quanto ao descarte das pilhas e outras orientações. Lembrete: se não usar a digital por muito tempo, guardea em local fresco e seco, longe de janelas, fontes de calor e locais úmidos. A.M.G

Uso profissional Fujifilm internacional lançou para estúdios e escritórios as impressoras digitais e profissionais ASK 2000 e ASK 4000. O objetivo é atingir os pequenos negócios que trabalham com fotos de casamento, por exemplo, que precisam obter cópias na hora. Podem ser acopladas aos notebooks e outros terminais de PC, utilizando a porta USB. Possuem embutidos programas que corrigem as tonalidades da pele. Podem também serem usadas em laboratórios e clínicas médicas, com soluções totalmente eletrônicas. Fazem impressões nos tamanhos 10 X 15 cm e 18 X 24 cm. Informações: www.fujifilm.com

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terça-feira, 10 de julho de 2007

Tr i b u t o s Nacional Moda Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Além das roupas tradicionais, costureiras fizeram roupas com materiais reciclados.

ADOLESCENTES DESENHAM AS PEÇAS

IDÉIA DA LOSAUL É OFERECER OPORTUNIDADE DE TRABALHO PARA MORADORES DA COMUNIDADE

JOVENS DE HELIÓPOLIS CRIAM GRIFE Fotos: Luludi/LUZ

Neide Martingo

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Amanda Jéssica vê novo caminho profissional

Daniela ganha pelo trabalho na grife de Heliópolis

Daspu deve crescer 30% neste ano

A

grife de roupas Daspu, do Rio de Janeiro, foi uma das pioneiras na defesa de causas sociais na moda. Criada há um ano e meio, a marca tem o objetivo de provocar um novo olhar da sociedade para a profissão de prostituta e reduzir o preconceito. O dinheiro arrecadado com a venda das roupas é revertido para projetos sociais. De acordo com o assessor de imprensa e secretário-executivo da organização não-governamental Da Vida, que coman-

da a Daspu, Flávio Lenz, as vendas das peças devem crescer 30% neste ano em relação ao resultado do ano passado. Ele dá algumas dicas aos criadores da grife Losaul, da comunidade de Heliópolis, na zona sul de São Paulo. "Profissionais especializados em moda e administração têm que estar envolvidos no projeto, para que os resultados possam aparecer mais rápido. Além disso, é preciso montar uma estrutura comercial", aconselha. Lenz afirma que os morado-

res de Heliópolis vão enfrentar menos preconceito do que os criadores da Daspu. "Convidamos alguns estilistas para participar voluntariamente da marca, desenhando alguns modelos de roupas, mas eles se negaram, porque a Daspu defende as prostitutas." De acordo com ele, uma boa forma de vender e alcançar comerciantes de todo o País é deixar as peças disponíveis na internet. "Os pedidos de varejo são atendidos só pelo site", afirma Lenz. (NM)

riar oportunidades de trabalho na região em que as pessoas vivem. Essa é a idéia da comunidade de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, que quer promover o progresso local para que os moradores não precisem "viajar" todos os dias para ganhar a vida e voltar só para dormir. Uma das mais recentes iniciativas é a criação da grife de roupas Losaul. As peças são idealizadas, feitas e vendidas pelos próprios jovens da comunidade. "O nome significa sol e lua, só que escrito ao contrário. O movimento em Heliópolis ocorre durante 24 horas, e a grife representa o espírito da comunidade", afirma a coordenadora da Escola de Moda Jovem, Tatiane Bernardino. É nesse lugar que são formados os 20 meninos e meninas que estão à frente do projeto, que tem apoio da União de Núcleos, Associações e Sociedades de Moradores de Heliópolis e São João Clímaco (Unas) e da organização nãogovernamental Ação Caminhando Juntos (ACJ). "Os meninos e meninas têm entre 16 e 22 anos. Eles vão aprender uma profissão e desenvolver um trabalho no lugar onde nasceram. É uma forma de geração de renda para os adolescentes", afirma Tatiane. Hoje moram em Heliópolis aproximadamente 125 mil pessoas.

Costureiras na produção de peças da Losaul: mão-de-obra local.

A Losaul foi lançada no último sábado. A coleção de estréia tem batas e camisetas com cores fortes. Além do desfile das peças, com modelos que moram na comunidade, houve exposição de roupas feitas com material reciclado pelas costureiras formadas pela Unas. "São os moradores de Heliópolis fazendo moda para os moradores de Heliópolis. Esse é o passo inicial: conquistar quem vive na comunidade, depois alcançar os consumidores em São Paulo e no Brasil", diz Marcos Jerônimo, estilista e consultor da Unas. Os jovens estão envolvidos em todas as etapas de preparação da grife. Eles ganham bolsa de R$ 90 todo mês. Amanda Jéssica dos Santos, de 17 anos, e Daniela Luisa Raimundo são modelos da marca. Para elas, que nasceram na comunidade, a moda representa um novo caminho profissional.

Alessandra Lemos da Silva, de 17 anos, desenhou, cortou as peças e desfilou. Ela se inspira nos desfiles de moda norte-americanos para criar. "Eu queria ser veterinária. Depois de participar do projeto, decidi que vou cursar uma faculdade de moda. Meu sonho é ser estilista ou empresária." Suelen Dias de Souza, de 18 anos, sempre quis ser modelo. Ela se inscreveu em agências, mas não conseguiu seguir carreira. Agora, as pretensões da jovem vão além. Suelen quer aprender a desenhar roupas e costurar. "Daqui a dez anos me imagino viajando pelo mundo, desenhando roupas." O comerciante que se interessar em vender as peças da Losaul pode entrar em contato com a Unas pelo e-mail u n as s @ uo l . c om . b r. O site é w w w. u n a s . o rg. b r . As roupas da grife são feitas à medida que entram os pedidos.


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO AGORA, SUPERÁVITS MENORES

S

G No segundo

semestre, o saldo da balança deve ficar abaixo dos US$ 26,9 bi de 2006. ra surpresa da maioria dos analistas. No confronto com o primeiro trimestre de 2006, nota-se contribuição equilibrada dos dois efeitos no caso das exportações, com ligeira vantagem para as quantidades físicas embarcadas. Parte deste aumento, entretanto, deve-se à base de comparação deprimida, uma vez que greve da Receita Federal afetou negativamente o escoamento dos produtos brasileiros para o exterior no segundo trimestre do ano passado. No caso das importações, praticamente todo o dinamismo atual é devido à expansão das quantidades (as importações foram menos afetadas pela referida paralisação). No primeiro semestre de 2007, marcou-se novo crescimento dos termos de troca da economia brasileira, uma vez que os preços de exportações registraram expansão

mais acentuada vis-à-vis o das importações. O comportamento dos agregados de exportação e importação sinaliza estreitamento dos superávits comerciais daqui para frente. Outra razão para vislumbrar superávits menores no horizonte previsível diz respeito ao comportamento recente do índice de relações de trocas. De fato, em que pese os preços médios de exportação continuarem subindo, favorecidos pela alta das commodities agrícolas (particularmente soja, milho e trigo) e metálicas, os termos de troca completaram em maio o segundo mês consecutivo de queda, devido ao crescimento mais intenso dos preços de importação. O crescimento destes preços chamou atenção por ter sido generalizado entre as diversas categorias de uso de importações e pode significar um maior efeito da expansão da demanda mundial também sobre os preços dos bens adquiridos do exterior. ois fatores contribuirão para estreitar os superávits comerciais no segundo semestre de 2007. Em primeiro lugar, a tendência de crescimento acelerado do quantum importado, ao mesmo tempo em que as quantidades exportadas tendem a manter baixo dinamismo. Em segundo lugar, é possível que o comportamento do índice de relações de trocas se mostre menos favorável daqui para frente, devido ao aumento de preços das importações. A redução do superávit comercial que se espera para 2007 frente a 2006 (US$ 43,2 bilhões frente a 46,4 bilhões, respectivamente) se concentrará no segundo semestre deste ano, quando a balança comercial deverá registrar saldo positivo de US$ US$ 24,5 bilhões, abaixo dos US$ 26,9 bilhões observados na segunda metade do ano passado.

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TRECHOS DO COMENTÁRIO

JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus

egundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, em junho o superávit comercial foi de US$ 3,8 bilhões, resultado de exportações de 13,1 bilhões e importações de US$ 9,3 bilhões. No período janeiro a junho de 2007, o superávit comercial atingiu US$ 20,7 bilhões, ligeiramente maior do que o obtido no mesmo período de 2006, de US$ 19,5 bilhões. Na comparação com o primeiro semestre do ano passado, as exportações aumentaram quase 20% e as importações 26,3%. Portanto, o bom desempenho das receitas de exportações possibilitou não só a aceleração do crescimento das importações, com leve ampliação do superávit comercial, pa-

ROBERTO FENDT

C

om base nos dados atualizados até 26 de junho (portanto, praticamente decorrido o semestre, ou 50% do ano), o governo federal gastou R$ 819 milhões dos R$ 29,3 bilhões autorizados no Orçamento para as despesas com investimento da União no exercício de 2007. Esse gasto corresponde a 2,8% da dotação autorizada para investimentos. Como é possível? Pois se decorreu 50% do ano, como só se gastou 2,8% dos recursos orçados para investimento? Será que o governo decidiu dar um arrocho neste primeiro ano do segundo mandato, para ajustar mais rapidamente a economia, eliminando o déficit nominal das contas públicas e abrindo espaço para uma queda mais acelerada das taxas de juros? Se assim for, chegaremos ao chamado grau de investimento muito mais rápido do que imaginávamos... Lamentavelmente trata-se de sonho de noite de verão, caro leitor. No mesmo período, gastou-se com Pessoal e Encargos Sociais R$ 49 bilhões dos R$ 128,1 bilhões orçados para pagamentos a seus servidores. O percentual dos gastos realizados relativamente ao orçado é de 38,2% – percentual razoável, tendo em vista que não se chegou ao final do mês de junho e a concentração maior de pagamentos com pessoal e encargos ocorre no segundo semestre do ano. O mesmo pode ser dito das demais categorias de despesas. As relativas a Juros e Encargos da Dívida resultaram em um percentual de 38,3% do total autorizado para o ano; as relativas a Outras Despesas Correntes, 35,1%; as correspondentes às Inversões Financeiras, 33,2%; finalmente, as realizadas com a Amortização da Dívida, 33,2%. O leitor atento terá observado que há algo errado com os investimentos. Pois se os gastos com todos os grandes agregados de despesas da União ficaram no período semestre 33% e 38% do total autorizado para o ano como um todo, por que as despesas com investimentos ficaram restritas no mesmo período a apenas 2,8% do total anual? Existiria alguma fatalidade gregoriana que impediria os investimentos de serem realizados no primeiro semestre? Se estaria

poupando dinheiro para gastar no final do ano, de forma a "dar uma mãozinha" aos afilhados políticos nos municípios, para que pudessem mostrar obras mais perto das eleições? Haveria outras motivações até agora insuspeitas? O que mais espanta em tudo isso é o fato de que, no início do ano, com toda pompa e circunstância, o governo anunciou o mais grandioso de todos os programas de investimento jamais visto na história desse país, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC ). Aplicações de recursos seriam feitas em praticamente todas as áreas, eliminando os gargalos (tanto físicos como de recursos) que bloqueiam o crescimento do país. Por que só foi aplicado um percentual ridículo do total previsto na lei orçamentária, proposta antes que se tivesse qualquer notícia do PAC? Estaria havendo sabotagem dos grandiosos planos de investimentos federais destinados a nos relançar no caminho do crescimento sustentado? A quem atribuir a responsabilidade, se esse fosse o caso?

S

eria fácil apontar que talvez o governo tenha paralisado os investimentos para reprogramá-los, em conformidade com o PAC. Dessa forma, se ficaria sem investir nada, com a infra-estrutura se deteriorando cada vez mais, até que os gastos pudessem ser reordenados de acordo com as novas diretrizes do programa. Outra hipótese é que o Ministério do Meio Ambiente, não satisfeito em impedir novos investimentos em geração de energia, tenha decidido que qualquer investimento afeta o meio ambiente – o que não deixa de ser verdade, já que o propósito dos investimentos é justamente mudar o meio ambiente para torná-lo mais amigável aos seres humanos. Para ser sincero, devo dizer ao leitor que não sei qual o motivo que impede que os gastos com investimento acompanhem o ritmo de crescimento das demais despesas do governo federal. Do jeito que as coisas caminham, não ocorrerá tão cedo qualquer aceleração no crescimento.

P or que a União investiu no início do ano apenas 2,8% do Orçamento?

ECONÔMICO DA

Cobertor curto para a dona de casa

A relação de troca ficará menos favorável

ELENO BEZERRA

Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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stá se tornando enjoativa a leitura das notícias emanadas no Senado Federal. A culpa é de um só membro do Senado. Tenho dito nesta coluna, mais de uma vez, que o Senado Federal foi a cúpula da representação política democrática do Brasil. Salientou-a o querido mestre Afonso de Taunay em seu livro O Senado do Império, cujas páginas não foram mais reproduzidas, a não ser ainda na Primeira República - por prevalecerem nos seus quadros os egressos do antigo regime. Hoje o Senado é outro, e já se fez amolecar, como estamos vendo nos episódios Renan e Roriz. Repito: já se tornou enjoativa a leitura das notícias do Senado, motivo porque solicito que se apresse a solução da crise que o atingiu e que ele volte à normalidade no funcionamento de uma Casa de tanta expressão na política nacional. Seria preciso fazer o levantamento das figuras que passaram pelo Senado para se confirmar o conceito em que deve ser tida aquela casa na representação política e na elaboração da legislação que rege os destinos da democracia brasileira. Lamentamos falo aqui no coletivo - que o Brasil veja o Senado como uma casa maculada de crises que a diminuem de valor no cenário político nacional.

Programa de desaceleração E do crescimento

MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES. COM.BR

Presidente Alencar Burti

O SENADO FEDERAL

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ona de casa pode ter aposentadoria. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a proposta de emenda à Constituição que estabelece em um salário mínimo (R$ 380) a aposentadoria de donas-de-casa que não tenham contribuído para o INSS. A proposta é válida para mulheres com mais de 60 anos que não possuam fonte de renda própria. Para ter direito é preciso que a dona de casa tenha se dedicado exclusivamente ao lar e não receba nenhum outro benefício, com exceção de pensão. Além disso, a renda familiar da mulher não pode passar de dois salários mínimos, ou R$ 760. É justa a aposentadoria para a dona de casa, aquela que trabalha e não é reconhecida, tanto que muitos maridos chegam a dizer de boca cheia: “Minha mulher não trabalha”, quando ela trabalha muito mais do que se estivesse empregada em uma empresa. Isso já acontece com o trabalhador rural. Acontece que a proposta prevê que haja uma contribuição sobre a folha de pagamento das empresas para sustentar o impacto financeiro do projeto. Aí é que está o nó da questão. Em sua essência, o projeto é justo. Mas o cobertor é curto para cobrir dois santos. A proposta só será válida se os senhores parlamentares encontrarem uma for-

ma de se cobrir este custo. Não é justo onerar ainda mais a folha de pagamento das empresas, que é alta, como todos reconhecemos. Não se pode cobrir um santo e descobrir o outro. Não é justo que as empresas sustentem o projeto, ainda que ele seja nobre. Isso porque com a contribuição sobre a folha de pagamento das empresas elas vão fechar seus postos de trabalho, aumentando ainda mais a legião de desempregados. As empresas não vão agüentar.

O

texto precisa passar ainda por uma comissão especial da Câmara e ser analisado em 40 sessões. É o tempo para que os senhores deputados encontrem forma de sustentar este projeto. Se for aprovada, a proposta seguirá para o Senado e, caso não sofra alterações, ela será enviada para sanção presidencial. Ainda dá tempo para os parlamentares encontrarem uma solução viável para este projeto socialmente justo, porque resgata um dos valores de nossa sociedade, a figura da dona de casa. ELENO BEZERRA, PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES METALÚRGICOS, DO SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE SÃO PAULO E VICE-PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL

A aposentadoria é justa. Mas não dá para onerar mais a folha de pagamento.

uma pena que isso aconteça, quando as jovens gerações estão tomando posição desencantados com o modelo em que nos inspiramos para erguer uma democracia instituída, respeitada e defendida por todas as gerações, que dela usufruam os benefícios e as grandezas que nela se encerram. O caso Renan será solucionado pelo próprio Senado, responsável que está pelos acontecimentos que ali se passam e que saberá cumprir o seu dever perante a Nação e perante a História, mostrando como se constrói uma nação, como é o caso do Brasil; uma nação evidentemente enferma, como já tenho escrito nesta coluna.

É

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Já se tornou

enjoativa a leitura das notícias do Senado. Solicito que se apresse a solução da crise que o atingiu.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

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Antonio Cruz/ABr

Política

Se ele (Renan) teimar em presidir, será um constrangimento absoluto para ele. Chico Alencar

Roosewelt Pinheiro/ABr

Rogério Cassimiro / Folha Imagem

Os controladores de vôo estavam em consciência situacional baixa no momento do acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy. Eduardo dos Santos Raulin coronel-aviador Vocês têm o direito de dar a interpretação aos fatos sobre o governo em relação ao caso Renan, eu o dever de desmentir. Walfrido dos Mares Guia, ministro

Tenho plena consciência de que dei uma contribuição para limitar a violência e mortes de tantos que hoje podem usufruir deste novo Brasil. Cabo Anselmo

Ed Ferreira/AE

Ninguém vai estabelecer prazo para país nenhum. Nem nós. Ninguém estabelece prazo para nós e nem nós estabelecemos prazo para ninguém. Dilma Rousseff, ministra

Renan Calheiros deixa prédio do Incor, após fazer uma visita ao senador Antônio Carlos Magalhães; PF fará nova perícia nos seus documentos.

Elza Fiúza/ABr

Há um grande desentendimento entre a Infraero, a Aeronáutica e a Anac em relação a todo esse caos vivido nos aeroportos brasileiros. Wanderley Macris (PSDB-SP), deputado

Há um desperdício enorme de dinheiro público no País que precisa ser enfrentado o mais rápido possível. Valmir Campelo, ministro do TCU

Alan Marques/Folha Imagem

O

relatório que pedia o arquivamento do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar, foi anulado ontem pelo Conselho de Ética da Casa. Assim, o caso voltou à estaca zero e um novo documento não tem prazo para ser apresentado. Segundo o presidente do Conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), um novo relatório será elaborado a partir da avaliação dos novos relatores, Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE). O trio de relatores encami-

O

presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), visitou ontem o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), que está internado há 20 dias no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, com problemas cardíacos e renais. Renan deixou o hospital por volta das 17h sem falar com jornalistas, mas, segundo sua assessoria de imprensa, ele teria dito que ACM "está

O foro privilegiado é, acima de tudo, o foro da impunidade. Não há julgamento. O foro é quase uma linha de defesa. Rodrigo Collaço, presidente da AMB

Não acho impossível o governo, que fiscaliza milhares de empresas e atividades econômicas complexas, avaliar o tamanho de uma campanha e o tanto que ela custa. Ricardo Berzoini (PT-SP), deputado

Um novo documento será elaborado a partir da avaliação dos três novos relatores do caso Renan. nhará hoje à Mesa do Senado o pedido para realização de perícia, pela Polícia Federal, nos documentos de defesa apresentados por Renan. A PF já olhou os documentos, mas apenas para atestar sua veracidade. Agora, a perícia vai investigar se o que os documentos mostram condiz com a relidade dos negócios e transações feitos pelo presidente do Senado. Os relatores também devem pedir hoje a Renan novos documentos para que sejam apreciados na nova perícia. "A perícia vai consumir cerca de 20 dias e, nesse período, vamos analisar, por exemplo, a evolução patrimonial (de Renan)",

disse Casagrande. Segundo ele, só depois de concluída a perícia é que será aberto prazo para Renan se defender, inclusive prestando depoimento ao Conselho de Ética. A partir do próximo dia 18, os parlamentares entram em recesso, e o processo contra o presidente do Senado entrará em compasso de espera até a volta dos trabalhos legislativos, em agosto. Tensão – A semana deverá ser pautada pela pressão dos partidos de oposição para que Renan não presida a sessão do Congresso para a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2008. A prerrogativa é de Renan (a

quem cabe exclusivamente convocar a sessão), mas sua condição de investigado incomoda uma parte significativa da Câmara dos Deputados. Pode haver até protestos. "Não ficaremos numa sessão presidida por Renan. Ele está sendo investigado e não tem condições de presidir a votação da LDO", disse o líder do PSDB na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio (SP). "É uma insensatez ele não abrir mão de presidir a sessão do Congresso. Se ele teimar em presidir, será um constrangimento absoluto para ele e mais desgaste para o Congresso", disse o líder do PSol na Câmara, Chico Alencar (RJ). (AOG)

ACM recebe visita de Renan no Incor bem" e "ansioso" para voltar às atividades no Congresso. Ainda de acordo com os assessores, Renan não chegou a visitar o senador Epitácio Cafeteira (PTB-AM), que está em fase de pré-operatório no Hospital Sírio Libanês, também em São Paulo, e que será operado hoje. Desde sua internação, no dia 13 de junho, ACM tem recebido visitas de vários políticos. No dia 21 de junho, o senador baiano recebeu o

governador de São Paulo, José Serra (PSDB). O exgovernador Luiz Antônio Fleury Filho e o senador Albérico Mascarenhas, exsecretário da Fazenda do governo de Paulo Souto, na Bahia, também visitaram ACM no mês passado. Essa é a quarta vez que ACM é internado este ano. A mais recente foi em final de maio, quando o senador passou mal no Senado, perdeu o controle das pernas

e caiu em frente a seu gabinete. Em 18 de abril, o senador foi mais uma vez ao Incor para realização de exames, apresentando insuficiência cardíaca congestiva descompensada, em decorrência de um infarto de extensa proporção, ocorrido em 1989. Em março, ACM passou oito dias no Incor, sendo quatro deles na UTI, para tratamento de pneumonia e disfunção renal. (Agências)

Iano Andrade / AE

Adriano Machado/AE

Lindomar Cruz/Agência Seando

Esta é para mim mais uma hora, entre as inúmeras que já vivi, em que devo tomar uma grande decisão... devo comunicar à Vossa Excelência e à Mesa do Senado a minha renúncia ao mandato de senador da República que o povo de Brasília me conferiu. Joaquim Roriz (PMD-DF), ex-senador

RELATÓRIO É ANULADO; CASO RECOMEÇA DO ZERO

Chega de ser pequeno, chega de ser o país do futuro. Chega de ser a esperança do mundo, chega de ser um monte de adjetivos que nunca se concretizaram. Agora vamos concretizar. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente

Suplente pode ir ao STF se for investigado

G

im Argello (PTB-DF), suplente do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) – que renunciou ao mandato na última quarta-feira –, negou rumores de que assumiria o cargo hoje e informou que a data da posse ainda não foi definida. Ele destacou, no entanto, que pretende tomar posse antes de 90 dias, prazo máximo fixado pelo regimento do Senado. Argello já contratou um advogado, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Corrêa, caso venha a ser investigado pelo Conselho de Ética no Senado. Se isso ocorrer, Corrêa se disse disposto a recorrer ao STF. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), antecipou que poderá abrir processo na corregedoria para investigar o sucessor de

Roriz. "Não teria sentido deixar passar em branco a mesma denúncia feita contra seu sucessor no cargo", afirmou. Gim Argello é acusado de irregularidades apuradas pela Polícia Civil na Operação Aquarela, a mesma que investiga o ex-governador do Distrito Federal, por conta de um cheque de R$ 2,2 milhões que o ex-senador recebeu do empresário Nenê Constantino. O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson (RJ), disse ter conversado com Argello e recomendado para que não assumisse a vaga de Roriz, para não servir de "cortina de fumaça" para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que responde a processo no Conselho. (Agências)

Argello teria sido orientado por Roberto Jefferson a não tomar posse


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - LOGO

Logo Logo

Ao tratar do aquecimento global, não há apenas uma solução. O biocombustível é um dos caminhos e temos que usar todas as tecnologias e todos os recursos existentes.

www.dcomercio.com.br/logo/

Do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, ontem, em Lisboa.

JULHO

José Manuel Ribeiro/Reuters

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10 Dia do Truco

P AN 2007 F UTEBOL

Show sem estrela?

A melhor seleção de todos os tempos A lendária seleção brasileira de 1970 foi escolhida como o melhor time de todos os tempos em uma enquete mundial conduzida pela revista World Soccer e divulgada ontem. De acordo com a revista, "o time brasileiro, que ganhou a Copa do Mundo de 1970 com grande estilo, tornou-se num mito, sendo o principal expoente do jogo bonito". O segundo melhor time é a Hungria de 1953, vice-campeã mundial de 1954. O terceiro lugar ficou com a Holanda, vice-campeã do mundo em 1974. Dentre os clubes, o primeiro a aparecer na lista é o Milan de 1989-90, que conquistou a Liga dos Campeões da Uefa. A equipe milanesa aparece na

quarta colocação, deixando para trás o Real Madrid entre os anos de 1956 a 60 ficou com a sexta colocação. Apesar de ter o melhor time de todos os tempos, o Brasil não conseguiu emplacar o melhor gol. Na enquete, o título ficou com o ponto marcado por Diego Armando Maradona, na vitória da Argentina por 2 a 1 sobre a Inglaterra, nas quartas-definal da Copa de 1986. Do meiocampo, Maradona fez fila, driblou o goleiro e chutou a bola para o gol vazio. A melhor partida do mundo foi a semifinal entre Itália e Alemanha, na Copa do Mundo de 1970. A partida, que teve prorrogação, terminou em 4 a 3 para a Itália.

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Sergei Karpukhin/Reuters

M ODA Modelo apresenta uma das criações da coleção de inverno do estilista russo Valentin Yudashkin, que buscou inspiração na moda européia do século 16.

C ULTURA Mario Anzuoni/Reuters

Daiane dos Santos admite que poderá ficar fora das competições no Rio Alexandre Cassiano/AOG

A

principal est re l a d a g inástica artística do Brasil, Daiane dos Santos, está decidida. Só vai competir nos Jogos Pan-Americanos, com início das provas no sábado, se estiver 100%. "Se eu estiver meia-boca, não dá para competir. Em uma competição como o Pan, não dá para estar mais ou menos", afirma a atleta. Depois da torção no tornozelo direito, sexta-feira, só ontem ela treinou os saltos e os piques que antecedem as acrobacias. O inchaço no pé de Daiane não existe mais e ela segue fa-

zendo fisioterapia, sessões de drenagem e massagem para acelerar a recuperação. "Já estou melhor. Sinto um pouco de dor. Claro que não está normal". A ginasta, que já foi a duas edições do Pan (Winnipeg/1999 e Santo

Domingo/2003) e soma três medalhas de bronze e uma de prata diz que, se não puder participar, ficará na torcida pelas companheiras de equipe. "Elas são boas e vão representar bem o País. Mas quero competir". Menos tranqüilo está Oleg Ostapenko, ucraniano e técnico de Daiane. "Estou preocupado. Se eu ouvir dela que tem condições de competir, ela vai competir. Mas com dor, é muito difícil. Não vou forçar. Ela tem experiência para decidir se está bem ou não. Confio na Daiane", afirma Ostapenko.

A NIMAIS Marcus Brandt/AFP

KNUT: CANSADO DA INVASÃO DE PRIVACIDADE?

R ELIGIÃO

Ele pode voltar, sugere a autora A autora da saga de Harry Potter, J. K Rowling, abriu ontem uma brecha de esperança para os milhões de fãs ao afirmar que nunca se pode dizer nunca ao retorno do aprendiz de bruxo. Às vésperas do aguardado lançamento do sétimo e último livro da série, ela fez a afirmação em um comunicado publicado pela editora Bloomsbury, em resposta à campanha iniciada na internet com o título "Salve Harry" que espera obter um milhão de assinaturas pedindo que a autora escreva novas aventuras do bruxo. Rowling antecipou que dois dos protagonistas morrem e muitos acreditam que um deles pode ser o próprio Harry. Enquanto isso, o ator que interpreta Harry no cinema, o britânico Daniel Radcliffe, se tornou o ator mais jovem a ser imortalizado por uma estátua de cera no museu Madame Tussauds, em Londres. Ontem, Daniel também deixou sua marca no Chinese Theater, em Hollywood [foto]. Mais Harry Potter em Informática

Bênçãos online direto da Terra Santa

M EIO AMBIENTE

Monitorando o aquecimento

RECOLHIMENTO - O urso Knut, verdadeira celebridade do mundo dos zoológicos depois de ter sobrevivido à rejeição da mãe e a intenção de alguns especialistas de sacrificá-lo, não será mais a estrela das apresentações públicas no zôo de Berlim. Yuriko Nakao/Reuters

Joseba Etxaburu/Reuters

www.mirezo.com

Divulgação

C A R T A Z

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CINEMA

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Hong Kong, Índia, México e Austrália. Segundo a tradição ortodoxa grega, a igreja de São Gabriel marca o ponto em que o anjo Gabriel apareceu para Maria anunciando que ela seria a mãe de Jesus, ao contrário da igreja católica, que afirma que isso teria acontecido perto dali, onde está a Basílica da Anunciação. A oração, contudo, não é gratuita. O serviço cobra US$ 10 por prece. Segundo os organizadores, é apenas para cobrir "custos operacionais", já que as preces são "gratuitas".

L

Fiéis do mundo todo podem agora ser abençoados diretamente do altar da igreja de São Gabriel, sem sair de casa, graças a um site na internet. A tecnologia, viabilizada pela webcam, permite que o fiel assista à cerimônia, receba a bênção e ainda encomende um hino em grego ortodoxo para ouvi-lo ecoando no interior do santuário de 250 anos. Desde que iniciou suas operações no dia 1º de maio, o site MiRezo já recebeu centenas de pedidos, 70% feitos por norte-americanos, mas também com origem em

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Quer saber como seus ouvidos, seus dentes, deu couro cabeludo realmente são? O microscópio Nandemo permite que você faça esta descoberta. Basta ligá-lo ao computador pela porta USB, apontar a lente para o local a ser explorado e observar as imagens na tela do computador. Custa cerca de US$ 100 e estará à venda a partir da próxima semana.

A neutralização da emissão de gás carbônico com o plantio de árvores é uma alternativa para reduzir o efeito estufa, causador do aquecimento global. O site Carbono Neutro possui uma ferramenta interativa por meio da qual é possível calcular a emissão de carbono de sua empresa, de suas atividades domésticas, de seu automóvel, e saber quantas árvores é necessário plantar para neutralizá-la. Para ajudar o meio ambiente, basta responder as perguntas do site e procurar um cantinho para plantar sua árvore.

www.raremonoshop.com

www.carbononeutro.com.br

CRESCIMENTO Pingüim-gentoo de 32 dias em Chicago. A espécie cresce rápido e atinge a idade adulta com 75 a 90 dias.

LUTA - Cavalos lutam durante a "Rapa das Bestas", evento tradicional da região da Galícia, na Espanha, no qual centenas de cavalos selvagens são tratados, adornados e exibidos ao público.

B RAZIL COM Z

Uma questão de quantidade O editorial do jornal espanhol El Mundo, de ontem, acusa a eleição das sete novas maravilhas do mundo – entre elas a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro - foi uma "farsa em escala global". "A explicação é bem simples: a eleição se deu por votos através da internet e de telefones celulares. O Brasil tem 188 milhões de habitantes, por isso existia um potencial de votantes muito maior que a Espanha ou a Grécia (que concorria com a Acrópole)". Os espanhóis ficaram "profundamente decepcionados" ao saber que o candidato do país, o monumental palácio muçulmano da Alhambra, na Andaluzia, não foi eleito. L OTERIAS Concurso 235 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

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Neutralizado emissões de CO2

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A descoberta de si mesmo

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F AVORITOS

Miguel Vidal/Reuters

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G @DGET DU JOUR

John Gress/Reuters

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Se Versalhes Falasse, de Sacha Guitry, abre hoje, às 18h, a mostra cinematográfica Versalhes - Da Monarquia à Revolução. Na Cinemateca Brasileira, Largo Senador Raul Cardoso, 207, tel.: 5084-2177. Ingresso: R$ 8.

ATAQUE - Um bezerro invade a arquibancada e avança sobre os espectadores no terceiro dia do festival de San Fermín, em Pamplona, na Espanha.

EXIBIÇÃO - Peixesapo nada em um dos tanques do Aquário Okinawa Churaumi, no Japão.

Para que o Brasil possa ter autonomia para mensurar o real impacto do aquecimento global na agricultura e em sua biodiversidade e conseguir negociar de igual para igual com as nações desenvolvidas metas de redução de emissão de gases que provocam o efeito estufa, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançará este ano uma licitação para a compra de um novo supercomputador para o Centro de Previsão do Tempo e Pesquisas Climáticas (CPTEC) e está criando uma área de pesquisa, chamada de "ciência do sistema terrestre e mudanças climáticas", para a qual deverão ser contratados 200 pesquisadores, engenheiros e técnicos. O supercomputador deve ser adquirido em 2008,

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

"O cinema está morto", anuncia, irônico, o cineasta britânico Peter Greenaway Bispos divulgam hoje documento de Aparecida, aprovado pelo papa Bento 16 EUA e Europa pressionam para que a ONU apresse a independência do Kosovo

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Imagem E mais Investimento Ser viço

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A maioria dos clientes do Home Broker concentra as aplicações nos negócios de maior liquidez

PARA APLICAR NA BOLSA, BASTA UM COMPUTADOR.

Aplique em ações. Pela web. Marcelo Correa

E sem sair de casa. A prática chamada Home Broker respondeu por mais de 27% do volume de negócios da Bolsa. Vanderlei Campos

C

em que o Home Broker facilita e reduz os custos das transações (que antes dependiam de um telefonema à corretora e a realização das ordens), a tecnologia é também uma ferramenta para massificar os serviços de consultoria e suporte, sem comprometer a personalização do atendimento. "A tecnologia permite que os relatórios sejam endereçados apenas àqueles que têm interesse num determinado setor: se o cliente tem ações de siderúrgicas e a área de pesquisas elabora um relatório sobre uma outra companhia do mesmo setor, é razoável supor que o cliente poderá ter interesse

nesse relatório. Assim, não precisamos mobilizar analistas a todos os clientes, mas só aos interessados em informações muito específicas", descreve. Ele lembra que a programação da Ágora TV, os fóruns de discussão e os relatórios são acessados por centenas de usuários simultaneamente, mas as informações são entregues de forma segmentada. Assim como ocorreu com Leibel, os clientes começam a investir logo que se cadastram no Home Broker da corretora. "Quando a decisão de se cadastrar é tomada, o investidor entra imediatamente no mercado", conta Horn.

FIM DA PAPELADA – A cena dos corretores gritando e atirando papéis no pregão da Bolsa de Valores não existe mais, desde que os negócios passaram a ser feitos online. Mas imagens de arquivo dos pregões ainda são vistas em alguns telejornais.

Primeira válvula para sinais de rádio

Primeiro transistor, da Bell Labs.

Transistor Top Hat, da Western Eletric.

Processador Intel P4004, o primeiro microprocessador da história.

Primeiro chip para CPU, o RCA 1802, era igual ao Intel .

1915

1947

1960

1969

1974

Chip Pentium Intel, com 3,3 milhões de transistores.

1993

CRESCE USO DA REDE

número de internautas residenciais brasileiros ativos, que se conectaram pelo menos uma vez em 30 dias, atingiu de 17,9 milhões de pessoas em maio, uma alta de 13,1% em comparação ao mês de abril. O estudo, realizado pela Ibope/NetRatings, aponta ainda que o total de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente (casa, trabalho, escolas, universidades e outros locais) é de 33,1 milhões. A pesquisa apurou ainda que o Brasil continua a ser o país com maior tempo médio de navegação residencial por internauta, com 22h43 por mês, o equivalente a um crescimento de 59 minutos em comparação a abril. Em relação aos assuntos que os internautas mais buscam na rede, as categorias com melhor desempenho por número de usuários, em maio, na comparação com abril, foram: "Casa e Moda", com crescimento de 24% (5,7

milhões de internautas); "Viagens e Turismo", com 20,5% de aumento (4,5 milhões de visitas); e "eCommerce", com crescimento de 17,2% (9,7 milhões de usuários únicos). Por tempo de uso, a categoria com destaque foi

"Telecom e Serviços de Internet", atingindo 5h29. Na comparação anual por número de usuários, as categorias que mais cresceram foram "Casa e Moda" (62% a mais de usuários em relação a maio de 2006), "Automotivo" (58,7%), "Viagens e Turismo" (49,4%), "Notícias e Informação" (45,4%) e "Entretenimento" (43,2%). Já um outro estudo diz que

o Brasil aparece em 49º lugar no mundo entre os países que oferecem acesso à informática e à internet, especialmente na educação. O País contabiliza atualmente 16 computadores para cada 100 habitantes, segundo o estudo Lápis, Borracha e Teclado – Tecnologia da Informação na Educação – Brasil e América Latina, divulgado pela Rede de RITLA (Informação Tecnológica Latino Americana), em parceria com o Ministério da Educação e o Instituto Sangari. A Suíça está em primeiro lugar, com 86 para cada grupo de 100. Entre os países da América Latina, a Costa Rica aparece à frente do Brasil, em 33º lugar, com 23 computadores para cada 100 habitantes. O Brasil, quanto à proporção de sua população total que em 2005 teve acesso à internet (17,2%), encontrase, na América Latina atrás de Chile (28,9%), Costa Rica (21,3%), Uruguai (20,6%) e Argentina (17,8%).

Itanium: 15 milhões de transistores.

Chip quântico, da Universidade de Michigan.

2000

2005

Pesquisa Sergio Kulpas

Da válvula ao chip quântico

Fale e ouça suas músicas nos novos Samsung

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epois de causarem impacto nas feiras internacionais de tecnologia CeBIT e 3GSM, na Europa, no primeiro trimestre do ano, finalmente estão desembarcando aqui os novos celulares multimídia da Samsung, dedicados aos consumidores que usam os telefones também como MP3 player. Um deles é o Ultra Music F300, com 9,4 mm de espessura e dupla face - duas telas de cristal líquido. Entre os diferenciais do F300 estão o amplificador digital da dinamarquesa Bang & Olufsen, navegação com teclas sensíveis ao toque e o recurso Quick PC Sync para a criação de biblioteca musical a partir do PC, e com a opção de uma lista customizada de arquivos. O celular tem conexão Bluetooth e câmera de 2 Mpixel, além de memória de 128 MB e cartão externo de 1 GB. Um fone de ouvido estéreo, cabo USB com CD de instalação, um cabo de saída de áudio para a conexão com caixas de som, fones de ouvido e rádios

característica é o visual, já que fechado ele tem o formato de um tocador musical. A interface musical fica aparente no display (como playlist), com equalizador e informações sobre as músicas. A parte frontal do X836 gira, mostrando o teclado e aumentando o tamanho do aparelho para permitir mais conforto na hora das chamadas. Ele armazena até 250 músicas na memória interna de 24 MB de memória interna, mas suporta cartão de 512 MB. Câmera de 1,3 Mpixel e Bluetooth também integram o X836, que vem nas cores branca, preta, azul e rosa. Preço de R$ 699. Fotos: Divulgação

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O economista carioca Maurício Leibel diz que dificilmente teria aplicações na Bolsa sem a internet: ele investe sem sair de casa. Maurício Lima/AFP

om o Ibovespa (índi- 80% dos clientes têm ticket méce da valorização dio entre R$ 5 mil e R$ 50 mil, média das ações em com negócios concentrados B o l s a d e Va l o re s ) nas ações de maior liquidez. "Ações do Top 5 (as 5 melhochegando a 21,7% em apenas um semestre, o mercado de res recomendações da Itaú ações é tentador para quem Corretora) estão entre as mais dispõe de alguma poupança. negociadas. No Top 5, procuApesar da formação de econo- ramos escolher as ações que esmista, o carioca Maurício Lei- tão em momentos favoráveis bel, de 30 anos, nunca tinha in- num horizonte de curto pravestido em ações até o início zo", explica Júlio Ziegelmann, deste ano, quando abriu uma diretor Bovespa pessoa física conta no Home Broker da cor- da Itaú Corretora Nos primeiretora Ágora ros três meses , Invest. "DificilLiebel obteve mente teria enre nta bil ida de trado nesse de 8%. "Fui mercado sem a "Nos primeiros meses conservador e internet. Posso comecei com operar minha fui conservador e tive blue chips", conta em casa e rentabilidade de 8%. conta. "Agora as taxas de cor- Agora, estou estou incluinretagem são in- começando a ampliar do ações de seferiores", afiros investimentos." gunda linha ma. "Contudo, Maurício Liebel em minha caro mais importeira. Para cada tante é o suporsetor ou comte oferecido no site. É um trabalho feito por panhia por que me interesso, um grupo de analistas profis- há relatórios no site sobre hissionais e não fico na mão de um tórico ou perspectivas. Essa informação filtrada é fundamenúnico corretor." O Home Broker é uma apli- tal", acrescenta. Medo da Bolsa? - A imagem cação web, que permite que os investidores acompanhem a da Bolsa de Valores como um oferta de ações em Bolsa de Va- mercado vulnerável e de alta lores e façam suas ordens de adrenalina, acaba afugentancompra e venda à corretora do muitas pessoas. "Hoje dá por meio da internet. Em maio para entrar na Bolsa sem susto. deste ano, o Home Broker res- As companhias estão mais pondeu por 27,24% do volume transparentes e o acesso às inde negócios e 8,39% do volume formações é mais fácil", diz o financeiro. Guilherme Horn, economista Marcelo Leibel. Guilherme Horn, da Ágora, diretor de tecnologia da Ágora Invest informa que cerca de esclare que, ao mesmo tempo

automotivos, completam o kit básico. Uma capa de couro de dupla face, com uma bateria integrada, também acompanha o kit. O preço do F300 é de R$ 1.299. O outro modelo da Samsung que chega às lojas é o X836, cuja principal


OPINIÃO

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DINHEIRO NA MÃO ANTONIO DELFIM NETTO

DESMONTE AMBIENTAL

uando as mega-usinas de Itaipu, no rio Paraná , e de Tucuruí, no Tocantins, estavam em fase de projeto nos escritórios de engenharia e nos departamentos competentes do ministério de Minas e Energia, nos anos 60 e 70 do século passado, outras 25 hidrelétricas eram construídas no Brasil, simultaneamente. Algumas sob supervisão do governo federal, outras pelos governos estaduais, nem todas entregues nos prazos inicialmente previstos mas todas concluídas e produzindo a energia que manteve o Brasil

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Um atraso absolutamente injustificável, que acabou produzindo a pior solução em termos de preservação ambiental, pois está obrigando o governo a convergir para a expansão do uso das termoelétricas alimentadas com os ultrapoluentes derivados do petróleo e em seguida o combustível nuclear. ecorre desta ação desastrada dos pseudo ecologistas a decisão de priorizar a construção de Angra III : mesmo sendo menos poluente do que as termoelétricas a óleo ou gás , a usina nuclear tem dois inconvenientes graves que são o problema não resolvido do destino do resíduo radioativo e o próprio custo muito superior da energia fornecida. Nossos desastrados ambientalistas estão contribuindo, portanto, não apenas para a degradação do meio ambiente mas para dificultar o crescimento econômico e com isso piorar as condições de vida daqueles que eles pensam estar protegendo.

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O Brasil abandonou uma matriz energética que a maioria dos países invejava: energia limpa e barata.

Os investimentos na América Latina ficaram menos vulneráveis. Por John C. Edmunds uas forças poderosas impeliram o forte crescimento da economia latino-americana desde meados da década passada. O alto preço das matérias-primas é uma força que todo mundo compreende. A outra foi a reforma financeira e as transformações geradas por ela. Trata-se de um processo tão rápido G As que assusta a muitos, esreservas pecialmente os que se lemde moeda bram de como cada fase de estrangeira expansão anterior termina AL, que nou em crise. eram de É uma preocupação ra10,4% do PIB zoável. Mas é razoável também considerar a posem 2005, podem subir sibilidade de que essas últimas reformas financeia 14% ras tenham tornado os sisem 2008. temas financeiros nacionais mais seguros e G O risco de menos vulneráveis a criuma crise de ses. Se isto é verdadeiro, a moeda trajetória futura das ecoestrangeira nomias da região será diminuiu. mais estável. Esta expansão financeiG A emissão ra ocorreu mais fortemende novos te em países que reformaram seus sistemas finantítulos ceiros nacionais. Há paíprossegue ses onde as exportações eo crescimento também cresceram rapidamente, mas seus sisteeconômico mas financeiros ficaram continuará atrasados. alto. Mas a Mas, no nível de estatísregião ainda tica agregada para a reproduz gião, percebe-se claracommodities mente a transformação fie um dia nanceira. A dívida externa os preços total da região, como porpodem cair. centagem das exportações

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de bens e serviços, caiu de 230% em 1998 para 90% projetados para 2008. As reservas em moeda estrangeira, que em 1999 somente chegavam a US$ 143 bilhões, ou 38% das importações anuais de bens e serviços, estão projetadas para chegar a US$ 398,7 bilhões, ou 47% da importação anual de bens e serviços em 2008. Essa previsão é provavelmente muito conservadora, porque se esperava que as reservas de moeda estrangeira do Brasil chegassem a US$ 122 bilhões em fins de 2007 e a US$ 144 bilhões em fins de 2008, mas já tinham atingido US$ 122 bilhões antes de 25 de maio de 2007, e v i n h a m c re s c e n d o a uma taxa de US$ 1 bilhão por semana. nquanto isso, os mercados locais de c a p i t a i s c o n s eguiam cada vez mais ganhos. Os sistemas privatizados de pensões começaram a recolher a poupança da classe média, participando do mercado de capitais, o que permitiu que os projetos de investimento antes financiados por empréstimos externos sejam agora financiados localmente. Em 2002, somente cinco anos atrás, os mercados de títulos locais eram pequenos na maioria dos países latino-americanos.

E

valor total das obrigações era de US$ 643 bilhões, dos quais somente US$ 178,4 bilhões eram referentes a títulos privados. Os títulos públicos respondiam pelo restante. Em 2005, o valor total dos títulos privados de dívida chegou a US$ 276,8 bilhões. Os fundos de pensão compraram muitos dos novos papéis da dívida privada. Os fundos de pensão em dez países aumentaram em 21,8% sua participação, entre fins de 2004 e de 2005. Esses dez países não incluem o Brasil, onde os emissores privados colocaram US$ 22,5 bilhões em novos títulos e commercial papers em 2005 e US$ 38,3 bilhões em 2006. Os fundos mútuos brasileiros estiveram entre os compradores de títulos novos. A carteira total desses fundos mútuos subiu de US$ 103,3 bilhões no final de 2002 para US$ 425,0 bilhões no final de 2006. Os fundos mútuos que investiram em instrumentos de dívida responderam pela maior parte desse aumento, graças à sua captação de US$ 39,1 bilhões entre 2003 e fins de 2006. A transformação do financiamento, portanto, teve uma dimensão internacional, na qual os países da América Latina pagaram bem a dívida externa, especialmente a soberana. Também reduziram sua dependência da dívida de curto prazo.

O

Os efeitos disto, em nível local, são muito mais fortes. Governos e empresas privadas foram capazes de renegociar sua dívida em moeda estrangeira por dívida em moeda local. O endividamento total não baixou em termos absolutos. Em vez disso, foi refinanciado em condições muito mais seguras. O risco de uma crise de moeda estrangeira reduziu-se bruscamente. Por exemplo, o total projetado de juros da dívida externa para a América Latina será de 5,7% das exportações e de 1,4% do PIB. Muito menos que os 15,4% das exportações e os 3% do PIB registrados em 1999. Enquanto isso, as reservas de moeda estrangeira na região, que eram de 10,4% do PIB em 2005, poderiam subir a 14% do PIB em 2008. questão é saber o que acontecerá agora que as reformas financeiras e essa renegociação tornaram mais estáveis as economias mais significativas da América Latina. A emissão de novos títulos prosseguirá e o crescimento econômico continuará alto. Mas a região ainda produzirá commodities e um dia o preço delas cairá.

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JOHN C. EDMUNDS É PROFESSOR DE FINANÇAS DO

BABSON COLLEGE EM BOSTON (C)AMERICAECONOMIA

Robson Fernandjes/AE

Stringer/Reuters

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

aceso até o final do século. Da segunda metade da década dos oitenta em diante, pouco se investiu no setor hidrelétrico. Nenhum projeto importante foi iniciado. As equipes de planejamento estratégico dos departamentos dos governos foram sendo desmontadas e se dispersavam os quadros técnicos no setor privado de construção pesada. No Brasil, esta era a área de atividade onde se reuniram ao longo dos anos as melhores equipes de engenharia e especialistas de alto nível na construção de barragens, reconhecidas universalmente. Nas grandes obras que financiava em todos os continentes, o Banco Mundial habitualmente contratava os nossos barrageiros como consultores. ssas questões são hoje pouco discutidas, parecem perdidas no tempo, enquanto a grande discussão se trava em torno de problemas ambientais, a maioria dos quais apresentada de forma enganosa e até pueril, como se viu na argumentação que ajudou a retardar o início das obras das duas usinas no rio Madeira.

E

fato é que, independente da pressão dos ecochatos de todos os matizes, os governos assistiram passivamente nos últimos vinte anos a destruição de uma das maiores vantagens comparativas que impulsionava o crescimento brasileiro, representada pela oferta da energia limpa e barata de nossas hidroelétricas. Abandonamos uma matriz energética que a maioria dos demais países invejava e permitimos a degradação de um material humano da melhor qualidade e competência. É um patrimônio que nos vai custar o tempo de uma geração para repor.

O

PROFESSOR EMÉRITO DA FEA/USP , EX-MINISTRO DA FAZENDA , DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO CONTATODELFIMNETTO@TERRA. COM.BR

G Nos anos

oitenta pouco se investiu no setor hidrelétrico. Nenhum projeto importante foi iniciado.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


Empresas Finanças Nacional Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007 Paulo Pampolin/Digna Imagem

6

SUPERÁVIT NA BALANÇA FOI DE US$ 927 MILHÕES

BRASIL E UE VOLTAM À MESA DE NEGOCIAÇÃO

Alencar Burti recebeu o prêmio da categoria "Best International Cooperation Between Chambers".

Site World Chamber Federation

Lula e Angela Merckel, da Alemanha, acertam encontro de chanceleres para a próxima semana, na Europa

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chefe do governo da Alemanha, Angela Merckel, conversaram por telefone, no início da tarde de ontem, e acertaram nova reunião entre o chanceler brasileiro, Celso Amorim, e negociadores da União Européia (UE) para discutir a retomada da Rodada Doha, informou o porta-voz do Palácio do Planalto, Marcelo Baumbach. Segundo ele, a retomada das negociações foi marcada para o próximo final de semana. Ainda não foi definida a cidade da Europa em que será realizado o encontro. Segundo Baumbach, Angela ligou para conversar com Lula sobre o impasse que está

acontecendo nas negociações Baumbach, o caso dos subsísobre a Rodada Doha e disse ao dios domésticos dos Estados presidente brasileiro ainda ter Unidos aos seus produtores esperança de que elas condu- agrícolas, a proposta da União zam a um bom acordo para to- Européia de corte nas tarifas de importação dos os lados. Lula Marques/Folha Imagem de vários proLula, segundo dutos, que cono porta-voz, sidera insatisreiterou o ponfatória, e a exto de vista de pectativa muique a boa vonto elevada dos tade das várias países desenpartes envolvidas na negociavolvidos para as reduções ção ainda não se traduziu em das tarifas industriais das resultados concretos pornações em desen volvi menque os núme- Lula: o Brasil retoma o diálogo to. O presidenros das propostas apresentadas não corres- te brasileiro reiterou que o Brasil continua disposto a participondem à realidade. O presidente citou, segundo p a r d a s n e g o c i a ç õ e s e

demonstrará flexibilidade se os outros países também se mostrarem dispostos a modificar suas posições . Lula voltou a defender a tese de que, para superar o impasse em torno da Rodada Doha, será necessária a realização de uma reunião de chefes de Estado. Angela Merckel concordou, mas, pediu a presença de Celso Amorim à reunião do próximo fim de semana com negociadores europeus. Baumbach relatou ainda que Angela considerou "extremamente positiva" a decisão brasileira de prosseguir a conversa. Ela disse que não se opõe ao diálogo no mais alto nível, mas que todas as oportunidades de negociar devem ser aproveitadas. (AE)

Importações mantêm tendência de alta

A

balança comercial da primeira semana de julho fechou com superávit de US$ 927 milhões e acentuou a tendência de crescimento das importações, já verificada no primeiro semestre. Por enquanto, esse movimento está longe de ameaçar o sexto resultado positivo anual. O saldo acumulado entre 1º de janeiro e 6 de julho foi de US$ 21,589 bilhões – US$ 76,599 bilhões

em embarques ao exterior e US$ 55,010 bilhões em importações. De acordo com os dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a média diária de importações cresceu 29,1%, na comparação com o mesmo período de 2006, totalizando US$ 2,457 bilhões. Aumentaram as compras externas de bens de capital e de insumos, em sintonia com

o desempenho do primeiro semestre. De acordo com a Secex, as importações de combustíveis e lubrificantes, aumentaram, em média, 32,2%; as de equipamentos mecânicos; 28,2%; e as de equipamentos elétricos e eletrônicos, 13%. Entre os insumos, os adubos e fertilizantes registraram crescimento de 115,9%. Na primeira semana de julho, as exportações

somaram US$ 3,384 bilhões, com média diária apenas 4,1% maior do que em 2006. O crescimento tímido ocorreu, principalmente, em função do recuo de 1,1% nos embarques de bens semimanufaturados e ao fraco desempenho das manufaturas, que cresceram apenas 4,1%. As exportações de produtos básicos, que avançaram 8,1%, impediram um saldo comercial ainda mais magro. (AE)

Símbolo da edição de 2007

Alencar Burti recebe prêmio em evento na Turquia

A

ICC's WorldChamber Federation, órgão que reúne câmaras de comércio de todo o mundo, premiou a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) como a entidade que teve o melhor projeto de cooperação entre instituições de dois países. O Programa Capacitar

Nordeste, realizado em parceria entre a CACB e a Essen Chamber of Arts and Crafts in Germany, foi reconhecido por sua forte influência no desenvolvimento de novos pólos de negócios em comunidades da região. O presidente da CACB, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, recebeu a premiação durante o 5º World Chamber Congress, evento que reuniu em Istambul, na Turquia, representantes de 100 países. Burti recebeu o prêmio da categoria "Best International Cooperation Between Chambers". Este ano, a premiação foi uma das mais concorridas de sua história. O número de inscrições foi recorde, com 55 participantes de 38 países. A competição foi criada em 2003 pela World Chamber Federation e realizada pela primeira vez no 3º World Chambers Congress, que aconteceu na cidade de Quebec, no Canadá. (DC)

N gócios

&

oportunidades

Seminário debate Mercosul

O

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) promove, na próxima sexta-feira, o seminário "Consolidação da União Aduaneira no Mercosul". O encontro, que vai reunir especialistas de diversos paí-

ses, abordará o projeto de cooperação e fortalecimento institucional do Mercosul. Para participar, enviar email para Renato Rezende de Campos Souza (renato.souza@desenvolvimento.gov.br) ou ligar para (61) 3425-7748.

Ingressos para feira na Alemanha

A

A+A 2007, a mais importante feira de segurança e medicina no trabalho acontecerá em Dusseldorf, Alemanha, entre os dias 18 e 21 de setembro. Serão 1,4 mil expositores, que apresentrão uma extensa linha de produtos para segurança ocupacional; segu-

rança de alto risco; técnicas de proteção no trabalho; prevenção e qualificação de riscos; tecnologia de avaliação na prevenção de acidentes. Ingressos com a MDK Feiras Internacionais. Contato pelo telefone: 11-5535-4799; e-mail: mdkfeira@terra.com.br).

Oportunidades na China

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o próximo dia 18, a partir das 10 horas, na Sala América do Hotel Renaissance, em São Paulo, representantes do Distrito de Futian, da China, vão apresentar a empresários brasileiros as oportunidade oferecidas pela em-

presas da região. O evento será aberto pelo Cônsul Geral da China em São Paulo, Li Jiaoyun. A apresentação será feita pelo secretáriogeral do distrito de Futian, Xu Desen. Informações pelo telefone: 11-3082-2636.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


terça-feira, 10 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


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Congresso Planalto 9 de julho CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

Trabalhamos, pagamos impostos e não podemos nos conformar com a bandalheira dos maus políticos. Jean Carlos Nunes, empresário

BRASILEIROS E SUAS MANIFESTAÇÕES

Patrícia Santos/ AE

Eymar Mascaro

PT no ataque

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PT quer formalizar a chapa composta por Marta Suplicy e Michel Temer (PMDB) para disputar a prefeitura de São Paulo em 2008. A legenda trabalha com o cenário de uma campanha tendo Geraldo Alckmin como o principal adversário. Gilberto Kassab (DEM-SP) também é avaliado como um "nome" a ser combatido, principalmente por disputar a reeleição na cidade. A legenda reconhece que há uma possibilidade dos tucanos fecharem uma coligação com Kassab em uma negociação intermediada pelo governador José Serra. Também há sinais da entrada da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) no pleito.

Ibama libera usinas. Sob protestos.

CERTEZA

Cinco alpinistas escalaram ontem o Cristo Redentor e estenderam uma faixa de protesto em uma das novas Sete Maravilhas do Mundo

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Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), informou ontem que concedeu licença prévia para as duas usinas hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia, com 33 condicionantes. A licença foi obtida em meio a uma greve no órgão que se arrasta há um mês. O presidente do Ibama, Bazileu Alves Margarido, fez o anúncio oficial. "Essa licença foi resultado de um exaustivo processo de análise", disse ele. Segundo Margarido, a concessão foi decidida após o Ibama avaliar que os empreendimentos são viáveis do ponto de vista ambiental, desde que sejam cumpridas as condicionantes estabelecidas no documento. Entre as exigências, foi estipulada a necessidade de uma compensação ambiental, sem detalhes de valores, o que causou apreensão ao presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. As duas usinas do rio Madeira, Jirau e Santo Antonio, vão gerar cerca de 6,5 mil megawatts, metade da geração da usina hidrelétrica de Itaipu. A previsão é de que a usina de Santo Antonio entre em operação entre 2012 e 2013. Ambas estão avaliadas em R$ 20 bilhões e fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Crítica – "As condicionantes estão dentro do normal, a única coisa é essa questão da compensação ambiental, em que não está estipulado o valor, então isso cria incerteza na hora de fazer o fluxo de caixa, por-

que não se sabe o que colocar", "Não sabemos ainda as exigêndisse Tolmasquim. Ele expli- cias mas estamos bastante felicou que isso poderá causar dú- zes porque houve uma compavidas aos investidores interes- tibilização da necessidade ecosados em participar do leilão nômica com o meio ambiente", da concessão do projeto, mas disse o diretor de investimendisse confiar em uma solução tos em infra-estrutura da Odepara estipular um porcentual brecht, Irineu Berardi Meiresobre a receita para compen- les, logo após tomar sonhecimento sobre a concessão da lisar. Leilão – O ministro interino cença. Para ele, "se todas as condide Minas e Energia, Nelson Hubner, disse que o leilão do cionantes forem executáveis", projeto da usina hidrelétrica não haverá problema para a de Santo Antonio deverá ser realização da obra, que deve realizado "em meados de ou- começar no próximo ano por questões hidrotubro" e que o lógicas, "melhor edital deverá ser 33 realizáveis do submetido a uma que uma imposaudiência pública no início de Embora o monumento s í v e l d e c u mprir", afirmou. agosto. seja um ícone da Meireles disse H u b n e r a f i rcidade do Rio, cabe a ainda que ao conmou que as 33 trário do que foi condici onantes todos respeitá-lo não anunciado pelo i m p o s t a s p e l o só como símbolo governo, a proiIbama "nem au- religioso, mas como bição da particimentam o custo santuário. pação de Furnas n e m i n v i a b i l iMonsenhor Ferreira no leilão de enerzam os empreengia não foi decidimentos". O ministro disse que o governo dida. "Ainda não recebemos quer fazer do complexo do nenhuma comunicação ofiMadeira "um projeto modelo", cial, não é uma decisão fechada, Furnas continua no consórdo ponto de vista ambiental. A uma dúvida sobre a possi- cio", afirmou. Protesto no Cristo – Dois bilidade, anunciada por ele, de as estatais do sistema Eletro- dias após ser eleito uma das brás não mais participarem do novas Sete Maravilhas do leilão das usinas do Madeira, Mundo, o Cristo Redentor vimas ficarem à disposição do rou objeto de manifestação povencedor para uma sociedade, lítica. Cinco alpinistas, contraHubner disse que isso foi ape- tados pela Associação de Servidores do Ibama, escalaram nas uma sugestão. Empresas– A notícia da libe- ontem a estátua e estenderam ração da licença foi bem recebi- no seu "peito" uma faixa com o da pela Odebrecht, dona do nome do órgão, cujos funcioprojeto das usinas junto com a nários estão em greve. Depois, estatal Furnas, mas que terá um pára-quedista saltou do alque participar do leilão se qui- to do Corcovado, onde fica o ser fazer parte da construção. monumento.

O comando de greve informou que a manifestação fechou os acessos ao monumento durante uma hora, entre as 8h e 9h, e tinha como objetivo protestar contra a aprovação da lei que dividiu o Ibama e criou outro órgão: o Instituto Chico Mendes de Preservação Ambiental. Segundo os grevistas, isso tirou atribuições importantes do Ibama com o intuito de acelerar a emissão de licenças ambientais sem os devidos estudos necessários. "Afixar uma faixa de caráter político no peito do Cristo é um desrespeito com a cidade, com os cariocas e com a Arquidiocese do Rio, legítima proprietária do monumento, que inspirou e financiou a sua construção", disse o secretário municipal de Turismo, Rubem Medina. Para ele, apesar de o Ibama ter a atribuição de cuidar do Parque Nacional do Corcovado, onde fica o Cristo, ele "cuida mal". "O Ibama quer retornar com a cobrança de pedágio para visitar o Cristo, impedindo o acesso de cariocas e turistas", disse Medina, em nota oficial. A cobrança foi suspensa depois que a Polícia Federal desmantelou uma quadrilha que atuava desviando a maior parte da arrecadação com as entradas para o Parque Nacional da Tijuca, onde fica o Corcovado. Em nota oficial, a Arquidiocese classificou o protesto como "ato de vandalismo". "Embora o monumento seja um ícone do Rio, cabe a todos respeitá-lo não só como símbolo religioso, mas como santuário, razão pela qual a Arquidiocese repudia o ato de vandalismo", diz a nota. (Agências)

Epitácio Pessoa/ AE

Míssil ao Congresso brasileiro vai ser exibido hoje em Osasco

Empresários apontam míssil para os corruptos

I

nstalado num terreno baldio, no centro de Sorocaba, um "míssil" com 6,5 metros de comprimento e 1,2 de diâmetro, pesando 700 quilos, está com a ogiva apontada para Brasília, mas não será disparado. É a forma que um grupo de amigos, liderados pelo microempresário Jean Carlos Nunes e pelo representante de vendas Milton Luis Antonio, encontrou para protestar contra os políticos envolvidos em escândalos de corrupção. O artefato, construído com chapas de aço carbono, está no alto de um guindaste, a 30 metros do solo, e chama a atenção dos moradores. A faixa pendurada no "míssil" dá o recado: "O povo de Sorocaba manda um pequeno mimo ao Congresso e ao Senado". Segundo Nunes, o protesto nasceu da revolta do grupo de amigos contra os últimos escândalos de Brasília, como o que envolve o presidente do

S e n a d o , R e n a n C a l h e i ro s (PMDB-AL), e o que levou à renúncia do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). "Trabalhamos, pagamos impostos e não podemos nos conformar com a bandalheira dos maus políticos", disse. Os amigos ratearam o custo do equipamento, de R$ 3,8 mil, e garantem que não houve superfaturamento. "Prestamos conta de tudo, centavo por centavo. É o que todos deviam fazer", afirmou Milton. O míssil está içado desde sábado num lugar de trânsito intenso, ao lado do maior terminal de passageiros de Sorocaba. Paralelamente, os amigos colhem assinaturas em protesto contra os corruptos. Hoje, o equipamento será levado de caminhão até Osasco, onde ficará exposto. "Um amigo cedeu um local", disse Milton. O plano do grupo é fazer com que, de cidade em cidade, o artefato chegue até Brasília. (AE)

Os petistas estão convictos do apoio do PMDB nas próximas eleições municipais. Tudo indica que a parceria com Michel Temer sairá do papel. O PT de São Paulo mantém sua "luta" pa Marta a concorrer mais uma vez pela "cadeira" na capital paulista.

DÚVIDA

Marta, pelo menos até agora, não aceitou a oferta de seus companheiros. Ela mantém seu discurso que só disputará um cargo executivo em 2010, mais precisamente o cargo de governadora do estado. Existe uma possibilidade da candidatura à presidência da República, o que não é levado muito a sério no PT.

INSISTÊNCIA

Os aliados da ex-prefeita continuam com a teoria de que ela é a melhor alternativa hoje dentro da legenda. Pesquisas indicam que o eleitorado paulistano prefere Marta Suplicy. Os petistas procuram alternativas para convencê-la a disputar o cargo em 2008.

DEM à sua candidatura presidencial. Ele insistirá insistir no apoio do PSDB à reeleição de Kassab. Os dois planejam uma coligação nas próximas duas eleições majoritárias.

CONQUISTA

PT e PSDB desejam a Prefeitura de São Paulo. As duas legendas avaliam que a cidade será peça fundamental na disputa presidencial. Correndo por fora, o DEM também deseja manter o controle da capital paulista. O partido trabalha a reeleição de Kassab desde o final do ano passado. As últimas ações do atual prefeito serão a base de sua campanha.

PASSADO

Já o PSB prepara a candidatura de Erundina. O partido avalia que a deputada poderá atrair votos de eleitores do PT, principalmente em um cenário sem Marta. A própria ex-prefeita Erundina admite que pode ser beneficiada por sua ligação com o Partido dos Trabalhadores.

OLHO VIVO

Os socialistas incentivam a candidatura da parlamentar. A legenda pretende lançar Ciro Gomes na disputa pelo Palácio do Planalto em 2010. O PSB está de olho no eleitorado de São Paulo. O estado terá mais 30 milhões de votos no ano da eleição. Serão 10 milhões somente na capital. A região manterá o posto de maior colégio eleitoral do País.

NO JOGO

RESERVAS

Caso Marta não aceite mesmo o posto de candidata, o partido decidirá suas alternativas ao cargo. Existem quatro pretendentes na lista de espera: os deputados Arlindo Chinaglia e José Eduardo Martins Cardozo, o ministro da Educação Fernando Haddad e o senador Aloizio Mercadante. O PT realizará uma prévia para decidir o "escolhido".

CONCORRENTE

O PT insiste no "nome" de Marta contando com a concorrência de Alckmin do lado tucano. Assim como a ex-prefeita, Geraldo é avaliado positivamente pelos companheiros de legenda. O eleitorado liga seu nome ao período em que ele governou o estado. Além da última disputa presidencial.

GOVERNO

Serra deseja "preservar" Alckmin em 2008 e ajudá-lo na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 2010. O governador não quer colocar em risco o apoio do

Os líderes do PSB desejam fazer parte do "jogo" de sucessão em 2010. Caso Ciro não saia como candidato na disputa, ele poderá compor uma chapa com Aécio Neves (MG). Mas isso dependerá da migração do tucano do PSDB para o PMDB.

DOBRADINHA

O governador José Serra não acredita que o companheiro de Minas deixará o ninho tucano. Ele deseja uma campanha ao lado de Aécio Neves, oferecendo o posto de vicepresidente ao colega das "Gerais". Em contrapartida, o ex-ministro apoiaria o mineiro na disputa presidencial de 2014.

BIS

Como não poderá disputar o posto de presidente pela terceira vez, Lula já comunicou aos mais próximos que deseja disputar o cargo em 2014. O petista é considerado um candidato de "peso". Essa informação, segundo interlocutores dentro do PSDB, levam Aécio a não desejar o posto de candidato no mesmo período. O mineiro lembra aos tucanos que Lula tem 65% de aprovação dos eleitores.


Cory Docken/Corbis

UIA DO SUPERSIMPLE Estudo elaborado pelo Instituto Jurídico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)

Desvende o caminho que leva ao Simples Nacional ou Supersimples. Conheça as vantagens e desvantagens do novo regime tributário.


terça-feira, 10 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

6/7/2007

COMÉRCIO

9

0,28

por cento foi a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


6

E mais Investimento Ser viço Game

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 10 de julho de 2007

O QUE PESA NO BOLSO SÃO OS CARTUCHOS DE TINTA

O mercado de impressoras matriciais permanece estável. A razão é o baixo preço.

Escolha a melhor tecnologia para impressão As impressoras jato de tinta são mais populares, mas há modelos a laser e as matriciais de impacto, que ainda sobrevivem no mercado. Luiz Carlos de Assis

Recondicionados, 15% de tudo que se imprime.

Criar o s, apeloedo segr a par . r vende

A

comunicação por meios digitais é fundamental para as empresas. Durante o Verge - Digital Summit, evento recentemente organizado em São Paulo pela agência de publicidade OgilvyOne para discutir os impactos da digitalização das mídias nos negócios da propaganda e do varejo. Na ocasião, o diretor de marketing

Epson CX5900: jato de tinta com qualidade fotográgica.

Fotos: divulgação.

C

omo decidir qual a melhor impressora: impacto, jato de tinta ou laser? No Brasil, o mercado de impressoras de impacto, ou matriciais, continua estável e a justificativa está no custo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Formulários Documentos e Gerenciamento da Informação (Abraform), uma página de formulário impressa em matricial custa R$ 0,008; na laser é de R$ 0,08, contra R$ 0,25 na jato de tinta. Dulce Macedo, gerente de produto da Epson, conta que as fitas de longa duração das matriciais podem imprimir até 12 milhões de caracteres (ou 4 mil folhas de papel com texto em espaço simples) e a cabeça de impressão alcança longevidade de 400 milhões de caracteres (mais de 130 mil folhas). Impressoras que utilizam toner ou jato de tinta podem imprimir de 240 a 500 folhas por cartucho (uma única cor), dependendo do modelo da impressora, segundo um teste comparativo (HP, Canon e Epson) conduzido pela HP. Hoje, o preço de uma impressora jato de tinta só é acessível graças ao tamanho dos mercados. Aparentemente, é a escala que faz o preço cair, embora há a crença que muitas fábricas subsidiam o preço da máquina com os lucros da venda de cartuchos. Preços - Por isso, os custos aparecem na hora de comprar os cartuchos ou fitas. As matriciais são as de insumos mais acessíveis. Uma fita de impressão custa não mais do que R$ 28 (o preço mais comum é R$ 8,90). Entre as impressoras jato-de-tinta, um cartucho pode custar R$ 21,40 (Epson Stylux C67 e outras, uma cor, 8 ml) ou R$ 110 (HP Deskjet 550C e outras, uma cor, 40 ml). O toner pode sair por R$ 133 (Okifax 5300/5600, para 2 mil páginas) até R$ 1.111 (cartucho de cor individual para impressora Lexmark Optra C910) ou, mesmo,

Os cartuchos de tinta da Epson são vendidos separadamente, o usuário só troca aquele que acabou, e não todo o conjunto.

HP LaserJet 2600n, modelo a laser.

Epson LX-300 II: impressoras matriciais ainda resistem ao tempo e oferecem o menor custo de impressão por página, R$ 0,008.

Linha de cartuchos de tinta para impressoras HP. Custa R$ 110 para impressora Deskjet 550. Analistas de mercado acham que as fábricas subsidiam o preço das impressoras com os lucros da venda dos cartuchos

Norberto Borges, diretor de vendas e marketing de Suprimentos da HP: mais garantias ao cliente.

a unidade de imagem da Konica Minolta, por R$ 2.730. Mas o custo não são só os consumíveis, embora sejam a maior parte. Deve-se determinar o custo total da impressão, combinando o preço de aquisi-

ção da máquina com o custo por página, a confiabilidade e o suporte, segundo a HP. A empresa tenta introduzir no mercado uma medida de apuração de custos que seja sempre igual para todas as máquinas. É que o

e vendas do Magazine Luiza, Frederico Trajano, afirmou que o impacto digital foi significativo para a marca. "Já conquistamos mais de 800 mil clientes por meios digitais (website e lojas sem produtos) e faturamento de R$ 350 milhões", disse. Trajano calcula que, indiretamente, o site do Magazine Luiza teve mais de 5 milhões de acessos. "Sinto que o consumidor está muito melhor informado. O nível de exigência com que ele chega à loja é significativo. Você tem que ter uma equipe bem treinada." Convergência - O novo momento da comunicação, segundo os especialistas presentes no evento, caminha para a convergência dos meios e do acesso das pessoas às novas tecnologias. Trajano lembrou

que no Brasil, o varejo eletrônico tem penetração de 75% nas classes A e B, mas só atinge 33% do público C e D. Por isso, no Magazine Luiza, o mix de produtos é específico para cada canal de venda (lojas virtual e física) "Só 17% dos clientes compram nos dois canais." O segredo é criar apelos (no site, na loja virtual, no rádio, na televisão, em outdoors), como cupons promocionais que "puxem" os clientes. "Uma mídia não mata a outra", ratifica o presidente mundial da OgilvyOne, Brian Fetherstonhaugh (veja exemplo de viral ao lado). Novata - As vendas online hoje são dominadas pelas Lojas Americanas, Magazine Luiza e Ponto Frio e devem movimentar R$ 6,5 bilhões este ano. No primeiro semestre do ano, segundo pesquisa da e-bit, o setor movimentou R$ 2,6 bilhões, um aumento de 49% em compração ao mesmo período do ano passado. Até empresas que vinham resistindo a essa tendência se renderam: as Casas Bahia, voltada para a classe C, anunciaram o ingresso no comércio eletrônico – o que deve ocorrer já no próximo ano. Fátima Lourenço

Dulce Macedo, gerente de produto da Epson: "As matriciais são perfeitas para grandes volumes de impressão."

rendimento real dos consumíveis é afetado por vários fatores, incluindo a freqüência de impressão, ciclo de operação e tipo de documentos impressos. "Os clientes terão a garantia de que as companhias que usam

o padrão ISO estão adotando critérios confiáveis, precisos e coerentes para avaliar o rendimento de cartuchos de tinta e de toner", afirma Norberto Borges, diretor de Vendas e Marketing de Suprimentos da HP.

N

o Brasil existem mais de dez mil empresas que recondicionam cartuchos de impressão. O setor afirma que emprega 100 mil pessoas. O recondicionamento de cartuchos já deixou de ser uma atividade marginal, feita em fundos de quintal. Foi até tema de um recente congresso realizado em São Paulo, promovido pelo ReBrasil (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento para o Uso Responsável de Consumíveis), e a Abreci (Associação Brasileira de Recondicionadores de Cartuchos para Impressoras). As empresas recicladoras de cartuchos para impressão suprem hoje demanda de aproximadamente 15% do mercado brasileiro. Nos Estados Unidos, informam as entidades, os recicladores respondem por quase 40% do mercado. Há quem não goste de cartuchos recondicionados, combatidos pelas empresas que fabricam os originais, por queixas sobre qualidade. As empresas dizem que ajudam os consumidores a economizar, já que os recondicionados têm preço médio 30% mais baixo que os originais, supostamente com a mesma qualidade e rendimento. "E beneficiam o País, que gasta menos com a importação dos cartuchos originais, e ajudam a preservar o meio ambiente, reciclando o que seria jogado no lixo", diz Alfredo Daglio e Azcuaga, presidente do Instituto ReBrasil. Azcuaga lembra o conceito dos "3R" (reduzir, reutilizar, reciclar) que propõe um conjunto de alternativas para a redução do consumo e a reutilização ou recondicionamento de consumíveis. A reciclagem seria a última etapa do processo, quando então o consumível é destruído para ser reaproveitado como matéria-prima. L.C.A

Captura de tela

m exemplo recente de marketing viral é um site construído pela Coca-Cola para divulgar a marca Sprite. Acesse o endereço www.sprite.com.br e participe da promoção "As coisas como são". A idéia é deixar mensagens em texto, imagem ou vídeo para dar o seu recado. Os seus idealizadores brincam com a

U

palavra "viral", pois as mensagens vão passando na parte inferior da tela penduradas em um varal. Cada recado ganha um endereço, que o criador pode divulgar por e-mail. É assim que a iniciativa passa a ser um marketing viral. As empresas e as agências de publicidade perceberam o

potencial desta mídia. Quem não se lembra daquele vídeo do jogador Ronaldinho Gaúcho que, após receber as novas chuteiras da Nike, primeiramente faz uma série de embaixadas e depois chuta seguidamente no travessão? Veja em: http://www.youtube.com/ watch?v=lsO6D1rwrKc


terça-feira, 10 de julho de 2007

Congresso Planalto Transpor te CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

CONCESSIONÁRIAS AGUARDAM EDITAL DO GOVERNO

5,3

bilhões de reais foram arrecadados pelas concessionárias de rodovias no ano passado.

S PEDÁGIOS

VÊM AÍ NOVO Caio Guatelli / AE - 12.06.02

O governo está prestes a abrir a concessão para mais sete rodovias federais. Para as concessionárias, é um excelente negócio. Algumas reajustaram as tarifas de pedágio em 45% acima da inflação e arrecadaram R$ 5,3 bilhões em 2006. Sergio Kapustan

À

s vésperas de o governo lançar o edital de concessão de um lote de sete rodovias federais, o primeiro na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dirigentes do PT e especialistas defendem mudanças profundas para reduzir as tarifas de pedágio e aliviar o bolso dos usuários. A concessão de rodovias é um negócio polêmico e, ao mesmo tempo, lucrativo, porque envolve empreiteiras que se associam em consórcios. Segundo dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (Abracen), o Brasil tem, hoje, 36 concessio-

quadro nesta página). A expectativa é a de que o edital seja publicado até o final do mês. A proposta em análise no TCU tem uma novidade: a tarifa-teto. Quem registrar preço acima do mínimo será desclassificado . No primeiro leilão, os principais itens considerados foram menor preço e melhor plano de investimentos. Três das sete rodovias em disputa cortam São Paulo: as BRs 153, 381 e 116. A 381 (Fernão Dias ) e a 116 (Régis Bittencourt) têm problemas sérios de infra-estrutura. Elas acumulam problemas de buracos na pista, pouca sinalização e falta de passarelas. Os riscos de acidentes, pelo volume de tráfego, são diários. No bolso – Ao comparar as

Morador de Alphaville, em Barueri (SP), passa pelo pedágio na rodovia Castelo Branco: protestos locais forçaram uma redução na tarifa

Eduardo Knapp / AE - 12.10.2000

'Dinheiro na sarjeta'

A

buraqueira nas rodovias federais foi objeto de polêmica ano passado. Candidato à reeleição, o presidente Lula lançou em janeiro a operação "tapa-buraco" para serviços de reparos em cerca de 27 mil quilômetros de rodovias federais. A operação recebeu quase R$ 500 milhões de investimentos e foi criticada pela oposição

Mar de arrecadação: consórcios disputam a concessão de gerenciamento de novas estradas federais. Custos serão decisivos, alega o governo.

nárias espalhadas em sete estados (veja o quadro), cujos pedágios arrecadaram R$ 5,3 bilhões em 2006, o que representa um montante de 95,84% do valor arrecadado. A transferência desses serviços para a iniciativa privada deve-se à falta de recursos públicos para reformar a malha rodoviária e realizar novas obras em segurança. O modo principal de financiamento delas é a cobrança de tarifas. O processo se iniciou em 1995, no governo Fernando Henrique Pedágio no Cardoso, quanBrasil é do cinco estratransferência das foram de renda de transferidas a usuários para particulares as os com prazos geconsórcios que exploram nerosos de exploração: 20 a a estrada. 25 anos. Raul Pont De lá para cá, o que não faltam são queixas de usuários. O tema foi debatido em campanhas eleitorais. Em 2001, por exemplo, moradores de Alphaville, na região metropolitana de São Paulo, protestaram contra o preço do pedágio nas marginais da rodovia Castelo Branco. Depois de muita negociação, o valor foi reduzido. O segundo lote de rodovias federais, cujo edital depende de um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), vai leiloar sete rodovias que somam 26 mil quilômetros (veja o

rodovias administradas por concessionárias com as federais, os usuários admitem que as particulares estão bem melhores em termos de conservação, atendimento e segurança. O único "senão" é o bolso. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, as tarifas de pedágios de quatro rodovias federais cresceram acima de 45% comparadas ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE), que mede a inflação. Um ótimo negócio. "Pedágio no Brasil é transferência de renda de usuários para as concessionárias", reclama o secretário-geral do PT, Raul Pont, ao comentar o número. Recentemente, o PT realizou em Brasília um seminário para discutir as políticas de concessões e ouviu de seu próprio governo que não há mais como voltar atrás. Pont cobra coerência do governo ao lembrar que a bandeira do partido sempre foi a "justiça social". O petista acrescenta que no Rio Grande do Sul, onde é deputado estadual, está em andamento uma CPI na Assembléia Legislativa sobre o tema. "De social os pedágios não têm nada. Eles são, na verdade, um grande negócio das empreteiteiras (ele refere-se aos consórcios que administram as rodovias)", reforça Pont. Além do petista, o governador do Paraná, Roberto Re-

quião (PMDB), é o u t ro f e r reAs tarifas nho adversário subiram das concessioporque as nárias no seu normas estado e manprivilegiaram tém com elas mais os custos uma relação nado que de da tranqüila. receitas. Receitas alRicardo Pereira ternativas – SeSoares gundo avaliação de técnicos do Ipea, que realizaram estudo sobre concessão de estradas federais, uma das formas de redução de preços de pedágios sem romper o equilíbrio financeiro dos contratos é incluir na base de cálculo ganhos de produtividade (informatização dos pedágios, por exemplo) e novos empreendimentos, como publicidade e o cabeamento de fibra óptica. Ou seja, parte dos ganhos Jorge Araújo / Folha Imagem - 27.09.05

Raul Pont (PT) critica postura de Lula

delas deveria ser compartilhado com os clientes, com reajustes menores. "As tarifas subiram em termos reais porque as normas privilegiaram muito mais as questões de custos do que as de receitas", explica Ricardo Pereira Soares, um dos autores do estudo. Para ele, é justo que o "bolo das concessionárias, com os aumentos", seja compartilhado com os contribuintes. Soares acrescenta que as concessionárias de energia e telefonia já adotam esse tipo de procedimento ao dividir parte dos ganhos nas tarifas com os consumidores. Defesa – A Abracen informa que os argumentos dos técnicos do Ipea não procedem. Segundo a entidade, as "receitas alternativas" obtidas em 2006 somam R$ 107, 2 milhões (1,93% do total arrecadado). A justificativa é que a publicidade em estradas, chamada de faixa de domínio (espaço que vai do acostamento até a cerca de divisão da rodovia), é pouco valorizada no mercado publicitário e representa um risco de segurança aos usuários. A entidade acrescenta que um estudo realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), da USP, e que foi divulgado em 2005, demonstrou que, a cada R$ 1,00 pago em pedágios nas rodovias concedidas de São Paulo, a sociedade recebeu R$ 1,84 em benefícios sócioeconômicos. (AE)

por seu caráter eleitoreiro. Passada a eleição, o ministro d o Tr i b u n a l d e C o n t a s d a União (TCU), Augusto Nardes, concluiu: o dinheiro aplicado "foi jogado na sarjeta". Segundo o TCU, 40% dos 27 mil quilômetros recuperados não resistiram às chuvas. "O trabalho feito nelas foi, de fato, superficial", concluiu o ministro, na época.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SIMPLES NACIONAL * I - Enquadramento e Restrições

O

Supersimples ou Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar 123/06, que entrou em vigor no dia 1º de julho de 2007, consiste em um regime especial unificado de arrecadação de tributos devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Poderão aderir ao Supersimples a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, desde que possuam receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00 caso em que se enquadrarão como Microempresas ou com receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 até R$ 2.400.000,00, neste caso enquadradas como Empresas de Pequeno Porte. Vale ressaltar que tal regime não se aplica a empresas inseridas no rol de atividades vedadas pela lei, tais como as constantes no artigo 17, incisos I a XIV e ainda no artigo 3º § 4º, incisos I a X.

Art. 3 (…), § 4º (…) I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anoscalendário anteriores; X - constituída sob a forma de sociedade por ações.

Art. 17 (…) I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios

resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); II - que tenha sócio domiciliado no exterior; III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; IV - que preste serviço de comunicação; V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros; VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica; VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; IX - que exerça atividade de importação de combustíveis; X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de bebidas alcoólicas, cigarros, armas, bem como de outros produtos tributados pelo IPI com alíquota ad valorem superior a 20% (vinte por cento) ou com alíquota específica; XI - que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios; XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra; XIII - que realize atividade de consultoria; XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. Os optantes pelo regime do Simples anterior à nova lei migrarão automaticamente para o novo sistema, desde que não possuam restrições e débitos na Receita Federal. Por outro lado, as empresas que não quiserem aderir ao Supersimples poderão solicitar sua exclusão. (www.receita.fazenda.gov.br) II - Principais Benefícios

O

s empresários que optarem pelo Simples Nacional irão desfrutar de diversos benefícios, além da redução da burocracia com a unificação da forma de apuração e recolhimento dos Tributos como PIS/PASEP, COFINS, IRPJ, CSLL, podendo ainda estender-se ao INSS Patronal, ISS, IPI e ICMS, de acordo com o ramo de atividade econômica explorada pelo contribuinte. Outra grande vantagem é a simplificação no tocante ao gerenciamento desses tributos, na formalização empresarial e na baixa das empresas enquadradas que estiverem há mais de três anos inativas, independentemente do pagamento de débitos. Existe ainda a possibilidade de um maior desenvolvimento das empresas que atuam na área de exportação, ampliando o acesso à tecnologia e a redução do custo na exportação, pois as empresas que atuam neste ramo de atividade obterão isenção de alguns tributos. Porém, antes de optar pelo Supersimples o empresário deverá estar atento sobre alguns aspectos e comparar situações, verificando se

a opção é realmente uma vantagem. A nova lei instituiu um sistema de recolhimento conforme o tipo de atividade da empresa, aplicando-se uma das cinco tabelas anexas à lei, as quais estabelecem a alíquota que deverá ser aplicada, sendo as receitas divididas em Comércio, Indústria e Serviços. Para o segmento do comércio e da indústria um aspecto importante a ser considerado refere-se à incidência do ICMS, haja vista que em alguns Estados brasileiros, incluindo São Paulo, as Micro Empresas são isentas deste tributo pela legislação estadual. Com a nova sistemática, tais empresas deverão recolher um pequeno percentual de ICMS, conforme sua receita bruta. Em contrapartida, pelo Simples Estadual, Microempresas e Empresas de Pequeno Porte que explorem atividade de comércio apenas podem efetuar vendas ao consumidor final ou a não-contribuinte (p. ex. prestadores de serviço), exceto para empresas da área comercial exportadora. O Supersimples tem a vantagem de não trazer qualquer tipo de restrição quanto às vendas, embora esta operação não aproprie nem transfira créditos tributários. No que se refere aos demais tributos, a situação pouco se alterou em relação à lei anterior. Quanto às prestadoras de serviços que antes não poderiam optar pelo sistema unificado, estão agora autorizadas a optarem pelo Simples Nacional, desde que se dediquem a atividades que não tenham sido objeto de vedação nos artigos citados nesta página. Outra novidade, conforme o enquadramento nas tabelas publicadas nas páginas seguintes, é de que boa parte de tais empresas prestadoras de serviços terão o benefício da alíquota favorecida (tabela III). Quanto às empresas prestadoras de serviços enquadradas nas tabelas IV e V, deverão calcular o INSS com base na folha de pagamento pela alíquota integral de 26,80%. As atividades descritas no artigo 17, § 1º, incisos I a XII da Lei Complementar 123/06 - quais sejam creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental; agência terceirizada de correios; agência de viagem e turismo; centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; agência lotérica; serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, outros veículos pesados, tratores, máquinas e equipamentos agrícolas; serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria em residências ou estabelecimentos civis ou empresariais, bem como manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos; serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar condicionado, refrigeração, ventilação, aquecimento e tratamento de ar em ambientes controlados; veículos de comunicação, de radiodifusão sonora e de sons e imagens, e mídia externa - serão tributadas na forma do Tabela III da Lei Complementar. Para as prestadoras de serviços de construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada; transporte municipal de passageiros; empresas montadoras de estandes para feiras; escolas livres, de línguas estrangeiras, artes, cursos técnicos e gerenciais; produção cultural e


EXTRA: O GUIA DO SUPERSIMPLES Nosso guia, com 4 páginas, encartado nesta edição, mostra as vantagens e desvantagens do Supersimples. O estudo é do Instituto Jurídico da ACSP. Ano 82 - Nº 22.413

São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h40

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Newton Santos/Hype

O prefeito Kassab foi ao Festival das Estrelas, na Liberdade, para um saquê de paz (foto): a tradição do bairro será preservada. Mas as placas de lojas obedecerão à Cidade Limpa. C 1 Patricia Santos/AE

Madeira: usinas liberadas Protestos chegam ao Cristo (foto). Pág. 4 Epitácio Pessoa/AE

Dólar: R$ 1,89 Nova queda é de 0,26%. É a 1ª vez desde outubro de 2000 que a moeda americana recua para menos de R$ 1,90. Economia 8

Sorocaba vai disparar o míssil anticorrupção

O míssil (foto) está apontado para Brasília. Sua carga explosiva é apenas política. O alvo, a corrupção. Hoje ele será levado a Osasco. Pág. 4 Agliberto Lima/DC

HOJE Parcialmente nublado 28º C. Mínima 12º C.

Um vírus do bem, comercial Ações pela web Tecnologias de impressão

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 12º C.

E mais: o novo game de Harry Potter . Tudo no Informática

Festa de 75 anos da Revolução de 32 Troca de comando do Exército Constitucionalista e desfile no Ibirapuera (foto) celebram a data. C 3


Milton Mansilha/LUZ

São Paulo a 18 km/h

Mais 750 novos carros todo dia em ruas já entupidas, nem nas férias São Paulo anda. Está parando, a 18 km/hora. E o rodízio terá de recomeçar. Cidades 1 e 2 Ano 83 - Nº 22.414

São Paulo, quarta-feira, 11 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 00h30

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Antônio Gaudério/Folha Imagem

MODA CAMELÔ Atriz Sheila Mello (foto) desfilou ontem de madrugada looks produzidos por ambulantes legalizados. É o 1º Fashion Legal do Brás. E 3 Leonardo Rodrigues/Hype

Brasil na final O Brasil está classificado para a final da Copa América, depois de um jogo complicado ontem contra o Uruguai. Venceu na disputa por pênaltis. O adversário da Seleção será Argentina ou México, que jogam hoje. O Brasil terminou a partida com empate de 2 a 2, gols de Maicon e Júlio HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 14º C.

Lula Marques/Folha Imagem

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 22º C. Mínima 13º C.

Baptista, ainda no 1º tempo. Saindo sempre na frente, os brasileiros não conseguiram frear o ímpeto dos uruguaios, que reagiram com precisão: gols de Forlan e Pérez. Na disputa por pênaltis, empate novamente: 4 a 4 na 1ª série. Na 2ª série, Brasil 1 a 0. A partida no www.dcomercio.com.br

Ética vai tirar férias Conselho de Ética do Senado entra em recesso dia 18 e só apreciará o Caso Renan em agosto. O senador (foto) resiste: "pra me tirar terão que sujar as mãos." Páginas 3 e 4


C idades Como no tempo das carroças quarta-feira, 11 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

1

Milton Mansilha/Luz

Congestionamentos crescem e Prefeitura retoma o rodízio a partir de amanhã.

Fernando Pereira/AE - 29/10/2006

Congestionamentos crescentes reduzem média de velocidade dos carros. Até uma carroça pode ser mais rápida.

(

Por isso, o rodízio volta a valer

( a partir de amanhã. Prefeitura quer evitar novos recordes de lentidão na cidade.

750

novos carros/dia foram colocados em circulação na cidade, em 2006, aumentando a frota de 5,31 milhões para 5,58 milhões

Dos 1.250 semáforos de

( trânsito programados eletronicamente existentes na cidade, apenas 140 funcionam. Os corredores de ônibus, inaugurados na gestão de Marta Suplicy, transformaram-se em lentos comboios.

(

Em São Paulo, em função dos congestionamentos, a velocidade média dos veículos cai progressivamente e hoje está em torno de 18km/h, semelhante à de uma carroça

S

ufocada por uma mas- monstro atingiu a marca de 201 sa de 750 novos car- quilômetros, recorde do ano. ros/dia despejados Ontem, às 9h30, a cidade amarem suas ruas e aveni- gava 97 quilômetros de lentidas ao longo do último ano, en- dão, quando a média do horároscada em congestionamen- rio é de 73km/h. Resultado: o prefeito Gilbertos crescentes e incontroláveis, com corredores de ônibus to Kassab anunciou ontem transformados em aborreci- que, já amanhã, o rodízio estados comboios e semáforos da- rá de volta. E se os sinais desses dos às mais variadas desinteli- poucos dias de afrouxamento gências, a cidade de São Paulo, foram claros, a cidade não apepouco a pouco, contraria um nas precisa de rodízio como de seus lemas mais caros e dá também reclama, segundo técnicos em transporte, medidas sinais de que pode parar. Depois de 34 anos de enge- ainda mais restritivas à circunharia de tráfego – o Departa- lação de carros particulares. mento de Operação do Siste- Fala-se em ampliar o rodízio, ma Viário (DSV) foi criado em criar pedágios nas marginais, junho 1973 e a Companhia de em pedágios urbanos e proibiEngenharia de Tráfego (CET), ção de estacionamento nas em 1976 – os veículos que tra- ruas do chamado Centro Exfegam pela cidade não supe- pandido, mesma área válida ram letárgicos 18km/h nos ho- para o rodízio. Planos não falrários de pico, média pouco tam. Falta a contrapartida, ou superior ao desempenho de seja, um transporte coletivo uma bicicleta ou até de uma eficiente, digno de uma população que tracarroça. A pé, balha bem e um paulistano, muito, tanto mesmo que quanto paga destreinado, é seus impostos. capaz de andar Enquanto o a uma velocitransporte codade bastante milhão de multas de letivo não fica à aceitável de 5 rodízio foram altura da cidakm/h. de, em que peC o m a s f éaplicadas pela sem os esforrias de meio de ano veio a es- Prefeitura ao longo de ços nesse sentido, a saída é perança de a 2006, quer por otimizar o que Prefeitura solradares quer pelos existe. tar os freios do marronzinhos Semáforos rodízio muniinteligentes cipal de veícuajudariam, los, responsável pela retirada diária de um mas dos 1.250 existentes na cibom número de carros de cir- dade, apenas 140 funcionam culação (cerca de 20% da frota) bem. A exemplo desses semáe por engrossar a arrecadação foros, os corredores de ônibus municipal com multas. Para se inaugurados durante a admiter uma idéia de grandeza, ao nistração petista da atual milongo de 2006, a Prefeitura de nistra do Turismo, Marta SuSão Paulo aplicou 1,5 milhão plicy, também deixam a desede multas de rodízio. Um mi- jar, oferecendo ao usuário lhão delas de responsabilida- viagens lentas. Com erros de de dos radares. O restante, pe- concepção, segundo inforlos marronzinhos, os agentes mou o engenheiro Adriano Murgel Branco, os corredores de trânsito da CET. Em relação ao rodízio, os ainda são indiscriminadafreios foram afrouxados, mas a mente invadidos por táxis e esperança foi a primeira a mor- carros particulares, a ponto rer: a cidade nunca esteve tão de, no ano passado, 46 mil engarrafada, tão lenta. Na sex- multas terem sido aplicadas ta-feira passada, por exemplo, por esse motivo. (CO) véspera do feriadão de 9 de JuNa página 2, mais informações lho, um congestionamentosobre trânsito e transporte

1,5


2

Te c n o l o g i a Ciência Transpor te Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007 Milton Mansilha/Luz

Só os marronzinhos lavraram 500 mil multas a motoristas que, em 2006, desrespeitaram o rodízio.

CORREDORES ESTÃO PRATICAMENTE PARADOS

Falta inteligência aos semáforos Implantado em 1979, sistema nunca funcionou completamente, em parte prejudicado pelos corredores de ônibus, que também funcionam aquém das expectativas Luiz Prado/Luz

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Flávia Gianini

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rojetados para aumentar o fluxo de veículos nas principais vias da Capital, a maioria dos semáforos eletrônicos instalados em São Paulo não cumpre sua função por um motivo básico: não funcionam. Dos 1.250 sinais de trânsito programados eletronicamente que existem atualmente, apenas 140 funcionam. Por isso, o tempo de abertura e fechamento dos semáforos de corredores importantes, como a Radial Leste, é controlado manualmente por agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O sistema inteligente opera da seguinte maneira: detectores instalados nas vias contam o número de veículos que passam pelo cruzamento, em um determinado espaço de tempo. Com base nesse número, computadores calculam o tempo de abertura e fechamento dos sinais localizados nos cruzamentos seguintes. Esses dados são enviados para os semáforos, que abrem e fecham de acordo com o fluxo de veículos. Se o sistema de semáforos funcionasse de maneira plena, o tempo de espera nos cruzamentos seria reduzido em 25%. Manutenção – O sistema eletrônico de semáforos começou a ser implantado em 1979, mas nunca funcionou completamente, apesar do alto investimento. A maior parte dos equipamentos foi instalada há cerca de dez anos, É impossível mas a falta de não ter esse manutenção sistema funcionando p r e j u d i c o u a conservação dos em uma cidade que semáforos e o optou por funcionamento circular em ficou precário. carros A construção particulares dos corredores Adriano exclusivos de Murgel Branco, ônibus piorou engenheiro a i n d a m a i s a manutenção do sistema em avenidas importantes, pois o peso dos veículos e o volume do tráfego quebrou boa parte dos laços detectores. "A circulação dos ônibus passou, prioritariamente, da direita para a esquerda", justifica o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger. Diante de tudo isso, os semáforos inteligentes deixaram de ser tão inteligentes assim e passaram a ser comuns. Saldo dessa situação: R$ 160 milhões para recuperar o que está parado. "É impossível não ter esse sistema funcionando em uma cidade que optou por circular em carros particulares", afirma o engenheiro e especialista em trânsito, Adriano Murgel Branco. Nesse sentido, a secretaria municipal de Transportes (SMT) diz que existe um projeto de recuperação dos semáforos inteligentes. "Já estamos atualizando os softwares que operam o sistema", afirma o secretário Frederico Bussinger. Segundo a Prefeitura, a partir de abril começa a recuperação da parte física: dutos, cabos e laços detectores. Corredores – Assim como os semáforos inteligentes que não funcionam como deveriam funcionar, os corredores exclusivos de ônibus estão praticamente parados. Na última sexta-feira, a reportagem do Diário do Comércio gastou uma hora e 40 minutos para percorrer, de ônibus, o trajeto entre o Terminal Bandeira, no Centro, e o Terminal João Dias, em Santo Amaro, na zona sul, uma distância correspondente a dez

Um longo comboio de ônibus toma conta dos corredores exclusivos, reduzindo a velocidade e aumentando o tempo de viagem: lentidão na cidade Luludi/Luz

Fluidez promove o comércio Kelly Ferreira

O

Marronzinho da CET opera um semáforo que deveria ser inteligente Milton Mansilha/Luz

prefeito Gilberto Kassab ainda não decidiu se sanciona projeto aprovado pela Câmara que proíbe o estacionamento nas ruas no Centro Expandido, inclusive nas áreas de Zona Azul, nas horas em que o trânsito é mais crítico: das 8h às 10h e das 17h às 20h. Segundo o vereador Ricardo Teixeira (PSDB), autor do projeto, o rodízio já esgotou a capacidade de melhorar o trânsito. "São Paulo precisa ter fluidez no trânsito, o que atrairá mais negócios e mais visitantes", disse Teixeira. Comércio - Para o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Mateus Ordine, é bom regulamentar o estacio-

namento, mas o excesso de proibição pode prejudicar alguns setores, como o comércio. "Se não puder parar na rua, muita gente não virá c o m p r a r n o C e n t ro . U m exemplo é a rua 24 de Maio que, antigamente, era liberada para estacionar. Quando houve a proibição, os grandes comércios acabaram, como a Mesbla", explicou. Ordine disse que o projeto deveria ser acompanhado da abertura de estacionamentos no Centro. "Quem tem carro, não anda de transporte público, que não é adequado para atender as necessidades da cidade. Isso afasta compradores. Antes de implantar um projeto simplista assim é preciso criar infra-estrutura com grandes estacionamentos e preços acessíveis", disse.

Milton Mansilha/Luz

Lentidão recorde na cidade durante suspensão temporária do rodízio No ônibus para Santo Amaro, na zona sul, uma viagem de uma hora e 40 minutos. À esquerda, redundância: uma aviso de trânsito lento em meio a um congestionamento.

Luiz Prado/Luz

Rodízio volta amanhã. Com multas. Fernando Vieira

A

partir de amanhã, volta a vigorar o rodízio de veículos. A suspensão experimental durante o mês de julho, período de férias escolares, que estava em vigor desde o dia 2, com previsão de perdurar até a sexta-feira, dia 13, teve seu término antecipado pela Prefeitura. Com isso, os motoristas que circularem em horários e locais não permitidos pela regulamentação estarão sujeitos a multa. A decisão foi anunciada ontem pelo prefeito Gilberto Kassab, após reunião para avaliação da circulação de veículos

na Capital, da qual participaram o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, e o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Roberto Scaringella. “As análises nos deram a convicção da importância do rodízio. Existiam dúvidas sobre a possibilidade de sua suspensão neste mês, mas concluímos que ela não é recomendável”, disse Kassab. Ao longo da última semana, a CET realizou estudos para avaliar o impacto da suspensão do rodízio, colocado em operação pela primeira vez em 1997. Na comparação entre as segundas-feiras da primeira semana de julho e de junho

(com rodízio), o pico de lentidão no período da manhã apresentou um aumento de 15%. Já no pico da tarde, 24%. Os números são ainda mais díspares na comparação entre julho deste ano e de 2006. Nesse caso, o pico da manhã aumentou 117% e o da tarde, 72%. O mínimo entre os picos de lentidão, por sua vez, teve uma elevação de 9%, talvez pelo aumento de frota, especula a estudo da CET. A cada ano cerca de 150 mil novos veículos somam-se aos 5,5 milhões que circulam diariamente em São Paulo. Estima-se que o rodízio retire de circulação cerca de 20% dos veículos.

"O rodízio está validado depois de dez anos. Com a leitura automática de placas, implantada pela fiscalização eletrônica, diminuímos sensivelmente o principal ponto de vulnerabilidade, que era o desrespeito à operação. Do total de 1,5 milhão de multas aplicadas em 2006, um milhão foi por meio das câmeras e 500 mil dos marronzinhos", disse Scaringela. Segundo o prefeito Gilberto Kassab, a partir deste ano, o rodízio só deverá ser suspenso novamente nas férias de final de ano, em janeiro, ou em casos excepcionais, como greves de transporte público e feriados prolongados.

quilômetros, ao longo dos corredores exclusivos das avenidas 9 de Julho e Santo Amaro. "Além do tempo gasto dentro do ônibus, às sextas-feiras eu espero até quarenta minutos para conseguir embarcar", desabafou a secretária Joana Batista, que mora em Santo Amaro. Os dez corredores exclusivos existentes na cidade deveriam, como o nome sugere, serem exclusivos para o trânsito de ônibus. Mas isso não tem ocorrido. Em locais sem fiscalização, como a avenida Francisco Morato, na zona oeste da Capital, os carros particulares invadem a faixa exclusiva e disputam o espaço com cerca de 15 mil ônibus. Táxis – Os motoristas dos coletivos reclamam ainda do grande número de taxistas que circulam pelo corredor. Pela lei, os taxistas só poderiam trafegar pelos corredores de ônibus se estivessem com passageiros. No ano passado, mais de 46 mil multas foram aplicadas nesses locais. O resultado da disputa por espaço é uma velocidade média 40% abaixo da prevista, ônibus lotados e longas filas de ônibus. "Preso no trânsito, muitas vezes eu me divirto contando quantos ônibus estão parados nos corredores. Já contei o absurdo de 22 veículos", conta Branco. A SMT reconhece o problema. "A velocidade média está abaixo do previsto", admite Bussinger. Além da velocidade, o secretário afirmou que a falta de pavimentação adequada obriga os motoristas de ônibus a saírem dos corredores e a trafegarem na via normal. "Os buracos da avenida Francisco Morato são gravíssimos", diz Bussinger. Mas, segundo os especialistas em transportes, o que mais falta à cidade é planejamento. "Não se pode misturar dezenas de linhas de ônibus de origens diferentes num mesmo corredor. Eles foram projetados para um entroncamento, com uma única linha circulando pelos corredores, sendo alimentada nos terminais por outras", explicou Branco. De acordo com o secretário Bussinger, apenas no corredor Tiradentes, que dá acesso à zona norte, é possível fazer ultrapassagens. Licitações – Para resolver esse tipo de situação, a Prefeitura pretende investir na construção de novos terminais de ônibus e, sobretudo, aumentar a fiscalização. "Está em licitação a contratação de novos radares com leitores automáticos de placas. Eles ajudarão a multar carros e motos que invadirem os corredores exclusivos de ônibus", confirmou Bussinger. Para Adriano Murgel Branco, a solução para os corredores de ônibus é, antes de tudo, política e econômica, já que os trajetos das linhas deveriam ser redefinidos. "Todos os empresários querem que as suas linhas cheguem ao Centro, mas eles não percebem o quanto isso lhes custa", afirmou. O engenheiro analisa o projeto dos corredores exclusivos de ônibus: "Tudo o que foi feito acabou sendo deturpado. Mas com vontade política há chance de melhorar". Uma solução seria criar linhas intermediárias e expressas em direção aos atuais corredores. "Alguns ônibus fariam paradas a cada cinco pontos, out ro s p a r a r i a m e m p o u c o s pontos e outros não parariam nunca", resume Branco. O secretário Frederico Bussinger afirmou que alguns corredores da cidade já passam por reformas e manutenção e que outros serão adaptados às exigências da cidade.


quarta-feira, 11 de julho de 2007

Ambiente Educação Polícia Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Domingos Peixoto/AOG

ATENDIMENTO EM DELEGACIAS SERÁ REDUZIDO

Policiais civis do Rio de Janeiro estão em greve desde ontem por melhores salários.

Domingos Peixoto/AOG Evelson de Freitas/AE

Ó RBITA

CONGONHAS

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Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) baixou resolução determinando à Infraero a adoção de medidas especiais dentro de uma operação de emergência no aeroporto de Congonhas. Entre as determinações estão a contratação de mais ônibus para atender os passageiros, seis apenas para embarque e desembarque na pista auxiliar. A Anac determinou ainda que a Infraero aumente o número de funcionários que atendem as pontes de embarques (fingers), passando a ter um operador por unidade. Exigiu também mais pessoas trabalhando na inspeção das bagagens de mão, em especial daqueles que operam as máquinas de raio X. A agência de regulação da aviação pediu ainda que a Infraero avalie o número dos equipamentos de inspeção de bagagem por raio X em operação no aeroporto de Congonhas, para aquisição de mais máquinas, se houver necessidade. (Agências)

CAMELÔS: OPERAÇÃO EM PINHEIROS

A

s operações de retirada de camelôs ilegais serão estendidas para duas vias de Pinheiros, na zona oeste: Teodoro Sampaio e avenida Faria Lima, na altura do Largo da Batata. A informação é do secretário municipal das Subprefeituras, Andrea Matarazzo. Segundo ele, as operações vão começar em cerca de 15 dias.

"Não trabalharão mais camelôs ilegais na Teodoro Sampaio. Chega", afirmou Matarazzo, anteontem. Segundo a Prefeitura, 511 ambulantes possuem licença para trabalhar na região, que abriga cerca de três mil camelôs clandestinos. Nos últimos 40 dias, a Prefeitura diz ter retirado cerca de 1,2 mil ambulantes ilegais no Brás, região central. (Agências)

GOLFINHO ENCALHA NO GUARUJÁ

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m golfinho de 2,8 m de comprimento da espécie Nariz de Garrafa ficou encalhado ontem na praia de Pitangueiras, no Guarujá (SP). Banhistas e salva-vidas se mobilizaram e tentaram acalmar o animal até a chegada do resgate. O golfinho foi colocado em uma carreta e levado para a praia de Pernambuco,

onde foi medicado. Depois, foi levado em uma embarcação do Corpo de Bombeiros para um centro de recuperação de animais marinhos, na Ilha dos Arvoredos. Segundo os veterinários, o animal, um macho adulto, estava com a pressão baixa. Ele será tratado e depois devolvido ao mar. (Agências)

Policial civil em delegacia no Rio de Janeiro: categoria quer aumento de 50%, mas governo ofereceu 3,5%

Depois do Rio, polícia de SP promete greve Paralisação será amanhã e vai durar 24h. Só ocorrências graves serão registradas.

P

oliciais civis e militares de todo o Estado de São Paulo deverão realizar amanhã uma greve de 24 horas. A principal reivindicação é um reajuste salarial de 48%. A greve foi confirmada ontem, cinco dias após o governo do Estado anunciar um plano de valorização de carreira para os policiais e um aumento salarial de até 23,43%, considerado insuficiente pelos policiais. Segundo policiais, durante a greve, apenas 30% de policiais civis estarão trabalhando nas delegacias. Serão registradas apenas ocorrências graves, como seqüestros em andamento e homicídios. Casos como perda de documentos e colisões no trânsito ficarão para o dia seguinte. O mesmo vale para quem tem hora e data marcadas para prestar depoimento.

As delegacias especializadas do Idoso e da Mulher também vão aderir à paralisação. De acordo com o Sindicato de Policiais Civis do Estado de São Paulo, há em São Paulo 33 mil policiais civis e 93 mil militares. O aumento salarial anunciado para as polícias Civil, Militar e Técnico-Científica resultará num reajuste real acima da inflação, se comparado aos vencimentos da categoria em 2002. A informação foi divulgada em nota pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), ontem. Segundo o texto, "os aumentos variam de 25,08% a 65,81%, já descontado o IPC/FIPE do período, de 39,02%". Na semana passada, o governo paulista propôs reajustes que variam de 3,84% a 23,43% para a categoria. O comunicado da SSP afirma que, com a mudança, os salários dos delegados de

classe especial e dos coronéis subirá de R$ 4.052,15 para R$ 6.649,64. Fotógrafos de 5ª classe, do Instituto de Criminalística, passarão a receber R$ 2.368,70, ante os R$ 1.156,41 atuais. Rio -Os policiais civis do Rio de Janeiro aprovaram greve de 48 horas. A categoria reivindica reescalonamento salarial (reajuste médio de 50%) e incorporação de gratificação a inspetores e investigadores. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Rio, 30% do efetivo foi mantido nas delegacias, para a realização de serviços essenciais e de emergência. O governo do Rio propôs reajuste médio de 3,5%, que foi rejeitado. O governo informou, por nota, que "é orientação do governador Sérgio Cabral que toda e qualquer folga no orçamento seja utilizada para valorizar a categoria policial". (AE)

PM: mulheres vão protestar

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omo o Código Penal da Polícia Militar proíbe a paralisação da categoria, as mulheres dos policiais paulistas é que irão reclamar as reivindicações salariais. A presidente da Associação dos Familiares de PMs, Ana Jolo, afirmou que amanhã, por volta das 14h30, será realizada uma manifestação em frente ao prédio da secretaria de Segurança Pública, que fica na Rua Líbero Badaró, no Centro de São Paulo. A manifestação deve terminar por volta das 17 horas. Segundo Ana Jolo, na sextafeira, dia 13, será a vez de centenas de mulheres irem até a porta de quartéis para impedirem a saída de carros dos policiais militares. "Temos que pressionar o governo, já que nossos maridos não podem fa-

zer nada por conta do código penal", afirmou Ana Jolo. O protesto também vai contar com o apoio da Associação de Oficiais da Reserva da PM. "Vamos com camisetas com fotos do ‘exterminador da polícia’", disse o coronel Hermes Bittencourt Cruz. Entre as faixas que ele quer levar está uma que diz: "O PCC e o crime organizado estão felizes com o salário dos policiais". Polícia Rodoviária - Os policiais rodoviários federais desistiram de entrar em greve durante o período de realização dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, mas deverão usar uma faixa preta no braço como forma de protesto. A decisão foi tomada ontem. Segundo os policiais, a categoria não vai parar para não colo-

car em risco o esquema de segurança dos Jogos. Para garantir a segurança do evento, estão na cidade participando da Operação Podium, especial para o Pan, cerca de dois mil policiais, sendo 900 agentes do estado do Rio e 1.100 de outros estados. A categoria está se mobilizando pelo aumento do efetivo policial rodoviário dos atuais 10 mil para 20 mil agentes. O diretor da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários, Marco Aurélio Santana, afirmou que há hoje cerca de 9 mil pessoas trabalhando no órgão e mais mil vagas de trabalho em aberto. "Estamos em estado de greve ", disse Santana. Segundo ele, uma nova assembléia está programada para o fim deste mês, para uma decisão sobre a greve. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 11 de julho de 2007

DIA DO FICO – George W. Bush reiterou Jason Reed/Reuters

Internacional

que os EUA continuam no Iraque, mesmo com a deserção de senadores republicanos favoráveis ao fim do conflito. Pesquisa do USA Today mostrou que apenas 29% dos americanos aprovam sua estratégia

AF

Tragédia na Mesquita Vermelha: 58 mortos A mesquita paquistanesa estava sitiada há oito dias A invasão começou com uma série de explosões e tiros, depois do fracasso das negociações. Foi uma operação complicada, já que o complexo da mesquita tem mais de 70 ambientes, e os militantes estavam armados com metralhadoras e granadas lançadas por foguete. O exército evitou usar força total temendo que houvesse mulheres e crianças dentro do complexo. O governo acusou os extremistas de usar mulheres e crianças como escudo.

"A operação está em seus estágios finais. Há uma ou duas áreas ainda a ser liberadas. Não vai demorar", disse o major-general Waheed Arshad. Ainda não está claro quantas pessoas estavam na mesquita, mas calcula-se que eram 600. O diretor de uma agência humanitária, Abdul Sattar Edhi, disse que o exército pediu que ele preparasse 400 sacos para cobrir as vítimas. (Agências)

Aamir Qureshi/AFP

Mohsin Raza/Reuters

No sentido horário, vista aérea da Mesquita Vermelha, palco dos conflitos que mataram 58 pessoas ontem; paquistanês chora ao ouvir informações do irmão que lutava contra forças de segurança; e o clérigo Abdul Rashid Ghazi, uma das vítimas dos confrontos de ontem

'MINISTRO' CORRUPTO CONDENADO À MORTE. NA CHINA.

AFP

T

erminou em tragédia o cerco do exército paquistanês aos militantes islâmicos enclausurados em uma mesquita em Islamabad, capital do país, desde a última semana. Depois do fracasso das tentativas de negociação, forças de segurança locais mataram um importante líder rebelde islâmico e mais 57 militantes após 18 horas de intensos combates dentro da Mesquita Vermelha. Os choques com as forças de segurança são resultado de meses de tensão com os radicais da mesquita, que realizavam "campanha pela moralização" para pressionar pela aplicação da lei islâmica no país. O cerco foi armado por ordem do presidente Pervez Musharraf, no último dia 3 de julho, depois de uma troca de tiros com estudantes armados. Antes da invasão, batizada de "Operação Silêncio" pelo exército, pelo menos 21 pessoas já tinham morrido. Os militantes, a maioria estudantes islâmicos, armaram ontem um último refúgio no porão de uma escola religiosa, local onde foi morto o clérigo Abdul Rashid Ghazi quando tentava se entregar, informou o Ministério do Interior. "Ghazi foi cercado pelos militantes, que não o deixavam se entregar, e acabou morto no fogo cruzado", disse Javed Iqbal Cheema, porta-voz do ministério do Interior. Segundo ele, alguns militantes ainda resistiram após a morte do religioso.

Protestos no Paquistão

D

urante os confrontos na Mesquita Vermelha, ao menos dois protestos contra a invasão do exército foram organizados no Paquistão. Centenas de homens armados de tribos próximas à cidade de Batagram, no noroeste do país, bloquearam uma rodovia que leva à China, segundo o oficial de polícia Habib Khan. Os homens atiravam para o alto e gritavam frases contra o governo e o presidente paquis-

tanês, Pervez Musharraf. Na cidade de Multan, ao leste de Islamabad, mais de 500 estudantes islâmicos organizaram marcha sob o sl og an " a b a i x o M u s h a r r a f " , b l oqueando uma via importante e queimando pneus. Na segunda-feira, cerca de 20 mil membros de tribos — incluindo centenas de militantes armados — haviam feito protestos similares na região de Bajur, no noroeste. (Agências)

O

ex-chefe da Administração Estatal de Alimentos e Remédios da China, Zheng Xiaoyu, foi executado com um tiro na nuca após ser considerado culpado de corrupção. Ele foi condenado por receber cerca de US$ 850

mil em propinas de farmacêuticas para aprovar medicamentos de qualidade duvidosa — entre eles um antibiótico que teria causado a morte de 10 pessoas. Com Zheng, cujo cargo equivalia ao de ministro de estado, foram condenados dois de

seus subalternos. A segurança alimentar se tornou uma grande preocupação para o governo chinês, principalmente depois da repercussão internacional dos casos de descoberta de toxinas em alimentos, rações para

animais, medicamentos e outros produtos chineses. O combate à corrupção também tem estado no centro das discussões do governo. Até agora, já foram condenados à execução mais de 1.900 funcionários do governo comunista. (AE)


Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

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Divulgação

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AUMENTAM AÇÕES NA JUSTIÇA CONTRA COMPANHIAS AÉREAS

quarta-feira, 11 de julho de 2007

As companhias áreas são responsáveis diretas pelos danos causados ao consumidor. Paulo Pacini, do Idec

INSTITUTO APROVEITA FÉRIAS ESCOLARES E LANÇA CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO

AÉREAS ESTÃO NA MIRA DO IDEC Sílvia Pimentel

Ó RBITA

AQUISIÇÃO A Samcil anunciou ontem a compra da Lumina Saúde para ampliar atuação nas classes C e D.

PRORROGAÇÃO DA CPMF

A

prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que o governo queria aprovar com a ajuda do PMDB antes do recesso parlamentar, ficará para agosto. A CPMF saiu da pauta de votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A discórdia que ameaça suprimir R$ 153 milhões do caixa do governo, por cada dia sem CPMF a partir de 1 º de janeiro de 2008, é a A TÉ LOGO

presidência de Furnas Centrais Elétricas. A bancada fluminense do PMDB, com 11 representantes, escolheu o ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde para o posto. Mas como a nomeação não sai, a despeito das promessas de ministros e do presidente da República, setores do partido falam em "dar o troco ao governo", que tem prazo até 30 de setembro para aprovar a prorrogação sem prejudicar o Tesouro. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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IBGE reduz previsão para safra de grãos

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Reunião sobre dívidas agrícolas sem definições

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Aviação doméstica cresce 11,2% em junho

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ONU: idéias para Brasil atrair investimentos

L

Argentina tenta driblar crise energética

L

Cresce disputa por 'síndicos turbinados'

Queda na tarifa de energia reduz inflação

A

s companhias áreas estão na mira do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Em razão das férias escolares e da conseqüente alta das vendas de passagens, a organização lançou uma campanha para conscientizar os consumidores sobre seus direitos. Ela consiste na distribuição de uma cartilha explicativa e orientações de como ingressar na Justiça caso esses direitos não sejam respeitados de forma amistosa. Depois de enfrentarem nos tribunais, no passado, um número expressivo de ações por extravio de bagagem, as empresas do setor vêm sendo alvos de processos judiciais que pedem indenização por danos moral e material devido a atrasos e cancelamento de vôos. De acordo com levantamento do Idec feito no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o número de ações na capital paulista pulou de 22, em janeiro de 2006, para 57, em maio deste ano. "A União e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) têm parcela de culpa pela atual crise aérea. Juridicamente, as companhias áreas são responsáveis diretas pelos danos causados ao consumidor", diz o coordenador de ações judiciais do Idec, Paulo Pacini. Desde o mês de fevereiro, é possível encontrar no site do Idec (www.idec.org.br) o mode-

lo de ação judicial para ressarcimento. O endereço vem sendo cada vez mais acessado pelos internautas. O número de downloads do documento saltou de 1.674, em abril, para 1.840, em maio. No último episódio de caos nos aeroportos, no final de junho, em apenas cinco dias, os downloads subiram de 898 para 1.493. Consultas no Procon – Também atento aos transtornos enfrentados pelos passageiros, o Procon criou em novembro de 2006, quando a crise área começou a dar seus primeiros sinais, um canal exclusivo para atender as reclamações. De lá para cá, o órgão recebeu 404 consultas de passageiros. Destas, 83 viraram reclamações formais. Até o momento, o Procon promoveu 60 audiências entre passageiros insatisfeitos e as companhias áreas. Não houve acordo em nenhuma, pois as empresas alegam inocência pelo caos nos aeroportos, causados por atrasos ou cancelamentos de vôos. "O sistema de controle de tráfego aéreo é uma das causas da crise", diz o advogado do Idec, ao lembrar que a crise aérea existe há décadas. Apenas se tornou pública em 2006. Tanto que já existe jurisprudência firmada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) favorável aos passageiros que pedem indenização por danos morais e materiais. No caso de cancelamento ou atraso de vôos, de acordo com o advogado do Idec, o tribunal entende que não se aplica o chamado Pacto de Varsóvia que, entre outros fatores, fixa limites nos valores da indenização. "Ou seja, quando a ação é procedente, o

consumidor recebe a indenização na exata medida do dano sofrido", explica. Em um dos processos relacionados ao setor aéreo, a Varig foi condenada no final do

ano passado a pagar a uma passageira indenização de R$ 14 mil em razão de atraso de 48 horas em vôo internacional que partia de Cancún, no México para São Paulo.

A força de Shrek fora das telas Divulgação

Vanessa Rosal

S

hrek, Homem-Aranha, Piratas do Caribe, Transformers, Harry Potter e Ratatouille também fazem sucesso fora das telas do cinema. Além de conquistar o público com o enredo dos filmes e desenhos animados, os personagens alavancam o faturamento dos fabricantes de roupas, brinquedos, papelaria, cosméticos e até empresas do segmento de construção civil. De acordo com a Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), o País tem atualmente um total de 800 empresas licenciadas e 400 licenças disponíveis, distribuídas entre 60 agências. Em 2006, o segmento movimentou R$ 2,7 bilhões. Para este ano, a previsão é de que o mercado cresça 11%, alcançando R$ 3,1 bilhões. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), Sebastião Bonfá, a indústria cinematográfica começou a ganhar força dentro do segmento nos últimos três anos. "O lançamento de um filme pode aumentar em mais de 100% as vendas de produtos associados aos personagens, mesmo que eles já estejam presentes nos quadrinhos e na tevê", afirma. De olho nesse mercado promissor, a fabricante de brinquedos Gulliver prevê aumentar o faturamento em 25% em 2007 e alcançar os R$ 55 milhões. O mascarado Homem Aranha, o ogro Shrek, o pirata Jack Sparrow e os robôs Tranformers, que estréiam nas telas do cinema no próximo dia 20 de julho, são as novas apostas. O diretor comercial Paulo Benzatti diz que cerca de 100 itens representarão 50% de todo o faturamento da Gulliver em 2007. "Também pretende-

Construtoras apostam no apelo do ratinho de Ratatouille

mos conquistar as meninas com o lançamento das bonecas Bratz, apostando no lançamento do filme, em outubro." Licenciada pela International Trading Consultants (ITC), a Bratz é hoje uma das principais marcas negociadas. Segundo o presidente da ITC, Peter Carrero, as modernas bonecas movimentaram US$ 35 milhões no Brasil em 2006. Os negócios se basearam na venda de brinquedos, produtos de papelaria, óculos, cosméticos e vestuário infantil. "Para este ano, a expectativa é de alcançar US$ 50 milhões." Sucesso – Atualmente, quem se destaca no setor é a animação Shrek Terceiro, da DreamWorks, em cartaz nos cinemas brasileiros desde o mês passado. Trinta empresas licenciaram o ogro, entre elas Grow, Estrela, Bauducco e Kellogg's. Ao todo, são 250 produtos diferentes no mercado, com crescimento de 40% em relação ao segundo filme, lançado em 2004. Para o diretor comercial da Exim Licenciamentos e Marketing, empresa responsável pelos personagens dos estúdios DreamWorks no Brasil, Sérgio Ribeiro, Shrek é o personagem que traz os melhores resultados, com destaque para o setor têxtil. A Brandilli, especializada em moda infantil, criou uma li-

nha de roupas para crianças até oito anos com os personagens do filme. O licenciamento prevê exclusividade por um período de seis coleções, e a expectativa é de vender um milhão de peças da linha durante toda a vigência do contrato. McDonald's – Já a rede de fast food McDonald's criou brindes para o McLanche Feliz com 11 personagens do filme, além de um menu especial, com dois sanduíches, um molho especial à base de limão e uma sobremesa. O investimento em marketing ficou em torno de R$ 11 milhões e todos os brindes terminaram em apenas duas semanas. Os simpáticos personagens dos desenhos animados também chamaram a atenção da Cyrela, empresa brasileira do setor de construção civil. O desenho da Disney Ratatouille, que estreou na última sextafeira, faz parte da estratégia de marketing da empresa para vender apartamentos de um condomínio familiar na zona sul de São Paulo. Segundo a gerente de lançamentos da Cyrela, Carla Fernandes, a parceria vem sendo firmada desde o início do ano. "Somos a primeira empresa do segmento a utilizar personagens de cinema. A história do filme combina com a proposta do empreendimento."


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO

SEM LUGAR PARA OS CRUZEIROS

N

estariam disponíveis para o manuseio de contêineres com maior valor agregado. Depois de todo o desconforto do desembarque sem o uso de fingers nivelados com a maré, e ao longo de um percurso fatigante, eis que o passageiro (muitas vezes idoso) arrisca até de torcer o pé em pisos como os do cais de Santos, ou de esbarrar em transeuntes de má reputação. Além do mais , aos nossos terminais falta todo um entorno - normal e indispensável no mundo todo - para se oferecer bem estar , segurança e satisfação aos passageiros. Muitos passageiros viajam para gastar pesado, adquirir suvenires, colecionar artigos exóticos e ter lazer com plena joie de vivre. Devido a isso, mesmo fora de bordo, eles exi-

Lygia Rebello

G Não é

preciso ser muito exigente para notar a precariedade em volta dos terminais marítimos um clima quente no Norte/Nordeste e um mais ameno à medida que se alcancem as regiões Centrais e do Sul. Segundo as atuais tendências mundiais de demanda, o nosso território propiciaria ao passageiro que aqui aportasse a possibilidade de poder conhecer e visitar atrativos históricos e monumentais como os da região de Petrópolis, as Cidades Históricas, as antigas fazendas do café e do açúcar tão pouco conhecidos pelo público, Brasília, Iguaçu, o que não está acontecendo atualmente. Uma vez, um tradicional empresário do ramo disse que o passageiro de cruzeiros não quer ser tratado como soja. Tampouco é preciso ser muito exigente para notar a precariedade do que está em volta dos nossos terminais; basta ver o desembarque no meio de cargas a granel que muitas vezes ocupam , inclusive, os escassos espaços que

gem os melhores serviços possíveis, com restaurantes de categoria e típicos, artigos de artesanato local, roupas de esporte de grife; cabeleireiro, floriculturas, fotógrafos, lavanderias, bancos, casa de câmbio, correio, etc. Inclusive, as associações desses estabelecimentos comerciais, dependendo dos contratos, costumam recolher parte de sua rentabilidade aos armadores, os donos dos navios. Quem é do ramo sabe que, de outro lado, o armador preza muito pela própria imagem perante os passageiros, pelos quais zela, sejam eles costumeiros ou não, e que são os formadores de opinião do seu mercado. Portanto, se queremos incrementar a nossa potencialidade em cruzeiros marítimos não basta só auspiciar a superação das carências existentes nas infra-estruturas para cargas marítimas. GIAMBATTISTA SERRA, CONSELHEIRO DA ACSP.

O passageiro não quer ser tratado como soja

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

RENAN, Céllus

em todo mundo sabe que o número de passageiros de cruzeiros marítimos de nosso País é de cerca uma centenas de milhares por ano, enquanto no Caribe, por exemplo, é de milhões. Mencionamos aqui o que costumam chamar de "risco Brasil no turismo", tudo que consideramos carência de estruturas, apontando relevantes aspectos tais como: falta de planejamento, burocracia, inclusive, para a contratação de mão-de-obra nacional, altas taxas e, sobretudo, insuficiência de calado, na maioria dos portos. De outro lado, o Brasil, sendo continental, é avantajado em relação ao mercado de cruzeiros , inclusive, ao referido Caribe, pois oferece seja

Chumbo trocado não dói BENEDICTO FERRI DE BARROS

A

Veja de 4 deste mês publica nas páginas –uma de suas principais seções – a entrevista de um economista chinês a respeito do Brasil e da China. Foi uma escolha infeliz, a despeito de jornalisticamente correta, posto que o professor, além de diretor da Academia Chinesa de Ciências Sociais, durante 30 anos se especializou no estudo da economia da América Latina. A infelicidade era inevitável, posto que um economista comunista, que gastou seu tempo com isso, certamente não teve tempo de aprender História nem Filosofia, as duas únicas disciplinas que podem capacitar alguém a avaliar globalmente a vida de um país; a Economia é apenas um resultado e um segmento dessa vida. Mas o fato do professor ser comunista o desqualifica até para compreender o que se passa com seu próprio país, simplesmente porque o pensamento ideológico anula a capacidade crítica, que é pré-condição de um entendimento e explicação lógica das coisas, e a principal característica dos regimes comunistas é proibir todo juízo crítico sobre a situação. Mas, como conseguir que um dos muitos filósofos que certamente continuam a existir na China de hoje se disponha a dar uma entrevista para dizer o que pensa, ou um historiador que fale fora da pauta de censura que caracteriza o regime político? O professor começa por declarar na sua entrevista que Mao-Tsé-Tung "ainda é seu maior herói”. Uma tintura a mais de História e de Filosofia seria suficiente para o professor compreender que a grande obra do herói e seus companheiros foi a de - como o comunismo soviético – tentar atualizar uma nação multi-milenar que se tornara arcaica, e impor disciplina a um povo que caíra na anarquia pela deterioração de um estado corrupto, incapaz e impotente. A que custo, se sabe, como a repressão na Praça da Paz Celestial evidenciou e o professor parece não dar a menor importância.

Depois de afirmar que cada país deve criar seu próprio modelo, afirma que a partir de 1978, sob a liderança do Partido Comunista, a China optou pela “economia social de mercado”, mas a “economia social de mercado”, como ele ignora mas devia saber, não é um modelo chinês mas um modelo preconizado por Wilhem Röpke antes de 1950. Röpke, alemão, foi um economista neoliberal posicionado precisamente na contramão do nazismo e do comunismo.

D

a distância geográfica, histórica e cultural que separa Brasil e China, o que parece que há de comum no regime ideológico que ambos vivemos é serem ambos, antes, uma espécie de capitalismo envergonhado e desavergonhado. Sugere, em seguida, que paremos de nos lamentar e comecemos a competir. Mas em seguida se lamenta de que se discriminem os produtos chineses. Pelo menos conosco isso não acontece: por parte dos brasileiros educados, que há muito reconhecem a qualidade atingida por esses produtos, e pela massa popular, que pouco liga para origem e muito para o preço. A referência que faz a Confúcio quanto à extraordinária influência que exerceu sobre a formação dos chineses e seu modo de viver é correta. Mas não chegou a alcançar a maioria dos seus chefes políticos, dos quais Confúcio teve de fugir sempre que pretendeu - como era uma de suas supremas ambições - influenciá-los. Para encerrar essas superficiais considerações, é inegável que há numerosas observações judiciosas e exóticas emitidas e omitidas pelo professor comunista em sua entrevista, que se lerão com curiosidade e assombro. Mas no que elas têm de certas não passam das conhecidas abobrinhas e dos velhos abobrões comunistas que constituem na atualidade nossa dieta diária. Sem que consigam afetar quer nossa indiferença, quer nossa aversão pelos políticos e a alegria do nosso modo de viver.

B rasil e China vivem uma espécie de capitalismo desavergonhado

Concessão para quase tudo SACHA CALMON

O

Brasil tem inúmeros pontos positivos. Mas é preciso pôr a público nossas fraquezas. Há coisas que só existem aqui: cartórios, precatórios, prebendas e sinecuras oficiais, em pleno Estado republicano. O Estado é laico, mas os constituintes pregaram uma cruz no Congresso Nacional e fizeram a Constituição sob a proteção do Eterno (católico). Verdade seja dita, no corpo da lei maior, consagraram tratamento igual à catedral, à sinagoga, ao templo evangélico, à mesquita e à casa de umbanda. O país moderno, assim, exibe seus pedúnculos arcaicos. Falemos das concessões para fazer quase tudo, como se tudo pertencesse, ainda, ao rei, distribuidor de alvarás. Os serviços concedidos são geradores de corrupção. Regular é uma coisa, em prol do interesse público essencial; outra, bem diversa, é conceder. O poder concedente dá e tira, daí a barganha, a propina e a faca cortante da negativa de renovação. A Constituição prega que os governos podem exercitar essas atribuições, diretamente ou mediante concessão ou permissão aos particulares. Hoje, tudo é tão concedido que os governos não têm condições para coisa alguma. Nos regimes totalitários, o Estado faz tudo, à moda da antiga União Soviética. Nos estados intervencionistas, mediante concessões e permissões, atribui-se a entes paraestatais (Furnas, Nuclebrás, etc.) e à iniciativa privada ditos encargos. Nos estados liberais tudo é feito por particulares, sob órgãos reguladores ou agências, como nos Estados Unidos. Devemos questionar que atividades são próprias do Estado, delegáveis, e quais não deveriam ser. Que o foco caia no jornalismo escrito, falado e televisivo, porque aí reside a liberdade

de expressão, apanágio da democracia. Ocorreme que, antanho, antes do rádio e da televisão, as nossas constituições proibiram o governo de tributar o papel de imprensa, os jornais e os periódicos, para deter os déspotas tipo Getúlio Vargas (Brasil) e Juan Domingos Perón (Argentina). Tampouco a imprensa escrita precisa ser concedida. Contrariamente, colocamos o rádio e a televisão sob o controle estatal, a depender de “concessão”, em seu duplo sentido. Veja-se o que ocorreu na Venezuela mês passado. Penso que quem puder deve ter o direito de montar rádios e estações de TV, sob a regulamentação do Estado, sem necessidade de se revogar a concessão, a menos que seja empresa estrangeira, como predica a legislação. Entre nós, as concessões são dadas aos amigos do rei, políticos e empresários comprometidos com o status quo. José Sarney, interplures, quantos canais de TV tem? Eis aí um ponto oportuno a merecer debate nacional e, ao cabo, uma mudança na Constituição, para melhor.

Q

uanto menos Estado mais liberdade. A demasia de atividades a depender de concessões acarreta três efeitos nocivos, mormente no setor de transporte e comunicações: corrupção política institucional, carga burocrática a vender dificuldades para ganhar na facilitação, além do emperramento da economia sob o guante da política; não no seu nobre sentido, mas com o viés da politicalha. O que é do Estado não é do povo. Não é nem do Estado. É de alguns, a resfolegarem no repasto da corrupção.

O que é do Estado não é do povo. É de alguns.

SACHA CALMON É ADVOGADO TRIBUTARISTA

AINDA E SEMPRE oltamos ao caso Renan Calheiros, que já está enjoativo, como já disse em artigo recente. Renan pode usar vários argumentos em sua defesa, inclusive a traição à esposa, mas o que ele não vai conseguir é uma adesão ao seu caráter, que continuará maculado por ele ter sido o causador da desmoralização da mais alta tribuna legislativa do Brasil. Evidentemente, o senador Renan Calheiros teria que ser purgado de seus pecados veniais, entre eles a traição à sua esposa e a venda de gado, que um boiadeiro experimentado duvida. Compreendemos que o presidente do Senado não queira deixar o cargo, o mais alto do legislativo brasileiro, mas quem seleciona uma carreira deve cumprir com o seu dever, segundo a natureza mesma da carreira, que o obriga ao cumprimento de deveres morais puros e sem corrupção. Ao nosso ver, o presidente do Senado, Renan Calheiros, deveria simplesmente renunciar ao cargo, deixando a presidência do Senado para que não a macule com comportamento hostil à lei moral com que foi batizado o Brasil.

V

enan Calheiros já quis provar sua inocência. Não se sabe ao certo com que argumentos iria convencer os seus confrades de que não pecou, pois é sabido, publicamente, que faltou com a lei moral, base do sistema democrático. Entendemos que o regime já tem suficiente tempo de vida para se ajustar a princípios morais que levem todas as gerações desde as infantis às mais velhas a - pugnarem pela qualidade política de nosso povo e pela confiança que eles depositam em seus representantes, irmanados na defesa da lei moral que, sem dúvida, é o que está faltando aos titulares do Senado. Fica aqui mais um artigo sobre Renan Calheiros e sua crise no Congresso.

R

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Renan deve

simplesmente renunciar, para que não macule a lei moral com que foi batizado o Brasil.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

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Roberto Jayme/ AE

Política 'PRA ME TIRAR TERÃO QUE SUJAR AS MÃOS' Está chegando a hora de o Senado mostrar quem vale mais, se é a voz do Plenário, ou a do presidente da Casa. José Agripino (DEM-RN)

O presidente do Senado, Renan Calheiros, insiste em permanecer no cargo e manda esse recado aos seus opositores, no mais duro discurso que fez até agora Lindomar Cruz / Ag.Senado

E

Diante da forte pressão para deixar o cargo, Renan Calheiros admite que pode abrir mão da presidência do Congresso dó na votação da LDO

PSol discute nova representação

A

presidente nacional do PSol, Heloísa Helena, reuniu-se ontem com o senador José Nery e outros membros da sigla para discutir uma nova representação contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O documento incluiria a mais recente denúncia contra Renan, de suposto favorecimento à cervejaria Schincariol na compra de uma fábrica de refrigerantes da família Calheiros, que ficou de fora do processo porque a representação contra Renan já está em andamento.

O PSol é responsável pelo pedido de abertura do processo contra o presidente do Senado, por quebra de decoro parlamentar, que está em andamento no Conselho de Ética. Ontem, Renan Calheiros apresentou ao Conselho de Ética quatro representações sobre o processo contra ele, por quebra de decoro parlamentar. Por meio de seu advogado, Eduardo Ferrão, ele questiona a decisão do presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDBTO), de anular o relatório proposto por Epitácio

Cafeteira (PTB-MA), primeiro relator do processo, que pedia o arquivamento do caso. Renan questiona ainda a abrangência das investigações, pede anulação da primeira perícia da Polícia Federal (PF) em seus documentos, alegando que ela foi realizada sem o aval da Mesa Diretora, e solicita informações sobre perícia da própria Polícia Federal. Na última segunda-feira, o relatório que pedia o arquivamento do caso, elaborado pelo então relator Epitácio Cafeteira (PTB), foi anulado pelos novos

relatores, Renato Casagrande (PSB), Marisa Serrano (PSDB) e Almeida Lima (PMDB). O trio justificou que todas as irregularidades do processo foram sanadas. OAB – Também estava prevista, ontem, uma reunião de Heloísa Helena com o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, para discutir o caso Renan, mas devido ao caos aéreo, a ex-senadora não conseguiu embarcar para Brasília, onde fica a sede da entidade, e a reunião foi adiada para a próxima semana. (AE)

m resposta ao PSDB tigado, que vai instaurar um que reafirmou a posi- processo legal e vai se defenção de vê-lo afastado der com todas as forças. Ele garante ter rebatido as da presidência, o presidente do Senado Federal, Re- acusações que são feitas contra nan Calheiros (PMDB-AL), fez ele, que não há nada o que esontem o seu mais incisivo dis- conder e disse que as pessoas curso no plenário da Casa, de- têm que apresentar as provas safiando os que defendem o objetivas contra ele. "Vai ter de ser catão mesmo. seu afastamento do cargo: "Se quiserem minha cadeira, se for Vai ter de botar as provas na um desejo político, vão ter que mesa. Eu vou cumprir a minha sujar as mãos. Vão ter que dizer função, meu dever. Vou colopor que estão tirando o presi- car as matérias para votação, vou chamar para a ordem do dente do Senado", disse. "Aquele que quiser ser capi- dia. Quem não quiser votar, tão, vai ter que ser capitão mes- que se ausente do plenário", reagiu Renan. mo e sujar as Re cuo– Apemãos. Vai ter que sar da declaracolocar um forca ção, no meio da ou uma fogueira tarde de ontem, lá fora e queimar Aquele que quiser o presidente do ser capitão, vai ter que após muita pressão, Renan disse Senado", compleque "se necessát o u R e n a n . E l e ser capitão mesmo e rio", abrirá mão afirmou que não sujar as mãos. irá permitir que Vai ter que colocar um de presidir a sessão do Congresos seus direitos forca ou uma so para votação sejam violados e fogueira lá fora e do projeto da Lei garantiu que não de Diretrizes Orhá dinheiro pú- queimar o presidente çamentárias blico envolvido do Senado. (LDO) e entregano pagamento da Renan Calheiros rá a tarefa ao vipensão à jornalista Monica Veloso, com que tem ce-presidente do Senado, deuma filha fora do casamento. putado Nárcio Rodrigues "Todo dinheiro foi pago por ( P S D B - M G ) . E l e t a m b é m mim. Não tenho o que temer. anunciou para amanhã, às Nem aqui e nem no Conselho 19h30, o início da sessão da Câmara e do Senado juntos. de Ética", disse. Ministério Público – Ontem Renan e o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) travaram o presidente do Senado encadiálogo, em plenário, sobre minhou ofício ao procuradorsua permanência à frente da geral da República, Antonio condução das votações. Renan Fernando Souza, com pedido não gostou da intervenção pa- para que o Ministério Público ra que se afastasse do cargo e Federal investigue os docuafirmou que não deixará a ca- mentos encaminhados por ele ao Conselho de Ética da Casa deira da presidência. "Ninguém vai me tirar da- em sua defesa. Renan afirma, no ofício, que qui fazendo cara feia. Até hoje não sei de que fui acusado. Es- a Procuradoria Geral da Repútou fazendo tudo sem nada a blica (PGR) é a instância adetemer", disse. "Em defesa do quada para investigar a autenmeu direito vou até o fim. É na ticidade de seus documentos. diversidade que a alma cres- Ele argumenta que o Conselho ce", continuou. Renan disse de Ética do Senado não tem poque tem acolhido nas ruas to- deres para investigar seus dodos os dias manifestações de cumentos, incluindo o pedido solidariedade. Ele contou que de realização de uma perícia entrou no Ministério Público na papelada, que foi feito à Pocom um pedido para ser inves- lícia Federal. (Agências)

J. Freitas / Agência Senado

Caso Schincariol não entra no processo, dizem relatores

A

mais recente denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de suposto favorecimento à cervejaria Schincariol na compra de uma fábrica de refrigerantes da família Calheiros, não será acrescentada ao processo que corre contra ele no Conselho de Ética. O senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos três relatores do processo, disse ontem que a nova denúncia não pode ser incluída, porque a representação contra Renan já está em andamento. Casagrande disse que o Conselho de Ética só voltará a se reunir após o recesso do Legislativo, que começa no próximo dia 18 e vai até o início de agosto, depois de concluída a nova perícia da Polícia Federal nos documentos apresentados por Renan para provar que teve, nos últimos quatro anos, rendimentos de R$ 1,9 milhão com venda de gado das fazendas que possui no interior de Alagoas. No entender de Casagrande, os interessados em oficializar a nova denúncia teriam que entrar com nova representação, desta vez na Mesa da Câmara, já que um dos sócios da fábrica de refrigerantes é o deputado Olavo Calheiros

(PMDB-AL), irmão de Renan. A iniciativa de pedir que o novo caso fosse anexado ao processo no Conselho de Ética do Senado foi anunciada pelo PSol, partido que apresentou a representação original contra o presidente do Senado, acusando-o de quebra do decoro parlamentar. Casagrande disse entender que a investigação dessa denúncia cabe, por envolver um deputado, ao Conselho de Ética da Câmara. "O Conselho só vai se reunir na hora em que tivermos a perícia pronta, na hora em que tivermos algum depoimento, alguma audiência pública para ser realizada com o presidente Renan, ou qualquer outra pessoa, que seja necessária", declarou Casagrande. Segundo ele, até a volta do recesso parlamentar, só ficarão em atividade, no Conselho, ele e os outros dois relatores do caso – Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE). "Aí, sim, vamos dar conhecimento (da conclusão da perícia) ao senador Renan Calheiros. E, se ele quiser se manifestar, será convidado para uma audiência pública. Não há necessidade de reunir o Conselho antes (de ficar pronta a perícia)". O relator informou ainda

que Renan já enviou à comissão de inquérito a lista de tópicos que deseja que a PF aborde na nova perícia. Novos documentos – Casagrande informou também que o colegiado solicitará a Renan a apresentação de novos documentos. "Faltam notas fiscais de alguns anos, algumas guias de transporte de animais e alguns cadastros de sua propriedade", disse. Ele lembrou que Renan não é obrigado a apresentar os novos documentos. "Estamos pedindo que ele possa colaborar para que a perícia seja bem feita e venha a dirimir qualquer dúvida quanto à sua situação", disse. Casagrande acrescentou que a comissão de inquérito está encaminhando ofícios a cada uma das empresas que teriam comprado gado de Calheiros e solicitando cópias das notas fiscais emitidas e outros dados que comprovem a realização das transações. Outra decisão da comissão, segundo o relator, é a de pedir à Receita Federal o envio de técnicos à Secretaria da Fazenda e à Secretaria da Agricultura de Alagoas em busca de informações para fechar a perícia, já que o presidente do Senado é investigado por ter apresentado notas frias para comprovar rendimento. (AE)

Relatores do colegiado reunidos ontem: à espera dos resultados de nova perícia da Polícia Federal

Em protesto, oposição vai obstruir as sessões do Senado

O

PSDB e o DEM decidiram obstruir as sessões do Senado como forma de manifestar sua oposição à permanência do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no cargo de presidente da Casa em meio às acusações de quebra do decoro parlamentar. Renan tem-se esforçado para dar a entender que o clima na Casa é de normalidade dos trabalhos, mas os oposicionistas entendem que a crise é profunda e já prejudica o andamento das atividades legislativas. "Normal não está. Existe uma crise profunda e, dificilmente será votada alguma coisa com essa tensão", afirmou o

presidente do PSDB, senador Tasso Jereisatti (CE). Na avaliação de Tasso, Renan teria exorbitado de suas funções, ao apresentar duas petições ao Conselho de Ética do Senado, uma questionando os limites da investigação e outra contra a decisão do colegiado de arquivar o relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB). Em plenário, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), advertiu Renan pelo fato de ter tomado essas medidas na condição de presidente do Senado. No entender de Virgílio,o presidente do Senado poderia fazer esses questionamentos na condição de sim-

ples senador. "Ele está agindo contra uma decisão do Conselho, que é do Senado. Ou seja, Renan está agindo contra o próprio Senado", disse Tasso. Líderes do contra – O líder do DEM, senador José Agripino (RN), afirmou que está chegando a hora de o Senado mostrar quem vale mais, "se é a voz do Plenário, ou se é a do presidente da Casa." "A questão do PSDB não é condená-lo à Torquemada. O PSDB quer um julgamento justo, limpo e adequado e teme que a confusão entre a cadeira (de presidente do Senado) e a situação turve as investigações", disse Virgílio. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Gabriel Bouys/AFP

Sejamos sinceros, tenho bastante dinheiro para não precisar trabalhar nunca mais na vida. Da atriz Emma Watson, de 17 anos, que interpreta a personagem Hermione nos filmes da saga do bruxo Harry Potter. Graças à série ela tem cerca de R$ 39 milhões, mas ainda faltam seer produzidos os dois últimos episódios da saga, para os quais ela já assinou o contrato.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Logo Logo

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www.dcomercio.com.br/logo/

Dia de São Bento, fundador da Ordem Beneditina. Ao lado, em afresco de Fra Angelico.

JULHO

2 - LOGO

R ELIGIÃO E M

C A R T A Z

MÚSICA

Tavito e Zé Rodrix cantam clássicas e inéditas no projeto Quartas Clássicas. Avenida Club, Av. Pedroso de Moraes, 1036, Pinheiros, tel.: 3814-7383, 21h30, R$ 15.

Os únicos cristãos

Vaticano afirma que demais denominações religiosas não representam Cristo

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Vaticano divulgou o n t e m u m d o c umento em que afirma que as outras denominações cristãs, além da Igreja Católica Apostólica Romana, não representam verdadeiramente Jesus Cristo. O documento de 16 páginas escrito pela Congregação para a Doutrina da Fé, órgão doutrinário que já foi dirigido pelo papa Bento 16, descreve as Igrejas Ortodoxas como igrejas

verdadeiras, mas que estariam sofrendo de uma "ferida" por não reconheceram o primado do papa. O texto ainda acusa outras denominações cristãs de não serem igrejas verdadeiras, por não contarem com a chamada sucessão apostólica - que teoricamente liga seus bispos aos apóstolos de Cristo. Esta é a segunda vez em uma semana que o Vaticano vem a público para "corrigir" o que

Bento 16 classifica como "erros de interpretação do Concílio Vaticano Segundo", referindose aos encontros que modernizaram a igreja, realizados entre 1962 e 1965. Com o documento, que traz cinco perguntas e respostas, o Vaticano busca esclarecer o que considera "interpretações ambíguas e equivocadas", acusando algumas teologias contemporâneas de propagarem a "confusão e a dúvida".

Pawel Kopczynski/Reuters

P AN 2007

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Medalha de ouro em informação O site do Diário do Comércio inaugura hoje uma área especial para a cobertura dos Jogos Panamericanos do Rio. Além de notícias, o site traz uma galeria de fotos, que será atualizada durante todo o dia ao longo das semanas de competição, com as melhores fotos do evento. Há também um histórico das medalhas de ouro de cada país e o calendário de todas as competições. Um dicionário explica os termos mais usados e o quadro de medalhas será atualizado diariamente, com a

colocação de cada país nas disputas. Ainda no site os internautas poderão descobrir um pouco da história e das regras de cada modalidade e descobrir, por exemplo, que esporte é o Badminton e desde quando existem competições desse esporte nos Jogos Panamericanos. Na seção estrelas do Brasil você conhece as histórias dos atletas que são as principais promessas de medalhas para o País nos jogos. Você poderá acessar o site a partir da página principal do Diário do Comércio. www.dcomercio.com.br

TESTEMUNHA OCULAR Em Berlim, na Alemanha, uma pedestre caminha diante de um gigantesco outdoor. Na pálpebra da modelo, sob a maquiagem, aparece a palavra "Elle" repetidas vezes, numa promoção da revista feminina com o mesmo nome.

A TIVISMO William West/AFP

A RTE

Velocidade máxima Reproduções/site

rte, design e tecnologia se unem para criar os objetos mais velozes do planeta. Para mostrar isso, a Casa Fiat de Cultura montou a exposição inédita Speed - A Arte da Velocidade. Na internet e também na sede da casa, em Nova Lima (MG), obras de arte automóveis e motos antecipam as comemorações do centenário do Manifesto Futurista, em 2009. São 183 obras de arte entre pinturas, esculturas, carros, filmes, fotografias e objetos de design, vindos de importantes museus e coleções da Itália e do Brasil. A rápida viagem no tempo e no espaço pode ser feita no site.

A L

Coberta com sangue falso, uma é presa a um painel como parte de um protesto de três dias contra os testes em animais. A organização Animal Liberation Victoria (ALV) afirma que cães, macacos, coelhos e ratos são submetidos à crueldade em testes desse tipo.

Avião (ao lado) e automóvel (abaixo), sinônimo de velocidade na era da industrialização

www.baronbob.com/fingerdrums.htm

www.melhorplano.com.br

B RAZIL COM Z

Recursos para o programa nuclear Uma centena de jornais e websites do mundo reproduziram ontem as notícias da revista Forbes e da agência de notícias Reuters sobre a liberação de recursos federais para o programa nuclear brasileiro, divulgada ontem. Serão destinados recursos para a conclusão do projeto nuclear da Marinha, dirigido à propulsão de um submarino e também à geração de energia comercial. O projeto vai absorver R$ 130 milhões de reais por um período de oito anos, totalizando R$ 1,04 bilhão.

Phoenix, a nova sonda norte-americana para Marte, está pronta para o lançamento no início de agosto. Pela primeira vez, o gelo do planeta vermelho será analisado para detectar possíveis formas de vidas passadas e presentes em suas planícies. A Phoenix foi concebida para examinar a história do gelo do permafrost, com temperaturas entre -73°C e -33°C, para descobrir como a água líquida modificou a química e mineralogia do solo e medir, a laser, a água e a poeira em suspensão na atmosfera. L OTERIAS Concurso 572 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 01

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Kiri Te Kanawa faz concertos no Rio e em São Paulo com a Orquestra Sinfônica Brasileira Apresentações do Anima Mundi, maior festival de animação das Américas, começam hoje Quinto filme de Harry Potter já é considerado o melhor da série e estréia hoje no Brasil

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Segundo Sorteio 17

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O Electronic Drum Beat Maker é uma graciosa miniatura de um conjunto de bateria, com loops digitais em cada instrumento. É possível ainda gravar suas próprias seqüências e tocar depois. Por US$ 19,95.

O O provedor de internet Orolix, que remunera seus usuários pelo tempo de conexão, lançou um site que ajuda os internautas na gestão de gastos com telefonia fixa, através de simuladores que comparam custos em pulsos e em minutos, nos planos básico e alternativo obrigatoriamente oferecidos por todas as operadoras. No site, basta indicar o tempo médio de uso do telefone e da internet discada e os dias da semana de uso mais intenso e o site calcula as melhores opções de tarifas.

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Telefone fixo mais barato

Velocidade também é uma questão de forma, como mostram os automóveis e as motos das décadas de 1920 e 1940. Idéia que inspirou a arte futurista

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Bateria para os dedos

Um remédio que ajuda a parar de fumar, o Champix, também pode ser o tratamento adequado para o alcoolismo, revelaram ontem pesquisadores da Universidade da Califórnia. A vareneclina, o princípio ativo do Champix, foi testado em ratos de laboratório que tinham recebido altas doses de álcool durante longo período e eles apresentaram menor interesse por álcool. Para os autores do estudo, alguns neuroreceptores têm participação na dependência a ambas as substâncias e o consumo excessivo de álcool e cigarros está associado e que 85% dos alcóolicos também fumam. Agora, os cientistas acreditam que o medicamento pode ser usado em ambos os casos e com a vantagem de ser eficaz particularmente em casos de dependência das duas substâncias.

Em busca da vida marciana Futurismo é arte, arquitetura e velocidade, a beleza da velocidade. Por isso, parte da exposição é dedicada às obras de artistas futuristas italianos

F AVORITOS

O medicamento dois em um

E SPAÇO

www.casafiatdecultura.com.br

G @DGET DU JOUR

S AÚDE

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Concurso 1773 da QUINA 20

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quarta-feira, 11 de julho de 2007

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

VENDAS AUMENTARAM 9,6% NO 1º SEMESTRE

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22,6

por cento foi a queda na emissão de cheques sem fundo em junho de 2007 em relação a junho de 2006.

NOVO INDICADOR PRODUZIDO POR FGV E AES ELETROPAULO MOSTRA EXPANSÃO DE 1% NAS ATIVIDADES

CRESCE A PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SP

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Sinalizador da Produção Industrial (SPI) subiu 1% em junho em relação a maio. Em maio, o índice subiu 2% em relação a abril. Essa foi a quarta edição desse indicador mensal, elaborado por meio de parceria entre a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a AES Eletropaulo. O objetivo do indicador é o de antecipar as tendências da atividade industrial no Estado de São Paulo. Com esse resultado, o SPI subiu 3,8% no segundo trimestre deste ano ante igual período no ano passado. Segundo as duas instituições, esse patamar de elevação seria um ponto percentual superior à taxa

Arquivo pessoal

de 2,8% verificada no primeiro trimestre, nas mesmas bases de comparação. A FGV e a AES Eletropaulo informam que pode ser encontrado na internet, no site www.fgv.br/dgd, o anexo estatístico com histórico recente das previsões feitas usando a metodologia do SPI e os resultados observados para a Produção Industrial Mensal de São Paulo do IBGE no mesmo período. Informações sobre a metodologia do novo indicador podem ser encontradas no site www.fgvdados.com.br. A FGV e a Eletropaulo informam que os resultados mensais são preliminares, sujeitos a revisão. (AE)

CHEQUES Cai média dos emitidos e dos sem fundos

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número de cheques caiu da média de 5,5 por emitente em junho de 2006 para 5,2 por emitente em junho de 2007, segundo dados do UseCheque da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ao mesmo tempo, o número de cheques sem fundo emitidos por pessoa física caiu 22,6% em junho deste ano em relação a igual período no ano passado. A emissão caiu de 2,731 milhões, em 2006, para 2,115 milhões neste ano, fato que

mostra a melhora na confiabilidade desse meio de pagamento. O economista da ACSP Emílio Alfieri observou que isso se deve, em parte, ao uso de outras formas de pagamento. "Mas também como decorrência de um cuidado maior do lojista, que está utilizando mais tanto o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) quanto o UseCheque, além do uso mais responsável do cheque pelo consumidor em geral", disse. (DC)

Varejo comemora vendas

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o que depender dos resultados do primeiro semestre deste ano, o varejo nacional já tem motivos para comemorar. Levantamento divulgado ontem pela Serasa revela que o comércio varejista de todo o País registrou, na média, crescimento de 9,6% nos primeiros seis meses de 2007 ante mesmo período do ano passado. Os dados são do Indicador Serasa de Atividade do Comércio. O setor que se destacou mais no período, e que puxou esse resultado, foi o de varejo especializado (eletroeletrônicos, veículos, materiais de construção), que apresentou alta nas vendas de 11,9% em relação ao primeiro semestre de 2006. As vendas dos hipermercados, supermercados e do varejo de

alimentos e bebidas cresceram menos: 7,5% sobre os primeiros seis meses de 2006. A expansão do crédito e o aumento do nível de emprego foram os fatores que impulsionaram as vendas do varejo no primeiro semestre de 2007, na avaliação dos especialistas da Serasa. Os "encargos menores e prazos mais elásticos" para a obtenção de crédito também foram lembrados. Junho – Na comparação de junho último com o mesmo mês de 2006, as vendas do varejo apresentaram, na média, alta de 10,3%. Já na comparação de junho com maio deste ano o resultado foi negativo, com queda de 3% em razão de o Dia das Mães ser uma data mais forte de vendas do que o Dia dos Namorados. (AE)

Burti comemora a premiação durante o 5º World Chamber Congress. O evento foi realizado em Istambul, na Turquia, e reuniu diversos países.

Programa da CACB ganha prêmio Paula Cunha

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Programa Capacitar Nordeste, criado pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) em parceria com a Câmara de Artes e Ofícios de Essen, na Alemanha, foi premiado como o melhor projeto de cooperação entre instituições de dois países pela ICC's WorldChamber Federation, órgão que reúne câmaras de comércio de todo o mundo. O projeto capacita entidades que melhor representam as micros e pequenas empresas. Para Alencar Burti, presidente da CACB, da Fede-

Para Furlan, cenário do País é positivo

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ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, traçou um panorama positivo para o presente e o futuro da economia brasileira durante a entrega dos prêmios da revista Banco Hoje aos Bem-

ração das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o prêmio reconhece o esforço feito pela CACB para desenvolver esse trabalho de promoção social. Elas são "entidades que não têm quaisquer subsídios governamentais e dependem, portanto, dos serviços que prestam à comunidade". A premiação ocorreu durante o 5º World Chamber Congress. O evento, realizado em Istambul, na Turquia, reuniu representantes de diversos países. O total de concorrentes inscritos foi recorde: 55 participantes de 38 nações. Para Burti, que compareceu

à cerimônia de premiação, é importante ressaltar também a confiança da Câmara de Artes e Ofícios, de Essen, em desenvolver com a CACB esse trabalho em parceria com as entidades empresariais da região Nordeste que fazem parte do Programa Empreender. "Assim, essas entidades podem cumprir melhor sua missão, não apenas prestando serviços, mas também defendendo a livre iniciativa como instrumento para o desenvolvimento econômico", acrescentou. O projeto foi realizado entre 2005 e 2006 e envolveu 25 associações comerciais em oito estados do Nordeste. Durante o desenvolvimento, as associa-

Sucedidos 2007, ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Ele foi homenageado na categoria especial. "O valor das empresas na Bovespa cresceu cinco vezes de 2002 para cá, para cerca de US$ 1 trilhão, ultrapassando o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro", comemorou. Após palestra do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles (leia mais na página E 7), os dez homenageados foram

diplomados, entre eles Jorge Gerdau Johanpeter, presidente do Grupo Gerdau, Miguel Gutierrez, presidente das Lojas Americanas e Raymundo Magliano, presidente da Bovespa. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, entregou o diploma na categoria Agronegócios ao presidente da Usina São Martinho, João Guilherme Sabino Ometto.

ções comerciais locais obtiveram outros resultados positivos além da premiação. Elas aumentaram o grau de profissionalismo na prestação de serviços aos empresários e integraram-se mais profundamente com a comunidade. Exemp lo – Burti lembrou, ainda, que entre os concorrentes havia representantes de países como Inglaterra, Austrália e Espanha. "Trata-se de um exemplo de esforço conjunto. Tudo isso mostra a força capilar das duas mil associações comerciais que atuam em todo o Brasil", concluiu. A competição foi criada em 2003 pela World Chamber Federation, no Canadá. Rafael Hupsel/LUZ

Sérgio Leopoldo Rodrigues

Burti entrega prêmio a Ometto


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

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razões para não deixar sua empresa crescer

PAULO SAAB TESTE DE SATISFAÇÃO ocê está satisfeito com a Câmara dos Vereadores de São Paulo ? SIM( ) NÃO( )

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Você está satisfeito com o prefeito da Capital paulista? SIM( ) NÃO( )

Livro de Bo Burlingham ensina como resistir à tentação de crescer sem rumo. Por Paulo Brito

Você está satisfeito com a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo? SIM( ) NÃO( ) (se nem sabe o que é isso pule essa) Você está satisfeito com o Governador do Estado de São Paulo? SIM( ) NÃO( ) Você está satisfeito com o Senado da República? SIM( ) NÃO( ) (Não vale palavrão)

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Uma grande empresa não precisa ser necessariamente grande que pode ser considerado uma grande empresa? Uma empresa grande é a m e s m a c o i s a ? B o B u rlingham escreveu um livro para mostrar que não – uma grande empresa não precisa ser necessariamente grande, podendo ser extremamente bemsucedida mesmo sendo pequena (Small Giants: Companies That Choose to Be Great Instead of Big, Portfolio Trade, 268 páginas). Essa é a situação das 14 que ele pesquisou para o livro, nas quais o sucesso não está nas dimensões físicas da companhia, mas em seus lucros ou no seu valor de mercado. Os proprietários que ele entrevistou falam de experiências que custaram muito caro para eles, da resistência em não vender suas empresas por ofertas milionárias, e de terem permanecido fiéis a suas visões originais de excelência. É aí que está a semelhança entre as empresas pesquisadas, como a Righteous Babe Records, da roqueira Ani Difranco, uma cantora que apesar do sucesso nos Estados Unidos recusou-se a trabalhar com as grandes gravadoras e abriu a sua – que já vendeu mais de 4 milhões de CDs. A obra é uma excelente fonte de inspiração para milhares de empresários capazes de resistir à tentação de crescerem sem rumo, em troca da dedicação de serem simplesmente os melhores naquilo que fazem. É assim que o autor nos relembra que grande não significa ótimo e vice-versa.

O

s empresas mostradas no livro são m e s m o " p e q u enos gigantes" como a Seli-

A

e você respondeu ent re u m e t rê s S i m : a vida é assim mesmo. Você recebe muito dela do que dedica a ela. Diz o ditado: sorria e a vida lhe sorrirá. A vantagem é que seu grau de alienação ainda lhe permite enxergar de forma positiva. Você é daqueles que ganha um balde de esterco de presente e sai procurando o cavalo. Parabéns! Se você respondeu entre quatro e dez Sim: A- Nesse estágio a sua situação de satisfação deve começar a preocupar. Psicanalista é recomendável caso suas condições financeiras permitam buscar algum tratamento par a s u a i n c o m p re e n s ã o com o que se passa à sua volta. É necessário, urgente, se informar melhor sobre como andam as coisas no seu entorno. Se você respondeu entre onze e catorze Sim: B - Não há mais motivos para você se preocupar com nada. O mundo está em paz. A poluição sumiu. Os países pobres se desenvolveram. Não há mais fome nem analfabetos sobre a Terra e Papai Noel prometeu que no Natal lhe trará um trenzinho com bateria solar . Se você respondeu quinze vezes Sim: C- Em muito pouco tempo, pouco mesmo, a ambulância estará chegando para levá-lo na camisa-de-força para seu período de férias forçadas, onde terá a chance de contribuir com sua forma de ver o mundo para aliviar a decepção, frustração, indignação de muitos que ainda insistem em não estar satisfeitos. Esses injustos e mal agradecidos que não reconhecem o esforço feito para tornar as suas vidas um inferno.

ma, que desenha e produz vestidos com apenas quatro funcionários, até a O.C. Tan ner, uma consultoria de recursos humanos com um faturamento anual da ordem de US$ 350 milhões e 1700 funcionários (nos Estados Unidos isso não é uma empresa grande). Embora todas as pesquisadas sejam bem diferentes em tamanho e atividade, Burlingham identificou em todas elas sete características em comum: 1- ao contrário da maioria dos empresários, os proprietários destas reconheceram em primeiro lugar a variedade de escolhas que tinham sobre o tipo de empresa que iriam criar 2 - eles conseguiram resistir às enormes pressões para que tomarem direções que não haviam escolhido nem queriam seguir; 3 - essas empresas têm um relacionamento muito intenso com a localidade em que estão instaladas, e que vai muito além do conceito de "retribuição" ou responsabilidade social; 4 - as empresas cultivam um relacionamento excepcional com clientes e fornecedores, baseado em contato pessoal, interação e compromissos assumidos pessoalmente pelos dirigentes e funcionários; 5 - são lugares extremamente agradáveis para se trabalhar; 6 - impressionam pela variedade de estruturas corporativas e pelos modos de governança que desenvolveram sozinhas; 7 - seus líderes ou proprietários adoram o assunto de que a empresa trata, seja ele música, iluminação de segurança, comida, cerveja ou moda.

uma das reuniões anuais de que participou como presidente da GE, Jack Welch explicou por que admirava essas empresas: "Elas se comunicam melhor: sem a burocracia e os protocolos atrapalhando, as pessoas ouvem melhor e falam melhor; e como é menos gente, uma pessoa entende melhor a outra; além disso, as empresas menores andam mais rápido – elas sabem o que acontece com quem vacila no mercado. Em terceiro lugar, nas empresas pequenas, com menos camadas, menos camuflagem, os líderes aparecem com clareza – o desempenho deles e seu impacto são também muito claros. E por fim, as empresas pequenas desperdiçam menos, gastam menos tempo em revisões intermináveis e aprovações, política corporativa e papelada. Como têm menos gente, só podem fazer as coisas importantes – o pessoal está livre para dirigir sua energia direto para o mercado e não para a burocracia." A organização do livro é feita por meio de tópicos e não por ramo de negócio. O primeiro capítulo, Livre para escolher, aborda as razões pelas quais esses em-

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G A roqueira

Ani Difranco recusou-se a trabalhar com as grandes gravadoras e abriu a sua: vendeu mais de 4 milhões de CDs. G Uma

consultoria de RH com 1700 funcionários não quer crescer

presários não trilharam os caminhos mais simples: abrir o capital ou desistir do que gostavam para perseguir resultados financeiros extraordinários. O segundo discute as várias abordagens do que é ser "chefe" nessas empresas - enquanto alguns são centralizadores, outros delegam autoridade e procuram manter uma estrutura igualitária de poder e liderança. s características exclusivas dessas empresas, são difíceis de serem transportados para outras – embora os princípios até possam. O quarto capítulo aborda as comunidades onde elas se instalaram e de que maneira interagem com as pessoas que vivem ali. Mas há também as relações com os funcionários e com os clientes – não é só uma questão de afabilidade para com todos, explica o livro, mas de garantir que haja bem-estar dos dois lados do balcão que os funcionários tenham vontade de ir trabalhar e que os clientes voltem a comprar. A necessidade de ser flexível tanto quanto possível. O sexto capítulo é sobre isso mas do ponto de vista do proprietário – qual é o empreendimento que os fascina e os faz ir em frente. O sétimo capítulo discute a sucessão, em termos de quem tem as ações da empresa e poderá levar sua vocação adiante. E o último, chamado A arte dos negócios, poderia ser chamado de A arte de levar uma vida boa construindo a empresa certa, e mostra de que modo esses pequenos gigantes contribuem para a cultura e para o bem-estar das pessoas associadas a eles.

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Você está satisfeito com a Câmara dos Deputados? SIM( ) NÃO( ) (Eu ouvi....) Você está satisfeito com o Poder Judiciário? SIM( ) NÃO( ) (Cuidado, se não pagou ninguém) Você está satisfeito com o presidente da República? SIM( ) NÃO( ) Você está satisfeito com os ministros da República? SIM( ) NÃO( ) Você está satisfeito com a saúde pública? SIM( ) NÃO( ) Vo c ê e s t á s a t i s f e i t o com os planos de saúde privados? SIM( ) NÃO( ) Você está satisfeito com as empresas de telefonia em geral? SIM( ) NÃO( ) Você está satisfeito com os serviços de atendimento ao cliente em geral? SIM( ) NÃO( ) Você está satisfeito com o trânsito de sua cidade? SIM( ) NÃO( ) Você está satisfeito com a sua qualidade de vida? SIM( ) NÃO( )

nvie o número de sim e/ou não que você alcançou para o meu e-mail abaixo. Se você respondeu acima de três não , há chance de identificarmos os que pensam igual e começarmos a nos organizar para, pacificamente, buscarmos nos aproximar das categorias BeC. Saia do conformismo e do comodismo! Ou quem respondeu Não começa a mostrar sua cara e força, ou vai morrer reclamando.

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PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

G Ou quem

respondeu 'Não' começa a mostrar sua cara e força, ou vai morrer reclamando.

Resultados: ...

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Finanças Estilo Energia Nacional

IBAMA FEZ 33 EXIGÊNCIAS PARA USINAS

quarta-feira, 11 de julho de 2007

4,45

mil megawatts de energia devem ser produzidos pelas duas hidrelétricas do Rio Madeira

POSSIBILIDADE DE O GOVERNO MUDAR REGRAS PARA USINAS DO RIO MADEIRA CAUSA PREOCUPAÇÃO

INVESTIDOR NÃO QUER FURNAS EM LEILÃO Roosewelt Pinheiro/ABr

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Marina: demora de licenças foi benéfica.

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ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse ontem que a demora de dois anos na concessão da licença prévia para as obras das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, acabou se mostrando benéfica para a sociedade, pois evitou a construção de uma terceira usina, prevista inicialmente. "Além do mais, serão usadas turbinas tipo bulbo (que ficam na vertical e não na horizontal, possibilitando a redução das áreas alagadas) e não mais as tradicionais e será construído um canal para a passagem dos peixes e dos sedimentos", afirmou. Para ela, foi corriqueiro o

De acordo com Marina, processo evitou construção de terceira usina

fato de o Instituto do Me o Amb ente e dos Recursos Natura s Renováve s (Ibama) fazer 33 ex gênc as para a concessão das cenças prév as "Isso é norma em qua quer processo " O pres dente nter no do Ibama Baz eu Margar do d sse que o número de cond c onantes depende de cada pro eto

Duas das pr nc pa s obras do Programa de Ace eração do Cresc mento as us nas do Made ra devem produz r 4 45 m megawatts a part r de 2012 com nvest mentos de até R$ 28 b hões O governo af rma que serão capazes de supr r as necess dades energét cas do n c o da próx ma década (AE)

possibilidade de o governo recuar e permitir a participação de Furnas no leilão das hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, ao lado da Odebrecht, preocupa os investidores. Desde que o ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, informou que a estatal estaria fora da licitação, várias empresas manifestaram o interesse de disputar o empreendimento, especialmente porque a Eletrobrás e a BNDESPar poderiam entrar como sócios estratégicos. Ontem, em Brasília, uma fonte oficial do setor informou que o governo pretende mesmo tirar as estatais do grupo Eletrobrás dos leilões dessas hidrelétricas. Segundo essa fonte, a orientação para tirar o grupo do leilão — garantindo ao vencedor a possibilidade de se associar à Eletrobrás, depois — tem apoio da Agência Na-

cional de Energia Elétrica (Aneel), do Ministério de Minas e Energia e da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Com a liberação da licença prévia para essas obras, na segunda-feira, o interesse dos investidores cresceu. O grupo franco-belga Suez, controlador da Tractebel, maior geradora privada do País, informou que vai criar uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) para participar do leilão. Entre os autoprodutores, a Companhia Vale do Rio Doce também avalia a possibilidade de participar. Da mesma forma, Alcoa e Votorantim procuraram a Camargo Corrêa para avaliar uma possível parceria na disputa pelo empreendimento. Além disso, as energéticas CPFL e Light já demonstraram interesse pelas usinas. O presidente da Light, José Luiz Alquéres, afirmou que está estudando a criação de um

consórcio só de distribuidoras para entrar na competição. O objetivo é formar um grupo com 3 ou 4 concessionárias. Equipamentos – O diretorexecutivo da Amazônia Madeira Energética (Amel), João Canellas de Mello, disse que o governo precisa resolver outra pendência para que haja disputa nesse empreendimento. Trata-se da venda de equipamentos para as usinas. Vários fabricantes assinaram acordo com a Odebrecht e não podem fornecer esses produtos a outras empresas. Por isso, os investidores não conseguem fazer suas previsões de custos. A Odebrecht iniciou os estudos de viabilidade da construção das usinas no Rio Madeira em 2001, ao lado de Furnas, e tem um contrato com a companhia estatal. De acordo com o documento, Furnas participaria do leilão das hidrelétricas ao lado da Odebrecht. (AE)

CAPITÂNIA S/A CNPJ/MF 04.274.010/0001-76 - NIRE 35218565461 ATA DE ASSEMBLÉIA GERAL DE TRANSFORMAÇÃO DA CAPITÂNIA GESTORES LIMITADA, EM SOCIEDADE ANÔNIMA, SOB A DENOMINAÇÃO SOCIAL DE CAPITÂNIA S/A Aos 30/10/2006, às 17:00 horas, na sede social, Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030, São Paulo, Capital, reuniram-se sócios representando 100% (cem por cento) do capital social da Sociedade Limitada que gira no Estado de São Paulo sob a denominação de Capitânia Gestores Limitada, sediada na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030, São Paulo, Capital, inscrita no CNPJ/MF sob nº 04.274.010/0001-76, com Contrato Social arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo, sob nº 35218565461, em sessão de 02/10/2003 e demais alterações registradas, sendo a última sob nº 71.878/06-3, em 13/04/2006, para deliberar a transformação da sociedade. Pelas assinaturas lançadas no livro registro de presença de acionistas, verificou-se a presença de acionistas representando a totalidade do capital social com direito de voto, propiciando o funcionamento da assembléia, independentemente de convocação, ex vi do disposto no § 4º do Art. 133 da Lei nº 6.404/76, sendo então aclamado para presidir os trabalhos Ricardo Quintero, o qual indicou a mim, César Lauro da Costa, para secretário. Aberta a sessão, expôs o presidente que em virtude da alteração do tipo societário acima operada que determinou a transformação da sociedade “Capitânia Gestores Limitada” em Sociedade Anônima, conservando os mesmos sócios, o mesmo capital social, mantendo os mesmos bens e direitos, compromissos e obrigações que integram o ativo e passivo da sociedade, a reunião assemblear objetiva deliberar a proposta de estatuto social. Consta, também, da ordem do dia proposta para modificar a denominação social para Capitânia S/A. O Sr. Presidente esclareceu, ainda, que operando-se a transformação dentro dos preceitos da Lei nº 6.404/76, o capital social de R$ 125.941,00 (cento e vinte e cinco mil, novecentos e quarenta e um reais), inteiramente integralizado em moeda corrente nacional na sociedade por quotas de responsabilidade limitada seria mantido e dividido em 125.941 (cento e vinte e cinco mil, novecentas e quarenta e uma) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, as quais seriam emitidas de modo a ficarem mantidas na mesma proporção às quotas de capital que cada um dos sócios possuía na sociedade transformada, ou seja, assim distribuídas: ao sócio César Lauro da Costa - 36.425 ações ordinárias, ao sócio Ricardo Quinteiro - 36.425 ações ordinárias, ao Sócio Arturo Borges da Fonseca Tutzer Profili - 10.321 ações ordinárias, à sócia Flávia Cristina Brum Krauspenhar - 10.321 ações ordinárias, à sócia Margareth de Negraes Brisolla - 6.195 ações ordinárias, ao sócio João Pedro de Almeida Senna - 6.880 ações ordinárias, ao Sócio Danilo Blois Bonfatti - 6.880 ações ordinárias, ao Sócio Rodrigo Espallargas Zuniga - 8.716 ações ordinárias, Ações em Tesouraria - 3.778 ações ordinárias. Iniciados os trabalhos, solicitou o Sr. Presidente que os presentes examinassem as cópias do projeto do estatuto social que havia sido distribuído a cada um para análise e debate. Após pôr em votação as propostas de transformação, mudança da denominação social, emissão das ações relativas ao capital da transformada, o Sr. Presidente verificou terem sido as mesmas aprovadas por unanimidade. A seguir foi posto em votação o projeto de estatuto social, que foi aprovado por unanimidade e que passa a viger consoante termos e disposições abaixo: Estatuto Social Capitânia S/A - Capítulo I - Da Denominação, Sede, Foro, Objeto e Prazo - Art. 1º - Sob a denominação social de Capitânia S/A fica constituída uma Sociedade Anônima, por transformação da sociedade Capitânia Gestores Limitada, que se regerá pelo disposto neste Estatuto e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Art. 2º - A companhia tem sua sede e foro na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030, São Paulo, Capital, podendo, a critério da Diretoria, abrir e encerrar estabelecimentos, sucursais, filiais, escritórios, depósitos, agências, postos de serviços ou subsidiárias em qualquer parte do território nacional ou estrangeiro e associarse com terceiros, pessoas físicas ou jurídicas. Art. 3º - A companhia tem por objeto social: (i) a administração profissional de carteira de valores mobiliários conforme a Lei 6.385/76 e Instrução CVM nº 306/99, exceto atividades que dependam de autorização de órgãos de classe; (ii) a consultoria em investimento e análise de risco financeiro, (iii) a consultoria em securitização de recebíveis e, (iv) a participação em outras sociedades como sócia no Brasil e no exterior. Art. 4º - O prazo de duração da companhia é indeterminado. Capítulo II - Do Capital Social e das Ações. Art. 5º - O capital social, totalmente integralizado, é de R$ 125.941,00 (cento e vinte e cinco mil, novecentos e quarenta e um reais), representado por 125.941 (cento e vinte e cinco mil, novecentas e quarenta e uma) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal. § 1º - As ações da companhia poderão ser representadas por cautelas ou títulos múltiplos, desdobráveis, consoante a preferência de cada acionista, sendo que a despesa de substituição dos títulos múltiplos ou das cautelas correrá por conta do acionista, quando por ele solicitada. § 2º - As ações ou seus títulos representativos, serão assinados por 2 (dois) Diretores, sendo necessariamente um deles o Presidente. § 3º - A companhia poderá emitir partes beneficiárias, na forma disposta neste estatuto. Art. 6º - As ações poderão ser ordinárias e preferenciais e ambas poderão ser divididas em classes, consoante deliberações ulteriores da assembléia. § 1º - As ações ordinárias conferem a seus titulares, mediante ao capital por elas representado, o status de acionista da companhia, o direito a voto nas deliberações gerais e outros direitos estabelecidos por Lei. § 2º - As ações preferenciais, por sua vez, não dão direito de voto aos seus titulares, mas asseguram uma ou mais das seguintes preferências: a) prioridade no reembolso de capital sem prêmio em caso de liquidação da companhia; b) participação, sem restrição no aumento de capital decorrente da capitalização de reservas; c) de comparecer em assembléias gerais e discutir a matéria submetida a votação. § 3º - Na hipótese do falecimento, impedimento permanente, interdição ou qualquer outra forma de desqualificação judicial de acionistas que detenham ações ordinárias, estas, automaticamente, serão revertidas à sociedade, mediante o pagamento do seu valor, calculado com base em balanço especialmente levantado para este fim, aos seus herdeiros, cônjuges ou sucessores a qualquer título, salvo mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital social aceitar o ingresso do sucessor manifestado em Assembléia Geral Extraordinária expressa para tal fim. § 4º - Caso os acionistas pessoas físicas que detenham ações ordinárias venham conferir as retromencionadas ações para pessoas jurídicas, os poderes políticos inerentes à respectiva espécie de ação não perderão seus efeitos, desde que o controle direto e indireto da pessoa jurídica que recebeu os valores mobiliários permaneça com os atuais acionistas pessoas físicas, ou seja, continuem eles detendo, isolada ou conjuntamente, mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital social votante da retromencionada pessoa jurídica. § 5º - Para constatação de que o controle direto e indireto da pessoa jurídica que recebeu os valores mobiliários permanece com o atual acionista pessoa física, ou seja, continuem eles detendo, isolada ou conjuntamente, mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital social votante da retromencionada pessoa jurídica, nas Assembléias Gerais da companhia o representante legal da acionista pessoa jurídica deverá apresentar à mesa (Presidente e Secretário da Assembléia), além da última alteração contratual/estatutária registrada na Junta Comercial competente, certidão de breve relato expedida, no máximo, nos 30 (trinta) dias anteriores à reunião assemblear. Sem a apresentação de tal documentação não será permitido que a acionista vote as matérias objeto de deliberação no conclave. § 6º - Na hipótese do falecimento, impedimento permanente, interdição ou qualquer outra forma de desqualificação judicial do controlador da pessoa jurídica que detenha ações ordinárias dessa companhia, entendido este como aquele que possui mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital social votante da retromencionada pessoa jurídica, estas, automaticamente, serão revertidas à sociedade, mediante o pagamento do seu valor, calculado com base em balanço especialmente levantado para este fim, aos herdeiros, cônjuges ou sucessores do mencionado controlador e aos demais sócios da pessoa jurídica, na proporção da participação de cada um na empresa, salvo se mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital social aceitar a permanência da pessoa jurídica como sócia. § 7º - A ação é indivisível em relação à sociedade. Quando a ação pertencer a mais de uma pessoa, os direitos a ela conferidos serão exercidos pelo representante do condomínio. § 8º - A sociedade deverá realizar, no prazo de 15 (quinze) dias a contar do pedido do acionista, os atos de registro, averbações ou transferências de ações, bem como emissão de novos certificados, podendo cobrar preço não excedente ao do respectivo custo. Art. 7º - É vedado à companhia ou a qualquer de seus acionistas e/ou Diretores, gravar, conceder avais, fianças, ou de qualquer forma onerar e empenhar as ações desta sociedade, a terceiros, tampouco serem as mesmas penhoradas por credores dos acionistas, no todo ou em parte, salvo se tal ato for de interesse direto da companhia, devidamente formalizado através de ata de reunião de diretoria apontando o ônus, ratificada pelo Conselho de Administração, se esse estiver em funcionamento. Capítulo III - Órgãos da Administração. Art. 8º - A companhia poderá ter os seguintes órgãos de administração: Conselho de Administração, Conselho Consultivo, Diretoria, Comitê de Auditoria, Comitê de Compliance e Comitê de Investimento. § 1º - O Conselho de Administração é órgão de deliberação colegiada sendo a representação da companhia privativa da Diretoria. § 2º - Os administradores da companhia estão dispensados de prestar caução para a garantia de suas gestões. § 3º - É expressamente vedado, e será nulo de pleno Direito, o ato praticado por qualquer administrador, procurador ou funcionário da companhia, que a envolva em obrigações relativas a negócios e operações estranhas ao objeto social, sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal, se for o caso, que estará sujeito o infrator deste dispositivo. Art. 9º - A Assembléia Geral fixará anualmente o montante global da remuneração dos administradores da companhia, cabendo ao Conselho de Administração, se esse estiver instalado, ou à Diretoria, em sua primeira reunião realizada após a Assembléia Geral que fixar a remuneração dos administradores, estabelecer o rateio entre os Conselheiros e os Diretores, havendo Conselho de Administração e Consultivo ou apenas entre os Diretores, se somente existir Diretoria. § 1º - Na eventualidade de ausência ou impedimento definitivo, incluindo morte, incapacidade ou renúncia de algum membro do Conselho de Administração, se esse estiver instalado, ou da Diretoria, se somente esse órgão estiver em funcionamento, que não do Presidente, o órgão funcionará com os demais membros até a próxima Assembléia Geral da companhia, oportunidade na qual deverá ser eleito substituto cujo mandato será pelo prazo que remanescer. § 2º - Ocorrendo ausência ou impedimento definitivo, incluindo morte, incapacidade ou renúncia do Presidente do Conselho, se esse estiver instalado, ou do Diretor Presidente, se somente existir Diretoria, este será substituído, temporariamente, pelo Vice-Presidente, devendo ser convocada uma Assembléia Geral, dentro de, no máximo, 30 (trinta) dias, para eleger, por maioria de votos, o substituto, que permanecerá no cargo até o fim do mandato do Presidente impedido ou ausente em definitivo. Capítulo IV - Conselho de Administração. Art. 10º - O Conselho de Administração, se existir, tem função primordial de estabelecer as diretrizes fundamentais da política geral da sociedade, verificar e acompanhar a sua execução. Nesse sentido, compete privativamente ao Conselho de Administração: a) Fixar a orientação geral dos negócios da companhia; b) Aprovar e ratificar o “plano de negócios” das sociedades controladas, coligadas, bem como dos consórcios e associações e, ainda, a equivalência patrimonial das sociedades que faça parte com 10% (dez por cento) ou mais do capital social; c) Eleger, destituir, alterar o número de Diretores da companhia e fixar-lhes atribuições, na forma do Art. 142, inciso II da Lei 6.404/76; d) Fiscalizar a gestão dos Diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e documentos da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; e) Convocar as Assembléias Gerais, Ordinárias e Extraordinárias; f) Manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da Diretoria; g) Manifestar-se previamente sobre os atos ou contratos que tenham valores superiores àqueles definidos anualmente nas reuniões do Conselho de Administração; h) Autorizar a abertura ou encerramento de escritórios e filiais, representações ou qualquer tipo de estabelecimento em qualquer localidade do país e no exterior; i) Estabelecer o rateio da remuneração de cada administrador, respeitado o limite global fixado pela Assembléia Geral; j) Determinar a distribuição interna dos serviços entre os Conselheiros, bem como, criar comitês, conceder a licença, remunerada ou não, aos Conselheiros ou Diretores; k) Autorizar a concessão, pela companhia, de quaisquer garantias, fianças, avais, penhor mercantil ou hipotecas as quais só poderão ser concedidas em operações de interesse para a companhia; l) Autorizar a venda, cessão, transferência, alienação a qualquer título, locação ou oneração de bens e direitos do ativo, incluindo bens imóveis e/ou direitos a eles relacionados, que tenham valores superiores àqueles definidos anualmente nas reuniões do Conselho de Administração; m) Contratação de empréstimos, financiamentos ou prestação de garantias, reais ou pessoais, que envolvam, isolada ou no conjunto de operações não liquidadas, valores superiores àqueles definidos anualmente nas reuniões do Conselho de Administração; n) Deliberar a respeito do levantamento de balanços semestrais ou intermediários à conta de lucros acumulados ou de reserva de lucros existentes no último balanço anual ou semestral, na forma prevista em Lei; o) Deliberar a respeito do aumento do capital social, emissão de ações, partes beneficiárias, bem como distribuí-las aos que fizerem parte da gestão, emissão de debêntures e ações da companhia dentro do limite do capital social autorizado; p) Deliberar a respeito da utilização dos recursos que integrarem o fundo de liquidez; q) Escolher ou destituir auditores independentes da companhia e/ou subsidiárias, controladas ou coligadas, bem como indicar aos mesmos, diretrizes, normas e prazos a serem seguidos para a prestação de informações; r) Autorizar e ratificar a concessão de gravames, avais, fianças ou qualquer outro tipo de ônus em que haja interesse direto da companhia; s) Integrar e adequar as sociedades coligadas, controladas, subsidiárias à nova estrutura societária, bem como estabelecer a forma de comunicação entre elas, inclusive com a utilização dos instrumentos de tecnologia de informação disponíveis; t) Fixar o orçamento do Conselho Consultivo; u) Autorizar a composição, conciliação ou transação nos processos judiciais que envolvam valores superiores àqueles definidos anualmente nas reuniões do Conselho de Administração. § Único - Inexistindo Conselho de Administração, todas as suas atribuições passam a ser da assembléia geral e exercidos pela Diretoria. Art. 11º - O Conselho de Administração, se existir, será composto por 3 (três) Conselheiros, com respectivos suplentes. § Único - A modificação do número inicial de membros do Conselho de Administração será deliberada pela assembléia, pela aprovação de mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital social. Art. 12º - Os membros do Conselho de Administração, quando existir, serão eleitos pela assembléia geral. § 1º - A companhia faculta aos representantes legais dos acionistas pessoas jurídicas participar do Conselho de Administração. Para tanto, as pessoas físicas indicadas pelos controladores das pessoas jurídicas acionistas serão eleitas pela assembléia geral, na forma do Art. décimo segundo, para ocupar os cargos de membro do Conselho de Administração. § 2º - Somente poderão ser indicados para o Conselho de Administração, pessoas de capacitação técnica comprovada e ilibada reputação. Art. 13º - O mandato dos Conselheiros, quando existir Conselho de Administração, será de 2 (dois) anos, com direito a reeleições. § Único - Findo o mandato, os administradores permanecerão em seus cargos até a investidura de seus sucessores. Os administradores serão investidos em seus cargos mediante assinatura do termo de posse a ser lavrado em livro próprio, observadas as disposições legais. Art. 14º - A saída, retirada ou exclusão do acionista da sociedade automaticamente implica na saída do mesmo do Conselho de Administração, quando esse órgão existir. Art. 15º - O Conselho de Administração, quando existir, reunir-se-á, ordinariamente, ao menos 1 (uma) vez por trimestre e, extraordinariamente, sempre que necessário, a critério da assembléia geral ou, ainda, da maioria dos membros do Conselho. § 1º - As reuniões ordinárias do Conselho de Administração poderão ser dispensadas mediante a expressa concordância de todos os Conselheiros em exercício. Caso a reunião ordinária trimensal tenha sido dispensada, o Conselho de Administração obrigatoriamente deverá reunir-se no trimestre seguinte, ou seja, não poderá a reunião ordinária subseqüente ser dispensada. § 2º - As reuniões do Conselho de Administração serão convocadas pelo Presidente do órgão, ou pela maioria dos Conselheiros, mediante comunicação por qualquer meio, podendo inclusive ser eletrônico, desde que fique comprovado com aviso de recepção e leitura que os demais membros têm ciência inequívoca da pauta, data e hora da realização da reunião, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis, a qual poderá ser dispensada em caso do comparecimento de todos. § 3°- Para que se instale validamente a reunião do Conselho de Administração, é necessária a presença da maioria simples dos conselheiros. § 4°- Os membros do Conselho de Administração poderão participar de qualquer reunião do Conselho de Administração por meio de conferência telefônica, por e-mail, vídeo-conferência ou por qualquer outro meio tecnológico existente, através dos quais todas as pessoas participantes da reunião possam ouvir as demais, e tal participação será considerada presença pessoal na referida reunião dispensada a reunião física dos Conselheiros em um mesmo local, desde que fique comprovado que os interessados participaram das deliberações e possam os votos ser comprovados. § 5º - As deliberações do Conselho de Administração serão tomadas por maioria, sendo que cada conselheiro terá direito a um voto, independentemente de sua participação acionária. § 6°Dos trabalhos e deliberações do Conselho de Administração será lavrada ata, no competente livro de reuniões do Conselho de Administração, que deverá ser assinada pelos presentes ou, ao menos, por tantos Conselheiros quantos bastem para perfazer o quorum de aprovação. § 7º - Os membros do Conselho de Administração que participaram da reunião por meio de conferência telefônica que quiserem assinar a ata ou tiverem que assiná-la para perfazer o quorum de aprovação, deverão pré-assinar a via que os demais Conselheiros lhe encaminharão por fác-símile ou e-mail e retransmití-la firmada à companhia da mesma forma, comprometendo-se a assinar o original da ata lavrado em livro próprio dentro de, no máximo, 10 (dez) dias contados da realização da reunião. § 8°- O Conselho de Administração elegerá o seu próprio presidente e vice-presidente. Art. 16º - Compete ao presidente do Conselho de Administração, quando esse existir: a) Convocar e presidir as Assembléias dos acionistas; b) Convocar e presidir as reuniões do Conselho de Administração; c) Transmitir à Diretoria as decisões do Conselho e zelar pela sua execução; d) Indicar Diretor Executivo substituto nas ausências ou impedimentos temporários dos mesmos; e) Receber, em nome da companhia, as “notificações de oferta” de ações. Art. 17º - Compete ao vice-presidente do Conselho de Administração, quando esse existir: a) Coordenar os comitês e trabalhos; b) Coordenar as relações com os acionistas; c) Nomear secretários; d) Substituir o presidente nas ausências ou impedimentos temporários; Capítulo V - Conselho Consultivo. Art. 18º - O Conselho Consultivo será intermitente e instalado quando convocado pelo Conselho de Administração. Terá, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) Conselheiros. § 1º - O Conselho Consultivo poderá nomear consultores especializados para acompanhar seus trabalhos, prestar informações técnicas, mas, mesmo participando das reuniões, referidos consultores não poderão ser incluídos no processo decisório formal (i.e. votações). § 2º - O Conselho Consultivo elegerá um coordenador e um secretário. 15 § 3º - O mandato dos Conselheiros será de 2 (dois) anos, com direito a reeleições. § 4º - Findo o mandato, os Conselheiros permanecerão em seus cargos até a investidura de seus sucessores. Os Conselheiros serão investidos em seus cargos mediante assinatura do termo de posse a ser lavrado em livro próprio, observadas as disposições legais. § 5º - Compete ao coordenador do Conselho Consultivo coordenar as reuniões, definir a sua periodicidade, assegurar a implementação das decisões tomadas e gerenciar os profissionais contratados pelos membros do Conselho Consultivo. A reunião pode também ser convocada por qualquer Conselheiro, sempre que os interesses sociais exigirem. § 6º - Compete ao secretário do Conselho Consultivo convocar as reuniões, preparar a pauta das mesmas, elaborar e distribuir as atas, assegurar a comunicação interna do conselho, manter atualizado este procedimento, transcrevendo as decisões operacionais tomadas nas reuniões do Conselho Consultivo, de forma que o mesmo sirva de referência para decisões futuras. § 7º - Dos trabalhos e deliberações será lavrada ata, em livro próprio, que deve ser assinada pelos presentes ou, ao menos, por tantos Conselheiros quantos bastem para perfazer o quorum de aprovação. § 8º - Compete ao Conselho Consultivo fornecer subsídios para auxiliar na tomada de decisões estratégicas. Assim, compete ao Conselho Consultivo discutir e emitir parecer sobre mercados, riscos, alianças, cobertura geográfica, operações, imagem, institucional, reputação da sociedade. § 9º - Os trabalhos do Conselho Consultivo não serão remunerados. Capítulo VI - Diretoria Art. 19º - A Diretoria será composta de até 5 (cinco) Diretores, acionistas ou não, residentes no país, eleitos pelo Conselho de Administração, se esse estiver instalado, na primeira reunião do respectivo órgão após a investidura de seus membros, ou pela assembléia geral, se não existir Conselho de Administração, para mandato de 2 (dois) anos, com direito a reeleições. Dos Diretores, um será Diretor Presidente e um Diretor Vice-Presidente. Art. 20º - Os membros do Conselho de Administração, quando esse existir, poderão cumular cargos da Diretoria, desde que respeitado limite previsto no § 1º do Art. 143 da Lei das S/A. § 1º - Nas ausências ou impedimentos temporários de qualquer Diretor, o Presidente do Conselho de Administração, quando esse existir, indicará o substituto para servir durante a ausência ou impedimento. O Diretor substituto exercerá todas as funções do Diretor substituído e terá todos os poderes, deveres e direitos deste. § 2º - Ocorrendo ausência ou impedimento definitivo, incluindo morte, incapacidade ou renúncia, de qualquer Diretor, o Conselho de Administração, quando esse existir, reunir-seá no máximo em 30 (trinta) dias após a ocorrência de ausências ou impedimento, para escolher substituto, podendo, no entanto, com exceção do cargo de Diretor Presidente, optar por deixar o cargo vago. Não havendo Conselho de Administração, a providência deve ser executada pela Assembléia Geral. Art. 21º - A Diretoria é o órgão executivo da companhia, cabendo-lhe, dentro da orientação e atribuições de poderes traçados pelo Conselho de Administração, quando esse existir, assegurar o funcionamento regular da sociedade, tendo poderes para praticar todos e quaisquer atos relativos aos fins sociais, exceto aqueles que por Lei ou pelo presente Estatuto Social sejam de competência de outro órgão ou dependam de prévia aprovação deste. Art. 22º - A Diretoria reunir-se-á ordinariamente, pelo menos 1 (uma) vez por trimestre e, extraordinariamente, sempre que necessário, mediante convocação de seu Diretor Presidente. § 1º As reuniões ordinárias da Diretoria poderão ser dispensadas mediante a expressa concordância de todos os Diretores em exercício. Caso a reunião ordinária trimensal tenha sido dispensada, a Diretoria obrigatoriamente deverá reunir-se no trimestre seguinte, ou seja, não poderá a reunião ordinária subseqüente ser dispensada. § 2º - As reuniões da Diretoria serão convocadas, mediante comunicação por qualquer meio, podendo inclusive ser eletrônico, desde que fique comprovado através do aviso de recepção e leitura que os demais membros têm ciência inequívoca da pauta, data e hora da realização da reunião, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis, a qual poderá ser dispensada em caso do comparecimento de todos. § 3°- Para que a reunião possa se realizar, e validamente deliberar, é necessária a presença da maioria dos Diretores em exercício. § 4°- Em todas as reuniões da Diretoria é admitido que o Diretor ausente seja representado por um de seus pares, seja para a formação de quorum, seja para votação. § 5º - Os membros da Diretoria poderão participar de qualquer reunião da Diretoria por meio de

conferência telefônica, por e-mail, vídeo-conferência ou por qualquer outro meio tecnológico existente, através dos quais todas as pessoas participantes da reunião possam ouvir as demais, e tal participação será considerada presença pessoal na referida reunião dispensada a reunião física dos Diretores em um mesmo local, desde que fique comprovado que os interessados participaram das deliberações e possam os votos ser comprovados. § 6°- As reuniões da Diretoria serão lavradas em livro próprio e as deliberações serão aprovadas por maioria absoluta de votos dos Diretores, cabendo ao Diretor Presidente em caso de empate, o voto de qualidade. § 7°- A ata deverá ser assinada pelos presentes ou, ao menos, por tantos Diretores quantos bastem para perfazer o quorum de aprovação. § 8º - Os membros da Diretoria que participaram da reunião por meio de conferência telefônica que quiserem assinar a ata ou tiverem que assiná-la para perfazer o quorum de aprovação, deverão pré-assinar a via que os demais Diretores lhe encaminharão por fác-símile ou e-mail e retransmití-la firmada à companhia da mesma forma, comprometendo-se a assinar o original da ata lavrado em livro próprio dentro de, no máximo, 10 (dez) dias contados da realização da reunião. Art. 23º - Compete fundamentalmente aos Diretores: a) Zelar pela observância da Lei e deste Estatuto Social; b) Respeitar a política dos negócios fixada pelo Conselho de Administração; c) Coordenar o andamento das atividades normais da companhia, incluindo a implementação das diretrizes e o cumprimento das deliberações tomadas em Assembléias Gerais, em reuniões do Conselho de Administração e nas suas próprias reuniões; d) Administrar, gerir e superintender os negócios sociais. Se os valores envolvidos forem superiores àqueles definidos anualmente nas reuniões do Conselho de Administração, deverão, primeiramente, obter a autorização do referido órgão; e) Emitir e aprovar instruções e regulamentos internos que julgar úteis ou necessários; f) Praticar outros atos que venham a ser especificados pelo Conselho de Administração; g) Representar a companhia; h) Prestar contas de sua gestão bimensalmente ao Conselho de Administração, nas reuniões ordinárias do órgão. § 1º - As atribuições específicas de cada Diretor serão determinadas pelo Conselho de Administração, quando esse existir, na mesma reunião em que forem eleitos os Diretores, ou, inexistindo Conselho de Administração, as atribuições específicas de cada Diretor serão definidas pelo Diretor Presidente. § 2º - A representação da companhia, em Juízo ou fora dele, ativa e passivamente, perante terceiros, quaisquer repartições públicas ou autarquias, sociedades de economia mista, entidades paraestatais, instituições financeiras, públicas ou privadas e a assinatura de escrituras de qualquer natureza, as letras de câmbio, duplicatas, os cheques, as ordens de pagamento, os contratos e, em geral, quaisquer outros pagamentos ou atos que importem em responsabilidade ou obrigação para a sociedade que não ultrapasse o montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou que exonere a companhia de obrigações para com terceiros, incumbirão a qualquer Diretor isoladamente, sendo certo que para os casos de o montante envolvido ser superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), haverá necessidade de os atos serem obrigatoriamente praticados por dois Diretores em conjunto, sendo um deles obrigatoriamente Ricardo Quintero ou César Lauro da Costa. Art. 24º - A saída, retirada ou exclusão do acionista da sociedade não implica na saída do mesmo da Diretoria. Capítulo VII - Comitês. Art. 25º - A Companhia poderá ter três Comitês especializados, criados de forma provisória ou definitiva, a critério do que determinar o Conselho de Administração, ou na ausência deste, a Diretoria: Comitê de Auditoria, Comitê de Investimento e Comitê Compliance. § 1º - Serão analisados pelos Comitês os assuntos e atividades que demandem tempo excessivo e que possam ser melhor exercidas por eles. § 2º - Os Comitês serão compostos por membros nomeados pelo Conselho de Administração, ou na ausência deste, pela Diretoria e ainda por profissionais competentes convidados. § 3º - Os Comitês terão como principal responsabilidade estudar os assuntos de sua competência e preparar propostas ao Conselho de Administração ou à Diretoria. § 4º - As informações obtidas por membro do Comitê deverão ser disponibilizadas para todos os demais membros do Conselho de Administração e da Diretoria. § 5º - Os comitês não terão papel deliberativo, cabendo somente ao Conselho de Administração ou à Diretoria a tomada de decisão. Capítulo VIII - Comitê de Auditoria. Art. 26º - Caberá ao Comitê de Auditoria analisar as demonstrações financeiras, promover a supervisão e a responsabilização da área financeira, garantir que a órgãos de administração desenvolvam controles internos confiáveis e que os auditores independentes avaliem as práticas do Conselho de Administração e da Diretoria. § 1º - São funções inerentes ao Comitê de Auditoria: a) Garantir que recomendações e avaliações de riscos sejam permanentemente monitoradas pelo Conselho de Administração ou pela Diretoria; b) Garantir que recomendações feitas por auditores sejam implementadas pelo Conselho de Administração ou pela Diretoria; c) Avaliar periodicamente aspectos relevantes no relacionamento com terceiros, como competência e independência profissional, e sempre que julgar necessário obter segundas opiniões sobre qualquer trabalho apresentado por terceiros; d) Manter o Conselho de Administração informado sobre todos os assuntos inerentes às áreas de auditoria, contábil e financeira das empresas controladas e coligadas; e) Assegurar a qualidade das informações oriundas de controladas e coligadas; f) Contratar e destituir auditorias independentes. § 2º - O Comitê de Auditoria terá regularmente acesso a: a) Revisões tempestivas e periódicas das demonstrações financeiras e documentos correlatos antes da sua divulgação; b) Apresentações relativas a alterações nos princípios e critérios contábeis, ao tratamento contábil adotado para as principais operações, e a variações significativas entre os valores orçados e os valores reais em uma determinada conta; c) Informações relacionadas a quaisquer “segundas opiniões” obtidas pela administração com um auditor independente, em relação ao tratamento contábil de um determinado evento ou operação; d) Qualquer correspondência trocada com auditores independentes. § 3º - O Comitê de Auditoria terá relacionamento regular com auditores independentes para: a) Mudar ou manter princípios e critérios contábeis; b) Verificar como usar reservas ou provisões; c) Realizar estimativas e julgamentos para elaboração das demonstrações financeiras; d) Métodos de avaliação de risco e resultados de avaliações; e) Mudanças do escopo da auditoria; f) Áreas de alto risco; g) Deficiências relevantes e falhas significativas nos controles internos; h) Conhecimento de atos ilegais; i) Efeitos de fatores externos (econômicos, normativos e setoriais nos relatórios financeiros e no processo de auditoria). Capítulo IX - Comitê de Investimento. Art. 27º - O Comitê de Investimento tem a função específica de assessorar, com embasamento técnico, a Diretoria na tomada de decisões na área de investimentos dos recursos de terceiros aportados nos fundos abertos ao público geridos pela companhia. § 1º - Ao Comitê de Investimentos cabe: a) Recomendar a adoção de estratégias financeiras nas aplicações; b) Fornecer subsídios à Diretoria na seleção dos gestores de recursos, bem como, quando for o caso, recomendar as exclusões que julgar convenientes; c) Acompanhar a execução da política de investimentos e verificar se os mesmos estão de acordo com os parâmetros de risco desejados; d) Rever as informações obtidas de notícias, pesquisas, relatórios, análises, e outras fontes, que indiquem o estado da economia e dos preços de títulos. Capítulo X - Comitê de Compliance. Art. 28º - O Comitê de Compliance tem a função específica de zelar pelo uso adequado e seguro da informação, prevenir conflitos de interesses e apontar e prevenir riscos para os negócios da Capitânia. § 1º - Cabe ao Comitê de Compliance: a) Avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a companhia; b) Desenvolver meios de comunicação que assegurem aos funcionários, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso confiável, tempestivo e compreensível das informações consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades; c) Realizar o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas e testes periódicos de segurança para os sistemas de informações; d) Realizar a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da companhia; e) Revisar e atualizar periodicamente os controles internos; f) Realizar recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando for o caso; g) Promover elevados padrões éticos e de integridade, implementando uma cultura organizacional que demonstre e enfatize, a todos os funcionários, a importância dos controles internos e o papel de cada um no processo; § 2º - As conclusões, recomendações e manifestação referidas devem ser submetidas ao Conselho de Administração ou, na falta desse, à Diretoria, bem como à auditoria externa da companhia. Capítulo XI - Das Assembléias Gerais - Art. 29º - Competem às Assembléias Gerais as atribuições que lhe são conferidas por Lei e pelo presente Estatuto Social. Art. 30º - As Assembléias Gerais realizar-se-ão, ordinariamente, no prazo de Lei e, extraordinariamente, sempre que o exigirem os interesses sociais, sendo permitida a realização simultânea de Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias. § 1º - Os acionistas serão convocados na forma da Lei, ficando, desde já, estabelecido que o prazo poderá ser reduzido ou dispensado se houver o comparecimento da totalidade dos acionistas à Assembléia Geral. § 2º - Das convocações, deverão constar, obrigatoriamente, a ordem do dia, bem como a indicação das matérias que serão discutidas e somente a respeito dessa ordem do dia poderá haver deliberação, a menos que acionistas representando a totalidade do capital social concordem em discutir outros assuntos. Art. 31º - As Assembléias Gerais serão convocadas pelo Presidente do Conselho de Administração, quando esse existir, ou pelo Diretor Presidente, se somente existir Diretoria e, exceto nos casos em que a maioria do quorum for determinado por Lei, instalar-se-ão, em primeira convocação, com a presença de acionistas representando no mínimo mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital social com direito a voto, e com qualquer número, em segunda convocação. § 1º - As deliberações, exceto nos casos previstos em Lei ou neste Estatuto Social ou em Acordo de Acionistas devidamente arquivado na sede da companhia, serão tomadas pelos votos de acionistas representando a maioria absoluta dos presentes. § 2º - As Assembléias Gerais serão instaladas e presididas pelo presidente do Conselho de Administração, quando esse existir, ou pelo Diretor Presidente, se somente existir Diretoria, e, na ausência, por acionista escolhido por maioria de votos dos presentes. Ao Presidente da Assembléia caberá a escolha de um secretário. § 3º - Os acionistas poderão ser representados nas Assembléias Gerais por procuradores, constituídos a menos de um ano, mediante procuração outorgada por instrumento público ou particular com firma reconhecida e com poderes específicos, que ficará arquivada na sede da companhia. Capítulo XII - Do Conselho Fiscal Art. 32º - A companhia terá um Conselho Fiscal que somente será instalado quando solicitado por acionistas, na forma prescrita em Lei. § 1° - O Conselho Fiscal, quando em funcionamento, será composto por, no mínimo 3 (três) e, no máximo 5 (cinco) Conselheiros efetivos e igual número de suplentes. § 2° - O funcionamento, a remuneração, competência, os deveres e as responsabilidades dos Conselheiros obedecerão ao disposto na legislação em vigor. Capítulo XIII - Do Exercício Social dos Lucros e sua Distribuição - Art. 33º - O exercício social coincidirá com o ano civil, iniciando-se em 01 de janeiro e encerrandose em 31 de dezembro de cada ano. Ao fim de cada exercício, serão elaboradas as demonstrações financeiras da companhia, com observância às disposições legais vigentes. As demonstrações financeiras serão apresentadas à Assembléia Geral, juntamente com a proposta de destinação do lucro líquido do exercício, observado o disposto em Lei e no presente Estatuto Social. § 1º - Do resultado apurado no exercício, serão feitas as deduções e provisões prescritas ou permitidas em Lei. Os lucros poderão ser reinvestidos na companhia e/ou distribuídos proporcional ou desproporcionalmente à participação dos acionistas na sociedade, podendo outros critérios, à discrição do que fixar o Conselho de Administração, se houver, ou, na sua ausência, a critério da Diretoria, ser utilizados. § 2º - O dividendo não será obrigatório no exercício social em que a administração informar à Assembléia Geral Ordinária ser, ele, incompatível com a situação financeira. § 3º - As partes beneficiárias serão emitidas e resgatadas na forma que for fixada pelo Conselho de Administração. § 4º - Por proposta da Diretoria aprovada pelo Conselho de Administração, quando esse existir, em face dos resultados apurados no balanço Patrimonial referido no caput deste artigo, poderão ser distribuídos à conta de lucros acumulados ou de reserva e lucros existentes no último balanço anual ou semestral, observadas as disposições legais. § 5º - Caso haja prejuízo no exercício, os mesmos serão conservados na conta de lucros e perdas da companhia para posterior compensação, salvo se outro for o destino decidido pelo Conselho de Administração, se houver, ou, na sua ausência, pela Diretoria. § 6º - Os valores eventualmente pagos ou creditados aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio, serão considerados como “dividendos” para evitar que a companhia se veja compelida a fazer duplo pagamento apenas porque o recebimento dos acionistas se fez sob rubrica distinta da de dividendo em sentido estrito. § 7º - Os dividendos não reclamados no prazo legal serão depositados na tesouraria da companhia. Capítulo XIV - Da Dissolução, Liquidação e Pagamento de Haveres - Art. 34º - A companhia será dissolvida ou entrará em liquidação nos casos previstos em Lei, por deliberação da Assembléia Geral. Compete à Assembléia Geral estabelecer a forma da liquidação. O Conselho de Administração, quando esse existir, ou o Diretor Presidente, se somente existir Diretoria, nomeará o liquidante e o gestor, que deverão funcionar no período de liquidação, fixando seus poderes e estabelecendo suas remunerações conforme previsto em Lei. Art. 35º O acionista que exercer o direito de recesso deverá notificar os demais com 60 (sessenta) dias de antecedência e receberá seus haveres, proporcional ao número de ações, em 12 (doze) parcelas, mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente, pelos índices governamentais oficiais. A primeira parcela será paga dentro de 30 (trinta) dias após a realização da avaliação da empresa, que terá como base a data do evento, e as demais parcelas serão pagas nos mesmos dias dos meses subseqüentes. Pode, contudo, sobrepor-se ao aqui disposto outras condições estipuladas em instrumentos particulares. § 1º - Os haveres serão calculados pelo critério do valor patrimonial contábil. § 2º - As ações do sócio dissidente serão redistribuídas a todos os acionistas, proporcionalmente ao capital social de cada um na companhia, de forma a propiciar a manutenção das participações no capital social existentes. Capítulo XV - Das Disposições Gerais Art. 36º - Não poderão ser contratados para trabalhar na companhia parentes e afins, consangüíneos e não sanguíneos de acionistas que não preencham os seguintes requisitos mínimos: a) curso universitário em faculdade de primeira linha; b) realizado estágio fora da empresa, de, no mínimo, 3 (três) meses; c) experiência profissional em empresa de médio ou grande porte, na qual tenha ocupado por, no mínimo, 3 (três) anos cargo de nível gerencial ou direção. § Único - Ainda que preencham os requisitos do caput, acionistas que detenham isolada ou conjuntamente 25% (vinte e cinco por cento) do capital social poderão vetar a contratação e, mesmo inexistindo veto, os pretendentes ao cargo não serão imediatamente admitidos. Deverão se submeter ao processo regular de seleção e recrutamento da companhia, sendo que se forem aprovados, passarão, ainda, necessariamente por período de experiência, de até 90 (noventa) dias, findo o qual, se a Diretoria considerar satisfatório seu desempenho, poderá efetivá-lo. Art. 37º - Qualquer alteração do presente estatuto, somente produzirá efeitos jurídicos, se aprovada em assembléia e efetuada por escrito. Art. 38º - Todas as questões econômicas da sociedade e para efeito de valoração dos haveres, desde que haja lucro na companhia, partirão do critério de avaliação de empresa pelo valor patrimonial contábil, para o primeiro ano seguinte à data do exercício do direito de recesso, adotando-se como premissas aquelas mencionadas no Art. trigésimo terceiro, parágrafo primeiro. Art. 39º - Todos os conflitos, divergências, dúvidas, controvérsias e litígios oriundos das relações societárias aqui estabelecidas e decorrentes da interpretação deste estatuto serão submetidos e resolvidos pelo Centro de Arbitragem da AMCHAM, com sede social na Rua da Paz, nº 1431, Chácara Santo Antônio, São Paulo, Capital, na forma de seu regulamento, valendo a presente cláusula como compromissória. § 1º - Os custos para iniciar o juízo arbitral serão suportados pelo solicitante, ficando esclarecido que ao perdedor caberá arcar com a totalidade dos mesmos, devendo reembolsar o solicitante caso não tenha sido ele mesmo. § 2º - Fica eleito o foro da Capital do Estado de São Paulo para executar a sentença arbitral. Art. 40º - Os casos omissos ou duvidosos neste Estatuto Social serão resolvidos pela Assembléia Geral, a eles aplicando-se as disposições legais vigentes.” Novamente com a palavra, o Sr. Presidente declarou que, em face da aprovação do Estatuto Social, e já estando cumpridas todas as formalidades legais, estava definitivamente transformada a Sociedade Limitada, Capitânia Gestores Limitada, em Sociedade Anônima, sob a denominação social de Capitânia S/A e com o estatuto supra aprovado por unanimidade. A seguir passou-se ao próximo item da Ordem do Dia, qual seja, a eleição dos Diretores: Para o cargo de Diretor-Presidente, eleito em Assembléia Geral, por unanimidade de votos, fica nomeado o sócio Ricardo Quintero, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 13.277.721-6 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 117.741.878-92, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030, que passa a agregar todas as prerrogativas inerentes à função, comprometendo-se a zelar pelo bom funcionamento da sociedade. Para o cargo de Diretor Vice-Presidente, eleito em Assembléia Geral, por unanimidade de votos, fica nomeado o sócio César Lauro Costa, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 07.022.883-8 IFP/RJ e inscrito no CPF/MF sob o nº 959.412.077-00, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030, que passa a agregar todas as prerrogativas inerentes àx função, comprometendo-se a zelar pelo bom funcionamento da sociedade. Para os demais cargos de Diretores, eleitos em Assembléia Geral, por unanimidade de votos, ficam nomeados os sócios Margareth de Negraes Brisolla, brasileira, divorciada, secretária executiva bilíngüe, portadora da Cédula de Identidade RG nº 5.411.010-5 SSP/SP e inscrita no CPF/MF sob o nº 570.646.528-20, domiciliada nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030, João Pedro de Almeida Senna, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 34.695.750-3 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 294.932.218-22, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030 e Rodrigo Espallargas Zuniga, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identidade RG nº 29.334.375 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 277.961.288-60, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030. Os Diretores terão mandato de 03 anos, findo o mandato, permanecerão em seus cargos até a investidura de seus sucessores. A seguir, os Diretores ora eleitos declararam, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercer a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé pública, ou a propriedade. O último item da Ordem do Dia foi colocado para deliberação, tendo sido fixado o montante global da remuneração dos administradores em até R$ 15.000,00 (quinze mil reais), mensais, a qual será rateada entre os administradores consoante deliberação ulterior da Diretoria. Nada mais havendo a deliberar, foi encerrada a sessão, lavrando-se esta ata que, depois de lida e aprovada foi assinada pelos presentes. São Paulo, 14 de dezembro de 2006. Ricardo Quintero - Presidente; César Lauro da Costa - Secretário. Diretores investidos nos cargos: Ricardo Quintero - Diretor Presidente; César Lauro da Costa - Diretor Vice-Presidente; Margareth de Negraes Brisolla - Diretora; João Pedro de Almeida Senna - Diretor; Rodrigo Espallargas Zuniga - Diretor. Acionistas presentes: Ricardo Quintero; César Lauro da Costa; Margareth de Negraes Brisolla; Danilo Blois Bonfatti; Rodrigo Espallargas Zuniga; João Pedro de Almeida Senna; Arturo Borges da Fonseca Tutzer Profili; Flávia Cristina Brum Krauspenhar. Visto do advogado: Nilton Serson - OAB/SP 84.410 INSTRUMENTO PARTICULAR DE ALTERAÇÃO DE CONTRATO SOCIAL CAPITÂNIA GESTORES LIMITADA - CNPJ/MF 04.274.010/0001-76 - NIRE 35218565461 Por este instrumento particular, os abaixo assinados: a) César Lauro da Costa, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 07.022.883-8 IFP/RJ e inscrito no CPF/MF sob o nº 959.412.077- 00, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030; b) Ricardo Quintero, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 13.277.721-6 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 117.741.878- 92, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030; c) Margareth de Negraes Brisolla, brasileira, divorciada, secretária executiva bilíngüe, portadora da Cédula de Identidade RG nº 5.411.010-5 SSP/SP e inscrita no CPF/MF sob o nº 570.646.528-20, domiciliada nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030; d) Danilo Blois Bonfatti, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 34.095.849-2 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 298.190.268- 73, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030; e) Rodrigo Espallargas Zuniga, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identidade RG nº 29.334.375 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 277.961.288-60, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030; f) João Pedro de Almeida Senna, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 34.695.750-3 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 294.932.218-22, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030; g) Arturo Borges da Fonseca Tutzer Profili, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG nº 27.477.8087 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 256.383.858-43, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030; e h) Flávia Cristina Brum Krauspenhar, brasileira, solteira, administradora de empresas, portadora da Cédula de Identidade RG nº 18.804.371-8 SSP/SP e inscrita no CPF/MF sob o nº 289.539.728-76, domiciliada nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030; Únicos sócios da Sociedade Limitada que gira no Estado de São Paulo sob a denominação de Capitânia Gestores Limitada, sediada na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Pinheiros, CEP 05423-030, São Paulo, Capital, inscrita no CNPJ/MF sob nº 04.274.010/0001-76, com Contrato Social arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo, sob nº 35218565461, em sessão de 02 de outubro de 2003 e demais alterações registradas, sendo a última sob nº 71.878/06-3, em 13 de abril de 2006, resolvem transformar a sociedade em Sociedade Anônima. E assim, por estarem justas e contratados, firmam o presente, lavrado em 3 (três) vias, de igual forma e teor, juntamente com as testemunhas instrumentárias legais. São Paulo, 18 de dezembro de 2006. Ricardo Quintero; César Lauro da Costa; Margareth de Negraes Brisolla; Danilo Blois Bonfatti; Rodrigo Espallargas Zuniga; João Pedro de Almeida Senna; Arturo Borges da Fonseca Tutzer Profili; Flávia Cristina Brum Krauspenhar. Testemunhas: Nilton Serson - OAB/SP 84.410


Debate Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

COM RECESSO, CASO RENAN FICA PARA AGOSTO

Wilton Junior/AE

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Pareceres do TCE foram favoráveis às contas de Alckmin de 2002 a 2006 com algumas ressalvas.

Véslei Marcelino/Folha Imagem

Aliados de Serra aprovam contas de Alckmin Sergio Kapustan

A

Senadores Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e Renato Casagrande (PSB-ES): em contagem regressiva

CONSELHO DE ÉTICA SAIRÁ DE FÉRIAS Relatoria continuará os trabalhos, mas o caso Renan vai ficar para agosto

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senador Renato Casagrande (PSBES), um dos três relatores do processo contra o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Conselho de Ética do Senado, informou ontem que o colegiado só voltará a se reunir após o recesso do Legislativo, que começa no próximo dia 18 e irá até o final da primeira semana de agosto. Segundo Casagrande, até a volta das "férias" dos parlamentares, ele e os outros dois membros do triunvirato responsável pela relatoria do caso – os senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE) – continuarão com os trabalhos de investigação. Mas, segundo o parlamentar, o Conselho de Ética só voltará a se reunir após o recesso, pois não há material ou depoimentos com data marcada para serem analisados. "O Conselho, hoje, é a comissão de inquérito. Ele só se reunirá na hora em que tivermos a perícia pronta, quando tivermos al-

gum depoimento, alguma audiência pública para ser realizada, seja com o presidente Renan, ou qualquer outra pessoa", disse o político. Casagrande avalia que, no momento, não é necessária a convocação do órgão. Ele diz que no momento certo a comis-

O Conselho, hoje, é a comissão de inquérito. Ele só se reunirá na hora em que tivermos a perícia da PF pronta. Renato Casagrande são apresentará o resultado de suas investigações e os trabalhos serão retomados. Segundo o senador, o Conselho só voltará a se reunir em agosto, depois de concluída a nova perícia realizada pela Polícia Federal (PF) nos documentos apresentados por Calheiros para comparar o que

ele acumulou nos últimos quatro anos com os rendimentos de R$ 1,9 milhão "provenientes" da venda de gado de suas fazendas no interior do estado de Alagoas. O relator disse que antes será necessário concluir outras investigações que estão em curso, mas ele não as especificou. "Aí, sim, vamos dar conhecimento (da conclusão da perícia) ao senador Renan Calheiros. E, se ele quiser se manifestar, será convidado para uma audiência pública, como pede o regimento da Casa. Não há necessidade de reunir o Conselho antes desse cenário se fechar", informou. O relator disse que o presidente do Congresso já enviou à comissão de inquérito a lista de itens que serão investigados pela PF durante a nova perícia. Estava prevista para ontem também a apresentação de uma lista do PSol – partido autor da representação original contra Calheiros –, mas, segundo Casagrande, ela ainda não foi encaminhada ao Conselho de Ética. (AE)

base do governador José Serra (PSDB) na Assembléia Legislativa aprovou ontem as contas de 2004 e 2005 da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Os deputados discutiram e votaram os pareceres do Tribunal de Contas do Estado (TCE). As bancadas do PT, PSol e o deputado Major Olímpio (PV), de oposição, votaram contra os pareceres. Segundo os oposicionistas, o Tribunal, apesar de favorável, listou uma série de irregularidades e ressalvas em contratos que foram ignoradas pelo governo tucano. De acordo com um levantamento do PT, Alckmin não gastou os valores previstos em segurança pública, precatórios, energia, saneamento, agricultura e trabalho. Para os deputados petistas, na época Alckmin utilizou a "tática" de enviar uma proposta de Orçamento irreal, subestimada, em média, em 6% ao ano, que lhe permitiu usar livremente os recursos adicionais arrecadados aos longos dos exercícios. A oposição cobrou providências para sanar irregularidades em contratos de publicidade da Nossa Caixa, da Companhia de Desenvolvimento e Urbano (CDHU) da implosão do presídio do Carandiru. "O parecer do TCE é suficiente para o PT votar contra aprovação das contas", reforçou o líder do PT, Simão Pedro. O líder do governo, Barros Munhoz (PSDB), afirmou que a gestão Alckmin cometeu "pecados veniais (não muito graves), mas não ao ponto de uma condenação, porque os erros podem ser sanados. "Pelo conjunto da obra, Alckmin merece ter as contas aprovadas". Devolução – A Comissão de Ética da Assembléia Legislativa devolveu à Mesa Diretora denúncia do PT e PSol contra o líder do PSDB, Mauro Bragato, por beneficiar-se de fraudes na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) na região de Presidente Prudente, em 2004, quando foi secretário de Habitação. O presidente da Comissão, Hamilton Pereira (PT), propôs criar uma subcomissão para investigar o caso. Em maioria, os aliados do tucano argumentaram que não havia provas contra o deputado - apenas matérias de jornais -, por isso, defenderam a devolução.

Eymar Mascaro

Pau a Pau

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esquisa enviada à sede da prefeitura de São Paulo indica que Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição, está tecnicamente empatado com Marta Suplicy (PT) na preferência do paulistano. Mas quando o levantamento inclui o nome de Geraldo Alckmin na lista de opções, Kassab perde votos e fica distante da ex-prefeita. Para os democratas, os números compravam que os dois candidatos dividem o mesmo eleitorado. Essa disputa, avalia a legenda, beneficia a ministra do Turismo, que acaba no topo dos levantamentos. O DEM avalia que é preciso fechar o mais rápido possível a coligação com os tucanos.

INTERESSE

O apoio dos tucanos a Kassab em 2008 interessa, e muito, ao governador José Serra (SP), que conta com o apoio dos democratas nas eleições presidenciais de 2010. Serra e Kassab são os principais articuladores da união entre suas legendas. O atual prefeito da capital espera um confronto direto com o PT.

CONVENCIMENTO

Os dois (Serra e Kassab) precisam convencer Alckmin a não se candidatar. Por enquanto, o ex-governador dá sinais claros de que participará da disputa pela cadeira de prefeito. A estratégia dos favoráveis à parceria será utilizar os números das pesquisas como "munição" para mudar os planos de Geraldo.

GOVERNO

O governador paulista aconselha Alckmin a disputar o governo do estado mais uma vez em 2010. Do outro lado, "Geraldinho" fica com a pulga atrás da orelha com uma possível campanha de reeleição de Serra, o que o deixaria sem um cargo executivo por um longo período.

DOIS PÓLOS

A pesquisa que aponta empate técnico entre Kassab e Marta indagou os eleitores sem incluir o nome de Alckmin. A eleição ficaria polarizada entre o democrata e a petista. Os números indicam um claro favorecimento ao PT caso as duas legendas (PSDB e DEM) não fechem a coligação. O racha pode dar a vitória para Marta.

AJUDA

Kassab também pode receber um apoio indireto caso a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) dispute a vaga. A parlamentar é bem quista por uma camada importante do eleitorado petista na capital paulista. Ela poderá derrubar os números da ministra do Turismo nas pesquisas de intenções de voto.

Cafeteira passa por cirurgia

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senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), de 83 anos, foi operado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por volta das 6h de ontem. A cirurgia, cujo nome é trepanação, consistia na abertura da caixa craniana para a drenagem de um líquido (liquor) que pressionava o sistema nervoso central. Segundo os médicos, o parlamentar passou bem e não houve nenhuma complicação durante todo o procedimento.

VOTOS

José Serra deseja manter o PT longe da Prefeitura de São Paulo. O tucano sabe que a cidade terá um papel fundamental na próxima campanha presidencial. Pelas contas do tucanato, a capital terá 10 milhões de eleitores em 2010. Um volume mais do que desejado por todos.

CONQUISTA

Lula insiste para que o PT faça o possível para recuperar a administração da capital paulista. O presidente também está convencido da importância de se ter o prefeito de São Paulo em 2010. Os petistas depositam todas as suas esperanças em Marta.

MUITO CEDO

A ex-prefeita diz que ainda é cedo para falar sobre candidatura. A ministra só decidirá seu futuro eleitoral em 2008, ano da eleição. Muitos petistas avaliam que a eleição de Marta poderá levá-la ao governo do estado ou a presidência da República em 2010.

TEMER

O PT mantém sua esperança na formação de uma chapa Marta e Michel Temer para disputar a Prefeitura. Os petistas acreditam que o PMDB a apoiará, pois a legenda faz parte da base aliada do governo federal. A legenda avalia que Temer é o melhor nome dentro do aliado para compor essa parceria.

ARQUIVO

Os petistas dentro da Assembléia Legislativa de São Paulo decidiram arquivar todo o material divulgado referente às denúncias de irregularidades na CDHU durante os governos Mário Covas e Alckmin. A legenda utilizará o material durante a campanha eleitoral. Geraldo será o principal alvo dos ataques.

INSISTÊNCIA

Serra quer ter um aliado na Prefeitura pois está convicto de que será o candidato do PSDB ao Planalto. Ele insiste em "amarrar" a parceria com o DEM. O sonho do governador paulista é consolidar a chapa com Aécio Neves no posto de vice-presidente. Seria o retorno da política cafécom-leite.

PROMESSA

Para atrair o governador mineiro, Serra promete a legenda tucana para o seu colega em 2014. Mas Aécio desejar concorrer nas próximas eleições. Ele sabe que Lula poderá disputar o cargo novamente à cadeira depois do pleito em 2010.

ASSÉDIO

O PMDB continua sua campanha para atrair Aécio Neves. A legenda sonha com o mineiro como seu candidato a presidente. Aécio teria o ex-ministro Ciro Gomes como seu vice. O PSB deseja disputar as eleições de 2010. A oportunidade é bem aceita pelos socialistas.


quarta-feira, 11 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

10/7/2007

COMÉRCIO

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4,8

bilhões de reais foi o volume financeiro registrado no pregão de ontem da Bovespa.


quarta-feira, 11 de julho de 2007

Congresso Planalto Energia CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

GOVERNO REAVALIA PROGRAMA NUCLEAR

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61%

dos entrevistados pelo DataSenado se disseram contra a obrigatoriedade do voto.

LULA ANIMADO COM A ENERGIA NUCLEAR Em visita ao Centro Expermental da Marinha, em Iperó, ontem, ele não descartou a construção de novas usinas no País e até de um submarino de energia atômica Raimundo Pacco / Folha Imagem

Maioria apóia financiamento privado de campanhas

Presidente descarta volta de Rondeau ao ministério

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maior parte da população acredita que o financiamento privado é a forma mais adequada para bancar campanhas eleitorais, é contrária a obrigatoriedade do voto e favorável ao mandato de quatro anos para cargos majoritários com direito à disputa pela reeleição. As opiniões são resultado da pesquisa de opinião pública do DataSenado, feita por telefone junto a 1.094 eleitores das 27 capitais do País, com idade igual ou superior a 16 anos, entre os dias 21 e 28 de maio deste ano. De acordo com dados do levantamento, 49% dos entrevistados acham que as campanhas políticas devem ser financiadas apenas pelo setor privado, 31% são favoráveis ao financiamento público de campanhas e 13% defendem o financiamento misto. Apenas 7% não quiserem ou não souberam responder à questão. A pesquisa mostra também que 61% dos entrevistados são contra a obrigatoriedade do voto e 36% são favoráveis. A maioria dos entrevistados (57%) defende que as eleições sejam realizadas de quatro em quatro anos, de forma unificada. Em relação ao mandato do presidente da República, governadores e prefeitos, 72% são favoráveis aos tradicionais quatro anos. Deste total (72%), 42% acreditam que os ocupantes de cargos executivos devem ter direito a disputar a reeleição e 30% rejeitam a possibilidade. Outros 15% defendem o mandato de cinco anos e 11% o mandato de seis anos, sem reeleição para ambos os casos. Consultados sobre o sistema que elege um senador e dois suplentes, 72% dos entrevistados disseram preferir votar nos suplentes separadamente. Quanto à fidelidade partidária, 61% dos eleitores acreditam que os parlamentares devem ser obrigados a permanecer no partido pelo qual se elegeram por ao menos três anos. Para 29% dos entrevistados, ao mudar de partido, o político deve devolver o cargo para a legenda pela qual se elegeu. (AE)

Governo controla debate sobre MP do Ibama

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governo acionou o rolo compressor e tomou conta do debate público promovido pelo Senado para tratar da medida provisória (MP) que dividiu em dois o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e criou o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. A intenção do Senado é votar a MP ainda nesta semana. No debate, tudo foi feito para que nada desse errado para a administração federal. Só foram permitidos dentro da sala cerca de 20 funcionários, assim mesmo depois de darem a garantia de que, se protestassem, o fizessem em silêncio. (AE)

Entusiasmo: acompanhado do ministro da Defedsa, Waldir Pires, Lula anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para o programa nuclear

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva não descarta a construção de novas usinas nucleares no País, além de Angra 3, como parte do projeto energético de seu governo. Depois de visitar pela primeira vez, na manhã de ontem, o Centro Experimental Aramar, na cidade de Iperó, a 130 quilômetros da capital, onde a Marinha desenvolve seu programa nuclear, Lula declarou: "Se for necessário construir mais (usinas nucleares), nós vamos construir. Até porque é uma energia limpa, está provado que tem segurança e o Brasil não pode parar". Na visita que fez ao Centro Experimental, Lula garantiu que o governo vai liberar os recursos necessários – R$ 1 bilhão – para a Marinha concluir o seu programa nuclear, que é o fechamento do ciclo de combustível nuclear. O programa já está atrasado em cerca de dez anos e Lula informou que poderá antecipar a liberação desses recursos, pre-

vistos em oito anos, para cerca de seis anos. Ao falar das conclusões do programa nuclear da Marinha, o presidente destacou que o Brasil pode se dar ao luxo de ser um dos poucos países do mundo a dominar a tecnologia do ciclo do enriquecimento do urânio. "Temos condições de nos transformarmos em uma grande potência energética e não vamos abrir mão disso. A partir daí, seremos muito mais valorizados enquanto nação e potência". O presidente disse que no centro tecnológico da Marinha, em Iperó, existem profissionais competentes e com muito conhecimento. "Se estava faltando dinheiro (para conclusão do projeto nuclear) não vai faltar mais, porque vamos colocar os recursos necessários", emendou, reiterando que o País poderá ter até a possibilidade de construir o submarino nuclear. Ao dizer que seu governo não descarta a construção de novas usinas nucleares, Lula

ponderou: "Obviamente, vamos utilizar sempre o que for economicamente viável para o País". E citou o potencial da energia hídrica brasileira. Segundo ele, o País vai utilizar todo o seu potencial hídrico e nuclear. "Ontem foi liberada a licença prévia do Rio Madeira e estamos no processo de estudar Belo Monte", comentou. Questionado se ao fechar o clico de combustível nuclear, o Brasil entraria numa nova fase de aproximação energética com os Estados Unidos, Lula frisou: "Não temos nenhum compromisso com o presidente Bush (George W. Bush). Ele se aproxima da América Latina porque é um erro alguém não se aproximar da América Latina. Nossa determinação é pensar no Brasil". Na avaliação do presidente, o Brasil tem condições de se transformar definitivamente num Estado soberano, por isso pretende reequipar as Forças Armadas. E considerou: "O recado é para todo mundo, ninguém vai segurar o Brasil de

cumprir com seu papel histórico. Não seremos subservientes para atender os outros que não levarem em conta os interesses do Brasil". Parcelas – A verba será liberada em oito anos, em parcelas anuais de R$ 130 milhões. Segundo o comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, o programa foi atrasado em dez anos por falta de recursos. A verba corresponde à metade de tudo o que já foi gasto desde o início do programa, em 1979 – segundo a Marinha, foram consumidos R$ 2,1 bilhões. No caso, o dinheiro será aplicado prioritariamente na instalação e testes do reator nuclear brasileiro. O almirante destacou a "dualidade" do projeto. Segundo ele, com a tecnologia desenvolvida para fabricar o reator, o País se habilita tanto para a construção de pequenas centrais nucleares, como para fazer um submarino movido à energia atômica, embora isso não esteja decidido. (AE)

Líderes decidem votar a LDO J. Batista / Agência Câmara

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s líderes partidários da Câmara deixaram ontem a reunião com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), anunciando a intenção de votar amanhã mesmo, em sessão do Congresso, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que já deveria ter sido apreciada pelos deputados. Para isso, prometeram esforço concentrado na Comissão de Orçamento para os destaques que faltam e, assim, permitir a votação em plenário. Há uma semana existe um impasse sobre a votação da LDO porque a oposição insiste em não aceitar que a sessão do Congresso seja comandada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), investigado no Conselho de Ética da Casa (leia mais na página 3). O peemedebista, no entanto, não mostrou até agora intenção de abrir mão da presidência da sessão e insiste em enfrentar a oposição para ocupar a função a qualquer custo. Os líderes partidários concordaram que não há, de fato, clima político para que Renan presida a sessão. A alternativa será o presidente do Senado convocar a

presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou ontem a possibilidade de reconduzir o peemedebista Silas Rondeau ao Ministério das Minas e Energia. O presidente disse considerar Rondeau – acusado pela Polícia Federal de receber R$ 100 mil da empreiteira Gautama – "um injustiçado", mas prefere aguardar o término do inquérito da PF e chegou a ironizar líderes do PMDB que anunciaram sua volta ao ministério. Perguntado se reconduziria Rondeu ao ministério, Lula foi enfático: "Não, não." Depois, usou a ironia ao dizer que achou engraçados os boatos sobre a volta do exministro ao governo. "Eu estava em Bruxelas quando alguém me perguntou e eu fiquei imaginando quem era o poderoso que estava indicando ministro por mim", disse o presidente. Lula afirmou que nem chegou a cogitar a recondução do peemedebista ao ministério. Segundo o presidente, o ex-ministro responde a um inquérito e é preciso aguardar o término das investigações para avaliar o caso. "Acho que o Silas foi injustiçado. Agora, tem um processo em andamento. Nós vamos aguardar para ver o que acontece", disse. Rondeau deixou o Ministério das Minas e Energia no dia 22 de maio, depois que seu nome surgiu nas investigações da Operação Navalha. Segundo a Polícia Federal, Ivo Almeida Costa, ex-assessor do ministro, aparece em um vídeo carregando envelope com R$ 100 mil que teria recebido de Fátima Palmeira, diretora financeira da Gautama. De acordo com a PF, o dinheiro seria uma propina em troca do favorecimento à empreiteira do empresário Zuleido Veras em licitações do programa Luz Para Todos, do Ministério das Minas e Energia. Apesar de um laudo contestando o vídeo, a PF manteve as acusações contra o ex-ministro, frustrando a manobra para a recondução de Rondeau ao cargo, como pretende o PMDB. (AOG)

Infraero pode ter comprado software superfaturado

D Chinaglia com as lideranças partidárias: promessa de esforço concentrado para viabilizar a votação

sessão, mas transferir a presidência para o vice-presidente da Câmara, Nárcio Rodrigues (PSDB-MG). "É só a Comissão de Orçamento votar os destaques e votaremos a LDO", disse Chinaglia. "Nunca o presidente do Senado conduziu a votação da LDO. Sempre foi o vice-presidente. Estão todos convencidos que ele (Renan Calheiros) não vai presidir a

sessão", disse o líder do PP, Mário Negromonte (BA). Na semana passada, o PPS havia anunciado que faria obstrução na sessão da LDO se Renan quisesse presidi-la. Se o projeto não for aprovado até o dia 17, os parlamentares não poderão iniciar o recesso de julho, que vai começar no próximo dia 18. Ontem, a Comissão Mista de Orçamento aprovou des-

taques autorizando a inclusão de emendas individuais para oito estados que não foram contemplados por emendas de bancada. O relator, deputado João Leão (PP-PB), aceitou a inclusão dessas emendas, desde que sejam direcionadas para obras estruturantes, como dragagem de portos e construção de estradas, com valor mínimo de R$ 10,5 milhões. (AE)

epoimentos de representantes do Ministério Público Federal, da Controladoria Geral de União e da Polícia Federal à CPI do Apagão Aéreo do Senado confirmaram ontem indícios de superfaturamento no contrato firmado entre a Infraero e a FS3 Comunicação, no valor de R$ 26,8 milhões. O contrato refere-se à compra de um software que centralizaria informações sobre a comercialização de espaços publicitários nos aeroportos. O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), vai pedir a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos no contrato. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

"Temos programas para incluir todas as minorias e orientar as empresas" Maria de Fátima Silva, gerente da Gelre.

Fotos: Newton Santos/Hype

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Paula Cunha

Sônia Regina (de verde) e Maria Sílvia (ao fundo): volta ao trabalho depois da aposentadoria.

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atriz norte-americana Bette Davis costumava dizer que "envelhecer não é para frouxos". Esta frase é muito apropriada para definir a situação dos idosos no Brasil. Com o aumento da expectativa de vida, a chamada terceira idade totaliza 15 milhões de brasileiros. Em 2025, o país terá 32 milhões de idosos. Diante destes números, órgãos públicos, ONGs e empresas trabalham para incluí-los em ações culturais e no mercado de trabalho. Com tantos jovens lutando para começar a trabalhar pode parecer estranho ações para recolocar idosos. O Diário do Comércio contatou 15 agências de empregos na Capital paulista e a resposta para a pergunta se havia alguma ação neste sentido foi a mesma: "Lamentamos, mas as empresas consideram adultos maiores de 45 anos velhos demais para o mercado de trabalho". A única exceção encontrada entre elas foi a Gelre (www.gelre.com.br). Com um departamento de responsabilidade social para incluir minorias, ela também orienta as empresas que as contratam para evitar discriminação no dia-a-dia. Sonia Regina Palo, de 53 anos, é um exemplo de quem sempre trabalhou (desde os 16), mas precisou continuar como promotora de vendas após a aposentadoria para complementar sua renda. "Sempre trabalhei como secretária, até me aposentar em 2002. Como comecei em uma multinacional e ganhava muito bem, não procurei trabalho na minha área, o jornalismo. Além disso, fiz teatro

De volta ao trabalho, depois da aposentadoria. Agência de empregos em São Paulo valoriza a experiência de pessoas com mais de 50 anos de idade

infantil e comerciais para a TV e estudei direito por dois anos". Agora, para complementar a aposentadoria promove produtos alimentícios em supermercados e feiras do setor. Antes disso, ela visitou 400 agências de recolocação. Apenas quatro deram retorno. "É um trabalho que permite o contato com muitas pessoas", conta. Agora, Sonia faz cursos de computação para se manter atualizada e atua como recepcionista nos eventos do Instituto Ethos. "Sinto que ainda consigo aprender e o trabalho com o público é gratificante", afirma. Prazer diário – Esta é a sensação que Maria Sílvia G. Eliceto experimenta ao chegar à sede da Gelre, no centro de São Paulo. Aos 67 anos, ela trabalha há 15 na agência e sua história é semelhante a de outras aposentadas que continuam a trabalhar. A necessidade não é um fardo, em sua opinião. Além da satisfação em atender o público que procura a agência, Maria Sílvia consegue ajudar uma nora, uma filha e um neto na faculdade. Ela é um dos exemplos do censo do IBGE: 62,4% dos idosos e 37,6% das idosas são arrimo de família no país. Para a gerente do departamento de responsabilidade social da Gelre, Maria de Fátima e Silva, Sônia e Maria Sílvia representam as minorias que precisam ser incluídas. "Trabalhamos com todas as minorias. Sou otimista: já vejo frutos da integração da terceira idade. Já há empresas valorizando essa experiência. E quando a maioria restringe a contratação de minorias, diminui as chances de sustentabilidade a longo prazo. Algumas já entendem esta necessidade", conclui.

Divulgação

Afif discursa observado pelo ministro Luppi (esq) e por Barbosa, da Fenaban: oportunidade para os jovens.

A PRIMEIRA CHANCE U m programa que deve empregar 4.000 jovens de 14 a 24 anos no setor bancário, o "Programa Nacional Jovem Aprendiz", foi lançado na sexta-feira em São Paulo. O ministro do Trabalho, Carlos Luppi, o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, representando o governador José Serra, e o presidente da Federação

Nacional dos Bancos (Fenaban), Fábio Barbosa, estiveram presentes na assinatura do convênio entre o Ministério do Trabalho e a Fenaban. Defensor da Lei do Aprendiz, Afif elogiou a iniciativa. "Dar oportunidade ao jovem é um dos principais meios de combater a violência", disse. Ao dizer que confia no Brasil, o ministro Carlos Luppi ressaltou a importância do in-

vestimento na juventude, "o futuro do País." O presidente da Fenaban, Fábio Barbosa, lembrou que pelo Programa, os bancos contratarão jovens de 14 a 24 anos, para atuar em várias áreas. As inscrições para o curso de qualificação profissional podem ser feitas nas agências bancárias. A condição é que o candidato esteja cursando o ensino fundamental ou médio.

Divulgação

SP Sescon- us forma seos primeir es aprendiz

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Sescon-SP – Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo – formou ontem à noite as primeiras três turmas do “Desenhando o Futuro”, projeto que qualifica adolescentes para o mercado de trabalho. Na cerimônia, 60 jovens receberam

Primeira turma: 60 jovens formados para trabalhos em contabilidade.

certificados em cursos na área contábil e já estão aptos a trabalhar em empresas como aprendizes. Até o fim do ano, 300 alunos deverão se formar. “É nossa contribuição para

uma sociedade mais justa”, diz o presidente do SESCON-SP, José Maria Chapina Alcazar. A segunda turma do projeto já está fazendo cursos que se estenderão até 6 de agosto.


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Nacional Finanças Estilo Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

PRODUÇÃO MUNDIAL É DE 6 BILHÕES DE LITROS

A 3ª Câmara Cível do Rio de Janeiro determinou que a Coca-Cola retire, em 15 dias, a expressão Fresh da marca.

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

ÁGUA OU REFRIGERANTE? PARA PÚBLICO, É NOVA MODA Apesar da polêmica, consumidor aprova as bebidas aromatizadas Kety Shapazian

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lguns as c h am a m de insossa. Para outros, elas não passam de refrigerantes sem gás. A grande maioria, no entanto, está adorando a moda das chamadas águas aromatizadas – basta dar uma olhada nas vendas e na guerra travada entre as gigantes Pepsi (H2OH!) e Coca-Cola (Aquarius e Aquarius Fresh). Mas o consumidor não quer nem saber de toda essa disputa de mercado. A estudante de educação física e recepcionista da academia Fórmula, que fica no Shopping Eldorado, Adriana Gomes Barreto, gosta tanto das águas saborizadas que, às vezes, substitui a água mineral pela outra, com aroma. "Eu comecei com H2OH!, que, na verdade, é um refrigerante, e mudei para Aquarius porque é mais leve e é água." Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), Carlos Alberto Lancia, Adriana está certa – bem, quase certa. "A água deve ser incolor, inodora, e insípida. A H2OH! é refrigerante, 'ponto final'. E 'água aromatizada' não é água – é 'preparado líquido aromatizado', segundo a legislação brasileira", afirma. A microempresária Rosa Maria Martins Ribeiro, de 42 anos, é outra que, depois de fazer aula de circo, patins, street dance, ioga ou hip-hop, recor-

re a suas marcas favoritas – H2OH! e Acqua Fibra, da Genuína Lindoya – para matar a sede. "A água aromatizada substitui o suco de frutas, que, iria pesar no estômago na hora do treino", diz Rosa, que adoraria ver disponível no mercado água sabor "abacaxi, com hortelã e capim-cidreira". Outro que adora água aro-

Rótulo diz que contém gás e toque de fruta

matizada com "qualquer tipo de refeição" é Juliano Ceglia, jornalista que apresenta um quadro no SBT, o Bike Repórter. "Adoro principalmente com sushi, porque o molho shoyu dá sede", diz. "As vendas da Aquarius Fresh estão muito bem. Em Belo Horizonte, a campanha publicitária nem entrou e o resultado é excelente", afirma Andréa Mota, diretora de Marketing de Novas Bebidas da Coca-Cola do Brasil. Nova aposta E o que dizer dos amigos Fernando Figueiredo, Paulo Jafet e Marcos Lutz, que investiram cerca de R$ 1 milhão na novíssima água aromatizada Neutra, que está chegando ao mercado agora? Segundo Figueiredo, proprietário de uma agência de marketing promocional, o mercado de água saborizada no País é de R$ 4 bilhões. "Na Europa, onde as águas aromatizadas existem há mais tempo, o setor cresceu 40% no ano passado." A idéia do trio era criar "uma marca bacana, uma embalagem diferenciada, montar um portfólio e sair vendendo". Eles nem precisaram bater muita perna por aí: o primeiro pedido foi de 100 mil garrafas. "Temos o potencial para vender 500 mil garrafas por mês", afirma Figueiredo. Isso significa um faturamento de R$ 500 mil para a empresa que acabou de nascer. No mercado mundial de água mineral, com uma produção de cerca de 170 bilhões de litros anuais, a opção pelas águas com sabor já soma perto de seis bilhões de litros.

A estudante Adriana Gomes Barreto diz que substitui água mineral pelas aromatizadas

Para indústria, produto é inovador

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m 2006, a Pepsi lançou a H2OH!, que, segundo o site da parceira Ambev (Companhia de Bebidas das Américas), é "uma bebida levemente gaseificada, zero açúcar, fonte de vitaminas B e suco natural de limão" e foi "especialmente desenvolvida para quem quer se refrescar com um produto saboroso e sem açúcar. H2OH! vem atender a uma parcela significativa de pessoas que buscam matar a sede de forma prazerosa". A H2OH! foi colocada ao lado de outras águas nos super-

mercados, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ) interveio e a classificou como refrigerante. Para a Pepsi, a H2OH! "inaugura uma nova categoria de bebidas, entre a água e o refrigerante, mas, por causa da legislação, está inscrita como refrigerante". Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), Carlos Alberto Lancia, a H2OH!, "além de infringir a legislação sobre bebidas não-alcoólicas, tem a clara intenção de confundir o consu-

midor ao adotar o símbolo químico universal da água para dar nome a um refrigerante". O público, enganado ou não, adorou a H2OH!, tanto que ela chegou a sumir das prateleiras, tamanho foi o sucesso das vendas. A Coca-Cola, então, lançou a Aquarius Fresh (versão gaseificada da Aquarius), para concorrer com a H2OH!. Para a Coca-Cola, a Aquarius "quebra o paradigma de que água é insípida, inodora e incolor". Já Lancia, presidente da Abinam, diz que Aquarius Fresh é um refrigerante também." (KS)

Para Rosa Maria Martins Ribeiro, as águas aromatizadas são mais leves e ideais para o treino

Juliano Ceglia: até com sushi

Fernando Figueiredo e Paulo Jafet investiram R$ 1 mi na marca Neutra


Economia

1 Sem o veto, alguns estados terão grandes perdas na arrecadação. Aloízio Mercadante

Dida Sampaio/AE

SUPERSIMPLES TERÁ VETOS DE LULA. E MAIS TEMPO PARA ADESÃO.

Fábio Pozzebom/ABr

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Mercadante antecipa que o presidente Lula vai vetar dois itens do projeto de lei Renato Carbonari Ibelli

verá vetar a inclusão das empresas de transporte no Supersimples, sob a alegação de que a Receita Federal não tem condições de fiscalizá-las, principalmente nos serviços intermunicipais e interestaduais. Perdas pesadas – O outro veto acertado entre senadores, deputados e representantes de estados, municípios e Receita Federal refere-se à proibição da cobrança antecipada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas fronteiras dos estados, a chamada "antecipação tributária". Segundo Mercadante, o fim da prática significaria perdas importantes de receitas para alguns estados. "O Ceará, por exemplo, perderia cerca de R$ 90 milhões por mês e o Mato Grosso do Sul, R$ 80 milhões", afirmou o senador. O item ameaçava, até mesmo, travar a matéria no Senado Federal, onde tramita em caráter de urgência. A ampliação do prazo de adesão, por sua vez, é uma reivindicação dos contabilistas, que ainda analisam as tabelas de alíquotas previstas no Su-

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eve ser apreciado a m a n h ã , n a C omissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 43/07, que altera pontos da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas. Ele amplia o prazo de adesão ao Supersimples, que passa de 31 de julho para 15 de agosto de 2007, além de aumentar o período para parcelamento dos débitos estabelecido pela Lei Geral. O presidente da CAE, Aloízio Mercadante (PT-SP), antecipou que foi fechado acordo para que o projeto seja votado e aprovado na Comissão e no Plenário do Senado. Posteriormante, terá dois pontos vetados pelo presidente Lula. O texto a ser examinado pela C AE c o rre sp on d e ao PL C n° 79/07, aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, que teve como relator o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Segundo Mercadante, o presidente de-

persimples para identificar quais empresas realmente se beneficiarão com a adesão. Queixas – O presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (SesconSP), José Maria Chapina, criticou o fato de o governo não ter oferecido o sistema gerador da guia de recolhimento do novo regime. Para ele, os contadores terão pouco tempo para se adaptar. "O prazo deveria ser estendido para 2008, para que pontos conflitantes da lei possam ser discutidos", disse. O projeto – que será relatado pelo senador Adelmir Santana (PFL-DF) – também aumenta o período dos débitos a serem parcelados, que passaria de 31 de dezembro de 2006 para 31 de maio de 2007. No último balanço da Receita Federal, 293.208 micros e pequenas empresas haviam optado pelo Supersimples entre 1º e 4 de julho. Desse total, 262.787 têm pendências fiscais. Aproximadamente 3,2 milhões de micros e pequenas não puderam migrar automaticamente por terem dívidas com o fisco federal, estadual ou municipal.

O senador Adelmir Santana (PFL-DF) será o relator

Vetos no texto relatado por Luiz Carlos Hauly

Dida Sampaio/AE

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secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry M. Paulson Jr., disse ontem, em reunião com pequenos e médios empresários de Minas Gerais, que "a política tributária do Brasil desestimula a migração da economia informal para a formal". Para ele, "esse obstáculo poderá ser sanado com a aprovação da reforma tributária." Paulson afirmou que "o principal problema da América Latina é a falta de infra-estrutura e que mais investimentos neste setor podem diminuir as grandes desigualdades e facilitar, também, o acesso das pessoas aos mercados". E explicou as providências tomadas: "O Banco Mundial (Bird) tem feito financiamentos em infra-estrutura na região, com expertise e tecnologia. Mas é importante os pequenos e médios empresários saberem trabalhar", alertou. Ele destacou a importância da Rodada Doha para os países da América Latina e disse que o tema está sendo muito discutido nos Estados Unidos. "Pre-

Alex de Jesus/O Tempo/AE

Menos tributos, defende americano.

Paulson visita Belo Horizonte

cisamos colocar o capital diante das pessoas e das empresas", comentou, acrescentando que "mais da metade do faturamento e dos empregos vêm do pequeno e médio empresário". "Estou procurando trabalhar com organismos como o Bird e o Fundo Monetário Internacional (FMI), em parceria com o setor privado e empresas com pequeno capital e outros arranjos econômicos." Definindo a América Latina como "amiga", o secretário do Tesouro dos Estados Unidos disse que seu país quer "desco-

brir uma maneira de ajudar a região a expandir suas economias". "É sabido que vários países da América Latina estão economicamente bem, a exemplo do Brasil, que tem inflação contida e bom desempenho fiscal e financeiro. Entretanto, há muita pobreza e muitas diferenças no topo e na base da sociedade", salientou. Paulson disse aos empresários mineiros que quer ouvir "com cuidado o que é preciso ser feito, quais programas econômicos devem ser adotados e discutir muito bem todos os assuntos". "É importante o acesso à educação, aos serviços básicos, à saúde e, principalmente, aos capitais e aos mercados", afirmou. Essa é a quarta vez que Paulson, como Secretário do Tesouro norte americano, visita a América Latina. Ontem, ele reuniu-se também com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, no Palácio da Liberdade, onde conversaram sobre questões de infra-estrutura no Brasil e a formação das parcerias público-privadas. (AE)

José Maria Chapina, presidente do Sescon-SP, defende dilatação do prazo de adesão para o próximo ano.

Mais prazo para pagar parcelas do Imposto de Renda

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Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou ontem projeto de lei permitindo que o saldo do Imposto de Renda da Pessoa Física possa ser pago até o oitavo dia útil do mês subseqüente ao da entrega da declaração de rendimentos. Atualmente, o tributo devido tem de ser pago no mês de competência: a cota única ou a primeira parcela têm que ser saldadas até o dia 30 de abril. Com a nova proposta, em caso de parcelamento, o contribuinte também poderá quitar a parcela mensal até o oitavo dia útil do mês

seguinte ao do atual vencimento – que termina no último dia útil de cada mês. Assim, o imposto a ser pago em 31 de julho, por exemplo, teria o prazo de pagamento prorrogado para 10 de agosto. As parcelas continuarão sendo corrigidas pela taxa básica de juros, a Selic, mas os primeiros oito dias de cada mês não serão levados em conta no momento de calcular a correção do IR. A intenção do autor do projeto, senador José Maranhão (PMDB-PB) era fazer coincidir o pagamento do imposto com o recebimento do salário, que é feito até o quinto dia útil.

O relator do projeto, no entanto, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) estendeu o prazo por mais três dias para dar tempo aos contribuintes para compensar os cheques de pagamento dos salários. O projeto foi aprovado por unanimidade e tem caráter terminativo ou seja, segue direto para a Câmara, sem necessidade de passar pelo plenário do Senado. (AE)


quarta-feira, 11 de julho de 2007

Estilo Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SENADO QUER DISCUTIR META DE INFLAÇÃO

bilhões de reais era o estoque de depósitos na caderneta de poupança no fim do mês passado

VALOR CORRESPONDE ÀS ENTRADAS LÍQUIDAS DE RECURSOS NA CADERNETA NO PRIMEIRO SEMESTRE

POUPANÇA CAPTA R$ 8,7 BILHÕES

´ DOLAR

Win MacNamee/AFP

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caderneta de poupança terminou o primeiro semestre com ganho de captação de R$ 8,772 bilhões. Esse foi o melhor primeiro semestre desde 1995, mostra a série histórica do Banco Central (BC). O saldo das aplicações em poupança alcançou R$ 203,626 bilhões no final de junho. Para o diretor-geral da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Osvaldo Correa, o aumento tem sido provocado pelo crescimento do mercado imobiliário. "As pessoas estão optando por realizar novos investimentos em caderneta de poupança para, no futuro, conseguir levantar um empréstimo para a compra de um imóvel com os recursos poupados", afirmou.

Moeda continua cotada abaixo de R$ 1,90

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dólar comercial operou ontem em queda pelo terceiro útil seguido e abaixo de R$ 1,90 pela segunda sessão consecutiva. A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 1,89 para compra e a R$ 1,892 para venda, com desvalorização de 0,32% em relação a sexta-feira. Essas são as cotações mais baixas do dólar registradas desde 20 de outubro de 2000.

O dólar no mercado à vista apenas reduziu as baixas depois do discurso sobre inflação do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke (leia mais em texto nesta página). No entanto, o fluxo cambial positivo e a melhora do risco Brasil ao longo da tarde ajudaram a manter a moeda americana abaixo de R$ 1,90, o que deve continuar ocorrendo nos próximos dias. (AE)

Vale recebe crédito do BNDES

Marcello Casal/ABr

Bernanke: endosso à prática do Fed de priorizar núcleo da inflação

Bernanke discute projeções para preços

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Meirelles preferiu falar sobre crescimento da economia brasileira

Meirelles evita falar sobre meta de inflação

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presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, evitou ontem falar diretamente sobre inflação e concentrou um discurso feito em São Paulo no tema da expansão sustentada da economia brasileira. De acordo com Meirelles, o Brasil já atingiu um crescimento econômico equilibrado e agora precisa trabalhar para que seja também prolongado. "O fato de que o Brasil está dando certo é consenso. O importante é que ele continue bem no futuro, que o Brasil continue firme nessa rota", afirmou o presidente do BC, que ontem participou da entrega do prêmio "Bem-Sucedidos 2007" na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). "O crescimento econômico alto é importante. Porém, mais importante é que o crescimento se dê por um período prolongado", afirmou Meirelles. Desde que o Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve a meta de inflação em 4,5% para 2009 existe no mercado a expectativa de que o BC informe se vai perseguir uma taxa mais baixa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicador de preços que serve de base para o sistema de metas de inflação. Isso porque a meta estabelecida foi considerada "dupla" por analistas e vista como uma vitória do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a ala que

pregava a redução do alvo central para 4% em 2009. No discurso de ontem, Meirelles ressaltou que os motores da expansão econômica têm sido o aumento do emprego e da renda, a maior oferta de crédito e o crescimento do mercado de capitais, que dá mais capacidade para investimentos. Audiência no Senado — A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado federal aprovou ontem a realização de audiência pública, marcada para a primeira semana de agosto, para discutir a meta de inflação adotada pelo Executivo. A proposta foi apresentada pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), com a concordância do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), e também do presidente da Comissão, Aloizio Mercadante (PT-SP). Virgílio quer saber por que o CMN fixou a meta para 2009 em 4,5% "Precisamos saber quais são os argumentos favoráveis à meta de inflação de 4,5% e quais os argumentos a favor dos 4%", afirmou o senador Virgílio, lembrando que o presidente do BC foi derrotado na última reunião do CMN, por defender os 4%. Participam do Conselho Monetário, além de Meirelles e Mantega, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "O Banco Central e o Ministério da Fazenda poderão enviar representantes para apresentar as posições que foram debatidas no CMN", acrescentou Virgílio. (Agências)

Telefónica quer controle da Vivo

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companhia espanhola Telefónica ofereceu 3 bilhões de euros (o equivalente a US$ 4,1 bilhões) à Portugal Telecom pelos 50% da empresa portuguesa no capital da operadora de telefonia celular Vivo. A informação é do presidente do grupo espanhol, Cesar Alierta. Segundo ele, a Telefónica deve também tentar obter o

controle da Telecom Italia, a maior companhia de telecomunicações da Itália. O executivo deu as informações em entrevista publicada na edição de ontem do Financial Times. A Telefónica, maior empresa de telecomunicações da zona do euro em valor de mercado, não quis comentar a oferta pela Vivo ou as intenções em relação à Telecom Italia. (Reuters)

Já o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, acha que a poupança passou a ganhar captação com a redução do juro básico (Selic), que reduziu a rentabilidade dos fundos. A poupança rende 6% ao ano mais Taxa Referencial (TR). Para equilibrar o cenário, o Conselho Monetário Nacional decidiu, em março elevar o redutor da TR — ou seja, tornar a poupança menos atrativa. Mas a medida não teve aplicação imediata. Oliveira lembrou que a elevação do redutor só entra em vigor quando a Selic cair abaixo dos atuais 12% ao ano. "Isso deve ocorrer na próxima semana, quando haverá nova reunião do Comitê de Política Monetária", disse. (AE)

oscilação dos voláteis preços de energia e alimentos terá pouco impacto sobre a inflação se as expectativas para os índices de preços se mantiverem firmes. A afirmação foi feita ontem pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke. "Caso as expectativas de inflação estejam bem ancoradas, as mudanças nos preços de energia e alimentos terão relativamente pouca influência sobre o núcleo da inflação, isto é, a inflação sem os preços de energia e alimentos", afirmou o presidente do Fed em texto preparado para discurso na Agência Nacional de Pesquisa Econômica, em Cambridge. Alguns analistas de mercado têm dito que os responsáveis pela política monetária americana precisam prestar mais atenção aos índices cheios de inflação, que incluem preços de energia e alimentos, dada a persistência da alta nesses setores. Bernanke, no entanto, endossou a antiga prática do Fed de se concentrar no núcleo dos preços para definir a política monetária americana. "A inflação reage menos do que antes às mudanças nos preços do petróleo e outros choques de matéria-prima", disse. Ao mesmo tempo, Bernanke afirmou que o Fed, quando projeta a inflação, precisa reconhecer qualquer efeito possí-

CVM multa em R$ 100 mil diretor da Vale

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Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em R$ 100 mil o diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da Companhia Vale do Rio Doce, Fábio Barbosa, pela não divulgação de fato relevante durante as negociações de venda de parte das ações da mineradora na Usiminas. Esse é o segundo diretor da Vale condenado neste ano pela mesma falha. O primeiro foi Tito Martins, diretor de Assuntos Corporativos. Em janeiro, a CVM aplicou a pena máxima de R$ 500 mil ao executivo pela não divulgação de comunicado ao mercado na época em que era presidente e diretor de Relações com Investidores da Caemi, subsidiária da Vale. (AE)

vel dos aumentos em energia e alimentos sobre outros setores da economia dos Estados Unidos. "As previsões sobre o núcleo da inflação precisam levar em consideração a extensão dos custos de energia e alimentos sobre outros preços", acrescentou Bernanke. (Reuters)

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 774,6 milhões para a Vale do Rio Doce expandir a capacidade de transporte da E s t r a d a d e F e r ro C a r a j á s (EFC), de 70 milhões para 103 milhões de toneladas anuais. O valor equivale a 57% do investimento total da expansão, correspondente a R$ 1,4 bilhão. A ferrovia integra o sistema de logística da Vale, ligando a mina da empresa ao porto da Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão.

Além da ferrovia, a Vale terá de fazer obras também no porto, para absorver o aumento de volume transportado, informou o BNDES em comunicado divulgado ontem, sem dar detalhes do investimento adicional. Criada há 22 anos para escoar a produção de minério de ferro da Vale em Carajás, a EFC tem 892 quilômetros. Pela ferrovia, a mineradora transporta 60 tipos de produtos além do minério de ferro, como manganês, cimento, madeira, combustíveis, veículos e produtos siderúrgicos. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - ECONOMIA/LEGAIS Holcim Brasil S.A. torna público que recebeu da CETESB a licença de operação nº 16004534 com validade até 18/06/2011, para atividade de Fabricação de Usinas de Concreto no endereço Rua São Paulo, 104 - Bairro Cerâmica - São Caetano do Sul - SP.

TUPAN ENERGIA ELÉTRICA S.A.

CNPJ/MF nº 02.800.821/0001-38 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA REALIZADA EM 30 DE ABRIL DE 2007 1 - DATA, HORÁRIO E LOCAL: Trinta de abril de dois mil e sete, às 10;00 hs. (dez horas), na sede social, situada na Rua Paula Souza nº 326, sala 02, bairro da Luz, em São Paulo-SP; 2 - “QUORUM”: Estavam presentes os acionistas detentores, em conjunto, da totalidade das ações do Capital Social, conforme assinaturas no Livro de Presenças; 3 - DIREÇÃO DOS TRABALHOS: Assumiu a Presidência dos trabalhos o Sr. José da Costa Carvalho Neto, Diretor e representante da empresa acionista Arcadis Logos Energia S.A. Para secretário, foi convidada a Sra. Ana Maria Gonçalves Furlan, Diretora e representante da empresa acionista Galf Empreendimentos Ltda.; 4 - INSTALAÇÃO DA ASSEMBLÉIA - ORDEM DO DIA: Tendo em vista a presença dos acionistas que representavam a totalidade do Capital Social, o Sr. Presidente declarou a Assembléia regularmente instalada, independentemente das formalidades legais de convocação, de acordo com o disposto no parágrafo 4º do Artigo 124 da Lei nº 6404/76. Na seqüência, a Sra. Secretária, assumindo a palavra, informou que os trabalhos da Assembléia obedeceriam à seguinte Ordem do Dia: a) Tomada de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31.12.2006; b) Destinação do lucro líquido do exercício e c) Eleição dos membros da Diretoria e fixação da verba anual de remuneração dos diretores. Prosseguindo, a Sra. Secretária destacou que os documentos referentes ao item “a” da Ordem do Dia haviam sido encaminhados a todos os acionistas com mais de trinta dias de antecedência da presente Assembléia, o quê foi plenamente confirmado. Na seqüência, informou que, independentemente da remessa aos acionistas, os referidos documentos haviam sido publicados nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio, em ambos na edição de 24.04.2007. Estando presentes os acionistas que representavam a totalidade do Capital Social, foi considerada sanada a falta de publicação do aviso de que trata o Artigo 133 da Lei nº 6404/76, de acordo com o disposto no parágrafo 4º desse Artigo; 5 - DELIBERAÇÕES: a) Não havendo abstenção legal a ser cumprida, foram aprovadas, por unanimidade, as contas da Administração e as demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31.12.2006; b) Com relação ao item “b” da Ordem do Dia, o Sr. Presidente destacou que, estando a empresa ainda em fase pré-operacional, não havia o que se deliberar a respeito; c) Em seguida, foram realizados os trabalhos de eleição dos membros da Diretoria para um novo mandato de 01 (um) ano, até a posse dos que vierem a ser eleitos pela A.G.O. em 2008, verificando-se, como resultado, a reeleição, por unanimidade, do seguinte quadro de diretores: DIRETOR PRESIDENTE - JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO, brasileiro, casado, engenheiro eletricista, portador da cédula de identidade RG nº M-107.027 SSP/MG, inscrito no CPF/MF sob o nº 044.602.786-34, residente e domiciliado na Rua Visconde do Rio das Velhas nº 3, apto. 1401, Vila Paris, em Belo Horizonte-MG; DIRETOR VICE-PRESIDENTE - VELCI LUIZ KAEFER, brasileiro, casado, empresário, portador da cédula de identidade RG nº 646.421 - SSP/ PR, inscrito no CPF/MF sob o nº 159.096.629-53, residente e domiciliado na Rua Minas Gerais nº 1825, Apto. 62, em Cascavel-PR; DIRETOR - MAURO MENDES FERREIRA, brasileiro, casado, engenheiro eletricista, portador da cédula de identidade RG nº 1.426.803 SSP/GO e do CIC nº 304.362.301-00, residente e domiciliado na Alameda Santa Inês, Casa 1, Condomínio Vila Felice - Jardim Itália, em Cuiabá-MT, e DIRETOR - PEDRO ANTONIO COELHO DE SOUZA FURLAN, brasileiro, casado, advogado, portador da cédula de identidade RG nº 2.101.402 SSP/PR e do CIC nº 510.727.189-87, residente e domiciliado na Avenida Cirne Lima nº 550, em Toledo-PR. Tendo em vista que a empresa está, ainda, em fase pré-operacional, não foram atribuídos honorários aos administradores eleitos. Na seqüência, estando presentes na sala ao lado e convidados a adentrarem no recinto da Assembléia, os diretores, na conformidade do disposto no parágrafo 1º do Artigo nº 1.011 da Lei nº 10.406/2002 (Novo Código Civil), declararam que não estavam e que nunca estiveram incursos em qualquer um dos crimes previstos em lei que impedem o exercício das atividades de administradores. Assim sendo, o Sr. Presidente solicitou dos diretores que, em seguida, firmassem o competente Termo de Posse nos respectivos cargos. Dando seqüência, o Sr. Presidente, antes de concluir os trabalhos, solicitou do plenário a inclusão no texto da presente ata, para fins de informação a terceiros, da redação vigente da disposição estatutária referente ao Capital Social. Aprovada a solicitação, foi transcrita a referida informação, conforme segue-se: Artigo 5º - O Capital Social é de R$ 18.000.000,00 (dezoito milhões de reais), dividido em 18.000.000 (dezoito milhões) de ações, todas ordinárias e do valor nominal unitário de R$ 1,00 (um real), sendo 15.450.526 (quinze milhões, quatrocentos e cinqüenta mil e quinhentas e vinte e seis) integralizadas e o restante, 2.549.474 (dois milhões, quinhentos e quarenta e nove mil e quatrocentas e setenta e quatro) a integralizar, em dinheiro, até 31.12.2007; 6 - ENCERRAMENTO, LAVRATURA DA ATA E ASSINATURAS: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a Assembléia com as formalidades de praxe. São Paulo-SP, 30 de abril de 2007. aa) José da Costa Carvalho Neto (Presidente); Ana Maria Gonçalves Furlan (Secretária); p/ Galf Empreendimentos Ltda. - Ana Maria Gonçalves Furlan (Diretora); p/ Arcadis Logos Energia S.A. - José da da Costa Carvalho Neto e Júlio César Biezus Neves (Diretores); Mauro Mendes Ferreira; p/ Bimetal Indústria e Comércio de Produtos Metalúrgicos Ltda. - Mauro Mendes Ferreira (Diretor); Velci Luiz Kaefer; Roberto Kaefer; Alexandre Herculano Coelho de Souza Furlan e Pedro Antonio Coelho de Souza Furlan. Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada no Livro de Atas de Assembléias Gerais da Tupan Energia Elétrica S.A. São Paulo-SP, 30 de abril de 2007. aa) Ana Maria Gonçalves Furlan - Secretária. Extrato da ata arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº 246.488/07-4, em 28.06.2007.

Cygnus Holdings S.A. CNPJ no 07.134.556/0001-10 - NIRE 35.300.321.081 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 28.12.2005 Data, Hora, Local: Aos 28 dias do mês de dezembro de 2005, às 8h, na sede social, Cidade de Deus, 4o andar do Prédio Novíssimo, Vila Yara, Osasco, SP. Presença: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os representantes daBradesco SegPrev Investimentos Ltda.,atual denominação da Carnaúba Holdings Ltda., única acionista da Sociedade. Mesa: Presidente: Luiz Carlos Trabuco Cappi; Secretário: Ivan Luiz Gontijo Júnior. Convocação: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404/76, com a seguinte ordem do dia: examinar proposta da Diretoria para aumentar o Capital Social no valor de R$5.465.469,23, elevando-o de R$1.365.691,00 para R$6.831.160,23, mediante a emissão de 5.470.456 novas ações ordinárias, Classe A, nominativasescriturais, sem valor nominal, ao preço de R$85,781481527 por ação, com integralização à vista, no ato da subscrição, com a conseqüente alteração do “caput” do Artigo 5o do Estatuto Social. Deliberação: pelo único acionista da Sociedade, foi aprovada a proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele Órgão, de 27.12.2005, a seguir transcrita: “Tendo como objetivo prover a Sociedade de recursos para poder incrementar suas atividades e resultados, vimos propor aumento do Capital Social no valor de R$5.465.469,23, elevandoo de R$1.365.691,00 para R$6.831.160,23, mediante a emissão de 5.470.456 novas ações ordinárias, Classe A, nominativas-escriturais, sem valor nominal, a serem subscritas ao preço de R$85,781481527 por ação. O preço de emissão foi fixado com base no valor de mercado por ação da Sociedade em 26.12.2005. As ações subscritas no referido aumento de capital terão direito a dividendos e/ou juros sobre o capital próprio que vierem a ser declarados a partir da data de integralização do referido aumento de capital, fazendo jus também, de forma integral, a eventuais vantagens atribuídas às demais ações, a partir da data da deliberação (28.12.2005). Em conseqüência, a redação do “caput” do Artigo 5o do Estatuto Social será alterada após completado todo o processo do aumento do capital.”. Dando seqüência aos trabalhos, disse o senhor Presidente que a Diretoria estava autorizada a dar andamento ao processo de aumento de capital, na forma exposta, abrindo a subscrição de ações, ocasião em que os representantes da Bradesco SegPrev Investimentos Ltda. abriram mão do direito à subscrição das ações ora emitidas em favor da Nova Marília Administração de Bens Móveis e Imóveis Ltda., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 02.335.940/0001-67, NIRE 35.214.866.229, neste ato representada por seus Diretores, senhores José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34, e Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20, ambos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, também presentes à Assembléia, que subscreveu a totalidade das 5.470.456 novas ações ordinárias, Classe A, nominativas-escriturais, sem valor nominal, emitidas, assinando o respectivo Boletim de Subscrição. Em seguida, o senhor Presidente comunicou aos presentes o seguinte: 1 - ter sido totalmente subscrito o aumento de capital no valor de R$5.465.469,23, consistente de 5.470.456 novas ações ordinárias, Classe A, nominativas-escriturais, sem valor nominal, mediante a conferência de bens de sua propriedade, conforme segue: a) 268.968.581 (duzentos e sessenta e oito milhões, novecentas e sessenta e oito mil, quinhentas e oitenta e uma), cotas, de emissão da Alvorada Serviços e Negócios Ltda., CNPJ no 50.991.421/ 0001-08, doravante designada simplesmente Alvorada, avaliadas pelo critério de valor contábil em R$268.968.582,97 (duzentos e sessenta e oito milhões, novecentos e sessenta e oito mil, quinhentos e oitenta e dois reais e noventa e sete centavos); b) 200.295.235 (duzentos milhões, duzentas e noventa e cinco mil, duzentas e trinta e cinco) cotas, de emissão da Ezibrás Imóveis e Representações Ltda., CNPJ no 50.646.967/ 0001-13, doravante designada simplesmente Ezibrás, avaliadas pelo critério de valor contábil em R$200.295.237,34 (duzentos milhões, duzentos e noventa e cinco mil, duzentos e trinta e sete reais e trinta e quatro centavos), dos quais R$5.465.469,23 (cinco milhões, quatrocentos e sessenta e cinco mil, quatrocentos e sessenta e nove reais e vinte e três centavos) serão levados à conta “Capital” e R$463.798.351,08 (quatrocentos e sessenta e três milhões, setecentos e noventa e oito mil, trezentos e cinqüenta e um reais e oito centavos) à conta “Reserva de Ágio na Emissão de Ações”. Os Laudos de Avaliação das ações de emissão da Alvorada e Ezibrás foram elaborados em 27.12.2005, tendo como data-base balanços levantados em 26.12.2005, que passam a fazer parte integrante da presente; 2 - que as ações subscritas e integralizadas no referido aumento terão direito a dividendos e/ou juros sobre o capital próprio que vierem a ser declarados a partir desta data (28.12.2005), fazendo jus também, de forma integral, a eventuais vantagens atribuídas às demais ações, a partir da citada data; 3 - que, verificada a subscrição integral e a integralização do aumento de capital, o “caput” do Artigo 5o do Estatuto Social passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 5o) O capital social subscrito e integralizado é de R$6.831.160,23 (seis milhões, oitocentos e trinta e um mil, cento e sessenta reais e vinte e três centavos), dividido em 6.836.147 (seis milhões, oitocentas e trinta e seis mil, cento e quarenta e sete) ações ordinárias, Classe A, nominativas-escriturais, sem valor nominal.”. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que vai assinada pelo senhor Presidente, por mim Secretário e pelos representantes dos acionistas presentes. aa) Presidente: Luiz Carlos Trabuco Cappi; Secretário: Ivan Luiz Gontijo Júnior; Acionistas: Bradesco SegPrev Investimentos Ltda., atual denominação da Carnaúba Holdings Ltda., representada por seus Diretores, senhores Marcos Suryan Neto e Ivan Luiz Gontijo Júnior; e Nova Marília Administração de Bens Móveis e Imóveis Ltda., representada por seus Diretores, senhores José Luiz Acar Pedro e Norberto Pinto Barbedo. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Cygnus Holdings S.A. aa) Ivan Luiz Gontijo Júnior e Haydewaldo Roberto Chamberlain da Costa. Certidão - Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 75.282/06-9, em 13.3.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Multigrain S.A. CNPJ nº 06.963.088/0001-23 Balanço Patrimonial em 31 de Dezembro de 2006 e 2005 (Valores expressos em milhares de reais) Ativo 2006 2005 Passivo 2006 Circulante Circulante Disponibilidades 1.152 1 Fornecedores 19.246 Contas a Receber 17.385 – Partes Relacionadas 91.921 Estoques 12.647 – Empréstimos e Financiamentos Bancários 35 Adiantamento a Fornecedores 72.118 – Obrigações Fiscais e Sociais a Pagar 745 Imposto de Renda/CSSL a Recolher 22 Impostos a Recuperar 683 – 111.969 Outras Contas a Receber 5.432 – Exigível a Longo Prazo Despesas Antecipadas 1.821 13 111.238 14 Outras Contas a Pagar 3.673 3.673 Permanente Investimentos 13.451 14.087 Patrimônio Líquido Imobilizado 25.485 – Capital Social 29.318 Diferido 3.122 – Reserva de Reavaliação 8.877 42.058 14.087 Reserva Legal 2 Reserva para Investimento 34 Lucros (Prejuízos) Acumulados (577) 37.654 153.296 14.101 153.296 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2006 e 2005 (Valores expressos em milhares de reais) Capital Reserva Reserva para Reserva de Lucros (Prejuízos) Social Legal Investimentos Reavaliação Acumulados Saldo em 31 de Dezembro de 2005 5.175 2 34 8.877 – Aumento de Capital Aumento de Capital 24.143 – – – – Prejuízo Líquido do Exercício – – – – (577) Saldo em 31 de Dezembro de 2006 29.318 2 34 8.877 (577) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis - Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2006 e 2005 (Valores expressos em milhares de reais) 1. Contexto Operacional: A Multigrain S.A. (“Companhia”), com sede na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, atua na compra de soja em grão, açúcar, fertilizantes e trigo para revenda a partes relacionadas e terceiros no Brasil e no exterior. Adicionalmente, produz farinha e farelo de trigo. 2. Apresentação das Demonstrações Contábeis: As demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, consubstanciadas na Lei das Sociedades por Ações, normas e instruções da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e resoluções do CFC - Conselho Federal de Contabilidade. 3. Sumário das Principais Práticas Contábeis: Aplicações financeiras: As aplicações financeiras estão avaliadas ao custo de aquisição, acrescidas dos rendimentos auferidos até a data do balanço. Provisão para créditos de liquidação duvidosa: A provisão para créditos de liquidação duvidosa é constituída com base na análise individual dos recebíveis, em montante considerado suficiente pela Administração para cobrir prováveis perdas. Estoques: Os estoques estão demonstrados ao custo médio das compras ou produção, ou de mercado, entre esses o menor. Adiantamentos a fornecedores: Os adiantamentos a fornecedores são demonstrados ao custo, acrescidos de variação cambial e juros auferidos até a data do balanço. Demais ativos circulante e realizável a longo prazo: Os demais ativos circulante e realizável a longo prazo são demonstrados aos valores de custo ou realização, incluindo, quando aplicáveis, os rendimentos auferidos. Ativo permanente: Os investimentos em controladas são avaliados pelo método de equivalência patrimonial. Ganhos ou perdas na conversão, decorrentes dos efeitos da desvalorização (ou valorização) do real, quando da conversão das demonstrações contábeis das subsidiárias estrangeiras para apuração da equivalência patrimonial e da consolidação, são alocados a despesas ou receitas financeiras. O imobilizado é avaliado pelo custo, acrescido de reavaliações. As depreciações são computadas pelo método linear, tomandose por base a vida útil estimada dos bens. O diferido é reconhecido pelo custo, composto principalmente por gastos com reestruturação de novas plantas, bem como o desenvolvimento de novos ramais logísticos. A amortização dar-se-á quando da realização das receitas esperadas, nos períodos substanciados nos estudos de viabilidade econômico-financeira. Ativos e passivos sujeitos à atualização monetária: Contas sujeitas à correção monetária são atualizadas com base nos índices definidos legalmente ou em contrato. Transações em moedas estrangeiras: Transações em moedas estrangeiras são contabilizadas pela taxa de câmbio do dia da transação. Ativos ou passivos denominados em moedas estrangeiras são convertidos utilizando-se a taxa de câmbio na data do balanço patrimonial. As variações cambiais são reconhecidas nas demonstrações do resultado, à medida que ocorrem. Empréstimos: Atualizados com base nas variações monetárias e cambiais, acrescidos dos respectivos encargos incorridos até a data de encerramento do exercício. Adiantamentos de clientes: Corrigidos a partir da data do recebimento, com base na variação monetária e/ou variação cambial, quando aplicável. Demais passivos circulante e exigível a longo prazo: Os demais passivos circulante e exigível a longo prazo são demonstrados pelos valores conhecidos ou exigíveis, acrescidos, quando aplicáveis, dos respectivos encargos e variações cambiais. Provisões para contingências: Provisões para contingências relacionadas a processos trabalhistas, tributários, cíveis e comerciais, nas instâncias administrativas e judiciais, são reconhecidas com base nas opiniões dos assessores legais e melhores estimativas da Administração, sobre o provável resultado dos processos pendentes na data do balanço. Imposto de renda e contribuição social: As provisões para Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e Contribuição Social sobre Lucros Líquidos - CSLL são computadas pelas taxas oficiais aplicáveis no país em que a operação foi originada, conforme as disposições da legislação tributária vigente. Reconhecimento de receita: As receitas por vendas são registradas no momento da transferência de propriedade das mercadorias, Diretoria

2005 – 13 – – – 13 – – 5.175 8.877 2 34 – 14.088 14.101

Total 14.088 24.143 (577) 37.654

Origens dos Recursos Das Operações: Prejuízo Líquido do Exercício Valores que não Afetam o Capital Circulante: Equivalência Patrimonial Depreciação e Amortização Dos Acionistas: Aumento de Capital

ou seja, quando o direito de propriedade passa a ser de terceiros. Lucro por ação: O lucro por ação é calculado com base no número de ações na data do balanço patrimonial. Uso de estimativas: A preparação das demonstrações contábeis individuais e consolidadas requer que a Administração efetue estimativas e adote premissas relacionadas com os ativos e passivos na data de encerramento do exercício, bem como com os montantes das receitas e despesas reportados nos respectivos períodos. Os resultados reais podem diferir dessas estimativas. Demonstrações contábeis do exercício anterior: As demonstrações contábeis referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2005 foram reclassificadas, quando aplicáveis, para fins de comparação. 4. Contas a Receber: 2006 2005 A Receber por: 9 – Serviços Revenda de Farinha de Trigo 7.801 – Revenda de Trigo 2.352 – Revenda de Açúcar 7.223 – 17.385 – 2006 5. Estoques e Adiantamentos a Fornecedores: Adiantamentos Estoques a Fornecedores Quantidade Quantidade Toneladas R$ Toneladas R$ Soja em Grão – – 269.896 68.988 Trigo 19.671 9.727 – 1.086 Farinha de Trigo 2.819 2.100 – 1.542 Açúcar 181 112 – 490 Outros – 708 – 12 Total – 12.647 – 72.118 Os adiantamentos a fornecedores são atualizados monetariamente com base na variação do dólar norte-americano e acrescidos de juros. Eles serão liquidados com a entrega física de produtos, avaliados a preços prédefinidos em contrato. 6. Investimentos: Transações com partes relacionadas: As transações entre a controladora e suas controladas foram eliminadas na consolidação. O montante de R$91.921, registrado no passivo circulante, é relativo à sua controladora Multigrain AG. As principais informações do investimento da Companhia estão resumidas abaixo: Percentual de Valor do Equivalência Participação Investimento Patrimonial 2006 2005 2006 2005 2006 2005 Multigrain Armazéns Gerais S.A. 100 100 13.451 14.087 636 36 Total – – 13.451 14.087 636 36 7. Imobilizado: 2006 2005 Vida Útil Estimada Deprec. Custo (Anos) Custo Acum. Líq. Líq. Terrenos – 64 50 14 – Edificações 25 6.305 – 6.305 Silos Armazéns 10 15.139 – 15.139 – Móveis e Utensílios 10 236 9 227 – Maquinário e Equipamento 10 1.823 71 1.752 – Melhorias em Propriedades de Terceiros (a) 31 1 30 – Veículos 5 – – – – Computadores e Software 5 590 58 532 – Imobilizações em Andamento – 1.440 – 1.440 – Outros 10 a 20 47 1 46 – Total 25.675 190 25.485 –

Paulo Roberto Moreira Garcez - Diretor

Demonstrações do Resultado - Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2006 e 2005 (Valores expressos em milhares de reais) Receita Operacional Bruta 2006 2005 Venda 36.273 – Deduções Impostos sobre as Vendas (2.846) – Devoluções e Abatimentos (779) – Receita Operacional Líquida 32.648 – Custos (27.183) – Lucro Bruto 5.465 – (Despesas) Outras Receitas Operacionais Administrativa e Gerais (4.724) – Despesas Financeiras Líquidas (636) – Resultado não Operacional 1 – Equivalência Patrimonial (636) 36 Lucro (Prejuízo) antes do Imposto de Renda (530) 36 e da Contribuição Social Imposto de Renda e Contribuição Social (47) – Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício (577) 36 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2006 e 2005 (Valores expressos em milhares de reais)

De Terceiros: Aumento no Exigível a Longo Prazo Reserva de Reavaliação

Souto Vidigal S.A.

2005

(577)

36

636 424 483

(36) – –

24.142 24.142

5.176 5.176

3.662 – 3.662 28.287

11 8.877 8.888 14.064

Total das Origens Aplicações de Recursos Investimentos – 14.051 Imobilizado 25.674 – Diferido 3.345 12 Total das Aplicações 29.019 14.063 Aumento (Redução) do Capital Circulante Líquido (732) 1 Variação no Capital Circulante Ativo Circulante: No Início do Exercício 1 – No Fim do Exercício 111.238 1 111.237 1 Passivo Circulante: No Fim do Exercício 111.969 – 111.969 – Aumento (Redução) do Capital Circulante Líquido (732) 1 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 8. Imposto de Renda e Contribuição Social: A provisão para imposto de renda e a contribuição social são calculadas sobre o lucro tributável ajustado, com base na legislação tributária em vigor, à alíquota de 15% mais adicional de 10% sobre o lucro tributável anual acima de R$240 para imposto de renda e 9% para a contribuição social. 9. Patrimônio Líquido: Capital social: Em 31 de dezembro de 2006, o capital social da Companhia estava representado por 29.318.118 ações. 10. Contingências: De acordo com a legislação vigente no Brasil, as operações da Companhia estão sujeitas a revisões pelas autoridades fiscais, pelo prazo de cinco a dez anos, com referência aos tributos. Não há prazo de prescrição para exame dos recolhimentos de contribuições previdenciárias e encargos sociais. Como decorrência dessas revisões, as transações e os recolhimentos poderão ser questionados, ficando os valores identificados sujeitos a multas, juros e atualização monetária. 11. Instrumentos Financeiros: A Companhia não utiliza instrumentos financeiros derivativos para administrar a exposição de seus ativos e passivos aos riscos de mercado referentes à taxa de juros, à moeda e às oscilações de preços dos produtos no mercado mundial. A gestão de risco do grupo, com relação a essa exposição, tem sido monitorada diretamente pela companhia relacionada à Multigrain AG, por meio de instrumentos financeiros derivativos, principalmente contratos de compromisso de compra e venda para entrega futura. Os principais instrumentos financeiros da Companhia e de suas controladas são caixa e bancos, aplicações financeiras, contas a receber, adiantamentos a fornecedores, valores a receber (ou pagar) de partes relacionadas, fornecedores e empréstimos bancários. Os valores contábeis dos instrumentos financeiros aproximam-se de seus valores de mercado. O risco de crédito da Companhia refere-se, principalmente, às contas a receber de clientes e adiantamentos a fornecedores. Para reduzir esse risco é realizada constantemente a análise de crédito dos clientes e fornecedores, considerando-se o ambiente econômico atual. Para fazer face a prováveis perdas com crédito de liquidação duvidosa, foram constituídas provisões, cujo montante é considerado suficiente pela Administração para a cobertura de eventuais perdas. 12. Seguros: A Companhia efetua um gerenciamento de riscos com o objetivo de minimizá-los, buscando no mercado coberturas compatíveis com seu porte e suas operações. As coberturas foram contratadas por montantes considerados suficientes pela Administração para cobrir eventuais sinistros, considerando a natureza de sua atividade, os riscos envolvidos em suas operações e a orientação de seus consultores de seguros. Simone A. Oliveira Hevia - Contadora - CRC 1SP180568/P-4

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO C.N.P.J. 60.688.256/0001-65 - N.I.R.E. 35.300.035.542 Ata de Assembléia Geral Extraordinária Realizada em 31 de Maio de 2007 1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 31 de maio de 2007, às 11:00 horas, na sede social da Companhia à Avenida Brigadeiro Faria Lima nº 3.144, 6º andar, conjunto 61, CEP 01451-000, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. Convocação: Dispensada nos termos do § 4º do artigo 124 da Lei nº 6.404/76. 3. Quorum de Instalação: Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas constantes no livro de “Presença de Acionistas”. 4. Mesa dos Trabalhos: Presidente: Maria Cecília Souto Vidigal; Secretário: Dr. José Carlos de Magalhães, em conformidade com o disposto no Estatuto Social. 5. Ordem do Dia: 5.1. Aprovar a distribuição de dividendos, acolhendo a sugestão do Conselho de Administração da Companhia, no valor de R$ 13.683.705,00 (treze milhões, seiscentos e oitenta e três mil e setecentos e cinco reais), referentes aos lucros apurados nos anos de 1996 a 2006, a ser pago aos acionistas, na proporção das respectivas ações detidas nesta data, mediante a entrega, pelos respectivos valores contábeis, dos bens e direitos descritos no Anexo, cuja avaliação foi efetuada por PricewaterhouseCoopers International Services Ltda., sociedade estabelecida na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida Francisco Matarazzo, nº 1.400, nos 1º, 2º, 6º, 8º, 11º e 12º andares, Torre Torino, Água Branca, inscrita no C.N.P.J./M.F. sob o nº 47.205.646/0001-79, conforme laudo de avaliação apresentado nesta data; 5.2. Aprovar o cancelamento, sem redução do valor do capital social, das 48.556.621 (quarenta e oito milhões, quinhentos e cinqüenta e seis mil e seiscentas e vinte e uma) ações, ordinárias nominativas e sem valor nominal, adquiridas pela Companhia e mantidas em tesouraria, mediante débito da conta de reservas que deram lastro à aquisição; 5.3. Aprovar, em virtude da proposta de cancelamento de ações e a conseqüente redução do número de ações, a alteração do artigo 5º do Estatuto Social da Companhia. 6. Deliberações: Em seguida, o Presidente da Mesa encaminhou a discussão da ordem do dia, sendo que, após ampla apreciação, a assembléia, por unanimidade: 6.1. Aprovou a distribuição de dividendos, acolhendo a sugestão do Conselho de Administração da Companhia, no valor de R$ 13.683.705,00 (treze milhões, seiscentos e oitenta e três mil e setecentos e cinco reais), referentes aos lucros apurados nos anos de 1996 a 2006, a ser pago aos acionistas, na proporção das respectivas ações detidas nesta data, mediante a entrega, pelos respectivos valores contábeis, dos bens e direitos descritos no Anexo, cuja avaliação foi efetuada por PricewaterhouseCoopers International Services Ltda., sociedade estabelecida na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida Francisco Matarazzo, nº 1.400, nos 1º, 2º, 6º, 8º, 11º e 12º andares, Torre Torino, Água Branca, inscrita no C.N.P.J./M.F. sob o nº 47.205.646/0001-79, conforme laudo de avaliação apresentado nesta data; 6.2. Aprovou o cancelamento, sem redução do valor do capital social, das 48.556.621 (quarenta e oito milhões, quinhentas e cinqüenta e seis mil e seiscentas e vinte e uma) ações, ordinárias nominativas e sem valor nominal, adquiridas pela Companhia e mantidas em tesouraria, mediante débito da conta de reservas que deram lastro à aquisição; 6.3.Aprovou, em virtude da proposta do cancelamento de ações e da conseqüente redução do número de ações, a alteração do artigo 5º do Estatuto Social, que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social integralizado é de R$ 8.090.749,86 (oito milhões, noventa mil, setecentos e quarenta e nove reais e oitenta e seis centavos), representado por 646.167.936 (seiscentos e quarenta e seis milhões, cento e sessenta e sete mil e novecentas e trinta e seis) ações, ordinárias nominativas e sem valor nominal. Parágrafo 1º - Os acionistas terão preferência para a subscrição das novas ações. No caso de aumento de capital, será respeitada a proporção do número de ações que já possuírem. Parágrafo 2º - No aumento de capital por subscrição particular, a integralização do capital subscrito será feita dentro do prazo de um ano, contado da data da Assembléia Geral que homologar o aumento, na medida das conveniências da Sociedade e nas condições que forem fixadas pelo Conselho de Administração. Parágrafo 3º - A Sociedade poderá adquirir as próprias ações, com o objetivo de cancelá-las ou mantê-las em tesouraria para posterior alienação, mediante autorização do Conselho de Administração.” 7. Encerramento: Nada mais tendo sido tratado, suspendeu-se a Assembléia, para a lavratura desta ata que, a seguir, tendo sido lida e aprovada por todos os presentes, foi por estes assinada. São Paulo, 31 de maio de 2007. (aa) Maria Cecília Souto Vidigal - Presidente da Mesa; José Carlos de Magalhães Secretário. Acionistas: Ligia Souto Vidigal, Regina Vidigal Guarita, Gastão Augusto Souto de Bueno Vidigal, Eduardo Vidigal Andrade Gonçalves, Guilherme Vidigal Andrade Gonçalves - p.p. Eduardo Vidigal Andrade Gonçalves, Luís Vidigal Andrade Gonçalves, Teresa Guarita Grynberg, Heloisa Vidigal Guarita Padilha, Dario Ferreira Guarita Neto, Maria Helena Pacheco Fernandes de Bueno Vidigal, Maria Isabel Pacheco Fernandes de Bueno Vidigal, Maria Luiza Pacheco Fernandes de Bueno Vidigal, Maria Augusta Pacheco Fernandes de Bueno Vidigal, L. S. Vidigal Participações Ltda. - p.p. Ligia Souto Vidigal e Mahil Participações Ltda. - p.p. Ruy Rangel. Certidão: A presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. São Paulo, 31 de maio de 2007. Souto Vidigal S.A., Odenir Antonio Valério - Diretor; Edson Luiz Stadler - Diretor. JUCESP nº 253.130/07-4 em 06/07/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral. Anexo: - Descrição - Valores em R$: 1) Outros créditos contra terceiros - 22.394,02; 2) Investimento Temporário em um imóvel situado na Rua João Antonio de Oliveira, 799, 16º subdistrito - Mooca São Paulo - SP, sob a matrícula nº 36.201 - 304.665,00; 3) Crédito junto à Brasmetal Waelzholz S.A. Indústria e Comércio, nos termos do Protocolo e Justificação da incorporação da sociedade Serra do Rio Rastro Empreendimentos e Participações Ltda., aprovado na AGE de 24/05/2004 5.551.453,35; 4) Crédito representativo de juros sobre o capital próprio junto à Brasmetal Waelzholz S.A. Indústria e Comércio - 793.154,15; 5) Crédito representativo de juros sobre o capital próprio junto à União Brasileira de Vidros S.A. - 218.703,48; 6) Investimento de 75,8495% na Calixto Participações Ltda., correspondente a 6.957.224 quotas representativas do seu capital social, de um total de 9.172.406 quotas 6.680.653,41; 7) 2 Títulos Patrimoniais do São Paulo Clube - 17.731,07; 8) Investimento de 7,24% na Lion Empreendimentos S.A., correspondente a 3.050.342 ações ordinárias representativas do seu capital social, de um total de 42.106.680 ações ordinárias, líquido da correspondente provisão para perdas - 0,00; 9) Investimento na Terra Rica Comercial e Agrícola S.A., correspondente a uma ação ordinária representativa do seu capital social, líquido da correspondente provisão para perdas - 0,00; 10) Investimentos junto ao Banco da Amazônia (2 ações), à Melhoramentos Sul do Pará S.A. (128.254.338 ações) e ao Fundo de Investimento da Amazônia (2.491.037 quotas), decorrente de destinações de parcela do IRPJ devido pela sociedade, líquido da correspondente provisão para perdas - 1,00; 11) Móveis, Utensílios, Equipamentos e Instalações, líquido dos correspondentes encargos de depreciação, constantes em imóvel locado, situado na Avenida Brigadeiro Faria Lima nº 3.144, 6º andar, conjunto 61, CEP 01451-000, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo - 94.949,52; Acervo Patrimonial a ser entregue em pagamento de dividendos - 13.683.705,00. Laudo de Avaliação de Bens e Direitos a Valor Contábil - Souto Vidigal S.A. PricewaterhouseCoopers International Services Ltda., sociedade estabelecida na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida Francisco Matarazzo, 1.400, 1º, 2º, 6º, 8º, 11º e 12º andares, Torre Torino, Água Branca, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o nº 47.205.646/0001-79, registrada originariamente no Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo sob o nº 2SP0009963/O-1, com seu Contrato Social de constituição, datado de 09 de janeiro de 1976, registrado no 4º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo - SP, em 27 de janeiro de 1976, e alterações posteriores registradas no mesmo Cartório, estando a última delas, datada de 24 de outubro de 2006, registrada em microfilme sob o nº 526926, em 04 de dezembro de 2006, representada por seu sócio infra-assinado, Sr. Marcelo Ricardo de Quadros Cioffi, brasileiro, casado, contador, inscrito no CRC sob o nº 1SP213113/O-0, portador da Cédula de Identidade RG nº 14.484.143-5, inscrito no CPF/MF sob o nº 250.301.818-14, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo com escritório no mesmo endereço da representada, nomeada perita pela Souto Vidigal S.A. (“Companhia”) para proceder à avaliação de bens e direitos em 30 de abril de 2007, a serem entregues aos acionistas em pagamento de dividendos e, subseqüentemente, utilizados para fins de integralização de capital na Souto Vidigal Empreendimentos e Participações Ltda., apresenta a seguir o resultado de seu trabalho. A avaliação de bens e direitos acima mencionados foi efetuada em conexão com o exame do balanço patrimonial em 30 de abril de 2007 da Souto Vidigal S.A., elaborado sob a responsabilidade da administração da Companhia. Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil, as quais requerem que os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação dos bens e direitos em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nosso exame compreendeu, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia, (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que dão suporte aos valores das informações contábeis divulgados e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis representativas adotadas pela administração da Companhia. Com base nos trabalhos efetuados, concluímos que o valor dos bens e direitos da Souto Vidigal S.A. a serem entregues aos acionistas em pagamento de dividendos e, subseqüentemente, utilizados para fins de integralização de capital na Souto Vidigal Empreendimentos e Participações Ltda., resumido no Anexo, é de R$ 13.683.705,00 (treze milhões, seiscentos e oitenta e três mil e setecentos e cinco reais) e está registrado nos livros da contabilidade, segundo as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 31 de maio de 2007. PricewaterhouseCoopers International Services Ltda. CRC2SP009963/O-1; Marcelo Ricardo de Quadros Cioffi - Contador CRC 1SP213113/O-0. Anexo - Souto Vidigal S.A. - Bens e Direitos em 30 de Abril de 2007 - Reais: Ativo circulante: Outros créditos: Imóveis destinados à venda - 22.394,02; – - 304.665,00; 327.059,02; Realizável a longo prazo: Créditos a receber da Brasmetal Waelzholz S.A. Indústria e Comércio (“BW”) - 5.551.453,35; Parcela do saldo de juros sobre capital próprio a receber da BW - 793.154,15; Juros sobre capital próprio a receber da União Brasileira de Vidros ("UBV") - 218.703,48; – - 6.563.310,98; Ativo permanente: Investimento em controlada: Calixto Participações Ltda. - 6.680.653,41; Outros investimentos: Títulos patrimoniais do São Paulo Clube - 17.731,07; Lion Empreendimentos S.A. 2.300.000,00; Provisão para perdas na realização - (2.300.000,00); Terra Rica Comercial e Agrícola S.A. (*) - –; Banco da Amazónia S.A., Melhoramentos Sul do Pará S.A. e Fundo de Investimento da Amazônia - 6.888,58; Provisão para perdas na realização - (6.887,58); – - 17.732,07; Imobilizado: Móveis, utensílios e equipamentos de informática - 182.951,88; Depreciação acumulada - (88.002,36); – - 94.949,52; Acervo patrimonial a ser entregue em pagamento de dividendos - 13.683.705,00. (*) Valor contábil é zero. Este anexo é parte integrante e inseparável do laudo de avaliação de bens e direitos da Souto Vidigal S.A., emitido por PricewaterhouseCoopers International Services Ltda., com data de 31 de maio de 2007.

2006

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS – TIPO TÉCNICA E PREÇO A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para Elaboração de Projeto: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO – ÁREA DO PROGRAMA ARQUITETÔNICO (m²) - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 46/0938/07/02 - EE Prof. Dr. Paul Eugene Charbonneau – Rua José Romualdo Oliveira, 111 – Jd. Fernanda – Campinas/SP – 90 - 1.557,30 m² - 09:30 – 13/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 11/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO, PROPOSTA TÉCNICA e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na Supervisão de Licitações, na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 10 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Evaldo Casemiro Gomes - Requerido: Silhouettes de Paris Com. Import. Export. Ltda. - Rua Bento de Andrade, 180 - 2ª Vara de Falências

Requerente: Ayca Com. de Materiais p/ Artes Gráficas Ltda. - Requerido: SM Fotolito Ltda. - Rua Sousa Lima, 318-A - 1ª Vara de Falências


Nacional Finanças Empresas Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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NA FRANCAL, MIL EXPOSITORES ATÉ SEXTA-FEIRA.

Leonardo Rodrigues/Hype

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Camelôs legalizados mostram suas tendências fashion em desfile de moda nas ruas do Brás.

PARAGUAI ACEITOU ALÍQUOTA MAIOR DE IMPORTAÇÃO E PEDIDO SERÁ ESTENDIDO AO URUGUAI

CALÇADISTAS GANHAM BENEFÍCIO Milton Mansilha/ LUZ

fotos: Leonardo Rodrigues/ Hype

Patricia Büll

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A atriz Sheila Mello desfila no Shopping Popular: moda para ser usada.

Moda popular na madrugada do Brás Vanessa Rosal

Luciano Compri dos Santos. Ele lembrou que todas as roupas e acessórios apresentados r e l ó g i o a i n d a n ã o na passarela podem ser usadas marcava duas horas no dia-a-dia, ao contrário dos da manhã, mas o ex- desfiles de moda conceituais. camelô Deusdete de Novaes "Tenho 30 funcionários que Sousa, hoje microempresário criam, costuram e finalizam as do Shopping Popular da Ma- roupas. São jeans modernos drugada, no Brás, já se arruma- por preços bem acessíveis." A va para o trabalho. "Hoje é um peça mais cara da coleção de dia diferente. Virei artista. Os Santos custa R$ 45 e é vendida meus produtos serão reconhe- no atacado, a partir de 20 pecidos", disse, enquanto aguar- ças. Mas há ainda promoções dava o início da 1° Fashion Le- de outras marcas, como a Atagal Brás. O evento, que ocorreu cadão Jeans, que vende três na madrugada de ontem, mos- calças por apenas R$ 20. O Shopping Popular da Matrou os looks produzidos pelos ambulantes legalizados em drugada é a opção legalizada à desfile com direito a celebrida- tradicional feirinha da madrudes e passarela decorada. "Es- gada. Com incentivo do munisa aqui é a nossa Fashion Week. cípio e da iniciativa privada, o Não tem tanto glamour, mas espaço ocupa área de 70 mil mostra que também estamos metros quadrados, com cerca de 4 mil boxes, em na moda." um antigo pátio O evangélico ferroviário. Por Sousa possui 11 ali passam, diabarracas e uma riamente, 15 mil loja com a grife consumidores de "Camuflados de São Paulo e ouJesus" no Shoptros estados. ping Popular. "O Tendências– O sucesso é tanto Brás segue as tenque já estou estudências da moda. dando a possibiA ex-dançarina lidade de abrir Sheila Mello, o uma filial em São ator Carlos CasaL u í s d o M a r agrande e mais 12 nhão", contou o Casagrande, destaque. modelos, particiambulante, que possui 78 funcionários, entre param do evento. Blusas estampadas e calças costureiros e estilistas. De acordo com o diretor de legging, da básica à colorida, comunicação do shopping, continuam em alta, além das Giovan Ferreira, o espaço tem botas com salto plataforma. função social, pois a maioria Estampas camufladas e roudos comerciantes são fabrican- pas em tons lilás foram destates e empregadores. "Somos que na passarela. O cinza, conresponsáveis hoje por cerca de siderado o "novo preto" do in30 mil empregos diretos e 120 verno, esteve presente em camil indiretos. O desfile não sacos de lã e em tecidos leves, tem a intenção de divulgar sugerindo também uma tengrandes marcas, e sim cida- dência para o verão. Acessódãos brasileiros que batalha- rios como bonés, cintos largos ram para o projeto dar certo." e bolsas grandes e coloridas Ferreira disse ainda que para a deram um toque final ao look primeira edição do Fashion criado pelos camelôs estilistas. Legal Brás foi investida a "A proposta é valorizar o ambulante legalizado, promover quantia de R$ 65 mil. "O dinheiro investido, o pro- a reinserção social e mostrar jeto, tudo valeu a pena", disse o produtos de qualidade", resucriador da marca Sluper Jeans, miu Giovan Ferreira.

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Desfile foi multado Ivan Valente

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o 1º Fashion Legal Brás, nem tudo foi motivo de festa entre os ambulantes legais. A subprefeitura da Mooca multou os organizadores do evento em R$ 1.665 ou 21 UFM (Unidade Fiscal do Município) pela falta de um alvará provisório para eventos esporádicos. De acordo com a subprefeitura, o documento deve ser pedido com 30 dias de antecedência. Na última sexta-feira, o departamento de controle do uso de imóveis da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) emi-

tiu termo de advertência aos organizadores. O termo foi assinado pelo arquiteto Silvio de Sicco, responsável pela Diretoria de Divisão Técnica do Contru-2. O evento foi realizado assim mesmo, e a multa foi aplicada no final do dia de ontem. O vereador Adilson Amadeu (PTB), que se notabilizou pelo combate aos ambulantes que atuam na região do Brás, afirmou que pedirá explicações à prefeitura pela realização do evento. "O evento foi proibido e mesmo assim, realizado. Alguém da prefeitura deverá dar explicações sobre o assunto" argumentou.

Brasil deixou de exportar 5,5 milhões de pares de calçados entre janeiro e maio deste ano, uma queda de 6% sobre igual período do ano passado. Já no faturamento, houve um pequeno crescimento de 1% no período, alcançando US$ 767,5 milhões contra US$ 761,2 milhões de 2006, graças a um aumento médio de 7% no preço do calçado brasileiro. Os números foram apresentados ontem durante a abertura da Francal 2007, que reúne mil expositores no Pavilhão de Exposições do Anhembi até sexta-feira. Apesar das consecutivas quedas nas vendas externas, o País continua sendo o quarto maior exportador do mundo e o terceiro produtor do planeta, atrás de Índia e China, acusada pelos empresários de concorrência desleal. Por esse motivo também, os industriais cobram do governo uma política que devolva a eles a competitividade perdida com a valorização do real. Uma parte da reivindicação foi atendida: ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, anunciou que o Paraguai aceitou o aumento de 35% na alíquota de importação para seis categorias de calçados. Na próxima semana, o ministério deverá se reunir com o Uruguai para apresentar a mesma reivindi-

Governador Serra, ao lado de Abdala: "O Brasil tem sido trouxa".

Ministro Miguel Jorge: solução

Setor de olho no mercado interno

cação. "Como ocorreu com o Paraguai, pretendemos levar ao Uruguai, junto com nossos negociadores, um grupo de empresários do setor courocalçadista para apresentar as razões do pedido de aumento da alíquota sobre a importação de sapatos. A previsão é resolvermos essa questão em até uma semana", afirmou.

Trouxas – Apesar do anúncio, o governador de São Paulo, José Serra, criticou a política econômica e cambial do governo. "O Brasil tem sido trouxa em matéria de política internacional", disse o governador. "A cada ano que eu participo desta feira (Francal), eu ouço dos empresários a esperança de que o próximo ano será me-

lhor, mas na verdade a situação só piora, com o governo adotando uma política que incentiva a especulação financeira", completou o governador, que acrescentou ainda que os empresários são "conformistas". Mas Elcio Jacometti, que deixa hoje a presidência da Abicalçados, destacou que, embora o setor esteja sendo afetado pelas circunstâncias macroeconômicas, os empresários têm se adaptado. Ele disse que a Abicalçados, juntamente com a Associação Brasileira dos Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), solicitou ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que estenda ao setor varejista a lin h a d e c ré d i t o d o C a r t ã o BNDES. "Com uma linha de crédito especial, o lojista poderia adquirir mais calçados, oferecer melhores condições ao consumidor e, assim, aquecer a produção industrial e o mercado interno", completou o presidente da Ablac, Marconi Matias. É justamente para o mercado interno que o presidente da feira, Abdala Jamil Abdala, aconselhou os empresários a voltar os olhos. "A Francal é o lugar para que as empresas realizem negócios para pelo menos três meses de produção", disse Abdala, citando que os expositores estarão apresentando no evento as coleções primavera-verão, que geram vendas no varejo por oito a nove meses seguidos.


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Empresas Finanças Licitações Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

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MPF DIZ QUE ANGRAPORTO FOI FAVORECIDA

pessoas envolvidas nas irregularidades tiveram a prisão solicitada pelo Ministério Público Federal

FUNCIONÁRIOS, PRESTADORAS DE SERVIÇO E EMPRESAS FANTASMAS DENUNCIADOS EM OPERAÇÃO DA PF

LICITAÇÕES SUSPEITAS NA PETROBRAS Fábio Motta/AE

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Operação Águas Profundas da Polícia Federal denunciou 26 pessoas e prendeu 13. Há foragidos.

Operação Águas Profundas da Polícia Federal prendeu ontem 13 suspeitos de fraudar licitações da Petrobras – entre eles os funcionários da estatal Carlos Alberto Pereira Feitosa (coordenador da comissão de licitação), Carlos Heleno Netto Barbosa (gerente geral da unidade de serviços e sondagem semisubmersíveis), Rômulo Miguel de Morais (gerente de plataforma) e Ana Celeste Alves Bessa. Segundo o Ministério Público Federal, as fraudes beneficiavam principalmente a Angraporto Offshore, criada em 1º de julho de 2003 para prestar serviços à empresa e envolveram obras das plataformas P-14 e P-16. Há suspeitas contra as empresas Iesa e Mauá Jurong e as firmas fantasmas Petruscar, Intecdat, RVM, Cesta Básica, Max Express e Cobrar Assessoria. As prisões ocorreram a pedido do Ministério Público Federal, que ofereceu denúncia

contra 26 pessoas e solicitou a prisão de 18. Comunicado da Procuradoria da República do Rio de Janeiro informou que graças ao trabalho conjunto do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e de auditoria feita pela própria Petrobras foi possível identificar a quadrilha, que "praticava crimes tributários e que, após a conclusão da ação fiscal por parte da Receita Federal, poderá responder também pelo crime de sonegação fiscal." As investigações concluíram que os suspeitos ocultavam parte do ganho com as fraudes valendo-se das empresas fantasmas. Os réus vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, falsidade documental e estelionato. De acordo com o procurador da República Carlos Alberto Aguiar, autor da denúncia criminal, um dos esquemas funcionava com o repasse de informações privilegiadas, por

parte de funcionários da Petrobras, e estaria ocorrendo desde 2003. Em outro esquema, os acusados desviavam recursos repassados pelo governo do estado do Rio por meio de convênios sem licitação para organizações não governamentais (ONGs) que se encarregariam, em tese, da execução de programas sociais. Licitações – Em nota, a Petrobras comunicou que decidiu afastar os funcionários acusados de envolvimento em fraudes nos processos de contratação de serviços. A empresa não divulgou o número de servidores afastados. A estatal informou que já instalou uma comissão de sindicância para apurar as possíveis irregularidades nas licitações e que adotará as medidas cabíveis. A Petrobras alegou ainda que "a pedido da Procuradoria da República do Estado do Rio de Janeiro, não tomou nenhuma atitude anteriormente para não prejudicar as investigações". (Agências)

INTEGRAL – CAPITÂNIA GESTORES DE VALORES MOBILIÁRIOS LTDA. CNPJ – 06.576.569/0001-86 Ata de Assembléia Geral de Transformação da Integral – Capitânia Gestores de Valores Mobiliários Ltda. em Sociedade Anônima, sob a Denominação Social de Credcapital S.A. Aos 17 dias do mês de maio de 2007, às 17:00 horas, na sede social, Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Conjuntos 61 e 62, Pinheiros, CEP 05423-030, São Paulo, Capital, reuniram-se, sócios representando 100% (cem por cento) do capital social da Sociedade Limitada que gira no Estado de São Paulo sob a denominação de Integral – Capitânia Gestores de Valores Mobiliários Ltda., sediada na Rua Tavares Cabral, 102, 6º andar, Conjuntos 61 e 62, Pinheiros, CEP 05423-030, São Paulo, Capital, inscrita no CNPJ/MF sob n.º 06.576.569/0001-86, com seu ato constitutivo arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo – JUCESP sob o n° 35219216036, em sessão de 08 de junho de 2004, para deliberar a transformação da sociedade. Pelas assinaturas lançadas no livro registro de presença de acionistas, verificou-se a presença de acionistas representando a totalidade do capital social com direito de voto, propiciando o funcionamento da assembléia, independentemente de convocação, ex vi do disposto no § 4º do Art. 133 da Lei nº 6.404/76, sendo então aclamado para presidir os trabalhos Ricardo Quintero, o qual indicou a mim, Reinaldo Simões, para secretário. Aberta a sessão, expôs o presidente que em virtude da alteração do tipo societário acima operada que determinou a transformação da sociedade “Integral – Capitânia Gestores de Valores Mobiliários Ltda.” em SOCIEDADE ANÔNIMA, conservando os mesmos sócios, o mesmo capital social, mantendo os mesmos bens e direitos, compromissos e obrigações que integram o ativo e passivo da sociedade, a reunião assemblear objetiva deliberar a proposta de estatuto social. Consta, também, da ordem do dia proposta para modificar a denominação social para Credcapital S.A. O Sr. Presidente esclareceu, ainda, que operando-se a transformação dentro dos preceitos da Lei nº 6.404/76, o capital social de R$ 10.000,00 (dez mil reais), inteiramente integralizado em moeda corrente nacional na sociedade por quotas de responsabilidade limitada será mantido e dividido em 10.000 (dez mil) ações, sendo 9.980 (nove mil novecentas e oitenta) ações ordinárias, 20 (vinte) ações preferenciais ambas sem valor nominal, as quais serão emitidas de modo a ficarem assim distribuídas: À sócia Integral Trust Securitização e Serviços Financeiros Ltda. – 4.990 ações ordinárias, à sócia Capitânia Gestores Limitada – 4.990 Ações Ordinárias, Ao Sócio Marcelo Giraudon – 10 ações preferenciais e ao sócio Reinaldo Simões – 10 ações preferenciais. Iniciados os trabalhos, solicitou o Sr. Presidente que os presentes examinassem as cópias do projeto do estatuto social que havia sido distribuído a cada um para análise e debate. Após pôr em votação as propostas de transformação, mudança da denominação social, emissão das ações relativas ao capital da transformada, o Sr. Presidente verificou terem sido as mesmas aprovadas por unanimidade. A seguir foi posto em votação o projeto de estatuto social, que foi aprovado por unanimidade e que passa a viger consoante termos e disposições abaixo: Estatuto Social - Credcapital S.A. - Capítulo I – Da Denominação, Sede, Foro, Objeto e Prazo - Art. 1º – Sob a denominação social de Credcapital S.A. fica constituída uma Sociedade Anônima, por transformação da sociedade Integral – Capitânia Gestores de Valores Mobiliários Ltda., que se regerá pelo disposto neste Estatuto e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Art. 2º – A companhia tem sua sede e foro na Rua Tavares Cabral, 102, 6.º andar, Conjuntos 61 e 62, Pinheiros, CEP 05423030, São Paulo, Capital, podendo, a critério da Diretoria, abrir e encerrar estabelecimentos, sucursais, filiais, escritórios, depósitos, agências, postos de serviços ou subsidiárias em qualquer parte do território nacional ou estrangeiro e associar-se com terceiros, pessoas físicas ou jurídicas. Art. 3º – A companhia tem por objeto social: (i) a administração profissional de carteira de valores mobiliários conforme a Lei 6.385/76 e Instrução CVM n.º 306/99, exceto atividades que dependam de autorização de órgãos de classe; (ii) gestão de carteira do fundo com terceiros conforme a Instrução CVM 356/01, com alterações introduzidas pela Instrução CVM n.º 393/03 – Inciso VI – Art. 39, item II nos termos do Anexo II desta instrução; (iii) a consultoria em investimento e análise de risco financeiro; (iv) a consultoria em securitização de recebíveis; (v) a participação em outras sociedades como sócia no Brasil e no exterior. Art. 4º – O prazo de duração da companhia é indeterminado. Capítulo II – Do Capital Social e das Ações - Art. 5º – O capital social, totalmente integralizado, é de R$ 10.000,00 (dez mil reais), representado por 9.980 (nove mil, novecentas e oitenta) ações ordinárias e 20 (vinte) ações preferenciais, ambas sem valor nominal. § 1º - As ações da companhia poderão ser representadas por cautelas ou títulos múltiplos, desdobráveis, consoante a preferência de cada acionista, sendo que a despesa de substituição dos títulos múltiplos ou das cautelas correrão por conta do acionista, quando por ele solicitadas. § 2º - As ações ou seus títulos representativos, serão assinados por 2 (dois) Diretores. Art. 6º - As ações poderão ser ordinárias e preferenciais e ambas poderão ser divididas em classes, consoante deliberações ulteriores da assembléia. § 1º - As ações ordinárias, conferem a seus titulares, mediante ao capital por elas representado, o status de acionista da companhia, o direito a voto nas deliberações gerais e outros direitos estabelecidos por Lei. § 2º - As ações preferenciais não dão direito de voto aos seus titulares, mas asseguram as seguintes vantagens: a) prioridade no reembolso de capital sem prêmio em caso de liquidação da companhia; b) participação, sem restrição no aumento de capital decorrente da capitalização de reservas; c) prioridade na distribuição de dividendo mínimo. § 3º - A ação é indivisível em relação à sociedade, reconhecendo sempre um único proprietário para cada ação. § 4º - A sociedade deverá realizar, no prazo de 15 (quinze) dias a contar do pedido do acionista, os atos de registro, averbações ou transferências de ações, bem como emissão de novos certificados, podendo cobrar preço não excedente ao do respectivo custo. Art. 7º – É vedado à companhia ou a qualquer de seus acionistas e/ou Diretores, gravar, conceder avais, fianças, ou de qualquer forma onerar e empenhar as ações desta sociedade, a terceiros, tampouco serem as mesmas penhoradas por credores dos acionistas, no todo ou em parte, salvo se tal ato for de interesse direto da companhia, devidamente formalizado através de ata de reunião de diretoria apontando o ônus. Capítulo III – Do Direito de Preferência - Art. 8º – O direito de preferência na aquisição das ações da Companhia, que incidirá em qualquer forma de cessão, transferência, alienação ou oneração, direta ou indireta, das ações e/ou direitos a elas inerentes, bem como, na subscrição de novas ações do capital, será exercido primeiramente pela própria Companhia, nos termos do Art. 30 da Lei nº 6.404/76 e conforme estabelecido nos parágrafos deste artigo, que poderá adquirir as respectivas ações, e, não havendo interesse dessa, posteriormente, pelos acionistas. § 1º - Na hipótese de qualquer dos Acionistas desejar alienar, a terceiros ou a outro acionista, parte ou a totalidade de sua participação acionária na Companhia e/ou os direitos que detém em função da referida participação, deverá primeiramente, notificar por escrito a Companhia, representada por dois de seus diretores, com observância do regime de combinações de diferentes diretores, conforme disposto no Art. 26, § 1º, abaixo, sendo que a “Notificação de Oferta” deverá, obrigatoriamente, especificar: a) quantidade de ações ofertadas, o percentual do capital social da Companhia por estas representado; b) os termos, o preço e as demais condições de pagamento, c) a qualificação completa do potencial interessado, se houver, e, se for pessoa jurídica, a composição de seu capital social. § 2º – A Companhia, através de sua Diretoria, terá um prazo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento da “Notificação de Oferta”, para manifestar-se por escrito, quanto ao seu direito de preferência. § 3º - Fica desde já estabelecido que a falta de manifestação acerca da “Notificação de Oferta”, dentro do prazo acima estabelecido, presume para todos os efeitos, renúncia irrevogável e irretratável da companhia ao exercício do direito de preferência ora estabelecido. § 4º – Caso confirme a sua intenção de adquirir as ações ofertadas, a Companhia terá um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da aceitação, para exercer seu direito de preferência, firmando contrato de cessão, de acordo com o que tiver estipulado na “Notificação de Oferta”. Nesta ocasião, serão transferidas à Companhia as ações adquiridas, as quais poderão ser posteriormente redistribuídas a todos os acionistas, proporcionalmente ao capital social de cada um na companhia, de forma a propiciar a manutenção dos percentuais do Capital Social existente ou canceladas. § 5º - Caso a Companhia decline do direito de exercer a preferência, o acionista que desejar alienar, a terceiros ou a outro acionista, parte ou a totalidade de sua participação acionária na Companhia e/ou os direitos que detém em função da referida participação, deverá notificar por escrito os demais acionistas, nos moldes estabelecidos no parágrafo 1º. § 6º - Se pelo menos um dos acionistas manifestar interesse na aquisição das ações ofertadas, esse terá prazo de 30 (trinta) dias, assim como todos os acionistas, a contar da data da ciência inequívoca de que não existem outros interessados, para exercer seu direito de preferência, firmando contrato de cessão, de acordo com o que tiver estipulado na “Notificação de Oferta”. Nesta ocasião, após o pagamento, serão transferidas ao aceitante as ações que tiver adquirido. § 7º - Caso a Companhia decline do direito de exercer a preferência e todos os acionistas tenham interesse na aquisição das ações ofertadas, as mesmas serão adquiridas por todos, proporcionalmente ao capital social de cada um na companhia, de forma a propiciar a manutenção dos percentuais do Capital Social existente. O mesmo se dará se apenas alguns dos acionistas se interessarem pela aquisição, explica-se: se, por exemplo, forem dois os interessados na aquisição das ações e tiverem participação idêntica na sociedade, serão elas divididas de forma equânime; se, ao revés, um detiver maior participação no capital social do que o outro, a aquisição respeitará a proporção. Nessas hipóteses o pagamento deverá ocorrer nos 30 (trinta) dias seguintes ao da manifestação do interesse. § 8º – As ações em relação às quais não for exercido o direito de preferência pela Companhia, ou ainda, aquelas sobre as quais tenha sido exercido o direito de preferência, sem o pagamento do preço no prazo estipulado na Notificação de Oferta (“as sobras”), deverão ser ofertadas, pelo vendedor, no prazo de 10 (dez) dias contados do término do prazo estabelecido nos parágrafos 4.º e 5.º acima, por escrito, aos acionistas que tiverem manifestado o seu interesse na aquisição das referidas sobras. Neste caso, os Acionistas interessados deverão manifestar sua aceitação, em caráter irrevogável, também por escrito, especificando a parcela das sobras que pretendem adquirir, no prazo de 10 (dez) dias. § 9º - Os acionistas que confirmarem sua intenção de adquirir as “sobras” ofertadas, terão prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da ciência inequívoca da aceitação, para exercer seu direito de preferência, efetuando o pagamento do preço, ou parcela deste, de acordo com o que tiver estipulado na “Notificação de Oferta”. Nesta ocasião, após o pagamento, serão transferidas ao aceitante as ações que tiver adquirido. § 10º - Caso a Companhia e os acionistas declinem do direito de exercer a preferência, as ações poderão, nas condições ofertadas, ser alienadas ao terceiro interessado, desde que a alienação seja consumada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da data de vencimento do último prazo para exercício do direito de preferência pelos acionistas (Parágrafo 6º). § 11° - Qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, que venha a ingressar na Companhia, por qualquer um dos meios mencionados nesta cláusula, deverá, necessariamente, submeter-se ao presente Estatuto Social e a quaisquer acordos ou contratos celebrados pelos acionistas da Companhia. § 12º - As disposições deste Art. também aplicam-se “mutatis mutandis” ao direito de preferência em aumentos de capital da Companhia. § 13º - Os acionistas controladores poderão alienar suas ações, respeitando as preferências deste Estatuto desde que o façam sem distinção de preço entre ações de controle e ações de minoria, isto é, fica vedado ágio nas ações de controle em detrimento dos minoritários, assim como não poderão os minoritários alienar suas participações por valores diversos daqueles das ações de controle. Art. 9º - Qualquer transferência de ações de emissão da Companhia ou de direitos de preferência, bem como qualquer transferência direta ou indireta de propriedade das mesmas, efetuadas em desacordo com as disposições do presente Estatuto Social, serão consideradas nulas e inoperantes em relação à Companhia, aos demais Acionistas e terceiros, de modo que a Diretoria recusará o pedido de registro de quaisquer transferências em desacordo com o presente Estatuto Social, facultando, ainda, na inércia da Diretoria, qualquer outro acionista impugnar e impedir o ato e, sendo esse realizado, a despeito da impugnação, será ele nulo e ocasionará a responsabilização dos Diretores pelos prejuízos que ocasionarem com tal omissão. Capítulo IV – Tag Along Rights - Art. 10 – Na hipótese de um ou mais Acionistas pretenderem vender ou alienar, direta ou indiretamente, a um Terceiro Adquirente, Participação na Companhia que implique alienação de mais de 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da Companhia, todos os acionistas detentores de ações ordinárias, terão o direito de, a seu exclusivo critério, vender parte ou a totalidade de suas ações na Companhia ao mesmo Terceiro Adquirente, até a mesma proporção da participação por eles detida no capital social da Companhia, aplicada à totalidade da Participação objeto da venda. § Único Para fins do aqui estabelecido, antes da realização de qualquer operação de venda de ações vinculadas a terceiros, os acionistas alienantes deverão seguir o procedimento descrito no Capítulo III – Do Direito de Preferência. Capítulo V – Órgãos da Administração - Art. 11 - A companhia será administrada por uma diretoria e poderá ter os seguintes órgãos de assessoramento técnico: Conselho Consultivo, Comitê de Auditoria, Comitê de Compliance e Comitê de Investimento. § 1º – Os diretores da companhia estão dispensados de prestar caução para a garantia de suas gestões. § 2º – É expressamente vedado, e será nulo de pleno Direito, o ato praticado por qualquer administrador, procurador ou funcionário da companhia, que a envolva em obrigações relativas a negócios e operações estranhos ao objeto social, sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal, se for o caso, que estará sujeito o infrator deste dispositivo. Art. 12 - A Assembléia Geral fixará anualmente o montante global da remuneração dos administradores da companhia, cabendo à Diretoria, em sua primeira reunião realizada após a Assembléia Geral que fixar a remuneração dos administradores, estabelecer o rateio entre os os Diretores. § 1º - Na eventualidade de ausência ou impedimento definitivo, incluindo morte, incapacidade ou renúncia de algum membro da Diretoria o órgão funcionará com os demais membros até a próxima Assembléia Geral da companhia, oportunidade na qual deverá ser eleito substituto cujo mandato será pelo prazo que remanescer. § 2º - Ocorrendo ausência ou impedimento definitivo, incluindo morte, incapacidade ou renúncia do Diretor Administrativo-Financeiro, este será substituído, temporariamente, pelo Diretor de Risco, devendo ser convocada uma Assembléia Geral, dentro de, no máximo, 30 (trinta) dias; para eleger o substituto. Capítulo VI - Conselho Consultivo - Art. 13 – O Conselho Consultivo será intermitente e instalado quando convocado pela Assembléia de Acionistas. Terá, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) Conselheiros. § 1º – O Conselho Consultivo poderá nomear consultores especializados para acompanhar seus trabalhos, prestar informações técnicas, mas, mesmo participando das reuniões, referidos consultores não poderão ser incluídos no processo decisório formal (i.e. votações). § 2º – O Conselho Consultivo elegerá um coordenador e um secretário. § 3º - A duração do mandato dos Conselheiros será definida no ato em que for constituído o Conselho, porém, em nenhuma hipótese será superior a 2 (dois) anos, com direito a reeleições. § 4º – Findo o mandato, os Conselheiros permanecerão em seus cargos até a investidura de seus sucessores. Os Conselheiros serão investidos em seus cargos mediante assinatura do termo de posse a ser lavrado em livro próprio, observadas as disposições legais. § 5º - Compete ao coordenador do Conselho Consultivo coordenar as reuniões, definir a sua periodicidade, assegurar a implementação das decisões tomadas e gerenciar os profissionais contratados pelos membros do Conselho Consultivo. A reunião pode também ser convocada por qualquer Conselheiro, sempre que os interesses sociais exigirem. § 6º - Compete ao secretário do Conselho Consultivo convocar as reuniões, preparar a pauta das mesmas, elaborar e distribuir as atas, assegurar a comunicação interna do conselho, manter atualizado este procedimento, transcrevendo as decisões operacionais tomadas nas reuniões do Conselho Consultivo, de forma que o mesmo sirva de referência para decisões futuras. § 7º - Dos trabalhos e deliberações será lavrada ata, em livro próprio, que deve ser assinada pelos presentes ou, ao menos, por tantos Conselheiros quantos bastem para perfazer o quorum de aprovação. § 8º - Compete ao Conselho Consultivo fornecer subsídios para auxiliar na tomada de decisões estratégicas. Assim, compete ao Conselho Consultivo discutir e emitir parecer sobre mercados, riscos, alianças, cobertura geográfica, operações, imagem, institucional, reputação da sociedade. § 9º - Os trabalhos do Conselho Consultivo não serão remunerados. Capítulo VII - Diretoria - Art. 14 – A Diretoria será composta de até 5 (cinco) Diretores, acionistas ou não, residentes no país, eleitos pela assembléia geral, para mandato de 2 (dois) anos, com direito a reeleições. § 1º - Nas ausências ou impedimentos temporários de qualquer Diretor, caberá a este indicar o substituto, dentre os demais diretores, para servir durante a sua ausência ou impedimento. O Diretor substituto exercerá todas as funções do Diretor substituído e terá todos os poderes, deveres e direitos deste, além dos seus próprios direitos e deveres. § 2º - Na hipótese de reeleição de Diretoria poderá haver rodízio das funções. § 3º – Caberá à acionista Integral Trust indicar dois diretores e à Capitânia indicar os outros dois, devendo todos ter reputação e capacitação adequadas para o exercício das funções. § 4º - A Diretoria da Companhia será composta por um Diretor de Investimento, responsável pelo exercício da administração de carteira de valores mobiliários; um Diretor de Risco, responsável pela avaliação de risco de carteiras de valores mobiliários; um Diretor Financeiro e Administrativo, responsável pela gestão financeira da Companhia e pela administração geral da Companhia, cabendo-lhe executar as diretrizes definidas pelos sócios e pelos demais Diretores da Companhia; e um Diretor de Pesquisa, responsável pelo departamento técnico especializado em análise de valores mobiliários. Art. 15 - A Diretoria é o órgão executivo da companhia, cabendo-lhe, dentro da orientação e atribuições de poderes traçados pela assembléia de acionistas, assegurar o funcionamento regular da sociedade, tendo poderes para praticar todos e quaisquer atos relativos aos fins sociais, exceto aqueles que por Lei ou pelo presente Estatuto Social sejam de competência de outro órgão ou dependam de prévia aprovação deste. § 1º Nesse sentido, compete privativamente à Diretoria: a) Aprovação de atos ou operações relevantes, assim entendidos aqueles relacionados à contratação de obrigações, renúncia a direitos, aquisição e alienação de ativos ou estabelecimento de ônus sobre bens ou direitos, sempre que o valor envolvido em qualquer destes atos ou operações seja superior a 20% (vinte por cento) do patrimônio líquido da Companhia, apurado no último exercício social encerrado; b) Formação ou participação em consórcios, associações; c) Contratação de negócios com acionistas, diretores, familiares de diretores ou sócios até terceiro grau, ou ainda com outras pessoas jurídicas das quais os acionistas, seus diretores ou familiares sejam controladores, direta ou indiretamente; d) Contratação dos empregados ou prestadores de serviços que representem as três maiores remunerações per capita pagas pela Companhia; e) Aprovação de gratificações, bônus ou participações nos resultados a serem atribuídas aos empregados e/ou prestadores de serviços da Companhia; f) Distribuição de dividendos, juros sobre capital ou outras vantagens a serem atribuídas aos acionistas; g) Contratação e destituição de Auditor Independente. Art. 16 - A Diretoria reunir-se-á sempre que julgar necessário, sendo que suas decisões deverão ser aprovadas pelo voto de 75% (setenta e cinco por cento) dos seus membros. § 1º - A representação de mero expediente da companhia, tais como abertura de contas bancárias e demais contratações, cujo montante envolvido não ultrapasse R$ 1.000,00 (um mil reais), poderão ser tomadas por apenas 1 (um) Diretor. Para atos em Juízo ou fora dele, ativa e passivamente, perante terceiros, quaisquer repartições públicas ou autarquias, sociedades de economia mista, entidades paraestatais, instituições financeiras, públicas ou privadas, a assinatura de escrituras de qualquer natureza, e obrigações que envolvam valores superiores a R$ 1.000,00 (um mil reais), tais como duplicatas, os cheques, as ordens de pagamento, os contratos e, em geral, quaisquer outros pagamentos que importem em responsabilidade ou obrigação para a sociedade acima de R$ 1.000,00 (um mil reais), é necessária a assinatura de 2 (dois) Diretores em conjunto, em combinações válidas em que não seja o Diretor Administrativo-Financeiro em conjunto com o Diretor de Risco, nem o Diretor de Pesquisa em conjunto com o Diretor de Investimento. § 2º - As reuniões da Diretoria serão convocadas, mediante comunicação por qualquer meio, podendo inclusive ser eletrônico, desde que fique comprovado através do aviso de recepção e leitura que os demais membros têm ciência inequívoca da pauta, data e hora da realização da reunião, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, a qual poderá ser dispensada em caso do comparecimento de todos. § 3°- Para que a reunião possa se realizar, e validamente deliberar, é necessária a presença da maioria dos Diretores em exercício. § 4°- Em todas as reuniões da Diretoria é admitido que o Diretor ausente seja representado por um de seus pares, seja para a formação de quorum, seja para votação. § 5º - Os membros da Diretoria poderão participar de qualquer reunião da Diretoria por meio de conferência telefônica, por e-mail, vídeo-conferência ou por qualquer outro meio tecnológico existente, através dos quais todas as pessoas participantes da reunião possam ouvir as demais, e tal participação será considerada presença pessoal na referida reunião dispensada a reunião física dos Diretores em um mesmo local, desde que fique comprovado que os interessados participaram das deliberações e possam os votos ser comprovados. Para inclusão e deliberação válida de matérias originariamente não previstas na convocação de reunião de diretoria é necessária a presença física e pessoal de todos os diretores, não se admitindo, para este propósito, a participação via conferência telefônica, e-mail, vídeo conferência ou qualquer outro meio não presencial. § 6°- As reuniões da Diretoria serão lavradas em livro próprio e as deliberações serão aprovadas por 75% (setenta e cinco por cento) de votos dos Diretores. § 7°- A ata deverá ser assinada pelos presentes ou, ao menos, por tantos Diretores quantos bastem para perfazer o quorum de aprovação. § 8º - Os membros da Diretoria que participaram da reunião por meio de conferência telefônica que quiserem assinar a ata ou tiverem que assiná-la para perfazer o quorum de aprovação, deverão pré-assinar a via que os demais Diretores lhe encaminharão por fac-símile ou e-mail e retransmití-la firmada à companhia da mesma forma, comprometendo-se a assinar o original da ata lavrado em livro próprio dentro de, no máximo, 10 (dez) dias contados da realização da reunião. Art. 17 - Compete fundamentalmente aos Diretores: a) Zelar pela observância da Lei e deste Estatuto

Social; b) Respeitar a política dos negócios fixada pelos acionistas; c) Coordenar o andamento das atividades normais da companhia, incluindo a implementação das diretrizes e o cumprimento das deliberações tomadas em Assembléias Gerais e nas suas próprias reuniões; d) Administrar, gerir e superintender os negócios sociais. Se os valores envolvidos forem superiores àqueles definidos no Art. 25, § 4º abaixo, deverão, primeiramente, obter a autorização dos acionistas em assembléia geral específica; e) Emitir e aprovar instruções e regulamentos internos que julgar úteis ou necessários; f) Praticar outros atos que venham a ser especificados pela assembléia de acionistas; g) Representar a companhia, ativa e passivamente, em juízo e fora dele; h) Prestar contas de sua gestão. § 1º - As atribuições específicas de cada Diretor serão determinadas pela Diretoria em reunião. Art. 18 – A saída, retirada ou exclusão do acionista da sociedade não implica na saída do mesmo da Diretoria. Capítulo IX – Comitês - Art. 19 – A Companhia poderá ter três Comitês especializados, criados de forma provisória ou definitiva, a critério do que determinar a Diretoria: Comitê de Auditoria, Comitê de Investimento e Comitê Compliance. § 1º - Serão analisados pelos Comitês os assuntos e atividades que demandem tempo excessivo e que possam ser melhor exercidos por eles. § 2º - Os Comitês serão compostos por membros nomeados pela Diretoria, escolhidos nos quadros internos da Companhia ou fora. § 3º - Os Comitês terão como principal responsabilidade estudar os assuntos de sua competência e preparar propostas à Diretoria. § 4º - As informações obtidas por membro do Comitê deverão ser disponibilizadas para todos os membros da Diretoria. § 5º - Os comitês terão papel deliberativo. No entanto, a decisão tomada pelo Comitê poderá ser revista e modificada pela Diretoria. Capítulo X – Comitê de Auditoria - Art. 20 – Caberá ao Comitê de Auditoria analisar as demonstrações financeiras, promover a supervisão e a responsabilização da área financeira, garantir que órgãos de administração desenvolvam controles internos confiáveis e que os auditores independentes avaliem as práticas da Diretoria. § 1º - São funções inerentes ao Comitê Auditoria: a) Garantir que recomendações e avaliações de riscos sejam permanentemente monitoradas pela Diretoria; b) Garantir que recomendações feitas por auditores sejam implementadas pela Diretoria; c) Avaliar periodicamente aspectos relevantes no relacionamento com terceiros, como competência e independência profissional, e sempre que julgar necessário obter segundas opiniões sobre qualquer trabalho apresentado por terceiros; d) Manter toda a diretoria informada sobre todos os assuntos inerentes às áreas de auditoria, contábil e financeira das empresas da Companhia e de suas controladas e coligadas; e) Assegurar a qualidade das informações oriundas de controladas e coligadas; f) Propor a contratação e destituição de auditorias independentes, cabendo à Diretoria a decisão. § 2º - O Comitê de Auditoria terá regularmente acesso a: a) Revisões tempestivas e periódicas das demonstrações financeiras e documentos correlatos antes da sua divulgação; b) Apresentações relativas a alterações nos princípios e critérios contábeis, ao tratamento contábil adotado para as principais operações, e a variações significativas entre os valores orçados e os valores reais em uma determinada conta; c) Informações relacionadas a quaisquer “segundas opiniões” obtidas pela administração com um auditor independente, em relação ao tratamento contábil de um determinado evento ou operação; d) Qualquer correspondência trocada com auditores independentes. § 3º - O Comitê de Auditoria terá relacionamento regular com auditores independentes para: a) Mudar ou manter princípios e critérios contábeis; b) Verificar como usar reservas ou provisões; c) Realizar estimativas e julgamentos para elaboração das demonstrações financeiras; d) Métodos de avaliação de risco e resultados de avaliações; e) Mudanças do escopo da auditoria; f) Áreas de alto risco; g) Deficiências relevantes e falhas significativas nos controles internos; h) Conhecimento de atos ilegais; i) Efeitos de fatores externos (econômicos, normativos e setoriais nos relatórios financeiros e no processo de auditoria). Capítulo XI – Comitê de Investimento - Art. 21 – O Comitê de Investimento tem a função específica de assessorar, com embasamento técnico, a Diretoria na tomada de decisões na área de investimentos dos recursos de terceiros aportados nos fundos abertos ao público geridos pela companhia. § 1º - Ao Comitê de Investimentos cabe: a) Recomendar a adoção de estratégias financeiras nas aplicações, tomando por base as informações obtidas de notícias, pesquisas, relatórios, análises e outras fontes, que indiquem o estado da economia; b) Fornecer subsídios à Diretoria na seleção dos gestores de recursos, bem como, quando for o caso, recomendar as exclusões que julgar convenientes; c) Acompanhar a execução da política de investimentos e verificar se os mesmos estão de acordo com os parâmetros de risco desejados; d) Rever as informações obtidas de notícias, pesquisas, relatórios, análises, e outras fontes, que indiquem o estado da economia e dos preços de títulos. Capítulo XII – Comitê de Compliance - Art. 22 – O Comitê de Compliance tem a função específica de zelar pelo uso adequado e seguro da informação, prevenir conflitos de interesses e apontar e prevenir riscos para os negócios da Companhia. § 1º - Cabe ao Comitê de Compliance: a) Avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a companhia; b) Desenvolver meios de comunicação que assegurem aos funcionários, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso confiável, tempestivo e compreensível das informações consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades; c) Realizar o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas e testes periódicos de segurança para os sistemas de informações; d) Realizar a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da companhia; e) Revisar e atualizar periodicamente os controles internos; f) Realizar recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando for o caso; g) Promover elevados padrões éticos e de integridade, implementando uma cultura organizacional que demonstre e enfatize, a todos os funcionários, a importância dos controles internos e o papel de cada um no processo; § 2º - As conclusões, recomendações e manifestação referidas devem ser submetidas à Diretoria, bem como à auditoria externa da companhia. Capítulo XIII- Das Assembléias Gerais - Art. 23 – Competem às Assembléias Gerais as atribuições que lhe são conferidas por Lei e pelo presente Estatuto Social. Art. 24 – As Assembléias Gerais realizarse-ão, ordinariamente, no prazo de Lei e, extraordinariamente, sempre que o exigirem os interesses sociais, sendo permitida a realização simultânea de Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias. § 1º - Os acionistas serão convocados na forma da Lei, ficando, desde já, estabelecido que o prazo poderá ser reduzido ou dispensado se houver o comparecimento da totalidade dos acionistas à Assembléia Geral. § 2º - Das convocações, deverão constar, obrigatoriamente, a ordem do dia, bem como a indicação das matérias que serão discutidas e somente a respeito dessa ordem do dia poderá haver deliberação, a menos que acionistas representando a totalidade do capital social concordem em discutir outros assuntos. Art. 25 – As Assembléias Gerais serão convocadas por qualquer acionista, ou grupo de acionistas, que detenha, no mínimo, 15% (quinze por cento) das ações com direito a voto ou por 2 (dois) Diretores em exercício e, exceto nos casos em que a maioria do quorum for determinado por Lei, instalar-se-ão, em primeira convocação, com a presença de acionistas representando no mínimo mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital social com direito a voto, e com qualquer número, em segunda convocação. § 1º - As deliberações, exceto nos casos previstos em Lei ou neste Estatuto Social ou em Acordo de Acionistas devidamente arquivado na sede da companhia, serão tomadas pelos votos de acionistas representando a maioria absoluta dos presentes. § 2º - As Assembléias Gerais serão instaladas e presididas pelo Diretor Administrativo-Financeiro e, na ausência, por qualquer dos diretores presentes, escolhido por maioria de votos dos acionistas presentes. Ao Presidente da Assembléia caberá a escolha de um secretário. § 3º - Os acionistas poderão ser representados nas Assembléias Gerais por procuradores, constituídos a menos de um ano, mediante procuração outorgada por instrumento público ou particular com firma reconhecida e com poderes específicos, que ficará arquivada na sede da companhia. § 4º - Sem prejuízo de outras disposições estabelecidas neste Estatuto Social e na legislação aplicável, dependerá de deliberação e aprovação prévia dos acionistas representantes de no mínimo 75% (setenta e cinco por cento) das ações com direito a voto, a prática dos seguintes atos e operações pela Companhia, representada pela sua Diretoria: a) Aprovação do Orçamento Anual, que deverá ser preparado e apresentado pela Diretoria até o final do mês de novembro de cada ano, para vigência no ano seguinte; b) Aprovação das demonstrações financeiras e contas do exercício anterior; c) Aprovação de plano de negócios, elaborado para períodos anuais ou plurianuais; d) Fusão, cisão, incorporação da Companhia ou pela Companhia, bem como formação de joint ventures; e) Confissão de Falência ou aprovação de pedido de recuperação judicial ou extrajudicial; f) Constituição, subscrição de capital, aquisição ou alienação de quaisquer participações ou interesses em outras sociedades, sejam controladas ou não; g) Fixação de remuneração dos Diretores; e, h) Aprovação de quaisquer atos ou operações fora do curso ordinário dos negócios da Companhia. Capítulo XIV – Do Conselho Fiscal - Art. 26 - A companhia terá um Conselho Fiscal que somente será instalado quando solicitado por acionistas, na forma prescrita em Lei. § 1° - O Conselho Fiscal, quando em funcionamento, será composto por, no mínimo 3 (três) e, no máximo 5 (cinco) Conselheiros efetivos e igual número de suplentes. § 2° - O funcionamento, a remuneração, competência, os deveres e as responsabilidades dos Conselheiros obedecerão ao disposto na legislação em vigor. Capítulo XV – Do Exercício Social dos Lucros e sua Distribuição - Art. 27 - O exercício social coincidirá com o ano civil, iniciando-se em 01 de janeiro e encerrando-se em 31 de dezembro de cada ano. Ao fim de cada exercício, serão elaboradas as demonstrações financeiras da companhia, com observância às disposições legais vigentes. As demonstrações financeiras serão apresentadas à Assembléia Geral, juntamente com a proposta de destinação do lucro líquido do exercício, observado o disposto em Lei e no presente Estatuto Social. § 1º - Do resultado apurado no exercício, serão feitas as deduções e provisões prescritas ou permitidas em Lei. Os lucros poderão ser reinvestidos na companhia e/ou distribuídos proporcional ou desproporcionalmente à participação dos acionistas na sociedade, podendo outros critérios, à discrição do que fixar o Conselho de Administração, se houver, ou, na sua ausência, a critério da Diretoria, ser utilizados. § 2º - Do Lucro Líquido do Exercício, o valor equivalente a 5% (cinco por cento) obrigatoriamente será destinado à formação da Reserva Legal, limitada a 20% (vinte por cento) do capital social; § 3º - O dividendo obrigatório será de 5% (cinco por cento) do lucro líquido do exercício, após as deduções previstas em lei e neste Estatuto, incluindo o valor destinado à Reserva Legal. § 4º - A Diretoria poderá apresentar proposta de retenção total ou parcial dos lucros, seja para investimento ou simplesmente em virtude da situação financeira da Companhia ser incompatível com o pagamento de dividendo. § 5º - Por proposta da Diretoria em face dos resultados apurados no balanço Patrimonial referido no caput deste artigo, poderão ser distribuídos à conta de lucros acumulados ou de reserva e lucros existentes no último balanço anual ou semestral, observadas as disposições legais. § 6º - Caso haja prejuízo no exercício, os mesmos serão conservados na conta de lucros e perdas da companhia para posterior compensação, salvo se outro for o destino decidido pela Assembléia de Acionistas. § 7º - Os valores eventualmente pagos ou creditados aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio, serão considerados como “dividendos” para evitar que a companhia se veja compelida a fazer duplo pagamento apenas porque o recebimento dos acionistas se fez sob rubrica distinta da de dividendo em sentido estrito. § 8º - Os dividendos não reclamados no prazo legal serão depositados na tesouraria da companhia. Capítulo XVI - Da Dissolução, Liquidação e Pagamento de Haveres - Art. 28 – A companhia será dissolvida ou entrará em liquidação nos casos previstos em Lei, por deliberação da Assembléia Geral. Compete à Assembléia Geral estabelecer a forma da liquidação. A Diretoria, por deliberação da maioria de seus membros, nomeará o liquidante e o gestor, que deverão funcionar no período de liquidação, fixando seus poderes e estabelecendo suas remunerações conforme previsto em Lei. Art. 29 – O acionista que exercer o direito de recesso deverá notificar os demais com 60 (sessenta) dias de antecedência e receberá seus haveres, proporcional ao número de ações, em 12 (doze) parcelas, mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente, pela variação positiva do IPC-A. A primeira parcela será paga dentro de 30 (trinta) dias após a realização da avaliação da empresa, que terá como base a data do evento, e as demais parcelas serão pagas nos mesmos dias dos meses subseqüentes. Pode, contudo, sobrepor-se ao aqui disposto outras condições estipuladas em instrumentos particulares. § 1º – Os haveres serão calculados pelo critério do valor patrimonial contábil. § 2º – As ações do sócio dissidente serão redistribuídas a todos os acionistas, proporcionalmente ao capital social de cada um na companhia, de forma a propiciar a manutenção das participações no capital social existentes. Capítulo XVII – Das Disposições Gerais - Art. 30 – Não poderão ser contratados para trabalhar na companhia parentes e afins, consangüíneos e não sanguíneos de acionistas que não preencham os seguintes requisitos mínimos: a) curso universitário em faculdade de primeira linha; b) realizado estágio fora da empresa, de, no mínimo, 3 (três) meses; c) experiência profissional em empresa de médio ou grande porte, na qual tenha ocupado por, no mínimo, 3 (três) anos cargo de nível gerencial ou direção. § Único – Ainda que preencham os requisitos do caput, acionistas que detenham isolada ou conjuntamente 25% (vinte e cinco por cento) do capital social poderão vetar a contratação e, mesmo inexistindo veto, os pretendentes ao cargo não serão imediatamente admitidos. Deverão se submeter ao processo regular de seleção e recrutamento da companhia, sendo que se forem aprovados, passarão, ainda, necessariamente por período de experiência, de até 90 (noventa) dias, findo o qual, se a Diretoria considerar satisfatório seu desempenho, poderá efetivá-lo. Art. 31 – Qualquer alteração do presente estatuto, somente produzirá efeitos jurídicos, se deliberada em assembléia e aprovada por 75% (setenta e cinco por cento) dos votos. Art. 32 – Todas as questões econômicas da sociedade e para efeito de valoração dos haveres, desde que haja lucro na companhia, partirão do critério de avaliação de empresa pelo valor patrimonial contábil, para o primeiro ano seguinte à data do exercício do direito de recesso, adotando-se como premissas aquelas mencionadas no Art. trigésimo terceiro, parágrafo primeiro. Art. 33 - Todos os conflitos, divergências, dúvidas, controvérsias e litígios oriundos das relações societárias aqui estabelecidas e decorrentes da interpretação deste estatuto serão submetidos e resolvidos pelo Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, com sede social na Rua do Rocio, n.º 220, 12º andar, conjunto 121, Vila Olímpia, São Paulo, Capital, na forma de seu regulamento, valendo a presente cláusula como compromissória. § 1º - A arbitragem terá sede em São Paulo, Capital, e obedecerá as normas estabelecidas no Regulamento de Arbitragem do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, cujas disposições integram o presente estatuto. § 2º - A parte que desejar dar início à arbitragem deverá notificar a outra desta intenção, indicando o nome do árbitro e o objeto do litígio, ficando a outra parte com prazo de 5 (cinco) dias para designar o seu árbitro. O terceiro será indicado de comum acordo pelos árbitros, ou, não havendo consenso, pelo presidente do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá. § 3º - As partes renunciam expressamente à jurisdição estatal, prevalecendo a jurisdição arbitral acima de qualquer outra, não comportando exceção. § 4º - Os custos do juízo arbitral serão suportados na forma do regulamento do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá. A sentença arbitral fixará os encargos e as despesas processuais que serão arcadas pela parte vencida. § 5º - Fica eleito o foro da Capital do Estado de São Paulo para executar a sentença arbitral. Art. 34 – Os casos omissos ou duvidosos neste Estatuto Social serão resolvidos pela Assembléia Geral, a eles aplicando-se as disposições legais vigentes.” Novamente com a palavra, o Sr. Presidente declarou que, em face da aprovação do Estatuto Social, e já estando cumpridas todas as formalidades legais, estava definitivamente transformada a Sociedade Limitada, Integral – Capitânia Gestores de Valores Mobiliários Ltda., em Sociedade Anônima, sob a denominação social de Credcapital S.A. e com o estatuto supra aprovado por unanimidade. A seguir passou-se ao próximo item da Ordem do Dia, qual seja, a eleição dos Diretores: Para o cargo de Diretor de Investimentos, eleito em Assembléia Geral, por unanimidade de votos, fica nomeado o Sr. Bruno Amadei Junior, acima já qualificado, que passa a agregar todas as prerrogativas inerentes à função, comprometendo-se a zelar pelo bom funcionamento da sociedade. Para o cargo de Diretor de Risco, eleito em Assembléia Geral, por unanimidade de votos, fica nomeado o Sr. Arturo Borges da Fonseca Tutzer Profili, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG n.º 27.477.808-7 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o n.º 256.383.858-43, domiciliado nesta Capital, na Rua Tavares Cabral, n.º 102, 6.º andar, Pinheiros, CEP 05423-030, que passa a agregar todas as prerrogativas inerentes à função, comprometendo-se a zelar pelo bom funcionamento da sociedade. Para o cargo de Diretor Administrativo-Financeiro, eleito em Assembléia Geral, por unanimidade de votos, fica nomeado o Sr. Ricardo Quintero, acima já qualificado, que passa a agregar todas as prerrogativas inerentes à função, comprometendo-se a zelar pelo bom funcionamento da sociedade. Para o cargo de Diretor de Pesquisa, eleito em Assembléia Geral, por unanimidade de votos, fica nomeado o Sr. Antonio Hermann Dias Menezes de Azevedo, acima já qualificado, que passa a agregar todas as prerrogativas inerentes à função, comprometendo-se a zelar pelo bom funcionamento da sociedade. Os Diretores terão mandato de 02 anos, findo o mandato, permanecerão em seus cargos até a investidura de seus sucessores. A seguir, os Diretores ora eleitos declararam, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercer a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé pública, ou a propriedade. O último item da Ordem do Dia foi colocado para deliberação, tendo sido fixado o montante global da remuneração dos administradores em até R$ 1.000,00 (hum mil reais) mensais, a qual será rateada entre os administradores consoante deliberação ulterior da Diretoria. Nada mais havendo a deliberar, foi encerrada a sessão, lavrando-se esta ata que, depois de lida e aprovada foi assinada pelos presentes. São Paulo, 17 de maio de 2007. Ricardo Quintero - Presidente. Reinaldo Simões - Secretário. Diretores investidos nos cargos: Bruno Amadei Junior - Diretor de Investimento. Arturo B. da Fonseca T. Profili - Diretor de Risco. Ricardo Quintero - Diretor Administrativo-Financeiro. Antonio Hermann D. M. de Azevedo - Diretor de Pesquisa. Acionistas presentes: Integral Trust Securitização e Serviços Financeiros Ltda. Capitânia Gestores Limitada. Reinaldo Simões. Marcelo Giraudon. Visto do advogado: Nilton Serson (OAB/SP 84.410) . Instrumento Particular de Alteração de Contrato Social Integral Capitânia Gestores de Valores Mobiliários Ltda. CNPJ 06.576.569/0001-86 - NIRE 35219216036 Por este instrumento particular, os abaixo assinados: (a) Integral Trust Securitização e Serviços Financeiros Ltda., empresa devidamente registrada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas de Barueri – SP sob o nº 172250 em 06/02/04, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 06.232.512/0001-60, sediada na Av. Dr. Yogiro Takaoka, 4384 - loja 17 - CV1816 – Alphaville, CEP - 06541038, Santana de Parnaíba, SP, representada por seus sócios, Antonio Hermann Dias Menezes de Azevedo, brasileiro, casado em comunhão parcial de bens, empresário, portador da cédula de identidade R.G. 04.509.751-3/SSP-SP e do CPF 941.321.788-20, residente e domiciliado na Rua IV Centenário, 231, A-5, São Paulo, SP CEP: 04030-000 e Bruno Amadei Junior, brasileiro, casado em comunhão de bens, administrador de empresas, portador da cédula de identidade RG 4.5665.331-8/SSP-SP e do CPF 049.682.308-69, residente e domiciliado na Rua Almirante Soares Dutra, 459, Morumbi, São Paulo, SP, CEP: 05654-000; (b) Capitânia Gestores Limitada, empresa devidamente registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº 35218565461, em 02/10/2003, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 04.274.010/0001-76, sediada na Rua Tavares Cabral, 102, 8º andar - cjs. 82-84, Pinheiros, CEP 05423-030, São Paulo, Capital, representada neste ato por Ricardo Quintero, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 13.277.721-6 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 117.741.878-92, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Alenquer, 114, Vila Inah, CEP 05618-100 e por César Lauro da Costa, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 07.022.883-8 – IFP – RJ e inscrito no CPF/MF sob o nº 959.412.077-00, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Matheus Grou, n.º 271, apto 102, CEP 05406-070; (c) Reinaldo Simões, brasileiro, casado, administrador de empresas, inscrito no CPF/MF sob o n.º 042.840.008-61, portador do RG n.º 12.992.3096 SSP/SP, com endereço na Rua Harmonia, 564 – ap. 61, Sumarezinho, CEP 05435-000, São Paulo – SP, e; (d) Marcelo Giraudon, brasileiro, casado, administrador de empresas, inscrito no CPF/MF sob o n.º 051.130.398-02, portador do RG n.º 11.123.016-0 SSP/SP, com endereço na Rua Ribeirão do Salto, 171, Vila Roque, CEP 02473-020, São Paulo – SP. Únicos sócios da Sociedade Limitada que gira no Estado de São Paulo sob a denominação de Integral Capitânia Gestores de Valores Mobiliários Ltda., com sede na Rua Tavares Cabral, 102, 6.º andar – conjuntos 61 e 62, CEP 05423-030, Pinheiros, São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o n.º 06.576.569/0001-86, com seu ato constitutivo arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo – JUCESP sob o n° 35219216036, em sessão de 08 de junho de 2004, resolvem transformar a sociedade em Sociedade Anônima. E assim, por estarem justas e contratados, firmam o presente, lavrado em 3 (três) vias, de igual forma e teor, juntamente com as testemunhas instrumentárias legais. São Paulo, 17 de maio de 2007. Integral Trust Securitização e Serviços Financeiros Ltda. Capitânia Gestores Limitada. Reinaldo Simões, Marcelo Giraudon. Testemunhas: Nilton Serson - OAB/SP 84.410.


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 12 de julho de 2007

RESENHA

NACIONAL

AMIGOS, PERO NO MUCHO

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G Razões políticas, econômicas e institucionais motivam a crise retórica entre Brasil e Venezuela. E uma boa dose de vaidade. cativas, pois atestam, de modo claro e direto, a visão pragmática que prevalece no Brasil sobre a integração regional e o comprometimento do governo brasileiro com as instituições. Num primeiro momento, a proximidade ideológica entre o petismo governista mais radical e o chavismo venezuelano contribuiu para uma maior tolerância com atitudes do presidente venezuelano. A atual crise aponta, no entanto, para um claro afastamento das visões brasileira (pragmática) e venezuelana (ideológica) sobre a integração na América do Sul. Existem razões políticas, econômicas e institucionais a motivar a perpetuação da crise retórica entre Brasil e Venezuela e uma boa dose de vaidade e, sobretudo, de inconseqüência por parte de Chávez. No campo político e econômico, Chávez parece jogar para o público interno, à medida que tenta mostrar sua independência (e mesmo indiferença) para com o Mer-

L

cosul e o Brasil, mas responde a interesses econômicos de setores preocupados com a invasão de produtos do bloco, em especial do Brasil. Mais do que isso, apóia-se na pretensão de consolidarse como líder de uma ala mais radical, anti-hegemônica e contestadora, no subcontinente, o que lhe rendeu frutos, mas parece aproximar-se de seu limite no momento. No campo econômico e institucional, Chávez tenta com sua pressão retórica abrandar as condições de acesso da Venezuela ao Mercosul e contornar politicamente os obstáculos institucionais à adesão venezuelana. Apesar da apartação originada nas recentes declarações do presidente venezuelano, pesa ainda a incapacidade da Venezuela de atingir as metas econômicas e institucionais (como, por exemplo, adotar a Tarifa Externa Comum) na decisão de não incorporar de imediato o país ao Mercosul. É oportuno constatar que o presidente Lula vem consolidando seu status de liderança moderada na região, sendo a parceria estratégica com a União Européia o último episódio significativo nesse sentido. O equilíbrio que o Brasil tem demonstrado no trato com as grosserias de Chávez somente reforça o papel de liderança pragmática de Lula no subcontinente. Também é importante reconhecer que a entrada da Venezuela no Mercosul tenderia a fortalecer o bloco, dando-lhe maior substância, considerando-se os crescentes fluxos comerciais do país com o Brasil, por exemplo, e a contribuição das grandes reservas de petróleo venezuelanas para a matriz energética do Cone Sul. Não se deve, portanto, confundir pessoas com países. É importante reconhecer também que, para ser proveitosa, a integração venezuelana deve calcar-se no aspecto pragmático e não no ideológico, como parece querer Hugo Chávez. TRECHOS DO COMENTÁRIO DO CIENTISTA POLÍTICO MURILLO DE

ARAGÃO, DA ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR/

ula consolida o status de liderança moderada

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

PEQUENOS Céllus

escalada retórica na crise entre Brasil e Venezuela, iniciada com as críticas do presidente venezuelano ao Congresso brasileiro, ganhou novo capítulo na semana passada com a declaração de Hugo Chávez de que, se a adesão de seu país não fosse ratificada em três meses pelo Congresso brasileiro, a Venezuela se retiraria do Mercosul. A declaração, recebida como ultimato, foi rechaçada peremptoriamente pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e pelo presidente Lula, que destacou a existência de regras para a adesão e a dispensa de requisitos para a desistência. As declarações são signifi-

Denunciar em vão OLAVO DE CARVALHO

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uitos antipetistas se admiram, se espantam e se indignam ante o fato repetidamente comprovado de que as denúncias de corrupção, por mais que se avolumem, mal chegam a abalar a estabilidade do governo ou a arranhar a reputação do presidente. Se tivessem lido meus artigos de dois, de três, de quatro anos atrás não veriam nesse fenômeno o menor motivo de estranheza. Há tempos venho explicando – para ouvidos moucos, aparentemente -- que denúncias de corrupção, por si mesmas e isoladas assepticamente de todo combate ideológico, nada podem nem poderão jamais contra Lula, contra o PT ou contra qualquer organização de esquerda. O motivo é simples. Toda acusação de ordem ética ou legal ressoa na alma popular conforme a escala de valores reinante na sociedade. Essa escala determina a interpretação que o público há de fazer dos fatos revelados, a reação emocional que se seguirá e, portanto, a direção das conseqüências políticas possíveis. A escala de valores é função da cultura, isto é, dos sistemas simbólicos imperantes, condensados no imaginário popular, nas comunicações de massa e na linguagem dos debates públicos. Ora, a esquerda nacional, com o PT à frente, não só criou e desencadeou o ciclo de “combate à corrupção” iniciado no começo dos anos 90, mas teve o cuidado de preparar o ambiente cultural para isso, de tal modo que os valores de moralidade, integridade e transparência fossem associados a símbolos e emoções francamente anticapitalistas, posando sempre o Estado intervencionista como o herói justiceiro e os interesses privados como a raiz de todos os ma-

les. Foi um trabalho de muitas décadas, cujos frutos começaram então a ser colhidos – e não pararam de ser colhidos até hoje. O resultado final, transcorrida uma década e meia, é que hoje é impossível voltar contra o establishment esquerdista uma corrente de ódio anticorrupção do qual ele próprio tem todo o controle psicossocial e ideológico. Crimes praticados por petistas, por mais numerosos e revoltantes que sejam, jamais comprometem o poder do partido, pois nunca aparecem como frutos da estratégia esquerdista de dominação, e sim como “traições” a um fundo ideológico que permanece intacto e puro na imaginação popular. Cada petista que delinqüe aparece como um renegado que “passou para a direita”.

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esquerda fez das denúncias de corrupção uma arma ideológica. Quanto mais denúncias se acumulem, mesmo contra a própria esquerda, mais sai reforçada a ideologia dominante. Só há um meio de fazer com que a massa asquerosa dos crimes petistas se volte contra seus verdadeiros autores: é inverter o signo das denúncias, exibindo os delitos como partes integrantes da estratégia revolucionária esquerdista, que é o que de fato são. Mas para isso é preciso haver uma direita disposta a travar a guerra ideológica em vez de padecer atônita os seus efeitos sem nem saber de onde vieram. E a direita que existe, por incultura, covardia e falsa esperteza, tem preferido apegar-se às puras denúncias de corrupção justamente para não ter de arcar com a responsabilidade de uma guerra ideológica.

A direita prefere denunciar que entrar em guerra ideológica com a esquerda

Reforma trabalhista, qual? CLÁUDIO JOSÉ MONTESSO

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m recente entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente Lula mais uma vez sinalizou com a necessidade de reformas e incluiu, entre elas, a reforma trabalhista. Em diversos momentos, setores da mídia, economistas, políticos e outros menos cotados sempre sinalizam com a necessidade de reforma trabalhista. Os argumentos de todos - ou quase todos - é que, sendo uma legislação de 1943, a CLT precisa ser modificada em face da evolução que o mundo do trabalho sofreu, particularmente no campo tecnológico e das comunicações. Outro argumento questionável é a necessidade de se inserir os trabalhadores informais e para isso é preciso mudar as leis de proteção. Ou seja, para inserir o desprotegido, é preciso desproteger a todos. Mas nenhuma das pessoas que sustentam a necessidade de reformulação da legislação indica claramente quais seriam as mudanças pretendidas em uma eventual reforma. Dizer simplesmente que a legislação é antiga não basta. Apesar da CLT datar de 1943, as leis trabalhistas foram as que maiores mudanças sofreram nesse período, inclusive quanto aos direitos dos trabalhadores. A principal delas, e maior golpe na proteção ao trabalho, foi a instituição do regime do FGTS sob a pecha de optativo e, posteriormente, em 1988, tornado obrigatório. Ainda considerando-se o texto constitucional, até hoje não se regulamentou o inciso I do art. 7º, que prevê a proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa. Por mais que tenham ocorrido inovações tecnológicas ou avanços econômicos resultando em classes de trabalhadores mais esclarecidos, na hora de ser contratado o empregado continua necessitando da proteção legal que lhe garanta um mínimo de condições de trabalho. Essa proteção se exacerba ainda mais diante daquelas mencionadas inovações, pois colocam o empregado em condição ainda mais desfavorável. E aí ressurge a pergunta que não quer calar: o que pretendem reformar?

O

Quando se fala em inovações tecnológicas e em avanços econômicos, na verdade tem-se o objetivo de justificar propostas de flexibilização das normas de proteção e ampliar as formas de contratação precarizantes e cada vez mais disseminadas na nossa sociedade, como a praga da terceirização, que tanto mal faz aos setores privados e mais ainda ao setor público, a contratação por cooperativas fraudulentas ou o eufemismo para a ilegalidade, transformando trabalhador em pessoa jurídica. Quando se sustenta que a legislação é antiga, é para dizer que a novidade é a autonomia da vontade das partes, quando nem mesmo os liberais do século 19 acreditavam quer ela fosse plena diante das condições desiguais entre os empregados e o empregador. Quando se afirma a necessidade de inserir trabalhadores informais, não é para criarmos mais vagas com carteira assinada, mas sim para eliminar a própria carteira assinada.

O

que alimenta a informalidade é a pirataria, o contrabando e o desrespeito à propriedade intelectual. Mas ninguém em sã consciência defenderia que, para sanar esses problemas fossem flexibilizadas as normas que tratam daqueles assuntos. Pela lógica deles, o trabalho se insere apenas como mercadoria e um custo na produção, negando-lhes o direito de serem considerados como seres humanos. Pela lógica dos supostos empreendedores, trabalhador com direitos atrapalha. No momento em que o peso dos salários na riqueza nacional vem sendo reduzido ano a ano, é leviano pretender a redução de direitos da classe trabalhadora, sob o argumento de que só assim serão criados mais empregos. Afinal, o País precisa decidir se quer construir uma sociedade de cidadãos ou de meras mercadorias. CLÁUDIO JOSÉ MONTESSO É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO (ANAMATRA)

empregado ainda precisa de um mínimo de condições de trabalho

E MÉDIOS

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Diário do Comércio informou que o governador José Serra vai submeter à Assembléia Legislativa de São Paulo um projeto de lei que beneficia as micros e pequenas empresas. Aduz nosso jornal que o compromisso foi firmado pelo secretário do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, durante ato que teve lugar na Frente Parlamentar de Apoio a Micro e Pequena Empresa. Segundo a minuta da lei, será garantida a preferência às micro e pequenas empresas nas compras feitas pelo estado, incentivando o crédito e instituindo a fiscalização e contra autuações irregulares. Para me localizar sociologicamente na queda das pequenas e médias empresas, incapazes de enfrentar o golpe da inflação até o governo de Itamar Franco (e suas repercussões nos estados), selecionei duas avenidas importantes da cidade, a Liberdade, no centro velho, e a Celso Garcia, à leste. Nas duas avenidas dá pena ver as portas fechadas das pequenas e médias empresas, que não puderam suportar o impacto da inflação e da tributação. É contra essas adversidades sobre as pequenas empresas que José Serra vai lançar o seu projeto de lei, que lhe garantirá popularidade maior do que a conquistada até agora. sse é um fato antigo, que já vinha sendo trabalhado nas idéias do impetuoso secretário do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, vicepresidente da As so ci aç ão Comercial de São Paulo. As nações - o Brasil, por exemplo - também começam pequenas, como pequenas e médias empresas, e aumentam o volume dos negócios, chegando a ser grandes empresas. O Brasil começou sua industrialização e o alto comércio com empresas quase imperceptíveis, chegando ao colosso das grandes manufaturas de nossos dias. Tudo pelo espírito de aventura herdado dos bandeirantes, associados aos imigrantes que aqui chegaram, dando um impulso vigoroso à economia e fazendo de São Paulo o centro do desenvolvimento nacional, que até hoje procura o seu destino.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Dá pena ver as

portas fechadas das pequenas empresas, que não puderam suportar o impacto da inflação e da tributação.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Política

Véslei Marcelino/ Folha Imagem

Hans von Manteuffel

Só a pressão que ele (Renan) deve estar sentindo pode justificar ele dizer uma coisa dessa. Jarbas Vasconcelos

Declarações de Renan Calheiros são interpretadas por aliados como descontrole emocional. Presidente do Senado está fazendo uso dos Florais de Bach para suportar a crise que abala sua permanência no cargo.

RENAN: GOVERNO ESTÁ 'MUITO FELIZ' Apesar de ter sido alertado por um emissário do Planalto para não presidir a sessão de ontem do Congresso, Renan afirma que o governo está feliz com sua atuação

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presidente do Senado, Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL), afirmou ontem que o governo está "feliz" com a sua atuação no comando da Casa, a qual vai aprovar, segundo ele, até o que o Palácio do Planalto nem esperava. Ao chegar ao prédio do Congresso, Renan ouviu de um repórter uma pergunta sobre possível manobra do Planalto para que não presidisse a sessão conjunta da Câmara e do Senado para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). "Ao contrário, o palácio está muito feliz, porque, depois de um semestre tumultuado, vamos aprovar praticamente tu-

do o que é necessário, que ele (governo) nem imaginava (viesse a) ser aprovado. O Congresso está cumprindo com sua parte, fazendo o seu papel", respondeu Renan. Renan disse que, até o próximo dia 17 (véspera do recesso do Legislativo), fará um levantamento de tudo o que foi votado na Casa. "Aí, vocês vão ver que, apesar de tudo, o Congresso votou, deliberou, teve produtividade, manteve a produção. É isto que o Brasil quer, que a gente trabalhemos (sic)", disse, repetindo a declaração que tem feito nas últimas semanas para tentar transmitir a idéia de que o processo contra ele, no Conselho de Ética, sob

acusação de quebra do decoro, "Vou. Vou viajar. Estou combinão tem atrapalhado os traba- nando com minha mulher, ela está quase convencida." lhos do Senado. Sobre a sessão R e n a n a c re sdo Congresso centou: "Vamos para a votação deixar o nhenheda LDO, o senanhém de lado. O Congresso preci- Ao contrário, o palácio dor reiterou que só assumiria o sa trabalhar, vo- está muito feliz, comando dos tar as questões de porque, depois de um interesse da so- semestre tumultuado, t r a b a l h o s " s e fosse necessário c i e d a d e , v o t a r vamos aprovar p a r a b o t a r o raquilo que o podem na Casa, fav o q u e r q u e s e praticamente tudo o zer as coisas anvote, para que a que é necessário. economia cresça Renan Calheiros darem". Sem controle e gere emprego." – A declaração Outro repórter perguntou se ele viajará du- do presidente do Senado, na rante o recesso (que vai até o véspera, de que senadores "teinício de agosto), respondeu: riam de sujar as mãos" para ti-

rá-lo do comando da Casa, provocou reações que foram da indignação à ironia. Houve senador que atribuiu a postura de Renan "ao desequilíbrio", fruto das pressões que o peemedebista tem vivido desde que foi acusado de ter suas despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. Integrante do mesmo partido de Renan, Jarbas Vasconcelos (PE) falou em descontrole emocional. "Acho que ele está com o estado emocional abalado. Só a pressão que ele deve estar sentindo pode justificar ele dizer uma coisa dessa", afirmou. "É uma colocação infeliz, fora da realidade", prosseguiu,

acrescentando que quem cobra a saída de Renan da presidência do Senado é a própria sociedade. Florais – Renan recorreu aos Florais de Bach para manter o equilíbrio. Especificamente ao "Rescue ", uma combição de cinco essências indicada em casos de emergência, de grandes desafios à vista, de choque, de desespero e de pânico. O remedinho alternativo é pingado, com um conta-gotas, debaixo da língua várias vezes ao dia. "Estou há 45 dias tomando o Rescue", confessou, enquanto se servia de salgadinhos e aperitivos antes de almoçar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (AE)

Moreira Mariz/ Ag.Senado

Congresso aprova texto básico da LDO

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Presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha, não aceita inclusão de nova denúncia contra Renan

Quintanilha rejeita inclusão do caso Schincariol no processo

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presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDBTO), indeferiu ontem o pedido do PSol para que fosse anexado ao processo que investiga o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), as denúncias de favorecimento à cervejaria Schincariol, em Alagoas. O pedido de aditamento havia sido feito na terça-feira à noite pela presidente do PSol, Heloísa Helena. Em seu parecer, Quintanilha justifica que a aceitação do aditamento "atrasaria o andamento das investigações em curso, feitas a partir de representação de autoria do próprio

PSol". Segundo ele, já foram estabelecidos os limites da investigação sobre Renan e as denúncias relacionadas à Schincariol "são fatos estranhos ao processo". Trinca de relatores – De acordo com Quintanilha, a decisão de indeferir o pedido do PSol foi tomada em concordância com os três relatores do processo contra Renan: Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PDSB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE). Ontem, o presidente do Congresso viu derrotada em plenário, e por culpa de uma manobra atrapalhada dos seus aliados, mais uma tenta-

tiva de atrasar ao máximo as investigações. Com a ajuda do senador Almeida Lima (PMDB-SE), Renan queria adiar a reunião da Mesa que aprovaria o encaminhamento à Polícia Federal do pedido de aprofundamento da perícia nos documentos de defesa que ele entregou ao Conselho de Ética. Lima aproveitou o elevado quorum da Casa para alegar que a Comissão encarregada do processo contra Renan estava se comportando como "tribunal de exceção". A frase levou os parlamentares a exigirem uma reunião dos relatores no mesmo dia. (AE)

pós sofrer pressão do governo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desistiu de presidir a sessão do Congresso que votou e aprovou o texto básico da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Renan foi alertado pelo Planalto que a insistência em presidir a sessão seria prejudicial para todos, atrapalharia o governo na aprovação da lei orçamentária e traria mais desgaste para a imagem do senador, que poderia sofrer ataques da oposição. Mesmo a contragosto, aceitou os argumentos e desistiu do comando da sessão. O convencimento da oposição foi o último ponto de uma série de movimentos estratégicos coordenados pelo Palácio do Planalto para conseguir realizar a sessão da LDO. Primeiro, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, se reuniu no Palácio do Planalto com o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP) e com a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Em seguida, Renan foi chamado para conversar com Temer e Múcio no gabinete da presidência do PMDB e assim ser convencido a não participar da sessão. O aviso da desistência foi feito por Múcio e Temer aos deputados

Chico Alencar (PSol-RJ) e Fernando Gabeira (PV-RJ), no gabinete da presidência do PMDB. O governo queria saber se o afastamento de Renan da sessão garantiria que a oposição não atrapalharia o andamento da votação. Durante toda a semana, a oposição prometeu inviabilizar a votação da LDO caso Renan insistisse em presidir os Folgo em trabalhos saber que dessa reunião. é o senhor "Dissemos ao (Narcio líder do Rodrigues , governo que vice-presinossa dente) que restrição é em está aí. relação ao José Carlos senador Aleluia (DEM) Renan, que achamos que deveria estar afastado da presidência do Senado há muito tempo. Mas sem ele não temos nenhum motivo para protestar durante a sessão da LDO", afirmou Chico Alencar. O que foi votado – Não houve protestos nem manifestações durante a votação da LDO. O texto base foi aprovado por volta das 22h e os congressistas passaram a discutir os destaques ao texto do relator. Isso só foi possível porque no final da tarde houve um acordo entre os partidos para que a votação transcorresse sem transtornos sob a garantia de que a Mesa

Diretora do Senado, que irá se reunir hoje, enviará imediatamente à Polícia Federal a solicitação para realização de perícias nos documentos do peemedebista. Orçamento –A LDO é a lei que orienta a formulação do Orçamento para o ano seguinte. Ela fixa os parâmetros, como taxa de crescimento, regras para gastos e inflação, pelos quais o governo irá se orientar para elaborar a peça orçamentária. Pelo texto aprovado ontem pelos congressistas, o parâmetro de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) será de 5% de 2008 a 2010, inflação de 4,5% e dólar cotado a R$ 2,23 para o próximo ano. O DEM aproveitou a oportunidade para criticar a permanência de Renan no comando do Senado. "Nós repelimos absolutamente essa reação", afirmou o líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), referindo-se ao fato de o peemedebista resistir em abrir mão do cargo. "Não está normal a vida no Congresso." O líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (DEM-BA), ironizou o fato de Renan não conduzir a sessão. "Folgo em saber que é o senhor que está aí", afirmou Aleluia, ao primeiro vicepresidente da Câmara, Narcio Rodrigues (PSDB-MG), que presidiu a sessão do Congresso. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Alexandre Arruda/CBV

A expectativa é que devemos subir no pódio nas quatro modalidades (praia e quadra, masculino e feminino). O desejo é ganhar todas, o pódio é quase uma obrigação. Mas esporte é esporte. Do presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça, sobre o desempenho do esporte nos Jogos Pan-Americanos do Rio.

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Logo Logo

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Nascimento do poeta chileno, Prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda (1904-1973)

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H ISTÓRIA E SPAÇO

Ao analisar a luz de uma estrela, depois de filtrada pela atmosfera de um planeta 64 anos-luz distante do Sol, uma equipe internacional de cientistas concluiu que o planeta HD 189733b, um gigante gasoso semelhante a Júpiter, tem água. A aparente ausência do líquido nos corpos localizados fora do Sistema Solar vinha intrigando cientistas há tempos. A detecção da substância em HD 189733b é a primeira considerada conclusiva. A descoberta, descrita na revista

Nature, é da Agência Espacial Européia (ESA). HD 189733b orbita uma estrela na constelação de Vulpecula ("pequena raposa", em latim), a 64 anos-luz do Sol. O planeta tem a propriedade de passar diretamente entre sua estrela e a Terra, o que permitiu aos cientistas analisar a luz estelar que atravessa as bordas de sua atmosfera. Mesmo com água, o planeta está longe de ser habitável porque seu ambiente é extremamente hostil.

T URQUIA Umit Bektas/Reuters

Viagem à idade da Pedra Stan Honda/AFP

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"Abora III", barco d e d e s e n h o p ré histórico, zarpou ontem de Nova York com destino à Espanha. Os 11 tripulantes do barco feito de juncos querem reescrever a história cruzando o Atlântico Norte para a Europa, o que provaria que os laços comerciais entre os dois continentes remontam à Idade da Pedra, muito antes da descoberta da América. Mas a viagem se anuncia mais difícil para o Abora III, que deverá enfrentar os potentes ventos do Atlântico antes de alcançar as ilhas dos Açores e depois Cádiz, na Espanha.

Jamil Bittar/Reuters

Água além do sistema solar

B RAZIL COM Z

Em compasso de espera Abora III, construído por uma tribo indígena da Bolívia, zarpa dos EUA

Timothy A. Clary/AFP

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Uma mulher e uma criança olham pela janela de uma réplica de madeira do Cavalo de Tróia em Dardanelos. Especialistas dizem que monumentos que símbolizam os horrores e o heroísmo das guerras incitam o nacionalismo exacerbado que os turcos têm demonstrado na campanha das eleições parlamentares no país.

O website do diário norteamericano Christian Science Monitor destacou ontem o adiamento do lançamento do foguete de sondagem brasileiro VSB-30. As chuvas que caíram ontem no Centro de Lançamento de Alcântara impediram que uma das simulações de contagem regressiva fosse concluída dentro do prazo previsto. Dois testes são necessários antes de lançar o foguete ao espaço. Com isso, a carga útil teve de ser desmontada para que alguns de seus módulos pudessem ter a bateria recarregada. É o segundo adiamento do lançamento. A janela para o lançamento termina no dia 17 de julho. R EINO UNIDO

J APÃO

A vereadora de Bin Laden

Corrida nacional por ienes

C A R T A Z

ALTA PERFORMANCE - Dançarina da companhia Strange Fruit, de Melbourne, na Austrália, se apresenta sobre um poste de 7 metros de altura em um show gratuito uma rua da cidade de Nova York, nos EUA. P ALEONTOLOGIA

O retorno dos mamutes Sergei Cherkashin/Reuters

descoberta do corpo de um filhote de mamute preservado no permafrost russo é a melhor oportunidade até hoje para os cientistas criarem um mapa genético de uma espécie extinta desde a Era do Gelo. Esta é a opinião do Alexei Tikhonov, vice-diretor do Instituto Zoológico da Academia de Ciência Russa, que vem cuidando do mamute desde a descoberta, em maio, na camada de terra Cientistas examinam o corpo do mamute que pode ter até 40 mil anos congelada. "É um lindo bebê mamute, encontrado em Quando percebeu que era tem o potencial de ser uma perfeitas condições", disse. um mamute, os cientistas fo- verdadeira arca do tesouro "Esse espécime pode oferecer ram chamados e transporta- para os cientistas. um material singular, permi- ram o corpo para a capital re"A condição tão particular tindo que decifremos o perfil gional, Salekhard, onde ele da pele protege todos os órgenético do mamute". vem sendo mantido num re- gãos internos dos micróbios e O mamute, uma fêmea frigerador especial. microorganismos moderque morreu aos seis meses de A fêmea de mamute pesa 50 nos... Em termos de futuro geidade, foi batizada de "Lyu- kg e tem 85 centímetros de al- nético, de estudos moleculaba", em homenagem à mu- tura e 130 centímetros de com- res e microbiológicos, é um eslher do caçador e criador de primento, ou seja, mais ou pécime sem precedentes". renas Yuri Khudi, que a en- menos o tamanho de um caMas Tikhonov descartou controu na região do Yama- chorro de grande porte. os rumores de que o mamute lo-Nenetsk, no Ártico russo. Tikhonov disse que o fato possa ser clonado e usado Ela está congelada naquele de o mamute estar tão incri- para dar origem a um mamulocal há até 40 mil anos. velmente preservado – seu te vivo. A clonagem só pode O caçador em princípio pelo desgrenhado desapare- ser feita se as células estiveachou que se tratasse de uma ceu, mas, exceto por isso, pa- rem intactas, mas o congelarena morta, ao ver as partes rece que ele morreu há pou- mento faz as células estourado corpo na terra congelada. cos dias – significa que ele rem, disse Tikhonov.

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FOTOGRAFIA

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banheiros públicos masculinos de 15 prefeituras (Estados) diferentes nas últimas semanas. Cada pacote com dinheiro era acompanhado de uma nota que dizia "Por favor, faça bom uso desse dinheiro em favor da sua prosperidade" e "um por pessoa". Autoridades locais desconhecem a identidade e o motivo de quem está por trás da benfeitoria. Os pacotes entregues à polícia serão mantidos por alguém tempo, caso alguém reivindique a quantia.

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Envelopes contendo cédulas de 10.000 ienes acompanhadas de notas desejando felicidade foram deixados em banheiros públicos de diversas parte do Japão, disseram funcionários das empresas ontem. A notícia espalhou-se rapidamente, desencadeando uma caçada nacional aos envelopes. A cédula de 10.000 ienes equivale a mais de R$ 150. A imprensa local calcula que mais de 2 milhões de ienes, quantia equivalente a mais de R$ 31 mil, já foram encontrados em

Moda, beleza feminina, retratos em preto e branco e natureza estão na mostra de fotografia do paulistano Bubby Costa. Mônica Filgueiras Galeria de Arte, Rua Bela Cintra, 1533, tel.: 3082-5292.

Prevenção ao câncer de pele

Cansando de encontrar TVs ligadas em alto volume em lojas, restaurantes e outros locais públicos? O TV B-Gone é um controle remoto universal em forma de chaveiro, que pode ser usado para abaixar o som ou desligar televisores a uma distância de 15 metros. Por 13 libras. www.iwantoneofthose.com/gadgets-

Ajudar a identificar lesões potencialmente malignas na pele é o objetivo de um site mantido pela disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). O câncer da pele, quando diagnosticado precocemente, pode ser curado em quase 100% dos casos. O site traz informações para que cada um possa reconhecer os tipos de lesão de pele, desde pintas, melanomas e outros problemas dermatológicos, como acne. Os principais serviços do site são restritos a usuários cadastrados

gizmos/tv-be-gone/index.html

www.saudetotal.com/prevencao

A TÉ LOGO

I NTERNET

Tem até o mapa do tesouro O Google introduziu um novo recurso que permite a usuários criar mapas personalizados que traçam a localização de toda espécie de ponto – dos postos de gasolina mais baratos de um bairro aos epicentros de terremotos em todo o mundo e até de onde está escondido um tesouro. O MyMaps possibilita que os consumidores selecionem entre mais de uma centena de miniaplicativos, insiram dados nos mapas e assistam vídeos do YouTube com base nos locais de onde eles foram enviados ao sistema. http://maps.google.com

L OTERIAS Concurso 739 da LOTOMANIA 07

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Empresas vão pagar pelo uso da água dos rios paulistas; boletos chegam ainda este mês Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) realiza minifestival do cinema brasileiro

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Controle remoto universal de bolso

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F AVORITOS

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G @DGET DU JOUR

Uma britânica que é vereadora de Moulton, no noroeste da Inglaterra, casou-se com um dos filhos do milionário saudita no exílio Osama bin Laden, líder da rede extremista Al-Qaeda. Jane Felix-Browne, de 51 anos, casou-se em abril com Omar bin Laden, de 27 anos, e fez a revelação ontem à TV britânica. A cerimônia foi realizada no Egito. Ela também usa o nome de Zaina Mohamad, tem três filhos e cinco netos. Este é seu sexto casamento. Aos jornais Times e Sun, ela disse ter conhecido Omar bin Laden durante um passeio a cavalo perto das Pirâmides de Gizé, nos arredores do Cairo, onde estava para se tratar uma esclerose múltipla.

Lideranças cristãs brasileiras não católicas criticam documento divulgado pelo Vaticano

Concurso 883 da MEGA-SENA 21

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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GARIBALDI 200 Por Domingos Zamagna

BENEDICTO FERRI DE BARROS

UMA NOVA PATOLOGIA mundo em que vivemos está produzindo um novo tipo de patologia, a dos monstros normais, ou normais monstruosos. Jovens e até meninos, cuja agressividade e violência não têm explicação em nenhuma das causas até aqui conhecidas, genéticas, psicológicas, ou sociais. São fisicamente saudáveis, filhos de boas famílias de classe média, vivendo confortavelmente. No entanto, parece que lhes falta alguma coisa essencial, um mínimo de sentimento humano, ou lhes sobra um máximo de tédio que os compele a atos incompreensíveis de violência sádica, para preencher seu oco existencial. Isto numa época tão farta de desafios maravilhosos, de reconhecimentos tão prontos e abundantes e tão carente de homens de valor. É espantoso e revoltante, para se dizer o mínimo.

O

Divulgação

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Bicentenário de Giuseppe Garibaldi, o guerreiro de dois continentes iuseppe Garibaldi nasceu em 4 de julho de 1807 na cidade de Nice quando esta ainda era território italiano. Cidadão do Reino do Piemonte-Sardenha, empenhou quase toda a sua vida lutando em dois continentes. Morreu combatendo por uma Itália unificada; oriundo de família abastada, mas das que ainda não rompera os laços com as classes plebéias; educado por mestres que lhe deram os meios intelectuais para compreender um mundo em transformação, nos albores do Século 19. As culturas francesa e italiana contribuíram para que ele se abrisse para o mundo; marinheiro, viajou por todo o Mediterrâneo. Conheceu a Roma dos papas: não tão idílica, porque minada pela corrupção; em todo caso Roma tornou-se para Garibaldi, a um só tempo, uma desilusão e uma obsessão. O jovem guerreiro trazia no sangue os germes da contra-cultura, se bem que nutrida de esperanças românticas, que espelhava o rechaço do reacionarismo do Congresso de Viena, que após a derrota da França napoleônica, redesenhou o mapa político do continente europeu e colônias africanas. Contaminado definitivamente pelos ideais nacionalistas do Risorgimento de Mazzini que, embora combatidos por Pio 9º, culminaram com a simbólica vitória da Breccia di Porta Pia em 20 de setembro de 1870.

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Giuseppe conquistou também Anita (acima), com quem combateu no Brasil, Uruguai e Europa.

epois de conhecer um exílio em Marselha, encontramos o nosso herói, antes de completar 30 anos, desembarcando no Rio de Janeiro e, em 1836, no Rio Grande do Sul, integrante da Revolução Farroupilha. O passo seguinte será a conquista de Laguna, em Santa Catarina, onde conhece sua amada Anita, definitiva companheira de vida e lutas no Brasil, Uruguai (contra as tropas do ditador Rosas, da Argentina) e Europa. Pois não titubeou em retornar à Itália quando precisou ajudar na guerra contra a Áustria. Derrotado, perseguido e preso, perdeu também sua mulher, morta em campo de batalha (1849).

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G Unificou

a Itália depois de apressar o fim do império austríaco, do Reino de Nápoles e dos Estados Pontifícios. G Aqui,

participou da Revolução Farroupilha. E em seguida da conquista de Laguna. G Devemos a Garibaldi a difusão de idéias como a constituição de organismos internacionais de arbitragem para guerras, a emancipação feminina, a instrução obrigatória, leiga e gratuita, o sufrágio universal, etc.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

a Maçonaria, à qual se filiou desde sua passagem por Montevidéu, desprezou os aspectos esotéricos e rituais, considerados anacrônicos, mas valeu-se dela para a consecução de seus próprios projetos políticos e culturais. Após cinco anos de refúgio nos Estados Unidos e no Peru, retorna à Europa para consumir o restante de sua vida em mais guerras, muitas delas com técnicas de guerrilhas que aprendeu na América do Sul. A partir de 1854 seguem-se lutas e conquistas contra a Áustria (com a anexação da Lombardia ao Piemonte); na Sicília e no Reino de Nápoles, até então sob o domínio dos Bourbons; na Úmbria e nas Marcas e finalmente contra os Estados Pontifícios, convencido de que Roma deveria ser a capital do recém-criado estado italiano. Cansado de guerras? Achou forças para anexar Veneza e, em 1870-1871, enfrentar a Prússia, lutando ao lado dos franceses para a libertação de Dijon. Os franceses agradeceram-no, elegendo-o para a A ssembléia Nacional, mas preferiu retornar à Itália, para a qual dedica o resto de suas forças como deputado eleito ao Parlamento italiano em 1874. Morre em Capri, em 2 de junho de 1882.

D

mais do que justo que os admiradores deste idealista e revolucionário, casado com uma heroína brasileira, queiram homenageá-lo pelo bicentenário de nascimento, e na Europa, Estados Unidos e América do Sul promovam seminários, exposições e publicações. Devemos a Garibaldi a difusão de muitas das idéias modernas, hoje plenamente aceitas entre nós, tais como a constituição de organismos internacionais de arbitragem que esconjurem as guerras, a emancipação feminina, a instrução obrigatória, leiga e gratuita, a cremação dos corpos, o sufrágio universal, etc.

chamada natureza humana não tem limites nem freios naturais para a maldade, que só uma Ética convencional pode estipular, a educação transmitir e a brutalidade de uma força maior impor pelo castigo. E isso não muda com os tempos, nem com as culturas. Os espetáculos do circo romano apenas foram superados com as atrocidades do totalitarismo nazista e comunista. Na atualidade, se sabe que há uma tendência demográfica mundial de concentração populacional nas megalópoles metropolitanas. Uma das decorrências inevitáveis desse empilhamento de anônimos, apenas identificados por números, é o afrouxamento e a desaparição de todas as instituições e laços comunitários e sociais de valor humano. Da família que apenas habita um domicílio comum e mal se encontra e convive à noite, de vizinhos que não se conhecem, de companheiros que só se encontram no trabalho. Num habitat dessa natureza parece muito difícil formar seres que correspondam a aquilo que identificamos, ou identificávamos, como seres humanos, cuja fonte primordial decorre de uma força suprema comum denominada de amor. Cuja carência só a força polar do poder é capaz de suprir. Inúmeros outros vetores do nosso tempo concorrem para acentuar e fortalecer essa redução do humanismo na convivência humana.

xemplo recente e paradigmático foi o espancamento gratuito e impiedoso de Sirlei Dias na Barra da Tijuca, Rio, por cinco jovens, que encerrando uma noitada não tinham mais com que se divertir. Nem marginais nem mesmo criminosos comuns fazem tais coisas. Nem bêbados e drogados, que sejam normais ou meramente seres humanos. Embora se encontre analistas sofisticados capazes de explicar tudo - e propor caríssimos atendimentos -, para esses infelizes não dá para aceitar e é muito difícil compreender. Só a piedade pode reconhecê-los como seres humanos e chorar por eles, como fez sua vítima, resgatando, de certa forma, a humanidade que lhes faltou. Esse tipo de jovens e adolescentes é apenas uma das variedades de novas criaturas que vem se formando no nosso mundo. Não é menos espantosa nem menos grave - se não mais – a de crianças que ridicularizam e espancam seus professores.

E

são essas forças globais (não estão só entre nós, mas no mundo inteiro) que vêm atuando na produção da nova patologia manifesta por esses novos tipos de seres desumanos. Caso para o qual a terapia do assistencialismo e re-educação individual parece impotente para dar conta e as soluções por atacado das políticas de Estado se apresentam como o menor, quando são o mal de custo maior.

E

BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

G Só a piedade pode reconhecer os monstros normais como seres humanos. E chorar por eles.

É

DOMINGOS ZAMAGNA É JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


Debate Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PARA COMISSÃO, SUPLENTE PODE SER PROCESSADO

PROCESSO À VISTA Iano Andrade/AE

Consultoria do Senado informa que Gim Argello (PTB-DF) pode ser processado por quebra de decoro parlamentar

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Consultoria Legislativa do Senado concluiu ontem, e m s e u p a re c e r, que o suplente do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), Gim Argello (PTB-DF), pode ser processado por suposta quebra de decoro parlamentar. O texto afirma que diante da falta de definição do conceito de decoro parlamentar, "prevalece na avaliação de casos de possível quebra da postura ética do legislador a captação de sentimento de indignação que provem da sociedade, estimulado ou não pelos formadores de opinião do País". Para a consultoria legislativa, "cabe à maioria dos membros da Casa decidir, caso a caso, se o parlamentar acusado de quebra de decoro praticou ato que o torne indigno de conviver com seus pares, em razão

de seu comportamento" que possam comprometer a instituição. A manifestação da consultoria o correu a pedido dos próprios senadores, diante da dúvida do procedimento com relação a chegada de Gim ao Senado. Histórico– Argello, que ocupa o posto de vice-presidente nacional do PTB, é acusado de desvio de recursos do Banco de Brasília (BRB) e grilagem de terras, entre outros crimes. Todas essas acusações foram reveladas após o político ter sido diplomado pela Justiça Eleitoral suplente de senador, o que gera o problema. Para os senadores, caso apareçam novas provas, ele deve ter o mesmo tratamento dado a Joaquim Roriz, que renunciou na semana passada. Até o momento, Gim Argello garante que assumirá seu cargo. Adversários do político em Brasília afirmam que têm um dossiê de 37 páginas, cujo conteúdo apresenta novas acusações e provas daquelas já apresentadas. Eles garantem que entregarão o documento ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP) (AE)

Eymar Mascaro

Estaca zero

M

NA PONTA

Marta, segundo os levantamentos do PT, estaria empatada no primeiro lugar com o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP). Esse cenário não incluí o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDBSP) como candidato. Mesmo com essa informação em mãos, a ministra não mudou de idéia e continua "fora" do jogo em 2008.

SEGURANÇA

Para enfrentar um provável favoritismo dos tucanos em 2010, o governo Lula pretende investir pesado em segurança nos próximos três anos. O Planalto destinará uma verba de R$ 3,5 bilhões para a construção de mais de 100 presídios e na recomposição salarial dos policiais federais, cujo piso atual é de R$ 1,6 mil.

FUTURO

Suplente de Joaquim Roriz é acusado de desvio de dinheiro e grilagem

Dida Sampaio/AE– 27/04/2007

Aécio estende previdência a servidores designados

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U MP diz que deputado desmatou área sem autorização em Ubatuba

dar os interrogatórios e uma série de diligências para apurar todas as denúncias. Origem – Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo, Clodovil "suprimiu vegetação capoeira em estágio inicial e aterrou o local por meio de terraplanagem. Também foi encontrada uma construção com mourões de concreto e alambrado de arame galvanizado", informa o MP.

Aécio Neves: concessão da previdência também aos funcionários designados

esmo com um bom retrospecto nas últimas pesquisas de opinião encomendadas pelo PT, Marta Suplicy ainda não assumi se sairá ou candidata em São Paulo. A ministra avisa que só tomará uma decisão no ano que vem. Tudo indica que ela disputará o governo do estado em 2010, mas há quem aposte no seu desejo de concorrer ao Palácio do Planalto. O nome da ex-prefeita faz parte da lista de pré-candidatos do partido, que ainda tem na sua composição o governador da Bahia Jacques Wagner e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Justiça). O quadro ainda é totalmente incerto na legenda.

Clodovil é acusado de crime ambiental oi considerada como ação penal o inquérito em que o deputado federal Clodovil Hernandes (PTC-SP) é acusado de crime ambiental. A ação tem como origem uma área conhecida como "Sertãozinho do Léo", na cidade de Ubatuba, litoral norte de São Paulo. A decisão é do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu acolher o parecer do procuradorgeral da República, Antonio Fernando de Souza, favorável à transição do caso, uma vez que a denúncia já havia sido recebida pela justiça de São Paulo. O próximo passo será agen-

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Valter Campanato/ABr

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A Justiça decidiu remeter o caso ao STF alegando que o parlamentar tem direito a foro privilegiado. Desempregado – Na última terça-feira, o deputado foi demitido da TV JB, onde apresentava um programa de entrevistas. A emissora alegou que Clodovil não apareceria para cumprir sua função, o que resultou na rescisão do seu contrato. (Agências)

m projeto de lei complementar (PLC), que vincula quase 100 mil servidores designados (sem estabilidade) ativos e inativos da área de educação ao regime previdenciário próprio de Minas Gerais, foi enviado à Assembléia Legislativa pelo governador Aécio Neves (PSDB). A proposta foi encaminhada anteontem e contempla funcionários que atuam na rede estadual de ensino e nas universidades públicas de Minas – UEMG e Unimontes. As medidas do projeto, segundo o Palácio da Liberdade, constam de entendimentos entre o governo mineiro e o Ministério da Previdência Social. A indefinição se arrastava desde 1998, quando foi editada uma emenda à Constituição Federal estabelecendo que regime previdenciário próprio deveria ser aplicado exclusivamente a servidor efetivo. Aos demais funcionários seriam aplicadas as regras do regime geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em 1999, o Estado ajuizou ação contra o INSS e obteve liminar para mantê-los no regime próprio (fundo de previdência estadual) aplicandolhes as regras do regime geral. Segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), essa vinculação foi prevista na Lei Complementar Estadual 64 de 2002. Recentemente, porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que fosse encontrada uma solução para o impasse, o que levou ao acordo com o Ministério da Previdência. A administração estadual alegou em sua justificativa à Assembléia que o PLC "faz justiça a trabalhadores que desempenham função de natureza permanente e que, em alguns casos, vêm contribuindo há 20 anos para o regime previdenciário próprio dos servidores estaduais". Segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão, se o projeto for aprovado, o Instituto de Previdência Estadual (Ipsemg) estará capitalizado até 2010 para a incorporação dos novos servidores. O governo alertou que a vinculação dos designados não significa que eles terão a estabilidade dos efetivos. (AE)

Mesmo com a pressão de aliados em São Paulo, a exprefeita mantém seu discurso. Seus interlocutores avaliam que ela sabe que terá chances de disputar o governo ou a presidência em 2010, por isso não decide seu futuro. Marta avalia que o PT não possui dois nomes de peso para as duas cadeiras. Uma sobrará para ela.

DUAS COISAS

Dentro do PT, os mais próximos à ministra argumentam que ela poderá disputar os dois postos: prefeita e governadora. Caso seja eleita em 2008, Marta poderá seguir o exemplo de José Serra e partir para o Morumbi em 2010. O mesmo ocorreria caso seu destino seja o Planalto.

IMPORTÂNCIA

O PT trabalha para reconquistar a capital paulista, que passou para o PSDB e depois ao DEM. A legenda já prepara seu material de campanha para enfrentar Geraldo e Kassab. Resta saber qual será a estratégia para o embate.

NO RASTRO

Os tucanos, assim como os petistas, tentam acertar a candidatura de Alckmin, mas ainda há uma relutância do próprio exgovernado como de uma ala da legenda favorável a coligação com os democratas e Gilberto Kassab. A contrapartida será o apoio do partido ao tucanato na disputa presidencial de 2010.

LEGENDA

Já a ex-deputada Zulaiê Cobra ainda não encontrou uma legenda para poder disputar a prefeitura de SP. Ela mantém o diálogo com líderes do PPS. Sua ida para um novo partido é condicionada ao posto de candidata em 2008. Sua saída do PSDB, segundo pessoas próximas, ocorreu pela falta de perspectivas de tentar a vaga no "ninho".

CANDIDATURAS

Além de Marta, Alckmin e Kassab e, agora, Zulaiê, o quadro de candidatos começa a ficar mais "limpo" para 2008. Dentro dessa composição, o nome da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) força. A legenda planeja alavancar Ciro Gomes para 2010. SP é um bom trampolim.

CENTRAL

Lula acompanhou com atenção o resultado de uma pesquisa que questionava as principais reivindicações da população. Os itens mais lembrados foram a segurança, principalmente nos grandes centros urbanos, e a geração de empregos. O repasse do presidente é chamado de o "PAC" da segurança.

ESCOLHA

As pesquisas continuam apontando José Serra como o provável presidenciável dentro do PSDB. O governador paulista é beneficiado por sua atuação à frente do ministério da Saúde, durante a gestão Fernando Henrique Cardoso. Ele supera o governador de Minas Aécio Neves. A escolha poderá "jogar" o mineiro no colo dos peemedebistas.

À ESPERA

O PMDB ainda sonha com o governador mineiro na ponta de sua chapa para disputar o Planalto. O partido acha que Aécio pode formar uma forte coligação com o ex-ministro Ciro Gomes no posto de vice-presidente. O PSB dá sinais claros de que aceitaria a parceria.

NÃO SAI

Aécio mantém seu discurso de que não deixará os tucanos. Ele ainda acredita que pode sair candidato pela legenda em 2010. O mineiro garante atrair o eleitorado do Nordeste para o PSDB, caso seja o escolhido. As duas regiões, juntas, (Minas e Nordeste) representam 44 milhões de votos.

CHAPA

Serra conta com Aécio Neves para ser o seu vicepresidente. O governador diz aos seus aliados que essa seria uma chapa difícil de ser batida, mesmo pelo PT. O político paulista acredita que a sucessão de 2010 será decidida São Paulo e Minas. Ele insiste na formação dessa união. O caminho para a volta dos tucanos ao Planalto.


quinta-feira, 12 de julho de 2007

Tr i b u t o s Empresas Tr a b a l h o Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ENTIDADE GANHOU 50 MIL ASSOCIADOS

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120

mil comerciários estão hoje na informalidade, de acordo com estimativa do sindicato da categoria.

PRESIDENTE DO SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE SÃO PAULO ASSUME MAIS UM MANDATO DE QUATRO ANOS

PATAH QUER REDUZIR INFORMALIDADE Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

Adriana David

queremos outras em pelo menos dez shoppings. Temos que estar mais próximos do trabalhador, para ter mais força.

A

pós quatro anos à frente do Sindicato dos Comerciários em São Paulo, o sindicalista Ricardo Patah foi empossado ontem para um novo mandato de quatro anos. Vai ser a oportunidade de tentar reduzir a informalidade, ampliar benefícios para comerciários e intensificar a inclusão de negros em lojas de shoppings e supermercados. A seguir, entrevista concedida por Patah ao Diário do Comércio antes da posse.

Quais as principais conquistas do Sindicato nos últimos anos? O mais importante foi a reestruturação feita no Sindicato a partir de uma auditoria da Trevisan para melhorar a gestão e dar transparência aos sócios. Ampliamos o número de funcionários, de 280 para 500, e a área administrativa, elevando o número de subsedes de duas para oito. O fundamental foi trazer 50 mil novos sócios por meio de benefícios educacionais. Existem convênios com mais de 80 universidades e mais de 20 escolas de ensino técnico e fundamental.

A cota de 20% para negros em lojas e 30% para não brancos em supermercados está sendo cumprida? Sim, com facilidade nos supermercados. Já nos shop-

De acordo com Ricardo Patah, categoria encontra mais dificuldades nos shoppings para implantar cotas

pings é difícil. Mesmo assim, já foram fechados acordos com 15 empresas, como Lojas Colombo e Casas Bahia, mas queremos aumentar o número. Em setembro, pretendemos sensibilizar os empresários para acabar com a discriminação odiosa e firmar acordos. O negro é discriminado por não ter emprego e por receber 57% do salário do branco. O empresário prefere pagar mais a contratar um negro. Então, criamos cotas. É a permissão para que o negro tenha emprego. Mas são necessárias políticas públicas para reverter a situação.

Quais os planos para a questão salarial? A situação é difícil, a inflação no País está baixa. É impossível conseguir aumento de salário de 10% com uma inflação na casa de 4%. A classe trabalhadora não compreende isso. Queremos ampliar a participação no lucro e os ganhos sociais dos trabalhadores. Temos que prometer o que é possível. Fizemos a mudança da data-base da categoria de dezembro para setembro, pois queremos negociar junto com a federação dos comerciários no interior do estado. Já negociamos

acordos de nível nacional pelas multinacionais por meio dos Sentracos (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços). O resultado das negociações coletivas vai ser melhor para todos os trabalhadores. Vai trazer benefícios para os sindicatos que não conseguem resultados importantes em algumas cidades. A regulamentação do trabalho aos domingos (dois domingos de trabalho e um de folga) deve ser feita em breve. Vai ser mais vantajoso que a Lei 10.101/2000, que prevê o trabalho domingo sim e outro

não. Em São Paulo, a legislação é mais avançada, pois já condiciona o trabalho aos domingos à convenção coletiva. Quais as principais metas da nova gestão? Trazer mais 30 mil sócios para a entidade nos próximos quatro anos. Ampliar parceria com atividades educacionais, assistência médica e odontológica, habitação e formalização dos trabalhadores. Mais de 120 mil comerciários estão na informalidade atualmente. Temos uma subsede no Shopping Higienópolis e

Como pretende fazer isso? O mais difícil é a formalização dos empregados, principalmente pelas micros e pequenas empresas, que têm forte oneração nas folhas de pagamentos. Trabalharemos de maneira intensa junto ao poder público. Também iremos requalificar profissionais com a área empresarial para buscar empregos onde há demanda. Às vezes, há uma vaga e, apesar de ter mil desempregados, nenhum deles preenche o posto de trabalho. E insistiremos nas cotas para todo o estado. Por quais outros benefícios o Sindicato vai lutar? Pela ampliação do vale-refeição para todos os dias. Algumas empresas já o adotaram, assim como seguro de vida. Antes os comerciários não tinham nada. Conquistamos PLR (Participação nos Lucros e Resultados) em empresas que não tinham; e queremos para todos os trabalhadores. Também conseguimos estabilidade para portadores do HIV.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Geral Gardel Bertrand/hemis.fr

Um dos muitos calendários do povo maia

21 DE DEZEMBRO DE 2012

O FIM DO MUNDO TEM DATA MARCADA Milhões de americanos, assustados com catástrofes, o aquecimento global e a nuclearização das guerras, acreditam que o fim do mundo está próximo e virá ao término de um dos ciclos do calendário maia Renato Pompeu

Ruínas de observatório maia em Chichén Itzá, no México: civilização estudiosa dos movimentos dos astros

U

Nostradamus (acima): previsões trágicas. Abaixo, o deus maia Yaxchilan (o asteca Quetzalcoatl).

Hermes Trimegisto: livros falam de grandes catástrofes para o começo do século. No alto, relevo maia na cidade de Palenque.

Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do romance-ensaio O mundo como obra de arte criada pelo Brasil, Editora Casa Amarela.

m artigo do romancista Benjamin Anastas, no número de 1° de julho do jornal americano The New York Times, chama a atenção para o fato de que milhões de pessoas em seu país, muitas das quais já assustadas com erupções de vulcões, tornados, furacões, tsunamis, com o noticiário sobre as catástrofes do aquecimento global e do esgotamento das reservas de petróleo e sobre os riscos crescentes de ampliação e nuclearização das guerras, estão esperando agora o fim do mundo para 21 de dezembro de 2012, o mesmo ano em que se encerram os compromissos por enquanto assumidos pelas nações que assinaram o Protocolo de Quioto. A data não foi escolhida aleatoriamente: 21 de dezembro de 2012 é quando se encerra o maior ciclo, de 13.400 anos, do calendário maia. Seis milhões de maias, que construíram uma grande civilização durante a Idade Média européia em territórios que hoje estão no México e na Guatemala, ainda vivem e falam a sua língua original nesses dois países, e muitos deles ainda observam o calendário instituído antes de Cristo. Na verdade, é um complexo de calendários, um lunar, outro solar e outro baseado nos movimentos observáveis do planeta Vênus. Cada ano ou conjunto de anos representa um ciclo, com começo, meio e fim e recomeço, e assim por diante. A grande novidade é que, pela primeira vez, se está encerrando, daqui a cinco anos, o maior ciclo previsto pelo calendário maia. Para os próprios maias, a data de 2012 não significa o fim do mundo, sim um recomeço, e se as coisas vão ser boas ou ruins vai depender do que indicarem sinais, celestes e terrestres, a serem interpretados por seus oráculos, que ainda não se manifestaram. A cultura maia está renascendo e, para grande parte dos maias atuais, o marco de 2012 é um símbolo de esperanças.

Mas, na cultura popular dos americanos, que constituem um dos povos mais místicos do mundo – metade deles acredita que o Livro do Apocalipse que encerra o Novo Testamento registra previsões reais e próximas de acontecerem – o fim do Grande Ciclo Maia representa, novamente, o fim do mundo, já esperado, na tradição cristã, para logo depois da morte de Jesus Cristo, para o ano 1000 e para o ano 2000, sem que nada tenha acontecido, pelo menos em termos de fim de mundo. Anastas anota como a data de 2012 é difundida por popularíssimos programas de rádio em cadeia nacional em todos os Estados Unidos, programas de televisão, livros e outros meios de divulgação. O fato é que não apenas os crentes no calendário maia estão esperando grandes acontecimentos místicos para os inícios do século 21. O escritor John Hogue, autor do livro em inglês Messiahs: The Visions and Prophecies for The Second Coming (Os Messias: As visões e profecias para o Segundo Advento), editado pela Element, recolheu em todo o mundo e em diferentes crenças 777 profecias referentes aos inícios do século 21, que prevêem o aparecimento, ou reaparecimento, de nada menos de trinta Redentores ou Messias. Eles incluem, além de Jesus Cristo cuja volta está prevista para após o segundo milênio -, o Messias dos judeus, previsto pelo rabino H. Wechsler. Os xiitas esperam o retorno do califa Ali; os hindus, o de Krishna. O Livro dos Mórmons também espera grandes mudanças para os inícios do século 21, assim como o épico hindu Mahabharata. Igualmente, se aguarda um novo surgimento do Buda e também do deus asteca Quetzalcoatl. Os famosos livros de Hermes Trismegisto, milenar, e de Nostradamus, secular, do mesmo modo aguardam grandes catástrofes para o começo do século 21, assim como as

profecias bíblicas de Isaías, Malaquias e Zacarias, e as profecias japonesas de Kukami Monjo e Tamo-San. Há ainda o último mistério de Fátima, ainda não revelado pelo papa – e existem até mesmo grupos de neonazistas esperando o ressurgimento de Adolf Hitler. Ainda para inícios do século 21, cultores dos vikings, mais os maoris nativos da Nova Zelândia, os índios hopis, iroqueses e das Grandes Planícies dos Estados Unidos, os esquimós, os parsis da Índia, os muçulmanos sunitas (que esperam o último profeta, Muntazar) e sufitas, todos esperam o aparecimento ou o reaparecimento de um Messias para este início de século. Diz Hogue: "Nenhum outro assunto (além do Messias) sofre de maior miopia religiosa. A própria natureza do gênero messiânico fomenta em seus intérpretes a noção de que o salvador de sua fé específica é o ‘verdadeiro’ redentor. Enfrentei essa dificuldade em primeira mão durante as últimas décadas, em que viajei pelo mundo coletando as 777 p ro f e c i a s p a r a e s t e l i v ro . Quando morei na Índia, vim a entender que o sábio hindu está tão divinamente certo de que o avatar Krishna vai voltar como Khalki, o verdadeiro Messias, como os cristãos estão convencidos de que seu Jesus é o único redentor verdadeiro. Quando morei em terras budistas, os monges lá me aconselharam com certeza igual que nenhum Krishna ou Cristo vai voltar para salvar o mundo, mas na verdade estava à mão uma encarnação do Senhor Buda, chamada 'Maitreya'. Além disso, ele era um salvador tão 'real' para meus contatos budistas quanto o 12° imã era para minhas fontes muçulmanas xiitas". Quem sabe todos, mais os que acreditam no calendário maia, não estejam esperando a mesma coisa, nestes tempos de graves mudanças climáticas e do fim previsível do paradigma do petróleo?


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

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estados brasileiros, além de São Paulo, têm piso regional: Rio, Paraná e Rio Grande do Sul.

PISO MÍNIMO DO ESTADO DE SÃO PAULO TEM TRÊS FAIXAS E VALE PARA TODAS AS EMPRESAS PRIVADAS

CHEGA O SALÁRIO MÍNIMO PAULISTA 410 Milton Mansilha/LUZ

Mario Tonocchi

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governador de São Paulo José Serra (PSDB) sancionou ontem a lei que delimita os pisos salariais regionais paulistas. É uma espécie de salário mínimo válido somente para o estado. Enquanto o mínimo nacional está em R$ 380, os pisos paulistas têm três faixas, de R$ 410, R$ 450 e R$ 490, estipulados para categorias distintas (veja a relação na página E 2). Os pisos passam a vigorar a partir de 1° de agosto com impacto obrigatório já na folha de setembro. A fiscalização do cumprimento da lei será feita pelo Ministério Público do Trabalho. "É um aumento modesto, mas significativo. Talvez as pessoas de maior renda não consigam fazer uma avaliação da importância desse piso. Mas, ao mesmo tempo, fomos prudentes. Poderíamos fixar o dobro, mas temos que pensar também nos empregadores", disse o governador. Segundo Serra, a cada ano, a partir de agora, o governo estadual vai enviar para a Assembléia Legislativa de São Paulo um novo projeto de lei para reajustar os pisos. Esses projetos também devem valer para a inclusão ou exclusão de categorias de trabalhadores. Como está hoje, estima o governador, devem ser beneficiados pelo menos 1 milhão de trabalhadores do Estado de São Paulo.

reais mensais passa a ser o menor piso salarial profissional vigente no Estado de São Paulo, a partir de primeiro de agosto.

Um aumento de R$ 30 para a categoria de menor valor (R$ 410) pode ser pouco para o empresário, mas é muito para quem recebe um salário mínimo. Guilherme Afif Domingos "Ou até muito mais", afirmou. "Um aumento de R$ 30 para a categoria de menor valor (R$ 410) pode ser pouco para o empresário mas é muito para quem recebe um salário mínimo", observou o secretário Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. O trabalho do governo, a partir de agora, de acordo com Afif, é divulgar e explicar os benefí-

cios sociais da nova lei para evitar geração de desemprego ou de informalidade. O piso regional já existe em outros três estados brasileiros: Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Em São Paulo, vale apenas na iniciativa privada para grupos de trabalhadores sem organização suficiente para realizar acordos coletivos ou que não tenham piso salarial definido. Não afeta os funcionários públicos municipais – porque a lei federal não permite – nem o funcionalismo público estadual, que tem piso de R$ 510, mais elevado que o maior piso salarial implementado ontem. Justiça social – "É uma medida que faz justiça social", disse o deputado estadual Vaz de Lima, presidente da Assembléia Legislativa. Entre os trabalhadores que se encaixam na faixa de R$ 410 estão, além dos domésticos, serventes, pescadores, ascensoristas, motoboys, auxiliares de escritórios e empregados não especializados do comércio, da indústria e de serviços. O piso de R$ 450 é o que abrange maior número de categorias. Vale para carteiros, tintureiros, barbeiros, manicures, pintores, encanadores e soldadores. O valor de R$ 490 passar a ser o piso de administradores agropecuários e florestais, trabalhadores de higiene e saúde, chefes de serviços de transportes e comunicações e supervisores de compra e venda.

Governador José Serra e secretário do Trabalho Guilherme Afif Domingos: 1 milhão de beneficiados

Valor aumenta a cesta básica

C

omo o salário mínimo brasileiro compra hoje duas cestas básicas por mês, para os trabalhadores com o piso mínimo paulista de R$ 410, os R$ 30 a mais sobre o salário nacional equivalem à compra de 2,2 cestas. Um aumento de poder de consumo relativamente pequeno, segundo a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Eliana Elias. "Mas considerando o reajuste no longo prazo, em um ano o

trabalhador vai receber um salário a mais, o que é importante no orçamento neste médio e longo prazo", afirmou Eliana. PNAD – De acordo com a economista, levando-se em conta os números de 2005 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem em São Paulo, potencialmente, 495 mil trabalhadores em condições de serem enquadrados no novo piso. Desses, a categoria mais expressiva, dos

trabalhadores domésticos, somavam na época de pesquisa 198 mil pessoas. Para a Federação das Empregadas Domésticas de São Paulo, 1,8 milhão de profissionais podem ser beneficiadas. Entre os trabalhadores que terão piso mínimo de R$ 450, estão listados secretárias, datilógrafos, digitadores, joalheiros, ourives, maceneiros, trabalhadores em telecomunicações, tecelões, tingidores, telefonistas, dedetizadores, vidreiros e ceramistas. (MT)


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Finanças Empreendedores Negócios Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 12 de julho de 2007

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BRASIL E CHILE DISCUTEM APROXIMAÇÃO

pontos foi o patamar de confiança registrado no mês de junho deste ano

PÚBLICO PRETENDE GASTAR MAIS COM ELETROELETRÔNICOS E LINHA BRANCA, SEGUNDO PESQUISA DA ACSP

CONSUMIDOR ESTÁ MAIS CONFIANTE 42 Leonardo Rodrigues/Hype

Vanessa Rosal

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Índice Nacional de C o n f i a n ç a ACSP/Ipsos, elaborado pela Ipsos Public Affairs para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostra que a confiança do consumidor brasileiro teve queda de um ponto, passando de 130 em maio para 129 em junho deste ano. O resultado, considerado otimista, é superior ao medido há um ano, quando registrava 126 pontos. Segundo o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP Emílio Alfieri, a região Sudeste é a mais otimista da pesquisa e a única que registrou alta nos pontos, atingindo 142. Já as regiões Norte e Centro-Oeste tiveram queda de 10 pontos em comparação com o mês de maio deste ano, passando para 133 pontos. "Enquanto a região Nordeste teve 128 pontos, a Sul se manteve pessimista com re-

por cento dos participantes da pesquisa acreditam que vão manter o emprego, de acordo com o Índice Nacional de Confiança.

corde de baixa, passando de 99 para 86 pontos", diz Alfieri, observando que um dos motivos para o pessimismo possa ser a valorização do real frente ao dólar, que prejudicou a exportação de produtos locais, como os calçados de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Co mp ra s – O INC indica uma boa situação para o segmento de eletrodomésticos, em que 44% dos entrevistados disseram ser mais favoráveis a

BRASMOTOR S.A. CNPJ/MF 61.084.984/0001-20

Companhia Aberta

NIRE 35300026667

Chile pode ser plataforma para exportações

A

Alta de 0,61% nos preços em SP

O

s preços praticados pelos varejistas da capital paulista registraram em junho a maior elevação do ano, de 0,61%, sobre o mês de maio. No acumulado dos seis primeiros meses de 2007, a alta chega a 2,14%. As informações são do Índice de Preços no Varejo (IPV), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Segundo a entidade, o aumento nas exportações dos derivados do leite e o aumento do preço do milho foram os principais fatores que influenciaram a elevação dos preços nos grupos de supermercados e padarias, que registraram, respectivamente, altas de 1,93% e 2,89% em junho ante maio. Com as vendas aquecidas no segmento de veículos, os preços avançaram 0,99% entre maio e junho. O grupo vestuário, tecidos e calçados também

registrou elevação de preço, de 0,07% em relação a maio, enquanto o segmento de floriculturas teve alta de 2,82%. Também tiveram seus preços elevados em junho os grupos açougues (0,38%), relojoarias (0,61%), livrarias (0,39%), materiais de escritórios (0,28%), óticas (0,24%), drogaria e perfumaria (0,05%) e jornais e revistas (0,01%). Retração – Dos 21 segmentos avaliados, nove registraram quedas nos preços. Foi o caso, por exemplo, do setor de eletroeletrônicos, que em junho teve baixa de 1,84% e já registra sua quinta retração consecutiva, influenciada pelo fator cambial. No acumulado do ano, o segmento é o que contabiliza o maior resultado negativo, de 6,45%, entre todos os grupos pesquisados no IPV. O grupo de móveis e decorações também teve redução de

preços, com queda de 0,62% em junho ante maio. O segmento de feiras, por sua vez, apresentou recuo nos preços praticados de 0,76% no período avaliado pela entidade. Outros grupos do varejo paulistano que registraram redução nos preços praticados foram material de construção, com queda de 0,46%, autopeças e acessórios (-1,11%), eletrodomésticos (-0,29%), combustíveis e lubrificantes (-1,61%), CDs (-0,81%) e brinquedos (-0,57%). O IPV, apurado mensalmente pela Fecomercio desde 2002, coleta dados junto a cerca de 2 mil estabelecimentos comerciais no município de São Paulo, contemplando 21 segmentos varejistas e 450 subitens pesquisados. A pesquisa conta com uma amostra mensal de aproximadamente 105 mil tomadas de preços. (AE)

Cresce faturamento de pequenas Sonaira San Pedro

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faturamento real das micros e pequenas empresas cresceu 1,3% no último mês de maio na comparação com igual período do ano passado, de acordo com a pesquisa Indicadores Sebrae-SP, divulgada ontem. Todos os segmentos tiveram alta de receita real na base de comparação: indústria (9,4%), serviços (4,8%) e comércio (3,3%). As cerca de 14 mil vagas de trabalho criadas no período aumentaram o total gasto pelas micros e pequenas empresas em 0,6%. "Com o aumento da oferta de crédito, a inflação sob controle e a recuperação da renda do consumidor, a expectativa é de crescimento para os micros e pequenos empresários", disse o economista do Observató-

rio das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Sebrae-SP, Pedro João Gonçalves. "Entre os fatores que impediram um crescimento maior dessas empresas estão os altos juros e a valorização do real em relação ao dólar, o que torna os produtos importados muito baratos e fazem frente à concorrência com a produção brasileira." Em relação aos números comparativos entre abril e maio de 2007, os três setores da atividade registraram aumento no faturamento. A indústria cresceu 9,6%, o comércio apresentou alta de 3,1% e o setor de serviços foi o que mais se desenvolveu no período, 13,2%. Por conta desse crescimento, 171 mil postos de trabalho foram criados no período, com maior concentração de vagas no comércio. "A alta é justificada pela contratação temporária para as vendas do Dia das

Mães", afirma Gonçalves. Dos 2,7 mil micros e pequenos empresários ouvidos pela pesquisa do Sebrae-SP em junho, 945 estão otimistas em relação ao faturamento de sua empresa enquanto 1,43 mil acreditam que os lucros do negócio devem permanecer estáveis nos próximos meses, assim como o nível de atividade da economia. As micros e pequenas empresas representam 98% das empresas formais do Estado de São Paulo e respondem por 28% da receita bruta do setor formal da economia paulista. A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente com base em amostra de 2,716 mil empresas de micro e pequeno porte, representativas de um universo de 1,3 milhão de MPEs do comércio, da indústria de transformação e de prestação de serviços.

Divulgação

Ó RBITA

A TÉ LOGO

Empresas já emitiram 840 mil notas eletrônicas Anatel decide hoje reajuste de telefonia Governo acerta prorrogação de dívida agrícola

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Gerdau anuncia fusão com a Chaparral Steel

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o contrário do que foi publicado no DC, de 10/7, a foto correta do vicepresidente de Comunicação da Apas, Martinho Paiva Moreira, é a que está acima.

Vulcabrás fecha compra da Azaléia nesta semana

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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ERRATA

IGP-DI Índice captou inflação de 0,26% em junho, ante alta de 0,16% do mês anterior.

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posição geográfica do Chile pode transformar o país em plataforma das exportações brasileiras para os mercados asiáticos, via oceano Pacífico. A ampliação da integração entre os países foi discutida ontem por 300 empresários brasileiros e 50 chilenos, de diversos setores, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo o presidente da Sociedade do Fomento Fabril do Chile (Sofofa), entidade que representa as indústrias chilenas, Bruno Irarrázabal, o país tem acordos de livre comércio com as maiores economias mundiais e o Brasil pode aproveitar essas facilidades para acessar os mercados asiáticos. "O Chile tem uma economia muito aberta e com enorme rede comercial. Muito maior do que o Chile pode aproveitar." Para ampliar a capacidade de escoamento das exportações brasileiras pelo Pacífico, os empresários estão dando os primeiros passos para a formação do Conselho Empresarial Brasil-Chile. "Precisamos ter integração física maior com o Brasil, com o desenvolvimento de ferrovias e de rodovias que liguem os dois países, na fluidez que o mundo necessita", destacou Irarrázabal. O diretor-geral de Relações Econômicas Internacionais do Chile, Carlos Furche, disse que o desenvolvimento do comércio de bens e serviços do Brasil com os países asiáticos pode ser facilitado pelas vantagens tarifárias do Chile. "Temos tratado de livre comércio com 85% de todo o produto interno mundial. Essas são as vantagens que as empresas brasileiras podem aproveitar." O embaixador brasileiro no Chile, Mário Vilalva, destacou que dos projetos de integração existentes, a rodovia que liga Cuiabá a Corumbá, no Estado do Mato Grosso, até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, desembocando nos portos de Arica e Iquique, no Chile, é que está mais adiantada. "A vontade política dos governos é de inaugurar até 2009 esse corredor, que vai ligar as economias do Centro-Oeste brasileiro ao Oceano Pacífico", afirmou. O vice-presidente da Fiesp, João Guilherme Ometto, salientou que os empresários também estão conversando a respeito de uma cooperação na área de energia. (AE)

Grupo de óticas foi um dos que registraram alta de preços (0,2%) entre maio e junho, segundo a Fecomercio

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ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA REALIZADA EM 27 DE ABRIL DE 2007 DATA: 27 de abril de 2007, às 11:00 horas. LOCAL: Sede Social, na Avenida das Nações Unidas, 12.995 - 32º andar, sala 03, São Paulo, SP. PRESENÇA: Os acionistas da Companhia representando mais de dois terços do capital votante, bem como representantes da administração e dos auditores independentes, em atendimento ao disposto no artigo 134, parágrafo 1º da Lei nº 6.404/76. CONVOCAÇÃO: Editais de Convocação publicados nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio” nos dias 12, 13 e 17 de abril de 2007. MESA: Sr. João Carlos Costa Brega, Presidente; Sra. Paula Maria Hashimoto Hirata, Secretária. ORDEM DO DIA: (I) Aprovar o Relatório Anual da Administração, o Balanço Patrimonial, o Parecer dos Auditores Independentes e demais demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2006; (II) Ratificar a deliberação do Conselho de Administração de 1 de fevereiro de 2007, sobre o pagamento, já realizado, de dividendos, debitados à conta de Lucros Acumulados, totalizando um montante de: (i) R$ 13,16 (Treze reais e dezesseis centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações ordinárias; e (ii) R$ 14,48 (Quatorze reais e quarenta e oito centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações preferenciais, bem como aprovar a destinação do lucro líquido do exercício social de 2006; (III) Ratificar a deliberação do Conselho de Administração ocorrida em 11 de abril de 2007, sobre o pagamento de dividendos extraordinários, debitados à conta de Retenção de Lucros, conforme demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2006, totalizando um montante de: (a) R$ 86,30 (Oitenta e seis reais e trinta centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações ordinárias; e (b) R$ 94,92 (Noventa e quatro reais e noventa e dois centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações preferenciais; (IV) Ratificar a deliberação do Conselho de Administração ocorrida em 17 de abril de 2007, sobre o pagamento complementar de dividendos extraordinários, debitados à conta de Retenção de Lucros, conforme demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2006, totalizando um montante de: (a) R$ 2,97 (Dois reais e noventa e sete centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações ordinárias; e (b) R$ 3,28 (Três reais e vinte e oito centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações preferenciais; e (V) Eleger os membros do Conselho Consultivo. DELIBERAÇÕES: (I) foram integralmente aprovados, sem qualquer ressalva, por unanimidade de votos, o Relatório Anual da Administração, o Balanço Patrimonial e demais demonstrações financeiras auditados, relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2006, que foram disponibilizados aos acionistas em 27 de março de 2007 na sede da Companhia e publicados nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio”, no dia 29 de março de 2007; (II) Foi ratificada, por unanimidade de votos, a deliberação do Conselho de Administração ocorrida em 01 de fevereiro de 2007, sobre o pagamento, já realizado, de dividendos, para todas as ações integrantes do capital social atual, subscrito e integralizado de R$ 577.400.000,00 (quinhentos e setenta e sete milhões e quatrocentos mil reais), (2.864.444.110 ações), com base nos resultados apurados no Balanço encerrado em 31 de dezembro de 2006 e nos lucros acumulados, computando-se no cálculo do dividendo mínimo obrigatório do exercício social 2006, totalizando um montante de: (a) R$ 13,16 (Treze reais e dezesseis centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações ordinárias; e (ii) R$ 14,48 (Quatorze reais e quarenta e oito centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações preferenciais. Ato contínuo, foi aprovada, a destinação do lucro remanescente do exercício social de 2006 para a conta “Retenção de Lucros”; (III) Foi ratificada, por maioria de votos, a deliberação do Conselho de Administração ocorrida em 11 de abril de 2007, sobre o pagamento de dividendos extraordinários, para todas as ações integrantes do capital social atual, subscrito e integralizado de R$ 577.400.000,00 (quinhentos e setenta e sete milhões e quatrocentos mil reais), (2.864.444.110 ações), debitados à conta de Retenção de Lucros, conforme demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2006, totalizando um montante de: (a) R$ 86,30 (Oitenta e seis reais e trinta centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações ordinárias; e (b) R$ 94,92 (Noventa e quatro reais e noventa e dois centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações preferenciais; e (IV) Foi ratificada, por maioria de votos, a deliberação do Conselho de Administração ocorrida em 17 de abril de 2007, sobre o pagamento complementar de dividendos extraordinários, para todas as ações integrantes do capital social atual, subscrito e integralizado de R$ 577.400.000,00 (quinhentos e setenta e sete milhões e quatrocentos mil reais), (2.864.444.110 ações), debitados à conta de Retenção de Lucros, conforme demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2006, totalizando um montante de: (a) R$ 2,97 (Dois reais e noventa e sete centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações ordinárias; e R$ 3,28 (Três reais e vinte e oito centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações preferenciais. Em razão do curto prazo para a operacionalização destas deliberações, foi alterada a data do pagamento dos dividendos extraordinários a que se referem os itens (III) e (IV) para o dia 07 de maio de 2007, em substituição ao dia 02 de maio de 2007, conforme deliberações do Conselho de Administração de 11 de abril de 2007 e 17 de abril de 2007. Após as conclusões dos trabalhos desta Assembléia, será divulgado um Aviso aos Acionistas informando a alteração da data do pagamento desses dividendos; e (V) Foram reeleitos, por unanimidade de votos, como membros do Conselho Consultivo, com mandato até a Assembléia Geral que aprovar o Balanço de 2007, os Srs. HUGO MIGUEL ETCHENIQUE, brasileiro, casado, industrial, portador da Cédula de Identidade RG nº 1.430.773/SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 003.671.768-15, com endereço comercial na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1478, 18º andar, para o cargo de Presidente do Conselho Consultivo; ROBERTO TEIXEIRA DA COSTA, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identidade RG nº 3.246.995-0/SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 007.596.358-20, com endereço comercial na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Pedro Avancini, nº 73, 1º andar; MAILSON FERREIRA DA NÓBREGA, brasileiro, separado judicialmente, economista, portador da Cédula de Identidade RG nº 214.106/SSP/DF e inscrito no CPF/MF sob o nº 043.025.837-20, com endereço comercial na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Estados Unidos, nº 498 e, ROBERTO PAULO CEZAR DE ANDRADE, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 803493/SSP/RJ e inscrito no CPF/MF sob o nº 025.601.867-72, com endereço comercial na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Almirante Barroso, 63 - 25º Andar - Sala 2514. Os membros do Conselho Consultivo declaram, sob as penas da lei, que não estão incursos em nenhum dos crimes previstos em lei que os impeçam de exercer a atividade mercantil. Foi aprovado, por unanimidade de votos, a autorização para que a ata desta Assembléia Geral seja publicada com omissão das assinaturas dos Senhores Acionistas, na forma de sumário, conforme faculta o artigo 130, parágrafos 1º e 2º da Lei nº 6.404/76, respectivamente. Nada mais havendo a tratar, foi a presente ata lavrada, e depois aprovada e assinada pela Mesa e pelos demais acionistas presentes. As publicações da Ata desta Assembléia, serão efetuadas nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio”. São Paulo, SP. São Paulo, 27 de abril de 2007. MESA: João Carlos Costa Brega, Presidente; Paula Maria Hashimoto Hirata, Secretária; ACIONISTAS: p.p.Whirlpool do Brasil Ltda., Paula Maria Hashimoto Hirata; p.p. Whirlpool Comercial Ltda., Paula Maria Hashimoto Hirata; p.p. Whirlpool Canada Holding Co., Paula Maria Hashimoto Hirata; Hugo Miguel Etchenique; e Bernardo Leal Costa. AUDITORES: p. Directa Auditores, Clóvis Ailton Madeira. A presente é cópia fiel da Ata, lavrada em forma de sumário, no Livro próprio. Paula Maria Hashimoto Hirata - Secretária. CERTIDÃO: Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob nº 212.986/07-7, em 05/06/2007 - Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

essas aquisições, contra 29% que responderam ser menos favoráveis. Em relação às compras de imóveis e automóveis, a situação inverte-se, apontando 36% de respostas menos favoráveis ante 33% mais favoráveis a essas compras. "O consumidor tem medo de entrar em uma dívida muito grande, por isso, age com cautela na hora de comprar", diz Alfieri. Já a confiança na manutenção do emprego teve ligeiro aumento de 40% para 42% e a falta da confiança na segurança do emprego registrou uma leve queda de 27% para 26% na comparação com o mês anterior. Alfieri diz que, de acordo com os dados da pesquisa, 39% da população brasileira acredita que a situação econômica de sua região para os próximos seis meses vai continuar forte, contra 17% que estimam o contrário. "O que percebemos é muita confiança no futuro e um cenário positivo para o varejo, sobretudo, o de linha branca e eletro portáteis."

Vale está mais perto de ter a gigante Alcan


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Nacional Empreendedores Tr a b a l h o Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 12 de julho de 2007

É o dissídio dos que não têm dissídio. Secretário do Trabalho Guilherme Afif Domingos

GREVE NO INCRA JÁ DURA 45 DIAS

PISO SALARIAL ESTADUAL NÃO SUBSTITUI ACORDOS SINDICAIS E SE APLICA AOS QUE NÃO TÊM DISSÍDIO

1,8 MILHÃO DE DOMÉSTICOS BENEFICIADOS Milton Mansilha/LUZ

Mario Tonocchi

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Federação das Empregadas Domésticas do Estado de São Paulo acredita que pelo menos 1,8 milhão de pessoas que trabalham nessa profissão em São Paulo sejam beneficiadas com o novo piso regional paulista de R$ 410, que passa a valer a partir do próximo dia 1° de agosto. De acordo com a presidente da Federação, Marília Aparecida da Silva Lima, do cálculo total de empregados de residências paulistas, pelo menos 500 mil trabalhadores recebem um salário mínimo, ou R$ 380. A presidente estima que 1,3 m i l h ã o d e t r a b a l h a d o re s recebam entre R$ 380,01 e R$ 409,99. Todos estes serão enquadrados nos benefícios da nova legislação. "Com essa lei, as empregadas terão um salário mais justo e digno, o que essa categoria merece. Queremos parabenizar e agradecer ao governador José Serra e ao secretário Guilherme Afif Domingos por essa iniciativa", disse Marília, que também é diretora do Sindicato das Domésticas de Jundiaí, interior de São Paulo. A lei do piso salarial paulista foi assinada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB) ontem. Na solenidade, além da Federação das Empregadas Domésticas, compareceram representantes dos sindicatos de empregadas domésticas da Grande São Paulo, Sorocaba, Araraquara, Jundiaí e Baixada Santista. Desafio – De acordo com o secretário Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, foi necessário enfrentar um grande desafio para implantar o piso. "É preciso entender que a lei não substitui o acordo sindical. Para o Estado de São Paulo essa questão é muito importante", disse. O piso quer justamente, segundo o secretário, suprir as demandas dos trabalhadores que não possuem organização sindical suficiente para fazer valer seus direitos. "É um dissídio dos que não têm dissídio", afirmou Afif. "No caso do piso substituir o salário mínimo, hoje em R$ 380, é preciso entender que a diferença (R$ 30) é um ganho enorme para o trabalhador" concluiu.

Afif: salário mais justo

Fiscalização – São Paulo é o quarto Estado a estabelecer um piso salarial regional. A fiscalização do cumprimento dos novos valores ficará sob responsabilidade do Ministério do Trabalho. O governador José Serra descartou um aumento da informalidade em decorrência dos novos valores. "Nós adotamos uma medida prudente, que parece razoável e possível de ser absorvida sem fomentar a informalidade", afirmou o governador. Funcionários públicos federais, estaduais e municipais não entram na nova lei do piso salarial paulista.

EMPREGO Indústria paulista reduz ritmo de expansão em junho

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redução na quantidade de empregos c r i a d a p e l o s e gmento de produção de açúcar e álcool foi a principal responsável pela desaceleração do nível de emprego na indústria paulista, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No mês passado, o nível de emprego cresceu apenas 0,26% em relação a maio, sem considerar o ajuste sazonal, e teve aumento de 0,43% com o ajuste. Na série sem ajuste sazonal, foi o pior resultado do ano até agora, e na série com o ajuste, o segundo pior. No acumulado do primeiro semestre deste ano, a indústria paulista criou um total de 142 mil empregos. O setor de produção de açúcar e álcool foi responsável por 105,08 mil desse total, o equivalente a 74%. Em junho, por conta do ciclo da cana-de-açúcar, o setor criou apenas 660 empregos, enquanto os outros 20 setores pesquisados cria-

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mil postos de trabalho foram criados pela indústria paulista no primeiro semestre deste ano, de acordo com levantamento de nível de emprego no setor divulgado ontem pela Fiesp.

ram 5.043 mil postos. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, o comportamento do açúcar e álcool não chega a ser necessariamente negativo. Ao contrário, agora, com a redução da influência sazonal desse segmento, é possível ter uma idéia mais clara sobre o comportamento da indústria.

Demissões – A redução do impacto de açúcar e álcool na criação de empregos deve se manter até novembro, quando ocorre o maior número de demissões do setor e também de outras áreas da indústria paulista, que nesse período já encerrou a entrega das encomendas de final de ano. Por isso mesmo, a Fiesp projeta um crescimento total do nível de emprego em 2007 entre 1,5% e 2%, o que significa um incremento de apenas 40 mil postos de trabalho no período. No ano passado, o nível de emprego na indústria paulista fechou negativo em 0,25%, com uma queda de 5 mil postos ante o total de 2005. Em junho, o setor que registrou maior alta na criação de empregos foi a fabricação de outros equipamentos de transporte (2,93% ante maio), puxado por Embraer. Em seguida veio a de veículos automotores, reboques e carrocerias, com incremento de 1% na mesma base de comparação, segundo a Fiesp. (AE)

Protesto contra Ambev na Argentina

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Sindicato dos Motoristas de Caminhões da Argentina realizou ontem um protesto em frente à Embaixada do Brasil em Buenos Aires para reivindicar melhores condições trabalhistas nas negociações com a cervejaria Quilmes, da Ambev, empresa que tem capital belgo-brasileiro. De acordo com o tesoureiro do sindicato, Pablo Moyano, a manifestação foi feita para "denunciar a empresa Quilmes, com sua política de reduzir custos, de demitir trabalhadores e não pagar os salários".

O edifício diplomático foi cercado por dezenas de policiais que tentavam evitar a aproximação dos caminhoneiros argentinos. Moyano afirma que os pagamentos dos trabalhadores estão atrasados. O sindicato conseguiu chamar a atenção da imprensa local e dos moradores de Buenos Aires para sua causa, já que o protesto interrompeu o trânsito em frente à embaixada, na Rua Cerrito, próximo à Avenida 9 de Julio, a principal via da capital argentina. Com isso, a zona nobre da cidade, como a Avenida Alvear, no bairro Recoleta, onde se situam

Funcionários do Incra fazem manifestação

BANCO SUMITOMO MITSUI BRASILEIRO SA

CNPJ nº. 60.518.222/0001-22 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 04 de abril de 2007 Aos 04 dias do mês de abril do ano dois mil e sete, às 10:00 (dez) horas, na sede social à Avenida Paulista, n.º 37 - 11º andar, nesta Capital, reuniram-se, em Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, os senhores acionistas do Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S/A, representando a totalidade do capital social, conforme se verificou das assinaturas inseridas no livro de “Presença dos Acionistas”. Por aclamação dos senhores acionistas, assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. Hajime Uchida, que convidou o acionista Sr. Sohei Suzuki, para servir de secretário. Constituída, assim, a mesa dos trabalhos, disse o Sr. Presidente que fora dispensada a publicação dos editais de convocação pela imprensa, nos termos do § 4º, do artigo 124, da Lei n.º 6.404, de 15.12.1976 e declarou instalada a Assembléia. Continuando com a palavra, disse o Sr. Presidente que, como já era de conhecimento dos senhores acionistas, cabia deliberar sobre a seguinte ordem do dia: I - ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA - Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Diretoria, o Balanço Patrimonial, as Demonstrações dos Lucros Acumulados, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, relativos ao exercício de 2006, e respectivo parecer dos auditores independentes, relativos ao exercício encerrado em 31.12.2006, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo, edição de 17.03.2007 e no “Diário do Comércio“, edição de 19.03.2007. II - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA - Deliberar sobre o preenchimento de mais uma vaga existente para o cargo de Diretor Vice-Presidente, e ainda, proceder à eleição de novo membro da Diretoria para o cargo de Diretor estatutário. DELIBERAÇÕES: I - ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA. Postos em discussão os assuntos constantes da Ordem do Dia, foi deliberado pelos acionistas, por unanimidade de votos, o seguinte, aprovar o Balanço Patrimonial, as Demonstrações dos Lucros Acumulados, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, relativos ao exercício de 2006, e o Parecer dos Auditores Independentes. II - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA. Postos em discussão os assuntos constantes da Ordem do Dia, foi deliberado pelos acionistas, por unanimidade de votos, eleger o Sr. HITOSHI SUYAMA, atual Diretor, japonês, casado, banqueiro, portador da Cédula de Identidade de Estrangeiro RNE n.º V285319-2 CIMCRE/CGPMAF e do CPF nº 222.120.628-26, residente nesta Capital, à Alameda Lorena, n.º 509, apto 51, Jardim Paulista, com mandato coincidente ao dos demais, ou seja, até a Assembléia Geral Ordinária de 2008, para ocupar o cargo de Diretor Vice-Presidente, e ainda, eleger o Sr. Roberto Hitoshi Mizuno, brasileiro, casado, bancário, portador da Cédula de Identidade RG nº 7.932.776-X e do CPF nº 004.298.268-50, residente nesta Capital, à Rua Arapá, 28 - Apto 132 - Vila Mascote, com mandato coincidente ao dos demais, ou seja, até a Assembléia Geral Ordinária de 2008, para o cargo de Diretor estatutário. A Assembléia resolveu, por unanimidade, reiterar e declarar que o Sr. Hitoshi Suyama preenche plenamente os requisitos exigidos pela Resolução n.º 3041 de 28.11.2002, do Conselho Monetário Nacional, e da Circular n.º 3172 de 30.12.2002, do Banco Central do Brasil, e ainda, em face da eleição para o cargo de Diretor do Sr. Roberto Hitoshi Mizuno, na forma supra referida, a Assembléia também resolveu, por unanimidade, declarar que o Sr. Roberto Hitoshi Mizuno, preenche plenamente os requisitos exigidos pela Resolução n.º 3041 de 28.11.2002, do Conselho Monetário Nacional, e da Circular n.º 3172 de 30.12.2002, do Banco Central do Brasil. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar nem discutir, após agradecer a presença e a colaboração dos senhores acionistas, o Sr. Presidente encerrou a sessão e determinou que se lavrasse a presente ata, que depois de lida e conferida e achada em ordem, vai assinada pela mesa e pelos senhores membros acionistas, para constar e produzir os efeitos legais colimados. aa. Hajime Uchida, Presidente - Sohei Suzuki, Secretário SUMITOMO MITSUI BANKING CORPORATION (a) Hajime Uchida; Procurador - Hajime Uchida - Sohei Suzuki. Esta é cópia autêntica da Ata de Assembléia Geral Extraordinária do Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S/A, realizada em 04 de abril de 2007. São Paulo, 04 de abril de 2007. Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro SA. Roberto Isamu Ono - Diretor; Takumi Kamijo - Diretor. Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob nº 250.203/07-8 em 04.07.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretaria Geral.

lojas e hotéis de luxo, ficou congestionada. Reação – A polícia reagiu com violência e houve confronto com os manifestantes, que tentaram montar um acampamento no local. Moyano pretendia cozinhar uma grande sopa para distribuir à população. Além disso, seu sindicato anunciou uma greve a partir da meia-noite, prometendo paralisar a distribuição de bebidas em todo o país. A Quilmes afirma que os pagamentos não estão atrasados e a embaixada alega que não pode se manifestar sobre um conflito entre uma empresa privada e um sindicato. (AE)

F GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 42/07. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 3163/5900/2007. OBJETO: Gerenciamento, Administração e Operacionalização da Central de Distribuição (Armazém) do Departamento de Suprimento Escolar e Serviços de Transporte e Distribuição de Mercadorias. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 10:00h do dia 14 de agosto de 2007. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 11 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Marmindústria Ltda. Requerente: Beija Flor Madeiras - Requerido: JPS Mármores e Ltda. - Requerido: S & R IndúsGranitos Ltda.-ME - Av. Vila tria e Comércio Ltda. - Rua Ema, 4.191 - 2ª Vara de FalênAratingas, 87 - 2ª Vara de Facias lências

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uncionários de 30 superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) representando 16 estados fizeram ontem ato público em frente à sede do órgão em Brasília. O movimento em defesa da reforma agrária teve o apoio de representantes do Movimento-dos Sem-Terra (MST) e de outros movimentos sociais ligados ao campo. Os servidores, em greve há mais de 45 dias, entendem que apenas com o fortalecimento do Incra será possível o País avançar no processo de assentamento das famílias de trabalhadores rurais acampadas em diversos pontos do território. "O Incra é o único instrumento de que o Estado brasileiro dispõe para efetivar essa tão sonhada reforma agrária. Mesmo eles (trabalhadores rurais), sabendo que essa instituição não tem operado e atendido a contento as suas demandas, a têm como instrumento essencial sem o qual a reforma agrária não se mate-

rializará. É por isso que eles se somam aos servidores do órgão para lutar pela sua revitalização e sua materialização", disse José Parente, diretor da Coordenação Nacional das Associações dos Servidores do Incra (CNASE). União – Para ele, é preciso que o governo promova reforma agrária intensiva, ampla e geral, questão fundamental para o avanço e consolidação da democracia brasileira. "O estado democrático de direito não irá se cristalizar sem que façamos a reforma agrária, para além das questões éticas, sociais e ambientais, esse tema tem a ver com a dignidade do homem do campo." Raulino Mendes, representante do Incra de Goiás, disse que o ato demonstra que os servidores do órgão e os trabalhadores rurais estão unidos. "O diálogo entre nós, servidores, e os trabalhadores rurais tem sido excelente, prova disso é que eles estão forçando o governo para que atendam nossas reivindicações." (AE)


quinta-feira, 12 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

11/7/2007

COMÉRCIO

11

1,44

por cento é a alta do Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) no ano até junho.


Ano 83 - Nº 22.415

São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

O fim do mundo, em 2012.

Edição concluída às 00h10

Pág. 10 w w w. d co m e rc i o. co m . b r

O mínimo de SP é o máximo nacional Assembléia Legislativa

O menor piso salarial de São Paulo, R$ 410, é o maior do Brasil, R$ 380. E o mínimo ainda tem outras duas faixas, R$ 450 e R$ 490. O governador Serra sancionou ontem os novos pisos, que vigoram em 1º/8.

O secretário Afif (na foto com Serra e Vaz, presidente da Assembléia) comentou que R$ 30 a mais no menor piso "pode ser pouco para o empresário, mas é muito para quem recebe um mínimo". E 1

ARGENTINA ENFRENTA APAGÓN E BRASIL

Santiago Pandolfi/Reuters

Divulgação

Buenos Aires é um barato Atrações da capital argentina ficam mais fáceis com real forte Boa Viagem

A Argentina está enfrentando a atual onda de frio com um apagão de luz e gás, e vai pegar o Brasil no domingo, depois de ter batido o México por 3 a 0. O apagón, C 4. A partida, no www.dcomercio.com.br Fotos: Thiago Bernardes/LUZ

À esquerda e abaixo, o largo Treze de Maio, vazio. Acima, a 25 de Março: o problema continua.

Uéslei Marcelino/Folha Imagem

HOJE Nublado Máxima 17º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 20º C. Mínima 11º C.

Camelôs perdem espaço. Mas ainda resistem Iniciadas há quatro meses, as operações de combate ao comércio ambulante ilegal já sanearam praticamente as regiões de menor área, como o largo Treze de Maio e a rua Santa Ifigênia. A 25 de Março e o Brás ainda preocupam os comerciantes. Cidades 1.

Uma mão a Renan Senador diz que o governo está feliz com sua atuação. Mas não dispensa Florais de Bach. Página 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 - TURISMO

quinta-feira, 12 de julho de 2007

FÉRIAS

Finlândia em plena serra brasileira Fotos: Divulgação

A 260 quilômetros de São Paulo, na serra do Rio de Janeiro, Penedo guarda maravilhas neste inverno. Da famosa Casa do Papai Noel a ótimos restaurantes, cachoeiras e, ainda, um festival de jazz, blues e soul

P

enedo é o bairro mais charmoso de Itatiaia, no Rio de Janeiro, e o local perfeito para passar os dias de inverno em boa companhia. A 260 quilômetros de São Paulo, com acesso fácil pela Dutra, lá a colonização finlandesa – a maior do País – criou um pedacinho do norte da Europa no Brasil. Paisagens sensacionais, passeios a cavalo, cachoeiras, artesanato delicado (com destaque para os bordados em ponto cruz e tecelagem) e restaurantes incríveis encantam os visitantes. Dez estabelecimentos de duas ruas locais, a das Velas e a Mangueiras, se reuniram para formar a Vila Gourmet. Ali, então, é possível experimentar de comida japonesa a pizzas feitas no forno a lenha. Tudo isso sem falar numa das mais famosas atrações do destino, que acabou dando ainda mais fama à vila: a Casa do Papai Noel. A residência nos trópicos do Bom Velhinho consiste num parque temático com casinhas de madeira e, claro, os correios, para que todas as cartinhas das crianças do País inteiro cheguem até o querido destinatário. No local, há um anfiteatro onde são realizadas apresentações de danças folclóricas, corais e teatrais. Festival – Em frente ao célebre endereço foi montado o Palco Finlândia, onde ocorrerão alguns dos shows do II Penedo Winter Jazz. Promovido pelo Jazz Village Bistrô e idealizado pelo músico Bernard Fines, o evento promete encher o lugar com muito jazz, blues e soul durante todo o mês de julho. A estréia ficou por conta da cantora Andréa Brandão, que homenageou Diana Krall na semana passada. Neste sábado, será a vez de Patrícia Bosio cantar a diva Billie Holiday, entre outras atrações. No dia 21/7, o destaque será o show de Carlos Montes cantando Frank Sinatra, e no 27/7, a homenagem do cantor Nando Gabrieli à primeira dama do jazz Ella Fitzgerald. No Palco Finlândia haverá mais de 14 shows gratuitos, de sucessos de New Orleans a clássicos italianos. E nem mesmo as crianças ficarão de fora da programação. Para os pequenos foram programadas oficinas de chocolate, pintura, circo e muitas brincadeiras.

U

Com arquitetura e culinária típicas dos colonizadores europeus que por ali se instalaram, a pequena vila ficou famosa pela Casa do Papai Noel (abaixo). Durante o festival, no palco montado em frente ao complexo do bom velhinho, ocorrerão várias apresentações musicais e de dança

RAIO X COMO CHEGAR A partir de São Paulo, são 260 quilômetros. Pegue a Rodovia Ayrton Sena/Carvalho Pinto (cerca de 120 km até a Dutra) e a via Dutra até o acesso à RJ-163 que leva a Penedo. ONDE COMER Restaurante Jardim Secreto: Estrada das Três Cachoeiras, 3899, tel. (24) 3351-1371. Integrante da Associação do Prato da Boa Lembrança, serve comida variada. Restaurante Girassol: Av. Casa das Pedras, 766, tel. (24) 3351-1757. Comida variada. Destaque para os pratos de bacalhau e bufê sábado e domingo. Restaurante Pequena Suécia: Rua Toivo Suni, 33, tel. (24) 3351-1275. Pratos suecos. DOC Emporium & Bar: Av. das Mangueiras, 1620, tel. (24) 3351-1688. Menu de comida variada. Sua especialidade: pratos harmonizados com vinhos.

Recanto de paz

m dos melhores refúgios para se hospedar em Penedo é a Pousada Serra da Índia. Situada a dois quilômetros do centro, é a mais alta da região e, portanto, garante um visual da Mata Atlântica de tirar o fôlego. Trata-se de um recanto de paz e bom gosto, perfeito para casais, mas alguns dos chalés permitem camas extras para crianças. São quatro tipos de acomodação, de suítes mais simples até luxuosos chalés. Vale investir um pouco mais e ficar hospedado num deles. O charmoso Chalé Alpino, com

26 metros quadrados, por exemplo, é todo em tábua corrida de madeira e com varanda diante da serra. O Chalé Vip, por sua vez, com 48 m², tem dois ambientes e varanda com rede, sala, cama king size, TV com sistema SKY, lareira e aparelho CD player. Mais conforto? No banheiro, há ainda uma deliciosa hidromassagem dupla. A pequena pousada possui lindos jardins que valem um passeio a dois pelos 15 mil m² de área, depois do delicioso café da manhã. Um detalhe: toda a água usada por lá vem de uma nascente da própria serra. É bem gelada, mas muito terapêutica, garante a dona, Suzete Beatriz Dias. Fernanda Pressinott

SERVIÇO Pousada Serra da Índia: Estrada Vale do Ermitão, 2 km, Penedo, RJ, tel. (24) 3351-1185, www.serradaindia.com.br. Diárias para casal custam entre R$ 134 (apartamento) e R$ 345 (Chalé Vip). Inclui café da manhã.

A mais alta pousada de Penedo, a Serra da Índia oferece charmosos chalés. No VIP há até hidromassagem dupla, entre outros luxos

10 dicas para amenizar os obstáculos do caos aéreo

E

m época de apagão aéreo, o viajante, especialmente o corporativo, que vive de imprevistos e prazos apertados, tem de ficar mais esperto do que nunca para otimizar sua viagem. Da reserva ao desembarque, todo detalhe é precioso. Dá até para relaxar, para minimizar o estresse, mas mais do que nunca todo viajante tem de agir como um gerenciador de viagens, um expert em aeroportos, assentos, reservas e outros meandros da aviação. Impossível? Então vão aqui algumas dicas para lhe ajudar: 1) Prefira os vôos do início do dia. Geralmente os atrasos começam no meio da manhã e aí, dependendo da gravidade dos mesmos e da boa vontade dos controladores de vôo, o efeito cascata (ou dominó) pode ser maior ou menor. Além disso, se seu vôo for cancelado ou atrasar muito, há sempre a opção de outra empresa aérea, outros vôos ou mesmo de passar o dia no destino. 2) Faça seu check-in pela internet. E leve apenas bagagem de mão, se possível. Assim, evitam-se as grandes filas que tomaram conta dos check-in dos aeroportos nacionais. No caso da Gol, basta imprimir o cartão pela internet e embarcar. Na TAM, é preciso pegar o cartão de embarque em uma das máquinas de auto-atendimento. Mesmo assim, é mais rápido que enfrentar a fila. Na Varig, o check-in pela web é só na ponte Rio-São Paulo. Se precisar despachar bagagem, há um balcão exclusivo só para esse serviço. 3) Fique atento, pois, para mudar de vôo pode ser que haja diferença de tarifa. Esteja com o cartão de crédito à mão ou com os contatos da agência que fez a reserva, pois na Gol apenas ela pode alterar os trechos. Se o atraso for muito grande, as companhias aéreas acabam liberando taxas de remarcação. 4) Chegue cedo no aeroporto. Ou ao menos tente. Pois saberá a situação do vôo e poderá fazer um reconhecimento do aeroporto. Um atraso de duas horas pode servir para você cortar o cabelo, terminar uma carta, comprar um presente ou decidir que vai voltar para o hotel. Chegar em cima da hora pode significar que você está no fim da lista para a resolução dos atrasos.

5) No caso de atrasos, pegue todas as notas de gastos com alimentação e transporte. Elas poderão ser reembolsadas pela empresa aérea. 6) O vôo vai atrasar e não tem jeito? Você não pode voltar ao hotel? Encontre um bom local e lá se instale. Se precisar de uma tomada para seu laptop, veja onde há mais disponibilidade, ou pode haver disputa. 7) Leve na bolsa uma muda extra de roupa, um chocolate ou lanchinho, um bom livro ou as revistas que quer ler. Já que o imprevisível pode ocorrer, melhor estar preparado. Vale também para medicações, kit toalete, entre outros itens. 8) Atrasou? Busque saber o porquê desse atraso, pois isso pode significar muita ou pouca espera. Anote o nome de todos os funcionários da empresa aérea ou da Infraero ou Anac com quem falar. As autoridades têm obrigação de dar informação sobre o vôo. Qualquer queixa deve ser registrada na Anac. Às vezes as TVs das salas de embarque que veiculam os noticiários dão mais informações que os funcionários do aeroporto. 9) Prefira os vôos diretos ou com o mínimo de conexões. Lembre-se do efeito dominó nos atrasos. Se não tiver jeito e for para algum rincão do País, não planeje compromissos muito próximos na ida ou na volta, pois pode perdê-los. 10) Muitos atrasos são de meia hora a duas horas, mas mesmo assim atrapalham quem tem um cronograma apertado. Registre sua queixa para a companhia enviando mensagem para o Fale com o Presidente. Peça ou exija, dependendo do caso, uma compensação. Mostre sua insatisfação, pois isso pode servir ao menos para a empresa aérea mostrar o estrago ao governo. Passageiros executivos são o filé mignon da aviação brasileira. E as opções de empresas aéreas estão crescendo. Por isso, assim como qualquer passageiro, o tratamento tem de ser de qualidade e com transparência. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


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Nacional Tr i b u t o s Empreendedores Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Não existe uma delegacia de novela sem um ventilador nosso. Marli da Silva,da Ventisilva

A VOLTA POR CIMA, DEPOIS DE QUASE FALIR EM 1990

Fotos: Leonardo Rodrigues/HYPE

DIVERSIFICAÇÃO DEU À VENTISILVA FORÇA PARA SUPERAR VENTOS CONTRÁRIOS Com 50 anos e vários produtos, a Ventisilva ainda é sinônimo de ventilador. Kety Shapazian

D LETREIRO

E

m 1957, a empresa chamava-se Indústria de Ventiladores Silva e a marca era Venti Silva. "Mas como entramos com a linha de bar e antipoluição, ficava esquisito o nome ser Indústria de Ventiladores. Mudamos então o nome para Metalúrgica Ventisilva", conta Marli Martani da Silva. "Metalurgia é conosco. Fazemos qualquer coisa de metal", gaba-se a prima Ligia Mezher Silva.

P

SEGREDO ara as primas Marli Martani da Silva e Ligia Mezher Silva, são muitos os segredos do sucesso. "A receita, acho, mistura trabalho com paixão. Você precisa estar convencido de que o que faz é muito bom. Aí, a tarefa vira prazer e deixa de ser obrigação", diz Marli, filha do fundador da Ventisilva. "É preciso uma dedicação sem limite, um trabalho de formiguinha. Às vezes, ficamos até surpresas de ver como conseguimos ir tão longe", acrescenta Ligia.

evem ser poucas as padarias, igrejas ou esc o l a s q u e n ã o t enham um Ventisilva na parede ou no teto. O nome virou sinônimo de ventilador, segundo Marli Martani da Silva, diretora da empresa e filha do fundador, Getulio Lino da Silva. "O pessoal liga e pede '23 Ventisilvas de 110 volts'", diverte-se a engenheira elétrica Marli, que, ao lado da prima, Ligia Mezher Silva, engenheira mecânica, comanda a fábrica desde 1992. "E pode reparar – não existe uma delegacia de novela sem um ventilador nosso", ela ri. Neste mês, a Ventisilva comemora 50 anos de existência, mas em 1957, era apenas uma oficina onde o pai de Marli consertava de tudo e tinha um sonho – fazer um ventilador com maior potência. "Ele achava que um produto que não fizesse muito vento não servia para nada. Meu pai pensava nas padarias. Não queria ver mosca em cima do balcão." Conseguiu. Maior potência Com um ventilador mais potente embaixo do braço, ele ia de padaria em padaria vender seu produto. Pedia ao dono do estabelecimento que lhe desse a oportunidade de mostrar a eficácia do equipamento e propunha: se, depois de ligado, ainda sobrasse uma mosca no local, ele iria embora e deixava o produto de graça. Mas, se não restasse inseto, o comerciante fecharia a compra. Começava ali um caso de amor entre as padarias da cidade e o Super Silva, um ventilador de teto com 1,5 metro de diâmetro, adequado para grandes áreas. "Meu pai tinha um quê de inventor. Ele via algo num filme ou catálogo e queria fazer melhor. As pessoas pediam, ele desenvolvia", diz Marli. "E quando diziam que era impossível, ele não desistia", completa Ligia. Em 1964, Carlos da Silva, ir-

mão de Getulio e pai de Ligia, começou a trabalhar na empresa e passou a cuidar da parte administrativa. Além dos ventiladores de teto, vieram os de parede e os de mesa. "O nosso produto final sempre foi muito forte e com excelente durabilidade. Por isso nos firmamos na área comercial", aponta Ligia. Nos anos 70, como o inverno era mais forte que os atuais e as vendas caíam bastante no meio do ano, eles resolveram diversificar e passaram a fabricar produtos voltados para bares. "Fazíamos de tudo: estufas, fornos, espremedores de laranja, máquinas de café, porta-guardanapos, porta-canudos", diz Marli. Na mesma época, veio a terceira linha – de aparelhos antipoluição, como coifas, filtros e coletores de pós para marcenarias. Parceria de sucesso Na década seguinte, Getulio foi procurado pela IBM para criar um microventilador para os computadores. Com isso, a multinacional pretendia atender uma exigência legal, de nacionalizar partes dos equipamentos de informática. No dia seguinte, ele já tinha um protótipo, apelidado de Hulk por causa da cor, verde. "Mas demorou dois anos para desenvolvermos a tecnologia necessária", diz Marli. "Nosso público não era mais só o português da padaria." Em 1984, a empresa virou uma fornecedora-padrão da IBM. "A Ventisilva deu um salto. Ganhávamos pouco por produto, mas muito em escala", lembra Ligia. Getulio e Carlos decidiram vender a linha de bar, que era patenteada, e pararam de fabricar os produtos antipoluição para se dedicar aos microventiladores. De 100 funcionários, a fábrica passou para 300. "Tínhamos uma carteira de clientes segura, com um crédito inquestionável." Em 1987, a empresa sofreu um grande golpe – morreu Getulio, com apenas 51 anos de idade. Marli foi eleita pelos irmãos para representar a sociedade. Três anos depois, outro golpe: o então presidente Fernando Collor abriu o País para a importação. Segundo Marli,

EMPREENDEDORES As primas Ligia e Marli Silva (de vermelho) comandam a empresa desde a morte do fundador, em 1987

"tudo aquilo acabou". Elas lembram (como esquecer?) a data exata do Plano Collor, quando o dinheiro de milhões de brasileiros foi confiscado: 16 de março de 1990. "No dia seguinte, foi feriado bancário e em 18 de março não tínhamos mais nada. Demitimos de uma só vez 100 funcionários." A Ventisilva deu a volta por cima ao reduzir custos e tor-

nar-se mais competitiva. A empresa resolveu exportar porque "até então vivia apenas para o Brasil". Hoje, com cerca de 310 funcionários, vende seus produtos para o Paraguai, Bolívia, México, Chile, Bahamas, República Dominicana, Espanha e Israel. "Atualmente, temos uma linha bem diversificada. Nossos ventiladores estão embaixo

dos pés de fumo para secar as folhas. Fazemos sopradores para encher coberturas infláveis. Temos motores que balançam berços em incubadoras de UTI neonatal e exaustores de banheiro, que ligam quando a luz é acesa. E embaixo de cada biruta, aquele boneco de braços abertos colocados nas portas das lojas, tem um ventilador Ventisilva", diz Marli.

PEDRA

A

dupla de empresárias Marli e Ligia diz que trabalhar com o vento e depender da temperatura não é fácil. Para vencer as adversidades, contam com um trunfo. "Herdamos o bom humor e o otimismo dos nossos pais", diz Marli. Quando, em 1977, a Ventisilva pegou fogo, o fundador Getulio alegou que o incêndio havia sido uma coisa boa. "Agora, vamos construir uma fábrica maior ainda", disse. "Os revezes nos tornam mais fortes", acredita Ligia.

Das linhas de produção da companhia saem diversos equipamentos


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 12 de julho de 2007

1 Na 25 de Março, com o afrouxamento da fiscalização, a prática do gato-e-rato está de volta.

Força-tarefa tira espaço de camelôs Regiões como o largo Treze de Maio e rua Santa Ifigênia estão praticamente saneadas. A rua 25 de Março e o Brás ainda preocupam os comerciantes. Fotos de Thiago Bernardes/Luz

Rejane Tamoto

A

s operações de combate ao comércio ambulante ilegal nos principais centros comerciais da cidade, iniciadas há quatro meses, foram bem sucedidas em regiões de menor área, como o largo Treze de Maio, na zona sul, e na rua Santa Ifigênia, no Centro. "São Paulo trata a questão dos ambulantes pela primeira vez em muitos anos. O trabalho realizado no largo Treze de Maio e na Santa Ifigênia são bons exemplos disso", disse o vice-presidente e coordenador das Sedes Distritais da Associação Comercial de São Paulo, Roberto Mateus Ordine. Nas regiões onde forçastarefa já atuam, será preciso mais empenho, como por exemplo na rua 25 de Março, área de maior circulação de consumidores e de turistas de compras vindos de todo o País. Há cerca de 20 dias, uma forçatarefa iniciada no dia 9 de abril que, não tinha data para terminar, acabou. Os carros de polícia (que, fixos, davam suporte à ação de guardas municipais) deixaram a região e abriram espaço para a volta dos ambulantes ilegais.

Ambulantes voltam à 25

S

aem os carros de polícia e entram barracas de madeira e caixas de papelão, sob o som do apito vendido por ambulantes: "ai, ai, ai titia!". Na tarde da última terça, a 25 de Março parecia a boa e velha rua de antes, com 60 guardas municipais para uma legião - incontável - de ambulantes, regulares e irregulares. À vontade na região, os ambulantes ilegais expuseram mercadorias no meio-fio e usaram até o semáforo para pedestres, na esquina da ladeira Porto Geral, como um ‘display’ de seus produtos. "Agora parece que tem mais camelôs do que antes. A rua e a calçada estão obstruídas, diferente de quando havia mais policiais aqui", disse o comerciante Sérgio Zahr. Durante a passagem de grupos de três guardas, os ambulantes guardam os produtos em sacolas. Outros, os chamados "paraquedistas", apenas puxam as pontas do tecido que serve de mostruário aos produtos (como quem faz uma trouxa) e seguram até a GCM passar. Depois, rapidamente, exibem tudo de novo. A brincadeira de ‘gato e rato’ recomeça. "Nessa região, se a fiscalização afrouxa, os ambulantes ilegais invadem. Com o aumento deles na região, os furtos de ce-

Largo Treze de Maio, em Santo Amaro, com novo visual: espaço amplo e fachadas de lojas visíveis

lular e a ação das cortadeiras de bolsa crescem também", disse o presidente da União dos Lojistas da rua 25 de Março e Adjacências, Miguel Giorgi. A região da rua 25 de Março exige um trabalho mais complexo de investigação, já que chega a receber, em datas comemorativas, mais de 1 milhão de pessoas. O delegado titular da Seccional Centro, Dejar Gomes Neto, disse que os policiais civis continuam infiltrados na região, num trabalho de inteligência. "E isso não é visível. A estratégia na rua 25 de Março é, após abrirmos guarda, voltarmos com um ataque ostensivo", disse. Em relação ao retorno dos ambulantes à região, o delegado disse que é atribuição da guarda municipal e que a polícia civil voltará a dar suporte a eles nas apreensões.

Vida nova no largo 13

D

e cima, a praça Floriano Peixoto, em Santo Amaro, zona sul, chega a ser parecida a uma paisagem de época. Na manhã de ontem, ao avistála de cima, nada de barracas. Nenhuma. A operação na região começou no dia 15 de abril e parece consolidada, na opinião de comerciantes. A superintendente da Distrital Santo Amaro da ACSP, Angela Simões, disse que as vendas do comércio da região do largo 13 de Maio, em Santo Amaro, cresceram 15%. "Ao mesmo tempo, o número dos boletins de ocorrência por furtos e roubos diminuíram em 30%." "O movimento começou a melhorar agora que os clientes conseguem ver a loja. Já estamos pensando na revitalização das fachadas, em acordo com a lei Cidade Limpa", disse a comerciante Tae Kim, da Modas Elna. Localizada no calçadão da rua Capitão Tiago Luz,

Na 25 de Março, semáforo transformado em cabide de badulaques

Brás: clima Combate à de tensão pirataria Na região do Brás, o clima de tensão é constante

Angela, junto a um trabalho de troca de informações entre lojistas e subprefeitura, por meio de um telefone 0800, fazem parte de uma estratégia para a manutenção do espaço público. O objetivo, agora, será evitar o retorno de camelôs ilegais. O ambiente tranqüilo foi aprovado pelo dono da Ótica Brasil, Genebaldo Menezes. "Alguns ambulantes ainda colocam lonas para vender produtos às 17h, perto do horário de fechamento do coNa Santa Ifigênia com Ipiranga, siris resistem mércio", disse. Segundo o subprefeito a loja pode fazer parte do pro- de Santo Amaro, Geraldo Manjeto de ruas-modelo, parceria tovani, dos cerca de 1400 ambuentre a Prefeitura e a ACSP pa- lantes retirados da região, 320 ra auxiliar o comerciante a dei- serão recadastrados para os caxar a fachada bonita e dentro melódromos. "Não permitireda lei. O embelezamento do mos mais a ocupação irregular comércio da região, segundo do espaço público", disse.

O

largo da Concórdia revitalizado é resultado de uma operação iniciada há mais de 40 dias para combater o comércio informal. A subprefeitura da Mooca informou que a operação retirou mais de 70 barracas ilegais das ruas. Mas perto dali, nas ruas Oriente e Maria Marcolina, os ambulantes resistem, com barracas de madeira improvisadas, lonas e papelões. Como sempre estão prestes a serem retirados, o clima é tenso, marcado por protestos e ameaças de ambulantes. O comerciante Khamis Hishmed disse que teve de baixar a porta diversas vezes por causa dos protestos. "O movimento de clientes caiu 50%", disse. O representante comercial Daniel de Andrade afirmou que, embora os comerciantes sofram ameaças de saques às lojas, eles estão reagindo. "As operações afetam o movimento de clientes, mas são um mal necessário. Se não houvesse as fiscalizações, perderíamos muito mais", afirmou a assessora de diretoria da Associação dos Lojistas do Brás (Alobrás), Sandra Regina Russo.

A

Santa Ifigênia, primeira rua a passar por um trabalho de ataque à pirataria e ao comércio informal, mudou quatro meses depois de iniciada a operação. Os carros-loja, que ambulantes ilegais usavam para vender produtos, já não estão mais lá. Agora, só isolados ambulantes siris, que levam catálogos com capas de CD de softwares piratas, estão por lá, mas em quantidade menor. Na avaliação do comércio, os resultados positivos da operação na Santa Ifigênia são verificados na segurança e nas vendas. "A ação efetiva da Prefeitura com a Seccional Centro conseguiu acabar com a pirataria na região. A segurança melhorou 60%", disse o superintendente da Distrital Centro da ACSP, Marcelo Flora Stockler. O delegado responsável pela operação, Dejar Gomes Neto, titular da Seccional Centro, disse que a ação na Santa Ifigênia é diária. O gerente da Lucktel, José Cirineu Leal, concorda. "O atendimento ao público melhorou com a limpeza da rua. As calçadas estão mais livres e diminuiu o número de trombadinhas."


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Ambiente Educação Tr â n s i t o Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 12 de julho de 2007 Milton Mansilha/Luz

NAS FÉRIAS DE 2008, RESTRIÇÃO SERÁ MANTIDA

Patrícia Santos/AE - 19/06/2007

Motoristas que foram multados em infrações municipais poderão parcelar débitos.

Rodízio volta. Para ficar. Restrição vale a partir de hoje, para os veículos de placas com final 7 e 8. Trânsito lento determinou retorno.

A Interior do Shopping Center Holanda, atingido por incêndio criminoso

Polícia indicia camelôs por incêndio no Brás Fernando Vieira e Ivan Ventura

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polícia desvendou o incêndio criminoso no Shopping Center Holanda, uma galeria com 40 boxes no Brás, ocorrido no dia 19 do mês passado. O inquérito policial foi concluído na última sexta-feira. As investigações apontaram para a participação direta de seis camelôs ilegais. Aberlardo Silva de Souza, de 22 anos, e Alexandra Fernandes Catalani da Silva, 35, já foram indiciados pelo crime de incêndio, previsto no artigo 250 do Código Penal, com pena de três a seis anos de prisão e multa, e tiveram o pedido de prisão cautelar encaminhado à Justiça. Outras três pessoas deverão ser indiciadas até o fim desta semana, também com pedido de prisão. Um último envolvido no crime ainda não teve a identificação confirmada. A polícia chegou à identidade dos dois primeiros suspeitos por meio de imagens captadas por uma câmera de vigilância instalada nos arredores da avenida Rangel Pestana, próxima ao shopping popular. “Recebemos uma cópia em DVD das imagens feitas no dia do incêndio. Mostramos as imagens congeladas a ambulantes da região. Sete disseram não reconhecer os envolvidos, mas três não tiveram dúvidas em apontar Alessandra e Abelardo nas imagens”, disse o delegado-titular do 12º Distrito Policial, no bairro do Pari, Wilson Roberto Zampieri, que é responsável pelo inquérito. Além das imagens, testemunhas e denúncias anônimas ajudaram a polícia a identificar os outros suspeitos. Em depoimento, Souza confessou a participação no crime. Ele contou que, após deixar uma reunião do Sindicato dos Camelôs Independentes do Brás, seguiu para um bar na avenida Celso Garcia, onde encontrou outros cinco camelôs. Dali, o grupo decidiu sair, por volta das 22h do dia 18 de ju-

nho, e atear fogo em estabelecimentos comerciais da região, em represália às operações da subprefeitura da Mooca contra o comércio ilegal. Antes da ação, os camelôs passaram em um posto de combustível e compraram dois litros de gasolina. O produto inflamável foi colocado em um garrafa pet. A escolha do alvo se deu de forma aleatória, segundo Souza. Chegando ao Shopping Center Holanda, os camelôs despejaram a gasolina na fachada do estabelecimento e sob a porta de ferro da entrada. Conforme depoimento de Souza, ele mesmo ateou fogo com uma caixa de fósforo, sendo que sua jaqueta chegou a se incendiar, ferindo levemente os dois braços. A ambulante Alexandra negou, em depoimento, a participação no crime. Ela afirma ser uma das coordenadoras da Feirinha da Madrugada, organizada pelo Sindicato dos Camelôs Independentes do Brás, e que estava em casa na hora do ocorrido. Contudo, ela foi reconhecida nas imagens, graças a detalhes como uma tatuagem no braço. Segundo o delegado Zampieri, as investigações não comprovaram qualquer ligação do crime de incêndio com o sindicato, apesar dos indícios de participação da coordenadora da Feirinha da Madrugada, da presença de Souza, horas antes, em uma reunião da entidade e das suspeitas de que a ação foi premeditada. No dia do incêndio, comerciantes vizinhos ao shopping afirmaram que algumas de suas portas estavam com as fechaduras bloqueadas por palitos de fósforo e cola, de maneira a impedir que os proprietários usassem as chaves para abrir os imóveis e retirar as mercadorias. Cerca de 16 boletins de ocorrência foram registrados por proprietários de boxes que tiveram seus pertences atingidos pelo fogo. Os prejuízos, entre produtos e danos ao prédio, foram de R$ 2 milhões.

partir de hoje, o paulistano volta a conviver com o rodízio municipal de veículos. Nesta quinta-feira, não poderão circular pelo Centro expandido veículos com placas de final 7 e 8. A operação restringe a circulação nos períodos da manhã, das 7h às 10h, e da tarde, das 17h às 20h. O trânsito foi tranqüilo nas ruas de São Paulo na manhã de ontem, um dia antes da volta do rodízio. Às 8h, havia 36 km de lentidão, índice inferior à média do horário, que é de 50 km, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). De acordo com a CET, a calma foi reflexo do anúncio feito, na terça-feira, pelo prefeito Gilberto Kassab, que determinou a volta do rodízio de veículos. A suspensão, iniciada no dia 2 de julho, não confirmou os resultados que o prefeito esperava e, por isso, a volta da operação foi antecipada. A obrigatoriedade de manter o carro parado uma vez por semana seria retomada somente no dia 16. A mudança foi motivada pelos estudos que mostram que os índices de congestionamento na parte da tarde superaram a média de junho, em relação a outros anos. Kassab avisou que quem desrespeitar o rodízio será multado normalmente. “Sem o direito de recorrer”, salientou o prefeito. Ele chegou a admitir retomar a restrição, mas sem multas durante o mês. Segundo Kassab, a vontade era manter a suspensão do rodízio em julho. “Gostaríamos de dar esse conforto ao paulistano, mas não foi possível. São Paulo ganha, a cada

Ernesto Rodrigues/AE

Tráfego lento na avenida 23 de Maio, ontem, às 19h30: suspensão do rodízio aumentou os congestionamentos

ano, 150 mil veículos”, justificou. Em janeiro de 2008, a suspensão será mantida. A decisão de retomar o rodízio foi tomada após reunião entre o prefeito, o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, o presidente da CET, Roberto Scaringella, e técnicos de trânsito. Foi levada em conta a lentidão no trânsito registrada na terça-feira e na semana passada. Frota - O rodízio retira de circulação cerca de 20% da frota da Capital, que é de 5,5 milhões de veículos. A cada dia, 500 novos veículos são adicionados à frota. Ao longo da semana passada, os índices de lentidão foram menores durante a manhã, em comparação com as médias de junho. Segundo o prefeito, isso se explica pelo fato de a manhã

concentrar a maior parte dos deslocamentos no caminho casa-escola. À tarde, a suspensão do rodízio aumentou o número de carros circulando pela cidade, o que provocou a inversão do quadro e, em conseqüência, mais lentidão. Na terça, porém, os índices ficaram maiores ao longo de todo o dia. O pico da manhã, às 9h30, foi de 97 km, maior que a média das terças-feiras de junho: 64 km. O pico da tarde aconteceu às 19h30, quando a lentidão chegou a 145 km, ante a média de 125 km de vias congestionadas. O prefeito voltou a negar, porém, que o recorde de congestionamento do ano, ocorrido na sexta-feira, às 19h30, quando o índice atingiu 201 km, tenha sido causado pela suspensão do rodízio. Segun-

do ele, os congestionamentos ocorreram por causa da saída de veículos da Capital na véspera do feriado de 9 de Julho. Pedágio - Kassab negou que a Prefeitura estude adotar alguma medida mais rigorosa para restringir o tráfego de veículos na Capital paulista, como cobrar pedágio no Centro. “Pedágio não é o foco da gestão. Apostamos na construção do Rodoanel, na ampliação do metrô e no aumento da frota de ônibus e dos corredores.” Para o presidente da CET, o rodízio mostrou eficácia desde que foi implantado, em 1997. Scaringella disse que os veículos a menos nas ruas são suficientes para dar fluidez ao tráfego. Ele aposta ainda no aumento da fiscalização eletrônica para reforçar o cumprimento da lei. (AE)

Multas pagas pelo crediário Prefeitura autoriza parcelamento de multas em até 12 vezes. Benefício vale para veículos licenciados na Capital. Milton Mansilha/Luz

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prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, sancionou ontem a lei que permite o parcelamento das multas de trânsito em até 12 vezes. Para isso, o veículo tem de ser licenciado na Capital paulista e as infrações devem ter sido cometidas apenas até ontem. A medida foi publicada no Diário Oficial. A lei foi aprovada pela Câmara no dia 28 de junho. O número de parcelas dependerá do valor do débito, mas o valor mínimo de cada parcela não será inferior a R$ 50 e as infrações devem ser municipais, como desrespeito ao rodízio ou estacionamento em local proibido. As parcelas serão mensais,

Benefício do parcelamento vale só para infrações municipais

de valores iguais e terão reajuste mensal pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para fins de li-

cenciamento, o vencimento da última parcela não poderá ultrapassar o mês imediatamente anterior ao do licenciamento

anual do veículo. A Prefeitura lembra ainda que somente o proprietário do veículo ou seu representante legal poderá pedir o parcelamento da multa, formalizando o acordo que será lavrado em termo específico. As multas que tenham sido objeto de impugnação ou recurso administrativo ainda pendentes de decisão judicial não poderão ser parceladas. Aqueles que deixarem de pagar uma das parcelas terão o contrato de parcelamento interrompido. Para ser colocada em prática, a medida ainda deverá ser regulamentada pela Prefeitura, que não tem previsão de quando isso vai ocorrer. (Agências)


Congresso Planalto Corr upção CPI

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MINISTRO CONTESTA CLASSIFICAÇÃO DO PAÍS Elza Fiúza

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Os índices divulgados são tão "confiáveis" que nem o próprio banco os utiliza para coisa alguma. Jorge Hage

CGU REBATE O BANCO MUNDIAL Para ministro, índice do banco não leva em conta o combate à corrupção no País

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orge Hage, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), contestou ontem o relatório do Banco Mundial segundo o qual o controle da corrupção no Brasil atingiu em 2006 o seu pior patamar em dez anos. O índice brasileiro caiu para 47,1 em 2006, em uma escala que vai de zero a cem. Em 2000, o país chegou a ter um índice de 59,1. Hage afirma que o índice não mede o combate à corrupção, refletindo apenas "percepções sobre os fatos que são revelados" sobre o assunto. "E isso tem realmente aumentado no Brasil a partir do momento em que se passou a investigar e revelar a corrupção que sempre existiu", disse. O ministro completou dizendo que é "ridículo" falar de piora com base nesse tipo de avaliação. "Os dados divulgados são resultantes de uma mixórdia de questionários com perguntas diferentes, aplicados em diferentes países por diferentes instituições, e depois submetidas a exercícios estatísticos mirabolantes e que não resistem a nenhum teste cientificamente sério", atacou. O estudo do Bird – que faz parte de um projeto que reúne indicadores de boa governança mundial – avaliou 212 países segundo seis critérios diferentes. Além de controle de corrupção, o Brasil também

piorou nos últimos anos nos índices que avaliam a eficiência do governo, a qualidade dos marcos regulatórios e a força da lei. Leia a íntegra da nota, distribuída ontem: Declaração do ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral-Geral da União, sobre a avaliação do Banco Mundial em relação ao estudo "Indicadores Globais de Governança, 1996-2006", divulgado pelo Banco Mundial na última segunda-feira:

Os dados divulgados (pelo Banco Mundial) são resultantes de uma mixórdia de questionários com perguntas diferentes. Ministro Jorge Hage

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- É simplesmente ridículo afirmar, com base nesse tipo de indicador, que o controle da corrupção piorou no Brasil. Em primeiro lugar, porque o índice não mede o combate à corrupção, refletindo apenas percepções sobre os fatos que são revelados sobre corrupção. E isso tem realmente aumentado no Brasil a partir do momento em que se passou a investigar e revelar a corrup-

ção que sempre existiu.

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- Os índices divulgados pelo Banco Mundial são tão "confiáveis" que nem ele próprio os utiliza para coisa alguma. Está dito com destaque na publicação que "estes dados e esta pesquisa não refletem a visão oficial do Banco Mundial, nem dos seus diretores, nem são usados para alocação de recursos ou para qualquer outra finalidade".

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- Isso é assim porque os dados divulgados são resultantes de uma mixórdia de questionários com perguntas diferentes, aplicados em diferentes países por diferentes instituições, e depois submetidas a alguns exercícios estatísticos mirabolantes e que não resistem a nenhum teste cientificamente sério. Observe-se, por exemplo, que houve um determinado instituto (entre os dez ou doze em que eles se basearam) que baixou pela metade a nota do Brasil em 2006, enquanto quase todos os demais a aumentaram ou a mantiveram estável, com pequena margem de variação, em relação a 2005. Depois disso, tenta-se "homogeneizar" essa salada para traduzi-la em porcentuais. Os autores confessam no texto que houve várias mudanças de metodologia ao longo dos

anos e, por força disso, foi necessário recalcular as notas individuais, o que provocou mudanças substanciais principalmente no período de 1998 a 2000. Por isso mesmo, eles não recomendam "comparações diretas entre países e através do tempo".

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- Há que se observar ainda que não se trata de uma avaliação do Governo Federal, e sim do País como um todo, representado pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciá-

rio e pelos governos Federal, Estaduais e Municipais. Diante do quadro de sucessivos escândalos atribuídos ao poder Legislativo e daquilo que a Controladoria constata e divulga periodicamente sobre prefeituras e estados, é claro que a percepção e a impressão que se passa é a de ampliação da corrupção. E essa pesquisa capta exatamente essas impressões, pois se baseia em perguntas como a seguinte: "Em que medida os políticos se envolvem em corrupção e nepotismo?"

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- Por fim, vale lembrar que o Brasil foi avaliado recentemente pelos mecanismos de avaliação das convenções contra a corrupção da OEA e da OCDE e saiu-se muito bem, pois essas foram avaliações tecnicamente sérias. Além disso, alguns dos países que o Banco Mundial coloca em melhor posição que o Brasil têm nos procurado justamente para copiar as nossas iniciativas no incremento da transparência pública e no combate à corrupção. (AE)


quinta-feira, 12 de julho de 2007

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ECONOMIA - 7


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Ambiente Saúde Polícia Educação

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JOSÉ SERRA NÃO CRÊ EM PARALISAÇÃO EXPRESSIVA

Movimento de policiais paulistas deverá durar 24 horas, com início marcado para as 8h de hoje.

Patrícia Santos/AE

Ó RBITA

GREVE NA POLÍCIA

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governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem que não acredita em uma paralisação expressiva da Polícia Civil. Os policiais civis do Estado prometem greve de 24 horas, a partir das 8h de hoje, com a manutenção apenas dos serviços essenciais. O motivo da paralisação é o descontentamento com os reajustes concedidos pelo governo à categoria, na semana passada. Os policiais querem aumento de 48% do salário padrão, ante os reajustes concedidos pelo governo - de 3,84% a 23,43% - nas gratificações recebidas pela categoria. Além de não acreditar na força do movimento, Serra também contestou os dados que estão sendo divulgados pelos sindicatos dos policiais civis do Estado de São Paulo, para justificar a greve. "Os dados que estão sendo apresentados são falsos, pois desde 2002 houve aumento real dos salários", destacou ontem o governador. Serra mostrou uma tabela que indica aumentos reais de salários da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica, entre 25,08% e 65,81%, acima da inflação. (Agências)

AVIÃO FAZ POUSO FORÇADO NO RIO

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m falso alarme de incêndio apresentado no painel de controle de um Boeing 747, da British Airways, assustou os 113 passageiros, ontem de manhã, no Rio de Janeiro. O avião, que vinha de Londres, fez um pouso forçado no Aeroporto Tom Jobim. Um erro no painel avisava aos pilotos de que havia fogo no compartimento de cargas. A Brigada de Incêndio do aeroporto foi acionada, retirou os passageiros e

confirmou o alarme falso. Ninguém ficou ferido, mas houve princípio de pânico entre os passageiros. A pista de pouso ficou interditada por mais de uma hora e o avião foi transferido para um hangar, onde passaria por uma perícia. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, a aeronave fazia o trajeto Londres-São Paulo-Rio. O problema no painel só apareceu momentos antes do pouso, no Rio. (Agências)

FRENTE FRIA MELHORA UMIDADE DO AR

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seca que atingiu São Paulo nos últimos dias terminou ontem com a chegada de uma frente fria, que diminuiu as temperaturas. A umidade do ar, que na terça-feira chegou a 22%, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, já estava em 70% ontem de manhã. Os médicos da Organização Mundial de Saúde recomendam atenção quando o índice fica abaixo de 30%. O ar seco agrava

doenças e infecções respiratórias. "Uma frente fria está passando pelo litoral e o vento traz umidade. A situação está bem melhor, é um alívio", afirmou o meteorologista do CGE, Adilson Nazário. A mudança no clima deve permanecer até o fim da semana, com o tempo encoberto e possibilidade de chuvas. Nos últimos dias, a temperatura chegou a 28 graus na Capital. (Agências)


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Empresas Finanças Tr i b u t o s Empreendedores

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PROJETO TERÁ DOIS PONTOS VETADOS POR LULA

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por cento foi o aumento determinado pela Receita Federal para a tabela do IPI de cigarros

PROJETO DE LEI QUE AMPLIA PRAZO DE ADESÃO AO NOVO REGIME PASSA PELA CAE E SERÁ VOTADO HOJE NO SENADO

SUPERSIMPLES NAS MÃOS DO PLENÁRIO Jane de Araújo/Agência Senado

Renato Carbonari Ibelli

riormente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um deles diz que será coibida a prática de cobrança antecipada do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) nas fronteiras de estados. Esse ponto preocupa os governadores, que temem perder receita – o Ceará, por exemplo, afirma que arrecadará R$ 80 milhões a menos. Outro veto atingirá a inclusão de empresas de transporte no Suno Diário Oficial da União. Os reajustes estão em vigor desde ontem. A norma estabelece, no entanto, que os fabricantes de cigarros comuniquem à Receita Federal, com três dias úteis de antecedência, qualquer alteração nos preços cobrados do consumidor final. Os fabricantes também devem assegurar que os preços de venda no varejo e a data de sua entrada

em vigor sejam divulgados aos clientes por tabela informativa, a ser entregue aos varejistas. Os fabricantes deverão também encaminhar à Coordenação-Geral de Fiscalização (Cofis) da Receita Federal, até o próximo dia 31 de julho, a relação das marcas comercializadas e seus preços de venda no comércio para fins de incidência do ISS. (AE)

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projeto de lei complementar que amplia o prazo para a adesão ao Supersimples (PLC n° 43/07) passou ontem sem modificações na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A matéria chegou a entrar na pauta do plenário, mas não conseguiu ser votada até o encerramento da sessão, suspensa por volta das 19h30 para discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2008. O projeto volta à pauta hoje, posicionada atrás de cinco Medidas Provisórias (MPs). Acordos firmados nos bastidores do Congresso devem garantir que os senadores aprovem o texto, que, segundo o senador Aloízio Mercadante (PT/SP), terá dois pontos polêmicos vetados, poste-

Receita eleva IPI de cigarros

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Receita Federal reajustou em 30%, em média, a tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para cigarros. Assim, a carga tributária sobre o produto é de 65%. Os novos valores constam da instrução normativa 753, publicada

André Coelho/BV/01/03/2007

persimples porque a Receita Federal teme não conseguir fiscalizar o setor. O projeto muda positivamente a Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas em pontos fundamentais. Um deles é a ampliação do prazo para adesão ao Supersimples, que passa de 31 de julho para 15 de agosto de 2007. O tempo ainda é considerado apertado, mas dá certa folga aos contabilistas, que continuam analisando as novas alíquotas do Supersimples para descobrir quais empresas serão beneficiadas com a adesão ao novo regime tributário. O projeto inclui novos prestadores de serviço na relação das companhias que podem optar pelo Supersimples e aumenta o período dos débitos passíveis de serem quitados pelo programa de parcelamento. Ele passa a ser 31 de maio de 2007 e não 31 de dezembro de 2006, como era anteriormente.

Mercadante costurou acordo

Alvará digital triplicou o orçamento e quintuplicou a arrecadação do ISS em Petrópolis desde 2001

São Paulo pretende acelerar liberação de alvarás Adriana David

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orçamento triplicou, o número de empresas formalizadas aumentou em 50% e a arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) quintuplicou desde 2001 em Petrópolis, no Rio de Janeiro. De acordo com o secretário de Fazenda do município fluminense, Paulo Roberto Patuléa, o "milagre da multiplicação" é resultado de um choque na gestão tributária da cidade, cuja principal medida foi a implantação do Alvará Digital Fácil, em 2004. Desde aquele ano foram abertas no município um total de 5,85 mil empresas, somando 15,1 mil.

A exemplo de Petrópolis, o município de São Paulo deve alterar os procedimentos para que a abertura de empresas possa ocorrer em poucos dias. O Programa Estadual de Desburocratização (PED), lançado em março deste ano, poderá ser o propulsor do alvará provisório de funcionamento. Para a obtenção de um alvará com facilidade, no entanto, o caminho para o empresário será complexo. O supervisor geral de uso e ocupação do solo das subprefeituras, Clayton Claro da Costa, afirma que até o fim deste ano licenças de funcionamento para imóveis com até 1,5 mil metros quadrados que recebam até 100 pessoas e não precisam de vistoria de Corpo de Bombeiros e de técnicos da vigilância sanitária, por exemplo, vão começar a ser emitidas eletronicamente. "Vamos desburocratizar o processo e as licenças sairão entre 24 e 48 horas", afirma. De acordo com Costa, o empresário vai usar o site da Prefeitura da capital paulista para lançar os dados dos imóveis. No caso de unidades que tenham área superior a 200 metros quadrados, haverá checagem dos dados com o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea). Participam desse projeto as secretarias da Gestão, Finanças, Habitação, do Governo Municipal e de Coordenação das Subprefeituras. Costa diz que, depois da consolidação da emissão dessas licenças, será a vez dos alvarás, que demandam análise detalhada. Sem alvará – Estimat ivas mostram que 80% dos estabelecimentos paulistanos funcionam sem alvará. A maior parte não consegue obter o documento pela situação de irregularidade das plantas dos imóveis em que as empresas funcionam ou pretendem funcionar. Segundo o secretário executivo do PED, Carlos Leone, a dificuldade de se obter alvarás é responsável por 30% das reclamações para a

formalização das empresas relatadas no site www.desatarono.sp.gov.br. Leone afirma que o alvará provisório para estabelecimentos que vão desempenhar atividades que não ofereçam risco está previsto no projeto do PED de abertura de empresas. O grupo do PED, do qual fazem parte vários secretários estaduais, como o titular da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, deve criar modelos para serem copiados por outros municípios brasileiros para a mudança de processo. "Não adianta informatizar a burocracia atual", afirma Leone. O objetivo é eliminar etapas, dispensar vistorias. Para isso ocorrer, entretanto, será necessária uma lei de zoneamento mais simples. "A atual só atrapalha", observa. Uma das sugestões, de acordo com Leone, é a de que seja feito um recadastramento dos imóveis da cidade, semelhante ao feito em Sorocaba, no interior de São Paulo, onde houve uma "limpeza do cadastro imobiliário". Quando o imóvel for pesquisado no banco de dados, suas possibilidades e restrições de uso serão listadas. "Com uma consulta prévia, será concedido o alvará provisório e o estabelecimento pode começar a funcionar", afirma Leone. Em Petrópolis, o documento é provisório por 30 dias e ficava pronto em 48 horas. Ficava, pois desde o último dia 2 de julho, os empreendedores de futuros negócios sem risco de Petrópolis obtêm alvarás de funcionamento no mesmo dia, mas válidos provisoriamente por dois meses. É o chamado Alvará Digital Super Fácil. "O outro já foi ultrapassado", diz Patuléa. Além da rapidez, os que se enquadrarem como micros e pequenos empresários têm a vantagem de não ter de pagar o alvará nem as taxas municipais, que somavam mais de R$ 1 mil.


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BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. ANÚNCIO DE INÍCIO DE DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS E SUBORDINADAS DA QUARTA EMISSÃO O BANCO VOTORANTIM S.A. (“Coordenador Líder“) comunica, nos termos do disposto na Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM“) nº 358, de 3 de janeiro de 2002, conforme alterada, e do artigo 52 da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada (“Instrução CVM nº 400/03“), o início de distribuição pública, sujeita aos procedimentos de registro automático, nos termos da Instrução CVM nº 429, de 22 de março de 2006 (“Instrução CVM nº 429/06“) (“Oferta“), em duas séries, no total de 400.000 (quatrocentas mil) debêntures nominativas escriturais, não conversíveis em ações e subordinadas, sob o regime de melhores esforços de colocação, com valor nominal unitário de R$10.000,00 (dez mil reais) em 1º de julho de 2007 e vencimento em 1º de julho de 2027, para as Debêntures da primeira série, e em 1º de julho de 2012, para as Debêntures da segunda série (“Debêntures“), sendo a 3ª (terceira) sob o programa de distribuição de valores mobiliários no valor de até R$12.000.000.000,00 (doze bilhões de reais), arquivado na CVM em 8 de dezembro de 2006 sob o nº CVM/SRE/PRO/2006/010 (“Programa de Distribuição“), da 4ª (quarta) emissão de BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 01.858.774/0001-10, NIRE nº 353.001.500.82, com sede na Rua Amazonas, nº 439, 11º andar, 09520-070, Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, no montante de:

R$4.000.000.000,00 CÓDIGO ISIN Nº BRBVLSDBS059 (1ª SÉRIE) E CÓDIGO ISIN Nº BRBVLSDBS067 ( 2ª SÉRIE)

Classificação de Risco: ‘brAA’ - Standard & Poor’s A Oferta está sujeita aos procedimentos de registro automático previstos na Instrução CVM nº 429/06 e, nos termos de seu artigo 3º, produzirá efeitos após o 5º (quinto) dia útil contado da data de publicação deste Anúncio de Início. 1.

AUTORIZAÇÃO 1.1. A emissão das Debêntures e a Oferta são realizadas com base nas deliberações da (i) assembléia geral extraordinária da Emissora realizada em 27 de novembro de 2006, cuja ata foi arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo em 4 de dezembro de 2006 e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 2 de dezembro de 2006 e no jornal “Diário do Comércio” em 4 de dezembro de 2006, pela qual foi aprovada a realização do Programa de Distribuição; e (ii) reunião do conselho de administração da Emissora realizada em 26 de junho de 2007, cuja ata foi arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo em 4 de julho de 2007 e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal “Diário do Comércio” em 6 de julho de 2007.

2.

INSCRIÇÃO DA ESCRITURA DE EMISSÃO 2.1. A “Escritura Particular de Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis e Subordinadas da 4ª Emissão de BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A.”, celebrada entre a Emissora e Aporte Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., como agente fiduciário (“Agente Fiduciário“), foi inscrita na Junta Comercial do Estado de São Paulo em 4 de julho de 2007 (“Escritura de Emissão“). CARACTERÍSTICAS DA OFERTA 3.1. Colocação: As Debêntures serão objeto de distribuição pública com intermediação de instituições financeiras integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, sob o regime de melhores esforços de colocação, não existindo reservas antecipadas, lotes mínimos ou máximos, sendo atendidos prioritariamente, os clientes das instituições intermediárias da Oferta e/ou, observado o disposto no artigo 55 da Instrução CVM nº 400/03, o Coordenador Líder. A Oferta será realizada ainda que seja colocada somente a totalidade das Debêntures da Primeira Série. 3.2. Prazo de Subscrição: Após o decurso do prazo de 5 (cinco) dias úteis contados (i) do protocolo de pedido de registro automático da Oferta na CVM, nos termos do artigo 2º, inciso I, da Instrução CVM nº 429/06; (ii) da publicação deste anúncio de início da Oferta (“Anúncio de Início“); e (iii) da disponibilização do prospecto definitivo, atualizado, se for o caso, do Programa de Distribuição (“Prospecto“) e do suplemento definitivo da Oferta (“Suplemento“) aos investidores, as Debêntures serão subscritas, a qualquer tempo, em até 6 (seis) meses contados da data da publicação deste Anúncio de Início. 3.3. Forma de Subscrição: As Debêntures serão subscritas por meio dos procedimentos do Sistema de Distribuição de Títulos (“SDT“), administrado pela Câmara de Custódia e Liquidação (“CETIP“), com base nas políticas e diretrizes fixadas pela Associação Nacional das Instituições de Mercado Financeiro (“ANDIMA“), sendo as Debêntures liquidadas e custodiadas na CETIP e/ou BOVESPAFIX, administrado e operacionalizado pela Bolsa de Valores de São Paulo (“BOVESPA“), sendo as Debêntures custodiadas na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (“CBLC“). 3.4. Forma de Integralização: As Debêntures serão integralizadas à vista, no ato da subscrição (“Data de Integralização“) e em moeda corrente nacional, sendo que: I. as Debêntures da Primeira Série (conforme definido abaixo) serão integralizadas pelo Valor Nominal (conforme definido abaixo), acrescido da Remuneração da Primeira Série (conforme definido abaixo), calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a Data de Integralização; e II. as Debêntures da Segunda Série (conforme definido abaixo) serão integralizadas pelo Valor Nominal, acrescido da Remuneração da Segunda Série (conforme definido abaixo), calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a Data de Integralização. 3.5. Negociação: As Debêntures serão registradas para negociação no mercado secundário por meio do Sistema Nacional de Debêntures e do BOVESPAFIX.

4.

CARACTERÍSTICAS DAS DEBÊNTURES 4.1. Número da Emissão: As Debêntures representam a 4ª (quarta) emissão de debêntures da Emissora, sendo a 3ª (terceira) ao amparo do Programa de Distribuição. 4.2. Valor Total da Emissão: Valor total da emissão é de R$4.000.000.000,00 (quatro bilhões de reais), na Data de Emissão. 4.3. Quantidade: Serão emitidas 400.000 (quatrocentas mil) Debêntures. 4.4. Valor Nominal: As Debêntures terão valor nominal unitário de R$10.000,00 (dez mil reais) na Data de Emissão (“Valor Nominal“). 4.5. Séries: A emissão será realizada em duas séries, sendo que: I. a primeira série será composta por 300.000 (trezentas mil) Debêntures (“Debêntures da Primeira Série“); e II. a segunda série será composta por 100.000 (cem mil) Debêntures (“Debêntures da Segunda Série“). 4.5.1. A Emissora não poderá colocar as Debêntures da Segunda Série antes de colocadas todas as Debêntures da Primeira Série ou cancelado o saldo não colocado. 4.6. Forma: As Debêntures serão emitidas sob a forma nominativa, escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, sendo que, para todos os fins de direito, a titularidade das Debêntures será comprovada pelo extrato emitido pelo Banco Bradesco S.A., prestador de serviços de escrituração e de banco mandatário das Debêntures, e, adicionalmente, para as Debêntures custodiadas na CETIP, será expedido por esta um relatório de posição de ativos, acompanhado de extrato em nome do Debenturista, emitido pela instituição financeira responsável pela custódia destes títulos e, para as Debêntures custodiadas na CBLC, será expedido por esta relatório indicando a titularidade das Debêntures que estiverem custodiadas na CBLC. 4.7. Conversibilidade: As Debêntures não serão conversíveis em ações. 4.8. Espécie: As Debêntures serão da espécie subordinada, nos termos do artigo 58 da Lei nº 6.404/76. Tendo em vista que as Debêntures serão da espécie subordinada, nos termos do parágrafo 4º do artigo 60 da Lei nº 6.404/76, os limites de emissão previstos no artigo 60 da Lei nº 6.404/76 não se aplicam às Debêntures. 4.9. Data de Emissão: Para todos os efeitos legais, a data de emissão das Debêntures será 1º de julho de 2007 (“Data de Emissão“). 4.10. Prazo e Data de Vencimento: O prazo de vencimento (i) das Debêntures da Primeira Série será de 20 (vinte) anos, contados da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 1º de julho de 2027 (“Data de Vencimento da Primeira Série“); e (ii) das Debêntures da Segunda Série será de 5 (cinco) anos, contados da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 1º de julho de 2012 (“Data de Vencimento da Segunda Série“ e, em conjunto com a Data de Vencimento da Primeira Série, “Data de Vencimento“). 4.11. Pagamento do Valor Nominal: O Valor Nominal (i) das Debêntures da Primeira Série será pago em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento da Primeira Série; e (ii) das Debêntures da Segunda Série será pago em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento da Segunda Série. 4.12. Remuneração 4.12.1. Remuneração da Primeira Série: Sobre o Valor Nominal das Debêntures incidirão, desde a Data de Emissão até a data de seu efetivo pagamento, juros remuneratórios correspondentes a 100% (cem por cento) da variação acumulada das taxas médias diárias dos DI - Depósitos Interfinanceiros de um dia, “over extra-grupo”, expressas na forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, calculadas e divulgadas diariamente pela CETIP, no informativo diário disponível em sua página na Internet (http://www.cetip.com.br) (“Taxa DI“), calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias úteis decorridos (“Remuneração da Primeira Série“). 4.12.1.1. A Remuneração da Primeira Série será paga em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento da Primeira Série. Farão jus à Remuneração da Primeira Série os titulares das Debêntures da Primeira Série ao final do 1º (primeiro) dia útil anterior à Data de Vencimento da Primeira Série. 4.12.2. Remuneração da Segunda Série: Sobre o Valor Nominal das Debêntures da Segunda Série incidirão juros remuneratórios correspondentes à variação acumulada da Taxa DI, acrescida exponencialmente de spread ou sobretaxa de 0,35% (trinta e cinco centésimos por cento), calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias úteis decorridos, incidentes sobre o Valor Nominal desde a Data de Emissão até a data de seu efetivo pagamento (“Remuneração da Segunda Série“ e, em conjunto com a Remuneração da Primeira Série, “Remuneração“). 4.12.2.1. Pagamento da Remuneração da Segunda Série: A Remuneração da Segunda Série será paga em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento. Farão jus à Remuneração da Segunda Série os titulares das Debêntures da Segunda Série ao final do 1º (primeiro) dia útil anterior à Data de Vencimento da Segunda Série. 4.12.2.2. Se, na data de vencimento de quaisquer obrigações pecuniárias decorrentes das Debêntures da Primeira Série e/ou das Debêntures da Segunda Série, não houver apuração e/ou divulgação da Taxa DI, será aplicada à Remuneração da Primeira Série ou à Remuneração da Segunda Série, conforme o caso, a última Taxa DI divulgada oficialmente, não sendo devidas quaisquer compensações financeiras entre a Emissora e os titulares das Debêntures da Primeira Série e/ou das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, quando da divulgação posterior da Taxa DI que seria aplicável. Em caso de ausência da apuração e/ou divulgação da Taxa DI por mais de 10 (dez) dias consecutivos da data esperada para a sua divulgação ou, imediatamente, em caso de extinção da Taxa DI ou de impossibilidade de aplicação da Taxa DI por imposição legal ou determinação judicial, a Taxa DI deverá ser substituída pelo substituto determinado legalmente para tanto. No caso de não haver substituto legal da Taxa DI, o Agente Fiduciário deverá convocar assembléia geral de titulares das Debêntures da Primeira Série e/ou das Debêntures da Segunda Série,

4.22. Publicidade: Todos os atos e decisões relativos às Debêntures deverão ser comunicados, na forma de aviso, no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal “Diário do Comércio”, sempre imediatamente após a ciência do ato a ser divulgado, devendo os prazos para manifestação dos debenturistas, caso seja necessário, obedecer ao disposto na legislação em vigor, na Escritura de Emissão ou, na falta de disposição expressa, ser de, no mínimo, de 10 (dez) dias úteis contados da data da publicação do aviso. A Emissora poderá alterar os jornais acima por outros jornais de grande circulação, mediante comunicação por escrito ao Agente Fiduciário e a publicação, na forma de aviso, nos jornais a serem substituídos. 5.

5.1.1. A colocação pública das Debêntures, que será em regime de melhores esforços, nos termos do item 5.1 acima, será feita em até 6 (seis) meses contados da data da publicação deste Anúncio de Início (“Prazo de Colocação“). 5.1.2. Se, até o final do Prazo de Colocação, as Debêntures não tiverem sido totalmente colocadas, o Coordenador Líder não se responsabilizará pelo saldo não colocado, obrigando-se a Emissora a cancelar o saldo das Debêntures não colocado.

4.13. Aquisição Facultativa: A Emissora poderá, a qualquer tempo, adquirir as Debêntures em circulação por preço não superior ao Valor Nominal, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão, até a data do seu efetivo pagamento, observado o disposto no parágrafo 2º do artigo 55 da Lei nº 6.404/76. As Debêntures adquiridas pela Emissora poderão, a critério da Emissora, ser canceladas, permanecer em tesouraria ou ser novamente colocadas no mercado. As Debêntures adquiridas pela Emissora para permanência em tesouraria nos termos deste item, se e quando recolocadas no mercado, farão jus à mesma Remuneração das demais Debêntures em circulação.

5.2. Plano da Oferta: Observadas as disposições da regulamentação aplicável, o Coordenador Líder realizará a Oferta conforme plano da Oferta adotado em conformidade com o disposto no parágrafo 3° do artigo 33 da Instrução CVM nº 400/03, de forma a assegurar (i) que o tratamento conferido aos investidores seja justo e eqüitativo; (ii) a adequação do investimento ao perfil de risco dos respectivos clientes do Coordenador Líder; e (iii) que os representantes do Coordenador Líder recebam previamente exemplares do Prospecto e do Suplemento para leitura obrigatória e que suas dúvidas possam ser esclarecidas por pessoas designadas pelo Coordenador Líder (“Plano da Oferta“). O Plano da Oferta será fixado nos seguintes termos: I. a Oferta está sujeita ao procedimento de registro automático nos termos do artigo 2º, inciso I, da Instrução CVM nº 429/06 e, observado o disposto no Contrato de Distribuição, a Oferta somente terá início após 5 (cinco) dias úteis contados: (a) do protocolo do pedido de registro automático da Oferta na CVM; (b) da publicação deste Anúncio de Início; e (c) da disponibilização do Prospecto e do Suplemento aos investidores; II. o público alvo da Oferta será composto por investidores institucionais ou qualificados, conforme definido no artigo 109 da Instrução CVM nº 409, de 18 de agosto de 2004, conforme alterada, podendo, entretanto, ser atendidos o Coordenador Líder e/ou outros investidores, pessoas físicas ou jurídicas, não qualificados, clientes do Coordenador Líder, que tenham amplo conhecimento dos termos, condições e riscos inerentes às Debêntures, bem como acesso ao Prospecto e ao Suplemento; III. tendo em vista que a Oferta das Debêntures será realizada em regime de melhores esforços, nos termos do artigo 31 da Instrução CVM nº 400/03, o investidor poderá, no ato da aceitação à Oferta, condicionar sua adesão a que haja Oferta: (a) da totalidade das Debêntures objeto da Oferta, sendo que, se tal condição não se implementar e se o investidor já tiver efetuado o pagamento do Preço de Integralização, o Preço de Integralização será devolvido sem juros ou correção monetária, sem reembolso e com dedução, se a alíquota for superior a zero, dos valores relativos à incidência da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (“CPMF“), no prazo de 3 (três) dias úteis contados da data em que tenha sido verificada o não implemento da condição; ou (b) de uma proporção ou quantidade mínima de Debêntures originalmente objeto da Oferta, definida conforme critério do próprio investidor, mas que não poderá ser inferior à totalidade das Debêntures da Primeira Série, podendo o investidor, no momento da aceitação, indicar se, implementando-se a condição prevista, pretende receber a totalidade das Debêntures por ele subscritas ou quantidade equivalente à proporção entre a quantidade de Debêntures efetivamente distribuídas e a quantidade de Debêntures originalmente objeto da Oferta, presumindo-se, na falta da manifestação, o interesse do investidor em receber a totalidade das Debêntures por ele subscritas, sendo que, se o investidor tiver indicado tal proporção, se tal condição não se implementar e se o investidor já tiver efetuado o pagamento do Preço de Integralização, o Preço de Integralização será devolvido sem juros ou correção monetária, sem reembolso e com dedução, se a alíquota for superior a zero, dos valores relativos à incidência da CPMF, no prazo de 3 (três) dias úteis contados da data em que tenha sido verificada o não implemento da condição; IV. caso (a) a Oferta seja suspensa, nos termos dos artigos 19 e 20 da Instrução CVM nº 400/03; e/ou (b) a Oferta seja modificada, nos termos dos artigos 25 a 27 da Instrução CVM nº 400/03, o investidor poderá revogar sua aceitação à Oferta, devendo, para tanto, informar sua decisão ao Coordenador Líder, (i) até as 16 horas do 5º (quinto) dia útil subseqüente à data de disponibilização do Prospecto e do Suplemento, no caso da alínea (a) acima; e (ii) até as 16 horas do 5º (quinto) dia útil subseqüente à data em que foi comunicada por escrito a suspensão ou modificação da Oferta, no caso da alínea (b) acima, presumindo-se, na falta da manifestação, o interesse do investidor em não revogar sua aceitação. Se o investidor revogar sua aceitação e se o investidor já tiver efetuado o pagamento do Preço de Integralização, o Preço de Integralização será devolvido sem juros ou correção monetária, sem reembolso e com dedução, se a alíquota for superior a zero, dos valores relativos à incidência da CPMF, no prazo de 3 (três) dias úteis contados da data da respectiva revogação; e V. caso (a) a Oferta seja cancelada, nos termos dos artigos 19 e 20 da Instrução CVM nº 400/03; (b) a Oferta seja revogada, nos termos dos artigos 25 a 27 da Instrução CVM nº 400/03; ou (c) o Contrato de Distribuição seja resilido, todos os atos de aceitação serão cancelados e o Coordenador Líder comunicará aos investidores o cancelamento da Oferta, que poderá ocorrer, inclusive, mediante publicação de aviso ao mercado. Se o investidor já tiver efetuado o pagamento do Preço de Integralização, o Preço de Integralização será devolvido sem juros ou correção monetária, sem reembolso e com dedução, se a alíquota for superior a zero, dos valores relativos à incidência da CPMF, no prazo de 3 (três) dias úteis contados da data da comunicação do cancelamento da Oferta.

4.14. Repactuação: Não haverá repactuação programada. 4.15. Resgate Antecipado Facultativo: Não haverá resgate antecipado facultativo de quaisquer das Debêntures. 4.16. Encargos Moratórios: Ocorrendo impontualidade no pagamento de qualquer valor devido relativamente a qualquer obrigação decorrente da Escritura de Emissão, e sem prejuízo da Remuneração, sobre todos e quaisquer valores em atraso incidirão, independentemente de aviso, notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial, (i) multa moratória de 2% (dois por cento); e (ii) juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, calculados pro rata temporis desde a data de inadimplemento até a data do efetivo pagamento (“Encargos Moratórios“). 4.17. Decadência dos Direitos aos Acréscimos: O não comparecimento do Debenturista para receber o valor correspondente a quaisquer obrigações pecuniárias nas datas previstas na Escritura de Emissão ou em qualquer comunicação realizada ou aviso publicado nos termos da Escritura de Emissão não lhe dará o direito a qualquer acréscimo no período relativo ao atraso no recebimento, assegurados, todavia, os direitos adquiridos até a data do respectivo vencimento ou pagamento, no caso de impontualidade no pagamento. 4.18. Local de Pagamento: Os pagamentos referentes às Debêntures e a quaisquer outros valores eventualmente devidos pela Emissora nos termos da Escritura de Emissão serão efetuados pela Emissora, por intermédio da CETIP ou da CBLC, conforme as Debêntures estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC ou, ainda, por meio da Instituição Depositária para os Debenturistas que não tiverem suas Debêntures custodiadas na CETIP ou na CBLC. 4.19. Caso qualquer Debenturista tenha imunidade ou isenção tributária, este deverá encaminhar à Instituição Depositária, no prazo mínimo de 10 (dez) dias úteis anteriores à data prevista para recebimento de valores relativos às Debêntures, documentação comprobatória de tal imunidade ou isenção tributária, sendo certo que, caso o Debenturista não envie referida documentação, a Emissora fará as retenções dos tributos previstos em lei. 4.20. Prorrogação dos Prazos: Considerar-se-ão prorrogados os prazos referentes ao pagamento de qualquer obrigação prevista na Escritura de Emissão até o 1º (primeiro) dia útil subseqüente, se o seu vencimento coincidir com dia em que não haja expediente comercial ou bancário na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, sem nenhum acréscimo aos valores a serem pagos, exceto pelos casos cujos pagamentos devam ser realizados pela CETIP ou pela CBLC, hipótese em que somente haverá prorrogação quando a data de pagamento coincidir com feriados bancários nacionais, sábados ou domingos, ou com feriados bancários na Cidade de São Paulo. 4.21. Vencimento Antecipado: Sujeito ao disposto nos itens 4.21.1, 4.21.2 e 4.21.3 abaixo, o Agente Fiduciário deverá declarar antecipadamente vencidas todas as obrigações objeto da Escritura de Emissão e exigir o imediato pagamento, pela Emissora, do Valor Nominal das Debêntures em circulação, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão, até a data do efetivo pagamento (e, ainda, no caso do inciso II abaixo, dos Encargos Moratórios, de acordo com o previsto no item 4.21.2 abaixo), independentemente de aviso, interpelação ou notificação, judicial ou extrajudicial, na ocorrência de quaisquer dos seguintes eventos: I. (a) intervenção ou liquidação extrajudicial da Emissora; (b) pedido de autofalência apresentado pela Emissora; (c) decretação de falência da Emissora; (d) se permitido pela legislação, pedido de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial formulado ou iniciado pela Emissora; ou (e) dissolução, liquidação ou extinção da Emissora; sendo que, em qualquer dos casos deste inciso, o pagamento das Debêntures se subordinará ao pagamento dos demais passivos da Emissora; II. não pagamento, pela Emissora, do Valor Nominal, da Remuneração ou de quaisquer outros valores devidos aos Debenturistas nas datas previstas na Escritura de Emissão, não sanado no prazo de 2 (dois) dias úteis, contados das suas respectivas datas de vencimento; III. não cumprimento, pela Emissora, de toda e qualquer obrigação não pecuniária prevista na Escritura de Emissão, não sanada em 30 (trinta) dias, contados da data de recebimento de aviso escrito neste sentido que lhe for enviado pelo Agente Fiduciário; IV. vencimento antecipado de qualquer dívida da Emissora decorrente de inadimplemento contratual, cujo valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais), atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (“IPCA“) (ou seu contravalor em outras moedas); V. protesto legítimo e reiterado de títulos contra a Emissora ou constituição em mora da Emissora por atraso no pagamento de obrigações, cujo valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais), atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do IPCA (ou seu contravalor em outras moedas), exceto se, no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data do protesto ou da constituição em mora, conforme o caso, tiver sido comprovado ao Agente Fiduciário que (a) o protesto ou a constituição em mora foi efetuado por erro ou má-fé de terceiro; (b) o protesto ou a constituição em mora foi cancelado; ou (c) o valor do(s) título(s) protestado(s) ou da obrigação em mora foi depositado em juízo; VI. transferência do controle acionário, tal como definido em lei, da Emissora para pessoas físicas ou jurídicas que não sejam suas controladoras, diretas ou indiretas, ou para pessoas jurídicas que não sejam suas controladas ou sujeitas a controle comum, diretas ou indiretas; VII. pagamento, pela Emissora, de dividendos, juros sobre capital próprio ou qualquer outra participação no lucro estatutariamente prevista, exceto pelo pagamento do dividendo mínimo obrigatório previsto no artigo 202 da Lei nº 6.404/76, caso a Emissora esteja inadimplente com relação às suas obrigações pecuniárias previstas na Escritura de Emissão; ou VIII. na transformação da Emissora de sociedade anônima para sociedade limitada. 4.21.1. Ocorrendo quaisquer dos eventos previstos nos incisos I e II do item 4.20 acima, que deverão ser imediatamente informados pela Emissora ao Agente Fiduciário, as Debêntures tornar-se-ão automaticamente vencidas, independentemente de aviso ou notificação, judicial ou extrajudicial. 4.21.2. Ocorrendo quaisquer dos demais eventos previstos no item 4.20 (que não sejam aqueles previstos no item 4.21.1 acima), tais eventos deverão ser imediatamente informados pela Emissora ao Agente Fiduciário e estando estes eventos ainda não sanados, o Agente Fiduciário deverá, inclusive para fins do disposto nas Cláusulas 8.5 e 8.5.1 da Escritura de Emissão, convocar, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis contados da data em que for constatada sua ocorrência, assembléia geral dos titulares das Debêntures da Primeira Série ou dos titulares das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, a realizar-se no prazo mínimo previsto em lei. Se, na referida assembléia geral dos titulares das Debêntures da Primeira Série ou dos titulares das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, Debenturistas representando, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Primeira Série em circulação, ou, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, em circulação, decidirem por não considerar o vencimento antecipado das Debêntures da Primeira Série ou das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, o Agente Fiduciário não deverá declarar o vencimento antecipado das Debêntures da Primeira Série ou das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso; caso contrário, ou em caso de não instalação, em segunda convocação, da referida assembléia geral de titulares das Debêntures da Primeira Série ou de titulares das Debêntures da Primeira Série, conforme o caso, o Agente Fiduciário deverá declarar o vencimento antecipado das Debêntures da Primeira Série ou das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso. 4.21.3. Na ocorrência do vencimento antecipado das Debêntures da Primeira Série ou das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, a Emissora obriga-se a efetuar o pagamento do Valor Nominal das Debêntures da Primeira Série em circulação, acrescido da Remuneração da Primeira Série, ou do Valor Nominal das Debêntures da Segunda Série em circulação, acrescido da Remuneração da Segunda Série, conforme o caso, calculadas pro rata temporis desde a Data de Emissão até a data do seu efetivo pagamento (e, no caso do inciso II do Item 4.21 acima, dos Encargos Moratórios, calculados a partir da data em que tais pagamentos deveriam ter sido efetuados), e de quaisquer outros valores eventualmente devidos pela Emissora nos termos da Escritura de Emissão, em até 10 (dez) dias úteis contados de comunicação neste sentido, enviada pelo Agente Fiduciário à Emissora, sob pena de, em não o fazendo, ficar obrigada, ainda, ao pagamento dos Encargos Moratórios.

REGIME DE COLOCAÇÃO 5.1. Melhores Esforços: Observadas as condições previstas no contrato de distribuição das Debêntures (“Contrato de Colocação“), o Coordenador Líder envidará os melhores esforços para colocar a totalidade das Debêntures.

6.

INADEQUAÇÃO DA OFERTA A CERTOS INVESTIDORES 6.1. O investimento nas Debêntures não é adequado a investidores que (i) necessitem de liquidez, tendo em vista a possibilidade de serem pequenas ou inexistentes as negociações das Debêntures no mercado secundário; e/ou (ii) não estejam dispostos a correr o risco de crédito de empresa do setor privado e/ou do setor de leasing. Os investidores devem ler a seção “Fatores de Risco” do Prospecto Definitivo.

7.

NÚMERO E DATA DO REGISTRO NA CVM O protocolo dos documentos da Oferta perante a CVM foi realizado em 11 de julho de 2007. Considerando que a Oferta segue o registro automático, conforme disposto na Instrução 429/06, o número de registro da Oferta na CVM será informado aos investidores tão logo o mesmo seja obtido pela Emissora. Data do Início de Distribuição Pública: 19 de julho de 2007.

8.

AGENTE FIDUCIÁRIO O agente fiduciário é Aporte Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., com sede na Cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, na Avenida Getúlio Vargas, nº 1.300, 18º andar, cj. 1.801.

9.

INSTITUIÇÃO DEPOSITÁRIA A instituição prestadora de serviços de escrituração e de banco mandatário das Debêntures é o Banco Bradesco S.A, com sede na Cidade de Osasco, Estado de São Paulo, no núcleo administrativo denominado “Cidade de Deus”, bairro de Vila Yara, CEP 06029-900.

10. PROSPECTO E SUPLEMENTO O Prospecto Definitivo e o Suplemento Definitivo estarão disponíveis a partir da data de publicação deste Anúncio de Início nos seguintes endereços e páginas da rede mundial de computadores: BV Leasing - Arrendamento Mercantil S.A., Rua Amazonas, nº 439, 11º andar, CEP 09520-070, São Caetano do Sul, SP (www.votorantimfinancas.com.br); Banco Votorantim S.A., Avenida Roque Petroni Júnior, nº 999, 16º andar, CEP 04707-910, São Paulo, SP, (www.bancovotorantim.com.br); Câmara de Custódia e Liquidação - CETIP, Rua Líbero Badaró, nº 425, 24º andar, CEP 01009-000, São Paulo, SP (www.cetip.com.br); Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA, Rua XV de Novembro, nº 275, CEP 01013-001, São Paulo, SP (www.bovespa.com.br); e Comissão de Valores Mobiliários - CVM, Rua Sete de Setembro, nº 111, 5º andar, CEP 20159-900, Rio de Janeiro, RJ, e Rua Cincinato Braga, nº 340, 2º, 3º e 4º andares, CEP 01333-010, São Paulo, SP (www.cvm.gov.br). 11. INFORMAÇÕES ADICIONAIS Os Debenturistas poderão obter esclarecimentos sobre as Debêntures junto ao setor de atendimento a Debenturistas, que funcionará na sede da Emissora. Maiores informações sobre a Oferta poderão ser obtidas com o Coordenador Líder ou a CVM, nos endereços indicados acima. O registro da presente Oferta não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou em julgamento sobre a qualidade da companhia emissora, bem como sobre as Debêntures a serem distribuídas.

“A(O) presente oferta pública/programa foi elaborada(o) de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, o qual se encontra registrado no 4º Ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, sob o nº 4890254, atendendo, assim, a(o) presente oferta pública/programa, aos padrões mínimos de informação contidos no código, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade da emissora e/ou ofertantes, das instituições participantes e dos valores mobiliários objeto da(o) oferta pública/programa.”

COORDENADOR LÍDER

www.mercadosdecapitais.com.br

3.

conforme o caso, a ser realizada no prazo máximo de 20 (vinte) dias contados da data de término do prazo de qualquer um dos eventos previstos no início deste item, para deliberar, de comum acordo com a Emissora, o novo parâmetro de remuneração das Debêntures da Primeira Série ou das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, parâmetro este que deverá preservar o valor real e os mesmos níveis da Remuneração da Primeira Série e da Remuneração da Segunda Série, conforme o caso. Caso os titulares das Debêntures da Primeira Série ou os titulares das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, reunidos em assembléia geral, representando, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Primeira Série em circulação, e/ou titulares das Debêntures da Segunda Série, reunidos em assembléia, representando, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Segunda Série em circulação, conforme o caso, não aprovem o parâmetro proposto pela Emissora, será aplicada automaticamente no lugar da Taxa DI, a taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC. Até o momento da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro, será utilizada a última Taxa DI divulgada oficialmente, acrescida do percentual aplicável, calculada pro rata temporis desde a data do evento até a data da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro (observado que se, durante tal período, tenha ocorrido o vencimento de alguma obrigação pecuniária das Debêntures da Primeira Série ou das Debêntures da Segunda Série, conforme o caso, a data de vencimento de tal obrigação será automaticamente postergada para o 2º (segundo) dia útil contado da data da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro).


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quinta-feira, 12 de julho de 2007

Cuba ainda enfrenta dificuldades póssoviéticas Fidel Castro, líder cubano

Internacional

´ APAGON A Argentina sem energia

Santiago Pandolfi/Reuters

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Gasolina barata e fila de 4 horas para abastecer

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Frio! Casacos, sobretudos e cachecóis deram o tom nas ruas de Buenos Aires, depois que os termômetros marcaram dois graus negativos ontem Santiago Pandolfi/Reuters

Indústrias sofrem A ordem do governo às empresas distribuidoras de gás e energia elétrica é a de preservar os consumidores residenciais de eventuais racionamentos. Desta forma, o peso da crise cai sobre o setor industrial, que desde maio padece com restrições drásticas de abastecimento de gás e eletricidade (no caso de 300 indústrias, da suspensão total do abastecimento). Também foram vítimas do frio e da crise energética 221 escolas da rede pública de Buenos Aires, que tiveram

que fechar temporariamente por causa da falta de gás para o aquecimento das salas. Os meteorologistas prevêem que uma onda de frio polar adicional se acrescentará à atual ao redor do dia 20 deste mês. A onda de frio tende a aumentar o consumo residencial, levando o sistema energético à beira do colapso. Até a equipe de Kirshner parece ter se rendido ao problema. Ontem, o ministro-chefe da Casa Civil, Alberto Fernández, fez a primeira menção sobre o "uso consciente de energia". (AE)

Republicanos rejeitam apelo de Bush e pedem retirada de tropas

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enadores republicanos reuniram-se ontem com o principal assessor para segurança do presidente George W. Bush para dizer que não concordam em esperar até setembro para discutir a possibilidade de estabelecer um cronograma para a retirada das tropas no Iraque. A proposta havia sido feita um dia antes por Bush, que justificou o pedido dizendo que nesse mês o comando mi-

litar americano no Iraque apresentará um relatório sobre os progressos no país. A rejeição é mais um indício de que a Casa Branca está perdendo apoio em sua estratégia para o conflito iraquiano até entre republicanos. O encontro ocorreu logo depois da senadora Olympia Snowe e o senador Chuck Hagel, ambos republicanos, anunciarem que irão apoiar um projeto de lei democrata

pedindo o início da retirada das tropas em 120 dias e o fim da ação americana no Iraque no início de 2008. Antes deles, cinco parlamentares do partido do presidente haviam tomado essa decisão. Os republicanos temem que a crescente impopularidade dos projetos de Bush para Bagdá acabe sendo revertida em votos para os adversários no pleito de 2008. O governo deve divulgar a

As restrições ao fornecimento de gás levaram ao fechamento de postos de gasolina na capital

partir desta quinta-feira um relatório preliminar sobre a ocupação no Iraque. O documento mostrará avanços ambíguos por parte do governo local no cumprimento de parâmetros políticos e de segurança propostos pelos EUA. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, o relatório mostrará que "algumas das metas foram cumpridas, outras não." O documento servirá de base para as discussões do Congresso, que deu início ontem a duas semanas do que promete ser um intenso debate sobre a ocupação norte-americana no Iraque. (Agências)

TERRORISMO Um atentado suicida matou 10 pessoas perto de uma base militar no sudoeste da Argélia

MASSACRE

governo argentino decidiu suspender a venda de gás natural para automóveis em todo o país para tentar evitar um iminente desabastecimento nas casas. Como paliativo, os postos da Petrobras e da Repsol-YPF passaram a oferecer gasolina com preço reduzido para motoristas que dirigem veículos movidos a gás natural. O saldo é que, desde ontem à noite, as filas nos postos de combustível são quilométricas e a venda da gasolina passou a ser racionada: somente 20 litros para cada motorista. Alguns motoristas chegaram a esperar quatro horas para abastecer. O GNC consome, atualmente, 8% do total do gás utilizado na Argentina. Por trás da medida de equiparar o preço da gasolina ao do gás natural, mais barato, está a preocupação do governo Kirchner em não irritar os taxistas, cujo sindicato é capaz de paralisar o centro portenho em poucos minutos. Dos 37 mil táxis que operam em Buenos Aires, aproximadamente 30 mil são movidos a gás. Segundo a Câmara Argentina de Postos de Gasolina, a quarta-feira foi "o pior dia da história do setor". Conforme o presidente da Câmara, Eduardo Bajlec, a ordem de suspender a venda de gás para veículos foi dada verbalmente, por telefone, pelas autoridades. Segundo ele, as autoridades não querem enviar ordens por escrito para evitar futuros processos na Justiça. Mais de 1.600 postos tiveram que fechar por falta de gás. (Agências)

Jason Reed/Reuters

crise energética que o governo de Néstor Kirchner alega não existir começa a ficar cada vez mais evidente. E as baixas temperaturas que atingem a Argentina intensificam o problema. "Desde meu primeiro dia no governo escuto essa história, essa teoria do tal colapso e da crise energética!" A frase, em tom irônico, foi pronunciada pelo próprio Kirchner em discurso no qual criticou analistas e lideranças da oposição que reclamam da crise energética. Mas, enquanto Kirchner negava mais uma vez a existência da crise, a hidrelétrica de Alicurá, na Patagônia, deixava de funcionar por falta de água em sua represa. Analistas alertam para a iminente paralisação de outras duas hidrelétricas sobre o mesmo rio até sexta-feira. O trio de hidrelétricas proporciona 16% da energia argentina. Ao mesmo tempo, a cidade de Bariloche ficou às escuras. A energia só voltou ao meiodia, após um prolongado apagão de 16 horas. Outro apagão, de três horas, atingiu o bairro de Palermo, em Buenos Aires, além de setores do requintado bairro da Recoleta. Praticamente na mesma hora, vastas áreas do município de La Matanza, na Grande Buenos Aires, ficavam às escuras. Para complicar o cenário, o intenso frio que atinge a maior parte do Cone Sul promete intensificar-se. As previsões meteorológicas foram confirmadas e Buenos Aires viveu ontem a manhã mais fria do ano, ao registrar dois graus abaixo de zero. No interior do país, na província de São Luis, a temperatura chegou a vinte graus negativos. Desde segunda-feira, 20 pessoas morreram.

Bush inaugura sala de imprensa na Casa Branca e vê deserção republicana

Ó RBITA

JUSTIÇA Um juiz chileno rejeitou o pedido de extradição do Peru para Alberto Fujimori

CONDENAÇÃO

NO AR

s forças de segurança Suprema Corte da Líbia emissora privada RCTV A paquistanesas A manteve as sentenças de A reiniciará suas anunciaram o controle total morte emitidas contra as transmissões através de tevê a da Mesquita Vermelha, em Islamabad, depois de nove dias de tenso impasse com militantes islâmicos entrincheirados. Os dois dias de combates deixaram mais de 80 mortos — 73 deles rebeldes. O porta-voz militar, Wahid Arshad, disse que não foram encontrados cadáveres de mulheres ou crianças. (AE)

cinco enfermeiras búlgaras e o médico palestino acusados de infeccionar intencionalmente mais de 400 crianças com o vírus HIV, causador da Aids, em 1998. As sentenças ainda precisam ser revisadas pelo Supremo Conselho Judicial do país norte-africano, o que deve acontecer na próxima segunda-feira. (AE)

cabo no próximo dia 16 de julho. O canal encerrou suas atividades com sinal aberto no dia 27 de maio, já que a licença de funcionamento não foi renovada pelo governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que acusa a RCTV de participação do golpe de estado frustrado contra ele em 2002. (Agências)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Empresas Empreendedores Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CMN FIXOU META DE INFLAÇÃO EM 4,5%

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11,4

bilhões de reais era o total de reservas do segmento de capitalização no fim do último mês de maio

EM JUNHO, SALDO FICOU POSITIVO EM R$ 16,56 BILHÕES, MAIOR VOLUME JÁ REGISTRADO PARA O MÊS

FLUXO CAMBIAL BATE RECORDE O 9,456

Celso Júnior/AE

De acordo com o ministro Guido Mantega, governo não vai alterar metas de inflação ou política monetária

fluxo cambial de junho ficou positivo em US$ 16,561 bilhões, segundo números divulgados ontem pelo Banco Central (BC). O valor é recorde mensal na série histórica do BC. O recorde anterior era de US$ 10,728 bilhões, em abril deste ano. No primeiro semestre, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 51,627 bilhões. O valor já supera o fluxo positivo de US$ 37,27 bilhões registrado em todo o ano passado. O resultado de 2006 já havia sido recorde para um ano inteiro. No mês de junho, o fluxo f i n a n c e i ro f i c o u p o s i t i v o em US$ 7,105 bilhões, com US$ 36,405 bilhões de entradas e US$ 29,299 bilhões de saídas. Esse foi o melhor resultado do fluxo financeiro neste ano. O melhor resultado até então havia sido os US$ 2,278 bilhões registrados em fevereiro. Junho foi o quinto mês de fluxo

bilhões de reais foi o saldo positivo do fluxo cambial no segmento comercial no mês passado, segundo dados divulgados ontem pelo BC.

financeiro positivo. Em junho do ano passado, o fluxo financeiro havia ficado negativo em US$ 6,251 bilhões, com US$ 16,68 bilhões de ingressos e US$ 22,94 bilhões de saídas. No primeiro semestre, o fluxo financeiro ficou positivo em US$ 5,71 bilhões. Em igual período do ano passado, o fluxo financeiro havia ficado negativo em US$ 4,723 bilhões.

Comércio — No segmento comercial, o fluxo ficou positivo em US$ 9,456 bilhões no mês de junho, com US$ 17,572 bilhões de câmbio para exportação e US$ 8,116 bilhões de câmbio para importação. O resultado da contratação de câmbio para exportação em junho é o maior deste ano, superando os US$ 17,335 bilhões do último mês de janeiro. A contratação de câmbio para importação é a maior desde os US$ 8,955 bilhões de outubro do ano passado. Em junho do ano passado, o fluxo comercial havia ficado positivo em US$ 3,575 bilhões, com US$ 11,144 bilhões de câmbio para exportação e US$ 7,568 bilhões para importação. No primeiro semestre, o fluxo comercial ficou positivo em US$ 45,916 bilhões. Em igual período do ano passado o fluxo comercial havia ficado positivo em US$ 27,852 bilhões, segundo o BC. (AE)

Mantega: meta de inflação não muda Reserva de capitalização cresce 6,8%

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que não há nenhuma mudança no sistema de metas de inflação adotado pelo governo federal. Ele descartou a hipótese de eliminação do centro da meta, levantada pela imprensa. Mantega afirmou que o Banco Central (BC) "mira o centro da meta", fixado em 4,5% para o próximo ano e para 2009, mas acrescentou que o governo não vê problema se a inflação ficar abaixo desse patamar. "O BC mira o centro da meta, mas podemos obter uma inflação menor, e isso não é problema", disse Mantega, enfatizando que não há mudanças também na política monetária. O indicador que serve de base para o sistema de metas é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE.

Segundo o ministro, nada impede – se as condições futuras permitirem – que o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixe para 2010 um centro da meta inferior aos atuais 4,5%. Ele destacou também que até 2009 o centro continuará onde foi definido pelo Conselho na reunião do último dia 26 de junho. Confusão — O ministro rebateu a avaliação de que a decisão do CMN causou confusão no mercado financeiro e elevou as projeções das taxas de juros nos contratos futuros. "Não é verdade. Tenho um gráfico que mostra que os juros oscilaram favoravelmente após a decisão. As taxas para 2010 têm caído depois que tomamos a decisão", disse Mantega, ponderando que o mercado financeiro tem tido oscilações influenciadas pelo cenário ex-

terno, os problemas do crédito imobiliário de risco nos Estados Unidos (ele citou o caso dos fundos de hedge do Bear Stearns) e do aumento da inflação americana e européia. Mantega disse enfaticamente que a decisão do CMN "não gera confusão". "Talvez o que gere confusão sejam alguns analistas", afirmou o ministro. Mantega fez as afirmações em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, após reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson. (AE)

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ados levantados pela Federação Nacional das Empresas de Capitalização (Fenacap) mostram que o brasileiro está apostando cada vez mais na compra de títulos de capitalização. Nos cinco primeiros meses do ano, o setor contabilizou R$ 11,4 bilhões em suas reservas, volume 6,8% superior ao obtido no mesmo período do ano passado. Em relação ao faturamento, o acumulado no período somou R$ 3 bilhões, apresent a n d o c re s c i m e n t o d e 8 % sobre 2006. Apenas no mês

de maio foram vendidos R$ 614,2 milhões em títulos — o terceiro mês consecutivo em que a receita mensal do segmento ficou na casa de R$ 600 milhões. O desempenho positivo do setor representa a confiança do consumidor brasileiro nos produtos de capitalização. "Além disso, os esforços das empresas do segmento em desenvolver títulos para todos os perfis de público, o aperfeiçoamento da linguagem dos contratos, assim como a transparência nos processo de venda

estão contribuindo para a expansão do setor", comentou José Ismar Tôrres, presidente da entidade. (AG)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

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quinta-feira, 12 de julho de 2007

Convênio com a Apex-Brasil ajudou a indústria a elevar as exportações em 350%.

EXPORTAÇÕES CRESCERAM 16% EM 2007

ACORDO POSSIBILITA INVESTIMENTOS DE R$ 12 MILHÕES EM MELHORIA DE PRODUÇÃO E TECNOLOGIA

CALÇADISTAS SE UNEM PARA INOVAR Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Patrícia Büll

gia, design e conforto", explicou Amaral. Ele destacou ainda que desde que a entidade firmou convênio com a ApexBrasil houve um incremento de 350% nas exportações do setor. "Apesar de todos os problemas causados pela valorização do real, nossas exportações cresceram 16% no

ano passado e para este ano, a meta é ampliar essa participação em mais 11%", afirmou. Com esse crescimento, a Assintecal espera alcançar R$ 1 bilhão em vendas externas em 2007, ante R$ 900 milhões do ano passado. Contra a maré – Otimista, o presidente da Abramaq, Raul Ludwig, destacou a capacidade que o setor tem de se adaptar aos reveses da economia. "Os empresários precisam enfrentar o fato de que o câmbio não será alterado", afirmou. Um dos caminhos, segundo ele, seria mudar as exportações para um modelo em que se agrega valor aos produtos. As entidades pretendem utilizar os recursos para explorar o mercado da América Latina. "Vamos direcionar nossas forças para a América Latina por conta da dificuldade competitiva com países de outras regiões", explicou Ludwig.

região é responsável por cerca de 370 milhões de pares por ano. "Ainda temos pólos importantes, como os de Franca e do Rio Grande do Sul, que geram toda a tecnologia da cadeia produtiva para o resto do País, mas o que vimos é que a produção está se pulverizando", afirmou Cardoso. Ele disse ainda que existem cidades onde a indústria calçadista emprega 50% da população

economicamente ativa, o que torna primordial a necessidade de medidas para devolver ao Brasil a competitividade perdida. "Caso contrário, muitos postos de trabalhos serão fechados", afirmou Cardoso. Ele salientou que o setor precisa de "uma grande medida em relação ao câmbio, que está claramente fora de lugar porque está sofrendo ataque especulativo". (PB)

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ara melhorar a competitividade e a inserção de componentes e equipamentos do setor coureiro-calçadista brasileiro no mercado mundial, o presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira, anunciou ontem, durante a 39ª Francal, a liberação de R$ 12 milhões em investimentos. Uma parte dos recursos (R$ 10,4 milhões) será destinada para projetos desenvolvidos pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e o restante para a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para Couro e Calçados (Abrameq). De acordo com o presidente

Parcerias ajudam fabricantes a agregar valor aos produtos

da Assintecal, Luís Amaral, a nova parceria – a quinta em nove anos – mais a contrapartida das entidades totalizarão investimentos de R$ 22,7 milhões ao longo de 24 meses. "Desta vez, os recursos serão utilizados para agregar valor aos nossos produtos, com foco especialmente em tecnolo-

as ações anunciadas Abicalçados tem porEntre Cardoso para o biênio novo presidente 2007-2009 está a conclusão

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executivo Milton Cardoso, diretor superintendente do Grupo Vulcabrás, tomou posse ontem como novo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), no lugar de Elcio Jacometti, que transmite o cargo após três gestões consecutivas.

de um levantamento estatístico com 60% dos produtores para conhecer as demandas do setor calçadista e, assim, encaminhar melhor suas reivindicações. O estudo já apontou que se desenha um novo mapa da produção de sapatos: mais de 50% da produção está concentrada no Nordeste. Segundo ele, a

Divulgação

Robinson Shiba é o fundador da rede de comida chinesa China in Box

Gendai e China in Box anunciam fusão das redes de franquias Fátima Lourenço

formados por meio de um comunicado e, segundo Shiba, "até agora os únicos telefones grupos China in mas que recebemos deles foB o x e G e n d a i ram para elogiar a decisão". Fortalecimento - O fundaunem-se definitivamente e passam dor da China in Box espera que a acomodar as respectivas ope- até o final do ano a estruturarações sob uma holding, que ção da holding esteja definida. está em processo de formata- Por enquanto, ele não fala soção. Os responsáveis pelos bre os valores envolvidos na dois grupos, Robinson Shiba e transação. "Ainda não finaliCarlos Sadaki, que já manti- zamos a valoração de toda a esnham parceria, por meio de so- trutura", justifica. Shiba é apontado, entre os ciedade nos negócios, permanecem como os principais exe- especialistas em franchising, cutivos à frente do empreendi- como um dos pioneiros na mento. Shiba vai se dedicar à criação de franquias multigestão e Sadaki ao marketing. marcas. Atento às tendências A empresa que nascerá da do setor, criou negócios alterfusão, com nome em fase de nativos (para ganhar em escala definição, incorpora, por parte e facilitar a expansão dos negóde Shiba, a China in Box, rede cios dos franqueados) e tamespecializada no delivery de bém se associou às operações c o m p l e m e ncomida chi- César Diniz/Digna Imagem tares – caso nesa, e seu da Gendai. comp lemenPara o exet o d e n e g ócutivo, "o cio, a Brevità mais impor(culinária itatante nessa liana); além fusão é a criado restauranção de uma te de comida nova empreasiática na sa, muito chapa, o Tepmais forte", pan. O destialém dos gano da lanchonhos de escanete Grandla e do maior ville, especiapoder de nel i z a d a e m Franqueados elogiaram a fusão gociação junsa ndu íche s, ainda está em estudo, segundo to aos fornecedores – de insuShiba, pelo fato de a empresa mos a donos de shoppings. Tendências – Preparativos resultante da fusão ser toda voltada à culinária asiática. O para a abertura de capital? grupo testava a viabilidade da "IPO (primeiro lançamento de inclusão de lanches entre as ações ao público feito por uma opções do delivery da rede empresa) é a coroação máxima, um caminho natural", diz China in Box. Já Carlos Sadaki leva para a Shiba. "Mas ainda estamos nova estrutura o Gendai, espe- muito longe disso", ressalva. cializado na culinária japonesa Por enquanto, o projeto é ex(ênfase em comida fria); Dom- pandir (veja quadro com as meburi, também de culinária ja- tas) e consolidar a fusão. Fusões como essa serão cada ponesa (ênfase em pratos quentes) e Owan, de inspira- vez mais freqüentes no franchising brasileiro, ratificam esção chinesa e tailandesa. O processo de fusão dos dois pecialistas como Kan Wakagrupos teve assessoria da Cy- bayashi e Marcelo Cherto, enpress Associates, na parte fi- volvidos nos preparativos da nanceira, e do Grupo Cherto, fusão China in Box e Gendai, nas questões mercadológicas e por conta das empresas que cooperacionais. Os franqueados mandam, a Cypress Associadas respectivas redes foram in- tes e o Grupo Cherto.

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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

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EUA NÃO ADMITEM MENOS DE R$ 17 BILHÕES

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bilhões de dólares é o limite de subsídios dos Estados Unidos pedido pelo G20

BRASIL ALEGA QUE OS SUBSÍDIOS CONCEDIDOS ENTRE 1999 E 2005 FORAM SUPERIORES AO LIMITE DE US$ 19 BI

BRASIL QUESTIONA SUBSÍDIO NA OMC

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Brasil decidiu questionar no órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC) o apoio financeiro concedido pelo governo norte-americano entre 1999 e 2005 aos seus agricultores. O pedido de consultas aos Estados Unidos foi protocolado na última terça-feira na organização. O governo brasileiro alega que os subsídios concedidos naquele período foram superiores ao limite de US$ 19 bilhões anuais consolidado pelos Estados Unidos na OMC. A decisão brasileira levou em conta um mesmo questionamento feito pelo Canadá e também foi influenciada pelo impasse nas negociações da Rodada Doha, segundo o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Tecnológicos do Itamaraty, Roberto Azevedo "Quando se toma a decisão de entrar num contencioso, pesa tudo. Pesam-se as circunstâncias políticas, o momento econômico, os interesses comerciais, o relacionamento até político com outro país. Tudo isso faz parte da equação; evidentemente que levamos isso em consideração", afirmou. "O fato de termos uma rodada que pode ou não se materializar evidentemente pesa na decisão. Se tivéssemos uma rodada já concluída, talvez tivéssemos tomado a decisão de não entrar no contencioso porque já teríamos novas disciplinas." Os programas questionados

Joedson Alves/AFP

Quando se toma a decisão de entrar num contencioso, pesa tudo. Pesam-se as circunstâncias políticas e os interesses comerciais. Roberto Azevedo pelo Brasil e pelo Canadá integram a atual lei agrícola norteamericana (a Farm Bill), que expira no final deste ano. Por isso, o governo brasileiro não havia questionado as práticas dos Estados Unidos até agora. "O Brasil achava que, já que estamos terminando uma rodada, novas disciplinas vão entrar em vigor, novos dispêndios serão autorizadas, ou seja, o valor de US$ 19 bilhões mudará completamente. Não valia a pena a gente entrar num contencioso desse tipo para uma coisa que fosse meramente preventiva ou ilustrativa. Achávamos que talvez não valesse a pena", disse Azevedo. O Canadá julgou que ainda assim valia a pena questionar as práticas norte-americanas. Uma das preocupações é que as distorções se repitam na nova Lei Agrícola, em análise pelo Congresso dos EUA e com o endosso do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC. O Brasil achou melhor seguir o mesmo caminho. Serão

discutidos aspectos importantes dos programas americanos que existem hoje e que podem ser mantidos na próxima lei agrícola americana. Isso não teria grande importância caso a Rodada Doha estivesse próxima de uma conclusão, pois os tetos de subsídios negociados na rodada prevalecerão sobre a lei agrícola norte-americana. Mas um dos dos motivos de impasse na Rodada Doha é justamente a dificuldade de um acordo sobre a redução do apoio financeiro concedido pelo governo dos EUA a seus agricultores. O G20 – grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil e pela Índia – pede um limite de US$ 12 bilhões para os subsídios domésticos norteamericanos. Os Estados Unidos não admitem menos de US$ 17 bilhões. O chefe da divisão econômica do Itamaraty nega que a demanda no órgão de Solução de Controvérsias represente a desistência de um acordo na Rodada Doha. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, que a oferta americana de reduzir o teto de subsídios agrícolas para US$ 17 bilhões ao ano não é nenhuma concessão. Segundo Mantega, os EUA já praticam subsídios menores que esse valor – atualmente cerca de US$ 12 bilhões por ano. (AE)

Lula pediu ao secretário Henry Paulson que coloque em prática os princípios de liberalismo comercial que sempre tem apregoado

Liberalismo dos EUA à prova

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rítico do protecionismo comercial, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, foi cobrado pelo presidente Lula sobre a adoção de seus princípios liberais na posição americana na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em encontro reservado no Palácio do Planalto, Lula afirmou que a oferta americana de redução do teto anual dos subsídios agrícolas para US$ 17 bilhões não representa nenhuma concessão, porque as somas liberadas pelo próprio Tesouro são atualmente bem menores e equivalentes à demanda do Brasil e seus aliados, de US$ 12 bilhões. "Sabemos que os Estados

Unidos podem dar até US$ 40 bilhões em subsídios. Não nos interessa a redução do teto dos subsídios a partir do que poderia ser (o total de subsídios ), mas do que efetivamente ocorre", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao relatar o encontro, do qual também participou. A questão dos subsídios é um ponto nevrálgico da Rod a d a D o h a . " O s e c re t á r i o Paulson é favorável ao aumento da concorrência internacional e da liberalização do comércio porque isso vai beneficiar também os Estados Unidos, e não só os emergentes", acrescentou Mantega. Segundo o ministro, Lula foi incisivo ao afirmar que o Brasil não desistiu da Rodada Doha.

Essa versão disseminou-se desde o anúncio do fracasso da tentativa do G-4 (Estados Unidos, União Européia, Brasil e Índia) de concluir um préacordo, no último dia 19 de junho, em Potsdam (Alemanha). Lula insistiu em que o Brasil conta com os EUA para a conclusão da Rodada. Paulson, por sua vez, teria demonstrado "toda a simpatia e todo o interesse" em colaborar com o Brasil e em colocar o empenho norte-americano para o sucesso das negociações. No entanto, Paulson não conduz as negociações na OMC. Esta área é dominada pela embaixadora Susan Schwab, representante dos Estados Unidos para o Comércio (USTR). (AE)

Licença rápida para usina, só com trambicagem, diz Lula.

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva justificou, em entrevista no Palácio do Planalto, a demora na licença prévia para construção das usinas hidrelétricas no Rio Madeira, em Rondônia. "Em licença não tem facilidade", disse. "Facilidade é se houver trambicagem. Se quiser respeitar o meio ambiente e estar de acordo com a lei, sempre será demorado." Na avaliação do presidente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tampouco dará com facilidade outras licenças necessárias para a conclusão das obras no Madeira. "Estou feliz", afirmou. "A Marina (Silva, ministra do Meio Ambiente) definiu bem: demorou, mas saiu uma coisa consistente". As declarações do presidente sobre as usinas Santo Antônio e Jirau, no Madeira, foram

feitas após uma entrevista sobre os Jogos Pan-Americanos, no Rio, que serão abertos hoje. Lula disse que o processo de licenciamento das usinas do Madeira é importante por se tratar de um projeto "simbólico". Ele lembrou que o projeto da usina de Belo Monte, no Pará, por exemplo, está sendo discutido há 20 anos, e reclamou da pressão de alguns setores com relação a investimentos em energia. "Agora, no Brasil, fico vendo, de vez em quando, as pessoas dizerem: ´Vai faltar energia se não acontecer isso, se não acontecer aquilo´. Ora, com tantos ´ses´ colocados na frente da afirmação, estamos todos desgraçados neste mundo", desabafou. O presidente disse que o governo tem consciência de que não pode faltar energia para garantir o crescimento de 5% da economia por ano. "Temos a obrigação de planejar um cres-

cimento de 5% da energia que nós vamos precisar para 2010, 2012, 2015, e vai ser assim", afirmou. "Na questão elétrica, poucos países do mundo trabalham com a seriedade que nós trabalhamos agora. Poucos. Porque fazemos o jogo realmente profissional, para calcular o que vai acontecer no Brasil a cada cinco anos." Mais rigor – Apesar de apoiar publicamente a construção das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, o Comitê PróUsinas do Rio Madeira, formado por 67 entidades de Rondônia, criticou o licenciamento prévio concedido pelo Ibama. O representante do comitê, Jorge Luiz da Silva Alves, disse que as exigências impostas na licença prévia são tímidas, e que a entidade vai tentar incluir mais pontos a serem cumpridos pelos empreendedores, principalmente quanto ao impacto social das obras. (AE)

PF ainda procura quatro suspeitos

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Polícia Federal continua procurando quatro dos denunciados na Operação Águas Profundas que tiveram prisão decretada e ainda não foram encontrados. Ontem, Ricardo Moritz, que segundo a denúncia operava o esquema de empresas de fachada montado pelo denunciado Ruy Castanheira, foi preso em Santa Catarina. Ainda faltam ser presos o agente de Polícia Federal Sérgio Fernandes Granja, o lobista José Augusto Barbosa Reis, o ambientalista Claudio Valente Scultori da Silva e Wilson Ribeiro Diniz, que também trabalhava para o suposto líder do esquema, Ruy Castanheira de Souza. O policial federal Granja, segundo informações da própria PF, fica circulando de carro pela cidade para não ser preso. Ele espera que um advogado

tente um habeas-corpus antes de se apresentar. O procurador da República Carlos Aguiar explicou ontem que é necessário aguardar 15 dias para que se tenha um quadro do que foi apreendido nas buscas e apreensões e seja possível definir os desdobramentos do caso. É quase certa a abertura de um novo inquérito policial contra o policial Granja e Mauro Zamprogno, pois como admitiu o juiz Flávio Lucas de Oliveira no despacho em que recebeu a denúncia dos acusados, os dois estariam envolvidos no descaminho de mercadoria estrangeiras. A Polícia Federal deverá aprofundar a investigação em torno das ONGs que eram lideradas pelo denunciado Ricardo Secco e que receberam verbas do governo do Estado do Rio de Janeiro, durante a

gestão de Rosinha Garotinho. Diretores de algumas das instituições participavam de empresas que fizeram doações para a pré-campanha do marido de Rosinha, o ex-governador Anthony Garotinho. Ajuda – A campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter recebido ajuda financeira de R$ 1,5 milhão da empresa Iesa Gás & Óleo, uma das três acusadas de ligação com o esquema de fraudes em contratos da Petrobras descoberto pela Operação Águas Profundas, da PF. A revelação foi feita pela própria diretoria da empresa, ontem. O R$ 1,5 milhão não foi declarado nas prestações de contas oficiais da campanha do presidente nem do comitê financeiro eleitoral do PT entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


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baixo, a capital argentina está uma pechincha para nós, vizinhos brasileiros. Da compra de artigos de couro a shows de tango e visitas a museus, fique certo de que irá voltar de lá com a bagagem cheia de presentes e cultura. Págs. 2 e 3

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm

TODAS AS DICAS PARA ENFRENTAR O CAOS AÉREO A Coluna Panrotas dá dez sugestões preciosas para o viajante – especialmente o executivo – minimizar seu estresse em tempos de apagão. Pág. 4

Um barato! Fotos: Maristela do Valle

Ao som de Gardel e Piazzolla, o tango vai além das casas de shows. Está presente também nas esquinas, inclusive na Rua Florida (abaixo, à dir.), um dos principais pólos de compras. No roteiro de consumo, inclua as Galerías Pacifico, o Shopping Abasto e as barracas do Caminito (fotos acima), além da livraria El Ateneo Grand Splendid (abaixo, à esq.), instalada num antigo cinema

Divulgação/Secretaria de Turismo da Argentina

C om o dólar

TURISMO - 1

Divulgação/Secretaria de Turismo da Argentina

BUENOS AIRES

quinta-feira, 12 de julho de 2007


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2 - TURISMO Fotos: Maristela do Valle

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Hora das compras em Buenos Aires Jogos para crianças, malhas de cashmere, artigos em couro, alfajores, vinhos, roupa infantil, peças de decoração... Conheça aqui o roteiro para consumistas na cidade Por Maristela do Valle

B

uenos Aires está uma pechincha para os brasileiros. Os pacotes de fim de semana começam em US$ 306 e comprar por lá é certeza de fazer bom negócio. Principalmente os artigos de couro e malha – nada mal para esse friozinho. Nos lobbies dos hotéis e nas ruas portenhas ouve-se português o tempo todo e é muito fácil esbarrar com compatriotas lotados de sacolas de compras. Eles podem até pagar em real em vários estabelecimentos. A Rua Florida, tradicional calçadão comercial do centro, é um dos cenários dessas situações. A rua não tem mais aquela aura sofisticada, mas proporciona boas compras. No fim da tarde os cantores e sanfoneiros dão vitalidade à região. As estrelas do pedaço, porém, não são de carne e osso, mas de couro e cashmere. As botas variam mais ou menos de 210 pesos a 510 pesos (US$ 70 a US$ 170), de acordo com a altura do cano, a qualidade e a loja. Têm preços bons a

Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho

Boas relações comerciais entre vizinhos

Diagramação Djinani Lima Ilustrações Paulo Carvalho Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

A viagem foi oferecida pelo Hotel Plaza Marriott e pela Varig

A

invasão brasileira na Argentina não se dá apenas no turismo. Os investimentos de empresas brasileiras no país têm entrado com força principalmente desde 2001, um ano em que a economia dos vizinhos andava mal e as empresas estrangeiras o evitavam. "Mas os brasileiros tiveram uma visão a longo prazo", comenta Nedilson Jorge, chefe do setor de promoção comercial e turismo da Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Ele informa outros números da economia.

CAMINITO – Fazer compras em locais muito turísticos geralmente não é boa idéia. Muitos turistas é sinõnimo de preços mais salgados. É assim em toda grande capital, mas toda regra tem uma exceção. Logo em frente ao pitoresco conjunto de casas coloridas, o famoso Caminito (foto)– sempre rodeado por artistas e bailarinos de tango –, há uma área próximo dos ônibus de turismo onde artesãos da Plaza de los Bomberos vendem em barracas coloridos xales por 15 pesos e cachecóis por 20. A vendedora ainda demonstra qual é a forma mais estilosa de usar o xale e dá o troco do pagamento em dólar na mesma moeda – em geral o troco sempre vem em pesos. (M.D.V)

De lá para cá, o Brasil investiu US$ 6 bilhões no vizinho. Muito mais do que a década de 90 inteira, quando a Argentina recebeu US$ 78 bilhões em investimentos internacionais e, deste montante, 1% veio do Brasil. Hoje estão presentes no dia-a-dia argentino marcas como Ambev, banco Itaú, Petrobras, Camargo Correa e o grupo hoteleiro Blue Tree, que inaugurou sua primeira unidade fora do Brasil em abril: o Blue Tree Buenos Aires Recoleta. Também o comércio bilateral entre os países têm

crescido ano a ano. O fluxo comercial entre ambos totalizou US$ 16,17 bilhões em 2005 e US$ 19,8 bilhões em 2006, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. Para 2007, a expectativa é de US$ 23 bilhões, segundo Jorge. "E este número é conservador", comenta ele. Só de janeiro a abril deste ano, Brasil e Argentina tiveram um fluxo comercial de cerca de US$ 7 bilhões, um aumento de 23 % em relação ao ano anterior se comparado ao mesmo período. O resultado da

balança comercial em 2006 foi de superávit de US$ 3,68 bilhões para o Brasil. Já em número de turistas, o Brasil "exporta" menos viajantes para a Argentina do que o contrário. Em 2006, 600 mil brasileiros visitaram o país vizinho, enquanto 921 mil argentinos vieram para cá – a Argentina é o maior emissor de visitantes para o Brasil, seguido de Estados Unidos, Portugal e Itália. Porém, se o dólar continuar como está, é bem capaz que os resultados de 2007 deste fluxo seja inverso. (M.D.V.) Maristela do Valle

Presidente Alencar Burti Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Pólo principal para os consumidores de plantão, a Rua Florida (no topo) possui uma infinidade de lojas, principalmente com artigos de couro e malhas de cashmere a preços para lá de convidativos. Na mesma rua, que na verdade é um calçadão, fica o famoso shopping Galerías Pacifico (acima), instalado num edifício histórico. Ali, as vitrines são mais bonitas, mas os preços um pouco mais altos. Em outro ponto da cidade, o Shopping Abasto (à esq.) é o lugar perfeito para quem viaja com crianças. Ele abriga dois espaços para elas: um museu e o Neverland Park

Luar Maison (Florida, 823), a American Leathers (Florida, 884) e a Zorro Patagónico (Suipacha, 991, www.zorro-patagonico.com.ar). Malhas – Já entre as malhas de cashmere é possível encontrar peças até de 30 pesos. A Lobster (Florida, 838) tem malhas de 60 a 99 pesos. Um gorro sai por 24 pesos na Florida Sweaters (Lavalle, 630). Outra com preços bons é a F a l a b e l l a ( w w w. f a l a b e lla.com.ar), loja de departamentos que vende desde roupas até decoração, bebidas e eletrodomésticos. Exemplos de pechincha por ali são uma calça de veludo infantil por 40 pesos ou uma bolsa grande de couro por 69 pesos. Se quiser se sentir em casa, também na Florida há uma unidade da velha e b o a C & A ( w w w. c y a m odas.com.ar). Ali, um saquinho com seis pares de meia esportista sai por 15 pesos, quer dizer, menos de R$ 2 por meia! Shopping – Ainda na Florida (na esquina com a Córdoba), as Galerías Pacifico ( w w w . g a l e r i a s p a c i f ico.com.ar) ficam em um edifício de 1899 inspirado nas Galerias Lafayete, de Paris. Vale uma voltinha mesmo se você estiver com o orçamento apertado para admirar sua beleza clássica. As lojas são mais chiques e caras que as do calçadão, mas não chegam a ser nenhuma exorbitância. Antes de comprar, porém, pegue um talão de cupons de descontos distribuído no Centro de Informações do 1º piso. Um exemplo do que você vai encontrar lá dentro? A loja El Boyero (www.elboyero) tem artesanato argentino em couro com motivos dos pampas. A casa de bebidas Tonel Privado (www.tonelprivado.com) vez ou outra oferece um vinho argentino para degustação. Outras boas lojas do ramo em Buen o s A i r e s s ã o a Wi n e r y (www.winery.com.ar) e a Ligier (www.ligier.com.ar). Até os preços das bebidas importadas

compensam mais que o Duty Free de Guarulhos. As Galerías Pacifico têm ainda uma filial da marca de bombons e chocolates artesanais Abuela Goye (www.abuelagoye.com.ar), de Bariloche. Uma caixa de 16 alfajores sai por 25 pesos. São deliciosos, mas um pouco mais caros do os da conceituada marca Havana, cuja caixa com a mesma quantidade custa 15 pesos no Free Shop do aeroporto portenho. E, para os pequenos, o shopping tem uma filial da loja El Mundo del Juguete ( ww w. e- el mu nd od el ju gu ete.com). Ali as fantasias da Cinderela e dos personagens do filme Piratas do Caribe custam 60 pesos cada uma, os fliperamas do Power Rangers e do Super Homem, 30 pesos, e um Playmobil de barco de pirata com 210 peças, 48 pesos. Mas é no shopping center Abasto (www.abasto-shopping.com.ar), o maior da cidade e localizado no bairro homônimo, que a criançada se esbalda. Pois ali há duas áreas exclusivas: o Neverland Park (www.neverland.com.ar), um pequeno parque de diversões "indoor" repleto de videogames, simuladores e até uma diminuta roda-gigante, e o didático Museo de Los Niños (www.museoabasto.org.ar). Crianças – O museu interativo mostra aos pequenos todo o funcionamento de uma cidade em áreas bem divertidas. No supermercado, por exemplo, os pimpolhos circulam por entre prateleiras com seu carrinho e depois passam no caixa, onde outra criança "o atende". No estúdio de TV, podem brincar de apresentador enquanto outros ficam de olho na ilha de edição. Um refresco para as famílias entre uma comprinha e outra. O shopping Abasto tem 230 marcas, incluindo Zara e Puma. Assim como as Galerías Pacifico, também fica em um edifício histórico: o antigo mercadão da cidade, erguido em 1893. Suas imponentes arcadas impressionam. É preciso atravessar a rua para visualizá-las bem, de tão altas.


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quinta-feira, 12 de julho de 2007

Tango: uma indústria argentina

TURISMO - 3

Divulgação

São inúmeras as casas que apresentam o tradicional show portenho. Para saber mais sobre o ritmo, visite o bairro Abasto e o Museu Carlos Gardel Fotos: Maristela do Valle

A

cordeão, movimentos sensuais, uma origem que envolve vários imigrantes... Esses ingredientes lembram algo, não? Pois é, quem conhece o tango e o forró jamais relacionaria um com o outro. Mas, guardadas as devidas proporções, daria para dizer que o tango é o forró da Argentina? Na verdade o forró está mais para as milongas, que é uma variação mais rapidinha do tango e que o argentino adora dançar. As pessoas não vão a shows de milongas, mas em bailes de milongas. Eles em geral custam cerca de US$ 5, tão barato como uma noite de forró. Já um show de tango custa em média de US$ 60 a US$ 80, muitas vezes com jantar incluído. Quer dizer, o tango traz muito mais dinheiro para o país, e o argentino soube valorizá-lo. Só a cidade de Buenos Aires produziu, no ano passado, 400 milhões de pesos (ou cerca de US$ 130 milhões) com a indústria do tango. Esse montante, arrecadado com shows, bailes, aulas, tours temáticos e a venda de livros, vestuário, sapatos e CDs, equivale a 10% do volume comercial da cidade, segundo reportagem publicada no jornal La Nación. E 80% desse dinheiro é trazido por estrangeiros. Hoje o ritmo está se modernizando e ultrapassando fronteiras. Os paulistanos e os cariocas puderam conferir de perto a evolução dessa música durante os shows da banda Gotan Project no mês passado. E o tango eletrônico deles foi um sucesso, diga-se de passagem. Mas os shows portenhos que lotam as casas de turistas têm um tom mais tradicional, que ecoam notas de Piazzola e Carlos Gardel. No site turístico de

Shows que lotam as casas de turistas têm jeito hollywoodiano e incluem jantar típico. Região Abasto, onde vivia o compositor Carlos Gardel, guarda fachadas de cores vibrantes

Buenos Aires figuram 19 tanguerias. Em meio a tantas opções, como escolher a que mais lhe agrada? As casas de tango – Cada casa tem a sua característica. O Señor Tango (www.senortango.com.ar) tem um apelo mais hollywoodiano. A história do tango é contada por meio de efeitos especiais de luz e cor. O Piazzolla Tango (www.piazzollatango.com), por sua vez, enfatiza as músicas do compositor em um belo teatro do início dos anos 30, que conserva seu imponente palco com cortina vermelha e camarotes com detalhes em dourado. Chegam a emocionar os solos do acordeão. Para quem deseja ter um contato

mais fugaz com o ritmo, o show pode cansar. Tanto o Señor Tango como o Piazzola têm programas que incluem jantar argentino, com direito a saborosos bifes de chorizos e empanadas. Já o espetáculo do Café Tortoni (www.cafetortoni.com.ar) é mais intimista e não tem jantar. Seu tom de comédia com falas fáceis de entender faz a platéia gargalhar. Ah, uma dica: pode sair mais barato reservar os shows do Brasil. Na Agaxtur, por exemplo, um ingresso no Piazzola com jantar sai por US$ 60 (enquanto custa US$ 80 se reservado diretamente). Os shows ainda não foram suficientes para matar sua curiosidade sobre tango? Pois há

referência sobre o ritmo e a dança pela cidade toda, incluindo dançarinos nos pontos turísticos, como o Caminito. Museu – Para penetrar fundo na alma desse ritmo e sua história, visite o Abasto, bairro no qual vivia o ilustre compositor Carlos Gardel. Seu perfil decora com tintas vibrantes as fachadas das construções. A prefeitura chegou a incentivar a repaginação do bairro com todas essas cores, mas são poucas as lojas e fachadas com cara de novos. As ruas são sujas e muitas construções estão corroídas. E tudo isso mesmo nos arredores no Museo Casa Carlos Gardel (Jean Jaurès, 735), a cinco minutos a pé do Shopping Abasto. O local não tem nada de muito grandioso e até passa despercebido pelos menos atentos. Mas os fãs de Gardel não se arrependerão de conhecer alguns dos seus objetos pessoais, documentos e recortes de jornais, como o que noticia a sua morte em um acidente de avião. Já o ingresso contribui pouco com a receita advinda com a indústria do tango: custa apenas 3 pesos. (M.D.V.)

Divulgação

Museu Carlos Gardel (à. esq) é parada obrigatória para quem quer saber mais sobre a ilustre personalidade do tango. Café Tortoni (acima) oferece espetáculo mais intimista com tom de comédia

RAIO X Chile

Paraguai

Argentina

Brasil Uruguai

Buenos Aires

COMO CHEGAR O vôo mais barato para Buenos Aires é o da Gol (tel. 03007892121, www.voegol.com.br), que custa US$ 249 ida-e-volta a partir do dia 18/7. Pela TAM (tel. 11/4002-5700, www.tam.com.br), Varig (tel. 11/4003-7000, www.varig.com.br), LAN (tel. 11/2121-9020, www.lan.com), Luf thansa (tel. 11/3048-5800, www.lufthansa.com.br) e British Airways (tel. 11/40044440, www.ba.com) sai por US$ 265.

ONDE DORMIR Plaza Marriott: Florida, 1.005, centro, tel. 0800/7031512, www.marriottplaza.com.ar. Prestes a comemorar 100 anos (em 2009), preserva arquitetura e décor de outrora com facilidades modernas. Boa localização para ir às compras. Diária a US$ 175 por casal, com café. Alvear: Av Alvear 1891, Recoleta, reservas na Leading Hotels of the World, tel. (11) 3171-4000, www.alvearpalace.com. Um dos hotéis mais luxuosos da cidade. Diária a US$ 328 para quem ficar três noites. Blue Tree Hotel Buenos Aires Recoleta: Calle Laprida, 1.910, Recoleta. Reservas pelo tel. (11) 3841-7444, www.bluetree.com.br. O hotel do grupo brasileiro fica num edifício comercial. Diária sai por US$ 138. Art: Azcuenaga 1.268, Barrio Norte, Recoleta, tel. (5411) 4821-4744, www.arthotel.com.ar. Perto do centro comercial da Avenida Santa Fé, um hotel boutique com preço baixo. Diária a partir de US$ 65, com café. Oceano Atlântico

ONDE COMER Palacio de la Papa Frita: Lavalle 735, tel. (5411) 4393-5849; e Lavalle, 954, tel. (5411) 4322-1599, www.elpalacio-papafrita.com.ar. Numa travessa da Calle Florida, é famoso pelas batatinhas fritas estufadas, que ficam ainda mais gostosas com um bife de chorizo.

Siga La Vaca: Alicia Moreau de Justo 1714, Puerto Madero, tel. (5411) 4315 6801, www.sigalavaca.com. Em Puerto Madero, tem cortes de carne variados servidos num bufê self-service que inclui saladas e entradas. La Bisteca: Av. Alicia Moreau de Justo, 1.890, tel. (5411) 4514-4999. Outro bufê de Puerto Madero a preço módico e uma variedade que vai além da carne, como massas, salmão grelhado, tortas e pizzas. PACOTES Todos incluem hospedagem com café, passagem, traslados e city tour. A Agax tur (tel. 11/3067-0900; www.agaxtur.com.br) tem pacote de duas noites a partir de US$ 421 por pessoa de 18/7 a 21/9, com estada no Waldorf ou no Regis. Também de duas noites, o pacote da Flot (tel. 11/4504-4544, www.flot.com.br) inclui ainda um almoço na Recoleta e sai por US$ 430 de 18/7 a 1º/12, no Hotel de Las Luces. Já o programa da Fenix (tel. 11/3255-4666, www.fenixtur.com.br) custa desde US$ 306 de 18/7 a 30/11, com hospedagem no Promenade. Com duas noites no Facón Grande, a viagem da Visual (tel. 11/32352000, www.visualturismo.com.br) custa US$ 399. Quem quiser ficar mais tempo pode optar pelo pacote da CVC (tel. 11/2146-7011, www.cvc.com.br), de quatro noites no Catalina Suites, por US$ 588 até 30/7. Já para quem faz questão de luxo, a Designer (tel. 11/21812900, www.designertours.com.br) tem pacote com três noites no Alvear por US$ 1.181, de 17/7 a 27/8. Inclui show de tango com jantar. FAÇA AS MALAS Internet: www.bue.gov.ar. Documentos: brasileiro precisa apenas de RG para entrar na Argentina. Melhor época: sempre é tempo de visitar Buenos Aires. Em agosto o Campeonato Mundial de Baile de Tango (www.mundialdetango.gov.ar) esquenta o inverno portenho. Em janeiro a temperatura é mais agradável, mas alguns restaurantes e lojas fecham por conta das férias. Telefone: os "locutórios", salpicados pelas ruas, são baratos. Outra dica são as ligações a cobrar pela Embratel, tel. 0800/5555500. Moeda: US$ 1 vale em média de 3 a 3,10 pesos, mas o real também é aceito em lojas e casas de câmbio. R$ 1 vale de 1,50 a 1,70 pesos. Transporte: os táxis são baratos. O metrô (www.metrovias.com.ar) é ainda mais, mas não cobre a cidade toda e é uma sujeira. Reembolso dos impostos: ao fazer uma compra de mais de 70 pesos, verifique se a loja faz parte do Tax Fund (www.globalrefund.com) e peça uma guia preenchida com o valor do gasto. No aeroporto, apresente o papel e terá a restituição, que pode chegar a 16% do gasto.

Consumo de museu e livraria

O

tango não é apenas o único artigo cultural que os turistas acabam consumindo quando vão a Buenos Aires. Os museus e as livrarias também estão na lista dos lugares que você deve pelo menos dar uma espiada. Quem fica um fim de semana na cidade não tem tempo de peregrinar por vários museus e livrarias, por isso citamos aqui apenas um representante de cada: o Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) e a livraria El Ateneo Grand Splendid. Apesar de ter apenas seis anos, o Malba (Av. Figueroa Alcorta, 3 415, tel. 5411/4808-6500, www.malba.org.ar) já se tornou atração turística obrigatória. Todo brasileiro que passa por lá logo sai à caça de compatriotas como Tarsila do Amaral (e seu famoso "Abaporu"), Di Cavalcanti, Claudio Tozzi e Lygia Clark, além dos gordinhos do colombiano Fernando de Botero e do autoretrato da mexicana Frida Kahlo ao lado de um papagaio e um macaco. Mas não se atenha apenas a Antigo cinema virou a livraria El Ateneo essas obrasprimas. Repare também nas cores vivas de formas geométricas e desconexas do argentino Alejando Xul Solar; as expressões praticamente vivas dos personagens de "Manifestación", do argentino Antonio Berni; o cotidiano com jeito de peça de propaganda na pintura do mexicano Miguel Covarrubias... E aproveite para apreciar as exposições temporárias, como as esculturas de ferro e metal gigantescas da portenha Marta Minujím, que enfeitam o terraço do museu até setembro. A lojinha do museu também vale a visita, com seus bichos de pano coloridos, seus abajures originais e os pins arrredondados. Livraria – Já a livraria El Ateneo Gran Splendid (Av. Santa Fé 1.860, tel. 5411/4813-6052) é mais um exemplo de como Buenos Aires aproveita seus velhos espaços de forma charmosa – o mais óbvio exemplo é a transformação da antes degradada área do Puerto Madero em complexo gastronômico. A livraria fica em um antigo cinema do qual foram aproveitados todos os espaços. Ainda com cara de teatrocinema, o local agora está recheada de prateleiras. O antigo palco, que preserva sua cortina vermelha, é ocupado pelas mesinhas do café e os camarotes vips do velho cinema portenho se tornaram confortáveis áreas de leitura. O último andar, do qual se tem uma bela visão da casa, abriga exposições – atualmente com fotos e vídeos sobre a Patagônia. E a área infantil, no subsolo, conta com jogos didáticos, vídeos e DVDs, além de livros. Os preços são bem razoáveis, e o espaço vale a visita mesmo que você não tenha a intenção de levar para casa uma obra em espanhol. (M.D.V.)


Congresso Planalto CPIs Estados

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quinta-feira, 12 de julho de 2007

BRIGADEIRO DEFENDE COMANDO CENTRALIZADO

Newton Santos / Hype

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Eu não decido a partir de pressão do PT. Vaz de Lima

Célio Azevedo /Ag. Senado

REFORMA POLÍTICA É ADIADA. OUTRA VEZ. Na Câmara e na CCJ do Senado, pedidos de vista postergaram a votação. Agora, só após o recesso.

A

pesar do entendimento de líderes do governo e da oposição, na última segunda-feira, a votação da reforma política foi mais uma vez adiada na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), tentou colocar o tema em debate, mas houve mais de seis requerimentos de retirada de pauta, a maioria do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), forma utilizada para adiar a votação. Seriam votados os temas do financiamento público de campanha nas eleições majoritárias, a federação de partidos e a fidelidade partidária. "Precisamos mudar o siste-

ma político-eleitoral. Este sistema está falido", disse o deputado Henrique Fontana (PTRS), reconhecendo, porém, que não há acordo para os três pontos em questão. "O pior dos mundos seria não votar nada", completou. O mesmo ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que adiou a votação de propostas de mudança no sistema político após pedido de vista de vários senadores. Com isso, propostas de emenda à Constituição (PEC) que tratam de assuntos como fidelidade partidária e mudanças nas regras de coligações entre partidos só devem ter uma definição após o recesso parlamentar, que começa no

dia 18 de julho. A primeira PEC assegura ao partido a titularidade do mandato. Determina que perderá automaticamente o mandato o parlamentar que se desligar da legenda pela qual disputou a eleição, salvo no caso de extinção, incorporação ou fusão. De acordo com o relator Tasso Jereissati (PSDB-CE), a proposta busca sanar um problema "grave e conhecido" do sistema político brasileiro. "A cada legislatura, cerca de um terço dos deputados eleitos procura uma nova sigla, quase sempre no sentido da oposição para a situação". Em março, após consulta feita pelo partido Democratas sobre a validade do mandato de

quem troca de partido, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) respondeu que o mandato é "outorgado ao partido político e não ao parlamentar". A segunda PEC admite coligações eleitorais somente nas eleições majoritárias, o que fortalece os partidos e a transparência na representação política, segundo Tasso Jereissati, também relator desta matéria. Para ele, a proibição das coligações em eleições proporcionais (para deputado e vereador) tem o efeito de "sanear o quadro partidário, reduzindo o 'mercado' dos partidos de aluguel e a possibilidade de transferência de votos entre legendas, o que reforçaria a identidade partidária". (Agências)

Jereissati, relator da PEC que dá os partidos o direito ao mandato. Valter Campanato / ABr

Newton Santos / Hype

Brigadeiro defende coordenação centralizada

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Militantes da CUT protestam na Assembléia pela abertura da CPI; 15 pizzas foram consumidas.

Vaz de Lima decide: não haverá CPI da CDHU Sergio Kapustan

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presidente da Assembléia Legislativa, Vaz de Lima (PSDB), descartou ontem qualquer possibilidade de instalação de uma CPI para investigar irregularidades na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). A CPI investigaria supostas fraudes em contratos em 2004, na região de Presidente Prudente, que beneficiariam o líder do PSDB, Mário Bragato, que na época era secretário de Habitação do governo Geraldo Alckmin (PSDB). De acordo com o presidente,

o Tribunal de Justiça decidiu que cabe a ele – Vaz de Lima – exclusivamente decidir sobre o tema – abertura ou não de investigação. A decisão tem origem num mandado de segurança impetrado pelo PT para a Assembléia Legislativa abrir uma outra CPI, que investigaria supostas irregularidades na distribuição de verbas publicitárias do banco Nossa Caixa, também durante a gestão Alckmin. Na atual legislatura há 15 pedidos de CPI prtocolados – o último é justamente o que se refere à CDHU. O critério de abertura de investigação é o cronológico e Vaz demonstrou não ter interesse em mudá-lo.

O líder do PT, Simão Pedro, admitiu a derrota no TJ, mas discordou da posição contrária à CPI da CDHU e adiantou que pode entrar com um recurso na Justiça para instalar a CPI. "Eu não decido a partir de pressão do PT", respondeu Vaz de Lima, ao saber do comentário do petista. Para não deixar o tema esfriar, cerca de 40 militantes da CUT, com o apoio da bancada do PT, consumiram 15 pizzas nas galerias. Junto com a comilança, a entidade levou faixas e cartazes com frases em favor da investigação e contra o governador José Serra (PSDB). Os deputados entraram ontem em recesso parlamentar.

m depoimento prestado ontem à CPI do Apagão Aéreo da Câmara, o chefe do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Cardoso, reconheceu que a crise que afeta o setor há dez meses tem como uma das causas a falta de articulação entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Infraero e o próprio Decea. Ele lembrou que, no passado, havia uma coordenação única do Comando da Aeronáutica, que centralizava todo o planejamento para o setor. A crise aérea brasileira estourou depois do acidente entre um boeing da Gol e o jato Legacy, em 29 de setembro de 2006, quando 154 pessoas morreram. "Cabe ao Ministério da Defesa cumprir esse papel de coordenação", disse o brigadeiro. "Antes, quando a Infraero, o DAC (Departamento de Aviação Civil) e o Decea estavam sob o comando de um único órgão era mais fácil", observou. "A crise é fruto do acúmulo de acontecimentos que o acidente potencializou. Mas, na nossa avaliação, ela iria acontecer independente do acidente", acredita Cardoso. A falta de um órgão que centralize todo o planejamento para o setor

Cardoso: equipamentos são seguros, mas faltam controladoresde vôo.

aéreo leva a desencontros, disse. O Decea não tem, por exemplo, poder de veto sobre a autorizações dadas pela Anac para rotas e horários de vôos. "Não temos nenhuma autoridade sobre a Anac", afirmou o brigadeiro. Segundo ele, o Decea é o responsável pelos estudos técnicos sobre as rotas e horários dos vôos das companhias aéreas. Mas cabe a Agência de Aviação conceder a autorização para os vôos. Cardoso garantiu ainda que os equipamentos de tráfego aéreo são "adequados", mas argumentou que há falta de controladores de vôo. "Hoje

precisaria de mais 200 controladores para atender a demanda", estima o brigadeiro, ao informar que até, meados de 2009, a Aeronáutica espera formar 600 novos controladores. O chefe do Decea defendeu também um reajuste salarial para todos os militares, e disse que as Forças Armadas têm proposta para permitir que operadores de vôo subam na carreira militar, podendo chegar até a patente de coronel. Para ele, os R$ 580 milhões previstos no Orçamento para este ano são suficientes para a manutenção da segurança do tráfego aéreo e modernização dos equipamentos. (AE)


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OPINIÃO

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sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

RESENHA

NACIONAL O PSOL É QUEM MOVIMENTA A POLÍTICA

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contento o seu papel. Mas que se note: pegaram carona em ações levadas ao Conselho de Ética que, tenho cá minhas dúvidas, não existiriam se dependesse da ação de ambos. E então cumpriria especular: por que não? A resposta mais óbvia que ocorre a todos é uma só: porque são todos beneficiários das mesmas práticas de Renan. Não tenho como afirmar que assim seja — nem, é claro, como negar. Não custa lembrar que o “todo mundo faz assim” foi a grande tábua de salvação do PT, que mudou espetacularmente a sua moral: migrou do “somos mais éticos do que os outros” para o “não somos mais antiéticos do que os outros”. Mas me parece haver algo mais. s dois partidos, em especial o PSDB, atuam de olho na eleição presidencial de 2010 e nas pesquisas de opinião, que apontam a grande popularidade de Lula. Nesse cenário, criar marola, instabilidade, parece contraproducente. O cenário que se afigura mais confortável é apostar que Lula chega ao fim do mandato com a popularidade em bom estado, mas sem poder se candidatar à reeleição (eu tomaria mais cuidado com isso, especialmente se decidirem mudar a regra da reeleição). Sem um candidato governista forte, o pêndulo penderia inexoravelmente para um tucano, que, por sua vez, deve procurar não contrastar excessivamente com o petismo. Então tá. Nunca vi dar certo uma política que é a negação da própria política. Se Lula se torna o destinador da vida pública brasileira, aos líderes da oposição, com efeito, resta o papel de destinatários de seus desígnios. Lula faz, os grandes da oposição se calam, e o PSOL ocupa o lugar de fazer a má contestação do statu quo — ainda que, nos casos em questão, tenha feito a coisa certa. Não chega a ser um futuro auspicioso.

O

G Lula faz,

os grandes da oposição se calam, e o PSOL ocupa o lugar de fazer a má contestação

lo PSOL. Agora, o partido encaminhou uma terceira: quer que seja investigada a denúncia de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), atuou para defender interesses da Schincariol, que comprara de um seu irmão, o deputado Olavo Calheiros, uma fábrica de tubaína por R$ 27 milhões — o mercado diz que ela valia, no máximo, R$ 10 milhões. Dependesse dos dois grandes, é bem possível que Roriz tivesse se safado e que Renan não estaria passando, agora, por esse constrangimento. PSDB e DEM viram explodir os dois casos e silenciaram. Ou, pior, falaram: quando Renan fez o seu pronunciamento no Senado, logo depois da primeira matéria da Veja que evidenciava suas relações promíscuas com um lobista, os senadores pareciam muito satisfeitos. Nas últimas duas ou três semanas, sem dúvida, PSDB e DEM desempenharam a

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE REINALDO DE AZEVEDO HTTP://VEJA.ABRIL.COM.BR /BLOGS/REINALDO/

O PSDB e o DEM foram de carona ao Conselho

JOÃO DE SCANTIMBURGO

O ESCÂNDALO DA HORA

Céllus

e vocês quiserem saber a quantas anda a política brasileira, por incrível que pareça, é preciso perguntar ao PSOL. Sim, é isto mesmo: o partidinho comandado por Heloísa Helena se tornou o terror da canaille da política nativa. O que penso do PSOL? Tenho horror a seu ideário, à sua conversa mole sobre socialismo, àquela pletora de soluções fáceis para problemas difíceis que freqüenta o discurso de seus representantes. Mas uma coisa é inegável: o PSOL evidencia a ausência de eixo dos grandes partidos de oposição: PSDB e DEM. Os dois casos que agitaram o Senado nos últimos tempos, vejam vocês, nasceram de representações ao Conselho de Ética apresentadas pe-

Seqüestraram o Estado. O resgate é caro. PAULO SAAB

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relatório do Banco Mundial divulgado semana passada, sobre o grau de infestação do Estado pela corrupção generalizadamente no mundo, não mereceu no Brasil o destaque devido, especialmente quando se refere ao fato de que o Estado brasileiro está seqüestrado pelos interesses privados e pelas elites. O Brasil, por esse relatório, desde 1996 nunca esteve tão mal no que diz respeito ao vulto da rapina a que está submetida a área estatal. Sem o cientificismo dessas pesquisas internacionais, com dados coligidos por dezoito organismos diferentes, a observação da cena brasileira indica uma correção necessária na abordagem. A rapinagem, que se traduz no seqüestro do Estado brasileiro, é feita por uma elite incrustada no próprio Estado, apoiada nos cargos de governo e suas ramificações criminosas, num conluio promíscuo com parcelas da iniciativa privada. A generalização é perigosa porque são altamente visíveis os braços de quem seqüestrou o Estado a seu favor. O restante - a imensa maioria da população brasileira, sua iniciativa privada e integrantes da máquina pública - buscam cumprir suas obrigações com denodo. A questão é que o exemplo vem de cima e contamina, se espraia e gera uma sensação de salve-se quem puder que deixa a população em geral desalentada. Pessoas sem qualidade moral para estar na vida pública ocupam hoje cargos importantes em todos os níveis de poder. Grande parte eleita pelo voto direto, com imunidade, foro privilegiado e carta de alforria para, nesse seqüestro, valer-se da cobrança de resgate permanente em benefício próprio. A massa votante que reelegeu Lula, e o mantém com índices de aprovação desproporcionais à qualidade de seu governo, está anos-luz de distância do conhecimento do que se passa nos escaninhos da República e não dispõe de informações para ao menos imaginar o quanto de mal sua gestão tem causado ao País pela au-

sência de um combate ostensivo à corrupção. Ao contrário, sua complacência, sua insistência em alisar paternalmente a cabeça de colaboradores que estão metendo ou meteram a mão no dinheiro público, é incalculavelmente danosa ao Brasil. Há uma grande festa em andamento no País. Comemoram os que, acobertados (já nem tanto) pela impunidade e pela falta de luzes sobre como seqüestraram e assaltam os recursos de todo o Brasil, sentem-se donos do patrimônio público porque dele se apossaram indevidamente e pela falta de conhecimento da maioria dos eleitores. Metaforicamente se poderia dizer que Maria Antonieta perdeu a cabeça porque, distante da realidade , mandou o povo francês, em agonia, comer brioches na falta denunciada do pão, enquanto nossa ministra do Turismo, em igual direção, mandou o povo viajante de avião relaxar e gozar diante do caos aéreo promovido pela incúria de seu governo. Em algum momento o escárnio, a incompetência, o seqüestro do Estado, o festival de corrupção disseminada, fará rolar a cabeça - pelo voto ou pelos instrumentos de Justiça (pobre Brasil!) disponíveis - das nossas Marias Antonietas e do próprio rei.

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or ora, quem consegue pensar, discernir, enxergar a cena pública brasileira e suas ramificações criminosas na vida privada, ainda tenta encontrar ar para sair do sufoco de indignação que o paralisa. O Estado brasileiro foi seqüestrado pela união espúria dos que foram eleitos e escolhidos para dirigi-lo com facções criminosas, grupos que se organizam e vivem em função do resgate que conseguem - sem esforço e sem punição. E ainda há os que se dizem perseguidos pela imprensa. Poderiam ao menos respeitar a inteligência da minoria que consegue discernir o que se passa no Estado brasileiro.

O Estado foi seqüestrado pela união espúria dos eleitos com facções criminosas

Passageiros com destino à indenização PAULO SÉRGIO FEUZ

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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as últimas semanas fomos surpreendidos por uma pane no setor aéreo, na qual participa a União Federal e as empresas aéreas. As principais vítimas deste efeito danoso foram os consumidores que, sem informação adequada, tiveram sua dignidade abalada, pois, permaneceram horas nos aeroportos do Brasil, sem que lhes dessem um mínimo de tratamento cortês para minimizar o sofrimento. Assistimos pelos meios de comunicação o desespero de milhares de consumidores que não tinham outra opção a não ser aguardar a resolução dos problemas apresentados. Por sorte, temos uma legislação consumista moderna, que impõe um sistema de responsabilidade, no qual o fornecedor responde pelos danos causados aos seus consumidores, independentemente de culpa. Trata-se do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078/90), que garante, como um de seus direitos básicos, a efetiva reparação dos danos materiais e morais.Entendemos que a melhor solução deveria ser um acordo envolvendo as partes, com o intuito de evitar uma avalanche de ações judiciais, que demorariam anos para serem julgadas.

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momento é oportuno para os empresários do setor aéreo demonstrarem que são sérios e implantar uma política emergencial de acordo com seus clientes, firmando com órgãos de defesa do consumidor termos de ajustamento de conduta. O Ministério Público também poderia propor uma ação coletiva para garantia de direitos individuais homogêneos, o que preservaria o interesse dos consumidores. Além disso, o consumidor pode fazer uma reclamação ao Procon e, ainda, procurar o Juizado Especial de sua cidade, para garantir seus direitos. No entanto, o acordo ainda é a melhor solução, devendo os consumidores lesados realizarem uma notificação para a empresa aérea e, por meio de registro de protocolo, para resguardar seus direitos, dando-lhes prazo para uma composição e, se negativa, procurar os interessados o Poder Judiciário, através de um advogado “. PAULO SÉRGIO FEUZ É COORDENADOR DO CURSO DE DIREITO DAS

FACULDADES INTEGRADAS RIO BRANCO

O s empresários do setor aéreo poderiam mostrar que são sérios

ento-me diante dos meios de comunicação de massa e tenho os jornais à mão, pondo-me, então, a ver o que há de novo nesta república, que Lopes Trovão já considerava não ser a sua. Procuro os escândalos do dia, para ser mais conciso nas minhas divagações. Quero procurar o escândalo da hora. Fico decepcionado que lá ainda esteja o nome de Renan Calheiros, neutralizado por um ardil de seus confrades do Senado, que o impediram de presidir uma sessão. Viro-me depois para outra notícia e fico sabendo que a Petrobrás foi a maior doadora de dinheiro ao PT na última eleição, incorrendo em pena de crime eleitoral. Não me canso, ainda, desses escândalos, que seriam fatais para qualquer país posto na linha da decência. Vejo que os jornais estão cheios de escândalos e mais escândalos. Não duvido que não haja regimes puros. Como me disse um especialista, até o sol tem manchas. Concordei, pois é essa a realidade. Seria impossível querer uma Câmara dos Deputados rigorosamente escorreita, sem apresentar a alguns deputados boas condições para desviar algum dinheiro na direção de sua conta bancária, pois até os zebus dão lucro, como declarou o senador Renan Calheiros.

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que espanta é o número de escândalos, roubalheiras, desvios de verbas e outras má criações de enrubescer um velho experimentado com as ilusões e as desilusões político-partidárias na administração pública ou nas estatais. Muitos países já foram destruídos pelos escândalos. Desde a Grécia Antiga, passando por Roma e chegando até Lisboa, muitos já foram condenados pelos críticos e impertinentes, que não se cansam de colher informações para suas censuras históricas. Enfim, de escândalos estávamos cheios, mas como agora, nunca! É o efeito-cachaça, em que uma embriaguez provoca outras embriagueses.

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

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o escândalo da hora. Fico decepcionado ao encontrar ainda o nome de Renan Calheiros


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

Política

Celso Júnior / AE

3 Ninguém tem mais interesse que esse processo corra rápido do que eu. Renan Calheiros

O calvário do senador Roosevelt Pinheiro/Ag. Senado

25 de maio A "Veja" denuncia que o lobista Cláudio Gontijo pagava uma pensão de R$ 16 mil a uma filha de Renan Calheiros com a jornalista Mônica Velloso. Renan Calheiros, senador Célio Azevedo/Ag. Senado

28 de maio PSol pede abertura de processo por quebra de decoro. Sibá Machado é eleito presidente do Conselho de Ética. Sibá Machado, senador Fabio Pozzebom/ABr

30 de maio Cláudio Gontijo depõe e confirma a versão de Renan Calheiros. Ele informa que tudo não passou de um favor para um grande amigo. Cláudio Gontijo, lobista

Com a manobra, Conselho volta a se reunir na véspera do recesso parlamentar; Renan deve ganhar tempo na investigação.

RENAN MANOBRA REUNIÃO DA MESA E ATRASA PROCESSO O encontro, que trataria da análise da PF nos documentos de defesa do senador, foi adiado para terça-feira.

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presidente do Senado, Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL), adiou para a próxima terça-feira, dia 17, véspera do início do recesso do Congresso, a reunião da Mesa Diretora. Este encontro estava previsto para a tarde de ontem e foi adiado por iniciativa do próprio Renan. A convocação havia sido feita para que os integrantes da Mesa formalizassem as perguntas que o Conselho de Ética enviaria à Polícia Federal sobre os documentos apresentados pela defesa de Renan. Pelo regimento, a Mesa precisa oficializar esta solicitação. O recesso parlamentar começa na quarta-feira e dificilmente haverá senadores na Casa no dia anterior. Renan negou a artimanha.

"Ninguém tem mais interesse que esse processo corra rápido do que eu, porque eu quero demonstrar a minha inocência. O que aconteceu? Mandaram três documentos para a Mesa Diretora. O terceiro documento chegou às 16h32, e eu marquei a reunião para o próximo dia que tem sessão ordinária, terça-feira", disse o senador. Em reunião ontem de manhã, antes de Renan virar a mesa, os relatores do processo contra ele no Conselho de Ética encaminharam o pedido de perícia à Mesa Diretora, como prevê o regimento do Senado. Nas 30 indagações encaminhadas aos peritos da Polícia Federal (PF), os relatores do Conselho de Ética mostram que há mais dúvidas do que certezas nos documentos. Para justificar o rendimento de

R$ 1,9 milhão – com o qual teria pago despesas da jornalista Mônica Veloso –, Renan disse ao Conselho que os recursos seriam decorrentes da venda de gado de sua fazenda. Entre as perguntas feitas pelos relatores estão as que tratam da autenticidade de recibos e notas fiscais e outras sobre a veracidade das operações que justificariam depósitos em valores elevados na conta do Banco do Brasil (BB). Na petição que encaminhou ao Conselho na terça-feira, Renan alega que não cabe ao Conselho examinar se ocorreram ou não as transações indicadas por ele. Os relatores ignoraram o pedido. Como não podem usar dados sigilosos, eles esperam chegar à verdade comparando informações das notas fiscais, recibos, cheques, Guias

de Transporte de Animais (TDAs) e compra de vacina. Querem, ainda, comprovar se é mesmo de Renan a parte do gado que, na primeira perícia, foi identificado como sendo da mãe e do irmão dele. Outra pergunta é se os valores das vendas refletem a média praticada no mercado no Estado e na região em que foram vendidos, ou se isso poderia se caracterizar como algum tipo de superfaturamento. Pesa contra Renan, além da "inconsistência" da documentação, o fato de ter anexado poucas cópias de cheques das operações. Os extratos dos depósitos, sem a identificação dos autores, são acompanhados de recibos assinados por ele, redigidos de forma padrão e dando a impressão de que foram feitos em série. (AE)

Roosewelt Pinheiro / ABr

Conselho de Lula: nada de confrontos com a oposição

Celso Junior/AE

06 de junho O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) é indicado como relator do caso Renan junto ao Conselho de Ética do Senado. Epitácio Cafeteira, senador Ailton de Freitas/Ag. Globo

14 de junho Gontijo diz ao Conselho de Ética que atuou apenas como interlocutor entre o senador e Monica Velloso, no acerto da pensão. Mônica Velloso Celso Junior/AE

19 de junho Cafeteira sai da relatoria por motivo de saúde. Wellington Salgado (PMDB) assume o posto. Ele também deixa o cargo dias depois. Wellington Salgado, senador

Lindomar Cruz/Ag. Senado

21 de junho Renúncia do senador Joaquim Roriz (PMDB) tira o peso sobre Renan por alguns dias. Sibá Machado deixa a presidência do Conselho de Ética. Joaquim Roriz, senador

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governo acredita que o recesso parlamentar, a partir da próxima quartafeira, dia 18, servirá para esfriar a temperatura da crise política e aconselhou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a sair de cena. Em conversa com Renan na quarta-feira à noite, uma hora antes da sessão do Legislativo que aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a ele que evitasse o confronto com a oposição. "Bota cera no ouvido", reforçou um dos ministros presentes à reunião, quando Renan disse ser muito difícil aguentar calado o bombardeio da oposição. "Tire férias com a família e descanse", aconselhou Lula. Perto dele, o senador José Sarney (PMDB-AP) assentiu. A preocupação de Lula, que havia convencido o presidente do Congresso a não comandar a sessão para votar a LDO, é que ele torne a sobrevivência cada dia mais

Sergio Dutti/AE

29 de junho

Sarney é o nome mais forte da base aliada para substituir Renan, mas é considerado "aguado" pelo Planalto.

insustentável, prejudicando a vida da administração federal. Na tentativa de convencê-lo de que a tática do confronto é a pior possível, o presidente lembrou até mesmo do deputado Ulisses Guimarães, ex-presidente da Câmara, que morreu em 1992, que deixava os adversários exercitarem a oposição no plenário sem mover um músculo da face. Lula ficou muito contrariado com a reação de Renan na noite de terça-feira,

quando, visivelmente alterado, rebateu o pedido de afastamento feito pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Em tom de voz exaltado, o presidente do Senado disse que a oposição teria de "sujar as mãos" para ocupar a cadeira. Renan é acusado de pagar as despesas pessoais com recursos do suposto lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior. O Conselho de Ética do Senado, que investiga denúncias

contra o senador, não trabalhará no recesso. A avaliação interna do governo é de que será difícil preservá-lo no cargo se surgirem mais indícios de irregularidades. Mas ainda não montou um 'Plano B' para uma eventual sucessão. Sem contar Sarney, que tem a simpatia do presidente, mas recebe resistências na Casa, todos os nomes até agora apontados na base aliada são considerados "aguados" pelo Executivo. (AE)

Senador Renato Casagrande (PSB) ganha e perde a relatoria do caso no mesmo dia. Ele afirma que Renan interferiu na decisão. Renato Casagrande, senador Moreira Mariz/Ag. Senado

12 de julho Leomar Quintanilha (PMDB) é o novo presidente do Conselho. Novas acusações contra Renan. O caso fica para agosto Leomar Quintanilha, senador


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Nacional Finanças Negócios Tr i b u t o s

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GRUPO DEVE ABRIR 150 LOJAS ATÉ 2010

mil itens diferentes deverão ser oferecidos nas unidades com formato de loja de vizinhança

Fotos: Thiago Bernardes/LUZ

EXTRA PERTO É A APOSTA DO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR Empresa vai investir R$ 150 milhões em dez unidades da nova bandeira Adriana David

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Grupo Pão de Açúcar inaugurou ontem, em Santo André, a primeira loja de vizinhança da bandeira Extra Perto. Com investimentos de R$ 150 milhões, a meta é abrir, até o fim do ano, dez unidades em todo o Estado de São Paulo. As próximas serão em Jundiaí e Piracicaba, conforme o diretor executivo da rede Extra, Hugo Bethlem. O objetivo do grupo é alcançar a população das classes B e C, com uma bandeira intermediária entre a do Pão de Açúcar, que atende as classes A e B, e a do CompreBem, com foco nas C e D. "A loja de Santo André vai enfrentar concorrentes como Coop-Cooperativa de Consumo, Econ e Dia%", disse o executivo. O presidente do Conselho de Administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz, esteve na inauguração e afirmou que a abertura da loja, cujo prédio foi comprado em 1976 e desde então passou por várias reformulações, representa um avanço necessário para a empresa. Diniz desconversou ao ser indagado sobre a retomada da liderança, perdida neste ano para o Carrefour após a compra do Atacadão pelo grupo francês. "Estamos preocupados em ser os melhores. Buscamos mais eficiência, produtividade, competitividade para alcançar a lucratividade."

Desde o início do ano, com Cássio Casseb na presidência do grupo, o Pão de Açúcar passa por um processo de reestruturação. Departamentos foram enxugados e fornecedores cortados. "Estamos nos adequando para oferecer o que o consumidor precisa de fato", afirmou Diniz. Até 2010, o grupo pretende abrir 150 novas lojas das bandeiras Pão de Açúcar, Extra, Extra Perto e Extra Fácil, unidades menores com até 1,5 mil metros quadrados. A expansão de cada bandeira vai depender de testes. Até o fim deste ano, deverão ser inauguradas dez unidades de formato Extra Fácil para unir-se às dez existentes. A bandeira Pão de Açúcar vai fechar 2007 com mais seis lojas; CompreBem, com 15; e Extra, com mais dez. C on co rr ên ci a – A concorrência também avança na abertura de lojas de vizinhança. A Coop vai inaugurar em setem-

bro a primeira loja nesse formato, sob a bandeira Coop Zapt. Serão vendidos 7,5 mil itens em uma área de 600 metros quadrados. As lojas convencionais vendem 25 mil itens. A unidade com 650 metros quadrados de São Bernardo do Campo será convertida em Coop Zapt. A rede, que tem uma unidade quase em frente ao Extra Perto inaugurado ontem, vai enfrentar o grupo com uma loja revitalizada e ofertas para os cooperados. "A Coop está acostumada com a concorrência e busca atuar com competitividade e preços", afirmou o gerente de marketing da rede, Celso Furtado. Já o Wal-Mart abrirá dez lojas Todo Dia no Nordeste. Na região, já existem 14 unidades, de um total de 115, nos diversos formatos em operação. O objetivo da empresa com as lojas de vizinhança é oferecer entre 12 e 30 mil itens.

Procura por importados dispara

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s importações de itens de alimentos e não-alimentos dispararam no primeiro semestre no Pão de Açúcar. Foram trazidos para as lojas do grupo produtos que somaram US$ 130 milhões nos primeiros seis meses de 2007. Esse valor deve ser maior até o fim do ano. Em

2006, as importações somaram US$ 84 milhões. Segundo o presidente do grupo, Cassio Casseb, o aumento da procura por importados se deu em razão da desvalorização do dólar em relação ao real. "A empresa aproveitou para atender à demanda dos consumidores", afirmou.

As próximas lojas da rede Extra Perto serão abertas em Jundiaí e Piracicaba, no interior paulista.

O empresário Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, disse que o objetivo agora é ser o melhor e não o maior

Alcan recebe oferta de US$ 38 bi

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mineradora angloaustraliana Rio Tinto fez na noite de quartafeira, em Londres, uma oferta de US$ 38,1 bilhões pela companhia canadense Alcan, terceira fabricante mundial de alumínio, conforme comunicado enviado à bolsa de valores da capital britânica. A Rio Tinto se propõe pagar US$ 101 em cada ação da canadense, um prêmio 65% sobre o preço dos papéis da Alcan em 4 de maio, quando estavam co-

tados a US$ 61,03. Na ocasião, a americana Alcoa fez uma proposta hostil de compra da companhia. A direção da Alcan votou por unanimidade a favor da oferta da Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo. O comunicado à bolsa assinala que a nova empresa, Rio Tinto Alcan, terá acesso a importantes reservas de bauxita, refinarias de alumínio, energia hidrelétrica de baixo custo e tecnologia de fundição.

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que era uma das cotadas para a aquisição da Alcan, informou que não está em negociação com a companhia. No entanto, em comunicado assinado pelo diretor de Finanças e de Relações com Investidores da mineradora, Fabio Barbosa, não descartou a possibilidade: "Isso não significa que a Vale não possa considerar essa opção no futuro, pois está sempre analisando oportunidades." (AE)

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A

CNPJ (MF) nº 61.594.172/0001-25 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente ficam convocados os acionistas da UVCC ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A para a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se no dia 23 de julho de 2007 na sede da UVCC, na Rua Amaral Gurgel, 560 – São Paulo – Capital às 19:00 horas, em primeira convocação e, em não havendo quorum, às 19:30 horas, em segunda convocação com qualquer número de convocados presentes, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras, bem como analisar a responsabilidade dos administradores da UVCC; 2. Alteração da forma de alienação do Patrimônio Imobiliário, a cargo da Comissão de Vendas instituída em Assembléia Geral; 3. Eleição de um novo membro para a Comissão de Vendas; 4. Redução do capital social e outros assuntos de interesse da UVCC. Obs: em conformidade com o disposto no artigo 133 da Lei 6.404/76 acham-se à disposição dos acionistas na sede da UVCC, o relatório de administração, cópia das demonstrações financeiras, parecer do auditor e demais documentos pertinentes a assuntos incluídos na ordem do dia. Maury Sergio Lima e Silva – Diretor Presidente.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: PREGÃO (PRESENCIAL) DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 36/0439/07/05 OBJETO: REGISTRO DE PREÇOS PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE COLETA, TRANSPORTE E ENTREGA DE MATERIAIS NECESSÁRIOS, PARA AS DIRETORIAS DE ENSINO E PARA AS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DO ESTADO DE SÃO PAULO. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para o Registro de Preços para prestação de serviços de coleta, transporte e entrega de materiais necessários ao atendimento dos projetos da Secretaria de Estado da Educação, para as Diretorias de Ensino e para as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 13/07/2007, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 26/07/2007. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

ERRATA

Na publicação feita pelo Diário do Comércio, do Balanço Patrimonial da Associação Comunitária Monte Azul (exercício findo em 31/12/2006) no dia 04/07/2007, nota explicativa nº 6, onde se lê: 6. No exercício de 2006 a Entidade recebeu da PMSP recursos para o PSF no valor de R$ 22.240.264,24 (R$ 16.186.567,83 em 2005), a que se somaram R$ 387.891,31 de rendimentos de aplicações financeiras dos citados recursos e R$ 326,89 de outras receitas, totalizando R$ 22.628.482,44 (R$ 16.362.934,48 em 2005). Neste exercício, foram incorridos gastos de R$ 22.628.482,44 (R$ 16.362.934,48 em 2005), conforme se demonstra no quadro “a”; leia-se: 6. No exercício de 2006 a Entidade recebeu da PMSP recursos para o PSF no valor de R$ 22.240.264,24 (R$ 16.186.567,83 em 2005), a que se somaram R$ 387.891,31(R$ 175.280,35 em 2005) de rendimentos de aplicações financeiras dos citados recursos e R$ 326,89 (R$ 1.086,30 em 2005) de outras receitas, totalizando R$ 22.628.482,44 (R$ 16.362.934,48 em 2005). Neste exercício, foram incorridos gastos de R$ 22.628.482,44 (R$ 16.362.934,48 em 2005), conforme se demonstra no quadro “a”; e o nome completo da contadora CRC 1SP251693/O-4 é Zilda das G. de Almeida Matos. São Paulo, 11/07/2007.

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PREGÃO Nº 042/2007- FAMESP/HEB PROCESSO Nº 236/2007 – FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇOS Nº 031/2007- FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 13 de julho a 01 de agosto de 2007, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 38152680 - ramal 111 - FAX (0xx14) 3882-1885 - ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/ licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 042/2007FAMESP/HEB, PROCESSO Nº 0236/2007 - FAMESP/HEB, REGISTRO DE PREÇOS Nº 031/2007- FAMESP/HEB, que tem como objetivo o FORNECIMENTO MENSAL POR UM PERÍODO DE 12 MESES, DE REAGENTES COMPLETOS (REAGENTES, NÍVEIS DE CONTROLE ALTO, MÉDIO E BAIXO, DILUENTES, SOLUÇÕES DE LIMPEZA E CALIBRADORES) DE HEMOGRAMAS E CONTAGEM DE RETICULÓCITOS (VALORES RELATIVO E ABSOLUTO), COM CONCESSÃO DE USO GRATUITO, DE UM EQUIPAMENTO ANALISADOR AUTOMÁTICO HEMATOLÓGICO, em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 02 de agosto de 2007, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 12 de julho de 2007. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 12 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Requerente: K.S.Q. Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerido:Victoria Brazil Importação e Exportação Ltda.EPP - Rua Mauá, 976 - conj. 14 - 1ª Vara de Falências

Requerente: Auto Posto Sakamoto Ltda. - Requerido: Dipesan Distribuidora de Peças Para Autos Ltda. - Rua Clélia, 52 - 1ª Vara de Falências

Requerente: Metálica Indústria S.A. - Requerido: Expandra Estamparia e Molas Ltda. - End.: n/c - 2ª Vara de Falências

Requerente: Fast Exchange Factoring Fomento Comercial Ltda. - Requerido: Relevo Araújo Indústrias Gráficas Ltda. - Rua Javaes, 136 - 2ª Vara de Falências


sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

Nacional Empresas Negócios Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Strada Shoe, empresa gaúcha dona da marca Corso Como, tem parte da produção na China.

INVESTIDORES LOCAIS COMPRAM IOB

ALTA MUNDIAL DE COMMODITIES E ENERGIA ALTERA ESTRATÉGIA DA GIGANTE SUÍÇA DE ALIMENTOS

MENOS PRODUTOS NESTLÉ. E MAIS CAROS. Fotos: Milton Mansilha/LUZ

A

Segundo Marlize Pacheco, designer da marca brasileira, conforto dos sapatos conquistou as americanas

Grife nacional faz sucesso nos EUA

Nestlé, maior companhia alimentícia do mundo, elevará preços, eliminará produtos não-lucrativos e vai racionalizar sua capacidade produtiva com o objetivo de se preparar para um duradouro período de altas dos preços das commodities e da energia. José Lopez, membro do departamento de administração da companhia suíça, disse à Reuters que o foco do grupo em marcas conhecidas, alimentos saudáveis e nutrição medicinal coloca a empresa em vantagem competitiva, enquanto os preços da energia, dos grãos e do leite sobem junto com a demanda. A alta global dos preços dos insumos deve elevar a inflação, o que habilitará a Nestlé –

dona de marcas como o chocolate KitKat e o café solúvel Nescafé – a repassar esses custos ao consumidor, disse Lopez em sua primeira entrevista como chefe das operações da gigante mundial. "Isso poderia provocar uma inflação moderada. E uma inflação moderada não é um mau ambiente para os negócios", disse Lopez. "De todo modo, eu posso comprar melhor porque eu sou maior." Lopez disse que o grupo trabalhará para cortar algumas linhas de produto que parecem ser menos lucrativas. Mas a medida não afetará nenhuma de suas 27 marcas mais famosas, que geram mais de 1 bilhão de francos suíços em vendas (ou cerca de US$ 830 milhões). Sob o comando do chefe-

executivo Peter Brabeck, a Nestlé cresceu cerca de 5,8% ao ano no período de dez anos, encerrado em 2006. O grupo apresentou um crescimento orgânico – medida da indústria que exclui oscilações de preços e aquisições – de 6,2% no ano passado, mas alertou que o ritmo da lucratividade poderia diminuir enquanto tenta repassar aumentos de preços. Lopez disse que o foco de Brabeck em saúde, bem-estar e nutrição, além da sensibilidade do grupo à crescente demanda por uma produção ambientalmente correta, coloca a Nestlé em boa posição para escapar das instabilidades dos preços das matérias-primas. A empresa continua sendo a maior do setor. (Reuters)

Brasileiros compram o IOB Rafael Hupsel/LUZ

Patrícia Büll

E

nquanto algumas marcas de calçados lutam para conquistar espaço no seleto grupo que consegue lançar marca própria no mercado norte-americano, a brasileira Corso Como faz o caminho inverso. Depois de dois anos de sucesso em lojas nos Estados Unidos, a grife chega ao Brasil para o lançamento da coleção primavera-verão 2007/2008, que deve chegar aos pés das brasileiras em meados do mês de outubro. Fabricados pela Strada Shoe, fábrica de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, os sapatos da grife foram apresentados durante a Francal 2007. Com calçados confeccionados em couro (inclusive o solado, que é costurado manualmente e traz uma graciosa pedra de strass como marca registrada), a Corso Como espera repetir no Brasil o sucesso que alcan-

çou nos Estados Unidos, onde vende 15 mil pares por mês. Por aqui, segundo Carlos Kray, proprietário da Strada Shoe, a primeira coleção terá edição limitada. A previsão é de vender 2 mil pares por mês, estratégia adotada para manter a exclusividade da marca. Câmbio – Segundo Kray, a Strada Shoe, que existe há dez anos, sempre produziu para o mercado externo, fabricando calçados para marcas como Gap e Banana Republic. Mas foi em 2005, por conta da desvalorização do dólar e da crescente perda de competitividade dos calçados nacionais, que a empresa precisou adotar novas estratégias. Uma delas foi lançar a marca Corso Como, com sapatos de maior valor agregado e a opção por internacionalizar a grife. "Quando lançamos os calçados da Corso Como, vendíamos 1,5 mil pares por mês. Mas o conforto e o design conquistaram as norte-americanas, o

ÁLCOOL Preços do produto caíram 9,83% em São Paulo na primeira prévia de julho do IPC-Fipe.

INDÚSTRIA

Sílvia Pimentel

A

IOB voltou a ser apenas IOB. Depois de sete anos nas mãos da Thomson, a principal empresa de informações jurídicas e tributárias do País foi vendida a um grupo de investidores brasileiros por R$ 70 milhões. A transação da IOB-Thomson foi financiada pelo Banco Fibra e liderada por Gilberto Fischel, que permanece na presidência. Há 40 anos no mercado, a companhia tem faturamento anual de R$ 100 milhões, e a expectativa dos novos donos, entre eles o atual presidente, é de uma expansão entre 10% e 30% ao ano. De acordo com Fischel, a conseqüência imediata da nova fase da empresa será a agilidade no processo decisório. Sob o comando da Thomson, o executivo lembra que perdia 50% de seu tempo promovendo reuniões ou discutindo os novos rumos da empresa, que invariavelmente tinham de passar pelo crivo do presidente mundial, em Londres. "Hoje, as reuniões duram 15 minutos. E os três anos que levávamos para desenvolver um produto jurídico serão reduzidos para quatro ou cinco meses", prevê o executivo. Num país de legislação

Gilberto Fischel, um dos sócios

abundante e onde se mudam as normas de uma hora para a outra, a nova administração acredita que tem espaço para crescer no mundo jurídico e regulatório, desta vez apostando na internet. Tanto que lançou recentemente um produto de informações jurídicas voltado a advogados: IOB Online Jurídico. Funciona como um site, em que os profissionais do Direito podem consultar cerca de 100 mil leis consolidadas, desde a proclamação da República, e 5 milhões de peças de jurisprudência dos tribunais, sendo 500 mil na íntegra. "Em vez de procurar na biblioteca, o advogado terá a informação no seu desktop", explica Fischel, que espera dobrar a car-

teira de clientes nessa área. Hoje, a empresa vende informações e produtos jurídicos para 35 mil advogados. O chamado auditor eletrônico é outro produto lançado recentemente. É voltado às empresas obrigadas a prestar contas ao fisco por meio de arquivos digitais. Só no Estado de São Paulo são 15 mil contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) nessa situação. Por menores que sejam, erros nas informações prestadas podem custar caro aos contribuintes. De acordo com o executivo, a ferramenta é capaz de identificar 72 tipos de inconsistências nos dados fornecidos. "O produto consegue checar, por exemplo, se o CNPJ das empresas que fazem negócios com os nossos clientes está ou não habilitado pelo Fisco para operar no mercado", completa. Questionado se a empresa sobrevive da burocracia fiscal, Fischel esclarece: "O que nos alimenta é a carga tributária crescente. Essa questão tornou-se a prioridade na agenda dos executivos, tomando lugar de outras preocupações como a inflação, a taxa de juros. A p r i o r i d a d e d a s e m p re s a s atualmente é gerir da melhor forma possível o risco tributário para tornar-se competitiva, apesar dos tributos".

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Sacoleiros: uma política de boa vizinhança

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Índia quer reduzir barreiras com o Brasil

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Estrangeiros investem US$ 6,6 bi na China

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Balança americana tem déficit de US$ 60 bi

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Angra I, em manutenção, continua parada

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emprego na indústria cresceu 0,3% em maio na comparação com abril e 2% em relação a igual mês do ano passado, segundo pesquisa divulgada ontem pelo IBGE. Segundo s técnicos do instituto, os segmentos com maior destaque na produção são os que têm melhor desempenho no emprego. (AE)

A TÉ LOGO

EUROPA Zona do euro cresceu 0,7% de janeiro a março sobre o último trimestre de 2006.

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Ó RBITA

que fez que nossas vendas saltassem para 15 mil pares por mês", disse Marlize Pacheco, designer da marca. Foi esse sucesso que incentivou a Strada Shoe a trazer a Corso Como para o Brasil, onde os sapatos chegarão ao consumidor final com preço médio entre R$ 300 e R$ 800. Segundo Marlize, foram feitas algumas adaptações nos modelos, principalmente em relação ao calçamento, mas as coleções seguirão as lançadas nos Estados Unidos. Feito na China – Na mesma época em que lançou a marca nos Estados Unidos, a Strada Shoe transferiu parte de sua produção para a China. Segundo Kray, dos 5,5 milhões de pares anuais produzidos pela empresa, metade foi terceirizada para empresas chinesas. Kray disse também que se a situação do setor calçadista brasileiro não melhorar, a terceirização poderá ser ainda maior, podendo alcançar o equivalente a 80% da produção.

Brasil quer liberar carne no Chile

Mais movimento no porto de Santos

Supersimples continua na fila

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projeto de lei complementar que amplia o prazo das micros e pequenas empresas para aderir ao Supersimples não foi votado ontem e continua nas mãos do plenário. Tem até a próxima terçafeira para ser votado.

Na quarta-feira, o Senado entra em recesso. A matéria estava na pauta de ontem da casa legislativa, atrás de cinco Medidas Provisórias (MPs), que também não chegaram a ser votadas. O projeto de lei complementar amplia de 31

de julho para 15 de agosto o prazo para adesão ao novo regime tributário, que entrou em vigor no último dia 1°. Também amplia o número de empresas prestadoras de serviços que podem optar pelo novo regime tributário. (DC)


Congresso Planalto Caos Aéreo Estados

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PARA CPI, PILOTOS DO LEGACY SÃO CULPADOS

Wilson Dias/ABr

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sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

O MST se iludiu com o Lula porque ele não manda nada, vive viajando. Por isso, a reforma agrária não avança. João Pedro Stédile

Ricardo Stuckert / PR

'NORDESTE NÃO É REPRODUTOR DE POBRE' O comentário foi do presidente Lula, ontem, em Olinda. Ele fez ainda outra comparação: começar uma obra do PAC é mais difícil que botar um ovo.

A

o anunciar ontem, sofre, e às vezes o ovo demora em Olinda, a libe- mais tempo do que deveria." O comentário não provocou ração de R$ 1,4 bil h ã o d e i n v e s t i- apenas risos locais. Em seu mentos federais no Programa blog, o jornalista Reinaldo de Aceleração do Crescimento Azevedo reagiu na hora. "Se(PAC) para obras de sanea- guindo a alegoria da galinha, mento e urbanização de fave- pergunto: se não tem ovo, por las em 20 municípios de Per- que o governo cacareja tanto? nambuco, o presidente Luiz Deveria, ao menos, seguir o Inácio Lula da Silva destacou, decoro das galinhas: só cantam em discurso, que o Nordeste depois de realizada a obra". Espera – A ministra da Casa não pode continuar sendo "uma faixa no mapa brasileiro Civil, Dilma Rousseff, disse esperar que ainda neste ano as reprodutor de pobre". "Não queremos tirar nada obras do PAC em todo o Brasil de ninguém, queremos nos tenham início. Em Pernambur e c o l o c a r n o m a p a d e s t e co, "se tudo correr bem", elas deverão começar a se País", disse ele, ovaconcretizar a partir de cionado pela platéia fevereiro. q u e l o t o u o Te a t r o Por que o Com as contrapartiGuararapes, no Cen- Nordeste das do estado e munitro de Convenções. tem que ser cípios, as obras repre"Temos o direito de por mais um sentam em Pernamcrescer. Não somos século a buco um total de R$ apenas exportadores parte 1,6 bilhão. de pobres para os Es- atrasada do "Quando a gente tados mais ricos, não Brasil? sair daqui, a obra não queremos ser só pePresidente vai começar", disse o dreiros, queremos ser Lula presidente, ao pedir o engenheiros, médicos", disse o presidente, ao de- esforço de governo estadual e fender investimento na edu- prefeitos, junto com a sociedacação da região e ao reforçar de, o Tribunal de Contas estaseu compromisso de tornar o dual, o Ministério Público e os órgãos ambientais. Brasil mais equânime. "O que estamos dizendo "Por que o Nordeste tem que ser por mais um século a parte aqui para os prefeitos e governador, é que o projeto de vocês atrasada do Brasil?" Ele abordou o assunto ao se é bom, está avaliado, vocês referir a quem se mostra inco- têm projeto executivo e projeto modado com as Zonas de Pro- básico, o dinheiro está disponicessamento de Exportação bilizado", ensinou o presiden(ZPEs), sob o argumento de te, de forma didática. Ao falar sobre a importância que "vai acabar com a indústria não sei de onde, não sei das do saneamento, Lula relemquantas". "Não queremos o brou os tempos de enchentes pão dos outros, queremos di- em São Paulo, solidarizandose com as vítimas do problema. vidir o pão". Demora – O presidente se Aos 11 anos, contou, ele enantecipou a uma provável de- frentou enchente de um metro mora na realização das obras, na Rua Auriverde, na Vila Caque irão beneficiar 800 mil fa- rioca, com oito famílias, 30 pesmílias no estado, e pediu pa- soas, com um banheiro só. Deciência. "É mais difícil do que a pois, em janeiro de 1964, volgalinha para botar um ovo", tou a encarar o problema. "O PAC precisa dar certo", disse, referindo-se à burocracia e todos os trâmites a serem disse. E completou: "Algumas percorridos. "É complicado pessoas acham que só terão porque lá elas sofrem, mas bo- chance de vencer se eu (presitam o ovo. Aqui, a gente sofre, dente) fracassar". (AE)

Na ciranda: Lula participa da cerimônia do PAC com o governador Eduardo Campos, a ministra Dilma Roussef e o prefeito do Recife, João Paulo. Roosewelt Pinheiro / ABr

Relatório culpa pilotos do Legacy

O

relatório parcial da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, apresentado ontem, responsabilizou os pilotos americanos do jato Legacy, Jan Paul Paladino e Joseph Lepore, e quatro controladores de vôo, pelo acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro de 2006, quando 154 pessoas morreram. Na quarta-feira passada, tudo indicava que o relator Marco Maia (PT-RS) pediria ao Ministério Público o indiciamento dos pilotos por homicídio doloso (intencional), e dos controladores por homicídio culposo (sem intenção de matar). Para Maia, o acidente ocorreu por falha humana – o instrumento anticolisão do Legacy foi desligado. Ainda na quarta, na CPI, o

chefe do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Cardoso, admitiu que uma das causas da crise seria a falta de articulação entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e o próprio Decea. Ele lembrou que, no passado, o comando da Aeronáutica centralizava todo o planejamento do setor. "Cabe ao Ministério da Defesa cumprir esse papel." Em maio, o Ministério Público Federal denunciou o controlador de vôo Jomarcelo Fernandes do Santos por crime doloso e os pilotos do Legacy por crime culposo. Outros três controladores também foram denunciados por crime culposo. (AE/Agência Câmara.)

Para o relator Marco Maia, o acidente ocorreu por falha humana

Lula, o novo 'inimigo' do MST

O

latifúndio deixou de ser o principal inimigo do movimento dos sem-terra: as empresas transacionais e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva passaram agora a ser vistos como principais inimigos na luta pela reforma agrária e pela mudança do modelo econômico em vigor no Brasil. A declaração foi feita ontem pelo líder do

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, em discurso a semterra, pequenos agricultores e estudantes na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em Cascavel, no Paraná. "Antes era o latifúndio, agora são as empresas transacionais que exploram as nossas riquezas e as levam para fora do País", afirmou Stédile. Segundo

ele, as empresas que dominam o agronegócio brasileiro enviaram para o exterior cerca de US$ 4 bilhões entre janeiro a junho deste ano. Enquanto isso, disse, a reforma agrária necessitaria de US$ 1 bilhão para ser executada pelo governo brasileiro. De acordo com dados do MST, existem hoje cerca de quatro milhões de famílias de sem-terra no País. Para Stédile, a reforma

agrária no governo Lula está muito longe da expectativa dos movimentos sociais. "O MST se iludiu com o Lula porque ele não manda nada, vive viajando. Quem manda nesse País são os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Por isso, a reforma agrária não avança", diz o líder. Para ele, o Estado brasileiro fez uma "aliança" com o agronegócio e nesse sentido cria leis para protegê-lo. (AE)


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

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AS USINAS SOMAM 6.450 MEGAWATTS

critérios são exigidos pela legislação ambiental para a construção das usinas do Rio Madeira

CARTA DO GOVERNO BOLIVIANO RECLAMA DA CONSTRUÇÃO DAS USINAS DO RIO MADEIRA, EM RONDÔNIA

BOLÍVIA QUEIXA-SE AO ITAMARATY Gonzalo Jallasi/ABI

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O ministro David Choquehuanca, da Bolívia, diz que o Ibama não levou em conta possíveis prejuízos ao país

TELEFONIA Anatel define regras para celulares A

Agência Nacional de Te l e c o m u n i c a ç õ e s (Anatel) vai lançar em outubro o edital de licitação das licenças de terceira geração da telefonia celular. A expectativa da agência é de que ainda no ano que vem, provavelmente no segundo semestre, o Brasil já terá celulares com a nova tecnologia, que permite ao cliente enviar e baixar arquivos em alta velocidade, como jogos, vídeos e músicas. As regras do leilão, que ocorrerá em novembro, foram divulgadas ontem. A idéia da Anatel é aproveitar a venda das licenças da terceira geração (3G) da telefonia celular para fazer com que o serviço chegue ao interior do País. As empresas 3G serão obrigadas a levar o celular a cerca de 2 mil municípios com menos de 30 mil habitantes, que ainda não têm o serviço. Essa meta deve ser totalmente cumprida nos dois primeiros anos após a assinatura

dos contratos, prevista para fevereiro de 2008. Para isso, elas poderão usar a tecnologia utilizada atualmente, que é menos moderna que a 3G. Nas áreas que englobam grandes cidades, como São Paulo, a meta é colocar a 3G em 60% dos pequenos municípios no prazo de três anos. A Anatel entende que não há necessidade de definir metas para os grandes centros, já que esses serão os principais alvos das empresas, onde está grande parte dos atuais 105 milhões de clientes da telefonia celular. A Anatel decidiu também que vai amarrar a venda de licença de uma área disputada com a de outra menos atrativa. A empresa que comprar a licença da região metropolitana de São Paulo será obrigada a prestar o serviço também na região amazônica. O objetivo é garantir que haja prestadores de 3G em todo o País. Isso valerá também para uma licença no interior de São

Paulo, que será combinada com uma na região Nordeste, incluindo os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Reajuste – A Anatel não definiu qual será o percentual de aumento das tarifas da telefonia fixa. O conselheiro da agência José Leite Pereira Filho disse que a agência pode definir o reajuste por meio de um "circuito deliberativo", uma espécie de reunião de emergência dos conselheiros, que será realizada na quarta-feira. A Anatel já recebeu a proposta das empresas, mas não quis divulgar o reajuste pedido por elas. O aumento, no entanto, deverá ficar abaixo de 2,91%, que foi o percentual de variação nos últimos 12 meses do Índice de Serviços de Telecomunicações (IST). O IST vem sendo utilizado desde o ano passado para corrigir as tarifas da telefonia fixa em substituição ao IGP-DI. (AE)

Embratel defende compartilhamento

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presidente da Embratel, Carlos Henrique Moreira, defendeu ontem, em audiência pública no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o uso compartilhado das redes das operadoras locais de telefonia fixa por novos competidores. Segundo Moreira, a abertura dos equipamentos das teles a outras empresas é o

principal caminho para a ampliação da oferta da banda larga no País. "O uso das redes é a melhor forma para estimular a competição. Sem a concorrência, a banda larga vai demorar para ser disseminada." Ele disse que as empresas concessionárias de telefonia fixa local – entre elas a Telefônica, a Telemar e a Brasil Telecom – dominam hoje 92% do mer-

cado local, 60,4% do mercado de interurbanos e 79,3% do setor de banda larga. A Embratel é, originalmente, uma concessionária de longa distância. A reunião de ontem do Cade é parte de uma série de audiências públicas para discussão dos aspectos concorrenciais da convergência tecnológica, que tem unificado serviços de telefonia, internet e TV. (AE)

China está na mira dos tribunais

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em conseguir conter a invasão de produtos chineses, os Estados Unidos recorrem aos tribunais internacionais para que condenem as práticas do governo de Pequim que estaria subsidiando suas indústrias de bens manufaturados. Os EUA pediram a criação de um comitê de investigação na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os chineses. O argumento americano é de que esses

subsídios estariam sendo o real motivo da competitividade da produção do país asiático que, nos cinco primeiros meses do ano, já superou os Estados Unidos em volume de exportações para o mundo. O México também recorreu à OMC contra a China, diante da migração de montadoras que estavam no país e decidiram se instalar nas cidades do país. Uma das queixas se refere à suposta discriminação dos chineses

aos produtos importados. Empresas locais estariam sendo obrigadas a utilizar peças fabricadas na China para ter isenções tributárias na exportação dos produtos prontos. Para a Casa Branca, Pequim usa seu sistema tributário para incentivar exportações e reduzir os custos para as empresas atuarem no exterior. Esse é o argumento que os americanos utilizaram quando levantaram dúvidas sobre a 'MP do Bem', do Brasil. (AE)

Itamaraty confirmou ontem o recebimento de uma carta do governo boliviano sobre a construção das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia. O documento foi enviado após a liberação da licença ambiental prévia para a obra. A assessoria de imprensa do Itamaraty disse que o documento ainda "está em avaliação", sem fazer maiores comentários. A Agencia Boliviana de Información (ABI) confirmou o envio da carta ao Itamaraty e a preocupação do governo Evo Morales com a construção das usinas, destacando a alegação do ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca, para quem "os estudos de impacto ambiental deveriam incluir a área compreendida no território boliviano". Contrariedade –"Lamentamos e expressamos nossa contrariedade porque se expediu a respectiva licença ambiental para a licitação dessas duas hidrelétricas antes de serem realizadas análises dos impactos ambientais, sociais e econômicos das obras sobre os afluentes do Rio Madeira que se encontram em nosso território", afirmou o ministro da Bolívia. Ele também recordou que Brasil e Bolívia têm diversos instrumentos internacionais para proteção, conservação, intercâmbio de informações e fiscalização dos recursos da

Fabio Pozzebon/ABr

Para o assessor Marco Aurélio Garcia, não haverá danos a ninguém

Amazônia, especialmente nas áreas fronteiriças. Despreocupação –Para o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, a Bolívia não tem com que se preocupar, pois os cuidados ambientais tomados para a realização da obra no Brasil se estendem a toda a área. "O Brasil tem uma política ambiental nacional. Os critérios são os mesmos para todas as regiões. A preocupação com a preservação do meio ambiente é comum, tanto na dimensão nacional como regional", disse o assessor do presidente. O ministro garantiu que os empreendimentos não trarão problemas nem para o Brasil nem para os países vizinhos.

Disse também que não houve nenhuma reivindicação financeira por parte da Bolívia. "Para haver indenização, precisa haver dano. Portanto não há nada a pagar." Anúncio –A concessão das licenças prévias para as usinas de Santo Antônio e Jirau foi anunciada na última segundafeira (9), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O documento permite licitação para a construção das hidrelétricas e determina que o vencedor cumpra 33 exigências para a viabilidade ambiental da obra. As duas usinas deverão somar, juntas, 6.450 megawatts de potência, metade de Itaipu, a mais potente hidrelétrica do Brasil.

EUA querem evitar campo bilateral

O

s Estados Unidos decidiram não trazer a nova batalha aberta pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) para o campo bilateral. O subsecretário de Estado americano, Nicholas Burns, tratou a queixa apresentada pelo governo brasileiro contra os subsídios agrícolas americanos como um fato "normal" nas relações comerciais e destacou a "excelente atmosfera" para o diálogo entre os dois países. A queixa do Brasil vai se somar à do Canadá e tem o objetivo de gerar uma jurisprudência na OMC sobre os limites aos subsídios que alimentam a agricultura de países desenvolvidos. "Apesar das disputas comerciais, Canadá, Esta-

dos Unidos e Brasil são os melhores amigos do mundo. As disputas não vão interferir nas relações bilaterais", afirmou Burns. "Não vemos as disputas comerciais na OMC como uma indicação de problemas bilaterais, mas como um meio de resolver questões entre os países. Temos espírito de comércio", acrescentou o subsecretário para o Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon. Eles participaram, ontem, da 1ª Cúpula de Inovação dos Brasil-Estados Unidos-Brasil. À tarde, encontraram-se com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Julgamento – Em princípio, as consultas na OMC devem dar lugar ao pedido de Canadá e Brasil de formação de painel

(comitê de arbitragem) para julgar a queixa em setembro. Os governos dos dois países reclamam do fato de os Estados Unidos terem extrapolado várias vezes o limite estabelecido pela OMC para a liberação das subvenções no período que vai de 1999 a 2005, de US$ 19 bilhões por ano. A controvérsia, a rigor, poderá impedir que esses "excessos" americanos continuem no futuro, se a Rodada Doha da OMC fracassar de vez. O principal impasse dessa negociação está centrado na resistência dos Estados Unidos em melhorar sua oferta de teto de US$ 17 bilhões anuais para os subsídios que o governo garante para seus agricultores disputarem mercados. (AE)

BANANA REPUBLIC EUA não produz, mas faz queixa à OMC. O Flávio Florido/Folha Imagem

s Estados Unidos nem produzem nem exportam bananas de seu território. Mas ontem abriram uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as barreiras européias às importações da fruta. O motivo: querem que suas empresas que operam em toda a América Latina tenham garantias de continuar exportando o produto desses países tropicais para o mercado europeu sem discriminação. O Brasil também aderiu ao caso como terceira parte interessada. Empresas como a Chiquita e a Dole estão instaladas em todos os países produtores de banana da região latinoamericana, como Equador, Panamá e Costa Rica. Segundo Washington, porém, as práticas adotadas pelos europeus são inconsisten-

Bananas: Brasil também aderiu

tes com as regras internacionais do comércio. A disputa foi iniciada em 1993, depois que a Europa adotou um sistema de cotas para facilitar a importação de bananas de suas ex-colônias, mas afetando as vendas dos países latino-americanos A primeira vitória americana ocorreu em 1996 na OMC. Mas os europeus, em 2006, voltaram a estabelecer um novo sistema de preferências a suas ex-colônias que, mais uma vez, afeta as exportações dos países latino-americanos. Na maioria

dos casos, essas compras são feitas por empresas norteamericanas. Para as bananas africanas e caribenhas, os europeus não aplicam tarifa. Já as vendas de países como Equador, Colômbia e outros latinoamericanos sofrem uma taxa de 176 euros por tonelada. Os americanos querem agora que a OMC determine se essa taxa está dentro das regras da entidade. A Comissão Européia "lamentou" a decisão americana de recorrer à OMC. "A iniciativa é ainda mais lamentável se levarmos em conta que os Estados Unidos não são nem produtores nem exportadores de bananas. Portanto, seu interesse no caso é mais que questionável", afirmou a UE. As principais empresas exportadoras na América Latina tem sede e capital nos Estados Unidos. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 - LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

GASTRONOMIA Empório Siriuba faz festival da quinua

Ben Schott, no gargalo

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

José Guilherme R. Ferreira

B

en Schott é um jovem escritor inglês, fotógrafo, apreciador de bons vinhos e charutos, especializado em... almanaques e miscelâneas. Suas três últimas coletâneas, traduzidas para mais de doze línguas, já venderam cerca de 2 milhões de exemplares. A Miscelânea da Boa Mesa de Schott (Intrínseca, 2006), ao lado de hilariantes inutilidades, traz dados históricos sobre alimentação e comportamento à mesa. Além de curiosidades sobre vinhos, como a nomenclatura dos espaços livres dentro de uma garrafa: a bebida pode estar no gargalo ou, mais vazia, no "início do ombro". Outra relação mostra o tamanho e os nomes dos cascos, com uma biografia dos homenageados. Baltazar, um dos três reis magos, o da mirra, nomeia a garrafa de 16 litros de Bordeaux. Uma lista trata dos tonéis de madeira, do Demi-muid de 600 litros, para o Châteauneuf-du-Pape, aos Stück, com o dobro da capacidade, onde fermentam vinhos Iluminação e ventilação naturais tormam ambiente ecologicamente correto. A sobremesa do festival da quinua, profiterole sensação; e o chef Renato Caleffi com sua criação, o crumble de quinua com ceviche, servido na taça.

http://www.benschott.com/en/almanac.html http://www.miscellanies.info

ADEGA

Charme que vem do Porto Sergio de Paula Santos

O

Alimento inca na mesa paulistana Lúcia Helena de Camargo

V

egetal de nome curioso, a quinua é a atração do restaurante Empório Siriuba até o final do mês de julho. Pessoas que apreciam comidas vegetarianas e orgânicas possivelmente já ouviram falar nela ou a provaram. A turma da picanha mal passada talvez precise ser apresentada a esse grão. Seu aspecto, quando crua, assemelha-se à soja, embora contenha muito mais proteína. Aliás, ela é considerada mais proteica até do que a carne e o leite, sendo superada apenas pelo ovo. O índice de proteínas da quinua é de 75. O da carne é 60 e do leite é 72. O ovo chega a 95. Versátil, a quinua é usada no preparo de saladas, pratos quentes e sobremesas. Com sua farinha são

do Reno. Na edição brasileira, para ficarmos nas listas ao gosto dos almanaques, há a carta de vinhos do último baile da Ilha Fiscal, no Rio, oferecido por D. Pedro II para 5 mil pessoas, em 9 de novembro de 1889. Registros mostram que, ao apagar das luzes da monarquia, foram consumidas 12 mil garrafas de vinho e duzentas caixas de champanhe. Schott trata de outro jantar, realizado durante o cerco de Paris, em 1870. O zoológico do Jardin des Plantes, sem condições de manter os animais, vendeu camelos, cangurus e antílopes para a festa, servidos com Mouton Rotschild 1846 e Romanée Conti 1858.

feitas massas de crepes, e os grãos entram em risotos, sopas e como uma alternativa à semolina no preparo do cuscuz. Cai leve no estômago e pode ser consumida por quem tem intolerância ao glúten. Mas não é exatamente light, já que em cada 100 gramas são consumidas 347 calorias. Os altos valores energéticos e proteicos levaram-na até à cápsula dos astronautas. A quinua é usada pela Nasa, a agência espacial americana, na alimentação de homens enviados ao espaço. A história do vegetal é longa, pois existe há cinco mil anos e já era consumida pelos incas. Cultivada pelos povos Quechuas e Aymarás na Bolívia, começou a ficar conhecida no mundo ocidental nos anos de 1960, quando os Estados Unidos passaram

Risoto de quinua: receita que leva rúcula, tomate confit e mussarela de búfala, vendido a R$ 26, está na lista de pratos "fumegantes" do cardápio. Bom para ser consumido no inverno. Cardápio inclui carne, frango e peixe. "Nossos clientes não são naturebas e ecochatos, mas pessoas que buscam uma alimentação mais saudável", diz Cenia Salles.

a divulgar o produto. No Brasil, foi descoberta nos anos de 1980 pelos adeptos da alimentação natural. Hoje, continua a ser cultivada por pequenos produtores bolivianos, de maneira orgânica (sem uso de agrotóxicos) e a produção certificada chega aos empórios, restaurantes e outros revendedores do mundo todo. Em São Paulo, a quinua já está nas mesas dos restaurantes Carlota, Capim Santo, do japonês JAM e até da rede America, em forma de hambúrguer vegetariano e como complemento em saladas. No Empório Siriuba, o chef Renato Caleffi e a sócia da casa Cenia Salles criaram uma série de pratos com a quinua, que podem ser pedidos como menu degustação (R$ 43, com entrada, prato principal e sobremesa)

ou separadamente. Para começar, vale provar a empanada integral assada (R$ 6,90, duas unidades), que leva qrãos de quinua, escarola, azeitonas, tomate fresco e ervas. Quem aprecia sabores marcantes pode pedir, como entrada, o crumble de quinua com ceviche servido em taça (R$ 17), feito com tilápia em cubos marinados em limão, sal rosa do himalaia, hortelã, azeite de gengibre com palmito pupunha fresco. As saladas, todas vendidas a R$ 23,30, podem ser a andina com naan (tabule de quinua, queijo quark com castanhas e folhas verdes) ou tartare de quinua com folhas verdes – quinua em grãos com morango marinado em molho de salsa com vinagre manga. Nos dias frios, a boa pedida é a sopa tailandesa com quinua e shimeji (R$ 17), um caldo picante que leva carne, especiarias, capim limão e leite de coco. E os pratos chamados no cardápio de "fumegantes" (R$ 26 cada): risoto de quinua, feito com rúcula, tomate confit e mussarela de búfala, e cuscuz à marroquina com naan (quinua, caponata, ervilhas, cenoura, ervas e castanhas de barú), além do ótimo crepe de quinua com chá verde e molho masala com vinho tinto, recheado de quark, morango, gengibre, mel e manjericão fresco. Entre as sobremesas, não perca a profiterole sensação (R$ 7,10): massa de quinua, doce de leite, sorvete de morango e calda quente de chocolate. O restaurante, que também vende a quinua em forma de grãos, oferece café da manhã, bufê de almoço do meio-dia às 15h, e um cardápio do dia-a-dia com opções nomeadas de acordo com a ação que se espera das receitas. Há o Inimigo da enxaqueca, com filé de tilápia, Amigo do Biquini (espaguete de palmito) e até, entre outros, o Espanta TPM, com cuscuz de quinua e hambúrguer. "Curiosamente é um dos pratos mais pedidos pelos homens", conta Cenia Salles. Empório Siriuba - Al. Franca, 1590, Jardins, tel: 3081-4303. Mais sobre a quinua em: www.quinuareal.com.br

Vinho do Porto tem várias categorias: Ruby, Towny, 10 anos, 20, 30, 40 anos, Colheita, LBV (Late Bottled Vintage) e os "Vintage". As denominações são paradoxalmente em inglês, mas é a tradição. Assim tem sido desde o início da produção do vinho, de sua "fortificação" com aguardente vínica, no século XVII, e assim será. Os portos "vintage" são os portos datados, de colheitas excepcionais e que ao contrário dos demais tipos, após o estágio obrigatório de três anos em madeira, envelhecem e evoluem em recipientes de vidro, garrafas ou garrafões bojudos. A evolução do vinho no vidro é bem mais lenta e difícil mesmo, razão pela qual são declarados "vintage", como dito, apenas as safras excepcionais, o que ocorre normalmente duas ou eventualmente três vezes a cada decênio. Quem toma a decisão de declarar a safra como "vintage" são os enólogos das várias empresas produtoras de vinho. Assim em determinados anos algumas empresas declaram seus vinhos como vintage e outras não. Essas indicações devem ser referendadas obrigatoriamente pelo IVDP, Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, antigo IVP, Instituto do Vinho do Porto. De um modo geral, podese dizer que tão somente 2% de toda produção do vinho do Porto chega a ser declarada "Vintage". Atualmente a produção do vinho do Porto corresponde a 10 milhões de caixas (de 12 garrafas com 750 ml) anuais. Nos últimos anos o Brasil incluiu-se entre os 10 maiores importadores de vinho do Porto, com 1 milhão de garrafas anuais. Neste ano de 2007, 41 empresas produtoras de V.P. declararam suas safras de 2003, como "Vintage". Destas, apresentaram seus vinhos em São Paulo, há uma semana, por iniciativa de IVDP (leiase Carlos Soares), com o apoio do Solar do Vinho do Porto de São Paulo. Lembre-se que são vinhos de 2003, degustados com curiosidade, pois que deverão ainda evoluir (em garrafas e garrafões) por vários anos, até atingir seu apogeu. Beber um "vintage" no ano de sua declaração, de seu nascimento, parece-nos quase um "infanticídio". Por outro lado se quisermos esperar 15 ou 20 anos para bebê-lo, talvez não estejamos mais por aqui...

Nada impede (a não ser talvez o custo) entretanto que bebamos os "vintages" antigos, de 10, 20 anos ou até de um século. Os "portófilos" previdentes certamente disporão de "vintages" de várias idades, para serem bebidos em ocasiões especiais. Os "vintages" que nos foram apresentados pelo IVDP e pelo Solar do Vinho do Porto, de 2003 foram: 1) Messias - De coloração escura, já tinha uma auréola violácea nos bordos, com aroma de frutas vermelhas, paladar e retrogosto complexo e harmônico. Para nós foi o mais agradável dos provados. Macio e redondo para um vinho tão jovem. 2) Fonseca - De coloração bem escura. Aroma ainda fechado e "duro" no paladar. Ainda assim seus taninos estão macios. O tempo vai amadurecê-lo. 3) Wiese Crown - Escuro e fechado. Para nós parecem algo desequilibrado. Como dito anteriormente, o tempo deverá mostrar suas virtudes. 4) Quinta da Pacheca - É uma importante empresa para vinhos não fortificados, com menos experiência em vinhos do Porto. A amostra provada não nos convenceu. 5) Taylor - A empresa é tricentenária e seus vinhos nunca decepcionam. A amostra do "vintage" ainda está fechada, mas mostra virtudes no aroma e no paladar. Será, com certeza, um grande vinho. Quem viver, quem esperar, verá e beberá. O jantar que se seguiu foi acompanhado por vinhos tintos do Douro, dos quais se destacaram o Quinta do Cotto e o Quinta da Gaivosa. A prova do vinho do Porto veio mais uma vez nos lembrar que o porto não é apenas um grande vinho, é um patrimônio e uma glória da vitivinicultura. Não é apenas um vinho, é uma obra de arte. Sergio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, Memórias de Adega e Cozinha, Senac, 2007, recém lançado.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Logo Logo

Definitivamente, a América Latina tem cidades com condição de receber Jogos Olímpicos. Temos seis candidatas com bom potencial, mas já posso dizer que o Rio será uma candidatura muito forte.

Divulgação

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

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www.dcomercio.com.br/logo/

Do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, sobre a possibilidade de o Brasil sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

Dia Mundial do Rock e, no Brasil, Dia do Cantor. Ao lado, o "rei do rock", de voz impecável, Elvis Presley, em 1968

JULHO

2 - LOGO

F UTEBOL

Negociatas do timão sob suspeita são. O presidente do Corinthians, Alberto Dualib, o vice Nesi Curi, o advogado Alexandre Verri e os empresários Paulo Angioni e Renato Duprat (os três últimos ligados à MSI) serão interrogados no mês que vem. "Não pedimos a prisão deles porque sabemos seus endereços e profissões", disse o procurador Silvio Luis Martins de Oliveira, autor da denúncia acatada pela Justiça. A Justiça entendeu que

Reprodução

Ricardo Trida/AE

Ciete Silvério/Folha Imagem

Kia Joorabchian

Boris Berezovski

Alberto Dualib

os investimentos da MSI no Corinthians são para lavagem de dinheiro proveniente de crimes prati-

cados por Berezovski na Europa, incluindo assassinato. As contas da MSI foram bloqueadas e o Co-

rinthians não receberá dinheiro da parceria. A Justiça gravou conversas telefônicas da cú-

pula do Corinthians e da MSI. Os grampos mostram que dirigentes do clube tentavam, junto ao governo federal, fazer lobby para que Berezovski entrasse no País sem ser preso. A denúncia fez a oposição corintiana pedir novamente a suspensão de Dualib e seus vice-presidentes. Em nota, a presidência do Corinthians diz que "todos os atos do clube foram praticados dentro da legislação".

F UTEBOL FEMININO Heitor Cunha/Diário de Pernambuco/AE

A

parceria entre Corinthians e MSI sofreu um golpe fatal ontem. O juiz federal Fausto Martin de Sanctis pediu a prisão de Kia Joorabchian e Nojan Bedroud, administradores da MSI, além do magnata russo Boris Berezovski. Os três estão em Londres e são suspeitos de lavagem de dinheiro. A MSI, por meio de nota, chamou de "absurdo e arbitrário" o pedido de pri-

Alf Pergeman/AFP

Vitória e golaço já na estréia

E SPANHA

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L

Um homem fantasiado de 'kiliki' brinca de aterrorizar dois meninos durante o desfile dos "comparsas dos gigantes e dos cabeçudos", parte do festival de San Fermín, na cidade espanhola de Pamplona.

C IÊNCIA

Apenas boas lembranças Pesquisadores confirmaram ontem que a sabedoria tradicional já defendia faz tempo: as pessoas são capazes de eliminar lembranças perturbadoras. Eles descobriram que o cérebro "desliga" as partes responsáveis pela memória de fatos ruins e que o centro emocional do cérebro também é desligado. Para chegar a essa conclusão, eles ensinaram 18 voluntários adultos a associar fotos de rostos humanos a imagens de acidentes automobilísticos ou soldados feridos. Os rostos foram mostrados dezenas de vezes aos voluntários, que então tinham que lembrar ou C A R T A Z

VISUAIS

E M

esquecer a imagem perturbadora associada a cada um. Quando eles quiseram bloquear uma imagem especialmente negativa, não conseguiram lembrar a foto associada a determinado rosto em cerca de 50% das tentativas. Com imagens de ressonância magnética, os cientistas da Universidade do Colorado descobriram que algumas partes do cérebro ficavam inativas. Apresentado na edição de hoje da revista Scienceo estudo deverá ser usado para ajudar vítimas do transtorno do estresse pós-traumático a controlar melhor suas lembranças.

Pouca gente viu a estréia do Brasil nos Jogos PanAmericanos do Rio de Janeiro, ontem. No estádio do Engenhão praticamente vazio, a seleção brasileira feminina de futebol goleou o Uruguai por 4 a 0. Logo no primeiro ataque a seleção abriu o placar. Formiga cruzou da direita, Cristiane ajeitou de peito e Daniela Alves [foto, à direita] empurrou para o fundo das redes. O Brasil seguiu dominando e, aos 16min, marcou o segundo gol. O terceiro ponto foi marcado aos 35 minutos. Aos 24min do segundo tempo, Daniela Alves arriscou da intermediária e acertou um golaço no ângulo da goleira uruguaia. Golaço.

AMERICAN WAY OF LIFE - Cerca de 13 mil automóveis clássicos norte-americanos de todas as épocas participaram este ano da feira Power Big. Considerado o maior evento mundial de carros dos EUA, o encontro aconteceu na cidade de Vaesterass, na Suécia. A RTE

V ÔLEI FEMININO

Fumar, coisa de museu

Brasil sem Jacqueline A jogadora Jaqueline, 23, não jogará pela seleção brasileira de vôlei feminino no Pan. Ontem, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) tirou a ponteira da lista de 12 convocadas para a os jogos. A novata Regiane, do Rexona, foi designada para a vaga. Jaqueline foi pega em exame antidoping com a substância sibutramina no último jogo das finais do Campeonato Italiano, em derrota de seu time, Jesi, para o Perugia. A jogadora acredita que ingeriu a substância em um chá que tomou contra celulite. A CBV não foi comunicada oficialmente do incidente, mas, por medida preventiva, excluiu a jogadora do Pan.

rimeiro foi preciso descobrir o fogo. Depois, descobrir que em alguns casos, a fumaça que ele produzia, ao queimar um determinado material, poderia ser inalada. Só então se descobriu o prazer e os malefícios dessa atividade. Toda esta história é contada no Museu do Fumante, que fica em Paris e que mantém na internet as exposições virtuais que já passaram por ali. Entre as imagens e objetos reunidos no site, o fumo aparece como destaque do cotidiano dos índios da América Latina às cerimônias sagradas do Oriente.

P

N ATAÇÃO FEMININA

www.museedufumeur.net

O fumo aparece na maioria das imagens antigas associado ao glamour e ao charme das mulheres e à elegância dos homens sedutores da alta sociedade

O pirulito Head Pops lançou uma curiosa edição: os pirulitos têm a forma da cabeça do fundador da psicanálise, Sigmund Freud, e sabor de melancia. Pode ser o presente ideal para o seu analista. A embalagem de 24 pirulitos custa US$ 27,95.

Com textos em português e em inglês, o site Música Brasileira de A a Z traz uma infinidade de informações para os apaixonados pela música nacional. Há resenhas de CDs, discografia de diversos artistas, links para as páginas dos cantores e músicos, entrevistas, entre outras informações. O toque especial do site é que as discografias não são apenas listagens de gravações, mas trazem opiniões, comentários e análises dos trabalhos de cada artista. O site é mantido por amigos que não são críticos profissionais.

www.mcphee.com/items/11771.html

http://musicabrasileira.org/

Reprodução/site

Música Brasileira de A a Z Caricaturas, retratos, livros cartazes de cinema, embalagens de cigarros e fósforos fazem parte do acervo do museu, que tem também objetos

A TÉ LOGO

Para os atletas que não competiram ontem, o último dia antes da abertura do Pan foi dedicado aos treinos. A nadadora Monique Ferreira treinou no recém-inaugurado Parque Aquático Maria Lenk.

O SITE DO PAN www.dcomercio.com.br/ especiais/pan2007/

L OTERIAS Concurso 236 da LOTOFÁCIL 01

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Malásia estuda fazer clonagem para salvar a tartaruga-de-couro, espécie em extinção Campanha dos Correios que ajudará a encontrar crianças desaparecidas é alvo de polêmica

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Um pirulito é apenas um pirulito

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F AVORITOS

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G @DGET DU JOUR

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Exposição celebra o centenário de nascimento de Madeleine Colaço. Galeria Jacques Ardies, Rua Morgado de Mateus, 579, tel.: 5539-7500. Grátis. Últimos dias.

Jonne Roriz/AE

Susana Vera/Reuters

Astrônomos viram a luz das primeiras estrelas do universo no maior telescópio da Terra

Concurso 1774 da QUINA 16

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

LAZER - 5

Fotos: Divulgação

CORAÇÕES À PROVA Lucia Helena de Camargo

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odo mundo mente em Medos Privados em Lugares Públicos, dirigido pelo francês Alain Resnais. As mentiras possibilitam a convivência social e banem a solidão por algum tempo, ao conferir um denominador comum às pessoas. Embora cada um esconda seu mundo particular, parece, com esse artifício, alguém aceitável aos olhos dos demais. São seis personagens, com delicados pontos de intersecção entre si. Eles vivem suas desventuras numa Paris fria, onde a neve não pára de cair. Andre Dussollier é Thierry, um corretor de imóveis que inventa disputar calorosas partidas de ludo com a mais nova irmã, Gaëlle (Isabelle Carre), mesmo que a convivência de ambos na casa em que moram seja somente de alguns minutos ao dia, quando ele chega do trabalho e a moça está de saída para uma vida noturna que ela gostaria que fosse diferente. Thierry tem a incumbência de achar o apartamento adequado para Nicole (Laura Morante), noiva de Daniel (Lambert Wilson). O barman Lionel (Pierre Arditi) é o confidente de Daniel e contratará Charlotte (Sabine Azéma), colega de trabalho de Thierry, para cuidar de seu pai doente. A aparente intrincada rede de conexões não causa estranheza no desenrolar da história. O drama é denso, com longos diálogos, bem ao gosto de quem aprecia debates em torno de possibilidades e empecilhos nos relaciona-

mentos humanos e as mazelas da vida privada. Fica a impressão de que aqui e ali a história poderia ganhar ênfase, tamanhas são as portas que parecem se abrir, para serem fechadas em seguida, já que se trata de Resnais, cineasta que, com 50 anos de carreira e 85 de idade, está mais afeito do que nunca ao toque minimalista em sua obra, estilo apreciado pela crítica, tanto que o filme recebeu o prêmio de Melhor Direção no último Festival de Veneza. Arquivo DC

Resnais, literato do cinema.

O roteiro é uma adaptação da peça escrita pelo dramaturgo Alan Ayckbourn. O diretor já levara ao cinema outro trabalho de Ayckbourn , Smoking e No Smoking (1993). E Resnais tem no currículo Hiroshima Meu Amor (Hiroshi-

ma Mon Amour, de 1959, com roteiro de Marguerite Duras), e O Ano Passado em Marienbad (L'année Dernière à Marienbad, 1961), longas que o colocam em todas as galerias de grandes cineastas. O título em português é a tradução literal do inglês Private Fears in Public Places, nome com que foi lançado nos Estados Unidos e do texto teatral que serviu de base. Porém, a denominação em francês, Coeurs traduz de maneira mais acurada a idéia geral que perpassa todo o filme. Há um pai cardíaco, há outro pai ausente, que não fala mais com o filho. Sem coração? Há a mulher (Azéma, em atuação impecável) que "esquenta" o coração de alguns que a rodeiam, de maneira peculiar. Ela tem um carro chamado Alice, é uma crente fervorosa (carrega uma Bíblia na bolsa), mas comete seus pecadinhos para poder redimir-se depois. Os corações de todos são colocados à prova. E até quando é incluído um toque de realismo mágico – que dá o tom engraçado e lúdico – um coração está em jogo. No final das contas, trata-se de uma verdadeira saga de corações solitários. Medos Privados em Lugares Públicos (Coeurs, França/Itália, 2006, 120 minutos). Direção: Alain Resnais. Com Sabine Azéma, Lambert Wilson, André Dussollier, Pierre Arditi, Laura Morante, Isabelle Carré, Claude Rich, Françoise Gillard.

Tom Zé em flagrante Fernanda Pittelkow/ Divulgação

Fabricando Tom Zé: documentário sem deslumbre.

Rita Alves

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ensar em um documentário sobre a vida de alguém é quase sinônimo de uma história repleta de elogios e, em alguns casos, cansativa. A idéia toma outra dimensão quando quem está no foco das lentes é o baiano Tom Zé. No longa Fabricando Tom Zé, dirigido por Decio Matos Jr., os elogios estão lá, mas na medida exata. E, para satisfação do músico, os momentos tensos também não ficaram de fora. O mais dramático deles aconteceu durante um ensaio para o Festival de Montreax. A câmara, estática, mostra Tom Zé desafiando um engenheiro de som. O técnico é bem mais alto e forte do que ele, mas, diante da fúria do franzino, prefere não enfrentar a fera

que, depois, não escondeu a surpresa pela gravação e inclusão da cena no filme: "Um documentário de uma hora e tanto só sobre uma pessoa, ainda por cima um músico, pode ser a coisa mais chata e repetitiva do mundo, mas eles conseguiram extrair o máximo de material que tinham e fazer um belo filme", diz o artista. Além de mostrar a turnê européia de 2005 e retratar a vida e a obra de um dos mais controversos tropicalistas, o longa ainda conta com entrevistas de Gilberto Gil, Caetano Veloso, David Byrne, Arthur Nestrovski, entre outros. Neusa Martins, casada com o músico há mais de 35 anos, dá uma visão mais pessoal da personalidade do músico.

Em um de seus depoimentos, Tom Zé conta que era muito inseguro na época em que a conheceu. "Ela me deu segurança e estar seguro para mim é uma forma de amor". O diretor Decio Matos Jr. também não nega seu fascínio pelo artista. Com pouco mais de 20 anos, foi assistir a um de seus shows e teve a idéia do filme. "Saí de lá apaixonado pela figura deste grande músico e decidi que iria fazer um documentário sobre ele". Hoje com 27 anos, o diretor leva para a tela do cinema um documentário capaz de despertar outros apaixonados. Fabricando Tom Zé (Brasil, 2006, 90 minutos).

As tentações de Sebastião

N

inguém quer encontrar o demônio, mas Sebastião, protagonista do novo longa do cearense José Araújo, não conseguiu escapar dessa situação. O drama As Tentações do Irmão Sebastião conta a história do menino batizado com o nome de Sebastião em homenagem ao santo. Os encontros com o demo

acontecem desde a infância e causam traumas no garoto. Ao mesmo tempo, torna-se predestinado a milagres, o que o leva a um seminário. As perseguições do demônio continuam pelos corredores do convento. Lá, o noviço escolhe Padre Sanctus como seu confessor, um religioso que encanta multidões.

Sebastião acredita que a partir de sua vida religiosa alcançará a redenção. A história de Sebastião é passada em 2030, e é continuação do filme O Sertão das Memórias, feito há uma década pelo diretor. (RA) As Tentações do Irmão Sebastião (Brasil, 2006, 147 minutos).

Exposição no Sesc Pompéia mostra de forma lúdica o prazer da literatura LIVROS

CINEMA Aos 85, Alain Resnais comete mais um provocante exercício sobre a solidão.

Mundo Livro: cenografia de Anne Vidal reserva boas surpresas para o público

Belas surpresas em meio a duas mil obras Rita Alves

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diversidade de obras espalhadas pela trilha uem ficou na cidade no mês de férias ainda também não deixa a desejar. Quem gosta de tem chance de viajar. E muito. Destino? O futebol vai encontrar em muitas páginas meninos mundo da imaginação. O embarque é feito uniformizados correndo atrás da redonda. A leitura no galpão do Sesc Pompéia e a viagem acontece por de gibis está entre as preferidas? A Turma da meio da literatura. São mais de dois mil obras Mônica e X-Man são algumas opções. Histórias distribuídas pela exposição Mundo Livro, em cartaz escritas por Tatiana Belinski e até o dia 2 de setembro. Apesar de jovens e adultos marcarem presença no Ruth Rocha também têm seu espaço garantido no evento. evento, é a criançada que toma conta do lugar. Os Não faltam cantinhos confortáveis espalhados livros, esquecidos por muitos neste mês de férias, pelo galpão para a garotada que quiser o auxílio dos viram alvo fácil no galpão de 600m2. As obras adultos na leitura de livros. Um bastante freqüentado estão distribuídas por todas as sete áreas da mostra: é a Árvore do Conhecimento que tem cinco metros Portal do Mundo Livro, Árvore do de altura e galhos do mesmo tamanho. É nesse local Conhecimento, Biblioteca Universal, Casa do Poeta, que o público pode saborear as histórias sentado em Caminhos da Escrita, Tenda da Oralidade e um balanço, rede ou banheira. Quem prefere sentar Laboratório Digital. na frente de um computador também tem vez. Oito Para mergulhar no universo literário estão à máquinas estão à disposição dos pequenos que terão disposição recursos lúdico-pedagógicos, oficinas, atividades dirigidas. performances e apresentações artísticas. Mas para optar por uma dessas atrações, o visitante, logo na entrada, já é convidado a entrar na brincadeira. Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel.: 3871-7700. No Portal do Mundo Livro o caminho a ser seguido Terça a sexta, das 9h30 às 18h. Sábados, é escolhido por cada um que chega e se depara domingos e feriados das 10h às 19h. Grátis. com três portas. Cada uma delas traz um relógio diferente dos comuns e mostra a relação que o leitor estabelece com o livro. O primeiro não tem ponteiro, o segundo gira sem parar e o terceiro anda no sentido anti-horário. Depois da escolha, o olhar curioso pede passagem. A exposição, recomendada para crianças a partir de três anos, também reserva boas surpresas para quem ainda não domina o mundo das letras. Na Biblioteca Universal, por exemplo, pode-se encostar o ouvido na parede para escutar uma história. Outra opção é a Tenda da Oralidade, lugar reservado para um contador de histórias que fica em tempo integral reunindo pequenos grupos para uma nova viagem literária. Almofadas espalhadas pela tenda garantem o conforto dos interessados nas aventuras. A cenografia, assinada por Anne Vidal, é uma atração a mais. A molecada mais atenta sempre encontra uma surpresa Laboratório Digital: estímulo também pelo mundo virtual inusitada pelo caminho. A

"CASANOVA E A REVOLUÇÃO" FECHA CICLO NA CINEMATECA Filme de Ettore Scola, domingo (15), às 17h, R$ 8, na Mostra Versalles - da Monarquia à Revolução. Rua Senador Raul Cardoso, 207. Tel.: 5054-2177.


OPINIÃO

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A PRAIA GLOBAL A globalização não tem comandante. Todos querem um lugar ao sol. Por Paulo Brito

NEIL FERREIRA

EU NÃO VOTEI NO CRISTO CORCOVADO, MAS A TIA MARTA ESTÁ GOZANDO. es ta lt a do Cristo Corcovado foi eleita uma das Sete Novas Maravilhas. Não entendi. A Grande Muralha da China e o Taj Mahal eu entendo. Não só pela fama que têm, mas pelo que representam para a história, arquitetura e engenharia dos seus países. A estalta do Cristo não é nada. Vamos separar o assunto por partes como fazia Jack, o Estripador, para ver se me explico com clareza. Separemos o Cristo da estalta . Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não me meto a discutir o sentido histórico, político ou religioso de quem influencia a humanidade há dois mil anos seguidos, nem a atuação nos seus 33 anos de vida. Cristo não era candidato. A estalta era. Ela foi feita por um escultor italiano há uns 70 anos e nunca foi citada como obra-prima. Não tem valor histórico e não sei se tem valor artístico. Artistas e críticos nunca mostraram-se entusiasmados por ela.

Morris Mac Matzen

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

globalização tem um problema de imagem, um problema de conceito – os estudantes do mundo inteiro acham que ela é uma nova forma de capitalismo; os capitalistas, que é uma nova forma de economizar recursos e aumentar seus lucros; os pobres esclarecidos têm certeza de que é uma nova forma de exploração; mas ela é temida também por economistas, biólogos, políticos, embora ninguém seja capaz de detê-la. Simplesmente porque ninguém a comanda. A globalização não tem comandante, mas é tão viva quanto o poder, que está sempre ocupado por alguém – poder é uma entidade sempre pronta para um ocupante e raramente está vazia. Embora a palavra seja nova, a globalização não é. Pode-se dizer que ela começou ao mesmo tempo em que a civilização, quando os homens eram nômades e vagavam sobre o planeta em busca de lugares melhores para caçar e viver – para Nayan Chanda, começou provavelmente no início dos tempos, cerca de 6 mil anos A.C., quando os primeiros seres humanos deixaram sua terra natal na África em busca de lugares melhores para viver. Aquilo que comemos, vestimos, usamos para nos transportar ou possuímos é o resultado de milênios de esforço e sofrimento dos seres humanos do mundo inteiro.

A

ayan Chanda é uma autoridade nesse assunto: ele é o diretor de publicações do Yale Center for the Study of Globalization, da Universidade de Yale, e editor do YaleGlobal Online. Foi também editor da revista Far Eastern Economic Review e do Asian Wall Street Journal Weekly. Escreveu o livro Bound Together: How Traders, Preachers, Adventurers, and Warriors Shaped Globalization, (Yale University Press, 416 páginas), que é considerado pelos especialistas uma das melhores obras já escritas sobre o assunto, não só por causa do bom humor que permeia todo o texto, como pela clareza. No livro, Chanda traça um panorama das forças econômicas e tecnológicas envolvidas no processo de globalização de hoje e conclui de que maneira devemos nos entender com um mundo que estará inevitavelmente e cada vez mais globalizado (leia um trecho do livro em http://www.boundtogetherglobalization.com/excerpts.html).

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narrativa do autor esclarece que a globalização não é simplesmente um complô de ministros de finanças do Ocidente, industriais ambiciosos, banqueiros ou conselheiros do Banco Mundial ou do FMI. "Essencialmente, estas foram as motivações básicas que impulsionaram os humanos para ligarem-se a outros: a ânsia de lucrar com o comércio, a vontade de espalhar as crenças religiosas, o desejo de ex-

G Globalização

não é simplesmente um complô de ministros de finanças do Ocidente, industriais ambiciosos, banqueiros, conselheiros do Banco Mundial ou do FMI. G As doenças

também fazem parte da globalização e para elas não existem fronteiras. É a prova de que o mundo é um lugar pequeno e que está se tornando cada vez menor. G A globalização

não vai ceder, vai avançar para sempre.

plorar novas terras e a ambição de dominar os outros pelas armas — todas articuladas a partir de 6.000 A.C. para iniciar o processo que chamamos de globalização." O texto cobre milênios de conquistas, comércio, comunicações e outras atividades humanas, mostrando as ligações que existem, por exemplo, entre as antigas caravanas de camelos e a FedEx, ou entre o comércio de obsidianas na antiguidade e as possibilidades do comércio eletrônico pela internet. Ou, como ele esclarece, entre o consumo de nuggets em lanchonetes da Europa e a derrubada de florestas no Brasil (abrindo espaço para as lavouras de soja, que viram ração para frangos). em tudo é alegria, como ele relata nesse tópico, até porque sua discussão sobre as pestes que já atingiram o mundo mostram que as doenças também fazem parte da globalização, e que para elas não existem fronteiras. É a prova de que o mundo, afinal, é um lugar pequeno, e que está se tornando cada vez menor. Em poucas palavras, é uma interminável busca de bilhões de pessoas por segurança e qualidade de vida, lucro, conhecimento, paz interior, proteção para si, para os parentes e para as comunidades. De todo modo, fica mais do que claro que a globalização não vai ceder, vai avançar inexoravelmente, para sempre. Porque ela combina com os desejos humanos e está muito além do alcance da força dos governos. Chanda tem um conselho para os que protestam contra contra ela: "Os clamores para que se pare com a globalização são inúteis, porque não existe ninguém no seu comando". Embora para muitos de seus críticos a globalização pareça um rompimento com o passado, para Chanda, ao contrário, ela é um fenômeno muito antigo e bastante familiar.

N

s comerciantes, missionários, aventureiros e guerreiros que foram os agentes da globalização em tempos passados continuam por aqui, embora atualmente usem roupas e tecnologias diferentes: os missionários espanhóis do século XVI estão substituídos pelos idealistas que pregam a justiça social, como a Anistia Internacional, ou voluntários que levam ajuda humanitária a populações do terceiro mundo. Fica ridículo hoje alguém se espantar com o papel da China, por exemplo, sabendo que milhares de anos atrás os italianos produziam vinho identificado como grego, exportado para a Índia em autênticas ânforas gregas, tal como as fábricas chinesas produzem (e exportam) relógios Rolex igualmente falsificados.

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Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

Devemos nos entender com um mundo inevitavelmente mais globalizado

irante Cristo que, repito, não está em discussão, e a estalta que não é lá essas coisas, resta a natureza, o entorno, a moldura. (Imagine-a emoldurada pelo Complexo do Alemão, sugeriu Marcos Sá Correa. Fiasco puro). Aqui temos que cair de joelhos. Em profunda tristeza, para obrigatória prece pedindo perdão aos deuses pela nossa irresponsabilidade, por deixarmos tamanho crime de destruição ser cometido contra aquela Maravilha. E de remorso, quando vemos a Maravil h a que poderíamos ter essa sim, de tirar o fôlego se tivéssemos um pingo de vergonha na cara. O gênio de Millor Fernandes definiu. Um marciano pousou seu Ovni ao pé do Corcovado, subiu como qualquer turista, olhou a vista num giro de 360 graus e exclamou irado:Mas são todos canalhas! Mesmo assim, estalta v irou candidata do governo. O que a canalhice do homem fez ao ambiente não foi percebido nem discutido. Veja a canalhice de hoje contra a Amazônia; ninguém liga.

ocê vai ao Museu Uffizi, em Florença, e leva um tranco quando vê o Davi do Michelângelo. O Davi original está protegido no museu quase como a Mona Lisa no Louvre, em Paris. O Davi da piazetta é uma cópia, também é obra de arte. Você não leva um tranco vendo o Cristo Corcovado. A estalta em si se não ofende ao gosto, não tira o fôlego. Uma das obrigações de uma Maravilha, antiga ou moderna, é tirar o fôlego. A Grande Muralha tira, mesmo tendo uma droga de McDonald´s na entrada. O Taj Mahal também tira, é ver e cair para trás. O Corcovado não. Não te derruba. Se você for Atleta de Cristo, aí quem sabe. O tamanhão provoca admiração. É enorme e arranca suspiros de qualquer cristãozinho baixinho meia-boca. O Cristo Corcovado é uma estalta , não é uma imagem santificada. Se não fizer o nome do padre para ele, como faz quando passa na frente do altar de qualquer igrejinha, não será amaldiçoado pelas vigilantes beatas.

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Pai do Filho vestiu a camiseta e pediu votos de braços abertos. Nunca antes neççepaíz fumus indicadu pra Maravia du Mundu, patriotou palanqueiro. marta, a dragoa, não tinha mesmo nada para fazer, virou caba eleitoral. Recebi uma avalanche de e-mails exigindo meu voto. Não votei. Não dá para acreditar nelle, ainda mais depois que se arvorou em Criador do Mundo em um único dia, 1º. de janeiro de 2003 (feito o quê, di sc a nç çô e nunca mais trabaiô -- nesta parte eu acredito). E a dragoa gozando, dizem que é múltipla, em múltiplas entrevistas, atribuindo ao lullismo a votação do Cristo Corcovado. O propulsor da vitória foi lulla, bajula amestrada. Como madrinha dessa vitória do B r az i u- z iu -z i u, a dragoa botou as garras de fora na guerra intestina, dentro dos intestinos do pu dê, pela sucessão do Pai do Filho de Deus. Mas o Pai vive na Eternidade e nessas latitudes não há sucessão possível. À aquele que poderia reivindicar o posto (zédirceu acha que é delle, por Direito Divino), o Pai armou a mais escandalosa crucificação pública. Elle ççabe u qui fais i cum quem ta lidanu.

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ELEIÇÃO FOI FARSA GLOBAL, ACUSOU O JORNAL EL PAÍS. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEILFERREI@GMAIL.COM

G A estalta

virou candidata do governo. O que a canalhice do homem fez ao ambiente não foi percebido nem discutido.

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Nacional Empresas Finanças Imóveis

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MANTEGA FEZ DISCURSO OTIMISTA NA CÂMARA

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por cento é a redução do spread bancário que pode ser obtida com a vigência do Cadastro Positivo

MINISTRO DA FAZENDA DIZ QUE SPREAD DEVERÁ CAIR COM CRESCIMENTO E MAIOR OFERTA DE CRÉDITO

MANTEGA ACHA JUROS ALTOS DEMAIS

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ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou ontem que trabalha "insistentemente" para que os juros caiam. Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, ele disse que a redução dos juros é importante para o aumento do crédito do País e melhoria no ambiente de negócios. "Não adianta ter crédito com juros escorchantes", afirmou. "O tomador do crédito acaba tendo que pagar tudo para o banqueiro." Mantega lembrou que a elevação do crédito e a redução da taxa de juros fazem parte dos cinco eixos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele destacou que os outros eixos são: a melhoria no ambiente de investimento; o aumento do investimento em infra-estrutura; o aperfeiçoamento do sistema tributário e medidas fiscais de longo prazo. O ministro destacou a expansão da taxa de investimento no País, ressaltando que ela já é o dobro do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo Mantega, esse aumento no investimento permite a expansão da oferta da economia e dificulta processos inflacionários. O ministro afirmou que a trajetória dos investimentos é elevada e "tende a subir mais". Comentou que o PAC é um plano de crescimento como há muito tempo não se via no País e disse que, como professor de

Dida Sampaio/AE

Não adianta ter crédito com juros escorchantes. O tomador do crédito acaba tendo que pagar tudo para o banqueiro. Guido Mantega, ministro da Fazenda

Economia – período do qual admite ter saudades –, sabe que não se teve até então um programa tão "robusto" de investimentos na área de saneamento e habitação. Na opinião de Mantega, é possível continuar crescendo 5% nos próximos anos do governo Lula. Ele afirmou que o avanço do emprego e da renda está fazen-

do com que massa salarial avance em "ritmo chinês". O ministro destacou que um dos desafios do Brasil hoje é conseguir incluir mais pessoas no conjunto de consumidores. "O Brasil tem um grande mercado consumidor potencial. Um terço da população está inserida. Se conseguirmos avançar, seremos um dos maiores

mercados do mundo." Segundo o ministro, o crescimento da renda e do emprego tem puxado os indicadores de vendas do comércio e da produção industrial. Cadastro Positivo – Mantega pediu aos deputados que aprovem o projeto de lei que cria o Cadastro Positivo. Segundo ele, com o cadastro, será possível reduzir em 30% o spread bancário (a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros que eles cobram dos clientes). O Cadastro Positivo é um banco de dados no qual as instituições financeiras terão acesso às informações positivas do cliente, e não apenas às negativas, como hoje ocorre. Mantega chamou a atenção para os dados que mostram que mais de 50% da decomposição do spread bancário são causadas pelo custo administrativo das instituições e pela inadimplência. De acordo com ele, o spread bancário se deve a 22% de custo administrativo, 34% de inadimplência, 9% de impostos indiretos, 8% de tributos e taxas, 7% de custo de compulsório e 20% de resíduos. Também disse que os bancos no Brasil antes ganhavam "no mole", aplicando recursos em títulos do governo. "Agora, com a redução da taxa de juros, estão sendo obrigados a competir e ampliar a oferta de crédito". Disse que a concorrência é instrumento forte para reduzir o spread bancário. (AE)

VAREJO Vendas têm "desempenho chinês", diz ministro.

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, abriu sua exposição em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados ontem lendo notícias publicadas nos jornais do dia, que mostravam dados favoráveis à economia brasileira. Um deles, o aumento de 9,6% das vendas do varejo no primeiro semestre, foi classificada pelo ministro de "desempenho chinês", numa referência ao ritmo acelerado de crescimento da economia no país asiático. Mantega comentou também notícias que mostram recuperação da agricultura, depois do ano difícil de 2006, e também o avanço da indústria brasileira em 10 das 14 regiões do País pesquisadas. Segundo o ministro, previsões realistas indicam que a economia do País neste ano vai crescer 4,7%. "Não é o ministro

da Fazenda que está dizendo, são analistas econômicos", afirmou, ressaltando que muitas vezes é acusado de excesso de otimismo. Ele considerou que esse crescimento não é momentâneo e passageiro, mas se consolida neste momento. Mantega destacou que esse ciclo de desenvolvimento é diferente do ocorrido em outros momentos da história, por ser acompanhado de distribuição de renda, o que não era comum antes no Brasil. O ministro destacou que, em relação ao crescimento econômico, são as regiões menos ricas as que mais avançam. Também fez um meaculpa, admitindo que participou de poucas audiências na Comissão de Finanças e Tributação e dizendo que pretende redimir essa falha a partir de agosto, quando serão retomados os trabalhos legislativos do segundo semestre. (AE)

CHINA Veemência contra a invasão comercial

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Brasil vai atuar com maior veemência para que a China, um dos principais concorrentes dos produtos nacionais, tanto no mercado externo como no interno, valorize sua taxa de câmbio, afirmou ontem o ministro Guido Mantega. "O Brasil declarou seu interesse em ser mais atuante nessa questão do câmbio. Na próxima reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em outubro, eu me manifestarei de forma mais veemente contra isso", disse o ministro, lembrando que o Brasil defenderá uma valorização de 30% a 40% da moeda chinesa, o yuan. Entretanto, considera que o assunto deve ser debatido com todos os países do G-20. O ministro afirmou que a China adota um regime de câmbio artificialmente desvalorizado, sistema que, no longo prazo, é ruim. Lembrou a experiência brasileira que manteve artificialmente o real valorizado na década de 90, o que acabou gerando uma crise. Mantega afirmou que o governo brasileiro vai trabalhar para reverter a política de câmbio artificial da China. Segundo ele, o assunto foi tratado quarta-feira com o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, que também manifestou preocupação com o tema, na reunião que teve com Lula. "Vamos levar isso para uma negociação de Estado", disse Mantega. Energia – Sem citar nomes, Mantega disse que o Brasil não pode repetir o erro que outros países cometeram, crescendo mais do que poderiam e com-

prometendo o abastecimento de energia elétrica. Para ele, esses países deram "o passo maior do que a perna". Segundo o ministro, a estratégia do Brasil foi crescer de forma mais moderada, porém mais equilibrada, para que não houvesse pontos de estrangulamentos. O ministro defendeu a necessidade de aumento da infra-estrutura porque, segundo ele, não é possível crescer a taxas de 4,5% e 5% do PIB, como está ocorrendo agora na economia brasileira, sem rodovias, aeroportos, ferrovias e, fundamentalmente, energia. "É importante ter energia elétrica lá na frente. Temos que nos preocupar não com a energia do ano que vem. É daqui a cinco, seis anos. Não podemos repetir o erro que outros países fizeram, crescendo acima do que deveriam", afirmou. Ele destacou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem esse foco na infra-estrutura. Doha – Sobre a rodada comercial de Doha, na Organização Mundial de Comércio (OMC), Mantega disse que foi pedido ao secretário do Tesouro dos EUA que o país seja mais "flexível" e apóie as posições brasileiras de cortar subsídios agrícolas de outros países e aumentar a abertura comercial. "Os Estados Unidos são mais flexíveis do que a União Européia nessa questão. O país perde com a não-abertura comercial. Em sua posição técnica, apóiam a rodada de Doha. O Brasil é um país que dá poucos subsídios agrícolas. Queremos abertura maior", disse o ministro." (Agências)


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6 - LAZER

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Fotos: Warner Bros/Divulgação

O pequeno bruxo, muito bem interpretado por Daniel Radcliffe, faz sucesso com seus óculos e sua timidez, em mais uma aventura em Hogwarts, onde Alvo Dumbledore (Michel Gambom, abaixo) é um dos mestres.

CINEMA

HARRY POTTER CHEGA À IDADE DA RAZÃO Geraldo Mayrink

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arry Potter, o bruxinho maravilha, chega à idade da razão em seu quinto filme, com seu nome mais o subtítulo A Ordem da Fênix. Que ninguém tente entender por que se chama assim. O que seria de O Prisioneiro de Azkaban se tudo fosse explicado? Em ambos os filmes, o título refere-se a breves cenas e não à trama total levada às telas. Vários fantasmas o atormentam e ele vai estudar bruxaria numa requintada e rígida escola da Inglaterra, o país que mais reverencia seus espectros, acredita neles e até aplaude quando arrastam grilhões por castelos sombrios e uivam como almas penadas. Mas ele cresceu e, em vez de espinhas na cara, seu espírito agora se atormenta com questões sobre o bem e o mal. Se deve morrer

ou matar seu arquiinimigo Voldemort, já que no mundo não cabem os dois. Há muito pessimismo no ar e questões graves a re-

solver, inclusive sobre limites entre a ficção e a realidade. Ele, tão novinho, está muito mais tenso e amargurado. Cercado de meninas assanhadas, dá seu primeiro beijo, e meio chocho, na suave oriental Cho Chang. Harry Potter tem uma varinha mágica, em todos os sentidos. Fruto da imaginação da escritora J. K. Rowling, que com seis livros vendeu 325 milhões de exemplares no mundo (o sétimo, Th e Deathly Hallows,

terá lançamento mundial no fim deste mês), tornou-se a primeira bilionária da literatura. Dizem que Rowling é uma tirana, tratando a chibata as equipes de filmagem, para que obedeçam fielmente o seu texto. Dizem também que consegue, o que não deixa de ser um passe de mágica no mundo industrial do cinema. Potter, sempre muito bem interpretado por Daniel Radcliff, com seus óculos e sua timidez, é um sucesso. O longa-metragem está chegando aos cinemas brasileiros em número recorde de 725 cópias, sendo 443 dubladas e 282 legendadas. Criatura de fantasia, ocupa o centro de uma trama política na qual está envolvido o Ministro da Magia (sim, esse cargo existe no filme, que não se passa no Brasil). Para triunfar, tem fé na amizade de Hermione

Granger (Emma Watson) e Rony Weasley (Rupert Grint), que vieram dos outros filmes. Tudo para enfrentar uma enxurrada de fantasmas de formas bizarras, que esconjuram gritando frases em latim, e a intervenção de uma bruxa maligna, a professora Dolores Umbridge (Imelda Staunton), enviada pelo ministro para desbaratar a escola de Hogwarts. O elenco é muito bom e a insinuante Emma Thompson aparece irreconhecível, feia como uma bruxa, no papel da professora Sibila Trelawney. O diretor David Yates, que não havia visto nem lido as histórias anteriores, trabalha mais em televisão, e ficou tentado pela oportunidade de envolver bizarros cavalos alados criados por computação gráfica voando sobre o Tâmisa. O resul-

tado diverte e de certa forma educa, pois a obra de Rowling tem também ferrenhos opositores por divulgar a prática de magia e outras formas de irracionalidade humana. O diretor acertou no tom. É tudo uma grande brincadeira. E no mundo dominado pelo demônio da técnica, Harry Potter é um bruxo à moda antiga. Seu modo de transporte preferido, por exemplo, é a velha e boa vassoura, que encantou e assombrou tantas gerações. Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix, EUA, 2007, 138 minutos). Direção: David Yates. Com Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Ralph Fiennes, Helena Bonham Carter.

E o bruxinho descobre o óbvio: a perfeição é pura utopia. Fernanda Pressinott

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epois de longas férias sem contato com os amigos, Harry Potter (Daniel Hadcliffe) volta à escola de bruxaria de Hogwarts. Mas dessa vez não é tão bem recebido. Com exceção de alguns colegas, entre eles, claro, Hermione Granger (Emma Watson) e Rony Weasley (Rupert Grint), ninguém acredita que o temível Lord Voldemort (Ralph Fiennes, foto) tenha voltado. Uma campanha do jornal O Profeta ajuda a desmoralizar o bruxinho. E o mais estranho: o professor Alvo Dumbledore (Michel Gambon) simplesmente parece ignorá-lo. Em Harry Potter e a Ordem da Fênix, o quinto episódio da série baseada

nos livros da inglesa J. K. Rowling, Harry tornou-se um adolescente e é a primeira vez que aparece sem equilíbrio emocional. Também é neste episódio que o bruxinho descobre que os adultos que mais admirava, entre eles Dumblendore e seu padrinho Sirius Black (Gary Oldman), não são perfeitos e cometem muitos erros. A história está bastante relacionada à jornada de Harry Potter e de seus pais. É nela que aparece a primeira vez a Ordem de Fênix, uma organização fundada para combater as forças do mal, da qual participavam, no passado, os pais de Harry e de Neville Longbottom (Matthew Lewis). O problema é que, no filme,

a importância da Ordem e de seus membros não fica muito clara. Portanto, quem não leu os livros vai ficar sem muitas explicações. De qualquer forma, vale a pena ver. É entretenimento garantido, com muitos efeitos especiais e, sem dúvida, imperdível para os fãs de Harry. Já no começo, o bruxinho enfrenta dois dementadores em uma cena bem sombria. Para isso, usa o feitiço do Patrono fora da escola e, como consequência, tem que passar por um julgamento burocrático e sujo do Ministério da Magia.

Aurores, os bons, ajudam o bruxinho no combate aos dementadores, os maus, e o levam para a escola.

Como se não bastasse, o ano em Hogwarts começa bem diferente. O ministro da magia, Cornélio Fudge (Robert Hardy), nomeia a professora Dolores Umbridge (Imelda Staunton) – uma das vilãs desse episódio, mesmo sem ter conexão com Voldemort – a responsável pelas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, com a clara missão de impedir que os estudantes aprendam a usar feitiços. Resta a Harry ensinar, escondido, a arte de defesa para seus amigos, que enfrentarão uma cruel batalha contra o mal.

Esse episódio se distancia do universo infantil, não tem corujas, carros voando, jogos de quadribol ou feitiços engraçados. Pelo contrário, tem momentos assustadores, garantidos pelo diretor David Yates, até então conhecido por trabalhos na televisão inglesa. Para os fãs que acompanham o crescimento de Harry, dois momentos são particularmente interessantes: o bruxinho dá seu primeiro beijo em Cho Chang (Katie Leung). E, finalmente, sabe-se porque o professor Severo Snape (Alan Rickman) – cada vez mais parecido com a descrição do livro – o detesta tanto. Na obra escri-

ta, claro, esse episódio é muito mais detalhado e vibrante. No filme, passa rápido, serve só como uma pequena explicação sobre o atrito entre professor e aluno. Em Harry Potter e a Ordem da Fênix aparecem alguns novos personagens que continuarão fazendo parte da saga: a estranha nova amiga de Harry, Luna Lovegood (Evanna Lynch), e a vilã Bellatrix Lestrange (Helena Bonham Carter), com papel pequeno nesse episódio, mas que ganhará importância como comensal da morte no próximo filme. Aliás, quem não tiver paciência para sagas, desista. Nessa filmagem fica evidente que a história não acabou.

Harry dá seu primeiro beijo em Cho Chang (Katie Leung): momento interessante para os fãs.

HOMEM-ARANHA, OUTRO SUPER-HERÓI QUE CAIU NA REAL. Como Potter, ele percebe que as emoções abalam o rumo de suas metas justiceiras. Com Tobey Maguire. Jardim Sul 3 (legendado), 20h35. Tel.: 3744-8422.


Congresso Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

REVOLTADOS, SENADORES ABANDONAM SESSÃO

Eymar Mascaro

Dividir para reinar

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PT aposta na divisão dos votos entre as candidaturas de Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) para garantir o retorno de Marta Suplicy à prefeitura de São Paulo. As últimas pesquisas indicam que a ministra do Turismo e o prefeito estão tecnicamente empatados na preferência do eleitor paulistano. O resultado é obtido quando o nome de Alckmin não faz parte da lista de opções. Com o tucano na listagem, o eleitorado acaba divido, o que favorece a petista. Mesmo com essa informação, o PSDB não desistiu de lançar o ex-governador na disputa pela cadeira paulistana.

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Bernardo diz que não teme ações contra a LDO

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ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que não existe preocupação com a possibilidade de o partido Democrata entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin), no Supremo Tribunal Federal (STF), contra o texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovado na noite da última quarta-feira, pelo Congresso. Bernardo disse que quando era deputado de oposição também ficava procurando "pelo em ovo ou chifre em cabeça de cavalo, para atazanar o governo". "Então a oposição está exercendo democraticamente o seu papel e a nossa tarefa é governar", acrescentou. O partido ameaça entrar com uma ação no Supremo, alegando que o texto é inconstitucional porque prevê receitas da CPMF, que termina no final do ano. "Nós colocamos na LDO a previsão de arrecadação na forma de receita condicionada. Essa é uma invenção da época em que o DEM era governo. Se estiver errado, foi um erro deles e o Supremo dirá isso", afirmou o ministro do planejamento. Bernardo também afirmou que o governo não tem como abrir mão da arrecadação obtida via CPMF e por isso encaminhou ao Congresso uma emenda prevendo a sua prorrogação. O ministro lembrou que parte dos recursos originados pela contribuição é destinada às áreas de saúde, previdência e assistência social. Sem a prorrogação o governo terá que refazer o orçamento. (AE)

Da tribuna é que vamos dizer o que a Nação precisa ouvir. Tasso Jereissati

Fernando Gomes / RBS / Folha Imagem

Renan explica adiamento e ironiza os oponentes

presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deixou ontem a Casa negando que tenha adiado a reunião da Mesa Diretora para protelar as investigações em curso contra ele. Repetindo o tom de confronto adotado nos últimos dias, Renan fez uma provocação ao líder dos Democratas, José Agripino (RN), sem citá-lo nominalmente. "Alguns setores precisam entender que não se convoca reunião da mesa com 28 votos", afirmou. Agripino disputou em fevereiro a presidência da Casa com o senador e recebeu na ocasião 28 votos. Calheiros prosseguiu: "Só convoca eleição da Mesa quem ganha a eleição". Mais cedo, o presidente do Senado informou que acertou a reunião de seus integrantes para o dia 17, e não para ontem para que houvesse tempo hábil de se notificarem os advogados das partes envolvidas no processo contra ele – ou seja, o próprio Calheiros, e o PSol, partido autor da representação contra o senador por suposta quebra de decoro parlamentar. Agripino dissera no plenário que Renan passa para o País a impressão de que está armando alguma "chicana jurídica" ao adiar a reunião da Mesa Diretora para terça-feira, véspera do recesso. Para Agripino, o político tenta atrasar o recolhimento de provas. (AE)

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007 Wilson Dias/ABr

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CONVENCIMENTO

Além do Congresso: outdoors do PSol nas ruas de Porto Alegre exibiram ontem protestos contra Renan

OPOSIÇÃO SE REBELA E DEIXA O PLENÁRIO

O

cerco se fecha ainda mais sobre Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e alvo de processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. Ontem, a oposição – senadores do DEM e do PSDB – abandonou o plenário em protesto contra a decisão de Renan de adiar a análise do pedido de encaminhamento de nova perícia para a Polícia Federal de seus documentos de defesa. Eles acusam o senador de protelar as investigações para ganhar tempo. A decisão de paralisar os trabalhos legislativos enquanto Renan continuar na presidência foi anunciada pelo presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE). Logo em seguida, o líder do partido no Senado, Art h u r Vi r g í l i o ( A M ) , f o i à tribuna esclarecer que a decisão foi tomada apenas para a sessão de ontem. "O partido não vai fugir de suas responsabilidades para votar o que for necessário", disse. "Da tribuna é que vamos dizer o que a Nação precisa ouvir", completou. Tasso explicou que a atitude do partido foi gerada após o anúncio, pelo primeiro vicepresidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), de que Renan convocou para as 11 horas da próxima terça-feira, véspera do recesso parlamentar, uma reunião da Mesa Diretora para

decidir sobre o pedido que o Conselho de Ética fez à Polícia Federal para que aprofundasse as investigações contra o presidente do Senado. A convocação da reunião para a véspera do recesso poderia levar ao adiamento da decisão por falta de quórum. "Essa é uma atitude clara de protelação dos trabalhos de in-

Como presidente, ele (Renan) tomou uma posição que prejudica as investigações. Não tem condições de presidir o Senado e o Congresso. Tasso Jereissati vestigação", disse Tasso. "Ele diretamente, como presidente, tomou uma posição que prejudica as investigações. Não tem condições de presidir o Senado e o Congresso". Renan é investigado por quebra de decoro no pagamento de pensão alimentícia à filha de três anos, que teve fora do casamento, com a jornalista Mônica Veloso. Os pagamentos foram feitos por um lobista da construtora Mendes Júnior, mas Renan garante que os recursos eram seus.

O PSDB, acompanhado dos partidos Democratas, PSol e dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Cristovam Buarque (PDT-DF), abandonaram o plenário também em protesto contra a decisão de Renan. Esses partidos e alguns parlamentares decidiram ainda marcar uma posição unificada contra Renan. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), explicou: "Nós vamos decidir como agiremos, em conjunto – os partidos de oposição e algumas pessoas da situação – para que possamos organizar uma forma de resistência, de maneira que a investigação prossiga". O senador Jarbas Vasconcelos acrescentou que "da mesma forma como o presidente se sente em condições de continuar presidente da Casa, a oposição sente-se no direito de não votar mais nada na Casa". Na última quarta-feira, o presidente do Senado também foi pressionado a desistir de presidir sessão do Congresso, o que abriu caminho para a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A oposição havia ameaçado protestar contra sua presença. Renan também enfrentou ontem os relatores do seu processo, que pediram uma nova perícia da Polícia Federal nos documentos apresentados pelo senador. (Agências)

Ed Ferreira/AE

'Brasil não é um mar de lama', rebate Dilma Rousseff

EMISSÁRIOS

Dentro do tucanato, os principais caciques já admitem um pedido de intermediação ao expresidente Fernando Henrique e ao governador José Serra para convencer Alckmin a desistir da disputa na capital. Tudo indica que o ex-governador pretende concorrer ao cargo.

ARGUMENTO

Serra lembrará Geraldo que o PSDB possui um acordo com os democratas. A legenda fica ao lado de Kassab em 2008 e, como contrapartida, recebe o apoio do DEM na disputa presidencial. Não há motivos para romper essa parceria, argumentará o governador paulista.

PRESSÃO

Prevendo essa divisão do eleitorado, os petistas continuarão pressionando Marta a assumir sua candidatura. O próprio presidente Lula já enviou um recado ao PT paulista, ele pede a reconquista de São Paulo custe o que custar. Lula sabe que a capital paulista terá papel fundamental nas eleições de 2010.

OPÇÃO

Dilma Rousseff elogia MP e os sistemas de auditoria e fiscalização

da conquista da democracia o processo de aperfeiçoamento democrático está em curso no Brasil. Sem se referir a nenhum dos escândalos, afirmou haver hoje um processo de aperfeiçoamento das instituições. "As pessoas podem ser virtuosas, mas as instituições tem que ser

virtuosas. É nesse sentido que não são as pessoas que importam. Vivemos um momento importante no Brasil, um momento de maturação institucional", disse Dilma. Ontem, Lula anunciou a liberação de R$ 1,4 bilhão em saneamento básico. (AE)

eleitorado com o "nome" petista. A parlamentar ainda é bem quista na legenda de Lula.

NA BRIGA

O PSDB deseja "preservar" Geraldo Alckmin para disputar o Estado em 2010. O tucano avalia que Serra pode acabar disputando mais uma vez o Palácio dos Bandeirantes, caso não consiga ser candidato a presidente. Isso o deixaria tempo demais fora de um cargo expressivo.

CONFIANÇA

A liderança petista utilizará os números obtidos pelas pesquisas para conseguirem o "eu aceito" da ex-prefeita. Caso ela mantenha mesmo sua decisão de não disputar o pleito, a legenda partirá para as suas alternativas, mais precisamente os deputados Arlindo Chinaglia, José Eduardo Martins Cardozo e Jilmar Tatto; o ministro Fernando Haddad e o senador Aloizio Mercadante.

A

ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, comentou ontem a situação do Congresso Nacional. "Não acredito e não concordo que o Brasil é um mar de lama". A declaração foi feita em rápida entrevista à imprensa antes do início do anúncio, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de liberação de recursos do PAC para Pernambuco. "Pelo contrário. O País tem um ministério Público confiável, um sistema de auditoria e fiscalização que permitiu que se descobrisse todos os mau feitos, todos os processos de corrupção passivos e ativos e isso terá um constante aperfeiçoamento", completou. Dilma lembrou ter participado da geração que lutou contra a ditadura e que depois

Os democratas ainda confiam no apoio dos tucanos a Kassab, único a confirmar que será mesmo candidato à reeleição. Lideranças do DEM e do PSDB avaliam que duas campanhas seria um prejuízo para ambos os lados. O raciocínio é simples: a divisão devolverá São Paulo aos petistas.

DIVISÃO

Além de lutar pelo apoio do PSDB, Gilberto Kassab incentivará indiretamente a candidatura de Luiza Erundina (PSB). A deputada é uma das fundadoras do PT, ou seja, ela poderá dividir o

José Serra, no entanto, tem certeza de que será o candidato dos tucanos à presidência da República. Ele aposta nos resultados das pesquisas encomendadas pela legenda, onde seu nome supera o do governo Aécio Neves (PSDB-MG). Sua atuação como ministro da Saúde, durante o governo FHC, é avaliada como outra vantagem.

RECURSO

Preocupado com a falta de opções dentro do quadro petista, Lula não descarta apoiar um nome de outra legenda em 2010. O importante é impedir uma vitória do PSDB. Aécio Neves é um dos possíveis "alvos" do presidente. Ciro Gomes também é bem visto pelo atual líder do País.

ATRAÇÃO

Outra alternativa seria uma chapa formada por Aécio Neves e Ciro Gomes, com o mineiro migrando para o PMDB. Os petistas avaliam que seria uma chapa com muita força, pois uniria o eleitorado de Minas e do Nordeste, regiões que, juntas, somam 44 milhões de votos em potencial.

CHAPA

José Serra continua sonhando com sua chapa "pura" tucana. Aécio seria o seu vice-presidente. Como "pagamento", o governador de São Paulo ficaria ao lado do mineiro em 2014. Neves não gosta da idéia. Ele avalia que Lula pode disputar essa eleição, o que reduziria suas chances de vitória.

REFORMA

O Projeto de Emenda Constitucional (PEC) propondo a extinção da reeleição só deverá ir ao Plenário no segundo semestre. O tema continua provocando divisões em todos os partidos dentro do Congresso. O PSDB, por exemplo, é um dos mais rachados em relação ao tema. Muitos tucanos acham que mexer na legislação eleitoral beneficiaria o presidente Lula; outros avaliam que seria uma chance de impedir o seu retorno em 2014.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

Indicadores Econômicos

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72,50

12/7/2007

dólares é o valor do barril de petróleo tipo light sweet para agosto, de acordo com a cotação de ontem da Nymex.

Informe Publicitário FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo

Empresarial LP Esher LP Hope LP JCP-SUL LP Master Recebíveis LP Múltiplo LP Redfactor LP Valecred LP

Posição em:

P.L. do Fundo

Valor da Cota Subordinada

% rent.-mês

% ano

Valor da Cota Sênior

% rent.-mês

% ano

rating

10/07/2007 10/07/2007 10/07/2007 10/07/2007 10/07/2007 10/07/2007 10/07/2007 10/07/2007

16.437.704,41 24.361.032,17 11.222.608,58 503.965,07 1.912.808,03 12.546.224,10 3.772.182,17 1.423.798,58

1.459,975284 1.335,227081 1.130,306482 992,057224 1.217,402647 1.389,032027 1.037,120790 993,821290

0,3567 0,1843 0,8360 -0,5720 1,0487 0,7517 0,8348 0,1970

12,40 13,47 13,03 -0,79 2,26 10,94 3,71 -0,62

1.107,475193 0 1.015,233000 0 0 1.219,852126 0 0

0,3435 0 0,3498 0 0 0,3435 0 0

7,00 0 1,52 0 0 7,01 0 0

A (Austin) BBB (Austin) AA- (Austin) AA- (Austin) A+ (Austin) A+ (Austin) AA (Austin) A (Austin)

DC

COMÉRCIO


RENAN CANTA DE GALO

O presidente do Senado, Renan Calheiros (esq.), provocou uma rebelião da oposição ao adiar uma reunião do Conselho de Ética sobre o suspeito de réu Renan Calheiros. "Marca reunião quem venceu", disse. Senadores se retiraram em protesto, decididos a manter vigília e apelar ao STF, na terça. Página 3

Celso Junior/AE

LULA TEM PENA DA GALINHA

Presidente libera verbas e fala sobre obras do PAC: "É mais difícil do que a galinha para botar um ovo". Pág. 8 Ano 83 - Nº 22.416

São Paulo, sexta-feira a domingo, 13 a 15 de julho de 2007

R$ 0,60

Arte de Cell'us sobre foto de Ed Ferreira/AE

Jornal do empreendedor

Jorra óleo com corrupção

Edição concluída às 23h55

Página 5

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Gardel Bertrand/hemis.fr

Milton Mansilha/LUZ

Lei Cidade Limpa separa cidades irmãs Osaka (esq.), irmã de São Paulo: comércio ativo, anúncios vibrantes e coloridos. Bairro da Liberdade (à dir., rua Galvão Bueno), agora despojada pela Lei Cidade Limpa. Cidades 1

DÓLAR

BOLSA

A R$ 1,873, valor mais baixo desde 2000

Ibovespa supera 57 mil pontos e bate novo recorde

Economia 1

Economia 1

João Caldas/Divulgação

Guilherme Pinto/Agência O Globo

Warner Bros/Divulgação

HOJE Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 12º C.

MISS SAIGON Mr. POTTER Custo de US$ 12 milhões, 50 toneladas de cenários, 60 quilos de gelo seco por apresentação, 500 figurinos: estréia em grande estilo o musical Miss Saigon (acima), romance dramático entre um soldado americano e uma jovem vietnamita durante a Guerra do Vietnã. Em 750 salas, entra em cartaz o novo Harry Potter (dir.) com a promessa de que a série ainda não acabou. Mais: Tom Zé em documentário; diva Maysa; colecionadores de maquetes; festa de livros no Sesc. Na Roda do Vinho, Ben Schott, expert em almanaques! DCultura

FORA DO PAN A atacante do vôlei Jaqueline (foto) é pega em antidoping e está cortada da competição. Futebol feminino estréia com goleada de 4 a 0 contra o Uruguai. Os Jogos Pan-Americanos em Logo e no site: www. dcomercio.com.br


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Congresso Planalto Polícia Federal CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PETROBRAS SUBMERSA EM DENÚNCIAS

milhões seria o valor do dinheiro desviado da Angraporto em apenas três contratos auditados.

DINHEIRO PODE ESTAR ALÉM-MAR Polícia Federal suspeita que parte dos recursos desviados da Petrobras estejam no exterior ou tenham ido para campanhas eleitorais de petistas

Fraudes em licitações constrangem Petrobras na ONU

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I

nterceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Águas Profundas mostram indícios de pagamento de propina e referências a investimentos pessoais no exterior – dando a entender que parte do dinheiro obtido com as fraudes em licitações da Petrobras foi enviada para fora. Em diálogo entre Fernando Stérea e Wladimir Pereira Gomes – donos da empresa Angraporto, apontada como núcleo do esquema de fraudes –, registrado pela PF em 20 de outubro de 2006, Stérea disse que "aquela pessoa" pedia algo relativo "ao dízimo de campanha". "Tecnicamente, não devemos nada", respondeu Gomes. "O cara quer o total e insiste nisso", rebateu Stérea. Em outro telefonema, Stérea conversou com uma mulher identificada como Tereza. Ela disse que faria uma transferência bancária. Stérea afirmou que precisava de um cartão de crédito quando estivesse fora do Brasil. Tereza declarou ter um Visa e que ele poderia usar US$ 1,5 mil (R$ 4 mil) por semana. Stérea alegou que quando viaja precisava de muito mais. "Quero um de 45 mil (R$ 120 mil) por mês". Stérea disse que iria a Houston (Texas), onde queria receber algo, e de lá para a Romênia, "pagar algumas coisas" por conta de uma transação imobiliária. Haveria um pagamento de honorários de US$ 10 mil (R$ 27 mil) e depois transferência para uma conta nova, de US$ 200 mil (R$ 530 mil). Stérea pediu ainda o número para passar ao banco romeno. Tereza explicou que o número tinha as letras MC na frente, referência a Monte Carlo (distrito de Mônaco). Em outro telefonema, em 11 de agosto, para uma operadora de cartão de crédito, Stérea declarou ter ganhos mensais de R$ 150 mil e aplicações no exterior. Ao falar de negócios com a Petrobras, outros dois envolvidos com a prisão decretada, Mauro Zamprogno (outro sócio da Angraporto) e Claudio Valente (técnico que, segundo a PF, participava das fraudes), discutiram porcentuais: "Eu tô com meu amigo aqui daquela companhia, 40% para você, 30 para mim e 30 para ele, ok?". Campanhas – A campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter contado com ajuda financeira de R$ 1,5 milhão da empresa Iesa Gás & Óleo, uma das três acusadas de ligação com o esquema de fraudes em contratos da Petrobras.

A revelação foi feita pela própria diretoria da empresa. O R$ 1,5 milhão não foi declarado nas prestações de contas oficiais da campanha do presidente nem do comitê financeiro eleitoral do PT entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso porque foi contabilizado como doação partidária. Ela foi feita em três pagamentos: R$ 500 mil em 12 de setembro do ano passado; R$ 562 mil em 26 de setembro e R$ 500 mil no dia 22 de novembro. O secretário de finanças do PT, Paulo Ferreira, disse que não saberia informar o destino exato desse R$ 1,5 milhão, mas que, em regra geral, as doações de pessoas jurídicas à legenda têm dois destinos: "Parte é usada para campanhas institucio-

Eu tô com meu amigo aqui daquela companhia, 40% para você, 30 para mim e 30 para ele, ok? Mauro Zamprogno

nais e parte é repassada para campanhas estaduais". A empresa argumentou que fez a doação à campanha presidencial "de maneira consciente, pois foi o governo Lula que abriu o mercado de petróleo e gás para as empresas nacionais". A Iesa Óleo & Gás, um braço da Iesa Projetos, entrou no mercado em 2005. A Iesa não é a única das envolvidas a figurar como doadora de campanhas eleitorais. Um dos maiores estaleiros do País, o Mauá Jurong, fez quatro doações a candidaturas de deputados do PT do Rio no ano passado, somando R$ 180 mil. Entre os beneficiados está o atual líder da bancada do partido na Câmara, Luiz Sérgio. Ele recebeu R$ 25 mil. A empresa doou ainda R$ 25 mil para a campanha de deputado federal de Jorge Bittar; R$ 80 mil para a candidatura de deputado federal de Francisco D’Angelo e R$ 50 mil para a campanha de deputado estadual de Rodrigo Neves Barreto. Todos se elegeram. A Iesa Óleo & Gás também figura como doadora da campanha do senador Delcídio Amaral (PT) ao governo de Mato Grosso do Sul. Segundo o TSE, a campanha recebeu R$ 50 mil.

Na campanha de 2006, a empresa mãe, a Iesa Projetos, Equipamentos e Montagens, também fez doações ao candidato a deputado federal do PPS Dimas Ramalho (atual secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo) e à candidata petista a deputada estadual Edna Martins (atual presidente da Câmara Municipal de Araraquara). Para Ramalho foram realizadas duas doações de R$ 40 mil cada e para a vereadora foram R$ 10 mil. Em 2004, a Iesa Projetos deu R$ 10 mil para a campanha de Elio Lopes dos Santos, do PMDB, à prefeitura de Guidoval (MG). Nesse mesmo ano, a empresa ajudou o PT também: fez uma doação de R$ 100 mil, ao comitê financeiro em Araraquara. Ruy Castanheira de Souza, advogado e contador preso na Operação Águas Profundas doou, na campanha de 2006, R$ 14.460 à deputada Solange Almeida (PMDBRJ), segundo o TSE. Ela argumentou que as doações foram legais. Pr eju ízo – A PF apurou que a Angraporto teria desviado R$ 60 milhões em apenas três contratos auditados. O ganho ilícito, segundo a PF, foi gerado mediante superfaturamento de preços e recebimento por serviços não realizados, que foram justificados com notas fiscais frias fornecidas por empresas fantasmas. Os contratos, estimados em R$ 150 milhões, foram para reforma das plataformas P-10, P-14 e P-22, que tiveram as licitações vencidas pela Angraporto de forma fraudulenta, conforme o relatório da operação. Para a PF, as licitações embutiam exigências que só a Angraporto podia atender. (AE)

escândalo de fraude envolvendo licitações da Petrobras criou uma saia-justa internacional. Isso porque a estatal integra, a convite da ONU, o conselho executivo do Pacto Global das Nações Unidas – iniciativa que convoca empresas do mundo todo a lutar contra a corrupção "em todas as formas", entre outras bandeiras que defende. A Polícia Federal acredita que a quadrilha desbaratada na segunda-feira passada seja a ponta de um esquema de corrupção ainda maior. Apesar de a estatal ter demitido dois funcionários diretamente envolvidos no escândalo , esses problemas não deixam de ser notados na ONU pelos funcionários do Pacto Global.

A iniciativa foi criada em 2000 para convencer multinacionais de todo o mundo a seguirem princípios de responsabilidade social. Hoje, 4 mil empresas fazem parte do programa. A ONU espera que elas criem programas de corrupção e sirvam de exemplo. Por sua posição de destaque internacional, a Petrobras foi convidada a ingressar no conselho executivo do Pacto Global. É a única empresa latinoamericana nessa posição. Alerta – Na semana passada, em Genebra, o Pacto Global deixou claro que cerca de 500 empresas foram excluídas da iniciativa, em 2006, por não cumprirem os princípios estabelecidos. Segundo o site da

Petrobras, ao aderir ao pacto, a empresa assumiu um compromisso de cumprir 10 grandes diretrizes, extraídas pela ONU de três documentos: a Declaração Universal dos Direitos do Homem, a Declaração Universal dos Direitos da Infância e da Adolescência e o conjunto de tratados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na segunda-feira, o diretorexecutivo do Pacto Global, Georg Kell, enviou uma carta ao presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, considerando "muito preocupante" a notícia de que a estatal não havia aderido à declaração Cuidando do Clima: a Plataforma das Lideranças Empresariais, apresentada, em Genebra. (AE) Dida Sampaio/ AE

Tarso não vê relação com doações de campanha

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ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem que a investigação da Polícia Federal que resultou na Operação Águas Profundas não tem relação com doações eleitorais das empresas envolvidas no esquema de corrupção que funcionava dentro da Petrobras. Os estaleiros aparecem como financiadores de campanhas de parlamentares petistas. "A Polícia Federal não investiga partidos ou contas de campanha. A Polícia Federal investiga delitos", disse o ministro, após inaugurar um centro de inteligência na Secretaria de

Segurança Pública do Rio, no centro da cidade. Tarso ressaltou a importância da colaboração da direção da Petrobras com a investigação. "O presidente Lula tem uma postura de intolerância com a corrupção. A Petrobras personificou isso", afirmou. Direitos Humanos – O ministro comentou ainda as denúncias da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), baseada no laudo de um perito independente, de que houve execuções entre os 19 mortos da megaoperação da polícia do Rio no Complexo do Alemão, no dia 27 de junho.

Tarso Genro diz que PF não investiga partidos ou campanhas

Para Tarso, as informações levantadas pela OAB merecem consideração por parte do governo do Estado do Rio, tendo em vista os serviços já prestados pela entidade em situações parecidas. "Os relatórios que estão sendo feitos certamente serão considerados pelas autoridades estaduais", disse ele, ressaltando que essa é uma questão estadual. (AE)

Justiça nega habeas-corpus aos presos

O

Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF) negou habeascorpus a três presos na Operação Águas Profundas, da Polícia Federal (PF). Segundo a assessoria do TRF, os acusados que continuarão presos são Ricardo Secco, pai da atriz Deborah Secco, Ruy Castanheira e Felipe Pereira das Neves Castanheira, filho de Ruy. Ontem, interceptações telefônicas feitas pela PF mostram indícios de pagamento de propina e referências a in-

vestimentos pessoais no exterior, dando a entender que parte do dinheiro obtido com as fraudes em licitações da Petrobras foi enviado para fora. Também há referências a "dízimo de campanha". Em diálogo entre Fernando Stérea e Wladimir Pereira Gomes – donos da Angraporto, apontada como núcleo do esquema de fraudes –, registrado em 20 de outubro de 2006, Stérea disse que "aquela pessoa" pedia algo relativo "ao dízimo de campanha". "Tecnicamente, não devemos nada", respondeu Gomes. "O cara quer o total e insiste nisso", rebateu Stérea.

Após dois anos de investigação, a PF desbaratou um esquema de fraudes em licitações para serviços de reparos de plataformas petrolíferas da Petrobras. Ao todo, 26 pessoas foram denunciadas, incluindo gerentes da estatal, empresários, um agente da PF é um exdeputado. Quatro estão foragidos de um total de 18 pessoas com prisão decretada. Ao investigar o esquema montado para fraudar licitações da Petrobras, os agentes federais descobriram também fraudes financeiras em prestações de contas de organizações não-governamentais. (AE)

TCU analisa contratos

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lém da Polícia Federal, também o Tribunal de Contas da União (TCU) está de olho nos contratos da Petrobras. A área técnica do Tribunal encontrou indícios de pagamentos indevidos nos contratos da estatal para a construção das plataformas P-52 e P-54. A estimativa do TCU é de que, na soma dos dois contratos, a Petrobras teria realizado pagamentos indevidos de mais de US$ 170 milhões.

O contrato para a construção da P-52 foi assinado em dezembro de 2003 entre a Petrobras e o consórcio Fels Setal/Technip. Já o contrato para converter o navio Barão de Mauá na plataforma P-54 foi assinado em 2004 com a empresa Jurong Shipyard. De acordo com a investigação dos técnicos do TCU, iniciada em abril passado, há indícios de pagamentos "indevidos". (AE)


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Nacional Tr i b u t o s Imóveis Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

Mais de 60% das unidades do Taj Office Tower já foram vendidas

PREÇO DO METRO QUADRADO DEVE SUBIR 8%

ESCRITÓRIOS GANHAM CONCEITOS DE BEM-ESTAR

Paulo Pampolin/Hype

Construtores investem em lounges e varandas em prédios comerciais Maristela Orlowski O preço do metro quadrado do empreendimento Taj Office Tower é de R$ 5,7 mil, mas deve subir 8%

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rojetos inovadores estão tomando conta do setor imobiliário paulistano voltado para o mercado corporativo. A nova onda é agregar diferenciais que ofereçam bem-estar aos escritórios inteligentes, fornecendo opções que exploram ambientes profissionais menos ortodoxos, mais descontraídos e estimulantes. The Taj Office Tower, lançado em junho pela GMR Empreendimentos, é um exemplo. Localizado na Vila Olímpia, zona sul da capital, o prédio alia um pouco do ambiente doméstico ao do escritório. "Pedimos ao arquiteto Itamar Berezin criar um projeto que levasse um pouco do que o executivo tem em casa para o local de trabalho", diz o diretor-administrativo da GRM, Guilherme Sahade. Foi daí que surgiu um dos diferenciais do empreendimento: varandas privativas de nove metros quadrados em todos os conjuntos comerciais do edifício. "São espaços multifuncionais, que podem ser transformados em uma extensão da área de trabalho ou em um ambiente de descanso", acrescenta Sahade. Além disso, The Taj terá um café gourmet com acesso sem fio à internet. São 311 metros quadrados de área, dos quais 206 metros quadrados só na parte externa, em que o executivo poderá desfrutar de um ambiente diferenciado, com mesas e ombrelones, integrados ao deck e lounge. O espaço será administrado pela bandeira argentina Havanna Café, que ainda oferecerá um serviço de delivery para atender os funcionários do prédio e dos demais escritórios da região. "Criamos um café gourmet no pavimento térreo, capaz de quebrar a rotina diária e oferecer melhor qualidade de vida. É um ambiente informal que serve até para fechar pequenos negócios", diz o arquiteto Iurie Fernandes Frank.

O Villa-Lobos Office Park terá vilas comerciais

Espaços internos do Taj Office Tower dão destaque ao bem-estar

"Essa idéia já foi utilizada em outros empreendimentos, como é o caso do Çiragan (nome de um palácio em Istambul, na Turquia), da Cyrela. Acreditamos que o compromisso de agregar qualidade de vida deve ser uma constante em todos os nossos projetos." Sahade lembra que duas pesquisas realizadas pela empresa apontaram carência do mercado corporativo por escritórios com qualidade de vida em São Paulo. "Sentimos isso na própria pele quando tivemos que transferir a sede da construtora de lugar. Não encontrávamos nada interessante e agradável. Os prédios comerciais eram todos iguais: grandes caixotes retangulares frios e sem graça", afirma. Vendas rápidas – Os resultados da comercialização, que já ultrapassa 60%, confirmam o crescimento da procura por esse tipo de empreendimento. "A expectativa é vender o prédio todo até o início de agosto", ressalta o executivo. Segundo ele, outros terrenos já foram adquiridos para a construção

de centros comerciais que agregam o conceito wellness (bem-estar), porém com áreas menores, entre 50 e 70 metros quadrados. No empreendimento da Vila Olímpia, as salas comerciais têm áreas de 101, 119 e 440 metros quadrados. O diretor da GRM diz que a valorização do empreendimento é constante. Atualmente, o preço do metro quadrado gira em torno de R$ 5,7 mil, valor 8% superior ao do lançamento. Até agosto, especulase outra valorização de 8%. "Quando o prédio estiver pronto, em março do próximo ano, o valor do metro quadrado para locação deverá chegar a R$ 65", diz Sahade. Segundo ele, é mais vantajoso comprar uma unidade e pagar uma prestação entre R$ 3 mil e R$ 4,6 mil (em 84 meses) que desembolsar, no mínimo, R$ 6 mil de locação. O Valor Geral de Vendas (VGV) do empreendimento é de R$ 46 milhões. Vilas – Outra incorporadora que está apostando no sucesso do novo conceito wellness do mercado corporativo é a Cyrela. A empresa vai lançar, em agosto, um centro empresarial na Vila Hamburguesa, ao lado do Parque Villa-Lobos, zona oeste de São Paulo: o Villa-Lobos Office Park. As instalações – inspiradas em projetos internacionais, como o Mizner Park, na Flórida – terá cinco torres e casas de vila. São 789 unidades, das quais 90 escritórios de vila com 95 metros quadrados de área privativa, além de outros 699 escritórios distribuídos em cinco torres, que variam entre 33 e 1.170 metros quadrados de área. O condomínio ainda prevê nas áreas comuns, um restaurante com 150 lugares, centro de convenções para 250 pessoas, business center, beauty center, além de um praça central de 6 mil metros quadrados. De acordo com o diretor de Incorporação da Cyrela, Ubirajara Spessoto, as casas de vila são voltadas para um público formado por profissionais liberais. A expectativa é vender 35% do empreendimento ao usuário final e 65% a investidores. O empreendimento tem VGV de R$ 220 milhões.

A área de espaço gourmet é um dos diferenciais do Taj. No local, podem ser fechados negócios.

Uso de energia solar trará economia de R$ 820 milhões

A

Lei 14.459/07 que obriga o uso de energia solar em novas edificações residenciais e comerciais – sancionada no início de julho pelo prefeito Gilberto Kassab – deve gerar uma economia de R$ 58 milhões ao setor elétrico neste ano. É o que mostra um estudo do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (Dasol) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Refrigeração e Aquecimento (Abrava). Considerando só o segmento residencial da capital paulista, para 2015 a projeção de economia chega a R$ 820 milhões, o equivalente à construção de uma usina de energia com potencial de 200 mil quilowatts por ano. Conforme explicou o diretor-executivo do Dasol e coordenador da iniciativa Cidades Solares no Brasil, Carlos Faria, aproximadamente 45 mil unidades de casas e apartamentos serão entregues neste ano na cidade de São Paulo, segundo estimativas do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Dessas unidades, 25% (11 mil) terão quatro ou mais dormitórios e mais de três banheiros, e, conseqüentemente,

deverão instalar sistemas de aquecimento solar de água para garantir, pelo menos, 40% da demanda por energia. "Isso trará grande impacto à indústria nacional de energia solar, pois haverá a necessidade de instalar 40 mil metros quadrados de coletores solares somente neste ano", lembrou Faria, que estima um crescimento de 20% para o setor em 2007. Apesar de existirem 120 empresas fabricantes de equipamentos solares e mais de 2,5 mil revendedores, distribuidores e instaladores em todo o País, a produção anual é de apenas 30% da capacidade total do segmento. "Isso significa que temos condições de aumentar a produção e dar conta do recado." Pouca procura – Segundo Faria, só 1,2% dos domicílios residenciais brasileiros possuem sistemas de aquecimento solar, somando três milhões de metros quadrados de coletores solares instalados. Na cidade de São Paulo, são 90 mil metros quadrados, mas esse número deverá ultrapassar os 580 mil em 2015. "Só para citar um exemplo, em Israel, 90% d a s re s i d ê n c i a s p o s s u e m

aquecimento solar." O estudo do Dasol mostrou ainda que os custos da construção dos edifícios que agregarem o sistema de aquecimento solar podem aumentar de 0,5% a 1%. No entanto, o retorno do investimento ocorre em, no máximo, três anos. Em alguns casos, ele pode ocorrer até mesmo durante a obra, com a economia nos sistemas de eletricidade e de gás. O aquecimento solar também se paga com a economia que gera no consumo de energia elétrica. Em um prédio de 20 andares, 80 apartamentos e 320 moradores, por exemplo, haverá redução anual dos gastos do condomínio de, pelo menos, R$ 35 mil. Em 20 anos (período de vida útil do sistema), a economia chega a R$ 1,7 milhão. Menos gás carbônico – Além disso, a medida também evita a emissão anual de 18 toneladas de gás carbônico e o alagamento de 8,4 mil metros quadrados de áreas férteis para a construção de usinas. "É uma tecnologia que traz benefícios para todos e atende aos planos de desenvolvimento sustentável do país", conclui o executivo. (MO)

Mais subsídios para a casa própria

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Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou mais recursos para o subsídio para a casa própria. São R$ 600 milhões que estarão disponíveis, neste segundo semestre, para a complementação do preço do valor da moradia dos trabalhadores com renda de até cinco salários mínimos mensais. A suplementação do recurso destinado ao

subsídio habitacional foi necessária porque todo o valor previsto para este ano – de R$ 1,2 bilhão – já foi comprometido com os financiamentos concedidos. De acordo com a Caixa Econômica Federal, as contratações para habitação com recursos do FGTS em 2007 ultrapassaram, em junho, R$ 2,5 bilhões. Faltam outros R$ 3,1 bilhões para serem aplicados até o fim do ano. Pelas normas do FGTS, recebem subsídio as

famílias com renda de até cinco salários mínimos. É nessa faixa de rendimento que está concentrado o déficit habitacional do País. As de menor renda, de até um salário mínimo, é que têm o maior subsídio. Nas capitais, o auxílio chega a R$ 14 mil. No primeiro semestre do ano, 61% das unidades financiadas com recursos do FGTS foram destinadas às famílias com renda de até três salários mínimos. (AE)


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Issei Kato/Reuters - 14/11/2006

COMÉRCIO TREPIDANTE Osaka (dir.), uma das principais cidades do Japão (e irmã de São Paulo), destaca-se por seu comércio ativo, caracterizado por anúncios vibrantes e coloridos. E, apesar dos anúncios, Osaka é uma cidade limpa.

Milton Mansilha/Luz - 15/06/2007

TREPIDAÇÃO NO COMÉRCIO São Paulo (acima), mais especificamente a Liberdade, contrasta com Osaka. Sem seus ideogramas, comércio do bairro oriental perde suas características, tornando a cidade mais feia.

IRMÃS, SIM. GÊMEAS, NÃO. Cidades-irmãs, mas separadas pela lei Cidade Limpa Rejane Tamoto

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retirada dos ideogramas orientais do comércio da Liberdade, em São Paulo, imposta pela lei Cidade Limpa, tornou o bairro oriental ainda mais diferente e distante do comércio de sua cidade-irmã, Osaka, no Japão. Na Liberdade, as fachadas do comércio passam por um processo de descaracterização e estão cada vez mais distantes, não só de Osaka, como também das demais cidades orientais, reconhecidas por seus anúncios indicativos verticais, inseridos lateralmente nas fachadas dos estabelecimentos, com ideogramas em tamanhos diversos e proporcionais, que há alguns meses eram comuns por aqui. Hoje, o destino da identidade oriental da Liberdade está nas mãos da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), que ainda não se reuniu para analisar os casos omissos à lei. Enquanto a comissão não define as características especiais para a Liberdade, o comércio retira os ideogramas, reduz suas placas e espera. A lei 14.471, publicada na última quarta-feira, no Diário Oficial do Município, consolidou leis anteriores e definiu 31 cidades, de diversos países, como irmãs de São Paulo. Da lista constam as japonesas Osaka e Naha. Isso significa que os laços entre cidades-irmãs devem ser aprofundados e que ao poder público municipal caberá promover sua aproximação cultural, social e econômica. O parágrafo II, do artigo 3º da lei diz que um dos objetivos da iniciativa é promover "acordos e programas com o fim de fomentar o mais amplo conhe-

a da por su Confirma rio tá a, o secre assessori celou n a c tarazzo a M a re trevista And 2ª vez, en la e p , m onte na qual a ao DC, ica que dari r a polêm esclarece a a. p ri e im d L o p ade ela lei Cid p a d ra e g

cimento recíproco" e "fundamentar os intercâmbios sociais, culturais e econômicos, em especial os relativos à organização, administração e gestão urbana". O parágrafo seguinte propõe a troca de informações e difusão em ambas as comunidades das obras culturais, turísticas, desportivas, políticas e sociais. Diplomatismos à parte, a lei que consolida a legislação municipal sobre cidades-irmãs de São Paulo bem que poderia ser colocada em prática pelos membros da CPPU, responsáveis pela análise das características especiais da Liberdade, já que os aspectos culturais que identificam o bairro foram comprometidos com a retirada dos ideogramas. Os aspectos econômicos e turísticos do comércio da Liberdade também foram comprometidos com a queda no movimento de clientes. Osaka, a cidade-irmã de São Paulo, passa por um amplo processo de revitalização desde 2005, com um plano de melhorias nas áreas de transporte, serviços públicos, e turismo, entre outros. Embora os anúncios indicativos do comércio japonês sejam considerados uma ‘poluição visual’ pela nossa lei Cidade Limpa, Osaka é uma cidade limpa, que se preocupa com o turismo, cultura, meio ambiente e qualidade de vida, como mostra o seu site oficial (www.city.osaka.jp/english/). Mais Cidade Limpa na página 2

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Estrutura metálica que sustentava ideogramas japoneses em loja da rua Galvão Bueno.


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BOVESPA BATE NOVO RECORDE. E DÓLAR CAI PARA R$ 1,873.

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recordes de pontuação foram batidos pela Bovespa neste ano. Índice superou 57 mil pontos.

J.F. Diório/AE

Ibovespa superou 57 mil pontos e moeda voltou ao nível de outubro de 2000

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otimismo predominou entre os investidores de todo o mundo ontem, ambiente que influenciou os mercados financeiros brasileiros. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 2,23% e fechou com o 29º recorde de pontuação registrado em 2007. O dólar comercial encerrou os negócios cotado a R$ 1,871 para compra e a R$ 1,873 (queda de 1%) para venda, os valores mais baixos desde 17 de outubro de 2000. O Ibovespa, principal referência da bolsa, superou a marca de 57 mil pontos pela primeira vez, fechando em 57.613 pontos. O volume de R$ 5,8 bilhões, superior à média do ano, também refletiu o otimismo dos investidores. No ano, o índice tem alta de 29,5%. A expectativa de queda do juro básico brasileiro, de bons resultados das empresas e de que o País alcance o grau de investimento em 2008 têm incen-

29,5

por cento é a valorização acumulada no ano pelo Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). tivado a compra de ações. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, subiu 2,09% e também bateu recorde. O indicador dos principais American Depositary Receipts (ADRs, recibos de empresas estrangeiras negociados em Nova York) brasileiros teve alta de 3,8%. Dólar em queda — O dólar deve em breve testar o nível de

R$ 1,80, segundo previsão de analistas de bancos estrangeiros. O economista-sênior do Dresdner Kleinwort, Nuno Camara, disse que os fluxos de capitais líquidos para o País em junho, que atingiram valor recorde de US$ 16,6 bilhões, sustentam essa expectativa. "E, apesar desses volumes fortes, o Banco Central comprou apenas US$ 8 bilhões no mês passado", disse. "A forte alta nas entradas e a redução nas intervenções oficiais podem levar os mercados a testar o nível de R$ 1,80 em breve." O economista Alan Ruskin, do Royal Bank of Scotland, afirmou que o real demonstrou, nos últimos dias, "que pode absorver tudo que a turbulência nos mercados de crédito tem para arremessar nele, sem falar na intervenção do Banco Central". Segundo ele, a intervenção da autoridade monetária "deve continuar se desacelerando, dando continuidade à tendência firme para o alvo de R$ 1,80". (AE)

MICROCRÉDITO Crescimento depende do segmento de baixa renda Sonaira San Pedro

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crescimento de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) de microcrédito está vinculado ao atendimento a clientes menos favorecidos. A conclusão é da pesquisa Diagnóstico das Instituições de Microcrédito no Brasil, realizada pelo Itaú e pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). As Oscips são entidades sem fins lucrativos que, por meio de um termo de parceria com o poder público, podem realizar projetos de interesse social, como empréstimos a micros e pequenos empresários. De acordo com o levantamento, baseado em 39 Oscips (selecionadas entre as 257 registradas no Ministério da Justiça como operadoras de microcrédito), 67% concentram a oferta em empréstimos para

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mil reais é o valor máximo emprestado pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, segundo pesquisa divulgada ontem. capital de giro, 19% em investimentos fixos, 5% emprestam para reformas e 6% têm crédito para troca de cheques. "As instituições maiores e com mais tempo de funcionamento concentram suas operações em um único produto, geralmente empréstimos para capital de giro", afirmou o diretor do Iets, Manuel Thedim. O estudo revelou que o valor

mínimo dos empréstimos varia de R$ 50 a R$ 2,5 mil. Já o valor máximo vai de R$ 1 mil a R$ 60 mil. O tempo médio de liberação de crédito é de cinco dias. "Em geral, as instituições aceitam retorno a partir de dois meses até um ano. Sete meses é o prazo médio", disse. As taxas de juros variam entre 3% e 10%, com índices de inadimplência de até 22%. O objetivo da pesquisa foi mapear o trabalho das Oscips creditícias para potencializar o impacto socioeconômico das ações que elas viabilizam. "Analisamos o crédito voltado a empreendedores de menor renda destinado a alavancar negócios, e não aqueles para fins de consumo", disse. "Esse tipo de empréstimo propicia o incremento de atividades produtivas, estimula a geração de renda e trabalho e contribui para o desenvolvimento socioeconômico da região em que atuam", acrescentou.

BID vai investir em inclusão social

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esponsável no passado recente pelo financiamento das grandes obras de infra-estrutura no País, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) quer agora atacar em outra frente: a inclusão social. A mudança faz parte do processo de reformulação por que passam não só o BID como também os demais organismos multilaterais de crédito — Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). "O que os países precisam não é mais o capital barato", afirmou o vicepresidente para países do BID, Otaviano Canuto. Segundo ele, com a economia mundial crescendo, obter

financiamento internacional deixou de ser um problema para os governos. Por isso, organismos como o BID e o Bird perderam seu principal nicho de atuação e agora procuram oferecer outros "produtos" como, por exemplo, conhecimento especializado. O presidente do BID, Luiz Alberto Moreno, aposta em um programa chamado "Oportunidade para a Maioria", cujo principal objetivo é ampliar e baratear o crédito às pessoas de baixa renda. O programa nasceu de uma tese do economista peruano Hernando de Soto. Ele mostrou que a ampliação do crédito aos pobres, com base no reconheci-

mento do direito de propriedade, tem efeito social positivo. Assim, por exemplo, uma pessoa que ganhe o título de posse de um barraco pode utilizar esse bem, antes não-oficial, como garantia para obter um empréstimo e utilizar o dinheiro para iniciar um negócio. "Esse programa amplia a inclusão social na economia de mercado", disse Canuto. Também na linha social, o BID quer usar seu peso institucional para colher doações e entregá-las a prefeituras, para que sejam oferecidas opções de lazer e treinamento de jovens. Segundo Canuto, a idéia é aproveitar a crescente onda mundial de filantropia. (AE)

Roda de negócios na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F): dólar deve continuar com tendência de baixa.

Nasdaq quer atrair mais empresas brasileiras Bolsa americana de tecnologia terá nova plataforma de negócios em 30 dias

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Brasil é considerado um mercado-chave para o crescimento do volume de negócios da bolsa eletrônica dos Estados Unidos, a Nasdaq. A declaração foi dada ontem pelo vicepresidente para as Américas da bolsa, Jeffrey Singer. Ele destacou especificamente as emissões destinadas a investidores qualificados, segmento em que o Brasil é líder. De acordo com o executivo, no ano passado nove companhias brasileiras realizaram captações nos Estados Unidos usando o mecanismo que isenta as empresas das duras restrições da legislação de mercado de capitais americano. Neste ano, já são 19 as empresas que captaram recursos. A Nasdaq negocia papéis de companhias de alta tecnologia em informática, eletrônica, telecomunicações, entre outros segmentos. De olho nesse potencial, os executivos da Nasdaq vieram ao País para anunciar o lançamento de nova plataforma de negociação exclusiva para esse tipo de papel, que não possui registro nem na NYSE, a Bolsa de Valores de Nova York, nem no próprio pregão convencional da Nasdaq. Singer disse que 28 empresas brasileiras já estão registradas para o portal, que aguarda aprovação das autoridades americanas e deve ser lançado em 30 dias.

Adoraríamos pelo menos dobrar o número de empresas brasileiras com papéis negociados na Nasdaq. Jeffrey Singer, vicepresidente da bolsa

Atualmente, a Net Serviços é a única empresa brasileira listada no pregão da Nasdaq. "Adoraríamos pelo menos dobrar esse número", disse o executivo. Singer afirmou que 40% das companhias listadas com ADRs (certificados de ações de empresas estrangeiras negociadas no mercado americano) na concorrente NYSE também são negociadas na Nasdaq. Ele lembrou que a maior parte dessas empresas lançou seus papéis nos Estados Unidos nos anos 1990, quando a Nasdaq, de acordo com o executivo, ainda não tinha condições de competir pelas emissões dos títulos. Sem competição — Da estratégia de abrigar o maior número possível de empresas brasileiras, Singer destacou os constantes encontros que mantêm com autoridades governamentais e representantes do mercado. Na última quarta-feira, os direto-

res da bolsa estiveram em Brasília, onde se reuniram com integrantes do governo. Singer afirmou que o mercado de capitais brasileiro vive um excelente momento e que a Nasdaq não deseja competir com ele. No entanto, disse acreditar que empresas de alguns setores, como o de etanol, mineração e construção, poderão ter a necessidade de listar suas ações nas bolsas americanas. Com a nova plataforma de negócios — batizada de Portal Nasdaq —, a bolsa de tecnologia pretende aumentar a liquidez do segmento especial para investidores qualificados e criar patamar de mercado para os papéis. "Atualmente, é difícil para os detentores desses títulos encontrar referencial de preço para eles, pois não existe um ambiente de negociação para os papéis", afirmou. A perspectiva do executivo é de que o mercado especial de emissões cresça de forma expressiva nos próximos anos. "Em alguns anos, oito de cada dez empresas americanas devem abrir capital dessa forma", estimou. O executivo, no entanto, não deu projeções para o volume de negociação esperado na nova plataforma. "Pelo fato de a Nasdaq também ser uma empresa de capital aberto, precisamos ser muito cuidadosos com estimativas desse tipo", ponderou. (AE)


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LAZER - 1

MISS SAIGON Novo musical que estréia na cidade traz de volta a memória da Guerra do Vietnã e emociona com a história do dramático romance entre o soldado americano Chris e a vietnamita Kim, uma versão de Romeu e Julieta em cenário bélico nos anos 70.

ROMEU E JULIETA SOB BOMBAS DE NAPALM Fotos: João Caldas/Divulgação

Sérgio Roveri

E

sta história poderia estar acontecendo, neste exato momento, em qualquer parte do mundo. Talvez esteja ocorrendo agora mesmo no Oriente Médio, quem sabe? Não existe nada mais comum que uma bela história de amor no meio da guerra". Com esta assertiva, um dos maiores produtores do show biz mundial, o inglês Cameron Mackintosh, procura ressaltar a atualidade da mais nova superprodução a ganhar os palcos da cidade – o musical Miss Saigon, que entra em cartaz no Teatro Abril após ter seus investimentos calculados em US$ 12 milhões. "Apesar de Miss Saigon ser uma ficção, o espetáculo aborda um dos lados mais realistas da guerra: a morte de inocentes e o final costumeiramente trágico das histórias de amor entre os combates". De acordo com Mackintosh, que assina a produção geral do espetáculo, Miss Saigon deve ficar em cartaz na cidade por pelo menos 18 meses. "É uma emoção muito grande para mim, que estou há três décadas atuando no mercado de musicais, ver o crescimento do artista brasileiro neste tipo de produção", disse. Miss Saigon chega à cidade depois de ter sido visto por mais de 30 milhões de espectadores em 25 países. O português é o 13º idioma a narrar o envolvimento entre o soldado americano Chris e a jovem vietnamita Kim, já nos estertores da Guerra do Vietnã. Ao longo dos últimos meses do conflito, Chris e Kim incorporaram uma espécie de Romeu e Julieta debaixo das bombas de Napalm – acreditando que o amor entre eles resistiria ao avanço das tropas e às estratégias de uma guerra que derrubou todas as orientações contidas até então nos manuais bélicos. Mas em uma noite de abril de 1975, já sinalizando a iminente derrota dos Estados Unidos no sudeste asiático, tropas vietnamitas invadem a embaixada americana em Saigon e todos os soldados, Chris entre eles, fogem de helicóptero pelo telhado. Anos mais tarde o soldado, já devidamente casado com uma americana, volta ao local do conflito e revê a antiga amada – que guardou com ela o bem mais precioso que o soldado jamais imaginara possuir. Miss Saigon cavou um lugar de destaque no ranking dos grandes musicais justamente pela espetacular se-

qüência da fuga dos americanos, quando um estrepitoso helicóptero pousa no palco com a missão primeira de deixar o público boquiaberto. "Esta montagem brasileira é mais moderna do que as apresentadas em Londres e Nova York’, diz o diretor Fred Hanson. "O truque do helicóptero já estava gasto. Em São Paulo iremos usar recursos de projeção que soam muito mais grandiosos e realistas do que um helicóptero original". Segundo Hanson, Miss Saigon é o primeiro musical a chegar ao Brasil já obediente à nova bula dos produtores americanos, que estão aos poucos aposentando a parafernália de efeitos especiais. "Um musical moderno precisa ter uma boa história e um ótimo elenco, apenas isso. O excesso de tecnologia encarece as produções e inviabiliza as turnês. Neste sentido, Miss Saigon é o musical mais clean já visto por aqui". A exemplo do que ocorre nas demais montagens de Miss Saigon ao redor do mundo, aqui também a heroína Kim será vivida por duas atrizes-cantoras: Cristina Cândido, novata em produções deste porte, e Lissah Martins, neta de japoneses, que foi uma das integrantes da banda feminina Rouge, criada nos bastidores do SBT. Nas fileiras masculinas, ao contrário, os protagonistas não poderiam ser mais íntimos do gênero. No papel do Engenheiro, um asiático trambiqueiro que estaria disposto a vender a mãe em troca de um green card, está Marcos Tumura (foto), que já atuou em Les Miserables,A Bela e a FeraeO Fantasma da Ópera. Com um currículo igualmente portentoso, Nando Prado surge na pele do soldado Chris. "Em 2000, quando eu percebi que São Paulo estava pronta para receber os grandes musicais americanos e ingleses, fui para a Broadway e vi todos os espetáculos em cartaz", diz Prado. "Miss Saigon é o meu predileto. Sinto que com o personagem Chris eu atingi o auge da minha carreira. Talvez não queira mais fazer musicais depois deste". Miss Saigon, em cartaz no Teatro Abril, Avenida Brigadeiro Luís Antonio, 411, tel.: 6846-6060. De quarta a sexta às 21h, sábados às 17h e 21h e domingo às 16h e 20h. Ingressos de R$ 65 a R$ 200.

OS NÚMEROS DESTA GUERRA US$ 12 milhões em investimentos 50 toneladas de cenários e adereços 42 atores 18 músicos 500 figurinos produzidos no Brasil 500 acessórios como chapéus, cintos e bandeiras 336 pares de sapato 60 quilos de gelo seco por apresentação

Cristina Cândido e Nando Prado: amor na guerra.

TIM RICE E O ROCK DO PERDÃO

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nganou-se quem achava que o nome do inglês Andrew Lloyd Weber iria permanecer algum tempo ausente dos palcos da cidade com o fim da temporada de O Fantasma da Ópera, um de seus mais notórios musicais. É de sua autoria, em parceria com Tim Rice, o musical José e Seu Manto Technicolor, uma eclética ópera-rock que entra em cartaz amanhã no Teatro Sérgio Cardoso, 40 anos após sua première mundial em Londres. Dirigido por Iacov Hillel, o espetáculo não chega a fazer sombra a Miss Saigon, embora seus números também mereçam ser olhados com certo respeito. São cerca de 200 artistas envolvidos nesta produção inspirada em uma das mais conhecidas passagens do Velho Testamento: a ira que José despertou em seus 11 irmãos por ser

O musical José e Seu Manto Technicolor, de Tim Rice, inspira-se no Velho Testamento. No embalo do rock, é uma montagem que não concorre com Miss Saigon, mas que promete também boa diversão.

declaradamente o filho predileto do velho Jacó. No elenco, composto em sua maioria por jovens atores, bailarinos e até algumas crianças selecionadas por testes, os destaques vão para a cantora Fortuna, que atua como narradora, o cantor Gilbert e a atriz Rosaly Papadopol. A história de José e seu Manto Te-

chnicolor é ambientada em torno do ano 1.600 a.C.. Contrariando as tradições da época, segundo as quais toda a atenção devia ser dirigida ao primogênito, Jacó não escondia sua predileção pelo caçula José, a quem presenteou com um luxuoso manto – chamado de o manto das mil cores. Revoltados com esta situação, os 11

irmãos se reúnem e decidem vender José por 20 moedas para os egípcios – onde ele acabaria se tornando o predileto do faraó por sua incrível capacidade de interpretar os sonhos. Antes disso, porém, passou alguns anos na prisão, envolvido injustamente em uma trama de adultério. Por apresentar, de alguma forma, um final feliz, o espetáculo é definido pelo diretor como um manifesto em favor do perdão e da compreensão entre os homens. (SR) José e seu Manto Technicolor, estréia sábado (14) no Teatro Sérgio Cardoso, Rua Rui Barbosa, 153, tel.: 3288-0136. Quarta, quinta e sábado às 21h, domingo às 18h. Ingressos de R$ 60 a R$ 90.

MY FAIR LADY FICA EM CARTAZ ATÉ DIA 29 DE JULHO Musical continua no Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Tel.: 5693-4000. Quinta e sexta, 21h; sábado, 17h; domingo, 16h e 20h. R$ 40 a R$ 160.


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Ambiente Educação Urbanismo Saúde

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MULTAS DA CIDADE LIMPA SOMAM R$ 26 MILHÕES

A Prefeitura já aplicou 833 multas no comércio por desrespeito à lei Cidade Limpa.

Fotos: Luiz Prado/Luz

Márcio Fernandes/AE - 03/01/2007

Tércio Gaudêncio em sua oficina de restauro de livros raros: projeto quer ensinar ofício a filhos de presidiários

Na cidade, um restaurador Cidade Limpa: empresas de livros raros. E de vidas. podem pedir indenização Remoção de outdoor em São Paulo: uma rotina depois da aprovação da lei Cidade Limpa

Artesão ensina ofício a jovens carentes. Projeto quer incluir filhos de presidiários.

Segundo sindicato, empresas reduziram em mais de 50% número de empregados

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Prefeitura já aplicou 833 multas por desrespeito à lei Cidade Limpa, em vigor desde janeiro. O valor das multas soma R$ 26.410.622,20. Depois de perder todas as liminares em vigor contra a lei no Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ), o Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado (Sepex-SP) estuda uma ação indenizatória por conta do fechamento da atividade econômica da mídia externa. “Ainda não encerramos a discussão do mérito. Temos a esperança de que, no final, a Justiça decida pela inconstitucionalidade da lei, fato que já ocorreu em algumas sentenças em primeira instância. Mas também estamos estudando ações de indenização por conta do encerramento da atividade econômica de nossos associados”, disse o assessor jurídico do SepexSP, Daniel Stein. O sindicato tem 66 empresas associadas na Capital, que mantinham, diretamente, quatro mil empregados no setor. “A estimativa da nossa comissão de conciliação prévia indica que já houve uma redução de

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50% do número de funcionários em algumas empresas, chegando a 90% em outros associados, que só mantêm uma secretária e uma sala aberta para não encerrar a empresa”, dis-

se Stein. O mercado da publicidade externa na capital faturava cerca de R$ 200 milhões por ano antes da aplicação da Lei Cidade Limpa, segundo estimativa do Sepex-SP. (Agências)

SUSPEITOS DE MATAR CASAL SÃO PRESOS polícia prendeu ontem Segundo a polícia, os dois A dois menores, de 14 e 16 confessaram o crime após anos, acusados de matar o serem detidos em Taboão da Ó RBITA

Fernando Vieira

casal Glauber Shiba Paiva e Marta Sena de Oliveira, no dia 26 de junho, no Morumbi.

Serra. O crime foi durante um assalto e o filho do casal estava no carro. (Agências)

áginas amareladas e castigadas pelo tempo ganham vida nova nas mãos do administrador de empresas Tércio Ferdinando Gaudêncio. Há 30 anos, ele dedica-se ao restauro de livros raros e valiosos. E a importância de seu trabalho não se resume em recuperar livros antigos. Ele transformou o ofício em um meio de restaurar pessoas. O trabalho social independente, que está em estudo para ser incorporado pelo governo do Estado e pela Prefeitura, começou há cerca de 15 anos. Na época, Gaudêncio adaptou sua oficina, na Saúde, zona sul, em um espaço para o aprendizado destinado a comunidades carentes da região. A divulgação no começo foi na base da conversa na vizinhança. Logo apareceram os primeiros alunos, a maioria de favelas da área. A primeira turma foi de cinco aprendizes. Com o passar dos anos, dezenas de outros meninos se formaram no curso de encadernação e conservação de livros de Gaudêncio, que não sabe ao certo quantos alunos já ensinou. “Mais importante do que a quantidade é a qualidade. Primeiro tem de se formar o homem. Depois, o especialista no ofício”, ensina. Gaudêncio desenvolveu o método para o seu curso. No ambiente, jamais foi permitido fumar ou desrespeitar os colegas. O desempenho escolar também é um requisito importante para freqüentar as aulas. “O trabalho de encadernação exige concentração total. Um er-

Trabalho exige atenção e cuidado

Livro de 1732 é recuperado na TGK

Milton Mansilha/Luz

Evaldo: curso deu novos caminhos

ro representa perda de material e de tempo. Se for conservação ou restauro é pior ainda, porque pode não ter recuperação”, explica. Mas o esforço dos alunos tem recompensa. Cada um recebe uma bolsa, conforme as possibilidades de Gaudêncio, que sempre patrocinou o projeto. Os frutos da iniciativa espalharam-se pelo País. Vários alunos hoje são encadernadores em cidades de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco. “São regiões em que não há esse tipo de serviço e, com isso, surge uma oportunidade.” Evaldo Serafim da Silva, de 28 anos, participou de uma das primeiras turmas. Esforçado, após aprender o ofício, ele trabalhou

na TGK, empresa de encadernação de Gaudêncio, por oito anos. De lá, passou para outra empresa do mesmo ramo, onde continua na mesma função. “O curso trouxe a possibilidade de um caminho a seguir. Mesmo que se escolha outro tipo de trabalho no futuro, você sempre vai ter aquela profissão que aprendeu no passado”, diz Silva. Para ele, os ensinamentos mais importantes, no entanto, não foi a habilidade para lidar com livros. Respeitar as pessoas e trabalhar em equipe estão entre as principais lições. Hoje, o projeto social está em compasso de espera. A última turma formou-se no final do ano passado. Há seis meses, Gaudêncio negocia com a Prefeitura e o governo do Estado para incorporar o curso de encadernação e conservação de livros às áreas sociais da administração pública. Sua idéia é formar turmas em regiões carentes, contando com a ajuda de monitores preparados dentro de sua própria oficina. Se der certo, Gaudêncio tem um novo desafio: estender o curso para filhos e filhas de presidiários. “Essas crianças ficam sem amparo e podem acabar seguindo o mesmo caminho dos pais. Queremos oferecer alternativas e estímulos diferentes”.


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Nacional Tr i b u t o s Empresas Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

Venda de câmera digital surpreende e abre as portas da publicidade para novos talentos

JOGOS VÃO MOVIMENTAR R$ 2 BILHÕES

Divulgação

Olha o passarinho...

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mercado brasileiro de câmeras digitais não pára de c r e s c e r. P a r a o IDC, um dos grandes institutos de pesquisas do mundo, os brasileiros compraram 2,5 milhões de unidades em 2006 ante 1,5 milhão em 2005. O número pode até ser maior, uma vez que o IDC não mede a venda de celulares com câmeras digitais acopladas. Resultado: hoje, fotógrafos estão por todos os lados e, com equipamentos cada vez mais sofisticados, distribuem imagens pelo mundo. O crescimento do YouTube, como plataforma de distribuição de vídeos caseiros, e os blogs, fotologs e até sites próprios e de meios de comunicação dão gás a esse mercado. Tanto que foi por meio de câmera digital escondida que o mundo pôde ver, por exemplo, a execução de Saddam Hussein no Iraque. Por isso mesmo, os organizadores da 15ª edição da PhotoImageBrazil, que será realizada entre os dias 7 e 10 de agosto, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, já apostam no sucesso do evento, que reuniu 30 mil pessoas em 2006. No caso da publicidade, o próprio Festival Internacional de Publicidade de Cannes 2007 deu seu aval à nova linguagem ao entregar o Grand Prix de Filmes a um comercial

viral, criado pela agência Ogilvy & Mather do Canadá para Dove, da Unilever. O filme foi veiculado apenas no YouTube, com o título de "Evolution". No Brasil, a agência F/Nazca testou a fórmula na última campanha de verão de Skol, na qual eram exibidos filmes caseiros com o intuito de mostrar o que pessoas comuns contariam aos netos sobre aquele verão. A MPM fez algo semelhante para a rede Burger King no Brasil, com consumidores criando comerciais sobre os produtos, que foram veiculados na web. Para o diretor de Mídia da MPM, Daniel Chalfon, as câmeras digitais, algumas com verdadeiras ilhas de edição acopladas, estão permitindo a redução de custos e democratizando o ingresso de novos talentos no mercado publicitário. Para ele, imagens feitas por amadores não vão disputar espaço com as profissionais, nem os comerciais colaborativos vão fazer com que as agências deixem de lado produções bem acabadas. "Trata-se de uma ferramenta a mais na ativação de marcas, que veio se somar às demais." A polêmica está a um click. Envie informações para essa coluna para o e-mail: carlosfranco@revista publicitta. com.br

Em painel numa loja, na lúdica brincadeira das ginastas em comercial e nas formas cheias de energia, os Jogos prometem ser o combustível de campanhas publicitárias e promoções da indústria e do varejo

O Pan Rio 2007 está no ar

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Pan Rio 2007 deve girar cerca de R$ 2 bilhões em publicidade e promoções na economia. Os Jogos, que começam oficialmente hoje, estimularam a rede de artigos

esportivos Bayard a convocar o grafiteiro Kobra para criar belos painéis para suas oito lojas de São Paulo. Já a BomBril, por meio da agência DPZ, começa a

veicular comercial com as atletas que patrocina, entre elas Daiane dos Santos e Danielle Hipólyto, brincando com os produtos. Pelas mãos da agência

GiovanniDraftFCB, a Nivea mostra a energia dos atletas hidratados por seus produtos. Essas ações se somam a outras que estão no ar e mais outras que virão.

Evento dá força ao marketing esportivo Fátima Lourenço

vestiários", afirma. Além disso, o pequeno empresário deve estar atento aos desenrolar dos Jogos inúmeros eventos esportivos Pan-Americanos põe do País: "Temos campeonatos o marketing esportivo de handebol, futsal. Também na pauta do dia. Para marcas é possível apoiar algum time renomadas, como Olympikus, da sua cidade, do bairro, camCaixa Econômica Federal, Oi, peonatos escolares, universiSol, Petrobrás e Sadia, patroci- tários. Ou algum atleta", diz nadoras oficiais do Comitê o consultor. Ele assinala que o empresáOlímpico, as ações começaram bem antes, sempre associando rio de pequeno ou médio pora imagem da empresa ao even- tes também deve levar em conta a região de influência da emto esportivo. Os números são todos gi- presa, geralmente mais regiogantescos. Só a Olympikus de- n a l . N e m s e m p r e u m a clarou investir R$ 10,6 mi- visibilidade nacional é recolhões, incluindo ampla cam- mendada. No geral, as empresas brasipanha da marca, com cinco filleiras aproveitam mal o potenmes publicitários. Eventos do gênero são dis- cial do marketing esportivo, putados por grandes anun- opina o professor do curso a v a n ç ac i a n t e s ; Divulgação do em em geral A d m itêm o pan i s t r at ro c í ni o ç ã o e dividido M a r k eem cotas ting do e quase E s p or t e s e m pre , da Escopelo mela Supenos no rior de Brasil, P r o p as ã o i n a- Só a Olympikus gastou R$ 10,6 milhões ganda e cessíveis Marketing (ESPM), Claudinei às empresas pequenas. "A estratégia principal do Santos. Ele acredita que falta marketing esportivo é criar explorar mais as possibilidauma ação diferenciada, que des de um evento, para aproagregue valor à empresa e per- veitar todas as possibilidades mita que ela pegue carona em de patrocínio. Nichos - O olhar atento para valores como saúde, por exemplo", diz Wlamir Bello, consul- as inúmeras possibilidades tor de Marketing do Sebrae-SP. pode render bons negócios. Os resultados desse tipo de Para a sócia-diretora da Swot ação aparecerão no médio e Marketing Esportivo, Graziela longo prazos. Já a pequena em- Ferraz, a descoberta do golfe presa exige ações que provo- como ferramenta de trabalho ampliou o horizonte de atuaquem vendas imediatas. Alternativas - Bello ressal- ção da empresa. Golfista, ela observou que as va, no entanto, que mesmo em eventos de grande porte, como ações de marketing associadas os Jogos Pan-Americanos, po- àquele esporte poderiam ser de haver oportunidades para mais abrangentes. Graziela deempresas menores. "Às vezes cidiu mudar esse panorama, e há pequenos espaços que per- hoje, o golfe já representa 50% mitem essas ações, como os do faturamento da empresa.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

MÚSICA Maysa intérprete, compositora, atriz e polemista. Em duas biografias.

Convite para reencontrar Maysa Livros remetem à arte de uma diva ainda incompreendida André Domingues

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ada prende Maysa. No passado, as paredes de ouro da família Matarazzo, que queria impedi-la de cantar, não foram capazes de segurá-la; no presente, a muralha de silêncio da memória nacional, que costuma sitiar a lembrança de figuras importantes da nossa cultura, tampouco. No ano em que se completam trinta anos da sua morte, Maysa segue quebrando barreiras ao servir de tema para duas biografias lançadas quase simultaneamente: Meu Mundo Caiu – A bossa e a fossa de Maysa, de Eduardo Logulo, e Maysa – Só Numa Multidão de Amores, de Lira Neto. Parece uma coincidência? Ou um oportunismo do mercado editorial pela data redonda? Talvez tenha um pouco de cada um, mas pouco. Sobretudo, porque ambas circunstâncias se atenuam bastante ao levarmos em conta que uma outra bio-

grafia, intitulada Maysa, de José Roberto Santos, havia chegado às livrarias há apenas três anos. A explicação só pode estar, então, em Maysa, no mito e na mulher de carne e osso que foi. O mito é dos mais sedutores de toda a MPB: a diva temperamental, intensa e absolutamente autêntica, cujos olhos eram “dois oceanos não-pacíficos”, conforme as célebres palavras de Manuel Bandeira. A seu favor, colabora uma longa série de histórias notáveis, como uma de seu início de carreira, narrada por Lira Neto, em que foi capaz de encerrar seu programa de TV dizendo: “Gostaram? Se não gostaram, não tem importância, porque na próxima semana vai ser a mesma coisa. Boa noite”. A pessoa que foi não fica muito atrás. Da menina sensível, que sentiu terrivelmente o corte da goiabeira do quintal do avô, até a mulher desestruturada pelo consumo de álcool e remédios para dormir e emagrecer, que, sonolenta, sofreu um acidente automobilístico fatal em 22 de janeiro de 1977, sua vida foi uma impressionante sucessão de risos e lágrimas. Não há melhor exemplo disso do que seu casamento de sonhos com o milionário André Matarazzo, logo t r a n s fo r m a d o em pesadelo. Celebrado na Catedral da Sé pelo cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, arcebispo de São

Paulo, e abençoado pelo papa Pio XII, bim, João Gilberto e Vinícius de Moraes. o matrimônio terminou dois anos de- Maysa até escapou da guilhotina mopois, entre tapas, insultos e objetos dernizadora da bossa, mas à custa de quebrados pelo chão. Prato cheio para ser sempre tratada como uma dama, as revistas de fofocas, que, aliás, foram uma artista do passado, aos vinte e pouuma das principais vias de contato en- cos anos de idade. Dessa forma, sua tentre sua vida particular e a lenda artís- tativa de adesão ao movimento, em tica que representava, já que tinham 1960, pode ser vista quase como uma assunto de sobra para reforçar o lado questão de sobrevivência artística. A efêmera passagem de Maysa pela trágico que marcava as suas canções. Cabe, inclusive, perguntar por que a bossa, como não poderia deixar de ser, rendeu mais um vida dela era tão monte histórias trágica, já que boas para se resempre teve dipetir. Pelo lado nheiro, beleza e do mito, deu o talento com farexcelente disco tura. É uma O Barquinho, de questão que 1961, que lanseus dois biógraçou a canção hofos enfrentam, mônima e, junto mas sem resposOs dois livros: retrato de com ela, se tortas definitivas. A uma personalidade nou um clássico hipótese mais inquieta, guerreira e de do gênero. Pelo provável que legrande talento artístico. lado da mulher, vantam é a do trauma que sofreu na infância por ser deu sua tumultuada relação com o lemandada a um internato religioso, on- trista Ronaldo Bôscoli, iniciada quando de se sentia perseguida, ameaçada e to- ele ainda era noivo de Nara Leão (o noilhida continuamente. “Foi a pior coisa vado naufragou escandalosamente...) que aconteceu na minha vida”, dizia ela, e, de novo, terminada de maneira agressem vacilar. Dessa experiência, Lira Neto siva. Mas com um agravante: ela, então, narra detalhes dramáticos, como o dos já bebia demais. É uma pena que a efervescência edidias de visita, quando a menina pedia à mãe que levasse um vidrinho de perfu- torial em torno de Maysa não esteja senme dela, para derramar sobre o seu tra- do acompanhada à altura no mercado vesseiro e não se sentir tão abandonada fonográfico. As edições disponíveis de seus discos em CD são poucas e difíceis na hora de dormir. Já a qualidade do canto de Maysa, de achar. Mas essa morosidade não é naninguém explica. Nem Lira Neto, com da que Maysa, cedo ou tarde, não possa seu esmero jornalístico, nem Eduardo romper. Por enquanto, vale a pena proLogullo, com seu estilo de franco-atira- curar O Barquinho e a rara caixa Convite dor. Acontece que sua voz grave e en- Para Ouvir Maysa, com quatro volumes, corpada, assim como as das suas pre- que traz os seus primeiros trabalhos. cursoras Nora Ney e Leny Eversong, faz Meu Mundo Caiu – A bossa e a parte daquele time de artistas do final Fossa de Maysa, Editora Novo dos anos 50, imediatamente anteriores Século, 248 páginas, R$ 39. à bossa-nova, que ainda não foram devidamente pesquisados (e valorizados) Maysa – Só Numa Multidão musicalmente, ficando ofuscados pela de Amores, Editora Globo, 393 revolução desencadeada por Tom Jopáginas, R$ 32.

ADRIANO GIFFONI

Lições de como criar (a autêntica) MBQ

Divirta-se com um chef anarquista e um justiceiro violento. São duas novas atrações da TV por assinatura. TELEVISÃO

Fotos: Divulgação

Acervo da família/Reproduções

Suassuna em documentário no GNT

Panelas, livros, crimes. Regina Ricca

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cultura popular brasileira. O cozinheiro do inferno está especial vai mostrar os romances, de volta. Craque das peças de teatro, poesias, aulaspanelas, chef estreladíssimo e espetáculo, cordel, maracatu e célebre em todo Reino Unido, sertão criados por Suassuna, Gordon Ramsay reaquece as além de exibir depoimentos de baterias para mais uma amigos e parceiros, como temporada de gritarias na Samico, Antonio Nóbrega, cozinha, onde inferniza a vida de Brennand, Mestre Salu, Antonio donos de restaurantes que não Madureira, Guel Arraes, dos filhos têm condições de manter as e da esposa do escritor e do portas de seus estabelecimentos próprio Ariano. As entrevistas abertas. Ramsay, para quem não foram realizadas em diversas sabe ainda, comanda um locações do Rio de Janeiro, como programa de sucesso na o Theatro Municipal, e na casa do Inglaterra, um reality show gastronômico, o Ramsay’s Kitchen artista, no Recife. Quaderna, mistura de rei e de palhaço, é o Nightmares, onde a missão dele é personagem principal de visitar a cada semana um Suassuna no romance-armorial A restaurante em decadência e, Pedra do Reino. nesses sete dias, salvar a casa da E para quem adora histórias falência. policiais, de mistério, uma A estrela de Ramsay também novidade e tanto entra no ar a brilhou aqui nos trópicos entre partir deste domingo (15), às 21h, os assinantes do GNT, por isso o pela Fox. Trata-se da canal estréia quinta primeira temporada (19), às 22h30, a da série Dexter, terceira temporada baseada no livro do programa. Darkly Dreaming Vencedor do Emmy Dexter, de Jeff Internacional de Lindsay. Dexter Melhor Programa (interpretado por Sem Roteiro de Michael C. Hall), é 2006, neste primeiro Ramsay: um especialista episódio da terceira craque das forense em amostras temporada Ramsay panelas de sangue que ajuda o restaurante trabalha para o Bonapartes a Departamento de Polícia de melhorar a comida e a imagem Miami. Acontece que ele também do local. A situação é tão crítica é um assassino em série, que a que os chefs dali nem percebem polícia não consegue prender. que preparam os pratos com Sua jornada funciona assim: após ingredientes estragados. O o dia de trabalho no programa é reexibido às sextas, Departamento de Polícia de às 10h e aos sábados, às 20h30. Miami, Dexter usa todo seu No domingo, o mesmo GNT conhecimento e instinto de serial estréia um documentário killer para, durante a noite, achar nacional inédito, às 21h. e matar os criminosos que ele Quaderna, dirigido por Alexandre Montouro, vai mostrar caçou o dia todo. Convenhamos, um perfil do dramaturgo, poeta e um tipo assim é difícil de aparecer nesse intrincado romancista pernambucano universo policial. Ariano Suassuna, um mestre da

Michael C. Hall, na série Dexter.

Aquiles Rique Reis

A

driano Giffoni gravou Q uixadá Acústico, um CD para ser ouvido com carinho. Com ele, o grande contrabaixista homenageia sua terra natal. Cearense de Quixadá, em seu sétimo disco independente Giffoni ecoa lembranças afetivas. Mas vai além: homenageia os instrumentistas brasileiros. Adriano Giffoni compôs as dez faixas do CD, escreveu todos os arranjos e dirigiu musicalmente as gravações, as quais contaram com músicos da pesada que se revezaram para tocar o som imaginado por sua fantasia musical. A musicalidade salta aos olhos pelo toque que ele imprime a seu instrumento, o qual faz questão que seja sempre acústico – aquele contrabaixo de madeira, imenso, atrás do qual costumam quase "desaparecer" os contrabaixistas. Pelas mãos de Giffoni, o gigante revela ricas alternativas musi-

cais, graças à variação de possibilidades de execução de que dispõe. Seja tocando as notas em pizzicato ou fazendo-as soar pelas cerdas de um arco, a música que brota é grave, de sabor suingado, a misturar o som do Brasil do Nordeste com a música do Brasil do Sudeste. Uma das melhores coisas de Quixadá Acústico é o fato de ele revelar a síntese que traduz a música popular brasileira: a diversidade. Cada canção composta por Adriano Giffoni carrega o gene desta variedade. Cada ritmo escolhido para dar voz à sua criação realça o fato de que há uma verdadeira mina de cadências disponíveis àqueles que se servem deste farto tesouro e com ele criam a MBQ, música brasileira de qualidade.

Que Giffoni é um grande instrumentista, estávamos todos carecas de saber, mas este Quixadá Acústico revela também o bom compositor que ele é. Seus temas primam pelo bom gosto e por uma simplicidade que revela amadurecimento. Giffoni os expõe valendo-se de saxes ou de guitarra; de piano ou de sanfona; de gaita, sopros ou mesmo de um quarteto vocal composto por três vozes masculinas e uma feminina. Suas melodias têm sabor de popularidade, o que lhes dá força e ginga, principalmente na ciranda Itamaracá e no Tema dos Amigos. Em ambas, coincidentemente, as vozes do quarteto vocal estão presentes. O CD, contudo, comete uma injustiça com o guitarrista e violonista Felipe Poli. Se, por um lado, o som de sua

guitarra tem destaque em meio aos outros instrumentos, do som de seu violão só temos conhecimento através do encarte, posto que a mixagem o escondeu. Só nas duas últimas faixas do CD, ao darem a ele o direito de solar, foi possível perceber o belo som que tem o seu violão. Como convém ao disco autoral de um instrumentista, à exposição dos temas das melodias seguem-se sempre muitos solos nos quais cada músico trata de se exibir, tocando de modo a agradar, antes de tudo e de mais nada, a seus pares, que têm igualmente o mesmo objetivo. Tal desafio, para ver quem é mais bamba em seu instrumento, faz com que o vencedor seja sempre quem escuta a música tocada por eles. Salve eles! Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.

MARINA LIMA CANTA NO CITIBANK HALL Acompanhada por um trio de instrumentistas, faz o espetáculo Topo Todas nesta sexta (13), às 22h. Av. dos Jamaris, 213. Tel.: 6846-6040. R$ 60 a R$ 150.


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Ambiente Educação Tr â n s i t o Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Acidente com caminhão na marginal Tietê complicou o trânsito em São Paulo no período da manhã.

TRÁFEGO NA CIDADE PIOROU À TARDE

Com ou sem rodízio, trânsito ruim Restrição ao uso de veículos voltou a vigorar ontem, mas houve lentidão acima da média, à tarde. De manhã, o trânsito ficou melhor na cidade. Ó RBITA

REVOLUÇÃO DE 32

S

erá realizada amanhã, às 10 horas, assembléia geral para a escolha do presidente do conselho deliberativo e da diretoria executiva e aprovação do Estatuto Social do Núcleo de São Miguel Paulista da Sociedade MMDC Revolução da Constitucionalista de 32. Na segunda-feira, o movimento, que pedia uma nova Constituição ao País, completou 75 anos. O evento será realizado na Casa da Cultura de São Miguel, que fica na rua Irineu Bonardi, 469, Vila Pedroso, São Miguel Paulista. Telefone para informações: 6297-9177

RODOANEL

A

partir do primeiro semestre de 2008 começará a ser cobrado pedágio no trecho oeste do Rodoanel. Em agosto, haverá uma audiência pública e, em seguida, será assinado o contrato com as concessionárias escolhidas. A informação foi dada ontem pelo secretário estadual de Transportes, Mauro Arce. A licitação estará pronta até o fim do mês e vai permitir a exploração dos 31 quilômetros do Rodoanel. O secretário afirmou que o pedágio é necessário por causa da construção do trecho sul do Rodoanel. (Agências)

O

motorista enfrentou trânsito lento ontem, no primeiro dia da volta do rodízio municipal de veículos. O rodízio estava suspenso desde o dia 2 de julho por causa das férias, mas o prefeito Gilberto Kassab recuou e decidiu retomar a operação, após os problemas verificados nas vias com a liberação do rodízio. Ontem, os principais problemas foram verificados no período da tarde. Às 17h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 75 km de lentidão na cidade. A média do horário é de 71 km. O pior trecho era a marginal Tietê, no sentido rodovia Ayrton Senna, onde foram verificados 7,7 km. O trânsito também ficou ruim em outros corredores importantes, como a avenida dos Bandeirantes, e o corredor norte-sul (avenidas 23 de Maio, Rubem Berta e Moreira Guimarães). Um pouco mais cedo, às 15h30, o motorista enfrentava 46 km de congestionamento, contra a média de 37 km para o horário. Às 13h30, foram registrados 35 km de vias congestionadas, ante a média normal que é de 31 km. Acidente - Pela manhã, o trânsito ficou complicado na marginal Tietê por causa do acidente com um caminhão, por volta das 7h15. O acidente

José Luis da Conceição/AE

Trânsito lento na marginal Tietê ontem, primeiro dia após a volta do rodízio: lentidão no período da tarde foi superior à média registrada pela CET

interditou a faixa central da pista expressa, no sentido Castello Branco, na altura da Ponte do Piqueri. Às 8h, o caminhão ainda não havia sido retirado, provocando um congestionamento de quase 9 quilômetros na marginal. Mesmo assim, a

Thiago Bernardes/Luz

JB Neto/AE

Passeata realizada no Centro pede reajuste de 48% aos policiais paulistas

Ato e operação padrão marcam greve da polícia Ivan Ventura

MUITO FRIO

O

frio intenso da madrugada de ontem chegou a 9 graus em alguns pontos de São Paulo. Duirante o dia a temperatura esteve baixa, como por exemplo na avenida Paulista (foto). O frio foi mais rigoroso em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde a temperatura chegou a dois graus negativos em vários municípios. A chuva de terça-feira e a neve de quarta-feira foram substituídas ontem pela geada em mais um dia de intenso frio no Rio Grande do Sul. A temperatura oscilou entre 3,8 graus negativos durante a madrugada, em Cambará do Sul, e 15 graus à tarde, em São Luiz Gonzaga. Em Porto Alegre, uma das cidades mais quentes do Estado, os termômetros marcaram 0,3 grau ao amanhecer e não passaram de 12 graus à tarde, quando as pessoas ainda usavam pesados casacos de lã. A última vez que a capital gaúcha teve uma madrugada tão fria foi em julho de 2000, quando a temperatura caiu a zero grau. (AE)

A

maior manifestação da greve das polícias de São Paulo, ontem, resumiu-se a um ato de 400 pessoas no Centro e operação padrão em algumas delegacias. Os manifestantes, de entidades de defesa das polícias civil e militar, são contra o reajuste salarial de 3,8% e 23,43% no salário dos policiais, anunciado pelo governo. Os policiais querem um reajuste de 48%, incorporação das gratificações e que esses benefícios sejam estendidos aos policiais aposentados. O ato começou às 14h30 na praça Patriarca. Seguiu para a sede da Secretaria de Segurança Pública, na rua Líbero Badaró, e terminou em frente à Associação dos Oficiais da Reserva da PM, na rua Tabatinguera. No ato, muitos gritos contra o governador José Serra e um enterro simbólico com um boneco representando um PM. “O aumento é ridículo. Hoje, três gratificações são incorporadas ao salário do policial. Quando o policial se aposenta ele perde. No fim, recebe apenas o salário base”, disse o presidente do Sindicato dos Investigadores de São Paulo, João Batista Rebouças. Ele citou como exemplo o salário base de um investigador, que é de R$ 835. Com as gratificações, ele recebe R$ 1765.

A paralisação atingiu algumas delegacias na Capital e no Interior, que fizeram uma operação padrão. Em pelo menos três DPs (dois na região central e um na Zona Leste) só foram registrados boletins de ocorrência por crime em flagrante, remoção de cadáver ou quando um veículo roubado era localizado. Para outros crimes, a recomendação era que a vítima retornasse hoje, a partir das 8h – horário previsto para o fim da operação padrão. A Secretaria de Segurança Pública informou que, das 3.262 unidades policiais do Estado (delegacias, seccionais, delegacia do idoso e da mulher) apenas duas, em Taubaté e Garça, aderiram à paralisação.

CET registrou 32 km de lentidão nas ruas da cidade, sendo que a média para o horário é de 40 km, nos meses de julho. Os motoristas devem ficar atentos com a volta da restrição. Hoje, não podem circular os veículos com placas de final

9 e 0. O motorista que desrespeitar a restrição terá de pagar multa de R$ 85,12, além de perder quatro pontos na carteira. O rodízio proíbe a circulação de 20% da frota (dois números de placas por dia, de segunda a sexta-feira), nos horários de pi-

co - das 7h às 10h e das 17h às 20h - no chamado Centro expandido: anel formado pelas marginais dos rios Pinheiros e Tietê e as avenidas Salim Farah Maluf, Luiz Inácio de Anhaia Melo, Juntas Provisórias e Bandeirantes. (Agências)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 3

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Vicente Llberia: maquete da caravela de Cabral.

O engenho das maquetes

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utilização de maquetes de embarcações remonta aos séculos XV e XVI, quando os armadores produziam-nas em escala para testar de antemão a funcionalidade das naus que seriam fabricadas. Exatamente como as mock-ups modernas (do ing, imitação, simulação), como são hoje denominadas. Naquele tempo, já se estudava a hidrodinâmica das caravelas, a aerodinâmica das velas, como se fazem com os automóveis, aviões, foguetes e submarinos atuais. “O mock-up do submarino nuclear brasileiro (que não chegou a ser fabricado) era bem grande, numa escala de 1:8”, avalia o engenheiro naval Francisco Zuccato, que esteve envolvido no projeto. Explorando a beleza e o design dessas peças, logo as maquetes passaram a ser consideradas obras de arte, produzidas por artesãos de qualidade, como o expert Vicente Llaberia, 52 anos de idade. Desejo de colecionadores, suas peças variam de R$ 3 mil a R$ 30 mil: “Já reproduzi o Titanic, o navio escola brasileiro Cisne Branco, o encouraçado Brasil, da Guerra do Paraguai, o norueguês polar Fram – encomendado por Amyr Klink antes de sua inver-

Armando Serra Negra nada com o Paratii na Antártida – e o Brasil 1 que deu o terceiro lugar à equipe de Torben Grael, na Volvo Ocean Race de 2006” enumera algumas. Apesar de autêntica paixão pela náutica – 50% de sua produção – do ateliê de Llaberia saíram inúmeros carros, locomotivas e aviões, além de faróis de sinalização marítima e canhões, totalizando 400 peças metodicamente catalogadas. “Confecciono as maquetes em escala perfeita, tomando como referência as plantas originais das embarcações, amealhadas nos museus marítimos do mundo inteiro”, diz ele. Já são 350 plantas em seu acervo, sendo a mais recentemente utilizada – e sob encomenda – a da São Gabriel, caravela a bordo da qual Pedro Álvares Cabral avistou pela primeira vez o monte Pascoal. Em escala 1:50, com 50 cm de casco, revela que a caravela do Descobrimento tinha apenas 25 metros de comprimento, embora portasse 250 pessoas, entre tripulação, aventureiros e desbravadores. Embora as plantas projetadas nessa época já não existam mais, foram reproduzidas na Europa a partir de antigos manuscritos: “Não se pode garantir que a São Gabriel fosse No ateliê de Llaberia, reprodução do veleiro Paratii, a bordo do qual Amyr Klink viajou à Antártida.

exatamente como a vemos aqui, mas, com certeza, seria algo muito próximo disso”. Sobre ela – adquirida na Associação Naval de Lisboa – Llaberia e equipe trabalharam oito horas por dia durante um mês. “Comecei a atividade como hobby aos oito anos de idade, com os modelos de plástico da Revell; mas aos 12 fiz meu primeiro vapor de madeira, ajudado por meu pai”, lembra, mostrando a foto de seu primeiro e primoroso transatlântico. Acreditando na futura rentabilidade de sua arte, começou a usinar cada pecinha, tirando seus moldes em borracha e fundindo-as em estanho: "Acabei reunindo um acervo de peças tão grande, que facilitou a confecção das maquetes, tornando-as comercialmente viáveis", revela. A partir do século XIX os estaleiros começaram a presentear os proprietários dos barcos com suas maquetes, uma tradição que se manteve, incrementando o negócio de Llaberia. Entre seus clientes estão a Fast Yachts, Fittipaldi Yachts, Sunboat e Ferreti. "As maquetes são oferecidas aos proprietários de barcos grandes, de no mínimo 40 pés". Algo como US$ 700 mil. www.pontonautico.com.br

Homenagem à grande atriz Dina Sfat no Centro de Cultura Judaica e visões inusitadas do Centro Cultural São Paulo VISUAIS

COLECIONISMO A arte de produzir maquetes para colecionadores apaixonados Fotos: Divulgação

Filha de judeus poloneses, Dina Sfat (1938-1989) estreou no Teatro de Arena na montagem Os Fuzis da Senhora Carrar, texto de Bertolt Brecht, com direção de José Renato.

Dina Sfat: Retratos da Atriz homenageia a grande profissional do teatro e da televisão brasileira. A partir de segunda (16), no Centro de Cultura Judaica, com curadoria de Antonio Gilberto, a mostra é composta por 90 painéis fotográficos, três figurinos e entrevistas gravadas ao longo de sua carreira. Rua Oscar Freire, 2500, tel.: 3065-4333. Até 16 de setembro. Grátis.

LINHAS DO CONCRETO Na exposição Outra objetividade – o CCSP no olhar dos artistas, fotógrafos, gravuristas e pintores interpretam o concreto armado, suas linhas e a ocupação do espaço no CCSP, que completa 25 anos. Há trabalhos de Caio Reisewitz, Ding Musa, German Lorca, João Musa, Luiz Benedito Castro Telles, Marco Buti, Mauro Restiffe, Nair Benedicto, Nelson Kon, Pedro Perez (fotos), Rochelle Costi e Rubens Mano. A nova objetividade buscada na mostra deriva de conceitos pregados por Hélio Oiticica, nos anos de 1960. Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel.: 3277-3611. Até dia 29. Terça a sexta, das 10h às 20h; sábado e domingo, das 10h às 18h. Grátis.

SHOW Clássicos populares, recriados pelo crooner Pery Ribeiro

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iano, baixo, bateria e voz dão um toque intimista aos espetáculos deste fim de semana anunciados pelo Tom Jazz. Quem comanda a apresentação é Pery Ribeiro (foto), que preparou um programa inspirado no repertório dos grandes crooners (e Pery está nessa lista). Títulos clássicos da canção americana, entre eles, S´Wonderful, Moon River e Cry Me a River são alguns dos destaques do roteiro. Tom Jazz - Av . Angélica, 2331. Tel.: 3255-3635. Nesta sexta (13) e sábado (14), às 22h. R$ 50.

Piano e violão no Sesc

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pianista João Donato e o violonista Filó Machado trazem a São Paulo um espetáculo especial. Depois de uma turnê ao Japão, Donato promove esse encontro inédito com Filó. No programa, obras de João Donato; entre elas, A Paz, Minha Saudade e Suco de Maracujá. Teatro Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. Tel.: 5080-3000. Hoje, sexta (13) e amanhã, sábado (14), 21h. Domingo (15),18h. R$ 20.

Arquivo DC


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Nikola Solic/Reuters

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EUA quer o Mercosul, mas sem a Venezuela OFENSIVA – Tropas americanas fizeram incursão em um bairro xiita de Bagdá, capturaram dois militantes supostamente ligados ao Irã e travaram uma batalha que deixou 19 mortos. Dois empregados da agência de notícias Reuters, um fotógrafo iraquiano e seu motorista, foram mortos no local

DESOLAÇÃO – Iraquiano caminha sob os destroços de casa de um parente na região de Garma, localizada ao oeste de Bagdá, um dia depois que um homem armado fez uma série de reféns e explodiu a construção. No total, 11 pessoas morreram durante o atentado terrorista

Jim Watson/AFP

A

Dor de cabeça: lei passa na Câmara; presidente Bush deve vetá-la

depois de Bush ter reconhecido que sua estratégia para o Iraque alcançou apenas um progresso limitado, mas que ainda era cedo para retirar as tropas. "Retirar as tropas antes de elas terem a chance de serem bem-sucedidas seria um desastre", argumentou. Fracasso no Iraque A decisão dos deputados aconteceu no mesmo dia em que foi divulgado um relató-

rio parcial da Casa Branca que constatou que o governo iraquiano fracassou em 10 das 18 metas políticas e de segurança impostas pelos EUA. De acordo com o documento, cuja versão final será divulgada apenas em setembro, apesar dos progressos em algumas frentes, "a situação da segurança no país continua complexa e extremamente desafiadora ". O relatório

mostra ainda que o quadro econômico em Bagdá é desigual e que a política de reconciliação "está se arrastando". Mesmo diante de tais conclusões, Bush disse que continua confiante. "Acredito que seremos bem sucedidos no Iraque e sei que precisamos ser." Os opositores à guerra, incluindo um número cada vez maior de republicanos, entretanto, usaram o documento como mais munição para pressionar o governo a trazer os soldados de volta. Interrompendo o discurso de Bush, o senador democrata Harry Reid disse que "chegou a hora de o presidente fazer o que for necessário para proteger a nação". Isso significa "admitir que a política no Iraque foi conduzida na direção errada e falhou". "O relatório deixa claro que nem a Casa Branca concluiu se houve progresso", disse a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi. (AE)

Asim Tanveer/Reuters

No Paquistão, 108 mortos

s Estados Unidos cional que discutiu a promosinalizaram que ção da inovação e da produtium possível acor- vidade, Burns mencionou a do comercial com o "comunista" Cuba e a VeneMercosul dependerá da exclu- zuela como as duas exceções são da Venezuela do grupo de em uma América Latina comsócios plenos do bloco. A men- prometida com a democracia. Acordo sagem foi trazida a Brasília pe"Temos grande interesse em lo subsecretário de Estado americano, Nicholas Burns, trabalhar junto ao Mercosul", que se encontrou com o minis- afirmou Burns. "Percebemos tro das Relações Exteriores, que o Mercosul tem um papel significativo como área econôCelso Amorim. Cuidadoso, Burns traduziu mica e temos de ver a melhor esse recado para a imprensa ao maneira de mover as nossas relações comerafirmar que as André Dusek/AE c i a i s " , c o magendas de p l e t o u T h oWashington e mas Shannon, de todos os desubsecretário mais países da de Estado paAmérica do ra o HemisféSul não coincirio Ocidental dem com a durante o "política do evento em medo" do preBrasília. sidente veneShannon zuelano, Hulembrou que go Chávez. "A A Venezuela é uma os subsídios agenda dos excessão em uma agrícolas Estados UniAmérica Latina americanos dos, do Brasil, democrática continuam a da Argentina, s e r u m p r odo Chile, do Nicholas Burns blema central Peru, do Equapara a negodor, da Bolívia, do Uruguai e do Paraguai é da ciação de um acordo e que, em democracia, da justiça social, da 2005, contribuiu para o fracasimigração, da redução da po- so da Área de Livre Comércio breza e do comércio. Os desafios das Américas (Alca). O embaixador do Brasil em da política do presidente Chávez são diferentes", completou, Washington, Antônio Patriota, ao ser questionado se a presença afirmou que está em curso da Venezuela inviabilizaria um uma "intensificação" do copossível acordo comercial entre mércio entre Brasil e Estados Unidos, mas não mencionou Washington e o Mercosul. A adesão de Caracas ao blo- se isso levará a um acordo coco foi acertada em 2006, mas mercial entre os dois países ou ainda depende da aprovação mesmo ao início de uma negodos Congressos de Brasil e Pa- ciação entre o Mercosul e os EUA, chamado de "4+1". "Há raguai para ser concretizada. Minutos depois, ao discur- vida além dos acordos de livre sar em um seminário interna- comércio", disse. (AE) TRAGÉDIA Pelo menos seis pessoas morreram ao serem atingidas por avalanche de neve na Suíça

Ó RBITA

PALESTINA

CAMPANHA Alberto Fujimori iniciou, de prisão domiciliar no Chile, campanha para o Senado japonês

BAIXAS

srael perdeu seu primeiro eis soldados libaneses Iúltimos soldado em combate nos S morreram durante nove meses, durante ofensiva contra militantes confronto com militantes do Hamas em Gaza, coincidindo com o primeiro aniversário do início da guerra contra o Hezbollah, no Líbano. Dois militantes palestinos ficaram feridos. (Reuters)

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m dia depois do fim da invasão do exército paquistanês à Mesquita Vermelha, dois atentados terroristas no noroeste do país deixaram ao menos sete mortos, incluindo três policiais. Autoridades classificaram os ataques como uma resposta de radicais islâmicos à ação em Islamabad. No total, desde segunda-feira, o saldo de mortos é de 108. Ainda ontem, milhares de simpatizantes do clérigo Abdul Rashid Ghazi, que liderou os radicais islâmicos da Mesquita Vermelha durante a maior parte do cerco do exército em Islamabad, enterraram seu corpo na Província de Punjab. (Agências)

No Brasil, subsecretário de Estado de Bush diz: "as agendas dos EUA e da América do Sul não coincidem com a política do medo de Hugo Chávez"

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Mohanned Faisal/Reuters

Iraque: lei prevê saída das tropas Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, equivalente à câmara dos deputados, aprovou ontem uma lei que determina a retirada das tropas norteamericanas do Iraque, começando em 120 dias e terminando em 1º de abril de 2008. Aprovada por 223 votos a 201, a medida poderá ser vetada pelo presidente americano, George W. Bush, que considera prematura a retirada das tropas e ameaça impedir qualquer alteração em sua política para o Iraque antes de setembro, uma vez que as últimas forças adicionais — 28 mil homens — chegaram ao Iraque há menos de um mês. Essa é a terceira vez neste ano que uma legislação exigindo a retirada antecipada é aprovada no Congresso. Nas outras duas ocasiões, George W. Bush usou seu poder de veto para barrar a exigência. A decisão aconteceu horas

A guerra contra o Hezbollah deixou Israel mais seguro Ehud Olmert, premiê israelense

Internacional

É UM ASSALTO! adrões roubaram aproximadamente US$ 300 milhões em dinheiro do banco privado Dar Es Salaam, localizado em uma área nobre de Bagdá, no que pode ter sido um dos maiores roubos a banco da história do Iraque, segundo informações da polícia e de um funcionário do banco. Os ladrões seriam três guardas que trabalhavam na própria instituição. Junto com os dólares, eles teriam levado 220 milhões de dinares iraquianos (US$ 176 mil). Segundo a polícia, na quarta-feira, quando os funcionários do banco chegaram ao trabalho, a porta da frente estava aberta e o dinheiro, roubado. Os guardas, que normalmente dormem no banco, também tinham desaparecido. O HSBC, que possui participação de 70% no Dar Es Salaam, disse que menos de US$ 1 milhão foi roubado. O incidente ainda está sendo investigado. (Reuters)

sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

islâmicos entrincheirados em um campo de refugiados palestinos nos arredores de Trípoli. O incidente eleva a 90 o número de soldados mortos desde o início do conflito, em 20 de maio. (AE)

FORÇA EM DARFUR Conselho de Segurança O da Organização das Nações Unidas (ONU) deve

Milhares acompanham enterro do clérigo Abdul Rashid Ghazi, morto na Mesquita Vermelha na terça-feira

autorizar o envio de até 26 mil soldados e policiais a Darfur. A medida visa conter a violência nessa região do oeste do Sudão, onde mais de 2,1 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas e cerca de 200 mil morreram. A implementação da força, que terá custo avaliado em US$ 2 bilhões, ainda deve levar

meses para sair do papel. O órgão terá ainda que encontrar pessoal suficiente e colaboradores no Sudão. Na quarta-feira, GrãBretanha, França e Gana circularam um esboço de resolução para uma ação conjunta entre União Africana e ONU. O documento ameaça usar a força contra aqueles que atacam civis e funcionários de ajuda humanitária. (Reuters)


sexta-feira, sábado e domingo, 13, 14 e 15 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 7


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MODELO DE CONTRATO DE EXPERIÊNCIA

MODELO DE RECIBO DE SALÁRIO

MODELO DE RECIBO DE CTPS PARA ANOTAÇÕES

MODELO DE RECIBO DE FÉRIAS

MODELO DE RECIBO DE CTPS PARA ANOTAÇÕES (EM DEVOLUÇÃO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MODELO DE REQUERIMENTO DE VALE-TRANSPORTE

MODELO DE RECIBO DE VALE-TRANSPORTE

MODELO DE RECIBO DE 13º (DÉCIMO TERCEIRO) SALÁRIO - 1ª PARCELA

MODELO DE RECIBO DE 13º (DÉCIMO TERCEIRO) SALÁRIO - 2ª PARCELA


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MODELO DE AVISO PRÉVIO EMPREGADOR(A)

MODELO DE TERMO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO

MODELO DE AVISO PRÉVIO (PEDIDO DE DEMISSÃO) EMPREGADO(A)

MODELO DE TERMO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO

MODELO DE TERMO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO


GUIA

DO EMPREGO DOMÉSTICO Marcelo Min/AFG

Quase 18% das mulheres que trabalham na Grande São Paulo, como Eliana Soares da Silva (foto), exercem serviços domésticos, uma enorme categoria que acaba de ganhar um novo piso salarial e que tem uma série de direitos e deveres regidos por leis, como mostra este suplemento especial.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Paulo Pampolin/Digna Imagem

UM MANUAL INDISPENSÁVEL

sta publicação se constitui em um roteiro importante não apenas para os estudiosos dos temas relacionados ao mercado de trabalho, como, também, para os trabalhadores e empregadores, ao tratar do piso regional paulista, apresentar detalhado estudo da Fundação Seade sobre "O Emprego Doméstico" na Região Metropolitana de São Paulo e apresentar um manual sobre as relações entre empregadores e empregados domésticos. A questão do piso salarial paulista, fixado pela primeira vez no Estado pelo governador José Serra, a partir de estudos elaborados pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, se reveste de grande importância para as empregadas e trabalhadores domésticos, pois o valor fixado para a categoria, de R$ 410, a partir de 1º de agosto, deve beneficiar, segundo estimativas da presidente da Federação das Empregadas e Trabalhadores Domésticos do Estado de São Paulo, cerca de 1,8 milhão de trabalhadores. Cabe destacar que o piso fixado representa um adicional de renda significativo para quem atualmente recebe o salário mínimo oficial, sem, no entanto, acarretar um ônus pesado para quem paga. Através de estudos detalhados do mercado de trabalho para determinar o piso a ser estabelecido, foi levada em conta a capacidade de pagamento dos empregadores para que o valor fixado não acarretasse demissões no setor. O estudo da Fundação Seade sobre "O Emprego Doméstico" apresenta uma análise bastante detalhada desse mercado e traz muitas informações relevantes para os formuladores de políticas públicas. Mostra a grande participação da mulher no trabalho doméstico, que atinge 95,9% do total e representa 17,7% da ocupação feminina na

E

Região Metropolitana de São Paulo. Apresenta, ainda, as principais características das trabalhadoras dessa categoria, destacando o grau de escolaridade, faixa etária e o tempo médio de permanência no emprego, que é de 49 meses. Revela uma realidade preocupante, de que menos de 40% das empregadas domésticas têm a cobertura da Previdência Social. Esse é um ponto que precisa ser debatido não apenas pelas autoridades, mas por toda sociedade, pois representa um sério problema social o fato de a maior parcela dessas trabalhadoras não ter assegurada qualquer proteção para a velhice, especialmente se considerarmos o declínio muitas vezes precoce da capacidade de trabalho nesse tipo de emprego e a falta de alternativas no mercado para muitas dessas pessoas, em função do nível de escolaridade. O Manual de Direitos e Obrigações das Empregadas e Trabalhadores Domésticos, elaborado pelas advogadas Luciana Rosa Chiavegato e Tatiane Grace Grana Campos para a Federação da categoria, representa um detalhado roteiro dos direitos e obrigações de empregadores e empregados, oferecendo, de forma prática, informações sobre a legislação que rege as relações entre as partes e modelos de contratos, recibos e documentos que devem ser utilizados para que ambos os lados tenham a segurança necessária nessas relações. Cumprimento as autoras do Manual, e a Federação das Empregadas e Trabalhadores Domésticos do Estado de São Paulo, por esse trabalho, que será de grande utilidade para balisar as relações entre empregadores e empregadas. Essas relações, além dos aspectos legais específicos, possuem características especiais em que o relacionamento humano é, na maioria dos casos, mais importante do que a legislação ou os contratos. A Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho oferece esta publicação como um roteiro útil a quem se dedica ao estudo do tema e a empregadores e empregados do setor mas, também, como uma homenagem a essa imensa categoria de trabalhadoras domésticas, que diariamente labutam nos lares paulistas.

Guilherme Afif Domingos Secretário Estadual do Emprego e Relações de Trabalho


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

LENTE

DE AUMENTO

ALIMENTOS E INFLAÇÃO

G

G O IPA Agrícola

acumulado nos últimos 12 meses está na casa dos 8%, enquanto a inflação total é de apenas 3,5%.

tural Outlook 2007-2016) não é nada animador. Primeiramente, a análise dos especialistas chama atenção para os fatores climáticos que influenciaram as altas no passado recente. Em seguida, explicita grande preocupação com o porvir. O problema é que, olhando para frente, os riscos são de natureza estrutural. Primeiro, há uma tendência de diminuição de subsídios nos países ricos, o que é bom por um lado – retira ineficiências da economia mundial e favorece as economias mais pobres – mas de todo modo implica redução de oferta de gêneros alimentícios. Segundo, em termos gerais, nota-se nítido movimento de substituição de combustíveis fósseis por fontes energéticas mais limpas, e estas, como se sabe, fazem uso de produtos como cana-de-açúcar e milho. Obviamente, esta onda pró-ambiente pressionará os preços dos alimentos.

Pelo visto, maior inflação dos alimentos deve ter vindo para ficar. Justifica-se então o temor de que os juros subam consideravelmente, afetando o andar da carruagem da economia global? Felizmente, não. Quase certamente, o que ocorrerá será importante mudança de preços relativos, permanente, capaz de favorecer economias produtoras de gêneros alimentícios. Mas isto não necessariamente significará inflação alta. E o Brasil, como fica? De um lado, pode ficar bem, pois somos grandes produtores de gêneros que provavelmente testemunharão alta de preço daqui por diante, como a cana-de-açúcar, da qual se fabrica o etanol. De outro, porém, existem preocupações no terreno da inflação, mesmo quando se recorda que preços relativos mais favoráveis para nós permitem maior entrada de divisas. Mas, em que pese isso, o problema é que, em nossa economia, esta pressão de preços acontece em momento delicado, com sinais claros de expansão de demanda. que é possível inferir de tudo isto, em termos práticos? Não queremos passar aqui impressão alarmista com respeito à inflação. Mas não se pode desconhecer, também, que o balanço de riscos piorou, de algumas semanas para cá. Num ambiente como esse, a recomendação é de cautela com as apostas de queda rápida dos juros, a partir de 2008. A curto prazo, o cenário ainda é benigno, ou seja, há espaço para redução de cinqüenta pontos da taxa Selic, na próxima reunião do Copom. No futuro mais distante, porém, moderação na política de afrouxamento monetário será o único instrumento à disposição de nossas autoridades monetárias. E é bem possível que disto elas venham a fazer uso.

O

TRECHOS DO COMENTÁRIO ECONÔMICO DA

MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES. COM.BR

A inflação dos alimentos veio para ficar

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus

anha espaço no debate econômico internacional a alta dos preços dos alimentos e suas possíveis conseqüências em termos de aperto de liqüidez. Difunde-se o temor de aceleração da inflação e de conseqüente aperto monetário. Quão fundados são estes medos? Como o Brasil se encaixa neste quadro? Claramente, dados disponíveis mostram aceleração dos itens de alimentação em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, o IPA Agrícola acumulado nos últimos 12 meses oscila na casa dos 8,0%, enquanto a inflação total é de apenas 3,5%. Mas não é somente esta a fonte de preocupação. Nesse sentido, o último relatório da OCDE sobre o tema (OECD-FAO Agricul-

O cartel dos três caudilhos ROBERTO FENDT

F

ez bem o Senhor Presidente em reclamar, em seu programa de rádio desta semana, o Café com o Presidente, das críticas ao programa brasileiro de produção de etanol. Alguém poderá, talvez, julgar um pouco bombástica a afirmação de que os países ricos pretendem formar “um cartel para tentar impedir o Brasil de transformar-se em uma grande nação”. As mesmas críticas ao programa do etanol brasileiro estariam sendo repetidas com relação ao biodiesel. Mas é certo que a busca de soluções alternativas para o problema energético está provocando críticas vindas tanto do Norte como do Oeste. Estaria ainda mais certo o Senhor Presidente se incluísse entre os que pretendem formar “um cartel para tentar impedir o Brasil de transformar-se em uma grande nação” os governantes de nossos vizinhos Venezuela e Bolívia e o mentor deles, o governante de Cuba, Fidel Castro. Pois que as mais duras críticas partem justamente desse trio, como já se comentou anteriormente neste espaço.

Não interessa a esses caudilhos todos os esforços, nossos e de outros importadores líquidos de petróleo e gás, que venhamos a reduzir nossa dependência energética dessas fontes tradicionais e poluentes. O que os caudilhos não estão percebendo é que há um leque enorme de opções. A Europa tem 47 gigawatts de capacidade instalada de turbinas eólias; a demanda por essas turbinas é tão grande nos Estados Unidos que já há uma “fila” para o atendimento da demanda. A França é independente em 70% de seu consumo de eletricidade pela capacidade instalada que tem de fontes nucleares. E por aí vai.

S

ão compreensíveis as reclamações. Afinal, é com a receita da venda de petróleo e gás que esses caudilhos sustentam seu poder. Mas essa capacidade poderá ser significativamente reduzida com a expansão de fontes alternativas, como o nosso programa de biocombustíveis. Os cães ladram e a caravana passa, como dizia o saudoso Ibrahim Sued.

O s caudilhos não percebem que há um leque de opções energéticas

A polêmica dos exames antidoping CARLOS EDUARDO GOUVÊA

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o final de junho, foi noticiado pela mídia nacional o primeiro caso de doping brasileiro nos Jogos Pan-americanos, que afastou das competições o ciclista Magno Nazaret. O exame, realizado no dia 27 de abril, quando o atleta participou e sagrou-se campeão da Volta de São Paulo, deu positivo para a substância sibutramina. Na quinta-feira passada, um dia antes da abertura dos Jogos, Jaqueline Carvalho, jogadora de vôlei da Seleção Brasileira, também foi pega no exame antidoping e ficará de fora da competição. Feito em um laboratório de Colônia, na Alemanha, no dia 10 de junho, depois das finais do campeonato italiano, o exame da atleta também acusou a presença em seu corpo da mesma substância, a sibutramina, normalmente presente em emagrecedores. Por enquanto, estes são dois casos envolvendo atletas que participariam do Pan, mas antes deles, a sibutramina já havia feito outra vítima. A sibutramina foi desenvolvida como antidepressivo no início da década de 80 e age em determinadas regiões do cérebro que controlam o apetite, o humor e provoca sensação de bem estar. Em 1997, a FDA (Food and Drug Administration), agência que controla a qualidade de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, aprovou seu uso para controle de peso. No Brasil, as regras para fabricação de alimentos para praticantes de atividades físicas, também conhecidos mais genericamente como “suplementos alimentares”, constam da Portaria 222, da Secretaria da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, de 24 de março de 1998. O descumprimento por parte dos fabricantes constitui infração sanitária e sujeita os infratores às penalidades da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 e demais disposições aplicáveis. Ainda de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a utilização da sibutramina é aprovada somente em moderadores de apetite, comercializados com prescrição médica e retenção de receita. Eles são considerados medicamentos. Seu uso também é condenado pelo regulamento da FIFA e pela Agência Mundial Antidoping. Ou seja, a sibutramina jamais poderia estar presente em qualquer suplemento alimentar para atletas ou praticantes de atividades físicas.

É

Do ponto de vista legal, não dá para negar que o consumidor está amparado. Haja vista as medidas tomadas pelos órgãos fiscalizadores contra a Integralmédica, empresa fabricante dos produtos consumidos pelos atletas. Enviados para análise no INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde), localizado na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a sibutramina foi encontrada em dois tipos de suplementos: no G F -1 e no CLA Body Size. Com o resultado em mãos, o Centro de Vigilância Sanitária (CVS), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo puniu a empresa com a interdição, além de proibi-la de fabricar e comercializar o produto. Ainda durante a inspeção feita na fábrica, os fiscais constataram que em abril passado, a Integralmédica comercializou Ácido Linoléico Conjugado (CLA), sem registro no Ministério da Saúde, e que conforme resolução da Anvisa, de março deste ano, está proibido de ser comercializado no país.

D

iante deste quadro, o que fica claro é que a empresa foi devidamente punida, mas restam ainda algumas indagações. E quanto aos profissionais envolvidos no episódio, como os atletas e nutricionistas que prescreveram os produtos baseados nas informações de seus rótulos? E as empresas do mesmo segmento de atuação, que obedecem rigorosamente às normas vigentes? Como recuperar a credibilidade de todos? Além das medidas legais contra empresas que agem de má fé, é necessário desenvolver para o setor um manual de boas práticas de fabricação, com emissão de um certificado, um selo de qualidade, e intensificar a fiscalização por parte dos órgãos de vigilância sanitária principalmente junto àqueles que tentam burlar as regras vigentes, expondo e comercializando produtos sem registro ou não autorizados no País muitas vezes contrabandeados -, e colocando o consumidor em risco. Só desta forma será possível restabelecer a relação de confiança do consumidor nas empresas sérias deste segmento. CARLOS EDUARDO GOUVÊA É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS PARA FINS ESPECIAIS E CONGÊNERES

necessário desenvolver para o setor um manual de boas práticas

BRASIL VERSUS ARGENTINA antiga, muito antiga, a questão do Prata. Essa questão não passou de um arrufo diplomático. Lamento que o meu confrade Sérgio Corrêa da Costa, diplomata e historiador, não tenha escrito um livro sobre essa questão. Agora voltamos a ter a nova questão do Prata, com a falta de luz e gás para os nossos vizinhos. Ao mesmo tempo, temos notícias sobre a candidatura da senhora Kirchner para a presidência da República e notícias sobre a era Dunga no futebol brasileiro... Enfim, não deveria haver uma Questão do Prata, mas existe. Quem é o primeiro: o Brasil ou Argentina? Somos pelo Brasil, mas minha caríssima amiga Alicia Scarpa é pela Argentina, já que é uma ilustre argentina, honrando pela sua presença e elegância o grande país vizinho. Sabemos de sobra que não se resolve questões polêmicas como a questão do Prata num período de governo ou de dois ou três, mas é toda uma existência que está implicada na questão que não se desengata. Queremos crer que a derivação da Argentina para os militares -Perón à frente - foi o ponto de discórdia a se assinalar nas relações dos dois grandes países. Mas os militares já passaram, depois da Guerra das Malvinas, derrotados por madame Margaret Thatcher com determinação. O resultado está na posse das Malvinas pelos ingleses ainda hoje, sem se saber até quando, pois a Inglaterra, como a Igreja Católica, não tem pressa.

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ão será difícil para um paciente ministro das Relações Exteriores achar o nó da questão do Prata e decepálo, como ensina a lição grega, e os dois vizinhos voltarem a trabalhar juntos no Mercosul, que o cucaracha Hugo Chávez pretende desmantelar. O continente necessita, realmente, do Brasil e da Argentina, ambos entendidos nos mesmos destinos e nos mesmos problemas internacionais, capazes de serem solucionados com um simples telefonema aos presidentes em exercício. Gosto muito da Argentina, mas gosto muito mais do Brasil, de preferência vêlos unidos em política internacional.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Não deveria

haver uma Questão do Prata, mas existe. Quem é o primeiro: Brasil ou Argentina?


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Novo piso é avanço para a categoria Marcelo Min/AFG

piso salarial regional paulista de R$ 410, que passa a valer a partir do próximo dia 1° de agosto para os trabalhadores domésticos, substituindo o salário de quem ganha o mínimo federal de R$ 380, será a garantia do pagamento justo pelo trabalho. Essa é a avaliação da Federação das Empregadas Domésticas do Estado de São Paulo. "Com essa lei, as empregadas domésticas terão um salário mais justo e digno, o que a categoria merece", disse a presidente da Federação, Marília Aparecida da Silva Lima. Segundo a presidente, hoje, em São Paulo, pelo menos 500 mil pessoas recebem R$ 380 por mês para cuidar de todos os afazeres da casa. "Outros 1,3 milhão de trabalhadores recebem entre R$ 380,01 e R$ 409,99. Esses também vão receber melhores salários", afirmou Marília. A lei do piso salarial paulista foi assinada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na semana passada. E, na prática, institui uma espécie de salário mínimo válido somente para o estado. O valor deverá ser reajustado anualmente através de novos projetos de lei. A fiscalização da aplicação do novo piso será feita pelo Ministério do Trabalho. "As pessoas que estiverem recebendo menos devem denunciar isso para a Justiça do Trabalho", disse o governador. De acordo com o secretário Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, foi necessário enfrentar um grande desafio para implantar o piso estadual. "É preciso entender que a lei não substitui o acordo sindical. Para o Estado de São Paulo essa questão é muito importante. Enfrentamos o desafio de uma legislação nova, que não era de conhecimento da maioria da população. Tanto que ela só começa a ser implantada em alguns estados agora", disse. Além de São Paulo, os pisos regionais existem apenas no Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. A nova lei vai, segundo o secretário, suprir as demandas dos trabalhadores que não têm organização sindical suficiente para fazer valer seus direitos. "É um dissídio dos que não têm dissídio", afirmou Afif. "É preciso entender que a diferença de R$ 30 entre o salário mínimo e o piso regional de São Paulo é um ganho enorme para o trabalhador que não vai pesar para o empregador", afirmou o secretário do Emprego e Relações do Trabalho. Além dos empregados domésticos, na categoria de R$ 410 estão incluídos serventes, pescadores, ascensoristas, motoboys, auxiliares de escritórios, empregados não especializados do comércio, da indústria e do setor de serviços. A lei tem outros dois pisos que beneficiam, no total, 62 categorias profissionais. O de R$ 450 vale, por exemplo, para carteiros, tintureiros, barbeiros, manicures e pedicures, pintores, encanadores, soldadores, garçons, cobradores de transportes coletivos, pedreiros e seguranças. Já o valor mais alto, de R$ 490, abrange administradores agropecuários e florestais, trabalhadores de serviços de higiene e saúde, chefes de serviços de transportes e de comunicações e supervisores de compra e venda. Funcionários públicos federais, estaduais e municipais não entram na nova lei do piso salarial paulista.

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Mário Tonocchi

Eliana Soares da Silva, 24 anos, empregada mensalista

"Quero muito fazer uma faculdade." liana trabalha na casa de uma família paulistana de segunda a sexta-feira. É registrada e ganha R$ 600 por mês. Faz faxina em outra casa aos sábados (R$ 50 por dia) e, se alguém chamar, nunca recusa um bico aos domingos. Tudo para crescer na vida e realizar seu sonho: fazer faculdade de turismo e hotelaria. "Sei que tenho um ótimo emprego. Só que, com o que ganho, ainda não dá para pagar o curso. Mas quero muito estudar", afirma. O esforço e a força de vontade fazem parte de sua história. O primeiro emprego da cearense Eliana, aos nove anos, foi limpar a casa de uma vizinha na cidade em que nasceu, Orós. Alguns anos depois, ela veio para São Paulo morar com uma irmã que já estava aqui. Queria trabalhar e estudar. "Procurei várias coisas para fazer, mas, como não tinha nenhuma outra experiência, fui trabalhar em casas de família." Eliana, que é solteira e não tem filhos, completou o ensino médio fazendo curso supletivo à noite.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Política

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Celso Junior/AE

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Se ele (Tião Viana) aceitar o pedido de vistas, o governo está firme na defesa de Renan. Demóstenes Torres

Lula Marques/Folha Imagem

Lula Marques/Folha Imagem

O Nordeste não pode continuar sendo, no mapa brasileiro, reprodutor de pobres. Nós temos o direito de crescer como todos tiveram o direito de crescer. Presidente Lula

As empresas não doaram somente para o PT, mas para outros partidos também. Dilma Roussef, ministra da Casa Civil, sobre a relação entre fraudes na Petrobras e doações ao PT. Se quiserem minha cadeira, vão ter que sujar as mãos. Vão ter que dizer ao Brasil e ao mundo por que querem minha cadeira. Não vão me tirar fazendo cara feia.

Roosewelt Pinheiro/Agência Senado

A estratégia de hoje: convencer os colegas aliados a pedir vistas ao processo e assim protelar o seu julgamento até o fim do recesso parlamentar

Renan Calheiros, presidente do Senado

Se formos falar de mãos sujas, não serão as nossas. Ônix Lorenzoni (RS), líder do DEM na Câmara, em resposta ao comentário de Renan Essa é uma atitude clara de protelação dos trabalhos de investigação. Ele (Renan) diretamente, como presidente, tomou uma posição que prejudica as investigações. Não tem condições de presidir o Senado. Tasso Jereissati, presidente do PSDB

Wilson Dias/ABr

Roosewelt Pinheiro/ABr

Com todo respeito ao espiritismo, nem 10 chefes de terreiro, sendo três da Bahia, seriam capazes de fazer um descarrego nesta Casa. Romeu Tuma (DEM-SP), corregedor do Senado

O MST se iludiu com o Lula porque ele não manda nada, vive viajando. Quem manda nesse País são os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Por isso, a reforma agrária não avança. João Pedro Stédile, líder do MST, que elegeu o governo Lula como seu novo "inimigo"

Lula Marques/Folha Imagem

Infelizmente a CPI da Nossa Caixa morreu e foi enterrada. Foi uma frustração para o PT, pois o Tribunal de Justiça decidiu que o esse é um assunto interno da Assembléia. Simão Pedro, líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa de SP

A crise (aérea) é fruto de um acúmulo de acontecimentos. Na nossa avaliação, ela iria acontecer, independente do acidente (com o boeing da Gol). Brigadeiro Ramon Cardoso, chefe do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) A PF não investiga partidos, nem personalidades políticas, nem campanhas. Investiga delitos. Se tiverem ramificações em outras áreas, elas serão investigadas a pedido do Ministério Público. Tarso Genro, ministro da Justiça

RENAN ARTICULA NOVA MANOBRA DE ADIAMENTO Aliados do senador utilizarão o "pedido de vistas" para protelar a análise das provas de Calheiros

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a véspera do início do recesso parlamentar, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentará mais uma manobra para adiar o seu julgamento pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A estratégia do senador é tentar convencer seus aliados na Mesa Diretora da Casa, que se reunirá amanhã, às 11h, a solicitar novo prazo – o chamado "pedido de vistas"– para decidir se encaminha ou não à Polícia Federal um pedido de perícia mais aprofundado nos documentos apresentados por ele e que comprovariam os ganhos de R$ 1,9 milhão com a venda de gado ao longo dos últimos quatro anos. Se o pedido for concedido, a Mesa só voltará a ser reunir no próximo dia 1º de agosto, quando os senadores voltam das férias. "Vão tentar essa chicana do pedido de vistas", afirmou na tarde do último sábado o senador Demóstenes Torres (DEMGO), um dos 15 integrantes do Conselho de Ética. Pela tática montada por aliados de Renan, o senador Magno Malta (PR-ES) seria escalado para fazer o pedido de vistas. "É possível fazer a solicitação de todo processo que chega à Mesa do Senado. É legal, é legítimo e normal em qualquer tribunal e mesmo na Mesa", disse Almeida Lima (PMDB-SE), que integra a trinca de senadores do Conselho responsável pela re-

senador democrata. latoria do caso Calheiros. Paralelamente, Calheiros O êxito da estratégia montada pelo presidente da Casa de- estuda com seus advogados a pende, no entanto, do primei- viabilidade de entrar no Suro vice-presidente do Senado, premo Tribunal Federal (STF) Tião Viana (PT-AC), que presi- com uma ação para diminuir o dirá a reunião marcada para ritmo das apurações do Conseamanhã. "Vamos ver como se- lho de Ética. "Na medida em rá o comportamento do Tião. que vai se buscar a Polícia FeSe ele aceitar o pedido de vis- deral, isso gera uma ilegalidatas, significa que o governo es- de, porque a PF não pode intá firme na defesa de Renan vestigar um senador sem autoCalheiros. Se ele rejeitar o pe- rização do Supremo", alegou dido, é sinal de que o governo Almeida Lima, um dos maiolavou às mãos", argumentou res defensores do presidente do Senado. "Mas Demóstenes. estão tentando Outra estratétransformar o Segia montada penado em um trilo senador do A cobrança da b u n a l d e e x c ePMDB prevê a ção", observou. aprovação, pela população é de uma Decisão– A Mesa Diretora, violência como nunca Mesa Diretora do de apenas parte vi. Somos amigos do Senado, que é indas 30 pergun- senador, mas não tegrada por sete tas elaboradas quero me senadores titulapelo Conselho res e quatro sud e É t i c a p a r a envergonhar. checar as operaJosé Agripino Maia plentes, confirmou, na última ções de venda sexta-feira, que de gado, a sua evolução patrimonial do pre- se reunirá amanhã para decisidente e a autenticidade dos dir sobre o envio à Polícia Fedocumentos apresentados. deral de pedido de perícia Segundo aliados de Renan, aprofundada nos documentos ele recomendará a seus inter- apresentados por Renan. Essa locutores na Mesa a rejeição reunião deveria ter ocorrido de perguntas sobre o aprofun- na quinta-feira passada (12), damento da origem das notas mas o presidente do Congresfiscais apresentadas para so conseguiu protelar o enconcomprovar a venda de gado. tro para o último dia de funcio"Isso é totalmente inadequa- namento do legislativo. Do lado da oposição, o plano do. O órgão não pode fazer juízo de valor sobre que tipo de é convencer os demais senadopergunta será encaminhada à res da Mesa a não deixarem Polícia Federal (PF)", reagiu o que o caso fique para depois do

recesso, pois a medida prejudicará ainda mais a "imagem" da Casa junto à sociedade. Líderes do DEM e do PSDB acreditam que os parlamentares mais próximos a Renan também ficarão sensibilizados e não permitirão que a manobra tenha êxito, pois o prejuízo será para todos os senad o re s . N o s c o r re d o re s d o Congresso, a oposição procura convencer os senadores Tião Viana e o segundo secretário da Mesa, Gerson Camata (PMDB-ES), o que representaria um forte golpe contra a estratégia de Renan Calheiros. "Cada vez que os aliados dele (Renan) vão para seus estados eles voltam menos aliados", avaliou o líder do Democrata, senador José Agripino Maia (RN). "A cobrança da população é de uma violência como nunca vi. Todos nós somos muito amigos do senador Calheiros, mas não quero me envergonhar de ser senador da República". Clima de férias– Mas no que depender dos demais senadores, principalmente os do chamado "baixo clero", Renan terá sucesso na sua ação. Os parlamentares decidiram "enforcar" os dois últimos dias de trabalho antes do recesso. Marcado para a próxima quarta-feira, o quórum na Casa já é baixo desde sexta-feira. Para hoje e amanhã, a expectativa é de total clima de férias. Nada será decidido ou votado no plenário. (AE)

Lula Marques / Folha Imagem /

MP investiga 80 supostos integrantes do mensalão

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lista dos quarenta denunciados no mensalão que são alvo de ações e inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) não esgota o rol de suspeitos de participação no atribulado escândalo de corrupção que abalou Brasília no ano passado. Tramitam no Ministério Público do Distrito Federal oito procedimentos abertos para apurar eventual prática de improbidade administrativa por parte de pelo menos 80 pessoas. Além de políticos do PT, os procuradores da República investigam também o possível envolvimento de pessoas liga-

das a outros sete partidos – PPS, PTB, PL (atual PR), PP, PSB, PSDB e PFL. Entre os investigados estão o ex-ministro José Dirceu, o extesoureiro do PT, Delúbio Soares, e os deputados federais do PT reeleitos João Paulo Cunha (PT-SP), e José Genoino (PTSP), já denunciados pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta prática de crime de corrupção. Também estão sob investigação pessoas citadas no relatório final da CPI dos Correios que acabaram não entrando na

Delúbio Soares: ex-tesoureiro do PT, está entre os investigados no DF

denúncia. Por exemplo, o senador Eduardo Azeredo, expresidente do PSDB e ex-governador de Minas Gerais, e seu então candidato a vice, Clésio Andrade. Ambos, quando irrompeu o escândalo, negaram qualquer prática de irregularidade. Azeredo foi indiciado no relatório final da CPI, ao contrário de Andrade, cujo nome aca-

bou sendo retirado do texto. No caso dele, o que se apura é seu envolvimento no chamado "mensalão mineiro", no qual o empresário Marcos Valério, contratado pelo governo, teria montado artifícios ilegais para financiar a campanha de candidatos tucanos na campanha de 1998 – ocasião em que, por sinal, Azeredo foi derrotado. (AE)


Suplemento Especial/São Paulo, 16 de julho de 2007 Marcelo Min/AFG

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esde 16 de julho de 1956 o Brasil comemora o Dia do Comerciante e este ano há motivos de sobra para homenagens: afinal, o mercado atravessa um bom momento e o volume de vendas deve crescer 10%. O nível de inadimplência do comércio está controlado, os juros caem e o dólar mais barato amplia a oferta. E tudo isso apesar da alta carga tributária que atrapalha qualquer empresa no Brasil. A Associação Comercial de São Paulo combate os tributos exagerados em sua histórica luta em defesa do empresariado brasileiro, como tem feito desde sua fundação, em 1894. Este caderno especial põe o comerciante na vitrine, mostra o retrato de sua força econômica e seus exemplos para o País


segunda-feira, 16 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - ESPECIAL

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Nos números do comércio, o poderio econômico do País O País possui mais de 1,4 milhão de estabelecimentos comerciais formais, emprega mais de sete milhões de pessoas e registra R$ 940,2 bilhões de receita líquida, segundo os últimos dados do IBGE Rafael Huspel/LUZ-08/05/2007

Flavio Florido/Folha Imagem-26/12/2006

CARLOS OSSAMU

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o dia 26 de outubro de 1956, o Congresso Nacional instituiu o 16 de julho como o Dia do Comerciante, em homenagem ao comércio. Trata-se da data de nascimento do Visconde de Cairu, José da Silva Lisboa, que exerceu grande influência junto ao príncipe regente D. João VI para que fossem abertos os portos brasileiros ao comércio, o que ocorreu em 1808. De acordo com o economista Marcel Domingos Solimeo, superintendente do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo, historicamente o comércio representa entre 9% e 10% do PIB nacional, que no ano passado ficou em R$ 2,32 trilhões: “Parece pouco, mas não é. Este percentual é a colaboração somente do comércio no PIB, o que ele adiciona de riqueza. Se o lojista vende uma tevê por R$ 1 mil, R$ 800 é o que ele pagou para a indústria, o que ele produziu de riqueza são R$ 200. Para se ter uma idéia do volume de dinheiro que passa pelo comércio, basta dizer que o consumo das famílias representa 65% do PIB”. A Pesquisa Anual do Comércio (PAC), divulgada em maio pelo IBGE, contabilizou em 2005, no Brasil, 1,438 milhão de empresas comerciais, que registraram R$ 940,2 bi-

Marcel Solimeo: “O comércio representa entre 9% e 10% do PIB nacional. Parece pouco, mas não é. Este percentual é a colaboração somente do comércio no PIB, o que ele adiciona de riqueza”

lhões de receita líquida e empregaram 7,074 milhões de pessoas. O comércio por atacado, que representa 7,7% do número de estabelecimentos e 15% do total de pessoal ocupado, foi responsável por 45% da receita operacional líquida do comércio, ou R$ 418,9 bilhões. O varejo, composto por um grande número de empresas de pequeno porte, reúne 84,2%

das empresas e 75,2% dos trabalhadores do comércio. As empresas com menos de vinte empregados representavam naquele ano 97,8% do total de empresas comerciais do País, respondendo por 29,4% da receita operacional líquida. No comércio atacadista, as empresas com menos de vinte funcionários somavam 39,9% do total de pessoas ocupadas; o

varejo concentra 69,1% do pessoal ocupado. Este é o panorama do comércio formal. Na opinião de Solimeo, a concorrência desleal do comércio informal é hoje um dos grandes problemas do setor: “Eles não estão sujeitos à alta carga tributária e por isso podem oferecer preços mais baixos. Além disso, muitos vendem produtos contraban-

deados e falsificados”. Segundo ele, o comércio informal vem crescendo e como no passado já não está tão associado ao nível de desemprego. A economia vem crescendo, assim como as oportunidades de emprego, mas muitos preferem a informalidade, uma vez que os ganhos são maiores. Fora isso e a alta carga tributária que atrapalha qualquer

empresa no Brasil, o mercado vem atravessando um bom momento. “O nível de inadimplência do comércio está controlado, os juros continuam caindo, o que significa mais crédito para o consumidor, e o dólar mais barato tem ampliado a oferta. Os destaques têm sido as vendas de automóveis zero quilômetro, já que é possível financiar em até 72 meses, e de produtos de informática”, comenta o economista. Por estes fatores, Solimeo prevê que o comércio como um todo deva crescer este ano acima de 6%, mais do que o PIB nacional.

O comércio eletrônico avança em todas as direções Balanço do primeiro semestre mostra crescimento de 49% no comércio eletrônico, com vendas de R$ 2,6 bilhões. Hoje, são quase oito milhões de consumidores pela internet, com alto índice de satisfação

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or enquanto, nada indica que o comércio tradicional irá morrer; pelo contrário, todos os indicadores mostram que as vendas nos shopping centers e lojas de rua estão em grande expansão. Mas o comércio eletrônico, compras feitas pela Internet, vem crescendo de forma surpreendente. Os últimos dados coletados pela empresa de pesquisas eb i t ( w w w . e b i t e m p r esa.com.br) afirmam que no Brasil este setor movimentou pouco mais de R$ 2,6 bilhões no primeiro semestre do ano, um crescimento de 49% em relação ao mesmo período de 2006, superando em 5% a expectativa inicial da empresa. É bom lembrar que a pesquisa da e-bit não abrange vendas de passagens aéreas, vendas de automóveis e sites de leilão. Segundo o estudo, o maior volume de vendas foi impulsionado pela entrada de novos e-consumidores, que em dezembro de 2006 eram cerca de sete milhões de pessoas e que hoje beiram aos oito milhões. Hou ve também o aumento da freqüência de compras por usuários mais experientes, aliado à compra de produtos de maior valor. Para se ter uma

idéia, somente em maio desse ano, cerca de 11% das pessoas pesquisadas responderam que realizaram mais de dez compras nos últimos seis meses. Os e-consumidores compraram mais e também gastaram mais no primeiro semestre. A média do valor gasto nas lojas virtuais nesses seis primeiros meses do ano ficou em R$ 296 (3% acima do registrado em 2006), mesmo com deflação de 1,92% nas lojas da Internet, conforme levantado pelo índice e-flation do Provar (Programa de Administração do Varejo da USP e o Canal Varejo). O balanço do semestre indica que o setor de e-commerce está

crescendo e conquistando novos clientes. Cerca de 19% destes consumidores pesquisados efetuaram pela primeira vez uma compra na internet. Já o índice de satisfação e-bit/PwC no semestre é de 87,15%, um dos maiores desde sua criação em 2000. “O cliente satisfeito é um indício de que as lojas virtuais têm correspondido às expectativas dos e-consumidores. Esse fato pode ser comprovado quando vemos que 84% dos adeptos às compras virtuais disseram que voltariam a comprar na mesma loja onde já efetuaram alguma compra”, diz Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit.

Presidente Alencar Burti

Editor de Fotografia Alex Ribeiro

Diretor de Redação Moisés Rabinovici

Editor de Arte José Coelho

Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira

Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Arte Abê

Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

Repórter Carlos Ossamu

Impressão S/A O Estado de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

Gigantes preparam entrada Grandes empresas do varejo já estão no comércio eletrônico há algum tempo, caso do Pão de Açúcar, Extra, Ponto Frio, Lojas Americanas, Magazine Luíza, Fnac, Kalunga e outros. No próximo ano, devem fazer parte do clube aqui no Brasil os hipermercados Carrefour e Wal-Mart. Mas a chegada mais esperada é a da Casas Bahia, especializada no atendimento de classes mais baixas, que finalmente estão tendo acesso à Internet, graças ao barateamento dos computadores e dos programas de inclusão digital do governo federal. A entrada da Casas Bahia está condicionada à ampliação da base de clientes com cartões de crédito da empresa. Segundo informações, já foram emitidos 2,5 milhões de cartões e para começar a vender na internet a meta é chegar aos quatro milhões, o que deve ocorrer em 2008. As classes sociais A/B dominam as compras virtuais. A chegada de um novo perfil de usuário significa que aumentará o número de pessoas que estarão comprando online, acelerando ainda mais o crescimento do setor. CO


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Nacional Tr i b u t o s Finanças Empresas

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SÓ ESTE ANO, 33 EMPRESAS ABRIRAM CAPITAL

por cento foi quanto o Ibovespa se valorizou no ano passado em relação a 2005.

MERCADO DE AÇÕES BATE NOVOS RECORDES COM A PREFERÊNCIA DOS EMPRESÁRIOS E DOS INVESTIDORES

BOVESPA NA MIRA DAS EMPRESAS Roseli Lopes

Divulgação/Abrasca

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e janeiro a dezembro de 2006, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou 29 recordes de pontuação. Ainda assim, naquele ano a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) fazia o prognóstico de que o Ibovespa – o índice composto pelas 58 ações mais negociadas – não passaria dos 40 mil pontos. A Bolsa terminou 2006 com uma alta de 32,9% sobre 2005, cravando 44.473 pontos. Na última quinta-feira, a Bovespa fechou, mais uma vez, com seu 29º recorde de pontuação em 2007, aos 57.613 pontos. Na sexta, bateu em 57.644 pontos. Por trás da velocidade com que os negócios da Bovespa ganham corpo estão as 26 novas empresas que chegaram em 2006 ao mercado de capitais, o maior volume desde os anos 1990, e as 33 que abriram capital neste ano – as chamadas IPOs (Initial Public Offering). Hoje, a Companhia Brasileira de Desenvolvimento Imobiliário Turístico (Inves Tur) entrará nesse rol, elevando para 34 o número de companhias que optaram por se financiar via ações em bolsa. "O fato de as empresas que estão chegando ao mercado de capitais oferecerem igualdade de direitos aos investidores (a chamada eqüidade), estendendo a todos os acionistas as

Para Castro, da Abrasca, a igualdade de direitos incentivou o crescimento

mesmas condições oferecidas aos controladores, tem atraído um número maior de investidores, em especial o estrangeiro, acostumado, em seu próprio mercado, a lidar com esse direito", diz o presidente da Abrasca, Antônio de Castro. Canal – O forte interesse dos investidores de fora é um dos principais sinais positivos apontados por Castro para que a Bolsa continue sendo um bom canal para as empresas obterem recursos. Até o último dia 10, o total de investimentos estrangeiros somou R$ 16,5 bilhões, segundo informações da Bovespa. Também são os estrangeiros que mais têm comprado ações das empresas brasileiras, atraídos pela inserção dessas empresas na governança corporativa: a participação nas ofertas públicas, incluindo as IPOs, já representa 73,4% do

total de R$ 22,9 bilhões de operações feitas no mês de julho. Quem balançou com a notícia da última sexta-feira vinda do banco de investimento

Morgan Stanley, que rebaixou a recomendação de empresas brasileiras – saiu do nível "acima da média" para "em linha com a média", dentro do mer-

cado de emergentes – , com a justificativa de que os ganhos dos papéis brasileiros já teriam chegado a seu limite, pode ouvir a avaliação do sócio da Cypress Associates, especializada no desenvolvimento de projetos de finanças corporativas, Luiz Felipe Alves. Para o executivo, o movimento de alta na bolsa paulista não é apenas reflexo da inserção do Brasil no mercado globalizado. A aposta de que a bolsa ainda dará bons retornos às empresas está também "na política econômica adotada pelo governo, ainda que o País não tenha atingido a taxa de crescimento que gostaria nem

tenha ainda taxas de juros ideais". Alves lembra que um dos sinais de que o mercado deve sofrer oscilações menores é o fato de estar cada vez mais descolado das notícias ruins, em especial a ligadas à crise política atual. Para o vice-presidente da Associação dos Analistas Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) em São Paulo, Reginaldo Alexandre, "a grande liquidez do mercado internacional deverá continuar beneficiando o Brasil e, em especial, o mercado de ações". "A economia mundial deve continuar crescendo a taxas de 5%, mantendo as condições favoráveis para A grande a entrada de liquidez do empresas na mercado B o l s a " , d i z . internacional Outro ponto continuará favorável cita- beneficiando d o p o r A l e- o Brasil. xandre é a baiReginaldo xa volatilidaAlexandre, da de do Brasil Apimec hoje, com o risco-país na casa dos 150 pontos, o que reforça a perspectiva de continuidade da entrada dos recursos estrangeiros no País. Fora as avaliações feitas pelas agências de risco, ainda não surgiu nenhuma notícia para desestimular o movimento das empresas em direção ao mercado de renda variável, avaliam analistas e economistas ouvidos pelo Diário do Comércio. Para a maioria, o momento ainda é bom para a abertura. A economia está estável, os juros devem cair mais, fechando o ano em torno dos 10%, a inflação está controlada, ampliando a confiança do investidor. As empresas que vão abrir capital na Bolsa, no entanto, "têm de estar cientes de que precisarão prestar contas para também investidores internacionais, cujas exigências são maiores", diz o executivo da Cypress.

POTENCIAL DE MINAS É POUCO EXPLORADO Divulgação/Bovespa

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epois de investir fortemente na popularização do mercado de capitais entre investidores pessoa física, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) pretende ampliar a base de empresas listadas. Nesta semana, começa no Estado de Minas Gerais um trabalho de prospecção de companhias com perfil e potencial para abrir capital. Na mira estão aquelas com faturamento igual ou superior a R$ 50 milhões. "Nós precisamos estar junto das empresas para ampliarmos o número delas na Bolsa", diz o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano. Segundo ele, o Estado de Minas é um campo com grande espaço a ser explorado. "O que temos visto é que o potencial do Estado de Minas não é condizente com o número representativo de companhias listadas na Bovespa", diz o Magliano. Das 413 empresas que estão listadas na Bolsa hoje, apenas 6% são mineiras. O que dá algo em torno de 25 companhias que usam o mercado de capitais para financiar seus projetos. Segundo números da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), considerando-se que o Produto Interno Bruto (PIB) do estado é o terceiro

Magliano: conquista de MG

maior do País, com representatividade equivalente a 10% do PIB nacional, hoje significa dizer que Minas tem potencial para ter na Bolsa o dobro de empresas existentes hoje, aproximadamente 42. Mas que estão fora dos balcões de negócios. O trabalho de garimpar companhias interessadas em entrar nesse mercado conta com a parceria da Fundação Dom Cabral (FDC) , especializada no desenvolvimento de empresas, e da Fiemg. Serão visitadas perto de 70 companhias, que serão abordadas por meio de um questionário preparado pela FDC. Com base nos resultados desse levantamento será possível avaliar qual o grau de preparo para abrir o capital. A FDC está entrando com a parte técnica, tanto na elaboração do questionário quanto na análise das informações, diz a professora de Finanças da fundação, Virgínia Izabel de Oliveira, também coordenadora da pesquisa.


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segunda-feira, 16 de julho de 2007

ESPECIAL - 3

ACSP, vocação para a defesa da livre iniciativa

Desde a sua fundação, em 1894, a Associação Comercial de São Paulo sempre se destacou por suas lutas em favor dos interesses do empresariado brasileiro. Como a atual, contra a pesada carga tributária Sergio Amaral/Pixel-31/05/2006

Andrei Bonamim/LUZ-11/06/2007

A

Luiz Prado/LUZ-17/05/2007

“De Olho no Imposto”: foram mais de um milhão e meio de assinaturas de apoio que Guilherme Afif Domingos levou para Brasília. E o Impostômetro, na sede da ACSP, continua a somar a arrecadação de tributos no País (na foto, os números da última sexta-feira). À direita, o presidente da Associação, Alencar Burti. Abaixo, o coronel Antônio Proost Rodovalho, primeiro presidente

Revolução Constitucionalista A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, trouxe graves conseqüências à economia mundial e ao Brasil: diversas fábricas fecharam e a cotação do café, principal produto de exportação, despencou no mercado internacional. Foi neste cenário de dificuldade que ocorreu a eleição presidencial de 1º de março de 1930, que tinha como candidatos Júlio Prestes, apoiado pelo presidente Wa s h i n g t o n Luís, e Getúlio Vargas, líder da

de do Sul, Minas Gerais e Paraíba. No dia 24 de outubro cai o presidente Washington Luís e Júlio Preste é exilado. Assume o poder uma junta governativa composta pelos generais Tasso Fragoso e Menna Barreto e pelo Almirante Isaías de Noronha. Em 3 de novembro Getúlio Vargas assume a chefia do governo provisório e promete uma nova constituição para o País. Começa em São Paulo um movimento que exigia a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. No dia 23 de maio, uma multidão ocupou ruas, pra-

Newton Santos/Digna Imagem-12/05/2004

Associação Comercial de São Paulo foi fundad a e m 7 d e d ezembro de 1894 e teve à frente da iniciativa o coronel Antônio Proost Rodovalho, empresário com grande espírito empreendedor, fundador da Cia. Melhoramentos de São Paulo, que se destacou como uma das mais importantes empresas do mercado editorial brasileiro. Ele foi também o fundador da Caixa Econômica Federal e teve destacada atuação na fundação da Estrada de Ferro Central do Brasil. No início da década de 1890, São Paulo vinha de uma fase de grande desenvolvimento, mas havia prenúncios de crise. O ministro da Fazenda do governo provisório do marechal Deodoro da Fonseca, Rui Barbosa, adotou o Encilhamento, política financeira que, num primeiro momento, resultou em euforia comercial e industrial, embora seguida de uma crise inflacionária. O ouro, que servia de lastro para a emissão de moedas, foi substituído por títulos da dívida federal. Na prática, bancos regionais adquiriram o poder de emitir papéis com valor monetário, propiciando o aparecimento de numerosas empresas comerciais e industriais, com desenfreada atividade na Bolsa de Valores. No segundo semestre de 1894, Proost Rodovalho providenciou os primeiros documentos e iniciou a movimentação para reunir as mais expressivas lideranças empresariais paulistas. No dia 7 de dezembro de 1894, numa assembléia geral realizada no salão superior do Banco Construtor e Agrícola, na rua da Quitanda, fundava-se a ACSP. Rodovalho foi eleito o primeiro presidente da entidade. Apesar do entusiasmo pelo surgimento de uma instituição criada para zelar por seus interesses, muitos empresários não tiveram condições de permanecer entre os associados. Uma grande crise cafeeira atirou o País em um período de depressão econômica, que refletiu em todos os setores. No início de 1894, São Paulo contava com um parque fabril de 121 empresas, gerando emprego para 5.670 operários. Ao longo do ano, onze delas fecharam as portas. A primeira grande batalha da ACSP foi reivindicar ao governo federal a instalação de uma alfândega seca em São Paulo, um desejo antigo dos homens de comércio paulistas. O pedido chegou às mãos de Rodrigues Alves, paulista de Guaratinguetá, que ocupava o cargo de ministro da Fazenda do governo do presidente Prudente de Morais, paulista de Itu. O pedido dos conterrâneos foi atendido e em 15 de novembro de 1895, quase um ano após a fundação da ACSP, instalou-se a alfândega, que durou apenas um ano, pois houve protestos dos santistas e dos cariocas, com grande força política. De qualquer forma, o fato mostrou que a nova entidade estava disposta a defender os interesses do empresariado paulista.

Aliança Liberal, form a d a p o r M inas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Era a época da política café-comleite, em que São Paulo e Minas Gerais se alternavam no poder. Washington Luís era o representante da oligarquia paulista, o que significava que o candidato apoiado por Minas Gerais deveria ser o próximo presidente. Em meio a denúncias de fraudes, venceu Júlio Prestes, que ganhou, mas não levou. O assassinato do governador da Paraíba, João Pessoa, em 26 de julho de 1930, foi o estopim de uma insurreição armada no início de outubro do mesmo ano, articulada pelos Estados do Rio Gran-

ças e janelas de edifícios, alimentada por discursos inflamados de oradores. Na noite do mesmo dia, manifestantes reunidos na praça da República resolveram invadir a sede da Legião Revolucionária, entidade tenentista transformada no Partido Popular Progressista, dirigido pelo general Miguel Costa. Tiros foram disparados para dispersar a multidão. No final trágico, sobre a calçada, ficaram os corpos de quatro jovens estudantes - Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo, que ficaram conhecidos pela sigla MMDC. No dia 9 de julho o movimento ganhou as ruas da Capital e do Interior de São Pau-

lo. Foi a maior mobilização militar do País no século 20, envolvendo no total mais de 135 mil homens, dos quais apenas 35 mil eram paulistas. As tropas federais bloquearam as fronteiras e atacaram o Interior. A violência dos combates foi cruel: cidades eram abandonadas pelos moradores, saques e incêndios se alastravam pelas fazendas, comércios e indústrias. Com a guerra civil em marcha, a Associação Comercial de São Paulo articulou-se rapidamente com as demais entidades de classes e com o governo paulista, buscando desenvolver um programa de ação para garantir a normalidade da população, a eficiência dos serviços de assistência civil e do alistamento ao Exército Constitucionalista. O presidente da ACSP, Carlos de Souza Nazareth, e demais membros da diretoria assumiram diversas tarefas em prol do movimento. A entidade foi responsável pelo controle de receitas e despesas da revolução, forneceu apoio material e logístico para as tropas e desenvolveu campanhas importantes, como “Capacetes de Aço para os Soldados Constitucionalistas” e a “Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo”. A desvantagem dos paulistas era muito grande e a rendição ocorreu em 1º de outubro. Carlos de Souza Nazareth, juntamente com outros líderes do movimento, foi preso, enviado à Casa de Correção do Rio de Janeiro e depois exilado em Portugal, onde ficou por dois anos até o País restabelecer o regime democrático. Da prisão, após saber que seria deportado, Nazareth enviou uma mensagem por telégrafo para a diretoria da ACSP, concluída com a célebre frase, que se tornou o seu lema: “Não esmorecer para não desmerecer”. Pela redução da carga tributária No fim de março de 2005, o governo desiste de aprovar a MP 232 ao prever uma derrota

histórica no Congresso. Essa Medida Provisória foi baixada pelo governo Lula no apagar das luzes de 2004 e introduzia um aumento da carga tributária para prestadores de serviços, além de outras maldades, e foi alvo de uma grande mobilização da sociedade civil. Em janeiro do mesmo ano, a ACSP, tendo à frente o presidente Guilherme Afif Domingos, lançou a Frente Brasileira Contra a MP 232. Desde 2003, a ACSP, já com Afif Domingos no comando, vinha desenvolvendo uma campanha para alertar os consumidores da alta carga tributária do País. Na época, essa campanha se chamava “Pago, Logo Exijo”. Com o sucesso da campanha contra a MP 232 e a mobilização que ela conseguiu

formar, a Frente deflagrou um movimento nacional pela transparência dos impostos embutidos nos preços dos produtos e serviços, e também para mostrar quanto o governo gasta, para que a população possa acompanhar e fiscalizar o uso dos recursos e cobrar o Estado. Esta nova campanha foi batizada de "De Olho no Imposto" e teve a participação da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), ACSP e outras cem entidades representativas da sociedade. Uma pesquisa encomendada pela ACSP ao Ipsos/Opinion mostrou que 74% dos brasileiros não sabem quanto pagam de impostos nos bens e serviços que consomem, mas revelou também que 93% dos entrevistados gostariam de ser informados a respeito. Ainda segundo a pesquisa, 93% das pessoas consideram que os recursos são mal aplicados. Foram colhidas mais de 1,5 milhão de assinaturas de apoio a um projeto de lei que torna obrigatório informar ao consumidor sobre o valor dos impostos pagos sobre as mercadorias e serviços, regulamentando o artigo 150, parágrafo 5º, que prevê que “a lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços”. Várias cidades receberam o Feirão do Imposto, no qual o consumidor ficava sabendo o percentual e o valor de impostos embutidos nos preços finais de produtos e serviços; na sede da ACSP, na rua Boa Vista, foi inaugurado o Impostômetro, painel eletrônico que mostra o valor pago em impostos pelos brasileiros, ainda em funcionamento. Todas as informações estão disponíveis na internet no portal w w w . d e o l h o n o i m p o sto.org.br. CO


segunda-feira, 16 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

13/7/2007

COMÉRCIO

7

0,59

por cento foi a queda do dólar na última sexta-feira. A divisa norte-americana fechou cotada a R$ 1,862 para venda.


8

Nacional Tr i b u t o s Comércio Exterior Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

65,5

SUCOS DEL VALLE PARA OS ÁRABES

por cento das exportações brasileiras para os países árabes no 1º semestre foram de itens básicos.

Karim Sahib/AFP Photo – 2/4/07

BRASIL INTENSIFICA COMÉRCIO COM ÁRABES Exportações brasileiras para os países árabes aumentaram 20,8% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período de 2006, atingindo R$ 3,2 bilhões. Itens básicos ainda são os mais vendidos, mas artigos de maior valor agregado começam a ganhar espaço.

Vista de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos: fabricante de caminhões e autopeças gaúcha Randon estuda abrir linha de montagem no país. Empresa já tem unidades no Marrocos e na Argélia, no norte da África. Nasser Younet/AFP Photo – 29/1/06

Renato Carbonari Ibelli

A

s relações comerciais entre o Brasil e os países árabes continuam em alta. No primeiro semestre deste ano, as exportações brasileiras para essas economias chegaram a US$ 3,2 bilhões, resultado 20,8% superior ao alcançado em igual período de 2006.

Os produtos básicos continuam ditando o ritmo dessa evolução. As vendas de mercadorias dessa categoria atingiram US$ 2,1 bilhões no semestre, ou 65,5% do total exportado no período. Mas a expectativa da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira é de que a grande liquidez existente hoje nos países árabes aumente a demanda por produtos de maior valor agregado.

De acordo com o presidente da Câmara Árabe-Brasileira, Antônio Sarkis, o mundo árabe está de olho principalmente nos veículos, nas máquinas agrícolas e nos calçados brasileiros. E o Brasil tem começado a explorar esse interesse. A fabricante de caminhões e autopeças gaúcha Randon, segundo Sarkis, estuda abrir uma nova linha de montagem nos Emirados Árabes Unidos para reduzir o custo nas vendas para os clientes locais. A empresa já explora esse mercado com unidades de montagem no Marrocos e na Argélia, ambos no norte da África. No próximo ano, os países árabes devem começar a receber contêineres com sucos da Del Valle brasileira. Nesse momento, a fabricante está adaptando a produção ao paladar daqueles países. "Os árabes estão vendo o Brasil como alternativa aos fornecedores tradicionais, como Estados Unidos e Europa", afirma o presidente da câmara de comércio. Acordo — Há ainda grande expectativa quanto à assinatura de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). Além de a parceria permitir a preferência aos produtos manufaturados brasileiros, pode facilitar a entrada desses artigos na União Eu-

Oportunidade para brasileiros com couro de Botsuana

O

Geodex Communications S.A. CNPJ/MF nº 02.808.710/0001-78 - NIRE nº 35.300.157.788 - Cia. Aberta

FATO RELEVANTE Geodex Communications S.A., companhia aberta, com sede nesta Cidade e Estado de São Paulo, na Av. Cardoso de Mello, 1450, 5º andar (a “Companhia”) vem a público comunicar que os acionistas signatários do Acordo de Acionistas da Companhia celebrado em 30.8.01, firmaram nesta data, com a Meridiana Empreendimentos e Participações S.A. (“Meridiana”), sociedade controlada por parte relacionada à Companhia, com sede nesta Cidade e Estado de São Paulo, na Av. Dr. Cardoso de Mello, 1450, 5º andar, Sala Curitiba, Acordo tendo por objetivo, entre outros, e com cada etapa sujeita a condições precedentes específicas; (i) a reorganização societária das participações de acionistas na Companhia com a conseqüente concentração de suas ações em sociedades de participação, (ii) a alienação do controle de uma das controladas da Companhia, a Geodex Communications do Brasil S.A. à Meridiana; (iii) a apresentação perante a CVM de pedido de registro de oferta pública para cancelamento do registro da Companhia Aberta, mediante Oferta Pública de Ações (“OPA”) aos titulares de ações em circulação (ações preferenciais classe D), na forma da Instrução CVM nº 361/02; (iv) a alienação, à Meridiana, de participações indiretas na Companhia, representativas da maioria do capital votante, (v) reduções de capital com devolução de recursos aos acionistas, na forma do Artigo 174 da Lei nº 6.404/76; e (vi) a liquidação de sociedade de participação referida no item (i) acima, com distribuição dos valores a seus acionistas na proporção a que fazem jus de acordo com disposições estatutárias aplicáveis sobre prioridade no reembolso de capital idênticas àquelas constantes do artigo 5º do Estatuto Social da Companhia. O preço total relativo à operação, ainda sujeito a ajustes de praxe, foi fixado em R$ 52.067.144,11 para 97,95% da totalidade do capital da Companhia, admitindo-se para esse fim, que todos os acionistas signatários do Acordo de Acionistas dos Empregados adiram à OPA de cancelamento de registro. A operação será apresentada às autoridades brasileiras de defesa da concorrência (Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência – CADE, Secretária de Direito Econômico – SDE e Secretária de Acompanhamento Econômico – SEAE) e à Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel, no prazo e forma assinalados pela legislação em vigor. Manteremos o mercado informado periodicamente sobre a operação. São Paulo, 12 de julho de 2007. Carlos Fernando Vieira Gambôa - Diretor de Relações com Investidores.

Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores brasileiro informa que Botsuana tem interesse em fortalecer sua indústria de couros, derivada da produção de carne. O rebanho bovino do país é estimado em 2,5 milhões de cabeças e o caprino em 2,1 milhões. A importância dessa atividade pode ser medida pelo fato de Botsuana ser fornecedor de carne a países da União Européia — mercado de difícil penetração, com numerosas exigências de qualidade. O país produz, anualmente, cerca de 300 mil peças de couro bovino, em sua quase totalidade destinadas ao mercado externo. São produzidas igualmente cerca de 20 mil peças de

ropéia (UE). Isso porque países do CCG, principalmente os do norte da África, possuem acordos comerciais com a UE. Atualmente, calçados brasileiros já entram na Europa pela Tunísia por esse trajeto. "É grande a probabilidade de que o acordo seja firmado em breve", comenta Sarkis. A corrente comercial entre as economias árabes e a brasileira movimentou US$ 5,8 bilhões no primeiro semestre, cerca de 7% a mais do que o registrado nos seis primeiros meses de 2006. A balança do semestre é superavitária em cerca de US$ 590 milhões para o lado brasileiro. Entre os principais produtos exportados estão carnes, complexo sucroalcooleiro (açúcar bruto, refinado e álcool) e grãos em geral. Por outro lado, o petróleo foi re s p o n s á v e l p o r 8 5 % d o s US$ 2,6 bilhões importados pelo Brasil do mundo árabe no primeiro semestre. A Argélia é o principal fornecedor desse produto para o País. Além do aumento das vendas, a pauta de produtos exportados passou de 1.694 itens no primeiro semestre de 2006, para 1.826 de janeiro a junho deste ano. Na diversificação da pauta destacaram-se artigos semimanufaturados, como ferro e aço, tubos de aço e milho em grão.

Emirate Airlines começa a operar no Brasil no próximo mês de outubro

Investimentos — A t u a lmente, existe um grande número de investimentos diretos feitos no Brasil por países árabes. No início de outubro, a Emirate Airlines, companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, começa suas operações no Brasil, com previsão de seis vôos semanais. A Câmara Árabe-Brasileira acredita que a vinda da Emirate possibilite que novos produtos sejam incluídos na pauta de exportação. A empresa também transportará carga, o que abre a possibilidade de embarcar, por exemplo, frutas para os árabes, produto que não suporta longas viagens de navio.

Companhias brasileiras também têm encontrado oportunidades de negócios no Oriente Médio e no norte da África. E novas estão sendo abertas, principalmente para empresas de construção. O grande volume de dinheiro presente nas economias árabes tem possibilitado investimentos pesados em infra-estrutura. Só a Arábia Saudita tem reservados aproximadamente US$ 10 bilhões para esse tipo de obras. De acordo com Sarkis, a câmara pretende organizar missões comerciais com empresas interessadas em participar de projetos de infra-estrutura nos países árabes.

Expansão das relações entre Índia e Brasil

N gócios A

&

oportunidades

couro caprino e 2,5 mil peles de avestruzes por ano. A indústria de couro de Botsuana, de propriedade do governo, é circunscrita a um curtume em Lobatse, perto da capital Gaborone. A capacidade de produção diária da unidade é de mil peças de couro bovino e de 400 de couro caprino. O curtume prevê a produção de forros para móveis e carros.

Entre os próximos dias 17 e 20 de outubro será realizada na capital de Botsuana a "Global Expo Botswana", feira de negócios que, neste ano, terá ênfase no setor de couro. O evento é grande oportunidade para a aproximação entre empresários brasileiros e botsuaneses. Mais informações sobre a "Global Expo Botswana" no site www.globalexpo.co.bw.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397

possibilidade de o comércio bilateral entre Índia e Brasil atingir a marca de US$ 10 bilhões em 2010 é bastante factível. A avaliação é do embaixador da Índia no Brasil, Hardeep Puri, que comentou os resultados da viagem do presidente Lula a Nova Délhi no mês passado. Há diversos setores em que os países trabalham de forma convergente e em parceria, como no caso do etanol. O otimismo do embaixador é respaldado pelo negócio fechado entre a Paramount Airways que, durante a visita de Lula, assinou contrato de compra com a Embraer de 40 aviões, negócio avaliado em US$ 2 bilhões, para entregas entre 2008 e 2011.


DIÁRIO DO COMÉRCIO Da parte deles não teve nada. Quem exagerou com essa história de favoritismo foi a crítica brasileira.” Doni

1

Esporte

Eu não tenho de dizer nada, um time que ganha não tem que dar explicações.” Dunga

Pablo Jacob/AE

Hélvio Romero/AE

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Jorge Adorno/Reuters

almanaque Celso Unzelte

O BI DO BRASIL EM CIMA DA ARGENTINA UH/Arquvo Público do Estado de São Paulo

Brasileiros e argentinos disputaram ontem a sétima decisão entre si na Copa América , o antigo Campeonato Sul-Americano. O placar ainda é de quatro vitórias contra duas para os argentinos. Na foto acima, o goleiro Gilmar e o volante Roberto Belangero, do Brasil, posam ao lado do argentino Nestor Rossi antes do jogo que decidiu o Sul-Americano de 1957, no dia 3 de abril daquele ano, no Estádio Nacional de Lima, no Peru. Os argentinos venceram: 3 a 0, gols de Angelillo, Humberto Maschio e Cruz, e ficaram com o título.

NOSSAS QUATRO DECISÕES PERDIDAS Na primeira vez em que Brasil e Argentina disputaram o título sulamericano, em Buenos Aires, em 1925, os argentinos ganharam um jogo (3 a 1) e empataram o segundo (2 a 2, após saírem perdendo por 2 a 0). Doze anos depois, em 1937, no Campeonato Sul-Americano também disputado em Buenos Aires, nova vitória platina: 2 a 0 em um jogo extra. Também deu Argentina nas finais de 1946, em Buenos Aires (2 a 0), e 1959, também na Argentina, com um empate por 1 a 1 e gol de Garrincha anulado no final.

Paulo Whitaker/Reuters

NOSSAS DUAS VITÓRIAS EM FINAIS Até ontem, o Brasil só havia conseguido derrotar a Argentina em uma decisão do título sul-americano. Aconteceu justamente na Copa América anterior, a de 2004, disputada no Peru. Mesmo jogando com seu time B contra uma Argentina praticamente completa, a equipe treinada por Carlos Alberto Parreira conseguiu empatar no tempo normal com um gol marcado por Adriano já nos acréscimos (2 a 2) e ganhar a taça nos pênaltis (4 a 2). Como agora, também havia derrotado o Uruguai, nos pênaltis, na semifinal. “Não é mole não, o Brasil é sempre campeão.” (Coro dos brasileiros no pódio, ao receber as medalhas de campeões da Copa América de 2004, depois do empate em 2 a 2 no tempo normal e da vitória nos pênaltis sobre a Argentina. Um desabafo para cima dos rivais, que tocavam bola antes do fim do jogo.) Há exatos 57 anos, no dia 16 de julho de 1950, o Brasil perdia a única Copa do Mundo que sediou até hoje, jogando diante de 200 mil pessoas, em pleno Maracanã. Deu Uruguai, 2 a 1, com um gol de Gigghia. O empate teria bastado para dar à Seleção Brasileira o primeiro título mundial, que só veio em 1958.

Em compensação, há 18 anos, também no dia 16 de julho, contra o Uruguai e no Maracanã, mas em 1989, Romário marcou o gol da vitória brasileira por 1 a 0 que deu o título da Copa América depois de 40 anos.

Com o resultado do clássico de sábado entre Corinthians e São Paulo (1 a 1), já chega a treze partidas, nos últimos três anos, a série de jogos sem vitórias corintianas sobre o rival. A última, no Paulista de 2003 (3 a 2), deu o título ao Alvinegro.

ARGENTINA Daniel Garcia/AFP

Mais uma vez, Brasil de Robinho, Júlio Baptista, Daniel Alves e Juan ganha a Copa América em cima do rival

D

epois da grande (e surpreendente) vitória do Brasil sobre a Argentina por 3 a 0, ontem, na final da Copa América disputada na Venezuela, os jogadores brasileiros resolveram desabafar. “Eles podem ser favoritos numa próxima final também, mas vão perder de novo. Com o Brasil é assim”, dizia, entusiasmado, o zagueiro Juan, capitão do time na partida. Ele lembrava a final da Copa América disputada no Peru, em 2004, contra os próprios argentinos. Ontem, como naquela oportunidade, os argentinos também entraram com um time com mais estrelas, completos. Ontem, como há três anos, o Brasil não tinha seu time principal, podia até ser considerada a equipe B. E também na Venezuela, como já havia acontecido no Peru, os argentinos sucumbiram diante dos brasileiros. Até o árbitro, o paraguaio Carlos Amarilla, era o mesmo daquela outra decisão sul-americana. A diferença é que, dessa vez, não foi preciso empatar o jogo no último minuto, como nos 2 a 2 de 2004, quando Adriano igualou tudo já nos descontos. Nem passar pela tortura dos pênaltis, depois da qual o Brasil ficou com a taça. O primeiro o gol saiu logo aos quatro minutos de jogo, e abalou o moral do adversário. Mais: deixou o jogo a caráter para o Brasil, que ainda no primeiro tempo ampliou com um gol contra de Ayala e, na segunda etapa, fe-

chou a fatura com um categórico 3 a 0. “Todos têm de respeitar a Seleção Brasileira. Ninguém pode menosprezar”, festejou Júlio Baptista, o autor do primeiro gol. “Estes jogadores merecem respeito e são todos campeões.” Para Robinho, artilheiro da Copa América com seis gols e reconhecido como o melhor jogador do time campeão, a alegria veio em dobro: “Bom demais. Estou feliz pelo título, que era o objetivo principal, e por ser artilheiro, também”. Ao mesmo tempo, o grande destaque de toda a Copa América não se deixava levar pela euforia da vitória. “Não jogamos tão bem, sabemos disso”, reconheceu. “Jogar na Seleção Brasileira não é fácil. Todos querem que o Brasil ganhe e jogue bem sempre”. Outro que concorda com a análise de Robinho é o zagueiro Juan. Para ele, ter jogado mal no começo da competição, na derrota para o México (2 a 0) e na magra vitória sobre o Equador (1 a 0), na primeira fase, fez com que a criticada equipe de Dunga fosse melhorando seu jogo a cada partida. “O momento mais importante para a nossa campanha foi na derrota para o México. Aquele jogo deu alerta pra gente e o grupo se fechou e se concentrou ainda mais.” O atacante Vágner Love, que deu a assistência para Daniel Alves fechar o placar, cutucou os adversários, insinuando que os argentinos teriam can-

tado vitória antes do jogo. “Em clássico tem que tomar cuidado. Não pode achar que já ganhou. Entramos com respeito e saímos campeões”, disse o atacante. De fato, era indisfarçável a decepção dos argentinos ao verem se esvair, aos poucos, o favoritismo com que contavam antes de entrar em campo. O rosto e os gestos de Ayala e Milito, flagrados nas fotos desta página, são um bom exemplo disso. A revolta continuou na hora da premiação, quando os argentinos, ao receberem as medalhas de prata como segundos colocados, resolveram tirá-las do pescoço ali mesmo, no pódio. Mais uma história da final de 2004 que se repetiu em 2007. “Tristeza sin fin”, era a chamada principal do site do diário esportivo argentino Olé, que entrou no ar logo após o término da partida. Sobre o futuro desse grupo, que invariavelmente terá pelo menos Kaká e Ronaldinho Gaúcho nas Eliminatórias, o

capitão Juan foi realista: “Muita gente boa não veio para essa Copa América. São jogadores que a gente sabe que ainda farão parte desse grupo”. O lateral-esquerdo Gilberto fez questão de lembrar que a Copa do Mundo de 2006 foi única que a Seleção não conseguiu vencer das últimas cinco competições disputadas. “Nas Eliminatórias, nas duas Copas América e na Copa das Confederações nós superamos a Argentina”, disse o lateral que joga no Hertha Berlin, da Alemanha. “Mesmo um grupo em formação não deixa a desejar a ninguém. O problema é que a Seleção Brasileira é muito cobrada. Tem de ganhar todas as competições”. O resultado garantiu o Brasil na Copa das Confederações de 2009, na África do Sul, espécie de “ensaio geral” para a Copa de 2010. Competição da qual, aliás, o Brasil foi campeão, com um mais um baile na final (4 a 1). E contra a Argentina.

Copa América 2007

Venezuela 1

FINAL

10/7

7/7

Uruguai

4 Uruguai

2

Brasil

México

2*

8/7

México 6

0

Argentina

0

8/7

14/7 Brasil 6

3 *Nos pênaltis, Brasil 5x4

1 Uruguai

Argentina

Argentina

México

0 Paraguai

3

3º lugar

Chile

Brasil

11/7

3

7/7

1

15/7

4

0 Peru

BRASIL 3 Doni, Maicon, Alex, Juan e Gilberto; Mineiro, Josué, Elano (Daniel Alves) e Júlio Baptista; Robinho (Diego) e Vágner Love ( Fe r n a n d o ) . T é c n i co : Dunga.

ARGENTINA 0 Abbondanzieri; Zanetti, Ayala, Milito e Heinze; Mascherano, Cambiasso (Aimar), Verón (Lucho González) e Riquelme; Messi e Tevez. Técnico: Alfio Basile. G ols: Júlio Baptista, 4/1; Ayala (contra), 40/1; Daniel Alves, 23/2. Local: Estádio José Encarnación Pachencho Romero (Maracaibo). Árbitro: Carlos Amarilla (PAR). Cartões amarelos: Alex (BRA), Doni (BRA), Gilberto (BRA), Júlio Baptista (BRA), Mascherano (ARG), Tevez (ARG).


2

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C

segunda-feira, 16 de julho de 2007

O Dagoberto ficou falando que era f... Eles não esperaram o jogo acabar e tomaram o gol.” Pedro, lateral do Corinthians

SÃO PAULO É TERCEIRO, PALMEIRAS É QUARTO

Daniel Augusto Jr./AE

TUDO COMO ANTES paSse livre

Paulo Pinto/AE

Roberto Benevides

CORINTHIANS 1

Felipe, Fábio Ferreira, Zelão e Betão (Dentinho); Pedro, Bruno Octávio (Moradei), Rosinei, Willian (Dinelson) e Marcelo Oliveira; Éverton Santos e Finazzi. Técnico: Paulo César Carpegiani.

SÃO PAULO 1 Botafogo perde do Santos mas segue em1º, São Paulo empata com o Corinthians e pára em 3º, Palmeiras fica no 1 a 1 com o Grêmio e segue em 4º

N

ada mudou nas p r i m e i r a s p o s ições do Campeon a t o B r a s i l e i ro após os jogos disputados no sábado. O líder Botafogo (agora sem Dodô, suspenso preventivamente por uso de doping), perdeu a invencibilidade para o Santos, que venceu na Vila Belmiro por 3 a 0. Melhor para o time de Vanderlei Luxemburgo, que na disputa por posições na parte de baixo da tabela, conseguiu abandonar a zona de rebaixamento. O Botafogo era o último invicto deste Brasileiro. Continua, porém, firme na primeira posição, e mantendo a mesma diferença de cinco pontos em relação ao Goiás. Isso porque a equipe goiana, que já era a vi-

ce-líder, também perdeu nesta rodada: 2 a 1 para o Cruzeiro, no Mineirão. Com o resultado, o Goiás manteve-se com os mesmos 19 pontos. Também com 19 pontos, porém no mesmo lugar em que estava (terceiro), por ter uma vitória a menos (cinco contra seis), está o São Paulo. Para o Tricolor, o resultado do clássico contra o Corinthians (1 a 1) teve sabor amargo, pois São Paulo vencia com um gol de Dagoberto, marcado já aos 37 minutos do segundo tempo, até os acréscimos. Foi quando o zagueiro corintiano Zelão empatou a partida, aproveitando-se de uma falha da defesa são-paulina, que tentou forçar um impedimento do ataque corintiano.

Outra equipe que já estava entre as quatro primeiras e conseguiu manter sua posição foi o Palmeiras. Mesmo jogando fora de casa, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, e saindo atrás no marcador no primeiro tempo, o time treinado por Caio Júnior conseguiu chegar ao empate na segunda etapa. Com esses três pontos somados, o Palmeiras passa a contar com uma distância de um pon-

SANTOS 3 Fábio Costa, Alessandro, Domingos, Marcelo e Carlinhos; Rodrigo Souto, Maldonado (Vítor Júnior), Dionísio e Pedrinho; Rodrigo Tabata (Adoniran) e Marcos Aurélio (Moraes). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2007

BOTAFOGO 0

Classificação P

J

V

E

D

GP GC

1 Botafogo

24

11

7

3

1

23

12 11

S

2 Goiás

19

11

6

1

4

21

14

7

3 São Paulo

19

11

5

4

2

9

3

6

4 Palmeiras

18

11

5

3

3

14

13

1

5 Vasco

17

11

5

2

4

17

15

2

6 Figueirense

17

11

5

2

4

18

18

0

7 Grêmio

17

11

5

2

4

10

14

-4

8 Cruzeiro

16

11

5

1

5

23

23

0

9 Paraná

16

11

4

4

3

17

14

3

10 Sport

14

11

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2

5

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1

11 Santos

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4

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-2

12 Internacional

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-3

13 Fluminense

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14 Corinthians

14

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15 Atlético-PR

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16 Atlético-MG

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11

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18 Flamengo

8

8

1

5

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19 América

7

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2

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8

19 -11

20 Náutico

7

11

1

4

6

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22 -10

Classificados para a Libertadores

Rebaixados: caíram 4 times

Artilheiros 10 GOLS: Josiel (Paraná); 7 GOLS: Dodô (Botafogo); 6 GOLS: Alex Mineiro (AtléticoPR); 5 GOLS: Juninho (Botafogo); Roni (Cruzeiro); Welliton (Goiás); 4 GOLS: André Lima (Botafogo); Guilherme (Cruzeiro); Fabrício Carvalho (Goiás); Diego Souza (Grêmio); Christian (Internacional ); Acosta (Náutico); Marcos Aurélio (Santos); Washington e Carlinhos Bala (Sport); André Dias (Vasco).

10ª Rodada Paraná Corinthians Atlético-MG Santos Goiás Botafogo Náutico Juventude Internacional São Paulo

12ª Rodada

6/7 0x1 América 7/7 1 x 1 Fluminense 0x1 Grêmio 4x1 Cruzeiro 3x2 Sport 2 x 0 Atlético-PR 0 x 1 Palmeiras 2x0 Vasco 2 x 1 Figueirense 0 x 0 Flamengo

11ª Rodada Paraná Juventude Vasco

Sport Santos Grêmio América Cruzeiro Corinthians

1x2 1x1 1x0

Figueirense Atlético-PR Atlético-MG Náutico São Paulo Internacional Palmeiras Goiás Flamengo

x x x x x x x x x

18/7 Sport Juventude América Cruzeiro Fluminense Corinthians 19/7 Santos Grêmio Paraná

Júlio César, Alex, Juninho e Luciano Almeida (Diguinho); Joílson, Leandro Guerreiro, Túlio, Lúcio Flávio (Ricardinho), Zé Roberto e Jorge Henrique (Victor Castro); André Lima. Técnico: Cuca. Gols: Marcos Aurélio, 15/2; Tabata, 19/2; Moraes, 45/2. Local: Vila Belmiro. Árbitro: Leonardo Gaciba (RS). Cartões amarelos: Túlio (B), Dionísio (S) e Marcos Aurélio (S). Cartão vermelho: Juninho (B).

Rogério Ceni, Breno, André Dias e Miranda; Ilsinho, Hernanes, Richarlyson, Leandro e Jadilson (Júnior); Dagoberto e Aloísio (Diego Tardelli). Técnico: Muric y Ramalho. Gols: Dagoberto, 37/2; Zelão, 47/2. Local: Morumbi. Árbitro: Paulo César Oliveira (SP). Cartões amarelos: Pedro (C), Rosinei (C), Bruno Octávio (C), André Dias (SP) e Richarlyson (SP).

to em relação ao grupo de times formado por Vasco (que havia feito 1 a 0 no Atlético-PR, jogando no Rio, na quinta), Figueirense (marcou 2 a 1 no Paraná, jogando fora de casa, também na quinta) e pelo próprio Grêmio. Na outra ponta da tabela, a única alteração foi a entrada do Juventude na zona de rebaixamento. Flamengo (com três jogos a menos), América-RN e Náutico são os últimos.

GRÊMIO 1 Saja, Patrício, Schiavi, Willian e Diego; Gavilán (Edmílson), Adílson (Nunes), Diego Souza e Lúcio; Éverton e Ramón (Carlos Eduardo). Técnico: Mano Menezes.

PALMEIRAS1 Diego Cavalieri, Nen, Gustavo e Dininho; Paulo Sérgio (Luiz Henrique), Pierre, Wendel, Deyvid (Makelele) e Leandro; Caio (Valdivia) e Luís. Técnico: Caio Júnior. Gols: Ramón, 27/1; Luís, 25/2. Local: Estádio Olímpico. Árbitro: Cléver Gonçalves (MG). Cartões amarelos: Schiavi (G), Gavilán (G), Carlos Eduardo (G), Nen (P), Gustavo (P), Paulo Sérgio (P), Wendel (P), Makelele (P), Pierre (P) e Luís (P).

14/7 2 x 0 Atlético-MG 3x0 Botafogo 1x1 Palmeiras 1 x 2 Internacional 2x1 Goiás 1x1 São Paulo

América Juventude Vasco Corinthians Fluminense Cruzeiro Grêmio Paraná Sport Santos

x x x x x x x x x x

E

agora quem é que vai dizer ao bravo Dunga que este não é o Brasil que queremos, embora todos queiramos sempre derrotar o futebol argentino com tal contundência? Por uns dias, vamos esquecer o amontoado de volantes no meio-de-campo para comemorar o bicampeonato da Copa América pela Seleção B do Brasil em mais um confronto com a Seleção A da Argentina. Que seja curta a festa, porém, pois em nada foi convincente o futebol mostrado pelos brasileiros em campos venezuelanos a não ser nestes 3 a 0 sobre os argentinos e nos 6 a 1 sobre o Chile pelas quartas-de-final. E não esqueçamos que, tendo feito o primeiro gol logo aos 4 minutos, o Brasil de Dunga pôde fazer contra os argentinos o jogo de contra-ataque que lhe é de todo conveniente. É justa a alegria de Dunga e seus jogadores, muito criticados desde a convocação para a Copa América, mas as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010 já começam em outubro e o Brasil tem de decidir logo com que time vai à luta por uma das quatro vagas sul-americanas na África do Sul. O que vai fazer Dunga quando puder novamente contar com Júlio César, Lúcio, Kaká e Ronaldinho Gaúcho? Não é fácil convencer o país do futebol de que Robinho, Kaká e Ronaldinho não podem jogar juntos na Seleção, mas será possível convencer Dunga de que o Brasil tem de encontrar um modelo de jogo que permita a escalação de seus principais craques? O espectro da Copa de 2006 ainda assombra o novo técnico da Seleção. A Copa América deveria ter sido o laboratório de experimentação do time com que Dunga pretende chegar à África do Sul e conquistar o hexa mundial. Na verdade, foi apenas um campo de experimentação tática, acabando por consagrar o esquema com três volantes, um meia batalhador e dois atacantes de muita movimentação. Será que Dunga vai manter os três volantes para escalar na frente o trio Robinho, Kaká e Ronaldinho?

EM COMPENSAÇÃO BOTA SOB SUSPEITA Não bastará a conquista do bi continental para apagar a decepção da torcida com os maus resultados do futebol brasileiro nos últimos tempos - como o fracasso na Copa de 2006, a perda da Libertadores e conseqüentemente do Mundial de Clubes e o vexame no Mundial Sub20. Mais dura, porém, tem sido a vida do torcedor argentino. Sabe qual foi a última conquista de sua seleção principal? A Copa América de 1993.

Tendo sido provado que Dodô caiu no controle antidoping da CBF por ter ingerido cápsulas de cafeína receitadas por profissionais da comissão técnica do Botafogo, espera-se que o STJD analise com rigor a responsabilidade do clube. É muito fácil simplesmente atribuir a responsabilidade pelo doping a uma farmácia de manipulação, que teria acrescentado uma substância proibida à receita. O Bota pode ser inocente, mas não pode ser inocentado sem nenhuma investigação.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

SÉRIE C

Empate com Marcelinho Carioca

Nosso maior campeonato

N

a estréia de Marcelinho Carioca no Santo André, o time da casa ficou no 0 a 0 com o Coritiba, jogando sábado, no ABC. O exídolo corintiano entrou em campo no intervalo da partida, substituindo Jonatas, e chegou a incendiar o jogo no início do segundo tempo, mas não o suficiente para levar os paulistas à vitória. Ele teve duas chances de gol e cobrou uma falta nos minutos finais. Mostrou, porém, falta de ritmo de jogo. O Santo André demonstrou um futebol mais envolvente, mesmo quando ficou com um jogador a menos, após a expulsão do zagueiro Cesinha, aos 24 minutos do segundo tempo. No entanto, errou demais nas finalizações. O Santo André foi o único time paulista a jogar no sábado.

Na sexta-feira, o São Caetano obteve uma bela vitória por 3 a 2 sobre o Ceará, jogando em Fortaleza. Kleber abriu o marcador para o São Caetano e Tiago Almeida empatou para o time da casa. Pedro Júnior, com dois gols, definiu a vitória dos paulistas. O Ceará ainda diminuiu com Zé Augusto. Em Campinas, a Ponte Preta fez 3 a 2 no líder Criciúma. A Ponte abriu o marcador com Alex Terra, Pingo ampliou e novamente Alex Terra, ainda no primeiro tempo, ampliou a vantagem. Somente nos últimos minutos Marcos Vinícius e Émerson, contra, fizeram os gols do Criciúma. Já a Portuguesa foi a Belém e perdeu depois de seis rodadas: 1 a 0 para o Remo, gol de Éder. Amanhã, a Lusa volta a campo para enfrentar o CRB no Canindé.

Djalma Vassão/AE

13ª Rodada 12/7 Figueirense Náutico Atlético-PR

E agora, Dunga?

21/7 Atlético-PR Internacional Atlético-MG 22/7 Náutico Goiás São Paulo Flamengo Palmeiras Botafogo Figueirense

Na estréia do ex-corintiano, Santo André fica no 0 a 0 com o Coritiba

11ª Rodada Vitória 1 x 0 Santa Cruz Portuguesa 3 x 2 Ponte Preta Gama 4 x 2 Avaí Criciúma 3 x 1 Coritiba Remo 2 x 0 Ceará CRB 3 x 1 Brasiliense Fortaleza 0 x 0 Ipatinga Marília 2 x 1 Barueri São Caetano 1 x 1 Santo André Ituano 3 x 1 Paulista

12ª Rodada Ceará 2 x 3 São Caetano Ponte Preta 3 x 2 Criciúma Remo 1 x 0 Portuguesa Avaí 2 x 0 Paulista CRB 0 x 1 Marília Barueri 2 x 2 Brasiliense Ituano 2 x 2 Ipatinga Vitória 6 x 0 Fortaleza Gama 2 x 1 Santa Cruz Santo André 0 x 0 Coritiba Classificação

P

V

SG

GP

1 Criciúma

26

8

12

25

2 Vitória

21

7

17

29

3 Gama

21

6

1

17

4 Coritiba

20

6

3

14

5 Barueri

20

5

4

20

6 Marília*

19

8

5

24

7 Brasiliense

19

5

2

20

8 Ponte Preta

18

5

0

19

9 Portuguesa

17

5

2

17

10 São Caetano

17

4

1

16

11 CRB

16

5

1

17

12 Santo André

15

4

-2

14

13 Ipatinga

15

4

-3

10

14 Avaí

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4

-4

23

15Ceará

14

4

-6

16

16 Fortaleza

14

4

-9

12

17 Remo

13

4

-4

17

18 Santa Cruz

12

3

-1

17

19 Ituano

10

3

-8

25

20 Paulista

9

2

-10

14

*Perdeu seis pontos no STJD.

C

omeçou no dia 7 de julho o maior campeonato do país: o Brasileiro da Série C, equivalente à terceira divisão nacional. São 64 clubes representando todos os Estados do Brasil mais o Distrito Federal, divididos em 16 grupos de quatro equipes. Nessa primeira fase, eles enfrentam-se em jogos de ida e volta, e de cada grupo classificam-se os dois primeiros colocados. Na segunda fase, os 32 classificados dividem-se em oito grupos de quatro, que enfrentam-se, novamente, em turno e returno, classificando-se então 16 para a fase seguinte. Na terceira fase, as 16 equipes formam mais quatro grupos de quatro, que enfrentam-se, uma vez mais, em turno e returno. Na quarta e última fase, os oito classificados enfrentam-se em turno e returno. Os quatro primeiros colocados sobem para a Série B em 2008. Guarani, Rio Claro, Noroeste, Bragantino e Juventus são os representantes paulistas. Nenhum deles venceu ainda na competição. Rio Claro e Noroeste, no Grupo 12, e Juventus, no 14, cumprem as melhores campanhas, com dois empates.


Pan Futebol Vôlei Mundial Juvenil

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

BRASIL É HEPTA NA LIGA MUNDIAL Alaor Filho/AE

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Pensar que a medalha de ouro vai melhorar alguma coisa aqui é um sonho muito distante.” Marta

MUITAS PALMAS PARA LULINHA

Janek Skarzynski

Alexandre Cassiano/Agência OG

T

Giba, Ricardinho, André e Escadinha: astros no hepta da Liga Mundial

Só falta o Pan “O

Pan é a prioridade, é o título que mais queremos.” O aviso dado pelo levantador Ricardinho antes das semifinais da Liga Mundial despistou os rivais, que pensavam que o Brasil não teria tanto interesse em conquistar o sétimo título da competição, o quinto consecutivo. Pois o que se viu ontem em Katowice, na Polônia, foi o Brasil de sempre: concentrado, forte, unido e imbatível. A vitória sobre a Rússia por 3 a 1 (18/25, 25/23, 28/26 e 25/22) levou a seleção a seu 16º título em 20 competições oficiais na “era Bernardinho”, no mesmo palco do primeira, a Liga Mundial de 2001. Para vencer, o Brasil precisou de uma das armas preferidas de seu técnico: a força do jogo coletivo. Como Dante estava mal, ele colocou Murilo, que foi decisivo para levar a equipe à virada, sempre nos momentos decisivos - nos três sets que venceu, o Brasil ficou a maior parte do tempo atrás no placar e só reagiu depois que os russos chegaram aos 20 pontos. “Tivemos de nos superar a cada jogo, e isso prova que temos de trabalhar cada vez mais para continuar no topo”, afirmou o exigente Bernardinho, satisfeito com o resultado final, embora tenha dado os gritos e pulos de praxe à beira da quadra. “Todos

se doam 100% e é isso que eu quero dos meus jogadores.” O craque Giba, que foi o melhor pontuador do Brasil ao lado de André Nascimento, com 17 pontos, deu a sua receita: “Só um time lutar é um time vencedor. Fomos mal no primeiro set, mas conseguimos nos motivar para a virada”, disse. Ricardinho foi eleito o melhor jogador da competição e chorou muito no anúncio da premiação. O meio-de-rede Gustavo, melhor bloqueador, seguiu o discurso do técnico. “O prêmio individual também é importante, mas fica em segundo plano”, explicou o jogador. Bernardinho sabe que se aproxima o momento da renovação, já que muitos devem deixar a seleção no ano que vem, após a Olimpíada de Pequim. Antes disso, porém, pensa no Pan, o maior tropeço de seu período em Santo Domingo, em 2003, a equipe perdeu da Venezuela nas semifinais e ficou com o bronze, no único torneio sob seu comando em que o Brasil não foi à final. O time volta hoje para o País e terá alguns dias de descanso, para estrear no Pan na próxima segunda, dia 23. E o desafio não pára por aí: neste ano ainda tem a Copa América, o Sul-Americano e a Copa do Mundo. Vem muito mais taça por aí.

Futuro promissor

N

ão foi só na final da Liga que o vôlei brasileiro bateu os russos: em Casablanca, no Marrocos, o time juvenil venceu o Campeonato Mundial também em cima da Rússia, com ainda mais facilidade: 3 a 0, com parciais de 25/18, 25/18 e 25/19. Sinal de que as alegrias no vôlei estão longe de acabar. Os destaques na decisão foram os atacantes Wanderson e William Reffatti, cada um com 14 pontos. “Sou fã do Giba e fico observando o que ele faz. Um dia inesquecível foi quando eu treinei com a

seleção adulta”, conta o capitão William, 20 anos. É o terceiro título do Brasil no Mundial juvenil, e dois dos heptacampeões da Liga estiveram nas conquistas anteriores: o levantador Marcelinho, em 1993, e o atacante Murilo, em 2001. Outra potencial estrela é o meio-de-rede Deivid, melhor jogador do Mundial, 2,04m e 19 anos. O discurso já está ensaiado. “Dedico o prêmio de melhor jogador a todo o grupo, que trabalhou bastante para conquistar essa medalha de ouro.”

rês gols, soco no ar, jogadas bonitas, riso fácil. É o Lula que o povo gosta. Ao contrário do presidente da República, vaiado no Maracanã na abertura do Pan, o Lulinha da seleção masculina de futebol só teve aplausos, muitos aplausos, no Engenhão.. O menino do Corinthians conduziu o Brasil neste domingo em sua primeira vitória no Pan: 3 a 0 diante da fraca Honduras. Lulinha marcou os três gols, dois de pênalti em que o goleiro hondurenho nem saiu na foto e um de puro oportunismo, na área, após jogada pela lateral. “Já havia feito três gols na mesma partida, mas nunca com a camisa da seleção. É muito bom ser conhecido e reconhecido pelo torcedor brasileiro, ainda mais numa competição aqui dentro. A torcida sempre quer ver gols”, disse o menino ainda de aparelho nos dentes, feliz com sua estréia diante de 28 mil pessoas no estádio construído especialmente para o Pan. A torcida adotou os meninos, que à exceção de Lulinha jogam nas categorias de base de seus clubes. Os torcedores aplaudiram, suspiraram, festejaram. E quando o Honduras arriscou alguma coisa, vaias, como as destinadas ao outro Lula, o presidente.

Pratas com gosto de ouro ntes do encerramento da final individual da ginástica, o Brasil já tinha acumulado 12 medalhas no Pan: o ouro de Diogo Silva no taekwondo, seis medalhas de prata e cinco de bronze. Muitas delas, se não eram de ouro, ao menos tinham sabor de vitória. Foi o caso, por exemplo, da ciclista Ana Flávia Sgobin, de 27 anos, prata na BMX, prova que estreou em Pans. Símbolo da dificuldade que os atletas têm para se manter, ela só treinou uma hora e meia por dia, alternando-se entre o trabalho num escritório de contabilidade e a faculdade de Ciências Contábeis. “É uma sensação indescritível, não achei que pudesse conseguir.” O bronze do adestramento também teve sabor de ouro. O time foi mudado de última hora, com a saída do veterano Jorge Rocha, de 61 anos, e a entrada da menina Luiza Tavares, de 15. Pois ela, Rogério Clementino e Renata Costa conseguiram a primeira medalha do País na modalidade desde Caracas, em 1983, e se classificaram para a Olimpíada de Pequim. ”Estava meio nervosa, mas transformei o nervosismo em garra”, contou Luiza. Na maratona aquática, que também foi disputada pela primeira vez num Pan, o Brasil obteve duas medalhas: a prata de Poliana Okimoto, a primeira medalha do Brasil no Pan, e o bronze de Allan do Carmo. Ela lamentou ter perdido o ouro por apenas um metro, numa prova de 10 km de distância. “Fiquei feliz pela medalha e triste porque o ouro não saiu por pouco.” Ele só pensa na sua prioridade para o ano que vem. “Meu próximo objetivo é a Olimpíada.” Novas medalhas devem vir hoje, principalmente na piscina, com o início da natação. Thiago Pereira, que pode ganhar oito, cai na água hoje para os 400m medley.

A

Camisa 10 brilhou na estréia do Brasil e, ao contrário do xará presidente, vaiado, só recebeu aplausos

No sábado, a maior destinatária dos aplausos foi Marta. Aos 21 anos, já consagrada como a melhor do mundo, ela chegou na sexta ao Rio, dois dias depois de jogar na Suécia por seu clube, o Umea, e esqueceu o cansaço para comandar o Brasil nos 5 a 0 sobre a Jamaica. “Procurei não pensar no can-

saço e consegui ajudar o time”, disse a camisa 10. Marta driblou, armou, pedalou, fez um gol, deu duas assistências para Kátia Cilene, sofreu um pênalti e, depois do jogo, ficou cerca de 15 minutos dando autógrafos. “A Marta faz a diferença dentro de campo, chama a responsabilidade

e decide jogos”, analisou o técnico Jorge Barcellos, que pediu “um sacrifício” para Marta entrar em campo. Na quarta-feira tem mais: as meninas pegam o Equador, de manhã, e os garotos jogam à tarde contra a Costa Rica. Certamente será outro dia de muitos aplausos no Engenhão.


Nº 177 São Paulo, 16 de julho de 2007

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Alberto Alquati/Divulgação

MUSTANG S HELBY CO DE ARR

EPIAR

Rodrigo Crins/SportMotor

Uma grande festa em Turim, na Itália, marcou a apresentação do Fiat 500. Página 8.

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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

índice CROSSOVER - 3 O mercado nacional recebe o Mitsubishi Outlander, entre utilitário e sedan, à venda por R$ 138.990.

CAPA - 4 e 5 Sonho de consumo, o Mustang Shelby Cobra GT 500 pode ser comprado aqui por "apenas" R$ 350 mil.

MERCADO - 6 Juros baixos e prazo longo fizeram consumidor do usado migrar para o zero-quilômetro.

CAMINHÕES - 7 Ford e Mercedes ampliam suas linhas de veículos de carga. Principal aposta é no segmento urbano.

CINQUECENTO - 8 A Fiat não confirma, mas há comentários de que seu "pequeno" venha para o Brasil.

UMA CAMPANHA CONTRA O CARRO 1.0 s boatos, se forem bem colocados, passam a ser uma verdade. Lembro-me do caso do homem que caiu no tanque da CocaCola, ou daquele que morreu após tomar cerveja na latinha onde havia urina de rato. São apenas dois exemplos de mentiras que viraram verdade. As lendas urbanas enchem nossa cabeça de histórias mirabolantes. E todas mesmo as mais absurdas, como a do garoto que foi seqüestrado no estacionamento de um shopping e depois apareceu com cicatrizes, denunciando o roubo de órgãos - não desaparecem totalmente. Sempre há alguém que viu ou sabe de alguém que viveu aquela experiência que todos estão comentando. Assim parece estar acontecendo com o carro 1.0, que é um grande sucesso no Brasil. Há uma espécie de campanha que induz o público a pensar que o 1.0 está morrendo. Que tem muita gente que não gosta deste tipo de automóvel, isto sem dúvida é verdade. Críticas são saudáveis, mas divulgar números inverídicos, como tem acontecido, é deturpar a realidade. É comum a imprensa levantar a questão, no intuito de tentar mostrar o que

O

efetivamente vem acontecendo com o carro de 1.000 cc. O que tem acontecido na prática, porém, é a deturpação de números - até mesmo pelos grandes jornais - com a divulgação de dados que não refletem a real situação do mercado. No início deste mês, na coletiva mensal da Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores), a questão foi levantada e o presidente da entidade, Sérgio Reze, com os seus assessores e diretores, afirmaram, com toda clareza, que os carros 1.0 hoje representam 38% do mercado. Não é verdade. Em junho, eles responderam por 55,2% das vendas internas. A média deste semestre é de 55,9%. De janeiro do ano passado até junho deste ano, o mês em que ele teve menor participação foi em abril de 2006, com 53,7%. A maior foi em julho do ano passado, com 58,8%. O carro 1.0 é o mais vendido no Brasil, mesmo que muitos queiram mostrar o contrário. Só não sei porque tamanha campanha contra o modelo que é a preferência nacional. José Carlos Pontes, da Agência AutoInforme

aGenDa 18 de julho

A AEA realiza o seminário Acessibilidade no Transporte de Passageiros, no Centro de Convenções Millenium (SP). O encontro será das 12 às 17h30.

23 e 24 de julho

A Nissan lança em Guarulhos, na Grande São Paulo, o modelo médio, Tiida, produzido no México.

21 de julho

A Toyota realiza o Hilux Expedition, rali de regularidade para proprietários de veículos 4x4 da marca, na cidade de Campos do Jordão (SP).

Presidente Alencar Burti Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

DCARRO

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O AUDACIOSO OUTLANDER

ENTRE O UTILITÁRIO E O SEDAN Boa opção no disputado mercado de crossover, o modelo Mitsubishi já está à venda por R$ 138.990 ANTÔNIO FRAGA

abricado no Japão, o Mitsubishi Outlander chega com a proposta audaciosa de ser um misto de utilitário esportivo e sedan. É um veículo que pode encarar com certa valentia trechos fora de estrada e, ao mesmo tempo, oferecer conforto na cidade. Com novo motor a gasolina V6 de 3.0 litros e 220 cv, tem bom desempenho, mas poderia ter um pouco mais de força. Segundo a importadora, acelera de 0 a 100 km/h em 9,7s e atinge máxima de 200 km/h. A transmissão automática, de seis velocidades, oferece três modos distintos de troca de marchas: câmbio normal na po-

Divulgação

F

sição automática, na qual o motorista encontra maior tranqüilidade; seqüencial Sportronic manual, que muda as marchas com um toque na alavanca para cima ou para baixo, e os paddle shifters (borboletas atrás do volante). O escalonamento de marchas oferece bom desempenho no conjunto com o motor. Um seletor instalado no meio do console central ao lado do banco do motorista, o "Multi-Select Trimode", permite três diferentes tipos de tração: 4x2, 4x4 on demand e 4x4 integral. Boa estabilidade - A suspensão Sport Oriented independente nas quatro rodas oferece boa estabilidade, surpreendendo para um veículo de uso misto. Mesmo em

curvas mais ousadas, o comportamento é muito bom. Vale destacar, porém, que o carro é alto (215 mm) e tem um centro de gravidade elevado. Não é um esportivo. O sistema multimodal de freios independentes nas quatro rodas possui ABS de quatro canais e EBD, que controla eletronicamente a distribuição da força entre os eixos dianteiro e traseiro, independente da carga do veículo. Isso faz com que o Outlander freie em espaços curtos e sem sustos. O modelo possui oito air bags, entre dianteiros e laterais. Por dentro oferece muito luxo e conforto, com acabamento em couro e outros materiais de ótima qualidade. Os bancos dianteiros elétricos são anatômicos e es-

portivos, com aquecimento elétrico. Atrás, o banco bipartido (60:40), rebatível por acionamento elétrico e com trilhos individuais, apesar de confortável, está longe de oferecer a mesma mordomia dos dianteiros. O porta-malas tem capacidade para 715 litros, que pode ser elevada para 2 mil litros baixando-se o banco traseiro. O painel é harmonioso e passa beleza para o restante do interior. Porta-objetos e copos é o que não falta neste crossover. O modelo vem para o Brasil em pacote fechado, sem opcionais, mas dispõe de MP3 com controles no volante, computador de bordo, piloto automático, vidros elétricos e rodas liga leve de 18 polegadas. O preço: R$ 138.990.

Com painel harmonioso e acabamento interno em couro, o Outlander vem equipado com o novo motor a gasolina V6 de 3.0 litros e 220 cv


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

DCARRO

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Rodrigo Crins/SportMotor

MUSTANG SHELBY COBRA

SEU NOME É DESEJO ANTÔNIO FRAGA

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esde os anos 60 o Ford Mustang é um dos carros mais desejados em todo o mundo. Um dos pouquíssimos produzidos na América do Norte que ganhou fama e desejo nos quatro cantos do planeta. Até na Europa, tão avessa aos automóveis americanos, tanto pelo tamanho como pelo design e consumo, o Mustang ganhou fãs e hoje colecionadores. Nos Estados Unidos, virou uma febre. Era o carro de desejo, o sonho de consumo. Depois da versão desastrosa lançada no meio dos anos 90, o Mustang ganhou uma nova geração, muito mais parecida com a inicial. E o DCarro teve o prazer de andar numa pista no interior de São Paulo no modelo top de linha e o mais potente já produzido, antes dele retornar ao seu país de origem. O Mustang Shelby Cobra GT 500 foi trazido ao Brasil pela própria Ford Motor Company Brasil, para ser exposto no nosso último Salão do Automóvel. Sob o capô - Depois do design, o maior destaque está debaixo do capô. O GT 500 tem um motor com compressor, V8 de 5.4 litros e 32 válvulas, que desenvolve nada menos que 507 cavalos de potência máxima a 6 mil rotações por minuto. Comparado com os coitadinhos dos "milzinhos" produzidos no Brasil, o torque, de 48,9 kgfm a 4.500 rpm, é algo de assustar. Só para começar, o Mustang GT 500 tem seis vezes mais cavalos. É pouco? Então vamos acelerar. Logo de saída, com o acelerador no fundo, os passageiros literalmente grudam no banco. A ve-

locidade vai crescendo de maneira emocionante. De 0 a 100 km/h em apenas 4,5 segundos e a velocidade continua se ampliando. A máxima é de 300 km/h mas, por segurança, limitada em 250 km/h. É uma restrição usada também na maioria dos modelos produzidos na

Alemanha. O carro simplesmente “engole” o asfalto e rapidamente chega nas curvas. Na primeira, dá para sentir os freios Brembo, com quatro discos gigantescos, que auxiliados pela tecnologia embarcada, como por exemplo o ABS, param o carro sem sustos.

É 2006, mas tem o espírito do velho e bom Mustang

Um pouco da história Desde que chegou ao mercado norte-americano em abril de 1964, o Mustang ganhou uma legião de admiradores. Com duas carrocerias (conversível e cupê), tinha, inicialmente, duas motorizações: V6 de 2.8 litros e 101 cv e V8 de 4.8 litros com 271 cv. A versão mais esportiva, fastback, veio em seguida. E a consagração chegou apenas dois anos depois, com a impressionante marca para a época de um milhão de unidades vendidas. Três anos depois a primeira atualização, com novos motores V8 de 390 cv. Em 1969/70 uma nova reestilização deixou o Mustang no auge da sua beleza, esportividade e

conforto. Os modelos Boss 302 e 429 tinham motores ainda melhores e mais potentes. Em 1974, surge a segunda geração, maior em quase 20 cm e mais pesada, com motores mais fracos. Pior, sem o charme e desempenho da primeira geração. Entre as causas deste retrocesso, as leis antipoluição, o altíssimo consumo de combustível e o preço do seguro. Novas gerações surgiram em 1979 e 1994, mas sem nenhum atrativo extra para o consumidor. Em 2005 a volta de um Mustang com a pretensão de ter o charme e esportividade da primeira geração. Pelo jeito de suas vendas, está conseguindo.

Tangência, e a maravilha tende a sair de frente. Esta corrigida, lá vai a traseira embora. Tudo tem fácil correção, mas é necessário destacar que estamos andando no limite. A estabilidade poderia ser muito melhor se o projeto da suspensão traseira com eixo rígido acompanhasse os demais itens do carro. É uma pena, pois melhoraria muito a estabilidade e a dirigibilidade. A potência é tanta que o controle de tração nem sempre dá conta do recado e necessita da ajuda do motorista/piloto. Fantástico - O câmbio de seis marchas tem engates esportivos e bom escalonamento. A embreagem, como em quase todos os esportivos, é dura e curta. À medida que o motorista pega confiança, fica mais agradável e anda-se cada vez mais rápido. É simplesmente fantástico. Já ia esquecendo: por dentro, mantém o estilo retrô, com acabamento em couro. Todos os controles, agora mais modernos, estão perto das mãos. Realmente é um carro para poucos. A Ford pretende fabricar apenas 2.300 unidades entre o cupê e o conversível, que chega ao mercado norte-americano em agosto. A Ford brasileira garante que não irá importar oficialmente o Mustang em nenhuma versão para o País, ficando para os importadores independentes essa “árdua” missão. Três empresas de São Paulo já comercializaram pelo menos cinco unidades, com preços que variam entre R$ 325 mil e R$ 350 mil. Nos Estados Unidos, a preciosidade custa em torno de US$ 80 mil, ou seja, menos da metade do que pagamos aqui. Será o Leão?

Com R$ 350 mil você poderá ter o especialíssimo Mustang Shelby Cobra, com mais de 500 cv. A importação é independente.


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O EMPREGO DOMÉSTICO Neste boletim especial elaborado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade, divulgado em abril deste ano dentro da série Mulher & Trabalho, é revelada a situação do mercado feminino na Região Metropolitana de São Paulo.

segmento doméstico é o segundo maior empregador da mão-de-obra feminina na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e o único em que os homens não constituem maioria. O trabalho em casa, exercido predominantemente pelas mulheres, é uma atividade histórica e culturalmente ligada às habilidades consideradas femininas. Se antes a contratação de uma empregada doméstica visava, principalmente, ajudar a dona de casa nas tarefas cotidianas de cuidado da residência e dos filhos, hoje assume papel determinante nessas atividades, liberando outras mulheres para o trabalho remunerado fora do âmbito doméstico. A particularidade dessa ocupação não se resume ao fato de que a própria empregada doméstica passa a ser demandante do mesmo tipo de trabalho que exerce fora de seu domicílio, uma vez que uma parcela dessas profissionais também necessita de alguém para cuidar de seus próprios filhos, diante das dificuldades de acesso aos serviços públicos e privados existentes. A atividade também se diferencia das outras ocupações porque o exercício do trabalho doméstico ocorre no âmbito de domicílios privados e em relação direta com empregadores pessoas-físicas, o que gera relações peculiares que exigem conhecimento e tratamento adequados. Em razão desses aspectos, as empregadas domésticas são discriminadas pela legislação, que ainda não reconhece plenamente essa atividade como parte integrante das relações do mundo do trabalho produtivo, no sentido atribuído às demais ocupações, limitando os direitos trabalhistas dessas profissionais. No aspecto quantitativo, a relevância da atividade pode ser avaliada pelo fato dos serviços domésticos na Região Metropolitana de São Paulo responderem por 17,7% do total da ocupação feminina, o segundo maior segmento empregador de mulheres na região e o único em que os homens não são maioria. Assim, como 95,9% de seus postos de trabalho são ocupados por mulheres, optou-se, neste estudo, por considerar apenas o contingente feminino que exerce a atividade.

Silvia Zamboni/AFG

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Emprego doméstico responde por 17,7% do total da ocupação feminina e tem 95,9% de seus postos de trabalho ocupados por mulheres, das quais 53,6% são negras.

INFORMAÇÕES PROVÊM DA PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO E COBREM O PERÍODO DE NOVEMBRO DE 2005 A OUTUBRO DE 2006 Este estudo apresenta certos aspectos do emprego doméstico Gráficos 1 e 2

(tipo de contratação, tempo de permanência no trabalho, número de horas trabalhadas na semana, contribuição à Previdência Social e rendimentos) e algumas características de seus ocupantes (faixa etária, posição no domicílio, escolaridade), além de ressaltar

certas diferenças entre domésticas negras (grupo que inclui as pardas) e não-negras (que corresponde às brancas e amarelas). Sua análise indica a precariedade dessa profissão e pode subsidiar o atual debate legislativo sobre a garantia dos direitos trabalhistas às empregadas domésticas. Desse modo, o Conselho Estadual da Condição Feminina pretende oferecer um quadro atualizado sobre a situação desse segmento de atividade e chamar atenção para sua importância e problemas mais evidentes. Para tanto, utilizaram-se as informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada na Região Metropolitana de São Paulo pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, referentes ao período de 12 meses compreendido entre novembro de 2005 e outubro de 2006. PRATICAMENTE A TOTALIDADE DO EMPREGO DOMÉSTICO É EXERCIDO POR MULHERES, SOBRETUDO NEGRAS Do total de postos de trabalho existentes na Região Metropolitana de São Paulo, 45,2% são ocupados por mulheres. O grupo de serviços responde por mais da metade do contingente de trabalhadoras


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Gráfico 3

(51,5%), seguido pelos serviços domésticos (17,7%), indústria (15,1%) e comércio (14,9%) (veja detalhes no gráfico 1). Do ponto de vista da raça/cor, o gráfico 1 demonstra que há um relativo equilíbrio da participação de negras e não-negras na indústria e no comércio, enquanto no setor dos serviços ressalta a maior presença de mulheres não-negras. Apenas nos serviços domésticos é clara a maior participação das negras em relação às demais. Isso também pode ser constatado ao se observar que, do total de mulheres ocupadas, 35,2% são negras e 64,8% são não-negras. Tal distribuição, como demonstra o gráfico 2, repete-se entre as ocupadas na indústria e, em menor medida, no comércio. Nos serviços há uma sobrerepresentação das mulheres nãonegras, enquanto nos serviços domésticos, em que os rendimentos são mais baixos e as garantias de direitos trabalhistas menores, existe uma clara sobre-representação de mulheres negras.

Gráfico 4

MULHERES ADULTAS E COM BAIXA ESCOLARIDADE COMPÕEM O PERFIL DAS DOMÉSTICAS

Em relação ao perfil das empregadas domésticas, as informações confirmam a tendência de aumento da proporção de mulheres adultas exercendo tais atividades: o maior contingente (39,7%) está na faixa etária de 25 a 39 anos, sem grandes diferenças entre negras e não-negras (21,6% e 18,1%, respectivamente). Seguem-se, em importância, os grupos de idades entre 40 e 49 anos (28,5%) e de 50 a 59 anos (14,8%), o que permite afirmar que praticamente a metade das empregadas domésticas possui mais de 40 anos de idade (veja detalhes no gráfico 3). Coerentemente com a distribuição etária, as informações sobre a composição das domésticas por posição em seu domicílio (como mostra o gráfico 4) revela a predominância de cônjuges (48,4%) e de chefes de domicílio (28,3%), independentemente de sua raça e/ou cor. Tais informações sugerem que o emprego doméstico não tem sido uma opção relevante para as jovens inserirem-se no mercado de

Gráfico 5

trabalho. Seja porque elas têm maior nível de escolaridade e preferem buscar outras alternativas de emprego, com maiores chances de progresso profissional, seja por exigências dos empregadores que preferem pessoas mais experientes, o fato a destacar é que o emprego doméstico tem absorvido crescentemente mulheres adultas e em faixas etárias mais elevadas, com maiores responsabilidades na condução de suas próprias famílias. As informações sobre a escolaridade das domésticas (que constam do gráfico 5) podem ajudar na explicação dessa tendência. A maioria dessas mulheres não chegou a concluir o ensino fundamental (64,4%) e cerca de 20% não completaram o ensino médio. Ou seja, esse tipo de ocupação, uma vez que não exige níveis de escolaridade elevados, constitui uma das poucas possibilidades hoje existentes para o emprego de pessoas com baixa escolaridade, como é o caso de muitas mulheres adultas. Porém, esse mesmo gráfico mostra que não é desprezível a participação de trabalhadoras com o ensino médio completo ou superior incompleto (15,8%). Tal resultado, além de expressar a melhora do nível de escolaridade da população nos anos recentes, também tende a revelar uma importante diferenciação das ocupações englobadas nos serviços domésticos. Além de algumas tradicionais, como as de babás e acompanhantes de idosos (essas com tendência de crescimento diante do envelhecimento da população e da diminuição do tamanho das famílias), requererem maior qualificação e escolaridade, outras ocupações, de difusão mais recente – como as relacionadas à prestação de serviços de saúde no domicílio –, também exigem uma elevada qualificação profissional. Portanto, é necessário aprofundar os estudos no âmbito dos serviços domésticos para que possam ser avaliadas as mudanças pelas quais o setor parece estar passando. Tais estudos são relevantes não apenas para melhor interpretar os resultados de pesquisas como a PED, mas também para a compreensão da dinâmica desse segmento, tão importante para a mão-de-obra feminina, e para a implantação de


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políticas ou revisão dos instrumentos legais a seu respeito. MENSALISTAS SEM CARTEIRA ASSINADA TÊM MAIOR PARTICIPAÇÃO ENTRE AS DOMÉSTICAS

O estudo mostra que 75,3% das domésticas são mensalistas (41,0% negras e 34,4% não-negras) e 24,7% são diaristas (12,6% negras e 12,1% não-negras) (vide gráfico 6). Entre as domésticas mensalistas, a maioria não possui registro em carteira, diferentemente do observado no mercado de trabalho em geral, onde predomina o assalariamento com carteira assinada. Entre as diaristas é ainda menos freqüente a prática do registro na carteira de trabalho. Como resultado desses fatos tem-se que apenas pouco mais de um terço do total das trabalhadoras nos serviços domésticos (37,6%) sejam contribuintes da Previdência Social. Como se sabe, o registro em carteira implica importantes proteções sociais e, particularmente, o acesso aos benefícios previdenciários. A exclusão de parte expressiva das empregadas domésticas desses benefícios deve, sem dúvida, ser objeto de preocupação da sociedade e de ação da administração pública, ao menos na implementação de campanhas educativas no intuito de incentivar seus empregadores a registrarem o contrato na carteira de trabalho dessas profissionais. A situação não se explica pela alta rotatividade presente nesses postos de trabalho, uma vez que o tempo médio de permanência no emprego doméstico é de 49 meses (quatro anos e um mês), um pouco menor que o verificado para o conjunto dos assalariados da Região Metropolitana de São Paulo (cerca de cinco anos). Por classes de tempo, 27,7% das empregadas domésticas trabalham até seis meses no atual emprego e 23,8% há mais de cinco anos. DOMÉSTICAS COM REGISTRO EM CARTEIRA TRABALHAM MAIS DE 44 HORAS SEMANAIS Entre as categorias analisadas, as empregadas domésticas mensalistas que possuem carteira de trabalho assinada exercem as jornadas mais longas: em média de 47 horas

semanais, independentemente de raça e/ou cor, contra 39 horas semanais para as que não possuem carteira assinada (conforme revela o gráfico 7). Note-se que a jornada de trabalho das primeiras supera expressivamente a dos assalariados em geral (cerca de 43 horas semanais), especialmente para as trabalhadoras que residem no local de trabalho, que representam 13,4% do total de mensalistas com carteira assinada. Entre as domésticas diaristas, a jornada média semanal é de 20 horas, certamente reflexo de trabalho em um menor número de dias na semana. Vale recordar que, diante das dificuldades de movimentação de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo e das grandes distâncias que, em geral, separam as residências das empregadas domésticas e seus locais de trabalho, a jornada de trabalho medida pela PED é apenas parte do tempo efetivamente dedicado ao trabalho por essas mulheres. Um estudo mais detalhado do uso do tempo, em particular o dedicado em seus deslocamentos pelas cidades da região, poderia lançar mais luzes sobre essa questão.

Anna Carolina Russo/AFG

DIARISTAS GANHAM MAIS POR HORA E MENSALISTAS TÊM MAIOR RENDIMENTO MENSAL

Tempo médio de permanência no emprego doméstico é de quatro anos e um mês, um pouco menor que o dos outros assalariados da RMSP (cerca de cinco anos).

O rendimento médio real por hora das empregadas domésticas equivale a R$ 2,55, sendo que o das não-negras (R$ 2,61) é ligeiramente superior ao das negras (R$ 2,49) (veja detalhes no gráfico 8). O rendimento médio real por hora das empregadas domésticas equivale a menos da metade do recebido pelo total de ocupados (que é de R$ 5,92) e a um terço do auferido por homens não-negro (de R$ 7,78). Restringindo a comparação ao contingente feminino, o rendimento médio por hora das empregadas domésticas apresenta diferença menos acentuada em relação ao recebido no setor de comércio (R$ 3,68), corresponde à metade do auferido na indústria (de R$ 5,08) e é bem menor que o das mulheres que trabalham no ramo de serviços (R$ 6,60). Talvez pelo fato de os rendimentos médios nos serviços domésticos serem os menores entre todos os setores analisados, é nesse segmento que se constata a menor diferença entre os rendimentos das negras e não-negras.


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Enquanto os rendimentos médios por hora das negras representam 68,5% daqueles recebidos pelas não-negras no comércio, 58,1% na indústria e apenas 54,8% nos serviços, nos serviços domésticos essa proporção atinge os 95,4%. As diaristas recebem, em média, R$ 3,83 por hora, um valor superior ao das mensalistas com carteira assinada (R$ 2,66) e sem carteira assinada (R$ 2,04). No entanto, ao se observar o rendimento médio mensal das diaristas, ele passa a ser o mais baixo (R$ 328), em virtude do menor número de horas que essas profissionais trabalham na semana. Por seu turno, o rendimento mensal das mensalistas que possuem carteira assinada (R$ 536) supera o daquelas que não a possuem (R$ 340), como reflexo das diferenças entre suas respectivas jornadas semanais de trabalho (veja gráfico 9). Em síntese, as informações apresentadas mostram que o emprego doméstico mantém-se como alternativa importante de inserção no mercado de trabalho, sobretudo para mulheres adultas, negras e com baixa escolaridade. Além disso, verifica-se que uma provável diferenciação interna a esse segmento vem se consolidando, com o que se ampliam os requisitos de contratação, particularmente as exigências de escolaridade e qualificação profissional em alguns de seus nichos ocupacionais. Ao mesmo tempo em que se observam essas novas características

Gráfico 8

Gráfico 6

do emprego doméstico, velhos problemas ainda persistem, como a elevada proporção de pessoas sem carteira de trabalho assinada, ainda expressiva nesse segmento, e as relativamente extensas jornadas de trabalho aliadas, com freqüência, às baixas remunerações. Por fim, deve-se recordar que o emprego doméstico, da forma em que se organiza no Brasil e na Região Metropolitana de São Paulo, reflete e, simultaneamente, contribui para a elevada concentração da renda que ainda caracteriza nossa sociedade. A desvalorização desse tipo de atividade – evidenciada pela baixa remuneração paga às empregadas domésticas –, ao mesmo tempo em que permite sua contratação por famílias de classe média, liberando seus membros para se inserirem no mercado de trabalho, reforça ainda mais as desigualdades sociais presentes em nosso País.

Gráfico 7

Velhos problemas ainda persistem no mercado dos serviços domésticos, como a elevada proporção de pessoas sem carteira de trabalho assinada e as extensas jornadas de trabalho aliadas a baixas remunerações. Gráfico 9


Clarice Soares Vieira, 42 anos, caseira

"Já fiz de tudo nessa vida."

C

larice começou a trabalhar com 13 anos, na roça, no Paraná, estado em que nasceu. Casou com 19, veio para São Paulo e, aos 25, se tornou caseira. Ela e o marido estão há sete anos na mesma chácara e hoje têm registro na carteira de trabalho. Clarice, que estudou até a quarta série do ensino fundamental, recebe R$ 470 por mês para lavar, passar, limpar a propriedade e cuidar "de uns macaquinhos" que existem por lá. Mãe de dois filhos e avó, ela ainda arruma tempo para se dedicar à igreja. É coordenadora do coral de mulheres e dá aulas na escola dominical. "Por tudo que eu já passei nessa vida, para mim, o que eu tenho hoje está ótimo. Agradeço a Deus por ter o que comer, beber, vestir e onde dormir!"

Anna Carolina Russo/AFG


MANUAL DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES DAS EMPREGADAS E TRABALHADORES DOMÉSTICOS AUTORAS LUCIANA ROSA CHIAVEGATO & TATIANE GRACE GRANA CAMPOS

FEDERAÇÃO DAS EMPREGADAS E TRABALHADORES DOMÉSTICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Mensagem da Presidente Este Manual é muito importante para nossa categoria. Ele esclarece nossos direitos e deveres, além de ser um instrumento importante para os empregadores. Gostaria de agradecer todos os nossos Sindicatos Filiados: Jundiaí e região, Araraquara e região, Sorocaba e região, Grande São Paulo e Baixada Santista, que muito contribuíram para esse trabalho. Gostaria ainda de salientar a importância da sanção pelo Governador José Serra da Lei nº 12.640 de 11 de julho 2007 que institui o Piso Salarial no estado de São Paulo. Um abraço

MARÍLIA APARECIDA DA SILVA LIMA SUMÁRIO

Abê

01) Quem é considerado empregado(a) doméstico ............................................................... 10 02) Integrantes da categoria ................................................................................................... 10 03) Empregados domésticos tem os seguintes direitos ......................................... ............... 10 04) Carteira de Trabalho e Previdência Social ........................................................................ 10 05) Piso Salarial ....................................................................................................................... 10 06) Irredutibilidade Salarial ...................................................................................................... 10 07) Repouso Semanal Remunerado ........................................................................................ 10 08) Gozo de Férias Anuais Remuneradas ............................................................................... 10 09) Licença Gestante ............................................................................................................... 10 10) Licença Paternidade .......................................................................................................... 11 11) Aviso Prévio ....................................................................................................................... 11 12) Aposentadoria e Integração a Previdência ....................................................................... 11 13) Vale-Transporte ................................................................................................................. 11 14) Décimo Terceiro Salário .................................................................................................... 13 15) Auxílio-Doença ................................................................................................................... 13 16) Feriados Civis e Religiosos ................................................................................................ 13 17) Benefícios Opcionais FGTS e Seguro Desemprego ........................................................................................... 13 18) Obrigações dos Empregados Domésticos ....................................................................... 13 19) Obrigações do Empregador .............................................................................................. 13 20) Descontos .......................................................................................................................... 14 21) Assédio Moral e Sexual ..................................................................................................... 14 22) Acidente de Trabalho ........................................................................................................ 14 23) Diaristas ............................................................................................................................. 14 24) Modelos de Contratos e Recibos relativos ao trabalho doméstico ................................... 14 25) Modelo de Contrato de Trabalho Doméstico ..................................................................... 15 26) Modelo de Contrato de Experiência .................................................................................. 16 27) Modelo de Recibo de Salário ............................................................................................ 16 28) Modelo de Recibo de CTPS para anotações .................................................................... 16 29) Modelo de Recibo de CTPS para anotações (devolução) ................................................ 16 30) Modelo de Recibo de Férias .............................................................................................. 16 31) Modelo de Requerimento de Vale-Transporte ................................................................... 17 32) Modelo de Recibo de Vale-Transporte .............................................................................. 17 33) Modelo de Recibo de Décimo Terceiro Salário 1ª Parcela ............................................... 17 34) Modelo de Recibo de Décimo Terceiro Salário 2ª Parcela ............................................... 17 35) Modelo de Aviso Prévio do Empregador .......................................................................... 18 36) Modelo de Aviso Prévio - Pedido de Demissão ................................................................ 18 37) Modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho- Dispensa sem Justa Causa ... 18 38) Modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho - Dispensa por Justa Causa .... 18 39) Modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho - Pedido de Demissão ............. 18 38) Dúvidas Freqüentes .......................................................................................................... 19


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4 - ESPECIAL

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Newton Santos/Hype-16/10/2006 Rafael Hupsel/LUZ-01/06/2007

A superintendente Roseli Garcia: serviços para auxiliar empresários a conduzir melhor os seus negócios

Neste balcão, os melhores aliados dos bons negócios Dos serviços da Associação Comercial, o SCPC e o UseCheque são os mais conhecidos, mas há outros muito importantes para os empresários. Afinal, aqui está o maior cadastro de informações da América Latina

A Associação Comercial aprimora constantemente os seus serviços com base em sugestões de seus associados

O

s associados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) têm à disposição uma série de serviços para auxiliar os empresários, principalmente comerciantes e prestadores de serviços, a conduzir melhor os seus negócios. Segundo Roseli Garcia, superintende de Marketing e Serviços da entidade, o primeiro produto lançado foi um serviço de informação em 1923, que tinha o objetivo de dar mais segurança ao empresário na hora de fechar um negócio ao prevenir contra ações fraudulentas. Nasceu daí a vocação da entidade em atuar na área de gestão de risco em operações. Esse produto evoluiu e em 1945 foi lançado o SCPC - Serviço Central de Proteção ao Crédito, que ainda hoje é um dos principais serviços da entidade: recebe entre 1,5 milhão e 2 milhões de consultas ao mês.

“No início, o interessado vinha até ao balcão da ACSP e preenchia uma ficha sobre os dados de que precisava e de quem. O atendente ia até os arquivos e realizava a pesquisa. O balcão tinha um vidro e os documentos eram colocados debaixo dele. Assim, os dados podiam ser copiados. Era um trabalho todo manual”, comenta Roseli. O SCPC fornece informações para tomada de decisão sobre vendas a crédito para Pessoas Físicas, oferecendo mais segurança ao empresário que opera com venda a crédito e empresas especializadas em crédito ao consumidor ou locação. O seu banco de dados é composto de informações sobre títulos protestados e registros de devedores fornecidos por todos os segmentos empresariais, tais como comércio, indústria, prestadores de serviços e instituições financeiras. Para fazer a pesquisa do solicitante do crédito é preciso fornecer o nome completo, data de nascimento, RG, CPF e opcionalmente o endereço. O sistema indica se há algum débito ou título protestado, alerta sobre documentos extraviados e o número de consultas feitas por esse CPF/RG nos últimos 90 dias. A abrangência é nacional e a resposta imediata. “Hoje, a maior parte das consultas é feita via internet, mas ainda atendemos consultas por telefone”, diz Roseli. Algumas financeiras já usam sistemas sem fio para fazer as consultas. Em lojas de comércio de carros, por exemplo, o vendedor pode acompanhar o cliente pela loja e por meio de um micro de mão (handheld) fazer a consulta ao SCPC de onde ele estiver, sem ter de ir a um computador de mesa. “No futuro, a nossa aposta é que esse tipo de consulta será mais popular via celular, que estão ficando mais sofisticados e abraçan-

do diversos serviços”, prevê Roseli. Mais inteligência Segundo a superintendente, a ACSP vem constantemente aprimorando os seus serviços, ouvindo as sugestões de seus associados. Foi com esse objetivo que ela lançou, há cerca de dois anos, o UseScore, uma solução para apoiar as estratégias da empresa e permitir a tomada de decisões embasadas em técnicas de gerenciamento de risco e Business Intelligence (BI). “Dependendo do risco da operação, somente a confirmação se há ou não débitos ou títulos protestados não é suficiente. Esse nosso serviço mostra a probabilidade de a pessoa consultada se tornar inadimplente, é sempre uma tendência, não uma certeza”, enfatiza Roseli. O UseScore trabalha com modelos probabilísticos criados para dar apoio à decisões comerciais. Estes modelos estimam o comportamento futuro do prospect ou cliente para cada tipo de abordagem ou estratégia de relacionamento. A solução avalia a propensão de risco do cliente ou prospect; apóia ações de retenção e recuperação de clientes; torna viável uma moderna segmentação de clientes que levará a maiores lucros; possibilita aumentar o volume total de negócios realizados; simplifica o processo de decisão; possibilita maior precisão e segurança na decisão de concessão de crédito; reduz custos operacionais à medida que permite definição da estratégia mais lucrativa; torna possível o monitoramento das decisões por meio de relatórios de performance; e reduz os custos de crédito à medida que permite uma correta alocação dos riscos. Outros serviços Outro serviço bastante co-

nhecido no mercado é o UseCheque, que utiliza a base de dados da Associação Comercial de São Paulo, o maior cadastro de informações comerciais de Pessoa Física e Jurídica da América Latina. São mais de dois milhões de consultas por mês. São várias as formas de acesso ao serviço, via Internet pelo site da ACSP, através do ACSPNext (softwre fornecido gratuitamente aos associados), por String de dados ou via fax, entre outros meios. “Temos homologadas algumas impressoras de cheques que, enquanto estão imprimindo, fazem a consulta com a leitura do código CMC7 impresso no documento”, diz Roseli. O resultado da pesquisa traz informações como: se o cheque foi roubado, sustado ou extraviado, se há cheques devolvidos, se o nome do cliente consta do cadastro de cheques sem fundo, confirmação do nome, data de nascimento, nome da mãe e título de eleitor para o CPF consultado, se o cliente costuma emitir cheques e em seguida sustá-lo (Motivo 21), consultas do mesmo CPF/CNPJ nos últimos 30 dias para a sua rede de lojas, entre outras. Segundo Roseli, no ano passado a ACSP lançou o Cartão de Crédito Private Label ACSP, com a marca da empresa associada, que possibilita um melhor entendimento dos hábitos de consumo dos clientes. Ao mesmo tempo, é um prático e atrativo meio de pagamento para ser usado exclusivamente nas lojas da rede. A Darco Artefatos de Couro, por exemplo, já vem usando o produto. O cliente da loja tem vantagens como prazo de até 40 dias para pagamento sem juros; parcelamento das compras, financiamento de até 80% do valor das compras faturadas, isenção de anuidade e saques na rede Banco 24 Horas. CO


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segunda-feira, 16 de julho de 2007

ESPECIAL - 5

Rafael Hupsel/LUZ-09/07/2007

25 de Março, a evolução de uma referência para o País A rua recebe cerca de dez milhões de consumidores por mês e desde o início mostrou sua vocação para o comércio. Apesar dos camelôs, as vendas só crescem. E seu público é na maioria das classes A e B

A

rua 25 de Março, no centro de São Paulo, é considerada o "maior shopping a céu aberto da América Latina". Ao longo dos seus 2.500 metros - começa sob a avenida Rangel Pestana e termina na esquina da rua Paula Souza, próximo a estação de metrô Luz - se encontra de tudo. São cerca de 2.500 estabelecimentos, levando-se em consideração lojas, boxes de Pop Centros (shoppings populares), lanchonetes, escritórios de representação, importadores, guarda-volumes etc. Com preços atraentes, o consumidor pode escolher uma gama de produtos de armarinhos, cama, mesa e banho, brinquedos, produtos de papelaria, esotéricos, calçados, vestuários, eletroeletrônicos, utensílios domésticos, presentes, produtos de beleza, informática, bebidas e alimentos. A estimativa é de que a região movimente, por ano, perto de R$ 16 bilhões. De acordo com Miguel Giorgi Júnior, presidente da Univinco - União dos Lojistas da 25 de Março, a região recebe mais de dez milhões de consumidores por mês, entre 400 mil e 500 mil

por dia, chegando a um milhão de pessoa diariamente na época do Natal: "Temos muito que comemorar em nossa região, pois somos a referência do comércio atacadista e varejista e representamos uma importante parte do PIB nacional. Uma pesquisa feita no ano passado pela TNS Interscience mostrou que, das pessoas que compram na região, 58% são das classes A e B, 35% da classe C e 9% da classe D, o que desmistifica alguns tabus relacionados à freqüência de pessoas, que seriam somente das classes C e D". Entre os principais problemas da região está a segurança: "Com certeza, a segurança tem sido falha, pois a região precisa de um contingente maior de policiais. Há também a questão dos camelôs, mas a tendência é de diminuição desse tipo de comércio na região, pois muitas vezes eles trabalham com mercadorias piratas, roubadas ou contrabandeadas, e esse tipo de crime vem recebendo atenção da polícia. Não queremos ser vistos como uma filial do Paraguai. Os camelôs incomodam muito o comércio legal, atrapalham o espaço público e a Prefeitura não consegue controlar isso". No início deste mês a Uni-

vinco lançou um cartão de crédito próprio, para compras somente em lojas da região. O produto foi desenvolvido em parceria com o banco Intercap e com a bandeira Validata, operadora recém-chegada ao mercado. Esses cartões estarão disponíveis aos consumidores em setembro e serão ofertados pelos lojistas. Além da comodi-

Em 2.500 metros, 2.500 estabelecimentos que vendem quase tudo, de armarinhos a informática

História Miguel Giorgi Júnior, 45 anos, nasceu e cresceu em torno da rua 25 de Março. Ele lembra que na infância a maioria dos vizinhos era de origem árabe, muitos prosperaram e se tornaram comerciantes, abrindo estabelecimentos no ramo de armarinho e tecido: “Aprendi a andar de bicicleta na calma rua

Luiz Prado/LUZ-09/05/2006

Giorgi Júnior : “Não queremos ser vistos como uma filial do Paraguai"

dade, a iniciativa também visa combater os camelôs, pois eles não aceitam cartões, e contribuir para a diminuição de roubos; os consumidores poderão fazer suas compras portando menos dinheiro. Entre outras iniciativas importantes da entidade, Giorgi destaca a criação do Plano25, que engloba seguro de vida e assistência funeral do Brades-

co e plano de assistência medica e odontológica da Dix (Amil), com até 30% de descontos para funcionários diretos e indiretos. A entidade também promove treinamento e qualificação, com certificação dos funcionários e lojistas para que eles conheçam técnicas de vendas e liderança e ofereçam um bom serviço de atendimento.

25 de Março e descia a ladeira Porto Geral de carrinho de rolimã. Em meados de 1969, testemunhei a rua 25 de Março coberta com um metro e meio de água. Naquela enchente, que durou dois dias, só navegando de barco. Muitos comerciantes molhavam os tecidos de propósito e diziam que eram mais baratos por ser saldo da enchente. Essa conversa durou quase um ano e era tudo mentira”. Além de presidente da Univinco, Miguel Giorgi Jr. é sócioproprietário da loja A Gaivota, na rua Cavalheiro Basílio Jafet, que vende artigos de artesanato. Em 1959, sua mãe, Angelina Gianotti, filha de imigrantes italianos, inaugurou em um edifício que fica de frente para a 25 de Março, a loja que leva o mesmo nome até hoje. Naquela época, o prédio era residencial e pertencia a um único proprietário, que achou boa a idéia e passou a comercializar a parte térrea do imóvel. Angelina queria ganhar dinheiro, mas desejava que outras pessoas também pudessem se beneficiar deste tipo de comércio, o que mais tarde lhe rendeu o título de Condessa, em reconhecimento à sua benevolência. Segundo Giorgi, os registros históricos indicam que a pri-

meira loja aberta na 25 de Março foi a Nami Jafet & Irmãos, em 1893. Os imigrantes libaneses passaram a ocupar a região e fornecer mercadorias a seus patrícios recém-chegados a São Paulo, para que eles revendessem em bairros mais distantes, atuando como mascates. Os primeiros produtos comercializados eram porcelana s ja p o n es a s e ch ine sa s, cutelaria alemã, rendas suíças e francesas, casimira inglesa e outros produtos importados. Antes de ser uma rua, a 25 de Março era o rio Tamanduateí, então navegável e que recebia as águas do Anhangabaú, desaguando no rio Tietê. Com muitas curvas sinuosas, o rio foi retificado em 1916. Um porto era usado para descarregar as mercadorias importadas, que vinham de Santos. Era conhecido como Porto Geral e daí o nome da rua de ladeira Porto Geral. Antes de chamar 25 de Março, em homenagem à data em que D. Pedro I outorgou a primeira constituição ao Brasil, em 1824, a rua teve outros nomes, como rua Várzea do Glicério, rua das Sete Voltas e rua de Baixo (ou Baixa de São Bento, já que está logo abaixo do Mosteiro de São Bento). CO


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MANUAL DAS EMPREGADAS E TRABALHADORES DOMÉSTICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO Governanta, cozinheira, babá, jardineiro ou motorista: todos os empregados domésticos têm direitos e deveres previstos em lei, como qualquer outra categoria. A seguir, um detalhamento sobre o que a legislação vigente permite e obriga nessa relação de trabalho.

QUEM É CONSIDERADO EMPREGADO(A) DOMÉSTICO(A) ???

C

onsidera-se empregado(a) doméstico(a) aquele(a) maior de 16 anos que presta serviços de natureza contínua (freqüente, constante) e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Assim, o traço diferenciador do emprego doméstico é o caráter não-econômico da atividade exercida no âmbito residencial do(a) empregador(a).

INTEGRANTES DA CATEGORIA

Integram a categoria os seguintes trabalhadores: a) governanta: atende hóspedes e familiares, organizando e supervisionando os trabalhos dos empregados das áreas de governança e mordomia de residências, recepcionando convidados e visitantes, acompanhando entradas e saídas dos hóspedes durante a estadia, familiares em compromissos externos e viagens da família. Cuida do vestuário e objetos de hóspedes e familiares. Supervisiona a arrumação de aposentos e demais áreas. Serve alimentos e bebidas e supervisiona a sua preparação. Secretaria agendas e telefonemas, controlam serviços de lavanderia e rouparia, administra pessoal e executa atividades administrativas. b) cozinheiro(a): organiza e supervisiona serviços de cozinha em residências e outros locais de refeições, planejando cardápios e elaborando o pré-preparo, o preparo e a finalização de alimentos, observando métodos de cocção e padrões de qualidade dos alimentos. c) babá: cuida de bebês, crianças, jovens, a partir de objetivos estabelecidos por responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação e cultura, além de recreação e lazer da pessoa assistida. d) lavadeira: executa tarefas de lavar, secar e passar peças de vestuário e outros artefatos em máquinas e varais. Passa

roupas e tecidos a ferro, inclusive peças delicadas. Dá acabamento e prepara para expedição peças do vestuário. e) faxineiro(a): presta assistência às pessoas, cuida de peças do vestuário como roupas e sapatos e colabora na administração da casa, conforme orientações recebidas. Faz arrumação ou faxina e pode cuidar de plantas do ambiente interno e de animais domésticos, cuida da limpeza, organização e cuidados com a casa em geral. f) vigia: zela pela guarda do patrimônio e exerce a vigilância das residências, percorrendo-as sistematicamente e inspecionando suas dependências, para evitar incêndios, roubos, entrada de pessoas estranhas e outras anormalidades; controla fluxo de pessoas, identificando, orientando e encaminhando-as para os lugares desejados; recebe hóspedes; escolta pessoas e mercadorias; faz manutenções simples nos locais de trabalho. g) motorista particular: dirige e manobra veículos e transporta pessoas, cargas ou valores. Realiza verificações e manutenções básicas do veículo e utiliza equipamentos e dispositivos especiais tais como sinalização sonora e luminosa, software de navegação e outros. Efetua também pagamentos e recebimentos e, no desempenho das atividades, utilizase de capacidade comunicativa. Trabalha seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente. h) jardineiro(a): planta culturas diversas, introduzindo sementes e mudas em solo, forrando e adubando-as com cobertura vegetal. Cuida de propriedades residenciais. Efetua ainda o preparo de mudas e sementes através da construção de viveiros e canteiros, cujas atividades baseiam-se no transplante e enxertia de espécies vegetais. Realiza tratos culturais, além de preparar o solo para plantio. i) acompanhante de idosos(as): cuida de adultos e idosos, zelando pelo bemestar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida. j) caseiro(a): também é considerado(a) empregado(a) doméstico(a), quando o sítio ou local onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa, e onde não se vende nenhum

produto, seja ele hortifrutigranjeiro ou de qualquer outra espécie.

março de 1973, e art. 29, § 1º, da CLT). 2) PISO SALARIAL EM SÃO PAULO:

OS EMPREGADOS(AS) DOMÉSTICOS(AS) TÊM OS SEGUINTES DIREITOS A Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972, regulamentada pelo Decreto nº 71.885, de 9 de março de 1973, e Convenção 132 da OIT, dispõe sobre a profissão do(a) empregado(a) doméstico(a), conceituando e atribuindo-lhe direitos. A Constituição Federal de 1988, por sua vez, concedeu outros direitos sociais aos(às) empregados(as) domésticos(as), tais como: 1) Carteira de Trabalho e Previdência Social, devidamente anotada 2) Piso salarial regional, em São Paulo; 3) Irredutibilidade salarial; 4) Repouso semanal remunerado; 5) Gozo de férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal; 6) Licença à gestante, com estabilidade de emprego desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto; 7) Licença-paternidade de 5 (cinco) dias corridos; 8) Aviso prévio; 9) Aposentadoria e integração à Previdência Social; 10) Vale-transporte; 11) Décimo terceiro salário; 12) Auxílio-doença pago pelo INSS; 13) Feriados civis e religiosos. 1) CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL, DEVIDAMENTE ANOTADA: É de extrema importância que a Carteira de Trabalho e Previdência Social esteja devidamente anotada, especificando-se as condições do contrato de trabalho (data de admissão, salário ajustado e condições especiais, se houver). As anotações devem ser efetuadas no prazo de 48 horas, após entregue a Carteira de Trabalho pelo(a) empregado(a), quando da sua admissão. A data de admissão a ser anotada corresponde à do primeiro dia de trabalho, mesmo em contrato de experiência. (art. 5º do Decreto nº 71.885, de 9 de

Piso salarial fixado na Lei Estadual nº 12.640 /07 (Art. 1º, inciso I). 3) IRREDUTIBILIDADE SALARIAL: Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal. 4) REPOUSO SEMANAL REMUNERADO: Preferencialmente aos domingos (Art.7º, parágrafo único, da Constituição Federal). 5) GOZO DE FÉRIAS ANUAIS REMUNERADAS: Remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais que o salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de serviço prestado à mesma pessoa ou família, contado da data da admissão. Tal período, fixado a critério do(a) empregador(a), deverá ser concedido nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o(a) empregado(a) tiver adquirido o direito. O(a) empregado(a) poderá requerer a conversão de 1/3 do valor das férias em abono pecuniário (transformar em dinheiro 1/3 das férias), desde que requeira até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo (Art.7º, parágrafo único, da Constituição Federal, art. 129 e seguintes da CLT). O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período de gozo (art. 145, CLT). 6) LICENÇA GESTANTE: A empregada doméstica gestante deverá gozar de estabilidade de emprego desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. O salário-maternidade será pago diretamente pela Previdência Social à empregada doméstica, em valor correspondente ao do seu último salário-decontribuição, que não será inferior ao salário mínimo e nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição para a Previdência Social.


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6 - ESPECIAL Luiz Prado/LUZ-09/11/2006

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Rafael Hupsel/Luz-07/12/2006

A carteira da Casas Bahia chegou a 26,3 milhões de clientes, mais do que a população da maioria das cidades brasileiras

Casas Bahia, um modelo no mercado de baixa renda

A

E modelo mundial, caso sem similar no varejo, segundo pesquisadores da Michigan Business School. Todos os números impressionam pela grandeza, a começar pelo faturamento de mais de R$ 11 bilhões em 2006

Casas Bahia atingiu em 2006 faturamento de R$ 11,5 bilhões e projeta para este ano R$ 12,5 bilhões. Ao todo foram comercializados 31,7milhões de itens, vindos dos três mil fornecedores que atendem a rede. O crediário concentra 60% das vendas e 40% são compras à vista, cheque, dinheiro ou cartão de crédito/ débito (a rede tem co-branded com Bradesco, bandeira Visa, lançado em novembro de 2005). Presente em oito Estados (SP, RJ, MG, GO, RS, PR, SC e MS), além do Distrito Federal, a Casas Bahia multiplicou em

pouco mais de uma década suas 250 filiais para as 545 atuais. Em 2007, a rede figurou entre as 250 maiores empresas de varejo no mundo, segundo o estudo "Poderosos Globais do Varejo em 2007", conduzido pela Deloitte Touch que, desde 1999 mapeia o ranking mundial do setor. A Casas Bahia sudiu 60 posições e passou para o 138º lugar, com receita de US$ 4,8 bilhões no ano fiscal 2005/2006. Foi a única empresa brasileira a constar do ranking. No País há mais de meio século, a Casas Bahia é apontada por pesquisadores da Michigan Business School como

benchmark (modelo) no mercado da baixa renda. Trata-se de um caso sem similar no varejo mundial, como descobriu a equipe do indiano C.K.Prahalad, um dos mais respeitados especialistas em termos de estratégia. Partiu dele a decisão de enviar a São Paulo, em 2003, dois pesquisadores de Michigan para estudar uma empresa especialista em lidar com a baixa renda no Brasil. A habilidade para entender as necessidades emocionais e os hábitos de compra dos clientes dessa classe social e a capacidade de viabilizar o sonho de consumo por meio do acesso ao crédito, resultaram em um modelo de negócios único no que diz respeito ao varejo. Segundo Prahalad em seu livro "The Fortune at the Botton of the Pyramid", "a Casas Bahia prova minha tese a respeito da importância e da rentável oportunidade de mercado existente na base da pirâmide de renda". O segredo de lidar com todas as camadas sociais, com foco principal nas classes populares, se traduz em números bastante significativos. Em 2006, a rede fechou o ano com 15,2 milhões de contratos aprovados. Sua carteira de clientes no ano somou 26,3 milhões de pessoas, mais do que a população da maioria das cidades brasileiras. A Casas Bahia trabalha com uma previsão de faturamento para 2007 de R$ 12,5 bilhões, um crescimento de 10% sobre 2006. Parte desse faturamento – R$ 2,5 bilhões - será proveniente da expansão da base de cartões de crédito co-branded, Casas Bahia/Bradesco, com a emissão de três milhões de unidades, acréscimo de 200% desde que, em 2005, a rede oficializou sua parceria com o banco. A carteira de crédito total da rede soma hoje R$ 6,1 bilhões. Desse montante, R$ 1 bilhão corresponde ao Bradesco. As vendas a crédito totalizam 60% do faturamento. Do total de pagamentos à vista, 26% são referentes a compras realizadas com cartão de crédito de todas as bandeiras aceitas na rede. Distribuição Quando se trata de logística, os números da Casas Bahia im-

pressionam: frota com de 2.254 caminhões; 8,6 mil funcionários que atuam diretamente nos Centros de Distribuição; 980 mil entregas por mês de onze mil itens comercializados; 7,4 milhões de m² de área de armazenagem. Essa grandiosa engrenagem contribui para a fidelização dos clientes, garante a entrega de produtos dentro do prazo de 48 horas pós compra e permite a continuidade do processo de expansão da rede no País. Hoje, a Casas Bahia possui sete Centros de Distribuição (CD), responsáveis pelo abastecimento direto das lojas, localizados em Jundiaí (segundo maior CD no mundo, com 300

mil m² de área construída), Duque de Caxias (RJ), Ribeirão Preto (SP), Betim (MG), São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR) e em Campo Grande (MT). Como suporte, há outros cinco entrepostos nas cidades de Goiânia, Brasília, Maringá, Porto Alegre e Itajaí que recebem as mercadorias dos Centros de Distribuição e as redistribuem em veículos médios para entrega aos clientes. O sistema de armazenagem utilizado pela Casas Bahia foi desenvolvido para atender as necessidades da empresa de guardar produtos das mais variadas formas, pesos e tamanhos, como itens de linha bran-

Wilson Junior/AE-06/05/2004

Michael Klein: "Não adianta ter um ótimo atendimento, bons preços e prazos de pagamento, se a entrega falhar em algum ponto"

LOGÍSTICA Centros em operação: CD Jundiaí - área total construída – 300.mil m² CD Duque de Caxias - área total construída – 180 mil m² CD Betim - área total construída – 24 mil m² CD Ribeirão Preto - área total construída – 36 mil m²

CD São Bernardo do Campo área total construída – 96 mil m² CD São José dos Pinhais - área total construída – 70 mil m² CD Campo Grande - área total construída – 12 mil m² Entrepostos: Goiânia, Brasília, Maringá, Porto Alegre e Itajaí

RAIO-X DA EMPRESA Matriz – São Caetano do Sul (SP) Número de lojas: 545 estabelecimentos Logística: 6 depósitos (Jundiaí, Betim, Ribeirão Preto, Pavuna, São Bernardo do Campo e São José dos Pinhais), 6 entrepostos (Goiânia, Brasília, Campo Grande, Maringá, Porto Alegre e Itajaí) e 1 centro de distribuição (Duque de Caxias - RJ). Presença: em oito Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais

e Goiás, além do Distrito Federal Nº de colaboradores: 52.053 Frota de Caminhões: 2.254 veículos pesados Fornecedores: aproximadamente três mil, que fornecem 11 mil itens Carteira de Clientes: 26,3 milhões Carteira de Clientes Ativos (2006): cerca de 15,2 milhões Faturamento em 2006 : R$ 11,5 bilhões

ca, móveis e eletros-portáteis. A empresa possui uma logística de abastecimento de lojas (produtos de retirada imediata pelo cliente, como eletrodomésticos) e entrega direta nas residências dos clientes (produtos maiores, como os de linha branca). A capacidade total de armazenagem da rede é de 7,4m3 milhões . Controle total Manter o padrão de qualidade e o controle absoluto de todo o processo de logística são alguns dos motivos que levam a Casa Bahia a não terceirizar o setor. "A venda não termina quando o cliente deixa a loja, portanto, é fundamental que tenhamos o controle absoluto de todo o procedimento de entrega para que ele seja perfeito", enfatiza Michael Klein, diretor-executivo da empresa. Segundo ele, as equipes de entrega – um motorista e dois ajudantes - são constantemente treinadas sobre responsabilidade de tratamento, apresentação visual e ética no comando dos veículos. "Temos uma grande responsabilidade, pois os entregadores adentram a casa dos clientes". Hoje, a empresa realiza cerca de 980 mil entregas/mês. Em 2006 a frota rodou cerca de 115 milhões de quilômetros e consumiu 27,4 milhões litros de combustível. O departamento de Tecnologia da Informação da Casas Bahia desenvolveu o sistema utilizado para controle e monitoramento da logística da empresa. A frota atual da empresa é composta por mais de 2.254 caminhões, todos Mercedes Benz. A idade média da frota é de apenas dois anos, o que faz com que a maioria dos serviços de manutenção seja realizada em garantia. Para a manutenção preventiva, a rede mantém uma oficina no Centro de Distribuição com tecnologia e pessoal treinado para acelerar o trabalho. "A logística é uma etapa importante na fidelização do cliente. Não adianta ter um ótimo atendimento, bons preços e prazos de pagamento, se a entrega falhar em algum ponto. O processo todo de atendimento se estende até a chegada do produto, em perfeito estado, na casa do cliente", resume Michael Klein. (CO)


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O salário-maternidade é devido à empregada doméstica, independentemente de carência (art. 30, II, do Decreto nº 3.048/99), isto é, com qualquer tempo de serviço. O início do afastamento do trabalho é determinado por atestado médico fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por médico particular. Poderá ser requerido no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de sua ocorrência. Em caso de parto antecipado, a segurada terá direito aos 5 (cinco) meses. A licença-gestante também será devida à segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção, nos seguintes termos: criança até 1 ano (120 dias); de 1 a 4 anos (60 dias); e de 4 a 8 anos (30 dias), de acordo com o art. 93-A, do mencionado Decreto. Para requerer o benefício, a doméstica gestante deverá apresentar, em uma Agência da Previdência Social (APS), o atestado médico declarando o mês da gestação, a Carteira de Trabalho e o comprovante de recolhimento da contribuição previdenciária. O requerimento do salário-maternidade também poderá ser efetuado pela i n t e r n e t ( w w w . p r e v i d e n c i a s ocial.gov.br), em qualquer de suas hipóteses: parto, adoção ou guarda judicial. Caso o requerimento seja feito pela internet, o mesmo deverá ser impresso e assinado pelo empregado(a) doméstico(a) e deverá ser encaminhado pelos Correios ou entregue na Agência da Previdência Social (APS) com cópia do CPF da requerente e com o atestado médico original ou cópia autenticada da Certidão de Nascimento da criança. No período de salário-maternidade da segurada empregada doméstica, caberá ao(a) empregador(a) recolher apenas a parcela da contribuição a seu encargo, sendo que a parcela devida pela empregada doméstica será descontada pelo INSS no benefício. De acordo com entendimento jurisprudencial, a dispensa da doméstica gestante importa o pagamento, por parte do(a) empregador(a), de indenização equivalente ao salário, mais licença maternidade, acrescidos de um mês de estabilidade e verbas rescisórias. 7) LICENÇA PATERNIDADE:

De 5 (cinco) dias corridos, para o empregado, a contar da data do nascimento do filho (Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal, e art. 10, § 1º, da Disposições Constitucionais Transitórias).

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8) AVISO PRÉVIO: Rogério Albuquerque/AFG

De, no mínimo, 30 (trinta) dias. (Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal). Quando uma das partes quiser rescindir o contrato de trabalho deverá comunicar à outra sua decisão com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. No caso de dispensa imediata, o(a) empregador(a) deverá efetuar o pagamento relativo aos 30 (trinta) dias do aviso prévio, computando-o como tempo de serviço para efeito de férias e 13º salário (art. 487, § 1º, CLT). A falta de aviso prévio por parte do(a) empregado(a) dá ao empregador(a) o direito de descontar os salários correspondentes ao respectivo prazo (art. 487, § 2º, CLT). Quando o(a) empregador(a) dispensar o(a) empregado(a) do cumprimento do aviso prévio, deverá fazer constar, expressamente, do texto do aviso a dispensa, indenizando o período de 30 (trinta) dias. O período do aviso prévio indenizado será computado para fins de cálculo das parcelas de 13º salário e férias. 9) APOSENTADORIA E INTEGRAÇÃO A PREVIDÊNCIA SOCIAL:

Cabe ao empregador fornecer material de trabalho adequado à tarefa a ser executada e em boas condições de uso, além de orientar o empregado sobre a tarefa e seus riscos.

(Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal) A aposentadoria por invalidez (carência de 12 contribuições mensais) dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo do INSS e será devida a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 (trinta) dias. Será automaticamente cancelada quando o(a) aposentado(a) retornar ao trabalho (arts. 29, I, 43, 44, § 1º, II, § 2º, 45, 46, 47 e 48, do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999). A aposentadoria por idade será devida ao segurado que completar 65 (sessenta e cinco) anos e à segurada com 60 (sessenta) anos, uma vez cumprida a carência de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais (arts. 29, II, 51, 52, I, do referido Decreto). 10) VALE-TRANSPORTE: Instituído pela Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e regulamentado pelo Decreto nº 95.247, de 17 de novembro de 1987, é devido ao(à) empregado(a) doméstico(a) quando da utilização de meios de transporte coletivo urbano, intermunicipal ou interestadual com características semelhantes ao urbano, para deslocamento residência/trabalho e vice-versa.


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segunda-feira, 16 de julho de 2007

ESPECIAL - 7

Fotos: Divulgação

Samuel Klein, sangue de comerciante nas veias

brega/Digna

Alexandre Nó

1/2004

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Depois de uma infância marcada pelos horrores do nazismo, Samuel Klein vendeu produtos de porta em porta; veio para o Brasil na década de 50 e aqui construiu uma das maiores empresas do varejo da história, a Casas Bahia

S

imples, sempre vestido de camisa pólo de mangas-curtas e chinelos franciscanos, uma boa conversa no seu sotaque judaico, Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, pode ser facilmente confundido com um dos seus fregueses. Sempre à frente dos negócios, ele construiu a maior empresa do varejo brasileiro, considerado pelos seus colaboradores, a quem chama de “filhos”, um pai e exemplo a ser seguido. Samuel Klein nasceu em 15 de novembro de 1923 na aldeia de Zaklikov, a 80 quilômetros da cidade de Lublin, na Polônia. Terceiro de nove irmãos, filho de Sucher e Szeva Klein, Samuel teve uma infância modesta, ajudando o pai carpinteiro, depois de abandonar os estudos fugindo do preconceito e da perseguição aos judeus na época. Iniciada a Segunda Guerra Mundial, em 1939, Samuel Klein foi preso e enviado a um campo de concentração em Maidanek, na Polônia, junto com seu pai. Sua mãe e cinco ir-

mãos mais novos foram para o campo de extermínio de Treblinka e Samuel nunca mais os viu. Foi enviado a um campo de trabalhos forçados, onde sobreviveu com as habilidades de carpinteiro. Em 1944 Samuel conseguiu fugir aproveitando-se de uma distração dos guardas, quando os alemães resolveram retirar os presos de Maidanek e levá-los a pé para a Alemanha. Permaneceu na Polônia até o fim da guerra. Em seguida foi para Munique, na Alemanha, onde ficou por seis anos. Samuel tornou-se comerciante na Alemanha: comprava vodca de fazendeiros e vendia para os soldados russos, além de viajar para vários lugares abastecendo com o que estava em falta. Em cinco anos juntou algum dinheiro. Em Berlim conheceu e casou-se com Chana, uma jovem vendedora de uma loja de calçados. Nesta época Samuel já tinha se reencontrado com a família que havia sobrevivido àqueles duros anos. Em 1950 nasceu o primeiro filho do casal, Michael Klein. Samuel e Chana Klein tiveram outros

três filhos - Saul, Oscar e Eva Klein -, já no Brasil. Cansado de conviver com guerras e instabilidades políticas, Samuel decidiu, em 1951, aventurar-se pela América do Sul. Primeiro foi para a Bolívia e ali se deparou com o país em plena guerra civil. Mudou o rumo e chegou no ano seguinte ao Brasil. Ficou no Rio de Janeiro, na casa de uma tia, por seis semanas, depois veio para São Paulo, chamada na época de “cidade do trabalho e do emprego”. Início dos negócios Com US$ 6 mil no bolso, Samuel Klein comprou uma casa e uma charrete e, com a ajuda de um conhecido que transitava bem pelo comércio do Bom Retiro, reduto dos imigrantes judeus e árabes na década de 50, conquistou uma carteira de 200 clientes e algumas mercadorias - roupas de cama, mesa e banho. De porta em porta, começou a mascatear pelas ruas de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Cinco anos depois, em 1957, Samuel comprou sua primeira loja, no centro de São Caetano,

Samuel fugiu dos nazistas na Polônia e depois se tornou comerciante na Alemanha. Aportou aqui em 1952, comprou uma charrete (fotos no alto) e reiniciou os negócios no Bom Retiro. O nome da primeira loja, Casa Bahia, foi uma homenagem aos imigrantes nordestinos que se mudaram para o ABC em busca de trabalho na indústria automobilística

que chamou de “Casa Bahia” em homenagem aos imigrantes nordestinos que haviam se mudado para a região em busca de trabalho na indústria automobilística. No endereço de número 567 da avenida Conde Francisco Matarazzo, Samuel aumentou a variedade de produtos e começou a trabalhar com móveis, colchões, entre outros itens. A clientela não demorou a freqüentar a loja para pagar suas prestações e adquirir novas mercadorias. Era o início de um império que foi conquistando cada vez mais clientes e mercados.

As lojas seguintes foram abertas na região do ABC, nas cidades de Santo André e Mauá. Mesmo com as novas filiais, Samuel continuou a vender nas ruas. Chegou a ter 80 peruas com mercadorias comercializadas de porta em porta. Em 1970 adquiriu o controle acionário de uma financeira, a Intervest, com o objetivo de financiar os fregueses nas lojas e dar impulso a abertura de novas filiais. Foi nesta época que o sistema de venda de porta em porta foi encerrado; em 1970, abriu a primeira loja em São Paulo, no bairro de Pinheiros.

Os filhos Michael e Saul Klein começaram a trabalhar na sede da empresa na década de 80, período em que foi inaugurada a 100ª loja. Sempre à frente dos negócios, Samuel comandou a expansão em ritmo acelerado, com a abertura de novas filiais nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, todas na década de 90. Em 1996, a Casas Bahia abriu o maior Centro de Distribuição da América Latina, e segundo maior do mundo, em Jundiaí. Nos anos 2000, chegou a Goiás e ao Distrito Federal. Em 2003 Samuel completou 80 anos e publicou sua biografia: “Samuel Klein e Casas Bahia, uma trajetória e sucesso”, pela Editora Novo Século. No ano seguinte, a Casas Bahia entrou no Estado do Rio Grande do Sul, já com 14 milhões de clientes e mais de 400 lojas. Em 2006 Samuel Klein foi agraciado com o título de “Cidadão Paulistano”, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo. Um ano antes, a Casas Bahia já tinha 23 milhões de clientes. CO


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Ginástica Handebol Ta e k w o n d o Natação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007 Max Rossi/Reuters

A lesão ainda está aqui, ainda dói. Agora, vamos ver como vai reagir ao tratamento.” Daiane dos Santos

O PRIMEIRO OURO DO BRASIL NO PAN

VOA, BRASIL Daniel Munoz/Reuters

Marcelo Ferrelli/AE

F

oi bonita a festa de abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio, na sextafeira, e promete ser bonita a campanha da delegação brasileira, que tem como obrigação fechar a competição pelo menos em terceiro lugar, atrás apenas dos Estados Unidos e de Cuba, e alimenta discretamente o sonho do segundo posto. Os resultados dos primeiros dois dias , apesar do solitário ouro do taewondo, são animadores para o Brasil, que chegou à noite deste domingo com 12 medalhas (mais seis de prata e cinco de bronze) antes das provas individuais da ginástica masculina. Somente a delegação norte-americana tinha mais medalhas do que a brasileira. Nos próximos dias, moças e rapazes do Brasil voarão em busca do ouro, a medalha que define a classificação do Pan.

Fernando Soutello/AE

Diogo Silva, do taekwondo, conquista a primeira medalha de ouro do Brasil ao vencer no domingo o peruano Peter Lopez

Ivo Gonzalez/Agência OG

Ana Claudia Silva substitui Daiane dos Santos no exercício na trave e ajuda a equipe de ginástica artística feminina a ganhar a prata no sábado. No domingo, Daniela Piedade salta para marca um dos seus cinco gols nos 37 a 10 sobre o Canadá no handebol feminino. Alaor Filho/AE

Jonne Roriz/AE

A nadadora Poliana Okimoto abre, no sábado, a festa brasileira das medalhas, ganhando a prata na Maratona Aquática.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Para tanto, o(a) empregado(a) deverá declarar a quantidade de vales necessária para o efetivo deslocamento. 11) 13° SALÁRIO:

Esta gratificação é concedida anualmente, em 2 (duas) parcelas. A primeira, entre os meses de fevereiro e novembro, no valor correspondente à metade do salário do mês anterior, e a segunda, até o dia 20 de dezembro, no valor da remuneração de dezembro, descontado o adiantamento feito. Se o(a) empregado(a) quiser receber o adiantamento, por ocasião das férias, deverá requerer no mês de janeiro do ano correspondente (Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal, Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, e Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965, regulamentada pelo Decreto nº 57.155, de 3 de novembro de 1965). Caso o empregador efetue mensalmente o desconto da contribuição Previdenciária (INSS) do empregado(a), deverá descontála também sobre a parcela do 13° salário, podendo o empregador abater tal ônus do seu Imposto de Renda. No entanto, tal abatimento sobre o IR refere-se tão somente para um empregado, mesmo que tenha o empregador mais empregados. 12) AUXÍLIO-DOENÇA PAGO PELO INSS:

O auxílio-doença será pago pelo INSS a partir do primeiro dia de afastamento. Este benefício deverá ser requerido, no máximo, até 30 dias do início da incapacidade. Caso o requerimento seja feito após o 30º dia do afastamento da atividade, o auxílio-doença só será concedido a contar da data de entrada do requerimento, conforme art. 72 do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. 13) FERIADOS CIVIS E RELIGIOSOS: Com a aprovação da Lei nº 11.324 de 19 de julho de 2006, os trabalhadores domésticos passaram a ter direito aos feriados civis e religiosos, portanto, caso trabalhe, tem direito a receber o dia em dobro ou conceder folga compensatória em outro dia da semana.

13

2001, resultante de negociação entre empregado(a) e empregador(a). A despeito da inclusão do(a) trabalhador(a) doméstico(a) no sistema do FGTS ser facultativa, se efetivada, reveste-se de caráter irretratável em relação ao respectivo vínculo empregatício. O(a) empregado(a) doméstico(a) será identificado(a) no Sistema do FGTS pelo número de inscrição no PIS-PASEP ou pelo número de inscrição do trabalhador no INSS (NIT). Caso não possua nenhuma dessas inscrições, o(a) empregador(a) deverá preencher o Documento de Cadastramento do Trabalhador (DCT), adquirível em papelarias, e dirigir-se a uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF), munido do comprovante de inscrição no CEI e da Carteira de Trabalho do(a) empregado(a), e solicitar o respectivo cadastramento no PIS-PASEP. A inscrição como empregado(a) doméstico(a) na Previdência Social poderá ser solicitada pelo a) próprio(a) empregado(a) ou pelo(a) empregador(a), em agência do INSS, ou ainda, pela internet ou pelo PrevFone (0800-780191). Para a realização do recolhimento do FGTS e da prestação de informações à Previdência Social, o(a) empregador(a) doméstico(a) deverá se dirigir a uma agência do INSS e inscrever-se no Cadastro Específico do INSS (CEI). A matrícula CEI também poderá ser feita pela internet (ww w.prev idenci asocial.gov.br). O recolhimento, no valor de 8% do salário pago ou devido mensalmente, será feito até o dia 7 do mês seguinte, mas, se no dia 7 não houver expediente bancário, o recolhimento deverá ser antecipado para o dia útil anterior ao dia 7. Para efetuar o recolhimento do FGTS, o(a) empregador(a) deverá preencher e assinar a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP (disponível em papelarias) e apresentá-la a uma agência da CEF ou da rede bancária conveniada. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, deverão ser observadas as hipóteses de desligamento para recolhimento do percentual incidente sobre o montante de todos os depósitos realizados durante a vigência do contrato, devidamente atualizados, na conta vinculada do(a) empregado(a):

Este recolhimento deverá ser efetuado por meio da Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS e da Contribuição Social (GRFC), também disponível em papelarias ou no site da CEF (www.caixa.gov.br). O empregador também poderá solicitar a emissão da GRFC pré-impressa em uma agência da Caixa Econômica Federal. Atente-se que o(a) empregador(a) doméstico(a) está isento da Contribuição Social de que trata a Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001 (art. 1º, parágrafo único, e art. 2º, § 1º, II). Seguro-desemprego Concedido, exclusivamente, ao(à) empregado(a) inscrito(a) no FGTS, por um período mínimo de 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) meses contados da dispensa sem justa causa, que não está em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, excetuados auxílio-acidente e pensão por morte, e, ainda, que não possui renda própria de qualquer natureza. As hipóteses de justa causa são as constantes do art. 482 da CLT, à exceção das alíneas "c" e "g". Para cálculo do período do benefício, serão considerados os meses de depósitos feitos ao FGTS, em nome do(a) empregado(a) doméstico(a), por um(a) ou mais empregadores(as). O benefício do seguro-desemprego ao(a) doméstico(a) consiste no pagamento, no valor de 1 (um) salário-mínimo, por um período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 (dezesseis) meses. Para se habilitar ao benefício do segurodesemprego, o(a) empregado(a) deverá se apresentar às unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego ou aos órgãos autorizados, do 7º ao 90º dia subseqüente à data de sua dispensa, portando os seguintes documentos: Carteira de Trabalho: na qual deverá constar a anotação do contrato de trabalho doméstico e a data de dispensa, comprovando a duração do vínculo empregatício, durante, pelo menos, 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) meses. G

BENEFÍCIOS OPCIONAIS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) Benefício opcional, instituído pelo art. 1º, da Lei nº 10.208, de 23 de março de

a) dispensa sem justa causa, multa de 40%; b) dispensa por culpa recíproca ou força maior 20% (art. 18, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990).

G Termo de Rescisão: atestando a dispensa sem justa causa.

Documento comprobatório de recolhimento das contribuições previdenciárias e do FGTS: refe-

G

rente ao vínculo empregatício como doméstico(a). Declarações: firmadas no documento de Requerimento do Seguro-Desemprego do Empregado Doméstico (RSDED), de que não está em gozo de nenhum benefício de prestação continuada, e de que não possui renda própria suficiente à sua manutenção e à de sua família. G

OBRIGAÇÕES DOS(AS) EMPREGADOS(AS) DOMÉSTICOS(AS) Ser assíduo ao trabalho e desempenhar suas tarefas conforme instruções do empregador(a). Ao receber o salário, assinar recibo, dando quitação do valor recebido. Quando for demitido do emprego, por dispensa ou pedido de demissão, o(a) empregado(a) deverá apresentar sua Carteira de Trabalho a fim de que o empregador proceda às devidas anotações. Quando pedir dispensa, o(a) empregado(a) deverá comunicar ao empregador sua intenção com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR Anotar a Carteira de Trabalho do empregado, devolvendo-a devidamente assinada, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Deverão ser anotados: data de admissão, cargo ou função, salário contratado e posteriores alterações salariais, período aquisitivo, início e término de férias, data de desligamento do emprego, espécie de estabelecimento, bem como os dados relativos à identificação do empregador. É proibido ao empregador fazer constar da CTPS do empregado qualquer anotação desabonadora de sua conduta (artigo 29, parágrafos 1 e 4 da CLT). Constitui crime de falsidade, previsto no artigo 299 do Código Penal, proceder a quaisquer anotações não verdadeiras na Carteira de Trabalho e Previdência Social. Exigir do empregado a apresentação do comprovante de inscrição no INSS, caso o mesmo não a possua, o empregador deverá inscrevê-lo. Preencher devidamente os recibos de pagamento dos salários, inclusive adiantamento, sejam mensais ou semanais, solicitando a assinatura do empregado no ato do pagamento, o qual deverá ser feito, o mais tardar, até o 5º (quinto) dia útil do mês subseqüente ao vencido (artigo 459,


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 - ESPECIAL

Pão de Açúcar, a história de um império

A

Companhia Brasileira de Distribuição é o maior grupo supermercadista do mercado nacional. Formado pelas redes Pão de Açúcar, Extra, CompreBem e Sendas, o grupo faturou ano passado mais de R$ 16,46 bilhões e ficou à frente de multinacionais como Wal-Mart (2º colocado) e Carrefour (3º). Quem olha hoje o tamanho do conglomerado, com mais de 62 mil funcionários e 550 lojas, não imagina que a sua origem foi uma doçaria, na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, com 50 funcionários. Inaugurada em 7 de setembro de 1948, a Doceira Pão de Açúcar fez sucesso imediato e já na primeira quinzena organizou um banquete por encomenda do próprio governador do Estado, Adhemar de Barros, para 350 pessoas, no Club Homs. O nome foi em homenagem ao Pão de Açúcar do Rio de Janeiro, cartãopostal da cidade. O idealizador do negócio foi o português Valentim dos Santos Din i z , q u e e m n o v e m b ro d e 1929, com apenas 16 anos, deixou a terra natal para tentar a sorte no Brasil. A sua primeira visão do País foi justamente o Pão de Açúcar, imagem que ficou gravada em sua mente. Logo depois ele desembarcou no porto de Santos e seguiu para o bairro da Mooca, Zona Leste de São Paulo, para a casa do tio José Tenreiro, que era empregado da Companhia Antarctica Paulista. Em dezembro do mesmo ano Valentim Diniz começou a trabalhar como entregador e caixeiro no empório Real Barateiro, do também português Januário Mascarenhas Miranda. Com um salário de 80 mil réis, passou a dividir com um colega um quarto nos fundos do estabelecimento, na esquina da avenida Brigadeiro Luiz Antônio com a rua Tutóia. Em fevereiro de 1936 casou-se com Floripes Pires e foram morar em uma pequena casa recémconstruída próximo ao trabalho, na própria avenida Brigadeiro, em frente à rua Estados Unidos. No mesmo ano dona Floripes ganhou na loteria e com o dinheiro Valentim Diniz deixou o emprego e abriu uma mercearia na rua Vergueiro, em frente ao Colégio Santo Agostinho (próximo hoje do Centro Cultural São Paulo). A loja ficava na frente e a moradia nos fundos. Neste ano, nasce o seu primogênito, Abílio dos Santos Diniz. No ano seguinte, em 1937, o seu antigo patrão o convidou, juntamente com o amigo Davi Rodrigues, a ser sócio da Padaria Nice, que se tornaria uma das mais famosas da cidade; em 1945 contava com 28 carrocinhas para entrega de pães, utilizando 68 cavalos para garantir duas saídas de entrega. Apesar de a padaria estar indo bem, o seu sonho era ter o próprio negócio. Paralelamente, montou a Panificadora e Mercearia Lalys, na rua Tamandaré. Em 1946, decidido a expandir o negócio, vendeu a sua parte na Padaria Nice e comprou duas casas na Brigadeiro Luiz Antônio. Para não concorrer com os antigos sócios, construiu um prédio de apartamentos de dois andares, com um salão comercial no térreo. No dia 7 de setembro de 1948, Valentim inaugurou a primeira loja do que se transformaria num dos maiores grupos empresariais do País, a Doceira Pão de Açúcar Doces e Salgados Finos. A doçaria possuía um carro de entregas, um furgão Chevrolet modelo 1948, que em pouco tempo

segunda-feira, 16 de julho de 2007

O Grupo Pão de Açúcar teve origem em uma doçaria e hoje é a maior empresa supermercadista do País. Esta é também a história de Valentim dos Santos Diniz, que veio de Portugal com 16 anos para tentar a sorte aqui passou a dividir o serviço com um automóvel Packard, transformado em caminhão. Em 1952 a doceira abriu duas filiais: na praça Clóvis Bevilácqua, nº 21, e na rua Barão de Paranapiacaba, nº 97, ambos no centro de São Paulo. Em 1952 Valentim adquiriu o terreno ao lado da doçaria e construiu um prédio com uma grande loja no térreo e um salão de recepções no primeiro andar. Em 1956, o filho Abílio, com apenas 19 anos e ainda freqüentando o curso de Administração de Empresas na FGV, passou a trabalhar com o pai. Na época, o País tinha apenas 50 milhões de habitantes e um conceito novo ganhava força no va-

via em torno de vinte supermercados. O auto-serviço foi caindo no gosto da população. Por isso, em agosto os Diniz inauguraram lojas nos bairros de Higienópolis, Lapa e Pompéia. Esta última, arrematada em leilão de falência de um grupo de coreanos, que possuía quatro supermercados Tip Top. Em agosto de 1965 foi comprada a rede pioneira de auto-serviço, o Sirvase, com suas três lojas. Esta expansão foi planejada por Abílio Diniz, com assessoria de consultores da Fundação Getúlio Vargas e de Luiz Carlos Bresser Pereira (que depois se tornou ministro da Fazenda do governo Fernando

“preços iguais aos praticados em São Paulo”. Também em 1966 o Pão de Açúcar abriu uma loja no primeiro shopping center do Brasil, o Iguatemi, na avenida Brigadeiro Faria Lima. Em 1969, pela primeira vez no Brasil um supermercado passou a funcionar 24 horas, 365 dias por ano. Era a loja de nº 4, na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, onde hoje está o Extra Hipermercados. Em 1968, Valentim dos Santos Diniz tornou-se diretor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e foi eleito presidente da Câmara Portuguesa de Comércio, cargo em que permaneceu até 1980. Em 1972, ele recebeu o título de “O

Crise entre herdeiros Em 1981 as empresas da Divisão de Varejo do Grupo - Pão de Açúcar, Eletroradiobraz, Peg Pag, Minibox, Sandiz, ANSA, CompreBem e Pfuetzenreiter - fundem-se na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD). Em 1985 tornou-se o maior grupo privado brasileiro, com 626 lojas e quase 54,5 mil funcionários. Mas, com a hiperinflação e os planos econômicos, em 1990 ele perdeu a posição para o grupo francês Carrefour, e pior, com prejuízos de US$ 32 milhões. Essa situação era previsível, tanto que em 1988 a empresa iniciou um processo de reestruturação dos cargos executivos. Alcides

Fotos: Divulgação

A Doceira Pão de Açúcar fez sucesso imediato em 1948 e logo no começo organizou um banquete para 350 pessoas no Club Homs. Em 1959 foi inaugurado o primeiro supermercado do grupo, ao lado da doçaria, na Brigadeiro Luiz Antônio (primeira foto)

rejo: o auto-atendimento. Já havia alguns supermercados em operação no País, como o PegPag em São Paulo, o Real em Porto Alegre, o Tire e Pague em Salvador, o Disco no Rio de Janeiro etc. Assim, Valentim e Abílio decidiram, em abril de 1959, abrir o supermercado Pão de Açúcar no prédio ao lado da doçaria. Eram apenas 2.500 itens, pouco se comparado a um estabelecimento dos dias de hoje, mas o conceito também era novo e algumas senhoras da sociedade achavam um insulto terem de se servir (poucos homens entravam na loja e, quando o faziam, era para empurrar o carrinho). Em 1963, em São Paulo ha-

Henrique Cardoso), que ocupava o cargo de Diretor-Administrativo. O objetivo era crescer rapidamente ao construir lojas próprias ou por aquisições. Em 1965, a rede tinha nove lojas e 485 funcionários, passando para 22 lojas e 886 funcionários em 1967. Em 1966, a rede Pão de Açúcar passou a atuar fora da Capital paulista e inaugurou uma loja em Santos, no litoral. Novos mercados foram sondados em busca de oportunidades e em pouco tempo já havia lojas em São Vicente, Piracicaba, Campinas, Sorocaba, Taubaté, Limeira, Rio Claro e Ribeirão Preto. A propaganda da época afirmava que as lojas tinham

Homem do Comércio do Ano” pela ACSP. Foram várias as homenagens: “Cidadão Paulistano”, pela Câmara Municipal de São Paulo (1974); “Roquete Pinto de Prata”, os 25 anos da TV Record (1978); “Personalidade Esan”, da Escola Superior de Administração (1978); “Homem de Vendas”, da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (1978); “Ordem do Cruzeiro do Sul”, pelo governo brasileiro (1979); “Ordem do Infante D. Henrique, no grau grãCruz”, pelo governo português (1987); premiado com o “Proost Rodovalho”, pela Associação Comercial de São Paulo; entre outros.

dos Santos Diniz, irmão de Abílio, vendeu suas ações e se afastou da empresa. Abílio passou de diretor-superintendente a vice-presidente. Esta foi a primeira parte da crise sucessória. A segunda envolveu toda a família e só terminou em 1993, quando foi assinado um acordo de redefinição da composição societária da empresa, pelo qual Abilio Diniz assumiu a posição majoritária, Valentim, sua esposa dona Floripes e a filha mais nova Lucília permanecem na sociedade. Os outros filhos, Arnaldo, Vera Lúcia e Sônia Maria deixam de fazer parte do quadro de acionistas. O conflito entre os filhos de Va-

lentim tornou-se um caso clássico entre disputas de herdeiros em empresas familiares. Foram anos de brigas, ameaças, desavenças, divisão entre o corpo de funcionários, improdutividade e ineficiências que abalaram a empresa. Em março de 1990, com o Plano Collor, o grupo enfrentou seu pior momento. Tomou medidas drásticas, como recorrer a um empréstimo internacional, e decidiu vender tudo o que não tivesse ligação direta com o varejo. Ao encerrar o ano, previa fechar mais de cem lojas e cortar 36% do quadro de funcionários, apenas para atenuar o prejuízo, que foi de 32 milhões de dólares. O Pão de Açúcar vendeu ao Unibanco seu banco múltiplo, o Banco Pão de Açúcar, fez seu primeiro leilão desde o início da doçaria, oferecendo um lote de 50 imóveis espalhados pelo Brasil, entre lojas, casas, terrenos, galpões comerciais e industriais. As medidas deram resultados. Em 1992 a CB tornou-se a segunda rede de supermercados do País em vendas brutas e fechou o ano com 262 lojas. Uma redução de 41% em relação ao seu ápice, de 626 unidades em 1985. No final de 1994 os dados mostravam que o grupo estava reduzido a menos da metade, com 217 lojas e 20.363 funcionários, mas as vendas por metro quadrado haviam crescido 136% e o faturamento batia o recorde do grupo, com mais de US$ 2 bilhões. Em 1995 o grupo resolveu emitir ações na Bolsa de Valores de São Paulo e na de Nova York. A oferta pública de ações foi feita em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e, em seguida, na Europa e Estados Unidos. Na primeira venda de ações foram captados 112 milhões de dólares em três continentes. Em agosto de 1999 o grupo anunciou a aliança estratégica com o grupo Casino, 3º maior varejista da França, com faturamento de US$ 15,1 bilhões nesse ano e presença em oito países, que passa a ter participação minoritária em seu capital social. A partir de 2001, com o conceito de multiformato, o grupo administra quatro divisões: os supermercados Pão de Açúcar e CompreBem, os hipermercados Extra e as lojas de eletroeletrônicos Extra Eletro, além do comércio eletrônico Pão de Açúcar Delivery e Extra.com, que permitem atender às necessidades específicas de diferentes tipos de consumidores. CO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MODELO DE CONTRATO DE TRABALHO DOMÉSTICO


DIÁRIO DO COMÉRCIO O que está na partitura é apenas uma canção. É tarefa do cantor dar sentido a ela, fazê-la ganhar vida, usar o som para dizer alguma coisa.

Divulgação

Da soprano neozelandesa Dame Kiri Te Kanawa. Ela veio ao Brasil para uma série de concertos com a Orquestra Sinfônica Brasileira e para participar do Festival de Inverno de Campos do Jordão.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

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16 Dia do Comerciante

JULHO

2 - LOGO

E CONOMIA U RBANISMO

Yankees go home

Cidade-luz sem poluição O prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, lançou ontem a operação que propõe oferecer cerca de 10 mil bicicletas aos pedestres da cidade, para combater o problema da poluição. O plano, batizado de Velib – contração das palavras francesas "vélo" (bicicleta) e "liberté" (liberdade) – faz parte da política de promoção dos transportes alternativos defendida pelos ecologistas e pelo prefeito de Paris. Os parisienses poderão devolver as bicicletas alugadas em 24 horas a qualquer um dos 750 bicicletários habilitados na cidade. Segundo as

previsões oficiais, o número de estacionamentos de bicicleta deve dobrar em seis meses para atrair 200.000 usuários regulares. Com isso, deverá haver um bicicletário a cada 300 metros. O "vale-bicicleta" custará, por ano, 29 euros e a diária será de um euro. O sistema permite o uso gratuito da bicicleta por 30 minutos. Assim, o que se pretende é que haja uma rápida rotatividade e disponibilidade de bicicletas. A experiência já deu certo em outras cidades européias como Copenhague, Viena, Genebra, Barcelona e, na própria França, em Lyon.

Boryana Katsarova/AFP

A RQUEOLOGIA

Chineses usam campanha online para 'expulsar' a rede Starbucks da Cidade Proibida

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ressionados por uma campanha "online" que teve a adesão de milhões de chineses, os administradores da Cidade Proibida obrigaram a loja da rede norte-americana de café Starbucks, que operava no lugar desde 2000, a fechar as portas no sábado. O motivo: a presença da loja, um "símbolo do imperialismo americano", na Cidade Proibida — com 587 anos de História, morada de 24 imperadores até a República da China ser declarada, em 1911 — era considerada "prejudicial ao lugar e uma invasão de símbolos pop estrangeiros", explicou a mídia estatal chinesa. A Cidade Proibida passa por

uma gigantesca reforma, prevista para acabar em 2010, que pretende devolver-lhe a aparência original. Os administradores do Museu do Palácio Imperial, que controla do complexo de jardins e prédios de 820 mil metros quadrados, nada disseram à imprensa, que também não comentou quem, afinal, convidou a rede americana a operar ali em 2000, quando o Palácio precisava urgentemente de recursos. Segundo a mídia chinesa, o número de estabelecimentos comerciais na Cidade Proibida (a maioria lojinhas imundas onde se vende Coca-Cola quente e salsicha no palito e come-se em pé) será reduzido de 37 para 17, e todos terão de exi-

bir uma nova marca própria. "Foi uma decisão consensual", afirmou Eden Woon Yi-teng, vice-presidente da Starbucks na China, onde a empresa tem 250 cafés. "Tínhamos a opção de continuar operando ali sem a marca Starbucks, mas decidimos fechar a loja porque não trabalhamos dessa forma". A briga pela saída da Starbucks da Cidade Proibida foi turbinada por uma campanha "online" criada em janeiro por Rui Chenggang, apresentador de notícias da rede estatal CCTV. Em seu blog, ele classifica a Starbucks de símbolo da "ameaça à cultura tradicional chinesa". O deputado Jiang Hongbin propôs uma moção para tirar o café do local. (AOG)

Reinhard Krause/Reuters

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Máscara datada de 4 d.C. é um dos artefatos encontrados em uma tumba descoberta na região da Trácia, Bulgária.

M EIO AMBIENTE

As baleias estão emagrecendo

E M

chefe de uma unidade de Pesquisa do Serviço NorteAmericano da Pesca Marítima, a população de baleias-cinzentas na região foi reduzida em cerca de um terço quando o fenômeno El Niño afetou sua cadeia alimentar, por causa do desaparecimento do plâncton, do qual dependem os mariscos que estes cetáceos comem. Pouco antes deste fenômeno climático, as baleiascinzentas haviam sido retiradas da lista de espécies em extinção, quando sua comunidade voltou a crescer, após as medidas contra a pesca com arpão.

L

As baleias-cinzentas do Pacífico Norte, que habitam as águas árticas entre a Baixa Califórnia e o Estreito de Bering, estão perdendo peso. O emagrecimento forçado dos mamíferos, que são considerados símbolo do excesso de peso, é provocado pelo aquecimento global, que leva à escassez do alimento de verão destes animais, alertaram cientistas. As baleiascinzentas, que estiveram ameaçadas de extinção pela pesca, sofrem agora a ameaça da degradação do meio ambiente. De acordo com Steven Swartz,

OITO EM 2008 - Na banda de rock mais jovem da China, todos os integrantes têm sete anos. As crianças participaram de uma série de eventos para divulgar as Olimpíadas de Pequim em 2008, quando completarão 8 anos. O nome da banda: 20088. A RTE

Deuses do sol

C A R T A Z

Educação financeira para crianças

Cansado de esperar a comida ficar pronta na fogueira do acampamento? O WaweBox é o primeiro forno de microondas portátil que funciona conectado a uma bateria ou acendedor do automóvel. Resiste a choques, vem com cabos longos para conexão e custa US$ 200.

Ensinar as crianças a lidarem com o dinheiro é uma das preocupações dos pais. Mas a missão pode ser divertida no site Educação Financeira, que traz dicas para o dia-a-dia, explicando, por exemplo, como dar mesada. Há ainda brincadeiras, a história do dinheiro e uma série de informações que as crianças vão adorar descobrir. Mas o site não é apenas para crianças. Traz dicas para os próprios adultos, professores e educadores, além de reunir pesquisas, enquetes e muito mais.

www.thewavebox.com

www.educfinanceira.com.br

A TÉ LOGO

pages/ea_hmpg.html

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Para 2008, papa Bento 16 planeja uma visita 'política' à sede da (ONU), em Nova York Em novo vídeo, o líder da Al-Qaeda Osama Bin Laden glorifica a guerra santa e o martírio

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Microondas para camping

John_Carter_Brown_Librar y/

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F AVORITOS

www.brown.edu/Facilities/

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G @DGET DU JOUR

Deuses, sacrifícios, guerras, batalhas: o acervo virtual mantido pela Universidade de Brown retrata o cotidiano e a luta pela sobrevivência dos astecas no México colonial

Reproduções/site

VISUAIS

Bichos são representados em fotografias, colagens, pinturas e gravuras. Escola São Paulo. Rua Augusta, 2.239. Tel.: 3081-0364. Das 10h às 20h. Grátis.

Mais de 4 mil imagens digitalizadas e retiradas de livros, mapas e manuscritos do século 15 compõem a coleção que a Universidade de Brown mantém na internet sobre o continente americano no período colonial (de 1492 a 1825). O site reúne imagens e textos aos quais pouquíssimos pesquisadores tiveram acesso, como a coleção de gravuras sobre os Astecas. As imagens detalhadas de rituais fúnebres, festas, momentos decisivos das guerras que o povo asteca travou com os colonizadores espanhóis são dramáticas. A coleção traz a íntegra do Código Brasiliense, que reúne as leis de quando o Brasil foi a sede do império português.

Ex-presidente peruano Fujimori quer se eleger senador no Japão se não for extraditado

R EINO UNIDO

Contra a carne brasileira Um petição assinada por 4 mil entidades e produtores do Reino Unido será entregue hoje à Comissão Européia pedindo que a carne brasileira seja "banida imediatamente" do mercado europeu por problemas fitossanitários. Entidades da Escócia prometem apresentar "evidências" da falta de controle fitossanitário no País e produtores irlandeses anunciarão o resultado de uma investigação que provaria as falhas no controle da carne e tentarão impressionar os deputados europeus com imagens da produção de carne no Brasil. B RAZIL COM Z

O Pan do beisebol? O jornal norte-americano The New York Times publicou no fim de semana uma reportagem afirmando que será no Pan do Rio de Janeiro que um esporte popular nos EUA poderá ganhar mais espaço no País. Embora beisebol e Brasil seja uma combinação tão improvável quanto os Yakees e o samba, como diz o próprio jornal, a esperança dos atletas brasileiros é de que esta condição mude. A seleção amadora brasileiravem melhorando nos últimos anos, garante o NYT. "Mesmo assim, conquistar nem que seja uma medalha de bronze no Rio não será fácil. Na primeira fase, o Brasil estará no mesmo grupo que os EUA, República Dominicana e Nicarágua", diz o jornal. C IÊNCIA

Sol influencia os enfartes As tempestades magnéticas solares contribuem para o aumento do número de mortes causadas por enfarte. A descoberta é de cientistas do Centro de Pesquisas do Espaço da Rússia. "O principal alvo das tempestades magnéticas é o coração e o sistema cardiovascular, embora o efeito deste fenômeno natural no organismo humano seja muito amplo e nem sempre negativo", afirmou o especialista Yuri Zaitsev. Segundo ele, o organismo humano é sensível aos campos magnéticos e pessoas com determinadas doenças crônicas ou de idade avançada pioram quando tempestades magnéticas afetam a Terra. T ECNOLOGIA

Pílula-chip mede performance Pesquisadores holandeses vão usar uma pílula-chip para estudar os efeitos do esforço físico prolongado sobre o corpo dos atletas durante as Marchas de Quatro Dias de Nijmegen, nos quais dezenas de milhares de participantes se comprometem a caminhar uma distância diária que varia entre 30 km e 50 km. As marchas começam amanhã e vários atletas engoliram os chips. As informações serão monitoradas e analisadas pela Universidade Radboud. Durante o estudo, 60 participantes de diferentes idades vão ser acompanhados. O chip engolido vai registrar informações como as mudanças na temperatura, umidade do ar e outros fatores enfrentados pelos atletas e também as alterações corporais dos atletas em cada etapa da marcha.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

ESPECIAL - 9

Fotos: Milton Mansilha/LUZ-21/12/2005

Supermercados de médio porte sofrem para continuar no mercado: não têm o mesmo poder de compra das grandes redes nem possuem a flexibilidade dos pequenos

No varejo, nada supera o poder dos supermercados Setor representa mais de 5% do PIB e faturou R$ 124 bilhões em 2006. As três maiores redes (CBA, Wal-Mart e Carrefour) respondem por 34% das vendas, mas o predomínio é de médias empresas regionais

O

setor de supermercados é, sem dúvida, um dos mais vigorosos do mercado nacional e serve como um termômetro da economia. Segundo pesquisa anual feita pela Nielsen para a Abras Associação Brasileira de Supermercado, o setor faturou no ano passado R$ 124,1 bilhões, um crescimento de 4,8% sobre os R$ 118,5 bilhões alcançados em 2005, o que representa 5,3% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Os números mostram crescimento em todos os sentidos: 73.695 lojas (+1,1% em relação a 2005), 175.621 check-outs (+3,6%), emprega 838.047 funcionários (+4,6%) e a área de vendas é de 18,9 milhões de metros quadrados (+2,6%). O ranking das empresas que mais faturam tem na liderança a Companhia Brasileira de Distribuição (Pão de Açúcar, Extra, CompreBem e Sendas), que faturou em 2006 mais de R$ 16,460 bilhões, respondendo por 13,3% das vendas. Em segundo vem a rede americana Wal-Mart e em terceiro a francesa Carrefour, ambos praticamente empatados, com faturamento de E$ 12,909 bilhões (diferença de menos de R$ 2 mil), com 10,4% de participação cada um. “A pesquisa foi feita com uma amostra de 500 empresas, responsáveis por 59% das vendas do setor, que entendemos ser o de autoatendimento. Dos quase 74 mil estabelecimentos, em

Divulgação

Grande do Sul, a Condor no Paraná e outras”, comenta Honda. Esses supermercados de médio porte é que mais estão sofrendo para continuar no mercado, pois não conseguem ter o mesmo poder de compra das grandes redes e também não possuem a flexibilidade dos pequenos. “Essas redes médias possuem origem familiar e estão sentindo a necessidade de se profissionalizarem. Há também algumas iniciativas de parcerias, mas mais para trocas de experiências. E as pequenas empresas estão se unindo em centrais de compras para poder, juntas, reunir maior poder de negociação. Já há mais de 150 centrais dessa natureza, principalmente com atuações regionais”, diz Honda.

Sussumu Honda: as grandes redes estão se expandindo para outras regiões

torno de 30 mil usam formalmente o termo supermercado na fachada”, explica Sussumu Honda, presidente da Abras. Ele comenta que há uma predominância das grandes redes nos maiores centros urbanos, que estão se expandindo para regiões como Brasília, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Interior de São Paulo. A Companhia Brasileira de

Distribuição tem participação do grupo francês Casino, mas o controle acionário é brasileiro. Já o Wal-Mart e o Carrefour são multinacionais poderosas. Os três respondem por mais de 34% das vendas. “O Brasil é um país com grande extensão territorial. O predomínio é de médias empresas regionais, que respondem por 60% das vendas, como a G.Barbosa no Sergipe, a Cia. Zaffari no Rio

Adaptações e crescimento Na opinião do presidente, com 54 anos de existência no Brasil, o setor supermercadista conseguiu desenvolver um modelo vitorioso, soube se reciclar e se atualizar: “Já há alguns anos existe uma aposta na conveniência. As grandes lojas possuem hoje uma área de alimentação, drogaria, bancas de jornais, lotéricas, quiosques de diversos produtos e postos de gasolina. As redes também se tornaram correspondentes bancários e é possível pagar contas fora do expediente dos bancos. Ainda existem alguns nichos a serem explorados, como a de alimentação saudável, com produtos orgânicos. Também as classes D e E começaram a consumir recentemente e é um grande desafio para as

empresas do setor”. Para este ano, a Abras identificou um crescimento de 7% nas vendas do primeiro trimestre. Uma das razões foi o dólar abaixo de R$ 2. A moeda norte-americana mais barata facilita a importação de vários produtos, então os supermercados faturam mais, pois podem apresentar um mix maior de produtos, como bebidas, azeites e outros itens

a preços melhores. Mesmo com a renda da população crescendo e a oferta de mais crédito, os especialistas não acreditam que esse ritmo de crescimento de 7% irá se manter, pois a população também está mais endividada. A própria Abras acredita que 2007 deve fechar com um crescimento na casa dos 5%. CO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 - ESPECIAL

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Newton Santos/Hype-12/05/2007

Rafael Hupsel/LUZ-09/06/2007

Quase R$ 6 bilhões serão investidos na construção de 89 novos shoppings nos próximos quatro anos, de capital nacional e estrangeiro

Shoppings se esparramam pelo País. Os lucros também Com o aquecimento da economia, juros mais baixos e maior oferta de crédito, o faturamento deve crescer 10% este ano. Em 2006 havia 622 shopping centers no Brasil - e eles continuam a se multiplicar Newton Santos/Hype-26/12/2006

O

s bons ventos da economia também estão soprando na direção das lojas dos shopping centers. No ano passado, o faturamento dessas lojas cresceu mais do que o previsto, chegando a R$ 60,3 bilhões, contra R$ 59,3 bilhões previstos no início de 2006. E m comparação a 2005, o faturamento cresceu 5,42%. Segundo Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), isto é resultado da abertura de novos empreendimentos: "Houve um expressivo crescimento no setor, com a abertura de mais 21 shopping centers e 2.634 lojas. Juntos, os novos pontos de vendas somaram mais R$ 1,8 bilhão de faturamento nominal". O último censo realizado pela Alshop, referente a dezembro de 2006, indica a existência de 622 shopping centers no Brasil, que reúnem 76.922 lojas. Somente os shoppings geram mais de 62 mil empregos, enquanto que as lojas absorvem mais de 769 mil funcionários. No total, o setor emprega mais de 831 mil profissionais. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) tem números diferentes. Segundo o seu levantamento, o Brasil possui 346 centros de

Nabil Sahyoun: o número de lojas está menor

encontram em shoppings na categoria Tradicional, 7.848 em Rotativos, 4.624 em Temáticos, 3.998 em Atacados e 909 em Outlets.

compras, que reúnem cerca de 54 mil lojas, geram 524 mil empregos e faturam R$ 44 bilhões. Por mês, são 203 milhões de pessoas circulando nos shopping

centers do País. A explicação para essa diferença é que a Alshop considera shopping center uma gama maior de centros de compras, dividindo em Tradicional, Temáticos, Outlets, Atacado e Rotativo. O censo de 2006 mostrou que existem 450 estabelecimentos na categoria Tradicional, 58 Temáticos, 80 Rotativos, 24 Atacados e 10 Outlets. A região Sudeste é que concentra o maior número de empreendimentos, 335; seguido da região Sul, com 130; Nordeste, com 102;

Centro-Oeste, com 42; e Norte, com 13. Segundo o censo realizado pela Alshop, enquanto que em 2005 havia 436 shoppings tradicionais, em 2006 este número avançou para 450 nesta categoria. Ocorre que no mesmo período, o número de lojas nesses empreendimentos caiu de 59.578 para 59.543. "Esta é uma tendência: onde havia dois ou três pequenos estabelecimentos, agora há uma loja grande. A área de locação cresceu, por conta dos novos empreendimentos, mas o número de lojas teve uma

pequena queda". Este ano, com o crescimento da economia, juros menores, maior oferta de crédito e dólar mais barato, a expectativa é que as vendas cresçam cerca de 10%, praticamente o dobro em comparação ao ano passado. As maiores vendas estão concentradas em eletroeletrônicos e vestuário. "O empreendedorismo do setor continua em plena expansão. Nos próximos quatro anos, quase R$ 6 bilhões serão investidos na construção de 89 novos shoppings, envolvendo capital nacional e estrangeiro. Desse total de 89 novos shoppings, 61 estão com as obras em andamento e 28 em fase de projeto", comenta Sahyoun. A entrada em atividade de novos empreendimentos resultou na expansão das redes de lojas instaladas. A elevação foi de 74.288 para 76.922 novos pontos de vendas, um crescimento de 3,55 %. Desse total, 59.543 se

Outros números Para a Abrasce, a indústria de shopping centers conta hoje com 346 empreendimentos, sendo 333 em operação e 13 em construção. Em 1983, somente 15% dos empreendimentos estavam no Interior do País. Hoje, este percentual se elevou para 49%. Os 346 shoppings totalizam ABL (Área Bruta Locável) superior a 7,3 milhões de m², compreendendo mais de 52 mil lojas-satélite, 1.300 lojasâncora e 1.315 salas de cinema e teatro. O conjunto dos shoppings em operação apresentou evolução de vendas nos últimos dois anos: de R$ 40 bilhões em 2005 para R$ 44 bilhões em 2006. Segundo a entidade, para este ano estão previstas as inaugurações de oito shopping centers, dois deles na Capital paulista: o Shopping Metrô Itaquera, com ABL de 35 mil m², e o Shopping Cidade Jardim, com ABL também de 35 mil m². As demais inaugurações são o Independência Shopping, em Juiz de Fora (MG), com ABL de 24 mil m²; Shopping Bangu, no Rio de Janeiro, com ABL de 30,6 mil m²; o Caxias Shopping, em Duque de Caxias (RJ), com ABL de 28.728 m²; Aruã Boulevard, em Mogi das Cruzes (SP), com ABL de 2.620 m²; Plaza Avenida Shopping, em São José do Rio Preto, com ABL de 20,5 mil m²; e Shopping Valinhos, em Valinhos (SP), com ABL de 5.159 m². CO


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

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O SEGREDO DO MILAGRE COREANO Por Guy Sorman

ANTONIO DELFIM NETTO

FACTÓIDES

aixou a cortina do último ato de uma comédia de erros que esteve em cartaz por mais de dois anos brecando a concessão da licença ambiental que permite colocar em licitação as obras de construção das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira. Trata-se de duas usinas de porte médio, cuja oferta somada de energia poderá fazer a diferença entre ter ou não ter um apagão energético na próxima década. Elas terão capacidade para produzir algo como a metade de uma Itaipu (na época em que começou a operar) e, da mesma forma que a grande usina do rio Paraná, serão fator decisivo para influenciar as decisões de investimento do setor privado nos próximos anos. Mais importante que sua dimensão é o significado que terá para a retomada do desenvolvimento brasileiro, a superação dos obstáculos originários de uma falsa compreensão dos problemas do meio ambiente. Finalmente há uma disposição de enfrentar os exageros do Ibama, desde que foi ficando evidente o viés ideológico que dominou os organismos de "defesa ambiental" e sua contaminação por obscuros interesses que defendem o uso de formas alternativas de energia.

Wilson Chu/Reuters

B G Boa política econômica G Empreendedorismo G Mercado mundial G Sociedade civil dinâmica

A violência parecia ser a única forma de se expressar para muitos jovens. Naquela época, o prestígio da Coréia do Norte - baseado na ignorância ou no romantismo - era forte. Ela ainda parecia ser um modelo social e econômico, além de um ícone cultural. Para onde a Coréia do Sul estava indo era um mistério.

de coreana, mas não deveriam. Não enquanto os novos sul-coreanos estejam criando uma identidade que é ao mesmo tempo enraizada na tradição e aberta para o resto do mundo. Os coreanos não se tornam menos coreanos ao viajar, estudar ou viver no exterior ou ao receberem bem os estrangeiros em seu país. Essa nova Coréia cosmopolita tem conseqüências positivas em termos de criatividade econômica e artística. Hoje, diferentemente do passado, o mundo compra marcas coreanas, de telefones celulares a carros e som, não porque são baratos, mas porque têm o excelente design coreano.

ntão, 30 anos de uma boa e apoiada política econômica, um excelente empreendedorismo, um mercado mundial animado e uma sociedade civil dinâmica puseram o país nos trilhos: uma descrição muito fácil do sucesso, mas não tão fácil assim para ser repetida em outros lugares. Hoje, 20 anos depois, mudou tanta coisa que é difícil relacionar

E

A

Jung Yeon/AFP

Manifestação de

coreanos, mas porque eram mais baratos. em Seul A Coréia não tinha nenhuma imagem, nenhuma marca registrada como um país; a maioria de seus produtos era desconhecida no exterior. A impressão geral que o visitante tinha era a de um país pobre, onde as pessoas trabalhavam exaustivamente para escapar da pobreza e alcançar a modernidade. As casas e as roupas eram bem tristes, apenas um pouco mais alegres do que na vizinha China, mas não muito. No entanto, se alguém olhasse atentamente poG Os deria encontrar um crescoreanos cente individualismo enestão tre dissidentes políticos, criando uma estudantes, religiosos e identidade impressionantes artistas enraizada contemporâneos. O país na tradição parecia então estar no e aberta para equilíbrio entre a repressão e a revolução. o mundo. trabalhadores

as impressões atuais às velhas lembranças. Para a geração jovem dos coreanos, acredito que seja praticamente impossível. A paisagem das grandes cidades mudou: Seul e Busan se tornaram modernas e bonitas, as mulheres coreanas são elegantes e modernas, a par com as de Paris ou de Tóquio no que se refere à moda. Galerias de arte contemporânea são do mesmo nível das de Nova York.

economia da Coréia conquistou um espaço no mercado globalizado, que pode ser chamado de vantagem comparativa cultural. Como o povo coreano ficou mais individualista num ambiente menos opressor, muitos se tornaram mais criativos. Isso é evidente em todos os círculos da Coréia. A onda cultural coreana e o conseqüente sucesso das marcas coreanas, com apelo popular e econômico, estão enraizados na profunda transformação da sociedade coreana. Além disso, a identidade coreana de uma perspectiva ocidental não é mais misteriosa. A Coréia deixou de ser apenas um lugar espremido entre a China e o Japão. Ela é vista como uma civilização singular, com uma longa história e uma personalidade forte, que não pode ser confundida com seus vizinhos. A inauguração, há três anos, do maravilhoso Museu Nacional da Coréia, um

marco na Ásia, deixou claro a o r i g i n a l i d a d e e a abrangência da civilização coreana. este estágio, o risco para a Coréia do Sul é o convencimento: trabalhar menos, aproveitar a vida, parar de estudar muito. Isso pode não dar certo já que a Coréia é cercada por vizinhos muito imprevisíveis num mundo competitivos. O desafio atual da Coréia não é apenas manter seu perfil inovador, mas ampliá-lo. Isso exige um sistema educacional melhor, menos baseado em aprender decorando. Os estudantes na Coréia do Sul me parecem ainda estar oprimidos pelo velho estilo de ensinar do confucionismo. Disciplina é bom, porém disciplina demais sufoca a criatividade. Para a Coréia produzir mais idéias, maior inovação, o sistema educacional deve se tornar um local mais competitivo. Essa criatividade necessária poderá ser aplicada nas relações com seus vizinhos em dificuldades. A China permanece uma prisioneira de suas leis autoritárias. A Coréia do Norte está condenada a não mudar. O Japão parece estar numa estagnação de ouro. Em comparação, a Coréia do Sul é o único país na região em condições de tomar iniciativas ousadas. Que tal uma moeda comum asiática? Que tal um aliança militar entre países democráticos na Ásia? Durante muitos séculos, ser um coreano significava privação; hoje, nascer na Coréia do Sul é privilégio a ser compartilhado.

N

s dois anos de atraso no início das obras do rio Madeira tornarão obrigatório o aumento nos preços da energia para as empresas e para o uso doméstico, já que a oferta terá que ser complementada, no interregno, com a energia mais cara das usinas termelétricas a óleo ou gás de petróleo. O presidente Lula, após seis meses de exercício de paciência chinesa, e a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, agiram duramente, dividindo em dois o Ibama e demitindo a direção do órgão ao constatar a inconsistência e a péssima qualidade dos pareceres que impediam a concessão da licença ambiental.

O

lém de desmistificar o problema da reprodução das diversas espécimes de bagres (de solução quase trivial, já encontrada em outras barragens pelo Brasil afora) a nova administração desmontou uma fantástica alegação de um dos "pareceres técnicos" do Ibama: a de

A

TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

Coréia do Sul se tornou claramente a sociedade mais democrática na Ásia, mais aberta que o Japão, sem mencionar a China ou outros vizinhos mais distantes. Essa nova liberdade não agrada necessariamente aos conservadores e às gerações mais velhas. Eles temem pela identida-

A

O desafio atual da Coréia não é apenas manter seu perfil inovador, mas ampliá-lo.

Jo Yong-Hak/Reuters

N

enhum país passou por uma metamorfose tão vitoriosa quanto a da Coréia do Sul em apenas uma geração. Quando descobri este país, em 1986, não foi uma experiência muito positiva. Podia-se sentir opressão em todos os lugares, lendo a imprensa censurada, ouvindo os líderes políticos, visitando as fábricas. As pessoas estavam organizadas como unidades militares. Trabalhavam duro sob um regime autoritário, que controlava o Estado e as indúsG A Coréia trias. Como resultado, o tatornou-se xa de crescimento era alta, a maior mas era fundamentada na democracia cópia, não na inovação. O asiática, resto do mundo estava mais aberta comprando produtos coque o Japão. reanos não porque eram

que haveria 14% de cascalho nos sedimentos depositados na barragem pela corrente do rio Madeira , o que interromperia o funcionamento das turbinas, quando o cálculo correto é de 1% de formação do cascalho, como foi demonstrado com a ajuda de parecer de especialista do Banco Mundial com experiência na construção de usinas hidrelétricas nos Estados Unidos (rio Mississipi) e na França (rio Rhone). Apesar de manter 33 "exigências", algumas tão ou mais descabidas que as anteriores, a licença ambiental foi liberada e o governo vai tratar de realizar os leilões para habilitar as construtoras a realizar as duas obras, um leilão ainda este ano e o outro no início de 2008. Haverá dificuldades para o andamento de outros projetos que já deveriam estar em execução. ão devemos ter ilusões sobre os obstáculos, embora segundo a ministra d o M e i o A m b i e n t e t enham sido retiradas contestações judiciais relativas aos projetos de 44 novas hidrelétricas, das 45 que ela encontrou ao assumir a pasta em 2003. O que não se pode tolerar é a continuidade das ações predatórias, seja de "agitadores sociais" seja de funcionários públicos, que recebem do Erário para retardar o crescimento do país (quando não estão em estado de greve remunerada!), ou perturbar o andamento dos trabalhos legislativos. Quem aplicou o qualificativo adequado para esse tipo de insubordinação foi o senador Jefferson Peres, em tumultuada sessão da Câmara Alta, quando chamou de factóide barato, a absurda alegação dos servidores que "o desmembramento do Ibama levará à internacionalização da Amazônia"... Tem razão o ilustre senador amazonense: factóides dessa natureza infestam todos os pareceres do Ibama que, a pretexto da defesa do meio ambiente, retardam a solução dos problemas energéticos brasileiros e o próprio desenvolvimento da Amazônia.

N

ANTONIO DELFIM NETTO É PROFESSOR EMÉRITO DA FEA/USP , EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO CONTATODELFIMNETTO@ TERRA.COM.BR

G Factóides

infestam todos os pareceres do Ibama e retardam a solução dos problemas energéticos brasileiros (e o próprio desenvolvimento da Amazônia).

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Congresso Planalto Eleição CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

CIRO GOMES FALA EM CIMENTAR PROGRAMA PARA O PAÍS

571

imóveis vagos equivalem a um patrimônio de R$ 2,6 bilhões, aponta o relatório do TCU.

Celso Júnior / AE

SUCESSÃO DE LULA: CIRO ENTRA NO JOGO

Eymar Mascaro

CPIs já eram

O

PSDB enterrou na Assembléia Legislativa as CPIs – da Nossa Caixa e da CDHU – que permitiriam à oposição realizar uma devassa nos seus governos em São Paulo. O partido quis evitar – e conseguiu – que o PT faturasse em cima das investigações. Os tucanos acham que os petistas usariam as CPIs como palanque de campanha, mas o PT rechaça a acusação, argumentando que seu objetivo era apurar denúncias de uso indevido de verbas publicitárias por parte da Nossa Caixa, ou de recebimento de propinas na construção de casas populares.

Deputado já discute um novo projeto para o País e busca aliados para a corrida eleitoral em 2010

C

om a língua afiada de sempre, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) já prepara sua candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, e tem conversado até mesmo com petistas sobre a construção de um projeto para o País "com começo, meio e fim". Ele espera receber a bênção de Lula, mas sabe que será muito difícil ter o apoio do PT e do PMDB, os principais partidos da coalizão governista. "Não aceito ser vetado e considero que nós temos de cimentar um projeto para o dia seguinte da saída do governo Lula", diz o ex-ministro da Integração Nacional. Embora elogie Lula e defenda o governo, Ciro afirma que não está satisfeito com o seu desempenho em setores cruciais como saúde, educação e segurança. "A educação está piorando no Brasil", afirma,

sem se preocupar com a reação do Planalto. Logo depois, ataca de novo, numa escalada de adjetivos: "O que está acontecendo nos hospitais das grandes cidades não faz sentido. É incompreensível, é criminoso, é bárbaro". Para Ciro, os avanços obtidos no primeiro mandato não serão suficientes para um bom desempenho do candidato de Lula. "Acho que estamos muito bem, olhando pelo retrovisor. Mas, se olharmos os problemas do Brasil e o potencial do País, estamos muito aquém", avalia. As observações foram feitas durante uma entrevista em seu gabinete em Brasília, ontem. Acompanhe alguns trechos. Como anda sua candidatura a presidente? Ao contrário de muita gente, acho que o outro lado, leia-se PSDB-Democratas, é potencial favorito nas próximas eleições.

NOSSA CAIXA

O PT se preparava para investigar a denúncia de que o banco oficial paulista teria aplicado verbas publicitárias em órgãos de comunicação ligados a deputados tucanos. As verbas teriam sido usadas principalmente em época de campanhas eleitorais.

PROPINA

Ensaio: Ciro Gomes começa a se articular como candidato

Uma engenharia que unifique o PSDB ao redor da candidatura do Aécio (Neves, governador de Minas Gerais) deixa essa coalizão favorita, ainda que Lula esteja bastante bem E se o candidato for Serra? Nesse caso o favoritismo se atenua, porque ele perde em Minas, no Rio e não entra no Nordeste. Mas duas coisas podem compensar o favoritismo dos tucanos com Aécio: um in-

contrastável êxito no segundo governo Lula; e muito juízo, que não sobra na coalizão. Quem não age com juízo? A marcha do contra-senso tem um símbolo, que foi a forma como se tangeu a eleição para a presidência da Câmara. É que o presidente Lula tem muita sorte. Além de ser trabalhador, sério e competente, tem uma estrela que é do tamanho do planeta. (AE)

Beto Barata / AE - 20.09.05

Apartamentos funcionais inabitados podem entrar na lista

Imóveis vagos da União podem virar moradia, propõe o TCU

P

arte dos 571 imóveis da União que seriam para órgãos públicos e estão sem serventia (vagos), de acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), deve ser transformada em habitação. A informação é do coordenador de Reabilitação de Áreas

Centrais do Ministério das Cidades, Renato Balbim. Ele comenta, contudo, que "o processo não é tão rápido quanto se deseja", apesar de a Lei 11.481, de regularização fundiária, sancionada no final de maio, "facilitar muito os trabalhos de regularização". Principalmente quanto à remoção de obstáculos e destinação de uso. Segundo o relatório do TCU, os 571 imóveis equivalem a um patrimônio de R$ 2,6 bilhões. Deles, 27% (155 imóveis) são edificações; 68% (388 imóveis) são terrenos; e os restantes 5% (28 imóveis) são obras paralisadas. O número para aproveitamento em programas de moradia é reduzido, e ainda vai depender de análises sobre localização e destinação de função social, informa Renato Balbim. Ele disse que bem mais expressivo que isso é a retomada e licitação de imóveis de órgãos públicos ocupados irregularmente Brasil afora, e que somam mais de 28 mil imóveis. Esses vão dar mais trabalho, porque têm gente morando. Geógrafo e urbanista, Balbim avalia que qualquer esforço no sentido de regularizar o patrimônio da União "pode gerar reflexos positivos" para reduzir o déficit habitacional do País, que hoje é calculado em 7 milhões de moradias, embora exista, paradoxalmente, um estoque de 5,9 milhões de imóveis vazios, nas cidades e no campo. Segundo ele, o déficit habitacional já foi maior, e tem diminuído na medida em que o governo promove a política habitacional, com reforço da regularização fundiária, e também porque o crescimento econômico vem fortalecendo muito a construção civil. (AE)

A outra CPI reivindicada pelos petistas e que também foi sepultada seria para apurar se um ex-dirigente da CDHU, o ex-secretário Mauro Bragato, teria recebido propina de uma empreiteira. Atual líder do PSDB no Legislativo, Bragato desmente a acusação.

ENVOLVIMENTO

Os dois casos foram registrados durante o governo de Geraldo Alckmin. Como o exgovernador é apontado como provável candidato a prefeito, o PT pretendia tirar proveito eleitoral das investigações, denunciam os tucanos.

CANDIDATO

O PT sabe que Geraldo Alckmin é a melhor opção no PSDB, segundo as pesquisas, para concorrer não só à Prefeitura, como, também ao governo do Estado. O partido está desconfiado de que Alckmin quer se eleger prefeito para voltar ao Palácio dos Bandeirantes.

INCENTIVO

A situação no PT é a mesma: se Marta Suplicy aceitar ser candidata, o partido não realiza prévia. Mas, se a ministra decidir não entrar na disputa, o partido terá que escolher entre vários pretendentes como o presidente da Câmara, Arlindo Chináglia; José Eduardo Martins Cardozo; Jilmar Tatto, Fernando Haddad e Aloízio Mercadante.

NO PÁREO

Também Kassab joga na divisão de votos no lado do PT. Isso ocorrerá se a ex-prefeita Luíza Erundina (PSB) confirmar sua candidatura. A deputada socialista dividiria votos com o candidato petista, pois seria beneficiada por ter sido uma das fundadoras do PT e por ter muitos votos entre eleitores do partido de Lula.

INTERESSE

Os socialistas admitem que poderiam atrair para Luíza Erundina uma grande fatia do eleitorado petista, principalmente se Marta Suplicy não for candidata. Além disso, a candidatura de Erundina fortaleceria o partido em São Paulo e poderia beneficiar Ciro Gomes, que deve ser candidato a presidente pelo PSB.

DESEJO

O ex-governador tucano já revelou à cúpula do partido que tem vontade de disputar a eleição para prefeito no ano que vem. Alckmin aproveitou sua passagem pela Universidade de Harvard, nos EUA, para fazer um curso sobre os principais problemas das grandes cidades, como São Paulo.

EMPECILHO

O que pode dificultar a candidatura de Alckmin é o acordo que existe para que o PSDB não lance candidato e apóie a reeleição de Gilberto Kassab (DEM). O governador José Serra tem interesse em apoiar Kassab em 2008, para obter o apoio dos Democratas ao candidato do PSDB a presidente em 2010 – no caso, ele próprio.

POLARIZAÇÃO

O PT admite que poderia polarizar a campanha com Gilberto Kassab, embora deseje que Alckmin se candidate para dividir os votos com o atual prefeito. Uma pesquisa recente indicou empate técnico entre Marta Suplicy e Gilberto Kassab, mas o nome de Alckmin não foi incluído na sondagem.

REFORMA

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, não vai desistir de mandar para votação plenária alguns projetos de reforma política. Mas, isso só deve ocorrer no 2º semestre, porque a maioria dos deputados rejeitou votar na semana passada alguns pontos das reformas sugeridas.

FIDELIDADE

Um dos projetos em evidência é o que propõe a volta da fidelidade partidária. Se a proposta vier a ser aprovada, o deputado que mudar de partido antes de três anos a partir da sua eleição perde o mandato. O entendimento é que o mandato pertence ao partido, e não aos eleitos.

COLIGAÇÕES

A maioria dos deputados, sobretudo dos pequenos partidos, não deseja a aprovação do projeto de reforma que acaba com as coligações nas eleições proporcionais (deputado e vereador). A proibição dificultaria a eleição de candidatos dos chamados partidos nanicos.


segunda-feira, 16 de julho de 2007

Planalto Estados Legislativo Corr upção

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LDOs DEIXAM QUASE TODAS AS EMENDAS DE FORA

O Executivo limita esse sonho ao possível, que, infelizmente, é muito pouco. Barros Munhoz

Mauricio Garcia de Souza / divulgação

LDO, O PESADELO DAS EMENDAS INDIVIDUAIS Deputados federais e estaduais sonham em emplacar projetos de seus redutos eleitorais – escolas, hospitais, estradas – na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Na prática, pouquíssimos conseguem.

O

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Mesmo aprovados, projetos podem cair

A Elton Bonfim / Ag. Câmara

Elza Fiúza / ABr

Milton Mansilha / LUZ

Sergio Kapustan volume impressiona, mas é pequeno o saldo de emendas parlamentares contempladas na elaboração das Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2008 dos governos federal e estadual, que foram aprovadas na semana passada. Como o próprio nome diz, a LDO fixa diretrizes e metas do Orçamento a ser votado no final do ano. Ou seja, ele não pode trazer matérias consideradas "estranhas". Não é, porém, o que acontece na prática. As duas leis são peças de ficção porque estão sujeitas à ação exclusiva dos governos federal e estadual (veja matéria ao lado). A corda, no entanto, sempre estourou no lado mais fraco: o Poder Legislativo (veja matéria ao lado). Segundo os relatores, na Assembléia paulista, de um total de 768 emendas, apenas 33 (4,3%) foram contempladas. No Congresso, o texto geral apresentou 2.356 emendas, mas apenas 303 (12,86%) foram contempladas. O baixo índice de emendas contempladas expõe o funcionamento do sistema político brasileiro, em que parlamentares propõem a construção de hospitais, postos de saúde, estradas, pontes e escolas em seus redutos eleitorais, passando por cima de metas e programas. De olho no cumprimento das metas fiscais, os governos têm a seu favor os relatores, que não hesitam em momento algum em passar a tesoura nas emendas. Chiadeira –Por causa do baixo índice de contemplação, a chiadeira dos políticos em favor de suas emendas é geral. Os relatores e os líderes governistas são cobrados o tempo todo em corredores e na hora da votação em plenário. Com as emendas na mão, deputados apelam para o tradicional "jeitinho", tentam uma "conversa amigável", ou se consolam com as chamadas "emendas aglutinativas". As discussões em plenário costumam se arrastar por horas. "O parlamento brasileiro está distante da realidade dos números do governo. Ele sonha em obter mais", diz Barros Munhoz (PSDB), líder do governo José Serra (PSDB) na Assembléia Legislativa. E completa: "O Executivo limita esse sonho ao possível, que, infelizmente, é muito pouco". Na LDO paulista, foram

apresentadas algumas emendas que, na avaliação do relator, Samuel Moreira (PSDB), comprometem o projeto. Entre elas, está uma que aumenta as liberações do Tesouro para as universidades – de 9,57% para até 11% da arrecadação de ICMS. Outras pretendem a construção de postos de saúde, moradias e duplicação de estradas. "As emendas mostram que os deputados têm boa vontade. Mas isso não basta. A grande maioria delas ficou prejudicada porque não adianta nomear a obra sem indicar a origem do recurso", comenta Moreira. Para o presidente da Assembléia, Vaz de Lima, o trabalho dos deputados e o resultado final não podem ser questionado por números. Na avaliação do tucano, cada poder faz a sua parte. O governo tem a missão de cuidar da gestão financeira e os deputados de atender suas respectivas bases. "É um direito regimental do deputado apresentar emenda", sintetiza o presidente da Assembléia. Vaz de Lima avalia que o trabalho do deputado não termina com a rejeição da emenda. Segundo ele, existe a possibilidade de a proposta rejeitada – há exemplo disso na Assembléia – ser reapresentada e acabar sendo acatada pelo governo no ano seguinte. Falta de experiência – O relator da LDO federal, deputado João Leão (PP-BA), reconhece o baixo de índice de emendas contempladas no Congresso Nacional. Na sua avaliação, boa parte da culpa deve-se à falta de experiência dos deputados. Ele justifica: mais de 50% da Câmara foi renovada e os novos deputados querem mostrar serviço. Resultado: muitas emendas e pouca (ou nenhuma) possibilidade financeira de torná-las realidade. Para facilitar a votação, houve um acordo para garantir a aprovação de cinco emendas coletivas por Estado. A bancada paulista, por exemplo, apresentou emendas nas áreas de saúde da mulher, educação ambiental e seguranças nas rodovias. Leão destaca que rejeitou várias emendas que tratavam de reforma de rodovias, porque elas omitiam informações sobre os trechos onde os recursos seriam investidos. Assim, explica ele, apesar do baixo índice de contemplação, ele ga-

Os relatores das LDO Samuel Moreira (estadual) e João Leão (federal), o deputado estadual Barroz Munhoz (à esq) e o ministro do TCU, Ubiratan Aguiar: controle do Executivo e falta de planejamento dificultam aprovação de emendas.

aprovação de emendas parlamentares não significa necessariamente que todas irão sair do papel. Exemplos não faltam na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este ano, por exemplo, foram bloqueados pelo governo R$ 10,5 bilhões referentes às emendas parlamentares. Além disso, segundo o ministro Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União (TCU), relator das contas de governo de 2006, cerca de 30% das ações definidas na LDO como prioritárias não foram sequer acolhidas pelo Orçamento. Em seu relatório, o ministro diz que técnicos do Tribunal "apuraram divergências e incongruências entre as metas estipuladas na LDO e aquelas efetivamente registradas no Orçamento". "A falta de planejamento que é danosa ao País por comprometer uma visão de futuro", diz o ministro.

Como funcionam a LDO e o Orçamento

E

rante que a LDO será aprovada na íntegra, ou seja, o governo não fará vetos às emendas que foram emplacadas. "A LDO está redonda", garante. Conforme o deputado, como o governo tem controle absoluto da execução orçamentária, resta ao Legislativo só reclamar. "Na prática, as prioridades do Congresso ficam no papel, pois não combinam com as prioridades do governo", completa Leão. Polêmica – Antes da votação da LDO, João Leão decidiu aumentar em mais de 50% a previsão de verba para propostas individuais dos congressistas. O que deveria ser motivo de satisfação para os parlamentares, no entanto, acabou se transformando numa forte discussão. Isso porque há um grupo de deputados que é radicalmente contra as emendas parlamentares. "Elas só servem para novos escândalos. São essas emendas que fazem a festa das empreiteiras", bradou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Há outros, menos incisivos, que defendem um controle

mais rígido sobre essas emendas, como é o caso do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). "O País quer ações moralizadoras", disse. Na Justiça – A bancada do DEM (ex-PFL) se prepara para entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), a LDO aprovada na semana passada prevê uma arrecadação de R$ 39 bilhões provenientes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para o DEM, a inclusão desta receita na LDO é inconstitucional, pois a cobrança deve ser encerrada em 31 de dezembro. "Não se pode prever uma receita fantasma", completa Bornhausen. Para que esta receita seja estendida, é preciso aprovar um projeto que prorrogue a vigência da CPMF, o que ainda não ocorreu. E, para Bornhausen, a inclusão desses recursos no Orçamento é uma maneira do governo de forçar o Congresso a aprovar a prorrogação da cobrança. O ideal, segundo ele,

seria aprovar a LDO sem a receita da CPMF e, aprovada a prorrogação, o governo fazer um aditivo de receita. Para isso, o DEM prepara uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). "A estratégia foi colocar a previsão de receita sem chamar a atenção. Se colar, colou", reforça o deputado, ao criticar a ação da administração petista. O governo quer aprovar até o final do ano proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a vigência da CPMF por mais cinco anos. Tranqüilidade – O governo, porém, não parece preocupado com a ameaça do DEM de ir à Justiça. "Na LDO, a CPMF aparece como receita condicionada, ou seja, é uma previsão", afirmou o vice-líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR). O próprio ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, destacou que a idéia de "receita condicionada" foi criada durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Na época em que o DEM era governo", ironizou o ministro.

stabelecer metas fiscais e compromissos que orientem a elaboração do Orçamento dos governos federal ou estadual resumem o significado da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO. Com base na LDO, o Executivo elabora até 31 de agosto a proposta de lei orçamentária para o ano seguinte – e lá estarão previstos todos os gastos de União, incluindo seus investimentos. A origem da LDO é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), aprovada durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A lei foi integrada ao Plano Plurianual (PPA) – um projeto de investimentos de quatro anos – e ao Orçamento. O PPA amarra os orçamentos com programas e ações da LDO. Ambos são discutidos em comissões e audiências públicas. Historicamente, a peça orçamentária mobiliza os congressistas que apresentam centenas de emendas orçamentárias, que já resultaram em escândalos, como foi o caso da máfia dos Anões do Orçamento (1993), dos Sanguessugas (2006) e o esquema de propina comandado pela Construtora Gautama. Para os aliados, o governo Lula tem cumprido as metas fiscais sem sacrificar as políticas sociais.


Parabéns, comerciante O presente do Dia do Comerciante, hoje, está encartado dentro desta edição: um caderno de 10 páginas comemorando o bom momento do comércio. Ano 83 - Nº 22.417

São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Divulgação

ESPECIAL Os direitos e os deveres de 18% das mulheres que trabalham na Grande SP

Mustang: sonho a 300 km/h e R$ 350 mil

Dida Sampaio/AE

Renan torce pelo recesso Renangate deverá ficar para agosto. Pág. 3

AndrewWinning/Reuters

Janek Skarzynski/AFP

Antonio Scorza/AFP

Seleção vence os favoritos. De novo Brasil, agora bicampeão da Copa América (foto): festa depois dos 3 a 0 na Argentina, com classe e tranqüilidade. Esporte

Brasil no pódio do taekwondo Sete vezes Brasil O campeão da Liga quer agora o ouro do Pan HOJE Nublado com chuva Máxima 21º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 23º C. Mínima 14º C.

Diogo Silva (foto) venceu o peruano Peter Lopez por 3 a 1. É o 1º ouro do Brasil no Pan.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 - INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington, DC

Quando a alma é pequena

T

odos os males do Brasil, excetuados os de causas naturais, nascem da ausência, na nossa cultura, de um elemento essencial à vida humana: a busca da verdade. Aí ninguém sabe o que é isso, nem muito menos tenta saber, porque ninguém sente falta daquilo cuja existência ignora. Pior: todo mundo conhece as expressões verbais correspondentes à coisa faltante e as usa para designar uma infinidade de outras coisas, de modo que a falta se torna ainda mais invisível e às vezes parece até uma superabundância. Ausente a busca da verdade, parece que sobram as verdades conhecidas e floresce por toda parte o amor à verdade, com seu complemento inverso, o ódio ao erro e à mentira. As atitudes humanas ante a verdade traduzem-se imediatamente nos modos de argumentação empregados nas discussões públicas. Argumentar é sempre apelar a uma instância superior que tem o prestígio da verdade e da autoridade. Em todos os debates culturais e políticos no Brasil, sem exceção visível, os modos de argumentação usados são os seguintes:

1 Apologia incondicional de crenças cegas adquiridas na juventude, jamais postas à prova e sempre carregadas de um valor emocional absoluto, que deve ser defendido contra todo ataque do exterior. Para isso o sujeito pode mobilizar uma dose formidável de pensamento racional e até de conhecimentos, mas tudo isso permanece exterior, é usado como mera arma defensiva ou ofensiva e jamais como instrumento de análise crítica das crenças mesmas. Qualquer contato com as idéias adversas deve ser breve e superficial o bastante para evitar o contágio. De preferência elas não devem ser conhecidas diretamente, mas reduzidas logo a algum modelo prévio bastante repugnante.

2 Afetação de modéstia racional mediante o apego à "ciência", aos "argumentos lógicos", aos "números" e aos "fatos", tudo isso acompanhado de desprezo olímpico pelo "fanatismo", pelo "fundamentalismo" etc. Parece o oposto da atitude anterior mas é uma variante dela, apenas trocado o conteúdo da paixão ideológica ostensiva para a ilusão iluminista de um mundo transparente, uniformemente acessível aos métodos da ciência experimental.

3 Irracionalismo histriônico e afetação de misteriosa sabedoria instintiva, expressa mediante afirmações paradoxais, compactamente obscuras, às vezes impossíveis de analisar por absoluta falta de sentido, mas suficientemente enigmáticas ou chocantes para hipnotizar o auditório. Se acompanhado de prestígio artístico, o método é geralmente bem sucedido. Exemplo, a lição do sr. ministro da Cultura: "A metáfora da música brasileira na globalização efetiva dos carentes objetos da sinergia fizeram a pluralização chegar aos ouvidos eternos da geografia assimétrica da melodia." Praticantes assíduos foram Oswald de Andrade e Glauber Rocha, no passado. Hoje em dia, José Celso Martinez Corrêa.

4 Simulação de equilíbrio e maturidade mediante uma linguagem polidamente inconclusiva que tenta pairar “au dessus de la mêlée”, só para dar maior credibilidade, implícita ou explícita, a uma opção prévia não justificada que acaba se revelando

em algum ponto do argumento. É em geral a linguagem dos editoriais de jornal.

5 Sedução da platéia mediante afetação de bom-mocismo e sentimentos humanitários, patrióticos ou pseudo-religiosos expressos em linguagem melosa ou grandiloqüente, entremeada ou não de rosnados ameaçadores ao partido adverso que revelam sutilmente o ódio psicótico latente sob as efusões do puro amor. Leiam Frei Betto. 6 Diluição das percepções mais óbvias mediante apelo a estereótipos relativistas, desconstrucionistas, pragmatistas, ceticistas, etc., quase sempre para justificar alguma opinião idiota que assim fica dispensada de apresentar suas razões.

que toda busca da verdade em questões controversas parte do exame das opiniões existentes. Cada uma destas deve ser conhecida em profundidade e sem julgamento prévio, até que o laborioso acúmulo de muitas perspectivas contraditórias faça o objeto em questão aparecer tal como é em si mesmo, acima das diferenças de pontos de vista. Esse método não é infalível, mas é o único que existe. Todos os estilos de argumentação que apontei acima tratam de evitá-lo como à peste. Não apenas fogem à contradição e às dificuldades, mas cada um deles consiste materialmente numa simples casamata de palavras erigida em torno de algum desejo ou preferência, de algum preconceito no

contradições. Quem quer que tenha amor à verdade anseia por esse mergulho, mesmo quando não tem a certeza de encontrar alguma verdade no fundo. A fuga generalizada ante esse desafio é o traço mais geral e constante dos "formadores de opinião" no Brasil. Em última análise, esse fenômeno expressa o medo de viver, o desejo de fugir logo para um mundinho imaginário imune a riscos intelectuais. Esse medo, por sua vez, revelase da maneira mais inconfundível na literatura de ficção nacional. Repassando mentalmente as produções maiores da nossa criação romanesca – índice seguro da imaginação das classes letradas – , o que me chama a atenção em primeiro lugar é a

Antar Daval/Corbis

7 Talvez não devessem sequer ser colocadas em linha de exame as argumentações fundadas no puro e grosso interesse grupal, quando não no desejo de prazer. Quando o sr. Luiz Mott diz que Jesus era gay, o que ele quer dizer é apenas que aprecia tanto as práticas homossexuais que desejaria fazer delas uma revelação divina. Ma non è uma cosa seria. Há também instrumentos pseudo-retóricos de uma torpeza sem par que são de uso comum e endêmico em todos esses casos. Um deles é a definição arbitrária dos termos, forjada para levar automaticamente a uma conclusão previamente escolhida. Por exemplo, o sujeito argumenta que as religiões são a maior causa de violência assassina, e quando objetamos que as ideologias materialistas e científicas mataram muito mais gente, responde que as inclui na definição de "religiões". Outro é o argumentum ad ignorantiam: apelar à própria ignorância da existência de alguma coisa como prova de que a coisa efetivamente inexiste. A lista seria longa e fastidiosa. Não diferiria, em substância, daquela apresentada por Schopenhauer na sua Dialética Erística, apenas com o acréscimo peculiarmente brasileiro de que os próprios nomes latinos dos estratagemas erísticos, depois da edição que fiz desse livro, viraram instrumentos usuais e adornos eruditos dos modos de argumentação acima mencionados. A expressão argumentum ad hominem, usada de maneiras barbaramente impróprias, tornou-se presença infalível nessas conversações. Esses estilos esgotam o repertório dos modos de argumentação em uso nos debates públicos neste país. O que há de comum entre todos eles é a total leviandade com que evitam o exame efetivo das questões que abordam. Desde Aristóteles, sabe-se

sentido mais estrito do termo. No fundo, todos são apenas instrumentos de autodefesa psicológica ante as contradições e perplexidades da vida. Todas as opiniões, com efeito, nascem de alguma reação à experiência vivida, mas muitas delas são uma reação de fuga, o fechamento neurótico numa redoma de palavras. São expressões de almas frágeis e vacilantes, que se apegam a opiniões como se fossem amuletos, para escapar ao terror da incerteza, ao thambos aristotélico, portanto à possibilidade mesma de acesso à verdade. Como algumas opiniões socialmente relevantes não têm uma estrutura lógica interna suficiente para que possam ser apreendidas racionalmente, elas requerem uma espécie de penetração psicológica da parte do intérprete. Descobri a solução para isso logo na juventude, quando estudei teatro por algum tempo com Eugênio Kusnet. O método Stanislavski ensina-nos a técnica da identificação psicológica profunda com os vários personagens, de modo que o conflito dramático da peça seja interiorizado como conflito psicológico na alma do próprio ator. Uso isso até hoje para entender as idéias mais absurdas e perceber nelas, senão um fundo de razão, ao menos um princípio de verossimilhança. Isso tornouse para mim tão rotineiro e natural que não me atrevo a contestar uma idéia se antes não a tornei minha ao menos por alguns minutos, de modo que falo sempre com a autoridade segura de quem está discutindo consigo mesmo. Por isso é que me parece tão espantosa e deplorável a atitude espontânea e obstinada de incompreensão defensiva que em geral é a atitude dos nossos debatedores públicos. Todo mundo tem direito a ter opiniões, mas é melhor tê-las depois de um mergulho aristotélico-stanislavskiano no mar das

falta absoluta de problemas, de enigmas, de perplexidades. O romancista brasileiro limita-se a retratar situações vistas segundo a ótica de uma filosofia ou ideologia preexistente, de modo que tudo no fim parece óbvio e explicado. Não estou falando de escritores ruins, mas justamente dos melhores. Tomem o excelente Graciliano Ramos no mais bem sucedido dos seu livros, São Bernardo, no mais popular, Vidas Secas, ou no mais ambicioso, Angústia. O que se vê nos dois primeiros são equações de sociologia desenvolvidas com a lógica de uma demonstração matemática, a condição de classe dos personagens determinando suas escolhas e produzindo inevitavelmente o destino correspondente: o senhor de terras age como um senhor de terras, a professorinha como uma professorinha, o camponês diante da autoridade como um camponês diante da autoridade. É tudo muito bem observado, muito bem construído, mas não suscita um único “por que?”. No terceiro romance a fórmula parece complicar-se um pouco mediante a introdução de elementos de psicopatologia, mas no cômputo final estes se somam aos dados sociológicos e explicam tudo. Ninguém nega que esses livros sejam obras-primas à sua maneira, mas, se eles nos ensinam algo sobre a vida brasileira e algo sobre como se escreve um romance, não abrem nossa inteligência para nenhuma questão que ali já não esteja de algum modo respondida. Não têm a força fecundante da grande arte literária. O mesmo pode-se dizer de quase toda a produção de Raul Pompéia, José Lins do Rego, Jorge Amado, Lima Barreto, Guimarães Rosa, José J. Veiga, Antônio Callado, Herberto Sales, Josué Montello e outros tantos. Você não pode ler o teatro grego, Shakespeare ou Dostoiévski sem perceber que ali se encontra

algo de perfeitamente real e ao mesmo tempo inexplicável, lógico e ao mesmo tempo absurdo. Os ensaios de interpretação podem se multiplicar ao longo dos séculos sem jamais dar conta do mistério. A grande literatura de ficção mostra-nos como é a vida humana, mas não pode nos explicar o porquê. Para fazê-lo, teria de subir um grau na escala de abstração, tornando-se análise e teoria, abandonando portanto a contemplação da vida concreta, que é o seu terreno específico. Mesmo os romances mais complexos do século XX, que incorporam elementos de análise filosófica, como A Montanha Mágica de Thomas Mann, Os Sonâmbulos de Hermann Broch, O Homem Sem Qualidades de Robert Musil ou a trilogia de Jacob Wassermann (O Processo Maurizius, Etzel Andesgast e A

Terceira Existência de Joseph Kerkhoven) não têm por resultado uma teoria explicativa mas a expressão formal concreta de um aglomerado de tensões sem solução. Daí o fascínio mágico que continuam exercendo sobre o leitor por mais que este, eventualmente filósofo ele próprio, se esmere em transformar o egnima em equação. A equação resolvida é sempre genérica, não esgota nunca a infinidade de sugestões embutidas na trama particular e concreta. Nada disso se observa em geral na ficção brasileira, uma liteQuando a própria ficção se furta à complexidade da experiência, preferindo aterse à imagem verossímil de uma existência previamente explicada, as opiniões ficam superficiais e levianas.

ratura de segunda mão que nasce do recorte da experiência pelo molde de explicações previamente dadas. A análise das obras esgota rapidamente a problematicidade da sua cosmovisão, não sobrando outro enigma senão, é claro, o do talento individual que encontrou soluções tão boas para a transposição estética de uma vivência espiritual tão pobre. Praticamente só em Machado de Assis o que sobra no fim da leitura é uma pergunta sem resposta. Jamais entenderemos por que seus personagens são como são, fazem o que fazem, terminam como terminam. O que há de problemático neles não é uma questão de psicologia individual ou de construção literária. É a própria visão estética que o autor tem da realidade da vida que é um sistema de conflitos e tensões permanentes, uma equação insolúvel. Digo “visão estética” porque, fora e acima da sua criação romanesca, o escritor permanece um ser huma-

no dotado de capacidade de a b s t ra ç ã o e t ã o h a b i l i t a d o quanto qualquer outro a sondar explicações genéricas. O que ele não pode é injetar essas explicações no próprio romance, que perderia toda a sua razão de ser enquanto expressão imaginativa de situações reais, trocando a verdade concreta da ficção por um esquema filosófico ou científico abstrato. Contornando essa dificuldade, o romancista brasileiro transforma a ficção na construção de exemplos verossímeis de alguma explicação conhecida. Daí esse fenômeno de uma literatura sem autêntico problema existencial, uma literatura em que a mera alegoria se substitui ao símbolo. Toda a habilidade do ficcionista, aí, consiste em camuflar a explicação por baixo da verossimilhança do exemplo. É precisamente isso o que Machado de Assis não faz. Sua própria filosofia schopenhaueriana nem de longe basta para explicar seus personagens, decerto muito mais incongruentes e patéticos do que o filósofo do Mundo Como Vontade e Representação jamais poderia conceber. E usei acima o t e r m o “ p r a t i c amente” porque o mesmo sucesso de Machado de Assis na criação de situações concretas inexplicáveis é alcançado ocasionalmente por outros escritores, em momentos de inspiração excepcional que se destacam do restante das suas produções. Penso especialmente no Quincas Berro d’Água, de Jorge Amado, no finado tio Marcelino, de Herberto Sales, ou na arrancada heróica final de Augusto Matraga na novela de Guimarães Rosa. Eles têm uma verdade própria que nenhuma explicação suplanta. Mas são exceções na obra de seus autores, e mais ainda na ficção brasileira em geral. A verdade desses personagens não é a verdade de uma teoria: é a verdade do símbolo romanesco. Susanne K. Langer definia o símbolo como “matriz de intelecções”. O símbolo não existe para ser explicado, mas para inspirar e fortalecer nossa capacidade de buscar explicações. Jamais explicaremos Hamlet ou Os Demônios, mas volta e meia eles nos sugerem explicações para o que vemos na vida real. A função eminente da literatura de ficção é a transfiguração da experiência em símbolo. O universo simbólico da ficção nasce da experiência; Você não pode ler o teatro grego, Shakespeare ou Dostoiévski sem perceber que ali se encontra algo de perfeitamente real e ao mesmo tempo inexplicável, lógico e absurdo.

as opiniões não vêm diretamente da experiência, mas do universo simbólico transmitido na cultura, especialmente na literatura de ficção. Quando a própria ficção se furta à complexidade da experiência, preferindo ater-se à imagem verossímil de uma existência previamente explicada, não é de espantar que as opiniões sejam ainda mais superficiais e levianas. A doença política do Brasil é a condensação de um handicap cultural crônico, a pequenez da alma e o estreitamento do imaginário ante a complexidade da existência. Os brasileiros vivem citando Fernando Pessoa, mas não tiram de um de seus versos a conclusão mais necessária e urgente: Nada vale a pena quando a alma é pequena.


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

1 Turistas posam para fotos na Liberdade. Fachadas do comércio estão bem descaracterizadas.

Fotos de Masao Goto Filho/e-SIM

A lei Cidade Limpa, que praticamente proíbe a publicidade externa em São Paulo, descaracteriza rapidamente o bairro oriental da Liberdade. Hoje, os cartões postais à venda na região são apenas uma lembrança do que era o bairro até bem pouco tempo.

LIBERDADE, Reprodução

Rejane Tamoto

A

té o centenário da imigração japonesa no Brasil, que será comemorado em junho de 2008, o bairro da Liberdade, no Centro, poderá recuperar suas características orientais. Mas, com certeza, elas serão diferentes das que a região exibia até bem pouco tempo. E ainda mais diferentes das mostradas por cartões postais que ainda são vendidos no bairro. Hoje, o turista que visita a Liberdade e compra um desses cartões leva apenas uma lembrança de uma região cujo comércio vigoroso era reconhecido por ideogramas e por placas com motivos orientais. "Nos fins de semana, muita gente passa perguntando sobre a localização de determinadas lojas. Quando o bairro tinha características orientais, os turistas tinham mais facilidade", disse Alice Kazuko Koga, moradora de um edifício na praça da Liberdade. A expectativa é de que, até as comemorações do centenário da imigração japonesa, as novas características urbanas e especiais Liberdade tenham sido definidas, especialmente por que uma das prováveis visitas ao bairro será a do imperador Akihito, do Japão. Estudo – A meta para reverter o processo de descaracterização do bairro, até o centenário, é da diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Emurb, Regina Monteiro. Segundo ela, enquanto a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) não se reúne para iniciar seus trabalhos, que definirão as características que a Liberdade poderá ter, a Emurb levanta o que poderia permanecer nas fachadas dos imóveis do bairro. "Isso leva tempo e estamos estudando como alternativa a manutenção de peças que não são anúncios indicativos nem propaganda", disse. A diretora da Emurb, até agora, considera como exemplo os pagodes (elementos orientais que adornam a fachada) como passíveis de aprovação pela CPPU. É o caso do edifício do Shopping Trade Center, na rua Galvão Bueno. "Os ideogramas nas fachadas também deverão permanecer, contanto que integrem o mesmo anúncio indicativo. O ideal é que as peças com ideogramas não fiquem sobre o passeio público, porque a aprovação se tornará muito difícil. Esse será um trabalho de pesquisa minucioso", afirmou. Turismo – A falta de uma análise sobre as características da Liberdade fez com que muitos comerciantes retirassem os anúncios indicativos e colocassem placas menores, dentro das medidas da lei Cidade Limpa. É o caso de Lonney Onishi, gerente da Akashi. Há cerca de um mês, ele trocou o anúncio indicativo que ocupava a fachada da loja, e que continha ideogramas e informações em japonês, por uma placa de 1,5 m2. Seu anúncio atual traz o nome da loja em tamanho reduzido, em português e em japonês "Mantive o ideograma pequeno, mesmo com medo de ser multado", disse Onishi. A loja, especializada em souvenires brasileiros, tem como foco o turista que visita o bairro.

CARTÕES POSTAIS

LANTERNAS – Não fossem as lanternas japonesas (na foto acima), nada mais identificaria a rua Galvão Bueno, no trecho que antes exibia anúncios indicativos como os da loja Ikesaki (no cartão postal à esquerda)

Reprodução

QUE VIRARAM

CIDADE-IRMÃ – No postal à esquerda, outro ponto da Galvão Bueno, com ares de Osaka, cidade-irmã de São Paulo. Hoje elas estão separadas pela lei Cidade Limpa. Acima, o mesmo trecho, à espera de definições.

Reprodução

TORI – O tori, portal japonês ainda resiste na Liberdade. As carpas dos dias de festa e os ideogramas que

LEMBRANÇA "Recebo muitos turistas, de di- consumidores perderam a refeversos lugares. Com a mudança rência e, às vezes, não sabem ondas fachadas, os prédios fica- de estão, se no mercado dele ou ram feios e ficou muito ruim pa- no do concorrente, que vende os ra o turismo. O movimento tam- mesmos produtos. "Além dessa questão, nosso bém caiu um pouco", disse. anúncio indicatiC on c o rr ê n ci a vo, que recobria a – Além da dificulfachada, possuía dade de identifim erc ha n di s in g cação do comércio de importantes do bairro, o profabricantes. Isso cesso de descaracg e r a v a re c e i t a terização da Lipara cobrir desberdade confunpesas com o imóde até mesmo as vel e até com a pessoas que já freconfecção de qüentam o bairro, anúncios", disse. afetando a conHoje, sem placorrência entre as cas, Zapala não lojas. Essa situasabe quanto inção tem sido envestirá na reforfrentada pelo supermercado de Lonney Onishi: "Ficou ruim" ma da fachada do prédio nem na produtos alimentícios orientais Marukai, que confecção de um novo indicatimantinha um indicativo com vo. "Ainda há dúvidas, pois já ideogramas, já que a maioria de houve comerciante que trocou e seus clientes é de origem orien- teve de refazer. Vamos equacionar as reformas antes de investal e freqüe ntadores do bairro. Segundo o gerente do merca- tir, já que ninguém havia se predo, Luiz Carlos Zapala, muitos parado para essa lei", disse.

identificavam as lojas, exibidos no postal à esquerda, desapareceram, conforme mostra a foto acima.

Lei é para todos, diz secretário

O

secretário municipal de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, disse que não há motivo para deixar os anúncios indicativos na Liberdade, enquanto as características especiais do bairro passam por análise na CPPU. "Como eu justificaria isso perante o comércio de outras regiões? O que foi multado na Liberdade foram caixas ou placas normais, estruturas que, com ideogramas ou não, são incompatíveis com a lei. Não tem nada a ver com a análise e não podiam permanecer. Porque, (o anúncio) escrito em japonês pode e o italiano não pode?", questionou. Segundo Matarazzo, os pedidos para a CPPU serão analisados, mas isso não impede que o fiscal aplique multas. "Caso contrário, por

exemplo, determinada farmácia, que possui o anúncio em uma caixa que avança sobre a calçada, entra com pedido na CPPU", disse. Na opinião do secretário, a CPPU foi criada para análise de casos especiais, que fazem parte da paisagem urbana. "Um exemplo são os totens que existem na Liberdade, que caracterizam o bairro, ou as placas de monumentos, nas quais há ideogramas por uma razão específica e não placas escritas em japonês com estruturas como as daqui", afirmou. O secretário confirmou que, de agora em diante, a lei Cidade Limpa será aplicada, após três meses do período de tolerância e da fase de orientação da Prefeitura ao comércio. "Tivemos uma adesão grande do comércio da cidade, de maneira geral,

tanto que as multas são irrisórias considerando o tamanho do comércio de São Paulo", disse o Matarazzo. Segundo ele, a lei Cidade Limpa foi uma iniciativa corajosa do prefeito Gilberto Kassab. Multas - A descaracterização da Liberdade ocorreu aceleradamente em junho e foi motivo de polêmica no último dia 2, primeiro dia de fiscalização ostensiva da lei Cidade Limpa. Na ocasião, os fiscais aplicaram quatro multas ao comércio da Liberdade. O episódio ocorreu uma semana antes da festa do Tanabata Matsuri - Festival das Estrelas - celebrada no bairro no mês de julho. Os comerciantes esperavam que, durante a análise das características do bairro pela CPPU, não ocorressem as autuações. (RT)


segunda-feira, 16 de julho de 2007

Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

OPERADORAS DE TV A CABO FECHAM O CERCO

1 Esse trabalho será uma nova era no combate ao crime organizado. José Serra, governador

O Sindicato das Empresas de TV por Assinatura, as empresas e a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura estão conseguindo obter na Justiça medidas cautelares para inibir fraudes. Nos últimos cinco anos, as ligações ilegais caíram de 25% da base de assinantes para 14%.

Divulgação/TVA

Fernanda Pressinott

A fraude nos dois condomínios alvos de medidas cautelares foi comprovada com a pres empresas de TV sença de peritos judiciais, que por assinatura es- realizaram vistorias apenas tão fechando o cer- nas áreas comuns dos edifíco aos fraudadores cios. No Mont Blanc, no Jabae começaram a processar con- quara, de um total de 24 apardomínios residenciais e não tamentos, três tinham TV piraapenas os condôminos. Em ta. No Ever Glades, pelo meSão Paulo, dois já foram alvo nos dois apartamentos tinham de medidas cautelares de ante- ligações clandestinas. Agora, o cipação de provas, um no Jaba- sindicato vai ingressar com quara, na zona sul, e outro na ações de reparação de danos Casa Verde, na zona norte da contra os condomínios. "Pencapital. O autor das ações foi o samos em entrar com ações criSindicato das Empresas de TV minais contra os síndicos, que são responsáveis por zelar pepor Assinatura (Seta). A entidade, com as próprias los equipamentos das empreoperadoras de TV e a Associa- sas de televisão", afirma Jaloreto. Os síndicos ção Brasileira podem ser de Televisão considerados por Assinatuconiventes e r a ( A B TA ) , respo nderem criou várias por co-autoria ações para ou por recepcombater a pimil conexões tação qualifirataria e conpiratas estão em c a d a , s e c oseguiu bons mercializarem resultados. funcionamento no os sinais e poNos últimos País, de acordo dem ser punicinco anos, as dos com até oif r a u d e s c a ícom estimativas to anos de reram de 25% da do sindicato das clusão. base de assioperadoras. A Comissão nantes para An ti pi rat ar ia 14%. Como do Seta calcula fraude entende-se a ligação clandestina (o haver cerca de 370 mil conefamoso gato), a violação de xões piratas no País, sendo que equipamentos (como o deco- mais de dois terços acontecem der) e a pirataria em condomí- em transmissões por TV a canios. "Ainda é um número ele- bo. A tecnologia de satélite ou vado, mas considerando-se o DTH e o MMDS sofrem um volume registrado no passa- pouco menos com a questão do, a estratégia está funcionan- por terem uma sistemática que do", diz o advogado crimina- permite que o satélite ou equilista e consultor jurídico da Se- pamentos na rede "enxergue" ta, Jair Jaloreto. Entre as medi- os pontos conectados à empredas criadas pelas entidades e sa. Segundo a comissão, as perempresas estão as ações jurídi- das econômicas associadas a cas e as campanhas de cons- esse cenário passam de R$ 500 milhões. São perdidos 5 mil cientização da população.

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As conexões ilegais representam prejuízos da ordem de R$ 500 milhões e perda de 5 mil empregos

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Multa de 200% no ICMS de combustível ilegal Governo estadual vai aplicar leis mais rigorosas para coibir venda de gasolina e álcool adulterados Mário Tonocchi

As distribuidoras vão fazer o trabalho sem custo para o governo estadual na esperança de que duas novas s distribuidoras de leis que entram em vigor combustível hoje sejam transformadas instaladas em São em um duro golpe no crime Paulo estão prontas para organizado. reprocessar "Esse álcool e trabalho será gasolina uma nova era adulterados no combate ao recolhidos pelo crime governo A lei impede que organizado estadual. comerciantes que atua na O produto será honestos sejam adulteração de utilizado em prejudicados combustíveis", carros oficiais afirmou o das polícias. A comercialmente governador informação é por pessoas José Serra, que do diretor do inescrupulosas. sancionou as Sindicato Alencar Burti, da ACSP duas leis na Nacional das semana Empresas passada. A Distribuidoras primeira determina que, a de Combustíveis e de partir de agora, a Lubrificantes (Sindicon), fiscalização, ao encontrar Wellington Sandim.

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José Serra e Alencar Burti durante o lançamento do programa

combustíveis adulterados em postos, pode fechá-los, retirar as bombas de abastecimento e confiscar o combustível que será reprocessado e utilizado nos carros da polícia. Além de perder a possibilidade de vender, o comerciante flagrado vai pagar 200% de multa sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O valor será calculado de acordo com o volume de combustível apreendido. A outra lei sancionada estabelece que o empresário dono de posto tem de

comprovar a origem e o destino do solvente que utiliza ou vai pagar também 200% de multa sobre o valor do ICMS. Com a multa, o valor do solvente acaba se equiparando ao da gasolina, fato que deve inibir a falsificação. O governador de São Paulo disse ainda que vai solicitar aos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Justiça, Tarso Genro, que o incentivo dado por meio da isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os solventes seja eliminado. Isso também equipara o

Gilberto Kassab esteve no evento

custo do produto ao da gasolina no âmbito nacional. Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, a lei impede que comerciantes honestos sejam prejudicados comercialmente por pessoas inescrupulosas. Esse é o caminho para eliminar aqueles que fraudam", disse. Para Burti, o consumidor é a outra vítima da falsificação, porque arca com os prejuízos e paga mais pela manutenção do veículo em razão dos estragos causados pelo combustível de má qualidade.

postos de trabalho. A maior parte dos fraudadores não sabe que está cometendo um crime, apenas acredita que não sofrerá conseqüências. A fraude mais comum é o gato (conexão ilegal), seguida de falsidade ideológica (uso de documentos falsos ou endereços errados para conseguir assinatura da TV e não pagar) e a disseminação de redes clandestinas – pessoas que replicam o sinal para comunidades. "Quando as pessoas são flagradas, logo preferem regularizar a situação e começar a pagar a operadora", diz Jaloreto. Segundo os cálculos do Seta, 80% dos fraudadores encontrados tornam-se assinantes. A Net não divulga números, mas relata que a maior parte dos fraudadores vira assinante e que, de fato, a pirataria está diminuindo. De acordo com Daniel Barros, diretor da operação em São Paulo, o combate à fraude é feito por equipes especializadas em verificar os sinais da rede e por denúncias (20% do total). "Muitas vezes as pessoas ligam reclamando do sinal e verificamos que são ligações clandestinas." A pirataria deve diminuir ainda mais, calcula o executivo, quando todos os assinantes da companhia tiverem decoders digitais. "Esses equipamentos são codificados e tem cartões criptografados ligados diretamente às empresas de TV, portanto não funcionam se forem roubados e colocados em outra residência. Até hoje, não se teve notícia no mundo de fraude com esses equipamentos", diz Barros. No entanto, esclarece, a Net não tem previsão de troca de toda a base de decoders (são 1,89 milhão de usuários no País). "O investimento não compensa a curto prazo." A TVA, por sua vez, já migrou parte da base de assinantes (número não divulgado) com tecnologia MMDS para equipamentos digitais.


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Ambiente Saúde Urbanismo Educação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

INFORMAÇÃO SERÁ INCLUÍDA NAS PLACAS DE RUA

Nova lei proíbe troca de nomes tradicionais de ruas e logradouros, como o Largo de São Bento.

Placa de rua exibirá biografia Lei municipal obriga incluir biografia, origem ou significado dos nomes nas placas de ruas da Capital. Centro será o primeiro beneficiado. Fotos de Luiz Prado/Luz

Kelly Ferreira

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CAMELÔS

uem foi João Mendes, cujo nome foi homenageado em uma das principais praças de São Paulo? E como surgiu o nome da rua Barão de Itapetininga? Essas e outras dúvidas com nomes de ruas na Capital poderão ser solucionadas em breve com a lei municipal 14.454, sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab. A nova legislação consolida as leis de emplacamento que já existiam na cidade e determina ainda que as placas das ruas, avenidas, praças e logradouros públicos tenham informações sobre a origem, significado ou a biografia de quem empresta o nome à via. A lei ainda deve ser regulamentada pela Prefeitura. A discussão agora é como a lei será colocada em prática, uma vez que as placas com nomes de ruas acabaram de ser substituídas na cidade. De acordo com a diretora da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Regina Montei-

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Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo prepara para a amanhã, às 9h30, uma manifestação em frente à Prefeitura. A decisão foi tomada depois de uma reunião, na última sextafeira, quando ficou decidido que os vendedores ambulantes ficarão acampados em frente a sede do Poder Executivo municipal, por tempo indeterminado. Entre as reivindicações dos ambulantes destacamse: uma trégua nas apreensões de mercadorias, a devolução dos Termos de Permissão de Uso (TPU) cassados em 2007, a renovação dos antigos e a emissão de novos documentos que regularizam a atividade de vendedor ambulante. No panfleto de convocação para o ato, os camelôs alegam que têm o apoio de diversas entidades ligadas a vendedores ambulantes, além do Movimento dos Sem-Teto e da Força Sindical. No entanto, o Sindicato dos Permissionários de São Paulo (vendedores ambulantes que possuem o TPU) adiantou que não apoiará o movimento convocado pelo sindicato dos camelôs independentes, presidido por Afonso José da Silva, o Afonso Camelô. (IV)

CRACOLÂNDIA

Placas de identificação terão o significado do nome, como a praça da Sé Quando a nova lei for colocada em prática, todos saberão que Melo Freire foi um jurista português de destaque no século 18

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té o fim do ano, pelo menos uma das 23 quadras da antiga Cracolândia - denominada Nova Luz pela gestão atual deve ir ao chão. A Prefeitura já tem a posse de três imóveis na região central, no quarteirão formado pelas ruas dos Gusmões, Mauá e dos Protestantes. Em duas semanas, planeja ter a posse de outros dez terrenos. O projeto de revitalizar a Cracolândia surgiu em 2005, quando o prefeito José Serra (PSDB) declarou 12 quadras de utilidade pública e criou um plano de incentivos fiscais para atrair empresas e construtoras. (AE)

Filósofo do século 16, Tomás Morus nasceu na Inglaterra em 1480 e faleceu em 1535. É autor do célebre livro "Utopia". Foi condenado à morte e decapitado. Em São Paulo, foi homeageado em uma praça na zona oeste da Capital (à esq.).

ro, as novas placas não serão trocadas novamente por causa da nova lei. "Iremos fazer a regulamentação da lei de uma forma que as placas recém-substituídas não tenham de ser trocadas de novo. Estamos pensando em instalar uma peça logo abaixo da que leva o nome da rua. Ela poderá ficar na vertical ou na horizontal. Serão feitas de um material com valor baixo, porém com qualidade, cor neutra e letras que dêem leitura até um metro de distância. Tem de ser proporcional ao tamanho das vias públicas, para não poluir visualmente a cidade", explicou a diretora da Emurb. Centro - A idéia, segundo Regina, é começar a colocar a biografia nas placas pelo Centro histórico. "Temos de pensar direito nos locais que vamos colocar essas informações, porque elas são para os pedestres e não para os motoristas. Não vai adiantar, por exemplo, colocá-las na avenida 23 de Maio. Ninguém vai parar para ver. O ideal é colocar nas principais vias, uma no início e outra no fim da rua", disse. Ainda

não há expectativa do quanto será investido no novo emplacamento das vias. Moradores - A nova lei proíbe a colocação de nomes nas ruas que causem constrangimento aos moradores e veta nomes em inglês. Nomes de ruas tradicionais também não poderão ser mudados. Além disso, a legislação prevê mudanças para a população. Proprietários de imóveis, seja comercial, industrial ou residencial, inclusive prédios públicos, terão de deixar a numeração do imóvel em local visível. A multa para quem descumprir a nova legislação será de R$ 525,48. Desde janeiro, já foram trocadas 90% das 8 mil placas de rua das principais vias da cidade. Além do nome da rua, elas receberam tarjas coloridas – de acordo com cada região – para melhorar a identificação visual. Segundo Regina Monteiro, a empresa que ganhou o leilão público também é responsável pela instalação de 1.076 postes, com duas placas cada um, nas regiões da Sé e República, no Centro.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

Mário Tonocchi

O consumidor de baixa renda não leva em conta a legalidade e a qualidade do DVD. Pedro Ricardo, da Vídeo Porto

SETOR EMPREGA 100 MIL PESSOAS

DVDs FALSIFICADOS PREJUDICAM LOCAÇÕES

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pirataria está acabando com a alegria dos empresários do setor de videolocadoras de São Paulo nos meses de férias, como janeiro e julho, quando tradicionalmente o faturamento desses serviços costumava crescer entre 30% e 40%. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Vídeolocadoras do Estado de São Paulo, Pedro Ricardo, que é também proprietário da Video Porto, nos últimos anos a competição desleal dos piratas diminuiu sensivelmente o movimento do comércio legal. "Se o crescimento das vendas de falsificações continuar nesse ritmo, quem atua no ramo vai quebrar. Não tem jeito", disse o presidente do sindicato. Ele espera manter pelo menos o volume mensal normal das locações neste mês julho. Ricardo vê poucas saídas para os comerciantes de serviços de locação de filmes, se não houver uma mudança significativa de comportamento do consumidor. "Precisamos mais que uma fiscalização efetiva para coibir a pirataria. É necessária a realização de campanhas de conscientização, como algumas que devem começar em breve, mostrando para a população que comprar produtos piratas é crime. Boa parte da população não percebeu isso ainda", afirma o empresário. Consumidores – Para o presidente do sindicato, a impressão de que se está tirando vantagem na compra de um DVD pirata a R$ 3, por exemplo, já está disseminada na população. "O consumidor de baixa renda não leva em consideração a legalidade e a qualidade do DVD. Nem mesmo as péssimas condições das mídias, que podem estragar o aparelho de reprodução, convence o consumidor de pirataria." Apostar nas classes A e B com a venda e locação exclusiva, variedade de títulos raros do cinema, clássicos e documentários pode ser o caminho das locadoras, na opinião do sócio-proprietário da 2001 Vídeo, Fred Botelho. Segundo

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Newton Santos/Hype

Com a pirataria, as videolocadoras registram redução no movimento neste mês de férias, período em que, tradicionalmente, as locações crescem entre 30% e 40%. O setor também perde com a ausência de frio. Normalmente, o volume de locações também é maior nos dias de temperaturas mais baixas. Donos de locadoras torcem agora para a queda das temperaturas.

Agliberto Lima/DC

O presidente do Sindicato das Empresas Videolocadoras do Estado de São Paulo, Pedro Ricardo, diz que, se a pirataria continuar, as empresas do setor vão acabar quebrando.

ele, apesar de investir no diferencial, a empresa não está indiferente aos problemas do setor. "E a falta de frio reduz o movimento nas lojas", diz. "As altas temperaturas dos primeiros dez dias do mês desmotivaram o consumidor a alugar filmes. Vamos ver o que vai acontecer a partir de agora." Carlos Augusto, fundador

da hoje maior rede de franquias para a locação de DVDs, a 100% Vídeo, de Campinas, diz que pelo menos a metade das empresas que estão no mercado hoje vai fechar as portas nos próximo anos. Mudanças no setor – A pirataria será o principal fator dessa quebradeira em um ramo que emprega cerca de 100 mil

pessoas em todo País. Atualmente, segundo Augusto, somente quem investir em qualidade e diferenciação dos serviços vai sobreviver aos problemas do mercado daqui para a frente. Por isso, a 100% Vídeo aposta, entre outros investimentos, na loja virtual como forma de atrair novos clientes. Mesmo essa fórmula

deve se esgotar com o tempo. Segundo o empresário, em outros países, principalmente nos Estados Unidos, em que o mercado de aluguel de DVDs é extremamente estruturado, a pirataria instalada na internet deve abolir os DVDs como mídia para gravação de filmes em pelo menos cinco ou seis anos. No Brasil, Augusto afirma

que diretores de rede e empresários de locadoras montaram, este ano, a Associação Brasileira de Videolocadoras. A entidade está se organizando para exigir ações efetivas do governo federal contra a pirataria no setor. Na página da internet www.videosoft.com.br/abv há informações sobre o movimento e contatos.

DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF

Erviegas Instrumental Cirúrgico LTDA. estabelecida na Cidade de São Paulo, CNPJ 46.271.011/0001-07, Inscrição Estadual 109.394.795.112 e CCM 8.143.734-0, declara terem sido extraviadas, quando da mudança de sua sede, as Notas Fiscais de Serviço em talonários dos números 051 a 250, sendo que as de números 51 a 59 foram regularmente utilizadas e as de números 60 a 250 encontram-se em branco (sem utilização). SINDICATO DOS CONCESSIONÁRIOS E DISTRIBUIDORES DE VEÍCULOS NO ESTADO DE SÃO PAULO - SINCODIV

Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária No cumprimento de disposições estatutárias, convocamos as empresas associadas, quites e em condições de votar, para participarem da Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se na sede social, na Avenida Indianópolis, 1967, Planalto Paulista, na Capital do Estado de São Paulo, no dia 23 de julho de 2007, às 13h30 em primeira convocação, ou na falta de quórum, às 14h30, em segunda convocação, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Adaptações ao Novo Código Civil, do Estatuto Social da entidade, conforme Lei nº. 10.406/02, alterada pela Lei 11.127/05 e autorizar o registro das referidas alterações, no novo Estatuto Social consolidado, perante os órgãos competentes. São Paulo, 16 de julho de 2007. Octavio Leite Vallejo - Presidente

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Geodex Communications S.A.

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CNPJ/MF nº 02.808.710/0001-78 - NIRE nº 35.300.157.788 - Cia Aberta de Capital Autorizado Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os acionistas da Geodex Communications S.A. (“Cia”) a reunirem-se em AGE a ser realizada em 30.7.2007, às 17hs, na sede da Cia (Av. Dr. Cardoso de Mello, 1.450, 5° andar, SP/SP), a fim de deliberarem acerca das seguintes matérias constantes da Ordem do Dia: (i) ratificar as assinaturas do Master Agreement celebrado em 12.7.07 e do Contrato de Compra e Venda das Ações de emissão da Gavle Holdings S.A, ambos firmados pela administração e arquivados na sede da Companhia; (ii) aprovar a assinatura do Contrato de Compra e Venda de Ações da Geodex Communications do Brasil S.A. a ser celebrado entre a Cia e a Meridiana Empreendimentos e Participações S.A.; e (iii) aprovar a proposta de redução do capital social da Companhia, nos termos do artigo 174 da Lei nº 6404/76, tendo em vista de o mesmo ter sido considerado excessivo pela administração. O acionista que desejar ser representado por procurador deverá depositar o respectivo mandato com poderes especiais na sede da Cia em até 48 hs antes da data de realização das Assembléias. São Paulo, 13 de julho de 2007. Conselho de Administração. (16, 17 e 18/07/2007)

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: PREGÃO (PRESENCIAL) Nº 15/0547/07/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE MATERIAIS DE LIMPEZA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para aquisição de materiais de limpeza para escolas de Ensino Médio, atendendo ao estabelecido no Convênio 837017/ 2005 (Ação 1), celebrado entre o PRODEB – Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Educação Básica, entre a SEESP – Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, o FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e MEC - Ministério da Educação e Cultura, em 20/12/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 16/07/2007, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 27/07/2007. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

www.dcomercio.com.br

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: PREGÃO (PRESENCIAL) Nº 15/0788/07/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE PAPEL SULFITE A4 A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para aquisição de papel sulfite A4 para laboratório de informática de escolas de Ensino Médio, atendendo ao estabelecido no Convênio 837017/2005 celebrado entre o MEC – Ministério da Educação e Cultura através do FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, em 20/12/2005. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 16/07/2007, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 30/07/2007. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 13 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Requerente: Lusil Com. e Empreiteira Ltda. EPP - Requerido: Spenco Construtora de Obras de Engenharia Ltda. - Rua Funchal, 203 – 6º andar -Conj. 601 - 1ª Vara de Falências Requerente: Suape Têxtil S.A. - Reque-

rido: Confecções Piponzinho Ltda. - Rua João Boemer, 353 - 1ª Vara de Falências Requerente: Aços Groth Ltda. - Requerido: Expandra Estamparia e Molas Ltda. - Rua Antonio Raposo, 186 – conj. 121 - 2ª Vara de Falências


segunda-feira, 16 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Ambiente Educação Pirataria Saúde

5 Foram apreendidos cerca de 17 mil CDs e DVDs piratas e 486 sacos de produtos ilegais.

CAMELÔS FAZEM GATO-E-RATO COM POLÍCIA

Força-tarefa age de novo na 25 de Março Operação de combate ao comércio ambulante foi na sexta-feira e durou três horas. Para os comerciantes, isso não basta e a ação deve ser diária, durante o dia todo. Rafael Hupsel/Luz

Rejane Tamoto

O

comércio ilegal de produtos na região da rua 25 de Março foi alvo de mais uma operação conjunta entre as polícias Civil e Militar e a Guarda Civil Metropolitana (GCM), na sexta-feira. Com duração de três horas, a operação foi uma medida paliativa, na opinião dos comerciantes. "Não adianta ficarem aqui três horas por dia. Tem de ser todo dia, no horário comercial. Os comerciantes da 25 de Março se adequaram à lei Cidade Limpa e pagam impostos. O mínimo de contrapartida que podem ter é uma fiscalização efetiva do uso e ocupação do solo", disse vice-presidente da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), Victor Naccache. Assim que o número de carros de polícia começou a diminuir na 25 de Março, pouco antes das 14h de sexta, os ambulantes irregulares começaram, pouco a pouco, a ocupar as calçadas da rua novamente. A estimativa é que cerca de 2 a 3 mil ambulantes ilegais ocupem a região todos os dias. Segundo o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, em regiões sazonais, como a da rua 25 de março, é preciso tomar cuidado, pois os ambulantes saem, mas voltam. "Como a região da 25 de Março é sazonal, piora em al-

11 h

Força-tarefa composta pelas polícias Civil e Militar e a Guarda Civil chega e reprime comércio ilegal de ambulantes na rua 25 de Março. Houve prisões e apreensões de mercadoria.

guns períodos e é difícil ter contingente em tantas áreas, já que operações como essa também ocorrem em outras regiões da cidade", disse. O secretário afirmou que outras ações de combate ao comércio ilegal ocorrerão na rua 25 de Março, a partir dessa semana, para coibir o comércio de produtos ilegais, oriundos de roubo, contrabando ou pirataria. O delegado do Serviço de Investigações Gerais (SIG), da 1ª Seccional, Fernando Schimidt, que participou da força-tarefa, disse que a operação na 25 de Março, na última sexta, deve ser retomada pelo menos uma

Camelôs protestam na Prefeitura

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endedores ambulantes em situação irregul a r p ro m e t e m p a r a amanhã, às 9h30, uma manifestação em frente à Prefeitura de São Paulo, localizado no Viaduto do Chá, região central da cidade. A decisão saiu na última sexta-feira em reunião no Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo, presidido por Afonso José da Silva, IBIRAPUERA O estacionamento do Parque do Ibirapuera ganha hoje 400 novas vagas de Zona Azul.

o Afonso Camelô. Os camelôs pedem trégua nas apreensões de mercadorias vendidas nas ruas do Brás, Lapa e região da 25 de Março, a devolução dos Termos de Permissão de Uso (TPU) cassados este ano e a emissão de novos documentos que regularizam a atividade de vendedor ambulante na capital. Ivan Ventura

Ó RBITA

ACIDENTE Uma pessoa morreu e 31 ficaram feridas em acidente com um ônibus na via Dutra.

ABRAÇO PARA PRESERVAR MOINHO Vania Delpoio/Agência O Globo

O

Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp) deve optar por um meio-termo entre restringir a construção de edifícios na região do Moinho Santo Antônio, na Mooca, na zona leste de São Paulo, e o projeto de verticalizar aquela parte do bairro. Previstas para o início deste mês, as votações sobre o projeto de condomínios residenciais no local e a proposta de restrição à verticalização devem ser apreciadas amanhã pelos sete conselheiros municipais. A reportagem apurou que os técnicos que dão suporte ao conselho costuram uma terceira proposta de

conciliação, que não exclua totalmente a possibilidade de construir prédios na região, mas que mantenha o traçado original das ruas e também todas as construções de importância histórica. Ontem, arquitetos e militantes do bairro que são contra os conjuntos de prédios fizeram um abraço simbólico ao Moinho. "Foi uma oportunidade para discutirmos a verticalização desenfreada que está acontecendo. O nosso bairro está perdendo a característica bairrista", diz Elisabete Florido da Silva, da Associação dos Moradores e Amigos da Mooca (Amo a Mooca) e da Associação Preserva São Paulo. (AE)

vez por semana. A ação conjunta resultou na captura de um procurado pela polícia, averiguação de 66 pessoas, encaminhamento de três delas à delegacia e vistoria de 21 veículos. No total, foram apreendidos cerca de 17 mil CDs e DVDs piratas pelas polícias Civil e Militar e 486 sacos de produtos ilegais pela GCM. "Essas operações deixam a GCM mais à vontade para fiscalizar o comércio ambulante. Para nós, policiais, é melhor que a região não fique aglomerada e propícia para a prática de furtos", disse o capitão da PM George Henrique Mar-

ques Alves. A comerciante da loja de tecidos São Jorge, Simone Regina Barbeiro, disse que as operações são positivas, já que furtos por cortadeiras de bolsa costumam ocorrer na rua. "O problema é que, enquanto os carros de polícia estão na 25 de Março, os ambulantes vão vender os CDs piratas na Galeria Pagé", disse. Operações - As forças-tarefa conjuntas e contínuas contra o comércio de produtos ilegais começaram com mais intensidade na cidade há quatro meses, em grandes centros comerciais como largo da Con-

13 h

Mas bastou que os carros de polícia fossem embora, para que os camelôs ilegais voltassem com seus produtos

córdia, Santa Ifigênia, largo 13 de Maio e 25 de Março. Matarazzo disse que, após a forçatarefa no Brás, que revitalizou o largo da Concórdia, o que falta naquela região é a extinção da feira da madrugada, local

de grande venda de produtos oriundos de carga roubada, pirataria e contrabando. "Como existe migração, fizemos operações em São Miguel e na avenida Paulista", afirmou o secretário.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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par. 1º da CLT). Quando a admissão ocorrer no curso do mês, efetua-se o pagamento proporcional aos dias trabalhados, no prazo referido, tomando-se os meses seguintes por inteiro. O recibo deverá ser feito em duas vias, ficando a primeira com o empregador e a segunda com o empregado. O pagamento do salário deve ser feito em dia útil e no local do trabalho, em dinheiro ou mediante depósito em conta bancária aberta para esse fim, com o consentimento do(a) empregado(a) em estabelecimento próximo ao local de trabalho (artigos 465,463 e 464 parágrafo único da CLT). Preencher devidamente os recibos referentes ao pagamento de férias e 13º salário. Fornecer ao empregado via do recolhimento mensal do INSS. DESCONTOS

O empregador poderá descontar dos empregados(as) faltas ao serviço não justificadas ou que não foram previamente autorizadas, até o limite de 6% (seis por cento) do salário contratado, limitado ao montante de vales-transporte recebidos; os adiantamentos concedidos mediante recibo; contribuição previdenciária, de acordo com o salário recebido. Observação: o uniforme e outros acessórios concedidos pelo empregador e usados no local de trabalho não poderão ser descontados. ASSÉDIO MORAL E ASSÉDIO SEXUAL

A violência moral e a sexual no ambiente de trabalho não são um fenômeno novo. As leis que tratam do assunto ajudaram a atenuar a existência do problema, mas não resolveram de todo. Há a necessidade de conscientização da vítima e do agressor bem como a identificação das ações e atitudes, de modo a serem adotadas posturas que resgatem o respeito e a dignidade, criando um ambiente de trabalho gratificante e propício a gerar produtividade.

Assédio moral: é toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, escritos, comportamento, atitude etc) que, intencional e frequentemente, fira a dignidade e a integridade física ou psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho, ou seja, o que configura o assédio moral é a INTENÇÃO de chegar ao objetivo visado, geralmente a submissão a certas imposições ou desejos do assediante.

em boas condições de uso; - orientar permanentemente o empregado sobre a tarefa e seus riscos; - manter instalações elétricas e de gás em boas condições de uso; - proibir trabalho em altura com risco de queda. Marcelo Min/AFG

As condutas mais comuns, dentre outras, são: - instruções confusas e imprecisas ao trabalhador; - dificultar o trabalho; - atribuir erros imaginários ao trabalhador; - exigir, sem necessidade, trabalhos urgentes; - sobrecarga de tarefas; - ignorar a presença do trabalhador; ou não cumprimentá-lo ou, ainda, não lhe dirigir a palavra na frente dos outros, deliberadamente; - fazer críticas ou brincadeiras de mau gosto ao trabalhador em público; - impor horários injustificados; - retirar-lhe injustificadamente os instrumentos de trabalho; - agressão física ou verbal, quando estão sós o assediador e a vítima; - revista vexatória; - restrição ao uso de sanitários; - ameaças; - insultos; - isolamento. A conseqüência do assédio moral é basicamente, a pressão psicológica de forma continuada e que gera efeitos de ordem física, psicológica, social, familiar e, também no desenvolvimento dos serviços. Outrossim, não configura assédio moral: - atos praticados pelo empregador(a) no exercício regular de seu poder de comando. De acordo com a CLT, o empregador tem poderes para admitir, assalariar e dirigir a prestação pessoal dos serviços. No exercício desses poderes é permitido que faça advertências e até repreensões ao empregado, chegando a ameaçá-lo de ser penalizado ou de ser demitido. No caso de constrangimento, tais atos não podem ser tidos com assédio moral. - atos praticados com a intenção de

brincar e gracejar em relação ao empregado. Não há assédio, ainda que, ao exame de pessoas não inteiradas no propósito jocoso, possa parecer como ocorrente. - atos praticados pelo empregador com o propósito de acompanhar os serviços do empregado, com vistas a definir sobre a continuidade de sua permanência no emprego repetidos constantemente. A despeito de causarem certa humilhação ao empregado, não constituem assédio moral, mas apenas o propósito de constatar se o empregado(a) doméstico(a) realmente preenche as condições mínimas de permanência no emprego. Assédio sexual: a abordagem, não desejada pelo outro, com intenção sexual ou insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada que usa desta vantagem para obter favores sexuais de subalternos ou dependentes. Para sua perfeita caracterização, o constrangimento deve ser causado por quem se prevaleça de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo ou função. Assédio sexual é crime (previsto no artigo 216, A do Código Penal com redação dada pela Lei nº. 10.224 de 15 de maio de 1991). ACIDENTE DE TRABALHO Os trabalhadores domésticos também estão sujeitos a diversos tipos de acidentes, como: - Queimaduras; - Quedas; - Cortes; - Choques elétricos. Para redução dos riscos, o empregador deve adotar uma série de medidas de proteção, tais como: - exigir ritmo de trabalho compatível com a natureza da atividade e a capacidade do trabalhador; - fornecer material de trabalho adequado à tarefa a ser executada e

Acompanhamento médico: é aconselhável que o empregado doméstico, assim como os demais trabalhadores, seja submetido a acompanhamento médico periódico, com o objetivo de prevenção e diagnóstico precoce de danos à saúde relacionados ao trabalho. DIARISTAS As diaristas formam uma nova força de trabalho. Mas, pela legislação, elas não possuem os mesmos direitos dos(as) empregados(as) mensalistas. A legislação previdenciária classifica o trabalho das "faxineiras" como autônomo, pois o serviço é feito de forma eventual, ou seja, não há a continuidade. Neste caso, o patrão não é obrigado a fazer o registro em Carteira de Trabalho, recolher as contribuições mensais para a Previdência Social, nem pagar outros benefícios previstos na legislação da doméstica. Sendo assim, diarista é quem trabalha de uma a duas vezes por semana, alterando os dias de trabalho e seu pagamento deve ser feito por dia, não por mês e mediante recibo.

MODELOS DE CONTRATOS E RECIBOS RELATIVOS AO TRABALHO DOMÉSTICO Nas páginas a seguir, veja modelo de contrato de trabalho doméstico que pode ser seguido sempre que houver necessidade de contratação de trabalhos domésticos e depois de terminado o contrato de experiência, veja também modelos de recibos de salário, de recibo de anotações e em devolução de Carteira de Trabalho e Previdência Social, de férias, requerimento e de recibo de valetransporte, recibo de 13º (décimo terceiro) salário – 1ª e 2ª parcelas, modelos de aviso prévio do empregador(a) e do empregado(a) e rescisão do contrato de trabalho. Os modelos também estão disponíveis no site www.dcomercio.com.br


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

MERCADO

PREÇO DO USADO CAI 5,09% NO SEMESTRE Juros baixos e financiamento longo fizeram consumidor migrar para o mercado de veículos zero-quilômetro AGÊNCIA AUTOINFORME

eguindo a tendência dos últimos meses, o preço do carro usado teve nova queda em junho, ficando 0,41% mais barato ao longo do mês. A desvalorização dos veículos deste segmento no ano chega agora a 5,09%, conforme dados do Departamento de Pesquisa da Agência AutoInforme. O setor de usados está com excesso de oferta, já que muita gente está entrando no mercado de novos e dá o carro que tem como parte de pagamento. A forte concorrência derruba os preços. Boa parte do tradicional comprador de usado passa a optar pelo zero por causa da facilidade de financiamento, com juros mais baixos e prazo de pagamento alongado. Além dis-

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so, com a inflação controlada e o preço do novo mais estável, o consumidor tem tempo para pesquisar e, com isso, consegue um negócio melhor. Ele não fica pressionado pelas "oportunidades", como ocorria na época de inflação elevada. O levantamento de preços, feito pela Molicar, mostrou que o carro importado teve uma queda de preço bem acima da média. Os estrangeiros usados ficaram 9,97% mais acessíveis, na média, de janeiro a junho. É um bom momento para quem quer comprar um importado, mas a tendência é de que esse segmento continue desvalorizando mais do que o dos veículos fabricados no Brasil. Os carros de fabricação local (Brasil e Argentina) fecharam o semestre com queda de 4,21%. A vantagem do modelo

MONTADORAS

nacional é a sua maior aceitação no mercado, o que gera grande rotatividade e, conseqüentemente, liquidez, além de ter, em geral, manutenção mais barata e maior rede de assistência técnica. Em junho, os carros de passeio da marca Chevrolet foram os que mais caíram de preço (1,03%), seguidos pelos da Mercedes (0,82%) e da Audi (0,61%). Ficaram ligeiramente mais caros os modelos Renault e Peugeot. No semestre, a Chevrolet também teve a maior desvalorização. Seus carros ficaram 5,51% mais baratos, enquanto os da Citroën foram reduzidos em 4,99%. Já os usados da Mercedes depreciaram-se em 4,81% e os da Ford em 4,93%. As quedas menos acentuadas foram das japonesas Toyota (1,93%) e Honda (1,99%). CARROS E MOTOS Divulgação

ZERO-QUILÔMETRO MAIS CARO E nquanto o preço do usado cai, o do zero-quilômetro está em alta. No semestre, a alta foi de 1,65%, segundo a Agência AutoInforme. O estudo analisa mês a mês os preços efetivamente praticados no mercado com base na cotação da Molicar. Em junho foi apurado um aumento de 0,24%, praticamente o mesmo índice de maio, mostrando que a tendência é o preço do novo caminhar em níveis mais baixos que os da inflação oficial, sem grandes surpresas para o comprador. Segundo a Fipe, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) acumula alta de 2,30% no período de janeiro até a terceira quadrissemana de junho. De qualquer forma, o comportamento do mercado de novos este ano é diferente do ocorrido em 2006, quando o chamado

Preço de Verdade teve queda de 1%. A tendência é continuar subindo neste segundo semestre porque o aumento da demanda empurra o preço para cima. Diversos veículos importados ficaram mais baratos em junho, como os da BMW (queda de 3,15%) e os da Land Rover (1,54%). Porsche, Volvo e Maserati também tornaram-se mais acessíveis. As maiores altas foram da Hyundai e Renault, ambas de 0,68%. Os carros da Volks subiram 0,66%. Por modelo, o Tucson foi o que mais subiu (4,76%). Em maio estava por R$ 105 mil e passou a custar R$ 110 mil no final de junho. O Golf 2.0 Comfortline foi majorado em 4,69%, passando de R$ 64 mil para R$ 67 mil. O EcoSport XLS 2.0 automático subiu de R$ 53,5 mil para R$ 56 mil, alta de 4,67%.

New Civic: elevação de 62% nas vendas do sedan este ano

BOM SEMESTRE PARA A HONDA A proveitando a apresentação de sua nova sede administrativa, localizada no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, o Grupo Honda divulgou na última semana o balanço semestral de produção e vendas no Brasil. Durante o anúncio, a direção da montadora destacou a consolidação da marca como quinta maior fabricante de automóveis do País e a liderança absoluta no segmento de motocicletas, com 81,3% de participação do mercado de duas rodas durante os seis primeiros meses deste ano. Entre janeiro e junho de 2007, a empresa registrou alta de 20% no emplacamento de automóveis em relação ao mesmo período de 2006, atingindo 36.518 unidades. Entre estes veículos, 19.732

eram o sedan New Civic, que teve uma elevação de 62% em suas vendas. A produção apresentou crescimento de 25% no período. Segundo a Honda, a previsão é fechar o ano com 105.830 veículos produzidos na fábrica de Sumaré (SP), um número 38% superior ao de 2006. As exportações da marca totalizaram 9.598 unidades, 23% acima do primeiro semestre do ano passado. Motos - Prestes a alcançar a marca de dez milhões de unidades produzidas em sua fábrica de Manaus, a Moto Honda teve um crescimento de 25% de vendas em comparação a 2006. Incluindo os modelos importados, a empresa comercializou 643.950 motocicletas.


segunda-feira, 16 de julho de 2007

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Cabeleireiros, borracharias e empresas de processamento de dados e serviços gráficos tiveram aumento de carga tributária.

CONTABILISTAS PEDEM PRAZO MAIOR

MAIS CONFUSÃO À VISTA

Rafael Hupsel/LUZ

NOVO CARRO A GM investirá US$ 350 milhões na Argentina para produzir um novo modelo.

Ó RBITA

RESTITUIÇÃO O 2º lote de restituição do Imposto de Renda está disponível para saque hoje.

NOVAS AÇÕES NA BOVESPA

A O projeto estabelece prazo até o dia 15 de agosto. Continuo insistindo que o ideal seria prorrogar para janeiro de 2008. José Maria Chapina Alcazar, Sescon

partir de hoje, as ações da Invest Tur (Companhia Brasileira de Desenvolvimento Imobiliário Turístico) começam a ser negociadas no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A empresa, inaugurada em 2007 e que ainda não possui atividade, quer captar R$ 600 milhões com a venda de ações para investidores institucionais e qualificados, com vendas de cotas mínimas de R$ 300 mil. O banco coordenador da operação é o Credit Suisse. De acordo com o prospecto divulgado pela companhia, que não pode se pronunciar por 40 dias, a Invest Tur pretende explorar os segmentos de turismo de lazer, desenvolvimento imobiliário e de negócios. Dos recursos captados na abertura de capital, 27,5% devem ser destinados para a

compra de terrenos e 72,5% para cobrir os custos de desenvolvimentos dos projetos, como os de construção e infra-estrutura. Os acionistas fundadores da empresa são Márcio Moraes, José Romeu Ferraz Neto e Joaquim Ferraz, sócios do Grupo RFM, que desenvolveu e incorporou empreendimentos como o Ceasar Towers Vila Olímpia, em São Paulo. Segundo operadores e analistas financeiros de corretoras de valores envolvidas na distribuição dos papéis da Invest Tur, o fato de o valor do aporte inicial – R$ 300 mil – ser considerado alto para se concentrar em um só investimento e da companhia dar garantias reais dos investimentos na área de construção afastou do negócio potenciais aplicadores. Sonaira San Pedro

CADE NÃO EVITOU CONCENTRAÇÕES Sílvia Pimentel

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Divulgação

A classe contábil foi altamente sacrificada com a alta carga de burocracia. José Maria Chapina Alcazar, Sescon

Cálculos preliminares indicaram aumento de carga tributária. Quais as empresas mais prejudicadas? Salão de cabeleireiro, borracharia, processamento de dados, serviços gráficos, entre outras. São atividades de serviços que antes estavam enquadradas no Simples Federal e tinham a parte previdenciária embutida na tabela do regime. Agora, vão pagar 20% de INSS sobre a folha de salários, o que significa até 150% de aumento na carga tributária.

A

concentração de empresas em quatro setores industriais – petroquímico, mecânico, eletroeletrônico e siderurgia – aumentou fortemente desde a década passada. O movimento foi mais intenso na área de química e petroquímica. A Petrobras, que dominava 46% do setor em 1994, chegou a 2005 com 59%, fatia que vai a 63% levando-se em conta empresas controladas. Os dados fazem parte de um livro que está sendo preparado pela

pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Lucia Helena Salgado, exconselheira do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), sobre a defesa da concorrência no País entre 1994 e 2005. O trabalho revela que as decisões do Cade nesse período não evitaram a concentração de mercado em 29 de 30 setores pesquisados. Para Lucia, "não dá pra dizer se isso é bom ou ruim. Não se pode ter visão simplista". (AE)

TROCA DE CELULAR SE INTENSIFICA

A

indústria brasileira de telefonia móvel vai inaugurar em 2007 um movimento que trará mudanças consideráveis no modelo de negócios de operadoras e fabricantes de aparelhos. Pela primeira vez, o mercado de reposição de celulares superará o de novos usuários. Os especialistas enfatizam que esse marco não será pontual. A partir de agora, a troca de celulares ocorrerá de forma cada vez mais intensa, contrariando o rumo da base de assinantes, que deverá se manter estável ou até ceder. A TÉ LOGO

Para o diretor do Yankee Group, Luis Minoru, o processo sinaliza não só o amadurecimento da indústria, mas também a renovação tecnológica no setor. Um exemplo foi a implantação, pela Vivo, de uma rede GSM paralela à tecnologia CDMA, que deu uma sacudida no mercado e devolveu clientes à empresa. "De agora em diante, é de se esperar que o mercado de reposição fique sempre acima do de novos usuários. A telefonia móvel entrará na fase de crescimento vegetativo." (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Telecom Itália deve vender Brasil Telecom Brasil renova cenário do setor siderúrgico

L

O novo regime aumentou a responsabilidade dos contabilistas na indicação do melhor sistema tributário? Aumentou a responsabilidade e o trabalho, que está sendo feito sem remuneração. A classe contábil foi altamente sacrificada com a alta carga de burocracia, que inclui várias ações de simulação para chegar ao regime tributário ideal e a própria complexidade do sistema. Em resumo, criaram

O senhor acredita será grande a adesão das micro e pequenas empresas? Ao contrário, acho que haverá fuga das empresas. Primeiro porque muitas não vão conseguir parcelar seus débitos, apesar dos programas de parcelamentos criados. No Estado de São Paulo, por exemplo, os débitos com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) serão corrigidos pela Tabela Price. Além disso, muitas empresas vão perder competitividade se aderirem ao Supersimples pelo fato de não poderem transferir créditos do imposto. Outra questão nova que surgiu é a exigência de

desconto na mercadoria referente ao Programa de Integração Social (PIS) e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), já que os compradores não poderão se creditar desses tributos.

L

Os contadores e contribuintes já se adaptaram ao Supersimples? Não. Ainda há muita confusão. A classe contábil está na

O novo regime é um remédio contra a complexidade e a carga tributária? Para quem é indicado? É indicado sobretudo para o comércio varejista, que atende o consumidor final e que tenha relevante custo com folha de pagamento. Em alguns casos, pode sair até mais cara a opção pelo sistema. É preciso fazer simulações e avaliar caso a caso para não correr riscos.

uma obrigação nova que exige muito mais dedicação desses profissionais.

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erto de 1,4 milhão de micros e pequenas empresas escolheram o Supersimples como regime tributário. De acordo com o balanço mais recente da Receita Federal, divulgado na última quarta-feira, esse é o número de contribuintes que migraram automaticamente do extinto Simples Federal ou tiveram o pedido de adesão aceito pelo fisco. O prazo para aderir ao sistema vence no final deste mês. Para quem deseja experimentar pagar seus impostos por meio do novo regime de tributação, a recomendação é cautela. "É necessário fazer um estudo aprofundado para verificar se realmente vale a pena a adesão, sob o risco de ter aumento da carga tributária", alertou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar. Chapina participa hoje da reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Vai falar sobre a importância do planejamento tributário, vantagens e desvantagens de ingressar no Supersimples, além das novas ferramentas desenvolvidas pelo fisco para controlar a arrecadação dos contribuintes.

dependência de aprovação de um projeto de lei que tramita no Senado que, entre outros pontos, estica o prazo para ingressar no regime, inicialmente previsto para 31 de julho. O projeto estabelece o dia 15 de agosto. Não é um tempo razoável. Continuo insistindo que o ideal seria prorrogar para janeiro de 2008. Também não conhecemos o software que fará o cálculo dos tributos. Diariamente, recebemos reclamações na entidade de associados inconformados, que não conseguem verificar os débitos de seus clientes nas esferas estadual e municipal.

Mantega mantém déficit zero para 2009


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 16 de julho de 2007

Internacional

A especialidade dos EUA em matéria de educação é o roubo de cérebros Fidel Castro, líder cubano

Tariq Mahmood/AFP

OMC tenta salvar Doha

Ó RBITA

Sergei Chirikov/AFP

A

Um ataque suicida no distrito de Swat, no norte do país, deixou 14 mortos, sendo 11 paramilitares

DESARMAMENTO

Coréia do Norte está pronta para começar a desmantelar seu programa nuclear depois do desligamento, ontem, de seu único reator ainda em funcionamento. Mas apenas quando os EUA anunciarem a suspensão das sanções contra o isolado país comunista, disse um diplomata nortecoreano. Kim Myong Gil, ministro da missão nortecoreana nas Nações Unidas em Nova York, confirmou que o reator nuclear de Yongbyon foi desligado ontem e comentou que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) verificariam o avanço. Kim também se disse esperançoso em relação ao progresso no desarmamento do país. (AE)

A

PAQUISTÃO

Atentados matam ao menos 70

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elo menos 70 pessoas morreram no Paquistão no fim de semana, a maioria agentes das forças de segurança, em uma onda de violência que, segundo autoridades, pode estar relacionada à invasão da Mesquita Vermelha na capital Islamabad. Analistas de segurança já haviam manifestado temores de possíveis reações militantes por causa da ação na mesquita,

quando o exército matou mais de 70 radicais islâmicos. Ontem, militantes pró-Talibã na região do Vaziristão Norte, na fronteira com o Afeganistão, cancelaram um acordo de paz de dez meses com o governo depois de acusarem autoridades de violar o pacto. Quatorze pessoas, sendo 11 soldados paramilitares, morreram em uma emboscada suicida contra uma patrulha no

vale de Swat, na Província da Fronteira Noroeste. Horas depois, um homem-bomba atingiu um centro de recrutamento da polícia na cidade de Dera Ismail Khan, na mesma província, matando 26 pessoas. No sábado, vinte e quatro soldados paramilitares foram mortos em um ataque com carrobomba, no atentado mais sério contra forças de segurança desde novembro. (Reuters)

Mahmoud Zayat/AFP

O r g a n i z a ç ã o tidas na proposta que será Mundial do Co- feita sobre os cortes de tarifas mércio (OMC) de importação para bens inapresenta hoje as dustriais. O bloco insistiu propostas de acordo para a que não aceita cortes acima liberalização dos mercados de 50% em suas tarifas de importação de bens inagrícolas e de bens dustrializados, poindustriais. Depois sição considerada do fracasso de Brasil, Índia, Europa e O Brasil e seus extremista por europeus e americanos. EUA em chegar a parceiros do No setor agrícola, um entendimento G-20 insistem o Brasil e seus aliano mês passado, os que os EUA reduzam os dos do G-20 apremediadores de cada subsídios sentaram ao mediaum dos setores de agrícolas dor das negociações negociação coloca- para apenas agrícolas da OMC, rão na mesa o que US$12,5 Crawford Falconer, acreditam que pode bilhões/ano basicamente as messer o ponto de conmas propostas devergência entre as distintas posições, depois de fendidas há meses. O G-20 seis anos de negociações na espera que Falconer leve em Rodada de Doha. O Brasil, ao consideração sugestões colado de Argentina, Venezue- mo o corte de tarifas em 53%, la, África do Sul e outros sete além de um teto para os subemergentes, espera que to- sídios americanos de US$ das as posições estejam refle- 12,5 bilhões/ano. (AE) David Silverman/AFP

AFP

RÚSSIA

Aos 83 anos, Shimon Peres assume a presidência de Israel

presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou O decreto pelo qual o país

abandona o tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE), um dos mais importantes acordos de desarmamento da Guerra Fria. O Kremlin acusa a Otan de não cumprir o tratado. A decisão está relacionada aos planos americanos de instalar um escudo antimísseis na Europa Oriental, decisão que Moscou considera como "ameaça direta" à sua segurança. O porta-voz da Otan, James Appathurai, reconheceu que a resolução de Putin "não é uma grande surpresa", mas que a decisão é "equivocada". (Agências)

Garoto libanês descansa dentro da cápsula de um míssil atirado no último ano pelo exército de Israel

LÍBANO

Exército avança sobre militantes

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oldados libaneses conseguiram ontem seu maior avanço no campo de refugiados palestinos de Nahr al-Bared, no norte do Líbano, onde militantes islâmicos do Fatah Islam, inspirado na AlQaeda, estão entrincheirados desde o dia 20 de maio. Na incursão, dois soldados

morreram, elevando para 98 o total de militares mortos desde o início do conflito. Na pior violência interna do país desde a guerra civil (1975-90), também já morreram ao menos 60 militantes e 20 civis. Na ação, os soldados tomaram o controle de vários prédios antes ocupados pelos re-

beldes e bombardearam esconderijos. Testemunhas relataram ter visto várias bandeiras libanesas fincadas nos telhados de edifícios destruídos, em um sinal do progresso do exército. Elas também afirmaram terem ouvido rajadas de metralhadoras. (AE)

ISRAEL Um Nobel em busca da paz no Oriente Médio

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ex-primeiro-ministro Shimon Peres tomou posse ontem como novo presidente de Israel e prometeu continuar trabalhando pela paz na região do Oriente Médio. "O presidente deve estimular processos de paz, tanto dentro de Israel, com nossos vizinhos e em toda região." Peres, 83, foi eleito em junho para um mandato de sete anos e sucede Moshe Katsav, que deixou o cargo presidencial após acusações de abuso sexual contra funcionárias.

O novo presidente ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1994 devido à sua contribuição aos acordos de paz de Oslo, junto com Yasser Arafat, líder palestino falecido em novembro de 2004, e o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, assassinado em novembro de 1995. Durante seu discurso, Peres disse que "no topo da agenda está a libertação dos soldados israelenses capturados. Não descansaremos até devolvêlos às suas famílias", afirmou o novo presidente (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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DÚVIDAS FREQÜENTES

2) Quando a empregadora doméstica é optante pelo recolhimento do FGTS, no caso de dispensa sem justa causa ela deve pagar a multa de 40% (quarenta por cento) ou 50% (cinqüenta por cento)? A multa a ser paga deve ser de 40% (quarenta por cento). 3) Em caso de férias vencidas, a empregada doméstica tem direito a férias em dobro? As férias gozadas após o período legal de concessão deverão ser pagas em dobro, artigo 137 da CLT e enunciado 81 do TST. 4) Empregada doméstica, grávida ou não, pode ser dispensada durante o período de experiência? A empregada doméstica em período de experiência desde que, devidamente registrada em CTPS o Contrato de Experiência, mesmo estando grávida, poderá ser dispensada a qualquer tempo, dentro do prazo da experiência. 5) Em caso de faltas não justificadas, a empregadora doméstica poderá descontar quantos dias de trabalho da empregada? A cada falta, desconta-se um dia de trabalho, mais um DSR (descanso semanal remunerado), ou seja, um domingo. 6) A empregada doméstica tem direito a salário família? Não. 7) Quando a empregada doméstica é agredida física e moralmente, o que ela deve fazer? Procurar a delegacia mais próxima e registrar Boletim de Ocorrência, informando também ao Sindicato dos Trabalhadores e Empregadas Domésticas da região. 8) Quando a empregada doméstica quebra algum objeto do empregador, este pode descontar da empregada? Não, desde que seja um acidente, ou seja, não tenha havido intenção por parte da empregada doméstica de quebrar ou danificar o tal objeto. 9) Férias proporcionais mais 1/3 destas são obrigatórias para empregadas domésticas? Sim, nos termos da Convenção 132 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

10) Empregada doméstica tem direito a hora extra e adicional noturno? Sim, ela tem esse direito pois ele é previsto pela OIT. 11) Nos casos de cumprimento de Aviso Prévio trabalhado, a empregada doméstica também terá direito a diminuição da jornada de trabalho? Sim, podendo ser diminuída a jornada de trabalho em 2 (duas) horas diárias ou 7 (sete) dias ao final do Aviso Prévio. 12) Qual o período de estabilidade para empregada doméstica gestante? O período de estabilidade compreende desde o momento da confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto. 13) A empregada doméstica que trabalha sobre Contrato de Experiência e for dispensada antes do término do Contrato de Trabalho, deverá receber a multa que falta para o término do Contrato? Sim, a multa do artigo 479 da CLT que diz: "Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o término do contrato".

Marcelo Min/AFG

1) Qual a carga horária da empregada doméstica? A carga horária da empregada doméstica é de 8 (oito) horas diárias, podendo ser acrescidas 2 (duas) horas extraordinárias, até o limite de 44 (quarenta e quatro) semanais.

MULHER &TRABALHO Boletim especial O Emprego Doméstico SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados www.seade.gov.br

14) Após julho de 2006 passou a empregada doméstica a ter direito de gozar 30 (trinta) dias de férias. Caso o período aquisitivo tenha começado antes de julho de 2006, terá direito a 20 (vinte) ou 30 (trinta) dias de férias? Terá direito a 30 (trinta) dias de férias. 15) Quando a empregada doméstica é acusada de furto, sem provas ou injustamente, o que a mesma deve fazer? Procurar uma delegacia de polícia e registrar um Boletim de Ocorrência para preservação de seus direitos, informando também o Sindicato dos Trabalhadores e Empregadas Domésticas da região. 16) Qual o prazo para desocupação da casa quando a empregada doméstica residir na casa dos empregadores? Até o término do Aviso Prévio, quando trabalhado. E em casos de Aviso Prévio Indenizado, logo após o término dos 10 (dez) dias para pagamento. 17) Nos casos de falecimento do empregador, quem arcará com as verbas rescisórias da empregada doméstica? Qualquer outro parente ou pessoa da convivência do empregador falecido poderá ser reclamado a pagar as verbas rescisórias da referida doméstica.

SECRETARIA DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO CASA CIVIL DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SEADE

Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

MANUAL DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES DAS EMPREGADAS E TRABALHADORES DOMÉSTICOS Trabalho Doméstico: Direitos e Deveres Brasília: M.T.E, SIT, 2004. Cartilha de Assédio Moral no Trabalho Compacta SEAC-SP, 2005. FEDERAÇÃO DAS EMPREGADAS E TRABALHADORES DOMÉSTICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO Telefone: (11) 4607-9383. www.federacaodomesticas.com.br

Edição


São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

DCARRO

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CAMINHÕES

NOVIDADES FORD: DCARRO POR AÍ

LEVE E EXTRAPESADO Marca amplia opções com os novos Cargo 712 e 4532e

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Ford aumentou sua linha de caminhões com a apresentação do Cargo 712, para atender o setor de entregas e serviços urbanos, e a nova versão do extrapesado MaxTon, 4532e, que agora transporta até 45 toneladas. O veículo urbano Cargo 712 está disponível com duas opções de entreeixos: 2.800 mm (comprimento máximo de 5.490 mm) e 3.900 mm (comprimento máximo de 7.010 mm). O modelo tem o motor Cummins B 3.9 Euro 3 mecânico, que atinge potência de 120 cv (2.800 rpm) e torque de 46,4 mkfg (1.500 rpm). "O Cargo 712 é uma opção inteligente para transportadores, pequenos comerciantes, feirantes ou autônomos que pre-

cisam de um caminhão para enfrentar o trabalho diário das grandes cidades sem exigir uma estrutura de gerenciamento complexa e com menor custo", diz Oswaldo Jardim, diretor de Operações da Ford Caminhões para a América do Sul. Extrapesado - Próprio para carretas de três eixos, o Cargo MaxTon, que aumentou sua capacidade de carga com a nova versão 4532e, é indicado pela marca para aplicações de curtas e médias distâncias. Para isso a montadora melhorou também a frenagem do veículo, equipando o freio traseiro com câmaras do tipo baioneta e o eixo traseiro com tratamento especial da coroa e pinhão.

Divulgação

Montadora amplia os dois extremos de sua linha com a apresentação do leve, Cargo 712, e do extrapesado, 4532e MaxTon

MERCEDES-BENZ

FURGÃO PARA CENTROS URBANOS

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Mercedes-Benz lançou um caminhão furgão para transporte de produtos nos grandes centros urbanos, montado sobre o chassi 712 E e com carroceria Atilis, da Caio Induscar. O novo furgão oferece 17, 2 metros cúbicos de volume de carga. A proposta foi inspirada nos furgões americanos de distribuição, atendendo a uma solicitação do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), que adquiriu as cem primeiras unidades do veículo. Sua carroceria fechada garante menor exposição dos produtos transportados e o acesso ao compartimento de carga é feito internamente, sem a necessidade de sair do veículo. O Furgão Setcesp Urbano vem configurado com pára-brisa bipartido, pa-

rede divisória interna com grade, porta lateral corrediça, portas traseiras com abertura de 270 graus e piso de madeira, além de motor mecânico Mercedes-Benz OM 364 LA, de 4 cilindros turbocooler, com potência máxima de 110 cv (81 kW) a 2.300 rpm e torque de 47 mkgf (380 Nm) a 1.400 rpm. Divulgação

Setcesp adquiriu os cem primeiros

UM PNEU PARA ALTAS VELOCIDADES

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pneu mais veloz do mundo, em linha normal de produção, é da Continental e entrou para o Livro de Recordes do Guinness. O ContiSportContact 2 Vmax está homologado para velocidades acima de 360 km/h. Para a fabricante, o modelo, em produção desde 2004, representa o estado da arte no desenvolvimento de pneus específicos para carros esportivos, personalizados, de última geração e ultra-

velozes. Jan Fatthauer, proprietário de um Porsche da empresa de customização 9ff, alcançou a marca de 388 km/h com o pneu sob condições de teste. Esta marca, que está sendo reconhecida pelos editores da publicação, deve aparecer na próxima edição do Guinness World Records, que reúne as mais expressivas marcas mundiais nas mais diversas áreas.

CAMPANHA DO AGASALHO DA RENAULT

PIRELLI CONQUISTA PRÊMIOS

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FÁBRICA DA NISSAN NA RÚSSIA

ACESSO AO CONTEÚDO

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Renault realiza até o final deste mês a Campanha do Agasalho 2007, que acontece no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR). A ação tem por objetivo arrecadar roupas, cobertores e demais objetos, novos e usados, entre os colaboradores da fábrica e empresas parceiras. A expectativa da organização é atingir a marca de 4 toneladas de agasalhos arrecadados entre os participantes da campanha. A Renault do Brasil contribuirá com a doação extra de 1.000 cobertores, totalizando 5 toneladas de donativos.

Nissan Motor Co. anunciou o início da construção de sua nova fábrica em São Petersburgo, que envolverá investimentos de U$ 200 milhões e será inaugurada no início de 2009. Carlos Tavares, vice-presidente executivo de Planejamento de Produto e Design da montadora, comentou que “este é um passo significativo em direção à expansão global dentro das premissas do plano Nissan Value-Up”. Quando finalizada, a fábrica terá capacidade para produzir 50.000 veículos por ano.

Pirelli Pneus recebeu uma série de prêmios no primeiro semestre deste ano. Foi escolhida pela Volkswagen como a “Melhor das Melhores’, juntamente com outras 16 empresas, e recebeu o prêmio Qualitas, promovido pela FIAT, na categoria "qualidade do produto – pneus e conjuntos". Também foi a primeira em "performance logística" no Excellence Awards, promovido pela Toyota. Outro reconhecimento veio dos leitores da revista ‘O Mecânico’ que elegeram a Pirelli, no Prêmio Marca Brasil, como a melhor em pneus do setor automotivo.

DE MÍDIA DIGITAL DivX Inc. (Nasdak) e a LG Electronics, empresa líder em aparelhos eletrônicos de consumo e comunicação móvel, anunciam a Certificação DivX® do DVD Player automotivo LG LAD-9600, a ser comercializado no Brasil, México, Chile e América Central. O aparelho permitirá aos usuários latino-americanos o acesso ao conteúdo de mídia digital no automóvel. O produto também apresenta uma tela motorizada no painel do veículo e um amplificador MOSFET de 50 W x 4 canais.

VOLKSWAGEN TRANSPORTA ATLETAS DO PAN

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Ato Locadora de Veículos venceu a licitação para fornecer os 455 automóveis que estão transportando os 5.500 atletas, delegações, Comitê Organizador dos Jogos e Comitê Olímpico Brasileiro (COB), durante o Pan e Parapan Rio 2007. Os veículos são da marca Volkswagen, sendo 375 unidades do Polo Sedan 1.6 Comfortline e 80 modelos Gol 1.0 City, quatro portas, com vidros e travamento elétricos e ar-condicionado. Todos zero-quilômetro, na

cor prata Light e com tecnologia Total Flex. Desde o dia 13 e até 29 de julho, os carros estão fazendo o transporte da Vila Panamericana até os locais dos jogos e cerimônias de Abertura e Encerramento. Entre 12 e 19 de agosto, os veículos continuarão na Vila para atender 1.300 atletas, 700 membros de delegações e Comissão Organizadora dos jogos Parapan-americanos. Mais de mil motoristas foram contratados e treinados pela locadora para os eventos.


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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

PLANOS DE CARREIRA PARA OS COMERCIÁRIOS

Vendedor deixa de ser o profissional que não deu certo em nenhuma outra função.

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

COMÉRCIO SUPERA OS DEFEITOS DO ATENDIMENTO Empresas investem em centros de treinamento e planos de carreira para reverter despreparo do lojista Vanessa Rosal

De acordo com uma pesquisa do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, as funções preparo dos fun- predominantes na categoria cionários do co- são justamente as de vendedor mércio, que muitas e balconista, exercidas por vezes deixa a dese- quase metade dos trabalhadojar, está em processo de melho- res (44,7%). Já as atividades adra. O mau atendimento e a di- ministrativas, entendidas como as de serviços ficuldade em asburocráticos, absumir erros, que, s o r v e m 11 , 2 % segundo espedos empregados cialistas, ainda são característi- O vendedor precisa ter do setor. Para o presidente do cas fortes dos co- talento, estudar sindicato, Ricarmerciários no redo Patah, as pesl a c i o n a m e n t o permanentemente, com o cliente, já praticar e ser capaz de soas optam por trabalhar na área começam a ser corrigir seus próprios porque gostam substituídos por erros. Sem isso, não de lidar com pesp ro f i s s i o n a l i s- há qualidade. soas, mas precimo e busca de Sirley Garoli, s a m d e t re i n aap rimo rame nto do Ipeb m e n t o . " O c ona carreira. Emmércio não é uma presas de vários rotina, por isso é segmentos do comércio investem em centros tão apaixonante. Os profissiode treinamento, parcerias com nais da área estão começando a universidades e até escolas téc- fazer cursos específicos para nicas específicas para formar crescer na profissão." Foi pensando na capacitabons vendedores.

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Vendedor e cliente de loja: relação sem rotina e "apaixonante" classificam os especialistas. Mas o mau atendimento ainda prejudica as vendas.

ção desses profissionais que um grupo de consultores de varejo criou o Instituto PróVendas (Ipeb). O objetivo é formar vendedores e líderes de vendas de forma adequada para atender ao cada vez mais exigente público consumidor. Deu certo. Com seis anos de existência, a escola já formou 6 mil profissionais. Para a diretora executiva do projeto, Sirley Garoli, foi-se o tempo em que vendedor era quem não tinha dado certo em outro emprego. "Hoje vivemos uma situação exatamente oposta, ou seja, o vendedor precisa ter talento, estudar permanentemente, praticar

vendas e ser capaz de corrigir seus próprios erros. Sem isso, não há trabalho de qualidade." Segundo ela, os profissionais da atualidade precisam entender que é necessário se preparar para seguir carreira. "Já perdi a conta das vezes em que deixei de comprar por atendimento ruim." "Quem nunca foi mal atendido no comércio?", pergunta a professora Débora Martins, especialista no gerenciamento das relações entre empresas e clientes. "Muitas vezes a necessidade de treinamento é detectada. No entanto, por numerosos motivos o assunto é adiado ou até esquecido pelas empre-

sas", afirma, reforçando que o treinamento passa a ser fundamental para o enriquecimento de toda e qualquer empresa. "A capacitação de profissionais deve ser encarada como necessidade", diz. O vendedor Regis Uyvary Caviccio, da Lightview Equipamentos Visuais, participou do curso do Ipeb sobre vendas técnicas, e conseguiu aumentar seu ganho mensal com novos clientes. "Além disso, fui convidado a liderar a equipe de vendas, um desafio e tanto. Mais importante do que vender, aprendi lições sobre as pessoas e o quanto elas são importantes", afirma.

Aprendendo a vender sonhos

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a C&C Casa e Construção, os funcionários são incentivados a ingressar na faculdade de gestão em varejo. O diretor de Marketing da rede, Mauro Florio, afirma que não existe um prérequisito para uma pessoa se tornar um vendedor. "O profissional precisa, antes de tudo, gostar de gente. Depois, com o tempo, treinamento e muito estudo, ele desenvolve as técnicas necessárias", diz. Segundo ele, os funcionários da C&C já encaram a função de vendedor como uma profissão e pretendem construir carreira na empresa. "Aqui eles aprendem que vender material de construção é o mesmo que vender sonhos. Quer profissão melhor que essa?" (VR)

C&C investe em treinamento

Aposta no treinamento, como os atletas

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onde os alunos aprendem o aprimoramento de técnicas de atendimento e profissionais do gerenciamento. Tudo para varejo, vale ser qualificar os "clientes criativo. Inspirado pelos Jogos internos", a maioria (90%) Pan-Americanos Rio 2007, o jovens com menos de 21 anos. Shopping SP Market iniciou Nessa mesma linha atuam o uma rodada de palestras motivacionais para mais de 330 Carrefour, que inaugurou em 2000 o Instituto Carrefour, e a lojistas e colaboradores até o Associação Nacional dos final do ano. O objetivo é Comerciantes de Material de mostrar o que há em comum Construção entre a vida do (Anamaco), que atleta e o mundo lançou a Loja empresarial. "A Escola da busca constante Construção Civil pelo melhor A busca pelo em 2003. resultado e a melhor resultado e a Segundo o vivência de vivência de derrotas e professor Natal derrotas e vitórias são inerentes Destro, diretor vitórias são do projeto da inerentes à vida à vida de um atleta de um atleta e de ou de um profissional Anamaco, os cursos oferecidos um profissional qualificam desde corporativo", diz corporativo. a gerente de Eugênia Duva o vendedor até o dono do negócio. Marketing do O objetivo é Shopping, reunir a indústria e o varejo do Eugênia Duva. setor. "Ministramos cursos na No setor de fast-food, um escola da associação para bom exemplo é a rede quem está começando e temos McDonald's, que criou em uma parceria com a Fundação 1997 a Universidade do Armando Álvares Penteado Hambúrguer, em Alphaville. (Faap), onde os profissionais Além de Estados Unidos e fazem pós-graduação em Brasil, existem projetos gestão empresarial e MBA semelhantes apenas na em varejo de material de Alemanha, no Japão, na construção". (VR) Inglaterra e na Austrália,


Aparecida Brasil Gomes Xavier, 65 anos, governanta e cozinheira

"Tudo valeu a pena. Consegui muita coisa." parecida, ou Cida – como é mais conhecida, começou a trabalhar cedo, aos nove anos, na sede da fazenda em que seu pai trabalhava em Cambará, no Paraná. De lá, a menina foi trazida pelo proprietário da fazenda para a casa da família em São Paulo. Virou babá, arrumadeira e foi parar na casa em que está, junto com o marido, há 42 anos. Se tornou cozinheira e, mais tarde, governanta. A história de sua família se confunde com a de seus patrões. Cida casou, teve um filho, fez seu patrimônio e hoje, apesar de estar aposentada há dez anos, não conseguiu ainda abandonar a família para qual trabalha. Escola mesmo, ela não conheceu. "Tive alguns professores particulares e depois fiz vários cursos de culinária e até um de primeiros-socorros", conta. Ela e o marido são exceção no mercado de trabalho doméstico. Cada um ganha R$ 3 mil por mês. O casal possui 11 casas no bairro de Itaquera (zona leste de São Paulo), uma na Vila Madalena (zona oeste) e um sítio no interior do estado. Recompensa por uma vida inteira dedicada ao trabalho doméstico.

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Rogério Albuquerque/AFG


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

FIAT CINQUECENTO

NO BRASIL? SE VIER, SERÁ PARA POUCOS. Alberto Alquati/Divulgação

A Fiat não confirma, mas há comentários de que sua versão top chega em breve e limitada a 1.000 unidades CHICOLELIS

diretoria da Fiat internacional informou que o mais novo lançamento e sucesso da marca, o 500 (Cinquecento), não virá para o Brasil. Mas há comentários de que isto acontecerá em breve, com a versão top chegando ao preço aproximado de R$ 55 mil. Se realmente isto acontecer, apenas 1.000 consumidores privilegiados poderão ter este que é a coqueluche do momento na Itália, com um lançamento digno das mais suntuosas produções de Hollywood ou de Cinecittà. A apresentação do 500 estava mais para festa de Oscar e de Caderno de Variedades e Cultura do que para um caderno como o nosso DCarro. Um espetáculo totalmente encenado nas águas do Rio Pó, que cerca Torino, a "capital" da Fiat. Num enorme palco flutuante montado sobre o rio, atividades diversas, em sua maioria inspirada nas obras de Fellini, o maior dos cineastas italianos. Em certo momento, uma Anita Ekberg surge flutuando, montada num cintilante vestido vermelho e grita a um Marcello Mastroiani, à beira do flutuante, que ele pule nas águas, ao seu encontro. E Marcello não se fez de rogado e foi em busca do seu amor, numa paródia da cena de La Dolce Vita, em que os dois contracenaram na Fontana de Trevi, em Roma. Vale rever este filme e também "Elza e Fred", que revive a mesma cena, sem

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O lançamento do novo Cinquecento, 50 anos após surgir a primeira versão

o mergulho no rio, claro! A queima de fogos ao final do show, com o Cinquecento exposto sobre o palco flutuante, encantou a platéia de 10 mil pessoas, confortavelmente instalada em arquibancada à beira do Pó. Por que tudo isso por um "picollo" carro? Retomada - Com o Cinquecento, relançado 50 anos depois da sua primeira versão, a Fiat quer revigorar ainda mais a marca. A empresa, que passou por momentos difíceis, com prejuízos de 10 bilhões de euros há 10 anos, fechou 2006 com apenas 1,5 bilhão de perda. O 500 foi a forma encontrada pela empresa para mostrar sua força de retomada. E a Itália crê nisto. Por todo o país ocorreram

EXCELENTE PARA DOIS Será que eu entro neste negócio? Esta é a primeira coisa que vem à cabeça quando se olha para o novo Fiat 500. E vale destacar que ele é maior que o antigo. Mas é só se acomodar que tudo muda. Logicamente para quem está na frente, pois o banco de trás é puro enfeite e só serve para auxiliar o porta-malas, que é restrito: 185 litros. Os números da Fiat indicam dois passageiros mais 20 quilos de bagagem. O modelo utilizado por nós do DCarro em Turim era o top de linha, com motor

manifestações de boas-vindas ao pequeno carro. Mais de 1.000 proprietários de 500 carros antigos de toda a Europa se dirigiram a Torino para a grande festa que parou a cidade por 24 horas. Durante o test-drive, jornalistas de todo o mundo eram obrigados a parar o novo 500 para que as pessoas o admirassem, alguns demonstrando uma emoção raramente vista neste tipo de trabalho. Pelo que oferece, pouco espaço para quatro pessoas (veja texto abaixo), o carro pode ser considerado caro na Europa, custando de 9.990 a 14.990 euros na versão esportiva, com motor 1.4. Mas a Fiat aposta no seu charme e no seu passado. Um aposta fácil de ser bancada. Tudo indica que o sucesso vem aí. E aqui também,

afinal, brasileiro adora carro com charme. Bicombustível? Não há álcool suficiente. A Fiat manifestou sua preocupação com o meio ambiente, na palavra do seu superintendente-geral, Sergio Marchionne, afirmando que o Cinquecento já atende as exigências do controle de poluição de 2009. Perguntado sobre um motor bicombustível, que poderia ser desenvolvido na Fiat brasileira, Marchionne lembrou que Belini (o presidente daqui) tem esta capacidade, mas destacou que a produção de álcool ainda não permite este salto. Na Itália, o modelo tem garantia do 500 mil quilômetros ou cinco anos. Mas com uma condição: a compra tem que ser feita pelo sistema de financiamento da própria montadora.

1.4 de 16V, com direito a tudo e mais alguma coisa. O volante de três raios revestido de couro branco mostrou excelente "pega". O motor, com 100 cv, é elástico e atende muito bem a proposta. Com 930 quilos, o Fiat 500 atinge velocidade máxima de 182 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 10,2 segundos. A agilidade, obviamente, é um dos pontos fortes. Na cidade, é só alegria e ainda cabe em qualquer lugar. É uma festa. E na estrada? Silencioso e confortável. Depois de alguns quilômetros pelos arredores de Turim, e devidamente perdidos, decidimos brincar com o "car-

rinho". E deixamos muitos carros grandes a ver navios e seus motoristas, sem dúvida, com olhos arregalados. Afinal, eles viam pelo retrovisor um negocinho atrás e deviam se perguntar: que raios é isso? Era um Fiat 500 branco perolizado pedindo passagem sem o menor respeito ou consideração. Para nós, era pura diversão. O consumo é de 12,1 km/l na cidade e 19,2 km/l na estrada. Bons números, e têm que ser, afinal o tanque só tem capacidade para 35 litros. Uma delícia de carrinho. Tem tudo para fazer sucesso. Antônio Fraga


Sirlene Oliveira de Jesus, 29 anos, babá

"Sempre gostei de criança." ma das piores experiências da vida da baiana Sirlene foi o dia em que apanhou de uma patroa e foi parar na rua, literalmente, sem conseguir pegar nem suas roupas antes de ir embora. Ela tinha 11 anos e estava trabalhando como babá na cidade de Jacobina, na Bahia. O motivo: fez a lição de casa para o filho dos patrões. Depois disso, Sirlene virou diarista, dama de companhia, veio para São Paulo e, aos 15 anos, voltou à profissão de babá, em que está até hoje. Ela acorda cedo todos os dias, dá café para sua filha, a leva para a escolinha ou deixa com a sogra e vai trabalhar. Tem carteira assinada e ganha R$ 600 para cuidar de um bebê. Mas, nas horas livres, faz de tudo um pouco para ganhar um dinheirinho extra. "Sou manicure, pedicure, já fiz até bordado para vender", diz.

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Silvia Zamboni/AFG


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Fotos: Divulgação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Facesp nterior

As provas que acontecem durante a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos (acima e abaixo) atraem uma multidão de turistas à cidade. As camisetas da grife Barretesão alusivas ao evento (direita) respondem por cerca de 50% das vendas da empresa nos 10 dias de competição.

Chegamos a ter uma taxa de ocupação de 100% nos hotéis. Temos hoje apenas 1,3 mil leitos na cidade. Mas estamos ampliando nosso parque hoteleiro. Luiz Carlos Silva, presidente da Acib

SEGURA COMERCIANTE! Festa do Peão de Boiadeiro faz explodir as vendas no comércio e o movimento nos hotéis de Barretos. Mas empresários querem sair da dependência do rodeio. André Alves

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cidade de Barretos, no interior paulista, já se prepara para sediar a 52ª Festa do Peão de Boiadeiro – um dos maiores e mais importantes rodeios do País –, que será realizada daqui a um mês, entre 16 e 26 de agosto. Com uma população estimada em 110 mil habitantes, o município chega a receber cerca de 800 mil visitantes. E quem comemora são os comerciantes e donos de hotéis que, agora, lutam para não depender apenas do evento. A idéia é criar um calendário de festejos e utilizar o Parque do Peão, onde é realizado o rodeio, o ano todo. De acordo com a Associação Comercial e Industrial de Barretos (Acib), o movimento no comércio durante a Festa do Peão de Boiadeiro chega a crescer até 40%, com destaque para as lojas de produtos country, que dobram suas vendas, assim como os setores de bares e restaurantes e de hotéis. "Chegamos a ter uma taxa de ocupação de 100% nos hotéis. Temos hoje apenas 1,3 mil leitos na cidade. Mas estamos ampliando nosso parque hoteleiro. Dentro do Parque do Peão está sendo construído um grande hotel termal, o Golden Dolphin Barretos Thermas Park, com 2,5 mil leitos e 28 piscinas", diz Luiz Carlos Silva, presidente da Acib. A entidade partici-

pa da festa de diversas formas. "Atuamos junto à comunidade ajudando a buscar patrocínios, além de promovermos uma série de reuniões preparativas para o evento." Segundo Silva, o comércio de toda a região é beneficiado com o rodeio. "O evento atinge a rede hoteleira de todas as cidades vizinhas. Temos uma boa infra-estrutura no município, mas mesmo assim precisamos de mais investimentos, principalmente na construção de novos leitos", afirma. "Mas o fato de dependermos da Festa do Peão de Boiadeiro acaba desestimulando a injeção de novos recursos por parte de comerciantes e donos de hotéis", emenda o secretário de turismo de Barretos, Antonio Bonvino. "Não podemos depender apenas do rodeio. A rede hoteleira sofre muito com essa sazonalidade." A idéia do secretário é de estimular fluxos turísticos que viabilizem investimentos no sistema de hospedagem, alimentação, artesanato e comércio específico local e regional. Uma das propostas da secretaria é transformar, por meio de parcerias, o Par-

que do Peão – que até 2004 funcionava uma vez por ano, apenas durante o rodeio – em um local de visitação turística até o final de 2008, com a realização de eventos multiculturais – religiosos, musicais e esportivos. "Queremos também criar um parque temático a médio prazo. Pretendemos estabelecer um calendário de eventos turísticos para Barretos, com a meta de realizarmos um grande evento por mês e pequenos e médios eventos em praticamente todos os finais de semana, elevando a ocupação hoteleira aos níveis máximos", conta Bonvino. Otimismo – Mas enquanto as mudanças não chegam, o comércio de Barretos tenta faturar alto com a Festa do Peão de Boiadeiro. Daniel Chumam, sócio-proprietário da loja Barretesão – especializada em artigos de moda country –, está otimista. Nesse período, as vendas chegam a ser 10 vezes maiores. "As camisetas alusivas ao rodeio respondem por cerca de 50% de nossas vendas durante o evento. Mas também comercializamos muitos bonés, adesivos, chapéus, cintos e botas", diz. Chumam espera um aumento de 10% nas vendas este ano, comparativamente a 2006, devido ao crescimento econômico do País e ao natural desenvolvimento da grife. O otimismo também faz parte da rede hoteleira de Barretos. "Nossa taxa de ocupação durante a Festa do Peão chega a 100%, o dobro do verificado em outras épocas do ano. Para esta edição do evento não deve ser diferente. Estamos bastante otimistas", afirma Elaine Gerolin, gerente do Hotel Kehdi Plaza, um dos principais da cidade. Antonio Bonvino, secretário de Turismo de Barretos, planeja criar um calendário de eventos turísticos para o município

Parque do Peão chega a receber cerca de 800 mil visitantes de todo o Brasil

Notícias das associações comerciais e industriais do interior do Estado

MARÍLIA

ITANHAÉM

responsável pelo A departamento de relações internacionais da

não receba tantos visitantes, o uscar idéias para município precisa formatar B fortalecer o turismo receptivo no município. Esta é um projeto de turismo

Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), Giani Manzeppi Faccin, visitou recentemente a cidade de Maringá, no Paraná, para conhecer o Instituto Mercosul – entidade que dá suporte aos micro e pequenos empresários e empresas que queiram iniciar suas atividades no comércio internacional. Ela funciona nas dependências da Associação Comercial e Empresarial da cidade paranaense. "A idéia é incrementar as exportações de Marília, auxiliando os empresários, principalmente os pequenos, na busca de negócios com empresas estrangeiras", disse o superintendente da Acim, José Augusto Gomes.

a proposta do presidente da Associação Comercial de Itanhaém (Acai), José Roberto Pereira do Nascimento, ao reunir, na sede da entidade, diversos representantes ligados ao setor. No encontro, profissionais dos segmentos de hotéis, táxis, restaurantes e quiosques, além de técnicos da prefeitura, debateram sugestões e saídas para a crise que afeta a economia local nos meses de baixa temporada. "Precisamos de idéias para explorar melhor o turismo. Este é o desafio que a Acai apresenta para a sociedade. O que não podemos é ficar de braços cruzados", disse Nascimento. Segundo ele, ainda que nesta época do ano a cidade

receptivo que acolha cada turista com o máximo de profissionalismo. No encontro, foi discutida a necessidade de elaborar campanhas para serem administradas conjuntamente entre os setores envolvidos na reunião. Também foi discutida a importância de dotar os pontos turísticos de melhor infra-estrutura, além de oferecer qualificação e treinamento para os profissionais que têm contato direto com os turistas. O presidente da Acai garantiu que a entidade deve receber, em pouco tempo, recursos provenientes da Secretaria Estadual do Trabalho, que serão empregados na qualificação de mão-de-obra.


Distritais DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 16 de julho de 2007

3 Penha

ACSP Fotos: Andrei Bonamin/Luz

PENHA: FÉ NO TURISMO RELIGIOSO

O Santuário de Nossa Senhora da Penha (abaixo) pode fazer parte do circuito turístico religioso, histórico e cultural do bairro.

A Distrital Penha da ACSP lidera projeto para transformar o bairro em rota turística religiosa e cultural de São Paulo. A proposta é resgatar as tradições e fixar a população local no entorno. Os primeiros contatos com a Secretaria de Turismo para debater a idéia deverão acontecer em breve. Como este ano a Penha celebra 340 anos de fundação, estão programados diversos eventos comemorativos, que vão desde procissões religiosas até desfiles de carros antigos.

André Alves

N

A Basílica de Nossa Senhora da Penha (à esq.), uma das maiores de São Paulo, estará de portas abertas para as comemorações religiosas

Da esquerda para a direita, José Araújo Costa, Marco Antonio Jorge, padre Carlos Calazans e Dárcio Cardoso

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje

I Plenária-O presidente da

ACSP, Alencar Burti, participa da reunião plenária da Gestão Março de 2007 / Março de 2009, com palestra do conselheiro da ACSP e presidente do Sescon-SP, José Maria Chapina Alcazar, com o tema "Supersimples e Planejamento Tributário". Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar. I Penha - A distrital, em parceria com o Sebrae/SP, promove o curso "Como melhorar a produção de sua empresa". Às 18h30, av. Gabriela Mistral, 199.

Amanhã I Centro - A distrital realiza

reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 9h, rua Galvão Bueno, 83. I Tatuapé - A distrital realiza reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 16h, praça Silvio Romero, 29. I COMUS - O conselheiro da ACSP, José Candido Senna, coordena reunião do COMUS, com a presença de Renato Sabaine, do Serviço Comercial dos Estados Unidos e Charlotte Galogly, presidente do World Trade Center Miami, que apresentarão as vantagens dos portos da Filadélfia e Virginia para distribuição nos Estados Unidos e a Feira Air Cargo Americas 2007. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar. I Centro - A distrital, em parceria com o Sebrae/SP,

o ano em que comemora 340 anos de fundação, o bairro da Penha, na zona leste, pode se tornar uma rota turística religiosa e cultural do município. A iniciativa é da Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e conta com o apoio de várias entidades da região. Para isso, não faltam monumentos históricos e religiosos no bairro, que tem, ainda, Nossa Senhora da Penha, a padroeira da cidade. A vocação religiosa da Penha remonta aos seus primórdios. O bairro formou-se em torno da religiosidade, característica ainda presente entre a população local. As tradicionais festas de Nossa Senhora da Penha sempre constituíram um dos grandes atrativos da região, tanto no passado quanto nos dias atuais. As comemorações são realizadas anualmente no dia 8 de setembro. Embora Nossa Senhora da Penha de França não tenha sido oficialmente declarada pelo Vaticano como a padroeira de São Paulo, pela tradição secular e pela devoção popular é cognominada até pelas autoridades eclesiásticas a padroeira da cidade. "Queremos resgatar as tradições do passado por promove a palestra "Atendimento: um diferencial para conquistar cliente". Às 18h, rua Galvão Bueno, 83. I Penha - A distrital, em parceria com o Sebrae/SP, promove o curso "Como melhorar a produção de sua empresa". Às 18h30, av. Gabriela Mistral, 199.

Quarta I Sudeste - A distrital realiza

reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 13h30, rua Afonso Celso, 1659. I Centro - A distrital, em parceria com o Sebrae/SP, promove a palestra "Inadimplência: cuidados para garantir o sucesso de vendas". Às 18h, rua Galvão Bueno, 83. I Penha - A distrital, em parceria com o Sebrae/SP,

meio de atividades culturais que reforcem a vocação turística religiosa da Penha", diz Marco Antonio Jorge, superintendente da Distrital Penha. Largo do Rosário – O dirigente quer que os monumentos localizados nas proximidades do Largo do Rosário façam parte de um circuito de visitação turística, entre eles a Basílica e o Santuário de Nossa Senhora da Penha e o Colégio Santos Dumont. De acordo com Marco Antonio, "a distrital já está contatando a Secretaria da Cultura para discutir o assunto". Outro projeto em discussão é a implantação de um trenzinho que sairia da estação Penha do metrô e faria um passeio turístico até o centro histórico do bairro. Muitas entidades da região apóiam a iniciativa, entre elas a Associação Viva Penha, que atua com o objetivo de manter viva sua história e tradições. "Todos os projetos para a região precisam ter uma maior colaboração de vereadores que efetivamente lutem pelo bairro", afirma Dárcio Cardoso, presidente da Associação e do Clube Esportivo da Penha. Para o subprefeito da Penha, José Araújo Costa, "o trabalho em conjunto ajudará a atingir os objetivos propostos e a subprefeitura estará sempre disposta a discutir os assuntos relevantes para a região".

promove o curso "Como melhorar a produção de sua empresa". Às 18h30, av. Gabriela Mistral, 199. I Santo Amaro - A distrital, em parceria com as subprefeituras da região sul, promove a palestra "Operação de defesa das águas". Às 19h, av. Mário Lopes Leão, 406. I Sudeste - A distrital promove a cerimônia de entrega do troféu "Marco da Paz" aos policiais civis e militares por seus atos de bravura em prol da Paz. Às 20h, no auditório do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, rua Loefgreen, 1048. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de móveis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h, av. Marechal Tito, 1042.

O Largo do Rosário (à esquerda) receberá parte dos eventos comemorativos aos 340 anos da Penha

Festividades – Como parte das comemorações dos 340 anos do bairro, o superintendente planeja realizar no mês de setembro uma série de eventos no Largo do Rosário. "Faremos procissões, desfile de carros antigos, encontro de motociclistas, bandas de fanfarras, apresentação de corais de todas as igrejas do bairro, festa das nações e exposições culturais, entre outros. Queremos trazer e fixar cada vez mais as pessoas na Penha", revela Marco Antonio. Segundo o padre Carlos Calazans, da Basílica Nossa Senhora da Pe-

nha, "a igreja apoiará e estará sempre de portas abertas para todas as manifestações religiosas comemorativas". Com o crescimento do turismo religioso, por meio dos projetos existentes, o superintendente acredita que o comércio do bairro será alavancado. "A Penha deverá ter um maior afluxo de pessoas. Consequentemente, os bares, restaurantes e o comércio em geral, inclusive o de artigos religiosos, vão ganhar com essa medida. O bairro inteiro se beneficiará muito", conclui Marco Antonio.

Quinta

I Santo Amaro - A distrital realiza reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 16h, rua Mário Lopes Leão, 406. I Penha - A distrital, em parceria com o Sebrae/SP, promove o curso "Como melhorar a produção de sua empresa". Às 18h30, av. Gabriela Mistral, 199. I Centro - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de óticas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes Monteiro Martins. Às 19h30, rua Galvão Bueno, 83. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de mecânica do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h, av. Marechal Tito, 1042.

I São Miguel - A distrital

realiza reunião do núcleo setorial de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h, av. Marechal Tito, 1042. I Pinheiros - A distrital realiza audiência pública para licitação das obras civis de readequação da capacidade estrutural e infra-estrutura complementar do corredor de ônibus Campo Limpo/Rebouças/Centro, apresentada pela São Paulo Transportes . Às 10h, rua Simão Álvares, 517. I Centro - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de aquarelistas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes Monteiro Martins. Às 14h, rua Galvão Bueno, 83.


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007

DESABAMENTO Construção desaba e deixa quatro pedreiros feridos no município de Itapevi.

ÁRVORE Queda de árvore fecha por uma hora a rua Bela Cintra. Não houve feridos no acidente.

Ó RBITA

1 Leonardo Wen/Folha Imagem

CET registrou índices de congestionamentos superiores à média do mês, por causa da chuva.

Chuva apaga semáforos. Avião patina em Congonhas.

Leonardo Wen/Folha Imagem

Choveu quase a metade da média histórica de julho na cidade, que enfrentou os transtornos típicos de verão

A

SITE MEDIRÁ CONGESTIONAMENTO Companhia de A Engenharia de Tráfego (CET) lançou ontem nova metodologia de medição da lentidão provocada por congestionamentos (foto) em São Paulo. Com a ampliação da malha viária aferida, a CET contará o congestionamento em 800 km de vias monitoradas (antes eram 560 km). As informações serão disponibilizadas em um site que ainda está em fase de testes, sem prazo para entrar no ar. Quando entrar, seu acesso será liberado apenas para a imprensa. A cada 30 minutos, o "Trânsito Agora" apontará a lentidão medida das 7h às 20h. O novo sistema de medição vai apontar o percentual de lentidão na cidade. Até então, a lentidão era medida em

quilômetros. Ontem, às 19h, 14,1% das vias da capital estavam congestionadas (cerca de 124 km de lentidão). A pior região era a zona sul, com 37% das vias congestionadas. Segundo a CET, o pior trecho estava na pista local da marginal Pinheiros, sentido Castelo Branco, onde o engarrafamento era de 4,7 quilômetros, desde as proximidades da ponte Morumbi até a ponte Eusébio Matoso. Na via expressa da marginal Pinheiros a lentidão era de 4,2 quilômetros, entre as pontes Cidade Universitária e Morumbi. Na pista expressa da marginal Tietê, sentido Lapa-Penha, a morosidade também era de 4,2 quilômetros, entre as pontes Atílio Fontana e Julio de Mesquita Neto. (Agências)

PM VAI MULTAR NO TRÂNSITO Prefeitura, firmado em m contingente de 2006. De acordo com o U 1.100 policiais secretário municipal de militares passará em breve a trabalhar integrado os marronzinhos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Além de coibir crimes, eles também fiscalizarão o trânsito e poderão multar. O reforço na fiscalização é resultado de convênio entre a Secretaria de Segurança Pública e a

Transportes, Frederico Bussinger, a ação dos PMs no trânsito começou no início de julho de maneira experimental. O grupamento vai atuar em 150 pontos da Capital, informou o secretário. Os policiais que multam serão identificados por uma braçadeira. (Agências)

SEMÁFOROS INTELIGENTES EM 2008 s semáforos fases. A primeira, iniciada inteligentes instalados em abril de 2006, recuperou O na Capital devem voltar a a tecnologia das Centrais de funcionar até outubro de 2008. Segundo a secretaria dos Transportes, a Prefeitura fechou os contratos para a reforma dos equipamentos. Segundo a secretaria, o processo de recuperação dos semáforos inteligentes já está em andamento e será realizado em duas

Tráfego em Área (CTA). Foram investidos R$ 30 milhões. Agora, será realizada a recuperação das redes de campo, como os sensores que medem o fluxo nas vias. A recuperação dos semáforos inteligentes é importante para a redução dos congestionamentos na cidade. (Da redação)

pós um período de forte estiagem, choveu forte em São Paulo, ontem. A chuva que atingiu a Capital representa mais da metade do volume estimado para o mês de julho. Apesar de estarmos no inverno, o paulistano enfrentou problemas típicos de verão, como alagamentos, queda de energia, semáforos apagados e trânsito complicado. Em Congonhas, um avião derrapou na pista principal. Até as 13h, choveu uma média de 23,2 milímetros na cidade, equivalente a 53% da média para o mês, que é de 54 milímetros. Em algumas regiões, o volume acumulado de água foi quase o total do mês. É o caso de Parelheiros, na zona sul, onde choveu mais de 43 milímetros. A chuva começou por volta das 5h30 e ficou mais forte por volta das 7h. Com a chuva, voltaram os alagamentos e complicações no trânsito. Às 9h, foram registrados 113 km de lentidão, quando a média para o horário é de 82 km, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Às 14h30, havia 34 km de lentidão, quase cinco vezes mais que a média para o horário, que é de 7 km. À noite, o trânsito também foi mais complicado do que o normal. Energia - A chuva provocou queda de energia elétrica e comprometeu os semáforos da cidade. A assessoria de imprensa da Eletropaulo negou que parte significativa dos semáforos tenha apagado por falta de energia elétrica, mas admitiu que houve panes nas regiões da vila Mariana, zona sul, Butantã e Pinheiros, na zona oeste. Pela manhã, o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) decretou estado de atenção em toda a cidade. Por volta das 9h, a cidade tinha pelo menos oito pontos alagados, dois deles intransitáveis: a pista local da marginal Pinheiros, na altura da ponte João Dias, e a avenida Otaviano Alves de Lima, na altura da ponte Ulisses Guimarães. Às 9h, foram registrados 113 km de congestionamentos, contra os 82 km de média. Avião - Um avião derrapou ao pousar na pista principal do aeroporto de Congonhas. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), o acidente ocorreu às 12h43 e ninguém ficou ferido. A aeronave, da empresa Pantanal,

Danilo Verpa/Folha Imagem

Avião derrapa e pára na grama em Congonhas: pista principal foi reformada para evitar problemas na chuva José Luis da Conceição/AE

Qualidade do ar melhora Apesar do inverno, cidade viveu ontem cenas típicas de verão, com capas e guarda-chuvas para proteger os paulistanos (foto ao lado)

vinha de Araçatuba (SP). O avião, de porte médio, parou de bico na área de grama, entre as pistas principal e auxiliar. As operações em Congonhas ficaram suspensas por 20 minutos, provocando atrasos e cancelamentos. Segundo a Infraero, entre 0h e 13h, dos 129 vôos programados em Congonhas, 17 atrasaram mais de uma hora e 16 foram cancelados. Apesar da chuva que caiu ontem, a Infraero não relacionou o acidente com a água na pista. Segundo a estatal, apenas uma investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), da Aeronáuti-

ca, poderá determinar o que causou a derrapagem. A Pantanal Linhas Aéreas informou que ainda é cedo para se saber as razões que levaram o avião ATR42 derrapar, mas que chovia muito sobre Congonhas e será feita uma perícia no aparelho. A pista principal de Congonhas foi reaberta no dia 29 de junho, após 45 dias de reformas. A pista foi liberada sem a conclusão do grooving, que são ranhuras na pista para evitar derrapagens e ajudar na drenagem de água. De acordo com a Infraero, as ranhuras no pavimento para auxiliar na drenagem já estão sendo feitas. (Agências)

A

pesar dos transtornos que os paulistanos viveram ontem, a chuva forte melhorou consideravelmente os índices de umidade do ar, além de permitir a dispersão de poluentes. De acordo com o meteorologista da Somar, Paulo Etchichury, o índice pluviométrico de ontem surpreendeu, pois o inverno "é tipicamente seco em toda a região Sudeste". "No entanto, a entrada de uma frente fria mais forte pode provocar chuvas como as que tivemos ontem", afirmou o meteorologista. O tempo deve continuar chuvoso até o meio da semana. A expectativa é de que hoje a chuva seja mais fraca do que a de ontem. Amanhã, porém, volta a chover forte. Na quintafeira, o tempo deve voltar a ficar seco e típico de inverno. Geadas - No sul do País, segundo a meteorologia, a entrada de frentes frias vai continuar até o fim do mês. "O clima vai permanecer frio, com umidade elevada e baixa temperatura", diz a meteorologista Desiree Brandt. Segundo ela, a região pode ter mais geadas no período. "O tempo seco, influenciado por massas de ar polar, pode derrubar a temperatura mínima abaixo de 3 ou 4 graus, favorecendo a ocorrência de geadas". (Agências)


2

Ambiente Educação Urbanismo Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007 Niels Andreas/AE

Prefeito vai vetar projeto que proíbe estacionar nas ruas do Centro e ordena um novo estudo.

GARAGEM SUBTERRÂNEA É ALTERNATIVA

Prefeitura pode mudar estacionamento no Centro

Vivi Zanatta/AE

Grupo de estudo vai analisar propostas para ocupação de vagas nas ruas. Objetivo é melhorar tráfego na área. Andrea Felizolla/Luz

Fernando Vieira

O

prefeito Gilberto Kassab anunciou a criação de um grupo de estudos para analisar e desenvolver projetos para o estacionamento no Centro. Kassab não quer proibir o estacionamento nas ruas, mas encontrar alternativas que melhorem o fluxo de veículos e, ao mesmo tempo, aumentem o número de vagas na região. Kassab considera "defensável o objetivo de priorizar o trânsito no uso do sistema viário” em lugar da delimitação de vagas nas ruas, mas pondera que a proibição nos termos do projeto aprovado pela Câmara Municipal – imediata e no Centro Expandido – traria conseqüências prejudiciais, como a proliferação de estacionamentos irregulares (por causa do déficit de vagas), prejuízos para o comércio (com o afastamento do público) e pessoal insuficiente para fiscalização. A idéia de grupos de estudo, contudo, não é uma novidade. Desde 1981, na Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), há documentos sobre um programa de estacionamento para a cidade. Entre os projetos desenvolvidos ao longo dos anos estão as garagens subterrâneas nos distritos Sé e República, no Centro, com seis áreas já definidas para construção: praças Dom José Gaspar, João Mendes, Antônio Prado e Ramos de Azevedo, além do Mercado Municipal e Pátio do Colégio. Mas, até agora, nenhuma saiu do papel, apesar de estarem aprovadas desde 2003. E é justamente aí que está um

Ó RBITA

PELO PASSAGEIRO Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terá A de criar normas para comunicar os atrasos de vôos aos passageiros nos aeroportos do País. A decisão liminar foi dada pelo juiz federal substituto Douglas Camarinha Gonzales, da 6ª

Estacionamento no Centro: garagens subterrâneas não saíram do papel

dos pontos polêmicos em relação à proibição de estacionamento nas vias públicas como forma de dar fluidez ao trânsito: faltam alternativas para o motorista. Para Marcelo Flora Stockler, superintendente da distrital Centro da Associação Comercial de São Paulo, estudos e idéias existem há quase vinte anos, mas não se transformam em ações concretas. “A iniciativa da proibição é descabida antes da apresenta-

ção e implementação de alternativas para estacionamento. Todas as áreas para a construção das garagens subterrâneas no Centro, por exemplo, já foram objeto de estudo”, disse. No caso da região central, o engenheiro Antônio Carlos de Carneiro de Camargo considera que uma eventual proibição do estacionamento prejudicaria a revitalização da área. “Diante de um déficit estimado hoje em cinco mil va-

Vara Cível, no dia 13. "A Anac deverá normatizar a assistência de informação e material aos usuários dos vôos em atraso de modo uniforme, estabelecendo padrões mínimos à assistência material, seguindo as diretrizes das Convenções Internacionais de Aviação em que a República Federativa do Brasil é signatária", despachou o juiz. Segundo a Assessoria de Imprensa da Anac, a agência não foi notificada e só irá se pronunciar sobre as medidas que serão adotadas após ser comunicada. Aí, então, a Anac terá 15 dias

para cumprir a decisão judicial. A liminar é resposta a Ação Civil Pública movida pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor (PE), Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas. São rés nessa ação a União, a Anac, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e as companhias BRA, Gol, OceanAir, Pantanal, Rio-Sul TAM, Varig e VRG. (Agências)

gas, a proibição de estacionamento no Centro afastaria um importante público que movimenta o comércio. Além disso, a medida prejudicaria as iniciativas reurbanização com foco em moradia”, disse Camargo, diretor da Etep, empresa que fez o estudo de viabilidade econômica do projeto das garagens subterrâneas para a Emurb. O vereador Ricardo Teixeira (PSDB), autor do projeto de lei que prevê a proibição de estacionamento nas vias no centro expandido, nos horários do rodízio, se reuniu com o prefeito Kassab nas últimas semanas para tratar do assunto e não se surpreendeu com o anúncio antecipado do veto do Executivo a seu projeto. Segundo ele, a proposta de criação do grupo de estudo tem por objetivo definir uma política clara de estacionamento em São Paulo como um todo, não apenas na região central. “Para o Centro existem projetos. Mas não há para outras regiões, como os bairros do Itaim e Moema”. Teixeira afirmou que é possível que Kassab venha a utilizar a proposta por meio de decretos, como experiência para liberar mais faixas para veículos e melhorar a fluidez do trânsito. “O que não pode é continuar uma situação de ilegalidade de estacionamentos e indefinição quanto ao uso do espaço público. Ao sinalizar esse tipo de política de fluidez no trânsito, consegue-se também demonstrar ao empresário a atratividade das garagens subterrâneas, que requerem altos investimentos”, concluiu o vereador.

USP s estudantes da O Universidade de São Paulo (USP) que ocuparam durante 51 dias o prédio da reitoria divulgaram uma carta ontem em que assumem parte dos danos causados ao prédio. A Polícia Civil investiga os responsáveis pela ocupação e eventuais danos causados ao prédio, além de furtos. Uma perícia realizada no local constatou mesas reviradas e crateras no forro. Na carta, os alunos afirmam que não era possível haver garantias de controle total. (Agências)

Crazy Dance: carrinhos fora dos trilhos e duas crianças feridas

Contru interdita parque de diversão Kelly Ferreira

machucado e saía sangue pela boca. Ela foi arrastada para a grade de proteção. A Paloma não chegou a bater tarde de domingo na grade. A Carol ainda das meninas está assustada", contou. Caroline Felipe de Caroline levou pontos Souza, de 9 anos, e Paloma perto dos olhos, da Silva Lima, 7, tinha tudo para ser divertida, não fosse sobrancelhas, boca e no braço, além de ficar com aquele acidente em um escoriações nos pés, parque de diversões na joelhos, barriga e costas. zona leste. As duas foram Paloma, segundo Souza, arremessadas contra a machucou a testa, a boca e grade de proteção do as costas. "Na hora, todos brinquedo Crazy Dance, acharam que a Carol estava quando a "nave" em que mais machucada. Mas estavam saiu do trilho. graças a Deus ela já está em Caroline foi socorrida casa. A Paloma ainda está pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar, e levada para em observação. Talvez o Hospital das Clínicas com tenha machucado o maxilar. ferimentos no Espero que abdome e ela saia de lá suspeita de logo hemorragia também", interna. Carol estava com o disse o pai de Paloma foi rosto bem machucado Caroline. O para o hospital e saía sangue pela brinquedo, municipal de São Mateus e, boca. Ela foi arrastada que desprendeuem seguida, para a grade de se da transferida proteção. estrutura para o hospital José Luiz de Souza, pai giratória e foi Santa de Caroline arremessado Marcelina, contra a grade ambos na zona de proteção, leste. Caroline foi interditado e a polícia já está em casa. Paloma, até solicitou uma perícia no o fechamento desta edição, local. O caso foi registrado continuava hospitalizada no 53º Distrito Policial, no por conta de um forte Parque do Carmo. inchaço no rosto. Segundo a assessoria de De acordo com o pai de imprensa da subprefeitura Caroline, José Luiz de de Itaquera, responsável Souza, tudo aconteceu pela fiscalização dos muito rapidamente e a parquinhos da região, situação assustou a todos. juntamente com o Contru "As duas, que são amigas, (Departamento de já tinham ido duas vezes Controle do Uso de no brinquedo e pediram Imóveis), o Center para ir mais uma. Minha Divisões Aquarium, onde esposa ficou com elas, aconteceu o acidente, foi enquanto levei meu filho totalmente interditado. Os em outro brinquedo. responsáveis serão Assim que encostei para multados e sofrerão ação vê-las se divertindo, administrativa. A aconteceu o acidente. responsabilidade do Depois de sair do trilho o acidente será apurada após brinquedo ainda demorou a conclusão do laudo que muito para parar. A Carol está sendo elaborado pelo parecia estar mais grave. Instituto de Criminalística. Estava com o rosto bem

A


terça-feira, 17 de julho de 2007

Transpor te Saúde Urbanismo Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Reforma da biblioteca prevê a eliminação de infiltrações e recomposição da cobertura.

REFORMA DO PRÉDIOVAI DURAR 18 MESES

Alex Silva/AE

Ó RBITA

AGRESSÃO m motorista de 66 anos foi espancado por dois U jovens depois de um acidente de trânsito em Sorocaba (SP), segundo informações do telejornal Bom Dia São Paulo, da TV Globo. Jaime Augusto Rangel, de 66 anos, dirigia um microônibus e Luciano Marques Ferreira, de 25 anos, conduzia uma picape. Os veículos bateram num cruzamento sem semáforo, perto da casa do idoso, mas ninguém se feriu no acidente. Segundo parentes da vítima, Luciano e um outro rapaz que estava com ele na caminhonete desceram e passaram a agredir Rangel com socos e uma barra de ferro. A filha de Jaime, Eliana Rangel, contou que os dois partiram para cima de seu pai, desferindo socos e agredindoo com uma barra de ferro. A vítima teve afundamento de crânio, ficou com o rosto todo machucado e, ontem, continuava hospitalizado. Luciano Marques Ferreira não tem carteira de habilitação e foi localizado porque testemunhas anotaram a chapa da picape. Ele foi ouvido e afirmou que praticou as agressões para se defender. Segundo o jovem, foi o motorista do microônibus quem começou a briga. O rapaz foi colocado em liberdade porque não houve prisão em flagrante. (Agências)

REFORMA NA BIBLIOTECA restauro da fachada, obras de oi assinado ontem contrato de reforma da segurança e a retirada das F Biblioteca Mário de Andrade, grades que cercam o prédio. que será fechada nos próximos dias para realização das obras. Na cerimônia de assinatura o prefeito Gilberto Kassab (foto) ouviu cobranças por contratação de novos funcionários para a biblioteca. A reforma prevê a eliminação de infiltrações, recomposição da cobertura e camada de revestimento. Estabelece ainda a recuperação estrutural do edifício,

O setor circulante da biblioteca, que hoje funciona em uma casa na rua da Consolação, deverá retornar ao endereço original, a praça Dom José Gaspar, e ter acervo ampliado. O custo da reforma, que deve durar 18 meses, é estimado em R$ 13 milhões e contará com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e da Prefeitura. (Agências)

APREENDIDA ARMA QUE MATOU CASAL Polícia Civil apreendeu no início da tarde de A ontem a arma utilizada no assassinato do casal pernambucano Glauber Alexandre Shiba Paiva, de 37 anos, e Marta Maria Sena de Oliveira, de 30 anos. O crime aconteceu na noite de 26 de junho, no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, e foi presenciado pelo filho do casal, de 7 anos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, no último fim de semana, o

terceiro menor, apreendido na última sexta-feira, confirmou ter atirado contra Glauber. Até então, à polícia, ele havia confessado somente a morte de Marta. O assassinato aconteceu logo após uma tentativa de assalto. O casal foi abordado em um semáforo, mas Paiva teria acelerado o veículo para tentar escapar dos bandidos. Nesse instante, os dois foram executados. A polícia chegou aos acusados a partir de imagens gravadas por câmeras de segurança existentes na rua. (Agências)


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terça-feira, 17 de julho de 2007

Internacional Japão treme: nove mortos e 900 feridos

No mapa, os epicentros dos sismos que atingiram o Japão ontem

Dois tremores — um de 6.8 e outro de 6.6 graus na escala Richter — destruíram estradas, casas e deixaram pelo menos 10 mil desabrigados. Sismo provocou incêndio em usina nuclear e causou vazamento de material radioativo

U

m forte terremoto de 6.8 graus na escala Richter atingiu a costa noroeste do Japão e provocou a morte de pelo menos nove pessoas, informaram as autoridades locais. Mais de 900 pessoas ficaram feridas com o sismo, que desencadeou um incêndio na usina nuclear de Kashiwazaki Karima, a maior do mundo em geração de eletricidade. Cerca de 1.200 litros de água vazaram de um tanque de um dos sete reatores da usina, entraram em um cano e caíram no Oceano Pacífico, informou a Tokyo Electric Power Co., que administra a usina. As autoridades disseram que o nível de radioatividade não apresenta nenhum risco para a população ou para o meio ambiente. Três unidades geradoras da usina foram desligadas logo após o terremoto. Cerca de 10 mil pessoas foram retiradas das áreas afetadas. Na cidade de Kashiwazaki, o terremoto reduziu prédios a escombros de madeira. A força do abalo danificou estradas e pontes na costa. Rachaduras de um metro de largura foram vistas no solo ao longo do litoral. Cerca de 300 prédios foram completamente destruídos e 780 danificados. A cidade, a mais atingida pelo sismo, fica 260 quilômetros ao nordeste de Tóquio. Muitos prédios na capital japonesa tremeram e o sismo também foi sentido nas regiões norte e centro do país, embora sem vítimas. O terremoto também interrompeu o fornecimento de água e luz em Niigata. Um segundo terremoto, de 6.6 graus na escala Richter, ocorreu na costa oeste do Japão horas depois, sem vítimas, e aparentemente sem qualquer ligação com os sismos ocorridos mais cedo no norte. Um terremoto na casa dos 6 graus na escala Richter é capaz de causar extensos danos e muitas vítimas, mas isso depende de uma série de fatores, como a profundidade do tremor e a distância entre o epicentro e áreas de grande densidade demográfica. A escala Richter, que vai de 0 a 8, mede a intensidade de energia sísmica l i b e r a d a p o r t e r re m o t o s . (Agências)

AFP

Atentados no Iraque matam 80 e ferem 136

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Moradores observam casas destruídas na cidade de Kashiwazaki, uma das mais atingidas pelo terremoto que abalou o Japão no dia de ontem Issei Kato/Reuters

elo menos 80 pessoas foram mortas em Kirkuk, norte do Iraque, em virtude da explosão coordenada de um caminhão-bomba em um mercado lotado e de um carro-bomba estacionado em uma rua movimentada. A polícia iraquiana disse que 136 pessoas ficaram feridas nas explosões de Kirkuk e alertou que o total de vítimas ainda pode subir. O caminhão explodiu em um mercado perto de um diretório da União Patriótica do Curdistão, o partido do presidente do Iraque, Jalal Talabani. Já o carro-bomba explodiu em um bairro chamado Iskan, perto de lojas e de uma garagem de ônibus, informou a polícia, acrescentando que o intervalo entre as duas explosões foi de alguns minutos. (Reuters)

Mainichi Shimbun/Reuters

Conferência discute paz no Oriente Médio

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Terremoto de 6.8 graus causa fissura de um metro de largura em rua

Estrada fica completamente destruída na região de Nagaoka

COMO NA GUERRA FRIA A

Grã-Bretanha expulsará quatro diplomatas russos em represália à resposta negativa de Moscou ao pedido de extradição do empresário russo Andrei Lugovoi, o principal suspeito pela morte por envenenamento do exagente da KGB Alexander Litvinenko, em Londres, no ano passado.

O anúncio da medida foi feito pelo secretário de Exterior da Grã-Bretanha, David Miliband, que acrescentou que o governo britânico também suspenderá as negociações com a Rússia referentes à concessão de vistos e "reavaliará outras áreas de cooperação". A Rússia chamou de "imoral" e de "provocação" a

decisão da Grã-Bretanha e deu sinais de que rebaterá a medida. "Ações tão provocativas tramadas pelas autoridades britânicas não ficarão sem resposta, e só podem ter as mais graves conseqüências para as relações entre Rússia e GrãBretanha", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mikhail Kamynin.

O governo baseou a rejeição da extradição em um artigo da Constituição que impede Moscou de enviar cidadãos russos para julgamentos no exterior. O porta-voz não esclareceu qual será a reação russa, mas, durante a Guerra Fria, expulsões de diplomatas costumavam ser rebatidas com o mesmo tipo de medida. (Agências)

presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou uma conferência internacional no fim do ano que incluirá Israel, a Autoridade Palestina e alguns de seus vizinhos árabes para ajudar a reviver as conversações de paz no Oriente Médio. Também será discutida a criação de um Estado Palestino. O presidente destacou, ainda, a liberação de US$ 190 milhões em ajuda aos palestinos. Tanto o governo do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, como o do presidente palestino, Mahmud Abbas, se mostraram de acordo com a proposta, mas o movimento radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza, rejeitou a medida. Ontem, em encontro com Abbas, Olmert prometeu que libertará 250 prisioneiros palestinos na sexta-feira. (AE)


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terça-feira, 17 de julho de 2007

Leonardo Rodrigues/Hype

Informática

1 Conheça as dicas para fotografar esportes, sem perder nenhum lance. Veja na última página.

NESTA EDIÇÃO Newton Santos/Hype

á é possível saber a irradiação de raios UV na atmosfera, em tempo real. E comprar roupas, como as vendidas pela empresária Ana Júlia, com fatores de proteção no tecido. Veja as novidades na página 4.

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Virginia Garrotte, do portal Terra: o importante é não depender apenas da internet, pois há bons profissionais que não têm o hábito de usar a rede para divulgar seus currículos.

Temos vagas Uma dica preciosa para quem está em busca de emprego: cada vez mais as empresas estão usando a internet para encontrar novos talentos e contratar. Regiane Bochichi

17 mil inscritos, todos pela web, dos quais 12 foram conrimeiro era uma fo- tratados de 8 diferentes Estalha de papel. Depois, dos. Para o diretor da Compaveio o currículo na nhia de Talentos da DM Recurversão digital. Ago- sos Humanos, Vitor Alexanra, o recrutamento via internet dre de Freitas Pascoal, o acesso ganha novos recursos. Apre- mundial da internet é uma sentações em vídeos, testes on- vantagem. "As empresas estão line, entrevistas virtuais e globalizadas e o acesso de proacompanhamento de todo o fissionais de qualquer lugar do processo são algumas das fer- mundo a elas fica mais fácil via ramentas oferecidas para faci- web". Para se ter uma idéia desta globalização, um dos litar a seleção de candidatos. Para a abertura da loja Livra- maiores sites de emprego dos ria Cultura, na Avenida Paulis- E s t a d o s U n i d o s , o m o n sta, de um total de 25 novos fun- ter.com, tem mais de 50 vagas cionários, 20 foram contrata- disponíveis aqui no Brasil. Os sites de busca ou mesmo dos por meio de inscrições na seção Trabalhe Conosco, dis- os sites das empresas oferecem ponível no site da empresa. Es- diferentes ofertas de emprego ta é, aliás, a proporção por e se tornaram uma ferramenta meio de contratação. A empre- essencial no dia-a-dia dos desa recebe cerca de 70% de cur- partamentos de recursos hurículos pela internet e a mesma manos. O importante é não depender apenas média é mantida desta fonte. Para no balanço final a diretora de RH da seleção. "A do Portal Terra, web é uma fonte Antes, se tínhamos Virginia Garrotconstante para a te, "a internet pocaptação de cur- que preencher uma de restringir a rículos", afirma vaga na terça-feira, possibilidade de M a r i a C e c í l i a esperávamos até atrair bons proCares, diretora domingo para fissionais que, de RH da Livrapublicar um anúncio. eventualmente, ria Cultura. "Evinão tenham o háta os custos em Hoje, contratamos na bito de usar a reanúncios e eco- mesma semana nomiza tempo Maria Cecília Cares de". E complementa: "Tem ainpara a seleção". da aqueles talenUma das práticas adotadas pela Livraria é tos que estão empregados e sempre deixar vagas abertas não querem se identificar em para formar um bom banco de um meio público." Mais de 50 mil empresas já currículos. "Antes, se tínhamos que preencher uma vaga na ter- usam a internet como etapa ça-feira, por exemplo, esperá- inicial dos seus processos de vamos até domingo para publi- seleção. E não faltam opções. car um anúncio no jornal," re- Em um busca rápida pelo Golembra Maria Cecília. "Hoje, na ogle, aparecem mais de 500 simesma semana, selecionamos tes especializados neste serviço. Dois sites bastante populae contratamos", afirma. Thais Bortolotto, analista de res e concorrentes entre si, Cagente da Gafisa, que atua no tho e Curriculum, têm em seus mercado imobiliário, conta bancos de dados cerca de dois que a empresa contrata, men- milhões de currículos e chesalmente, dezenas de pessoas gam a incrível marca de uma por meio da internet. "O pro- busca de vaga por minuto. cesso de anúncio, filtragem e Existem áreas, como de Tecnobusca é extremamente rápido logia da Informação, de Suse atinge milhares de pessoas tentabilidade e Meio Ambienem qualquer região", analisa. te e de Engenharia Pesada, onO programa de trainees da Ga- de a oferta é maior do que a fisa deste ano recebeu mais de procura. (Continua na pág. 4)

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simpático ratinho de Ratatoulle é personagem de um dos jogos para crianças até 10 anos. Conheça outros jogos para a garotada curtir nessas férias na página 6.

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Imagem Va r e j o E mais Inovação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007

A cantora Pitty também navega pela internet. Seu site favorito é o Google (www.google.com).

DE TUDO UM POUCO PARA A SUA INFORMAÇÃO

Robin Hood versão cibernética

Como se teclava. E como se teclará.

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Nos Estados Unidos, ladrões de números de cartões de crédito fazem caridade. Caridade? 1874 A Sholes & Glidden Type Writer foi a primeira máquina de escrever de produção em escala, com teclado que seria referência para as futuras peças. Vendeu 5.000 unidades

1961 A IBM lança a Seletronic, que se tornaria padrão de máquina elétrica. O teclado já segue as modernas características adotadas em todo o mundo.

que levam ao cancelamento do documento. Mas ao pagar pequenas quantias de dinheiro a várias organizações de caridade, os criminosos podem determinar se um número de cartão de crédito ainda é válido, dependendo do êxito ou do fracasso de tal transação. A Symantec acredita que o método se alastrará entre os estelionatários. É que os administradores de cartões de crédito têm de rastrear as doações feitas e saber se elas são legítimas ou não. Doações legítimas a instituições de caridade são ocasionais e dificilmente identificáveis. A fraude passa muitas vezes despercebida. Os números roubados são vendidos pelos gatunos. No segundo semestre de 2006, cartões eram vendidos a preço entre um e seis dólares.

obin Hood, o lend á r i o p e r s o n agem que roubava dos ricos para dar a o s p o b re s , g anhou versão cibernética. A Symantec, empresa de segurança, detectou nos Estados Unidos uma nova modalidade de fraude eletrônica: ladrões de números de cartões de crédito estão doando dinheiro a instituições de benemerência. Nos últimos meses, órgãos como a Cruz Vermelha e as que cuidam de crianças e idosos, registraram aumento substancial de donativos Não é caridade – é astúcia: os gatunos precisam ter certeza de que os números roubados por meio da internet são válidos, mas não podem se arriscar. Compras com cartões clonados geram sinais de alerta

ste é o Raon Everun, o ultraportátil computador vendido pelo site dynamism.com, de comércio eletrônico. O Raon mede 15 cm, tem tela touchscreen de 15 polegadas e teclado com touchpad. Já vem com Windows XP instalado. É oferecido por 799 dólares na versão mais simples – com processador de 500 megahertz, suficientes para rodar as aplicações do Office. Mas acessórios podem ser comprados no mesmo site:disco rígido de 30 ou 60 GB e memória flash. O preço do equipamento completo salta para 1.099 dólares.

Até o fim do mês, a Samsung demonstrará o funcionamento da TV Digital. No Fast Shop, Fenac e Ponto Frio.

Divulgação

1975 Um dos primeiros teclados desenvolvidos exclusivamente para computador: não há referência do fabricante ou do país de origem.

Escuridão não é problema

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ouca luz? O teclado da Trust tem teclas luminosas em tom de azul que brilham no escuro e não agridem os olhos. Conta com recursos "standby" e "wake up" no teclado para economia de energia enquanto

Boas idéias para quem tem notebook

1980 Teclado do computador Eagle II, já bem próximo dos teclados usados hoje em dia: repare na separação das teclas numéricas à direita da base.

1999 Naquele ano a Microsoft lança o primeiro teclado ergonômico para computadores: o desenho anatômico evita o cansaço das mãos e há várias teclas de atalho para acesso às novas funções do PC em tempos de internet.

2006 Teclado flexível de polímeros e LEDs, ou diodos de luz. A novidade foi apresentada como o futuro dos teclados dos dispositivos portáteis e também para computador de mesa.

não está em uso. Traz conexão USB para ser ligado também ao notebook. É vendido pela rede na Superkit (www.superkit.com.br), por cerca de R$ 90, em média. Há outra novidade, relatada pela publicação americana "Technology Review": a Xerox está desenvolvendo sistema com tinta fluorescente para impressoras domésticas. Letras e imagens são visíveis apenas

2007

texto e pesquisa de Sérgio Kulpas

Sergio Kulpas sergiokulpas@gmail.com

Varejo na onda verde Divulgação

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is dois recursos úteis para quem usa notebook. Nos Estados Unidos, a LapWorks lançou um suporte em plástico reforçado, desenho atraente e, melhor de tudo, dobrável, para apoiar o computador. A peça, chamada Futura, pesa cerca de 450 gramas e está sendo vendida por 30 dólares pelo site www.laptopdesk.net. O Futura tem regulagem de altura, mas não conta com muita variedade de cores. Mas elimina o incômodo de todos que apóiam o notebook nas pernas: o calor excessivo. Outro dispositivo é o "Notebook Cooler", lançado no Brasil pela Akasa (www.akasa.com.br). É uma peça de alumínio que promete evitar o superaquecimento do aparelho, já que mantém o computador suspenso em relação à base. A dissipação do calor também é

Fotos divulgação

O Futura (acima) e o "cooler"

feita por dois ventiladores. Os preços vão de R$ 110,00 para os notes com tela de 15 polegadas, a R$ 150,00 para os de 17 com entrada USB. À venda nas lojas especializadas.

O bombom Sonho de Valsa ganhou site novo: receitas, cartões virtuais e outras atrações estão em www.sonhodevalsa.com.br.

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No futuro, não haverá peças físicas, cabos de conexão ou roteadores para conexão wi-fi, mas teclados virtuais com projeção em infravemelho.

Teclado iluminado: brilha no escuro e custa R$ 90.

através de raios ultravioleta. A novidade permitirá a inclusão de códigos ou marcas invisíveis a olho nu em documentos regulares, a um preço baixo, segundo o fabricante. Cartuchos com tinta fluorescente só podiam ser instalados em impressoras especiais. A tecnologia usa diferentes combinações de cores para produzir o efeito de fluorescência.

Leadership entrou no espírito do Pan e lançou acessórios com motivos esportivos. O mouse Pad Futebol Kelpex tem formato de bola e custa R$ 7. A Webcam Campeão Gotec parece uma bola de futebol, tem resolução de 100 Kpixel, microfone embutido e custa R$ 79. Para usuários de notebooks, o indicado é a webcam Football Cam Gotec. Este modelo, com corpo flexível, foi desenvolvido especialmente para portáteis. Possui 480 pixels de resolução e controle eletrônico de exposição. Custa R$ 71. www.leadershop.com.br

Tecidos ecologicamente sustentáveis, de origem orgânica, estão em alta no varejo norte-americano.

A

s notícias sobre aquecimen- tais na produção. Itens como seda e alto global estão fazendo o godão orgânicos estão apresentando consumidor norte-america- uma grande demanda. no procurar roupas e tecidos "ecoloSegundo o analista de tendências gicamente sustentáveis", como al- David Wolfe, da consultoria Doneger godão orgânico, hemp, bambu e Group, a tendência de "consumo verTencel (um tecido produzido a partir de" já existe há um bom tempo, mas de polpa de madeira) eram movimentos marginais e locaA tendência faz os consumidores lizados. Agora, esse movimento está procurarem lojas especializadas em crescendo em todos os cantos do roupas e tecidos "naturais", reduzin- país, e se aglutinando em organizado a demanda por tecidos sintéticos. ções poderosas, com grande poder A nova geração de consumidores es- de influenciar as práticas da indústria tá buscando produtos de origem or- e do varejo. Em resumo, o que era gânica, produzidos sem o uso de pe- apenas uma mania de "hippies" está troquímicos, a partir de pequenos se tornando cada vez mais "mainsfornecedores. A tendência reflete um tream" no varejo norte-americano. movimento anterior, a dos alimentos Fazendo dinheiro - Para os coorgânicos, que já completou uma dé- merciantes, as oportunidades são cada e continua forte. grandes. Redes de lojas como Tesco e A indústria de vestuário dos Esta- Wal-Mart já usam suas iniciativas de dos Unidos pode passar por uma preservação de recursos em campagrande transformação devido a essa nhas de marketing, que têm grande tendência. O "verde" está definitiva- resposta dos consumidores. Wolfe mente na moda, e não apenas como observa que o consumidor nos EUA cor das roupas. Cada vez mais, os con- responde bem a iniciativas das emsumidores procuram informações presas que o façam se sentir parte de sobre a origem dos tecidos, o proces- um esforço para melhorar o mundo. so de fabricação, o uso consciente de As lojas da estilista Eileen Fisher esenergia, a ausência de danos ambien- tão anunciando uma série de roupas

feitas com tecidos orgânicos. A rede Dillard anunciou que pretende abrir lojas ecológicas em locais selecionados. A Levi-Strauss criou um jeans orgânico que é identificado por um logotipo com a letra 'E". E esses são apenas alguns exemplos. Grandes revistas do setor de moda, como 'Vogue', 'Town & Country', 'Vanity Fair' e 'Glamour', dedicaram edições recentes à tendência de "moda verde" nos EUA. Segundo a editora da 'Glamour', Ashley Baker, a revista quer encorajar as pessoas a comprar de modo responsável. Scott Leonard, executivo-chefe da Indigenous Designs, uma empresa californiana que produz artigos esportivos produzidos de modo ecológico, disse que os negócios cresceram 30% no ano passado. Ele prevê um crescimento de 70% este ano. Wolfe aponta que a cobertura do aquecimento global na mídia e produções como 'Uma Verdade Inconveniente', do ex-vice-presidente Al Gore, aumentam o interesse das pessoas pelo consumo responsável. A publicidade também está se reorientando em função dessa tendência.


terça-feira, 17 de julho de 2007

Inovação Lazer Va r e j o Imagem

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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O CPQD, DE CAMPINAS, CRIOU UM NOVO SMARTCARD

Não é preciso fazer ligações a cada transação para verificar a autenticidade do cartão

SmartCard, uma nova forma de pagamento. Desenvolvido pelo CPqD, o sistema dispensa a ligação telefônica a cada transação, como ocorre hoje com os cartões de débito e crédito Luiz Carlos de Assis

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urante os últimos dois meses, um posto de combustíveis em Uberaba (MG) usou um novo cartão inteligente (smartcard) para receber de seus clientes. Não precisava fazer ligações telefônicas a cada transação - bastava uma conexão por dia. O posto gastou menos em taxas das bandeiras de cartões e obteve toda segurança que queria. No fim do teste, o dono do posto estava maravilhado. E os técnicos do CPqD, de Campinas, absolutamente satisfeitos: seu sistema de cartão inteligente estava aprovado. O CPqD é o antigo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Telebrás, a estatal de telefonia que atuou até 1998. Em 1992, o centro foi responsável pela implantação do cartão telefônico em todo o sistema público do País. Atualmente, são comercializados 40 milhões desses cartões ao mês. Com o processo de privatização, o CPqD tornou-se uma fundação privada. Como funciona - Smartcard sem ligações telefônicas a cada transação interessa a qualquer comerciante. Marcos Aurélio

Pegoreti, gerente da área de Te- sações previamente armazelefonia Pública a Cartão do nadas no cartão do consumiCPqD explica o seu funciona- dor são transferidas, com alta mento: o comerciante também segurança, para os cartões dos tem um cartão com chaves que prestadores de serviços, por verificam os dados do cartão meio do terminal Card2Card do cliente. "O cartão do comer- desenvolvido pelos profissiociante lança uma pergunta, um nais do CPqD. Locais distantes - Imagine desafio ao outro cartão, e que só ele pode responder. Se a res- as possibilidades, principalmente nos estaposta vem corbelecimentos reta, o cartão é que ficam em lovalidado", cocais distantes e menta Pegoreti. que dependeDe fato, não há riam de uma conecessidade de Por meio de relatórios nexão discada a entrar no banco periódicos, emitidos cada transação. de dados da adpelo sistema, o Será uma única ministradora conexão por para verificar a comerciante tem a u t en t i c i da d e acesso aos detalhes de dia, para transferir os dados à do cartão. todas as operações a dm i ni st r ad oD e a c o r d o realizadas no período ra. É interessancom Joseph Joseph Haim te para postos Haim, gestor de d e c o m b u s t íprodutos a carveis, hotéis e tão do CPqD, o sistema é uma ferramenta também companhias de água, completa. "Com ele, os estabe- energia ou gás, convênios de lecimentos comerciais têm saúde, restaurantes, cinemas e maior controle das operações. farmácias, segundo explicam Por meio de relatórios periódi- Haim e Pegoreti. Um hotel pode usar o cartão cos, emitidos pelo sistema, o comerciante tem acesso aos para registrar as contas de condetalhes de todas as operações sumo de seus hóspedes. Na realizadas em determinado área médica, os seguros saúde período", explica Haim. As in- podem usar o cartão para valiformações de crédito ou tran- dar consultas e exames. Em

SKYPE,AGORA MAIS FÁCIL.

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Skype, empresa global de comunicação via Internet, anunciou um acordo com a operadora Transit Telecom para a oferta de um novo processo de pagamentos, que tornará mais fácil a compra online de créditos Skype. Agora, os brasileiros podem comprar créditos com cartões de crédito nacionais das bandeiras Visa, Mastercard, American Express, Diners e Hipercard. Além de cartões de crédito nacionais e internacionais, os usuários do SkypeTM podem pagar via depósitos iden-

tificados, disponíveis no Brasil desde o início de fevereiro. "O Brasil é um mercado muito importante para a Skype e queremos facilitar o acesso de todos os nossos produtos. É por isso que a expansão do acordo com a Transit Telecom nos deixa orgulhosos. Temos grande satisfação em anunciar o novo processo de pagamentos à nossa crescente base de usuários no Brasil", disse Carlos Pires, gerente de desenvolvimento de mercado da Skype para a América Latina. Para fazer uma compra

usando as novas formas de pagamento, basta que os usuários acessem o site da Skype (www.skype.com) e sigam o procedimento padrão. "Além de expandir nossa base de clientes, o objetivo é disponibilizar maneiras mais fáceis e convenientes para que os usuários possam tirar proveito das nossas tarifas competitivas e dos serviços adicionais que estamos oferecendo", completou Lúcia Helena Makhlouf, vice-presidente institucional da operadora Transit Telecom.

Cheios de recursos, mas com preços mais acessíveis.

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Motorola e a Samsung lançaram celulares mais acessíveis com câmera, MP3 e Bluetooth. O W215 Motofun é o mais barato, vem com fone de ouvido, jogos e rádio FM. Custa R$ 249. O W510 Multimoto é mais sofisticado: tem Bluetooth estéreo e fone de ouvido com a mesma tecnologia para ouvir as músicas sem fio. Uma inovação é a função Crystal Talk, que elimina os ruídos da chamada, permitindo o uso do celular em lugares barulhentos. A câmera é fraca, apenas 1.3 MPixel, mas a memória interna é boa, de 20 MB, e pode ser expandida para 256 MB, com cartão. O tocador de música suporta vários formatos. Preço sugerido de R$ 699. A Samsung também colocou à venda outros dois modelos mais baratos, apesar dos vários recursos embutidos. O E230 traz tela de 1 polegada (parte frontal) para identificar chamadas e controles sensíveis ao toque para navegação em arquivos multimídia. O SOS Message é

A Motorola lançou os modelos W215 Motofun e W510 Multimoto, este último mais sofisticado.

um recurso que permite o envio de emergência para cinco números previamente determinados. Ao receberem os torpedos de emergência, esses contatos podem retornar a chamada com uma ligação direta para o usuário, liberando a linha para comunicação. A memória do E230 é de 10 MB, e ele vem com Bluetooth, fone de ouvido, cabo USB e cartão de 256 MB. Preço: R$ 499. O modelo E250 Music é mais elegante e leve, pesa apenas 80 gramas, mas traz praticamente os mesmos recursos do modelo E230. O preço sugerido também é o mesmo: R$ 499. B.0

Da Samsung, as novidades são o E230 e E250, ao preço de R$ 499

Divulgação

Pegoreti: melhor controle para os estabelecimentos comerciais

empresas de logística, o equipamento permitiria acesso a listagens e habilitariam ou não os cartões dos transportadores. O poder público usaria o cartão para desenvolver áreas

remotas, por meio de cartões para fornecedores e, também, para prestação de serviços. Pegoreti ressalta que a capacidade de desenvolvimento de aplicações personalizadas, es-

pecíficas ao negócio do cliente, é um importante diferencial da tecnologia do CPqD. "A possibilidade de diferentes aplicações instaladas em um mesmo cartão do consumidor torna o Sistema CPqD Smart Card ainda mais completo e diferenciado", observa. Por possuir um chip com capacidade de armazenamento de dados, de modo seguro e em áreas distintas de sua memória, um único cartão pode ser usado para mais de um serviço, como, por exemplo, alimentação e pagamento de conta de água. C o m o n o v o p ro d u t o , o CPqD atende a dois mercados: de estabelecimentos comerciais e de fabricantes de terminais. Para os primeiros, cabe ao CPqD a análise da viabilidade de implantação do SmartCard, integração de sistemas, migração de legados, desenvolvimento e consultoria em software, além dos serviços de gestão da aplicação e de autorizador de transações. Já para os fornecedores de hardware, o CPqD faz a transferência da tecnologia para a fabricação de seu terminal Card2Card. O sistema é interoperável, ou seja, pode ser portado para qualquer sistema operacional.


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terça-feira, 17 de julho de 2007

Fotos de esporte exigem equipamento adequado. E muita atenção para não perder nenhum lance.

SAIBA COMO FOTOGRAFAR ESPORTES

Ana Maria Guariglia

Fotos instantâneas. Ou quase.

Mesmo não tendo um modo automático para esportes, o resultado foi muito bom, sem os famosos borrões nas cenas em movimento.

Pequena, mas com grande poder de fogo. Avaliamos a Samsung NV7 OPS, de 7,2 MP na Copa Brasil de Atletismo. O resultado foi nota 10. Ana Maria Guariglia

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altam dois ou três itens apenas, como a troca de objetivas, para que a recém-lançada Samsung NV7 OPS seja considerada uma câmera mini reflex digital. Compacta, ela tem características interessantes para quem deseja ter uma boa câmera. A começar pela objetiva alemã Schneider Kreuznach, a mesma usada pela Kodak. Sua resolução é de 7.2 Megapixels, tem zoom óptico de sete vezes e digital de cinco vezes. Tudo isso, somado ao sistema de sensor OPS (Optical Picture Stabilization) de estabilização de imagens, perfeitamente funcional, nos levou a fotografar os atletas da Copa Brasil de Atletismo, que aconteceu no Estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera (SP), no fim de junho, cujos resultados escolheram os representantes brasileiros de todas as modalidades esportivas para participar do Pan Rio 2007. Teste de desempenho - Pelas fotos tiradas, nem é preciso dizer como a câmera se comportou. O esporte sempre sugere movimentos rápidos, co-

mo em saltos de alturas e em distância, corridas com ou sem barreiras, assim por diante. Esse vetor de velocidade não foi empecilho para o desempenho da Samsung NV7 OPS. Como não possui modo de cena automático para esporte, que provavelmente facilitaria um pouco o nosso trabalho, optamos pela exposição prioridade de velocidade do obturador e exposição manual. Os resultados foram muito bons, sem os famosos borrões de imagens em cenas de velocidade. Segue-se à prioridade de velocidade, a prioridade de abertura e a exposição programada, em que a câmera faz tudo sozinha, sem necessidade de regulagens. Há também os valores da sensibilidade ISO 100, 200, 400, 800, 1000 - quanto maior for o valor ISO, maior será a sensibilidade do sensor e melhores serão as fotos em condições de pouca luminosidade, sem utilização do flash. Experimentamos também a tecnologia ASR, que evita a degradação da nitidez de imagem e da cor, muito comum em fotografia com flash, associada à sensibilidade ISO 1000: a câmera se ajustou automatica-

mente às condições de exposição do ambiente e ofereceu imagens nítidas com cores e contrastes satisfatórios. Outros recursos - A NV7 OPS possui 11 modos de cenas automáticas (paisagem, reconhecimento de texto, pôr-dosol, crepúsculo e contraluz, entre outras) e monitor de 2,5 polegadas. O recurso PhotoFrame possibilita adicionar bordas entre os nove tipos apresentados, e o Composite shooting combina três ou quatro fotos diferentes em uma só foto para formar imagem panorâmica ou cobrir uma área grande de visão. A memória interna é de 19 MB e as resoluções disponíveis são de 7,2 MP (3.072 X 2.304 pixels), 5 MP (2.688 X 2.016 pixels), 3 MP (1.920 X 1.440 pixels) e 1 MP (1.024x768 pixels). Com a resolução maior dá para imprimir cópias tipo pôster de 40,64 X 50,8 cm. Apesar de ter menos de 2,1 cm de espessura, o punho é confortável e facilita a estabilização da câmera até com uma só mão. Grava videoclipes em quatro posições e o flash integrado é bom para todo tipo de foto: auto, auto e redução de

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mprimir suas fotos digitais em 45 segundos. Agora isso é possível com a nova impressora Sony DPP-FP70. A fabricante garante que é a impressora mais rápida do mundo para uso doméstico. Ela é prática, portátil e se destaca pelo design moderno. Com pouco mais de um quilo, ela mede 6,3x18x13,7 cm. A DPP-FP70 tem um visor de LCD colorido de 2,5" e a tecnologia de impressão é térmica (Dye Sublimation), que aplica camadas de

corante para criar imagens com tons contínuos (256 gradações em cada uma das três cores, permitindo 16,77 milhões de cores). Já a função Auto Touch-up (retoque automático) proporciona ao usuário a correção da exposição, de olhos vermelhos e de foco, enquanto o Super Coat 2 possibilita uma alta durabilidade da foto impressa e resistência contra umidade. Preço: R$ 799 no site www.sonystyle.com.br.

Para os exigentes

Rosto perfeito

ara quem gosta de sofisticação, a filmadora JVC Everio GZ-HD7 tem capacidade para gravar com definição de 1.920x 1.080 pixels. A novidade é a objetiva Fujinon, usada em equipamentos profissionais, disponibilizada pela primeira vez em uma filmadora para o uso doméstico. O disco rígido de 60 GB proporciona até cinco horas de gravação. O equipamento utiliza três sensores CCD de 1,5", incorporando também sensor para formato 16:9. Inclui estabilizador óptico de imagens, controles manuais e múltiplas conexões digitais. O zoom óptico é de 10x, digital de 200 e display de 2,7". O seu preço é de R$ 2.990

arece que fazer retratos é a preocupação básica dos aficionados em fotografia. Tanto é que Samsung está apostando nessa faixa de fotógrafos com a S85. Com 8,2 MP, ela traz o sistema Intelligent Face Recognition Technology, capaz de reconhecer instantaneamente os rostos das fotos, ajustando a exposição e o foco automático apropriados. A empresa coreana também está lançando uma bateria opcional para a câmera, que pode substituir as duas pilhas do tipo AA. Tem 20 MB de memória interna, exposição manual e display de 2,5". Estará no mercado internacional em agosto, ao preço em torno de US$ 280.

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Cartão em miniatura a PhotoImageBrazil (de 7 a 10 de agosto), a Extralife lançará o cartão de memória Micro Secure Digital com capacidade de 1 GB. Considerado o menor cartão de armazenamento do mundo, o produto acompanha um adaptador SD para que possa ser utilizado também em câmeras digitais, MP3 players, PDAs e celulares. O Micro SD é capaz de armazenar aproximadamente 260 músicas e ainda uma imensa quantidade de fotos, dependendo da resolução escolhida: 2.048 fotos com 2 MP ou 585 com 7 MP.

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olhos vermelhos, de preenchimento, sincronismo lento e desligado. A Samsung informa que a câmera não tem previsão de chegada ao País.

A T. Tanaka vai apresentar os cartões eFilm de memória flash, da Delkin Devices, com capacidades de armazenamento de 32, 64, 128, 256,512 MB e 1 GB, o que permite uma maior capacidade de armazenamento de fotos e outros dados de câmera digitais, PDAs e MP3 player. O SDCard é o mais fino cartão de memória do mercado, que permite uso em sessões de fotografia, férias ou reunião de negócios. Permite também ao usuário salvar informações digitais, como imagens, áudio e arquivos de dados.

Cartão versátil CasioYou Tube

FOTOGRAFE ESPORTE N

ão é difícil fotografar esportes, ainda mais se for o seu preferido, como futebol e vôlei ou saltos e corridas. Se você vai ao Panamericano no Rio, não deixe de aproveitar a oportunidade para exercitar seus dotes fotográficos esportivos. A primeira atitude é escolher como pretende as imagens: borradas ou levemente borradas, com a intenção do movimento, em que o atleta fica ligeiramente fora de foco. Os borrões dão realmente a sensação de ação e velocidade e devem ser usadas combinações manuais de velocidade de 1/30 ou 1/15 com aberturas de f/2,8 ou f/3.5, para que o motivo fique mais tempo exposto. É necessário um tripé para não ter problemas em manter a câ-

mera firme. Já para conter os borrões, diminua o tempo de exposição, como nas fotos tiradas com a NV7 OPS. Usamos combinações variadas em torno de 1/125 e 1/60 e f/2.7 e f/3.7. A medição das exposições também variou de acordo com as cenas, medição multi spot, que lê a luminosidade de todo assunto, e medição spot, leitura no centro da objetiva, em que a luz do motivo principal é exposta. Com o zoom de sete vezes, conseguimos fotografar bem, sentados nas arquibancadas, sem necessidade de ficarmos nas pistas. Não usamos o zoom digital, porque, embora simule o óptico, traz perda de qualidade devido à interpolação - situação em que pixels ou pontos extras

que formam a imagem são intercalados entre os pixels reais capturados. A estes extras são dados valores de cor que estão enlia rig ua tre aqueles que os rodeiam. A G ia ar imagem fica maior e, aparenaM n A temente, mostrará que não perdeu a qualidade. Se sua câmera é só autoExercite suas mática, não fique triste. habilidades Mantenha a câmera armada, chegue o mais perto que puder dos motivos para não ter apenas uma visão geral, e desligue o flash para usar a luz existenesse motite. É útil conhecer o jovo, é bom fazer go para prever as jogavárias exposições e das. Se não der, aponte e vá de vários ângulos, com disparando. O resultado será ou sem zoom. É possível não visto no monitor e poderá ser armazenado ou apagado. Lembre acertar de primeira, mas em alque a luz ambiente pode enga- guns registros poderá obter os nar a compacta automática, por resultados desejados. A.M.G

o embalo do grande sucesso dos sites de vídeos, como o YouTube, a Casio lançou a câmera Exilim EXS880, que traz um programa para capturar filmes e imagens do YouTube e armazená-los na câmera. Segundo a direção da Casio japonesa, os usuários podem participar da comunidade do www.youtube.com, criando e dividindo os vídeos, que são gravados pela nova geração de formato de alta resolução H.264 do MPEG4. A nova câmera oferece resolução de 8,1 megapixels, zoom óptico de 3x, display de 2,8 polegadas, além de sistema antivibração, facilidades de acesso ao menu e corpinhos coloridos: prata, preto, azul e vermelho. O preço não foi divulgado. Informações: www.casio.com.

N SanDisk lançou o microSD Mobile Memory Kit, nas versões de 1 GB e 2 GB. Trata-se de um único cartão com múltiplos adaptadores, para ser usado em qualquer slot SD, miniSD ou microSD. Ele é ideal para pessoas que usam cartões de memória em mais de um dispositivo móvel, como handhelds, smart phones ou na câmeras digitais. Seu funcionamento é fácil e prático, permitindo que os usuários transfiram, salvem e desfrutem de seu conteúdo em um mesmo cartão de memória em múltiplos aparelhos. O microSD Mobile Memory Kit 1GB custa R$ 92 e o de 2 GB, R$172.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Política MESA DECIDE SE PEDE PERÍCIA DA PF Geraldo Magela / Ag. Senado

(Renan) admite que, se sair agora, seria entregar os pontos. Cristovam Buarque

O objetivo é averiguar se foram mesmo realizados os negócios com gado que Renan Calheiros alega ter gerado renda para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso Ailton de Freitas / AOG

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Mesa Diretora do Senado se reúne hoje para tratar do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A comissão formada no Conselho de Ética para relatar o processo por quebra de decoro encaminhou à Mesa um pedido de novas perícias à Polícia Federal (PF) em cima dos documentos apresentados pela defesa do senador. O objetivo é averiguar se o senador tem fundos para pagar pensão alimentícia informal para a jornalista Mônica Veloso, com quem teve uma filha há três anos. O pedido inclui uma relação de documentos das secretarias de Agricultura e da Fazenda de Alagoas, onde o parlamentar alega possuir fazendas de gado. Assim, a PF poderá averiguar se se realmente ocorreram as vendas de gado declaradas por Renan, para justificar a origem do dinheiro usado para pagar a pensão. O presidente do Senado é acusado de ter algumas de suas contas pessoais pagas por um lobista da construtora Mendes Jr., que possui contratos com o governo federal. Entre os três relatores no Conselho de Ética – Marisa Serrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE) –, o peemedebista foi o único que se opôs. Para ele, não cabe à PF investigar o senador. "Qualquer trabalho de investigação, de produção de prova, envolvendo membro do Congresso Nacional, só com autorização do Supremo Tribunal Federal", disse, na última semana. Já para Renato Casagrande, o pedido é de colaboração técnica e não se trata de uma in-

vestigação. "A Polícia Federal não vai fazer investigação. Vai apenas avaliar os documentos", justificou. O corregedor da casa, senador Romeu Tuma (DEM-SP), avaliou na semana passada que o processo está causando crise no Senado e provocando um ambiente de espiritualidade "pesada". "Peço desculpas aos espíritas, a quem eu respeito muito. Se trouxerem dez chefes de terreiro, e sendo três da Bahia, não vão conseguir fazer um descarrego que melhore o estado espiritual do Senado", disse. Vigília – O PSDB, o DEM e o PSol deverão fazer uma "vigília" para garantir que a Mesa Diretora envie o pedido do Conselho de Ética à PF. O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), chegou a ameaçar na última semana ir ao Supremo caso isso não ocorra. Se algum integrante da Mesa Diretora pedir vista ao processo, o envio à Polícia Federal pode ficar para depois do recesso parlamentar, que começa amanhã. A PF informou que precisará de, no mínimo, 20 dias para concluir os trabalhos, e o Conselho de Ética espera que isso seja feito durante o recesso. Manobra –Ontem houve uma forte reação preventiva dos integrantes da Mesa diante da possibilidade de algum senador fazer um pedido de vista e adiar para agosto a decisão, numa manobra para ajudar Renan a ganhar tempo. O próprio Renan fez questão de ligar para alguns colegas da Mesa para negar que estivesse articulado uma enventual manobra. Ele também avisou aos senadores que não iria recorrer ao Supremo para barrar a investigação. (Agências)

Renan nega manobras para atrasar investigações

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Renan Calheiros nega que esteja fazendo manobras no Senado para atrasar as investigações.

presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), depois de enviar ofício ao Conselho de Ética dizendo-se "impedido" de tomar decisões em relação ao processo em que é acusado de quebra do decoro parlamentar, passou a telefonar para alguns senadores, reforçando a declaração de que vai procurar manter a neutralidade. O senador César Borges (DEM-BA), um dos integrantes da Mesa Diretora, recebeu um telefonema de Calheiros, em que o presidente do Senado nega que, na reunião de hoje do colegiado, vá ocorrer alguma "manobra" para impedir os senadores de deliberarem sobre o processo. Renan Calheiros, acusado de pagar despesas pessoais com dinheiro do lobista de uma empreiteira, nega a acusação e afirma que utilizou recursos próprios. A reunião de hoje da Mesa foi convocada para aprovar pedido de aprofundamento da perícia da Polícia Federal nos documentos apresentados pela defesa de Renan. "O telefonema de Renan deu um alívio. Agora, nós sabemos que a Mesa vai trabalhar sem nenhuma ameaça de protelação", afirmou o senador César Borges. "Também não vejo disposição de ninguém da Mesa de pedir vista para atrasar os trabalhos. É momento de cada um assumir a sua responsabilidade. "(Agências)

Valter Campanato / ABr

Senador se diz 'impedido' de decidir sobre processo

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Para Berzoini, não se pode ter pontos de vista partidários sobre o caso.

Suplente de Roriz pode assumir o presidente do Senado, Pereira (PMDB-MS), que pre- do casamento. Constrangimento – O sena- cargo hoje R e n a n C a l h e i r o s sidia a sessão. A atitude de

(PMDB-AL), declarou-se ontem "impedido" de tomar qualquer decisão a respeito do processo a que responde no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da construtora Mendes Jr. O impedimento foi informado por meio de ofício ao presidente do órgão, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO). Renan pediu ainda que, de agora em diante, toda correspondência relativa ao assunto do processo seja encaminhada diretamente ao primeiro vicepresidente da Casa, senador Tião Viana (PT-AC). O documento foi lido no plenário pelo senador Walter

Renan vem em sentido oposto às recentes manobras políticas para tentar abafar o caso. Walter Pereira disse ter recebido um telefonema de Renan em que este tranqüiliza os senadores, dizendo que está confirmada a reunião da Mesa Diretora do Senado marcada às 11h de hoje. Essa reunião foi convocada para a votação do pedido de aprofundamento da perícia da Polícia Federal s o b re o s d o c u m e n t o s q u e Renan apresentou ao Conselho para provar que, nos últimos quatro anos, teve rendimentos de R$ 1,9 milhão com venda de gado, e não precisaria de recursos de um lobista para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Velloso, com quem tem uma filha fora

dor Cristovam Buarque (PDTDF) causou constrangimento na Casa ao revelar detalhes de uma conversa que os dois tiveram no fim de semana. Cristovam disse que foi procurado por Renan e que, por isso, teria ido até a residência oficial, no último sábado. De acordo com a versão de Cristovam, Renan admitiu que teria sido melhor se tivesse se afastado da presidência para se defender do processo no Conselho. "Hoje, o Renan já diz que talvez tenha sido um erro não se afastar da presidência, mas admite que, se sair agora, seria entregar os pontos", contou Cristovam. "Se (Cristovam) falou por mim, não vale!", limitou-se a dizer Renan. (Agências)

'Não aceitaremos linchamento público' P

Ricardo Berzoini, presidente do PT, volta a defender Renan Calheiros, e diz que senador merece "apreço" do partido

ela segunda vez em menos de um mês, o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), defendeu o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de investigação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado por suspeita de quebra do decoro parlamentar. "Não aceitamos linchamento público nem constrangimento para forçar o presidente do Senado a se licenciar da função ou a renunciar", afirmou. Na véspera de a Mesa Diretora da Casa decidir se encami-

nha à Polícia Federal (PF) o pedido de perícia nos documentos apresentados por Renan – acusado de ter as despesas pessoais pagas pela empreiteira Mendes Júnior –, Berzoini disse que ele "merece apreço" do PT porque sempre foi aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa, porém, foi mais cautelosa do que das outras vezes. "Ninguém está acima das investigações", ressaltou. "Cabe aos senadores verificar o que há de justo ou injusto nas acusações contra o senador e não há razão para termos um pon-

to de vista partidário sobre esse assunto." O chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, insistiu que Renan precisa ter "direito de defesa", mas evitou entrar no mérito das denúncias contra ele, sob a alegação de que só pode haver conclusão ao fim do processo. Estocadas – Dulci rebateu as estocadas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que vê o País paralisado pela crise política envolvendo o destino de Renan. "Pode ser que FHC deseje que o País fique parado para que a respon-

sabilidade possa ser imputada ao presidente Lula", reagiu. "Ele está confundindo realidade com desejo", provocou. Ao sair ontem de uma reunião com líderes das bancadas estaduais do PT, na sede do partido, para debater o "projeto estratégico" da legenda e o governo de coalizão, Dulci procurou jogar água na fogueira da atual fase. "Fazer crítica não significa que há crise", amenizou. "A oposição sempre tenta combater o governo e tem o direito de fazer isso, mas sem exagerar nem falar mentiras."

Apesar das declarações em defesa do presidente do Congresso, a cúpula da sigla não abraçará a causa do aliado. Dirigentes da agremiação avaliam que o jogo adversário embute, sim, uma tentativa de desgastar Lula, mas temem associar o PT a mais um escândalo. Em conversas reservadas, petistas argumentam que o presidente não é o alvo principal da estratégia oposicionista e, embora se solidarizem publicamente com Renan, não podem cometer "harakiri político", se a derrocada for evidente. (AE)

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suplente do ex-senador Joaquim Roriz, que renunciou ao mandato para não responder processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética, Gim Argello (PTB-DF), pode tomar posse hoje como senador da República. Sua assessoria informou que o futuro senador está preparando a documentação para que ele possa tomar posse no final da tarde. Até ontem à noite, Argello não havia entregue na Secretaria Geral da Mesa a documentação necessária à sua posse. Mas a entrega e a posse podem ocorrer no mesmo dia. O futuro senador continua fugindo dos holofotes. Por isso, seus assessores informaram que Argello tomará posse no final do dia, após a ordem do dia, quando o plenário já estiver esvaziado. Se a posse não ocorrer durante o dia de hoje, Argello também poderá ser empossado a partir de amanhã, quando começa o recesso parlamentar. Argello vai assumir o mandato correndo o risco de ser investigado pelo Conselho de Ética do Senado. O corregedor d o S e n a d o , R o m e u Tu m a (DEM-SP), já declarou que examinará os fatos apurados pela Operação Aquarela, realizada pela Polícia Civil de Brasília, onde há indícios e suspeitas de seu envolvimento na partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões, emitido em favor do empresário Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas e de empresas de transporte coletivo. (AOG)


terça-feira, 17 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 3


terça-feira, 17 de julho de 2007

Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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IPCA DEVE TER ALTA DE 0,2% EM JULHO

bilhões de dólares é a estimativa de superávit comercial, de acordo com boletim do BC.

A PREVISÃO PARA INGRESSO DE RECURSOS DO EXTERIOR SUBIU PARA R$ 21,5 BILHÕES, SEGUNDO O BC.

ESTRANGEIROS INVESTIRÃO MAIS

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previsão para o in- vem. A previsão para o câmbio gresso de investi- médio, em 2008, passou de R$ 2 mento estrangeiro para R$ 1,95. Para a inflação, medida pelo direto (IED) no Brasil neste ano foi revista e Índice de Preços ao Consumipassou de US$ 20 bilhões para dor Amplo (IPCA), o levantaUS$ 21,50 bilhões. A projeção mento apontou que, nas instipara 2008 ficou inalterada em tuições Top 5 (as cinco instituiUS$ 20 bilhões, segundo apon- ções com maior índice de acerta a pesquisa Focus divulgada to das previsões do estudo) as estimativas para o indicador ontem pelo Banco Central. O mercado reduziu a esti- em 2007 foram elevadas de mativa para o superávit em 3,57% para 3,61% no cenário de conta-corrente neste ano de médio prazo, mas as projeções p a r a 2 0 0 8 f oU S $ 1 1 , 1 b iram reduzidas lhões para de 3,7% para US$ 11,05 bi3,65%. lhões. Para a Para julho, as b a l a n ç a c oapostas do mercial, houve mercado se mais otimismo reais é a estimativa mantiveram tanto em relade cotação do dólar com o IPCA em ção a 2007 coalta de 0,2%. E mo para 2008. em 2008, segundo o para agosto, as O superávit colevantamento feito estimativas sumercial previspelo Banco Central biram de 0,21% to para este para 0,22%. Paano passou de na elaboração da ra o Índice de U S $ 4 2 , 6 b ipesquisa Focus. Preços ao Conlhões para sumidor (IPC) US$ 43 bilhões, da Fundação e para 2008 avançou de US$ 36,05 bilhões Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), as estimativas para US$ 37 bilhões. A pesquisa Focus mostrou para 2007 passaram de 4,05% ligeira redução da projeção pa- para 4,08% e para 2008 avançara a taxa de câmbio no fim des- ram de 3,98% para 4%. Os economistas consultados te mês, de R$ 1,92 para R$ 1,90, e de R$ 1,90 para R$ 1,89 para mantiveram a aposta em corte agosto. Para o fim de 2008, a ex- de meio ponto percentual na tapectativa para o dólar foi man- xa básica de juros, a Selic, na tida em R$ 2. Mas os analistas já reunião do Comitê de Política vêem uma taxa de câmbio mé- Monetária (Copom) do Banco dia mais baixa para o ano que Central, que começa hoje. (AE)

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Meta de inflação gera dúvidas

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ruído de comunicação causado durante o anúncio da meta de inflação de 2009 voltou a ser destaque nos relatórios de instituições financeiras. No dia 26 de junho, a contragosto da maioria dos analistas do mercado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu como alvo a ser

perseguido pelo Banco Central (BC) em 2009, uma taxa de 4,5%. A postura menos técnica do governo ao estabelecer a meta de inflação de 2009 em 4,5% (ante 4% da expectativa do mercado para o período), inibiram um movimento mais forte de fechamento das taxa futuras de juros, segundo relatório da Concórdia Corretora. (AE)

Juros bancários caem, mas não acompanham a redução da taxa básica Sonaira San Pedro

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s juros bancários para empréstimo pessoal recuaram de 5,37% para 5,29% em julho, em comparação com junho, segundo dados do Procon-SP. No caso do cheque especial, as taxas caíram de 8,29% ao mês para 8,23%. Mesmo assim, a queda das tarifas não acompanhou as reduções constantes do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), que já atinge os 12% ao ano. Hoje, o Comitê de Política Monetária se reúne novamente e o mercado espera um novo corte de 0,5 pon-

Bancos Banco do Brasil Bradesco Caixa Econômica Federal HSBC Itaú Nossa Caixa Real Safra Santander Banespa Unibanco

to percentual na Selic. Empréstimo e cheque – As três maiores quedas mensais de empréstimo pessoal foram verificadas nos Banco Real (de 6,5% para 5,9%), Bradesco (de 5,55% para 5,51%) e no Banco do Brasil (de 4,59% para 4,53%). Em relação às taxas do cheque especial, reduziram os juros o Unibanco (de 8,99% para 8,39%), o Bradesco (de 7,99% para 7,95%) e o Banco do Brasil (7,64% para 7,60%). As demais instituições financeiras pesquisadas mantiveram suas taxas de empréstimo pessoal e cheque especial. "A procura dos clientes por esses serviços aumentou, mas

Empréstimo Pessoal (a.m.)

Cheque Especial (a.m.)

4,53% 5,51% 4,68% 4,55% 5,95% 4,25% 5,90% 5,90% 5,78% 5,87%

7,60% 7,95% 7,20% 8,47% 8,47% 8,10% 8,40% 9,29% 8,38% 8,39%

isso aconteceu pela grande divulgação da oferta de crédito e não pela queda das taxas cobradas pelos bancos", disse a técnica do Procon-SP, Cristina Rafael Martinussi. "A expectativa é de continuação na retração ou manutenção dos juros bancários e também de mais um corte na taxa Selic." De acordo com Cristina, mesmo com as iniciativas do governo para incentivar a concorrência bancária e a queda da Selic, o spread, ou seja, a diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos no mercado e o que cobram do consumidor, continua alto. Considerando a possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal em razão do prazo do contrato, o Procon estipulou o período de 12 meses para o levantamento, já que todos os bancos pesquisados trabalham com esse prazo. Além disso, nas duas modalidades de crédito, os dados coletados referem-se a taxas máximas pré-fixadas para clientes nãopreferenciais; para o cheque especial foi considerado o período de 30 dias. Fizeram parte da pesquisa Banco do Brasil, Banespa, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco.

Analista aposta em corte de 0,5 ponto na Selic

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s cortes de 0,5 ponto percentual dos juros básicos podem durar muito mais tempo do que se imagina. A avaliação é do economista para o Brasil do Morgan Stanley, Marcelo Carvalho. Embora ainda mantenha a previsão de que a taxa básica de juro cairá 0,25 ponto em setembro, o economista afirmou que a valorização do real poderá ampliar a capacidade de cortes de juros num ritmo maior e por um período mais longo do que o que se trabalha atualmente. "Na nossa opinião, o real é rei", disse. A perspectiva para o dólar, segundo ele, é de mais queda. Carvalho acredita que a moeda americana fechará o ano em R$ 1,85 mas não descarta que ela fique abaixo de R$ 1,80. Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, Carvalho prevê mais um corte de 0,5 ponto, para 11,5%, com placar dividido. A decisão do Copom será anunciada amanhã. (AE)


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E mais Lazer Inovação Imagem

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terça-feira, 17 de julho de 2007

SPHERICAL CRIA MEDIDOR DE RADIAÇÃO SOLAR

O câncer de pele é a doença que mais se alastra em todo o mundo. É preciso se prevenir.

Leonardo Rodrigues/Hype

Os riscos do sol. No totem. Sistema desenvolvido por uma empresa de Santa Catarina informa os níveis de raios ultravioletas e pode ser usado como ferramenta de marketing

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catarinense Spherical Networks criou o primeiro medidor de raios ultravioleta UVA e UVB com tecnologia nacional e que indica, em tempo real (e não uma previsão), o índice de radiação solar. O equipamento pode ficar instalado na rua, na praça, numa praia, numa clínica, hall de hospital, farmácia etc. No Ozon-in, como é chamado o totem de medição, só o sensor, embutido no equipamento e exposto ao sol para indicar o índice do UV, vem da Alemanha. O resto - o hardware, os circuitos e placas eletrônicas que transformam a radiação em sinais elétricos e convertem esses sinais em luz (leds) no equipamento - são desenvolvidos nos laboratórios da Spherical, empresa do grupo Specto, nascido em uma incubadora de Santa Catarina, no Centro de Empresas de Tecnologia Avançada (Celta) de Florianópolis. São cerca de 50 pessoas no grupo, a maioria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). "Além do serviço de utilidade pública prestado à população e obedecendo a escala de radiação definida pela Organização Mundial de Saúde, o toten Ozon-in pode ser um ótimo negócio para o marketing das empresas, pois ele dispõe de espaço para publicidade no painel inferior", observa o diretor de Planejamento e Negócios da Spherical, Sergio Kappel. O equipamento tanto pode ser instalado em ambientes internos como externos - na frente do estabelecimento, nas ruas e praias. À noite, o logotipo também se destaca em virtude

do acrílico translúcido que fica iluminado. Quando o totem está no interior de um estabelecimento, as informações do sensor (exposto ao sol) são enviadas para as placas de circuito impresso, por cabo ou via rede wireless. O próximo passo da Spherical será a parceria com operadoras de telefonia móvel para que as informações do Ozon-in sejam transmitidas diretamente por torpedos para o celular do usuário, via rede GPRS, informa Márcio Dalcin, gerente de Negócios da empresa. É bom lembrar que a aferição e calibragem do equipamento são feitas de acordo com padrões internacionais da OMS, nos laboratórios da UFSC e com a ajuda de uma estação meteorológica completa adquirida para este fim. O sensor alemão, por sua vez, acoplado ao circuito eletrônico do totem é focado no espectro eletromagnético que corresponde à emissão dos raios UVB e UVA. Clientes - Em São Paulo, a loja UV-Line, de roupas esportivas com protetor contra raios UV foi a primeira a adquirir o Ozon-in (leia ao lado). Em Vitória, no Espírito Santo, a prefeitura local está fechando um contrato para instalação do equipamento em algumas praias, e "devem ser as primeiras da América do Sul a dispor de um sistema de informação sobre raios UV em tempo real", diz Dalcin. Além disso, a Spherical fechou uma parceria com o Instituto Ambiental Ratones, de Florianópolis, apoiado pelo Programa Bandeira Azul, um certificado internacional criado pela ong Foundation Environmental Education (FEE) para avaliar tratamento de es-

Ozon-in: equipamento pode ser instalado em ambientes externos e internos, com espaço para publicidade.

Divulgação

Barbara Oliveira

goto, qualidade da água do mar e facilidades disponíveis para o usuário (banheiros, postos de informação turística, salva-vidas etc.). Nas praias de Florianópolis também está prevista a instalação de totens com medições de raios UV e informações sobre a qualidade do mar. Afinal, é em Santa Catarina que o câncer de pele atinge seu mais alto nível, com cerca de 130 casos para 100 mil habitantes, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Na Bahia, aonde os raios UV chegam facilmente aos perigosos índices de 8 ou 10, ocorrem apenas 30 casos por 100 mil habitantes porque a pele da população é majoritariamente morena. Por isso, os dermatologistas

aconselham que as pessoas, especialmente as de pele mais clara, usem sempre protetor solar, verificando se eles protegem contra os dois raios UVA + UVB (nos produtos mais populares essa proteção não é completa), além de chapéu, óculos escuros e camiseta - principalmente se o índice de radiação estiver acima de 3. E, é claro, evitem o sol das 10h às 14h.

SERVIÇO O preço do Ozon-in pode variar de R$ 800 (os mais simples) a R$ 15 mil (os maiores). Mais informações nos sites: w w w. ozo n - i n . co m . b r e www.dermatologia.net

Ana Júlia: conscientização dos clientes sobre perigos da radiação solar

Loja aposta em placar para atrair clientes A

loja UV Line foi a primeira cliente em São Paulo do Ozon-in. A proprietária Ana Júlia Pelegrino diz que a intenção de colocar uma torre com informações sobre a incidência de radiação solar "tem tudo a ver com o seu negócio, que é vender saúde", ou roupas com tecnologia de proteção. "É uma forma de conscienti-

zarmos nossos clientes de que a radiação solar existe e faz mal à pele e à saúde. Como é uma informação nova ainda, o Ozon-in desperta curiosidade, porque muita gente desconhece os efeitos dos raios ultravioleta", diz Ana Júlia. A UV-Line tem loja na Vila Madalena e inaugura outra em Moema até o fim do ano. (B.O.)

proteger das irradiações que podem provocar a doença. Couro cabeludo, orelhas e pescoço são as partes do corpo mais vulneráveis. "Um simples boné pode fazer muito por alguém." Além de roupas adequadas, ela recomenda o uso diário de protetor solar. "A irradiação vai se acumulando na pele ao longo dos anos. Por isso, é importante proteger as crianças desde cedo." As pessoas de pele clara são

as mais suscetíveis ao câncer de pele. Mas Ligia lembra que todos correm riscos ao se expor ao sol sem proteção. "Os dias nublados são os mais perigosos, pois o corpo não sente o desconforto do sol escaldante." Ligia acredita que a disseminação dos totens medidores de irradiação pode contribuir para conscientizar a população sobre o problema. Visitas regulares ao dermatologista também são fundamentais. (L.G.)

Divulgação

ce Cres ia de nc ê d i c in er de c n â c no pele o d mun

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câncer de pele é a doença que mais se alastra em todo o mundo. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia mostram que de 41.751 pacientes atendidos pela Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, 9% contraíram a doença. É muito. "O alarmante é que tenho atendido jovens, na faixa dos 20 anos, com sinais nem sempre visíveis de câncer de pele", afirma Ligia Kogos, da clínica que leva seu nome

( w w w . c l i n i c a l i g i a k ogos.com.br). Quanto mais tarde o problema for diagnosticado, menores as chances de recuperação. "O corpo produz células cancerígenas naturalmente, mas elas são eliminadas por uma espécie de checagem feita pelo organismo. A irradiação de raios UV impede essa checagem", explica. Ligia lembra que não é preciso se privar do sol. Mas se

Newton Santos/Hype

Divulgação

A internet facilita o contato, mas é preciso cautela.

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Divulgação

Maria Cecília Cares (acima), da Livraria Cultura, Adriano Arruda (esq.), da Catho e Marcelo Abrileri (dir.), da Curriculim tecnologia.

definição detalhada do perfil é muito importante, pois evita a perda de tempo na análise de candidatos que não se enquadram no cargo. Uma das ferramentas utilizadas atualmente é o teste online. A Catho, no seu programa PS3, oferece 39 tipos de testes diferentes, que vão desde opções para verificar habilidades profissionais até conhecimentos específicos de informática. Para ter acesso a esta ferramenta, o custo mensal é de R$ 500. Vale lembrar que no modelo de negócios destes sites, a oferta de vagas é gratuita e esses serviços viram uma fonte de renda. No seu programa de trainee, a Gafisa aplica testes de português e inglês. "Fazemos isso para termos um filtro mais eficaz e aí temos uma triagem mais rápida e assertiva", comenta Thais Bortolotto. A diretora de RH da Livraria Cultura é mais desconfiada. "A

gente nunca sabe se quem preencheu o teste foi mesmo o candidato", diz. "O papel aceita tudo e portanto, o profissional de RH deve ter atenção redobrada para evitar enganos". Por isso, a equipe de Cecília lê cada um dos mais de 7 mil currículos recebidos pela rede e a única triagem feita é por cargo. Na opinião de Vitor Pascoal, as ferramentas de seleção online, como os inventários comportamentais, podem ser muito eficientes, desde, é claro, que o candidato os preencham seguido corretamente às instruções. "É uma questão de confiança e boa fé", afirma. O sistema Veezux, software totalmente brasileiro, desenvolvido pela Curriculum Tecnologia, oferece acompanhamento do processo da captação até a seleção. Por R$ 299 por vaga aberta, o empregador tem acesso a todo o banco de dados do site para fazer a seleção, pode entrevistar os candi-

datos virtualmente, aplicar testes, agendar horários. O grande diferencial é que a empresa fica dona do histórico. "Assim, é possível fazer relatórios para os departamentos de seleção e recrutamento e checar a eficiência de todo o processo", comenta o CEO (Chief Executive Officer, o principal executivo da empresa) da Curriculum Tecnologia, Marcelo Abrileri. Contato e entrevista - Para pequenas e médias empresas, estes portais são uma mão na roda. "Muitas vezes, o candidato não conhece a empresa e nem o site dela", explica Adriano Arruda, diretor geral da Catho. "Em nosso site, esse encontro é facilitado. A internet concentra o maior número de vagas de empresa e candidatos que qualquer outro meio". E não são apenas dados que estão disponíveis. O Canal RH, portal com mais de 60 mil profissionais de recursos hu-

manos cadastrados, desenvolveu um serviço que, além do arquivo em Word, é possível incluir vídeo com depoimento do candidato sem nenhum custo adicional. Essa inovação é voltada para o público em geral. Carlos César Coutinho, diretor de negócios do Grupo VR, acredita, porém, "que os profissionais da nova geração, mais habituados ao uso da tecnologia, serão os grandes adeptos do recurso do Vídeo Currículo". R.B

SERVIÇO Sites de recrutamento www.catho.com.br www.curriculum.com.br www.dmrh.com.br www.monster.com Sites de empresas www.gafisa.com.br www.livcultura.com.br www.terra.com.br


OPINIÃO

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ivirto-me com os argumentos furibundos dos petistas, contrariados com minhas observações aqui, neste espaço de liberdade plena para a expressão do pensamento. Repetem-se à exaustão ao me qualificarem como dito acima, obviamente deixando de se referir ao que Dora Kramer, excelente colunista do Estadão, chamou no domingo passado de "presidente cujo partido, equipe, aliados, familiares, protagonizam escândalos em série, num governo de eficácia administrativa celebrada apenas na pirotecnia da auto-exaltação, e ele próprio se dando ao desfrute de defender malfeitores de malfeitorias reconhecidas..."

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PAULO SAAB

NÃO CRITIQUE OS DEUSES

Rafael Neddermeyer/AE

Pioramos na avaliação do Banco Mundial. Por Roberto Fendt

A PRAGA DA CORRUPÇÃO Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

odos os jornais já abriram espaço para comentar os resultados da pesquisa Assuntos de Governança ("Governance Matters"), do Banco Mundial, divulgados na semana passada. A meu juízo, no entanto, a maioria dos comentários se ateve à evolução temporal dos indicadores brasileiros, sem abordar o que está ocorrendo em nosso entorno. Não que a evolução temporal dos indicadores seja destituída de interesse. Pelo contrário. Com base no que já foi divulgado, observamos que ocorreu em nosso país significativa deterioração no controle da corrupção: em 2000, havia 86 que países controlavam melhor a corrupção que nós; em 2006, há 112 países nessa situação. Andamos para trás. Quanto à eficiência do governo, caímos da posição 83 em 2003, para a posição 101 em 2006. Da mesma forma, pioramos nossa posição quanto à qualidade dos marcos regulatórios: passamos de 78º para 97º entre 2003 e 2006. Finalmente, quanto ao Estado de Direito, caímos de 106º para 124º entre 1996 e 2006.

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Moral da história: não só estávamos mal, como ficamos piores. O que faltou dizer é como nos encontramos entre os países da América Latina nessa competição e como ficam alguns de nossos vizinhos nesse torneio. De pronto deve ser dito esses países – com a notável exceção do Chile e de dois ou três outros – se saíram mal na fotografia da governança e no combate à corrupção. Quanto ao combate à corrupção, com a exceção do Chile – 26º país a melhor combatê-la – e de mais dois países (Porto Rico e Uruguai), os demais têm um desempenho pífio. Cuba, Haiti e Venezuela estão na rabeira dos 212 países quando o assunto é o combate à corrupção. Não é melhor a situação se compararmos os países da região com os demais quando se analisa a vigência do Estado de Direito. O Brasil está colocado na lamentável posição de 124º colocado entre 212. Melhor, é claro, que o Haiti, em guerra civil e na 206ª posição; melhor também que a Venezuela (200º); ou a Guatemala (181º). Mas, convenhamos, a comparação com esses países pode nos servir de consolo?

que dizer da qualidade da regulamentação? Não errou quem apostou que temos aqui mais do mesmo. Monotonamente, o Brasil está no 97º lugar. Claro, novamente muito distante de Cuba (205º), da Ve n e z u e l a ( 1 9 3 º ) e d o Equador (180º). Mas igualmente distante do Chile, que nos dá um banho ao situar-se entre os 17 primeiros. Porto Rico e Costa Rica também saíram bem na fotografia. Alguém imagina que temos um governo eficaz? Engana-se quem sonha com isso, revelam os números da pesquisa. Há cem países com governos mais eficientes que o nosso, entre eles, na América Latina, o Chile (com o 26º governo mais eficiente, talvez porque menor e voltado para as funções clássicas de um governo), P o r t o R i c o e U ru g u a i . Haiti, Nicarágua e Cuba também estão na rabeira desse quesito. Em uma coisa Cuba está melhor que nós: estabilidade política. Claro, com o mesmo governante desde 1959, está a caminho de ter tido o governo "mais estável" das Américas. São quase 50 anos de

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Fidel Castro. No entanto, mais estável que Cuba são a Costa Rica e o Chile. No outro extremo, estão a Colômbia, o Haiti e a Venezuela. Há alguma lição a tirar de todos esses números? Sem dúvida. A primeira é que o estudo acaba com um tabu: o de que não é possível mensurar as características da governança e ordenar os países de acordo com determinados critérios – tanto em um dado momento do tempo, como ao longo do tempo (no nosso caso, mal). Impressiona também como andam alguns de nossos vizinhos. Depois do Haiti em guerra civil, impressiona como Cuba e Venezuela se saem com padrões africanos de governança. mpressiona a colocação do Chile, em todos os quesitos, comparando-se aos países europeus na respeito ao Estado de direito, ao combate à corrupção e à eficácia de seu governo. O que entristece é que estamos tão longe dos padrões chilenos e cada vez mais perto dos padrões venezuelanos.

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G Em 2000,

86 países controlavam melhor a corrupção que nós. Em 2006, há 112 países nessa situação. Andamos para trás.

Miaraflores Palace/Handout/Reuters

G Cuba, Haiti

e Venezuela estão na rabeira dos 212 países quando o assunto é o combate à corrupção. Ficamos entre os piores vizinhos no item governança.

Estamos longe dos padrões chilenos e cada vez mais perto dos padrões venezuelanos

em sido uma experiência enriquecedora no exercício do jornalismo nos tempos de Lula e do petismo no poder perceber como os mesmos reagem quando são criticados, contrariados ou (suprema ofensa ao Olimpo!) vaiados, como ocorreu ao nosso magnânimo presidente da República na abertura dos Jogos Panamericanos, o Rio 2007. Acompanhei e acompanho paripassu a vida política de Lula e de seu partido desde o nascedouro, tempos da brilhantina, do sindicalismo florescente no ABC e de minhas andanças iniciais no jornalismo. O preço da isenção é sempre a acusação de comprometimento com o outro lado. Guardo comigo até hoje notas taquigráficas de sessões da Assembléia Legislativa de São Paulo, ainda no período dos governos militares, quando deputados da Arena ou do MDB, os partidos autorizados da época, bradavam da tribuna que eu estava a serviço ora de um, ora de outro, ao escrever o noticiário do parlamento estadual para a Folha de S.Paulo. Estava somente a serviço dos brasileiros, como até hoje. Quando o que se escreve contraria o governante de plantão, simplifica-se com a acusação de adesismo ou algo semelhante.

T

PT na oposição era (e para alguns anacrônicos ainda é) sinônimo de todas as grandezas. Era atestado de idoneidade, competência e moralidade. Incriticável em sua própria visão. O PT no poder virou o mesmo do mesmo. Com cargas pioradas de ataque ao Erário, corrupção - certamente não por parte de todos os seus integrantes - e um sentimento áulico de estar acima do bem ou do mal. Fazer oposição aos usos e costumes do PT no poder é receber, de cara, a acusação de pequeno burguês, querendo de volta a ditadura militar.

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forma como o presidente Lula reagiu à monumental vaia que levou no Maracanã seria um delírio de comemoração pelos petistas se o presidente fosse de outro partido. A visão é a mesma: Lula, o PT, suas equipes, aliados e familiares são perfeitos, não se contaminam pela pequena burguesia. Seus atos heróicos estão acima da linha da imperfeição humana; só merecem aplausos. Qualquer manifestação contrária, como a ousadia de vaiar, é orquestração, reação das elites contrariadas ou outro argumento falacioso qualquer de quem sabe muito bem ser oposição e destruir, mas não aprendeu a construir e ser alvo das críticas em que se especializou.

A

ão se pode enganar a todos o tempo todo. Aos poucos, a verdade que a "pequena burguesia" enxerga - porque estudou e sabe discernir - vai ganhando consistência na visão da massa votante, "revolucionária", que em sua santa ignorância ainda acha que a culpa não é dele, do deus do olimpo planaltino, a quem não se pode vaiar e nem se pode criticar.

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PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

G Qualquer

manifestação, como a ousadia de vaiar, é orquestração, reação da elite contrariada ou outro argumento falacioso qualquer.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007

SERVIÇOS DEVEM CRESCER 4,2% NESTE ANO

180

milhões de dólares é o montante de reservas que o Brasil deverá acumular em 2007, segundo analistas.

EXPANSÃO DO SETOR DE SERVIÇOS E AUMENTO DE IMPOSTOS INFLUENCIOU A NOVA ESTIMATIVA

CNI PREVÊ PIB DE 4,5% EM 2007

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Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevou a prev i s ã o d e c r e s c imento da economia para este ano de 4,2% para 4,5%. Essa nova estimativa se deve, principalmente, à perspectiva de expansão mais rápida nos serviços e nos impostos, em especial sobre produtos importados. No Informe Conjuntural do segundo trimestre, divulgado ontem, a entidade prevê que a composição do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas riquezas produzidas no País) em 2007 deve ter um comportamento semelhante ao de 2006: expansão da indústria menor do que a média da economia e o setor externo contribuindo negativamente para o crescimento da economia brasileira. A previsão da CNI é de que os serviços cresçam 4,2%, con-

Ricardo Padue/AFG

tribuindo em 2,7 pontos percentuais na composição total do PIB. Já os impostos cobrados sobre produtos devem aumentar 6,8% neste ano e contribuir em 4,5 pontos percentuais para o crescimento do PIB. Segundo a CNI, sem a arrecadação dos tributos, a expansão da economia neste ano poderia ficar em 4,1%. A indústria, por sua vez, deve crescer 4% neste ano, abaixo do crescimento geral da economia brasileira. Com isso, a participação do setor na formação do PIB global deve ser de 1,3 ponto percentual. A indústria de transformação é a que terá menor dinamismo, com uma expansão de 3,7%. A construção civil, por outro lado, deve ter o melhor desempenho, com um crescimento de 4,5%. Exportações – A CNI estima ainda que o volume exportado deve crescer somente 5% en-

quanto as importações devem ter alta de 21%. Com isso, a contribuição líquida do setor externo na formação do PIB deste ano deve ser negativa em 1,7 ponto percentual. O documento destaca também o impacto do aumento do consumo das famílias e dos gastos do governo no crescimento da economia neste ano. A demanda deve crescer 5,8% e o consumo do governo, 4,7%. A agropecuária deve ter bom desempenho e apresentar crescimento de 4,5%, impulsionada pelo aumento da produção de grãos e da pecuária. Investimentos – A CNI manteve a estimativa de expansão dos investimentos em 10,5%, em função da tendência de queda dos juros, do aumento da utilização da capacidade instalada do parque industrial e da expansão dos gastos em infra-estrutura. (AE)

Tesouro quer reforçar mercado secundário

O

Tesouro Nacional quer estimular a transação de títulos da dívida pública no mercado secundário, ou seja, a compra e venda de papéis federais entre investidores. Um maior volume no secundário ajudaria a baixar o custo da dívida no chamado mercado primário (quando o Tesouro emite o papel e vende ao mercado). Por isso, está criando um novo sistema de pontuação das instituições financeiras, aumentando a classificação daquelas que transacionam papéis no secundário. Esses pontos pesarão na hora de o governo federal escolher os dealers (instituições do mercado financeiro credenciadas a operar com o Tesouro e o Banco Central). No Brasil, em torno de R$ 14 bilhões são negociados diariamente no mercado secundário. Esse volume de negociação, que é menos do que 2% do total de R$ 1,1 trilhão da dívida interna em títulos, é considerado muito baixo para o tamanho do mercado brasileiro. Nos Estados Unidos, que tem o mercado mais líquido do mundo, cerca de 14% do estoque da dívida são negociados ao dia no mercado secundário. No México, o volume negociado por dia é de aproximadamente 4%. "Precisamos trabalhar muito para aumentar a liquidez no mercado secundário", disse o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle. (AE)

Consumo das famílias deve crescer 5,8% neste ano, segundo estimativa da CNI.

RESERVAS Saldo supera a marca dos R$ 150 bilhões

A

s reservas internacionais brasileiras superaram a marca d o s U S $ 1 5 0 b ilhões. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), o volume subiu US$ 765 milhões na última sexta-feira e chegou a US$ 150,692 bilhões. Com o crescimento, as reservas ficam bem acima do valor mais atualizado da dívida externa de médio e longo prazos do País, que era de US$ 145,334 bilhões em maio. Alcançaram também mais que o dobro da dívida externa do setor público, que em maio somava US$ 74,97 bilhões. Economistas avaliam que o Brasil já atingiu uma posição muito confortável em termos de reservas e, se o BC quisesse, poderia até parar por aí sua política de acumulação de dólares. Mas eles não acreditam que isso possa ocorrer. Na visão dos analistas, o BC continuará comprando dólares e as reservas vão fechar o ano entre US$ 170 bilhões e US$ 180 bilhões. Ou seja, o volume vai praticamente "empatar" com toda a dívida externa, inclusive a de curto prazo. Essa situação, que na prática indica que não há dificuldades

200

bilhões de dólares é a estimativa de fechamento das reservas em 2008. O volume deixa o País em situação confor tável.

em pagar a dívida externa, pode acelerar a chegada do "grau de investimento", uma espécie de selo de qualidade que as agências especializadas concedem a países considerados seguros para os investidores. Os economistas estimam que as reservas superarão a marca de US$ 200 bilhões em 2008. Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria, avalia que o patamar atual das reservas já é suficiente para deixar o País em uma situação tranqüila na hipótese de mudanças de humor no front externo. Ela avalia que o volume atual, somado aos swaps cambiais reversos – operação

que equivale a compra de dólares –, é capaz de defender o País de uma turbulência que leve a uma desvalorização repentina do real, o que provocaria inflação. "Mas o BC não dá sinais de que vai parar de acumular enquanto houver fluxo positivo de dólares", disse Alessandra, que prevê reservas em US$ 172 bilhões ao final de 2007. "As reservas facilmente vão chegar a US$ 200 bilhões no ano que vem." Para a economista, o custo fiscal dessa política deixa sem sentido a continuidade da compra de dólares no ritmo que o BC vem fazendo. O custo é dado pela diferença entre a taxa de juros interna, que o governo paga para captar os reais necessários para comprar dólares, e a taxa de juros internacional, que remunera a aplicação das reservas. O estrategista-chefe do Banco BNP Paribas, Alexandre Lintz, não vê sinais de mudança na política do BC e espera que as reservas fechem o ano em US$ 174 bilhões. Ele considera o nível confortável. "Não há necessidade de acumular reservas, mas como há excesso de dólares, o BC vai continuar nessa política", disse. (AE)


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INFORMÁTICA - 5


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Eleição Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007 Valter Campanato/ABr

CÂMARA DISPENSA E ECONOMIZA

Se já houvesse esse tipo de trabalho (com a Petrobras), talvez não houvesse estes escândalos recentes. Augusto Nardes

Gustavo Stephan / AOG

Petrobras e TCU estudam aprofundar as investigações

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Enquanto ocorrem novas investigações, presos pela Operação são transferidos da Polinter, no Rio

EMPRESÁRIO DIZ QUE FARÁ NOVAS DOAÇÕES German Efromovich afirma que continuará a apoiar políticos ligados à área naval

E

m meio a novas apreensões de documentos e prisões feitas pela Operação Águas Profundas, da Polícia Federal, o controlador do estaleiro Mauá Jurong, o empresário German Efromovich afirmou ontem que continuará doando recursos a candidatos "comprometidos com a indústria naval brasileira". O Mauá Jurong é investigado pela PF, e, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu dinheiro para a campanha de quatro candidatos petistas na última eleição. Efromovich voltou a negar as denúncias de participação no esquema de fraudes nas licitações da Petrobras. "Fizemos doações a candidatos comprometidos com a indústria naval brasileira e vamos continuar doando a políticos sérios que defendam esse País", afirmou, destacando que os estaleiros brasileiros es-

tavam fechados e sem gerar empregos antes da política de renovação do setor ser posta em prática pelo governo. Nas últimas eleições, o Mauá doou R$ 180 mil aos candidatos petistas Chico D'Ângelo, Luiz Sérgio, Jorge Bittar e Rodrigo Neves. Todos foram eleitos. Efromovich afirmou que as acusações contra a empresa são "levianas, irresponsáveis e mentirosas". Segundo ele, não há provas da ligação de executivos do Mauá com o estaleiro Angraporto, e os procuradores responsáveis pelo caso tiram conclusões precipitadas. "Não tem nada que indique que algum funcionário nosso esteja envolvido, mas nem por isso não vamos fechar as portas para as investigações". O empresário não soube explicar, porém, as relações do Mauá com a Intecdat, apontada pela PF como uma das empresas fantasmas de Ruy Cas-

Sem afilhados, gastos da Câmara caem

A

Câmara dos Deputados economizou R$ 43,95 milhões no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. O inusitado resultado foi obtido graças, principalmente, à extinção de 1.100 cargos de natureza especial (CNEs), que geralmente são preenchidos sem concurso por afilhados dos deputados mais influentes da Casa. O projeto para extinguir definitivamente esses cargos foi apresentado na gestão anterior e acabou sendo aprovado na atual. Apesar disso, no entanto, a Câmara continuou mantendo 1.300 daqueles postos, o que ainda onera os custos da Casa. A atual gestão, presidida por Arlindo Chinaglia (PTSP), porém, continua na berlinda por autorizar o ressarcimento de vôos de deputados em jatinhos fretados e bancar a conta de mais de 1 milhão de litros de gasolina gastos por deputados. A Câmara aceita pagar até R$ 90 mil por semestre para esse tipo de despesa, desde que o parlamentar não tenha

feito uso de verba indenizatória. A extinção dos cargos foi iniciativa do ex-presidente Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e chegou a ser motivo de boatos durante a disputa pela presidência da Casa, quando adversários de Chinaglia insinuaram que o petista não acabaria definitivamente com as vagas. A extinção dos CNEs, contudo, acabou se transformando em um dos primeiros projetos aprovados na atual legislatura. O orçamento total da Câmara para 2007 é de R$ 3,3 bilhões, dos quais já foi gasto R$ 1,3 bilhão. Outra economia expressiva no primeiro semestre – de R$ 7,5 milhões – foi com horas extras de funcionários. O corte foi possível porque Chinaglia raramente deixa as sessões plenárias ultrapassarem as 19 horas, o que justificaria o pagamento de horas extras aos servidores. Outras reduções de gastos obtidas foram com economia de passagens aéreas e diárias em missões oficiais – R$ 454 mil. (AE)

tanheira, que seria um dos mentores do esquema. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o Jurong teria pago R$ 3,5 milhões à Intecdat em troca de informações privilegiadas na concorrência da plataforma P-16. "Pode ser que (a Intecdat) seja um fornecedor do Mauá Jurong e é possível até que seja, mas eu nunca tinha ouvido falar esse nome", disse o executivo. A denúncia apresenta uma transferência eletrônica, de fevereiro de 2006, do Mauá em favor da Intecdat, no valor de R$ 1,8 milhão. Segundo as investigações, a proposta de fraudar a licitação teria partido de Castanheira. O controlador do Mauá diz que teve um prejuízo com o contrato de R$ 11 milhões, que estão sendo cobrados da Petrobrás. A empresa alega que tenta receber o dinheiro desde julho de 2006. (AE)

écnicos da Petrobras e do Tribunal de Contas da União (TCU) deverão se reunir nos próximos dias para que sejam discutidas fórmulas para a realização de investigações mais profundas por parte do TCU nas contas da estatal brasileira do petróleo. A informação foi dada no Rio de Janeiro pelo ministro do TCU, Augusto Nardes. Na última quinta-feira, ele manteve reunião de cerca de duas horas com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, para tratar do tema. "A conversa foi muito positiva", disse. "Nós conversamos sobre a questão dos escândalos recentes na Petrobras, e o presidente (Gabrielli) concordou em abrir a possibilidade de conversas entre os técnicos do Tribunal de Contas e os da Petrobras. Ele, inclusive, nos convidou para visitar plataformas de petróleo da estatal para mostrar a complexidade delas", disse. O ministro do TCU confirmou que o tribunal detectou, de fato, um superfaturamento de US$ 177 milhões nos contratos para a construção das plataformas P52 e P-54, mas admitiu a possibilidade da existência de informações conflitantes sobre o levantamento. "Detectamos o superfaturamento, mas talvez porque nós tivéssemos obtido informações conflitantes e não tenhamos conseguido confirmar algumas delas, porque não temos acesso às senhas", admitiu. A Petrobras, pela importância que tem para o País e pelo preço que cobra sobre os combustíveis , tem que prestar contas para a sociedade, uma vez que é uma empresa estatal, reforçou. "Eu cheguei a dizer pra ele (Sérgio Gabrielli) que, se já houvesse esse tipo de trabalho, talvez tivessem sido evitados estes escândalos recentes", informou. (ABr)

Divisão do Ibama pode ir a votação, hoje

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Plenário do Senado poderá votar hoje o projeto de lei de conversão que cria o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade. Uma das críticas ao projeto refere-se à situação futura dos servidores da nova autarquia, que surgiria de uma divisão de atribuições hoje sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A pauta do Senado prevê também a votação de mais 31 itens, sendo três outros projetos de conversão e duas MPs que estão trancando a pauta, e vários projetos de lei do Senado (PLS) e da Câmara (PLC), além de requerimentos. Todos os itens só serão votados se houver acordo entre os líderes para destrancar a pauta. Enfática – Na semana passada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi até mais enfática do que de costume na defesa da divisão do Ibama. Disse que a criação do Instituto Chico Mendes servirá para dar maior agilidade à fiscalização e ao exame das licenças ambientais, que ficarão a cargo do Ibama, e garantir a vigilância nas 289 unidades de conservação, que ficaria a cargo do órgão recém-criado. Marina disse que, ao assu-

mir o ministério, em 2003, havia 45 hidrelétricas contestadas na Justiça. "Hoje só existe uma". Insistiu que não deixará de criar o Chico Mendes só para se sentir confortável diante dos servidores. "Não busco popularidade imediata", desafiou ela. Coube ao senador Jefferson Péres (PDT-AM) desmontar o argumento dos contrários à criação do Instituto Chico Mendes. Ele perguntou se os servidores de fato acreditavam no que estavam escrevendo, de que o desmembramento do Ibama representaria a internacionalização da Amazônia. "Eu sou do Amazonas. Isso é um factóide barato, absurdo", disse Péres. O presidente da Associação dos Servidores do Ibama, Jonas Correa Moraes, tentou encontrar uma justificativa, mas não convenceu. Para piorar as coisas, os servidores distribuíram entre os senadores pastas com as justificativas para sua greve, em que havia também uma balinha da marca "xibiu", numa alusão ao apelido Chibio, que deram ao Instituto. A líder do PT, Ideli Salvati (SC), atacou: "Esse nome significa um palavrão em diversas regiões do País. É um desrespeito aos senadores", disse ela aos grevistas. (AE)

Eymar Mascaro

Pé na estrada

A

écio Neves fará uma peregrinação pelo País. O objetivo é preparar sua pré-candidatura à presidência da República em 2010. O governador mineiro fará contato com dirigentes tucanos estaduais, principalmente aqueles que possuem direito a voto na convenção do partido que escolherá o candidato à sucessão de Lula. O político tirou 10 dias de férias e viajou para o exterior com a filha. Na volta, ele começa sua carreata pelo Brasil. A saída de Belo Horizonte será na primeira semana de agosto. O mineiro decidiu que disputará a vaga de candidato com José Serra.

NA FRENTE

As viagens de Aécio começam logo após a apresentação de uma pesquisa, cujo resultado indicou vantagem de Serra sobre ele na preferência do eleitor. O governador paulista é beneficiado por sua passagem no ministério da Saúde durante a gestão FHC. O mineiro acredita que pode empatar esse jogo até o final do ano.

SUGESTÃO

Os tucanos mineiros pedem a Serra a desistência da candidatura ao Planalto, abrindo espaço para Aécio Neves, e que ele tente a reeleição em São Paulo. O tucanato de Minas avalia que seu governador pode reverter o quadro eleitoral no Nordeste, onde Lula leva grande vantagem sobre todos os nomes que disputaram as duas últimas eleições contra o atual presidente.

CHAPA

Serra rejeita totalmente a idéia de se candidatar à reeleição. O paulista acredita que tem condições de se eleger presidente e levar o PSDB de volta ao Planalto. Seu sonho é o de ter Aécio como vice, com a promessa de que o mineiro teria a legenda para se candidatar a presidente em 2014.

NUMA BOA

Aécio Neves vive a seguinte situação: se ele não sair candidato pelo pelo PSDB, pode aceitar o convite do PMDB. O partido de Michel Temer ofereceu a legenda ao mineiro mais de uma vez durante os últimos meses. O tucano aguarda o momento certo para decidir seu futuro.

APOIO

Caso saia candidato pelo PMDB, Aécio poderia conseguir o apoio de Lula. O presidente admite ficar ao lado de um "nome" fora do PT, já que sua legenda não apresenta, por enquanto, um candidato bom de voto. O tucano teria o deputado Ciro Gomes (PSB) como seu vice.

novembro. Ele "impediu" a evolução das candidaturas de Fernando Henrique Cardoso e de Geraldo Alckmin. Um paulista no controle do partido seria uma vitória para Serra.

ESCOLHA

O escolhido para substituir Tasso Jereissati será outro senador: o pernambucano Sérgio Guerra (PE) será, ao que tudo indica, o novo presidente do tucanato. Com essa escolha praticamente definida, os mineiros admitem que Aécio pode se beneficiar na hora da escolha do candidato presidencial.

COLIGAÇÃO

Tucanos, capitaneados por José Serra, trabalham para "amarrar" mais uma coligação com o DEM em 2010. A chapa teria mais uma vez um vice democrata. Mas, para atrair a coligação em 2010, o PSDB precisa apoiar o candidato da legenda à Prefeitura de São Paulo. Gilberto Kassab, candidato à reeleição, é o favorecido pela parceria.

DEFESA

Serra defende o apoio a Kassab, embora o exgovernador Geraldo Alckmin pretenda disputar a cadeira. A prefeitura paulistana é considerada peça importante na campanha de 2010. PT e PSDB brigam pelo controle político-administrativo da capital paulista.

DIVISÃO

O PT aposta suas fichas na divisão de votos entre Alckmin e Kassab para voltar à Prefeitura com Marta Suplicy. Os petistas pressionam a ministra, mas ela mantém o discurso que só disputará um cargo executivo em 2010. Para os partidos de oposição, a ex-prefeita faz charme e sairá, sim, candidata em São Paulo.

CONFIRMAÇÃO

O DEM confirma a candidatura de Gilberto Kassab à reeleição. A decisão vale mesmo em um cenário tendo Alckmin como adversário. Uma pesquisa recente indica que Kassab é bem avaliado pelo eleitor paulistano. Sua administração é aprovada por mais de 50% da população.

DOBRADINHA

NÃO QUIS

Aécio Neves registrou sua primeira vitória dentro do PSDB ao impedir que um paulista viesse a presidir a legenda a partir da convenção de

Os petistas ainda sonham com a chapa formada por Marta e Michel Temer. O apoio dos peemedebistas ao candidato petista é considerado primordial. O PMDB é o principal partido da base aliado em Brasília. A legenda compõe grande parte dos ministérios. Seria a ratificação dessa parceria.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

16/7/2007

COMÉRCIO

9

8,23

por cento é a taxa média para cheque especial praticada pelos bancos, segundo a Fundação Procon-SP.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Inovação Va r e j o Lazer Imagem

venda para essa finalidade ou mesmo os títulos baseados em filmes, que servem como extensão daquilo que é visto nas telonas. Para ajudar os pais nesta empreitada, preparamos algumas

sugestões de lançamentos para PC. Já para os pequenos que gostam de navegar, revelamos sites com jogos, curiosidades, dicas e animações para meninos e meninas se divertirem de graça. F.P

DVD automotivo da LG é compatível com formato de vídeo DivX

A

DivX e a LG Electronics anunciam a Certificação DivX do DVD Player automotivo LG LAD9600, a ser comercializado no Brasil, México, Chile e América Central. O aparelho oferece aos consumidores da América Latina a liberdade de acessar conteúdo de mídia digital no automóvel. O LAD-9600 garante qualidade de vídeo DivX em seu LCD de 7" e formato 16:9. Os usuários podem transferir conteúdo para o aparelho via conexão USB, Bluetooth, CD ou DVD. O produto também apresenta uma tela motorizada no painel do veículo e um amplificador MOSFET de 50W em 4 canais. A Certificação DivX do LAD-9600 oferece aos usuários uma evolução além dos aparelhos de playback

LG LAD-9600: tela de 7" no formato widescreen e som de 50 watts em quatro canais o

O

A Família Futuro é inspirado no filme da Disney e propõe desafios divertidos

NESTAS FÉRIAS, BRINQUE COM AS CRIANÇAS.

Pura diversão s adultos devem se preparar para preencher o tempo ocioso da turminha de forma inteligente e saudável. Há excelentes títulos de games educacionais à

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Divulga çã

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tradicionais, como o PC ou DVD player, ampliando o ecossistema DivX na América Latina para “vídeo para viagem”. Este aparelho da LG soma-se a mais de 90 milhões de outros aparelhos com Certificação DivX atualmente no mercado, oferecendo aos usuários uma experiência verdadeiramente de interoperação com as

mídias digitais. “O crescimento da mídia digital gerou maior demanda para novos modos de acesso a conteúdo”, disse Mario Quinteros Pino, gerente de Produto da LG “O LG LAD-9600 permite aos usuários apreciar conteúdo no automóvel, oferecendo uma experiência rica em mídia digital".

Divulgação

TEM UM RATO NA COZINHA hegou a hora de demonstrar suas habilidades na cozinha. O jogo para PC Ratatouille reproduz com fidelidade os cenários e os personagens do filme, que conta a história de Rémy,

C

um jovem francês apaixonado por gastronomia, cujo sonho é se tornar chefe de cozinha em Paris. Sua vocação profissional, porém, não combina nem um pouco com sua espécie: ele é

um rato. A família e amigos não entendem por que Rémy torce o nariz para o lixo, enquanto os seres humanos não perdem a oportunidade de tentar expulsá-lo da cozinha. Preço: R$ 49,90

Brinque com o tempo

Ciência nas férias

assado, presente e futuro se misturam no jogo A Família do Futuro é inspirado no filme da Disney. Em português, o game propõe desafios divertidos revivendo as aventuras de vários personagens da animação. O objetivo principal é salvar a máquina do tempo da Família Robinson, para impedir os planos malignos do Cara do Chapéu-Coco e do chapéu-robô Doris. Preço: R$ 49,90

stá em férias, mas não agüenta ficar longe dos livros de ciência? Que tal conhecer mais sobre o universo e o nosso sistema solar? No site Brincando com Ciência (www.on.br/site_brincando ) os navegantes aprendem sobre tudo o que está além da nossa atmosfera. Depois de jogar com as curiosidades, os internautas podem se divertir com algumas histórias engraçadas e fazer experiências.

P

E

TREINAMENTO – Comunicação - Missão Possível é uma ferramenta que vai facilitar o aprendizado de funcionários que trabalham no atendimento ao cliente. Resultado do esforço de três empresas (Am3, Univoz e W3Net), são games que reproduzem variadas situações do dia-a-dia dos profissionais.

A

XpressSoft lançou o Vocabulary Builder com a proposta de ensinar línguas estrangeiras de uma forma que as crianças vão considerar pura brincadeira.

A interatividade no modo de ensinar e um preço acessível (R$ 49,90) são outros atrativos do programa. O Vocabulary Builder tem edições para aprendizado de Francês, Alemão, Italiano, Japonês,

Chinês e Espanhol. Com imagens, sons e interatividade, as crianças vão aprender uma nova língua de forma lúdica, como se estive brincando, despertando a curiosidade. www.xpresssoft.com.br.

Som na caixa lone lançou caixas de som para notebooks, PCs, DVDs portáteis e MP3 players. Com design moderno, as minicaixas de som apresentam potências RMS de 1,5W (R$ 56), 2W (R$ 63) e 3W (R$ 59). O primeiro é ideal para notebooks, Macs, Ipods, DVD's, portáteis e MP3 players. O de 3W, qualidade Hi Fi estéreo e conjunto de som amplificado, permitem ao acessório uma qualidade de som superior. www.clone.com.br.

C Corridas e atividades

uer diversão? Carros - Aventuras em Radiator Springs é o segundo título inspirado no filme Carros, com dez empolgantes atividades que, depois de realizadas com sucesso, liberam o usuário para participar de corridas. Na atividade Encha o Tanque, o ambiente é o Café V8 de Flo e a missão é deixar os clientes satisfeitos. Preço: R$ 49,90.

Q

Clube das luluzinhas uem acha que jogos online são apenas para meninos está muito enganado. Já é possível brincar de boneca na internet e com a mais famosa delas: a Barbie (br.barbie.com). O portal, totalmente rosa, é um mapa da casa da Barbie, no qual cada local traz jogos, desenhos, diários para serem impresso e muitas brincadeiras divertidas.

Q

Imagens mais realistas

A Colabore e brinque

Shrek dentro do PC

Brincando na Rede é um portal que tem com conceito de comunidade, isto é, todo o conteúdo é construído com a colaboração dos visitantes-mirins. É dividido em cinco seções, representadas por personagens da fauna brasileira: Coruja Doroti, Macaco Caquito, Papagaio Joselito, Polvo Oto e o Jabuti Tuti. (www.brincandonarede.com.br).

ste é para os fãs do ogro Shrek. Baseado no terceiro filme, a história do game retrata como o Reino Tão Tão Distante está em perigo, já que o Rei morreu e o malvado Príncipe Encantado arma um verdadeiro golpe para tomar o trono. Shrek e seus amigos precisam encontrar o legítimo herdeiro e salvar a reino encantado. Preço: R$ 69,90.

O

E

AOC Brasil lançou o monitor 511Vwb, modelo LCD de 15 polegadas no formato Wide (16:10) e o mais fino do mercado brasileiro, com apenas 9,7 mm de espessura. Com preço médio de R$ 649, ele proporciona uma visualização mais confortável. O

recurso DCR realça o contraste de imagens em cenas escuras ou bem iluminadas e permite uma excelente visualização dos detalhes. Já o DCB realça a saturação de cores de toda a tela e torna as imagens mais intensas. www.aoc.com.br

Música de bolso: novos modelos de MP3 player trazem rádio FM.

A

Elgin apresenta ao mercado quatro novos modelos de MP3 players de sua marca, com diferentes opções de cores e capacidade de memória: 512 MB (azul ou rosa), 1 GB (preto) e 2 GB (prata), que custam, respectivamente, R$ 129, R$ 189 e R$ 225. Os lançamentos reproduzem músicas nos formatos MP3, WMA e WAV, sintonizam rádio FM e podem ser usados como pen drives. Com display colorido de 128 x 32 pixels, os aparelhos possuem as funções sleep e hold (trava de segurança). Também podem ser usados como gravador de voz e contam com agenda telefônica e sete modos de equalização.


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terça-feira, 17 de julho de 2007

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“Este anúncio é de caráter exclusivamente informativo, não se tratando de oferta de venda de valores mobiliários.”

ANÚNCIO DE ENCERRAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DE AÇÕES ORDINÁRIAS DE EMISSÃO DA

DROGASIL S.A. Companhia Aberta de Capital Autorizado CNPJ/MF n° 61.585.865/0001-51 - NIRE 35 300 035 844 Av. Corifeu de Azevedo Marques, 3.097, Butantã São Paulo - SP Código ISIN: BRDROGACNOR1 Código de negociação no segmento do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (“Bovespa”): DROG3 Drogasil S.A. (“Companhia”) e os Acionistas Vendedores, identificados no Prospecto Definitivo de Distribuição Pública Primária e Secundária de Ações Ordinárias de Emissão da Drogasil S.A. (“Prospecto Definitivo”), em conjunto com o Banco UBS Pactual S.A. (“Coordenador Líder”) e com o Banco Bradesco BBI S.A. (“Coordenador” e, em conjunto com o Coordenador Líder, “Coordenadores da Oferta”), comunicam o encerramento da distribuição pública primária e secundária de ações ordinárias, todas nominativas, escriturais, sem valor nominal de emissão da Companhia, livres e desembaraçadas de qualquer ônus ou gravame (“Ações”), que compreendeu inicialmente a distribuição primária de 13.646.383 Ações, emitidas pela Companhia com a exclusão do direito de preferência de seus acionistas, nos termos do artigo 172, inciso I da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e alterações posteriores (a “Lei das Sociedades por Ações”), dentro do limite de capital autorizado previsto no estatuto social da Companhia (“Oferta Primária”) e a distribuição secundária de 9.118.278 Ações de titularidade dos Acionistas Vendedores (“Oferta Secundária”, e em conjunto com a Oferta Primária, a “Oferta”). Em 11 de julho de 2007, foi exercida pelo Coordenador Líder, após comunicado ao Coordenador, em sua totalidade, a opção a ele concedida pela Companhia e pelos Acionistas Vendedores para aquisição de um lote suplementar de até 3.414.699 Ações, sendo 2.046.957 novas Ações emitidas pela Companhia e 1.367.742 Ações de titularidade dos Acionistas Vendedores (“Ações do Lote Suplementar” e “Opção de Ações do Lote Suplementar”, respectivamente), as quais foram integralmente colocadas nas mesmas condições e preço das Ações inicialmente ofertadas. A Opção de Ações do Lote Suplementar foi destinada exclusivamente a atender ao excesso de demanda constatado no decorrer da Oferta. Considerando as Ações do Lote Suplementar, foram distribuídas ao público 26.179.360 Ações, sendo 15.693.340 novas Ações emitidas pela Companhia no âmbito da Oferta Primária e 10.486.020 Ações de titularidade dos Acionistas Vendedores no âmbito da Oferta Secundária, que representam 41,70% do capital social da Companhia, nesta data, ao preço de R$ 15,00 por Ação (“Preço por Ação”), perfazendo o total de:

R$ 392.690.400,00 O aumento de capital da Companhia e a realização da Oferta Primária, com exclusão do direito de preferência dos atuais acionistas da Companhia foram aprovados na Reunião do Conselho de Administração da Companhia, realizada em 12 de junho de 2007, e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Jornal Diário do Comércio, em 14 de junho de 2007. O Preço por Ação foi fixado após a conclusão do procedimento de coleta de intenções de investimento realizado junto a Investidores Institucionais (“Procedimento de Coleta de Intenções de Investimento”), em consonância com o disposto no artigo 170, parágrafo 1º, inciso III da Lei das Sociedades por Ações e aprovado na Reunião do Conselho de Administração da Companhia, realizada em 28 de junho de 2007 e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Jornal Diário do Comércio, em 29 de junho de 2007. O aumento de capital da Companhia, decorrente do exercício da Opção de Ações do Lote Suplementar pelo Coordenador Líder, foi aprovado na Reunião do Conselho de Administração da Companhia, realizada em 11 de julho de 2007. Dados finais de Colocação:

Tipo de Investidor Pessoas Físicas Clubes de Investimento Fundos de Investimento Entidades de Previdência Privada Companhias Seguradoras Investidores Estrangeiros Instituições Participantes da Oferta Instituições Financeiras Ligadas à Companhia e/ou às Instituições Participantes da Oferta Demais Instituições Financeiras Demais Pessoas Jurídicas Ligadas à Companhia e/ou às Instituições Participantes da Oferta Demais Pessoas Jurídicas Sócios, administradores, empregados, prepostos e demais pessoas ligadas à Companhia e/ou às Instituições Participantes da Oferta Outros Total de Oferta

Número de Subscritores /Compradores 7.204 61 138 4 0 162 0 0 3 0 104 0 0 7.676

Quantidade de ações ordinárias de emissão da Companhia 2.255.268 359.075 5.810.983 5.646 0 17.538.402 0 0 170.000 0 39.986 0 0 26.179.360

A instituição financeira contratada pela Companhia para prestação de serviços de escrituração das Ações e para prestação de serviços de custódia das Ações é o Banco Itaú S.A. Nos termos do Instrumento Particular de Contrato de Prestação de Serviços de Estabilização de Preço de Ações Ordinárias de Emissão da Drogasil S.A., celebrado em 28 de junho de 2007, a UBS Pactual Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. comunica que não houve qualquer atividade de estabilização no âmbito da Oferta. A Oferta Primária e a Oferta Secundária foram previamente submetidas à CVM e registradas sob os nos CVM/SRE/REM/2007/034 e CVM/SRE/SEC/2007/027, ambas em 29 de junho de 2007. “A(O) presente oferta pública/programa foi elaborada(o) de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, o qual se encontra registrado no 4º Ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, sob o n.° 4890254, atendendo, assim, a(o) presente oferta pública/programa, aos padrões mínimos de informação contidos no código, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade da emissora e/ou ofertantes, das instituições participantes e dos valores mobiliários objeto da(o) oferta pública/programa.” São Paulo, 17 de julho de 2007.

Coordenadores da Oferta Brasileira e Joint Bookrunners Coordenador Líder

Coordenadores Contratados

Participantes Especiais


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Empresas Nacional Agronegócios Tr i b u t o s

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terça-feira, 17 de julho de 2007

BONS RESULTADOS NO SEGMENTO DE FRANGOS

Fabricação de máquinas agrícolas reagiu bem neste ano, mas faltam projetos para irrigação.

RECEITA DO SETOR DEVE CHEGAR AOS R$ 5 BILHÕES ESTE ANO, DIZ A ABIMAQ. MENOS DO QUE EM 2004.

MÁQUINAS AGRÍCOLAS CRESCEM 34% Divulgação

Adriana David

O

faturamento dos fabricantes de máq u i n a s e i m p l ementos agrícolas entre janeiro e maio deste ano foi 34% maior que o obtido no mesmo período de 2006. "O resultado é impressionante. No entanto, não há razão para se comemorar, pois a comparação é sobre uma base baixa e com cotação inferior dos grãos nos dois últimos anos", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton Mello. A projeção da Abimaq é que o faturamento do setor chegue a R$ 5 bilhões neste ano. Melhor que a receita de cerca de R$ 4 bilhões nos anos de 2005 e 2006, quando forte crise atingiu o agronegócio brasileiro. Mas ainda longe dos R$ 7 bilhões obtidos em 2004. O nível de utilização da capacidade instalada de máquinas e implementos para agricultura também aumentou. Em maio último, foi de 76,26%, ante 62,77% em igual mês do ano passado. As importações saltaram quase 150% no período, totalizando US$ 76,01 milhões. O Brasil comprou principalmente dos Estados Unidos,

Newton Mello: base baixa

Alemanha, Suécia e Argentina. As vendas para o exterior aumentaram bem menos, 14%, para US$ 245,073 milhões. "É o efeito do câmbio. As exportações poderiam ter crescido 100%", disse Mello. Além da desvalorização do dólar e dos juros altos, a infraestrutura precária da logística brasileira foi apontada como um problema grave para o setor. "Como a soja pode ser escoada por estradas cheias de buracos? E a famosa operação tapa-buracos, para onde foi? ", perguntou Mello. Para aliviar o setor, defendeu a volta da alíquota de 15% do Imposto de Renda em aplicações financeiras de estrangeiros e a tributação na exportação de produtos de baixo valor agregado, como minério.

Thomaz Vita Neto/AE

A apresentação foi feita em uma reunião em que o vicepresidente de agronegócios do Banco do Brasil (BB), Derci Alcântara, foi homenageado. Alcântara disse que os financiamentos do crédito rural do banco para a compra de máquinas agrícolas devem receber R$ 8,9 bilhões de um total de R$ 37 bilhões no período de 12 meses que se iniciou neste mês. A maior parte vai para plantio, pulverização e colheita. Segundo Alcântara, os produtores que mais tomam empréstimos são os da pecuária (bovinos, suínos, aves, peixes, com 12% do total), soja (8%) e milho (4%). No ano passado, o Banco do Brasil liberou R$ 34 bilhões em 1,4 milhão de atendimentos. Madeira– Segundo o presidente da Abimaq, o setor de máquinas agrícolas obteve o terceiro melhor resultado do período dentro do setor. O maior crescimento foi o de máquinas para madeira, com incremento de 75%; e o segundo, o de válvulas industriais para plataformas de petróleo, com 37%. Os piores foram o têxtil, com queda de 16%, e o de ferramentas, 4% inferior a igual período do ano passado. Em média, as fabricantes de máquinas faturaram 7,5% a mais, neste ano, em comparação aos números de 2006.

UE descarta embargo de carne

A

União Européia (UE) recusou-se oficialmente a aceitar sugestão dos produtores irlandeses e britânicos de carne de impor um embargo imediato ao produto brasileiro. Em contrapartida, anunciou ontem o envio de novas missões para avaliar as condições fitossanitárias do produto nacional. Em sessão no Parlamento Europeu, deputados e lobistas ligados aos produtores apresentaram as conclusões de uma investigação. Para provar que a carne brasileira é "inadequada", eles mostraram fotos da situação degradante de alguns estabelecimentos e de um

Retaliação ao Chile

O

diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, defende uma mudança de postura do Brasil em relação ao

fazendeiro que, supostamente, estaria injetando hormônios ilegais em um animal. As acusações envolvem a falta de um sistema para rastrear e identificar a origem do gado brasileiro. "A maioria das fazendas visitadas não tem sistema de rastreabilidade", afirma a investigação, publicada após uma missão realizada em maio. Segundo o documento, os registros haviam sido cortados das orelhas do gado para impedir a identificação e recolocados dias antes da venda do animal. A investigação afirma ainda que o Brasil não controla a movimentação do gado de um local livre de aftosa para

outro, onde não há garantias fitossanitárias. Falsidade – O departamento de veterinários da comissão rejeitou as conclusões do documento, alegando que as informações prestadas aos deputados são "incorretas, falsas e enganosas". A Comissão Européia, também, rebateu os argumentos, alegando que não exige que todo gado no Brasil seja identificado. O critério vale apenas para os animais que terão a carne exportada. Bruxelas, porém, deixou claro que, se até o final do ano o Brasil não implementar novas recomendações, um embargo poderia ser avaliado. (AE)

embargo chileno à carne nacional, que completará dois anos em outubro. Para ele, o governo deve rever os critérios sanitários para a importação de produtos do país, como salmão, maçã e uva. Camardelli argumenta que as uvas chilenas podem estar contaminadas por uma praga não existente no Brasil.

De acordo com o diretor da Abiec, o Chile costumava importar até 60 mil toneladas de carne por ano – o embargo foi determinado quando surgiram os primeiros focos de aftosa no Brasil. "Hoje, eles compram de concorrentes nossos que têm restrições sanitárias semelhantes ou até piores", comenta o empresário. (AE)

Soja e milho foram as áreas que mais demandaram máquinas agrícolas. Importação aumentou 150%.

Irrigação fica para trás Epitacio Pessoa/AE

O

s fabricantes de máquinas e implementos específicos para irrigação não acompanharam o bom crescimento geral do setor, que cresceu 34% nos cinco primeiros meses deste ano. Na contra-mão, o segmento de irrigação registrou queda de 30% no faturamento entre janeiro e maio, em relação ao mesmo período de 2006. A irrigação representa cerca de 10% do faturamento do setor das máquinas agrícolas. Segundo o presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI), Marcelo Borges Lopes, os produtores não têm renda no momento, pois os preços internos estão em queda. "A irrigação depende de projetos; não envolve emoção. Não é uma compra por impulso, como a de uma plantadeira", afirmou Lopes. Até o fim de 2007, o Brasil de-

Feijão irrigado em Guaíra, SP. Implementos tiveram queda de vendas.

verá ter 4,5 milhões de hectares irrigados. Um aumento de 200 mil hectares sobre os dados do ano passado. "Um incremento baixo se comparado com o avanço de 600 mil hectares ocorrido em 2004", disse ele. Segurança – O presidente da câmara setorial destacou a ne-

cessidade da irrigação para a consolidação do crescimento agrícola. "Só com os sistemas de irrigação, o agricultor tem mais segurança para produzir. Nos Estados Unidos, por exemplo, o seguro rural se torna mais barato para quem tem produção irrigada".

Recorde na exportação de frango

A

s exportações brasileiras de frango atingiram volume, receita e preço recordes no primeiro semestre deste ano, o que surpreendeu o setor. Os números bateram os da época anterior ao surto da gripe aviária. E superaram o primeiro semestre de 2005, considerado excepcional pela indústria. Os embarques para a União Européia (UE) e o Oriente Médio puxaram o resultado do semestre. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), os embarques atingiram 1,544 milhão de toneladas no primeiro semestre, aumento de

24,4% sobre o mesmo período de 2006. A receita cambial no período foi de US$ 2,145 bilhões, com incremento de 47% sobre o ano passado. O melhor desempenho se deve ao preço recorde alcançado pela carne de frango exportada pelo Brasil, no primeiro semestre, de US$ 1,51 o quilo. Neste valor estão embutidos a alta provocada pela demanda aquecida no mercado internacional e o aumento das cotações do milho, um dos principais insumos da produção. "É o maior preço de todos os tempos, mas, em contrapartida, temos um câmbio muito desfavorável", avaliou o presidente

interino da Abef, Christian Lohbauer. A cotação média do dólar no semestre ficou em R$ 2,04, ante R$ 2,18 em 2006 e R$ 2,44 em 2005. Revisão – Diante do desempenho verificado nos seis primeiros meses do ano, Lobhauer acredita que as projeções iniciais da entidade para 2007 serão superadas. Ele, entretanto, não divulgou novas estimativas. No início do ano, a Abef previa embarques de 2,85 milhões de toneladas e receita de US$ 3,42 bilhões. "Esses números devem ser facilmente superados, já que o segundo semestre é sempre melhor que o primeiro", afirmou. (AE)


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Congresso Planalto Manifestação CPI

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terça-feira, 17 de julho de 2007

LULA FICOU TRISTE COM ASVAIAS DO MARACANÃ

Ali estava o presidente. Sua fraqueza mostra que não temos um estadista Heráclito Fortes Roosewelt Pinheiro/ABr

VAIA OLÍMPICA AINDA ECOA EM BRASÍLIA Adriano Machado/AE

Presidente disse ter ficado "triste" com as vaias que recebeu do público durante abertura dos jogos PanAmericanos. Para o ministro dos Esportes, Orlando Silva, ato foi uma armação política.

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter ficado triste com as vaias que recebeu na abertura dos Jogos Pan-Americanos, na última sexta-feira, no Rio. Durante seu programa semanal de rádio, "Café com o Presidente", ele afirmou que o comportamento do público no Maracanã não refletiu o "pensamento do Rio de Janeiro". "Na minha vida política, a vaia e o aplauso são dois momentos de reação do ser humano. A única coisa que eu, particularmente, fico triste é que eu fui preparado para uma festa. É como se eu fosse convidado para o aniversário de um amigo meu, chegasse lá e encontrasse um grupo de pessoas que não queria a minha presença lá", disse o presidente. Depois das vaias, Lula desistiu de declarar abertos os jogos, como era previsto pela organização dos jogos. A declaração foi feita pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Nuzman. O presidente foi vaiado ao menos cinco vezes quando seu nome foi anunciado. Na cerimônia, um microfone havia sido preparado para o presidente declarar a abertura do evento esportivo – mas a idéia acabou abandonada, sem mais explicações. Segundo um assessor de Lula, ele teria classi-

ficado a manifestação como "molecagem", e , muito irritado, teria dito: "Eu não tenho medo de vaia". O presidente foi acompanhado da primeiradama, Marisa Letícia. 'Armação' – O ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior, avaliou que as vaias recebidas pelo presidente Lula no Maracanã eram o resultado de uma "armação" relacionada à batalha política, mesmo argumento usado pelo PT no seu site. Segundo o partido, a ação foi ensaiada e, para provar sua teoria, a legenda disponibilizou um vídeo com as manifestações negativas durante o ensaio da abertura dos jogos. "O presidente foi para o Maracanã com o espírito aberto, desarmado; foi para um congraçamento do esporte das Américas e não foi para nenhum ato político", alfinetou o ministro durante entrevista ao programa Canal Livre, da "TV Bandeirantes". "A minha impressão é de que houve algum tipo de armação", avaliou Silva. Oposição – A oposição comemorou as vaias. "É bom para ele não se achar dono da opinião pública e saber que há súditos que vaiam", comentou o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB. "Essa ação foi fruto de irreverência, um gesto de meninada que quer fazer barulho", rebateu o senador Romero Jucá (RR), líder do go-

De fora: Lula não participará da cerimônia de encerramento dos jogos. Mas diz que vaias não representam o "pensamento" do Rio de Janeiro

verno no Congresso. Jucá lembrou que o escritor Nelson Rodrigues dizia que no Maracanã as pessoas vaiam até minuto de silêncio. Os oposicionistas entenderam que a vaia é resultado de um conjunto de pessoas que não formam o público que aprova o presidente. "Ficou claro que uma parcela da população o rejeita", disse ACM Neto. Fraqueza – Para o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), Lula "foi fraco" ao desistir, de-

pois, de fazer um pronunciamento declarando oficialmente abertos os jogos por conta das vaias. "Quem estava ali era o presidente da República, e estava ali para cumprir com a obrigação. A fraqueza dele mostra que não temos um estadista preparado para as adversidades", afirmou Fortes. Sem mencionar o nome do ministro do Esporte, Orlando Silva, Heráclito disse que "entre os puxa-sacos está um ministro que disse que a vaia foi

orquestrada". Otimismo – Otimista, Lula já está de olho nos próximos grandes eventos esportivos. "Precisamos torcer para que as pessoas saiam daqui com uma imagem altamente positiva da capacidade de organização que o Brasil tem para fazer eventos internacionais dessa magnitude. Aí sim, nós poderemos começar a pensar concretamente na Copa do Mundo 2014 e na organização de uma Olimpíada, quem sabe,

em 2016", avaliou. Au sên cia – O presidente não participará da cerimônia de encerramento dos jogos, marcada para o próximo dia 29, como estava previsto em seu cronograma. Segundo sua assessoria, a ausência não tem relação alguma com as vaias. "De maneira alguma. Antes do acontecido, o presidente já não estava confirmado na cerimônia de encerramento'', informou o órgão de comunicação da presidência. (AE)

Salvador Scofano/AOG

Cabral diz que manifestação foi orquestrada por minoria 'Essa armadilha não acabará com o amor do presidente pelo Rio', destacou.

O

governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse ontem, sem citar o nome do prefeito da capital fluminense, Cesar Maia (DEM), ou outro suposto responsável, que a vaia contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura dos Jogos PanAmericanos, sexta-feira, não partiu de todos , mas de um grupo específico, que teria então "contaminado todos os demais presentes no estádio do Maracanã". Cabral afirmou também que Lula foi vítima de uma armadilha. "Não serão armadilhas que tirarão o amor ao Rio de Janeiro do presidente Lula", disse o político durante cerimônia numa escola técnica estadual na zona norte da capital. Afirmando que nada mudará na parceria estabelecida entre os governos do Rio e o federal, o governador repetiu a sua versão enquanto inaugurava um restaurante popular, ao lado do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. "Não tem armação no Maracanã que tire a felicidade do presidente ", voltou a dizer, sendo aplaudido por populares. Sérgio Cabral informou que, durante uma conversa telefônica, o presidente garantiu que não tinha mágoa com a manifestação de desagrado que lhe impediu o pronunciamento de abertura do evento. O governador afirmou que Lula voltará à cidade na próxima sexta-feira para uma solenidade na Academia Brasileira de Letras (ABL), mas não informou se assistirá a algum jogo do PanAmericano ou participará do encerramento do evento. Cabral lembrou que, no mesmo dia da "apupada",

Lula foi louvado numa visita à Vila Pan-Americana e saudado nas ruas da Tijuca, bairro de classe média, quando se dirigia ao Maracanã. Segundo o chefe do executivo fluminense, todos na tribuna ficaram surpresos com as vaias. "Não foi o público inteiro. Foi uma parte, à esquerda da tribuna. Foi muito bem localizado. Depois, contaminou uma outra parte. Tudo muito bem concatenado", disse. Sérgio afirmou que Lula faria o discurso e atribuiu o recuo a um erro do cerimonial. Apesar de denunciar uma armação, o governador peemedebista não quis dar nome a um possível autor. "Fez muito mal. Terá efeito bumerangue. A população do Rio ama o presidente, o admira e continuará homenageando o presidente". Questionado sobre um provável "recado" a Cesar Maia, ele fugiu do tema: "Eu não falei em prefeito". Já sobre uma possível motivação política na suposta armadilha, afirmou apenas: "Olha, eu achei muito, mas estranho mesmo". Os discursos em defesa do presidente fizeram parte da pauta do governador até mesmo durante o almoço que teve num restaurante de Bonsucesso. Depois de beijar crianças e distribuir abraços, ele dividiu a mesa com populares, entre eles o aposentado Afonso Santos, de 77 anos. "Conversamos sobre o que fizeram com o Lula no Pan. O governador sabe que foi armação. Ele não falou e aí eu não quis falar, mas ele sabe o que eu já sabia: para mim, isso foi coisa do Cesar Maia", opinou Santos, que declarou gostar de Lula. "Ele não merecia aquela vaia".

O prefeito do Rio, que apesar da rivalidade política ajudou Cabral a puxar palmas para Lula durante a festa, fez ontem uma análise do episódio na sua página na internet ("blog"). Para Maia, a assessoria do governo federal erra ao exagerar a exposição e na promoção de eventos com a participação usual de "claques de aluguel", provocando uma sensação de "falsa proximidade com Lula". Na avaliação do prefeito carioca, o presidente sabe que tem no município a pior avaliação eleitoral no País e tenta de maneira equivocada recuperá-la. Por meio de um e-mail, Maia garantiu entender a posição de Cabral, uma vez que Lula ainda não creditou todos os recursos que prometeu à administração estadual para quitar os custos com a realização dos jogos. Em relação a "armadilha", ele garante ser impensável a mobilização de 90 mil pessoas para agir contra o presidente. O prefeito também ironizou o fato de o governador ter localizado a vaia à esquerda da tribuna: "Ainda bem que o DEM é de direita". Para o democrata, não é do estilo de Sérgio Cabral Filho se indispor , pois os dois têm um bom relacionamento. Quem é o pai – O governador acredita que, apesar do grande investimento federal para o evento, Lula não fez nenhum movimento que pudesse ser interpretado como reivindicação de paternidade do Pan, cuja concepção é reivindicada por Maia à prefeitura. "O pai do Pan é o povo brasileiro. Lula não fez nada para disputar direito autoral, fez pensando no Brasil", defendeu Cabral (AE)

Governador defendeu Lula em abertura de escola, num restaurante e em conversas com aposentados. Evelson de Freitas / AE

Para FHC, momento sugere mais humildade

O

ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que as vaias direcionadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira, indicam a necessidade de uma auto-avaliação por parte do chefe do governo. FHC afirmou ainda que Lula precisa ter mais humildade, e não deve ser arrogante. "A gente sempre tem que estar se auto-avaliando, isso é importante em qualquer momento. Acho que o presidente Lula precisa ter, como eu, como todos nós, um olhar, talvez: será que eu sou tão bom quanto eu estou dizendo que sou?", sugeriu o ex-presidente, após proferir palestra no evento O

Conselho de FHC a Lula, ontem: é hora de fazer uma auto-avaliação

legado de Franco Montoro, na sede do Memorial da América Latina, em São Paulo. "Talvez um pouco de humildade ajude", completou. FHC também criticou o que denominou de "tendência re-

centralizadora"do governo Lula. Ele lamentou que após seu governo como presidente, entre 1995 e 2002, a centralização voltou a ocorrer. "É uma tentativa de chamar o poder para Brasília", disse. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007

1

7,5

por cento foi a expansão do comércio nos 12 meses encerrados em maio

Paulo Pampolin/Hype

Comércio espera um Dia dos Pais com forte aumento de vendas Para alguns lojistas, faturamento poderá ser até 15% maior que no ano passado Neide Martingo

O

Dia dos Pais só é comemorado no segundo domingo de agosto, mas já está agitando o comércio. Os lojistas começaram a preparar as promoções e a expectativa de vendas é positiva. A campanha publicitária do Central Plaza Shopping vai apostar na relação de amizade entre pais e filhos. De acordo com a gerente de marketing do shopping, Kelli Calijuri, é esperado um aumento de 7% nas vendas na data, em relação ao mesmo período do ano passado, e crescimento de 5% no fluxo de pessoas. "O vinho, grande paixão dos pais, será tema de uma exposição e vai agradar a quem compra e quem ganha o presente", diz Kelli. O Shopping Center Norte projeta uma alta de 15% no faturamento no Dia dos Pais, em relação ao mesmo período de 2006. O movimento pode aumentar 18%. "No mês de julho, apesar de ser época de férias, foi registrado bom índice de vendas, que vai continuar. Os presentes preferidos serão os eletroeletrônicos e as peças de vestuário. O friozinho deverá ajudar", diz a gerente de marketing do Center Norte, Gabriela Baumgart. O Raposo Shopping prepara a exposição "Réplicas da Fórmula 1" para alavancar o movimento na data. O superintendente do empreendimento, Mauro Miceli, espera um cres-

cimento de faturamento e de público de 5% em relação ao mesmo período de 2006. A superintendente do Shopping Interlagos, Carla Bordon Gomes, afirma que a liqüidação das peças da coleção outono-inverno vai incrementar as vendas no Dia dos Pais. "Algumas lojas já começaram a remarcar os preços. A expectativa é de que seja registrado um crescimento de 8% nas vendas em agosto, em relação à mesma data em 2006, com alta de 6% no número de visitantes. Normalmente aparecem no shopping, todos os meses, cerca de 3 milhões de pessoas", explica Carla.

As condições da economia, tanto em termos de inflação como de oferta e demanda, permitem a continuidade da queda na taxa de juro. Alencar Burti, presidente da ACSP Se li c –- O ritmo de queda nas taxas de juros, o alongamento dos prazos de crédito, a melhora do emprego e da renda contribuíram para o bom resultado do varejo na primeira quinzena de julho. E esse cenário vai continuar em agosto e deverá se estender ao longo de todo este semestre, segundo o presidente da Associação Co-

mercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti. "As importações também favorecem as vendas do varejo, ao conter preços e oferecer mais variedade de produtos ao consumidor", detalha Burti. Ele aguarda uma nova redução da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que começa hoje. "As condições da economia, tanto em termos de inflação como de oferta e demanda, permitem a continuidade da queda na taxa de juro". S CP C - O número de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e ao UseCheque da ACSP registrou queda de 0,8% e 2,4%, respectivamente, na primeira quinzena deste mês. Mas, quando se levou em conta a média diária de consultas, o movimento do crediário cresceu 7,5% e dos cheques, 5,7%. A média de alta dos dois sistemas foi de 6,6%. "No ano passado, a segunda quinzena de julho teve 13 dias. Neste ano, foram 12 dias. Isso influi no resultado", diz o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri. Para ele, o Dia dos Pais não é representativo para o comércio. O economista acrescenta que "nesta ocasião, os presentes são pessoais, como uma peça de roupa, por exemplo. No Dia das Mães, a segunda melhor data para o comércio, só perdendo para o Natal, os filhos compram geladeira, fogão, além de itens pessoais".

Varejo continuou bem em maio

A

demanda interna aquecida impulsionou as vendas do varejo em maio. Houve expansão de 10,5% em relação a igual mês de 2006 e de 0,5% na comparação com abril. Em 12 meses, o crescimento foi de 7,5%. Os melhores desempenhos foram registrados em segmentos beneficiados pelo Dia das Mães. No ano, as vendas acumulam alta de 9,5%, segundo informou, no Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A receita nominal de vendas teve aumento de 1% em maio frente ao mês anterior, levando em conta o ajuste sazonal, e avançou 11,4% no confronto com o mesmo período de 2006. Em 12 meses, foi apurado crescimento de 8%. Reinaldo Pereira, técnico do instituto responsável pela análise da pesquisa, disse que a conjuntura econômica favorável fez com que as vendas no Dia das Mães fossem melhores que em 2006 e manteve o bom desempenho do varejo. Segundo ele, a influência positiva da data pôde ser percebida, na comparação com maio do ano passado, no desempenho das vendas de tecidos, vestuário e calçados (mais 16%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 28%. Ele disse que o comércio vem sendo impulsionado por fatores como crédito farto, taxas de juros em queda, aumento da ocupação formal e

10,5

por cento foi a expansão das vendas varejistas em maio, em relação ao mesmo mês do ano passado; em 2007, a alta é de 9,5%. inflação controlada. Alexandre Andrade, analista da Tendências Consultoria, observou que os resultados do setor "reforçam o fato de que a demanda interna está e deverá continuar muito aquecida". Para Carlos Thadeu de Freitas, chefe do Departamento de Economia da Confederação Nacional do Comércio (CNC), as vendas do varejo vão manter a tendência de crescimento nos próximos meses, mas o ritmo de expansão deve ter se desacelerado a partir de junho. Ele argumenta que a concessão de crédito vem diminuindo gradualmente, enquanto o endividamento das famílias continua crescendo. Apesar da perspectiva de desaceleração do ritmo de aumento das vendas, ele espera um crescimento acumulado de 7,5% a 8% em 2007, superior à alta de 6,2% apurada pelo IBGE em 2006. "É um resultado

extraordinário que se beneficiará sobretudo do crédito, mas também dos ganhos reais de salários", disse. Al imen tos - Segmento de maior peso na pesquisa do IBGE - cerca de 30% -, o grupo de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 8,2% ante maio de 2006 e contribuiu, sozinho, com quatro pontos percentuais para a expansão total de 10,5%. Na comparação com abril, houve estabilidade (0,1%). No que diz respeito ao comércio ampliado (que inclui dois segmentos, veículos e construção, nos quais não é possível separar atacado e varejo), as vendas de automóveis e motos, partes e peças permaneceram muito elevadas, com expansão de 20% ante maio do ano passado. Segundo Pereira, os negócios desse segmento têm sido impulsionados pela melhoria da renda real, a continuidade da política de crédito, a redução dos juros e a ampliação de prazos de financiamento. A outra atividade do varejo, de material de construção, registrou alta de 4,7% na comparação com maio de 2006. As vendas de combustíveis e l u b r i f i c a n t e s re c u a r a m 1,2% em maio em relação ao mês anterior, mas cresceram 5,2% na comparação com maio de 2006. Pereira, do IBGE, não soube explicar o motivo dessa queda. (Agências)

Em vários shopping centers, o movimento tem sido intenso em julho, apesar das férias escolares

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Milton Mansilha/Luz

Inflação baixa está ajudando bem o comércio

Vendas de alimentos tiveram bom desempenho INFORME PUBLICITÁRIO

VOCÊ CONHECE O POP?

O

POP (Proteção do Investimento com Participação) é um novo produto de renda variável, negociado na BOVESPA, que proporciona uma determinada proteção contra a eventual desvalorização do investimento em ações em troca de uma participação nos potenciais ganhos desse investimento. Isso é possível por meio da combinação da aplicação em ações e seus respectivos derivativos. COMO FUNCIONA O investidor define o nível de proteção desejado ao escolher em que série de POP vai investir. Se a ação cair, ele recebe o valor do capital protegido, cobrindo assim o risco correspondente à desvalorização. Em contrapartida, se a ação subir, o aplicador abre mão de parte do lucro obtido

com a valorização do papel. A proteção do POP pode ser menor do que o investimento, mas é válida somente se mantida até o vencimento. VENCIMENTO No vencimento do POP, podem acontecer duas coisas: se o valor da ação for menor que o capital protegido, o investidor escolherá receber esse montante em vez de ficar com a própria ação. Essa escolha é o exercício da opção, que deverá ser comunicado à Corretora que o administra para ser executada no mercado. Se o valor da ação for maior que o capital protegido, o investidor deverá escolher se quer ficar com a ação sem qualquer proteção ou adquirir um novo POP, para continuar a ter uma determinada proteção ao seu capital. Essa escolha também deverá ser comunicada à Corretora.

RESGATE Caso o investidor precise resgatar o POP antes de seu vencimento, será realizada uma transação comum. O POP, assim como as ações, é um bem que pode ser comprado ou vendido a qualquer instante e em qualquer montante (obedecidos os lotes mínimos de negociação). Caso o investidor decida, basta dar à Corretora a ordem de vendê-lo e o valor correspondente será disponibilizado em sua conta. Nesse caso, ele receberá o valor de mercado do POP no momento da venda. É importante ressaltar que o valor do capital protegido é assegurado somente no vencimento do POP e a sua negociação antes do vencimento é efetuada aos preços do mercado. Para mais informações ligue para 0800 7710194 ou acesse o site www.bovespa.com.br.

COMO INVESTIR

COMO ACOMPANHAR

PROTEÇÃO

I O processo para investir no POP é o mesmo para comprar ações. O primeiro passo é procurar uma Corretora de Valores. Elas são as únicas instituições autorizadas a operar na BOVESPA. Acesse o site www.bovespa.com.br e veja a lista completa de Corretoras Membros.

I O investidor que deseja acompanhar suas aplicações no POP pode acessar o site da BOVESPA (www.bovespa.com.br), pela área "Cotação Rápida" ou a página da CBLC (www.cblc.com.br) e procurar pela seção CEI – Canal Eletrônico do Investidor.

I O funcionamento do POP e suas características de risco-retorno só valem se ele for mantido inalterado. Se o investidor vender ou comprar qualquer um dos três instrumentos do POP, a proteção de capital tornase inválida. Portanto, antes de "desmanchar" um POP, consulte sua Corretora.

Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007

RESENHA

NACIONAL

TRATANDO AS DORES DA VAIA

A

G O círculo próximo do líder procura levá-lo apenas aonde os aplausos serão inevitáveis. É a falsa proximidade

A assessoria de Lula vai mais longe ainda e usa claques de aluguel. Isso dá ao líder (presidente ou primeiroministro) a falsa impressão de popularidade. E o mais grave: a cobertura da imprensa coonesta as imagens e esta sensação, que se transforma em popularidade de pesquisa sem lastro. (Falsa proximidade é o nome do fenômeno em que o círculo próximo do líder procura leválo apenas aonde os aplausos serão inevitáveis. E então envolvê-lo num calor artificial de infravermelho.) A assessoria de Lula insiste em gastar bilhões em publicidade na imprensa, buscando popularidade para o governo. O efeito é zero na imprensa independente. Na imprensa dependente da publicidade do governo o efeito é "uma mídia espontânea favorável", o que amplia a falsa impressão de que vai tudo bem nas áreas alcançadas por ela.

(A morte do comercial de 30". Nos últimos seis anos, o impacto do uso de publicidade política na TV vem perdendo força. Os comerciais políticos tradicionais, de 30", não produzem memória nem minutos depois. É como se o telespectador achasse tudo a mesma coisa e tivesse a sensação de manipulação.) A assessoria de Lula decidiu conquistar o Rio – onde sua avaliação é a pior do Brasil - a partir da posse do novo governador. Destacou volumosa transferência de recursos e passou a trazer Lula ao Rio com freqüência, às vezes semanais. Numa dessas, ele esteve em quatro eventos no mesmo dia e sempre acompanhado das claques. Até o interlocutor escolhido –o vice-governador - é um político do interior. As prioridades escolhidas foram os locais que a imprensa mais destaca. Só que, muitas vezes, são lógicas opostas. O governador, que deveria ter o papel principal, foi tratado como coadjuvante. Resultado: a produtividade política foi nenhuma. (O "Efeito Hernán Cortez" ocorre quando políticos de uma região imaginam que os fatores locais independem da presença de políticos locais, que conhecem a região sob qualquer ponto de vista. A consagração no inicio é o desastre posterior.) A assessoria de Lula não consegue ver o crescente esgotamento físico - e depois perceptivo - dos programas assistenciais. O Bolsa-Família atingirá um limite e em seguida os possuidores começarão, naturalmente, a exigir mais, e a capitalização passará a ser decrescente e negativa. (As pesquisas e os SBF. Pesquisas de opinião na mão de amadores iludem. Sua leitura deve levar em conta as tendências em série e fatores que influenciam. A porcentagem mais relevante em pesquisa hoje é a dos SBF - os Sem Bolsa-Família. A rejeição a Lula entre os SBF é de 40%.) COMENTÁRIOS DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO, NO EX-BLOG HTTP://CESARMAIA. BLOGSPOT.COM/

A rejeição a Lula entre os SBF é de 40%

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

DISTRIBUIÇÃO DE RENDA Céllus

ntecedentes importantes na anamnese das vaias. Jacques Seguelá, assessor de imagem de François Mitterand, em seu livro Em nome de Deus (não foi traduzido ao português), recomenda aos políticos um movimento oscilante de emersão/submersão, de forma a não se expor continuamente "à luz do sol, pois as queimaduras do excesso de exposição são de terceiro grau". A assessoria de Lula faz exatamente o contrário: quer expô-lo ao sol (especialmente às TVs) todos os dias. (Tixotropia é o fenômeno físico-químico que explica porque o excesso de floculante para amolecer uma mistura, na confecção de uma massa homogênea por moagem, pode transformá-la em pedra.)

Eliminação olímpica BENEDICTO FERRI DE BARROS

C

oisas acontecem que superam o poder das palavras. Ou, melhor dito, que as dispensam por sua grandeza ou, também, por sua obviedade. Que se falamos sobre elas fatalmente incidimos em hipérboles ou no rebuscamento. Ou meramente no inexplicável e incompreensível. Tudo isso ocorreu no espetáculo de abertura dos jogos Rio 2007. Dito o que devíamos parar por aqui. Ponto final. Mas não. Não há como se deixar de louvar o gigantesco e magnífico trabalho realizado nestes quatro anos para a montagem deste Pan, cuja cerimônia de abertura sob todos os aspectos manteve a altura dos Jogos anteriores, se não as superou, como espetáculo, em matéria de bom gosto, arte e perfeição na execução. Tão ou mais surpreendente do que o que foi mostrado e visto foi o trabalho de organização realizado nos bastidores, que coordenou a atividade de milhares e milhares de pessoas e entidades. Porque, na insignificância, mesquinharia, bagunça e imundície em que estamos mergulhados na desordem política deste desgoverno isso veio dar um testemunho para nós próprios, e para o mundo, de que não devemos perder a fé e a esperança no homem brasileiro, no seu espírito e na sua capacidade de criar beleza, alegria no mais alto grau de realização. A nível de primeiro mundo. Também, como se o espírito esportivo - elevado na Grécia a níveis olímpicos - pudesse superar as misérias em que se chafurda a política. Pausa. Aqui passamos para o segundo aspecto do evento da abertura. O incompreensível, o inexplicável (e, mais do que isso, misterioso e imperdoável): com o que estaria envolvido o presidente Lula para atrasar com sua ausência, por uma hora, o início de um evento dessa importância? Esse atraso configurava logo de início um fiasco destruidor de todo o esforço e primor com que o evento fora montado. Não foi capaz, entretanto, de confundir

L

o público, nem diminuir seu entusiasmo. O presidente foi recebido com vaia, criando uma animada versão, que no final produziu o mais intrigante fato do espetáculo: a eliminação de seu discurso de abertura dos Jogos. O que se viu foi ele levantar-se, já com o caderno do discurso aberto e o microfone na mão, voltar-se para trás (e pelo que viu ou ouviu), surpreendido e contrariado, sentar-se e calar-se. Diz-se que desistiu. Mais parece que “foi desistido”, isto é, eliminado da honra de participar da abertura dos Jogos pela força natural da ordem esportiva. Uma eliminação olímpica. Nada mais simples e natural. Pois se uma personagem essencial do esporte, como Jaqueline, pode ser eliminada por inadvertência ou leviandade, porque não pode ser dispensado o discurso de uma figura periférica que seria honrada com a abertura do espetáculo cujo início impedira ocorrer? Para o espírito e as regras do esporte, pelo menos, todos são iguais perante suas leis. O espetáculo continuou sem perder sua ordem e seu brilho, a despeito do incômodo, do vexame e do rebaixamento de conceito que poderia ter produzido para todo o País e nosso povo em virtude do inexplicável e imperdoável comportamento de Lula. Que o povo não perdoou.

E

m tempo: neste episódio, como em outras passagens cruciais dos seus mandatos, parece que a despeito dos milhares de cargos de confiança que criou para aparelhar o Estado com seus cupinchas, Lula não achou nem um em que possa confiar para remediar seu despreparo. Ou sequer dar explicações decentes para suas falhas. Não foi mais feliz com a cúpula do seu PT. E mais infeliz ainda, está sendo com os parceiros da base de "sustentação” do seu governo, que o balança mais que a oposição. A mistura de duas zurrapas (PT +PMDB) não melhora vinhos ruins, só piora as zurrapas.

ula não achou nem um cupincha para remediar seu despreparo

Potência zero MARCOS CINTRA

U

ma nota técnica publicada no boletim de conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) de junho de 2007 atualiza a estimativa de crescimento potencial do PIB brasileiro com base na revisão das contas nacionais pelo IBGE. O trabalho revela que a capacidade de expansão da economia nacional, sem que haja pressão inflacionária, aumentou para 3,8% ao ano. O número representa quase um ponto percentual a mais do que vinha sendo considerado antes da mudança da metodologia promovida pelo IBGE. O estudo revela que o aumento do produto potencial da economia brasileira devese fundamentalmente ao crescimento da produtividade. Ou seja, mesmo com a redução da taxa de investimento, a capacidade produtiva do país cresceu. Outro aspecto importante levantado na nota do Ipea, e que serve de alerta, refere-se à evolução do hiato do produto nos últimos trimestres. A diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo está variando em torno de zero. Isso indica que não há capacidade ociosa suficiente para sustentar um crescimento a taxas mais elevadas que os 3,8% ao ano. Porém, isso não significa que o País não possa crescer 5% ou 6% em um ou outro ano, mas não será possível um crescimento sustentável por vários anos a taxas maiores que a do PIB potencial sem descontrole inflacionário ou desequilíbrio nas contas externas. Nossa perspectiva de crescimento econômico continua medíocre. A ONU publicou recentemente um relatório mostrando a expectativa de crescimento para as 25 maiores economias emergentes em 2007 e o Brasil ficou na penúltima posição. A projeção para a economia brasi-

leira é de 3,5%, enquanto que na Rússia, Paquistão, Índia, China, Argentina e Chile o PIB deve se expandir entre 6% e 9%. Cabe lembrar nos últimos 10 anos o crescimento médio do PIB brasileiro ficou na casa dos 2,5% ao ano, enquanto que os principais emergentes cresceram em média na casa dos 7% ao ano. Ano após ano a economia brasileira registra desempenho sofrível. Mesmo com a recente revisão das contas nacionais pelo IBGE as taxas de expansão do PIB ficaram abaixo da média mundial, e muito aquém da registrada em outras economias emergentes. Muitos críticos enfatizam a necessidade de reduzir os juros para fazer o País crescer a taxas mais elevadas. É indiscutível que o custo do crédito é um dos entraves à expansão do PIB, mas é preciso mais para colocar a economia brasileira numa trajetória de expansão próxima a das economias emergentes.

O

Brasil pode aumentar sua taxa de crescimento de longo prazo. Ações que estimulem o aumento da produtividade e a expansão da taxa de investimentos são imprescindíveis. Além disso, é preciso ainda uma revolução qualitativa na péssima educação do País e que as reformas estruturais - como a política, a tributária e a previdenciária - sejam implementadas. Porém, é desalentador ver que os governantes por aqui não assumem suas responsabilidades. A esculhambação tomou conta da política nacional e toda a sociedade está pagando um custo altíssimo por conta disso. MARCOS CINTRA É VICE-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

A capacidade ociosa para sustentar taxas elevadas de crescimento é zero

eio que os milionários brasileiros detêm riqueza equivalente a meio PIB. Isso torna presente a velha frase, que circulava no Rio de Janeiro no começo do século passado: a Europa curva-se diante do Brasil... Temos batido constantemente na tecla de que a divisão de rendas no Brasil é anômala, concentrando riquezas em 0,7% da população o equivalente a cerca de metade do PIB, o que vale dizer, de toda a produção nacional. As estatísticas provam que o Brasil é um país de uma minoria milionária calculados em dólares e uma grande maioria de pobres calculados em reais. Os sinais externos da riqueza são as lojas caras, os automóveis de luxo a entupirem as ruas. Basta qualquer cidadão postar-se nos cruzamentos para ver a opulência do Estado de São Paulo e de sua capital pelo número de automóveis dirigidos por motoristas profissionais ou pelos próprios proprietários. Nenhuma outra cidade terá tantos automóveis quanto São Paulo possui, casas de luxo e grifes como, por exemplo, as concentradas na loja Daslu hoje meio esquecida dos meios de comunicação - e nos inúmeros centros de compra, com suas opulentas ofertas de mercadorias, para todos os preços mas, sobretudo, os altos.

L

izíamos há dias que o governador José Serra vai encaminhar ao legislativo estadual projeto de lei em defesa da pequena e média empresa, que foram sacrificadas pelos gigantes dos mercados, como os shoppings, que reúnem em seu espaço o grande comércio, o lazer e a boa digestão em gastronomia. Efetivamente, já não se comportam mais no plano dos mercados regionais as pequenas e médias vendas, que floresceram no passado recente e que ainda insistem em se manter abertas, com freguesia regular e permanente. Tudo são considerações à propósito da realidade do mercado consumidor, que enseja campo para todas as iniciativas.

D

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Temos

uma minoria milionária calculada em dólares e uma maioria pobre calculada em reais


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Nacional Empresas Bolsa Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007

97,9

NASDAQ FECHOU EM QUEDA DE 9,67 PONTOS

bilhões de dólares foi quanto o consórcio liderado pelo RBS ofereceu pelo ABN Amro

FOI O TERCEIRO DIA CONSECUTIVO DE ALTA. ÍNDICE ESTÁ PRÓXIMO DE ALCANÇAR A CASA DOS 14 MIL PONTOS.

DOW JONES BATE RECORDE EM NY Jamie Fine/Reuters

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m e rc a d o n o r t e americano de ações fechou com os principais índices em direções divergentes: o Dow Jones em nível recorde pelo terceiro dia consecutivo e menos de 50 pontos abaixo dos 14 mil pontos (e também com novo recorde intraday) e o Nasdaq e o S&P-500 em baixa. O Dow subiu 449,28 pontos nos últimos quatro pregões, na melhor seqüência de quatro altas desde meados de março de 2003. "Várias ações, tais como IBM, levaram o Dow para cima, mas houve áreas em que os investidores preferiram realizar lucros depois das altas recentes", disse Andre Bakhos,

do Princeton Financial Group. O índice Dow Jones fechou em alta de 43,73 pontos (0,31%), em 13.950,98 pontos. A mínima foi em 13.894,98 pontos e a máxima em 13 989,11 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 9,67 pontos (0,36%), em 2.697,33 pontos. Os preços dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos subiram, com correspondente baixa nos juros. O mercado reagiu ao informe, ainda no fim da manhã, de que o índice de títulos hipotecários ABX caiu para nível recorde de baixa, refletindo maior preocupação dos investidores com o mercado de títulos hipotecários de segunda linha. (AE)

ABN Amro: nova proposta

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O Dow Jones subiu 449,28 pontos nos últimos quatro pregões DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Finabank Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda. A pessoa jurídica abaixo identificada, por intermédio do presente instrumento, declara sua intenção de participar do controle societário da Finabank Participações Ltda. e, conseqüentemente, da Finabank Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda., a qual passará a funcionar com as características abaixo especificadas, negócio cuja concretização depende da aprovação do Banco Central do Brasil: Denominação social: Interbolsa S.A Comisionista de Bolsas. Local da sede: Bogotá Colômbia. Novos integrantes do grupo de controle: a) Finabank Participações Ltda.(CNPJ 43.970.862/0001-50); Interbolsa S.A. Comisionista de Bolsas (CNPJ 08.789.027/0001-17) - 51,0%; Wagner Marcelo Monteiro Borges, (CPF 011.470.598/45) - 24,5%; José Augusto de Lima (CPF 028.279.408/50) - 17,6%; Edison Roberto Marcellino, (CPF 650.146.428/53) - 4,9%; Outros - 2,0%. b) Finabank Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda. Finabank Participações Ltda. - 92,1%; Interbolsa S.A. Comisionista de Bolsas - 4,0%; Outros - 3,9%. Esclarecem que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais objeções à presente declaração devem ser comunicadas diretamente ao Banco Central do Brasil, no endereço abaixo, no prazo de trinta dias contados da data da publicação desta, por meio formal em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que os declarantes podem, na forma da legislação em vigor, ter direito a vistas do processo respectivo. Banco Central do Brasil - Departamento de Organização do Sistema Financeiro. Gerência Técnica em São Paulo - I. Avenida Paulista , 1.804 – 5º andar - São Paulo (SP). Processo no.: 0701378124. São Paulo, 11 de Julho de 2007.

consórcio de bancos liderado pelo Royal Bank of Scotland (RBS) melhorou sua oferta pelo ABN Amro Holding, elevando a parte em dinheiro para 93%, de uma parcela anterior de 79%. O valor de 71,1 bilhões de euros (US$ 97,9 bilhões), no entanto, foi mantido, apesar da exclusão da unidade norte-americana LaSalle do acordo. O consórcio, que inclui também os bancos Santander e Fortis, vai remover certas condições relacionadas à LaSalle, que poderá ser vendida ao Bank of America (BofA),

conforme decisão anunciada por um tribunal holandês na semana passada. O executivo-chefe do RBS, Fred Goodwin, explicou que o valor da proposta foi mantido, apesar da exclusão da LaSalle, porque as operações restantes produzem "essencialmente o mesmo aumento de lucro para o consórcio, apesar do tamanho menor da transação". "Embora preferíssemos adquirir também o LaSalle, as operações que estamos comprando sem a unidade abrem muitas oportunidades de crescimento", disse. (Reuters)

AVANÇO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS CNPJ (MF) Nº 43.297.852/0001-03 – NIRE Nº 35.300.007.956 Ata de Assembléia Geral Ordinária realizada em 30 de abril de 2007 Data, Hora, Local: 30/04/2007, às 17:00 horas, na sede social. Quorum: Totalidade do capital social. Mesa: Dante Battaglio, Presidente e Criseli Alves Fernandes, Secretária. Aviso aos Acionistas: Dispensada publicação (Art. 133, $ 4º, Lei 6404/76). Convocação: Dispensada publicação (Art. 124, § 4º, Lei 6404/76). Deliberações: A) Aprovados Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial, Demonstrações Financeiras e Notas Explicativas referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Diário do Comércio, ambos em 25/04/2007. B) Aprovada a destinação do lucro líquido ao exercício findo em 31/12/2006, no montante R$ 3.157.419,00 (três milhões, cento e cinqüenta e sete mil, quatrocentos e dezenove reais) da seguinte forma: 1) R$ 157.870,95 (cento e cinqüenta e sete mil, oitocentos e setenta reais, noventa e cinco centavos) para a constituição da Reserva Legal. 2) R$ 749.887,01 (setecentos e quarenta e nove mil, oitocentos e oitenta e sete reais e um centavo) a ser distribuído aos acionistas à titulo de dividendos. 3) R$ 2.249.661,04 (dois milhões, duzentos e quarenta e nove mil, seiscentos e sessenta e um reais e quatro centavos) a serem transferidos para a conta de Lucros Acumulados, para posterior destinação. C) Reeleitos, com mandato de 30/04/2007 a 30/05/2008, os seguintes membros da Diretoria: Diretor Geral: Dante Battaglio, brasileiro naturalizado, casado, engenheiro, residente e domiciliado em São Paulo/SP, RG. nº 3.559.070 SSP/SP, CPF/MF nº 661.396.518-91, que acumulará o cargo de Diretor Industrial. Diretor Comercial: Luciano Natalini, italiano, casado, industrial, residente e domiciliado em São Paulo/SP , RNE nº W666585-Q – SSP/SP e CPF/MF nº 007.185.058-91. Diretora Administrativa: Criseli Alves Fernandes, brasileira, casada, empresária, residente e domiciliada em São Paulo/SP, RG nº 4.556.103 SSP/SP e CPF/MF nº 895.158.628-68. O cargo de Diretor Presidente ficará vago até ulterior deliberação. Fica consignado em ata que o prazo de gestão dos administradores se estende até a investidura dos membros eleitos, consoante § 4º, Artigo 150 da Lei nº 6404/76. D) Fixada a remuneração mensal de cada diretor em até o limite máximo de R$ 10.000,00 (dez mil reais). E) Declaração de Desimpedimento: Os Diretores declaram, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercerem a administração da sociedade, por lei especial ou em virtude de condenação criminal, ou a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação, nos termos do Artigo 1.011, § 1º, da Lei nº 10.406 de 10/01/2002. Termo de Posse: Lavrado e assinado pelos Diretores no Livro de Atas de Reuniões da Diretoria, conforme Artigo 149 da Lei nº 6404/76. Conselho Fiscal: Dispensado. Observações Finais: 1) Ata lavrada pelo sumário dos fatos ocorridos e das decisões tomadas. 2) Deliberações aprovadas por unanimidade, abstendo-se de votar os legalmente impedidos. 3) Ficam arquivados na sede social da companhia os documentos citados nesta ata. Encerramento: Ata lavrada, lida, aprovada e assinada para o devido registro e arquivamento na Jucesp e posterior publicação na forma da lei. S.Paulo 30/4/2007. Dante Battaglio: Presidente da Mesa e Criseli Alves Fernandes: Secretária da Mesa. Acionistas: 1) Paolo Luigi Orizio: pp. Criseli Alves Fernandes, 2) Luciano Natalini, 3) Criseli Alves Fernandes. 4) Dante Battaglio. Cópia fiel da Ata lavrada em livro próprio. (a) Dante Battaglio: Presidente; Criseli Alves Fernandes: Secretária. Certidão: Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 240.045/07-5 em sessão de 20 de junho de 2007. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

NENIS ELETRONICA LTDA. torna público que solicitou junto à CETESB a Renovação de Licença de Operação para a atividade de “Aparelhos receptores rádio e televisão e de reprodução, gravação ou amplificação de som” localizada à Rua Dom Lucio de Souza, 32 - Vila Gumercindo município de São Paulo.

Geodex Communications S.A. CNPJ/MF nº 02.808.710/0001-78 - NIRE nº 35.300.157.788 - Cia Aberta de Capital Autorizado Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os acionistas da Geodex Communications S.A. (“Cia”) a reunirem-se em AGE a ser realizada em 30.7.2007, às 17hs, na sede da Cia (Av. Dr. Cardoso de Mello, 1.450, 5° andar, SP/SP), a fim de deliberarem acerca das seguintes matérias constantes da Ordem do Dia: (i) ratificar as assinaturas do Master Agreement celebrado em 12.7.07 e do Contrato de Compra e Venda das Ações de emissão da Gavle Holdings S.A, ambos firmados pela administração e arquivados na sede da Companhia; (ii) aprovar a assinatura do Contrato de Compra e Venda de Ações da Geodex Communications do Brasil S.A. a ser celebrado entre a Cia e a Meridiana Empreendimentos e Participações S.A.; e (iii) aprovar a proposta de redução do capital social da Companhia, nos termos do artigo 174 da Lei nº 6404/76, tendo em vista de o mesmo ter sido considerado excessivo pela administração. O acionista que desejar ser representado por procurador deverá depositar o respectivo mandato com poderes especiais na sede da Cia em até 48 hs antes da data de realização das Assembléias. São Paulo, 13 de julho de 2007. Conselho de Administração. (16, 17 e 18/07/2007)

GL EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA. CNPJ/MF nº 08.356.724/0001-84 – NIRE nº 35. 220.953.251 Assembléia Geral Extraordinária em 20/3/2007 de Transformação: GLEP Energias Renováveis e Participações S/A Data, hora e local: 20/3/07, 10hs, sede social. Convocação: Dispensada. Presença: 100%. Mesa: José Salgueiro Lourenço, Presidente e Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço, Secretário. Deliberações unânimes: A) Conforme Reunião de Quotistas, de 20/3/07, aprovou-se a transformação do tipo societário e o Estatuto Social: Capítulo I - Denominação, Sede, Foro e Prazo de Duração - Art. 1º: A Cia. exercerá atividades empresariais sob denominação de GLEP Energias Renováveis e Participações S/A. regida pelo Estatuto e disposições legais aplicáveis. Art. 2º: A Cia. terá sede e foro jurídico em São Paulo/SP., na R. Antônio Ramiro da Silva, 250, sl. 12. § Único: A Cia. poderá, por deliberação de acionistas representando maioria do capital, abrir, transferir e/ou encerrar filiais em qualquer parte do território nacional ou no exterior, fixando, p/ fins legais, o capital de cada uma delas, a ser destacado do capital social. Art. 3º: A Cia. tem prazo de duração indeterminado. Capítulo II - Objeto Social - Art. 4º: A Cia. terá por objeto participação no capital de outras empresas de energias renováveis, como sócia ou acionista, atuando como holding e administração de bens próprios. Capítulo III - Capital Social - Art. 5º: O capital é de R$ 1.000,00, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional e dividido em 1.000 ações ordinárias nominativas, s/ valor nominal. Art. 6º: As ações são indivisíveis em relação à Cia. e cada ação ordinária confere direito a 1 voto nas assembléias, cujas deliberações serão por maioria de votos. Art. 7º: Alienação, transferência ou oneração, por qualquer acionista, da totalidade ou de parte de suas ações, não será permitida sem prévio e expresso consentimento dos demais acionistas, os quais terão prioridade na aquisição das mesmas. Capítulo IV - Administração - Art. 8º: A Cia. será administrada pela diretoria, eleita em Assembléia, com mandato de 3 anos, passível de reeleição, com mínimo de 2 e máximo 5 membros: 1 Diretor Presidente, 1 Diretor Administrativo e 3 Diretores s/ designação especial. Nos termos da lei, a diretoria poderá ser destituída a qualquer tempo pela Assembléia. Art. 9º: Conforme §§ deste art., à Diretoria compete administrar e representar a Cia., com poderes p/ obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, nos termos do Estatuto. Art. 10: Todos atos e documentos que importem em responsabilidade ou obrigação p/ Cia., como compra de bens móveis e imóveis, venda, alienação ou gravame de bens móveis, escrituras de qualquer natureza, abertura de contas bancárias, cheques, promissórias, letras de câmbio, duplicata, ordem de pagamento, títulos de dívida em geral, contratos, inclusive de empréstimo com bancos e quaisquer órgãos públicos ou particulares e outros documentos não especificados, serão obrigatoriamente praticados com assinatura dos Diretores Presidente ou Administrativo, isoladamente, ou de 2 Diretores, em conjunto, ou nos termos do § 3º deste art. § 1º: A Cia. se obriga com assinatura isolada dos Diretores Presidente ou Administrativo, ou de 2 Diretores, em conjunto, observadas condições previstas no Estatuto. § 2º: A Cia. também poderá ser representada por 1 Procurador, constituído isoladamente pelos Diretores Presidente ou Administrativo, ou por 2 Diretores, em conjunto. §3º: Procurações outorgadas em nome da Cia. serão sempre pelos Diretores Presidente ou Administrativo, isoladamente, ou por 2 Diretores, conjuntamente. §4º: Quaisquer atos praticados pelos Diretores, por procurador ou funcionário da Cia., envolvendo obrigações relacionadas com negócios e operações estranhas ao objeto, tais como fianças, avais ou quaisquer garantias em favor de terceiros, são expressamente proibidos e serão nulos de pleno direito, exceto se expressamente autorizados, por escrito, por acionistas com maioria do capital. Art. 11: Conselho Fiscal não permanente e composto por 3 membros efetivos e 3 suplentes, acionistas ou não, eleitos em Assembléia, e funcionará, apenas, no exercício que for instalado, a pedido de acionista, na forma do art. 161, §2º, Lei 6404/76. Permitida reeleição e remuneração fixada em Assembléia. Capítulo V: Assembléias Gerais - Art. 12: Assembléias serão Ordinárias e/ou Extraordinárias, quando os acionistas reunir-se-ão ordinariamente, dentro dos primeiros 4 meses após término do exercício, e extraordinariamente, sempre que convocada, na forma da lei. § Único: Assembléias serão presididas pelo Diretor Presidente e secretariadas por acionista ou não, por ele escolhido na oportunidade. Na ausência do Diretor Presidente, serão as Assembléias presididas por qualquer Diretor ou por qualquer dos presentes que seja indicado por aclamação dos demais acionistas presentes. Capítulo VI: Exercício Social, Demonstrações Financeiras e Destinação do Lucro – Art. 13: O exercício encerra-se em 31/12 de cada ano.§ Único: A Cia. poderá levantar balanços trimestrais p/ fim de apurar lucro do período neles compreendido, podendo tal lucro ter destinação estabelecida no Estatuto. Art. 14: Lucro líquido, como definido no art. 191 da Lei 6404/76, apurado em cada balanço da Cia., terá destinação: a) constituição da Reserva Legal; b) constituição de Reservas de Contingência e de Lucros a Realizar, mediante proposta da Diretoria e “ad referendum” da Assembléia; c) pagamento de dividendos propostos pela Diretoria que, somados aos dividendos intermediários e/ou juros sobre capital próprio de que tratam os §§ 2º e 3º deste art., que tenham sido declarados, assegurem aos acionistas, em cada exercício, a título de dividendo mínimo obrigatório, 25% do respectivo lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores citados nos itens I, II e III do Art. 202 da Lei 6404/ 76. § 1º: Diretoria é autorizada declarar e pagar dividendos intermediários, especialmente semestrais e mensais, à conta Lucros Acumulados ou Reservas de Lucros existentes. § 2º: Poderá Diretoria, autorizar distribuição de lucros aos acionistas a título de juros sobre capital próprio, conforme legislação específica, em substituição total ou parcial aos dividendos, inclusive os intermediários, cuja declaração é facultada pelo § anterior ou, ainda, em adição aos mesmos. § 3º: Os juros eventualmente pagos aos acionistas serão imputados, líquidos do IRF, ao valor do dividendo mínimo obrigatório do exercício (25%), conforme letra “c” do caput deste art. Art. 15: Saldo do lucro líquido, verificado após distribuições acima, terá destinação proposta pela Diretoria e deliberada pela Assembléia, podendo ser destinado 100% à Reserva de Lucros/Estatutária, visando manutenção de margem operacional compatível com desenvolvimento das operações ativas da Cia., até atingir limite de 95% do valor do capital integralizado. § Único: Na hipótese da proposta da Diretoria, sobre destinação a ser dada ao Lucro Líquido do exercício, conter previsão de distribuição de dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital próprio em montante superior ao dividendo obrigatório conforme Art. 18, letra “c” do estatuto, e/ou retenção de lucros nos termos do Art. 196 da Lei 6404/76, o saldo do lucro líquido p/ fins de constituição da reserva mencionada neste art. será determinado após dedução integral dessas destinações. Capítulo VIII - Liquidação - Art. 16: A Cia. entrará em liquidação nos casos previstos em lei, conforme Assembléia, que elegerá liquidante. Capítulo IX - Alterações - Art. 17: Estatuto poderá ser alterado em qualquer dos arts. e a qualquer tempo, mediante Assembléia, podendo, os acionistas, através de maioria de votos, deliberar a transformação da Cia. em outro tipo societário, observando preceitos legais. Capítulo X - Lei Aplicável - Art. 18: Estatuto rege-se pela Lei 6404/76 e alterado na Lei 9457/97. B) Eleita, por 3 anos, a Diretoria: Diretor Presidente: José Salgueiro Lourenço, RG 973.570 SSP/SP, CPF 005.475.578-68. Diretora Administrativa: Alice Andreoni Lourenço, RG 2.010.489 SSP/SP, CPF 046.887.158-62 e Diretores: Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço, RG 8.416.962 SSP/SP, CPF 051.771.428-09, Guilherme Andrioni Salgueiro Lourenço, RG 8.417.069 SSP/SP, CPF 066.537.858-07 e Ana Paula Lourenço de Toledo, RG 8.417.0682 SSP/SP, CPF 113.029.858-25. C) Remuneração global anual da Diretoria em R$ 20.000,00 distribuída entre Diretores, conforme Estatuto. SP, 20/3/07.(aa) José Salgueiro Lourenço: Presidente e Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço, Secretário; Acionistas: José Salgueiro Lourenço, Alice Adreoni Lourenço, Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço, Guilherme Andrioni Salgueiro Lourenço e Ana Paula Lourenço de Toledo. Certidão Jucesp: NIRE 35.300.342.534 em 04/6/07.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: PREGÃO (PRESENCIAL) ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 36/0796/07/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE MOBILIÁRIO ESCOLAR A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação de Registro de Preços para aquisição de cadeira fixa CD-03; conjunto refeitório MBR-01; conjunto de aluno MCF-M3 e conjunto de professor MCP-M3. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 17/07/2007, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 31/07/2007. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Fábio Bonini Simões de Lima Presidente

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 003/2007 – (SMS) - PROCESSO ADMINISTRATIVO N.º 1.199/2007 (SMS) - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de TOMADA DE PREÇOS, do tipo menor preço, tendo como objeto contratação de empresa de engenharia especializada para ampliação parcial do SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), conforme Anexos IV a VII, que ficam fazendo parte integrante do presente edital, e serão fornecidos em CD-ROM. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, n.º 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 16 de julho de 2007 até o dia 01 de agosto de 2007, no horário das 09:00h às 12:00h e 14:00h às 16:00h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 09:00 horas do dia 01 de agosto de 2007, quando, após o recebimento, iniciar-se-á sessão de abertura. - São Carlos, 16 de julho de 2007. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 16 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Mazzotti Feiras, Congressos e Comércio Ltda. - Requerido: Relevo Araújo Indústria Gráfica Ltda. - Rua Javaes, 136 - 1ª Vara de Falências Requerente: Cape Distribuidora e Com. de Auto Peças Ltda. - Requerente: Mancuzo Comércio de Auto Peças Ltda. - Requerido: VCL Centro de Reparação Automotiva Ltda. EPP - Rua Joaquim Manoel de Macedo, 174-A - 2ª Vara de Falências

Menor preço pelo mesmo espaço, só no DC.

O Jornal do Empreendedor

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terça-feira, 17 de julho de 2007

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EM DEBATE, AS "ARMADILHAS" DO SUPERSIMPLES

Empresários precisam ter noção das vantagens e desvantagens do Supersimples. Alencar Burti, da ACSP

ACSP CONVIDOU O PRESIDENTE DO SESCON-SP PARA DISCUTIR O ACIRRAMENTO DA FISCALIZAÇÃO

PEQUENOS SÃO O ALVO DO LEÃO Thiago Bernardes/Luz

Thiago Bernardes/Luz

Silvia Pimentel

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José Maria Chapina, presidente do Sescon-SP, diz que o fisco usa a tecnologia para combater a sonegação.

De olho no capital estrangeiro

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problema de como enfrentar o afluxo de capitais estrangeiros de curto prazo para o Brasil, que intensifica a tendência de valorização do real em relação ao dólar, está no radar da equipe econômica. Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou a existência de estudos para elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado desses investimentos. Embora ainda não exista uma decisão sobre a maneira de enfrentar o aumento na es-

peculação com o real, o tema sempre volta à tona no governo e na Fazenda. Medidas para taxar a entrada de capitais agradam quadros importantes do Partido dos Trabalhadores (PT). O senador Aloizio Mercadante, por exemplo, historicamente tem defendido a medida, como ocorreu no Chile. Para a área técnica da Fazenda, antes de adotar medidas para desestimular a entrada de capital estrangeiro é preciso esperar o juro, que atrai esse dinheiro, cair ainda mais.

De qualquer forma, o assunto preocupa os técnicos do governo, inclusive o Banco Central, que no mês passado tomou providências para diminuir a especulação dos bancos com o dólar. Elas surtiram efeito, reduzindo a posição vendida das instituições financeiras, de cerca de US$ 15 bilhões em maio para a casa dos US$ 10 bilhões em junho. Neste mês, o BC continua colocando em prática sua política. Resta saber se ela irá produzir os resultados esperados. (AE)

controle do governo na arrecadação de tributos está cada vez mais rigoroso e o pequeno contribuinte tornou-se um grande alvo. O alerta foi feito ontem pelo presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar, durante a 9ª reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) deste ano. Para o empresário, a informalidade está com os dias contados mais em razão do arsenal tecnológico do fisco do que pela entrada em vigor do Simples Nacional, conhecido como Supersimples. De acordo com o contabilista, perto de 2,5 milhões de empresas enquadradas no Simples ou no lucro presumido, a maioria de pequeno porte, são monitoradas pelos computadores da Receita Federal. "A tecnologia da informação está sendo usada cada vez mais para controlar a arrecadação de impostos, inclusive dos pequenos empreendedores", disse, ao destacar a importância de uma contabilidade organizada para evitar problemas. A exigência de arquivos digitais e a criação da nota fiscal eletrônica, por exemplo, evidenciam os novos rumos da fiscalização, que pretende acabar com o uso de papéis. "A

A 9ª plenária da ACSP tenta esclarecer dúvidas dos empresários

Souza Cruz participa do projeto piloto, mas a intenção é monitorar o bar da periferia que vende, na maioria das vezes, sem nota fiscal", explicou. O Estado de São Paulo seguiu caminho idêntico com a criação de ferramenta semelhante para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Além disso, o governo enviou recentemente à Assembléia Legislativa um projeto de lei que prevê descontos no Imposto sobre Propriedade de Veículos Automores (IPVA) a quem exigir nota fiscal. "Padarias e restaurantes foram selecionadas para participar do projeto-piloto", informou. Supersimples –Durante a plenária, Chapina expôs as "armadilhas" do Supersimples, que entrou em vigor no dia 1º de julho. Na opinião do empresário, a legislação do novo regime não faz jus ao nome,

tamanha a sua complexidade. "Para apurar o imposto, é preciso acompanhar mês a mês o faturamento dos últimos 12 meses e respectivas folhas de salários para, então, identificar a tabela a ser usada", disse. Durante a palestra, o presidente da ACSP, Alencar Burti, lembrou que o convite ao Sescon foi feito justamente em razão da dificuldade dos empresários em entender . "É importante debater este tema para que os empreendedores tenham a exata noção das vantagens e desvantagens na adesão", disse Burti. De acordo com Chapina, embora seja "simples" pagar uma cesta de tributos por meio de uma única alíquota, é preciso avaliar com cuidado o enquadramento no Supersimples. Para evitar o risco de pagar mais impostos ou recolher tributos indevidos.


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terça-feira, 17 de julho de 2007

Oferta de biocombustível poderá reduzir demanda de petróleo em 80 mil barris por dia, segundo relatório da Opep.

CARRO CHINÊS SERÁ VENDIDO A R$ 22.980

OS RECURSOS PARA O SETOR NESTE ANO DEVERÃO ATINGIR O MAIOR VOLUME DE TODOS OS TEMPOS, DIZ A ABECIP.

CRÉDITO PARA IMÓVEIS CRESCEU 67,4%

Prakas Singh/AFP

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Ministro Celso Amorim (na foto à direita do colega indiano Pranab Mukherjee) vai a reunião em Bruxelas

Europeus endurecem na OMC

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União Européia (UE) alerta que se os países do Mercosul mantiverem sua atuais posições nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) no setor industrial, dificilmente haverá espaço para negociar um acordo bilateral entre os dois blocos nos próximos meses. O alerta foi dado pelas autoridades européias ao subsecretário de Comércio da Argentina, Nestor Stancanelli, às vésperas de a OMC apresentar o que acredita pode ser o acordo para estabelecer a liberalização dos mercados agrícolas e de bens industriais. Amanhã será a vez de o chanceler Celso Amorim, que ontem estava na Índia, se reunir com o comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, em Bruxelas, para debater as propostas e definir o prosseguimento das negociações. O encontro foi organizado depois que o presidente Lula conversou com a chanceler alemã Angela Merkel, na semana passada. Com um tom bem mais agressivo dentro das salas de

reuniões do que em suas declarações públicas, os europeus deixam claro que não estão satisfeitos com a posição do Mercosul de não querer cortes de mais de 50% nas tarifas de importação de bens industriais. Bruxelas estima que não terá como convencer os 27 países do bloco a abrir seus mercados agrícolas em um acordo com Brasil e Argentina sem que as concessões compensem eventuais prejuízos. Em uma reunião de ministros da Agricultura da UE, ontem, na capital européia, vários governos afirmaram que não poderiam ir além em suas propostas de abertura, entre eles Hungria e Holanda. Os europeus não querem perder tempo. Enquanto a OMC não caminha, Bruxelas acelera sua tentativa de acordo com a Coréia do Sul, segundo maior mercado da Ásia para a Europa. Não por acaso, a UE sugere, pela primeira vez em uma negociação comercial, uma eliminação de 100% de suas tarifas caso os coreanos concedam o mesmo benefício

aos produtos europeus. No ano passado, os europeus foram os maiores investidores na Coréia, com US$ 5 bilhões. Há cálculos de que um novo acordo geraria aumento no comércio de 40% sobre os atuais 60 bilhões de euros. Quanto à OMC, muitos diplomatas acreditam que o teste sobre a ambição real de cada país na Rodada Doha poderá começar a ser medido hoje. Os mediadores das negociações agrícolas e de bens industriais apresentarão o que acreditam ser o ponto de convergência entre todas as propostas. Os textos, aguardados com ansiedade em Genebra, estabelecerão as bases para os debates sobre o teto dos subsídios, o corte de tarifas e a abertura dos mercados de industrializados. Negociadores estimam que as propostas que serão apresentadas são "ambiciosas", ainda que não aos níveis esperados inicialmente pelo gabinete de Pascal Lamy, diretor da OMC. Procurarão não atacálas de início, para que elas sobrevivam até setembro. (AE)

Exportações sofrem ligeira queda

R

etrações nos embarques de produtos básicos e de manufaturas na primeira quinzena do mês de julho provocaram uma queda de 2,7% nas exportações, em comparação a igual período de 2006. O tombo ainda não foi suficiente para inverter o sinal do saldo comercial, que fechou com superávit de US$ 1,706 bilhão. Mas esse resultado seria mais polpudo se, no mesmo período, as importações não tivessem acelerado tanto. A média diária de compras externas

de bens cresceu 21,3%, conforme os dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Na quinzena, as exportações somaram US$ 6,322 bilhões, com média diária embarcada de US$ 632,2 milhões. As importações totalizaram US$ 4,616 bilhões, com média diária de US$ 461 milhões. De 1º de janeiro a 15 de julho, as exportações alcançaram US$ 79,537 bilhões, cifra 17,1% maior que a de igual período de 2006. As importações tiveram mais fôlego e chegaram a

INFLAÇÃO O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal subiu 0,39% na segunda semana de julho.

Ó RBITA

US$ 57,169 bilhões – um aumento de 25,8%. Mesmo assim, o saldo positivo do período, de US$ 22,368 bilhões, foi US$ 90 milhões menor, conforme a mesma comparação. Mais investimentos – A expansão das importações responde a um comportamento verificado desde o início do ano e é vista pela secretária como um sinal de ampliação dos investimentos no parque produtivo nacional, uma vez que o peso maior está nas compras de bens de capital e de insumos não produzidos no País. (AE)

CELULARES A Anatel registrou 1,57 milhão de novos celulares em junho, 1,49% mais do que em maio.

BRASIL TELECOM

A TÉ LOGO

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GoL fecha acordo com Aerolineas Argentinas

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Varig Log arrenda mais três cargueiros

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Chávez: ninguém afastará Brasil da Venezuela

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Pequenos calçadistas no mundo da moda

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Oi cria serviço pago com vídeos dos clientes

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Marinho quer CLT para funcionários do ministério

novela em que se transformou a disputa societária na Brasil Telecom, terceira maior operadora de telefonia fixa do País, deve ocorrer esta semana, com a assinatura do acordo de venda da participação da Telecom Italia (TI) para os fundos de pensão estatais Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa Econômica). (AE)

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financiamento imobiliário por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) cresceu 67,4% no primeiro semestre ante o mesmo período em 2006, chegando a R$ 6,94 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). "Neste ano devemos fornecer crédito entre R$ 2 bilhões e R$ 15 bilhões, número que será o maior de todos os tempos", disse Osvaldo Fonseca, diretor da Abecip. De janeiro a junho, foram financiadas quase 81 mil habitações com empréstimos a partir de recursos da poupança, ante 51 mil no mesmo período do ano passado, de acordo com a Abecip. As previsões são de fi-

nanciamento de 150 mil unidades em 2007. Em meio à recuperação da construção civil, o volume de financiamentos imobiliários contratados pelos agentes que integram o SBPE apenas em junho atingiu R$ 1,4 bilhão – alta de 56% em relação ao mesmo mês de 2006. Este foi o segundo melhor resultado mensal de 2007, atrás apenas de maio. Também foi expressivo, em junho, o ritmo da captação de recursos em contas de poupança. Os depósitos superaram os saques em R$ 1,8 bilhão, elevando a quase R$ 6 bilhões o total líquido captado nos primeiros seis meses do ano. "Tanto o desempenho das contratações como o da captação de recursos decorrem, entre outros fatores, da estabili-

dade econômica. Esta propicia o aumento da segurança das pessoas, que podem planejar no longo prazo, favorecendo, assim, decisões como o da tomada de um financiamento imobiliário", disse a Abecip em nota à imprensa. Para Fonseca, as perspectivas continuam positivas para 2008, ainda que a expansão não seja tão vigorosa quanto a dos últimos anos, nos quais houve recuperação da construção após um período de estagnação na década passada. "Estamos crescendo 50% sobre o ano anterior já há alguns anos. No ano que vem, deve haver pelo menos uns 20% de crescimento, com um pouco mais de equilíbrio no mercado. Mas continuará forte e pode ser mais que isso", disse Fonseca, da Abecip. (Reuters)

BANHEIROGATE Peirano é o novo ministro argentino da Economia

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ministra argentina da assessores. "Não vou compli- candidatura para as eleições Economia, Felisa Mi- car as coisas para o presidente presidenciais de 28 de outuceli, apresentou on- por causa de uma besteira mi- bro. A promotoria federal exitem sua renúncia, segundo a nha", teria dito a ministra, se- ge saber qual era a origem do agência de notícias oficial Té- gundo fontes que não quise- dinheiro encontrado no banheiro do ministério. lam, que citou "fontes do mi- ram se identificar. Operação familiar – SegunOs mercados não se abalanistério". À noite, a emissora TN divulgou que o presidente ram com a decisão de Felisa do porta-vozes da ministra, a Néstor Kirchner designou co- porque, segundo alguns ana- quantia que havia na bolsa era mo novo titular da pasta o se- listas, "o verdadeiro ministro de apenas US$ 64 mil e seria cretário da Indústria e Comér- da Economia sempre foi Kirch- utilizada para uma "operação imobiliária facio, Miguel Pei- Caio Leal/ AFP miliar" que foi rano – encarrecancelada. O gado das duras problema é negociações que a declaracom o Brasil ção de bens de nas disputas Felisa à receita comerciais. argentina refeO que derruria-se à posse bou Felisa foi o em dinheiro escândalo que de apenas explodiu há US$ 25 mil. poucas semaAlém disso, nas e ficou cona agenda de nhecido como Miceli não apa"banh eirogar e c e m e v e nte". Seu ponto tuais encontros de partida foi a em que podedescoberta, ria ter tratado por agentes de do negócio segurança do imobiliário. ministério, de Diante do uma sacola no crescimento banheiro do do escândalo, gabinete da mios porta-vozes nistra com voltaram a dar um total de explicações. US$ 241 mil, seA r g u m e n t ag u n d o a s d eram que o dinúncias. nheiro era do A decisão de Felisa Miceli, ex-ministra: dinheiro suspeito encontrado no banheiro irmão da mirenunciar teria sido tomada após o anúncio de ner". Até a queda de 1,7% re- nistra, Horacio Miceli, empreque a promotoria federal soli- gistrada pela Bolsa de Buenos sário de shows de tango. A consideração de que Kircitou o interrogatório de Feli- Aires ontem foi atribuída a chner é o verdadeiro ministro sa. Até a noite de ontem, o ga- "motivos externos". O "banheirogate" surgiu da Economia não é de hoje. Na binete de Kirchner ainda não havia se pronunciado oficial- num momento incômodo para troca anterior de ministros, em mente sobre a saída da minis- Kirchner, já que sua mulher, a novembro de 2005, quando tra. No entanto, ela já havia re- senadora Cristina Fernández Roberto Lavagna saiu, não tirado os objetos pessoais do de Kirchner, está a ponto de ocorreram turbulências pelo gabinete e se despedido dos lançar, no próximo sábado, sua mesmo motivo. (Agências)

Carros chineses estão chegando

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istos como ameaça pelas fabricantes brasileiras, os carros chineses começam a chegar ao País, ainda em pequenos volumes, mas com planos ambiciosos de produção local. Em dois meses, o grupo nacional Effa inicia as vendas do modelo compacto Ideal, ao preço de R$ 22.980. A marca Chana entrega nesta semana aos lojistas o primeiro lote de 215 utilitários que, segundo a importadora Districar, já está todo vendido. Os preços começam em R$ 29.900. Em versão de 4 portas e equi-

pado com ar-condicionado, vidros elétricos, CD player, entre outros itens, o Ideal será o carro menos potente do mercado, com motor de 970 cilindradas e 47 cavalos, a gasolina. O Fiat Mille, o carro mais barato do mercado, custa R$ 23,7 mil na versão 4 portas, sem acessórios, mas com 65 cavalos de potência e motor flex. O Ideal será importado pelo grupo Effa Motors, do empresário uruguaio Eduardo Effa e seu sócio brasileiro, Aroldo Cunha. Em 2008, o compacto começará a ser produzido no

Uruguai, numa linha de montagem com capacidade inicial de 5 mil unidades por ano. O mesmo grupo prepara a produção de um caminhão leve, com capacidade de carga de até seis toneladas, em Manaus, a partir do próximo ano. As obras da fábrica estão em andamento, informa o diretor superintendente do grupo, José Geraldo Sampaio Moura. Outra marca chinesa prevista para entrar no Brasil em breve é a Chery, por meio de parceria também para produção no Uruguai. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - LOGO É preciso parabenizar o Brasil.

Andrew Winning/Reuters

Do meia argentino Juan Román Riquelme, ontem, sobre a vitória brasileira na Copa América, depois do placar de 3 a 0 contra a Argentina.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Logo Logo

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www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

Morte da cantora que é considerada a melhor intérprete do jazz de todos os tempos: Billie Holiday (1915-1959). Ao lado, ilustração da capa do álbum 'The Essencial Billie Holiday'

C IÊNCIA C INEMA

O novo documentário de Michael Moore, Sicko, é a maior publicidade para o sistema gratuito de saúde em Cuba desde a revolução de 1959, disse ontem um médico cubano que foi anfitrião do cineasta. Em março, Moore levou oito norte-americanos a Cuba para realizar tratamento gratuito. Eles eram jovens que adoeceram depois de trabalharem como voluntários nos resgate dos atentados de 11 de setembro de 2001. O objetivo do diretor era provar que um país pobre como Cuba é mais eficiente

que os EUA no atendimento médico à população. Foi fácil. Durante dez dias na ilha, os norteamericanos foram tratados dos problemas respiratórios contraídos pela respiração de poeira nas ruínas do World Trade Center. Alguns também receberam tratamento de problemas dentários e digestivos. O próprio Moore teve sua pressão arterial medida. Parando em uma farmácia, um membro do grupo comprou um refil do seu inalador por um peso cubano (menos de R$ 0,03), valor fortemente subsidiado.

L ITERATURA

A evolução do preguiçoso Estudo mostras que o ser humano se tornou bípede para economizar energia

O

ser humano teria se tornado bípede, no curso da evolução, porque se deslocar sobre dois pés exigia um gasto de energia menor do que caminhar com quatro patas. Ou seja, o homem evoluiu por pura preguiça. Esta é a conclusão de um estudo publicado na edição desta semana da revista científica norte-americana PNAS. A hipótese de que a evolução da capacidade de andar com

duas pernas tem a ver com a economia de energia pelo organismo é debatida há décadas, explicou David Raichlen, professor de antropologia da Universidade do Arizona, um dos autores da pesquisa. Mas havia poucos dados sobre o tema. Agora, os autores do novo estudo conseguiram coletar medidas do metabolismo e dos detalhes do movimento de cinco chimpanzés e quatro humanos adultos, que corriam e ca-

minhavam em uma esteira especialmente adaptada para isso. Os chimpanzés foram também treinados para caminhar sobre duas patas. Os resultados dessas observações foram em seguida comparados a fósseis de ancestrais humanos para detectar as adaptações sofridas durante a evolução que permitiram reduzir o consumo de energia, levando-os a se transformar em bípedes.

G INÁSTICA F. Soutello/Agif/AE

'Cuba do bem, EUA do mal'

Justin Sullivan/AFP

Reuters

Jade Barbosa em quarto lugar

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A ginasta carioca Jade Barbosa encantou o público ontem na Arena Multiuso, na disputa da final individual geral da ginástica artística do PanAmericano, mas perdeu no final a chance de subir ao pódio, terminando na quarta colocação, com nota final de 59.325 pontos. Os EUA garantiram os três primeiros lugares da competição. A jovem brasileira, de apenas 16 anos, e que já havia conquistado a prata na competição por equipes, aparecia como uma das favoritas na disputa até o último aparelho, mas deixou a medalha escapar no fim, após um erro nas barras assimétricas.

Funcionários da Amazon.com empacotam os exemplares do último livro da série Harry Potter para transporte. Cerca de 1,2 milhão de cópias sairão da sede da empresa para as casas dos leitores no dia do lançamento, 21 de julho.

A RQUEOLOGIA

Tesouro Ming no fundo do mar poucos dias depois de a China começar operações de resgate em outro naufrágio, da época da dinastia Song (960-1279). O Mar do Sul da China-1, descoberto em 1987, foi o primeiro navio antigo encontrado na rota da seda. Contrabandistas estrangeiros vinham usando tecnologias avançadas para roubar tesouros chineses submersos. Colecionadores e negociantes de arte estão de olho na riqueza submersa da China desde 2005, quando cerca de 15 mil peças foram encontradas em um naufrágio.

L

Arqueólogos chineses recuperaram mais de 300 peças de porcelana de um navio naufragado na "Rota Marinha da Seda", que ligava a China ao Ocidente. Apelidado de Mar do Sul da China2, o navio naufragou há cerca de 400 anos. Os objetos, a maioria tigelas, pratos, potes e garrafas, são da Dinastia Ming (1368-1644). "Eles têm enorme valor arqueológico", ", disse Wei Jun, do Instituto de Arqueologia de Cantão. A descoberta ocorreu depois que a polícia local soube que pescadores estavam tirando porcelanas antigas do mar. O naufrágio foi detectado

DE SUNGA CONTRA O AQUECIMENTO O nadador britânico Lewis Gordon Pugh, 37, nadou um quilômetro nas águas de -1,8ºC do Pólo Norte vestindo apenas uma sunga para alertar o mundo para o aquecimento global. A travessia durou 18 minutos e 50 segundos.

S OLO

Sem Daiane, sem medalha

G AMES

Irã contra-ataca Morteza Nikoubazl/Reuters

C A R T A Z

Obras feitas com correntes e pingentes de ouro estão na exposição do artista Tonico Lemos Auad. Galeria Luisa Strina, Rua Oscar Freire, 502, Cerqueira César, tel.: 3088-2471. Grátis.

Em tempos de rodeio...

Certificado de inglês nas mãos

O removedor de carrapatos da Ultimate Pet exige paciência, mas tem a vantagem de não representar nenhum risco para animais ou pessoas que precisem de suas funções, já que não envolve produtos químicos. Outra vantagem: é barato, apenas US$ 11.

Exames de inglês para estudos e trabalho no exterior são o pesadelo de muitas pessoas. Mas para aqueles que pretendem fazer as provas do TOEFL ou do IELTS, há um site que ajuda a enferentar os macetes dos testes e se dar bem em todas as provas. É o Scott's English Success, uma espécie de curso preparatório online com simulados para impressão, testes de compreensão para ouvir e a indicação dos erros mais comuns e de como fazer para melhorar seu desempenho.

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m oficial do Exército do Irã resgata um dos mais importantes cientistas atômicos do país, que foi capturado por forças norte-americanas. Este é o enredo de um jogo de computador projetado por estudantes iranianos para combater um jogo chamado "EUA atacam Irã", lançado no ano passado pela Kuma Reality. O jogo enfureceu os iranianos, que agora contratacam. No jogo iraniano, destinado a jovens iranianos entre 12 e 16 anos, um cientista atômico iraniano chamado "Doutor Kousha" faz uma peregrinação à cidade xiita sagrada de Kerbala no Iraque, onde é capturado por soldados norte-americanos. O vídeo do jogo foi exibido ontem em um cinema de Teerã. A rivalidade entre os países nos mercados de ciberespaço e jogos de computador tem se elevado, enquanto a tensão internacional aumentou devido ao programa nuclear iraniano. Washington afirma que o Irã está tentando produzir secretamente armas atômicas. Teerã diz que seu esforço nuclear tem a intenção apenas de gerar eletricidade. Enquanto a guerra de verdade é negociada, nos games a rivalidade é incentivada.

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VISUAIS

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Iraniano e norteamericano se enfrentam no jogo lançado ontem em Teerã Behrou

Um clérigo iraniano analisa o CD do jogo, brinde recebido durante a exibição do produto (ao lado) realizada ontem num cinema da capital iraniana

z Mehri

/AFP

A ginasta brasileira Daiane dos Santos foi cortada dos Jogos Pan-Americanos ontem devido a uma lesão no tornozelo direito. A atleta sofreu uma torção na articulação uma semana antes da abertura dos Jogos. Ainda assim, participou da prova por equipes, disputada no domingo. No final da apresentação, Daiane chorou e se queixou de fortes dores no pé. Daiane põe fim assim a uma frustrante participação em PanAmericanos, nos quais nunca conquistou uma medalha de ouro. A atleta, medalha de prata e bronze em Winnipeg (1999) e bronze em salto, em Santo Domingo (2003) tentará no Mundial de Sttutgart, em setembro, uma vaga nas Olimpíadas de 2008. V ÔLEI

Vitória fácil contra o México A seleção brasileira feminina de vôlei venceu ontem o México por 3 sets a 0, com parciais de 25-16, 25-15 e 25-17, e assegurou a primeira posição do grupo A dos Jogos PanAmericanos do Rio de Janeiro. A seleção, recheada de reservas, chegou a marcar 8 a 1 no primeiro tempo, após uma seqüência de bolas indefensáveis. A facilidade fez com que o Brasil se dispersasse um pouco e passasse a errar. Dos quatro primeiros pontos do México, três foram marcados em erros das brasileiras. O SITE DO PAN www.dcomercio.com.br/ especiais/pan2007/

L OTERIAS

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Emissora venezuelana RCTV dribla Hugo Chávez e retoma transmissões por sinal pago Ciclo de leituras dramáticas no Centro Cultural da Caixa presta homenagem a Raul Cortez Índio yanomami se nega a fazer transplante de fígado para não contrariar suas crenças

Concurso 237 da LOTOFÁCIL 04

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terça-feira, 17 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Nacional Agronegócios Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 17 de julho de 2007

Aqui é possível caminhar e apreciar a paisagem com toda liberdade. Chintia Gagliardi, da Lefitá

A BEM-TE-VI É UM CENTRO DE COMPRAS AO AR LIVRE

Paulo Pampolin/Hype

BONS PREÇOS SÃO A GRANDE ATRAÇÃO DA RUA BEM-TE-VI Ela já foi um reduto das pontas de estoque. Hoje, ampliou o leque de clientes. Neide Martingo

P

reço baixo em bairro de elite. Parece uma contradição, mas na charmosa Rua Bemte-vi, em Moema, produtos de grife estão sempre em oferta. O local vive da fama – durante muito anos, a rua foi conhecida pela alta concentração de pontas de estoque. A maioria foi embora, mas os preços convidativos ficaram. A loja de calçados Shoestock atrai grande parte dos consumidores. Até os concorrentes dizem que o comércio na Bem-te-vi aproveita o grande fluxo de pessoas que vão ao local para checar as promoções da marca. A empresária Marilu Arantes compra na loja há oito anos. Duas vezes por mês ela sai do bairro de Vila Mariana e vai até Moema em busca dos produtos da Shoestock. Marilu separou dez pares de sapato para experimentar em sua visita mais recente. "Cada vez que venho aqui compro pelo me-

Grifes estão sempre em oferta

nos dois pares. Minha casa está repleta deles. Mas não consigo deixar de levar os novos modelos. Só aqui encontro variedade tão grande e preços tão atraentes", afirma. Adriane Alves, gerente da Shoestock, diz que há mais de dez anos a Bem-te-vi não é mais endereço das pontas de estoque. "Os clientes pertencem às classes A e B. Hoje a rua é como um ponto turísti-

co. Recebe gente de todo o Brasil que vem em busca das ofertas. Os preços são, em média, 30% menores do que os cobrados em shoppings." Pelo jeito, o formato de loja está dando certo, já que no início de setembro será aberta mais uma unidade da Shoestock, na Vila Olímpia. Boas ofertas – A subgerente da loja de roupas femininas Lefitá, Cinthia Gagliardi, diz que além dos preços baixos e da qualidade, as pessoas encontram um ambiente ao ar livre para comprar. "A praticidade é um grande atrativo. Os consumidores não precisam ficar na fila para pagar estacionamento, como acontece nos shoppings. Também é possível caminhar e apreciar a paisagem com total liberdade." Segundo ela, os preços das peças são 20% menores – as batas e blusinhas custam entre R$ 49 e R$ 139. "As lojas conseguem oferecer boas ofertas porque a rotatividade dos produtos é muito grande. Além disso, o aluguel é mais barato do que os

Para Adriane Alves, gerente da Shoestock, a rua virou atração turística e recebe clientes de todo o Brasil

Cintia e Célia: almoço e compras todos os dias

cobrados nos centros de compras", diz Cinthia. A professora Célia Tunes e a autônoma Cíntia Figueiras almoçam na Rua Bem-te-vi e aproveitam para fazer compras quase todos os dias. "Sou consumidora do local há oito anos. Aqui sinto-me à vontade em razão do bom atendimento. Os preços são 20% menores do que os encontrados no comércio de Moema", diz Célia, que mora no bairro do Sumaré. "A rua e as lojas têm um belo visual. Dá prazer caminhar e

Cinthia Gagliardi, da Lefitá: preços 20% mais baixos

comprar", diz Cíntia. Sobreviventes – Mas ainda é possível encontrar as pontasde-estoque. A Seduti, que vende lingerie, é uma das poucas ainda fiel ao formato. "Os clientes encontram peças de coleções passadas na unidade da Bem-te-vi. Os preços são 20% menores em relação às outras sete lojas da rede em São Paulo", diz a gerente da Seduti, Sueli Branco Moreira. Em julho, serão oito lojas da rede – mais uma foi aberta no Shopping Anália Franco, na

zona leste da cidade. “Os moradores da região são os que mais apreciam os produtos da única ponta de estoque da marca, que permanece firme na Bem-te-vi", afirma Sueli. A professora de matemática Yara Garcia, moradora do bairro de Moema, há dez anos só compra na Bem-te-vi. Ela nem percebeu que as pontas de estoque foram embora. "Os melhores produtos para comprar na rua são os de lingerie e biquínis. As ofertas são mais do que convidativas."

Os fabricantes de meias torcem por um inverno rigoroso

O

s fabricantes de meias estão colocando todas as suas fichas em um inverno rigoroso para aumentar as vendas neste ano. Dias de muito frio no final de maio e início de junho, antes do começo oficial da estação, deixaram os empresários eufóricos. Com o aumento da temperatura, o otimismo foi contido. Agora, novas frentes frias deixam o setor na expectativa de uma boa melhora nos negócios. A Lupo, há 86 anos no mercado, aposta na volta do legging, produto de grande sucesso há cinco anos. Bastaram os primeiros indícios de frio para as vendas aumentarem 24% em relação às do inverno do ano passado – o produto respondeu por 18% do total. De acordo com o diretor comercial, Valquirio Ferreira Cabral Júnior, a primeira leva de frio antes da hora surpreendeu e, na ocasião, a Lupo não conseguiu atender a todos os pedidos. "O crescimento de vendas poderá chegar a 30%. O plane-

Paulo Pampolin/Hype

Júnior, da Lupo: aposta no legging

jamento de negócios para o inverno é fechado no início de abril, quando é realizada a importação de fios. Como o inverno chegou antes, não havia tanta mercadoria para entregar", diz Ferreira. Para driblar a sazonalidade no consumo de meias e resguardar-se contra as incertezas do tempo, a Lupo diversificou sua linha de produtos. Investiu também em cuecas e lin-

gerie. "A procura por meias cai 70% no verão", explica Júnior. A Meias Aço não está tão otimista. "O Dia dos Pais vai equilibrar as vendas em relação ao ano passado. Se não fosse a data, poderia até haver queda no faturamento", afirma o gerente nacional de vendas, Renato Tichauer. A companhia, fundada há 57 anos, espera melhor desempenho das linhas masculina e infantil. Para estimular as vendas, a Meias Aço lançou um kit de três unidades, vendido numa embalagem de madeira por R$ 28. O diferencial do produto masculino é o "ultrafresh", substância que garante ao consumidor ficar livre do "cheirinho desagradável" nos pés depois de usar a meia por horas. "O ultrafresh resiste a quarenta lavadas", garante Tichauer. Concorrência desleal – O grande problema do setor, afirma o gerente, é a concorrência com os produtos chineses. "Não temos como enfrentar as meia importadas da China. Aqui, a carga tributária é pesada e o custo do dinheiro, muito alto. As empresas não conseguem captar recursos para investir no negócio." Os produtos chineses são também motivo de inúmeras reclamações dos pequenos produtores. De acordo com o responsável pela Indústria de Meias Cruz de Malta, que fica em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, Rubens Gonzaga de Almeida, a dúzia de meias importadas da China sai por volta de R$ 12. As fabricadas pela empresa custam R$ 25. Para evitar prejuízos, a Cruz de Malta não trabalha com estoque – produz à medida que chegam os pedidos. Mesmo assim, Almeida espera um aumento de 15% nas vendas deste inverno, em relação ao mesmo período de 2006. "Se a temperatura cair, esse índice pode aumentar. (NM)


Ano 83 - Nº 22.418

São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Thiago Bernardes/LUZ

Ninguém mais escapa do Leão Os pequenos empreendedores que se cuidem, com uma contabilidade organizada. Do Leão cada vez mais eletrônico ninguém escapa. Quem alerta é o presidente do Sescon-SP, José Maria Chapina, que falou na ACSP sobre o Supersimples. Na foto, à direita, o presidente do Sescon, Chapina, o presidente da ACSP, Alencar Burti, e o vice-presidente Ordine. E 3 Leonardo Rodrigues/Hype

PAN

CIRCO

VAG@S

Eduardo Martins/Ag. A Tarde/AE

Lula Marques/Folha Imagem

Vôlei do Brasil com vitórias

Renangate à beira das férias

Juliana e Larissa (foto), do vôlei de praia, vencem as norte-americanas por 2 a 0, enquanto a seleção feminina ganha do México: 3 a 0. Mais Pan em Logo e no www.dcomercio.com.br

A oposição em "vigília", o Senado avalia hoje, véspera de recesso, o pedido do Conselho de Ética para a PF periciar documentos de Renan Calheiros (foto). Pág. 3

Cresce a ação de empresas que buscam talentos pela internet. Virginia Garrotte (foto), do portal Terra, apóia a nova onda. Mas lembra que muita gente ainda evita a web. Informática

VAIAS

As vaias olímpicas no Maracanã continuam ecoando. Lula, o alvo delas, ficou "triste". Pág. 8. Outras opiniões estão nas págs. 6 e 7. Danilo Verpa/Folha Imagem

Clayton de Souza/AE

Kazuhiro Nogi/AFP

Japão treme: nove mortos

CHOVEU UM MÊS ONTEM

Dois terremotos ontem no Japão deixaram ao menos 900 feridos, 10 mil desabrigados e provocaram incêndio em usina nuclear, a 260 quilômetros ao nordeste de Tóquio. Kashiwazaki (foto) foi a cidade mais duramente castigada. A força dos abalos também destruiu pontes e estradas e interrrompeu o fornecimento de água e luz. C 4

Em Parelheiros, na zona Sul de São Paulo, choveu mais de 43 milímetros, quase o índice total do mês. A média na cidade chegou a 23,2 milímetros. Chuva forte provocou alagamentos, congestionamentos, queda de energia elétrica e apagou semáforos em várias regiões. Um avião da empresa Pantanal derrapou na pista de Congonhas e foi parar na grama (foto acima). Cidades 1 HOJE Sol compancadas de chuva Máxima 22º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 17º C. Mínima 12º C.

Bañogate derruba ministra Sacola de dólar no banheiro faz ministra argentina renunciar. Pág.3


Eugênio Goulart/AE

Rickey Rogers/Reuters

Valdir Friolin/Agência RBS/AE

APAGÃO ACABA EM TRAGÉDIA A cruel lembrança do acidente do Boeing da Gol que matou 154 pessoas em 2006 reavivase agora. A queda do Airbus ratifica o caos da aviação brasileira. Além do registro de outros acidentes durante esse tempo, já se tornaram comuns a angústia e a revolta de passageiros vítimas de operações-padrão, de aeroportos congestionados, de vôos cancelados e de permanente estado de insegurança. Chegarão ao fim da viagem? A maior tragédia, C 1 a C 6

Expectativa e dor em Congonhas e Porto Alegre: um pesadelo.


Ano 83 - Nº 22.419

São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

Edição concluída às 01h20

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

´ INFERNO AEREO

Mil graus de calor, e sem saída, os 176 passageiros e tripulantes do vôo 3054 da TAM foram vítimas de uma tragédia precedida por duas outras derrapagens, em menos de 48 horas, na pista principal de Congonhas, inaugurada HOJE incompleta há 17 dias. "O avião passou direto!" AMANHÃ - espantou-se um senhor que esperava a filha. Veloz para parar mas lento para arremeter, o Airbus lotado saltou uma avenida e explodiu dentro de um prédio da própria TAM.

Nublado com chuva Máxima 18º C. Mínima 12º C. Parcialmente nublado Máxima 17º C. Mínima 10º C.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Divulgação

Artesãs de Pernambuco confeccionam bonequinhas de pano para O Boticário

A franquia da solidariedade Uma entidade formada por 60 empresas foi criada com um único objetivo: incentivar a responsabilidade social entre as redes de franquia espalhadas pelo País. Divulgação

Paula Cunha

I

ncentivar e divulgar práticas de responsabilidade social entre as redes de franquias em todo o País. É o objetivo da Associação Franquia Solidária (Afras), formada por 60 empresas reunidas pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). As "bonequinhas solidárias" que ilustram esta página é parte da iniciativa: os broches são feitos por um grupo de 380 artesãs de Pernambuco por encomenda de O Boticário e vendidos nas lojas da rede em São Paulo e no Rio de Janeiro por R$ 2,50. Na primeira fase do projeto, foram feitas 25 mil bonecas. Mais que ajudar o grupo de artesãs, o objetivo da rede é estimular esse tipo de prática entre as demais franquias. Esta é uma das iniciativas de O Boticário. Há outras ações incentivadas pela rede, como se verá abaixo. Além da iniciativa da Afras, há o caso de um projeto social criado na Iochpe-Maxion, grupo de autopeças e de equipamento ferroviário, que se tornou referência e acabou se espalhando para outras empresas: o Formare, que estimula as empresas a adotar projetos sociais para jovens de baixa renda de 15 a 17 anos (veja abaixo). Distinção – "A Afras surgiu para dar visibilidade aos projetos sociais das franquias", explica Claudio Tieghi, presidente da entidade. "O objetivo era dar ao setor a possibilidade

Bonequinhas de pano feitas por artesãs de Pernambuco e vendidas nas lojas franqueadas de O Boticário: solidariedade.

de articular ações sociais." Ao constatar que cada franquia possuía características distintas umas das outras que se refletiam em suas ações sociais, a Afras entendeu que apenas divulgar iniciativas não seria suficiente para atrair

novos associados e fazê-los evoluir neste campo. Por isso, ao mesmo tempo em que incentivava doações, passou a estimular a integração de aprendizes. Entre as ações pontuais estão a parceria com a ONG Re-

Integração social Divu

M

ais do que estimular ações de responsabilidade social, a rede de franquias da marca O Boticário decidiu integrar seus franqueados criando cláusulas sociais e ambientais para coordernar estas iniciativas. A gerente de responsabilidade social da rede, Márcia Vaz, explica que foi elaborado um capítulo especial em seu manual de operações que estimula os franqueados a entrarem em contato com a comunidade do entorno e apoiar programas sociais. "Criamos um CD-ROM com informações, filmes e jogos interativos para que o franqueado incorpore ações sociais ao seu dia-a-dia", diz. Além disso, há um questionário que o franqueado responde sobre o ambiente de trabalho, a comunidade em que está, as práticas de preservação do meio ambiente e valorização da diversidade na contratação de funcionários. Segundo Márcia, os melhores resultados podem ser repassados para outras unidades da rede e o autor da inicia-

Um o t e j o pr ser a par ado i cop

O

Projeto Formare surgiu na Fundação Iochpe-Maxion em 1989 para o treinamento de jovens entre 15 e 17 anos nas unidades da empresa. Tinha como diferencial o fato de que os próprios funcionários orientavam a garotada. "A necessidade de atuar em rede fez com que o projeto se transformasse", conta a coor-

tiva é premiado. "Um exemplo é uma loja que estimula os consumidores a devolver as embalagens vazias para que sejam encaminhadas para ONGs de catadores de lixo", conta. A rede conta, atualmente, com 2,4 mil lojas e pretende continuar estimulando ações que podem se multiplicar em todo o país. Como ainda há muitos varejistas que têm dificuldades em desenvolver ações sociais de longo prazo, a rede está divulgando práticas do programa "Comércio Justo e Solidário." A oferta das bonequinhas de Pernambuco é resultado deste programa. Além disso, todos os fran-

denadora geral, Beth Callia. "Formamos jovens no ambiente de trabalho com programas específicos para cada empresa", explica. O modelo serve para qualquer interessado. Em cada corporação parceira há de 40 a 50 voluntários que se dedicam a ensinar e orientar em média 20 adolescentes por ano. Com duração mínima de um ano (800 horas/aula), o programa estimula o trabalho em equipe, entre outras metas. Desde o início, o Formare passou de cinco para 67 operações em todo o país e está sendo adotado por indústrias. Até o momento, 80% dos cinco mil jovens foram contratados. A Plascar, fabricante de peças de acabamento interno de veículos, implantou o projeto

lgaç

ão

Cláudio Thiegi, da Afras.

queados estão sendo treinados para, além destas práticas de responsabilidade social, treinar os funcionários para divulgar estas ações. Todos os consultores em São Paulo e no Rio de Janeiro estão sendo orientados para entender o que é comércio solidário. "Estamos elaborando uma pesquisa para avaliar os resultados deste projeto-piloto das bonequinhas e implantar futuramente outros planos semelhantes", explica Márcia. em suas três unidades. Com a ajuda da Formare, criou um programa para adolescentes e, desde o seu início, já contrataram 95% dos participantes. "Fizemos também um intercâmbio com os orientadores da Nívea e ele foi importante para superar dificuldades. Pretendemos continuar o projeto em nossas três fábricas e levá-lo para a unidade da Argentina", conta Ângela Bulotas, diretora de recursos humanos. Os jovens interessados em participar passam por um teste que envolve questões de português, matemática e conhecimentos gerais. Além disso, são entrevistados, passam por dinâmicas e são visitados em suas casas por coord e n a d o re s d o p ro g r a m a . Mais informações podem ser obtidas no site www.formare.org.br.

cicla Morumbi para estimular o cumprimento da lei de reciclagem do lixo em shopping centers. A entidade e a Afras estão incentivando a coleta seletiva tanto no Shopping Jardim Sul quanto nas cercanias do bairro.

O próximo passo será a instalação de uma usina de reciclagem no Morumbi para incluir os catadores de lixo no projeto. A idéia é, a longo prazo, reproduzir a experiência em outros bairros da cidade. Além disso, Tieghi cita a

China in Box, que montou no ano passado um restaurante na Assembléia Legislativa de São Paulo com jovens aprendizes. A iniciativa teve tanto sucesso que levou a Afras a assinou um protocolo de intenções com os franqueadores do setor de alimentação para aproveitar a mão-de-obra adolescente. Os jovens recebem treinamento e instrução. Conscientização – A Afras realiza mensalmente o Café Social para que os associados divulguem suas ações sociais. "Há 11 mil associados na ABF e queremos conscientizar todas as franquias que atuam em bairros mais favorecidos de que podem ajudar a comunidade do seu entorno", diz Tieghi. Além das ações sociais, a Afras também está auxiliando as franquias para implantar a responsabilidade social no gerenciamento de seus negócios. "O objetivo é internalizar estas ações para que seus empreendimentos sejam sustentáveis. Estamos sensibilizando as franquias a avaliar o relacionamento com funcionários, parceiros, fornecedores e entorno", explica. Para isso, a Afras firmou parcerias com entidades como a Fundação Abrinq, Instituto Ethos, Sebrae e Gife. Elas oferecem orientação e suporte para criar projetos de responsabilidade social. "O mercado está vendo que a responsabilidade social é uma questão estratégica para todos os negócios", afirma Tieghi.


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por cento dos planos de previdência privada foram feitos pelas mulheres nos cinco primeiros meses do ano

PREVIDÊNCIA

PRIVADA PLANOS JÁ CAPTARAM R$ 10,3 BI ENTRE JANEIRO E MAIO VGBL, programas corporativos e para menores são responsáveis por alta Divulgação/Fenaprevi

Sonaira San Pedro (*)

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O

setor de previdência privada captou R$ 2,2 bilhões em maio de 2007, o que representa alta de 30,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, que teve arrecadação de R$ 1,7 bilhão, de acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Entre janeiro e maio de 2007, foram captados R$ 10,3 bilhões, o que significou um aumento de 26% na comparação com o mesmo período de 2006, quando o mercado arrecadou R$ 8,1 bilhões. De acordo com o vicepresidente da Fenaprevi, Marco Antonio Rossi, a expectativa é de manutenção do crescimento das reservas, que vem aumentando, em média, 4% ao ano desde 1994. Segundo a entidade, essa expansão foi impulsionada pela adesão aos planos VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), que cresceram 36,9% nos primeiros cinco meses de 2007 em relação a igual período do ano passado, subindo de R$ 5,1 bilhões para R$ 7 bilhões. O VGBL é o produto indicado para o investidor que declara imposto de renda no modelo simplificado. Ele compõe 44,8% do total de recursos de previdência complementar aberta no País. Os planos para menores de idade cresceram 92,58% no último mês de maio em comparação com o mesmo período de 2006, com captação de R$ 137,6 milhões. "Tamanho crescimento mostra a preocupação dos pais com a educação dos filhos e a estratégia das companhias em fidelizar desde cedo os clientes ", disse Rossi.

Mulher é o novo alvo do setor

Marco Antonio Rossi: investimento das empresas nos funcionários

Mas são os planos individuais que detêm a maior fatia dos recursos de previdência, com 80,4% do total, ou R$ 1,81 bilhão de captação em maio passado. Os planos corporativos tiveram alta de 19,4% no período. Em maio de 2007, o volume de novos depósitos nessa categoria somou R$ 302 milhões, ante R$ 253 milhões registrados no mesmo mês de 2006. "O ótimo momento econômico incenti-

va as empresas a investir nos profissionais", afirmou o vicepresidente da Fenaprevi. A Bradesco Vida e Previdência mais uma vez aparece no topo do ranking em maio, com 36,71% do total, seguida por Itaú (21%), Brasilprev (11,57%), Caixa Vida e Previdência (6,88%), Unibanco (4,93%), HSBC (4,42%) Santander (4,05%), Real Tokio Marine (2,63%), Safra Seguros (2,58%) e Capemi (0,86%). (* Com AE)

epois de dominar o mercado de cartões de crédito – 50,2% dos plásticos estão em mãos femininas, segundo a Itaucard –, as mulheres caminham para ser maioria também nos planos de previdência privada e de seguros de vida. No primeiros cinco meses deste ano, 46% dos planos já foram adquiridos por elas, de acordo com a Brasilprev. Em meados dos anos 1990, quando do desenvolvimento da aposentadoria privada no Brasil, apenas 29% dos planos de previdência eram comprados por mulheres. A expectativa do mercado é de que, até 2015, mais da metade das contas de previdência privada seja comprada pelo público feminino. Além do rápido crescimento da participação das mulheres nesses planos privados, há uma grande diferença de perfil entre elas e os homens quando ambos fazem a adesão. A começar pela média de idade: elas ingressam aos 30 anos, enquanto os homens começam a pagar a aposentadoria com cerca de 34 anos de idade. Em caso de morte antes do recebimento, os filhos são os beneficiários em 30% dos planos do público feminino. Essa taxa cai para 15% no caso dos homens. Já as contribuições femininas giram em torno de R$ 210, cerca de 30% mais baixas que as dos homens, que pagam em média R$ 290. "Isso se explica pela diferença de salários entre os sexos, que ainda é muito grande", diz o diretor de marketing e produtos da Brasilprev, José Eduardo Vaz Guimarães. Segundo ele, menos da metade (42%) das mulheres que contribuem com a previdência priva-

da trabalham. E dos clientes da Brasilprev que ganham mais de 20 salários mínimos, o equivalente a R$ 7,6 mil mensais, apenas 19% são mulheres. "Tamanho crescimento da participação feminina nos planos de previdência mostra que elas são mais conscientes que eles, e a imagem de que a mulher é emocional e gasta demais com supérfluos está mudando", diz Guimarães. "Além disso, como esposas de chefes de família, elas acabam influenciando as aquisições dos maridos, além do poder de compras que as mulheres já conquistaram no mercado." A ala feminina se programa para receber sua aposentadoria em prazos 20% mais longos que os homens. E elas já não esperam o casamento para começar a pensar na previdência. Segundo dados da Brasilprev, 49% das mulheres que aderem ao plano são solteiras, ante 42% dos homens no mesmo estado civil. Seguros de vida – E não é só na previdência que elas au-

mentam sua participação. De acordo com dados da Real Tokio Marine Vida e Previdência, o público feminino começa a liderar a contratação de seguros de vida. Entre 2005 e 2007, enquanto a carteira de clientes de seguros de vida da instituição cresceu 52%, o portfólio de freguesas aumentou 73%. Há dois anos, as mulheres representavam 30% dos clientes de seguros de vida oferecidos pelo banco. Hoje, elas já são 35%. "Elas têm um perfil mais conservador e se preocupam com aspectos de longo prazo", diz o presidente da Real Tokio Marine Vida e Previdência e diretor da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Edson Franco. Por conta dessa tendência, a empresa mudou o conceito de comunicação com os clientes. "Antes, as campanhas de marketing eram dirigidas para que as esposas incentivassem os maridos a poupar. Hoje, elas adquirem os planos e motivam os maridos a comprar também", afirma Franco. (SSP)


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OPINIÃO

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LENTE DE

AUMENTO QUEDA DE 50 PONTOS AGORA. E DEPOIS?

A

G O corte

do juro em setembro dependerá de novas informações sobre a inflação

saldo comercial ligeiramente superior a US$ 43 bilhões, o superávit em conta corrente provavelmente irá se situar entre US$ 10 bilhões e US$ 11 bilhões e os investimentos diretos estrangeiros atingirão a cifra de US$ 25 bilhões, crescendo substancialmente em relação ao ano anterior (US$ 18,8 bilhões). As compras do BC no mercado se mantêm (embora consigam apenas suavizar a tendência de queda do dólar) e as reservas internacionais já beiram US$ 150 bilhões, o que concorre para fortalecer a confiança e aumentar a atratividade dos ativos brasileiros denominados em reais aos olhos dos investidores. Neste ambiente, o comportamento mais provável da moeda brasileira é continuar se fortalecendo, mesmo que com intensidade moderada, o que colabora, constantes as demais condições, para segurar o ritmo de aumento de preços dos bens tradeables.

O ritmo de crescimento da produção industrial referente a maio surpreendeu o mercado. Enquanto a mediana para expansão deste indicador era de 0,3% frente a abril, na série com ajuste sazonal, o resultado apurado foi de +1,3%. A expansão da atividade fabril, além de mais intensa, esta mais disseminada. Nosso índice de difusão do crescimento industrial indicou que 69,7% dos subsetores computados pelo IBGE apresentaram tendência de aumento da produção. A última vez que este indicador atingiu esse patamar foi em julho/2004. Para junho, nossas estimativas preliminares sugerem nova expansão da produção na série dessazonalizada em torno de 1,0%. Nesse ritmo, a indústria tende a encerrar o ano com crescimento ao redor de 5,0%. Ao que tudo indica, os estímulos à demanda interna vieram do afrouxamento da política monetária e atingiram a produção doméstica de bens, que parece ter adquirido mo mentum entre maio e junho. O nível de utilização da capacidade instalada tem batido seguidos recordes. Paralelamente ao acúmulo de indicadores de atividade econômica vigorosa, aumentou, mesmo que ligeiramente, o desconforto com a inflação. O corte do juro em setembro dependerá crucialmente de informações mais novas sobre o comportamento dos núcleos inflacionários. Por último, não se pode menosprezar o efeito da confusão em torno de fixação da meta de inflação de 2009, na condução da política monetária corrente. Não seria surpreendente se a autoridade monetária marcasse uma posição mais d ur a, de modo a mostrar aos agentes que perseguirá inflação de 4,0%, e não de 4,5%. Como já foi dito acima, esta “resposta” não viria na reunião de julho. Mas é um fator adicional de cautela para os próximos encontros do Copom. TRECHOS DO COMENTÁRIO ECONÔMICO DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

JOÃO DE SCANTIMBURGO

AS VAIAS Céllus

conjuntura econômica tem sido marcada por aprofundamento das tensões pró e contra a manutenção do atual ritmo de redução da Selic. Acreditamos que o Copom manterá o ritmo de corte de cinqüenta pontos na Selic. Para setembro, entretanto, nossa aposta em nova queda de 50 pontos ficou enfraquecida, devido basicamente ao risco crescente para a inflação, proveniente da robustez da atividade econômica, do comportamento menos benigno dos núcleos inflacionários e das trapalhadas na fixação da meta de inflação de 2009. Dados mais recentes mostraram que a saúde do setor externo mantém-se forte: em 2007, caminhamos para um

Inflação, expectativas e nova jabuticaba ROBERTO FENDT

O

boato que correu no mercado de que o governo pretenderia eliminar a média da meta de inflação – ficando somente com a faixa entre o valor mínimo e o valor máximo admitidos pelo governo – não pegou bem. Primeiro porque qualquer coisa que só exista no Brasil, boa coisa não é com exceção da jabuticaba. Em todos os países em que se adota uma meta de inflação, o banco central persegue uma determinada meta, um determinado valor. O intervalo ao redor da média corresponde a uma margem de erro. Essa margem de erro é usada porque, obviamente, só por acidente o uso dos instrumentos de política monetária acabará por produzir, dois ou três anos adiante, um valor numérico exato para a inflação. Um número crescente de países se vale de metas de inflação como regime de política monetária. Isso passou a ocorrer a partir do desaparecimento do sistema de taxas de câmbio fixas entre os principais países em 1971, quando os Estados Unidos desvincularam o valor do dólar do ouro. A partir de então, alguns bancos centrais – como o Bundesbank da Alemanha e o Banco Nacional da Suíça – passaram a controlar a inflação levando em conta taxas aceitáveis de aumentos nos preços. O mecanismo era inicialmente informal e indireto, já que consistia em estabelecer uma taxa de crescimento para a oferta de moeda consistente com a taxa de inflação aceitável para o período seguinte. O regime de metas de inflação tornou-se explícito na década de noventa a partir de experimentos pioneiros dos bancos centrais da Nova Zelândia, Canadá, Inglaterra, Suécia e Austrália. A partir da década passada, a esses países se juntaram, além de nós e dentre outros, o Chile, Israel, Coréia do Sul, México, África do Sul, Filipinas, República Checa, Hungria e Polônia. O sucesso do novo regime pode ser atestado de forma simples observando-se que, dentre as dezenas que países que hoje adotam o regime, nenhum deles o abandonou desde que o regime foi explicitamente introduzido. E, como se observou anteriormente, em ne-

nhum deles o alvo é a faixa de variação. Segundo, ao escolher perseguir uma faixa e não um valor para a inflação, o banco central poderá sinalizar erradamente ao mercado. Isso se dará pela indução aos agentes econômicos de que não só o BC está disposto a aceitar qualquer valor dentro da faixa, mas que poderá optar pelo valor no limite superior da faixa. Se assim acreditarem os agentes econômicos, estaremos no pior dos mundos possíveis. Com a inflação abaixo da meta neste ano, as autoridades já teriam motivos suficientes para fixar a meta em 4%, em lugar dos 4,5% que acabou prevalecendo. Se agora, além de ter fixado a meta acima da inflação corrente, o governo decidir ignorar os 4,5% e se fixar na faixa de variação, poderemos estar correndo o risco de termos uma inflação mais alta ainda. Como a faixa de variação aceita é de dois pontos percentuais em torno da meta, isso implica em aceitar como satisfatória qualquer taxa entre 2,5% e 6,5%.

A

simples suposição de que o BC estará disposto a aceitar uma inflação maior em 2009 já se refletiu em dois indicadores importantes. O primeiro é a expectativa de inflação medida pelo IPCA, o índice utilizado para a meta de inflação. A expectativa é de alta do índice, depois de repetidas quedas nessas expectativas. O segundo indicador importante são as taxas de juros futuras. Se o governo estiver disposto a aceitar uma inflação maior, então é razoável supor que também estará disposto a pagar uma taxa de juros maior na rolagem da sua dívida. Em decorrência desse raciocínio dos agentes econômicos, subiram também as taxas de juros futuras. A moral da história é simples: o regime de metas de inflação vive da credibilidade. Não é possível permitir que prosperem boatos sobre o regime, a menos que se esteja disposto a pagar o preço. Que, no caso em questão, é o aumento do custo da rolagem da dívida pública, sem que esse aumento traga qualquer benefício para o País e o próprio governo.

F ora da meta corremos o risco de ter uma inflação mais alta ainda

Cidade Limpa: direito à indenização

O BC só dirá em agosto se a meta é 4% ou 4,5%.

PLÍNIO PRADO GARCIA

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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A

rigor, ninguém pode discordar do direito de cada município disciplinar a publicidade externa nas ruas e imóveis das cidades. Aprovadas as leis que disciplinam essa publicidade, passa o município a ter o poder de exigir seu cumprimento. Assim, a publicidade externa em desacordo com a lei passa a sofrer os seus rigores. Suponhamos, porém, que os interessados nessa publicidade externa assumam obrigações entre si, e uns com os outros, para promover seus negócios por meio da divulgação de suas atividades ou produtos através de painéis, cartazes e outdoors instalados junto às vias públicas, em terrenos ou outros imóveis particulares. Suponhamos, também, que essa publicidade externa seja estabelecida por meio de contratos de longo prazo, a exigirem relevantes desembolsos e obrigações tanto de quem promove a publicidade como de quem promove os produtos e serviços objeto dessa divulgação publicitária. Muda-se, de repente, a legislação municipal, e o que se tinha por legal, justo e contratado, passa a ser atropelado pela nova lei. Que conseqüências podem advir daí, além da conseqüência de cada um se ajustar à nova lei?

A

conseqüência para as empresas de publicidade, e também para os locadores de espaço onde essa publicidade externa seja feita, haverá de ser o reconhecimento de seu direito de receber indenização da municipalidade. Essa indenização abrange o valor atualizado dos danos emergentes, isto é, as perdas financeiras representadas por todos os gastos relacionados com a implantação e manutenção desses meios de publicidade, etc., como os lucros cessantes gerados pela mudança das regras legais. Abrange, também, em relação às agências de publicidade, o que elas deixam de receber por essa publicidade e que deveria ser recebido nos termos de cada contrato. E, em relação aos proprietários dos imóveis onde a publicidade seja instalada, o valor da locação de espaço publicitário que, se não fosse pela nova lei, estariam a receber até o fim do prazo contratualmente previsto. Essa indenização, porém, só poderá ser alcançada por quem vier a buscar seus direitos por meio de ação judicial. PLÍNIO PRADO GARCIA É ADVOGADO

A legislação muda de repente e atropela o que era legal, justo e contratado

m 1930, no mês de outubro, Getúlio Vargas foi proclamado chefe do movimento revolucionário iniciado pelos gaúchos. Getúlio Vargas ficou com o poder absoluto durante quinze anos. Ao vencer a Revolução de 1930 impôs duras penas contra os inimigos de véspera, um deles Washington Luís, o presidente da República decaído (juntamente com o seu partido, o velho PRP), fulminado com a pena de exílio, por ele cumprida durante quinze anos, só voltando ao Brasil quando Vargas caiu. No dia em que Washington Luís embarcou para o exterior a impressa lá estava, e ao perguntarem ao presidente o que ele tinha a dizer das vaias contra ele, respondeu: As vaias são uma adesão contra o altaneiro! E dirigiu-se para os seus aposentos no Forte de Guanabara. Em outra época, ouvi o governador Benedito Valadares receber uma estrondosa vaia que ele, mineiramente, engoliu como se não se fosse com ele.

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aias sempre existiram, contra e a favor de governantes. É estranho que o presidente Lula esteja surpreso com as vaias que recebeu no Pan. Elas podem ser interpretadas como adesão e como repulsa - não tomo partido. No imenso eleitorado brasileiro há os que são a favor e os que são contra as manifestações . Há vaias que são aprovação dos contrários e vaias que são desaprovação dos aliados. Os políticos devem compreender a situação e se forem bem amineirados não darão importância ou darão importância relativa e responderão como puderem. Pelo que se vê, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se adaptou às vaias e se diz triste. Maneiras de ver podem ser favoráveis ou desfavoráveis à sua gestão presidencial, nesta época de escândalos, de roubalheiras e de outras ações informais nas verbas do oficialismo. É o que tenho a dizer sobre as vaias que o presidente recebeu na abertura do Pan. Há várias interpretações para essa manifestação popular - cada um que encontre a que for de sua conveniência ou mesmo de sua paixão política. No fim, não dará em nada.

V

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Há várias

interpretações para as vaias. Que cada um encontre a de sua conveniência. No fim, não dará em nada.


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Nacional Empresas Comércio Exterior Tr i b u t o s

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EUA QUEREM TETO DE SUBSÍDIO DE US$ 16,4 BILHÕES

15

bilhões de dólares deverá ser a balança comercial entre Brasil, Índia e África do Sul até 2010.

MEDIADORES QUE TENTAM SALVAR A RODADA DA OMC PROPÕEM CORTE DE 60% NAS ALÍQUOTAS DA INDÚSTRIA

DOHA: BRASIL DEVE CORTAR TARIFAS Prakash Singh/AFP Photo

O

Brasil terá de ceder em sua posição no setor industrial e aceitar cortes de mais de 60% em suas tarifas de importação. É o que sugerem os mediadores da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ontem apresentaram suas propostas para tentar salvar a Rodada Doha. Em troca, os europeus incrementariam a abertura do mercado agrícola e os americanos aceitariam um teto de no máximo US$ 16,4 bilhões nos subsídios distribuídos anualmente. A decisão, agora, é política. Para diplomatas, o Brasil e os países emergentes terão de avaliar se estão dispostos a pagar esse preço pelo que foi oferecido no setor agrícola. Sem um acordo entre os principais atores do processo e do fracasso da reunião de Potsdam, em junho, os mediadores da OMC foram convocados para apresentar suas propostas. A nova sugestão exige um pouco de todos. Mas críticos e diplomatas dos países emergentes dizem que o que está sendo pedido em termos industriais vai além do que estava sendo proposto.

Inicialmente, o Brasil não esconde que ficou "moderadamente satisfeito" com a proposta do teto dos subsídios nos Estados Unidos, entre US$ 13 bilhões e US$ 16,4 bilhões. Os americanos queriam US$ 22,5 bilhões inicialmente, enquanto o Itamaraty pedia US$ 12,5 bilhões. Outra dúvida que fica é quanto ao acesso ao mercado europeu — eles teriam de cortar de 66% a 73% de suas tarifas, mas poderiam manter produtos sensíveis. Empecilho — O obstáculo será aceitar os cortes considerados profundos no setor industrial, o que nem argentinos nem venezuelanos, entre outros países, parecem querer. Um negociador sul-africano considerou a proposta "inaceitável", sem esconder irritação. O grupo composto por Brasil, Argentina, Venezuela, África do Sul e outros sete países emergentes defende que o corte máximo nas tarifas industriais seja de 50%. Uma sugestão de elevar essa taxa é o que teria levado ao fracasso de Potsdam. Pela nova proposta, o corte seria de quase 65%. Na prática, o Brasil reduziria suas tarifas de 29% para 13%.

A Argentina, em plena adoção de políticas de industrialização, não poupou críticas ao documento, considerado proposta que vai além da capacidade do país de abrir seu mercado. Outra crítica se refere ao fato de que haveria uma tentativa de dividir o grupo de países emergentes ao sugerir alguns benefícios aos sul-africanos, um dos líderes do bloco. A proposta da OMC, porém, bate exatamente com a idéia apresentada há um mês pelo Chile e outros sete países emergentes, que deixou o Itamaraty irritado. Bastante cautelosos, nem europeus nem americanos querem "matar" os textos, já que isso representaria o último prego no caixão da Rodada de Doha da OMC. De acordo com alguns diplomatas, os europeus seriam os maiores beneficiados pelo atual texto, já que não exigiria muito além do que propuseram anteriormente. Nesta quarta-feira, o chanceler Celso Amorim deverá debater o texto com o comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, em Bruxelas. O objetivo será definir como seguir com o processo. (AE)

Amorim: novos rumos na OMC

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Brasil fará concessões se americanos e europeus também flexibilizarem suas posições. Foi o que afirmou o chanceler Celso Amorim, em entrevista publicada ontem pelo indiano The Hindu. Para ele, os países ricos subestimam a dignidade dos países em desenvolvimento nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Essas nações precisam aprender que não podem apenas colocar pressão e achar que terão o resultado que quiserem", disse. "Em Potsdam, eles subestimaram nosso sentido de equilíbrio e dignidade. Não acho que fizeram de máfé. É apenas um velho hábito." Na avaliação do chanceler, os países ricos não podem ten-

tar inverter a ordem da negociação, exigindo que as economias emergentes abram seus mercados para produtos industriais antes de saberem o que ganharão no setor agrícola. "O que não se pode é colocar uma faca no peito e dizer que se não houver movimento em produtos industrializados não haverá rodada", afirmou. "Se os americanos reduzirem seus subsídios ao que deveriam, então certamente nós também poderemos fazer concessões". Ele admitiu que a situação hoje está difícil para a Rodada, mas ainda acha que não é impossível a conclusão antes do fim do ano. Para Amorim, Doha seria a melhor forma de "combater a pobreza, o crime e até o terrorismo".

Para Amorim, o fracasso de Potsdam ainda pode ser um "bênção disfarçada", já que poderia abrir novos caminhos para outros acordos entre os países emergentes. "Devemos explorar novas opções. Seria muito importante ter um amplo espaço econômico envolvendo Brasil, Mercosul, Sacu (grupo de países da África) e Índia." Mas Amorim deixou claro que a Organização Mundial do Comércio continua sendo importante. "Nossas relações com o mundo rico não são menores. Precisamos de um sistema e de regras estáveis que nos permitam abrir disputas, como no caso do algodão e açúcar. Esse sistema é necessário e não podemos abandoná-lo", disse.

Os chanceleres do Brasil, Celso Amorim, e da África do Sul, Nkosazana Dlamini-Zuma, em Nova Délhi

País costura acordo trilateral

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comércio entre Brasil, Índia e África do Sul pode chegar a US$ 15 bilhões em 2010. A meta foi proposta pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante a quarta reunião da Comissão Mista Trilateral, realizada em Nova Delhi (Índia). Os três países já têm o objetivo de alcançar um comércio total de US$ 10 bilhões neste ano. Acredito que podemos ir além, discursou na abertura do encontro, do qual participaram os chanceleres da Índia, Pranab Mukherjee, e da África do Sul, Nkosazana Dlamini-Zuma. Para incrementar as trocas comerciais, Amorim sugeriu maior aproximação entre as comunidades empresariais, a exemplo do que ocorre entre Brasil e Índia no âmbito do Fórum de CEOs (altos executivos) lançado durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Índia, no começo de junho. "Enquanto nos esforçamos para fortalecer o Conselho Empresarial do Ibas (gru-

Geodex Communications S.A. CNPJ/MF nº 02.808.710/0001-78 - NIRE nº 35.300.157.788 - Cia Aberta de Capital Autorizado Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os acionistas da Geodex Communications S.A. (“Cia”) a reunirem-se em AGE a ser realizada em 30.7.2007, às 17hs, na sede da Cia (Av. Dr. Cardoso de Mello, 1.450, 5° andar, SP/SP), a fim de deliberarem acerca das seguintes matérias constantes da Ordem do Dia: (i) ratificar as assinaturas do Master Agreement celebrado em 12.7.07 e do Contrato de Compra e Venda das Ações de emissão da Gavle Holdings S.A, ambos firmados pela administração e arquivados na sede da Companhia; (ii) aprovar a assinatura do Contrato de Compra e Venda de Ações da Geodex Communications do Brasil S.A. a ser celebrado entre a Cia e a Meridiana Empreendimentos e Participações S.A.; e (iii) aprovar a proposta de redução do capital social da Companhia, nos termos do artigo 174 da Lei nº 6404/76, tendo em vista de o mesmo ter sido considerado excessivo pela administração. O acionista que desejar ser representado por procurador deverá depositar o respectivo mandato com poderes especiais na sede da Cia em até 48 hs antes da data de realização das Assembléias. São Paulo, 13 de julho de 2007. Conselho de Administração. (16, 17 e 18/07/2007)

po formado por Brasil, Índia e África do Sul), devemos estar conscientes de que a criação de um forte apoio empresarial para o grupo é um desafio de longo prazo. Isso requer trabalho intenso dos setores privados, algumas vezes mudando a cultura de negócios que distancia uns dos outros", alertou. O ministro brasileiro também defendeu a intensificação dos trabalhos para a criação de uma área de livre comércio entre Mercosul, Índia e União Aduaneira da África Austral (Sacu), o grupo que reúne África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia. Em comunicado conjunto, Brasil, Índia e África do Sul declararam apoio à criação, até setembro, de um grupo de trabalho para tratar do tema. O Brasil se propôs trabalhar com a presidência pro tempore do Mercosul, o Paraguai, para a definição de data e local da primeira reunião do grupo de trabalho. A África do Sul tratará do tema com seus parceiros do Sacu. "Quando pronto, esse acor-

do trilateral criará a maior área econômica unificada entre os países em desenvolvimento, com 1,5 bilhão de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2 trilhões", disse Amorim na abertura da reunião. "Estamos conscientes de que devemos ser ambiciosos em termos de comércio mas, ao mesmo tempo, flexíveis em relação às sensibilidades envolvidas, especialmente aquelas das pequenas economias", destacou. A atual rodada de negociações na Organização Mundial do Comércio também é prioritária para Brasil, Índia e África do Sul. Os três países integram o G-20 e, juntos, lutam pela abertura do mercado agrícola dos países desenvolvidos para a produção das nações em desenvolvimento. No comunicado conjunto, reafirmaram que o motor da rodada é a agricultura, fundamental para o bemestar das populações mais vulneráveis. O documento diz ainda que deve ser alcançado um acordo que elimine as distorções no comércio. (AE)

São Bernardo do Campo, 28 de maio de 2007. À Ford Motor Company Brasil Ltda. Av. do Taboão, 899 - Rudge Ramos São Bernardo do Campo, SP Prezados Senhores, Sirvo-me da presente para manifestar minha renúncia, a partir desta data, ao cargo de Diretor de Operações de Caminhões, para o qual fui eleito por meio do Instrumento Particular de 38ª Alteração do Contrato Social da Ford Motor Company Brasil Ltda., datado de 27 de maio de 2003, devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob nº 137.255/03-2, em sessão de 11 de julho de 2003. Atenciosamente, FLAVIO ANTONIO PADOVAN FILHO. Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 225.602/07-6 em 27/06/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

Interchange Serviços S.A. CNPJ 66.649.955/0001-82 - NIRE 35.300.135.709 Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 16 de Maio de 2007 Data, Horário e Local: Aos 16 dias do mês de maio de 2007, às 15:00 horas, na sede da sociedade localizada na Rua Bela Cintra, 1149, 3º andar, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Presença: Presentes o Sr. Marcos Matioli de Souza Vieira, Sr. Helcio Souza Beninatto, Sr. Julio Almeida Gomes, Sr. Leonardo Passos Lima, representando a totalidade dos membros do Conselho de Administração da Companhia, bem como o Diretor Presidente, Sr. Roberto Moron Martins Júnior. Mesa: Assumiu a presidência da mesa o Sr. Marcos Matioli de Souza Vieira, e secretariou os trabalhos o Sr. Roberto Moron Martins Junior. Ordem do Dia: Eleger o Presidente do Conselho de Administração pelo período de 02 (dois) anos. Deliberação Única: Os Conselheiros em exercício, de acordo com o disposto no art. 14 do estatuto social e na cláusula 3.2.1.1. do acordo de acionistas em vigor, elegem o Sr. Marcos Matioli de Souza Vieira, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da cédula de identidade RG nº 4.831.494-2 IFP-RJ e inscrito no CPF/MF sob o nº 735.597.687-72, domiciliado na Avenida Paulista, 1374, 3º andar, Cerqueira César, CEP 01310-916, para ocupar o cargo de Presidente do Conselho de Administração, pelo período de 02 (dois) anos, a se encerrar na Assembléia Geral que aprovar as contas referentes ao exercício social de 2008. Os Conselheiros deliberam ainda que, caso o Sr. Marcos Matioli de Souza Vieira não venha a ser reeleito como membro do Conselho de Administração na Assembléia Geral que aprovar as contas do exercício de 2007, ou por qualquer motivo o Presidente do Conselho de Administração indicado pelo acionista Banco ABN Amro Real S.A. seja destituído do cargo de conselheiro até a Assembléia Geral que aprovar as contas referentes ao exercício social de 2008, será eleito como Presidente do Conselho de Administração um novo Conselheiro indicado pelo acionista Banco ABN Amro Real S.A. para completar o período até a Assembléia Geral que aprovar as contas referentes ao exercício social de 2008. Encerramento: Findos os assuntos da Reunião de Conselho de Administração da sociedade Interchange Serviços S.A. e nada mais havendo a tratar, a reunião foi declarada encerrada, lavrando-se a presente ata em livro próprio, a qual foi lida e reflete fielmente as deliberações tomadas em reunião, sendo assinada pelos membros do Conselho de Administração. São Paulo, 16 de maio de 2007. Mesa: Marcos Matioli de Souza Vieira - Presidente. Roberto Moron Martins Junior - Secretário. Conselheiros Presentes: Marcos Matioli de Souza Vieira - Presidente do Conselho. Julio Almeida Gomes - Conselheiro. Leonardo Passos Lima Conselheiro. Helcio Souza Beninatto - Conselheiro. JUCESP nº 249.696/07-1 em 03/07/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

Itautec Produtos de Informática S.A. CNPJ 07.811.281/0001-01 NIRE 35300329660 EXTRATO DA ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 21.6.2007 Instalação: 21.6.2007, às 10:00 horas, na sede social e com presença total. Convocação: dispensada, nos termos do art.124, § 4º, da Lei 6.404/76. Composição da Mesa: Presidente: Dr. Paulo Setubal Neto; Secretário: Dr. Cláudio Vita Filho. Deliberações: 1. transferência da sede social, da Rua Santa Catarina nº 1, Prédio 10, 2º andar, São Paulo (SP), para a Rua Wilhelm Winter, 301 (parte) - Distrito Industrial Jundiaí (SP) - CEP 13213-907; 2. conseqüente alteração dos jornais utilizados para as publicações legais da sociedade, que passarão a ser feitas, além de no “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, no “Jornal da Cidade”, de Jundiaí (SP); 3. alteração do artigo 1º do estatuto social, em decorrência do item 1 precedente, passando a assim ser redigido: “Art. 1º - DENOMINAÇÃO, PRAZO E SEDE - A sociedade anônima regida por este estatuto, denominada ITAUTEC PRODUTOS DE INFORMÁTICA S.A., terá duração por prazo indeterminado, sede e foro na Cidade de Jundiaí, Estado de São Paulo, e poderá abrir dependências em qualquer ponto do território nacional ou do exterior, por deliberação da Diretoria.”. Quórum das Deliberações: unanimidade. Formalidades Legais: ata lavrada no livro próprio e arquivada conforme seguinte “CERTIDÃO - Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo: certifico o registro sob o nº 251.608/07-4, em 5.7.2007.(a) Cristiane da Silva F. Corrêa Secretária Geral.”

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FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 17 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Reqte: Cred Solution Fomento Mercantil Recuperação Judicial Ltda. - Reqdo: Stiloplast Indústria e Reqte: MLF Metais Ltda. EPP - Reqdo: MLF MeComércio de Plásticos Ltda. - Rua tais Ltda. EPP - Rua Nicolau Nasoni, 50 - 2ª Vara de Falências Antonio Gomes, 476 - 2ª Vara de Falências Reqte: Auto Center Gabriele Ltda. - Reqdo: Auto Reqte: Piubello Comércio de Cosméticos Ltda. Center Gabriele Ltda. - Av. Joaquina - Reqdo: Sat’s Natural Scents Ind. e Ramalho, 187 - 2ª Vara de Falências Reqte: Editora Três Ltda. - Reqdo: Editora Três Com. Ltda. Anantha - Rua Doutor Renato Paes de Barros, 717 - 2ª Vara de FaLtda. - Rua William Speers, 1.000 - 2ª Vara lências de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Política PF FARÁ PERÍCIA EM NOTAS DE RENAN Não gostaria de ser pré-julgado. No momento oportuno mostrarei minha defesa. Gim Argello

Celso Junior / AE

Mesa do Senado decidiu, por unanimidade, encaminhar pedido; defesa tenta levar o caso ao Supremo.

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senador Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL) sofreu mais uma derrota após a Mesa Diretora do Senado decidir, por unanimidade, encaminhar à Polícia Federal pedido do Conselho de Ética para uma p e r í c i a a p ro f u n d a d a n o s documentos apresentados pela defesa do senador. "A Mesa decidiu acolher a solicitação (do Conselho de Ética) e remeter ao senhor ministro de Estado da Justiça", disse o senador Tião Viana (PTAC), que presidiu a sessão. Ele informou que entregará o requerimento pessoalmente no início da tarde ao ministro da Justiça, Tarso Genro. "Cabe a ele passar o processo à Polícia Federal", acrescentou. São 30 questões formuladas pelo Conselho de Ética. Renan Calheiros, presidente natural da Mesa, decidiu não participar da sessão, declarando-se impedido de fazê-lo, já que é o objeto da investigação. Além dos integrantes da Mesa, a reunião teve a presença da presidente do PSol, exsenadora Heloísa Helena (veja matéria ao lado), e do advogado de Renan, Eduardo Ferrão. A representação que levou ao processo de investigação de Renan Calheiros é de autoria do PSol. "O PSol deixou claro que a Mesa não teria o direito de impedir qualquer diligência solicitada no Conselho de Ética", disse Heloísa Helena. Ferrão disse na reunião que

a decisão da Mesa extrapolaria a competência do órgão, já que somente uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou o Supremo Tribunal Federal teriam poder para empreender uma investigação dessa natureza. Por ser senador, Renan tem foro privilegiado. A declaração deixa a porta aberta para que a defesa recorra ao STF e questione a validade da decisão. A PF deu um prazo de 20 dias para concluir a análise dos documentos, o que deve coincidir com o fim do recesso parlamentar, que tem início hoje e vai até 31 de julho. O caso se arrasta desde 25 de maio, quando veio à tona o escândalo, segundo o qual o senador alagoano teria suas despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Os papéis entregues por Renan tentam c o m p ro v a r g a n h o s c o m a venda de gado, operação que garantiria recursos ao senador para arcar com suas despesas. O pedido PF inclui uma relação de documentos das secretarias de Agricultura e da Fazenda de Alagoas. O objetivo é saber se realmente ocorreram as vendas de gado. Ao presidente do Senado, foram solicitados o livro-caixa por cada propriedade rural, talonários de origem das notas fiscais e ficha cadastral do rebanho entre 2003 e 2006, por propriedade rural. (Reuters e ABr)

Reunião da Mesa contou com a presença do advogado de Renan, Eduardo Ferrão; PF deu prazo de 20 dias para concluir a perícia. Lula Marques / Folha Imagem

Pablo Valadares / AE

Heloísa Helena referiu-se a Gim Argello como "gentinha ordinária".

Para o presidente do Senado, o processo está "esquizofrênico".

Iano Andrade / AE

Para Tarso, pedido é legal; Senador se diz 'convicto' PSol pede nova representação de sua inocência

O Argello e o ex-senador Joaquim Roriz, que renunciou ao mandato.

Gim Argello assume cargo sob ameaça

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al assumiu a cadeira de senador ontem à tarde e Gim Argello (PTB-DF) já é alvo de pedido de abertura de processo que pode levar à cassação de seu mandato. Poucos minutos depois de tomar posse, diante de um plenário silencioso e claramente constrangido, o PSol apresentou representação contra o petebista sob alegação de que ele é acusado de envolvimento com o esquema de corrupção investigado pela Operação Aquarela, da Polícia Civil, que trata de desvio de recursos do Banco Regional de Brasília (BRB). "Infelizmente o Senado não pode impedir a posse dele", lamentou o primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), encarregado de dar posse ao novo senador. O petebista optou por assu-

mir o mandato no último dia de trabalho da Casa, antes do recesso parlamentar, que começa hoje. Com isso, espera ganhar os próximos 15 dias, época em que o Congresso não funcionará. Assim que tomou posse, Argello passou pela maior saia justa: o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), fez um resumo dos inquéritos aos quais ele responde na Justiça e pediu explicações. "Não devo nada. Não gostaria de ser préjulgado. No momento oportuno mostrarei minha defesa", afirmou Gim. Hoje o corregedor geral do Senado, Romeu Tuma (DEMSP), vai pedir ao juiz Roberval Belinati, da 1ª Vara Criminal de Brasília, documentação sobre a participação de Argello no esquema contra o Banco de Brasília. (AE)

Cafeteira volta ao plenário

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senador Epitácio Cafeteira (PMDB-MA) fez ontem o seu primeiro discurso em plenário após ter ficado internado por quase um mês e de ter passado por uma cirurgia na semana passada. Ele agradeceu o apoio dos senadores que o visitaram e que lhe telefonaram, afirmando que tal apoio o ajudou a continuar

vivendo. "Se Deus quiser, estarei aqui até 2015, dando a mão a cada um e dizendo 'vamos juntos, solidários; vamos ajudar o Brasil'" , afirmou. Cafeteira é exrelator do caso envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele pediu afastamento do cargo por motivos de saúde.

ministro da Justiça, Tarso Genro, vai encaminhar hoje à Polícia Federal a documentação que recebeu do primeiro vicepresidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), relativa defesa do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), perante o Conselho de Ética. Segundo o ministro, o trabalho da PF ficará restrito aos quesitos solicitados pelo Conselho e pela Mesa Diretora do Senado. "Uma investigação mais ampla do que os quesitos apresentados só poderia ser feita por determinação expressa do Supremo Tribunal Federal (STF)", explicou Tarso. Perguntado se a documentação encaminhada pelo órgão de Ética teria extrapolado o próprio pedido do senador Renan Calheiros, o ministro da Justiça não respondeu diretamente, afirmando que ainda não examinou "detalhadamente os quesitos apresentados". O advogado de Renan, Eduardo Ferrão, argumentou que o pedido do Conselho é inconstitucional. Tarso Genro, no entanto, discordou. "O pedido está dentro das normas legais. O que poderia ser inconstitucional seria uma investigação fora dos parâmetros solicitados pelo Conselho e do determinado pela Mesa do Senado. A lei é que vai delimitar esse parâmetro", afirmou o ministro da Justiça. Genro foi ao Palácio do Planalto logo após receber o pedido do Senado das mãos do primeiro vice-presidente, senador Tião Viana (PT-AC). Ele negou que tenha

conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto. Ele informou que tinha uma audiência com o chefe de gabinete do Lula, Gilberto Carvalho, para tratar de questões relacionadas ao Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). A presidente nacional do PSol, ex-senadora Heloísa Helena, afirmou ontem que a Mesa do Senado "não tem o direito" de impedir nenhuma investigação proposta pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Em referência a uma eventual tentativa de integrantes da Mesa de impedir o aprofundamento das investigações sobre o caso Renan Calheiros, Heloísa Helena declarou: "Se a Mesa obstruir estará rasgando a legislação e fazendo política de conluio para impedir o prosseguimento da apuração dos fatos apresentados." A ex-senadora falou sobre a posse do suplente do senador Joaquim Roriz (PTB-DF), Gim Argello, acusado de envolvimento em irregularidades. "Ô, gentinha ordinária! Não dá sossego à gente. Vamos entrar hoje (ontem) mesmo com a representação, se ele tomar mesmo posse ", declarou a política. "Infelizmente, temos tanta coisa para fazer – projetos na área de educação, saúde, as cláusulas sociais e ambientais. Mas temos que ficar monitorando senadores", acrescentou a líder do PSol. Argello tomou posse no lugar de Roriz, que renunciou ao mandato para escapar de investigações.(AE)

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presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem que vai colaborar para um "rápido esclarecimento" do processo a que responde no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar. "Quero, em um curto espaço de tempo, mostrar ao País que sou absolutamente inocente. Não há fato novo. Estou convicto de minha inocência", afirmou. Ele é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da construtora Mendes Jr, que tem contratos firmados com o governo federal. A resposta de Renan lembra as declarações do ex-ministro José Dirceu. Durante as investigações do escândalo do mensalão, do qual era acusado de ser o criador do esquema, Dirceu afirmou: "A cada dia estou mais convicto de minha inocência." De volta ao cargo de deputado federal, acabou sendo cassado. O mensalão, denunciado por Roberto Jefferson (PTBRJ), era um esquema de pagamento de propina a partidos aliados ao governo. Renan disse ainda que, quanto mais cedo acabar o processo contra ele, melhor será. "A esquizofrenia desse processo é a seguinte: se você quer agilizar, dizem que está querendo abafar; se você segue o processo, dizem que quer delongar", reclamou o senador. Ele disse que encontrou "um meio-termo" na carta que enviou na última segunda-feira ao Conselho de Ética, avisando que não tomará decisões relacionadas à administração de seu caso e que qualquer providência a respeito deve

ser tomada pelo primeiro vicepresidente do Senado, senador Tião Viana (PT-AC). Licença – Esgotados os artifícios para retardar as investigações sobre a origem do patrimônio, Renan voltou a afirmar ontemque não se licenciará do cargo durante as apurações do Conselho de Ética. Ao fazer um balanço dos trabalhos do Senado neste primeiro semestre, Renan lamentou-se, mais uma vez, e disse que está submetido a "verdadeiras acusações sem provas". Ele observou ainda que, se afastar do cargo "significaria compactuar com quem busca condenar sem provas". Mal deixou o plenário, o presidente do Congresso qualificou o processo contra ele de "surrealista". "É uma coisa que vai se arrastar por muito tempo." O presidente do Senado afirmou ainda que não perdeu o apoio dos senadores. Na campanha para ser absolvido das acusações pelos companheiros, Renan argumentou que não é arrogante nem presunçoso, além de lembrar que tem um "bom diálogo" com a oposição. "Tentaram, de todas as formas, jogar-me contra a oposição, que também me elegeu nesta Casa e que cumpre, democraticamente, um papel fundamental e indispensável na construção das leis e na fiscalização dos atos do governo", disse. "Não conseguiram. Em nenhum instante, na cadeira de presidente, deixei de prestigiar o PSDB e os democratas, tanto quanto os demais partidos. Não houve e não haverá qualquer discriminação partidária", completou. (AE)


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Empresas Estilo Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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IOF PARA ESTRANGEIROS VOLTA A SER DESCARTADO

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mil pessoas físicas e jurídicas aderiram à segunda fase do PPI da Prefeitura de São Paulo

PARA MINISTRO, GOVERNO FEDERAL FICARÁ SEM MARGEM DE MANOBRA SE TIVER DE DIVIDIR OS RECURSOS

MANTEGA: NADA DE PARTILHAR A CPMF Antonio Cruz/ABr

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Mares Guia, das Relações Institucionais, presidente Lula, e Mantega, da Fazenda: calma na reforma tributária.

Governo não pretende lutar contra enxurrada de dólares

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o governo não adotará nenhum artificialismo para conter a valorização do real. "Não vamos lutar contra a corrente. Não vamos fazer nenhuma besteira. Temos de aceitar o fato de que há uma enxurrada de dólares no País", disse o ministro, ao participar da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). O ministro reconheceu que esses recursos, dirigidos a investimentos diretos ou aplicações na Bolsa de Valores, provocam uma alta do real. Mas garantiu: o governo não se precipitará e não adotará algumas das medidas sugeridas, como o controle de capital externo. Mantega lembrou que alguns países, como Colômbia e Tai-

lândia, restringiram a entrada de capital estrangeiro e o resultado não foi positivo. "O negócio é manter a cabeça fria porque a economia está indo bem, sob pena de estragarmos tudo", afirmou. Sem doença – Para o ministro, alguns setores industriais afetados pelo câmbio não estão padecendo da chamada "doença holandesa", que causou a desindustrialização no país. Para comprovar sua tese, o ministro lembrou o fato de a indústria de transformação estar em pleno crescimento. O ministro falou sobre o câmbio em resposta à colocação do presidente Lula durante a reunião do CDES. No discurso, o presidente prometeu que nenhuma medida intempestiva será adotada para evitar a desvalorização constante

e crescente do dólar. Tradução – "O que o presidente quis dizer foi que o governo não vai fazer nenhuma grande besteira", afirmou Mantega. Para ele, é importante notar que há uma "enxurrada de dólares direcionando-se para a produção e não para a especulação". Segundo os participantes, um dos argumentos que sensibilizaram o presidente Lula é que medidas de controle da entrada de capital estrangeiro poderão evitar maior valorização do real, mas não serão capazes de reverter "o estrago" já ocorrido. Há um grande temor de que elas provoquem uma grande turbulência no mercado, que termine por impedir que o Banco Central continue em sua trajetória de redução dos juros. (AE)

Prefeitura renegocia R$ 500 mi

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segunda edição do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) da Prefeitura de São Paulo parcelou, desde 10 de abril, mais de R$ 500 milhões devidos por contribuintes. Desde que entrou em vigor, ocorreram cerca de 45 mil adesões de pessoas físicas e jurídicas. A adesão ao PPI garante redução de 100% dos juros e abatimento de até 75% nas multas para pagamento à vista e redução de 100% dos juros e 50% da multa para o parcelado. Os dé-

Indenização milionária

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Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisão condenando a Caixa Econômica Federal (CEF) ao pagamento de indenização

bitos cobertos pelo programa são os acumulados até 31 de dezembro de 2004. O PPI pode ser uma opção para quem pretende entrar no Supersimples, já que o novo regime não admite empresas devedoras. De acordo com a Prefeitura, os contribuintes que aderiram ao programa conseguiram uma média de 54% de desconto sobre suas dívidas. A adesão ao PPI pode ser feita até 31 de agosto, exclusivamente pela internet, por meio do site prefeitura.sp.gov.br/ppi.

Somando-se o valor atual com o obtido na primeira edição do PPI, no ano passado, a Prefeitura renegociou R$ 2,3 bilhões. Até o final do prazo de adesão, o município espera ter mais R$ 80 milhões renegociados. No caso de pagamento parcelado, o programa estabelece parcela mínima de R$ 50 para pessoas físicas e de R$ 500 para jurídicas. Não podem ser quitadas multas de trânsito, contratuais e indenizações.

por dano moral, no valor de R$ 240 mil, a uma bancária aposentada por invalidez. O valor foi fixado pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) em razão da perda da força e de parte dos movimentos dos braços da empregada em função de lesão por

esforços repetitivos (Ler/Dort). O relator do processo, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, não aceitou recurso da Caixa. Para ele, ficou comprovada a culpa do banco – a funcionária trabalhou por 22 anos em condições impróprias. (AE)

Renato Carbonari Ibelli

ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem ser contrário à partilha da arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) com estados e municípios. Segundo ele, o governo federal nunca alocou tantos recursos para essas duas esferas administrativas como tem feito no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Para ter essa margem de manobra, não dá para dividir duas vezes. É uma coisa ou outra", disse. O ministro afirmou ainda que a repartição da CPMF também levaria à desativação de programas da União com estados e municípios. "Deixamos isso claro para os governadores", declarou. Mantega insiste no fato de governos estaduais e municipais estarem sendo atendidos em suas reivindicações, lembrando, inclusive, a discussão sobre o aumento do limite de endividamento dos estados para possibilitar novos investimentos. Mantega também disse ser

contrário à redução da alíquota da CPMF neste momento. "Podemos discutir isso no futuro, mas não podemos reduzir a carga tributária de uma só vez", afirmou. O ministro admitiu que o sistema tributário tem defeitos. "Mesmo assim, a diminuição do peso dos tributos precisa ser feita de forma racional, levando em conta uma estratégia de desenvolvimento", defendeu. Corte na folha – Para Mantega, a redução deve ocorrer, principalmente, nos impostos mais prejudiciais à economia. "Se me perguntarem se prefiro diminuir a CPMF ou a folha de pagamentos, vou optar pela segunda opção", declarou o ministro. Mas reconheceu que os estudos para desonerar a folha não estão "maduros" e, portanto, não há data para o projeto ser enviado para o Congresso Nacional. Sobre a proposta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) de limitar a carga tributária em 26% do Produto Interno Bruto (PIB), o ministro disse que "es-

te é um instrumento artificial". "Se está havendo uma melhora na economia e a formalização dos empregos, temos que arrecadar mais. É um círculo virtuoso", explicou. Mais juízo – Numa brincadeira durante discurso na reunião do CDES, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que já ter visto o ministro Guido Mantega em três posições diferentes no seu governo. "Quando ministro do Planejamento, era de um jeito. Como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de outro. E, como ministro da Fazenda, ele tem mais juízo e mais responsabilidade." "É menos discurso e mais prática. Em determinados casos, a gente não diz o que pensa, faz quando pode e, se não pode, deixa como está hoje", alertou, na seqüência, o presidente Lula sem, no entanto, dar detalhes sobre ao que se referia. Mantega é conhecido por dar muitas declarações e anunciar medidas que ainda não foram tomadas. (AE)

Todos contra o aumento do IOF

O

ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem ser errada a idéia de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a entrada de capital externo no País. Segundo ele, esse assunto não está em pauta no governo. Paulo Bernardo disse não ver necessidade desse tipo de medida para conter o fluxo de capital especulativo. "Se alguém está fazendo esta proposta, tem que apresentar as razões", acrescentou. O ministro do Planejamento defendeu

a aceleração da queda dos juros. "É o que todos desejamos, inclusive o Maracanã", disse ao responder a uma pergunta sobre a aceleração do recuo da taxa básica de juros (Selic). O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, defendeu a necessidade de se estudar com muito cuidado a proposta de elevação da alíquota do IOF incidente sobre o ingresso de capital estrangeiro no País para investimento de curto prazo. "A valorização do real tem numerosos motivos. Por isso, é

preciso cuidado para não adotar medidas que aparentemente resolvem o problema, mas causam outros". Segundo Barbosa, a alta do real é resultado de um cenário internacional e nacional pungente e do saldo da balança comercial. "É preciso ter cuidado antes de embarcar em qualquer medida", disse Barbosa, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Para ele, a valorização da moeda brasileira é inexorável e traz implicações positivas. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

De Victoria Beckham, mulher do jogador de futebol inglês David Beckham, em sua estréia na TV americana em um documentário exibido na noite de segunda-feira.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

É exaustivo ser fabulosa.

Reuters - 16/01/06

2 - LOGO

18 Um ano da morte do ator brasileiro Raul Cortez (1932-2006)

R ELIGIÃO B RAZIL COM Z

Mel abençoado

Mutantes, o retorno

Gerson Oliveira/Correio do Estado/AE

D

esde o dia 16 de maio, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima está vertendo mel puro, fechada em redoma de vidro no altar de uma residência situada na periferia de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ela foi comprada em 1999 pelo proprietário da casa J.R., um ano depois (1998) de ser curado do câncer que já havia tomado todo o corpo, milagre atribuído à santa. Ele exibe todos os exames médicos que comprovam a cura. Laudo do Departamento de Tecnolo-

Martin Bernetti/AFP

G INÁSTICA

gia de Alimentos e Saúde Pública da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul afirma tratar-se de mel puro, feito de

flores. Mas, a Igreja Católica Romana prefere estudar o acontecimento para qualquer comentário sobre o que já é considerado milagre pelos devotos da santa. Hoje a Arquidiocese de Campo Grande informou que uma comissão composta de padres parapsicólogos e estudiosos irá ao local elucidar o caso. A família foi aconselhada a não expor a imagem publicamente, mas dezenas de pessoas descobriram o endereço e fazem romarias diárias, para receber ao menos uma gota do mel tido como milagroso.

O norte-americano The New York Times publicou uma entrevista com os integrantes de Os Mutantes. Segundo o jornal, a banda está para São Paulo como o Velvet Underground está para Nova York e o Nirvana para Seattle. Ou seja, Os Mutantes estão associados "de forma indelével a um local, tempo e estilo musical específicos". Isso, mesmo considerando que a substituta de Rita Lee, a cantora Zélia Duncan é do Rio. Na entrevista, eles falam das memórias da formação original e do prazer de retornar aos palcos.

Stan Honda/AFP

E M

Diego: promessa cumprida

MÚSICA

Alaíde Costa (foto) e João Carlos Assis Brasil no Memorial da América Latina. Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, tel.: 3823-4600, às 20h30. R$ 10.

DIETA DE ELVIS PRESLEY - Três imitadores de Elvis em um Cadillac rosa de 1957 – idêntico ao do astro – participam da promoção do novo doce da marca Reese's, que combina manteiga de amendoim com creme de banana. A combinação era uma das preferidas do rei do rock.

F AVORITOS

Stan Honda/AFP

Carlos Casaes/Ag. A Tarde/AOG

ouro no solo, o primeiro da ginástica brasileira no Rio. Além disso, essa medalha foi a primeira de ouro da ginástica masculina do País em Jogos Pan-Americanos. Ao conquistar o ouro no salto, Diego foi saudado pelos torcedores ao som de "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". No último sábado, após as competições por equipes, Diego prometeu que conquistaria a medalha de ouro no solo e no salto.

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Diego Hypólito conseguiu sua segunda medalha de ouro nesta terça-feira, na prova de salto da competição de ginástica artística dos Jogos Pan-Americanos. Ele garantiu o primeiro lugar com a nota 16.162 e vibrou muito na hora de subir ao pódio, agradecendo a torcida. A prata ficou com o chileno Enrique Gonzalez Sepulveda (15.937) e o bronze foi para o peruano Luis Rivera (15.737). O paulista conquistou também o

C A R T A Z

P ERSONALIDADE

Mandiba faz 89 anos Chris Ricco/Reuters

Alívio para a TPM em dicas online Todas as mulheres pensam que sabem tudo sobre a TPM. Mas não é bem assim, O site Alívio TPM, criado pela empresa farmacêutica Bayer, mostra aquilo que poucas pessoas sabem e ajuda a lidar com os sintomas e dores desses dias. Entre as informações disponíveis, há explicações sobre os sintomas e como eles afetam a qualidade de vida e como abordar o tema com o médico. www.aliviotpm.com.br

G @DGET DU JOUR

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Depois de deixar o pódio escapar na individual geral, ontem, a ginasta Jade Barbosa, 16, conquistou o ouro nos saltos ontem com nota 14,912. Laís Souza, 18, conseguiu 14,650 e ficou com o bronze nos saltos. Jade também levou o bronze no solo com nota 15.025.

Acessório de pelúcia para iPod

N ATAÇÃO

Prova emocionante e medalha No primeiro dia de disputas de medalhas, a natação brasileira empolgou a torcida no Parque Aquático Maria Lenk e abocanhou de uma vez só duas medalhas de ouro, com Thiago Pereira nos 400 metros medley e no revezamento masculino 4x200 metros livre. Thiago venceu no individual e ainda abriu a prova de revezamento, seguido de Rodrigo Castro. Quando Lucas Salatta saltou

na piscina, o Brasil estava apenas 0s49 atrás da equipe dos EUA, mas ele conseguiu reduzir a diferença. O último a saltar foi Nicolas Oliveira, com a equipe brasileira 0s21 atrás dos norte-americanos. Numa recuperação impressionante, ele tirou a diferença e o Brasil fechou a prova com 7min12s27, batendo os recordes pan-americano (7min18s93) e sul-americano (7min20s00).

Jonne Roriz/AE

Pelé e Eto'o cumprimentam o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que faz aniversário hoje

s homenagens do mundo do futebol ao ex-presidente sulafricano Nelson Mandela pela comemoração de seus 89 anos, a serem celebrados hoje, começaram ontem em Johanesburgo. Uma delegação comandada pelo trinitense Jack Warner, vice-presidente da Fifa, entregou a Mandela uma camisa oficial

A

do jogo que acontecerá no estádio Newlands, na Cidade do Cabo. Com o número 89 nas costas e o nome de Mandela, a camisa divulgava no peito a campanha 46664, número que anteriormente o identificava na prisão e que agora serve para uma campanha de doações à luta mundial contra a aids. Além disso, o

ex-jogador brasileiro Pelé e o camaronês Samuel Eto'o, atacante do Barcelona, deram pessoalmente os parabéns a ele. Pelé e Eto'o prometeram a "Madiba" - apelido tribal pelo qual Mandela é conhecido na África do Sul que contarão ao mundo suas experiências neste país a fim de contribuir à luta contra a discriminação e a aids.

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Trem gratuito levou uma tonelada de lixo a uma das sete novas maravilhas do mundo Redes sociais na internet já transformam a dinâmica da sociedade, diz especialista

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Justiça Federal enquadra 20 pessoas por furtos via internet banking em Minas Gerais

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Concurso 1776 da QUINA 07

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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de julho de 2007

OceanAir e BRA entram com recurso no Cade contra compra da Varig

SOMA DOS PRECATÓRIOS ULTRAPASSA R$ 100 BILHÕES

ENTIDADES SE MOBILIZAM PARA DERRUBAR EMENDA QUE LIMITA OS PAGAMENTOS DO GOVERNO

CONTRA O CALOTE NOS PRECATÓRIOS Luiz Prado/Luz

Danilo Verpa/Hype

Para D'Urso, da OAB, a medida alimenta o desprestígio do Judiciário

O advogado Rogério Sawaya diz que esse tipo de cobrança não poderia ser imposta por meio de protocolo

Maristela Orlowski

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erca de 250 entidades civis dão hoje a largada no Movimento Nacional contra o Calote Público. O objetivo da iniciativa é repudiar a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 12/06) de autoria do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que define um regime especial para o equacionamento de precatórios – ordens de pagamentos determinadas por sentenças judiciais definitivas contra a Fazenda Pública (municípios, estados, Distrito Federal e União). Conforme explica o presidente da OAB-SP – uma das entidades a apoiar o movimento –, Luiz Flávio Borges D’Urso, a PEC 12 prevê que a Fazenda Pública destine o equivalente a 3% de suas despesas primárias líquidas ao pagamento de precatórios, ordens de pagamento judiciais oriundas de pensões alimentícias e desapropriações, assim como revisão salarial de servidores públicos. Esse percentual cai para 1,5% no caso dos municípios. Atualmente, não há limite para esses índices. Desprestígio – Para D’Urso, a medida alimenta o desprestígio do Poder Judiciário, atenta contra à democracia, fere os direitos humanos e coloca em risco o Estado Democrático de Direito. "É preciso pensar em uma solução para o efetivo pa-

gamento desses títulos pelos entes federativos, sem que isso represente desequilíbrio ou falta de recursos para a prestação dos serviços públicos importantes à população. É mais uma questão política do que econômica. Prefere-se investir recursos em projetos de maior visibilidade a quitar dívidas judiciais." A estimativa é de que a soma dos precatórios devidos pela Fazenda Pública ultrapasse os R$ 100 bilhões. Na avaliação do presidente da Comissão de Precatórios da OAB SP, Flávio Brando, a PEC 12, além de estimular ainda mais a inadimplência, uma vez que os gover-

nantes têm sistematicamente ignorado as determinações judiciais, pode romper o princípio do ordenamento social, trazendo insegurança jurídica à sociedade. Escândalo – "É preciso estabelecer regras claras, em lei, porque há um escandaloso descumprimento de ordens judiciais para o pagamentos de dívidas legais por parte das três esferas de governo, cristalizando o caos que existe na questão desses débitos", analisa Brando. "Daí a necessidade de a sociedade civil somar forças para buscar soluções para essas dívidas descomunais", completa Brando.

Estados na luta contra a sonegação Silvia Pimentel

O

s fiscos de São Paulo e Alagoas se uniram para combater a sonegação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Ontem, os governadores dos dois estados, José Serra e Teotônio Vilela Filho, assinaram na Secretaria da Fazenda paulista um convênio para modificar a sistemática de cobrança do imposto nas vendas de soros e vacinas de uso humano ou veterinário, destilados e vinhos, produtos eletrodomésticos e eletroeletrônicos, equipamentos de informática e rações para animais. Pelo acordo, nas saídas das mercadorias fabricadas em São Paulo com destino à Alagoas, as empresas paulistas são obrigadas a recolher antecipadamente o ICMS devido

pelos compradores, para posterior repasse ao fisco alagoano. A sistemática de cobrança – conhecida como substituição tributária e adotada pelo fisco nas indústrias automobilística, bebidas e cigarros – permite maior controle no recolhimento dos imposto. Com a medida, a expectativa é que entrem para os cofres de Alagoas R$ 40 milhões por ano a mais, provenientes da arrecadação do ICMS recolhido pelas empresas dos setores envolvidos no protocolo. Esse é o segundo convênio nos mesmos moldes assinado pelo governador José Serra. No mês de abril, o governo paulista fez acordo semelhante com o Estado do Mato Grosso do Sul, que espera aumentar em R$ 48 milhões por ano a arrecadação do imposto. Mais burocracia – Na opinião do advogado tributarista

Regis Pallotta Trigo, do escritório Marcondes e Advogados Associados, os convênios beneficiam apenas os dois estados. O advogado adverte que o contribuinte paulista vai enfrentar mais burocracia. "São Paulo está apenas colaborando no combate à sonegação, impondo a seus contribuintes a obrigação de recolher o imposto no lugar do comprador das mercadorias", diz. De acordo com ele, com o convênio, as empresas paulistas que venderem para as alagoanas terão de se adequar às normas de cobrança do imposto dos dois estados. Já Luiz Rogério Sawaya Batista, do escritório Nunes e Sawaya Advogados, questiona a forma como foi instituída, nesse caso, a substituição tributária. "Esse tipo de cobrança não poderia ser imposta por meio de protocolo, apenas por lei", conclui.

Supersimples pára no Senado Renato Carbonari Ibelli

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projeto de lei que amplia o prazo para adesão ao Supersimples não conseguiu ser votado pelo Senado antes do recesso do Legislativo. Ontem, último dia de funcionamento da casa, e para quando estava prevista a votação, não houve quórum para apreciar a matéria. O projeto de lei amplia de 31 de julho para 15 de agosto o prazo para adesão ao novo regime tributário. Também amplia de 31 de janeiro de 2006 para 31 de maio de 2007 o período dos débitos passíveis de serem parcelados pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. As alterações propostas pelo projeto, segundo o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que esteve envolvido em sua elaboração, permitiriam o ingresso de 1,5

milhão de empresas no SuperSimples. Com o recesso do Senado, as votações voltam a ser realizadas em agosto, o que deve resultar em alteração no texto para que um novo prazo-limite para adesão ao regime tributário seja estipulado. "É lamentável ver que estava tudo costurado e a votação acabou não ocorrendo por falta de quórum", comentou Hauly. O projeto de lei saiu da Câmara dos Deputados dia 4 de julho e seguiu em caráter de urgência para o Senado. Na casa, acordos tiveram de ser feitos para que a matéria tramitasse mais rapidamente. Entre os acordos, ficou decidido que dois vetos ao projeto seriam feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após sua aprovação no Senado. Um dos vetos seria referente à proibição da cobrança antecipada do Imposto sobre Circulação de

IPC-S A inflação medida pelo índice em São Paulo aumentou 0,37% na segunda semana do mês.

EMPREGO

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Risco de apagão em 2011 é de até 32%

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Governo lança Ano do Desenvolvimento Limpo

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emprego na indústria cresceu 0,22% em junho, ante maio. São 4.680 postos de trabalho, segundo o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. (AE)

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COCA-COLA Lucro mundial da companhia cresceu apenas 0,54% no segundo trimestre deste ano.

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Ó RBITA

Mercadorias e Serviços (ICMS) nas fronteiras dos estados, a chamada antecipação tributária, que o projeto previa coibir. O outro veto excluiria empresas de transporte da possibilidade de aderirem ao Supersimples. Até a semana passada, segundo a Receita Federal, 656.506 mil micros e pequenas empresas pediram para ingressar no Supersimples. Desse total, apenas 34.126 tiveram a solicitação aceita imediatamente por não terem pendências cadastrais ou fiscais. Mais 1,3 milhão migraram automaticamente do Simples Federal - que deixou de existir, para o Supersimples. O Simples Federal agregava aproximadamente 4,5 milhões de empresas, mas cerca de 3,2 milhões foram impedidas de migrar automaticamente por conta de irregularidades fiscais.

Mineradora média é novo alvo da CSN em MG


Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SETOR FATUROU R$ 5,5 BILHÕES EM 2006

5 João Quaresma/Folha Imagem

quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Moinho Santo Antônio é remanescente do antigo conglomerado de galpões industriais da Mooca

PEÇAS COM APELO ESPORTIVO E LIGADO AO MEIO AMBIENTE AJUDAM EMPRESAS A VENDER MAIS

BRINDES: INOVAÇÃO PARA CRESCER Valéria Gonçalves/AE

Fotos: Newton Santos/Hype

Vanessa Rosal

A Prédio do Moinho Santo Antônio foi construído entre 1909 e 1938 Eduardo Nicolau/AE

Prédios próximos à área tombada só poderão ter até 30 metros de altura

Compresp tomba edifícios antigos na Mooca Fernando Vieira

O

Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico (Conpresp) aprovou ontem o tombamento do Moinho Santo Antônio e de outros seis galpões ferroviários localizados na Mooca, no perímetro das ruas Borges de Figueiredo e Monsenhor José Felipo, Avenida Presidente Wilson e Viaduto São Carlos. No mesmo ato, o conselho também regulamentou as futuras construções na vizinhança do conjunto de edificações tombadas, limitando as alturas máximas entre 25 e 30 metros, de acordo com a localização dos novos edifícios. A solução aprovada pelo Conpresp tem dois aspectos. Primeiro, reconhece o valor histórico e arquitetônico dos prédios, colocando as construções do Moinho Santo Antonio, antigo Moinhos Gambá e atual Moinho Eventos, projetado entre 1909 e 1938, e do conjunto de armazéns da antiga São Paulo Railway, construídos entre 1898 e 1900, como remanescentes de conjuntos industriais que remontam ao início do processo de industrialização de São Paulo. Em segundo lugar, norteia a posição do município em relação à verticalização daquela região do bairro, com a determinação de restrições variáveis, com base no local escolhido para novos projetos de condomínios residenciais ou empreendimentos comerciais. Detalhes sobre as novas regras serão divulgados até o final desta semana, com a publicação da regulamentação no Diário Oficial. Mas devem seguir os moldes do ocorrido nas imediações do Parque da Independência, no Ipiranga. Disputa – A área do Moinho Santo Antonio e do conjunto de galpões é alvo de uma disputa entre o setor imobiliário e moradores do bairro. Inicialmente, há dois anos, as incorporadoras Quality e Stan apresentaram um projeto de construção de três torres com 28 andares cada uma. O Moinho seria preservado e ocuparia um lugar de destaque no meio do empreendimento. O projeto ficou à espera de aprovação pelo Conpresp, sem avançar. Representantes de associações

de moradores se opuseram Pouco mais de dois meses atrás, o projeto foi modificado para tentar vencer a disputa. Em vez de três, no condomínio seriam construídas quatro torres, de 20 andares cada uma. A proposta continha ainda a recuperação do Moinho, com sua conseqüente doação para a Prefeitura, além de uma área em frente de aproximadamente quatro mil metros quadrados para uma praça, que ficaria posteriormente sob a responsabilidade da administração pública. No entanto, em ambos os projetos, os demais galpões no terreno em volta do Moinho seriam demolidos para a construção. Alterações no projeto – Com a aprovação das medidas do Conpresp, o projeto atual fica superado. "As últimas alterações já vinham no sentido de atender à vontade da comunidade local. Agora o projeto fica prejudicado, e acredito que é a Mooca que está perdendo, porque deixa de ter o Moinho recuperado e uma bela praça", disse Gianfranco Vannucchi, que assina o projeto da proposta de empreendimento. Elisabete Florido da Silva, que participa da Associação dos Moradores e Amigos da Mooca (Amo a Mooca), considera uma vitória a aprovação do Conpresp. "Queríamos a proibição da verticalização naquela região. Mas já é uma vitória a limitação de altura das edificações. Impede o crescimento de um cinturão de concreto armado que tira a visão do horizonte e do patrimônio cultural do bairro", afirmou Elisabete. Para o vice-coordenador da Comissão de Política Urbana da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Antonio Carlos Pela, a aprovação não limita o crescimento imobiliário, a partir do momento em que este divide o espaço com a importância histórica. "Sempre fomos a favor do empreendedorismo e da livre iniciativa, mas se há o valor histórico tem que haver um meio-termo. A única preocupação é que essa medida de tombamento venha acompanhada de mecanismos de preservação e valorização do patrimônio. Caso contrário, o tombamento não impedirá a deterioração crescente do local", afirmou Pela.

realização de feiras, eventos e festas para empresas está contribuindo para o crescimento do mercado de brindes, que movimentou R$ 5,5 bilhões só em 2006 e deverá faturar 8% a mais neste ano, segundo dados da Associação Brasileira de Brindes (Abrinde). Uma das estratégias utilizadas pelas empresas do setor é a criação de peças diferenciadas, com enfoque em esportes, tecnologia e preservação da natureza. Um exemplo disso são as boinas e camisetas ecológicas da empresa Capshirt, com lançamento previsto para as próximas semanas. Os produtos são feitos à base de algodão cultivado sem agrotóxico e são destinados a empresários preocupados com questões ambientais. A linha ecológica da Ótima Brindes é feita de couro ecológico. São agendas e blocos de notas preparados com material reconstituído e aparas de couro. Já a Artesanatta aposta no Kit Árvore, composto por uma caixa de papel reciclável com mudas de árvores nativas da Mata Atlântica. "O mercado está se desenvolvendo com a criação de brindes diferentes. É preciso inovar", diz a sócia proprietária da empresa Adriana Coen. Segundo ela, nesta época, as vendas aumentam 25% sobre o primeiro se-

Adriana e Daniela Coen, da Artesanatta: aposta nas peças ecológicas

Empresa usa material reciclável

Jardim Zen: brinde inusitado

mestre, por causa das encomendas de final de ano. "Outra novidade é o tangram reciclável, quebra-cabeça chinês feito com caixas de leite vazias." Ao lado dos brindes ecológicos, os esportivos são o grande destaque do segmento, por causa dos Jogos Pan-Americanos, em andamento no Rio de Janeiro, e das Olimpíadas de Pequim de 2008. A Crystallium desenvolveu uma bola de cristal tendo como tema as Olimpíadas, com gravação interna feita a laser. Segundo a diretora administrativa Sibele

Yaksic, em 2006 as vendas aumentaram 50% em relação ao ano anterior. A expectativa é de crescer mais 50% neste ano. "O setor é bem concorrido, mas há espaço para todos", diz. Um exemplo disso é a Córner, que também aposta nas Olimpíadas, com coleção de miniaturas de bola de futebol, vôlei, basquete e rúgbi, que trazem estampadas marcas e mensagens promocionais. Tecnologia – A JK Brindes investe em tecnologia para atrair os clientes. Ela acaba de trazer do exterior uma série de

relógios MP4 multifuncionais: além de exibir hora e data, funcionam como um gravador digital, reproduzem músicas de MP3 e exibem vídeos em tela de alta resolução. "Produtos de informática e relógios sempre vendem muito bem", garante Fernanda Gabriel, assistente de marketing. De acordo com o diretor da Expo Bríndice, maior feira do setor de brindes no Brasil, Luiz Roberto, a variedade de itens demonstra o crescimento do mercado. "Há 20 anos, tínhamos 800 empresas do setor no País, fornecendo basicamente chaveiros, canetas e réguas. Hoje, quase tudo pode se tornar brinde, basta ser criativo e ter visão de negócios", diz. Ele estima que existam hoje cerca de quatro mil empresas fabricantes de brindes no Brasil. "Uma das características do setor é o grande número de produtos vindos da China. Cerca de 10% das empresas de brindes trabalham com itens de lá, assim como outros setores da economia", diz o executivo, que lançará na próxima semana a 14º edição do Expo Bríndice, em São Paulo. "Várias empresas chinesas me procuraram para expor no evento, mas eu neguei. O evento será 100% brasileiro", afirma. A Expo Bríndice será realizada entre os dias 24 e 27 de julho, no Centro de Eventos São Luiz e terá 113 expositores. A expectativa é de que 8 mil pessoas visitem a feira, um aumento de 15% sobre a edição de 2006.


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Nacional Tr i b u t a ç ã o Agricultura Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Rodrigues acha que política ambiental poderá ajudar a expansão dos orgânicos

PRODUTOS SAUDÁVEIS QUEREM ESPAÇO

Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

ALIMENTO ORGÂNICO AINDA ENFRENTA BARREIRAS A principal delas é a falta de confiança do sistema financeiro nos produtores Adriana David

A

falta de acesso a linhas de crédito, capacitação e pouca divulgação institucional junto aos consumidores emperram a expansão do mercado de produtos orgânicos no Brasil. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), os alimentos orgânicos processados geraram US$ 800 milhões em 2006, de um total de US$ 89,7 bilhões entre alimentos tradicionais, funcionais, diet e light. São vendidos em feiras, supermercados, lojas alternativas e por entrega em domicílio. Ana Luisa Mancini da Riva é uma das empresárias inseridas nesse mercado. O primeiro desafio foi a obtenção de crédito. O sistema financeiro recusou-se a emprestar dinheiro para ela, junto com o marido, Luiz Fernando Riva, tocar o projeto de produção de azeite extra-virgem de castanha-dopará. A idéia era transformar a castanha em alimento de alto valor agregado com alta qualidade. Quem deu a chance foi a Fundação de Pesquisa do Mato Grosso. Milhares de pessoas estão envolvidas na atividade. Hoje, cinco anos depois, Ana Luisa vende azeite em mais de 100 pontos-de-venda de oito estados, com enfoque em casas especializadas e empórios, como Santa Luzia, Santa Maria, Empório São Paulo e rede Mundo Verde. Para o presidente da Abia, Edmundo Klotz, como os orgânicos são produzidos por pequenos agricultores, a falta de garantias dificulta a concessão de crédito para uma produção em grande escala. Para o gerente comercial da Native Produtos Orgânicos,

Hélio da Silva: falta informação

800

milhões de dólares foi quanto os alimentos orgânicos giraram em 2006, ante US$ 89,7 bilhões de toda a indústria alimentícia. Hélio da Silva, a maior dificuldade para o segmento é a falta de informação do consumidor para distinguir um produto orgânico de um convencional. Desde 2000 no mercado, a Native vende seus produtos em 7 mil pontos-de-venda em todo o Brasil e exporta para 60 países. "O mais difícil não é entrar, mas girar nos pontos-de-vendas pela falta de conhecimento", diz Silva. Para estimular a compra dos produtos, a empresa, que é a maior produtora de açúcar orgânico do mundo, tem como uma das principais ações de divulgação a degustação dos

produtos. Em três anos, foram distribuídos 1,5 milhão de doses de cafezinhos e mais de 1 milhão de algodões-doces. Com essa estratégia, que vai até 2010, as vendas da Native têm crescido cerca de 50% anualmente, mas sobre uma base baixa, não divulgada. Segundo Silva, os supermercados têm contribuído para o acesso da população aos orgânicos. "As redes colocavam as margens lá em cima, agora estão reduzindo as margens para cativar e fidelizar os consumidores". O presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse no seminário Economia Verde, realizado ontem na entidade, que a política ambiental precisa estar aliada à política agrícola para incentivar a expansão do setor. A padronização das certificações também pode contribuir, aumentando a credibilidade. Para Rodrigues, com credibilidade atende-se com mais facilidade o mercado externo, que é a base para o mercado interno. "Quem sair na frente vai ganhar", disse. A diretora do Planeta Orgânico e co-organizadora da BioFach América Latina/ExpoSustentat, que será realizada ente 16 e 18 de outubro no Transamérica Expo Center, em São Paulo, Maria Beatriz Costa, disse no mesmo evento que há intenção também de se padronizar os selos de certificação das embalagens dos produtos. Para o empresário Fábio Coriolano, que ainda não atua nesse mercado, mas tem vontade entrar, um selo com apenas um logotipo, como o do SIF, contribuiria para a identificação dos orgânicos.

Setor cresceu 6% até maio

O

s produtos orgânicos ainda representam uma fatia pequena do total faturado pela indústria de alimentação no Brasil. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), no ano passado o setor movimentou US$ 89,7 bilhões,

e os orgânicos, US$ 800 milhões. Nos primeiros cinco meses de 2007, o setor registrou crescimento de 6% em comparação ao desempenho no mesmo período de 2006. As vendas de maio tiveram aumento de 5,4% em relação ao mesmo mês em 2006. Os percentuais foram

deflacionados pelo IGP-M da Fundação Getúlio Vargas. Segundo o coordenador do Departamento de Economia da Abia, Dênis Ribeiro, as indústrias estão usando 76% da capacidade instalada. Para as exportações, a expectativa da entidade é de um aumento entre 10% e 15% para 2007. (A.D.)

Após cinco anos de tentativas, Ana Luisa já consegue vender azeite de castanha-do-pará em oito estados

Para Klotz, a falta de garantias dos pequenos produtores explica a dificuldade de crédito

Exportador de carne não acredita em embargo

O

diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, disse ter plena convicção de que as exportações brasileiras de carne não serão afetadas pela proposta de "embargo total e imediato" apresentada ao Parlamento Europeu. Ele acha que há um "processo de desobediência" por parte da Irlanda e do Reino Unido, já que a decisão de manter as importações do produto brasileiro parte de um corpo técnico altamente qualificado da própria Comunidade Européia. "A Irlanda perdeu espaço na Rússia e no Egito por problemas de competitividade. Para produzir um quilo de carne bovina o Brasil gasta US$ 1, enquanto a Irlanda gasta US$ 3", disse Camardelli. Em sua opinião, trata-se da aptidão de cada país. "Pelo mesmo motivo, nós não produzimos uísque. Não porque nosso produto não seja bom, mas porque não teríamos competitividade", comparou. Para ele, as críticas à produção brasileira não têm funda-

mento, já que o País não precisa usar hormônios para ampliar sua produtividade, mas pode e usa manejo e melhoramento genético. Anteontem, durante a apresentação do relatório extra-oficial feito por representantes do governo irlandês aos parlamentares, foram apresentadas imagens de um fazendeiro brasileiro injetando hormônios nos animais. "Não há veracidade nesta imagem porque é proibido o uso da anabolizantes no Brasil", afirmou. Ele lembrou que o Brasil tem um rigoroso programa nacional de controle de resíduos biológicos, que atende às exigências do bloco europeu. Segundo ele, as averiguações são feitas mensalmente em amostras sorteadas aleatoriamente nas fazendas habilitadas a exportar para a União Européia. "O programa de alerta da União Européia nunca apresentou problemas", observou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes. Missões - A União Européia informou ontem que irá enviar

novas missões de veterinários para avaliar as condições fitossanitárias da carne brasileira, mas se recusou oficialmente a aceitar a idéia dos produtores irlandeses e britânicos de imposição de um embargo imediato ao produto nacional. Em sessão no Parlamento Europeu, em Bruxelas, deputados e lobistas ligados aos produtores da Europa apresentaram as conclusões de uma investigação em que tentam provar que as condições da carne bovina nacional são inadequadas. O Departamento de Veterinários da comissão rejeitou as conclusões desse documento, alegando que as informações prestadas aos deputados são "incorretas, falsas e enganosas". Os veterinários também disseram que o controle da febre aftosa no Brasil é de boa qualidade, e tem se mostrado eficiente até agora. Mas os representantes da União Européia deixaram claro que se até o final do ano o Brasil não implementar novas recomendações, um embargo à compra de carne bovina poderia ser avaliado. (AE)


Congresso Planalto Corr upção CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

NEGADO O RELAXAMENTO DE PRISÕES

quarta-feira, 18 de julho de 2007 Valter Campanato/ABr

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Seguramente, eles (os deputados que não compareceram à sessão) serão descontados. Arlindo Chinaglia

PETROBRAS: PRESOS Pole Position VÃO CONTINUAR PRESOS J

Eymar Mascaro

Justiça nega, de novo, pedido de habeas corpus aos funcionários detidos pela Operação Águas Profundas

O

Tribunal Regional Federal da 2ª Região negou pedido de liminar em habeas corpus a mais três dos 14 presos durante a deflagração da Operação Águas Profundas pela Polícia Federal. Eles foram denunciados pelo Ministério Público por envolvimento com uma quadrilha que vinha fraudando licitações realizadas pela Petrobras para reforma, manutenção e modernização de plataformas marítimas de exploração de petróleo. Os pedidos para libertar Rômulo Miguel de Moraes, Ana Celeste Alves e Ricardo Moritz, apresentados por seus advogados foram foram negados pela desembargadora Federal Liliane Roriz. Na semana passada, a desembargadora já havia negado pedido semelhante para Ricardo Tindo Ribeiro

Secco, Ruy Castanheira e seu filho Felipe Castanheira, todos presos desde o último dia 10. As denúncias do Ministério Público Federal são por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, falsidade documental e estelionato. Ainda de acordo com a denúncia, Ricardo Moritz seria "laranja" do advogado e contador Ruy Castanheira de Souza, apontado como responsável pela ocultação do dinheiro que seria obtido com as operações fraudulentas. Rômulo de Moraes é gerente de plataformas de exploração da Petrobras, e receberia propinas para ajudar a viabilizar as operações da quadrilha, repassando informações privilegiadas. Ana Celeste é funcionária da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), que concede licenças ambientais

para a instrução das licitações públicas, e que segundo o MPF, intermediaria o pagamento de propinas a servidores com habilitação para atuar nos processos de concessão das autorizações. Na argumentação feita durante a negativa do habeas corpus, a desembargadora Liliane Roriz sustenta que a concessão de liminar só pode ocorrer em situação excepcional, como no caso de comprovadamente ter havido coação ilegal ou abuso de poder. Nenhuma dessas hipóteses, segundo a magistrada, se aplica ao caso, e considerou que a decisão do juiz federal que decretou as prisões preventivas está devidamente embasada. "A decisão do juízo impetrado deve ser, por ora, prestigiada, vez que o mesmo avaliou convenientemente a questão posta sob seu exame. Substi-

tuí-la por outra de instância superior somente seria possível caso não estivesse suficientemente fundamentada ou se demonstrada de plano sua ilegalidade ou abusividade". Estudo conjunto – Ao mesmo tempo em que a Operação Águas Profundas tem prosseguimento, com novas prisões e apreensão de documentos, a Petrobras e o Tribunal de Contas da União trabalham na mesma direção: aprofundar mais as investigações nas contas da estatal, para constatar as denúncias de superfaturamento ou eliminar as dúvidas que levaram o Tribunal a essa constatação. Para o ministro Augusto Nardes, do TCU, já houve um entendimento nesse sentido com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. "Se tivesse ocorrido antes, talvez o escândalo fosse evitado". (ABr)

osé Serra é o tucano com a melhor avaliação nas pesquisas eleitorais para presidente da República encomendadas pelo PSDB. O governador paulista tem o dobro do percentual apresentado por Aécio Neves (MG). Caso a escolha do candidato da legenda fosse hoje, o ex-ministro disputaria mais uma vez o Planalto. Como resposta, Aécio partirá para uma série de encontros com líderes do tucanato em todo o Brasil. O mineiro quer convencê-los de que ele é a melhor opção dentro do atual quadro. O governador de Minas alega que Serra só leva vantagem por ter exercido a função de ministro e Saúde.

CRESCIMENTO

As pesquisas mais recentes indicam o crescimento do eleitorado da ex-senadora Heloísa Helena (PSol), possivelmente devido ao seu posicionamento durante o desenrolar do caso Renan Calheiros (PMDB-AL). Partiu dela a decisão da legenda encaminhar uma representação contra Calheiros ao Conselho de Ética do Senado.

governo, segundo a pesquisa da CNT.

PREFERÊNCIA

O PT de São Paulo não aprova uma possível candidatura de Marta somente em 2010. O diretório é contra essa demora na decisão da exprefeita em assumir sua candidatura para 2008. A legenda lembra a ministra de que ela é sua melhor opção para disputar o pleito contra o atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM) e, caso saia, um nome dos tucanos.

Jane Araújo / Agência Senado

EMPATE

Tuma quer enviar denúncias à CPI das ONGs

O

corregedor-geral do Senado, senador Romeu Tuma (DEM-SP), informou ontem que pedirá que as denúncias de irregularidades na Petrobras sejam apuradas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar as organizações não governamentais (ONGs), mas ainda não instalada. Anteontem, Tuma havia se declarado disposto a apresentar à Mesa Diretora do Senado um requerimento de criação de uma CPI da Petrobras. Ontem, ele decidiu aceitar sugestão do líder do seu partido, senador José Agripino (RN), e pedir que o caso de su-

O

posto envolvimento de gerentes da Petrobras em venda de informação privilegiada seja investigada na CPI das ONGs, a qual, na avaliação dos parlamentares, deverá ser instalada e entrar em funcionamento em agosto próximo. As irregularidades, ligadas à construção de plataformas marítimas de exploração de petróleo, levaram à desconfiança de um superfaturamento de US$ 177 milhões nos contratos firmados entre a estatal e estaleiros – o que é negado por ambas as partes. Em decorrência disso, a PF efetuou a prisão de 14 pessoas, até agora. (Agências)

Justiça recebe denúncia contra deputados de RO Tribunal de Justiça (TJ) de Rondônia recebeu ontem a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra os oito exdeputados estaduais e um atual deputado acusados de pedir propina ao governador Ivo Cassol (PPS). O presidente do TJ, desembargador Péricles Moreira Chagas, afirmou que eles agora serão interrogados e terão direito a defesa prévia. A denúncia envolve os exdeputados estaduais Carlão de Oliveira (PSL), Haroldo Santos (PR), Amarildo de Almeida (PDT), Ronilton Capixaba (PL), Hellen Ruth (PR), Emílio Paulista (sem partido), João da Muleta (PMDB) e Daniel Nery (PMDB); e ainda o deputado Kaká Mendonça (PTB), que ainda está em exercício do mandato. A abertura do processo contra Kaká dependerá de autorização da Assembléia Legislativa de Rondônia. Os nove apareceram em abril de 2005 no programa "Fantástico", da Rede Globo de Televisão, numa gravação em que exigiam, supostamente, propina de Cassol em troca de apoio. Também foi denunciado o ex-assessor da Assembléia Legislativa Moisés de Oliveira, irmão de Carlão de Oliveira, ex-presidente da Casa, acusado de comprar a eleição da Me-

sa Diretora, pagando R$ 200 mil a cada deputado. O deputado estadual do PTB de Rondônia, os oito exdeputados e Moisés Oliveira foram denunciados por formação de quadrilha, corrupção ativa e concussão (extorsão ou peculato cometido por empregado público no exercício de suas funções). Apenas cinco dos 24 deputados da legislatura anterior foram reeleitos. De fevereiro até agora, a economia na Assembléia Legislativa é de R$ 15 milhões. A maior redução de gastos realizada está na folha de pagamento. Dos mil funcionários comissionados, permanecem cerca de 80. O presidente da Assembléia, Neodi Carlos (PSDC), disse que a palavra de ordem é moralização. "Alguns deputados pressionam e ainda fazem besteira, mas é por conta deles. A forma de administrar a Assembléia mudou bastante", afirmou. 'Veto total' - Em Minas Gerais, entidades da sociedade civil programaram para a próxima segunda-feira, em Belo Horizonte, um ato para cobrar o veto total ao projeto de lei complementar (PLC) já aprovado pela Assembléia Legislativa que limita a atuação de promotores e estabelece restrições ao trabalho do Ministério Público Estadual (MPE). (AE)

SITUAÇÃO

De olho: corregedor aguarda instalação da Comissão para agosto

Câmara entra em recesso com a pauta trancada U

m último dia de trabalho com ares de feriado. Antes de entrar em recesso, ontem, a Câmara não conseguiu votar a medida provisória que trancava a pauta do plenário, por falta de quórum. Para que houvesse votação, seria necessária a presença de pelo menos 257 parlamentares. Na sessão deliberativa, o painel marcava a presença de apenas 166 dos 513 deputados. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que os faltosos terão o dia descontado de seus salários. "Seguramente, eles terão a falta", afirmou. Às 18h30, durante a sessão não deliberativa aberta depois da tentativa frustrada de votar a MP, o painel registrava a presença de 196 parlamentares, ou seja, 317 ausentes. Menos de dez, no entanto, ainda resistiam em plenário, a maioria aguardando a vez de discursar. Como em julho haverá apenas sete sessões deliberativas, os faltosos serão descontados em R$ 1.474 29 do salário de R$ 16.512,09 mensais. Não há alteração nos demais benefícios, como auxílio moradia, verba indenizatória, cota postal e telefônica e passagens aéreas. Se todos os ausentes forem descontados, a Câmara deixará de pagar R$ 467,3 mil em salários. O desconto em julho é maior porque terá menos dias de sessões

deliberativas, por causa do recesso. Em geral, há 12 dias de sessões deliberativas por mês e os descontos são de R$ 860 por dia faltado. O regimento interno permite que não sejam descontadas as faltas em casos como doença grave do deputado ou de parente próximo ou de morte de parente próximo. Havia cinco MPs na pauta de ontem. A medida provisória que tranca a pauta é a 374/07, que prorroga por três anos o prazo para adequação de regimes próprios de previdência social da União, de Estados, de municípios e do Distrito Federal. A MP terá que ser votada na primeira sessão deliberativa do segundo semestre porque, sem isso, nenhum projeto pode ser apreciado pelos deputados. O recesso parlamentar começa hoje e vai até o dia 31 de julho. Impasse no Ibama – Entre as matérias prejudicadas pela falta de votação está a que divide o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), criando o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade. Nesse caso, o governo ainda encontra dificuldades para definir os nomes dos presidentes das duas autarquias. Depois de passar pela Câmara, ela ainda aguarda a posição do Senado – agora, depois do recesso parlamentar. (AE)

Serra lidera o ranking dos candidatos a presidente em 2010. A vantagem do paulista sobre o governador mineiro é grande, mas Aécio avalia que pode reduzir a diferença com sua carreata pelo Brasil. Aliados do governador paulista informam que ele pode adotar a mesma estratégia.

PETISTAS

Dois petistas são bem avaliados nas pesquisas do partido: Marta Suplicy e Tarso Genro. Ambos não ameaçam a liderança do tucano. As sondagens não revelam o poder de transferência do prestígio de Lula ao candidato da sua legenda.

DOBRADINHA

O governador de São Paulo mantém seu desejo de fechar uma chapa tendo Aécio Neves como seu vice-presidente. Do outro lado, o mineiro rejeita a proposta e não aceita ser o "nome" do PSDB em 2014. Todos os sinais indicam que Aécio deseja mesmo disputar a vaga de 2010.

CANDIDATURA

Aécio Neves negocia seu futuro apresentando o convite que recebeu para sair como candidato a presidente pelo PMDB. Ele garante que não pretende migrar de legenda, mas não fecha as portas ao partido de Michel Temer. A chapa seria formada pelo mineiro e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE)

VAIAS

O PT aguarda o resultado das próximas pesquisas de popularidade para avaliar se o impacto das vaias recebidas por Lula podem atingir o rendimento dos seus candidatos em 2008 e, principalmente, 2010. O presidente ainda comemora os 65% de aprovação do seu

Uma desistência por parte do PSDB, o que ainda não é confirmado, deixará a disputa praticamente empatada entre Marta e Kassab. Seria uma disputa em igualdade de condições, avaliam as legendas. Até agora, o prefeito democrata é o único a assumir sua candidatura.

RECURSO

Com um cenário parecido com o do PT, os tucanos paulistas lutam para garantir a candidatura de Geraldo Alckmin para prefeito de São Paulo. A teoria do tucanato é a seguinte: o ex-governador é a única chance de vitória da legenda; sua desistência significará mais quatro anos fora da capital.

APOIO

Já os aliados do governador Serra são totalmente contrários a disputa pela cadeira em São Paulo. Eles pedem o respeito ao acordo da legenda com o DEM, que prevê o apoio ao nome de Gilberto Kassab. Como contrapartida, os democratas ficarão ao lado do governador paulista na campanha à presidência da República.

GOVERNO

Serra deseja ver Alckmin no Palácio dos Bandeirantes. Ele acredita que o ex-governador retomará o cargo sem grandes dificuldades. O tucano deixou o posto com 70% de aprovação do eleitorado. Geraldo teme uma possível campanha de reeleição por parte do atual governador, caso o PSDB lance outro nome ao Planalto.

CONTESTAÇÃO

A oposição na Assembléia Legislativa de São Paulo estuda recorrer à Justiça para contestar a posição do presidente da Casa, deputado Vaz de Lima (PSDB), que conseguiu enterrar os pedidos de CPI para apurar as denúncias de corrupção na CDHU e o acidente nas obras do metrô de Pinheiros. Após o recesso parlamentar, o clima será quente no legislativo paulista.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de julho de 2007

A Honda montará fábrica na Argentina, país que prevê US$ 3 bilhões de investimentos no setor até 2010.

CRESCEM AS COMPRAS PELO COMÉRCIO ONLINE

LEVANTAMENTO DA INFLAÇÃO NO E-COMMERCE MOSTRA QUEDA DE 2,52% NOS PRODUTOS EM JULHO

PREÇOS MAIS BAIXOS NA INTERNET Divulgação

Milton Mansilha/LUZ

André Alves

C

omprar pela internet ficou mais barato neste mês. É o que mostra o Índice eFlation, desenvolvido pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), em parceria com a Canal Varejo Consultoria. Segundo os dados apurados, os preços do comércio eletrônico tiveram neste mês deflação de 2,52% em comparação a junho, a maior queda registrada neste ano (veja gráfico). A principal redução no ecommerce, em comparação ao mês anterior, foi registrada na categoria telefonia, com deflação de 5,84%, seguida pelos eletroeletrônicos, que registraram suas maiores quedas de preços do ano, de 5,16%. De acordo com o levantamento, além dessas categorias, tiveram queda de preços os produ-

Portal BuscaPé compra e-bit

O

BuscaPé, maior site de comparação de preços da América Latina, anunciou ontem a aquisição da e-bit Informação, empresa de pesquisa de dados do mercado de e-commerce, responsável por informações sobre tamanho, número de e-

Cláudio Felisoni: cresce o público

tos da linha branca (menos 2,37%), perfumaria (queda de 2,25%), viagem e turismo (redução de 1,74%), informática (menos 1,13%) e produtos para casa, com menos 0,01%. Mas tiveram aumento de preços os brinquedos (0,45%), livros (3,33%) e CDs e DVDs (5,37%). A análise é realizada na primeira semana de cada mês. Os itens que compõem a cesta de cada uma das categorias são os mais anunciados entre os sites de grande procura, compondo o que os pesquisa-

dores chamam de "campeões de vendas". De acordo com o coordenador geral do Provar/FIA, Claudio Felisoni de Angelo, "com a inserção de novos consumidores de diversas classes de renda no e-commerce, as vendas online estão dobrando a cada ano". Essa é uma das explicações do coordenador para a baixa dos preços, ao lado da estrutura menos onerosa do comércio eletrônico em relação às lojas físicas. Do lado do consumidor, não há, também, o custo

do deslocamento, lembra. "Além disso, os preços pela internet são aferidos mais rapidamente e cada vez mais empresas estão aderindo ao ecommerce e ampliando suas cestas de produtos." Automóveis - A cesta de automóveis continua com seus preços em alta no comércio eletrônico, com inflação de 0,23% em julho. A aferição se baseia nos dados dos sites das montadoras. A cesta é composta pelos modelos populares, que são os mais vendidos.

consumidores, produtos mais vendidos, tíquete médio, entre outros levantamentos relacionados ao mercado de varejo online. "Esse acordo permite aumentar ainda mais a confiança dos consumidores em relação aos nossos serviços. Faremos parte de um grande grupo de internet presente em 15 países e formado por empresas como

BuscaPé, Bondfaro, QueBarato e Central de Desejos", disse Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit. Ainda nesta semana, as lojas conveniadas ao e-bit receberão bonificação publicitária para anúncio nos sites BuscaPé e Bondfaro. "O convênio com a e-bit será exigido para que as empresas de eletrônicos, fotografia e informática

possam anunciar tanto no BuscaPé quanto no Bondfaro, ou em qualquer site da nossa rede de parceiros, que atualmente engloba Terra, Yahoo e Abril, entre outros cem portais", afirmou Romero Rodrigues, presidente do BuscaPé. Ele acrescentou que expandirá o serviço da e-bit para os demais mercados nos próximos meses. (AA)

Crescimento econômico faz setor encomendar 150 aviões por ano

Aviação executiva deve crescer 10% ao ano até 2010 Sonaira San Pedro

O

setor de aviação executiva deve crescer 10% ao ano nos próximos três anos, segundo a Associação Brasileira da Aviação Geral (Abag). A porcentagem representa um desenvolvimento acima da média anterior, de 5% ao ano, e um faturamento de US$ 400 milhões anuais. A frota brasileira atual, de 1,5 mil aeronaves executivas, deve alcançar 1,95 mil dentro de três anos. "O real valorizado barateou as aeronaves. O crescimento econômico nos últimos anos e a descentralização de renda além do eixo Rio-São Paulo justificam essas previsões", disse o vice-presidente da Abag, Adalberto Febeliano. Ele fez as previsões ao anunciar o lançamento da 4ª edição da Exposição e Conferência d e Av i a ç ã o E x e c u t i v a n a América Latina (Labace), a ser realizada de 9 a 11 de agosto no hangar da Vasp, em São Paulo. Febeliano não concorda que o apagão nos aeroportos beneficie o setor. "É um grande engano pensar que a crise aérea ajuda a alavancar o setor de aviação executiva."

Segundo ele, mesmo que os passageiros que viajam a trabalho em jatos executivos não sofram cancelamentos de vôos, não se livram do problema de acesso do espaço aéreo. "O governo não apresentou solução no curto ou médio prazos para a falta de infra-estrutura", disse Febeliano. "E, para resolver esse problema, a saída é construir um novo aeroporto na cidade de São Paulo", defende. De acordo com a Abag, os maiores consumidores mundiais de jatos executivos são Brasil, Alemanha e Rússia, e cerca de 150 novas aeronaves devem chegar, por ano, ao Brasil, nos próximos anos. "Chegariam mais, se as fabricantes não tivessem produção limitada; as encomendas demoram cerca de dois anos para serem entregues", disse Febeliano. A 4ª Exposição e Conferência de Aviação Executiva na América Latina deverá reunir lançamentos de cerca de cem fabricantes, como Embraer, Bombardier, Dassault Falcon, Learjet e Helibrás. São esperados 5 mil visitantes para a exposição, e a expectativa dos organizadores é de que sejam negociados US$ 200 milhões por conta do evento.

Fábrica da Honda na Argentina

O

novo ministro de Economia argentino, Miguel Peirano, anunciou ontem que a Honda investirá US$ 100 milhões na construção de uma fábrica de automóveis no país. "É um investimento muito relevante", disse em sua primeira entrevista coletiva como ministro, na Casa

Rosada. Peirano fez o anúncio ao lado dos executivos da Honda. Antes, o presidente Néstor Kirchner recebeu os empresários em audiência. O ministro da Economia destacou que a produção da Honda na Argentina terá "perfil exportador", e que o país receberá mais investimentos no setor. (AE)

SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS EDITAL A Subprefeitura de Pinheiros comunica que os veículos abaixo descritos foram apreendidos. Os interessados poderão retirá-los mediante apresentação de documento de propriedade do veículo e do pagamento das taxas devidas no prazo de 30 dias, nos termos do art. 5º do Decreto nº 15.627/79 e Portaria 022/SMSP/GAB/2005, dirigindo-se para tanto à Unidade Técnica de Fiscalização. Proprietário Placa Marca Chassis Ano João Batista Dias WG-6903 GM/C60 C653YBR04476B 1984 Trevo Seguradora S.A. AFP-8189 Espero KLAJF19W1SB748530 1995 Eiko Nagano CNA-6195 Fiat/Elba 9BD146000N3251025 1987 Paulo Sanches Hernadez CAW-0612 Peugeot 405 VF34BBFZ2RS400394 1994 Giovanna R. Vilela GII-0888 Fiat/Uno 9BD146000N3905834 1992 João Matos de Carvalho CTP-2046 Fiat/Uno 9BD146018W5986352 1998 José Carlos Petoni BUU-0485 Chevete Hacth 5E0BAKC159553 1980 José M. de Aguirre Neto BRE-3845 Espero KLAJF19W1RB733203 1994 Myrthes Suelly Frioli KE-2631 Passat BT245669 1979 Mariselda Bumajny BIO-4471 Lada XTA210530N1254348 1991 Lúcia Pereira dos Santos CAB-7058 VW/Gol 9BWZZZ30ZET436319 1984 Evandro Rocha KY-1448 VW/Fusca BS104508 1971 Francisco A. Silva Soares CJL-8648 Escort 9BFBXXLBABGS89 1986 Eduardo Costa Lima UT-7655 Opala 5P69EKB142076 1980 Sebastião C. dos Santos GC-3100 Voyage BN055856 1982 Diógenes N. Traversin NS-9677 Fiat/Oggy 00748863 1983 Josias M. da Silva AJP-5220 Fiat Uno 9BD1580881423748 2000 Dodaro Ferreira da Silva CBL-6076 VW/Kombi BH296580 1973 Marcos A. dos Santos BOM-5405 VW/Parati 9BWZZZ30ZGT022452 1985 Alberto Clovis Leal CHE-7288 VW/Fusca BS047478 1971 César Piassa CSX-8039 VW/Parati BT223539 1978 Elivaldo Alves Rocha BHH-4892 VW/Passat BT019848 1975


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Estilo Tr i b u t o s Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ÁLCOOL E GASOLINA MAIS BARATOS

quarta-feira, 18 de julho de 2007

4,5

bilhões de reais foi o volume financeiro do pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo

CENÁRIO EXTERNO POSITIVO FAVORECEU IBOVESPA. MOEDA AMERICANA FECHOU VALENDO R$ 1,86.

BOVESPA BATE RECORDE E DÓLAR CAI

N

otícias positivas a (Copom), que termina hoje. A respeito de em- maior parte dos analistas de presas nos Esta- mercado aposta em corte de 0,5 dos Unidos fize- ponto no juro básico da econoram o Índice Dow Jones, da mia brasileira, a taxa Selic. Dólar — Depois de ter enBolsa de Valores de Nova York, fechar ontem com seu quarto cerrado a sessão da última serecorde de pontuação conse- gunda-feira em alta, o dólar cocutivo, garantindo novo nível mercial retomou ontem a tenhistórico para a Bolsa de Valo- dência de queda e voltou a fechar no menor preço desde 10 res de São Paulo (Bovespa). O Ibovespa, principal refe- de outubro de 2000. A moeda rência do mercado brasileiro americana fechou valendo de ações, encerrou os negócios R$ 1,858 para compra e R$ 1,86 com valorização de 0,5%, em para venda, com desvalorização de 0,53%. 57.659 pontos O cenário ex— o 31º recorde terno positivo, registrado pela com alta das bolsa paulista bolsas em Noneste ano. O giva York e quero financeiro da de preço dos somou ontem por cento é a títulos do TeR$ 4,5 bilhões. valorização souro americaCom o resultano (com alta de do, o Ibovespa acumulada pelo juros) determipassa a acumuIbovespa desde o nou o comporlar alta de tamento do dó6,01% em julho início do ano. lar ontem. e ganhos de Em julho, ganhos O fluxo cam29,65% no ano. chegam a 6,01%. bial foi bem fraO Dow Jones co, segundo subiu 0,15% e o operadores. Nasdaq teve alta de 0,55%, para o nível mais Mas, houve forte giro de tesourarias, com foco em operações alto em seis anos e meio. O bom desempenho das bol- de arbitragem com o mercado sas foi possível porque os indi- futuro. O volume financeiro cadores econômicos dos Esta- total à vista cresceu 26%, para dos Unidos, com destaque pa- cerca de US$ 5,024 bilhões. Em leilão feito à tarde, o Banra a inflação ao produtor (PPI) de junho, não trouxeram preo- co Central (BC) teria compracupação para os investidores. do cerca de US$ 570 milhões, A bolsa paulista operou ontem estimaram os operadores contambém na expectativa do re- sultados. A atuação, no entansultado da reunião de julho do to, não desviou o dólar das coComitê de Política Monetária tações mínimas. (AE)

29,6

Bancos liberam crédito de antecipação de 13º salário Taxas de juros da linha de financiamento variam de 2,74% a 4,2% ao mês Sonaira San Pedro

Juro mais baixo deve mudar estratégia de bancos

O

A

inda faltam alguns meses para os trabalhadores brasileiros receberem o 13º salário no bolso. Mas os bancos de varejo já abriram linhas de crédito para que servidores públicos, funcionários de empresas privadas e aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Serviço Social (INSS) recebam esse recurso de forma antecipada. As taxas de juros variam em cada banco, de acordo com o tempo de registro e a estabilidade no emprego, e vão de 2,74% mensais a 4,2% ao mês. Receber esse abono antecipadamente em tempos em que 62% dos paulistanos se dizem endividados e 45% estão inadimplentes, de acordo com informações da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), pode parecer uma boa opção. Mas é preciso fazer as contas antes de contratar esses empréstimos. "Se o trabalhador tiver contas atrasadas com juros mais altos que os oferecidos na antecipação do 13º salário, vale a pena fazer o empréstimo para

COPOM

pagar esses débitos", afirma o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emílio Alfieri, referindo-se às altíssimas taxas de juros cobradas por administradoras de cartões no crédito rotativo e pelos bancos no cheque especial. "Caso contrário, o consumidor vai ficar ainda mais endividado em dezembro. E isso pode virar uma bola de neve com as compras de Natal e as contas de começo de ano." Além dos juros mensais, na hora do empréstimo os bancos cobram taxas de abertura de crédito, que custam entre R$ 20 e R$ 50. O valor é definido de acordo com a instituição bancária, o montante emprestado e o perfil do cliente. Na Nossa Caixa, os juros variam entre 3,3% e 4,2% ao mês. O valor é creditado na conta já com os descontos de encargos e tarifas do produto. O montante emprestado acrescido de juros é cobrado quando o trabalhador ou aposentado recebe o abono. O teto para a antecipação do 13º salário é de 50% do valor a receber. "A procura pelo crédito, em 2007, deve ser, no mínimo, 90% maior que em 2006", diz a gerente departamental de Estratégia Comercial do banco, Lúcia Moya. Parcela única — No Bradesco, que oferece o empréstimo

desde junho, os juros variam entre 2,8% e 2,9% ao mês e o pagamento deve ser feito em uma única parcela, em 20 de dezembro. A Tarifa de Abertura de Crédito (TAC), de R$ 40, e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) podem ser financiados e incluídos no valor das prestações. O Santander antecipa até 100% do 13º salário para os clientes. A linha de crédito do banco fica aberta o ano todo e oferece taxas de juros a partir de 2,8% ao mês. O Banco do Brasil também opera com essa linha de crédito, com juros a partir de 2,74% ao mês. O crédito aprovado é de até 70% do salário e a TAC é de 5% do valor do empréstimo concedido. No banco Real ABN Amro, o cliente pode antecipar o 13º salário integralmente, com taxas de juros mensais entre 3,3% e 3,9%. O valor mínimo de contratação do empréstimo é de R$ 200 e o máximo, de R$ 10 mil. A tarifa de contratação varia de R$ 30 a R$ 50. A Caixa Econômica Federal (CEF) oferece, nessa linha, taxas de juros de 2,84% ao mês para clientes que contrataram a operação no ano anterior e 2,8% ao mês para os demais clientes, com amortização única no recebimento do 13º salário, limitado ao prazo de 180 dias.

ANP registra queda de preços de combustíveis

O

motorista da capital paulista está pagando menos para encher o tanque do carro, de acordo com a pesquisa de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), feita nas últimas semanas. O preço mínimo do álcool foi o que teve a queda mais expressiva na segunda semana de julho se comparado com o preço registrado na segunda semana de junho. De acordo com o levantamento, a variação negativa foi de 18,94%, com preço mínimo do litro do produto caindo de R$ 1,098, na semana de 10 a 16 de junho, para R$ 0,89 na semana de 8 a 14 de julho. O preço médio caiu de R$ 1,326 para R$ 1,241, o que representa redução de 6,41%. O valor máximo do combustível também registrou leve queda. A pesquisa mostrou que na semana de 10 a 16 de junho, o preço era

de R$ 1,699, enquanto na semana de 8 a 14 de julho, o preço havia caído para R$ 1,599. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) informou que as distribuidoras já tinham repassado a queda do combustível, diminuição que não havia chegado às bombas. Gasolina — A gasolina também acompanhou o movimento de queda, mas de uma forma mais tímida. O levantamento da ANP mostrou que o preço do litro do combustível teve retração de 0,66%. Na semana de 10 a 16 de junho, o preço estava em R$ 2,426 e na semana de 8 a 14 de julho, as bombas registravam preço de R$ 2,41 por litro. Esse pequeno recuo é a conseqüência do aumento de 23% para 25% da concentração de álcool anidro na mistura da gasolina, em vigor desde 1º de julho. (AE)

BNDES libera crédito para álcool

O

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a aprovação de financiamento de R$ 252 milhões para duas empresas do Grupo Zilor: a Companhia Agrícola Quatá e a Açucareira

Quatá S.A., localizadas no município de Quatá, no interior de São Paulo. O grupo tem três usinas sucroalcooleiras e outras três empresas agrícolas, localizadas na região centro-oeste do Estado de São Paulo. (AE)

s bancos devem apostar pesado na expansão do crédito (com garantias) para substituir os ganhos dos títulos públicos e manter o patamar elevado de seus lucros. Desde setembro de 2005, a taxa básica de juros da economia (Selic), que remunera os papéis do governo, já recuou 7,75 pontos percentuais, para 12% ao ano. Na reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), que termina hoje, os diretores do Banco Central (BC) devem manter a tendência dos últimos encontros e reduzir em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros. Se o resultado se confirmar, o Brasil também deixará a liderança do ranking dos maiores juros reais (descontada a inflação) do mundo, com taxa de 7,7% ao ano. Mais um indicador que reforça a necessidade de os bancos fortalecerem a carteira de crédito em vários segmentos, como pessoa física e pequenas é médias empresas. Esse movimento já foi iniciado, mas ainda está longe de suprir a demanda reprimida do País por crédito. Segundo a Austin Rating, a participação dos empréstimos e financiamento na receita total dos bancos subiu de 45,1%, em 2004, para 47,6%, em dezembro do ano passado. Nesse período, o resultado de títulos e valores mobiliários recuou de 22,6% para 19,1%. "As instituições financeiras não estavam acostumadas com o crédito no Brasil. Mas agora vão ter de aprender a ganhar dinheiro concedendo empréstimos", afirma o presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), Alberto Borges Mathias. Na avaliação do especialista, porém, ainda há um longo caminho a percorrer. Isso porque o crédito representa 32% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, bem distante da média mundial. O presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, avalia que o grande desafio dos bancos será crescer no crédito com qualidade, sem contaminar seus ativos. "Nesse sentido, temos verificado aumento dos produtos com garantias, que reduzem o risco de perda dos bancos", diz. Entre essas linhas de crédito, ele destaca o empréstimo consignado (com desconto em folha de pagamento) e o financiamento de veículos para pessoa física. O movimento é confirmado pelo HSBC, que já verificou uma migração para produtos com algum tipo de garantia. Na Losango, financeira do banco, uma linha que tem sido muito procurada é a que permite ao consumidor pegar dinheiro emprestado dando como garantia carro já quitado. Poupança — Um novo corte da Selic vai exigir que o BC publique resolução definindo o redutor a ser usado no cálculo da Taxa Referencial (TR) e, conseqüentemente, do rendimento da poupança, diz o professor de matemática financeira José Dutra Vieira Sobrinho. É que a resolução em vigor, de 5 de março, só é aplicável para Selic a partir de 12%. A TR é calculada com base na Taxa Básica Financeira (TBF), média das taxas pagas pelos bancos em títulos, como os CDBs. A TBF é sempre inferior à Selic. (AE)


Congresso Eleição Planalto CPI

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LULA: OUTRAS REFORMAS DEPENDEM DA POLÍTICA

Adriano Machado/AE

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Oded Grajew, presidente do Instituo Ethos, pede pressão para tirar Renan da presidência do Senado

Adriano Machado/AE

REFORMA POLÍTICA É ESSENCIAL, DIZ LULA

Um terçol. E a agenda presidencial é alterada

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Para presidente, é preciso 'acabar com a hipocrisia' quando se discute as mudanças no sistema político.

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou ontem que a aprovação da reforma política é imprescindível para "arrumar" o País. Embora tenha admitido durante discurso no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que não pode falar tudo o que pensa sobre esse tema, Lula afirmou que é preciso "acabar com a hipocrisia" quando se discute a questão. Segundo ele, faz parte da lógica política no Brasil empresários de qualquer parte ter a sua bancada de deputados, senadores, vereadores, governadores e até prefeitos. "Se quisermos moralizar, precisamos ter coragem de discutir o modelo de financiamento público de campanha", disse. O presidente defendeu o sistema sob o argumento de que é mais barato e mais fácil de controlar o destino dos recursos. "O candidato eleito não fica devendo a ninguém". Lula disse que começou a discutir a reforma política e depois verificou que o Executivo não deveria tentar determinar aos políticos os rumos para a discussão do tema. "Mas a sociedade pode", afirmou o presidente, que durante a reunião do Conselho foi cobrado em relação a uma participação mais incisiva sobre os parlamentares. Segundo o presidente, a população pode constituir uma plataforma política sobre esse tema e promover um debate com os partidos políticos. Para Lula, a reforma é necessária para que outras mudanças sejam aprovadas. "Minha tese é a de que sem a reforma política, as outras ficam mais difíceis", afirmou, após destacar que as alterações no sistema político serão seguidas pela reforma tributária e fiscal. "Cada um tem o seu modelo ideal, mas é possível encontrar um denominador comum", avaliou. 'Ação incisiva' – Durante o encontro, um grupo de trabalho formado dentro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social entregou ao presidente um parecer com os

resultados positivos que serão obtidos após a reforma dos sistema político brasileiro. O presidente da Fundação Charitas, dom Luiz Demétrio Valentini, afirmou que "é indispensável o envolvimento do presidente" da República nesse processo. "A reforma política interessa a todos. Nos oferecemos para acompanhar todo o processo de votação da reforma, pois ela precisa tomar novo impulso com a participação de Vossa Excelência", disse Valentini, dirigindo-se a Lula. Dom Demétrio lembrou o presidente sobre a importância da fidelidade partidária, do financiamento público de campanha e do controle do número de partidos em atividade. "Sabemos da necessidade do envolvimento de todos na reforma política. O presidente precisa dar o exemplo desse comprometimento", disse. Segundo Valentini, o CDES ressalta, desde 2005, a necessidade de urgência na aprovação das mudanças na estrutura política brasileira, para permitir um desenvolvimento democrático e sustentado do País. Ele afirmou que a reforma precisa seguir três eixos: o aperfeiçoamento da democracia representativa; a criação de mecanismos de fortalecimento da democracia direta; e uma definição clara das relações entre os poder Executivo e o Legislativo na elaboração do orçamento da União. Em relação ao primeiro eixo, ele defendeu a redução da corrupção, alterações no sistema partidário, aperfeiçoamento das regras para a formação de coligações e filiação partidária. No segundo, a regulamentação do artigo 14 da Constituição, com regras claras sobre plebiscito, referendo e consulta popular – o parecer do grupo de trabalho afirma que há espaço para ampliação da participação popular nas decisões. A reforma política, segundo Valentini, permitirá reduzir as distorções que ocorrem no p ro c e s s o d e l i b e r a ç ã o d e emendas e na relação dos políticos com empresários. (AE)

Guia: CDES não tem poder para tirar senador do cargo

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ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, disse ontem que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o qual preside, não tem como tirar uma pessoa de um determinado lugar. A declaração à imprensa foi em resposta à manifestação do presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, que ontem, em reunião do grupo, pediu que o CDES tomasse uma posição favorável ao afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, devido o atual escândalo. "Isso ultrapassa nossas possibilidades. Somos um fórum informal, criado pelo presidente da República, para ouvir conselhos da sociedade. Vamos respeitar as instituições", disse. Segundo o ministro, o órgão

não tem condições de aprovar uma reforma tributária, quanto mais retirar uma pessoa do seu cargo no Legislativo. Mares Guia lembrou que tudo se dará dentro da democracia representativa no Senado, junto à Comissão de Ética da Casa. Em relação à proposta de Grajew, o ministro disse que essa foi uma proposta pessoal, uma opinião isolada. "O Conselho não é deliberativo. O afastamento de Renan será uma decisão dos senadores. Tudo será resolvido lá dentro. O governo não vai interferir nisso", informou. Ele ressaltou que o próprio presidente Lula já indicou que não fará nenhum tipo de intervenção sobre o caso, pois cada poder tem total autonomia para decidir o futuro de seus membros. (AE)

Incomodado por um terçol, Lula discutiu ontem, no CDES, as reformas e o uso de biocombustíveis no País

presidente Luiz Inácio Lula da Silva está com terçol no olho direito. Depois de almoçar nesta terça-feira, 17, com o príncipe das Astúrias, no Palácio da Alvorada, Lula decidiu alterar sua agenda e ir até a Clínica Oftalmológica de Brasília para uma rápida consulta com o médico Canrobert Oliveira. De acordo com informações obtidas no Planalto, o médico constatou que se tratava de um terçol, mas que estava tudo bem. Em função desta saída para uma consulta médica, a agenda presidencial sofreu alterações e foi toda atrasada. Pela manhã, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o presidente Lula foi visto coçando várias vezes os olhos. Na reunião, o presidente disse que reforma política é "imprescindível" para "arrumar" o País. Embora tenha admitido que não pode falar tudo o que pensa sobre esse tema, Lula afirmou que é preciso "acabar com a hipocrisia" na discussão da reforma política. Segundo ele, faz parte da lógica política no Brasil empresários de qualquer parte do País ter a sua bancada de deputados, senadores, vereadores, governadores e prefeitos. "Se quisermos moralizar, precisamos ter coragem de discutir o financiamento público de campanha", disse, em defesa dessa tese. "O eleito não fica devendo a ninguém". (AE)

'Biocombustível é soberania'

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programa brasileiro de biocombustíveis foi alvo de veemente defesa por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem. Em discurso no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o presidente disse que os biocombustíveis serão uma realidade no País daqui a 20 anos. Ele acrescentou ainda que o programa do biocombustível será tratado com status de soberania nacional. "Não podemos brincar com isso, como aconteceu com a borracha", disse o presidente, acrescentando que o Brasil perdeu soberania e hegemonia da borracha porque não tinha uma estratégia. Lula afirmou que "era tanta 'chiquesa' que a elite brasileira que saía do Sul para cuidar da borracha na Amazônia mandava a roupa para lavar em Paris".

"Imagina um cidadão esperar seis meses por uma cueca", disse Lula. O presidente afirmou que com os biocombustíveis não se pode perder esta oportunidade e alertou aos sindicalistas presentes no Conselho que é preciso definir a relação capital/trabalho neste momento em que o programa ainda é novo. Lula disse que viajará a vários países para divulgar o programa. "Quem quiser falar comigo, agora, fale o que quiser, mas vai ouvir sobre os biocombustíveis. O Brasil não pode abrir mão de dominar porque País nenhum do mundo tem as condições para produzir, como o Brasil", disse o presidente. Grupo de trabalho – O CDES implementou um grupo de trabalho para discutir o programa de biocombustível, que

começará a discussão no dia 16 de agosto. "Na coordenação deste grupo de trabalho é preciso que se junte o que há de melhor neste País porque o biocombustível será uma acontecimento inexorável", disse o presidente. Lula já adiantou que este grupo de trabalho terá "um bom pepino nas mãos" e deverá discutir questões como o direito de propriedade no Brasil. "Teremos que discutir se essas terras poderão ser vendidas para estrangeiros ou se terão que ficar nas mãos de brasileiros", disse Lula. Ele acrescentou que é necessário ter uma estratégia correta para o programa de biocombustíveis, para ajudar o Brasil, os países em desenvolvimento e o planeta. Críticas – O presidente lembrou que esteve recentemente na Europa para

discutir o assunto e rebateu as críticas ao programa brasileiro. Segundo ele, o petróleo não vai acabar, mas os biocombustíveis serão a melhor forma para reduzir a emissão de CO2. Ele rechaçou as críticas de que biocombustíveis provocarão falta de alimentos. Segundo ele, as 850 milhões de pessoas que passam fome no mundo não são resultado de falta de alimentos, mas de falta de renda para comprá-los. Aperfeiçoamento – Lula disse que é preciso encontrar um denominador comum para aperfeiçoar o programa do álcool, que nasceu no sufoco em 1975. Ele elogiou a criação do flex-fuel e afirmou que, a partir do ano que vem, já haverá a mistura do biodiesel no óleo diesel, mas que esse porcentual não será maior porque a indústria automotiva teve medo e o governo ficou acanhado. (AE)


quarta-feira, 18 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

17/7/2007

COMÉRCIO

9

11,32

por cento é a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para outubro de 2007, pela cotação de ontem da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F)


quarta-feira, 18 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CIDADES & ENTIDADES - 1

Evelson de Freitas/AE

a maior

tragédia Foram 176 mortos, no maior acidente aéreo já ocorrido no Brasil. O Airbus A320 da TAM, que vinha de Porto Alegre para São Paulo, derrapou ontem, às 18h45, na pista principal do Aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, área densamente povoada. Em seguida, atravessou a avenida Washington Luís, de altíssimo volume de tráfego, bateu em um posto de gasolina e em um depósito de cargas da TAM. A explosão formou um imenso cogumelo de fogo e fumaça.

176 12 31 440

é o número de mortos no acidente de ontem em Congonhas, envolvendo um Airbus da TAM. pessoas foram atingidas pelos destroços e encaminhadas para hospitais públicos da área. vôos foram desviados de Congonhas para os aeroportos de Cumbica e Viracopos, em Campinas. é o número de mortos em toda a história do A320, que sofreu apenas sete acidentes, incluído o de ontem.


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Nacional Empresas Estilo Tr i b u t o s

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quarta-feira, 18 de julho de 2007

Num jantar ou almoço representando a empresa, espere que todos sejam servidos para começar a comer.

CONSULTORA ATENDE 15 EMPRESAS POR MÊS

Paulo Pampolin/Hype

ETIQUETA Fuja de gafes no trabalho e em viagens Empresas investem em cursos para melhorar imagem de funcionários Neide Martingo

M

a r k e t i n g p e ssoal. Comportamento no dia-adia. Etiqueta profissional. Expressões que podem parecer estranhas para muita gente. Mas podem ser ferramentas prioritárias para conseguir – e manter um bom emprego. Preocupados com a imagem que os funcionários podem passar para os clientes, muitos comerciantes e empresários investem em cursos e palestras que ensinam desde como se vestir com bom gosto até se comportar à mesa. A consultora em etiqueta e marketing pessoal Ligia Marques afirma que já deu aulas individuais para adultos, para equipes, para tripulantes de navios que queriam atender melhor os passageiros a bordo, para diplomatas brasileiros que

As pessoas têm de ser agradáveis, escolher bem os assuntos que abordarão, o tom de voz, as roupas. Mas nada pode ser forçado. Ligia Marques estavam com passagem marcada para assumir embaixadas no exterior, garçons, diretores de bancos e até para prostitutas que se casaram com executivos. "Comecei, há 13 anos, a atender grupos de crianças que não sabiam como se comportar na hora da refeição. Os pais delas também quiseram ter aulas e trabalhar com empresas foi um pulo", diz Ligia. Ela atende 15 empresas por

mês, e monta uma classe de adultos a cada 30 dias. Os encontros duram de uma hora e meia a oito horas, quando é feita também uma palestra. "Os funcionários das empresas adoram a aula prática durante o almoço." Ligia cita uma das gafes mais comuns: quando o representante de uma empresa oferece um cartão de visita para uma pessoa de outra companhia, de nível hierárquico superior. "Pega mal. Fica parecendo que esse funcionário está se oferecendo. Ele tem que esperar o outro entregar o cartão, para que a troca de informações seja feita." Outra dica importante é em relação às roupas usadas em ambiente de trabalho. "Muitos funcionários pensam que peças informais são top, minissaia, sandálias de dedo e bermudas. O melhor é manter a sobriedade", diz a consultora.

Patrícia Domingues, da Univida Seguros, e funcionários da empresa: todos fizeram cursos de etiqueta

A etiqueta internacional manda que os funcionários brasileiros sigam alguns costumes dos estrangeiros: "os norte-americanos gostam de objetividade; os ingleses, de pontualidade. E é bom fazer um pouco de pesquisa." Ligia conta um caso do representante de um escritório brasileiro, que acompanhou um cliente de um país árabe num jantar de despedida do Brasil. Infelizmente, levou a mulher dele, que foi ignorada a noite toda. No final do compromisso, o árabe achou que a moça era um 'presente' para ele. Deu a maior confusão", lembra Ligia. Ela diz que é preciso manter o bom senso, tanto num piquenique como num jantar de gala. "As pessoas têm que ser agradáveis, escolher

bem os assuntos que abordarão, o tom de voz, as roupas. Nada pode ser forçado, para que o clima seja informal." Curto-circuito O escritório de advocacia Teixeira Fortes contratou os serviços de Ligia há seis meses. "A palestra acendeu o interesse dos funcionários em se vestir melhor, por exemplo", diz o sócio do escritório, Cylmar Fortes. Um dos problemas no ambiente de trabalho era o hábito de um funcionário de usar meias brancas com terno e gravata. "Algumas pessoas faziam combinações infelizes de cores de peças de roupas. Parece um curto-circuito", brinca Fortes. "Já que é um escritório de advocacia, é preciso ser conservador na escolha do que vestir", afirma.

Os 52 funcionários da Univida Seguros também assistiram à palestra. "O investimento na formação da equipe faz parte da política da empresa. "São oferecidos cursos de revisão gramatical, neurolinguística, etiqueta e inglês", afirma a assistente comercial da Univida, Patrícia Domingues. "O investimento em cada um dos curs o s v a r i a e n t re R $ 2 m i l e R$ 3 mil. Todos participam, desde as copeiras até o presidente da empresa", diz. Para ela, as sugestões ajudaram principalmente na relação entre os colegas. "O clima na empresa sempre foi excelente. Mas as pessoas, às vezes, esquecem da importância do contato entre os seres humanos. Um e-mail pode ser substituído por uma conversa."

Para não arranhar a imagem...

À

s vezes, as pessoas cometem gafes e nem percebem. A imagem pessoal fica arranhada, assim como a da empresa que o funcionário representa. Aqui vão algumas dicas da consultora Ligia Marques para não fazer feio em um evento social: A pr es e nt aç ão – Ao ser apresentado a alguém, diga "como vai?", "muito prazer”", "tudo bem?". O "oi" vai bem para os casos informais e com jovens. Beijo – O beijo social, no

rosto, deve ser reservado àqueles com os quais temos mais intimidade. A iniciativa cabe sempre à mulher. Tratamento – O tratamento "senhor" e "senhora" é sempre desejável, a menos que a pessoa dispense. Se esquecer o nome de alguém, use algo como "Minha memória não anda muito boa... pode me dizer de novo seu nome?" Conversas – Fale baixo. E não interrompa quem estiver falando. Aguarde a vez. As mulheres dizem "obri-

gada" e os homens, "obrigado". Não use termos como "querida", "fofa", "benzinho" ao tratar com clientes da empresa – nem pessoalmente nem por telefone. Ro upas – Nada de decotes, minissaias, barriga de fora, jeans de aspecto rasgado e roupas extravagantes no ambiente de trabalho. Seja discreto. Um executivo não usa mangas curtas. Se estiver calor, opte por tecidos leves. Cuidado com o uso de perfumes. Não exagere, principalmente no trabalho.


2 - CIDADES & ENTIDADES

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quarta-feira, 18 de julho de 2007

a maior tragédia

Raimundo Pacco/Folha Imagem

Avião da TAM que decolou de Porto Alegre derrapa na pista do Aeroporto de Congonhas e se choca contra um depósito da própria empresa, no final da tarde de ontem. Chances de haver sobreviventes são quase nulas.

De novo, em Congonhas. Mas muito pior. Airbus 320 da TAM que vinha de Porto Alegre derrapou na pista, atravessou avenida e se chocou contra um prédio. 176 pessoas estavam a bordo.

Um dos aviões mais seguros do mundo Luiz Guerrero

N

o que tudo indica ser o maior acidente aéreo ocorrido no Brasil, um Airbus A320 da TAM com 176 pessoas a bordo - sendo 170 passageiros e seis tripulantes - que vinha de Porto Alegre para São Paulo derrapou ontem, às 18h45, na pista principal do Aeroporto de Congonhas, segundos após o pouso, derrapou centenas de metros, atravessou a avenida Washington Luís sobre os carros, bateu em um posto de gasolina e se chocou contra um depósito de cargas da TAM, do outro lado da avenida. A colisão provocou um grande incêndio e o prédio, na rua Otávio Tarquino de Souza, corre o risco de desabar. A Secretaria de Segurança Pública divulgou, no início da madrugada de hoje, que pelo menos 40 corpos haviam sido retirados do local do acidente. Outras 12 pessoas, supostamente feridas por destroços, foram encaminhadas para hospitais da região. O coronel Manuel Antonio voando o Jabaquara em direção à Moema. Deda Silva Araújo, do Corpo de Bombeiros, disse veria descer na pista principal. Estava lotado que dificilmente haverá sobreviventes. "Tem de passageiros e não conseguiu parar. Não há 200 mortos aí", disse ele ao prefeito de São Pau- marcas de pneu na pista ou na grama ao redor, lo, Gilberto Kassab, no local do acidente. o que indica que o piloto não freou. O piloto Segundo informações da Rádio CBN, o piloto tentou arremeter, mas a força que ele consedo Airbus teria dito antes do acidente "vira, vi- guiu extrair do motor foi insuficiente para o ra, vira". A declaração foi captada pela Torre de Airbus decolar. "A velocidade era em excesso Controle de Congonhas. para parar e insuficiente para de"Ouvi um estampido seco e forte colar", disse um oficial da Aeroe, quando olhei para a pista, vi um náutica. cogumelo de fogo subir cerca de 50 O Corpo de Bombeiros mobilimetros do solo", contou o médico Ouvi um estampido zou 150 homens e 50 viaturas de toSílvio Aurélio Trevisan, que pre- seco e forte e, quando dos quartéis da cidade e dois helisenciou a cena da janela dos funcópteros para controlar o fogo, resolhei para a pista, vi dos de sua casa, na avenida Iraí, no gatar os feridos e o recolher os morPlanalto Paulista, a cerca de 800 um cogumelo de fogo tos. A energia elétrica na região foi subir cerca de 50 metros da cabeceira da pista. cortada. A área do aeroporto foi isoO acidente com o Airbus foi o metros do solo. lada pela Polícia Militar e o aeroporterceiro ocorrido no Aeroporto to foi fechado. Todos os vôos foram de Congonhas em menos de 48 Sílvio Aurélio Trevisan, transferidos para outros aeroporque viu o acidente tos, como Cumbica e Viracopos, em horas. Anteontem, um avião modelo ATR-42, da empresa PantaCampinas (SP). Mesmo assim, a nal, também derrapou na pista principal de TAM continuava vendendo passagens para vôos Congonhas, mas foi parar na grama. Outro in- que sairiam de Congonhas. cidente ocorreu às 18h40, quando um avião da Até a madrugada não havia um balanço oficial TAM tentou pousar na pista principal e quase sobre o número total de vítimas. Entre os feridos, não conseguiu parar no fim do asfalto. duas vítimas foram identificadas, e atendidas no O vôo JJ3054 saiu de Porto Alegre às 17h16. Hospital Alvorada, em Moema: Eduardo Silva Chovia e havia água na pista. Cinco minutos an- Teixeira, de 35 anos, é funcionário da TAM e estes da chegada do Airbus, a Torre de Controle de tava no prédio atingido. A segunda vítima é LiCongonhas pediu à Infraero que medisse a lâmi- lian Souza, de 22 anos, com ferimentos leves. na d’água na pista. Recebeu a informação de que Uma funcionária da TAM Express que estava "estava operacional" e a manteve aberta. no local, e pediu para não ser identificada, afirO Airbus aproximou-se do aeroporto sobre- mou que ouviu um forte estrondo quando a ae-

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Airbus A320 é um dos aviões mais seguros do mundo, atesta o piloto e jornalista especializado em aeronáutica Santiago Oliver. Lançada em 1984 para operar em rotas de curta e média distância, foi a primeira aeronave a adotar sidesticks no lugar do manche. Conta ainda com sistema de freios com dispositivo anti-travamento (ABS) de última geração, igualmente comandado eletronicamente. As principais funções do A320 são monitoradas por computador. O conjunto, no entanto, exige condições mínimas para operar com segurança. "Pistas sem drenagem adequada são riscos para qualquer aeronave", afirma Santiago. A aquaplanagem é inevitável. "A velocidade no momento do pouso é de cerca de 200 km/h: é impossível controlar uma massa de 70 toneladas de peso a essa velocidade e em condições adversas."

ronave se chocou contra o prédio, mas demorou para entender o que estava acontecendo. Ela diz ainda que os funcionários da empresa foram proibidos de dar entrevistas. A avenida Washington Luis foi interditada nos dois sentidos na altura da rua Otávio Tarquino de Souza. A avenida 23 de Maio também foi fechada e os reflexos no trânsito foram imediatos, já que té o in era o horário do pico da tarde. ício o ntem ( da madrug Porto Alegre - Em Porto Alegre, faa 1 divulg h), a TAM h da de miliares de passageiros da TAM chegano aci a a v d ia oo dente vam desesperados ao aeroporto Salem Co nome de 11 Akio i n mo w g onhas asaki, gado Filho. Um senhor gritava indig. Eram rtos Sieczk Andre eles: o a wski, nado pedindo a lista de passageiros. Carlos Andre Rota i Gilber Franço Alguns chegaram a bater com as t Servu lo da C o Zanotto, C is Mello, mãos no balcão da TAM e os funcioassio V unha, Junior Clo iei ,R nários se limitavam a informar que da TAM icardo Kiey ve Mendon ra ç a S ) a empresa está prestando informa(funcio , Marcel Cas antos (funci onário sal Vic nário ções pelo telefone 0800. da TAM entim Unterb ), e Trânsito - Em nota a CompaViniciu rger (funcio Michelle Sil ve ná s nhia de Engenharia de Tráfego e Fabi Costa Coelh ria da TAM ira ) o o , (CET) informou que manterá até la Kof reitag (funcionári TAM)" o TAM (funcio . A em o meio-dia de hoje o trânsito blo) pr nário o Prog da queado nas avenidas 23 de Maio rama esa colocou d à V e d í A t i imas sposiç ssistê (sentido Santana/Aeroporto), ão o núm e Familiares ncia às junto ao viaduto João Julião da ero 08 e disp 00 11 onibil ao ate Costa Aguiar, avenida Ibira7900 ndime destin izou n d t o a aos fa s vítim ado puera e Praça da Bandeira, por miliar as. es determinação do Corpo de Bombeiros. O rodízio de veículos está mantido. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou luto oficial de três dias no País. O prefeito Gilberto Kassab fez o mesmo.(Agências)

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6 - CIDADES & ENTIDADES

quarta-feira, 18 de julho de 2007

a maior tragédia Abalado, Lula cria gabinete de crise

Presidente ficou consternado com o acidente aéreo em Congonhas e convocou os ministros Valdir Pires, Walfrido dos Mares Guia, Franklin Martins e Dilma Roussef Paulo Pampolin/Hype

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genda cancelada, viagens de amanhã e sexta-feira suspensas e formação de um gabinete de crise no Palácio do Planalto. Essas foram, ontem à noite, as primeiras providências do presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo depois de ser informado da tragédia com o vôo JJ3054 da TAM. Lula ficou "consternado" ao receber, por meio de um assessor especial, o brigadeiro Francisco Joseli, a notícia do acidente. Ontem à noite havia uma grande preocupação do governo com as repercussões dessa nova tragédia, que classificavam como "inacreditável". Questionava-se se o acidente poderia ter sido provocado pela liberação da pista do aeroporto de Congonhas sem as ranhuras que ajudam a segurar os pousos de grandes aviões, que só começariam a ser feitas no próximo dia 29 de julho. Lula teria pedido informações sobre o acidente com o avião da companhia aérea Pantanal, no dia anterior, que também derrapou na pista de Congonhas e teria sido informado de que, naquele caso, havia ocorrido uma imperícia do piloto. Gabinete de crise – Foram chamados para o gabinete de emergência os ministros Waldir Pires (Defesa), Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), Dilma Roussef (Casa Civil) e da Franklin Martins (Comunicação Social). Logo depois de montado o gabinete de crise, o presidente Lula telefonou para o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que estava em São José dos Campos (SP), determinando que ele se dirigisse para o aeroporto de Congonhas a fim de obter todas as informações precisas e as repassasse ao Palácio do Planalto. Saito chegou a Congonhas por volta das 21h30. Também foram repassadas ao presidente Lula informações das autoridades aeronáuticas avaliando que as perspectivas eram as piores possíveis e que as chances de haver sobreviventes eram nulas. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, assim que foi informado do acidente, embarcou para São Paulo. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) repassou a responsabilidade pela divulgação de informações para a Aeronáutica. O Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) abriu inquérito para averiguar as causas do acidente. (AE)

O Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos abriu inquérito para apurar as causas do acidente com a aeronave da TAM, que tinha 176 passageiros a bordo Rodrigo Paiva/Folha Imagem

JF Diório/AE

Rogério Cassimiro/Folha Imagem

Famílias foram ao local do acidente tentar obter informações sobre as vítimas

Bombeiros tiveram dificuldades para controlar o incêndio de grandes proporções que tomou conta do depósito da TAM, após ser atingido pela aeronave


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 18 de julho de 2007

CIDADES & ENTIDADES - 5

a Uma maior tragédia pista envolvida pela cidade Localizado em área densamente povoada, nem a reforma de suas duas pistas resolveu problemas estruturais do maior aeroporto brasileiro em movimento de aviões Reprodução

Flávia Gianini

E

specialistas são unânimes em afirmar que mais acidentes envolvendo o Aeroporto Internacional de Congonhas é uma questão de tempo. "Ele opera muito além da sua capacidade há anos", declara um comandante da TAM que preferiu o anonimato, temendo retaliações. Sua localização, entre bairros densamente povoados, é o maior fator de insegurança para os profissionais que lá trabalham. "Cercada de casas e prédios residênciais, a cabeceira da pista principal é a pior do mundo", diz. O comandante da TAM garante que os "quase" acidentes e derrapagens acontecem regularmente há 5 anos, mas só agora estão sendo divulgados. " Em 2000, um colega de outra companhia quase chocou o avião abastecido em outro que manobrava no local. Seria desastroso. Ninguém ficou sabendo", desabafa. Para ele, o pouso de aeronaves do porte do Airbus é extremamente arriscado em Congonhas e no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. "Para decolar e pousar neles é necessária formação especial em função da pista curta", informa. Amigo do comandante que pilotava o avião acidentado, ele não descarta a possibilidade de falha humana, mas garante: a condição da pista in- sos em Congonhas, principalfluenciou negativamente. "Ele mente em dias de chuva. "A esera um profissional muito ex- trutura da pista não permite periente. Esse acidente era to- ranhuras de espessura adetalmente previsível." quada ao escoamento da Localização –Ao contrário água", afirma o comandante. da maioria dos aeroportos do Uma comissária da TAM diz mundo, que estão localizados que mesmo depois da reforma distante dos centros das gran- é possível perceber a falta de des capitais, Congonhas fica estabilidade no avião quando na região Sul de São Paulo – a o trem de pouso toca o chão. maior da cidade – a seis quilô- "Os funcionários comentam metros do Centro. Suas pistas que a obra está errada desde o terminam em começo", conta a duas grandes comissária, choavenidas: a prinrando a perda cipal na Avenida dos colegas. W a s h i n g t o n Em 2000, dois aviões, O barulho cauLuis e a auxiliar, um deles carregado de sado pelos aviões na Avenida Ban- combustível, quase se é motivo de disdeirantes. A área chocaram na pista. puta judicial, há total do sítio aeanos, entre a Asroportuário de Seria um desastre. sociação de MoCongonhas é de Mas ninguém ficou radores de Cam1,6 quilômetro sabendo. po Belo e Moema, quadrado, muiComandante da TAM a I n f r a e r o , a to inferior aos União e a Prefeiaeroportos intertura de São Paunacionais de igual frequência. lo. Hoje, devido ao caos aéreo, Como medida paliativa, a Congonhas opera comercialcabeceira da pista auxiliar foi mente das 5h30 à 0h30, mas esampliada em 100 metros, ga- se horário costuma ser estendinhou uma nova capa asfáltica e do. Há menos de três meses, novos sinais luminosos ligan- um avião da Força Aérea Brado as cabeceiras. Para os espe- sileira (Fab)) sobrevoou o local cialistas, mesmo a reforma da até às 3 horas. "Ninguém tem principal é insuficiente para respeito", diz Ligia Horta, pregarantir a seguranças dos pou- sidente da associação.

"Não viajo mais de avião"

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frase é do repórter-fotográfico Paulo Pampolin, da agência Hype, que registrou as imagens do acidente da TAM na noite de ontem para o DC. O fotógrafo se infiltrou no cordão de isolamento formado na avenida Washington Luís, local onde ocorreu a colisão do airbus da TAM com o prédio da mesma companhia, momentos depois do acidente, por volta das 19h. "Eu tinha uma máscara para me proteger da fumaça e entrei com a câmera escondida, como se fosse um agente da Defesa Civil. O avião havia entrado no prédio e somente a calda era visível, devido a fumaça preta causada pelo incêndio", disse. Embora tives-

sem ocorrido três explosões no prédio, uma loja Select do posto de gasolina vizinho ao prédio estava acesa, funcionando. "Isso me chamou atenção", disse. Uma pessoa havia sido resgatada pelos socorristas, toda coberta. Ao redor, curiosos observavam o fogo e a fumaça e, entre eles, um homem chorava indignado. "Agora a crise aérea não só deixa as pessoas dormindo nos aeroportos. Começou a matá-las", disse. O descaso das autoridades em relação à aviação civil havia se transformado em tragédia. "Pensei no prêmio de fotografia a receber em Brasília. Mas não poderei mais buscá-lo de avião, não mais", disse.

Entre avenidas de grande movimento, casas e prédios de apartamentos, Congonhas está a apenas seis quilômetros do centro da cidade. A maioria dos aeroportos de igual porte existentes no mundo está localizada distante dos grandes centros urbanos.


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Ambiente Educação Urbanismo Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CÂMERAS SERÃO INSTALADAS ATÉ DEZEMBRO

7 Câmeras inibem os ambulantes e servem para fiscalizar a limpeza. Andrea Matarazzo

Paulo Pampolin/Hype

'Big Brother' São Paulo: 300 câmeras de monitoramento Parceria entre governo do Estado e Prefeitura vai instalar equipamentos para vigiar roubos, camelôs e trânsito. Fotos de Rafael Hupsel/Luz

Rejane Tamoto

O vereador José Police Neto fala ao microfone durante reunião na ACSP

Nova Luz pode ser modelo de PPP no Centro Nova proposta vai buscar parceiros no setor privado Sergio Leopoldo Rodrigues

A

região da Nova Luz (exCracolândia), que compreende 28 quarteirões no Centro da cidade de São Paulo, poderá ser o primeiro alvo para um novo modelo de Parceria Público-Privada (PPP), que a Prefeitura paulistana quer implementar, já em 2008. A informação foi dada ontem pelo líder do PSDB na Câmara Municipal, vereador José Police Neto, durante reunião da Comissão de Política Urbana (CPU), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O vereador Netinho informou que o Projeto de Lei 5003 de 2006 - que vai regulamentar as PPPs paulistanas - poderá ser aprovado antes de 31 de setembro próximo, data limite para a votação do Orçamento municipal, a vigorar no ano que vem. Essa primeira parceria, segundo ele, serviria para exercitar esse novo modelo proposto pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). "Como uma ferramenta para desenvolver negócios para uma cidade que precisa de investimentos em infra-estrutura", antecipou. Aos empresários reunidos na CPU, o vereador Netinho mostrou que o PL apresenta um novo modelo que vai buscar o setor privado como parceiro, sem privatizar nada. "A nossa parceria vai garantir que ao final do contrato de gestão privada o investimento volte todinho para a sociedade", explicou. Para o vereador, o principal problema enfrentado pelas

PPPs foi superado. Primeiro, pensando o município como ponto de partida para obras menores, capazes de envolver a sociedade no processo. "Assim haverá suporte político em cada projeto", salientou. Ele considera um erro do legislador ter acreditado que as PPPs deveriam começar pela União. Pois foi ali, avaliou, que elas emperraram por três fatores: "a falta de competência na sua apresentação", a ausência de garantias políticas e materiais, e pelo fato de envolver apenas grandes projetos. "De viabilidade complexa", observou. O PL 5003 trabalhou num novo conceito, dentro das regras já estabelecidas pela legislação federal e estadual, mas com algumas novidades, entre elas, a exigência de criação, para cada parceria, de uma sociedade de propósito específico (SPE), como forma de assegurar a conclusão do projeto. Também a oferta de garantias, com a formação da Companhia São Paulo de Parcerias, com recursos do orçamento, títulos de valores mobiliários e bens e direitos de titularidade do Município, entre outros. O coordenador e subcoordenador da CPU, respectivamente, Alfredo Cotait Neto e Antônio Carlos Pela, lembraram que as PPPs vêm ao encontro da defesa que a ACSP faz da livre iniciativa, como motor do desenvolvimento. "Temos lutado por uma ação conjunta entre o setor público e privado para resolver problemas, sobretudo, de infraestrutura da cidade", resumiu Cotait Neto.

Corredor de ônibus: sai alfalto, entra concreto Flávia Gianini

S

ão Paulo vai virar um grande canteiro de obras a partir de agosto. A SPTrans vai trocar o pavimento de asfalto por concreto em 22 pontos de parada de três corredores de ônibus da capital. A reforma já foi licitada e vai custar R$ 2,5 milhões ao cofres públicos. As obras deverão gerar ainda mais congestionamentos nos horários de pico, já que

exige que o tráfego de ônibus nos locais de obra seja desviado para a via tradicional. Não há uma previsão concreta sobre o impacto da obra no fluxo geral de veículos na cidade, mas haverá transtornos em 13 paradas no corredor Paes de Barros, em 7 paradas no corredor Santo Amaro/ Nove de Julho/Centro e em 2 paradas no corredor Pirituba. A estimativa é de que a obra dure até dezembro, mas segundo informou o diretor de Infra-

A

cidade deve ganhar cerca de 300 novas câmeras de m o ni t o ra m e nt o , que serão distribuídas em pontos estratégicos localizados nas 31 subprefeituras do município. O secretário municipal de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, afirmou que o projeto está sendo elaborado em parceria entre o governo do Estado e a Prefeitura e deve ser implementado após a mudança da sede da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para a Nova Luz, prevista para este ano. "A GCM e a Polícia Militar (PM) trocarão informações sobre o projeto de implantação dessas câmeras", informou o secretário. De acordo com o inspetor da central de monitoramento do sistema de câmeras da GCM, Ewander Simão de Almeida, o projeto de parceria entre Estado e Prefeitura para instalação de câmeras na cidade está na mesa de negociação e ainda será preciso buscar patrocínio. "A idéia é monitorar a cidade inteira, em um trabalho conjunto com a PM. A GCM será a responsável pelo monitoramento", afirmou o inspetor. Segundo Almeida, a instalação de mais câmeras na cidade também está condicionada à mudança de endereço da central de monitoramento da GCM, que sairá da Bela Vista para um prédio, atualmente desapropriado, na rua General Couto Magalhães, na Nova Luz. "O objetivo é mudarmos para o novo endereço ainda esse ano. O projeto executivo da reforma do prédio já está pronto e prevê mudanças e remodelação estrutural", explicou. Paulista - Enquanto as cerca de 300 câmeras são estudadas pela Prefeitura e pelo governo do Estado, a região da avenida Paulista receberá 64 equipamentos até dezembro, que, somadas às 35 existentes na região central, totalizarão 99 "olhos" que vigiarão a cidade. O secretário Andrea Matarazzo avalia que, após um ano de monitoramento do Centro, houve aumento da segurança na região central. "Além disso, as câmeras também inibem ambulantes e servem para fiscalizar a limpeza da região. É uma experiência absolutamente satisfatória e contribui para o trânsito e atendimento da área social", disse. De acordo com o inspetor da GCM, as 64 câmeras que serão

instaladas até dezembro serão patrocinadas pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) a um custo de R$ 3,8 milhões. As câmeras vão monitorar as avenidas Doutor Arnaldo, Paulista, Consolação e Rebouças, além de vias da região central, como no Glicério, Senador Queiroz, largo do Arouche e Nova Luz. "O objetivo é realizar um trabalho de segurança pública melhor na avenida Paulista, a partir de dezembro, quando começa o maior movimento em decorrência de eventos como o réveillon", afirmou Almeida. Segundo o inspetor, na segunda fase do projeto serão instalados equipamentos de maior potência, o que permitirá a identificação de mais pontos. Atualmente, a aproximação das câmeras é de mil metros. O sistema de monitoramento da GCM conta atualmente com quatro equipes formadas por oito guardas civis cada um, que mantém o serviço 24 horas. As imagens são transmitidas em 20 monitores com capacidade para até 16 quadros. O compartilhamento das imagens com a Polícia Militar começou há trinta dias e continuará na segunda fase. A PM usará as imagens para identificar flagrantes e delitos na cidade.

estrutura da SPTrans, Sérgio Salvatore, a empresa vai trabalhar dia e noite nos locais para antecipar o término da obra para novembro, evitando, assim, o período de compras natalinas. "Não vamos usar britadeiras no período noturno e tentaremos minimizar os transtornos ao máximo, mas a troca é necessária", disse Salvatore. Segundo especialistas, o concreto é mais resistente que o asfalto, necessitando menos de manutenção. "A diferença é grande. Enquanto o concreto exige uma manutenção a cada 20 anos, o asfalto precisa de apenas 3 ou 4 restaurações, no mesmo período", explicou o diretor. Além de manutenção, o asfalto é menos resistente ao peso

dos ônibus e se deteriora com o acumulo de óleo veicular. A obra é o primeiro ponto da reforma prevista para sete dos dez corredores da capital. Os pontos escolhidos para a receber o novo pavimento são os mais movimentados e deteriorados entre os corredores, informou a SPTrans. Todo o recurso gasto sairá do orçamento do departamento de infraestrutura da empresa. A decisão de priorizar essa obra foi tomada pelo diretor. "Já temos o dinheiro em caixa destinado para o trabalho. É melhor fazer agora do que correr o risco de ver a verba ser destinada para outro fim no próximo ano", declarou Salvatore.

As novas câmeras vão aumentar a vigilância nas 31 regiões da cidade. Atualmente, já há 35 câmeras instaladas na região central, como nas ruas 25 de Março e 24 de Maio e na praça da Sé (fotos acima e ao lado). Segundo o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, as câmeras aumentaram a segurança na região central.


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quarta-feira, 18 de julho de 2007

CIDADES & ENTIDADES - 3

a"Subiu maior tragédia uma grande bola de fogo" Redecker ia para os EUA

Parentes e amigos das vítimas lotam aeroporto em busca de informações sobre passageiros do vôo 3054, da TAM Paulo Pampolin/Hype

Fernando Vieira

A

pós perguntar a uma funcionária do balcão de atendimento sobre a previsão de chegada do vôo 3054, da TAM, e obter a informação de que a aeronave já estava em trabalho de pouso, o empresário gaúcho José Carlos Dornelles seguiu para um restaurante no saguão do aeroporto de Congonhas. Em frente ao local em que estava, avistava a pista pelas janelas de vidro. De lá, Dorneles assistiu o avião passando direto por toda sua extensão, perdendo a visão clara quando ultrapassou os limites da cabeceira. Atônito, Dornelles retornou ao balcão para perguntar o que havia acontecido. Ninguém sabia informar. A confirmação do acidente veio cerca de meia hora depois, por telefone, de parentes do sul que viam as notícias na tevê. Dornelles ficou paralisado. Acompanhado por um amigo, ele aguardava o desembarque da filha de 33 anos, com quem havia falado ao telefone antes da decolagem no Rio Grande do Sul. "Ela me disse que o vôo estava no horário". Ela trazia uma peça de informática para uma companhia da qual Dornelles presta serviços. "Vim para São Paulo em um vôo das 13h para trazer uma peça, mas depois precisamos de outra. Então lembrei que minha filha estava em casa e pedi que trouxesse para mim". Ali, no saguão, ele aguardava a filha para juntos voltarem para o Rio Grande do Sul em um vôo da noite já marcado. "Remarquei meu vôo de volta para mais tarde, para voltar ao lado dela. Mas o avião não pousou, passou direto". Segundo o amigo de Dornelles, a explosão foi imediata. "Subiu uma bola de fogo junto com o barulho. De onde estava, pude ver", descreveu. Uma cena que ocorreu, "precisamente, às 18h18" de ontem, segundo seu relógio. Já era por volta das 19h25 quando, ao lado de um grupo de parentes e amigos de vítimas, Dornelles foi encaminhado para uma ampla sala do aeroporto de Congonhas. Havia poucas pessoas até aquele momento, no máximo 15 parentes e amigos. Desolado, ele não parava de falar ao telefone: "Não acredito, a perdemos", dizia, enquanto chorava. "Já sei que ela estava dentro do avião. Só preciso chorar para

A

vinícola Aurora, a maior do País, confirmou que dois funcionários estavam no vôo: Caio Zanotto, diretor superintendente, e Ivalino Bonatto, gerente financeiro. Eles iam para São Paulo a trabalho. O filho do ex-presidente do Internacional, Paulo Rogério Amoretty, confirmou que o pai deveria estar no vôo, mas a família ainda não tinha notícias dele. (Agências)

Vigília em Porto Alegre

F Funcionário do aeroporto de Congonhas ajuda no resgate das vítimas da tragédia com o avião 3054 da TAM, ontem, em São Paulo Paulo Pampolin/Hype

colocar para fora". As equipes de apoio da Infrero e da TAM estavam em maior número, ainda perdidas em meio à tragédia. "Nunca passei por esta situação. Não sei nem o que dizer", lamentou uma funcionária da Infraero, visivelmente abalada, numa tentativa de consolar um outro parente de vítima. Por volta das 20h30, a sala reservada começou a receber parentes e amigos em maior número. O clima era de tristeza, dada a gravidade da situação. Junto com eles, chegou um batalhão de equipe de apoio, em grande parte para suporte psicológico. Os especialistas se

aproximavam e ofereciam ajuda. Algumas pessoas se afastavam para conversar em privacidade, enquanto a maioria chorava sozinha nos sofás. Pelo menos cinco pessoas já tinham sido encaminhadas para atendimento médico, em um outro espaço da sala. A cena se repetia: pessoas falando ao telefone para informar a família, que ainda aguardava pela confirmação da lista de embarque. Até às 22h45, apenas o número de passageiros e tripulantes havia sido divulgado. Por volta das 23h, o governador José Serra e o prefeito Gilberto Kassab compareceram ao aeroporto.

Bombeiros tentam apagar o incêndio no avião e no depósito da TAM

Apu Gomes/Folha Imagem

N

a avenida Washington Luís, a pouco metros do local do choque do Air Bus da TAM com um prédio da TAM Express, muitas pessoas olhavam com perplexidade em direção ao edifício da companhia aérea. Eram, em sua maioria, parentes e amigos de funcionários da empresa à espera de informações sobre o paradeiro dos passageiros do avião ou de funcionários que trabalhavam dentro do edifício. Toda a movimentação e caos por conta do incidente já eram percebidos a 3 quilômetros do aeroporto, na avenida Nove de Julho, em frente ao Detran, região do Parque do

líder da minoria na Câmara, Júlio Redecker (PSDB-RS), era um dos passageiros do avião da TAM que se chocou com um prédio, no Aeroporto Internacional de Congonhas. Redecker pegou o vôo em Porto Alegre e iria ontem à noite para Washington, numa viagem oficial da Câmara. Presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul no Congresso, Redecker estava no quarto mandato de deputado. A presença de Redecker no avião da TAM foi confirmada em nota divulgada pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), e pelo seu chefe de gabinete, Mauro Borges. (AE)

Vôo levava empresários

Drama na Washington Luís Ivan Ventura

O

Ibirapuera, na zona sul da capital. Carros de passeio dividiam espaço com viaturas dos bombeiros e da polícia que tentavam chegar ao local. Já no local do acidente, muita tensão de familiares, amigos e muitos curiosos. A advogada Malu Gualberto, 53 anos, estava em prantos à procura de informações sobre o marido, o gerente de desenvolvimento da TAM Express, Antonio Gualberto Filho, 56. "A última vez que conversei com o meu marido foi às 18h10 (minutos antes do acidente). Depois, vi o acidente na televisão e tentei ligar no celular, mas sem sucesso. E para complicar ninguém da empresa passou informações sobre o meu marido", lamentou Malu. Funcionários con-

O vôo derrapou quando pousava e bateu em um depósito da TAM

tam que havia pelo menos 50 pessoas no prédio no momento do acidente. Ao mesmo tempo em que a advogada queixava-se da falta de informações do marido, alguns funcionários da com-

panhia aérea reclamavam de supostas apreensões de celulares que eram cometidos por outros funcionários da TAM. Os aparelhos eram de pessoas que estavam no prédio no momento do acidente. Segun-

do funcionários que pediram para não serem identificados, a reclusão aconteceu para evitar a divulgação de fotos e filmagens de dentro do edifício. Os que não tiveram os celulares apreendidos buscavam ajudar os bombeiros na identificação dos primeiro corpos. Era o caso de um motoqueiro da TAM Express, que preferiu ficar na anonimidade. "Bati o cartão de ponto às 18h30 e saí do prédio. Em seguida houve a explosão e vi muito correcorre. Muitos não conseguiram sair do prédio", relatou, assustado, o motoqueiro. Uma das possíveis vítimas seria um homem identificado como Ubiratan. Por volta das 21h30, as Avenidas Nove de Julho, Bandeirantes e Ibirapuera já estavam transitáveis.

amiliares e amigos dos ocupantes do vôo da TAM fizeram vigília no aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), à espera de informações e da possível divulgação da lista de passageiros à bordo. Uma sala do Salgado Filho foi reservada pela Infraero (estatal que administra os aeroportos do país) aos familiares e amigos. O local, segundo a assessoria de imprensa da estatal, tinha bebidas e banheiros. Às 22h30 de ontem já havia aproximadamente 60 pessoas na sala. Em comunicado, a TAM informou que os familiares podem obter informações sobre o acidente pelo telefone 0800 117900. (Agências)

O acidente pelo mundo

A

tragédia com o avião da TAM foi noticiada pelos principais veículos de informação estrangeiros. A rede de televisão norteamericana CNN exibiu imagens ao vivo do incêndio causado pelo choque entre o avião e um depósito da empresa que fica do lado oposto, na avenida Washington Luiz. Nos EUA, o acidente mereceu destaque também nos sites dos jornais "New York Times" e "Washington Post". O acidente ainda foi manchete em sites de jornais europeus. Entre eles, o jornal britânico "The Guardian", e os jornais espanhóis "El País" e "El Mundo". (Agências)


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quarta-feira, 18 de julho de 2007

A pedofilia não é um problema só da Igreja Católica Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano

Internacional

Ó RBITA

JAPÃO EM ALERTA

Democratas e republicanos acampam no Capitólio e decidem hoje possível retirada das tropas de Bagdá

M

unido de colchonetes, travesseiro s e d o a p e l o por mudanças, o Senado norte-americano, liderado pelos democratas, deu início ontem a uma rara sessão que atravessou toda a noite para pressionar o presidente George W. Bush e os republicanos a retirar as tropas do Iraque até abril de 2008. A noite em claro no Senado, cujas discussões se estendem até o início da tarde de hoje, contou com uma sucessão de discursos, além de uma grande vigília noturna na rua, promovida por grupos pacifistas. Apesar da pressão, os republicanos estão convictos de que conseguirão bloquear o plano democrático, que conta com o apoio da maioria do Senado. Os democratas detêm 51 das 100 cadeiras do Senado, mas ainda não conseguiram obter os 60 votos necessários para abrir caminho para a votação da medida proposta pelo democrata Carl Levin, presidente da Comissão de Serviços Armados do Senado. A votação para encerrar os debates e passar à aprovação da medida está marcada para pouco antes do meio-dia (13h pelo horário de Brasília) desta quarta-feira. Pela proposta, um número não-especificado de soldados ficaria no Iraque, depois da retirada, apenas para ajudar a treinar as tropas iraquianas, conduzir as missões de contraterrorismo e proteger os diplomatas dos EUA. A Casa Branca vem pedindo aos senadores que esperem até meados de setembro, quando o Pentágono entregará um relatório ao Congresso sobre a situação no Iraque, com os resultados do envio de 30 mil soldados extras determinado por Bush no início do ano. "Não temos problema em passar a noite aqui", disse ontem o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, que apoiou o reforço de contingente ordenado por Bush. "É a questão que interessa ao país nesta conjuntura específica", disse. A senadora Olympia Snowe, republicana que apóia a retirada das tropas, afirmou: "Estamos na encruzilhada entre a esperança e a realidade. Chegou a hora de pensar na realidade." (Reuters)

Jason Reed/Reuters

MUDANÇAS Brasil, África do Sul e Índia vão propor reformas no Conselho de Segurança da ONU

Kazuhiro Nogi/AFP

'Corujão do Senado' pode decidir futuro dos EUA no Iraque

PERIGO A Ucrânia retirou 800 pessoas de suas casas devido a uma nuvem tóxica de fósforo amarelo

Kevin Lamarque/Reuters

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Colchões chegam ao prédio do Senado, que discute desde a noite a saída do Iraque. Bush aguarda Jason Reed/Reuters

Japão ordenou uma fiscalização de emergência em todas as usinas nucleares do país depois que especialistas advertiram sobre a possibilidade de novos acidentes com materiais radioativos na central atômica de Kashiwazaki Karima. Na segunda-feira, um terremoto de 6.8 graus na escala Richter atingiu a costa noroeste do país e, além de deixar 9 mortos, mais de mil feridos e 13 mil desabrigados, provocou o vazamento de 1.200 litros de água radioativa para o mar. Foram registrados 50 problemas na usina, e os perigos à população e ao meio ambiente com os vazamentos estão sendo estudados. (AE)

SENTENÇA

A

sentença de morte sobre as cinco enfermeiras búlgaras e o médico palestino acusados de infectar intencionalmente 400 crianças com o vírus HIV foi comutada em prisão perpétua, confirmou o ministro do Exterior da Líbia, Abdel-Rahman Shalqam. Com a decisão, o caso chega a um final e as enfermeiras poderão ser deportadas à Bulgária. Cada família recebeu US$ 1 milhão por criança infectada. (AE)

Funcionários preparam cenário do encontro: sessão noturna teve camas, travesseiros e escovas de dente

SEM FRONTEIRAS

I

srael descartou negociações "no momento" sobre as fronteiras de um futuro Estado palestino, o que lança dúvidas sobre uma nova iniciativa de paz. "Israel declarou abertamente que estamos dispostos a conversar sobre questões políticas, mas deixamos claro que não estamos dispostos a discutir agora as questões centrais (fronteiras, refugiados e Jerusalém)", disse Miri Eisin, porta-voz do premiê Ehud Olmert. (Reuters)

Athar Hussain/Reuters

Al-Qaeda, a velha ameaça Relatório mostra que cresce perigo de atentados terroristas nos Estados Unidos

A

s agências de inteligência norteamericanas alertaram ontem que a rede terrorista Al-Qaeda vai intensificar os esforços para infiltrar agentes nos Estados Unidos visando futuros ataques terroristas. A informação consta do documento "Avaliação da Inteligência Nacional sobre a Ameaça Terrorista à Pátria Norte-Americana", uma compilação das opiniões de várias agências de espionagem que levou três anos para ser elaborada. "Julgamos que os EUA estão atualmente em um ambiente de ameaça elevada",

revela o documento. O relatório alerta para uma ameaça constante do terrorismo contra os EUA pelos próximos três anos. Mas mostra que a ameaça representada pelos extremistas muçulmanos dentro do país não deve ser tão grave quanto na Europa. A Al-Qaeda, responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001, permanece sendo a "ameaça terrorista mais grave" ao território dos Estados Unidos e seus líderes continuam planejando "tramas de grande impacto". "Embora tenhamos descoberto bem poucos

indivíduos nos EUA com relações com a liderança da Al-Qaeda desde 11 de setembro, acreditamos que a rede vai intensificar seus esforços para colocar agentes aqui", mostra o relatório. Frances Townsend, conselheiro de segurança interna do presidente Bush, disse que não há uma ameaça específica, mas afirmou que o governo vai levar a advertência a sério. Segundo as agências, as operações de contra-terrorismo fizeram com que os EUA se tornassem um alvo mais difícil de ser atingido do que antes do 11 de setembro. (Reuters)

PROTESTO

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anifestante protesta contra o governo em Islamabad, capital do Paquistão. Um homem-bomba matou 13 pessoas e feriu outras 39, ontem, diante de um tribunal, uma semana após o massacre na Mesquita Vermelha


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 - CIDADES & ENTIDADES

quarta-feira, 18 de julho de 2007

a maior tragédia "Foi um desastre anunciado" Obra inacabada da pista principal do Aeroporto de Congonhas é apontada por especialistas como uma das possíveis causas do acidente com o avião da TAM Rejane Tamoto

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Eduardo Knapp/Folha Imagem

mbora seja cedo para tirar conclusões a respeito das causas da colisão, na noite de ontem, da aeronave Airbus A320 da TAM com o prédio do depósito de carga e descarga da mesma companhia aérea – l o c a l i z a d o n a Av e n i d a Washington Luís – o especialista em aviação Gianfranco Betting considera que o acidente é uma história que se anunciava. "O que mais chama a atenção nesse acidente é que a pista principal do aeroporto de Congonhas foi entregue de forma inacabada, sem o grooving pronto e sem estar preparada para operações", disse. O grooving são ranhuras transversais que dão mais aderência aos pneus dos aviões e facilitam o escoamento de água. As obras de reforma da pista principal do aeroporto de Congonhas haviam sido concluídas no dia 29 de junho, e a pista foi entregue sem o grooving, que estava programado para ser executado a partir do próximo dia 29. Sem o grooving, a água pode empoçar na pista e causar o fenômeno da aquaplanagem. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-EstrutuA reforma da pista foi finalizada e entregue no dia 29 de junho sem o grooving, ranhuras que dão maior aderência aos pneus dos aviões e ajudam no escoamento da água ra Portuária (Infraero), o grooving não foi feito na pista por- Marlene Bergamo/Folha Imagem que só poderia ser executado após um período de 30 dias de cura (tratamento) do pavimento, necessário para que o concreto se consolide e para que as máquinas possam executar o serviço. A execução do grooving, programada para começar este mês, será feito durante as madrugadas para não atrapalhar as operações de pousos e decolagens na pista, em um prazo de 60 dias. A Infraero havia garantido que a infra-estrutura da pista passou nos testes de declive (inclinação da pista para escoar a água) e aderência (do pneu do avião ao tocar o solo). Já era esperado – Segundo o agente de segurança de vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, era de se esperar que o acidente ocorresse, já que num avião loO avião da TAM colidiu com o depósito da companhia aérea, que fica na avenida Washington Luís tado e pesado, num dia de chuNiels Andreas/AE v a , c o m e m p o ç a m e n t o d e Tarquinio de Souza. A colisão água, o piloto não tinha como causou uma explosão e um incontrolar o avião. O sindicalis- cêndio que fez desabar parte ta culpou a ganância das em- do prédio. A aeronave trazia a presas aéreas e a incompetên- São Paulo 176 pessoas, entre cia da Agência Nacional de funcionários, tripulantes e Aviação Civil (Anac) pelo aci- passageiros, no vôo JJ 3054, dente de ontem à noite. "Desde que havia partido de Porto o início, nós defendíamos que Alegre às 17h16. o aeroporto deveria ser fechaÁgua – De acordo com o esdo enquanto a reforma não fos- pecialista em aviação, Gianse concluída, mas ninguém franco Betting, a incompetênquis perder, ninguém quer cia da Infraero foi fundamenabrir mão do poder ou dos lu- tal no acidente com o Airbus da cros", disse CaTAM. "A aeronamacho. ve pousou na O u t ro p o n t o pista molhada e que poderia ser Na segunda-feira, uma aeronave da Pantanal derrapou na pista a pista não seguobservado pela rou porque estaInfraero, segun- A aeronave pousou na v a s e m c o n d i- se tipo ocorreram na pista de kins, afirmou que ainda não é do o sindicalista, ções de uso sob Congonhas, em função de acú- possível culpar a pista pelo acipista molhada e é que a pista dechuva", disse. mulo de água na via. Mesmo dente. "Vamos esperar as inveria ter concreto a via não segurou A ausência do assim, só em maio, a Infraero vestigações para tirar alguma poroso na lateral porque estava sem grooving, que fa- fez um contrato de emergência conclusão", disse. A OAS, uma para que, em ca- condições de cilitaria a frena- para resolver esse problema, das responsáveis pelas obras s o d e d e r r a p a- uso sob chuva. gem e o escoa- com a reforma da pista princi- na pista principal de Congogem, o avião fosmento da água pal, entregue no dia 29. nhas, só se manifestará após a Gianfranco Betting, na pista, se torse detido pelo As derrapagens de aerona- divulgação da filmagem do especialista em aviação nou ainda mais ves nas pistas já haviam sido pouso, que deverá ser feita peconcreto, que afundaria e dimig r a v e p o r q u e registradas no aeroporto. An- la Infraero. nuiria as consechovia em São tes das obras na pista principal Problemas no freio – O preqüências do acidente. Paulo desde a última segunda- de Congonhas, a via auxiliar sidente da Federação dos TraPor volta das 18h45 de on- feira. O prenúncio do trágico havia passado por reformas. balhadores da Aviação Civil, tem, a aeronave derrapou ao acidente de ontem também foi As obras nesse setor auxiliar Celso Klaf, disse que o avião pousar, cruzou a cabeceira da dado quando um avião mode- começaram em fevereiro e du- pode ter tido problemas com o pista, tentou arremeter, pas- lo ATR-42 da empresa Panta- raram 70 dias. Sempre que freio. "Já houve centenas de sou sobre a avenida e colidiu nal teve o mesmo problema: chovia forte, a pista principal pousos desde que a pista foi com o prédio de carga e descar- derrapou na pista e, por sorte, era fechada em razão do mau reaberta que não tiveram proga da TAM, que fica ao lado de foi parar na grama, na segun- estado do pavimento. blemas", disse. Outra hipótese um posto de gasolina e em da-feira, dia em que mais choEmpresas – O diretor de Se- para o acidente, levantada por frente ao aeroporto de Congo- veu na Capital neste mês. gurança de Vôos do Sindicato dois pilotos, é que avião teria nhas, na Avenida Washington Incidentes – Desde março Nacional das Empresas Aero- perdido o sistema hidráulico, Luís, próximo da Rua Otávio de 2006, quatro incidentes des- viárias (Snea), Ronaldo Jen- o que o fez ficar sem os freios.


6

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO

CUIDADO! PISTA MOLHADA!

T

Entre o certo para um e o certo para o outro, as pistas são construídas de diversas maneiras. Mas, tão importante quanto o material usado é a manutenção adequada. Principalmente durante os meses quentes de verão, o grooving na área de toque pode ficar cheio de borracha de pneu, reduzindo o coeficiente de atrito. Naturalmente, as condições da aeronave também são muito importantes na hora do pouso. Pneus inflados abaixo dos parâmetros requeridos estarão mais propensos a aquaplanar. A velocidade na qual a hidroplanagem ocorrerá em uma pista sem grooving e sem cobertura porosa dependerá sempre da pressão dos pneus, de acordo com a NASA. ista e pneus em condições adequadas, o fator restante a considerar é a técnica do pouso em si. Embora o NTSB (National Transportation Safety Board) tenha concluído que em muitos acidentes onde a hidroplanagem foi a causa determinante, o piloto deveria ter iniciado uma arremetida a partir do ponto em que determinou falta de ação dos freios, John Lowery, piloto de aviação executiva e professor da Embry-Ridle Aeronautical University analisa que, após o toque e acionamento de freios aerodinâmicos e reversores, a partir da descoberta da falta de tração dos freios restará um tempo mínimo para uma arremetida bem-sucedida. O importante é tocar firmemente e concentrar o máximo possível de peso nas rodas o quanto antes (método muito usual nos EUA). Uma vez iniciada a aquaplanagem, para recobrar o controle o ideal é soltar os freios por completo. Na derrapagem do trem de nariz, a aplicação de empuxo poderá ser o único meio de recuperar a direção.

P

G Uma vez

iniciada a aquaplanagem, o ideal é soltar os freios completamente.

A partir desse ponto, qualquer aumento da velocidade acima desse valor crítico elevará completamente o pneu do pavimento - é aí que a aquaplanagem se inicia. São vários os tipos de aquaplanagem e vários fatores podem desencadear o evento. Mas, felizmente, nem tudo está perdido: há também várias técnicas para recuperar o controle da aeronave. Consultores e profissionais da indústria aeronáutica são unânimes em uma conclusão: o problema da aquaplanagem seria minimizado se todas as pistas fossem construídas de maneira igual, isto é, todas utilizando as técnicas de construção que minimizam os efeitos da aquaplanagem. As técnicas são duas: a utilização de g ro o v i n g (sulcos transversais) e a aplicação de cobertura PFC (Porous Friction Course). O problema, claro, não é atual.

TRECHOS DO COMENTÁRIO DO SITE AIR SAFETY, EDITADO POR SOLANGE GALANTE, JORNALISTA ESPECIALIZADA EM AVIAÇÃO. FONTE: ATR NEWS WWW.AIRSAFETYGROUP.COM.BR

JOÃO DE SCANTIMBURGO

MUÇULMANOS EM CHAMAS Céllus

odo piloto sabe o que é pousar numa pista molhada e o perigo que isso representa. É quando se torna grande o risco de uma derrapagem, ou melhor, uma aquaplanagem. O fenômeno é mais comum do que se supõe, e não é tão simples como parece. Um estudo realizado pela McDonnell Douglas em 1997 aponta as pistas contaminadas por água ou gelo como a quarta maior causa de acidentes em pousos e táxis nos Estados Unidos entre 1992 e 1996. A Flight Safety Foundation define que a aquaplanagem (também chamada de hidroplanagem) iniciase no ponto a partir do qual a elevação hidrodinâmica sob os pneus equivale ao peso do veículo conduzido sobre as rodas.

A coragem de mudar Congonhas PAULO SAAB

M

oro no Campo Belo há 18 anos. Tenho visão quase completa da extensão da pista de Congonhas e completa da cabeceira da pista que dá para a avenida dos Bandeirantes. Nos últimos anos prédios residenciais e flats construídos nas proximidades do aeroporto encobriram parte da visão. Ao longo de todo esse tempo não foram poucas as vezes em que me perguntei, vendo o movimento de descida e decolagem, qual seria a dimensão de um desastre que pudesse vir a acontecer, na medida em que o aeroporto, construído na década de 30, em lugar afastado, foi sendo abraçado pela urbanização e hoje está sitiado, sem culpa pelo desmedido avanço predador do próprio homem. O acidente anterior da TAM foi na pista oposta. Tinha acabado de chegar em casa quando observei por uma das janelas o rolo de fumaça negra que subia, já meio encoberto pelo início da noite. Pela localização, imaginei um incêndio no depósito da TAM, onde dezenas e dezenas de vezes deixei meu carro para ir de van ao aeroporto, quando não havia ainda o edifício-estacionamento lá construído. Não ouvi barulho algum, mas fiquei atento e logo observei a chegada de helicópteros. Uma de minhas filhas, médica-cirurgiã, havia acabado de entrar no plantão (19 horas) de um hospital nas proximidades. Quando vi os helicópteros, imediatamente liguei a televisão e a Bandeirantes já estava lá, transmitindo ao vivo as chamas . Indo ao terraço, pude observar. Preveni minha filha de que seria um plantão difícil. Ela cuidou de alguns funcionários do prédio da TAM que chegaram em estado de choque ou alguma fratura. Pela proporção do acidente, todavia, quase não houve feridos, mas muitos e muitos mortos. Conheço muito bem aquela região, suas ruas, prédios, o posto de gasolina onde abastecia meu carro e calibrava os pneus. Era meu caminho da roça diário e não poucas vezes acelerei na cabeceira da pista olhando na linha dos postes de sinalização se não havia aproximação ou decolagem, o que se traduz, sempre, a cada vôo, em sinal de risco.

O que pude fazer foi falar com minha filha no hospital e saber da chegada de feridos, todos funcionários do prédio atingido –ironia- da própria TAM. Outra filha, jornalista, que também havia acabado de chegar, passou a noite no telefone entre ligações para a Bandeirantes, onde trabalha, os hospitais da região e os colegas, coletando informações. Em sinal de pesar pelas vítimas (ali, na tragédia de tantas famílias, estava Pedro Caltabiano, meu ex-aluno na FAAP, que viajava com o irmão João, ambos filhos do empresário Bruno Caltabiano), dedico esse testemunho de dor aos familiares que perderam seus entes queridos, Madrugada adentro acompanhei ao vivo o fogo arder num acidente anunciado, esperado, a cada vôo.

É

preciso que as autoridades tenham coragem de tomar a decisão e criar as condições necessárias para transformar toda a área de Congonhas num imenso parque para a população da cidade. Mesmo contra o conforto que a proximidade do aeroporto me oferece em minhas muitas viagens, é preciso admitir que o crescimento da cidade transformou Congonhas numa bomba latente, sempre à espera de nova tragédia para explodir. De há muito observo e comento o fato: o aeroporto foi sendo cercado. Sem capacidade de expansão, transformou-se numa pequena cidadela, abarrotada e sem fôlego. Tudo lá é apertado, inseguro, improvisado, por mais habilidade que se tente ter no aproveitamento de seu espaço. Não é culpa da pista de pouso, nascida quando tudo à sua volta era mato e chácaras. Repito: é preciso coragem para uma mudança radical. O sacrifício de tantos brasileiros e brasileiras e o sofrimento de suas famílias e amigos - a bordo e no local do choque, não pode ser em vão e servir de espectro a cada pouso e decolagem. Lamentavelmente nossas autoridades são desprovidas da coragem que as grandes mudanças exigem. E são as diretamente responsáveis pelo estado da aviação no País.

É preciso coragem para uma mudança radical: acabar com Congonhas.

H á muitas técnicas para recuperar o controle

Tragédia aérea anunciada ELENO BEZERRA

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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É

lamentável que tenha acontecido mais este acidente, a maior tragédia aérea da história do País. Um Airbus A320 da TAM que pousava no aeroporto de Congonhas na noite de terça-feira, 17, saiu da pista, atravessou a avenida Washington Luís, bateu em um depósito de cargas da própria empresa e em um posto de gasolina e explodiu. Saldo: 170 passageiros e seis tripulantes que vinham de Porto Alegre morreram. Lamentável que esta tragédia tenha ocorrido em pouco espaço de tempo. Gostaria de me solidarizar com a família das vítimas. Ao mesmo tempo, cobrar das autoridades mais responsabilidade com a segurança aérea. Decorridos dez meses desde o último acidente, nada mudou. A pista havia sido liberada em 29 de junho, sem as arranhaduras que ajudariam no escoamento da água. Controladores de vôo disseram que o piloto da TAM foi alertado duas vezes de que era preciso pousar com cautela porque a pista estava molhada e escorregadia. Esse jogo de empurra-empurra sempre acontece em casos como este. É muito

fácil jogar a culpa nas costas do piloto, alegando ter havido falha humana. Mas é preciso investigar muito bem tudo isso. Empurrar a decisão e fazer com que a responsabilidade seja sempre do piloto tem sido uma prática, mas não podemos tolerar estes argumentos. Tem que se agir rapidamente.

H

á disputas políticas, todos sabemos. Formam-se CPIs dos Apagões mas as investigações não avançam um milímetro. Formamse comissões de inquérito apenas visando os holofotes dos meios de comunicação, sem nenhum efeito prático. As autoridades têm de deixar de lado o interesse apenas político e pensar mais nos interesses do povo brasileiro. Caso contrário, as tragédias aéreas e de todos os tipos continuarão acontecendo, para infelicidade de todos nós. ELENO BEZERRA É PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES METALÚRGICOS, DO SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE SÃO PAULO E VICE-PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL

D ez meses depois do último acidente, na Amazônia, e nada mudou.

terreno de Maomé está pegando fogo. Uma das grandes religiões do mundo enfrenta crises de origem estrangeira e de origem int e r n a . Te m o s o c a s o d a Guerra do Iraque, criada pelo presidente americano George W. Bush (que procura sair sem perder o brio, o que é difícil). O Paquistão está ameaçado de uma convulsão interna, fomentada pelo estrangeiro. A Palestina continua guerreando Israel numa guerra sem fim, apesar de todos os esforços despendidos pelas partes e pelos EUA. Em suma, o mundo está em guerra, não se vendo no Líbano - única nação cristã no Oriente Médio - uma paz que não é querida, nem desejada, porque a paz só se faz com a vitória absoluta das armas, a exemplo de 1945, ou por acordo entre os beligerantes, como já ocorreu várias vezes na História. Os apelos de paz chegam do mundo inteiro à ONU e não comovem as nações. Daí brota uma pergunta da esperança dos menos informados: o mundo sabe só viver em guerra? Não sabe viver em paz, como viveu entre 1918 a 1939? Vieram as nações belicosas e a guerra recomeçou, como está ocorrendo no momento entre Israel e os palestinos.

O

urante o período de p a z e n t re 1 9 1 8 e 1939, Francesco Nitti, primeiro-ministro (por várias vezes) do governo italiano, escreveu para o jornal O Estado de S. Paulo magistrais artigos sobre a política internacional, insistindo sempre no interesse pela paz,que ocupava todas as classes sociais, mas que não se firmava para abarcar a decisão unânime todos os povos, principalmente os mais fortes, como os EUA, Inglaterra, Alemanha, França e outros menores. Foi a época dos ditadores, que alimentaram divergências internas e externas em várias nações, pondo fim aos tratados assinados com pompa e esperança e logo desmanchados por minorias insatisfeitas. Foi assim com Hitler, que acarretou perda considerável de riquezas culturais, iniciativas de grande valor, para voltarmos a estaca zero. Esta em que nos encontramos.

D

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Nos

encontramos na estaca zero. O mundo só sabe viver em guerra?


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Logo Logo

Dois meses antes, quebrei o braço em dois pontos. O médico me deu um monte de coisas que tomava para superar a dor. E depois passei por um período no qual não sabia se tinha dor, mas tomava as pílulas.

Divulgação

quinta-feira, 19 de julho de 2007

www.dcomercio.com.br/logo/

Da atriz norte-americana Winona Ryder à revista Vogue, afirmando que o roubo que realizou em 2002 em lojas de Beverly Hills foi provocado pela "confusão" causada por remédios.

JULHO

2 - LOGO

19 Dia do Futebol

C IÊNCIA

Gruda como lagartixa

nado livre ontem, e a dobradinha nos 100m borboleta masculino, com Kaio Márcio Almeida, medalha de ouro, e Gabriel Mangabeira, prata. Na natação feminina, o destaque é Rebeca Gusmão [foto], que tem o singelo apelido de "Gigante" e conquistou ouro, ontem, nos 50m livre, a primeira medalha de ouro da natação feminina do país em um Pan. Os medalhistas de bronze da equipe são Armando Negreiros (400m livre); Gabriella Silva (100m borboleta); e o Tatiana Lemos, Monique Ferreira, Manuella Lyrio e Paula Baracho (4x200m feminino).

drasticamente reduzida quando entram na água, o que não acontece com a cola. Embora a substância ainda não tenha um nome oficial, os cientistas sugerem que seja chamada de "geckel", palavra

formada pela combinação dos termos ingleses "gecko" (lagartixa) e "mussel" (mexilhão). Os cientistas afirmam que a cola terá aplicações médicas, industriais e militares.

Miguel Vidal/Reuters

O jornal norte-americano The Washington Post destacou ontem o flagrante de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) a pescadores que matavam dezenas de golfinhos no Amapá. Presos nas redes de pesca, os animais não conseguem subir à superfície para respirar e morrem afogados, sem chance de defesa. Num único barco pesqueiro, foram mais de 80 golfinhos capturados. A carne vai servir de isca para tubarões. Para conseguir registrar o flagrante, um técnico contratado pelo Ibama acompanhou a pesca predatória durante vários dias. E M

C A R T A Z

VISUAIS

Rumo ao recorde de medalhas

ientistas da universidade Northwestern, em Evanston, EUA, criaram uma cola resistente à água e que, com a capacidade de poder ser reutilizada mais de mil vezes, reproduz as propriedades adesivas de lagartixas e dos mexilhões. Segundo relatório publicado ontem na revista científica britânica Nature, a cola contém uma substância elaborada com diversos polímeros com propriedades parecidas com as dos microscópicos pêlos que permitem às lagartixas aderir suas patas às paredes. A capacidade adesiva destes animais é

AFP

Jonne Roriz/AE

Em apenas dois dias de finais, a natação brasileira conquistou 10 medalhas e empatou com os EUA na modalidade. A equipe brasileira tem cinco ouros, uma prata e quatro bronzes no Pan do Rio. São 19 medalhas e a equipe pode superar hoje o recorde de premiações do País na modalidade: 21 medalhas, mas só três de ouro, em Santo Domingo em 2003. Os destaques da seleção são Thiago Pereira, 21, que já conquistou dois ouros (400m medley e revezamento 4x200m) e ainda vai nadar mais cinco provas. César Cielo [foto], 19, ouro nos 100m

Assassinos de golfinhos

C

N ATAÇÃO Orlando Kissner/AFP

B RAZIL COM Z

Esculturas e obras devocionais de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Centro Cultural Banco do Brasil. R. Álvares Penteado, 112. Tel.: 3113-3651. Das 10h às 20h. Grátis

V ÔLEI Fernando Pilatos/Gazeta Press/AE

F AVORITOS

Tudo sobre o iogurte L

L ITERATURA

Na final, elas temem Cuba caso as cubanas adotem sua já conhecida tática de tentar provocar as brasileiras, o que já custou caro ao vôlei feminino do Brasil em outras competições. "Temos que nos concentrar no que tem que ser feito contra Cuba. O jogo vai ser digno de uma final Pan-Americana", afirmou a ponteira Sassá. "Todo mundo esperava esta final", acrescentou.

F UTEBOL

Goleada no feminino A seleção feminina de futebol do Brasil goleou ontem o Equador por 10 a 0 em partida válida pelo grupo A dos Jogos PanAmericanos de 2007. Com esta vitória, que teve como destaque a meia Marta e atacante Cristiane – ambas com 4 gols –, o Brasil consegue a maior goleada da competição e garante 100% de aproveitamento. A seleção brasileira se classificou invicta para

a segunda fase. Na semifinal, a equipe enfrenta a seleção canadense, jogo que será realizado amanhã no estádio do Maracanã. Já no masculino, a seleção brasileira conseguiu uma vitória sem brilho por 2 x 0 sobre a Costa Rica e enfrentou as primeiras vaias do Pan-Americano. Sem contar, é claro, as vaias ao presidente Lula e aos atletas norte-americanos em quase todas as modalidades.

QUADRO DE MEDALHAS * País

Ouro

Prata

Bronze

Total

Estados Unidos

30

35

13

78

Cuba

13

5

9

27

Brasil

10

9

20

39

Canadá

9

10

14

33

Colômbia

8

9

3

20

E

A TÉ LOGO

www.iogur te.com

G @DGET DU JOUR

O sabonete que dá uma mãozinha

sete volumes pelo Lorde Voldemort, assassino de seus pais, tem um final feliz: casase com Ginny, irmã de Ronny, seu braço direito, e vira pai de três filhos - um deles recebe o nome de Albus Severus, em homenagem a dois professores da Escola de Magia de Hogwarts, Severo Snape e Alvo Dumbledore. Os melhores amigos de Harry, Ronny e Hermione, como já era esperado, também se casam.

Judô brasileiro estréia no Pan com planos de bater o recorde dos jogos de Santo Domingo Paulista Renzo Agresta ganha o bronze na esgrima, mas não se mostra muito satisfeito

www.dcomercio.com.br/especiais/pan2007/

Para lavar as mãos, nada como esses charmosos (ou assustadores, depende do ponto de vista) sabonetinhos em forma de mão da loja Foliage. Cada um deles é feito à mão, informa o fabricante, e custa US$ 12. http://foliage.myshopify.com/ products/handsoap

L OTERIAS Concurso 741 da LOTOMANIA 10

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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O SITE DO PAN

J.R. Rowling xemplares do último pediu que os volume da série Harry Potter já foram envia- verdadeiros fãs dos a clientes de pelo menos de Harry Potter ignorem as um site de vendas dos EUA, informações disse ontem a editora norteamericana Scholastic, e su- divulgadas pela imprensa e postas cópias do romance topela internet maram conta da internet. A editora tomará medidas judiciais contra a distribuidora de livros Levy Home Entertainment e contra o site DeepDiscount por violarem o embargo comercial que impede a venda de Harry Potter and the Deathly Hallows (Harry Potter e as Insígnias Mortais, em português) nos EUA antes de 0h01 de sábado (1h01 em Brasília). A editora disse que o distribuidor entregou os exemplares ao site, e que os clientes começaram a receber os livros na terça-feira. todos que se consideram fãs Apenas "cerca de um centé- de Potter que ajudem a presimo de 1%" da tiragem de 12 servar o segredo da trama pamilhões de exemplares – ou ra todos os que estão ansiosos seja, 1.200 livros chegaram aos para lerem o livro ao mesmo clientes com antecedência. tempo no dia da publicação", A autora J.K. Rowling pe- escreveu a autora em seu site. diu aos fãs que "ignorem a deA "desinformação" a que sinformação que está estou- ela se refere é o fim do livro: o rando na web". "Eu pediria a bruxo, ameaçado durante os

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* Até as 22h de ontem

VAZOU

Divulgação

Com a classificação garantida para a final do Pan após a vitória de 3-0 sobre os EUA, as jogadoras da seleção brasileira de vôlei feminino e o técnico José Roberto Guimarães acreditam que enfrentarão o monstro de Cuba que enfrenta a fraca seleção do Peru na semifinal - na decisão do Rio-2007. As jogadoras já avisaram que não vão se deixar intimidar

AMEAÇA - Abelha suga o néctar de uma flor em um jardim em Pontevedra, na Espanha. Um parasita comum nas abelhas asiáticas se alastrou pela Europa e pelos EUA e é a causa do desaparecimento em massa do inseto em vários países, disseram especialistas.

O Centro de Informação do Iogurte divulga todos os benefícios que o alimento teoricamente traz para a saúde. Há explicações sobre as diferenças de cada tipo de produto, dicas de receitas de doces e salgados, testes de conhecimento, notícias e uma área com a história desse produto que é conhecido desde a antigüidade pelo Oriente e no século II foi elogiado pelo médico grego Galeno. O site traz ainda uma seção com as perguntas mais freqüentes.

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Equipe de ginástica brasileira é consagrada com aplausos e gritos na Praça das Medalhas

Concurso 885 da MEGA-SENA 04

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A vaia rouca dos túmulos udo de tristeza, sem saber o que falar para consolar os que choram seus mortos do avião da TAM; berrando de indignação porque tenho toda convicção, embora nenhuma prova concreta, de que foram assassinados pela corrupção na gestão do c um p a n h ero p e t is t a Carlos Wilson na presidência da Infraero, exponho aqui meu luto. Sempre procuro escrever com algum senso de humor. Hoje é um espaço negro, em solidariedade aos que se foram e aos que ficaram. Entre os que ficaram, está o próximo. Eu e você, nossos parentes, vizinhos, amigos, clientes e conhecidos. Corrupção mata. Congonhas passou por reformas cosméticas, superfaturadas em mais de 100 milhões de reais e nenhum centavo investido na segurança, como já denunciou a

M

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Veja. A pista central foi entregue há vinte dias, sem estar pronta. Quarenta e oito horas antes do avião da TAM, dois outros aviões acidentaram-se na mesma pista, sem gravidade. Era a Crônica do Desastre Anunciado. Antes de autorizar o pouso do avião da TAM, os controladores pediram à Infraero a situação da pista. "Pista Operacional", responderam. O pouso foi autorizado. Assassinato a sangue-frio. Que o grito de terror dos condenados, nos poucos segundos que lhes restaram, some-se à histórica vaia do Maracanã. Agora grita para o mundo a vaia rouca dos túmulos. CORRUPÇÃO MATA. O PRÓXIMO PODE SER VOCÊ.

NEIL FERREIRA

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CLAUDIO WEBER ABRAMO

ABSURDOS EM TEMPO REAL desastre com o avião da TAM em Congonhas exibiu com cores fortes quanto o jornalismo televiso é precário. A quantidade de declarações absurdas que se ouviram durante as primeiras horas após a tragédia foi realmente anormal, mesmo para o habitualmente baixo padrão desse tipo de cobertura. Conforme a TV, um avião de carga da TAM teria derrapado, saído da pista, atravessado uma avenida e atingido um hangar da mesma companhia no qual existiria um depósito de combustível de aviação. Não havia nessa descrição nem uma única afirmação que pudesse ser verídica. Não se tratou apenas de veicular algo falso, derivado de informação deficiente. Veicularam-se impossibilidades. Vejamos: 1 . A TA M n ã o o p e r a aviões de carga. 2. A pista do aeroporto de Congonhas se estende a uma altura de uns vinte metros acima das ruas circundantes. Um avião que passe da pista não "atravessaria" avenida nenhuma, pois se espatifaria no pé da cabeceira. 3. Mesmo se atravessasse uma pista de circulação de veículos, naquela hora e lugar o avião abalroaria uma dezena deles, danificaria o pavimento e causaria diversas outros efeitos que a reportagem não detectava. 4. Não é possível que a TAM ou qualquer outra empresa de aviação mantenha hangares do outro lado daquela ou de qualquer outra avenida, não só em Congonhas como em qualquer outro aeroporto desse mundão afora. Como é que os velozes repórteres e talking heads televisivos imaginam que um avião, helicóptero ou mesmo teco-teco abrigado num hangar disposto do outro lado de uma avenida conseguiria chegar à pista para operar?

O

G Se a

cobertura de um acidente é um completo desastre, imagine-se o que acontece quando a matéria é mais complicada, como a política, os costumes, a cultura, etc.

5. Companhias aéreas não abastecem seus próprios aviões e muito menos armazenam combustível, e menos ainda o fariam num prédio situado numa avenida. O abastecimento de aviões é feito por companhias distribuidoras de combustíveis. São umas empresas que atendem pelos nomes de Petrobras, Shell, etc. saber, o telespectador que assistia àquela baboseira ficava com uma impressão falsa do que ocorrera. Não falsa quanto a algum detalhe, mas integral, absoluta, completa, oceanicamente falsa. Nada do que se dizia tinha qualquer possibilidade de ser verdadeiro. Em meio à chutação geral, a ninguém ocorreu exibir na tela uma planta da área, um diagrama mostrando a área do aeroporto, as ruas cicunjacentes, o local do desastre etc. Era tudo verbal, e desse jeito incompetente. Esse gênero de cobertura apressadinha, exercida por repórteres cuja principal característica é a infinita ignorância, ajudados por locutores cujos neurônios funcionam com eficiência inversamente proporcional à sua belezura, e comandados por editores que não supervisionam o que sai publicado, parece ser a regra. Se a incompetência mais deslavada afeta a cobertura de um acontecimento jornalisticamente simples como um desastre, imagine-se o que acontece quando a matéria é mais complicada, como a política, os costumes, a cultura etc. O que acontece é que qualquer assunto menos elementar costuma ser transformado em contrafação.

A

ão pouquíssimos os repórteres de jornais, revistas, rádios e televisões capazes de compreender um argumento. Normalmente, revelam aquele tipo de perplexidade que se associa a um aborígene nunca antes contactado ao qual se apresenta um tocador de MP3. O resultado é que a imprensa brasileira é fundamentalmente declaratória. O repórter simplesmente replica o que alguma fonte declara, não importa o que seja. Com isso, fontes experientes fazem o que querem da imprensa. Normalmente, conseguem fazer com que os jornais publiquem qualquer coisa, não raro mentiras descabeladas, opiniões sem fundamento nenhum e interpretações mal-intencionadas. É o paraíso dos assessores de imprensa, essa profissão de intermediação que alguns confundem com o jornalismo.

S

CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR-EXECUTIVO DA TRANSPARÊNCIA BRASIL

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Senado Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Acabo de perder um valoroso companheiro, meu padrinho no Legislativo do País. Cláudio Diaz

DEPUTADO ÉHOMENAGEADO PELOS COLEGAS

O ADEUS A REDECKER Deputado do Rio Grande do Sul estava entre as vítimas do acidente com o Airbus da TAM, em Congonhas.

Eymar Mascaro

Tira-teima

O

PT aguardará o resultado das próximas pesquisas para conferir se a popularidade de Lula foi abalada pelas vaias recebidas no Maracanã, durante cerimônia de abertura do Pan. Os levantamentos também avaliarão o prejuízo eleitoral do governo com o acidente do avião da TAM, no aeroporto de Congonhas. Cientistas políticos ligados ao partido acreditam que Lula não terá sua popularidade reduzida pelo ocorrido, mas governo sofrerá com as consequências da tragédia. Já a oposição prevê uma redução dessa popularidade nos próximos meses.

Dida Sampaio / AE 17.07.07

CAMPANHA

Atentos ao cenário eleitoral de 2010, os petistas não desejam uma deterioração da imagem do presidente. A preocupação tem lógica, afinal o candidato da legenda dependerá da transferência de popularidade e, consequentemente, votos de Lula para o nome escolhido.

Redecker viria a São Paulo para se juntar ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, em missão parlamentar em Washington.

C

inco dias após ter completado 51 anos, o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) morreu na terçafeira, vítima do acidente com o Airbus da TAM, no aeroporto de Congonhas. Por volta das 16h de terça, o deputado foi deixado no aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, por seu motorista. Ele se encontraria com a mulher, Salete, em São Paulo, de onde partiria para uma missão parlamentar em Washington, nos Estados Unidos, em companhia do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Assessores e familiares tentaram falar com ele após saberem do acidente, mas não conseguiram contato pelo celular. Pai de três filhos, Victória, Mariana e Lucas, Júlio Redecker estava em seu quarto mandato como deputado federal. Iniciou sua carreira polí-

tica na Arena, partido de sustentação da ditadura militar, para depois passar por outras legendas até chegar ao PSDB. "O PSDB registra, com profundo pesar, o falecimento do deputado federal Júlio Redecker", diz, em nota, o presidente do partido, Tasso Jereissati. "O deputado era uma jovem liderança, um grande idealista que honrava o seu estado, o seu partido e o Congresso Nacional, onde atuava com destacado desempenho em defesa das nobres causas da política brasileira", acrescenta. E segue: "Júlio Redecker nos deixa um legado de honradez e competência no exercício da sua vida pública. Combativo e destemido, cedo ganhou notoriedade entre os seus pares, conquistando por isso a liderança da minoria na Câmara Federal. Rogamos a Deus fé e resignação para que sua família possa superar esse momento de dor e grande perda, em

face dessa tragédia que atinge muitas outras famílias". O partido Democratas também divulgou nota lamentando a morte de Redecker. "O deputado federal Rodrigo Maia, presidente nacional do DEM, envia condolências especiais ao PSDB. E comunica que, em momento oportuno, os Democratas discutirão as causas de mais esta tragédia no setor aéreo brasileiro." O líder dos tucanos na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio, também manifestou o seu pesar: "A liderança do PSDB na Câmara dos Deputados lamenta mais essa tragédia do nosso sistema de transporte aéreo. Expressamos aqui nossa solidariedade com as famílias das vítimas. A perda de um amigo, o deputado Júlio Redecker, que exercia com brilhantismo a Liderança da Minoria na Câmara dos Deputados, nos atinge diretamente.

A morte de tanta gente que, como Julio, com certeza, ainda tinha enorme colaboração a dar ao País enluta o Brasil inteiro e dói em cada brasileiro como se cada um de nós perdesse um parente. A Nação exige, agora, apuração das causas do acidente e a tomada de providências efetivas que ponham fim a essas tragédias." "Foi com grande dor que recebi a notícia da perda irreparável do deputado, líder da minoria na Câmara", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PTSP). "E é meu dever registrar que o deputado Júlio Redecker – político jovem, ao mesmo tempo combativo, leal e terno – tinha destacada atuação que muito honrou o Congresso", acrescentou. "Expresso, em meu nome e em nome da Câmara, nossos sentimentos e solidariedade a todas as famílias enlutadas". (Agências)

Veterinário de 54 anos vai assumir a vaga

O

médico veterinário Cláudio Diaz, de 54 anos, assumirá o mandato do líder da minoria na Câmara dos Deputados, Júlio Redecker (PSDB-RS), morto no acidente com o vôo da TAM, em Congonhas. O secretário-geral do PSDB no Rio Grande do Sul, Thomaz Wonghon, afirmou que Diaz é o primeiro suplente da Coligação PSDBPPS-PFL-PL, que disputou a eleição de 2006. Diaz exerce desde fevereiro o mandato interino de deputado, na vaga aberta por Nélson Proença (PPS), que assumiu como titular da Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais do Estado. O secretário-geral do PSDB observou que o deputado ocupará agora uma vaga definitiva na Câmara, abrindo lugar ao segundo suplente da coligação, Matteo Chiarelli (DEM), que ficará no lugar de Proença. "Acabo de perder um valoroso companheiro, meu padrinho no Legislativo do País", afirmou Diaz, que era amigo de Redecker. Chiarelli tem 40 anos, é professor e advogado, e filho do ex-deputado gaúcho Carlos Chiarelli. (AE)

seu vice-presidente. Tudo indica que a legenda socialista lançará o exministro em 2010, seja para presidente ou vice. O PSB deseja o apoio do Palácio do Planalto para sua decisão, seja ela qual for no tema.

ANDANÇA

Para fortalecer seu nome no PSDB, Aécio decidiu viajar pelo País. Seu giro começará no mês de agosto. Ele visitará os principais dirigentes da legenda, principalmente aqueles que votarão na próxima convenção tucana, marcada para o mês de novembro.

PREFERÊNCIA

CANDIDATO

Até o momento, o PT assume que não dispõe de um candidato "bom de voto"; alguém capaz de repetir a façanha de Lula nas duas últimas eleições (2002 e 2006). O partido trabalha as candidaturas do governador da Bahia, Jacques Wagner, e dos ministros Tarso Genro, Dilma Rousseff e Marta Suplicy.

APOIO

Caso sua legenda não apresente nenhum précandidato com chances reais de vitória, Lula pode decidir pelo apoio a um nome de outra legenda, com preferência para a base aliada, claro. A informação não é bem recebida dentro do PT.

QUEM SERIA

Entre os prováveis "escolhidos" por Lula, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), leva vantagem em relação aos demais postulantes. Essa aliança tem como principal condição a saída do mineiro do tucanato para o PMDB. Michel Temer é um dos mais animados com essa possibilidade.

DECISÃO

Dentro de sua legenda, Aécio garante que não deixará o PSDB. Por outro lado, ele não deseja fechar a porta para Temer e o PMDB. O mineiro não quer ficar de fora da disputa presidencial de 2010.

CHAPA

O governador de Minas também pode aceitar a proposta de José Serra, e sair como vice na chapa tucana de 2010. O governador paulista deseja a formação de uma aliança café-com-leite. Como contrapartida, Aécio seria o candidato tucano em 2014. Ele não se anima muito com a proposta.

COLIGAÇÃO

Já numa eventual troca de legenda, o governador mineiro teria o deputado Ciro Gomes (PSB) como

O fato é que Aécio precisa inverter o atual quadro dentro de sua legenda, onde José Serra leva vantagem na corrida pela candidatura em 2010. O mineiro utilizará todos os canais possíveis, desde horário na televisão até encontros com lideranças regionais do partido. O PSDB definirá seu nome após avaliar os resultados de uma série de pesquisas de opinião.

CONTATOS

O PSDB também discute sua coordenação paulista. A convenção do diretório, um dos mais importantes, será no mês de agosto. O grupo formado durante os anos da gestão de Mário Covas apoiará a candidatura de Tião Farias, mas há uma chapa de oposição, cujo candidato é o vereador Gilberto Natalini.

CANDIDATURA

Formado dentro do grupo de Geraldo Alckmin, Natalini é um dos principais aliados de José Serra. Ele é favorável ao apoio à reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM). O vereador sabe que Alckmin deverá disputar a Prefeitura, mas não mudará sua posição.

FUTURO

Os tucanos paulistas, pelo uma parte deles, ainda defendem que a candidatura do exgovernador é importante para a disputa em 2010. Conquistar São Paulo seria um fator de vantagem em relação aos outros partidos. A ala lembra que Alckmin é candidato mais forte no momento. Ele tem chances reais de vencer a disputa contra qualquer adversário.

NA MESMA

O quadro eleitoral paulistano indica mesmo o empate entre Marta e Kassab em uma futura disputa pela cadeira paulistana. Alckmin, caso decida mesmo disputar a vaga, dividiria os votos com o atual prefeito. Vantagem para a exprefeita petista.


quinta-feira, 19 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

18/7/2007

COMÉRCIO

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11,05

por cento é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) para 30 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.


quinta-feira, 19 de julho de 2007

Congresso Planalto Destaques CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Paulo Pinto/AE

Cândido Vacarezza: reconhecimento pela articulação da candidatura de Arlindo Chinaglia

LISTA DOS MAIS INFLUENTES SURPREENDE

NO CONGRESSO, RENOVAÇÃO DA 'ELITE' André Dusek / AE

Rotina de escândalos levou a uma troca de lideranças entre os parlamentares mais influentes. A renovação chegou a 40%, segundo o Diap.

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s sucessivos escândalos envolvendo parlamentares e a resultante troca de lideranças políticas no Congresso provocaram um elevado índice de renovação entre os 100 deputados e senadores mais influentes, segundo o novo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). O estudo mostra que houve uma troca de 40% entre os parlamentares considerados do grupo de elite. "Existe um grupo de 15 parlamentares que não estão no primeiro mandato e não faziam parte da lista, mas este ano passaram a se destacar entre os mais influentes", explica o analista político e diretor do Diap, Antônio Augusto de Queiroz. "Isso pode ter ocorrido devido a troca de lideranças no Congresso por causa dos escândalos de corrupção." A 14ª edição do livro "Os Cabeças do Congresso Nacional", que lista os 100 deputados e senadores da elite, será lançado na primeira semana de agosto. O levantamento classifica os parlamentares em cinco categorias: os com mais habilidade para o debate, para a articulação, os melhores formuladores, os negociadores e os formadores de opinião. E s t r e a n t e s – O l e v a n t amento deste ano tem 73 deputados e 27 senadores. Desses, 13 são nomes que nunca fize-

ram parte da lista. "Chamam atenção alguns nomes que chegaram e logo se destacaram como lideranças", disse Queiroz. Um dos casos é o deputado Flávio Dino (PCdoBMA). "Ele chegou nesta legislatura, não tem cargo nas comissões e mesmo assim já virou uma liderança, por ser considerado um dos maiores especialistas em questões jurídicas na Casa". Pela classificação do Diap, o parlamentar tem como característica principal o fato de ser um bom articulador. Outro caso é o do deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), que chegou pela primeira vez ao Congresso e, mesmo sem ter cargo, se destacou como principal articulador da eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara. Por partidos – O PT é o partido com o maior número de parlamentares mais influentes, segundo o Diap – 25 entre deputados e senadores. O PMDB, maior partido da base aliada ao governo Lula, aparece em segundo lugar, com 17 dos nomes mais influentes. O terceiro colocado é o PSDB, principal partido da oposição, com 16 deputados e senadores. Os partidos da base de sustentação do governo – PT, PMDB, PP, PTB, PR, PCdoB e PSB – reúnem 62% da elite do Congresso. Força política – O levantamento feito pelo Diap mostra

Troca de guarda: muitos dos antigos detentores dos títulos de mais influentes cederam espaço para quem está na primeira legislatura

que existem seis parlamentares (dois deputados e quatro senadores) que desde que começou o levantamento, há 14 anos, sempre figuram entre os 100 mais influentes do Congresso. São eles: os deputados Inocêncio Oliveira (PRPE) e Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR); e os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), José Sarney (PMDB-AP), Paulo Paim (PT-RS) e Pedro Simon (PMDB-RS). Na lista deste ano, constou também o nome

do deputado Julio Redecker (PSDB-RS), morto no acidente da TAM, na terça-feira. Excluídos – Dois dos deputados federais campeões de voto de São Paulo, Paulo Maluf (PP) – 739.827 votos – e Clodovil Hernandes (PTC) – 493.951 votos – ficaram de fora da lista. A classificação feita pelo órgão leva em consideração aqueles que se destacam "por sua respeitabilidade, credibilidade e prudência" e que acabam sendo "chamados a ar-

bitrar conflitos ou conduzir negociações políticas de grande relevância". Maluf e Clodovil receberam classificação máxima nas urnas – foram, respectivamente, primeiro e terceiro colocados no ranking dos mais votados em São Paulo. Porém, suas atuações não convenceram. A bancada paulista é a que teve o maior número de parlamentares entre os 100 mais influentes: 20 são de São Paulo (18 deputados e 2 senadores).

Estão na lista nomes como o do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT), o presidente do PT, Ricardo Berzoini, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), o líder do PSDB na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e outros menos conhecidos. Uma das surpresas da lista do Diap deste ano foi a ausência de José Genoino (PT), que fez parte de todas as listagens anteriores. (AE)


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Empresas Finanças Empreendedores Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de julho de 2007

La Pastina tem cerca de 400 produtos com marca própria. Apenas dois deles são nacionais.

A EMPRESA QUER DOBRAR FATURAMENTO

Marcelo Min/AFG

DAS BATATAS AOS VINHOS, LA PASTINA QUER CHEGAR AO TOPO. A empresa investiu R$ 10 milhões em um centro de distribuição para crescer mais Kety Shapazian

O LETREIRO

S

egunda empresa do Grupo La Pastina, a World Wine, recebeu esse nome porque a intenção era justamente mostrar que ali são vendidos vinhos do mundo todo. "E também já existia em Porto Alegre uma empresa chamada Vinhos do Mundo." No começo, o vínculo com a primeira companhia, a La Pastina, ficou evidente. Hoje é importante a World Wine ter personalidade própria, segundo o diretor comercial. "É um setor muito competitivo. Os 20 maiores importadores dominam 80% do mercado."

P

SEGREDO

ara Celso La Pastina, não existe um segredo para o sucesso. "Vou usar a frase do técnico Bernardinho: é preciso 99% de transpiração e 1% de inspiração. Ou seja, muito trabalho, muito foco. Também não é oferecer o que os outros não têm. É fazer o que lhe dá prazer. E, lógico, tem de ter a cabeça no lugar. Basta ler o livro 'Pai Rico, Pai Pobre'. Aquilo que o Robert Kiyosaki fala, sempre foi muito óbvio para mim – você tem de construir uma renda sem gerar despesa. O dinheiro ilude muito."

maior orgulho da festa de 60 anos do Grupo La Pastina foi a presença do fundador, Vicente La Pastina, que, aos 82 anos de idade, continua 'batendo cartão' todos os dias na empresa. Em 1947, quando abriu "uma portinha" no bairro do Brás e começou a vender cebola, o patriarca da família nem sequer imaginava que, 60 anos depois, a empresa investiria US$ 10 milhões num moderno centro de distribuição (a ser inaugurado até 15 de agosto) e se tornaria a terceira maior importadora de vinhos do País. Ainda é pouco. "Queremos ser a maior. Com o novo centro, a meta é dobrar nosso faturamento nos próximos cinco anos", diz Celso La Pastina, 47 anos, diretor comercial do grupo, que engloba duas empresas, a La Pastina e a World Wine. As duas têm hoje cerca de 350 funcionários. Diversificação Depois das cebolas, vieram as importações, já nos anos 50. Primeiro, foram batatas da Holanda. Depois, conservas e especiarias. No final da década, Vicente passou a exportar para a Europa feijão, arroz, sorgo e milho. Em 1978, Celso foi trabalhar na empresa como estagiário no departamento de vendas. "Aprendi a faturar, a atender o cliente. Fui depois para a importação e, pouco a pouco, assumi toda a área comercial e de marketing." Olhando para trás, Celso percebe como era difícil trabalhar com comércio exterior. "Era um setor muito desprestigiado, diria até marginalizado. Os produtos ou eram proibidos ou taxados excessivamente e tínhamos de fazer depósitos compulsórios no banco para fechar os negócios", conta. No final da década de 1970, a La Pastina já importava alguns vinhos comuns. Em 1985, isso mudou. A empresa começou a trazer algumas marcas exclusivas – como a linha de franceses Maurice Granier. "Hoje, só

compramos no exterior esse tipo de vinho." Com a abertura do mercado, na década de 1990, os donos decidiram apostar em novos segmentos – destinados a grandes varejistas, consumidores finais e restaurantes. "Para crescermos, resolvemos mudar nosso posicionamento estratégico, pois percebemos que o potencial de consumo de produtos importados no Brasil tinha aumentado drasticamente", lembra o diretor. La Pastina lançou também sua marca própria, atualmente com cerca de 400 itens – o primeiro produto foi o pêssego em calda. Apenas o café gourmet e o arroz negro são produzidos no Brasil. Tem ainda marcas famosas no circuito gastronômico mundial, como a massa italiana Divella, a segunda maior fabricante de macarrão do mundo, atrás apenas da Barilla, a mostarda francesa Maille e o molho inglês Lea & Perrins. Com o aumento no consumo de vinhos, nasceu em 1999 a segunda empresa do grupo: a World Wine, um divisão de produtos finos com mais de 70 fornecedores exclusivos, de 14 países, num total de 1,5 mil rótulos. Hoje, tem três lojas próprias – no Brás e Jardins, bairros da capital paulista, e em Ribeirão Preto, interior do estado. Celso vai à região de Bordeaux, na França, todos os anos para a apresentação e degustação dos vinhos. "É fácil porque são produtos superconhecidos. O difícil é descobrir novos talentos. É o que eu mais gosto de fazer – encontrar os 'Ronaldinhos' desconhecidos", afirma. O último foi descoberto em 2002: o francês Philippe Pacalet, da Borgonha. "O produto dele era tão bom que, mal chegava, vendia tudo." Os dois se tornaram grandes amigos. "Vinho é meu único luxo", revela Celso. Estratégia Localizado na Mooca, o centro de distribuição tem inauguração prevista para agosto. Os 10 mil metros quadrados de

EMPREENDEDORES O empresário Celso La Pastina criou outra empresa, especializada na importação de vinhos e produtos finos

construção vão abrigar a futura sede das empresas, instaladas no Brás. Ele foi totalmente estruturado para economizar recursos naturais. A energia eólica será usada para resfriar e climatizar as adegas. Uma microestação de água e esgoto diminuirá significativamente o consumo desse produto não renovável, segundo o diretor. "Nossa expectativa é de acelerar a operação em 200%, aumentando a produtividade." Celso diz que, com o novo espaço, um dos projetos para o futuro é importar novamente produtos refrigerados, atividade abandonada pela empresa em 1993. "Trazíamos queijos, frios, bacalhau. Mas trabalhávamos com um limite financeiro e não tínhamos como estocar. O projeto de retomar essas compras, no entanto, só vai acontecer em 2008 ou 2009." Outra meta é atuar no terceiro setor. "Nosso maior desafio é um trabalho eficiente nesse segmento. Temos muito a fazer. Queremos ajudar na formação das pessoas de nossas comunidades, tanto aqui, no Brás, quanto na Mooca."

A World Wine trabalha com 1,5 mil rótulos exclusivos, de 14 países

PEDRA

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O fundador Vicente e os filhos

diretor de La Pastina acha que o maior obstáculo é político. "O Brasil deveria fazer uma reforma para dar mais dignidade ao Congresso Nacional." Quanto ao grupo, ele diz que a falta de capacidade logística, sistêmica e de departamento pessoal "nos amarrava". "Temos bons parceiros, boas marcas e produtos. Agora, com logística e pessoas competentes, temos tudo para crescer, dobrar de tamanho."


Congresso Planalto Corr upção Estados

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quinta-feira, 19 de julho de 2007

"Eu respeito a figura do ministro... mas, para ser ministro da Defesa, é incompetente. Demóstenes Torres

Agência Luz / ABr

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PF NÃO RECEBE OS DOCUMENTOS PARA PERÍCIA

Valter Campanato / ABr

DE FÉRIAS, RENAN DIZ QUE NÃO SE LICENCIA

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sgotados os artifícios passou o pedido do Senado à para retardar as in- PF na íntegra, sem vetos. Segundo o requerimento, a vestigações sobre a origem de seu patri- investigação será restrita aos mônio, o presidente do Sena- quesitos solicitados pelo Condo, Renan Calheiros (PMDB- selho de Ética do Senado. AsAL), voltou a afirmar ontem sim, a PF não poderá fazer dique não vai se licenciar do car- ligências ou realizar qualquer go durante as apurações do tipo de investigação compleConselho de Ética e Decoro mentar, mesmo que necessário, pois, para isso dependeria Parlamentar. Segundo a assessoria do Se- de autorização do Supremo nado, Renan saiu de férias ain- Tribunal Federal (STF), segunda ontem com a família. Ele é do explicou Genro. A perícia será realizada pela acusado de ter despesas pessoais pagas com recursos de mesma equipe do Instituto um lobista da empreiteira Nacional de Criminalística Mendes Jr, que tem contratos (INC) que produziu o laudo parcial anterior. Deverá ser com o governo federal. A Polícia Federal finalmente solicitado o auxílio de técnicos recebeu ontem o ofício do mi- de órgãos de fiscalização, nistro da Justiça, Tarso Genro, como a Receita Federal e o Banco Central. autorizando o início As perguntas foram da nova perícia nos dofeitas pelos relatores cumentos apresentado processo, pelo PSol do pela defesa de Re- O presidente e pelo próprio Renan. nan. Mas o trabalho do Senado Como em outras innão pôde começar ain- conseguiu o vestigações de resda porque o Senado que queria: ponsabilidade do deixou de anexar ao 'esqueceram' Congresso, incluindo pedido o principal: os de anexar os CPIs, a PF terá papel documentos a serem documentos no pedido de força auxiliar. periciados. Trabalho – Renan A omissão deu mais de perícia aceitou ontem o pedium fôlego aos aliados feito à PF. do do deputado Raul do presidente do SenaJungmann (PPS-PE) do, que têm adiado ao máximo a análise dos docu- para que a reunião da Comissão Representativa do Conmentos. Na primeira perícia, realiza- gresso Nacional seja convocada há três semanas, a PF consi- da durante o recesso parladerou inconsistentes os docu- mentar. A comissão é formada para mentos – notas fiscais, faturas e guias de transporte de ani- não atrasar trabalhos essenmais – com os quais Renan ale- ciais do Senado e da Câmara, ga ter faturado R$ 1,9 milhão como autorizar o presidente e com a venda de gado nos últi- o vice-presidente a se ausentar do País e deliberar sobre projemos anos. Não ficou comprovada a tos de lei cujos prazos vençam efetiva comercialização de durante o recesso. Para Jungmann, não se pode mais de 900 reses e algumas notas fiscais de compradores esperar o início do período leeram frias. Mas o laudo, feito gislativo, em agosto, para disàs pressas num fim de semana, cutir a crise aérea, em função não foi conclusivo por falta de do acidente com o avião da tempo. A PF sugeriu um prazo TAM ocorrido em São Paulo, de 20 dias, a começar do rece- na última terça-feira. O parlamentar pede ainda bimento de todo o material a ser periciado, inclusive os que a comissão ouça o ministro novos documentos anexados da Defesa, Waldir Pires, o presidente da Agência Nacional por Renan. Pelos termos do ofício, assi- de Aviação Civil (Anac), Milnado pelo vice-presidente do ton Zuanazzi, o presidente da Senado, Tião Viana (PT-AC), a Infraero, José Carlos Pereira e o PF precisa responder 30 ques- comandante da Força Aérea tões relacionadas à autentici- Brasileira, Juniti Saito, para dade dos documentos e legali- contribuir no esclarecimento dade das operações de venda dos fatos e das medidas relade gado de Renan. Genro re- cionadas ao tema. (AE e ABr)

Longe do burburinho das investigações por uns dias, Renan aceitou o pedido para convocar a Comissão Representativa durante o recesso.

Verba das centrais sindicais será 10 vezes maior

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asce hoje a quarta central sindical brasileira, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), um produto híbrido. Num congresso de três dias, se juntarão a SocialDemocracia Sindical (SDS), até aqui presidida por Enilson Simões de Moura, o Alemão; a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) de Antônio Carlos dos Reis, o Salim; e a Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT), de Laerte Teixeira da Costa. O presidente da UGT será Ricardo Patah, ex-tesoureiro da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. A SDS tem, segundo o Ministério do Trabalho, 161 sindicatos filiados (4,7% das filiações); a CGT tem 152 (4,5%); e a CAT, 48 (1,4%). A UGT nasce com 361 sindicatos e 10,6% das filiações. Mas logo reforçará seus quadros com duas importantes

adesões – o Sindicato dos Comerciários de São Paulo e o Sindicato dos Padeiros de São Paulo. Lado fraco – Mas poderá ter um lado fraco: no meio sindical, todos dizem que a junção das centrais antigas foi pró-forma, para atender às exigências do projeto do governo e que Alemão, Salim e Laerte continuarão dando as cartas em suas áreas de influência. Patah diz que a nova central será muito forte no setor de comércio e serviços. No seu congresso de fundação, a UGT programou uma homenagem a antigos líderes sindicais brasileiros, como Clodsmith Riani (líder da CGT em 1964), Hércules Corrêa, Roberto Morena, José Raimundo da Silva, Luiz Tenório de Lima, Lindolfo Silva (todos líderes do extinto PCB) e Joaquim dos Santos Andrade, o Joaquinzão (presidente da velha CGT por

O

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Suplente é acusado de lesar o patrimônio público em R$ 19 milhões.

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Advocacia-Geral da União (AGU) lançou ontem o número 08006451415 para receber denúncias de crimes contra a União, como desvios de recursos públicos. O advogado-adjunto da AGU, Gabriel Felipe de Souza, disse que o telefone é mais um braço do Canal do Cidadão, lançado em maio. O advogado explicou que as denúncias são encaminhadas à Controladoria-Geral da União ou ao Ministério Público Federal para serem investigadas. Se confirmadas, a AGU entra com ação na Justiça. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h e a ligação é gratuita.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Assembléia mineira aprova a LDO Governo propõe troca do ISS por 1% do IVA

L

fatos que geraram as denúncias contra o recém-empossado senador ocorreram entre 1999 e 2007. Argello é acusado, entre outras coisas, de ter lesado o patrimônio público em mais de R$ 19 milhões, segundo auditoria realizada pelo Tribunal de Contras do DF. A assessoria de Gim Argello atribui as denúncias a interesses políticos, e informou que hoje o senador deverá indicar os nomes de seus assessores no Senado. Seu gabinete está em fase de montagem. (AE)

ALÔ DENÚNCIA

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dos Trabalhadores (CUT-DF) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). Os representantes dos diretórios locais dos partidos também entregaram ao senador um dossiê que conteria subsídios para apurar a quebra de decoro contra Argello associada a crimes de sonegação fiscal, enriquecimento ilícito, desvios de dinheiro público e corrupção. De acordo com o presidente do PT do Distrito Federal, exdeputado Chico Vigilante, os

ubiu para 171 o número de municípios do semiárido nordestino em estado de emergência por causa da estiagem. Há ainda cidades à espera do reconhecimento da calamidade pelo governo federal – só assim, estarão aptas a receber ajuda do governo federal. O Piauí é um dos Estados em pior situação. Lá, segundo a Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Piauí, a água vem sendo vendida - uma carrada (7 metros cúbicos) – por R$ 300. "Os trabalhadores rurais estão revoltados e ameaçam saquear armazéns com alimentos e ocupar prédios públicos", disse o presidente da Fetag-PI, Evandro Luz.

LICITAÇÃO EM MINAS O governo de Minas abriu ontem licitação para construção do Centro Administrativo do Estado, projetado por Oscar Niemeyer. A obra é orçada em R$ 900 milhões.

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gional de Brasília (BRB). O nome de Argello, segundo informações que chegaram ao corregedor, apareceria nas 62.085 ligações telefônicas interceptadas mediante autorização judicial. De acordo com o juiz, por enquanto foi identificado apenas 5% do material apreendido, entre os quais estão 390 caixas contendo livros contábeis, balancetes de empresas e outros dados das 20 pessoas e 20 empresas envolvidas. Tuma vai anexar à representação que o PSol fez contra Argello, ontem, a que recebeu hoje de outros cinco partidos: PT, PCdoB, PPS, PDT e PSB e até mesmo da Central Única

negociado por governos e líderes sindicais, as entidades serão legalizadas e receberão 10% do bolo da contribuição sindical, que arrecada um dia de trabalho de todos os empregados registrados do País. De janeiro a maio de 2006, a contribuição sindical recolheu R$ 1,24 bilhão, segundo o Ministério do Trabalho. Feita a conta a partir desse valor parcial, R$ 124 milhões estariam à disposição das centrais no ano. A medida significará um forte impacto sobre a estrutura sindical brasileira e provoca um rearranjo entre as centrais. Projeções feitas por consultores mostram que a CUT, que hoje tem um orçamento de R$ 5 milhões, passaria a receber perto de R$ 33 milhões anuais, a Força Sindical mais de R$ 13 milhões, e a nova UGT, mais R$ 6 milhões. Tudo somado, a verba das centrais será multiplicada por dez. (AE)

Valter Campanato / ABr

Tuma dá os primeiros passos para instaurar processo contra Argello

corregedor do Senad o , R o m e u Tu m a (DEM-SP), iniciou ontem os procedimentos para instaurar, em agosto, o processo contra o senador Gim Argello (PTB-DF) por suposta quebra de decoro parlamentar. Tuma obteve a garantia do juiz da 1ª Vara Criminal de Brasília, Roberval Belinati, que receberá a documentação apreendida na Operação Aquarela. Argello tomou posse na vaga deixada por Joaquim Roriz (PMDB-DF), que renunciou para escapar da cassação. Realizada nos últimos meses, a ação da Polícia Civil desbaratou a quadrilha que desviava recursos do Banco Re-

muitos anos). Ao lado desses sete, na galeria dos homenageados, estará Luiz Inácio Lula da Silva, que sempre manteve considerável distância dos comunistas. Mas Lula não irá ao congresso e será representado pelos ministros Luiz Marinho e Luiz Dulci. Davi Zaia diz que o meio sindical está aberto à criação de uma nova central: "A CUT tem um problema sério, não consegue fazer oposição ao governo", observa. Ele afirma que esse atrelamento da CUT ao governo vai favorecer a UGT e atrair muitos sindicatos da área bancária. Mas Zaia não quer briga com os outros: ao contrário, planeja construir com a rival CUT experiências semelhantes à da negociação salarial única dos bancários. Dinheiro à vista – As centrais sindicais acertaram no milhar: graças a um projeto de medida provisória (MP)

Pela CPMF, governo acena com cargos


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - CIDADES & ENTIDADES

a maior

tragédia

quinta-feira, 19 de julho de 2007

AS CAUSAS do acidente com o Airbus A320 da TAM, que matou pelo menos 186 pessoas em São Paulo, começaram a ser investigadas ontem. Imagens gravadas momentos antes do acidente mostram que a aeronave estava em velocidade superior ao normal no momento do pouso.

Velocidade era superior ao normal

VIDAS Marcos D'Paula/AE

Vídeo mostra que Airbus A320 estava em velocidade acima do normal no momento da aterrissagem. PF vai investigar pista de Congonhas. Milton Mansilha/Luz

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ma aceleração realizada já no solo, segundos depois do pouso, é a principal pista nas mãos dos investigadores das causas do acidente com o Airbus A320 da TAM, o pior da história da aviação civil brasileira. No vídeo registrado pelas câmeras da Infraero, que monitoram a movimentação no Aeroporto de Congonhas, aparecem imagens da aeronave aparentemente acelerando, em vez de frear, após tocar o solo no ponto correto para pouso. Segundo investigadores, a aceleração pode ter sido causada por uma tentativa de arremeter (decolar novamente depois da aterrissagem) ou o avião teria sofrido alguma falha técnica, deixando-o fora de controle. A chuva que caía sobre a cidade de São Paulo, que deixou a pista escorregadia, pode ter contribuído para o desequilíbrio do Airbus. O vídeo do pouso está dividido em três partes e foi assistido por autoridades da Aeronáutica e integrantes da CPI do Apagão Aéreo do Senado. Segundo o brigadeiro José Carlos Pereira, da Infraero, as imagens mostram que o A320 teria cruzado os trechos finais da pista, a 400 metros da cabeceira 17 a uma velocidade de cerca de 167 km/h, quando já deveria estar quase parado. O percurso do trecho foi feito em três segundos pelo avião da TAM - enquanto aeronaves do mesmo porte o fazem em 10 segundos. Quando tocou a pista, no entanto, o A320 aparentemente estava na velocidade correta para o procedimento, de 130 nós (cerca de 240 km/h). Cinco controladores de vôo que trabalhavam na torre de Congonhas, na hora do acidente, foram ouvidos ontem pela Infraero e disseram não ter notado nada de errado, tanto que liberaram a pista para a aeronave que vinha atrás. Todo o pouso durou 30 segundos e, de acordo com as autoridades, ainda não é possível afirmar se a falta do "grooving" (as ranhuras no asfalto que fazem o escoamento da água da chuva) contribuiu para que o avião não conseguisse parar. Pilotos dizem que a pista escorregadia por causa da falha de drenagem foi decisiva para descontrolar o Airbus. Também há a hipótese de algum equipamento, como o sistema anti-skid (antiderrapagem) ou freios terem falhado. Pelo vídeo, fica quase descartada a hipótese de o A320 ter tocado um ponto da pista além do local normal. As imagens mostram que ele desceu antes da marca de 330 metros da cabeceira 35 (que fica do lado do Jabaquara), de onde é possível parar com segurança. Pista - A Polícia Federal abriu inquérito para verificar as causas do acidente, principalmente se a pista principal do aeroporto, onde o avião pousou, foi entregue em condições técnicas adequadas ao uso. A investigação foi solicitada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), pediu ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, o deslocamento de cinco peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) para investigar as condições da pista de Congonhas. A Infraero, estatal que administra os aeroportos, adotou posição de cautela. Em nota oficial divulgada ontem, a empresa afirmou que estão sendo tomadas "todas as providências" pelos órgãos competentes para o esclarecimento do acidente. Sobre as causas que

Catilene Maia de Oliveira, 35 anos, secretária do Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados do RS. Marcos D'Paula/AE

Bombeiros trabalham no local onde o avião da TAM se chocou, provocando a maior tragédia da aviação brasileira: velocidade será investigada

Indenizações são prioridade, diz TAM

Nadja Maria de Paula, vice-presidente do Sindicato dos Técnicos Científicos do RS. Marcos D'Paula/AE

Hélvio Romero/AE

Ivan Ventura

A

indefinição sobre as causas do choque da a e ro n a v e d a TA M contra um galpão de cargas da empresa e a antecipação do pagamento das indenizações às famílias das vítimas foram alguns dos temas da coletiva de imprensa concedida ontem pelo presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, e três vice-presidentes da companhia aérea. A seguir, essas e outras questões citadas por Bologna e os vices Alberto Fachman, Paulo Castello Branco e Ruy Amparo, durante a entrevista. Pilotos – A TAM descartou qualquer imperícia do piloto ou do co-piloto da aeronave no acidente. O vice-presidente de operações da companhia aérea, Alberto Fachman, disse que o comandante do Airbus, Kleyber Lima, e o co-piloto e também comandante, Stephanini di Sacco eram experientes nas suas funções. “Eles acumularam muitas horas de vôo e os dois tinham experiência em pilotar a aeronave sem maiores problemas”, afirmou Bologna. Lima estava há 19 anos na empresa e acumulou 13.654 horas de vôo. Já o co-piloto ingressou na empresa no dia 19 de janeiro de 2006. Antes, já havia trabalhado na extinta Tr a n s b r a s i l e a c u m u l o u 14.744 horas de vôo. Aeronave - Falhas mecânicas no Airbus também foram descartadas pelos executivos da TAM. “Temos um docu-

mento, assinado pelo comandante Lima, ainda no Aeroporto Salgado Filho (em Porto Alegre), onde atestou que o avião estava com plenas condições de vôo”, disse o vicepresidente técnico da empresa aérea, Ruy Amparo. O Airbus tinha 320 horas de vôo e em menos de dois anos passou duas revisões técnicas. O avião comportava até 185 pessoas (no vôo 3054 estavam 185 pessoas sentadas e uma criança de colo). Questionado se a causa do acidente teria relação com as condições da pista, Amparo afirmou que ainda é prematuro qualquer afirmação, antes do fim das investigações. Mas informou que a pista estava liberada para pousos. “Com as condições climáticas no momento do pouso, a pista sem o

groovings (ranhuras feitas na pista para permitir o escoamento da água da chuva) e ainda com o registro, naquele momento, de lâmina de água abaixo de 3 milímetros (máximo permitido para pouso) o pouso só seria permitido com um peso inferior a 64,5 toneladas. O avião estava com 62,7 toneladas, bem abaixo das exigências”, disse Amparo. Indenizações – A empresa também afirmou que irá antecipar as indenizações às famílias dos 186 passageiros do avião e das vítimas no edifício da TAM Express, que até ontem à noite contabilizava 3 mortos, cinco desaparecidos e 11 hospitalizados. Vítimas que estavam no posto de gasolina (ao lado do prédio atingido pelo Airbus) também serão indenizadas. “As famílias serão

atendidas no programa de assistência de vítimas da empresa. Iremos antecipar as indeniz a ç õ e s ” , a f i r m o u B o l o gna.Três hotéis foram reservados recepcionar parentes de todas as vítimas do acidente e os moradores da região do Aeroporto de Congonhas. Novo aeroporto – Como alternativa de Congonhas, o vice-presidente de planejamento e alianças da TAM, Paulo Castello Branco, defendeu o debate sobre a construção de um novo aeroporto na Capital, expansão de Viracopos, em Campinas, e as construções de um novo terminal e uma terceira pista em Cumbica, em Guarulhos. “É o momento de se discutir alternativas para a diminuição no número de vôos”, disse. Congonhas tem 48 operações por hora.

motivaram a maior tragédia aérea da história do País, a Infraero afirma que são "prematuras quaisquer hipóteses sobre o sinistro, sendo prudente aguardar-se as devidas investigações sobre o caso". Ainda na nota, a Infraero "lamenta profundamente" o acidente e manifesta solidariedade aos familiares e amigos dos passageiros, tripulantes e vítimas em terra, "colocando-se à disposição para o apoio que o momento requer". O Conselho Nacional de Segurança de Transportes dos Estados Unidos vai ajudar nas in-

vestigações. O presidente do conselho, Mark Rosenker, destacou o investigador William English para cuidar do caso. Para os especialistas, há duas hipóteses mais prováveis para o acidente. A primeira é que o avião teria pousado em um ponto muito distante do ideal para um pouso seguro. Nesse caso, o piloto pode ter optado por duas soluções: tentar frear a aeronave e concluir a aterrissagem, ou arremeter e tentar um novo pouso posteriormente. A segunda hipótese é de que o avião teria pousado no ponto ideal da pista, mas o piloto te-

ria perdido o controle da aeronave por algum motivo. Por exemplo, a aeronave poderia ter apresentado algum tipo de pane ou derrapado devido ao acúmulo de água na pista. Para o major-brigadeiro Renato Cláudio Costa Pereira, ainda não há dados suficientes para determinar o que aconteceu. No entanto, ele acredita que as palavras "vira, vira" faladas na cabine da aeronave, ouvidas na torre de comando, indicam que o piloto pode ter tentado arremeter a aeronave. "Não é 'vira' que ele estava falando. Não existe esse termo

em aviação. Era 'gira, gira', ou seja, ele (o co-piloto) estava pedindo para que o piloto rodasse o avião (girar o avião para cima, para voltar a decolar)", afirma o major-brigadeiro, que foi presidente da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) e participou de diversas investigações sobre acidentes aéreos. Os especialistas afirmam que a decisão de se arremeter a aeronave e tentar novo pouso é comum em aeroportos como Congonhas, mas que esse procedimento requer agilidade do piloto. (Agências)

Luiz Fernando Zacchini, diretor do Sindicato dos Técnicos Científicos do Rio Grande do Sul. Reprodução/AOG

Marco Antonio Bologna, presidente da TAM, ontem: companhia vai prestar todo apoio às famílias das vítimas

O administrador de empresa Janus Lucas Leite da Silva, que era da Bahia e trabalhava na Braskem. Arquivo/ZH/AOG

O deputado federal Júlio Redecker (PSDB-RS), líder da minoria na Câmara dos Deputados. Ronaldo BernardI/AE

Nelly Elly Priebe, uma das tricoteiras de Porto Alegre que participavam das sessões dos precatórios.


quinta-feira, 19 de julho de 2007

Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

ARRECADAÇÃO BATE RECORDES. E O GOVERNO NÃO DESISTE DA CPMF.

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bilhões de reais entraram nos cofres do fisco em junho – 6,22% a mais do que no mesmo mês de 2006.

Newton Santos/Hype

Mesmo com as desonerações tributárias, a receita de todos os impostos federais não pára de crescer. Nenhum segmento da economia mostra um desempenho tão expressivo. Mesmo assim, governo diz não poder abrir mão da CPMF.

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Receita Federal continua arrecadando como nunca. Apesar das desonerações tributárias promovidas pelo governo nos últimos quatro anos, a receita com impostos e contribuições federais atingiu a marca recorde de R$ 282,43 bilhões no primeiro semestre deste ano. Em comparação aos primeiros seis meses de 2006, o aumento foi de R$ 33,5 bilhões – esse volume representa quase tudo o que o governo espera conseguir com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em 2007, cerca de R$ 36 bilhões. Em termos reais, ou seja, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) o aumento foi de 10,02%, bem mais do que a minguada expansão de 4,7% esperada para o Produto Interno Bruto (PIB). Em todos os meses do primeiro semestre, a arrecadação federal bateu recordes. Em junho, não foi diferente. Entraram nos cofres públicos R$ 49,07 bilhões, crescimento real de 6,22% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2007, o governo já superou em R$ 5 bilhões a estimativa feita no início do ano para o recolhimento de impostos, como consta no Orçamento da União. Mesmo c o m o c re s c imento expressivo das receitas, o coordenador de Previsão e Análise da Receita, Eloi de Carvalho, disse não ser possível abrir mão da CPMF, como propõem setores empresariais e da sociedade civil, que vêem o tributo como uma "aberração eco-

nômica". "Não podemos contar com o mesmo ritmo de expansão das receitas no segundo semestre. Não podemos garantir o mesmo desempenho ", explicou Carvalho. Sem garantias – Segundo o coordenador, o aumento da arrecadação reflete o maior crescimento da economia. Mas também está atrelado a outros fatores pontuais, como a grande expansão dos depósitos judiciais, a venda de imóveis e ativos das empresas, que ajudaram a "engordar" o volume de recursos provenientes do Imposto de Renda (IR). No caso dos depósitos judiciais, a receita cresceu de R$ 2,910 bilhões, no primeiro semestre de 2006, para R$ 4,866 bilhões nos seis primeiros meses deste ano. "A crescente lucratividade das companhias no ano passado também teve impactos na arrecadação de 2007", diz Carvalho. Isso porque as empresas têm de fazer o ajuste anual e pagar o imposto devido no ano seguinte. Em relação ao primeiro semestre de 2006, a arrecadação do IR de pessoa jurídi-

ca cresceu 13,98% e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), 12,75%. Carvalho destacou que o bom desempenho da indústria, sobretudo de setores como o automotivo, metalúrgico e de produtos químicos também teve efeito positivo sobre a arrecadação. O recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), um bom termômetro do ritmo da atividade econômica, teve forte expansão nos primeiros seis meses do ano. O IPI incidente sobre automóveis cresceu 10,14% em comparação ao mesmo período de 2006. E o IPI cobrado sobre outros produtos (exceto bebidas e cigarros) registrou alta de 15,96%. Incremento – O aumento de 20,4% nas vendas de automóveis também ajudou a elevar a arrecadação não só do IPI, mas também do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Cofins. A indústria de automóveis recolheu somente no primeiro semestre 99,18% a mais de IRPJ e CSLL e 6,85% a mais de Cofins. A receita da CPMF, que o governo não quer repartir com os estados e municípios, e cuja alíquota, de 0,38%, não quer reduzir, cresceu 11,32% e totalizou R $ 1 7 , 3 3 b il h õ e s n o s em e s t re . E s s e montante equivale a 6,14% de todo o bolo tributário que entrou nos cofres federais. A Cofins gerou R $ 4 8 , 0 3 b ilhões, com expansão de 6,85%. Esse tributo, além do IPI, concentrou a maior parte das medidas de deson eração que o governo adotou para beneficiar vários setores há alguns meses. (AE)

Compras externas contribuem para aumentar o recolhimento, na opinião do tributarista Clóvis Panzarini.

Os impostos sobre as importações disparam Renato Carbonari Ibelli

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aumento expressivo da receita de impostos fez com que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevasse de 4,2% para 4,5% sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Os tributos incidentes sobre produtos importados estão entre os que mais contribuíram para o aumento da arrecadação. Na comparação do primeiro semestre de 2007 com o de 2006, a variação do arrecadado com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado à importação cresceu 21,4%, chegando a R$ 3,4 milhões. A receita obtida apenas com o Imposto de Importação

(II) também registrou uma das maiores elevações no período (17,45%), saltando de R$ 4,7 milhões em 2006 para R$ 5,5 milhões neste ano. No primeiro semestre, apenas as arrecadações do Imposto de Renda (IR) da pessoa física e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de entidades financeiras tiveram maiores variações do que a receita obtida com os tributos dos importados. Esses aumentos foram de 31,77% e de 35,9%, respectivamente. O esperado é que, no segundo semestre, seja registrada uma queda na arrecadação do IR, uma vez que terminou a "safra" de declarações. "As compras externas devem dar o parâmetro para a evolução da arrecadação ao

longo deste ano", explica o tributarista Clóvis Panzarini. Nos primeiros seis meses de 2007, as importações brasileiras chegaram a US$ 52,5 bilhões, um crescimento de 26,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A desvalorização do dólar frente ao real é o principal responsável pela elevação da entrada de produtos importados no País. A Receita atribui a expansão da arrecadação com impostos sobre a importação ao aumento de 5,3% na alíquota média do II no primeiro semestre e à expansão de 8,76% da alíquota média do IPI vinculado às compras feitas no exterior. Outro fator para o crescimento, segundo a Receita, é a redução de 14,07% da taxa média de câmbio no período.


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quinta-feira, 19 de julho de 2007

a maior

tragédia Argentina: mesmo temor

O

acidente com o avião da TAM suscita temores de uma tragédia semelhante no aeroporto local de Buenos Aires (Aeroparque), disse à BBC Brasil o piloto argentino Alejandro López Camelo, secretário de segurança da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (Apla). O medo baseia-se em um incidente ocorrido em agosto de 1999, quando uma aeronave da argentina Lapa saiu da pista, atravessou uma avenida arrastando carros, bateu numa estação de gás e deixou 65 mortos.

Milton Mansilha/LUZ

Pista foi vistoriada

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epresentantes da Infraero vistoriaram, ontem pela manhã, a cabeceira da pista principal do Aeroporto de Congonhas, de onde o Airbus A320 da companhia aérea TAM saiu, para em seguida tentar arremeter (alçar vôo) novamente. Não conseguiu e colidiu com um prédio da companhia, após derrapar na pista principal em razão. Um funcionário do aeroporto encontrou um pedaço de concreto quebrado pela colisão do avião no gramado, abaixo da pista de pouso.

Luto: ABL cancela festa

P

or causa da tragédia com o avião da TAM, a Academia Brasileira de Letras (ABL) decidiu cancelar os festejos por seus 110 anos, que seriam realizados sexta-feira e levariam o presidente Lula ao Rio. Estavam programadas uma missa, a assinatura de protocolo com o Ministério da Cultura de Portugal, a inauguração de uma exposição sobre os 110 anos e uma sessão solene, com entrega de prêmios acadêmicos – à qual Lula assistiria. Segundo a assessoria da academia, a entidade está "chocada" e "associa-se ao luto nacional".

CIDADES & ENTIDADES - 3

O AEROPORTO de Congonhas foi reaberto às 6h27 de ontem, com a liberação da pista auxiliar para decolagens. O primeiro vôo, da empresa Pantanal, decolou às 6h50, sem passageiros. Era um avião de carga. À noite, mais da metade dos vôos programados haviam sido cancelados ou estavam atrasados em mais de uma hora.

Voltou a funcionar. Mal. Fora do aeroporto, tensão e curiosidade: enquanto bombeiros trabalhavam no resgate de corpos, passantes tentavam fotografar. Antonio Milena/AE

Kelly Ferreira

M

esmo com a fumaça ainda saindo dos escombros do acidente do vôo 3054 da TAM, o clima no Aeroporto de Congonhas, na zona sul, era tranqüilo entre os passageiros na manhã de ontem. A tragédia não alterou o embarque das pessoas. Elas chegaram nos horários previstos, fizeram check in, tomaram café e lamentaram a tragédia. Alguns viajantes que tiveram seus vôos cancelados tentavam remarcá-los nos balcões das companhias. Outros, que passaram a madrugada no aeroporto, dormiam. Às 6h, muitas pessoas já faziam check-in no saguão das companhias. Chegou-se a cogitar que o aeroporto começaria a operar após o meio-dia. Mas, às 6h27, a pista auxiliar foi aberta para decolagem e os passageiros começaram a ser chamados para o embarque. O primeiro vôo, da empresa Pantanal, decolou às 6h50, vazio. O boletim divulgado pela Infraero às 19h informava que, ao longo do dia, mais de metade dos vôos tinham sido cancelados ou estavam com atrasos superiores a uma hora. O engenheiro civil José Carlos Vertermate, que iria para Brasília e embarcaria às 7h30 em Congonhas, teve o vôo transferido para o meio-dia. "Minha passagem foi cancelada porque a TAM informou que a aeronave na qual eu iria teria de partir com carga menor que a sua capacidade. Foi difícil remarcar o bilhete", disse. Quanto ao medo de viajar de avião, Vertermate foi direto. "O acidente foi muito triste, mas a vida continua". Fora do aeroporto, o clima era de tensão e curiosidade. Bombeiros continuavam trabalhando no resgate dos corpos, enquanto pessoas disputavam lugares na pista ao lado para tentar ver detalhes do acidente, munidos de máquinas fotográficas e celulares com câmeras. Os mortos, em sacos pretos, eram retirados e levados para uma rua lateral. Na frente do local, carros do Corpo de Bombeiros impediam a visão dos curiosos. As vítimas eram colocadas em caixões, cedidos pela Prefeitura, e encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML). Às 8h, o trânsito na avenida Washington Luis, no sentido centro, foi liberado. A pista sentido centro-bairro ainda não tem data para ser aberta. Famílias - Por volta das 9h, começaram a chegar os primeiros familiares das vítimas do acidente no salão de embarque de autoridades do aero-

Avião decola em Congonhas, em meio à fumaça do acidente ocorrido na noite de terça-feira com o avião da TAM, que levava 176 passageiros Milton Mansilha/LUZ

Getúlio Tomiyoshi, cunhaporto. O clima era de muita tristeza. Amparados por vo- do de Ciro Kazuhiro Numada, luntários do Peace, um grupo diretor financeiro do grupo de apoio formado por funcio- Caltabiano e uma das vítimas nários da TAM para situações do acidente, lamentou o ocorespeciais, parentes, vindos de rido e criticou as autoridades. várias cidades, inclusive de "O governo precisa ser mais séSão Paulo, não contiveram as rio em suas decisões e não ficar lágrimas ao chegar ao local. To- só na conversa. Essa tragédia poderia ter sido dos receberam evitada. Quanorientação sobre tas mais aconteos procedimencerão?", disse. tos para o recoMP – Em janeinhecimento dos O governo precisa ser ro, o Ministério corpos e comuni- mais sério em suas caram dados, co- decisões e não ficar só Público Federal ajuizou uma mo altura, tatua- na conversa. Esse ação civil públigem e ficha den- acidente poderia ter ca em São Paulo, tária, para agilizar a liberação sido evitado. Quantos alegando que o Aeroporto de dos corpos. Dois mais acontecerão? vôos da TAM saíGetúlio Tomiyoshi, Congonhas oferam ontem de cunhado de vítima. recia risco à vida de passageiros, Porto Alegre com destino à São Paulo com tripulantes e moradores dos familiares das vítimas do aci- arredores por não possuir um dente do vôo 3054. De acordo sistema de drenagem eficiente com a assessoria de imprensa, na pista principal. O local não chegaram cerca de 40 famílias foi interditado. Passou por reformas e foi liberado para dea São Paulo. Conforme o delegado do colagens no dia 30 de junho, Aeroporto de Congonhas, An- mesmo antes da execução do tonio de Olim, cinco médicos grooving (ranhuras para escoalegistas estiveram presentes mento da água que dão mais durante buscando informa- a d e r ê n c i a a o s p n e u s d o s ções com os familiares sobre as aviões). Ontem, o MPF protovítimas. "Qualquer tipo de de- colou novo pedido para o fetalhe é bem vindo e ajuda mui- chamento de Congonhas, a fim de evitar novos acidentes. to nessa hora", explicou.

Parentes das vítimas solidarizam-se no saguão do aeroporto Milton Mansilha/LUZ

Inevitáveis filas formaram-se, em razão de cancelamentos e atrasos


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2 - ECONOMIA

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Atlântica Capitalização S.A.

Atlântica Capitalização S.A.

CNPJ no 01.598.935/0001-84 - NIRE 35.300.148.240 Grupo Bradesco de Seguros e Previdência Ata das Assembléias Gerais Extraordinária e Ordinária realizadas cumulativamente em 29.3.2006

CNPJ no 01.598.935/0001-84 - NIRE 35.300.148.240 Grupo Bradesco de Seguros e Previdência Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 28.12.2006

Data, Hora, Local: Aos 29 dias do mês de março de 2006, às 15h, na sede social, Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP. Quorum: compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os representantes da Bradesco Seguros S.A., única acionista da Sociedade. Verificou-se também a presença dos senhores Norton Glabes Labes, Diretor, e José M. Matos Nicolau, representante da empresa KPMG Auditores Independentes. Mesa: Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Secretário: Marcos Suryan Neto. Convocação: Dispensada a convocação por Edital, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404, de 1976. Ordem do Dia: Assembléia Geral Extraordinária: examinar proposta da Diretoria para alterar o Estatuto Social, no Artigo 7o elevando de 4 (quatro) para 5 (cinco) o número máximo de cargos na Diretoria. Assembléia Geral Ordinária: I. tomar as contas dos Administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social findo em 31.12.2005; II. deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2005 e a distribuição de dividendos; III. eleger os membros da Diretoria; IV. fixar o montante global anual da remuneração dos Administradores, de acordo com o que dispõe o Estatuto Social; V. ratificar as seguintes designações: 1) de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 234, de 28.8.2003: a) do responsável administrativo-financeiro pela supervisão das atividades administrativas e econômico-financeiras, englobando o cumprimento de toda a legislação societária e aquela aplicável à consecução dos respectivos objetivos sociais; b) do responsável pela incumbência de desenvolver e implementar procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância e o cumprimento do disposto na Lei no 9.613, de 3.3.1998, que trata dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; c) do Diretor de Relações com a SUSEP e responsável pela Área Técnica de Capitalização; 2) de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 249, de 20.2.2004, do responsável pela implementação de controles internos das atividades da Sociedade, de seus sistemas de informações e do cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis; VI. ratificar, de conformidade com o disposto no Artigo 14, da Resolução no 118, de 22.12.2004, do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, a opção pela utilização de Comitê de Auditoria único, já constituído pelo Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira líder do Conglomerado Financeiro Bradesco. Deliberações: Assembléia Geral Extraordinária: aprovada, sem qualquer alteração ou ressalva, a proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele Órgão, de 27.3.2006, a seguir transcrita: “Vimos propor, alterar o Estatuto Social, no Artigo 7o elevando de 4 (quatro) para 5 (cinco) o número máximo de cargos na Diretoria. Se aprovada esta proposta, o Artigo 7o, passará a vigorar com a seguinte redação: “Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 2 (dois) a 5 (cinco) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente e de 1 (um) a 4 (quatro) Diretores sem designação especial.”. Assembléia Geral Ordinária: I. aprovadas, sem reservas, as contas dos Administradores, o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social findo em 31.12.2005, de conformidade com a publicação efetivada em 11.3.2006, nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, páginas 13 a 16, e em 24.2.2006, no “Diário do Comércio”, páginas 15 e 16; II. aprovada a proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele Órgão, de 27.3.2006, para destinação do lucro líquido do exercício e distribuição de dividendos, conforme segue: “Tendo em vista que a Sociedade obteve no exercício social encerrado em 31.12.2005 lucro líquido de R$1.374.212,99, propomos que seja destinado da seguinte forma: R$68.710,65 para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Legal de 2005”; R$979.126,76 para a conta “Reserva de Lucros – Reserva Estatutária de 2005”; e R$326.375,58 para pagamento de Dividendos, os quais deverão ser pagos até 31.12.2006.”; III. para composição da Diretoria foram reeleitos, com mandato de 1 (um) ano, até 29.3.2007, os senhores: Diretor-Presidente: Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68; Diretores: Samuel Monteiro dos Santos Júnior, brasileiro, casado, securitário, RG 2.700.826-IFP/RJ, CPF 032.621.977/34; Marcos Suryan Neto, brasileiro, divorciado, securitário, RG 12.925.794/SSP-SP, CPF 014.196.728/51; Norton Glabes Labes, brasileiro, casado, securitário, RG 3.594.614-3/SSP-SP, CPF 111.610.008/87; e eleito o senhor Ricardo Alahmar, brasileiro, casado, economista, RG 7.706.734/SSP-SP, CPF 033.677.718/30, todos com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP, sendo que permanecerão em suas funções até que os nomes dos Diretores que forem eleitos em 2007 recebam a homologação da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP e seja a Ata arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores reeleitos e eleito preenchem as condições previstas na Resolução no 136, de 7.11.2005, da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, e declararam, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil em virtude de condenação criminal. IV. fixado o montante global anual da remuneração dos Administradores, no valor de até R$21.000,00 (vinte e um mil reais), a ser distribuído em Reunião da Diretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social; V. ratificada as seguintes designações: 1) de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 234, de 28.8.2003, os senhores: a) Samuel Monteiro dos Santos Júnior, Diretor, como responsável administrativo-financeiro pela supervisão das atividades administrativas e econômico-financeiras, englobando o cumprimento de toda a legislação societária e aquela aplicável à consecução dos respectivos objetivos sociais; b) Marcos Suryan Neto, Diretor, pela implementação de controles internos das atividades da Sociedade, de seus sistemas de informações e do cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis; c) Norton Glabes Labes, Diretor, para responder pela Área Técnica de Capitalização, e como Diretor de Relações com a SUSEP; 2) de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 249, de 20.2.2004, o senhor Marcos Suryan Neto, Diretor, pela incumbência de desenvolver e implementar procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância das disposições sobre crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de conformidade com o disposto na Circular SUSEP 20/94; VI. de conformidade com o disposto no Artigo 14, da Resolução no 118, de 22.12.2004, do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, comunica a opção pela utilização de Comitê de Auditoria único, já constituído pelo Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira líder do Conglomerado Financeiro Bradesco; Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que para as deliberações tomadas, o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado no período e que toda matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva depois de homologada pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP e de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação. Em seguida, encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem, inclusive pelo representante da KPMG Auditores Independentes. Assinaturas: Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Secretário: Marcos Suryan Neto; Administrador: Norton Glabes Labes; Acionista: Bradesco Seguros S.A., representada por seus Diretores, senhores Luiz Tavares Pereira Filho e Ivan Luiz Gontijo Júnior; Auditor: José M. Matos Nicolau. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a Ata da referida Assembléia encontra-se homologada pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, lavrada no livro próprio e arquivada conforme segue: “Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 243.804/07-6, em 25.6.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa Secretária Geral.”. Atlântica Capitalização S.A. aa) Norton Glabes Labes e Marcos Suryan Neto.

Data, Hora e Local: Aos 28 dias do mês de dezembro de 2006, às 11h, na sede social, Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP. Quorum: compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os representantes da Bradesco Seguros S.A., única acionista da Sociedade. Mesa: Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Secretário: Marcos Suryan Neto. Convocação: dispensada a convocação por Edital, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404, de 1976. Ordem do Dia: I) examinar proposta da Diretoria para alterar o Estatuto Social, no Artigo 7o, elevando de 5 (cinco) para 6 (seis) o número máximo de cargos na Diretoria; II) eleger novo membro para compor a Diretoria da Sociedade; III) designar: a) de conformidade com o disposto na Resolução no 118, de 22.12.2004, do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, o responsável pelo acompanhamento, supervisão e cumprimento das normas e procedimentos de contabilidade; b) substituto para o Diretor responsável pela incumbência de desenvolver e implementar procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância e o cumprimento do disposto na Lei no 9.613, de 3.3.1998, que trata dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; IV) aprovar a adesão da Bradesco Saúde S.A. à Convenção do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência, como Sociedade Filiada, com a conseqüente alteração da Cláusula Primeira da referida Convenção. Deliberações: I) aprovada sem qualquer alteração ou ressalva, a proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele Órgão, de 26.12.2006, a seguir transcrita: “alterar o Estatuto Social, no Artigo 7o, elevando de 5 (cinco) para 6 (seis) o número máximo de cargos na Diretoria. Se aprovada esta proposta, o Artigo 7o do Estatuto Social passará a vigorar com a seguinte redação: “Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 2 (dois) a 6 (seis) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente e de 1 (um) a 5 (cinco) Diretores sem designação especial.”; II) eleito Diretor, com mandato coincidente com o dos demais membros da Diretoria, até 29.3.2007, o senhor Haydewaldo R. Chamberlain da Costa, brasileiro, casado, contador, CRC RJ-075823/0-9, CPF 756.039.427/20, com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP, cujo nome será levado à aprovação da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, após o que tomará posse de seu cargo, sendo que permanecerá em suas funções até que a Diretoria a ser eleita no ano de 2007 receba a homologação da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e seja a Ata arquivada na Junta Comercial e publicada. O Diretor eleito preenche as condições previstas na Resolução CNSP no 136, de 7.11.2005, da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, e declarou, sob as penas da lei, que não está impedido de exercer a administração de sociedade mercantil em virtude de condenação criminal. Em conseqüência, a Diretoria da Sociedade fica assim composta: Diretor-Presidente – Luiz Carlos Trabuco Cappi; Diretores: Samuel Monteiro dos Santos Júnior, Marcos Suryan Neto, Norton Glabes Labes, Ricardo Alahmar e Haydewaldo R. Chamberlain da Costa; III) designar: a) de conformidade com o disposto na Resolução no 118, de 22.12.2004, do Conselho de Nacional de Seguros Privados – CNSP, o senhor Haydewaldo R. Chamberlain da Costa, Diretor, como responsável pelo acompanhamento, supervisão e cumprimento das normas e procedimentos de contabilidade; b) o senhor Ricardo Alahmar, Diretor, em substituição ao senhor Marcos Suryan Neto, Diretor, como responsável pela incumbência de desenvolver e implementar procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância e o cumprimento do disposto na Lei no 9.613, de 3.3.1998, que trata dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; IV) aprovar a adesão da Bradesco Saúde S.A. à Convenção do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência, como Sociedade Filiada, com a conseqüente alteração da Cláusula Primeira da referida Convenção, que passa a ter a seguinte redação: “Cláusula Primeira – O “Grupo Bradesco de Seguros e Previdência” é constituído pelas seguintes Sociedades: Bradesco Seguros S.A., Alvorada Vida S.A., Atlântica Capitalização S.A., Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros, Bradesco Capitalização S.A., Bradesco Saúde S.A., Bradesco Vida e Previdência S.A., Finasa Seguradora S.A. e Indiana Seguros S.A.”. Em seguida, disse o senhor Presidente que a Convenção do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência, consolidada, passa a fazer parte integrante desta Ata, como Anexo. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que a matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva depois de homologada pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP e de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação. Em seguida, encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem. Assinaturas: Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Secretário: Marcos Suryan Neto; Acionista: Bradesco Seguros S.A., representada por seus Diretores, senhores Samuel Monteiro dos Santos Júnior e Marcos Suryan Neto. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a Ata da referida Assembléia encontra-se homologada pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, lavrada no livro próprio e arquivada conforme segue: “Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 243.806/07-3, em 25.6.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”. Atlântica Capitalização S.A. aa) Norton Glabes Labes e Ricardo Alahmar.

Faturamento do pequeno varejo em queda

O

faturamento do p e q u e n o v a re j o caiu pelo terceiro mês consecutivo, segundo a Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Em maio, o setor registrou queda de 4,3% ante o mesmo mês de 2006, e no acumulado do ano, contabiliza uma retração de 1,3%. Em abril, a queda do faturamento do setor foi de 5,2% ante o mesmo mês do ano passado. Dos sete setores analisados pela pesquisa, cinco apresentaram resultados negativos. "As pequenas empresas do setor de varejo não passam pelo mesmo bom momento que a economia atravessa por falta de condições adequadas de competitividade com as grandes redes", afirmou o presidente da Fecomercio, Abram Szajman, em nota. O grupo de autopeças e acessórios teve o pior desempenho em maio, com queda de 18,8% no faturamento ante o mesmo mês do ano anterior. Com isso, acumula no ano uma retração de 11,4%. As lojas de materiais de construção tiveram queda de

3,6% no faturamento, e no ano a retração é de 7,9%. O mês também foi negativo para farmácias e perfumarias, que registraram queda de 4,6% em relação a maio de 2006. No ano, o resultado é negativo em 4%. Outro grupo que apresentou resultado negativo foi o de eletroeletrônicos. Em maio, o faturamento do setor teve retração de 9% ante o mesmo mês do ano anterior, e no ano a queda é de 4,8%. O desempenho do segmento de alimentos e bebidas teve em maio queda de 17,7%, e no ano acumula retração de 14,2% no faturamento. Apenas dois grupos tiveram resultados positivos em maio. As lojas de vestuário, tecidos e calçados venderam 7,2% a mais, acumulando no ano um incremento de 11,6%. O principal fator que contribuiu para esse resultado continuou sendo a facilidade de crédito, na opinião dos representantes do setor. Já as lojas de móveis e decorações mantiveram o bom desempenho e registraram aumento de 6,9% no faturamento, na comparação com o mesmo mês de 2006. No ano, a alta acumulada é de 13,5%. (AE)

Atlântica Capitalização S.A. CNPJ no 01.598.935/0001-84 - NIRE 35.300.148.240 Grupo Bradesco de Seguros e Previdência Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 24.7.2006 Data, Hora, Local: Aos 24 dias do mês de julho de 2006, às 11h, na sede social, Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP. Quorum: compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os representantes da Bradesco Seguros S.A., única acionista da Sociedade. Mesa: Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Secretário: Marcos Suryan Neto. Convocação: Dispensada a convocação por Edital, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404, de 1976. Ordem do Dia: rerratificar, em face do disposto na Carta SUSEP/DECON/GAB no 583, de 18.7.2006, as deliberações tomadas na Assembléia Geral Ordinária realizada cumulativamente com a Assembléia Geral Extraordinária, em 29.3.2006, excluindo a eleição do senhor Ricardo Alahmar, ao cargo de Diretor da Sociedade, a qual será feita em Assembléia Geral específica, e ratificando as demais deliberações tomadas nas referidas Assembléias. Deliberações: a matéria constante da ordem do dia foi colocada em discussão e votação, tendo sido aprovada a rerratificação das deliberações tomadas na Assembléia Geral Ordinária realizada cumulativamente com a Assembléia Geral Extraordinária, em 29.3.2006, excluindo a eleição do senhor Ricardo Alahmar, ao cargo de Diretor da Sociedade, a qual será feita em Assembléia Geral específica, e ratificando as demais deliberações tomadas nas já referidas Assembléias, passando a Ata a ter a seguinte redação: “Atlântica Capitalização S.A. - CNPJ no 01.598.935/0001-84 - NIRE 35.300.148.240 – Grupo Bradesco de Seguros e Previdência - Ata das Assembléias Gerais Extraordinária e Ordinária realizadas cumulativamente em 29.3.2006. Data, Hora, Local: Aos 29 dias do mês de março de 2006, às 15h, na sede social, Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP. Quorum: compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os representantes da Bradesco Seguros S.A., única acionista da Sociedade. Verificou-se também a presença dos senhores Norton Glabes Labes, Diretor, e José M. Matos Nicolau, representante da empresa KPMG Auditores Independentes. Mesa: Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Secretário: Marcos Suryan Neto. Convocação: Dispensada a convocação por Edital, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404, de 1976. Ordem do Dia: Assembléia Geral Extraordinária: examinar proposta da Diretoria para alterar o Estatuto Social, no Artigo 7o elevando de 4 (quatro) para 5 (cinco) o número máximo de cargos na Diretoria. Assembléia Geral Ordinária: I. tomar as contas dos Administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social findo em 31.12.2005; II. deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2005 e a distribuição de dividendos; III. eleger os membros da Diretoria; IV. fixar o montante global anual da remuneração dos Administradores, de acordo com o que dispõe o Estatuto Social; V. ratificar as seguintes designações: 1) de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 234, de 28.8.2003: a) do responsável administrativo-financeiro pela supervisão das atividades administrativas e econômico-financeiras, englobando o cumprimento de toda a legislação societária e aquela aplicável à consecução dos respectivos objetivos sociais; b) do responsável pela incumbência de desenvolver e implementar procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância e o cumprimento do disposto na Lei no 9.613, de 3.3.1998, que trata dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; c) do Diretor de Relações com a SUSEP e responsável pela Área Técnica de Capitalização; 2) de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 249, de 20.2.2004, do responsável pela implementação de controles internos das atividades da Sociedade, de seus sistemas de informações e do cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis; VI. ratificar, de conformidade com o disposto no Artigo 14, da Resolução no 118, de 22.12.2004, do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, a opção pela utilização de Comitê de Auditoria único, já constituído pelo Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira líder do Conglomerado Financeiro Bradesco. Deliberações: Assembléia Geral Extraordinária: aprovada, sem qualquer alteração ou ressalva, a proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele Órgão, de 27.3.2006, a seguir transcrita: “Vimos propor, alterar o Estatuto Social, no Artigo 7o elevando de 4 (quatro) para 5 (cinco) o número máximo de cargos na Diretoria. Se aprovada esta proposta, o Artigo 7o, passará a vigorar com a seguinte redação: “Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 2 (dois) a 5 (cinco) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente e de 1 (um) a 4 (quatro) Diretores sem designação especial.”. Assembléia Geral Ordinária: I. aprovadas, sem reservas, as contas dos Administradores, o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social findo em 31.12.2005, de conformidade com a publicação efetivada em 11.3.2006, nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, páginas 13 a 16, e em 24.2.2006, no “Diário do Comércio”, páginas 15 e 16; II. aprovada a proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele Órgão, de 27.3.2006, para destinação do lucro líquido do exercício e distribuição de dividendos, conforme segue: “Tendo em vista que a Sociedade obteve no exercício social encerrado em 31.12.2005 lucro líquido de R$1.374.212,99, propomos que seja destinado da seguinte forma: R$68.710,65 para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Legal de 2005”; R$979.126,76 para a conta “Reserva de Lucros – Reserva Estatutária de 2005”; e R$326.375,58 para pagamento de Dividendos, os quais deverão ser pagos até 31.12.2006.”; III. para composição da Diretoria foram reeleitos, com mandato de 1 (um) ano, até 29.3.2007, os senhores: Diretor-Presidente: Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68; Diretores: Samuel Monteiro dos Santos Júnior, brasileiro, casado, securitário, RG 2.700.826-IFP/RJ, CPF 032.621.977/34; Marcos Suryan Neto, brasileiro, divorciado, securitário, RG 12.925.794/SSP-SP, CPF 014.196.728/51 e Norton Glabes Labes, brasileiro, casado, securitário, RG 3.594.614-3/SSP-SP, CPF 111.610.008/87, todos com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP, sendo que permanecerão em suas funções até que os nomes dos Diretores que forem eleitos em 2007 recebam a homologação da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP e seja a Ata arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores reeleitos preenchem as condições previstas na Resolução no 136, de 7.11.2005, da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, e declararam, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil em virtude de condenação criminal. IV. fixado o montante global anual da remuneração dos Administradores, no valor de até R$21.000,00 (vinte e um mil reais), a ser distribuído em Reunião da Diretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social; V. ratificada as seguintes designações: 1) de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 234, de 28.8.2003, os senhores: a) Samuel Monteiro dos Santos Júnior, Diretor, como responsável administrativo-financeiro pela supervisão das atividades administrativas e econômicofinanceiras, englobando o cumprimento de toda a legislação societária e aquela aplicável à consecução dos respectivos objetivos sociais; b) Marcos Suryan Neto, Diretor, pela implementação de controles internos das atividades da Sociedade, de seus sistemas de informações e do cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis; c) Norton Glabes Labes, Diretor, para responder pela Área Técnica de Capitalização, e como Diretor de Relações com a SUSEP; 2) de conformidade com o disposto na Circular SUSEP no 249, de 20.2.2004, o senhor Marcos Suryan Neto, Diretor, pela incumbência de desenvolver e implementar procedimentos de controle que viabilizem a fiel observância das disposições sobre crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de conformidade com o disposto na Circular SUSEP 20/94; VI. de conformidade com o disposto no Artigo 14, da Resolução no 118, de 22.12.2004, do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, comunica a opção pela utilização de Comitê de Auditoria único, já constituído pelo Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira líder do Conglomerado Financeiro Bradesco; Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que para as deliberações tomadas, o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado no período e que toda matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva depois de homologada pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP e de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação. Em seguida, encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem, inclusive pelo representante da KPMG Auditores Independentes. Assinaturas: Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Secretário: Marcos Suryan Neto; Administrador: Norton Glabes Labes; Acionista: Bradesco Seguros S.A., representada por seus Diretores, senhores Luiz Tavares Pereira Filho e Ivan Luiz Gontijo Júnior; Auditor: José M. Matos Nicolau.”. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que para as deliberações tomadas, o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado no período, e que as matérias ora aprovadas, somente entrarão em vigor e se tornarão efetivas depois de homologada pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP e de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação. Em seguida, encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem. Assinaturas: Presidente: Samuel Monteiro dos Santos Júnior; Secretário: Marcos Suryan Neto; Acionista: Bradesco Seguros S.A., representada por seus Diretores, senhores Luiz Tavares Pereira Filho e Marcos Suryan Neto. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a Ata da referida Assembléia encontra-se homologada pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, lavrada no livro próprio e arquivada conforme segue: “Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 243.805/07-0, em 25.6.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa Secretária Geral.”. Atlântica Capitalização S.A. aa) Luiz Carlos Trabuco Cappi e Samuel Monteiro dos Santos Júnior.

Maior

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO RETOMADA DE LICITAÇÃO DECISÃO SOBRE IMPUGNAÇÕES E ESCLARECIMENTOS PRORROGAÇÃO DE DATAS Modalidade: Concorrência nº 10/2007. Objeto:

Implantação e operação de um conjunto de serviços relativos à manutenção da limpeza

de vias públicas, coleta, transporte e destino final de resíduos sólidos e serviços correlatos no Município de São José do Rio Preto. O Município de São José do Rio Preto retoma o processo licitatório em epígrafe, e comunica a todos os licitantes interessados que o E. Tribunal de Contas, em

sessão

plenária,

após

análise

minuciosa

das

representações

formuladas

pelas

empresas

Constroeste Construtora e Participações Ltda. e Proposta Engenharia Ambiental Ltda., bem como pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE, proferiu decisão nos autos dos TCs 000995/008/07, 18721/026/07 e 018560/026/07 que, por sua abrangência, ficam desde já acolhidas como razões de decidir, para todas as impugnações, bem como aos esclarecimentos solicitados, nos seguintes termos: Fica retificado o item 3.1.3 do Anexo I do edital e § 3º da cláusula 5ª do anexo XI; fica corrigida a cláusula décima terceira do anexo XI, item 13.1; fica alterado o item N.1 do Capítulo “N” do edital. Todas as demais impugnações ficam rejeitadas. Fica excluído do Anexo I do edital, o item 2.2.8, bem como a cláusula 4.2.7 do Anexo XI; fica alterado o item Q.1.6 do edital, e a cláusula Décima Quinta do Anexo XI, subitem 15.1, inciso VI; fica excluído do edital, o item Q.1.8, bem como o inciso VIII da cláusula 15ª do Anexo XI; fica alterado o item 2.3 do Anexo I do edital e seus subitens; ficam esclarecidos outros pontos do edital. Ficam prorrogadas as datas de encerramento e abertura, nos seguintes termos: Data de Encerramento: 20/08/2007 às 17:00 h. e Data de Abertura: 21/08/2007 às 09:00 h. na sala de audiências da Comissão de Licitações, 2º andar do Paço Municipal. O inteiro teor encontra-se juntado aos autos do processo. Secretário Municipal de Meio Ambiente, Prefeito Municipal.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1205/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista - EE Aurélio Arrobas Martins - Rua São Sebastião, 294 - Centro - Jaboticabal/SP – 90 - R$ 17.594,00 – R$ 1.759,00 – 09:30 – 07/08/2007. 05/1215/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio(s) escolar(es) EE Prq. Santo Antonio - Rua Genesio G. do Nascimento / Rua José Bispo dos Santos, s/n - Prq. Santo Antonio - Sumaré/SP – 90; EE Prq. Santo Antonio I - Rua Genesio Geremias, 75 - Prq. Santo Antonio - Sumaré/SP - Reforma = 60; Adequação (Cobertura de Quadra) = 90 - R$ 52.789,00 – R$ 5.278,00 – 10:30 – 07/08/2007. 05/1216/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista - EE Profª Escolástica Rosa de Almeida - Rua Dr. Emilio Ribas, 266 - Vila Haro - Sorocaba/SP – 90 - R$ 17.594,00 – R$ 1.759,00 – 11:30 – 07/08/2007. 05/1218/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio(s) escolar(es) EE Prof. Carlos Pasquale - Rua Mq. de Lages, 219 - Vila Brasilina - São Paulo/SP – Reforma/Adequação (Adaptação de Ambiente) = 180; Adequação (Cobertura de Quadra) = 90 - R$ 39.979,00 – R$ 3.997,00 – 14:00 – 07/08/2007. 05/1219/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio(s) escolar(es) EE Caetano Lourenço de Camargo - Rua Cônego Anselmo Walvenkens, s/nº - Centro - Jaú/SP – Reforma = 120; Adequação (Cobertura de Quadra) = 90 - R$ 32.425,00 – R$ 3.242,00 – 15:00 – 07/08/2007. 05/1224/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio(s) escolar(es) EE Profª Amália Pimentel - Rua Voluntário Mário Mazini, 1220 - Jardim Francano - Franca/SP – 90 - R$ 24.480,00 – R$ 2.448,00 – 16:00 – 07/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 20/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

cobertura pelo menor preço

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Finabank Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda. A pessoa jurídica abaixo identificada, por intermédio do presente instrumento, declara sua intenção de participar do controle societário da Finabank Participações Ltda. e, conseqüentemente, da Finabank Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda., a qual passará a funcionar com as características abaixo especificadas, negócio cuja concretização depende da aprovação do Banco Central do Brasil: Denominação social: Interbolsa S.A Comisionista de Bolsas. Local da sede: Bogotá Colômbia. Novos integrantes do grupo de controle: a) Finabank Participações Ltda.(CNPJ 43.970.862/0001-50); Interbolsa S.A. Comisionista de Bolsas (CNPJ 08.789.027/0001-17) - 51,0%; Wagner Marcelo Monteiro Borges, (CPF 011.470.598/45) - 24,5%; José Augusto de Lima (CPF 028.279.408/50) - 17,6%; Edison Roberto Marcellino, (CPF 650.146.428/53) - 4,9%; Outros - 2,0%. b) Finabank Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda. Finabank Participações Ltda. - 92,1%; Interbolsa S.A. Comisionista de Bolsas - 4,0%; Outros - 3,9%. Esclarecem que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais objeções à presente declaração devem ser comunicadas diretamente ao Banco Central do Brasil, no endereço abaixo, no prazo de trinta dias contados da data da publicação desta, por meio formal em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que os declarantes podem, na forma da legislação em vigor, ter direito a vistas do processo respectivo. Banco Central do Brasil - Departamento de Organização do Sistema Financeiro. Gerência Técnica em São Paulo - I. Avenida Paulista , 1.804 – 5º andar - São Paulo (SP). Processo no.: 0701378124. São Paulo, 11 de Julho de 2007.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 18 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Companhia Sedre de Participações Societárias - Requerido: Empresa Jornalística Diário de São Paulo S.A. - Rua Major Quedinho, 90 - 1ª Vara de Falências Requerente: Blue Fact Factoring e Fomento Ltda. - Requerente: Investcon Factoring e Fomento Mercantil Ltda.

- Requerido: Vort Indústria e Comércio de Roupas Ltda. - Rua Paulina, 98 - 1ª Vara de Falências Requerente: Edite Batista Lopes - Requerido: Suzanvest Uniformes Profissionais Ltda. - Av. Pires do Rio, 4503 – sala 06 - 2ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Nem o demônio poderia suportar as mentiras do Hamas Mahmoud Abbas, presidente palestino

Internacional Molly Riley/Reuters

18 de julho Chip East/Reuters

A vigília anti-Iraque não surtiu efeito: os 52 votos conseguidos pelos democratas foram insuficientes

Chip East/Reuters

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cenário lembrou o de 11 de setembro de 2001, quando dois aviões atingiram os prédios do World Trade Center, no maior atentado terrorista da história dos EUA. Mas o que levou pânico a Nova York, ontem, foi a explosão subterrânea de um cano de vapor. Ao menos uma pessoa morreu e 23 ficaram feridas. A explosão abriu uma enorme cratera na rua, que engoliu carros, e formou uma gigantesca coluna de fumaça branca

Brendan McDermid/Reuters

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pós uma noite inteira de intensos debates, os senadores republicanos derrubaram, por 52 votos a 47, o projeto de lei dos democratas que ordenava a retirada das tropas norte-americanas do Iraque. Foi uma dura derrota para o Partido Democrata, que argumentava que a campanha militar dos Estados Unidos, com 158 mil pessoas, não é capaz de pôr fim à violência sectária no país árabe. "Temos que cair fora daquilo que é uma guerra civil", disse o senador democrata Joseph Biden. A proposta dos democratas pedia que o presidente George W. Bush iniciasse a retirada em 120 dias e a completasse em 30 de abril de 2008. Os republicanos, por sua vez, disseram que não apoiariam uma proposta que tivesse uma data específica para a conclusão da retirada. "A proposta

No 'Corujão', Senado falha na tentativa de retirar tropas do Iraque foi feita na hora errada, com a abordagem errada", afirmou o senador Saxby Chambliss. A proposta democrata, formulada pelos senadores Carl Levin e Jack Reed, obrigaria Bush a iniciar a retirada em 120 dias, durante os quais um determinado número de tropas ficaria no Iraque para conduzir uma série de missões localizadas: contraterrorismo, proteção aos ativos e propriedades de americanos e treinamento de forças iraquianas de segurança. Os republicanos estiveram muito unidos no propósi-

to de derrubar a legislação. Embora republicanos de destaque tenham criticado recentemente a condução da guerra do Iraque e pedido o início da retirada, eles não concordaram com as datas fixadas no projeto de lei democrata. O único democrata que votou a favor de bloquear a legislação foi justamente o senador Harry Reid — em uma manobra que permitirá aos democratas levarem novamente o assunto à votação no futuro. Após votar, Reid disse que suspenderia o trabalho no projeto de lei de retirada, até uma data futura. A estratégia de Reid abrirá caminho para um novo debate sobre a retirada do Iraque em setembro, quando o comandante das tropas americanas no país árabe, David Petraeus, entregará relatório sobre os resultados do aumento recente do efetivo militar no Iraque. (AE)

Chávez persegue RCTV até na televisão a cabo Governo quer que tevê paga também transmita hino e pronunciamentos oficiais Pedro Rey/AFP

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governo venezuelano pretende fazer uma reforma na legislação que regulamenta as rádios e televisões do país para obrigar os canais de tevê a cabo a "respeitarem a lei" e transmitirem o hino nacional e os discursos do presidente Hugo Chávez. O anúncio foi feito menos de 48 horas depois da emissora oposicionista RCTV ter começado a transmitir por cabo, após 40 dias fora do ar. "Faremos algumas reformas para que aqueles que operam a televisão por cabo e a televisão de sinal aberto sejam obrigados a respeitar a lei venezuelana", afirmou o ministro de Comunicações, Willian Lara. Há 53 anos no ar, a RCTV era a emissora de maior audiência da Venezuela e a única de alcance nacional que se mantinha na oposição a Chávez. Como o governo se recusou ATENTADO Insurgentes atacaram comboio militar e mataram 17 soldados no Paquistão

a renovar sua licença para transmissão com sinal aberto, a tevê teve de sair do ar no dia 27 de maio. Chávez justificou a decisão acusando os diretores da RCTV de serem golpistas e não cumprirem com seus compromissos legais e fiscais. A medida motivou críticas

de diversos países — incluindo Brasil e Estados Unidos —, que a interpretaram como um ataque contra a liberdade de imprensa no país. O ministro de Comunicações explicou que a reforma da legislação que regula as atividades da mídia venezuelana será ratificada com o auxílio da chamada Lei Habilitante — um dispositivo legal aprovado pela Assembléia Nacional no início do ano que permite ao presidente governar por decreto durante 18 meses. Para o especialista em meios de comunicação Marcelino Bisbal, professor da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas, o anúncio causa "assombro". "Isso demonstra que a decisão tomada por Chávez em maio contra a RCTV teve uma motivação política", disse Bisbal a uma rádio venezuelana. (AE)

Ó RBITA

PRISÃO Os EUA anunciaram a prisão de Khaled Abdul-Fattah, principal líder da Al-Qaeda no Iraque

Chávez: caçada aos 'golpistas'

VICIADO NO PAN

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líder cubano Fidel Castro está tão grudado na tevê para acompanhar os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro que até esquece de tomar seus remédios e comer. "Não perco um só evento na televisão. Mal tiro os olhos da TV", escreveu em crônica ao jornal oficial da ilha. Fidel, que completa 81 anos em agosto, não é visto publicamente há quase um ano, devido a um problema grave de saúde que o obrigou a passar o poder para o irmão Raúl. (Reuters)

ELEIÇÕES

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presidente palestino Mahmoud Abbas sinalizou que antecipará as eleições, inicialmente marcadas para 2010, em um gesto que aprofunda as animosidades entre seu partido, o Fatah, e o rival Hamas. O Hamas venceu o Fatah nas legislativas do ano passado, dando início a um governo de coalizão que ruiu com a conquista à força de Gaza. Abbas destituiu o rival do poder e criou um gabinete de emergência, que agora busca legitimar. (Agências)


quinta-feira, 19 de julho de 2007

Empresas Nacional Energia Finanças

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MADEIRA: BNDESPAR PODE ENTRAR

anos é o prazo previsto para a construção das usinas e da linha de transmissão

ALÉM DAS DUAS HIDRELÉTRICAS, ESTÁ PREVISTA UMA LINHA DE TRANSMISSÃO DE 2.700 QUILÔMETROS

Usinas do Madeira devem custar R$ 30 bi Elza Fiúza/ABr

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Tolmasquim admite que o contrato firmado entre Furnas e a Odebrecht para se associarem no projeto das hidrelétricas preocupa outros investidores, mas observa que se os termos do acordo são sólidos, têm de ser respeitados

BNDESPar pode entrar no projeto

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presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, informou que se o governo não conseguir tirar Furnas dos leilões das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, outras opções poderão ser colocadas em prática para garantir o equilíbrio entre os agentes privados que disputarão os projetos. O governo poderá, por exemplo, segundo ele, oferecer ao vencedor do leilão uma sociedade com o BNDESPar, empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nesse caso, o consórcio privado que ganhar a disputa poderá, se quiser, se associar ao BNDESPar, que te-

ria até 49% de participação no empreendimento. A idéia original do governo, anunciada em junho pelo ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, era a de impedir a participação de empresas do Grupo Eletrobrás no leilão, oferecendo posteriormente aos vencedores uma sociedade com a Eletrobrás e o BNDESPar. Mas havia o compromisso de Furnas ser sócia da Odebrecht no leilão (leia texto nesta página). Desde a semana passada, quando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberou as licenças ambientais do Madeira, técnicos do governo têm se debruçado sobre esse documento para sa-

ber juridicamente se é possível separar Furnas da Odebrecht. "Estamos fazendo essa análise. Se os termos do contrato forem sólidos, terão de ser respeitados", admitiu Tolmasquim. Ele disse que o governo está analisando as queixas de algumas empresas interessadas no Madeira, que estariam tendo dificuldades até para fazer pesquisas de preços com fornecedores de equipamentos, uma vez que boa parte deles já teria fechado contrato com a Odebrecht. Tolmasquim lembrou que a Odebrecht se defendeu afirmando que existem outros fabricantes de equipamentos para usinas no mundo, além daqueles com quem a empresa fechou acordo. (AE)

construção das hidrelétricas no Rio Madeira, em Rondônia, deverá gerar investimentos de R$ 30 bilhões nos próximos seis anos, segundo uma fonte envolvida nas negociações. Além das duas hidrelétricas (Santo Antônio e Jirau), o projeto exigirá uma linha de transmissão de 2.700 quilômetros ligando as usinas ao interior de São Paulo. A estimativa mais recente do consórcio Odebrecht/Furnas, que está fazendo o levantamento prévio da viabilidade econômica, é de que cada usina exigirá de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões, e a linha de transmissão, R$ 9 bilhões. "É um dos maiores negócios 'na prateleira' no mundo, e pode ter certeza de que a disputa será intensa", disse a fonte. Convertidos em dólares, os R$ 30 bilhões equivalem a cerca de US$ 16 bilhões, pouco abaixo da compra da mineradora Inco pela Companhia Vale do Rio Doce, no ano passado, o maior negócio de compra e venda de empresas na América Latina, e que foi estimado em US$ 18 bilhões. Os investimentos no Madeira equivaleriam ao atual valor de mercado do Grupo Eletrobrás, na Bovespa. A estatal, que responde por dois terços do parque gerador de energia elétrica instalado no País, está cotada na Bolsa por cerca de R$ 31 bilhões. O ceticismo que cerca o empreendimento por parte de especialistas não é partilhado pe-

los consórcios que estão se formando. Algumas fontes disseram que o negócio sai praticamente viabilizado em termos econômico-financeiros, devido à forma de comercialização de energia. "Sem o complexo do Madeira, o risco de racionamento será muito alto, e o governo não criará obstáculos à sua construção", disse uma fonte oficial. Por isso, as maiores distribuidoras de energia do País terão de comprar a energia em leilão, o que viabilizará os empreendimen-

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bilhões de reais é quanto poderá custar cada uma das usinas a serem construídas em Rondônia; e R$ 9 bilhões, o linhão até São Paulo, tos. Além disso, o setor tem demonstrado boa saúde financeira e muitas empresas adotaram práticas modernas de governança corporativa. Risco baixo - Uma fonte do governo que participa da montagem da operação acredita que o risco financeiro no setor é muito baixo, e esse é um dos fatores que devem contribuir para o sucesso do leilão. "Há di-

versos bancos no mundo ansiosos por oferecer crédito às grandes distribuidoras de energia elétrica no Brasil. Dinheiro não será problema", destacou. Além disso, o próprio governo está mobilizando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no apoio ao projeto. As tarifas das duas hidrelétricas, por sua vez, não deverão ficar muito acima das projeções de custos previstos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal responsável pelo planejamento de longo prazo no setor. Os estudos do consórcio Odebrecht/Furnas indicam tarifas competitivas para as duas hidrelétricas, podendo ficar abaixo de R$ 135 por MW/h, valor compatível com os parâmetros da EPE. Furnas - Uma das incógnitas da disputa é o compromisso firmado pela Odebrecht com Furnas, controlada pela Eletrobrás. Esse acordo foi assinado em março de 2005 e obriga os dois grupos a participar em conjunto do leilão do Madeira. Na avaliação da Odebrecht, o acordo inclui todas as outras empresas do Grupo Eletrobrás, como a Chesf, Eletronorte e a própria holding. Esse ponto de vista, porém, não é partilhado pelo Grupo Eletrobrás. "Uma subsidiária não pode assumir compromissos pelo grupo como um todo. Mas as empresas têm autonomia operacional e jurídica", sustenta uma fonte do grupo. (AE)


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Nacional Empresas Negócios Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de julho de 2007

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TARIFA EXTERNA COMUM SUBIU DE 20% PARA 35%

por cento seria a alíquota de PIS/Cofins, caso o governo aceite a proposta do setor calçadista.

UM DOS OBJETIVOS DA MEDIDA É INIBIR A CONCORRÊNCIA DESLEAL DOS PRODUTOS CHINESES

MERCOSUL: CALÇADO TERÁ TEC MAIOR. O 20

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Decoração do ambiente ganhou pinceladas de cor vermelha para amenizar a aparência de "hospital"

governo brasileiro obteve o aval do Uruguai para elevar a Tarifa Externa Comum (TEC) para calçados de 20% para 35%, como meio de compensar a valorização cambial do País e inibir a concorrência desleal de produtos chineses. A decisão uruguaia foi manifestada em Montevidéu, capital do país, a uma delegação brasileira liderada pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho. Com a posição favorável da Argentina e a aprovação do Paraguai a essa medida, na semana passada os ministros das Relações Exteriores e da Fazenda dos quatro sócios do Mercosul deverão bater o martelo sobre o aumento da TEC para calçados em teleconferência, nos próximos dias. O pedido brasileiro de elevação da TEC para confecções, tecidos e tapetes continua em suspenso. O Paraguai havia concordado com o Brasil sobre o aumento de 20% para 35% na TEC de confecções. Mas deixou pendente uma resposta sobre tecidos e tapetes. As autoridades uruguaias pediram mais tempo para considerar o caso desses três segmentos. O Uruguai recentemente adotou medidas em benefício do setor têxtil e acha que a elevação da TEC gerará distor-

mil automóveis e comerciais leves é quanto o Brasil continuará a exportar por ano, para o Uruguai, até junho do ano que vem.

ções no seu mercado. A Argentina já havia adotado uma posição favorável, mas quer uma alíquota diferente para tecidos, de 26%, enquanto o Brasil defende 30%. Ontem, representantes da Frente Parlamentar Calçadista e da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) reuniram-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para cobrar essa e outras medidas prometidas pelo governo aos setores intensivos em mão-de-obra. Eles deixaram o Ministério da Fazenda com a informação sobre a decisão uruguaia de concordar com a elevação da TEC para calçados. No encontro, os empresários calçadistas apresentaram a Mantega a proposta de incluir suas despesas com a con-

tribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e com a representação e a promoção comercial como créditos tributários do PIS/Cofins. Na prática, essa iniciativa traria a alíquota do PIS/Cofins sobre o setor dos atuais 9% do faturamento para cerca de 3,4%, segundo o deputado Renato Molling (PPRS), presidente da Frente. Molling pediu ainda maior pressa da Fazenda na mudança das regras do ressarcimento dos créditos do PIS/Cofins. Apesar de ouvir as reivindicações, a equipe econômica está pouco disposta a atendê-las. O Palácio do Planalto tem dados mostrando que as perdas desses produtores com as exportações foram compensadas pelas vendas no mercado interno, cuja demanda aumentou nos últimos anos. Automotivo – No Uruguai, a delegação brasileira firmou acordo para prorrogar por mais um ano a vigência do acordo automotivo bilateral. O Brasil manterá sua cota anual de exportação de 20 mil automóveis e veículos comerciais leves, com isenção da tarifa de importação. Desse conjunto, estão excluídos os veículos blindados. Por sua vez, os uruguaios poderão enviar ao Brasil, com isenção do mesmo imposto, até 6,5 mil veículos até o mês de junho de 2008. (AE)

Acidente faz Peugeot mudar anúncio

U Fábio Ionescu: hotel agora tem foco comercial

A diária no Normandie Hotel custa R$ 134

HOTEL DESIGN Novo tipo de hóspede faz empresário renovar negócio Kety Shapazian

Q

Hotel se adapta ao novo Centro

IGP-10 Sob pressão da alta dos alimentos no atacado, índice do mês de julho subiu 0,22%.

APROVAÇÃO

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ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes disse que vai votar pela aprovação dos editais de concessão das rodovias federais, mas pretende recomendar a redução dos pedágios. Nardes é o relator do caso. A decisão final sobre a legalidade dos editais será tomada pelo plenário do TCU, no dia 25 de julho. (AG)

CVM

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IPC-FIPE Índice captou inflação de 0,38% na segunda quadrissemana de julho em São Paulo.

PETRÓLEO PODE SE APROXIMAR DE US$ 100

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elevação dos preços no mercado futuro de petróleo à máxima registrada nos últimos 11 meses, US$ 75, fez com que analistas financeiros retomassem as expectativas de uma nova onda de alta, que pode puxar o barril do petróleo para perto do marco histórico de US$ 100. "Os estoques estão muito baixos e o consumo muito próximo da oferta. Isso significa que existe uma panela de pressão prestes a explodir e os especuladores percebem esse fato, se aproveitando disso para A TÉ LOGO

puxar os preços lá para cima", comentou o analista de uma instituição financeira de São Paulo. Os estoques de gasolina caíram 2,3 milhões de barris na semana encerrada em 13 de julho, informou a Agência de Informação de Energia, do Departamento de Energia, em seu relatório semanal, divulgado ontem. Além disso, lembra o professor especializado no setor de energia do Instituto de Economia da UFRJ, Edmar de Almeida, há o crescente consumo da China, na casa dos 10% anuais. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

BNP Paribas compra banco BGN de Pernambuco CVM investiga investimentos em jogadores

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ONU critica "diplomacia do etanol"

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou a diretora da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana para o cargo de presidente da CVM. De acordo com despacho do presidente publicado ontem no Diário Oficial da União, o mandato dela na presidência da CVM vai até 14 de julho de 2012. (AE)

Ó RBITA

Mas ganhou gás em sites de vídeos como o YouTube. E, nesse caso, nada pode ser feito. O ator Marcos Cesena, que viveu o papel de Martha no anúncio, virou celebridade na rede. Eliminada a sátira à ministra, a agência manteve a idéia de criticar a crise aérea. Mas o acidente com o vôo da TAM acabou com essa possibilidade. "O País está de luto", diz o diretor de criação da campanha, Jáder Rossetto, que teve a infelicidade de perder oito amigos no acidente. "Acho que a Peugeot foi corajosa em fazer uma campanha pertinente. Levantou um tema polêmico, mas agora basta." (AE)

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do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, que chamou o Normandie de "ultramoderno", os hóspedes achavam que o empreendimento tinha cara de hospital. A parede do bar mudou de branco para vermelho, o restaurante ganhou pinceladas da cor e as cúpulas dos abajures dos 174 apartamentos também. Graças às mudanças e ao esforço de Ionescu, que ficava uma semana no hotel e na outra viajava para divulgar o empreendimento, o Normandie decolou e hoje tem uma ocupação média de 60%. "De um ano para cá, lentamente, está voltando a sofisticação. Até porque estou acompanhando o nível do bairro, que está melhorando." A diária custa R$ 134. "Cobrar U$ 70 por uma diária não existe em lugar algum, é muito barato", diz ele.

roportos pelos "aviões" da Peugeot, a companhia pôs no ar uma peça que fez sucesso instantâneo de público, mas que incomodou o governo. Sob o mote "relaxa e compra", a Peugeot divulgava as promoções para as linhas 307 e 206 SW, parodiando a infeliz frase da ministra do Turismo, Martha Suplicy sobre as longas esperas para embarques em aeroportos brasileiros. A ministra comentou que nessas situações os consumidores deveriam "relaxar e gozar". Vida curta — A pedido do governo, o comercial teve vida bem curta na televisão. Foi veiculado por apenas alguns dias.

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uando a reforma acabou, em 2001, o Normandie Design era um hotel totalmente diferente daquele que existia desde 1983 na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo. Instalado em um prédio em estilo art-decô da década de 1940, o Normandie se transformou um hotel-design, graças à obsessão de seu proprietário, Fabio Ionescu, que investiu pesado nos três anos de obras. "Todo mundo adorou, mas os hóspedes não vieram", afirma Ionescu. Com uma taxa de ocupação de apenas 20%, ele foi forçado a repensar na aposta. Era isso, ou fechava as portas. "Tive que dar dois passos para trás e tornar o hotel mais comercial. O conservadorismo das pessoas é muito maior do que se supõe. O nosso descolado brasileiro não vem ao Centro, vai aos Jardins", diz. A primeira mudança foi no cardápio – que havia sido alterado para uma versão light, com pratos sem gordura, como o sanduíche de salmão defumado, queijo brie, compota de pêra no pão ciabatta. "Ninguém nunca pediu esse sanduíche. Voltaram os hambúrgueres, as massas e a feijoada." O hotel, todo em branco e preto, foi ganhando aos poucos uma terceira cor, o vermelho. Ao contrário do consagra-

Para Ionescu, o perfil do hóspede mudou na última década. "São Paulo virou um centro de compras. Cerca de 70% da ocupação do hotel é feminina, são as donas de butique, que vem fazer compras na Rua 25 de Março, Brás ou Bom Retiro. Somos o hotel que mais hospeda mulheres na cidade." No site do Normandie (w w w. n o rmandiedesign.com.br), as dicas de compras indicam ruas tradicionais de comércio, como a Florêncio de Abreu, Paes Leme, Gasômetro e São Caetano. Formado em sociologia, o hoteleiro foi, ao lado de Jorge Cunha Lima, o idealizador da Associação Viva o Centro, há 15 anos. "Acho que o subprefeito Andrea Matarazzo vai conseguir arrumar a Cracolândia. Se ele fizer o que pretende, em três anos vamos ter um bairro novo. Gastei muito dinheiro para tornar o hotel em algo moderno em uma época que o bairro estava deteriorado. Outros arrumaram seus hotéis depois de mim." Para Ionescu, a "bagunça dos camelôs e a sujeira das ruas" dão às pessoas a falsa sensação de insegurança do bairro. "Se varressem melhor as vias já melhorava muito a cidade. Os turistas têm que atravessar dois horrores para chegar às atrações culturais do Centro – os viadutos do Chá e da Santa Ifigênia, cheios de camelôs. Isso com cabines da polícia nas esquinas. É um absurdo", reclama.

ma trajetória tumultuada marca a atual campanha publicitária da montadora francesa Peugeot. O anúncio feito para estimular vendas, que entraria no ar amanhã, foi cancelado por fazer referência à crise aérea. Considerado de mau gosto neste momento, diante da comoção causada pelo trágico acidente com um avião da TAM em Congonhas, a agência Euro RSCG Brasil criou, a toque de caixa, outro comercial, que traz mensagem otimista sobre o Brasil. Mas, antes mesmo desse anúncio que convidava o consumidor a trocar as filas nos ae-

Governo faz acordo de Desenvolvimento Limpo

Bancos investiram R$ 7 bilhões em segurança


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ECONOMIA - 5


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Energia Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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GENERAL MOTORS VAI CONTRATAR 700 ENGENHEIROS

6,4

por cento foi a queda no volume de cheques devolvidos no primeiro semestre do ano

PRESIDENTE MUNDIAL DA MONTADORA ANUNCIA PLANOS OUSADOS PARA O BRASIL E ARGENTINA

GM LANÇA NOVA FAMÍLIA DE COMPACTOS 300 Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Divulgação

chicolellis

B

rasil e Argentina vão dividir investimentos de US$ 500 milhões para produzir uma nova família de carros compactos, anunciou ontem o presidente mundial da General Motors, Rick Wagoner, que esteve no País por dois dias e ontem à noite seguiu para Buenos Aires, onde também falará dos planos da empresa para o Mercosul e países emergentes. A maior parte dos investimentos deverá ficar no Brasil, já que aqui serão usados US$ 100 milhões para ampliar o Departamento de Engenharia da montadora, que deverá contratar 700 novos engenheiros – todos devem dominar o idioma inglês – e construir um segundo prédio para abrigálos, em São Caetano do Sul, sede da GM brasileira. Os US$ 400 milhões restantes serão

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou ontem a compra da TVA pela Telefônica com restrições. O conselheiro da Anatel José Leite Pereira Filho disse que a agência deu anuência prévia para que a Telefônica

de veto da Telefônica nas decisões da operadora. A Anatel deu 30 dias de prazo para que as empresas modifiquem o acordo de acionistas. O contrato de concessão da Telefônica impede que a empresa detenha outra concessão em sua área de atuação na telefonia fixa, que é o Estado de São Paulo. A empresa já havia cumprido o limite de

participação acionária, comprando apenas 19,9% da TVA em São Paulo, mas a Anatel verificou, pelo acordo de acionistas, que o controle permanecia, mesmo com uma fatia reduzida. O negócio envolve a operação de MMDS em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba; e de TV a cabo em São Paulo, Florianópolis, Camboriú e Curitiba. (AE)

milhões de dólares é o montante de investimentos que a GM deve fazer no Brasil para a ampliação do parque industrial.

Rick Wagoner: carros compactos

divididos entre as unidades do Brasil e da Argentina para a produção dos novos modelos. Tanto Wagoner como o presidente da GM brasileira, Ray Young, não revelam o número de carros novos a serem lançados num prazo de três anos. Perguntado se seriam produzidos em cima de plataformas já existentes, como Celta ou Corsa, Ray novamente esquivou-se, garantin-

do grupo Abril TVA e Telefônica: compre operadoras de TV por negócio aprovado assinatura via microondas

A

do que serão feitos sobre uma plataforma muito competitiva. Mas disse que os investimentos não devem parar por aí, nesse valor que ele chamou de "primeira onda". "Esta primeira parte já foi, agora vamos insistir na segunda onda, para complementar todos os projetos de crescimento da GM no Brasil", disse Ray Young. Referindo-se aos problemas

de falta de energia na Argentina, o CEO mundial da GM afirmou que a empresa tem um plano de emergência, mas tem o apoio do governo daquele país. "Esperamos que os governos onde atuamos, em vários pontos do mundo, nos dêem sustentação necessária ao nosso trabalho. E acreditamos que o problema será resolvido", afirmou. Dificuldades – As dificuldades que a corporação enfrenta nos EUA, com grandes prejuízos causados pelos programas de previdência – em 2006 a GM pagou US$ 5,1 bilhões aos aposentados – estão sendo tratadas de forma "profissional por ambos os lados – empresa e sindicatos. Assim chegaremos a um bom resultado", disse Wagoner. Ele lembrou que os concorrentes europeus e asiáticos não têm essa despesa e que por isso, ao contrário dos norte-americanos, não enfrentam problemas nessa área.

terrestres (MMDS) e as concessões de TV a cabo da TVA. A Anatel, no entanto, colocou condicionantes à compra da operadora de TV a cabo da TVA em São Paulo. Segundo Leite, a Agência detectou no acordo de acionistas da empresa paulista que haveria poder

Márcio Cunha, da Arno: aumento de 9% para 20% no market share

Luzia Muniz Pires, da Arno: novos atributos para atrair consumidoras

Arno faz parceria com agência de modelos Neide Martingo

N

ão basta alisar ou cachear o cabelo. Chapinhas e secadores também têm de oferecer glamour. Esse é o objetivo da Arno ao fechar uma parceria com a Elite Model, anunciada ontem pelas duas empresas. Com a união, a fabricante pretende aumentar as vendas de produtos para cuidados pessoais. A indústria quer abocanhar uma fatia maior do mercado de beleza brasileiro, que cresce aproximadamente 30% ao ano. O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial do setor, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Na primeira etapa da parceria, a Arno está lançando quatro produtos destinados ao consumidor final, entre secadores e pranchas – as populares chapinhas, com alguns diferenciais. "A potência e o design, além da emissão de íons automática, vão atrair as consumidoras que desejam conseguir em casa resultados observados em salões de cabeleireiros", diz a gerente de produto da Arno, Luzia Muniz Pires. Os preços variam entre R$ 99 e R$ 229 e serão fabricados nas cores preta e pink.

Os pontos-de-venda serão prioridade para a Arno. "Foram criadas peças publicitárias para deixar as lojas com um cenário próximo ao mundo das passarelas. O objetivo da campanha é criar um apelo emocional e não apenas comunicar os atributos funcionais dos produtos e os resultados deles. Ou seja, é preciso se conectar com a consumidora", afirma a diretora de marketing da Arno, Eliana Leonhardt. De acordo com o presidente da Arno, Márcio Cunha, o objetivo é aumentar de 9% para 20%, em três anos, a participação em market share da empresa em produtos para cuidados pessoais. Segundo ele, o investimento em comunicação será de R$ 5 milhões. "Vamos atingir o público mais jovem, fashion, que vai incentivar o consumo de pessoas mais velhas da família." Desde 1988, a Elite Model organiza um concurso para revelar new faces. Várias modelos famosas começaram carreira no evento, como Gisele Bündchen, Fernanda Tavares, Alessandra Ambrósio, Raica, Isabeli Fontana. "A parceria vai ajudar a ampliar a divulgação do concurso", diz a diretora da Elite Model no Brasil, Adriana Ferreira Leite.

Cheques: cai devolução

O

volume de cheques devolvidos, por falta de fundos, a cada mil compensados caiu 6,4% no primeiro semestre de 2007 em comparação ao mesmo período do ano passado. É o que mostra o levantamento da Serasa, divulgado ontem. Segundo a pesquisa, de janeiro a junho de 2007 foram devolvidos, em média, 20,4 cheques a cada mil compensados, por falta de fundos, ante uma média de 21,8 nos primeiros seis meses do ano passado. A queda verificada neste primeiro semestre do ano é a primeira para o período desde 1999. De acordo com a Serasa, nestes seis primeiros meses foram compensados um total de 776,37 milhões de cheques no Brasil, enquanto 15,85 milhões foram devolvidos por insuficiência de fundos. No ano pas-

sado, esses números eram de 874,33 milhões compensados e de 19,06 milhões devolvidos. Disc iplina – No entender dos especialistas da Serasa, o consumidor passou a utilizar o cheque pré-datado de forma mais "disciplinada", evitando, assim, o acúmulo de dívidas nessa modalidade de pagamento de compras a prazo, "que é caracterizada pelo baixo custo e pela rápida recuperação para os varejistas". Entre os estados que lideraram o ranking de cheques devolvidos a cada mil compensados, se destacam o Amapá, com média semestral de 92 cheques devolvidos, Roraima (89,4) e Maranhão (61,7). Na outra ponta, as regiões com índices mais baixos de cheques devolvidos são São Paulo (17), Pernambuco (17,8) e Santa Catarina (18,4). (AE)


Ano 83 - Nº 22.420

São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

O Boa Viagem voltará na 5ª. Hoje, ele está de luto.

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Omar Torres/AFP

Fernando Soutello/AE

Leonardo Wen/Folha Imagem

Só a dor pousou O Brasil está de luto, solidário à dor estampada nos rostos de parentes das vítimas do vôo TAM 3054, alguns nesta página. Começam os enterros, as investigações, as críticas. A maior tragédia, C 1 a 7, e Opinião, páginas 6 e 7 Genaro Joner/Zero Hora/Ag. O Globo

Genaro Joner/Zero Hora/Ag. O Globo

Paulo Whitaker/Reuters

Eliaria Andrade/Diário de S. Paulo/Ag. O globo

Milton Mansilha/LUZ

Paulo Liebert/AE

Lumi Zunica/AE

Paulo Liebert/AE

Clayton de Souza/AE

HOJE Parcialmente nublado Máxima 19º C. Mínima 8º C.

AMANHÃ Sol Máxima 23º C. Mínima 8º C.

Brasil agora é vice nos juros

Copom corta 0,5 ponto percentual na taxa Selic, que vai para 11,5% ao ano. Com isso, País já não é mais o campeão mundial dos juros reais, que caem para 7,7%. No topo do ranking está a Turquia, com a marca de 8,2%. Economia 10

Recorde do Leão: R$ 282,43 bi A marca é do 1º semestre de 2007: mais R$ 33,5 bi em comparação com o mesmo período de 2006. Mesmo assim, o governo não abre mão da CPMF. E 1


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

CIDADES & ENTIDADES - 1

Paulo Whitaker/Reuters

a maior

tragédia O BRASIL DE LUTO Uma misteriosa aceleração realizada já no solo, segundos depois do pouso, é a principal pista nas mãos dos investigadores das causas do acidente com o Airbus A320, da TAM, o pior da história da aviação civil brasileira. Ontem a empresa confirmou que 186 pessoas estavam a bordo do Airbus acidentado. Até o início da noite, os bombeiros haviam retirado 181 corpos dos escombros – 146 deram entrada no Instituto Médico Legal. Segundo autoridades, o número de vítimas pode ser superior a 200, considerando pessoas que estavam no solo. O presidente Lula quer demitir a cúpula da Infraero. O ministério da Justiça ordenou a abertura de inquérito. Mais informações em www.dcomercio.com.br

Foi um dia para chorar a morte de 186 pessoas que estavam no vôo JJ 3054, da TAM. Em todo o País, tristeza, pesar e revolta com a situação de caos que vive os céus brasileiros.


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ECONOMIA - 7


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Empreendedores Energia Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PIRATARIA AMEAÇA VIDEOLOCADORAS

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500

funcionários da BS Colway foram demitidos com a mudança da produção para Paraguai

Rodolfo Buhrer

PROIBIÇÃO DE IMPORTAÇÃO LEVA EMPRESAS PARA O PARAGUAI Companhias brasileiras de remoldagem de pneus aceitam benefícios oferecidos Rafael Hupsel/LUZ

Fátima Lourenço

D

uas empresas brasileiras de remoldagem de pneus, BS Colway e PneuBack, decidiram transferir parte da produção para o Paraguai. Os principais executivos das companhias, Francisco Simeão e Octávio de Campos Bastos, respectivamente, foram atraídos por vantagens tributárias e pelo temor de que a importação das carcaças de pneus — matéria-prima da atividade — fique definitivamente proibida no Brasil. A questão, polêmica e complexa, interessa aos fabricantes de pneus novos, sofre a influência de decisões recentes da Organização Mundial do Comércio (OMC) a respeito da importação de pneus usados e depende de decisões pendentes no âmbito judicial, relacionadas ao que seria a importação de usados e utilização de pneus como matéria-prima. As vantagens paraguaias são extensivas a outros empreendedores do ramo. A convite de Simeão e Bastos, muitos deles compareceram ontem a uma reunião em São Paulo para conhecer as propostas do país vizinho. Além das reduções nos impostos, o Paraguai promete criar uma zona franca para a instalação das indústrias, diz Simeão. Apesar do deslocamento da produção, o principal mercado de venda é o Brasil, para onde eles passariam a exportar os pneus. "Acredito que até junho de 2008 já possa iniciar a produção no Paraguai", afirma Simeão, presidente da BS Colway, considerada a maior do ramo no País. Por conta dessa mudança, ele já demitiu 500 dos seus 1,2 mil funcionários e reduziu pela metade a produção mensal de 200 mil pneus remoldados. A empresa também interrompeu o programa "Rodando Limpo" (que recolhe os chamados pneus inservíveis e os encaminha à destruição). O programa gera créditos para importação, de

BS Colway, maior empresa brasileira de remoldagem de pneus, transfere produção e demite empregados

PIRATARIA Para Soares, metas da resolução do Conama não são realizáveis Divulgação

Associação lança campanha contra DVDs ilegais Fernanda Pressinott

executivo. No primeiro semestre deste ano, o volume de locações caiu 23,8% em relação ao mesmo período de 2006. Estimativas da UBV mostram que cerca de 25 mil pessoas trabalham no segmento

de locação de filmes no País, que vende e aluga, atualmente, 28 milhões de títulos. Em entrevista ao Diário do Comércio na última segundafeira, o presidente do Sindicato das Empresas Videolocadoras do Estado de São Paulo, Pedro Ricardo, afirmou que a pirataria vem realmente dificultando os negócios do setor e que as campanhas de conscientização são fundamentais para reverter esse quadro. "O consumidor de baixa renda não leva em consideração a legalidade e a qualidade do DVD. Nem mesmo as péssimas condições das mídias que podem estragar os aparelhos de reprodução", afirmou Ricardo. Para ele, metade das empresas que estão no mercado hoje devem fechar as portas nos próximos anos. A UBV é formada por 16 companhias de distribuição (responsáveis por 90% dos vídeos lançados no País), três laboratórios de reprodução, representantes de estúdios cinematográficos e locadoras.

registrando os melhores resultados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo a pesquisa industrial de maio, esse segmento aumentou a produção em 7,8% no acumulado de janeiro a

maio de 2007 em relação a igual período do ano anterior, um aumento bem superior ao registrado para a indústria em geral (4 4%). Em maio, na comparação com igual mês de 2007, a expansão da indústria de bebidas foi de 8,2%. (AE)

A

Bastos, presidente da Pneuback: preocupação com matéria-prima.

acordo com o executivo. Com a produção reduzida, ele detém saldo acumulado suficiente, argumenta Simeão. Complexidade — Na Pneuback, todos os 350 funcionários serão demitidos, segundo Bastos, se forem revogadas as decisões liminares que têm permitido à indústria do ramo importar os pneus usados como matéria-prima — já que a importação de bens de consumo usados é proibida por lei. "Há uma Argüição de Preceito Fundamental (ADPF 101, de setembro de 2006) tramitando no Supremo Tribunal Federal solicitando a revogação de todas as sentenças favoráveis à importação", afirma Bastos. Espera-se definição até meados do mês de agosto.

Os empresários questionam a isenção judicial obtida pelos fabricantes de pneus novos, relativa ao cumprimento da Resolução do Conama (número 258) que estabelece metas de destinação dos pneus usados — para cada produto novo colocado no mercado. O diretor da associação que representa o setor (Anip), Vilien José Soares, afirma que as metas da resolução do Conama não são realizáveis, pela dificuldade em se localizar os chamados pneus inservíveis. Hoje, esses fabricantes têm um total de 270 pontos de coleta no País. Soares falou sobre o tema ontem em reunião da Comissão de Meio Ambiente, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

União Brasileira de Vídeo (UBV) lançou uma campanha publicitária para estimular o aluguel de DVDs e coibir a compra de vídeos piratas. A campanha, que custou R$ 2 milhões e é protagonizada pelo ator José Wilker, começa a ser veiculada hoje nas redes Globo, Record e SBT. A iniciativa pretende resgatar o hábito da locação de filmes e salvar um mercado que anualmente movimenta R$ 1,5 bilhão. De acordo com o presidente da UBV, Wilson Cabral, não existem estatísticas sobre as perdas de receita das locadoras e distribuidores de filmes relacionadas à pirataria, mas sabe-se que crescem ano a ano. "Aproximadamente 70% do faturamento das distribuidoras de vídeo é responsabilidade das locadoras. Não é um mercado desprezível, são 8 mil empresas no País, que cobrem 85% do território", afirmou o

Bebidas: setor cresceu 7,8%

O

aquecimento do mercado interno e o aumento da renda estão impulsionando a indústria de bebidas, que vem


DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Alan Marques/ Folha Imagem

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Política GOVERNO TEME PELA CONTA POLÍTICA Planalto aguarda o "preço" eleitoral do acidente com o avião da TAM. O custo já é esperado, a dúvida é como pagá-lo sem um prejuízo maior.

Ministro Juniti Saito: principal interlocutor do presidente Lula em São Paulo

Antônio Cruz/ABr - 17/07/2007

O

governo federal já os dois estão falando pelo celusabe que a conta lar toda hora", disse uma fonte política do aciden- à agência "Reuters". Do outro lado, Waldir Pires te do vôo 3054 da TAM em São Paulo será cobra- só se pronunciou a respeito do da em breve. Mesmo sem a me- acidente no início da tarde de nor idéia de como liquidará es- ontem. "O momento é de causa fatura, o Planalto não escon- tela. Enquanto os resultados de um esforço para separar a das investigações não forem reação da oposição das investi- concluídos, o melhor é manter gações sobre a tragédia. "Inde- a sobriedade e não julgar prependente de culpados, sabe- cipitadamente. Ilações só premos que muita coisa recairá so- judicarão os trabalhos", avabre nossas costas", disse um in- liou o ministro da Defesa. Ação e reação – Análises de terlocutor do presidente. Depois da declaração proto- bastidores do Planalto, feitas colar de luto oficial e da convo- por funcionários que acompacação de um comitê de crise, o nham o caso diretamente, indiprimeiro movimento do go- cam que Lula não está disposto verno foi na ofensiva: Lula a poupar ninguém, indepenconvocou a Polícia Federal dente da relação mantida. Segundo pessoas próximas (PF) para investigar a obra de ao presidente, os reforma da pista de sdo bram endo aeroporto. tos políticos soJá a defensiva b re o a c i d e n t e veio por meio de não eram avaliauma nota oficial O momento é de dos com precido ministro da cautela. Enquanto os são na noite de Defesa, Waldir terça-feira. Mas Pires, pedindo resultados das ontem já corria a "cautela" nas es- investigações não informação de peculações sobre forem concluídos, o q u e , i n d e p e nas causas do aci- melhor é manter a dente do resultadente aéreo. sobriedade. do das investigaDepois desses Waldir Pires ções, o governo pron un ci am enserá responsabitos, o governo lizado pelo ocornão fez mais comentários sobre a tragédia. rido nas matérias divulgadas Quase um dia inteiro depois por toda a imprensa. "Estavam da queda da aeronave, nenhu- todos transtornados. Acho ma autoridade federal de pri- que os aspectos políticos só comeiro escalão diretamente li- meçaram a ser discutidos hoje gada ao assunto veio a público (ontem)", comentou um assesdivulgar uma versão do caso. sor de Lula, também sob conO comandante da Aeronáuti- dição de total anonimato. A ordem no Planalto é evitar ca, brigadeiro Juniti Saito, que estava em São Paulo acompa- especulações e impedir, nessa nhando os trabalhos de resgate fase inicial, a propagação da teficou em silêncio, assim como se de "uma tragédia anunciao ministro da DefesaTambém da". "O governo não quer disnão se pronunciaram outros putar uma versão nem aceitar representantes do comitê de a atual como verdade", disse crise, como os presidentes da um funcionário do Palácio, referindo-se à tese de que o aciInfraero e da Anac. Enquanto isso, o governa- dente aconteceu porque a pista dor de São Paulo, José Serra principal de Congonhas não (PSDB), e o prefeito Gilberto possuia as "ranhuras" – chaKassab (DEM-SP) estiveram madas de groovings – no seu no local do acidente e falaram asfalto, necessárias para aumuito com o público por meio mentar a aderência entre a aeda mídia. Escanteado no ge- ronave e o solo. Após a reforrenciamento da crise, Waldir ma, o trecho para pousos e dePires, que vinha sendo atacado colagens foi colocado em atividurante todo o caos aéreo pela d a d e s e m o í t e m d e oposição, mídia e uma parcela segurança. CPI – O presidente da CPI do da opinião pública, voltou a ter Apagão Aéreo no Senado, Tião sua demissão cobrada. Com a cabeça a prêmio desde Viana (PT-AC), assim como o o acidente com o avião da Gol, relator da comissão, Demósteno segundo semestre do ano nes Torres (DEM-SP), passapassado, a situação do ministro ram toda a tarde de ontem aproxima-se do limite, segundo acompanhando o desenrolar do acidente. Viana buscava fontes do governo. Horas após o acidente com o uma audiência com o presiAirbus da TAM, a oposição já dente Lula para entregar o relatório parcial da pedia a saída de CPI, cujo conteúPires. do sugere, entre Interlocutores outras coisas, indo presidente vestimentos na Luiz Inácio Lula Estavam todos casa dos R$ 10 bida Silva informatranstornados. Os lhões para o sisram que dificiltema aéreo namente ele tomará aspectos políticos só cional até o final alguma decisão começaram a ser de 2010. O destasobre o futuro do discutidos hoje que é dado para ministro antes (ontem). o atual quadro que as causas do acidente sejam Observação de uma fonte de saturação da capacidade de m i n i m a m e n t e no Planalto atendimento de esclarecidas. passageiros pelo Muitos, no entanto, reconhecem que a sua aeroportos. "É fundamental imagem está totalmente "dila- acelerar esses investimentos. pidada" e que a conta do go- A capacidade total de investiverno pode aumentar ainda mento do governo federal hoje é de apenas R$ 3 bilhões, o que mais com sua manutenção. Pires acompanhou o desdo- equivale ao recolhimento de bramento do episódio durante taxas da Infraero", disse Viana. à noite passada ao lado do pre- Depois de duas horas de espesidente, mas não foi enviado ra, ele voltou ao Senado sem para São Paulo com a equipe conseguir o esperado encontro com Lula. Foi recebido pelo que acompanha os trabalhos. Juniti Saito foi escolhido co- chefe de gabinete da presidênmo único interlocutor do pre- cia, Gilberto Carvalho. Antes de levar o documento sidente na capital paulista. O contato entre eles é direto, pelo ao Palácio do Planalto, Viana celular, relatou um assessor. conversou com Juniti Saito. Após o diálogo, por telefo"Ele não quer intermediários...

Preocupação presidencial, agora: separar a reação da oposição do resultado das investigações sobre a tragédia em Congonhas

Lula: cirurgia e agenda cancelada O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido na manhã de ontem a uma cirurgia para retirada de um pequeno tumor causado por terçol na borda da pálpebra do olho direito, segundo assessores. A operação foi feita pelo médico Canrobert Oliveira, no Hospital Oftalmológico de Brasília. Por causa da intervenção cirúrgica e da anestesia local, Lula cancelou as audiências que teria com os ministros Tarso Genro (Justiça) e Jorge Hage (Controladoria Geral

da União), no Palácio do Planalto. Com um curativo no olho, ele passou a tarde na residência oficial do Palácio da Alvorada. De lá, recebeu telefonemas do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que está em São Paulo, sobre as investigações do acidente com o avião da TAM, no aeroporto de Congonhas, na noite de terça-feira. Não foi a primeira vez que o presidente teve de fazer uma cirurgia para retirar um cisto na pálpebra do olho

direito. Em 2004, ele fez uma intervenção parecida. À época, a operação foi feita no Hospital Geral de Brasília, administrado pelo Exército. Por recomendação médica, ele permaneceu em repouso no Palácio do Alvorada e cancelou toda a agenda da tarde. A agenda de Lula previa reuniões com o ministro da ControladoriaGeral da União, Jorge Hage, da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins.

Ainda na noite da última terça-feira, depois do acidente aéreo, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o presidente cancelou as viagens que faria nesta semana aos Estados do Sul e a Porto Alegre, de onde partiu o vôo 3054 da TAM. Após o acidente, Lula montou um 'gabinete da crise' e chamou alguns ministros a para obter todas as informações. Depois divulgou nota de pesar e decretou luto oficial de três dias. (Agências)

José Cruz/ABr - 13/06/2007

ne, os dois senadores decidi- dia e todas as conexões possíram indicar o delegado da PF veis com a atual a crise área enRenato Sayão, o mesmo que frentada pelo País nos últimos presidiu o inquérito do aciden- meses. "Não se pode acusar te da Gol, para representar a ninguém agora. O momento é comissão nos trabalhos reali- de acumular todas as provas e zados na cidade de São Paulo. informações possíveis e que Segundo os parlamentares, nos levem aos fatos que resulainda não é possível afirmar taram nessa tragédia", inforque o acidente ocorreu devido mou o deputado petista. O relator garante que todos a uma falha técnica, humana ou devido as condições apre- os membros da comissão, sesentadas pela pista de Congo- jam ele da base do governo ou nhas na hora do pouso. "Va- da oposição, são contrários a mos acompanhar as investiga- qualquer julgamento prévio, ções e não temos como deixar seja do ministro da Defesa ou de incluí-las nas conclusões fi- dos executivos da Infraero. Marco Maia nais da CPI", innão quis comenf o r m o u Ti ã o . tar uma eventual Após a queda da demissão de aeronave da Waldir Pires. Ele TAM, os senado- Vamos acompanhar avalia que essa res admitem as investigações e não decisão cabe soprorrogar os trabalhos da comis- temos como deixar de mente ao presidente Lula. são do Apagão incluí-las nas Tr i b u n a l d e que, inicialmen- conclusões finais da ContasAlém dos te, estavam pre- CPI. ataques da opovistos para acaTião Viana (PT-AC) sição e da investibar no próximo gações no Condia 15 de agosto. gresso, o PlanalEles utilizarão to enfrentará uma manobra que já permitia o funciona- uma ação do Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão mento da CPI até novembro. O deputado Marco Maia pedirá investigações sobre os (PT-RS), relator do "Apagão" fatos que resultaram no acina Câmara, informou que tam- dente com o avião da TAM. O bém pedirá a apuração do aci- ministro Augusto Nardes indente. As declarações do par- formou ontem que pedirá uma lamentar vieram após uma auditoria preventiva em todos parcela dos membros da CPI se os aeroportos brasileiros e no reu n i re m e m C o n g o n h a s . sistema de administração da "Precisamos avaliar como agi- Infraero. Segundo Nardes, o remos em relação ao caso. Pre- objetivo da nova auditoria será cisamos de uma estratégia efi- aprofundar investigações já ciente e que colabore com os em atividade no tribunal. O ministro utilizará a situação demais inquéritos previstos". Maia disse que o objetivo é de Congonhas para aprovar a investigar as causas da tragé- sua solicitação dentro do TCU.

Pressionado, o ministro Waldir Pires pede sobriedade neste momento

"Fizeram apenas um embelezamento no aeroporto. Nenhuma obra de prevenção e segurança entrou no projeto". Para Nardes, mesmo com a negativa do governo Lula, o acidente de terça-feira era uma tragédia mais que anunciada. O ministro decidiu não adiantar nenhum detalhe da proposta que será apresentada, mas admitiu que a localização do aeroporto será um dos principais temas em estudo. "Congonhas era um acidente anunciado oito meses atrás. O fato dos últimos dias foi apenas o resultado final de um processo de total descaso. O seu posicio-

namento terá que ser revisto urgentemente", avaliou. Nardes já apresentou um outro relatório sobre o setor aéreo em dezembro de 2006. O ministro apontou falhas em todo o sistema em operação, como equipamentos defasados, controladores atuando com sobrecarga de trabalho e total falta de organização entre todos os lados atuantes na área. Após a divulgação do parecer, ele pediu a instauração de quatro auditorias sobre os aeroportos, o que não foi cumprido pela Infraero. "A idéia é propor uma nova auditoria em todos os aeroportos". (Agências)


quinta-feira, 19 de julho de 2007

Nacional Empresas Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

9 Que os americanos assumam o ônus de sair das negociações. Ministro Celso Amorim

NEGOCIAÇÕES DIFÍCEIS EM BRUXELAS

PAÍSES COMO CHILE E MÉXICO ESTARIAM MAIS FLEXÍVEIS ÀS POSIÇÕES DOS EUROPEUS DO QUE O BRASIL

EMERGENTES DIVIDIDOS NA OMC Beto Barata/ AE

A

O ministro Celso Amorim diz que a proposta de redução de tarifas da OMC é "desequilibrada", afetando mais a importação de bens dos países pobres.

Falta calibrar as tarifas, diz Amorim.

O

ministro das Relações Exteriores Celso Amorim atacou a proposta de cortes de mais de 60% nas tarifas de bens industrializados apresentadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), mas admitiu que o País continuará a negociar. O ministro ainda alertou que a própria Rodada Doha estará em risco se os americanos não acatarem a sugestão de colocar um teto de US$ 13 bilhões em seus subsídios. A OMC apresentou ontem o que acredita ser um pacote de acordo comercial entre os 150 países. A proposta prevê cortes de mais de 60% nas tarifas de importação de bens industriais nos mercados emergen-

tes, um teto que variaria entre US$ 13 bilhões e US$ 16,4 bilhões nos subsídios americanos e um corte de até 73% nas barreiras agrícolas européias. Originalmente, a proposta brasileira era de que o corte não poderia ser de mais de 50%. O chanceler acusa as propostas da OMC de serem "desequilibradas", já que pediriam muito dos países emergentes e ofereceriam ainda uma quantidade insuficiente no corte de tarifas para o setor agrícola. "A proposta é mais ambiciosa na área industrial que em acesso a produtos agrícolas. Portanto, precisam ser calibradas", disse Amorim. Ontem, o ministro esteve em Bruxelas para reuniões com os

europeus e teria chegado a um entendimento sobre o ponto de partida em que as negociações poderiam ser retomadas a partir de setembro. Mas em Washington a Casa Branca afirmava que o teto de US$ 13 bilhões para seus subsídios era "inaceitável". "Se isso for verdade, que os americanos assumam o ônus de sair das negociações", afirmou o chanceler. "Mas espero que ninguém esteja rejeitando nada, pois é hora de negociação." Como os americanos apresentaram sua negativa, tudo indica que o processo será duro. O chanceler brasileiro também deixou claro que adotará uma posição inflexível no setor industrial. (AE)

s propostas da Org a n i z a ç ã o M u ndial do Comércio (OMC) sobre como deve ser um acordo para destravar a Rodada Doha marcam uma divisão entre os países em desenvolvimento. Um dia depois da apresentação das ofertas, os governos não acham um ponto de convergência e explicitam a existência de interesses opostos no bloco composto pelos países emergentes. Em Genebra, técnicos do grupo de países emergentes se reuniram e as críticas contra a proposta de cortes de tarifas de bens industriais foram duras. O bloco de 11 economias de países emergentes, entre elas Brasil e Argentina, havia deixado claro que não aceitariam cortes acima de 50%. O governo da Venezuela, por exemplo, afirmou que não teria como aceitar o que foi proposto pela OMC. Mas em outra reunião, que ocorria ao

mesmo tempo, Chile, México, Peru e Costa Rica ganhavam apoios de pelo menos dez países em desenvolvimento em sua iniciativa de sair em defesa das propostas de abertura dos mercados de bens industrializados. Esses países apresentaram uma proposta similar ao que a OMC havia colocado sobre a mesa. Já entre os europeus, funcionários não escondiam a satisfação com as propostas da OMC. Realismo – No setor industrial, a proposta pede um corte acima de 60% para os países emergentes, valores que os europeus queriam ver no acordo. "Essa é uma margem com a qual consideramos possível trabalhar", afirmou Peter Power, porta-voz de comércio da Comissão Européia. Para ele, a proposta de corte de tarifas de emergentes é "realista". Na conferência de Potsdam, há um mês, os europeus alegaram que foi exatamente a recusa

do Brasil e da Índia de fazerem cortes acima de 50% que impossibilitou um acordo. Agora esperam que o Brasil siga as sugestões dos documentos. No setor agrícola, Bruxelas também comemorou. "O texto reconhece e premia as flexibilidades que apresentamos nos últimos meses", afirmou Power. Pelas propostas, os europeus teriam de cortar entre 66% e 73% suas tarifas mais altas de importação de bens agrícolas. Em Potsdam, Bruxelas já havia acenado com 70%. P a r a o d i re t o r- g e r a l d a OMC, Pascal Lamy, os mediadores das negociações tiveram de se arriscar. "Eles optaram por arriscar para o lado mais ambicioso", afirmou Lamy a jornais australianos. Hoje, em Genebra, o ministro Celso Amorim se reunirá com os membros do G-20 (grupo de países emergentes) para debater como deve ser a estratégia no setor agrícola. (AE)

Para EUA, teto é inaceitável

Rodada de Doha poderia privar os fazendeiros norteamericanos de reservas necessárias para eventuais mudanças nos preços, informou ontem uma autoridade do governo norte-americano. Na terça-feira, mediadores da OMC, na Europa, haviam divulgado textos conciliatórios com o objetivo de tentar salvar a

rodada de Doha. A proposta de Crawford Falconer, que chefia as negociações agrícolas na OMC, poderia reduzir o teto de todos os subsídios dos EUA, prejudiciais ao comércio, em até 66%, para algo entre US$ 13 bilhões e US$ 16,4 bilhões por ano. "Temos deixado claro que é inaceitável", disse o portavoz americano. (Reuters)

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eduzir os subsídios agrícolas pagos aos produtores dos Estados Unidos para o teto de US$ 13 bilhões ao ano é inaceitável. A nova proposta lançada por mediadores da Organização Mundial do Comércio (OMC) para a


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Tr i b u t o s Energia Finanças Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COPOM VOLTA A SE REUNIR EM SETEMBRO

quinta-feira, 19 de julho de 2007

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por cento das ofertas primárias de ações no primeiro semestre foram do setor imobiliário

EM DECISÃO APERTADA, DIRETORES DO BC REDUZEM TAXA BÁSICA PARA 11,5% AO ANO, A MENOR DA HISTÓRIA.

COPOM CORTA SELIC EM 0,5 PONTO E 8,25

m votação apertada, a taxa básica (Selic) foi reduzida ontem em 0,5 ponto percentual, para 11,5% ao ano, pelos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Quatro diretores votaram por queda de 0,5 ponto, mas três membros do comitê queriam redução de 0,25 ponto percentual. Com a decisão, o Brasil deixa a liderança na lista dos maiores juros reais do mundo pela primeira vez desde fevereiro de 2005. A taxa, que considera o desconto da inflação projetada para os próximos 12 meses, caiu de 8,3% para 7,7% ao ano. Segundo cálculos da consultoria UpTrend, o posto agora é ocupado pela Turquia, cuja taxa real é de 8,2% ao ano. No quadro dos juros nominais, o Brasil ocupa a terceira colocação do ranking mundial. A redução determinada ontem foi a 17ª consecutiva, em um ciclo de cortes iniciado em setembro de 2005, quando a taxa caiu de 19,75% para 19,5% anuais. A baixa acumulada da Selic desde setembro de 2005 é de 8,25 pontos percentuais. Em 2007, a queda é de 1,75 ponto.

pontos percentuais é a queda acumulada pela taxa básica de juros (Selic) desde setembro de 2005, quando estava em 19,75% ao ano.

"O comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária", informou a nota divulgada pelo BC ontem à noite. A próxima reunião do Copom será nos dias 4 e 5 de setembro, e a ata do encontro de ontem será divulgada na próxima quinta-feira. Sem surpresa — A decisão do Copom era a esperada pela maior parte dos analistas do mercado financeiro, que agora apostam na retomada de reduções menores a partir de setembro. "O corte de 0,5 ponto

na Selic é coerente com os principais indicadores da economia. Entendemos que o processo de redução deve continuar, pois, apesar das quedas nos últimos anos, ainda temos taxas muito elevadas", afirmou Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB). Para Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a decisão é positiva, mas desde que a meta para este ano chegue a 10% anuais. Segundo ele, esse percentual já demonstra consciência da necessidade de incentivar o crescimento do Brasil, aspiração de todos brasileiros e razão de ser do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Minutos depois do anúncio do corte da Selic, instituições financeiras anunciaram quedas nas taxas de empréstimos cobradas dos clientes. Decidiram diminuir o juros a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Bradesco. (AE)

Ofertas públicas batem recorde Sonaira San Pedro

A

s ofertas públicas de empresas brasileiras feitas do início do ano até o último dia 16 de julho, incluindo todas as operações de renda fixa e variável, alcançaram R$ 47 bilhões, volume recorde, esperado apenas para o fim do ano, de acordo com a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). No primeiro semestre deste ano, as captações somaram R$ 40 bilhões, o que representa crescimento de 26% em comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 32,4 bilhões). Segundo a entidade, no período foram registradas 31 ofertas iniciais de ações. O vice-presidente da Anbid, Luiz Fernando Resende, disse que os números refletem o crescimento de interesse dos investidores estrangeiros pelo mercado brasileiro e também a perspectiva de investment grade para o País no curto prazo. A nota é concedida pelas agências de classificação de risco internacionais aos países que apresentam baixo risco de calote. "O momento econômico de boa liquidez faz com que o fluxo de capitais internacio-

Fluxo cambial desacelara em julho

D

epois do recorde registrado em junho, o fluxo cambial em julho dá sinais de desaceleração. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), o fluxo cambial total neste mês, até dia 13 (dez dias úteis), ficou positivo em US$ 1,446 bilhão. Em junho, nos primeiros 15 dias corridos, o ingresso de moeda estrangeira no País somou US$ 7,821 bilhões. Os números do BC mostram que o fluxo comercial em julho ficou positivo, até o dia 13, em

US$ 1,69 bilhão, como resultado de exportações totais de US$ 5,733 bilhões e importações de US$ 4,043 bilhões. O fluxo financeiro, por sua vez, teve resultado negativo no período, ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos meses. O saldo até o último dia 13 foi negativo em US$ 244 milhões, com entradas de US$ 13,092 bilhões e saídas de US$ 13,336 bilhões. No acumulado de janeiro até o último dia 13 de julho, o fluxo cambial está positivo em apro-

ximadamente US$ 53,073 bilhões, 42,4% acima do saldo positivo registrado pelo BC durante todo o ano passado (US$ 37,27 bilhões). O fluxo comercial acumulado neste ano é positivo em US$ 47,606 bilhões, com exportações de US$ 97,902 bilhões e importações de US$ 50,296 bilhões, segundo o BC. O fluxo financeiro no ano está positivo em US$ 5,467 bilhões, com as entradas somando US$ 164,583 bilhões e as saídas, US$ 159,117 bilhões. (AE)

Crédito cresce 30% no BNDES

meses encerrados em junho, em relação ao período anterior. E as aprovações de crédito do banco cresceram 53%, para R$ 88,277 bilhões nos 12 meses anteriores a junho. De acordo com Coutinho, essa diferença de cerca de R$ 30 bilhões significa que os desembolsos do BNDES vão aumentar no futuro. As consultas ao banco de

fomento, que marcam a primeira fase do processo de pedido de financiamento ao BNDES, somaram R$ 122,81 bilhões no período, com crescimento de 41% sobre os 12 meses anteriores. Os enquadramentos se elevaram 29% para R$ 105,049 bilhões. Segundo o presidente do banco, os dados mostram o vigor da economia brasileira. (AE)

O nais seja alocado nas ofertas brasileiras, o que aquece cada vez mais nosso mercado", disse Resende. "Perdemos um pouco a noção de quanto de dinheiro há disponível para aplicações. Essa quantia é bem maior do que calculamos." Ofertas públicas — Em relação às ofertas públicas de ações (IPOs) de empresas brasileiras que ocorreram até 16 de julho, os investidores estrangeiros ficaram com 67% do montante total. Entre os estrangeiros, 36% são de origem européia, 63% vêm dos Estados Unidos e o restante, 1%, de outros países. Em relação aos investimentos totais em IPOs no período, 25% vieram de empresas e 8% de pessoas físicas. Atualmente, 22 empresas têm pedidos em análise para obtenção de registro na Comis-

são de Valores Monetários (CVM). Isso, segundo a Anbid, projeta mais 62 novas ofertas de ações, sem incluir aquelas que ainda não tornaram pública sua intenção de captar recursos via mercado de renda variável. A expectativa da entidade é de que, apenas no segundo semestre deste ano, 25 empresas acessem o mercado de capitais para emissões. O total de captações por meio de IPOs no primeiro semestre de 2007 foi de R$ 16,8 bilhões. O resultado dessa captação, 187% superior ao registrado na mesma época do ano passado, foi creditado diretamente nos caixas das empresas. Até 16 de julho, os setores de construção civil e imobiliário captaram 27% do volume de IPOs, seguidos do setor de alimentos e bebidas, com 9%.

presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, informou ontem que os desembolsos da instituição aumentaram 30%, para um total de R$ 58,726 bilhões nos 12

Bernanke: melhora temporária

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presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou ontem que a recente queda na inflação pode ser temporária, apesar de ter repetido a visão de que as pressões inflacionárias podem ficar mais moderadas nos próximos meses. Discursando no Congresso americano, ele acrescentou que, nesse cenário, a inflação continua sendo o risco "predominante". "No geral, a economia dos EUA deve registrar expansão a um ritmo moderado no segundo semestre de 2007,

com o crescimento se fortalecendo um pouco em 2008 para uma taxa perto da tendência da economia", disse. Insatisfação — Bern anke afirmou ainda que está "insatisfeito" com a taxa cheia de inflação, que inclui os preços de alimentos e energia, e que a autoridade monetária precisa continuar "muito vigilante" em relação aos preços. Em resposta a questões dos congressistas, ele disse que, se os preços mais altos dos alimentos e energia forem embutidos nas expectativas de inflação, isso será um problema.

O presidente do banco central americano disse também que "continua existindo risco" de uma queda drástica no setor de moradias, em parte por causa do elevado nível dos estoques nos EUA. "Mesmo se a demanda no setor se estabilizar, temos o que se pode chamar de um problema de estoques." Segundo ele, os preços de residências podem cair à medida que os construtores desovam seus estoques de residências não vendidas. Mas ele disse que "as evidências até agora são de que, de fato, não há contágio visível". (AE)


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4 - CIDADES & ENTIDADES

a maior

tragédia

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A NOITE de terça-feira e a madrugada de ontem no aeroporto de Congonhas foram marcadas pela incerteza de parentes e amigos de passageiros do vôo da TAM. A espera pareceu eterna e, mesmo quando a lista de mortos foi divulgada oficialmente, poucos quiseram acreditar nela. Milton Mansilha/Luz

Em Congonhas, uma madrugada marcada pela dor Grupos de parentes e amigos de vítimas passaram à noite no aeroporto Wesley Santos/AE

Fernando Vieira

S

ão Paulo sofreu em silêncio na noite de terça-feira. Ao contrário do drama e da dor profunda dos parentes e amigos das vítimas do vôo JJ 3054, da TAM, em Porto Alegre, no saguão reservado aos familiares de passageiros e tripulantes, no aeroporto de Congonhas, o choro era duramente contido. Nem por isso, menos doloroso. O sentimento, de dor profunda, era o mesmo. Mas a forma de expressá-lo, talvez pela proximidade do local do acidente, que permitia uma noção exata da gravidade da situação, era diferente. "Olhei o lugar ali na frente. Dá para ver que não sobrou nada. Impossível alguém sobreviver", dizia, por volta das 21h, o arquiteto Alexandre da Fonseca Estevez, de 41 anos. No vôo, estava sua esposa Luciana Siqueira Lana Angelis, de 36 anos, que retornava da viagem de um dia ao Rio Grande do Sul, a serviço do banco onde trabalhava. Cem metros – O saguão de autoridades do aeroporto de Congonhas, para onde foram levados os parentes e amigos das vítimas da tragédia, fica a cerca de 100 metros do depósito da TAM atingido pelo avião. A fachada de vidro daria vista para a área nas proximidades do acidente, não fossem as persianas internas, todas fechadas. Embora não fosse possível enxergar, de lá de dentro, o trabalho dos bombeiros para conter as chamas, o cheiro sufocante desse combate invadia o saguão, por volta das 22h, sempre que uma porta de vidro era aberta para entrada ou saída de alguém. Um odor que passava a idéia do terror vivenciado pelas vítimas. Do lado de fora do salão, muita gente usava máscaras para facilitar a respiração. "Meu Deus, olha o cheiro de queimado que vem de fora", comentou baixinho uma funcionária da Infraero. E, nesse clima, cada vez mais

Em Porto Alegre, o desespero de parentes à procura de informações

pesado, chegavam parentes e amigos de vítimas para enfrentar uma madrugada de espera, de incertezas assombradas pela certeza, aguardando a divulgação da lista de passageiros. No espaço amplo, com lustres e pilastras imponentes, dois conjuntos de quatro sofás e uma mesa de centro compunham dois ambientes . Ao fundo, dois outros jogos de mesas e cadeiras de madeira, mais adequadas para refeições, e uma última saleta, nos mesmos moldes das duas primeiras. Neste, um aparelho de televisão, ligada apenas na madrugada. Nenhuma parede dividia os ambientes. Apenas um biombo indicava a separação entre as salas de estar e as supostas mesas de jantar. À frente de tudo, um largo balcão onde eram servidas bebidas: água, sucos, refrigerantes e café. Mais tarde, lanches. Assim como outras pessoas, Estevez folheava uma revista em um dos sofás e tentava se comunicar com parentes pelo celular. O volume de ligações fez com que a bateria de seu telefone minguasse. Estevez pediu um aparelho emprestado. "Quero pedir para alguém ir para a casa da minha sogra. Não quero deixá-la sozinha agora". Lá, além da mãe, estavam a também a filha de Luciana, de 10 anos, e o enteado, filho de Estevez. Lágrimas – Enquanto falava ao telefone, o arquiteto mantinha uma serenidade aparente. Mas ao desligar, Eduardo Martins/Folha Imagem

fechava a revista, apoiava-a no colo e deixava algumas lágrimas rolar. "Me empresta o telefone novamente, por favor? Vou ligar para o meu cunhado para avisar que ele não precisa vir até aqui. Não há o que fazer agora, né? Só esperar", disse Estevez. Desolado, o empresário gaúcho José Carlos Dornelles estava sentado ao lado de Estevez. Pouco antes do acidente, aguardava a filha Eliane Dornelles, de 33 anos, que estava no vôo. Tinha certeza da presença da moça na aeronave. Depois da tragédia, sem esperanças, lamentava: "Era a hora dela". Depois chorava, ao lembrar dos dois netos órfãos, filhos de Eliane. Num canto isolado, um rapaz chorava e era consolado por um empregado da Infraero, que nada tinha a ver com a equipe de apoio psicológico. Na verdade, não faltavam "especialistas" para esse tipo de ajuda. A tragédia integrou os funcionários da companhia aérea, da Infraero e até da Polícia Federal. "O senhor não prefere se sentar?", sugeriu um delegado da Polícia Federal a um senhor que começou a chorar na chegada de um parente que veio para apoiálo. "Você já comeu algo?", mostrava boa vontade um outro funcionário da Infraero. Em vez do profissionalismo, sem dúvida prevalecia o envolvimento emocional e a solidariedade existente entre pessoas comuns. Crachás com a palavra Peace (paz) e a identificação pessoal foram distribuídos

O desânimo e a desesperança se abateram sobre amigos e parentes reunidos, à noite, em Congonhas

por volta das 22h30. Eles ajudaram a humanizar as relações. Nas abordagens, todos se chamavam pelo nome. Desde o início da noite, funcionárias da área de comércio exterior da TAM também circulavam pelo saguão. "O acidente nos pegou de surpresa. Viemos ajudar, para que a empresa consiga atender a todos os parentes e amigos das vítimas", disse uma delas. "Mas muitas colegas já foram embora. Não agüentaram a situação", revelou. A lista – Já era quase uma hora da madrugada, quando a lista de 176 passageiros foi divulgada (a nova relação, com 186 nomes, só veio a público na manhã de ontem). Foi o momento mais dramático enfrentado por quem havia passado a noite, exatamente à espera dessa confirmação. Abraços e choro. Muitos familiares passaram mal na hora em que viram os

nomes de seus parentes, especialmente as pessoas de mais idade. O socorro médico a elas era feito em um espaço reservado, protegido por biombos, atrás de um balcão de atendimento, em frente à porta de entrada do saguão. Ali, um computador deixava à disposição a lista oficial, até aquele momento. Uma funcionária da Infraero pediu licença e foi chorar no banheiro, longe dos olhos de todos. "Desculpe, não estou agüentando", disse ao se afastar. "Vocês confirmam a morte de todas essas pessoas?", questionavam os parentes, num misto de dor e incredulidade. A resposta dos funcionários da TAM: "Não há notícias sobre sobreviventes". Agentes da equipe apoio da empresa, após a divulgação da lista, sugeriam a ida dos parentes e amigos para hotéis na região. Alguns grupos aceitaram e

foram transportados em veículos da companhia aérea. Outros, seguiram para casa. Boa parte permaneceu no local. Representantes de companhias chegavam ao saguão em busca de informações sobre colegas de trabalho que vinham do Rio Grande do Sul. Por volta das 2h40, um médico legista comunicou aos familiares que teria início o trabalho de identificação dos corpos. Para isso, por ordem alfabética, começou a chamar os nomes das vítimas para que os parentes presentes respondessem a um questionário e fornecessem outros dados, como fotos e documentação dentária. O saguão estava bem vazio por volta das 3h. A maioria das pessoas já havia partido. A saída dos parentes e amigos das vítimas do vôo da TAM foi feito exatamente como no momento da chegada: em um doloroso silêncio.

Robson Fernandjes/AE

No Pan, luto e bandeiras a meio mastro

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acidente aéreo em São Paulo, que matou pelo menos 186 pessoas, mudou ontem o clima dos Jogos Pan-Americanos, no Rio. Atletas, técnicos e dirigentes adotaram medidas para manifestar o luto pela tragédia. As 48 bandeiras da Vila passaram a tremular a meio pau e foi feito um minuto de silêncio antes do início de cada competição individual com participação de brasileiros. Todos os competidores do País que disputaram provas também usaram uma faixa preta no braço ou no uniforme.

À direita, jogadores da seleção brasileira de futebol, de mãos dadas, observam um minuto de silêncio pouco antes da partida de ontem contra a Costa Rica. Acima, bandeiras dos países participantes dos Jogos PanAmericanos, hasteadas a meio mastro, em sinal de luto pela tragédia ocorrida na noite de terça-feira, em São Paulo.


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quinta-feira, 19 de julho de 2007

a maior

tragédia Mídia global faz cobertura intensa do acidente Paula Cunha

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mídia internacional continuou ontem acompanhando a tragédia provocada pela queda do avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, ocorrido no início da noite de terça-feira. O "Financial Times" rememorou as circunstâncias em que o Airbus A320 desviou-se da pista e caiu sobre o prédio da TAM Express e deu ênfase às discussões sobre a real situação pela qual passa o setor aéreo no Brasil e sua infra-estrutura, especialmente em relação à qualidade dos serviços de controle aéreo e à competência das autoridades civis e militares, incluindo a Infraero. O "New York Times" destacou as declarações do governador de São Paulo, José Serra, de que as chances de se encontrar sobreviventes seriam praticamente nulas. O jornal norte-americano relembrou ainda toda a crise aérea brasileira — iniciada um ano antes com a queda de um avião da Gol na Amazônia e que desencadeou problemas com os controladores de vôo — e ressaltou detalhes sobre as obras na pista principal de Congonhas. O "Washington Post" deu destaque ao possível número de vítimas (200, número ainda não confirmado oficialmente) e à forte chuva que caía sobre São Paulo quando o avião perdeu o controle. O jornal destacou, também, as condições da pista e os repetidos avisos por parte de técnicos de que a pista molhada de Congonhas era insegura para pousos. E lembrou que o Ministério Público já havia solicitado o fechamento da pista até que o sistema de drenagem de água fosse implementado, alegando insegurança para pousos de aeronaves de grande porte nestas circunstâncias. Entretanto, um juiz autorizou a abertura da mesma. Na mesma matéria, incluiu a entrevista com Jorge Nunes Oliveira, presidente da Associação de Controladores do Rio de Janeiro. Ele afirmou que sempre costumava dizer que, apesar de tudo, o tráfego aéreo no Brasil era seguro. "Mas agora não penso mais assim". O jornal também relembrou a crise provocada pela greve dos controladores de vôo e que esta foi a segunda tragédia aérea no Brasil em menos de um ano, já que em setembro de 2006 um avião da Gol caiu na Amazônia ao colidir com um Legacy norteamericano. Na tevê a cabo, durante todo o dia a "CNN", com base em Atlanta, nos Estados Unidos, dedicou um amplo espaço à cobertura do acidente com imagens ao vivo e análises de especialistas a respeito das causas do acidente. A cobertura ressaltou tanto os trabalhos das equipes de resgate quanto as análises sobre as perspectivas da aviação no Brasil.

CIDADES & ENTIDADES - 5

OS MORADORES vizinhos ao aeroporto de Congonhas estão com medo. O acidente de ontem, o barulho e o trânsito são fatores que levam muitos deles e pensar em sair da região. Os problemas atingem também o comércio e os imóveis, que começam a mostrar desvalorização.

"Não dá mais para morar aqui" Acidente com avião da TAM é, na prática, materialização do temor da maioria dos moradores da região de Congonhas Fotos: Rafael Hupsel/Luz

Flávia Gianini

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oradores do Campo Belo, Moema e Jardim Aeroporto, na zona sul de São Paulo, viram se materializar a sensação comum a todos de se morar ao lado de um barril de pólvora. Desde a queda do Fokker100 da TAM, em 1996, no bairro do Jabaquara, a região tem sofrido com uma sucessão de acidentes, até então sem vítimas, envolvendo aviões, mas que assustavam moradores e comerciantes. Em menos de um ano três ocorrências deixaram os locais de sobreaviso. Em agosto do ano passado, outro Fokker-100 da TAM que ia de São Paulo para o Rio interrompeu o vôo depois que uma porta do avião se soltou. O pedaço da aeronave caiu sobre o telhado do supermercado Extra da Avenida Ricardo Jafet e o avião foi obrigado a voltar para Congonhas 15 minutos depois da sua partida. Há três meses um forte vendaval destruiu quatro hangares em Congonhas. Parte dos toldos arrancados das estruturas voou sobre casas e veículos, deixando três pessoas feridas. Cerca de 195 mil imóveis de nove bairros foram atingidos pela queda de energia. Lojas foram fechadas e o a t e n d i m e n t o d a s c o m p anhias aéreas teve de ser feito manualmente.

João da Cruz, gerente da padaria Nova Presidente: "segurança é prioridade"

Maria José Oda: "o acidente não sai da cabeça"

O segmento imobiliário já confirmou uma desvalorização de 2% nos preços ante 2006

Arthur Scatena, sócio da TS Motors: "demanda alta"

Até o comércio pede menos vôos Não sai da minha cabeça que um acidente como esse pode acontecer novamente Maria José Oda, vizinha do aeroporto há mais de 30 anos Além disso, desde março do ano passado derraparam pelo menos outros três aviões na pista de Congonhas, das companhias BRA, Gol e Varig. Em janeiro, a Varig afirmou que uma lâmina d'água obrigou o piloto de um Boeing 737 a realizar uma freada mais brusca durante a aterrissagem. Na última segunda-feira, um avião da Pantanal escorregou na pista do aeroporto, provocando atrasos nos embarques. Tratava-se, até a tragédia da TAM, do primeiro acidente após a finalização da reforma da pista principal do aeroporto para reduzir o risco de derrapagens. 'Pode acontecer de novo' Os hangares cujos telhados foram destroçados pelo vendaval há três meses ficam ao lado da pista auxiliar de Congonhas e têm seus fundos para a rua João Carlos Malet, onde vive a aposentada Maria José Ode. Moradora do bairro há 30 anos, ela é enfática: “Não sai da minha cabeça que isso pode acontecer novamente” Áurea Firmino, vizinha de Maria José, colocou a casa à venda há dois meses. “Não dá mais para morar aqui”, declarou. A insegurança com os acidentes, aliada a problemas como rachaduras, barulho de aviões e o tráfego intenso de caminhões na Avenida dos Bandeirantes, pesaram na decisão. Mas ela já foi avisada pelo seu corretor que a casa deve sofrer 15% de desvalorização devido à proximidade com Congonhas. Profissionais do setor confirmam desvalorização imobiliária de 2% ante o ano anterior.

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ão muitas as vantagens que cercam o comércio no entorno de Congonhas. Mas mesmo quem depende do movimento gerado pelo aeroporto para manter seu negócio já defende uma redução no fluxo aéreo, depois do trágico acidente com o avião da TAM ocorrido na terça-feira. “Fechar o aeroporto seria péssimo, mas a prioridade deve ser a segurança”, afirmou o gerente da Padaria Presidente, João Cruz. O estabelecimento, localizado na rua Vieira de Morais, já sofreu uma redução de 10% nas vendas desde o início das obras de ampliação do aeroporto,

iniciadas no ano passado. Estrategicamente localizada a poucos metros de Congonhas, 60% da clientela da churrascaria gaúcha Fogo de Chão é formada por executivos em viagens de negócios. A unidade da avenida Moreira Guimarães tem 98 funcionários. Segundo o gerente Lairton Dierings, o apagão aéreo aumentou o número de atendimentos na churrascaria. “Como tinham que esperar horas por um vôo, os clientes preferiam aguardar aqui”, confirmou. A maior reclamação do administrador é o trânsito que dificulta o acesso e desestimula a presença de clientes de outras regiões.

Mas para o contratempo já foi encontrada uma solução. Os manobristas trabalham em ruas paralelas e nas travessas para atender o mais rápido possível. “Muitos clientes ligam para o restaurante para se informar sobre que caminho tomar ou evitar”, completou Dierings. Atendendo a demanda Quanto menor o estabelecimento, mais dependente ele se torna do público local. Funcionários e passageiros do Aeroporto de Congonhas são o principal alvo de estacionamentos, postos de gasolina e lojas de locação de veículos ao longo da Avenida Washington Luís e adjacências. “Esses locais existem exatamente para

atender esta demanda”, explicou o sócio da loja TS Motors. É o caso também do salão 24 horas Spauter Hair. A proprietária, Gilda Parody, decidiu ampliar o atendimento para conquistar a clientela formada por comissárias moradoras do bairro do Campo Belo e hóspedes dos hotéis do entorno do aeroporto. Segundo a cabeleireira, o comércio prevê redução nos negócios nos próximos dias, em virtude do trágico acidente da TAM, mas espera que a queda seja passageira. “O movimento que alimenta a região está comprometido agora, mas a mudança será breve”, apostou. (FG)


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6 - CIDADES & ENTIDADES

a maior

tragédia

quinta-feira, 19 de julho de 2007

O CAOS aéreo instalado no País desde o acidente com o avião da Gol, já é responsável pela queda de 35% na venda de pacotes de viagens nacionais em julho, mês de férias escolares. A estimativa é de que 400 mil turistas estrangeiros deixaram de vir ao Brasil em 2006 por causa da crise. O setor cobra uma solução das autoridades.

Turismo cobra solução para o caos Acidente da TAM se soma à crise aérea e atinge agências de turismo. O setor registra queda nos pacotes de viagens nacionais e no número de turistas estrangeiros. Rejane Tamoto

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acidente da TAM, que vitimou 186 pessoas, às 18h45 de terça, encerrou uma reunião na qual empresários de 20 entidades do setor de turismo discutiam um posicionamento para exigir das autoridades soluções para o caos aéreo, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo. A tragédia anunciada estarreceu os participantes da reunião. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur), Eduardo Nascimento, as entidades e empresas do setor de turismo, atingidas pelo caos aéreo, não estão sendo ouvidas pelas autoridades e não sabem quando recuperarão os prejuízos causados por esse problema, que se arrasta desde o ano passado. Para o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (ABAV), Juarez Cintra, ainda não é possível contabilizar que reflexos o acidente da TAM causará às agências de turismo. "O fato é que já houve uma redução de 35% na compra de pacotes nacionais neste mês de julho, em relação ao mesmo mês do ano passado", afirmou Cintra. A entidade representa 624 agências que operam em São Paulo. Medo - Segundo ele, a redução na venda de pacotes nacionais começou com a queda do avião da Gol, há 10 meses, estopim para a crise entre os controladores de tráfego aéreo. "Muita gente passou a evitar as viagens aéreas nacionais para fugir dos transtornos nos aeroportos. Com mais um acidente, quem já tinha medo de voar, o terá mais ainda, principalmente se for com pouso e decolagem em Congonhas", disse Cintra. Na opinião do presidente do Sindetur, Eduardo Nascimento, o impacto psicológico da queda de um avião em plena Capital, centro de negócios do País, é muito maior do que o provocado pela queda do avião da Gol, na floresta amazônica. "Ao desconforto vivido rotineiramente pelo passageiro, acrescentou-se o medo", disse Nascimento. Internacional -Embora as vendas de pacotes turísticos nacionais tenham caído, a demanda por destinos internacionais nas agências de turismo cresceu 20%, em função da queda do dólar. Mas, se mais brasileiros estão indo ao exterior, o movimento não é recíproco. "A crise aérea está desmotivando a vinda de turistas estrangeiros ao Brasil", disse Cintra. Segundo o presidente da ABAV, 400 mil turistas estrangeiros deixaram de vir ao País em 2006, uma queda de 7,4% em relação a 2005, ano que registrou a vinda de 5,4 milhões deles. Para o presidente do Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais (Favecc), Mauro Schwartzmann, a perda de turistas estrangeiros no País é preocupante. "Só para um congresso programado para agosto, houve pedido de cancelamento de pacotes de 30% de turistas estrangeiros", afirmou. O Favecc representa 26 agências de turismo de negócios. "A queda de turistas estrangeiros começou com o apagão aéreo e se agravou com a queda do dólar. Mas o principal problema é que não existe um plano do governo para virar esse jogo", disse Schwartzmann.

CENAS DE DOR Sergio Barzaghi/Agência O Globo

Corpo é transportado para o IML: Celso Periolli, coordenador da Polícia Científica de São Paulo, disse que o instituto tem capacidade para examinar 32 corpos ao mesmo tempo Daniel Kfouri/AFP

Paulo Whitaker/Reuters

Caminhão do serviço funerário municipal transporta caixões que serão usados para os funerais das vítimas do acidente Adriano Adrião/Folha Imagem

Bombeiro encontra bagagem em restos do avião Ricky Rogers/Reuters

Carro destruído depois de atingido pelos escombros do desabamento do armazém da empresa aérea, no local da tragédia

Bombeiros: difícil trabalho de procura das vítimas


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 19 de julho de 2007

a maior

tragédia

CIDADES & ENTIDADES - 7

O GOVERNO ficou mais tranqüilo, ontem, ao saber que o trágico acidente com o avião da TAM, em Congonhas, não tem relação com os problemas do apagão aéreo que afetam o País há meses. Mesmo assim, o governo federal pretende tomar medidas para evitar o desgaste político provocado pela queda do avião da Gol, no ano passado.

Lula quer demitir cúpula da Infraero Presidente passou o dia de ontem sendo abastecido com informações sobre a tragédia em Congonhas. Mudanças devem atingir o ministro da Defesa, Waldir Pires. Roberto Stuckert Filho/AOG

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governo chegou ao fim do dia de ontem convicto de que a tragédia envolvendo o Airbus A-320 foi um desastre e não tem ligação direta com a crise da infra-estrutura aeroportuária do País. Por isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não planeja montar, formalmente, um gabinete de crise, mas pretende demitir em breve a cúpula da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e tirar poderes do ministro da Defesa, Waldir Pires. A idéia de Lula é reforçar o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac), criado em 2003 para assessorar o governo nas questões relacionadas ao tráfego aéreo. A administração federal teme, porém, parecer "autista" na crise, que começou em setembro, depois do choque do Boeing da Gol com o jato Legacy. Lula e os assessores ainda avaliam a conveniência de o presidente fazer um pronunciamento sobre o assunto. Em conversas ao longo do dia, Lula queixou-se do presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira. Todo o acompanhamento do caso foi transferida para o comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Juniti Saito. Lula sabe, porém, que é

'Meu Deus, que tragédia', reagiu Lula, ao ser informado anteontem sobre o acidente em São Paulo. Pronunciamento à nação está sendo avaliado.

preciso adotar providências rápidas para combater a imagem de que o Poder Executivo não consegue resolver a crise e cobra resultados. É com base nessa

análise que ele pretende reforçar o Conac e construir uma saída honrosa para Pires. Informações - Para formar a convicção de que o acidente

com o avião da TAM não foi provocado pela pista escorregadia de Congonhas, o Planalto foi abastecido ao longo de todo o dia com informações técnicas

dadas por peritos e pilotos experientes da Força Aérea Brasileira (FAB). A maioria desses pilotos avaliou que pode ter havido uma combinação de falha

mecânica com falha do piloto. Lula foi informado de que mais de cem pousos e decolagens foram feitos em Congonhas anteontem, nas mesmas condições meteorológicas enfrentadas pelo avião da TAM. A notícia da tragédia chegou ao Planalto no início da noite de anteontem. "Meu Deus do céu, que tragédia! Como pode?", reagiu Lula, ao ser informado pelo brigadeiro Joseli Camelo, assessor especial da Presidência para Assuntos de Aeronáutica. Eram 19h30 quando o brigadeiro entrou no gabinete de Lula. "Nossa informação é de que todos morreram. Não sobrou ninguém." Reunião - Lula chamou, então, uma reunião de emergência com Pires e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e Franklin Martins (Comunicação). Estavam ainda no gabinete os assessores especiais Gilberto Carvalho, Clara Ant e César Alvarez, além da secretáriaexecutiva da Casa Civil, Erenice Guerra. O presidente começou, então, a disparar telefonemas. Pediu para Saito e Pereira irem para São Paulo. Até meianoite e meia, ligou mais de dez vezes para o comandante da Aeronáutica. (AE)

Serra cobra verbas de Lula

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governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem, antes de se encontrar com parentes das vítimas do acidente do avião com o vôo 3054 da TAM, que o governo federal deveria promover investimentos nos aeroportos internacionais de Campinas (Viracopos), no interior do Estado, e de São Paulo (Cumbica), em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo Serra, a curto prazo, a solução para o Aeroporto de Congonhas, na zona sul, é a redução imediata do tráfego de aviões. "A curto prazo, precisamos reduzir o tráfego em Congonhas, já que não podemos ter esses aviões imensos pousando no aeroporto. O que precisa ser feito é a redistribuição dos vôos para Viracopos e Guarulhos", afirmou. Serra afirmou que, a médio prazo, é necessário discutir a construção de aeroportos alternativos a Congonhas. "As autoridades civis da aviação puseram todas as suas fichas em Congonhas e as obras em outros aeroportos não foram realizadas." Antes de visitar os parentes das vítimas, Serra esteve no local do acidente, acompanhando o trabalho do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e

das equipes de resgate. Serra afirmou que foi ao aeroporto ontem à tarde para prestar solidariedade às famílias. O tucano deixou claro que, apesar de o sistema de aviação ser de responsabilidade do governo federal, Estado e município também se preocupam com a segurança da população e estão presentes lá para ajudar. Sobre a reabertura da pista

principal do aeroporto um dia após o acidente, Serra explicou que a decisão foi da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas que, se dependesse dele, a pista continuaria fechada. O governador aproveitou a ocasião para elogiar a atuação dos bombeiros e da equipe do Instituto Médico Legal (IML), que trabalham no resgate das vítimas. (Agências)


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Congresso Planalto Corr upção CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

'AUTORIDADES' MONITORADAS PELOS BANCOS

100

mil pessoas, aproximadamente, estão sendo vigiadas pelas instituições financeiras.

BANCOS JÁ ESTÃO DE OLHO NOS FAMOSOS

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os últimos 15 dias, entraram na mira dos bancos milhares de autoridades públicas, seus cônjuges e parentes diretos. Em 2 de julho passou a vigorar a norma do Banco Central que obriga instituições financeiras a acompanhar com lupa as operações e negócios bancários de correntistas enquadrados no grupo das chamadas "pessoas politicamente expostas". São autoridades que, pelos cargos estratégicos que ocupam, devem ter suas movimentações bancárias permanentemente monitoradas. Estima-se que 100 mil sejam alvo. No entanto, mesmo com um universo tão grande de pessoas e com escândalos de corrupção envolvendo servidores públicos, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Controladoria-Geral da União (CGU), nesses primeiros 17 dias de vigência da norma nenhuma comunicação foi realizada. "O objetivo não é perseguir ninguém. Simplesmente os bancos terão que acompanhar mais de perto um grupo específico de pessoas e comunicar, como sempre, eventuais movimentações suspeitas", diz o presidente do Coaf, Antônio Gustavo Rodrigues. A lista de monitorados inclui os presidentes da Repúbli-

ca, da Câmara e do Senado, o procurador-geral da República, todos os parlamentares federais, ministros de Estado e seus assessores mais graduados, ministros dos tribunais superiores, governadores, prefeitos das capitais, entre outros. Também entram familiares mais próximos, como mulher, marido e filhos. Embora a norma já esteja em vigor, os órgãos envolvidos na sua execução – CGU, Coaf ou o próprio BC – não sabem dizer ao certo o número de pessoas sujeitas ao monitoramento especial. Estimativas preliminares da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), feitas a partir de discussões com o governo, apontam que o número de monitorados pode chegar a 100 mil em uma primeira etapa. O universo tenderá a crescer com a ampliação dos cadastros. A norma do BC determina que, além dos atuais ocupantes de altos cargos, os bancos também deverão vigiar as contas de pessoas que desempenharam tais funções nos últimos cinco anos. O objetivo da medida é identificar e coibir grandes movimentações eventualmente ligadas à corrupção no setor público e faz parte da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla). (AE)

Acusado de grampo ilegal é libertado

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mudar. O procurador-geral do TCU, Lucas Furtado, solicitou à ministra do Superior Tribunal de Justiça, (STJ) Eliana Calmon, que envie todo o processo sobre as atividades da Construtora Gautama e de seu dono, o empresário Zuleido Veras. Como já foram reunidas evidências de irregularidades, poderá ser

declarada rapidamente a inidoneidade para participar de licitações. Existem outros meios legais de se impedir a participação de uma companhia em uma licitação. Uma das hipóteses é a falta de documentação ou habilitação técnica, como prevê a Lei de Licitações. Ela pode também ser considerada inabilitada se estiver com

DENÚNCIA Foram denunciados ontem quatro exdeputados da máfia dos sanguessugas.

Ó RBITA

FUNDO SUSPENSO

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Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) suspendeu a transferência do fundo partidário ao diretório regional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) devido as falhas apresentadas na prestação das contas em 2003. A legenda não apresentou os extratos bancários do período. (AE) A TÉ LOGO

MORTE

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ex-prefeito do Guarujá, Maurici Mariano (PMDB) morreu ontem no Hospital SírioLibanês, em São Paulo, vítima de hemorragia cerebral. Mariano tinha 66 anos e deixou mulher, quatro filhas e oito netos. Ele elegeu-se vereador, deputado federal e foi prefeito de Guarujá durante três mandatos.

problemas registrados no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). Assim, se uma empresa como a Gautama não estiver em débito com a União, mesmo tendo cometido irregularidades na execução de obras, não fica proibida de se inscrever para novas licitações. (AE)

IMPUGNAÇÃO Justiça impugnou as despesas da Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE).

"ALÔ DESVIO"

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Advocacia-Geral da União (AGU) lançou uma central telefônica para receber denúncias de crimes contra a União, como desvios de recursos públicos. O número para denunciar as atividades contra o patrimônio público é: 0800-6451415. As denúncias serão encaminhadas ao Ministério Público Federal. (AE)

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Foguete brasileiro perde carga útil no mar

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Governadores do Norte pedem reforma tributária

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Roberto Requião (PMDB). O policial foi liberado com o compromisso de comparecer a todos os atos judiciais do processo. De acordo com a defesa, o hábeas foi concedido em razão de não existir materialidade que comprovaria a denúncia, além do réu não apresentar nenhum tipo de ameaça para a apuração do caso pela Justiça. Os computadores onde supostamente estariam informações captadas pelo acusado foram apreendidos, mas até agora não passaram por perícia. A análise do dados ainda não tem data prevista para ocorrer, o que dificulta uma conclusão das investigações. (AE)

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s seguidos escândalos investigados nos últimos meses pela Polícia Federal em todo o País não interferem na busca de contratos com o governo. Apenas 24 empresas são consideradas não idôneas para participar de licitações públicas da administração federal. A lista feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) inclui somente pequenas empresas, porque a entidade enfrenta restrições – como a falta de acesso ao sigilo bancário e fiscal – para comprovar fraudes. O TCU também esbarra nos recursos judiciais, que prolongam indefinidamente esse processo e acabam protelando a inclusão de novas empresas na relação. Por isso, a lista do TCU não engloba empresas investigadas pelas CPIs dos Correios ou dos Sanguessugas. Não fazem parte da relação, por exemplo, as empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, investigado pela CPI dos Correios e apontado como um dos principais articuladores do esquema do mensalão. Também não estão lá as empresas de Luiz Antônio Vedoin acusado pelo pagamento de propinas para políticos no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas, alvo da CPI dos Sanguessugas. No caso da Operação Navalha, a história pode

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epois de 317 dias preso, sob acusação de interceptar clandestinamente ligações telefônicas, o policial civil Delcio Augusto Rasera conseguiu habeas corpus no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), ontem à noite. As denúncias feitas pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC), que levaram à prisão de Rasera no dia 5 de setembro do ano passado, foram exploradas durante a campanha eleitoral para o governo estadual do Paraná. O policial estava cedido para a Casa Civil do Estado e se apresentava como assessor do governador, e então candidato à reeleição,

Mesmo denunciadas, empresas podem participar de licitações

Deputados da CPI do Apagão rumo aos EUA


DIÁRIO DO COMÉRCIO Estou abalada com o fato de alguns jornais americanos terem decidido publicar críticas ao livro, numa completa indiferença e desrespeito com milhões de leitores, especialmente as crianças.

Divulgação

De J. R. Rowling, autora de Harry Potter, sobre as críticas publicadas ontem no jornal the New York Times sobre o último livro da série. Hoje, ás 20h, as livrarias começam a vender a edição em inglês no Brasil.

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JULHO

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20 Dia da Amizade e do Amigo. Ao lado, gravura chinesa O Três Amigos

E SPAÇO

Experiências perdidas

B RAZIL COM Z

Depois de sete tentativas frustradas, o foguete brasileiro sobe, mas perde a carga

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Brasil conseguiu lançar ontem o foguete VSB-30, mas perdeu no mar a carga útil do veículo de sondagem com os nove experimentos científicos que levou ao espaço. As equipes de resgate da Aeronáutica tentaram encontrar o módulo, sem sucesso. Segundo cálculos da base espacial, a carga útil deve ter caído no mar por volta das 12h40.

Bruno Domingos/Reuters

V ÔLEI

"Não há nenhuma chance de encontrar a carga útil. A maior probabilidade é de que tenha afundado", afirmou o coordenador-geral da operação, tenente-coronel Fausto Ivan Barbosa. Esta seria a primeira vez que o Brasil lançaria experimentos ao espaço em um foguete próprio, a partir de um centro militar localizado em território nacional. Com o custo de US$ 1,25 milhão, o VSB-30 fez um vôo de 20

minutos, sendo cerca de 6 minutos e meio em situação de aparente ausência de peso. Um pára-quedas acoplado à carga útil garantiria a queda do módulo sem que o conteúdo submergisse. A hipótese mais provável é de falha nesse aparelho. Em outubro, o Brasil tentará mais uma vez levar experimentos ao espaço, mas por meio de um foguete de tecnologia inferior ao VSB-30.

Robert Vos/AFP

Gisele, sempre a número um Cerca de 350 jornais e sites, incluindo a página na internet da revista People, destacaram ontem a liderança da brasileira Gisele Bündchen na lista das modelos mais ricas do mundo. A lista é da revista Forbes, que estima que a fortuna da modelo acumulada nos últimos 12 meses é de US$ 33 milhões (R$ 66 milhões). Mais duas brasileiras estão entre as cinco primeiras do ranking: Adriana Lima e Alessandra Ambrósio, com US$ 6 milhões (R$ 12 milhões) cada uma. A britânica Kate Moss ficou em segundo lugar, com US$ 9 milhões (R$ 18 milhões) e a alemã Heidi Klum, em terceiro, com US$ 8 milhões. E M

VISUAIS

Dia da decepção no tie-break. E mais uma vez o time não conseguiu colocar a bola no chão. A seleção de Cuba continua engasgada para as brasileira. A missão estabelecida pelo técnico José Roberto Guimarães não foi cumprida. A vitória das cubanas foi muito sofrida, só conquistada no tiebreak, em parciais de 25-27, 2522, 22-25, 34-32 e 17-15. Em pelo menos uma vez durante o jogo o árbitro advertiu as cubanas por estarem provocando as brasileiras. As atletas das duas equipes se odeiam, até o próximo duelo, pelo menos.

Aquarelas de Julie Roberts. Galeria Fortes Vilares. Rua Fradique Coutinho, 1500. Tel.: 3032-7076. Das 10h às 19h. Grátis.

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A derrota por 3 sets a 2 para Cuba na final do torneio feminino de vôlei dos Jogos PanAmericanos do Rio de Janeiro reacendeu lembranças desagradáveis da seleção brasileira. Na Olimpíada de Atenas, em 2004, e no Mundial do Japão, em 2006, o Brasil também esteve muito perto da vitória e deixou o triunfo escapar. Ontem, na partida mais emocionante dos Jogos pan-Americanos até agora, novamente o Brasil ficou muito perto do título. A seleção teve a seu favor seis match points, sendo quatro no quarto set e dois H ANDEBOL

CURTINDO A MODA - Meninas da região de Dordrecht pedalam seus monocilos, a mais recente mania das crianças na Holanda. Os monociclos, garantem, não é mais difícil do que a bicicleta, apenas exige um pouco mais de concentração e balanço.

Eduardo Nicolau/AE

H ISTÓRIA

s vikings invadiram novamente a GrãBretanha, mas desta vez, apenas com objetos de museu. Ontem, o Museu Britânico revelou a descoberta do maior lote de tesouros vikings no país desde o século 19. O tesouro, um baú de chumbo enterrado, foi descoberto por uma equipe de pai e filho perto de Harrogate, no norte da Inglaterra, e contém moedas, ornamentos, lingotes e objetos. Os vikings, marinheiros guerreiros da Escandinávia, invadiram as ilhas britânicas por volta do século VIII. O tesouro foi provavelmente enterrado por um líder viking durante um levante no ano 927. Os objetos da arca vêm de lugares como Afeganistão, Rússia, Irlanda e Europa continental e incluem mais de 600 moedas além de um raro bracelete de ouro e uma tigela de prata dourada [foto], que provavelmente veio de um monastério da França.

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Um ouro, duas pratas e um bronze O nadador Thiago Pereira está enfrentando uma verdadeira maratona no Pan do Rio. Com 100% de aproveitamento. Na manhã de ontem, ele nadou a final da terceira das oito provas que irá disputar e conquistou sua terceira medalha de ouro. Foi nos 200 metros costas, repetindo os feitos de terça, quando ganhou os 400 metros medley e o revezamento 4x200 metro livre. Além do ouro de Thiago Pereira, o Brasil foi

bronze nos 200 metros costas, com Lucas Salatta (1m59s51). O Brasil ainda ganhou duas pratas com Fabíola Molina, nos 100 metros costas (1m02s18), e com o revezamento 4x100 metros livre (3m42s96), formado por Tatiana Lemos, Flávia Delaroli, Monique Ferreira e Rebeca Gusmão. Com isso, a natação brasileira já conquistou seis medalhas de ouro, quatro de prata e cinco de bronze no Pan do Rio de Janeiro.

Manutenção do carro em dia

www.webmotors.com.br

G @DGET DU JOUR

Canudinhos com encanamentos

Fotos: AFP

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N ATAÇÃO

F AVORITOS

Osite WebMotors oferece um serviço que ajuda os donos de automóveis a realizarem a manutenção preventiva do veículo sempre na hora certa, eliminando gastos elevados e aumentando a segurança no trânsito. para usar a agenda do carro basta se cadastrar e todos os passos da manutenção preventiva do carro chegarão a sua caixa de email. O site também responde dúvidas sobre carros e dá dicas de como cuidar do automóvel.

Invasão viking

Ao contrário da seleção de vôlei, as meninas do handebol golearam a República Dominicana por 46 a 13 e chegaram à final do Pan-Americano. Quem levar a medalha de ouro garante ainda uma vaga nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. A final acontece neste sábado, às 10h30.

C A R T A Z

Uma idéia nerd e divertida: transformar o prosaico canudinho em um complexo sistema de encanamentos. O kit DIY Drinking Strawz tem 36 elementos que podem ser conectados, formando uma rede hidráulica para o seu suco ou drink. As peças podem ir ao lava-louças. Por U$S 13. www.thinkgeek.com/ caffeine/accessories/9470/

L OTERIAS Concurso 238 da LOTOFÁCIL

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Seleção brasileira de futebol feminino precisa vencer hoje o Canadá para fugir dos EUA

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Confusão no beisebol termina em medalha dupla de bronze e adiamento da decisão

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O SITE DO PAN

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Organização do Pan admite problemas com roubos nos quartos dos atletas na Vila do Pan

Concurso 1777 da QUINA 01

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OPINIÃO

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ATACAR! Israel ataca base do Hezbollah no sul do Líbano/Fotos divulgadas pelas Forças Armadas/AFP

OLAVO DE CARVALHO

DOIS PESQUISADORES DESCREVEM COMO ISRAEL PODERIA ATACAR INSTALAÇÕES NUCLEARES DO IRÃ E DESTRUIR O PROGRAMA DA BOMBA. POR DANIEL PIPES.

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Behrouz Mehri/AFP

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

a r a p re v e n i r u m “ d es d o br a m en t o catastrófico”, conforme relata o Middle East Newsline, George W. Bush decidiu não atacar o Irã. Uma fonte do seu governo explica que Washington considera a cooperação iraniana “necessária para uma retirada das forças americanas do Iraque”. Se assim for, o Estado judeu se encontraria só frente o regime que ameaça “varrer Israel do mapa” e que está construindo as armas nucleares para isso. Líderes israelenses dão a entender que a paciência está se esgotando; o viceprimeiro-ministro Shaul Mofaz já advertiu que “os esforços diplomáticos devem trazer resultados até o final de 2007”. Israel pode mesmo interromper o programa do Irã?

Israel poderia neutralizar o programa da bomba atômica do Irã. O mais provável é um acordo diplomático.

As análises ultra-secretas das agências de inteligência normalmente tentam responder à perguntas como essa. Mas isso não impede que talentosos analistas independentes, recorrendo a fontes não secretas, também testem suas habilidades analíticas. Whitney Raas e Austin Long estudaram esse problema no M I TMassachusetts Institute of Technology e publicaram a sua impressionante análise Osirak Redux? Assessing Israeli Capabilities to Destroy Iranian Nuclear Facilities (Osirak Redivivo? Avaliando a Capacidade Israelense de Destruir as Instalações Nucleares Iranianas) na revista International Security. Em seu estudo, Raas e Long mantêm o foco na exeqüibilidade, não entrando em considerações sobre o que possa ser politicamente desejável e nem acerca das ramificações estratégicas, ou seja: se o comando nacional israelense decidisse danificar a infra-estrutura iraniana, as suas forças armadas dariam conta dessa missão? Os autores avaliam cinco componentes de um ataque bem-sucedido: In tel igê nc ia: impedir a produção de material físsil requer a incapacitação de apenas três instalações da infra-estrutura nuclear iraniana. Em grau ascendente de importância, elas são: a planta de produção de água pesada e os reatores de produção de plutônio que estão em construção em Arak; uma instalação de conversão de urânio em Isfahan e as instalações de enriquecimento de urânio em Natanz. Eles ressaltam que a destruição das instalações de Natanz, particularmente, “é crítica para impedir o avanço do Irã rumo à capacidade bélica nuclear”. Arsenal de ataque: para danificar todas as três instalações com razoável grau de certeza seriam necessárias vinte e quatro bombas de 5.000 libras e vinte e quatro de 2.000 libras.

Plataformas de tecnologia bélica: Raas e Long calculam que a força aérea de Israel ( IAF) necessitaria de um grupo de ataque relativamente pequeno: vinte e cinco aviões F-15I e vinte e cinco F-16I. Rotas: os jatos israelenses podem atingir seus alvos seguindo três rotas: via Turquia, ao norte; pela Jordânia e Iraque, ao centro; ou, vindo do sul, pela Arábia Saudita. Em termos de combustível e carga útil, as distâncias são administráveis. Forças de defesa: Em vez de tentar prever o resultado de um confronto israelenseiraniano, os autores calcularam quantos dos cinqüenta aviões israelenses precisariam atingir os seus três alvos para que a operação tivesse sucesso. Eles estimam que pelo menos vinte e quatro aviões precisam chegar a Natanz, seis a Isfahan e cinco a Arak, ou, trinta e cinco no total. ista do outro lado, essa equação significa que as defesas iranianas teriam que deter pelo menos 16 dos 50 aviões. Os autores consideram essa taxa de perdas (32%) “muito grande” para Natanz e “quase inimaginável” para os outros dois alvos. No todo, Raas e Long consideram que a implacável modernização da força aérea de Israel lhe dá “com algum grau de certeza a capacidade de destruir até mesmo alvos bastante reforçados no Irã”. Comparando uma possível operação no Irã ao ataque que Israel fez ao reator nuclear iraquiano Osirak em 1981, e que foi um sucesso completo, eles acham que esta operação não parece mais arriscada do que a anterior. O grande ponto de interrogação que paira sobre a operação, a respeito do qual os autores do estudo não especularam, é se algum governo, turco, jordaniano, americano, ou saudita, consentiria na penetração israelense em seu espaço aéreo. (O espaço

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aéreo iraquiano está sob controle americano). A menos que os israelenses obtenham permissão prévia para cruzar esses territórios, seus jatos terão que abrir caminho à força até o Irã. ais do que qualquer outro fator, este põe o projeto inteiro em perigo (a IAF poderia reduzir esse problema voando ao longo das fronteiras, por exemplo, entre a Síria e a Turquia, permitindo que ambos os países na rota pudessem afirmar que os aviões israelenses estavam no lado do vizinho). Raas e Long deixam apenas implícita a noção de que a IAF poderia atingir a ilha de Kharg, de onde são exportados mais de 90% do petróleo iraniano, causando sérios danos à economia do Irã. Que as forças israelenses tenham, sozinhas, “uma razoável probabilidade de sucesso” na destruição de instalações nucleares iranianas fundamentais é uma idéia que poderia ajudar a dissuadir Teerã quanto ao prosseguimento de seu programa de armas. O estudo de Raas e Long, portanto, torna mais provável um acordo diplomático.

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G Israel

destruiu o reator nuclear iraquiano Osirak em 1981. A nova operação não parece ser mais arriscada do que a anterior. G O grande

ponto de interrogação é se os governos saudita, turco, jordaniano, ou americano deixariam.

A COMPETÊNCIA DOS INCOMPETENTES ão faltará, como nunca falta, quem atribua o monstruoso acidente do aeroporto de Congonhas à incompetência pura e simples. Mas a incompetência do governo federal, nessa como em outras áreas, não é nem pura nem simples. Ela é o efeito da dupla agenda estratégica que orienta todas as ações do esquema petista já desde antes de sua ascensão ao poder. Nas semanas que antecederam as eleições de 2002, só três pessoas na mídia anunciaram a formação da aliança revolucionária continental LulaCastro-Chávez. Resultado: eu perdi o meu emprego, o analista estratégico Constantine Menges foi xingado até à enésima geração e o herói nacional cubano Armando Valladares foi rotulado de “picareta”. Menções ao “pequeno eixo do mal” foram declaradas anátema. Nos debates nominalmente destinados a informar o público sobre os candidatos em que iria votar, nem mesmo os adversários de Lula quiseram tocar no assunto. Dos entrevistadores, só um – Boris Casoy – ousou perguntar algo a respeito, e mesmo assim muito educadamente, muito discretamente, quase pedindo desculpas. Lula mandouo calar a boca.

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o longo dos dois mandatos lulianos, o eixo, que já vinha sendo preparado nas reuniões do Foro de São Paulo desde 1990, tornouse uma realidade patente, e nenhum dos iluminados que o haviam negado apareceu na mídia confessando-se um idiota ou um mentiroso contumaz. Todas as ridículas tentativas do governo George W. Bush de jogar Lula contra o esquema cas tro cha vis ta só serviram para provar a solidez da aliança revoluc i o n á r i a , n ã o s ó e n t re aqueles três governantes esquerdistas, mas entre todos os membros do Foro, inclusive as Farc e outras organizações criminosas. Mas, numa campanha eleitoral, a duplicidade moral consiste apenas em dizer uma coisa e fazer outra. Uma vez eleito, o sujeito tem de governar, e aí a incongruência entre a fala e os atos torna-se discordância entre duas séries de atos, uma destinada a implementar os objetivos no-

A

minais do seu governo, outra a realizar as finalidades secretas, ou discretas, do esquema de poder que o elegeu. De um lado, trata-se de administrar o país relativamente bem, para se manter alto nas pesquisas. De outro, busca-se desmantelar o Estado e a própria sociedade, para que o partido revolucionário possa se sobrepor a ambos e engoli-los. Não se pode dizer que o governo Lula tenha duas cabeças, porque só uma cabeça única, e bem organizada, pode coordenar esse delicado e complexo jogo duplo. Mas o processo tem um limite natural. Não é possível desmantelar o Estado e manter o governo funcionando; nem anarquizar a sociedade e continuar indefinidamente dando a impressão de ordem e progresso. Mais dia, menos dia, um dos lados vai ter de predominar. A lógica interna da estratégia revolucionária espera que esse momento só chegue quando as “forças populares” estiverem prontas para rasgar sua própria máscara e partir para a tomada ostensiva do poder. No segundo mandato de Lula, porém, o limite natural do processo foi atingido antes disso. Estado e a sociedade já estão bagunçados de alto a baixo, mas a esquerda radical não está madura para o grande golpe. Nada funciona – nem mesmo a estratégia revolucionária. A velha ordem morreu, a nova transformou-se num gigantesco aborto. Que fazer?, perguntaria Lênin. E responderia: se não for possível adiar o desenlace, deve-se tirar proveito revolucionário do aborto mesmo, lançando as culpas dele no adversário. Não existindo adversário, a parte mais comprometida do esquema revolucionário deve ser ela própria jogada às feras, acusada de traição e direitismo. Isso já começou a acontecer. Não havendo uma direita capaz de liderar a revolta popular contra o pior governo brasileiro de todos os tempos, essa revolta será muito provavelmente capitalizada pelo mesmo esquema esquerdista que o gerou. Se o próprio Lula tiver de ser sacrificado para esse fim, não haverá aí surpresa nenhuma. Criar o fantoche custou caro, mas quem vai pensar em economizar dinheiro numa hora dessas?

O

OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA, ESCRITOR E PROFESSOR DE FILOSOFIA

G A direita

é incapaz de liderar a revolta contra o pior governo brasileiro de todos os tempos. A revolta virá pelo mesmo esquema que o gerou.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Empresas Tr i b u t o s Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

0,25

BOVESPA BATEU 32 RECORDES NESTE ANO

ponto percentual deve ser o nível de corte da taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses

IBOVESPA SUPEROU 58 MIL PONTOS PELA PRIMEIRA VEZ, IMPULSIONADO POR CENÁRIO EXTERNO POSITIVO

MAIS UM DIA DE RECORDE NA BOLSA Jamil Fine/Reuters

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O índice Dow Jones, da Bols bons resultados de empresas do se- sa de Nova York, teve ganhos tor de tecnologia de 0,58%. Ao contrário do que nos Estados Uni- ocorreu na quarta-feira, ontem dos, como IBM e SAP, deram os investidores não deram suporte às bolsas de valores grande importância às declaem todo o mundo e neutraliza- rações do presidente do Federam o temor de contágio dos ral Reserve (Fed, o banco cenproblemas no mercado de cré- tral dos Estados Unidos), Ben dito imobiliário de alto risco Bernanke. Ele repetiu no Senano país em outros segmentos. do americano o discurso feito Com esse cenário favorável, a na véspera na Câmara e falou a Bolsa de Valores de Nova York respeito das preocupações bateu novo recorde, contri- com o crédito imobiliário de risco elevado buindo para a (conhecido coBolsa de Valomo subprime) res de São Paue com a inflalo (Bovespa) ção no país. também fechar Dólar — O em seu mais alcenário exterto nível históripor cento foi a queda no sem sobresco ontem. do dólar comercial saltos fez o dóO Ibovespa, lar ter ontem índice que serontem. Moeda mais uma rove de referênamericana fechou dada de desvacia do mercado lorização. A acionário bracotada a R$ 1,853 moeda amerisileiro, ficou para compra e a cana encerrou pela primeira R$ 1,855 para venda. os negócios no vez acima de 58 segmento comil pontos, em mercial em bai58.125 pontos, batendo seu 32º recorde de xa de 0,27%, a R$ 1,853 na compontuação deste ano. A alta em pra e R$ 1,855 na venda. O Banco Central (BC), no enrelação ao fechamento antetanto, contribuiu para reduzir rior foi de 0,99%. No caso da Bovespa, além a queda no fechamento por do ambiente externo positivo, meio da compra de cerca de favoreceu a alta o fato de o Co- US$ 350 milhões em leilão reamitê de Política Monetária lizado à tarde. O volume de ne(Copom) ter decidido cortar gócios foi pequeno, assim coem 0,5 ponto percentual a taxa mo o fluxo cambial positivo. O básica de juros (Selic) na últi- giro total à vista somou US$ 1,8 ma quarta-feira, redução que bilhão. Segundo um operador, era esperada pela maior parte "houve pouco interesse pela compra de moeda". (AE) dos analistas de mercado.

0,27

COPOM Inflação deve desacelerar cortes da taxa básica

S Operadores na Bolsa de Nova York: empresas garantem recorde.

BC estabelece novas regras para cálculo da TR

O

Banco Central (BC) divulgou ontem, por meio de nota, novos parâmetros para o cálculo da Taxa Referencial (TR), indicador que serve de base para o rendimento das cadernetas de poupança e os reajustes dos financiamentos imobiliários. O cálculo será válido quando a Taxa Básica Financeira (TBF) estiver abaixo de 11% ao ano. No último mês de março, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma resolução que determinava a alteração da fórmula de cálculo da TR. A idéia do governo com a medida era evitar futuros desequilíbrios entre o rendimento da poupança e de outros investimentos em renda fixa.

Isso porque, com a redução prolongada e constante da taxa básica de juros da economia (Selic), algumas opções de investimentos — como fundos de renda fixa, por exemplo — estavam com o rendimento caindo para perto do oferecido pela poupança, que não tem os mesmos custos de seus concorrentes (taxas de administração e alíquotas de impostos). Na ocasião, foi elevado redutor usado no cálculo da TR quando a TBF estivesse entre 11% e 12%. Agora, o BC fixa novos redutores para o caso de a TBF ficar abaixo de 11%. A medida serve para evitar que a TR fique negativa, comprometendo além do previsto a rentabilidade da poupança. (Reuters)

aiu tudo conforme o es- com que o Copom sancionasse perado. O Comitê de Po- a expectativa do mercado e lítica Monetária (Co- trouxesse uma divisão diferenpom) cortou, na última quarta- te da que foi vista na reunião de feira, o juro básico da econo- junho, indicando uma postura mia (Selic) em 0,5 ponto per- mais conservadora para a reuc e n t u a l , c o m o e s p e r a v a a nião de setembro. "O fato é que maior parte dos analistas do a diretoria do BC está mais mercado financeiro. E o placar, preocupada com a atividade." Desaceleração — Com a deconforme previu a economista Tatiana Pinheiro, do ABN Am- cisão de anteontem, o diretor ro Bank, apertou mais desta da BP Asset, Ênio Bonafé, prevez, saindo de cinco votos a vê mais três cortes de 0,25 pondois na reunião de junho para to da taxa básica até o final desquatro votos por 0,5 ponto por- t e a n o , q u a n d o c h e g a r á a centual a três por 0,25 ponto no 10,75% anuais. "A decisão de julho não trouxe surpresa. Até encontro de anteontem. Para Tatiana, a migração de a d i v i s ã o d o p l a c a r j á e r a um dos diretores que votaram aguardada", considerou. Para Bonafé, a ata da reunião por meio ponto na reunião do mês passado para 0,25 ponto de anteontem deve ter um tom no encontro deste mês pode muito parecido com o do docuser o resultado de análise fun- mento da reunião anterior, de damentada em avaliação téc- junho. "Os diretores do Banco nica. De acordo com ela, o com- Central deverão dizer na ata: portamento da inflação cor- tome cuidado porque a derente pode explicar em parte o manda agregada está muito aumento dos que defendem forte", diz, acrescentando que também em uma redução sua avaliação menor no juro há descompasbásico da ecoso muito grannomia. "E nesde entre a prosa observação, cura e a oferta especialmente regada. dos núcleos, por cento ao ano deve agSegundo ele, não cabe a crítiser a taxa básica de por esse motica de que a inflação tem sujuros brasileira (Selic) vo, o BC deve adotar uma bido por conta no fim do ano, ação mais cauda pressão dos telosa nas próalimentos, que segundo estimativa ximas reuniões são excluídos de economista do Copom. do cálculo", diz da BP Asset. Bonafé diz a economista. acreditar que o Também não único fator que cabe, de acordo com Tatiana, a justificativa faz a inflação manter-se sob de que o dólar desvalorizado controle é o aumento das imajuda a reduzir a inflação. Isso portações e, para ele, o foco do porque mais de 50% dos ali- BC está no hiato do produto, mentos são "comerciáveis" e o que é a diferença entre Produto aumento das commodities Interno Bruto (PIB) potencial e tem compensado o efeito do PIB real. "O BC não está mais câmbio. "Além disso, os pre- olhando para a inflação de ços das commodities têm subi- 2007, mas para a de 2008 e, por do desde 2004; no ano passa- isso, não quer que haja estreitado, no entanto, a variação de mento desse hiato no futuro", alimentos acumulou deflação comenta o diretor. Em relação ao dólar, o direpor um bom período, o que não está acontecendo neste tor da BP aposta na continuidade da diferença em relação ano", diz a economista. A diferença em 2007, de ao real não só neste ano, mas acordo com a economista, de- também até meados de 2008. ve-se ao papel da atividade "Mas é preciso ressaltar que o econômica que, por estar mais BC vem conduzindo de maaquecida, fecha o espaço para a neira muito competente essa queda da inflação. Tatiana lem- valorização do real", avalia. bra ainda que o segundo se- Para ele, o movimento consmestre é recheado de datas fa- tante e lento da queda do dólar voráveis ao comércio, com é fortalecido pela compra da efeitos mais fortes que na pri- moeda pela autoridade monemeira metade do ano. Na ava- tária. "Se o BC não fizesse isso, liação dela, esse cenário fez o dólar desabava." (AE)

10,75


Gover no Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Antônio Cruz/ABr

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FUTURO DE ARGELLO SERÁ DECIDIDO EM AGOSTO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

Tuma analisará as provas contra suplente de Roriz durante o recesso parlamentar.

Valter Campanato/ABr

Eymar Mascaro

No pelourinho

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oposição partirá para uma campanha de ataque contra o governo federal. Lula e seus ministros serão apresentados como os principais responsáveis pela crise área brasileira e, como consequência, pelo acidente com o avião da TAM. O plano é arrastar essas acusações até as eleições de 2008, para "minar" o nome do presidente dentro das duas CPIs do Apagão Aéreo, realizadas no Senado e na Câmara. Também serão apresentadas acusações de corrupção contra o ex-presidente da Infraero, o deputado Carlos Wilson (PT-PE).

ARRANHÃO

Senador Gim Argello já responde por um processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seu advogado avalia que situação é muito grave.

Tuma "decidirá" futuro de Argello após o recesso Corredor do Senado analisará todos os documentos apresentados pelo PT, PCdoB, PPS, PSB e CUT

O

corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), informou que resolverá, quando forem reabertas as atividades na Casa, no mês de agosto, se os documentos que recebeu com acusações contra o senador Gim Argello (PTB-DF) reúne fatos que legitimem uma representação pedindo a cassação do mandato por quebra de decoro. Tuma está em São Paulo, onde permanecerá durante todo o recesso das atividades do Legislativo. Durante suas férias, ele fará uma análise dos papéis que recebeu no seu gabinete, na última quarta-feira, de integrantes do PT, PCdoB, PPS, PSB e da Central Única dos

Trabalhadores (CUT). O c o r re g e d o r d i s s e q u e manterá sua posição de "imparcialidade" e "bom senso", sem desejar declarar culpado ou absolver, mas tomando todas as disposições que cabem em cada acontecimento, sem adiamentos nas decisões. Antes de viajar para a capital paulista, Tuma procurou o juiz Roberval Belinati, da 1ª Vara Criminal de Brasília, para tentar o envio para o Senado dos documentos acumulados pela Operação Aquarela, realizada pela Polícia Federal, Ministério Público (MP) e pela Receita Federal de Brasília. Futuro em jogo – O futuro do senador Argello ainda é mais complicado no Tribunal

Superior Eleitoral (TSE) do que no Senado. Até mesmo seu advogado, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Maurício Corrêa, reconhece que a situação do político "é mais grave dentro da Justiça Eleitoral". Segundo Corrêa, nos dois casos ele corre o risco de perder o mandato e se tornar inelegível pelos próximos 15 anos. A diferença é que a condenação no tribunal atingirá também seus dois companheiros de chapa: o titular da vaga ao Senado, Joaquim Roriz (PMDBDF) – que renunciou há 15 dias para não ser cassado –, e o segundo suplente, o engenheiro Marcos de Almeida Castro. No próximo mês de agosto,

o TSE julgará a denúncia por uso da máquina pública e propaganda ilegal contra os três. Eles foram inocentados em outubro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), por quatro votos a dois, depois que um dos juízes mudou o voto e rejeitou a acusação. Mas o Ministério Público e o PCdoB recorreram da decisão no TSE. O julgamento foi marcado pela polêmica à época. Reportagem da revista "Veja" informou que Joaquim Roriz teria subornado juízes para reverter o resultado do processo. Aliados de Argello já admitem a saída prematura do senador. A avaliação é de que dificilmente ele suportá investigações em duas frentes. (AE)

Valter Campanato/ABr - 17/07/2007

PF começa análise das provas de Renan Calheiros

U

ma equipe peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Polícia Federal (PF), começará hoje, após um mês de manobras impeditivas, a análise dos documentos de defesa apresentados pelo presidente do Congresso Renan Calheiros (PMDB-AL). O material comprovaria a origem dos recursos utilizados pelo senador para pagar uma pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem ele teve uma filha de três anos. O laudo, cujo prazo de entrega é de 20 dias, é decisivo para o julgamento do processo por quebra de decoro parlamentar que recai sobre Renan. Os documentos, entregues

ontem em três pastas lacradas, foram repassados à PF pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Acusado de apresentar provas inconsistentes, Calheiros anexou novos documentos, conseguidos por aliados e advogados junto na Receita Estadual e na Secretaria da Agricultura de Alagoas, para reforçar a defesa. Os peritos verificarão se o presidente do Senado adicionou os outros papéis pedidos, como o livrocaixa das propriedades rurais, GTAs que não foram entregues na primeira inspeção e notas fiscais do ano de 2004. A PF pediu todos os talonários das notas fiscais expedidas pelo senador. (AE)

A

gerente da Petrobras, e pediu à PF que intensifique seus esforços para prender os demais denunciados. Mattos ganhou a liberdade, mas não poderá tirar passaporte sem autorização judicial. Funcionário da área financeira na Angraporto, empresa acusada de liderar o esquema, ele é acusado de formação de quadrilha. Seus advogados argumentaram que as acusações resultariam em penas pequenas e com a possibilidade de substitui-las por serviços à comunidade.

SONDAGEM

A campanha já preocupa os líderes petistas. O partido deverá aguardar os resultados das próximas pesquisas para compreender a extensão do prejuízo. A legenda sabe que as falhas na reforma da pista do aeroporto de Congonhas serão a base dos ataques da oposição.

REFORMA

A oposição busca uma série de documentos junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que comprovariam as irregularidades na aplicação das verbas destinadas às obras de reforma em Congonhas. Membros da CPI do Apagão Aéreo utilizarão o material dentro do relatório final da comissão.

ELEIÇÕES

Os ataques ao governo não ficarão restritos à campanha de 2008. Tudo indica que as acusações chegarão ao pleito de 2010, quando serão disputadas as cadeiras de governador e de presidente da República. O PT prepara a defesa de Lula e dos demais candidatos. As legendas de oposição já possuem um vasto material de arquivo com cenas do acidente da TAM.

INSISTÊNCIA

Senador apresentou novos documentos para provar sua inocência

Acusados de fraude são libertados Justiça Federal libertou ontem dois presos pela Operação Águas Profundas, da Polícia Federal (PF), que desbaratou um esquema de fraudes em licitações da Petrobras. Hilário dos Santos Mattos, da Angraporto, e Rômulo Moraes, da estatal brasileira, foram soltos pelo juiz Flávio Oliveira Lucas, e responderão pelos crimes em liberdade. No mesmo despacho, o magistrado negou pedido de habeas corpus de Carlos Heleno Netto Barbosa,

Tudo indica que o "pato" será pago pelo candidato petista à prefeitura de São Paulo. A ministra Marta Suplicy pode acabar com essa fatura no bolso. A oposição acusará o nome do PT por todo o caos gerado em Congonhas. A tragédia da última terça-feira será munição pesada nas mãos dos partidos de oposição.

Hilário teve sua prisão preventiva decretada para não prejudicar as investigações. O juiz informou que, após concluídos os mandados de busca e apreensão, não havia motivos para mantê-lo preso. Moraes também ficará sem passaporte, uma vez que a justiça determinou a retenção do documento enquanto durar o processo. Ele foi afastado da suas funções na estatal brasileira de petróleo. Com relação a Barbosa, o magistrado avaliou que "a

manutenção da ordem pública ainda justifica a manutenção da prisão". Ele era o responsável pela abertura dos processos licitatórios e nomeava a comissão responsável pela elaboração dos contratos de os aditivos apresentados. Entre os foragidos, o empresário José Augusto Barbosa, segundo informações da PF, estaria internado em Niterói, região metropolitana do Rio, com problemas de saúde, segundo seus advogados. (AE)

Outra preocupação dos petistas é uma provável exploração pesada da infeliz frase de Marta Suplicy, o famoso "relaxa e goza", quando se referia ao caos aéreo. A fala será vinculada nos programas eleitorais diariamente, caso a ministra seja candidata em 2008.

MAIS TARDE

José Serra não quer participar dessa campanha. O governador diz que aguardará o resultado das investigações antes de acusar qualquer um dos envolvidos. Ele avalia que ainda não é hora de culpar o governo. O

momento é de cautela, diz o tucano.

COLIGAÇÃO

Serra pretende fortalecer o apoio do PSDB de São Paulo a candidatura de Gilberto Kassab. O governado deseja concretizar a chapa em 2008 e garantir a de 2010, saindo como candidato a presidente.

CANDIDATURA

Apesar da disposição do tucano em apoiar Kassab, a legenda ainda não decidiu seu futuro. Ainda há os que desejam a candidatura de Geraldo Alckmin. O exgovernador é visto como a melhor opção do partido para o ano eleitoral. Aliados de Alckmin avaliam que a legenda não pode ficar de fora da disputa em São Paulo.

DIVISÃO

O PT aposta suas fichas na divisão de votos entre Alckmin e Kassab para beneficiar seu candidato. As pesquisas indicam que uma eventual disputa entre o tucano e o atual prefeito resultaria numa divisão do eleitorado. Marta, por exemplo, pode ser beneficiada por esse cenário em 2008.

PULE DE 10

Alckmin é o tucano mais bem cotado para disputar o governo de São Paulo em 2010. O PT desconfia que o exgovernador deseja disputar a prefeitura, vencer, e depois partir para um retorno ao Palácio dos Bandeirantes.

NO VÁCUO

Assim como os líderes petistas, Kassab avalia as vantagens obtidas caso ocorra uma divisão de votos entre Marta Suplicy a deputada Luiza Erundina (PSB-SP). O prefeito sabe que o eleitorado petista pode migrar para a candidata socialista, caso discorde do nome da ministra.

FINANCIAMENTO

Lula conversou com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PTSP), e pediu ao deputado para que insista no projeto de reforma política. O presidente tem interesse na adoção do modelo de financiamento público de campanha. O parlamentar prometeu que trará o tema de volta ao plenário no segundo semestre, após o recesso.

REELEIÇÃO

O presidente também deseja o fim da reeleição para cargos executivos. O tema ainda divide a maioria das legendas no Congresso. Lula, pelo o que tudo indica, deseja concorrer novamente ao Planalto em 2014. Ele sabe que o mandatário em atividade levará vantagem na disputa.


sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

19/7/2007

COMÉRCIO

7

0,99

por cento foi a alta do íIbovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, ontem.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

a maior

tragédia

CIDADES & ENTIDADES - 1

DEZ anos depois do acidente com o Fokker-100 da TAM, um problema no reverso (sistema de freagem da aeronave) pode novamente ter sido a causa da tragédia que matou pelo menos 200 pessoas. A companhia admitiu problemas no equipamento do Airbus A-320.

TAM admite falhas no Airbus Acidente pode ter sido causado por problemas no reverso da turbina direita do Airbus A-320. Governo anuncia hoje redução de vôos no Aeroporto em Congonhas

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Antonio Gaudério/Folha Imagem

Prédio da TAM Express será demolido no fim de semana

O

prédio da TAM Express, atingido pela aeronave da mesma companhia, na noite de terça, será demolido total ou parcialmente neste fim de semana. A decisão foi anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab. Os bombeiros já cortaram parte das lajes do prédio, para facilitar o resgate dos corpos. O edifício está prestes a cair e registrou ontem novos focos de incêndio. Até a tarde de ontem, o número de corpos de vítimas do acidente era de 189. O total pode chegar a 200, pois havia 186 pessoas a bordo do avião da TAM. Até a noite de ontem, o Instituto Médico Legal (IML), havia identificado oficialmente 13 pessoas. Ao todo, 25 pessoas foram identificadas pelo IML. No entanto, a contagem dos corpos retirados do local deve passar por alterações, já que os bombeiros encontraram fragmentos de corpos. Por isso, o IML anunciou a mudança na comunicação dos registros de vítimas do acidente. Desde terça-feira, todos os registros haviam sido contabilizados como corpos. A partir de agora, a equipe, de aproximadamente 60 profissionais, fará os registros dos fragmentos e, assim, pode haver diferenças entre os números. Uma missa em memória das vítimas do acidente do avião Airbus A-320 da TAM, foi realizada no Salão Topázio do Hotel Blue Tree da Faria Lima, na noite de ontem. A cerimônia, que durou 1h30, teve a presença de cerca de 300 familiares, segundo a assessoria de imprensa da TAM. Os familiares pediram que a missa fosse reservada e, por isso, a imprensa não teve acesso. (Agências)

Bombeiros recolhem corpo em lugar de difícil acesso nos escombros do prédio da TAM Express: prédio será demolido no fim de semana.

25 vítimas já identificadas

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Instituto Médico Legal (IML) informou ontem à noite que já havia identificado 25 corpos de vítimas. As 25 vítimas foram identificadas a partir das

impressões digitais, dados colhidos visualmente e por meio de questionários respondidos por parentes. Somente ontem, foram identificadas 13 vítimas. A equipe de cerca de 60 profissionais do IML, incluindo médicos aposentados que se Infográfico/AE

Em nota, TAM afirma que seguiu manual da Airbus

A

TAM divulgou nota de esclarecimento sobre a reportagem veiculada do Jornal Nacional, sobre o problema no reversor direito do jato Airbus A320 que sofreu acidente na última terça-feira em Congonhas. Na nota, a companhia afirma que seguiu as instruções previstas no manual da Airbus e desativou o reversor direito após a indicação de defeito pelo sistema eletrônico da aeronave durante o vôo 3051, em 13 de julho. A seguir, trechos da nota: A TAM reitera que o reversor direito do Airbus A320 que realizou o vôo JJ 3051 foi desativado em condições pre-

vistas pelos manuais de manutenção da fabricante Airbus e aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O procedimento não configura qualquer obstáculo ao pouso da aeronave. Esta informação foi confirmada ontem em entrevista coletiva pelo presidente da empresa, Marco Antonio Bologna, e pelo vicepresidente Técnico, Ruy Amparo. Também como destacado ontem o avião não tinha registro de nenhum problema de manutenção anterior. Portanto, a empresa reafirma que não teve registro de qualquer problema mecânico neste avião no dia 16 de julho." (AE)

apresentaram para ajudar e legistas que estavam de férias, tem feito longas escalas para conseguir catalogar os fragmentos de corpos e identificá-los. Eles fazem horas extras para que o pesadelo das famílias das vítimas, pelo menos no que diz respeito à identificação,

seja resolvido o mais rápido possível. Entre os corpos que já foram identificados está o do deputado federal Júlio Redecker (PSDB-RS). Ele será enterrado hoje, às 17 horas, em Novo Hamburgo, interior do Rio Grande do Sul. (Agências)

Airbus A-320 da TAM, que explodiu na terça-feira ao atingir o prédio da TAM Express, após não ter conseguido pousar em Congonhas, teve problemas em uma aterrissagem no dia anterior, causado pelo reverso (freio aerodinâmico). A principal hipótese para o maior acidente da história é de que, 11 anos depois do desastre com o Fokker 100 da TAM, que caiu perto de Congonhas e matou 99 pessoas, mais uma vez a falha no equipamento causou a tragédia. A revelação sobre os problemas no reverso foi feita pelo "Jornal Nacional", da TV Globo. A TAM admitiu que detectou problemas no freio, mas negou que isso tenha causado o acidente. O reverso, instalado dentro da turbina, auxilia na frenagem. Especialistas ouvidos pela reportagem informam que o equipamento do lado direito não fechou, o que teria provocado ar- Milton Mansilha/Luz rasto maior da aeronave, fazendo-a pender para o lado esquerdo da cabeceira da pista. O vice-presidente técnico da TA M , R u y Amparo, ha- Não é um v i a d i t o n a defeito grave. quarta -feira O avião pode que o equipa- voar até com mento estava os dois travado des- reversores de segunda- inoperantes. feira por um Ruy Amparo, pino para evi- vice-presidente tar que abris- técnico da TAM se sem ser acionado. O problema já havia sido detectado pelo sistema eletrônico de checagem do próprio Airbus na sexta-feira, mas o avião continuou voando. Os manuais técnicos do fabricante recomendam a revisão do equipamento até dez dias após uma falha no equipamento ter sido detectada. Para técnicos da TAM, o problema no reverso não seria inicialmente um fator de impedimento para a continuidade das operações com o avião. Amparo confirmou a existência do problema em entrevista ao "Jornal Nacional". "Não é um defeito grave. O avião pode voar até com os dois reversores inoperantes", disse Amparo. "O defeito foi constatado e o reversor direito foi pinado, ou seja, travado." O executivo disse ainda que, mesmo sem os dois reversores o avião pode pousar em qualquer pista, exceto em locais onde o asfalto esteja "muito contaminado", ou seja, com excesso de água na pista, "o que não era o caso de Congonhas". Alívio - O avanço nas investigações foi visto com alívio pelo governo federal. Cobrado pela opinião pública, o governador José Serra enviou uma carta oficial pedindo providências. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que fará um discurso "emocionado" à Nação hoje. Após as vaias na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos e da tragédia com o A-320, Lula optou por evitar aparições públicas. Também ficou definido que as autoridades aeronáuticas apresentam hoje uma solução momentânea para os problemas no Aeroporto de Congonhas, palco da tragédia do vôo 3054. Já está definido que a pista principal só voltará a operar em dias sem chuva forte, mas o número de operações a serem retomadas está em aberto. (AE)


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Nacional Empresas Imóveis Tr i b u t o s

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

Captação de água da chuva reduz o consumo entre 20% e 30%.

CUSTO DE CONSTRUÇÃO É MAIOR

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A agência "verde" do Banco Real fica na cidade de Cotia

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Parede tem material reciclado

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O prédio aproveita a luz natural e armazena energia solar durante o dia para usar nas áreas de auto-atendimento à noite

E a tubulação é de garrafa PET

Edson Leite, da Caixa: essa é uma tendência para todas as unidades

EMPRESAS APOSTAM NAS CONSTRUÇÕES VERDES Edificações são desenvolvidas para fazer uso racional de água e energia e ter baixo impacto ambiental Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Maristela Orlowski

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preocupação com o meio ambiente está mais forte que nunca no setor corporativo. Empresas de diferentes segmentos estão investindo nas chamadas construções verdes. Além de valorizar o ambiente interno, racionalizando o uso de água e a eficiência energética, por exemplo, elas reduzem os impactos das construções na natureza. Instituições como o Banco Real e Caixa Econômica Federal, além de companhias como o Wal-Mart são algumas das empresas que já incorporaram os princípios de sustentabilidade em suas instalações. À primeira vista, a nova agência do ABN Amro Real de Cotia, região metropolitana de São Paulo, é igual a todas as demais espalhadas pelo País. A diferença está nos recursos empregados na construção. O cimento contém resíduos de altos fornos siderúrgicos e as britas são recicladas; os painéis divisórios são de fibrocimento, sem amianto; as tintas e massa corrida não têm solventes; as tubulações de água pluvial são feitas com garrafas PET recicladas; e a madeira, inclusive a dos móveis, é certificada. De acordo com um dos arquitetos responsáveis pelo projeto, Roberto Oranje, o desafio foi incorporar o maior número de elementos sustentáveis, para garantir elevada eficiência energética e reduzir o impacto ambiental. "A agência aproveita a luz natural, armazena energia solar durante o dia e a transforma em iluminação elétrica das áreas de auto-atendimento à noite e possui um sistema de ar condicionado que não emprega gases

A agência da Caixa Econômica reaproveita a água das chuvas

nocivos à camada de ozônio." Além disso, foram instalados sistemas para o aproveitamento da água das chuvas, com seu reuso em descargas sanitárias e irrigação do jardim. As bacias sanitárias possuem duplo fluxo de acionamento, com consumo mínimo de água. Oranje ressalta que o custo para implantar todos esses recursos sustentáveis foi 30% superior ao empregado na construção de uma agência convencional. "O valor extra será coberto pela economia a ser gerada depois de o edifício entrar em operação." A instalação desses elementos permitiu à instituição receber o selo Liderança em Ener-

gia e Desenho Ambiental (Leed) do Conselho Americano de Construção Sustentável Green Building Council. "Com isso, a agência torna-se uma referência para dar impulso ao desenvolvimento da construção sustentável no Brasil", diz o superintendente de engenharia e arquitetura do Banco Real, Carlos Henrique Tonon. Além da ABN Amro Real, a Caixa Econômica Federal também está investindo em edifícios sustentáveis. A instituição acaba de inaugurar a agência Metrô Ana Rosa, que valoriza a racionalização do uso de água. É a primeira unidade do banco instalada em São Paulo construída dentro de uma po-

Tendência chega a condomínios

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onda verde também está presente com toda força no setor imobiliário. Além do empreendimento residencial Mundo Apto, da Setin, que adotou o reuso de água, aquecimento solar e coleta de lixo, por exemplo, outros prédios sustentáveis devem tomar conta da paisagem de São Paulo ainda neste ano. Um deles é o Rochaverá Corporate Towers, da incorpo-

radora americana Tishman Speyer, um conjunto de quatro edifícios comerciais com 225 mil metros quadrados localizados na zona sul e que devem consumir investimentos da ordem de R$ 700 milhões. Outro é o Eldorado Business Tower, da Gafisa, situado próximo à Marginal Pinheiros, na zona oeste, com 128 mil metros quadrados de área construída. O edifício terá, por exemplo, 100% de automação predial, o que implica controle total de acesso, energia, condicionamento de ar, iluminação e elevadores, permitindo, inclusive, o monitoramento e gerenciamento dessas funções por comando externo, pela web. O conceito de prédio inteligente e ecologicamente correto possibilitará ainda a redução de diversos custos, proporcionando economia de recursos, como água e energia. No sistema de ar-condicionado, por exemplo, a água proveniente da condensação será utilizada para regar plantas e na limpeza.

lítica ambientalmente correta. Segundo o engenheiro responsável pela obra, Ivan Vecina Garcia, a agência tem equipamento de captação de água da chuva. Após filtragem, ela é utilizada em limpeza geral, nas bacias sanitárias e para irrigação dos jardins. A iniciativa reduz entre 20% e 30% o consumo da água. "Além do fator economia, a estratégia alivia o volume do líquido dirigido ao sistema de águas pluviais, colaborando, assim, para evitar enchentes." Outro fator de destaque é o aproveitamento da luz natural, permitindo o uso de apenas 50% das lâmpadas da agência no horário de claridade, segundo o gerente-geral da agência, Edson Leite. "A empresa se preocupa com a questão ambiental, desde a utilização consciente do papel e sua reciclagem até o reaproveitamento da água. Essa é uma tendência em todas as unidades." Já o grupo varejista WalMart emprega princípios verdes em todas as unidades da rede desde meados do ano passado. As medidas visam a reduzir em 30% o consumo de energia elétrica, utilizar sistemas de condicionamento de ar não prejudiciais à camada de ozônio, assim como fazer a reutilização de água. No Brasil, as novas lojas têm o teto 20% mais baixo – para reduzir em 10% o consumo de energia do ar condicionado –, menor uso de asfalto nos estacionamentos e ampliação das áreas verdes. "As unidades já existentes passam por mudanças para que o impacto no meio ambiente seja cada vez menor", lembra a diretora de construções do Wal-Mart Brasil, Elisabete Freitas. No entanto, o maior investimento do grupo será na construção da primeira "loja eficiente" do Brasil, que será instalada em Salvador. "Teremos 100% de aproveitamento de água da chuva, além de energias eólica e solar", diz o presidente do Wal-Mart Brasil, Vicente Trius. Ele conta que, nos Estados Unidos, o grupo já inaugurou dois hipermercados com princípios sustentáveis. "As tecnologias testadas podem chegar em breve às unidades brasileiras." Por aqui, a construção da unidade verde demandará entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão a mais que uma unidade convencional.


Debate Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

FREQÜÊNCIA DOS DEPUTADOS AINDA É BAIXA

SÓ DOIS PAULISTAS EM TODAS AS SESSÕES

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penas dois dos 70 deputados federais paulistas estiveram presentes em 100% das sessões da Câmara no primeiro semestre do atual mandato. O site da Casa mostra que só o presidente do Legislativo, Arlindo Chinaglia, e José Genoino, ambos do PT de São Paulo, marcaram presença nos 71 dias de sessões deliberativas do ano. Luciana Costa, que assumiu em maio vaga de Enéas Carneiro (PR), falecido, também tem 100% de comparecimento nos 31 dias de sessões realizadas desde sua posse. Ao todo, os parlamentares do Estado tiveram 441 faltas justificadas – quando a Mesa

Diretora aceita argumento para a ausência – e 194 não-justificadas. Entre os que aparecem no site da Casa com maior número de ausências sem justificativa estão José Aníbal (PSDB), com 19; Aline Corrêa (PP), com 15 e Vadão Gomes (PP), com 12. A assessoria de Aníbal informa que o deputado tem só três faltas, por problemas médicos, e que quatro estão em análise pela Casa. Outras 13 já teriam sido aceitas pela Câmara. A assessoria de Aline informou que a Mesa ainda está analisando as justificativas dela. Clodovil Hernandes (PTC) tem 33 faltas, mas ainda se recupera de Acidente Vascular Cerebral (AVC). (AE)

Previdência: benefícios só para quem vai entrar

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proposta de reforma da Previdência em discussão no fórum criado pelo governo para estudar o assunto deverá trazer mudanças apenas aos futuros trabalhadores que contribuírem ao sistema. A informação é do ministro da Previdência Social, Luiz Marinho. "Não há porque fazer qualquer mudança para os atuais trabalhadores", afirmou. Marinho prevê a conclusão do fórum, com a apresentação da proposta de reforma, até meados de setembro. Segundo ele, o Sistema Público de Previdência está "equilibradíssimo". Pelas contas de Marinho, o saldo negativo do sistema é de "apenas" R$ 4 bilhões. O número considera somente o resultado puro – a diferença entre o total de contribuições e o dos benefícios pagos. O déficit total, de R$ 42 bilhões, inclui valores que não deveriam ser

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creditados como débito da Previdência: a aposentadoria do setor rural e incentivos de exportação do agronegócio, de acordo com ele. Para Marinho, afirmar que a Previdência está quebrada faz parte da "lógica neoliberal". O projeto do Fórum da Previdência deve trazer a segregação de todas essas operações e estabelecer a previsão de receita orçamentária para o pagamento dos débitos que não são da Previdência, afirmou. O ministro da Previdência Social projeta que essa previdência "pura" deverá apresentar déficit zero no fim de 2008 "O crescimento do mercado formal de trabalho permitirá o equilíbrio das contas", destacou, durante o evento que marcou a fundação da União Geral dos Trabalhadores (UGT), nova central sindical. (AE)

balhadores (CAT). O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, foi eleito seu primeiro presidente. Com a aprovação da MP, a nova entidade deve passar a receber R$ 6 milhões por ano. Para Patah, no entanto, esse valor ainda é baixo. Da abertura do congresso, no Anhembi, participaram os ministros Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência, e Luiz Marinho, da Previdência, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Na platéia, lotada, sindicalistas levantavam faixas de protesto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o peso da carga tributária. Para seus criadores, o objetivo da UGT é "resgatar a credibilidade do movimento sindical, cujas centrais se encon-

A fusão das três centrais resulta numa entidade mais forte e poderosa para negociar. Luiz Dulci

Dida Sampaio / AE

Genoino e Chinaglia: apenas eles estiveram presentes em todas as votações no primeiro semestre da Câmara; houve 194 faltas não justificadas

Ibama ainda aguarda definição

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ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ainda não tem prazo para nomear um presidente definitivo para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nem para o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade. Segundo seus assessores, as nomeações só ocorrerão com a consolidação do processo de divisão da instituição. "É um trabalho de reestruturação que deve ser feito de forma sólida e cuidadosa", explica João Paulo Capobianco, secretário-executivo do ministério e presidente interino do Ibama. "Nesse período, as instituições continuam funcionando normalmente". De acordo com a pasta, a demora não está associada à lentidão do Congresso, que ainda não se definiu sobre a medida provisória que, há quase três meses, dividiu o Ibama e deu origem ao Instituto Chico Mendes. Aprovada na Câmara, a MP aguarda a apreciação dos senadores, o que só deverá ocorrer depois do recesso parlamentar iniciado na última quarta-feira. A espera – somada ao debate cada vez mais áspero em torno da concessão de licenciamento ambiental para obras vinculadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – contribui para aumentar a expectativa em torno dos possíveis nomes a serem escolhidos

UGT: 5 milhões de filiados e R$ 6 milhões de verba

s vésperas da aprovação da medida provisória que dará às centrais sindicais 10% do bolo da contribuição sindical, que arrecada um dia de trabalho de todos os empregados registrados do País, a fusão de três centrais sindicais resultou na criação da União Geral dos Trabalhadores (UGT), ontem, em São Paulo. A nova central nasce com 5 milhões de filiados e espera chegar a 8 milhões até o fim do ano, segundo previsões dos organizadores do congresso. Com isso, ela integra desde o início o grupo de grandes centrais sindicais do País, logo atrás da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical. A UGT é resultado da fusão da Central Geral dos Trabalhadores (CGT), da Social Democracia Sindical (SDS) e da Central Autônoma dos Tra-

5 Lindomar Cruz/ABr

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

tram partidarizadas e envolvidas num processo permanente de ocupação de cargos políticos, distantes de seu papel fundamental". Serra foi pela mesma linha, ao dizer que a UGT "será uma entidade menos político-partidária e mais preocupada em fazer sentir o peso do assalariado nas decisões sobre o rumo da política e da economia". Dulci garantiu que governo está disposto a dialogar com a UGT como tem feito com as outras centrais. "Entendo que esse é um momento histórico para o País, pois hoje, aqui, está surgindo um novo instrumento de luta da classe trabalhadora brasileira", disse. Para ele, a UGT marca a transformação das centrais no País. "A fusão das três centrais resulta em uma entidade mais forte e poderosa para negociar com o governo e o patronato". (AE)

para as duas presidências. "O Ibama ganhou destaque neste governo e o licenciamento tornou-se um dos grandes pontos de discussão na área do PAC", diz Adalberto Veríssimo, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). "Há muita pressão em torno do instituto e essa expectativa é natural. Para os ambientalistas, o ideal seria um presidente eficiente, capaz de dar mais agilidade ao instituto, mas que ao mesmo tempo fosse vigilante e não assinasse embaixo tudo que pusessem sobre sua mesa. Para não ser um entrave ao desenvolvimento, o Ibama precisa ter credibilidade, transparência e agilidade." Para Adriana Ramos, assessora do Instituto Socioambiental (ISA), a escolha deve recair sobre pessoas "escancaradamente comprometidas com a questão ambiental". Ela observa que, no Ibama, o presidente sofrerá enormes pressões, tanto de ambientalistas "xiitas" quanto de pessoas interessadas em atropelar a legislação. Na opinião do ambientalista Roberto Smeraldi, da organização Amigos da Terra, o presidente do Instituto Chico Mendes deve ter amplos conhecimentos sobre gestão econômica, para garantir a sustentabilidade das áreas de conservação: "Essas unidades deveriam deixar de ser um ônus para o Brasil, transformandose num bônus." (AE)

Valter Campanato/ABr

Marina Silva: dois presidentes a nomear para os novos institutos

Títulos de terra para atingidos pela transposição

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s famílias de baixa renda que vivem em terras que serão cortadas por dois canais de transposição das águas do Rio São Francisco em 14 cidades sertanejas receberão título de propriedade para poderem ser indenizadas quando a área for desapropriada pelo governo de Pernambuco. A informação é do superintendente do Fundo de Terras de Pernambuco (Funtepe), José Estevo Barbosa, que ontem assinou um convênio no valor de R$ 861 mil com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação para o Desenvolvimen-

to do Semi-Árido Brasileiro (Fundesa), visando aos trabalhos de medição, avaliação e verificação da legalidade das propriedades. "Somente os pequenos receberão os títulos, gratuitamente", destacou. Ele adiantou também que, na próxima semana, os técnicos saem em campo para iniciar os trabalhos em seis municípios envolvidos – Cabrobó, Custódia, Floresta, Sertânia, Verdejante e Salgueiro. Até dezembro, esta primeira etapa deverá ser concluída, abrangendo em torno de 12 mil famílias. No início de 2008, o levantamento abrangerá as oito cidades restantes. (AE)

Fábio Pozzebom / ABr - 14/06/07

Rio São Francisco: assentamentos para acelerar as obras de transposição, já em andamento pelo Exército.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - CIDADES & ENTIDADES

a maior

tragédia

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

FALTA de ranhuras na pista principal não foi a causa do acidente com o avião da TAM. A afirmação é do presidente da Infraero, José Carlos Pereira. Controladores informaram que o avião tocou a pista na velocidade correta e no ponto certo. Ontem foram enterradas as primeiras vítimas do acidente.

Rafael Andrade/Folha Imagem

Infraero: não há problemas na pista em Congonhas

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Enterro do corpo de Guilherme Duque Estrada de Moraes, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), ontem, no Rio de Janeiro

Começam enterros de vítimas do acidente

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primeira vítima do acidente com o avião da TAM a ser enterrada no Rio de Janeiro foi o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Guilherme Duque Estrada de Moraes, de 64 anos. O corpo de Duque Estrada foi um dos primeiros

a serem reconhecidos porque no bolso de sua calça estavam documentos que não foram atingidos pelo fogo. Duque Estrada foi enterrado, às 16h15, no cemitério Parque da Colina, em Niterói. Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro. Ele deixa a mulher,

FOGO – Casal observa trabalho dos bombeiros e equipes de resgate no prédio da TAM Express, ao lado do Aeroporto de Congonhas. Ontem à noite, alguns focos de incêndio, provocado pelo choque da aeronave contra o edifício, ainda resistiam no local.

Odival Reis/DiarioSP/Ag.O Globo

Diego Padgursci/Folha Imagem

Curiosos registram destruição

Missa pelas vítimas será na Catedral da Sé

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O

motorista William Blanco, de 36 anos, saiu de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, para ver de perto o local do acidente com o vôo 3054, da TAM. Munido de um telefone celular com câmera, ele registrava o cenário de destruição no depósito da mesma companhia aérea, que foi atingido pela aeronave. "Estou filmando para mostrar para a minha família e amigos", disse Blanco. Durante o dia de ontem, foram muitos os curiosos que passaram pelos arredores do aeroporto de Congonhas, na zona sul. As imagens da tragédia eram captadas tanto em telefones celulares, que possuem câmeras embutidas,

Casal, no local do acidente, cobra posição da ministra Marta Suplicy

como em máquinas fotográficas. O carpinteiro Jaílson Jorge da Silva, de 28 anos, foi de bicicleta da região da Paulista até a avenida Washington Luís. "Fiquei curioso para saber como estava a situação depois acidente. Vou tirar fotos para mandar para os

Marcos D'Paula/AE

anos, também Antonieta, vítima do que precisou acidente, foi ser sedada enterrado às para 14h30 de acompanhar o ontem, no cortejo, e dois Cemitério São filhos, Carlos Eduardo, de João Batista, Velório de José Antônio da Luz em 34 anos, e Mariana, que Bebedouro, na região de Ribeirão Preto, ficaram abraçados à mãe. interior. Em Porto Alegre foi O corpo do engenheiro de enterrado o auditor fiscal José produção da Votorantim Antônio Lima da Luz. Fernando Volpe Estato, de 35

Leonardo Rodrigues/Hype

presidente da In- porque, em muitos casos, elas fraero, o brigadei- não são necessárias. "Poucos ro José Carlos Pe- aeroportos têm ranhuras, que reira, que chegou a servem para drenar a água colocar o cargo à disposição acumulada na pista, mas elas ontem, descartou totalmente a não têm nada a ver com esse possibilidade de o acidente en- caso. O problema não é a ravolvendo o Airbus A-320 ter nhura. A pista principal de ocorrido por causa de proble- Congonhas está em perfeitas mas na pista principal do aero- condições, qualquer aeronave porto de Congonhas, na zona pode pousar sem problemas. sul. Na primeira e rápida en- O grooving não ajudaria a patrevista coletiva desde o aci- rar o avião", garantiu. Por oudente, concedida na manhã de tro lado, o presidente da Inontem, em Congonhas, ele ga- fraero confirmou que o groorantiu que a pista principal do ving começará a ser colocado aeroporto foi entregue em per- em Congonhas a partir do prófeitas condições. Afirmou que ximo dia 25. A pista principal os controladores de vôo infor- passou por reformas e foi enmaram que o avião "tocou a tregue sem as ranhuras. Para o brigadeiro, agora é a pista na velocidade correta e hora de deixar de lado "radicano ponto certo". Pereira disse também que o lismos". "Não é o momento de governo federal vai reduzir o posições radicais, não podemos ser fundanúmero de slots mentalistas. Pre(pousos e decocisamos enconlagens) em Contrar um meio tergonhas para dimo. Como é que minuir o tráfego Aconteceu alguma vamos fazer com de aeronaves na coisa errada na hora os milhões de região. Segundo passageiros que e l e , a A g ê n c i a do pouso. Alguma dependem do N a c i o n a l d e coisa aconteceu e o aeroporto?", Av i a ç ã o C i v i l piloto, sei lá porque, (Anac) pretende acelerou a aeronave. afirmou. O Ministério reduzir o númeJosé Carlos Pereira, Público Federal ro de slots para presidente da Infraero (MPF) requereu, 38/hora. liminarmente, a P ou so – Para suspensão imePereira, é provável que tenha ocorrido um pro- diata de todas as atividades em blema no momento do pouso. Congonhas, exigindo a inter"Aconteceu alguma coisa erra- rupção dos pousos e decolada no pouso. O avião, por algu- gens nas pistas principal e auma razão, não perdeu veloci- xiliar até a conclusão das indade. Alguma coisa aconteceu vestigações do acidente de tere o piloto, sei lá porque, acele- ç a - f e i r a . O p e d i d o f o i rou a aeronave", falou. "No ca- protocolado na quarta-feira na so do automóvel, se você está Justiça Federal de São Paulo. O brigadeiro lembrou ainda vindo em velocidade e deixa de acelerar, ele vai se movi- que a responsabilidade das inmentando, desacelerando, até vestigações cabe à polícia e aos o momento em que acaba pa- órgãos competentes. "A Inrando de vez. A caixa-preta fraero apenas administra os poderá explicar o que aconte- aeroportos do País. Não cabe a ela investigar a responsabiliceu na cabine", afirmou. O presidente da Infraero as- dade sobre acidentes". Ele adsegurou que a falta do groo- mitiu que há um uso excessivo ving na pista principal (ra- do aeroporto de Congonhas e nhuras que evitam o acúmulo entende que a redução do tráde água na pista) nada tem a fego aéreo, entre outras mediv e r c o m o a c i d e n t e c o m o das, é importante. Pereira inavião da TAM. Segundo ele, formou que a perícia deve dusomente quatro aeroportos do rar 30 dias. Mas o prazo poderá País possuem essas ranhuras ser prorrogado. (Agências)

meus parentes do Piauí". A distância e o trânsito não afastaram as pessoas que precisaram atravessar a cidade para chegar até a região do aeroporto . "Levei mais de três horas de ônibus. Foi um sacrifício", disse a operadora de telemarketing Kelly Bastos, de 29 anos. (FV)

arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, vai celebrar uma missa no domingo em memória das vítimas do acidente com o Airbus da TAM. A celebração será às 11 horas na Catedral da Sé, no Centro. Segundo a assessoria da Cúria Metropolitana, o governador de São Paulo, José Serra, o prefeito da Capital, Gilberto Kassab, e a diretoria da TAM já confirmaram presença na missa. "Rezemos todos pelos falecidos e manifestemos nossa solidariedade com seus familiares e amigos neste momento de dor", diz o texto do convite. Também estão previstas missas em cidades das vítimas no interior, como Birigüi e São José do Rio Preto. (Agências)

Wanderley da Silva quebrou a janela da sala com uma cadeira

"Corri para o lado certo"

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anderley Ferreira da Silva, salvo pelos bombeiros no 3º andar do prédio da TAM em chamas, nem deveria estar trabalhando às 18h50. Ele ficou até mais tarde para uma reunião. Silva trabalhava em seu laptop quando ouviu um

estrondo. Em pouco tempo, a fumaça se espalhou. "Eu só ouvia muitos gritos", disse Fugiu para uma sala com um amigo, quebrou a janela com uma cadeira e respirou melhor. " Eu estou vivo porque corri para o lado certo e porque Deus me iluminou."


E conomia SHOWROOM DIÁRIO DO COMÉRCIO

CONSOLAÇÃO ANTIGOS GALPÕES DÃO LUGAR A CONCESSIONÁRIAS

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A montadora Kia também tem um loja na Rua da Consolação

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

Fluxo intenso de pessoas motivou a revendedora do grupo Itacolomy a abrir uma loja na Consolação

Região muda de perfil e abriga lojas de veículos no sentido centro Fátima Lourenço

O

varejo de veículos l e v o u a re s m a i s modernos à pista bairro-centro da Rua da Consolação, na altura do cemitério homônimo. Os prédios antigos daquela área deram lugar, ao longo dos últimos dois anos, à instalação de concessionárias de veículos das marcas Ford, Volkswagen, GM e Kia. Ali, ainda que concorrentes, elas encontraram uma área com fluxo de pessoas muito conveniente para o comércio de automóveis. A primeira a ocupar o espaço, em setembro de 2005, foi a concessionária da Ford, do grupo Frei Caneca, hoje dono de quatro lojas da marca e em pleno processo de expansão. De imediato, serão mais quatro unidades no Rio de Janeiro, além de planos para crescimento na capital paulista. A unidade da Consolação – 9 mil metros quadrados distribuídos entre subsolo, térreo e primeiro andar, com cafezinho e poltronas confortáveis para a clientela – dá continuidade a um negócio criado há cerca de dez anos pela família Senna, e adquirido em 2004 pelos atuais administradores. Além da loja, eles compraram o nome "Frei Caneca", que adotaram para o grupo. Precisaram, no entanto, encontrar nova localização para a tradicional concessionária devido a um empreendimento imobiliário previsto para o terreno que a abrigava.

Estr atégia – "O nome Frei Caneca já era forte na região", afirma o diretor-geral da unidade Ford da Consolação, Paulo Guilhen. O nome do grupo só não é mantido na fachada em razão das exigências da Lei da Cidade Limpa. "Já estamos providenciando uma faixa para colocá-lo internamente, um metro para dentro, conforme exige a lei." Apesar das restrições de publicidade da marca, a concessionária do grupo Frei Caneca

Esse tipo de vizinhança otimiza o fluxo da clientela, fator determinante para o sucesso desse tipo de negócio. Fernando Rolim, consultor

está se beneficiando com a chegada das concorrentes, que ajudam a dar maior visibilidade para a região. A GM, do Grupo Itacolomy, instalou-se há cerca de sete meses na região, segundo o responsável pela loja da marca, Marcio Deminis. Ele explica que a transferência do antigo ponto – no outro lado do cemitério – deu-se pelo fluxo mais intenso de pessoas que a Consolação proporciona. O grupo detém outras cinco concessionárias da montadora e comprou o imóvel, um antigo gal-

pão fechado, especialmente para instalar o negócio. Vizinha à Ford e à GM está a concessionária Volkswagen, do Grupo Itavema, apontado entre os grandes expoentes do setor, no Brasil. A loja entrou em operação no início do ano. Na mesma linha seguida pelas concorrentes, ela também oferece instalações modernas, arejadas e decoradas para atrair a clientela, que ainda pode dispor, na mesma região, dos serviços da recém-chegada revenda da Kia, cujo empreendimento foi implantado em outro dos galpões abandonados daquela região. Sinergia – "O agrupamento de concessionárias de veículos é tradicional no mundo todo", explica o consultor especializado em negócios do setor automobilístico, e fundador da Rolim Consult, Fernando Rolim. "Esse tipo de vizinhança otimiza o fluxo da clientela, fator determinante para o sucesso desse tipo de negócio", afirma o consultor. Rolim se recorda de que essa região da Rua da Consolação já reuniu outras concessionárias no passado. Concentrações como essa, pondera, sofrem alterações ao longo do tempo, variando conforme mudanças no fluxo do trânsito ou de outros aspectos, como valorização ou decadências das áreas urbanas. Por enquanto, sorte da vizinhança das regiões recuperadas na Consolação, já muito conhecida por concentrar o comércio de lustres alguns quarteirões acima, em direção à Avenida Paulista.

A loja da Ford foi a primeira a ser aberta. Marca ganhou maior visibilidade com a chegada de concorrentes. Fotos: Agliberto Lima/DC

Quem está expondo em Campos do Jordão comemora vendas

Preço de estande provoca fuga de montadoras de Campos do Jordão Mário Tonocchi

Comércio evolui com a cidade A

A

s ruas do comércio de São Paulo são retratos da evolução urbana, transformações socioeconômicas e hábitos de compra do consumidor. É o que revela a dissertação de mestrado da pesquisadora Ana Maria de Biazzi, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). O estudo analisa as mudanças pelas quais o varejo passou até chegar ao que é hoje. Ana Maria inicia a pesquisa ainda no final do século XIX, quando o café ditava os parâmetros da economia brasileira. No início, o comércio se desenvolveu na região central, na

Rua das Casinhas e Rua das Quitandas, onde morava a população com mais dinheiro. Nesse locais, apareceram as primeiras "vendinhas" que ofereciam tudo de que necessitava uma família da época. Já na década de 50, o movimento comercial seguiu para a Rua Augusta, seguindo a mudança dos ricos para aquela região. Nos anos 60, o comércio acompanhou a classe alta para a Rua Oscar Freire, nos Jardins, que ainda atende a clientela em lojas amplas e sofisticadas. Nessa época de plena evolução do comércio de rua, na década de 60, aparece o primeiro

Enquanto isso, os negócios Vendas da GM no principal mercado da crescem na Ásia montadora, a América do

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s fortes vendas da General Motors em mercados emergentes, como Ásia e América Latina, ajudaram a companhia a registrar alta de 0,4% em suas vendas globais no segundo trimestre do ano: foram 2,405 milhões de unidades vendidas.

Norte, continuam fracos. A fabricante norteamericana tenta ampliar sua participação nos mercados emergentes enquanto perde espaço e reestrutura operações nos EUA. A GM está reduzindo as vendas pouco lucrativas para clientes de frota, mas o desempenho da companhia

shopping brasileiro, o Iguatemi. Esses centros de compras, que viraram um fenômeno no Brasil, começaram voltados para as classes A e B, mas já chegaram aos clientes das C e D. Novos centros – Diante dos shoppings, o comércio varejista no centro de São Paulo voltou-se para as classes populares. Em meio a essa mudança, que marca o início da decadência do comércio da área central, atualmente em processo de revitalização, aparece uma segunda tendência comercial na cidade: centros de compra de bairros, hoje instalados em todas as regiões. (MT)

no mercado de varejo tem sido relativamente fraco. Junho foi um mês particularmente difícil para a GM nos EUA, uma vez que as vendas declinaram 21,3%. Em todo o segundo trimestre, as vendas da montadora caíram 7% na América do Norte, somando 1,2 milhão de veículos. A retração nos EUA foi compensada pelo resultado no exterior. (AE)

Lenita Higobassi: bom negócio

s montadoras de veículos deixaram de lado o mercado de luxo que envolve as campanhas de turismo de inverno de Campos de Jordão, local em que tradicionalmente faziam exposições de seus últimos lançamentos. Desde a temporada de 2006, e mais nitidamente nesta, é visível o número cada vez menor de estandes, que custam entre R$ 300 mil e R$ 1 milhão para serem montados na Vila Capivari. As mostras da região já foram consideradas uma prévia do Salão do Automóvel de São Paulo. A queixa das montadoras é a cobrança, por parte da administração, municipal de 30% sobre o investimento na área de exposição. O dinheiro é para sustentar um fundo de financiamento de eventos para a baixa temporada. "A atual administração municipal está disciplinando uma atividade que gerava muita poluição visual", disse o secretário municipal de Planejamento, Sérgio Luiz Abitante. Ele também é membro da Comissão de Gestão de Eventos Temporários (Cogete), que instituiu e controla a cobrança do fundo. Hoje, nas ruas mais badaladas da Vila Capivari, estão ins-

taladas apenas as montadoras Hyundai e Toyota. No shopping sazonal Market Plaza são expostos carros da MercedesBenz e da Kia Motors. No ano passado, marcavam presença, além das que estão neste ano, as marcas Honda, Audi, Fiat, Ford e Alfa Romeo. Neste ano, a FYM Motos, montadora chinesa de modelos populares de 100, 125 e 250 cilindradas, expõe seus modelos na cidade. Quem promove eventos comemora o movimento. De acordo com o administrador do shopping Market Plaza, Luiz Padovan, só a MercedesBenz vendeu 12 unidades do modelo C 200 Kompressor, a R$ 162.500,00 cada um, entre a abertura do shopping, no dia 6 de junho, até o último dia 16 de julho. "As pessoas que vêm para Campos estão mais relaxadas e propensas às compras", afirmou. Mesmo não vendendo na hora, a consultora de vendas da Hyundai Lenita Higobassi afirma que essa segunda temporada de inverno em Campos do Jordão é um bom negócio para a montadora coreana. "O público pode conhecer nossos lançamentos", disse. A empresa está concentrando esforços na divulgação do modelo Vera Cruz, que custa R$ 175 mil. A presidente da Central de Pousadas de Campos de Jor-

dão, entidade que congrega as pousadas e pequenas hospedarias da cidade, Marta Eisenloh, concorda com a posição da administração municipal. Para ela, a presença do carros e, principalmente, a realização de test-drive pelos motoristas atormentavam a todos. "Estava uma bagunça."


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO

FIM DA DISTENSÃO DOS JUROS

O

G O BC começa

a tirar o pé do acelerador em setembro. Daqui pra frente a cautela está de volta.

mas voltar atrás após uma única queda de 50 pontos soaria muito estranho e algo incoerente para o Copom. E como nos ensina a teoria monetária moderna, bancos centrais precisam prezar por coerência de comunicação se quiserem que suas metas sirvam de âncora efetiva para as expectativas de inflação do setor privado. Daí nossa aposta de que haveria queda de 50 pontos em julho. Mas, voltemos rapidamente aos motivos para cautela daqui adiante. Não é novidade pra ninguém que a demanda agregada no Brasil tem crescido a taxas bem vigorosas, como sinalizam os dados das vendas do varejo. A absorção doméstica – soma de consumo, investimento e gastos públicos – tem se expandido a mais de 7% em termos anualizados. Apesar de não sabermos ao certo qual a taxa de crescimento potencial da oferta, há pouquíssima dúvida que ela

JOÃO DE SCANTIMBURGO

é inferior a 7%. Este desequilíbrio só não bateu ainda na inflação por conta da forte redução do quantum das exportações líqüidas. Dito de outro modo, o espetacular crescimento das importações tem contribuído para expandir a oferta de bens e serviços domesticamente. E isto - para nossa sorte - sem impactos adversos sobre a taxa de câmbio. Mas até quando? Tanto os núcleos como as expectativas de inflação do setor privado, apesar de estarem em níveis compatíveis com a meta, vêm crescendo já há alguns meses. redução da Selic já totaliza 825 pontos e, devido à existência de defasagens, não há dúvidas que parte do impacto desta redução ainda está por vir. A este fator é preciso acrescentar que o cenário externo já não constitui mais força adicional em favor da estabilidade de preços como antes. A deflação na China acabou, os preços das commodities estão em alta e os alimentos devem ficar mais caros devido ao aumento da demanda para produção de biocombustíveis e ao contínuo fluxo campo-cidade nas economias mais pobres. E mesmo que operemos um sistema de câmbio flutuante, a crescente probabilidade de que o FED não cortará os juros tão logo afeta, ainda que marginalmente, as chances de o BC manter o ritmo de queda. O quadro inflacionário prospectivo, apesar de benigno, não enseja manobras mais ousadas por parte da autoridade monetária. Por um conjunto de fatores, o Banco Central muito provavelmente começará a tirar o pé do acelerador em setembro. Mais ainda, apesar de nosso cenário básico contemplar mais três quedas de 25 pontos este ano, não se pode descartar a possibilidade de o processo de distensão ser interrompido antes do fim do ano.

A

TRECHOS DO COMENTÁRIO ECONÔMICO DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

O BC deve mudar o ritmo de queda do juro

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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DESASTRE AÉREO

Céllus

placar da reunião do Copom foi de 4 a 3, deixando no ar uma elevada probabilidade de que retornará aos 25 pontos na próxima reunião, em setembro. Vale notar que não só a divisão do Copom foi “rachada” e com anúncio tardio: o grupo pró-25 ganhou mais um adepto. Passamos de 4 a 2 em junho, para 4 a 3 em julho. Por indução, em setembro teríamos então um 3 a 4, ou abstendo-se de apostar em placares, uma vitória dos defensores dos 25? Como temos defendido em nossas publicações ao longo das últimas semanas, a resposta mais provável é sim: o BC provavelmente mudará o ritmo de queda na próxima reunião. Já víamos razões suficientes para tal mudança nesta reunião,

A bolha do bem-estar BENEDICTO FERRI DE BARROS

S

em qualquer pretensão profética, há curiosas analogias entre nosso admirável mundo novo global-tecno-informatizado, regido pelo paradigma do "custo-benefício" e os arcaicos anos do final da década dos 20. Década que desfechou em 1929 na maior crise econômico-financeira da história contemporânea. Em 1936, com a publicação do livro de Keynes Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda, uma nova compreensão da vida econômica se instalou na Economia Política: a de que o desenvolvimento e o aumento necessário para atender ao crescimento demográfico depende do volume de novos investimentos e que estes são fundamentalmente comandados pelas taxas de juros praticadas no mercado. A política do New Deal de Roosevelt, que tinha no seu quadro de assessores discípulos de Keynes empreendeu um programa de grandes obras, que exigiam grandes investimentos e proporcionava grande número de novos empregos. Há registros históricos de que de que Keynes enunciara na época, numericamente, o volume de recursos que teria que ser aplicado para se sair da crise e o que sucederia se isso não fosse feito. A continuar-se investindo o que vinha sendo feito, não se sairia da crise, e se se economizasse mais (como era então preconizado) se afundaria mais nela. O remédio era a política dos "gastos deficitários" a ser empregada pelos governos. Isto é, investir mesmo que a economia não produzisse lucros que aumentassem a poupança disponível para tanto e o desemprego reduzisse a capacidade de consumo do mercado. Essa teoria colocava os juros, isto é, o custo do dinheiro, no centro das decisões de empreendimento e consumo e implicava na inevitável aceitação de uma elevação geral de preços, já que o crédito barateado estimularia um aumento mais rápido do mercado do que o tem-

po necessário para que os investimentos aumentassem a produção. Isto é, como antípoda da depressão, colocava-se o fantasma da inflação. O controle da moeda tornou-se a chave da economia. Não se inovou grande coisa em matéria de compreensão e política econômica de Keynes para cá. A maior e mais poderosa inovação foi a autonomização dos bancos centrais para gerir a moeda, fundamentalmente mediante o controle de seu volume e do seu preço mediante a fixação da taxa básica de juros. Isto significava um esforço para dividir a tradicional xipofagia da Economia/Política, separando uma da outra, de tal forma que a euforia perdulária dos políticos não tumultuasse a compostura e racionalidade indispensáveis ao equilíbrio dos mercados. Teoricamente parece perfeito. A prática é que são elas. Dada a natureza do homem e a forma de sua sociedade, a razão e a força política serão sempre superiores à racionalidade das forças econômicas. E a irresistível pulsão democrática do "bem-estar e riqueza para todos" parece nos dias de hoje, sob qualquer regime político, encaminhar as economias para a formação de uma bolha inflacionária com potencial de mil bombas atômicas.

N

ão estamos enunciando uma profecia nem uma fatalidade. Apenas uma tendência já perceptível, com propulsão para se tornar dominante. Pense-se, por exemplo, no que pode acontecer aos financiamentos de carro a prazos de 5 anos, ao primeiro espirro de resfriamento do mercado. Mas, como dizia Keynes, a longo prazo todos estaremos mortos. Na esfuziante disparada do teatro mágico que vivemos na Era da Revolução Tecnológico-Informática-Globalizante, por que pensar nisso? Que bobagem...

A euforia forma uma bolha inflacionária com potencial de mil bombas

Omissão (deles) e tristeza ROBERTO GRAD

D

ois eventos recentes e significativos mostram claramente como funciona o governo atual, quando enfrenta situações que exigem preparo e determinação. O primeiro foi a abertura dos Jogos Panamericanos, no Maracanã, onde o presidente Lula foi vaiado várias vezes. Acostumado a falar para platéias selecionadas para aplaudi-lo, o presidente ficou irritadíssimo com esta simples demonstração democrática, à qual parece nunca se acostumar. Os 50% de aprovação de que desfruta, é bom lembrar, significam que a outra metade não o aprova. Mostrou sua face autoritária e fechouse para, depois, aconselhado pelos seus assessores, dizer que ficou triste. Não é verdade. Ficou raivoso e contrariado porque não está acostumado a platéias normais que não recebem Bolsa-Família, mas pagam impostos e lêem jornal. Possivelmente, sejam os que sabem que o evento que ele devia inaugurar acabou custando aos cofres públicos – ou seja, a mim, a você, a todos nós – dez vezes o valor orçado inicialmente. Qualquer executivo em qualquer empresa do mundo seria sumariamente despedido num caso semelhante. Aqui o assunto é simplesmente relegado a segundo plano, como se um estouro de verba dessa ordem não exige investigação profunda. O segundo evento é ainda mais trágico. Desde o choque do avião da Gol com o jato Legacy, há quase um ano, matando 154 pessoas e colocando em cheque a credibilidade do sistema aéreo no Brasil, até hoje, nada foi feito para sanar

os problemas que ficaram mais expostos do que nunca. Em vez disso, vimos autoridades ineptas, sem rumo, sem chefia, sem coordenação, procurando incansavelmente a quem responsabilizar, uma vez que - como sabemos - a culpa é sempre dos outros. A verdade é que os recursos destinados à Aviação são mal administrados, os aeroportos não têm estrutura, faltam controladores e a responsabilidade fica dividida entre o Ministério da Defesa, a FAB, a Aeronáutica, a Infraero e a ANAC. São tantos os responsáveis que ninguém é responsável.

A

gora, depois de quase um ano de descaso, chamado de apagão aéreo, em um clima de empurra-empurra, com as várias autoridades (?), ministros e agências reguladoras em encontros e desencontros, que mostrou claramente a omissão e incapacidade do governo com relação a assunto tão importante, temos mais um lamentável acidente aéreo em Congonhas. E o presidente Lula, omisso e alheio aos acontecimentos, como lhe é característico, diz estar consternado. Ora, bolas! De nada serve sua consternação! O que o País precisa é de um presidente que faça seu trabalho, tome providências, saiba reconhecer e equacionar um problema e propor e implementar soluções. Tristes e consternados estamos nós, vítimas do descaso e omissão de um governo que até agora não entendeu para que foi contratado e está sendo pago por nós. ROBERTO GRAD É VICE-PRESIDENTE DA CL-A COMUNICAÇÕES

N a tragédia são tantos os responsáveis que ninguém é responsável!

eixei passar um dia para comentar sobre esse horrendo desastre aéreo, que causou a morte de mais de 190 pessoas, e não encontro outra manchete tão justa quanto a d'O Globo de ontem: Infraero, Anac, Decea, Cindacta, FAB... e não se sabe o que houve. O Ministério Público quer a interdição de Congonhas, mas para onde levar a massa de viajantes ? E o que fazer se os muitos órgãos responsáveis pelo tráfego aéreo brasileiro não se resolvem a declinar onde estão as responsabilidades? No entanto, como disse no começo, foram mais de 190 mortos, registrados com luto e dor pelos parentes e amigos. Na semana passada um avião rodopiou na pista e agora o jato da TAM, infelizmente, atravessou uma avenida de tráfego intenso e acabou atingindo o depósito de cargas da própria companhia. Já escrevi inúmeros artigos sobre o transporte aéreo brasileiro e as falhas que se repetem ano após ano, ministro após ministro, agência após agência e não se resolvem, principalmente as falhas de segurança de vôo que, como vimos, falhou nesse horrendo desastre.

D

Brasil necessita de um transporte aére o s e g u ro , c o m aviões modernos e pessoal de terra muito bem treinado. Não tínhamos registrado, ainda, um desastre aéreo nas proporções do que ocorreu na terça-feira, com elevado número de mortes, todas irreparáveis. Não abstraimos que o transporte aéreo, como o que formulou Salgado Filho, primeiro ministro da Aeronáutica, fosse causar tantos desastres aéreos, mas lembramos que em Congonhas já ocorreram outros desastres e, ao que saibamos, as providências que o casos requeriam não foram tomadas, sempre, . O transporte aéreo é necessário para uma extensão territorial como a brasileira e se não cuidarmos da aviação comercial, sofrerá as conseqüências desse abandono o desenvolvimento do País. Fico por aqui, lamentando os mortos desse terrível desastre aéreo.

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Se não

cuidarmos da aviação comercial, o desenvolvimento do País sofrerá as conseqüências desse abandono.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 1 Reprodução

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

NO EMBALO DAS DANÇAS DE SALÃO

Flamenco

O

flamenco é uma dança sensual, belíssima e cheia de nuances. Quando as dançarinas e dançarinos são realmente bons, a performance é de tirar o fôlego, tamanha a beleza no palco. Uma recémlançada obra explica melhor esse mundo, para bailarinos, gente que quer se iniciar no flamenco ou apenas entender melhor o mundo dessa dança: Dança Flamenca: expressividade do cotidiano (Editora Mackensie, 144 páginas, R$ 30). A autora, Tania Ferreira, formou-se em psicologia e pedadogia pela PUC-SP, e encontrouse no flamenco, como bailarina e coreógrafa de mais de 300 espetáculos em 30 anos de carreira. "É necessário limpeza, virtuosismo e técnica, sentido absoluto do ritmo, agilidade corporal para conseguir inserir o máximo de sensações", ensina ela. "É preciso conhecer bastante o próprio corpo para saber exatamente que sensação tem-se ao assumir tal postura". (LHC)

DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ. É SÓ O COMEÇO...

D

omingo, 23h. Enquanto a maioria se prepara para dormir cedo para não começar a semana com sono, um grupo de paulistanos prefere dar as boas-vindas à segunda-feira ao som do sensual zouk – o ritmo "caliente" derivado da lambada que começa a ganhar cada vez mais força nas pistas de dança de salão. Rostos colados, muito rebolado e braços que se entrelaçam pra lá e pra cá. Lá fora, os termômetros marcam 15°C, mas na pista o calor é crescente. A semana corre e em plena quarta-feira à tarde dezenas de senhores e senhoras, elegantemente vestidos, se reúnem no Sesc Pompéia para relembrar grandes sucessos dos idos bailinhos e dançar cheek-to-cheek, com direito a banda

ao vivo. Na cidade de São Paulo, amantes de danças a dois não têm desculpa para não cair no baile. Um farto calendário, de segunda a segunda, garante espaço e ritmos para todos os gostos. E não é preciso ser um pé-de-valsa – pois em muitos lugares há professores de plantão –, nem muito menos chegar acompanhado – há sempre algum parceiro ou parceira livre no salão. Aliás, as pistas andam bastante cheias ultimamente, graças a promoção dessa nova onda de rodopiar pela pista com seu par. A moda aparece em filmes – como Baila Comigo (Maril yn Hotchkiss Ballroom Dancing & Charm School), em cartaz e o já cult japonês de 1996 Dança Comigo? (Dansu Wo Shimashô Ka?), refilmada em versão americana com Richard Gere e Jenifer

Lopes (Shall We Dance?/ Vamos Dançar?) –, em novelas e até em programas dominicais, como o quadro Dança dos Famosos, da Rede Globo, que terminou mais uma edição de sucesso há algumas semanas. Numa das casas mais famosas da cidade, o Buena Vista Club, na Vila Olímpia, cada ritmo tem um dia certo da semana. Segunda é dia de forró, terça de salsa, quinta de dança de salão (de bolero a ritmos caribenhos), e domingo de zouk. A casa, que está sempre lotada, tem banda ao vivo e aulas de 45 minutos antes da pista pegar fogo. Aos domingos, quando um DJ comanda a festa, além da aula, há ainda a possibilidade de contratar um "personal dancing". Paga-se R$ 30 para ficar meiahora aprendendo o ritmo que mais fãs

conquista nos últimos anos. "Nosso público é muito variado, tem gente de 25 a 60 anos. Os jovens estão começando a se interessar por essa coisa de dançar a dois, de dança de salão", conta o dono Marcelo Negrão. "As pessoas estão descobrindo que dançar a dois é uma terapia." No bairro da Casa Verde, uma escola de dança de salão abre suas portas dois domingos ao mês, das 16h às 21h, para os dançarinos de plantão. O atrativo do Centro de Dança Jaime Arôxa da Zona Norte é que em cada andar do prédio reina um ritmo diferente e os visitantes podem passar, numa mesma tarde, do forró ao tango. No térreo, uma banda de forró comanda os passos; no primeiro piso impera o som dos ritmos latinos e no segundo andar

há um pout-pourri, de samba de gafieira a bolero e tango. O público por ali? De 14 a 75 anos, de diaristas a empresários. "Não há fronteiras", costumam dizer os freqüentadores. Um domingo por mês, a escola também oferece um workshop para aqueles que querem aprender o básico antes de se aventurar nas pistas. Vila Madalena? – Até mesmo na terra dos barzinhos, a Vila Madalena, é possível encontrar um cantinho para dançar nos braços de alguém. Com ares de salões de antigamente, a pista de dança do Avenida Club atrai todas as sextas-feiras um público mais maduro, entre 35 e 60 anos, que enche a casa para se deixar embalar por ritmos variados, de gafieira a rock dos anos 60.

E

ntre os mais jovens, a salsa e outros ritmos caribenhos, como o merengue, são os preferidos. E há casas noturnas que abrem suas pistas aos casais apenas com este tipo de música. É o caso do Azucar e do Rey Castro. O primeiro fica no Itaim Bibi e agita os pares de segunda a sábado (com direito a aula gratuita às quartasfeiras). O segundo, na Vila Olímpia, é bar e restaurante que possui pista aberta de terça a sábado, animada por todo tipo de música caribenha, de salsa a pop latino. Quem preferir algo ainda mais autêntico, e bem simples, não pode deixar de ir uma noite ao pequeno Conexión Caribe, também na Vila Madalena. De quarta a sábado – alguns dias com direito a rápida aula de 20 minutos para principiantes –, casais disputam espaço para remexer o esqueleto nesse cantinho cubano em São Paulo. O forró também caiu nas graças do público jovem, que encontrou nele um ritmo animado para curtir a dois. Para quem preferir o som da sanfona, do triângulo e da zabumba, uma das opções na cidade, de quarta a domingo, é o Canto Madalena, em

Pinheiros, bastante freqüentado por universitários. Num ambiente mais reservado e menos cheio (e mais caro também), o Havana Club, localizado dentro do elegante Renaissance São Paulo Hotel, tem uma pequena pista que, há cerca de um mês, começou a atrair ainda mais casais por causa das Noites Cubanas, às quintasfeiras, com banda ao vivo. "Já tocávamos os clássicos do bolero e das Big Bands, mas as pessoas estavam pedindo ritmos latinos. Então, criamos um dia especial com banda ao vivo", conta Maurício Martins, diretor de Alimentos e Bebidas do hotel. Mas que tal deixar a conversa de lado e começar hoje mesmo? Às sextas e sábados – à meia-luz e ao som de Frank Sinatra, boleros ressuscitados pela voz de Luis Miguel e clássicos do samba –, o Havana Club convida os casais a deslizar pelo salão de olhos fechados. Não tem como fazer feio. Para quem anda enferrujado ou é iniciante o segredo é sentir a música, colar os rostos, entrelaçar as mãos e lembrar do clássico: dois pra lá, dois pra cá.

No Japão

O

título original é Shall We Dansu? (Japão, 1996): o filme usa a dança de salão para narrar com sensibilidade algumas emoções humanas - seus pequenos desejos secretos. Já é cult do diretor e roteirista Masayuki Suo, com os atores Kôji Yakusho e Tamiyo Kusakari (acima).

Reprodução

Salsa, merengue. Os jovens também agitam.

Arquivo DC

EM DVD

De Ettore Scola

E

OS ENDEREÇOS Buena Vista Club: Rua Atílio Innocenti, 780, Vila Olímpia. Tel. (11) 3045-5245, www.buenavistaclub.com.br. Avenida Club: Avenida Pedroso de Morais, 1.036, Vila Madalena. Tel. (11) 3814-7383, www.avenidaclub.com.br. Havana Club: Alameda Santos, 2.233, Jardins. Tel. (11) 3069-2626. Conexión Caribe: Rua Belmiro

Braga, 200, Vila Madalena. Tel. (11) 3813-5229, www.barconexioncaribe.com.br. Centro de Dança Jaime Arôxa da Zona Norte: Rua Marambaia, 310, Casa Verde. Tel. (11) 3961-1518, www.jaimearoxazn.com.br. Sesc Pompéia: Rua Clélia, 93, Pompéia. Tel. (11) 3871-7700, www.sescsp.com.br.

Canto da Ema: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 364, Pinheiros. Tel. (11) 3813-4708, www.cantodaema.com.br. Azucar: Rua Dr. Mário Ferraz, 423, Itaim Bibi. Tel. (11) 3078-3130, www.azucar.com.br. Rey Castro: Rua Jesuíno Cardoso, 181, Vila Olímpia. Tel. (11) 3842-5279, www.reycastro.com.br.

m 1982, o diretor italiano Ettore Scola realizou O Baile (Ballando Ballando). Num imenso salão, com elenco do Théâtre du Champagnol (França), retrata esperanças e angústias do ser humano entre as décadas de 1930 a 1960. "Os gestos da dança representam os desejos do espírito", disse Scola ao conceber o filme.

NA TELA, ROMANCE E DANÇA EM "O TANGO DE RASHEVSKI". Problemas de três gerações da família judaica narrada no filme são ligados por um tango sedutor. HSBC. Rua da Consolação, 2423. Tel.: 3258-4092.


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a maior

tragédia Saída é investir em Cumbica e Viracopos

CIDADES & ENTIDADES - 5

GOVERNO deve apresentar hoje uma solução para os problemas em Congonhas. As propostas serão discutidas na reunião do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac), prevista para ocorrer no Palácio do Planalto. A Anac e a Infraero podem reduzir número de vôos.

Danilo Verpa/Folha Imagem

Ivan Ventura*

está descartada a construção de um novo aeroporto na capital, que custaria entre R$ 2,5 biressionado pela opi- lhões a R$ 3 bilhões, e a utilizanião pública, o gover- ção do Campo de Marte. Os dois terminais de Cumbino tomou ontem a decisão de apresentar ca recebem 17 milhões de peshoje ao País uma solução para os soas por ano. A construção de problemas no aeroporto de um terceiro terminal com 162 Congonhas. As propostas serão mil m², segundo a Infraero, elediscutidas na reunião do Conse- varia para 29 milhões a capacilho Nacional de Aviação Civil dade de passageiros – aumento (Conac), prevista para ocorrer de 70%. A proposta foi incluída no Palácio do Planalto, sob a co- no Programa de Aceleração do ordenação do presidente Luiz Crescimento (PAC). Não há ainda previsão do custo da obra, Inácio Lula da Silva. que deverá Basicamen- Paulo Whitaker/Reuters durar sete te, o governo anos. quer que a Em sintonia Anac e a Inc o m a c o n sfraero impotrução de um nham uma renovo terminal dução dos de passageiatuais 44 vôros em Cumos/horas, em bica, o goverCongonhas, no do Estado para, no máxiAeroporto de Congonhas: anunciou no m o , 3 8 v ôredução dos atuais 44 início do mês a os/hora. Os vôos/horas para 38 vôos/hora construção do demais vôos, Expresso Aeda chamada aviação geral, seriam transferi- roporto, que ligará o Centro de dos para os aeroportos de Cum- São Paulo a Cumbica em 25 mibica, em Guarulhos, e Viraco- nutos. O edital de convocação pos, em Campinas. Se o Planalto das empresas interessadas deve conseguir arrancar essa decisão sair em setembro. As obras deda reunião do Conac, isso signi- vem começar em abril do próxificará uma derrota para a Anac, mo ano, com término para 2011. que nunca conseguiu impor es- O orçamento do projeto prevê sas medidas defendidas por custo de R$ 1,7 bilhão. Adaptar o aeroporto Campo parte de sua diretoria e pela Inde Marte também seria uma opfraero às companhias aéreas. A Infraero já tem planos de ção, segundo o diretor do Sindiinvestimentos para os aeropor- cato Nacional dos Aeronautas, tos de Cumbica e Viracopos Carlos Camacho. Localizado na (ver abaixo). Pretende iniciar zona norte, possui área total de ainda este ano a construção de mais de 2,11 milhões de m² e é um terceiro terminal de passa- maior que o próprio aeroporto geiros em Guarulhos. Há tam- de Congonhas, com 1,62 mibém um projeto na gaveta que lhões de m². O número de estaprevê a construção de uma ter- cionamentos destinados aos ceira pista, mas sem prazo defi- aviões é o mesmo: 25 posições. * Com informações da AE nido para início das obras. Não

P

Obras em Campinas Falta de transporte rápido emperra solução Mário Tonocchi

A

Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) iniciou, na semana passada, a ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, com a remodelação das salas de embarque. Com o trabalho, que deve terminar em 120 dias, o espaço passa dos atuais 1,1 mil m² para 2,5 mil m². O terminal completo, inaugurado em 2005, já deveria estar pronto. O atraso deu-se por um impasse na licitação, ao custo de R$ 697.169,75, desta remodelação. O objetivo da ampliação é oferecer mais conforto aos passageiros do terminal, capaz de receber 2 milhões de pessoas ao ano. No ano passado, 774.202 passageiros utilizaram Viracopos. Em 2007, esse número já chega a 441.681, impulsionado pelos vôos desviados de Congonhas e Cumbica. Mas a alternativa Viracopos é vista com reservas, hoje,

pelas empresas aéreas. O ponto crucial é a distância entre Campinas e São Paulo, cerca de 100 quilômetros, e a falta de um transporte rápido. Já existe um projeto de implantação de um trem rápido na faixa central da rodovia dos Bandeirantes. A proposta não empolga o governo estadual. No final de 2006 o governador José Serra (PSDB) arquivou a idéia para o orçamento deste ano. Depois voltou atrás. O projeto, financiado pelo governo espanhol e elaborado pela espanhola Ineco em parceria com a brasileira Setepla Tecnometal , mostrou que o trem de alto desempenho – pode chegar a 160 km por hora e freqüência a cada dez minutos – exigirá recursos da ordem de R$ 2,7 bilhões. O trem só é viável se o poder público assumir os custos com as obras de infraestrutura. O Estado deveria investir, entre 2007 e 2010, R$ 2 bi . Ele circularia em 2010, percorrendo a distância entre Campinas e o Terminal Barra Funda, em São Paulo, em 50 minutos.

Atrasos e cancelamentos de vôos em todo o País

O

acidente com o avião da TAM em Congonhas continua repercutindo nos aeroportos de todo o país. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) contabilizou ontem 506 vô-

os atrasados, 32,6% do total programado no País, e 151 cancelados (9,7%). Os dados referem-se a 1.549 vôos, em 13 aeroportos brasileiros, entre zero e 19 horas. Mais cedo, às 14 horas, os índices de atraso e cancelamentos eram de 27,3% e 10,9%, respectivamente. O Aeroporto de Congonhas, situado na capital paulista, reuniu o maior volume de vôos fora do horário previsto e cancelados do dia. Até as 19 horas, 58 dos 223 vôos pro-

gramados atrasaram (26%) e 52 foram suspensos (23,3%). Na quarta-feira, o palco da tragédia teve 23% dos vôos atrasados e 42% cancelados. O cenário complicado repetia-se no Aeroporto Antonio Carlos Jobim – Galeão no Rio de Janeiro. Lá, de 142 vôos, 39 atrasaram (27,4%) e 18 foram cancelados (12,6%). Nos aeroportos de Florianópolis, em Santa Catarina, e Internacional Pinto Martins, no Ceará, mais da metade dos

vôos operou fora do horário programado. O primeiro apresentou atrasos em 55,5% dos 27 vôos, e o segundo, em 53,3% dos 45 vôos. O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, teve 30 atrasos (15,1%) e cinco cancelamentos em 198 vôos. A situação no Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, foi um pouco mais complicada. De 100 vôos, 37 atrasaram e quatro foram cancelados. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Política tragédia

Em São Paulo, há reformas em Congonhas, Guarulhos e Viracopos. Então, não é falta de investimento Guido Mantega

Lula Marques / Folha Imagem - 15.05.2007

a maior

3 Valter Campanato / ABr

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EM SILÊNCIO ATÉ AGORA, LULA FARÁ PRONUNCIAMENTO Serão as primeiras palavras do presidente sobre o acidente com o Airbus da TAM

Lula vai anunciar "medidas de segurança", como a redução do número de vôos no aeroporto de Congonhas.

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o seu povo." Mais duro ainda foi o colunista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, que chegou até a ironizar a atitude de Lula de pedir uma investigação à Polícia Federal. "Quantos especialistas em grooving e aquaplanagem tem a PF? Quando Lula manda a PF 'investigar' a pista, está apenas dando curso a uma das fases de um truque". "Lula fechou o bico porque ficou com medo", diz o colunista. "A rigor, o caos aéreo foi o único grande desafio do seu novo governo". Para o jornalista, Lula deverá ser defensivo em seu pronunciamento. "O País não caiu na conversa de condenar ou absolver a pista (do aeroporto de Congonhas). Há nove meses, espera uma tragédia. Ela chegou", explica. E faz outra ironia: "Lula está sempre em luta contra inimigos invisíveis. Vamos ver quem ele escolherá desta vez. E terá que ser virtuoso: tem que provar que 'nunca antes nestepaiz' alguém fez

rês dias após o acidente com o Airbus da TAM, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer hoje um pronunciamento à Nação sobre o assunto e a respeito da crise aérea. É possível que Lula faça o pronunciamento via rádio e TV ou mesmo durante reunião do Conselho de Aviação Civil (Conac), que está marcada para às 15h no Ministério da Defesa. Esta será a primeira vez que Lula falará sobre o acidente. Até então, o Planalto mantevese no mais absoluto silêncio a respeito do assunto. Apenas o porta-voz do presidente havia se manifestado, na noite de terça-feira. De lá pra cá, só a oposição tem falado – e aproveitado a oportunidade para criticar o governo e o ministro da Defesa, Waldir Pires. Em sua fala, Lula vai anunciar um conjunto de providências para reforçar a segurança do aeroporto de Congonhas, com a redução do número de

vôos. Ou seja, mudança total de rumo: até então, o governo vinha aumentando o fluxo de aviões em Congonhas. Críticas – O silêncio prolongado do presidente foi duramente criticado pela cientista

Ainda bem que há a Câmara dos EUA para fazer um minuto de silêncio pelos brasileiros mortos. O de Lula já dura quase 48 horas. Reinaldo Azevedo política Lucia Hippolito que, em seu blog, alfineta: "Ninguém está pedindo a Lula que pilote um avião, apenas que pilote o País". A cientista política argumenta: "Quando um doido saiu atirando dentro de uma

universidade americana, matando dezenas de alunos, o presidente George Bush compareceu ao campus, no dia seguinte, para uma homenagem aos mortos". Da mesma maneira, diz Lucia Hippolito, o presidente da França, Jacques Chirac, fez um pronunciamento no dia em que jovens universitários promoveram um quebra-quebra em Paris; e o primeiro-ministro da Espanha, assim como o rei e a rainha do país, manifestaram-se rapidamente quando a cidade de Madrid foi atingida por um atentado terrorista. "Em momentos graves por que passam os países, a força simbólica do chefe da Nação se faz presente, confortando e se solidarizando com a dor da população", escreve a cientista política. "Não se espera do presidente da República que se conheça todos os detalhes técnicos. Espera-se uma palavra de conforto, que mostre a todos que o primeiro mandatário do País está junto com

tanto pela aviação". Homenagem – A falta de um pronunciamento de Lula ficou ainda mais incômoda para o governo depois que a Câmara dos Representantes (Deputados) dos Estados Unidos fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do acidente com o Airbus da TAM. Isso porque o deputado federal Julio Redecker (PSDB-RS), que morreu na tragédia, teria um encontro marcado em Washington com a líder da Câmara, Nancy Pelosi. "Ainda bem que há a Câmara dos Deputados dos EUA para fazer um minuto de silêncio pelos brasileiros mortos. O de Lula já dura quase 48 horas", anota Reinaldo Azevedo. "Por que sempre tão falante o presidente emudeceu? Por que não se tem uma única imagem dele feita nas últimas 48 horas? Por que sumiu de circulação evitando esbarrar em jornalistas? Está com medo de quê?", indaga o colunista Ricardo Noblat, do Globo Onli-

ne. "O comportamento do presidente soa como uma confissão de culpa." Já o blog do jornalista José Márcio Mendonça, do estadão.com.br, chamou a atenção para o "estado de perplexidade em que ainda se encontram até agora as autoridades brasileiras, em todos os níveis, demonstrando que elas não aprenderam nada com a tragédia anterior com o avião da Gol", em setembro de 2006. O jornalista percebeu uma "pressa oficial generalizada para: a) tentar culpar o piloto, a tripulação; b) tentar encontrar falhas na aeronave; c) dizer que não havia problemas na pista. Tudo isso ficou muito evidente nas diversas entrevistas até agora". "Está incomodando o barulho quase ensurdecedor causado pelo silêncio do sempre loquaz presidente da República neste caso. Vai mal também o silêncio do ministro da Defesa, Waldir Pires, e o da ministra do Turismo, Marta Suplicy."

Charles Silva Duarte / AE

Dilma convoca presidente da Infraero e diretora da Anac

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A ministra discutiu o caos aéreo; Lula deve assumir reunião do Conac

ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, convocou ontem ao Palácio do Planalto o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, e a diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, para uma reunião sobre a crise no setor aéreo. O brigadeiro e a diretora da Anac estavam em São Paulo acompanhando as providências relacionadas ao resgate das vítimas do desastre com um Airbus da TAM no Aeroporto de Congonhas. Os dois participaram, pela manhã, de uma reunião no aeroporto com as demais autoridades aeronáuticas que estão na capital paulista desde a explosão do Airbus, no início da noite de

terça-feira. O presidente da Infraero chegou a admitir que poderia colocar o cargo à disposição, segundo informações da rádio Jovem Pan. Já na terça-feira, dia do acidente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já falava a pessoas próximas que poderia tomar a decisão de demitir parte da cúpula da Infraero. Lula decidiu assumir a coordenação da reunião de hoje do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac), no Ministério da Defesa, no lugar do ministro da Defesa, Waldir Pires que, curiosamente, não participou do encontro de ontem e há algum tempo permanece de escanteio na gestão da crise aérea. A presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, já foi confirmada. (AE)

Antonio Cruz / ABr

Mantega diz que não faltaram investimentos

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, saiu em defesa do governo ontem ao comentar a crise aérea no país. Segundo ele, a Infraero dispõe de um amplo plano de desenvolvimento da infra-estrutura aeroportuária para o País, que foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mantega destacou que foram feitas reformas em praticamente todos os aeroportos do Brasil nos últimos anos e que estão previstos investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em 2007 para a continuidade desse plano. "Se nós olharmos a ação da Infraero nos últimos anos, praticamente todos os aeroportos brasileiros foram reformados e

ampliados. É um plano robusto. Mesmo em São Paulo, você tem reformas em Congonhas, Guarulhos e Viracopos. Então, não é falta de investimento", disse Mantega, depois de uma reunião no Palácio do Planalto para tratar da crise, que se agravou com a tragédia ocorrida com o avião da TAM em Congonhas. O ministro afirmou que não há decisão do governo sobre a construção de um novo aeroporto em São Paulo. No entanto, ele explicou que esse tipo de projeto poderia ser feito por meio de Parcerias Público Privadas (PPPs). Mantega também não descartou a possibilidade de ampliar o volume de recursos destinados à Infraero. (AOG)

O corpo do deputado tucano será enterrado na cidade de Novo Hamburgo.

Redecker será velado no Palácio Piratini

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oi confirmada oficialmente ontem a identificação do corpo do deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), uma das vítimas do acidente com o avião da TAM na última terça-feira em

Congonhas, segundo informações da Agência Câmara. O velório será no Palácio Piratini, do governo do Rio Grande do Sul. O enterro acontecerá na cidade de Novo Hamburgo (RS).

Dida Sampaio / AE 12.07.07

Marco Maia: demora nas ações "já ultrapassou todos os limites".

Petista critica 'falta de comando' do governo

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em mesmo aliados guardam críticas ao governo em relação à "falta de comando" para dar uma resposta aos problemas do setor e aos dois maiores acidentes aéreos da história do País. O relator da CPI da Crise Aérea, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que a demora nas ações "já ultrapassou todos os limites". A comissão marcou reunião hoje para votar requerimentos convocando os presidentes da Infraero e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), além de algum representante do Cenipa (Centro de Investigação para Prevenção de Acidentes da Aeronáutica). Os controladores de vôo que monitoravam os pousos e decolagens no momento do acidente com o avião da TAM, na terça-feira, também serão chamados a depor. "Todos esperamos que o Executivo possa definir, o mais rápido possível, as ações concretas na área (de transporte aéreo)", disse ontem o deputado. Segundo ele, a CPI tam-

bém deve designar dois parlamentares para acompanhar a perícia a ser feita nas caixas pretas do Airbus. Maia reclamou ainda do que classificou como "falta de comando" para solucionar a crise. O ministro da Defesa, Waldir Pires, em tese a principal autoridade no assunto, não será chamado, ao menos por enquanto. Na avaliação de membros da comissão de inquérito, não adianta convocar um ministro que não tem autoridade. Lula – Ontem de manhã o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu a coordenação de governo para tratar do assunto. Seis ministros participaram do encontro, mas Pires sequer foi chamado. De acordo com relatos feito por dois auxiliares, Lula está "aborrecido" com o comando da Infraero e da Anac, que não foram capazes de dar uma solução à crise do setor. Hoje o Conselho de Aviação Civil (Conac), órgão de assessoramento para formulação da política do setor, se reunirá no Ministério da Defesa para tratar da crise. (AE)


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Nacional Empresas Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

No setor industrial, a abertura sugerida aos países emergentes não dá qualquer margem de conforto e é ambiciosa demais. Celso Amorin, chanceler

OMC SUGERE CORTE DE SUBSÍDIOS DE ATÉ R$ 16,4 BILHÕES

AMORIM ENCONTRA-SE COM PASCAL LAMY E RECLAMA DO DESEQUILÍBRIO DA PROPOSTA DA OMC

BRASIL QUER UNIÃO DOS EMERGENTES Valter Campanato/ABr

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chanceler Celso Amorim garantiu ontem em Genebra, na Suiça, que os países emergentes integrantes do G-20 estão unidos e há uma percepção geral de que se poderá usar o texto agrícola como base para as negociações. "Nesse momento, a unidade do G-20 é essencial para a conclusão da Rodada de Doha", disse o chanceler. Diplomatas da Venezuela, Uruguai e Argentina também apontaram para uma convergência nas opiniões do grupo. Mas os negociadores alertam: a união do G-20 é apenas "parte da história". Está cada vez mais claro não haver consenso na questão dos produtos industrializados. Hoje, o grupo formado por Brasil, Argentina, África do Sul e outros emergentes se reúnem para definir como reagirão oficialmente à proposta da Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação ao corte de mais de 60% nas tarifas de bens industriais, que vai além das concessões que estão dispostos a fazer. Já Chile, Cingapura, Peru, Colômbia, México e Costa Rica estão dispostos a aceitar a colocação. Na próxima semana, a OMC deve se reunir oficialmente, pela primeira

Amorim: abertura para negociar

vez, depois da apresentação dos documentos. De seq uil íbri o – Amorim encontrou-se ontem em Genebra com o diretor da OMC, Pascal Lamy, para dizer que as propostas feitas pela entidade para a abertura dos mercados agrícolas e industriais estão desequilibradas. O ministro brasileiro garantiu que o G-20 apoiará as sugestões feitas pela OMC no setor agrícola – Cuba foi a única que não endossou completamente a idéia, alegando que alguns interesses dos países em desenvolvimento no setor agrícola não estão contemplados. A OMC sugere um corte entre US$ 13 bilhões e US$ 16,4 bilhões nos

subsídios dos americanos e uma redução de até 73% nas barreiras agrícolas européias. Para Amorim, o problema central é que a proposta agrícola, ainda que seja aceitável para o Brasil, permite certos confortos aos países ricos. A Europa praticamente não teria de fazer grandes esforços para chegar ao que a proposta sugere. "Já no setor industrial, a abertura sugerida aos países emergentes não dá qualquer margem de conforto e é ambiciosa demais", afirmou Amorim. "Não é o que pedimos". Enquanto os europeus não escondiam sua satisfação com as posições da OMC, os Estados Unidos afirmaram que o teto de US$ 13 bilhões para seus subsídios é "inaceitável". A t é a p ró x i m a s e m a n a , quando ocorrerá a reunião da OMC, cada grupo deverá estudar cuidadosamente o que será colocado na mesa durante os próximos encontros. "Há um longo caminho a percorrer", disse o ministro. Para Amorim, é importante não rejeitar nada, porque "o momento é de negociar". O chanceler brasileiro voltou a insistir que o Brasil fará todos os esforços para impedir o fracasso da Rodada Doha, que se arrasta há mais de cinco anos. (AE)

´ SUBSIDIOS Estados Unidos desafiam OMC

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Congresso americano estuda propostas de ampliar os subsídios a seus produtores de algodão, apesar de o Brasil estar à espera de uma decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) condenando essa prática – ela seria divulgada ontem, mas acabou adiada para a próxima semana. A OMC já emitiu dois pareceres favoráveis ao Brasil. Agora, poderá definir sanções para punir os americanos. A entidade já havia autori-

zado o Itamaraty a retaliar os americanos, mas o governo brasileiro optou por uma saída pacífica para a crise. Brasília fez um acordo com os Estados Unidos, concedendo-lhes um período para diminuir os subsídios ilegais. Agora, porém, o Itamaraty alega que os americanos não cumpriram o prometido nem atenderam às solicitações da OMC. O caso voltou aos tribunais da entidade, que anunciará na próxima semana o resultado

de mais de seis meses de investigações. O governo norteamericano argumenta que os Estados Unidos já cumpriram o determinado pela OMC ao encerrar um de seus programas de apoio, conhecido como Step 2. O problema é que outros mecanismos de financiamento permanecem e continuam distorcendo o setor. Os próprios produtores reconhecem que o fim do Step 2 "não teve qualquer efeito" sobre a renda do setor. (AE)

China: 10 anos sem abertura.

mais – uma garantia de que, por uma década, não precisará fazer novas aberturas comerciais para produtos industriais. "A proposta (feita pela OMC) não é final", afirmou o embaixador da China na OMC, Sun Zhenyu. Estudos já apontam que, pela

primeira vez em sete anos, o Brasil apresentará déficit com a China, que, segundo a Fundação Centro de Estudos em Comércio Exterior (Funcex), poderia chegar a US$ 1 bilhão. A China aderiu à OMC em 2001, ocasião em que foi obrigada a abrir seu mercado. (AE)

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governo chinês recusa a proposta da Organização Mundial do Comércio (OMC) de dar dois anos de "bônus" para o país na Rodada Doha. Quer

DALEX REPRESENTAÇÕES LTDA., inscrita no CNPJ sob nº 63.982.508/0001-52, vem informar que vai reduzir seu Capital Social de R$ 358.700,00 para R$ 71.740,00 efetivando uma redução de R$ 286.960,00, conforme a alteração contratual assinada em 30/06/2007, empresa registrada na Jucesp sob Nire nº 35.209.502.575, tudo conforme artigo 1084, parágrafo II do código civil de 2002.

Titanium Holdings S.A. CNPJ no 07.131.759/0001-52 – NIRE 35.300.322.134 Extrato da Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 26.4.2007 Data, Hora, Local: realizada aos 26 dias do mês de abril de 2007, às 14h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP. Presenças: Totalidade do Capital Social, senhor Norberto Pinto Barbedo, Diretor, e do representante da empresa KPMG Auditores Independentes. Mesa: Presidente: Milton Almicar Silva Vargas; Secretário: José Luiz Acar Pedro. Convocação: Dispensada (§ 4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76). Deliberações: 1. aprovadas, sem reservas, as contas dos Administradores, o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social findo em 31.12.2006; 2. aprovada a proposta da Diretoria da Sociedade para a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2006, no valor de R$23.014.884,12, conforme segue: R$1.150.744,21 para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Legal de 2006”; R$16.398.104,93 para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Estatutária de 2006”; e R$5.466.034,98 para pagamento de Dividendos, os quais deverão ser pagos até 31.12.2007; 3. reeleitos membros da Diretoria, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2008, os senhores: DiretorPresidente: Márcio Artur Laurelli Cypriano, brasileiro, casado, bancário, RG 2.863.339-8/SSP-SP, CPF 063.906.928/20; Diretores: Laércio Albino Cezar, brasileiro, casado, bancário, RG 3.555.534/SSPSP, CPF 064.172.724/00; Arnaldo Alves Vieira, brasileiro, viúvo, bancário, RG 4.847.312/SSP-SP, CPF 055.302.378/00, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68, com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP; Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG 3.272.499/IFP-RJ, CPF 425.327.017/49; Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15; José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34; e Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; 4. fixado o montante global anual para remuneração dos Administradores, no valor de até R$38.000,00. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a Ata da referida Assembléia encontra-se lavrada no livro próprio e arquivada conforme segue: “Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 212.186/07-3, em 4.6.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”. Titanium Holdings S.A. aa) Sérgio Socha, Norberto Pinto Barbedo.

ASSOCIAÇÃO PAULISTA DOS SERVIDORES DA SECRETARIA DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA

Edital de Convocação A Diretoria da Associação Paulista dos Servidores da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania (CNPJ nº 07.825.041/0001-66) convoca todos os seus associados para Assembléia Geral a realizar-se no dia 10 de agosto de 2007, às 18 horas, no Salão dos Anjos, sito no Páteo do Colégio nº 184 – 1º andar, onde colocar-se-á em votação o cronograma para eleição da nova Diretoria entre outros assuntos. Contamos com a participação de todos. São Paulo, 18 de julho de 2007. A Diretoria.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

NCF Participações S.A.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Belém Comércio e Import. de Máquinas de Costura Ltda. - Requerido: Senas Comércio e Importação Ltda. Av. Mateo Bei, 2.200 - 2ª V. Falências Requerente: Nova Matre Factoring Fomento Mercantil e Assessoria em Negócios Ltda; - Requerida: Victoria Falcão Importadora e Exportadora Ltda. - Rua Silva

Pinto, 243 - 1ª Vara de Falências Requerente: Marcelo Nogueira Borges - Requerida: Wilson Sato ME - Av. Dr. Gastão Vidigal, 1.946 – Pavilhão AME – Boxes 02, 03 e 04 - 2ª Vara de Falências Requerente: Muriaço Ferro e Aço Ltda. - Requerido: Expandra Estamparia e Molas Ltda. - Rua Antonio Raposo, 186 – Conj. 121 - 2ª Vara de Falências

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1202/07/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula e Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Chb. Yadoya - Av. Dep. Cantídio Sampaio, 4300 - Jardim Brasilândia - São Paulo/SP – 120 - 194,40 - R$ 28.593,00 – R$ 2.859,00 – 09:30 – 08/08/2007. 05/1203/07/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Alzira Fernandes Scungisqui - Rua Joaquim Rama Forte, 115 - Jardim Araci - Mogi das Cruzes/SP – 210 - 314,05 - R$ 67.742,00 – R$ 6.774,00 – 10:30 – 08/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 23/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 07/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

CNPJ no 04.233.319/0001-18 - NIRE 35.300.183.371 Extrato da Ata da 6a Assembléia Geral Ordinária realizada em 26.4.2007 Data, Hora e Local: Aos 26 dias do mês de abril de 2007, às 15h, na sede social, Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP. Presenças: Totalidade do Capital Social, senhor Norberto Pinto Barbedo, Diretor, e do representante da empresa KPMG Auditores Independentes. Mesa: Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Antônio Bornia. Convocação: Dispensada (§ 4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76). Deliberações: 1. aprovadas, sem reservas, as contas dos Administradores, o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras, as Notas Explicativas e o Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social findo em 31.12.2006; 2. aprovada a proposta da Diretoria para a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2006, no valor de R$10.157.605,22, conforme segue: R$507.880,26 para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Legal de 2006”; R$6.618.456,86 para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Estatutária para Aumento de Capital de 2006”; e R$3.031.268,10 para pagamento de Dividendos, os quais deverão ser pagos até 31.12.2007; 3. reeleitos membros da Diretoria, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2008, os senhores: Diretor-Presidente: Lázaro de Mello Brandão, brasileiro, casado, bancário, RG 1.110.377/SSP-SP, CPF 004.637.528/72; Diretor VicePresidente: Antônio Bornia, brasileiro, viúvo, bancário, RG 11.323.129/SSP-SP, CPF 003.052.609/44; Diretores: Mário da Silveira Teixeira Júnior, brasileiro, casado, bancário, RG 3.076.007-0/SSP-SP, CPF 113.119.598/15; Márcio Artur Laurelli Cypriano, brasileiro, casado, bancário, RG 2.863.339-8/ SSP-SP, CPF 063.906.928/20; Laércio Albino Cezar, brasileiro, casado, bancário, RG 3.555.534/SSPSP, CPF 064.172.724/00; Arnaldo Alves Vieira, brasileiro, viúvo, bancário, RG 4.847.312/SSP-SP, CPF 055.302.378/00, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68, com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP; Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG 3.272.499/IFP-RJ, CPF 425.327.017/49; Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15; José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34; e Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; 3. fixado o montante global anual para remuneração dos Administradores, no valor de até R$51.000,00. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a Ata da referida Assembléia encontra-se lavrada no livro próprio e arquivada conforme segue: “Secretaria da Fazenda Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 212.188/07-0, em 4.6.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”. NCF Participações S.A. aa) Sérgio Socha, Norberto Pinto Barbedo.

Armazéns Gerais Itautec S.A. - Grupo Itautec CNPJ 58.132.606/0001-60 NIRE 35300194055 EXTRATO DA ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 21.6.2007 Instalação: 21.6.2007, às 15:00 horas, na sede social e com presença total. Convocação: dispensada, nos termos do artigo124, § 4º, da Lei 6.404/76. Composição da Mesa: Presidente: Dr. Paulo Setubal Neto; Secretário: Dr. Cláudio Vita Filho. Deliberações: 1. transferência da sede social, da Rua Santa Catarina nº 1, Prédio 3 - parte, São Paulo (SP), para a Rua Wilhelm Winter, 301 (parte) - Distrito Industrial Jundiaí (SP) - CEP 13213-907; 2. alteração de endereço da filial inscrita no CNPJ nº 58.132.606/0018-09, da Rua Santa Catarina nº 1 - Prédio 9 (térreo), São Paulo (SP), para a Rua Wilhelm Winter, 301 (parte) - Distrito Industrial - Jundiaí (SP) - CEP 13213907; 3. conseqüente alteração dos jornais utilizados para as publicações legais da sociedade, que passarão a ser feitas, além de no “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, no “Jornal da Cidade”, de Jundiaí (SP); 4. alteração do artigo 1º do estatuto social, em decorrência do item 1 precedente, passando a assim ser redigido: “Art. 1º DENOMINAÇÃO, PRAZO E SEDE - A sociedade anônima regida por este estatuto, denominada ARMAZÉNS GERAIS ITAUTEC S.A. - GRUPO ITAUTEC, terá duração por prazo indeterminado, sede e foro na Cidade de Jundiaí, Estado de São Paulo, e poderá abrir dependências em qualquer ponto do território nacional ou do exterior, por deliberação da Diretoria.”. Quórum das Deliberações: unanimidade. Formalidades Legais: ata lavrada no livro próprio e arquivada conforme seguinte “CERTIDÃO Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo: certifico o registro sob o nº 251.609/07-8, em 5.7.2007.(a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”

CIA. LILLA DE MÁQUINAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO CNPJ/MF nº 61.139.622/0001-90 – NIRE nº 35.300.058.984 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária em 27 de abril de 2007 Data, Hora e Local: 27/4/2007, às 12h, na sede social à Rua Piratininga, 1.037/SP. Publicações Legais: a) Aviso aos Acionistas deixou de ser publicado, nos termos do § 5º do art. 133 da Lei 6404/76; b) Relatório da Administração, Balanço Patrimonial e demais demonstrativos financeiros relativos ao exercício findo em 31/12/2006 foram devidamente publicados nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio, em suas respectivas edições do dia 27/3/2007; c) Edital de Convocação foi publicado no Diário Oficial do Estado e no Diário do Comércio em suas respectivas edições dos dias 19, 20 e 21/4/2007 e 19, 20 e 23/4/2007. Quorum de Instalação: Acionistas representando 85,7% do capital social para a instalação em 1ª Convocação, conforme se comprova pelas assinaturas apostas no final desta ata e na lista de Presença que compõe os documentos oficiais desta Assembléia. Ata da Assembléia: Deliberado por unanimidade dos presentes que a ata será lavrada na forma sumária como disposto no § 1º do art. 130 da Lei 6404/76. Mesa: Presidente da Mesa: Ciro de Campos Lilla e Secretária: Maria Silvia de Campos Lilla. Ordem do Dia: 1 - Assembléia Geral Ordinária: A. Exame, discussão e aprovação do Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras, referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2006; B. Destinação do resultado do exercício; C. Fixação da remuneração dos membros da Diretoria. 2 - Assembléia Geral Extraordinária: Alteração do endereço da sede social da sociedade da Rua Piratininga, 1.037, no município de São Paulo, Estado de São Paulo, para Rua Constâncio Colalillo, 382, no município de Guarulhos, Estado de São Paulo, com a conseqüente alteração da redação do art. 2º do Estatuto Social em vigor. Sumário dos Fatos Ocorridos. Transcrição das Deliberações Tomadas em Assembléia Geral Ordinária: Os Srs. acionistas dispensaram a leitura dos documentos legais relativos à presente Assembléia: a) Aprovação integral do Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, Demonstrações do Resultado do Exercício, dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e das Origens e Aplicações de Recursos e as respectivas Notas Explicativas, relativos ao exercício findo em 31/12/2006, com a abstenção dos legalmente impedidos, ratificando-se os atos praticados pelos administradores; b) Aprovação da destinação do resultado do exercício, no importe de R$ 972.447,41 da seguinte forma: R$ 48.622,37 p/ a conta de Fundo de Reserva Legal; R$ 243.111,85 p/ pagamento da distribuição de dividendos obrigatórios, nos termos dos arts. 18, alínea “b” e 20 do Estatuto Social em vigor; e R$ 680.713,19 p/ conta de lucros acumulados; c) Fixação da remuneração dos membros da Diretoria p/ o exercício de 2007, conforme segue: em até R$ 20.500,00 p/ o Diretor Presidente; em até R$ 16.200,00 p/ o Diretor Industrial e em até R$ 11.000,00 p/ cada Diretora sem designação específica, já incluídos os valores relativos aos benefícios e verbas de representação dos administradores, nos termos do disposto na redação atual do art. 152 da Lei 6404/76, com as modificações introduzidas pela Lei 9457/97. A referida quantia será atualizada na hipótese de haver permissão legal p/ tanto, pela variação do IGP-M da Fundação Getúlio Vargas. Sumário dos Fatos Ocorridos.Transcrição das Deliberações Tomadas em Assembléia Geral Extraordinária: a) Aprovação da alteração do endereço da sede social da Rua Piratininga, 1.037, no município de São Paulo, Estado de São Paulo, p/ Rua Constâncio Colalillo, 382, no município de Guarulhos, Estado de São Paulo, devendo os departamentos envolvidos da Cia. a tomar todas as providências daí decorrentes; b) Tendo em vista a deliberação anterior aprovação da nova redação do “caput” do Art. 2º: A sociedade tem sede na Rua Constância Colalillo, 382, no município de Guarulhos, Estado de São Paulo que é seu foro. Quorum de Deliberação: Todas deliberações foram tomadas por unanimidade dos acionistas presentes. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso. A seguir, como ninguém mais se manifestou, o Sr. Presidente declarou suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente ata, nos termos do art. 130, §1º da Lei 6404/76 que lida e achada conforme, foi assinada pelos presentes. SP, 27/4/07. Presidente: Ciro de Campos Lilla; Secretária: Maria Silvia de Campos Lilla. Acionistas: Ciro de Campos Lilla, Maria da Glória Ferreira de Campos Lilla e Maria Silvia de Campos Lilla. É cópia fiel da lavrada em livro próprio. SP, 27/4/07. (a) Maria Silvia de Campos Lilla: Secretária. Certidão Jucesp nº 234.915/07-9 em sessão de 13/06/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1210/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Sen. José Ermirio de Moraes - Rua Italia Salvestro Mora, 381 - Votocel - Votorantim/SP – Reforma = 150; Adequação (Cobertura de Quadra) = 90 - R$ 50.562,00 – R$ 5.056,00 – 11:30 – 08/08/2007. 05/1217/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista - EE Jayme João Olcese - Rua Salgado Filho, 96 - Jd. Anchieta - Cubatão/SP – 120 - R$ 30.833,00 – R$ 3.083,00 – 14:00 – 08/08/2007. 05/1220/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Profª Jacana Altair Pereira Guerrini - Rua Dr. Paulo Pinto, 2769 - Independência - Piracicaba/SP – Reforma = 150; Adequação (Cobertura de Quadra) = 90 - R$ 34.060,00 – R$ 3.406,00 – 15:00 – 08/08/2007. 05/1309/07/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Prof. Antonio Firmino de Proença - Rua da Mooca, 363 Mooca - São Paulo/SP; EE Gianfrancesco Guarnieri - Gianfrancesco Sigfrido Benedett – Rua Itapira, 183 - Mooca São Paulo/SP - 90 - R$ 32.539,00 – R$ 3.253,00 – 16:00 – 08/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 23/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 07/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente


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2 - LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007 Monica Zarattini/AE/17-10-2003

Exposição resgata as origens do rock brasileiro MEMÓRIA

Fotos: Divulgação

Rita Lee: pioneira do rock, em imagens dos fotógrafos Mário Luiz Thompson e Conceição Almeida.

Fotos: Arquivo DC

Roberto Minczuk (alto), cujo concerto de 2001 em Campos do Jordão será exibido na Cultura; o violinista russo Boris Belkin (esq.), estrela do festival, e Carrie Fisher, entrevistada de Stephen Fry.

TELEVISÃO

Hippies, clássicos e suicidas.

Rock para ver e ouvir

Regina Ricca

O

Rita Alves

O

Dia Mundial do Rock, celebrado no dia 13 de julho, será festejado até o início do mês de agosto no Museu da Imagem e do Som (MIS). A comemoração extensa pode ser conhecida por meio do projeto Arquivo do Rock Brasileiro, em cartaz até o próximo dia 5. A exposição resgata as origens do estilo nacional, especialmente o período de sua formação que vai de 1955 até 1979. Rita Lee, Raul Seixas, Erasmo Carlos, Jorge Mautner e Celly Campelo são alguns dos artistas congelados pelas lentes dos fotógrafos Mário Luiz Thompson e Conceição Almeida. A mostra conta também com imagens do acervo de Antônio Aguillar, personagem histórico na rádio e TV. O visitante ainda tem chance de apreciar capas de discos, filmes, livros, revistas da época e peças de colecionadores. O jornalista e pesquisador de música popular Ayrton Mugnaini Jr. é o curador

do projeto e foi um dos colaboradores que revirou seus arquivos e trouxe diversas preciosidades para a exposição, inclusive capas de discos autografadas. Mugnaini conta que Tony Campelo, padrinho da exposição, é admirado por ele desde criança. "Meu pai costumava comprar os discos do Tony. Nunca imaginei que um dia pudesse trabalhar com ele e hoje ser curador de uma exposição como essa". Mugnaini diz que procurou mesclar o material usado na mostra. "Misturei composições e objetos do rock, alguns são específicos de rock e outros só tem alguma ligação com o rock". O sambista Wilson Batista, autor de Sou fã da Jovem Guarda , é um dos exemplos. Adoniran Barbosa, criador da música Já Fui um Brasa, é outro que também faz parte da exposição. "A maioria dos roqueiros, até os mais radicais que dizem que MPB é coisa de velho ou sem tempero, respeitam

Adoniran. Muitos falam que Caetano Veloso é chato, que Chico Buarque já nasceu velho. Outros dizem que respeitam Nelson do Cavaquinho, mas não ouvem... Mas com o Adoniran é diferente". Até o próprio curador revela sua admiração pelo músico, dizendo que ele é um de seus heróis. Entre os roqueiros mais modernos Mugnaini diz que gosta de muita coisa e destaca o grupo Cachorro Grande e Pato Fu. O MIS também celebra o mês do rock com outras atrações, entre elas os filmes Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock and Roll, adaptado dos quadrinhos de Angeli, e Botinada, dirigido pelo ex-VJ da MTV Gastão Moreira.

Erasmo Carlos (alto), Martinha e Raul Seixas: fotos, objetos e filmes no evento.

MIS - Av. Europa, 158, Jardim Europa, tel.: 3062-9197. Terça a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: R$ 3 (grátis aos sábados).

Imagens e sons: acervo do MIS vem à luz

Reservar um dia especial para conhecer os projetos de cinema, música e fotografia exibidos pelo MIS pode ser sinônimo de belas surpresas e diversão para quem mora na cidade. O passeio pode proporcionar, por exemplo, a chance de assistir a um dos filmes de longa ou curta-metragem pertencentes ao acervo do museu. Segundo Marcos Kurtinaitis,

coordenador da área de audiovisual esse é um dos objetivos do projeto permanente Acervo em Cartaz. "Cada uma dessas mostras é uma chance de expor o nosso acervo para o público começar a conhecer o que a gente tem". Em Profissão Cinema, a sessão de filmes é acompanhada de um bate-papo. "Nesse evento selecionamos, por exemplo, um filme que foi pouco visto e ainda convidamos um profissional ligado a esse trabalho para conversar com as pessoas".

A área de música também tem seus projetos permanentes. O Instrumental MIS é um deles. São shows gratuitos dedicados à divulgação do trabalho autoral de instrumentistas, tanto de artistas consagrados quanto da nova geração. No próximo dia 23, o grupo Mamma Cadela abre o evento Encontros da Imagem e do Som. Teresa Sena, coodenadora da área musical, explica que a idéia do projeto é unir as duas linguagens e otimizar o auditório, que também é um espaço de projeção. "É um

verdadeiro encontro da imagem e do som. Mas não é algo casual, não é simplesmente sobrepor a imagem encima de um show. É algo pensado". O museu abriga outros diversos projetos, tanto temporários quanto permanentes. E o público pode descobrir e aproveitar as atividades de terça a domingo. Conheça mais eventos do MIS em www.dcomercio.com.br

figurino era composto por calças boca-de-sino, roupas tipo indiana e cabelões com faixa amarrada na testa. Na trilha sonora, só rolava o som do Grateful Dead, Janis Joplin, Phish, Jefferson Airplane. E, na política, a palavra de ordem era a não-violência, ou seja, combater a guerra do Vietnã e pregar a paz e o amor (livre, de preferência). Estamos de volta aos saudosos anos de 1960 e falando, claro, dos hippies, tema do programa especial inédito que vai ao ar na quarta (25), às 22h, pelo The History Channel. Principal e mais influente movimento de contracultura já surgido em todos os tempos, que se opunha radicalmente aos valores culturais considerados importantes na sociedade, como o trabalho, o patriotismo e nacionalismo, a ascensão social, esse movimento, a princípio, foi formado por jovens, entre 15 e 25 anos, e teve influência inimaginável sobre as ciências, a tecnologia e a arte. Essa turma que surgiu nos EUA junto com a luta pelos direitos civis e chacoalhou as estruturas, continua, 40 anos depois, sendo fonte de inspiração para novas gerações. O programa do History Channel analisa principalmente o “verão do amor” em Woodstock, o festival de música realizado em 1960 que reuniu durante três dias mais de 500 mil jovens numa fazenda em Bethel, Nova York. O documentário também analisa a popularização das drogas, as mortes durante o festival de Woodstock e a trajetória de artistas-símbolos dessa época. Stephen Fry (título de uma conhecida música de Zeca Baleiro, Por Onde Andará Stephen Fry?) você já deve ter visto em filmes como V de Vingança, Um Peixe Chamado Wanda, Para o Resto de Nossas Vidas ou no papel-título do longa sobre Oscar Wilde, Wilde (1997), direção de Brian Gilbert. Pois esse ator, escritor e diretor protagoniza um documentário inédito que o GNT exibe neste domingo (22), à meia-noite, Stephen Fry – Um Maníaco Depressivo. No programa de hoje, sexta (20), dividido em duas partes, ele conversa com os atores Carrie Fisher, Richard Dreyfuss e o cantor Robbie Williams sobre uma doença que eles têm em comum: o transtorno bipolar. Stephen fala abertamente sobre sua própria experiência com o transtorno que o levou a uma tentativa de suicídio. E a boa música produzida na serra ganha nesta sexta (20), à noite, à meianoite e meia, destaque na TV Cultura, já que a emissora vai exibir um encontro musical histórico ocorrido durante o 22º Festival de Inverno de Campos do Jordão, em 1991 – o do pianista francês Michel Dalberto com o violinista russo Boris Belkin. Na primeira parte deste concerto, gravado no Auditório Cláudio Santoro, eles executam a Sonata para Violino e Piano em Dó Maior, Op. 30 Número 3, de Beethoven, e a Sonata para Violino e Piano em Ré Maior Op. 94, de Sergei Prokofiev. Até o dia 27, de terça a sexta-feira, sempre à 0h30, a TV Cultura levará ao ar o programa Cultura em Campos, que exibirá uma série de concertos exclusivos dos arquivos da emissora, realizados no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão nos últimos 38 anos. No dia 24 (terça), a emissora mostra o encontro realizado entre Roberto Minczuk e Nelson Freire, em 2001; no dia 25 (quarta) a parceria formada entre Kurt Masur e a Orquestra Acadêmica, na Sala São Paulo, em 2005, e no dia 26 (quinta), o da Orquestra Sinfônica Brasileira e Nelson Freire, realizado em 2006.

CD

Ricas vivências de Sidney Mattos Aquiles Rique Reis

H

oje vou comentar o CD Eu Sou Assim, de Sidney Mattos. Talvez você nunca tenha ouvido falar dele, leitor. Pior: talvez nunca venha a escutá-lo. Assim funciona o mercado da música brasileira. Assim é a batalha de centenas de bons produtos que tentam chegar aos ouvidos de quem poderia dar importância a eles. O mais curioso é que, dentro da crueldade reinante nessa lógica perversa que é feita mais para excluir do que para facilitar, este é o sétimo CD autoral de Sidney Mattos. Compositor de boas qualidades, cantor mediano

que funciona como apresentador de seu repertório, instrumentista correto, harmonizador de recursos, produtor atento, ele, além de tudo, tem o que dizer. Suas vivências são ricas e ele não as deixa aquietarem. Faz bem. Se todos que são como ele tivessem o mesmo ímpeto, os que souberem deles perceberão com quantas histórias se faz uma boa canção. Mais: conhecerão com quantas notas se faz a luta para deixar de ser membro dessa enorme legião de grandes músicos autores eternamente-quase-anônimos que não podem deixar, e nem deixam, a peteca cair.

Como tantos outros compositores e instrumentistas, Sidney Mattos rema contra a maré; caminha na contramão; busca o céu da criação enquanto trisca as entranhas do purgatório. Agarra-se com unhas e dentes ao talento que só ele e os que lhe são próximos sabem que tem. E para gravar esse novo CD independente, ele convidou uma turma de 17 feras: Cláudio Gurgel, André Novaes, Dalmo Mota, Renato Alvim, Repolho, Chiquinho Brazão, Alberto Fa-

rah, Osias Gonçalves, Bernardo Besseler, Zé Carlos “Bigorna”, Guilherme Brício, Ricardo Pontes, André Dantas, Flávio Pereira, Fernando Pereira, Teo Lima e Viça Barcellos. Apesar de ter composto Feitiço, uma boa letra para uma bela melodia, bem harmonizada por Mattos, Luiz Alfredo Milleco, o letrista mais presente no CD – sete parcerias num total de 14 músicas –, não parece ser quem melhor se adapta às melodias de Sidney. Outros

bons letristas conseguem melhor resultado: em Eu Sou Assim destacam-se O Amor, bela canção letrada por Horivaldo Gomes e Maurício Duboc; O Índio, que recebeu letra de Xico Xaves; e também Vida Inteira, letra de Ana Terra que finda inspirada: “Faço que nem os loucos abençoados/ Vejo no mundo a luz que ninguém vê/ Deus só habita os seres apaixonados”. Mas é com Anjo, cujos versos são de Ivan Wrigg, que Sidney atinge o ápice da qualidade no disco que acaba de lançar. Ao se encaixar harmoniosamente com a melodia, os versos se desvendam cristalinos: “Todo amor é

pleno/ Pura Poesia/ Que a vida escreve/ Fora do papel”. O amor é o principal sentimento que leva Sidney Mattos a compor. Poesia em louvor à liberdade pela qual ele luta desde sempre com a mesma intensidade com que despreza a injustiça e ama a música. Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4, produtor e apresentador do programa O Gogó de Aquiles, na Rádio Roquete Pinto FM do Rio de Janeiro, às segundasfeiras, das 15h às 16h: www.fm94.rj.gov.br

GUITARRAS AUTOGRAFADAS POR BONO E GEORGE BENSON Peças estão em exposição no Espaço Fiesp (Avenida Paulista, 1313, Metrô Trianon-Masp), de terça a domingo, das 9h às 19h. Até 2 de agosto. Ingresso: grátis.


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sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

LAZER - 3

CINEMA Estréia mais uma ótima comédia do diretor Jorge Furtado: Saneamento Básico - O Filme Fotos: Columbia Picutres/Divulgação

Carros viram robôs, que viram carros. Sem parar o videoclipe. Davi Franzon

U

Marina (Fernanda Torres), a autora do projeto, trabalha na loja de móveis do pai, Otaviano (Paulo José).

Mas a poesia ainda pode ser uma saída Lúcia Helena de Camargo

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o interior do Rio Grande do Sul, a pequena comunidade de Linha Cristal, uma vila povoada por descendentes de colonos italianos, tem um problema malcheiroso: esgoto a céu aberto. Solução? Construir uma fossa. Mas com que verba? O tratamento do esgoto é orçado em R$ 8 mil. Uma comissão de moradores vai à Prefeitura em busca de financiamento. E aí começa o enrosco. Ou o enredo desta comédia: Saneamento Básico – O Filme. A secretária municipal entende e compartilha da reivindicação, mas a administração não tem recursos para a obra. Porém, dispõe de R$ 10 mil, concedidos pelo governo federal, para produção de um vídeo de ficção. Caso o filme não seja feito, o dinheiro voltará para os cofres públicos. Como ninguém deseja tal “disparate”, nasce o projeto da realização de um vídeo sobre a construção de uma fossa, que na verdade é um pretexto... bem, você já entendeu. Quem tem a engenhosa idéia é a pragmática Marina (Fernanda Torres), que trabalha na loja da fábrica de móveis do pai, Otaviano (Paulo José), e é casada com Joaquim (Wagner Moura). Depois de perguntar aqui e ali e descobrir que, para ser ficção, precisa necessariamente incluir um monstro, nasce a trama. Marina então reúne uma equipe e começa as filmagens, colocando sua irmã Silene (Camila Pitanga) como a mocinha da história e o namorado dela, Fabrício (Bruno Garcia), no papel

graçados. No lançamento do filme, o cineasta de Meu Pai Matou um Cara (2005) e O Homem que Copiava (2003) pede desculpas aos espectadores por eventuais piadas parecidas às de outros trabalhos: “Faço o possível para não imitar a mim mesmo, mas às vezes não consigo”. A inspirada trilha sonora inclui músicas italianas como Piangi con me (Norman Shapiro e Giulio Rapetti), interpretada por Os Rokos; Quanto è Bella, na voz de Gaetano Bardini; Quanto è Cara, da ópera L’Elisir D’Amore (Gaetano Donizetti); e Tarantella scialusa, com arranjo de Álvaro Manzoni, interpretada por Ragazzi Dei Monti. O custo divulgado de produção de Saneamento Básico – O Filme foi de R$ 2,6 milhões. O valor seria suficiente para construir 260 fossas como a proposta para Linha Cristal. Mas nenhuma é feita. “Todos acabam resolvendo suas questões afetivas e humanas através da arte, mas ninguém soluciona o problema do esgoto”, resume Fernanda Torres. “Cinema é um luxo necessário”, contemporiza a atriz. Sim, saneamento básico é muitas vezes mais essencial do que um filme. Porém, Furtado é ardiloso, pois sai-se da sessão com a paradoxal impressão de que é mesmo mais impormos), o especialista em edição de ví- tante fazer cinema do que esgoto. deos de casamentos, batizados e afins, Saneamento Básico - O Filme muda um pouco o tom, mas todo o (Brasil, 2007. 112 minutos). elenco, bem azeitado, parece divertirDireção: Jorge Furtado. Com se brincando de atuar mal no vídeo O Fernanda Torres, Wagner Monstro da Fossa. Moura, Camila Pitanga, Bruno Com roteiro e direção de Jorge FurtaGarcia, Lázaro Ramos, Tonico do, os diálogos são afiados e muito enPereira, Paulo José. do herói. Joaquim acaba escalado para monstro. Aos trancos e barrancos, prosseguem as filmagens, que demoram a somar os dez minutos estipulados para o vídeo ser considerado válido. O veterano Paulo José, que relata em entrevista ter aprendido a falar italiano lendo quadrinhos do Snoopy nesse idioma, interpreta o imigrante italiano rabugento e reclamão, e forma a dupla cômica com outro imigrante ranheta, Antônio (Tonico Pereira). A participação de Zico (Lázaro Ra-

Europa Filmes/Divulgação

O desajeitado Frank (Robert Carlyle) experimenta o prazer da dança

No ritmo da dança e da vida Rita Alves

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movimento pode ser considerado o protagonista do longa Baila Comigo, que estréia nesta sexta-feira nos cinemas de São Paulo e Rio de Janeiro. Isso ocorre não só pelo fato de a dança ser um dos temas do filme, mas também porque o passado de vários personagens desloca-se com freqüência para a vida atual deles. Com Frank (Robert Carlyle) e Steve (John Goodman) o vai e vem de lembranças não é diferente. Frank é padeiro, dono de seu próprio negócio, e um tímido viúvo, rodeado pelas lembranças de sua mulher. Durante uma viagem encontra na estrada Steve, à beira da morte, preso nos destroços de um acidente de carro. Enquanto os dois esperam por ajuda, Steve conta a Frank que estava

a caminho de um encontro com Lisa, um amor adolescente que ele não via há quase 40 anos. O reencontro, combinado no passado entre o casal, aconteceria de qualquer forma naquele dia, segundo Steve. Mas o que ele não imaginava é que, no meio das ferragens, tivesse que mandar outra pessoa em seu lugar. Sem alternativa, Frank é o eleito para sair em busca de um amor de longa data. A jornada do padeiro começa na Escola Marilyn Hotchkiss de Dança de Salão e Etiqueta. Sem familiaridade com a dança, Frank enfrenta a timidez e passa a participar das aulas, liderada por Marienne Hotchkiss, professora que lidera o grupo com a "permissão" da antiga líder, a mãe, já morta. Entre as alunas da turma está Tina, interpretada

pela brasileira Sonia Braga. Os passos de dança aprendidos por Frank dão um novo sentido na sua vida. Não só pelo fato de ajudar um desconhecido a realizar um sonho, mas também por fazer com que ele mesmo se sinta vivo depois de muitos anos de apatia diante de tudo. Baila Comigo mistura imagens do passado com encontros do presente e conta de maneira cativante uma história sobre sonhos, esperança e alegria de viver. Tudo embalado em ritmo de dança. Baila Comigo (Marilyn Hotchkiss Ballroom Dancing & Charm School, EUA, 2005, 103 minutos). Direção: Randal Miller. Com Robert Carlyle, John Goodman, Marisa Tomei e Mary Steenburge.

Muita ação na adaptação do desenho animado; e Autobot Bublebee (foto maior), que sempre foi um Fusca, é transformado em camaro.

m filme destinado a uma Megratron. A guerra travada em Cygeração. Essa é uma das im- bertron é levada à Terra durante a propressões que a exibição de cura pelo Cubo, objeto que dá a vida Transformers, de Michael Blay, deixará aos robôs e transforma aparelhos elenos espectadores a partir desta sexta trônicos em organismos vivos. A participação dos humanos na tra(20). Claro que os efeitos especiais, que contam com a colaboração de ma é amarrada por meio de pequenas Steven Spielberg, impressionam pela piadas inseridas durante o desenrolar alta qualidade e por aproximarem da da história. As atuações de Shia La"realidade" a transformação de carros, Beouf (Sam) e da bela Megan Fox (Micaminhões e aviões em robôs de com- kaela) reforçam o formato de videoclibate. Mas, além de toda a produção pe recriado por Blay. Já a ação dos mifantástica, o filme acertará em cheio os litares norte-americanos gera a coopenostálgicos da década de 1980. Blay ração de duas raças diferentes contra um mal comum deve levar às sa- Paramount Filmes/Divulgação – uma discurso las de exibição p olitic amente um contingente correto bem sude "jovens" na bliminar, sem faixa dos 30 anos prejudicar a "inoque assistiam ao cência" do filme. desenho Tra nsComo ponto negativo, a rapidez na formes entre 1985 até 1992, período passagem das informações poderá de sua exibição por aqui. O formato do longa-metragem in- desagradar aqueles que não acompadica a migração da estética de video- nhavam a série. Dica: leve o irmão mais clipe para os cinemas. O ritmo frenéti- velho, caso você tenha um. Ele acabará co e a combinação de música e ima- com suas dúvidas. Outro defeito é a gem geram uma mistura das duas mí- adaptação do Autobot Bublebee: até dias; uma simbiose de linguagem então um Fusca, virou um camaro. Tuentre a geração passada e a atual, já do indica que a Volkswagen não autoacostumada com esse novo formato. rizou a mudança. Blay, em duas horas e dez minutos de material, desenvolve uma trama Transformers (Estados Unidos, básica envolvendo os personagens 2007, 85 minutos). principais. Estão lá: Autobots, lideDireção de Michael rados por Optimus Prime, enfrenBay. Com Shia tando os inimigos Decepticons LaBeouf, Megan e o destruidor Fox, Josh Duhamel.


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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74,3

DÉFICIT NA BALANÇA FOI DE US$ 2,1 BI

por cento foi o crescimento do setor de máquinas para madeira, segundo a Abimaq.

IMPOSTÔMETRO DA ACSP ATINGIRÁ DOMINGO A MARCA DE R$ 500 BILHÕES PAGOS PELOS BRASILEIROS

MEIO TRILHÃO EM IMPOSTOS PAGOS Marcos Peron/Virtual Photo

Adriana David

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eio trilhão de reais serão arrecadados em 203 dias nas três esferas do governo. A cifra será atingida domingo, por volta das 19h30, e poderá ser visualizada no Impostômetro, em frente à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), painel eletrônico que monitora em tempo real a arrecadação de impostos. Mesmo com todo esse volume de impostos pagos desde o primeiro segundo de 2007, os

brasileiros reclamam da falta de serviços públicos eficientes. Faltam investimentos em saúde, educação, segurança, transportes

– enfim, em praticamente tudo o que é básico para se viver e que é obrigação do Estado oferecer. Não tendo esses serviços, os cidadãos têm de arcar com planos de assistência médica, segurança e escolas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, o contribuinte trabalha 146 dias por ano para pagar impostos. O site www.impostometro.com.br também mostra os valores por estado, dia, hora, minuto, segundo e em anos anteriores. Em relação a 2007, o montante de R$ 500 bilhões será alcançado com 23 dias de antecedência.

BigMac sem ICMS no McDia Feliz Sílvia Pimentel A produção de máquinas e equipamentos registrou faturamento de R$ 28,8 bilhões no primeiro semestre

Setor de máquinas fatura 10% mais O Mário Tonocchi

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indústria brasileira de máquinas e equipamentos faturou R$ 28,8 bilhões nos seis primeiros meses deste ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), com alta de 10,1% sobre o primeiro semestre de 2006. O aquecimento nos negócios, entretanto, não se refletiu no emprego, que cresceu apenas 2,8% no período. Em junho, o setor, que chegou a absorver 350 mil pessoas no início dos anos 1880, empregava 215.755 trabalhadores, ante 209.797 em junho de 2006. "Na verdade, ainda não entendemos direito os motivos do aumento do faturamento. Os empresários, então, estão com receio. A pergunta é se a receita vai continuar subindo", afirmou o presidente da Abimaq, Newton de Mello, que deixa hoje o cargo. De acordo com ele, o crescimento atual deve refletir apenas um merca-

do melhor sobre 2006, que teve queda de 2,1% em relação ao ano anterior. O aumento de 10,1% é uma média. Em primeiro lugar entre os segmentos que mais faturaram está o de máquinas para madeira, com aumento de 74,3%. Isso se deve, segundo Mello, ao aquecimento da construção de casas populares no ano passado, que movimentou o setor de móveis nos primeiros meses de 2007. Na ponta oposta ficou o segmento de máquinas têxteis, que viu seu faturamento despencar 16%. "São os tecidos asiáticos que impedem o investimento dos empresários nas novas máquinas", observa Mello. No meio dessa lista está o segmento de máquinas agrícolas, cuja receita subiu 32,6%, puxada pela recuperação econômica dos produtores rurais de commodities como soja, milho e algodão e começam a se recuperar das quedas na Bolsa de Chicago no ano de 2005. O aumento geral deu-se fundamentalmente pelo investi-

mento das empresas brasileiras. O "consumo aparente", que mede o faturamento do segmento de máquinas e equipamentos descontadas as exportações e somadas as importações, cresceu 13,7%, para R$ 33,1 bilhões, contra R$ 29,1 bilhões nos seis primeiros meses do ano passado. A balança comercial do setor apresentou déficit de US$ 2,1 bilhões no primeiro semestre, resultado de importações de US$ 6,8 bilhões e exportações de US$ 4,7 bilhões. Segundo a Abimaq, as exportações cresceram 21% e as importações tiveram aumento maior, de 31%, no período. "Acreditamos na manutenção constante do déficit até o final deste ano, quando deveremos chegar a um desequilíbrio a favor das exportações no valor de US$ 5 bilhões ou US$ 6 bilhões", disse Mello. Em 2005 e 2006 houve, respectivamente, superávit de US$ 90 milhões e déficit de US$ 190 milhões. Pesou na mudança deste ano o real valorizado.

Veículos sustentam crescimento

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Previ (fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estudam vender ações do BB em oferta pública ainda neste ano. A intenção é abrir mão de 3% a 5% do capital. (AE)

OMS ALERTA

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Telecom Italia (TI) anunciou ontem a conclusão do acordo para a venda de sua fatia na Brasil Telecom (BrT) para os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa Econômica) por US$ 515 milhões. A TI é dona de 38% da Solpart, holding que detém 51% do capital ordinário (com direito a voto) da BrT. A TÉ LOGO

O Citigroup passa a ser o único sócio dos fundos na Solpart. O negócio abre espaço para a melhora da gestão da BrT e, segundo fontes que acompanham a empresa, poderá facilitar eventual entrada no futuro de um parceiro estratégico ou a possível fusão com o Grupo Oi (ex-Telemar). A TI informa que vai concentrar sua operação no mercado brasileiro na TIM. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Brasil já tem 106,6 milhões de celulares Governadores do Norte pedem reforma tributária Kirchner: falta de energia afeta indústria

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Aneel vai leiloar energia nova no próximo dia 26

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s países emergentes podem perder espaço no mercado internacional de alimentos se os governos não garantirem um sistema de vigilância sanitária mais rígido. O alerta foi feito ontem pela Organização de Agricultura e Alimentos da ONU (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

TELECOM ITALIA FORA DA BR TELECOM

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maio foram, respectivamente, de 13,1%, 15,2% e 17,4%. O Iedi avaliou também os demais segmentos que compõem a atividade industrial, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em bens intermediários, cujo crescimento acumulado é de 3,9%, apesar de 11 dos 12 setores estarem crescendo até maio (apenas o refino de petróleo e produção de álcool registrou retração), apenas três dos 12 setores de atividade estão acelerando sua expansão. (AE)

AÇÕES DO BB

Ó RBITA

CHINA Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 11,9% no segundo trimestre deste ano.

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processo de aceleração e, de acordo com o estudo, todos os segmentos desse setor vêm apresentando aumentos significativos na produção. Os bens de capital são a categoria que registra maior expansão neste ano (16,3% no acumulado até maio). A evolução das taxas acumuladas no ano a partir de março revela que o setor de maior peso, o de máquinas e equipamentos (27,1%), mostra sinais de uma forte trajetória de aceleração. A expansão registrada em março, abril e

MICROSOFT Empresa faturou US$ 13,3 bilhões no trimestre encerrado em 30 de junho, com alta de 13%.

Rio Grande do Sul e Sergipe. Desde que foi criado, o McDia Feliz arrecadou R$ 69,2 milhões, destinados a cerca de 100 instituições em 20 estados. Em 2006, foram R$ 9,4 milhões, decorrentes da venda de 1,37 milhão de sanduíches. Para este ano, a meta é levantar R$ 10 milhões e beneficiar 62 entidades. Os outros estados autorizados neste ano são Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.

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aceleração da produção de veículos e de máquinas e equipamentos serão as principais bases de sustentação da continuidade da expansão industrial no segundo semestre de 2007. A avaliação consta do levantamento "Quem está acelerando o crescimento?" divulgado ontem pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base na análise das taxas acumuladas no ano a partir de março. A fabricação de bens de capital no Brasil está em forte

Distrito Federal e mais 20 estados, entre eles São Paulo, foram autorizados pelo Ministério da Fazenda a abrir mão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas vendas do sanduíche BicMac no próximo dia 25 de agosto, quando será realizada a campanha nacional contra o câncer infantil conhecida como McDia Feliz. A permissão para desviar a receita do ICMS, o carro-chefe das finanças estaduais, está

prevista no Convênio nº 85 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Caberá a cada estado aderir ou não. Todo o dinheiro que seria arrecadado com o imposto será destinado a entidades que cuidam de crianças com câncer. Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Ronald Mc Donald, que promove o McDia Feliz desde 1988, ainda não é possível saber que estados vão participar. No ano passado, 11 aderiram, além do Distrito Federal: Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro,

ANP deverá realizar leilão em novembro


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Daniel Garcia/AFP

Internacional Na trilha de Evita, Cristina se lança à presidência Primeira-dama, já comparada a Evita Perón, busca suceder o marido Néstor

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ristina Fernández de Kirchner, ou simplesmente Cristina, como prefere ser chamada atualmente, lançou no final da tarde de ontem, na cidade de La Plata, sua candidatura oficial à presidência argentina, na tentativa de suceder o marido, o atual presidente Néstor Kirchner, e entrar para a história como a primeira mulher eleita pelo voto direto chefe do executivo argentino. "Cristina, a mudança começa", foi o slogan visto em cartazes por todo o centro de Buenos Aires e o mote principal de uma campanha presidencial que, segundo diferentes institutos de pesquisa, já a coloca como favorita nas eleições. A candidatura de Cristina, uma peronista de discurso firme e sólida trajetória política, invoca inevitavelmente a Isabelita Perón, a segunda mulher de Juan Domingo Perón, e que chegou à presidência, na condição de vice, após a morte do marido, em 1974. Mas é com a primeira mulher de Perón, Evita, que Cristina vem sendo incansavelmente comparada por boa parte da população e da mídia da Argentina, sobretudo pela grande popularidade. Evita, a "mãe dos pobres", é uma mulher que Cristina Kirchner diz admirar. Mas também insiste em afirmar que "não quer ser uma cópia". Com Cristina como única oradora, o lançamento da campanha foi considerado uma demonstração de força e poder da primeira-dama, já que aconteceu a apenas 100 dias do pleito, marcado para 28 de ou-

RETALIAÇÃO

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governo da Rússia expulsou quatro diplomatas britânicos em retaliação à decisão da GrãBretanha de expulsar diplomatas russos na segunda-feira. A medida fora tomada por causa da recusa de Moscou em extraditar o empresário Andrei Lugovoi, acusado pela morte do exespião da KGB Alexander Litvinenko, em Londres, em 2006. O país suspenderá, ainda, a cooperação com a guerra ao terror. (AE)

Reprodução

A ex-primeira dama Evita Perón

tubro. O presidente Kirchner desistiu da reeleição para focar na candidatura da esposa. Candidatura O discurso de Cristina serviu para apresentar seu programa de governo, que inclui mais transparência, mais justiça social e maior defesa das instituições do país. É considerado, de antemão, uma continuidade da administração do marido, pelo menos em relação à política econômica, nas palavras de seu chefe de gabinete, Alberto Fernández. No discurso de ontem, elogiou a política econômica do

TRAGÉDIA O desabamento de um prédio de sete andares matou 26 pessoas e feriu outras 15 na Índia

governo Kirchner e prometeu que "a novidade em relação às mudanças será seguir na mesma direção". Também fez uma defesa clara ao governo, dizendo que, nos últimos quatro anos, a administração Kirchner "reconstruiu o Estado constitucional democrático". Escândalos O lançamento da candidatura da primeira-dama, atual presidente da comissão de assuntos constitucionais do Senado, ocorre em um momento complicado para o governo do presidente Kirchner, marcado pela escalada da inflação, o acirramento da crise energética e denúncias de corrupção. Na segunda-feira, a então ministra da Economia, Felisa Miceli, pediu demissão após bombeiros terem encontrado uma bolsa com dinheiro no banheiro do seu gabinete. Ontem, o jornal "La Nación" mostrou que a ministra da Defesa, Nilda Garré, estaria envolvida com possíveis irregularidades na exportação de material bélico aos Estados Unidos. Além disso, a secretária do Meio Ambiente, Romina Picolotti, também está sendo acusada de atos suspeitos, como a contratação de familiares e o uso de jatos particulares, segundo denúncia publicada no "Clarin". Popularidade As denúncias de irregularidade no governo e a crise energética que atinge todo o país — que inclui uma série de apagões —, mas que o governo ainda insiste em negar, não foram suficientes para abalar a candidatura de Cristina. Se as eleições fossem realiza-

Ó RBITA

ALERTA Encontrado novo foco de vazamento na usina nuclear japonesa atingida por terremoto

NO PAQUISTÃO, 270 MORTOS rês ataques suicidas mataram pelo menos 59 pessoas ontem T no Paquistão, em meio à intensificação dos atentados depois que o exército invadiu a Mesquita Vermelha, na última semana, matando dezenas de radicais islâmicos. A onda de ataques, somada ao incidente na mesquita, já deixou 270 mortos. A situação levou o presidente Pervez Musharraf a apelar para a população lutar contra os extremistas. (AE)

Aos 54 anos, a senadora tentará ser a primeira mulher a assumir a presidência pelo voto direto AFP

O programa de governo de Cristina é basicamente o mesmo do presidente Néstor Kirchner: inclui mais transparência, mais justiça social e maior defesa das instituições do país

das hoje, ela teria, segundo diversas pesquisas, aproximadamente 45% dos votos, contra apenas 17% do segundo colocado. Cristina Kirchner deve apresentar sua chapa — com o candidato a vice — no dia 28 de agosto, segundo informações oficiais. (Agências)

BASTIDORES

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orças israelenses estão preparadas para invadir a Faixa de Gaza, tomada pelo partido radical islâmico Hamas, afirmou um importante comandante do Exército de Israel a jornalistas de Tel Aviv. "Israel tem planos bem elaborados, os soldados estão treinados e só esperam o sinal verde", sinalizou. A tomada do território pelo grupo, no mês passado, despertou temores de que ele passe a ser fonte de ataques contra Israel. (Reuters)


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GASTRONOMIA Café Pittoresque: autêntica comida russa

Uma cratera para os bárbaros

Fotos: Divulgação

José Guilherme R. Ferreira

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regos e romanos quase nunca tomavam seu vinho puro, como faziam os cítios, nômades iranianos do tempo do grande persa Dário. A moda cítia do vinho sem mistura era considerada comportamento bárbaro, dentro daquele espírito apreendido pelo dramaturgo Aristófanes: o verdadeiro homem seria aquele que se alimenta e bebe em vastas quantidades. Antes de ir para o kylix, elegante taça grega com duas alças, a bebida era misturada à água numa cratera, grande vasilha de cerâmica, ricamente decorada, geralmente posicionada no centro do salão do symposium (veja imagem). O bardo Homero refere-se na sua épica Odisséia (canto IX), a verdadeiros "sommeliers" servindo vinho a convivas de um banquete, a partir de pesadas crateras. As proporções desse mix alimentaram polêmicas e foram parar nos escritos de filósofos, poetas e

historiadores. Aristófanes fala de uma forte mistura: uma parte de água para uma de vinho. Uma criteriosa compilação de citações sobre o tema, traduzidas para o inglês, pode ser vista no blog Laudator Temporis Acti, mantido pelo bibliomaníaco de Minnesota, Michael Gilleland. Heródoto, um dos pais da historiografia moderna, reproduz uma informação colhida numa de suas viagens: a de que o rei espartano Cleômenes "perdeu o senso" e morreu miseravelmente por causa do vinho sem água. Gilleland registra um dos epigramas do endiabrado poeta Marcial, que critica gregos e romanos que bebem o vinho no seu estado natural. Seriam bêbados ou glutões. Platão, nas suas Leis, foi condescendente: "Cítios e trácios, homens e mulheres, bebem de vinho natural, assim como vestem seus trajes", glorificando uma "instituição".

http://laudator temporisacti.blogspot.com/2004/10/wine-and-water.html http://en.wikipedia.org/wiki/Krater

ADEGA

As novas profissões da mesa Sergio de Paula Santos O Stroganoff original; as porções de Tefteli com molho tkemali (almôndegas de carne com molho de ameixas e ervas, R$ 14), Goutap (pastel de ovos mexidos, R$ 10) e cogumelos marinados, servidos com pão preto (R$ 5). O salão vermelho; o corredor lateral que abriga mesas ao ar livre; Luc Talon, o criador dos pratos, as matryoshkas, bonecas russas que são símbolo da busca pela perfeição e a truta recheada com arroz de ameixa e nozes, cozida em vinho branco (R$ 23).

À mesa, em um conto de Tchekhov Lúcia Helena de Camargo

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uando se fala em Rússia, vêm à mente comunismo, a Praça Vermelha, Moscou, Guerra Fria. Há quem lembre imediatamente de um soldado na Sibéria usando aquele chapéu felpudo que cobre as orelhas. Mas como será a comida russa? O caviar é lembrado, mas além de ser excessivamente valorizado, as ovas de esturjão, por si, não constituem exatamente um prato. Já o estrogonofe, conhecido no Brasil, é um legítimo representante dessa cozinha. No próprio dicionário Aurélio aparece como derivado do nome do conde e diplomata russo Paul Stroganoff, que viveu no século XIX. A definição para a receita dada é “guisado, geralmente de carne ou de galinha picadas, feito em molho de creme de leite, ketchup e vinho”. Porém, quem deseja ir um pouco além em culinária russa terá que começar discordando do dicionário. No Café Pittoresque, restaurante russo aberto no final do ano passado na Vila Mada-

lena, o estrogonofe aparece grafado como o nome do nobre, Stroganoff original, mas leva filé mignon, creme de leite, cogumelos e é temperado com mostarda e dill. Servido com fritas, é vendido a R$ 21. “A receita original não contém molho de tomate ou ketchup”, diz o francês Luc Talon, sócio da casa que também comanda a cozinha. O cardápio enxuto traz ainda opções como Goutap, que consiste em pastéis recheados com ovos mexidos e ervas frescas (R$ 10 a porção com oito unidades); Griby v smetane: cogumelos com creme azedo gratinado, servido com pão preto (R$ 5), sugeridos como petiscos. Entre as entradas, há Oladii, panquecas pequenas de massa fermentada com ovas de salmão e capelim (R$ 20), e Borch, a sopa de beterraba, carne e legumes, servida com creme azedo e pão preto (R$ 12). Único representante da cozinha russa na cidade, o restaurante usa no subtítulo A Casa da Rússia. E faz jus ao nome. Fachada pintada de vermelho, flo-

res brancas no jardim perfazem uma bandeira estilizada. No interior, a decoração caprichada é composta de quadros, fotos, cartazes, estatuetas e até móveis russos. E para colocar o visitante à mesa como se estivesse dentro de um conto de Anton Tchekhov, objetos como facas e garfos, pratos, taças e copos, porta-guardanapos, entre outros, foram todos trazidos da Rússia. E canções russas saem das caixas de som. “Temos pratos dos países que formavam a antiga União Soviética”, explica Talon, para justificar a existência no cardápio, por exemplo, do Plov s baraninoi: cordeiro em cubos assado com arroz e especiarias (R$ 23), saboroso prato originário do Uzbequistão. Nas opções com peixes, o chefrecomenda a Tuschonaya ryba v smetane, filé de pescada empanado, frito e assado com creme azedo e raiz forte (R$ 19) e Lososevyi file, posta de salmão cozida em caldo de açafrão, servida com batatas e cogumelos ao creme (R$ 28). Para beber, não faltam drinques

com vodca. Entre eles: caipirosca de frutas frescas (R$ 8) e White russian (vodka, kalhua e creme de leite, R$ 14), mas o cardápio de bebidas é vasto, incluindo sucos, refrigerantes e diversas marcas de cerveja, pinga, uísque, tequila, conhaque e alguns vinhos, sempre com preços sem abusos. Na bancada no meio do salão, o jornal Moscow Times (em inglês) do dia, é oferecido a quem deseja saber notícias sobre o país. O preço razoável, a boa comida e o ambiente aconchegante, com apenas 40 lugares, faz do Café Pittoresque, cujo nome homenageia um café que de fato existiu em Moscou, uma boa opção para provar sabores e fugir do lugar-comum. Café Pittoresque – Rua Fradique Coutinho, 832, Vila Madalena, tel.: 3097-0939. www.cafepittoresque.com.br. Abre de segunda a sexta, das 12h às 14h30 e das 19h às 23h. Aos sábados, das 12h às 23h. Fecha no domingo.

SHOW

Um trio para homenagear Johnny Alf

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auby Peixoto, Alaíde Costa e Celso Lago prestam o Tributo a Johnny Alf (foto) no sábado (21) e domingo (22), no Sesc Pinheiros. O próprio Johnny, por motivos de saúde, não estará presente.

Com 55 anos de carreira, Alf é um dos criadores da Bossa Nova, tocou em bares cariocas, tendo como ouvintes João Gilberto e o Maestro Radamés Gnatalli. No repertório do espetáculo, entraram,

entre outras canções, Plexus / Rapaz de Bem; Céu e Mar; Olhos Negros; O que é Amar; O Tempo e o Vento; Eu e a Brisa e Meu Sonho. Na banda, Marcos Souza (contrabaixo); Alexis Bittencourt

(guitarra); Celso de Almeida (bateria) e Fábio Torres (piano). Sesc Pinheiros, Rua Paes Leme, 195, tel.: 3095-9400. Apresentações sábado às 21h e domingo às 18h. Ingresso: de R$ 10 a R$ 20.

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progresso científico, tecnológico e cultural tem ampliado as atividades do homem. A complexidade da vida moderna vem aumentando o número de profissões e de especialidades. Em alguns setores, como o da mesa, tem-se criado entretanto especialidades sem maior sentido. Faz parte do folclore alemão a história de "especialistas" que abria qualquer livro na página exata que lhe pediam. Se fosse, entretanto, para fechar o livro, seria com outro especialista... Assim, por necessidade ou não, criam-se e inventam-se profissões e especialidades, algumas existentes há séculos. É o caso de chef, na realidade apenas cozinheiro. Digase o mesmo de "culinarista", de "jardinista", para jardineiro, de "barista" para quem faz café, termo que nada tem a ver com o mesmo. Por extensão podem se criar assim várias "profissões", para quem faz ou prepara qualquer bebida ou alimentos... Sabemos todos que os restaurantes mais pretensiosos dispõem de "sommeliers" para servir o vinho, de "patissiers", doceiros ou confeiteiros, de "chocolotiers" para os de chocolate, etc. Recentemente encontramos um "produtor gastrônomico..." Entre as mais recentes "pérolas" encontradas entre as profissões, está a de "cachacier", literalmente "chachaceiro", ou "pinguço", "bebum", termo que seria um galicismo se existisse ou fosse dicionarizado no francês. Não é esse, entretanto, o sentido que se pretende dar ao neologismo. Como atualmente se quer dar "status" de bebida fina à cachaça, seu produtor seria o "cachacier", o que é uma contradição, pois se "a cachaça é nossa", como diz sua propaganda, seu produtor se pretender francês é contraditório. Mais interessante ainda é a novíssima atividade (e especialidade), de "bier sommlelier", agora um duplo estrangeirismo, franco-alemão. Se pretender usar apenas o francês, seria um "bier sommelier", enquanto para o alemão haveria pelo menos duas possibilidades. No alemão medieval quem servia

bebidas ao rei, todas, era o "Mundschenk", ele nobre também enquanto atualmente quem serve o vinho é o Weinkellner, o garçom do vinho. Para a cerveja seria o "Bierkellner". Não cabe confundir nenhuma dessas atividades com a de "mestre cervejeiro", esta uma profissão de verdade, é o responsável maior pela produção da cerveja, como a de enólogo para o vinho. Como se vê são várias as "novas profissões" ligadas à mesa, muitas antiquíssimas, criadas pela especialização, pela imaginação e pelos estrangeirismos. A causa possivelmente resida em nossa legislação trabalhista, que ignora atividades e profissões tão importantes e de especialistas tão

categorizados, como chefs, produtores gastronômicos, baristas, cachachiers e bier-sommeliers. Com tantos políticos meia-boca e tantas reformas importantes para a sociedade a serem feitas, a cogitada reforma trabalhista deverá aguardar um bom tempo. Enquanto isso nossa criatividade continuará criando profissões e especialistas, também no setor da mesa e da alimentação. Sergio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, Memórias de Adega e Cozinha, Senac, 2007, recém lançado.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

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NOVOS PROJETOS NO MERCADO DE TV FECHADA

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horas e 26 minutos é o tempo médio de navegação em casa do internauta brasileiro

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BELÍSSIMA

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mercado brasileiro de beleza movimentou no ano passado R$ 20 bilhões, atraindo indústria e varejo para esse segmento que cresce a uma ordem de 30% por ano nos últimos três anos. A novidade: ele agora desperta também o interesse e o apetite de grandes empresas que sequer integravam a cadeia de produção e venda de cosméticos, perfumes e moda. A Fiat, por exemplo, neste ano começou a vender camisetas e outros itens na São Paulo Fashion Week (SPFW) assinados por Alexandre Hercovitch dentro do projeto Fiat Innovation Attitude. O diretor de marketing da Fiat, João Ciacco, diz que essa foi a oportunidade que a montadora encontrou para mostrar que seus veículos são fashion e têm design e atitude que combinam com o estilo de vida de quem busca a beleza. A agência de publicidade Leo, Burnett assina as ações. A operadora de telefonia fixa e celular Oi (Telemar já é marca do passado) também colou sua identidade ao Fashion Rio e tem lançado, além de camisetas, bolsas, mochilas e sacolas assinadas por estilistas. A intenção é surfar na crista dessa onda em que a Motorola também dá suas guinadas. Foi o que também fez a AmBev ao eleger que o alvo da cer-

veja belga Stela Artois no País seria o nicho de moda e beleza. Agora, é a Arno, marca do grupo francês SEB, que busca, no mesmo universo, uma relação com seus produtos. Só que, neste caso, a parceria com a Elite Models é internacional e tem como alvo, além do Brasil, França, Espanha e Estados Unidos. A agência de modelos que, desde 1988 no País, revela nomes famosos como Gisele Bündchen e Isabeli Fontana, empresta sua grife para produtos eletroportáteis da empresa, que também patrocinará o Elite Models Brasil 2007. O investimento é de R$ 5 milhões. E o presidente da Arno, Márcio Cunha, está convencido de que a associação resultará em vendas. Foi o que levou a americana Harley-Davidson a emprestar sua marca para linhas de roupas e perfumes associados ao estilo "easy rider", mas com destino certo: o bolso do consumidor em troca da sensação de fazer parte desse universo. Uma aspiração que leva muitos à loucura e que o cineasta italiano Luchino Visconti retratou com perfeição no filme Belíssima. Mas essa é outra história. Envie informações para essa coluna para o e-mail: carlosfranco@revista publicitta. com.br

Eletroportáteis na cabeça. Divulgação

Em campo, o ex-jogador Zico dá um olé no preconceito

O gol de placa do "Galinho de Quintino"

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Crianças vestem a fantasia

HERÓIS A agência de publicidade McCann Erickson decidiu vestir crianças de superheróis na campanha de varejo da TIM para o Dia dos Pais. Em retribuição ao carinho, essas crianças, fantasiadas de Zorro e Super-Homem, anunciam que a operadora está oferecendo tarifa zero, de TIM para TIM, até fevereiro de 2008, num total de 500 minutos por mês – 460 para ligações locais e 40 minutos para DDD, usando o código 41. A promoção só vale para os planos pós-pagos.

ex-jogador de futebol, hoje técnico e ídolo do esporte no Japão, entrou em campo para um jogo decisivo, no País, a favor da vida e no combate ao preconceito. Sem cobrar um centavo sequer, o "Galinho de Quintino" protagoniza comercial da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) contra o câncer de pênis.

São mil amputações realizadas por ano no País devido à doença, que evolui com rapidez alarmante, especialmente na região Nordeste e em particular no Maranhão. Criado pela agência SLcomm e produzido pela Analogia, o comercial tem como mote "Água e sabão. Esta é a estratégia vencedora

no jogo contra o câncer de pênis". Zico recomenda: “Jogue limpo com o seu amigo. A prevenção está em suas mãos”. A higiene, segundo a SBU, é a principal aliada na luta contra a doença. Como é tema que não tem nada de glamoroso e é muito evitado, Zico marcou um gol de placa a favor da vida.

Divulgação

SEM CENSURA

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ABP oferece uma banana para a censura

Associação Brasileira de Propaganda (ABP) chega aos 70 anos alertando para a censura em campanha assinada pela GiovanniDraftFCB com o sugestivo título "Toda censura é burra". A intenção é mostrar as dificuldades de expressão quando há limitações na comunicação, especialmente nesse momento em que órgãos como a Anvisa decidiram assumir o papel de "polícia" da propaganda.

Mais de 18 milhões de internautas em casa

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número de usuários residenciais ativos de internet no País (que acessaram a rede pelo menos uma vez no mês) ultrapassou 18 milhões de pessoas em junho. Essa é a primeira vez que se atinge esse patamar desde setembro de 2000, quando passaram a ser feitas medições de internet, informa pesquisa do Ibope/NetRatings. O número de internautas é 0,6% maior do que o verificado em maio passado. Já o total de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente (residência, trabalho, escolas, universidades e outros locais) ficou em 33,1 milhões na última medição. Segundo a pesquisa divulgada ontem, o Brasil continua a ser o país com maior tempo médio de navegação residencial por internauta, com 22 horas e 26 minutos. Mas o período de uso caiu um pouco – 1,2% a menos do que o tempo

médio apurado em maio. Completam a lista dos cinco países com maior tempo de uso por pessoa a França (19 horas e 34 minutos), os Estados Unidos (19 horas e 5 minutos), a Austrália e o Japão (17 horas e 55 minutos cada um). A pesquisa também informou que as categorias de assuntos com melhor desempenho em número de usuários em junho, na comparação com maio, foram: automotivo, com crescimento de 7,6%, atingindo 2,9 milhões de internautas; viagens e turismo, com 4,3% de aumento e visita de 4,7 milhões de pessoas; além da líder notícias e informações (crescimento de 4,2%, com 12 milhões de usuários únicos). Por tempo de uso, a categoria família e estilo de vida foi a que mais cresceu no período. Avançou 14,5%, com tempo médio por pessoa alcançando 40 minutos por mês. (AE)

Net quer aumentar fatia de mercado e lucros

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Net, maior operadora de TV por assinatura do País, pretende manter a disposição de crescimento agressivo, apesar de ainda não ter estimativas precisas sobre as sinergias que poderá obter com a incorporação da Vivax em São Paulo, iniciada em junho passado. "A idéia é integrar os sistemas da Vivax , e então implantar a mesma estratégia de crescimento acelerado", disse o diretor financeiro da Net, João Adalberto Elek Jr. A empresa encerrou junho com 2,304 milhões de clientes de TV paga, incluindo a operadora comprada. Há um ano, os assinantes das duas empresas somavam 1,974 milhão. Em seu balanço referente ao período de abril a junho, a Net informa que as empresas "pos-

suem infra-estruturas complementares e com quase nenhuma sobreposição". A controladora teve prejuízo de R$ 178,9 milhões no último trimestre, ante lucro de R$ 28 milhões no mesmo período de 2006, se forem considerados os dados da Vivax no balanço total. Sem eles, a Net teve lucro de R$ 31 milhões no mesmo período de três meses. O presidente da Net, Francisco Valim, informou que a estratégia de crescimento é baseada em aumento de canais de venda, ampliação de número de vendedores e melhoria das equipes técnicas. Uma das expectativas da operadora de televisão fechada é levar o serviço de telefonia Net Fone para a área da Vivax, no interior de São Paulo, a partir do quarto trimestre. (Reuters)


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TESOURO DA JUVENTUDE

De Katsukawa Shun´ei: representação do teatro dramático.

A CREPUSCULAR CULTURA JAPONESA Renato Pompeu

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al como aparece em Em Louvor da Sombra, do escritor Junichiro Tanizaki (1886-1965), que em vida foi o maior nome da literatura no Japão, livro originalmente publicado em 1933 e agora lançado no Brasil pela Companhia das Letras, a cultura tradicional japonesa é crepuscular em dois sentidos dessa palavra. Em primeiro lugar, segundo diz Tanizaki, a cultura tradicional japonesa se distingue da ocidental, esta obcecada pela luz e clareza simbolizada pela luz elétrica, por causa da sua preferência pelo jogo de luz e sombras, seja na iluminação residencial por velas e abajures de papel, seja no lusco-fusco do teatro nô, seja na preferência por objetos de metal tornados opacos pelo tempo (e não lustrados periodicamente, como se faz à moda ocidental), seja nas sombras do altar-nicho em honra dos deuses e dos ancestrais, invariavelmente colocados na parede mais escura das casas, sem contar a escuridão difusa dos templos tradicionais. Em segundo lugar, essa cultura japonesa tradicional é crepuscular porque estava ameaçada, já nos tempos de Tanizaki, pela emergência, no próprio Japão, de padrões de luz e hábitos, cultura, arte e costume originariamente ocidentais. A própria trajetória do autor é uma tentativa de se adaptar, primeiro, e depois de se contrapor, às influências ocidentais, surgidas particularmente a partir da industrialização, sobre a vida japonesa. Filho de um rico comerciante de arroz que depois teve de enfrentar a pobreza provocada pela falência da firma do pai, Tanizaki viveu alguns anos de sua juventude junto à colônia ocidental, e seus primeiros livros denotam a influência de autores ocidentais como o americano Edgar Allan Poe e o irlandês Oscar Wilde. Viveu um complicado casamento que era um triângulo amoroso, pois sua mulher tinha um amante que era amigo de Tanizaki e também escritor. A partir dos anos 1920, Tanizaki começou a defender a cultura japonesa tradicional e seus livros passaram a descrever a infelicidade dos homens japoneses que se apaixonavam por mulheres ocidentalizadas, como a sua própria. Depois, se dedicou mais a trabalhos sobre as eras clássicas do feudalismo no Japão. No Em louvor da sombra, Tanizaki faz se sucederem requintadas estesias, isto é, sensações de beleza originadas dos jogos de luz e sombras da cultura tradicional. Ele anota, porém, que, se a ciência e a tecnologia modernas tivessem surgido no Japão, e não

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no Ocidente, elas teriam seguido caminhos diferentes. Por exemplo, a caneta-tinteiro, ao invés de ter uma pena, teria um pincel como ponta (como de fato acabou acontecendo no Japão nas décadas que se seguiram à publicação do livro) e a iluminação elétrica seria mais difusa e leitosa, permitindo o jogo de sombras. O autor experimentou outras adaptações, como a colocação de painéis de papel tradicional do lado de dentro das janelas de vidro à ocidental, para obscurecer o ambiente dos cômodos, mas não deram muito certo. Parte dessa obra de Tanizaki é uma tentativa de sugerir adaptações tipicamente japonesas aos confortos de origem ocidental, como tornar meio escuro o cômodo da latrina, para permitir a meditação espiritual mesmo num momento ocidentalmente tão prosaico. Mas a maior parte do livro é uma franca defesa da cultura japonesa tradicional diante não só da ocidentalização como das tentativas de adaptação do tradicional ao ocidental. Por exemplo, ele lamenta a introdução da iluminação elétrica nos restaurantes japoneses, que prejudica o gozo visual, à meia luz, dos pratos japoneses apresentados como obras de arte plástica. Lamenta também a iluminação elétrica introduzida nos teatros kabuki (em que os atores são pesadamente maquiados, o que segundo ele fica grotesco quando visto às claras) e louva a manutenção da iluminação tradicional no teatro nô (em que os atores usam trajes coloridos e requintados, deixando à mostra apenas o rosto e as mãos, sem maquiagem), que para ele cria jogos de tons e semitons não só pelo brilho discreto dos fios de ouro e prata nos bordados das roupas, como também multiplica as cores das peles do rosto e mão expostas, que vão para ele do amarelo da pele japonesa a um branco mais branco do que a pele branca dos ocidentais. Tanizaki não diz, mas nós reconhecemos o jogo de luz e sombras que ele tanto louva: é o luscofusco de nossas igrejas. A sensação que temos nas igrejas, de comunhão com um mundo sobrenatural, é a mesma proporcionada durante todos os momentos da vida de sombras do antigo Japão. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do romance-ensaio O mundo como obra de arte criada pelo Brasil, Editora Casa Amarela.

OUÇA Abraço musical a Tanizaki

nstrumentos tradicionais japoneses, combinados a timbres ocidentais, ambientam o repertório de três belas edições em CD de peças populares, inspiradas do teatro e no folclore do Japão. A Music Called Japan -

Volume IV reúne músicos do ocidente, entre eles o flautista Jean Pierre Rampal, o violinista Isaac Stern, a harpista Patricia Zander e o cellista Yo-Yo Ma que acompanham melodias interpretadas ao koto. O koto é um instrumento de cordas

dedilhadas, tão popular no Japão como o piano ou o violino no Ocidente. Em outro CD, Contos do Japão, o repertório, só instrumental, oferece músicas ao som do koto e do Yokobue, uma espécie de flauta feita de bambu. Finalmente,

o CD Melodias Folclóricas Japonesas, idealizado e interpretado por Rampal, trabalha em parceria com a Ensenble Lunaire, grupo de câmara japonês. São discos que sublinham a escrita de Tanizaki. (MMJ)

Reflexões em meios tons do escritor Junichiro Tanizaki. LEITURA Tempo dourado do jazz, das big bands e dos crooners. Por Ruy Castro.

Geraldo Mayrink

Julie, Hartman, Blossom e Bing. Abaixo, Judy Garland: mitos. Arquivo DC/Acervo de Ruy Castro/Reproduções

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O livro de Ruy Castro: revisita a um mundo de arte e talento. Sem apelo à nostalgia.

Noël Coward em Las Vegas, 1950: chique invulgar.

os onze anos, o autor deste livro decidiu aprender a tocar trompete para imitar seu ídolo Harry James. Desistiu cedo e não se sabe se isso foi bom para a música, mas certamente foi bom para as letras. Se não, Ruy Castro, esgoelando-se num palco, não teria chegado aos 59 anos com tempo para produzir sua copiosa obra de biógrafo, tradutor, organizador de textos de outros autores e jornalista. Como fizera recentemente com o cinema, em Um Filme é para Sempre, agora Ruy tira seus guardados do baú e reapresenta em Tempestade de Ritmos (Companhia das Letras, 415 páginas) 58 artigos publicados entre fins dos anos de 1970 e 2007. A memória de Ruy é prodigiosa e mal se adivinha os ritmos que fizeram ferver sua infância. O livro não é para qualquer um. É mais fácil você se deparar com uma galeria de ilustres desconhecidos do que dos grandes figurões do jazz e da música americana em geral. Não que eles não estejam lá. Mas a preferência vai para poucos e bons que só uma meia dúzia conhece. "Não é uma maravilha que você nunca tenha ouvido falar de Cab Calloway?", provoca Ruy sobre o leader de uma das bandas americanas mais populares nos anos de 1930 e 1940. Estes, para nós anônimos, são todos extraordinários, pois Ruy não poupa pontos de exclamação para nenhum deles. E Judy Garland, a famosa mãe de Liza Minnelli, é comparada nada menos a um "patrimônio da humanidade". Os maledicentes e invejosos poderão dizer que nada melhora os velhos bons tempos; mas aqueles antigos livros coloridos, chamados Tesouro da Juventude, eram lindos mesmo. E que ninguém duvide nem da memória nem da paixão de Ruy pelo seu tema. Por exemplo: você já ouviu falar de Johnny Hartman, o Sinatra negro, que cantou com o lendário John Coltrane?

De John Mooney, acordeonista cego, o segredo mais bem guardado de Nova York, que Sinatra chamava de o melhor? Spike Jones, o maior humorista da música popular? Mabel Mercer, mulata inglesa, que ensinava todo mundo a cantar, conhece? E Blossom Dearie, quase sem voz? E Dorothy Fields ou Connie Boswell? De Julie London muitos se lembram, por causa de sua cara linda e sua voz de veludo. Mas o cantor do século, segundo Ruy, é o conhecidíssimo Bing Crosby, que teve 396 entradas no hit parade (contra 24 dos Beatles e 18 de Elvis Presley). Era branquíssimo, uma espécie de pecado original entre cantores de jazz, mas não se sabe se, também por isso, o suave e louro

Chet Baker seja chamado de "zumbi letárgico desdentado." Quanto a Ray Charles (foto), negro, cego, drogado e milionário aos 29 anos, Ruy resume: "Quem é Ray Charles não precisa enxergar". A questão do preto no branco no mundo do jazz é complexa, bem como a relação de seus músicos com álcool e drogas em geral. Só pode ser uma homenagem o sentido destas palavras sobre o grande Miles Davis: "Sua música não cabe apenas nos compêndios de música. Deveria interessar também à sociologia, psicologia e farmacologia, pois é um milagre que tenha chegado aos 68 anos depois das toneladas de drogas que absorveu". Bem ao contrário de outro trompetista extraordinário, Clifford Brown, que não bebia, não fumava e que morreu aos 26 anos num desastre de carro. Faz quanto tempo mesmo? Foi em 1956, na época em que se gravaram tantas memórias infantis. Tudo muito triste, tudo divino e maravilhoso. Coisas da vida.

NO PALCO, TEXTO INSPIRADO NA OBRA DE DALTON TREVISAN Educação Sentimental do Vampiro: Teatro Popular do Sesi. Av. Paulista, 1313. Tel.: 3146-7405. Quarta a domingo, 20h. Quarta, quinta e domingo, grátis. Sexta e sábado, R$ 3.


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Fotos: Divulgação

Divulgação/SescSP

CONCERTO

Canções de Berio na voz de Céline Imbert

Medea: grupo espanhol sobe ao palco do Teatro São Pedro

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mezzo-soprano Céline Imbert (foto), acompanhada pelo grupo Percoso Ensemble, faz um recital neste domingo, para marcar o lançamento do CD Berio +. Criado em 2002, o Percoso, liderado por Ricardo Bologna (integrante do naipe de percusssão da Osesp), gravou com Céline folksongs do compositor italiano Luciano Berio (1925-2003); e obras dos brasileiros Eduardo Guimarães Álvares e Arrigo Barnabé. Teatro Sesc Anchieta. Rua Doutor Vila Nova, 245. Tel.: 3234-3000. Domingo (22), 19h. Grátis. (Ingressos distribuídos uma hora antes do espetáculo.)

Domingo com cello e piano

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celista grego Dimos Goudaroulis interpreta suítes e prelúdios de Bach (acima). Teatro Popular do Sesi. Av. Paulista, 1313. Tel.: 3146-7406. Domingo (22), 21h. Grátis. O pianista Ney Salgado, de carreira internacional, toca obras de Liszt (abaixo), Chopin, Ravel, Mozart e Villa-Lobos. Museu da Casa Brasileira. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705. Tel.: 3032-3727. Domingo (22), 11h. Grátis. A pianista paulista Heloísa Kliass selecionou peças de Fauré, Mozart e Chopin para apresentação. MuBe - Auditório Pedro Piva. Av. Europa, 218. Tel.: 3081-8611. Domingo (22), 16h. R$ 10.

Vitrine de ritmos

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BARYSHNIKOV

POPSTAR DO CLÁSSICO Sérgio Roveri

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e não fosse pela mãe, que em 1960 o matriculou a contragosto numa escola de balé na cidade de Riga, capital da Letônia, talvez Mikhail Baryshnikov tivesse sido jogador de futebol ou nadador – atividades que o então garoto de 12 anos julgava mais compreensíveis que a dança clássica. Depois de poucas aulas, no entanto, as sapatilhas já haviam transformado em ícones do passado a bola e a piscina: começava a se desenhar ali, naquele corpo de garoto baixinho e de olhos azuis, o perfil de um dos gigantes da dança do século XX. O Baryshnikov que retorna a São Paulo esta semana depois de nove anos, para duas apresentações terça e quarta no Teatro Municipal com ingressos já esgotados, é o nome mais popular que a dança clássica já produziu, seja por sua incontestável genialidade na ponta dos pés calejados, por suas participações elogiadas no cinema e na televisão (veículos menos explorados por

seus conterrâneos Nijinski e Nureyev), pela coleção de grandes mulheres que passaram por sua vida, entre elas Jessica Lange e Liza Minnelli, pelo trabalho filantrópico que realiza na descoberta e manutenção de jovens artistas ou, finalmente, por uma absoluta ousadia e sede de inovação que fazem dele hoje, à porta dos 60 anos, um bailarino acima de tudo moderno. “Eu sinceramente nunca pensei que voltaria ao Brasil ainda dançando”, disse Baryshnikov na manhã de terça-feira, algumas horas antes de abrir o Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina. Os cinco mil ingressos para ver a apresentação do bailarino foram vendidos em algumas horas. “Baryshnikov não se apegou nem um pouco à tradição. Tirou o melhor dela, esbanjou o que sabia do repertório clássico mas não economizou na ousadia ao experimentar tudo o que a modernidade podia lhe oferecer”, diz a curadora e crítica de dança

Ana Francisca Ponzio. “Ele correu riscos, não ficou apegado à fórmula que o transformou em popstar já na década de 1970. Deixou-se guiar pela inquietação a ponto de construir uma das carreiras mais ricas e fascinantes da história da dança”. O repertório que Baryshnikov vai executar no Municipal, ao lado de sua companhia criada há apenas dois anos, a Hell’s Kitchen Dance, é prova de que velhos pliês e pas-de-deux não fazem mais parte de seu mundo. As coreografias Years Later, Leap to Tall e Come In são criações recentes, nas quais o mestre divide o palco com 14 jovens bailarinos da companhia mantida pela Baryshnikov Dance Foundation, uma organização cultural e sem fins lucrativos que ele mantém desde 1979. “Minha idéia é abrir portas e ajudar a promover os jovens talentos, de modo que artistas de todas as áreas possam viver do seu trabalho e não como garçons”, disse.

dança também invade o palco do Teatro São Pedro. E um dos bons motivos para conferir a apresentação dos bailarinos é o preço do ingresso: R$ 10. O espetáculo faz parte do programa Cena Estrangeira, que tem como foco as produções contemporâneas de teatro internacionais. Nesse mês a atração é o grupo de teatro espanhol Atalaya, criado em 1983 por Ricardo Iniesta, que exibe o espetáculo Medea – La Extranjera. A direção do espetáculo ficou por conta do próprio Iniesta e mostra em cena oito atores. A trilha sonora se apóia em cânticos e temas musicais étnicos de países como Armênia, Grécia e Nepal. Medea já passou por diversas partes do mundo e foi premiado no Festival de Teatro do Sul de Palma del Río 2005 e Festival Internacional de Aragon 2004. No Teatro São Pedro, Rua Barra Funda, 171, às 20h30 (sexta e sábado) e às 17h (domingo). Ingresso: R$ 10.

E MAIS...

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ão faltam opções na cidade para quem é fã de dança. No Auditório do Sesc Pinheiros (tel.: 3095-9400) a bailarina Patrícia Leal apresenta nesta sexta (20) e sábado (21) e nos dias 27 e 28, os solos de dança contemporânea Amargo Perfume e Intenso, com 15 minutos de intervalo entre eles. Para quem quiser apreciar algo de graça, até domingo a Galeria Olido (tel.: 3331-7703) recebe o espetáculo Novas Presenças formado por 14 monólogos coreografados. Uma mistura de teatro e dança é exibida no fim de semana no Teatro Augusta (tel.: 3151-4141). O espetáculo é Por um Triz , do grupo Artista do Corpo Companhia. Outra opção é a apresentação multimídia do Teatro das Epifanias. O grupo exibirá no Sesc Consolação (tel.: 3234-3000) Yo Soy o que a Água me Deu Frida que mescla teatro, dança, vídeo, artes plásticas e instalação. O livro O Conto da Ilha Desconhecida serviu de inspiração para espetáculo da Cia. Danceato. Até domingo nove bailarinos sobem ao palco do Teatro Itália/Teatro de Dança (tel.: 2189-2555). Quem prefere conferir a trilha sonora ao vivo tem a opção de assistir a partir de sábado (21) no Sesc Avenida Paulista (tel.: 3179-3700) o espetáculo Valsa Crua da Cia. Nósláemcasa. No mesmo local a coreógrafa Vera Sala protagoniza e dirige Disposições Transitórias ou Pequenas Mortes, que une instalação, vídeo e teatro.

Em câmara lenta

É

difícil imaginar algum coreógrafo moderno que não tenha criado especialmente para Mikhail Baryshnikov (foto). De George Balanchine a Jerome Robbins, de Twyla Tharp a Martha Graham e Merce Cunningham, todos os principais nomes da dança contemporânea em algum momento se converteram em parceiros deste bailarino que, quando já havia deslumbrado a antiga União Soviética, fugiu para o Ocidente após uma apresentação em Toronto, no Canadá, em junho de 1974. É de Twyla Tharp, por exemplo, o número que Baryshnikov executa ao lado do

bailarino Gregory Hines no filme O Sol da Meia-Noite, sua segunda participação no cinema: pelo primeiro filme, Momento de Decisão, ele recebeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Desde sua estréia no Kirov Ballet em 1966, como solista em Giselle, Baryshnikov já interpretou mais de cem papéis, sabiamente divididos entre heróis clássicos e personagens contemporâneos. Os críticos gostam de apontar ainda uma outra grande virtude de Baryshnikov – a sensibilidade para aceitar os efeitos da passagem do tempo no corpo de um bailarino e a prudên-

cia na hora de substituir o vigor físico das piruetas por movimentos mais comedidos e nem por isso menos arrebatadores. E é justamente sobre isso, a passagem do tempo, que falam duas das três coreografias que ele vai mostrar no Municipal. A mais impactante delas promete ser Years Later, de Benjamin Millepied, coreógrafo e bailarino do New York City Ballet. Na peça, Baryshnikov observa, a partir do palco no escuro, imagens suas dançando em uma praia deserta (foto), seguidas de cenas gravadas em sua adolescência, durante as aulas de dança na Rússia. As imagens, operadas pelo videomaker Olivier Simola, são então propositadamente aceleradas, de forma a exibir movimentos impossíveis a qualquer bailarino. Neste momento, Mikhail Baryshnikov, 59 anos, entra em cena dançando sobre as projeções do seu próprio passado – num arrebatador duelo em que, seguramente, o vencedor será o público. “Quanto mais danço, menos acho que entendo de dança. Cabe ao público julgar o que é novo e interessante”. (SR) Mikhail Baryshnikov e a Hell’s Kitchen Dance no Teatro Municipal de São Paulo, praça Ramos de Azevedo, s/nº, tel.: 3222-8698. Terça e quarta, às 20h30. Ingressos esgotados.

Patrícia Leal em dose dupla no Sesc

VOCÊ S

ABIA Q Quando UE... s e c a s o de 1970 u , Baryshn com a atriz Jessic ik a conversa va em fra ov ainda não do Lange, no fim da m n dé c inava o in ês? Que em glês e o c cada sou em 1 junho de 1974, u asal só 5 m ronto e is minutos a aprese problema técnico so qu ntaçã nas Que ele ase pôs abaixo se o do bailarino na cortinas atracidade 1966, se já entrou como o u plano de fuga para o O de Tom jamais principa cidente? l te solista no r sido ap Que ele re K do Estad foi o mais jovem b ndiz no corpo d irov Ballet, em e o da Uniã a o Soviéti ilarino a receber baile? Que ele ca? o Prêmio in te rp do Mérito retou um sexta e ú namora ltima Que a mã temporada do se do de Sarah Jes dança de e de Baryshniko riado Sex and th sica Parker na eC v, R e pela av iga, cometeu suic logo após matricu ity? ídio e ele ó? lá passou a -lo na escola de ser criad o pelo pa i

5 COREÓGRAFOS E 1 CORPO NO SESC POMPÉIA Espetáculo do Grupo Tápias será exibido de quinta (26) a domingo (29). Rua Clélia, 93, tel.: 3871-7700. Ingresso de R$ 2 a R$ 8.


Ano 83 - Nº 22.421

São Paulo, sexta-feira a domingo, 20 a 22 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

VÔO SEM REVERSO

O piloto sumido há três dias reaparece hoje O piloto da Nação, o presidente Lula, sumido desde a tragédia da TAM em seu palácio na cabine do plano piloto de Brasília (abaixo), deverá falar hoje ao Brasil. Vai anunciar mais segurança para Congonhas. Seu raro silêncio é muito criticado. Pág. 3

Sexta-feira, 13, o Airbus da TAM da maior tragédia aérea do Brasil apresentou defeito em seu reversor direito. Na segunda, voltando de Confins, em BH, ele só foi parar no limite da pista de Congonhas. E na terça, vôo 3054, só parou no galpão da própria TAM, explodindo e matando 189 pessoas. Foi uma falha no reversor que abateu o Fokker da TAM em que morreram 99, em 1996, no bairro do Jabaquara. O defeito, revelado ontem pelo Jornal Nacional, foi minimizado pela TAM, sob alegação de que o manual da Airbus permite voar sem um reversor por 10 dias. Cidades 1 a 5

Paulo Pampolin/Hype

Divulgação

VAMOS DANÇAR!

ÃE/Divulgação

Nos embalos do fim de semana HOJE Sol Máxima 23º C. Mínima 8º C.

AMANHÃ Sol Máxima 24º C. Mínima 10º C.

S

alões convidam para a dança a dois (no alto, à esq.). Dança no palco? A grande atração é o grupo espanhol Atalaya (no alto, à dir.). Cinema? Ação em Transformers (acima) e poesia com Fernanda Torres e Paulo José. Mais: passeie no MIS; volte à era dos crooners e big bands; folksongs em recital; gastronomia russa; novas profissões à mesa e Roda do Vinho .

Fábio Rebelo/Divulgação


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

a maior

tragédia

CIDADES & ENTIDADES - 3

DEPOIS do trágico acidente de terça-feira, um novo susto ontem em Congonhas. Um avião da TAM, que vinha de Maringá, arremeteu perto da cabeceira da pista, pousando 20 minutos depois. Peritos e policiais federais estiveram logo cedo no aeroporto, dando início ao trabalho de perícia.

José Luis da Conceição/AE

Avião que pousaria em Congonhas teve de arremeter, na manhã de ontem. Infraero e TAM consideraram o procedimento normal. O piloto, que pousou depois no mesmo aeroporto, fez a manobra por causa de neblina. Almeida Rocha/Folha Imagem

Novo susto: Fokker-100 arremete em Congonhas

U

m Fokker-100 da TA M a r re m e t e u durante o procedimento de pouso na pista auxiliar no aeroporto de Congonhas, na manhã de ontem . Aproximadamente 20 minutos depois da manobra, o avião pousou, em segurança, no mesmo aeroporto, segundo informações da Infraero (estatal que administra os aeroportos do País). De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, a aeronave fez o procedimento porque estava muito alta para pousar. De acordo com a assessoria, a estratégia de arremeter é comum. O vôo 3400 havia decolado em Maringá, no Paraná, e chegaria a Congonhas por volta

das 7h20. Depois de arremeter pousou às 7h42. O número de pessoas a bordo não foi confirmado pela Infraero. Por meio de sua assessoria de imprensa, a TAM divulgou uma nota com informações sobre o avião que arremeteu. Diz o texto: "em relação às informações divulgadas nesta quintafeira (19/07) sobre o procedimento de arremetida do vôo JJ 3400, vindo de Maringá (PR), com destino ao aeroporto de Congonhas, a TAM esclarece que o procedimento de arremetida consiste em manobra prevista na aviação comercial, sendo realizada por motivo de segurança sempre que o piloto julgar esta ação necessária". Após a manobra de arreme-

tida do vôo JJ 3400, o comandante realizou o pouso da aeronave no próprio aeroporto de Congonhas, conforme a programação previamente estabelecida. A aeronave Fokker-100 que realizou o vôo JJ 3400 transportava 44 passageiros." Novo pouso – O diretor comercial da Rede Record de Televisão no Paraná, José Camargo Brisbachel, estava a bordo do avião. Segundo ele, o piloto tranqüilizou os passageiros e informou que iria tentar um novo pouso devido à neblina que existia naquele momento no aeroporto de Congonhas. "Quando nós estávamos nos aproximando da cabeceira da pista, de imediato o piloto decidiu que deveria arremeter

em razão da má visibilidade. Eu acredito que a atitude dele foi a correta", disse. "Naquele momento, ele tomou a decisão, quando nós sentimos que (o avião) estava tomando altura, ele falou: "tive que adotar esse procedimento em virtude de não ter havido a oportunidade de ter o ângulo correto'", disse. Para o diretor, o piloto foi muito competente na manobra e passou confiança aos passageiros. "Então, retornou, tranqüilizou os passageiros e ficou tudo normal. O piloto foi competente e repassou todas as informações de imediato, nós ficamos tranqüilos. Não vi ninguém reclamar. Muito pelo contrário. Foi tudo muito bem!" (Agências)

Câmera fotográfica que faz fotos 3D 360 graus é utilizada na perícia Keiny Andrade/AE

Leonardo Rodrigues/Hype

Desalojados querem voltar para casa

Peritos e policiais federais fazem perícia na cabeceira da pista

Exame na pista e em pedaços do avião

O

drama da cantora na. Não há previsão para libecountry Janice San rarem as casas interditadas", começou na noite de disse. A filha de Janice foi paterça-feira, quando teve de ra a casa do pai. Seis meses – O mesmo proabandonar sua casa acompanhada de sua filha, portadora blema ainda é vivido, seis de Síndrome de Down, só meses após o acidente que com a roupa do corpo. A resi- abriu uma cratera ao lado da dência, na rua Otávio Tarqui- marginal Pinheiros, por cauno de Souza, foi interditada sa de uma obra da estação Pipela Defesa Civil logo após o nheiros do Metrô, pelo casal acidente com o Airbus da Adriana e Alex Azevedo. Eles continuam TA M . A c a s a , hospedados no que também hotel Golden servia de escriTower e espetório, fica bem ram uma soluem frente ao loção para o procal do acidente. Minha vida está lá. blema. "Parece Outros 28 imóMas não sei quando que para eles veis continuam não existe presi n t e rd i t a d o s , irei voltar para a sa para resolver i n c l u i n d o o minha rotina. Não há essa situação. posto de gasoli- previsão para Gastam, em na e o galpão da liberarem as casas média, R$ 16 TAM. "Vi tudo interditadas. mil por mês pade muito perto. Janice San, cantora ra nos hospedar A preocupação e estão tranqüina hora foi tirar los", disse Alex. minha filha e De acordo com Alex, que sair de lá. Parecia que a qualquer hora tudo ia desabar", teve o imóvel na rua Gilberto Sabino interditado, não é fácontou Janice. A cantora e mais duas ami- cil morar em um hotel. "No gas que moravam na mesma começo era para ficar só uma casa foram encaminhadas semana e já estamos há seis para o Quality Hotel, na ave- meses. Vivemos em um presínida Washington Luis, a al- dio de luxo. Nosso quarto viguns metros do acidente. rou uma bagunça só, tudo esDesde então, a vida de Janice tá empilhado. Não tenho se transformou. "Minha vida mais nem endereço. Minhas está lá. Voltei algumas vezes, correspondências tenho de sempre acompanhada por buscar no correio. Espero que uma pessoa da Defesa Civil, tudo se resolva o mais rápido para buscar documentos e possível. Não é nada fácil moroupas. Mas não sei quando rar aqui", disse. irei voltar para a minha rotiKelly Ferreira

A

Jenice San saiu de casa e agora mora em hotel perto do aeroporto Leonardo Rodrigues/Hype

Bombeiros prosseguem na operação de rescaldo no prédio da TAM

eronáutica, Polícia Civil e Polícia Federal já começaram a investigar o acidente com o avião da TAM, na terça-feira à noite, em Congonhas. Ontem, duas horas e meia após a abertura do aeroporto, às 8h30, policiais federais faziam medições na pista principal, procurando explicações para o acidente. Enquanto os bombeiros removem escombros e procuram corpos, peritos da aeronáutica ficam atentos a pedaços do avião. Tudo que for recolhido vai ser analisado e poderá ajudar na descoberta das causas do acidente. As imagens feitas no aeroporto também vão ajudar nas investigações. São os últimos momentos do vôo 3054 antes do choque com o prédio da TAM. Setores da aeronáutica envolvidos com a investigação passaram o dia reunidos em Congonhas. Eles analisaram todas as comunicações entre os pilotos e a torre de controle, a partir de uma hora e quarenta e sete minutos antes do acidente. Para o Serviço Regional de Proteção ao vôo na hora do acidente a pista principal do aeroporto estava em boas condições de operação. Segundo o Serviço Regional de Proteção ao Vôo, às 17h04 da terça-feira um piloto da Gol avisou que a pista estava escorregadia. Três minutos depois a pista foi fechada para uma avaliação e reaberta só às

17h30. Deste horário até o acidente, 40 aviões pousaram na pista principal de Congonhas e 11 na pista auxiliar. "Durante a aproximação das aeronaves a torre informa a situação da pista. Por uma questão de precaução também tem informado se a pista está escorregadia e na conversa da torre com a aeronave da TAM não foi falado nenhuma informação de anormalidade", disse o coronel Carlos Minelli do Serviço de Proteção ao Vôo As respostas para as causas da tragédia podem estar nas duas caixas-pretas do avião, que serão analisadas nos Estados Unidos na próxima semana. "Pode ter havido falha humana. Pode ter havido influência da pista. Pode ter havido influência da aeronave. Pode ter havido um estresse. Pode ter havido um monte de coisas. Por isso não é bom se concentrar numa hipótese apenas", disse o brigadeiro Kersul Filho, do Centro de Investigações de Acidentes de Vôo. O Air Bus A-321 tem um equipamento que envia para a sede da TAM as mesmas informações das caixas-pretas. Os dados estão sob sigilo e já foram enviados para a Aeronáutica. Cinco controladores de vôos que estavam na torre já foram ouvidos. Eles disseram que só perceberam que havia algo errado quando ouviram gritos na cabine, alguém dizia "vira, vira, vira!" (Agências)


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4 - CIDADES & ENTIDADES

a maior

tragédia

sexta-feira, sábado e domingo, 20, 21 e 22 de julho de 2007

COMUNIDADES no Orkut começaram a discutir a questão de acidentes aéreos e muitos participantes levantam a hipótese de nunca mais andar de avião. Esse tipo de medo se tornou comum. Vítimas de outro acidente, há uma década, afirmam que nunca mais foram os mesmos.

Acidente aumenta fobia de avião Vanessa Rosal

acidentes rodoviários é 266 vezes maior que a dos aéreos. Psicólogos - Para amenizar pós o desastre da o medo de andar de avião, emTAM, vários gru- presas aéreas como a Gol e a pos de discussão própria TAM oferecem ajuda sobre o acidente de psicólogos aos clientes. Focom o Airbus A320 da TAM fo- ra dos aeroportos, no caso de ram criados no site de relaciona- pânico, alguns profissionais mentos Orkut. As comunida- da área fazem o tratamento des "Luto e Solidariedade - Vôo com terapias cognitivas, que 3054" e "TAM - Vôo 3054" rece- trabalham a mudança dos paberam o cadastro de seis mil drões de pensamento, e tampessoas, mas o medo de voar é bém a comportamental. Segundo o psicólogo Antobem mais antigo no endereço eletrônico. Há pelo menos qua- nio Carlos Amador Pereira, tro anos, cerca de 47 grupos tro- professor da Pontífica Univercam informações sobre o pânico sidade Católica de São Paulo (PUC-SP), caude entrar em sas inconscienuma aeronave. tes e problemas O principal emocionais potema discutido dem causar a em uma das co- Quando acontece um chamada fobia munidades so- desastre como o da de avião. "Quanbre aviões, com TAM, a crença dessas do acontece um 3.488 membros pessoas de que um desastre como o associados, é a t r a g é d i a d a acidente vai acontecer da TAM a crença dessas pessoas TAM. "Mal nos com elas é reforçada. recuperamos do Antonio Pereira, de que um aciacidente da Gol psicólogo dente parecido vai acontecer e nos vem essa com elas é refornotícia. Um transporte que se diz ser tão çada", diz, destacando que o seguro conseguiu destruir 170 famoso "friozinho na barriga" vidas", escreveu a criadora da na hora da decolagem é norc o m u n i d a d e " M e d o d e mal. "O que não pode aconteAvião", identificada como Pri. cer é se desesperar como se o Outros participantes chega- avião estivesse caindo. Um ram a afirmar que jamais utili- pouco de medo é bom, mas zarão novamente o meio de quando foge do controle é netransporte aéreo, preferindo cessário tratamento." Em alguns casos, depois da carros e ônibus. Esse tipo de medo é comum terapia, o paciente pode até no País. Uma pesquisa do Ibo- sentir medo de avião, mas é pe mostra que 42% dos brasi- trabalhado para enfrentar a sileiros temem subir em um tuação e consegue administrar avião, ante a média mundial bem o problema. "O impacto de 30%. Apesar do pânico cau- do acidente com o Airbus foi sado pela tragédia do acidente tão grande que muita gente vai da TAM, especialistas alertam demorar para viajar de avião que andar de carro é mais pe- de novo, principalmente as farigoso do que de avião: a pro- mílias das vítimas", finaliza babilidade de ocorrência de Amador Pereira.

Thiago Bernardes/Luz

A

Jorge viveu o drama há uma década e disse que lutar para receber indenização é o segundo trauma para as vítimas de um acidente aéreo Maurilo Clareto/AE/31/10/1996

Cheiro de fumaça traz lembranças

O

cheiro da fumaça provocada pelo acidente com o Airbus 320 da TAM, na terçafeira, ativou duras lembranças para os moradores da rua Luis Orsini de Castro, no Jabaquara. Restava um chimarrão, uma panela amassada e documentos molhados quando Sônia Litwin entrou na sua casa pela primeira vez depois que a turbina do Fokker-100 da TAM despencou entre a cozinha e a sala. Na hora do acidente, provocado por um problema no reverso da aeronave, ela estava na lavanderia. Em segundos, Sônia ouviu um ruído alto de uma aeronave, um desabamento, e sentiu um calor intenso. "Demorou um pouco para eu perceber que a casa estava destruída, havia um pedaço de avião interrompendo a passagem e eu estava presa", contou. Com o incêndio causado pela turbina, e a fumaça sufocando, a dona-de-casa, pensou rapidamente. Pulou o muro, correu sobre telhados de casas vizinhas e chegou à rua de trás. "O cheiro da rua terça-feira era igual ao da minha casa naquele dia", relembrou. Em 31 de outubro de 1996, a queda do vôo 402 da TAM matou três pessoas na rua Luis Orsini de Castro e os 96 ocupantes do avião que seguia de Congonhas para o Rio de Janeiro, naquele que seria, por uma década, o maior acidente da aviação comercial brasileira. A seqüência dos acontecimentos foram instantâneos. O querosene derramado pelo avião gerou um enorme incêndio. Oito casas foram derrubadas. Hoje, no lugar do cenário de guerra, há imóveis e

prédios com pintura e cobertura novos. Mas a lembrança da tragédia nunca abandonou quem viveu o drama de ver corpos espalhados pela rua, casas em chamas, e perdeu amigos e vizinhos. ''Dormimos de luz acesa até hoje'', contou Conceição Mateus Silva, dona do sobrado em que caiu o trem de pouso. Ela e o marido foram salvos. Jorge Tadeu da Silva, filho e vizinho do casal disse que tudo é diferente desde o acidente, provocado por problemas no reverso. "Muitos não conseguiram mais viver aqui. Aceitaram uma indenização irrisória e se mudaram", disse. Sônia, apesar de ter reconstruído sua casa maior e melhor no mesmo local, não consegue superar o trauma. "Nunca mais fui a mesma. Não posso ouvir um barulho mais alto sem tremer. Tomo calmantes e nunca mais vou andar de avião", disse Sônia. "O trem de pouso caiu em cima da cama dos meus pais", contou Jorge Silva. Justiça –Depois de viver a tragédia, Silva garante que lutar na justiça para saber o que aconteceu e receber indenização é o segundo trauma para as vítimas de um acidente aéreo no Brasil. "Aconselho as vítimas a permanecerem unidas. Lutarem juntas e pressionar a justiça, o governo e as companhias", afirmou. Jorge Silva, jornalista, criou um site sobre o acidente do vôo 402, onde dá espaço para diferentes versões dos fatos e conta o drama das famílias que ainda não receberam a indenização. Ele também criou um site sobre desastres aéreos. Flávia Gianini

Cenário de guerra: casas destruídas em acidente de 1996 Cleo Velleda/AE/01/11/1996

Escombros de casas na rua Luis Orsini de Castro, no Jabaquara Thiago Bernardes/Luz

Sônia, após o acidente não pode ouvir barulho e toma calmantes


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

LENTE

DE AUMENTO

POBRE PRIMEIRO SEMESTRE

É

G Fracasso na

política interna, êxito na externa. Parece que o segundo mandato de Lula começou velho.

Não é o que vem acontecendo. O PAC, o projeto mais ambicioso do segundo mandato, que pretende investir R$ 504 bilhões nos próximos quatro anos para ampliar e melhorar a infra-estrutura e garantir condições para um crescimento sustentável de 5% ao ano, não tem avançado como se previa. Na avaliação do próprio governo, os projetos de investimento do PAC ainda não deslancharam. Quase metade dos projetos está atrasada. Tampouco tem sido auspiciosa a tramitação dos projetos de lei do PAC no Congresso. As medidas provisórias do PAC tiveram melhor sorte do que os projetos de lei, o que não constitui surpresa dadas suas regras de tramitação. O semestre terminou com o retumbante fracasso da votação da reforma política. A adoção da lista partidária fechada, o principal item da reforma, foi rejeitada. Com es-

te ato, os deputados praticamente inviabilizaram o financiamento público de campanha. Falta votar a proibição de coligações em eleições proporcionais, a criação das federações de partidos e a fidelidade partidária. Talvez o último item seja aprovado em agosto. É ainda mais grave a situação do principal item da agenda legislativa deste ano - a prorrogação da CPMF e DRU. A PEC chegou à Câmara no dia 23 de abril e até hoje não passou na Comissão de Constituição e Justiça, a primeira etapa de uma longa tramitação. Há aqui um sério risco para o governo, que necessita aprová-la até o final de setembro. A expansão do apoio do PMDB teve custo módico. Na base aliada, o PCdoB, PSB e PDT protestaram formando uma dissidência - o “bloquinho de esquerda” - para disputar espaço com o PT e o PMDB, de olho numa candidatura presidencial própria em 2010, possivelmente personificada pelo deputado Ciro Gomes (PSB-CE). desenvolvimento mais inesperado deste semestre deuse no campo da política externa. Contra todas as expectativas, o governo Lula aproximou-se dos Estados Unidos e distanciou-se da Venezuela e da Bolívia. O biocombustível deu ao Brasil e aos Estados Unidos uma agenda perfeita para conter a influência de Hugo Chávez na América Latina e os percalços da Petrobras se encarregaram de promover o distanciamento com Evo Morales. O contraponto negativo foi o fracasso do G4 (Estados Unidos, União Européia, Brasil e Índia) na negociação de um acordo para a Rodada Doha da OMC. Visto pela ótica da comparação entre expectativas e realizações, o segundo mandato do presidente Lula parece ter começado anos atrás.

O

TRECHOS DO COMENTÁRIO POLÍTICO DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

O s projetos do PAC não deslancharam

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

A MORTE DO Céllus

difícil imaginar período mais propício para o crescimento e o aperfeiçoamento institucional do País do que o primeiro semestre de 2007. Mas o recesso parlamentar, que deveria fechálo com chave de ouro, chegou de forma melancólica, com o presidente do Congresso sob suspeita de quebra de decoro, menos da metade dos projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) aprovada e uma inquietante ameaça de apagão aéreo. Nunca antes neste País, como costuma dizer o presidente Lula, a aprovação popular do governo esteve tão alta. Some-se a isso a vitalidade da economia internacional e ter-se-á um quadro favorável para o desempenho do segundo mandato.

Depois da tragédia MARCEL SOLIMEO

A

queda do Airbus da TAM em Congonhas - o maior acidente aéreo dos últimos cinco anos no mundo -, fazendo mais de 200 vítimas fatais entre os que se encontravam no avião e os que trabalhavam no edifício atingido, exige uma resposta firme e definitiva por parte do governo, para poder restabelecer a confiança da sociedade no sistema de transporte aéreo do Brasil. A sucessão de crises no setor aéreo, desde a trágica queda do Boeing da Gol, evidenciou uma série de problemas e deficiências na estrutura dos aeroportos e do controle de vôo, revelando também a falta de comando do setor - disperso por inúmeros órgãos, cuja coordenação simplesmente inexiste. Ainda mais grave foi o tratamento dispensado pelas autoridades federais às diversas crises, com medidas pontuais ou paliativas, sem atentar para a gravidade dos problemas, o que levou uma organização internacional de pilotos não apenas criticar a situação como recomendar procedimentos de vôo normalmente reservados a aeroportos de países subdesenvolvidos, desprovidos de estrutura mínima para garantir a segurança dos pousos. O desgaste físico e emocional de passageiros, tripulantes e funcionários das empresas aéreas per si deveria ter sido suficiente para mostrar ao governo a necessidade de agir com urgência, rigor e eficiência para equacionar e solucionar a crise aérea em todos seus aspectos, muito antes da tragédia anunciada de Congonhas. Não se conhece, contudo, que tenha sido iniciado qualquer estudo global sobre o assunto, bem como providências drásticas que não poupassem os responsáveis por ações ou omissões durante todo esse tempo. Ao contrário, o que se viu foram membros do governo negando a existência da crise ou, o que é pior, ironizando o drama vivido por milhares de passageiros do transporte aéreo. Foi preciso que ocorresse uma tragédia de proporções inimagináveis, roubando mais de duas centenas de vidas, levando a dor a centenas de lares e o medo não apenas àqueles que utilizam o transporte aéreo, como aos que vivem nas proximidades dos aeroportos, para

que o presidente da República passasse a dar ao assunto a atenção que ele merece por sua gravidade e implicações. Independente das causas que provocaram essa tragédia, ela não pode ser dissociada do contexto em que ocorreu, no qual uma série de acontecimentos negativos na aviação brasileira gerou enorme desgaste, tanto para pilotos e tripulantes como para passageiros e funcionários das empresas aéreas, e grande incerteza no tocante à infra-estrutura que deve garantir a segurança dos vôos. Agora, após a tragédia, o presidente Lula fala em soluções drásticas, baseadas mais na emoção do momento, quando o necessário é estudar em profundidade a situação de todo o setor e de Congonhas em particular, levando em conta não apenas os interesses das empresas aéreas, dos seus usuários e concessionários, mas de toda população paulistana, sem contudo, ignorar a importância desse aeroporto para a economia da cidade, do estado e do País.

V

amos fazer com que a trágico acidente tenha, pelo menos, o condão de despertar as autoridades de sua omissão, e que providências sejam efetivamente tomadas para restabelecer a confiança no transporte aéreo brasileiro, cuja eficiência depende de uma política claramente definida, da centralização das decisões, da redefinição de atribuições e responsabilidades e de recursos para as obras necessárias na reforma dos aeroportos. Isso não significa transformá-los em shopping centers! É preciso cuidar de sua infra-estrutura, da modernização dos equipamentos e da qualificação do pessoal de vôo e de terra, quantitativa e qualitativamente, preparando-os para assegurar a tranqüilidade de todos. O governo do Estado de São Paulo deve continuar exigindo sua participação nos debates e nas decisões sobre o assunto, para evitar que medidas demagógicas, insuficientes ou ineficientes sejam adotadas apenas para dar a impressão de que o governo federal, a começar do presidente da República, está agindo com determinação para arremeter a crise que se abateu sobre o setor há cerca de dez meses.

A gora, depois da tragédia, o presidente Lula fala em soluções drásticas.

Transformação política MARIO ERNESTO HUMBERG

P

ara o aperfeiçoamento da democracia entre nós, a reforma política deve possibilitar - como dizia Platão há mais de 2000 anos - uma comunidade justa, aquela em que os melhores governam com sabedoria. Uma proposta de reforma política deve ter cinco objetivos: reforçar a ligação entre os eleitores e o eleito, permitindo melhor acompanhamento e cobrança e levando à escolha daqueles que beneficiam a comunidade e não a si próprios; garantir a separação dos poderes (ou adotar o parlamentarismo); evitar a presença de legisladores sem votos ou com representatividade limitada; eliminar os privilégios injustificáveis dos ocupantes de cargos eletivos; e reduzir o custo do aparelho estatal para a nação. A proposta que volta a ser discutida contempla apenas parcialmente o terceiro e o quarto objetivos. O PNBE - Pensamento Nacional das Bases Empresariais lançou uma proposta de reforma política que contempla esses cinco objetivos, envolvendo voto distrital misto, cláusula da barreira, redução da representação mínima por estado na Câmara Federal de oito para dois, fim dos suplentes de senador e redução de três para dois senadores por estado – como é a tradição brasileira. Além disso, propõe que seja obrigatório ao membro do Legislativo renunciar para assumir cargos no Executivo, valorizando a atividade legislativa, que hoje para muitos é apenas um trampolim para conseguir um cargo de secretário ou ministro. Lembrando que a principal função do Legislativo deve ser discutir e aprovar o Orçamento.

Adicionalmente recomenda o fim do pagamento de subsídios aos vereadores de pequenos municípios – que não precisam se reunir diariamente. Pede ainda a eliminação de 95% dos mais de 500.000 cargos de confiança hoje existentes no País, passando as funções ligadas ao interesse público a serem exercidas por pessoas concursadas (ou como se faz em vários países, profissionalmente selecionadas), e eliminando os assessores que estão lá para conseguir votos para o titular na próxima eleição, ou para engordar sua remuneração.

E

ssas propostas estão incorporadas ao Projeto Brasil 2022, que visa transformar o país que temos no país que queremos, socialmente justo, economicamente forte, ambientalmente sustentável, politicamente democrático e eticamente respeitável. O Projeto identificou alguns exemplos de outros países que podem ser úteis para nossa reforma política, embora problemas existam em quase todos os lugares e os países que alcançaram um nível melhor de vida para sua população, sejam quase todos parlamentaristas. A atividade política se tornou no Brasil uma forma de fugir à Justiça ou de enriquecimento – às vezes até de forma licita, pelo acumulo das vantagens que os cargos oferecem. É necessário que a política volte a ser, como previam os pensadores da Democracia, uma forma de atuar em beneficio da coletividade. Essa é a transformação e a reforma política de que precisamos. MARIO ERNESTO HUMBERG É COORDENADOR DO PENSAMENTO NACIONAL DAS BASES EMPRESARIAIS

A reforma política deve transformar o país que temos no país que queremos

BRIGUENTO uando passei pelo Palácio dos Bandeirantes, assisti Antonio Carlos Magalhães provocar uma mudança no temperamento do governador Paulo Maluf e no de seus auxiliares. Maluf havia oferecido uma ambulância para um município baiano, fato que irritou profundamente Antonio Carlos Magalhães, o governador. Paulo Maluf me deu para ler e responder o telegrama que o governador baiano lhe enviara em resposta à sua intromissão nos negócios da Bahia. Deu trabalho o telegrama, pois era preciso "tirar o corpo" da responsabilidade no oferecimento da ambulância, transferindo-a para a insistência do prefeito baiano. Um ato de inocência que passaria em branco, não fosse a cólera do governador. Ficou a imagem de ACM como um homem de pouca conversa e de muita ação, de preferência violenta, ainda que verbal. Os tempos passaram, mas ACM não mudou o estilo; daí por diante foi como já havia sido no passado, o Toninho Malvadeza, um político no velho estilo dos coronéis do Nordeste, um desses políticos necessários ao Brasil, tanto assim que teve uma longa vida política. Sua vida não foi fácil, pois teve que impor um estilo quando os tempos já eram outros, distantes do tempo do cangaço. A tudo ele se adaptou, menos à concórdia por motivos político-partidários.

Q

sua maneira de ser sempre agradou aos eleitores baianos, que o adoravam como a um chefe político que o velho perrepismo cultivou durante muitos anos. Prestou serviço a vários governos presidenciais, soube criar amigos e inimigos e teve até um amor duradouro, amor de idade madura, que ele divulgou sem nenhum interesse em escondê-lo. ACM foi um político necessário ao Brasil de seu tempo, engordou com os anos, ganhou cabelos brancos, perdeu um filho com um futuro político garantido, chorou a sua morte mas não se abateu -uma grande perda, infelizmente. Eu admirava ACM e fico por aqui!

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G ACM foi

um político necessário ao Brasil de seu tempo. Eu admirava ACM!


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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Divulgação

segunda-feira, 23 de julho de 2007

O orçamento fiscal vem se apropriando de parte considerável dos recursos arrecadados pela CPMF. Clair Hickmann, da Unafisco

ADESÃO DE MAIS 1,1 MILHÃO DE EMPRESAS

RECEITA ANUNCIA MAIOR ABRANGÊNCIA PARA QUEM QUITAR DÉBITO DA UNIÃO E ADERIR AO SUPERSIMPLES

MAIS PRAZO PARA PAGAR DÍVIDAS Erros nas etiquetas das roupas importadas

Renato Carbonari Ibelli

A

Receita Federal deu na sexta-feira uma boa notícia para as micros e pequenas empresas que pretendem aderir ao Supersimples e têm débitos com o fisco federal. Até o dia 31 de outubro, elas poderão quitar ou parcelar em 60 vezes as dívidas ocorridas a partir de fevereiro de 2006. Até então, apenas pendências anteriores a essa data podiam ser parceladas até 31 de julho, quando também finda o prazo de adesão ao novo regime. A mudança tem bom motivo: não deixar de fora uma única empresa. A Receita recomendou aos empresários fazer a adesão até o próximo dia 31 e já solicitar o parcelamento. Esses procedimentos podem ser feitos pela internet. Não ter dívidas tributárias é premissa imposta pela Lei Geral para o enquadramento no

M

ais de 1,5 mil autos de infração foram lavrados pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), no primeiro semestre, por irregularidades encontradas em produtos têxteis. Grande parte dos problemas estão nos produtos importados, com informações incorretas nas etiquetas. De acordo com o Ipem, a responsabilidade pelas especificações técnicas desses artigos é do importador e do comerciante – eles podem receber multas que variam de 200 a 3 milhões de Ufirs, ou seja, de R$ 212 a R$ 3,2 milhões. Em geral, os problemas de incorreção nas etiquetas são evidenciados no momento de lavar ou passar a roupa. As lavanderias especializadas se queixam. O presidente do Sindicato das Lavanderias (Sindilav), José Carlos Larocca, tem denunciado a falta de especificações. Segundo ele, o rótulo de uma jaqueta vendida em larga escala em hipermercados da capital, produzida em Omã, no Golfo Pérsico, e importada pela confecção K. Hage, apresenta sérios erros. O rótulo dizendo "procedimentos normais de limpeza sem restrições", por exemplo, teria de informar que a frase refere-se somente para lavagem a seco – o produto não pode receber água. Essa mesma etiqueta traz a recomendação "não lavar", contradizendo a frase anterior. Além disso, o consumidor pode imaginar que o produto não pode ser lavado de maneira alguma. Ao longo deste ano, a Fundação Procon registrou 14 reclamações relacionadas a estragos de roupas ocorridos em lavanderias. O Sindilav atribui a maioria a erros de rótulos. Por lei, a etiqueta de um produto têxtil precisa trazer a razão social e o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do fabri-

Supersimples. A ampliação do prazo de abrangência e para quitar os débitos foi bem recebida por tributaristas, que já enfrentavam filas nos órgão credores para negociar as pendências de clientes. Ainda assim, o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (SesconSP), José Maria Chapina, defendeu a ampliação do prazo para adesão. Segundo ele, o governo ainda não disponibilizou o sistema gerador da guia de recolhimento do novo regime, e os contadores terão pouco tempo para se adaptar aos novos procedimentos. Informações da Receita Federal mostram ainda que mais 1.029.557 micros e pequenas empresas optaram pelo Supersimples até a última sexta-feira. Entre elas, 58.895 tiveram o pedido negado por pertencerem a setores impedidos de participar do programa. Outras 67.547 tiveram o ingresso aprovado porque não têm débitos com a União, estados e

municípios. Até sexta-feira, a entidade contabilizava 100 mil pedidos de parcelamento, sendo 33 mil relativos a débitos previdenciários. Os novos optantes juntaram-se a 1,337 milhão de empresas que haviam migrado automaticamente do extinto Simples Federal para o novo regime tributário. Tramita no Senado Federal um projeto de lei que prevê a ampliação do prazo de adesão ao Supersimples para 15 de agosto. O problema é que ele não conseguiu ser votado antes do recesso do Legislativo. O projeto de lei saiu da Câmara dos Deputados no dia quatro de julho e seguiu em caráter de urgência para o Senado. Na casa, acordos foram feitos para a matéria tramitar rapidamente. Entre eles, ficou decidido que dois vetos serão feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a aprovação. Um deles é a proibição de cobrar antecipadamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas fronteiras.

Engrossa movimento contra a CPMF Sílvia Pimentel

E

cante ou importador, o país de origem do artigo, sua composição, tamanho e os cuidados para sua conservação. Esses procedimentos – como lavar, secar ou passar – em geral aparecem em forma de símbolos internacionais (veja tabela acima), que nem sempre são conhecidos pelos consumidores brasileiros. Segundo a assistente de direção do Procon-SP, Selma do Amaral, o valor das multas

aplicadas aos lojistas, importadores e fabricantes vai depender do grau de gravidade da infração. "Erros de etiquetagem não determinam a retirada do artigo. A apreensão ocorre, em geral, quando o problema encontrado põe em risco a integridade do consumidor." O Ipem-SP fiscalizou no primeiro semestre 5,1 mil empresas varejistas no Estado de São Paulo. (RCI)

ntre 1997 e 2006, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) colocou nos cofres da União R$ 185,9 bilhões. Desse total, R$ 33,5 bilhões deixaram de ser aplicados em saúde e previdência social e não foram destinados ao Fundo de Combate à Pobreza, áreas escolhidas para receber os recursos e que justificaram a criação do tributo, em 1993. O montante arrecadado e o desvio da finalidade original, embora lícito, têm incomodado a sociedade civil, justamente no momento em que o governo se articula para aprovar nova prorrogação da CPMF. De 1993 a junho deste ano, a contribuição totaliza uma arrecadação de R$ 268,2 bilhões, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco). Esses números vão servir de munição para detonar, no Con-

Mas há quem defenda o fim do tributo. Várias entidades se mobilizaram para pressionar o Congresso a rejeitar a proposta governamental. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por exemplo, apóia o movimento "Xô CPMF", liderado pelo deputado federal Paulo Bornhausen (DEM-SC). "É preciso cortar receita para obrigar o governo a conter despesas. E a CPMF é uma oportunidade para deflagrar essa estratégia, já que sua extinção está prevista na Constituição", diz o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, Marcel Solimeo. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) é outra a lutar pela extinção. Em 6 de agosto, a entidade promove o primeiro encontro público contra a prorrogação. A campanha recebeu o apoio da Frente Parlamentar Contra a CPMF e Pela Redução da Carga Tributária, da Assembléia Legislativa de São Paulo, que tem a adesão de 27 dos 94 deputados.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

FDE AVISA: PREGÃO (PRESENCIAL) DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 52/0050/07/05 OBJETO: REGISTRO DE PREÇOS PARA FORNECIMENTO DE “KITS LANCHES” A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação de Registro de Preços para fornecimento de kits lanches. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 23/07/2007, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 03/08/2007. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES - Presidente

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: CONCORRÊNCIAS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: CONCORRÊNCIA N.º - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1204/07/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré de concreto - Terreno Cj. Res. Parque São Bento - Rua 25/Rua 33/Rua 34/Rua 40, s/nº - Parque São Bento - Campinas/SP - 270 - 3.991,68 - R$ 480.111,00 - R$ 48.011,00 - 09:30 - 24/08/2007. 05/1277/07/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador / Construção de ambientes complementares, de sala de aula e Reforma de prédio escolar - EE Dr. Ubaldo Costa Leite - Rua José da Costa Pereira, 70 - Jardim Guarani - Brasilândia - São Paulo/SP - 90 - 500; Terreno Jd. Guarani / Ubaldo Costa Leite - Rua José da Costa Pereira, s/nº - Jardim Guarani - Brasilândia - São Paulo/SP - 210 - 3.682,72 - R$ 463.037,00 - R$ 46.303,00 - 10:30 - 24/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 23/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 23/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez? Anuncie no jornal que tem o menor preço, pelo mesmo espaço.

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gresso Nacional, a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 50, que prorroga por mais quatro anos a vigência do tributo e a Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo federal usar livremente 20% dos valores dos impostos e contribuições. "Na prática, o orçamento fiscal vem se apropriando de parte considerável dos recursos arrecadados. Eles acabam desviados das funções para as quais foram criados e passam a compor o superávit primário", afirma a diretora de estudos técnicos do Unafisco, Clair Maria Hickmann. Alíquota – Embora considere a CPMF um tributo de má qualidade (é regressivo, incide sobre consumo e em todos os elos da cadeia produtiva), o sindicato defende a adoção de alíquota mínima, só para servir de arma contra a sonegação. "A contribuição deve ser vista pelo governo apenas como instrumento de fiscalização", diz.

O Jornal do Empreendedor

ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 018/2007 Objeto: Alienação da área de propriedade do município, objeto da matrícula n° 65.136 do 2º CRI, conforme previsto na Lei Municipal n.° 9.799, de 27 de dezembro de 2006, de acordo com as especificações do edital, dos projetos, memoriais e planilhas anexas ao processo. Valor estimado: R$2.462.668,10. Limite p/entrega dos envelopes 22/08/2007 às 17:00h e abertura dia 23/08/2007 às 08:30h.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE RESTAURANTES - ANR EDITAL DE CONVOCAÇÃO Ficam os Senhores Associados da ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE RESTAURANTES - ANR convidados a comparecerem à próxima Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se no dia 09 de agosto de 2007, para 1ª convocação às 15:00 horas e para 2ª convocação às 16:00 horas, no Restaurante Cia Marinara, localizado na Capital do Estado de São Paulo, na Rua Cardeal Cagliori, nº 468, Alto de Pinheiros, para que seja deliberada a seguinte ordem do dia: Aprovação das contas do ano de 2006; Eleições gerais; Assuntos de interesse geral. São Paulo, 23 de julho de 2007. SÉRGIO N. KUCZYNSKI - Presidente da Diretoria Executiva

Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S.A. CNPJ/MF nº 02.102.498/0001-29 - NIRE 35.300.151.071 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 16/01/2006 Data, Hora e Local: Aos 16 de janeiro de 2006, às 10:00 horas, na sede social da Companhia, na Rua Flórida, 1595, 8° andar, conj. 81, Brooklin Novo, na Cidade de São Paulo-SP. Presenças: Acionistas representando a totalidade do capital social com direito a voto, conforme assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas. Convocação: Dispensada a convocação em virtude do comparecimento da totalidade dos acionistas, conforme faculta o § 4° do artigo 124 da Lei n° 6.404/76. Mesa: Presidente: Thaddeus Ogden Burr, Secretária: Paola Maria Angela Tirelli. Ordem do Dia: Deliberar sobre a alteração de endereço de Inspetoria de Produção em Belo Horizonte - MG. Deliberações: OS acionistas deliberaram, por unanimidade de votos, pela alteração de endereço da Inspetoria de Produção em Belo Horizonte, devidamente registrada na Junta Comercial de Minas Gerais em 09/07/2002 sob o NIRE 2796205, registrada no CNPJ sob o n° 02.102.498/0003-90, da Avenida Getúlio Vargas, n° 1300, conjunto n° 1302, Bairro Savassi, CEP: 30.112-021, para a Rua Paraíba, n° 1000, 9°. andar, Bairro Funcionários, CEP: 30.130-141. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata, que foi por todos os presentes lida, aprovada e assinada. Assinaturas: Metlife International Holdings, Inc (por Maria Elisa Gualandi Verri e Marcio Baptista), Natiloportem Holdings, Inc. (por Maria Elisa Gualandi Verri e Marcia Baptista), Thaddeus Ogden Burr e Paola Maria Angela Tirelli. Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas as assinaturas apostas no mesmo livro. São Paulo, 16 de janeiro de 2006. Paola Maria Angela Tirelli - Secretária da Mesa. JUCESP - Certifico o registro sob nº 259.763/07-0, em 19/07/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 20 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Santana Factoring Fomento Comercial Ltda. - Requerido: Logus Pinturas e Serviços Ltda. ME - Av. dos Pedrosos, 620 - 1ª Vara de Falências Requerente: Comfix Componentes Para Fixação Ltda. - Requerido: De Paula Indústria Metalúrgica

Ltda. - Rua Soldado Benedito Patrici, 410 - 1ª Vara de Falências Requerente: Presco Fomento Comercial Ltda. - Requerido: Hélios da Amazônia Ind. e Com. de Materiais de Escritório Ltda. Rua do Rocio, 291 – 7º andar 2ª Vara de Falências


segunda-feira, 23 de julho de 2007

Finanças Empresas Va r e j o Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

BAIRRO TEM RESTAURANTES TÍPICOS

Paulo Pampolin/Hype

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mil pequenos investidores demonstraram interesse pelas debêntures que o BNDES vai emitir.

NOVO GUIA ORIENTA COMPRAS NO BOM RETIRO Publicação, que chega hoje às bancas, inclui 2,7 mil endereços do bairro Kety Shapazian

Paulo Pampolin/Hype – 12/10/06

Em março, Argentina suspendeu as exportações de trigo em grão, alegando proteção ao mercado interno

ção

(ACSP) que calcula o quanto os brasileiros pagam de impostos, superou a marca de R$ 500 bilhões no início da noite de ontem. O valor inclui os valores pagos pelos contribuintes desde o início deste ano.

U

Divulga

LEÃO FAMINTO – O Impostômetro, painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo

m dos mais tradicionais bairros de São Paulo, o Bom Retiro, oferece aos consumidores muito mais que as centenas de lojas de roupas. É o que mostra o Roteiro Oficial do Bom Retiro, guia que chega hoje às bancas, com tiragem inicial de 40 mil exemplares. São mais de 2,7 mil endereços, entre eles 66 estabelecimentos de moda GG, 64 lojas que vendem malas e bolsas e tantas outras que trabalham com bijuterias, modelagem e software de modelagem, gravatas e lenços, etiquetas adesivas, calçados e cintos. Há, ainda, a indicação de muitos restaurantes, alguns tradicionais, como o Acrópole, de comida grega. O guia tem o estádio Municipal de Beisebol Bom Retiro, lugar para jogar boliche, endereço para desfrutar de banho finlandês, sede de escola de samba (Gaviões da Fiel), além de uma loja da rival Mancha Verde (torcida organizada do

Guia não tem apenas endereços de lojas: traz indicações de restaurantes e prestadores de serviços.

Palmeiras), que vende de camisetas a chaveiros e agasalhos. A publicação também apresenta os cerca de 50 restaurantes de origem oriental da rua Correia de Melo. Na M.M.S (rua Aimorés, 288) o forte são as camisas brancas: são cerca de 70 modelos, feitos manualmente por

costureiras em Pernambuco. A DVD Nara trabalha exclusivamente com locação de títulos em coreano — quase 80% da população do bairro é coreana. Na rua Rodolfo Miranda fica uma das casas punks mais tradicionais de São Paulo, a Hangar 110. Se alguém se estressar durante as compras, pode recorrer aos serviços do Espaço Chande, onde terapeutas garantem o bem-estar com muito shiatsu e massoterapia. Dinheiro na mão — Há dicas de como fazer as compras de uma maneira segura (desconfiar de empurrões ou esbarrões) e conselhos como sempre levar dinheiro para o estacionamento porque são raras as empresas do ramo que aceitam cheque ou cartões. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Bom Retiro, a região, somada ao bairro do Brás, é responsável por 40% do faturamento de vestuário do Estado de São Paulo, o equivalente a U$ 3,9 bilhões anuais. A publicação é resultado de parceria entre a CDL e a On Line Editora, que no ano passado já tinha lançado o guia da região da Rua 25 de Março.

Falta de trigo eleva preço do pão

Ata do Copom e inflação em foco

Queda nos estoques mundiais e taxa de importação elevam preços em até 10%

Investidores aguardam explicações para corte de 0,5 ponto do juro básico

A

queda nos estoques mundiais de trigo e o aumento nas taxas para importar o grão vão deixar o pãozinho francês mais caro para os brasileiros. Por recomendação da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), as padarias já aumentaram em 10% o preço do quilo do pão, que chega ao consumidor por R$ 5,50, em média. A justificativa para o aumento de preço é o baixo estoque de trigo nas indústrias que fabricam e

distribuem a farinha, principal ingrediente do pãozinho. A diminuição das reservas foi causada por dificuldades na safra mundial de 2006 e pela interrupção da importação de trigo da Argentina, principal fornecedor brasileiro. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os argentinos são responsáveis por mais de 90% das importações de trigo brasileiras. Em março, a Argentina suspendeu as exportações de trigo em grão,

ARGENTINA

BNDES

crise energética A argentina, que afeta o país desde maio, já custou US$ 4 bilhões aos cofres do governo, segundo documento de circulação reservada do Ministério da Economia, divulgado ontem pelo jornal "Clarín". O valor inclui subsídios ao consumo de eletricidade e importação de energia de países sul-americanos. (AE)

alegando proteção ao abastecimento interno. Com essa decisão, o Brasil teve que recorrer a outros mercados, em especial Canadá e Estados Unidos. Os grãos comprados desses países estão sujeitos à tarifa externa comum (TEC), imposto que aumenta os preços em 10% — nas transações entre os países do Mercosul, não há essa taxa. Para a Associação Brasileira das Indústrias de Trigo (Abitrigo), a solução seria a isenção temporária da TEC para os outros países. (ABr)

ermina hoje o prazo para T os investidores reservarem as debêntures do Ó RBITA

PETROBRAS A Agência Nacional do Petróleo decidiu rever as contas referentes ao campo de Marlim.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo analistas envolvidos na operação, mais de 10 mil pequenos investidores já mostraram interesse pelos títulos. Na última emissão, em 2006, a procura foi de 5 mil pessoas físicas. (AG)

E

sta semana reserva um conjunto de novidades interessante para o mercado financeiro. Para o período, que conta com tradicionais anúncios de indicadores parciais de inflação, além da taxa de desemprego, o principal destaque é a divulgação, na quinta-feira, da ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom). Após a diretoria do Banco Central (BC) reduzir, na última quarta-feira, novamente a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 11,5% ao ano, economistas de mercado estão ansiosos para ler a ata. A decisão veio em linha com o que estava sendo aguardado, mas trouxe um placar mais apertado do que o observado no encontro de junho. Na avaliação da maior parte do mercado, a mudança no placar, de cinco votos a dois para quatro votos a três, pela manutenção de redução um pouco menos conservadora contra um corte de 0,25 ponto, indicou que o próximo encontro do Copom, em setembro, contará com mais diretores a favor da diminuição no ritmo de corte.

No exterior, o destaque da agenda financeira desta semana será a divulgação do "livro bege", o sumário sobre as condições da economia dos Estados Unidos que servirá de base para as decisões de política monetária a serem tomadas na próxima reunião do Federal

Reserve (Fed, o banco central do país), marcada para o dia 9 de agosto. (AE)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

MUDANÇA AJUDOU POMAR DA VILA A AMPLIAR VENDAS

Para não ficar no vermelho, o franqueado precisa vender em média 400 empadas por dia.

MODELO DE NEGÓCIO SE RENOVA, CHEGA A BAIRROS NOBRES E OFERECE DE IMPORTADOS A FRUTAS TÍPICAS NACIONAIS

SACOLÕES VIRAM EMPÓRIOS DE LUXO Fotos: Newton Santos/Hype

Maristela Orlowski

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omprar frutas e hortaliças tornou-se algo sofisticado. Muitos antigos sacolões de hortifrutigranjeiros deram lugar a amplas e modernas lojas, que reúnem em um único espaço a variedade encontrada nas feiras livres e a comodidade oferecida pelos hipermercados. E o artigos oferecidos vão muito além de maçãs, tomates e alfaces. Frutas típicas brasileiras vindas do Norte e Nordeste, como jambo, tamarindo, sapoti, jenipapo e umbu, assim como queijos, carnes silvestres e frutos do mar. Até vinhos fazem parte do mix de produtos desse novo modelo de estabelecimento. O Natural da Terra, por exemplo, é uma espécie de butique de verduras e frutas. Com cinco unidades espalhadas pela cidade de São Paulo (Alto da Boa Vista, Moema, Brooklin, Itaim e Higienópolis), a rede tem uma equipe de nutricionistas que supervisiona a qualidade de todos os produtos oferecidos na loja, dos hortifrútis tradicionais aos produtos de padaria e lanchonete oriental. "Somos um hortifrúti que prima por qualidade, excelência no atendimento e inovação", diz a gerente de marketing da rede, Fabiana Marin. De acordo com o gerente da unidade do Brooklin, Cláudio Gaioso, para chamar a atenção

Lojas tentam cativar o cliente com espaços amplos e bem iluminados Rafael Hupsel/LUZ

Natural da Terra tem uma adega com vinhos nacionais e importados

do público, que pertence às classes média e média alta, todas as lojas da rede possuem ambientes agradáveis, diferenciados e planejados para favorecer a circulação e o fácil acesso aos produtos. Os corredores são largos, os hortifrútis são separados por segmentos (tropicais, diferentes e importados) e até a disposição das frutas e hortaliças nas gôndolas é feita de modo singular. "Trabalhamos com um jogo de cores, já que muitas pessoas compram com os olhos", comenta o gerente. Segundo ele, os produtos são dispostos em pequenas quantidades nas gôndolas, para garantir a qualidade e o fácil acesso. Não há montanhas de tomates amassados e muito menos perigo de ver batatas e cebolas rolando pelo chão. Como os produtos

são selecionados, não é preciso escolher muito. "Nossos funcionários abastecem constantemente as gôndolas. Somos exigentes quando se trata de qualidade", afirma Gaioso. A dona de casa Regina Schmidt é freqüentadora assídua da Natural da Terra do Brooklin desde sua inauguração, há aproximadamente cinco meses. "Compro frutas e verduras pelo menos uma vez por semana. Aqui, há produtos que não encontro em hipermercados, com qualidade superior e preço similar", diz. "Gosto de levar pacotes de verduras e legumes picados. Isso facilita muito a vida lá em casa." De tudo um pouco – Pensando na comodidade dos clientes, a rede de hortifrúti Pomar também resolveu ampliar o mix de produtos. "A primeira

Wagner Lima: sommelier da casa

loja surgiu há 25 anos no Jabaquara, mas só vendia frutas e hortaliças. Há poucos anos, cedendo aos pedidos dos clientes, as quatro unidades – localizadas no Jabaquara, Moema, Tatuapé e Vila Madalena – começaram a oferecer de tudo um pouco", afirma o gerente Marcelo Moraes Santos. Para ele, a mudança do conceito dos antigos sacolões estimulou o mercado e também trouxe bons resultados às empresas especializadas no setor. "Virou um negócio mais nobre. E os resultados podem ser confirmados principalmente nas vendas, que aumentaram, em média, 25% nos últimos anos." A expectativa é de crescer cada vez mais. Para isso, a rede está investindo na reforma das lojas, tornando-as mais atrativas e funcionais.

Além de hortifrútis, o Pomar da Vila vende itens de higiene e limpeza

EMPADAS Redes de franquia do salgado invadem a capital Patrícia Büll

O

segmento de alimentação fora de casa não pára de crescer e, nele, a empada ganha cada vez mais espaço. Além dos bares de rua, o salgado agora pode ser saboreado em casas especializadas. O Rancho da Empada, mais tradicional de São Paulo, divide agora a preferência dos paulistanos com a carioca Empada Brasil, e até o final do ano mais um concorrente de peso deve desembarcar por aqui: a Empada Carioca. A estréia foi na 16ª ABF Franchinsing Show, feira realizada em junho, em São Paulo, evento de que a empresa participou em busca de parceiros. De acordo com Fábio Cintra Caldas, proprietário da marca, em três anos a loja fez tanto sucesso que virou franquia. Hoje, já são 19 lojas, sendo três próprias e as outras, franqueadas. Para atender as 17 lojas do Rio de Janeiro, Caldas mantém uma fábrica. "Produzimos diariamente as empadas e todas as lojas locais recebem o produto fresco", explica Caldas. Isso se traduz em uma média de 160 mil empadas por mês, a utilização de 4 a 5 toneladas de farinha de trigo; 1,3 tonelada de margarina, 700 quilos de camarão e 800 quilos de frango, além de 60 baldes de azeitonas

e outros 80 de catupiry. Empadas do Rio – Para as franqueadas de fora, como as duas de Brasília, a Empada Carioca ajuda na busca de fornecedores e passa a receita dos salgados, além de dar treinamento para o empadeiro em sua loja no Rio. Isso é o que faz também a Empada Brasil, que há três anos desembarcou na capital paulista, vinda de Petrópolis, na serra fluminense, e hoje soma 20 lojas só em São Paulo. Segundo o gerente e sócio da Empada Brasil do bairro da Santa Cecília, Jorge Aloísio Felício, a empresa treina o franqueado, além da equipe, para que o sabor e o padrão de qualidade sejam idênticos em todas as lojas. "Um diferencial que oferecemos é a empada aberta", diz Felício. Há, ainda, sabores como chocolate, romeu-e-julieta e doce de leite, campeões de pedidos nessa versão. "Na tradicional, a empada de palmito é imbatível em São Paulo", diz Felício. Para não ficar no vermelho, o franqueado precisa vender em média 400 empadas por dia, trabalhando todos os dias da semana. O prazo de retorno de investimento varia entre 12 meses (Empada Carioca) e 24 meses (Empada Brasil). Os executivos das empresas afirmam que a margem de lucro é alta, oscilando entre 30% e 35% sobre o resultado bruto.

Fotos: Newton Santos/Hype

Jorge Aloísio Felício tem uma franquia da Empada Brasil no bairro de Santa Cecília. Rede tem 20 lojas na capital.


segunda-feira, 23 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Comércio Exterior Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Patrícia Cruz/LUZ

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Consórcios de motos apresentam desempenho melhor que o de outros em geral neste ano

BANCO FINANCIA CARRO ALIENADO

JUROS MAIS BAIXOS E PRAZOS LONGOS FACILITAM A VIDA DE QUEM QUER COMPRAR UMA MOTOCICLETA

CRÉDITO MAIS ACESSÍVEL PARA MOTOS Fotos: Divulgação

Adriana Gavaça

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raticamente pelo mesmo preço de duas passagens de ônibus ao dia, hoje é possível comprar uma motocicleta financiada. Empresas como Honda e Kasinski têm planos em que o interessado paga parcelas de R$ 149 ao mês (o equivalente a menos de R$ 5 ao dia, valor próximo ao que o consumidor desembolsaria para tomar dois ônibus em São Paulo, onde a tarifa é de R$ 2,30), pelo prazo de pouco mais de quatro anos. O apelo de venda tem por objetivo cativar o cliente interessado em trocar o transporte público por um veículo próprio de duas rodas. "A estabilidade econômica, um maior interesse dos bancos em atuar no mercado de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para motocicletas e a redução gradual da taxa de juros básica brasileira (Selic) têm feito com que essa forma de compra cresça muito acima das outras", afirma o gerente geral e comercial da Honda Serviços Financeiros, Sérgio Bessa. Até 2004, o consórcio era responsável por 52% das ven-

das de motocicletas no País, enquanto o financiamento respondia por 26% e o pagamento à vista, por 22%, conforme dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Com a redução da Selic de forma mais acentuada a partir de 2005, esse quadro começou a se modificar. Em 2006, o financiamento já era a principal forma de aquisição de motocicletas, com participação de 41%, seguido por consórcio (35%) e venda à vista (23%). E, no primeiro trimestre de 2007, o financiamento já passou a responder por mais da metade das vendas de motos novas. Para Bessa, o cliente de financiamento de motos geralmente não tem recursos para comprar o bem à vista e passou

Bancos de varejo disputam mercado

a descartar o consórcio, na medida em que o financiamento ficou mais barato. No banco Honda, o interessado em comprar de forma parcelada a nova Honda Pop 100 vai pagar taxas de juros mensais de apenas 1,88% ao mês, no plano de 49 meses mais entrada, no valor fixo mensal de R$ 149. Juros — Só para efeito de comparação, os juros médios cobrados pelo mercado, no mês de março, último dado disponível no Banco Central, eram de 2,29% ao mês para o financiamento de veículos, percentual que inclui também as taxas de fi-

nanciamento de motocicletas por bancos do varejo. Isso sem levar em conta que, tradicionalmente, o custo do financiamento de motocicletas costuma ser superior ao de automóveis. "Os juros cobrados no financiamento de motocicletas oscilam muito de banco para banco. Eles ainda são superiores em até um ponto percentual à taxa cobrada para veículos, mas estão bem abaixo do que foram no passado. Acreditamos que, com a entrada de um número maior de instituições financeiras nesse mercado, esses valores possam se aproximar ainda mais", afirma Bessa. Para o gerente comercial da Kasinski, Aroldo Rocha Júnior, muito mais que seguir a tendência de queda dos juros básicos, os planos de financiamento de motocicletas, daqui para frente, devem trazer prazos mais elásticos e condições facilitadas de compra. "Hoje já trabalhamos com prazos de até 50 meses, embora o prazo médio seja de 36 meses para o pagamento e a renda inicial exigida, de R$ 600." A Kasinski também tem um plano para motocicleta de 125 cilindradas, cujo preço à vista é de R$ 4.690 (sem frete). (AG)

Pelo preço de duas passagens de ônibus ao dia é possível comprar moto

Setor é destaque entre os consórcios

O

segmento de consórcios de motocicletas foi um dos poucos, ao lado do setor de imóveis, a registrar crescimento no primeiro trimestre deste ano. Enquanto todo o sistema apresentou decréscimo de 0,4%, o ramo de duas rodas conquistou 21,1 mil novos participantes em relação a dezembro de 2006, de acordo com dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Até o último mês de março, o ramo de motocicletas tinha 1,76 milhão de participantes, ante 1,74 milhão em 2006. Embora o sistema de consórcio tenha deixado no ano passado de ser a principal escolha dos consumidores na hora de comprar uma motocicleta nova, empresas – como é o caso do banco Honda – ainda têm nesse tipo de venda sua principal atividade. "O consórcio ainda é nossa

grande força de vendas", afirma o gerente geral e comercial da Honda Serviços Financeiros, Sérgio Bessa. Do 1,762 milhão de participantes de consórcio de motocicletas, 1,062 milhão possui cotas da Honda. Bancos — Alguns bancos do varejo, como o Santander Banespa, também decidiram apostar nesse tipo de venda. No banco, é possível comprar uma cota de consórcio com pagamento em até 50 meses e taxa de administração de 0,24% ao mês (o equivalente a 12% durante toda a vigência do plano). É cobrada ainda taxa de fundo de reserva, no valor de 0,06% ao mês, o que dá um total de 3% durante o contrato. O plano vendido pelo banco dá direito a um seguro de vida, sem custo para o consorciado. Além disso, uma vez sorteada a cota, o consorciado terá total liberdade na escolha de modelo e marca da moto. (AG)

Refinanciamento

Q

uem tem um financiamento de veículo e precisa de dinheiro na mão não é mais obrigado a passar pelo constrangimento de pedir recursos extras em seu banco. O banco PanAmericano acaba de lançar um produto intitulado AutoPan Refinanciamento de Veículos, que permite o financiamento de automóveis alienados. Com o produto, o proprietário do veículo pode tomar emprestado até 70% do valor do

carro, dinheiro que ele poderá pagar em até 48 meses, com taxa de juros de 2,5% ao mês. Em contrapartida, a dívida anterior será quitada pelo banco. "A proposta é trazer outra opção de crédito pessoal com garantia para nossa carteira de produtos e ajudar quem precisa de dinheiro", afirma Alessandro Segura, gerente de mesa de ativo do banco PanAmericano. O produto já está acessível em todas as 200 lojas do grupo. (AG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - CIDADES & ENTIDADES

a maior

tragédia

segunda-feira, 23 de julho de 2007

MISSA realizada na Catedral da Sé, ontem, lembrou a tragédia ocorrida na semana passada. Durante a cerimônia, que lotou a igreja de parentes e amigos das vítimas, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, cobrou respostas para as causas do acidente e soluções para a crise aérea.

Igreja cobra investigação do governo Fotos de Newton Santos/Hype

Fernando Vieira

Famílias da Gol ajudam as da TAM

O

Entre as autoridades presenarcebispo de São Paulo, Dom Odilo tes estavam o prefeito Gilberto Pedro Scherer, co- Kassab, o secretário de Coordebrou ontem de ma- nação das Subprefeituras, Annhã respostas do governo fe- drea Matarazzo, o secretário de deral sobre as causas do aci- Justiça e Defesa da Cidadania dente com o Airbus A320, que do Estado, Luiz Antônio Maratingiu o prédio da TAM Ex- rey, o secretário de Segurança press e um posto de gasolina, Pública, Ronaldo Marzagão, e matando cerca de 200 pessoas o procurador-geral de Justiça em São Paulo. Durante a missa do Estado, Rodrigo Pinho. Os realizada na Catedral da Sé, no três últimos representaram o Centro, em homenagem às ví- governador José Serra. As autoridades do poder timas do vôo 3054, o arcebispo também cobrou soluções para público também foram cobraa crise aérea no País, iniciada das pelos familiares. "Eles eshá quase 10 meses com a queda tão aqui por um ato político puro e simples. Não me vedo Boeing da Gol. "Este não é apenas o posicio- nham dizer que sabem o que é namento da Igreja, mas de to- a nossa dor. Não me venham da a sociedade à medida que um monte de engravatados com um monte esse desastre pode seguranças de estar ligado a dizer que são soalguma medida lidários com o administrativa que não foi toma- Eles estão aqui por um nosso sofrimento. Enquanto eles da e que pode vir ato político puro e circulam e viaa prevenir futuros acontecimen- simples. Não venham jam em segurantos trágicos. To- dizer que sabem o que ça, nós arcamos com os riscos", dos esperamos é a nossa dor. desabafou a aduma solução paMalu Gualberto, que v o g a d a M a l u ra essa crise, que perdeu o marido no Gualberto, mujá vem se arrasacidente lher do gerente tando há algum de desenvolvitempo", afirmou mento da TAM Dom Odilo, logo Express, Antonio Gualberto fiapós a cerimônia. As cobranças da Igreja foram lho, de 56 anos, que estava no mais duras nas palavras do pa- prédio atingido pela aeronave dre Juarez de Castro, que acom- na semana passada. Um dos momentos mais panhou o arcebispo na celebração. "Uma coisa é morrer, outra emocionantes da celebração coisa é morrer quando eles não foi quando os familiares depoprecisavam ter morrido. O po- sitaram flores, fotografias e obder público nos deve uma res- jetos de algumas das vítimas posta", disse o padre Juarez, no altar da igreja. Irritação - O presidente da que foi aplaudido pelos preTAM, Marco Antonio Bologsentes à missa. Familiares e amigos de víti- na, que também compareceu à mas lotaram a catedral para a celebração, irritou alguns famissa organizada pela Arqui- miliares. O empresário deidiocese Metropolitana de São xou a igreja pouco antes do Paulo. Muitos vestiam cami- fim da missa, cercado por três sas com fotos ou traziam nas seguranças e sem falar com a mãos imagens dos mortos na imprensa ou com parentes tragédia. Funcionários da dos mortos. O executivo ignoTAM e bombeiros que traba- rou até mesmo o convite de lham no resgate das vítimas Dom Odilo Scherer para a trotambém participaram da ho- ca de cumprimentos, no final da celebração. menagem religiosa.

Parentes de vítimas trocam informações

F

Familiares e amigos das vítimas lotaram a Catedral da Sé, ontem, na missa em homenagem aos mortos

amiliares das 154 vítimas do acidente aéreo com o Boeing 737-800 da Gol, em setembro do ano passado, fazem mais do que prestar solidariedade aos parentes e amigos das vítimas do vôo JJ 3054, da TAM. A troca de "experiência no póstragédia" passou a ser o mais importante na relação entre os dois casos, segundo Angelita de Marchi, presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo Gol 1907. "Quando estamos sob o impacto do acidente, não conseguimos ter a noção exata das necessidades que passaremos no futuro. No início, temos a impressão de que a companhia aérea está oferecendo tudo o que pode, mas depois percebese que está longe de ser o suficiente", disse Angelita. Ela contou que, nos últimos dez meses, aprendeu lições que podem ser úteis para as negociações dos familiares das vítimas com a TAM. "Não aceitem benefícios com prazo determinado, porque a empresa poderá impor esses termos como definitivos", disse Angelita, que está brigando para estender o convênio médico e psicológico com prazo de um ano, concedido pela Gol. "Há também custos com passagens aéreas para que as famílias acompanhem as investigações e se encontrem para discutir providências em conjunto", citou. (FV)

Após a missa, o protesto Parentes pedem agilidade do IML

Memorial às vítimas Local do acidente pode ser transformado em parque

O

prefeito Gilberto Kassab defendeu ontem que o governo federal faça a desapropriação de imóveis nos arredores do Aeroporto de Congonhas, na zona sul, para aumentar as áreas de escape das pistas do aeroporto. Por sua vez, Kassab anunciou que pretende desapropriar o prédio da TAM Express e seu entorno para transformar o local do acidente em uma praça, com um memorial às vítimas do vôo 3054. O prefeito destacou a necessidade de que as ações anunciadas pelo governo federal, na sexta-feira, com o objetivo de melhorar a operação no aeroporto, como redução do número de vôos/hora, sejam concretizadas. "Nos últimos anos, aumentamos o número de passageiros de 12 milhões para 18 milhões por ano. Portanto, é evidente que estamos operando além dos limites e que sejam definidos com muita clareza quais são esses limites", disse Kassab. O prefeito também cobrou investimentos nos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas, para que possam receber parte do tráfego aéreo de Congonhas. "No curtíssimo

prazo é importante que seja reduzido drasticamente o número de vôos em Congonhas, criando condições nas duas alternativas atuais". Presente à missa, o comandante Hugo Schaffel Junior, de 49 anos, presidente da Associação dos Tripulantes da TAM (ATT), afirmou que, por determinação do presidente da companhia aérea, Marco Antonio Bologna, "não haverá mais pousos de aeronaves (da empresa) na pista principal do Aeroporto de Congonhas em condições de chuva, quaisquer que sejam". Em relação ao anúncio do governo federal sobre a construção de um terceiro aeroporto em São Paulo, Schaffel se limitou a dizer que "este é um pedido que comandantes de todas as companhias aéreas fazem há 12 anos". Ele criticou a falta de esforços do poder público para manter livre de invasões e dos avanços imobiliários as áreas no entorno de aeroportos. "Qualquer leigo sabe que é impossível uma expansão em Congonhas. E a mesma situação já acontece em Cumbica, onde já é inviável a construção de uma terceira pista", afirmou o presidente da ATT. (FV)

A Funcionários da TAM compareceram uniformizados na celebração

Fábio Gomes: revolta com IML

Kassab e Matarazzo: memorial

Marco Bologna, presidente da TAM, foi embora antes do fim da cerimônia

Parente chora durante celebração

Familiares deitam no chão da av. Washington Luís, no local do acidente

pós a missa na Catedral da Sé, familiares e amigos das vítimas seguiram para o Aeroporto de Congonhas, na zona sul. Em frente ao prédio da TAM Express, eles realizaram um ato pacífico para que as autoridades acelerem a identificação dos corpos pelo Instituto Médico Legal (IML). "As informações sobre a identificação estão desencontradas. A nossa maior dificuldade hoje é retirar os corpos do IML", disse o médico Maurício Pereira. De mãos dadas, os familiares entraram no saguão do aeroporto e rezaram em frente ao guichê da TAM. Depois, foram até o local do acidente, onde deitaram no chão em sinal de protesto. "Primeiro nos dizem que os corpos já estão todos em processo de identificação. Depois, informam que há ainda muitos corpos aguardando em caminhões refrigerados do lado de fora. Se não há pessoal suficiente, deveriam chamar profissionais do IML de outras regiões para ajudar", reclamou o arquiteto Fábio Gomes, tio das vítimas Maria Gomes, de 10 anos, e Júlia Gomes, de 14 anos. O IML informou que o número de legistas envolvidos na identificação das vítimas pode chegar a, no máximo, 100, devido a limitação de espaço físico. Até agora, o total de profissionais envolvidos no trabalho varia de 50 a 70. (FV)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

a maior

tragédia

CIDADES & ENTIDADES - 3

PROTESTOS contra as circunstâncias do acidente com o avião da TAM, que explodiu na terçafeira passada, prosseguiram ontem. Em Porto Alegre, parentes das vítimas manifestaram revolta contra a demora na identificação dos corpos. Os "ricos e famosos" teriam preferência.

Marcos D'Paula/ AE

Protesto em 'avião seguro'

O

s parentes de uma das vítimas do Airbus da TAM que explodiu em São Paulo no último dia 17, protestaram ontem no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS). Familiares da advogada Nádia Bianchi Moysés se sentaram, em silêncio, na mesma posição de passageiros de avião, em frente ao balcão da empresa aérea. Luiz Moyses, marido da advogada, de 35 anos, liderava o movimento. Ele foi chamado por policiais federais para prestar esclarecimentos e encaminhado para uma sala

Familiares e amigos de Nádia Bianchi Moysés, uma das vítimas da tragédia com o vôo 3054, da TAM, fizeram manifestação em frente ao balcão da empresa, no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Eles se posicionaram como se estivessem viajando em um avião, mas seguros.

da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) no aeroporto. A conversa durou cerca de dez minutos e, em seguida, Moyses foi liberado. Ele afirmou que os policiais solicitaram que o protesto fosse tranqüilo e que não houvesse "bagunça" no aeroporto, mas disseram não estar contra a manifestação. Moyses e vários outros parentes das vítimas reclamam que não há previsão de liberação dos corpos e que "só as vítimas famosas e ricas estão sendo identificadas". (Agências)

Bombeiros rastejam entre os escombros do prédio atingido

Keiny Andrade/ AE

Foram encontrados ontem à tarde no edifício da TAM pequenos fragmentos de corpos. Foram resgatados 218 sacos plásticos enviados ao IML.

H

omens do Corpo de Bombeiros vasculharam ontem a última parte dos escombros do prédio da TA M E x p re s s n a a v e n i d a Washington Luis, ao lado da pista do aeroporto de Congonhas. O edifício foi atingido por um Airbus da companhia aérea na última terça-feira, provocando a morte de 187 pessoas a bordo e outras tantas que estavam em terra. Como os bombeiros estão no setor do edifício mais afetado pelo acidente, os homens encontram dificuldade para se locomover. "Estamos com espaço reduzido, às vezes de 40 a 50 centímetros. Tem bombeiro literalmente rastejando para começar a tirar esse material. É muito cansativo, extenuante e difícil", disse o porta-voz da corporação, Mauro Lopes. O material a que ele se referia é uma mistura de papel e água, formada pela grande quantidade de documentos que havia no local e pela água jogada incessantemente desde o momento do acidente, a fim de debelar novos focos de incêndio e resfriar o local para permitir as buscas. Por volta de 12h45 de ontem, os bombeiros localizaram mais dois ou três pequenos fragmentos de corpos, que foram colocados em um novo saco plástico. Agora já são 218 registros para o Instituto Médico Legal (IML). Do total, 57 vítimas foram identificadas. O porta-voz dos bombeiros reconheceu que é remota a

possibilidade de encontrar mais corpos inteiros, mas afirmou que qualquer peça encontrada é importante para o instituto legista. Os homens também irão auxiliar na remoção de partes de peças da aeronave, que ainda estão no local. "Precisamos fazer um trabalho seletivo agora, de recolhimento de peças, bagagens e outros objetos. Tudo é importante e precisa ser retirado", afirmou o porta-voz. Embora a equipe de resgate estivesse ontem na parte final do prédio, e tivesse concluido a varredura, Lopes dizia que ainda não era possível prever quando as buscas seriam encerradas, já que este é o setor mais danificado. O trabalho não tem previsão de término e continua normalmente. Cerca de 30 homens permanecem no local do acidente. A empresa responsável pela demolição das ruínas do prédio da TAM aguarda a libera-

ção do Corpo de Bombeiros para dar início aos trabalhos. Nick – As cadelas Anne, Dara e Dora não foram usadas ontem, mas um quarto animal foi levado ao local: Nick, cão de oito meses da raça Golden Retriever, que realizou apenas um treinamento. "O desempenho dos cães nos surpreendeu", afirmou Lopes. Esta poderá ser a última operação de resgate da "veterana" Anny, prestes a completar oito anos, sendo cinco como cadela farejadora dos bombeiros. DNA – Para ajudar na identificação dos corpos das vítimas do Airbus, coleta de sangue de parentes será feita em 18 estados e no Distrito Federal a partir de hoje, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. A ampliação dos postos visa a comodidade dos parentes. A retirada de sangue dos familiares começou no sábado. Até ontem, 124 amostras de 84 famílias foram coletadas. (Agências)

Daniel Cobucci/ Futura Press

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Problema na turbina provoca pouso forçado da BRA em Lisboa Boeing da BRA com destino a São Paulo faz pouso de emergência em Portugal

U

m avião da companhia aérea BRA, com 225 pessoas a bordo, sendo 11 tripulantes, que viajava com destino a São Paulo, fez um pouso de emergência ontem no aeroporto de Portela, em Lisboa, devido a um problema na turbina. Inicialmente, a agência de

Parentes de vítimas protestam: "ricos" têm prioridade na identificação

Mechanics, logo após o acidente da TAM. A pesquisa se baseou em todos os 20 acidentes com aviões comerciais ocorridos nos Estados Unidos nos últimos 36 anos, com mortos e sobreviventes. Foram analisadas investigações arquivadas

caixa-preta de voz do Airbus da TAM, que não tinha sido localizada, foi encontrada somente na madrugada de sábado, nos destroços do Airbus A320 que ainda estão no prédio da TAM Express, ao lado do Aeroporto de Congonhas. A assessoria de imprensa da Aeronáutica informou que descobriu que um dos dois equipamentos enviados para análise em laboratórios dos Estados Unidos não se tratava do CVR (Gravador de Voz da Cabine). O equipamento CVR faz parte da caixapreta e tem a função de gravar todas as

TAXA DE SOBREVIVENTES

A melhor maneira de resistir a um desastre aéreo é sentar-se nos últimos assentos do avião, de acordo com pesquisa. Fonte: Revista Popular Mechanics

notícias EFE informou que havia 240 passageiros a bordo. Segundo a assessoria de imprensa da BRA, o vôo 7557 do Boeing 767 saiu de Lisboa e fez escala em Madri às 13h (horário local). Após decolar para seguir o trajeto até o Brasil, a turbina sugou um objeto e ficou danificada. A BRA não soube informar

qual era esse objeto. Por conta da avaria, o avião retornou para Lisboa, onde fez o pouso de emergência. A assessoria informou que a decisão de pousar em Lisboa foi tomada pelo comandante da aeronave. A empresa aérea considerou que esse tipo de ocorrência é comum. (AOG)

Na confusão, caixa-preta errada foi para análise nos EUA

A

CHANCES MAIORES NOS BANCOS TRASEIROS m caso de acidente aéreo, passageiros acomodados na parte traseira da aeronave tem 40% mais chances de sobreviver do que os ocupantes dos primeiros assentos. A conclusão vem de estudo realizado pela revista norteamericana Popular

Bombeiros nos escombros do prédio da TAM: espaço de 40 centímetros para buscar restos mortais e peças

conversas entre os tripulantes na cabine do avião, durante o vôo. O outro componente integrante da caixa-preta grava os dados dos equipamentos de vôo. Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB), responsáveis pela investigação do acidente com o vôo do Airbus A-320 da TAM, já deram início ao exame dos equipamentos nos laboratórios pertencentes ao NTSB (National Transportation Safety Board) em Washington, nos Estados Unidos. (Agências)

pela National Transportation Safety Board, órgão do governo americano que fiscaliza a segurança em vôos domésticos, e também mapas de assentos que mostravam a posição de cada passageiro no momento da queda. Foi calculada a média de sobreviventes de acordo com a área dos assentos ocupados na parte da frente ou traseira. Nas poltronas localizadas atrás da asa do avião, a média de sobreviventes nos desastres analisados foi de

69%. Dos passageiros acomodados na frente da asa, 56% resistiram com vida ao acidente. Mas a primeira classe ou as primeiras fileiras de assentos tiveram média de sobreviventes mais baixa, de 49%. Em 11 dos 20 desastres aéreos analisados, os passageiros que ocupavam a parte traseira da aeronave sofreram menor impacto. Em dois acidentes, um em 1972 e outro em 1982, todos os sobreviventes estavam nos últimos assentos. (Da Redação)


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

índice IMPORTADOS - 3 Finalmente chegam os primeiros veículos chineses ao mercado brasileiro. Chana é pioneira.

CAPA - 4 E 5 O setor de monitoramento e rastreamento de veículos ganha cada vez mais adeptos.

MERCADO - 6 Se vier para o Brasil custando R$ 55 mil, o Fiat 500 servirá apenas para reforçar imagem da marca.

LÁ FORA - 7 Porsche divulga foto do novo 911 GT2, que será apresentado no Salão de Frankfurt.

ESPORTIVO - 8 Jaguar lança o XKR, com motor V8 de 420 cavalos e preço a partir de R$ 520 mil.

APAIXONADOS POR MICO les são odiados pelos vendedores, que os aceitam só mesmo na troca e se o negócio for muito bom. São os chamados "micos" do mercado, carros com alta depreciação, baixa liquidez e que normalmente ficam encalhados. Ninguém os quer. Ops!, não é bem assim. Tem gente que anda por aí garimpando o que considera "ótimas oportunidades". Isso mesmo, pessoas que vão atrás dos desprezados pela maioria. "Costumo ficar com os meus carros por vários anos e quando os troco procuro os "micos". Sempre encontro seminovos quase zero e a um preço bom, com ótima relação custo/benefício", diz o engenheiro químico Antonio Carlos Ribeiro. "Está chegando a hora de eu vender meu carro de oito anos e preciso começar a minha pesquisa". Na época de trocar de carro ele visita feiras de automóveis e concessionárias. Antes disso, verifica qual a desvalorização do carro nos dois primeiros anos em relação ao mesmo modelo novo. É que os mais desvalorizados são os que têm a melhor relação custo-benefício, ou seja, baixo investimento para vantagens em relação a tamanho, potência e conforto. "Em seguida – diz Ribeiro - avalio o que oferece cada um em termos de acessórios, consumo, preço e desempenho. "Atualmente ele tem uma perua Marea SX 2000, comprada quase zero, com apenas 20 mil km rodados, por R$ 20,5 mil. Hoje o carro tem quase 100 mil km e o engenheiro está

E

portanto à procura de um bom "negócio". Não é raro encontrar apaixonados por micos. Hugo Kataoka, webdesigner em São Paulo, sempre gostou de sedans. Comprou um Renault 94 em 2004 e já no ano seguinte o trocou por um Chrysler Neon 98, pelo qual pagou R$ 14 mil. "O importante é o status de ter um importado a um preço bem abaixo de um popular, com motorzinho 1.0. A manutenção é cara, mas é melhor ter luxo e conforto", diz Hugo, que já está pensando em um Stratus 2000, que custa o equivalente a um Mille zero. Todo carro vendido em pequena escala é candidato a mico. Se for um importado cuja marca tenha presença discreta no País ou que saiu do mercado a chance de virar mico é ainda maior. Segundo Cezar Batista, revendedor de usados em São Paulo, outra condição que tem grande peso é a manutenção. "O cliente quer se livrar de carros com alto consumo e manutenção cara. E o comerciante não quer produto sem liquidez. Conclusão: o carro vira uma batata quente na mão, ninguém quer segurar". Carros como Alfa 164, Cherokee 8c e Pathfinder 6c se enquadram neste perfil. Modelos com pequena frota e fora de linha também, caso do Xsara e ZX Furio, do Nevada, do velho Lada Laika. "O curioso – diz Cezar - é que os jipes dificilmente viram mico. Até o Lada Niva é bem procurado". Agência AutoInforme

aGenDa 28 e 29 de julho

Ford, Mercedes-Benz e Scania confirmaram presença na feira de transporte que será realizada em Itupeva, no interior de São Paulo.

8 a 10 de agosto

A Fiat lança em Buenos Aires, Argentina, o Punto, que chega ao mercado no próximo mês.

24, 25 e 26 de agosto

Acontece no Espaço Verde Chico Mendes, em São Caetano do Sul, o ABC Old Car & Parts, o primeiro encontro de carros antigos do Grande ABC.

Presidente Alencar Burti Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat/Sidnei Dourado Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


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4 - CIDADES & ENTIDADES

a maior

tragédia

segunda-feira, 23 de julho de 2007

CRISE aérea afetou as lojas do Aeroporto de Congonhas. A situação piorou após o acidente com o Airbus, na semana passada. Os setores mais prejudicados foram de vestuário e artigos de luxo. Mesmo com a perspectiva de diminuição de passageiros, a redução de vôos é aprovada.

Fotos de Thiago Bernardes/Luz

Comércio no aeroporto tem prejuízo de até 80% Analgésicos e calmantes foram produtos procurados Fernando Vieira

O

acidente com o vôo 3054 da TAM provocou uma queda brusca nas vendas das lojas internas do Aeroporto de Congonhas na semana passada. A série de atrasos e cancelamentos afastou passageiros e acompanhantes, reduzindo o faturamento médio dos lojistas em cerca de 80%, após a última terça-feira. Os menos afetados foram os setores de alimentação, como cafés e lanchonetes, revistaria, livros e produtos farmacêuticos. Ainda assim, estes estabelecimentos tiveram prejuízo de, pelo menos, 30%. "O movimento foi ruim. O que mais vendeu esta semana (passada) foram analgésicos e calmantes, do tipo fitoterápico, que podem ser vendidos sem receita médica. Chegaram a superar as vendas dos medicamentos contra enjôo, que são

geralmente os mais vendidos", disse o gerente de uma farmácia do aeroporto, Aldemir Silva Nonato, de 49 anos. Segundo ele, o movimento de clientes desabou pela metada no dia seguinte ao acidente. Mas se recuperou levemente nos dias seguintes, como conseqüência da dor de cabeça dos passageiros que tinham de embarcar em Congonhas. "Aqueles que não podem deixar de voar enfrentaram a situação de transtorno, que sempre causa o mal-estar físico", afirmou. Um dos pontos mais lucrativos em toda a crise aérea, o setor de alimentação, também sofreu com o acidente. "Foi grande o número de vôos que tiveram o cancelamento anunciado com antecedência. Por isso, os passageiros nem chegaram a vir até o saguão do aeroporto", disse a gestora de uma rede de cafeterias, Luciana Monteiro, de 35 anos. Mas, segundo ela, em seus

Cancelamento de vôos no Aeroporto de Congonhas por causa do acidente derrubou movimento no comércio

O que mais vendeu foram analgésicos e calmantes, do tipo fitoterápico, que podem ser vendidos sem receita médica. Aldemir Silva Nonato, gerente de farmácia

pontos de venda a queda não foi tão sensível como em outros estabelecimentos, porque também foi grande a quantidade de atrasos. "Invariavelmente, as pessoas que aguardam seus vôos acabam vindo tomar um cafezinho. E depois se dão conta de que têm que comer para tapear a fome e aguentar a

Os poucos clientes que entraram queriam apenas distração. Acho que para esquecer o que passava do lado de fora. Valdilene Brandão da Silva, vendedora

espera", explicou Luciana. Para ela, existe ainda um outro tipo de prejuízo, indireto, causado pela situação pós-tragédia. "Quando há variações tão grandes na movimentação, com meio dia de cancelamentos e a outra metade de atrasos, temos também elevação de custos operacionais, porque fi-

camos com funcionários ociosos em um período e depois temos que deslocá-los para o segundo turno para dar conta da demanda acumulada", justificou a gestora da cafeteria. A situação foi pior nos demais estabelecimentos, que vendem roupas, lembranças, jóias e perfumaria. "Fizemos

meia dúzia de vendas, acho que apenas 20% do que seria normal. Os poucos clientes que entraram na loja, na sua maioria, queria apenas distração para passar o tempo. Acho que para esquecer o que se passava do lado de fora", disse a vendedora de uma camisaria, Valdilene Brandão da Silva. Na ótica do saguão, tudo parado. "E quem tem cabeça para comprar? Nessa situação estressante, o passageiro perde a vontade de comprar para o cansaço", disse a vendedora Vanessa Dinalli, de 26 anos.

Comerciantes aprovam a redução de vôos

diminuição dos pousos e decolagens, pode trazer a tranqüilidade necessária para equilibrar as vendas entre os diferentes setores de atividade que ali operam. Há cerca de dez meses, o comércio no aeroporto sente o impacto direto do caos aéreo. E com efeitos opostos. Enquanto as lojas de alimentação, revistas, livros e produtos famacêuticos elevaram as vendas, a situação se inverte para os estabelecimentos de vestuário, perfumaria, artigos

de luxo e recordações. "O passageiro deixa de lado os presentes para gastar com alimentação", completou o gerente de uma tabacaria, Reinaldo Cabral, de 28 anos. "Nosso público é aquele que, nos minutos que antecede o vôo, passeia pela loja. Com a crise, a preocupação acaba com o ato de prazer que envolvia a compra de alto valor. Por isso, a redução nos vôos pode ser positiva", disse a vendedora de uma loja de artigos de luxo. (FV)

A

perspectiva de redução no número de vôos no Aeroporto de Congonhas, uma medida para aliviar o tráfego aéreo no local, não assusta a maioria dos lojistas da área interna do aeroporto. Pelo contrário. A normalização para o embarque de passageiros, se vier a acontecer com a


São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

DCARRO

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QUATRO RODAS

Fotos: Divulgação

FINALMENTE, A CHEGADA DOS CHINESES O utilitário Chana já à venda no País com preço a partir de R$ 29,9 mil. São 16 concessionárias no Brasil.

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inalmente os veículos chineses começam a ser vendidos no Brasil. A pioneira é a marca Chana, que inicia operações com uma rede de 16 concessionárias espalhadas em dez Estados e no Distrito Federal. Duas estão instaladas no capital paulista. Apresentados no último Salão do Automóvel em São Paulo, os veículos chineses dependiam de homologação pelos organismos oficiais de meio ambiente, que só acabou acontecendo agora. A princípio estão chegando perto de 600 unidades, desembarcadas no Porto de Vitória, no Espírito Santo. A linha Chana é composta de cinco modelos: Family (minivan para 7 passageiros, com ar-condicionado), Utility (furgão com 2 lugares, com ou sem arcondicionado, e capacidade de carga de 600 kg), Cargo (caminhonete com 2 lu-

gares e capacidade para transportar 800 kg), Cargo CE (picape cabine estendida com 2 lugares e capacidade de carga de 600 kg) e CD (picape cabine dupla, com 5 lugares e capacidade de 500 kg de carga).

Agora é pra valer, os chineses desembarcaram no Brasil com seus veículos baratos

Preços - Todos os modelos têm motorização única de 970 cc, com 4 cilindros em linha, injeção eletrônica e potência de 53 cv. Os preços variam de R$ 29.900 (Cargo) a R$ 36.900 (Family). Testes da montadora indicam que o Chana percorre, em média, 12 km/l nas áreas urbanas e 14 km/l em rodovias. Os modelos que estão sendo comercializados no mercado nacional sofreram atualizações nas suas linhas (face lift) em relação aos apresentados no Salão do Automóvel, resultando numa aparência mais moderna. Com tecnologia

Suzuki, o Chana é fabricado pelo grupo chinês ChangAn. Chega para concorrer no segmento dos utilitários de pequeno porte, que ficou carente de produtos com preços mais acessíveis desde o término da venda da Towner, de origem coreana, que fez grande sucesso nos anos 90, totalizando 60 mil unidades vendidas aqui. A Districar estima que nos próximos três meses a rede esteja operando com 28 concessionárias no País.

DUAS RODAS

E AS MOTOS JÁ GANHAM SEU ESPAÇO NO MERCADO

ALZIRA RODRIGUES

Super, uma moto de R$ 4.389

Fênix: R$ 11,4 mil

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pesar de os volumes de venda ainda serem modestos, as motos chinesas MVK estão ganhando gradativamente espaço no mercado brasileiro. Com preços entre R$ 4.950 (modelo Fox) e R$ 13.800 (Jurassic), a MVK do Brasil pretende comercializar 2.700 unidades este ano, o triplo de 2006. E os planos são de manter tal ritmo de expansão no próximo ano. "Com a chegada de novos produtos, nossa meta é atingir 9 mil unidades em 2008", diz Edson Nagai, gerente comercial da empresa. Além de lançar dois modelos de motocicletas agora em julho - a Super, que custa R$ 4.389, e

Fotos: Divulgação

De origem chinesa, marca quer triplicar vendas no País

a XRT, com o mesmo preço -, a MVK está colocando no mercado brasileiro uma linha de quadriciclos, voltada principalmente para o lazer. Com cilindrada entre 110 e 300 cc, custa a partir de R$ 5.800. A expectativa da empresa é comercializar pelo menos 400 quadriciclos/ano no Brasil. Apesar dos preços competitivos, os produtos da MVK não têm demanda

entre os motoboys. Seu público predominante é o de pessoas que estão comprando moto pela primeira vez, como meio de transporte no dia-a-dia ou lazer. Com sede na Lapa, em São Paulo, a empresa tem hoje uma rede de 22 concessionárias, número que pretende dobrar até julho do próximo ano.


DCARRO

SEGURANÇA

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São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

A MODA É RASTREAR Rastreamento é a palavra da atualidade. Quem quer segurança e seguro mais barato para seu carro, tem que usar rastreador. ALZIRA RODRIGUES

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raticamente inexistente no dicionário da indústria automobilística brasileira até os anos 90, a palavra rastreamento passou a fazer parte do dia-a-dia do setor nesta década, envolvendo negócios que não páram de crescer no País. O monitoramento via satélite começou com mais força na área de transporte, por causa principalmente do roubo de carga, mas hoje também é usual no segmento de automóveis, com destaque na Grande São Paulo. Além de reduzir o preço do seguro e o número de perda de veículos, o rastreamento também traz maior segurança ao usuário. As empresas oferecem uma série de serviços, entre os quais o botão de pânico,

para ser acionado em casos de emergência, e o acompanhamento on line do carro. Com isso, um pai, por exemplo, pode saber do trajeto percorrido por um filho ao longo do dia. Não há dados oficiais sobre o setor no País. Estimase que mais de 500 empresas estejam atuando na área, das quais cerca de 80 (incluindo as de rastreadores e de bloqueadores) são homologadas pelo Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária). Grandes companhias atestam, no entanto, que o mercado - tanto o corporativo como o particular está em expansão. Crescimento contínuo - A Ituran, que opera no Brasil desde 2000 e é líder de mercado, registra, neste ano, crescimento acima de 20%. Totaliza 150 mil usuários, dos quais 90% são de São Paulo, com predomínio (60%) de clientes de seguradoras. "Temos parcerias com todas as empresas de seguro e, em alguns casos, a própria seguradora banca o custo do rastreador para o seu segurado", explica Pedro Menezes Coli Neto, gerente de Marketing e Vendas

da Ituran, empresa com sede em Israel. Entre roubos, furtos e seqüestros, são em média 20 ocorrências/dia. A Ituran já atingiu a marca de 10 mil carros recuperados. O índice de recuperação varia de acordo com o modelo. "Chega a 98% no Golf e fica em 85% no Gol", conta Menezes. No geral, informa, o custo do seguro cai entre 10% e 30% em função do rastreador. O equipamento da Ituran custa R$ 820 e as mensalidades são a partir de R$ 35. O usuário pode contratar um pacote adicional por R$ 22,90 por mês, que envolve quatro produtos: MeLeva, serviço de direcionamento no trânsito via telefone; AutoBusca, através do qual a própria pessoa localiza o carro via internet; AutoSaúde, que engloba atendimento médico; e o Lado a Lado, para situações em que o motorista ou demais usuários se sintam ameaçados, como no caso de estarem perdidos. Frotistas - No mercado desde 2003, a Control Loc, que até agora vinha atuando prioritariamente no segmento de transporte de carga e de frotas, acaba de lançar um produto para carros de passeio. É o Control Webcar, uma ferramenta mais simples

e de custo mais acessível. O diretor de Produto da empresa, Vianor Carvalho, diz que o produto poderá ser utilizado tanto para rastreamento e monitoramento de automóveis quanto para o seguro de casco de um caminhão. A expectativa é vender, de início, 500 Webcar/mês. Seu custo será de R$ 1.200 e a mensalidade de R$ 79. No caso dos produtos destinados ao transporte de carga, o preço varia de R$ 1.300 a R$ 5.000, dependendo dos serviços agregados. No que diz respeito aos caminhões, a redução no valor do seguro varia entre 25% e 30%, segundo informações da Control Loc, que é uma empresa genuinamente brasileira. O Webcar vem com ferramentas como botão de pânico, localização e bloqueio. A sua tecnologia é a mesma utilizada nos demais produtos da marca: GSM (Global System Mobile Communications), GPRS (General Packet Radio Service) e GPS (Global Positioning System), que possibilitam a localização do veículo pela internet, via o site da própria Control Loc (www.controlloc.com.br). Por conta de novos lançamentos e da tecnologia aplicada, a empresa estima um crescimento de 55% nos seus negócios este ano, passando de uma frota de 15 mil veículos para 22 mil. Emergência - Outra empresa que atua no setor é a Siemens. Por meio do Radar Siemens, que custa na faixa de R$ 900 e tem mensalidade a partir de R$ 60, o usuário tem seu carro rastreado em qualquer lugar do Brasil. Caso ocorra furto, roubo ou outro imprevisto, a empresa informa a localização e, se necessário, envia ao local um veículo de pronta-

resposta para dar apoio na recuperação, aguardando até a chegada de uma autoridade policial ou do dono, mesma prática adotada por outras empresas da área. Se o botão de emergência for acionado, a central executa os procedimentos pré-acordados com o cliente. Além disso, constatando-se uma situação de risco, a Siemens consegue parar o carro simulando uma pane. Há também o Serviço Web Access Radar, por meio do qual o cliente pode localizar o seu carro sem sair de casa. Paulo Alvarenga, diretor da Siemens Building Technologies, confirma a expansão do mercado, mas sem citar índices. "O crescimento tem sido muito forte e cada vez mais o usuário agrega novos serviços ao sistema". Um que tem sido bastante utilizado é a "cerca virtual". O cliente delimita uma área de uso do veículo e, se ele sair dela, dispara um alarme. "É uma aplicação muito usada no caso de carga, que agora, por questão de segurança, começa a ter demanda também entre particulares", complementa. Seguro - Por causa do alto índice de roubo/furto, alguns veículos só são segurados hoje em São Paulo se o proprietário concordar em ter o rastreador. Na Indiana Seguros, por exemplo, os donos da

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Volkswagen Parati e de alguns modelos da linha Chevrolet Astra só contratam seguro se tiverem o equipamento. "São três fatores que influem na composição do seguro: colisões, roubo/furto e o perfil de risco do segurado", comenta o diretor operacional da Indiana, Jorge Martinez. "O rastreador entra no segundo grupo e chega a baratear em até 30% o custo para o consumidor". Martinez diz que o equipamento também é indicado pelas seguradoras para importados e picapes. Entre 1.200 e 1.500 carros segurados pela Indiana na capital paulista contam com o rastreador. "Se a pessoa já tiver o equipamento, nós levamos este dado em conta na hora de definir o valor do seguro", comenta. "Mas também há casos em que nós bancamos o custo da instalação e damos um desconto que compensa com vantagem o valor da mensalidade".

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Distritais DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ACSP CORREDOR REBOUÇAS JÁ SERÁ REFORMADO

Andrei Bonamim

Implantada em 2004 contra a vontade dos comerciantes da região, a via exclusiva de ônibus apresenta uma série de problemas e deverá passar por obras. A Distrital Pinheiros apóia o projeto.

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André Alves

corredor de ônibus Rebouças, formado pela rua da Consolação e pelas avenidas Rebouças, Eusébio Matoso e Francisco Morato, vai passar por um processo de recuperação e manutenção. O projeto, denominado Plano de Recuperação Rebouças (PRR), conta com o apoio da Distrital Pinheiros da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Atualmente, o projeto encontra-se em fase de consulta pública e tem como principais objetivos melhorar a fluidez e a segurança do tráfego de ônibus naquelas vias, garantir maior conforto aos passageiros, assim como reduzir a manutenção dos veículos. A extensão total do corredor, inaugurado em setembro de 2004, é de 9,7 quilômetros. De acordo com levantamento da SPTrans, 58 linhas de ônibus circulam no local diariamente. "Trata-se de uma via muito importante para a cidade. Infelizmente ela apresenta problemas de degradação física", afirmou semana passada Frederico Bussinger, secretário municipal de Transportes. Problemas - Os principais problemas encontrados ao longo do corredor são a deformação nas trilhas de roda, o acúmulo de água na pista, a ruptura de sarjetas, afundamentos localizados em pontos isolados, além do escorregamento do revestimento asfáltico. Segundo o gerente de implantação de obras da SPTrans, Armen Armaganijan, "são muitas as causas para os problemas, como o aumento no volume de ônibus, solo com baixa capacidade de suporte desse volume de veículos, sarjetas com resistência incompatível com o peso dos coletivos e derramamento de óleo diesel, entre outras". Para contornar esses problemas, o projeto contempla diversas medidas estruturais. Ao longo da via, pretende-se melhorar a estrutura do pavimento para que possa suportar o tráfego atual de veículos. Nas paradas de ônibus, a intenção é fazer um revestimento em concreto para eliminar as deformações, o escorregamento e também a presença de óleo diesel. "Também precisamos substituir as sarjetas atuais pelo revestimento da pista em concreto, com resistência compatível com o tráfego, além de melhorar o sistema de drenagem em toda a extensão do corredor", disse José Luiz Lavorente, diretor de Serviços de Transporte da SPTrans. Recursos - O valor estimado para todo o projeto é de aproximadamente R$ 17 milhões, com recursos provenientes da Prefeitura de São Paulo. Atualmente em fase de consulta pública, ainda não há previsão para o início das obras. A partir da emissão da ordem de servi-

ço, o prazo de conclusão é de oito meses, com duração do contrato de 12 meses. "Intensificaremos a fiscalização no corredor por meio de radares móveis. Também estamos estudando a possibilidade de readequação da capacidade estrutural da via", afirmou Lavorente. A estratégia de implantação, segundo Armaganijan, já foi definida. As reformas serão realizadas predominantemente no período noturno e também no contra-fluxo de veículos, com o desvio e alteração de itinerários de muitas linhas de ônibus. "Devemos começar as obras pela Consolação. Na Rebouças, onde se concentram os maiores problemas estruturais, somente após o Natal". Controvérsias - Apesar de apoiar o projeto apresentado pela SPTrans, o superintendente da Distrital Pinheiros, Roberto Manin Frias, defende a eliminação do corredor assim que as obras para a implantação do metrô na região estiverem concluídas. "A comunidade, desde o início, era contra a construção do corredor. Realmente ele começou de forma errada. Se, desde o início, tivéssemos investido no metrô, o tráfego no corredor seria menor e melhor ordenado. Mas nas atuais circunstâncias em que se encontra, nós apoiamos o projeto". O dirigente reforça que a distrital terá o encargo de ouvir as reiv i n d i ca ç õ e s de moradores e comerciantes da região. " Fu nc i on aremos como um elo de ligação entre a comunidade e o poder público e estaremos sempre de portas abertas para todas as discussões referentes aos assuntos pertinentes à região e às pessoas que moram e trabalham aqui", concluiu Frias.

GIr Hoje

I Santana – Reunião da

Comissão de Política Urbana da ACSP às 8h30 e oficina Aumente suas vendas no Dia dos Pais – Técnica de vendas: como vender mais e melhor, às 19h. Rua Jovita, 309.

Amanhã

I Santo Amaro –A distrital e o

O projeto de reforma do corredor (foto maior e abaixo) está orçado em R$ 17 milhões. Participaram das discussões Manin Frias e Sérgio Favero (ao alto), Nilton Nachle, Lavorente e Bussinger (acima) e Armen Armaganijan (à esquerda).

Sebrae promovem oficina Marketing e comunicação – Como elaborar uma divulgação eficaz. Às 9h, av. Mario Lopes Leão, 406 (0800-728 0202 ou www.sebraesp.com.br) I Comex - O vice-presidente da ACSP Renato Abucham coordena reunião da Comissão de Comércio Exterior. Às 17h, rua Boa Vista, n.º 51/11º. I Butantã – Reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 17h, r. Alvarenga, 591. I São Miguel – Reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 18 horas, av. Marechal Tito, 1042. I Centro – A distrital e o Sebrae promovem o curso Técnicas de vendas - Como vender mais e melhor. Às 18h, rua Galvão Bueno, 83. I Penha – Reunião Viva a Penha. Às 19h, av. Gabriela Mistral, 199. I São Miguel – A distrital e o Fórum Urbanístico de São Miguel (Fusmi) promovem a palestra Transporte Ferroviário da Zona Leste, coordenada pelo presidente da CPTM, Álvaro Armond. Às 19h30, av. Marechal Tito, 1042. I Jabaquara – Reunião da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h30, av. Santa Catarina, 641. I Tatuapé – A distrital, o FJE Tatuapé, e a Associação dos Empreendedores Empretecos de

Agendas da Associação e das distritais

São Paulo (Aeesp) promovem a palestra Apresentação do II Encontro Vivencial de Empresários e Empretecos. Às 20h, praça Sílvio Romero, 29.

Quarta

I Lapa – Reunião do Comitê

Técnico de Política Urbana. Às 8h30, rua Pio XI, 418. I Jabaquara – Reunião do Comitê Técnico de Política Urbana. Às 16h, av. Santa Catarina, 641. I Centro – A distrital e o Sebrae/SP promovem a palestra Marketing de serviços – Como planejar ações para satisfazer seus clientes. Às 18h, rua Galvão Bueno, 83. I Ipiranga – A distrital realiza a 7ª. reunião ordinária com a palestra O que o mercado fala hoje de varejo? Às 19h30, rua Benjamin Jafet, 95. I Tatuapé – A distrital e a Bovespa promovem a palestra Bovespa Mais. Reservas: 61922979 e 6941-6397. Às 19h30, praça Silvio Romero, 29. I Vila Maria – A distrital, o Sebrae/SP e o Sindicato dos Contabilistas apresentam a Lei Geral das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte". Inscrições: 6303/6967-5686. I Santana – Reunião com a palestra Supersimples – aderir ou não? Às 19h45, rua Jovita, 309. I São Miguel – Reunião do núcleo de móveis, do Projeto Empreender. Às 20h, av. Marechal Tito, 1042.

Quinta

I São Miguel – Reunião do

núcleo de escolas particulares,

do Projeto Empreender. Às 10h, av. Marechal Tito, 1042. I Tatuapé – A distrital e o Sebrae promovem a palestra Lei Geral. Reservas: 6192-2979/69416397. Às 10h, praça Sílvio Romero, 29. I Conjuntura - O superintendente da ACSP Marcel Solimeo participa da reuniãoalmoço do Comitê de Avaliação da Conjuntura. Às 12h30, rua Boa Vista, nº 51/12º andar. Confirmar presença no 3244-3299 ou crsilva@acsp.com.br. I Tatuapé – Reunião do Conselho da Mulher. Às 14h, praça Sílvio Romero, 29. I Santana – A distrital e o Sebrae promovem a oficina Aumente suas vendas no Dia dos Pais – Marketing de serviços: como planejar ações para satisfazer seus clientes. Às 19h, rua Jovita, 309. I Penha – Reunião para a organização da festa de 340 anos do bairro. Às 19h, av. Gabriela Mistral, 199. I São Miguel – Reunião do núcleo de mecânicas, do Projeto Empreender. Às 20h, av. Marechal Tito, 1042.

Sexta

I Vila Maria – Reunião do

Comitê Técnico de Política Urbana. Às 8h30, rua do Imperador, 1.660. I Centro – Reunião do núcleo de aquarelistas, do Projeto Empreender. Às 14h, rua Galvão Bueno, 83. I Centro – A distrital e o Sebrae promovem a palestra Marketing de comunicação – Como elaborar uma divulgação eficaz. Às 18h, rua Galvão Bueno, 83. I Centro – Reunião do núcleo de óticas do Projeto Empreender. Às 19h30, rua Galvão Bueno, 83.


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São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

CINQUECENTO NO BRASIL?

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SÓ PARA O POVO APLAUDIR! Brasileiro não compra segurança, tecnologia ou charme. Só compra preço. JOEL LEITE

om o relançamento do Fiat 500 na Itália, no início do mês, houve especulações sobre a possibilidade do carro ser importado para o Brasil. Um carro pequeno por R$ 55 mil, caso do Cinquecento, teria um papel de mero coadjuvante no nosso mercado, pois provavelmente não obteria grande volume de vendas. Ao mesmo tempo, no entanto, seria importante para a imagem da Fiat, que lidera o ranking das montadoras, sustentada por produtos de grande volume e pouco charme. Pelo menos até a chegada do Punto no próximo mês. O brasileiro – como bem sabem os dirigentes da indústria – não compra segurança, tecnologia ou charme. Compra preço! Por maior que seja o valor agregado de um produto, o seu sucesso comercial depende do valor percebido pelo cliente. O maior exemplo dessa dissonância foi o Classe A, fabricado no Brasil. A Mercedes-Benz acreditou que a imagem da estrela bastaria para vender um automóvel

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Modelos como o Classe A, Fiat 500, Beetle e PT Cruiser são importantes para reforçar a imagem da marca

pequeno por preço de grande. Pois nem os equipamentos de segurança de última geração, nem a tecnologia reconhecida pelo consumidor, nem o status inerente à marca foram suficientes para fazer do carro um sucesso de vendas. Ao contrário, o Classe A teve uma passagem desastrosa do ponto de vista comercial no Brasil: deixou de ser produzido e quase provocou o fechamento da fábrica de Juiz de Fora. Seu sucessor, importado da Alemanha por R$ 115 mil, distancia-se ainda mais da realidade do consumidor brasileiro. A Chrysler tem outro exemplo de carro feito para oferecer status, mas sem pre-

tensão de conquistar mercado: o PT Cruiser. O estilo retrô, lembrando os carros dos gângsteres dos anos 50, confere um charme nostálgico ao carro, que mesmo importado para atender um nicho bem específico teve que se reposicionar para obter um patamar mínimo de vendas. E elas cresceram este ano após a marca reduzir o preço das versões Classic (de R$ 77 mil para R$ 68,9 mil) e Limited (de R$ 87,9 para R$ 79,9 mil). A demanda mensal pelo PT Cruiser passou de menos de 100 unidades de janeiro a abril para mais de 300 depois de maio. O mesmo processo ocorreu com o charmoso da Volks, o New Beetle, que apaixonou o consumidor mas foi ignorado pelo comprador. Nem todo o status que o carro conferia ao seu dono fez o brasileiro pagar U$ 28 mil (que na época, em 1999, significava R$ 80 mil) para ter o prazer de voltar a andar de "Fusca". As vendas foram insignificantes. De volta ao mercado no ano

passado, o New Beetle chegou menos pretensioso, o preço caiu para U$ 24,6 mil e com o dólar em 2 X 1 permitiu a "muita gente" comprá-lo por R$ 50 mil. Nada mau, preço de um Idea, um C3, uma perua Palio ou um Focus sedan. O Fiat Cinquecento teria no Brasil um papel parecido: pode até causar frisson, mas não tem apelo comercial. Sucesso de crítica, mas um provável fracasso de bilheteria. Por isso a Fiat só pretende vender 1.000 "ingressos".

MERCADO

COMBUSTÍVEL

ENXUGAMENTO NO MIX

Oscilação no preço do álcool

s montadoras não colocaram grandes novidades no mercado no primeiro semestre do ano, mas fizeram muito barulho, com reposicionamento de modelos e versões e mudanças de motores. O bicombustível, que já faz parte da vida do brasileiro, foi a grande estrela, já que, com raríssimas exceções, substituiu os motores a gasolina. Outro destaque do primeiro semestre deste ano foi a retirada de carros que competiam com outras versões da mesma marca. Algumas montadoras enxugaram seus catálogos, oferecendo menos opções, mas mantendo produtos para os seus clientes. Modelos que vendiam pouco foram retirados, migrando os consumidores para outros automóveis da própria marca.

omo ocorre anualmente, o preço do álcool apresenta algumas variações durante todo o ano, por conta das oscilações do valor da cana-de-açúcar. O combustível fica mais barato no período da safra e sofre fortes altas na entressafra. Mas além do fator sazonal, seu preço também é alterado por causa do abastecimento e da demanda. Este ano, no entanto, a variação não está tão acentuada como em anos anteriores. O álcool ficou 8,8% mais barato em junho, mas como teve elevações expressivas nos primeiros meses do ano registra uma variação de menos de 1% no acumulado de 2007. O preço do álcool registrou um decréscimo de 0,98% no primeiro semestre. No ano passado a oscilação do preço do combustível foi ainda maior. No

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Exemplo claro deste enxugamento de catálogo é o da General Motors, que definiu as versões que mais vendem das linhas Corsa, Celta e Prisma. De janeiro a junho deixaram de ser produzidos ou importados 113 carros, considerando todas as versões de acabamento, motorização e carroceria. Em contrapartida, entraram 107. Algumas montadoras, como Honda, Citroën e Volvo, não tiraram nenhuma versão do catálogo, e outras, como a Nissan, Peugeot e Renault, aumentaram as suas ofertas. Nota-se que as grandes montadoras deram uma enxugada no seu mix de oferta. A Fiat colocou oito novas opções, mas retirou do mercado quinze. A General Motors foi a que mais enxugou, com apenas dez novos carros e a saída de 28.

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primeiro trimestre de 2006 o álcool chegou a ficar 34,92% mais caro, mas em função dos números da segunda parte do ano, acabou fechando com queda de 2,85%. Em 2005, ao contrário, a alta do primeiro trimestre foi de apenas 4,7%, mas em contrapartida o produto acabou fechando o acumulado do semestre com queda de 15,3% e, no total do ano, com o forte aumento do consumo por causa do carro flex, acabou ficando 12,3% mais caro. O proprietário de carro bicombustível, que tem por hábito usar apenas álcool para abastecer, pode perceber facilmente as oscilações do preço na bomba. Mas como regra geral, o meio do ano, que vai de maio a julho, é o período em que o seu valor se apresenta mais barato.


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André Alves

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Facesp nterior

TUDO PRONTO PARA O DIA DOS PAIS

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alta menos de um mês para o Dia dos Pais, que será comemorado em 12 de agosto, mas comerciantes de importantes cidades do interior paulista já projetam as vendas e realizam campanhas e promoções, tudo visando atingir bons resultados. Como trata-se de uma das cinco datas mais importantes para o setor, segundo informações da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as expectativas das associações comerciais de quatro cidades do interior são as mais otimistas possíveis. As estimativas são de um acréscimo nas vendas de até 15% em comparação com o mesmo período de 2006. De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib), Benedito Luiz da Silva, em todas a s d a t a s c omemorativas de 2007 as Com a vendas no coestabilidade m é r c i o a udos preços, o mentaram poder de em comparacompra do ção com 2006. consumidor "Para o Dia aumentou. dos Pais não Guilherme deve ser difeCampos Júnior, rente. Espeda Acic ramos um aumento entre 4% e 8%, principalmente devido à atual situação do mercado. O fato de a data ser comemorada no segundo semestre, fugindo de diversas despesas, como os produtos escolares, o Dia dos Pais também estimula o segmento de lazer: viagens, bares, restaurantes e hotéis", disse Benedito. As principais lojas de Bauru, segundo o dirigente, devem realizar promoções focadas prioritariamente nas roupas para o inverno. Juntamente com o Sebrae e com outras entidades da região, a Acib está participando de uma campanha de treinamento e capacitação dos lojistas denominada Como Vender Mais. Otimismo - Na cidade de Campinas, as estimativas são ainda mais otimistas. "Com a estabilidade dos preços no varejo, o poder de compra do consumidor aumentou. Para o Dia dos Pais, esperamos um acréscimo de 10% nas vendas em comparação ao ano passado", afirmou Guilherme Campos Júnior, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). Os artigos que devem ter maior demanda, na opinião d e Guilherme, são dos setores de confecção, produtos de beleza pessoal, como perfumes e cremes de barbear, celulares e aparelhos eletrônicos. "Atuaremos junto às autoridades para oferecer segurança aos consumidores, fiscalizar e inibir o comércio informal e orientar

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Associações comerciais do interior do Estado esperam um crescimento entre 4% e 15% nas vendas para o Dia dos Pais Fotos: Marcos Peron

Fotos: Divulgação

Guilherme Campos, Benedito Luiz da Silva (ambos ao alto), José Correa e Luiz Bianchini (acima)

nas questões referentes ao tráfego de veículos", disse. Pesquisa - A Associação Comercial e Industrial de São José dos Campos (ACI) realiza anualmente pesquisas junto aos comerciantes para medir as expectativas e resultados de vendas antes e depois das principais datas comemorativas. "A pesquisa referente ao Dia dos Pais está programada para o final deste mês. No entanto, acreditamos em um crescimento médio de 15% nas

O comércio de Campinas (acima e à direita) já está preparado para as vendas da quinta melhor data comemorativa do ano. As vitrines foram arrumadas para que o consumidor não esqueça de comprar o presente do Dias dos Pais. A expectativa é de um acréscimo de 10% nas vendas em comparação com o ano passado.

vendas em relação a 2006", revelou José de Mello Correa, presidente da ACI. Segundo José de Mello, 2007 está se mostrando um ano de estabilidade econômica. "Nas outras datas comemorativas o nosso comércio teve boa performance e a cidade vem registrando um aumento significativo de postos de trabalho e investimentos". Calendário - As entidades empresariais de São José do Rio Preto, em uma iniciativa

inédita na cidade, lançaram um calendário oficial de promoções e eventos, sempre realizados nas datas comemorativas do comércio. "Com o calendário oficial, o empresário pode programar o seu negócio, pois ele sabe com antecedência as ações que serão pro-

movidas nas datas de maior movimento do comércio", explicou Luiz Carlos Bianchini, presidente da Associação Comercial e Industrial de São José do Rio Preto (Acirp). Bianchini salientou que, com a antecipação das campanhas promocionais, os empre-

sários podem oferecer formas de pagamentos diferenciadas, além de aumentar a variedade dos produtos devido ao maior tempo de formação dos estoques. "Para o Dia dos Pais esperamos um aumento nas vendas de 10% em comparação ao ano passado", concluiu.

Divulgação

Notícias das associações comerciais e industriais do interior do Estado

MOGI DAS CRUZES

PRÊMIO PARA FACHADAS EM LIMEIRA

Associação Comercial de s donos de imóveis da A Mogi das Cruzes O área urbana de Limeira (ACMC) retomou seu já podem inscrever-se no

Itatiba escolhe modelos para campanha

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omerciantes reunidos na Associação Industrial e Comercial de Itatiba (Aicita) escolheram os modelos que participaram da publicidade do Dia dos

Pais deste ano, dentro da campanha Itatiba, Eu Compro Aqui. A foto (acima) de Jonas Savietto, com os filhos Bianca e Vinícius Filipi, foi a escolhida. Eles receberão um cachê de R$ 200 e um book fotográfico. Esse tipo de concurso é realizado em todas as datas comemorativas.

programa de palestras. No dia 7, às 20h, o tema será Motivação Pessoal e Coletiva – Alta Performance e Alto Desempenho, com o presidente do Instituto Brasileiro de Marketing e Vendas, Daniel Godri. Em 12 de setembro, José Luiz Tejon, jornalista, escritor e publicitário falará sobre Liderança Para Fazer Acontecer. As inscrições podem ser feitas na ACMC, na rua Barão de Jaceguai, 674, centro de Mogi ou pelos telefones 4728-4314/4327. Mais informações nos e-mails comercial02@acmc.com.br ou cursos@acmc.com.br.

concurso fachadas da cidade. A competição é promovida pela Secretaria Municipal de Turismo e Eventos, com o apoio da Associação Comercial e Industrial de Limeira (Acil). Os imóveis serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: originalidade, que levará em consideração a harmonia e criatividade; funcionalidade, observada na utilização de elementos e materiais adequados; conservação, que levará em conta os cuidados com a fachada; acessibilidade, que irá avaliar o uso de elementos e

materiais que facilitem o acesso universal à edificação e assegurem a integridade física e conforto das pessoas; e urbanidade, que tratará sobre relação e o respeito do conjunto da fachada com as edificações ao redor e com calçadas, ruas e praças. O concurso é aberto a todo tipo de imóvel e a premiação será feita nas categorias residencial pequeno, médio e grande porte, de valor histórico, comercial e industrial. As inscrições vão até o dia 1º de agosto e devem ser feitas na secretaria de Turismo e Eventos, na Acil ou pela internet no endereço www.limeira.sp.gov.br. A premiação será em dinheiro.

GUARÁ omeça dia 1º em Guará a C 21ª Festa do Peão, caracterizada pela realização de rodeio na modalidade montaria em touros. No local também haverá exposição de implementos, máquinas agrícolas, animais, e produtos do município, como calçados, confecção e artesanato. Desde o ano passado, o evento em Guará passou a fazer parte do Circuito Barretos de Rodeio. A festa acontece no Parque Permanente de Exposições, uma área de 40 mil metros quadrados totalmente fechada. A grade de shows inclui Gene Fireball, Milionário & José Rico, Victor & Léo e Guilherme & Santiago.


São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

DCARRO

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FLAGRANTE

VECTRA HATCH DCARRO POR AÍ

EM TESTE DE RUA

SEGURO PARA MOTOS E TÁXIS

Ele é, na verdade, o Astra novo, que a GM fabrica na Europa JOEL LEITE/AUTOINFORME

Vectra hatch, que será lançado na primeira quinzena de agosto, foi fotografado pela primeira vez nas ruas, na rodovia Castelo Branco, perto da pista de testes da GM em Indaiatuba. Observando as linhas externas do carro fica claro que se trata do Astra europeu. E por dentro também. O espaço interno do Vectra hatch é o mesmo do Astra: ambos têm a mesma distância entreeixos. Ele não existe em nenhum lugar do mundo e, na verdade, é o Astra novo, já produzido na Europa desde fevereiro. Em vez de mudar o Astra aqui, a GM optou por manter o atual em linha e batizá-lo de Vectra GT. Assim, reposiciona o carro, aumentando sua rentabilidade. A partir de agosto teremos dois Astras: o velho e o novo, batizado de Vectra GT, ambos produzidos em São Caetano do Sul. Não é a primeira vez que uma montadora age dessa forma no Brasil: mantém a linha atual e dá outro nome para a nova, por razão econômica: o Astra é o hatch médio mais vendido no Brasil. Os quatro

O

principais concorrentes vendem 50% do seu volume. No primeiro semestre deste ano foram vendidas 12.318 unidades do Astra, enquanto o segundo e terceiro colocados, Peugeot 307 e Focus, venderam 6,9 mil cada. Stilo e Golf ficaram com pouco mais de cinco mil. O Vectra hatch, portanto, chega em boa hora, pode recuperar a pequena perda do Astra no primeiro semestre.

e olho em dois nichos específicos do mercado, que não contam hoje com uma oferta de produtos que possam garantir proteção ao patrimônio, a Mapfre acaba de colocar à disposição dos profissionais taxistas e dos motociclistas brasileiros dois novos seguros exclusivos. Denominados Mapfre AutoMais Táxi e Mapfre Duas Rodas Special, os produtos contam com características peculiares, como proteção em todos os países que

fazem parte do Bloco Mercosul e reposição da indumentária de proteção (no caso das motocicletas) e indenização logo após a aprovação do orçamento, quando houver sinistro com um táxi (cobertura de Receita Garantida). É um seguro que garante ressarcimento em casos de colisão, incêndio, furto e roubo do veículo. A responsabilidade civil inclui, ainda, danos materiais, corporais e morais.

DUAS RODAS: NOVO

ALUGUEL DE

ALARME FEMININO

BLINDADOS

A

PST Electronics apresenta o DuoBLock Femme, primeiro alarme para motos desenvolvido especificamente para as mulheres. “Como líderes no mercado de alarmes para motos, decidimos reiterar nosso pioneirismo junto a este público e desenvolver um dispositivo pensando especificamente nelas", comenta Nelson Bastos, diretor comercial da PST Electronics. Atualmente, de acordo com a Abraciclo, o público feminino representa 25% do mercado de motos e a tendência é que haja um crescimento dessa participação nos próximos anos.

U

ma promoção especial para pessoas jurídicas é oferecida pela Maxiauto Services, especializada em locação de veículos blindados. A empresa que alugar um blindado pelo prazo mínimo de três meses, poderá fazer o mesmo com modelos convencionais, com cerca de 60% de desconto do valor do aluguel. Assim, por exemplo, o Celta, cuja locação mensal custa R$ 1.280, ficará em R$ 500. Além de blindados, Nível IIIA, a Maxiauto oferece motoristas treinados em direção defensiva, que falam Francês, Inglês, Espanhol e Japonês.

FENABRAVE

CAMPANHA DO RENAULT LOGAN

PROMOVE ENCONTRO

A

NOVO 911 GT2

NA EUROPA, EM NOVEMBRO C

om motor biturbo com 530 cv de potência, o GT2 é o mais potente 911 de rua de toda a história da marca Porsche. O modelo, que será apresentado no Salão do Automóvel de Frankfurt, começa a ser vendido na Europa em novembro e poderá chegar ao Brasil ainda este ano. Disponível exclusivamente com tração traseira e câmbio manual de seis marchas, o GT2 acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,7 segundos e atinge velocidade máxima de 329 km/h. A Stuttgart Sportcar, importadora oficial da Porsche para o Brasil, trabalha para ter o modelo por aqui antes do fim do ano. Uma das atrações do modelo é o nível de consumo de combustível, antes considerado impossível de ser obtido em um carro de sua categoria. De acordo com a norma NEDC (New European Driving Cycle), ele faz média de 8 km/l na cidade/estrada.

D

O motor do GT2 é baseado no 6 cilindros boxer do 911 Turbo, com admissão de ar por meio de dois turbos com turbinas de geometria variável (VTG). Com 3.6 litros de cilindrada, atinge a potência máxima de 530 cv a 6.500 rpm e torque máximo de 680 Nm entre 2.200 e 4.500 rpm. Pesando 1.440 kg, oferece uma relação peso-potência de 2,72 kg/cv. Divulgação

Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) realiza no próximo mês, entre os dias 23 e 25, o XVII Congresso da entidade, que reunirá mais 2 mil concessionários de veículos de todo o País. O evento acontecerá no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba, Paraná. A programação temática do encontro, que envolve vários temas ligados às atividades econômicas do setor, pode ser acessada pelo site: www.congressofenabrave.com.br.

E

stá no ar, desde a semana passada, a campanha publicitária do Renault Logan, que tem como slogan "Nunca foi tão fácil ter um grande carro” e envolve dois filmes, vinhetas de TV, spots de rádio e anúncios em jornais e revistas, entre outras ações. Criadas pela Neogama/BBH, as peças retratam com humor o amplo espaço interno do veículo. O filme “Braços” mostra de forma divertida o incômodo passado pelos ocupantes do banco traseiro de outros carros em diversas situações de deslocamento.

AVIS INAUGURA LOJA DE SEMINOVO

A

Avis Rent a Car inaugurou este mês sua primeira unidade para venda de veículos seminovos. Ocupando 1.000 m², na Rua Clélia, 1.500, em São Paulo, a loja tem dois pisos cobertos com capacidade para 70 carros. A meta da empresa é comercializar 300 unidades/mês de veículos com 45 mil quilômetros na média. “Um dos diferenciais da loja será o testdrive para o cliente. Ele aluga o carro por até dois dias e, caso goste, pode efetuar a

compra sem necessidade de pagar a taxa de locação”, informa Afonso Celso de Barros Santos, presidente da Avis. A locadora ainda oferece gratuitamente ar-condicionado, rádio com CD e o tanque de combustível cheio. Toda a documentação, eventuais multas e IPVA são entregues regularizados e quitados. Todos os veículos têm a Avis como única proprietária, passam por manutenções periódicas e são polidos.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

JAGUAR XKR

VEM PARA VOAR COM SEUS 420 CAVALOS Este é o carro mais rápido produzido pela fábrica inglesa: só 250 km/h, porque tem limitação eletrônica de velocidade

"U

m carro rápido". Esta é a definição que a própria Jaguar encontrou para o XKR, o mais potente e esportivo da linha de cupês e conversíveis XK. E ele acaba de chegar ao Brasil com seu motor V8 de 420 cavalos, aliado ao conforto, segurança e sofisticação, características da marca britânica. Seus preços: Coupé, a partir de R$ 480 mil e o conversível começando por R$ 520 mil. Ou seja, cada cavalo de seu motor custa mais que R$ 1 mil. O XK 120 foi o primeiro carro da linha de superesportivos da marca inglesa, criado por Sir Willian Lyons, fundador da Jaguar em 1948. Pesando 1.665 kg, o novo XKR tem sua carroceria em alumínio.

O seu motor, de 4.2 litros, vem com tecnologia Supercharged, de quatro válvulas por cilindro, com 120 cavalos a mais que a versão do irmão comum, o XK. Com isso, chega aos 100 km/h em 5,2 segundos e atinge velocidade final (eletronicamente limitada) de 250 km/h, por acordo firmado entre algumas montadoras européias. O carro tem transmissão seqüencial de seis marchas e opção para a troca por meio de botões na parte de trás do volante, como em modelos de outras marcas da Europa. Segurança - Para fazer parar toda esta cavalaria, o XKR usa freios a disco Brembo, semelhantes aos usados em carros de corrida. O novo sistema de freios tem quatro canais ABS, distribuição eletrônica de frenagem e freio hidráulico auxiliar, que fazem maior pressão nos discos em caso de parada brusca. O freio de mão é eletrônico. O modelo tem, também, um sistema exclusivo de impacto com pedestres -

Divulgação

Conversível, elegante, chic e "bravo". Um Jaguar como poucos.

premiado em abril deste ano durante o Simpósio Mundial de Segurança no Tráfego, em Nova York - que, em caso de atropelamento, protege tanto os ocupantes do veículo quanto a pessoa atropelada.

Ele se baseia em sensores que identificam um impacto iminente e elevam em alguns centímetros a base do capô do veículo, o que cria uma zona de absorção de impacto para as vítimas.

NOVIDADES VW Divulgação

PASSAT E VARIANT V6 CHEGAM AO BRASIL Com poderosos motores V6, segurança e conforto, Passat e Variant estão no mercado custando por volta de R$ 170 mil

O

s que se queixavam que Passat e Variant com motor 2.0 eram "xoxos" (e, convenhamos, com um pouco de razão), agora não têm mais motivo para isto: finalmente a VW trouxe para o nosso mercado os "poderosos" da família Passat, com seus potentes motores V6, 3.2 litros de 250 cv, tração integral permanente (4Motion) e sistema DSG (Direct Shift Gearbox). Os preços sugeridos: Passat V6, R$ 167.150, e Passat Variant V6, R$ 172.290. Ambos são os mais sofisticados. Entre os maiores sucessos da indústria, o Passat soma mais de 13 milhões de unidades vendidas em suas seis gerações e 32 anos de história. Aqui, a nova geração do modelo da Volkswagen dobrou a venda do Passat em 2006 e multiplicou por quatro as da Variant. Embreagem dupla - O Passat V6 acelera de 0 a 100 em 6,9 segundos e chega a

uma velocidade máxima de 246 km/h. A transmissão automática de 6 velocidades Tiptronic tem embreagem dupla, chamada de sistema DSG (Direct Shift Gearbox). Com ele diminui-se o tempo de troca de marchas, com engates mais rápidos e precisos de forma seqüencial, sem perda de tração. Mas não é só da potência de seu motor o sucesso do Passat V6. O ar-condicionado Climatronic, por exemplo, conta com duas zonas de atuação para atender os ocupantes do carro. Outros destaques, os sensores de chuva e o crepuscular (ALS). O freio eletrônico para trânsito intenso (Auto Hold) facilita o anda e pára da cidade. Ambos dispõem de computador de bordo/piloto automático, controle de pressão dos pneus e retrovisor interno com antiofuscamento. Para facilitar a vida da família, onde várias pessoas passam pela posição de motorista, os retrovisores externos têm memória. O

O desenho não mudou muito. É sob o capô que está a grande novidade.

modelo oferece ainda o sistema auxiliar de estacionamento (dianteiro e traseiro), o sistema limitador de velocidade e o volante de direção multifuncional com controle do Tiptronic. No interior, alguns "agrados" nos dois modelos, como bancos em couro, apoio

de braço com porta-copos, bancos dianteiros com ajuste elétrico e memória (motorista). Para os passageiros do banco traseiro, cortina de proteção solar com comando elétrico (Passat), banco traseiro bipartido (Variant), CD Player com MP3 e oito alto-falantes, entre outros itens.


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segunda-feira, 23 de julho de 2007

a maior

tragédia

CIDADES & ENTIDADES - 5

PARA o engenheiro aeronáutico Ozires Silva, expresidente da Varig e fundador da Embraer, o caos aéreo brasileiro tem origem na falta de capacidade do governo federal em investir na infra-estrutura aeroportuária e não permitir a participação da iniciativa privada na construção de aeroportos.

Andrea Felizolla/Luz

Rejane Tamoto

A solução: mais vôos no Interior

O

acidente com o Airbus A320 reacendeu a discussão sobre o que deve ser feito para conciliar o crescimento do setor aéreo com a superlotação do Aeroporto de Congonhas. O engenheiro aeronáutico, fundador da Embraer, expresidente da Varig e membro do Conselho Superior da Associação Comercial de São Paulo, Ozires Silva, defende a participação da iniciativa privada na construção de aeroportos e descentralização dos vôos de Congonhas para o Interior. A seguir, trechos da entrevista ao DC:

Para desafogar Congonhas, Ozires Silva defende aeroportos como o de São José dos Campos (SP). Clayton de Souza/AE

A que o senhor atribui a falta de soluções à crise aérea atual? A incapacidade do governo de decidir. Desde o acidente da Gol nada aconteceu. Em relação ao acidente da TAM, o que vai acontecer? Não sabemos. Eu soube que o presidente Lula passou o dia inteiro discutindo esse assunto. Mas será que ele discutiu ou apenas conversou?

O acidente com o avião da Gol deu início ao ‘apagão aéreo’, com a crise do controle de tráfego aéreo brasileiro. Por que isso aconteceu? Os problemas do controle de tráfego aéreo estavam represados. Os Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindactas), criados pelo governo na década de 70, funcionavam muito bem até o começo de 2000. Esse investimento se esvaiu e os Cindactas precisavam ser substituídos e modernizados. Houve modernizações dos Cindactas, em grande parte, devido ao esforço da Aeronáutica, mas os recursos foram cortados.

Então a crise é estrutural? O problema é estrutural e causado pela falta de investimentos. Acredito que também falte gestão, pois muitas questões foram politizadas. Evidentemente não vejo o que seja a solução para essa crise.

A demanda de passageiros está lotando os aviões. A sociedade paga uma conta alta pela falta de oferta de vôos, inclusive com vidas humanas.

Como avalia a possibilidade de desmilitarização do controle de tráfego aéreo? É como se a solução estivesse em trocar a roupa do funcionário. E não é isso. A grande questão é que o Brasil não tem dinheiro para manter dois sistemas independentes, um de controle de tráfego militar e um de controle de tráfego civil. É preciso trabalhar em conjunto, caso contrário o custo crescerá.

Além da crise do controle de tráfego, que causa atrasos nos vôos desde 2006, há também o crescimento da demanda de passageiros, acima da capacidade suportada pelas companhias aéreas. Até que ponto isso agrava a crise aérea? A demanda de passageiros, maior do que a oferta das companhias aéreas está lotando os aviões. Evidentemente as companhias estão contentes. Mas isso tem um limite, que assistimos na semana passada. A sociedade paga uma conta alta pela falta de oferta de vôos, inclusive com vidas humanas. Qual o impacto da saída da Varig do mercado? A empresa tinha 40% do

Aeroporto de Cumbica: último grande aeroporto construído no Estado

mercado. Essa oferta não saiu do mercado impunemente. A crise atual é ocasionada pela falta da Varig. O governo acabou com a empresa dizendo que ela tinha uma dívida, que não tinha, ficou nessa discussão e a companhia quebrou. Teria sido muito melhor o governo ter feito o acerto de contas da Varig e liquidado o assunto do que ter impedido a companhia de operar. Se a Varig estivesse operando hoje, esse caos não estaria acontecendo. Depois do acidente com o Airbus, governo e sociedade discutem a descentralização dos vôos de Congonhas. O sr. acredita que isso é possível em curto prazo? Sim, é possível descentralizar porque há aeroportos ociosos em Atibaia, Jundiaí, Sorocaba e São José dos Campos. Mas esses aeroportos do Interior de São Paulo são capazes de suportar parte do volume de aviões que estão em Congonhas? Claro que sim. O aeroporto de São José dos Campos tem uma pista de 2,4 mil metros de comprimento. É uma maravilha, porque é 800 metros maior do que a pista de Congonhas. Esse investimento é urgente? Sim, há muito tempo. O último aeroporto construído em São Paulo foi o de Cumbica, em Guarulhos. Desde então não foi construído nenhum aeroporto na cidade, enquanto o tráfego aéreo cresce bastante. Nos últimos anos, a TAM cresce acima

Em relação ao acidente da TAM, o que vai acontecer? Eu soube que o presidente Lula passou o dia discutindo esse assunto. Mas será que ele discutiu ou apenas conversou?

de 10% ao ano. Então você deve imaginar como a infra-estrutura aeroportuária está defasada. E por que não foram construídos mais aeroportos? O aeroporto é uma concessão do governo federal, que não dá concessão ao setor privado. O governo não tem experiência com aeroportos privados e não tem recursos para investir. Não entendo o motivo pelo qual o governo não per-

mite à iniciativa privada construir aeroportos. Isso amenizaria a situação. Quantos aeroportos a cidade precisaria, atualmente? O transporte aéreo é um retorno de desenvolvimento importante. Numa cidade enorme, como São Paulo, deveria

haver um aeroporto para cada região, nas zonas norte, sul, leste e oeste. Precisamos de aeroportos centrais e satélites. Existe lentidão do governo para resolver essa equação? Quando se fala de demora em relação ao governo, temos de pronunciar lentamente a pala-

vra "de-mo-ra". Letra por letra. O governo fica nesse impasse porque não tem dinheiro para construir aeroportos e não dá autorização para a iniciativa privada construir. Quando o senhor presidia a Varig já havia um posicionamento das companhias aéreas em relação

aos investimentos do governo em aeroportos? Sim, sem dúvida. Essa é uma cobrança que já é feita há muito tempo. Antes de 2000, quando eu era presidente da Varig, já discutia a necessidade de novos aeroportos em São Paulo com o comandante Rolim, da TAM (Rolim Amaro, fundador da TAM). Já dizíamos isso às autoridades. Mas até hoje não se fez nada.

Não entendo o motivo pelo qual o governo federal não permite à iniciativa privada construir aeroportos. Isso amenizaria a situação. Mas fala-se muito de um lobby e uma pressão das companhias para operar em Congonhas, por causa da preferência dos passageiros. Congonhas tem um limite que já foi ultrapassado. Não acho que os dirigentes das companhias estejam sonhando, pois estão com um negócio na mão, que envolveu capital de risco muito grande. E as empresas querem o sucesso do negócio. Então, a responsabilidade por essa crise é governamental? Sim. Nós temos o hábito de achar que o governo nunca tem culpa e atribuímos aos investidores e aos donos de empresas. Mas, nesse caso, a responsabilidade é governamental.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

3 Geraldo Magela/Agência Senado

Política DEM REPENSA ALIANÇAS

Fabio Pozzebom/ABr

Paulo Cordeiro/AFP

Perdemos um grande político brasileiro, defensor incansável da Bahia e do povo baiano, corajoso e valente. Roberto Jefferson, presidente do PTB ACM vai fazer muita falta. Ele seria ideal para dar equilíbrio ao Senado, que vive momentos muito difíceis. Da última vez que nos vimos, no Incor, eu disse que ele deveria voltar ao Senado, dar dois ou três gritos para equilibrar aquela situação. Romeu Tuma, senador (DEM-SP)

O herdeiro político do senador ACM é Neto. A família toda se une agora para levar adiante os ideais do senador ACM, principalmente eu e o Neto. Faremos isso em homenagem a ele. ACM Júnior, suplente do senador baiano.

Sérgio Morais/Reuters

Niels Andreas/AE É indiscutível que ACM foi um homem de coragem e talento, que guardou até o fim o ânimo para combater pelo que acreditava. Ex-presidente Fernando Henrique

Só digo uma coisa, meus inimigos eu escolho em vida. Depois, rezo por eles e espero que descansem em paz. Heloísa Helena, presidente do PSol

Todos fomos atingidos pelos gestos desqualificados. Não é possível mais tolerar tanta indignidade. Não há o que comemorar, Marco Aurélio. Tudo o que estamos vivendo é lamentável, deplorável, indesculpável. Rodrigo Maia, presidente do DEM, em nota oficial

morte do senador Antonio Carlos Magalhães, a maior liderança do DEM na Bahia, não deverá enfraquecer o partido, na avaliação de destacadas figuras da legenda. Para eles, ACM, que morreu na sextafeira, aos 79 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos e insuficiência cardíaca, já não representava a força que movia montanhas na política. Acredita-se até que o DEM possa recuperar a influência que já teve no Estado. Desde as eleições de 2006, ACM deixara de ser um vetor de permanente tensão dentro do seu partido. Antes, era um dos grandes fatores de fricção, inclusive pela relação tumultuada com o expresidente nacional do partido, o ex-senador Jorge Bornhausen (SC). Até abril do ano passado, os dois andaram às turras e a melhor expressão disso foi a disputa para indicar o vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin. ACM queria o senador José Agripino Maia (RN) e Bornhausen lutou, com êxito, pelo senador José Jorge (PE). Seus colegas do antigo PFL acham que, com a decepção pelo resultado eleitoral de 2006, ele, já alquebrado pela doença, acabou por perder o que lhe restava de energia. Pela primeira vez na história, o cacique baiano foi alijado dos poderes federal, estadual e municipal. Sua bancada na Câmara, que já teve mais de duas dezenas de deputados, foi reduzida a 13 e atualmente conta com nove. Quando foi internado, no dia 13 de junho, no Instituto do Coração, de onde não sairia mais, ACM já tinha perdido seus melhores elementos para fazer política. Ademais, nunca se interessou muito pelas questões nacionais, exceto as que contribuíssem para garantir seu espaço vital; seu interesse eram as questões da Bahia, das quais cuidava meticulosamente. Figuras nacionais do DEM dizem que sua morte deixa o partido pacificado e arrumado na Bahia. Num primeiro momento, não há razões para

A ausência de Antonio Carlos Magalhães pode ajudar os democratas na Bahia a se reorganizarem

disputas. O presidente regional é o ex-governador Paulo Souto, que ambicionava herdar o comando do DEM. Mas todos sabem que ACM dava força para o neto, hoje deputado federal, que pode disputar o governo em 2010. Em princípio, Souto e ACM Neto estão acertados. ACM Neto tem influência em Salvador, onde é a maior figura do

partido, embora sem grandes chances de concorrer à prefeitura, em 2008; e Souto tem expressão no interior. Se os dois souberem somar o prestígio que detêm, dizem políticos do DEM, poderão restaurar a influência do partido. Uma importante figura do partido ressaltou que o isolamento político do DEM na Bahia era causado pelos proble-

mas pessoais de ACM com outros políticos. Agora talvez seja possível levar o DEM para alianças inéditas. E miram, em 2008, uma possível parceria com o PSDB, que terá como candidato o ex-carlista Antonio Imbassahy. Há anos o PSDB está rompido com o DEM na Bahia por conta de um conflito de ACM com o deputado Jutahy Júnior. (AE)

'Só duas siglas pegaram: JK e ACM'

F Ailton de Freitas/Agência O Globo

Demissão. Não há outra coisa a fazer com o ministro Marco Aurélio Garcia. Nota do PSDB a respeito do assessor especial do presidente Lula, flagrado fazendo gestos obcenos ao saber do defeito do avião da TAM.

O sentimento que extravasei, em privado, foi e é de repúdio àqueles que trataram sordidamente de aproveitar a comoção que o país vive, para insistir na postura partidária de oposição sistemática a um governo duas vezes eleito pela imensa maioria do povo brasileiro. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência

Niels Andreas/ AE

A

O Brasil sabe que estivemos muitas vezes em campos opostos na política, mas tenho para mim que a verdadeira democracia é feita de divergências, não de inimizades. Presidente Lula, ao comentar a morte do senador Antonio Carlos Magalhães

Essa forma de fazer política, centralizada, personalista, encerrou um ciclo. Ideli Salvati (PT-SC)

rases de Antonio Carlos Magalhães: "Só duas siglas pegaram neste país: JK e ACM (junho de 1997)". "Temos de mostrar ao Brasil o verdadeiro Lula, o Lula ladrão. Ele é doutor na roubalheira e no cinismo (junho de 2006)". "Saio e deixo o Júnior aqui. Seria a mesma coisa, como se eu estivesse ocupando a vaga (maio de 2001 após a renúncia pelo escândalo de ter

quebrado o sigilo do painel do Senado)." "Só não fizemos sexo (abril de 2000 ao comentar o relacionamento com o presidente Fernando Henrique Cardoso)". "Eu sou a ala petista do PFL. Há também uma ala pefelista do PT". "A primeira regra da boa briga é escolher o adversário certo". "O poder realiza. Mas ele também deixa seu ocupante

na solidão, porque muitas vezes nos encontramos com quem não desejamos e nos afastamos das pessoas que mais queremos. É da natureza do poder que você não possa escolher seus interlocutores a todo momento." "CPI é uma maneira esdrúxula de não se chegar a resultado algum." "Fale bem dos amigos todos os dias; fale mal dos inimigos pelo menos duas vezes ao dia".

"Trair a Revolução de 1964 e a memória de Castelo Branco e Eduardo Gomes é apoiar Maluf para presidente (setembro de 1984)". "Não sou teimoso, teimoso é quem teima comigo." "Na realidade, não me julgo de direita, não me julgo de esquerda. Sou um político sem rótulos, sem etiquetas, porque acho que isso não existe. Isso não está mais na cabeça de ninguém. Isso já acabou." (Agências)

Fim da política personalista?

N

a opinião da líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), "essa forma de fazer política, centralizada, personalista e às vezes autoritária encerrou um ciclo com a morte do senador Antonio Carlos Magalhães". Além de Ideli, outros políticos estiveram em Salvador para prestar homenagens. "Antonio Carlos Magalhães é uma legenda que representou a Bahia e a instransigência de posições quando defendia o seu estado", afirmou o vicepresidente José Alencar. "Ele tinha um temperamento que ia da

ternura à explosão, mas tinha sempre a capacidade de transformar amigos em inimigos e inimigos em amigos", afirmou José Sarney (PMDB-AP), que o sucedeu na presidência do Senado. "Não se poderá falar da história brasileira sem falar de Antonio Carlos Magalhães", segundo Jacques Wagner, governador baiano (PT) que derrotou o "carlista" Paulo Souto (DEM) nas eleições do ano passado. O comunista baiano Orlando Silva, ministro dos Esportes, também esteve no velório: "Mesmo atuando em campos políticos diferentes, sei o significado e a

importância que ACM teve para a Bahia e para que o estado ganhasse peso tanto político quanto econômico". "ACM era uma espécie de (Nicolau) Maquiavel brasileiro", disparou o senador do Amazonas pelo PSDB, Arthur Virgílio, em declaração dada por telefone, de Miami. "Eu mesmo vivi momentos com ele em que alterávamos a meiguice com a intolerância", disse. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ACM era um "homem importante, forte, rápido,

respeitoso, polêmico e encantador quando queria". "O fato de ACM ser adversário político do PT e do governo não diminuiu o papel que ele tem na história brasileira", disse o ministro da Justiça, Tarso Genro. Já o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que sentirá falta dos enfrentamentos que teve com ACM. "Neste momento de despedida, só consigo pensar nas qualidades de alguém que construiu toda sua vida como homem público", disse o petista. (ABr/AE)

Leia mais sobre a morte de Antonio Carlos Magalhães na página 5


segunda-feira, 23 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

20/7/2007

COMÉRCIO

7

0,22

por cento foi a alta do dólar comercial na última sexta-feira. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,859 para venda.


DIÁRIO DO COMÉRCIO Essa medalha é tão importante quanto a olímpica. Era a única que nos faltava.” Ricardo

1

Esporte

Gabriel de Paiva/Agência OG

Tasso Marcelo/AE

Michele Souza/AE

segunda-feira, 23 de julho de 2007

O Pan serviu como laboratório, porque a gente pensa em representar o Brasil na Olimpíada.” Juliana

Robson Fernandes/AE

almanaque Celso Unzelte

O FUTEBOL BRASILEIRO NA HISTÓRIA DO PAN Arquivo Celso Unzelte

Sábado, jogando no Maracanã, o Brasil foi eliminado ainda na primeira fase do torneio de futebol do Pan, com uma derrota para o Equador por 4 a 2. Acima, Carlos Alberto Torres, futuro capitão da Seleção principal na campanha do tricampeonato mundial, no México, em 1970, aparece com 19 anos. Ele fazia parte do time que ganhou a medalha de ouro no futebol em 1963, no Pan disputado no Brasil, sediado pela cidade de São Paulo.

PRIMEIRAS EDIÇÕES SEM BRASIL NO FUTEBOL O futebol é disputado no Pan desde a primeira edição, em Buenos Aires, em 1951. Mas o Brasil só participou pela primeira vez no terceiro Pan, em 1959, em Chicago. Comandada por Gérson (o futuro Canhotinha de Ouro da Copa de 1970), aquela Seleção Brasileira ficou com a prata. Os argentinos, pela terceira vez em três Pan-Americanos até ali, faturaram o ouro. Em 1952 e 1956, o Brasil ganhou o Campeonato Pan-Americano, uma disputa fora do Pan.

SEIS MEDALHAS EM OITO TENTATIVAS O Brasil ficou com o ouro do futebol no Pan em São Paulo, 1963; na Cidade do México, em 1975; em San Juan, em 1979; e em Indianáapolis, em 1987. Foi prata em Caracas, em 1983, perdendo a final para o Uruguai, e em Santo Domingo, em 2003, com derrota para a Argentina. Em Mar del Plata, 1995, foi eliminado nas quartas-de-final, nos pênaltis, por Honduras. Não participou em Wiinnipeg (1967), Cali (1971), Havana (1991) e Winnipeg (1999). “O Pan-Americano foi muito importante para mim, porque pela primeira vez pude defender a Seleção em uma competição oficial.” (Jair Ventura, o Jairzinho, futuro Furacão da Copa de 70. Como Carlos Alberto Torres, ele fazia parte do time que conquistou uma medalha de ouro no futebol do Pan pela primeira vez para o Brasil, nos Jogos de São Paulo, em 1963.) Com a derrota de ontem por 3 a 0 para o Náutico, pelo Campeonato Brasileiro, no Morumbi, o Corinthians não só entra na zona de rebaixamento como prossegue um jejum que já chega a sete partidas e 42 dias sem ganhar. A última vitória, por 2 a 1, sobre o América, em Natal, aconteceu no dia 10 de junho. O jogo de ontem foi o 35º entre Cruzeiro e São Paulo pelo Campeonato Brasileiro. São apenas sete as vitórias cruzeirenses contra 17 tricolores e onze empates. O São Paulo marcou 52 gols e o Cruzeiro, 33. Contra o Figueirense, o Santos manteve ontem sua vantagem em confrontos pelo Campeonato Brasileiro. São, agora, sete vitórias santistas contra quatro do adversário (jamais aconteceram empates). O Santos marcou 25 gols e o Figueirense, 15.

Lawrence Bodnar/Agência OG

O levantador Bruno Resende foi escolhido por Bernardinho para substituir o craque Ricardinho na seleção de vôlei, que estréia hoje no Pan, contra o Canadá, com obrigação do ouro

DE PAI PARA FILHO H

á uma semana, Ricardinho comandava o Brasil na conquista do heptacampeonato da Liga Mundial, com direito ao prêmio de melhor jogador da competição. Sábado à noite, o capitão da seleção mais vencedora de todos os tempos era cortado do Pan. Ricardinho se atrasou na reapresentação da seleção e, quando chegou ao Rio, já não tinha mais uniforme, credencial nem reserva no quarto do hotel: seu lugar era ocupado por Bruno Resende, filho do técnico Bernardinho, que alegou “desgaste na relação” para deixar o melhor levantador do mundo de fora da disputa mais importante do ano. “Não houve um fator específico, o desgaste aconteceu ao longo do tempo. Preferi cortá-

lo para não piorar a situação”, justificou Bernardinho. O jogador se sentiu “traído” e reclamou de ter de viajar até o Rio para ficar sabendo do corte. “Não poderia falar isso por telefone”, disse. Consciente dos próximos desafios - principalmente a Copa do Mundo, no fim do ano, e a Olimpíada de Pequim, mandou um recado ao pupilo. “Vou precisar dele no futuro, não tranquei nenhuma porta.” Ricardinho disse que não teme deixar ser barrado definitivamente, e nega qualquer briga durante a Liga Mundial. “Houve uma discussão, mas é coisa normal, de família, nada que não tenha acontecido antes. Estamos juntos há quase sete anos”, disse. A Bruno, jovem talentoso, com um título e um vice da Superliga no currículo, titular em

vários jogos da primeira fase da Liga Mundial e apontado pelo próprio Ricardinho como sucessor, restou aturar, pela enésima vez, a pecha de “filhinho de papai”. “Eu sei que não estou aqui só por causa disso e o resto da seleção sabe. Isso é o que me interessa, e não o que as outras pessoas vão dizer”, disse, com visível enfado. Não é o primeiro problema da seleção com o temperamental levantador, que bateu boca com Gustavo e Escadinha num jogo contra a Bulgária, na campanha do bicampeonato mundial, no ano passado, e já foi vaiado por um ginásio inteiro em Florianópolis, num jogo da Superliga pela Ulbra contra sua ex-equipe, a Unisul. Mas trata-se de um fator extra de pressão para o Brasil, que inicia hoje sua campanha no Pan

com apenas uma missão: a medalha de ouro, de preferência só com vitórias por 3 a 0 e muito espetáculo. A primeira vítima é o Canadá, hoje, às 22h. O capitão será Giba, melhor amigo de Ricardinho, que não quis dar entrevistas. O Pan é o único título que o Brasil de Bernardinho não ganhou - e no qual não foi nem sequer à final. Em 2003, também desgastado pela conquista da Liga Mundial, o time caiu nas semifinais diante da zebra Venezuela e amargou o bronze. É por isso que o próprio Ricardinho disse, há duas semanas, antes das finais da Liga: “Nossa prioridade é o Pan”. A pressão pelo ouro aumenta depois do fiasco da seleção feminina, que ficou com a mais lamentada medalha de prata deste Pan, ao perder para Cuba

na final, por 3 a 2, depois de desperdiçar match points nos dois últimos sets. Num Maracanãzinho lotado, com ingressos esgotados há meses, caberá aos homens de Bernardinho cumprir a tarefa e provar que o Brasil é o país do vôlei. Uma boa saída pode ser se inspirar na praia, local onde os favoritos não decepcionaram: Ricardo e Emanuel conquistaram ontem a medalha de ouro, 2 a 0 (21/19 e 21/13) em cima dos norte-americanos Hans Stolfus e Ty Loomis. No sábado à noite, Juliana e Larissa abriram a balada com a vitória sobre as cubanas Dalixia Fernandez e Tâmara Larrea, por 21/15 e 21/17. E os quatro nem tiveram tempo de descansar: nesta semana entram em quadra para o Campeonato Mundial, em Gstaad, na Suíça.

Na alegria e na dor O

Barão de Coubertin não deve estar muito feliz depois das cenas lamentáveis protagonizadas ontem no Pan por derrotados em disputas pela medalha de ouro. A máxima ”O importante é competir” passou longe do Rio. Primeiro, no handebol. O Brasil conquistou o bicampeonato pan-americano com uma maiúscula vitória por 30 a 22 sobre a eterna rival Argentina. Os gritos de “vice de novo”, referência ainda à final da Copa América, e “olé”, a cada passe trocado pelos brasileiros, e a festa dos reservas brasileiros no banco irritaram os argentinos, que partiram para a pancadaria. Foram mais de 20 minutos de briga, que só acabou com a entrada da Força Nacional de Segurança na quadra. “Não sei o que aconteceu, só fui pego por trás. Pelo visto argentino não sabe perder”, disse o reserva Silvinho, um dos mais agredidos. “Eles sempre tentam alguma coisa para acabar com a nossa festa, mas não conseguiram”, disse o armador Léo. “Não sabem perder. Não fomos nós que provocamos, jogamos o melhor handebol e ganhamos merecidamente. Eles sempre ficam nervosos quando a gente joga melhor”, encerrou o assunto Bruno Souza, artilheiro da decisão, com 9 gols, considerado um dos melhores jogadores do mundo. No judô, o espírito esportivo faltou para os brasileiros. De-

Fernando Soutello/AE

Nilton Fukuda/AE

Bruno Souza, craque do handebol, que depois de ganhar ouro brigou com os argentinos; João Derly festeja medalha após briga com cubanos

pois que Erika Miranda perdeu para Sheila Espinosa o ouro na categoria até 52 quilos, numa polêmica decisão dos árbitros, os torcedores começaram a atirar objetos nos árbitros, o técnico cubano provocou os brasileiros e uma briga generalizada estourou - mais uma vez foi necessária a intervenção da Força de Segurança Nacional. Gente famosa, como a ex-jogadora de vôlei Regla Torres e o ex-judoca Aurélio Miguel, acabou entrando no rolo - Aurélio, comentarista da

TV Record, foi aclamado pela torcida depois de pegar um cubano pelos colarinhos. A confusão acabou em paz mais de uma hora depois, quando os integrantes das delegações brasileira e cubana foram ao tatame de mãos dadas. Alheio à confusão, João Derly esperava por sua luta na final do meio-leve, até 66 quilos. “Foi difícil me manter concentrado, teve uma hora em que bateu uma ansiedade grande. Precisei até sair para não me deixar influenciar”, contou o

campeão mundial, que enfrentaria o equatoriano Roberto Ibañez. Horas antes, ele havia vencido sua “primeira final”, contra o cubano Yordanis Arencibia, que o vencera na etapa de Belo Horizonte da Copa do Mundo, em maio. “Para mim, era uma competição de duas finais”, disse. “Na garra e na experiência”, o gaúcho bateu Ibañez e assegurou seu tentar o bicampeonato mundial no Rio, em setembro, quando espera estar em melhor condições físicas, já

que a preparação para o Pan foi prejudicada por uma cirurgia no ombro esquerdo, no segundo semestre do ano passado. Derly fechou com maestria a participação do judô brasileiro no Pan. Dos 14 judocas, só o favorito Flávio Canto não foi ao pódio, porque se machucou na semifinal e nem pôde disputar o terceiro lugar. Ao todo, foram quatro medalhas de ouro, seis de prata e três de bronze. CONFIRA NA PÁGINA 3 A LISTA DE TODAS AS MEDALHAS DO BRASIL


8

Nacional Empresas Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Demanda interna fraca levou produtor a procurar mercados no exterior

PAÍS DEVE EXPORTAR MAIS INSTRUMENTOS

Fotos: Rafael Hupzel/LUZ

N gócios

&

oportunidades

ACSP promove lançamento da Air Cargo Americas

A

A Musical Izzo, instalada em Osasco, está vendendo para outros países 25% de sua produção, mas as importações também estão aumentando.

Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu, na semana passado, reuniãoextraordinária do Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos (Comus). Na ocasião, houve o lançamento da Air Cargo Americas 2007, evento que será realizado no Sheraton Centre, em Miami, nos Estados Unidos, entre os dia 7 e 9 do próximo mês de novembro. A realização do IX Congresso e a Exposição Internacional Air Cargo Americas devem propiciar contatos com exportadores, importadores, distribuidores, consolidadores, despachantes de fretes e alfandegários, embarcadores, companhias internacionais, armazéns, corretores, linhas de carga aérea, fabricantes, aeroportos, banqueiros e

membros de governo. O evento é reconhecido como o mais importante do setor. Visitaram a última edição da feira 3 mil delegados e compradores, provenientes de 57 países, gerando mais de US$ 78 milhões em negócios. Vinte e oito aeroportos internacionais e 37 companhias aéreas participaram da feira. Por meio do patrocínio da American Airlines Cargo, todos os delegados e expositores do evento terão direito a tarifas especiais de viagem, que para o Brasil será de US$ 400, mais taxas de embarque. O estande padrão de 3,04 m x 3,04 m custa US$ 3 mil. Para obter informações sobre o evento: www.aircargoamericas.com ou pelo e-mail: jlewis@worldtrade.org, com José Victor Lewis.

INSTRUMENTO MUSICAL CONQUISTA O EXTERIOR Em agosto, workshop de Mesmo com o real valorizado, o setor exportou no primeiro semestre o equivalente ao valor de todo o ano de 2006. Renato Carbonari Ibelli

A

s exportações brasileiras de instrumentos musicais chegaram a US$ 20 milhões no primeiro semestre, montante igual ao obtido com as vendas externas de todo o ano de 2006. Os dados são da Associação Brasileira de Fabricantes de Instrumentos Musicais (Anafim). Segundo o presidente da entidade, Alberto Bertolazzi, esses números mostram que o setor tenta encontrar opções para o baixo crescimento no mercado interno. A previsão da associação de fabricantes de instrumentos, mesmo com o dólar desfavorável, é atingir US$ 30 milhões com as exportações até o final do ano. A incursão do setor no mercado externo é relativamente recente. Há quatro anos, apenas quatro empresas nacionais vendiam para outros países. Hoje, ao menos 15 possuem distribuidores ou ca-

Vendas externas começaram em 2004, e evoluíram rapidamente.

nais de venda no exterior. O interesse por outros mercados, segundo Bertolazzi, foi despertado em 2004, quando o setor fechou parceria com a Agência de Promoção de Ex-

portações e Investimentos (Apex). Cerca de 25% do que é exportado se enquadra na categoria de instrumentos de sopro. Os Estados Unidos são o principal cliente do setor. O crescimento das exportações ocorre mesmo com o dólar desvalorizado em relação ao real. O fato de o mercado externo ter sido descoberto só recentemente contribui para esse crescimento, já que a base de comparação ainda é baixa frente ao potencial do setor. Mas isso não significa que as empresas não sintam o reflexo do câmbio em suas vendas. A Musical Izzo, instalada em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, exporta atualmente 25% de sua produção. Num de seus últimos contratos, Priscila Storino, proprietária da empresa, viveu um dilema comum aos exportadores do País. Priscila conta que após acertar a venda de um contêiner de 40 pés com instrumentos de percussão para compradores ingleses, teve de renegociar o

contrato porque o custo da produção superou o lucro que teria na transação. "Aí se vive um dilema: repassar o custo e se arriscar a perder o cliente, ou mantê-lo e arcar com o prejuízo?", diz Priscila. A empresária conseguiu aumentar em 9% o valor do negócio. Importações – No outro extremo, o dólar fraco facilita as importações de instrumentos, que pelos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior chegaram a US$ 26,3 milhões no primeiro semestre. Uma das gigantes do setor, a Yamaha Music, tem conseguido colocar no mercado brasileiro produtos importados a preços compatíveis com os dos nacionais, de acordo com o gerente comercial da empresa no Brasil, Amauri Silva. Em julho de 2005, quando o dólar valia R$ 2,40, um saxofone Yamaha era vendido a R$ 5,5 mil. Hoje, o produto custa R$ 4,3 mil. A Yamaha tem entre 15% e 20% da participação do mercado de música brasileiro. As vendas de um dos produtos usados como referência para evidenciar o desempenho do setor, a flauta doce, cresceram de 160 mil unidades no primeiro semestre de 2006 para 200 mil em 2007. O presidente da Anafim diz que o câmbio é um problema menor que os altos tributos que oneram o setor. "Se o governo diminuir a carga, podemos investir mais no produto que, com mais valor agregado, ficaria mais competitivo no exterior", diz Bertolazzi. Segundo ele, proporcionalmente, o que o setor paga em INSS é mais que o recolhido pela indústria automobilística. A Anafim briga para que os instrumentos musicais sejam contemplados pelas leis de incentivo à cultura, que isentam de impostos os livros didáticos, entre outros produtos.

artesanato na SP Chamber.

A

São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com a Superintendência do Trabalho Artesanal em Comunidades (Sutaco), organiza no próximo dia 7 de agosto, das 14h às 17h30, um workshop voltado para artesãos e traders que operam no segmento, o "Exportando Artesanato". O objetivo é transmitir aos artesãos conceitos e informações que facilitem e tornem mais ágeis suas exportações, com ganhos de competitividade. No evento, José Cândido Senna, coordenador do Projeto "Exporta, São Paulo", que oferece apoio aos empresários de pequeno e médio portes, fará uma apresentação sobre o projeto. Também estarão presen-

tes o superintendente da Sutaco, Valmir Madázio, e Simone Pangrazi, da Coordenadoria de Comercialização e Exportação da entidade. Eles abordarão temas como: o que é a Sutaco, a importância da exportação, os tipos de exportação, como localizar importadores, documentação necessária e logística internacional para produtos artesanais. O evento, gratuito, será complementado com depoimentos de artesãos exportadores e de representantes de empresas comerciais exportadoras, que falarão sobre seu papel nos negócios com outros países. As inscrições podem ser efetuadas na São Paulo Chamber of Commerce, pelo telefone (11) 3244-3500 ou pelo e-mail tneuma@acsp.com.br.

Brasil enviará missão para a América Central

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá visitar diversos países da América Central no próximo mês de agosto, acompanhado de missão empresarial brasileira, a ser liderada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. A viagem será iniciada pelo México, no próximo dia 6. Em seguida, serão visitadas Honduras, no dia 7; Nicarágua, no dia 8; e Jamaica, no dia 9. A visita de Lula será finalizada no Panamá, no dia 10. As exportações brasileiras para esses países têm crescido significativamente, com maior destaque para os cinco países que possuem acordos

preferenciais de comércio com os Estados Unidos, o que representa uma grande oportunidade para a inserção de produtos brasileiros. Áreas de destaque – A área de inteligência comercial do Itamaraty identificou os seguintes produtos e setores como de grande importância para o comércio bilateral: biocombustíveis, soja, artigos têxteis, alimentos, infra-estrutura e tecnologia da informação, entre outros. Informações adicionais poderão ser obtidas na Divisão de Operações de Promoção Comercial (DOC) do Ministério das Relações Exteriores. O contato pode ser feito pelo email acc2007@btn.gov.br.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SÃO PAULO SOBE, CORINTHIANS DESCE

CAI A DIFERENÇA A Marcus Desimoni/AE

pós a rodada do fim de semana, a diferença que separa o São Paulo do líder Botafogo caiu para dois pontos. E poderia, até, ter diminuído um pouco mais, se o time carioca não houvesse conseguido o empate por 3 a 3 com o Sport, no Recife, marcando um gol já aos 48 minutos do segundo tempo. Ainda assim, o São Paulo não tem do que reclamar em relação aos resultados de ontem. Até porque no jogo contra o Cruzeiro, no Mineirão, saiu perdendo por 1 a 0, com um gol de cabeça de Leandro Domingues no primeiro tempo. Na segunda etapa, logo aos 9 minutos, o Tricolor empatou com o jovem zagueiro Breno, em jogada semelhante, e virou para 2 a 1 graças a um chute de Hernanes de fora da área. Com este golaço, o time do Morumbi deixou de ter o pior ataque do Brasileiro — com 11 gols, ao lado do Grêmio, superou os 10 do rival Corinthians. Além disso, acabou a série de três jogos sem triunfos. Com 22 pontos e saldo de gols superior ao do Paraná (seis contra cinco), o São Paulo ocupa agora a segunda colocação, embora com um jogo mais que o Botafogo. Para o próximo jogo, quintafeira, contra o Sport, no Morumbi, o zagueiro Alex Silva é dúvida. Ontem, ele voltava ao time após sete jogos de ausência, mas deixou o campo sentindo fortes dores no tornozelo direito. De acordo com o médico José Sanchez, “a contusão é séria”. Breno, seu substituto, que marcou o primeiro gol co-

CRUZEIRO 1

Temos de mudar essa situação rápido, senão vai ficar complicado. A coisa está muito feia.” Ricardinho, do Corinthians

paSse livre Roberto Benevides

Alerta no futebol

S

e não fosse pelo bi da Copa América, a torcida teria de vestir luto como resposta ao desempenho internacional do futebol brasileiro nos últimos meses. A gente já nem bem se lembra do vexame na Copa do Mundo da Alemanha há um ano, tantas têm sido as frustrações recentes de times e seleções do Brasil. Comecemos pelos clubes, obrigados anualmente a se desfazer de seus destaques para reduzir o vermelho do caixa. Empobrecidos, empobrecem os times e detonam as esperanças dos torcedores. Era o Inter campeão da América, agora é o Boca Juniors. Ainda é o Inter o campeão do mundo, mas o troféu vai para o argentino Boca ou o italiano Milan em dezembro. As seleções, desde a base até a elite que nem sempre se dispõe a atender às convocações do técnico Dunga, não têm problema de dinheiro. A CBF é rica como rica são as federações. Mas, embora indispensável, dinheiro não basta para montar um grande time. E depois de muito ganhar no Sub-17, no Sub20 e nos profissionais, o Brasil parece ter desaprendido. Acabamos de ver o fiasco da garotada Sub-17 no Pan do Rio, apenas uns poucos dias depois do vexame da seleção Sub-20 no Mundial do Canadá. E é com essa moçada que o Brasil deve desembarcar em Pequim no ano que vem para tentar, mais uma vez, o único título internacional que o futebol brasileiro jamais conquistou - o ouro olímpico. Alguém bota fé? Tantos fiascos nos últimos tempos são um alerta. O Brasil tem o direito de fazer aqui a Copa do Mundo de 2014, mas será que ainda teremos futebol por aqui até lá?

Com a virada sobre o Cruzeiro em Minas, São Paulo fica a dois pontos do líder Botafogo

mo profissional ontem, também não poderá jogar, porque levou o terceiro cartão amarelo e terá de cumprir suspensão automática. Se o São Paulo começa a se firmar entre os primeiros colocados, na outra ponta da tabela o Corinthians sofre. Com a derrota de ontem para o Náutico por 3 a 0, em pleno Mo-

CORINTHIANS 0

Fábio, Jonathan, Emerson, Thiago Heleno e Fernandinho; Léo Silva, Ramires, Leandro Domingues (Maicosuel) e Guilherme; Roni (Marcinho) e Araújo (Diego). Técnico: Dorival Júnior.

Felipe, Betão, Fábio Ferreira, Zelão e Wellington (Dentinho); Ricardinho, Marcelo Oliveira, Rosinei e Willian; Arce (Wilson) e Finazzi (Júnior Negão). Técnico: Paulo César Carpegiani.

SÃO PAULO 2

NÁUTICO 3

Rogério Ceni, André Dias, Alex Silva (Breno) e Miranda; Ilsinho, Hernanes, Richarlyson, Souza e Jorge Wagner; Leandro (Hugo) e Borges (Diego Tardelli). Técnico: Muricy Ramalho. Gols: Leandro Domingues, 34/1; Breno, 9/2; Hernanes, 24/2. Local: Mineirão. Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR). Cartões amarelos: Borges (SP), Leandro (SP), Breno (SP), Souza (SP), Roni (C) e Leandro Domingues (C).

segunda-feira, 23 de julho de 2007 Daniel Augusto Júnior/AE

2

Eduardo, Onildo (Hamilton), Toninho e Breno; Sidny, Daniel Paulista, Elicarlos, Tales, Acosta e Júlio César (Felipe); Ferreira (Deleu). Técnico: Roberto Fernandes. Gols: Ferreira, 42/1; Betão (contra), 20/2; Felipe, 45/2. Local: Morumbi. Árbitro: Paulo Henrique Bezerra (SC). Cartões amarelos: Zelão (C), Marcelo Oliveira (C), Hamilton (N), Daniel Paulista (N) e Toninho (N).

rumbi, a equipe passou a ocupar a zona de rebaixamento. O técnico Paulo César Carpegiani admitiu nos vestiários que se reunirá com a diretoria para definir seu futuro: “Não sou de fugir da luta e também não me apego a cargo. Vamos dialogar. No momento eu sou o técnico do Corinthians Mas não posso me aprofundar no assunto."

SANTOS 3 Fábio Costa, Alessandro (Dionísio), Domingos, Adaílton e Kléber; Rodrigo Souto, Adriano, Tabata (Carlinhos) e Pedrinho; Marcos Aurélio e Kléber Pereira (Moraes). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

FIGUEIRENSE 1 Wilson, Felipe Santana, Édson e Vinicius; Diogo, Henrique, Cleiton Xavier (Ramon), Ruy e André Santos; Otacílio Neto (Vágner) e Alexandre (Victor Simões). Técnico: Mário Sérgio. Gols: Kléber Pereira, 33/1 e 38/1; Otacílio, 10/2; Pedrinho, 39/2. Local: Vila Belmiro. Árbitro: Marcelo Henrique (RJ). Cartões amarelos: Dionísio (S) e Edson (F). Cartão vermelho: Henrique (F).

Na vitória do Santos sobre o Figueirense, o destaque foi o atacante Kléber Pereira, que estreou marcando dois gols. A derrota do Palmeiras para o Paraná Clube, em Curitiba, por 1 a 0, significou o fim de uma invencibilidade que já durava cinco jogos. E também a queda da sexta para a nona colocação.

A VEZ DELES

A VEZ DELAS

Para maior aflição da torcida brasileira, que muito comemorou os 3 a 0 sobre a Argentina na decisão da Copa América, os argentinos voltaram a ganhar ontem o Mundial Sub-20 ao bater a República Checa por 2 a 1. E não se esqueça: a Argentina é também a atual campeã olímpica.

Nossas meninas de prata olímpica, campeãs do futebol no Pan de Santo Domingo, dão a esperança de uma medalha brasileira no Rio. Marta e companhia são favoritas, hoje à tarde, diante das mexicanas na briga por uma vaga na final. Até agora, o Brasil venceu seus quatro jogos no Pan, marcou 25 gols e não levou nenhum.

*Com Agência Estado e Reuters

PARANÁ 1 Marcos Leandro, Neguette, Nem e Luiz Henrique; Alex (Léo Matos), Goiano, Beto, Éverton (Joélson) e Márcio Careca; Vandinho (Renan) e Josiel. Técnico: Gílson Kleina.

PALMEIRAS 0 Diego Cavalieri, Nen, Gustavo e Dininho; Wendel (Paulo Sérgio), Pierre, Martinez, Valdivia (Edmundo) e Leandro; Luiz Henrique e Rodrigão (Max). Técnico: Caio Júnior. Gol: Márcio Careca, 19/1. Local: Durival de Britto e Silva. Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF). Cartões amarelos: Neguette (PAR), Rodrigão (PAL), Márcio Careca (PAR) e Joélson (PAR). Cartão vermelho: Dininho (PAL).

SÉRIE B

Paulistas em baixa

A

rodada da Série B foi péssima para os times paulistas. De todos, somente o Paulista conseguiu vencer: 2 a 1 no Gama, em Jundiaí, no sábado. Mesmo assim, o resultado foi suficiente apenas para a equipe jundiaiense subir da última para a penúltima colocação. O último colocado, agora, é o também paulista Ituano, que no sábado foi ao Ceará e acabou derrotado pelo Fortaleza por 2 a 0. Ainda no sábado, o Barueri foi goleado em Curitiba, pelo Coritiba (4 a

13ª Rodada Ipatinga 2 x 1 Santo André Portuguesa 1 x 1 CRB Brasiliense 1 x 0 Ponte Preta São Caetano 0 x 1 Avaí Coritiba 4 x 1 Barueri Santa Cruz 4 x 4 Remo Criciúma 2 x 0 Vitória Fortaleza 2 x 0 Ituano Marília 2 x 2 Ceará Paulista 2 x 1 Gama

14ª Rodada (amanhã) Coritiba x Ponte Preta Santa Cruz x Ceará Criciúma x Ituano Brasiliense x Vitória Portuguesa x Avaí São Caetano x Remo Ipatinga x Barueri Fortaleza x Santo André Marília x Gama Paulista x CRB *Perdeu seis pontos no STJD.

1), e o Marília, mesmo jogando em casa, não conseguiu ir além de um sofrido empate com o Ceará (2 a 2). Na terça-feira, enquanto o Santo André era derrotado em Ipatinga (2 a 1), a Portuguesa não ia além de um empate com o CRB, de Alagoas, no Canindé: 1 a 1. Na noite da sexta-feira, a Ponte Preta não resistiu ao Brasiliense, no Distrito Federal, e perdeu por 1 a 0. E o São Caetano foi surpreendentemente derrotado pelo Avaí no ABC, pela mesma contagem. Classificação

P

V

SG

1 Criciúma

29

9

14

27

2 Coritiba

23

7

5

18

3 Brasiliense

22

6

3

21

4 Vitória

21

7

15

29

GP

5 Gama

21

6

0

18

6 Marília*

20

8

5

26

7 Barueri

20

5

1

21

8 Portuguesa

18

5

2

18

9 Ponte Preta

18

5

-1

19

10 Ipatinga

18

5

-2

12

11 CRB

17

5

1

18

12 Avaí

17

5

-3

24

13 Fortaleza

17

5

-7

14

14 São Caetano

17

4

0

16

15Santo André

15

4

-3

15

16 Ceará

15

4

-6

18

17 Remo

14

4

-4

21

18 Santa Cruz

13

3

-1

21

19 Paulista

12

3

-9

16

20 Ituano

10

3

-10

17

SÉRIE C Guarani ganha outra do Tupi

D

uas vitórias sobre o Tupi na mesma semana — a primeira por 1 a 0, na quarta-feira, em Juiz de Fora, e a segunda ontem, por 3 a 1, em Campinas — valeram ao Guarani um salto para a segunda colocação de seu grupo, o 11, na Série C do Campeonato Brasileiro. O líder pelos critérios de desempate ainda é o América carioca, apesar da derrota de sábado, para o Jaguaré, no Espírito Santo, por 3 a 2.

No Grupo 12, o Noroeste venceu o líder Volta Redonda (3 a 0) e agora divide a segunda posição em número de pontos com o Friburguense-RJ, que venceu o Rio Claro (1 a 0). No Grupo 13, o líder é o Bragantino, que fez 2 a 0 no Águia Negra-MS. O Sertãozinho empatou com o Cene-MS (2 a 2) e é o último. No Grupo 14, o Juventus empatou seu quarto jogo: 0 a 0 com o Villa Nova, em Minas, e segue em segundo.


Ouro no Pan Prata no Pan Fórmula 1 Bronze no Pan

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

PELA PRIMEIRA VEZ, HAMILTON NÃO SOBE AO PÓDIO

Jeff Haynes/AFP

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Foi uma experiência nova para mim, aprendi bastante.” Lewis Hamilton

Wolfgang Rattay/Reuters Tobias Schwarz/Reuters

Vitória de Alonso no GP da Europa reduz para dois pontos a vantagem de Hamilton. Massa passa Haikonen

PEGOU FOGO Tobias Schwarz/Reuters

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oda a água que caiu ontem no circuito de Nurburgring durante o GP da Europa fez a Fórmula 1 pegar fogo de vez. Fernando Alonso venceu e reduziu para apenas dois pontos sua desvantagem para Lewis Hamilton, que, por causa de uma saída da pista molhada no início, chegou em nono e pela primeira vez não foi ao pódio em sua curta carreira. Felipe Massa chegou em segundo e voltou a passar seu companheiro de Ferrari, Kimi Raikkonen, que abandonou por causa de um problema no sistema hidráulico. E a corrida só não foi melhor para o brasileiro porque ele liderou até cinco voltas antes do fim. Uma última dose de chuva, nas dez últimas voltas, pulverizou a vantagem que Massa havia construído e permitiu a Alonso tomar a frente. Mas Alonso não se satisfez com a vitória. Ao sair do carro, comemorou de punho cerrado e depois mostrou, na lateral de seu carro, a marca dos pneus de Massa, num toque durante a ultrapassagem. Depois, com o indicador, sinalizou a Ferrari do brasileiro, num misto de acusação com lição de moral. Ao entrar no box, mal cumprimentou Massa e começou a acusá-lo de tentar jogá-lo para fora de forma deliberada. Seguiu-se uma troca de ofensas e

palavrões impublicáveis, em italiano, ao vivo, via satélite, para todo o mundo, já que a geração oficial de imagens mostrava as cenas de bastidores normalmente, apenas uma cordial troca de cumprimentos. No pódio, os dois não se olharam nem se cumprimentaram, diante da presença de um Michael Schumacher que sorria amarelo na hora de entregar a Ron Dennis, dono da McLaren, o troféu para a equipe vencedora. ]Depois, na coletiva, o próprio Alonso, talvez relaxado com o champanhe, pôs panos quentes. “Foi uma luta dura, nos tocamos duas vezes e quero pedir desculpas a ele, diante de todos, porque estava estressado quando acabei a corrida. No pódio, percebi que era mesmo de coisa de corrida”, disse. Feliz com a terceira vitória do ano, Alonso deixou para trás a cara amarrada. “Esse resultado é o que de melhor poderia ocorrer para mim.” Mas está alerta: “Se tivesse de apostar

não colocaria um centavo em nenhum dos quatro pilotos nas sete etapas que restam, todo resultado é possível.” Massa continuava chaeteado, mesmo depois das desculpas do espanhol. “Um segundo lugar amargo. De qualquer forma, estou de volta à luta pelo título, o campeonato está aberto.” MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Hamilton (ING/McLaren), 70; 2. Alonso (ESP), 68; 3. Massa (BRA/Ferrari), 59; 4. Raikkonen (FIN/Ferrari), 52; 5. Heidfeld (ALE/BMW ), 36; 6. Kubica (POL/ BMW), 24; 7. Fisichella (ITA/Renault), 17; 8. Kovalainen (FIN/Renault), 15; 9. Wurz (AUT/Williams), 13; 10. Coulthard (ESC/Red Bull) e Weeber (AUS/Red Bull) 8; 12. Trulli (ITA/Toyota), 7; 13. Rosberg (ALE/Williams), 5; 14. Sato (JAP/Super Aguri), 4; 15. Schumacher (ALE/Toyota), 2; 16. Vettel (ALE/ BMW ) e Button (ING/ Honda), 1. CONSTRUTORES: 1. McLaren, 138; 2. Ferrari, 111; 3. BMW, 61; 4. Renault, 32; 5. Williams, 18; 6. Red Bull, 16; 7. Toyota, 9; 8. Super Aguri, 4; 9. Honda, 1.

As 25 medalhas de ouro conquistadas até ontem dão ao Brasil o terceiro lugar no Pan-Americano do Rio, atrás dos Estados Unidos, com 58 e de Cuba, com 29. No total, o Brasil tem 83 medalhas em 19 diferentes modalidades e, assim, bate Cuba tanto em prata - 23 a 12 - como em bronze - 35 a 19.


Rebeca Gusmão César Cielo Thiago Pereira Kaio Márcio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SEIS OUROS NO PAN E UM SONHO: PEQUIM

segunda-feira, 23 de julho de 2007 Marcelo Ferrelli/AE

4

Quatro medalhas num Pan é um resultado muito bom. Essa é a melhor competição da minha vida.” Rebeca Gusmão

Jonne Roriz/AE

UM PAÍS CHAMADO THIAGO

S

e fosse um país, o brasileiro Thiago Pereira teria fechado o domingo em nono lugar nos Jogos Pan-Americanos, com seis medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze, resultado que o coloca à frente de 33 delegações enviadas ao Rio. Thiago Pereira foi o grande destaque da natação brasileira, que encerrou sua participação no Pan do Rio com o recorde de 29 medalhas, superando as 21 que havia conquistado em Santo Domingo em 2003. Foram 12 de ouro, sete de prata e dez de bronze, deixando o Brasil em segundo lugar na classificação geral do esporte os Estados Unidos, mesmo com um time B, foi o melhor, com 41 medalhas (21 de ouro, 15 de prata e cinco de bronze). O Pan do Rio marcou também a conquista da primeira medalha de ouro da natação feminina do Brasil. Foram duas, aliás, ambas conquistadas por Rebeca Gusmão - nos 50 e 100 metros livre. Rebeca ganhou ainda prata com a equipe do revezamento 4x100 metros livre e bronze no 4x100 metros medley. "Sei que o Pan ainda não acabou, mas é justo dizer que esse foi o Pan da natação", festeja o velocista César Cielo, outro dos destaques da competição, com vitórias nas nobres provas dos 50 e 100 metros livre. Kaio Márcio, ouro nos 100 e nos 200 metros borboleta, concorda: "Tínhamos a melhor seleção de todos os tempos antes do Pan, mas faltava nadar. Conseguimos nadar e superar as nossas expectativas." Os resultados da natação brasileira no Pan chamaram a atenção do ex-nadador Fernando Scherer, o Xuxa, dono

Thiago Pereira nadou mais de 3 mil metros para conquistar seis medalhas de ouro, uma de prata e uma bronze e bater cinco recordes dos Jogos Pan-Americanos e sete recordes sul-americanos. "Acho justo dizer que esse foi o Pan da natação", festeja César Cielo, ouro nos 50 e nos 100 metros livre.

Rodrigo Clemente/AE

de duas medalhas olímpicas: "É preciso ter apoio, patrocínio, investimento, competições internacionais, treinamento em altitude, tudo o que essa garotada necessita para fazer resultado. O resultado está aí. Investiram no Pan e deu certo." Xuxa lembra, porém, que o Brasil não se pode enganar com os resultados do Pan ao pensar na Olimpíada. "Aqui é uma coisa e lá é outra, com Michael Phelps, Ryan Lochte (dois astros da natação dos EUA). Mas se o Thiago continuar nesse ritmo, com certeza pode ganhar uma medalha olímpica. Não vou falar em ouro porque vencer Michael Phelps é algo que não se imagina que alguém possa fazer. O Cielo tem a prova aberta, nos 100 e nos 50 metros. E fazendo 21 segundos como fez nos 50 metros pode estar numa final olímpica e até ganhar o ouro." A semana de glórias terminou neste domingo para Thiago Pereira, com uma medalha de bronze, nos 100 metros costas, e outra de prata, no revezamento 4x100 metros medley. Ao todo, o fenômeno da natação brasileira disputou oito provas nos Jogos Pan-Americanos do Rio - mais de 3 mil metros competindo - e não poderia ter balanço mais positivo. Deixou o Pan exausto, mas com a sensação de missão cumprida: além das oito medalhas, sendo seis de ouro, bateu cinco recordes pan-americanos e sete sul-americanos. Ele faz um balanço do desempenho no Rio: "Não poderia ser melhor. Era um sonho antes de vir para cá. Sabia que seria difícil, que eu teria uma semana longa. Foi um pouco até além do esperado". Thiago aponta a vitória nos 200 metros

medley como seu melhor resultado. "Acabei melhorando meu tempo e nadando na casa do 1m57, mesmo cansado de outras provas." Ontem, depois das provas, ele visitou a Praça das Medalhas em Copacabana e jantou com a equipe de natação do Brasil. Hoje, Thiago deixa a Vila do Pan e ainda não sabe como vai dar conta dos pedidos de entrevistas que tem de agendar para a semana. Enquanto curte a fama, pensa no futuro: "Sei que Pan é Pan e Olimpíada é Olimpíada. É começar tudo de novo, focar em mais um ciclo até Pequim. Treinar e fazer igual ao que eu fiz para esse Pan. Comecei a pensar nele em outubro. Vou dar uma descansada e voltar a treinar para Pequim", avisa o brasileiro. Com índices olímpicos em seis provas, Thiago deverá nadar em Pequim apenas naquelas em que tem mais chances de medalha, como os 200 e os 400 metros medley, os 200 metros peito e os revezamentos. Ele sabe que vai enfrentar cobranças após os seus resultados no Pan, mas acha que está preparado. "Vou ter de saber lidar com isso e quem sabe eu vou estar em Pequim brigando com o Phelps", sonha o garoto que, depois da campanha no Pan do Rio, se transformou num grande ídolo do esporte brasileiro. "Não tenho noção de como está lá fora, mas sei da cobrança que haverá para a Olimpíada. Tenho mais um ano para me preparar e esse Pan foi uma prova de que estou bem psicologicamente", festeja o nadador de ouro. CONFIRA NA PÁGINA 3 A LISTA DE TODAS AS MEDALHAS DO BRASIL

Jonne Roriz/AE


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - LOGO

O apelo foi feito ontem pelo Papa Bento 16 que pede o fim dos conflitos sangrentos pelo mundo

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

Agliberto Lima/DC

A beleza da natureza nos lembra que fomos instruídos por Deus a cultivar e manter esse jardim que é a Terra. Se os homens vivessem em paz com Deus e com cada um, a Terra pareceria um 'paraíso’.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

23 A Ford vende seu primeiro automóvel, no ano de 1903. Ao lado, o modelo daquele ano.

T ELEVISÃO P AULISTA

Vivendo com Mao

Começa a reforma das calçadas Tapumes indicavam ontem o início das obras para a troca do piso das calçadas da Av.Paulista, entre a praça Oswaldo Cruz e a rua Teixeira da Silva, sentido Consolação. A avenida agora opera com três pistas na área das obras, já que uma delas foi interditada. Ontem havia calma, mas essa situação não deve durar muito. No trecho, circulam em média quatro mil veículos nos horários de pico. Isso porque a redução das pistas de circulação dos

veículos durante os dias da semana deve afetar bastante o trânsito e tirar a paciência dos paulistanos a partir de hoje. Serão nove meses em obras, com interdição de um trecho por vez , de forma alternada. Nos primeiros dias, os trabalhos serão concentrados nas guias e sarjetas, sem prejuízo para o trânsito de pedestres. Já quando as obras na calçada tiverem início, os pedestres terão de caminhar por uma das faixas de trânsito, isolada por tapumes. (AE)

A RTE E FÉ

C INEMA

M

uitos podem dizer que não gostam de Mao Tsétung. Sidney Rittenberg pode dizer: "Mao não gostava de mim " Esse americano de 85 anos que vive hoje perto de Seattle foi para a China no final da 2ª Guerra e ficou. Durante os 35 anos que viveu no país, ele foi da cúpula do partido e entusiasta da Revolução Cultural. Mas provocou des-

confiança e acabou jogado na solitária duas vezes, por 16 anos - a mando de Stalin e do próprio Mao. Após sair da prisão, em 1977, Rittenberg voltou aos EUA. Sua visão sobre o líder comunista continua ambígua: "Mao era um líder brilhante e um tirano calculista". De volta aos EUA, Rittenberg montou uma consultoria para empresas americanas

interessadas no mercado chinês. Hoje, ele é o especialista em China de companhias como IBM e Microsoft e passa ao lado de sua mulher e sócia, cerca de três meses por ano em sua casa em Pequim. Rittenberg é um dos personagens do documentário Viagem ao Anhui, de Marcelo Machado, que a TV Cultura transmite quarta-feira às 21 horas. (AE)

Andy Newman/Reuters

Deshakalyan Chowdhuyry/AFP

São Paulo é a capital do filme latino

L

Artista indiano esculpe deuses no Festival Durga. Estátuas de argila de deuses hindus são adoradas pelos devotos e, depois, submersas no rio.

E M

C A R T A Z

Começa hoje a 2ª edição do Festival de Cinema LatinoAmericano, que traz à cidade 120 filmes de 16 países. O evento acontece em duas salas do Memorial da América Latina , no CineSesc e na Sala Cinemateca. O evento divide-se em oito sessões e ainda abriga cinco debates. Há uma mostra contemporânea destinada a atualizar o público com as novas tendências do cinema latino que não chegam ao circuito brasileiro. (AE)

Selo social para produtores de MT Produtores de algodão do Mato Grosso que não utilizam mão-de-obra infantil ou de trabalhadores em situação de escravidão vão receber o Selo Algodão Social, criado por uma ONG ligada aos produtores do estado. A certificação vai ser adotada para a safra 2006/2007. O diretor-executivo da ONG Instituto do Algodão Social (IAS), Félix Balanaiuc, disse que o selo é uma certificação voluntária, sem ligação com o governo, mas que isso não vai impedir que o certificado seja reconhecido pelos compradores. (ABr) B RAZIL COM Z

Poderia ter sido na Índia

L

VISUAIS

A LGODÃO

RECORDAR COM GRAÇA Harry Austin, da Flórida, festeja a vitória no concurso de sósias de Ernest Hermingway, realizado em Key West, nos EUA. Destaque do Festival Seis Dias de Hermingway, a competição realça a obra do escritor, que viveu na região em 1930.

O jornal indiano "Hindustan Times" divulgou no fim de semana uma reportagem dizendo que o acidente com o avião da TAM poderia ter acontecido no país. A matéria compara as condições da pista do Aeroporto de Congonhas com aquelas das pistas de aeroportos em Nova Délhi e Mumbai. Especialistas entrevistados pelo veículo afirmam que, nessas cidades, os aeroportos operam em condições de pista e de tráfego semelhantes às de São Paulo e atestam a frágil segurança aérea indiana.

D ESIGN Reproduções/site

Mostra reúne gravuras de Miró (foto), Aro, Mary Vieira, Herbin e outros. Gabinete de Arte Raquel Arnaud, rua Artur de Azevedo, 401, Pinheiros, tel.: 3083-6322. Grátis. M EIO AMBIENTE

F AVORITOS

Cordilheira dos Andes pode secar

Monitorando a língua portuguesa

O aquecimento global está secando lagos montanhosos e pântanos nos Andes e colocando em risco o fornecimento de água a grandes cidades latino-americanas como La Paz, Bogotá e Quito, mostram pesquisas do Banco Mundial. O risco é especialmente grande no habitat úmido andino o páramo, responsável por 80% do fornecimento de água aos 7 milhões de habitantes de Bogotá, na Colômbia. O derretimento das geleiras, também provocado pelo aquecimento, pode prejudicar o fornecimento de água para Quito e a geração de energia hidrelétrica no Peru.

O site Corpus do Português é uma fonte de pesquisa para mais de 45 mil palavras e 50 mil textos do idioma. Mostra a popularidade de expressões buscadas e a diversidade lingüística do idioma. Há quatro registros principais: jornalístico, acadêmico, falado e de ficção. O site permite fazer comparações de várias naturezas, como ver a freqüência de palavras e de frases análogas nos diferentes registros.

Tesoura de ferro da região leste do mar Mediterrâneo, datada do século 14

Um corte na história

www.corpusdopor tugues.org

Tesoura persa de alfaiataria, século 17

G @DGET DU JOUR

Câmera para esportes radicais

Para cortar charutos de 1915, e para uso doméstico, da Itália, 1550

livro Scissors (tesouras), de Maximiliano Mandel, é um item raríssimo, de colecionador, que faz uma viagem pela história das tesouras, mostrando desde os primeiros objetos conhecidos, do Império Romano, até os modelos da década de 90 do século 20. Agora, a obra pode ser folheada em um site que mostra como a criatividade de designers de todas as épocas e pontos da Terra conseguiu dar formas diferentes e aplicações diversificadas para o simples e cotidiano instrumento de cortar.

O

http://thenonist.com/index.php/ thenonist/categories/C34/

Construtoras investem em ações de marketing sofisticado para vender imóveis Assessor de vereador de Hortolândia é preso acusado de matar a mulher e os dois filhos

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action-camera/index.html

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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www.iwantoneofthose.com/

A TÉ LOGO

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A Action Camera é uma moviecam digital ideal para praticantes de esportes radicais. Com capacidade para até 2 GB, a câmera pode ser presa ao capacete, prancha, asa-delta ou guidão da bicicleta, deixando as mãos livres. À prova d'água, choque ou neve. Por 99,95 libras.

Modelo indiano, para cortar nozes, e coleção turca, para calígrafos, todas do século 18

Vendas de planos de saúde para idosos crescem 17% nos últimos seis anos, segundo ANS

I NTERNET

Sexo ronda as crianças na rede Um em cada 25 jovens que navegam pela internet já recebeu propostas para que enviasse fotos de si mesmo nu, revelou um estudo feito pelo Centro de Pesquisa sobre Crimes contra Crianças, da Universidade de New Hampshire, EUA. Foram entrevistados 1.500 usuários da rede mundial de computadores com idades entre 10 e 17, descobrindo que 65 deles receberam propostas do tipo. Segundo a pesquisadora Kimberly Mitchell, esse é um resultado preocupante já que, em vista dos milhões de jovens presentes na rede, as propostas relacionadas a fotos de conteúdo sexual podem chegar à casa dos milhares, alimentando a indústria ilegal da pornografia. R ECORD

Potter some das livrarias londrinas O último livro da série Harry Potter pode tornar-se a obra com venda mais rápida da história. Os supermercados Asda venderam 97% de suas 500 mil cópias em 36 horas. Segundo a editora britânica Bloomsbury, as vendas no país devem atingir três milhões de cópias nas primeiras 24 horas. As livrarias Waterstone's venderam 100 mil livros em duas horas e a WH Smith 15 obras por segundo na noite do lançamento, superando o recorde anterior , de 13 cópias. (Reuters)


SUPERSIMPLES ESPERA QUEM DEVE AO FISCO Os devedores poderão quitar ou parcelar em 60 vezes suas dívidas até 31/10. Mas é preciso aderir até o próximo dia 31. E 2 Ano 83 - Nº 22.422

São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h30

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Antonio Milena/AE

Os herdeiros políticos de ACM Págs. 3 e 5 Filipe Redondo/Folha Imagem

Recaída

A volta do apagão nos aeroportos Controladores: "Não somos terroristas" Domingo de enterros, protesto e missa na Sé BRA faz pouso de emergência em Lisboa

Leia também entrevista com Ozires Silva. Cidades 1 a 5. Editorial, página 6

Marcelo Theobald/Ag.O Globo/Orlando Kissner/AFP

THIAGO TIRA OURO DE ÁGUA Thiago Pereira: 6 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze; bateu 5 recordes do Pan e 7 sul-americanos. É o astro da natação brasileira que encerrou os jogos com recorde de 29 medalhas, em 2º, só abaixo dos EUA. O ouro do Brasil brilhou também para judô (4), ginástica (4), vôlei de praia (2), handebol (2) e taekwondo. O País no Pan e suas conquistas no Esporte

HOJE Nublado com chuva Máxima 24º C. Mínima 15º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 20º C. Mínima 13º C.

Rastreador já barateia seguro Monitoramento de veículos via satélite traz segurança ao usuário.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

a maior

tragédia O

ntem foi mais um dia de caos nos aeroportos brasileiros. Até o final da tarde, 50% dos vôos, segundo dados da Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, registraram atrasos. Até o fim do dia, 555 vôos (44%) tiveram mais de uma hora de atraso e 128 (10%) foram cancelados. No aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, o painel de informações indicava, às 13h, que dos 136 vôos programados, 62 estavam com atraso superior a uma hora. A assessoria da Infraero informou que os problemas tinham como origem o aumento do fluxo de vôos e passageiros para Guarulhos, após o desastre da última terça-feira em Congonhas, que resultou no fechamento da pista principal do aeroporto. O cenário era o mesmo em Congonhas: dos 121 vôos previstos para o local, entre as 6h e as 16h de ontem, 32 foram cancelados e 40 registraram atrasos acima de uma hora. O índice era de 62% de atrasos. Já no Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o painel de informações do aeroporto apresentava nove cancelamentos e 10 atrasos durante o domingo. Cindacta – Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, a nova onda de problemas teve como oriOs aviões gem uma pane foram no sistema de obrigados a radar da Amaficar taxiando zônia, o Cinsobre os céus de Manaus, às dacta-4, que resultou no cegas. atraso de diDe um versos vôos incontrolador ternacionais de vôo no último sábado, desencadeando um efeito cascata até o começo da noite. De acordo com um contralador de vôo que atuava no momento da pane, os terminais do Cindacta-4 saíram deixaram de funcionar por volta das 0h30. "Os aviões foram obrigados a ficar taxiando sobre os céus de Manaus, às cegas", disse o militar. "Alguns colegas começaram a chorar. Foi desesperador". Para evitar uma nova tragédia, os controladores utilizaram os rádios da Infraero para orientar os pilotos. Aeronáutica informou que havia 17 aeronaves em vôo, das quais 8 tiveram as rotas modificadas. A situação só voltou ao normal a partir das 2h30. O Aeroporto de Miami, nos EUA, divulgou uma nota indicando o atraso de quatro aeronaves da American Airlines, com destino a São Paulo e ao Rio. Elas retornaram à Flórida. Também por meio de uma nota, o comando da Aeronáutica afirmou que houve uma 'anormalidade" em geradores do Cindacta-4. O problema teria sido detectado por volta das 23h da última sexta-feira, numa inspeção de rotina, mas não comprometia o controle de tráfego. Porém, durante um procedimento de manutenção, houve um curto-circuito que prejudicou a alimentação das baterias dos terminais. Os militares negaram qualquer risco de acidentes, pois as as comunicações passaram a ser operadas com os equipamentos "high frequency do Centro Amazônico, onde as equipes foram reforçadas." Técnicos da Aeronáutica farão um levantamento para identificar a gravidade da pane e as chances de um novo "apagão" ocorrer no sistema. A preocupação dos militares é com a aproximação do final das de férias de julho, quando ocorrerá um aumento no fluxo de aeronaves retornando ao Brasil. (Agências) Leia na pág. 6 o editorial "Depois da tragédia".

CIDADES & ENTIDADES - 1

PANE no Cindacta-4, em Manaus, trouxe de volta o pesadelo dos atrasos e cancelamentos de vôos em todo o Brasil. Alguns vôos que vinham dos Estados Unidos e América Central tiveram de ser desviados para outros países, como o Chile. Na Bolsa de Valores, ações da TAM despencaram após tragédia.

A VOLTA DO CAOS U

m curto-circuito no Cindacta-4, em Manaus, na sexta-feira à noite, provocou uma pane nos terminais de monitoramento das aeronaves. Sistema só foi normalizado às 2h30 da manhã de sábado. Efeito cascata foi registrado em todos os aeroportos do País. Dos 555 vôos programados ontem, 50% registraram atrasos. Cerca de 128 partidas foram canceladas entre 6h e 18h. Aeronáutica garantiu que não houve risco de novos acidentes. Aviões vindos dos EUA tiveram de retornar por falta de orientação no espaço aéreo brasileiro. Aeroportos de Cumbica, Congonhas e Santos Dumont passaram por mais um fim de semana de filas e muita confusão nos seus terminais de embarque e desembarque. Nelson Antonie/Future Press - 22.07.2007

Antonio Milena/AE - 22.07.2007

Tempo ruim pela frente

S

ão Paulo te rá uma segu ndafeira chuv os segundo a a, p da meteo revisão rologia. O dia começ ac uma forte om garoa e neblina q ue durar tod vai aa manhã. O índice de umidade será de 56%. Mais sobre o tempo na página 4.

Movimento de espera foi intenso em Cumbica e Congonhas.

Ações da TAM sentem impacto da tragédia

E Passageiros enfrentaram mais uma "onda" de atrasos e cancelamentos nos aeroportos de São Paulo

Não somos terroristas Aeronáutica decidiu investigar uma suposta ação de sabotagem por parte controladores de vôo durante a pane do Cindacta–4, em Manaus, na noite de sexta-feira, cujo resultado foram novos atrasos e cancelamentos em todos os aeroportos, durante o final de semana. Segundo os militares, não havia motivos para a interrupção do sistema, já que não ocorreu falta de energia no local. Além disso, o horário do incidente é apontado como outro fator de desconfiança, pois aquele é o período de pico de aeronaves sobrevoando o espaço aéreo de Manaus. Os peritos do comando da Aeronáutica terão 40 dias para apresentar um laudo indicando as causas da falha em todo sistema.

A

A decisão foi classificada como "terrorismo" pelo presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Proteção de Vôo, Jorge Botelho. "Causa revolta uma atitude como essa. Toda vez que tiver um problema, vão acusar os controladores", avaliou. Como resposta a desconfiança da Aeronáutica, Botelho disse que dúvida da lisura da investigação e que seu resultado poderá ser manipulado. "Quem vai garantir que a verdade será divulgada. Ninguém acompanhá os trabalhos dessa equipe", indagou. O sentimento de revolta tomou conta de todos os controladores do Cindacta–4, logo após a decisão do comando chegar ao local. "Querem uma válvula de escape. Não somos terroristas", disse

um controlador. De acordo com o militar, 12 operadores de vôo trabalhavam na noite de sexta-feira quando o "apagão" aconteceu. Ele garantiu que nenhum deles poderia ter acesso à rede elétrica do Cindacta-4 e promover o desligamento da rede de energia do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), onde funciona o centro de controle. "Esse sistema é um câncer. É obsoleto. Não temos culpa se os três geradores de energia não funcionaram. Nos acusar é um absurdo", continuou. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) divulgou ontem à noite que a pane foi um erro do técnico de eletricidade de plantão que fez uma conexão que cortou o sistema. (AE)

m apenas três dias, o valor da TAM "encolheu" e a companhia aérea vale aproximadamente R$ 1,735 bilhão a menos no mercado de ações. Nos últimos três pregões da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), após o acidente do vôo JJ 3054, que causou a morte de cerca de 200 passageiros, os papéis da companhia sofreram uma desvalorização de 17%. Somados os valores de todos os papéis, a queda registrada foi de R$ 66,50, no dia 17 de julho, para R$ 54,81, no dia 20. Considerados esses valores, multiplicados pelo número de acionistas da companhia, o valor de mercado da TAM foi reduzido de R$ 9,985 bilhões para R$ 8,250 bilhões, segundo corretoras que operam no mercado de ações paulista. Seguros – A tragédia também deve ter impacto também no preço do seguro dos aviões. Segundo especialistas do setor, um rebaixamento da classificação do Brasil na Icao, organização internacional de aviação civil, poderia aumentar o preço das apólices em até 10%, nos próximos meses. "Geralmente as apólices das companhias costumam ter cobertura de US$ 1,5 bilhão por ocorrência para pagar todos os danos, sejam materiais ou pessoais. Estamos apreensivos",

disse Gustavo Cunha Mello, especialista do setor. Atualmente, o Brasil está no melhor nível de classificação da Icao. A avaliação, no entanto, pode mudar, já que após as autoridades brasileiras concluírem as investigações sobre o acidente, um relatório deverá ser encaminhado à organização. Caso Brasil seja rebaixado, o seguro ficaria mais caro porque as empresas estrangeiras exigiriam um valor maior para assumir esse risco. De acordo com o último balanço divulgado pela TAM, a cobertura do seu seguro garante uma indenização de até US$ 1,5 bilhão: a seguradora contratada é o Unibanco AIG. Futuro –Análise da Planner Corretora indica que a tragédia da TAM afetará o desempenho de todo o setor aéreo. O mercado, avalia a corretora, desconfiará ainda mais da capacidade de recuperação das empresas, principalmente da "imagem" passada aos usuários do sistema aéreo. O cenário, no curto prazo, é de perda e de poucas possibilidade de uma retomada de fôlego no mercado de ações. Já no longo prazo, os resultados dependerão de um conjunto de fatores, que passam por medidas governamentais e da postura das empresas com o atual caos no sistema. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Internacional

No dia em que o povo não me quiser, saio e não vou chorar Hugo Chávez, presidente da Venezuela

CHÁVEZ TIRA PARTIDO ÚNICO DO PAPEL PSUV, o partido único de Chávez, faz primeira reunião, contabiliza seis milhões de seguidores e abre caminho para a "revolução socialista" do venezuelano

O

plano do presidente venezuelano Hugo Chávez de formar um partido único com seus aliados avançou significativamente no final de semana, com a realização das primeiras reuniões de ativistas do futuro Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Cálculos da imprensa de Caracas mostram que mais de seis milhões de simpatizantes de Chávez já assinaram suas fichas de filiação ao partido, uma das principais medidas do presidente para a construção daquela que batizou como sua "revolução socialista". Temendo o início de uma ditadura, os críticos do governo manifestaram publicamente sua preocupação com o que acreditam ser uma ameaça à pluralidade. O Parlamento venezuelano é formado quase

Umit Bektas/Reuters

Partido islâmico vence as eleições na Turquia

O

Partidários do AKP saem às ruas de Ancara em comemoração à vitória do partido nas eleições de ontem

partido governista da Turquia, Justiça e Desenvolvimento (AKP), venceu as eleições realizadas ontem, conquistando 47% das 550 cadeiras do Parlamento. O resultado deu ao partido de raízes islâmicas um novo mandato de cinco anos para prosseguir com suas reformas de livre mercado e retomar as negociações para a entrada de Ancara na União Européia, mas dando espaço também para novas tensões com a elite secular do país, seu principal adversário no pleito de ontem. A Comissão Eleitoral estima que 80% dos 42,5 milhões de

eleitores compareceram às urnas — número similar às eleições de 2002. O resultado é um triunfo moral para o primeiroministro Recep Tayyip Erdogan, que convocou eleições antecipadas após perder uma disputa sobre sua indicação para a presidência do país. Ele prometera renunciar caso seu partido não vencesse o pleito. A elite secular, que inclui generais do exército, se opôs à nomeação de Abdullah Gul para a chefia de Estado, temendo que ele e Erdogan, que negam ter uma agenda islâmica, prejudicassem a estrita separação da religião e do estado. (AE)

Pedro Rey/AFP Anwar Amro/AFP

AMEAÇA s EUA não descartam uma incursão militar O na fronteira do Paquistão Ó RBITA

HOMENAGEM arentes de Jean Charles P de Menezes pediram no domingo, dois anos

Alexandre C. Mota/AE

Hugo Chávez: tirano, não

que na totalidade por políticos favoráveis a Chávez, mas filiados a diferentes partidos. O processo de criação do PSUV já vem criando, inclusive, divisões dentro da própria coalizão governista. Três dos partidos chavistas se recusaram até agora a se dissolver e expressaram preocupações de que esse novo estilo de política poderia levar a um "sistema de pensamento único". Mais Chávez Em discurso oficial, Chávez rejeitou ontem a reeleição contínua para governadores e prefeitos e afirmou que seu projeto de reforma constitucional inclui apenas a reeleição indefinida para presidente. O presidente venezuelano ainda garantiu que a propriedade privada será mantida na Venezuela, mesmo se for instalado um sistema socialista no país. Chávez também ordenou a expulsão dos estrangeiros que "denigrem" seu governo ou o chamam de "tirano". "Nenhum estrangeiro pode vir aqui atacar-nos. O que vier será expulso, pois isso é algo que não se pode permitir, é questão de dignidade nacional. A Venezuela tem de se dar o respeito", finalizou. (Agências)

para erradicar focos da rede terrorista Al-Qaeda, disse a assessora de segurança nacional da Casa Branca, Fran Townsend. Os comentários ocorreram após a divulgação de que Bin Laden está escondido no país. (Agências)

após o brasileiro ter sido morto por engano pela polícia britânica, que seja feita "justiça", durante uma vigília celebrada em memória do jovem na estação de metrô de Stockwell, em Londres, onde ocorreu a tragédia. Ativistas e amigos lembraram a morte do eletricista, que levou sete tiros na cabeça e um no ombro. Há exatos dois anos, agentes da brigada antiterrorista da Scotland Yard atiraram em Jean Charles, após o brasileiro ter sido confundido com um dos terroristas que tinham participado do atentado contra o metrô e um ônibus no dia anterior. As homenagens a Jean Charles começaram na sexta-feira à noite, quando foi colocada uma foto gigante dele no Parlamento britânico, com a frase "dois anos sem justiça". (AE)

CONVERSAS stados Unidos e Irã E realizam amanhã, em Bagdá, uma nova rodada

BELEZA – Modelos libanesas vestindo trajes camuflados participam de evento em um hotel no norte do Líbano. O concurso de beleza foi organizado como uma forma de homenagear os mais de 110 soldados libaneses mortos em conflito com militantes islâmicos entrincheirados em um campo de refugiados palestinos desde setembro do ano passado. Os combates ainda não terminaram

de conversações sobre a deterioração da segurança no Iraque. Washington alega que Teerã vem dando apoio a militantes xiitas em ataques no Iraque, o que o Irã nega. (AE)

Stephen Hird/Reuters

Kerek Wongsa/Reuters

SUBMERSA – Chuvas de verão torrenciais atingem a Grã-Bretanha

VIOLÊNCIA – Cinco mil manifestantes entram em conflito com a

desde a última sexta-feira, com enchentes no sul da Inglaterra e País de Gales inundando casas e causando o fechamento de escolas. Duzentas mil pessoas estão isoladas nas regiões de Gloucester e Tewkesbury

polícia na Tailândia, no mais grave protesto já ocorrido no país desde que o governo eleito foi derrubado por um golpe militar, em 2006. Cerca de 30 pessoas foram hospitalizadas com ferimentos


Nº 178 São Paulo, 23 de julho de 2007

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO Divulgação

Os chineses da linha Chana finalmente começam a ser vendidos no mercado brasileiro. Página 3.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

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H

LOS HERMANOS ANTONIO DELFIM NETTO

IMPOSTOS E JUROS

redução mais rápida da taxa Selic, que já devia ter começado há muito tempo, e o aumento da arrecadação tributária, oferecem ao governo uma excelente oportunidade para a alavancagem dos investimentos públicos. Não é mais o momento de se discutir com a oposição se a carga tributária brasileira é ou não a maior do mundo, porque ela cresceu mesmo e é a mais elevada dentre os países de renda semelhante à nossa, algo em torno de 10 mil dólares per capita. É fato que a alta mais violenta se deu durante os dois mandatos do governo FHC, quando a carga dos impostos passou de 24% do PIB em 1994 para algo como 34% no início do atual governo e continuou subindo até os 37% atuais. Como o produto está melhorando um pouco mais este ano, devendo alcançar 5% de crescimento , a probabilidade é que a carga tributária ainda cresça, mesmo que não haja um aumento de alíquotas. Existe uma relação entre os impostos e o PIB , de modo que quando este cresce 1% em termos reais, a arrecadação tende a aumentar 1.1% ou algo mais em condições normais.

Eduardo Munoz/Reuters

A

A POLÍTICA ECONÔMICA ARGENTINA ESTÁ MAIS PRÓXIMA DOS RESULTADOS CONSEGUIDOS PELO CHILE E CRESCE MUITO MAIS QUE A BRASILEIRA. POR ROBERTO FENDT Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

á se observou que, de acordo com uma interpretação superficial das leis da física em geral e da aerodinâmica em particular, o besouro não deveria voar; no entanto, contrariando todas as expectativas, o besouro voa. Da mesma forma, observado superficialmente, tudo indicaria que a economia argentina deveria há muito estar mergulhada em profunda crise de crescimento. No entanto, contrariando também as expectativas, a economia argentina continua crescendo muito mais que a nossa. Tenho sido insistentemente perguntado sobre as perspectivas econômicas da Argentina, após o Toiletgate – o novo escândalo no país vizinho, envolvendo a ex-ministra da economia Felisa Miceli. É compreensível a dificuldade de entender o que se passa na Argentina. Surpreendeu a muitos a

J

incapacidade da ministra em explicar os 64 mil dólares guardados em no banheiro de seu gabinete. Inicialmente a ministra alegou que se tratava de um empréstimo de um irmão para a compra de um imóvel. A história caiu por terra ao constatar-se que os maços de notas procediam de instituição financeira com a qual nem a ministra nem seu irmão tinham qualquer tipo relacionamento. areceu a muitos que houve um certo primitivismo no proceder diante da descoberta do dinheiro e pela pouca influência da tecnologia brasileira de lidar com esse assunto, mais desenvolvida. Essa observação é reforçada pelo fato de a Argentina ter uma longa tradição de criação de gado, o que permitiria com facilidade transpor para o país amigo práticas tão bem su-

P

cedidas de acobertamento de recursos "não contabilizados" em nossa terra. a mesma forma, temos grande dificuldade em entender o por quê de a Argentina continuar tendo um excepcional desempenho macroeconômico, a despeito do que se supõe ser um desregramento no manejo da política econômica argentina. Creio que a explicação para essa perplexidade tem a ver com um desconhecimento dos bons resultados fiscais argentinos. Continuamos a imaginar que a Argentina pratica uma política econômica similar à do Plano Austral do presidente Raúl Alfonsín. Na verdade, a política econômica do presidente Kirchner está mais próxima da política econômica do Chile na segunda metade da década de 1980.

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ejamos. Entre 2003 e 2006, o PIB argentino cresceu em média 9% ao ano; a inflação média anual ficou em 9,4%; a expansão monetária média (crescimento medido pelo conceito M2 de meios de pagamentos) ficou limitada a 24% ao ano e o superávit nominal médio ficou em 2,1% do PIB. No período 1985-89, os correspondentes números para o Chile foram de 7,4% de crescimento do PIB; inflação de 20,3%; e expansão monetária de 34%. Não se trata de uma coincidência ou de uma secreta paixão de Kirchner pela política econômica do general Pinochet. A política econômica chilena na década de 1980 veio a produzir claros resultados positivos nas décadas seguintes. Entre 2000 e 2005, o crescimento médio do PIB chileno ficou em 4,4% (muito acima do nosso) e a inflação média caiu para 2,8% ao ano (inferior à nossa).

V

Fotos: Santiago Pandolfi/Reuters

G Após o

escândalo envolvendo a ex-ministra Felisa Miceli (abaixo) e a posse do novo ministro, Miguel Peirano (acima), tudo indicaria que as perspectivas econômicas argentinas deveriam estar mergulhadas em profunda crise. G Contrariando

as expectativas, a economia argentina continua crescendo muito mais que a nossa. G O superávit

nominal superou 2% do PIB, incluindo todas as despesas correntes mais o pagamento dos juros sobre a dívida pública.

Além de seguir o modelo chileno por acreditar em sua eficácia no caso argentino, Kirchner foi mais realista que o rei no que diz respeito à política fiscal. Chamo a atenção do leitor para o resultado fiscal argentino dos últimos quatro anos: o superávit nominal superou 2% do PIB. Não se trata de superávit primário, mas do superávit fiscal total, que inclui todas as despesas correntes mais o pagamento dos juros sobre a dívida pública. O Brasil nos últimos quatro anos teve um déficit fiscal, quando se leva em conta também o pagamento dos encargos sobre a dívida pública. Portanto, há razões para os bons resultados macroeconômicos argentinos. Isso não quer dizer que no plano microeconômico as coisas também vão bem. Falta de investimentos, controles setoriais de preços e um apagão constituem o dia-adia dos argentinos. Nisso, o presidente Kirchner é tão ruim como o nosso.

á, portanto, condições muito interessantes para reduzir simultaneamente a relação Dívida/PIB e a carga tributária bruta. A combinação dessas duas coisas possibilitará reduzir dramaticamente a taxa de juro real . Essa redução das taxas de juros já podia ter começado há mais tempo se o Banco Central não tivesse sido seduzido pelo sistema financeiro com a idéia que o Brasil não podia crescer mais do que 3,5% sem o disparo da inflação. Com isso a Selic foi mantida nas alturas e se retardou o crescimento econômico. Agora, a economia está crescendo praticamente 5% , o que fez desaparecer as hipóteses levantadas pelo Copom. Estão calculando que a taxa Selic chegue ao final do ano em 10,75% , estimando um juro real entre 6% e 7% , mas se a inflação ficar entre 3% ou 3,5%, como parece, a taxa de juro real estará acima de 7% .

que importa é que o governo tem condições de aproveitar as duas circunstâncias: a taxa de juros está caindo (até por efeito da gravidade), o que melhora a relação Dívida/PIB e a arrecadação de impostos sobe em função do crescimento da economia, de modo que é o melhor momento para começar a conter as despesas de custeio (sem maiores sacrifícios), e acelerar os investimentos públicos. Como o investimento público tem uma externalidade muito forte com relação aos investimentos privados, aumenta a rapidez do crescimento de toda a economia, aumentando a arrecadação.

O

que se discute nesse momento, porém, é um tanto irrelevante, diante do fato que o juro real para os papéis brasileiros de mais longo prazo é de 6% , o que é uma taxa extremamente alta. É esse juro que dá o horizonte para os investimentos que, em última análise, responderão pelo ritmo do crescimento brasileiro para os próximos anos. É fundamental, portanto, reduzi-la e isso só pode ser feito na medida em que se comece a conter a elevação da carga tributária e se reduza mais rapidamente a relação Dívida/PIB. As condições para melhorar os investimentos públicos existem e com sua expansão aumentar a velocidade dos projetos do PAC. Sua implementação só depende da compreensão do governo para o fato que é preciso liberar para o setor produtivo os recursos que hoje são consumidos no custeio da máquina estatal.

O

ANTONIO DELFIM NETTO É PROFESSOR EMÉRITO DA FEA/USP , EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO CONTATODELFIMNETTO@ TERRA.COM.BR

G É preciso liberar para o setor produtivo os recursos que hoje são consumidos no custeio da máquina estatal

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Congresso Planalto Ética CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

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COMEÇAM AS CHECAGENS NOS BENS DE RENAN

itens considerados inconsistentes serão examinados por oito peritos da PF

Roosewelt Pinheiro / Agência Senado - 27.06.07

Eymar Mascaro

Relaxa e chora

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PT acredita que a oposição usará, caso Marta Suplicy dispute a prefeitura paulista, o infeliz comentário "relaxa e goza", em plena crise aérea, como munição durante a campanha eleitoral. A tese dos petistas prevê a repetição da frase exaustivamente, o que poderá prejudicar o desempenho da ex-prefeita na corrida eleitoral. Fica claro que o objetivo será interligar a atitude de Marta e ao caos aéreo. Até mesmo o acidente com o Airbus da TAM será usado contra o PT. Ainda assim, os petistas avaliam que ela é a melhor opção da legenda para disputar a cadeira em 2008.

INSISTÊNCIA

Fase decisiva: documentos apresentados pelo presidente do Senado começarão a ser analisados a partir de hoje pelos peritos

PF COMEÇA A PERÍCIA NOS DOCUMENTOS DE RENAN

O

enriquecimento do senador Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL), chamado no jargão dos peritos de "evolução patrimonial", será esquadrinhado pela Polícia Federal. Com todos os documentos em mãos, a PF fará, a partir de hoje, uma perícia nos documentos de defesa do presidente do Senado, que responde a processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Casa, sob a acusação de ter despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. O laudo deve ser concluído em 20 dias. A pedido dos próprios senadores, a PF fará uma detalhada análise da evolução do caixa de Renan no período entre 2003 e 2007, em que ele alega ter faturado R$ 1,9 milhão em negócios agropecuários e praticamente dobrado sua fortuna por conta disso.

As declarações de renda dos últimos quatro anos do senador foram juntadas aos demais documentos a serem periciados – notas fiscais de venda de gado (com canhotos), recibos de pagamento, atestado de vacina do rebanho, livro-caixa das propriedades e guias de transporte de animais (GTAs). A perícia será decisiva para o futuro de Renan, que pode perder o mandato e ficar inelegível por oito anos se não conseguir comprovar a origem dos recursos, que em parte teriam sido usados para o pagamento da pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. O ponto nevrálgico do processo contra o senador consiste exatamente nisso. Ele elega que pagou a pensão com seus próprios recursos, enquanto a Comissão de Ética suspeita que os pagamentos foram realizados pelo lobista da cons-

Desperdício: um patrimônio bilionário sem uso

C

omo resultado de décadas de descaso, falhas administrativas e muita burocracia, o governo federal tem desperdiçado um patrimônio bilionário em imóveis. De acordo com informações da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), encarregada de gerenciar esses terrenos e edificações, existem 4.823 imóveis vagos em poder do governo, espalhados por todo o País. A maioria é de imóveis dominiais – uma categoria que inclui, por exemplo, terrenos de propriedade da Marinha. No total, o governo detém 534.764 imóveis dominiais, dos quais 4.252 estão vagos. Entre os chamados imóveis de uso especial, cedidos a órgãos de governo para serem usados como parte de sua estrutura administrativa, 571 permanecem sem uso - de um total de 28.850. É da soma dessas duas categorias que se origina o total de 4.823 imóveis que, sob o guarda-chuva da União, estão vagos há anos, onerando os cofres públicos com despesas ininterruptas de manutenção. Em decorrência da fiscalização precária ou até mesmo

inexistente, a desocupação deu origem a outro problema: uma parcela desse patrimônio tem sido alvo de ocupações irregulares. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) realizada apenas nos imóveis de uso especial indica que os 571 terrenos e edificações vagos representam, juntos, um patrimônio desperdiçado de R$ 2,6 bilhões. Mesmo sem nenhuma serventia, causam despesas de manutenção que chegam a R$ 250 mil por ano, segundo informações do ministro Valmir Campelo, relator do processo no TCU. "Sugiro que a União se desfaça de parte desses imóveis", diz ele. "Se fossem vendidos 30 deles, teríamos uma receita da ordem de R$ 800 milhões." Uma série de falhas em vistorias técnicas, que deveriam ser realizadas periodicamente nesses imóveis, foi detectada pela auditoria. Ela também apontou a dificuldade da SPU e das Gerências Regionais do Patrimônio da União (GRPUs) para conduzir esse trabalho de forma adequada. O relatório destaca, no entanto, que não se trata de simples ineficiência. A SPU, se-

trutora – o que ainda não foi devidamente esclarecido. Os últimos papéis que faltavam foram trazidos ontem de Alagoas por assessores do Conselho de Ética, após quase um mês de manobras protelatórias feitas por aliados de Renan para retardar o julgamento do processo e, com isso, livrá-lo da possibilidade de perder os direitos políticos. Irredutível, o senador alega ser inocente e diz que é o principal interessado na conclusão da perícia, para que possa retomar com tranqüilidade a presidência da Casa. Adiamento – Os trabalhos periciais deveriam ter começado na quarta-feira passada, mas a PF apontou a falta de documentos, ao abrir as três pastas enviadas pelo Senado. Farão a análise oito peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC). O laudo não tem finalidade criminal, expli-

cou o chefe da Diretoria Técnico-Científica da PF, delegado Geraldo Bertolo. Mas se encontrar indício de crime, o Senado pode, nesse caso, encaminhar os autos para o Ministério Público. A perícia também vai apurar a veracidade das transações que Renan alega ter feito com gado e a autenticidade dos documentos que comprovariam essas operações. Em laudo parcial, produzido há mais de um mês, o INC considerou insuficiente a documentação para comprovar as vendas de gado. Agora, a PF tem uma documentação mais completa. Entre as mais de 20 inconsistências encontradas, o relatório apontou incompatibilidade na cronologia entre as datas das operações com os cheques de pagamento e os recibos. Notou também que vários recibos eram frios. (AE)

O ataque da oposição não parece preocupar a cúpula petista. A decisão é a de manter o nome de Marta Suplicy na disputa pela cidade de São Paulo. A legenda espera uma disputa acirrada com o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP). O partido ainda aguarda a decisão do PSDB para preparar a sua resposta à campanha contra Marta.

DESGASTE

Para o PT, o problema seria um ataque vindo de todos os lados. Ou seja, todos os candidatos disputando a vaga utilizariam o tema para reduzir as chances da ministra. Esse mesmo receio vale para uma eventual candidatura alternativa, que tem como postulantes os deputados Arlindo Chinaglia, José Eduardo Martins Cardozo e Jilmar Tatto; o ministro Fernando Haddad e o senador Aloizio Mercadante.

BRIGA

Lula pede o empenho dos seus companheiros na retomada de São Paulo. O presidente lembra que a cidade terá um papel fundamental na disputa para governador e presidente em 2010. A capital paulista terá 10 milhões de eleitores no ano da disputa presidencial.

INCENTIVO

O PT conta com a participação de um tucano na disputa em 2008. O candidato do PSDB dividirá o eleitorado de Kassab, favorecendo o nome petista. Agora, resta ao partido do presidente torcer para que o tucanato favorável à disputa vença os aliados de José Serra, que desejam fechar a coligação com o DEM.

Dida Sampaio / AE

APOIO

O ministro do TCU, Valmir Campelo, sugere a venda de parte dos imóveis.

gundo o documento, "sofre com a carência crônica de recursos financeiros, materiais e de pessoal, o que se reflete em uma grave incapacidade operacional e administrativa". A secretária do Patrimônio da União, Alexandra Reschke, insiste em dizer que a atual situação pode ser comemorada. Além de reafirmar os problemas decorrentes da falta de pessoal e de recursos para a instituição, ela observa que o quadro melhorou em anos recentes. "Isso é extremamente positivo se comparado ao que víamos quando assumimos", afirma Alexandra, que ocupa o cargo desde o fim de 2003. Os imóveis controlados diretamente pela União não são os únicos em situação de abandono. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) detém, sozinho, cerca de 5.500 imóveis vagos, segundo levantamento do Ministério das Cidades. E o órgão não tem nenhum

interesse em manter 1.071 deles, de acordo com o coordenador do Programa de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais do ministério, Renato Balbim. O INSS firmou um convênio com a pasta para tentar se desfazer das unidades. Mas, em quatro anos, só conseguiu liberar sete imóveis. "Havia um conjunto de leis que emperrava o processo para dar a esses imóveis uma função social", explica Balbim. Ocupação – Um dos casos mais conhecidos do descaso do poder público é o do antigo prédio do INSS, na Avenida Nove de Julho, região central da capital paulista. O edifício, abandonado, foi atingido por um incêndio e acabou ocupado em 1997 pelo Fórum de Cortiços, movimento por moradia de São Paulo. Segundo Balbim, só agora o prédio foi liberado para um projeto social e deverá dar origem a 117 habitações. (AE)

Serra tenta convencer Geraldo Alckmin a disputar o governo do estado em 2010. O atual governador paulista conta com o apoio dos democratas na sua campanha presidencial. Para garantir o aliado, ele quer a chapa fechada com Kassab em 2008.

mais uma vez a prefeitura paulistana, agora por sua nova legenda. Erundina ganhou sua primeira eleição pelo PT, mas deixou o partido.

NA PONTA

Já na disputa presidencial de 2010, Serra continua levando vantagem sobre Aécio Neves (PSDB-MG) nas pesquisas dentro do ninho tucano. Os levantamentos apresentam uma superioridade considerável do paulista sobre o governador de Minas Gerais, mais precisamente o dobro das intenções de voto.

DIFERENÇA

Para reverter esse quadro, Aécio partirá para o contato direto com as lideranças tucanas nos principais estados. Suas visitas estratégicas começarão na segunda quinzena de agosto. Uma campanha na televisão também será divulgada nas próximas semanas.

CHAPA

Serra ainda insistirá para que o mineiro aceite a vaga de vice-presidente na sua chapa de 2010. O paulista oferece seu apoio em 2014 como moeda de troca, mas o mineiro não dá sinais de que aceitará tal proposta. Ele prevê que Lula disputará as eleições no mesmo período oferecido a ele.

ATRAÇÃO

O PMDB ainda mantém seu convite para Aécio sair como seu candidato a presidente, mas o mineiro avalia que não é hora de deixar o PSDB. O sonho de Michel Temer (PMDBSP) é uma chapa formada pelo governador de Minas com Ciro Gomes (PSB) no posto de vice. Temer aposta no apoio de Lula ao seu escolhido. Afinal, o PT não teria um nome com chances reais de vitória no pleito.

INVESTIGAÇÃO

A Polícia Federal terá 20 dias para concluir as investigações que indiquem a autenticidade dos documentos de defesa apresentados por de Renan Calheiros (PMDBAL). As investigações serão concentradas no estado de Alagoas, pois foi lá que o presidente do Senado afirma ter negociado o gado que lhe rendeu lucros na casa de R$ 1,9 milhão.

MANDATO

DIVISÃO

Kassab também espera uma divisão de eleitorado entre o PT e a deputada Luiza Erundina (PSB-SP). Os democratas esperam que a ex-prefeita tente

Até mesmo a oposição já admite que o processo de cassação de Renan só deve ir ao plenário dentro de dois meses, caso a PF apresente um laudo recusando as provas apresentadas pelo senador. Se isso ocorrer, a votação será pelo sistema de voto secreto.


Eleição Planalto Congresso CPI

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SUCESSÃO DE ACM CONTINUA EM FAMÍLIA

5 Beto Barata/Folha Imagem

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Antonio Carlos Magalhães Neto assume, pela segunda vez, a vaga deixada pelo pai.

O DESAFIO DE ASSUMIR A VAGA DE ACM Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) tem pela frente a dupla missão de ocupar a cadeira do pai no Senado e zelar pela do filho, ACM Neto, na Câmara.

S

ai o pai, entra o filho: Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEMBA) assume, a partir de agora, a cadeira que era ocupada por Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), que morreu na última sexta-feira, aos 79 anos, por falência múltipla dos órgãos. Antonio Carlos Magalhães Júnior assume o cargo como o primeiro suplente do senador baiano, que deu entrada no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), em São Paulo, no dia 13 de junho, para fazer exames, com problemas renais agravados pela diabetes e pelo fato de ser cardíaco. Empresário e professor universitário, ACM Júnior já exerceu o mandato de senador no lugar do pai por cerca de um ano e meio, em 31 de maio de 2001, quando o político baiano renunciou ao mandato a fim de preservar seus direitos políticos. ACM foi acusado de fraudar o painel de votação do Senado e por realizar grampos telefônicos ilegais na Bahia. Antonio Carlos Júnior dá, assim, continuidade à tradição familiar, que até a última eleição representava uma oligarquia na Bahia. Além de ACM, o seu irmão, Luiz Eduardo Magalhães, também se destacou na vida política nacional, tendo presidido a Câmara dos Deputados e angariado a simpatia e amizade de correligionários e adversários, até a sua

trata-se do símbolo de uma era em que os chamados carlistas dominavam a política estadual – e as homenagens serviriam para demonstrar obediência ao cacique político ou tentar obter benefícios disso. Uma das principais reclamações da oposição ao bloco de apoio ao senador foi a mudança, em 1998, do nome do Aeroporto Internacional de Salvador, que se chamava 2 de Julho – principal data cívica do Estado – e passou a ser Luís Eduardo Magalhães, nome do filho de ACM, vitimado naquele ano. Há até um município com cerca de 22 mil habitantes com o nome do ex-deputado, assim como câmaras municipais, prédios e todos os tipos de arranjos urbanos, escolas e prédios públicos. Em Salvador, a Avenida Antonio Carlos Magalhães é uma das mais importantes vias de distribuição da região do Iguatemi, área da capital baiana que concentra o comércio de classe média e as empresas do setor financeiro. Tem 6,4 quilômetros de extensão e 10,50 metros de largura em cada pista e passa, ainda, pela Estação Rodoviária de Salvador. Em cidades importantes do Estado, como Porto Seguro, Pojuca e Canavieiras, Antonio Carlos Magalhães é o nome da praça onde está a prefeitura. Em outras, como Feira de Santana – a segunda maior do Estado –, Ilhéus e Itabuna, é o no-

Juarez Matias / AE

Marco Aurélio Martins / AOG

Mais homenagens: o cemitério Campo dos Sonhos amanheceu coberto por flores, ontem. Família estuda colocar ali uma estátua do senador.

Família pensa em colocar estátua do senador no túmulo

O

s familiares do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) pretendem pôr uma estátua do senador sobre o seu túmulo, segundo informações de amigos próximos. ACM morreu na última sexta-feira, no Incor, em São Paulo, por falência múltipla dos órgãos. Um dia depois do enterro do corpo do senador, o movimento no cemitério Campo dos Sonhos, em Salvador, foi insignificante. Apenas o túmulo pisoteado e quebrado do vizinho Aurélio

Filho e duas centenas de coroas de flores postas sobre a tumba ainda não fechada de vez lembravam que, no final da tarde e na noite do dia anterior, milhares de pessoas, entre familiares, amigos, admiradores e políticos de todos os partidos tinham passado por ali. Para evitar qualquer tipo de imprevisto, a direção do cemitério pôs cinco homens para vigiar os túmulos, dia e noite, dois deles nas proximidades do local onde, além do corpo do senador Antonio Carlos, estão

também enterrados os filhos Ana Lúcia e Luís Eduardo Magalhães. "Enquanto o túmulo não for coberto com mármore ou granito, teremos de vigiá-lo", contou Robson Santos, encarregado de um dos turnos de vigília. No dia anterior, perto de quatro mil pessoas postaramse desde às 16h na frente do portão principal do cemitério para esperar a chegada do corpo do senador, levado em cortejo pelas principais ruas de Salvador em cima de um carro do Corpo de Bombeiros.

Quando o caixão chegou, houve aplausos e cânticos, principalmente o Hino do Senhor do Bonfim. No início, somente integrantes da família do senador e amigos participaram da cerimônia do enterro. Mas, assim que os familiares foram embora, o portão foi aberto e as pessoas começaram a entrar. A multidão rezou, cantou e só foi embora depois de a direção do cemitério determinar que as luzes fossem apagadas, por volta das 21h. (AE)

Luciano da Mata / AE

Um médico que só cuidou de política a vida toda

P

ACM Neto: deputado é apontado como o herdeiro político do avô

morte, em 1998. ACM Neto é o outro representante da família – exerce o mandato de deputado federal, também pelo DEM. Ho me nag en s – Antonio Carlos Magalhgães Júnior assume a cadeira do pai consciente do peso que isso significa. A popularidade e o poder que ACM tinha na Bahia pode ser avaliada pela quantidade de homenagens prestadas a ele, ainda em vida, em avenidas, ruas e praças por todo o Estado. Todas as principais cidades baianas têm pelo menos uma via ou um espaço público urbano com o nome do senador, desde a década de 70 – ano em que ACM foi eleito, pela Câmara Municipal de Salvador, o "prefeito do século", e assumiu seu primeiro mandato como governador. Para os aliados, as homenagens são uma forma de mostrar o carinho da população pelo líder. Para os adversários,

me das principais avenidas. A quantidade de homenagens a ACM ainda em vida na Bahia acaba chamando a atenção. Na coletânea de crônicas "Folclore Político", de Sebastião Nery, por exemplo, contase o caso – supostamente real – de um então estudante de Direito paulista que ia passar o carnaval em Salvador. Seu pai, então, dá um cartão com o nome de um amigo (o próprio ACM) e seu telefone, dizendo que, em caso de problemas, o estudante poderia procurá-lo. Na volta, o estudante avisa ao pai que seu amigo havia morrido. O pai desmente a informação. O filho, então, argumenta: "Eu vi lá. A cidade está toda cheia de homenagens a ele. É avenida, praça, rua. Esses não são dados a gente que morre?" Daí porque, na Bahia, se diz que alguém pode amar ou odiar ACM – mas ser indiferente a ele, jamais. (AE)

ersonagem de destaque da cena política brasileira nos últimos 53 anos, o senador Antônio Carlos Magalhães nasceu em 1927, em Salvador (BA). Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia em 1952, nunca exerceu a profissão e começou a fazer política na vida estudantil quando presidiu o Grêmio do Ginásio da Bahia e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) na Universidade. Já em 1954 elegeu-se deputado estadual pela Assembléia Legislativa do Estado pela União Democrática Nacional (UDN). Em 1958, tornou-se deputado federal e foi reeleito em 1962 e 1966, dessa vez pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação do governo militar. Foi prefeito de Salvador entre 1967 e 1970, nomeado pelo então governador Luís Viana Filho, e governador da Bahia em 1971, 1979 – pelo Partido Democrático Social (PDS) – e 1991. Escolhido pelo presidente Ernesto Geisel em 1975, ACM presidiu a Eletrobrás e integrou também o Conselho de Administração da Binacional Itaipu. Foi um dos fundadores do Partido da Frente Liberal (PFL), e ministro das Comunicações durante o governo José Sarney. Tornou-se senador pela primeira vez em

Mulher chora a morte de ACM, em Salvador: senador protagonizou parte da história da Bahia

1995, ocupando a presidência da Casa entre 1997 e 2001, sendo reeleito em 2002. Outro ponto marcante de sua atuação foi o jornalismo. Como redator, trabalhou na Assembléia Legislativa da Bahia e no jornal "Estado da Bahia", dos Diários Associados, tornando-se posteriormente dono de uma rede de comunicações que inclui TVs, jornais e rádios. Estilo – Dono de um estilo verbal contundente, implacável com seus adversários e detentor de uma presença quase hegemônica na Bahia em função das boas avaliações populares que obteve em seus governos, o senador foi qualificado como um "coronel" por seus oponentes que também lhe cravaram o apelido de "Toninho Malvadeza", principalmente pela

fama de colecionar dossiês sobre seus desafetos. No gestão Itamar Franco, por exemplo, dirigiu-se ruidosamente ao Palácio do Planalto para denunciar casos de corrupção no governo federal, mas recuou, surpreso, quando o presidente decidiu manter em seu gabinete os jornalistas que haviam entrado apenas para registrar as cenas iniciais do encontro. Em 2001, rompeu com FHC após a eleição de Jader Barbalho (PMDB-PA) para a presidência do Senado, o que considerou uma traição. ACM deu declarações em apoio à instalação de uma CPI na Câmara e no Senado para investigar corrupção do governo FHC. Na época, o Conselho de Ética do Senado estava iniciando uma investigação contra ACM por seu envolvi-

mento na violação do painel eletrônico da Casa, durante votação da cassação do ex-senador Luiz Estevão. Numa escuta telefônica, ele admitiu que tinha uma lista dos nomes de quem havia votado a favor e contra a cassação do ex-senador, apesar de o processo ter sido realizado por meio de votação secreta. A estratégia do ex-senador era clara: atacar o governo para retardar o processo de sua investigação. Os dois se acusaram duramente. No final de maio, ACM renunciou para não ser cassado. Vingou-se logo depois, munindo a imprensa de denúncias contra o então presidente da Casa, Jader Barbalho (PMDB-PA), seu desafeto, que depois também renunciou. Em 2002, voltou ao Senado, onde exercia mandato até então. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 - INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington, DC

Top-Top e Fuc-Fuc

T

odo mundo no Brasil viu os gestos do sr. Marco Aurélio Garcia e de seu ajudante Bruno Gaspar transmitidos pela TV, cujas equivalências onomatopaicas, salvo melhor juízo, são respectivamente “top-top” e “fucfuc”. Não se ouve som nenhum na gravação, mas, pelo contexto, o sentido vernáculo da mímica ministerial foi aproximadamente: “Agora eles tomaram no...” – sapientíssima observação ante a qual o criativo assessor, recordando a máxima célebre do candidato interiorano, ponderou, Surpreendido em flagrante, o ministro Top-Top não se deu por achado: tratou de fazer-se ele próprio de escandalizado, improvisando ex post facto uma bela embromação (...)

também sem palavras: “Se nóis não ó neles, ó eles em nóis”. O Diário do Comércio pede minha opinião sobre esse interessante número de mímica, mas antes de emiti-la devo recordar alguns aspectos do governo Lula, sem cuja perspectiva o sentido daquele diálogo silencioso arriscaria tornar-se demasiado esotérico. Em outubro de 2002, o sr. Lula disse ao jornal Le Monde que a eleição que o tornaria presidente era apenas uma farsa destinada a legitimar a tomada do poder pelas organizações de es-

Bruno Miranda/Folha Imagem/11/12/2006

querda. Confirmando as palav r a s d o l í d e r, o s r. G a r c i a informou ao jornal La Nacion, em Buenos Aires, que o PT continuava firme na esquerda revolucionária: “A impressão de que o PT foi para o centro surge do fato de que tivemos de assumir compromissos que estão nesse terreno. Isso implica que teremos de aceitar inicialmente algumas práticas. Mas isso não é para sempre.” Como toda a campanha petista se baseava exatamente na hipótese oposta, isto é, de que o candidato e seu partido tinham abjurado de toda ambição revolucionária e aderido ao culto da ordem burguesa, essas declarações já bastavam para demonstrar, acima de qualquer dúvida, que nenhum dos dois declarantes era confiável. Ou estavam mentindo para seus antigos correligionários, ou para seus novos eleitores. Dando a primeira hipótese por certa e inquestionável sem necessidade de exame, a mídia nacional inteira e os próprios adversários eleitorais de Lula decidiram abafar as entrevistas comprometedoras, que teriam bastado para destruir a candidatura petista. Logo depois, interrogado polidissimamente pelo entrevistador Boris Casoy quanto ao risco de uma aliança Lula-Castro-Chávez, o candidato assegurou que era tudo invencionice de “um picareta de Miami” (referia-se ao escritor cubano Armando Valladares). Na ocasião, a aliança já estava combinada nas reuniões do Foro de São Paulo e nos meses que se seguiram foi consoli-

dada sobretudo por intermédio do sr. Garcia, que, desde a renúncia de Lula à presidência do Foro, se tornou o agente de ligação entre o governo brasileiro e aquela entidade. Pouco antes, o sr. Lula havia assinado, ainda como presidente do Foro, um compromisso de defender incondicionalmente as Farc, a narcoguerrilha colombiana, acusando de “terrorismo de Estado” qualquer coisa que se fizesse contra ela. Se o eleitor brasileiro soubesse disso, jamais votaria nessa criatura. Mas novamente a grande mídia e os su-

Luta desigual site http://juliosevero.blogspot.com, fechado por pressão de militantes gayzistas, voltou ao ar após a publicação do meu artigo “Concurso de Crimes” (http://www.olavodecar val h o. o r g / s e m a n a / 070719jb.html). O Google reconheceu o óbvio: quem é vítima de crime, como aquelas criaturas diziam ser, não vai pedir socorro a um provedor da internet: vai à polícia. A acusação lançada contra o dono do blog – “Ele quer que possamos ser currados sem que nossos agressores paguem por isso” – é a mais mentirosa e cínica que já se fez a um formador de opinião neste país. Os engraçadinhos sabiam que não podiam ir a um juiz ou delegado com uma conversa dessas. Então tentaram ludibriar o Google, mas, é claro, não deu certo. O episódio prova, uma vez mais, que o movimento gayzista foge deliberadamente a toda discussão, que ele não quer debater com seus adversários, mas destruí-los socialmente, priválos de seus meios de expressão, reduzi-los à condição de párias e, por fim, colocá-los na cadeia em massa, na mais espetacular onda de perseguição religiosa que já se terá visto na história nacional. É o bom e velho método leninista: falar sempre “numa linguagem calculada para despertar contra o oponente os piores pensamentos, as piores suspeitas; não para corrigir-lhe os erros, mas para destrui-lo” (Selected Works, Vol. III, pp. 486 ss.). Nos sites e assembléias onde se prepara a reação gayzista a seus críticos, não se vê uma só tentativa de conceber argumentos para um eventual enfrentamento dialético: só planos de assédio judicial, de boicote na internet, de assassinato moral a pretexto de “ódio”, “preconceito”, “fundamentalismo” e “homofobia”. Mas o que mais aparece, o elemento mais constante e infalível nessas discussões internas, é a proposta de

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vasculhar a vida pessoal dos adversários em busca de sinais de “homossexualismo enrustido” que possam ser usados em campanhas de difamação. Nada poderia comprovar mais claramente a índole criminosa desse movimento do que a naturalidade, a quase inocência com que ali se aceita o uso de instrumentos ilícitos e supremamente perversos como armas de combate normais e decentes na luta pela hegemonia ideológica e pelo poder. O embuste legislativo da PL122, que define um crime e já enquadra nele antecipadamente quem quer que levante um argumento contra a consolidação da proposta em lei, é

(...) nos meios liberais e conservadores, ainda há quem veja o assunto somente pela ótica estereotipada dos “direitos dos gays” tão obviamente totalitário e cínico que o observador incapaz de perceber isso à primeira vista deve ser considerado vítima de grave deficiência mental. A proposta não foi concebida para proteger homossexuais contra uma inexistente epidemia de violência anti-gay, mas para dar a um grupo político o poder de praticar impunemente os delitos de ultraje a culto, calúnia, difamação e injúria, criminalizando automaticamente quem quer que o acuse disso. No ataque a Júlio Severo, esse objetivo ficou mais evidente do que nunca. No entanto, nos meios liberais e conservadores, ainda há quem veja o assunto somente pela ótica estereotipada dos “direitos dos gays”, sem ter a menor idéia de que não se trata de assegurar direitos a uma comunidade, mas de negá-los a todas as demais. Ser “de direita”

não imuniza contra a força onipresente da propaganda esquerdista. Quando um slogan, um estereótipo entra na imaginação popular, nem mesmo os fatos mais patentes, as demonstrações mais exatas, os documentos mais probantes conseguem desfazer o ilusionismo e mostrar à mente preguiçosa a realidade como ela é. Se não fosse essa mórbida tendência do cérebro humano à repetição mecânica de palavrasde-ordem, seria inexplicável que alguém continuasse vendo o movimento gayzista como “minoria oprimida”, ignorando a monstruosa desproporção de forças entre organizações de massa apoiadas pelo governo federal, por organismos internacionais e por fundações bilionárias, e os poucos indivíduos solitários que ousam enfrentálas, sem recursos, sem apoio institucional e com minúsculo espaço na mídia. Esse automatismo mental bloqueia a compreensão do significado e alcance das iniciativas gayzistas. Por mais que eu repita que o perigo da PL-122 não tem nada a ver com homossexualismo ou heterossexualismo, que a proposta foi calculada, isto sim, para entrar no Código Penal e destruí-lo por dentro como um vírus de computador, muitos leitores dos meus artigos a respeito continuam a forçar o seu significado, entendendo-os como batalhas de uma cruzada moralizante anti-homossexualista, da qual não participei nem participaria. Certa vez o educador Cláudio Moura Castro observou que brasileiro não lê o que está escrito: lê o que ele próprio imagina. Na próxima coluna tentarei explicar, de novo e mais claramente, qual é o problema com o movimento gayzista e por que é um problema de poder político e não de moral sexual. Se mesmo assim não entenderem, passarei a escrever artigos com fundo musical cantado pela Cris Nicolotti.

postos opositores de Lula ajudaram a varrer a poeira para baixo do tapete, escondendo não só o acordo abjeto mas a própria existência do Foro de São Paulo. Até hoje a organização política mais vasta e poderosa da América Latina é, para o público nacional, um mysterium ignotum protegido sob um véu de chumbo. O acordo pró-Farc, obtendo facilmente e sem discussões o apoio unânime das organizações participantes do Foro, só pode ter sido tramado com muita antecedência. Nem é preciso perguntar quem o preparou. Segundo informações do site w w w . m i l i t a r e s d e m o c r a t icos.com, o futuro ministro TopTop teve vários encontros com o comandante da narcoguerrilha, Manuel Marulanda Gomez, em Havana, sempre na presença de Fidel Castro. Que o compromisso estava destinado a não ficar só no papel é algo que o tempo comprovou abundantemente. Os líderes das Farc continuaram a transitar livremente pelo território nacional, mesmo depois de comprovado que eram os maiores fornecedores de cocaína ao traficante Fernandinho Beira-Mar; e seus agentes em ação no Brasil jamais foram incomodados pelas nossas autoridades, mesmo depois de denunciado que davam adestramento em guerrilha urbana para os bandidos do PCC e do Comando Vermelho, contribuindo maciçamente para que a quota de brasileiros assassinados alcançasse a cifra de cinqüenta mil cadáveres anuais. Também não é preciso dizer que qualquer membro das Farc ou de outras organizações ligadas ao Foro, se acidentalmente preso por policiais ingênuos, conta imediatamente com a máquina do partido governante para protegê-lo de perguntas incômodas, libertá-lo o mais rápido possível e mesmo brindá-lo com o estatuto de asilado político, se não com o de cidadão brasileiro. Se o leitor percebe a dose de cinismo necessária para um go-

Olavo de Carvalho lança dois livros

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filósofo Olavo de Carvalho, colunista do Diário do Comércio, lança dia 1° de agosto os livros A Dialética Simbólica Estudos Reunidos e O Futuro do Pensamento Brasileiro Estudos sobre nosso lugar no mundo, ambos editados por Editora É Realizações. O escritor, que atualmente vive nos Estados Unidos,

de mais algumas centenas de brasileiros, no desastre da TAM. Cada um de nós deve recordarse de quando o então candidato Lula, perante seu opositor Geraldo Alckmin, se vangloriava da folha de realizações de seu primeiro mandato, entre as quais a reforma do aeroporto de Congonhas. Mas a idéia de que quem leva os méritos da obra deve também arcar com as culpas dos seus erros é algo que requer um mínimo de sensibilidade moral, e nada, absolutamente nada sugere que esse mínimo tenha jamais entrado nas almas coriáceas dos srs. Lula e Garcia. Não digo que eles sejam amorais. Ao contrário, têm moral até demais: têm duas, como todos os revolucionários: uma para os “companheiros”, outra para o comum dos mortais. Naquela, eles são Marco Aurélio sempre inocentes; nesta, os ouGarcia é assessor tros são sempre culpados. de Assuntos Por isso não creio ser tão difícil Internacionais interpretar a cena filmada indisde Lula cretamente pela janela do miReprodução/TV Globo nistro. O diálogo silencioso não dá uma indicação precisa de quem são os tais “eles”, subentendidos nos gestos de de Top-Top e Fuc-Fuc. Uns dizem que é a TAM, outros que é a mídia em geral, outros que são os partidos de oposição. Mas a suspeita que não me sai do pensamento é que somos todos nós – os brasileiros em geral, os profanos, os pecadores, os não iniciados no sacerdócio petista. Surpreendido em flagrante, o ministro Top-Top não se deu por achado: tratou de fazer-se ele próprio de escandalizado, improvisando ex post facto uma bela embromação para tentar dar um sentido de alta moralidade à sua performance. Nada mais lógico, no governo chefiado por um homem isento de pecados. Mas parece que nem todos na administração petista chegaram tão alto nos mistérios da impecância eterna. Em contraste com a cara-de-pau ministerial, Fuc-Fuc, por sua vez, nada disse nem lhe foi perguntado. Recolheuse a uma discrição tumular. Suponho que ainda esteja trancado no banheiro, hostil a qualquer contato humano. Pela priMarco Aurélio Garcia e o assessor de meira vez na história imprensa Bruno Gaspar: flagrados da mídia universal pela TV em comemoração. um assessor de imprensa, cujo serviço verno colaborar tão assídua e é falar, transcendeu duplamente fielmente com o massacre da a comunicação verbal: primeiro população nacional, deve en- mostrou que podia ser eloqüentender sem dificuldade por que te com gestos sem palavras, e esse governo não se sente nem depois mais eloqüente ainda um pouco culpado pela morte sem palavras nem gestos.

participará do lançamento do dia 1° de agosto em palestra por videowebconferência. O Espaço Cultural É Realizações fica na Rua França Pinto, 498, próxima à estação Ana Rosa do metrô. O auditório da livraria conta com 80 lugares e é preciso fazer reserva: (11) 5572- 5363 ou via e-mail: eventos@erealizacoes.com.br. A entrada para o evento é gratuita.

Os lançamentos da Editora É Realizações


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 23 de julho de 2007

1 Renata, de 27 anos, é comerciária desde os 16. Só ganha bem agora, vendendo carro de luxo.

Fotos: Luiz Prado/LUZ

NO COMÉRCIO DE LUXO, OS MELHORES EMPREGOS.

Comerciários têm baixa remuneração, mas há boas oportunidades no mercado. Vanessa Rosal

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profissional do comércio está lutando para melhorar seu salário. De acordo com pesquisa do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, o rendimento médio do vendedor ainda é inferior aos valores pagos para os assalariados em outros setores da economia. Entre dezembro de 2004 e janeiro de 2005, o rendimento médio da categoria básica do sindicato foi de R$ 759, pouco menos de três salários mínimos em vigor naquela época (R$ 260). Para o presidente do sindicato, Ricardo Patah, as pessoas optam por trabalhar na área porque gostam de lidar com pessoas. Mas para ganhar mais, precisam fazer cursos e se aprimorar na carreira de vendas, principalmente no setor de luxo, observa. Mais de dois terços dos comerciários (67,9%) recebem apenas salário fixo, enquanto 20,1% ganham fixo mais comissão, e 7,9%, só comissão. "Os vendedores de jóias, carros e roupas de grife são os que têm salários mais altos", informa Patah. É o caso da vendedora de uma concessionária Citroën na zona sul da capital, Renata de Barros Bortoleto, 27 anos. Ela atua desde os 16 anos no comércio, mas só agora consegue ganhar bem – até R$ 6 mil por mês de salário fixo mais comissão, além de todos os benefícios, como plano de saúde, transporte e alimentação. "É

Renata Bortoleto, de uma concessionária Citroën: até 18 vendas por mês

um excelente salário. Estou muito feliz." Ela trabalha na empresa há apenas seis meses. "Antes eu já vendi de tudo, desde calça jeans no atacado até adega para vinhos." Para conseguir bons ganhos, Renata precisa vender de 10 a 12 carros por mês. "Essa é minha meta. Mas há meses em que eu consigo vender até 18 unidades." Seu próximo passo na carreira será cursar faculdade de marketing com ênfase em vendas. E na vida pessoal é ter um carro novo. "Gosto do modelo C3, da Citroën. Por trabalhar aqui, eu consigo um bom desconto." Outro mundo – O setor de jóias também pode garantir ótimos salários aos vendedores. É o que afirma a funcionária da Vivara do Shopping Iguatemi, Natasha Lima Mantovani, 40 anos. Apesar de não revelar valores, ela afirma que

recebe uma boa comissão sobre as peças vendidas, que custam entre R$ 400 e R$ 150 mil. "Antes de me tornar vendedora, trabalhei em instituições financeiras. Aqui é um mundo totalmente diferente, e o salário é bem melhor", afirma. Para trabalhar com jóias, segundo Natasha, é preciso que o vendedor tenha sutileza, já que o público desse produto é diferenciado. "Geralmente são pessoas exigentes e 'mimadas'. Precisamos agir com psicologia e falar a verdade, sempre." Ela diz que muitas vezes o comprador fica em dúvida sobre qual peça levar. "E é aí que entra nossa opinião. Precisamos agir com sinceridade, para fidelizar o cliente." O professor e consultor em marketing e vendas, Augusto Nascimento, autor do livro "Os 4 Es de Marketing e Branding", concorda. Ele diz que, para garantir altos salários no final do mês, o vendedor precisa entender que venda não significa empurrar produtos ao cliente, mas fazer uma entrega de valores. "Se o profissional entender isso, e as empresas colaborarem com treinamento adequado, as vendas crescem, e os salários também". Bônus – Além do salário fixo e das comissões, o comerciário também pode ter remunerações adicionais, como participação nos lucros ou resultados (PLR), abono e horas extras. Na pesquisa do Sindicato dos Comerciários, o pagamento de horas extras foi citado por 13,1% dos comerciários, e a PLR, por 5,7%.

Vagas aumentam, salários caem. Patrícia Büll

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mercado de trabalho vive um momento dúbio: ao mesmo tempo em que a geração formal de vagas foi recorde no primeiro semestre deste ano, ultrapassando 1 milhão de postos com carteira assinada, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), existe um achatamento dos salários oferecidos. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) mostra que os salários perderam em média 30% de seu valor entre os anos de 1998 e 2004 por conta da inflação. "Embora nos últimos anos a maioria das categorias tenha obtido reajustes acima da inflação, a recuperação ainda é muito pequena perto das perdas", diz Patrícia Lino Costa, economista do Dieese. Ela reconhece que houve crescimento da massa salarial – o montante de dinheiro proveniente dos salários. Entretanto, isso foi motivado mais pelo aumento do emprego do que pelo crescimento do rendimento. "Como mais gente está empregada, houve crescimento da massa salarial, mas os novos postos já são criados com salários menores", acrescenta. Maria Aparecida Bocchi Castellaro, diretora de relacionamento e qualidade da S&L Recursos Humanos, empresa

de recrutamento, confirma essa visão. Ela diz que o mercado de trabalho de fato está aquecido, com vagas surgindo especialmente nos setores de serviços e comércio, mas as remunerações são proporcionalmente menores quando comparadas às registradas há alguns anos no País. Mão-de-obra abundante e falta de necessidade de especialização são os motivos que

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por cento foi a diminuição média dos salários dos trabalhadores brasileiros entre os anos de 1998 e 2004 por conta da inflação. jogam os salários dessas categorias para baixo. "Além disso, elas fazem parte da 'cadeiameio', que não produz. Ou seja, não tem margem para repassar aos salários", afirma. Dissídios – A executiva da S&L lembra ainda que essas categorias nunca conseguiram negociar bons reajustes em época de dissídios, ao contrário dos empregados na indústria, que sempre atuaram fortemente e conseguiram man-

ter bons pisos salariais mesmo em época de inflação alta. "Hoje não há justificativa para reajustes muito acima dos indicadores de preços. Assim, as categorias com pisos melhores repõem a inflação e permanecem com bons salários. As outras vêem seus rendimentos se achatarem", observa. Na incapacidade de conseguir reajustes muito acima da inflação, os sindicalistas têm buscado ampliar o pacote de benefícios. Os bancários por exemplo, cujo dissídio ocorre no segundo semestre, além de aumento salarial real, reivindicam maior participação nos lucros e resultados (PLR), plano de cargos e salários e vale-alimentação maior, entre outros. Executivos – Na opinião de Elaine Saad, diretora executiva da Right Management, o pacote de benefícios é um item importante a se considerar quando se busca recolocação, especialmente para cargos executivos. "Pesquisa da Right mostrou que 94% dos executivos conseguem recolocação ao menos com a mesma remuneração que tinham na ocupação anterior. O que varia são justamente os benefícios", afirma. Elaine lembra que o salário deve ser visto como um conjunto de elementos, e os benefícios estão atrelados a ele. "O profissional deve avaliar tudo que recebe além da remuneração. Afinal, tudo que ele não gasta, ele ganha", afirma a executiva.

Vendedora de jóias Natasha Mantovani: preparo e sutileza para tratar com clientes diferenciados.

Estresse e sedentarismo põem saúde de executivos em risco Paula Cunha

O

s números são alarmantes e já não dizem respeito a apenas uma categoria profissional. Um estudo elaborado pela empresa Med-Rio Check-up com 28 mil executivos e profissionais liberais, com idade entre 30 e 70 anos, mostra que 70% deles são submetidos a altos níveis de estresse, 50% são sedentários, 50% costumam ingerir bebidas alcoólicas, 25% fumam, 50% têm altos índices de colesterol, 23% são hipertensos e 25% apresentam queda de desejo sexual. Essa é a conclusão do cardiologista paulistano Marcelo Bertolimi diante da pesquisa da Med-Rio. Segundo ele, não são apenas os executivos e profissionais liberais que estão submetidos a esses fatores e estão sofrendo de doenças cardiovasculares como enfartes e derrames. Toda a população brasileira, independentemente de classe social e profissão, teve seu nível de qualidade de vida reduzido a condições extremamente estressantes nos últimos anos. "As causas não são as mesmas, mas o resultado, sim. Um morador de um

dos morros do Rio de Janeiro, ouvindo o zunir das balas disparadas por traficantes todos os dias, está submetido a condições tão estressantes quanto um executivo", explica. De acordo com um dos responsáveis pela elaboração e análise da pesquisa, esses resultados são conseqüência do

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por cento dos executivos que fizeram parte do estudo da Med-Rio Check-up apresentam altos índices de colesterol. aumento do estresse e da competição na vida diária desse grupo de profissionais. "O estilo de vida e o aumento das horas trabalhadas exigidas pelas companhias agravaram esse quadro significativamente", explica Gilberto Ururahy, diretor da Med-Rio.

Segundo ele, todos os maus hábitos que provocam essas doenças podem ser abolidos com bons programas de recondicionamento físico e alimentar. "É importante que os pacientes que passam por checkups se conscientizem de que precisam mudar hábitos. Criamos programas de acordo com a personalidade de cada paciente e levamos em conta as suas possibilidades de cumpri-los", afirma Ururahy. Conscientização – N e ss a mesma linha de raciocínio, Bertolimi enfatiza que as mudanças de hábitos em adultos são muito mais difíceis. Por esse motivo, ele acredita que uma mudança na educação desde a infância é fundamental em razão dos números divulgados por diversos estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo o cardiologista, a entidade prevê que em 2020 os países desenvolvidos registrarão aumentos pouco significativos no número de mortes provocadas pelas causas já citadas. Entretanto, as nações em desenvolvimento apresentarão crescimento expressivo nos casos de enfartes e doenças provocadas por sedentarismo, estresse e abuso de bebidas alcoólicas.


terça-feira, 24 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


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Congresso Planalto Tr a g é d i a CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Celso Junior/AE

DEPUTADO E BRIGADEIRO DIVERGEM SOBRE ACIDENTE

terça-feira, 24 de julho de 2007

O grau das investigações não permite afirmar ou especular nada Jorge kersul Filho

José Meirelles Passos /AOG

MILITARES E CPI EM ROTA DE COLISÃO a maior

tinuou o relator da CPI. Maia avaliou que não está excluída a hipótese de que tenha ocorrido a tentativa de arrelator da Comis- remeter, mas, pelo menos sesão Parlamentar gundo as primeiras informade Inquérito (CPI) ções, essa alternativa fica mais do Apagão Aéreo, distante da realidade. "Não esdeputado Marco Maia (PT- tá comprovada, nem descartaRS), disse ontem que análises da está versão. Ela também sepreliminares de técnicos da rá confrontada com os dados Aeronáutica colocaram em contidos nas caixas". De acor"xeque" a tese de que os pilotos do com o parlamentar, durante do avião da TAM que se aci- a abertura do material, iniciadentou no Aeroporto de Con- da na última sexta-feira, os técgonhas tentaram arremeter a nicos da Aeronáutica selecionaram entre 35 aeronave após e 40 itens, dos problemas no 580 contidos no momento do sistema de grapouso. vação da aeroSegundo A aeronave saiu em nave. Segundo Maia, que está linha reta e caiu o relator da CPI, nos EUA para diretamente no prédio foram selecioacompanhar o da TAM. Isso indica nadas as infortrabalho de mações que po"abertura" das que não ocorreu um dem podem ter caixas-pretas do movimento de algum tipo de avião, a dúvida arremetimento. relação com o surgiu porque, Deputado Marco Maia acidente e suas até onde se pôde prováveis caulevantar, o avião sas. teria feito um Resposta – Logo após as demovimento "balístico" ao deixar a pista, ou seja, sua trajetó- clarações de Maia, o brigadeiria não indicava a tentativa de ro Jorge Kersul Filho, chefe do voltar ao vôo. "Uma afirmação Centro Nacional de Investigados técnicos chamou nossa ção e Prevenção de Acidentes atenção: a aeronave saiu em li- Aeronáuticos (Cenipa), ligou nha reta e caiu diretamente no para o presidente Luiz Inácio prédio da TAM. Isso indica que Lula da Silva e classificou de não ocorreu um movimento de "inverídicas" as informações passadas pelo relator da CPI. arremetimento", informou. Kersul Filho, segundo funO deputado também explicou que, em função dessa e de cionário do Palácio do Planaloutras análises, o estado da to, disse ao presidente que ainpista no momento do acidente da é impossível ter qualquer ticontinua sendo investigado. po de indicação com as infor"Ainda não se pode descartar o mações já disponíveis por fato de que a pista pode ter con- meio da abertura da caixa-pretribuído para o acidente", con- ta, que ocorre no centro de aná-

Eymar Mascaro

O fator Ciro

T Marco Maia e Efraim Filho: acompanhamento dos trabalhos nos EUA

asso Jereissati articulará a escolha de Ciro Gomes (PSB) como candidato a vice-presidente na chapa tucana encabeçada por Aécio Neves. Informações de corredores do tucanato indicam que o senador cearense, e atual presidente do PSDB, apoiaria a chapa formada por Aécio e Ciro, mesmo com a migração do mineiro para o PMDB. Essa decisão pode gerar problemas sérios dentro da legenda. Caso ocorra, não seria a primeira vez que Tasso deixaria de apoiar um nome do seu partido para ficar ao lado do ex-ministro. A decisão de Jereissati ganhará força se José Serra concorrer a presidência.

José Meirelles Passos / AOG

tragédia

FORÇA

Aécio ainda luta pra ser o candidato tucano a presidente. Ele reconhece aos seus aliados que enfrenta um forte adversário forte dentro PSDB, o governador José Serra. O mineiro lembra que está em desvantagem nas pesquisas, mas acredita que pode recuperar terreno durante sua viagem pelo País.

O

CHAPA

Mistério à vista: técnicos abrem a caixa-preta do avião da TAM

lises da National Transportation Safety Board. "No atual grau em que estão as investigações envolvendo a caixa-preta do Airbus não se pode afirmar nada nem especular dados", disse o brigadeiro a Lula. Seguindo o chefe do Cenipa, o Comando da Aeronáutica divulgou uma nota ontem negando que as análises tenham sido feitas pelos seus técnicos que estão nos Estados Unidos acompanhando o trabalho com as caixas-pretas – o que contradiz todas as informações repassadas pelo deputado petista sobre o caso. Os militares, por meio do comunicado, informaram que qualquer declaração repassada sobre as decisões tomadas

pelo pilotos da aeronave da TAM não tem qualquer embasamento técnico com o material já resgatado da caixa-preta. O texto diz que nenhuma "teoria" foi formulada por seus técnicos em atividade. No final, a nota ressalta o cuidado necessário com avaliações precipitadas e que não contribuirão com as investigações realizadas nos EUA. As análises de todo o material das duas caixas-pretas são realizadas na sede do National Transportation Safety Board, em Washington, EUA, por técnicos americanos e brasileiros, além de representantes da TAM, da Airbus e do governo francês, País de origem da fabricante do avião (Agências)

PF ainda recolhe documentos de Renan para a perícia

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Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal começou ontem a perícia nos documentos de defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que responde a processo de quebra de decoro, sob a acusação de ter despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior. O laudo, que deve estar pronto em 20 dias, será decisivo para o futuro de Renan, que pode perder o mandato e ficar inelegível por oito anos se não conseguir comprovar a origem dos recursos da pensão que pagava à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. Os últimos documentos chegaram ontem a Brasília, mas só parte deles, juntados pelo próprio Renan, e foram entregues à PF. O restante, colhido pelo Conselho de Ética do Senado em Alagoas, ainda está sendo conferido e só foi entregue depois. Mesmo assim, o trabalho começou. Uma equipe de oito peritos foi destacada para avaliar a origem da evolução patrimonial do senador e fará a análise contábil de seus negócios agropecuários, além da perícia nos papéis que ele entregou para comprovar transações com a venda de gado de sua fazenda, em Alagoas. (AE)

Do outro lado, Serra acena com a vaga de vice para Aécio, mas a oferta não agrada o tucano mineiro. A proposta ainda garante a Aécio a disputa pela presidência em 2014. O governador de Minas ainda reafirma que disputará 2010, pois não deseja enfrentar uma eleição contra Lula, que poderá disputar o Planalto mais uma vez.

RECUPERAÇÃO

Para convencer os líderes tucanos a escolhêlo como candidato em 2010, Aécio garante que poderá recuperar eleitores da legenda no Nordeste, região dominada por Lula. Ele utilizará sua viagem para se aproximar dos estados nordestinos. A região tem 33 milhões de eleitores.

ASSÉDIO

O governador de Minas já recebeu vários convites para ser candidato pelo PMDB, mas, por enquanto, ele diz que não está disposto a deixar o PSDB. O tucano queimará todos os seus cartuchos antes de aceitar o convite de Michel Temer (PMDB-SP).

DOBRADINHA

O PMDB torce pela confirmação da chapa com Aécio e Ciro. A legenda avalia que os dois nomes poderão atrair eleitores de dois importantes colégios eleitorais: Minas Gerais e a região Nordeste. São 44 milhões de votos. O PSB decidiu que seu deputado disputará 2010 como presidente ou vice.

MUNICÍPIOS

PT e PSDB, legendas que vão polarizar as eleições presidenciais, já estão em ritmo de campanha municipal. Mesmo ocorrendo apenas em 2008, as duas legendas já avaliam o retorno político de uma possível vitória nas principais capitais. Os líderes dos dois partidos calculam o retorno de votos que cada cidade conquistada poderá oferecer em 2010.

PREFERÊNCIA

Dentro dessa estratégia, petistas e tucanos lutarão até o fim pela prefeitura paulistana. A capital paulista tem 8 milhões de eleitores, mas chegará aos 10 milhões em 2010. O Estado de São Paulo terá 30 milhões de votos em potencial. Uma reserva desejada por todos.

INSISTÊNCIA

O PT ainda deposita suas fichas em Marta Suplicy, considerada a melhor opção do partido. A ministra diz que não deseja assumir agora a candidatura. Prefere deixar a decisão somente para o ano da eleição.

NA MESMA

A melhor opção do PSDB é Geraldo Alckmin. O ex-governador gostaria deseja disputar o cargo de prefeito, mas uma ala do PSDB se comprometeu com a reeleição de Gilberto Kassab (DEM). O grupo é liderado pelo governador José Serra.

INTERESSE

Serra oferece seu apoio a Kassab contando com a retribuição dos democratas em 2010. O governador tentará convencer as lideranças tucanas em São Paulo sobre a importância da coligação com o prefeito democrata em 2008. A eleição presidencial poderá depender da força das coligações. O tucano não quer perder outra disputa ao Planalto.

APOIO

O PMDB também aposta no apoio de Lula ao seu candidato. O partido sabe que o presidente pode ficar ao lado de um nome fora do PT, caso sua legenda não apresente alguém com chances reais de vitória. Além disso, a relação de Lula com Aécio é cordial.

PRETENDENTES

Até o momento, o PT tem os seguinte précandidatos: o governador Jacques Wagner (Bahia); os ministros Tarso Genro, Dilma Rousseff e Marta Suplicy. Mas, na avaliação de Lula, nenhum tem potencial de votos para ganhar a eleição.

NUMA BOA

José Serra tem um outro motivo para insistir na chapa com o DEM. A mais recente pesquisa do instituto Datafolha indicou que o governo Kassab tem a aprovação de 30% da população. O prefeito aumenta sua popularidade à medida que vai executando suas principais obras e projetos administrativos.


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Nacional Empresas Finanças Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

JUNHO SUPEROU 2003 EM INVESTIMENTOS

terça-feira, 24 de julho de 2007

0,91

por cento foi a queda da moeda americana no encerramento dos negócios de ontem.

EM JUNHO, RECURSOS ESTRANGEIROS PARA ATIVIDADES PRODUTIVAS CHEGARAM A US$ 10,3 BILHÕES

INVESTIMENTO EXTERNO BATE RECORDE O 20,8 Beto Barata/AE – 26/4/07

ingresso de investimentos estrangeiros diretos no País foi às alturas em junho, atingindo o recorde histórico de US$ 10,318 bilhões, o maior valor mensal já registrado desde 1947. Em um único mês, o País recebeu mais recursos do que no ano de 2003 inteiro. "É surpreendente", disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes. Ele havia projetado um ingresso menor no mês, de US$ 6,5 bilhões, que ainda assim teria sido recorde. No ano, a entrada de investimentos chegou a US$ 20,864 bilhões, o que levará o BC a rever sua projeção para o total de 2007, hoje em US$ 25 bilhões. Na série de 12 meses terminada em junho, os investimentos diretos chegaram a um total de US$ 32,261 bilhões. Só houve um fluxo grande assim na época das privatizações, quando o ingresso nos 12 meses terminados em dezembro de 2000 foi de US$ 32,779 bilhões. O volume de junho é, segundo Lopes, um "ponto fora da curva", ou seja, um resultado fora dos padrões. Nos últimos meses, o País vem recebendo fluxos mensais de US$ 2 bilhões. Para julho, a estimativa é de que os investimentos estrangeiros diretos cheguem a US$ 3,5 bilhões. Até ontem, os ingressos já haviam alcançado US$ 3 bilhões. O resultado atípico de junho foi provocado por uma concentração de negócios de grande porte. O principal deles foi a compra das operações brasileiras da siderúrgica Arcelor

bilhões de reais entraram no País sob a forma de investimentos diretos de janeiro a junho, de acordo com dados do Banco Central.

pelo grupo indiano Mittal. Embora os dados do BC não detalhem os investimentos por empresa e sim por setor, os números mostram que houve ingressos de US$ 2,893 bilhões no ramo de metalurgia básica. Outro setor que deu um pulo foi o de "serviços prestados a empresas", que registraram ingresso de US$ 1,495 bilhão. Nessa estatística, entrou a compra da Serasa pelo grupo irlandês Experian. A primeira parcela do pagamento foi de US$ 1,4 bilhão, segundo se noticiou na época em que o negócio foi fechado. Também o setor de "intermediação financeira" registrou ingressos fortes, de US$ 1,119 bilhão. Tendência — Independentemente do desempenho de junho, o fluxo de investimentos estrangeiros para instalar ou comprar empresas no Brasil continuará forte, avaliou Lopes. "Acho que caminhamos para a consolidação de outro patamar", disse. Ele baseia seu otimismo no fato de que os mais variados setores da eco-

nomia brasileira receberam investimentos, ainda que não em valores tão grandes como o siderúrgico, o financeiro e o de serviços. Além disso, o dinheiro que chega não é só para comprar o controle de empresas. "Tem muita empresa nova", disse. "O que está acontecendo é muito maior do que a compra de controle acionário." Saldo — Em junho, o País teve ainda um saldo de US$ 696 milhões na conta de transações correntes, que registra o movimento de comércio e serviços e o fluxo de rendas com o exterior. O resultado ficou acima do esperado pelo BC, que previa um número próximo a zero. "Não se esperava um resultado dessa magnitude", disse Lopes. Neste mês, até ontem, o resultado parcial era de um saldo de US$ 100 milhões. O desempenho é explicado principalmente pela queda das despesas líquidas com juros. A conta fechou com saldo negativo de US$ 560 milhões, menos da metade dos US$ 1,2 bilhão de junho de 2006. Nessa comparação, as receitas passaram de US$ 381 milhões, em junho de 2006, para US$ 900 milhões agora. Já as despesas passaram de US$ 1,586 bilhão para US$ 1,46 bilhão no período. A receita com juros subiu por causa do aumento nas reservas internacionais. O crescimento da base de investimentos diretos no Brasil fará com que as remessas de lucros e dividendos ao exterior permaneçam num volume elevado, disse Lopes. No mês passado, essas remessas foram de US$ 1,746 bilhão. (AE)

BC comprou US$ 9,4 bi em junho

A

s compras de dólares efetuadas pelo Banco Central (BC) em junho somaram US$ 9,4 bilhões. Entre janeiro e junho, as intervenções do BC no mercado de câmbio somaram US$ 57 bilhões (equivalentes a operações de compra da moeda). A combinação de dólar barato com juros internos elevados provocou aumento na dívida externa brasileira. Segundo o BC, o passivo chegou a US$ 196,429 bilhões no fim do mês passado, o que representa elevação de US$ 12,1 bilhões na comparação com maio. Desse crescimento, US$ 11 bilhões ocorreram na dívida de curto prazo, em que se incluem as operações de captação de recursos no exterior para aplicação em juros no Brasil. Na dívida de curto prazo, há uma parcela relativa a financiamentos do comércio exterior. Outra parte inclui operações variadas que, de forma simplificada, buscam dinheiro no exterior, onde o juro é baixo, para aplicar no Brasil, onde a

taxa ainda é alta. Essas operações são citadas por exportadores como responsáveis pela queda do dólar ante o real. O chefe do Departamento

DÓLAR Menor valor em quase sete anos

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om queda de 0,91%, o dólar comercial fechou ontem com as cotações mais baixas desde 14 de setembro de 2000: R$ 1,84 para compra e R$ 1,842 para venda. O resultado elevou a perda acumulada pela moeda ante o real para 4,5% neste mês, e 13,76% no ano. O recuo das cotações foi induzido pelas firmes altas das bolsas de valores e pelo recorde de ingresso de investimentos estrangeiros diretos no País em junho. (AE)

Econômico do BC, Altamir Lopes, reconheceu que as estatísticas não permitem separar o que é dívida decorrente do aumento do comércio exterior e o que é operação puramente financeira. Ele avaliou, entretanto, que essas operações com o câmbio estão diminuindo, depois das "medidas prudentes" adotadas pelo governo no mês passado. O ponto principal foi a redução pela metade do limite de exposição dos bancos em operações em câmbio, de 60% para 30% do patrimônio de referência. Com isso, o BC procurou restringir operações dos bancos consideradas especulativas. O total do endividamento externo subiu também na parcela de médio e longo prazos, em que a elevação foi da ordem de US$ 1 bilhão de maio para junho. Aproveitando o momento, com melhora da avaliação de risco do Brasil no mercado internacional, as empresas brasileiras e o próprio Tesouro Nacional captaram mais recursos no exterior. (AE)

Lopes, do BC, disse que resultado de junho ficou fora dos padrões. Segundo ele, número foi surpreendente.

Mercado eleva projeção para o PIB

O

levantamento semanal conhecido como pesquisa Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), com as estimativas de instituições financeiras para os principais indicadores da economia brasileira, destacou ontem os números do setor externo e a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2007. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 4,39% na semana passada para 4,5% hoje. Para o ano que vem, a previsão de crescimento do PIB ficou inalterada em 4,2%. A pesquisa Focus de ontem mostrou também significativa revisão para cima da expectativa de investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil. Pelas contas do mercado finan-

ceiro, o País deve receber no ano de 2007 um total de US$ 23 bilhões. O BC divulgou ontem que, até o mês de junho, entraram US$ 20,8 bilhões neste ano. Como a pesquisa foi feita antes da divulgação desse número, que surpreendeu os técnicos do BC, a expectativa é de que a próxima pesquisa Focus registre nova revisão. Inflação — Sobre os indicadores de inflação, as previsões do mercado permaneceram iguais às da semana passada. Ou seja, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano deve fechar em 3,7% e o de 2008, em 4%. Nos dois casos, a expectativa de inflação está abaixo da meta central do BC, que é de 4,5%. A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção do merca-

do para o dólar no fim de julho passou de R$ 1,9 para R$ 1,87 e, para o final de agosto, caiu de R$ 1,89 para R$ 1,87. Para o final do ano, entretanto, os analistas mantiveram as apostas concentradas em R$ 1,90. Para o fim de 2008, o mercado prevê o dólar cotado a R$ 1,98. A estimativa média dos analistas do mercado financeiro para a taxa Selic (juro básico da economia brasileira) em setembro, quando ocorre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, manteve-se em 11,25% ao ano, o que indica a expectativa de corte de 0,25 ponto percentual no juro básico. A taxa Selic esperada pelo mercado para o fim de 2007 e de 2008 é de, respectivamente, 10,75% e 9,75% ao ano. (AE)

TIM lucra R$ 34 milhões no trimestre

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operadora de telefonia celular TIM Participações encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 34 milhões, revertendo prejuízo de R$ 238,64 registrado em igual período do ano passado. Em nota, a empresa citou melhora operacional marcada por reduções de custos e aumento de receita por conta de foco em venda de serviços. A TIM, empresa pertencente ao grupo Telecom Italia, teve receita média por usuário de R$ 34,6, acima dos R$ 30,2 registrados no segundo trimestre de 2006 e 0,7% a mais que o valor registrado nos primeiros três meses de 2007.

O custo de aquisição de clientes caiu 32,7% (de R$ 168 para R$ 113) na mesma comparação, "refletindo estratégia comercial focada na eficiência dos canais de vendas e na concentração de esforços nas aquisições do segmento pós-pago", divulgou a operadora em comunicado ao mercado. Receitas — A receita líquida total da companhia, que opera em todas as regiões brasileiras c o m re d e p ró p r i a , s o m o u R$ 3,059 bilhões, 34,5% acima do obtido nos três meses encerrados em junho de 2006. A empresa teve geração de caixa medida pelo ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e

amortização) de R$ 743,71 milhões, ante R$ 515,66 milhões um ano antes. A margem ebitda do segundo trimestre foi de 24,3%, ou 1,6 ponto percentual superior aos 22,7% registrados um ano antes. A base de clientes da operadora de telefonia somava, no fim do trimestre passado, 27,48 milhões de usuários. Desse total, 6 milhões são clientes pós-pagos, que tiveram taxa de crescimento maior que a de usuários pré-pagos. A TIM aumentou a provisão para devedores duvidosos em relação ao segundo trimestre de 2006, de R$ 113,08 milhões um ano antes para R$ 168,4 milhões. (Reuters)

CSN adquire minas por R$ 440 mi

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Companhia Siderúrgica Nacional anunciou ontem ter fechado acordo para compra da totalidade das ações da Cia. de Fomento Mineral e Participações (CFM) por até R$ 440 milhões. A CFM explora diversas minas de minério de ferro e tem instalações de processamento em Minas Gerais, informou a CSN em comunicado. O contrato de compra da CFM foi assinado pela Nami-

sa, subsidiária da CSN, na última sexta-feira, quando a companhia pagou R$ 100 milhões. Outros R$ 250 milhões serão liqüidados em 1º de agosto, e os R$ 90 milhões restantes poderão ser pagos em quatro parcelas em um prazo de dois anos, "desde que satisfeitas determinadas condições previstas no contrato de compra e venda", de acordo com a CSN. Essa aquisição será toda financiada com recursos captados no

na época do chamado Turistas gastam que "populismo cambial", no mais no exterior final dos anos 1990, quando

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pesar do caos nos aeroportos, os brasileiros continuam aproveitando o câmbio favorável para viajar para o exterior e gastando mais do

um dólar custava um real. Segundo o Banco Central (BC), a diferença entre o que os estrangeiros gastaram aqui e o que os brasileiros gastaram lá fora foi de US$ 353 milhões em junho

mercado financeiro, informou o grupo siderúrgico. No ano passado, a CFM comercializou cerca de 3,6 milhões de toneladas de minério de ferro e, no primeiro semestre deste ano, aproximadamente 2,7 milhões de toneladas. A empresa está expandindo a capacidade de produção de suas instalações. Estima-se que em 2008 as vendas da CFM atinjam 8 milhões de toneladas de minério de ferro. (Reuters) — valor 80,2% maior do que o registrado em junho de 2006. No acumulado do ano, segundo o BC, o saldo líquido dos gastos brasileiros com viagens ao exterior chega a US$ 1,06 bilhão, 126% a mais que o total registrado no primeiro semestre de 2006. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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O MESMO NÚMERO DE TELEFONE, SEMPRE. SÓ EM 2008.

E até 2009 será possível trocar de operadora e manter o mesmo número do celular

O número é seu. Para sempre. O Regulamento Geral de Portabilidade prevê que o assinante poderá manter o número telefônico, mesmo quando mudar de linha ou operadora. Vanderlei Campos

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e a troca de um celular pessoal ou do telefone residencial já dá bastante trabalho para avisar aos amigos, o desgaste é maior ainda se uma empresa perde um número divulgado em notas fiscais, caminhões e gravado na agenda dos clientes. O Regulamento Geral de Portabilidade, aprovado em março pela Anatel, prevê que o assinante poderá manter seu número telefônico, mesmo quando muda de linha telefônica. Pelo cronograma, em meados do próximo ano será possível a portabilidade dentro da mesma área de numeração (mesmo DDD), na rede da mesma operadora. Continuará sendo cobrada a taxa de transferência de endereço, mas o número será mantido. Em novembro de 2008, a portabilidade será obrigatória para 0800 e 0300. Em março de 2009, o usuário poderá trocar de operadora e manter o mesmo número. Neste mês a Anatel publica a requisição de propostas para a Entidade Administradora, um provedor de serviços de TI a ser contratado pelas empresas telefônicas, que gerenciará o encaminhamento das chamadas. "Na Europa, os usuários pagam em média 10 euros pela transferência entre operadoras", informa Suresh Subma-

Captura de tela

raim, vice-presidente de vendas globais da Telcordia, uma das candidatas a Entidade Administradora, com projetos realizados em nove países. Adolfo Delorenzo, diretorexecutivo da Telcordia, destaca que, além de flexibilidade e conveniência, a implantação da portabilidade dificultou a retenção de clientes por parte das operadoras, o que resultou em melhoria dos serviços. Complicações - Diferentemente do que ocorre nos EUA, não está prevista a "portabilidade intermodal" (de operadora de fixo para móvel ou vice-versa). "As diferenças de tarifas tornam isso um processocomplicado", justifica Delorenzo. Nos EUA, mantém-se o esquema de tarifação de celular que já existiu no Brasil, no qual quem liga para a mesma tarifa de fixo, e quem recebe cobre a diferença. Mesmo dentro de uma mesma modalidade (telefonia fixa ou celular), há ainda questões pendentes, como a expectativa tarifária de quem faz a ligação. Por exemplo, se o assinante tem um plano que lhe dá descontos em ligações para telefones da mesma operadora, ele associa o prefixo à tarifa que espera pagar. Em contrapartida, caso o telefone do recebedor tenha sido portado para outra operadora, é tecnicamente justo que se

pratique a tarifa inter-rede. Uma das propostas seria criar um plano de numeração específico para os números portáteis. Mas não está definido se o usuário pagaria quando adquirisse o número especial ou só em caso de transferência. Apesar de prazos definidos e multas de até R$ 50 milhões pelo não cumprimento, os próprios reguladores esperam uma série de questões não previstas. Em paralelo a isso, a própria evolução tecnológica, que é constante, como por exemplo a disseminação da Telefonia IP, traz novas abordagens de endereçamento, ao mesmo tempo em que cria mais impasses regulatórios.

Ficou mais seguro comprar na web

A loja tem segurança na transação e o comprador tem a certeza de receber a mercadoria

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om um modelo seme- Dortas, diretor de Projetos Eslhante ao PayPal, dos peciais do UOL. Não são cobradas taxas de EUA, o UOL acaba de l a n ç a r o P a g S e g u r o adesão ou manutenção da con( h t t p s : / / p a g s e g u- ta no PagSeguro. As taxas varo.uol.com.br), um serviço que riam entre 1,9% a 2,9% do valor permite a ativação imediata de da transação para pagamentos pagamentos via internet, sem à vista, e entre 5,4% e 6,4% em que o vendedor tenha que se cartão de crédito. Esses percentuais são inpreocupar com versamente a segurança das p ro po rc i o na i s transações e ao volume de com o relacionavendas da loja; mento com os É como se os quanto mais bancos e admi- vendedores vende, menos nistradoras de terceirizassem o paga. cartão. sistema de No caso de As lojas afiliapagamento boleto bancário, das ao PagSeguRicardo Dortas o c o m p r a d o r ro acrescentam paga uma tarifa em seu site um pedaço de código HTML, vin- de R$ 1 para cobrir o custo de culado ao botão "concluir com- compensação. Em caso de depra" ou "efetuar pagamento", voluções de pagamentos ou que leva o usuário ao site do estornos, a taxa é de R$ 15. Ao mesmo tempo em que inprovedor. O UOL faz toda a operação de autorização de clui diversos mecanismos de débito ou crédito junto à insti- proteção de dados e prevenção tuição e lança o valor na conta a fraudes para o lado vendedo comerciante. "É como se os dor, o PagSeguro garante ao vendedores terceirizassem o comprador um prazo de 14 sistema de pagamentos de sua dias para acusar o não recebiloja virtual", define Ricardo mento ou problemas com a

mercadoria, e bloquear o pagamento efetuado. Os comerciantes afiliados contam ainda com ferramentas complementares, como um módulo de cálculo de frete. Outras vantagens - Além do serviço de intermediação com meios de pagamento, o UOL oferece outras facilidades no PagSeguro. Os clientes podem parcelar as vendas em até 6 vezes, com juros de 1,99% ao mês pagos pelo comprador, e receber o valor principal à vista. Para acelerar a disseminação, o UOL oferece um bônus por indicação. Quem gera um contrato, recebe 1% do valor das vendas do cliente indicado. Há um teto de R$ 1 mil por indicação, mas pode-se indicar várias lojas e acumular o comissionamento. Os sites atendidos pelo PagSeguro passam a aceitar os cartões de débito do Bradesco, Itaú e Unibanco; e os de crédito MasterCard, Visa, Amex, Diners e Hipercard. "As questões de segurança e confiança de certa forma inibe as compras em sites menos conhecidos", diz Dortas. Vanderlei Campos

Atenda o ramal do escritório, no seu celular.

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tender o ramal da sua empresa no próprio celular é uma boa opção para economizar nos telefonemas e ampliar a mobilidade. A Dígitro Tecnologia, fabricante de sistemas de telecomunicações para mercado corporativo, está lançando uma solução que permite justamente essa conveniência. O gerente de produtos e serviços telecom

da Dígitro, Rafael Pina, explica que graças a um mapeamento ou associação numérica feita no PABX toda a chamada recebida para determinado ramal pode ser encaminhada para o celular, inclusive aos prépagos e aos aparelhos que estão em roaming. Os celulares aptos a receberem os ramais da empresa tanto podem ser

GSM como CDMA, basta uma adaptação na plataforma de telecomunicação. "Este é o meio mais simples e eficiente de garantir mobilidade e número único aos usuários de PABX", diz Pina, porque nos ramais sem fio, geralmente o alcance fica definido dentro da própria empresa. No caso desta solução, o limite é a área de cobertura da operadora de telefonia. B.0


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de julho de 2007

A REDE, CADA VEZ MAIS INTERATIVA.

Com que roupa eu vou? Tire a dúvida online.

Página do site da Camiseteria: os desenhos dos internautas viram estampas nas camisetas.

CRIME Não se chega a acordo para disciplinar a internet

Paulo Pampolin/Hype

É só entrar no site da grife Mercearia ou da "personal stylist" Ellen Baraldi Carlos Villalba/Hype

Kety Shapazian

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marca de roupa jovem feminina Mercearia (www.mercearia.com.br) tem uma nova arma para atrair clientes. Quem acessa o site da empresa conta agora com a ajuda do Estilista Online, um programa que responde às dúvidas sobre qual roupa é mais adequada para cada situação ou o que vai estar na moda neste inverno. O serviço é baseado no Neoassist, software que automatiza o processo de respostas aos consumidores. O diretor de estilo da marca, Mario Yokota, conta com a ajuda de três pessoas para responder às dúvidas no atendimento aos 10 mil acessos mensais, em média, no site. O Estilista Online tem recebido cerca de 50 a 100 consultas por dia. Metade da verba de marketing de 2007 foi destinada para desenvolvimento em tecnologia e informática. Segundo comenta Andréia Müller, gerente de Marketing da empresa, a idéia é que o cliente faça um auto-atendimento. Caso não fique satisfeito com as respostas que já estão na base de dados do programa, pode enviar um e-mail e receberá mais informações em, no máximo, 24 horas. No primeiro mês do serviço, que entrou no ar em março último, 85% das perguntas foram respondidas automaticamente. Apenas 15% decidiram mandar o e-mail e esperar pela resposta. Já no segundo mês, o auto-atendimento subiu para 90%. "O programa tem uma base de dados e cada pergunta nova, se for interessante, é ca-

Os prejuízos mundiais causados pelos crimes cibernéticos chegam a US$ 105 bilhões

Luiz Carlos de Assis

U Ellen Baraldi, consultas de moda pela internet. De graça.

dastrada e vai para a memória", explica Andréia. Especialista em moda - A personal stylist Ellen Baraldi (www.personalstylist.com.br) há três anos responde às perguntas de internautas gratuitamente. Ela faz questão de não aceitar patrocínio de empresa de moda para ter liberdade total de sugerir, por exemplo, dois modelos de bota de marcas concorrentes. "Exis-

tem pessoas que já se tornaram dependentes. Dizem que não conseguem sair de casa sem se consultar no site." Até agora, Ellen já respondeu a mais de 4,5 mil dúvidas. "Muitas vezes mandam fotos da roupa no cabide ou mesmo vestida. Sou muito sincera. Se está feio, não vou mentir", diz Andréia. Ellen cobra de R$ 120 a R$ 150 por hora de quem quiser contratá-la.

Inteligência coletiva. Na rede. Divulgação

A

lém do site da Livraria Martins Fontes, como se viu na primeira página deste caderno, há outras empresas adotando o e-commerce 2.0 para se relacionar com os clientes. No Clube Pan a s o n i c ( w w w. p a n a s onic.com.br/clubepanasonic), um site criado há três meses, o conteúdo inicial inclui cursos online sobre os produtos e o Espaço Gourmet, com receitas preparadas em forno de microondas. "Não precisa esperar o filho voltar da escola para que ele ensine a usar um recurso do DVD, nem limitar o microondas a fazer pipoca", diz Ana Paula Capella, analista da Marketing da Panasonic. Como desdobramento da iniciativa, está previsto, ainda para o segundo semestre, a ativação de fóruns de discussão e outros canais multilaterais. "O objetivo é inserir os consumidores até a fase de definição e testes de novos produtos." Camisetas inteligentes – Uma loja online de camisetas com estampas exclusivas vem usando bem os recursos da web 2.0. "Nosso negócio é sustentado na inteligência e na opinião do público", resume Fábio Seixas, sócio da Camiseteria (www.camiseteria.com). O site recebe cerca de 40 desenhos por dia que ficam expostos para avaliação pelos consumidores. Com base nesse ranking, são selecionadas as estampas a serem produzidas. O autor do novo produto recebe um prêmio de R$ 700, metade em dinheiro e o resto em mercadoria. "Só lançamos produtos que já pegaram no mercado. Não

precisa se adaptar à Conven- telho, do Tribunal de Justiça de ção de Budapeste, estabeleci- Minas Gerais, delitos como a ma recente discussão da em 2001 na capital da Hun- "pescaria eletrônica" para a obno Congresso mostrou gria. A convenção postulou a tenção de senhas bancárias que em pelo menos um necessidade de elaboração de cresceram mais de 50% no ano ponto todos estão de acordo uma política criminal comum passado. E atividades como o em relação a criação de uma lei para proteger a sociedade con- comércio de drogas são desenque discipline a internet: não tra a criminalidade no ciberes- volvidas por meio do site de rehá acordo sobre praticamente paço, dando ênfase à adoção lacionamentos Orkut. "Fatos nenhum ponto. Mas – nisso to- de uma legislação adequada e como esses começam a chegar dos também concordam – é à melhoria da cooperação in- aos tribunais sob intensa dispreciso fazer algo contra os cri- ternacional. E exige que os paí- cussão da tipicidade penal. mes nesse novo mundo da re- ses signatários tenham legisla- Diante da ausência de uma lei não se pode impor pena, pois de global. No ano passado, os ções específicas. Fora isso, seria mesmo ne- não há crime sem lei anterior chamados crimes cibernéticos, que envolvem a utilização de cessária uma lei para esses cri- que o defina", disse Botelho. Há um ponto muito polêmimes? De fato, redes de com- Célio Azevedo/Ag. Senado diz o advogado co na obrigação dos provedoputadores, Rony Vainzof, res de acesso de manter regisc o n s e gu i r a m sócio do escri- tros dos usuários para uso da arrecadação t ó r i o O p i c e Justiça quando necessário. O mundial supeB l u m e e s p e- presidente da Associação Brarior a US$ 105 cialista em Di- sileira de Provedores de Acesbilhões. reito de crimes so, Serviços e Informações da O número é eletrônicos, Rede Internet (Abranet), do governo cerca de 95% Eduardo Fumes Parajo, infornorte-americados crimes co- mou que as empresas do setor no divulgado metidos na re- investirão R$ 13,2 milhões por pelo juiz FerNão houve de já estão pre- ano para armazenar os logs e nando Neto debate com a vistos na legis- informações de cadastro dos Botelho, memsociedade sobre a lação. Até mes- usuários, conforme estabelece bro da Comisquestão dos m o p a r a o o artigo 21 do projeto. são de Tecnoloprovedores Críticas – Marcelo Bechara anonimato, g i a d a I n f o rque é vedado de Souza Hobaika, o artigo 21 – mação do TriMarcelo Hobaika pela Constitui- que trata das responsabilidab u n a l d e ção. Mas há de- des dos provedores de acesso – Justiça de Mitalhes peculia- deveria ser retirado do projeto. nas Gerais. Ele e outros participaram de au- res que, segundo Vainzof, de- Na sua opinião, "não houve diência pública conjunta das monstram a necessidade de debate com a sociedade sobre a Comissões de Constituição, penas específicas. "A pena de- questão dos provedores, que Justiça e Cidadania (CCJ) e de ve ser maior para crimes come- seriam prejudicados." Outro ponto polêmico do Ciência, Tecnologia, Inovação, tidos com meios eletrônicos, Comunicação e Informática simplesmente porque não é substitutivo de Eduardo Aze(CCT) para discutir o substitu- igual à ofensa presencial", diz. redo é a previsão de punição Para o perito criminal Paulo para quem propagar vírus. Por tivo do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), a três proje- Quintiliano, da Polícia Fede- ser abrangente demais, a lei foi tos de lei em tramitação no Se- ral, o projeto significaria um muito criticada pela maior nado que visam combater a avanço sob a ótica da investi- parte dos especialistas. O mesmo ponto recebeu atagação criminal. Quintiliano foi prática desses crimes. O substitutivo de Azeredo um dos que esteve na audiên- ques do diretor-presidente do refere-se a três projetos que tra- cia do Senado. Segundo ele, o Núcleo de Informações e Comitam em conjunto. Um deles avanço está na tomada da ini- ordenação (NIC.Br), Demi (PLS 137/00), de autoria do se- ciativa de "definir, regulamen- Getschko. E do consultor jurínador Leomar Quintanilha tar e instituir a punição para dico Marcelo Bechara, repre(PMDB-TO), aumenta em até o muitas condutas nocivas pra- sentante do Ministério das Cotriplo as penas previstas para ticadas livremente no espaço municações no Comitê Gestor os crimes contra a pessoa, o pa- cibernético". Ele cita como da Internet no Brasil. "Difuntrimônio, a propriedade imate- exemplos o acesso desautori- dir códigos maliciosos pode rial ou intelectual, os costumes, zado a bancos de dados e a sis- acontecer com qualquer um de a criança e o adolescente, caso temas de terceiros, bem como a nós. Isso é extremamente tetais crimes sejam cometidos propagação indiscriminada merário. O foco tem que ser no internauta que teve dolo e não com uso de tecnologia da infor- de programas maliciosos. Segundo Fernando Neto Bo- na vítima", ressaltou. mação ou telecomunicações. O outro projeto (PLS 76/00), Paulo Pampolin/Hype de autoria do senador Renan Calheiros, tipifica condutas praticadas com o uso dos computadores e atribui as respectivas penas. A terceira proposição (PLC 89/03), de autoria do então deputado Luiz Piauhylino, altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) e a lei que trata da inviolabilidade do sigilo nas comunicações interpessoais (Lei 9.296/96) a fim de também criar tipos penais para crimes cometidos com a utilização do computador. A lei é necessária? – O Brasil Rony Vainzof: a pena deve ser maior para crimes eletrônicos.

Fábio Seixas: o site da "Camiseteria" recebe 40 desenhos por dia.

há o risco de encalhe", diz Seixas. Desde 2005, já foram avaliadas 12 mil estampas e produzidas cerca de 100. Embora a família seja do ramo de confecção, Fábio nunca trabalhou na área de vestuário. Envolvido com a internet desde 1995, ele já trabalhou em empresas de marketing como iBest e Comunique-se. A idéia da Camisetaria surgiu quando Rodrigo David,

outro sócio, ganhou um concurso de estampas no threadless.com, dos EUA. O modelo foi importado. "No varejo eletrônico, a presença local é importante, até pelos custos de logística", diz Fábio. "Engajar as comunidades no comércio eletrônico é mais difícil do que simplesmente vender. Não adianta oferecer as ferramentas sem criar um ambiente atrativo ao encontro." V.C


terça-feira, 24 de julho de 2007

Congresso Eleição Bolsa-Família CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Hipólito Pereira/AOG

Uma forma de combate é garantir à criança e ao adolescente dignidade e respeito aos seus direitos. Siro Darlan

QUAIS OS GASTOS COM ALIMENTAÇÃO?

Andrea Felizolla / LUZ - 1°/06/06

No Rio, protesto contra a redução da maioridade penal

C

Em campo: levantamento começará em agosto e segundo o Ibase deverá estar concluído até o final do ano, a um custo de R$ 1,4 milhão.

GOVERNO AVALIA IMPACTO DO BOLSA-FAMÍLIA

O

Bolsa-Família, programa de transferência de renda, vai ser avaliado pelo governo federal, por meio do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), segundo informações

da ONG Contas Abertas. A pesquisa vai analisar os impactos do programa na alimentação, nos hábitos de consumo, no acesso à educação e saúde e na situação da mulher entre os domicílios atendidos. O levantamento a ser feito

CPI APAGÃO Milton Zianazzi, presidente da Anac, e vice-presidente da TAM, Rui Amaro, depõe amanhã.

Ó RBITA

COMPRA DE APOIO

O

Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral para impugnar o mandato do deputado federal, Rogério Lisboa (DEM-RJ). Ele é acusado de ter comprado, em 2000, um apoio à sua candidatura a vereador e de ter registrado em cartório o acordo para a contratação do "colega" na Câmara dos vereadores com um salário de R$ 1,2 mil. A TÉ LOGO

pelo Ibase pretende entrevistar cinco mil pessoas em todos os estados brasileiros. O estudo, que deve ser concluído até o fim do ano, foi orçado em R$ 1,4 milhão e usará recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do MinistéPT INFLUENTE O PT é a bancada com maior número de senadores e deputados influentes: 20

RECURSOS

O

governo federal anunciou a liberação de R$ 6,8 bilhões para o orçamento de 2007. Em fevereiro deste ano, o orçamento sofreu um corte de R$ 16,4 bilhões – o maior do governo Lula. A justificativa foi o aumento das receitas. Apesar de liberar recursos em julho, o orçamento ainda tem um contingenciamento de cerca de R$ 10 bilhões. Para o ano, a meta é de R$ 53 bilhões.

GAUTAMA

A

Controladoria Geral da União (CGU) determinou que a construtora Gautama, envolvida nas fraudes em obras e licitações públicas descobertas pela Operação Navalha, da Polícia Federal, não poderá firmar contratos com órgãos da administração pública e participar de licitações públicas. A proibição foi publicada ontem no Diário Oficial da União.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Candidatos às eleições de 2008 têm 77 dias para registrar filiação partidária

L

Serra contesta lei que exige cadastro de quem instala sistemas de segurança

L

Fiocruz investe em remédios para doenças ignoradas pelas farmacêuticas

rio de Ciência e Tecnologia. A pesquisa, chamada Programa Bolsa Família: Repercussão no Perfil de Gastos das Famílias Atendidas, terá como objetivo principal conhecer a opinião das famílias sobre como a renda repassada pelo programa alterou sua alimentação. Será verificado, por exemplo, se elas modificaram seu perfil de consumo, se houve mudança nos tipos de produtos comprados e como é o acesso a esses alimentos. Alguns estudos já realizados indicam que o principal gasto das famílias beneficiadas é justamente com a alimentação. Os questionários ainda estão sendo preparados e a pesquisa de campo deve começar em agosto. Segundo a assessoria do Bolsa Família no Ministério do Desenvolvimento, em 2006 foram autorizados R$ 8,3 bilhões. Do total, R$ 7,7 bilhões foram gastos. Para este ano, a verba quase não teve aumento: fechou em R$ 8,6 bilhões. (AE)

erca de 200 pessoas participaram, na manhã de ontem, de uma manifestação em frente da igreja da Candelária, no Centro da cidade, contra a proposta de redução da maioridade penal que tramita no Congresso Nacional. Representantes de organizações de luta pelos direitos humanos, do movimento estudantil e políticos locais organizaram o protesto para logo depois da missa em homenagem às oito crianças mortas na chacina da Candelária, que completou 14 anos ontem. O desembargador Siro Darlan, representante regional do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda), órgão ligado à Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), leu, ao final da missa, um manifesto contra a redução da maioridade e lembrou os 17 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que, segundo ele, é referência inter-

nacional na luta pelos direitos das crianças e dos jovens. Darlan era juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude do Juizado de Menores do Rio de Janeiro quando aconteceu a chacina em frente da igreja da Candelária. Para ele, a falta de oportunidades é o principal motivo para a criminalidade na juventude. "A falta de respeito aos direitos fundamentais estimula a violência, pois, quando as pessoas se sentem injustiçadas, elas tendem a buscar a justiça pelas próprias mãos", disse. "Uma forma de combater esse caminho equivocado é garantindo à criança e ao adolescente a dignidade e o respeito aos seus direitos fundamentais". Durante a manifestação, houve apresentações de capoeira, de música e de circo, todos de projetos sociais de comunidades do estado – de Acari, Irajá, Guadalupe, Coelho Neto e do Complexo da Maré, entre outras. (ABr)

Márcia Foletto /AOG

Não coletivo: manifestantes reagem na Candelária contra a proposta


terça-feira, 24 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

23/7/2007

COMÉRCIO

7

1,95

real é o valor do dólar turismo para venda. A moeda norteamericana sofreu desvalorização de 0,52% ontem.


Ano 83 - Nº 22.423

São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Guilherme Campos/Futura Press

TORTURA-AIR Pilotos recusaram pousar em Congonhas sob chuva. Passageiros acamparam à espera de aviões por todo o Brasil. Lula evitou aparecer. A tragédia completa uma semana com caos aéreo. Reprodução

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

Marlene Bergamo/Folha Imagem

Wilton Junior/AE

Congonhas desmorona

Milton Mansilha/LUZ

TOP-TOP PARA GARCIA

O dia em que o Pai da Aviação morreu pela 2ª vez

No caos de Congonhas, passageiro (à esq.) repete gesto de assessor de Lula

No 75º aniversário da morte de Santos Dumont, ontem, o Brasil viveu um reverso aéreo.

E passagens mais caras

Ponte rodoviária

E mais: militares e CPI em rota de colisão, nosso repórter no apagón argentino, toda a crise aérea nas págs. 3 e 4, C 1 a 4 e em Opinião

Siga esta fila até o Informática

Paulo Pampolin/Hype

Brasil arrasa Cuba Com 19 pontos de diferença, o time de Janeth (foto) vence a seleção de basquete feminino de Cuba no jogo da semi-final do Pan. As brasileiras vingaram a derrota de ontem do vôlei contra as cubanas e estão na final. O Brasil ainda teve ouro no salto em vara e no pentatlo. Em Logo Jonne Roriz/AE

Dispositivo alerta que clientes estão há mais de 15 minutos na fila. Ibope lança bússola para orientar negócios. Alexandre (foto), dono da livraria Martins Fontes, usa sites para motivar consumidores e vender mais. HOJE Nublado com chuva Máxima 18º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 19º C. Mínima 14º C.

Presente do papai está na internet O varejo eletrônico calcula vender R$ 500 milhões em presentes para o Dia dos Pais, o dobro de 2006. Só no 1º semestre, o comércio virtual movimentou R$ 2,6 bilhões. E 1


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Inter net Te l e f o n i a Imagem E mais

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de julho de 2007

Olhos vermelhos? Não com a nova câmera Fuji: ela corrige imperfeições nas fotos. Sem espanto.

A NOVA FUJI RECONHECE ROSTOS NAS FOTOS

Um rosto (bem definido) na multidão

Fotos: Ana Maria Guariglia.

A câmera Fuji F40fd tem sistema que corrige a imagem Ana Maria Guariglia

M

uita gente se queixa sobre as fotos de grupo não saírem bem, com superexposição, sem brilho e falta de nitidez. Para acabar com esse problema, a Fujifilm desenvolveu a F40fd, com sistema de reconhecimento de rostos e corrige a exposição para que você não tenha necessidade de apagar a foto e fazer outras tentativas. De acordo com Gardinel Vanzela, especialista em produtos digitais da empresa japonesa, a câmera possui componentes eletrônicos de alta precisão, como o Processador II Real Photo. "Este processador combina o sensor CCD de alta sensibilidade, tornando possível a captura de imagens mesmo em situações adversas de iluminação ou ao clicar pessoas e objetos em movimento", explica. Para a Fuji, o sistema de detecção não é novidade. O recurso já era usado em seus mini laboratórios para revelação de filmes tradicionais 35 mm e os engenheiros conseguiram transformar o sistema de analógico para digital. A F40fd faz parte da safra de câmeras digitais que será lançada na PhotoImageBrazil no

início de agosto e ainda não tem preço definido. Segue também a tendência mundial das máquinas de várias marcas que, continuamente, vêm apresentando esse tipo de recurso e com alta resolução. A nova FinePix tem resolução de 8,3 Megapixels (3.296 x 2.472 pixels) e flash inteligente, capaz de ajustar sua luminosidade para cada foto, para evitar cenas em que pessoas acabam virando fantasmas ou pontos brancos sem definição. Traz ainda as funções de reprodução como o Zoom Up, que amplia o rosto fotografado individualmente, e recorte, que também amplia as imagens. Por fim, salva os recortes e as fotos desejadas, passando a exibilas em forma consecutiva de slides, com a possibilidade de ampliá-las. Como fazer – Realmente, não é muito fácil fazer retratos, sobretudo quando o flash incide nos olhos dos retratados, criando pupilas vermelhas. Nos testes, conferimos que a F40fd minimiza ao máximo esse halo vermelho, ao acionar uma luminosidade extra junto com a do flash, também melhorando os efeitos fantasmas atrás das pessoas e os excessos de luz. Para obter boas fotos, faça com que o grupo de ami-

gos e familiares fique bem natural, inclusive crianças, que não param quietas. Internas ou externas, com luz natural, também não faz diferença. A F40 tem um modo de cena automático, que permite utilizar flash em fotos externas e oferecendo luz suficiente para cobrir locais que podem ficar na sombra. São situações que passam despercebidas ao olhar do fotógrafo, por esse motivo, o recurso do flash de preenchimento. Para o retrato, algumas dicas: elimine objetos que possam dispersar o objeto principal da imagem, como cadeiras, mesas etc. Procure sempre um cenário mais limpo, sem que o fundo tenha peças ou coisas em desordem. A foto limpa e simples é muito mais atrativa. De posse dessas pequenas dicas e mais o sistema de detecção de rostos, obtivemos excelentes registros, com balanço dos tons, cores e do contrate. Outra novidade da digital é a possibilidade de utilizar cartões xD e SD. Em outros modelos da Fuji sempre prevaleceu o xD, agora o usuário ganhou mais uma opção. São 15 os modos de cenas automáticos, entre eles os mais conhecidos como para fotos noturnas, pôr do sol ou fogos de artifício.

A F40fd possui um sistema de reconhecimento de rostos. Na foto, a cantora Mafalda Minnozzi.

Precisão da imagem mesmo em close

ZigBee, uma nova opção em rede sem fio.

Foto perfeita com pouca luz e sem olhos vermelhos

VITRINE

Divulgação

A pequena da Sony

A

Sony lançou a Cybershot DSCT10, que estará disponível a partir de setembro por US$ 250. O modelo é delgado e vem em cores variadas, como dita a tendência atual: vermelho, prata,

preto e branco e com resolução de 7,2 MP e monitor de 2,5 polegadas. A Sony colocou nessa câmera o sensor Super HAD (Hole Accumulated Diode), de alta sensibilidade.

Sem complicação

N

o segmento das reflex digitais, a Olympus lançou nos EUA a Evolt E-510, que a empresa informa ser uma câmera simples como as compactas da linha, tão fácil que é o seu manuseio. O sensor

Tudo azul com Blu-Ray

A caçula da Sanyo

A

Sanyo lançou a Sanyo Xacti VPC HD2, considerada uma das menores câmeras do mundo. A tela é do tipo widescreen e resolução de 7.1 Megapixels para fotos . Preço: US$ 300.

Iluminação da piscina, feita automaticamente, sem fio e sem quebra de parede: nova tecnologia.

P

ode ser um auditório, uma sala de conferências, o ambiente de um hotel, um salão de restaurante ou uma casa. Com algo entre R$ 30 mil ou R$ 40 mil, é possível automatizar ambientes inteiros – sem quebrar nem uma parede sequer. O preço do equipamento pode parecer alto, mas só a economia de mãode-obra e material de construção já paga o investimento. Tudo graças à tecnologia ZigBee (www.zigbee.org).

Na central, servidor de música.

ZigBee, ou especificação IEEE 802.15.4, é uma tecnologia de redes sem fios que ainda está em fase de desenvolvimento. É comparável à rede Wi-Fi, mas diferencia-se dessa por

consumir menos energia, ter menor alcance – cerca de 10 metros – e as comunicações entre duas unidades poderem ser repetidas sucessivamente pelas unidades existentes até atingir o destino final. Como todos os pontos da rede são retransmissores de informação, o que se tem, afinal, é uma malha (mesh) de unidades ZigBee, que usa sinais de radiofreqüência de 2,4 Gigahertz. É esse sistema que a empresa de automação Future H o u s e ( w w w. f u t u r e h o use.com.br), do Rio de Janeiro, está lançando no Brasil. "A vantagem está na praticidade de implantação da tecnologia com um baixo custo, de forma mais rápida e até mesmo em casas mais antigas, que não foram preparadas para receber as novas tecnologias", afirma Helio Sinohara, diretor da Future House. A Future House, explica Si-

nohara, programa os equipamentos de acordo com a necessidade de cada cliente. Para quem quer apenas controlar um home theater em casa, incluindo iluminação básica do ambiente e alguns equipamentos com funções simples como ligar e desligar desembolsa menos do que aqueles R$ 30 mil para um grande ambiente. Não mais do que R$ 7 mil. "E o usuário pode incluir

de imagem é o LiveMOS, com resolução de até 10 megapixels. O recurso Live-View oferece aos usuários a escolha de enquadrar imagens com o visor de 2,5 polegadas. www.olympus.com.

A

Samsung iniciou a venda da segunda geração de tocadores BluRay no País. O modelo BD-P1200 é capaz de exibir conteúdos multimídia em diferentes resoluções

- 720p, 1080i e 1080p - e é compatível com praticamente todos os tipos de mídia. Além disso, suporta o novo formato de áudio Dolby Digital Plus (7.1 canais) e Dolby Digital 5.1. Preço: R$ 3.999.

Um celular para pendurar no jeans

A Painel de parede: controle de todas as funções do sistema.

no futuro outros equipamentos e funções sem a necessidade de um investimento inicial alto", diz Sinohara. Luiz Carlos de Assis

Levi's também aderiu ao charme dos celulares e encomendou à fabricante francesa ModeLabs o aparelho The Original. Ele deve chegar às lojas européias a partir de

setembro e outubro no Brasil. O celular virá em três modelos, produzidos em aço e em tons metálico, preto e cobre. Ele tem câmera de 2 Mpixel, memória interna de 64 MB. www.modelabs.fr


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de julho de 2007

Internacional

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O jejum de Tishá BeAv

L

ogo após a chegada de Tony Blair a Jerusalém, no pôr-do-sol, judeus do mundo todo deram início ao jejum de Tishá BeAv, quando recordaram a destruição dos dois Templos Sagrados da cidade. A data, tradicional no calendário hebreu, tem marcada para hoje uma peregrinação para o Muro das Lamentações, que guarda vestígios de um dos templos

Menahem Kahana/AFP

AFP

Blair quer construir a paz no Oriente Médio em "dia de tristeza"

Fidel não aparece em público há um ano: suas aparições limitam-se a vídeos, fotos e artigos no jornal oficial da ilha

Em dia sagrado para judeus, ex-premiê britânico e novo enviado de paz do "Quarteto" para a região discutirá a criação de Estado palestino ao lado de Israel

T

ony Blair desembarcou ontem em Jerusalém para sua primeira visita como enviado de paz internacional à região, na expectativa de ajudar a encerrar 60 anos de fracassos de negociações entre israelenses e palestinos. A chegada do ex-premiê britânico aconteceu simultaneamente ao Tishá BeAv, quando os judeus recordaram a destruição dos Templos Sagrados na cidade. A metáfora da data, um dia de lamentações, é apropriada para a visita do enviado de paz do "Quarteto de negociadores" — EUA, Rússia, União Européia e Nações Unidas — uma vez que, na visão de diversos analistas, uma negociação de paz é encarada como uma "missão impossível". O "Quarteto" pediu a Blair que apresente, até setembro, um plano inicial para construir instituições necessárias para estabelecer um Estado palestino viável ao lado de Israel. Esses será o tema principal nas conversas com o premiê israelense, Ehud Olmert, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, marcadas para hoje. Ontem, Blair se reuniu com a ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni.

Olivier Fitoussi

Blair e a ministra Tzipi Livni

Trata-se de uma visita preliminar para conhecer os pontos de vista palestino e israelense Tony Blair, enviado de paz para o Oriente Médio Apesar do momento de aparente otimismo, com o governo israelense manifestando apoio ao governo de emergência de Abbas, um Estado pales-

tino parece mais remoto do que nunca, com os territórios divididos entre o Hamas, na Faixa de Gaza, e a facção Fatah, de Abbas, na Cisjordânia. Além disso, Tel Aviv já sinalizou que não pretende discutir, em um primeiro momento, questões-chave como a delimitação de fronteiras. O escritório de Tony Blair foi cauteloso ao comentar a viagem, classificando-a como uma "visita preliminar para conhecer os pontos de vista palestino e israelense". Conflito Além da visita oficial de Tony Blair, o governo israelense dividiu as atenções ontem com o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, que afirmou que seu grupo possui um arsenal de foguetes que pode atingir "qualquer canto" de Israel, incluída a capital, Tel-Aviv. A ameaça marcou o aniversário de um ano do início da guerra entre Hezbollah e Israel. Nasrallah também comentou que o Hezbollah incrementou seu arsenal desde o ano passado, apesar do desmantelamento de parte da infra-estrutura militar no Sul do Líbano. (Agências)

DO PODER AOS ARTIGOS Longe do poder cubano há um ano, Fidel se dedica à "carreira" de articulista

U

m ano após a cirurgia intestinal de emergência que o obrigou a se afastar do poder pela primeira vez desde a revolução de 1959, Fidel Castro se tornou um prolífico articulista de assuntos mundiais, mas não dá sinais de que voltará ao comando de Cuba. Última grande personalidade viva da Guerra Fria, Fidel não aparece em público desde 26 de julho de 2006. Desde então, é visto apenas em vídeos e fotos, sempre com um casual agasalho vermelho, em vez da tradicional farda. De um ano para cá, toda vez que há no calendário uma data importante da revolução surgem especulações — sempre desmentidas — de que Fidel reaparecerá.

Embora o governo insista em dizer que ele não tem câncer, o regime parece menos otimista do que já esteve a respeito da perspectiva de que Fidel, que já teria passado por dez operações, reassuma o poder. Fidel, que completa 81 anos em agosto, se ocupa escrevendo dezenas de artigos sobre questões globais — já publicou 42 mil palavras na imprensa estatal desde março. A maioria dos textos ataca o maior inimigo, George W. Bush, por causa da guerra do Iraque e de sua proposta de promover os biocombustíveis, o que o líder cubano acha que reduzirá o espaço dedicado ao cultivo de alimentos no mundo. Qualquer que seja o tema, os editoriais são publicados na íntegra pelo

"Granma", o órgão oficial do Partido Comunista, e lidos depois na tevê estatal. O próprio Fidel admite que esteve perto da morte há um ano, mas a recuperação vista nos vídeos e os artigos convencem alguns cubanos de que ele já voltou a mandar. Em sua primeira entrevista à tevê após adoecer, no mês passado, ele não deu sinais de que pretende voltar a governar. Um ano depois, os cubanos vêem poucas melhorias nas questões que mais lhes preocupam — salários baixos, comida escassa. Mas nenhuma dessas frustrações trouxe instabilidade, deixando perplexos os anticomunistas que previam que o regime cairia se Fidel se ausentasse. (Reuters)


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Nacional Empresas Agronegócio Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Divulgação

PREÇO PARA PRODUTOR DE FEIJÃO SE RECUPERA

terça-feira, 24 de julho de 2007

Menos brasileiros cozinham em casa, mas mais gente consome feijão nos restaurantes.

OS HÁBITOS MUDARAM, MAS O CONSUMO PER CAPITA DE FEIJÃO PELOS BRASILEIROS CONTINUA EM ALTA.

CONSUMO DE FEIJÃO RESISTE NO BRASIL

O

consumo de feijão per capita no Brasil aumentou em oito anos de 14,94 quilos por ano em 1998 para 17,67 quilos em 2006, conforme cálculos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com base em números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2002/2003 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que cada brasileiro levou para casa uma quantia mais modesta, 12,4 kg de feijão. Mas o crescente hábito de fazer refeições fora de casa incorporou o prato de feijão. "As pessoas estão comendo mais fora do lar e hoje consomem o produto nos restaurantes", diz o pesquisador da Embrapa, da unidade de Feijão e Arroz, Alcido Wander. O levantamento da empresa mostra que o consumo total de feijão no Brasil no período cresceu 32%, de 2,5 milhões de

Exportação só do tipo rajado

O

Brasil está começando a exportar feijão. Não o carioca, o mais consumido pelos paulistas, mas tipos de grãos que o brasileiro

Divulgação

toneladas para 3,3 milhões de toneladas. A população também cresceu, mas menos – 12%, de 167 milhões para 187 milhões de habitantes. Em conseqüência, o consumo per capita aumentou 18%, de 15 quilos para 18 quilos anuais. Wander acredita que a ingestão de feijão também aumentou pela redução do preço da leguminosa e crescimento de renda das classes sociais que recebem até três salários. "Elas foram beneficiadas pelos programas sociais do governo federal", diz. No entanto, segundo o pesquisador, a classe de renda mais alta diversifica mais a refeição e consome menos feijão. A indústria se baseia nos dados do IBGE, que mostram que na década de 50, cada brasilei-

ro consumia 30 quilos por ano. Segundo Rodrigo Gross, gerente comercial da Josapar, empresa que vende o produto há 30 anos, o mercado registra uma pequena queda, mas que não abala os negócios. "Está ocorrendo uma migração para outros produtos, como os pratos rápidos", diz Gross. Para atender consumidores que querem agilidade, a Josapar lançou no ano passado o Feijão Pronto Biju, nas versões carioca, preto e feijoada. O produto já vem cozido, temperado e pode ser aquecido no microondas. Fica pronto em dois minutos. A venda dessa linha tem crescido 12% por semestre, diz a empresa. Também a fabricante pioneira Vapsa informa que as vendas de seu feijão pré-cozido embalado a vácuo têm crescido 5% ao ano. O Brasil é o quinto maior consumidor do produto. O primeiro é Burundi, país africano onde cada habitante consome 33 quilos de feijão de corda por ano. Em segundo lugar vem a Nicarágua, que tem consumo anual per capita de 27,7 quilos de feijão preto. (AD)

consome pouco, semelhantes ao rajado. Os compradores são países da América do Norte, onde os custos da produção da leguminosa são altos, e a Europa, onde não se produz feijão. O montante embarcado ainda é pequeno,

mas está crescendo. Já foram exportadas neste ano 25 mil toneladas, contra 6 mil toneladas de 2006. "Os produtores vendem para um nicho no exterior. Até dezembro, o volume deve aumentar" diz o pesquisador Alcido Wander. (AD)

Prato de feijão, marca nacional

Paulo Pampolin/Digna Imagem, 2002

Saca de feijão carioca, que era vendida a R$ 65 há um ano, alcança hoje R$ 90. Área de produção diminuiu.

Produtor só deve obter preço melhor em setembro

A

recuperação dos preços das principais commodities, como soja e milho, devem reduzir a produção brasileira de feijão na safra 2007/2008. Na anterior, o País produziu 3,5 milhões de toneladas do produto e foram consumidas 3,3 milhões de toneladas. O estoque de passagem de 200 mil toneladas pressionou o preço para baixo, em torno de R$ 65,00 por saca de 60 kg do tipo carioca, em maio de 2006. Essa variedade representa 70% da produção total. Atualmente, o valor está ao redor de R$ 90,00. A recuperação ocorre desde maio, com a entrada de 45% do grão no mercado. O consultor da empresa Safras & Mercados, Élcio Bento, diz que a partir de setembro haverá retomada de alta mais consistente nos preços, com a redução de oferta. A primeira safra 2006/2007 (colhida entre outubro e março) registrou aumento de 6,3%

na área de produção, causada por custos menores e um cenário negativo para milho e soja. Com o excesso de chuvas, o feijão teve produção 27% maior. Já a segunda safra, colhida a partir de abril e que representou 39% do total, teve redução de 4,2% na área de produção, devido a diversos fatores, como o aumento no preço do milho no Centro Sul e clima desfavorável no Norte e Nordeste. Uniu-se a esses fatores, a chuva escassa e mal distribuída. O resultado final foi uma produção 23,8% menor. Com os preços mais baixos da primeira e segunda safras, a terceira e última, que representa 43% da produção, recuou 3,8% em área. Essa safra, a de inverno, demanda mais tecnologia, como sistemas de irrigação. Mas, segundo o presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação, da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas

e Equipamentos (Abimaq), Marcel Borges Lopes, como a implantação de projetos de irrigação caiu 30% em relação ao ano passado, o feijão deve apresentar produtividade 9,7% menor, e a produção deve recuar 13,1%. A cultura da leguminosa é uma das que mais dependem de irrigação. Lopes, no entanto, acredita que os produtores vão continuar a plantar o grão, apesar do aumento de estoques. Nicho – Como o Brasil praticamente não exporta feijão (leia matéria nesta página), os estoques altos se destinam ao mercado interno e contribuem para regular e manter o preço por um determinado período. "Em pouco tempo o feijão carioca escurece e perde valor, pois ninguém quer feijão velho", observa o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Unidade de Feijão e Arroz, Alcido Wander. (AD)

No semi-árido, a surpresa das flores.

U

ma iniciativa surpreendente traz novas cores para a paisagem da região do Cariri paraibano. Na zona rural do município de Monteiro, o colorido das flores surge em meio a frutas e hortaliças da agricultora Maria Luzinete, de 48 anos, que sempre lutou contra o clima do semi-árido nordestino. A colheita de flores no Cariri só foi possível com o sistema de irrigação por gotejamento, tornado viável pelo programa Produção Agroecológica Integrada Sustentável (Pais). Desde março, Maria Luzinete faz

parte do grupo de 21 pequenos produtores rurais beneficiados pelo programa na região. A aplicação do Pais resulta de uma parceria entre Sebrae, Fundação Banco do Brasil e Ministério da Integração Nacional. "Quando vi que esse tipo de irrigação garantia a produção da roça em todos os meses do ano, e não apenas no período das chuvas, percebi também que minha vontade de plantar flores poderia ser atendida. Estou feliz por cuidar da terra sabendo que ela me oferece de tudo um pouco", diz a agricultora, que passou a levar ramalhetes de flores

junto com as frutas e verduras para vender nas feiras livres da região. Para José Braz, gerente da agência Sebrae em Monteiro, a produção surgiu como uma bela surpresa. "O Pais prevê o plantio de frutas e hortaliças a partir da irrigação por gotejamento e sem o uso de agrotóxicos. As flores chegam como uma nova possibilidade e, para isso, pretendemos capacitar Maria Luzinete e quem tiver interesse em seguir seus passos", comenta. No Cariri paraibano, 90 famílias deverão ser beneficiadas pelo programa. (AE)


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de julho de 2007

Chuva, atrasos e desmoronamento. É Congonhas. Às 18h, 67,7% dos vôos foram cancelados. Pilotos não arriscam em pista molhada.

a maior

tragédia

A

chuva forte que atingiu São Paulo durante todo o dia de ontem piorou, e muito, o caos no Aeroporto de Congonhas, na zona sul, com atrasos e cancelamentos de vôos. No fim da tarde, um deslizamento de terra, ao lado da pista principal de Congonhas, ameaçou de desmoronamento o muro de contenção que dá para uma via de acesso à avenida Washington Luís. Às 18 horas, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) informou que 143 (67,7%) das 211 decolagens programadas desde as 6 horas foram canceladas. Outras 18 (8,5%) apresentaram atrasos superiores a uma hora. Ontem à noite, a TAM informou o cancelamento de 68 vôos previstos para hoje no Aeroporto de Congonhas, em função da previsão de chuva. Segundo a companhia aérea, outros 22 vôos serão remanejados para o aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. "A TAM orienta os passageiros para que não se dirijam ao aeroporto antes de confirmar o seu vôo, já que outros cancelamentos e alterações de vôos podem ser anunciados ao longo do dia em função do mau tempo", informou a companhia, em nota. A TAM recomenda que passageiros com vôos marcados entrem em contato com a Central de Atendimento da empresa (4002-5700 ou 0800-

Terra desliza da pista de Congonhas

A Deslizamento de terra, ontem à noite: aeroporto manteve operações

Daniel Mobilia/AOG

5705700) para efetuar a remarcação com isenção de taxa. Medo - Com medo de novos acidentes na via molhada, vários pilotos preferiram não se arriscar a pousar na pista auxiliar do Aeroporto de Congonhas, de apenas 1.450 metros de comprimento, que foi recém-reformada. Segundo o Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), desde a abertura do aeroporto, às 6 horas, apenas algumas aeronaves da Varig pousaram no local. "Isso até começar a chuva mesmo", afirmou um oficial da Aeronáutica. Depois, todas as compa-

A TAM orienta os passageiros para que não se dirijam ao aeroporto antes de confirmar o seu vôo. Nota da TAM, ontem, em relação aos atrasos em Congonhas

nhias preferiram deslocar seus vôos para outros aeroportos, como Cumbica. Apenas alguns aviões menores, como os de táxi aéreo, continuaram a utilizar Congonhas. Fechamentos - Durante a manhã de ontem, a pista auxiliar do Aeroporto de Congonhas foi fechada por três vezes. Às 10h24, a Torre de Controle de Congonhas cancelou pela primeira vez os pousos na pista auxiliar, depois que um piloto informou que a via estava

Vôos migram a Cumbica e Viracopos pós o acidente com o Airbus A320, pilotos das principais companhias aéreas do País (TAM, Gol, Varig e Ocean Air)

Santos Dumont cometeu suicídio há 75 anos. O que ele acharia do atual apagão aéreo? Pág.2

Ernesto Rodrigues/AE

Relaxa e goza: passageiro bate bola no saguão do Aeroporto de Congonhas enquanto esperava seu vôo, ontem Joel Silva/Folha Imagem

escorregadia. Segundo um controlador de vôo, a ocorrência foi com um jato executivo que chegou a deslizar no final da pista. A Infraero foi acionada para medir a lâmina d’água e, às 10h55, voltou a liberar as operações. A intensidade da chuva aumentou e, às 11h26, por falta de visibilidade, todas as operações em Congonhas foram interrompidas. A via auxiliar só foi reaberta às 12h55. No entanto, dez minutos depois, a Polícia Federal pediu uma nova interdição para medir o índice de atrito no local. O procedimento durou 12 minutos. Às 13h17, as operações voltaram ao normal. Segundo o SRPV, até as 18 horas foram realizados 103 movimentos na pista

Chuva de ontem em Congonhas: mais da metade dos vôos cancelados

auxiliar - sem especificar quantos pousos e decolagens. Entre 18h13 e 18h30, a pista foi novamente fechada. Mesmo se a pista principal for reaberta dentro de dez dias,

Junior Lago/ Futura Press

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Aumentam os vôos em Cumbica

decidiram não pousar em Congonhas, zona sul de São Paulo, em dias de chuva.

Nesses casos, eles seguirão para Cumbica ou Viracopos. A BRA suspendeu vôos em Congonhas desde o dia 20. Ontem, até as 19 horas, 38,1% dos 1.637 vôos programados para todo o País tiveram atrasos superiores a uma hora e houve 20% de cancelamentos. Apenas em Congonhas, os atrasos

chegaram a 67,9% (146 pousos ou decolagens). A TAM suspendeu 68 vôos e remanejou 22 para Cumbica, por causa da chuva. Com o desabamento do talude da cabeceira da pista principal de Congonhas, cerca de 30 vôos foram transferidos ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.(AE)

como prevê a Aeronáutica, a TAM orientou seus pilotos a não pousarem nela em dias de chuva até a conclusão do grooving - ranhuras que ajudam no escoamento da água. (AE)

pós a forte chuva de ontem, começou a deslizar terra do muro de contenção da pista do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Uma equipe do Corpo de Bombeiros da Capital foi enviada ao local, para avaliar as condições do muro. A Defesa Civil do município interditou o trânsito na Av. Washington Luís. Segundo o coronel Paca, que coordena a Defesa Civil do Município, não foi descartada a ocorrência de novos deslizamentos na região. "Vamos enviar uma equipe de técnicos para conter o deslizamento no local", disse ele. Segundo o coronel Paca, que estava falando ao vivo com o prefeito Gilberto Kassab, em entrevista à "TV Bandeirantes", a interdição do aeroporto não foi necessária, pois a pista principal já estava interditada. O deslizamento de terra não alterou o funcionamento do terminal. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Congonhas operou normalmente pela pista auxiliar. Segundo a estatal, a canaleta que escoa a água está quebrada desde o dia do acidente com o Airbus A-320 da TAM e, com a chuva que caiu durante quase todo o dia, o acumulado começou a jorrar, o que motivou o deslizamento de terra. Ontem à tarde, a Infraero informou que não consertou a canaleta porque a área está sob perícia e não poderia ser mexida. Mas no final do dia, a empresa obteve uma autorização da Polícia Federal para fazer o conserto e com isso evitar o desmoronamento do muro. (AE)


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de julho de 2007

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bilhões de reais foi o valor movimentado pelo comércio virtual de janeiro a junho de 2007

LIVROS, CDs, DVDs, ELETRÔNICOS E ARTIGOS ESPORTIVOS DEVEM AJUDAR A AUMENTAR AS VENDAS EM 50%

VAREJO ELETRÔNICO APOSTA NOS PAIS Divulgação

Fátima Lourenço

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Na shoptime.com, a campanha "Pai Campeão" tem o Pan por mote

LIQUIDA SP As boas ofertas nos shoppings da cidade

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lém do comércio virtual, quem pretende comprar presente para o Dia dos Pais também poderá desfrutar de boas ofertas oferecidas pelo varejo. Começa amanhã, e vai até o próximo dia 29, a 19ª Liquida São Paulo, tradicional promoção conjunta realizada por shoppings da capital paulista e Grande São Paulo. Nesta edição, 14 centros de compras participam do evento (veja relação no quadro abaixo). De acordo com a Associação Brasileira dos Lojistas de Shoppings (Alshop), a Liquida São Paulo oferecerá descontos de até 70% nos estoques da coleção outono-inverno.

"Essa será uma excelente oportunidade para o consumidor, que terá seu poder de compra ampliado, enquanto o lojista promoverá a desova de estoques e a troca de coleções", avalia o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. Segundo ele, a expectativa para esta edição é de crescimento de 8% a 10% nas vendas em comparação ao ano passado. Sahyoun afirma que a comercialização de produtos masculinos deverá ter papel de destaque na Liquida São Paulo deste ano, pois a campanha será favorecida pelas compras do Dia dos Pais, a ser comemorado no dia 12 de agosto. (DC)

varejo eletrônico continua aquecido e deverá registrar, neste Dia dos Pais, volume de vendas 50% maior do que o registrado em igual período do ano passado. "É um consumo equivalente a R$ 500 milhões", projeta o consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camarae.net), Gastão Mattos. Com esse desempenho, o setor mantém o nível de crescimento do primeiro semestre, quando movimentou R$ 2,6 bilhões, aumento de 49% sobre o mesmo período de 2006. As datas sazonais provocam no comércio eletrônico efeito semelhante ao observado no varejo físico, comenta Mattos. "O Dia dos Pais favorece a venda dos itens mais procurados na internet, como livros, CDs, DVDs e eletrônicos". Campanhas –Nas americanas.com e shoptime.com, a data ganhou campanhas especiais. Na primeira, sob o tema "Pai Herói", uma placa convida o internauta a encontrar o presente ideal. As sugestões contemplam uma gama de opções, divididas por preços e categorias de produtos. Na shoptime – integrante do grupo Lojas Americanas desde setembro de 2005 –, os Jogos Pan-Americanos serviram de inspiração para a campanha "Pai Campeão". A loja virtual, que também possui um canal de vendas pela TV, promete "ofertas de ouro para a pessoa que está sempre em

Gastão Mattos, consultor da camara-e.net, estima que o setor venderá R$ 500 milhões no Dia dos Pais deste ano, mantendo o ritmo de crescimento verificado no primeiro semestre.

Ivan Mudri Junior, da artbrazil, enviou aos clientes e-mail promocional, oferecendo mais de 15 itens. Entre os mais procurados pelos filhos estão as chopeiras, bússolas e os kits de sobrevivência.

primeiro lugar". Um pai com a filha nos ombros é destaque no pódium, onde as ofertas são apresentadas. A empresa promete frete grátis para compras acima de R$ 199. Na artbrazil.com.br, não há uma campanha específica para a data, mas a disposição dos artigos de esporte, lazer e aventura é pensada para aproveitar o apelo do momento. "Nesta época, a comercialização de alguns produtos cresce de 20% a

30%", conta o fundador da empresa, Ivan Mudri Junior. Chopeiras, bússolas e kits de sobrevivência estão entre os itens mais procurados e fazem parte de uma lista de 15 sugestões destacadas em um e-mail enviado pelo empresário aos clientes cadastrados. Mudri projeta, para a data, crescimento de 30% nas vendas. Hoje, a loja virtual vende cerca de 2 mil marcas e também a estrutura logística montada

por Mudri, um especialista em tecnologia da informação, para tornar viáveis os negócios de outros sites. A marca deverá fechar 2007 com faturamento de pelo menos R$ 500 mil, 30% a mais em relação a 2006. Mercado - O consultor da camara-e.net estima existirem cerca de 15 mil lojas virtuais no Brasil, por força de um crescimento anual no número de estabelecimentos, que tem oscilado entre 30% e 40%. Hoje, segundo Mattos, as dez maiores empresas do ramo respondem por quase 80% do faturamento do setor. A tendência, afirma Mattos, é de o comércio eletrônico passar por um processo de consolidação (com fusões e aquisições), e o crescimento do número de unidades pode ser inferior ao observado até agora.


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Urbanismo Saúde Av i a ç ã o Educação

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terça-feira, 24 de julho de 2007

A mi poco importa. Funcionário da Varig, na Argentina, para passageiros no aeroporto

ARGENTINA TAMBÉM SOFRE COM APAGÃO

Fotos: Reprodução/ Divulgação

Apagón portenho não é diferente de apagão brasileiro Atrasos, cancelamentos de vôos e falta de informações em Buenos Aires mostram que 'los hermanos' estão quase empatando com o Brasil Carlos de Oliveira, de Buenos Aires

igualmente infames: passageiros com cara de pato, tipos idiotas que compraram eroporto de Ezeiza, seus bilhetes em um vôo Buenos Aires. Tarde que, mais tarde, souberam de domingo claro, que foi extinto no início de frio, 9º C. São 17h30 e tudo vai julho. O grupo decide dorbem. Aparentemente. Dez mir após um jantar que não minutos depois e tudo come- podia exceder 25 pesos. Ontem de manhã, 14 hoça a ir mal. O vôo 7451, da Gol, que deveria partir de ras depois do embarque Buenos Aires para São Paulo, previsto para São Paulo, o simplesmente evaporou-se. grupo dos “olvidados” esNão há outra palavra para perava por uma definição. explicar o que aconteceu: a Por volta das 8h, uma notíGol vendeu passagens a mais cia: a Varig "disponibilizado que os lugares que podia ria um avião extra”. Mas oferecer e transferiu um gru- não havia hora marcada. O po de passageiros para o vôo aeroporto doméstico de 8346, da Varig, que, claro, es- Buenos Aires, o Aero Park, está apagado. As filas são tava lotado. Resultado: cerca de 25 imensas e os atrasos para pessoas ficaram sem qual- embarque são, em média, quer tipo de informação, en- de uma hora. Horas depois, por um “latre funcionários arrogantes, desconcertados e atônitos. mentable engaño”, o vôo No check-in da Varig, um não será mais da Varig. Será misto de indiferença e pou- um vôo Gol, cujo avião deixará São Paulo às ca educação. “A mi 12h. poco importa”, disNo balcão da Vase um funcionário. E, de fato, nada Não podemos rig, desde domintrabalhar com go, há uma revolta importava à Varig. duas camisas, surda dos funcioOs bilhetes eram da com uma da nários. Dizem que Gol. “Trabajo para Gol e outra serão todos demitiVarig. Gol y Varig da Varig. dos, sem qualquer son dos empresa distintas”, tentava con- Funcionário da garantia trabalhisGol que pediu ta, e que hoje terão vencer o funcionáanonimato um encontro com rio. Na verdade, só representantes do queríamos deixar a ministério argentiArgentina e voltar para São Paulo, como estava no dos Transportes. “Se nos previsto nos bilhetes que exi- demitirem, o governo arbiam uma estampa irônica: gentino poderá cancelar os vôos da Gol para Buenos Ai“Confirmado”. Um médico e passageiro res. Estamos trabalhando do vôo deu sinais de que per- de graça e não podemos resderia a compostura. Xavier, ponder pelo overbooking funcionário da Gol, se desdo- da Gol”, desabafa um dos brava. Pedia o nome dos “ol- funcionários. "Não podemos trabalhar vidados” (esquecidos) pela Gol. Disse que providencia- com duas camisas, com uma ria hotel, comida, transporte da Gol e outra da Varig. Die um tal telefone que, em al- zem que são a mesma empregum momento, informaria sa, mas não é bem assim. quando haveria um novo Existe uma Varig podre e nós vôo. Ate lá, pedia paciência. fomos colocados nela." Às Por volta das 21h, a notí- 20h16 veio a informação de cia que todos já esperavam: que os passageiros seriam lenão haveria mais vôos para vados de ônibus a Rosario. São Paulo. O remédio era Lá, embarcariam à 0h30 a voltar para o centro de Bue- Porto Alegre e de lá, às 7h de nos Aires, se hospedar num hoje, para São Paulo. A assessoria da Gol negou hotel por conta da Gol e reo overbooking e alegou que o zar por uma vaga. Apagón - Apagón porte- sistema que registra a venda nho não é diferente de apa- de passagens bloqueia vengão brasileiro. Os dois são das após o avião lotado.

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Dumont: aviador queria que invenção unisse pessoas

Vôo inaugural do 14 Bis consagrou brasileiro e marcou início de nova era da humanidade

O QUE DIRIA SANTOS DUMONT? Historiador acredita que o aviador, que se matou há 75 anos, repetiria o gesto hoje, ao assistir crise aérea.

a maior

tragédia Kelly Ferreira

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e Alberto Santos Dumont, o patrono da Aeronáutica, não tivesse cometido suicídio há exatamente 75 anos, poderia ter sido levado a fazê-lo agora, em meio ao caos que se instalou na aviação brasileira. A opinião é do historiador e professor de História Contemporânea da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e do Mackenzie, Alexandre Hecker. "Não se sabe o que motivou o suicídio de Santos Dumont, mas podemos dizer que ele, ao ver o seu invento ser usado com descaso e em uma 'guerra econômica', teria cometido o mesmo ato agora", disse Hecker. Segundo o historiador, a idéia de que o avião pudesse ser usado para fins bélicos desagradava muito Santos Dumont. Para o patrono da Aeronáutica, a finalidade de sua invenção era a de ser um meio de transporte e lazer, encurtando as distâncias para unir amigos e familiares. "O caos no aeroporto de Congonhas foi instalado por causa do aumento no número de vôos. Viajar de avião está mais barato e isso fez com que esse meio de transporte – rápido, porém perigoso – se tornasse popular. Isso é ótimo, mas esqueceram de se preparar para esse 'boom'. É uma guerra econômica. E, por enquanto, a vida humana não é parâmetro fundamental para as decisões sobre esse assunto. Congonhas virou um grande porta-aviões no meio de São Paulo", opinou Hecker. Santos Dumont se enforcou num hotel no Guarujá, litoral de São Paulo, no dia 23 de julho de 1932, aos 59 anos, após viver momentos de glória em Paris.

Até hoje, não foi confirmado o que motivou o suicídio de Santos Dumont. Pode ter sido por motivo de doença ou pelo fato de ele ter visto seu invento ser utilizado como instrumento de guerra pelos homens. História – Nascido no dia 20 de julho de 1873, na cidade de Palmira, interior de Minas Gerais, hoje chamada Santos Dumont, o aviador se interessou

pela idéia de voar aos 18 anos, quando foi morar em Paris. Em 1901, nos dias 12 e 13 de julho, ele circulou a torre Eiffel com seu dirigível número 5. Com a façanha, ganhou o prêmio Deutsch, de 50.000 francos. As aventuras com o 14 Bis começaram em julho de 1906. Em 23 de outubro, sob os olhos do público parisiense e de representantes do Aeroclube da

França, finalmente o 14 Bis alçou vôo. O aparelho, mais pesado que o ar, voou por sete segundos. O percurso, de 60 metros, deu a Dumont o prêmio Archdeacon, de 3.000 francos. Filho de um rico plantador de café, Alberto Santos Dumont estudou nos melhores colégios de São Paulo. Até hoje, o real motivo de sua morte é um mistério.


terça-feira, 24 de julho de 2007

Saneamento Habitação Av i a ç ã o Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ÔNIBUS VIRA ALTERNATIVA DE VIAGEM

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Caos aéreo: o negócio é colocar o pé na estrada

Passageiros protestam e fogem de Congonhas

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Demanda faz empresas de ônibus aumentarem a frota

a maior

tragédia Flavia Gianini

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epois de uma peregrinação de 12 horas entre o Aeroporto de Cumbica e o de Congonhas, o diretor de marketing da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), Ricardo Levisky, finalmente conseguiu deixar São Paulo em direção ao Rio de Janeiro. Para chegar no seu destino até às 0h de ontem a solução encontrada por Levisky foi a mesma de muitos: embarcar em um dos ônibus do Terminal Rodoviário Governador Carvalho Pinto, mais conhecido como rodoviária do Tietê. "Acordei cedo e me dirigi para pegar um vôo às 9 horas em Cumbica. Chegando lá me informaram que ele havia sido cancelado em função da chuva, mas que o Congonhas operava normalmente. Fui para lá

na esperança de embarcar às 13h, mas o todo o check-in havia sido suspenso no aeroporto às 11h. A última esperança era um vôo da TAM que partia de Cumbica às 21h40. Mas fui informado de que todos os vôos da companhia haviam sido cancelados", contou Levisky. A expectativa da Socicam – empresa que administra o terminal – era de um aumento de 20% no fluxo de passageiros este mês, em relação a julho do ano passado. Mas as empresas de ônibus já registraram um aumento médio de 35,7% na última semana, em comparação com a semana anterior. O crescimento, quase duas vezes maior que a previsão, é atribuído principalmente ao acidente aéreo envolvendo o Airbus A320 da TAM. O número exato só será conhecido pela Socicam no final do mês, quando as empresas informarão o movimento da última quinzena. Segundo a assessoria de imprensa do terminal, a expectativa inicial de crescimento já levava em conta o período de fé-

Movimento que já seria intenso no mês de julho cresce no Terminal Rodoviário do Tietê, após acidente aéreo

rias e os Jogos Pan-americanos. "O acidente aéreo em São Paulo, associado às chuvas, atrasos e cancelamentos nos vôos vão influenciar no balanço do movimento do terminal este mês", confirma a assessoria. Para absorver a demanda, o grupo JVC, que congrega 19 empresas rodoviárias, colocou ontem 132 carros-extras em operação, cerca de 17% a mais que na segunda-feira passada, um dia antes do acidente. Na volta das férias à capital paulista, Joira Maria Tolochi, e a filha pediram reembolso da passagem aérea no domingo à noite, e preferiram voltar para Navegantes, em Santa Catarina, de ônibus. "Esperamos cinco horas pelo vôo em Congonhas no domingo, ele foi cancelado e não havia previsão de quando sairia. Decidimos não esperar mais", justificou Tolochi. As longas esperas nos aeroportos e a falta de informação ajudam os passageiros a

Passageiros que optam pelo ônibus buscam pontualidade no embarque

decidirem pelos ônibus. A rodoviária tem índice de atraso próximo a zero. O medo de voar com chuva não foi o principal motivo que fez o executivo José Camargo Júnior sair de Congonhas e se dirigir ao terminal do Tietê, mas influenciou na decisão. "Com chuva e os últimos acontecimentos na cabeça dá me-

nos medo ir de ônibus. Deixar o aeroporto e vir para a rodoviária é questão de conforto e segurança se a viagem for curta", confirmou. Inaugurado em 1982, o Terminal Rodoviário do Tietê atende a 1030 cidades do País e quatro da América do Sul. É o segundo maior do mundo. Só perde para Nova York.

Confederação dos Trabalhadores Metalúrgicos e seus 150 sindicatos de todo o País não viajarão de avião pelo Aeroporto de Congonhas. A orientação foi dada pelo presidente da entidade, Eleno Bezerra, ontem, durante reunião da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Diante do consenso entre os participantes da reunião de que ainda há risco na pista do aeroporto, o líder metalúrgico passou a orientar que Congonhas não seja mais utilizado, como forma de protesto. Além disso, os diretores que participaram da reunião mostraram-se inconformados com a posição da Associação Nacional da Aviação Civil (Anac), que contestou as medidas anunciadas recentemente pela presidência da República, considerando-as tímidas. Segundo os participantes da reunião de ontem, o governo deve construir outro aeroporto para vôos domésticos ou facilitar o acesso ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos por metrô ou trem. Botton - Circula na internet o modelo de um botton em protesto aos problemas ocorridos no Aeroporto de Congonhas. No texto, os criadores são enfáticos: cabe à população esperar passivamente a próxima tragédia ou escolher não voar por Congonhas. (Da redação)


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Ambiente Educação Av i a ç ã o Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ouvimos uma forte explosão e vimos uma enorme bola de fogo. Eunice Coelho, da TAM

DOCUMENTOS AJUDARÃO NO INQUÉRITO

Polícia ouve sobreviventes do acidente Delegado responsável pelo caso ouviu 17 pessoas, entre testemunhas do acidente, familiares de vítimas e sobreviventes para o inquérito que apura a tragédia do Airbus

a maior

tragédia

D

ois funcionários e um prestador de serviços da TAM Express prestaram depoimento, ontem pela manhã, no 27º Distrito Policial, no Campo Belo. Foram os primeiros relatos de sobreviventes que estavam dentro do prédio na hora da tragédia com o Airbus A320, na semana passada. O delegado-titular, Antonio Carlos Menezes Barbosa, afirmou que está marcado para as 11h de hoje o depoimento dos técnicos da Infraero que examinaram e liberaram a pista do Aeroporto de Congonhas horas antes do acidente. "Encaminhamos ofícios para ouvir os operadores da torre de controle e os responsáveis pela reforma da pista. Também queremos os relatos do livro da Aeronáutica sobre o que aconteceu no aeroporto entre o domingo (15) e o dia do acidente (17)", disse Barbosa. O delegado mostrou documentos carbonizados de passageiros encontrados nos escombros. Bola de fogo – Os despachantes de carga Eunice Coelho, 44 anos, e Eduardo da Silva Teixeira, 35, trabalhavam no setor operacional que fica no andar térreo do prédio. Eles contaram que trabalhavam com um grupo de colegas no momento do acidente. "Ouvimos uma forte explosão e vimos uma enorme bola de fogo. Por instinto tentei correr, mas não consegui", disse Eunice – que usa aparelho na perna esquerda por causa das seqüelas de poliomielite. Ela caiu e fraturou o braço direito, mas foi carregada por colegas.

Vania Delpoio/ Diário De S.Paulo/ Ag. O Globo

Entre eles, Teixeira, que primeiro tentou fugir, mas ao ver os colegas em perigo, voltou e conseguiu ajudar três pessoas. Um deles era o chefe do setor que estava sob os escombros de uma parede. Na hora do acidente, o motoboy Gerson Antonio da Rocha Júnior, 33 anos, descia ao térreo para bater o ponto. "Foi por obra divina que consegui passar por uma parede em chamas e sair do prédio que estava desabando. Fiquei em estado de choque", disse o prestador de serviço – que sofreu queimaduras de 1º e 2º graus no rosto e braço direito. Ele contou que só teve consciência de que estava vivo quando recebeu as primeiras visitas no hospital. Já foram ouvidas 17 pessoas entre testemunhas do acidente, familiares de vítimas e sobreviventes. Sangue – O Instituto Médico Legal (IML) informou ontem à tarde que já colheu sangue de 124 pessoas, pertencentes a 84

famílias, para poder comparar com o material genético das vítimas do acidente, ocorrido na última terça-feira. A coleta de sangue começou no último sábado, em três hotéis da capital paulista. Hoje, mais uma sessão será realizada no hotel Blue Tree Ibirapuera, a partir das 15 horas. O telefone é (11) 2161-2200. De acordo com a perita criminal e arqueóloga do laboratório, Norma Bonaccorso, o Instituto de Criminalística resolveu antecipar uma das etapas, embora o exame de DNA só seja realizado após terem sido concluídas todas as outras formas de reconhecimento. A identificação está sendo feita por reconhecimento visual, impressão digital, pelos pertences, arcada dentária e, por último, quando esgotadas essas técnicas, por DNA. A perita afirmou que o material genético já retirado dos familiares deve ficar pronto entre amanhã e sexta-feira. (AE)

Presidente visita feridos. Mas na França.

a evolução da investigação", afirmou Sarkozy, que foi a Grenoble visitar os feridos. Sarkozy ficou durante cerca de uma hora no hospital de Tronche, em Grenoble, acompanhado do presidente polonês, Lech Kaczynski. "Quero expressar a solidariedade de todos os franceses com a Polônia", disse o chefe de Estado francês. "É uma das catástrofes mais graves na história da Polônia. É natural que esteja aqui e agradeço calorosamente ao presidente Sarkozy por ter vindo", declarou Kaczinsky.

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presidente francês, Nicolas Sarkozy, declarou no domingo estar "chocado" com o acidente envolvendo um ônibus que transportava peregrinos poloneses no sul da França e no qual morreram 26 pessoas. "Estou chocado com o tamanho da catástrofe. Continuaremos atuando para evitar este tipo de acidente. Seguiremos muito de perto Nelson Antoine/Futura Press

Julho bate o recorde de chuva na Capital

Paulistano foi obrigado a tirar os guardaschuvas e as capas em pleno mês de julho. Chuva deve continuar até amanhã.

A

nove dias do fim de julho, a cidade de São Paulo passou em 89% o volume total de chuva esperado para todo o mês. A média pluviométrica para julho é de 44 milímetros e, somente ontem, até às 19 horas, choveu 32,8 milímetros. Ontem, os bairros onde mais choveu foram Pinheiros, na zona oeste, Bom Retiro, na região central, Ipiranga, na zona sul, e Casa Verde, na zona norte. Até hoje, a Capital paulista registra cinco dias chuvosos, totalizando

83,3 milímetros. Na comparação com julho de 2006, quando foram acumulados 6 6 , 8 m i l í m e t ro s , c h o v e u 24,7% a mais. Com este resultado, julho de 2007 é o mês mais chuvoso dos últimos 13 anos, segundo informou o Centro de Gerenciamento de Emergências da pre-

feitura (CGE). Esse volume, entretanto, deve aumentar e bater novo recorde. Isso porque, segundo o CGE, a expectativa é de que a frente fria continue na cidade até amanhã, com mais chuvas. Depois, o paulistano deve preparar-se para temperaturas abaixo de 10ºC. (Agências)

Gerson da Rocha Júnior, um dos sobreviventes do acidente com o Airbus da TAM, foi ouvido no 27º DP

Começa revitalização da Paulista

A

s obras de revitalização da avenida Paulista, um dos mais tradicionais cartõespostais de São Paulo, começaram ontem, sob intensa chuva. A obras, segundo o prefeito Gilberto Kassab, incluirão a troca de calçadas, instalação de 200 rampas mais largas para travessia de deficientes físicos, repaginação de canteiros centrais e do paisagismo. A previsão é que, dentro de nove meses, a avenida Paulista seja a primeira grande via da capital com acessibilidade. No lugar do mosaico português, um novo piso será moldado no próprio local, feito em pavimento de concreto, com juntas de dilatação em latão. A reforma, orçada em mais de R$ 8 milhões, já interditou a

Márcio Fernandes /AE

Kassab: reformas duram 9 meses

calçada do lado direito do trecho compreendido entre a praça Osvaldo Cruz e a rua Teixeira da Silva, no sentido Paraíso - Consolação. Circulação - As obras na avenida Paulista também devem melhorar a circulação

de quem anda ou dirige pela região. Para o pedestre, a principal mudança é que passará de 16 para 20 os pontos de travessia de pedestres na avenida. As faixas de travessia de pedestres serão redistribuídas e deslocadas em 30 metros para trechos mais centrais dos quarteirões, com o objetivo de melhorar a segurança. Para os motoristas, serão instalados mais semáforos inteligentes, que oferecerão tempo de espera menor do que os habituais cerca de 140 segundos. Durante as obras, que serão feitas em módulos, haverá uma faixa de circulação para pedestres e para entrada e saída de veículos. Na manhã de ontem, o primeiro trecho bloqueado para obras causou 700 metros de lentidão na avenida Paulista. (Agências)

Brás: força-tarefa continua na região Fernando Vieira

E

m um mês e meio de fiscalização do comércio irregular do Brás, na região central, o saldo de apreensões chega à marca de 80 toneladas em produtos ilegais ou sem origem. Em operação permanente, a força-tarefa mobiliza, diariamente, 20 policiais militares, 23 agentes da subprefeitura da Mooca e 60 guardas civis metropolitanos. Os principais objetivos da fiscalização são: averiguação de Termos de Permissão de

Uso (TPU), desobstrução de calçadas e recolhimento de produtos ilegais. No total, foram apreendidas 50 toneladas de mercadorias ilegais com camelôs nas ruas e outras 30 em depósitos clandestinos, que foram fechados durante as operações de fiscalização. Além disso, foram retiradas das ruas 78 barracas e tripés e seis pessoas foram encaminhadas às delegacias de polícia da região. De acordo com a subprefeitura Mooca, as ações têm dois objetivos: inibir a ação de ambulantes ilegais e

recuperar áreas antes invadidas pelo comércio informal, que devem ser revitalizadas e devolvidas à população, a exemplo do que ocorreu no largo da Concórdia, no Brás, onde ainda há protestos de camelôs. Entre os locais liberados ou reformados pela subprefeitura estão ainda o largo do Pari e as ruas Domingos Paiva e Monsenhor de Andrade, que, junto com o largo da Concórdia, somam mais de 20.000 metros quadrados. Segundo a subprefeitura, não há prazo para o encerramento das operações.


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terça-feira, 24 de julho de 2007

Informática A web sob medida

1 Em 2008, quem mudar de endereço poderá manter o número do telefone. E é só o começo. Pág. 7.

para seu cliente Paulo Pampolin/Hype

Ana Maria Guariglia

O fim dos olhos vermelhos Rostos (como o da cantora Mafalda Minnozzi, acima) bem definidos. É o novo recurso da câmera Fuji. Na 8.

Na fila

Loja da Livraria Martins Fontes na avenida Paulista: clientes fiéis pelo acervo e ambiente criado pelos freqüentadores, enriquecido pelos recursos da web 2.0.

A interatividade e a personalização dos sites dão o tom da nova geração de serviços: a web 2.0 já está ao seu dispor. Vanderlei Campos

e grande conhecedores de livros. São capazes de recomennova geração de co- dar, criticar, com o entusiasmo mércio eletrônico (e- de quem quer propagar o que é commerce 2.0) usa bom. Promover e participar ferramentas de co- dessa interação é fundamental munidades online para cria- para nosso negócio", afirma o ção, avaliação e seleção de pro- livreiro. "O cliente da Martins Fontes dutos, conforme os desejos claramente definidas pelos com- é inicialmente atraído pelo amp r a d o r e s . S ã o u s a d a s plo acervo (cerca de 250 mil tíferramentas como blogs, fó- tulos). Mas ele volta também runs, Wikis etc., que permitem em função do ambiente que os que o consumidor vá além do outros leitores criam na loja. balcão e comece a determinar, Com o uso de tecnologias de desde o início, as característi- web 2.0, estendemos a riqueza cas que deseja nos produtos dessa convivência", define Alessandro Gil, que irá consugerente de Marmir. keting da IkeVoltada a segda, que desenmentos com nevolveu o site da cessidades muilivraria. "O conto peculiares, a sumidor tem unidade Paulismais confiança ta da livraria na opinião de Martins Fontes outros consu(ww w.mar tinmidores, prins e d i t ocipalmente os ra.com.br) se dimais habituaferencia por seu dos com certos atendimento produtos. Se p er s on a l iz a do , um homem com auxílio de quer comprar especialistas em um presente cada área. para sua namoCada loja da Queremos rada, seria perMartins Fontes manter os feito contar funciona como clientes em com a dica de uma unidade contato quem usa artiautônoma. "Se conosco e gos femininos", tentasse montar entre si exemplifica. livrarias em deAna Capella Longo relazenas de endecionamento –A reços, não conseguiria manter o estilo de re- web 2.0 cobre uma lacuna no elacionamento. A internet serve commerce, quando interação para nos aproximar de leitores humana é mais importante no com o mesmo perfil, espalha- processo de venda. Isso se aplidos pelo País", explica Alexan- ca a itens personalizados, codre Martins Fontes, diretor- mo também a produtos padronizados, como eletro-eletrôniexecutivo da livraria. Os vendedores têm, em mé- cos. "Colocamos uma série de dia, 10 anos de experiência e co- funções nos produtos, que nhecimento em determinada muitas vezes só são valorizadisciplina. Todavia, além de das pelos consumidores mais usar chats, blogs ou mensagens experientes. Queremos mancomo canal de comunicação ter os clientes em contato coentre funcionário e cliente, a nosco e entre si após a venda, idéia de também reproduzir até para desenvolver um relaoutra forma de interação na li- cionamento de longo prazo vraria física, com as produtivas com a marca", explica Ana conversas que ocorrem entre as Paula Capella, analista da prateleiras. "Os compradores Marketing da Panasonic. Continua na pág. 6 são apaixonados por literatura

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Conheça, na pág.4, os dispositivos que monitoram filas: eles não acabam com a espera. Mas ajudam.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Te l e f o n i a Imagem E mais Soluções

terça-feira, 24 de julho de 2007

DE TUDO UM POUCO PARA A SUA INFORMAÇÃO

A Microsoft patenteou barra de funções do Windows, a taskbar. E já anunciou que deve substituí-la.

Pronta para ser usada

Lixo de Taiwan no seu PC spam. No total, foram identificados 160.512 IPs únicos de 157 países diferentes, que enviaram em média 2,3 mil mensagens cada um. Internet confiável –O monitoramento é apenas uma das etapas da cruzada do CTSpam. Uma nova fase da campanha Antispam.br prevê divulgação de vídeos educacionais na área de segurança da internet. "Nosso objetivo é que cada vez mais os brasileiros tenham uma Internet confiável, segura, e que seja reconhecida internacionalmente por suas virtudes", afirma Henrique Faulhaber, coordenador da CTS p a m e c o n s el h e i r o d o CGI.br. "O CGI.br utiliza ferramentas inovadoras na pesquisa do spam e está trabalhando para prover as melhores práticas e buscar uma boa legislação a e x e m p l o d e o u t ro s países."

Como foi feito –O levantamento dos spams foi feito por meio de dez honeypots de baixa interatividade, computadores configurados de modo a apenas emular determinados sistemas operacionais e serviços. "O disseminador de spams não interage diretamente com o sistema, mas sim com um programa que emula suas características, como sistema operacional e versões de aplicativos", explica Klaus Steding-Jessen, analista de segurança do CERT.br. Um spammer que tentar abusar de um destes honeypots para o envio de spam estará, na verdade, interagindo com programas projetados para fazê-lo acreditar que consegue enviar seus e-mails. Deste modo, nenhum spam foi enviado aos destinatários, mas apenas coletado para análise por um servidor central. O CT-Spam promete revelar mais detalhes do problema, agora analisado por técnicas de mineração de dados, dentro de alguns meses.

Pertoprinter Fiscal: aprovada pelo Confaz e autorizada em sete Estados. ul ga çã o

ções sobre spams enviados através do uso indevido de máquinas brasileiras com proxies abertos ou proxies instalados por códigos maliciosos têm crescido continuamente: formam 55% do total de reclamações recebidas no último mês de junho. Mas nenhum dado era conhecido sobre a natureza, a origem ou destino desse tipo de spam. "É muito importante a obtenção de dados que nos permitam entender melhor o perfil do abuso de proxies no Brasil, de modo a facilitar a proposição de formas de prevenção mais efetivas", explica. Os resultados preliminares do projeto revelam que, além de um total de 370.263.413 emails coletados em 325 dias, o número de destinatários seria de 3.287.153.093, o que representa uma média de 8,9 destinatários por

Di v

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aiwan é o país que mais envia spams ao Brasil. A informação é da Comissão de Trabalho Anti-spam (CT-Spam), do Comitê Gestor da Internet no Brasil, CGI.br (www.cgi.br). A entidade, criada em 2004, está empenhada em acabar com o abuso no envio de e-mails indesejados. Para chegar a este resultado, o CT-Spam monitorou mais de 370 milhões de mensagens durante 325 dias. De Taiwan chegaram mais de 281 milhões de spams capturados, ou 76% das ocorrências. A China vem em segundo lugar, com 16% do volume analisado (quase 59 mil spams). Estados Unidos, Canadá, Coréia, Japão, Hong Kong, Alemanha, Brasil e Panamá são os outros países que aparecem na listagem, e que juntos somam menos de 8%. Cristine Hoepers, analista de segurança do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (www.cert.br ), diz que nos últimos anos as reclama-

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impressora Pertoprinter Fiscal, da Perto, foi aprovada na análise funcional e acaba de receber recomendação do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) para ser utilizada em todos os Estados que assinaram o protocolo ICMS 41/06. A impressora já está autorizada em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e

em breve no Distrito Federal. Desenvolvida para soluções de automação comercial, a PertoPrinter Fiscal é compacta, utiliza tecnologia térmica de impressão e Memória Fita Detalhe (MFD). Entre suas principais características estão a guilhotina para corte automático do papel, alta velocidade de impressão (130 mm porsegundo.), troca rápida e fácil da bobina.

O fonoautógrafo de Martinville

Fonógrafo de Thomas Edison

Toca-discos de 45 rotações da RCA

Primeiro gravador (e reprodutor) de fita cassete, criado pela Philips.

A Sony lança o walkman, primeiro toca-fitas portátil.

1857

1878

1949

1965

1979

NOVOS NOTEBOOKS

Primeiro CD player, da Sony. Custava US$ 900.

A Elger Labs lança o primeiro MP3 player

Menor MP3 do mundo, com 2GB de capacidade.

1998

2007

1982

Pesquisa Sergio Kulpas

Som: do fonoautógrafo ao micro MP3.

Sergio Kulpas sergiokulpas@gmail.com

Divulgação

RFIDs, economia para o varejo. Divulgação

Dell D531: ship AMD e preço a partir de R$ 2.549.

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Dell lançou três novos portáteis - os notebooks Latitude D430 (ultraportátil) Latitude D531(chip AMD) e Precision M4300 (workstation móvel). Os modelos básicos dos Latitude D430 e D531 são vendidos a partir de R$ 5.999 e R$ 2.549, respectivamente. O modelo Precision M4300 custa a partir de R$ 6.299. As máquinas podem ser configuradas e compradas no site da empresa (www.dell.com.br). A Acer também está com

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Acer Aspire 3054: tela de 14.1" e gravador de DVD.

novidades no mercado. O Aspire 3054 pesa 2,4 kg e vem com tela LCD de 14.1". O notebook vem equipado com câmera de vídeo de e gravador de DVD-RW. O processador é o AMD Semprom 3500+ (clock de 1.8 GHz) e o modelo vem com 512 MB de memória DDR2 533/667, que pode ser estendida para até 4 GB, disco rígido de 80 GB, 3 portas USB 2.0 e sistema operacional Windows Vista Home Basic. Tudo isto por um preço de R$ 2.469. Já na linha high end,

para consumidores que priorizam as vantagens e novidades tecnológicas, o Aspire 5633 WLMi é melhor opção. Equipado com o processador Intel Core Duo, este notebook vem com gravador de DVD-RW, tela de LCD de 15.4 polegadas, wireless 802.11b/g, Bluetooth e câmera de vídeo de 1.3 megapixel. Com disco rígido de 160 GB, memória de 1 GB (2x 512 MB DDR2 533), que pode ser estendida até 2 GB, e bateria com duração de 2,5 horas. Custa R$ 3.909.

EU NAVEGO Roger, vocalista do Ultraje a Rigor, recomenda o www.waves.terra.com.br, site que consulta diariemente e que traz informações variadas de surfe.

Visual arrojado

Estúdio Chelles & Hayashi Design desenvolveu um modelo de no-break para a Enermax, fabricante de sistemas de energia. Com gabinete em plástico de engenharia, a linha YUP-E é voltada tanto para uso doméstico quanto corporativo, e está disponível em dois modelos: YUP-E 600 e YUP-E 1200. Além da potência, a diferença entre estes dois modelos está no gabinete, pois o do 1200 tem a frente plástica e o corpo metálico. O produto possui também outros diferenciais, como a tomada na parte superior, que facilita o acesso quando o produto é colocado embaixo da mesa, e um organizador de cabos.

Afasta ladrão

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Targus (www.targus brasil.com.br) lançou uma linha de dispositivos de segurança, com o cadeado Defcon 1 Ultra (R$ 139) e a trava Defcon Cable Lock (R$ 99), que impedem o roubo de peças internas de um gabinete e, até mesmo, do portátil. O cadeado Defcon 1 Ultra vem com um cabo de aço recoberto com vinil e um resistente cadeado-segredo com quatro dígitos. Já a trava Defcon Cable Lock tem um cabo de quase 2 metros, galvanizado e resistente a cortes. Basta passar o cabo no equipamento e prendê-lo na mesa.

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egundo estudo recente feito pela consultoria A T Kearney, os varejistas podem esperar grandes economias no estoque e na mão-de-obra com a implementação de RFIDs (etiquetas com microtransmissores de rádio) e EPC (código eletrônico de produto). A análise da A T Kearney avaliou o mercado dos EUA e aponta benefícios em três áreas principais: a redução dos estoques (que deve representar uma economia de 5% ao ano), redução no custo de mão-de-obra na área de estoques (economia de 7,5%) e uma redução estimada em US$ 700 mil a cada US$ 1 bilhão em vendas com itens fora de estoque, devido à otimização do sistema de encomendas. A A T Kearney avalia que o custo de implementação de RFIDs e EPC para grandes varejistas será em torno de US$ 400 mil por centro de distribuição e US$ 100 mil por loja, mais um custo adicional entre US$ 35 milhões e US$ 40 milhões para integrar os sistemas através da organização toda. Segundo o vice-presidente da consultoria, Dave Donnan, apesar desses valores serem bem altos, a vantagem é que a maioria dos custos dos varejistas são fixos. A situação é bastante diferente para os fabricantes, segundo Donnan. Além dos mesmos custos de implementação previstos para os varejistas, os fabricantes terão de repor continuamente as etiquetas em seus produtos, uma vez que as grandes redes já exigem que os produtos cheguem com RFIDs nas caixas (como é o caso do Wal-Mart). Custos diferentes - O estudo divide os fabricantes em duas categorias. Em primeiro, estão os fabricantes de alto impacto, que vendem pequenos volumes de itens mais caros, com um rápido desabastecimento (como remédios e produtos duráveis diversos). Em

Só na redução dos estoques, as etiquetas RFIDs devem representar economia de até 5% ao ano para o varejista.

segundo, estão os fabricantes de baixo impacto, que vendem grandes volumes de produtos mais baratos (alimentos e outros produtos frescos). Os custos de implementação dos RFIDs variam significativamente nas duas categorias. A pesquisa da A T Kearney comparou dois produtores com vendas anuais de US$ 5 bilhões - uma distribuidora de produtos frescos e uma fábrica de medicamentos. A conclusão é que a distribuidora de alimentos gastaria US$ 155 milhões a mais que a fabricante de remédios. Parceria - O sucesso dos RFIDs e do EPC no varejo depende de uma dança muito bem coreografada com fabricantes e distribuidores. As eco-

nomias previstas pela adoção dessas tecnologias dependem em boa parte de bons acordos como os parceiros industriais. Nessa relação, os fabricantes dependem muito dos varejistas para obter algum benefício ou economia de escala. Para essa implementação funcionar adequadamente, fabricantes e varejistas devem trocar informações de alto nível, para mudar os processos necessários. Um nível maior de confiança entre os parceiros comerciais será essencial para fazer essa tecnologia deslanchar. Se isso não ocorrer, o investimento terá um nível de risco muito alto, e poderá não se reverter em economias importantes para a companhia.


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Empresas Finanças Comércio Exterior Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

OMC NÃO QUER ETANOL SEM TAXAS

terça-feira, 24 de julho de 2007

1,1

por cento foi a queda na média das exportações diárias nas três primeiras semanas do mês

PROPOSTA DE LIBERALIZAÇÃO DOS MERCADOS AGRÍCOLAS ENCONTRA RESISTÊNCIA NA OMC

FRANÇA NEGA ABERTURA AGRÍCOLA Peri/MCPress

O Recuperação dos preços de commodities como a soja não será bem aproveitada pelo Brasil, por causa das barreiras dos europeus.

Exportações em queda no mês

P

ela segunda semana consecutiva, as exportações recuaram e contribuíram para um desempenho menos favorável da balança comercial nas três primeiras semanas de julho. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a média diária de embarques, nesse período, caiu 1,1%, em comparação com a média de julho de 2006, por conta da desaceleração das vendas de produtos básicos e de manufaturas. Já a média diária das impor-

tações cresceu 27,7%, engrossada pelas compras de bens de capital e de insumos para setores produtivos. O resultado foi um superávit de US$ 2,357 bilhões nas três semanas, menos da metade do saldo verificado em todo o mês de julho de 2006 (US$ 5,66 bilhões). Entre 1º de janeiro e a última sexta-feira, o superávit comercial acumulou US$ 23,019 bilhões. As exportações no ano alcançaram US$ 82,859 bilhões, 16,8% a mais que em igual período de 2006. As im-

portações, de US$ 59,840 bilhões, cresceram 26,1%. Em julho, as exportações somam US$ 9,644 bilhões, com média diária de US$ 642 milhões. De acordo com a Secex, essas cifras embutem queda nas vendas externas de soja e farelo, de petróleo em bruto, de carne bovina e de minério de ferro, entre os produtos básicos. Também incluem recuos dos produtos elétricos e eletrônicos, de álcool etílico, de telefones celulares e de motores para veículos. (AE)

EUA poderão flexibilizar

Estados Unidos poderão ser mais flexíveis, e o serão, se outros países e grupos também forem, em relação ao comércio mundial. Sobel afirmou que a participação de mais países na nova etapa de negociação da Rodada Doha, na OMC, deve ajudar a reabrir a discussão. Estados Unidos e Brasil,

segundo Sobel, buscam oportunidades conjuntas em áreas como biocombustíveis, saúde e educação, a fim de beneficiar os países emergentes como um todo. Ele acrescentou que os presidentes Bush e Lula estão elaborando uma agenda conjunta para a identificação dos desafios a serem enfrentados . (AE)

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embaixador norteamericano no Brasil, Clifford Sobel, disse ontem a empresários, na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que a orientação do presidente George W. Bush é de que os

DROGASIL S.A. CNPJ/MF n° 61.585.865/0001-51 - NIRE 35.300.035.844 Extrato da Ata de Reunião do Conselho Administrativo de 02/07/2007 Data, Hora e Local: 02/07/2007, às 10:hrs, na sede à Av. Corifeu de Azevedo Marques, 3097, São Paulo - SP. Presenças: A totalidade dos conselheiros. Mesa: Presidente, Carlos Pires Oliveira Dias; e Secretário, Renato Pires Oliveira Dias. Ordem do Dia: Verificação de subscrição de ações ordinárias emitidas pela Cia, conforme Reunião do Conselho de Administração de 28/junho/2007. Deliberações: Verificada a subscrição da totalidade das 13.646.383 ações ordinárias emitidas pela Cia, conforme aumento de capital de 28/junho/2007, destinadas à oferta pública primária de ações ordinárias da Cia. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram finalizados os trabalhos, lavrando-se a presente ata, que, lida e aprovada, foi por todos assinada. A Ata em inteiro teor foi registrada na JUCESP sob n° 252.936/07-3 em sessão de 06/07/07. Extrato da Ata de Reunião do Conselho Administrativo de 05/07/2007 Data, Hora e Local: 05/07/2007, às 17:hrs, na sede à Av. Corifeu de Azevedo Marques, 3097, São Paulo - SP. Presenças: A totalidade dos conselheiros. Mesa: Presidente, José Pires Oliveira Dias Neto; e Secretário, Cláudio Roberto Ely. Ordem do Dia: Deliberar sobre a homologação das ações subscritas e integralizadas no aumento de capital, aprovado na Reunião do Conselho de Administração da Cia de 28/junho/2007, no âmbito da distribuição pública primária de ações. Deliberações: Homologado o aumento do capital da Cia no montante de R$ 204.695.745,00, passando de R$ 50.000.000,00 para R$ 254.695.745,00 após a subscrição e integralização de 13.646.383 ações ordinárias, nominativas, escriturais, sem valor nominal, de emissão da Cia, representando 100% do total das ações ordinárias emitidas pela Cia no aumento do capital social autorizado, conforme aprovado na Reunião do Conselho de Administração de 28/junho/2007, conforme do Art. 4°, § 5°, do Estatuto Social, efetivado no âmbito da distribuição pública primária de ações da Cia, com a exclusão do direito de preferência dos atuais acionistas conforme art. 172, inciso I da Lei n° 6.404/76. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram finalizados os trabalhos, lavrando-se a presente ata, que, lida e aprovada, foi por todos assinada. A Ata em inteiro teor foi registrada na JUCESP sob n° 256.651/07-3 em 16/07/07. Extrato da Ata de Reunião do Conselho Administrativo de 11/07/2007 Data, Hora e Local: 11/julho/2007, às 19:hrs, na sede à Av. Corifeu de Azevedo Marques, 3097, São Paulo - SP. Presença: A totalidade dos membros do Conselho de Administração. Mesa: Presidente Carlos Pires Oliveira Dias; e Secretário - Renato Pires Oliveira Dias. Ordem do Dia: (i) Aumento do capital social e da quantidade de ações a serem emitidas no contexto da oferta pública de ações ordinárias de emissão da Cia, em razão do exercício integral da opção de ações do lote suplementar concedida ao Banco UBS Pactual S.A. nos termos do Contrato de Coordenação e Garantia Firme de Subscrição, Aquisição e Colocação de Ações Ordinárias, celebrado em 28.07.2007 e conforme previsto no art. 24 da Instr. CVM 400/2003; (ii) Fixação do preço de emissão das ações objeto do aumento de capital referido no item (i) e respectiva justificativa; e (iii) a verificação da subscrição das ações emitidas no aumento de capital referido no item (i) acima. Deliberações: (i) aprovado o aumento do capital social de R$ 254.695.745,00 para R$ 285.400.100,00, um aumento, portanto, de R$ 30.704.355,00, mediante a emissão de 2.046.957 novas ações ordinárias, dentro do limite do capital autorizado, em razão do exercício integral, nesta data, da opção de ações do lote suplementar concedida ao Banco UBS Pactual S.A., nos termos do Contrato de Colocação e do art. 24 da Instr. CVM 400/2003, as quais conferirão aos seus titulares os mesmos direitos conferidos às atuais ações ordinárias pelo Estatuto Social e pela legislação aplicável, fazendo, inclusive, jus ao recebimento integral de dividendos e de demais proventos de qualquer natureza que vierem a ser distribuídos aos acionistas, a partir de sua data de subscrição; (ii) fixar o preço de emissão das ações em R$ 15,00 por ação ordinária. O preço de emissão das Ações Ordinárias foi fixado após a conclusão do procedimento de bookbuilding realizado pelo Banco UBS Pactual S.A., Bradesco BBI S.A. (Coordenadores da Oferta), HSBC Corretora de Títs. e Vals. Mobils. S.A. e Banco Safra de Invest. S.A., no Brasil, e pelo UBS Securities LLC e Bradesco Securities Inc., no exterior, bem como demais instituições financeiras sub-contratadas, em consonância com o disposto no Artigo 170, §1º, inciso III da Lei n.º 6.404/76, tendo como parâmetro o preço de mercado verificado para as ações. Foi considerada, para a definição do preço de emissão das Ações Ordinárias, a indicação do interesse de investidores institucionais para a subscrição e aquisição das ações ordinárias de emissão da Cia. Nos termos do art. 170, § 7º da Lei das S.As., os Conselheiros aprovaram, por unanimidade de votos, que a escolha do critério de preço de mercado das ações para a determinação do preço das Ações Ordinárias a serem emitidas é devidamente justificada, tendo em vista que as Ações Ordinárias serão colocadas por meio de uma oferta pública primária, em conjunto com uma oferta pública secundária de ações ordinárias a serem vendidas por diversos acionistas da Cia, em que o valor de mercado das Ações Ordinárias a serem emitidas/vendidas é aferido com a realização do procedimento de coleta de intenções de investimento (bookbuilding), o qual reflete o valor pelo qual os investidores apresentam suas intenções de compra das Ações Ordinárias no contexto da oferta pública primária e secundária, sendo, portanto, o critério mais apropriado para determinar o preço justo das Ações Ordinárias a serem emitidas pela Cia; e (iii) foi verificada a subscrição das 2.046.957 ações ordinárias emitidas no aumento de capital referido no item (i) acima. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, encerraram-se os trabalhos, lavrando-se a presente ata, que, lida e achada conforme, foi por todos assinada. A Ata em inteiro teor foi protocolada na JUCESP sob n° 257.521/07-0 em 17/07/07. Extrato da Ata de Reunião do Conselho Administrativo de 16/07/2007 Data, Hora e Local: 16/julho/2007, às 17:hrs, na sede à Av. Corifeu de Azevedo Marques, 3097, São Paulo - SP. Presença: A totalidade dos membros do Conselho de Administração. Mesa: Presidente Carlos Pires Oliveira Dias; e Secretário - Renato Pires Oliveira Dias. Ordem do Dia: Homologação das ações subscritas e integralizadas no aumento de capital, aprovado na Reunião do Conselho de Administração realizada em 11.07.2007, no âmbito da distribuição pública primária de ações, em razão do exercício integral da opção de ações do lote suplementar concedida ao Banco UBS Pactual S.A. nos termos do Contrato de Coordenação e Garantia Firme de Subscrição, Aquisição e Colocação de Ações Ordinárias de Emissão da Cia., celebrado em 28.07.2007, e conforme art. 24 da Instr. CVM 400/2003. Deliberações: Homologado o aumento do capital no montante de R$ 30.704.355,00, passando este de R$ 254.695.745,00 para R$ 285.400.100,00 após a subscrição e integralização de 2.046.957 ações ordinárias, nominativas, escriturais, sem valor nominal, de emissão da Cia, representando 100% das ações ordinárias emitidas pela Cia no aumento do capital social autorizado, conforme aprovado na Reunião do Conselho de Administração realizada em 11.07.2007, conforme art. 4°, § 5°, do Estatuto Social, efetivado no âmbito da distribuição pública primária de ações da Cia, em razão do exercício integral da opção de ações do lote suplementar concedida ao Banco UBS Pactual S.A., nos termos do Contrato de Colocação e conforme art. 24 da Instr. CVM 400/2003, com a exclusão do direito de preferência dos atuais acionistas da Cia de acordo com o art. 172, inciso I da Lei n° 6.404/76. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, encerraram-se os trabalhos, lavrando-se a presente ata, que, lida e achada conforme, foi por todos assinada. A Ata em inteiro teor foi protocolada na JUCESP sob n° 259.663/07-4 em 19/07/07.

governo francês não aceitará a proposta apresentada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para a liberalização dos mercados agrícolas, e alertou que um acordo ainda está muito longe de ser negociado. O ataque dos franceses está sendo apoiado pela Irlanda e Polônia, dois dos países mais protecionistas na Europa, e também tem certa simpatia nos governos da Itália, Grécia e Espanha. Ontem, o comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, reuniu ministros dos 27 países do bloco e disse ter recebido o apoio do grupo para continuar negociando dentro da posição que vem defendendo. Os encontros entre os ministros europeus começaram domingo à noite e foram concluídos ontem, às vésperas das reuniões em Genebra para tentar ditar qual será o futuro da Rodada Doha. Na Comissão Européia, diplomatas admitem que as propostas colocadas sobre a mesa são realistas, e que a União Européia pode cumpri-las sem esforços.

Mandelson disse que os cortes sugeridos nas tarifas de bens agrícolas poderiam ser implementados pelos europeus. A proposta aponta para cortes que variam entre 66% e 73% nas barreiras mais altas. Para o comissário, a proposta está dentro dos limites aceitos pela UE, e ele avisou que o bloco poderia compensar o corte de tarifas com a aplicação de cotas de importação para produtos como a carne brasileira. Os agricultores europeus alertaram que cotas terão de ser impostas, principalmente sobre o frango e as carnes bovina e suína compradas do Brasil. Mandelson admitiu que a UE terá de lutar para garantir que os produtos considerados sensíveis tenham um tratamento diferenciado. Mas insiste em que a proposta deve ser considerada uma base para o início do processo. Entre os países-membros, o tom não é o mesmo de Mandelson. Os franceses alegam que a proposta traz a possibilidade de que as tarifas de importação sobre produtos como carnes e leite sofram importantes que-

das, abrindo espaço para as exportações brasileiras, americanas, argentinas e australianas. Para Herve Novelli, secretário de Comércio da França, a proposta de abertura agrícola precisa ainda de melhorias substanciais. "A grande maioria dos países considera as propostas inaceitáveis, da forma como hoje estão", disse. "A Comissão Européia terá de trabalhar muito duro ainda", acrescentou. Estratégia - O Brasil tentará tirar de seus ombros a cobrança de ter de abrir seu mercado para bens industriais nas negociações da Rodada Doha. Hoje, a OMC volta a debater as propostas dos setores agrícola e industrial. A estratégia brasileira é recolocar a agricultura no centro do debate, enquanto europeus e americanos irão explorar a falta de união entre os países emergentes. Ontem, o Uruguai, membro do Mercosul, participou de uma reunião com os países ricos para apoiar cortes nas tarifas industriais, algo que Brasil e Argentina rejeitam. (AE)

A classificação do etanol em debate

O

s mediadores das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) estimam que o etanol não pode ser considerado "bem ambiental" e, portanto, não deve fazer parte de uma lista de produtos que poderão circular sem impostos de importação no futuro. Um dos pontos centrais da "diplomacia do etanol" do governo brasileiro é conseguir que o tema entre na agenda da OMC. Os comentários dos mediadores irritaram o Itamaraty. "Não há sentido em continuar falando sobre bens ambientais se não

incluirmos os biocombustíveis", afirmou o embaixador do Brasil na entidade, Clodoaldo Hugueney. A lista vem sendo negociada há meses. Mas por recusa dos países ricos, o etanol até agora não foi incluído no processo. Estados Unidos, Japão e Europa elaboraram uma lista de produtos industrializados que se beneficiariam de uma isenção total de tarifas no comércio internacional. Mas no lugar de etanol, a lista inclui bicicletas, veleiros e até CD-Roms. Para os japoneses, o CD-Rom evitaria o uso de papel, e assim, re-

duziria o desmatamento. Para os países ricos, que cobram altas tarifas sobre o etanol e outros biocombustíveis, não há como discutir neste momento o fim das barreiras. O próprio secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Mike Johansson, já afirmou que uma mudança na política americana somente seria discutida em 2009. "Se o etanol não pode ser classificado como um bem ambiental, o que é que cumpre o critério de ser classificado assim?" questionou o embaixador Hugueney. (AE)

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Tarcísio José Massote de Godoy, brasileiro, casado, engenheiro civil, RG nº 554.548 SSP/DF e CPF nº 316.688.601-04, residente e domiciliado em Brasília (DF), DECLARA sua intenção de exercer cargo de Diretor Presidente da Brasilprev Seguros e Previdência S.A. e que preenche a condição estabelecida no art. 8º da Resolução CNSP n° 136, de 07 de novembro de 2005. ESCLARECE que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais impugnações à presente declaração deverão ser comunicadas diretamente à Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, no endereço abaixo, no prazo máximo de quinze dias, contados da data desta publicação, por meio de documento em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado de documentação comprobatória, observando que a Declarante poderá, na forma da legislação em vigor, ter direito à vista do respectivo Processo, São Paulo (SP), 23 de julho de 2007, Tarcísio José Massote de Godoy. Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, DECON - Rua Buenos Aires, 256 - Centro - Rio de Janeiro (RJ). (24,25)

Montebel Empreendimentos e Participações S.A.

Empresa de Capital Fechado CNPJ/MF n° 43.216.357/0001-14 - NIRE n° 35.300.089.308 Ata da Assembléia Geral Extraordinária 25/05/2007 Convocada pelo Conselho de Administração, dispensada a publicação de editais pelo comparecimento de todos os acionistas, nos termos do artigo 124, parágrafo 4° da Lei 6.404/76, instalou-se a Assembléia Geral Extraordinária aos 25/05/2007, às 14h00min., na sede social, na Rodovia Rio Claro - Piracicaba, Km 2, Rio Claro - SP. A Composição da mesa coube a Urbano Campos Ribeiral, Presidente, e Valdir Delarco, Secretário. De acordo com a Ordem do Dia, nesta Assembléia foi discutida, votada e aprovada por unanimidade a seguinte matéria: 1. Aceitar a renúncia apresentada pelo Sr. José Alberto de Mattos ao cargo de membro do Conselho de Administração da Sociedade. 2. Nomear para o cargo de membro do Conselho de Administração o Sr. Marcelo Araújo Ribeiral, brasileiro, casado, economista, RG. n° M-3.693.094 SSP/MG e CPF/MF n° 592.385.776-68, residente e domiciliado na cidade de Piracicaba/SP, cujo mandato expirar-se-á em 30/04/2008. Nada mais havendo a tratar foi encerrada a assembléia e lavrada esta ata que, lida e achada conforme, vai por todos assinada. Presentes à Assembléia: Neyde Bittencourt Araújo, Nice Araújo Ribeiral, Frederico Vanetti de Araújo, Vitor Vanetti de Araújo, Guilherme Vanetti de Araújo, Urbano Campos Ribeiral Jr., Marcelo Araújo Ribeiral, Ricardo Araújo Ribeiral, acionistas e Urbano Campos Ribeiral, acionista e Presidente da Assembléia. Certifico que esta é cópia fiel da ata original lavrada no livro próprio. Rio Claro, 25 de Maio de 2007. Urbano Campos Ribeiral - Presidente da Assembléia; Valdir Delarco OAB/SP 82.960 - Secretário. Jucesp: sob n° 237.517/07-3 em 15/06/07.

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 019/2007-FAMESP PROCESSO Nº 601/2007-FAMESP REGISTRO DE PREÇOS Nº 008/2007-FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 24 de julho a 03 de agosto de 2007, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX (0xx14)3882-1885– ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 019/2007-FAMESP, PROCESSO Nº 601/2007-FAMESP, REGISTRO DE PREÇOS Nº 008/2007-FAMESP, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE ÓRTESES, PRÓTESES PARA GASTROCIRURGIA (TELA INORGÂNICA DE POLIPROPILENO; GRAMPEADOR LINEAR, ETC...), EM SISTEMA DE CONSIGNAÇÃO, PARA O HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU E PARA O HOSPITAL ESTADUAL BAURU, do tipo menor preço global por lote, em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 15 de agosto de 2007, com início às 09;00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supra citado. Botucatu, 23 de julho de 2007. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente FAMESP

Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas,Vídeo e Similares do Estado de São Paulo CNPJ (MF) nº 53.054.193/0001-20 Eleições Sindicais – Aviso Em cumprimento ao disposto nos Estatutos desta Entidade, comunico que foi registrada a chapa única seguinte, como concorrente à eleição a que se refere o AVISO publicado no dia 05 de julho de 2007, no jornal Diário do Comércio de São Paulo. Diretoria Efetivos: Alberto Bitelli, Rodrigo Saturnino Braga e Verônica Stump; Suplentes: Edmar Souza e Cesar Pereira da Silva; Conselho Fiscal Efetivos: Caio Meira, João Francisco de Paula e Jaime Tavares; Suplentes: Maria Lúcia Sant’Anna Bitelli e Oceano Vieira de Mello. Nos termos do referido Estatuto, o prazo para impugnação das condidaturas é de 5 (cinco) dias, a contar da publicação deste AVISO. São Paulo, 23 de julho de 2007. Alberto Bitelli – Presidente.

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA ENTREGA IMEDIATA PREGÃO Nº 043/2007-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 258/2007-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 24 de julho a 06 de agosto de 2007, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX (0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 043/2007-FAMESP/HEB, PROCESSO Nº 258/2007-FAMESP/HEB, que tem como objetivo AQUISIÇÃO DE SERVIDORES (BANCO DE DADOS, PACS, BACKUP E ARQUIVOS (IMAGENS MÉDICAS)), PARA AS DEPENDÊNCIAS DO HOSPITAL ESTADUAL BAURU, do tipo menor preço por item, em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 07 de agosto de 2007, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, localizado na Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, n.º 1-100, Jardim Santos Dumont, na Cidade de Bauru, no Estado de São Paulo, C.E.P. 17.033-360. Botucatu, 23 de julho de 2007. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi Diretor Vice Presidente FAMESP

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 23 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: lência - Rua Antonio Raposo, Requerente: SEG LIMP Serviços 186 - conj. 121 - 2ª Vara de FaLtda. - Requerido: Justmold Inlências dústria e Comércio Ltda. - Rua João Alfredo, 235 - 1ª Vara de Requerente: Zuafon Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Saliba Falências Requerente: Expandra Estamparia Tecnologia e Consultoria em Informática Ltda. - Alameda e Molas Ltda. Auto-falência Requerido: Expandra EstamSantos, 1343 – sala 404 - 1ª Vara paria e Molas Ltda. Auto-fade Falências


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 24 de julho de 2007

RESENHA

NACIONAL PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES

N

G Não é apenas

uma crise aérea. A infra-estrutura de transportes (destaque para o rodoviário) está entregue ao acaso um apagão aéreo. Provavelmente, ele resulta de uma péssima seleção de investimentos aeroportuários - que deu preferência à suntuosidade e não à operacionalidade e a segurança -, acrescidos pela crise de autoridade que assola o setor. Um vacilante ministro responsável pela Aeronáutica; um presidente de órgão regulador, a ANAC, que não tem qualquer intimidade com o setor (cuja nomeação se deve à sua amizade com Dilma Roussef); uma diretoria da estatal Infraero envolvida com contratações de obras superfaturadas; um ministro do Planejamento que, quebrando a espinha hierárquica do setor, negocia diretamente com controladores de vôo civis e militares; isto só, de per se, explica a crise aérea. Se enxergarmos um pouco mais longe vamos ver

que não é apenas uma crise aérea. A infra-estrutura de transportes, com destaque para o setor rodoviário, está entregue ao acaso. No Brasil, morrem por ano mais de 50 mil pessoas nas estradas. Parte por erro humano, grande parte por deficiência infra-estrutural. Enquanto isto, no Palácio do Planalto, a seleção dos ocupantes de primeiro e segundo escalão é negociada com base no orçamento de investimentos que a pasta, a área ou a estatal virá a comandar. Não está só no ar a tragédia brasileira; está em terra, nas rodovias destruídas, mal ou não sinalizadas. E em uma polícia rodoviária mais interessada em propinas do que em segurança. Acidentes em terra comovem muito menos do que acidentes aéreos. Mas a responsabilidade do governo é a mesma. Recentemente, referindo-se ao cargo que desejava ocupar ou indicar ocupante na Petrobras , um deputado disse o que sintetiza a origem dos problemas da administração federal: “Eu quero aquela diretoria que fura poço”... nfelizmente, não dá para comentar as infraestruturas ferroviária e fluvial. Apesar da extensão territorial, desprezamos os dois setores. A principal obra ferroviária em execução é a Ferrovia Sarney. Tal como a Transamazônica, só encontra justificativa nos empreiteiros e nos políticos. A infra-estrutura portuária continua carecendo de decisões. A agência reguladora do setor não tem quorum para decisões. Em curto prazo, vão asfixiar as importações e as exportações brasileiras. Não será um acidente dramático, mas terá conseqüências negativas na vida de milhões de brasileiros.

I

EDITORIAL DE ARTHUR CHAGAS DINIZ NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

M orrem nas estradas mais de 50 mil pessoas

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

O USO DO AVIÃO Céllus

o momento em que são choradas as 199 vítimas do maior acidente aéreo já ocorrido no País e que o governo, freneticamente (e por vezes, grosseiramente), tenta eximir-se de maiores responsabilidades, é hora de se ver, com mais clareza, o que acontece com a infraestrutura de transportes no Brasil. Que o setor aéreo passa por uma prolongada crise é mais do que evidente. A Aeronáutica investiga se houve sabotagem no radar e que isso tenha inibido o tráfego aéreo na Amazônia na madrugada de sábado, enquanto os controladores se mostram ofendidos com a suspeita. Na verdade, há mais de 10 meses vivemos

Gestos reveladores PAULO SAAB

P

or mais que se desculpem ou expliquem, por mais que o presidente da República adote medidas paliativas e mostre emoção, por mais e mais que se nomeie os responsáveis por trás da crise aérea brasileira, que ganhou proporções trágicas, nada autoriza figuras importantes do governo a expressarem-se com gestos e palavras que fazem parte do chulo mundo dos que não têm compostura moral para enfrentar situações de pressão ou confronto. Os gestos obscenos do assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e de seu assessor de imprensa, dignos de um balcão de bar de segunda categoria, juntamse à expressão igualmente desqualificada da ministra do Turismo diante de outros incidentes da mesma crise, quando recomendou aos viajantes "relaxar e gozar". Essas atitudes são flagrantes nítidos da reserva moral de um governo despreparado para o exercício do Poder e. Além de seus membros se considerarem donos do patrimônio público e da definição de moral pública, a figura do presidente da República paira acima do bem e do mal e somente age quando em benefício de sua popularidade. Os gestos e as palavras são reveladores. São espontâneos. Naturais. Mostram o caráter de quem os emite. As explicações e desculpas posteriores revelaram nada mais do que a tentativa de minimizar o efeito público das demonstrações de desprezo pela sensibilidade da população.

É preciso frieza para analisar os fatos. Acuado, pressionado em sua incúria, o governo Lula busca escapar da pressão de fatos que lhe fogem ao controle e que podem causar danos à sua imagem. As pesquisas de popularidade sempre mostram o presidente preservado, nas diversas situações negativas que afligem rotineiramente seu governo. Tire-se desse cálculo o que é da responsabilidade do governo Lula, desconte-se a repercussão de um acidente de proporções catastróficas, ainda assim - e depois de tudo que já se disse sobre o assunto -, em nenhuma hipótese, sobraria espaço para o que um assessor especial de Lula e um assessor do assessor, passando por cima da dor das famílias envolvidas e da comoção nacional que faz chorar o País, mostrem de forma espontânea que sua única preocupação era com eles próprios. Podem gastar laudas e laudas de texto e horas de declarações para negar.

A

expressão da ministra e os gestos dos assessores são o que de mais claro vai na alma de quem faz parte do governo Lula. Por mais que o presidente flutue sempre como inocente, ele é o responsável pelos atos de sua equipe e pelo comando moral, a que todos deveriam estar submetidos. Pobre Brasil! E ainda há quem, dentro do governo ou entre os que lhe dão sustentação política, queira transformar a grande discussão sobre a gestão petista com seus aliados em algo de caráter ideológico. Não é, não! É só de caráter.

O governo Lula, acuado em sua incúria, busca escapar dos fatos negativos

Irresponsabilidade social FRANCISCO ANTONIO FEIJÓ

O

utro terrível acidente aéreo em Congonhas nos obriga a uma reflexão mais profunda sobre os problemas da aviação no Brasil, que já se estendem há algum tempo, infelizmente sem solução nem perspectivas de melhora. Enquanto isso nós, os passageiros, nos acostumamos a esse desrespeito, desatenção, maus tratos, como se fôssemos gado, sem direito à defesa de sua própria vida. E, o mais triste, insensíveis aos prejuízos, dores e constrangimentos da população, autoridades governamentais, companhias aéreas, pilotos e controladores de vôo não se entendem no relacionamento técnico terra/ar que são obrigados a manter ou comemoram ostensivamente, sem pudor, grotescamente, quando descoberto que a culpa não teria sido de A e sim de B... Mas quem morreu foi C, o passageiro! Enquanto a verdadeira caixa-preta permanece obscura, sem definições objetivas das culpas diretas - se bem que, de forma geral, todos são responsáveis -, surge uma importante interrogação, diretamente relacionada às entidades de classe que congregam profissionais liberais. A preocupação recai sobre as autoridades governamentais e aeroportuárias, sobre as companhias aéreas, sobre o piloto que comanda a aeronave, ou sobre o dirigente sindical, por permitir que uma situação dessas perdure e crie perniciosas raízes? Creio que a responsabilidade recai sobre todos. Primeiramente sobre os homens que integram as entidades e que, ao mesmo tempo, se utilizam por dever de ofício do transporte aéreo; sobre os dirigentes sindicais, por que deveriam entender que está ocorrendo um choque entre duas categorias importantes de alto nível técnico, responsáveis por nossa segurança em terra e no ar; sobre as autoridades governamentais, pela leniência na solução dos problemas, e sobre as companhias aéreas, que colocam o negócio acima de qualquer interesse humano. Como é possível entender que quem controla o vôo de um Airbus ou um Boeing, ou mesmo um Fokker ou até um ATR, possa passar informações para que o comandante do aparelho fi-

que em vôo baixo, aguardando ordens para subir, sabendo que o consumo de combustível é muito maior, que a segurança a baixa altura é difícil e que estamos correndo, enfim, riscos maiores , como o esgotamento do combustível ou até uma falha mecânica? Não se pode tirar o direito de quem quer que seja de defender seus interesses e de sua categoria profissional, desde que não coloque em risco a segurança e a vida de terceiros - usuários, no caso dos serviços. Imagine se um profissional liberal de outra categoria (médico, engenheiro, contador, advogado, etc.), por simplesmente estar de mal com a vida ou com terceiros, relaxe e dê chance a um ato falho em sua especialidade profissional, prejudicando seu cliente, seu atendido, seu constituído. Seria punido eticamente por seus órgãos de classe, seria execrado por sua comunidade. Tomando conhecimento do cenário que envolve a organização aérea brasileira, as coisas que estão acontecendo nos céus e nas salas escuras dos gabinetes, empresas, sindicatos e controladores de vôo, sinto medo. Medo de viajar nesta semana e na outra e nas que se seguirão. Com certeza, se pudesse não viajar, não viajaria.

A

titudes precisam ser tomadas, com urgência para resolver essa situação que nos deixa a todos em pane. Mesmo respeitando, como sindicalista, o direito de liberdade sindical, entendo que excessos não são bons e que quando um problema demora muito tempo para ser resolvido, tende a crescer e a se multiplicar. Enfim, vamos torcer para que as autoridades ponham o pé no chão e resolvam esta lamentável situação o quanto antes, porque, afinal de contas, o que fazer neste Brasil imenso sem o avião, as tripulações, os comandantes e, principalmente, os controladores de vôo? “Que Deus nos proteja” é a prece que me vem à lembrança. Afinal, Ele é brasileiro! Dizem... FRANCISCO ANTONIO FEIJÓ É PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS PROFISSÕES LIBERAIS

A responsabilidade por este acidente recai sobre todos

nosso DC, numa reportagem sobre o desastre aéreo com o avião da TAM, levantou a questão da fobia que muitas pessoas sofrem por medo de voar em companhias que não oferecem segurança. O assunto é oportuno e grave, muito grave, pois necessitamos (mais do que qualquer outro país) do transporte aéreo, que encurta nossas distâncias e põe o viajante em contato com o seu objetivo numa viagem que se faz em algumas horas. O assunto é urgente, embora saibamos que no Brasil temas assim caem esquecidos logo que passe o furor causado pela tragédia. Muitos problemas seriam levantados em conseqüência deste acidente aéreo, mas os estudos vão ficando para outra oportunidade, quando novo acidente aéreo provocar outra vez interesse por problemas já levantados e não solucionados pela preguiça brasileira. Os mortos serão chorados, as missas serão rezadas e o esquecimento paira sobre o passado como um véu fúnebre, a afastá-lo das preocupações presentes. Evidentemente, o avião é um meio de transporte seguro, mas não é tão seguro como desejam os passageiros. Se formos às estatísticas, ficaremos sabendo que o número de vidas salvas no transporte aéreos foi enorme em relação às perdidas. Em nossa opinião, não há o que fazer, senão aprimorar a fiscalização, cuidar melhor dos controladores de vôo e da inspeção nas peças principais dos aviões, como é o caso do reverso do Airbus..

O

udo são considerações à margem do horrendo desastre aéreo da semana passada, em que se articularam várias fases das operações com aviões em aterrissagem, aviões com defeitos e pilotos não tão experientes assim para as situações de emergência como as que ocorreram, e outros fatores que concorreram para vitimar as quase duas centenas de passageiros. A aviação comercial é um prêmio do mundo moderno. Vamos melhorála, ajudando o governo e as companhias aéreas.

T

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G O avião

é um meio de transporte seguro, mas não tão seguro como desejam os passageiros.


terça-feira, 24 de julho de 2007

Agronegócio Finanças Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CONFERÊNCIA DISCUTE SEGMENTO DOS TWEENS

por cento dos "tweens" acham melhor arrumar amigos virtuais.

MENINOS E MENINAS DE 8 A 16 ANOS ADORAM TECNOLOGIA E INFLUENCIAM DECISÕES DE COMPRAS DOS PAIS

Leonardo Rodrigues/Hype

PEQUENOS GRANDES CONSUMIDORES Vanessa Rosal

E

Antenadas, as irmãs Bruna (à esq.), de 11 anos, e Bianca, de 16, não vivem sem os "brinquedos" tecnológicos, que tomaram o lugar das bonecas.

Empresas inovam para agradar

D

e olho na tendência de consumo dos "tweens", as empresas de tecnologia estão investindo em novos programas de computador, jogos eletrônicos e brinquedos futuristas. Segundo o diretor da Microsoft Digital Advertising Solutions, Leandro Cruz de Paula, as crianças de hoje agem com naturalidade e aprendem rápido a lidar com as mudanças da tecnologia. "Minhas filhas gêmeas de três anos já mexem no computador. Meu filho, de 10 anos, se comunica pelo MSN com os amigos. Eles já nasceram conectados", afirma. Para os "tweens" e jovens até 26 anos, a empresa aposta no Windows Live Messenger, programa de mensagens ins-

tantâneas e no Spaces, um blog de fotos com grande capacidade de armazenamento. "Dá para incluir 600 fotos por mês", diz Leandro. Segundo ele, os grandes clientes do Messenger são as produtoras de filmes. "Elas investem porque sabem que o programa, que já vem acoplado no Windows, é uma febre mundial." Um dos sucessos atuais é o "emotion" do capitão Jack Sparrow, do longa Piratas do Caribe, que pode ser enviado junto com o texto. Televisão — O mercado de canais infantis também investe em pesquisas para desenvolver programação que atenda às exigências dos "tweens". O Nickelodeon, por exemplo, descobriu que a criança brasileira é a mais estressada do

mundo. "Elas se preocupam muito com doenças e terrorismo, coisas que descobrem na internet", diz Carolinna Vianna, diretora de marketing do canal. Segundo a responsável pelo departamento de pesquisas, Beatriz Mello, o objetivo é criar programas nacionais que aliviem as preocupações dos telespectadores mirins. Esses e outros assuntos relacionados ao público consumidor infanto-juvenil serão discutidos no Kid Power & Tweens Brasil 2007, que começa hoje e vai até a próxima quintafeira no Staybridges Suítes, em São Paulo. Casos de marketing de sucesso de empresas como Estrela, Disney do Brasil, Microsoft e canais infantis estarão na conferência. (VR)

las nasceram em meio ao boom da internet. Celular, Mp3, iPod e câmera fotográfica digital parecem brinquedos em suas mãos. O que para os adultos é avanço tecnológico, para as crianças e pré-adolescentes modernos é o único mundo conhecido. Não há mais vida sem computador, blog, Orkut, MSN e DVD no quarto. Os chamados "tweens" (meninos e meninas entre 8 e 16 anos) fazem hoje parte de uma geração que se relaciona com os produtos de forma diferente, exigindo maior interatividade. E, além de tudo, eles têm grande influência nas decisões de compra das famílias, o que já chama a atenção de indústrias e marcas. Estudo do Instituto de Pesquisa Millward Brown feito com esse público nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro mostra que 47% dos "tweens" têm sua própria TV e 26% têm computador. A ligação com o mundo se dá pela internet: 67% preferem navegar na web a ver TV e um terço acha melhor arrumar amigos virtuais em vez de reais. Além de se comunicar, eles usam o computador para ouvir e baixar músicas. O mundo wireless também é extremamente familiar para esse grupo: 48% têm celulares, o dobro do número apurado na pesquisa anterior, feita em 2002. O

47

por cento dos "tweens" das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro têm TV no quarto, mostra pesquisa. celular atual já é o segundo aparelho e tem muita opções adicionais, como vídeo e câmera fotográfica. Influência — A pesquisa mostra ainda que o poder de influência na decisão de compra que esses jovens exercem é extremamente significativo e nenhuma marca — mesmo as que desenvolvem produtos para adultos — poderia pensar sua estratégia de marketing sem incluir os "tweens". Afinal, hoje eles têm opinião própria e voz ativa nas decisões familiares para a compra de carros, celulares e computadores.

67

por cento dos entrevistados disseram preferir navegar na web a ver televisão

É o caso das irmãs Bruna e Bianca Mengello, de 11 e 16 anos, moradoras de um condomínio no bairro do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista. Consumidoras vorazes de tecnologia, não desgrudam do celular e confessam não cansar de acessar a internet. Elas administram um perfil no site de relacionamentos Orkut e atualizam todos os dias o blog com textos e fotos. Bruna, a mais nova, mal completou a quarta série do ensino fundamental e já escolhe sozinha os filmes e desenhos que assiste em seu DVD particular, no quarto que mistura bonecas e tecnologia. "Também escolho as marcas de roupa que gosto de usar e não largo o meu aparelho de MP4. Meu sonho de consumo agora é um iPhone." Trata-se de um aparelho celular da Apple que mescla as funções de telefone com o armazenamento de grande quantidade de músicas e vídeos. Já Bianca aposentou de vez as bonecas e passa as tardes navegando em seu notebook, onde procura informações sobre música, teatro e moda. O quarto não é mais infantil; tem até TV de 29 polegadas. "O ruim da tecnologia é que não dá para controlar os impulsos. Meu celular tinha conta pós-paga, mas eu gastei tanto que meus pais mudaram de plano e hoje só dá para fazer ligação a cobrar", diz a estudante, que sonha em fazer intercâmbio em Londres. "Depois quero estudar moda e ser modelo."


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Política

Sérgio Lima/Folha Imagem

terça-feira, 24 de julho de 2007

Lula já havia mostrado pulso fraco quando resolveu não falar publicamente após o acidente da TAM. David Fleisher

Andre Dusek / AE

MEDO DE VAIAS MUDA ROTA DE LULA O primeiro destino de Lula após o acidente com o Airbus da TAM será a região Nordeste, onde o presidente tem alto índice de aprovação

a maior

tragédia

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s gestos do presidente e sua própria agenda oficial de viagens indicam que Luiz Inácio Lula da Silva está com receio de enfrentar a ira da população, especialmente a da região Sul do país. A avaliação é de interlocutores do presidente, que estão certos do risco de empreender missões oficiais em estados onde ele é menos popular, dias após o maior acidente aéreo da história brasileira. Diante do perigo de vaias e desforras, a exemplo do que ocorreu na abertura dos jogos Pan-americanos, o Planalto acabou escolhendo o Nordeste como primeiro destino do mandatário. Desde a tragédia, ele não aparece em público. "Não é uma boa idéia ir para o Sul agora", disse à Reuters um interlocutor do presidente, sob condição do anonimato. A princípio, Lula só irá a Porto Alegre depois de uma viagem a países da América Central, que vai de 5 a 10 de agosto. O presidente deveria lançar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Sul na semana passada, mas cancelou depois da tragédia

em Congonhas. Auxiliares se esforçaram ontem para justificar o fato de Lula priorizar, nesta semana, as capitais nordestinas. Primeiro, disseram que havia problema nos acordos com governos e prefeituras de Santa Catarina e Paraná. Depois, afirmaram que a mudança de roteiro levava em conta uma série de complicações regionais no Norte, Nordeste e Sul. Nas avaliações políticas discutidas nos gabinetes palacianos nos últimos dias, Porto Alegre é visto como "campo minado" para o petista. Foi de lá que partiu o vôo 3054 da TAM, duas horas antes de se chocar com o prédio da mesma companhia, em São Paulo, na última terça-feira. Segundo a Secretaria de Comunicação do Planalto, ainda não há datas para retomar esses compromissos. O órgão nega relação entre as viagens e o receio de enfrentar retaliações, argumentando que os eventos em estados do Nordeste já estavam previstos, o que dificultou encaixar o Sul na agenda desta semana. "Não havia como incluir de novo a região Sul porque Norte, Nordeste e até mesmo Centro-Oeste já estavam na fila", argumentou a assessoria de imprensa do Palácio.

Lula e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: assessores do Planalto consideram que Porto Alegre é visto como "campo minado".

Vi s i t a s – N a s p ró x i m a s quinta e sexta-feira, Lula visita Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí para lançar programas que fazem parte PAC nas áreas de saneamento e urbanização. É justamente na região Nordeste onde o presidente atinge seus melhores níveis de aprovação. Nos bastidores, no entanto, o governo não esconde a avaliação de que o Sul e o Sudeste são territórios cada vez mais hostis. Pesquisas apontam altos níveis de desaprovação ao presidente em São Paulo, sobretudo em relação à condução da crise área e da atuação do governo nos dias posteriores ao acidente com o Airbus da TAM em Congonhas. Lula não colocou os pés na capital paulista, gesto que ainda lhe rende muitas críticas. Medo da vaia –Para interlo-

cutores diretos, submetê-lo a mais um constrangimento agora seria "desastroso". "Lula está muito preocupado com a repercussão negativa. Ir para a região Nordeste é mais fácil, pois lá ele é mais popular. Ele está indo para um terreno amigo", afirmou o professor David Fleisher, analista político da Universidade de Brasília (UnB). "O risco de represálias piorou bem depois do episódio com Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, mas Lula já havia mostrado pulso fraco quando resolveu não falar publicamente após o acidente da TAM. Ele tem medo de enfrentar represálias, deixou isso claro quando fugiu das vaias na abertura dos jogos do PAN e reforçou a tese quando decidiu não dar as caras em São Paulo", acrescentou.

Tarifas aéreas podem subir por causa de acidente

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governo admitiu ontem, pela primeira vez, que as tarifas aéreas podem aumentar devido à decisão de reduzir o tráfego de aviões em Congonhas. Durante reunião de coordenação, ontem de manhã, a cúpula do Planalto avaliou que, entre segurança e passagens mais baratas, prefere a primeira opção. O governo reconheceu, ainda, a possibilidade de "haver mais transtornos" para usuários por conta da medida aplicada no aeroporto de São Paulo. Segundo um assessor da Presidência, que falou sob condição do anonimato, "as pessoas vão precisar compreender" a solução dada à crise aérea. Na última sexta-feira, o Executivo anunciou um pacote de emergência para desafogar Congonhas, palco do maior acidente aéreo da história, semana passada. A reunião de coordenação serviu também para autocríticas. De acordo com o relato feito por uma fonte qualificada, foi um erro estratégico, deste e de outros governos, autoridades aéreas, companhias de aviação e dos próprios passageiros permitir que Congonhas chegasse ao atual estágio de congestionamento. O governo reafirmou a intenção de transferir mais recursos para sanear os gargalos do setor e a disposição de dar mais poder para o Conselho de Aviação

Civil (Conac). A expetativa é de que o órgão passe a se reunir toda a semana. Sobre o acúmulo de atrasos e cancelamentos de vôos ocorrido neste final de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, de que teria havido um erro no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo com base em Manaus, o Cindacta 4. O erro teria sido de um sargento especialista em eletricidade. Esta falha, segundo Saito, poderia ser responsável pelos transtornos. Apesar desta avaliação, o governo ponderou que nenhuma possibilidade, nem a de sabotagem, pode ser descartada. Saito visitou o Cindacta-4, na região da Amazônia, para apurar as causas da pane na madrugada de sábado. Após a reunião de coordenação, o presidente Lula se reuniu com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM-DF). Ao deixar o encontro, Arruda disse que teria informado o presidente que Brasília tem condições de ter mais vôos internacionais e que o DF poderia ser uma saída para a descentralização de Congonhas. Segundo o governo, o aeroporto de Brasília já tem uma segunda pista pronta para operar, mas ainda falta construir um novo

terminal de passageiros. De acordo com Arruda, o presidente sugeriu que falasse com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sobre o assunto. Desgaste – O caos aéreo, o acidente da TAM e o esvaziamento do Aeroporto Internacional de Congonhas compõem o roteiro do desgaste político do governo. O presidente Lula e os ministros que fazem parte da coordenação política avaliaram ontem que a administração federal terá uma forte rejeição com a decisão de fazer com que o Aeroporto de Congonhas volte a ser como era até o início dos anos 90: um terminal local e para vôos da ponte aérea da capital paulista ao Rio. Eles avaliaram também que boa parte do desgaste político virá da pressão por um aumento dos preços das passagens. O comércio instalado em Congonhas, além das empresas aéreas, reclamarão e pedirão que o Poder Executivo ceda e volte a autorizar as centenas de vôos diários, com destino para todo o Brasil. A coordenação política concluiu ainda que, passado o clima de comoção por causa do acidente, a população também fará pressão para que mais e mais vôos voltem para o terminal. Tudo somado, calcularam os assessores presidenciais, passivo político será grande. (Agências)

Dois dias após o acidente, Garcia foi flagrado em seu gabinete fazendo gestos obscenos ao assistir a uma reportagem da TV Globo que denunciava um defeito no sistema de f re n a g e m d a a e ro n a v e d a TAM, detectado dias antes do acidente. A reação do auxiliar de Lula ganhou repercussões negativas e recebeu ataques contundentes por parte de familiares das vítimas. Sob intenso tiroteio, o presidente só falou à Nação três dias depois do acidente. Fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, mas ainda não sentiu o clima das ruas, que ele tanto gosta de medir. CPI acesa – No Congresso Nacional, mesmo em período de recesso, a CPI da Crise Aérea da Câmara dos Deputados começa nesta semana a coletar

informações relativas ao acidente da TAM. O relator da comissão, Marco Maia (PT-RS), e o deputado Efraim Filho (DEM-PB) estão nos Estados Unidos acompanhando a abertura das caixaspretas do Airbus A320 e devem retornar nesta terça-feira à noite (veja em detalhes na página seguinte). Ainda hoje os parlamentares farão uma visita ao parque de manutenção da TAM em São Carlos (SP). Amanhã e quinta-feira a CPI vai ouvir depoimentos de autoridades e executivos ligados ao episódio do acidente. Integrantes da CPI similar, realizada pelo Senado, querem ampliar o prazo da comissão, prevista para terminar em novembro, para incluir a investigação do acidente em Congonhas. (Reuters, com AE)

'A verdade virá à tona', garante o presidente

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem ter certeza de que a "verdade" sobre o acidente com o Airbus da TAM, que deixou na semana passada cerca de 200 mortos, virá à tona. Para Lula, no entanto, somente uma investigação poderá apontar os responsáveis pelo pior desastre da história da aviação brasileira. "Não existe hipótese alguma da verdade não vir à tona", garantiu ele, durante o seu pro-

grama semanal "Café com o Presidente". O presidente reiterou que a obrigação do governo é investigar as causas do acidente, para que não se acuse ou absolva ninguém antes da correta apuração dos fatos. E acrescentou que as famílias das vítimas têm o direito de se revoltar. "Eu só peço a compreensão, para que não haja julgamento precipitado de quem quer que seja, que a gente espere a investigação para dizer o que aconteceu."

O presidente classificou como "prematuro" o debate, neste momento, sobre as possíveis causas do acidente. "Temos que ter prudência para investigar corretamente, ao invés de ficarmos fazendo ilações, culpando alguém ou absolvendo alguém". Na sexta-feira, em pronunciamento, Lula admitiu que o sistema aéreo do país "passa por dificuldades" e que o maior problema é a "excessiva concentração de vôos em Congonhas". (Reuters)

Niels Andreas / AE 26.06.05

Dida Sampaio / AE 03.04.07

Wilson Dias / ABr

Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA)

Deputado Júlio Redecker (PSDB-RS)

Deputado Nélio Dias (PP-RN)

Três dias de luto por parlamentares

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m um único decreto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou luto oficial de três dias, a partir do último sábado, pelas mortes do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), e dos deputados Júlio Cesar Redecker (PSDB-RS) e Nélio Silveira Dias (PP-RN). ACM e Dias estavam inter-

nados em São Paulo e morreram na última sexta-feira. Redecker morreu no acidente com o avião da TAM, na última terça-feira. O enterro de ACM, no cemitério Campo Santo, em Salvador, levou uma multidão às ruas para acompanhar o cortejo. O enterro, com honras militares, foi fechado ao público.

Já Redecker foi enterrado em Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre, após ser velado no Palácio do Piratini. Nélio Dias, por sua vez, foi sepultado em Natal, no cemitério Morada da Paz. O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, compareceu ao enterro, representando o presidente.


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ANTECIPAÇÃO VALERÁ NOS PRÓXIMOS TRÊS ANOS

bilhões de reais será o impacto da antecipação do 13º na folha de pagamento

21,8 MILHÕES DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS VÃO RECEBER ANTECIPADAMENTE METADE DO BENEFÍCIO

INSS PAGARÁ 13º EM SETEMBRO Cartilha ajuda a O acertar dívidas e incentiva o consumo consciente Divulgação

Sérgio Leopoldo Rodrigues

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ais força para ajudar o consumidor a conhecer e administrar melhor seus hábitos de consumo. É o que está fazendo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao implantar um novo layout e uma linguagem mais direta e didática, repleta de ilustrações, para as novas cartilhas – que de duas viraram uma – do Movimento de Apoio ao Consumidor (MAC), criado em 2001 pela entidade. O MAC luta para estimular a cooperação mútua entre iniciativa privada e pública, por meio de parcerias, apoios e patrocínios em ações promocionais conjuntas. De lá para cá, a entidade já distribuiu mais de 2 milhões de cartilhas nos postos do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), nas 15 sedes distritais da ACSP e em eventos de conscientização do consumidor em todo o Brasil. Esse trabalho de apoio e esclarecimento do consumidor envolveu também a rede capilar das 412 associações comerciais do interior paulista, que integram a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). O novo desenho das cartilhas tem um objetivo muito claro: melhorar a comunicação com o leitor-consumidor, abrindo a possibilidade de uma educação preventiva. Para facilitar a leitura, a Associação Comercial juntou suas duas cartilhas – "Limpe o seu nome na praça" e "Saiba como administrar seu orçamento doméstico" – em apenas uma: "Administre bem seu orçamento doméstico e limpe seu nome na praça". Juntas, elas reúnem o conteúdo da "Limpe o seu nome na praça", que combina ilustrações com um texto simples e direto para ajudar, em detalhes, o consumidor a entender e agir de forma correta no caso

s 21,8 milhões de aposentados, pensionistas e segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vão receber, junto com o pagamento de agosto, depositado no início de setembro, metade do décimo terceiro salário. Ontem, foi publicado no Diário Oficial da União o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que autoriza a antecipação de 50% do benefício. A segunda parcela será paga em dezembro. O pagamento antecipado de parte do décimo terceiro foi acertado entre o governo e re-

presentantes das entidades de aposentados e pensionistas da Previdência Social no final do mês de junho e valerá também para os próximos três anos. A antecipação de 50% desse benefício ocorreu, pela primeira vez, no ano passado. O Ministério da Previdência estima um impacto de R$ 6 bilhões na folha de pagamento de benefícios de agosto com a antecipação, mas, em contrapartida, as despesas de dezembro serão menores que o normal. Serão beneficiados com o dinheiro extra todos os que recebem algum tipo de aposentadoria, pensão por morte, auxí-

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lios-doença ou salário-maternidade. Não tem direito ao décimo terceiro salário quem recebe benefícios assistenciais como renda mensal vitalícia, amparo assistencial ao idoso e ao deficiente, auxílio suplementar por acidente de trabalho e pensão mensal vitalícia. Para o reajuste do salário mínimo, o governo acertou no início deste ano com as centrais sindicais que nos próximos quatro anos o índice será calculado com base na inflação acumulada no ano anterior somada à taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. (AE)

Empresas beneficiadas por esse dispositivo tributário poderão destinar 20% da produção para abastecer o mercado interno.

MP vai regulamentar regime Renato Carbonari Ibelli

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milhões de cartilhas já foram distribuídas nos postos do Serviço Central de Proteção ao Crédito, além das 15 distritais da Associação Comercial. de ter seu nome incluído no SCPC. Para o caso da "Saiba como administrar seu orçamento doméstico", a ACSP se preocupou em mostrar didaticamente todas as informações necessárias para planejar com êxito

a renda doméstica, única maneira de conciliar economia com consumo responsável. Alerta para golpes – A nova cartilha única tem ainda o cuidado de alertar o consumidor para evitar que se torne vítima de golpistas que prometem, mas não cumprem, a promessa de limpar seu nome, usando empresas de fachada, que se dizem especialistas no assunto. E o texto não pára por aí: ajuda a negociar dívidas da melhor forma possível, em benefício e satisfação do credor e devedor. E o sucesso dessa ação já pode ser medido: a taxa de recuperação de crédito aumentou de 50,7% para 76,8% nos últimos 10 anos, segundo dados da ACSP. Vale lembrar, ainda, que o trabalho do MAC não se limita apenas à edição da nova cartilha. Ele põe também à disposição do consumidor de qualquer canto do Brasil o SOS Cheques e Documentos, um serviço gratuito usado para disparar um alerta ao mercado contra cheques e documentos roubados e extraviados. Basta ligar para o número 0800.011.15.22 e registrar o caso. No mesmo instante, a informação será incluída nas consultas do SCPC, em todo o território nacional, protegendo o cliente do uso inadequado de seus cheques e documentos. Outra maneira de acessar o MAC é pela home page w w w . a p o i o a o c o n s u m idor.com.br, no ar desde fevereiro do ano passado.

pós a publicação de medida provisória para regulamentar as Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs), as empresas beneficiadas por esse dispositivo tributário poderão destinar 20% da produção para o mercado local. No entanto, esses produtos comercializados internamente não receberão os benefícios fiscais previstos no regime. A decisão, que já havia ganhado corpo com acordos firmados entre líderes do Senado e o governo federal, foi oficializada na forma da Lei 11.508, publicada ontem no Diário Oficial, que dispõe sobre o regime tributário, cambial e administrativo das ZPEs. O texto

foi publicado com 19 vetos. Esse ponto, previsto no artigo 18 da lei, era o mais polêmico das discussões realizadas em torno das ZPEs. Havia a possibilidade de veto para a destinação "caseira" dos produtos a pedido de industriais, que temem que seus concorrentes no mercado interno possam usar o regime para tirar vantagens tributárias. O governo impôs exigências para as vendas para o mercado interno. Quem está nas ZPEs e vai comercializar seus produtos dentro do País estará sujeito aos mesmos tratamentos administrativos e cambiais previstos para artigos importados. As mercadorias vendidas internamente serão submetidas a tributos e encargos como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contri-

BALANÇO O Banco BMG registrou lucro líquido de R$ 253,29 milhões no 1º semestre.

FUNCAFÉ

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governo federal transferiu, neste ano, R$ 950,2 milhões para os bancos que operam as linhas de crédito do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), informou o Ministério da Agricultura. O orçamento do fundo para 2007 é de R$ 2,026 bilhões. Do total liberado, R$ 62 milhões foram transferidos nos últimos dias. Para o Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), foram R$ 60 milhões, e para o Safra, R$ 2,7 milhões. Os recursos são para financiamento de custeio, colheita e estocagem. (AE) SECRETARIA DE INFRA ESTRUTURA URBANA

IPC-S O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal teve alta de 0,35% na 3ª semana de julho.

MENOS INADIMPLENTES EM SÃO PAULO

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aiu o número de paulistanos inadimplentes, assim como o percentual de endividados. É o que mostra pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Em julho, 57% dos entrevistados afirmaram ter dívidas para pagar, ante os 62% de junho. Outros 39% admitiram estar com os pagamentos em atraso – no mês anterior, esse índice era

de 41%. Na comparação com o mesmo período de 2006, o percentual de consumidores paulistanos endividados cresceu cinco pontos percentuais. A taxa de inadimplência caiu um ponto. Apesar da melhora, o presidente da Fecomercio, Abram Szajman, alerta para o índice de endividamento. "Mesmo com a queda, a taxa continua muito elevada, principalmente se comparada ao ano passado", afirma. (AE)

CAEM VENDAS DE IMÓVEIS USADOS EM SP

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s vendas de imóveis usados na cidade de São Paulo caíram 2,21% em junho em comparação com maio, interrompendo uma seqüência de três meses de resultados positivos. O índice de vendas recuou de 0,5055 para 0,4944 no período, de acordo com pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) feita com 445 A TÉ LOGO

imobiliárias da Capital. A maioria das vendas continua sendo feita à vista (60,91% do total). A demanda em São Paulo está concentrada nas faixas de valor até R$ 100 mil. Em junho, não foi diferente. Mais de 55% dos imóveis vendidos no mês estavam compreendidos nessa faixa. O maior volume negociado (18,54%) foi o de apartamentos e casas entre R$ 61 mil e R$ 80 mil. (AE)

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Petrobras nega despesas irregulares ao TCU

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Embraer acusará Airbus de receber subsídios

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COMUNICADO A SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA URBANA E OBRAS - SIURB, comunica aos interessados que o CADERNO DE LICITAÇÕES poderá ser obtido gratuitamente mediante download na página http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br ou, mediante entrega de 01 (um) disquete de 3½ polegadas de alta densidade (2/HD) VIRGEM e 01 (um) CD-ROM VIRGEM, na Divisão de Licitação - SIURB-G.2, situada na Avenida São João, 473 - 3º andar - Edifício Olido, no horário das 10:00 às 16:00 horas, telefone: 3337-9918, a partir do dia 25/07/2007. Estará à disposição, para consulta, o caderno de licitação abaixo, na Divisão de Licitação - SIURB-G.2, no endereço acima mencionado, no horário das 10:00 às 16:00 horas, telefone: 3337-9918. Concorrência nº C31/EDIF/SIURB/07 Processo Administrativo nº 2006-0.204.939-0 Objeto: Execução de serviços e obras para construção da EMEF RUA DOS BOROS, situada na Rua dos Boros - SP/AD. PRAZO PARA CONSULTA E AQUISIÇÃO: de 25/07/2007 a 24/08/2007. DATA PARA VISITA TÉCNICA: 06/08/2007 das 10:00 às 11:00 horas ou 27/08/2007 das 10:00 às 11:00 horas. Assinatura do Memorando Caução: até 27/08/2007. Limite para a efetivação da caução em TES-23: até 27/08/2007. ENTREGA DOS ENVELOPES: até as 10:30 horas do dia 28/08/2007. SESSÃO DE ABERTURA: dia 28/08/2007 às 11:30 horas. Obs.: As empresas que adquirirem o Edital mediante “download” na página da “internet” deverão obrigatoriamente retirar na Divisão Técnica de Licitações, na Avenida São João, 473 - 3º andar, nesta Capital, das 10:00 às 16:00 horas, até o dia 24/08/2007 cópia do projeto básico objeto da licitação, mediante a entrega de 01 CD ROM virgem.

Ó RBITA

buição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuição para os Programas de Integração Social (PIS), Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). Também incidirão tributos sobre o valor das matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, importados ou comprados no Brasil, que integrarem o produto destinado à comercialização no mercado interno. O presidente Lula decidiu impor 19 vetos à lei que cria as ZPEs. Eles ocorreram, segundo o governo, porque o texto da lei que passou no Congresso possuía pontos conflitantes com os de regimes tributários já existentes. A regulamentação das ZPEs só vai ocorrer após a edição de uma medida provisória.

Norsk Hydro e Vale construirão refinaria em Belém


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INFORMÁTICA - 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Marcus Brandt/AFP

Fiquei surpreso com a irritação dele [Alonso], dizendo que eu tinha feito por querer. Aí quem se irritou fui eu. Tenho certeza de que ele se ligou que o errado era ele. Ele tem de aprender a perder e vencer. Do brasileiro Felipe Massa, que levou uma "bronca" do piloto Fernando Alonso no domingo porque a roda de sua Ferrari tocou a McLaren do espanhol em uma ultrapassagem. Fernando Alonso venceu, Massa ficou em segundo e eles fizeram as pazes no pódio.

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Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

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24 Nascimento da escritora, dançarina e pintora norte-americana Zelda Fitzgerald (1900-1948), esposa do escritor F. Scott Fitzgerald

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Combustível da fome ONU afirma que biocombustíveis provocarão aumento da fome no mundo

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F UTEBOL

Jim Young/Reuters

As brasileiras rumo ao ouro

Vingando a derrota no vôlei A seleção feminina de basquete vingou a derrota brasileira no vôlei ontem e derrotou Cuba por 79 a 60 na semifinal. Agora, as brasileiras decidirão o ouro no PanAmericano do Rio. Kelly foi o destaque do jogo, com um "double-double" (quando o jogador alcança dois dígitos em dois fundamentos; no caso dela, pontuação e rebotes). Ela fez 17 pontos e ainda apanhou 14 rebotes. A ala Micaela dividiu o posto de cestinha com Kelly, marcando também 17 pontos. Janeth conseguiu a segunda maior pontuação do jogo, com 13 pontos. E deixou a quadra mancando, sem a meia do pé esquerdo, reclamando de dor. Está com uma bolha, mas deve jogar a final.

Depois do fiasco da seleção masculina de futebol na competição, as jogadoras brasileiras podem lavar a alma dos brasileiros. As brasileiras venceram o México ontem por 2 a 0 – com dois gols de Rosana, no segundo tempo, aos 14 e 20 minutos – e disputam a final na quinta-feira, contra os EUA. Mas a vitória de ontem não foi tranqüila. As jogadoras brasileiras levaram bronca do técnico Jorge Barcellos, que as acusou de jogar de "salto alto". "Não era hora de salto alto, não viemos aqui para dar espetáculo, e sim conseguir os três pontos e chegar na final. Não interessa se vai ganhar de 1 x 0, não quero que tenha salto alto, já temos vários exemplos que deram errado", reclamou ele.

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xpansão do mercado dos biocombustíveis levará à escassez de comida nos países pobres, lamenta o diretorgeral da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) da ONU, Jacques Diouf, em entrevista publicada ontem pelo jornal francês Libération. "As importações de alimentos dos países menos avançados em 2007 custarão 90% a mais que em 2000", diz o senegalês. "A 'febre do ouro

verde' "levará a um aumento dos preços dos produtos vegetais e também dos alimentos animais", explica Diouf. "Neste ano, o valor das importações alimentares mundiais deverá sofrer um aumento de 5% em relação a 2006. Como sempre, os mais afetados são os países mais vulneráveis", ressaltou. Segundo ele, "os grandes produtores agrícolas e as multinacionais são os que mais tiram proveito" dos

biocombustíveis. O diretor-geral da FAO também denuncia que as mudanças climáticas "afetarão em especial os mais desfavorecidos, os pequenos agricultores e os pastores nômades que dependem diretamente de uma agricultura pluvial". Na África, entre 55 e 65 milhões entrarão para as tristes estatísticas da fome até 2080 por causa da elevação das temperaturas em cerca de 2,5 graus Celsius, advertiu.

I NTERNET

Das urnas para a rede O site do Diário do Comércio colocou hoje no ar a edição da revista Digesto Econômico que avalia a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil que saiu das urnas é explicado em textos de Claudio Moura e Castro e Oliveiros S. Ferreira, entre outros. www.dcomercio.com.br/ especiais/digesto/digesto_03/

Reuters

E M

C A R T A Z

VISUAIS

Eduardo Nicolau/AE

Futebol e arte em criações de 26 artistas contemporâneos. L'Open. Alameda Itu, 1466. Das 20h às 1h. Grátis.

P ROTESTO

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Patrícia Santos/AE

TALK SHOW - Depois de aparecer nu na revista Rolling Stone brasileira, o "astro" da TV, Homer Simpson, o quase digno pai de família da série de animação Os Simpsons, será "entrevistado" hoje pelo apresentador Jay Leno, para falar do filme inspirado na série.

G @DGET DU JOUR

Caixa de iPod para bicicleta

M EIO AMBIENTE

Castigo dos céus Stephen Hird/Reuters

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Os 14 anos execução de 8 menores na Candelária, no Rio, foram lembrados ontem por entidades de apoio à infância do Rio de Janeiro. Na manifestação, a figura do mascote dos jogos, o Cauê, ganhou um fuzil e foi usada para ilustrar faixas e cartazes com o objetivo de chamar a atenção da mídia internacional para as violações de direitos humanos no Rio do Pan.

A TLETISMO Rubens Cavallari/Folha imagem

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Fabiana Murer, 26 anos, levantou as arquibancadas ontem enquanto caía no chão ao bater o recorde panamericano no salto com vara feminino. Com a marca de 4,60 metros, ela conquistou a primeira medalha de ouro da modalidade para o Brasil no Rio-2007.

m novo estudo divulgado ontem mostra pela primeira vez que o aquecimento global – provocado pela ação humana – já está afetando os padrões de chuva no mundo, trazendo mais precipitação para o norte da Europa, para o Canadá e para o norte da Rússia e menos chuvas para regiões da África ao sul do Saara, da Índia e do Sudeste Asiático, já afetadas pelas secas. As mudanças "já podem ter afetado de forma significativa os ecossistemas, a agricultura e a vida humana em regiões que são sensíveis a mudanças na precipitação, como o Sahel [na fronteira sul do Saara]", alerta o artigo científico na edição desta semana da revista britânica Nature. Há tempos os cientistas dizem que o aquecimento global deve interferir com os padrões de chuva e neve, porque as temperaturas do ar e do mar, bem como a pressão atmosférica no nível do mar – forças que estão por trás dos padrões de precipitação – já estão mudando. Contudo, até agora, a evidência de que as mudanças de precipitação já estavam ocorrendo existia apenas de forma anedótica ou em modelos de computador. Um dos obstáculos para os cien-

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O Beach Bike Speaker é um conjunto de alto-falantes que se encaixa no iPod e pode ser preso ao corpo da bicicleta. A caixa de som é resistente à água e ao impacto. Vem com um controle remoto sem fio e custa US$ 99. www.ihomeaudio.com/ products.asp?product_id=10186

F AVORITOS

Publique e venda seu livro

Região central da Inglaterra alagada por chuvas torrenciais ontem

tistas era a falta de dados precisos e de longo prazo sobre a chuva ao redor do mundo, de forma a permitir que eles eliminassem a chance de mudanças simplesmente regionais ou cíclicas. Francis Zwiers, pesquisador do órgão de monitoramento ambiental Environment Canada, conseguiu combinar de forma coerente vários conjuntos de dados de forma a contornar esse problema. Eles foram comparados com simulações do clima global ao longo do século 20, e a conclusão é que

há um elo claro entre o aquecimento global e as mudanças nos padrões de chuva, com uma "contribuição significativa" das temperaturas mais elevadas. Segundo o estudo, as regiões temperadas do hemisfério Norte passaram por aumentos de precipitação, enquanto as áreas tropicais do hemisfério Norte ficaram mais secas. Ao mesmo tempo, os trópicos do hemisfério Sul (área na qual se encaixa a quase totalidade do território brasileiro) ficaram mais chuvosos.

O site Lulu, em inglês, oferece serviços e dicas para ajudar autores a publicarem suas obras. Trata-se de um site de "auto-publicação" em que o autor define do título ao tamanho e tipo de encadernação, pseudônimo etc. Quando o livro está pronto, ele é vendido pelo próprio site que inclusive inclui as obras em lojas virtuais como Amazon.com e Barnes and Noble! Tudo é de graça e a tiragem mínima é de um exemplar. O autor paga pelas cópias que desejar e, depois disso, a cada exemplar vendido o site fica com 20% do valor. http://www.lulu.com

L OTERIAS Concurso 239 da LOTOFÁCIL

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O SITE DO PAN www.dcomercio.com.br/especiais/pan2007/

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Novos casos de HIV ameaçam esforços pelo acesso universal a medicamentos contra a aids Astronautas da estação internacional fazem caminhada espacial para jogar lixo no espaço

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Com vitória no atletismo, Brasil consegue igualar o recorde de medalhas de ouro em Pan

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Imagem E mais Soluções Te l e f o n i a

terça-feira, 24 de julho de 2007

GERENCIAMENTO DE FILAS PODE SER FEITO A DISTÂNCIA

E a fila precisa andar... Novo dispositivo monitora o tempo de permanência de clientes nas filas: mais de 15 minutos de espera, um sinal vermelho dá o alerta. Barbara Oliveira

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ntre outros benefícios, a internet trouxe comodidade para os usuários. Ainda assim, os serviços online são privilégio de poucos: a maioria dos brasileiros sem acesso à rede precisa amargar tempo precioso nas filas dos bancos, dos guichês dos serviços públicos, dos balcões. Com as filas, surgiram as senhas. E com as senhas, novas tecnologias de gerenciamento da relação com o cliente (CRM e Business Intelligence, BI, no jargão tecnológico) para aprimorar o atendimento e a qualidade do serviço. E, diga-se, para que os estabelecimentos possam monitorar o tempo de permanência dos clientes nas filas, corrigir eventuais falhas de atendimento e, com isso, livrar-se das multas previstas na "Lei das Filas". (A lei, criada pelos municípios para limitar o tempo de espera nos bancos em, no máximo, 15 minutos, vigora em algumas cidades brasileiras. Na cidade de São Paulo, onde foi instituída em janeiro de 2005, a Lei das Filas está suspensa por conta de liminar da Febraban). Qual o próximo? –Uma das últimas novidades no setor de monitoramento de filas foi criada pela Specto Tecnologia, de Florianópolis, há mais de 10 anos especializada na produção de painéis de chamada e de gerenciadores de senhas (aqueles suportes que imprimem um número em papel ou mostram telas de aviso eletrônico). A empresa aposta na Qual-

Captura de tela

Prox (de Qual o Próximo) que inclui software, hardware e web para o gerenciamento do tempo de permanência nas filas. Os grandes bancos como CEF, Santander, Unibanco, Safra, HSBC, clínicas, prefeituras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, universidades e lojas são clientes da Specto. Os preços variam de acordo com a complexidade do sistema, mas em média partem de R$ 1 mil para padarias, lojas de shopping e praça de alimentação e sobem para R$ 50 mil numa grande rede ou instituição bancária com muitas filiais. Segundo Sérgio Kappel, diretor de negócios da empresa catarinense, foram vendidos mais de 3 mil gerenciadores de senhas/filas até agora, o que faz da Specto a líder nesse segmento. Desde o ano passado, alguns clientes começaram a migrar para a nova solução QualProx, lançada comercialmente em 2006. "Os bancos perceberam a necessidade de aprimorar o atendimento, reduzindo o tempo de espera nas filas, e a nossa solução contribui para o CRM deles", diz Kappel. O QualProx é composto pelo hardware – o painel ou pedestal multiuso de até quatro funções, para as senhas em papel ou digitais – conectado com o software de monitoramento das filas e instalado no servidor do estabelecimento (empresa ou banco). A comunicação do hardware com o software se faz via rede Ethernet. "O QualProx dispõe de uma inteligência para indicar qual será o tempo de permanên-

O monitoramento remoto é feito online: roda em Windows ou Linux. Divulgação

Daqui saem as senhas

cia dos clientes nas filas (ao longo da semana, do mês, ou no semestre)", explica Kappel. Sinal vermelho – Se o tempo de espera em determinado período superar os 15 minutos, o

software indica uma situação de "risco" com a cor vermelha na linha correspondente. O amarelo e o verde, quando aparecem, indicam "atenção" ou situação normal nas filas. "De posse dos resultados, e se eles forem ruins, o estabelecimento pode tomar providência para melhorar o atendimento, com o aumento do número de caixas em determinados horários, por exemplo", observa o executivo. O importante é que o usuário consegue visualizar o tempo de espera e do atendimento graças aos relatórios estatísticos. De longe – Outra novidade do QualProx é o gerenciamento remoto via web, para que a filial ou agência seja monitorada a distância mesmo que ela esteja loca-

lizada em outro Estado. Mas como este é um serviço online e implica em um novo modelo de negócios, como o pagamento mensal, ele ainda está em fase de testes. Deverá ser lançado até o fim do ano. Os bancos Santander, HSBC, Safra e Unibanco são clientes do QualProx e estão instalando o sistema em todas as suas agências do País, informa Kappel. A rede de lojas Marisa também é usuária do gerenciamento de atendimento ao cliente. Outro módulo do aplicativo é um sistema de Pesquisa de Opinião para medir a satisfação do usuário em relação aos serviços prestados pelo estabelecimento. A pesquisa é feita diretamente nos pequenos terminais físicos e seus resultados são enviados para o software para a emissão dos relatórios. A aplicação também serve para hotéis, lojas de departamentos e teatros. A vantagem é que ele roda em Windows ou em Linux e em máquinas Pentium III ou superior, sem que a empresa precise atualizar sua configuração de hardware. É um sistema para funcionar totalmente em Ethernet e web e pode ser interligado a dispositivos sem fio via Wi-Fi. Mais informações no endereço www.specto.com.br

A bússola para orientar negócios O Ibope lança o software Pyxis ("bússola" em grego) que analisa o potencial de consumo em todo o País Captura de tela

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Ibope promete realizar os anseios de muitos empresários com o software que acaba de lançar. O Pyxis é um programa que analisa o potencial de consumo de centenas de produtos e serviços e compara os dados com o volume de investimentos publicitários feitos no País. A palavra Pyxis vem do grego e significa "bússola". A ferramenta deve atender principalmente agências de publicidade, áreas de desenvolvimento de produtos, redes de varejo e grandes instituições, que podem avaliar o desempenho de sua marca com relação a concorrência e a possibilidade de analisar o possível lançamento de produtos em determinadas regiões brasileiras. O software demorou cerca de 18 meses para ficar pronto e já está disponível para venda em www.ibopeloja.com.br ao preço de R$ 15 mil. Aprendizado – Com o aumento da importância das classes C e D no mercado de consumo, setores como o mercado financeiro, internet, cultura, turismo e serviços ao consumidor têm muito que aprender com as experiências de

No mapa do Pyxis, a distribuição de consumo em qualquer região do País.

empresas no segmento de construção e alimentação. Essa é uma das constatações fornecidas pelo Pyxis, que pode indicar o potencial de consumo para 174 categorias de produtos nos 5.564 municípios brasileiros. "A estabilidade econômica, o barateamento do preço dos alimentos e a oferta de crédito contribuíram para liberar parte da renda das classes C/D para o consumo de outros produtos",

lembra Marcelo Coutinho, diretor-executivo do Ibope Inteligência. "Ao mesmo tempo, a saturação observada em algumas categorias nas classes de renda mais elevada, combinada com a valorização do real está levando as empresas a buscarem o mercado interno e, dentro dele, as classes populares." Analisando a cesta de consumo de cada classe para o país como um todo, foi possível obser-

var que em setores como internet (provedores de acesso), mercado financeiro, cultura, lazer e turismo e informática, as classes A/B respondem por mais de 60% de tudo o que é gasto, embora representem 26% dos consumidores. "No geral, são setores compostos na maior parte por empresas que possuem experiência em se comunicar com as classes de maior renda, mas para conquistar o consumidor de baixa renda deveriam observar os cases bem sucedidos de empresas de segmentos como alimentação e construção", observa Coutinho. Estratégias – Neste segmentos, as classes C/D (67% dos consumidores), respondem por quase 50% de tudo o que é consumido no país. "Se eu, como executivo, sei que existe um alto consumo de água e refrigerante em uma região específica, fica mais fácil aprovar uma filial para aquele local ou aumentar a distribuição de um produto", explica Fernando Sampaio, Analista de Mercado do Ibope. Ele lembra que, o exemplo faz sentido para o lançamento de um produto com as

características da H2OH!, da Pepsi, por exemplo. Além de dados como o consumo por classe para cada município, o Pyxis apresenta também informações sobre o investimento publicitário nos principais mercados consumidores do Brasil. Os dados mostram que para algumas categorias existe uma distribuição do investimento muito acima ou abaixo do potencial de consumo da região. "Conforme o tipo de produto, o Pyxis mostra que pode ser interessante realocar parte da verba para regiões com uma maior concentração de consumidores das classes C e D, por exemplo", afirma Marcelo Coutinho. Além das diversas ferramentas de análise de dados, o software do Pyxis traz embutido um conjunto de mapas facilmente personalizados para facilitar a visualização da distribuição do consumo e mercados. O Ibope tem investido em tecnologia e desenvolvimento de ferramentas eletrônicas. No ranking das 100 empresas que mais investem em TI, da revista "Info Exame", o instituto de pesquisas ficou em 56º lugar. Fábio Pellegrino


OPINIÃO

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INOVAÇÃO

Nem Wright, nem SantosDumont. O inovador nunca está sozinho.

CLAUDIO WEBER ABRAMO

CONVENÇÃO DA OCDE

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Inovação não é um acontecimento isolado. É a conclusão de um processo de organização e de idéias. Por Paulo Brito

Arquivo DC

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

E A TORRE EIFFEL, QUEM DIRIA, ERA CONSIDERADA UM TRAMBOLHO

ornalistas ou escritores de obras de não-ficção têm grande facilidade para criar textos – as palavras saem com facilidade e em pouco tempo há uma obra pronta para leitura: uma reportagem ou um trecho de livro nascem mais ou menos assim. Bem diferente é o texto acadêmico: por mais que o autor conheça bem o assunto, e por mais que tenha facilidade com as palavras, é impossível escrever com a rapidez dos out ro s t i p o s d e a u t o re s , porque é preciso registrar, G Toda período após período, as grande referências (bibliográficas idéia é o ou não) das quais o texto resultado está trazendo muitas das de muitas informações encontradas outras ali. Ao final da obra, haveidéias mais rá linhas e mais linhas com simples, essas referências, formando uma lista de autores e reunidas fontes, datas, editoras, pápelo inventor de ginas e outras informações mostrando ao leitor, maneira com clareza, que a obra apropriada tem um autor, sim, mas e única que muitos outros criaram o conhecimento necessáG Isaac rio para que aquela obra, Newton não afinal, existisse. teria feito Numa obra sobre a inosuas vação ( The Myths of Innodescobertas vat ion, O'Reilly Media, caso não 192 páginas), Scott Berkun consegue mostrar estivesse que o processo de inovar é no lugar bastante parecido com o certo, de criar um texto acadêna hora mico, já que toda grande certa. idéia é o resultado de muitas outras idéias mais simG Os ples, reunidas pelo invenproblemas tor de maneira apropriasão mais da e única para, assim, importantes tornar possível um novo do que as conceito, exatamente da soluções. mesma maneira que as

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bases do DNA se recombinam para formar diferentes animais e vegetais. Um bom exemplo disso, mostrado no livro, está no computador pessoal – essa inovação do final dos anos 70 está baseada em chips de silício, aplicação de energia elétrica, magnetismo, e em descobertas que já fizeram um século, mas a ausência de qualquer uma delas impediria que a máquina funcionasse. Berkun tem uma excelente experiência com as questões da inovação: trabalhou na Microsoft de 1994 a 1999, na equipe que desenvolveu o MS Internet Explorer – um produto cheio de inovações, baseado no bisavô dos browsers, o Mosaic (as referências do MSIE ao Mosaic estão no tópico "Ajuda desse produto"). Em 2005, Berkun escreveu The Art of Project Management (A arte do gerenciamento de projetos, Editora O'Reilly); atualmente, dá aulas sobre raciocínio criativo na Universidade do Estado de Washington e faz consultoria sobre interfaces gráficas. obra é divertida, be m- hu mor ad a, ilustrada, e Berkun consegue colocar as inovações na dimensão apropriada de suas autorias, mostrando que mesmo o notável Isaac Newton não teria feito descobertas tão fundamentais caso não estivesse no lugar certo à hora certa: Newton é reverenciado pelas suas descobertas no mundo da Física, mas se ti-

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vesse nascido cem anos antes e em outro país não teria as mesmas oportunidades que teve. Não quer dizer que suas descobertas também não teriam sido feitas por outras pessoas – trabalhando na mesma área, elas poderiam também ter trilhado o mesmo caminho. Mas é importante entender que muito conhecimento já havia sido produzido para que Newton pudesse aproveitá-lo na construção de seus conceitos sobre a gravidade. utra idéia importante explorada por Berkun nesta obra é a da "epifania", que ele classifica como o momento da descoberta – aquele no qual a peça ou parte que faltava aparece e se encaixa com perfeição onde devia, permitindo que a inovação seja finalmente vista. No entanto, ele deixa claro que esse momento não é um acontecimento isolado – é a conclusão de um processo de organização de conhecimento e de idéias. Mais ainda, o resultado não faz sentido a qualquer momento: a inovação certa no momento errado será sempre um desperdício, como ele mostra com seu relato sobre o vôo dos irmãos Wright. Na verdade esse vôo não foi grande coisa quando essa máquina de voar foi inventada – pouca gente apareceu para ver, e levou décadas até que os princípios do vôo fossem aproveitados na vida prática e no dia-a-dia das pessoas.

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ão foi diferente com Santos Dumont, que na mesma época pesquisava e inovava, aproveitando o conhecimento de muitos outros inventores para suas máquinas voadoras. A própria Torre Eiffel, diz Berkun, foi considerada um trambolho na época em que foi construída, e só depois se tornou um monumento reconhecido no mundo inteiro, ou seja: há coisas que só ganham significado com o passar do tempo. Dito isso, fica impossível afirmar se uma inovação qualquer vai ou não dar certo ou fazer sentido. Pergunta o autor: "De um lado podemos fazer bombas atômicas, lavar gravatas de seda a seco, mas não temos respostas satisfatórias para perguntas simples como estas: de onde vêm as canções? Haverá infinitas variedades de queijo? Como Shakespeare e Stephen King inventaram tanto e a gente fica satisfeito assistindo refilmagens de obras antigas? A s re s p o s t a s u s u a i s não têm sido convincentes, são confusas e fazem crescer os mitos sobre a inovação." Berkun mostra que a inovação é um processo colaborativo, que depende também de persuasão das pessoas envolvidas; os problemas são mais importantes do que as soluções, a boa inovação é inimiga da ótima e o maior desafio é saber quando um desafio vale a pena.

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Brasil é signatário da Convenção de Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O núcleo fundamental da convenção consiste na adaptação do arcabouço institucional de países para que casos de pagamento de propinas a agentes públicos de um país (não necessariamente signatário) por empresas privadas de outro país (signatário) possam ser levados à Justiça deste último. O Brasil essencialmente cumpriu a convenção no que diz respeito à adaptação de sua legislação, mas uma avaliação de como os instrumentos correspondentes estão sendo aplicados é vacuamente impossível – nos últimos anos, um único caso suspeito foi reportado ao Ministério Público Federal e um outro, duvidoso, à Polícia Federal, nenhum dos quais tendo resultado em inquérito. ausência de den ú n c i a s d e c o rrupção transnacional oferecidas na Justiça brasileira contra empresas sediadas no País deve ser examinada à luz de dois fatores. O primeiro diz respeito ao perfil das exportações brasileiras. Elas correspondem a 1,13% do total das exportações mundiais, dirigindose em sua maior parte (42,4% em dólares) a países da União Européia (22,8%) e aos Estados Unidos (19,6%), seguindo-se a Argentina (8,5%), a China (5,9%) e o México (3,9%). De toda forma, os compradores não são em geral o Estado, mas empresas privadas. A possível corrupção praticada por exportadores brasileiros ocorreria mais provavelmente na Aduana, no recolhimento de taxas e na concessão de licenças. Por outro lado, grande parte das exportações de produtos manufaturados e de produtos minerais do Brasil é de responsabilidade de empresas transnacionais com sede nos países industrializados. Eventuais casos de corrupção envolvendo tais empresas seriam processados no Brasil apenas subsidiariamente, corren-

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do os processos principalmente em seus respectivos países-sede. Dada a intensidade do comércio brasileiro com os países industrializados da Europa e América do Norte, seria de esperar que possíveis casos de corrupção ocorressem com mais freqüência nesses países. Contudo, é exatamente neles que os mecanismos de prevenção e controle são mais desenvolvidos, o que resulta numa menor vulnerabilidade à corrupção. esde o início da década de 2000, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), organismo de fomento do governo federal, tem financiado governos de diversos países da América Latina e da África para a realização de obras de infra-estrutura, cujos contratos são vencidos por empreiteiras de obras públicas brasileiras. As condições de adjudicação desses contratos não são conhecidas pelo Brasil. Nenhuma denúncia contra tais empresas chegou ao conhecimento das autoridades brasileiras. De toda forma, a minúscula quantidade de casos reportados entre os países signatários da convenção (a maioria dos quais não registra nem um único exemplo) mostra que mesmo nos maiores exportadores mundiais a captação e processamento de denúncias estão longe de ser a norma.

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ausência de casos judiciais desencadeados a partir da convenção da OCDE oculta um problema disseminado pelo Estado brasileiro, que é a deficiência dos mecanismos de coleta, tratamento e disseminação de informação. Se houvesse freqüência de casos de corrupção transnacional e n v o l v e n d o e m p re s a s brasileiras, seria muito difícil obter as informações pertinentes dos organismos de controle. A carência de informações sistemáticas coletadas pelo Estado estimula a proliferação de palpites sem fundamento empírico, oriundos de avaliações subjetivas desenvolvidas no seio de grupos variados, que tendem a generalizar para o ambiente coletivo impressões colhidas a partir de sua experiência imediata, não raro municiadas por desinformação. O resultado é a dificultação do diagnóstico da corrupção no país.

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CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR-EXECUTIVO DA TRANSPARÊNCIA BRASIL

G Mesmo nos

maiores países exportadores as denúncias de corrupção estão longe de ser a norma

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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2 - LOGO

Logo Logo

Não tenho mais medo da morte.

www.dcomercio.com.br/logo/

Do escritor russo e prêmio Nobel Aleksandr Soljenítsin, 89, que denunciou as maiores violações de direitos humanos na Rússia em sua obra, ontem, ao Der Spiegel.

Reuters - 12/06/07

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JULHO

C IÊNCIA

A tradição contra a aids Especialistas defendem circuncisão para reduzir contaminação pelo vírus HIV T ÊNIS DE MESA

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Eduardo Knapp/Folha Imagem

s agências internacionais deveriam fazer mais para promover a circuncisão preventiva contra a aids, já que pesquisas comprovaram que homens que não passaram por este procedimento são mais suscetíveis a contrair o vírus HIV. A afirmação foi feita ontem durante a 4ª Conferência Internacional sobre Aids, que acontece na Austrália e reúne 5 mil delegados de 133 países. Em todo o mundo, apenas

30% dos homens passaram pela circuncisão, a maioria deles em países onde o procedimento é adotado por motivos religiosos ou de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a circuncisão diminui em cerca de 60% o risco de contaminação do homem nas relações heterossexuais. A estimativa não vale para relações homossexuais. Robert Bailey, professor de epidemiologia da Universidade de Illinois, afirma que "nin-

guém está promovendo uma campanha a favor da circuncisão". Ele coordenou pesquisas sobre o tema no Quênia, Malaui, Zâmbia e EUA. Os estudos comprovaram que uma campanha de circuncisão em massa poderia prevenir 5,7 milhões de novos casos de aids e 3 milhões de mortes em 20 anos. "Em outras palavras, a circuncisão pode levar a epidemia ao declínio. Precisamos oferecer acesso gratuito e seguro a este procedimento", disse Bailey. (AE)

AFP

B RAZIL COM Z

O paraíso dos ricos é o Brasil O Brasil do governo Lula é o "paraíso dos ricos", afirmou matéria do jornal francês Le Figaro de ontem. Segundo o jornal, "as fortunas brasileiras souberam tirar proveito da política econômica do governo Lula. Com o objetivo de conter a inflação, ele tem mantido as taxas de juros em níveis astronômicos, fazendo a alegria do setor financeiro". O jornal, entretanto, reconhece que os programas sociais de Lula – como o Bolsa Família – têm ajudado a tirar muitas pessoas da pobreza, ao mesmo tempo que se multiplicam no País lojas como a Daslu. E M

CINEMA

Saques de Midas de Hugo Hoyama comemoração, Hoyama se atirou no chão e, em seguida, foi jogado para o alto por Thiago Monteiro e Gustavo Tsuboi, os outros membros da equipe brasileira campeã. "O principal nesse último jogo foi a confiança e a concentração", disse Hoyama, que depois correu para abraçar seu pai, Fernando, que estava na arquibancada. "O público está me motivando mais. Nunca joguei com um público tão grande. Eu imaginei que seria assim, então consigo me manter concentrado no jogo", disse Hoyama antes da decisão.

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O mesa-tenista Hugo Hoyama conquistou ontem seu nono ouro em Jogos Pan-Americanos e passa a ser o brasileiro com o maior número de medalhas douradas na história da competição. O recorde foi alcançado com a vitória na prova por equipes no Rio de Janeiro, derrotando a Argentina na final por 3 a 1. Aos 38 anos, Hoyama estava empatado em oito medalhas de ouro com o exnadador Gustavo Borges, que compareceu ao jogo de ontem no Riocentro. Agora, o mesa-tenista é o recordista isolado. Na

SEM AS MÃOS - Acrobata chinês reaviva uma das mais antigas artes performáticas de seu país em apresentação na região de Liaoling. A acrobacia, segundo os registros históricos chineses, remonta ao período neolítico e já na época era uma prática de lazer.

B OLICHE Jorge Araújo/Folha Imagem

Lentes de Chaplin, à venda

LUZ, CÂMERA, AÇÃO

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Rodrigo Hermes (acima) e Fábio Rezende conquistaram ontem a medalha de prata no torneio masculino de duplas. "Foi algo especial, fruto de muito treinamento. A penúltima partida definiu. Abrimos 86 pontos dos dominicanos e depois só mantivemos", contou Hermes, que mora em Curitiba e começou a jogar boliche em 1996.

câmera usada pelo cineasta Charlie Chaplin (1889-1977) para produzir seus clássicos filmes do cinema mudo será leiloada hoje em Londres pela Christie´s. A câmera deve receber lances entre US$ 144 mil e US$ 186 mil, segundo avaliações dos especialistas da casa de leilões.

A

B ASQUETE

Adeus com medalha de prata Shaun Curry/AFP

Fernando Maia/AOG

A Grande Cidade, de Cacá Diegues, é exibido às 16h30 como parte do 2º Festival de Cinema Latino-Americano. Cinemateca Brasileira, Largo Senador Raul Cardoso, 207, tel.: 3512-6101. Grátis.

G @DGET DU JOUR

Repelente ultrassônico

A RTE

A jogadora Janeth se despediu ontem das quadras, depois de 25 anos no basquete, com a prata no peito. O Brasil perdeu para os EUA por 79 a 66. Após a partida, a atleta foi ovacionada pela torcida e deixou a quadra sem conseguir conter o choro. Depois da entrega das medalhas, a jogadora pegou o microfone e se dirigiu ao público: "se chorei, ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi".

C A R T A Z

Clássicos do futuro Pedro Biondi/ABr

ovens cineastas registraram ontem uma apresentação da dança do papagaio, na aldeia Ipatse, no parque do Xingu, para um documentário do recém-inaugurado Centro de Documentação e Memória Kuikuro. O cacique Afukaká preocupase com a preservação da história da tribo kuikuro e, há sete anos, idealizou a criação do centro de documentação, que deverá acolher cineastas de outras dez etnias xinguanas.

J

A loja chinesa Brando tem esse repelente ultrassônico de mosquitos, com freqüência ajustável (de 4 KHz a 12,5 KHz), assim a pessoa pode escolher o som mais eficiente para espantar os bichos. O aparelho ainda funciona como lanterna e chaveiro. Por US$ 9. http://gadget.brando.com.hk/ prod_detail.php?prod_id=00440

F AVORITOS

Dicionário de Tupi-Guarani De Anhangabaú a Uruguai, o cotidiano dos brasileiros está recheado de termos de origem no Tupi-Guarani. Quem quiser saber o que eles significam e entender um pouco mais desse idioma pode consultar um dicionário online que traz os principais vocábulos e nomes próprios da língua. As informações foram compiladas de várias obras e incluem termos de origem indígena usados também no espanhol falado em vários países da América do Sul. http://tupy-guarany. vilabol.uol.com.br

L OTERIAS Jovem cineasta kuikuro lança seu olhar sobre a tribo xinguana

Concurso 576 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 04

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

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O SITE DO PAN

Com três gols, Falcão leva o público ao delírio e Brasil vence Cuba, de goleada, no futsal Hudson de Souza é esperança de medalha de ouro nas finais de hoje do atletismo

www.dcomercio.com.br/especiais/pan2007/

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Equipe brasileira de saltos ornamentais espera superar as 3 medalhas de Santo Domingo

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Concurso 1779 da QUINA 21

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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

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quarta-feira, 25 de julho de 2007

VENDAS DE CAFÉ DEVEM SOMAR R$ 6,7 BILHÕES EM 2007

Marcelo Min/AFG

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Público consome mais café em padarias, no trabalho, em cafeterias e em restaurantes.

AUMENTO FOI DE 4,5% ENTRE MAIO DE 2006 E ABRIL DESTE ANO. MÉDIA DO PAÍS E A MAIOR DO MUNDO.

CRESCE CONSUMO DE CAFÉ NO PAÍS Adriana David

FARMÁCIAS

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brasileiro consumiu 4,5% mais café entre maio de 2006 e abril de 2007 que entre maio de 2005 e abril de 2006. O levantamento é da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que registrou no período um consumo per capita de de 5,52 kg de café em grão cru ou 73 litros da bebida por ano. No período anterior, o avanço foi de 3,9%. O aumento de consumo de café no Brasil está acima da média do mundo, que é de 1,5% ao ano, segundo a Organização Internacional do Café (OIC). Segundo a entidade, o consumo de café entre maio de 2006 e abril de 2007 somou 16,9 milhões de sacas de café e deve alcançar 17,4 milhões de sacas até outubro de 2007, considerando os 12 últimos meses. Os 17 milhões vão responder por 52% da safra que está sendo colhida, que deve somar 32,09 milhões de sacas, conforme informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As vendas devem atingir R$ 6,7 bilhões em 2007, ante R$ 5,4 bilhões. O resultado, no entanto, não reflete aumento de rentabilidade para o setor. O preço do café evoluiu 17% entre julho de 2004 e dezembro de 2006, ante uma variação de 135% no preço da cesta básica nacional. O peso do café na cesta básica foi de 5,7% em 2006. Em 1994, repre-

Setor pode perder R$ 2,1 bilhões Newton Santos/Hype

Fernanda Pressinott sentava 12%. O diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, explica que o avanço é resultado de diversos fatores, com destaque para a melhora contínua da qualidade do café, ampliada com o Programa de Qualidade do Café (PQC), que já certifica 210 marcas da bebida em todo o País. Desse total, 47 são certificadas como cafés especiais, que apresentam ascensão em todo o mundo. Os cafés especiais têm sido procurados por jovens e consumidores de classe social mais alta. Pesquisa da InterScience mostra que o consumo de café aumentou entre pessoas da classe A em 100% e da B em 45%. O consumidor está bebendo mais café fora do lar, em cafeterias, no trabalho, panificadoras e restaurantes. Con corr ência – Uma pesquisa da Abic em 15 supermercados e casas especializadas na capital paulista mostra que o café gourmet (ou especial), com preço médio de R$ 33,51 o quilo, ocupa 13% do espaço das gôndolas nos pontos-de-

venda. Os da categoria super i o r, c o m p re ç o m é d i o d e R$ 16,93, correspondem a 11%. Em janeiro, a mesma pesquisa mostrava que as duas categorias representavam 17%. "Casas como Santa Luzia e o Pão de Açúcar, que vendem em torno de 35 marcas de cafés especiais, concorrem para ver quem vende mais opções", diz Herszkowicz. A meta da Abic é de que em 2010 sejam consumidos internamente 21 milhões de sacas. Para isso ocorrer, o consumo interno precisa crescer 6% ao ano. As exportações de café torrado e moído em 2006 somaram US$ 25 milhões, sendo 55% de cafés especiais. "Aumentar a venda de cafés especiais é difícil, pois são mercados locais em que se consome o mesmo café há décadas e onde as opções envolvem blends de cafés de outros países e grandes investimentos de marketing para posicionar nova marca", afirma o executivo da Abic. "É diferente da cachaça que é um produto típico do Brasil", completa Herszkowicz.

A

s farmácias e drogarias podem perder até R$ 2,1 bilhões por ano se for aprovada uma nova regulamentação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proíbe a comercialização de alimentos e bebidas nesses estabelecimentos. De acordo com as maiores redes varejistas do País, os produtos ligados à conveniência (balas, chocolates, refrigerantes, água) equivalem a 8% do faturamento total do setor, de R$ 26,62 bilhões ao ano. A proposta ainda está em consulta pública (nº 69 no site da agência) e recebe sugestões até o dia 10 de setembro. A intenção do órgão é só permitir a venda de produtos ligados a saúde e higiene pessoal. A proposta proíbe que as farmácias e drogarias funcionem como correspondentes bancários. Só a rede Pague Menos declara que essa idéia põe em jogo 7 mil empregos diretos nos seus 280 estabelecimentos. "Os produtos ligados a conveniência respondem por 8% do faturamento, mas são os que garantem maior margem de lucro. E, embora a Anvisa pense diferente, as farmácias são empresas e precisam dar lucro", diz o presidente do grupo Pague Menos Francisco Deusmar de Queirós. Segundo ele, em algumas cidades pequenas do País, os alimentos e bebidas

Alimentos serão proibidos

correspondem a 15% do faturamento de uma loja. "Além disso, qual o problema de as farmácias venderem outros produtos que não medicamentos? "Nos Estados Unidos, as drugstores vendem mais de 20 mil itens", afirma Queirós. Em relação ao trabalho como correspondente bancário, Queirós afirma que isso é também apenas um outro serviço de conveniência para o cliente. "Os bancos abrem das 10 horas às 16 horas. As farmácias, das 7 horas às 22 horas. Onde é mais fácil pagar uma conta?" A rede Pague Menos atende cerca de 2 milhões de clientes ao mês como correspondente bancário. Outras redes preferiram não se manifestar antes do fim da consulta pública e da determinação da Anvisa. Mas o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de

São Paulo (Sincofarma-SP) informa que estão todas preocupadas com a questão porque a venda de alimentos e bebidas já está consolidada no setor. "Somos contra a venda de itens que descaracterizem o comércio de produtos ligados à saúde, como eletroeletrônicos, mas comida e bebida não faz mal a ninguém", diz o assessor econômico do Sincofarma-SP, Geraldo Monteiro. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a venda desses produtos faz diferença no faturamento do setor, afinal, diz o presidente da entidade, Sérgio Mena Barreto, "a margem de lucro com medicamentos não passa de 0,83% nas 26 maiores redes do Brasil". O País tem 55 mil farmácias e drogarias. A lei federal que regulamenta o setor (nº 5.991) é de 1973 e estabelece que os estados e municípios determinem o que pode ser vendido nas farmácias e drogarias. Segundo o Sincofarma-SP, a maior parte dos estados permite o comércio de alimentos e bebidas nas farmácias. Em alguns, como Paraíba e Rio Grande do Norte, os estabelecimentos podem vender até mesmo carvão. Em São Paulo, atualmente está em vigor a lei 12.623, que foi promulgada pela Assembléia Legislativa no mês passado. A Lei permite a comercialização de recarga de celulares, pilhas, alimentos e bebidas. A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Cade deve julgar hoje venda de lojas McDonald's

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Preço do litro do álcool combustível chega a R$ 0,99

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Receita da Fiat no Brasil cresceu 32,5%

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no primeiro semestre Teles vivem fase positiva na Bolsa

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IPC-S cede em 3 de 7 capitais pesquisadas

SECRETARIA DA SAÚDE

DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3 Abertura de licitação Encontram-se abertas no Gabinete licitações na modalidade de PREGÃO PRESENCIAL, do tipo menor preço, para: 100/2007-SMS.G, processo 2007-0.138.856-7, destinado ao Registro de Preços de filmes radiográficos para raio X, para a Seção de Estoque Central - SMS.34, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 14:00 horas do dia 08 de agosto de 2007, pela 1ª CJL/SMS. 160/2007-SMS.G, processo 2007-0.197.209-9, destinado ao Registro de Preços de dreno de tórax, para a Seção de Estoque Central - SMS.34, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 13:00 horas do dia 07 de agosto de 2007, pela 3ª CJL/SMS. 165/2007-SMS.G, processo 2007-0.199.804-7, destinado ao Registro de Preços de antibióticos, para a Seção de Estoque Central - SMS.34, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 13:00 horas do dia 09 de agosto de 2007, pela 3ª CJL/SMS. 166/2007-SMS.G, processo 2007-0.203.654-0, destinado ao Registro de Preços de medicamentos essenciais V, para a Seção de Estoque Central - SMS.34, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 11:00 horas do dia 08 de agosto de 2007, pela 4ª CJL/SMS. 169/2007-SMS.G, processo 2007-0.183.875-9, destinado ao Registro de Preços de bolsa simples para Ostoma intestinal, para a Seção de Estoque Central - SMS.34, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 11:00 horas do dia 07 de agosto de 2007, pela 4ª CJL/SMS. Os documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo as propostas comerciais e os documentos de habilitação das empresas interessadas, deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro no momento da abertura da sessão pública de pregão. O edital do pregão poderá ser consultado e/ou obtido pelo sítio da PMSP, no endereço: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, ou, no gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, local de realização do pregão, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque São Paulo/SP - CEP 01223-010, mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo.


Empresas Finanças Tr i b u t o s Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Andrea Felizolla/Luz

quarta-feira, 25 de julho de 2007

SUPERSIMPLES, DIFÍCIL DE ENTENDER

Giannetti da Fonseca quer volta de imposto para conter o ingresso de dólares

EMPRESÁRIO NÃO MENCIONOU NÚMEROS, MAS JÁ FOI SUGERIDO UM LIMITE DE 26% DO PIB.

GERDAU QUER TETO PARA TRIBUTOS Marcello Casal Jr./ABr

Fotos: Milton Mansilha/Luz

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O auditor Takara lembrou que a Receita "não é dona do Simples", e que ainda falta a regulamentação

Receita faz palestras para esclarecer o Supersimples Silvia Pimentel

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prazo para ingresso no Simples Nacional termina no próximo dia 31, e ainda há muitas dúvidas sobre a legislação que criou o novo regime tributário voltado às micros e pequenas empresas. Ontem, mais de 200 pessoas, entre contabilistas, advogados e contribuintes, participaram de palestra gratuita na sede da Receita Federal em São Paulo, para entender o Supersimples, como é conhecido o sistema. As palestras serão feitas diariamente, das 14h30 às 17h30, até o final do mês. "Temos pouco tempo para resolver as pendências cadastrais dos clientes e há muitas dúvidas na legislação, que é superficial", criticou a auxiliar de escritura fiscal do escritório de contabilidade Penafiel, situado na Mooca, Helena Octanini. Helena foi ouvir a palestra para esclarecer, entre outros pontos, como deve fazer o enquadramento de uma empresa que, além de consertar, vende relógios. "São 57 tabelas a escolher e vários anexos", disse. A empresa em questão, na prática, migrou automaticamente do antigo Simples para o atual. Ocorre que, dependendo do enquadramento, poderá ter aumento de carga tributária. Assim como a adesão, a desistência do regime também termina no final do mês. De acordo com a secretária Dinecir Borges Colado, também do escritório Penafiel, dos 50 clientes que estavam no Simples Federal, apenas 13 migraram automaticamente. O resto ficou fora em razão de débitos com a

presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, defendeu ontem o estabelecimento de um teto para a carga tributária. "Tem de ter um teto", disse à imprensa, sem citar um percentual, antes de se reunir, em Brasília, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acompanhado de outros representantes do empresariado. "Tem de ter um teto percentual, e é claro que isso se reflete na limitação dos gastos (públicos)", acrescentou. A proposta de Gerdau coincide com o pedido feito por outros empresários na última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), na semana passada. Na ocasião, foi sugerido um limite de 26% do Produto Interno Bruto (PIB) para a carga tributária brasileira. Quanto à arrecadação federal, que tem batido recordes sucessivos, Gerdau disse esperar uma redução linear de impostos na reforma tributária. A carga de impostos, segundo informou o Ministério da Fazenda, atingiu 34,5% do PIB em 2006, novo recorde. E a arrecadação de taxas e contribuições federais continua a crescer neste ano. Estima-se que o

Gerdau: limitação nos gastos

aumento está em 11% em termos reais, ou R$ 33,5 bilhões, o que equivale a uma arrecadação anual da CPMF. Enquanto isso, a projeção de crescimento do PIB está entre 4,5% e 5% para 2007. Especialistas não têm dúvidas de que a carga vai crescer novamente neste ano. Sobre a reforma tributária, Gerdau disse que a proposta do governo, que está sendo discutida com os estados, tem chance de ser aprovada. "O IVA federal e o IVA estadual vão gerar boas oportunidades", disse. "Estamos conversando sobre a reforma tributária, e o presidente (da Confederação Nacional da IndústriaCNI) Armando Monteiro Neto está reunindo os governadores

Mantega, a Imposto, arma Guido revogação da isenção do de Renda sobre contra o dólar. Imposto investimentos em títulos

R Helena (à esquerda) e Dinecir continuam com muitas dúvidas

Receita Federal, o estado ou a Prefeitura de São Paulo. No escritório SPCont Contabilidade, a adesão ao Supersimples também foi baixa entre os clientes, segundo o sócio da empresa, Alessandro Cunha. Das 100 empresas que atende, grande parte da área de serviços, apenas 20% devem optar pelo Supersimples. "O regime foi a forma que o governo encontrou para aumentar a carga tributária, principalmente das prestadoras de serviços", criticou. E x p l ic a ç õ e s – Em meio a tantas reclamações e dúvidas dos participantes, durante a palestra, o auditor fiscal da Receita Ritsutada Takara deixou claro que "a Receita não é dona do Simples Nacional", e que toda a regulamentação da lei está a cargo do Comitê Gestor de Tributação. Também fez um alerta sobre o prazo para a desistência do regime, que termina no final do mês. De acordo com o auditor, dos 967 mil pedidos para ingressar no sistema feitos entre os dias 2 e 20 julho, apenas 67 mil foram aceitos pela Receita.

"Muitos não conseguiram entrar por causa de pendências tributárias", informou. Sobre esse assunto, Takara ressaltou que a empresa que teve o pedido de adesão negado pelo Fisco terá, automaticamente, o parcelamento de débitos cancelado. "Portanto, é preciso avaliar com cuidado a adesão e acompanhar se o pedido para ingressar no sistema foi aceito", completou. Além de técnicos da Receita Federal, participaram do evento funcionários da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e da Previdência Social. Quem tem débitos tributários inscritos em dívida ativa deve, também, fazer a adesão ao regime no portal da P G F N ( w w w . p g f n . f a z e nda.gov.br). Para parcelar as dívidas, o contribuinte que recorreu à Justiça para discutir o pagamento de tributos federais deve desistir das ações judiciais em curso e também dos valores depositados em juízo. Os interessados em participar das palestras devem comparecer à Avenida Prestes Maia, 733, 22 º andar.

oberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), pediu ontem ao ministro da Fazenda,

públicos, como forma de reduzir o ingresso de moeda americana. "Estamos com dificuldade para manter nossos produtos no mercado internacional, e o governo tem de ter consciência do que está acontecendo",

para tratar do assunto. Acho que a proposta elaborada aqui pelo Ministério da Fazenda tem chance", afirmou. C r é d i t o - p r êm i o - Sobre o crédito-prêmio, Gerdau destacou que o tema faz parte das discussões com o governo. Para ele, sempre um acordo é bem-vindo, mesmo depois da derrota das empresas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Mas é uma discussão que faz parte de uma visão global, não é? A verdade é que não pode haver retroatividade dessas coisas", disse. O crédito-prêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), benefício instituído originariamente pelo Decreto-Lei 491/69, é um incentivo fiscal às exportações de produtos industrializados. Recentemente, o STJ decidiu que as empresas não têm direito a esse incentivo fiscal. Também participaram do encontro no Ministério da Fazenda o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, e o deputado federal Armando Monteiro Neto, presidente da CNI. (AE)

afirmou o economista, após participar da reunião de Mantega com representantes do empresariado, para discutir a reforma tributária. Segundo Giannetti, o restabelecimento do imposto sobre aplicações externas em títulos públicos conteria "o volume absolutamente anormal" de dólares na economia. (AE)


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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

1,14

CONSÓRCIO DE IMÓVEIS EM ALTA

por cento foi a valorização do dólar ontem. Moeda fechou cotada a R$ 1,863 na ponta de venda.

COM PIORA DO CENÁRIO EXTERNO, BOLSA PAULISTA TEVE A QUEDA MAIS EXPRESSIVA DESDE FEVEREIRO

BOVESPA TEM BAIXA DE 3,86% D Paulo Pampolin/Hype – 18/5/07

epois de bater sucessivos recordes de pontuação nas últimas semanas, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve ontem o pior dia desde a crise de fevereiro. O movimento foi mundial. Acumulando fortes ganhos no ano, os investidores venderam ações em diversas bolsas de valores, tendo como pretexto balanços de empresas abaixo do esperado e preocupações com o setor imobiliário nos Estados Unidos. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, que até a última segunda-feira acumulava alta de 30% no ano, recuou 3,86% ontem, para 55.795 pontos. No pior momento do dia, o índice chegou a perder 4,95% do valor. A queda foi a mais expressiva desde o dia 27 de fevereiro deste ano, quando a desvalorização do Ibovespa chegou a 6,6%. Naquela ocasião, o motivo para o ajuste de preços era a bolsa da China. O dólar comercial também mudou de tendência com a piora das bolsas mundiais. Depois de atingir as cotações mais baixas em quase sete anos na segunda-feira, a moeda americana encontrou espaço para recuperação ontem. O dólar fechou valendo R$ 1,861 para compra e R$ 1,863 para venda, com alta de 1,14%. De acordo com operadores do mercado de câmbio, no entanto, a valorização ainda não significa mudança de tendência. Isso porque continua forte

o fluxo de entradas de dólares no País. Além disso, não houve mudança nos fundamentos da economia brasileira. Precaução — " A p a re n t emente, a bolsa paulista cansou um pouco de subir. O cenário externo piorou, mas não o suficiente para explicar uma queda de quase 4% da Bovespa. Acho que muitos investidores estão vendendo ações por precaução", afirmou Luiz Gustavo Medina, sócio-diretor da m2 Investimentos. Diante das preocupações com a saúde financeira das empresas que fazem empréstimos imobiliários de alto risco nos Estados Unidos, muitos investidores tiraram dinheiro de ações para comprar títulos do Tesouro americano — ativos considerados os mais seguros em momentos de crise. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, fechou com queda de 1,6%, enquanto o índice da bolsa de tecnologia Nasdaq recuou 1,89%. O indicador que mede o desempenho dos American Depositary Receipts (ADRs) de empresas brasileiras em Nova York teve baixa de 4,55%. O risco brasileiro subia 6,51% no início da noite, para 180 pontos-base. Na Bovespa, o giro financeiro somou R$ 5,8 bilhões. Mesmo descontando os R$ 681,2 milhões referentes ao leilão de ações da Telemar Norte Leste, o volume do pregão ficou bem acima da média diária do ano, de R$ 4,1 bilhões. (Reuters/DC)

Pregão da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F): dólar em alta.

Cartões geram queixas

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s cartões de crédito lideraram o número de reclamações na Área de Assuntos Financeiros da Fundação Procon-SP, no primeiro semestre de 2007, de acordo com balanço divulgado ontem. Das 3.929 queixas recebidas de janeiro a junho, 1.674 foram relativas a cartões de crédito. Esse resultado representa aumento de 51,49% na comparação com igual período de 2006. As principais queixas feitas pelos consumidores ao Procon-SP foram relacionadas a cobranças indevidas, problemas com contratos e lançamentos não reconhecidos na fatura. Na avaliação dos técnicos do órgão, o elevado número de reclamações é conseqüência da grande oferta no mercado sem que, no entanto, seja criada proporcional estru-

tura de segurança. Eles citaram, ainda, ineficiência dos serviços de atendimento ao cliente para solução dos problemas e a grande aceitação do plástico como forma de pagamento no comércio. O balanço dos seis primeiros meses do ano registrou um crescimento 28,32% no número de reclamações das sete áreas — serviços essenciais, serviços privados, assuntos financeiros, produtos, saúde, alimentação e habitação — em relação ao primeiro semestre do ano passado. As queixas passaram de 12.464 para 15.994 no período. As reclamações na Área de Assuntos Financeiros também aumentaram, de 2.922, no primeiro semestre de 2006, para 3.929 nos primeiros seis meses de 2007 — o que representa crescimento de 34,46%. (AE)

Setor cresce apenas 0,1% até abril Sonaira San Pedro

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número de clientes ativos do sistema brasileiro de consórcios teve alta de apenas 0,1% de janeiro a abril na comparação com igual período do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). O aumento da oferta de crédito no País e a ansiedade do consumidor brasileiro — que tende a não querer esperar muito para adquirir um bem — ajudam a explicar o baixo aumento no número de clientes do sistema no período. Na avaliação do presidente da entidade, Luiz Fernando Favian, as baixas taxas de administração continuam sendo a principal arma dos consórcios na disputa com os financiamentos tradicionais, que embutem elevados juros mensais ou anuais. Em média, essas taxas de administração equivalem a 2% do valor total da carta de crédito que o consorciado recebe quando contemplado. A desvantagem mais evidente do sistema de consórcios está no prazo: quem não for sorteado ou der um lance no início do plano pode ter de esperar até o final do grupo para receber o crédito.

Destaques — O segmento de imóveis foi um dos destaques do primeiro quadrimestre deste ano, com crescimento de 3% em relação ao período de janeiro a abril de 2006. No caso dos automóveis, o aumento nessa mesma base de comparação foi de 0,9%. Os consórcios para compra de motocicletas aumentaram 1,6%. Na ponta oposta ficou o segmento de eletroeletrônicos, com perda de 30,4% nos quatro primeiros meses do ano. "As administradoras de consórcio perderam o interesse em vender cotas de produtos mais baratos, como geladeiras ou televisores", disse o gerente regional de São Paulo da administradora Embracon, Antonio Mizael Catharino. "Nesses casos, a taxa de administração acaba não compensando o trabalho." A concorrência de lojas e financeiras, que oferecem ao consumidor prestações a perder de vista, também prejudica o desempenho do segmento de consórcios de equipamentos eletroeletrônicos, de acordo com Catharino. O gerente da Porto Seguro Administradora de Consórcio, Fábio Braga, afirmou que a procura por financiamento de automóveis e motocicletas, com parcelas mais baixas aumenta a cada ano.


Ano 83 - Nº 22.424

São Paulo, quarta-feira, 25 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Andrei Bonamin/LUZ

Corbis

FREADA EM CONGONHAS Só embarca em Congonhas quem já tiver passagem, por decisão tomada ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A Gol pediu a passageiros que viagem a partir de segunda-feira. Em Congonhas, uma homenagem aos 200 mortos (foto acima). C 3

CHOQUE A 175KM/H A 1ª informação da caixa preta do Airbus da TAM revela um pouso a 240 km/h, normal, e o choque a 175 km/h. Cidades 1

LULA ESCONDIDO O presidente Lula trocou a agenda no Centro-Sul pelo Nordeste. A oposição o acusa de se esconder de vaias. Pág. 3

Sem-terra invadem fazenda dos Calheiros

Fazenda Boa Vista, do irmão de Renan Calheiros, é ocupada. Presidente do Senado, investigado por quebra de decoro, é "acusado" de ter o gado mais rentável do país. Pág. 5 Marcelo Min/AFG

Andres Stapff/Reuters

Marcelo Ferrelli/Gazeta Press/AE

Sacada de ouro: Hoyama conquista a 9ª medalha ESPECIAL HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima17º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Parcialmenye nublado Máxima 15º C. Mínima 7º C.

JÓIA! Em 2006, mercado brasileiro movimentou R$ 4,5 bi. Mas 47% dessa fortuna foi devorada pelo Leão.

Hugo Hoyama (acima) ganha seu nono ouro em jogos do Pan, com a vitória na prova por equipes contra a Argentina. Passa a ser o brasileiro com o maior número de medalhas douradas (o título era do nadador Gustavo Borges, com 8). Já o basquete feminino fica com a prata, depois de perder para os EUA. Janeth disse adeus às quadras. Em Logo e www.dcomercio.com.br


Cidades 175 km/h DIÁRIO DO COMÉRCIO

Luiz Prado/Luz

quarta-feira, 25 de julho de 2007

CAIXA-PRETA As primeiras investigações das caixas-pretas do Airbus A320 revelam que o avião pousou a 240 km/h em Congonhas e diminuiu até 175, obedecendo os padrões de aterrissagem.

1 No sétimo dia após a tragédia, familiares fazem manifestação no Aeroporto de Congonhas.

RECONSTITUIÇÃO A partir das informações das caixaspretas, que devem chegar ao Brasil até o fim da semana, será feita a reconstituição do acidente, para tentar descobrir as causas da tragédia do vôo 3054.

Era a velocidade do Airbus A320 da TAM no momento do choque que matou cerca de 200 pessoas, na semana passada. Operação é considerada normal.

a maior

Reuters

tragédia

A

s primeiras análises da caixa-preta do Airbus A320 da TAM revelam que a aeronave desacelerou e tinha velocidade padrão quando pousou no Aeroporto de Congonhas. A informação faz parte dos primeiros dados extraídos da caixa-preta do avião, que bateu e explodiu na semana passada. O material está sendo analisado pela National Transportation Safety Board (NTSB), em Washington (EUA). De acordo com os técnicos do NTSB, o avião bateu a 175 quilômetros por hora. "O avião pousou na velocidade padrão", afirmou o deputado Efraim Filho (DEM-PB), integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, na Câmara, que acompanha o trabalho do instituto. No momento do pouso, o Airbus estava a cerca de 240 km/h e foi reduzindo gradativamente a velocidade até chegar aos 175 km/h no momento da colisão com o prédio da TAM Express. O deputado afirmou que ainda é cedo para se chegar a conclusões, pois a informação sobre a velocidade tem de ser cruzada com outros parâmetros para uma avaliação apropriada das causas do acidente com o vôo 3054, que deixou cerca de 200 mortos. Na véspera, o deputado chegou a afirmar que os pilotos não teriam tentado arremeter (recuperar altitude) no momento do acidente, mas a Aeronáutica negou que qualquer informação das caixaspretas tivesse sido divulgada. As possíveis causas do acidente levantadas por especialistas até o momento são: a pista escorregadia, versão contestada pela Infraero; o reverso direito travado, o que não impediria o uso da aeronave por 10 dias, segundo TAM e Airbus, e falha humana (dos pilotos). Tanto a caixa-preta que grava as conversas no interior da cabine da aeronave quanto a que contém dados do vôo, como altitude e duração, estão em perfeitas condições. Após a coleta das informações, os técnicos da NTSB passarão à padronização e à sincronização dos dados dos dois equipamentos. No Brasil, deve ser montada, a partir dessas informações, a reconstituição do acidente, que também causou um incêndio de grandes proporções. O relatório final da NTSB pode levar mais de um ano para ficar pronto. Cautela - A Aeronáutica decidiu adotar a cautela e evitar especulações sobre o conteúdos das caixas-pretas. O chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), brigadeiro Jorge Kersul Filho, afirmou ontem que a Aeronáutica não vai tornar públicas as causas do acidente com o Airbus da TAM nem o conteúdo das gravações da caixa-preta da aeronave durante as investigações. pois o acidente não pode ser creditado a um único fator. O brigadeiro disse, ainda, não ser capaz de garantir que outros acidentes aéreos não ocorrerão no país. "Ninguém é capaz de garantir que não teremos mais acidentes. Se identificarmos que houve uma falha no sistema de freio do avião, não precisamos terminar a investigação para emitir uma recomendação", afirmou.(Agências)

A caixa-preta do Airbus A320, que está sendo analisada nos Estados Unidos. O conteúdo das gravações revela que o avião estava em uma velocidade padrão no momento da aterrissagem no Aeroporto de Congonhas. A decodificação das informações será importante para descobrir as causas da tragédia. Após desencontro de informações, ainda não foi concluído se o piloto tentou arremeter (um novo vôo em vez de frear a aeronave).

No sétimo dia, eles choraram Andrei Bonamin/Luz

Kelly Ferreira

O

check-in da TAM no Aeroporto de Congonhas ficou ontem repleto de parentes das vítimas e de pessoas solidárias com a morte da tragédia do vôo 3054. Por volta das 19h, eles chegaram ao aeroporto, no sétimo dia da tragédia. Alguns vestiam preto, outros usavam camisetas com as fotos dos amigos e familiares mortos no acidente. Com um carrinho repleto de flores, os manifestantes passaram pelo saguão sob aplausos de passageiros. A manifestação foi rápida, durou poucos minutos. As pessoas fizeram um minuto de silêncio e rezaram um Pai Nosso em homenagem às vítimas. Funcionários das companhias aéreas Gol, Varig e da própria TAM deram as mãos. Muitos não seguraram as lágrimas. Logo, os familiares voltaram para o ônibus e seguiram para o hotel em que estão hospedados. "É lamentável essa situação", disse Francisco Alves, amigo do comandante Kleyber Lima, uma das vítimas do acidente. Simone Almeida, que perdeu o irmão Ricardo Almeida Ferraz, a cunhada Elenilze e os sobrinhos Bruno, 3 anos, e Larissa, 12, disse que o mais difícil agora é a espera pela identificação das vítimas. "Nenhum deles ainda foi identificado. É uma espera muito dolorosa. Sei que estão trabalhando bastante. Mas para nós, familiares, cada minuto é de dor", disse. Contrário à manifestação dos familiares que entregam simbolicamente flores aos funcionários da TAM, o gaúcho Luis Fernando Moysés protestou e pediu o fechamento do aeroporto. A esposa dele, Nadia Moyses, vinha para São Paulo para uma palestra, morreu no acidente e ainda não teve o corpo encontrado. "Sei que estão fazendo o máximo que podem, que os corpos estão em péssimo estado e que vieram mais peritos para ajudar na identificação. Mas não posso aceitar que entreguem flores para os funcionários da empresa que causou tanta dor em nossas vidas. Isso não tem sentido.

Vania Delpoio/AOG

Nauro Júnior/AOG

Luiz Prado/Luz

Isso é uma hipocrisia. A empresa e o aeroporto deveriam ser fechados. Eles são assassinos", desabafou Moysés. Domingo – No próximo domingo, às 9h, uma caminhada do Monumento às Bandeiras, no parque do Ibirapuera, até a avenida Washington Luís, local onde aconteceu o acidente, vai homenagear as vítimas. O ato passará pelas avenidas República do Líbano, Indianópolis e Moreira Guimarães.

Parentes e amigos das vítimas do acidente com o Airbus fizeram uma manifestação ontem no saguão do Aeroporto de Congonhas, na zona sul. Durante o ato, foram entregues flores para os funcionários da TAM, que não conseguiram segurar as lágrimas (fotos acima). Ontem, foram sepultadas mais duas vítimas da tragédia: Marco Antonio Curti, funcionário da TAM Express, e Renan Klug Ribeiro, de 13 anos (fotos à direita)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Política

3 "Eu vaiei o Lula no Pan" é sucesso de vendas no comércio ambulante do Rio.

Roberto Stuckert/ AOG- 17/07/07

OPOSIÇÃO NÃO POUPA LULA POR 'FUGA DE VAIA' ''A adversidade colocou Lula na clandestinidade", diz o prefeito carioca Cesar Maia, um dos críticos da mudança de rota do presidente do Sul para o Nordeste

O

s políticos de oposição criticaram ontem duramente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter adotado a estratégia de trocar eventos no Centro-Sul do País pelo Nordeste para evitar vaias e protestos por conta do acidente com o Airbus da TAM, que vitimou, na sua maioria, passageiros gaúchos. No blog que mantém na internet, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM) afirmou que Lula não é um "estadista" e que a "adversidade o colocou na clandestinidade". "Um político completo na chefia de governo, um estadista, não é o que temos. A adversidade o colocou na clandestinidade. E o despachou para os seus nichos, de AeroLula, num contraponto triste com a pequena burguesia que rejeita, por auto-defesa", afirmou o prefeito, que faz oposição ao governo federal e foi acusado de ter organizado as vaias que Lula recebeu no Maracanã, durante a abertura dos Jogos Panamericanos. Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Carlos Pannunzio (SP), Lula "tem uma clara tendência a fugir de problemas". "O presidente foge das críticas e das situações adversas e prefere ir para o Nordeste, onde o programa Bolsa-Família funciona mais como um cartão de visitas a seu favor", afirma. O deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ) diz que o presidente está apresentando "um dos piores defeitos dos políticos". "Esse defeito é só querer o lado bom, o aplauso fácil, só querer caminhar em estradas sem buracos. Pelo que temos visto, ninguém erra nesse governo. Parece que esse governo assumiu uma espécie de mistura da teoria do direito divino dos reis com a infalibilidade dos papas", ironiza.

Cesar Maia lembra que essa "não é a primeira vez que Lula se encolhe frente à adversidade". O prefeito compara a atual situação com a crise de 2005, provocada pelo aparecimento do escândalo do 'mensalão', quando vários dirigentes do PT e integrantes do governo foram envolvidos nas investigações da montagem de um esquema de pagamento de caixa 2 a parlamentares petistas aliados dentro do Congresso. Histórico – "Em 2005, durante o mensalão, (Lula) ocultou-se, e saiu da toca em Paris numa entrevista amadora desastrada. Agora, da mesma maneira. Encolhe-se, se oculta, perde a iniciativa, cancela sua agenda no Sul e a muda para o Nordeste. Esta mudança de agenda foi feita da mesma maneira em 2005", compara Maia. "As idas de Lula ao Nordeste, em 2005, foram assim: com direito a claque e cenário, e ele suado no meio dos amigos contratados, voltando a ser o líder sindical. Essa regressão protetora de seu encolhimento na adversidade voltará nos próximos dias. E contará com a TV para registrar seu passado, teatralizado no presente - sem gravata, suado, sem plural", aposta Maia. PAC – Chico Alencar lamenta que Lula troque de roteiro político simplesmente para evitar situações embaraçosas. E acha que isso compromete até mesmo a imagem do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), já que Lula desistiu de fazer o lançamento do plano na região Sul. "Ele é presidente do País inteiro e não apenas da parcela que o aplaude", reclama. Antônio Carlos Pannunzio afirma que nos últimos dias esteve em vários locais do País e que o tom das críticas a Lula aumentou sensivelmente. "Onde encontro gente, as pes-

Fabio Motta / AE - 04/10/06

Gilberto Nascimento / Ag.Câmara - 26/10/05

No alto da página, o presidente Lula, com a popularidade abalada. Logo acima, Chico Alencar (PSol-RJ) diz que presidente está apresentando "um dos piores defeitos dos políticos: querer o lado bom, o aplauso fácil, só querer caminhar em estradas sem buracos". Mais contundente, Cesar Maia, à direita, lembra que essa não é a primeira vez em que Lula sai de cena para se poupar do embaraço. "Em 2005, durante o mensalão, (Lula) ocultou-se, e saiu da toca em Paris numa entrevista amadora desastrada. Agora, da mesma maneira. Encolhe-se, se oculta, perde a iniciativa, cancela sua agenda no Sul e a muda para o Nordeste", afirma.

soas falam abertamente, reclamando da posição do presidente em relação ao caos aéreo. Dá a impressão que acabou a cerimônia, até uma certa condescendência com que se tratava o presidente". "Um político que se encolhe frente à adversidade, como Lula, reage quase sempre de uma mesma forma: corre em direção a seu nicho de opinião pública", avalia Maia. Para ele, "a vaia e a tragédia auto-atocaiaram Lula". (AE)

Pablo Valadares/ AE

Ed Ferreira/ AE - 08/01/04

Amorim nega ter sido sondado para assumir Defesa

O

ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem que prefere continuar no cargo a ser transferido para o comando do Ministério da Defesa, no lugar do ministro Waldir Pires, que estaria na iminência de ser substituído. O chanceler negou que tenha sido sondado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de assumir a Defesa. A uma pergunta sobre a possibilidade de dar uma contribuição ao governo na área militar, Amorim deixou claro que pretende continuar nas Relações Exteriores: "Espero que o presidente ache que eu possa contribuir com a política externa." Questionado pela imprensa se já se considera um "ex-futuro ministro da Defesa", disse: "Estou contente com o 'ex'". Desde a última sexta-feira, circulam rumores de que Amo-

Já ocupante de uma vaga criada no governo para ele, o ministro avançou numa que não lhe caberia

Mangabeira estaciona carro em vaga para deficientes

O Celso Amorim deixa claro que prefere ficar nas Relações Exteriores

rim poderia ser transferido para a chefia da área militar. Representação – Dois advogados gaúchos entraram com representação criminal no Ministério Público Federal, para que sejam denunciados por homicídio culposo das vítimas do vôo 3054 da TAM: o presidente Luiz Inácio Lula da Sil-

va; o ministro da Defesa Waldir Pires; o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito; e os presidentes da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, e da ANAC, Milton Zuanazzi. Sob o protocolo PR/RS-SCA 004315/2007, a representação deve ser distribuída hoje. (AE/DC)

ministro do Planejamento de Longo Prazo, Mangabeira Unger, foi flagrado anteontem num ato nada oficial. Por volta das 21 horas (portanto, fora do expediente), a bordo do carro oficial, estacionou numa vaga para deficientes de um shopping de móveis e decoração de Brasília. Flagrado pelo repórter fotográfico Pablo Valadares, do jornal "O Estado de S. Paulo", ele ainda tentou despistar, fingindo rumar para outro veículo. O

ministro não quis falar com a reportagem e pouco depois o motorista do carro saiu da vaga proibida e foi buscá-lo. Mangabeira assumiu a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo em 19 de junho. Curiosamente, uma vaga criada para ele. Excrítico do governo Lula, que em 2005 classificou de "o mais corrupto da história", logo ao assumir ele nomeou seus primeiros assessores em cargos de DAS-5 (Direção de Assessoramento Superior), com salário de R$ 8.400 mensais, mais mordomias.

Sua secretaria, com status de ministério, conforme frisa, tem ainda outros 79 cargos de nível DAS e 34 FS (Funções Gratificadas), criadas por medida provisória. O assunto foi tema do blog do colunista Daniel Piza, do Estadão, em tom irônico. "Quando lhe perguntaram sobre a conduta, ele nada respondeu. É assim: nem mesmo um pedido de desculpa. Que espírito público! Que senso de dever!" (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

ESPECIAL - 5

Fotos: Marcos Peron/Virtual Photos

Folheados e bijuterias de Limeira: cerca de 95% das empresas são micros ou pequenas. Muitas terceirizam seus serviços e não têm condições de arcar com os custos de contratação formal

Limeira, no coração dos folheados e das bijuterias A cidade do Interior de São Paulo concentra 60% da produção de jóias folheadas e bijuterias do País e emprega a metade de sua população economicamente ativa. E tudo começou numa loja de jóias de ouro

L

imeira, no Interior paulista, quer ser conhecida como a Capital Nacional da Jóia Folheada. Não é para menos. A cidade é hoje, sem sombra de dúvida, o maior pólo nacional de fabricação de jóias folheadas e bijuterias, com mais de vinte mil itens. Estima-se que o município responda por cerca de 60% de toda a produção brasileira. São 450 empresas formais atuando no setor e acredita-se que haja pelo menos o mesmo número de informais. Elas geram nove mil empregos diretos e 45 mil indiretos, que correspondem à metade de toda a população economicamente ativa local. As estatísticas são da Associação Limeirense de Jóias (ALJ), mas é muito fácil comprová-las na prática. Basta dar um passeio pela cidade para encontrar, a cada esquina, alguém que tenha ligação direta ou indireta com o setor. O casal Émerson e Camila Rodrigues da Costa Guerra é um exemplo. Ele era ferramenteiro em uma fábrica de bijuterias e ela auxiliar de dentista. Há um ano largaram seus empregos e, junto com o irmão e a cunhada, abriram uma fábrica para trabalhar com aço inox. Fazem brincos de argola e já possuem dez funcionários. Todos informais. "A burocracia é tamanha e são tantos gas-

Rodolfo Mereb: "Sofremos com o excesso de burocracia e a alta carga tributária. É difícil manter uma empresa aberta legalmente"

tos que ainda não conseguimos abrir a empresa formalmente", conta Camila. Pessoas como Émerson, Camila e seus funcionários são a base da indústria limeirense. Cerca de 95% das empresas de folheados e bijuterias são micros ou pequenas. Muitas terceirizam seus serviços ou possuem funcionários informais, já que não teriam condições de arcar com os custos de contratação formal. "Sofremos com o excesso de

burocracia e a alta carga tributária. É difícil manter uma empresa aberta legalmente", afirma o vice-presidente da ALJ, Rodolfo Dib Mereb Júnior, também empresário do setor: "Para se ter uma idéia, apenas para poder fazer o banho das peças, uma empresa precisa de cinco licenças". Expansão Apesar dos problemas, segundo Mereb Júnior, a indústria limeirense se prepara para

crescer em torno de 10% este ano. O mercado interno deve absorver 80% da produção e os outros 20% irão, principalmente, para países da América Latina. É difícil conseguir números oficiais de produção e vendas específicos de Limeira, até pela grande informalidade. Mas, em todo o País, o setor de folheados movimentou US$ 150 milhões em 2006 e o de bijuterias, US$ 70 milhões. As exportações de folheados foram de US$ 92,8 milhões e as de bijuterias, US$ 9,7 milhões, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM). Limeira se destaca. Em 2006, o município foi o nono maior exportador de manufaturados do País, pelos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso devido à inclusão das operações feitas via Declaração Simplificada de Exportação (DSE), que computa as vendas externas das empresas de porte menor, incluindo remessas postais. No volume de exportações por essa via, Limeira ficou à frente de capitais como Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre, por exemplo. Futuro Mas a cidade quer mais. Entre os dias 28 e 31 de agosto, a indústria local se prepara para receber oito mil compradores de vinte países na sexta edição da Aljóias, feira internacional do setor, que deve reunir 160 expositores. A expectativa é que o evento gere negócios no valor de R$ 30 milhões.

Na pauta dos empresários locais, dois desafios. O primeiro é estender os bons números de vendas de datas como o Dia dos Namorados, das Mães e Natal para o resto do ano. "Nossa sazonalidade é muito grande", diz Mereb Júnior. O segundo, partir para o varejo e atrair para Limeira turistas interessados em compras de peças folheadas, da mesma forma como ocorre com as flo-

O

s designers brasileiros são criativos, flexíveis e cada vez mais reconhecidos, mas ainda encontram muitos obstáculos para desenvolver seu trabalho, principalmente em solo nacional. O mercado externo, na opinião dos especialistas, tem apreciado cada vez mais o trabalho brasileiro mas, muitas vezes, o mesmo não ocorre no próprio País. O interesse internacional independe do tempo de profissão. "Na Itália, a procura pelas minhas peças

numa nova categoria de profissionais, que vai além do design. São pessoas que não apenas desenham, mas também produzem as peças na prática, os chamados autores de jóias. "O mercado brasileiro ainda é muito fechado", concorda o autor de jóias e professor Guillermo Alejandro Teoliec, há 33 anos no setor. Argentino, Teoliec está desde o final de 2006 no Brasil e acredita que aqui

ainda exista um mercado inexplorado em diversos ramos da joalheria, principalmente na parte de formação de profissionais: "Duas coisas são urgentes: os pequenos ateliês precisam se unir para enfrentar a forte concorrência e deve-se abrir frentes de ensino de novas técnicas para capacitação da mão-de-obra do setor". Teoliec criou, no último mês de junho, um grupo de profissionais em Brasília com o objetivo de trabalhar para fortalecer o setor. Em apenas três reuniões já obteve a adesão de trinta pessoas, que agora compram

EC

No começo, só ouro puro

A

história das jóias e folheados em Limeira começou em 1938, quando João Martins Cardoso e seu filho Eduardo Urbano Cardoso se mudaram de São Carlos para a cidade e, junto com Sylvio Cavasim, fundaram a Oficina de Consertos de Jóias. Com o falecimento do pai, Eduardo começou a produzir peças e mais tarde abriu a Indústria de Jóias Cardoso. A empresa fez tanto sucesso que, na década de 1950, era a maior fábrica de jóias de ouro no País, com mais de cem funcionários. Nos anos 60, com o aumento do custo da matéria-prima e a instabilidade econômica, a empresa entrou em crise. Muitos ex-funcionários, porém, acabaram montando seus próprios negócios e as jóias foram substituídas pelos folheados e

Um mercado restrito para designers era enorme. Vendia com a maior facilidade. No Brasil, é muito mais complicado. Não há muito espaço para profissionais novos. As pessoas ainda compram muito pelo nome aqui", afirma a designer Érica David, que atua no setor há sete anos e passou uma temporada apresentando seu trabalho na Europa. Ela se enquadra

res de Holambra. "Já temos a avenida Costa e Silva com galerias de lojas de fábrica, mas estamos desenvolvendo o projeto de um Centro de Comercialização de Jóias para atrair os compradores pessoa-física", afirma o vice-presidente da ALJ. Atualmente, as indústrias limeirenses vendem mais no atacado que no varejo.

matérias-primas juntas. No futuro, a idéia é ir além e montar uma escola de autores de jóias: "Qualificaremos melhor os profissionais e ainda iremos prevenir cópias das peças". Isso porque é muito comum ourives contratados por designers reproduzirem as jóias desenhadas. "Hoje, o problema da cópia de peças é muito grande", concorda a autora de jóias Érica. Ela também aplaude a idéia de transmissão de técnicas e conhecimento: "Os livros sobre o setor são raros e caríssimos no Brasil". EC

bijuterias. Pedras sintéticas tomaram o lugar das gemas naturais. A atividade contagiou a população e, na década de 1990, o pólo de Limeira começou a se destacar no cenário nacional. Tanto que, a partir de 1995, empresas do pólo de Guaporé (RS) e da Capital paulista se mudaram para o município, dando início à atual concentração. Limeira hoje abrange todos os elos da cadeia produtiva de folheados e bijuterias, da fabricação de componentes e acessórios à galvanoplastia e a comercialização das peças. Em 2005, em parceria com o Sebrae, foi lançado o projeto do Arranjo Produtivo Local de Limeira (APL), que hoje conta com vinte empresas. A idéia é organizar o setor e melhorar seu desempenho. EC


Suplemento Especial/São Paulo, 25 de julho de 2007

Fascinação

Marcelo Min/AFG

É

um mundo encantado este de gemas,

metais, jóias e bijuterias, que tanto seduz e ilumina as mulheres. Movimentou R$ 4,5 bilhões em 2006 e neste ano deverá crescer 5% no mercado interno e 20% nas exportações. Tem grifes famosas, mas em sua maioria é formado por pequenas empresas: entre as fabricantes, 73% são microempresas, 23% de pequeno porte e 3,9% de médio porte. Fora a imensa informalidade. Na verdade, não é tão encantado assim: afinal, 47% de seus preços são devorados pelo Leão

Brincos e anéis de turmalina rosa com diamante e ouro branco, ou de topázio azul com diamante e ouro branco (na vitrine da Vivara do Shopping Morumbi)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 - ESPECIAL

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Em busca do ouro, da Tiffany ao centro da cidade São dois mundos distintos: de um lado as redes de luxo como Tiffany, Vivara ou H. Stern. No centro velho da cidade não há ostentação, mas uma infinidade de lojas de jóias. E há muita coisa em comum nesses extremos

D

e um lado lojas tranqüilas, ambiente requintado e intimista, vendedores impecáveis. De outro, lojas abarrotadas de pessoas, ambiente sem nenhum conforto, atendimento familiar. São os dois lados do comércio de jóias. O primeiro, nas lojas de grife, em shoppings e ruas de consumo de luxo; o segundo, no conturbado centro de São Paulo. Pode parecer que são extremos - e as diferenças existem, principalmente nos preços - mas basta olhar com um pouco mais de atenção para perceber que há muita coisa em comum nesses dois mundos, a começar pelos modelos de jóias à venda. Na exclusivíssima Tiffany, símbolo de glamour em todo o mundo, e que tem apenas duas lojas na América do Sul (ambas em São Paulo), as peças são as mesmas vendidas na Europa ou nos Estados Unidos. São desenhadas especialmente para a grife, em coleções como Elsa Peretti e Paloma Picasso, além do Lucida, o corte de diamantes patenteado pela joalheria e usado em anéis (Lucide Ring, preço sob consulta). Os anéis de noivado e as jóias com diamantes em geral são as mais procuradas pelos clientes brasileiros. Noivado e casamento também são a motivação para a maior parte das compras na loja Reno Justino, na rua Barão de Paranapiacaba, próximo à praça da Sé. Alianças são os produtos mais vendidos (modelo tradicional a R$ 900 o par; modelo em ouro branco com dez diamantes por R$ 1560 o par). As coleções de lá não são

Marcelo Soares/Hype

Marcelo Min/AFG

O processo de aprendizagem dura cerca de um ano e, enquanto isso, os profissionais são monitorados mensalmente. O esforço é para garantir um atendimento impecável.

A elegância das jóias da H. Stern e a caça aos clientes na Barão de Paranapiacaba: extremos dourados

assinadas por nomes famosos, mas várias peças têm design bastante similar ao visto em vitrines das melhores joalherias internacionais. E, se o consumidor não encontrar o que quer, pode pedir para fazer sob medida. Isso porque, apesar de muitas jóias serem apenas revendidas, a maioria das lojas possui pequenas linhas de produção, capazes de reproduzir peças de revistas ou catálogos. Fachada A imponência da Tiffany começa pela fachada, que já

se encarrega de afastar curiosos ou pessoas menos abastadas. A loja deixa bem claro seu público-alvo: o cliente de alto luxo, "que procura a Tiffany & Co pela qualidade de suas jóias, aliada ao design único e pela excelência do serviço ao consumidor", segundo Darren Chen, vice-presidente internacional da grife. Mais do que produtos, a joalheria vende status. Até porque design e qualidade são promessas de muitas marcas. E estão presentes, também, no centro de São Paulo. As fachadas da Barão de Pa-

ranapiacaba são velhas, algumas estão sujas e é difícil identificar as lojas distribuídas pelos edifícios. Para chegar até elas, é preciso pegar elevadores antigos ou subir vários lances de escada. Mas o interesse pelo cliente qualquer que seja ele - aparece bem antes de entrar na loja. Ainda na rua, deve-se enfrentar um batalhão de propagandistas, que "caçam" qualquer pessoa que circule pelo local. Mas, uma vez dentro das lojas, todo consumidor é muito bem-vindo, independentemente da classe social ou po-

der aquisitivo, desde que possa pagar sua compra. O cliente, às vezes, é recebido pelo próprio dono do comércio ou algum familiar. O vendedor dá dicas ao comprador e troca experiências, em uma relação de quase amizade. Atendimento feito para cativar clientes. Bem longe dali, na rede H. Stern, uma das cinco mais importantes marcas de joalheria do mundo, o atendimento também é algo levado muito a sério. Tanto que todos os novos vendedores precisam cursar a universidade da marca para obter o diploma de vendedor.

Algo a mais A H. Stern vai além. Suas lojas são preparadas para sempre oferecer algo a mais. O ambiente é irretocável. A compra, uma experiência emotiva. E as peças possuem segredos (detalhes internos que só a dona conhece). A Vivara, também grife de jóias com pontos de venda espalhados por todo o País, é outra que se esmera no preparo das lojas. Iluminação adequada para valorizar as peças, cadeiras confortáveis para os clientes e mimos para oferecer todo o conforto possível para uma compra com emoção. A joalheria faz uma pesquisa de tendências contínua para decifrar os desejos dos clientes e percebeu que o público está mais flexível e ousado, não se prende às peças tradicionais e está menos resistente a materiais alternativos. Da mesma forma, no centro de São Paulo a procura por variações do ouro amarelo tradicional (como o metal na versão branca ou rosa) e novas matérias-primas está crescendo. Só que lá o consumidor aprecia as peças expostas em pé. Não há cadeiras confortáveis nem iluminação especial. As vitrines não são preparadas para valorizar uma ou outra jóia, mas sim expor a maior quantidade possível de peças. Sem nenhum luxo, é aí que mora a diferença entre as lojas de grife e as populares. Nessas últimas, o "algo a mais" é o preço. Não é difícil encontrar nelas peças de tamanho e peso consideráveis por R$ 200 ou R$ 300. EC

O paraíso das bijus na ladeira Porto Geral

U

m mar de colares, anéis, brincos, pulseiras e matérias-primas para confeccionar esse tipo de peça invadiu os arredores da rua 25 de Março há cerca de quatro anos e não pára de crescer. Das três mil lojas instaladas na região, 55% pertencem a esse setor, de acordo com os dados da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco). Elas também já respondem por 25% do faturamento total da área, que é de R$ 16 milhões ao ano. As lojas de bijuterias e materiais relacionados às peças concentram-se na ladeira Porto Geral e expulsam, aos poucos, o comércio de outros produtos. Hoje, além delas, ali só há venda de fantasias. As mudanças de perfil e o crescimento do setor, segundo o presidente da Univinco, Miguel Giorgi Junior, são processos naturais em virtude da vocação da região: "Esta é a rua da transformação, das pessoas criativas e de vanguarda". Para todos os gostos Variedade de peças é o que não falta. Há de tudo: de anéis discretos a enormes pingentes multicoloridos de acrílico; colares de strass para noivas a tornozeleiras com cara de praia. Tudo

Marcelo Soares/Hype

As lojas de bijuterias e materiais relacionados às peças concentram-se na ladeira Porto Geral e expulsam o comércio de outros produtos

de acordo com as tendências e com o que está se usando nas novelas de televisão. "O que está na moda, as pessoas encontram aqui", diz o gerente-geral da Bijoumania, Célio Estevão. Ele trabalha lá há três anos, mas a loja é mais antiga, de antes da invasão, tem dez anos. "A concorrência realmente aumentou muito nos últimos

tempos", confirma o gerente. Mas, segundo ele, o mercado já está se adaptando à nova realidade: "As lojas estão se especializando. Algumas vendem mais produtos para noivas; outras, peças para o dia-a-dia. Melhoramos o atendimento e tentamos nos diferenciar". Na Bijoumania há mais bijuterias para mulheres adultas e a loja

já deixa clientes provarem as peças - uma permissão difícil de se conseguir na maioria dos comércios locais. Isso porque, apesar de muitos venderem no varejo, características de atacado continuam, como limite mínimo de valor de compra. "Mas mudamos esse valor dependendo da época do ano. No Dia das Mães ou dos Na-

morados, vendemos mais no varejo. A partir do mês de agosto, volta a ser praticamente atacado. São compradores que já se preparam para abastecer suas lojas para o final do ano", afirma Estevão. Na Bijoumania, que trabalha mais com peças nacionais (70%), o valor mínimo de compra atual é de R$ 30, abaixo de

algumas outras lojas da ladeira, como a Thatá Bijoux, que vende a partir de R$ 50 e se especializou em bijuterias para festas, com muito brilho e strass. As peças de lá são quase na totalidade importadas (95%), mas a loja garante a qualidade dos produtos que, assim como as peças para o dia-adia, são muito influenciados pela televisão: "É tudo muito cíclico. O sucesso dos produtos dura o tempo que a novela em que eles são usados fica no ar", conta a gerente do local, Cristina Shin. Tanto ela quanto Estevão afirmam que as peças que vendem têm qualidade e, muitas vezes, são as mesmas vendidas por valores muito mais altos em shoppings da Capital. Até porque alguns desses lojistas abastecem seus comércios lá. Mesmo assim, o movimento na ladeira Porto Geral já foi melhor. "Com o aumento da concorrência, as vendas também se pulverizaram", afirma o gerente da Bijoumania. "Clientes de atacado que antes compravam R$ 30 mil, hoje gastam apenas R$ 5 mil na loja". Para Cristina, da Thatá Bijoux, o movimento já esteve pior. Agora está melhorando, mas em ritmo muito lento: "Todo mundo fala que a economia está crescendo muito. Mas a gente aqui ainda continua esperando as vendas aumentarem na mesma proporção". EC


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

7

H

COM MEDO DO LOBO

ROBERTO FENDT O REAL E O

Brasil, Colômbia e Peru desconfiam da poupança financeira global que invadiu o mercado de capitais. Se o investidor soprar forte a economia pode cair?

AJUSTE FISCAL DOS EUA

A RIQUEZA FINANCEIRA ESTÁ CRESCENDO MUITO RAPIDAMENTE. COMO BENEFICIAR OS SETORES QUE FICARAM DE FORA? s brasileiros, colombianos e peruanos estão sofrendo para lidar com as novas dimensões da realidade econômica que os cerca. Estão em turbulência mental, e cada qual encontrando sua própria maneira de reagir. Alguns simplesmente negam que a expansão econômica esteja acontecendo. Eles insistem em que a riqueza financeira que apareceu tão de repente nos fundos de pensão é efêmera, imaginária e irrelevante para a economia real. Outros assumem a posição de que a expansão financeira é uma bolha, que vai estourar e trazer em sua esteira desilusão e um sentimento de fracasso. Essas pessoas desconfiam e não gostam da expansão financeira. Consideram que é uma distração que tirou a economia do rumo correto e legítimo e a empurrou para uma prosperidade ilusória, injusta e insustentável. Mas está se formando um terceiro grupo, mais jovem e impressionável. Esses jovens estão desenvolvendo suas concepções próprias de como a economia funciona. Também estão formando suas expectativas a respeito do tipo de trabalho que terão, suas aspirações sobre o status econômico que alcançarão e uma noção preliminar de quanta estabilidade ou turbulência viverão nas próximas décadas.

O

odos os três grupos estão insatisfeitos com as economias de seus países, apesar dos impressionantes indicadores macroeconômicos. Estão preocupados com as incongruentes realidades

T

contrastantes que presenciam todos os dias. A prosperidade de seus países de repente parece vazia. Perguntam-se como e quando a expansão da riqueza financeira trará trabalhos e condições de vida melhores para a enorme massa de pessoas da base da pirâmide. Incomoda o fato de que a classe média e a classe média-baixa estejam tomado empréstimos a juros altos para comprar bens de consumo quando tiveram aumentos de salário tão pequenos. A t a re f a p e n d e n t e é transformar o processo de crescimento para que ele fique mais adequado aos objetivos que a maioria das pessoas quer atingir. P a r a f a z e r p ro g re s s o s nessa direção, ajuda entender as forças econômicas que estão gerando a prosperidade. Estudar o processo de crescimento pode revelar para onde ele está se dirigindo e dará pistas sobre como canalizar a prosperidade para que ela abranja uma parte maior da população. primeiro fato a se levar em conta é que a riqueza financeira está crescendo muito rapidamente em quase todos os países do mundo. Isso porque muitos reformaram seus sistemas financeiros e porque mais pessoas estão comprando ações e títulos de dívida. O rápido aumento do preço de ações, títulos e imóveis ampliou a disparidade na distribuição de renda em praticamente todos os países. Na América Latina, a disparidade está crescendo, mas não tão rapidamente quanto em países que costumavam ser igualitários. A disparidade na América Latina é contun-

O

G Os tigres

asiáticos eram economias agrícolas que se transformaram em economias de manufatura. Os latino-americanos estavam lutando para replicar esse modelo quando um tipo de sucesso novo e inesperado floresceu e se tornou dominante. G As reformas

financeiras atraíram fluxos de capital e esse dinheiro valorizou as moedas latino-americanas. Isto enriqueceu os detentores de ativos financeiros e relegou os industriais e exportadores a um status menor.

dente porque já era grande antes da recente expansão econômica começar. segundo fato é que em muitos países latinoamericanos a segunda fase do crescimento econômico ainda não tinha se sobreposto completamente às atividades primárias tradicionais quando a atividade terciária – ou seja, os serviços financeiros – emergiu de repente e cresceu explosivamente. O contraste com o sudeste asiático tem sido uma fonte constante de preocupação para muitos latino-americanos.

O

Guerra no Iraque, a luta interna contra o terrorismo e o início da campanha das primárias para a escolha dos candidatos à sucessão do presidente Bush, transferiram a atenção do que se passa na economia americana para a política. Estamos deixando escapar alguns desenvolvimentos interessantes na área fiscal norte-americana, que certamente deixarão um legado positivo para o sucessor de Bush – o que quer dizer que deixarão um legado positivo para o restante do mundo, nós inclusive, dada a importância dos EUA na economia mundial. Refiro-me ao comportamento nos últimos três anos das contas fiscais dos Estados Unidos. Como se sabe, ao deixar o governo o presidente Clinton deixou – além de um conjunto apreciável de maus exemplos pessoais – um expressivo superávit fiscal. Foi com esse superávit que o atual presidente iniciou o seu governo e foi por conta dele que promoveu substancial corte de impostos, conforme promessa de campanha do Partido Republicano. Os ataques terroristas d e 11 d e s e t e m b ro ( d e 2001) mudaram profundamente esse quadro. O superávit de Clinton chegou a ultrapassar 200 bilhões de dólares em 2000 e já estava em queda – em decorrência do corte de impostos de Bush – em 2001, quando ocorreu o 11 de setembro.

A

Por John Edmunds

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

á previsões ainda mais otimistas para o déficit deste ano, segundo as quais poderá ficar em torno de 172 bilhões de dólares. A se materializar esse resultado, o déficit público americano estaria pouco acima de 1,5% do PIB – da mesma ordem de grandeza do percentual do déficit nominal brasileiro. Ao mesmo tempo, Bush queixou-se que o novo orçamento para 2008, aprovado pela maioria democrata no Congresso, vai trazer o maior aumento da carga tributária na história americana. A despeito desse aumento da carga tributária, as últimas estimativas das contas fiscais dos EUA apontam para um déficit em 2008 da ordem de 258 bilhões de dólares. Os principais responsáveis pelo aumento projetado do déficit em 2008 são os aumentos de gastos com os programas federais Medicaid (programa de seguro de saúde subsidiado para famílias de baixa renda) e Medicare (programa de seguro de saúde subsidiado para pessoas com mais de 65 anos de idade).

Taiwan e a Coréia do Sul eram economias agrícolas que se transformaram em economias de manufatura. Os países latino-americanos estavam lutando para replicar esse modelo quando um tipo de sucesso novo e inesperado floresceu e se tornou dominante. As reformas financeiras atraíram fluxos de capital e esse dinheiro valorizou as moedas latinoamericanas. Isto enriqueceu os detentores de ativos financeiros e relegou os industriais e exportadores a um status menor. O terceiro fato é que os financiadores vão continuar a fornecer crédito para a classe média e a classe média baixa na maioria dos países latino-americanos. Infelizmente, emprestar aos consumidores é mais rentável que dar crédito a empresas recémcriadas. O quarto fato é que a demanda por ações e títulos de dívida está forte e recentemente tem excedido a oferta de novas emissões. sses fatores indicam qual será o caminho mais óbvio de crescimento econômico na região. Pelo menos seis países latino-americanos alcançaram um grande êxit o c o m o e m i s s o re s d e valores mobiliários. Essa atividade, que está no coração do estágio terciário das economias do mundo, é difícil e requer procedimentos e salvaguardas sofisticados. O desafio é continuar aperfeiçoando essa capacidade e ao mesmo tempo estender seus efeitos aos setores que ainda não foram completamente beneficiados.

E

JOHN C.EDMUNDS É PROFESSOR DE FINANÇAS DO

BABSON COLLEGE EM BOSTON (C)AMERICAECONOMIA

s medidas necessárias para promover a segurança interna e posteriormente os gastos com a guerra transformaram rapidamente o superávit em déficit. Em 2003 e 2004 o déficit fiscal dos EUA aproximou-se de 400 bilhões de dólares anuais (em 2004 chegou a 413 bilhões de dólares), aproximando-se do perigoso nível de 4% do maior PIB do planeta. Agora, no início do mês, o presidente Bush anunciou que o déficit fiscal americano projetado para 2007 é de 205 bilhões de dólares. Esse valor é 17% inferior ao déficit observado em 2006 e corresponde a menos de 2% do PIB americano. "Provamos que funciona", afirmou o presidente Bush, referindo-se à combinação de cortes de impostos e de outros gastos para acomodar no orçamento a sangria de recursos gastos no Iraque.

A

e os resultados fiscais da segunda gestão Bush estão na direção correta, nem tudo são flores na terra de Tio Sam. Críticos do presidente apontam que durante o seu mandato a dívida pública cresceu 3,3 trilhões de dólares – um aumento equivalente a 25% do PIB americano. Outros críticos apontam o crescimento de 59% das despesas relativamente a 2001. A despeito dessas críticas, há que considerar que o déficit fiscal dos EUA mudou de patamar, reduzindo-se à metade do observado em 2003 e 2004. Da mesma forma, é de se esperar que o déficit comercial americano se reduza em futuro não muito distante em decorrência da desvalorização do dólar já ocorrida – e que leva algum tempo para influenciar as contas comerciais. Ambos poderão contribuir para a estabilização da moeda norte-americana. Embora não seja o único, esse é um fator crítico para estancar a progressiva valorização do real, que esta semana, pela primeira vez em muitos anos, ficou abaixo de R$ 1,85 por dólar.

S

ROBERTO FENDT É ECONOMISTA ROBERTO@DCOMERCIO.COM.BR

G Diminui

o déficit fiscal dos EUA. Boa notícia para quem não agüenta o real forte.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Congresso Planalto Estatais CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

177

PETROBRAS SE EXPLICAAO TCU

milhões (US$). É o valor que a Petrobras pagará após um aditamento em contratos de licitação

Ricardo Stuckert/PR

Eymar Mascaro

Tiro ao alvo

O

crescimento do nome de Gilberto Kassab nas últimas pesquisas, principalmente após a divulgação do último estudo do Datafolha, tornou irreversível a decisão do DEM de disputar a prefeitura de São Paulo. Assim, a legenda coloca o PSDB contra parede e espera uma decisão sobre a coligação entre os dois partidos. Ou seja, na verdade os democratas querem uma resposta de Geraldo Alckmin, se ele disputará ou não a eleição em 2008. Kassab garante que tem condições de disputar a cadeira contra o candidato petista, seja ele Marta Suplicy ou qualquer outro nome.

ESCOLHA

O presidente Lula participou da cerimônia de início dos trabalhos de construção da P-52, na Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro.

PETROBRAS DEFENDE SEUS CONTRATOS NO TCU Estatal garante que revisão dos preços das plataformas foi legal e pede para que obras não sejam suspensas

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or meio de um documento enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU), a Petrobras rebateu a suspeita de superfaturamento nos contratos de construção das plataformas P-52 e P-54. A companhia estatal alertou que não há motivo para suspender o pagamento de US$ 177 milhões aos grupos responsáveis pelos projetos, "o que fatalmente levaria à paralisação das obras". De acordo com a empresa estatal, o objetivo dos aditivos assinados com as empresas contratadas não foi o reajuste de preços, mas a garantia do equilíbrio entre encargos e vantagens assumidos pelas partes durante o período de execução dos contratos. O procedimento, destaca o documento, é legal e já foi aceito pelo próprio TCU em uma situação idêntica, durante um processo julgado em 2006. As informações foram repassadas na última sexta-feira ao tribunal, que iniciou os tra-

balhos de análise do material. No documento de 59 páginas, a Petrobras afirma que não houve pagamento indevido no valor de US$ 85 milhões pela P-54 e de US$ 92,2 milhões pela P-52. "Os contratos impedem que, depois de assinados, seja apresentada qualquer despesa já existente à época da assinatura", observa a companhia. "Mas eles não vedam a revisão contratual para reequilíbrio econômico-financeiro, o que é um direito consagrado dos contratantes." Segundo a empresa, não ocorreu nenhum reajuste de preços. "Alteração no equilíbrio econômico-financeiro do contrato, em decorrência de fatores supervenientes, imprevistos que tornem a operação onerosa para uma das partes, em benefício sem causa da outra, autoriza revisão dos custos para equacionar o acordo", informava o documento. Segundo a Petrobras, um dos fatores responsáveis pelo desequilíbrio dos contratos foi

a apreciação do real em relação ao dólar. "Neste caso, a revisão é amplamente aceita pelos tribunais, inclusive o próprio TCU, que em pelo menos duas ocasiões foi favorável." A empresa também advertiu os ministros sobre os riscos de paralisação das obras de instalação. A P-52 (semi-submersível) e a P-54 (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo) estão em fase final de montagem pelas empresas. A Petrobras informa que as duas centrais têm capacidade para produzir, cada uma, 180 mil barris de óleo por dia e são fundamentais para manutenção da auto-suficiência brasileira na cadeia do petróleo. Técnicos da empresa informam que ambas têm como destino o Campo de Roncador, na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, e que iniciarão suas operações em setembro. Na P-52, o montante investido foi de US$ 1,1 bilhão. A P-54 recebeu investimentos na casa

dos US$ 900 milhões. "Em caso de retenção de pagamentos e paralisação das obras, além do prejuízo pelo atraso da produção, a Petrobras teria que arcar com custos de manutenção de canteiros e mão-de-obra, extensão de prazo e atraso na entrega", argumenta o texto. "A necessidade de manter o projeto é pedido pela própria equipe de auditoria em seu relatório." J á o Tr i b u n a l d e C o n t a s questiona itens dos contratos que tiveram seus preços superiores ao valor previsto pela estatal. Como resposta, a empresa informou que, de acordo com a licitação, a escolha foi baseada em preço global, e não em valores unitários. "Não seria razoável desclassificar um grupo que apresentou o melhor preço global em função de itens isolados". No caso da P-52, a oferta vencedora era US$ 280 milhões mais baixa que o preço oferecido pela segunda colocada na licitação. (AE)

Valter Campanato/ABr - 03.06.2007

Procurador dá prazo para veto de Aécio

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presidente do Conselho Nacional dos ProcuradoresGerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União (CNPG) e procuradorgeral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo César Pinho, disse ontem, em Belo Horizonte, que o embate entre o Ministério Público (MP) de Minas Gerais e a Assembléia Legislativa "tem reflexo para o resto da nação". Pinho cobrou do governador Aécio Neves (PSDB) o veto ao projeto de lei complementar – aprovado com modificações pelos deputados mineiros – que restringe a atuação de promotores nas investigações de atos envolvendo funcionários do Legislativo, Executivo, Tribunal de Contas (TCE) e Advocacia-Geral do Estado (AGE) e Judiciário. "Entendemos que o PL padece de alguns vícios de inconstitucionalidade e, por tal motivo, deve ser vetado pelo governador", afirmou. O encontro da CNPG, então previsto para a próxima sextafeira, no Rio de Janeiro, foi transferido para a capital mineira devido ao texto polêmico aprovado, cujo teor alterou a Lei Orgânica do MP e estendeu, novamente, aos membros dos "Poderes", a

prerrogativa de serem investigados ou processados criminalmente apenas pelo procurador-geral de Justiça. Pelo sistema atual, somente o governador e os presidentes do Tribunal de Justiça (TJ) e do Legislativo têm esse privilégio garantido. Prazo – Aécio tem até o dia 6 de agosto para vetar ou sancionar o projeto. Uma emenda anterior, parte de um outro PL do governo mineiro, foi vetada, tendo como base parecer da AGE. O governador, por meio de uma nota divulgada ontem, informou que tomará sua decisão "com a serenidade e responsabilidade que o assunto requer, no prazo. O tucano é pressionado a tomar uma posição contrária a proposta. Integrantes do MP e representantes de entidades da sociedade civil promoveram em Belo Horizonte um ato pedindo o "veto total" ao texto. De acordo com o presidente do CNPG, o veto "será a melhor posição para todo o País". "Minas sempre foi uma terra da liberdade", destacou. Caso o PL seja barrado pelo governador, ele poderá receber nova aprovação dentro do legislativo mineiro, após uma votação secreta.

Para ratificar sua candidatura, o atual prefeito lembra que seu governo recebeu aprovação de 30% da população no último levantamento feito pelos jornais, o que lhe dá o direito de disputar a prefeitura contra qualquer adversário. O DEM avalia que o atual prefeito pode obter resultados ainda mais positivos nos próximos meses.

NO TOCA

EMPECILHO

O deputado do PSB já enviou seu recado ao tucanato: aceita ser o vice de uma chapa formada com Aécio. A oferta é válida mesmo com uma migração do governador mineiro para o PMDB. Pessoas próximas a Ciro garantem que ele conta com essa mudança de legenda para ratificar a coligação.

O DEM avisa aos tucanos que a divisão de votos entre Kassab e Alckmin beneficiaria o candidato do PT. Por isso, pressiona os aliados do governador José Serra para que o apoio ao atual prefeito seja confirmado o mais breve possível. Do outro lado, o grupo de Alckmin pede calma. Para os democratas, os planos em São Paulo só serão alterados mediante a um fator: a candidatura de Geraldo Alckmin. Tudo indica que o exgovernador deseja concorrer ao cargo, mas a pressão pela chapa DEM/PSDB pode levá-lo a desistir do pleito.

ENTENDIMENTO

Alckmin pode "melar" o acordo entre as legendas, que prevê o apoio a Kassab em 2008 e, como contrapartida, a aliança em torno do nome de José Serra em 2010. Os termos são claros: um democrata candidato a prefeito; um tucano candidato a presidente da República.

DIVISÃO

CHAPA

CUTUCÃO

O ex-ministro da Integração Nacional garante que os mineiros não votarão no governador de São Paulo. O mesmo vale para o eleitorado carioca. Ciro diz que Serra não tem penetração nesses estados, é um nome "paulista demais". A oportunidade é do governador de Minas.

LUTA

No PSDB, o quadro de pré-candidatos a presidente é conhecido por todos. A disputa será mesmo entre Serra e Aécio. O governador paulista leva vantagem por ter a preferência do eleitorado, segundo pesquisas encomendadas pelos tucanos. Os eleitores ainda remetem seu nome ao período passado por ele no ministério da Saúde, durante os anos de FHC no Planalto.

TV

Para reverter esse cenário, o mineiro aposta seu futuro nas viagens que fará pelo País. Além disso, seus aliados preparam uma campanha na televisão para levar sua imagem para todos os estados. Aécio encontrará os principais líderes regionais do tucanato. Ele quer o máximo de apoio possível para sua campanha.

VANTAGEM

Governador é pressionado a barrar projeto que amplia foro privilegiado

grande dificuldade", informou Soares. A Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais encaminhou a Aécio parecer de procuradores e promotores, cujo conteúdo indica que as emendas inseridas no projeto complementar "são formal e materialmente inconstitucionais". (AE)

CANDIDATURA

Ciro, que já tentou o Planalto uma vez, admite que a oposição é favorita nas eleições de 2010. Ele aposta suas fichas no mineiro Aécio Neves (PSDB). O ex-ministro avalia que as chances de derrota são baixas. Mas, se o candidato for José Serra, o cearense prevê uma derrota dos tucanos no Nordeste, Rio e Minas.

Kassab também tem sua estratégia de divisão de votos. Ele sabe que a candidatura da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) resultará numa divisão entre eleitores do PT. O prefeito aposta numa migração de votos de Marta Suplicy, caso ela seja mesmo a escolhida, para Erundina, o que o beneficiaria.

O procurador-geral de Justiça de Minas, Jarbas Soares Júnior, disse que o MP tomou a postura de evitar discussões com os deputados e tratar o tema dentro da esfera jurídica. "A decisão de impor alterações na Lei Orgânica do MP e delimitar o trabalho dos promotores não possui amparo constitucional. Isso ficará comprovado sem

Planalto em 2010, seja como candidato a presidente, ou mesmo no cargo de vice.

INCENTIVO

Ciro Gomes (PSB-CE) também tem grande interesse na candidatura de Erundina à prefeitura de São Paulo. O deputado avalia que a disputa na capital paulista pode melhorar sua exposição na região. O ex-ministro disputará o Palácio do

Já no PT, os précandidatos ao Planalto ainda não apresentaram um bom retorno nas pesquisas encomendadas. Os nomes mais prováveis são: Jacques Wagner, governador da Bahia; os ministros Tarso Genro, Dilma Rousseff e Marta Suplicy (Turismo). Todos apresentaram resultados abaixo do esperado.


quarta-feira, 25 de julho de 2007

Congresso Planalto Reforma agrária CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SEM-TERRA PROTESTAM EM TRÊS ESTADOS

estradas foram bloqueadas por manifestantes sem-terra no Rio Grande do Sul

INVADIDA FAZENDA DO IRMÃO DE RENAN Carlos Moreira / Jornal Extra Alagoas

Manifestantes acusam a família Calheiros de grilagem de terra em Alagoas; protesto continua hoje em Murici, cujo prefeito é filho do presidente do Senado.

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erca de 400 famílias de trabalhadores rurais sem-terra, ligados aos quatro movimentos sociais do campo que atuam em Alagoas – MST, CPT, MLST e MTL – ocuparam ontem a Fazenda Boa Vista, em Murici, a 59 quilômetros de Maceió. A área pertence ao deputado Olavo Calheiros, irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os manifestantes escolheram Murici para realizar outros protestos hoje, em comemoração ao Dia do Trabalhador Rural porque, segundo lideranças, é lá onde Renan tem fazendas e a cidade tem como prefeito o filho do presidente do Senado, conhecido como "Renanzinho". O senador responde a processo no Conselho de Ética por quebra de decoro. Ele é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista e há dois meses tenta provar, sem sucesso, que a venda de gado é res-

ponsável por rendimentos que chegaram a R$ 1,9 milhão em quatro anos. Segundo o coordenador da Comissão Pastoral da Terra em Alagoas (CPT), Carlos Lima, o objetivo do ato é "mostrar à sociedade alagoana as ações criminosas, a grilagem de terras, a miséria, a injustiça e o abuso de poder causado pelas oligarquias do Estado". "Murici foi escolhida para ser o palco dos protestos porque ganhou fama de ter o gado mais produtivo do País, o gado do senador Renan Calheiros, que tem uma produtividade recorde de 60%, enquanto a grande maioria do povo do município passa fome", argumentou Carlos Lima. Segundo ele, os movimentos sociais vão aproveitar a manifestação para denunciar políticos, como o deputado federal Olavo Calheiros (PMDB), acusado de envolvimento com grilagem de terras na região da Zona da Mata.

"Queremos mostrar à sociedade que políticos como os irmãos Calheiros impedem a efetivação da reforma agrária no estado, porque são contra a distribuição de terra e de renda para mais de 12 mil famílias acampadas em Alagoas", concluiu o coordenador da CPT. Será realizado na cidade um ato público e uma passeata contra grilagem de terras e a violência no campo. A manifestação conta com o apoio de sindicalistas e estudantes. Segundo as lideranças da ocupação, a Fazenda Boa Vista foi grilada pela família Calheiros em 2001. Antes, o Incra havia vistoriado a área e autorizado a desapropriação para fins de reforma agrária. "Porém, o processo foi encaminhado para Brasília sem muitas explicações, onde foi arquivado e, de acordo com os movimentos, legalizado como propriedade dos irmãos Calheiros", dizem os movimentos, em nota. (AE)

Dirceu Portugal

Sem-terra entram na sede da Fazenda Boa Vista, de propriedade do deputado Olavo Calheiros.

Estradas são bloqueadas no RS

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Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promoveu bloqueios ontem em oito pontos de estradas do Rio Grande do Sul. Além disso, o movimento invadiu os pátios do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre, no começo da manhã. Foram bloqueados pontos de rodovias em Seberi, Erechim, Santo Augusto, Palmeira das Missões, Camaquã, Canguçu, Sarandi e Tabaí. A BR-386 teve o trânsito interrompido em diversos pontos. Um trecho da BR-116 ficou bloqueado por uma hora. Já na BR-153, nas 'VIVA ITAMAR' O PPS homenageou anteontem o expresidente Itamar Franco pelos seus "feitos políticos"

Dezenas de manifestantes acampam em frente à agência do BB no município de Peabiru, no Paraná.

No Paraná, protestos em frente TOP-TOP às agências do Banco do Brasil F

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Controladoria Geral da União (CGU) informou ontem que as regiões Norte e Nordeste do País são as campeãs em irregularidades na gestão de recursos públicos federais. A declaração foi dada pelo ministro Jorge Hage com base na fiscalização realizada pelo órgão desde 2003 em municípios de todo o País. Isso ocorre nas duas regiões, de acordo com a CGU, em função de vários fatores: atraso político local, falta de sociedade civil organizada e pouco acesso à informação. Em evento, ontem que contou com a participação de Hage, mais 60 municípios e 8 Estados foram sorteados para participarem da fiscalização na execução de programas do governo federal. Por essa me-

todologia, a CGU percorre o caminho da verba liberada até a execução do programa ou convênio. O foco é a região onde o dinheiro é aplicado independentemente se o gestor é município, Estado, ONGs ou mesmo os órgãos do governo federal. Desde o lançamento, em abril de 2003, a iniciativa resultou em 1.221 inspeções de municípios e 53 de unidades da federação. Durante a permanência nos municípios e Estados, os auditores da CGU visitam obras, hospitais, escolas, fazem a checagem de documentos e de bens e entrevistam cidadãos e agentes públicos. Nas 22 primeiras edições do programa de fiscalização, esses técnicos fiscalizaram a aplicação de R$ 7,2 bilhões em recursos federais. (AE)

A TÉ LOGO

Ó RBITA

NÃO VINCULOU

BRIGA POR TERRA

T

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rês prefeitos paraenses que tentaram se aproveitar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que absolveu o ex-embaixador Ronaldo Sardenberg em acusação de improbidade administrativa, não tiveram êxito. Para o STF, a decisão não tem efeito vinculante.

m carta aberta à sociedade, índios Tupiniquins e guaranis informam que iniciaram ontem "um conjunto de ações pacíficas com o objetivo de retomar a posse" de 11 mil hectares que são objeto de disputa entre a comunidade indígena e a Aracruz, no Espírito Santo.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Peritos da Polícia Federal recebem hoje mais documentos de Renan Bolívia afirma não é contra a construção de usina no Rio Madeira

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Norte e Nordeste, líderes em irregularidades

ças da Estação Experimental da Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, a cerca de 520 quilômetros de Curitiba, deram tiros e fizeram ameaças às famílias que saíram da área no dia 18. Elas estão no Assentamento Olga Benário, que fica nas proximidades da área da Syngenta. O gerente de Relações Institucionais da Syngenta, Guilherme Landgraf, disse que uma empresa registrada na Polícia Federal faz a segurança da propriedade. Mas, por contrato, elas estão proibidas de usar armas ou cães. (AE)

APRENDIZADO Os 46 novos deputados estaduais já consumiram R$ 320 mil de suas verbas.

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nem os clientes foram impedidos de entrar. Entre as reivindicações dos sem-terra está a renegociação das dívidas de custeio e investimento, com prazo de carência de cinco anos, além de 20 anos para pagamento, sem juros. Querem também uma política pública que garanta a compra da produção na quantidade de 70% da atividade principal da família assentada, com preço 30% acima do custo de produção. Syngenta – Além dos protestos nas agências do BB, o MST denunciou que seguran-

lagrado comemorando com gesto obsceno a suspeita de falha técnica no avião da TAM que se acidentou na semana passada, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, recebeu manifestações de apoio no partido. Até no site do PT havia solidariedade a ele.

isso, os manifestantes liberaram a entrada do prédio e, assim, durante a reunião com a governadora, a comissão pôde entregar a pauta de reivindicações. O movimento alega que o governo prioriza a agricultura empresarial. A pauta de reivindicações prevê a regularização de áreas que ainda têm pendências, obras de acesso aos assentamentos e recursos para a contrapartida do Rio Grande do Sul na aquisição de terras para a reforma agrária. Após a liberação das estradas interditadas, houve caminhada em algumas cidades até a agência local do Banco do Brasil. (Agências)

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ntegrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) iniciaram ontem uma série de protestos em frente a agências do Banco do Brasil no Paraná. Segundo o movimento, cerca de cinco mil famílias estão mobilizadas e as manifestações já se estendem por 13 municípios. Em Apucarana, no norte do Estado, a central da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi escolhida para o protesto. A assessoria do Banco do Brasil informou que nenhuma agência chegou a ser invadida,

proximidades de Erechim, foram mais de três horas de interrupção no fluxo de veículos. Em outro trecho da BR-285, o bloqueio durou quatro horas. De acordo com o MST, o objetivo é cobrar políticas públicas para os assentamentos por parte dos governos federal e estadual, além da renegociação de dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A governadora Yeda Crusius (PSDB) recebeu à tarde uma comissão dos semterra e da Via Campesina, mas condicionou a audiência à desocupação do prédio da Secretaria de Agricultura. Por

Lei que prevê cota para deficientes no mercado de trabalho completa 16 anos


quarta-feira, 25 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

24/7/2007

COMÉRCIO

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1,14

por cento foi a alta do dólar comercial ontem. A divisa norte-americana fechou o dia cotada a R$ 1,863 para venda.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

A UTI Neonatal do Hospital São Luiz recebeu em julho o certificado de "Qualidade Hospitalar"

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Em dois anos de atuação, o "Protege" atendeu 1.350 crianças: 60% delas permanecem nas ruas da cidade.

Objetivo: tirar esta criança da rua.

Esta e outros 2.025 menores. A meta é do Programa "São Paulo Protege".

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P r o g r a m a S ã o adolescentes assistirá a peça ções entre as secretarias envolP a u l o P r o t e g e , Miss Saigon e 300 crianças ve- vidas foi aperfeiçoado. Foram c r i a d o h á d o i s rão a montagem de Peter Pan", criados comitês executivos, formados por membros do goanos pela Secreta- acrescenta Pesaro. As subprefeituras acompa- verno e da sociedade civil, que ria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de nham as ações dos seus bairros se reúnem mensalmente para São Paulo (Smads), retirou das e priorizam as crianças que monitorar todas as ações e reruas 1.350 crianças e adoles- participam do projeto quando ceber sugestões para colocar centes. O número corresponde são anunciadas vagas dentro em prática novas ações. Esmolas, não. Doações de a 40% do total de menores que destas ações. Apesar destas iniciativas, o impostos, sim – Além destas trabalha ou que pede esmolas secretário afirma que as par- iniciativas, a prefeitura e as nas ruas da cidade. O resultado é conseqüência cerias com as ONGs precisam ONGs envolvidas estão reforda ação combinada entre a se- ser aperfeiçoadas. Segundo çando a divulgação da campacretaria, outros órgãos públi- ele, elas oferecem o suporte nha "Dê mais que esmola. Dê cos e entidades não-governa- para o desenvolvimento de futuro" e que incentiva doamentais que criaram ações de projetos importantes para as ções do imposto de renda devicomplementação escolar para comunidades onde atuam. do ao Fundo Municipal de Asas crianças, além de renda mí- Entretanto, considera que o sistência Social (FMAS) e Funn i m a e d o s p ro g r a m a s d e maior desafio é trabalhar em do Municipal dos Direitos da rede e que ainda é difícil fazer Criança e do Adolescente orientação para as famílias. As crianças abordadas nas com que os planos destes par- (Fumcad) ou a entidades conruas de São Paulo pela Secreta- ceiros e da prefeitura tomem veniadas com a Smads. As empresas e pessoas físiria e por seus parceiros passam um rumo único. "As ONGs coa fazer parte do Programa de nhecem bem o seu território e cas interessadas em colaborar Erradicação do Trabalho In- o público que atendem, mas com os programas sociais volfantil (Peti). As submetidas a têm dificuldades em interagir tados para crianças e adolesmaus-tratos e abuso sexual são com o entorno ao lidar com centes podem destinar, resencaminhadas têm proteção empresários e com o poder pectivamente, 6% e 11% de seu imposto devido a projetos público", acrescenta. jurídica e apoio psicológico. Trabalho para os pais – Para cadastrados. Para o secretário Floriano "O programa está no camiPesaro, o sucesso da iniciativa atingir o objetivo de incluir os é resultado da ação conjunta pais destes jovens no mercado nho certo. Ele já está chamanentre o poder público e todos de trabalho, a secretaria os está do a atenção pelos seus resulestes participantes. "Não fize- cadastrando nos programas tados e deverá ser replicado mos nenhuma alteração signi- oferecidos pela rede proteção em outros municípios. Por isficativa nas metas do progra- social. A ênfase é reforçar as so, ele não tem prazo para acama desde a sua criação, apenas ações nos campos do trabalho, bar e deve continuar amplianalgumas alterações pontuais", educação e saúde. Por isso, o do parcerias", conclui Pesaro. afirma. "Estamos utilizando o sistema de troca de informaPaula Cunha programa de comple- Leonardo Rodrigues/Hype mentação de renda como alavanca fundamental para que o programa seja bemsucedido." Alvo – O estudo do público-alvo foi importante para implementar as ações propostas. Segundo Pesaro, este perfil não mudou desde a criação do programa. São crianças e adolescentes, de 4 a 17 anos, que têm família. Cerca de 97% delas estão na escola. Ele cita as parcerias com 11 secretarias municipais, ONGs e empresas Floriano Pesaro, da como fundamentais para o su- Secretaria de Assistência e cesso do programa. Estes par- Desenvolvimento Social: parcerias ceiros estão colaborando para foram fundamentais para o êxito do recolocar os pais no mercado "São Paulo Protege". de trabalho e encaminhando as crianças e adolescentes para os programas de complementação escolar que os tiram das ruas. "Atualmente, temos 40 parceiros trabalhando no programa. Além da complementação escolar, atividades de lazer também foram incluídas. Acertamos parcerias com o Hopi Hari, Play Center, museus e teatros. Um grupo de

Mundial de Cegos começa em São Paulo

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omeça neste final de semana, em São Paulo, os III Jogos Mundiais de Cegos. Com cerca de 1600 participantes de 63 países, os jogos serão realizados em São Paulo e em São Caetano do Sul. A abertura será neste domingo, às 17 horas, no Grande Auditório do Parque do Anhembi. As disputas começam na terça-feira, dia 31. Os atletas, que competem no atletismo, goalball, judô, futebol, powerlifting e na natação, disputam vagas nas Paraolimpíadas de Pequim, em 2008. Maior competição para cegos do mundo, o Mundial de Cegos está em sua terceira edição. Mais informações em www.ibsabrasil2007.org.br. Da "Revista Sentidos"


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Empresas Estilo Tr i b u t o s

Divulgação

quarta-feira, 25 de julho de 2007

A trilha do CD da loja Breton Actual é executada em todas as lojas da rede e vai do jazz ao pop

PRODUÇÕES MUSICAIS REFORÇAM A MARCA

O SOM DO MARKETING Isaac Azar, do restaurante Azaït: ele compôs, cantou e produziu o disco da casa (abaixo à esq.) Divulgação

LOJAS FISGAM CLIENTES COM MÚSICAS CDs com trilha sonora exclusiva são nova arma para cativar e atrair o consumidor Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Kety Shapazian

Acima, o DJ Carlão, que produziu o CD da loja Breton Actual. Ao lado, o disco da Masisa, fabricante de painéis de madeira.

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que têm e m c omum o h o t e l E m i l i an o , a Tok&Stok, as grifes de design de móveis Artefacto e Breton Actual, os restaurantes Azaït e Boo, a empresa de painéis de madeira Masisa e o Museu de Arte Moderna de São Paulo? Todos já lançaram – pelo menos Faixa do Mediterranean Dreams faz homenagem ao azeite um – CD com trilha sonora própria. A tendência de tra- ridas dos hospedes e habitués mos lançar outros álbuns", duzir em música o conceito do local. Em "Emiliano 4", por afirma de Paula. da empresa é uma febre que exemplo, o compositor e canA rede de lojas Tok&Stok fez não passa. Alguns CDs fize- tor Seu Jorge abre o álbum com de uma só vez dois CDs, com ram tanto sucesso que se es- "Bola de Meia", seguido pela tiragem de quatro mil unidagotaram rapidamente, como sofisticação sonora de Nina Si- des cada título. O "Urban Fuos primeiros dois volumes do mone cantando "Don't let me sion", segundo o gerente de Café MAMSP, do Museu de be misunderstood". Tendências, Ademir Bueno, é Arte Moderna de São Paulo. Já "Emiliano 2" possui clás- mais moderno, com músicas O museu tem mais dois CDs, sicos como "Summertime", nos estilos lounge e eletrônico. o "Black Tie Lounge" e o "2080, de George Gershwin, e "As O outro, "Brasil Bossa", tem Geração Rock 80". O primeiro rosas não falam", de Cartola, elementos brasileiros com um traz 11 músicas interpretadas entre outras músicas famo- toque moderno. Para Bueno, a por artistas brasileiros e inter- sas, com batida eletrônica. música seria uma extensão dos nacionais. O destaque fica pa- C a d a C D c u s t a R $ 3 5 e é ambientes propostos pela ra a faixa de abertura: o Hino vendido em livrarias, lojas Tok&Stok. Os CDs são vendiSpamtriótico, cuja letra foi es- de música e sites na indos por R$ 22. crita por membros da Socieda- t e r n e t , a l é m d o O dono do Azaït, de Pró-Arte Moderna (Spam). hotel. I s a a c A z a r, n ã o Custa R$ 31,80. apenas lançou " Te m o s q u e O segundo CD (R$ 16) tem conquistar o uma trilha so13 hits radiofônicos da década cliente pelas nora com a cade 1980. Quem não se lembra s e n s a ç õ e s " , ra do seu resde "Você não soube me amar", d i z Wa i r d e taurante de coda Blitz, "Óculos", dos Parala- Paula, diretor zinha meditermas do Sucesso, "Fullgás", de d e E s t i l o d a rânea como Marina Lima, ou "Menina Ve- Artefacto. O CD também produneno", do cantor Ritchie? Ver- da marca tem múziu todas as 13 faidadeiros clássicos da época. s i c a s e x c l u s i v a s , xas e compôs (e cantou) Os dois CDs são encontrados compostas pelo DJ carioca duas das músicas. O CD é em lojas de música pelo Brasil e Tony Lounge, e integra um uma coletânea de músicas étno Shopmam, loja do museu projeto especial que celebra nicas de países da região. Uma no Parque do Ibirapuera e nos os 60 anos da empresa em das canções é uma homenashoppings Villa-Lobos e Igua- 2007. "As músicas são basica- gem à história do azeite, protemi, em São Paulo. duto vendido numa butique mente instrumentais." Bar de hotel Foram lançados 50 mil CDs, dentro do restaurante. "O CD O hotel Emiliano também já distribuídos a clientes, tanto reflete o espírito da casa", afirlançou quatro CDs, com tira- no País quanto nas quatro lojas ma. "Azaït Café – Mediterragem superior a 10 mil unida- da Artefacto nos Estados Uni- nean Dreams" é vendido por des. Produzidos pelo DJ Tony dos. Segundo o diretor, os nor- R$ 25 nos dois endereços da caMontana, responsável pelo te-americanos adoraram. "Foi sa (a segunda unidade é a Paris som do bar do Emiliano, os divertido fazer o CD. Agora 6) e nas lojas Banana Music. CDs trazem as músicas prefe- que temos o know-how, vaPersonal DJ Por trás de alguns dos CDs, como o da Breton Actual, está o DJ e "music consultant" Carlos Humberto Porciúncula, o Carlão, que se especializou em "programação comercial indoor". Para a grife de decoração Breton, ele reuniu uma compilação de 1,5 mil músicas e escolheu 15 para o CD. A trilha é executada em todas as lojas da rede. Do jazz ao pop, a seleção traz nomes de peso, como Buena Vista Social Club e Burt Bacharach. "Criei o conceito de vender produto com música. Aliás, eu vendo o que você quiser com música", diz Carlão, que já fez trabalhos para Bradesco, Daslu, Hugo Boss e restaurante Arábia. "Para o paisagista Gilberto Elkis, fiz uma trilha francesa contemporânea inspirada nos jardins do Castelo de Versalhes, da França."


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Polícia Ciência Aeropor tos Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007 Joel Silva/Folha Imagem

DOIS PILOTOS DA TAM CULPAM ESTADO DA PISTA

Técnicos observam desmoronamento. Área foi coberta com plástico para evitar mais problemas.

Força-tarefa construirá ranhuras Laudo parcial do IPT mostra que, em Congonhas, valores de atrito em pista molhada estão acima dos limites previstos pelas normas nacionais e internacionais

a maior

tragédia Rejane Tamoto

A

s obras de construção de ranhuras na pista principal do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo (palco do maior acidente aéreo do Brasil, há uma semana) começam a ser executadas hoje. Segundo a Infraero, o trabalho será feito por uma força-tarefa e deve ser concluído entre 20 e 40 dias. As ranhuras, também chamadas de grooving, facilitam o escoamento de água na pista e permitem aderência maior das aeronaves no momento do pouso. As obras ocorrem cinco dias após a divulgação de um parecer técnico parcial do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que revela que os valores de atrito em pista molhada estão acima dos limites previstos nas normas nacionais e internacionais. Segundo contrato

Valter Campanato/ABr

do IPT com a Infraero, um novo relatório técnico, que inclui as análises do revestimento asfáltico e das características de superfície da pista, será entregue na sexta-feira. A ausência de ranhuras na pista de Congonhas, segundo investigadores, é uma hipótese que pode ter contribuído para o acidente com o avião da TAM. Em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, dois pilotos da TAM atribuíram o acidente ao mau estado da pista. Grooving – Antes da tragédia com o avião da TAM, a previsão para a execução do grooving na pista principal era o próximo dia 30. Para o engenheiro especialista em transportes e vice-presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, Dario Rais Lopes, o início da construção das ranhuras antes desse prazo (necessário para a recuperação da pavimentação da pista, concluída no dia 29) não é problema. "O fato de a obra começar amanhã (hoje) corrobora a tese de que poderia ter sido iniciada em 15 ou 20 dias após a reforma da pista principal".

Fiscalização – O que preocupa o engenheiro, no entanto, é a pressa em executar as ranhuras na pista principal em 20 ou 40 dias, na metade do tempo previsto. "Em condições normais, as ranhuras demoram entre 50 a 60 dias para ficar prontas. É preciso redobrar a fiscalização e os cuidados para que essa força-tarefa execute o grooving com segurança e qualidade técnica. Não podemos corrigir um erro com outro", disse Lopes. Segundo o engenheiro, é preciso resgatar a credibilidade na infra-estrutura e nas condições de segurança de Congonhas. Segundo a Infraero, a construção das ranhuras será iniciada pela cabeceira da pista principal, durante a noite, das 23h às 6h, para não atrapalhar as operações da mesma e da via auxiliar de Congonhas. A Infraero não confirmou se a pista principal de Congonhas pode ser reaberta entre hoje e amanhã. Em paralelo, outros reparos serão feitos na pista principal do aeroporto, já que a Polícia Federal (PF) havia retirado 14

Medo de voar? Então, voe. Psicólogo que tinha pavor de avião propõe terapia para superar a aviofobia Flávia Gianini

D

eu no New York Times de anteontem: para curar o medo de voar, a melhor terapia é ...voar. Voar, para algumas pessoas, é uma experiência agradável, excitante ou mesmo necessária. Mas para um grupo, não tão pequeno assim, pegar um avião é um pesadelo real. Reportagem publicada anteontem pelo jornal norte-americano The New York Times revelou que 40% das pessoas têm diferentes graus de ansiedade em relação às alturas. Nesse universo, o medo de voar é tão intenso que 6,5% dessas pessoas se negam a entrar em um avião, sob qualquer hipótese, segundo pesquisa do National Institute of Metal Health (Instituto Americano de Saúde Mental). O medo de avião é uma doença que tem nome: aviofobia. O mal é uma espécie de neurose, de angústia, do mesmo grupo dos Transtornos Obsessivos Compulsivos (TOC). A doença é tão comum que, no

mês passado, aconteceu em Montreal, no Canadá, a conferência internacional sobre o medo de voar, da Organização Internacional de Aviação Civil. O psicólogo Martin Seif tinha pânico de avião e chegou a perder uma conferência em Atlanta, nos Estados Unidos, por ter-se negado a voar. Optou por um trem e acabou preso em uma nevasca. Ao vencer seu medo, o psicólogo criou um

programa chamado Freedom to fly (Liberdade para voar). A terapia de exposição coloca os pacientes frente a frente com o seu maior medo, mas em doses homeopáticas. "O sentimento de ansiedade não é racional. Então, no final do curso, os pacientes fazem um vôo curto com um "personal pilot". O programa é um sucesso para 90% dos participantes. "Mas algumas pessoas, realmente, nunca vão voar", disse Seif.

blocos de 20 centímetros de largura da pista, para fazer uma análise de seu nível de aderência. Esses blocos serão refeitos artesanalmente, segundo a Infraero. Deslizamento - Dois geólogos do IPT iniciaram, na manhã de ontem, uma análise na área da cabeceira da pista principal de Congonhas, onde houve um deslizamento de terra anteontem. Segundo a Infraero, o deslizamento foi provocado pelo rompimento de uma canaleta que dá vazão para a água da pista, atingida antes de o Airbus A320 da TAM bater no prédio da companhia, no dia 17. Com a chuva intensa dos últimos dias, a canaleta não suportou o fluxo de água e cedeu. O IPT trabalha em conjunto com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), que elaborará um laudo sobre as causas do deslizamento, ainda sem data para divulgação. Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros colocou lonas no local para conter o deslizamento. (Com Agências)

Técnicos do IPT inspecionam barranco que cedeu na cabeceira da pista


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - ESPECIAL

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Jóias: 47% de impostos para iluminar as mulheres A carga tributária é três vezes superior à média mundial, de 15%. Por isso, a indústria joalheira nacional caminha a passos lentos e sofre muito com a informalidade. As maiores empresas se voltam para a exportação

Fotos: Cesar Ogata/AFG

As vendas de alianças aumentam, mas a extração de ouro vem caindo nos últimos dez anos. O País ocupa atualmente a 17ª posição no ranking internacional

ESTELA CANGERANA

D

e maior produtor mundial de diamantes entre os séculos XVIII e XIX a recordista em tributação no setor de gemas e metais preciosos no século XXI. Esse é o resumo da trajetória do setor de gemas, metais, jóias e bijuterias no Brasil, que movimentou R$ 4,5 bilhões em 2006 e tem perspectiva de expansão de 5% no mercado interno e cerca de 20% nas exportações este ano. As pedras preciosas do País ainda causam fascínio no mundo todo e são a base para peças bastante valorizadas. O design brasileiro é visto com muito bons olhos e ganhador de vários prêmios internacionais. Por outro lado, a indústria joalheira nacional caminha a passos lentos e sofre com a informalidade, estimada em pelo menos 50% do mercado, tanto na produção quanto na comercialização. Segundo as estatísticas do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), hoje existem oficialmente 16 mil empresas no varejo do setor,

duas mil na indústria (incluindo lapidação e joalheria) e a atividade emprega diretamente 380 mil pessoas, fora as vagas indiretas. Esses números, porém, podem chegar ao dobro computando os negócios informais. Informalidade Um dos principais motivos para que as empresas permaneçam irregulares é a alta carga tributária do setor, como revela o estudo Políticas e Ações para a Cadeia Produtiva de Gemas e Jóias, feito em parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e o IBGM no ano de 2005. O documento foi resultado do trabalho do Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas, Jóias e Afins e traz informações alarmantes. A carga tributária sobre o set o r , a t u a lmente em 47%, é três vezes superior à média mundial, de 15%. Também é muito mais alta que a de nossos concorrentes China (5%) e Índia (4%), e de um dos países tradicionais do ramo, a Itália (20%). Ainda pesa contra a joalheria brasileira a dificuldade de acesso ao crédito. "Até hoje nos autofinanciamos, mas essa situação chegou ao limite", diz o presidente do IBGM, Hécliton Santini Henriques. O setor tem grandes dificuldades de acesso a linhas de exportação e de capital de giro em geral. Com tantos entraves e um mercado interno instável apesar do crescimento de 5% em 2006 e expectativa de repetir essa expansão em 2007 -, a indústria e o varejo de jóias não encontraram outra saída a não ser se estruturar e partir para o cenário externo: "Ocorreu uma mudança do perfil do mercado interno, que passou a ser atendido, em grande parte, por empresas pequenas. As maiores, então, se viraram para o Exterior". (leia sobre as exportações na página seguinte) Entre as fabricantes de jóias, 73% são microempresas, 23% de pequeno porte e 3,9% de médio porte, de acordo com o IBGM. A predominância de empresas pequenas reflete o

desejo crescente do consumidor por peças mais exclusivas. "O mercado ficou mais exigente com a personalização nos últimos anos. É uma tendência mundial", afirma o presidente do instituto. Muitas lojas começaram a ter fabricação própria ou contrataram ourives de menor porte. Design arrojado Aliado a isso, a ousadia do design brasileiro. "Nossa criatividade é enorme. Nos últimos quatro anos ganhamos mais de 200 concursos internacionais de design", informa Henriques. E uma das poucas boas notícias do setor vem do design: "O Brasil já é percebido como uma escola de design jovem no Exterior. Antes, não era reconhecido como tendo um estilo próprio. Hoje, não apenas somos admirados como até copiados", afirma a consultora de estilo Regina Machado. A joalheria brasileira tem como ponto forte o movimento expresso nas peças: "É uma joalheria que rejuvenesce e ilumina as mulheres".

O

Potência em extração

Brasil é hoje o maior produtor do mundo em diversidade de gemas - são mais de cem tipos distintos. A extração de pedras coradas (turmalinas, ametistas, ágatas, citrinos, etc) é um dos pontos altos e o País ainda é o único produtor mundial de topázio imperial e, até há pouco tempo, tinha a exclusividade da turmalina paraíba. Além de ser o maior de esmeraldas. Estima-se que sejam produzidos, aqui, cerca de um terço de todas as gemas comercializadas no planeta, excetuando o diamante, o rubi e a safira. Embora, na época do Império, o Brasil tenha sido o maior produtor mundial de diamantes. A extração de ouro, porém, vem caindo consideravelmente nos últimos dez anos. O País ocupa atualmente a 17ª posição no ranking internacional do produto. "Estamos chegando perto do esgotamento de nossas reservas em atividade e as outras áreas com potencial de exploração não são usadas por

questões ambientais ou por sua localização em reservas indígenas", afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais, Hécliton Henriques. A mineração em terras indígenas é proibida por lei. Lapidação Com tanta variedade de gemas, matéria-prima, o estímulo à indústria nacional não deveria faltar. Mas falta. Oficialmente, cerca de 80% da produção de

Presidente Alencar Burti Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórter Estela Cangerana

gemas nacionais são exportadas - a maior parte em estado bruto - mas, para especialistas, esse número é bem maior. "Quase toda a produção em bruto vai para o Exterior extra-oficialmente. Para a indústria de lapidação nacional sobram os vidros", afirma o pesquisador da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) Adriano Mol: "O quadro é negro para as empresas de lapidação". EC

Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo e Lino Fernandes Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo www.dcomercio.com.br


Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

VAREJO ABRE A TEMPORADA DE LIQÜIDAÇÕES EM SÃO PAULO

Leonardo Rodrigues/Hype

1 A primeira semana de agosto é o melhor período para as vendas. Luiz Farah, varejista

Marcos Fernandes/Luz/03/08/2005

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Começam as promoções para vender as coleções de inverno, com descontos de 70%. Patrícia Büll

Patrícia Cruz/Luz/15/02/2006

A 19ª edição do Liquida São Paulo é realizada a partir de hoje, com o objetivo de aumentar as vendas em até 10%.

O

s próximos dias prometem aquecer as vendas no varejo, especialmente dos lojistas dos 14 shopping centers que participam, a partir de hoje, da 19ª Liquida São Paulo. Além de descontos de até 70% na coleção outonoinverno, a proximidade do Dia dos Pais e a queda da temperatura, que deverá se manter na casa dos 9°C ao menos até o próximo domingo, data de encerramento da campanha, devem atrair milhares de consumidores aos centros de compras localizados na capital e na Grande São Paulo. De acordo com Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relacionamento com o mercado da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), responsável pela megaliqüidação, a expectativa é de que a Liquida São Paulo apresente um aumento entre 8% e 10% nas vendas em comparação com a edição do ano passado. "Se considerarmos a evolução dos negócios do varejo neste ano, que apresentou expansão em todos os meses em relação a 2006, alcançar esse objetivo é bastante animador", afirma Silva. Apesar disso, houve queda no número de shoppings que aderiram à campanha. Neste ano serão 14, três a menos que na última edição. O motivo, segundo o executivo da Alshop: cada vez mais os lojistas estão antecipando as liquidações, independentemente do calendário normal dos centros de compras. Mais descontos – Alguns shopping centers realmente ficaram fora da Liquida São Paulo para realizarem promoções próprias. O Morumbi Shopping e o Shopping Anália Franco, por exemplo, vão reunir seus empresários na Liquidação do Lápis Vermelho entre os dias 3 e 5 de agosto. Nesse período, as lojas oferecerão descontos de até 70%. Esse também será o percentual máximo – que começa em 10% – a ser ofertado pelos varejistas do Shopping Jardim Sul durante a tradicional liquidação Pá Pum, que começará em 8 de agosto e terminará no dia 12. Caçula dos shoppings de

Leonardo Rodrigues/Hype

Leandro e Jennifer Law substituem fichários por cadernos bacanas, para organizar melhor as matérias.

Nem a chuva atrapalha as vendas das papelarias A promoção envolve 14 shoppings da capital e Grande São Paulo

São Paulo, o recém-inaugurado Shopping Boulevard Tatuapé, instalado na estação do metrô do mesmo nome, faz sua primeira ação promocional, a Leva Tudo. De acordo com Eliana Bussab, superintendente do centro de compras, todos os lojistas aderiram à campanha e reservaram produtos a serem oferecidos com abatimento de até 70% nos preços, além de oferecerem formas especiais de pagamentos. "Queremos que esta primeira liqüidação seja um sucesso e se torne uma marca registrada. Assim, o consumidor terá certeza de encontrar bons descontos nas próximas promoções", afirma Eliana. Casa nova – O próximo mês também trará boas ofertas para quem quiser remodelar sua casa. De 9 a 26, o shopping D&D realiza o Baazar D&D 2007. Com o mote "Baazar D&D - em agosto todo dia é dia D", os lojistas vão usar os corredores do centro de compras para expor sofás, mesas e camas, entre outros itens. Tudo com descontos.

Se considerarmos os negócios do varejo neste ano, que apresentou expansão em todos os meses, alcançar 10% é bastante animador Luís da Silva, da Alshop

SERVIÇO 19ª Liquida São Paulo, de 25 a 29 de julho, em 14 shoppings. 26ª Liquidação do Lápis Vermelho, de 3 a 5 de agosto, no Morumbi Shopping e Anália Franco. Liquidação Pá Pum, de 8 a 12 de agosto, no Jardim Sul. Leva Tudo, de 2 a 5 de agosto, no Metrô Boulevard Tatuapé. Baazar D&D, de 9 a 26 de agosto, no D&D – Decoração e Design Center.

Vanesa Rosal

A

s baixas temperaturas registradas ontem à tarde não espantaram os consumidores da Rua 25 de Março, maior centro de comércio popular da América Latina. Enquanto os termômetros marcavam 13 graus, com vento e chuva forte, as papelarias da região estavam lotadas, graças ao recomeço do período escolar em agosto. A época, conhecida como "minivolta às aulas", representa cerca de 20% do faturamento anual dos 25 mil estabelecimentos do setor, estimado em R$ 4,5 bilhões. Para a Brasil Escolar (Rede Nacional de Papelarias), as vendas deverão crescer 7% em relação a 2006. "Os produtos mais procurados são canetas, lápis, borrachas, papel sulfite e cadernos", disse o diretor de comunicação, Said Tayar. Para o subgerente da loja Armarinhos Fernando, Carlos Alexandre, o segundo semestre alavanca a comercialização de material escolar porque os jovens gostam de novidades, principalmente em relação aos

produtos licenciados. "Vendemos no atacado para pequenas papelarias reforçarem o estoque e para os estudantes renovarem o material." Na última semana de julho, o tíquete médio fica em torno de R$ 50, ante os R$ 250 registrados no início do ano, em fevereiro. A chuva não foi problema para a dona de casa Luciana de Sá. "O importante é economizar", explicou. Junto com a filha Amanda, de 9 anos, ela procurava por produtos nos corredores apertados da Armarinhos Fernando. "Vim comprar cadernos e lápis novos para a menina. Precisamos atender aos pedidos das professoras mais exigentes", justificou. Os adolescentes também consomem material escolar no

segundo semestre. Os irmãos Leandro, 18 anos, e Jennifer Law, 16 anos, gastaram R$ 100. "Decidimos trocar nossos fichários por cadernos, porque dá para organizar melhor as matérias", disse Leandro. Na Rua XV de Novembro, o proprietário da papelaria Farah, Luiz Farah, estava otimista. Ele espera faturar 5% mais neste ano. "O consumidor deixa tudo para a última hora. A primeira semana de agosto é o melhor do período." Também é possível comprar pela internet. As lojas virtuais da Saraiva, Kalunga e Siciliano oferecem produtos de papelaria com descontos e parcelamentos em até dez vezes sem juros. E entregam em um dia útil, dependendo da região.


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Nacional Empresas Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Segundo o governo americano, os europeus teriam destinado US$ 205 bilhões para a aviação nos últimos 40 anos.

BRASIL ADOTA TOM CONCILIATÓRIO

PAÍSES EMERGENTES PODERÃO IMPEDIR PROPOSTA DE ABERTURA DOS MERCADOS DE BENS INDUSTRIAIS

VENEZUELA AMEAÇA COM VETO NA OMC Peter Parks/AFP

U

m grupo de países emergentes composto por Argentina, Venezuela, Índia e África do Sul, entre outros, pode impedir qualquer possibilidade de a proposta de abertura dos mercados de bens industriais, feita pela Organização Mundial do Comércio (OMC), se tornar a base das negociações da Rodada Doha. Ontem, a OMC voltou a negociar os cortes em tarifas agrícolas, subsídios e bens manufaturados. O Brasil tenta adotar um tom mais conciliatório. Pelas propostas apresentadas na semana passada, os países emergentes precisariam cortar 60% suas tarifas de importação. O governo de Hugo Chávez promete usar o veto para bloquear uma tentativa de que o documento seja proposto como base de uma futura liberalização. "Se necessário, iremos bloquear sozinhos as propostas da OMC", disse o embaixador da Venezuela na OMC, Oscar Carvallo. Pelas regras da entidade, basta um entre os 150 países da OMC vetar uma proposta para que ela não seja aprovada. "O que não iremos é permitir que haja uma decisão que legitime o texto como base das negociações", explicou. O temor de alguns governos é de que o texto proposto pelo mediador das negociações acabe sendo evocado quintafeira, ao final das reuniões, como base do debate nos próxi-

Se necessário, iremos bloquear sozinhos as propostas da OMC. Oscar Carvallo, embaixador da Venezuela na OMC

Não há porque entrar no debate se o texto é base ou não das negociações. O objetivo é apenas discutir cada texto. Clodoaldo Hugueney, representante do Brasil

mos meses. Mas o governo da Índia garantiu que há uma ofensiva diplomática para impedir que isso ocorra. Os países emergentes farão uma declaração conjunta com os 90 países mais pobres do mundo em repúdio à proposta. A declaração chega a dizer que a OMC estaria exigindo que os países emergentes "paguem primeiro" para depois receber algum benefício na agricultura. Parte dessa reação foi sentida ontem, quando a OMC se reunia para falar de temas agrícolas. A Europa pediu a palavra, atacou os emergentes e anunciou que apenas poderia aceitar a liberalização no setor agrícola como base se isso também ocorresse nos produtos industriais. O embaixador da Argentina, Alberto Dumont, não se conteve. "Podem esperar sentados, então", respondeu. Dumont insistiu que a proposta está tentando "impor" os resultados no setor industrial,

"sem levar em conta as diferenças entre os membros". "Não sei como a proposta vai sobreviver", confessou. Equilíbrio – Tentando equilibrar os interesses de seus sócios e a necessidade de manter a Rodada viva, o embaixador brasileiro na OMC, Clodoaldo Hugueney, adotou outro tom. "Não há porque nem entrar no debate se o texto é base ou não das negociações. O objetivo dos debates nesta semana é apenas discutir preliminarmente cada texto. Somente negociaremos qualquer coisa a partir de setembro", afirmou, negando que seja o momento de torpedear algo. Ontem, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e sindicatos da América Latina emitiram uma declaração pedindo que os países não aceitem o projeto de liberalização do setor industrial. Segundo as entidades, a proposta reduzirá o espaço para que países "promovam uma diversificação in-

dustrial". "Não estamos negociando uma área de livre comércio nem quantas toneladas de carne irão de um lado a outro. Precisamos de espaço para nossas políticas públicas, e não vamos vender isso barato", afirmou Carvallo, da Venezuela. "Somos contra a idéia de que uma abertura radical do comércio é bom para as economias", disse. Para diplomatas experientes, apesar do ataque desse grupo de países emergentes, poucas vezes nos últimos dez anos os países em desenvolvimento estiveram tão desunidos como agora. Isso porque cresce o número de governos dispostos a introduzir a liberalização proposta pela OMC. O grupo liderado por México, Chile, Costa Rica, Colômbia, Peru e Cingapura agora ganha novos adeptos na América Latina, Ásia e países árabes. A situação é tão delicada que os governos sequer trocam informações se estão participando de algum grupo. O Uruguai garantiu ao Brasil que não foi à reunião do grupo mais moderado no setor industrial. "Somos independentes", afirmou um representante de Montevidéu. Ontem, o que conseguiu sobreviver foi a proposta agrícola da OMC. O G-20, grupo de países emergentes, afirmou que o texto é um "bom ponto de partida" e que estará disposto a voltar a negociar em setembro com base nas propostas. (AE)

Argentina quer condenar Brasil

A

Organização Mundial do Comércio (OMC) aceitou o pedido da Argentina e estabeleceu ontem uma investigação sobre a medida imposta pelo governo brasileiro contra as exportações de resina. O Brasil aplica uma salvaguarda contra o produto argentino por acreditar que o vizinho pratica dumping no mercado nacio-

nal. Os argentinos atacam e argumentam que sofreram prejuízos de quase US$ 200 milhões por causa das práticas brasileiras. Por isso, querem a condenação das práticas adotadas pelo Brasil. O Itamaraty "lamentou" a decisão dos argentinos de levar a questão aos tribunais da OMC. Buenos Aires alega que a barreira imposta pelo País na

importação da resina PET – sigla de polietileno tereftalato, usada nas embalagens de refrigerantes e água – seria ilegal. Para o Brasil, os argentinos, por meio da empresa americana Eastman, estavam exportando o produto a um preço inferior ao que adotavam internamente, o que seria definido como dumping e uma estratégia para ganhar mercado.

Mas Buenos Aires alega que a barreira imposta contra seus produtos apenas favorece as vendas da concorrente italiana M&G Fibras e Resinas, que já controla cerca de 60% do mercado brasileiro. Já a Eastman, empresa na Argentina que quer o fim da barreira, é de capital americano e atualmente ocupa a posição de líder no mercado mundial. (AE)

Europa deve ter o próprio etanol

P

or mais que o Brasil se e s f o rc e p a r a a b r i r mercados para exportar etanol, estudos da União Européia (UE) apontam que o bloco somente importará um volume de biocombustíveis equivalente a 2% de seu consumo de combustíveis para o transporte até 2020.

"A produção de bioenergia é uma das maiores oportunidades para a agricultura européia no médio prazo", afirma o levantamento feito pela Bélgica. O projeto da Europa é ter 10% de seu consumo baseado no etanol até 2020, o que significaria 10,8 milhões de toneladas. Desse total, 20% seriam

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Tarcísio José Massote de Godoy, brasileiro, casado, engenheiro civil, RG nº 554.548 SSP/DF e CPF nº 316.688.601-04, residente e domiciliado em Brasília (DF), DECLARA sua intenção de exercer cargo de Diretor Presidente da Brasilprev Seguros e Previdência S.A. e que preenche a condição estabelecida no art. 8º da Resolução CNSP n° 136, de 07 de novembro de 2005. ESCLARECE que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais impugnações à presente declaração deverão ser comunicadas diretamente à Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, no endereço abaixo, no prazo máximo de quinze dias, contados da data desta publicação, por meio de documento em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado de documentação comprobatória, observando que a Declarante poderá, na forma da legislação em vigor, ter direito à vista do respectivo Processo, São Paulo (SP), 23 de julho de 2007, Tarcísio José Massote de Godoy. Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, DECON - Rua Buenos Aires, 256 - Centro - Rio de Janeiro (RJ). (24,25)

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

importados. O restante seria garantido por uma produção baseada em novas tecnologias, maior produtividade da terra européia e áreas deixadas por setores que já perderam a competitividade, como o da carne. O estudo deixa claro que nem mesmo os 20% de etanol que serão importados poderão

vir apenas do Brasil. Até 2020, a UE espera que 30% do consumo de etanol venha de uma nova geração de biocombustível, a partir de 2014, que não usaria cana-de-açúcar como base e seria entre 30% e 40% mais eficiente em termos de energia. Parte viria de madeira e mesmo de cereais. (AE)

Coopsuporte Cooperativa de Trabalho dos Profissionais Especializados em Suporte e Apoio às Cooperativas e Empresas de Transporte de Passageiros e Cargas em Geral do Estado de São Paulo

Edital de Convocação Assembléia Geral Ordinária O Diretor Presidente da Coopsuporte Cooperativa de Trabalho dos Profissionais Especializados em Suporte e Apoio as Cooperativas e Empresas de Transporte de Passageiros e Cargas em Geral do Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº CNPJ 06.083.419/0001-30, com sede e foro no município de São Paulo, Capital, no exercício dos poderes que lhe são conferidos pelo Estatuto Social da Entidade, CONVOCA seus associados cooperados em nº de 01429 para efeito de quorum, para se reunirem em Assembléia Geral Ordinária, a se realizar no dia 17 de agosto de 2007, na Rua Gabriel Piza, 474, São Paulo, Capital, em primeira convocação às 07:30 (Sete horas e trinta minutos), com a presença de 2/3 (dois terços) dos seus associados em pleno gozo dos seus direitos sociais; em segunda convocação às 08:30 (Oito horas e trinta minutos), com a presença de ½ (metade) mais um de seus associados em pleno gozo dos seus direitos sociais; e em terceira e última convocação às 09:30 (Nove horas e trinta minutos), com a presença mínima de 10 (dez) dos seus associados em pleno gozo dos seus direitos sociais, a fim de ser deliberada a seguinte Ordem do Dia: 1. Deliberação das contas do exercício Social de 2006; 2. Deliberação sobre as sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes das insuficiências das contribuições para cobertura das despesas da sociedade; 3. Eleição dos membros do Conselho Fiscal; 4. Plano de gestão para o exercício de 2007. São Paulo, 25 de julho de 2007. Alexsandro Silva Conti - Diretor Presidente.

FDE AVISA: CONCORRÊNCIAS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: CONCORRÊNCIA N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1312/07/01 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Profª Mary Mallet Cyrino - Av. Serra de Parima, 20 - Jardim Bela Vista Itapevi/SP – 240 - 2.184,45 - R$ 280.426,00 – R$ 28.042,00 – 09:30 – 28/08/2007. 05/1401/07/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto / construção de ambientes complementares, de sala de aula e Reforma de prédio escolar - EE Prof. Luiz Gonzaga Horta Lisboa - Rua Angelo Esteves, s/nº - Jardim Miriam - Campinas/SP - Ampliação (4 salas)/Adequação (Construção de Ambiente) = 120; Adequação (Adaptação de Ambiente)/Reforma = 120 - 356,40; Terreno B. Campo Grande III - Rua 1 do CHB Campinas - Campo Grande – Campinas/SP - 240 - 2.958,36 - R$ 395.357,00 – R$ 39.535,00 – 10:30 – 28/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 26/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 27/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 24 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Kerin Gvozdar - RequeNossa Senhora Operária, 433 rido: Construtora Cosenza 2ª Vara de Falências Recuperação Judicial Ltda. - Av. Ibirapuera, 2907 – 7º andar – conj. 705 - 1ª Vara de Requerente: Expandra Estamparia e Molas Ltda. - Requerido: Falências Expandra Estamparia e Molas Requerente: Santana Factoring FoLtda. - Rua Antonio Raposo, mento Comercial Ltda. - Reque186 – conj. 121 - 2ª Vara de Farido: Viborg Comércio de Prolências dutos Alimentícios Ltda. - Rua Solimões, 173 e 179 - 2ª Vara Obs: O pedido acima foi publicado no dia 24 de julho de 2007, como de Falências Autofalência, por engano da DireRequerente: Santana Factoring Fotoria de Distribuição Cível, o cormento Comercial Ltda. - Requereto é “recuperação judicial”. rido: Scarcelli & Cia. Ltda. - Rua

O chanceler Celso Amorim prefere não falar de "aspectos específicos"

Prejuízo com câmbio não será parâmetro para corte

O

ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, indicou ontem que não pretende ver os setores industriais afetados pela valorização cambial ocuparem totalmente o universo de itens sensíveis, que sofrerão corte menor nas alíquotas do Imposto de Importação (II). "É preciso ver o conjunto", disse. Apresentada na semana passada, a proposta do presidente do comitê de negociações das áreas industrial e de serviços, Don Stephenson, prevê que o grupo de produtos sensíveis poderá alcançar 10% dos itens tarifários dos países em desenvolvimento. Eles teriam um corte de 50% em relação ao que vier a ser acertado ao final da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). O documento de Stephenson veta a possibilidade de inclusão de todo um capítulo tarifário. No caso do Brasil e de seus sócios do Mercosul, cerca de 880 produtos industriais serão considerados "sensíveis". Segundo Amorim, esse universo era previsível e não causa surpresa nem mesmo ao setor privado. "Ninguém previa um número diferente. Essa margem não causa problema. Temos conversado há muito tempo com os empresários sobre essa situação", afirmou. Corte – Amorim esquivouse de indicar se o Brasil aceitará ou não a proposta de Stephenson de corte de, pelo menos, 60%, nas tarifas consolidadas para o setor industrial brasileiro. Seria o equivalente ao Coeficiente 20 da fórmula de cortes aplicada nas rodadas da OMC. Ou seja, significará queda da tarifa máxima de 35% para 12,73% e cortes nas alíquotas de 4.957 itens industriais.

O Brasil continua defendendo o Coeficiente 30. Ele implicará a queda da tarifa máxima de 35% para 16,15%, afetando 2.474 produtos industriais. Porém, entidades do setor privado nacional sinalizaram aos europeus e americanos que o corte poderia ir além do Coeficiente 25 – queda na tarifa máxima para 14,58% e impacto sobre 3.437 itens. "Não vou falar de um aspecto específico, porque qualquer coisa que eu diga pode parecer intransigência ou concessão prematura", declarou Amorim. "Tudo o que eu disser pode ser usado contra mim. Vamos esperar para ver como vai terminar a negociação e ver como vai se encaminhar a negociação", completou. Conforme explicou, o impacto desses coeficientes, produto a produto, pode ser ínfimo. O problema é que, quanto mais baixo ele é, maior a gama de itens afetados pelos cortes de tarifa ao final da Rodada. "Talvez algum setor sonhe com uma proteção maior no futuro. Aí, sim, está criando dificuldades." Amorim ironizou a tentativa dos Estados Unidos de reeditar, a "cláusula da paz". Trata-se de uma norma bizarra, nascida durante a Rodada Uruguai (1986-1994), que preservou as economias mais ricas do mundo de questionamentos na OMC sobre a concessão de subsídios ilegais a seus agricultores até 31 de dezembro de 2003. Segundo o chanceler, os negociadores americanos não o abordaram sobre o tema "inaceitável". "Vamos ver primeiro as cláusulas substantivas", afirmou, referindo-se à melhora da proposta dos EUA de corte em seus subsídios. "Paz sobre o quê? Não vi a proposta." (AE)

Aviação: nova disputa

D

iplomatas brasileiros formalizaram ontem a participação do Brasil, como terceira parte, em procedimento aberto na Organização Mundial do Comércio (OMC) a pedido da americana Boeing contra a Airbus, fabricante européia de aeronaves. O Itamaraty argumentou que a Airbus só conseguiu lançar os últimos modelos de aeronaves, com preços baixos, com a ajuda de subsídios europeus. O Brasil entrou na disputa a pedido da Embraer, que até dezembro do ano passado tinha entre seus acionistas a empresa franco-alemã EADS, fabricante da Airbus. "O Brasil pede que o painel (comitê de arbitragem) condene o uso de subsídios inconsistentes com as regras da OMC", disse um representante brasileiro na reunião. O País não esconde que seus ataques são feitos em um momento em que a Embraer começa a se aventurar no mercado de aviões de grande porte.

"O contencioso (entre Boeing e Airbus) tem implicações sistêmicas para todos os países, inclusive para regiões em desenvolvimento que estão competindo ou contemplando entrar no mercado de aeronaves civis", afirmou o Itamaraty. O governo alegou aos árbitros que só subsídios estatais poderiam explicar o fato de que a Airbus vem lançando uma gama de aparelhos com uma significativa rapidez, ainda que continue vendendo seus produtos com preços relativamente baixos. O principal foco dos ataques foram os subsídios dados pelos governos ao lançamento de novas aeronaves. Segundo o governo americano, os europeus teriam destinado US$ 205 bilhões para essa área nos últimos 40 anos. Para o Brasil, esse subsídio "tira o risco comercial da Airbus e libera recursos para que sejam usados entre o desenvolvimento e venda das aeronaves". (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

ESPECIAL - 3

Marcelo Min/AFG

Belo design, bons preços. A exportação é um sucesso As vendas para o mercado externo este ano devem crescer 20% e chegar a US$ 1,3 bilhão. Produtos básicos (ouro em bruto, barra, fios, gemas não lapidadas) ainda respondem por mais da metade das exportações

S

e alguma coisa cresce muito no mercado de metais, gemas e jóias é a exportação. As vendas externas dobraram nos últimos quatro anos. Em 2003 as exportações somaram US$ 600 milhões, em 2006 foram de US$ 1,1 bilhão, de acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A previsão é de incremento de 20% nas vendas em 2007, para US$ 1,3 bilhão. O sucesso, segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM), é resultado de um árduo trabalho de oito anos e de condições externas favoráveis. Desde 1999 o IBGM mantém uma parceria com a Agência de Promoção das Exportações (Apex-Brasil), do Ministério do Desenvolvimento. A intenção é promover o produto nacional no mercado externo para aumentar as exportações de

As exportações de produtos industrializados renderam US$ 388 milhões em 2006

jóias, artefatos de pedras, bijuterias e folheados de metal. Somente neste ano já são mais de vinte eventos internacionais com a participação do Brasil para a divulgação do setor. Além do trabalho em parceria, também contribuiu para o bom desempenho o crescimento da admiração no Exterior pelo design brasileiro, ganhador de diversos prêmios. "Foram mais de 200 nos últimos quatro anos", afirma o presidente do IBGM, Hécliton

Santini Henriques. Dois fatores positivos externos ainda ajudaram no crescimento dos negócios. O primeiro foi a expressiva valorização do ouro nos últimos anos - de janeiro de 2003 a dezembro de 2006 os preços subiram 76%. O segundo foi um evento atípico: no ano passado houve uma grande procura internacional pela platina. Essa demanda, sozinha, respondeu por uma elevação de 40% nas exportações de matérias-primas.

Sem valor agregado Os produtos básicos (ouro em bruto, barra, fios, gemas não lapidadas) ainda respondem por mais da metade das nossas vendas externas. Foram US$ 740 milhões no ano passado, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento. Apenas em ouro em barras, fios e chapas foram US$ 658,5 milhões. Em contrapartida, as exportações de produtos industrializados (jóias em ouro, folheadas, bijuterias) renderam US$

388 milhões em 2006. Elas, porém, estão crescendo em um ritmo mais acelerado que o das matérias-primas. De acordo com o presidente do IBGM, a expansão desse ramo em 2007 deve ser de 30%, acima da média de 20% esperada para toda a cadeia de gemas e metais. Nesse setor, qualquer agregação de valor faz uma grande diferença no resultado final: "O Brasil é o maior exportador mundial de gemas brutas, mas tem menos de 5% do mercado de lapidados", afirma o pesquisador da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) Adriano Mol, especialista no setor. Uma gema lapidada vale seis vezes mais que uma em estado bruto. O problema, segundo o pesquisador, é que a indústria brasileira ainda tem muita gestão familiar e é pouco estruturada, o que dificulta o trabalho de beneficiamento: "Perde-se muito material na lapidação por falta de conhecimento na produção". Para o pesquisador, outro entrave para o crescimento das exportações de produtos com maior valor agregado é o contrabando de pedras: "A quantidade de gemas brutas que vai para países como China e Índia de forma irregular é enorme. Elas são beneficiadas lá e voltam para a ser exportadas para o Brasil como jóias prontas a preços muito baixos, quebrando nossa indústria". Mercados Índia e China são hoje os dois maiores países fabricantes de jóias de ouro do mundo, segundo dados do Gold Fields Mineral Services LT - Gold 2007. Lideram também, ao lado dos Estados Unidos, o ranking dos consumidores desses produtos e estão entre os maiores exportadores mundiais de jóias de ouro. O Brasil é o 23º maior fabricante e o 17º na lista dos consumidores desses produtos. Entre os maiores compradores oficiais de pedras brasileiras estão os Estados Unidos, Alemanha (e outros países europeus), Taiwan, Hong Kong, China e Japão. Nossas jóias de ouro vão para Estados Unidos, Alemanha, França, Israel e Suíça e os folheados têm sido destinados principalmente à Alemanha, EUA, México, Bélgica e Panamá. EC

Nas vitrines, ousadia para marcar as tendências Divulgação

Nesse mercado vale tudo, como misturar materiais, ousar no tamanho, surpreender. Pode-se até usar jóia com bijuteria, o que vale é o estilo de uma mulher. E lá se foi o tempo em que jóia era para ser guardada no cofre

A

famosa frase de Marilyn Monroe ("os diamantes são os melhores amigos das mulheres") hoje poderia ser mudada para "as jóias de estilo são as melhores amigas das mulheres". Se na década de 1950 o que valia era o peso de uma peça, atualmente a informação que ela passa é o que mais conta. Essa é uma das principais mudanças ocorridas no mercado de jóias nos últimos anos. "Existe uma nova visão de tempo e de mundo, uma nova estética, e a jóia passou a significar uma informação de moda. É um acessório de estilo que vai diferenciar uma mulher da outra", afirma a consultora de estilo do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM) e pesquisadora de tendências Regina Machado: "Uma calça jeans e uma blusa branca mudam completamente dependendo do acessório que se usa e é aí que a jóia faz seu papel de marcar o estilo de uma mulher". Nessa diferenciação, vale tudo, como misturar materiais, ousar no tamanho, surpreender: "A jóia de hoje não tem medo de aparecer. As peças são fortes, feitas para serem percebidas". As possibilidades

manualmente pelos ourives. São jóias étnicas, produzidas em ouro amarelo 18 quilates, ouro branco e diamantes.

temáticas são inúmeras e motivos para inspiração não faltam. Entre os destaques estão a busca por referências do passado e até a joalheria religiosa em uma versão rejuvenescida. Misturas As gemas ganharam importância e, ao lado de novas texturas de metais e cores, entram como ingredientes básicos para a criação das mais diferentes peças. "Há misturas de gemas antes consideradas semi-preciosas com as preciosas e as combinações ficam muito boas. A joalheria está cada vez mais democrática", afirma Regina. Nas novas coleções entram quartzos, citrinos e ametistas, em peças multicoloridas: "Os degradês também são uma tendência forte". As texturas surgem como assinaturas no metal tradicional, além do ouro rosa e do uso de ouros escuros contrastando com o metal em versão polida. O resultado faz o sucesso de braceletes largos, brincos e colares mais longos e anéis grandes. O uso da jóia também está muito mais democrático, segundo a consultora do IBGM: "Vale misturar cores e materiais. Pode até usar bijuterias e jóias ao mesmo tempo, segundo o estilo de cada uma". Inspirações Tantas possibilidades permitem também liberdade total

O designer Antônio Bernardo, um dos brasileiros mais premiados

aos criadores. O designer An- do, com tudo para fazer bastonio Bernardo, um dos mais tante sucesso. premiados brasileiros nessa Nas vitrines área, faz um trabalho que ele Nas grandes redes de joalhepróprio define como "espontâneo, intuitivo". As peças são ria, o design arrojado também é desenvolvidas na prática, presença constante nas colepor experimentação. O resul- ções. E não existe mais o medo tado: anéis divertidos como o do uso de materiais alternativos. Na Vivara, o trabaPuzzle, ganhador do Marcelo Min/AFG iF design award em lho de pesquisa de tendências é constante e as 2006, na Alemanha. A peça é, literalmente, principais referências vêm da cultura, arte, um quebra-cabeça, com instruções de encomportamento e até da natureza. "Os procaixe para o consumidor. Segundo Bernardutos são desenvolvidos para serem utilizado, a idéia era essa mesma, fazer "um anel dos no momento. Os clientes já saem da loja de partes". O movimento é outra carac- com as peças, este é o espírito da terística constante no trabalho marca", diz a designer da Vivado designer, que fica clara em ra, Deborah Rosenblit. Nas novas coleções, a marca peças como o brinco Impulso, ganhador do iF de 2007, e a pul- aposta nas peças superdimensionadas e nas formas da natuseira Ondas. Embora Bernardo não goste reza, com ondas, curvas e volude limitar as possibilidades de mes. A linha Esteira, por exemtrabalho para suas jóias em plo, utiliza uma técnica artesaconceitos e tendências, destaca nal, com peças formadas por o ouro rosa como uma das finíssimos fios de ouro, com 2,5 grandes novidades do merca- mm de diâmetro, costurados

Inovação Na H. Stern, as inspirações são as mais variadas para peças inovadoras, como rios que geraram a coleção pedras roladas. O músico Carlinhos Brown é outro exemplo. Sua vida foi base para uma coleção inteira, com destaque para colar e pulseira que simulam uma esteira de palha. Da empresária Constanza Pascolato surgiu um conceito de alta costura para jóias: a forração. As peças da H. Stern passaram a ter fechos forrados. A joalheria lança duas coleções mundiais por ano, com 16 linhas de jóias batizadas com nomes de mulheres em cada coleção. "Todos os nossos produtos são focados nos estilos de vida das mulheres e não são feitos para reserva de valor. Ou seja, fazemos jóias para as mulheres reais usarem, não peças para serem guardadas dentro de cofres", afirma o embaixador da marca, Christian Hallot. Independente de qualquer coleção ou tendência, as jóias da grife seguem sempre cinco parâmetros: assinatura, conforto, versatilidade, design arredondado e pequenos segredos. A forma arrendodada é porque "a jóia deve ser um complemento da pele, algo orgânico", segundo Hallot. Já os segredos são o grande charme da marca: todas as peças apresentam detalhes internos (como um diamante, por exemplo) que só são vistos pela dona da jóia. EC

No futuro, das sacoleiras para os supermercados

O

homem tem necessidade de se enfeitar. Por isso, o uso de acessórios e adereços nunca vai acabar. A afirmação é do presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM), Hécliton Santini Henriques. Assim ele justifica a razão de, mesmo em momentos de crise e com renda baixa, o brasileiro não deixar de compra jóias ou bijuterias: "É claro que, à medida que a renda aumenta, esse consumo também melhora". Por outro lado, a indústria de jóias e bijuterias cumpriu o seu papel de adequar os produtos à realidade do País. "A jóia brasileira hoje é muito barata. Criamos peças leves (com menos ouro) com design atraente. Conseguimos ter uma aparência de impacto visual e sem grande peso". Ele se refere, por exemplo, às jóias com espaços vazados, muito em moda atualmente. Segundo o presidente do IBGM, o valor médio de uma jóia hoje está entre US$ 200 e US$ 300: "Mas é possível comprar peças de ouro por até R$ 50, sem falar nas facilidades de pagamento, que estão cada vez maiores". Para o futuro, a tendência é popularizar e facilitar esse consumo ainda mais: "As grandes redes de joalherias continuarão crescendo e as jóias com preço menor serão transferidas para grandes redes de supermercado, como acontece no Exterior". A conseqüência dessa adequação de mercado deve ser a redução do espaço atualmente ocupado por sacoleiras. Além disso, as vendas por meios alternativos, como internet e televisão, devem aumentar: "Isso já está ocorrendo. Já se vende muita jóia pela televisão hoje. Nos Estados Unidos, há uma rede de TV que, sozinha, vende US$ 2 bilhões em jóias por ano". No Brasil, as vendas pela internet são uma realidade que já seduz até designers renomados, como Antonio Bernardo. Há um ano, o premiado autor de jóias tem uma parceria com a Americanas.com (que fornece a parte de tecnologia e logística) para vender peças por meio de seu site. Não são todas as criações do designer que podem ser adquiridas pela internet, apenas algumas peças selecionadas (entre elas jóias premiadas internacionalmente), que são trocadas regularmente. Segundo ele, a estratégia tem tido um resultado bastante positivo não só como ferramenta de vendas, mas também como meio de divulgação de seu trabalho: "Várias pessoas vêem minhas peças no site e depois compram nas lojas físicas". EC


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 25 de julho de 2007

LENTE

DE AUMENTO

LENHA VERDE NA SUCESSÃO DE LULA

Q

G O mais

provável é Lula repetir a estratégia de Pernambuco: dois candidatos governistas.

do Ricardo Berzoini (SP) e o secretário-geral da Presidência, Luis Dulci, preferiram contemporizar. “Não é hora ainda de a coalizão escolher seu candidato”, declarou Dulci. “No momento oportuno, o nome de Ciro Gomes será considerado, com muito respeito e atenção, pela importância da liderança dele”. Berzoini ecoou suas palavras: “Da parte do PT, não há veto ao Ciro”. O mais provável é que o presidente Lula repita em 2010 a estratégia exitosa da eleição para governador em Pernambuco, em 2006. Dois candidatos governistas – Eduardo Campos (PSB) e Humberto Costa (PT) – disputaram o primeiro turno contra Mendonça Filho (PFL). No segundo turno, uniram-se para dar a vitória a Eduardo Campos. A repetição dessa estratégia poderia ter o presidente Lula abençoando tanto um candidato do PT quanto Ciro Gomes no primeiro turno para buscar a vitória no segundo. o que explicaria o aparente paradoxo de Ciro querer ser o candidato governista e criticar o governo Lula. “A educação está piorando no Brasil”, declarou, “e o que está acontecendo nos hospitais das grandes cidades não faz sentido. É incompreensível, é criminoso, é bárbaro”. Também criticou a segurança pública e a situação econômica. “Acho que estamos muito bem, olhando pelo retrovisor”, ironizou. “Mas, se olharmos os problemas no Brasil e o potencial do país, estamos muito aquém”. O debate sobre a sucessão três anos e meio antes da eleição em nada beneficia o presidente Lula. Se prosperar, enfraquecerá seu mandato, já afetado por uma perda de credibilidade. Mas será viável convencer os presidenciáveis governistas, Ciro Gomes à frente, a refrearem suas ambições até 2009?

É

candidato e afirmo a vocês que poderá ser ou não o nosso”. Nosso, no caso, traduzse pela união do PSB, PCdoB e PDT, apelidada de “bloquinho de esquerda”, consumada durante a disputa pela presidência da Câmara entre o petista Arlindo Chinaglia e o comunista Aldo Rebelo. A eleição para a presidência da Câmara também consolidou a aliança entre o PMDB e o PT, constituindo a viga mestra da ampla coalizão que dá sustentação ao presidente Lula. Será surpreendente se essa aliança não apresentar um candidato a presidente. Alguns petistas já defendem abertamente uma dobradinha PT-PMDB. É o caso do deputado Cândido Vacarezza (SP), ligado à ministra Marta Suplicy. Ele espera que os partidos da coalizão governista “estejam unidos em torno da aliança central PT/PMDB”. O presidente do PT, deputa-

JOÃO DE SCANTIMBURGO

O PAN DE MUITOS OUROS Céllus

uem já quer discutir a sucessão seis meses após o início do segundo mandato do presidente Lula? Ele mesmo, o deputado e eterno presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Ciro Gomes alegou que seu nome estaria sendo vetado pela aliança governista. Mas o que queria mesmo era anunciar a candidatura. “Se eu disser que não quero ser (candidato), estou mentindo. Mas é preciso que ninguém se antecipe nem vete ninguém. Eu não aceito ser vetado”, desafiou. Ciro reivindica o direito de ser o candidato único da base governista, mas admitiu que isso será muito difícil. “É da natureza do PT que ele tenha

Um escândalo maior que o anterior BENEDICTO FERRI DE BARROS

T

udo que sobe, desce. Esta é a lei da gravitação universal. Depois de atingir sua perfeição máxima – e fazer com o Aerolula um périplo pelo mundo, com toda a pompa e circunstância, como "jamais nunca antes" um chefe de governo havia feito -, fatalmente Lula teria que aterrissar. Isso começou quando mal subira ao pódio presidencial, com a defecção da cúpula do seu partideco, que, como confessou em Paris, usara recursos de cooptação financeira para ganhar as eleições. Ela, a cúpula, desabou (ou antes, se escafedeu) à primeira denúncia de dedo em riste feita contra Dirceu. Não obstante, o balão presidencial, mesmo furado, continuou a subir. Agora, entretanto, começa a despencar em queda livre com as quatro vaias recebidas no Maracanã, televisadas para o mundo. E o que esperava de uma platéia que deixou esperando por uma hora, retardando o início do Pan 2007? Uma chuva de aplausos ou de pétalas de rosa? E agora, como que simbolicamente, despenca também todo o sistema aeronáutico brasileiro, com o maior desastre da história de nossa aviação. Há algo de podre no reino da Dinamarca, suspeita Hamlet. E os ratos começam a pular fora da embarcação... Significativa foi a defecção proclamada por Stédile do MST, movimento que Lula declarara ser socialmente o mais importante do País ao qual, não obstante, não deu maior atenção, segundo acusação de Stédile. O que, aliás, tem sido o comportamento de Lula em todas as questões. Ele se desonera do cargo e de seus encargos, alegando sempre não saber, estar por fora, não estar nem aí. Outra defecção importante é a do chefão do PMDB, que por várias manifestações já está pulando fora do barco, embora macunaimicamente seu partido continue a fazer parte da base de sustentação do governo. A propósito do apagão aéreo, ao mutismo ini-

cial seguiram-se dois tipos de manifestação: um pronunciamento oficial que foi o chuvisco de abobrinhas de costume e uma saraivada de ordens peremptórias inócuas contra a natureza das coisas. Não se concerta de uma hora para outra, com esbravejamentos, desastres provocados por incompetências reiteradas. Nem se ameniza o apagão com achincalhe pornográfico da queridinha do PT ("relaxe e goze") ou o gesto obsceno flagrado de outro figurão do governo. Tudo isso quando não só as famílias, mas todo o povo brasileiro, se sente enlutado. A anarquia aérea é, entretanto, apenas o aspecto mais estrondoso das calamidades que vêm se acumulando como resultado desses quatro anos e meio de desgoverno lulopetista. Como remédio, Lula continua a aumentar o número de cargos de confiança, que já são mais de 130.000; isto é, a nomear gente independentemente de concurso, dispensada de provar competência, o que significa simplesmente, "aparelhar" o Estado com cupinchas. O que fez não só em postos de menor significado, mas igualmente em altos escalões do seu governo. Quem semeia ventos, colhe tempestades, reza a sabedoria popular.

N

ão há como se ter uma visão global, nem dar um balanço no desmonte que vem ocorrendo no País. Há sempre um escândalo maior para acobertar o anterior. E não é porque este governo esteja promovendo a uma faxina geral nas estruturas e costumes políticos. Ao contrário, tem sempre oposto as dificuldades que pode às iniciativas da Polícia Federal e agentes do Ministério Público. Conclusão: "o nível de corrupção no Brasil é o pior dos últimos dez anos", afirma o relatório global do Banco Mundial. Paramos por aqui, emudecidos pelo sentimento de vergonha, de nojo, de indignação.

A anarquia aérea é apenas o aspecto mais estrondoso das calamidades

TRECHOS DO COMENTÁRIO

Os verdadeiros culpados

POLÍTICO DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR

S e o debate esquentar, Lula perderá poder.

EDEMAR DE SOUZA AMORIM

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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A

inda sob o impacto da destruição dos planos e sonhos de 200 famílias, começam as discussões sobre quem será escolhido o bode expiatório da vez, em mais uma operação de salvamento dos verdadeiros culpados da tragédia do vôo 3054. Antes de mais nada se deve reconhecer que a execução das ranhuras no pavimento (grooving), que se dá 45 dias após o término do pavimento, está rigorosamente dentro do prazo, sendo necessária apenas em tempo chuvoso. A decisão de manter a pista aberta para pousos e decolagens após dois dias de chuvas em São Paulo não é da engenharia, nem tão pouco das companhias aéreas. É da Infraero, da aeronáutica, do ministro da Defesa, do presidente da República, enfim, dos responsáveis pela aviação brasileira. Por isso o acidente do vôo 3054 não é decorrente de problema técnico. É uma conseqüência gravíssima da má gestão pública, pois se a pista não reunia condições de pouso, porque os investimentos em infra-estrutura são insuficientes, os gestores não reúnem competência mínima para realizar as obras necessárias e a corrupção impede que o pouco dinheiro disponível seja utilizado da melhor forma. Mas que o cidadão comum não se engane ao acreditar que esta é uma situação excepcional. É

apenas mais uma tragédia diária comum que marca a vida dos brasileiros. Sua notoriedade se dá pela concentração de vidas perdidas em um só episódio. Dos 56 mil brasileiros – o equivalente a 280 acidentes como o de terça-feira - que morrem anualmente nas estradas, ou das 1336 pessoas (6,5 vezes mais que o vôo 3054), que foram mortas a tiros na cidade do Rio de Janeiro nos últimos seis meses, nada é dito ou feito.

É

hora de se encarar os fatos e aceitar a verdade nua e crua. O culpado é o poder público e todos aqueles eleitos para cuidar do patrimônio público e dos serviços aos cidadãos, que não conseguem cumprir com suas obrigações, não atendem às necessidades de uma nação de 200 milhões de habitantes, ou sequer honram seus mandatos conquistados à custa do mais puro populismo. Porém, enquanto os gabinetes dedicam seus dias discutindo as vaias recebidas em solenidades públicas, o cidadão comum arrisca sua vida num país que cai aos pedaços porque seu dinheiro é gasto em atitudes eleitoreiras e irresponsáveis. EDEMAR DE SOUZA AMORIM É PRESIDENTE DO INSTITUTO DE ENGENHARIA

C omeçaram as discussões sobre quem será o bode expiatório da vez

jornalismo tem dessas singularidades. No momento em que se realizam os jogos do Pan ocorre o terrível desastre aéreo, que matou quase duzentas pessoas, e as atenções se voltaram para o aeroporto de Congonhas, na capital paulista. O assunto principal dos jornais (e dos meios de comunicação em geral) são as vítimas do acidente, enquanto as alegrias e as decepções dos jogos do Pan ficaram para outra ocasião. Estamos vivendo no mundo da comunicação e da informação. Mecanicamente, desde o amanhecer, procuramos saber as notícias do dia, que os jornais falados e escritos nos transmitem ininterruptamente. Fiquemos, no entanto, com o Pan, enquanto neste mesmo jornal demos preferência às matérias relativas ao desastre da TAM. Inicialmente nos surpreendemos com a ginástica olímpica, na qual vimos brilhar a ginasta Jade Barbosa, que levou a medalha de ouro na prova do salto. Em seguida, ficamos muito bem colocados em natação, com a atuação do nadador Thiago Pereira, de 21 anos, que se apresentou muito bem nas provas. Nos outros esportes não vamos mal, pois fizemos grandes progressos, à medida em que nos profissionalizamos. Esse noticiário encanta os admiradores dos atletas e a nós também, brasileiros que somos, desejosos da vitória das nossas cores. As meninas que disputaram o handebol trouxeram outras medalhas de ouro, graças ao bom preparo físico, assim como o vôlei de praia feminino e masculino. O Brasil está em 3º lugar no Pan, perdendo somente para os EUA, que ocupa o primeiro lugar, e Cuba, que ocupa o 2º lugar.

O

pesar disso, a conclusão a que chegamos, pela leitura das reportagens sobre o Pan, nos convence que os atletas brasileiros de todas as categorias carecem de incentivos para o esporte, incentivo este que nos EUA e em Cuba recebem de seus governantes. É isso o que tenho a dizer sobre nosso êxito neste Pan 2007.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Os atletas

brasileiros de todas as categorias carecem de incentivos para o esporte.


quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ambiente Educação Aeropor tos Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Custodio Coimbra/Agencia O Globo

No Rio, 44% dos pousos e decolagens previstos até as 9h atrasaram e 12% foram cancelados.

VÔOS EM CONGONHAS SÃO CANCELADOS

Até Infraero admite: estamos no caos Acidente do Airbus, atrasos, cancelamentos de vôos e deslizamento da pista de Congonhas. Presidente da Infraero disse ontem que sistema aéreo vive "situação caótica".

a maior

Joel Silva/Folha Imagem

Jamil Bittar/Folha Imagem

tragédia

O

presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, admitiu ontem que o sistema aéreo brasileiro vive uma situação "caótica", por causa dos sucessivos atrasos e cancelamentos de vôos em todo o País, além dos sucessivos problemas no Aeroporto de Congonhas, na zona sul. "Quando você tem mil passageiros com vôos cancelados e, no dia seguinte, a mesma empresa tem que transportar outros mil passageiros, é óbvio que teremos um acréscimo de passageiros. Se a situação permanecer, teremos situação caótica", afirmou. Pereira disse que a situação de Congonhas é "muito ruim", mas ressaltou que o governo "já tomou as medidas cabíveis" na tentativa de minimizar os efeitos da crise desencadeada após o acidente com o AirbusA320 da TAM. Segundo o brigadeiro, a Infraero, estatal que administra os aeroportos, trabalha para liberar a pista principal de Congonhas, para amenizar o apagão aéreo no resto do País. "Não se pode mexer em vestígio para não alterar a cena do acidente. A Polícia Federal fez um trabalho bastante meticu-

O Aeroporto de Congonhas passou a maior parte da manhã fechado para pousos e decolagens, o que provocou uma sucessão de atrasos e cancelamentos de vôos em todo o País. Diante de tudo isso, o presidente da Infraero, José Carlos Pereira (à direita) admitiu que situação é caótica e deu apenas uma sugestão aos passageiros: paciência.

loso. Na noite em que houve o deslizamento (deslizamento de terra na cabeceira da pista), pretendíamos abrir a pista. Mas a chuva em São Paulo prejudicou esse trabalho, o que nos impediu de reabrir". Grooving - Pereira reiterou que a determinação é começar a instalar o grooving (ranhuras que evitam o deslizamento das aeronaves) na pista principal antes da reabertura. "A minha determinação é que a ranhura, se possível, comece hoje (on-

Anac proíbe venda de passagens em Congonhas

O

presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, confirmou ontem a suspensão da venda de novas passagens pelas companhias aéreas para vôos operados no Aeroporto de Congonhas. Ele afirmou que a medida pretende assegurar assentos aos usuários que já têm bilhetes emitidos. O objetivo é aumentar o tráfego de passageiros no aeroporto e evitar o colapso das operações. A Gol chegou a sugerir aos passageiros adiarem suas viagens. A medida não tem prazo para ser revogada e está condicionada à volta da normalidade do fluxo de passageiros em Congonhas. A Anac, segundo Zuanazzi, já colocou técnicos para monitorar todos os sistemas de reservas das empresas aéreas para garantir que não haja venda de novos bilhetes. Ele afirmou ainda que, se os técnicos constatarem a necessidade, poderá haver a suspensão da venda de bilhetes

para outros aeroportos. "Estamos repetindo uma medida que se mostrou bem-sucedida no feriado de Ano Novo." Para tentar acabar com o caos das filas nos balcões de check-in em Congonhas, a Anac informou que a Infraero fará uma redistribuição dos espaços físicos para melhorar o atendimento aos usuários. A Anac também exigiu das companhias aéreas uma melhora na divulgação de informações aos seus passageiros e ainda proibiu, a partir do próximo final de semana, as operações de vôos fretados em Congonhas. O presidente da Anac afirmou que, com as medidas, a expectativa é que a situação dos vôos em Congonhas se normalize entre 24 e 48 horas. "Mas não tomem essa minha afirmação de forma peremptória" disse Zuanazzi, lembrando que todas as vezes, dos últimos dez meses, em que marcou prazo para o fim dos caos nos aeroportos "foi pego no contrapé". (Agências)

Paulo Liebert/AE

Muro no Aeroporto de Congonhas amanheceu pichado ontem: medo

tem) ainda. Como a pista ainda não está operando, a determinação é fazer isso de imediato." O presidente da Infraero justificou a rapidez para a conclusão nas obras de Congonhas com o argumento de que havia necessidades operacionais para reduzir a crise nos aeroportos, que se arrasta desde o acidente da Gol, no ano passado. O brigadeiro negou, porém, que tenha sofrido pressões das companhias aéreas para liberar rapidamente a pista princi-

pal de Congonhas após as obras de recuperação. Pereira voltou a pedir paciência aos usuários da aviação civil que estão enfrentando filas para viajar nos últimos dias. "Uma vez eu já sugeri paciência e fui muito criticado, mas passado todo esse tempo, não encontrei ainda outra palavra melhor a não ser paciência", disse. Caos - A pista auxiliar de Congonhas, única que está aberta desde o acidente com o vôo 3054, fechou três vezes on-

tem por causa do mau tempo. Metade dos 1.576 vôos previstos foram cancelados e outros 22, cerca de 10%, sofreram atrasos de mais de uma hora. A situação em Congonhas é caótica desde o dia da tragédia. O acidente causou o fechamento da pista principal, o que iniciou uma onda de atrasos que se espalhou em efeito-cascata para o resto do País. No fim de semana, uma pane no Cindacta-4, em Manaus (AM), deixou os aeroportos brasilei-

ros lotados de passageiros que não conseguiam embarcar. Ontem, o tempo ruim e os sucessivos fechamentos de Congonhas agravaram os problemas. No aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, a situação também foi grave: cerca de 25% dos 219 vôos programados tiveram mais de uma hora de atraso e seis foram cancelados. No Rio, 44% dos pousos e decolagens previstos até as 19h de ontem atrasaram e 12% foram cancelados. (Agências)


quarta-feira, 25 de julho de 2007

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Evento reúne setor de padarias em São Paulo, onde se consomem 15 milhões de pãezinhos por dia.

NOVO SMARTPHONE NO MERCADO

EXPECTATIVA DE R$ 500 MILHÕES EM NEGÓCIOS ATRAI EMPRESÁRIOS DE PANIFICAÇÃO EM SÃO PAULO

PÃO TEM RECEITAS PARA FATURAR MAIS Fotos: Thiago Bernardes/ LUZ

Fátima Lourenço

O

Feipan, no Expo Center Norte, tem 380 expositores nacionais.

Novo celular para os fissurados em tecnologia Mário Tonocchi

A

operadora de telefonia móvel Vivo lança hoje, em todo o Brasil, um novo celular com acesso total à internet, que também sincroniza calendário e contatos e visualiza documentos. O aparelho, denominado BlackBerry Curve 8300, tem ainda câmera de 2 megapixels com flash embutido, microteclado, toca MP3 e roda vídeos. Tudo em dez centímetros de altura, seis de largura e 110 gramas. De acordo com o vice-presidente executivo de Operações da Vivo, Paulo Cesar Teixeira, o telefone é voltado principalmente para empresários e consumidores classe A, que fazem uso intenso de e-mails. Na promoção de lançamento, o acesso ilimitado à internet custa R$ 69,90 por mês. A e m p re s a o f e re c e t rê s p l a nos: comprar o telefone por R$ 1.049 para quem optar pelo pós-pago Escolha 90 minutos, R$ 899 para o plano 180 e R$ 749 para o de 350 minutos. O modelo não suporta Wi-Fi – a tecnologia de interconexão entre dispositivos sem fio –, mas vem com Bluetooth, que

elimina os cabos usados para conectar dispositivos digitais. A Vivo acertou parceria com a canadense Research in Motion (RIM) para trazer o aparelho para o Brasil. A operadora vai vender o equipamento com exclusividade por pelo menos um mês. A operadora já oferece outro modelo, o Blackberry Pearl, para consumidores residenciais há dois meses e o Blackberry 8700, lançado no primeiro trimestre, para usuários corporativos. Com esse lançamento, a Vivo está de olho em um mercado potencial no Brasil estimado em 800 mil consumidores, que devem adquirir um smartphone até o final de 2008. Segundo o vice-presidente executivo de operações, hoje existem 200 mil pessoas utilizando esse tipo de aparelho no País. Até o final do ano, devem chegar a 300 mil. A Vivo não divulga números da estratégia de vendas. Teixeira diz apenas querer conquistar a maior fatia possível de clientes de smartphones das outras operadoras brasileiras. Para isso, entram em campo, hoje, 2,6 mil pessoas treinadas pela empresa para promover o novo aparelho.

Caloi quer exportar mais para os EUA, via China

A

fabricante de bicicletas Caloi quer dobrar suas exportações para os Estados Unidos até 2010. A estratégia da empresa é ampliar a produção e as vendas do produto na China, por conta da valorização do dólar norteamericano em relação ao real. De acordo com o vice-presidente de Operações da empresa brasileira, Jayme Marques, o câmbio tem dificultado as exportações diretas do Brasil. "Por isso, queremos dobrar as vendas de Hong Kong para os Estados Unidos até 2010." Atualmente, a Caloi exporta cerca de 50 mil unidades, entre bicicletas e equipamentos para ginástica, para os Estados Unidos, a cada ano. Todos esses produtos são fabricados em Hong Kong e percorrem um longo trajeto: de navio, vão da

China até a cidade de Los Angeles; depois, de trem, atravessam o território americano no sentido oeste-leste até Jacksonville, no estado da Flórida, que é principal ponto de operação da companhia no país. Na avaliação do executivo da Caloi, o ideal seria exportar seus produtos a partir de Manaus, onde se concentra metade da produção nacional da empresa. Mas devido à cotação do dólar abaixo da casa de R$ 1,85, o trajeto China-Estados Unidos se converteu numa solução mais vantajosa. "O percurso é três vezes maior, mas a China ainda é mais competitiva", afirmou o vice-presidente da empresa, segundo informações que foram divulgadas no site da Câmara Americana do Comércio (Amcham) São Paulo. (AE)

Cultura tem lucro menor

A

Livraria Cultura, tradicional ponto de venda de livros na Avenida Paulista, em São Paulo, encerrou 2006 com lucro líquido de R$ 1,106 milhão, resultado 70% inferior ao contabilizado em 2005. A queda se deu pelo avanço dos custos e das despesas operacionais. A receita líquida da rede, que tem filiais em

shoppings de todo o Brasil, cresceu 19,2% no período, para R$ 132,425 milhões. Os custos dos produtos vendidos avançaram 15,5%, para R$ 74,767 milhões e os gastos operacionais (com vendas, pessoal e administrativos) subiram 34,4%, para R$ 56,581 milhões. Em maio, a Cultura inaugurou mega-loja no Conjunto Nacional. (AE)

b r a s i l e i ro c o m e pouco pão – metade do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que é de 33 quilos per capita ao ano. É o que ressalta o presidente do Sindicato (e da Associação) dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan-Aipan/SP), Antero José Pereira. A avaliação do representante do setor é de que há espaço para a expansão dos negócios de panificação, o que explica a esperada presença de empresários de 40 países, além de 380 expositores nacionais, na 13ª edição da Feira Internacional de Panificação. O evento, promovido por essas entidades, foi aberto ontem no Expo Center Norte e prossegue até 27 de julho. Paralelamente à feira, é realizado o XXVII Congresso Brasileiro da Indústria de Panificação e Confeitaria. Segundo Pereira, o baixo consumo de pão deve-se a dois fatores básicos. Nas classes mais abastadas, prevalece o estigma de que o pão engorda. "O que engorda é o que se põe no meio do pão", garante o empresário. E os maiores consumidores do produto têm poder aquisitivo baixo. O presidente do Sindipan acredita que o cenário pode ser revertido com novos produtos. Entre as novidades da feira, ele cita pães com ômega 3 e

Antero José Pereira, do Sindipan: só engorda o que vem dentro do pão

Edson Alves Ribeiro, da Neobox: embalagens para pizza.

6, orgânicos e de queijo de soja. "A panificação, no Brasil, é uma das mais avançados do mundo em tecnologia e desenvolvimento de produtos." A informalidade, no entanto, é o principal problema do setor, afirma Pereira. "Estimo que 20% do pão consumido na Grande São Paulo (consumo estimado em 15 milhões de pãezinhos por dia) seja produ-

zido por empresas informais." O mercado formal de panificação abrange 52 mil padarias, 12 mil delas no Estado de São Paulo – 4,8 mil na Região Metropolitana da capital. O faturamento do setor cresceu 6,9% em 2006. Em São Paulo, segundo o Sindipan, ficou em 5%. Equipamentos – Os organizadores da Fipan estimam que a edição 2007 da feira gere

R$ 500 milhões em negócios, contra os cerca de R$ 480 milhões de 2006. Eles esperam a presença de grandes fabricantes de equipamentos e insumos e de pequenos e médios empresários, como os 34 que se exibem em espaço subsidiado em 40% pelo Sebrae-SP. A Lujone, fabricante de equipamentos em aço inox (como balcões e fogões) é uma das expositoras de porte menor. O gerente de Vendas, Marcos Antonio Rizzo, diz que nos últimos dois anos o negócio dobrou o faturamento, depois de investimento de R$ 600 mil em ampliação da capacidade. A Lujone passou a fornecer para padarias e grandes redes de alimentação. "Podemos fornecer a instalação completa da área de cocção de uma padaria", afirma Rizzo, com expectativa de ver o faturamento crescer 20% em 2007. Na Neobox Indústria Gráfica, de Edson Alves Ribeiro, outra subsidiada pelo Sebrae, a perspectiva é de repetir o crescimento de 2006, da ordem de 10%. Ribeiro, que foi distribuidor do setor por 20 anos, investiu, junto com um sócio, R$ 400 mil reais, em 2004, para fornecer por encomenda produtos como embalagens especiais para pizza. Entre os grandes fornecedores, a Nestlé lança cobertura de chocolate amargo, enquanto a Saeco apresenta nova linha de máquinas de café para uso doméstico, comercial e profissional, desenhadas pela BMW.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 - ESPECIAL

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Fotos: Marcelo Min/AFG

A emoção da compra neste mercado do luxo

Aqui entram em cena detalhes sutis no momento da venda, como um ambiente voltado para a intimidade. O consumidor deve se sentir bem: "Isso não significa espaço de ostentação, mas de discrição", diz um empresário

comércio do luxo, principalmente o de jóias, é uma experiência que vai além do simples ato de comprar. É, antes de tudo, um consumo por e com emoção. Na opinião dos especialistas, decifrar e despertar os sentimentos são os grandes segredos para uma boa venda. Para agradar um público cada vez mais exigente, qualidade e bom atendimento deixam de ser diferenciais para se tornarem o mínimo obrigatório para fechar um negócio. As lojas, agora, se esmeram em oferecer bem mais que isso. "Primeiro, é preciso tentar descobrir a motivação por trás da compra, quais outros fatores - além de querer presentear alguém, por exemplo - levaram a pessoa àquele ato", afirma o publicitário Dominic de Souza, empresário da área de treinamentos e autor da metodologia WinnersMAP (que prega que é preciso que o cliente visualize as reais necessidades de adquirir um produto ou serviço). O bom atendimento, segundo ele, é fundamental, mas não é o suficiente para fechar o negócio. O contrário, porém, pode arruinar uma transação. "Não é o vendedor que vende, mas o comprador que compra. Isso quer dizer que o vendedor deve estar disponível para auxiliar o consumidor, mas ele precisa

vanguardista e mostrar a solução do agora". Na parte das pesquisas, o conselho é fazer o contrário: "A atualização constante e a agilidade são imprescindíveis,

colocando em prática em suas do restaurante: "Com isso, lojas o conceito "shopping criamos uma identidade da H. experience", que prega que a Stern para o paladar e o compra deve ativar todos os olfato". Experiência única Mesmo com tanto cuidado sentidos do consumidor. Mais idéias vêm do spa da para não afugentar o cliente "Bom atendimento e rede, criado no ano passado e por um produtos de que também funciona dentro atendimento qualidade de uma loja no Rio de Janeiro: inadequado, são "Dele tiramos as boas para imprescindíveis experiências vindas do Dominic, o para o relaxamento, do tato, da ponto-chave comércio de sensação de bem-estar. Em do negócio é luxo, isso não eventos que exigem uma certa conseguir se discute. espera do cliente, passamos a proporcionar Mas é preciso oferecer massagem facial, de "uma algo a mais. mãos e relaxamentos", afirma verdadeira O o embaixador da marca. consumidor Para colocar todas essas experiência de compra, exige idéias na prática, porém, a transformando emoções na rede faz pesquisas criteriosas o momento compra. Por e, muitas vezes, demoradas. em algo isso, prazeroso e preparamos único". Para nossas lojas tanto, entram para ir além", em cena os afirma o embaixador detalhes sutis, como da marca, um ambiente Christian voltado para Hallot, que a intimidade, tem MBA em para que o comércio de consumidor luxo. se sinta bem: A rede "Isso não inaugurou há ai longe o tempo em significa um cinco anos que apenas os hoespaço de um mens compravam jóias, ostentação, restaurante unanimidade para comeao contrário, dentro da loja morações de aniversários, deve haver da avenida casamentos e datas especiais discrição". Rio Branco, em geral. Os ritos de passaMais do no Rio de gem ainda são motivos de que isso, se a Janeiro. O compra, mas a jóia também é Christian Hallot: "Nesse mercado, em idéia é empreendimento acessório de moda no dia-aque o retorno do investimento em uma entender o é um sucesso dia. Hoje, o público feminiloja leva cinco anos, um erro pode público no - reservas no domina lojas, muitas vetrazer um retrocesso de dez anos" seus desejos precisam ser zes faz as compras para o uso mais íntimos, feitas com próprio e o objeto, antes do é preciso se aproximar dele em mas se deve fazer mudanças uma semana de antecedência desejo, representa apenas todos os detalhes, inclusive na status e luxo, além de dispucom calma. Com ser humano é - e ainda serve para testar propaganda: "Aí é preciso ser idéias para as lojas: tar espaço - leia-se clientes melhor ir devagar. Mais com Ipods e celulares. devagar, nesse caso, quer dizer "Aproveitamos as experiências bem-sucedidas O público mudou basmais rápido". para toda a rede. Por tante nas últimas décadas. exemplo, surgiu de lá a idéia As mulheres já represenPesquisas de ter um espumante feito tam, em média, a metade Estudar o mercado com especialmente para a H. Stern, das vendas, o que democracuidado e saber aproveitar as exclusivo. Hoje ele é servido tizou a preferência pelas experiências é, inclusive, um nos eventos em todas as peças. "Os homens têm dos segredos do sucesso das lojas", revela Hallot. mais medo de errar, por isinovações implantadas pela Saem de lá todos os petiscos so compram mais peças H. Stern, uma das mais servidos nas lojas do País e, clássicas. As mulheres são tradicionais joalherias do ainda, chocolates feitos bem mais ousadas", afirma País, com mais de 60 anos de especialmente pelo chef belga existência. A rede está

Entre o aluguel do espaço e a inauguração do spa, por exemplo, foram três anos de estudos. Tudo para não descaracterizar a marca: "Tomamos o maior cuidado possível porque não queremos criar um espaço paralelo em uma empresa paralela, mas sim pesquisar o mercado de luxo". Tudo de positivo feito no Brasil é levado para as lojas do Exterior também, mas sempre com cautela: "Nesse mercado, em que o retorno do investimento em uma loja leva cinco anos, um erro pode trazer um retrocesso de dez anos". EC Divulgação

O

respeitar a intimidade e os limites do outro".

Mulheres são mais ousadas

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a consultora de estilo Regina Machado. Por causa delas, fazem sucesso atualmente as jóias grandes, de design diferenciado. O impacto visual passou a ter mais importância. Independente do sexo do comprador, a mais recente Pesquisa Nacional do Mercado Consumidor de Jóias, de 2005, feita pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais (IBGM) em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), identificou seis segmentos de consumidores: tradicional/ familiar (que responde por 30% do mercado); econômico (21%); o que vai atrás de marcas e da garantia (9%); o prático (20%); de vanguarda (5%) e o que busca glamour e sensualidade (15%). As jóias mais procuradas pelo público brasileiro permanecem os brincos e os anéis. EC


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 25 de julho de 2007

Internacional

D

ezenas de pessoas foram resgatadas por helicóptero ontem nas áreas mais atingidas pela pior enchente a atingir a Grã-Bretanha nos últimos 60 anos. Pelo menos 350 mil casas estão sem água corrente e 50 mil sem energia elétrica por causa das inundações, que começaram na sexta-feira. A Grã-Bretanha enfrenta um dos verões mais chuvosos de sua história, um forte contraste com o do ano passado, um dos mais secos. Nas áreas sem água potável, as autoridades estão enviando caminhões-pipa. O governo estima que levará cerca de uma semana para restabelecer o fornecimento normal de água e energia. A água começa a baixar nas regiões de Gloucester e Tewkesbury, duas das áreas mais atingidas, enquanto outras regiões, a oeste de L o n d re s , t e m e m q u e a s

águas subam fortemente. A previsão é de que ainda hoje o rio Tâmisa chegue ao nível máximo em localidades como Pangbourne, Purley e Reading. O Ministro do Meio Ambiente, Hilary Benn, advertiu que a situação de emergência "está longe do fim e há grande possibilidade de mais inundações". Já a Environment Agency, a agência do governo para questões ambientais, advertiu que a previsão meteorológica indica instabilidade nos próximos três ou quatro dias, e até uma precipitação moderada pode fazer com que o nível dos rios aumente de novo. A Associação de Seguradores Britânicos estima que a conta para cobrir os estragos provocados pelas enchentes dos meses de junho e julho no país chegue a 2 bilhões de libras (R$ 7,6 bilhões). (AE)

Reuters

Submersa, mas sem água potável

Ocupar o Iraque até 2009, o novo plano americano Plano está sendo desenvolvido pelo principal comandante do exército em Bagdá, segundo 'New York Times' Reuters

O

principal comandante norte-americano no Iraque, David Petraeus, já prepara um plano militar que estabelece a presença de soldados em Bagdá até meados de 2009, como forma de obter um nível sustentável de segurança no país. O plano, divulgado pelo "The New York Times", aparece no momento em que o Congresso dos EUA pressiona pela retirada dos soldados. Os EUA mandaram mais cerca de 30 mil soldados para o

Iraque este ano, elevando o contingente para cerca de 157 mil. O plano atual pretende garantir a estabilidade de forma que o Iraque possa obter a conciliação entre as facções rivais. A situação, porém, é considerada crítica. Como prova do derramamento de sangue que tomou o país, um carro-bomba matou 26 pessoas e feriu 70 em um movimentado mercado na cidade xiita de Hilla, ao sul de Bagdá, disse a polícia. Como forma de diminuir a violência que se alastra no

Novo atentado: mais 26 mortos

país, Estados Unidos e Irã decidiram ontem formar um comitê para ajudar a melhorar a segurança no Iraque. Ryan Crocker, embaixador de Washington em Bagdá, dis-

se que detalhes do novo comitê, incluindo quando ele vai se reunir e quem vai participar, serão decididos nos próximos dias. "Se os iranianos estão preparados para alinhar sua prática com sua política e usar este fórum como um meio para fazer isso, então nós queremos ver se isso é o que vai acontecer", disse Crocker em uma teleconferência. A frase de Crocker é uma indireta aos iranianos, acusados pelo governo Bush de municiar milícias no Iraque. (Agências)

'Paz é possível', diz Blair E

sbanjando otimismo, o ex -pr im eiro-m in ist ro britânico, Tony Blair, recomendou a Israel e aos palestinos aproveitarem o "sentido de possibilidade" que se desenha na direção de um acordo de paz, e fez planos para estabelecer um escritório permanente na região para trabalhar em sua missão de base para a paz no Oriente Médio. "Acho que pelas conversas que tive há uma sensação de oportunidade de paz", disse Blair, em entrevista coletiva após encontro com o presidente israelense Shimon Peres. "Mas se essa sensação de possibilidade pode ser tradu-

zida em algo, isto é, algo que precisa ser trabalhado e pensado ao longo do tempo", disse. O novo enviado de paz do "Quarteto" — Estados Unidos, União Européia, Rússia e Nações Unidas — visitou ontem líderes palestinos e o muro que Israel constrói na Cisjordânia, supostamente para barrar a entrada de homens-bomba em seu território. Mais tarde, Blair se reuniu com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, cuja facção laica, o Fatah, perdeu no mês passado o controle da Faixa de Gaza para o grupo islâmico Hamas. Tony Blair concluiu a visita com uma reunião a portas fechadas, em Jerusa-

Ronen Zvulun/Reuters

O presidente israelense Shimon Peres e o ex-premiê Tony Blair

lém, com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert. Enquanto conversava sobre a possível criação de um Estado palestino, o exército de Israel lançava um ataque aéreo

contra um edifício na Faixa de Gaza, sem deixar feridos. Segundo fontes de segurança palestinas, o alvo era um grupo de milicianos. Já a Jihad Islâmica informou que um de seus dirigentes foi alvo de um ataque e sobreviveu. Testemunhas disseram que a explosão foi muito forte e atingiu um edifício de três andares do bairro de Al-Nasser. Blair, que parte hoje para países do Golfo Pérsico, deve voltar ao Oriente Médio em setembro, antes de participar de uma reunião do "Quarteto" e de uma conferência no último trimestre sobre o tema. (Agências)


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quinta-feira, 26 de julho de 2007

TURISMO - 1

NORUEGA

Agliberto Lima/DC

TREKKING TURÍSTICO. ACEITA ESSE DESAFIO? Durante a corrida de aventura Brasil Wild, turistas podem fazer parte do percurso dos participantes e sentir na pele a adrenalina da competição. A próxima chance será em Itararé, interior de São Paulo, no fim de semana que vem. Pág. 4

Divulgação/Johan Berge/Innovation Norway

É difícil não se encantar com este país situado no extremo norte do planeta, de paisagens fascinantes e qualidade de vida exemplar. A melhor forma de conhecê-lo é a bordo de um navio. O roteiro – desde a cidade de Bergen, no sul, até Kirkenes, a posição mais ao norte da nação – é salpicado de pequenas cidades repletas de atrações. Págs. 2 e 3

Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm

Navegando pelos fiordes

Fotos: Jaime Borquez

As estreitas passagens de água emolduradas por montanhas escondem cidades que atraem pela arquitetura charmosa e colorida, como no bairro Bryggen, em Bergen. No roteiro, a simpatia e educação dos noruegueses e boas surpresas, como o aquário do Polaria Centre


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2 - TURISMO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

O início da jornada, Bergen Por Jaime Borquez

E

m um país cuja costa é tão acidentada como o extremo sudoeste da Patagônia, saber navegar foi essencial aos noruegueses. Navegadores natos, já dominavam os mares no ano 793. A melhor forma de conhecer a Noruega é justamente navegando por seus fiordes, palavra que deriva do norueguês "fjord", que significa algo como baías e cânions formados por antigos glaciais. Hoje são 21 mil quilômetros de fiordes, baías, enseadas e rochedos onde há 70 portos importantes, cada um com uma cidade mais charmosa que a outra. Faz um século que os navios da empresa Hurtigruten, que significa "rota curta", operam viagens por mar desde a cidade de Bergen, no sul, até Kirkenes, a posição mais ao norte da Noruega. Em seis dias pode-se conhecer este trecho, vendo mais de 20 cidades (vendo, não percorrendo todas, pois muitas paradas são à noite), ou em 11 dias, de ida e volta, descendo em todas elas. Os portos que não podem ser visitados à noite no roteiro para o norte, serão visitados de dia na viagem ao sul. Para os noruegueses, estes navios não são um luxo turístico e sim uma cômoda e prática forma de ir e vir, uma espécie de confortável e completo ônibus sobre as águas. Pode-se alugar um carro, percorrer estradas e embarcar com o carro e tudo no navio, onde preferir. Ou fazer percursos em trem, ônibus ou avião. Basta organizar seu trajeto para encontrar um navio esperando justamente no porto que quiser embarcar. Roteiro de belezas – O difícil é escolher quais cidades conhecer. Todas são excepcionais. Não é por simples capricho que a viagem pelos fiordes da Noruega já foi eleita entre das mais belas do mundo. A cidade portuária de Bergen merece pelo menos três dias de visita. Possivelmente esta seja uma das mais encantadoras da Noruega e passear por ela é voltar no tempo. Basta caminhar pelo píer de Bryggen, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1979, para mor-

Na Noruega, são 21 mil quilômetros de fiordes, baías, enseadas e rochedos. O país é dono de 70 portos importantes, todos com cidadezinhas que parecem ter saído de um cartão-postal. A viagem no navio da empresa Hurtigruten começa nesta encantadora cidade

Tranqüila e organizada, a cidade portuária de Bergen merece pelo menos três dias de visita. Um dos principais pontos turísticos , o píer de Bryggen exibe casario de mais de nove séculos, que hoje abriga lojinhas, restaurantes e pubs. Imperdível também é o passeio ao Mercado de Pescado para conhecer a rica fauna marinha, que inclui o famoso bacalhau

rer de amores por este lugar. As casas que estão habitadas e em pleno funcionamento, restauradas claro, datam de 1070! Casas de madeira que suportaram exatos 937 invernos – que por lá são longos e extremamente rigorosos – abrigam boutiques, pubs, restaurantes e lojinhas de souvenir. É, sem dúvida, o lugar mais fotogênico da cidade, com um magnetismo incrível. Delícias do mar – A poucos passos dali está o Fisketorget, o Mercado de Pescado, onde se percebe a enorme riqueza do mar da região. Além de se surpreender com as lagostas, halibute, camarões, caranguejos, mariscos, lagostins, arenques, salmões e o autêntico bacalhau norueguês, qualquer um pode degustar sanduíches preparados na hora, inclusive um de rosbife de baleia, que deixa ecologistas do Greenpeace de cabelo em pé. Outro passeio marcante é subir de bondinho ao Monte Floyen e, recomenda-se, fazê-lo de dia e logo ao crepúsculo. São US$ 11 muito bem gastos que lhe darão de presente uma paisagem deslumbrante, principalmente a vista ao anoitecer. As luzes de Bergen abaixo, o porto, os fiordes, o alaranjado do céu que vai tingindo-se lentamente de azul profundo. Uma experiência inesquecível. Bergen tem ainda ótimos museus, restaurantes chiques e um aquário de primeiro mundo, além de centenas de construções com mais de oito séculos como castelos, igrejas e fortes. Sem falar que seus habitantes acolhem muito bem as visitas e as mulheres locais são belíssimas! Está esperando o quê?

fará cada dia melhores como seres humanos e mais perfeita será nossa sociedade, temos de voltar a lembrar que Leiv Ericson teria pisado no litoral do que hoje é o Canadá meio

século antes que germinara a semente que, lentamente, faria crescer as árvores cuja madeira depois seria usada para construir as caravelas de Colombo. (J.B.)

Fotos: Jaime Borquez

Os noruegueses P

ouco sabemos dos noruegueses. São só 4 milhões e meio de pessoas que vivem, sem fazer barulho, no extremo norte do planeta e, diga-se, bem folgados: são 14 habitantes por quilômetro quadrado. Experts em navegação, dizem que foi o viking norueguês Leiv Erikson quem descobriu a América 500 anos antes de Colombo. Em 1905, quando a Noruega se declarou independente, era um dos países mais pobres do mundo e vivia da agricultura e da pesca. Assim viveram até 1970, quando descobriram que seu litoral no Mar do Norte era um riquíssimo lençol de petróleo e gás. Hoje, a Noruega é o segundo país exportador de petróleo no mundo depois da OPEP, ou talvez seja mais correto dizer que é o primeiro, já que a OPEP é uma aliança de países produtores. Hoje, também, o nível de vida por

ali é, definitivamente, alto. Com um salário mínimo que margeia os US$ 3 mil, ninguém reclama que o governo, de perfil social democrata, cobre, por exemplo, um imposto de US$ 300 anuais por ver televisão ou que o aluguel de um apartamento de 70 m² custe US$ 1 mil. Tampouco reclamam que só se pode comprar cerveja nos supermercados das 8h às 20h e no sábado até as 18h. Nem fazem cara feia ao ter de comprar vinhos e bebidas destiladas apenas nas lojas do governo, os "vinmonopol", e só de segunda a sábado, das 8h às 15h. Os preços não têm piedade com os prazeres de Baco. Um vinho como o chileno Santa Helena custa US$ 25 e uma modesta garrafa de bourbon Jim Beam chega a sair US$ 30, o dobro que nos Duty Free do Brasil. Os impostos são tão salgados como o bacalhau e o arenque que costumam

Presidente Alencar Burti Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani Lima Ilustrações Paulo Carvalho Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

exportar. Um sanduíche de carne de baleia, por exemplo, servido num dos mercados de peixes e frutos do mar do país, tem 25% de imposto para ser consumido ali mesmo, ou 18% para levar para casa. Imagine se isso se passasse num mercado no Brasil. Leis – Apesar de sua enorme riqueza, os noruegueses são austeros e reservados e respeitam suas leis. Basta que a descarga de seu banheiro soe mais alto que o normal para que seu vizinho venha lhe dizer que deve consertá-la. Festa daquelas que a música se escuta na rua toda? Impossível. Se aumentar o volume além das paredes da casa, não tenha dúvida de que rapidamente chegarão as autoridades, que farão prevalecer o direito de cada cidadão em ter uma noite silenciosa. Às 20h é obrigatório que cada um vá para casa. Se um grupo estiver entusiasmado em seguir a festança, transfere-se para um bar ou salão de festa especialmente preparado para não incomodar os vizinhos. E nem sonhe com se sentir um John Travolta no filme Saturday Night Fever, dançando até o sol raiar. Por lá, no inverno, o sol aparece muito tarde e tem dias em que nem aparece, e no verão não quer se pôr, portanto a festa deve acabar, por lei, às 2h30 da madrugada, com ou sem sol. Não pense que por tudo isso os noruegueses são, digamos, frustrados, infelizes

Com um nível de vida alto – o salário mínimo margeia os US$ 3 mil –, leis rigorosas e muitos impostos, o povo é visto sorridente pelas ruas. Exímios navegadores, dizem que foi o viking norueguês Leiv Erikson quem descobriu a América 500 anos antes de Colombo

e reclamam do governo por haver tantas leis e impostos. Eles são vistos contentes e risonhos. A evolução social e cultural é imensa. Afinal, se acreditarmos que o tempo nos


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quinta-feira, 26 de julho de 2007

PREÇOS SOBEM ATÉ 744% EM 13 ANOS DE INFLAÇÃO DO REAL

1 Evandro Monteiro/Digna Imagem

O feijão encareceu 10%, mas o transporte urbano ficou 425% mais caro em 13 anos de Real.

Leonardo Rodrigues/Hype

Alta foi desigual entre os produtos. Campeões foram telefonia e transporte urbano. Paulo Pampolin/DC em 12/01

Mário Tonocchi

L

ançado em 1° de julho de 1994, o Plano Real, projeto criado para estabilizar a economia brasileira, mergulhada na hiperinflacão, chega a 2007, 13 anos depois, com distorções de preços relevantes. A inflação acumulada até junho deste ano, de acordo com levantamentos do pesquisador Márcio Issao Nakane, da Fundação Instituto de pesquisas Econômicas da USP (Fipe), registrou patamares tão diversos quanto o mínimo de 15,79% para o setor de vestuário e o máximo, de 744,21%, na conta do telefone fixo. Habitação e alimentação, os itens que mais pesam na cesta de gastos familiares, subiram 272,47% e 119,22%, respectivamente. Os dados são do município de São Paulo. O registro da seqüência dos reajustes inflacionários mostra ainda que o transporte coletivo subiu 424,33% nos últimos 13 anos, enquanto as despesas pessoais aumentaram 127,09% e a educação 301,55%. Na outra ponta, o trabalho registra também queda de preços, principalmente no setor de eletrodomésticos de áudio e vídeo, que diminuíram, em média, 40,62%. A filmadora ficou 42,56% mais barata, a máquina fotográfica, 39,88%, e o televisor, 34,46%. Segundo o estudo da Fipe, colaboraram para a queda o avanço das novas tecnologias – que tornam o custo de produção menor –, o aumento da concorrência dos importados, neste momento favorecida pela baixa cotação do dólar, e a forte concorrência no varejo. Na média, de acordo com o pesquisador do instituto de pesquisas, a inflação desde o início do Plano Real chegou a 178,75% em São Paulo. "É uma inflação baixa, se considerarmos que só nos três últimos meses anteriores ao Plano Real, abril, maio e junho de 1994, o índice chegou a 221%." Mesmo calculando a média de 8,2% de inflação ao ano nos últimos 13 anos, Nakane evita comparar o custo de vida brasileiro com o de outros países, pois são realidades distintas. "Apesar de a média ser mais alta que a dos países desenvolvidos, os indicadores mostram que o poder de compra do brasileiro está mais consistente", afirmou. Isto, apesar dos grandes aumentos no grupo dos serviços regulados pelo governo, como energia elétrica, água e gás, "que ainda hoje são reajustados pelo cálculo da inflação dos últimos doze meses". O setor de vestuário de São Paulo não percebe o poder de compra do consumidor brasi-

Eletrônicos são mais baratos hoje

leiro. De acordo com o secretário-executivo do Sindicato das Indústrias do Vestuário de São Paulo, Pedro Eduardo Fortes, a inflação nas roupas não acompanhou o ritmo dos demais produtos por falta de compradores na praça. "Quando o dinheiro está escasso para o consumidor, um dos primeiros itens cortados da lista de compras é o vestuário", disse o secretário-executivo. A concorrência desleal asiática, de acordo com o secretário, estabeleceu também grandes barreiras para evitar pressão inflacionária no setor. A economia agrícola, igualmente, sofreu prejuízos na era do real. O setor primário alega que pagou a conta da estabilização, tomando por base indicadores da Esalq/BM&F (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e Bolsa de Mercadorias e Futuros). Deflação – Considerando a média de 178,75% no aumento do custo de vida nos últimos 13

anos, o leite, por exemplo, perdeu na soma dos reajustes e não passou dos 142% de alta. Perderam também os grãos – o reajuste de 1994 para cá chegou a 132% na soja, 98% no arroz e apenas 9,79% no feijão. O vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Joel Naegele, disse que o setor "com certeza sustentou a estabilidade econômica do Plano Real". Para ele, mais que a queda relativa dos preços, os agricultores viveram até agora tempos difíceis de falta de apoio governamental, que só mudaram um pouco com a atenção que o mundo dá ao etanol agora. "O Estado brasileiro não faz nada pela agricultura. O movimento positivo que temos hoje vem do comércio internacional." Enquanto os preços dos produtos permaneceram baixos, os insumos e o custo de produção aumentaram. Desde a criação do Plano Real, o adubo saltou de R$ 210 para R$ 750 a tonelada, variação de 257%. O óleo diesel subiu 386% e a uréia, 302%. Os preços de máquinas e implementos agrícolas, colhedoras, tratores e peças passaram dos 320% de alta. O n e g ó c i o q u e l u c ro u u m pouco, de acordo com a Esalq/BM&F foi o boi gordo, que passou de R$ 0,69 o quilo em julho de 1994 para R$ 2,09 em maio passado, variação de 202%. Esse índice, entretanto, é menor que a variação de 247,4% do IGP-DI medido pela Fundação Getúlio Vargas.

O vestuário não acompanhou a alta de 178% no custo de vida do brasileiro e tem hoje preços apenas 15,7% mais altos do que em julho de 1994


6

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO

A BRUXA SOBREVOA O PLANALTO

A

G A popularidade

de Lula pode continuar alta na média da população, mas já desabou na classe média.

como hub para conexões e escalas, redistribuição das rotas aéreas nacionais, aceleração dos estudos para a ampliação dos aeroportos de São Paulo ou construção de um novo. Tais medidas teriam impedido o acidente em Congonhas? Mas o governo teria ao menos assumido o comando de um setor vital para a economia, onde a má gestão pode causar a morte de centenas de pessoas. Não há como eximir o o governo de responsabilidade pelos acidentes da Gol e da TAM pois não é mera fatalidade a ocorrência de dois graves acidentes em menos de 10 meses, tragédias anunciadas pelo caos do tráfego aéreo. Há tempos o governo foi alertado sobre a possibilidade de um apagão aéreo. Em 2003, o exministro da Defesa José Viegas divulgou relatório que delineava um cenário sombrio para o setor,

insistindo na necessidade de investimentos para modernizar os equipamentos de controle aéreo, a contratação de mais controladores de vôo e a ampliação da infra-estrutura dos aeroportos. Nada foi feito. O PAC prevê investimentos de R$ 3 bilhões daqui até 2010. Mas a Infraero estima que seria necessário investir outros R$ 10 bilhões. Até o desastre da semana passada, tampouco se levou a sério o alerta sobre o colapso de Congonhas. Outro problema agudo é a desarticulação entre os numerosos órgãos responsáveis pelo setor aéreo. A sucessão de erros políticos é igualmente grave. A galeria de horrores começou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que comemorou o caos aéreo como evidência de “prosperidade”; passou por Marta Suplicy, que recomendou aos passageiros “relaxar e gozar” e incluiu a condecoração, três dias após o desastre, dos presidentes da ANAC, Milton Zuanazzi, e da Infraero com a medalha do mérito Santos Dumont por "serviços prestados" à Aeronáutica; e culminou no gestual obsceno do assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ao assistir na televisão a notícia de que o avião da TAM poderia ter tido problemas mecânicos. ão surpreende que 43% dos paulistanos entrevistados pelo Datafolha julgasse “ruim ou péssimo” o desempenho do presidente Lula frente à crise aérea. Esse percentual sobe para 59% entre os que costumam viajar de avião e para 67% entre os mais escolarizados e de maior renda. A popularidade do presidente pode continuar alta na média da população mas já desabou na classe média. Essa, aliás, foi a mensagem da vaia que ele tomou no Maracanã.

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO

CALOR Céllus

bruxa está definitivamente à solta e dando rasantes sobre o Planalto. A queda do Airbus da TAM em Congonhas coroou uma longa seqüência de erros dos órgãos governamentais responsáveis pela aviação civil. Outra fieira de erros nasceu da preocupação patológica de salvaguardar a qualquer preço a imagem do presidente Lula. O resultado é o colapso do setor de aviação civil e uma vertiginosa queda da credibilidade do governo apenas seis meses após a posse. Foi necessária outra tragédia para o governo Lula anunciar medidas para debelar a crise do setor aéreo brasileiro. Restrição ao uso abusivo de Congonhas

CLAUDIO WEBER ABRAMO

O

P

TRECHOS DO COMENTÁRIO

O governo foi alertado há tempos sobre o apagão

PAULO FRASCINO

A Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

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E

então aparece a ANAC e faz um "espetáculo de controle" – determina a redução das operações em Congonhas, proíbe a venda de passagens até que todos os passageiros aprisionados em aeroportos pelo país afora consigam viajar. Mas se a ANAC controla as operações aéreas comerciais, como é que não detectou antes disfunções na distribuição dos vôos e escalas? Ou será que os diretores tidos "da TAM" e "da Gol" tiveram algo a ver com isso? Entre a Infraero, que firmou contratos de expansão de aeroportos que se encontram quase todos sob suspeita de irregularidades, a ANAC e sua suspeitíssima inércia, uma companhia aérea que opera um avião (esperemos que seja só um) sabidamente com defeito e outra cujo presidente emprestou R$ 2,2 milhões ao ex-governador do Distrito Federal para que este comprasse um bezerro de R$ 300 mil, o qual renunciou ao Senado para não ser cassado em conseqüência desse verdadeiro negócio da China, o melhor é ficar em casa.

Não há vagas

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Presidente Alencar Burti

do aparelho, um avião nessas condições poderia voar por até dez dias. Isso não faz sentido algum. Por que não quatro dias, ou onze, ou trinta e cinco? Uma peça com defeito é uma peça com defeito. O tempo decorrido desde a identificação do defeito até a sua correção só pode ser zero dias. Um piloto que havia voado anteriormente com a "aeronave" (não se sabe por que, é assim, com essa palavra arrevesada, que aeromoças e aeromoços se referem aos aviões) acidentada já havia encontrado dificuldades para pará-la na pista. Não foi outro avião. Foi aquele mesmo que matou 199 pessoas. Isso não quer dizer nada? Um passageiro que voara no mesmo avião dias antes relatou o mesmo. Nos dias subseqüentes ao desastre de Congonhas, pilotos e companhias aéreas passaram a recusar-se a aterrissar no aeroporto sob chuva. Ora, aviões pousam em Congonhas há décadas. São Paulo não é o Saara. Em São Paulo, chove. Querem nos convencer de que, subitamente, surgiu em Congonhas um perigo que, ao longo de todas essas décadas, não havia sido detectado. É cristalino o objetivo da turma, que irmana empregadores e empregados – dar a impressão de que a companhia TAM e o piloto que dirigia o avião não tiveram nada a ver com o acidente.

or que a ANAC não detectou erros na distribuição dos vôos em Congonhas?

POLÍTICO DA MCM CONSULTORES

necessidade por vagas de estacionamento é uma demanda crescente, sobretudo nas grandes cidades. Nem sempre o centro urbano está preparado para atender tal demanda, deixando de garantir ao cidadão o direito de ir e vir de forma segura e com qualidade de vida. A mudança das atividades econômicas para novos centros comerciais trouxe consigo a ampliação do problema do trânsito. A multiplicação de novos pólos evoluiu de forma desordenada, sem que as grandes metrópoles tivessem tempo de adotar medidas estratégicas. Na linha de frente para possíveis soluções para o caos urbano está o investimento em estacionamentos, não apenas como um serviço seguro, mas como uma ferramenta urbana para amenizar o fluxo viário. O setor de estacionamentos deve operar tendo em vista o alto nível de exigência do consumidor, ou seja, oferecer serviços de qualidade. O primeiro passo para o segmento é acabar com a informalidade, encontrada em boa parte das pequenas empresas que se aventuram no negócio. Não faz sentido o panorama da irregularidade, quando canteiros de obras são transformados em vagas e não são oferecidas garantias mínimas de segurança e conforto aos motoristas. Para conquistar mais usuários e contribuir para a expansão das empresas do setor é importante seguir padrões e normas para oferecer ao cliente a melhor infra-estrutura e garantia pelos serviços prestados.

ou deixar de lado o acidente com o jato da TAM e falar da onda de calor no leste europeu. Aqui morreram pelo menos 199 pessoas no maior desastre aéreo ocorrido no Brasil. Na Hungria, o número de mortos já passa de quinhentos, pelo excessivo calor, devido ao desequilíbrio climático causado pelo homem. O verão europeu está sendo mais destruidor que o desastre aéreo que desarticulou todas as defesas do aeroporto de Congonhas, última versão de um aeroporto "muito bem cuidado" pela Infraero. A desorganização climática está desafiando cientistas e pesquisadores de diversas áreas, que não sabem a que atribuir as mudanças no clima em geral. As reportagens deram destaque a Hungria, que tem sofrido significativamente com o calor, causando muitos incêndios em diversas regiões. Mas países vizinhos, como a Romênia e a Macedônia, já registraram mortos em quantidade avançada, faltando até mesmo água para beber. Como se vê, a situação mundial é crítica: temos guerras episódicas, temos variações climáticas violentas e destruidoras, temos crises parciais em vários países, inclusive nos países sul-americanos, e já não sabemos mais onde viver.

V

Vôo cego título deste editorial, admitidamente pouco original nas circunstâncias, é quase inevitável dadas as informações que se desencontram sem parar a partir do acidente com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas. Um suceder-se de argumentos ilógicos, atitudes suspeitas, homenagens fora de hora, entrevistas fesceninas, comemorações estapafúrdias deixam uma sensação invencível de que estamos nas mãos de um bando de gente no mínimo incompetente e irresponsável. Dentre tal conjunto de exibições de desfaçatez, é difícil escolher a mais descabida. O jeito é começar pela mais fácil. No meio de uma crise que se desencadeou quando do acidente com o jato da Gol, no ano passado, e violentamente retomada com a catástrofe da TAM, a Aeronáutica não encontrou nada melhor do que condecorar o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC, que pretensamente controla (em nosso nome, é bom não esquecer) o setor. Conforme suspeitas generalizadas, a ANAC é capturada pelas empresas que deveria vigiar. Haveria diretor "da TAM", outro que seria "da Gol" e sabe-se lá a qual interesses outros servem. O governo nunca sequer se deu ao trabalho de defender-se, e a essa gente, de tais suspeitas. Uma das luminares da ANAC é uma senhora que, em entrevista à repórter Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, revelou com todas as cores os motivos pelos quais deveria ser instantaneamente "lincada" (a palavra é dela) com a porta da rua. Outro indivíduo cujas atitudes, em outro país que não fosse este, seriam expeditamente seguidas de medidas drásticas, é o assessor para assuntos internacionais do presidente da República, que ao assistir pela TV a notícia de que o avião da TAM voava com o reversor de um lado desligado, exultou com um top-topflagrado por uma câmera, no que foi acompanhado por um assessor de alguma coisa ou outra que estava a seu lado. O que nos traz à seqüência de explicações e atitudes inacreditáveis da TAM. Depois de o presidente da empresa afirmar que o avião se encontrava em condições de vôo "perfeitas", um diretor de alguma coisa que soava "técnica" explicou que, na verdade, o dispositivo de reversão da direção do jato de exaustão do motor do lado direito estava inoperante, mas que, segundo o manual da Airbus Industries, fabricante

EXCESSIVO

Vale destacar que esse tipo de procedimento não reflete apenas na economia das grandes empresas, mas na falta de segurança que atinge, sobretudo, os clientes. Geralmente o perfil do usuário que faz uso de estacionamento poucas vezes se importa com a qualidade do serviço e opta pela comodidade, priorizando dois principais fatores: o preço e a localização que melhor atenda aos seus interesses naquele momento. Há ainda a ação dos flanelinhas, que dominam os grandes centros e “profissionalizam” seus serviços ao controlar o espaço público, coagindo os motoristas a estacionarem em locais irregulares. É uma questão social que precisa ser avaliada, pois se paga por uma vaga pública e o motorista ainda corre o risco de ter seu carro danificado.

S

eja pelo domínio dos terrenos irregulares transformados em garagens ou pela atuação dos flanelinhas, a verdade é que essas estratégias acabam sendo um chamariz para o surgimento de aventureiros no setor. Para que as empresas sérias se sobressaiam e possam mostrar que estacionamento é um bem necessário, é preciso continuar buscando eficiência, segurança, qualidade e preços atrativos para alavancar o crescimento, conquistar clientes e expandir pelos grandes centros urbanos. PAULO FRASCINO É PRESIDENTE DA REDE DE ESTACIONAMENTOS MAXIPARK

O s estacionamentos precisam ser eficientes, seguros e com preços atrativos

nfim, o homem–bicho - tão pequeno, como cantou Camões já não encontra lugar onde viver tranqüilamente. Esse lugar desapareceu de nossos sonhos. A ciência desenvolveu-se extraordinariamente, mas a rigor não trouxe para o homem contemporâneo o bem-estar que ele sempre desejou para si, sua família e seus amigos. Temos acidentes catastróficos, como o ocorrido em Congonhas, temos ondas de calor inesperadas e temos as guerras pipocando em quase todo mundo. E os EUA prometem mais dois anos de permanência no Iraque. Enfim, não é o belo mundo de nossos sonhos, e sim um mundo de preocupações, que nos acompanha dia-a-dia em meio a tantas crises, para as quais não temos solução.

E

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G A desorganização climática está desafiando cientistas e pesquisadores. Não vivemos no belo mundo de nossos sonhos


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

TURISMO - 3

Cruzeiro rumo ao norte Fotos: Jaime Borquez

São muitas as atrações no roteiro norueguês. De Alesund, cuja arquitetura é toda em estilo art nouveau, a Tromso, cidade que tem um espaço dedicado às maravilhas naturais do Ártico

jantar e um amplo balcão, unido ao dormitório. A suíte possui uma gigantesca janela que se sobressai da borda do navio, permitindo ver toda sua lateral, de proa à popa. Navegar de dia e de noite podendo ver a paisagem passar pela janela é uma incitação à insônia, de puro prazer. Adrenalina e matrioskas – A parada seguinte é a cidade de Bodo. Não é muito longa, porém dá para fazer um tour cheio de adrenalina. De bote se vai até o Estreito de Salstraumen, onde o mar se une com o rio, produzindo um desnível cuja corrente é considerada a mais poderosa do mundo. Prepare seu coração para esta emocionante aventura, sabendo que poderá contá-la… Pelo caminho verá a majestosa águia marinha, cuja envergadura pode passar dos dois metros, com as asas estendidas. Estamos na terra do sol da meia-noite (visível nestas latitudes de 21 de maio a 23 de julho) e já cruzamos o Circulo Polar Ártico. O barco atraca em Tromso, cidade que tem, claro, um espaço dedicado às maravilhas naturais do Ártico, o Polaria Centre. Aqui pode-se visitar o aquário, onde o show fica por conta das focas, e a catedral, cuja parede toda é um gigantesco vitral, o mais impressionante da Escandinávia. Para chegar ao final da viagem ao norte faltam três paradas e um passeio imperdível. A partir da cidade de Honningsvag, a dica é ir até North Cape, por sua especial e talvez única oportunidade de pisar em terras no ponto mais distante na direção norte. Ali, pode-se admirar o impressionante Oceano Ártico desde um penhasco, na borda de um precipício de 307 metros de altura em caída vertical. As últimas cidades visitadas neste cruzeiro são Hammerfest e Kirkenes. A segunda é o término da costa da Noruega e o começo da Rússia. Souvenir mais comprado por lá são as famosas matrioskas, bonequinhas russas de madeira que encaixam uma dentro da outra. E um passeio: a bordo de uma lancha pelo Rio Pasvikelva, margeando terras russas. Quando se chega ao fim da viagem, entendemos o porquê dos fiordes da Noruega serem um dos destinos mais belos do mundo. Mesmo sendo para nós, um lugar tão distante, sempre valerá a pena voltar outra vez. (J.B.)

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s noruegueses são extremamente pontuais. O atraso é considerado uma tremenda falta de consideração e respeito. Portanto aí vai uma recomendação: quando o guia turístico do navio disser que temos de voltar às 18h29 é porque no minuto seguinte tiram as escadas e se fecha a porta da embarcação. E como estes barcos são como ônibus, nos quais passageiros sobem e descem a cada cidade, não existe controle de entrada nem de saída, como em outros navios turísticos. Portanto se não chegou a tempo ninguém saberá, exceto você, que não só perdeu o barco como nele se vão suas malas e seu carro alugado. Depois de zarpar de Bergen, os navios de Hurtigruten cortam as tranqüilas águas de fiordes e cânions. Uma confortável cadeira de praia no deque superior é perfeita para que você desfrute vendo passar, como em um cinema de 180 graus, as bucólicas paisagens norueguesas. As pequenas cidades de Maloy, Torvik, Alesund, Molde e Kristiansund passam à frente, com direito a descida em Alesund. Em 1904 um voraz incêndio destruiu completamente o lugar, deixando 10 mil pessoas sem lar. Três anos depois Alesund estava reconstruída e, pasme-se, em estilo art nouveau! Pode-se caminhar por toda a cidade, que é pequena, organizada, florida e impecavelmente limpa, e o ideal é fazer isso com um guia local, que sabe todas as histórias de cada esquina. Não deixe de visitar o canal que há no centro, com suas casas que lembram as paisagens venezianas. O navio continua e faz uma curta parada em Molde, famosa pelo festival internacional de jazz que se realiza todo ano. A tarde cai e a luz do pôr-do-sol banha Molde deixando-a como um quadro de Edvard Munch, pai norueguês do expressionismo e orgulho destas terras. Catedral – A cidade de Trondheim é outra parada importante do circuito. Ali vale a pena juntar-se a um tour vendido a bordo para visitar a Catedral Nidaros, a maior da Noruega. Demorou 230 anos para ser construída e seu estilo gótico é marcante. Lá está também o Palácio do Arcebispo, construção do século 13. O poder da igreja foi regido de lá para toda Escandinávia e isso se nota no tamanho do complexo arquitetônico. Se tiver tempo, perto da catedral está a velha ponte Gamle Bybro, com um extenso conjunto de velhas casas e armazéns construídos sobre palafitas no Rio Nidelva. Parecem casinhas de bonecas e a badalação noturna, com pubs, cafés, bares, restaurantes e lojinhas de souvenirs, é muito intensa. Porém, lembre-se de que deve voltar ao barco a tempo ou descer decidido a ficar mais uns dias. Não se preocupe, o próximo navio Hurtigruten passará exatamente no horário marcado. Sua frota é composta de 11 barcos fazendo a rota e o navio mais moderno e espetacular é o Midnatsol, com capacidade para mil passageiros. Além das cabines simples, tem quatro suítes com living, sala de

A bordo de um dos 11 barcos Hurtigruten que navegam por aquelas águas, conforto tanto nos salões cobertos por vidros como nas suítes. Em todas as refeições, uma extravagância: caviar. Ao ar livre, as embarcações exibem amplos deques. Uma das paradas para descida é a cidade de Alesund (à esq.). Ali, vale conhecer todo o centro a pé, pois ela é pequena. Uma dica: não deixe de ir ao canal, que lembra as paisagens da italiana Veneza

RAIO X PACOTES Designer Tours: tem pacotes que incluem Noruega e seus fiordes, mas também fazem Suécia e Dinamarca, a partir de 3.876 euros por pessoa, em cabine dupla, incluindo partes aérea, terrestre e marítima. Tel. (11) 21812900, www.designertours.com.br. Nascimento Turismo: cruzeiro de seis noites rumo norte, de Bergen a Kirkenes, sai a partir de US$ 1.473 por pessoa em cabine dupla. Rumo sul, também seis noites, a partir de US$ 1.209. Não inclui parte aérea. Tel. (11) 3156-9944, www.nascimento.com.br. Qualitours: pacotes a partir de US$ 1.264 em cabine dupla, Bergen a Kirkenes, viagem de seis dias. A viagem ida-e-volta dura 12 dias e custa US$ 2.299. Não inclui passagens aéreas. Tel. (11) 2175-7703, www.qualitours.com.br. FAÇA AS MALAS Visto: não é necessário para turistas brasileiros. Moeda: euro e a moeda oficial do pais, o krone (coroa). US$ 1 vale quase seis krones. Fuso: seis horas a mais em relação a Brasília. Na Internet: www.noruega.org.br e www.visitnorway.com.

No roteiro, os navios passam por muitas cidadezinhas, como a charmosa Maloy (à esq.). Outra parada, Trondheim (acima) exibe a maior catedral da Noruega, de estilo gótico, que levou cerca de dois séculos para ser finalizada. Já em Tromso, o Polaria Centre (à dir.) encanta a todos com seu aquário – uma réplica do Ártico


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Empresas Tr i b u t a ç ã o Comércio Exterior Ser viços

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

11,2

FMI REVÊ PREVISÕES DE CRESCIMENTO

por cento é quanto a economia chinesa crescerá neste ano, de acordo com o FMI.

MANOBRA BRASILEIRA IMPEDIU QUE CORTE DE TARIFAS INDUSTRIAIS FOSSE A BASE DOS DEBATES

BRASIL ALTERA A PAUTA NA OMC

B

rasil, Argentina e alguns países emergentes montaram uma operação diplomática de grande escala e evitaram que a proposta de corte de tarifas de bens industriais fosse aprovada como base dos debates na Organização Mundial do Comércio (OMC). Para isso, chegaram a recorrer até mesmo a países que não precisarão abrir seus mercados, mas que politicamente aceitaram condenar a proposta, como africanos e asiáticos. "Funcionou. Não sobrou nada da proposta", comemorou o embaixador do Brasil na organização, Clodoaldo Hugueney, ao final do encontro. Em Genebra, todos concordam: ninguém mais sabe quando a Rodada Doha será concluída. Ontem, o grupo, formado ainda por Venezuela, África do Sul e outros países, atacou a proposta da OMC que sugere cortes de cerca de 60% nas barreiras dos emergentes no setor industrial. Para o grupo, uma nova proposta deve ser desenhada em setembro e a atual não poderá ser considerada uma base. "Representamos milhões de pessoas e não podemos nos dar ao luxo de permitir um resultado injusto que crie desemprego em massa e desindustrialização", disseram representantes do bloco. Este grupo de nações quer um corte de no máximo 50% e ganhos no setor agrícola. Isolamento – No Itamaraty, a proposta da OMC estava sendo vista como uma tentativa de isolar o Brasil nas negociações. Para isso, concedia vantagens aos sul-africanos e apostava que países como a Índia aceitariam os cortes propostos. Para completar, o texto

repetia todos os pontos das sugestões de um grupo de países latino-americanos liderado por Chile e México. De fato, vários países latinoamericanos demonstraram apoio à iniciativa da OMC. O Uruguai, apesar de fazer parte do Mercosul, afirmou que a proposta era um "bom começo". Para a Costa Rica, o texto deve ser base para um acordo, e em crítica indireta ao Brasil, um representante do país centro-americano insinuou que a proposta da entidade "abandona posições extremas". O México foi além e considerou a proposta "magnífica".

Sinto-me como o motorista de um ônibus em que os 150 passageiros gritam caminhos opostos. Don Stephenson, mediador da OMC Entre os ricos, o governo americano informou que ainda não está satisfeito, mas deixou claro que apoiaria a proposta como base. Hugueney, porém, disse que a manobra não teve sucesso, e os ataques de ontem impediram que os cortes de 60% fossem considerados uma base. Para ele, o Brasil conseguiu evitar um isolamento, ao menos por enquanto. O embaixador admitiu que nos últimos dias chegou a ficar preocupado. A solução foi não apenas garantir que os emergentes criticassem a proposta, como

também obter o apoio político dos 90 países mais pobres. "Decoração" – Na OMC, porém, a atitude de pedir o apoio dos pobres foi vista como uma manobra, já que na realidade esses países não serão afetados pelos cortes de tarifas diante de seu baixo nível econômico. "Eles estavam lá apenas como decoração. A real negociação envolve apenas 28 países em desenvolvimento que terão de fazer cortes. Entre esses, metade aceita a proposta, e outra metade, não", comentou uma experiente diplomata. Os ataques mais contundentes contra a proposta vieram da Argentina. "Não vamos aceitar esses números nem hoje, nem amanhã, nem em setembro, nem durante a vida da Rodada Doha", afirmou o embaixador de Buenos Aires na OMC, Alberto Dumont. Para ele, não há nada que possa ser oferecido no setor agrícola aos argentinos para convencê-los a aceitar essa liberalização no setor industrial. Já a Índia pediu que uma nova proposta fosse apresentada em setembro, totalmente revista, enquanto a Bolívia disse que seria impensável considerar o texto a base de um acordo. O embaixador da Venezuela, Oscar Carvallo, exigiu que o mediador da proposta, o canadense Don Stephenson, deixasse claro que o texto não teria valor jurídico. Após a reunião, porém, foi chamado para uma conversa com o diretor-geral da entidade, Pascal Lamy. Sobre as divergências entre os embaixadores, o mediador Don Stephenson fez este comentário: "Sinto-me como o motorista de um ônibus em que os 150 passageiros gritam a favor de caminhos opostos". (AE)

FMI

O Fundo prevê um crescimento global de 5,2% em 2007 e 2008 – em abril, a estimativa era de 4,9% para os dois anos –, em função da expansão da China, Índia e Rússia. Para o Brasil, manteve 4,4% para 2007 e 4,2% para 2008.

Organismo revê suas projeções

O

Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima a projeção de expansão da economia global, mantendo a do Brasil em 4,4% para 2007 e em 4,2% em 2008. O trabalho foi realizado em função da aceleração do crescimento da China, Índia e Rússia, enquanto os Estados Unidos também parecem ganhar força. O FMI revisou a estimativa de crescimento global para 5,2% em 2007 e 2008 – em abril, ela era de 4,9% para os dois anos. Ao atualizar as previsões, o Fundo informou que a deterioração do mercado de crédito, causada pela inadimplência nas hipotecas de alto

Livro Bege: crescimento

A

economia dos Estados Unidos continuou a se expandir em ritmo moderado em junho e no início deste mês, apesar da crise no mercado de moradias. É o que relata o Livro Bege, divulgado ontem pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Trata-se de um

risco nos Estados Unidos, "representa um risco para os mercados financeiros, mas por enquanto, o problema provavelmente ficará restrito". A projeção de crescimento da China foi revista de 10% para 11,2%, em meio à forte alta das exportações e dos investimentos, associada ao aumento do consumo doméstico, disse o vice-diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, Charles Collyns. "Juntas, China, Rússia e Índia contribuem com mais da metade da projeção de 5,2% de crescimento global em 2007", acrescentou Collyns. O Fundo reduziu levemente a previsão para o crescimento norte-americano em 2007 para

2%, ante estimativa anterior de 2,2%. Para 2008, o prognóstico foi mantido em 2,8%. A instituição alertou também para o risco de as pressões inflacionárias aumentarem globalmente, em boa parte devido à alta dos preços da energia, das commodities e das pressões no mercado de trabalho. Os bancos centrais parecem mais dispostos a apertar a política monetária do que estavam em abril. "Há uma grande preocupação quanto às pressões inflacionárias, que parecem estar se acelerando. Os bancos centrais terão de reagir rapidamente, olhando para a frente, para o futuro", alertou Collyns. (Reuters)

sumário sobre as condições da economia americana, que servirá de base para as decisões de política monetária a serem tomadas na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed em 7 de agosto. Sete dos 12 distritos acompanhados relataram crescimento "moderado" ou "modesto". O de Dallas, por exemplo, informou que a economia regional estava forte, mas que o crescimento

havia "desacelerado". Os distritos de Boston e Atlanta relataram crescimento "variado" ou "misto". Segundo o relatório, os gastos dos consumidores, em geral, "cresceram a um ritmo moderado". Nos distritos de Nova York, Atlanta e Kansas City, as vendas ficaram estáveis ou abaixo das expectativas. Mas o nível de emprego nos EUA continuou em alta. (AE)

Anglo Alimentos S/A torna público que recebeu da Cetesb a Licença de Instalação nº 40000449 para ampliações e reformas de abate de bovinos sita à Av. Central, 1, no município de Barretos/SP, e que requereu a Licença de Operação. EDITAL DE CONVOCAÇÃO Pelo presente, convocamos todos os integrantes da Categoria de Podólogos no Estado de São Paulo, para, nos termos do artigo 8 da CF e Portaria do Mtb de 04/03/00, participarem da Assembléia Geral que se realizará dia 05 de agosto de 2007 às 17:00hrs, em primeira convocação e em segunda convocação às 17:30hrs. (trinta minutos) com qualquer número de representantes, á Rua Heitor Penteado 1493 Sumarézinho – SP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1) Eleição e Posse da diretoria para o triênio 2007-2010, 2) Aprovação das Contribuições Associativas. São Paulo, 23/07/2007.

SIFRA S/A

Elo Participações e Investimentos S.A. o

CNPJ n 07.838.611/0001-52 - NIRE 35.300.335.295 Ata da 4a Assembléia Geral Extraordinária realizada em 8.6.2007 Data, Hora e Local: Aos 8 dias do mês de junho de 2007, às 16h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP. Presenças: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença acionistas da Sociedade, representando a totalidade do Capital Social votante. Constituição da Mesa: Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme. Ordem do Dia: examinar proposta do Conselho de Administração para alterar o Estatuto Social, no Artigo 8o, aprimorando a sua redação, e nos Artigos 12 e 18, relativamente ao preço de alienação das ações e condições de pagamento ao acionista alienante, no caso de retirar-se da Sociedade. Publicações Prévias: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404/76. Deliberação: a matéria constante da ordem do dia foi colocada em discussão e votação, tendo sido aprovada, sem reservas, a Proposta do Conselho de Administração, registrada na Reunião Extraordinária no 7, daquele Órgão, de 5.6.2007, a seguir transcrita: “Alterar o Estatuto Social, no Artigo 8o, aprimorando a sua redação, e nos Artigos 12 e 18, relativamente ao preço de alienação das ações e condições de pagamento ao acionista alienante, no caso de retirar-se da Sociedade, os quais passam a vigorar com os seguintes teores: “Art. 8o) Deixando o acionista de satisfazer os requisitos constantes do Artigo 6o e Parágrafo Terceiro do Artigo 20, incumbir-lhe-á, nos 30 (trinta) dias seguintes, retirar-se da Sociedade, solicitando que suas ações sejam adquiridas pelo preço e condições de pagamento estabelecidos nos Artigos 12 e 18. Art. 12) O acionista ofertante comunicará sua intenção à Diretoria da Sociedade, por meio de carta enviada com protocolo, especificando a quantidade total das ações ou dos direitos de preferência que pretenda alienar. O preço de alienação das ações será calculado utilizando-se o valor do patrimônio líquido contábil da Sociedade, apurado no último balancete trimestral auditado, ajustado por 70% (setenta porcento) da mais-valia das ações de emissão do Banco Bradesco S.A. e da Bradespar S.A. (Investimentos), detidas direta ou indiretamente pela Sociedade. A mais-valia será apurada utilizando-se a média ponderada das cotações médias diárias das ações ordinárias e preferenciais, verificadas nos 30 (trinta) pregões da Bolsa de Valores de São Paulo imediatamente posteriores à data da alienação, considerada a dedução dos valores contábeis dos Investimentos. Parágrafo Único - Alternativamente, fica assegurado ao acionista o valor investido, acrescido da variação do IGP-M/FGV mais juros de 12% (doze porcento) ao ano, computados desde a data de cada aporte de capital ou aquisição de ações até a data do trigésimo pregão posterior à data da alienação, caso o preço de alienação resultante da aplicação do critério estabelecido no “caput” deste Artigo se mostre inferior ao apurado na forma deste Parágrafo Único. Art. 18) O valor das ações será pago ao acionista alienante após a apuração do seu preço definitivo, observados os critérios estabelecidos no “Caput” e Parágrafo Único do Artigo 12. O pagamento será realizado em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, atualizadas pela Taxa SELIC ou outra que venha a substituí-la, podendo o pagamento ser antecipado a critério do comprador. A primeira parcela vencerá no 35o dia útil contado da data de alienação.”. Disse, o senhor Presidente, que a matéria ora aprovada somente entrará em vigor e se tornará efetiva depois de estarem atendidas todas as exigências legais de arquivamento na Junta Comercial e publicação. Publicação da Ata: autorizada a publicação na forma prevista no Parágrafo Segundo do Artigo 130 da Lei no 6.404/76. Quorum da Deliberação: unanimidade de votos. Encerramento: lavrada e lida, foi esta Ata aprovada por todos os acionistas presentes e assinada. aa) Presidente: Lázaro de Mello Brandão; Secretário: Carlos Alberto Rodrigues Guilherme. Certidão – Secretaria da Fazenda – Junta Comercial do Estado de São Paulo – Certifico o registro sob o número 256.350/07-3 em 13.7.2007. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÕES TELLES S/A

CNPJ Nº 61.363.842/0001-00 - NIRE 353 000 165 72 Extrato da Ata da Assembléia Geral Extraordinária de 02/07/2007 Com a presença da totalidade do capital social foram tomadas as seguintes deliberações à unanimidade. A) preenchimento de mais dois cargos de Diretor Adjunto, em decorrência do falecimento de Zilda Telles Rodrigues de Siqueira, com mandato coincidente com o da atual Diretoria, isto é até a assembléia geral ordinária que vier a aprovar as demonstrações financeiras do exercício de 2009. Foram eleitos: 1) Eduardo Rodrigues de Siqueira, brasileiro, casado, advogado, residente nesta Capital na Rua Sergipe, 781, portador do RG. nº 4.221.690-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 638.161.308-44 e 2) Caio Rodrigues de Siqueira, brasileiro, viúvo, economista, portador do RG n.° 5.375.774-9 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob n.° 999.550.598-34, residente na Rua São Paulo, n.° 961, apto. 12 São Caetano do Sul - São Paulo CEP - 09530-211. B) a ratificação do ato praticado pela Diretoria em sua reunião de 11/06/ 2007 de considerar que esses Diretores Adjuntos recém eleitos, fazem jus ao seu respectivo pro-labore desde essa data, quando foram indicados. A Ata em seu inteiro teor foi lavrada em livro próprio, lida e aprovada, vai por todos assinada, autorizada a sua publicação em forma sumária. São Paulo, 02/07/ 2007. Antonio de Queirós Telles Júnior, Presidente da Mesa: Eduardo Rodrigues de Siqueira Secretário. Acionistas presentes: Antônio de Queirós Telles Júnior; Alice de Queirós Telles Cajado - p.p. Eduardo Rodrigues de Siqueira; espólio de Zilda Telles Rodrigues de Siqueira - Eduardo Rodrigues de Siqueira inventariante; Maria Emília de Queirós Telles Cunali; Isabel de Queirós Telles Cunali; Rosa Maria de Queirós Telles Cunali Melges; Antonio Queirós Telles Cunali e Marina Queirós Telles Cunali. Certidão Jucesp: Arquivada em seu inteiro teor na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob nº 258.520/07-3 em 18/07/07.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 25 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Pires do Rio – CITEP Comércio e Ind. de Ferro e Aço Ltda. - Requerido: Comercial Mercantil Teresina Ltda. - Rua Terezina, 749 - 2ª Vara de Falências Requerente: Vigia Indústria e Comércio de Pescados Ltda. - Requerido: Maxi Frigo Alimentos

Ind. e Com. de Logística Ltda. - Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1.478 - conj. 2003 - 2ª Vara de Falências Requerente: Calçados Azaléia S.A. - Requerido: Calçados Furor Ltda. - Rua do Tesouro, 47 - 8º andar - 1ª Vara de Falências

CNPJ n° 04.455.612/0001-20 - NIRE n° 35.300.184.904 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária Realizadas Cumulativamente em 30 de Abril de 2007. Extrato para publicação, como sumário dos fatos ocorridos (Lei n° 6.404/76 - Art.130, Parágrafo Primeiro). 1. Data, hora e local: 30.04.2007, às 9:00 hs., na sede social, na Avenida Eusébio Matoso, n° 690, conjunto 19, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. Presença: Presentes os acionistas representando a maioria absoluta do capital social. 3. Mesa de Trabalhos: Presidente - Luis Geraldo Schonenberg; Secretária - Lucia Margarida Zingg. 4. Convocação: Anúncio de Convocação publicado nas edições dos dias 17, 19 e 24 de abril de 2007 do D.O.E. e do Jornal Diário do Comércio. 5. Assembléia Geral Ordinária: 5.1. Ordem do Dia: a) exame, discussão e aprovação do Balanço Patrimonial e respectivas demonstrações financeiras relativos ao exercício social findo em 31.12.2006 e deliberação sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição dos dividendos;e b) eleição e fixação da remuneração da Diretoria para este exercício e deliberação sobre o funcionamento do Conselho Fiscal. 5.2. Documentos da Administração: Mantidos à disposição dos acionistas e publicados nas edições do dia 30.03.2007 do DOE e do Jornal Diário do Comércio. 5.3. Deliberações tomadas por unanimidade: a) aprovação, sem reservas, do Balanço Patrimonial e demais demonstrações financeiras relativos ao exercício social findo em 31.12.2006; b) aprovação da destinação do resultado do exercício e da distribuição de dividendos; c) eleição e fixação da remuneração individual da Diretoria para este exercício; e d) não funcionamento do Conselho Fiscal neste exercício. 6. Assembléia Geral Extraordinária: 6.1. Ordem do Dia: a) proposta de alteração do Artigo 16 do Estatuto Social; e b) proposta de aumento do capital social. 6.2. Deliberações tomadas por unanimidade: a) alteração do Artigo 16 do Estatuto Social, aumentando o prazo do mandato da Diretoria para 3 anos; e b) aprovação da proposta de aumento do capital social de R$ 15.000.000 para R$ 18.000.000, mediante a emissão de 3.000.000 de ações preferenciais nominativas Classe B, inconversíveis em outra forma, sem direito a voto; e c)alteração e consolidação do Estatuto Social. Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Jucesp - Certifico o Registro sob o n° 235.468/07-1 em 13/06/07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

OPINIÃO S/A CNPJ n° 03.729.970/0001-10 - NIRE n° 35.300.196.392 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária Realizadas Cumulativamente em 30 de Abril de 2007 Extrato para publicação, como sumário dos fatos ocorridos (Lei n° 6.404/76 - Art.130, Parágrafo Primeiro). 1. Data, hora e local: 30.04.2007, às 10:00 hs., na sede social, na Avenida Jurucê, n° 302, conjunto 12, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. Presença: Presentes os acionistas representando a maioria absoluta do capital social. 3. Mesa de Trabalhos: Presidente - Luis Geraldo Schonenberg; Secretária - Lucia Margarida Zingg. 4. Convocação: Anúncio de Convocação publicado nas edições dos dias 20, 21 e 22 de abril de 2007 do D.O.E. e do Jornal Diário do Comércio. 5. Assembléia Geral Ordinária. 5.1. Ordem do Dia: a) exame, discussão e aprovação do Balanço Patrimonial e respectivas demonstrações financeiras relativos ao exercício social findo em 31.12.2006 e deliberação sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição dos dividendos;e b) eleição e fixação da remuneração da Diretoria para este exercício e deliberação sobre o funcionamento do Conselho Fiscal. 5.2. Documentos da Administração: Mantidos à disposição dos acionistas e publicados nas edições do dia 29.03.2007 do DOE e do Jornal Diário do Comércio. 5.3. Deliberações tomadas por unanimidade: a) aprovação, sem reservas, do Balanço Patrimonial e demais demonstrações financeiras relativos ao exercício social findo em 31.12.2006; b) aprovação da destinação do lucro líquido do exercício e da distribuição de dividendos; c) eleição e fixação da remuneração individual da Diretoria para este exercício; e d) não funcionamento do Conselho Fiscal neste exercício. 6. Assembléia Geral Extraordinária: 6.1. Ordem do Dia: a) mudança do endereço da sede social; b) proposta de aumento do capital social; e c) proposta de alteração do Artigo 16 do Estatuto Social. 6.2. Deliberações tomadas por unanimidade: a) alteração do endereço da sede social para Avenida Jurucê, n° 302, conjunto 81, em São Paulo, Capital; b) aprovação da proposta de aumento de aumento do capital social de R$ 6.000.000, para R$ 16.000.000, mediante a emissão de 4.299.000 ações ordinárias nominativas e 5.701.000 ações preferenciais nominativas, de Classe B, inconversíveis em outra forma, sem direito a voto; c) alteração do Artigo 16 do Estatuto Social, aumentando o prazo do mandato da Diretoria para 3 anos; e d) aprovação da alteração e consolidação do Estatuto Social. Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Jucesp - Certifico o Registro sob o n° 235.469/07-5 em 13/06/07. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Política

Janete Longo/Folha Imagem

quinta-feira, 26 de julho de 2007

É preciso mexer na Infraero, na Anac, enquadrar as companhias aéreas. Ivan Valente (PSol-SP)

PRESSIONADO, LULA INAUGURA O 'AFAGÃO AÉREO' Celso Junior / AE

Presidente troca Waldir Pires por Nelson Jobim e tenta amenizar os impactos negativos do acidente com o Airbus da TAM na imagem do governo

a maior

tragédia

O

novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, tomou posse ontem em substituição a Waldir Pires com o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "brigar" para que os ministérios da Fazenda e do Planejamento sejam mais flexíveis com recursos. Para Lula, essas verbas fortalecerão Nelson Jobim no cargo. Com a substituição de Waldir Pires – que não se sabe se pediu demissão ou foi demitido do cargo – por Jobim, Lula tenta mudar a imagem do governo diante do caos aéreo, arranhada após o acidente com o Airbus da TAM, pelos gestos do assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, e pela demora de Lula em pronunciar-se sobre a tragédia. Waldir Pires deixa o cargo extremamente desgastado, oito dias após o pior acidente da aviação brasileira, que agravou a crise no tráfego aéreo brasileiro, iniciada com o desastre com o Boeing da Gol, em setembro do ano passado. Durante a posse de Jobim, Lula aproveitou para fazer alguns afagos aos militares, também desgastados com a crise aérea, devido ao papel atribuído aos controladores de vôo. "Há mais de 20 anos se

vem desmontando as Forças Armadas nacionais", disse o presidente. "Precisamos começar agora a pensar o que vai acontecer com as Forças Armadas daqui a 10 ou 15 anos." Lula admitiu ainda ter medo de avião porque fica na "mão de intempéries que não consegue controlar" e entrega sua sorte a Deus. "E se eu pudesse pedir a Deus, esse seria o ultimo acidente que acontecia no planeta", confessou. O presidente disse também que Jobim, ao substituir Waldir Pires, assume o cargo com força suficiente para fazer as mudanças que forem necessárias e com a tarefa de reestruturar e reequipar as Forças Armadas. O novo ministro, por sua vez, prometeu 'criar efetivamente' a pasta da Defesa. E avisou: escolhas para cargos não serão partidarizadas. Cumprindo sua missão de mudar a imagem do governo, Jobim virá a São Paulo hoje para encontrar-se com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e com o governador José Serra (PSDB). Além disso, pretende fazer uma visita ao aeroporto de Congonhas e ao Instituto Médico Legal (IML), onde está sendo feita a identificação dos corpos das vítimas do acidente com o Airbus. Ele garantiu ter recebido "carta branca" do presidente Lula para buscar soluções para a crise aérea, e disse que a primeira é enfrentar a situação.

Pires se demitiu ou foi demitido?

U

ma nota divulgada ontem à noite pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República afirmou que foi Waldir Pires – substituído no cargo de ministro da Defesa por Nelson Jobim – quem tomou a iniciativa de pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser exonerado do cargo. A nota foi o último lance de uma seqüência de informações desencontradas divulgadas pelo Planalto sobre as circunstâncias da saída de Pires do cargo. Primeiro, assessores disseram que foi Pires quem pediu demissão. Depois, corrigiram a informação e afirmaram que o presidente Lula havia pedido ao então ministro que entregasse o cargo. Em seguida, o portavoz oficial, Marcelo Baumbach, deu entrevista e repetiu a versão de que Lula havia demitido Pires. No meio da tarde, pouco antes da posse de Nelson Jobim, os assessores voltaram a dizer que Pires é que havia tomado a iniciativa de deixar o ministério, para não dar a idéia de uma "ruptura institucional". Nos últimos dias, havia um certo constrangimento dentro do governo pelo fato de Pires de não ter pedido demissão após o acidente. (AE)

Nelson Jobim é a esperança do presidente para mostrar serviço na solução do caos aéreo.

Para Jobim, a crise aérea é fruto de falta de comando, e que esse problema não vai retornar a existir. "Temos vários órgãos, e estamos com problema de comando. Vamos reformular a estrutura do ministério de Defesa, para trabalhar integrado na resolução da crise", disse. Desconfiança – A escolha de Jobim foi recebida com desconfiança nos meios militares, especialmente na Aeronáuti-

ca, que será a Força diretamente afetada pela presença do novo ministro por causa do caos no setor aéreo. Um importante interlocutor da Aeronáutica, que pediu para não ser identificado, disse à "Agência Globo" que Jobim não tem trânsito nas Forças Armadas, nem experiência no setor aéreo, requisitos que ele considera essenciais para o sucesso na gestão. "Não é ninguém da área, que entenda de Defesa, e não tem

trânsito nas Forças Armadas", afirmou. Ele chegou a dizer que a escolha provocou um grande desânimo no meio militar. "Não empolga. Não tem a expectativa de que as coisas possam melhorar. Ele pode até surpreender e fazer uma boa administração, mas não é a expectativa. Ele nunca atuou na Defesa, não tem conhecimento específico. Dá um desânimo, como se fosse um giro de 360 graus", afirmou. (Agências)

Perfil intelectual pesou na escolha para a Defesa ao qual o novo ministro é filiado, as quais foram abaladas desde a demissão do ex-ministro Silas Rondeau, das Minas e Energia. É um fato que Jobim chega ao ministério por seus próprios méritos. Mas também é um fato sua militância partidária e seus vínculos com os setores antigamente denominados de "autênticos" do PMDB. Ele disputou a presidência do partido contra o deputado Michel Temer, com o apoio do PMDB do Senado liderado pelos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (MA), mas por seu histórico não terá dificuldades para se compor com todas as correntes da legenda. Defi nições – Os militares nunca engoliram muito a criação do Ministério da Defesa, por entenderem que ele não tem uma função definida e que o ministro tem sido uma figura decorativa. Um dos militares consultados chegou a lembrar que a forma como o Ministério foi idealizado, é para não ser produtivo mesmo. E, ironizando, comentou que "o ministro da Defesa não está na cadeia de comando". Para justificar sua tese, citou que, nas salas dos militares nos diversos pontos do país, existem duas fotos pregadas na parede: do comandante da Força e do comandante em chefe das Forças Armadas, que é o presidente da República. A foto do ministro da Defesa não costuma ser vista em quartéis. Já os deputados de oposição que integram a CPI do Apagão Aéreo da Câmara elogiaram a escolha de Jobim, mas disseram que a mudança mais importante no ministério é impor a autoridade sobre as Forças Armadas. " É preciso uma mudança radical na política de governo. Mexer na Infraero, na Anac, ter poder de fogo para enquadrar as companhias aéreas", disse o deputado Ivan Valente (PSol-SP). (AE)

BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. ANÚNCIO DE ENCERRAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS E SUBORDINADAS DA QUARTA EMISSÃO “Este anúncio é de caráter exclusivamente informativo, não se tratando de oferta de venda de debêntures” O BANCO VOTORANTIM S.A. (“Coordenador Líder“) comunica, nos termos do disposto na Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM“) nº 358, de 3 de janeiro de 2002, conforme alterada, e do artigo 29 da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada, o encerramento de distribuição pública, sujeita aos procedimentos de registro automático, nos termos da Instrução CVM nº 429, de 22 de março de 2006 (“Instrução CVM nº 429/06“) (“Oferta“), em duas séries, de 400.000 (quatrocentas mil) debêntures nominativas escriturais, não conversíveis em ações e subordinadas, sob o regime melhores esforços de colocação, com valor nominal unitário de R$10.000,00 (dez mil reais) em 1º de julho de 2007 e vencimento em 1º de julho de 2027, para as Debêntures da primeira série, e em 1º de julho de 2012, para as Debêntures da segunda série (“Debêntures“), sendo a terceira sob o programa de distribuição de valores mobiliários no valor de até R$12.000.000.000,00 (doze bilhões reais), arquivado na CVM em 8 de dezembro de 2006 sob o nº CVM/SRE/PRO/2006/010 (“Programa de Distribuição“), da 4ª (quarta) emissão de BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. inscrita no CNPJ sob o nº 01.858.774/0001-10 - NIRE 353.001.500.82, com sede na Rua Amazonas, nº 439, 11º andar, CEP 09520-070, Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo

R$4.000.000.000,00 Classificação de Risco Standard & Poor’s: “brAA” REGISTRO NA CVM: Nº CVM/SRE/DEB/2007/019 (1ª SÉRIE) E Nº CVM/SRE/DEB/2007/020 (2ª SÉRIE) CÓDIGO ISIN Nº BRBVLSDBS059 (1ª SÉRIE) E CÓDIGO ISIN Nº BRBVLSDBS067 (2ª SÉRIE) A emissão das Debêntures e a Oferta são realizadas com base nas deliberações (i) da assembléia geral extraordinária da Emissora realizada em 27 de novembro de 2006, cuja ata foi arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo em 4 de dezembro de 2006 e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 2 de dezembro de 2006 e no jornal “Diário do Comércio” em 4 de dezembro de 2006, pela qual foi aprovada a realização do Programa de Distribuição; e (ii) reunião do conselho de administração da Emissora realizada em 26 de junho de 2007, cuja ata foi arquivada na Junta Comercial do Estado e São Paulo em 4 de julho de 2007 e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal “Diário do Comércio“ em 6 de julho de 2007. O agente fiduciário é APORTE DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA., com sede na Cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, na Avenida Getúlio Vargas, nº 1.300, 18º andar. A instituição prestadora de serviços de escrituração e de banco mandatário das Debêntures é o BANCO BRADESCO S.A., com sede na Cidade de Osasco, Estado de São Paulo, no núcleo administrativo denominado “Cidade de Deus”, bairro de Vila Yara, CEP 06029-900. REGISTRO NA CVM: CVM/SRE/DEB/2007/019 PARA A 1ª SÉRIE E CVM/SRE/DEB/2007/020 PARA A 2ª SÉRIE EM 19 DE JULHO DE 2007 AS DEBÊNTURES FORAM COLOCADAS JUNTO ÀS SEGUINTES PESSOAS/ENTIDADES

Tipo de Subscritor Fundos de Investimento Instituições Financeiras Ligadas à Companhia e/ou aos Participantes do Consórcio TOTAL

Primeira Série Quantidade Quantidade de Debêntures de Subscritores Subscritas – – 1 1

300.000 300.000

Segunda Série Quantidade Quantidade de Debêntures de Subscritores Subscritas 24 100.000 – 24

– 100.000

Total Quantidade de Subscritores 24

Quantidade de Debêntures Subscritas 100.000

1 25

300.000 400.000

“A(O) presente oferta pública/programa foi elaborada(o) de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, o qual se encontra registrado no 4º Ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, sob o nº 4890254, atendendo, assim, a(o) presente oferta pública/programa, aos padrões mínimos de informação contidos no código, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade da emissora e/ou ofertantes, das instituições participantes e dos valores mobiliários objeto da(o) oferta pública/programa.”

COORDENADOR LÍDER

www.mercadosdecapitais.com.br

A

insistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no nome de Nelson Jobim para assumir o comando do ministério da Defesa deveu-se, antes de qualquer consideração de ordem política, ao perfil administrativo e intelectual do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Além da experiência política de Jobim, que foi deputado federal e ministro da Justiça, Lula sabia que recrutaria um quadro testado em funções de comando em setores complexos, e que seu perfil não é o de um advogado comum. Jobim é doutor em sua área, formado na escola doutrinária alemã de Hans Kelsen e um estudioso de matemática e do pensamento lógico. O perfil "germânico" torna-o talhado para o comando das forças armadas, cujos chefes apreciam a disciplina e a capacidade decisória de seus líderes. O que o governo espera do disciplinado Nelson Jobim são decisões calculadas e precisas, mas que sejam tomadas rapidamente. O novo ministro da Defesa disse, por isso, ter aceitado o convite do presidente "como uma missão" e porque se viu posto diante de "uma questão de Estado". A missão imediata de Jobim é naturalmente unificar o processo decisório no setor aéreo, hoje fragmentado entre o comando da Aeronáutica, a estatal Infraero, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o próprio ministério da Defesa. O novo ministro aceitou o convite, também, porque recebeu do presidente garantias de terá poderes para tomar decisões e instrumentos para implementá-las. Embora a questão partidária não tenha pesado na nomeação de Jobim, a escolha certamente contribuirá para fortalecer as relações do Palácio do Planalto com o PMDB, partido


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 - TURISMO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

AVENTURA Fotos: Agliberto Lima

Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Turistas que se aventuram encontram com as equipes profissionais em alguns trechos do passeio, realizado sempre em companhia de um guia. Na paisagem – tanto do evento passado em Minas Gerais como no próximo, em São Paulo –, casarões antigos, vegetação diversa e muito verde

Diário de um trekking turístico em Minas Nossa repórter aceita o desafio de participar da atividade nas Terras Altas da Mantiqueira, um programa paralelo à famosa corrida de aventura Brasil Wild, e conta aqui os detalhes e obstáculos da jornada. A próxima etapa já está marcada: dias 4 e 5 do próximo mês, em Itararé, e com mais um trekking turístico. Vai encarar? Por Adriana David

A

costumada a participar de provas de rally de regularidade, também conhecidas como enduro a pé, fui escalada para encarar, e depois relatar, um trekking diferente em São Lourenço, Minas Gerais, na região chamada Terras Altas da Mantiqueira. Em vez de contador de passo e bússola, teria como companheiro bloco de anotações e caneta. O trekking, de 20 quilômetros, seria turístico e os participantes, amantes de caminhadas na natureza. Topei na hora. A trilha era parte da primeira etapa da corrida de aventura Brasil Wild, que teve 154 km, divididos em 105 km de bike, 37 km de trekking e 12 km de canoagem. A prova teve início às 9h30 de um sábado de março com previsão de acabar à meia-noite. O trekking turístico terminou mais cedo, com o dia ainda claro, pois foi feito em apenas um dos trechos da corrida de aventura só para sentirmos como é uma prova dessas. Enquanto os atletas foram de charretes e trem maria-fumaça até o ponto de largada e de lá seguiram de bicicleta até o trecho de trekking. Eu, de mochila nas costas carregada de garrafinhas de água mine-

ral, e o grupo do trekking turístico, fomos até o pé da Serra do Papagaio para encontrar o guia, chamado Bacana, para começar a caminhada. Enfrentei a subida mais difícil de toda a minha vida. Foram sete quilômetros com uma inclinação de 70 graus embaixo de um sol fortíssimo. Para piorar a situação, o guia e outros "trekkeiros" dispararam na frente. Em um determinado momento, alcancei o guia que pediu que esperássemos em um ponto à frente onde havia água. Pensei: "carreguei essas garrafas de água à toa", mas não foi não. O ponto de água demorou a chegar. Bebi quase todo o líquido que havia nas garrafinhas. Enquanto eu subia a montanha, para trás ficava o Vale do Jacu, com vegetação em diferentes tons de verde. Muito lindo! Encontro – As primeiras equipes da corrida profissional passaram pela gente por volta do meio-dia. Antes, elas percorreram um trecho de 47 km de bicicleta. Após sete quilômetros e mais de duas horas de caminhada, a água chegou, ou melhor, chegamos a um riacho. Paramos para um lanchinho e conhecemos o poejo da serra – uma erva que ajuda a liberar as vias respiratórias. Um raminho dessa planta ficou na minha mão até o fim da subida.

As equipes que participam da corrida têm de percorrer vários quilômetros em três modalidades: trekking, bike e canoagem

Estávamos a 1.850 metros e começávamos a sentir os efeitos da altitude, como dor de cabeça, por exemplo. Próximo dali, os atletas da prova faziam rapel de 170 metros de altura a 2 mil metros de altitude. Além da imprensa, amigos e familiares de quem estava na corrida participaram da caminhada. Um deles era Jair Gonçalves, pai da jovem Cynthia Gonçalves, cuja equipe, a Motorola SOS Mata Atlântica, terminou a prova em segundo lugar. A atleta tem 28 anos e é personal trainer. Jair, de 62 anos, é um exemplo da vida saudável. Pratica natação, bike e corrida todos os dias e sempre que pode faz caminhadas em meio à natureza. As últimas foram na Serra do Mar e da Cantareira. Próxima etapa – Ele diz que gostaria de participar das corridas, tem fôlego para isso, mas falta patrocínio. "Precisaria investir muito dinheiro", conta Jair, que adorou a oportunidade de ver a filha durante a prova e deve repetir a participação na próxima etapa da Brasil Wild que será realizada entre os dias 4 e 5 do próximo mês em Itararé, a 320 km da capital paulista. E novamente terá trekking turístico, com percurso de 12 km, pouco desnível e duração de cerca de duas horas. Outro companheiro de caminhada, vive uma situação diferente. O engenheiro Daniel Rea, de 30 anos, já participou de provas curtas, mas garante que falta fôlego para corridas com mais de 80 km. Mais caminhada – Lo g o chegamos a um dos pontos em que avistávamos a Serra do Canjica, a mais de 2 mil metros de altitude, uma das mais altas de Baependi, município vizinho a São Lourenço. Já passava das 14h quando começamos a andar no plano. Mas não era uma simples caminhada. Era veloz, cerca de 110 metros por minuto. Para chegar a este número contei os passos e converti em metros. Por participar de provas de enduro a pé, sabia que meu passo media 0,65 metro. Mesmo ouvindo dos amigos de que ia fazer um programa de índio, o jovem André de Mesquita, de 16 anos, foi com o pai. Ele também gostaria de um dia participar das corridas, mas acha difícil. Tem a chance de participar do próximo trekking turístico em Itararé.

Fique por dentro do assunto

E

nduro a pé ou rally de regularidade? O enduro a pé, também conhecido como rally de regularidade ou trekking, consiste em caminhar por trilhas em determinadas velocidades com o auxílio de uma planilha de navegação, uma bússola e um contador de passos. Os participantes enfrentam desafios como subidas, descidas e pedras e riachos. As provas duram de três a quatro horas. Já a corrida de aventura é mais longa. Envolve trekking, corrida, bicicleta,

canoagem e rapel em mais de 50 km. Algumas provas ultrapassam os 500 km. É necessário uma equipe de apoio e o custo financeiro é mais alto. Mais informações sobre as duas modalidades pelos sites abaixo. Enduro a pé: www.enduroape.com.br , www.northbrasil.com.br, www.trilhabrazil.com.br. Corrida de aventura: www.adventurecamp.com.br, www.brasilwild.com.br , www.ecomotion.com.br.

Às 15h20, 11 equipes já tinham passado o grupo de turistas. Terminamos de percorrer os 20 km de trekking às 18h20. Os primeiros colocados da corrida terminaram este trecho por volta das 15h. Eles teriam mais 87 km de bike, trekking e canoagem. Tomei um relaxante muscular e fui aguardar as primeiras equipes chegarem. Isso aconteceu sete minutos antes da meia-noite.

SERVIÇO Brasil Wild: informações e inscrições para o trekking

Pelo caminho em meio à mata, a beleza de rios, cachoeiras e uma vista incrível aliviam o cansaço dos corajosos participantes

turístico da segunda etapa da corrida de aventura Brasil Wild pelo tel. (11) 3812-7165, www.brasilwild.com.br. A inscrição custa R$ 35 por pessoa.

Grupo Fasano abre design hotel no Rio

O

hotel Fasano do Rio de Janeiro, projetado pelo renomado e muitas vezes polêmico arquiteto Philippe Starck (do Faena, de Buenos Aires, por exemplo), abre suas portas na Avenida Vieira Souto, em Ipanema (RJ), em agosto. O novo hotel design da cidade será inaugurado já como integrante do seleto guia da The Leading Hotels of The World 2007, junto com o Copacabana Palace, e passa a fazer parte da lista de hotéis de luxo da cidade. A intenção dos responsáveis pelo empreendimento é fazer do local um ponto de encontro para os próprios moradores do Rio e o mais luxuoso e seletivo hotel da cidade. A unidade carioca do Grupo Divulgação/Panrotas Fasano, que já tem um hotel em São Paulo e planeja mais três, terá 92 apartamentos, todos com varanda. As maiores suítes medem 130 m². Os apartamentos têm TV tela plana, DVD, mesa de trabalho, wi-fi, entre outros equipamentos. As suítes do hotel, inclusive, estão à venda, mas apenas para investimento – os donos não podem morar no hotel. Mais de 50% das unidades já foram vendidas. Decoração – Para decorar o hotel, Philippe Starck trabalhou em conjunto com Rogério Fasano, presidente do grupo, onde priorizaram o uso de madeira e pedras nas paredes, móveis e pisos. Ou seja, a inovação de Starck teve contraponto com a tradição de Fasano, que pode ser vista no hotel paulista, nos Jardins. Ao invés de paredes, cortinas brancas farão as divisões de ambientes, tanto nas maiores suítes quanto em áreas comuns, como a recepção, por exemplo. O conceito de atendimento, serviços e elegância seguem o padrão estabelecido pela rede. "Mas adaptado ao estilo de vida mais casual dos cariocas", garante o diretor de operações da rede, Hans Heinz. "Queremos que o hotel do Rio se transforme em um ponto de encontro para os cariocas, da mesma forma que acontece no hotel de São Paulo", disse. Para isso, serão realizados eventos específicos no terraço e no Londra Club, localizado

no primeiro andar, próximo à recepção. O clube é um dos mais bonitos e ousados, com poltronas especiais e ambientação bem fashion. Deve atrair um público jovem, bonito e, claro, endinheirado. Além da vista de tirar o fôlego – para a praia de Ipanema, Morro Dois Irmãos, Arpoador e até o Cristo Redentor –, o hotel de sete andares contará com piscina, bar e academia no terraço, espaços para eventos mais intimistas (além de um business center haverá uma sala de reuniões para dez pessoas e um salão de 50 m²) um restaurante (o Fasano Al Mare, que será o primeiro do grupo especializado em frutos do mar). O restaurante ficará sob o comando do chef Luca Gozzoni, que trabalha no restaurante do grupo La Forneria, também no Rio. Preço – As diárias médias vão variar de R$ 800 a R$ 5 mil e as vendas já começaram. Será o hotel mais caro do Rio de Janeiro. As maiores suítes do hotel já estão lotadas para o Réveillon. Os pacotes de seis noites custaram R$ 10 mil por noite. No restaurante o preço ficará entre o Gero carioca e o Fasano São Paulo. Heinz acredita que o Fasano Rio já de cara se posicionará como "o melhor e mais luxuoso da cidade". Do terraço no sétimo andar, que poderá virar um superlounge à noite, aos espelhos das suítes feitos sob medida por Starck (foto), das cadeiras de Sérgio Rodrigues nas varandas de frente para o mar à madeira utilizada (autorizada pelo Ibama), do bar italiano à recepção em um tronco único de madeira, há muitos detalhes e equipamentos que demonstram esse luxo. Os funcionários vieram do próprio Grupo Fasano ou de hotéis do Rio. O diretor de Operações, Eduardo Bressane, era do Caesar Park Ipanema e também participou do lançamento do Grand Hyatt São Paulo. Informações e reservas pelo site www.fasano.com.br. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 26 de julho de 2007

Finanças Nacional Tr a b a l h o Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Comércio da região metropolitana de São Paulo perdeu 70 mil vagas desde fevereiro

SP TEM 1,51 MILHÃO DE DESEMPREGADOS

NÍVEL DE EMPREGO, EM QUEDA DESDE FEVEREIRO, RECUOU 0,6% NO MÊS PASSADO NA GRANDE SÃO PAULO

COMÉRCIO FECHA POSTOS DE TRABALHO Fotos: Andrei Bonamin/Luz

Mário Tonocchi

O

Comércio só deve voltar a contratar com base nas expectativas para vendas em outubro, já perto do Natal.

A

Desemprego cai para 14,9%

taxa de desemprego na região Metropolitana de São Paulo caiu para 14,9% da População Economicamente Ativa (PEA) em junho, nível inferior aos 15,5% registrados em maio, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade e pelo Dieese. O estudo mostrou que, no mês passado, 1,515 milhão de pessoas estavam

desempregadas na grande São Paulo, com queda de 44 mil em relação a maio. O desemprego também diminuiu na comparação com junho do ano passado, quando estava em 16,8% da PEA. "O comportamento já era esperado para esta época do ano, quando a indústria começa a receber os pedidos para o Natal", disse o coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian.

De acordo com ele, a maior queda no índice de desemprego foi registrada na capital paulista, onde a taxa passou de 14,2% em maio para 13,4% em junho. O desemprego aumentou na região do ABC, passando de 13,9% para 14,3%. Nos demais municípios da região metropolitana de São Paulo, o índice caiu de 17,2% em maio para 17% em junho. (MT)

e m p r e g o n o c omércio da Região Metropolitana de São Paulo caiu 0,6% em junho em relação a maio, mostrou pesquisa da Fundação Seade e do Dieese divulgada ontem. Segundo o coordenador do levantamento, Alexandre Loloian, foi a quarta redução consecutiva. Desde fevereiro, o setor perdeu pelo menos 70 mil vagas e fechou junho com 1,402 milhão de empregados. Loloian disse que o comércio apostava em aumento expressivo das vendas ainda em o u t u b ro d o a n o p a s s a d o , quando se preparava para o Natal e o número de empregados chegava a 1,349 milhão. "Depois das festas de fim de ano, foi registrado um movimento atípico. O volume de contratações continuou em novembro e dezembro, atravessou janeiro e chegou ao ápice em fevereiro", disse, destacando que, no segundo mês deste ano, a Grande São Paulo já tinha 1,472 milhão de trabalhadores. A desaceleração apareceu no fechamento de março, quando a pesquisa registrou queda de 2,4% no nível de emprego no comércio. Essa tendência deve persistir até setembro. O comércio só deve voltar a contratar com base nas expectativas de alta nas vendas em outubro, novamen-

Souza: sem novos temporários.

Farah diz que movimento é fraco

te relacionadas ao Natal. "Há, ainda, uma situação muito ruim para o comércio: a falta de inverno. Sem o frio, as vendas caem. O que tinha para ser vendido nessa época do ano já foi queimado nas liqüidações de inverno feitas durante a estação, um fato inédito", afirma o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah.

Para o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, todos os indicativos econômicos mostram, hoje, que o crescimento brasileiro não deve passar de 5% neste ano. "É nisso que o comerciante deve apostar quando for planejar seu movimento daqui para o fim do ano", afirma. A queixa em relação à economia é comum entre os lojistas do centro de São Paulo. Para o comerciante Marcelo Farah, da papelaria Farah's, o movimento está muito fraco. "Esperamos mais clientes a partir de agora." É também a aposta do encarregado da loja de roupas Ledo & Ledo, Simeão Silvio Teixeira de Souza. "Vamos ter que fazer muita conta para conseguir contratar novos temporários no fim do ano."


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - LOGO

Da atriz norte-americana Lindsay Lohan, presa na madrugada de terça-feira sob suspeita de dirigir embriagada. A polícia encontrou cocaína em seu carro.

Reuters

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JULHO

Sou inocente. Não uso drogas, a cocaína não era minha.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

26 Lançamento do ônibus espacial Discovery, da Nasa, em 2005. Foi a primeira missão espacial depois do desastre do ônibus espacial Columbia em 2003.

A USTRÁLIA

Com o crime nas veias Mais de 20% dos australianos são descendentes de prisioneiros

A TLETISMO 1

C

erca de 4 milhões de australianos, 22% da população do país, inclusive o primeiro-ministro John Howard, são descendentes dos prisioneiros que chegaram do Reino Unido entre 1778 e 1868, segundo um estudo divulgado ontem. A pesquisa, disponível para consulta no site Ancestry, é um detalhado registro dos mais de 163 mil condenados que chega-

Carlos Barria/Reuters

ram à Austrália. Ele permite rastrear suas identidades, religião, profissão, sentenças e as colônias penitenciárias para as quais foram destinados. Segundo o registro, 83% dos presos eram homens com idades entre 15 e 30 anos. Do total, 70% eram ingleses, 24% irlandeses e 5% escoceses. Apenas 2% foram condenados por crimes graves, como assassinato e agressões. Os outros cumpri-

ram pena por ofensas menores. O mais curioso do levantamento, segundo o diretor do estudo, Josh Hanna, é a meticulosidade das informações disponíveis. "Assassinos, piratas, vigaristas, batedores de carteiras estão descritos com detalhe nessa ilustrativa e importante coleção, que revela como eram meticulosos os britânicos com os seus registros". www.ancestr y.com.au

Choi Jae-gu/Reuters

Bicampeão em alta velocidade pra cima nos 500 m finais, antes da última volta". Sobre o recorde de 12 anos quebrado, Souza reagiu com bom humor. "É a segunda vez que quebro um índice dele", disse. "O recorde sul-americano dele também fui eu quem quebrou." Para Souza, que sofreu uma lesão no tendão de Aquiles em novembro do ano passado, a medalha de ouro serve como consolo para quem antes pretendia disputar também os 5.000 metros. "Fiz um treinamento muito forte e o resultado já pude ver aqui. Essa torcida foi maravilhosa, me incentivou muito. Graças a ela, mantive o ritmo forte até o final", disse Souza, que prefere não pensar ainda nas Olimpíadas.

...e a segurança aérea aumentou O jornal francês Le Monde, repercutindo o acidente aéreo em Congonhas, publicou ontem uma entrevista com o perito em inquéritos aéreos François Grangier. Ex-piloto, Grangier afirma que, "em termos absolutos, há muito menos acidentes aéreos hoje do que no passado". Ele analisou as condições da aviação civil no Brasil e afirmou que "não existe nenhum fenômeno notório ou de recorrência de incidentes ou de acidentes que possam provocar qualquer temor ou suspeita em relação à segurança do transporte aéreo neste país". E M

C A R T A Z

VISUAIS

L

O brasileiro Hudson de Souza conquistou o bicampeonato panamericano nos 1.500 metros, com direito a novo recorde do Pan. Ele correu 3min36s32, baixando o tempo que era de Joaquim Cruz, ouro em Mar del Plata-1995, com 3min40s28. Com a vitória de Hudson, o Brasil chegou a deixar Cuba momentaneamente para trás no quadro geral de medalhas. Esta é a segunda medalha de ouro do atletismo para o Brasil, depois da vitória de Fabiana Murer no salto com vara. Até agora, a modalidade já rendeu 39 medalhas de ouro para o Brasil na história do Pan. "Deu tudo certo", comemorou Souza. "Minha estratégia era essa mesma, de começar devagar e ir

B RAZIL COM Z

NA JAULA - Ativistas dos direitos dos animais, fantasiados, posam com cachorros dentro de uma gaiola durante protesto contra o hábito de comer carne canina em Seul, na Coréia do Sul. Nos cartazes, a inscrição: "queremos sobreviver".

A TLETISMO 2 Martin Bernetti/AFP

Pinturas Face a Face exibe obras de Cristina Canale (foto) e Sérgio Sister. Instituto Tomie Ohtake. Av. Faria Lima, 201. Tel.: 2245-1900. Grátis.

G @DGET DU JOUR C OLÔMBIA

Nova rota do tráfico Guarda Costeira colombiana apreendeu cerca de 4 toneladas de cocaína em um submarino na baía de Málaga, na costa do Pacífico. A droga é avaliada em US$ 160 milhões. A posse da cocaína foi atribuída às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Funcionários da Marinha que integravam a tripulação foram presos e demitidos na operação, que ainda apreendeu equipamentos náuticos e 18 armas. A Marinha colombiana apreendeu este ano 30 toneladas de cocaína supostamente das Farc, o maior e mais antigo grupo guerrilheiro da Colômbia. Atualmente com 20 mil

A L

O Brasil conquistou ontem o ouro e a prata no salto em distância feminino. Vencedora do ouro, Maurren Maggi deu a volta no estádio João Havelange abraçada a uma bandeira do Brasil. Em seguida, abraçou a medalhista de prata, Keila Costa. Com o resultado, Maurren volta ao ponto mais alto do pódio depois da vitória em Winnipeg (1999) e da desclassificação em Santo Domingo (2003), quando foi flagrada em um exame antidoping.

B ASQUETE

Estréia complicada no masculino Sem sua força máxima, a equipe brasileira masculina de basquete sofreu ontem para vencer as Ilhas Virgens na estréia do Grupo A, nos Jogos PanAmericanos, na Arena Olímpica, por 86 a 81. Hoje, o time comandado por Lula Ferreira volta à quadra, às 15h30, contra o Canadá, que foi derrotado por Porto Rico (63 a 82). O Pan é um laboratório para o técnico Lula testar seus atletas, já que só contará com as estrelas da NBA Nenê, Leandrinho, Baby e Varejão no Pré-Olímpico de Las Vegas, com início dia 22 de agosto, nos EUA. Lula ficou

animado com o desempenho da dupla de pivôs João Paulo e Murilo no garrafão. Além de ajudarem na defesa, foram os cestinhas do Brasil, com 17 pontos cada. Murilo ainda contribuiu com 11 rebotes, e João Paulo com nove. Mas o maior pontuador do jogo foi Frank Elegar, das Ilhas Virgens, com 21. "Os jogadores estão tendo a oportunidade de mostrar qualidade. Murilo é um jogador jovem (esteve em Santo Domingo/2003), mas já é bem integrado ao grupo. E o João Paulo fez uma partida espetacular", avaliou o treinador.

VENEZUELA

Colômbia EQUADOR

Converta slides em fotos digitais A Hammacher Schelemmer vende este aparelho que converte antigos slides e negativos de 35 mm em imagens digitais. Basta inserir o slide ou negativo na abertura e fazer a conversão de imagens, com alta resolução. O aparelho é capaz de escanear os negativos com até 1829 dpi. Depois é só conectar ao computador por uma entrada USB. Por US$ 100. www.hammacher.com/publish/ 74083.asp?promo=homepage

militantes, o grupo ainda é comandado pelo septuagenário fundador Manuel Marulanda, também conhecido pelo apelido de Tiro-Certo. O pre-

sidente colombiano Álvaro Uribe obteve bilhões de dólares em ajuda norte-americana para combater as farc, até agora sem muito sucesso.

F AVORITOS

Cartuchos falsos nunca mais Segundo estimativas, três em cada dez cartuchos de impressora vendidos no mercado são falsos. Mesmo que tragam a marca do fabricante. Isso significa que você pode estar pagando um preço elevado por um produto original, mas levando para casa ou para a empresa um produto de qualidade inferior, além de alimentar a indústria da pirataria. A informação é da Abreci que ajuda, em seu site, a identificar os produtos falsos.

AFP

www.abrecipress.org.br

L OTERIAS Concurso 743 da LOTOMANIA Submarino é içado do fundo do mar

A TÉ LOGO

Seleção brasileira de futsal vence o Paraguai e enfrenta a Costa Rica na semifinal, amanhã

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Depois de toda a polêmica, Brasil busca medalha de ouro no hipismo com Rodrigo Pessoa

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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O SITE DO PAN

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Com cinco vitórias em cinco lutas, Lucélia Ribeiro é tricampeã pan-americana de caratê

Concurso 887 da MEGA-SENA 01

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Nacional Finanças Empresas Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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LEITE E DERIVADOS TIVERAM ALTA DE PREÇOS

por cento foi a expansão do Índice Nacional de Vendas, segundo a Abras.

Luludi/Luz

ABRAS REVÊ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DE SUPERMERCADOS Setor deverá ter expansão de 6,5% nas vendas em 2007 em relação ao ano passado. Se o resultado for confirmado, será o melhor dos últimos oito anos. Patrícia Büll

A

Associação Brasileira de Supermercados (Abras) reviu para cima a expectativa de crescimento do faturamento do setor para 2007. A nova previsão é de que alcance expansão de 6,5% nas vendas sobre 2006, ante os 4% anunciados no início do ano. Se confirmado esse resultado, será o maior aumento dos últimos oito anos. Em junho, o Índice Nacional de Vendas apontou crescimento real, descontada a inflação, de 8,3% sobre igual período do ano passado. Em relação a maio, houve queda de 0,82%, explicada pelo fator calendário, já que junho, além de menos um dia, também teve um feriado. Em valores nominais, houve retração de 0,54% sobre maio e alta de 12,22% em relação a junho de 2006. Segundo Sussumu Honda, presidente da Abras, a revisão para a expansão em 2007 se deve ao forte crescimento regis-

trado no primeiro semestre, com as vendas acumulando alta real de 7,04% de janeiro a junho na comparação com o mesmo período do ano passado. "A recuperação dos preços é o principal fator para o bom desempenho do setor no primeiro semestre", disse Honda. Prova disso é que o Abras Mercado, índice que analisa a variação de preços de uma cesta de consumo com 35 produtos, acumulou alta de 6,06% na primeira metade do ano. No mesmo período de 2006, houve de-

flação de 4,09%. O presidente da Abras destacou que fatores positivos da conjuntura econômica, como o programa Bolsa-Família, a geração recorde de empregos no primeiro semestre e o aumento do poder aquisitivo das classes D e E, ainda como reflexo da alta do salário mínimo, estão colaborando para o crescimento do volume de vendas do setor. De janeiro a abril deste ano, conforme estatística mais recente, houve expansão de 3,2%. Para o segundo semestre de

2007, Honda prevê estabilidade no faturamento. Os motivos são a base de comparação mais alta e a estabilidade dos preços de produtos industrializados e ao natural. Abras Mercado– Em junho, o índice Abras Mercado teve alta nominal de 2,26% em comparação com maio, alcançando R$ 208,38. Descontada a inflação de junho, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja variação foi de 0,28%, o Abras Mercado subiu 1,98%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a cesta analisada pela Abras custava R$ 189,90, a alta foi de 5,83%. As maiores pressões vieram do leite e seus derivados. O longa vida subiu 16,76% em junho sobre igual período do ano passado, o queijo mussarela, 11 , 3 8 % , e o q u e i j o p r a t o , 10,92%. No lado inverso, as maiores quedas foram constatadas em açúcar (-6,38%), tomate (-4,56%) e batata (-3,9%).

Sussumu Honda: forte crescimento no primeiro semestre deste ano

Consumo de aço é o maior da história

O

aquecimento da produção automobilística e de bens de capital levou o consumo de aço no Brasil a seu maior nível histórico. Segundo o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), o consumo nacional de aços planos e longos atingiu 10,3 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2007, valor 13,3% superior ao registrado no mesmo período de 2006. O crescimento das vendas no País vem levando as empresas a redirecionar sua produção para o mercado interno, reduzindo as exportações do produto. "É muito melhor vender no mercado interno, pois atingimos segmentos de maior valor agregado, como o automotivo ou a indústria de ponta", afirmou o presidente do IBS, Rinaldo Campos Soares, que também preside o grupo Usiminas. "As exportações geralmente atingem segmentos menos nobres", disse. O resultado dessa mudança de perfil das vendas, concluiu o executivo, são margens melhores para as siderúrgicas brasileiras No primeiro semestre, houve aumento de 15,6% nas vendas internas de aços planos, usados na fabricação de carros ou eletrodomésticos da linha branca, como geladeiras. O volume atingido – 5,824 milhões de toneladas – é recorde. As vendas de aços longos, usados na construção civil, também atingiram o maior valor da história, 3,517 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 10,6% com relação ao primeiro semestre de 2006. Entre os principais compradores brasileiros de aço estão a indústria automotiva e a Petrobras, que tem um plano de construção de gasodutos. "Está todo mundo operando

no máximo da capacidade", afirmou Soares. A produção nacional de aço deve atingir 34,98 milhões de toneladas em 2007, com um crescimento de 13,2% em relação ao ano anterior. O desempenho tem algum impacto do retorno do alto forno da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que passou quase seis meses parado no ano passado, reduzindo a produção nacional em 1,4 milhão de toneladas. Mas também reflete o bom desempenho dos clientes do setor. "A indústria automotiva vai produzir 2,85 milhões de veículos neste ano e já prevê chegar aos 3,1 milhões em 2008", destacou o presidente do IBS. O aumento do consumo interno provocou uma queda de 10,2% nas exportações do setor, para 5,613 milhões de toneladas no semestre. A receita com as vendas externas, porém, subiu 17%, atingindo US$ 3,5 bilhões, fruto do aumento de preços. Segundo Soares, o preço médio das placas de aço hoje está em torno de US$ 500 por tonelada, ante uma média de US$ 350 cobrada no ano passado. Neste ano, a Usiminas já promoveu altas entre 4% e 5% em seus preços. "Mas a tendência agora é de estabilidade", afirmou. O IBS calcula que o setor receberá investimentos de US$ 29,2 bilhões até meados da próxima década, ampliando a capacidade instalada dos atuais 37,1 milhões para 33,8 milhões de toneladas por ano. Do investimento total, US$ 23 bilhões referem-se a projetos de expansão já iniciados ou novas usinas projetadas, como a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). O restante refere-se a projetos em estudo da Usiminas e da CSN. (AE)

Petrobras paga R$ 2 bi para acionistas

O

Conselho de Administração da Petrobras aprovou ontem a distribuição aos acionistas de juros sobre capital próprio no valor total de R$ 2,19 bilhões. A informação foi divulgada por meio de comunicado de fato relevante ao mercado. O montante a ser distribuído aos detentores de ações da estatal equivale a uma remuneração de R$ 0,50 por ação ordinária e preferencial. "O valor a ser distribuído para os acionistas da companhia está sendo provisionado nas demonstrações contábeis de 30 de junho deste ano", informou a empresa. Ainda de acordo com o comunicado, o montante deverá ser desembolsado até 31 de janeiro de 2008, com base na

posição acionária de 17 de agosto de 2007. A partir do próximo dia 20 de agosto, de acordo com a Petrobras, as ações passarão a ser negociadas na bolsa de valores sob a classificação ex-juros sobre capital próprio. Caso o pagamento ocorra após 31 de dezembro deste ano, serão aplicadas as variações da taxa básica de juros (Selic) desse dia até a data do efetivo pagamento. Esses juros sobre o capital próprio deverão ser descontados da remuneração que vier a ser distribuída no encerramento do exercício social de 2007 e estão sujeitos à incidência de 15% de Imposto de Renda na fonte, exceto para aqueles que declararam ser imunes ou isentos, informou o comunicado. (Reuters)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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líderes antipetistas restantes. Cada um deles pode ser jogado na lata de lixo da História, sem direito a dizer “ai”. Nenhum deles tem cacife para resistir a um esforço conjugado da esquerda para destruí-lo, coisa que até agora ela só não fez porque não precisou. motivo dessa OLAVO DE fraqueza CARVALHO congênita é mais que evidente: esses PERDEDORES políticos e as forças que os

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Assustado com a queda das bolsas? Estude os lances do crash de 87.

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Por Barton Biggs

CORRIAM RUMORES DE PROBLEMAS COM EMPRÉSTIMOS, COMO HOJE. E HAVIA A BOLHA NO JAPÃO, PARECIDA COM A QUE OCORRE NA CHINA

A

que as ações estavam ficando caras, que a inflação e as taxas de juros iriam aumentar em breve e que as práticas financeiras especulativas e danosas estavam desenfreadas. Eles fizeram campanha contra as negociações programadas, as opções, o avançado fundo hedge e o chamado seguro de portfólio. Estavam certos em se preocupar, mas estavam adiantados demais, o que em investimentos pode ser o mesmo que estar errado. O seguro de portfólio era particularmente perigoso porque, na realidade, ele era apenas uma venda automática (para limitar as perdas) disfarçada de uma estratégia sofisticada. O seguro de portfólio significava que uma queda no mercado iria se retroalimentar porque vender iria baixar os preços, o que por sua vez ira provocar novas vendas. m 1987, quando as taxas de juros começaram a subir, sem um céu claro e limpo, as ações americanas começaram a cair. Em 14 e 15 de outubro, a média do Dow Jones caiu 3,8% e 2,4% respectivamente, e, então, na sexta-feira, 16 de outubro, enquanto o seguro de portf ól i o agia, ela caiu mais 4,6%. Na segunda-feira seguinte, houve a explosão total e as perdas vieram em cascata numa quebra épica, com o Dow caindo 22,6% num dia. Hoje, muitos fundos hedge automaticamente vendem nas quedas para se certificar de que não terão de relatar grandes “reduções”, o que é apenas uma

palavra bonita para perdas. Seus clientes fundosde-fundos abominam reduções, já que os fundos hedge não são criados para perder dinheiro nos mercados em baixa. A perigosa semelhança com o seguro de portfólio é que se a queda de preços começa a ganhar força, as posições fundamentais têm de ser liqüidadas por causa das garantias. Em outras palavras, numa queda as ações serão vendidas indiscriminadamente sem levar em conta o valor. Antes, em abril de 1986, o mercado subitamente caiu 7%, com piques de venda muito parecidos com o que ocorreu em 27 de fevereiro deste ano. Os ursos (pessimistas) bateram no peito e gritaram quer a festa tinha acabado. Os assustados touros (o timistas) despejaram ações. Houve mais dois episó-

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G Os pessimistas

bateram no peito e gritaram que a festa tinha acabado. Os otimistas despejaram ações. G A massa de

investidores percebeu que não era negócio entrar em pânico e vender na baixa, porque em seguida teriam de comprar as ações de volta por um preço maior.

dios parecidos nas cinco semanas seguintes e em cada vez os investidores reagiram rapidamente reduzindo suas grandes posições. Em cada ocasião, as a ç õ e s s e re c u p e r a r a m poucos dias depois. Gradualmente, os ursos capitularam e a massa de investidores começou a perceber que não era negócio entrar em pânico e vender na baixa porque em seguida teriam de comprar as ações de volta por um preço maior. omeçando em meados de maio de 1987, os Estados Unidos e a maioria dos m e rc a d o s d e a ç õ e s d o mundo decolaram, com o Dow Jones passando de um pouco acima dos 2200 no começo do mês para bem acima dos 2700 em agosto (um ganho de mais de 20%). A grande capitalização de ações blue-chip lideraram essa onda. O modelo é muito parecido com o que está ocorrendo agora. Cada susto é acompanhado por uma recuperação com novas altas. Gradualmente o pessimismo foi vencido pelos negociadores . As ações com grande capitalização estão em alta. Podemos estar indo para outra queda e então para o fiasco. Minha aposta, porém, é que, em termos de tempo, estamos na primavera de 1987. Mas pode haver um redemoinho na frente. Então, cuidado.

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(C) NEWSWEEK BARTON BIGGS É UM FAMOSO ESTRATEGISTA EM NOVA YORK TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

Mike Segar/Reuters

Se o preço das ações começam a cair com força, as posições fundamentais têm de ser liqüidadas.

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

inda estou otimista sobre as ações, mas há uma lembrança assustadora que fica na minha mente como o canário na mina de carvão. Ela se refere ao mercado americano de ações em 1987 e a quebra de outubro que abalou o mundo. Naquela época, como agora, as bolsas americanas conduziam o mundo e um fracasso aqui causava um fracasso ali. Até quando escrevo isto, não posso ajudar, só posso lembrar de um velho ditado russo: Ignore o passado e você perderá um olho. Prolongue o passado e você perderá os dois. Então mantenha isso na cabeça enquanto estiver me lendo. Mesmo assim as semelhanças históricas são assustadoras. Em 1986 e 1987, os preços das ações tinha conseguido uma forte recuperação da estagflação e do doloroso e prolongado mercado de baixa dos anos 70 até 1982. Tanto as bolsas e a economia dos Estados Unidos estavam crescendo por quase cinco anos, enquanto a inflação e as taxas de juros estavam caindo e as relações preço/lucro estavam aumentando. Além disso, havia rumores de problemas surgindo na indústria americana de poupança e empréstimos, como hoje há o medo do mercado secundário de hipotecas. Na época, uma bolha especulativa furiosa estava surgindo no Japão, muito parecida com o que ocorre na China atualmente. Economistas respeitados e gurus do mercado alertavam

e os nossos liberais e conservadores quiserem tirar proveito da crescente impopularidade do governo Lula para destruí-lo na base do puro moralismo apolítico, sem vincular a corrupção petista ao esquema revolucionário continental que a origina e explica, só conseguirão um resultado: ajudar a esquerda a limpar-se na sua própria sujeira e a emergir ainda mais forte e prestigiosa da revelação dos seus crimes inumeráveis, pronta para cometê-los em dose ainda maior sob o manto da autoridade moral adquirida mediante um antilulismo de ocasião. Habituada a um jogo tático provinciano que só cuida de imagem eleitoral e marketing - sem planos de longo prazo, sem estratégia, sem luta pela hegemonia cultural, sem visão das questões mundiais, até mesmo sem militância organizada -, nossa “direita” não pensa senão em aproveitar-se dos momentos de sorte e minar a reputação do adversário sem precisar fazer política de verdade. s anos finais da carreira de Antonio Carlos Magalhães deveriam bastar como ilustração do destino que aguarda uma facção política conformada a perder sempre e ainda ser acusada de “dona do poder”. Quando todos viam no ex-governador da Bahia uma força política invencível, anunciei que o PT não precisaria de mais de cinco minutos para reduzi-lo à total impotência, só não o fazendo porque não o considerava, até então, perigoso o bastante para ter de ser removido da cena. Ao morrer, o grande cacique não tinha mais de nove adeptos na Câmara onde outrora tivera mais de duzentos. O mesmo afirmei do sr. Paulo Maluf, cuja mais alta ambição política hoje em dia, se alguma lhe resta, é conseguir terminar seus sob a proteção da imunidade parlamentar. Digo agora coisa idêntica dos srs. Aécio Neves, César Maia e demais

O

apóiam só têm eleitores, não militantes. Eleitor é o sujeito que dá uma forcinha ao político, durante alguns segundos, de dois em dois anos. Militante é aquele que luta pelos objetivos do seu partido 24 horas por dia, que se adestra para isso e se imbui de um corpo de sentimentos de solidariedade grupal pelos quais dá a vida e oferece a morte. A esquerda tem milhões de militantes, preparados ao longo de quarenta anos. A “direita” tem eleitores ocasionais, volúveis, dos quais muitos votaram em Lula e não hesitarão em votar em Heloísa Helena. A esquerda faz política nas escolas, nas igrejas, nos lares, nas instituições de cultura e dentro das redações. Faz política até em consultórios de psicologia clínica e aconselhamento matrimonial, injetando fundo seus símbolos e valores nas almas fragilizadas. A “direita” faz política em editoriais de jornal, em manobras parlamentares e em discursos eleitorais. A esquerda, tendo conquistado a hegemonia cultural, dirige o processo como um todo. A “direita” se adapta como pode, tentando defender um votos aqui, um carguinho acolá. Isso não é disputa. É derrota mal camuflada. ada poderia deixar mais evidente a subserviência – ou suicídio -- mental da direita do que a decisão do PFL, quando da sua mudança para DEM, de declarar-se inspirado no modelo do Partido Democrata americano – o partido de Fidel Castro, Hugo Chávez e George Soros. Depois disso, que mais falta para admitir que, com Lula ou sem Lula, com Marco Aurélio Garcia ou sem Marco Aurélio Garcia, só a esquerda tem direito à existência neste país?

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OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA, ESCRITOR E PROFESSOR DE FILOSOFIA

G A direita

faz política em editoriais. A esquerda dirige o processo como um todo. Isso não é disputa. É derrota mal camuflada.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


quinta-feira, 26 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


Congresso Planalto Apagão aéreo CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

GOVERNO X EMPRESAS AÉREAS

quinta-feira, 26 de julho de 2007

crédito: Marcelo Casall Jr./ABr

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Não temos nenhuma responsabilidade direta. Milton Zuanazzi, ANAC

Jamil Bittar/ Reuters

Eymar Mascaro

Na fita

O No centro da crise: ministra da Casa Civil Dilma Rousseff conduz reunião com presidentes de companhias aéreas, antes de Lula dar posse à Jobim

MINISTROS SE REÚNEM COM DONOS DA TAM E GOL Dilma Rousseff e Paulo Bernardo admitem que crise aérea 'é para lá de insustentável' e pedem sugestões

a maior

tragédia

O

s ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do Planejamento, Paulo Bernardo, reconheceram ontem que a situação do setor aéreo "é para lá de insustentável" e ped i r a m a o s p re s i d e n t e s d a TAM, Marco Antonio Bologna, e da Gol, Constantino Oliveira Júnior, que participem do esforço do governo para solucionar a crise aérea. Os dois empresários também tiveram a confirmação de que o governo quer, de fato, abrir o capital da Infraero. Os ministros relataram aos empresários que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é para que todas as providências sejam tomadas e que o governo considera importante contar com a colaboração das empresas para solucionar a crise. "Vocês podem dizer o que está bom e o que não está bom no setor", relatou o ministro Paulo Bernardo sobre a conversa com os empresários, que atualmente dominam 90% do setor. Bologna e Constantino, segundo o ministro, elogiaram o plano do governo. O presiden-

te da TAM referiu-se às medi- um aeroclube. Como o aerodas como "necessárias e prag- porto é estadual, o governo máticas". Eles concordaram quer fazer um consórcio entre que Congonhas não pode mes- estado e União para gerir o aemo ser o "hub", servindo como roporto reformando as instalaponto de partida para várias ções, fazendo uma nova torre de comando e partilhando a localidades. Os ministros insistiram na administração com a Força Aénecessidade de redução dos rea Brasileira (FAB). O aeroporto de Junvôos de Condiaí passaria, gonhas. A metambém, a dida, como reatender aos conheceu os vôos dos jatos e mp re sá r i os , Vocês (Marco executivos, reduz em 40% Antonio, da TAM e que sempre o número de Constantino, da Gol) utilizavam o vôos este ano e podem dizer o que aeroporto de em 30% o moestá bom e o que não Congonhas. vimento dos O governap as sa ge iros . está bom no setor. dor de São Nos cálculos Paulo Bernardo, ministro Paulo, José do governo, do Planejamento Serra, já foi incerca de 5 miformado do lhões de pesprojeto para soas deixarão de transitar por Congonhas es- Jundiaí, segundo Paulo Berte ano com a implantação das nardo. O governo também medidas. Paulo Bernardo dis- quer melhorar a estação do aese que os empresários reconhe- roporto de Viracopos e, por suceram que o governo não tinha gestão dos empresários, deve alternativa, a não ser a de ado- ampliar o número aparelhos tar as medidas que restringem detectores de metais e aumenpousos e decolagens no aero- tar a frota de ônibus para facilitar o transporte de passageiporto de Congonhas. Aeroporto de Jundiaí – Os ros que têm como destino a ciministros comentaram, ainda, dade de São Paulo. Os ministros informaram a proposta do governo de ampliar o aeroporto de Jundiaí aos empresários que o governo (SP), onde funciona, inclusive, solicitou ao presidente do BN-

DES, Luciano Coutinho, o estudo de alternativas de financiamento para ampliar os investimentos nos aeroportos. Da parte do Executivo, o ministro do Planejamento disse aos empresários que o governo estuda a possibilidade de remanejar entre os recursos listados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) mais R$ 2 bilhões para investir em aeroportos, além dos R$ 3 bilhões previstos. CPI – O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Milton Zuanazzi, disse ontem na CPI do Apagão Aéreo da Câmara que a agência reguladora não tem responsabilidade direta pelo acidente envolvendo o Airbus A320 da TAM. "Não temos nenhuma responsabilidade direta", explicou. Segundo ele, a ANAC só teria responsabilidade se, porventura, equipamentos ou pistas estivessem fora do parâmetro. Mas Zuanazzi disse que isso não ocorreu, de acordo com os laudos técnicos que possui sobre o dia do acidente. Antes, ele também respondeu que, mesmo sem as ranhuras, a pista de Congonhas estava acima das condições mínimas de atrito exigidas por normas internacionais. (AE/ABr)

Serra defende ampliação de Cumbica e Viracopos

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governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem, no Recife, que a proposta do governo federal para construir um novo aeroporto não trará resultados no prazo esperado. Ele avalia a decisão como uma solução para daqui "10, 15 anos". Para o tucano, o governo deve se concentrar nos aeroportos de Cumbica e de Viracopos que, ampliados, poderão dar conta do processo. "Vamos jogar a solução do problema para o futuro. Esse será o resultado de um novo aeroporto", informou Serra. O governador lembrou que, com a ajuda de recursos federais, é possível tirar do papel as obras de construção da terceira pista em Cumbica, melhorar a infra-estrutura de Viracopos e iniciar o projeto do trem expresso entre São Paulo e Guarulhos. "Ainda dá para instalar a linha de Campinas". Na avaliação de Serra, o atual caos no setor aéreo é motivado pela total "falta de rumo" na condução do caso. "Gastaram R$ 500 milhões na parte comercial e no abrigo de passageiros de Congonhas, mas não arrumaram a pista". (AE) Leia mais sobre a crise aérea no caderno de Cidades

prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirma que subirá ao palanque com José Serra durante sua campanha de reeleição. Ele tem certeza que contará com o apoio do tucanos em 2008. O democrata garante que o PSDB não terá candidato próprio. Do outro lado, o tucanato paulista não é tão enfático. O partido ainda não decidiu o que fará. O presidente do diretório municipal da legenda, Tião Farias (SP), diz que é inviável deixar de disputar a cidade de São Paulo. O mesmo pensamento é refletido dentro do DEM. E o deputado Rodrigo Maia (RJ) afirma que a candidatura de Kassab "é irreversível".

DIVISÃO

Longe desse caso, o PT espera pela candidatura de Alckmin e Kassab. Os petistas apostam na divisão de votos entre os dois políticos. O governador José Serra também conta com essa chapa PSDB/DEM. Ele teria o apoio dos democratas na disputa pelo Planalto em 2010.

CANDIDATURA

Dentro do PSDB, a informação passada é de que Alckmin deseja concorrer ao cargo de prefeito em 2008, mas pode mudar de idéia dependendo do desempenho de Kassab nas próximas pesquisas. O atual prefeito apresentou um bom desempenho no resultado do último levantamento do Datafolha.

SONHO

O PT manterá o discurso contra Alckmin, alegando que o exgovernador pretende disputar a prefeitura, mas deseja mesmo retornar ao governo de São Paulo. Os petistas garantem que o tucano seguirá o mesmo caminho de José Serra.

IGUAIS

O DEM garante que Kassab disputará a eleição com capacidade de vitória, independente dos adversários. Os democratas, de forma velada, só pedem uma decisão final de Geraldo Alckmin. A questão, segundo os líderes da legenda, é simples: disputará ou não a cadeira. A legenda pressionará o aliado nas próximas semanas.

Fernando Haddad também já declarou que tem interesse na disputa.

INCENTIVO

Aécio Neves decidiu apoiar a candidatura Alckmin em São Paulo. O mineiro diz que a legenda não pode ficar de fora da disputa pela capital paulista. Ele considera fundamental o PSDB brigar pela reconquista da administração na capital.

INTERESSE

Há quem credite esse interesse de Aécio por São Paulo um recado para José Serra, um dos principais interessados na aliança com o DEM. Tudo indica que o mineiro e o paulista disputarão a vaga de candidato ao Planalto do tucanato em 2010. Os dois estão de "olho" nos votos paulistas. Serão mais de 10 milhões de eleitores.

APELO

O PSB também disputará a prefeitura paulistana. A legenda lançará a deputada Luiza Erundina. Para o partido, o espaço conquistado em São Paulo trará frutos para o projeto de Ciro Gomes (CE), que deseja concorrer a presidente. Mas ele também aceita a vaga de vice. Erundina e Marta, caso a ministra decida concorrer em 2008, poderão dividir o eleitorado petista.

MESMA LINHA

Mesmo não admitindo o PT paulista está preocupado com o desgaste político de Lula após o trágico acidente com o Airbus da TAM, em Congonhas. O partido sabe que o presidente perdeu pontos nas pesquisas de popularidade. Resta saber o impacto desses números na campanha eleitoral.

PREFERÊNCIA

As sondagens feitas pelos petistas ainda apontam Marta Suplicy como a melhor opção para o partido na disputa por São Paulo. Ainda há quem defenda o nome do senador Aloizio Mercadante, lembrando que ele recebeu 34% dos votos na capital quando se candidatou ao governo paulista contra Serra.

RESERVAS

Além da ministra e do senador, o PT tem uma lista de pré-candidatos formada pelos deputados Arlindo Chinaglia, José Eduardo Martins Cardozo e Jilmar Tatto. O ministro da Educação

CHAPA

Nos corredores de Brasília, o movimento favorável a chapa Aécio e Ciro ganha corpo com o passar dos meses. Todos os sinais indicam que uma possível migração do tucano para o PSDB ratificaria a coligação. Michel Temer (PMDB-SP) sonha com a formação dessa parceria. Ele prevê que os votos de Minas e do Nordeste seriam revertidos para o seu candidato.

VAIAS

O PT comemorou a decisão de Lula de adiar suas visitas aos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, nas próximas semanas. O presidente, mesmo não assumindo, está com muito medo de ser vaiado novamente. Ele sabe que a maioria das vítimas do avião da TAM moravam em cidades do Sul. Ele irá para o Nordeste. A região é território amigo, avalia o Palácio do Planalto.


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Empreendedores Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TESOURO VAI SUBSIDIAR SETORES

quinta-feira, 26 de julho de 2007

799

bilhões de reais era o estoque de crédito em junho, o que equivale a 32,3% do PIB.

DEPOIS DE 43 DIAS, MEDIDAS PARA AJUDAR SETORES PREJUDICADOS COM A ALTA DO REAL SÃO OFICIALIZADAS

SAI MP PARA "ÓRFÃOS DO CÂMBIO" P Leonardo Rodrigues/Hype – 19/4/05

Nese, da CNS, diz que entidade entrará com recurso e mais duas liminares contra o novo regime tributário

Negada liminar contra Supersimples Renato Carbonari Ibelli

A

Confederação Nacional de Serviços (CNS) teve negada liminar contra o Supersimples. A entidade havia ingressado na 14° Vara Federal com mandado de segurança pedindo que as empresas de serviços permanecessem até o final do ano no Simples Federal, regime que foi extinto com a instituição do Supersimples. As empresas do setor dizem que terão prejuízo com a mudança. A CNS entrará com recurso e com outras duas liminares contra o novo regime tributário.

Uma das novas liminares da CNS vai pedir a criação de uma tabela com alíquotas únicas para todos os setores. A entidade argumenta que, como o Supersimples usa o faturamento das empresas como parâmetro, não poderia haver diferenciação no momento da tributação por ramo de atividade. Uma segunda liminar pede que o novo regime tributário permita a entrada de todos os segmentos de serviços. A liminar inicial foi negada pelo Juiz Federal Roberto Luís Luchi Demo, que alegou que a mudança de regime "não implicou comprovação de qualquer prejuízo" para as empre-

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sas de serviços filiadas à CNS. O juiz argumentou também que essas empresas "não deixaram de usufruir de regime de tributação especial, mas sim, passaram a recolher com base no novo regime". Argumentos — O presidente da CNS, Luigi Nese, diz que entrará com recurso contra os argumentos do juiz. Segundo Nese, haverá prejuízo para as empresas que representa. Nese diz que a maioria das empresas de serviços foi incluída em tabelas com alíquotas mais altas em relação às tabelas nas quais se enquadraram as micros e pequenas empresas de outros setores. "A única que traria benefícios para empresas de serviço seria a tabela três, mesmo assim se fosse retirada a obrigatoriedade da progressividade do Imposto Sobre Serviço (ISS)." Nese questiona o fato de a progressividade de outros tributos previstos nas tabelas do Supersimples terem como ponto de partida uma alíquota zero e, no caso do ISS, imposto que mais onera as empresas de serviços, variar de 2% a 5%. Também correm no Supremo Tribunal Federal (STF) ações diretas de inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei Complementar nº 123, que criou o novo regime. Uma delas é da Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais, com a alegação de que o Supersimples "fere a autonomia financeira e administrativa dos municípios".

assados 43 dias do anúncio das medidas, o governo editou ontem medida provisória (MP) para colocar em prática parte do pacote de apoio ao setores prejudicados pela valorização cambial. A MP cumpre a promessa de criar três linhas especiais de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com valor total de US$ 3 bilhões e taxas de juros subsidiadas pelo Tesouro Nacional para os setores de couro, calçados, têxtil, de confecções e moveleiro. O texto permite ainda a apropriação imediata, por essas indústrias (e também por empresas de setores como eletroeletrônico e automotivo) dos créditos de PIS/Cofins recolhidos na compra de máquinas e equipamentos nacionais e importados. Antes, a recuperação do valor desses tributos demorava 24 meses. Pelas contas do Ministério da Fazenda, o subsídio ao crédito e o incentivo tributário custarão R$ 1,057 bilhão aos cofres públicos. A MP também regulamentou a ampliação do universo de empresas exportadoras que se beneficiam da suspensão de PIS/Cofins incidente sobre a compra de insumos e de bens de capital. Anteriormente, apenas as companhias que exportavam 80% da produção

eram favorecidas. A partir de agora, empresas dos setores têxtil, de confecções, calçados, moveleiro, eletrônico e automotivo que exportam 60% também serão beneficiadas. Essa mudança permitirá a inclusão de mais 60 empresas nesse regime especial. As três iniciativas começaram a vigorar ontem, com a publicação da MP. O governo federal, entretanto, ainda não conseguiu arrematar a aplicação das "medidas de fortalecimento da indústria" — o pacote anunciado no último dia 12 de junho pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para combater "os efeitos da valorização cambial" e a "concorrência desleal" com a China. Resistências — O Uruguai e o Paraguai resistem à elevação da proteção comercial aos setores têxtil e de confecções no Mercosul — mediante aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) — e impedem a adoção de tarifa de importação específica para confecções, calculada por peso desembarcado. Dificilmente os países vizinhos concederão uma permissão para o Brasil aplicar, sozinho, tarifas maiores sobre as importações de itens desses segmentos. Para o setor calçadista, já houve consenso no bloco sobre o aumento da TEC de 20% para 35%. Mas ainda faltam as assinaturas dos mi-

nistros dos quatro países. Mencionada como iniciativa adicional pelo ministro Mantega, durante o anúncio do pacote em junho, a desoneração da contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) permanecerá na pasta das "medidas eternamente em estudos". Para cumprir essa promessa informal, o governo teria de compensar a perda de arrecadação para a Previdência com a elevação da alíquota da Cofins — medida hoje impensável. Ao anunciar as medidas, o Ministério da Fazenda garantiu que as linhas subsidiadas do BNDES e os incentivos fiscais atrelados ao desempenho exportador das empresas não deveriam causar constrangimentos ao Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas o Itamaraty não havia sido chamado a opinar a respeito de uma possível inadequação dessas medidas às normas da organização. Experientes diplomatas reconhecem que a OMC proíbe a concessão de benefícios fiscais em troca de desempenho exportador, como acentua o Artigo 3 do Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias. Neste mês, os Estados Unidos indicaram que vão pedir consultas ao Brasil sobre os subsídios embutidos nas novas linhas do BNDES. (AE)

Empresas voltam a buscar crédito

O

c h e f e d o D e p a r t amento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes, afirmou ontem que há um movimento de retorno das empresas para a captação de crédito no sistema financeiro. Com base em conversas com as instituições financeiras, ele disse que, depois da migração de grande parte das empresas para o mercado de capitais desde o fim de 2006, agora há um retorno para os bancos, que oferecem algumas modalidades de financiamento com taxas "bastante competitivas", que voltaram a atrair as empresas.

"Os juros mais baixos no crédito para pessoas jurídicas estimulam o retorno das empresas ao sistema financeiro", disse. "O capital de giro, por exemplo, tem sido bastante demandado", acrescentou. O volume de operações totais no capital de giro em junho subiu 3,6% e em aquisição de bens, 4,8%. Já os juros das operações com taxas flutuantes nessas duas modalidades tiveram queda no mês passado, ficando em 20,2% no caso do capital de giro (ante 20,7% em maio) e em 16,3% no crédito para aquisição de bens (ante 17,9% no mês anterior).

Banco Central (BC). Nas Juros caem operações de crédito para para 37% ao ano pessoa física, a taxa média

A

taxa média de juros do crédito bancário no País caiu para 37% ao ano em junho, ante 37,4% em maio, segundo dados divulgados ontem pelo

passou de 48,6% para 48,4% ao ano, enquanto para pessoa jurídica o juro caiu de 24,3% para 23,7% ao ano. No acumulado de janeiro a junho, a taxa média de juros diminuiu 2,8 pontos

Prazo — O prazo médio de 329 dias nas operações de crédito em junho foi o maior da série histórica. Segundo Lopes, o prazo de 260 dias (ante 252 dias em maio) para pessoas jurídicas também foi o maior. Para as pessoas físicas, o prazo de 405 dias das operações de crédito é o mais extenso desde agosto de 2000, quando era de 407 dias. Para Lopes, o aumento nos prazos é um dos fatores que vão sustentar a continuidade do crescimento do crédito no Brasil, especialmente no segmento pessoa física. Outro fator que deve contribuir é o aumento da renda. (AE) percentuais. No período de 12 meses, a queda acumulada é de 6,2 pontos percentuais. O volume de operações cresceu 1,3% em junho, totalizando R$ 799,207 bilhões, o equivalente a 32,3% do Produto Interno Bruto brasileiro. (AE)


quinta-feira, 26 de julho de 2007

Congresso Planalto Reforma agrária CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SEM TERRA ACUSAM OS CALHEIROS DE GRILAGEM

Não resta outra alternativa senão pedir intervenção nesse cartório. Carlos Lima, da CPT

Lula Castelo / AE

A fazenda Boa Vista, que está em nome do deputado Olavo Calheiros, agora ostenta uma bandeira do MST.

APÓS INVASÃO, PROTESTOS DO MST

C

erca de 2.500 trabalhadores rurais sem-terra, ligados a quatro movimentos sociais – MST, CPT, MLST e MTL – realizaram ontem uma grande manifestação em defesa da reforma agrária e contra a grilagem de terras em Alagoas. O ato público, seguido de passeata, aconteceu na cidade de Murici, a 59 quilômetros de Maceió. Entre os manifestantes estavam parte das 400 famílias de sem-terra que invadiram na terça-feira a fazenda Boa Vista, do deputado federal Olavo Calheiros, irmão do presiden-

te do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB de Alagoas. Os manifestantes ameaçaram invadir a fábrica de refrigerantes da Schincariol, o cartório, o fórum e o prédio da prefeitura do município, cujo prefeito, Renan Filho, é filho do presidente do Senado. As lideranças dos movimentos denunciam a família Calheiros de grilagem de terras e vão entrar com uma ação na Justiça exigindo intervenção no cartório de Murici. Eles acusam a dona do cartório, Maria de Lourdes Ferreira Moura, de falsificar escrituras e certidões para "legalizar" terras griladas

pela família de Renan. "Em 2005, ocupamos esse cartório para perguntar a dona Lourdes onde estão as escrituras da terras das usinas falidas, que devem ao INSS e ao Banco do Brasil, mas tomamos conhecimento que a documentação tinha sido desviada", afirmou Carlos Lima, coordenador da Comissão Pastoral da Terras (CPT). "Por isso, agora não resta outra alternativa senão pedir intervenção nesse cartório", acrescentou. O prefeito Renan Filho não estava na cidade. Seus assessores disseram que ele estava em Maceió. (AE)

Governo do Pará libera as sextas-feiras para a praia

O

s servidores estaduais do Pará ganharam uma vantagem extra do governo local. Um decreto da governadora Ana Júlia Carepa (PT) estabeleceu ponto facultativo para os funcionários públicos nas sextas-feiras de julho. A medida já valeu para os dias 13 e 20 de julho e será adotada novamente

amanhã. O governo admite que a decisão facilita as viagens até as praias. A petista já tomou outras medidas polêmicas, como a nomeação de parentes para empregos na administração local. Em maio, teve de exonerar o irmão, Luiz Roberto de Vasconcelos Carepa, diretor de Saúde Pública. Já tinha indicado outro irmão, José Otávio

Carepa, para a subsecretaria de Esportes. Outras nomeações foram a de uma cabeleireira e de uma esteticista, já demitidas. A assessoria de Comunicação Social explicou que "é um costume o funcionalismo estadual negociar o facultamento das sextas-feiras de julho. O decreto normatiza uma prática comum". (AE)


quinta-feira, 26 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

25/7/2007

COMÉRCIO

11

0,87

por cento foi a rentabilidade média dos fundos de renda fixa em junho, de acordo com a Anbid.


Ano 83 - Nº 22.425

São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Ailton de Freitas/Ag.O Globo

NOVO PLANO DE VÔO

O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, assumiu o comando com "carta branca", ontem, e hoje já virá a SP para visitar Congonhas, o IML, o governador Serra e o prefeito Kassab. Ao empossá-lo, o presidente Lula contrapôs afagão ao apagão aéreo, prometendo que as Forças Armadas começarão a ser preparadas agora para o futuro. E admitiu seu medo de voar. Págs 3 e 4

Novidades no ar Ranhuras abertas na pista, Congonhas vazio e o prefeito Kassab ameaçando pôr no chão o hotel na rota dos aviões. E a Airbus fala em indenizações. C 1 a 4; E 9 e Editorial, 6 Valter Campanato/ABr

Marcelo Soares/Hype

Márcio Fernandes/AE

BANDEIRA DO MST NA FAZENDA DOS CALHEIROS Cerca de 2.500 sem-terra fizeram ontem passeata e ato público pela reforma agrária em Murici, Alagoas, onde fica a fazenda Boa Vista, do deputado Olavo Calheiros, irmão de Renan, presidente do Senado. A propriedade foi invadida na terça-feira por 400 famílias que lá hastearam a bandeira do MST (foto). Os manifestantes prometem ir à Justiça para denunciar a família Calheiros de grilagem de terras e "exigir a sua legalização". Página 5 Lula Castello Branco/O Jornal/AE

HOJE Parcialmente nublado Máxima 15º C. Mínima 7º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 18º C. Mínima 5º C.

Martin Bernetti

BOA VIAGEM

Conheça as simpáticas cidades da Noruega navegando por fiordes no extremo norte do planeta.

Jaime Borquez

Robson Fernandes/AE

Brasil na corrida do ouro Hudson de Souza (à esq.) é bicampeão Pan-Americano dos 1.500 m e quebra o recorde sul-americano. Maurren Maggi (à dir.) no seu salto em distância que lhe valeu o ouro. Em Logo e www.dcomercio.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 26 de julho de 2007

Internacional

A ONU não pode parar o desenvolvimento nuclear do Irã Mahmoud Ahmadinejad, presidente iraniano

Ali Yussef/AFP

Mushtaq Muhammad/Reuters

Garotos iraquianos saem às ruas de Bagdá em comemoração à vitória contra os sul-coreanos no futebol

Caixões carregam corpos de policiais mortos no sul de Bagdá, que teve ontem novos episódios de violência

IRAQUE EM 2 TEMPOS

Futebol une xiitas, ...mas explosões no curdos e sunitas... pós-jogo matam 50 País celebra vitória da seleção contra a Coréia e vaga na final da Copa da Ásia

Dois carros-bomba explodem em Bagdá e matam torcedores; 130 ficam feridos

O

ais de uma hora após o goleiro Noor Sabri ter feito a defesa decisiva que levava a seleção iraquiana à final da Copa da Ásia, a explosão de dois carros-bomba provocava a morte de pelo menos 50 torcedores que comemoravam o feito nas ruas de Bagdá, informaram fontes policiais e hospitalares. Mais de 130 pessoas ficaram feridas nas explosões.

Iraque vivenciou na tarde de ontem um raro momento de paz e unidade, deixando de lado, por cerca de duas horas, a violência sectária entre a maioria xiita muçulmana e a minoria sunita árabe, que já custou dezenas de milhares de mortos no país. Até mesmo os iraquianos na região autônoma do Curdistão, no norte, ergueram bandeiras nacionais — os curdos normalmente encaram a ban-

deira como um símbolo árabe. O motivo? Um jogo de futebol envolvendo a seleção do país e a Coréia do Sul, pelas semi-finais da Copa da Ásia. O Iraque, do desconhecido treinador brasileiro Jorvan Vieira, surpreendeu a favorita Coréia do Sul e chegou pela primeira vez à decisão, ao vencer nos pênaltis por 4 a 3, depois de um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação. A partida foi disputada em Jacarta, na Indonésia. A

melhor campanha do Iraque fora um quarto lugar em 1976, única vez em que a seleção havia chegado às semifinais. "Todos sabem as dificuldades que passamos no Iraque, e isso que alcançamos no campo é apenas uma ajuda modesta que podemos dar a nosso povo", disse o goleiro Noor Sabri. "Estou quase chorando de alegria. A vitória representa o modo como todos nós podemos viver juntos", disse o torcedor Nuri al Najjar. (Agências)

M

Os alvos foram torcedores reunidos em Mansour, um bairro da zona oeste de Bagdá, e nas proximidades de um posto militar na zona leste da cidade, informaram as autoridades locais. O primeiro ataque ocorreu quando um carro-bomba foi detonado perto de uma multidão reunida em frente à sorveteria em Mansour. Pelo menos 30 pessoas foram mortas no ataque, informaram a polícia e

autoridades hospitalares. Cerca de 75 pessoas ficaram feridas, informou um oficial do ministério do Interior. O segundo ataque ocorreu quando outro carro-bomba foi detonado, 45 minutos depois, em um fila com vinte veículos que aguardavam para atravessar um posto de controle militar. A polícia iraquiana informou que outras três pessoas foram mortas a tiros e pelo menos 17 ficaram feridas. (AE)

Amos Ben Gershom/Reuters

Ó RBITA

PROMESSAS ratibbha Patil, a primeira mulher eleita P presidente na Índia, foi Shimon Peres, ao centro, recebeu os chanceleres do Egito e da Jordânia

Visita árabe a Israel: "uma mão de paz"

C

hanceleres do Egito e da Jordânia iniciaram ontem visita a Israel com o objetivo de apresentar formalmente um plano de paz árabe e "estender uma mão de paz" em nome do Oriente Médio. Mas o que era para ser um dia histórico transformou-se em apenas uma reunião diplomática. Isso porque, à princípio, os ministros desembarcariam como representantes da Liga Árabe, na primeira vez na história que a entidade enviaria uma delegação oficial a Israel — Egito e Jordânia mantêm relações diplomáticas com Tel Aviv. A própria Liga negou, horas mais tarde, que estivesse

representada no encontro. A proposta entregue pelos países segue o plano de paz da Liga elaborado em 2002 pela Arábia Saudita, e prevê o reconhecimento pleno de Israel por todos os países da região em troca da retirada de todos os territórios árabes ocupados e da criação de um Estado palestino. Embora o governo israelense tenha elogiado o plano saudita, considera "inaceitáveis" algumas das suas partes. O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou que está determinado a "iniciar" e "liderar" um processo político para resolver os conflitos, sem "esperar" a ajuda dos árabes. (Agências)

Chávez: mais estatização

O

governo da Venezuela planeja nacionalizar 15 jo in t-v ent ures petroquímicas que atuam no país, informou ontem o jornal "El Nacional". Em 13 delas, a estatal Pequiven tem uma participação minoritária. "A extensão da produção de petroquímicos é tão grande que há espaço para o setor privado", disse o presidente da Pequiven, Saul Ameliach. "É realmente necessário que toda a cadeia de produção seja

compartilhada conosco, desde a exploração do material primário à produção de bens com valor agregado", completou. Segundo o executivo, os parceiros do setor privado já estão se preparando para se tornarem acionistas minoritários. A nacionalização do setor petroquímico se segue à decisão do governo de Hugo Chávez de controlar a exploração e a produção de petróleo, cujo processo foi finalizado em maio. (AE)

empossada ontem com um discurso enfático em prol das mulheres, "que muitas vezes são tratadas no país como cidadãs de segunda classe". Ela prometeu lutar contra um dos maiores problemas na Índia: a prática do aborto, largamente utilizada quando o feto é do sexo feminino. (AE) Prakash Singh/AFP

Pratibbha: pelas mulheres

VIOLÊNCIA atiraram quatro foguetes contra Iumansurgentes cidade no noroeste do Paquistão matando 10 pessoas e ferindo 40. O episódio agrava ainda mais a tensão entre os militantes islâmicos e o governo do presidente Pervez Musharraf. Desde o sangrento cerco à Mesquita Vermelha de Islamabad, no início deste mês, 300 pessoas já morreram. (AE)


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Nacional Finanças Empreendedores Comércio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Cuore, trisk, trio, trufas de damasco são outras guloseimas oferecidas pela Mariza Doces

TRÊS MIL BEM-CASADOS SÃO FEITOS DIARIAMENTE

´ COM AÇUCAR

Marcelo Min/AFG

MARIZA DOCES REALIZA OS SONHOS DAS NOIVAS

EMPREENDEDORES

E COM AFETO Angela, Sandra, Maria Patrícia, Mariza e Silvia: cada uma é responsável por uma área da empresa.

Capricho é essencial na fabricação dos doces e na confecção de embalagens Kety Shapazian

O LETREIRO

C

erta está a apresentadora de televisão Hebe Camargo. Ela diz: "Se eu sei que na festa terá doces da Mariza, saio de casa sem jantar". O nome da empresa, Mariza Doces, virou sinônimo de qualidade e requinte. Para Angela de Castro Pereira, responsável pelo setor de expedição, a marca é "um verdadeiro patrimônio".

SEGREDO

O

segredo do sucesso, segundo Angela de Castro Pereira, é gostar do que faz e fazê-lo com carinho. "Nós somos apaixonadas pelo trabalho. Adoramos os detalhes, ver se a cor da fita combina com a do papel." Sandra Chuairi concorda. "As colaboradoras devem ter habilidade e amor pelo trabalho. Quem entra, dificilmente sai. Alguns funcionários se conheceram aqui, se casaram e hoje têm filhos trabalhando conosco."

trabalho destas cinco mulheres (foto à direita, acima) tem sido, nas últimas décadas, traduzir em açúcar e afeto o sonho de muitas noivas. O açúcar está no bemcasado (obrigatório em todos os casamentos), na trouxinha de coco, no camafeu de nozes, no brigadeiro chique (versão com ouro comestível) e tantos outros doces. O afeto aparece nas delicadas forminhas e embalagens que envolvem esses produtos, no capricho dos bolos – um trabalho totalmente artesanal, que os funcionários aprenderam com dona Mariza Chuairi, da Mariza Doces, empresa que já realizou o sonho de muita moça casadoira com sobrenome famoso e de tantas outras, menos conhecidas. A mãe de dona Mariza, Ená, ensinou as dez filhas a costurar, bordar e cozinhar. "Elas eram extremamente habilidosas. Faziam a própria roupa, cuidavam da casa, confeccionavam flores de biscuit para b ro c h e , a r r a n j o p a r a c h apéus", diz Silvia Chuairi, uma das netas de dona Ená. "Para minha avó, as filhas deveriam usar as habilidades para trabalhar, para não ficar na mão dos outros. Dizia quem se um dia precisassem se sustentar, deveriam recorrer à culinária porque sempre haverá festas e não existe comemoração sem doce, sem bolo". Inventos Quando a avó Ená e uma tia, Terezinha, começaram a fazer doces para fora, dona Mariza, apesar dos quatro filhos pequenos, ajudava na cozinha quando podia. Em 1975, quando as duas morreram no mesmo ano, ela deu continuidade ao trabalho. Não parou de criar embalagens diferenciadas pa-

ra os bem-casados e forminhas de papel para os doces. Inventou uma maquininha com quatro cilindros – usada até hoje – para plissar o papel em forma de flor, a "cara" da empresa. "Crescemos, mas nosso jeito de trabalhar continua o mesmo", explica Silvia. Não faltam na sede da empresa, em Pinheiros, detalhes para chamar a atenção. A funcionária Margarida mostra uma peça de bronze, usada para "apertar" papel verde recortado em forma de folha. O resultado final é uma delicada folhinha, muito parecida com a real. Em outro canto, em volta de uma mesa quadrada, outras seis colaboradoras, cada uma com seu equipamento – uma almofada de cor clara e dois boleadores –, marcam cada pedaço de papel ou de tecido 32 vezes para as pontas se levantarem. O resultado é uma embalagem em forma de flor. Dona Mariza lembra quando "revolucionou" a bala de coco, produto tradicional em festas durante a década de 1970, quando era envolto em papel. Todas as doceiras faziam igual. Menos ela, que embrulhava as balas em pedaços de tule amarrado. "Parecia uma flor. Imagine uma bandeja cheia de flores e uma mesa cheia de bandejas", conta. "Digo sem vaidade: criei tudo o que existe hoje na praça. É tudo modelo Mariza", afirma. "Em alguns dias, minha mãe chega e fala 'Hoje, vamos inventar alguma coisa nova´. E ela sempre consegue", diz Silvia. Tudo na Mariza Doces é absolutamente fresco – a única geladeira da empresa é usada apenas para guardar coco. Os bolos demoram, no mínimo, dois dias para ficar prontos. Da cozinha onde são preparados apenas os bem-casados, em uma unidade do outro lado da rua, saem diariamente 3 mil desses doces. Cada um custa,

Da linha de montagem da Mariza Doces saem várias delícias para satisfazer os paladares mais exigentes

na embalagem mais simples, R$ 10. O preço unitário pode ultrapassar os R$ 10, quando são embalados em veludo ou acompanham peças de cristal. Várias versões Além do bem-casado tradicional, recheado com doce de leite, são feitos recheios de damasco, baba-de-moça, limão e maracujá. A versão kosher do doce tem sua confecção supervisionada por um rabino. Além da coletividade judaica, a Mariza Doces atende a árabe e a armênia. Essa última, é a mais gulosa, "entrega" a empresária. A conta costuma ser de dois bem-casados por pessoa, mas tem gente que encomenda quatro, até cinco. Segundo Sandra Chuairi, irmã de Silvia, e responsável por esse departamento da empresa, o bem-casado, além de gostoso e prático, pode substituir a lembrança de casamento e até o bolo. Sandra e suas nove ajudantes também fazem o bem-nascido, a versão menor da guloseima, para celebrar o nascimento de bebês. Atendem ainda empresas que entregam o doce como lembrança em seus eventos. A terceira irmã cuida das

compras. Marcia Maria Patricio é a responsável pelas milhares de fitinhas das mais variadas cores, de diversos tecidos e dos papéis mais bonitos. Não importa em qual parte do mundo esteja o produto – se vir algo diferente e de bom gosto, não hesita em comprar. A quarta "irmã" é, na verdade, a prima Angela de Castro

Pereira, autora de outras receitas, como o cuore, o trisk, o trio, a trufa de damasco e o doce de coco queimado. Ela também cuida da arrumação das mesas e vai aonde for preciso para tudo ficar perfeito. A Mariza Doces já fez bar-mitzá na Venezuela, festas de casamento em Londres, Roma e Paris. Além de em todo o Brasil. claro.

PEDRA

P

ara Angela de Castro Pereira, transformar o sonho da noiva em cores, doces e forminhas não é uma tarefa fácil. "Às vezes, ela escolhe algumas cores de embalagens que, para nós, não ficam bonitas juntas. Tentamos, sutilmente, mostrar outros caminhos, outras combinações, mas temos de respeitar." Tem moça que escolhe o casamento inteiro em meia hora. Outra demora meses para se decidir. "Percebemos que a noiva finalmente viu o que queria pelo brilho do olhar", afirma.

Formas especialmente desenvolvidas são um dos vários diferenciais da empresa, que se orgulha de ter criado "tudo" de novo oferecido hoje no mercado de festas de diversos formatos, especialmente as de casamento.


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Danilo Verpa/Folha Imagem

1 Marcelo Soares/Hype

Pista principal do Aeroporto de Congonhas deve ser reaberta amanhã.

Congonhas: operários trabalham na instalação do grooving, ranhuras na pista que melhoram a drenagem de água e evitam aquaplanagem de aeronaves, pois aumentam o atrito. Airbus não fala em recall dos seus aviões.

Airbus admite pagar indenizações Porta-voz da empresa afirma que "todas as partes" na tragédia contam com seguro e que as famílias serão recompensadas. Mas evita discutir as causas do acidente.

a maior

tragédia

A

Airbus admite que famílias e "amigos" das vítimas serão compensados financeiramente pelo acidente ocorrido com o avião da TAM, na semana passada, em São Paulo. Em entrevista à Agência Estado, o porta-voz da empresa, Justin Dubon, deixou claro que a companhia conta com um seguro. Porém, ele evita responder quantos acidentes o modelo A320 já sofreu no mundo e diz que, até o momento, não há porquê fazer um recall de suas aeronaves, diante das suspeitas relacionadas ao reverso da turbina. "Todas as partes (na tragédia) contam com seguros e, como em outros acidentes na aviação, familiares e amigos das vítimas terão a possibilidade de receber uma compensação financeira", afirmou Dubon, sem deixar claro de que maneira as famílias das vítimas podem ser compensadas pela fabricante da aeronave. Recall - Dubon afirmou que a empresa está acompanhando as investigações do acidente e que todas as recomendações serão seguidas, mas esquivou-se em relação ao eventual recall das aeronaves. "Estamos apoiando e acompanhando as investigações com atenção e vamos seguir qualquer recomendação que for decidida", afirmou. "Até agora, isso (um recall) não foi mandatado. De todas as formas, tomamos as medidas necessárias para manter os máximos níveis de segurança", disse.

A empresa também adotou a posição de extrema cautela quando a pergunta é sobre as causas do acidente, que matou cerca de 200 pessoas. "Até que os detalhes completos das investigações não sejam divulgados, não podemos especular sobre as causas do acidente. Mesmo acidentes sob situações similares são diferentes. Portanto, seria inapropriado alimentar uma especulação", afirmou Dubon. Em relação ao reverso do Airbus, que estava com defeito, o porta-voz seguiu a mesma linha da TAM, que defendeu a utilização da aeronave, apesar do problema ter sido constatado antes do acidente. "As autoridades que certificam a aeronave permitem que um aparelho possa voar com o reverso inoperante, desde que esteja adequadamente desconectado, por um período de até dez dias. O reverso é apenas uma ajuda adicional para frear e não necessita ser certificado pelas autoridades", disse. Congonhas - A pista principal do Aeroporto de Congonhas deve ser reaberta a partir do meio-dia de amanhã. Segundo o diretor de operações da Infraero, Rogério Barzellay, a reabertura só não vai acontecer se voltar a chover hoje e amanhã, atrapalhando as obras de recuperação da pista e instalação do grooving (ranhuras), que começaram ontem. O grooving é uma série de pequenas ranhuras na pista que auxiliam na drenagem da água, evitando que os aviões derrapem em dias de chuva. Duas máquinas, uma em cada cabeceira da pista, iniciaram os trabalhos para fazer as ranhuras, que ajudam a

escoar a água e melhoram a aderência do avião na pista. Os operários estão trabalhando dia e noite. Após a reabertura da pista, o serviço será feito apenas de madrugada A volta dos pousos e decolagens na pista principal de Congonhas deverá acontecer dentro das novas normas baixadas pela Associação Nacional da Aviação Civil (Anac), que proíbe vôos de conexões, o que deve reduzir o movimento em até 30%. Os vôos da ponte aérea Rio-São Paulo serão os únicos que não sofrerão alterações. Todos os pousos e decolagens de aviões cargueiros, fretados e charters também estão proibidos em Congonhas. Os jatos executivos serão transferidos para o aeroporto do Campo de Marte, na zona norte. (Agências) Leia mais sobre a tragédia da TAM nas páginas 3 e 4 (Política), 6 (Opinião) e 9 (Economia).

Remendado, outro Airbus iria voar

U

m Airbus A320 da TAM, o mesmo modelo que provocou a tragédia no Aeroporto de Congonhas, perdeu parte do revestimento da turbina direita durante o vôo. A aeronave, que vinha de Salvador, fez escala em Guarulhos e deveria ter pousado em Curitiba às 18h50 na segundafeira, mas desviou sua rota e fez uma parada não programada no Aeroporto de Londrina, no Paraná. Remendo - Depois de receber um remendo, feito com uma fita de alumínio, segundo denúncia dos próprios passageiros ao Ministério Público Federal por telefones celulares, a Polícia Federal foi acionada para verificar a ex-

tensão do problema ontem à tarde. A PF barrou o avião em Londrina e proibiu que ele seguisse vôo sem o reparo definitivo na turbina. "Recebemos o pedido do Ministério Público para checagem visual do grau de avaria da aeronave e realmente tem uma fita adesiva na turbina do avião", afirmou o delegado-chefe da PF em Londrina, Kandy Takahashi. Após receber o relatório da PF, o procurador da República em Londrina, João Akira, determinou que a aeronave ficasse retida até que o conserto seja feito. Segundo informações prestadas à Polícia Federal, a TAM afirmou que o problema não oferecia riscos à segurança do vôo. Mas mes-

mo assim o avião terá que ser reparado em Londrina, com a reposição da carenagem (revestimento). Cerca de 130 passageiros do vôo 3334 foram obrigados a seguir os 400 quilômetros restantes até Curitiba em três ônibus contratados pela TAM, uma viagem de aproximadamente seis horas. Entre os passageiros estavam 128 estudantes e professores do Projeto Rondon, que retornavam a Curitiba. O superintendente do Aeroporto de Londrina, Carlos Novack, admite que o aparelho está em reparo no solo, mas negou que o desvio de rota tenha sido causado pelo descolamento da carenagem. (AOG)


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Saúde Ciência Av i a ç ã o Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007 José Luis da Conceição/AE

Área no entorno do Aeroporto de Congonhas deverá sofrer alterações em relação ao uso do solo.

PREFEITO QUER RIGOR NA FISCALIZAÇÃO

Kassab quer demolir hotel em Moema Edifício de 11 andares é considerado um obstáculo para a aproximação de aeronaves em Congonhas. Uso do solo no entorno da pista pode sofrer alterações.

a maior

Almeida Rocha/Folha Imagem

tragédia Rejane Tamoto

O

prefeito Gilberto Kassab quer demolir um hotel de 11 andares, localizado na esquina da rua dos Chanés com a alameda Anapurus, em Moema. O hotel, que pertence ao empresário Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas, fica a cerca de 600 metros da cabeceira da pista principal do Aeroporto de Congonhas e se tornou um obstáculo aos pilotos que precisam pousar. Em nota, a Prefeitura informou que ingressará com ação demolitória do prédio em função de uma série de irregularidades encontradas nos documentos e no projeto do edifício. Além disso, Kassab determinou que a secretaria municipal de Planejamento faça estudos na área do entorno de Congonhas para compatibilizar a legislação de uso e ocupação do solo com as regras da Aeronáutica, que dispõem sobre a altura das edificações, estabelecidas de acordo com os critérios de navegação aérea. A legislação municipal em relação a Congonhas deixará de levar em consideração apenas a minimização de incômodos causados pelo ruído e pelo trânsito e passará a enfocar a questão da segurança das atividades que ocorrem no entorno. Outro projeto em estudo pela Prefeitura é a construção de uma praça ou memorial no terreno onde funcionava o prédio da TAM, atingido pelo Airbus. Escape – Segundo a diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Emurb, Regina Monteiro, o prefeito também quer que a região de Congonhas seja revista no Plano Diretor. "A idéia é que o aeroporto opere de maneira mais restrita na área metropolitana, como ponte aérea. As autoridades responsáveis pelo limite de pousos e decolagens tomaram medidas. Agora, a Prefeitura estuda áreas de escape na pista do aeroporto", disse. Segundo a diretora, o estudo leva em consideração uma adequação urbanística da região, que limita a altura das edificações e de adensamento. Regina admite que, para haver uma área de escape, serão necessárias desapropriações. "Os aviadores foram unânimes em dizer que, em casos de emergência, não há o que fazer". Desde o fim de semana, a di-

Ó RBITA

SERRA governador de São O Paulo, José Serra, disse ontem, no Recife, que a proposta do governo federal de construir um novo aeroporto em São Paulo para enfrentar a crise aérea "é coisa para 10, 15 anos". Segundo ele, o governo federal deve se concentrar na ampliação dos aeroportos de Cumbica e Viracopos que, maiores, vão melhorar o tráfego aéreo. Serra defendeu a criação de um sistema de transporte ferroviário para Guarulhos. (AE) Em Moema, hotel de 11 andares do empresário Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas, que pode ser demolido pela Prefeitura Reprodução/Google Earth

TAXISTA

Márcio Fernandes/AE

Instituto Médico Legal (IML) de São O Paulo identificou ontem

Zoneamento em torno do Aeroporto de Congonhas pode mudar

retora recebe denúncias de imóveis irregulares na região. "Estamos avaliando com cuidado. Próximo à cabeceira da pista não deveria haver tantos imóveis, comerciais nem residenciais", disse. Irregularidades - Na tarde de ontem, o prefeito Gilberto Kassab determinou a anulação do alvará de aprovação e execução do hotel da rua dos Chanés e solicitou à secretaria de Negócios Jurídicos que entre com ação demolitória do prédio. A Prefeitura detectou irregularidades no hotel, que fica próximo à cabeceira da pista de Congonhas, em reuniões com representantes do governo municipal e do comando aéreo, após o acidente com o Airbus A320 da TAM, na semana passada.

Prefeito Gilberto Kassab, que inspecionou a pista de Congonhas

Na ocasião, foi constatado tura. O zoneamento municipal que o edifício do hotel possuía e as regras da Aeronáutica não irregularidades antes mesmo permitem a construção de hode ser erguido, já que projetos téis na região de Congonhas. Assim, o alvará d i f e r e n t e s t ede construção riam sido aprefoi baseado em sentados na Aedados contradironáutica e na tórios apresenPrefeitura. Em A Prefeitura também tados para cada 1999, a Aeronáuestuda a construção instância (Aerotica recebeu um náutica e Prefeipedido de cons- de áreas de escape na tura). t r u ç ã o d e u m pista do Aeroporto de O alvará conprédio de escri- Congonhas. cedido para o tórios, que foi auRegina Monteiro, edifício do hotorizado. Em diretora da Emurb, tel, de 6 mil me2000, com base tros quadrados nessa autorizad e á r e a c o n sção, um pedido truída compude alvará de construção do edifício, que se- tável, também não foi respeitaria residencial (um flat com 120 do. Segundo a Prefeitura, foapartamentos de um dormitó- ram construídos 10 mil m2. Em rio), foi encaminhado à Prefei- função da área construída ex-

cedente, o proprietário do hotel entrou com um pedido de anistia em 2003, que foi negado nas duas primeiras instâncias de análise na secretaria municipal de Habitação e aguarda análise da terceira instância, no caso, do secretário Orlando Almeida. Kassab determinou que o pedido de anistia seja indeferido pela secretaria de Habitação, e que também seja anulado o alvará de aprovação e construção do prédio. O empresário Maroni Filho disse que entrará na Justiça, com um mandado de segurança para impedir a cassação do alvará e a demolição do prédio. Segundo ele, a Aeronáutica havia aprovado seu projeto para servir tanto como flat quanto para prédio comercial. (Com Agências)

à noite o corpo do taxista Thiago Domingos da Silva. Ele estava no posto de gasolina atingido pelo avião e a TAM o contabilizou como uma das vítimas da tragédia. Com o taxista, há agora 79 corpos identificados pelo IML, conforme dados da secretaria de Segurança Pública. O número oficial de mortos na tragédia do Airbus ainda não foi divulgado. (Agências)

PASSAGENS Agência Nacional A de Aviação Civil (Anac) decidiu ontem liberar a venda de passagens aéreas a partir do Aeroporto de Congonhas na segundafeira. A agência reguladora publicou em seu site, ontem à noite, uma nova resolução estabelecendo que a proibição de vendas de bilhetes partindo de Congonhas vai vigorar até domingo. A suspensão de passagens foi para normalizar o fluxo de passageiros em Congonhas. (AE)


quinta-feira, 26 de julho de 2007

Ambiente Educação Av i a ç ã o Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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a maior

tragédia

SUSTO NO AEROPORTO DE CAMPINAS

Nerivelton Araújo/AOG

Ó RBITA

RIBEIRÃO PRETO roblemas ambientais e sociais impedem que o P aeroporto de Ribeirão Preto (SP) seja uma alternativa a Congonhas, a curto prazo. Desde 2000, promotores e políticos travam uma batalha sobre a ampliação da pista, obra necessária para transformar o local em um aeroporto internacional de cargas. "Há grande concentração de habitações em seu entorno (do aeroporto)", diz o promotor Marcelo Goulart. Outro problema é a distância da Capital, 310 quilômetros, além de problemas meteorológicos. (AE)

JUNDIAÍ presidente da O Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse ontem que estuda a possibilidade de transferir vôos executivos retirados do Aeroporto de Congonhas para o terminal de Jundiaí (SP). Os vôos foram alternados por determinação do Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil). A Anac irá levantar os recursos necessários e se reunir com a prefeitura de Jundiaí, para avaliar a viabilidade do projeto. (Agências)

PLACA DE TETO CAI EM VIRACOPOS

aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), despencou ontem de manhã. Ninguém ficou ferido. De acordo com a Infraero, estatal que administra os aeroportos do País, a placa tem um metro quadrado e despencou por causa de um vazamento provocado pela forte chuva que caía na região do aeroporto. O local foi isolado e, ontem mesmo,

técnicos trabalharam para consertar o pedaço do forro. O movimento no terminal aumentou na última semana, devido à crise do Aeroporto de Congonhas. Ontem, Viracopos recebeu dez vôos: nove que deveriam pousar em Congonhas e um de Guarulhos. Embora o movimento no saguão do aeroporto seja maior do que o habitual, não foram registrados problemas nos últimos dias. (Agências)

AUDITORIA

TREM-BALA

ma placa do forro de U gesso do teto do setor de desembarque do

governador do Rio, Tribunal de Contas da O Sérgio Cabral, quer que O União (TCU) aprovou ontem a realização de uma o governo federal invista na auditoria sobre a infraestrutura e as condições de segurança nos aeroportos brasileiros. A auditoria será uma ampliação, mas com foco na infra-estrutura e na segurança dos terminais, das ações de fiscalização que o TCU já vem desenvolvendo no setor aéreo brasileiro, desde o ano passado. (AE)

construção do trem de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e São Paulo, como forma de descongestionar os aeroportos paulistas. O governo do Rio também vai sugerir que a Infraero pratique tarifas menores no Aeroporto Tom Jobim, que tem capacidade ociosa, para ajudar a descongestionar São Paulo. (Agências)


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Transpor te Saúde Av i a ç ã o Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007 Valéria Gonçalves/AE

Passageira no saguão do aeroporto de Congonhas, que ontem teve movimento fraco.

ÔNIBUS E TÁXIS JÁ SUBSTITUEM AVIÕES

Congonhas, de aeroporto a aeroclube Esvaziado por transferências de vôos e proibição de venda de passagens, o Aeroporto de Congonhas, ontem, viveu um dia de aeroclube. Mesmo assim, com problemas.

a maior

Valter Campanato/ABr

tragédia Fernando Vieira

C

ongonhas, o aeroporto mais movimentado do País até pouco mais de uma semana, parece agora um aeroclube. Rejeitado pelas grandes companhias aéreas, que transferiram a maioria de seus pousos e decolagens para outros aeroportos, ontem, o único movimento intenso era o de ônibus e vans que chegavam ou partiam com destino a Cumbica, em Guarulhos. Uma semana depois do acidente com Airbus A320 da TAM, as investigações sobre suas causas dão apenas os passos iniciais. Mas um suspeito já foi apontado: Congonhas. A rejeição das companhias aéreas e a proibição da venda de passagens pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), além de vôos charters e fretados, transformaram o cenário habitual de caos. Os aviões comerciais praticamente sumiram. Dos 171 vôos programados para ontem, 73% foram cancelados. Apenas pequenas aeronaves pousaram ou decolaram até as 9h. No saguão esvaziado sobrava espaço em mesas e cadeiras. A calma contrastava com as cenas dramáticas de passageiros dormindo no chão, tão comum em Congonhas ao longo dos dez meses de crise. Nos guichês das companhias, nenhuma fila. Mas a calma era aparente. Na conversa dos passageiros com as atendentes, a realidade, ainda complicada: "O vôo do senhor está atrasado. E houve uma mudança. Agora, partirá de Cumbica". Do bilhete aéreo do administrador de hotel Samuel Malheiro constavam local e horário do vôo: Congonhas, 13h55. Com a alteração, passou a ser Cumbica, 21h05. "Liguei antes para me informar. Fui orientado para chegar mais cedo, mas nada disseram sobre a transferência para Guarulhos nem sobre o novo horário. Pelo menos, vão se responsabilizar pelo transporte para o outro aeroporto", disse Malheiro, ao deixar o balcão da Varig. Entre Rios – Sem previsão de partida para a conexão de seu vôo, a médica Patrícia do Valle, de 40 anos, ficou surpresa ao se ver parada no meio do caminho entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. "Parece que querem enterrar Congonhas. Mas não é o aeroporto o culpado, mas um conjunto de descasos do governo e das companhias aéreas. Pura politicagem o que estão fazendo aqui", criticou. O comércio interno, que aprovou o anúncio de redução de vôos em Congonhas, agora se vê ameaçado. "Víamos uma multidão ansiosa, que era quantitativa e não qualitativa, o que já afetava nosso negócio. A diminuição era bem vinda para equilibrar a situação, mas eliminar os vôos é uma atitude extrema", disse a comerciante Gemma Cristina Del Bianco. Lazer – O deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, também aguardava em Congonhas, em meio a incertezas sobre seu vôo para Brasília. "Estava programado para as 17h25, mas pediram para confirmar se sairá daqui ou de Cumbica". Vicentinho defende o fechamento de Congonhas "de forma gradual". E já tem até planos em mente para a área: "Deve ser transformada em um grande espaço de

Pista principal do Aeroporto de Congonhas, que ontem teve movimento bastante reduzido em função da transferência de vôos para Cumbica. Circulação de vans e ônibus foi intensa. Fotos de Thiago Bernardes/Luz

Corrente na internet propõe boicote a vôos Marcelo Soares/Hype

Kelly Ferreira

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A

Sonolento, passageiro aguarda em Congonhas definição sobre vôo

Saguão principal de Congonhas teve movimento muito reduzido

O resultado do levantamento lazer para a comunidade, pode ser um grande parque públi- não inclui os efeitos da tragédia com o vôo da TAM. Mesmo asco", sugeriu. Indignado com a proposta sim, a crise aérea aumentou o do deputado, um funcionário movimento de passageiros no da Infraero, longe dos olhos do Terminal Rodoviário Tietê. Onparlamentar, contestou. "Estão tem, as empresas colocaram em acabando com a imagem de circulação 40 ônibus extras com Congonhas, um aeroporto por destino ao Rio. A média diária onde circulam pessoas respon- de ônibus que fazem o percurso passou de 80 para sáveis por 72% 120, um aumento do PIB nacional, de 50%. "Enquanjustamente por to a situação não sua localização", s e n o r m a l i z a r, afirmou, pedin- O vôo do senhor está não entro em do para não ser atrasado e houve uma avião", disse o identificado. empresário José Rodoviárias - mudança. Agora, ele Augusto de CarO transtorno nos partirá do aeroporto valho. aeroportos pro- de Cumbica, em Táxis – No Rio, voca também um Guarulhos. os táxis têm sido movimento cresAtendente da Varig, c a d a v e z m a i s cente em direção em Congonhas procurados. Na às rodoviárias do última semana, a País. Pesquisa da Coopatur RádioFundação Getúlio Vargas (FGV), realizada pela Táxi fez 30 corridas entre Rio e Sondagem do Consumidor do São Paulo, a um custo de R$ mês de julho, entre dois mil en- 900 reais a R$ 1.100. "Gastamos trevistados, nas sete maiores ca- três cilindros de gás, cerca de pitais, indica que 38,5% viaja- R$ 60 reais, mais o pedágio e a riam de carro nas férias, en- diária em hotel, para o motoquanto 37,8% pretendiam ir de rista. O custo da viagem sai a avião. Em julho de 2006, 25,3% R$ 200 reais. O lucro é bom", disseram que usariam o carro; afirmou Gilberto Guimarães, um dos sócios da Coopatur. 42,9% optaram pelo avião.

tragédia do vôo 3054 da TAM já mobiliza a sociedade no sentido de cobrar respostas para o caos aéreo. Circula na internet uma corrente que convida os brasileiros a se unirem em torno de um boicote a ser realizado no dia 3 de setembro. O objetivo: que nesse dia ninguém viaje de avião. A corrente propõe ainda que cidadãos cansados da impunidade generalizada participem do Dia Nacional de Protesto da População Civil do Brasil e façam um boicote aos vôos comerciais. O e-mail, assinado apenas por João Paulo, "um homem que ainda acredita que podemos reverter tudo o que está acontecendo". Ontem, passageiros que utilizaram o aeroporto de Congonhas já opinaram sobre a corrente da net. Para a estudante Mariana Rocha, 21 anos, garantiu sua participação no boicote. "Eles (os governantes) estão precisando de uma reação do povo para fazer o que tem de ser feito", disse. O industrial Antonio Back, 49 anos, também dá como certa a sua participação no movimento. "É uma forma de pressionar para que sejam tomadas as devidas providências no combate ao descaso do governo e das companhias aéreas", disse. O médico Sérgio do Valle, 40 anos, apesar de apoiar o movimento, diz que não sabe se no dia 3 de setembro deixaria de viajar, caso tivesse compromissos profissionais. Na opinião do antropólogo e professor da PUC, Edgar Assis de Carvalho, a organização é o único recurso que a sociedade civil tem diante

OAB-SP convoca população para ação indignada e solidária

Mariana: "Reação do povo"

da "incompetência do governo, que não resolve nada", disse. "Esso é a única coisa física que nos resta fazer para tentarmos colocar um fim nessas tragédias. Mas não vejo essa situação de caos aéreo como culpa apenas do governo. As companhias aéreas também têm a sua parcela. Existe um monopólio e apenas duas empresas têm maior atuação. Temos de nos mobilizar e não deixar que tudo caia no esquecimento, como sempre acontece no Brasil", disse. Apesar de apoiar as manifestações e protestos da sociedade, Carvalho não acredita que alguém vá deixar de viajar de avião em 3 de setembro. "Ninguém viajar de avião durante um dia todo é impossível. As pessoas têm compromissos e nem sempre dá para ir de carro ou de ônibus", disse. Caminhada – Uma outra mobilização por causa do vôo 3054 acontecerá neste domingo, a partir das 9h, com uma caminhada. Toda a sociedade foi convidade e o objetivo do ato é apoiar as famílias que perderam seus parentes em acidentes aéreos, homenagear o Corpo de Bombeiros e pedir mais segurança aérea. A caminhada sairá do Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, passará pelas avenidas República do Líbano, Indianópolis, Moreira Guimarães e Washington Luis, até chegar ao terminal de cargas da TAM Express.

Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo lança na manhã de hoje o Movimento Cívico pelos Direitos dos Brasileiros. Trata-se de um ato de cidadania que, segundo a OAB, terá como objetivo "mobilizar a população brasileira a demonstrar solidariedade e indignação frente aos últimos acontecimentos no País", notadamente, uma reação à crise aérea instalada no Brasil após o acidente com o vôo 3054 da TAM Linhas Aéreas, no dia 17. A tragédia ocorrida no Aeroporto de Congonhas já soma 199 mortos. O movimento deverá receber o suporte de uma campanha publicitária. O evento vai acontecer na sede da entidade, junto a Catedral da Sé. A OAB estava entre as entidades que lançariam, na última quartafeira, outra mobilização: o Movimento Nacional Contra o Calote Público, para impedir a aprovação de mudanças na questão do pagamento de precatórios pelos governos federal, dos Estados e prefeituras. As alterações no pagamento de precatórios estão contidas numa proposta de emenda constitucional (PEC), de autoria do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tramita no Senado. Entretanto, o evento foi cancelado porque sindicalistas ligadas ao Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Rio Grande do Sul, conhecidas como "tricoteiras", que participariam do protesto, morreram no acidente da TAM. (Agências)

Ronaldo Bernardi/Divulgação/AE

Tricoteiras: mortas no acidente


quinta-feira, 26 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 7


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Empresas Finanças Nacional Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

O SALÁRIO DOS SERVIÇOS CAIU 3,8% EM CINCO ANOS

A idéia é criar cooperativas para trabalhar com a bucha e gerar emprego e renda

Rafael Hupsel/Luz

EMPRESAS JÁ USAM CHAT NO ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR Cresce o uso da internet entre os canais de comunicação das empresas Leonardo Rodrigues/Hype

Neide Martingo

I

nvestir em novos canais de comunicação é o caminho escolhido pelas empresas para que o usuário possa "desabafar"– e também fazer elogios e sugestões. Além do atendimento feito pessoalmente e pelo telefone, as equipes de relacionamento com clientes passaram a atender por meio da internet. A Nestlé foi uma das primeiras a implementar diversos canais de comunicação com seus consumidores. Há dez anos, colocou seu site em funcionamento e ofereceu também o Fale.com. De acordo com a gerente executiva de Comunicação e Relacionamento com o Consumidor, Márcia Abreu, o número de acessos aos portais da empresa vem crescendo, em média, 20% ao ano. "Dos contatos feitos pelos clientes no ano passado, 32% foram pela internet, 64% por telefone, e o restante, por carta. A expectativa, para este ano, é de o índice de consultas feitas pela internet subir para 40%", diz a gerente. A empresa treinou 12 funcionários próprios e terceirizados para atuar na linha de frente do atendimento de seus consumidores. "Eles são encarregados de fazer a triagem, até para determinar para quem vão encaminhar o problema. Esses atendentes devem ter, prioritariamente, nível universitário, além de apresentar ótimo conhecimento da língua portuguesa", acrescenta. A empresa havia preparado o chat para que dúvidas ou sugestões fossem recebidos em forma de bate-papo. Mas encerrou esse tipo de operação. "O chat oferecia também imagem e som. Mas, muitos entravam só por curiosidade." A executiva afirma que a internet ajuda também na divulgação de informações. "Muitas vezes, o consumidor acessa a

Sylvio Lanna, da Buchas Sírius, quer voltar a popularizar o uso do produto ecologicamente correto

As 1001 utilidades da velha e boa bucha vegetal Mário Tonocchi

Márcia Abreu, gerente de Comunicação da Nestlé: consultas no portal.

página da Nestlé com uma dúvida e já encontra a resposta nos textos. Nem precisa mandar e-mail." Para ela, a internet não vai substituir os outros meios de comunicação. "A grande vantagem da utilização da web para atender os consumidores é poder atingir diferentes públicos de forma rápida. O meio é mais ágil também para as pessoas que não têm muito tempo a perder." Para o gerente de e-commerce do Magazine Luiza, Francisco Donato, o atendimento pela rede oferece vantagens tanto para a empresa como para o cliente. "Um funcionário pode falar com mais de uma pessoa, já que, enquanto um consumidor escreve sua resposta, o atendente tem condições de dar atenção a outro cliente." A empresa dá prioridade a dois tipos de público: clientes que não compraram ainda, mas têm dúvidas em relação a produtos ou prazos de entrega. E aqueles que já são consumidores e têm perguntas sobre o pedido feito. "O Magazine Luiza oferece o chat das 8h30 às 21 horas. Além disso, as pessoas podem mandar e-mail ou telefonar", explica Donato. O chat do Magazine Luiza foi pensado para ser de grande utilidade para os clientes. Uma janela avisa quantas pessoas estão à frente do solicitante. Em poucos minutos, ele é aten-

dido. O funcionário não tem "discurso de robô", o que costuma irritar os consumidores. "Os 60 atendentes são treinados pela própria empresa. Só o software é terceirizado. Do total de consultas, 55% são feitas por e-mail e chat." Outra empresa a criar chat para atender os clientes foi a CVC Turismo. "O serviço foi iniciado em 2001. O consumidor pode usá-lo para tirar dúvidas sobre pacotes de viagem. Se quiser fazer sugestões, reclamações ou elogios, tem de usar o telefone ou ir a uma das lojas da rede", afirma o gerente de comércio eletrônico da empresa, Rogério Mendes. Do total de consultas, 60% são feitas por telefone e 40%, pela internet. "Quem quer economizar na conta telefônica gosta de utilizar o chat", diz Mendes. Idec – Para o advogado do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Luiz Fernando Moncau, a utilização do chat e do e-mail no atendimento ao cliente não chegou para tomar o lugar dos contatos telefônicos ou pessoais – mas para expandir o serviço, oferecer novas opções de relacionamento. "Uma das vantagens é reduzir despesas tanto para a empresa como para o cliente. Mas o consumidor não pode esquecer de guardar o protocolo de atendimento para acompanhar o processo", explica.

Regiane

"N

ão compre gato por lebre. É bucha na bucha!" Esse é o slogan usado pelo microempresário de Ponte Nova, interior de Minas Gerais, Sylvio Lanna, para difundir a empresa que dirige na cidade para plantar, industrializar e distribuir buchas vegetais. Elas podem ser utilizadas tanto na higiene pessoal como na limpeza em geral. Ele ainda tenta convencer grandes empresas a utilizar ou revender o produto biodegradável em substituição às esponjas acrílicas ou palha de aço. Lança mão da onda ambientalista para sustentar que o uso da bucha vegetal, como ocorria até meados da década de 50, é a forma ambientalmente correta para realizar a limpeza diária dos ambientes domésticos ou empresariais. "Queremos resgatar a tradição de usar o vegetal não somente para o banho, mas para a limpeza da cozinha também, como acontecia com nossas avós. Isso é o melhor para o mundo", diz o empresário de 63 anos. Resgate – Cineasta, inventor, pensador social popular e ex-dono de café em Amesterdã, na Holanda, Lanna vai além da introdução das buchas naturais no cotidiano de limpeza nacional. Lançou, em 2001, o projeto "A Bucha Vegetal Brasileira". O mineiro quer redistribuir renda por meio da geração de cooperativas de trabalho com o produto. Hoje, DC

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O vegetal pode ser usado em artigos artesanais, como as de presépio

Os produtos já são vendidos por projeto social do Pão de Açúcar. Agora, o empresário quer conquistar o Carrefour e Sodexo.

sua empresa, a Buchas Sírius Produção Indústria e Comércio Ltda, "para lavar a alma do mundo", produz dez mil peças do produto por mês, empregando três pessoas na fábrica e duas famílias na plantação. "A cada contrato, vamos formar novas empresas e fazer mais plantações para atender todo o mercado, gerando renda e empregos", afirma o empresário. Na formação das cooperativas, ele vai ensinar a forma de trabalhar com o material, desenvolvida em um curso denominado "Tecnolo-

gia de broqueagem da bucha de metro". No interior brasileiro, "broquear" significa fazer um trabalho semelhante ao realizado por uma broca, retirando o miolo do vegetal. A empresa de Lanna, segundo ele, atende o projeto social do Grupo Pão de Açúcar "Caras do Brasil", que trabalha com produtos genuinamente brasileiros com valor agregado, com a intenção de promover a inclusão social. Agora, ele quer trabalhar com os grupos Carrefour e Sodexo. Para isso, esteve em São Paulo para fazer contatos e apresentar suas criações. "A bucha vegetal custa três vezes mais que a sintética, mas dura seis vezes mais. Assim, é mais econômica", garante. Além de limpar, o vegetal também serve de alimento. Até oito dias após a floração, pode ser consumido como o pepino. Até 30 dias, cozido, parece abóbora. Depois, começa a formar as fibras utilizadas na limpeza.

Salário de serviços em queda

O

salário médio do setor de serviços caiu 3 81% em 2005 em relação a 2000, segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, em salários mínimos, a remuneração recuou 25,89%, de 3,9 mínimos em 2000 para 2,9 em 2005. O número de pessoas ocupadas no setor de serviços aumentou 28,59% de 2000 para 2005. Segundo o economista do IBGE Eduardo Pontes, o número de pessoas ocupadas cresceu acima da massa salarial, pressionando os salários médios para baixo. "A massa salarial não cresceu no mesmo ritmo da ocupação, há serviços

que pagam pouco e empregam muito", afirmou. De acordo com a PAS 2005, houve queda real, entre 2000 e 2005, nos salários médios de serviços de informação (-4,71%), serviços prestados a empresas (-4,65%), transportes (-5,70%), serviços de manutenção e reparação (-9,05%) e outras atividades de serviços (-11,96%). Os aumentos ocorreram em serviços prestados às famílias (4,18%) e atividades imobiliárias e de aluguel de bens móveis e imóveis, com 10,13%. A pesquisa mostrou que o setor de serviços repetiu entre 2000 e 2005 a tendência de desconcentração regional, com mais empresas se instalando fora do Sudeste. (AE)


quinta-feira, 26 de julho de 2007

Empresas Nacional Ser viços Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

FUGA DE CONGONHAS JÁ TRAZ PREJUÍZOS

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mil pessoas deixaram de se hospedar em São Paulo, por dia, desde o acidente em Congonhas.

Fotos: Thiago Bernardes/Luz

APAGÃO NOS NEGÓCIOS ACIDENTE DA TAM AFETA ECONOMIA PAULISTANA Taxistas, hotéis e restaurantes sofrem o maior impacto da tragédia do Airbus

a maior

tragédia Vanessa Rosal*

A

crise no Aeroporto de Congonhas está afetando a economia paulistana, principalmente nos setores de hotelaria, eventos, restaurantes e táxis. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis (Abih) na região de São Paulo, Maurício Bernardino, o acidente com o Airbus A320 da TAM, ocorrido na semana passada, resultou em queda de 20% nas reservas de apartamentos. "As pessoas estão assustadas com a situação e não querem mais viajar, nem a negócios", afirmou. Isso significa que cerca de 6 mil pessoas deixam de se hospedar na cidade todos os dias, um prejuízo estimado em R$ 780 mil somente com as diárias. Para a gerente geral do Hotel Clarion Jardim Europa, Leandra Gallo Antão, o empreendimento vive uma de suas piores crises. Só na última semana o número de cancelamentos cresceu 400%, e o montante de hóspedes que fazem a reserva e não comparecem aumentou 120%. "Tivemos também dois cancelamentos de eventos já programados em nosso setor de convenções. Um deles representaria cerca de 15% de toda a ocupação do hotel duran-

te uma semana. Com toda essa crise aérea, nosso faturamento diário caiu 15%", afirmou. O vice-presidente sênior de Desenvolvimento da Atlantica Hotels Internacional e presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), que representa 60% do faturamento da hotelaria do País, Rafael Guaspari, diz que a prioridade agora é que o governo restabeleça a confiança do sistema de aviação. "Depois, precisamos voltar ao processo de recuperação da hotelaria, especialmente em São Paulo, onde iniciamos em 2006 um ciclo de reação que começou a sofrer impedimentos desde o acidente da Gol, em setembro, seguido do apagão aéreo no final do ano". A Atlantica Hotels Internacional, que administra 62 hotéis no Brasil, dos quais 20 na Grande São Paulo, registrou baixa de 15% no total de ocupação de seus hotéis desde a tragédia da TAM. Taxistas – A confusão também preocupa os taxistas. De acordo com a Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo (Adetax), boa parte dos passageiros vem do turismo. Ou seja, se não há turista, não há cliente. O presidente da entidade, Ricardo Auriemma, diz que apesar da situação, é difícil mensurar a queda de movimento. "O Ministério do Turismo e a Embratur estão realizando um trabalho no exterior para atrair mais turistas e eventos internacionais para a cidade de São Pau-

lo. Todo esse esforço não pode ser jogado fora agora, exatamente quando os resultados começavam a surgir com mais ênfase", disse Auriemma. Uma das frotas mais afetadas pela crise de Congonhas é a Rádio Táxi Vermelho e Branco, que tem um ponto sob o viaduto Eduardo Magalhães, ao lado do aeroporto. O coordenador do ponto, Cordiniano Ferreira de Carvalho, disse que as chamadas diminuíram 70% desde o acidente. "Nosso faturamento deve cair pela metade neste mês. Só não será pior porque temos convênio com a empresa aérea Gol, que começou a enviar seus passageiros para Cumbica." Para os taxistas autônomos a situação é pior, diz Rodney Oliveira Rodrigues, membro

Os taxistas autônomos de Congonhas estão com uma queda de faturamento de 80% desde o acidente

da Associação dos Motoristas de Táxi Comum do Aeroporto de Congonhas. Após a tragédia com o Airbus da TAM, o trabalho diminuiu 80%. "Das 6h até as 5h da tarde só fiz quatro corridas, quando na média, atendo 12 clientes. A situação está péssima", afirmou. Os restaurantes também aguardam a normalização de Congonhas para espantar o prejuízo. Segundo o sócio-proprietário do Massimo Restaurante, Venanzio Ferrari, o estabelecimento localizado nos Jardins tem convênio com vários hotéis e recebe executivos de todo o País. "Eles perdem hóspedes e nós perdemos clientes importantes", diz Ferrari, lamentando o cancelamento de 60% das reservas feitas nos últimos sete dias. PIB – A crise aérea está prejudicando empresas e passageiros, mas ainda não é suficiente para alterar as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Economistas admitem, porém, que o ambiente de negócios e a imagem

Motoristas do Rádio Táxi Vermelho e Branco: os mais afetados

do País estão sendo afetados. "Esse caos vai, obviamente, gerar um custo gigantesco", disse o economista Armando Castelar, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do governo federal. Embora seja difícil calcular o prejuízo, ele estima que pode passar de R$ 1 bilhão, levando em conta os setores e as ativi-

dades atingidos. O PIB em 2006 foi de R$ 2,3 trilhões. O economista Sergio Valle, da MB Associados, acha que é cedo para calcular os estragos. Ele afirma que a alta de 4,5% do PIB continua mantida. "Não vamos deixar de crescer nesse ritmo, mas há uma série de perdas de eficiência com esse caos", afirmou. (*Com AE)


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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Construtora de Santa Maria, no Distrito Federal, deu bicicletas para os funcionarem irem ao trabalho.

PROJETO DE LEI BENEFICIA CAMINHONEIROS

EMPRESAS DOS SETORES DE TECNOLOGIA E INFORMÁTICA NÃO SERÃO TRIBUTADAS NA COMPRA DE INSUMOS

RECEITA AMPLIA BENEFÍCIO ADUANEIRO A 9,5 MIlton Mansilha/Luz

Receita Federal anunciou ontem a ampliação do Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (Recof), um dispositivo que garante às empresas exportadoras a suspensão do pagamento de tributos na compra de insumos, desde que os produtos fabricados sejam vendidos ao exterior. Companhias de informática de alta tecnologia, telecomunicações, semicondutores e de serviço de manutenção e reforma (inclusive do setor aéreo) poderão, a partir de agora, aderir ao regime. A Receita também simplificará alguns procedimentos que as empresas são obrigadas a seguir quando aceitas no Recof. A Instrução Normativa com as novas regras foi publicada ontem no Diário Oficial da União. "Pela dinâmica do comércio internacional, o Recof estava superado", disse o coordenador de Administração Aduaneira da Receita, Francisco Labriola Neto. Segundo ele, a maior novidade nas mudanças é a inclusão das empresas de serviço de manutenção. A expectativa é de que com as mudanças haja um ingresso maior de empre-

bilhões de reais de dívidas dos estados com a União poderão ser parcelados.

sas ao regime – hoje são apenas 32. "O Recof deu certo, mas precisamos difundi-lo melhor", acrescentou. Paraguai – Depois da Medida Provisória dos "sacoleiros", o governo brasileiro encaminhou ontem ao Congresso projeto de lei que beneficia os caminhoneiros paraguaios. O projeto reduz a tributação que incide sobre o serviço de frete feito por caminhoneiros paraguaios no transporte rodoviário de carga entre os países. A medida atende pressão do governo paraguaio e foi acertada durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva àquele país no mês passado. Segundo o secretário-adjunto da Receita, Carlos Alberto Barreto, o projeto vai igualar a tributação dos caminhoneiros paraguaios e brasileiros. Ele

admitiu que os transportadores do País reclamarão da medida, mas afirmou que não vê riscos para a concorrência. Pelo projeto, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) referente à prestação de serviço feita por um transportador a u t ô n o m o b r a s i l e i ro s e r á igual ao incidente em um frete feito por um caminhoneiro paraguaio: tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) com uma redução de 60%. O tributo hoje incidente para os paraguaios, que funciona como uma remessa internacional, é maior: 25% do valor pago pela empresa que contratou o frete. A Receita também regulamentou o parcelamento das dívidas dos estados com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). São cerca de R$ 9,5 bilhões, que poderão ser parcelados pelos estados em até 240 meses e ainda pedir o parcelamento de débitos contraídos até 30 de abril deste ano, com direito a redução de 50% dos juros. Segundo Barreto, os governos estaduais aumentaram bastante a contratação de empregados pela Consolidaç ã o d a s L e i s d o Tr a b a l h o (CLT), que faz parte do Regime Geral da Previdência. (AE)

Punição para fábrica sem medidor

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presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, deferiu ontem um pedido de suspensão liminar que permite a punição de indústrias filiadas à Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) que não instalaram o sistema de medição de vazão. O pedido foi feito pela União contra decisão anterior do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que havia impedido a Fazenda Pública de aplicar sanções a essas empresas.

Os equipamentos de medição de vazão nas fábricas permitem o controle de toda a produção das indústrias de bebidas e, conseqüentemente, a cobrança mais justa de tributos sobre essa produção. Em sua decisão, a ministra levou em consideração a "grave lesão à ordem administrativa e à economia pública". Também foram citados a elisão fiscal provocada pela falta dos equipamentos nas indústrias e o cerceamento do poder de fiscalização da Fazenda Pública. Segundo Ellen Gracie, os va-

lores arrecadados pelas empresas filiadas à Afrebras deveriam apresentar uma cifra de R$ 107 milhões ao ano, tomando como base a arrecadação de 2003. "Entretanto, em vez de apresentar crescimento, o montante arrecadado de IPI foi apenas de R$ 65 milhões", observou a ministra. Segundo a presidente do STF, com isso a União teria deixado de arrecadar, somente em 2006, um montante estimado em R$ 42,5 milhões, representando uma queda na arrecadação de 33%. (AE)

Receita libera IR de 2002 e 2003

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Alencar Burti recebe honraria

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Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo outorgou ontem o Colar do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista a 11 personalidades de destaque nacional. Entre os homenageados estava o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, o jornalista e diretor do jornal O Estado de São Paulo, Ruy Mesquita, e Paulo

Machado de Carvalho Filho, ex-diretor da TV Record. O presidente de honra e a presidente do Instituto, respectivamente, Hernani Donato e Nelly Martins Ferreira Candeias, lembraram a importância do 9 de Julho para o fortalecimento da democracia no Brasil. Lembraram que tanto o Instituto como a Associação Comercial de São Paulo têm 112 anos de vida e participa-

INADIMPLÊNCIA A inadimplência das empresas subiu 1,5% no primeiro semestre segundo o Indicador Serasa.

CORREÇÃO

Ó RBITA

ram da mesma luta, em 32. "Somos entidades irmãs", disse Donato. Ele destacou a participação da ACSP na campanha para arrecadar fundos para a Revolução de 1932. A entrega do colar teve o aval do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito e foi oficializado por decreto do governador do Estado de São Paulo José Serra. Sérgio Leopoldo Rodrigues

IPCA-15 Inflação captada pelo índice em julho foi de 0,24%, taxa inferior à de junho, de 0,29%.

PETROBRAS RECLAMA DE COBRANÇA

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CARNE PARA RÚSSIA

TCU AUTORIZA LEILÃO DE RODOVIAS

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a matéria "Pão tem receitas para faturar mais", publicada ontem, foi erroneamente apontado que o consumo recomendado pela Organização Mundial da Saúde é de 33 quilos per capita ao ano. Na verdade, a OMS recomenda 66 quilos por pessoa. E o consumo brasileiro é de 33 quilos.

Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou ontem o governo federal a publicar o edital do leilão de concessão de sete trechos de rodovias federais. Na prática, isso A TÉ LOGO

prazo da revisão da participação especial do campo de Marlim para o período entre 1998 e 2002 e disse que estuda ação judicial para reverter a decisão. A estatal informou que pagou, no ano passado, R$ 400 milhões por revisão de cálculo da participação especial de Marlim. (AE)

significa que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não será obrigada a rever o cálculo da Taxa Interna de Retorno, que deverá permanecer em 8,95%. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

A brasileira Plascar investirá R$ 100 mi na Argentina

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SulAmérica e Açominas fazem disputa histórica

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rasil e Rússia assinaram um acordo sobre as regras sanitárias para o comércio de carnes. O documento foi firmado na Rússia pelo secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Afonso Kroetz e pelo vicediretor do Serviço Veterinário russo, Evgueni Nepoklonov. O secretário disse que foram definidos procedimentos para os exportadores brasileiros seguirem. (AE)

Petrobras afirmou ontem que a cobrança de uma dívida de R$ 1,3 bilhão pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) traz "total insegurança jurídica" ao mercado brasileiro de petróleo. Em nota, a estatal reclamou que a ANP anulou decisão anterior ao ampliar o

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s contribuintes que pagaram Imposto de Renda (IR) em 2002 e 2003 e ainda não receberam restituição devem ficar atentos. Até o final desta semana, a Receita Federal pagará 12,2 mil restituições retidas na malha fina nesses dois anos. Hoje serão beneficiados cerca de 2,8 mil contribuintes que pagaram o imposto em 2002 (ano-base 2001). Amanhã, é a vez de 9,4 mil pessoas receberem as restituições do IR de 2003 (ano-base 2002). O governo desembolsará R$ 52 milhões nos dois lotes residuais, que terão correção de 86,9% (IR de 2002) e de 63,42% (IR de 2003). (AE)

Alencar Burti foi homenageado com o Colar do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista

IBGE: telecom é destaque do setor de serviços


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO

CAINDO NA REAL

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G A valorização

da nossa moeda é de única e exclusiva responsabilidade tupiniquim.

É preciso muito cuidado no acompanhamento deste assunto, que pode respingar em toda a economia mundial se eles tiverem algum problema mais sério ainda. Afinal, quem representa mais de um quarto do PIB mundial, pela correta ótica da produção, tem bala na agulha para alavancar um crescimento ou para complicar a economia de todos... Quanto ao nosso Real, podemos dizer que há um "ligeiro" equívoco naquela infeliz idéia de que sua valorização deve-se ao dólar. O problema é exclusivamente nosso, das políticas erradas que temos tomado, em que todos perdem. Ou quase todos... A raiz dos nossos problemas está em vários pequenos detalhes. Um deles é a astronômica taxa de juros, a mais alta do mundo, nominal e real, cerca de 300% acima da nossa inflação. A média mundial aponta para cerca de dois pontos percentuais

acima da inflação, em muitos casos sendo negativa. Isso provocou a invasão financeira estrangeira. Vide que, segundo o noticiário, já entraram no País, no primeiro semestre de 2007, o montante de 43 bilhões de dólares a título de empréstimos e investimentos estrangeiros. Não há Real que resista! Também temos a importação brasileira, que é muita pequena em relação à nossa exportação; o superávit da balança é de quase metade do valor da importação. Em 2006 foi pouco além da metade. Não há Real que resista a tanta oferta de moeda, além de não alavancar o crescimento, que deve ser feito à base de investimentos produtivos. A moeda é uma mercadoria e tem preço, e como tal está sujeita a lei da oferta e da demanda, tal como a alface, o carro, etc. Só uma política econômica adequada, que o País não tem há anos, pode fazer com que o crescimento seja consistente, com base em preceitos econômicos reais e mundiais, embora conservando o respeito à peculiaridade brasileira. Esse apelo deve-se a que não temos política econômica digna do nome, já que ela tem sido entendida apenas como combate a inflação e em nome dela cometem-se os absurdos vistos. Inclusive, de considerar que uma inflação há muito comportada em 3% - não é suficiente para dar trégua à coitada da taxa de juros, e que a qualquer momento ela poderá sair do controle. Como se isso fosse possível neste momento e não houvesse como retorná-la à trilha. Temos ainda alguns economistas que entendem de política econômica e não apenas de inflação, e que talvez possam ser consultados. Acorda Brasil! A valorização da nossa moeda é de única e exclusiva responsabilidade tupiniquim e daqueles que não sabem o que fazer com e na economia, e que não têm humildade de consultar escritos e pessoas.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

AS REGRAS Céllus

déficit do comércio exterior dos EUA é de cerca de 800 bilhões de dólares, quase equivalente à sua própria exportação, e quase um PIB inteiro do nosso país. Também o déficit público é monstruoso e de grande monta, embora abaixo do déficit externo. Isso cria, obviamente, uma expectativa com a economia norteamericana para os próximos anos, para se saber como essa equação será solucionada. Considerando esses números, a sorte do Tio Sam é que o dólar é fabricado lá mesmo. Se fosse dependente de moeda externa, como é o caso do Brasil, a situação estaria, com certeza, um pouco mais complicada. A vantagem é que os déficits gêmeos têm sido cobertos pelo mundo.

De volta à Ilha de Vera Cruz PAULO SAAB

S

eria ocioso explicar neste momento porque viajar de avião no Brasil, sejam em rotas nacionais ou internacionais, é muito arriscado. No item "viagem aérea" estamos classificados no mesmo nível dos países africanos, com todo respeito àquele continente. Nossas rodovias, poucas diante da grandeza de nosso território, estão em estado lastimável. São precárias, inseguras, deformadas. Cito, principalmente, as estradas federais, sob responsabilidade do governo da União. Colocam em risco e matam anualmente algo em torno de 80 mil pessoas. Um verdadeiro estradicídio, que só não ganha manchetes e provoca comoção porque os acidentes são na maioria individuais e diluídos no tempo. Somente a totalização dos números assusta, mas aí os mortos já estão transformados em fria estatística, sem a comoção do choque visual e das lágrimas. As estradas de ferro, ferrovias, no Brasil são um enigma. Deveriam ser vocação nacional e inexistem. As que operam não se conectam; portanto, não existe uma malha ferroviária a serviço dos interesses econômicos e sociais do País. O serviço de cabotagem - ou seja, o uso de navio de passageiros para transportes - foi extinto ainda nos tempos de Getúlio Vargas. Num país com mais de 7 mil quilômetros de costa marítima não existe um serviço dessa importância! Em nossos rios também inexiste a conectividade. Temos rotas fluviais exclusivas, especialmente nas regiões mais ermas, e são poucos os que se servem do transporte fluvial proporcionalmente à população do País. E quem o faz geralmente só o faz porque não dispõe dos demais meios de transporte. É a única opção. O Brasil está sendo transformado numa imensa ilha.

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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ertamente, não faltará quem argumente que a situação caótica de hoje traz consigo os desencontros e desacertos de muitas gestões anteriores. Certo. Só que Lula foi eleito e reeleito para mudar e consertar tudo. Mas, ao contrário , mergulhou o País num aparelhamento jamais visto, nomeando pessoas sem qualificação para cargos importantes de conteúdo técnico, e, pior, passando por cima dos erros e inedaquações de sua equipe, num afrontoso descaso para com as conseqüências, desde que sua imagem seja preservada - "top-top-top". Nem vale mencionar as denúncias de corrupção neste instante. Agravando tudo isso, a manutenção de uma política ideológica divisora de classes impede que a iniciativa privada, em seus segmentos honestos e eficientes, possa atuar em favor do País, enquanto a banda podre formada por empresários oportunistas e quadrilheiros se refestela no banquete que assalta o Erário nacional. Logo, logo, eles acabam com a telefonia e a internet e passaremos a nos comunicar através de tambores. De volta às origens: Ilha de Vera Cruz!

A gestão de Lula está levando o Brasil a um retrocesso multisecular

Tristeza, consciência e responsabilidade

SAMIR KEEDI É MEMBRO DA COMISSÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA ACSP

A sorte do Tio Sam é que o dólar é fabricado lá

Estão isolando seus habitantes entre si e isolando-nos do mundo. Vôos internacionais já retornam aos seus países de origem depois de tentarem ingressar sobre o território brasileiro, por falta de comunicação, por ausência de orientação das torres de controle aéreo, "apagadas" . Estamos de volta aos tempos em que Cabral por aqui aportou e, desconhecendo a imensidão do território que avistou, o chamou inicialmente de Ilha de Vera Cruz. Hoje, uma imensa Ilha Brasil. A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está levando o Brasil a um retrocesso secular.

VANDERLEI MACRIS

D

uas tragédias em dez meses e ocorrências menores, como várias derrapagens nas pistas e arremetidas de aeronaves, principalmente no aeroporto de Congonhas corroboram dados que acabam de ser divulgados pelo Aviation Safety Network, site vinculado à Flight Safety Foundation, entidade sem fins lucrativos cuja missão é monitorar e prestar consultoria sobre segurança na aviação. Nos últimos dois anos, o Brasil foi o país com o maior número de vítimas fatais no setor. Assim, em meio à dor dos familiares das vítimas e de todos os brasileiros, é preciso consciência e responsabilidade das autoridades, pois é nítida a existência de aguda deficiência na gestão do sistema aéreo. Didaticamente, podemos dividir os problemas em quatro causas distintas, mas intercomplementares. A primeira é a ausência de investimentos em proporção adequada à expansão do tráfego aéreo. Faltaram estudos e planejamento que permitissem ajustar no tempo certo o sistema de controle ao crescimento da demanda. Os equipamentos das torres são tecnologicamente adequados, mas estão defasados em termos quantitativos. A segunda causa é a questão trabalhista dos controladores de vôo. Sendo parcela dos profissionais militares e outra civil, estabeleceram-se diferenças entre iguais. Além disto, é clara a ocorrência de horas excessivas de trabalho e a defasagem salarial em relação ao exercício dessa profissão em outros países. Também há falta de profissionais, pois não se preocupou em sistematizar sua formação, que demora, no mínimo, dois anos.

A terceira causa é ligada à defasagem de investimentos em infra-estrutura. Em síntese, o aeroporto mais movimentado do País não permite erros, o que desafia a natureza humana e contraria a lógica das máquinas. Sem alarde e de modo muito sério, é pertinente e honesto reconhecer: Congonhas apresenta riscos maiores do que o aceitável na lei das probabilidades! São Paulo precisa de um novo aeroporto! E que se planejem obras futuras em outras capitais e cidades grandes do interior, para evitar que mais terminais aeroportuários também se transformem em áreas de risco em meio ao crescimento demográfico e econômico.

A

quarta causa — à qual todas as demais estão relacionadas — é política. Como a questão não havia atingido um ponto crítico, não fazia parte da preocupação dos brasileiros e tampouco tinha significativo apelo eleitoral, foi esquecida. Empurrou-se com a barriga um problema sério. No primeiro mandato do presidente Lula o crescimento mundial da economia e o aumento do volume de tráfego aéreo já indicavam a necessidade de investimentos, mas nada se fez em quatro anos. No ano passado aplicaram-se apenas 50% do previsto no sistema. Há um visível descaso. Os diagnósticos são claros. Cabe ao governo reconhecê-los, admitir seus erros e trabalhar com rapidez e eficácia para recuperar o tempo perdido e restabelecer a normalidade do sistema de transporte aéreo. VANDERLEI MACRIS É VICE-LÍDER DO PSDB NA CÂMARA DOS DEPUTADOS E AUTOR DA PROPOSTA DA CPI DO APAGÃO AÉREO

H á um visível descaso. Cabe ao governo trabalhar com rapidez.

DO PODER odo poder, seja monárquico, presidencialista, parlamentarista, conselheiral, obedece a um rito, sem o qual não tem possibilidade de se manter duradouramente. Foi assim na União Soviética, enquanto ela existiu, e é assim na Inglaterra realista, com uma r a in h a e le it a (como dizia Gilbert Keith Chesterton) pela democracia do tempo, gerações que se acumularam e que escolheram uma casa real para continuar na história no rito do poder. Nos EUA prevalece o regime presidencialista, que está sujeito ao rito imutável através do tempo, desde George Washington até George W. Bush. Não se altera esse rito no dia da posse do novo presidente, eleito por quatro anos; ele jura com a mão sobre a Bíblia, exemplo da validade imortal dos princípios que regem a grande nação.

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ssim é também no Brasil e nos demais países presidencialistas, que não pretendem interromper a linhagem que foi esposada no início da vida em liberdade. Nas ditaduras inventase (como aconteceu no Brasil de Getúlio Vargas) um símbolo de união nacional, concentrada no chefe do poder supremo, dure enquanto durar, sendo ele garantido pelas forças armadas e pela maioria política eventualmente formada. Se não tiver um rito permanente (ou pelo menos duradouro, como foi o caso de Perón na Argentina), o rito se mantém através dos partidos.

A

s democracias vivem pelo rito a que obedecem e as ditaduras se embandeiram em torno de um rito eventual, mas ao mesmo tempo duradouro, pelo menos enquanto o chefe contar com apoio. Até hoje conservaram-se, segundo o rito, as monarquias européias e as asiáticas, o presidencialismo americano e o das ditaduras, com duração variável . Em suma, o rito do poder é fundamental para a garantia da continuidade dos governos.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G O rito

do poder é fundamental para garantir a continuidade dos governos


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Política

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Roberto Stuckert

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

A CPI terá acesso aos dados, nem que seja na marra. Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Jamil Bittar / Reuters

JOBIM SE DIZ ALIADO DOS MILITARES Em discurso, o novo ministro da Defesa dá sermão e diz que não há tempo para lamento: "Nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe. Aja, ou saia. Faça, ou vá embora."

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ão se deve buscar culpados pela crise aérea, disse ontem o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante a solenidade em que o ex-ministro Waldir Pires lhe transmitiu o cargo. "Precisamos consumir o tempo do lamento para construir decisões e soluções. Não podemos e nem temos tempo para ouvir explicações", disse Jobim. Em uma demonstração de quem tem pressa em solucionar a crise aérea, Jobim dirigiuse aos comandantes das três Forças Armadas, presentes à solenidade no Ministério da Defesa, e afirmou que "o tempo histórico da Nação" é curto e circunstancial. "Nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe. Aja, ou saia. Faça, ou vá embora", afirmou, pouco depois de Waldir Pires, em discurso, falar em

"sentimento de frustração". Jobim se referia a uma frase do primeiro-ministro inglês Benjamin Disraeli (1804-1881): "Never complain, never explain, never apologize." O novo ministro disse que as ações do governo não são julgadas por boas intenções, e sim pelos resultados. "A história não aceita simplesmente boas intenções", disse. Waldir Pires se despediu dos generais e outros oficiais em tom melancólico: "Tenho dentro de mim um sentimento que me sufoca, mas que venço, de espinhosa dúvida pelo sentimento de frustração e pelo temor do sonho interrompido, porque lutei pela necessidade de construir uma nação soberana e democrática, dirigida pela ética de servir." Ao fim do discurso, Pires disse fazer votos de que Jobim tenha sucesso na nova emprei-

CPI exige informações da caixa-preta do Airbus da TAM

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CPI da Crise Aérea da Câmara dos Deputados aprovou ontem um pedido para que o comando da Aeronáutica encaminhe à comissão as informações das duas caixas-pretas do Airbus da TAM que explodiu no último dia 17, em Congonhas, matando 199 pessoas. O presidente da CPI, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ontem que a comissão vai fazer cumprir com a determinação de obter as informações em até 48 horas, nem que seja à força. "A CPI está dando uma ordem que tem que ser cumprida. Se necessário, faremos até busca e apreensão. A CPI terá acesso aos dados, nem que seja na marra", afirmou Cunha. Segundo o presidente da CPI, a comissão não irá atrapalhar as investigações. Apenas exige acesso aos dados das caixas-pretas do Airbus. Sem eles, disse, o trabalho da CPI é inócuo. "A função da CPI é apresentar os responsáveis pelo acidente em Congonhas". "Segunda-feira queremos os dados disponíveis. A sociedade precisa de

informação e é importante que a Aeronática entenda que as respostas prcisam ser rápidas", explicou. Outro requerimento aprovado solicita ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, as informações que já foram coletadas sobre a pista principal de Congonhas. Depoimentos – O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, disse ontem, em depoimento à CPI do Apagão Aéreo, que a preocupação com a segurança nas operações e com a pista do aeroporto de Congonhas começou no final do ano de 2006. Ele contou que no dia 28 de dezembro do ano passado houve uma reunião sobre o assunto, que reuniu todas as autoridades aeronáuticas. A preocupação, segundo o brigadeiro, era a formação de poças de água em dias de chuva na pista de Congonhas. Naquela reunião, ficou determinado que se deveria medir a quantidade de água que ficava sobre a pista, para determinar se as operações continuariam ou não. (AE)

D.O. traz exoneração de Pires. 'A pedido'.

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tendendo a solicitação do ex-ministro da Defesa, Waldir Pires, o governo publicou em edição extra do Diário Oficial da União, com data da última quarta-feira, 25, o decreto de exoneração "a pedido". A saída de Pires do cargo gerou uma série de informações desencontradas entre assessores da presidência. Inicialmente, a Secretaria de Imprensa da Presidência informou que Pires entregou o cargo e, em seguida, que o

presidente Lula é que teria pedido ao ministro que deixasse o ministério. Mais tarde corrigiu a informação, afirmando que Pires é que teria pedido demissão. A preocupação de Pires, segundo fontes do governo, foi deixar claro que a perda do cargo não decorreu de uma ruptura com o governo. Na mesma edição do D.O. foi publicado também o decreto que nomeia o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim.

O ex-ministro Waldir Pires se despede em tom melancólico. Nelson Jobim, que assume a Defesa, lembra que a história não aceita boas intenções

tada. "Temos de vencer essa crise e haveremos de vencê-la." Na avaliação do ex-ministro, a crise aérea é "fruto de equívocos e erros de longo tempo." Aliados – Jobim afirmou também que os militares têm nele um aliado que sabe ouvir e dizer "não", e cobrou mais eficiência dos assessores. No discurso, Jobim pediu um minuto de silêncio em memória das vítimas do acidente ocorrido em Congonhas com o Airbus da TAM. Jobim fez um discurso com sentido político muito forte e buscou na história de Dom Pedro 2º o exemplo de que é preciso integrar e unir as Forças Armadas no Brasil.

No final do discurso, soltou uma frase enigmática, dizendo que assessores precisam saber mais que os assessorados, do contrário são "inúteis". "Assessores que sabem igual ao assessorado não servem para a assessoria, servem para bajulação", disse. Há especulações de que o ministro vai alterar parte da estrutura do ministério e pode trocar subordinados, como o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira. Jobim recebeu carta branca de Lula para enfrentar a crise do setor aéreo. Depois, na segunda entrevista coletiva desde que tomou posse, Jobim procurou mos-

trar determinação em colocar ordem na casa, sinalizando demissões. "Não podemos deixar mais comandos fora de regência... Isso aqui tem que funcionar como uma orquestra, e o maestro sou eu", disse. Jobim não descartou a possibilidade de anunciar mudanças na Infraero na segundafeira e até mesmo uma proposta para a reorganização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Questionado sobre se demitiria o presidente da estatal que administra os aeroportos, brigadeiro José Carlos Pereira, o ministro respondeu que essa é a tendência. "Há uma possibilidade, não uma segurança".

O ministro afirmou aos jornalistas que deseja um perfil gestor para o comando da Infraero. Sobre a Anac, defendeu que a agência reguladora cumpra suas funções legais. O ministro evitou detalhar medidas que tomará à frente da pasta, e não comentou a percepção que tem da crise em relação à responsabilidade pelo acidente com o Airbus da TAM e pela crise no tráfego aéreo. "Não faço teoria do achismo. Ministro não pode achar, ministro tem que fazer", afirmou. E acrescentou que a prioridade será garantir a segurança nos vôos. "Se o preço for manter por algum tempo as filas, isso irá acontecer". (Agências)

Foto de Marcello Casal Jr/ABr com arte de Abê

Pereira ensina a 'trabalhar o pepino'

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presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, brincou com "receitas de pepino" ontem à tarde, ao comentar sobre o caos nos aeroportos brasileiros e sobre sua permanência no cargo, com a saída de Waldir Pires e com Nelson Jobim assumindo o Ministério da Defesa. "Os pepinos fazem parte da vida, certo? O importante não é o pepino . O importante é saber lidar com o pepino, saber cozinhar o pepino, cortá-lo corretamente. É ter inteligência para trabalhar

com os pepinos e, principalmente, ter calma para se trabalhar com pepino", afirmou Pereira. De acordo com informações do site G1, Pereira está otimista, pois, segundo ele, "o sistema está voltando à normalidade". "Acredito que agora, realmente, depois de tanto tempo, estamos no caminho correto. O sistema está voltando para o trilho da normalidade. Estou otimista, ficando ou saindo, continuo otimista. O que o Estado decidir a meu respeito, eu faço", afirmou Pereira. Pereira chegou ao prédio

da Defesa para a posse de Nelson Jobim dizendo que se reuniria com ele hoje "para discutir as diretrizes e deixálo completamente a par de toda a situação de Congonhas". Ele admitiu a hipótese iminente de sua saída, já sinalizada por Jobim, e disse que não apelaria para a formalidade de colocar seu cargo à disposição do novo ministro. "Vou dizer: chefe, o senhor quer que eu fique ou quer que eu saia? Nada de formalismo". Empenhado em mostrar que está preparado para uma negativa do ministro, o

brigadeiro declarou: "A vida é a vida. Não há problemas. Saio sem trauma algum e continuo fiel ao presidente (Luiz Inácio Lula da Silva). Pereira disse ainda que faltam apenas alguns detalhes para entregar a pista de Congonhas, que serviu de palco para a tragédia com o Airbus da TAM. "Os reparos já estão quase encerrados. Agora, o principal é limpar a pista, varrer." Planos? "Vou tirar férias, o que não tiro há 14 anos". E disse não temer viajar de avião, porque faz isso "todos os dias". (Agências)


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Congresso Planalto Te r r a s CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007 Eduardo Dusek/AE

Deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL) aguarda a saída dos semterra de sua fazenda

PM TENTA DESOCUPAÇÃO PACÍFICA EM MURICI

Dida Sampaio/AE

Eymar Mascaro

Queda de Lula

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tentos aos resultados apresentados na última pesquisa de opinião que chegou ao planalto, os petistas começam a ficar preocupados com a queda de popularidade do governo Lula, após os últimos acontecimentos no setor aéreo. Para reduzir esse impacto, líderes da legenda preparam uma série de manifestações em apoio ao presidente. Os atos começarão pelo Nordeste, considerado território "amigo". Agora, a preocupação do Planalto é evitar a passagem do presidente pelos estados do Sul e Sudeste. A população pode partir para um novo "ataque" de vaias, como ocorreu no Rio de Janeiro.

ACUADO

Localizada na zona rural do município de Murici, no estado de Alagoas, a propriedade tem mais de 528 hectares destinados a criação de gado

JUSTIÇA PEDE RETIRADA DOS SEM-TERRA Invasores têm 24h para deixar fazenda do deputado Olavo Calheiros (PMDB), irmão de Renan Calheiros

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Justiça Estadual de Alagoas decretou ontem a reintegração de posse da fazenda Boa Vista, localizada na zona rural do município de Murici, a 59 quilômetros de Maceió. A terra é de propriedade do deputado federal Olavo Calheiros, irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB-AL. Além disso, a cidade é administrada pelo filho de Calheiros, Renan Filho (PMDB). A área foi ocupada por cerca de 400 famílias de trabalhadores rurais sem-terra, desde a tarde da última terça-feira. A ordem para a retirada foi assinada pelo juiz José Lopes Netto, da Comarca de União dos Palmares, que determinou a desocupação em 24 horas. Uma equipe do Centro de

Gerenciamento de Crises da Polícia Militar foi enviada na tarde de ontem à fazenda. Segundo a assessoria da PM local, a ordem dada aos policiais é de cumprir a decisão judicial dentro do prazo previsto, mas de forma pacífica. "Vamos mostrar às lideranças dos sem-terra que o nosso objetivo é fazer uma desocupação pacífica, deixando o uso da força para o último caso", garantiu o o coronel Robson, responsável pela ação de retirada. Manifestantes – As lideranças dos sem-terra informaram, após uma reunião no acampamento, que só desocuparão a área depois que a presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) negociar com todos os movimentos presentes uma pauta de reivindicações, que inclui a

investigação de casos de violência no campo e a grilagem de terras. O coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Carlos Lima, cobra ainda a intervenção do Judiciário no Cartório de Murici. Ele acusa a Justiça local de permitir operações ilegais e desaparecer com documentos. "A tabeliã do cartório da cidade, Lourdes Ferreira, já foi denunciada na Corregedoria de Justiça, acusada de fraudar certidões e escrituras de terras para beneficiar a família Calheiros, mas até hoje ela não foi punida nem afastada do seu cargo , informou Lima. Segundo o coordenador da CPT, caso a Justiça não tome as providências exigidas pelos sem-terra, eles seguirão para uma nova invasão do cartório, repetindo o ato de 2005.

Carlos Lima disse que a decisão de reintegração já era esperada. Após receber a notícia, a liderança do acampamento decidiu pedir a advogados recorrerem da decisão, mesmo com a certeza de que o pedido será recusado no tribunal de Murici. "Aqui a decisão é certa, mas só quando o pedido vem da família Calheiros". A ocupação da fazenda Olavo Calheiros, que tem cerca de 528 hectares, foi programada e realizada por famílias ligadas ao Movimento Sem-Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) e Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), além de outros grupos de menor expressão e da própria Comissão Pastoral da Terra. Os trabalhadores garantem que não sairão. (AE)

Governo altera repasse para ONGs

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governo publicou ontem decreto que altera a sistemática de transferência e prestação de contas de recursos da União para prefeituras e ONGs. O decreto estabelece que a União não vai fazer contrato de repasse em valores inferiores a R$ 100 milhões, porque o custo de fiscalização é maior. O governo dará, então, preferência a contratos com ONGs mais estruturadas que permitam eficiência na fiscalização. Para as prefeituras, os DC

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contratos acima de R$ 5 milhões com municípios com mais de 500 mil habitantes serão fiscalizados exclusivamente pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (Siaf). O objetivo, segundo fontes do governo, é dar mais transparência sobre essas transferências e melhoria de gestão sobre os recursos federais. Economia – Os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Controladoria geral da União, Jorge Hage, disseram que as medidas do

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governo para restringir o repasse proporcionarão uma economia de R$ 1,5 bilhão. Em relação ao teto mínimo de R$ 100 mil, o governo decidiu não impor essa restrição às ONGS, mas passa a exigir que uma organização só poderá receber verba da União se nenhum de seus dirigentes tiver parente de até segundo grau exercendo cargo no executivo, legislativo e judiciário. A assinatura de convênios só será possível com a apresentação de

documentação para comprovar a regularidade dos pagamentos de impostos federais, estaduais e municipais e junto ao FGTS. Além disso, os convênios com valores acima de R$ 5 milhões passam a ter sua execução acompanhada por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siaf), o que não acontecia. A população poderá acompanhar a execução de todos os convênios por meio do portal, que deverá ser criado pelo governo. (AE)

O PT teme que Lula fique "encurralado" pelo receio de receber vaias da população em eventos abertos. Prova disso, foi a sua decisão de cancelar as visitas ao Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Passar por São Paulo, nos próximos dias, não agrada nem um pouco o presidente. O Nordeste é a melhor escolha no momento.

REFLEXO

Todo esse cuidado tem uma razão simples: o impacto negativo nas campanhas municipais de 2008. O PT pretende conquistar as principais capitais do País, mas sabe que a crise aérea pode complicar o desempenho dos seus candidatos nos grandes centros, principalmente no Sudeste.

COBIÇA

Entre as cidades desejadas pelos petistas, São Paulo é o grande destaque. Lula pede esforço máximo da legenda na reconquista da capital paulista. Nos próximos dias, a liderança paulista da legenda tentará convencer Marta Suplicy a concorrer ao cargo. A ministra ainda é a melhor opção entre os nomes dispostos a disputar a cadeira. A meta é conseguir uma resposta da ex-prefeita até o final de setembro.

SONDAGEM

Marta levaria o PT ao 2º turno sem grandes dificuldades. Esse é o resultado de uma pesquisa que chegou as mãos dos petistas de São Paulo. Caso ela decida não disputar o pleito, o senador Aloizio Mercadante será o provável substituto.

PRETENDENTES

Além da ex-prefeita e do senador, o PT possui mais pretendentes ao cargo de candidato, entre eles os deputados Arlindo Chinaglia, José Eduardo Martins Cardozo e Jilmar Tatto. Todos aguardam na reserva a decisão dos dois principais nomes cotados.

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CANDIDATURA

Alckmin já deu sinais claros de que pretende concorrer em São Paulo. Essa decisão pode "melar" o acordo de coligação entre tucanos e democratas. A chapa entre as duas legendas sairia com Kassab na ponta e, como gratidão, o DEM fecharia seu apoio a Serra em 2010, quando o governador pretende disputar mais uma vez o Planalto.

CONVENÇÃO

O PSDB realiza sua convenção municipal no próximo mês de agosto. O diretório terá um novo presidente. Tião Farias, candidato ao posto, defende a entrada de Alckmin no pleito paulistano. Seu opositor, o vereador Gilberto Natalini, aliado do governador Serra, defende a coligação.

INCENTIVO

O PT torce pelas candidaturas do Geraldo e do Gilberto. A legenda sabe que a divisão entre os dois beneficiará o seu escolhido na disputa, seja ele quem for. Como resposta, Kassab também conta com a entrada da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) na corrida eleitoral. Ela dividirá o eleitorado petista.

APOIO

Ainda no campo do apoio, Alckmin recebeu o de Aécio Neves (PSDBMG). O governador mineiro diz que é fundamental para o tucanato disputar a cadeira em São Paulo. O partido, avalia o mineiro, precisa entender o peso da capital na futura disputa presidencial de 2010.

PREOCUPAÇÃO

Aécio tem motivos de sobra para se preocupar com o eleitorado paulistano. Pré-candidato do PSDB à presidência em 2010, o mineiro disputará a legenda com José Serra. As últimas pesquisas indicam a vantagem do governador paulista.

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tecnicamente empatados em todas as pesquisas. Caso Geraldo coloque o "bico" na disputa, o democrata seria prejudicado, deixando a ministra na liderança.

DC

DUELO

No cenário eleitoral sem Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Marta e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disputariam uma eleição equilibrada. Os dois aparecem

Ainda há chances de, caso Serra seja mesmo o candidato do tucanato, o governador de Minas migrar para o PMDB. Michel Temer (PMDB-SP) fez o convite e apenas aguarda a decisão do tucano mineiro. Aécio, por enquanto, diz que não pretende mudar de partido, não tem motivos para tal decisão. No PSDB, no entanto, há quem não acredite muito nesse discurso.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Internacional

Slahaldeen Rasheed/Reuters

Um atentado em Kirkuk matou 7 e feriu 45

ÊXODO IRAQUIANO Cerca de dois milhões de iraquianos já abandonaram o país desde o início da invasão americana, em 2003, o que levou os países vizinhos a apelarem para a comunidade internacional para suportar a crescente demanda

M

ais de dois milhões de iraquianos deixaram o país desde 2003, ano da invasão norte-americana. A atual onda de violência que tomou a nação no pósguerra, com explosões de carros-bomba e atentados diários, já faz com que a saída em massa envolva 50 mil iraquianos todos os meses, além de um saldo interno de mais de 1,9 milhão de desabrigados. A situação, considerada de alto risco pela Organização das Nações Unidas (ONU), levou países vizinhos como Jordânia, Síria, Líbano e Egito a fazerem um apelo à comuni-

dade internacional, de forma a aliviar a sobrecarga sobre seus serviços públicos. O grupo representa as nações que mais recebem refugiados de Bagdá. O apelo foi feito durante uma conferência internacional que teve início ontem em Amã, na capital da Jordânia. O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur, na sigla em inglês) definiu o êxodo como "crise humanitária que ameaça a estabilidade local". A agência cobrou dos parceiros internacionais que elevem os montantes destinados anualmente para os refugiados. Recentemente, a agência dobrou a ajuda aos iraquianos,

Reuters

para US$ 123 milhões. A Jordânia calcula em US$ 1 bilhão os gastos anuais para abrigar os iraquianos. A Síria, que abriga cerca de 1,5 milhão de iraquianos, recebe uma média de 3 mil por semana. O Egito tem uma população iraquiana estimada em 100 mil. Segundo a Acnur, o Iraque foi o primeiro no ranking de pedidos de asilo na Europa em 2006. Mais atentados A onda de violência deixou mais de 40 mortos no Iraque ontem. No pior atentado, um carro-bomba estacionado em um cruzamento do centro de Bagdá matou pelo menos 25 pessoas e feriu 115. (Agências)

Pentágono planeja retirada de tropas

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Pentágono está elaborando planos de contingência para uma eventual retirada das tropas norte-americanas do Iraque, afirmou ontem o secretário

da Defesa dos EUA, Robert Gates, que chamou o plano de "prioridade." "Pode ter a certeza de que esse planejamento está mesmo acontecendo, com meu envolvimento atuante", explicou por carta à candidata democrata à presidência Hillary Clinton, que tinha pedido em maio informações ao Pentágono

sobre o planejamento contingencial para uma possível retirada das tropas. Este ano, um contingente adicional de cerca de 30 mil soldados norte-americanos foi enviado ao Iraque, elevando a presença total no país para 157 mil militares, dentro de um plano para assegurar a estabilidade daquele país. (Reuters)

Adalberto Roque/AFP

Ó RBITA

AMEAÇA

PAZ?

No "Dia da Rebelião", um Raúl Castro pacifista

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Raúl discursa para 100 mil; Fidel segue afastado

presidente interino de Cuba, Raúl Castro, ofereceu ontem selar as pazes com o dirigente que, no próximo ano, vier a ser eleito para substituir George W. Bush no comando do governo norteamericano. Mas avisou que não passam de um "sonho amalucado" as esperanças de que o país submeta-se a uma transição de regime depois de uma eventual saída de Fidel Castro, seu irmão afastado do poder há um ano por problemas de saúde. O discurso foi feito diante de mais de 100 mil cubanos na cidade de

Camaguey, e marcou o aniversário de 54 anos da revolução que levou o regime de Fidel ao poder. Marcou, também, um ano da última aparição pública de Fidel Castro. O Dia da Rebelião é a festa nacional mais importante de Cuba. "O novo governo (dos EUA) precisará decidir se mantém a política absurda, ilegal e mal-sucedida (embargo) contra Cuba, ou se aceita a oferta de paz realizada por nós", afirmou Raúl, que em seu discurso não calou as dúvidas sobre a volta de Fidel Castro ao comando do país. (Reuters)

dos 22 missionários sulcoreanos que foram seqüestrados no início da semana. A ameaça partiu do porta-voz da milícia. Segundo o grupo, este será o prazo final para a entrega dos prisioneiros com vida. (AE)

forças israelenses na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmmoud Abbas, disse que tem a esperança de alcançar um acordo de paz com Israel "em um ano ou menos". (AE)

Pierre-Philippe Marcou/AFP

Claudia Daut/Reuters

governo do Afeganistão m um dia no qual pelo O tem até hoje para libertar E menos seis palestinos militantes do Talebã, em troca morreram em choques com

CHAVISTA – Cristina Kirchner, favorita às eleições argentinas, defendeu Hugo Chávez e disse que o dirigente desempenha papel fundamental no equilíbrio energético da América Latina


DIÁRIO DO COMÉRCIO

AFP

Aprendi o valor deste dom [de falar com os anjos] e quero partilhá-lo com os outros. Da princesa da Noruega, Martha Louise, que criará um centro de terapias alternativas para ensinar às pessoas o poder psíquico da comunicação com os anjos. Os alunos aprenderão a "fazer milagres" em suas vidas e a controlar os espíritos.

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

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JULHO

2 - LOGO

27 Em 1974, a Câmara de Representantes dos EUA iniciava o processo de impeachment do presidente Richard Nixon, no conhecido caso Watergate.

M UNDO ANIMAL B RAZIL COM Z

Sensibilidade felina

Os ônibus do Brasil

Oscar, um gato que é capaz de prever a morte

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Arnaldo Carvalho/JC Imagem/AE

Elas são bicampeãs O futebol feminino brasileiro mostrou o esperado espetáculo brasileiro no esporte na final de ontem dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. A seleção de Marta e companhia venceu a equipe dos EUA com uma goleada de 5-0 e levou a torcida, que lotou o Estádio do Maracanã, ao delírio. O triunfo brasileiro, que representou o bicampeonato pan-americano da seleção feminina, veio com gols de Marta, duas vezes pênalti, aos 18 e 56 minutos, e Cristiane, também duas vezes, aos 29 e aos 48, além de Daniela Alves, aos 75. A craque

Marta, considerada pela Fifa a melhor jogadora do mundo e que entrará para a calçada da fama do Maracanã ao lado de lendas como Pelé e Garrincha, aproveitou o pódio para chorar em protesto à falta de incentivo ao futebol feminino no País. O Brasil, que não possui um campeonato nacional de clubes para a modalidade, oferece poucas oportunidades para suas atletas de ouro, que ou são obrigadas a jogar no exterior, como é o caso de Marta, que defende um time da Suécia, ou correm o risco de ficar desempregadas.

scar é o gato adotado pelo Steere House Nursing and Rehabilitation Centre, instituição de saúde de Providence, em Rhode Island, EUA. Aparentemente inocente e sem dotes especiais, ele tem o hábito de se enrolar ao lado dos pacientes que estão prestes a morrer, segundo os médicos. O caso, aparentemente folclórico, foi se tornou tema de um estudo acadêmico publicado no New England Journal of Medicine. Segundo o estudo, Oscar acertou 25 mortes. "Ele parece perceber quando os pacientes estão prestes a morrer", disse David Dosa, professor na Brown University, explicando que Oscar errou algumas vezes, para a felicidade dos pacientes. A dimensão do caso é tão grande que os responsáveis pelo centro chegam a alertar

O jornal canadense especializado Novo Metro publicou uma matéria sobre o transporte no Brasil, com destaque para o sistema de ônibus implantado em Curitiba em 1971, precursor dos corredores de ônibus que existem hoje nas metrópoles. Plataforma baixa, ônibus com várias portas e faixas dedicadas, segundo o jornal, são exemplo de boa solução de transportes para as grandes cidades. O jornal analisa o caso curitibano e informa que se transformou em um modelo para outras cidades latino-americanas como Bogotá e Cidade do México.

imediatamente os familiares assim que Oscar se posiciona junto a um paciente. O animal de dois anos costuma fazer rondas pelo edifício, tal como os médicos. Em declarações à BBC, um perito em felinos da Grã-Bretanha, Thomas Graves, explicou que "os gatos podem sentir quando os seus donos ou outros animais estão doentes, podem pressentir quando o tempo vai mudar e são conhecidos por serem sensíveis à premoniç ã o d e t e r r amotos". Mas nunca se viu tal sens ib il id ad e em casos de morte.

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C A R T A Z

MUSICAL AFP

F UTEBOL

AFP

My Fair Lady fica em cartaz até domingo. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Tel.: 5693-4000. De R$ 40 a R$ 185.

Caetano Barreira/Reuters

B ASQUETE

G @DGET DU JOUR

Pássaros robotizados L

RECORDES - O cavalo belga Radar entrou para o livro dos Recordes de 2008, como o maior cavalo vivo do mundo. Com cerca de 2 metros de altura, ele aparece ao lado de Thumbelina, égua miniatura de 45 centímetros, no livro como o menor cavalo vivo. C OMPORTAMENTO

Teste de princípios idéia foi da revista Reader's Digest Seleções da Argentina e será publicada em agosto. Mas o jornal Clarín já antecipou os principais resultados do teste de honestidade. Para comprovar os princípios éticos ou a falta deles entre as pessoas comuns de várias cidades, foram "esquecidos" 30 aparelhos de telefone celular de valor médio em situações simuladas. Por exemplo: um repórter colocava o celular na mesa de um escritório ou um local público para abrir sua pasta de trabalho e depois "esquecia" o aparelho ali. Depois de algumas horas, o repórter ligava para o próprio número e marcava com a pessoa que o atendia um local para a devolução. Muitas das pessoas sequer atendiam às chamadas, outras atendiam e marcavam um local para a devolução. Outras simplesmente desligavam a ligação e houve ainda

A Meninos garantem vaga na semifinal Jogando mais solta, a seleção brasileira masculina de basquete venceu ontem o Canadá, por 98 a 63, pela segunda rodada dos Jogos Pan-Americanos, na Arena Olímpica, em Jacarepaguá. Com o resultado, o País garantiu vaga na semifinal da competição e volta à quadra hoje, às 15h, contra Porto Rico para decidir a primeira posição do Grupo A. Ambas somam quatro pontos, com duas vitórias cada. Mais uma vez a força do time veio do garrafão com Murilo, cestinha da partida com 24 pontos. "Melhoramos nos rebotes defensivos e conseguimos jogar mais soltos no

segundo tempo", avaliou Murilo. O ala/armador Marcelinho Machado, o mais experiente do grupo, conhecido por sua característica de pontuador, mostrou desde a estréia contra as Ilhas Virgens que veio ao Pan jogar para a equipe. Saiu de quadra com cinco assistências e nove pontos. Está satisfeito com sua evolução. Quem também foi bem nas assistências foi o armador Valtinho, de volta ao grupo nesse Pan, após ficar fora da seleção brasileira por quatro anos, em razão de contusão. Ele deu três assistências e ainda contribuiu com 10 pontos.

A TÉ LOGO

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F AVORITOS

Site indica cursos credenciados

algumas que tentaram contatar os números da agenda do aparelho – que tinha crédito – em busca do dono. Pelo menos na Argentina, o índice de devoluções não tem relação com questões econômicas nem com o gênero das pessoas que encontravam o aparelho, disse o diretor da

Seleções na Argentina. "Trata-se de uma questão de princípios de quem encontrou o celular". No Brasil, até que os paulistas não ficaram mal colocados no ranking: devolveram 21 dos 30 aparelhos "perdidos" e conseguiram um mediano 14º lugar.

Corredor brasiliense Marílson espera ganhar o ouro na prova dos 10 mil metros hoje

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Depois do ouro, seleção ouve a promessa de que o País investirá no futebol feminino

www.dcomercio.com.br/especiais/pan2007/

Antes de fazer a matrícula em um curso superior, o Ministério da Educação (MEC) recomenda que o aluno confira o credenciamento da instituição. O registro no MEC garante a idoneidade da instituição, a qualidade da formação oferecida e a validade do diploma obtido no fim do curso. De qualquer parte do Brasil, os cidadãos podem acessar essas informações de credenciamento do MEC pela internet. O site traz as informações sobre todos os cursos válidos do País. www.educacaosuperior.inep.gov.br

L OTERIAS Concurso 240 da LOTOFÁCIL 01

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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O SITE DO PAN

A loja The Robot Store lançou uma série sensacional de pássaros robotizados, os Breezy Singers. São seis aves mecânicas que imitam o canto de espécies muito conhecidas, como o cardeal. Bem mais legal que engaiolar bichos de verdade. As gravações digitais dos cantos são do laboratório de ornitologia da Cornell University. Por US$ 15.

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Ministro do Esporte confirma que o presidente Lula não vai ao encerramento do Pan

Concurso 1780 da QUINA 28

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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O homem continua a viver sob o império da ordem zoológica naturalista: a luta pela vida e a sobrevivência do mais forte.

NEIL FERREIRA EM DEFESA DO TOP-TOP-TOP E DO FUC-FUC-FUC

Céllus

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

O voto pronunciado por ela foi atendido apenas parcialmente e com efeitos muito inferiores ao que ela pretendia ao enunciá-lo. Na atualidade, poucas pessoas que tenham um mínimo de cultura ignoram nosso parentesco antropóide, mas mesmo as que conhecem a fundo a genealogia dos nossos ancestrais símios ignoram as mais importantes implicações desse fato. ois é um fato que a civilização humana, - ou, dito de modo mais simples, a humanidade, os povos e os indivíduos em geral - continua a viver sob o império da ordem zoológica naturalista da luta pela vida e da sobrevivência do mais forte. É uma realidade que se opõe polarmente ao projeto humanista da Paz na terra entre os homens de boa vontade, aspiração que em todos os tempos e lugares tem sido o mínimo denominador comum de todas as culturas e o pilar do que se entende por Ética. Mínimo denominador comum, dizemos, porque mesmo na ordem zoológica naturalista, (salvo nas instâncias sexuais, que implicam

P

em seleção genética da espécie) o relacionamento social entre os indivíduos que vivem em sociedade é normalmente pacífico. O padrão humanista supõe mais do que isso para nos colocar acima dos macacos. é aqui que nos defrontamos com a aporia nuclear da condição humana: o homem não passa de um animal formatado pelos seus instintos, que se reveste de uma experiência histórica recente teleológicamente (ignora-se por quê), idealmente voltada para os valores especificamente humanistas da verdade, da beleza e da bondade.

E

G O dilema

da condição humana: o homem não passa de um animal formatado pelos seus instintos, que se reveste de uma experiência histórica recente e idealmente voltada para os valores especificamente humanistas da verdade, da beleza e da bondade.

mídia expôs a covardia de quem tinha obrigação de aparecer e sumiu, de quem tinha de falar e calou, de quem tinha de ver e fingiu que não viu. Foi para a grande nação do norte atrás de aplausos comprados. A Globo mostrou os dois únicos petistas que falaram a verdade em gestos amplos e teatrais, rostos contraídos, movimentos labiais legíveis. Grogues, não percebemos o segredo que havia ali. Vimos o assessor marcaurélio top-top-top garcia fazer o top-top-top que entrou para a história. O assessor do assessor, bruno fu c-fuc- fuc gaspar, seguiu-o, em rebarbativo e rebolativo fuc-fucfuc, exclamando filhos da p* !, até eu li os lábios. O país chorava, eles festejavam. Grandes atores, fingiam.

A

por Benedicto Ferri de Barros

E

arem de patrulhar os dois únicos petistas que falam a verdade neççepaíz. Todo mundo viu o assessor marcaurélio top-top-top garcia e o assessor do assessor, bruno fuc-fuc-fuc gaspar, fazerem os tais gestos indecentes, vulgares, raivosos, despudorados, grosseiros e ofensivos aos mortos da tragédia da TAM. Atingiram também aos vivos, parentes e amigos dos mortos. E a todos nós, chocados, mudos e impotentes. Fomos hipnotizados pelos noticiários da tv, que incendiavam nossas casas com imensas labaredas na hora da janta. Presos aos jornais e revistas, que jogavam aquele inferno nos nossos colos desde o café da manhã. Ouvidos colados ao rádio, ouvimos os sons desesperados das equipes de salvamento no local da tragédia e as nauseabundas, descaradas e mentirosas desculpas oficiais, fazendo tudo para tirar o corpo.

P

DARWIN, NÓS E OS MACACOS m conferência que pronunciou na então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, Teodosius Dobzansky, professor da Universidade de Columbia, que no final dos anos 50 lecionou durante algum tempo nessa instituição, como outros ilustres mestres estrangeiros, pronunciou uma conferência intitulada A Evolução Humana, cujo primeiro parágrafo reproduzo a seguir: A descoberta de Darwin, de que o homem é descendente de ancestrais não-humanos, pareceu repugnante a alguns de seus contemporâneos e ainda o parece a algumas pessoas. "Nós descendemos de macaco, meu Deus! Esperemos que não seja verdade, mas se for então queira Deus que isso não se torne geralmente conhecido.” É uma anedota clássica, igualmente reproduzida no parágrafo inicial de edição da Origem das Espécies, que reproduz a edição original da obra, com seus acréscimos, a qual nos informa que a senhora era a esposa do bispo de Worcester. (Evidentemente a digníssma senhora não podia saber, como hoje se sabe, que geneticamente a diferença entre o chimpazé e o homem é inferior a 1%.)

cena foi repetida centenas de vezes, a internet inundou o país, minha caixa postal entupiu de e-mails com o vídeo. O You Tube registrou 50 mil acessos no primeiro dia. "Falaram" por mímica a verdade explícita. O mundo caiu em cima dos dois. Pura patrulha ideológica. Suas salas são coladas à do sujeito, este o verdadeiro alvo deles. Estavam dispostos a sacrificar as próprias vidas para alertar o país. Sacrificaram-se! O assessor marcaurélio top-top-top garcia é o cara que faz a cabeça do sujeito em assuntos internacionais. Foi o seu conselho que nos fez arriar as calças para o evo morales no caso da Petrobrás e do aumento do preço do gás. E lamber de joelhos as botinas do coronel chávez. Dizem que é inventor do Fórum de São Paulo, cumpanhero do Tiro F i j o ( " Ti r o F i x o " ) d a s FARC. Cortina de fumaça, disfarce perfeito. Sujou o sujeito sem que elle percebesse. Corre o boato que é professor na mesma faculdade do encenador mercadante, protege na surdina os meninos do veneno mercadantal. É zelite. Nas encolhas, mas zelite. O assessor do assessor, bruno fuc-fuc-fuc gaspar, é o cara encarregado de colocar na mídia tudo o que o top-top-top faz, como se fosse importante. Seria de uma nobre estirpe de jornalistas. É tão zelite quanto o chefe.

oda a história humana escrita pela crônica diversa das variadas culturas é feita de conjunturas, estruturas e fatos ambíguos e ambivalentes nos quais os vetores “naturalistas” e os “humanistas” se mesclam de forma indestrincável , sob a batuta imperial do caprichoso acaso. Isso ocorre com os micro e os macro fatos. Ignoro por que comecei este artigo sobre Darwin (o microfato), como ele, Darwin, ao efetuar um trabalho de cientista naturalista certamente ignorava que estava prestando a mais ampla e profunda contribuição para a filosofia antropológica. Isto é, um trabalho que revolucionaria a compreensão do homem, de seu comportamento e da História.

T

idéia fundamental é que a evolução das espécies se faz como luta pela vida e seleção das espécies, além de suas implicações filosóficas equivale, em importância, aos Princípios estabelecidos por Newton para as ciências físicas.

A

G Parem de

patrulhar. Nunca antes neççepaíz quadros petistas foram apanhados em flagrante falando toda a verdade!

evelo, portanto, em primeira mão, que são militantes sangue puro zelite, nossos homens-bombas camuflados, aliados de fé, irmãos, camaradas. Agentes duplos infiltrados para a arriscada missão de escancarar a verdade de dentro do útero da Mentirobrás, a mais poderosa estatal brasileira. Testemunharam o crime hediondo. top-top-top e fucfuc-fuc é o que o poder pratica em todos nós o tempo todo, baforando charutos cubanos de 30 dólares cada nas nossas nucas, à luz do sol ou na solidão das noites de Brasília, haja trabalhadoras horizontais de Mary Jean Corner ou não. Queimaram o disfarce e explodiram-se heróicos. Missão cumprida. A dragoa quase falou a primeira verdade da vida quando atirou-nos "Relaxa e goza" à cara, com habituais cinismo e frivolidade. Sexóloga experimentada (sabe-se lá o quão experimentada já foi, é ou ainda será), notou que nós relaxamos, ficamos de quatro, permitimos, acostumamos, viciamos. Elles gozam. Top-top-top e fuc-fuc-fuc, recebam nossa eterna gratidão. Nunca antes neççepaíz quadros petistas tão estrelados foram apanhados em flagrante falando toda a verdade.

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RELAXA E GOZA. TOP-TOP-TOP. FUC-FUC-FUC. QUAL SERÁ O NOSSO AMANHÃ? NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEILFERREI@GMAIL.COM

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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

BOVESPA CAIU 3,76%

RISCO EM 218 PONTOS

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Ed Viggiani/AE

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

Nenhuma das 57 ações que fazem parte do Ibovespa fechou em alta no pregão de ontem

DÓLAR FECHA EM R$ 1,928

DIA DE TURBULÊNCIA NOS MERCADOS Brendan McDermid/Reuters

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ntem foi um típico dia de um movimento conhecido entre os analistas do mercado financeiro como "flight to quality", ou fuga para a qualidade. Com medo dos desdobramentos da crise imobiliária nos Estados Unidos, os investidores fugiram de ativos mais arriscados, como ações e moedas de países emergentes, e provocaram pesadas perdas nos mercados globais. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve a terceira maior queda do ano. O Ibovespa, índice que serve de referência para o mercado nacional de ações, fechou com desvalorização de 3,76%, para 53.893 pontos. O dólar teve a maior alta desde maio de 2006 (leia mais abaixo, nesta página). A taxa de risco Brasil disparou 21%, para 218 pontos no fim da tarde. O risco brasileiro se aproximou novamente da média dos emergentes, que ontem avançou 13%, para 223 pontos. O Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, recuou 2,26% no fechamento, a bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 1,84% e a Bolsa de Buenos Aires despencou 3,99%. A Bolsa de Londres caiu 3,15%, maior perda registrada desde março de 2003 (veja os fechamentos das bolsas européias no quadro). Num movimento oposto, a demanda por títulos do Tesouro dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mercado, disparou. A taxa dos papéis de dez anos caiu a 4,77%, ante 4,9% na quarta-feira. Quanto maior a procura por esses bônus, menor a taxa. Apesar do crescente nervosismo — a última terça-feira também foi um dia de fortes perdas nos mercados —, a

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maioria dos analistas por enquanto descarta a hipótese de uma crise financeira global. "O movimento provavelmente será temporário", afirmou Ricardo Amorim, diretor do Banco WestLB. "A economia mundial ainda está firme e a liquidez internacional se mantém elevada", disse Joel Bogdanski, consultor de análise econômica do Banco Itaú. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou o vaivém. "Os fundamentos da economia brasileira nos permitem enfrentar essa turbulência, seja ela passageira ou não", disse. Austrália — Com o mercado já sensível, o fato que detonou a onda pessimista ontem foi o anúncio do grupo de fundos de hedge australiano Absolute Capital de suspensão temporária dos resgates em dois de seus produtos. A empresa explicou que a medida se deveu à "atual ausência de liquidez nos mercados globais de crédito estruturado". Parte dos in ve st im entos do grupo está atrelada a títulos de crédito imobiliário do segmento subprime nos Estados Unidos. Nessa área estão clientes com histórico de inadimplência, o que aumenta a probabilidade de que não honrem os empréstimos. Bogdanski estimou que o mercado subprime totalize US$ 190 bilhões. Os prejuízos crescentes no segmento têm levado bancos a reduzir os empréstimos em outras áreas, principalmente para empresas. Analistas temem que o movimento se intensifique, até virar uma crise de crédito, o que reduziria o crescimento global e acabaria com a onda de fusões e aquisições — um dos fatores que turbinaram as bolsas recentemente. (AE)

DOLAR Com alta de 3,32%, moeda volta ao nível do fim de junho

A

turbulência no mercado internacional ontem acabou garantindo mais uma sessão de recuperação para o dólar comercial. A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 1,926 para compra e a R$ 1,928 para venda, com alta de 3,32%. Depois de voltar aos níveis mais baixos em quase sete anos no início da semana, o dólar retomou tendência de alta na quarta-feira. No fechamento de ontem, as cotações da moeda americana foram as mais elevadas desde o último dia 29 de junho, quando fechou a R$ 1,93. Em termos percentuais, o ganho foi o maior registrado desde 23 de maio de 2006. Naquele dia, o dólar subiu 4,67%. Na sessão de ontem do mercado de câmbio, o volume cresceu 76% em relação à véspera, para US$ 5,256 bilhões. De acordo com operadores, o Banco Central (BC) comprou cerca de US$ 30 milhões em leilão. Depois

dessa operação, as cotações à vista renovaram as máximas, influenciadas pelas bolsas. O mercado de dólar futuro acompanhou a correção, e os sete vencimentos negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) projetaram fortes altas. O giro aumentou 52,75%, para US$ 33,91 bilhões. Os contratos para agosto fecharam em R$ 1,933 na BM&F, com alta de 3,41%. Para setembro, a projeção é de cotação de R$ 1,935, com ganho de 3,09%. Exterior — No mercado internacional de moedas, o dólar caiu para a mínima em três meses em relação ao iene. O aumento da aversão ao risco, que orientou os negócios ontem, estimulou desmontagem de operações em que os investidores apostavam na queda da moeda japonesa. Às 17h30 (horário de Brasília), o dólar era negociado a 118,79 ienes, em queda de 1,48%. O euro valia US$ 1,3743 (alta de 0,27%) no horário. (AE)

Operadores no pregão da Bolsa de Valores de Nova York: aumento da aversão ao risco acelerou venda de ações em todo o mundo ontem.

Copom deve reduzir ritmo de cortes

S

ão fortes as indicações de que o Banco Central (BC) diminuirá o ritmo de queda do juro básico da economia (Selic), a julgar pelo tom da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem. No encontro, a taxa caiu 0,5 ponto percentual, para 11,5% ao ano. O placar foi apertado: quatro votos a três. As apostas dos economistas, agora, se concentram em cortes de 0,25 ponto em setembro e também nas duas reuniões adicionais deste ano, em outubro e dezembro. A indicação de freada na queda dos juros veio na primeira reunião do Copom depois que a meta de inflação para 2009 foi fixada em 4,5%, bem acima da inflação efetiva, numa decisão mal recebida pelos analistas do mercado financeiro. Segundo a ata, o corte na Selic foi de 0,5 ponto em julho porque venceu a avaliação de que a forte alta do consumo — que, em tese, é combustível para a inflação — tem sido com-

O sinal de que a taxa vai continuar caindo está dado, assim como a indicação de que os cortes devem ser de 0,25 ponto. José Francisco Lima Gonçalves, do Fator

pensada pela importação de mercadorias e pela expansão dos investimentos voltados para o aumento da produção. Ambos foram considerados suficientes para aumentar a oferta de bens e, assim, reduzir o risco de alta nos preços. Esse foi o entendimento de quatro membros do Copom. Os outros três, que votaram pelo corte de 0,25 ponto, argumentaram que seria prudente desacelerar a queda e esperar para ver o efeito dos cortes já feitos nas últimas reuniões. Eles alertaram que a economia

real leva alguns meses para reagir a uma mudança nos juros e que há "incertezas" quanto ao efeito que a queda da Selic, o aumento dos salários e o fortalecimento da atividade industrial terão sobre os preços. Eles sustentaram que uma redução de 0,25 ponto não interromperia o processo de recuperação da economia. Além disso, os cortes menores permitiriam manter os juros em queda por mais tempo. Ritmo de queda — "O sinal de que a taxa vai continuar caindo está dado, assim como a indicação de que os cortes devem ser de 0,25 ponto", disse o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves. O coordenador da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria, Flávio Castelo Branco, concordou. "Já houve uma discussão do Comitê quanto à intensidade de cortes, não há dúvida quanto a isso, e o sinal é que o Banco Central se prepara para uma inflexão no ritmo de queda."

A ata não trouxe nenhuma referência à meta de 2009. Nem deveria, segundo Gonçalves, pois o documento se refere à meta do ano em curso. No entanto, ele afirmou que a ata trouxe um recado: a confirmação do BC como condutor da política monetária. "Podia ser uma ata neutra, que não dissesse nada, mas ela disse bastante", avaliou. "O texto trouxe uma reafirmação implícita de que a diretoria do Banco Central sabe o que está fazendo, apesar de haver divergência no governo", disse. A fixação da meta em 4,5% foi uma vitória do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A alta da inflação, diz a ata, estaria sendo provocada pelo reajuste de mercadorias e serviços "não comercializáveis", ou seja, aqueles que não sofrem concorrência com os importados. Outro perigo no horizonte apontado pelo Copom seria o aquecimento da indústria, que já utilizava 82,7% de sua capacidade instalada em maio, um recorde. (AE)

Tesouro cancela leilão de títulos

A

piora dos mercados financeiros internacional e brasileiro, provocada pelo temor com o futuro do setor imobiliário e de crédito nos Estados Unidos, obrigou ontem o Tesouro Nacional a suspender um leilão de venda de títulos. O Tesouro não chegou nem mesmo a divulgar ao mercado a portaria com o lote dos papéis que seriam leiloados. A decisão de suspender a venda dos papéis foi tomada para evitar que o leilão, que seria de títulos prefixados (com taxas estabelecidas no momento da operação), gerasse ainda mais volatilidade, disse o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Guilherme Pedras. Segundo ele, as taxas de juros no mercado futuro tiveram forte elevação ao longo da manhã e, por isso, o Tesouro não quis sancioná-las no leilão, que ocorreria no início da tarde. "Não havia motivo para o Tesouro aceitar juros elevados que são objeto de volatilidade e vão se reverter depois", afirmou. "Essas taxas não refletem os fundamentos da economia brasileira" acrescentou.

Para o coordenador, o cancelamento do leilão mostra, "com fatos", que o Tesouro está confortável e tem recursos para honrar seus compromissos de pagamento dos títulos que estão vencendo, mesmo sem o leilão de refinanciamento da dívida. "Temos caixa para enfrentar volatilidade" disse.

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Pedras afirmou que nada muda na estratégia da administração da dívida com o cancelamento. "Foi só um dia de volatilidade. Tudo indica que é p a s s a g e i ro . " O e x e c u t i v o acrescentou que a demanda pelos títulos continua "presente". "Por mais que as taxas subam ou desçam, isso não tem

feito com que os investidores desistam de aplicar em papéis do governo brasileiro", afirmou o coordenador. (AE)


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Finanças Nacional Negócios Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

Fragrâncias importadas, como a colônia Fahrenheit 32, da Dior, na feira Beauty 2007.

14 MILHÕES JÁ COMPRAM PERFUME IMPORTADO

BENEFICIADO PELA COTAÇÃO DO DÓLAR, SETOR QUER CHEGAR PERTO DE SEU MERCADO POTENCIAL

PERFUME IMPORTADO PODE CRESCER 50% Luiz Prado/Luz

Vanessa Rosal

O

s cosméticos importados estão cada vez mais acessíveis no Brasil. Graças ao dólar baixo e ao parcelamento oferecido pelas perfumarias finas, algumas empresas distribuidoras de produtos europeus esperam aumentar em até 50% o faturamento de 2007 sobre o ano anterior. Segundo a Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfumes, Cosméticos e Similares (Adipec), o setor de produtos importados de perfumaria, cosméticos e higiene pessoal movimenta US$ 208 milhões ao ano, 5,8% do mercado nacional. Ao todo, 60 empresas importadoras distribuem suas 400 marcas diferentes para 800 lojas de perfumaria de todo o Brasil. O presidente do conselho da Adipec, Jacob Nir, diz que o setor gera 150 mil postos de trabalho diretos e indiretos, divididos entre lojistas de atacado e varejo e distribuidores autônomos. De acordo com ele, a entidade desenvolve ações para combater a pirataria. "Acabamos de lançar o selo de "garantia de procedência", para os produtos legalmente importados pelos nossos associados", disse. Barbara Kern, a diretora de marketing e vendas da RR Perfumes, importadora de 22 marcas como Hugo Boss, Dolce & Gabbana, Lacoste e Mont Blanc, afirma que 14 milhões de brasileiros compram perfumes importados. "Mas nosso potencial de consumo é muito maior, já que várias fragrâncias concorrem com produtos nacionais. Hoje é possível encontrar um perfume francês por apenas R$ 80", diz, destacando a participação masculina no segmento. Uma pesquisa da Beauté Prestige Interna-

Modelo no estande da RR na feira Beauty 2007: mercado masculino

tional revelou que 60% dos homens não são fiéis a uma única marca. "Eles consomem muito mais do que se imagina e são mais objetivos do que as mulheres," afirma. A Frajo Cosméticos, responsável pela distribuição de perfumes da Ferrari, La Perla e dos protetores solares da Australian Gold, já está planejando as vendas para o Natal. Segundo o diretor da empresa, Frank Lund, há mais de 600 pontos de vendas de marca única espalhados pelo País. A expectativa é de que o faturamento aumente 50% neste ano sobre 2006. "Nossa importação é toda feita por navio. Então, não seremos afetados pela crise aérea brasileira, o que já é favorável". Já a Passion Perfumes e Cosméticos aposta na imagem de celebridades como o jogador de futebol David Beckham para conquistar o consumidor. As marcas Puma e Adidas são voltadas para o público que se preocupa com a saúde, e têm nos desodorantes importante participação nas vendas. O objetivo da Aeger, divisão da Passion, é alcançar o 3º lugar no mercado com a marca Adidas. Atualmente, a Unilever é a líder do segmento, com 65% de market share e a Nívea vem na segunda posição, com 9%. No primeiro semestre, a empresa cresceu

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 018/2007 - PROCESSO ADMINISTRATIVO N.º 11023/ 2007 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de TOMADA DE PREÇOS, do tipo menor preço, tendo como objeto contratação de empresa de engenharia especializada, para reconstrução de Ponte em Galeria Celular de Concreto Pré-moldado, na Avenida Vicente Pelicano no cruzamento com o Córrego do Gregório - São Carlos, conforme Memorial Descritivo, Planilha Orçamentária e Projetos Executivos, constantes nos anexos IV a VI, que serão fornecidos em CD-ROM. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, n.º 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 26 de julho de 2007 até o dia 13 de agosto de 2007, no horário das 09:00h às 12:00h e 14:00h às 16:00h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 09:00 horas do dia 13 de agosto de 2007, quando após o recebimento, iniciar-se-á sessão de abertura. - São Carlos, 25 de julho de 2007. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

MTCB S.A. CNPJ nº 00.025.223/0001-03 – NIRE 35.300.139.445 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 24 de maio de 2007 Data: 24/05/2007, às 9:00 horas. Local: Sede social, na Av. Cidade Jardim, 377, sobreloja, sala “D” Itaim Bibi, em São Paulo-SP. Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social. Mesa: Srs. Jorge Yokosawa, Presidente, e Georges Charles Fischer, Secretário. Convocação: Dispensada, nos termos do Art. 124, § 4º, da Lei 6404/76, conforme redação vigente. Deliberações Tomadas por Unanimidade: 1º) Autorizada a lavratura desta ata em forma de sumário; 2º) Aprovada a alteração do endereço da sede social da Sociedade em São Paulo-SP, atualmente localizada na Av. Cidade Jardim, 377, sobreloja, sala “D”, Itaim Bibi, CEP 01453-900, para Av. Brigadeiro Faria Lima, 2927, 6º andar, conjunto 62, sala 13, Jardim Paulistano, CEP 01452-901 e a nova redação do “caput” do Art. 2º do Estatuto Social, permanecendo inalterado o seu § Único: “Art. 2º – A Sociedade tem sede e foro na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Brigadeiro Faria Lima, 2927, 6º andar, conjunto 62, sala 13, Jardim Paulistano, CEP 01452-901.”. Encerramento: Leitura, aprovação e assinatura da presente ata em 04 vias de igual teor e forma. (aa) Presidente da mesa: Sr. Jorge Yokosawa; Secretário da mesa: Sr. Georges Charles Fischer. Acionistas: p.p. Comcast Brazil, Inc. – Georges CharIes Fischer, p.p. Comcast International HoIdings, lnc. – Georges Charles Fischer. Certifico que a presente é cópia fiel do original lavrado em livro próprio. São Paulo, 24/05/2007. (aa) Jorge Yokosawa – Presidente; Georges Charles Fischer – Secretário. Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 240.527/07-0 em 20/06/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

Band Cabo S.A. CNPJ/MF n° 02.286.625/0001-97 - NIRE n° 35.300.152.824 Ata da Assembléia Geral Extraordinária, Realizada em 30/04/2007 Data e Local: Aos 30/04/2007, às 10 horas, na sede social da Companhia, em São Paulo-SP; Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social com direito a voto; Mesa Diretora: Paulo Saad Jafet - Presidente; e Silvia Saad Jafet - Secretária; Convocação: Dispensada por estar presente a totalidade dos Acionistas da Companhia, nos termos do Parágrafo 4º, do Artigo 124, da Lei nº 6.404, de 15/12/1976, e suas alterações; Ordem do Dia: (a) Leitura, discussão, votação e aprovação dos documentos previstos no Artigo 133, da Lei nº 6.404/76, como segue: Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005; (b) Destinação do Lucro/Prejuízo do exercício; (c) Distribuição de Dividendos; e (d) Assuntos de Interesse Geral; Deliberações Aprovadas por Unanimidade: (i) Aprovados o Relatório da Diretoria, o Balanço Patrimonial e as demais Demonstrações Financeiras referentes ao Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de 2005, que se encontravam sobre a mesa à disposição dos Senhores Acionistas, documentos esses, publicados nos jornais, Diário Oficial do Estado de São Paulo, edição do dia 28/04/2007, página 12, e Diário do Comércio, edição do dia 30/04/2007, página 10, cujos exemplares, igualmente, se encontravam sobre a mesa, publicação obrigatória, porquanto, embora tratar-se de Companhia fechada com menos de 20 (vinte) acionistas, o seu Patrimônio Líquido no exercício a que se refere esta Assembléia, superou limite previsto no Artigo 294 e seu inciso II, da Lei nº 6.404/76; (ii) Sobre o item “b” da Ordem do Dia, a Assembléia não cogitou da distribuição de lucro, já que o resultado do exercício foi negativo, como está consignado na Demonstração do Resultado do Exercício Social de 2005; (iii) No tocante a Dividendos, não haverá a sua distribuição, dada a inexistência de lucros no exercício a que se refere a presente Assembléia, como demonstra o resultado do exercício; (iv) Ratificados todos os atos da Diretoria praticados durante todo o período do exercício social de 2005, bem como eventuais inobservâncias de dispositivos da Lei nº 6.404/76 e suas alterações, quanto a descumprimento de prazos, notadamente a publicação dos documentos elencados no Artigo 133, da Lei nº 6.404/76, usando da prerrogativa prevista no parágrafo quarto desse mesmo artigo, e/ou formalidades aplicáveis às Sociedades por Ações, para prevenir possíveis exigências que possam vir a ser formuladas pela Junta Comercial do Estado de São Paulo, assim como, ratificado também a publicação dos documentos societários, como, as demonstrações financeiras daquele exercício, de 2005, já ocorrida, no jornal Diário do Comércio, com sede no Município de São Paulo - SP; (v) Autorizada a lavratura da presente Ata na forma de sumário, conforme faculta o Parágrafo 1º do Artigo 130 da Lei nº 6.404/76; Encerramento: Franqueada a palavra para quem quisesse dela fazer uso, não houve manifestação de nenhum Acionista. E, como não havia mais nada a ser deliberado, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às 12 horas, quando foi concluída a lavratura da presente ata, que lida e em tudo considerada conforme, foi assinada pelo Senhor Presidente, por mim, Secretária, e pelos demais Acionistas presentes. São Paulo, 30 de abril de 2007. (a.a) Mesa: Paulo Saad Jafet - Presidente; Silvia Saad Jafet - Secretária. Acionistas: Paulo Saad Jafet; Silvia Saad Jafet; p/Newco Programadora e Produtora de Comunicação Ltda., João Carlos Saad e Maria Leonor de Barros Saad. A presente, em três vias, foi extraída, no seu fiel e inteiro teor, do Livro nº 01, de Registro de Atas de Assembléias Gerais, onde se encontra lavrada. São Paulo, 03 de maio de 2007. Silvia Saad Jafet - Secretária. Secretaria da Fazenda - JUCESP - certifico o registro sob o n° 208.127/ 07-0 em 29/05/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

Maior

70% em relação ao mesmo período de 2006. Lançamentos – As empresas de perfumes importados estão com várias novidades para os próximos três meses. A marca Dior, distribuída no Brasil pela LVMH, lançará em agosto o perfume masculino Fahrenheit 32. "A fragrância foi desenvolvida para os homens modernos, que gostam de vivenciar a natureza, o calor e o frio. O perfume dá essa idéia de metamorfose", explica o supervisor de treinamento da marca, Ricardo Cosenza. Um dos lançamentos mais esperados é o do perfume importado campeão de vendas no Brasil, Carolina Herrera. Segundo a gerente da Neutrolab, que distribui a marca pelo País, Andréa de Araújo, em 2006 foram vendidos 650 mil frascos do produto. "O novo Carolina Herrera combina limão, mel e jasmim", diz. O design do frasco foi inspirado em antigas caixas de chapéus, em contraste com o couro vermelho e um delicado pingente com as iniciais "CH". O preço médio para o consumidor final ficará em torno de R$ 260 a unidade. As novidades começaram a s e r a p re s e n t a d a s n a f e i r a "Beauty Brasil 2007", que começou ontem e vai até 28 de julho no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

Barba Kern, da RR: alto potencial

Varejo farmacêutico em alta Fernanda Pressinott

O

setor de varejo farmacêutico mundial deve crescer entre 9% e 10% neste ano e entre 7% a 10% até 2011. A estimativa foi apresentada ontem pela consultoria IMS Health no seminário Farmácias: Estratégias e Diferenciação, promovido pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (Eaesp-FGV). Em 2006, as farmácias movimentaram US$ 600 bilhões em todo o planeta, 0,7% menos que no ano anterior. Na América Latina, o faturamento cresceu 12% de 2005 para 2006, e no Brasil, 11,4%. A consultoria divulgou também os dados dos genéricos. No mundo, essa categoria de medicamentos gerou receita de US$ 53 bilhões para as farmácias no ano passado e cresceu 12% em relação a 2005. No Brasil, os genéricos representaram 30% do mercado e mantêm o mesmo percentual de crescimento. "Os dados de janeiro até maio mostram que os genéricos não param de ganhar importância (11,3% de crescimento sobre igual período do ano passado), principalmente no mercado de medica-

Band Cabo S.A. CNPJ/MF n° 02.286.625/0001-97 - NIRE n° 35.300.152.824 Ata da Assembléia Geral Ordinária, Realizada em 30/04/2007 Data e Local: Aos 30/04/2007, às 16 horas, na sede social da Cia, em São Paulo-SP; Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social com direito a voto; Mesa Diretora: Paulo Saad Jafet - Presidente; e Silvia Saad Jafet - Secretária; Convocação: Dispensada por estar presente a totalidade dos Acionistas da Cia, nos termos do Parágrafo 4º, do Artigo 124, da Lei nº 6.404/76, e suas alterações; Ordem do Dia: (a) Leitura, discussão, votação e aprovação dos documentos previstos no Artigo 133, da Lei nº 6.404/76, como segue: Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2006; (b) Destinação do Lucro/Prejuízo do exercício; (c) Distribuição de Dividendos; (d) Eleição da Diretoria e fixação de honorários; e (d) Assuntos de Interesse Geral; Deliberações Aprovadas por Unanimidade: (i) Aprovados o Relatório da Diretoria, o Balanço Patrimonial e as demais Demonstrações Financeiras referentes ao Exercício Social encerrado em 31 de dezembro de 2006, que se encontravam sobre a mesa à disposição dos Senhores Acionistas, documentos esses, publicados nos jornais, Diário Oficial do Estado de São Paulo, edição do dia 28/04/2007, página 12, e Diário do Comércio, edição do dia 30/04/2007, página 10, cujos exemplares, igualmente, se encontravam sobre a mesa, publicação obrigatória, porquanto, embora tratar-se de Cia fechada com menos de 20 acionistas, o seu Patrimônio Líquido no exercício a que se refere esta Assembléia, superou o limite previsto no Artigo 294 e seu inciso II, da Lei nº 6.404/76; (ii) Sobre o item “b” da Ordem do Dia, não há que se falar de distribuição de lucro, já que o resultado do exercício foi negativo, como consignado na Demonstração do Resultado do Exercício Social de 2006; (iii) No tocante a Dividendos, não haverá a sua distribuição, dada a inexistência de lucros no exercício a que se refere a presente Assembléia, como demonstra o resultado do exercício; (iv) Reeleitos os Senhores Paulo Saad Jafet e Silvia Saad Jafet, para ocuparem, respectivamente, o cargo de Diretor-Presidente e de Diretora sem designação específica, para um mandato que se estenderá até a Assembléia Geral Ordinária que vier a deliberar sobre as contas do exercício social a se encerrar em 31 de dezembro de 2009, continuando então, os atuais membros a comporem o Quadro de Diretores da Companhia, assim identificados e qualificados: Sr. Paulo Saad Jafet, brasileiro, casado, publicitário, portador da carteira de identidade RG n° 3.476.521 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o n° 610.322.558-20, domiciliado em São Paulo-SP; e Silvia Saad Jafet, brasileira, solteira, maior, Jornalista, portadora da cédula de identidade RG n° 2.161.611 SSP/SP e inscrita no CPF/ME sob o n° 644.226.158-15, domiciliada em São Paulo-SP, tendo sido fixados os seus honorários globais para o triênio, em até R$ 560.000,00; Os Diretores declaram, neste ato, para todos os fins de direito, que não estão impedidos de exercerem a administração de sociedades, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa de concorrência, contra as relações de consumo, fé pública ou a propriedade. (v) Ratificados todos os atos da Diretoria praticados durante todo o período do exercício social de 2006, bem como eventuais inobservâncias de dispositivos da Lei nº 6.404/76 e suas alterações, quanto a descumprimento de prazos, notadamente a publicação dos documentos elencados no Artigo 133, da Lei nº 6.404/76, usando da prerrogativa prevista no parágrafo quarto desse mesmo artigo, e/ou formalidades aplicáveis às Sociedades por Ações, para prevenir possíveis exigências que possam vir a ser formuladas pela JUCESP, assim como, ratificado também a publicação dos documentos societários, como, as demonstrações financeiras desse exercício, de 2006, já ocorrida, no jornal Diário do Comércio, com sede no Município de São Paulo - SP; (v) Autorizada a lavratura da presente Ata na forma de sumário, conforme faculta o Parágrafo 1º do Artigo 130 da Lei nº 6.404/76; Encerramento: Franqueada a palavra para quem quisesse dela fazer uso, não houve manifestação de nenhum Acionista. E, como não havia mais nada a ser deliberado, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às 17 (dezessete) horas, quando foi concluída a lavratura da presente ata, que lida e em tudo considerada conforme, foi assinada pelo Senhor Presidente, por mim, Secretária, e pelos demais Acionistas presentes. São Paulo, 30 de abril de 2007. (a.a) Mesa: Paulo Saad Jafet – Presidente; Silvia Saad Jafet - Secretária. Acionistas: Paulo Saad Jafet; Silvia Saad Jafet; p/Newco Programadora e Produtora de Comunicação Ltda., João Carlos Saad e Maria Leonor de Barros Saad. A presente, em três vias, foi extraída, no seu fiel e inteiro teor, do Livro nº 01, de Registro de Atas de Assembléias Gerais, onde se encontra lavrada. São Paulo, 03 de maio de 2007. Silvia Saad Jafet - Secretária. Secretaria da Fazenda - JUCESP - certifico o registro sob o n° 208.128/07-4 em 29/05/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de julho de 2007, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência judicial: Requerente: Carlos Demetrio Francisco - Requerido: Espinely LS Com. de Metais e Pedras Preciosas Ltda. - Rua Barão de Itapetininga, 35 – 6º andar - conj. 610 - 01ª Vara de Falências

cobertura pelo menor preço

Frank Lund, da Frajo: importação por navio não sofre apagão

mentos receitados", afirma o consultor Eduardo Rocha. Segundo ele, dos remédios vendidos com receita médica (72% do mercado nacional), 36% são genéricos. Quanto às aquisições por livre escolha, apenas 14% dos consumidores optam pelos genéricos. Os medicamentos vendidos sem receita, genéricos ou não, movimentaram US$ 76 bilhões no mundo no ano passado, crescimento de 4% em relação a 2005. No Brasil, cresceram 13%. "A venda desses produtos mostra que os brasileiros

não vão atrás de médicos, escondem as doenças com analgésicos e antiinflamatórios, antes de buscar ajuda." Brasil X EUA – Em relação ao mercado norte-americano, as farmácias brasileiras têm um comportamento muito diferente. Lá, 49% dos estabelecimentos pertencem a grandes redes. Aqui, apenas 7%. (Veja gráfico acima.) As redes independentes cresceram 10,5% no Brasil de 2005 para 2006. Nos EUA, o número de estabelecimentos independentes caiu 2,1%.

Piedade Usina Geradora de Energia S/A – CNPJ/MF nº 05.345.447/0001-16 – NIRE nº 35.300.193.121 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária de 15 de junho de 2007 Data , Hora e Local: 15/6/07, 10 hs, sede social. Convocação: Dispensada. Presença: 100%. Mesa: Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço, Presidente e Guilherme Andrioni Salgueiro Lourenço, Secretário. AGO - Deliberações unânimes: A) Aprovados, Relatório da Diretoria e Demonstrações Financeiras findas em 31/12/06, publicados no DOE e Diário do Comércio, ambos 14/5/07. B) Em razão da Cia. estar inoperante não existem resultados, não havendo deliberação dos mesmos. C) Eleita Diretoria: Diretor Presidente: José Salgueiro Lourenço, brasileiro, casado, engenheiro civil, RG 973.570 SSP/SP e CPF/MF 005.475.578-68. Diretora Administrativa: Alice Andreoni Lourenço, brasileira, casada, empresária, RG 2.010.489 SSP/SP e CPF/MF 046.887.158-62. Diretor Comercial: Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço, brasileiro, casado, engenheiro civil, RG 8.416.962 SSP/SP e CPF/MF 051.771.428-09. Diretor Operacional: Guilherme Andrioni Salgueiro Lourenço, brasileiro, casado, engenheiro civil, RG 8.417.069 SSP/SP e CPF/MF 066.537.858-07. Diretora de Marketing: Ana Paula Lourenço de Toledo, brasileira, casada, desenhista industrial, RG 8.417.068-2 SSP/SP e CPF/MF 113.029.85825, todos residentes e domiciliados nesta Capital, c/ remuneração global anual em R$ 20.000,00. AGE - Deliberações unânimes: A) Aprovados Relatórios da Diretoria e Demonstrações Financeiras findas de 31/12/02 a 31/12/05. B) Em razão da Cia. estar inoperante não existem resultados, não havendo deliberação dos mesmos. C) Nova redação do Capítulo IV Administração - Art. 8º: Cia. administrada por diretoria eleita pela Assembléia, c/ mandato de 3 anos, passível de reeleição, c/ mínimo de 2 e máximo 5 membros: 1 Diretor Presidente, 1 Diretor Administrativo e 3 Diretores s/ designação. Nos termos da lei, diretoria poderá ser destituída a qualquer tempo pela Assembléia. Art. 9º: Observado nos §§ deste Art., à Diretoria compete administrar e representar a Cia., c/ poderes p/ obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, conforme Estatuto. Art. 10: Atos e documentos que importem em responsabilidade ou obrigação p/ Cia., como compra de bens móveis e imóveis, venda, alienação ou gravame de bens móveis, escrituras de qualquer natureza, abertura de contas bancárias, cheques, promissórias, letras de câmbio, duplicata, ordem de pagamento, títulos de dívida em geral, contratos, inclusive os de empréstimo c/ bancos e quaisquer órgãos públicos ou particulares e outros documentos não especificados, serão obrigatoriamente praticados c/ assinatura do Diretor Presidente ou Diretor Administrativo, isoladamente, ou de 2 Diretores, em conjunto, conforme § 3º deste art. § 1º: Cia. se obriga c/ assinatura isolada do Diretor Presidente ou do Diretor Administrativo, ou de 2 Diretores, em conjunto, conforme condições no Estatuto. § 2º: Cia. poderá ser representada por 1 Procurador, constituído isoladamente pelo Diretor Presidente ou Diretor Administrativo, ou por 2 Diretores, em conjunto. § 3º: Procurações outorgadas em nome da Cia. o serão sempre pelo Diretor Presidente ou Diretor Administrativo, isoladamente, ou por 2 Diretores, conjuntamente.§ 4º: Quaisquer atos praticados pelos Diretores, por procurador ou por funcionário da Cia., envolvendo obrigações relacionadas c/ negócios e operações estranhas ao objeto, como fianças, avais ou quaisquer garantias em favor de terceiros, são expressamente proibidos e serão nulos de pleno direito, exceto se expressamente autorizados, por escrito, por acionistas representando maioria do capital. Art. 11: Conselho Fiscal não permanente, c/ 3 membros efetivos e 3 suplentes, acionistas ou não, eleitos em Assembléia e funcionará, nos exercícios que for instalado, a pedido de acionista, na forma do Art. 161, § 2º, Lei 6404/76. Permitida reeleição e remuneração fixada em Assembléia. D) Aprovada abertura de filial e alterado Art. 2º: Cia. terá sede e foro jurídico em São Paulo/SP, à Av. Antonio Ramiro da Silva, 250, sala 5, e filial na Cidade de Monte Alegre de Minas/MG, à Rua 16 de Setembro, 130, c/ capital de R$ 1.000,00, c/ objetivo da matriz. (aa) Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço: Presidente e Guilherme Andrioni Salgueiro Lourenço: Secretário. Acionistas: 1) Construtora Gomes Lourenço Ltda., pp José Salgueiro Lourenço; 2) José Salgueiro Lourenço; 3) Alice Andreoni Lourenço; 4) Carlos André Andrioni Salgueiro Lourenço; 5) Guilherme Andrioni Salgueiro Lourenço; 6) Ana Paula Lourenço de Toledo. Jucesp: nº 247.254/07-1 em sessão de 29/06/2007.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que achase aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1235/07/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Wilmar Soares da Silva - Rua Guarujá, 500 - Vale do Sol, Jandira/SP - 90 - R$ 11.661,00 - R$ 1.166,00 - 09:30 - 15/08/2007. 05/1278/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Profª Sinesia Martini - Rua Geronimo Santon, 33 - Praia Azul - Americana/SP - 90; EE Profª Sonia Aparecida Maximiano Bueno - Rua Maria Carmela P. Marchesi, 70 - Jardim Munhoz - Mogi Guaçu/SP - 120 - R$ 51.747,00 - R$ 5.174,00 - 10:30 - 15/08/2007. 05/1279/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Prof. Renato Seneca de Sá Fleury - Av. Américo de Carvalho, 579 - Jardim Europa - Sorocaba/SP - 90; EE Profª Lucia Helena Cesar - Av. Fernandes de Noronha, 340 - Jardim Margarida - Vargem Grande Paulista/SP - Adequação (Adaptação de Ambiente) = 45; Adequação (Cobertura de Quadra) = 90 - R$ 38.681,00 - R$ 3.868,00 - 14:00 - 15/08/2007. 05/1396/07/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Profª Henriqueta Rivera Miranda - Rua Carlos Vedovato, 430 - Centro - Rifaina/SP - 180; EE Mal. Rondon - Rua Joaquim de Paula Silva, 315 - Bela Vista - Guará/SP - 150 - R$ 57.560,00 - R$ 5.756,00 - 15:00 - 15/08/2007. 05/1405/07/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista - EE Jeronimo Barbosa Sandoval - Rua Manoel Nicácio, 425 - Vila Nicácio - Franca/SP - 90 - R$ 19.075,00 - R$ 1.907,00 - 16:00 - 15/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 30/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 14/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Fábio Bonini Simões de Lima Presidente


sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O consumo de eletricidade em junho no Estado de São Paulo cresceu 5,9%

USO DA CAPACIDADE INSTALADA ATINGIU 75%

PESQUISA DA CNI MOSTRA QUE MAIS SETORES AUMENTARAM A PRODUÇÃO NO SEGUNDO TRIMESTRE

RETOMADA INDUSTRIAL SE AMPLIA Apoio ao A 21 Paraná Masao Goto Filho/e-SIM

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presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Avani Tortato Slomp Rodrigues, pediu ontem o apoio do presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, para o pedido de ampliação do prazo de recadastramento do Simples Nacional até o fim de dezembro, que a ACP está enviando ao governo. O documento é dirigido ao presidente do Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, Jorge Rachid. Ela informou a Burti que, das 150 mil micros e pequenas empresas paranaenses, 90 mil ainda não fizeram o reenquadramento. "Isso mostra que não haverá tempo hábil para

Alencar Burti (à esq), com Carlos Monteiro, recebe Avani Rodrigues

fazer isso até agosto, quando termina o prazo." Avani acrescentou que esse número mostra uma situação preocupante, para um setor que gera muitos empregos no Paraná e no País. Durante sua visita à ACSP, Avani convidou Burti a participar, dia 23 de agosto, em Curitiba, do lançamento da campanha "Xô CPMF", e para a reunião anual da Federação das

Associações Comerciais do Paraná, entre 12 e 15 de setembro, em Foz do Iguaçu, que discutirá a competitividade das pequenas e médias empresas. Ela informou que além do apoio à iniciativa da ACP, Burti deu detalhes sobre o movimento cívico "Cansei", iniciado ontem, que visa a mobilizar a sociedade contra ocorrências como o apagão aéreo. (SLR)

Empresários estão cautelosos Sergio Leopoldo Rodrigues

O

s números mostram que a economia mundial e a brasileira devem continuar crescendo até o final do ano. No Brasil, os fundamentos macroeconômicos estão equilibrados e espera-se do País um bom desempenho, embora ainda inferior ao dos países emergentes. Mas essas informações não sugerem que o Brasil esteja seguro, segundo conclusão tirada ontem na reunião de conjuntura da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), composta por economistas e líderes empresariais de vários setores. Primeiro, porque a inflação brasileira, em patamares próximos da média mundial, é domada mais pela desvalorização cambial do que por um efetivo esforço fiscal, já que o go-

verno continua gastando mais e mal. E se o comércio tem um bom crescimento, ele não é acompanhado pela indústria, porque o dólar barato garante o abastecimento de importados no varejo. Nesse caso, os empresários e economistas temem três fenômenos, num mercado que registra um avanço de 27,5% na oferta de crédito para a pessoa física: pressão inflacionária, aumento das importações, com reflexo negativo no emprego industrial, e maior endividamento familiar. Soma-se a isso o fato de que o crescimento pressionará a infra-estrutura do País, limitada pela falta de investimento na área de logística. E o "apagão aéreo" terá desdobramentos negativos já no curto prazo. Na avaliação de um especialista, a aviação civil, que cresceu mais de 20% no ano passa-

do, continuará mantendo níveis acima dos 15% neste e nos próximos anos. Até agora, as restrições estruturais dos aeroportos vinham sendo contornadas pelas empresas aéreas, aumentando a média de uso dos aviões de oito para 13 vôos ao dia, e usando o dólar barato para reduzir os gastos com querosene, que representam 35% dos custos operacionais. Tudo isso permitiu oferecer passagens mais baratas, que incluíram as classes C, D e E na aviação comercial. Mas com o "apagão", surgem problemas no ar: alta de custos, entraves para o turismo, dificuldades para o transporte de executivos e de cargas, inclusive para os produtos exportados. Para o especialista, tudo indica que a infra-estrutura do transporte por terra não poderá absorver, com agilidade, o que não puder ser enviado pelo ar.

DESEMPREGO CAI PARA 9,7% EM JUNHO

A Ó RBITA

A TÉ LOGO

Paulo, onde foram criadas 184 mil vagas em junho. Já o rendimento médio real caiu 1,8% em junho ante maio e 1% na comparação com junho do ano passado. Segundo o IBGE, o recuo na renda deve-se ao fato de o aumento no emprego ter ocorrido especialmente no comércio, segmento que paga salários menores. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Dívida interna sobe para R$ 1,19 trilhão

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Queixas obrigarão bancos a criar ouvidorias

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IPC-FIPE Com a pressão da alta de 2,61% nos preços do pão francês, o índice apurou inflação de 0,36% em São Paulo na terceira quadrissemana de julho, ante alta de 0,38% registrada na prévia anterior.

taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País recuou para 9,7% em junho, após três meses de estabilidade em 10,1%. Foi a primeira queda em 2007 e refletiu a melhora no mercado de trabalho em São

Brasil não teme turbulências, diz Mantega.

retomada da atividade econômica atinge um número maior de setores, segundo a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa perguntou a representantes de 1.714 empresas se seu nível de atividade havia crescido, diminuído ou ficado estável ao longo do segundo trimestre do ano. A resposta foi "crescimento" em 21 dos 27 setores consultados. Em igual período de 2006, o desempenho positivo só foi registrado em oito setores. O de ontem foi o melhor resultado dos últimos dois anos . "Os resultados apontam para a consolidação do crescimento da indústria", afirmou o gerente da unidade de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, acrescentando que há risco de reversão, mas baixo. O processo vem sendo puxado pela expansão do consumo interno. Os resultados da pesquisa são apresentados num sistema de pontos, em que números acima de 50 indicam desempenho positivo, e abaixo de 50, negativo. Por esse sistema, a produção da indústria atingiu 56,2 pontos no segundo trimestre, ante 49 em igual período do ano passado. O indicador de emprego chegou a 52,6, ante 48,8 pontos em 2006. A perspectiva de desempenho para os próximos seis meses chegou a 60,7 pontos, o que indica forte otimismo. Além de mais espalhado, o

dos 27 setores consultados tiveram nível de atividade maior, ante somente oito no mesmo período do ano passado

aquecimento da atividade econômica chegou às micros e pequenas empresas, o segmento que menos reagia à melhora do cenário econômico interno. No primeiro trimestre do ano, a produção delas estava em 46,2 pontos e agora foi para 52,6. Em termos práticos, elas passaram de um desempenho negativo para positivo. O problema é o mercado externo. Setores voltados para as exportações e que empregam muita gente, como os de couros, madeiras e calçados, estão entre os que tiveram pior desempenho no período. A expectativa em relação às exportações é, porém, negativa para toda a indústria, de acordo com a pesquisa. A perspectiva para o comércio exterior na segunda metade de 2007 ganhou nota 47,3, ante 48,9 pontos no primeiro trimestre. "Esse (o câmbio) é um assunto que precisa ser acompanhado e estudado", alertou Fonseca. "O perigo é o gover-

no estar impondo uma mudança estrutural na indústria por razões conjunturais." Ele disse que a queda do dólar ante o real tem sido provocada em grande parte por razões momentâneas, das quais a principal é o ingresso de recursos estrangeiros em grande volume para aplicar no mercado interno e ganhar com a taxa de juro elevada. Esta, prosseguiu, é uma situação que tende a mudar, se a taxa Selic continuar em baixa e o mercado interno forte. Mas até que o quadro se modifique, é possível que alguns setores já tenham deixado de operar, provocando uma mudança estrutural no setor industrial. "Quando as razões conjunturais acabarem, vamos querer recuperar a indústria, e isso vai ser mais difícil", disse. "Corremos o risco de matar um setor não porque ele deixou de ser competitivo, mas porque o processo (de desvalorização do dólar) durou demais". Segundo Fonseca, o governo tem condições de interferir neste caso, pois é o responsável pelo ritmo de queda do juro. Capacidade – O uso da capacidade instalada da indústria atingiu 75% no segundo trimestre. No primeiro, o nível estava em 73%. Entre as pequenas indústrias, o índice chegou a 69%, ante 71% no primeiro trimestre. Nas médias, o resultado foi 74%, ante 73% no período anterior. Entre as grandes, a utilização foi de 78% para 80%. (AE)

Impostos são o maior problema

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elevada carga tributária continua na liderança entre os maiores problemas enfrentados pela indústria brasileira. Isso é o que revela a Sondagem Industrial, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). "É medalha de ouro", brincou o gerente da unidade de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. A carga tributária foi apontada como um dos três maiores problemas por 75,4% das empresas de pequeno porte, 69,2% das médias e 67,8% das grandes. Na segunda colocação nessa lista, há resultados diferentes. Entre as grandes indústrias, o câmbio foi apontado como um dos três maiores entraves por 47,7% das empresas. Já para as pequenas e médias, o segundo maior problema é a concorrência acirrada, aí incluídos os similares de

outros países. A disputa de mercado foi apontada como um dos três maiores entraves por 49,1% das médias empresas e 43,6%

das pequenas. A taxa de juro elevada ficou na terceira posição do ranking entre as pequenas, e na quarta entre as médias e grandes. (AE)

DC

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Nacional Finanças Empresas Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A Y&R ESTÁ NO TOPO DO RANKING

por cento foi o que representou o Brasil nos resultados do Grupo Santander

Divulgação

O SALTO DA Y&R

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agência de publicidade Y&R, comandada por Roberto Justus, manteve a liderança no ranking de compra de mídia do mercado brasileiro no primeiro semestre deste ano. O investimento da Y&R chegou a R$ 1,6 bilhão segundo dados do Ibope/Monitor. Estes não levam em conta descontos em tabelas, que giram, na média, em torno de 40%. É a conta das Casas Bahia que faz com que essa agência se mantenha nos últimos quatro anos no topo do ranking. Explica-se: a rede líder do varejo, comandada por Samuel Klein, tem acordos com fornecedores e, com a ajuda deles, anuncia mais. Para se ter idéia desse espetáculo protagonizado por Justus, o apresentador de "O Aprendiz", da TV Record, o segundo lugar é ocupado pela JWT, com R$ 774 milhões e clientes como Nestlé e Ford. Para analistas de mídia e publicidade, o critério da compra de espaço cria distorções. Para outros, operações de co-brand (cooperação entre marcas), como faz as Casas Bahia, deveriam ser descontadas. Nada disso, porém, importa, diz o publicitário Washington Olivetto, da W/Brasil, "porque, mesmo que o critério seja discutível, vale para todos". A W/Brasil, por exemplo, ocupa a 28ª po-

sição no ranking, com investimento de R$ 122 milhões. Já a Prax, holding que controla em 100% a W/Brasil e tem 40% das agências Lew, Lara e Escala (RS), também viu a Africa, de Nizan Guanaes, passar a ser a primeira agência brasileira no ranking, desbancando a Lew, Lara que caiu para a 10ª posição. A Africa investiu R$ 381,5 milhões em mídia e passou a ocupar a 7ª posição, beneficiada por ações da Brahma, Vivo, Itaú, Mitsubischi e Nivea. No terceiro lugar, está a Almap/BBDO (R$ 684 milhões), impulsionada por Volkswagen, seguida de DM9DDB (R$ 596 milhões); McCann-Erickson (R$ 498 milhões); Ogilvy (R$ 454 milhões); Africa, Giovanni Draft FCB (R$ 359 milhoes); Publicis (R$ 343,1 milhões); e Lew,Lara (R$ 325,6 milhões). Olivetto, um corintiano convicto, acredita que, hoje, aumenta a tendência de agências competitivas. Por isso, acaba de nomear dois presidentes para a W/Brasil, o palmeirense Paulo Gregoraci e o são-paulino Rui Branquinho. E promete se aposentar em nove anos. Há muitas dúvidas sobre essa intenção. Envie informações para essa coluna para o e-mail: carlosfranco@revista publicitta. com.br

IMAGENS exclusivas na campanha do Itaú

O sofisticado e o popular

P CAMISA 12: no novo time da W/Brasil, o corintiano Olivetto abre alas a "adversários"

GRAFITADO

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agência MPM assina a campanha com a qual a marca de cosméticos éh!, da empresária Cristiana Arcangeli, comemora um ano de mercado. Buscou na linguagem urbana dos grafites a imagem ideal para oferecer produtos que têm no dourado sua principal cor e que pretendem ser uma opção sofisticada, a preços mais baixos. A empresária está feliz com as vendas e promete novos lançamentos até o fim do ano. No momento, busca parcerias no varejo, para ampliar sua presença no mercado. Não é a primeira vez que a éh! ousa bastante na comunicação.

COSMÉTICOS ganham versão urbana e grafitada

ara onde você vai, quando já chegou lá? Prestígio é quando sabem quem você é ou do que você é capaz? Você prefere prever o futuro ou inventar um? É com essas perguntas, em uma campanha emocional, criada pela DPZ, que o Itaú Personnalité, que hoje inclui clientes do BankBoston, comprado pela instituição, quer mostrar sua face. O vice-presidente do Banco Itaú, Antonio Matias, não esconde que a intenção é atingir o público de alta renda, com uma campanha pautada por recursos técnicos e até fotos exclusivas do francês Jean Paul Lefret. "O objetivo da publicidade é reafirmar o compromisso do Itaú Personnalité de oferecer a seus clientes atendimento especializado e atrair um público exigente, que busca produtos e serviços customizados". Já a Philips , na Divulgação direção oposta, buscando imagem mais popular e vibrante, anunciou a contratação de Ivete Sangalo como garota-propaganda, em campanhas que serão assinadas pela Africa. O contrato vale até 2010. A cantora baiana IVETE canta Philips está com tudo.

Lucro do Santander cresce 112% no semestre

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Santander encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 443,341 milhões, crescimento de 3.741% em relação aos R$ 11,542 milhões do mesmo período de 2006. "O resultado do ano passado foi prejudicado pela turbulência dos mercados", explicou o vice-presidente executivo do banco, José Paiva. No primeiro semestre, o lucro do banco foi de R$ 1,002 bilhão, evolução de 112% na comparação com os R$ 472,644 milhões do mesmo período do ano anterior. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 23,2%, acima dos 13,1% de 2006. Segundo Paiva, o resultado semestral do Santander no Brasil representou 10% do lucro mundial do grupo e 33% dos ganhos da instituição na América Latina. O grupo Santander lucrou 4,458 bilhões de euros até junho, com um crescimento de 39%.

Conjunto – O executivo atribuiu os resultados da operação brasileira ao bom desempenho de todas as atividades desenvolvidas pela instituição no País, com destaque para os negócios dirigidos às pessoas físicas. A carteira d e c ré d i t o t o t a l a l c a n ç o u R$ 39,691 bilhões em junho deste ano, com expansão de 28%. O portfólio de pessoa física avançou um pouco mais, 30%, para R$ 13,974 bilhões. Com a evolução das operações, o resultado da intermediação financeira do Santander subiu para R$ 4,261 bilhões no primeiro semestre, 35% superior à receita obtida no mesmo período de 2006. A renda com a prestação de serviços, seguros e capitalização, por sua vez, aumentou 36% e alcançou R$ 1,99 bilhão. As provisões para créditos de liquidação duvidosa avançaram 16%, para R$ 922 milhões. (AE)

Oi quer reconquistar liderança

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Grupo Oi (ex-Telemar) fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 810 milhões, 89,7% acima do registrado no mesmo período do ano passado. O grupo registrou receita bruta de R$ 12,373 bilhões no semestre, dividida entre R$ 10,355 bilhões (84% do total) no setor de telefonia fixa e R$ 2,018 bilhões na móvel. Os resultados, no entanto, indicaram um avanço de 38,1% para a telefonia celular – um dos principais motivos para o aumento de 10,1% na geração de caixa, o ebtida – e de apenas 1,4% na fixa. A empresa, que em junho perdeu a liderança de mercado em sua região de atuação, promete maior agressividade para o Dia dos Pais, na esperança de reconquistar terreno. "O resultado confirmou o acerto de várias medidas adotadas para

continuarmos crescendo com rentabilidade, como a venda do chip avulso, a oferta de planos alternativos e um amplo leque de serviços convergentes", comentou o diretor de finanças e relações com investidores, José Luís Salazar. No primeiro semestre, a base de clientes aumentou 6,2%. A empresa tem 29,2 milhões de usuários – 14,3 milhões em telefonia fixa, 13,6 milhões na móvel e 1,3 milhão na banda larga. No período, a Oi investiu R$ 783 milhões, 6,9% a menos que no ano passado. Salazar não esclareceu se a companhia está na disputa pela Telemig, embora tenha reconhecido a importância da empresa. Segundo rumores do mercado, a Vivo (controlada pela Telefónica e Portugal Telecom), a Claro (America Movil) e a Oi estão no páreo para adquirir a operadora. (AE)


Newton Santos/Hype

Henrique Gonçalves (CRM-SP), Marcus Hadade (Conaje), João Dória (LIDE), Luiz D'Urso (OAB-SP), Alencar Burti (ACSP), José Maria Chapina (Sescon-SP), Ronaldo Kolozuk (Fiesp) e engenheiro Kurimori

Lançado movimento cívico "Cansei!" de indignação contra a sucessão de escândalos, o caos aéreo e a alta carga tributária. Pág. 5 Ano 83 - Nº 22.426

São Paulo, sexta-feira a domingo, 27 a 29 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Brasil enfrenta a 'fuga para a qualidade' IBOVESPA: cai 3,76% DÓLAR: R$ 1,928 RISCO BRASIL: sobe 21%

Os investidores querem segurança. E muitos fugiram do Brasil, abalando a Bovespa. E 1 Paschoal Rodriguez/Divulgação

Daniel Pera/Diário de S. Paulo/AOG

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem

eter Pan (acima) estréia na cidade. É mais um musical, agora para crianças. Neste final de férias, continuam em cartaz outras boas peças infantis. Veja o roteiro.

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OUTRA QUEDA EM CONGONHAS Kassab quer demolir o Bahamas, próximo ao aeroporto. Maroni, o dono, protesta junto com sua cadela Docinho. C 1 HOJE Parcialmente nublado Máxima 19º C. Mínima 8º C.

AMANHÃ Nublado Máxima 15º C. Mínima 11º C.

Alerta mundial da Airbus Masao Goto Filho/e-SIM

1ª lição da tragédia no Brasil: o manete deve ficar em marcha lenta no pouso. C 1

Lauro César Muniz (foto) fala da peça O Santo Parto e de TV. Bobby relembra na tela a tragédia de Robert Kennedy. Ainda nos cinemas, A Comédia do Poder, filmão do mestre Chabrol. E mais: Hoover em livro, Sueli Costa em CD, nhoque da sorte e Roda do Vinho.

Um pepino voador O presidente da Infraero, José Carlos Pereira, ensina a trabalhar com os pepinos da crise aérea. Pág. 3

Veja como 'Não varei aconteceu a a pista tragédia por sorte' Vídeo interativo do El Pais mostra os detalhes do acidente da TAM no www.dcomercio.com.br

Um comandante da TAM relata 'a tremedeira' que dá pousar em Congonhas com pista molhada. C 1

Meninas voam alto

Com show da artilheira Marta (foto) a seleção brasileira de futebol é bicampeã do Pan. Em Logo


sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

26/7/2007

COMÉRCIO

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6,91

por cento foi a queda média dos fundos atrelados ao dólar, no mês de junho, de acordo com a Anbid.


C idades Airbus alerta para DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

uso incorreto de equipamento

MAIS NA INTERNET: www.dcomercio.com.br J Veja a animação mais completa sobre o acidente

com o Airbus A320, da TAM, em São Paulo, produzida pelo jornal espanhol "El País".

A Airbus, empresa aeronáutica francesa, com base nas primeiras informações da caixa-preta do avião da TAM que caiu em São Paulo, emitiu ontem comunicado mundial às companhias que operam jatos A320, alertando-as para o risco de uso incorreto do manete de potência dos motores. Tal falha poderia ter acelerado o avião em vez de freá-lo, provocando a tragédia. Na CPI do Apagão Aéreo, o brigadeiro Jorge Kersul Filho admitiu essa possibilidade. Divulgação/Cenipa

Divulgação/Cenipa

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1

tragédia

A

s primeiras informações extraídas da caixa-preta do Airbus A320 da TAM levaram a empresa aeronáutica francesa a emitir um comunicado mundial às companhias que operam jatos da família A320, alertando-as para o risco de uso incorreto do manete de potência dos motores. Tal uso incorreto é uma das hipóteses para explicar a tragédia do vôo 3054, que matou 199 pessoas no dia 17 de julho, em São Paulo. A informação foi divulgada ontem, na CPI do Apagão Aéreo. Seis dias após o acidente, investigadores da Aeronáutica abriram o gravador de dados do avião e, com base no que encontraram, informaram a Airbus sobre a suspeita. “A Airbus está preocupada com as posições dos manetes, sinalizadas na caixa-preta”, disse o brigadeiro Renato Cláudio Costa Pereira, ex-secretário-geral da Organização Internacional da Avião Civil (Icao, na sigla em inglês). Para pousar o avião, o piloto deve programar nos computadores de bordo desde o funcionamento da aceleração automática até os sistemas de frenagem hidráulica e aerodinâmicas (speedbreak, reversos e flaps). O manete de potência das turbinas deve ser deixado na posição marcha lenta, para evitar uma aceleração involuntária da aeronave. Caso contrário, o Airbus pode ter duas reações: acelerar sozinho (manetes na posição de subida) ou ganhar potência contrária (manetes na posição de reverso). No caso da Airbus da TAM, suspeita-se que o avião acelerou após o pouso. O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, confirmou a informação, ontem, em depoimento à CPI do Apagão Aéreo, na Câmara.

Divulgação/Cenipa

Uéslei Marcelino/Folha Imagem

Nas três fotografias do alto, pedaços da caixa-preta do Airbus da TAM. Ao lado, turbina da aeronave, onde se encontra o reversor, que auxilia nas operações de frenagem. Acima, o cockpit de uma Airbus da família dos A320. Dados preliminares levaram a empresa francesa fabricante da aeronave a emitir um alerta mundial sobre uma possível utilização equivocada do manete de potência dos motores.

O militar lembrou que no comunicado da Airbus para as empresas há uma explicação sobre o uso correto dos manetes durante o pouso. Questionado se o alerta da Airbus poderia indicar que o manete estava fora do lugar, Kersul respondeu afirmativamente. "Desconheço se esse fato está registrado, mas teremos essa resposta segunda ou terça-feira", disse. Uma comissão que está nos Estados Unidos deve-

internet de papel

"Meus colegas não tiveram minha sorte" Em blog, comandante culpa a pista de Congonhas pelo acidente. Veja abaixo um resumo de seu texto.

E

m primeiro lugar gostaria de agradecer a todas as manifestações de preocupação comigo, tanto no momento daquela noite trágica, quanto nos dias seguintes. Informo também que estou bem, porém, bastante abalado, triste, indignado com o sacrifício inútil de 200 vidas. No momento do acidente eu estava em Buenos Aires. Havia voado o PR-MBK na noite do dia 15 para o dia 16. Sim, o reversor do motor numero 2 estava inoperante, mas como eu já disse dezenas de vezes, quem pára avião é

Divulgação

freio, é o atrito do pneu na pista, não o reversor. Na noite do dia 16, pousei em CGH (Congonhas). Não havia chuva, mas a pista estava bastante molhada. Estava com 90 passageiros no meu avião. Toquei na marca de 500, o avião aquaplanou e eu tomei susto. Um dos maiores sustos em meus 17 anos de aviação profissional. ... eu daria tudo para ter no meu jump seat os (ir)responsáveis por esta crise... queria que eles vissem o anti-skid trabalhando, a aeronave escorregando para a lateral da

rá se reunir em Brasília, na próxima semana, com mais informações. Técnicos da Airbus e da TAM acompanham o trabalho de transcrição das caixaspretas, que está sendo feito em Washington. Para Kersul, a Airbus fez bem em emitir a nota, por precaução, para reforçar esse procedimento. Entre as prováveis causas do acidente estão a qualidade da pista principal de Congonhas, que passara por reforma e ainda

não possuía ranhuras para melhorar a drenagem; falha no sistema de frenagem da aeronave (reverso) ou algum outro item mecânico (leia texto abaixo). "Não seria adequado antecipar nada, porque não teríamos dados para arriscar", disse o militar. No caso do reverso, Kersul disse que é necessário checar se os manuais do fabricante realmente permitem condições de pouso com apenas um dos equipamentos em funcionamento.

Kersul ressaltou, no entanto, que uma aeronave só é homologada para pousar em uma pista sem a necessidade do uso do reverso. O equipamento funciona apenas segurança adicional. O brigadeiro acredita na hipótese de que a falta de um dos reversos pode ter influenciado psicologicamente o piloto, que operava uma aeronave pesada e em situação de chuva". Incompetência - O chefe do Cenipa também afirmou que

pista. Queria que eles vissem as luzes da cabeceira oposta chegando rapidamente, e nós lá, sem poder fazer nada. Queria que eles sentissem a tremedeira que eu e meu copiloto sentimos... queria que eles tivessem a cara de pau de dizer que a pista de Congonhas não tem problemas. Não varei a pista naquela noite por sorte. Não foi por habilidade, foi pura sorte. Sorte que meus colegas no MBK não tiveram. O que eu posso dizer é: 1- Distância de parada Consideremos: *Elevação da pista = 2.600 pés *Peso de pouso = 66 toneladas, 4t superior ao do avião acidentado e 1,5t acima do Max Landing Weight (peso máximo de aterrissagem). *Pista com 6.3 mm de água (muito mais do que declarado pela twr (torre) *Zero componente de vento de proa. *Reversos inoperantes. A distância de pouso de um A-320 nessas condições seria de 1.841m, sendo que a pista

35L de CGH tem 1.940m, embora a LDA para a pista 35 seja de 1.880m. Notem que esta distância de pouso assume o cruzamento da cabeceira a 50 pés, toque na marca de 1.000 pés e parada total da aeronave. Como "bônus", o toque ocorreu um pouco antes da marca de mil pés, segundo as filmagens, e um reversor foi utilizado. Além disso, a aeronave estava com 62,7t. Nesse peso, precisaria de 1.729m até sua parada, sem usar reversores. A operação com um reversor inoperante em pistas mo-

lhadas é normal e prevista, mesmo porque nas análises de pouso o reverso nunca é considerado. Não existe uma grande assimetria direcional, desde que, é claro, você tenha uma boa aderência da aeronave na pista. E, de fato, pela filmagem, pode-se ver que a aeronave manteve o eixo até o terço final da pista, que é uma área bastante emborrachada e ainda mais escorregadia que a parte central. ...em uma pista coberta por uma lâmina de água e sem drenagem eficiente, a aqua-

Gilberto Abelha/AE

O A-320: "Se não aquaplanar, pára em pouco mais de meia pista"

Pista de Congonhas deve ser aberta hoje pista principal do Aeroporto de A Congonhas, na zona sul da capital paulista, poderá ser reaberta às 12h de hoje, segundo informou o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Empresa Brasileira de InfraEstrutura Aeroportuária (Infraero), em entrevista à Rádio CBN, na manhã de ontem. Pereira afirmou que a pista continuou fechada ontem para que reparos fossem feitos. "Tivemos problemas com o talude que cedeu e não há mais risco. A limpeza precisa ser rigorosa e acredito que a pista será aberta por volta do meio-dia de amanhã (hoje)", afirmou. Na última terça-feira, o superintendente regional da Infraero em São Paulo, Edgard Brandão Filho, admitiu que a reabertura da pista principal dependia das condições do tempo. Segundo Brandão, os buracos abertos pela perícia técnica, para investigar as causas do acidente com o Airbus A320 da TAM e o deslizamento ocorrido na segunda-feira, na cabeceira da pista, provocado pelo mesmo avião, não seriam problemas para que a pista principal voltasse a funcionar. "Tudo vai depender mesmo de a chuva dar uma trégua", admitiu Brandão. (Agências)

o acidente com o AirbusA320 da TAM é resultado da "incompetência" dos órgãos que administram o setor aéreo no País. Após prestar depoimento por mais de quatro horas à CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Kersul disse que "todos os que estão envolvidos com essa atividade" têm responsabilidades sobre o acidente. (Agências) Mais sobre a tragédia aérea em Política (pág. 3) e Opinião (pág. 6)

planagem pode acontecer a velocidades baixíssimas. Pelo que vimos, a aeronave tinha performance para parar com segurança naquele dia. ....é óbvio que CGH apresenta problemas. Foram 4 derrapagens e um acidente fatal, sem contar os sustos que, por sorte, não viraram tragédia. O problema é que a torre não informa o tipo de contaminação nem o braking action. Pior, a pista apresenta contaminação irregular, ou seja, alguns pontos têm frenagem melhor do que outros. 2- Vídeos do acidente A comparação que fizeram das velocidades da aeronave que precedeu o pouso do MBK, e dele próprio, é, no mínimo, ridícula. Quando pousamos nessas condições, procuramos parar a aeronave o mais rápido possível. Se não aquaplanar, dá para parar o A-320 em pouco mais da metade da pista. O MBK passou bem mais rápido? Claro, mas porque não tinha frenagem. Pelo que vi nos vídeos, o reverso do motor 1 estava funcionando.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Nacional Imóveis Finanças

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

Novos conjuntos residenciais, como o Olympia Self Living, estão sendo lançados na região.

SHOPPING DEVE SER INAUGURADO EM 2009

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Thiago Bernardes/Luz

VILA OLIMPIA DEZ ANOS DE VALORIZAÇÃO CONSTANTE Mistura de edifícios comerciais e residenciais de bom padrão caracteriza o bairro Maristela Orlowski

A

grande transformação do perfil imobiliário da Vila Olímpia – localizada na zona sul de São Paulo – ocorreu há pouco mais de dez anos. Hoje, modernos arranha-céus tomaram o lugar de antigos casarões e galpões industriais, e o mercado está aquecido tanto para os imóveis comerciais como para os residenciais. Especialistas acreditam que a valorização dos imóveis da região ganhe até 30% nos próximos três ou quatro anos. O bairro – situado no quadrilátero entre a Marginal Pinheiros e as avenidas Juscelino Kubitschek, Santo Amaro e Bandeirantes – tornou-se importante pólo econômico, caracterizado por edifícios corporativos. De acordo com a consultoria Jones Lang La Salle, entre 2000 e 2006 o estoque de escritórios da região aumentou 77%, de 270 mil para 477 mil metros quadrados. Em 2000, apenas 19% (50 mil metros quadrados) eram de alto padrão. Hoje, os imóveis de maior qualidade são 34%. A coordenadora de avaliação e pesquisa Lílian Feng lembra que o primeiro empreendimento de altíssimo padrão surgiu em 2003: o Continental Square, complexo de hotel e torre de escritórios construído pela Inpar. "De 2003 para cá, 88 mil metros quadrados de alto luxo foram entregues, ou seja, 55% do total do estoque disponível." Para a coordenadora, esse desempenho se deve à localização estratégica da Vila Olímpia, considerada uma extensão da região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini. Em 2006, o espaço ocupado bateu o segundo recorde, com 205 mil metros quadrados construídos. De acordo com o diretor da Colliers International, André Strumf, as empresas "pontocom" invadiram os edifícios no início dos anos 2000 – que, na época, tinham lajes entre 300 e 500 metros quadrados, dividi-

das em conjuntos menores. "A região ficou conhecida como o Vale do Silício brasileiro." Depois, vieram as multinacionais, que hoje disputam o lugar com empresas de tecnologia, arquitetura e publicidade, além de profissionais liberais. "Atualmente, a demanda é por espaços maiores, entre 600 e 800 metros quadrados." De olho nesse mercado, a Bueno Netto – que atua desde o início da década de 1990 no local – está construindo seu 11º empreendimento corporativo de alto padrão na região: o Capital Center, na Rua Olimpíadas. O diretor de novos negócios da empresa, Guilherme

Mercado imobiliário explora a localização estratégica, nas proximidades da Berrini.

Bueno Netto, diz que o edifício possui 13 andares e 700 metros quadrados de laje. "O mercado de escritórios melhorou muito nos últimos anos. Hoje, a procura por grandes metragens é alta, mas a oferta é pouca. Temos até propostas para locar o prédio inteiro", diz Bueno. Para o especialista, esse é um dos fatores que devem influenciar a valorização dos escritórios. Ele diz que o preço dos aluguéis de empreendimentos com o mesmo padrão situados na região da Faria Lima estão mais altos, na faixa de R$ 90 o metro quadrado, diante de cerca de R$ 70 do local. Mas a falta de terrenos apropriados para a construção de edifícios comerciais de alto padrão pode encarecer os imóveis. "Não há terre-

nos livres. O que ainda existe são pequenas casas, que podem ser demolidas para a construção de novos prédios." Residências – A expansão imobiliária na Vila Olímpia também é verificada no segmento residencial. Segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), de 2000 até o fim do ano passado, 2,6 mil unidades desse tipo foram lançadas na região. A maior expansão foi em 2003, com 773 lançamentos, um incremento de 345% frente ao ano anterior. Já em 2006, foram 322 unidades, 14,6% a mais que em 2005. Há cinco anos, o preço médio do metro quadrado chegou a R$ 4,05 mil, mas caiu em 2003 para a faixa de R$ 3,06 mil. De lá para cá, voltaram a se valorizar, atingindo R$ 3,9 mil no ano passado. Confiante nessa boa fase, a Bueno Netto lançará brevemente o Vida Olímpia, um condomínio-clube localizado em terreno de 2,5 mil metros quadrados na Avenida Dr. Cardoso de Melo. São duas opções de apartamentos, com três e quatro dormitórios, de 95 e 131 metros quadrados, e Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 25 milhões. O lazer é completo, com piscina com raia de 25 metros, sauna, jacuzzi, espaço gourmet, lan house, praça das babás, espaço mulher, brinquedoteca, playground e fitness, além de terraço com churrasqueira. Segundo o executivo da construtora, o metro quadrado ficará entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil. Bueno Netto diz que o cenário está muito positivo, tanto no lado econômico como no ambiente. "Já não existem tantas boates e bares como antigamente; a noite está mais tranqüila; a avenida ligando a Faria Lima com a Marginal será finalizada; e um novo shopping, ao estilo do Pátio Higienópolis, será construído." Para o diretor-comercial da Rossi Residencial, Marcelo Dadian, o único problema é o acesso viário. "As ruas são estreitas e de mão única. Mas o lugar é estratégico e possui alto potencial de valorização."

Shopping deve mudar o bairro do novo empreendimento vai mudar a cara do bairro, segundo o diretor de novos negócios da Bueno Netto, Guilherme Bueno Netto. "A Vila Olímpia vai ganhar mais vida." A comercialização do shopping, projetado pela Multiplan em parceria com os grupos Plaza e Helfer, começou oficialmente no fim do mês passado. O novo centro de com-

pras terá aproximadamente 200 lojas, restaurantes, nove cinemas e teatro. O empreendimento deve consumir inv e s t i m e n t o s d a o rd e m d e R$ 320 milhões. De acordo com informações do prospecto de oferta, o Shopping Vila Olímpia terá área bruta locável total de 25,8 mil metros quadrados. A inauguração do centro está prevista para 2009. (MO)

Local com 2,5 mil m² que receberá o condomínio-clube Vida Olímpia, na Avenida Dr. Cardoso de Mello.

Ponto é valorizado, mas custa menos que na região da Faria Lima.

Muitas casas noturnas deixaram o bairro. A Via Funchal permanece.

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valor médio dos aluguéis em São Paulo teve queda de 1,15% em junho, com a desaceleração na procura de imóveis no período. É o que mostra o Índice Periódico de Valores Médios dos Aluguéis Residenciais (Ipevemar) da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (Aabic). Segundo o presidente da entidade, José Roberto Graiche, essa desaceleração geralmente ocorre no período que antecede as férias escolares. No acumulado do ano, o Ipevemar registra alta de 5,02%. Já nos últimos 12 meses,

Executamos serviços de Corte e Costura, Acabamento e Desenvolvimento Rua Puris, 121 - Mooca

A primeira grande transformação do bairro, com a construção da avenida Nova Faria Lima, foi há dez anos. Os antigos casarões e galpões industriais deram lugar a modernos edifícios

Aluguéis caíram 1,15% em junho

DC

A

construção do Shopping Vila Olímpia, em um terreno de mais de 20 mil metros quadrados, situado na Rua Fidêncio Ramos, já está mexendo com os ânimos das incorporadoras e construtoras, assim como dos investidores do mercado imobiliário. Além de valorizar as casas, apartamentos e imóveis comerciais da região, a chegada

Invasão dos escritórios foi liderada pelas empresas pontocom no início dos anos 2000

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6604-3338

chega a 12%. Graiche disse que os indicadores estão acima dos dados do Índice Geral de Preço de Mercado (IGP-M), no ano e em 12 meses – 1,46% e 3,89%, respectivamente. "Esses números consolidam a idéia de que o aluguel voltou a ser um bom negócio, com rendimentos compatíveis com boas aplicações do mercado financeiro", afirmou o presidente da entidade. Conforme a pesquisa da Aabic, as maiores quedas nos aluguéis, de 4,19% e 3,89%, foram registradas em apartamentos de quatro e dois dormitórios, respectivamente.

As baixas ocorreram também nas áreas onde predominam imóveis de alto padrão. No caso de bairros como Alto da Lapa, Brooklin, Higienópolis e Vila Nova Conceição, por exemplo, onde esses tipos de imóveis são maioria, o Ipevemar registrou queda de 5,6%. Nas regiões onde eles são estritamente residenciais e de maior valor, casos de Alto de Pinheiros, Cidade Jardim, Jardins e Morumbi, o recuo foi de 2,6% no mês passado. Por outro lado, as unidades que tiveram alta foram casas de um, dois e quatro dormitórios, além de quitinetes. (MO)


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Ambiente Educação Av i a ç ã o Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO Leonardo Rodrigues/Hype

Funcionários dos Correios explicam aos clientes que não há muitas opções de entregas rápidas.

ENTREGA POR SEDEX É PREJUDICADA

Vinicius Pereira/AOG

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

Mais uma vítima do apagão: os Correios Por falta de vôos nos aeroportos, serviços como o Sedex Hoje estão prejudicados

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Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

tragédia Ivan Ventura

Movimento no aeroporto internacional de Guarulhos, ontem: filas concentradas nos portões de embarque

Cumbica: após caos, dia foi mais tranqüilo Suspensão de venda de passagens aumenta fluxo de passageiros no aeroporto

a maior

Ernesto Rodrigues/AE

tragédia Fernando Vieira

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confusão nos guichês do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, diminuiu ontem, após dias de transtornos. O movimento de passageiros estava acima da média habitual, mas típico para um período de fim de férias. Já no Aeroporto de Congonhas, na zona sul, continuou a série de cancelamentos e transferências de vôos. A estratégia para desafogar as filas dos guichês em Cumbica foi radical: as companhias aéreas pararam de vender passagens. Além das proibições da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para vendas em Congonhas, durante toda a manhã também não foi possível comprar bilhetes nos balcões e lojas do aeroporto em Guarulhos. A operação, porém, deu resultado. Permitiu a reacomodação dos passageiros que aguardavam, há dias, lugares em vôos e o atendimento aos que já haviam comprado passagens com antecedência para o dia de ontem. O engenheiro Wilson Roberto Simon, de 52 anos, que ia para São Luís (MA), chegou a Cumbica com mais de três horas de antecedência para o horário do vôo. Mas acabou encontrando o check-in sem filas. “Vim preparado para esperar por um bom tempo o atendi-

No Aeroporto de Congonhas, balcões vazios e poucos vôos no terminal

mento. Não foi necessário. Assim que cheguei, pude despachar as bagagens sem problemas”, disse Simon, que se considera um privilegiado diante da situação de caos aéreo, que se arrasta há meses. “Viajo uma vez por semana. E acho que sou a única pessoa que não enfrentei atrasos até agora. Hoje, quando pensei que seria diferente por causa dos noticiários, me deparo com uma situação tranqüila”, completou. Mas se a fila era curta de um lado, logo a frente ela estendia para além das faixas que demarcam sua organização e contornava um dos vãos do saguão. Ali era a área dos terminais de embarque. “Não tive problema para fazer o check-in, mas a companhia pediu que eu viesse com uma hora de antecedência para o embarque, porque a fila estava bastante longa na entrada do terminal”, disse a analista de sistemas Cláudia Fernanda Cruz Cortiz, de 40 anos, que partia para os Estados Unidos. “Isso é resultado

do acúmulo de vôos no mesmo horário”, explicou um funcionário da Infraero, que fazia o controle dos acessos. “Situação normal para o horário”, completou, por volta das 19h. Congonhas -Em Congonhas, 77 das 210 partidas haviam sido canceladas até as 18h, o que corresponde a 36,7% do total. Outros três vôos decolaram com atrasos superiores a uma hora. Nos últimos dois dias, as companhias aéreas culparam o mau tempo pelos atrasos e cancelamentos, que obrigou o fechamento do terminal por diversas vezes. Ontem, segundo as companhias, era para reacomodar os passageiros prejudicados recentemente. Ontem, a TAM cancelou 32 vôos de Congonhas e desviou 21 para Cumbica. A partir de segunda-feira, a TAM irá transferir 30 vôos em definitivo para Cumbica, atendendo as determinações para restringir pouso e decolagens de Congonhas. Apenas vôos de curta duração partirão do aeroporto.

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crise aérea deflagrada no ano passado com a queda de um Boeing da GOL, e que atingiu o ápice com o acidente do Airbus A320 da TAM, prejudicou indiretamente alguns serviços de entregas da Empresa de Correios e Telégrafos. Dentre os vários serviços de correspondência oferecidos pela empresa, foi afetado o chamado “Sedex Hoje”, um serviço de encomenda expressa com garantia de entrega ao destinatário no mesmo dia da postagem. A informação foi confirmada nas próprias agências dos Correios localizadas na Capital. A reportagem de Diário do Comércio consultou seis franquias dos Correios em São Paulo e, em todos os casos, os funcionários avisavam que o “Sedex Hoje" estava suspenso por tempo indeterminado de São Paulo com destino aos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e algumas cidades do interior paulista. O Rio de Janeiro é o principal destino das entregas que saem da Capital. Henri Diskin, 48, gerente comercial da agência Sé dos Correios - uma das cinco agências mais movimentadas no País, com uma média de dois milhões de correspondências por mês – confirma a informação. “Os outros serviços oferecidos pelos Correios estão normais. Mas o caos aéreo prejudicou as mercadorias que devem chegar ao destino no mesmo dia”, disse Diskin. Ontem, das 9h às 13h, a agência Sé não recebeu nenhuma solicitação do serviço expresso de entrega. Alternativas - Para amenizar o problema, as outras cinco agências consultadas pela reportagem recomendavam a opção pelo "Sedex 10", outro serviço que garante que a correspondência chegará às 10h do dia seguinte ao destino. Outro indicativo de atraso em serviços dos Correios não foi confirmado nas agências, mas sim por um cliente assíduo da empresa. O encarregado de correspondência de uma empresa de distribuição de papel na Capital, Mauro Gomes de Souza, 35 anos, disse que

Henri Diskin: apagão impede entrega de mercadorias no mesmo dia

Agências dos Correios não estão aceitando o Sedex Hoje: prejuízo

enviou na última terça-feira um malote para o Rio de Janeiro e que a mercadoria deveria chegar na manhã de anteontem ao seu destino. A encomenda só chegou ontem. “Ligamos para os Correios e eles avisaram que, por conta da crise aérea, a encomenda atrasaria. Até uma revista, que deveria chegar na segundafeira, não chegou até agora”, disse Souza. A assessoria de imprensa dos Correios negou que os atrasos nas entregas tenham relação com a crise aérea no Brasil. A empresa informou que houve apenas “um ruído

na comunicação e que isso se disseminou pelas agências”. Os Correios recebem diariamente quase 800 toneladas entre cartas, mercadorias e outros tipos de correspondência de todo o país. Desse total, 600 mil são dos seis diferentes serviços de entrega com a marca Sedex. Para o transporte, a empresa utiliza 20 aviões terceirizados, de diferentes companhias aéreas. Na relação não constam TAM, Gol e Varig. Outras empresas de transporte aéreo de mercadorias, como a TAM Express e a Velog, não detectaram problemas no envio de mercadorias.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

LAZER - 1 Divulgação

Bamba é vendedor de quinquilharias em O Bricabraque

Flávio Moraes/Divulgação

TEATRO

TRAVESSIAS PARA O SONHO Peças infantis também encantam adultos

Mãe D´Água: amor entre sereia e pescador

Maria Clara Diniz/Divulgação

Paschoal Rodriguez/Divulgação

O Tesouro do Balacobaco: 4 atores e 40 personagens

Sérgio Roveri

N

as incontáveis vezes em que se dispunha a soltar a voz na infância, o ator Leonardo Miggiorin era repreendido pelos dois irmãos mais velhos, de quem costumava ouvir que sua voz era feia e desafinada. Chegou a hora da revanche – e em grande estilo. Aos 25 anos, Miggiorin, nascido na cidade mineira de Barbacena e revelado ao grande público na minissérie Presença de Anita, da Rede Globo, sobe nesta sexta-

feira (27) ao palco do Credicard Hall como protagonista do mais recente musical produzido pela CIE Brasil, Peter Pan – Todos Podemos Voar, superprodução destinada ao público infantil mas com números de gente grande. Orçada em R$ 4 milhões, a peça traz 29 atores no elenco, selecionados entre os mais de três mil inscritos para os testes, e uma credencial de respeito: a montagem argentina do espetáculo, matriz desta versão nacional, foi vista

por 120 mil pessoas no ano de 2004 em Buenos Aires. “Peter Pan é um personagem tão querido e popular porque simboliza uma das fases mais difíceis na vida de qualquer pessoa – a passagem da adolescência para a idade adulta”, diz o ator. “Embora tenha sido pensado para as crianças, eu acredito que um dos grandes objetivos deste show é resgatar a magia e a infância nos adultos que forem nos ver”. Ao contrário de outros grandes mu-

sicais produzidos pela CIE, como O Fantasma da Ópera e Miss Saigon, em Peter Pan não há orquestra ao vivo. A trilha sonora do espetáculo, que buscou inspiração em trabalhos recentes de Marcelo D2 e do grupo Olodum, é executada em playback. O argentino Ariel Del Mastro, que dirigiu a montagem portenha, também assina a versão brasileira de Peter Pan. Mas ele garante que as referências musicais do Brasil e a maneira de cantar e dançar dos atores nacionais

foram elementos decisivos para eliminar qualquer semelhança entre as duas produções. Na falta de música ao vivo, a direção do espetáculo promete um show de efeitos especiais, que deve ter seu ponto alto em um vôo de Peter Pan sobre o palco. O musical é inspirado no personagem criado em 1902 pelo escritor escocês J.M. Barrie - um menino vestido de verde, que vivia na Terra do Nunca e se recusava a crescer. Verti-

da para o teatro, a história de Peter Pan estrearia em Londres em 1904. Há pouco mais de dois anos, uma biografia romanceada de J.M.Barrie chegou às telas no filme Em Busca da Terra do Nunca, com Johnny Depp e Kate Winslet. “Acho que tenho muitas afinidades com este personagem”, diz Miggiorin. “Como ele, eu também sou baixinho, magro e cheio de energia. Mas descobri que existem muitos encantos em crescer”.

Aproveite o fim de férias

A

lém do garoto vestido de verde que se recusa a crescer, o teatro infantil da cidade oferece uma vasta galeria de tipos igualmente fascinantes. Há um canguru que sabe lutar boxe, um pescador meio caipira que cai de amores por uma sereia, um leiloeiro amalucado que se diz apaixonado por uma pulga, duas passarinhas loucas para fugir da floresta antes que o desmatamento derrube seu ninho, e um bando de novos palhacinhos incumbidos de homenagear alguns dos maiores nomes do circo brasileiro. Mas como no teatro tudo que é bom dura pouco também, as crianças (ou os pais) devem se apressar, pois vários espetáculos saem de cartaz neste fim de semana, o último das férias. A seguir, algumas indicações de peças que levam a sério a inteligência da garotada.

ca de um misterioso tesouro. O espetáculo é valorizado pelo figurino e uma cenografia que reproduz paisagens tão distintas quanto as praias do Rio de Janeiro e os desertos africanos. Os quatro atores do elenco, versáteis e bem-entrosados, dão conta dos 40 personagens que aparecem na história.

O

O

Tesouro de Balacobaco (Teatro Alfa, tel. 5693-4000, sábado (28) e domingo (29), às 17h30), é a prova de que a globalização chegou, ainda que carregada de lirismo, ao universo das crianças. O texto, escrito por Cláudia Vasconcellos, mesma autora da premiadíssima Assembléia dos Bichos, coloca para correr o mundo um esquimó da Groenlândia que vivia sozinho, uma fêmea de pingüim da Patagônia e o invocadão canguru boxeador australiano. Juntos, os três encaram o desafio de andar pelos quatro cantos da Terra em bus-

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ãe D’Água (Teatro Alfa, tel. 5693-4000, sábado (28) e domingo (29), às 16h) prefere deixar o mundo de lado para investir na cultura popular brasileira, ao retratar o amor de um pescador simplório por uma sereia de água doce. Embora os dois possam se encontrar somente nas noites de lua cheia, eles resolvem se casar e ter muitos filhos. O espetáculo, recheado de cantigas populares, nasceu após uma longa pesquisa sobre contos de tradição oral recolhidos pelo pesquisador Câmara Cascudo.

Bric abraque (Espaço dos Parlapatões, tel.: 3258-4449, sábado (28) e domingo (29); às 17h) aposta na interatividade entre a criançada e o único ator no palco, Alexandre Bamba, que vive um vendedor de quinquilharias a quem não é possível levar muito a sério, já que ele vive confundindo realidade e ficção a todo momento. Seu personagem é apaixonado por Gala, uma pulga forte e inteligente que apenas ele consegue enxergar. O espetáculo é um dos poucos a abordar o tema da morte no teatro infantil –

depois de fazer um esforço supremo para recuperar o objeto mais amado do vendedor, um anel de estimação, a tal pulguinha morre no final da peça. Até domingo.

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oão e Maria(Teatro do Sesi Vila Leopoldina, tel.: 3832-1066, sexta (27) às 13h30 e 15h30, sábado (28) às 16h e domingo (29) às 11h) todo mundo conhece: são aqueles irmãos que caem na armadilha de uma bruxa malvada louca para fazer deles seu prato principal no jantar. Nesta versão, no entanto, a história é outra. Quem domina a cena são Bicudinha e Bicudona, duas simpáticas passarinhas prestes a perder sua casa na floresta por causa do desmatamento. Durante a tentativa de fugir do local, elas encontram o João e Maria originais, criados pelos irmãos Grimm. A fábula tem cunho ecológico e capricha no cenário e na manipulação de bonecos. Até domingo.

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arde de Palhaçadas (Teatro Maria Della Costa, tel.: 3256-9115, sábado (28) e domingo (29) às 17h30) é uma simpática homenagem do ator e diretor Jairo Mattos a alguns dos mais famosos palhaços brasileiros, entre eles Carequinha, Torresmo e Arrelia. Palhaço por formação, Mattos criou este espetáculo em que quatro atores da nova geração revivem, com o inevitável apoio da garotada, uma série de números tradicionais do picadeiro, a maioria deles marcada por uma rara ingenuidade. (SR)

Paschoal Rodriguez/Divulgação

Peter Pan – Todos Podemos Voar, estréia hoje, sexta (27), no Credicard Hall, Avenida das Nações Unidas, 17955, tel.: 6846-6000. Quinta e sexta às 20h30, sábados e domingos às 11h, 14h e 17h. Ingressos entre R$ 50 e R$ 150.

ESPETÁCULOS INFANTIS NO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Amanhã (28), último sábado de férias, às 15h, será encenada a peça Histórias do Brasil e às 16h30, Quando Conto Cordel. Praça da Luz, s/nº, tel.: 3227-0402. Ingresso: grátis.


sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

Ambiente Educação Av i a ç ã o Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Cristina Castello Branco/AE

Oscar Maroni Filho garante que cumpriu todas as exigências legais para construção de hotel.

HOTEL É PERIGO EM CONGONHAS

Kassab: sem tolerância com o Bahamas Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas, protestou contra o prefeito Gilberto Kassab, que lacrou e quer demolir prédio do empresário, a 600 m da pista de Congonhas Raimundo Paccó/Folha Imagem

a maior

tragédia

T

erminou em bate-boca ontem a interdição do Oscar's Hotel, próximo ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul. O edifício foi considerado irregular pela Prefeitura e, pela manhã, o prefeito Gilberto Kassab e o secretário de Habitação, Orlando Almeida, foram ao local com equipes da Prefeitura e interditaram a entrada do hotel com blocos de concreto. A Prefeitura ameaça entrar na Justiça para pedir a demolição do prédio, de 11 andares, que fica na esquina da rua dos Chanés com a alameda Anapurus, a 600 metros de uma das cabeceiras da pista do aeroporto. Inconformado, o empresário Oscar Maroni Filho, dono do hotel e da casa noturna Bahamas, que fica ao lado do hotel, estacionou o seu MercedesBenz no local onde o prefeito dava entrevistas, ligou o sistema de alto-falantes do carro e protestou. O empresário colocou a sua cadela poodle "Docinho" sobre o teto do veículo e começou a protestar contra a interdição. Maroni disse que foi transformado em um bode expiatório por causa da queda do avião da TAM em Congonhas. Energético - "Nós não podemos, por incompetência de todos os nossos governantes, culpar meia dúzia de pessoas. Es-

tou servindo de bode expiatório, político e eleitoreiro. Eu fiz quatro análises, para flat e para residencial", afirmou o empresário. Maroni, que vende uma marca de energéticos, chegou a oferecer a bebida ao prefeito, a quem pediu para não chamá-lo de vagabundo. O empresário acusou Kassab de fechar o hotel com objetivos “eleitoreiros” e orientou seus advogados a pedir a anulação da interdição. Os advogados de Maroni e o secretário de Habitação discutiram asperamente. Ao sair do local, o prefeito afirmou que não ouviu as provocações do empresário e não quis comentá-las. Kassab afirmou que a Aeronáutica listou 79 imóveis em São Paulo que oferecem risco para os aviões que pousam em Congonhas. O prefeito prometeu que tomará providências contra todos os imóveis e disse que alguns deles podem ser demolidos. "Nós vamos iniciar os procedimentos para a demolição e, se houver recursos, nós vamos recorrer à Justiça porque eu tenho certeza absoluta que a Justiça ficará ao lado não dos 11 milhões de paulistanos, mas dos 200 milhões de brasileiros", disse Kassab. Anteontem, o secretário de Habitação havia justificado a anulação do alvará do hotel de Maroni. Ele tem como base técnica o "vício de origem" do documento. Para a execução da obra foram necessárias duas autorizações: uma da Aeronática e outra da Prefeitura.

IMAGENS Parentes das vítimas assistiram imagens do embarque do vôo 3054 para ajudar a identificação no IML.

SOBREVIVENTES A maioria dos sobreviventes do prédio da TAM Express estava no térreo do edifício.

Ó RBITA

ACIDENTE

U

ALERTA NOS EUA

O

m avião de pequeno porte caiu ontem em Rio Largo (AL). A aeronave caiu nas linhas de transmissão da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). O piloto, Omar Khayyam Dantas, estava sozinho e morreu na hora. Dantas saiu cedo de Recife (PE) levando malotes com documentos de um banco para Maceió e para a Bahia. Um nevoeiro atingia a região no momento do acidente, mas ainda não se sabe se isso contribuiu para o acidente. O fornecimento de energia em Rio Largo foi interrompido e só restabelecido no fim do dia. A perícia trabalhou o dia todo no local para descobrir as causas da queda do bimotor. (Agências)

chefe da seção consular dos Estados Unidos no Rio de Janeiro divulgou uma mensagem de alerta aos viajantes norte-americanos que planejam vir ao Brasil. Segundo William Weissman, “é aconselhável que os norteamericanos estejam preparados para longas esperas nos aeroportos brasileiros e estejam preparados para perder conexões”, diz o texto no site da embaixada dos EUA. “Atrasos de até cinco horas são comuns e muitos vôos foram cancelados. Outros vôos tiveram suas rotas drasticamente alteradas”, avisa a embaixada americana, completando que não está claro quando a situação será regularizada. (Agências)

TREM DE CUMBICA

COMISSÕES

A

solução para ligar de forma rápida e segura o aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, ao centro de São Paulo, o Expresso Aeroporto, deverá consumir R$ 3,4 bilhões e só ficará pronto em 2010. O projeto está em andamento e, em setembro, vai acontecer uma audiência pública para discussão do tema. Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, a licitação deve ser concluída até o final do ano e, se não houver contratempos, em maio de 2008 será conhecido o responsável pela obra. O governador José Serra afirmou que a construção deve envolver os governos federal e estadual. (Agências)

F

amiliares das vítimas do acidente com o Airbus criaram três comissões para facilitar o acesso às informações e garantir o recebimento de assistência prevista em lei. Um dos grupos encaminhou à TAM uma lista com 12 reivindicações. Entre elas, a devolução dos pertences das vítimas do acidente e plano de saúde para os parentes mais próximos, incluindo assistência psicológica e psiquiátrica. A comissão de familiares também vai encaminhar o documento ao Ministério Público para acompanhamento do processo. Ontem, outra comissão visitou o IML para acompanhar o trabalho de identificação.(Agências)

Prefeito Gilberto Kassab lacrou ontem com blocos de concreto entrada do prédio do dono do Bahamas, considerado irregular, e que fica próximo à pista do Aeroporto de Congonhas. Inconformado, empresário protestou junto com sua cadela poodle e ofereceu bebida energética ao prefeito.

"Um primeiro pedido foi indeferido pela Aeronáutica porque o empresário queria construir um flat residencial no local e o zoneamento de ruído não permite. Só que ele mudou o projeto para edifício comercial de escritórios e, por isso, conseguiu a autorização. E ele usou esse documento para construir um hotel. Um prédio

de escritórios não é um hotel", afirmou o secretário. Segundo o secretário, a Aeronáutica foi "induzida ao erro", pois aprovou o projeto de um prédio de escritórios que, na verdade, será utilizado como hotel. "Se comprovarmos que esse documento é ilegal, ele (Maroni) poderá ser acusado pelo crime de falsidade

ideológica", disse Almeida. O empreendimento está pronto, mas ainda não está em funcionamento porque estão sendo feitos os acabamentos. O prédio tem 13 andares e 46 metros de altura, divididos em três subsolos, térreo, pavimento intermediário (onde ficam restaurantes, por exemplo) e 11 andares de acomodações.

Maroni não comentou as declarações do secretário. O empresário reiterou que não há nada de ilegal em seu empreendimento. “O meu hotel é legal. Tenho a documentação. O serviço público do 4.º Comando Aéreo de São Paulo, a opinião da Aeronáutica (de que a construção obedece aos requisitos legais)”. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - LAZER

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ENTREVISTA Lauro César Muniz volta ao teatro e cria história que mescla realidade e fantasia Fotos: Arquivo DC

TELEVISÃO

Masao Goto Filho/e-SIM

Divas em série Regina Ricca

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Dramaturgo e autor de novelas provoca estranhamento na platéia ao levar para o palco o personagem de um padre grávido

TRABALHO DE PARTO NA RIBALTA Sérgio Roveri

A

primeira cena de O Santo Parto, espetáculo teatral em cartaz no Espaço dos Satyros Um, já provoca um estranhamento considerável na platéia: um padre grávido corre ao telefone em busca de ajuda para o trabalho de parto que, a julgar pelo intervalo entre suas contrações, deve estar em andamento. O impacto desta seqüência é apenas um couvert do que se verá na hora seguinte: um caloroso debate, em clima de tribunal inquisitório, entre os setores reacionários e a vanguarda da igreja, a presença no palco de São Jorge, santo banido do altar, a intervenção do sincretismo religioso e até um inusitado nascimento que coloca em xeque realidade e fantasia. O texto poderia ser apenas uma provocação iconoclasta, mas nas mãos do dramaturgo e autor de novelas Lauro César Muniz, 68 anos, O Santo Parto desperta um oportuno questionamento sobre as diferentes velocidades adotadas por igrejas e fiéis em sua marcha rumo ao futuro.

Criador de algumas novelas histórias da televisão brasileira, como Beto Rockfeller, Escalada, O Casarão e Roda de Fogo, Lauro César Muniz está, depois de muitos anos de ausência, de volta aos palcos de São Paulo. Nesta entrevista ele fala sobre a consolidação da Rede Record como produtora de folhetins, a temporada teatral paulistana e, principalmente, os motivos que o levavam a escrever O Santo Parto.

Diário do Comércio: Em O Santo Parto assiste-se claramente a um debate entre o personagem do padre grávido, mais identificado com um pensamento de vanguarda, e um cardeal assumidamente reacionário. Este conflito na peça existe

apenas para discutir dogmas religiosos ou ele pode ser visto como um grande debate da sociedade brasileira? Lauro César Muniz: Como a religião católica tem uma forte influência na conduta da sociedade brasileira, como faz parte da essência cultural do brasileiro de todos os níveis e classes sociais, é inevitável que o debate entre um cardeal ultra conservador e um sacerdote grávido (de culpa) acabe abrangendo um debate mais amplo, que ultrapassa os domínios da Igreja. O que me atrai no tema é que o debate entre o personagem do cardeal Quirino e do padre José é a grande contradição moral e religiosa do católico brasileiro: de um lado uma Igreja anacrô-

Apesar de tratar de temas espinhosos para a igreja católica, O Santo Parto também é carregado de humor. Você acredita ser mais fácil discutir estes assuntos quando existe a possibilidade do humor em cena? A idéia básica que gerou essa peça é cômica: um padre está grávido! Pior! Grávido de um adolescente, roqueiro, que tem raízes na igreja evangélica! Chegou a hora do parto (livrar-se da culpa). Como dar à luz sem um canal de saída?! Na sua dor e desespero ele recebe a visita do cardeal que fundou a paróquia, 200 anos atrás, que vem para puni-lo com as garras do Santo Ofício. E de outro lado surge São Jorge, santo de devoção do padre. Compõe-se ali na sacristia um tribunal para julgar a ação pecaminosa do pa-

Divulgação

O Santo Parto representa seu retorno aos palcos de São Paulo depois de um grande intervalo. Que análise você faria da produção teatral hoje na cidade? Estou encantado com a enorme produção da dramaturgia brasileira em São Paulo. Um ano de peças muito boas e as melhores encenações se creditam aos grupos teatrais estáveis, atores e atrizes que não estão comprometidos apenas com o sucesso imediato de bilheteria, que correm riscos com experimentalismos de toda natureza. Há dois anos o senhor previu que a Record se tornaria um novo império das telenovelas. Continua acreditando nisso? Está claro que a teledramaturgia da Rede Record veio para ficar. O investimento em novos estúdios, a contratação de atores e atrizes, o lançamento de novos autores, a opção por outros horários, o crescimento de audiência... É um novo momento para a televisão brasileira, quando o monopólio de uma só rede começa a se desfazer. Acredito que a Rede Record está apostando em qualidade e diversificação, abandonando as fórmulas cansadas e repetitivas. Enquanto uma emissora busca novos caminhos e cresce, a outra emissora trilha velhos caminhos e perde público. Que análise você faz hoje da performance de sua primeira novela na Record, Cidadão Brasileiro? Cidadão Brasileiro abriu um novo horário e pagou o ônus por isso. Sofreu muitas mudanças de horário e, quando encontrou o melhor espaço na grade, a novela já estava no final. Apenas os últimos 34 capítulos foram exibidos às 22 horas.

O Santo Parto: peça desperta questionamento sobre as diferentes velocidades adotadas por igrejas e fiéis rumo ao futuro

nica, lidando com uma sociedade idealizada e quase inexistente, e do outro lado outra Igreja que busca conectarse com a realidade do mundo de hoje. Com a ascensão do papa Bento 16 essa contradição ficou ainda mais aguçada, com a volta de preceitos ultra conservadores que, procurando desligar-se da reforma do concílio Vaticano II, remetem ao Concílio de Trento, com práticas que mais satisfazem à minoria ortodoxa da Opus Dei do que a busca de um diálogo com o clamor e reivindicações populares, Vox Populi.

dre. Todos os elementos de humor estão reunidos. A peça poderia ter uma ação farsesca, popularesca, mas preferi o tom solene, quase ritualístico, o que enfatiza a seriedade da questão, sem perder o humor. Com o humor é possível recuperar a credibilidade da situação absurda, brincando com o sagrado e chamando a atenção de que o absurdo está na seriedade com que a Igreja conduz, no seu cotidiano, temas obsoletos que se afastam cada vez mais da realidade em que vivem os seus fiéis.

Você se mudou para a Record depois de muitos anos de Rede Globo. Quais foram os principais desafios, ou os principais aprendizados, que o senhor teve na nova casa? Cidadão Brasileiro, uma novela difícil, foi produzida em São Paulo, em estúdios ainda sem o equipamento ideal. Quando cheguei tudo estava se formando – os melhores horários para as novelas estavam sendo testados, estava nascendo uma grade alternativa à da Globo e eu estava muito impaciente.

semana é dedicada a duas divas do cinema – uma loira frágil, americana, e outra morena, forte e italianíssima. A primeira beldade em questão é Marilyn Monroe (abaixo), que enche a tela do GNT a partir de deste domingo (29), às 23h, durante as férias do Manhattan Connection. A estrela de Quanto Mais Quente Melhor, morta em agosto de 1962, é o foco da minissérie Blonde – A História de Marilyn Monroe (2001). Em quatro episódios, a série é baseada no romance da premiada escritora Joyce Carol Oates, 63, autora de mais de 30 títulos, várias vezes no páreo do Nobel, que transformou as 700 páginas do livro no que ela chama “um grande épico americano com tonalidade trágica”. Estrelada pela pouco conhecida atriz australiana Poppy Montgomery, que recebeu muitos elogios dos críticos de TV americana, a série, como o livro, vai mostrar um perfil pouco convencional da diva americana, que começa quando ela ainda atendia pelo nome de Norma Jean Baker. O programa destaca especialmente o relacionamento de Marilyn com a mãe, Gladys, uma mulher esquizofrênica, instável, que nunca conseguiu assumir as responsabilidades da maternidade. Ou seja, da infância de Marilyn ao primeiro casamento aos 16 anos, do estrelato ao envolvimento com as drogas e o romance com o presidente John F. Kennedy, tudo vai estar na minissérie sobre essa lenda do cinema mundial. A segunda bela estrela em ação na telinha esta semana é a romana Sophia Loren (acima), que terá a vida radiografada no programa Biografia, que o canal A&E apresenta na terça (31), às 10h. La Loren também cresceu praticamente sem pai, só que a sua trajetória, ao contrário da de Marilyn, foi tranqüila, sem traumas. Pobre, ela e a irmã começaram a trabalhar como modelos e, graças a mãe, também atriz, Sophia passou a seguir a carreira no cinema aos 17 anos. O filme era Quo Vadis (1951), produzido por Carlo Ponti, que viria a ser seu futuro (e único) marido. Nos anos 1950, Sophia entrou para Hollywood, onde também fez carreira ao lado de galãs como Cary Grant, na comédia romântica Tentação Morena (1958). Hoje, aos 73 anos, ainda bela e majestosa, posou para o o calendário Pirelli de 2007, ao lado de beldades como Penélope Cruz e Naomi Watts. No sofazão, acomode-se para ver neste sábado(28), às 21h, o longa O Código da Vinci, baseado no famoso best-seller de Dan Brown. A produção, cheia de ação e estrelada por Tom Hanks,, na pele do enigmático professor Robert Langdon, arrecadou 700 milhões de dólares em bilheteria. E, na TV Cultura, um pouco do Brasil que se transforma – infelizmente, para pior. O jornalista e documentarista Washington Novaes voltou ao Xingu ano passado, 13 anos depois de ter feito a série Xingu, a Terra Mágica, na qual revelou a beleza e o dia a dia de cinco grupos indígenas da região - Waurá, Kuikuro, Yawalapiti, Metuktire e Panará, com a mesma equipe de 1984. O resultado deste trabalho pode ser visto no neste domingo (29), às 18h, na série Xingu – a Terra Ameaçada. Com 16 episódios (exibidos até 11 de novembro, sempre aos domingos, às 18h), a série mostra que, com a aproximação do homem branco, as aldeias sofreram uma radical transformação. E ali, hoje, se pode ver toda sorte de parafernália eletrônica, como antenas parabólicas, placas de energia solar ou motores a diesel.

Ainda falta alguma coisa para que a Record se consolide como uma grande produtora de telenovelas? A Record já está preparada para fazer telenovelas ao nível das melhores do país, com uma busca por temas mais arrojados. A partir de 2008 essas novelas darão um grande salto. O Santo Parto, Espaço dos Satyros Um, Praça Roosevelt, 214, tel.: 3258-6345. Espetáculos sexta e sábado à meia-noite. Ingressos a R$ 40.

THALMA E LAÉRCIO DE FREITAS NO STUDIO SP Recital de pai e filha. Ela, atriz e intérprete; ele, compositor e regente. Rua Inácio Pereira da Rocha, 170. Tel.: 3817-5425. Sábado (28), 22h30. R$ 15.


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Tr â n s i t o Ciência Av i a ç ã o Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO José Luís da Conceição/AE

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

Número oficial de mortos ainda não foi divulgado, mas pelo menos 199 pessoas perderam a vida.

EDIFÍCIO DA TAM CONTINUA INSTÁVEL

Bombeiros encerram buscas no prédio Ontem à noite as operações de buscas nos escombros da TAM Express foram encerradas, após bombeiros chegarem ao local onde estava a cabine do avião.

a maior

Daniel Kfouri/AFP

tragédia

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pós nove dias de buscas nos escombros do acidente com o Airbus da TAM, ao lado do Aeroporto de Congonhas, na zona sul, o Corpo de Bombeiros deu a missão por cumprida. O porta-voz da corporação, capitão Mauro Lopes, declarou ontem à noite que os trabalhos foram encerrados às 19h. O prédio onde funcionava um depósito de cargas da empresa, que acabou destruído pelo avião, foi inteiramente vasculhado e uma última varredura foi realizada em toda a área na tarde de ontem, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado. O edifício da TAM Express deve passar por uma vistoria antes de ser novamente entregue à empresa, que pode decidir pela demolição da estrutura. O capitão Mauro Lopes informou que uma ou duas guarnições do Corpo de Bombeiros vão permanecer no local como forma de prevenção, já que o prédio continua em situação instável. Ontem de manhã, os bombeiros conseguiram retirar parte da cabine da aeronave e encontraram fragmentos de corpos e objetos pessoais. Duas sacolas foram enviadas ao Instituto Médico Legal (IML) para o trabalho de identificação. As peças da cabine serão entregues à Aeronáutica, que investiga as causas do acidente. O número oficial de mortos ainda não foi divulgado, mas pelo menos 199 pessoas foram vítimas da tragédia ocorrida na semana passada. "O acesso ao local onde estava a cabine só foi permitido depois que tiramos a laje de cima. Fizemos buracos na laje debaixo e foi sendo retirado o pavimento. Encontramos a parte da cabine, que estava entre duas vigas", explicou o capitão do Corpo de Bombeiros. Depois da operação, o terreno foi limpo e tudo o que se referia à cabine foi retirado. Identificação - O IML de São Paulo, que trabalha na identificação dos corpos e fragmentos, reconheceu até ontem à noite 86 vítimas. Recentemente, um diretor do instituto admitiu que o processo levará vários meses. Parentes de vítimas reclamaram da demora, mas peritos garantiram que o trabalho está sendo feito da maneira mais rápida possível e o processo é complexo. A Secretaria de Segurança Pública disse que o 27.º Distrito

Interior do prédio da TAM Express, onde se chocou o Airbus A320 da TAM, na semana passada. Em alguns locais, como no pavimento térreo, as pessoas tiveram mais facilidade para sair. Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem Custódio Coimbra/Agência O Globo

Movimento, ontem, no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro

Começa blitz por direitos

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José Luís da Conceição/AE

Policial, do Campo Belo, que instaurou inquérito sobre o acidente, já foi avisado sobre o fim das atividades dos bombeiros. Cheiro - Ontem de manhã, a imprensa teve acesso ao interior do prédio da TAM Express pela primeira vez. Instável, o prédio de dois andares teve apenas o térreo e a garagem liberados. Na entrada, um rombo na parede de concreto evidencia o exato local onde ocorreu o choque do avião. O estado de conservação do prédio era bastante alternado. Alguns locais, como o antigo setor de despachos, permaneceram praticamente intactos e as pessoas que lá trabalhavam não tiveram dificuldades para sair. Outros, como a parte dos fundos do prédio, lembram cenários de guerra, com destruição total. (Agências)

O local exato do choque da aeronave contra o prédio lembra os cenários de guerra, por causa da devastação. Nos lugares menos atingidos pelo acidente, o ambiente é parecido com uma grande reforma e até os móveis das salas ficaram intactos, apesar da dimensão da tragédia (fotos acima).

Secretaria do Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, começou ontem, com auxílio da Polícia Federal, uma blitz nas companhias aéreas para investigar denúncias de desrespeito aos direitos dos consumidores. Em entrevista coletiva, a secretária de Direito Econômico, Mariana Tavares de Araújo, informou que a blitz começou pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e pelo aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, e deve se estender aos demais, em todo o País, e a todas as empresas aéreas. A primeira empresa investigada foi autuada por não estar cumprindo seus deveres de prestar informação adequada aos consumidores e atendimento no caso de atrasos de mais de quatro horas. O nome da companhia autuada não foi revelado.

Segundo Mariana, as empresas que forem condenadas por violações do Código de Defesa do Consumidor e do Código Brasileiro de Aeronáutica serão punidas com multas de até R$ 3 milhões, além de possíveis sanções civis e criminais Mariana informou que a blitz foi determinada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, em razão das falhas de outros órgãos na preservação do direito do consumidor. Essas falhas já haviam sido diagnosticadas em inspeções realizadas pelos Programas de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procons) nas oito maiores companhias (Gol, TAM, Varig, Ocean Air, Pantanal, BRA, Total e Passaredo). Entre os direitos mais violados estão: garantias de hospedagem, transporte e alimentação, nos casos de atrasos de mais de quatro horas, e informação adequada aos passageiros. (Agências)


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sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

LAZER - 3

A Rússia fraturada. Ontem(?), hoje (?), amanhã (?) VISUAIS

Fotos: Divulgação

CINEMA Espião contra espião: agonia e êxtase na nação FBI. Paris Filmes/Divulgação

Quebra de Confiança: informações confidenciais da inteligência do FBI vendidas por um de seus agentes

FBI À PROVA DE TRAIÇÕES Rita Alves

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os EUA, existe um grupo de homens e mulheres de elite a quem são confiadas as chaves do país. São agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation) que juram não apenas obedecer à lei, mas servir aos EUA com a mesma honra que serviriam a suas famílias. Apesar das exigências citadas um traidor passou pela instituição e sua história foi transformada em um longa metragem, que estréia nesta sexta (27), nos cinemas brasileiros. O filme, dirigido e roteirizado por Billy Ray, é um suspense dramático situado nos corredores do FBI (Federal Bureau of Investigation), agência que trabalha como guardiã

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dos segredos mais sensíveis e voláteis dos EUA. Em fevereiro de 2001, Robert Hanssen, funcionário de FBI foi considerado culpado por traição aos EUA. Durante um período de mais de duas décadas, Hanssen vendeu sistemática e deliberadamente informações da inteligência americana à antiga União Soviética. Hansen (Chris Cooper) é considerado um dos mais notáveis espiões da história dos EUA. Eric O’Neill (Ryan Phillipe) é um jovem agente em treinamento escolhido a dedo pelo FBI para ajudar a desmascarar Hanssen. O plano de ser um agente de sucesso fica mais próximo de virar realidade quando

ele é promovido de seu cargo de supervisão à central do FBI. E para satisfação dele, a nova proposta inclui trabalhar para o renomado Hanssen dentro da “segurança de informação”, uma nova divisão criada para proteger todas as informações confidenciais da inteligência do FBI. Mas o entusiasmo de O’Neill logo é transformado em ansiedade. Ele descobre a verdadeira razão por trás de sua inesperada promoção. Hanssen é o alvo de uma longa e secreta investigação. Além disso, é um suspeito perigoso por vender precisamente as informações que deveria proteger. Começa assim um jogo mortal de espião contra espião. A história de Quebra de Confiança

começou apenas alguns meses antes de 11 de setembro de 2001. Em 18 de fevereiro daquele ano o agente especial Robert Hanssen foi preso e acusado de espionagem. Dos seus 25 anos de carreira no FBI, Hanssen passou os últimos 22 vendendo milhares de páginas de valiosas informações confidenciais à Rússia durante a Guerra Fria e conseqüentemente à União Soviética. Quebra de Confiança foi filmado em Toronto, de novembro 2005 até o janeiro 2006. Quebra de Confiança (Breach, EUA, 2007, 110 minutos). Com Chris Cooper e Ryan Phillipe.

Todos os Homens do Presidente: Robert Redford e Dustin Hoffman investigam, no caso Watergate

Imagens clicadas por Mauricio Nahas (ao lado) e Paulo Mancini (as duas abaixo)

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Pinacoteca do Estado abre amanhã, sábado (28), a mostra Cosmos - Três Olhares Sobre a Rússia, na qual três fotógrafos brasileiros documentam o cotidiano russo. Estarão em exposição 190 imagens, produzidas por Mauricio Nahas, Paulo Mancini e Ricardo Barcellos em agosto de 2006, em Moscou e San Petersburgo. Ocupando todo o térreo da instituição, ficará em cartaz até 4 de novembro. Com curadoria de Diógenes Moura, a exibição traz retratos, cenas urbanas e rurais, crianças, jovens, anciões. Os fotógrafos dizem que buscaram retratar o momento histórico da Rússia, que vive o dilema entre abraçar de vez a cultura ocidental, mas ainda convive com os vestígios do comunismo, como estátuas de Lênin e símbolos do velho regime. A Perestroika (abertura político-social que se iniciou na então União Soviética em 1985) trouxe mudanças que ainda não foram assimiladas por todos. Todas as imagens expostas estão também no livro de mesmo título, com 232 páginas (Editora DBA, R$ 150), que será lançado na abertura da mostra e ficará à venda na loja da Pinacoteca. Em um dos relatos sobre a viagem publicados, o curador diz: "Uma luz diagonal, avermelhada, anunciava o verão, aos 17º. Era agosto. Tínhamos acabado de aterrisar em Moscou. Eis a terra dos Czares e a fila para entrar no país. Três horas de pé, diante das primeiras informações sobre o alfabeto russo (cirílico), onde, em uma frase, pode-se contar apenas duas vogais, quando elas aparecem como vogais. Foi assim, entre consoantes, que o fiscal da aduana fechou o nosso guichê sem dar a menor explicação." A exibição integra a segunda fase do projeto iniciado em 2005, com a mostra fotográfica sobre Cuba Era Uma Vez em Havana. A terceira e última etapa será na China, em 2009. (LHC) Cosmos - Três Olhares Sobre a Rússia - Pinacoteca do Estado- Praça da Luz, 2, Jardim da Luz. Até 4 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 18h. Informações pelo telefone 3324-1000. Ingresso: R$ 4 (grátis aos sábados).

Espiões tutti-frutti. No cinema.

omplôs para assassinar líderes estrangeiros; grampos visando monitorar os passos de jornalistas; perseguição a ativistas dos direitos civis contrários a guerras impopulares, como a do Vietnã; devassa em correspondências que pudessem causar qualquer mal-estar ao governo americano. Os planos acima vieram à tona há poucos dias, quando o serviço de inteligência norte-americano, mundialmente conhecido como CIA, desenterrou de um depósito empoeirado documentos intitulados "As Jóias da Família", papéis que guardavam algumas atividades obscuras da agência de espionagem nas décadas de 1960 e 70. As teorias da conspiração, os planos de assassinato e outras imoralidades que gravitam sobre os altos escalões governamentais causam alvoroço na vida real e sempre foram motivo de sala cheia e bilheterias gordas nos cinemas mundiais. A espionagem, um universo onde a duplicidade é uma exigência e nada aparenta ser o que realmente é, é um dos temas mais freqüentes da sétima arte desde a década de 1960, quando os EUA e a então União Soviética tensionaram as relações internacionais com aquela que ficou conhecida como Guerra Fria – uma disputa sem troca de tiros e mísseis, mas com muita disputa de bastidores. No visceral duelo entre vida e arte (quem imita quem, afinal?), o fato é que a espionagem tem uma estrela da fama própria em Hollywood. Quando o assunto é espionagem, o

Felipe Datt primeiro nome que vem à mente é o superespião James Bond. Moscou Contra 007, o segundo filme da série baseada nos livros de Ian Fleming, mostra o exagente britânico à serviço de Sua Majestade em Moscou, nos anos de 1950. A maioria dos filmes de Bond está diretamente ligada ao período de tensão entre as superpotências, e dá uma idéia da importância do tema a partir do acirramento da Guerra Fria. Bond serviu de inspiração para a construção de um sem número de personagens que, se não trabalham para algum órgão secreto na tentativa de conseguir informações confidenciais do adversário, representavam, eles próprios, o inimigo a ser eliminado. Os exemplos são muitos e se renovam constantemente. Nos últimos quinze anos, são célebres os nomes de Jason Bourne (interpretado por Matt Damon na franquia A Identidade Bourne) e Ethan Hunt (Tom Cruise, do combo Missão: Impossível). Outro famoso exemplo é Joseph Turner, personagem de Robert Redford em Três Dias de Condor (1975). Nesse longa do cineasta Sidney Pollack, o agente da CIA passa, sem motivo aparente, de um agente a serviço da pátria a alvo do próprio governo. As teorias da conspiração também conquistaram o gosto das platéias. Em Todos os Homens do Presidente (1975), o diretor Alan J. Pakula conta a história real de dois repórteres do jornal The Washington Post que passam a investigar uma possível ligação existente

entre o governo americano e a invasão da sede de um partido rival. O escândalo da descoberta, que contou com a ajuda de um informante do FBI, derrubou um presidente, no célebre caso Watergate. A CIA também é um personagem participativo em JFK – A Pergunta que Não Quer Calar (1991). No longa, o promotor Jim Garrison (Kevin Costner), sem estar convencido do parecer final da Comissão Warren, que conclui ter sido o Presidente John F. Kennedy assassinado por uma única pessoa, tenta provar a existência de uma conspiração. A CIA, especificamente, ganhou especial atenção do cinema. O longa O Bom Pastor (2006), conta a história de Edward Bell Wilson (Matt Damon), selecionado para integrar o Escritório de Serviços Estratégicos (OSS) dos EUA durante a 2ª Guerra Mundial. Neste período, Edward e seus companheiros trabalham na criação da agência. Um ano antes, Syriana chamou a atenção da crítica ao mostrar Robert Baer (George Clooney), um agente da CIA que vê as ações de sua agência serem deixadas de lado de maneira a favorecer a politicagem. Outra história recente baseada em fatos reais é a de Chuck Barris (Sam Rockwell) em Confissões de uma Mente Perigosa (2002). Com uma carreira ascendente na indústria da televisão, ele percebe que está sendo seguido por um sujeito suspeito, que logo o introduz em um universo secreto e perigoso: o dos agentes da CIA. Enquanto

Barris adquire notoriedade como um célebre produtor de televisão, criando programas inovadores e populares, passa a cometer assassinatos com regularidade para o governo dos Estados Unidos.

Exotismo no retrato captado por Ricardo Barcellos

Imagem capturada por Maurício Nahas: ele e o curador descrevem sensação de angústia ao chegar na Rússia


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4 - LAZER

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GASTRONOMIA Josephine Bistrô serve nhoque da sorte

Cálices da ciência

Fotos: Masao Goto Filho/e-SIM

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José Guilherme R. Ferreira

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hD em Biologia, criador do visitado site wineanorak.com, o escritor inglês Jamie Goode tem emprestado seus conhecimentos científicos para abordagens elucidadoras – e polêmicas – da arte vitivinícola. "A degustação tem muito mais a ver com o degustador do que com o vinho por ele provado", escreveu para uma das edições da revista The World of Fine Wine, pondo em xeque o real valor das notas, estrelas e cálices emitidos pelos críticos. Autor de livros sobre a aplicação da ciência na viticultura: Wine Science (Mitchell Beazley, 2005) e The Science of Wine: From Vine to Glass (University of California Press, 2006), Goode tem também como interlocutores especialistas em Neurociência, Psicologia e Filosofia. Pesquisadores reafirmam que ainda há muito a desvendar sobre como o cérebro constrói nossa experiência sensorial com o vinho. Além do aroma e do sabor, existem outras variáveis fundamentais como visão, tato e memória, que trabalham de maneira intrincada para uma percepção final e única da relação

A salada Madaleine, que leva frutas e mussarela de búfala; o salão sempre movimentado e detalhe da mesa do Josephine Bistrô: casa para quem gosta de ver e ser visto

Cícero Gomes: "A satisfação de quem come é o meu principal objetivo"

http://www.finewinemag.com/docs/Wine%20&%20Brain%20by%20Goode.pdf http://www.wineanorak.com/score.htm

CERVEJA

Batata, farinha, tomate e fortuna.

á é tradição: todo dia 29, muitos restaurantes da cidade preparam o nhoque da sorte, que traria a quem comê-lo sucesso e prosperidade por 30 dias seguidos. Há diversas versões para o surgimento do costume. Uma das mais adequadas para explicá-lo diz que um casal muito pobre viajava pela Itália, parou em uma estalagem e pediu comida. Serviram-lhe nhoque. E quando acabaram de comer, debaixo dos pratos apareceram moedas, sem ninguém tê-las colocado ali. O acontecimento mágico é essencial para o surgimento das lendas. E assim nasceu o prato, também chamado de nhoque da fortuna. As pequenas bolotas, na receita mais comum são feitas de batata e farinha, cobertas com molho de tomate. É esse o prato em destaque no Josephine Bistrô neste domingo, dia 29. A porção generosa para uma pessoa (foto) é vendida a R$ 23,90 e o molho criado pelo chef Cícero Gomes, que comanda a cozinha, inclui toques de ervas frescas. Nos próximos meses, o nhoque do dia 29 virá com variações. Mandioquinha, espinafre, beterraba e outros ve-

Lúcia Helena de Camargo

getais vão entrar no preparo. Quem não der bola para a superstição ou quiser começar a refeição com algo leve, pode pedir uma das onze saladas do cardápio. A Josephine (R$ 21,90) é composta de folhas, queijo brie, tomate seco e croutons, com molho mostarda com mel. A Madaleine (R$ 22) mistura salada verde com mussarela de búfala e frutas da época, salpicada com lascas de amêndoas e o mesmo molho. Para uma entrada suculenta, peça Bruschetta de Parma, feita com pão italiano, presunto de Parma, queijo brie, figo e mel (R$ 21) ou Bruschetta Pomodoro, com pão italiano, tomate, cogumelos e mussarela de búfala (R$ 15,50). Gomes, com 18 anos de experiên-

cia, já passou pelas cozinhas do Dom, La Tambouille, Baiúca e Casa da Fazenda do Morumbi. No Josephine há três anos, garante que não se importa em mudar os ingredientes do prato a pedido de um cliente. "Não tem tempo ruim para mim: só não faço quando é impossível, porque do contrário, a satisfação de quem come é o meu principal objetivo", diz. O cardápio oferece ainda grelhados, peixes e outras massas, sanduíches, sopas, cremes e quiches. Na seção de sobremesas, o brigadeiro de colher (R$ 9,30) é bastante elogiado pelos amantes de chocolate. E há ainda, entre outras, maçã flambada com uva rubi e sorvete de creme (R$ 14,10) e petit gateau de chocolate ou goiaba nor-

malo ou light (R$ 11,90). O café servido é da Fazenda Pessegueiro. E em cada xícara vendida, uma parte do lucro vai para a Casa Hope, de assistência a crianças com câncer. A casa, localizada em badalada área da Vila Nova Conceição, é freqüentada por gente de teatro e TV, além do pessoal que gosta de ver e ser visto. Uma camisa de Fórmula 1 assinada pelo piloto Felipe Massa está exibida em um quadro junto ao bar. O proprietário é Jesse de Andrade, que já teve uma rede de boutiques de carnes na região dos Jardins e Vila Nova Conceição. Com 84 lugares, o Josephine Bistrô é arejado, com divisão para não fumantes e uma grande mesa redonda ao redor de uma enorme jabuticabeira, na área com luz natural. E no domingo vale pedir o nhoque, pois sorte mesmo é poder degustar o saboroso prato. Josephine Bistrô - Rua Jaques Félix, 253, Vila Nova Conceição, telefone 3842-5891. Funciona de domingo a quinta, do meiodia às 23h; sexta e sábado, do meio-dia à meia-noite.

SHOW Marcelo Soares/Hype

MPB4 e Toquinho: harmonias no Tom Brasil.

U

Com 84 lugares, casa é arejada e possui mesas em uma área dotada de luz natural

com um vinho específico. Goode resume: "É comum ouvir uma pessoa falando sobre um noventa-qualquercoisa vinho de Parker [o crítico norteamericano], como se aquele vinho tivesse aquele score, de algum modo invariável. O que um 95 de Parker realmente significa é que, em certo dia, Robert Parker deu para o vinho de determinada garrafa uma cotação de 95 pontos. Para você, seu paladar, no ambiente em que provou o vinho, no seu contexto, as coisas podem ser diferentes."

m show essencialmente intimista e acústico. Assim será O Projeto Tom Acústico que une hoje, sexta (27) e amanhã, sábado (28) o cantor Toquinho e o grupo MPB4 (foto). O espetáculo será uma síntese da trajetória desses artistas com um repertório repleto de canções que o público aprendeu a gostar, daquelas que sem perceber as pessoas se pegam cantando. Estarão lá Tarde em Itapoan, Regra Três, Samba da Orly, Testamento, Meu Pai Oxalá, Aquarela, Roda Viva, Cálice, Olé-Olá, Morena dos Olhos D’água, entre outras. O show também terá uma parte dedicada às crianças com músicas como O Pato, A Casa e Bicicleta (interpretadas por Toquinho) que ganharão um toque especial com a participação do MPB4. No Tom Brasil, Rua Bragança Paulista, 1281, Santo Amaro, Ingressos: R$ 50 a R$ 100. www.tombr.com.br

A mais antiga do mundo Sergio de Paula Santos

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cerveja é possivelmente a bebida mais antiga consumida pelo homem, depois da água e do leite. Certamente precedeu o vinho, pois que a disponibilidade dos cereais sempre foi maior que a da videira. A agricultura, pensa-se, tenha surgido dez mil anos antes de Cristo, no Oriente Médio, na região do Crescente Fúrtil. Escavações em todo Oriente Médio comprovam que a lavoura de cereais e a produção de cerveja sempre se acompanharam. Independentemente da geografia, todos os povos da Antiguidade maltaram e fermentaram seus cereais, dos egípcios, assírios e caldeus aos germanos e celtas, bem como os africanos e os primitivos americanos. O mais antigo vestígio de cerveja que se conhece, talvez seja o encontrado por Jeremy Geller, em 1989, no Egito, a 750 km do Cairo, fragmentos de cerâmica revestidos por uma substância de cor escura, que a cromatografia identificou como uma mistura de cevada e açúcar, uma indicação que o cereal fora fermentado e consumido. A avaliação pelo Carbono 14 localizou o conteúdo dessas peças, de 5.400 anos antes de Cristo. Entre nós localizamos a primeira cerveja produzida no País em 1640, no Recife, ao tempo da ocupação holandesa, produzida pelo cervejeiro Dirck Diex. No Rio da Prata, em Buenos Aires, a primeira cerveja foi produzida em 1740, pelo médico inglês Robert Young, como revelou a historiadora Elena Studel. Na maioria dos países da América Latina pode-se dizer que as primeiras cervejarias são do século XIX, fundadas por imigrantes anglosaxões ou por seus descendentes. As cervejas antigas, ao contrário das atuais, eram escuras e fortes, chamadas por muitos de "pão líquido" e geralmente produzidas junto com o pão, com os mesmos cereais e de alta fermentação. Se não podemos localizar a origem dessas cervejas primitivas, a cerveja dourada e límpida, de espuma branca e abundante e baixa fermentação, tem sua origem bem determinada. Foi produzida inicialmente pelo cervejeiro alemão Joseph Groll, considerado o melhor cervejeiro de sua época, na Bürgeliche Braverei, em Pilsen, na República Tcheca, oficialmente em 5 de outubro de 1842, cervejaria que ainda existe e produz a famosa

Pilsner Urquell (fonte original), cerveja que para muitos ainda não foi superada. Também se conhece a mais antiga cervejaria do mundo ainda em atividade, a Weihensteplan. De Freising na Baviera, cuja cerveja é oficialmente comercializada desde 1040. Sua história começa entretanto bem antes. Em 725 São Corbiniano (Cornestone Weihenstephan) funda com 12 monges beneditinos um mosteiro em Freising, próximo a Munique, onde teriam começado a produzir cerveja. Documentos de 768 comprovam a existência de plantações de cevada e lúpulo na região, cujos proprietários cediam 10% de sua produção ao mosteiro. É também dessa data a primeira invasão e destruição do Mosteiro de Weihenstephan, que se repetiria várias vezes, sempre reconstruído pelos monges. Em 1040 o abade Arnold consegue das autoridades de Freising a licença para produzir e vender sua cerveja, nascendo assim oficialmente a Cervejaria do Mosteiro de Weihebsephan, que na realidade já era produzida há mais de três séculos... O que as invasões, incêndios, saques é até 1 terremoto não conseguiram em 1000 anos, o governo da Baviera conseguiu em 1803, com uma "canetada", que estatizou a cervejaria e supervisionou sua produção. Hoje a cervejaria está ligada à Universidade Tecnológica de Munique e abriga a Academia de Estudos de Cervejaria da Baviera e é o mais reputado centro formador de "mestres cervejeiros" de todo mundo. E tudo começou em 725 com São Carbiano e 12 companheiros. Apenas 13 séculos de cerveja. No Brasil, a Weihenstephan é representada pela On-Trade, com vários tipos de cerveja. Rua Joaquim Floriano, 5º andar, conjunto 508, Itaim, São Paulo, CEP 04534-003. Telefones: 3078-1347 e 3078-1564. Email-otd@otd.com.br Preços: na prateleira do supermercado, custam ao redor de R$ 10; nos bares, de R$ 13 a 15. Sergio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, Memórias de Adega e Cozinha, Senac, 2007, recém lançado.


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LAZER - 5 Divulgação

LEITURA

HOOVER, O TITÃ DO FBI. Renato Pompeu

A

s maiores atrações deste livro parecem ser as descrições das façanhas sexuais dos mais importantes políticos americanos, como os Kennedys, seus negócios escusos, suas ligações com o crime organizado. Mas o fato mais significativo a respeito do romance A Maldição de Edgar (400 páginas, R$ 40), do escritor francês nascido no Senegal Marc Dugain, lançado agora no Brasil pela Record, é que, embora seja a biografia romanceada de J. Edgar Hoover (18951972), que foi durante meio século (de 1924 até sua morte) o chefe do FBI, a Polícia Federal americana, e portanto seja de todo o interesse do público dos Estados Unidos, a obra, apesar de ter sido originalmente editada em francês em 2005 e já tendo uma edição em história em quadrinhos na França, até hoje não foi traduzida para o inglês, ficando portanto inacessível para os principais interessados. Imaginemos se algum delegado no Brasil tivesse sido chefe da Polícia Federal durante 48 anos. Certamente, ele seria considerado a pessoa mais poderosa do país nesse período como um todo, mais do que qualquer presidente de mandato limitado. Pois isso mesmo aconteceu com Hoover: ao longo de meio século ele foi o homem mais poderoso dos Estados Unidos, com poderes para vigiar quem quer que fosse, até o próprio presidente da República, podendo usar discricionariamente dezenas de milhares de agentes em escutas ou gravações clandestinas, sem necessidade de mandado judicial. O problema do romance de Dugain é que, embora cite a extensa pesquisa que fez em livros e arquivos e embora muitas peripécias do livro sejam conhecidas como tendo realmente acontecido, ele não distingue entre o que é descrição de fatos reais apurados pelo autor e, de outro lado, os trechos que são produto de sua imaginação. O

livro é apresentado como a reprodução de um suposto manuscrito de Clyde Tolson (1900-1975), que na vida real foi assistente de Hoover durante praticamente toda a sua gestão. Consta que ambos eram homossexuais e formavam um casal; o fato é que, além de trabalharem juntos, também passavam juntos as horas de lazer e as férias, e que

Vemos como Hoover interferiu intensamente na política americana, ao cortar ou estimular carreiras políticas – por exemplo, descobriu podres do senador democrata Estes Kefauver, tido como impoluto, e assim impediu que ele fosse candidato a presidente – a partir dos dossiês que levantava. Afinal, Hoover vasculhou até mesmo as

Fotos: Reprodução

Hoover, entre John e Bobby Kennedy: temido e bajulado.

Hoover deixou a maior parte de sua herança para Tolson. Mas no romance vemos Hoover seguindo as aventuras amorosas nos anos 1930 do empresário e embaixador Joseph Kennedy com a atriz Gloria Swanson, então o maior símbolo sexual dos Estados Unidos, como seu filho, o presidente John Kennedy, teria na passagem dos anos 1950 para os anos 1960 um caso com a atriz Marilyn Monroe.

aventuras amorosas de Eleanor Roosevelt, mulher do presidente Franklyn Roosevelt, a qual com mais de 50 anos tinha casos com homens de menos de 30. Hoover levou suas descobertas sobre Eleanor para o próprio Roosevelt, e com isso, a par de causar comoção e irritação no presidente, também conseguiu um argumento de peso para conseguir que Roosevelt fizesse o que ele, Hoover, queria.

Hoover, fervoroso anticomunista, conseguiu liquidar o Partido Comunista dos Estados Unidos, que chegou a ter centenas de milhares de membros, e aparece no livro como tendo boas ligações com gângsteres como Frank Costello, que até lhe dava palpites sobre corridas de cavalos arranjadas (Hoover e Tolson são apresentados como fervorosos jogadores em cavalos). No romance, Hoover aparece como preferindo combater o comunismo e o esquerdismo a combater o crime organizado, cuja existência ele passou décadas negando, apesar de ser função precípua do FBI combater a Máfia. Mas a grande maldição da vida de Hoover, segundo o romance, foi acompanhar a turbulenta e muitas vezes obscura carreira da família Kennedy. Ficamos sabendo que já nos anos 1930 o patriarca Joseph Kennedy alimentava aspirações presidenciais, em parte sabotadas por Hoover, por ligações pouco claras do embaixador com negócios de bebidas (lembremos que as bebidas alcoólicas foram durante anos proibidas nos Estados Unidos). O patriarca redirecionou suas esperanças presidenciais para o filho Joe, que Hoover suspeitava ser tolerante em relação ao comunismo e que morreu na Segunda Guerra, e depois para o filho John, que Hoover flagrou tendo um caso com uma jornalista dinamarquesa suspeita de ser espiã nazista. Hoover providenciou para que John Kennedy fosse transferido para a frente de batalha. Deixemos as revelações mais saborosas, porém, para o leitor aproveitar a partir deste romance intrigante e importante.

CINEMA

Guerra das palavras Lúcia Helena de Camargo

S

e o ouvido humano fosse dotado de um botão liga/desliga, as pessoas provavelmente seriam mais felizes. Ou, no mínimo, menos estressadas. Não seria ótimo poder desconectar a audição quando se entra no táxi e o rádio está tocando aquela baladinha da moda, de música pobre, letra idiota, tão repetitiva e irritante? Ou quando é preciso passar por um local barulhento, com carros, buzinas e afins, comuns nas grandes cidades? Hanna, a personagem principal no filme A Vida Secreta das Palavras (alto), consegue fazer essa escolha sobre o que deseja ouvir. Paradoxalmente, por ser surda. Assim, aciona o aparelho auditivo apenas quando convém. Mas muita história existe por trás dessa deficiência que acaba por proporcionar-lhe menos dissabores no dia-a-dia. Quem sofre um grande trauma pode tornar-se bruto, enlouquecer ou criar um profundo fosso ao redor de si, para que o mundo nunca mais chegue tão perto a ponto de ferir. Hanna (Sarah Polley) prefere esse caminho da reclusão absoluta. É funcionária exemplar em uma linha de montagem de uma indústria têxtil. Jamais falta ou chega atrasada, nunca tira folgas. A rotina é seu porto-seguro. Mas quando é obrigada pelo sindicato a sair em férias, acaba em um lugarejo costeiro, próximo a uma plataforma de petróleo. Ali, por uma sucessão de acasos, vai prestar serviços de enfermagem a um homem queimado em uma explosão na plataforma. O ator americano Tim Robbins é Josef, o acamado, que em razão do acidente está temporariamente cego. Hanna cuida, troca ataduras. Ele fala, sem se revelar. Ela, a princípio, apenas escuta. A escolha precisa das palavras e a melhor hora de dizê-las está sempre presente nas obras da diretora, Isabel Coixet. Já é patente no ótimo Minha Vida Sem Mim (2003), com a mesma Sarra Polley no papel principal. E em mais de uma entrevista que concedeu, essa catalã, nascida na terra de Salvador Dalí e Pablo Picasso, explicitou que essa é, de fato, uma obsessão sua: "É preciso tomar cuidado com as palavras, como e quando são ditas, porque podem ferir". O talento da espanhola não passou despercebido por gente do ramo, tanto que quem assina a produção é El Deseo, empresa dos irmãos Augustín e Pedro Almodóvar. A vida dentro da plataforma atrai Hanna talvez por ser como ela mesma: ilhada, cercada de oceano por todos os lados. A convivência nesse microcosmo é peculiar. Um homem mostra fotos de sua mulher e filhos, mas no momento anterior é visto dando um beijo apaixonado no colega. O cozinheiro (Javier Cámara) esmera-se no cardápio, preparando pratos de restaurante cinco estrelas para a tripulação. Hanna, que costuma comer apenas arroz, frango e maçã, extasia-se com os sabores que lhes são apresentados. Exercitar um sentido sempre abre a percepção para a curiosidade de provar outros, assim, o ato de apreciar a comida é um passo a caminho de abrir-se para que venham à tona suas profundas dores, herança da sangrenta Guerra dos Bálcãs. Uma cumplicidade quase inevitável cria-se. Nada soa óbvio nessa trama que vai envolvendo o espectador sem alarde. Desvendar a trilha passa por entender o espírito desesperado das Cartas Portuguesas, prestar atenção na trilha sonora e não esperar nenhuma reviravolta milagrosa ou efeito especial. Quando Hanna diz que um dia vai chorar tanto a ponto de suas lágrimas alagarem os arredores e afogá-lo, Josef não argumenta que tentará impedir as lágrimas, mas assegura: "Eu vou aprender a nadar". O tema sobre o ouvido seletivo parece ter interessado Tim Robbins, pois entre as múltiplas propostas de trabalho que recebe escolheu estrelar Passando dos Limites (Noise, Estados Unidos, 2007, foto acima), filme que chega em agosto em formato DVD pela distribuidora Flashstar. Ele vive David, nesta comédia de humor negro, na qual luta, com armas muito particulares, contra a poluição sonora na barulhenta cidade de Nova York. Dirigida por Henry Bean e Martin Scmidt, tem ainda William Hurt no elenco. Tanto os longas de Coixet como a comédia anti-ruídos gritam que a convivência social e a maioria daquilo que achamos importante pode estar precisando de novas perspectivas. O que é importante? O que incomoda? O que vale a pena? Pela sacudida na alma ou para ver alguns bons filmes, vale a ida ao cinema ou à locadora.

Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do romance-ensaio O mundo como obra de arte criada pelo Brasil, Editora Casa Amarela.

ESTANTE

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uatro livros recém-lançados mostram diferentes visões sobre a política internacional norte-americana, seus meandros e controvérsias. A começar pelas obras de Robert Fisk, o veterano correspondente britânico do jornal The Independe nt , de Londres. Especialista em Oriente Médio, esteve no Irã na época da Revolução Islâmica, cobriu a Guerra do Golfo em 1991 e conflitos no Afeganistão, entre outros. Ele vive no Líbano há três décadas, entrevistou Osama Bin Laden em três ocasiões e é considerado o mais capacitado repórter de guerra em atividade no mundo hoje. Sobre o Líbano, escreveu Pobre

Nação (Editora Record, 966 páginas, R$ 88), que sai agora no País. Traz relatos sobre grandes ações e detalhes de vidas dos moradores das áreas atingidas pelos conflitos. Fisk esteve no Brasil no início deste mês, participando da Festa Literária Internacional de Parati (Flip). "Os EUA não têm a nobre intenção de transformar o Iraque em um país digno, pois todo mundo sabe que o rico petróleo é o único interesse", disse, em entrevista. Contundente, sua preocupação em mostrar as razões da causa palestina às vezes soa demasiadamente parcial, como ao grafar "terroristas" e

fazer as aspas com as mãos quando fala a palavra. Na palestra em Parati, Fisk debateu ao lado do escritor americano Lawrence Wright, colunista da revista The New Yorker e autor do também recém-lançado O vulto das Torres - A Al-Qaeda e o Caminho até 11/9(Companhia das Letras, 504 páginas, R$ 56), que exibe uma visão interna do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001. "Você acha que os EUA mereceram ser atacados?", perguntou Wright. Fisk, na defensiva, devolveu com outra pergunta: "Você acha que o Iraque mereceu ser invadido? Acha que Londres

Divulgação

Os EUA dentro e fora dos EUA merecia ser palco de bombas?". Muitas outras opiniões e histórias sobre a tragédia e a posterior invasão americana no Iraque estão no livro de Fisk, A Grande Guerra pela Civilização - A Conquista do Oriente Médio (Editora Planeta, 1496 páginas, R$ 120). Em outra linha, mas mantendo o questionamento crítico, segue o lingüista e ativista político Noam Chomsky, em Rumo a Uma Nova Guerra Fria - Política Externa dos EUA, do Vietnã a Reagan(Editora Record, 644 páginas, R$ 72). A obra traz ensaios escritos entre 1973 e 1981. O autor analisa as ações americanas no que diz respeito ao petróleo e conflitos árabes-israelenses. (LHC)

O quebra-cabeça da espionagem

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onspiração e espionagem são assuntos que ganham destaque nas livrarias, com dois lançamentos da Editora Record: A Explosão da Rússia(294 páginas, R$ 44) e A Missão Secreta de Rudolf Hess (364 páginas, R$ 49). O primeiro é um relato definitivo sobre a Rússia pós-comunismo, sobre o suposto golpe que levou Vladimir Putin ao poder e como o FSB (o serviço secreto que substituiu a KGB) ainda aposta nos antigos métodos de terrorismo e guerra da antiga agência para impor um "estilo russo de governo". A outra obra aborda

um caso de espionagem britânica na Segunda Guerra contra os alemães. Proibido em solo russo, A Explosão da Rússia – Uma conspiração para restabelecer o terror da KGB, foi escrito pelo ex-agente secreto Alexander Litvinenko, meses antes de ser envenenado, em um restaurante de Londres, com a substância radiotiva polônio210, em um dos mais obscuros casos de espionagem e assassinato desde o fim da Guerra Fria. Demitido da FSB por se negar a assassinar o milionário russo Boris Berezovsky, o então tenen-

te-coronel tornou-se um crítico ferrenho da administração Putin. Na obra, que abrange uma coleta de informações de mais de 20 anos de trabalho, Litvinenko sustenta que a eleição do atual presidente foi um golpe perpetrado pela agência onde trabalhara. Daí a suspeita de que o livro tenha sido a verdadeira causa de sua morte. Menos intrigante, mas recheado de fatos históricos, A Missão Secreta de Rudolf Hess, do historiador Martin Allen, investiga um dos mais bem guardados segredos da espionagem britânica du-

rante a Segunda Guerra Mundial. Envolve a captura, na Escócia, do personagem título da obra, então vice do Reich alemão e amigo íntimo de Adolph Hitler. A Grã-Bretanha nega a informação, e, em um plano engenhoso que contou com a colaboração de personagens em diversas localidades européias, o autor mostra como Hitler foi levado a acreditar que havia um grupo de políticos britânicos dissidentes dispostos a derrubar o premiê Winston Churchill e, na teoria, mudar os rumos da Segunda Guerra Mundial. (FD)

EUA, França e o vale-tudo pela conquista do poder na página 6.

CD

A viagem blue de Sueli Costa Aquiles Rique Reis

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ara tempos conturbados como os atuais, que nos arrastam para dentro de nós mesmos, Amor Blue, o novo CD independente de Sueli Costa, é um bálsamo. Compondo desde o início dos anos 1960, esta carioca criada em Juiz de Fora é autora de inúmeros sucessos. Gravada por grandes intérpretes, Sueli sempre teve um jeito peculiar de compor. Sua personalidade forte e seu temperamento introvertido, ao buscarem amenizar tristezas e frustrações, ajudaram-na a criar belíssimas melodias, embaladas em harmonias refinadas.

Pianista e arranjadora, ela chega a público com um CD que traz 12 músicas inéditas. Apenas duas são só dela: Elizeth, feita em homenagem a Elizeth Cardoso, e Amor Blue. As outras onze são em parceria com Paulo Mendonça (Bem-vindo), Luiz Sérgio Henriques (Cantiga do Vento), Ana Terra (Quem Ama Sabe), Carlinhos Vergueiro (Luz da Esperança), Fausto Nilo (Meu Gato Que Ri), Paulo César Pinheiro (Calma), Fernando Pessoa (Sim, Sei Bem), Ana Maria Bahiana (Sem Mistério), Paulo Emílio (Porque Te Amo) e Abel Silva (Outra Vez, Nunca Mais). Para expor tanta delicadeza, Sueli

Costa convidou cantoras como Maria Bethânia, que cantou sua parceria com Fernando Pessoa, a qual tem como acompanhamento apenas o piano tocado por ela; Simone, que interpretou a música mais linda do CD, para a qual a compositora criou soluções melódicas absolutamente criativas e surpreendentes, as quais, somadas aos versos de Paulo Emílio, a tornaram um novo e comovente hino ao amor; e Nana Caymmi, que

cantou Cantiga do Vento. Estas três cantoras, aliás, foram as que mais gravaram Sueli Costa na carreira. Além delas, Celso Fonseca cantou e tocou violão na faixa que dá título ao CD, Amor Blue; Daniel Gonzaga (impressionante como sua voz lembra a de seu pai Gonzaguinha, Deus do céu!) cantou Ca lma, que tem boa letra de Paulo César Pinheiro, e Fernanda Cunha (sobrinha de Sueli) interpretou Luz da Esperança.

Para tocar tanta suavidade, Sueli Costa contou com um pequeno grupo de instrumentistas para fazer com que suas canções soassem límpidas, cruas. O cello de Iura dá o tom lamentoso que requer a tristeza da compositora para sair forte de seu coração. O contrabaixo de Jorjão Carvalho, que também escreveu os arranjos para o violoncelo, segura os sambas e os sambas-canções, tônica dominante do repertório de Sueli. Robertinho Silva – não poderia ter sido outro o baterista escolhido para acompanhar tanta sutileza – cria a atmosfera de cabaré por onde desfilam dores incontidas e amores intensos. O violão e

a guitarra de Zé Carlos, o sax de Carlos Malta e a gaita de Gabriel Grossi também dão segurança para Sueli e ajudam-na a criar suas belezas. Amor Blue é um poema à profunda fecundidade e à carreira trilhada até aqui por Sueli Costa. Salve ela e sua música! Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4, é produtor e apresentador do programa O Gogó de Aquiles na Rádio Roquete Pinto FM do Rio de Janeiro, às segundasfeiras, das 15h às 16h: www.fm94.rj.gov.br


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6 - LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

CINEMA

Divulgação/Arquivo DC

Staff de Kennedy chega ao Ambassador de ônibus

Hopkins e Macy: referências históricas no hotel.

Sharon Stone, cabeleireira: personagem convicta.

Robert Kennedy, então senador e candidato à presidência dos EUA. Em campanha, descontraído e sem medo de exposição pública. Cena documentada no filme.

PODER E MORTE

ILUSÕES PERDIDAS Geraldo Mayrink

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ano de 1968 – quem se lembra? – foi espantoso em acontecimentos. No Brasil foi quando se promulgou o ato mais forte da ditadura militar, mas no resto do mundo a coisa era ainda pior. É um pedaço deste "resto do mundo" que ressurge em Bobby, e o nome do título pertenceu ao senador Robert Kennedy, candidato à presidência dos Estados Unidos assassinado no dia 5 de junho após um discurso no hotel Ambassador, seis anos depois de seu irmão, o presidente John, ter sido também assassinado. O filme acompanha a trajetória de 22 personagens fictícios reunidos no hotel Ambassador. São vidas atormentadas por preconceitos e injustiças e que vêem um último sinal de esperança no idealismo de Kennedy. Apesar de batizar o filme, Kennedy está longe de ser a principal figura em cena. Tragicamente, é só um coadjuvante. Um pouco à maneira de Robert Altman, com suas cenas da vida, o diretor-roteirista Emilio Estevez exibe um painel, com elenco de notáveis. Aqui

estão o porteiro apoquele 5 de junho e sentado (Anthony depois de se transHopkins) que não esformar em ator e diquece seu passado e retor sempre quis filjoga xadrez com um mar esta história. amigo também apoApesar no nome, sentado (Harry Belaque pode ser atribuífonte). Em volta deles, do à personalidade o gerente do hotel do pai, libertário de ( William H. Macy), quatro costados, que trai a mulher cacheio de responsabeleireira (Sharon bilidade social e atiStone) com a telefovista liberal católico, nista (Heather Estevez é americano Graham), a cantora de Nova York. Foi cabêbada (Demi Moosado com a linda Dere) escalada para mi Moore, que em Demi Moore: a cantora bêbada escalada para apresentar show para Kennedy no Ambassador. apresentar o candioutros tempos recedato Kennedy no palbia a proposta indeco do hotel, a garçonete (Mary Eliza- por aí afora. Toda esta fauna humana é Hotel. Pouco depois da meia-noite de cente que celebrizou um filme, e aprebeth Winstead), que veio de Ohio e en- contemporânea dos massacres ameri- 5 de junho, feito o discurso de vitória sentada aqui quase irreconhecível de sina dois jovens sobre como usar LSD, canos em Ke-Sahn e My Lay, do assas- no salão de baile do Ambassador, Ken- tão envelhecida. Aos 44 anos, Estevez o famoso ácido lisérgico e novidade sinato do pastor Martin Luther King nedy foi baleado na cabeça por um escreve e roteriza suas próprias históna época, um socialite deprimido (que disse: "Eu tenho um sonho"), da certo Shiran Shiran (preso até hoje) rias, chamadas Lembranças Vivas e Tra(Martin Sheen, pai do diretor) que sem França paralisada por uma grande re- mas, consciente, perguntou se cinco balho Sujo, entre outras de maior ou muito entusiasmo tenta agradar sua volta de estudantes, a canção Mrs. Ro- outras pessoas feridas passavam bem. menor expressão, e das quais Bobby é esposa mais nova (Helen Hunt), mexi- binson se espalhando pelo mundo e o Morreu no dia seguinte, aos 42 anos. a mais bem realizada. Estevez é um canos chamados Rodriguez e Vargas e musical Hair estreando no Baltimore Emilio Estevez tinha seis anos na- americano patriótico, crente em valo-

res elevados, embora não os leve muito a sério. Um resumo das intenções deste ideário está expresso no último discurso de Kennedy na noite em que o balearam: "As segregações, a violência, a desilusão com a nossa sociedade, seja entre negros ou brancos, entre pobres e ricos, mostram que podemos recomeçar e agir em conjunto. Somos um grande país, um país altruísta, um país piedoso". Mas havia balas no ar e nenhuma piedade, e as balas continuam explodindo muitos anos depois em acontecimentos e filmes sangrentos como Tiros sobre Colombine e Elefante. É o que Estevez tem a declarar sobre ilusões perdidas. Bobby (Estados Unidos, 2006, 120 minutos). Direção: Emilio Estevez. Com Anthony Hopkins, Demi Moore, Sharon Stone, Lindsay Lohan, Elijah Wood, William H. Macy, Helen Hunt, Christian Slater, Laurence Fishburne, Freddy Rodriguez, Shia LaBeouf, Martin Sheen, Joshua Jackson, Heather Graham.

PODER E FARSA

Tapas na escória, com luvas vermelhas. Lúcia Helena de Camargo

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ma juíza é encarregada de investigar empresários envolvidos em falcatruas, enriquecimento ilícito, negociatas inexplicáveis e evasão de recursos públicos. Os termos são bem conhecidos de todos que lêem jornal ou assistem à televisão no Brasil. Mas neste caso trata-se do enredo do filme Comédia do Poder, e a história se passa na França. O aviso de que qualquer semelhança com acontecimentos e pessoas reais é apenas fortuita serve para descartar processos judiciais, mas incentiva o público a procurar as "coincidências". Não é segredo que foi baseado no vultoso caso ocorrido na década de 1990, envolvendo a empresa petrolífera ELF e o governo da França. No longa-metragem, a empresa é chamada de FMG, para não restar dúvidas sobre o paralelo: são as três letras seguintes no alfabeto. O público brasileiro pode divertirse acompanhando a juíza Jeanne

Charmant Killman (Isabelle Huppert) em suas nada sutis investidas contra a corrupção. Implacável, ela acusa sem pestanejar. O empresário Michel Humeau (François Berléand), presidente de um importante grupo industrial, engalfinha-se em rebuscadas explicações sobre gastos de 50 mil euros na piscina da casa da amante e desespera-se ao ser preso em sua cela especial, bem diferente dos quartos de hotéis cinco estrelas aos quais está acostumado. Ele tem problemas alérgicos e não pára de se coçar. Incomoda-se, coça-se, presta depoimento, coça-se, declara-se perseguido e coça-se um pouco mais. Fica a impressão de que sua alergia é contra a própria investigação e, por extensão, contra a verdade. Huppert, pela sétima vez a escolhida do diretor Claude Chabrol para protagonista, parece bem à vontade no papel dessa respeitável senhora pouco charmosa, fria e deter-

minada, que vai fundo na questão e consegue colocar na cadeia alguns investigados, às custas de interrogatórios severos e ações certeiras. À medida que torna-se mais implacável, uma ambição de natureza diferente daquela que embriaga os al-

tos escalões turva a mente da juíza, competente e crédula em uma moral rígida, porém à mercê dos desequilíbrios da alma humana. Tudo sem tirar suas luvas vermelhas. O adereço, mais do que proteger contra o frio, parece ser sua inconscien-

Isabelle Huppert: uma senhora pouco charmosa, fria e determinada

te proteção contra a sujeira na qual ela não quer tocar. Do outro lado do balcão, empresários e funcionários do governo tomam armanhaque enquanto discutem negociatas e comemoram os êxitos com champanhe Taittinger. Longe dos tribunais e salões de depoimento, a mulher encontra em casa algum consolo, pois vê no marido qualidades que não enxerga em ninguém mais. "Neste mundo de cínicos, ele mantém um sorrido sincero", diz. Mas isso não impede que sua vida pessoal comece a ruir. Chabrol, que aos 77 anos tem no currículo quase 50 filmes, é figura sempre em evidência no cinema francês. E foi, ao lado de François Truffaut e Jean-Luc Godard, crítico da revista Cahiers du Cinéma e um dos envolvidos no nascimento do movimento da Nouvelle Vague. Entre seus mais inspirados filmes está Madame Bovary (1991), também com sua atriz

predileta. Porém, às vezes embrenha-se demais em suas próprias teses, com resultados lamentáveis, como em Teia de Chocolate (2000) e A Professora de Piano (2001), ambos com Huppert no papel principal. Mas em Comédia do Poder, indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim, a ironia vem na dose certa, sutil, como a transformação pela qual passa a personagem. Não trata-se de uma comédia de fato, para gargalhar na poltrona. O que sobra é um riso triste, pela constatação do óbvio: de que a falta de escrúpulos não é "privilégio" de poucos e nem uma questão recente. Em maior ou menor grau, existe aqui, acolá, no mundo todo. Comédia do Poder (L'ivresse du Pouvoir, França, 2006, 110 minutos). Direção: Claude Chabrol. Com Isabelle Huppert, François Berléand, Patrick Bruel, Robin Renoucci, Thomas Chabrol.


Congresso Planalto Sociedade CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MOVIMENTO CÍVICO BUSCA RESTITUIR CIDADANIA

CANSEI!!!

Newton Santos/Hype

sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

Nossa preocupação foi a de não estabelecer nenhuma característica de ordem política, mas sim de ordem cívica. João Dória Júnior

Entidades lançam movimento cívico de indignação do brasileiro frente a temas que vão do caos aéreo a alta carga tributária. A idéia, encabeçada pela OAB-SP, não é confrontar diretamente o governo, mas estimular a sociedade a lutar por valores corrompidos com a sucessão de escândalos que o País atravessa há um bom tempo, explicam os organizadores.

Newton Santos/ Hype

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ideradas pela Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), diversas entidades civis lançaram ontem o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, iniciativa que pretende externar a indignação da sociedade diante do acidente aéreo da TAM e dos recentes escândalos de corrupção que assolam o País. Um protesto será realizado no dia 17 de agosto, às 13 horas, no local onde o avião da TAM se chocou com o edifício da TAM Express, exatamente um mês após o acidente. Será feito um minuto de silêncio em homenagem aos familiares das 199 vítimas, seguido por um breve culto ecumênico. O movimento, que usa "cansei" como palavra de ordem, "não é um movimento contra o governo, mas sim, a favor do Brasil", disse o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´Urso. "A premissa é ser cívico, apolítico e apartidário. Pretendemos traduzir o anseio da sociedade e mostrar atitude e indignação pelo momento vivido", explicou. "Queremos despertar a sociedade pelo silêncio. Não é só para o governo, mas para que cada um de nós assuma a parcela de responsabilidade que tem em relação à sociedade brasileira, na hora de votar e de criticar os problemas", declarou o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti.

"O movimento pretende deixar claro que é a sociedade quem de fato governa o País, mas às vezes ela parece estar anestesiada. Para isso a sociedade tem de se levantar, se mobilizar para cobrar do governo a execução de ações que dêem rumo ao Brasil", disse ele. Burti garantiu que vai trabalhar para mobilizar os 2,2 mil municípios alcançados pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), entidade a qual também preside, neste movimento cívico. Ca mp an ha – A campanha publicitária do movimento, que começa a circular hoje nas TVs, rádios, jornais e revistas, foi produzida gratuitamente. Os meios de comunicação social também não receberam pela veiculação da mensagem. Adesões ao movimento podem ser feitas no site www.cansei.com.br. Na campanha para a televisão, pessoas exibem cartazes com a palavra "Cansei", seguido por outros cartazes em que se explicam os motivos do posicionamento – entre eles, o caos aéreo, empresários corruptores, governo paralelo dos traficantes, pagar tantos impostos, CPIs que não dão em nada, presidiários com celular e violência. O último cartaz diz: "Cansei de achar tudo normal e de não fazer nada. E se você já se cansou de tudo isso, mostre sua indignação no dia 17 de agosto".

Luiz Flávio Borges D´Urso, da OAB-SP, e o presidente da ACSP Alencar Burti durante anúncio de campanha cívica que começa hoje no rádio e TV

Numa segunda etapa, o movimento quer fazer propostas para solucionar os problemas apontados pela campanha. Cívico e apartidário – "Nossa preocupação, desde o início, foi não estabelecer nenhuma característica de ordem política, mas sim de ordem cívica. E nada melhor que a liderança do OAB, que tem tradição, his-

tória e a defesa da cidadania incluída em seu estatuto", afirmou o empresário João Dória Junior, presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). "Ninguém poderá acusar o brasileiro, seja ele qual for, de que, estando indignado, está fazendo um ato político. Ele está fazendo ali um ato de cidadania e é isso que a campanha

deseja reproduzir", acrescentou João Dória. Apoios – Os líderes pretendem estender o movimento para outras capitais e cidades brasileiras por meio das representações de suas entidades em outros Estados. Entre os apoiadores estão entidades de peso como a Fiesp, a Febraban, o Conselho

Regional de Medicina-SP, o Sescon-SP, a Associação de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, a Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros (Abraphe) , a Confederação Nacional dos Jovens Empresários do Brasil (Conaj) e o Fórum Permanente de Empreendedorismo. Renato Ibelli/AE

André Dusek /AE

Presidente volta a lembrar infância, em Sergipe

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Más recordações: ao falar sobre verbas para o PAC do saneamento, Lula recordou de seus vermes de infância, por falta de água tratada.

epois de assistir a uma disputa entre vaias e aplausos, vencida pelos aplausos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem um discurso de 15 minutos no Centro de Convenções de Aracaju, em Sergipe, no lançamento do PAC do saneamento. Lula lembrou a importância das obras de saneamento e urbanização em favelas, que serão realizadas pelo governo em Sergipe. Ele voltou a lembrar de sua infância pobre e comentou que, quando chegou a São Paulo, tinha uma barriga enorme "que era puro verme", doença adquirida por falta de água tratada. Em seguida brincou, afirmando que ficou bonito depois de velho. Lula disse que pobre só é lembrado em dia de eleição, mas que em seu governo o pobre será tratado como gente, com dignidade. Ele avisou que vai voltar para inaugurar a pri-

meira obra de saneamento a ser concluída no Estado. Durante o seu discurso, uma confusão tomou conta de parte da platéia, onde foi levantada uma faixa com a frase "Lula traidor". A faixa foi arrancada das mãos de funcionários do Incra por seguranças da Presidência e quatro manifestantes foram retirados do local. Do lado de fora, cerca de uma centena de estudantes da Universidade Federal de Sergipe promoviam um apitaço, vaiavam e gritavam palavras de ordem contra o presidente e o reitor da universidade, Josué dos Passos. Um boneco do presidente chegou a ser queimado pelos manifestantes (veja em detalhes abaixo). O presidente Lula seguiu depois para o Palácio de Veraneio, residência do governador Marcelo Déda, onde almoçou, seguindo depois para João Pessoa (PB). (AE)

André Dusek / AE

STJ suspende licitação do São Francisco

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vice-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Francisco Peçanha Martins, decidiu ontem suspender a licitação das obras de transposição do Rio São Francisco. Martins acatou um mandado de segurança impetrado por três empresas que participavam da concorrência e ficará em vigor até o julgamento da liminar do ministério da Integração Nacional, responsável pelo projeto. De acordo com a assessoria técnica das três empresas envolvidas na ação, o pedido de suspensão foi motivado após o ministério alterar os critérios para a habilitação das

concorrentes posteriormente à apresentação das suas propostas, o que gerou a exclusão do consórcio "Construtor" Águas do São Francisco, formado por elas. Segundo o ministro, a questão é muito complexa, pois envolve a delicada discussão sobre a qualificação técnica das concorrentes no trabalho. Para acabar com suas dúvidas, Martins Peçanha decidiu convocar o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, para prestar as informações sobre o caso, na próxima semana. Não há data prevista para o julgamento da liminar. (AE)

Boneco de Lula arde em chamas nos protestos

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erca de 300 pessoas que tentavam entrar no Centro de Convenções de Aracaju (SE) para fazer uma manifestação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem pela manhã, foram impedidas e permaneceram do lado de fora. Eram funcionários do Incra e do Ministério da Cultura, que estão em greve, além de estudantes da Universidade Federal. Mesmo assim, eles terminaram queimando um boneco do presidente no local. Os manifestantes gritaram palavras de ordem como "Ô Lula, que covardia, cadê a democracia?" e fizeram muito barulho. Ao chegar ao Centro para o lançamento do PAC do sa-

Tempo quente: manifestantes incendeiam boneco com a figura do presidente e cobram respostas às suas reivindicações.

neamento e urbanização, no entanto, Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff entraram pelo outro lado e não viram os manifestantes. Como no local havia integrantes de movimentos que apóiam o presidente, as vaias foram abafadas por aplausos , mas mes-

mo assim podiam ser ouvidas. Ao contrário das outras cerimônias que tiveram a participação do presidente, da ministra e do governador serguipano, Marcelo Déda (PT), o acesso ao interior do Centro de Convenções só foi permitido para quem tinha convite.

Conformados, os manifestantes cobraram uma resposta do presidente às reivindicações do funcionalismo, cuja greve já soma quase 90 mil pessoas de diversos órgãos, em todo o País. E enquanto o boneco ardia, eles mostravam a faixa "Lula traidor". (AE)


sexta-feira, sábado e domingo, 27, 28 e 29 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Nacional Finanças Tr i b u t o s Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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R$ 14,315 BILHÕES FORAM AS DESPESAS DE JUNHO

bilhões de reais foi o déficit no mês passado, segundo levantamento da Previdência.

TRIBUTARISTAS VÊEM RETROCESSO NAS MEDIDAS CRIADAS PELO COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL

SUPERSIMPLES TEM MAIS RESOLUÇÕES PREVIDÊNCIA Givaldo Barbosa/AG

Renato Carbonari Ibelli

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Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) aprovou mais cinco resoluções com diretrizes para o novo regime tributário. Entre elas, a de nº 14, considerada pelos tributaristas um retrocesso na implantação do Supersimples. Ela impede que as empresas recolham os tributos pelo regime de caixa, até que uma nova resolução seja publicada estabelecendo as normas para essa forma de recolhimento. No regime de caixa, o pagamento dos impostos é feito depois que as faturas de vendas de uma companhia foram pagas pelo cliente. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-SP), José Maria Chapina, a possibilidade de as empresas enquadradas no Supersimples recolherem pelo regime de caixa era o grande avanço da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que criou o Supersimples. No entanto, até que uma resolução detalhe essa forma de recolhimento, os empresários terão de optar pelo regime de competência – quando o recolhimento é feito no mesmo mês em que as vendas são efetivadas. "Se for feito apenas dessa forma, o setor empresarial continuará

financiando o governo", afirma Chapina. O presidente do Sescon-SP também critica o fato de a resolução 14 alterar outras quatro resoluções (1, 4, 5 e 6), faltando poucos dias para o fim do prazo de adesão ao Supersimples, em 31 de julho. Consultas – Outra resolução importante aprovada pelo CGSN foi a nº 13. Ela disciplina os procedimentos para que as empresas realizem consultas na Receita Federal ou nas secretarias de Fazenda municipais e estaduais, dentro do Supersimples. A resolução 13, basicamente, orienta que o pagamento dos tributos federais, estaduais e municipais devem ser pagos para as devidas esferas de competência. Esse ponto também recebeu críticas do Sescon-SP. "Se o Supersimples unifica os impostos federais, estaduais e municipais, por que o contribuinte terá de ir às diferentes esferas para pagálos?", questiona Chapina. O CGSN também aprovou outras resoluções. A de nº 11 cria o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) e estabelece regras para a arrecadação do Supersimples. A resolução 12 autoriza a Receita Federal do Brasil (RFB) a firmar contrato de centralização e distribuição dos recursos com o Banco do Brasil. E a nº 15 traz as regras de exclusão do Simples Nacional.

Reajuste do salário mínimo eleva déficit para R$ 20,95 bilhões

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mbora exibindo recorde de arrecadação, as contas da Previdência Social fecharam o primeiro semestre do ano com déficit de R$ 20,95 bilhões , um rombo 5,9% maior que o do mesmo período do ano passado. O que mais pressionou os gastos previdenciário não foi a quantidade de benefícios concedidos, mas o reajuste acima da inflação dado ao salário mínimo neste ano. O governo, no entanto, destacou que a taxa de crescimento das receitas (10%) superou o crescimento das despesas (9%) e, portanto, não alterou a previsão de que o déficit previdenciário deve ficar em R$ 44,8 bilhões neste ano. No primeiro semestre, as despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chegaram a R$ 84,26 bilhões, e as receitas ficaram em R$ 63,31 bilhões. Em junho, os gastos foram de R$ 14,31 bilhões, mas a arrecadação líquida bateu recorde e chegou a R$ 10,93 bilhões, o que resultou em saldo negativo de

R$ 3,386 bilhões. O déficit cresceu 0,8% em relação ao mês anterior e de 3,2% em comparação com junho do ano passado. As receitas cresceram 0,5% em relação a maio deste ano e 8,9% em comparação ao mesmo mês de 2006. "Em julho, os dados apontam para a continuidade dessa melhoria influenciada pelo bom desempenho do mercado de trabalho formal", comentou o secretário de Previdência Social do Ministério da Previdência, Helmut Schwarzer. Segundo ele, a maior contratação de trabalhadores com carteira assinada não é o único fator que tem contribuído para a melhora na arrecadação da Previdência. Ele também creditou o bom desempenho ao trabalho de fiscalização da Receita Federal do Brasil. Sentenças – Além das despesas maiores por conta do salário mínimo, outro fator que pode pressionar neste ano as contas do INSS é o aumento dos gastos com o pagamento de sentenças judiciais relativas

Helmut Schwarzer: crescem pagamentos de sentenças judiciais

a revisão de aposentadorias e pensões. Schwarzer observou, no entanto, que o crescimento da arrecadação vai suportar o expansão da despesa. "Isso não me tira o sono" disse. Em junho, o pagamento de decisões judiciais custou R$ 414 milhões. O ministério previa gastar R$ 4,7 bilhões neste ano com as sentenças, mas acredita agora que o valor deve ser superado. É que a Pro-

curadoria do INSS tem adotado a estratégia de celebrar acordos com os segurados, em lugar de ir até as últimas instâncias, para reduzir custos administrativos nos processos. "Se essas despesas superarem o patamar dos R$ 400 milhões mensais, é possível que o Ministério do Planejamento tenha de aumentar a dotação orçamentária para esse item", afirmou Schwarzer. (AE)

Governo desiste de MP

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secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer, revelou ontem que o governo desistiu de instituir por Medida Provisória (MP) a mudança contábil nas contas da Previdência Social. "A área jurídica entendeu que essa alteração pode ser feita por meio de portarias interministeriais, sem a necessidade de mudar a legislação e, por isso, recomendamos a retirada do anteprojeto de MP", afirmou o secretário. A nova forma de apresentação da contabilidade da Previdência incluiria como fonte primária de recursos do INSS a parte da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) que é utilizada para cobrir o déficit e contabilizaria como receitas previdenciárias as renúncias hoje concedidas a entidades de saúde, de educação, às micros e pequenas empresas e à produção agrícola exportada. Defesa – A idéia começou a ser defendida pelo ex-ministro da Previdência Nelson Machado no final do ano passado, com a possibilidade de o presi-

dente Luiz Inácio Lula da Silva editar uma MP para implementar a mudança. Por essa metodologia, o déficit nas contas do INSS de junho, de R$ 3,38 bilhões, seria de R$ 1,5 bilhão. Se esse resultado negativo fosse separado entre rural e urbano, a previdência rural teria um rombo em junho de R$ 1,48 bilhão, enquanto na área urbana o montante do rombo seria de apenas R$ 20 milhões. O secretário acredita que essa mudança só deverá ser feita ao final dos trabalhos do Fórum Nacional de Previdência Social, previsto para ocorrer no mês de setembro. "Estamos debatendo essa idéia também no âmbito do fórum", disse o secretário da Previdência. O ministério não alterou a projeção de que o déficit nas contas da Previdência neste ano seja de R$ 44,8 bilhões, resultado de uma arrecadação que deve atingir o patamar de R$ 137 bilhões e de uma despesa projetada em pelo menos R$ 181,9 bilhões. "Ainda estamos mantendo essa previsão", finalizou o secretário. (AE)

SECRETARIA DE INFRA ESTRUTURA URBANA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO - CPLO-SIURB ACHA-SE ABERTA, NA SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA URBANA E OBRAS, LICITAÇÃO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE CANALIZAÇÃO, CONFORME SEGUE: EDITAL - CONCORRÊNCIA 012/07/SIURB. OBJETO: Execução das obras de canalização do córrego Freitas, no trecho entre a Rua Conrad Faber e a rua Canuto Luis do Nascimento, numa extensão de 397,30 metros, inclusive a readequação do projeto executivo existente. PROCESSO Nº 2006-0.004.426-9. VALOR ESTIMADO: R$2.502.768,51. Prazo: 360 dias corridos. ENTREGA E ABERTURA DAS PROPOSTAS: As propostas serão recebidas até o dia 30 DEAGOSTO DE 2007 às 10 HORAS. EDITAL, BASES E INFORMAÇÕES: O edital em seu texto integral, os elementos que servem de base à licitação e o CD correspondente estarão à disposição dos interessados na sede da Comissão, na Avenida São João, 473 - 3º andar, das 10h às 16h, a partir do dia 31 de julho de 2007, até o último dia útil anterior ao marcado para a abertura da licitação, mediante a entrega de um CD-ROM virgem.


Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do romance-ensaio 'O mundo como obra de arte criada pelo Brasil', Editora Casa Amarela

Que o movimento de 1932 não era separatista está escrito no próprio discurso em que o desembargador Ibrahim Nobre (ao lado) fez em 25 de janeiro na Praça da Sé (abaixo). Em 20 de julho, em plena Revolução Constitucionalista, a ACSP redigiu um texto negando a acusação de separatismo. Um outro grande comício foi realizado na Praça da Sé no dia 24 de fevereiro, organizado pela Liga Pró-Constituinte.

Paulo Pampolin/Digna Imagem

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Nacional Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

O Brasil não deve concorrer com a China e Índia em produtos que exijam intensidade de mão-de-obra. Juan Quirós, empresário

QUIRÓS CRIOU FUNDO PARA EXPORTAR ETANOL

PARA JUAN QUIRÓS, O FUTURO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO PAÍS ESTÁ EM ACORDOS E NOVAS TECNOLOGIAS

Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo

INOVAÇÃO É SAÍDA PARA O BRASIL Fernanda Pressinott

O

ex-presidente da Agência de Promoção a Exportação (Apex-Brasil), Juan Quirós, relança no final de agosto seu grupo de empresas: uma delas na área de contaminação ambiental e climatização, outra no setor de infraestrutura de instalações e a terceira de manutenção integrada. A expectativa de faturamento é R$ 150 milhões ainda neste ano, e já está prevista a abertura de capital do grupo para o primeiro semestre de 2008. Mas não é só isso. O expresidente da agência aposta também em etanol e, junto com outros dois sócios que não pode identificar, criou o fundo de investimento Green Energy Fund para produzir e exportar biocombustível. O executivo volta a atuar na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em setembro, como vice-presidente de Paulo Skaf. Quirós é um argentino naturalizado brasileiro com a mente em ebulição. Só aquietou-se por poucas horas para atender a reportagem do Diário do Comércio em seu escritório em Campinas.

Quirós: expectativa de faturamento de nova empresa é de R$ 150 milhões

O senhor está investindo na área de biocombustíveis e climatização. Como o senhor vê esse mercado que se preocupa com o meio ambiente? Quais as chances de o Brasil se tornar um exportador de tecnologias nessa área? O etanol é uma oportunidade para o Brasil, mas temos que perceber que não estamos sozinhos atrás dessa fonte de energia. Os Estados Unidos, por exemplo, se quiserem – e querem – terão mais recursos para investir em tecnologia. Para garantir espaço no mercado mundial, precisamos de acordos internacionais e devemos ter uma ação coordenada entre setor privado e governo para definir regras claras para produção, distribuição e infraestrutura do etanol. O que sinto é que teremos, nos próximos dois anos, queda no preço do etanol, porque haverá um aumento de volume de produção para pouca demanda. A saída é o mercado externo.

biocombustíveis? Eu e mais dois sócios, que ainda não posso identificar, criamos o fundo de investimento Green Energy Fund para produzir e investir em infraestrutura e exportação de etanol. Queremos exportar 100% da produção. O fundo já está funcionando, com teto de US$ 1 bilhão para investimento, compra de ativos, produção, distribuição e infra-estrutura. Mas não posso falar mais sobre esse projeto. Apenas posso dizer que, em agosto, estaremos atuando fortemente.

Quais são exatamente seus planos para a área de

E na área de climatização, quais são os planos?

O futuro do comércio exterior brasileiro passa pela internacionalização das empresas e inovação tecnológica dos produtos. Juan Quirós

Tenho um grupo de empresas, a primeira com 18 anos de mercado na área de contaminação ambiental e climatização (chama-se Vecotec, mas mudará de nome) e outra que adquiri em janeiro, da área de infra-estrutura em instalações de utilidades hidráulica, elétrica, automação e montagem industrial. E uma terceira de manutenção integrada. Juntas, devem faturar R$ 150 milhões neste ano. No dia 20 de agosto elas serão agrupadas e terão seus nomes relançados. No primeiro semestre de 2008, faremos o IPO (primeira oferta pública de ações) delas para aproveitar o bom momento da construção civil na bolsa. Mas não fico mais nessas empresas. Tenho 80% do controle acionário e sou membro do conselho estratégico, isto é, dou palpite com dia e hora marcado. Qual sua expectativa com esse grupo no mercado internacional? Temos projetos no Chile, Paraguai, Peru e Venezuela, e acreditamos que há mais espaço para expansão. Minha família tem a maior empresa de controle ambiental (Veco do Brasil) da América Latina e a terceira no ranking mundial, com escritórios na Europa, EUA e México. Estamos nesse ramo há 52 anos, e vejo que não pára de crescer. Hoje, existe a consciência de que o ar precisa ser tratado, não só em ambientes cirúrgicos, mas também em escritórios, para diminuir as infecções, por exemplo. A expectativa com as empresas de meu grupo é crescer, em média, 25% até 2010. Na opinião do senhor, qual o principal problema do Brasil no que diz respeito ao comércio internacional? O futuro do comércio exterior brasileiro passa pela internacionalização de nossas empresas, pela inovação tecnológica dos produtos e serviços que exportamos e, principal-

feitas muitas críticas sobre as missões comerciais das quais o presidente participou, sempre para países menores e pouco representativos na nossa balança, como Síria e Líbia. Por que essa opção em detrimento de mercado maiores, como EUA e Europa? São críticas sem fundamento. Se perguntar a um empresário se vai investir em um mer-

Mas setores como o de calçados e têxteis reclamam que não têm condições de concorrer com países como a China. O que o senhor pensa sobre isso? O Brasil não pode querer cometer o erro do passado e atacar o mercado com volume. Temos que procurar nichos específicos com produtos de valor agregado. Há fundamento na reclamação desses setores, mas estão acomodados. É preciso flexibilidade. O Brasil não deve concorrer com a China e a Índia em produtos que exijam intensidade de mão-de-obra. Isso é uma guerra perdida. Podemos competir com essas nações quando se fala em idéia, inovação tecnológica. A China é o vilão da história em todo o mundo, e não adianta corrermos atrás.

N gócios

A pauta de exportações brasileiras não consegue avançar em produtos de alto valor agregado. Por quê? Quase 55% do valor da balança comercial brasileira é de produtos de valor agregado. Commodities representam 25%. Automóveis, aviões, máquinas e equipamentos, calçados, jóias, suco de laranja em caixinha, tudo é manufaturado e tem, em valor e não em volume, um importante peso na balança. Também não podemos confundir agronegócio com commodity e muito se

Em 2002, o País tinha 0,83% do comércio internacional. No ano passado, chegou a 1,23%. Em termos percentuais de expansão, foi muito. Juan Quirós

De qualquer forma, o Brasil não conseguiu avançar muito no comércio internacional. Por que ainda representamos 1% do total vendido no mundo? Em 2002, o País tinha 0,83% do comércio internacional. No ano passado, chegou a 1,23%. Em termos percentuais de expansão, foi muito. Se uma empresa cresce isso, é maravilhoso. Brasil tem, sim, participação pequena, mas está crescendo. Falando no governo Lula, foram

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oportunidades

Missão ao México: inscrições

T

ermina nesta semana o prazo de inscrição para quem quiser participar de missão empresarial ao México. A viagem está sendo promovida pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo em parceria com a Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil-México. O evento tem o apoio da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e também da Secretaria das Relações Internacionais da Prefeitura do Município de São Paulo. A saída de São Paulo está prevista para o dia 31 de agosto, com parada inicial em Monterrey, capital do estado de Nuevo León, cuja economia de base industrial assemelha-se à de São Paulo. Nessa cidade, nos dias 3 e 4 de setembro, ocorrerão rodadas de negócios com empresários locais, previamente identificados em função dos interesses das companhias paulistas. Em Monterrey haverá mostra dos produtos das empresas da delegação.

A

mistura isso. Trator, fertilizante, biotecnologia, tudo é agronegócio. Suco de laranja só é commodity se não estiver na caixa. Se estiver embalado, é manufaturado, tem valor agregado. A pauta brasileira está mudando.

Serralheria e Estruturas

cado já cheio, saturado, ou se prefere gastar para conquistar mercados potenciais, a resposta é clara: nos potenciais. Tínhamos que consolidar Estados Unidos e Europa e fizemos isso. Mas não podemos perder de vista o mercado árabe, que não pára de crescer, por exemplo. Todos estão indo para lá. O Lula foi para a Líbia e o Tony Blair (ex-primeiro-ministro britânico) foi em seguida.

Entre 5 e 7 de setembro, a comitiva repete contatos comerciais na Cidade do México. Lá, os participantes serão recebidos na Embaixada do Brasil para a comemoração do 7 de setembro. Retornam ao Brasil no dia seguinte. O pacote de viagem, em condições especiais, inclui a parte aérea, São Paulo-Cidade do México-Monterrey-Cidade do México-São Paulo (todos os trechos pela Aeromexico), transporte entre aeroportos e hotéis, hospedagem em unidades do Fiesta Americana Centro (em Monterrey) e Fiesta Americana Reforma ou Fiesta Americana Chapultepec (na Cidade do México) e acompanhamento de um coordenador em toda viagem. As inscrições e informações podem ser obtidas na Secretaria de Desenvolvimento pelo telefone (11) 3766-2400, ramal 1470, ou pelo e-mail trade@exporta.sp.org.br, com Thais. A Câmara Brasil-México atende no fone (11) 30833006 e no e-mail: flavia@bramex.org.br, com Flávia.

Feira no Iraque em outubro

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mente, pela agilidade da infraestrutura. A questão da inovação tecnológica não depende da Apex, mas do financiamento, e nós temos o Luciano Coutinho, que é um grande empreendedor, à frente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). É o único indivíduo que conheço que tem percepção técnica e empreendedora. E, por isso, ele mantém diálogo forte entre governo e iniciativa privada.

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque (CCIBI) coordena a participação de empresas brasileiras na próxima edição da Erbil International Fair 2007, que será realizada de 29 de outubro a 2 de novembro, na cidade de Erbil, estado autônomo do Curdistão, no norte do Iraque. A região, atualmente a mais estável do país, vem passando por um rápido processo de crescimento, com diversos incentivos para atrair capital estrangeiro. O Brasil tem participado do processo de reconstrução do Iraque. O País participou da feira Brasil Rebuilding Iraq 2005, depois em 2006, com o Pavilhão Brasil na Rebuild Iraq 2006 e, recentemente, da Rebuild Iraq 2007.

O melhor indicador é a expansão de mais de 200% nas exportações do Brasil para o Iraque entre 2005 e 2006. A região do Curdistão representa uma estratégica porta de entrada de produtos para todo o território iraquiano, tanto em razão de sua maior estabilidade quanto do rápido desenvolvimento de sua infraestrutura. Também é um importante mercado, representando cerca de 17% de toda a exportação de petróleo iraquiano, algo em torno de US$ 12 bilhões. A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque tem como presidente Jalal Jamel Chaya. Mais informações a respeito da Erbil Fair pelo t e l e f o n e ( 11 ) 3 2 5 3 - 2 6 2 0 ou pelo e-mail brasiliraq@ brasiliraq.com.br.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


Fotos: Reprodução

paratista está dito no próprio discurso em que o desembargador Ibrahim Nobre o inaugurou, a 25 de janeiro, na Praça da Sé, ao lembrar a saga dos bandeirantes: "Fogos da minha Terra! Lume da Lareira Paulista! Em torno de ti, ao lucilar das tuas fagulhas, ao anseio ascendente da tua flama, na terra estreme, sob a telha vã, quanta hora fluiu plácida e mansa, quanta hora de límpida esperança, quanta dor de mulher, de mãe, de esposa, chorando à espera de alguém que se alongara adentro pelo Sertão e que em busca da fortuna ia encontrar a Morte, e ao encalço da sorte fundia uma Nação!" Outro trecho de Ibrahim Nobre que celebra a unidade nacional brasileira: "Da tua carne massapé e honesta, do teu ventre de Mãe, fecundo e são, veio a alma que realizou a nacionalidade, imprimindo-lhe o sentido da Independência". Mais um: "Tu deste geografia ao Brasil. Essa terra toda, que aí se estende, e se esparrama e se perde por esse mundo grande de Deus, tudo isso tem os seus limites demarcados, não apenas pelos rios que se vadearam, pelas grimpas transpostas, pelas florestas vencidas! Mas sobretudo pelas sepulturas dos teus filhos, minha Terra". Como se vê, ao contrário de separatista, o paulistismo da Revolução de 1932, aos olhos de seus mentores, era encarado como uma garantia e uma reafirmação, com raízes no passado remoto, da unidade nacional brasileira; afinal, Nobre se refere à "América Brasileira", em grande parte criada pelos esforços seculares dos bandeirantes em particular e dos paulistas em geral, e à "Brasilidade, a que deste, numa permanente renúncia, as mãos, o ouro, o sangue!" E ele bradou: "Foste para o Brasil, em todas as suas Horas, O Clarim! A Clareira! O Clarão!" Onde se pode enxergar separatismo nisso? Hoje praticamente ninguém discute a unidade nacional brasileira, e esse legado é em parte do movimento de 1932, que paradoxalmente foi acusado de separatismo, a ponto de que a 20 de julho, em plena Revolução Constitucio-

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Um legado importante da Revolução de 1932 é que foi uma das primeiras vezes na história do Brasil em que as mulheres, os negros e os índios tiveram participação relevante. A Legião Negra era composta de negros e também índios.


As mulheres tiveram participação ativa no movimento. Elas eram responsáveis por costurarem as fardas, produzirem as rações e atuavam como enfermeiras. O reconhecimento veio na Constituição de 1934, com o direito ao voto.

nalista, numa reunião na Associação Comercial de São Paulo, foi redigido um texto negando essa acusação, de que o movimento pregava o separatismo, num Manifesto à Nação, ou seja, ao Brasil, assinado por dezenas de entidades. Mas a idéia de unidade nacional brasileira defendida pela Revolução de 1932 tinha outro aspecto que permaneceu como herança e que hoje também ninguém discute: o da autonomia da população de cada Estado da Federação para escolher seus governantes e legisladores regionais. Na época, os Estados eram governados por interventores nomeados pelo governo federal provisório, muitas vezes nem mesmo residentes no Estado que administravam. Isso hoje é inconcebível, mas a autonomia dos Estados da Federação hoje vigente e indiscutível é em parte mais um legado do movimento constitucionalista. Outro legado importante da Revolução de 1932, vigente ainda hoje, é que ela foi uma das primeiras vezes na história do Brasil em que as mulheres, os negros e os índios tiveram participação relevante. Pois, além de costurarem fardas e produzirem rações e de atuarem como enfermeiras, mulheres como a cozinheira negra Maria José, conhecida como Maria Soldado, também participaram dos combates, em especial na Legião Negra, composta também de índios. Afinal, foi a principal conquista do movimento de 1932, a Constituinte de 1934, que garantiu pela primeira vez às mulheres no Brasil o direito ao voto. Por isso mesmo duas mulheres, Maria Soldado e Nicota Pinto Alves, estão sepultadas no Mausoléu do Soldado Constitucionalista, a lembrarem às mulheres de hoje que sua maior e crescente participação na sociedade está, em parte, ligada ao movimento de 1932. Assim, o maior legado da Revolução Constitucionalista é a unanimidade em torno da vigência de uma constituição democrática, para assegurar, afinal, uma vida civilizada.

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Guy Christian/hemis.fr

Reforma previdenciária chilena Impactos macroeconômicos e lições para o caso brasileiro MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO

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1. Introdução Paulo Pampolin/Hype

Ulisses Ruiz de Gamboa * Economista do Instituto Gastão Vidigal, Associação Comercial de São Paulo. Professor da FEA/USP e da Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado.

D

urante as décadas de setenta e oitenta, o Chile realizou uma série de reformas estruturais, que diminuíram o tamanho do Estado na economia, transformando o setor privado, principalmente o setor exportador, no motor do crescimento econômico. Dentre as principais reformas estruturais realizadas pelo governo do general Augusto Pinochet, estão a abertura da economia, a reforma fiscal, a autonomia do Banco Central, a liberalização financeira interna e externa, a privatização e a reforma da previdência. De fato, a partir do momento em que várias dessas reformas passaram a surtir efeito, a taxa de crescimento do PIB chileno se elevou, alcançando uma média de 4,9% durante o período 1981-2005 1. No caso brasileiro, embora o Plano Real tenha realizado um importante ajuste fiscal e tenha aprofundado a abertura financeira e comercial e o processo de privatização, o que assegurou uma melhora substancial dos fundamentos da economia, ainda não existe consenso sobre como reduzir o déficit da previdência. Em 2006, esse déficit alcançou a cifra de R$ 42,1 bilhões, representando um aumento de 11,9% em relação a 2005. Em breve, se iniciará um Fórum para discutir alternativas de redução desse desequilíbrio financeiro, sem que, no entanto, exista nenhuma proposta ou modelo formal de reforma. Por outro lado, muitos setores da sociedade rejeitam a aplicação do sistema previdenciário chileno por motivos puramente ideológicos, sem que se conheça devidamente todos seus alcances. Por esse motivo, seria importante analisar a experiência da reforma previdenciária realizada no Chile a partir de 1981, cujo êxito converteu seu sistema em um novo paradigma para o resto do mundo. Assim, além de identificar os principais efeitos macroeconômicos da reforma, o presente artigo também pretende examinar o funcionamento do sistema previdenciário chileno, mostrando sua situação atual e suas perspectivas futuras.

2. A reforma previdenciária chilena O antigo sistema previdenciário chileno assemelhava-se ao "clássico" sistema de repartição, onde os trabalhadores ativos financiam as pensões dos inativos, sem que haja relação estreita entre as contribuições realizadas e os benefícios previdenciários. O sistema era caótico, conformado por um conjunto de mais de cem regimes de previdência diferentes ("Cajas de Previsión"), cujas regras variavam caso a caso, resultando em diferentes níveis de contribuição e de benefícios. O sistema era intrinsecamente injusto, com trabalhadores que podiam aposentar-se após completar 40 anos, enquanto outros deviam manter-se ativos até depois dos 60 anos, para assegurar seu direito a uma pensão mínima 2. Além disso, o nível de pensões pagas era baixo, sendo quase 70% pensões mínimas em 1979, e seu valor real era extremamente flutuante, como demonstra Wagner (1991). Outro problema era o elevado nível das contribuições, que alcançavam 26% dos salários brutos, o que as transformava num imposto implícito ao trabalho, desalentando a participação no setor formal e o cumprimento das obrigações previdenciárias. A administração ineficiente do sistema e sua estrutura caótica resultaram em déficits crescentes. Assim, no final da década de setenta, o sistema acumulou déficits de quase 3% do PIB, estimando-se que seu crescimento, em ausência de qualquer mudança, teria sido explosivo, alcançando um nível superior a 20% do PIB em 2000 3. A partir de maio de 1981, o governo chileno realizou uma reforma radical do sistema previdenciário, transformando o sistema estatal de repartição anterior num sistema privado de capitalização individual. Para os trabalhadores que a partir de então ingressassem no mercado de trabalho existia a obrigatoriedade de vincular-se ao sistema novo, enquanto que os trabalhadores ativos, que já contribuíam no sistema antigo, podiam decidir se permaneciam nele ou se migravam para o novo. No caso dos inativos, estes permaneceram no sistema de repartição. A perda de contribuições para o financiamento das pensões do sistema antigo de previdência,

* O autor agradece os valiosos comentários e sugestões de Alfonso Serrano, um dos economistas diretamente responsáveis pela reforma previdenciária chilena.

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enquanto que no caso do primeiro, inclusive levando-se em consideração os cenários mais pessimistas, que mantém a situação atual sem nenhuma modificação, as despesas previdenciárias alcançariam a 4,5% do PIB (soma das projeções do "déficit de transição" e das despesas com pensões mínima e assistencial). Além disso, num sistema previdenciário de capitalização, as economias de escala presentes e a própria regulação realizada podem gerar importantes barreiras à entrada, o que reforça a necessidade de assegurar as condições competitivas desse mercado, em benefício dos contribuintes do sistema e da sociedade em geral.

Bibliografia Acuña, Rodrigo e Iglesias, Augusto (2000): "Chile´s Pension Reform After 20 Years", Social Protection Discussion Paper nº 0129, World Bank, Washington. Cifuentes, Rodrigo; Desormeaux, Jorge e González, Claudio (2002): "Capital Markets in Chile: From Financial Repression to Financial Deepening", Documentos de Política Económica nº 4, Banco Central de Chile, Santiago do Chile. Corbo, Vitorio e Schmidt-Hebbel, Klaus (2003): "Efectos Macroeconómicos de la Reforma de Pensiones en Chile", Latin American Econometric Society Annual Meeting, Panamá, agosto.

1

Banco Central do Chile.

2 Piñera (1991) menciona que o sistema previdenciário chileno

antigo era regido pelo impressionante número de 11.395 leis, das quais 10.532 foram ditadas para atender às necessidades de grupos de interesse específicos. 3 Ver Wagner (1983), Acuña e Iglesias (2001) e Cerda (2006). 4 Até o presente momento não se registrou nenhum caso de quebra ou fraude no sistema previdenciário chileno. 5 Os autores construíram vários cenários alternativos, que variaram de acordo com os diferentes coeficientes de resposta das variáveis consideradas à reforma previdenciária. Os resultados apresentados no presente artigo tomaram a média aritmética dos resultados contidos nos diversos cenários considerados. 6 Os salários do setor informal aumentaram em decorrência da maior formalização do mercado de trabalho chileno, ocorrida a partir da reforma previdenciária, que reduziu a quantidade de trabalhadores disponíveis nesse setor, elevando seus rendimentos. 7 O mercado de seguros chileno conheceu uma apreciável expansão a partir da reforma previdenciária, pois como foi mencionado anteriormente, as contribuições também contemplam aportes para assegurar situações de invalidez ou falecimento do trabalhador. 8 Para mais detalhes, ver Cifuentes, Desormeaux e Gonzáles (2002) e Walker e Lefort (2002). 9 Soto (2005). 10 Ministerio del Trabajo y Previsión Social (2006), p.5. A tradução é nossa. 11 Soto (2005). A taxa de exclusão do sistema de previdência chileno equivalente a 50% assinalada em entrevista recente ao Estado de São Paulo pelo Ministro da Previdência Social, Nelson Machado, não corresponde à situação atual do sistema, e, sim, a uma projeção para 2026 realizada pelo citado Conselho Assessor Presidencial para a Reforma do Sistema Previdenciário. 12 Ministerio del Trabajo y Previsión Social (2006), p.6. 13 Contudo, o mesmo autor reconhece que esses encargos têm apresentado tendência decrescente, que deverá seguir devido à maturidade do sistema e aos ganhos de escala presentes. 14 Ministerio del Trabajo y Previsión Social (2006), p.7 e Soto (2005). 15 Para mais detalhes, ver "Ministerio del Trabajo y Previsión Social (2006), p. 17-31.

Ministerio del Trabajo e Previsión Social (2006): "El Derecho a una Vida Digna en la Vejez - Informe del Consejo Asesor Presidencial para la Reforma del Sistema Previsional, Santiago do Chile, julho. Piñera, José (1991): DEL CASCABEL AL GATO: LA BATALLA POR LA REFORMA PREVISIONAL, Ed. Zigzag, Santiago do Chile. Soto, Mauricio (2005): "Chilean Pension Reform: The Good, The Bad and The In Between", Issue in Brief nº 31, Center for Retirement Research, Boston College, Boston, junho. Valdés, Salvador (2005): "A Chilean Economist’s Comment on Larry Rohter´s Reporting on Chilean Pensions Appeared in The New York Times January 27, 2005", Santiago do Chile. Texto não publicado. Valdés, Salavador (2006): "Política Fiscal y Gasto en Pensiones Mínimas y Asistenciales", Seminario de Política Fiscal y Gasto en Pensiones Mínimas y Asistenciales, Centro de Estudios Públicos, Santiago do Chile, junho. Wagner, Gert (1983): "Estudio de la Reforma Previsional, Efectos en la Industria y en el País", Instituto de Economia, Pontifícia Universidad Católica de Chile, Santiago do Chile. Wagner, Gert (1991): "La Seguridad Social y el Programa de Pensión Mínima Garantizada", Estudios de Economía vol. 18, Pontifícia Universidad Católica de Chile, Santiago do Chile, junho. Cerda, Rodrigo (2006): "Pensiones en Chile: ¿Qué Hubiese Ocurrido sin la Reforma de 1981?", Documento de Trabajo nº 310, Instituto de Economia, Pontifícia Universidad Católica de Chile, Santiago do Chile, maio. Walker, Eduardo e Lefort, Fernando (2002): "Pension Reforms and Capital Markets: Are There Any (Hard) Links?", Social Protection Discussion Paper nº 0201, World Bank, Washington.

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ENERGIA E MEIO AMBIENTE NO BRASIL

I– Introdução: Energias renováveis e sustentabilidade

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Luludi/LUZ

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nergia, ar e água são ingredientes essenciais à vida humana; nas sociedades primitivas seu custo era praticamente zero. A energia era obtida da lenha das florestas, para aquecimento e atividades domésticas, como cozinhar. Aos poucos, porém, o consumo de energia foi crescendo tanto que outras fontes se tornaram necessárias. Durante a Idade Média, a energia de cursos d’água e a dos ventos foi utilizada, mas em quantidades insuficientes para suprir as necessidades de populações crescentes, sobretudo em cidades. Após a Revolução Industrial, foi preciso usar mais carvão, petróleo e gás, que tem um custo elevado para a produção e transporte até os centros consumidores. O consumo de água também aumentou consideravelmente, tanto que se tornou necessário cobrar pelo seu uso para pagar os custos para sua purificação e transporte até os usuários. Se, e quando, uma colônia terrestre for instalada na Lua (que não tem atmosfera) será preciso pagar – e muito – pelo ar consumido pelos seres humanos, que terá de ser transportado até lá. No ano 2003, quando a população mundial era de 6,27 bilhões de habitantes, o consumo médio total de energia era de 1,69 toneladas equivalentes de petróleo (tep) "per capita". Uma tonelada de petróleo equivale a 10 milhões de quilocalorias (kcal) e o consumo diário médio de energia é 46.300 kcal por pessoa. Como comparação, vale a pena mencionar que 2.000 kcal é a energia que obtemos dos alimentos e que permite nos mantermos vivos e funcionando plenamente. O restante é usado em transpor-


Paulo Pampolin/Digna Imagem

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Paulo Pampolin/Hype

José Goldemberg Coordenador da Comissão Especial de Bioenergia de São Paulo Helvio Romero/AE

Oswaldo Lucon Assessor técnico da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo

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Um herói que saiu das fileiras da ACSP Reprodução

Carlos de Souza Nazareth (esq.), na época presidente da ACSP, foi um líder destacado da Revolução de 1932. Acima, comício na Praça da Sé, no dia 24 de fevereiro, que reuniu mais de 100 mil manifestantes.

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Tabela 1

te, gastos residenciais e industriais e perdas nos processos de transformação energética. Os padrões atuais de produção e consumo de energia são baseados nas fontes fósseis, o que gera emissões de poluentes locais, gases de efeito estufa e põem em risco o suprimento de longo prazo no planeta. É preciso mudar esses padrões, estimulando as energias renováveis e, nesse sentido, o Brasil apresenta uma condição bastante favorável em relação ao resto do mundo. A Tabela 1 mostra qual a contribuição percentual das diversas fontes de energia e a energia total consumida no Brasil e no mundo em 2003. Energias renováveis representavam 41,3% do consumo total no Brasil, ao passo que no mundo eram apenas 14,4%. O consumo médio de energia no Brasil é de 1,09 tep por habitante por dia, um pouco abaixo da média mundial. O consumo médio não representa adequadamente o que ocorre no mundo: em Bangladesh ele é 11 vezes menor e nos Estados Unidos 5 vezes maior. O consumo total de energia no Brasil em 2004 foi de cerca de 216 milhões de tep (Mtep), ou 2% do consumo mundial, que foi de 11.223 Mtep. O Brasil possui uma forte base hidráulica em sua matriz elétrica (Box 1). Contudo, o estímulo a outras fontes "modernas" de energias renováveis é ainda bastante incipiente, comparado à média mundial, apesar dos esforços feitos pelo governo federal através do Proinfa - Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Eletricidade. Além disso, o País é um paradigma mundial pelo seu vigoroso programa de biomassa moderna no setor de transportes baseado no etanol (Box 2). O consumo de lenha, biomassa tradicional, ainda é elevado.

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Entretanto, a posição relativamente confortável que o País possui em sua matriz energética pode ser colocada em risco, uma vez que há diferentes posicionamentos sobre os rumos que o País deve seguir nessa área. II – Retrospectiva da produção e consumo de energia no Brasil e no mundo Após a época do "milagre econômico", ocorreu no Brasil uma forte desaceleração nos crescimentos do Produto Interno Bruto (PIB), da produção de energia primária e do consumo de eletricidade. Nos últimos 30 anos, o aumento da produção de energia primária no Brasil tem acompanhado de perto o crescimento do PIB, mas o consumo de eletricidade tem aumentado mais rapidamente, devido à eletrificação crescente do País e à instalação de indústrias eletro-intensivas, como as de alumínio e outros tipos de metais. A Tabela 2 permite estabelecer comparações entre o Brasil, o mundo e os blocos dos países industrializados e aqueles em desenvolvimento. O modelo tradicional estabelecido de 1940 a 1960 colocou nas mãos do governo federal e governos estaduais, empresas estatais responsáveis pela grande parte da produção e distribuição de eletricidade, petróleo e gás. Petrobras, Eletrobrás e inúmeras empresas estaduais foram criadas para tal fim, inclusive o planejamento energético. Este modelo funcionou bem até meados da década de 80, mantendo baixos os custos da energia e promovendo com isso o desenvolvimento econômico, mas criou também sérios problemas, tais como:


Fabio Motta/AE

ELETRICIDADE

BOX 1

A

geração de eletricidade no Brasil cresceu a uma taxa média anual de 4,2% entre 1980 e 2002. Sempre a energia hidráulica foi dominante, uma vez que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo em recursos hídricos. Por outro lado, é modesta a contribuição do carvão, já que o País dispõe de poucas reservas e elas são de baixa qualidade. A capacidade instalada de hidroeletricidade é de cerca de 70.000 megawatts (MW, milhões de watts) e existem 433 usinas hidrelétricas em operação. Destas, 23 têm capacidade maior do que 1000 MW e representam mais de 70% da capacidade total instalada. Existe ainda um potencial considerável - cerca de 190.000 MW ainda não utilizadas, principalmente na região da Amazônia e, portanto distante dos grandes centros consumidores do Sudeste. O custo de produção de 1 kW em uma usina hidroelétrica é de aproximadamente US$ 1.000. O potencial para reforma e melhoria das grandes usinas construídas há mais de 20 anos (com capacidades instaladas especialmente entre 1000 e 8000 MW) é de 32.000 MW. Isso pode ser obtido a um custo de US$100-300 por kW instalado, sendo portanto significativo. Entre as outras tecnologias geradoras de eletricidade utilizadas no País estão a termonuclear, as termelétricas a gás natural e a óleo diesel, mas nenhuma delas contribui com uma porcentagem maior do que 7% do total. A introdução da biomassa, energia nuclear e gás natural reduziu a porcentagem da hidroeletricidade de 92% em 1995 para 83% em 2002. A geração de eletricidade com biomassa (resíduos vegetais e bagaço de cana) em 2002 provinha de 159 usinas, com uma capacidade instalada de 992 MW, ou 8% da energia elétrica de origem térmica do País. A grande maioria dessas usinas (com cerca de 952 MW) está localizada no Estado de São Paulo e usa bagaço de cana, um subproduto da produção de açúcar e álcool. O Proinfa, Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Eletricidade, foi instituído pela Lei nº 10.438/2002 no sentido de estimular a geração de eletricidade por fontes eólica, de biomassa (como bagaço de cana e gás de aterro) e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). A primeira fase do Proinfa estabelecia a geração de 3.300 MW mor meio dessas fontes. A segunda fase do programa estabelecia uma meta de 10% dessas mesmas fontes em toda a matriz elétrica do País em 20 anos, mas foi abandonada. A Lei 10.762/2003 revisou o Proinfa e não menciona a Fase 2.

Bagaço de cana na Usina Santa Cruz (RJ).

BIOMASSA

BOX 2

U

Divulgação

Hidrelétrica Itaipu Binacional: a maior usina do mundo.

ma característica particular do Brasil é o desenvolvimento industrial em grande escala e a aplicação das tecnologias de energia de biomassa. Bons exemplos disso são: a produção do etanol a partir da cana-de-açúcar, o carvão vegetal oriundo de plantações de eucaliptos, a co-geração de eletricidade do bagaço de cana e o uso da biomassa em indústrias de papel e celulose (cascas e resíduos de árvores, serragem, licor negro etc.). A utilização de biomassa no Brasil é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a disponibilidade de recursos, mão-de-obra barata, rápida industrialização e urbanização e a experiência histórica com aplicações industriais dessa fonte de energia em grande escala. Cerca de 75% do álcool produzido é proveniente do caldo de cana (com rendimento próximo de 85 litros por tonelada de cana). Os restantes 25% têm origem no melaço resultante da produção de açúcar (rendimento próximo de 335 litros por tonelada de melaço). Em 2004, a produção total de bagaço ficou próxima de 110 milhões de toneladas, gerando um excedente de 8,2 milhões de toneladas para usos não energéticos. Os produtos energéticos resultantes da cana contribuíram com 13,5% da matriz energética brasileira de 2004. A utilização da lenha no Brasil é ainda significativa, principalmente nas carvoarias para produzir carvão vegetal e na cocção de alimentos nas residências. Em 2004, o setor residencial consumiu cerca de 26 milhões de toneladas de lenha, equivalentes a 29% da produção. O consumo tem crescido nos últimos anos devido ao aumento dos custos do seu substituto direto, o gás liquefeito de petróleo (GLP), vendido em botijões. Na produção de carvão vegetal foram consumidas cerca de 40 milhões de toneladas (44% da produção), em razão principalmente do forte crescimento da produção de ferrogusa e substituição do carvão mineral. Os restantes 17% representam consumos na agropecuária e demais setores da indústria. A lenha e carvão vegetal representaram 13,2% da matriz de 2004, resultado 0,3% acima de 2003.

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Tabela 2

1. Tarifas artificialmente baixas para eletricidade, como aliás foi feito com quase todas as tarifas de serviços públicos pelo governo federal, num esforço vão de controlar a inflação; 2. O uso político das empresas de produção e distribuição de gás e eletricidade, envolvendo gerenciamento incompetente e a construção de inúmeras usinas hidrelétricas para obter benefícios políticos, sem os recursos necessários para completálos, o que garantiria um mínimo de retorno econômico.

O sistema regulatório brasileiro, com a ANP (Agência Nacional de Petróleo) e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) se tornou pouco realista e a rigor as duas agências deveriam ser substituídas por um órgão regulador único da área de energia como um todo.

Para enfrentar tais distorções, em meados da década de 90 foi promovida a desestatização parcial do sistema, seguindo o procedimento adotado anteriormente pelos países da Europa Ocidental.

No setor de petróleo, o controle continua basicamente nas mãos da Petrobras (apesar da presença de empresas multinacionais no setor) e os esforços se concentraram na busca da auto-suficiência na produção, explorando os recursos nas profundidades da plataforma continental brasileira (Box 3). Mais recentemente, a estatal passou também a valorizar o gás natural, antes um subproduto da exploração do petróleo que era lançado para a atmosfera em queimadores (flares). Em relação ao petróleo, o que se pode dizer é que a busca pela auto-suficiência é uma política tradicional do setor energético brasileiro, baseada na necessidade de reduzir gastos financeiros com importação. Entretanto, à medida que o problema da importação perdeu importância graças à grande produção interna de petróleo, é apropriado considerar outros fatos. O investimento em petróleo consome boa parte da renda disponível no País e uma redução nesse investimento poderia liberar recursos para outros fins economicamente mais produtivos e que poderiam gerar produtos e serviços para exportação. Além disso, a auto-suficiência não é garantida no longo pra-

a) Desverticalização da produção/geração, transmissão e distribuição de energia; b) A introdução de competição na produção/geração, transmissão e distribuição de energia, bem como o livre acesso à rede; c) Adoção de agências reguladoras independentes e privatização das empresas públicas. Tradicionalmente, as projeções do governo tratam o setor do petróleo de forma independente do setor de eletricidade, mas esta tradição está sendo rompida devido ao fato de que o gás produzido ou importado pela Petrobras é um insumo importante, não só para usos residenciais, industriais e veiculares (onde combustíveis líquidos são dominantes), mas também para a produção de eletricidade.

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III. A auto-suficiência em petróleo e a questão do gás natural para o Brasil


Ricardo Stuckert/PR

Presidente Lula molha as mãos no petróleo extraído da plataforma P50, da Petrobras. Ao lado, obras do gasoduto Urucu-Manaus, com 662 km.

PETRÓLEO E GÁS NATURAL

BOX 3

A

s reservas provadas de petróleo no Brasil de 11.243 milhões de barris, equivalentes a cerca de 20 anos da atual produção, asseguram uma situação confortável para o País no curto e médio prazos. Para os países da OCDE as reservas equivalem a cerca de 10 anos da produção, enquanto que a média mundial é de 40 anos. As reservas provadas de gás natural, de 326,1 bilhões de m³ são 33% superiores às de 2003 e equivalem a 19 anos da atual produção. Para os países da OCDE as reservas equivalem a cerca 14 anos da produção, enquanto a média mundial é de 60 anos. O País atingiu a autosuficiência na produção de petróleo em 2006. Entre janeiro e setembro desse ano, a Petrobras produziu 1,763 milhão de barris por dia, volume 5% superior ao do ano anterior. A meta de produção é de 1,88 milhão de barris/dia. Contudo, as vendas internas de combustíveis só cresceram 2%. O País exporta 450 mil barris/dia de petróleo. Segundo a Agência Internacional de Energia, o consumo mundial de petróleo deve crescer 1,1% em 2006. A produção de gás natural foi de 46,5 milhões metros cúbicos por dia (Mm³/d) em 2004, montante 7,5% superior ao de 2003. As importações da Bolívia somaram 22,2 Mm³/d, montante 60% superior ao de 2003. Em 2004, o principal uso do gás natural continuou sendo no setor industrial, com 20,7 Mm³/d e crescimento substancial de 13,7%. O crescimento do uso na cogeração de energia elétrica foi também significativo, já re-

Euzivaldo Queiroz/AE

presentando um terço do uso na geração. O uso de gás natural no transporte veicular tem também crescido muito. O gás natural contribuiu com 9,4% da matriz energética brasileira de 2005, contra 3,3% em 1995. Em 2003 o governo adotou uma política de incentivo ao consumo de gás natural, visando ocupar a capacidade do gasoduto Bolívia-Brasil e escoar o gás da Bacia de Campos. O energético era bastante atrativo por sua eficiência, menores emissões e preços atrativos. Contudo, em 2006 a Bolívia decidiu nacionalizar (isto é, estatizar) o setor de gás, revendo sua política de preços e causando instabilidades no mercado brasileiro. O preço atual do gás natural corresponde a 56% do preço do óleo combustível, mas essa relação deve passar para 80% (um aumento de 42%), segundo a Empresa de Pesquisa Energética. A Petrobras busca uma saída na Bacia de Santos, onde deverá investir US$18 bilhões em dez anos.

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A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de 6.648:499$010 (seis mil e seiscentos e quarenSão Paulo, como era do seu dever, propôs ação civil e ta e oito contos, quatrocentos e noventa e nocriminal contra o criminoso, tendo obtido sentenve mil e dez réis). A relação completa de doaças favoráveis, com a condenação do réu, que cumdores, com as cifras doadas por cada um, inpriu a pena imposta, não ressarcindo porém o pretegra uma boa parte do primeiro volume juízo material causado, apesar de compelido por (doadores da capital paulista) e o segundo sentença passada em julgado, porque volume inteiro do relatório (com Agliberto Lima/DC não teve recursos para restituir os donativos do interior do a quantia desviada". Estado de São Paulo e de Rangel Pestana não outros estados da Fedeclina o nome do deração). larápio e nenhum Depois que os detalhe adicional recursos foram sobre o delito e o repassados pela c um pr im en to Associação Coda pena de remercial para a clusão. Seja coSanta Casa de mo for, com o diMisericórdia de nheiro restante São Paulo, assida Campanha, ernala Synesio Rangueu-se o edifício gel Pestana, sobreOuro para o Bem de vém um fato insólito. São Paulo, ainda hoje paTranscrevo o trecho inteitrimônio da Santa Casa de São ro (página 9 do relatório): Paulo, e beneficiaram-se dezenas "A Campanha do Ouro para o de outras entidades beneBem de São Paulo, tão brificentes paulistas. lhantemente iniciada peEnfim, há muilas comissões da Asto história para sociação Comerse contar social de São Paulo bre a Came levada a termo panha do por elas com Ouro para o tanta felicidaBem de São de, foi contiPaulo. É nuada pela coj u s t am e n t e missão da Sanisso o que preta Casa com o t e n d e m o s f amesmo êxito até zer, como resultaquase o final. Infelizdo da pesquisa que mente, já no fim de sua tadeverá ser publicada pela refa, uma lamentável ocorQuem fazia uma doação, Editora Lettera.doc, na rência veio empanar o brilho recebia em troca uma forma de um livro recheade sua gestão. medalha ou anel de latão, do com documentos, ilusUm funcionário desocom uma inscrição trações e fotos. O tesouro nesto, iludindo a confiança atestando que havia histórico merece ser revedos membros da Comissão participado da campanha. lado. E relembrado. do Ouro, que nele confiaram porque lhes foi apresentado Nota do autor: A Santa por honrado cavalheiro, Casa de Misericórdia de São Paulo mantém, porque vinha servindo à Comissão Executiva da em sua sede, um museu com objetos, livros e Associação Comercial desde o início da Campadocumentos sobre a Revolução de 1932 e a nha e porque o nome tradicional de sua família, Campanha do Ouro; a Associação Comercial que ele tão mal usou, era para nós um penhor de de São Paulo possui ampla biblioteca, com miprobidade, apropriou-se, indebitamente, de uma lhares de volumes. Em nenhum dos dois loparcela da quantia obtida, correspondente mais cais, encontrei exemplar do relatório de Syneou menos a um décimo da cifra apurada na segunsio Rangel Pestana. da fase da Campanha.

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Bento XVI no Brasil de todos os santos Domingos Zamagna

Alex Ribeiro/DC

Jornalista e professor de Filosofia

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O

s fatos religiosos são extensos demais, no espaço e no tempo, para serem desprezados ou ignorados. Deixar de acompanhá-los é privar-se de importante fonte de conhecimento da nossa realidade, mormente nos países latino-americanos, africanos e asiáticos. Engana-se quem pensa que possa interpretar corretamente os povos dessas nações sem levar em conta o fator religioso. Por isso, a visita do papa Bento XVI ao Brasil, entre 9 e 14 de maio, mereceu destaque na imprensa e despertou os estudiosos para as análises acerca do catolicismo brasileiro, seu passado e seu porvir. Sabidamente, o Brasil é o país com o maior número de católicos no mundo, estimados em 127 milhões, equivalentes a 74% da população. Na América Latina ele é seguido pelo México (91 milhões, 90,31%), Colômbia (38 milhões, 90%), Argentina (33 milhões, 92,22%), Peru (23 milhões, 89%) e Venezuela (21 milhões, 88, 6%). Os 38 países da América Latina, cujas populações perfazem 526 milhões de habitantes, abrigam 431 milhões de católicos.

O que chama a atenção dos observadores é que esse imenso rebanho católico vem decrescendo no Brasil, numa proporção tal que, persistindo as condições atuais, dentro de mais algumas décadas, o catolicismo poderá vir a ser uma confissão religiosa minoritária, sobretudo em relação às chamadas "seitas evangélicas". Mas o catolicismo não está sozinho nessa vicissitude, pois fenômeno análogo sucede com outras igrejas cristãs históricas, tais como o luteranismo, o anglicanismo, o metodismo etc. Para dirigir os católicos brasileiros, a Igreja dispõe de 429 bispos, 16.800 sacerdotes, 1.250 diáconos, 35 mil religiosas e meio milhão de catequistas, numa extensa capilaridade de instituições que abrange dioceses, paróquias, capelas, missões, movimentos, pastorais, creches, colégios, universidades, hospitais, editoras, jornais, revistas, rádios, televisões etc. Sempre houve quem dissesse que a diminuição dos fiéis é devida à escassez do clero. Costuma-se dizer que o número de agentes eclesiais é insuficiente para as necessidades da Igreja brasileira. Se a comparação for feita com a Itália, o Canadá, a Polônia, a Espanha...

Missa no Campo de Marte, em São Paulo: o imenso rebanho católico vem decrescendo, perdendo fiéis para seitas evangélicas.

Agliberto Lima/DC

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mento de sacerdotes para a repetição de práticas e estruturas que demonstram fadiga pastoral. Alguma providência deverá ser tomada se a Igreja desejar reverter a situação de crescente perda de fiéis. A vinda do papa Bento XVI ao Brasil se inseriu neste contexto: uma tentativa de robustecimento do catolicismo. Para isso, os estrategistas eclesiásticos tomaram algumas iniciativas. A CANONIZAÇÃO DE FREI GALVÃO O papa dispõe de um arsenal de símbolos, que muitas vezes exerceram grande poder de convencimento na história do cristianismo. Um deles é a canonização dos santos. A canonização é a proclamação de que o Evangelho, do qual a Igreja se considera guardiã, não é uma utopia; ele pode ser vivido por homens e mulheres no cotidiano. Não existe uma reserva de mercado para a santidade: escravos, soldados, crianças, casais, religiosos, bispos e papas, jovens, doentes, grandes pecadores, operários, prisioneiros... todos podem ser santos e santas. Depois de 500 anos de cristianismo, já era hora de o Brasil também produzir os seus santos. Frei Galvão é o primeiro de uma lista de espera que já passa de trinta. Não deixa de ser um estímulo, os brasileiros também poderão receber as honras dos altares. Mas vai depender deles, isto é, se viverem o Evangelho, como é pregado pela Igreja. O ENCONTRO COM OS JOVENS

Já era hora de o Brasil também produzir os seus santos. Frei Galvão é o primeiro de uma lista de espera, que já passa de trinta.

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Alex Ribeiro/DC

o número de sacerdotes e religiosos é realmente pequeno. Pequeno e extremamente mal distribuído pelo território nacional. Mas a Igreja brasileira ainda é muito reticente ao trabalho dos leigos, que se sentem marginalizados. A promoção dos leigos é vista por certas lideranças católicas como perigosa e competitiva com o clero. Clero nem sempre bem preparado intelectualmente, tantas vezes aquém das exigências que o mundo moderno requer das lideranças, inclusive as religiosas. Ora, dado o sistema centralizador que caracteriza a pragmática do catolicismo, é impossível qualquer renovação eclesial sem uma renovação do próprio clero. Parece ser insuficiente o au-

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O nosso país é constituído por uma população jovem e pobre. O papa quis encontrá-los em duas ocasiões: no estádio do Pacaembu e na Fazenda da Esperança. No primeiro encontro, o papa falou sobre os valores, pregando um cristianismo vigoroso, sem concessões ao hedonismo, às licenciosidades. Repetiu a doutrina clássica da Igreja: relações sexuais reservadas ao âmbito do casamento; condenação aos contraceptivos, ao aborto, aos homossexualismos; proteção da infância, valorização da família e da educação religiosa dos filhos. Um encontro, contudo, reservado a convidados, portanto a jovens católicos já motivados e de certo modo em sintonia com o que o papa lhes dizia. O segundo encontro foi com os assistidos pela pastoral especializada na recuperação de dependentes de drogas. Mais importante que tudo foi o papa ter ido até lá, dando visibilidade a uma obra de grande sucesso, com métodos terapêuticos alternativos, com especial ênfase para o trabalho, os esportes, a solidarie-


Alex Ribeiro/DC

dade e a oração. O papa deixou uma mensagem forte (para quem conhece a linguagem religiosa) de condenação ao narcotráfico, essa forma de criminalidade covarde, que envenena os adolescentes e jovens, destrói famílias e institucionaliza a violência numa extensa cadeia, desde a produção até a distribuição e o consumo dos tóxicos, deixando um saldo de corrupção, doença e morte. É sabido que as Igrejas todas podem dar uma grande contribuição, sobretudo na educação e prevenção contra o uso das drogas. BENTO XVI E AS AUTORIDADES BRASILEIRAS Por uma série de eventos de ordem histórica, o sucessor do discípulo de Cristo, o humilde pescador Pedro, tornou-se também um chefe de estado; estado minúsculo, mas reconhecido por quase todas as nações do mundo. É sabido que a Santa Sé, através do Estado da Cidade do Vaticano, desenvolve intensa ação diplomática no mundo. E o Vaticano sempre teve grande relacionamento com o Brasil. Embora o papa tenha vindo em missão pastoral, não teria sentido não ser recebido pelas autoridades da República, nem poderia ele deixar de retribuir-lhes os gestos de cortesia em nome da nação brasileira. Ao presidente da República, o papa solicitou duas coisas: a possibilidade da introdução do ensino religioso nas escolas públicas e uma agilização para os vistos de entrada destinados a religiosos estrangeiros que venham trabalhar com populações pobres e marginalizadas. Essas práticas já existem em muitas nações do primeiro mundo, sem causar qualquer tipo de atrito. Mas o papa teve de ouvir do presidente da República o que seus assessores certamente lhe sopraram aos ouvidos: o Brasil é uma República laica! Coisa que o papa já sabia, como professor de universidade alemã, antes que o atual presidente da República atingisse o uso da razão. Talvez, se houvesse ensino religioso — católico, judaico, protestante, muçulmano, budista etc. — nas escolas, obviamente voluntário e sem onerar os cofres da nação, a República não tivesse chegado ao descalabro em que se encontra em matéria de corrupção do Executivo, Legislativo e Judiciário. A ABERTURA DO V CELAM Bento XVI chegou a se reunir com os bispos brasileiros na catedral da Sé, num momento de oração. Mas apresentou-lhes um discurso quase burocrático, uma aula de porte médio,

Agliberto Lima/DC

resumindo matéria que até os seminaristas conhecem de cor. Assim também aconteceu no encontro com os representantes das religiões não-católicas; tão rápido, não houve diálogo algum. Talvez tenha se poupado para a reunião seguinte. Com efeito, parte importante da visita papal foi a abertura da V Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe. Não somente os olhos da América Latina e do Caribe, mas os do mundo inteiro se voltaram para a reunião no santuário nacional de Aparecida-SP. Desde a reunião de Medellín (1968) esses encontros passam em revista a situação do nosso continente, sempre precedidos de amplas consultas e discussões entre as comunidades das diversas nações. No discurso de abertura da conferência, enquanto falava Bento XVI, pudemos entrever o antigo teólogo Joseph Ratzinger, perito do

Bento XVI desfila de papamóvel na Missa campal na Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Acima, encontro com o presidente Lula e o governador José Serra.

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Alex Ribeiro/DC

No santuário nacional de Aparecida, missa campal, que reuniu milhares de fiéis, e a abertura da V Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe.

Jonne Roriz/AE

Concílio Vaticano II, com uma teologia arejada, uma visão ampla dos problemas do mundo, agora aplicados ao nosso continente. Apenas um escorregão, e grave, quando minimizou a violência perpetrada pelos conquistadores cristãos sobre as nações indígenas. A correção desse deslize precisou ser imediatamente providenciada na primeira vez que concedeu audiência pública, após seu retorno a Roma. O documento final do V Celam, de 121 páginas, já foi concluído. Mas para se tornar oficial precisa ainda ser aprovado por Bento XVI, o que deve acontecer dentro de mais algumas semanas ou meses. Quando isso for feito, poderemos analisá-lo detalhadamente, confrontando o original com as eventuais correções, supressões ou censuras promovidas pela Santa Sé. O FUTURO DA IGREJA CATÓLICA

Alex Ribeiro/DC

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Quem esperava de Bento XVI uma forma de energização para reverter a situação do catolicismo, deve estar decepcionado. Os católicos brasileiros gostam do papa, de qualquer papa. Seus contatos com o povo foram breves, porém, carinhosos, emotivos, reverenciais. Dentro de mais alguns meses tudo poderá até ser esquecido. Não é a presença física do papa que muda a realidade. Ele pode estimular, propor, contagiar as comunidades com um espírito, o que certamente ele fez. Há, porém, algo que causa grande ruído na Igreja católica brasileira. Existe nela uma aparente unidade, mas na prática, extensa divisão. Não se trata daquela divisão que conduz à separação, à heresia, ao cisma. Mas de qualquer forma, dispõe os católicos em fileiras distantes umas das outras, causando certa corrosão, desgaste, dispersão. A Igreja está toda distribuída entre grupos que não se entendem, encastelados e envaidecidos de suas conquistas ou horrorizados de suas derrotas. Isso se verifica entre os bispos, entre os sacerdotes, entre os leigos. Faz lembrar uma frase do apóstolo Paulo, quando criticava as divisões na Igreja: "Eu sou de Paulo, eu sou de Pedro, eu sou de Apolo..." Os católicos passam pelo que Mindy Fullilove chamou de "root shock" (um choque de raízes). Essa análise surgiu no contexto da destruição das casas dos ne-


Valéria Gonçalvez/AE

gros em nome do desenvolvimento urbano: suas comunidades foram dispersas, fragilizou-se o ecossistema emocional, instauraramse forças dissipativas. Um dos efeitos do choque de raízes é o desejo de só viver com pessoas que pensam como você próprio, surgindo daí a insuficiência para lidar com as diferenças e a desestabilização dos relacionamentos. O choque de raízes que os católicos vivem é a perda da casa. Não se sentindo em seu ambiente, procuram um outro espaço, migram para religiões diversas, à procura do lar perdido. A

difícil missão do papa é fazer urgentemente que todos se sintam em casa, que não precisem procurar outras demoras, que a Igreja é um espaço de diálogo e não de exclusão. Sem a sincera e efetiva prática do diálogo fica difícil vislumbrar o futuro da Igreja. É o diálogo que desata os nós, refaz os liames e promove a comunhão (comum-união) das pessoas. Que a visita de Bento XVI contribua para uma nova etapa da vida da Igreja em vista do diálogo e que, unida, ao lado das demais religiões, seja capaz de melhor servir ao povo.

O papa visitou a Fazenda da Esperança, projeto social do frei Hans Stapel, voltado para a recuperação de dependentes químicos.

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Para derrotar EUA ocup Rodrigo Garcia

E

Um Pequeno Guia para o Iraque: livro produzido pelo Depto. da Guerra e da Marinha traz conselhos práticos e muitas ilustrações.

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nviar soldados aos Iraque já faz parte da tradição norte-americana. Em menos de 60 anos, os Estados Unidos já ocuparam o território iraquiano em três ocasiões. Esta, iniciada em 2003, é a terceira vez. A segunda foi nos anos 90, na primeira guerra do Golfo. A primeira, com mais êxitos, ocorreu a partir de 1942 e, como a atual ,também tinha, segundo a Casa Branca, um objetivo nobre: evitar que tropas aliadas a Adolf Hitler controlassem o Iraque. Dessa ocupação, há um livro produzido pelos Departamentos da Guerra e da Marinha dos Estados Unidos, “Um Pequeno Guia para o Iraque”, com informações sobre o país e como os militares americanos deveriam agir. Ao lê-lo, percebe-se que, em mais de 65 anos, a retórica dos Estados Unidos sobre o Iraque e os iraquianos mudou muito pouco. Escrito em 1942, o guia tem 40 páginas, com um mapa do Oriente Médio e muitas ilustra-

ções didáticas. Seu principal objetivo era mostrar como o soldado americano deveria se comportar no país que estava protegendo de um possível ataque das tropas alemãs. Freqüentemente o texto é igual ao de um guia turístico tradicional destinado a norteamericanos, com informações sobre história, geografia, cultura, clima, moeda e como dizer algumas frases básicas em árabe. Também há muitos conselhos práticos. Aliás, existe um capítulo só com dicas: “Alguns Importantes Faça e Não Faça” (veja o box). Esses conselhos podem ser resumidos em um só:

Reprodução

"Você foi enviado ao Iraque como parte da ofensiva mundial para derrotar Hitler." Você vai entrar no Iraque tanto como um soldado quanto como um indivíduo, porque no nosso lado um homem pode ser tanto um soldado, quanto um indivíduo. Essa é a nossa força – se formos inteligentes o suficiente para usá-la. Essa pode ser a nossa fraqueza, se não formos. Como soldado, suas obrigações lhe serão ditas. E como indivíduo, o que você faz por sua conta é o que importa – e importa bem mais do que você imagina. O sucesso ou o fracasso americano no Iraque pode depender muito se os iraquianos (como as pessoas são chamadas) vão gostar dos americanos ou não. Talvez não seja assim tão simples. Mas, novamente, poderá ser. Herr Hitler sabe que estará derrotado se as

DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007

“Sobretudo, use o bom senso em todas as ocasiões. E lembre-se de que todo soldado americano é um embaixador não-oficial da boa vontade.” Logo na introdução, entretanto, Washington lembra a seus soldados que eles não são simples turistas:


Suplemento Especial/São Paulo, 30 de julho de 2007

Newton Santos/Hype

Pets O

mercado de animais de estimação deve crescer 19% este ano e o faturamento pode chegar a R$ 3 bilhões. Neste caderno especial, tudo sobre o mercado, a alimentação apropriada, os cuidados no momento da compra, o comportamento dos gatos, as creches e hotéis, as estrelas das telonas e telinhas, os tratamentos apropriados, os casais que transformam seus animais em filhos e aqueles cães muito úteis guias de deficientes e outros heróis, que fazem o trabalho de busca e salvamento

Mike, um Pastor de Shetland (ou Mini Collie), num passeio com seus "pais" no Museu do Ipiranga


Hitler, aram o Iraque pessoas contra ele se unirem com firmeza. Então é muito óbvio o que ele e sua máquina de propaganda estão tentando fazer. Eles estão tentando espalhar a desunião e a insatisfação entre seus opositores sempre que podem. Então qual a solução? Ela deve ser bastante óbvia também. Uma de suas grandes missões é evitar que os agentes de Hitler façam o trabalho sujo deles. A melhor maneira que você pode conseguir isso é entender-se com os iraquianos e torná-los seus amigos. E a melhor maneira de dar-se com qualquer povo é entendê-lo bem. Este guia é para isso. Para ajudá-lo a entender as pessoas e o país, a fim de que você possa fazer melhor e mais rápido a missão de mandar Hitler de volta para de onde ele veio.” A primeira parte do guia termina de uma forma bem otimista: “E, em segundo lugar, você como ser humano terá uma experiência que poucos norte-americanos têm sido sortudos o suficiente para ter. Anos vão se passar e você estará contando a seus filhos e talvez netos histórias começando assim: Quando eu estive em Bagdá...”

As habilidades militares dos iraquianos também foram ressaltadas: “Aquele homem usando uma bela túnica, que você verá em breve, com barba e cabelo longo, é um guerreiro de primeira classe, muito especializado na luta de guerrilha. Poucos guerreiros em qualquer país, de fato, o supera nesse tipo de situação. Se ele for seu amigo, pode ser um aliado leal e valioso. Se ocorrer de ele ser seu inimigo – cuidado! Lembra-te de Lawrence da Arábia? Bem, foi com homens como esse que ele escreveu a história na Primeira Guerra Mundial.” O guia também chama a atenção para as possibilidades de a Alemanha usar as divisões internas dos iraquianos para vencer a guerra: “Os iraquianos têm algumas diferenças religiosas e tribais entre eles mesmos. Hitler tem tentado usar essas diferenças para seus próprios fins. Se você conseguir ganhar a confiança e a amizade de todos os iraquianos que conhecer, você fará mais do que acha possível para ajudar a trazê-los juntos para nossa causa comum.

O livro traz mapas, informações sobre história, cultura, clima, moeda e como dizer algumas palavras em árabe.

O alto comando militar americano fez questão de explicar, de forma bem resumida, a importância geopolítica do Iraque: “O Iraque é uma parte estratégica da grande 'ponte de terra' entre a Europa e a Índia – o caminho que Hitler TEM A ESPERANÇA de usar para unir as mãos com seus aliados que apunhalam pelas costas, os japas. Também o Golfo Pérsico é uma importante porta de serviço para nós entregarmos suprimentos a nossos aliados russos. E ainda mais, o Iraque tem grande importância militar por causa de seus campos petrolíferos, com seus oleodutos para o Mar Mediterrâneo. Sim, o Iraque é um ponto importante por vários motivos.”

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - ESPECIAL

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Masao Goto Filho/e-SIM

O amor aos animais pode render R$ 3 bilhões este ano O bicho da casa virou parte da família. Resultado: o faturamento do setor aumentou 10% ao ano desde 2005 e neste ano deve atingir 19%, com R$ 3 bilhões. A parte de alimentos beira 1,9 milhão de toneladas

PATRÍCIA TTEIXEIRA

A

DC

população de animais domésticos é de quase 43,7 milhões 29,7 milhões de c ã e s e 1 4 m ilhões de gatos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (Anfal Pet). O mercado de animais de estimação tem se profissionalizado. O que era antes apenas um bichinho da casa se tornou parte da família, com direito a mimos e atenção especial. Isso se nota bem nos índices apresentados. Nos últimos dois anos, o crescimento do setor tem

sido de aproximadamente 10%. Em 2007, a estimativa é que seja 19% a mais em relação ao ano passado. De acordo com dados da Anfal Pet, o mercado faturou 2,5 bilhões em 2006 e este ano a perspectiva é que ultrapasse a casa de 3 bilhões. Quanto à produção, o diretor de marketing da Anfal Pet, Rafael Andreoli de Oliveira Dias, conta que 1,7 milhão de toneladas de alimentos completos, snacks e acessórios foram entregues no ano passado. Este ano pode se chegar a quase 1,9 milhão de toneladas. Para atender esta demanda de mercado, existe no País 60 mil pet shops, que empregam 180 mil pessoas em média. Andreoli explica que esses números representam um cres-

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O mercado atende apenas 40% da população de cães e gatos. A indústria tem uma capacidade ociosa de 50% em razão dos tributos de 49%

cimento não sustentável, visto que o mercado hoje atende apenas 40% da população de cães e gatos: “A indústria tem uma capacidade ociosa de 50%, devido a uma carga tributária de 49%, ou seja, o mercado poderia estar crescendo o dobro e empregando o dobro. Quando digo que o crescimento é não sustentável, significa que estão crescendo empresas que trabalham na informalidade”. As redes A Cobasi é uma das maiores redes de comércio de produtos para animais e completou 21 anos de atividades. São nove endereços, um em Campinas. É um verdadeiro shopping dedicado aos animais. Cada filial ocupa uma área de aproximadamente dois mil m², com exceção da matriz, loja Villa-Lobos, que tem área total de onze mil m². A supervisora de marketing Daniela Bochi conta que em cada loja há um mix de cerca de vinte mil itens. Quando a primeira loja foi inaugurada, em 1985, ela tinha como objetivo atender produtos agropecuários: “No começo dos anos 90, os proprietários decidiram se dedicar principalmente ao mercado pet, criando o conceito de Shopping para Animais”. Além dos alimentos e acessórios para os bichinhos,

a Cobasi tem sessões de farmácia, produtos para peixes, aves e pequenos animais. E ainda serviços de banho & tosa e clínica veterinária: “Na loja VillaLobos existe também uma escola de treinamento para animais e venda de aves exóticas. Todos os profissionais da rede recebem treinamento semanal feito por profissionais especializados e fornecedores de produtos; cada funcionário se especializa nos produtos de seu setor para se tornar um verdadeiro consultor”. Em funcionamento por 24 horas, a Pet Center Marginal é outra rede que teve expressivo crescimento desde que abriu há cinco anos. De lá para cá foi inaugurada em média uma loja por ano. “No primeiro ano de funcionamento a matriz quase

que dobrou o faturamento, nos anos seguintes o crescimento foi menor. A primeira filial (Campinas) foi inaugurada em outubro de 2005, a segunda loja (Alphaville) iniciou em fevereiro de 2006 e as mais recentes são Ipiranga e São Bernardo, de março e abril deste ano”, conta gerente de marketing e eventos, Eugênia Fonseca. Ela observa que dez mil pessoas passam pela loja no fim de semana em busca de um ambiente de lazer e descontração para seus animais: “O animal, de modo geral, é um membro da família, recebe todos os mimos, carinho e atenção como se fosse a criança da casa”. A Clínica e Centro de Estética também ficam à disposição por toda a noite para os paulistanos. Outra loja para os amantes

Presidente Alencar Burti

Editor de Fotografia Alex Ribeiro

Diretor de Redação Moisés Rabinovici

Editor de Arte José Coelho

Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira

Diagramação Hedilberto Monserrat Junior

Editor Luciano Ornelas

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórter Patrícia TTeixeira

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Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

! "

de animais é a Gang dos Bichos. No bairro da Barra Funda, a loja ocupa uma área total de mais de nove mil metros quadrados, um shopping completo. Além de cães e gatos, a loja é especializada em aves silvestres e exóticas, peixes de água salgada, ferrets, roedores e répteis. O setor de vendas de animais abriga um número recorde de 22 filhores de cães e gatos por vez. Todos em gaiolas espaçosas, com controle de limpeza para evitar a contaminação dos filhotes. Um dos mimos que chama atenção é a Boutique VIP com jóias, perfumes, roupas e patês importados. A maior curiosidade fica por conta da agência matrimonial, chamado de Pet Encontro. O cadastro começa pelo site www.gangdosbichos. com.br, no qual o dono descreve as características do animal. Se der certo o namoro, a Gang dos Bichos ainda dá mais um empurrãozinho para o acasalamento com o Pet Love Motel, oferecido na própria loja. O espaço é todo decorado e equipado, com direito a luzes especiais e um clima romântico. O acasalamento tem a supervisão de uma veterinária responsável pelo ambiente, que ainda instrui a família dos procedimentos.


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ESPECIAL - 3

Procure a ração certa. Comida caseira é um perigo Se o dono do animal analisar custo/benefício, perceberá que economiza na ração, mas gasta mais com medicamentos e tratamentos. Alimentos para consumo humano nem sempre são os mais adequados Fotos: Leonardo Rodrigues/Digna Imagem-06/10/2005

O mercado oferece hoje todos os tipos de alimentos para cães em diferentes fases da vida, de acordo com o porte, com seu ambiente e até próprios para cada raça

ração dosa a quantidade ideal de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais”. Outro fator que leva os donos a dar comida é econômico. O Consultor Técnico da Royal Canin do Brasil, René Rodrigues Jr., observa que se o dono fizer as contas, ele passa a ter um custo mais elevado do que as rações de boa qualidade: “O que esquecemos é que o ‘resto’ também foi comprado. Devido à alimentação caseira ter um baixo aproveitamento pelo animal, uma parte de alimento não será aproveitada, como conseqüência esse animal terá de comer um volume de alimento muito grande para compensar”. Quando um animal é alimentado com uma ração de boa qualidade, além de viver mais, ficará mais saudável. A comida caseira deixa o animal predisposto a algumas doenças como obesidade, pois a quantidade de carboidratos é muito alta; tártaro, já que a consistência macia acaba se acumulando entre os dentes ou entre os dentes e a gengiva; doenças de pele, porque a alimentação feita em casa tem quantidade e qualidade baixa de proteína e gordura, os principais componentes da pele e do pêlo; imunidade, pois os anticorpos (células de defesa do organismo) são compostos

de uma quantidade muito grande de proteína, e tem de ser de ótima qualidade; carência de vitaminas, que pode levar a várias e graves doenças, como a cegueira na falta de vitamina A,

Purina, por exemplo, tem Centros de Pesquisas Nestlé Purina localizados na Europa e Estados Unidos, que desenvolvem alimentos especiais para cães com mais de sete anos,

por exemplo. O excesso de vitaminas também traz doenças. Para se ter idéia do profissionalismo destas rações, todas são estudadas em laboratório, com supervisão de veterinários pesquisadores, que desenvolvem produtos para diferentes necessidades e hábitos dos animais. A Nestlé

com pele ou intestinos sensíveis, para cães e gatos de todos os portes (adultos e filhotes) e para gatos castrados, com sensibilidade de pele ou intestino e criados em ambientes internos. Independente da marca, a maioria tem essa preocupação para trazer mais longevidade, proteção, saúde, beleza e energia ao animal. Se analisar custo benefício, o dono perceberá que economizou na ração, mas por outro lado gastou mais com medicamentos e tratamentos para a saúde do

Pablo de Sousa

O

mercado de alimentos para animais é relativamente novo e se encontra em vasta expansão, uma vez que a conscientização da população em dar ração adequada tem sido gradativa. A Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação revela que até o ano passado 60% dos alimentos dados eram caseiros e 40% industriais. Hoje, já são 55% e 45% respectivamente. Comida, geralmente, é um ato de carinho para a maioria das pessoas. Muitas acreditam que dar comida caseira ao animal feita pelo próprio dono significa carinho. E quando o animal come tudo, o dono acha que agradou. A veterinária Márcia Fernandes, responsável pela elaboração das rações da Total Alimentos, explica que alguns alimentos para consumo humano são prejudiciais e, de acordo com a proporção oferecida, podem trazer danos à saúde dos bichinhos: “Há também alguns proprietários de cães e gatos que dão pequenas quantidades de comida caseira juntamente com rações. Isso também acarreta problemas, pois desequilibra totalmente o alimento industrializado, não trazendo benefícios”. A refeição de humano pode ocasionar danos ao trato intestinal e problemas na pelagem dos cães e gatos, além de levar à obesidade: “A

animal. Tal problema muitas vezes pode estar simplesmente na alimentação adequada. Escolha da ração Existem diversas opções de rações, que confundem o consumidor. A melhor maneira para achar a ração correta é sempre buscar orientação veterinária. René explica que existem produtos para cães em diferentes fases da vida (crescimento, adulto e idoso), para o porte do animal (pequeno, médio grande ou gigante), estilo de vida com uma linha própria para os que vivem em ambientes internos como em apartamentos e até produtos específicos para raças (poodle, yorkshire, dachshound, labrador, pastor alemão, shih tzu, schnauzer, bulldog, boxer). Em gato, os tipos de rações são quase similares aos de cão. O consumidor encontra alimentos próprios para cada idade, de acordo com estilo de vida, ambientes internos ou externos, com apetite mais exigente, sensibilidade digestiva e para raças no caso

dos persas e siameses. “Para fazer uma escolha com menor risco de erro, temos de prestar atenção nos princípios básicos, como a idade e o porte do cão; no caso dos gatos, a idade e o estilo de vida”. O que difere uma marca da outra é a qualidade da ração. A de boa qualidade oferece todos os nutrientes em quantidade correta e balanceada. Hoje, a Super Premium é a categoria mais completa. Apesar de ser mais cara, a veterinária Márcia conta que oferece o melhor custo-benefício: “Ele come menos, rende mais, tem ossos e músculos fortes e, consequentemente, mais saúde”. Para saber se a ração utilizada é a correta, a dica é observar o estado geral do animal, prestar atenção na pelagem principalmente quanto ao brilho e a queda de pêlo, a condição corporal, como peso e condições musculares, na consistência das fezes, que devem estar firmes e sem excesso de odor. Analisar também o próprio desenvolvimento do animal em caso de filhotes. (PT)


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4 - ESPECIAL

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A vida mansa desses gatos dóceis, limpos e livres Fotos: Paulo Pampolin/Hype

É uma boa opção para quem mora sozinho: o temperamento dos gatos melhorou, segundo o presidente da Federação Felina. Eles estão mais apegados aos donos e não ficam arranhando as coisas. E continuam livres

O

s gatos são dóceis, independentes, se adaptam a locais pequenos, não gostam de sujeira e estão ganhando espaço na sociedade. Já são 14 milhões, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação. Segundo o presidente da Federação Felina Brasileira, Fábio Lasalvia, o temperamento do gato melhorou nos últimos anos e, ao contrário do que se imagina, eles estão mais apegados aos donos, gostam de colo e não ficam arranhando tudo. Lasalvia ressalta que os gatos são ideais para quem mora sozinho e tem pouco tempo para cuidar de animais e da casa: “O felino não se estressa. Além disso, são limpos, pois fazem suas necessidades na caixa higiênica e se limpam naturalmente”. Primeiro, ao adotar um gato como um animal estimação, a pessoa tem que saber que o felino não é um cão pequeno. Tem necessidades específicas e as variações de raças atualmente são muitas. Assim tam-

Cecy Passos e sua gata Nikole: “Pessoas que saem muito não devem procurar o Siamês"

bém com seus cuidados em estética, nutrição e, principalmente, atenção. Ao contrário dos cães, ativos durante o dia e mais sensíveis à ausência do dono, o gato é um ser noturno. Dorme 16 a 18 horas de dia e à noite, quando estão com seus donos, estão ativos. Outra diferença entre os dois animais é que o cão paparica seu dono o tempo todo, mas o gato precisa ser conquistado: “Se o gato foi embora é porque seu proprietário não percebeu que ele precisava de carinho e atenção”. A independência felina, de sair para a rua sozinha, só vai ocorrer se o proprietário deixar a porta aberta: “Os gatos

Valéria Zukauskas e um de seus gatos Persas

são ágeis. São como crianças de três anos, não têm senso de perigo”. Outro mito é que o gato

não gosta de tomar banho. Isso é mentira, pois desde filhote pode ser acostumado aos ba-

nhos semanais. A escolha da raça também é importante, pois cada uma tem sua particularidade. O Persa, por exemplo, é extremamente calmo, o Siamês mais ativo, SRDs (Sem Raça Definida) podem ser mais ou menos ativos, depende muito da linha de sangue e genética. O gato gigante Maine Coon é carinhoso. Já os Exóticos são ativos. A consultora Cecy Passos explica que, ao escolher o gato, o dono precisa conhecer a sua própria rotina: “Pessoas que saem muito, não têm um horário certo, não devem procurar o Siamês, mais observador aos horários e muito ativo”. Neste caso, o mais indicado é o Persa ou Maine Coon. Na

internet há enciclopédia de Gatos que informa o comportamento de cada raça. O casal de gatos Persas da empresária Valéria Zukauskas se tornou uma das paixões de sua vida. Hoje, ela se dedica aos negócios e aos cuidados com os seus animais, que começaram a participar de exposições: “Eles precisam de cuidados. Um dos pontos importantes é escová-los com freqüência para evitar que bola de pêlo se acumule no sistema digestivo”. Os gatos da Valéria também têm gostos peculiares e curiosos. Seus programas preferidos: assistir tevê e o funcionamento da máquina de lavar louça. (PT)

Achou bonito? Cuidado, isso pode virar um problema Fotos: Newton Santos/Hype

É muito comum comprar um animal de estimação por impulso. Antes, deve-se avaliar seu tempo disponível para o bicho, o ambiente, os gastos, a sujeira. Além de verificar a raça e o porte adequados

A

quisição de animal é quase sempre feita por impulso. Vê-se aquele bichinho pequeno e bonito, se encanta e leva. Isso pode ser um grande erro se mal planejado. Um animal de estimação, cão ou gato, geralmente vive aproximadamente quinze anos, gera gastos com alimentação, higiene, veterinário e adestramento, faz sujeira e requer tempo disponível do dono para dar atenção. Se passou por esses requisitos e a decisão está tomada, outros fatores devem ser observados. Qual raça comprar? Existem várias raças bonitas e, quando filhotes, mais lindas ainda. A compra deve ser racional. Faça a pergunta: qual a finalidade do cão (cão de guarda, de companhia, carinhoso, ágil, independente)? Qual o espaço disponível para definir o tamanho? Há tempo para caminhadas diárias com o cão ou prefere um animal mais quieto e menos ativo? Quais as características esperadas do bichinho? Um veterinário ou um criador experiente deve orien-

tar para a raça e o porte adequado para que não haja abandonos depois. Quanto às raças mais procuradas, a veterinária Ivana Carvalho, da Office Dog, conta que o Poodle continua a ser uma das mais populares no Brasil em razão do preço baixo. Já o Yorshire terrier é uma espécie que nunca sai de moda e o Lhasa Apso também é procurado por sua aparência exótica, rústica. Nos animais de porte médio, Cocker Spaniel Inglês e o Schnauzer médio são os mais levados para casa. Quanto aos animais de grande porte e de guarda há uma grande variação: “O Pitt Bull vem substituindo os Rottweilers e os Pastores Alemães na escolha de cães de guarda. O cão Golden Retriever tem sido muito apreciado (é boa companhia), embora o Labrador seja ainda muito popular”. Hora da compra A veterinária Eliangela Torres, da Vet Quality Centro Veterinário 24h, orienta para evitar comprar filhotes em feiras de animais: “Normalmente,

Passeios na rua e contato com outros animais somente após quinze dias da última dose de vacina”.

Eliangela Torres não recomenda a compra em feiras de animais

os criadores não são especializados, há um grande fluxo de pessoas e os animais têm chances de contaminação. O mais indicado é procurar criadores sérios, com referências, que conheçam a raça, seu comportamento, suas particularidades, possíveis problemas hereditários (displasia, problemas de pele, etc...) e outras informações importantes de cada raça”. Outros aspectos devem ser analisados: higiene do local em que estão expostos os ani-

mais (sempre limpo e sem humidade); atividade do filhote (filhotes dormem muito, mas quando acordados devem estar ativos e brincando); aparência (devem ter a pelagem uniforme, sem falhas ou escamações, olhos brilhantes e sem secreções). “O ideal é pegar o filhote no canil somente após oito semanas de vida, e certificar-se de que já esteja vermifugado e com pelo menos a primeira dose de vacina (V8 ou V10)”. Depois da compra, o passo

seguinte é levá-lo diretamente ao veterinário para avaliação e montar um programa de vacinação e vermifugação. É também recomendável fazer um exame de fezes para certificar-se que o cão está livre de verminoses e giardíase. Com o filhote em casa é necessário cuidado redobrado com a higiene. “Utilize produtos próprios para limpeza de ambientes com animais (à base de amônia quaternária), pois desinfetam o ambiente sem causar danos aos animais.

Pedigree Comprar ou não com pedigree? Ivana explica que este registro de nascimento dos cães indica sua árvore genealógica (pai, mãe, avós paternos, avós maternos). O registro é feito junto aos órgãos e associações cinófilas que têm o objetivo de garantir a manutenção dos padrões raciais dos cães: “Portanto, um animal com pedigree deve estar exatamente dentro do padrão original da raça. Nesse caso, dentro de uma mesma ninhada. Se algum animal não estiver dentro do padrão oficial da raça, não deve ser registrado”. Animais são vendidos sem pedigree por particulares e em algumas lojas, mas isto não significa que aquele animal não seja um Poodle ou Lhasa Apso, por exemplo, como está sendo anunciado. Significa que aquele vendedor não tem a preocupação de manter o padrão da raça ou não é um criador (cinófilo): “Isto ocorre muitas vezes quando uma pessoa que tem uma fêmea em casa a cruza com um machinho qualquer da mesma raça sem conhecimento e sem a preocupação de que aquele seja o melhor”. (PT)


Guilherme Werneck/Folha Imagem

Reuters

mais o montante de contribuições realizadas nesse sistema pelos trabalhadores que migraram para o sistema privado, geraram passivos para o Estado, chamados de "títulos de reconhecimento", provocando um elevado "déficit de transição", que alcançou a 7% do PIB nos primeiros cinco anos após a reforma. A existência de um "déficit de transição" como conseqüência de mudar o sistema de repartição para um de capitalização é um tema bastante discutido no caso brasileiro. Uma das principais lições do caso chileno foi justamente utilizar o ajuste fiscal como forma de minimizar o impacto desse déficit, promovendo cortes de despesas, aumentos de impostos e privatizações, que contribuíram para gerar um superávit fiscal primário de 3,5% a 4% do PIB durante toda a década de oitenta. De qualquer forma, a política fiscal austera praticada permitiu obter uma importante redução do "déficit de transição". 3. Como funciona o sistema de previdência chileno? Os trabalhadores chilenos devem contribuir compulsoriamente com aproximadamente 12,5% do seu salário para um fundo que cobre

pensão, invalidez e falecimento, existindo também a possibilidade de poupança voluntária, que tem adquirido importância crescente nos últimos anos. Ao redor de 80% desse total vai para um fundo de capitalização individual, de propriedade do trabalhador, que é administrado por empresas privadas, as chamadas AFP Administradoras de Fundos de Pensão, cujo capital próprio está totalmente separado dos fundos de capitalização, mesmo em caso de quebra 4. Dos 20% restantes da contribuição, 7% é destinado a seguros por invalidez e por falecimento, enquanto os 13% restantes corresponde ao pagamento de gastos administrativos e comissões cobradas pelas AFP. O trabalhador pode escolher livremente a empresa que administrará suas contribuições, com alternativas de aplicação restritas a cinco fundos de investimento, cuja escolha dependerá da idade do contribuinte, ficando os mais jovens com aplicações em fundos de perfil mais "agressivo" que os de maior idade. O funcionamento das AFP é supervisionado por uma agência reguladora, a chamada Superintendência das AFP, que está subordinada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. O Estado também participa, de forma subsidiária, garantindo uma pensão mínima para os contribuin-

No alto, palácio de La Moneda, sede do governo chileno; acima, o general Augusto Pinochet, que entre as mudanças estruturais do Chile, promoveu uma bem-sucedida reforma previdenciária.

MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO

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Andres Gomez/AFP

Os trabalhadores só têm acesso aos fundos de pensão na idade de aposentadoria, 65 anos para homens e 60 para as mulheres. Na foto, Porto de Valparaiso.

tes das AFP, desde que tenham contribuído durante pelo menos 240 meses e, logicamente, garantindo pensões assistenciais aos inativos, cuja renda não tenha sido suficiente para seu ingresso ao sistema de capitalização. Os trabalhadores somente podem ter acesso aos fundos de pensão no momento em que alcançam a idade de aposentadoria (65 anos para os homens e 60 para as mulheres). Outra alternativa é a aposentadoria antecipada, a partir de 55 anos, que é concedida se os fundos acumulados são suficientes para gerar uma renda que seja superior à metade da média das rendas obtidas nos últimos dez anos ou maior a 110% das pensões assistenciais concedidas pelo Estado. Uma vez que os trabalhadores tenham acesso às suas contas de capitalização, podem continuar trabalhando, sem necessidade de realizar novas contribuições ao sistema previdenciário. Também existe a opção de escolher a forma de pagamento dos benefícios previdenciários: retiradas programadas das contas, anuidades ou uma combinação de ambos. Entretanto, seja qual for a modalidade de pagamento escolhida, os benefícios são reajustados de acordo com a evolução do Índice de Preços ao Consumidor e incluem provisões para cobertura em caso de falecimento do contribuinte. 4. Efeitos macroeconômicos da reforma previdenciária Os efeitos macroeconômicos da reforma da previdência realizada no Chile não se restringem ao mero impacto fiscal e suas conseqüências sobre a poupança interna. De fato, de acor-

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DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007

do com Corbo e Schmidt-Hebbel (2003), os efeitos macroeconômicos da reforma da previdência chilena podem ser apreciados a partir de três canais fundamentais: os efeitos sobre a poupança interna e o investimento produtivo; os efeitos sobre o mercado de trabalho (níveis de emprego e de produtividade da mão-de-obra); os efeitos sobre o mercado de capitais (desenvolvimento do mercado de capitais, profundidade financeira e produtividade total dos fatores). Evidentemente, a reforma da previdência no Chile foi realizada em forma conjunta com outras mudanças estruturais, tal como foi mencionado, e existe um consenso em que há uma importante relação de complementaridade entre as diferentes reformas efetuadas. De qualquer forma, os referidos autores levaram em consideração a existência dessas outras reformas, "limpando" (controlando) os resultados obtidos de seus possíveis efeitos. A poupança interna de um país pode ser afetada pela reforma da previdência a partir de quatro canais: I) a mudança na poupança pública total, considerando o "déficit de transição", mencionado anteriormente, e a resposta fiscal a esse déficit; II) a resposta da poupança privada à mudança na poupança pública; III) a nova poupança obrigatória das famílias nas AFP; e IV) a resposta da poupança voluntária das famílias à nova poupança previdenciária obrigatória. Os resultados de Corbo e Schimdt-Hebbel (2003)5 apontam, em média, para uma queda da poupança pública total de 1,3% do PIB durante 1981-2001, decorrente do "déficit de transição", financiada com emissão de títulos. Com relação à resposta do setor privado, os resultados parecem indicar que o maior endividamento público foi compensado, pelo menos em parte, pela maior poupança privada, que aumentou, em média, em 0,6% do PIB no mesmo período. Em termos de poupança obrigatória, as estimativas apontam para um aumento médio de 4,6% do PIB durante 1981-2001. O aumento da poupança obrigatória provoca, em geral, uma diminuição da poupança voluntária das famílias, que, no extremo, poderia até anular esse aumento, deixando inalterada sua poupança total. No caso chileno, no entanto, e à semelhança de países como o Brasil, muitas famílias não dispõem de capacidade de poupança, ou sequer de acesso ao crédito, o que minimiza a queda da poupança voluntária, estimada, em média, em 1,4% do PIB durante 1981-2001, não anulando, portanto, o aumento da poupança obrigatória. O efeito total da reforma previdenciária sobre a poupança interna é, final-


Ano 83 - Nº 22.427

São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h30

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Sergio Castro/AE

IBOPE EXCLUSIVO

Kassab já conquistou 23% dos paulistanos O prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP) já é aprovado por 23% dos paulistanos, segundo a 1ª pesquisa sobre sua gestão encomendada pelo Diário do Comércio ao IBOPE. A pesquisa, página 3. Agliberto Lima/DC

Ricardo Nogueira/Folha Imagem

Caixa-preta das ruas: 'a culpa é do governo' A multidão de preto, com cartazes pretos, gritou "fora Lula", "fora Marta" (Suplicy), "justiça" e "respeito", sob um frio de 8 graus e uma garoa fina, entre o Ibirapuera e o prédio destruído da Tam Express, muitos vestidos com a camiseta do movimento cansei. A tragédia ficou coberta de flores. C 1, 2 e 5. Pablo de Sousa

Fernando Maia/AOG

Nova maré da Nissan Tiida, maré em japonês, é aposta da fábrica oriental no charme do hatch. Chega em 4 versões. Marcelo Min/AFG

ESPECIAL

Mercado de pets em alta Em 2007 deverá crescer 19% e faturar R$ 3 bilhões HOJE Parcialmente nublado Máxima 15º C. Mínima 4º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 19º C. Mínima 5º C.

Final de ouro no Maracanã colorido Brasil comemora seu melhor desempenho na história do Pan: 54 ouros, 161 pódios. Esporte

Comércio do Rio fatura R$ 1,4 bi Jogos Pan-Americanos garantem ouro também para varejo e rede hoteleira. Economia 4


Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

DOR DOÍDA, LÁGRIMAS E INDIGNAÇÃO

1 Em passeata, multidão tomou as avenidas que levam ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul.

Cerca de 7 mil pessoas participaram ontem de uma manifestação de pesar e solidariedade às vítimas da tragédia com o vôo JJ 3054, da TAM, que provocou a morte de 199 pessoas, no último dia 17, em São Paulo. Em passeata, os manifestantes seguiram do Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, ao prédio da TAM Express, em frente ao Aeroporto de Congonhas. Ao longo do caminho, dor, emoção e muita revolta, especialmente contra o governo, apontado pela multidão como o maior responsável pelo desperdício de 199 vidas. "Fora Lula" e "fora Marta" foram as palavras de ordem.

Fotos de Agliberto Lima/DC

a maior

tragédia Kelly Ferreira

C

om gritos de "fora Lula", "fora Marta (Suplicy)", "respeito" e "justiça", familiares, amigos e anônimos saíram às ruas de São Paulo, na manhã de ontem, com um frio de 8 graus e uma garoa fina, para protestar contra o caos aéreo brasileiro e homenagear as vítimas do acidente do vôo JJ 3054 da TAM, que provocou a morte de 199 pessoas no último dia 17, no Aeroporto de Congonhas. Milhares de pessoas munidas de cartazes negros com letras brancas carregaram as mensagens "respeito às famílias", "solidariedade às famílias", "basta" e "cansei". Segundo a organização do evento, 7 mil pessoas participaram da manifestação. De acordo com cálculos da Polícia Militar, o número foi de 4 a 5 mil pessoas. Com roupas pretas, nariz de palhaço e flores nas mãos, o s m a n i f e sPresidente tantes partiLula: o dia e a ram do Mohora numento às chegaram. Bandeiras, no Honre sua parque do Ibifaixa rapuera, zona presidencial sul, às 9h40, sobre o túmulo rumo ao préde meu marido dio da TAM Andrei. Express, atinLili, esposa de gido pela aevítima ronave. Uma das faixas carregadas por familiares de vítimas do acidente chamou a atenção: "Presidente Lula: o dia e a hora chegaram. Honre sua faixa presidencial sobre o túmulo de meu marido Andrei. Lili." Ontem, pela primeira vez, por conta do protesto, a Defesa Civil liberou a pista da avenida Washington Luís, onde aconteceu o acidente, para que os manifestantes ficassem em frente ao local da tragédia. Em meio a uma profunda comoção, flores foram depositadas em frente ao prédio da TAM Express, ao som de aviões que aterrissavam no aeroporto de Congonhas. "A única maneira de reverter essa situação é mostrar a nossa cara, ir para as ruas. Estamos cansados de ser espectadores de tanta impunidade, de tanta corrupção", disse Marcelo Loureiro, um dos participantes do protesto. Começo –Na concentração, no parque do Ibirapuera, manifestantes homenagearam homens do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Militar que trabalharam no resgate às vítimas. Fizeram um minuto de silêncio e cantaram o Hino Nacional. Ao longo da caminhada – que passou pelas avenidas República do Líbano, Indianópo-

As fotos desta página revelam o desespero e a revolta de parentes, amigos e de paulistanos comuns, inconformados com a tragédia do vôo JJ 3054 da TAM, que provocou a morte de 199 pessoas no dia 17, em São Paulo. Nova manifestação está marcada para o dia 18 de agosto. O presidente Lula foi responsabilizado pelo acidente.

l i s , M o re i r a G u i m a r ã e s e Washington Luís – manifestantes cantaram "Para dizer que não falei das flores", vaiaram e gritaram, inicialmente com timidez, depois a plenos pulmões, "fora Lula", "fora Marta", "respeito", "justiça". Grupos distribuíram folhetos exigindo o fechamento definitivo e imediato do Aeroporto de Congonhas, defendendo a criação de um parque no local. Apesar da dor da perda do ir-

mão Mário, de 49 anos, Roberto Gomes soltou a voz. Com uma camiseta, que na frente trazia a imagem do irmão e atrás um eticket com a mensagem "Mário, obrigado por escolher a TAM. TAM obrigado por não devolver o Mário", ele disparou em cima do carro de som: "O que aconteceu não foi um acidente. Foi uma tragédia anunciada. Um assassinato. Até quando vamos deixar isso acontecer?" Para Fifo Anspach, marido de

Simone Westrupp, de 28 anos, uma das vítimas do vôo 3054, é imprescindível que a sociedade se mobilize e exija dos governantes aquilo que o povo espera deles. "Espero que a dor que estamos sentindo sirva como fonte de energia para cobrar nossos direitos de cidadãos. E isso só depende de nós". As lágrimas não foram contidas por muitas pessoas, entre elas os pais da estudante Thais Scott, de 14 anos. Ela vinha a São Paulo junto com a amiga Rebeca Haddad passar férias com os avós. "Espero que a sociedade se mobilize para não acontecer mais uma sucessão de incompetências. Foi por causa dessa incompetência que hoje não tenho mais a minha filha", disse Dario Scott, pai de Thais. Para Flávia Lapa Caltabiano, mulher de Pedro Caltabiano, morto no acidente, o protesto contra o caos na aviação brasileira é algo necessário. "Espero que isso seja só o começo. Precisamos nos unir cada vez mais para exigir o que é nosso de direito", disse. Durante a caminhada, Flávia subiu no carro de som e perguntou: "Lula, o que

você tem a dizer para mim?". Depois de uma pausa, continuou: "Pai, eles não têm idéia do que estão fazendo". O clima, que já era de emoção, ficou ainda mais dramático com a chegada da multidão em frente ao prédio da TAM Express. Todos rezaram o Pai Nosso, fizeram um minuto de silêncio, cantaram o Hino Nacional e depositaram flores em frente ao prédio. Os gritos de "assassinos" e "fora Lula" ficaram mais intensos junto ao local da queda do Airbus. Sabrina Bianchi, irmã de Nádia Bianchi Moysés, de 32 anos, espera que o movimento que pede respeito e justiça continue. "Resolvi sair de casa, apesar da dor de ter perdido minha irmã, para que não seja só hoje que este movimento não aconteça apenas hoje. É preciso mostrar nossa indignação e cobrar respeito como cidadãos para que não tenhamos de voltar aqui daqui a algum tempo chorar a morte de outras pessoas". A manifestação teve a participação das entidades Cidadão, Responsável, Informado e Atuante (CRIA Brasil), Cam-

panha Rir para não Chorar, Casa do Zezinho, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Brasil Verdade, Instituto Rukha, Movimento Nossa São Paulo: Outra Cidade e do movimento cívico Cansei!, encabeçado pela OAB-SP, entre outros. Mais protestos - Dia 18 de agosto será o dia do Movimento Pé no Chão e o Dia Nacional sem Vôos. De acordo com Sandra Assali, presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos, as pessoas serão orientadas a não comprarem passagens aéreas para esse dia. No site www.noflyday.com.br será possível sugerir formas de protesto. "As companhias aéreas e os órgãos responsáveis pelos caos aéreo só entendem a linguagem do bolso. É preciso afetá-los de alguma maneira que eles entendam", disse. Mais informações sobre a tragédia aérea nas páginas 2 e 5


mente, a soma dos efeitos anteriores. Assim, de acordo com essas estimativas, a poupança interna teria aumentado, em decorrência da reforma previdenciária realizada, em 2,5% do PIB ao longo do mesmo período considerado. De fato, tal como pode ser apreciado no Gráfico 1, a taxa de poupança da economia chilena apresentou tendência crescente a partir de 1981, com elevação permanente a partir de 1988. Esse aumento da poupança interna redundou, como era de esperar-se, numa maior oferta de recursos financeiros, gerando um aumento da taxa de investimento, que segundo os mesmos autores, alcançou, em média, a 1,3% do PIB durante o período 1981-2001. Além disso, a existência de uma maior poupança interna também reduziu a vulnerabilidade externa do Chile, ao diminuir a dependência em relação aos capitais financeiros externos, o que praticamente "isolou" sua economia dos efeitos das crises financeiras internacionais ocorridas na segunda metade da década de noventa. A redução da alíquota de contribuição, ocorrida a partir da mudança do sistema previdenciário, reduziu o imposto implícito ao trabalho, o que provocou vários efeitos positivos: um aumento do emprego formal e a conseqüente diminuição do emprego informal; um aumento da oferta de trabalho total ao aumentar os salários dos setores formal e informal 6; um aumento do emprego total; uma diminuição do desemprego estrutural e um aumento da produtividade média do trabalho, devido ao aumento do emprego no setor formal, que é mas produtivo que o emprego informal. Além disso, a reforma previdenciária diminuiu os incentivos da aposentadoria precoce, pois o valor futuro dos benefícios está diretamente relacionado com o montante acumulado nas contas de capitalização, que aumenta com a quantidade de anos trabalhados. Os referidos autores estimam que durante 1981-2001, em média, hou-

ve uma expansão do emprego formal de 2,4%, enquanto que o emprego informal apresentou redução de 1,2%, com aumentos do emprego total, salário do setor formal e salário do setor informal de 2,4%, 0,6% e 3,6%, respectivamente, e diminuição na taxa de desemprego de 1,3%. A reforma previdenciária também provocou uma expansão da produtividade média do trabalho equivalente a 0,2% do PIB de 2001, enquanto que 0,49% do emprego total de 2001 poderia dever-se à maior participação de trabalhadores de maior idade. Por outra parte, um dos efeitos da reforma previdenciária chilena menos discutidos no Brasil, mas paradoxalmente um dos mais importantes, foi sua influência sobre o desenvolvimento do mercado de capitais local. O Gráfico 2 mostra a evolução da participação dos fundos das AFP em relação ao PIB durante o período 1981-2005, podendo-se apreciar sua tendência marcadamente ascendente, passando de 0,8% em 1981 a 59,3% em 2005. As evidências sugerem que a acumulação de uma grande quantidade de fundos nas AFP e companhias de seguro 7 a partir da reforma parece ter sido acompanhada de aumentos da qualidade da regulação e de uma maior transparência no mercado financeiro, além de melhoras na governança corporativa das empresas de capital aberto 8. Esse maior volume de ativos administrados também parece ter incrementado a eficiência na tomada de decisões de investimento, incentivando, ao mesmo tempo, o contínuo surgimento de novos instrumentos financeiros. Um exemplo disso foi o surgimento dos fundos de desenvolvimento de empresas, que permitem reduzir os custos de capital de empresas de médio porte, que não têm acesso a transacionar seus títulos na Bolsa de Valores. Outro efeito atribuível em grande medida ao surgimento das AFP é o notável crescimento do mercado de capitais chileno durante a década de oitenta. Acuña e Iglesias (2000) sugerem que o maior impac-

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Ambiente Educação Av i a ç ã o Saúde

a maior

tragédia As datas são uma triste coincidência: 10 anos do acidente com o Fokker100 da TAM, no Jabaquara, 10 meses da queda de um Boeing da Gol, no Pará, e, há dez dias (completados na sexta-feira), o Brasil, presenciou a maior tragédia aérea: o choque do Airbus A320 da TAM contra um prédio da empresa, no Aeroporto de Congonhas. Saldo das tragédias: 453 mortos. Nenhum condenado.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

APÓS A TRAGÉDIA, A DOR DAS FAMÍLIAS

10 10 10

Evelson de Freitas/AE

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Processos relativos a tragédias aéreas são longos e demorados. E a punição nem sempre justa.

Maurilo Clareto/AE

Acidente com o Fokker100 da TAM, em 1996: 99 mortes e processos de que se arrastam desde aquela época. A tragédia deu origem à associação de parentes das vítimas de acidentes aéreos.

anos

JABAQUARA, 10/1996

Sebastião Moreira/AE

No ano passado, avião da Gol cai na região da Serra do Cachimbo, no Pará, após chocar-se com um jato executivo. Uma das esperanças de parentes é apelar para a justiça norte-americana.

meses

AMAZÔNIA, 10/2006

Eugenio Goulart/AE

Acidente com o Airbus A320, ocorrido no dia 17 de julho. O Aeroporto de Congonhas foi novamente cenário de uma tragédia aérea. Mas muito pior do que o Fokker-100, em 1996.

dias

SÃO PAULO, 07/2007 Milton Mansilha/Luz

Flavia Gianini

T

ristes coincidências. Há dez anos, um Fokker-100 da TAM caiu sobre o bairro do Jabaquara, minutos após decolar do Aeroporto de Congonhas. Há dez meses, completados ontem, o vôo 1907 da Gol terminou de forma trágica no meio da floresta amazônica. Há dez dias, completados na sexta-feira, um Airbus A320 da TAM não conseguiu parar na pista molhada de Congonhas, atravessou a avenida Washington Luís e, às 18h45, colidiu com o prédio da TAM Express. Saldo das três tragédias: 453 pessoas mortas e nenhum condenado pela Justiça, seja pessoa ou entidade responsável, por nenhum dos acidentes. Passados 10 anos do então maior acidente aéreo em perímetro urbano já ocorrido no País, famílias em busca de indenizações ainda esperam por decisões nos tribunais e querem mais: alguém atrás das grades. "Justiça mesmo nunca é feita. O processo machuca demais a família. No final, não importa a indenização. Afinal, meu marido e pai dos meus filhos morreu. Esse trauma nunca será superado", afirma Sandra Assali, presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa). Sandra é viúva do cardiologista José Rahal Abu, que morreu no acidente do Fokker-100, em 1996, e fundadora da associação que ficou conhecida como as "viúvas da TAM". A entidade já acompanhou 20 acidentes aéreos no País e tem cerca de mil associados. Acordos –Segundo a TAM, 90% dos casos de indenização pelo acidente com o Fokker-100 foram concluídos em acordos. Mas acordos parecem não ser suficientes para abrandar a dor de quem perdeu uma pessoa, apesar de o dinheiro ajudar a reorganizar a vida da família destruída. "A indenização nunca é justa para a vítima, porque a vida do meu marido não tinha preço. Mas ajuda a recomeçar, porque a gente fica muito perdida", disse Cibele Castro, outra "viúva da TAM" . A queda do Fokker matou 99 pessoas, entre passageiros, tripulantes e moradores da região, além de destruir oito casas e atingir várias outras. "Ainda não fui indenizado pelas empresas TAM e Unibanco Seguros. Elas foram derro-

Sandra Assali: não existe justiça que pague a perda de um ente querido da família, cujo trauma não é superado Milton Mansilha/Luz

Leonardo Amarante: busca de justiça nos EUA

tadas na Justiça, mas não cansam de recorrer das sentenças com a finalidade de protelar o pagamento da indenização", conta Jorge Tadeu da Silva, morador do Jabaquara que, assim como seus pais, perdeu parte da casa no acidente. "Entrar em acordo não é, necessariamente, assumir culpa. Significa que ambas as partes cederam, cada uma em seu benefício. As famílias recebem um valor, em vez de esperarem anos na Justiça", explica a advogada especializada em defesa do consumidor, Renata Trevellin Lombardi. Ela diz que indenização é uma espécie de condenação menor, já que a Justiça no Brasil não tem tradição em obrigar grandes empresas a pagar altos valores por danos morais. "Os réus, em caso de acidentes aéreos, recebem uma sentença homologatória através do pagamento de indenização, o que é diferente de uma sentença condenatória ", disse. Provas – Apontar provas efetivas de culpa é o que buscam as famílias do acidente com do vôo 1907 da Gol, em setembro do ano passado. A maioria foi reivindicar indenizações nos Estados Unidos. O país paga, em média, seis vezes mais

por danos morais do que é ajuizado pela Justiça brasileira. Essas famílias aguardam para setembro uma decisão da Justiça americana sobre se o processo deve ser julgado nos EUA ou no Brasil. "No caso do acidente da Gol os acusados são americanos: os pilotos do jato Legacy, Joe Lepore e Jan Paladino, a Honeywell, fabricante do transponder, e a ExcelAire, empresa proprietária do jato", afirmou o advogado Leonardo Amarante, responsável pelo processo movido por 55 famílias vítimas do acidente. Caso a decisão seja pelo foro norte-americano, as famílias esperam receber a indenização em um prazo de dois anos. "Se o julgamento for no Brasil, o prazo é imprevisível". Condenar alguém por acidente aéreo no Brasil pode ser complicado, mas não é impossível. "A verdade é que não há interesse público em discutir a culpa criminalmente", afirmou Amarante. No caso da legislação penal, a culpa teria de recair sobre alguém. Até hoje, só se permitiu punição civil. "No acidente com o Fokker, os pilotos morreram, ou seja, não têm responsabilidade penal, e as empresas não são uma pessoa", explicou. As coisas só vão mudar quando houver mudança no entendimento da lei. Segundo Amarante, o caso da Gol, é diferente. "Os pilotos do Legacy atentaram contra a segurança do tráfego aéreo, desligando o transponder, como apontam as investigações da Polícia Federal", explica. Trata-se de um crime e ele está previsto no artigo 261 do Código Penal, com pena prevista de seis meses a dois anos de detenção. Ou seja, a Justiça brasileira poderia condenar os pilotos. Mas é quase impossível que eles cumpram pena no País, já que isso envolveria extradição (outro longo e difícil processo). Mais: sendo condenados no Brasil, é improvável que eles voltem ao País. Porém, a Justiça americana permite punição civil e também criminal. No caso da Gol, o Ministério Público americano pode abrir um processo acusando os pilotos criminalmente. No caso do acidente com o Airbus da TAM há novos contornos. "É provável que o número de acusados seja muito maior do que nos outros acidentes aéreos brasileiros. Há indícios de responsabilidade do Estado, da companhia aérea, do fabricante do reverso e até da própria Airbus", enumerou Amarante.


Pablo Porciuncula/AFP

to do novo sistema previdenciário tenha se manifestado a partir do aumento da oferta de fundos de longo prazo, do desenvolvimento do mercado de créditos hipotecários e do maior aprofundamento do mercado de ações. De fato, Corbo e Schimdt-Hebbel (2003) concluem que durante 1980-2001 a participação do fluxo de poupança previdenciária sobre o desenvolvimento financeiro chileno oscilaria entre 31% e 46%. Por sua vez, o desenvolvimento do mercado de capitais ocorrido em decorrência da reforma previdenciária possibilitou uma melhor utilização dos recursos na economia, permitindo que eles fossem empregados nos setores de maior rentabilidade, o que elevou a produtividade total dos fatores, em média, em 0,27% durante o período 1980-2001, segundo os referidos autores. Finalmente, o maior investimento produtivo, aliado aos aumentos do emprego total, da produtividade média do trabalho e da produtividade total dos fatores, que ocorreram devido à reforma da previdência, resultaram numa significativa contribuição ao crescimento econômico do Chile. Corbo e Schimdt-Hebbel (2003) estimam que todos esses efeitos considerados permitiram aumentar a taxa de crescimento econômico, em média, em 0,5% durante 1981-2001, o que corresponderia, também em média, a 5,4% do PIB de 2001.

A presidente Michelle Bachelet afirmou que o modelo previdenciário estava em crise.

de retorno real pelas contribuições realizadas durante o período 1981-2005 9. Essa foi exatamente a conclusão do Conselho Assessor Presidencial para a Reforma Previdenciária, convocado no ano passado pela própria presidente:

5. Problemas atuais e perspectivas futuras No período anterior às últimas eleições presidenciais do Chile, a candidata eleita, Michelle Bachelet, afirmou que "o modelo previdenciário chileno está em crise". No entanto, essa afirmação, utilizada repetidamente durante a campanha eleitoral, carece absolutamente de fundamento, e após completar seu jubileu, o sistema previdenciário chileno está muito longe de enfrentar algum tipo de crise, entregando, em média, 10,3%

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"O regime de capitalização individual criado pela reforma de 1981 não está em crise. Este funciona de acordo com o previsível: as contribuições dos trabalhadores dependentes são efetuadas com regularidade; as AFP cumprem com suas obrigações legais; os participantes têm seus fundos assegurados; somente em dois anos os investimentos produziram rentabilidades negativas, e em 25 anos de funcionamento do sistema não se tem notícia de fraudes nem falência de nenhuma AFP" 10.


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Saúde Educação Av i a ç ã o Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ERRO DO PILOTO TERIA PROVOCADO ACIDENTE

Comando da Aeronáutica afirma que é prematuro especular sobre causas do acidente em São Paulo.

FAB: ainda é cedo para saber as causas Em nota, Aeronáutica afirma que falha dos pilotos do Airbus da TAM é apenas uma das hipóteses que estão sendo investigadas para descobrir motivos do acidente Milton Mansilha/Luz

Reuters

a maior

tragédia

A

Aeronáutica adotou a posição de cautela em relação às informações de que houve falha humana do piloto no acidente com o Airbus A320 da TAM. Em reportagem publicada no fim de semana, a revista Veja aponta que houve erro humano durante o pouso do avião, o que teria provocado o choque que matou pelo menos 199 pessoas. Em nota divulgada no sábado, a Força Aérea Brasileira (FAB) afirmou que as hipóteses apresentadas na reportagem da revista "estão entre várias outras que a comissão está investigando com a mesma profundidade". "O Comando da Aeronáutica julga ser prematuro, neste momento, qualquer conclusão sobre o acidente, visto que as investigações estão em andamento", diz a nota, assinada pelo brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica. Segundo a reportagem, os dados obtidos na análise das caixas-pretas do Airbus indicam que o avião, ao pousar, não conseguiu desacelerar o suficiente, por causa de um erro do comandante do vôo. As informações, ainda mantidas em sigilo pela Aeronáutica, mostram que uma das duas alavancas que regu-

MUTIRÃO Hoje e amanhã, no Hospital Estadual Ipiranga, mutirão gratuito de saúde para adolescentes.

Informações da caixa-preta do avião reforçam suspeita de falha humana Paulo Liebert/AE

Segundo a revista Veja, uso incorreto dos manetes teria provocado a tragédia que matou cerca de 200 pessoas

lam o funcionamento das turbinas, os manetes, estava fora de posição quando o avião tocou a pista principal do Aeroporto de Congonhas. O erro fez com que as turbinas do Airbus funcionassem em sentidos opostos: enquanto a esquerda ajudava o avião a frear, como era desejado, a direita o fazia acelerar. Segundo a reportagem da Veja, quem pilotava o Airbus no momento do acidente era o comandante Kleyber Lima, e não, como suspeitava a Aeronáutica, o co-piloto Henrique Stephanini Di Sacco. As investigações revelam ainda que, apesar da chuva, não houve aquaplanagem ou falha no sis-

Ó RBITA

ATRASOS DE VÔOS O aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, teve 22,8% de atrasos nas partidas ontem.

VOLTA ÀS AULAS

FRIO NA CAPITAL

A

O

CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) começa hoje a operação volta às aulas nas proximidades de 168 escolas da cidade. O objetivo da medida é orientar o trânsito próximo aos colégios. No total, 321 técnicos da CET vão monitorar o trânsito, disciplinar o embarque e o desembarque de alunos e orientar a travessia de pedestres. Os marronzinhos também vão fiscalizar a fila dupla e o estacionamento irregular. A CET também realizou um treinamento prévio de funcionários das escolas para orientar os alunos nos horários de entrada e saída das aulas. (Agências)

paulistano enfrentou um fim de semana de muito frio, com os termômetros registrando menos de 10° C. O meteorologista Marcelo Pinheiro, da Climatempo, atribuiu a queda da temperatura nesses dias a uma forte massa de ar polar, procedente do sul do País, que chegou no sábado. A temperatura máxima não passou de 11° C, o que não acontecia desde 1991. A temperatura máxima prevista para hoje é de 15º C e o dia será nublado, mas não deve chover. Até quarta-feira, as madrugadas na Capital devem continuar frias e com temperaturas inferiores a 10ºC. (AE)

tema de freios. Na semana passada, a Airbus enviou para as empresas que operam seus aviões um comunicado de segurança baseado na análise preliminar da gravação de dados da caixa-preta do vôo 3054. No comunicado, a Airbus pede aos pilotos o "estrito cumprimento" dos procedimentos de pouso para prevenir outros acidentes. A empresa, porém, não confirmou se isso é uma interpretação de que houve falha do piloto no acidente. Ontem à tarde, o Instituto Médico Legal (IML) identificou mais uma vítima do acidente. Com a identificação de Marco Antonio da Silva, até o

início da noite de ontem havia 110 vítimas identificadas do acidente. O número oficial de mortos na tragédia ainda não foi divulgado. Demolição - A demolição do prédio da TAM Express, atingido pelo Airbus A320, será definida esta semana. Os técnicos Instituto de Criminalística de São Paulo encerraram no sábado os trabalhos de busca de material orgânico nos escombros do edifício, que podem ajudar nas investigações das causas do acidente e identificação das vítimas. O prédio já foi devolvido à TAM e a definição sobre a implosão só acontecerá depois que todos os

Prédio da TAM Express amanheceu pichado: homenagem às vítimas

órgãos envolvidos na investigação liberarem o edifício. Três homens foram detidos na madrugada de ontem após picharem o prédio da TAM Express. Os pichadores foram surpreendidos pela Polícia Militar por volta das 6h30. Mesmo com a área interditada e

com o policiamento da PM, eles conseguiram burlar a segurança e invadir os escombros do prédio. De acordo com a secretaria da Segurança Pública, os pichadores afirmaram que a atitude foi uma "homenagem às vítimas". (Agências)


Também carece de fundamento a afirmação de que o ainda existente "déficit de transição" represente um problema para a solvência do Estado chileno, que de acordo com Soto (2005) alcançaria a 3% do PIB em 2007, e, segundo projeções realizadas por Valdés (2005), desapareceria a partir de 2030. Em um trabalho mais recente, Valdés (2006) também demonstra que os gastos públicos associados à concessão de pensão mínima não constituem uma ameaça ao equilíbrio orçamentário fiscal. Entretanto, o sistema de previdência chileno apresenta alguns problemas, que devem ser enfrentados, o que exige seu aperfeiçoamento. Em primeiro lugar, apesar da tendência crescente observada na participação, como pode ser visualizado no Gráfico 3, o sistema de capitalização não foi capaz de prover cobertura universal, garantindo participação a 62% da força de trabalho e 68% dos trabalhadores empregados 11. Esses resultados contrastam com o sistema norte-americano, cuja taxa de cobertura alcança a 96%, mas são bem superiores ao caso brasileiro, onde se estima que pelo menos 50% dos trabalhadores se encontrem na informalidade, sem qualquer cobertura. Contudo, essa não universalidade do sistema não necessariamente reflete falhas em seu desenho, estando bastante associada à dinâmica própria do mercado de trabalho chileno. Com efeito, no sistema atual, a participação dos trabalhadores por conta própria, geralmente de baixa renda e informais, é voluntária, levando a que mais de 93% deles não contribuam nos fundos de pensão. Estima-se que no caso chileno esse tipo de trabalhadores corresponda a 30% do emprego total. Além disso, cerca de 40% dos trabalhadores não contribuem regularmente no sistema por conta de desemprego temporário ou mesmo por não cumprimento com a lei, o que reduz a possibilidade de acumular um mínimo de 240 meses de contribuição, condição necessária para ter acesso à pensão mínima estatal. Outro fator que explica a baixa cobertura é o aumento da participa-

ção da mulher no mercado de trabalho (que aumentou de 28,7% em 1986 para 37,2% em 2005 12), num contexto em que a gravidez e condicionantes sócio-culturais chilenos fazem com que a regularidade e o montante de suas contribuições sejam inferiores ao caso dos homens, sendo sua expectativa de vida maior. Outro problema diagnosticado é a existência de um relativo poder monopólico por parte das AFP que, após um longo processo de fusões e aquisições, somam somente seis empresas, sendo que três delas concentram a maior parte do capital acumulado. Essa situação decorre das barreiras à entrada geradas pelas economias de escala presentes no setor e pela própria regulação implementada. Esse poder monopólico se traduz em comissões e tarifas bastante elevadas cobradas pelas AFP, que, inclusive, praticam discriminação de preços entre seus contribuintes. Soto (2005) estima que ao redor de 50% da acumulação potencial foi diluída por comissões e tarifas administrativas cobradas 13. Por outra parte, como foi mencionado, uma das características mais importantes do sistema previdenciário chileno, do ponto de vista social, é a existência de uma garantia de pensões mínima e assistencial para aqueles que não sejam capazes de financiar sua aposentadoria com contribuições ao sistema de capitalização. Evidentemente, essa política de bem-estar representa um encargo adicional para o Fisco. Hoje em dia, estima-se que 11% dos contribuintes aposentados tenham pensão mínima garantida pelo Estado, com um custo de 0,1% do PIB. Calcula-se que o envelhecimento da população, decorrente da menor taxa de natalidade e do aumento da expectativa de vida, eleve durante os próximos 20 anos a proporção de contribuintes que recebem pensão mínima e assistencial a aproximadamente 50%, o que equivaleria a 1,5% do PIB 14. Devido a esses problemas, e em caráter absolutamente pró-ativo e não reativo, como habitualmente ocorre em nosso país, a Pre-

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A Revolução de 32 e a Reprodução

A Revolução Paulista de 9 de julho de 1932 quis impor uma autêntica democracia no País, com os governantes servindo o povo, e não como nos dias atuais, em que a Constituição é permanentemente violada.

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O

sistema presidencial brasileiro — como de resto em toda a América Latina — não vai bem. Não representando, o presidente da República eleito em 2º turno, senão a maioria circunstancial da população do País e não tendo aprendido, o povo brasileiro, a valorizar o Congresso Nacional, elegendo representantes que, em grande parte, não estão em condições de corresponder às necessidades e ideais da sociedade. Dessa forma, o Brasil convive com um misto de demagogia eleitoreira, denuncismo paralisador e hipocrisia governamental, em que os alicerces da democracia, embora ainda sólidos, começam a ser minados. Os sucessivos elogios de Lula e de seu partido a dois aprendizes de ditador, que são Hugo Chávez e Evo Morales, sinalizam que, se o País não tivesse os anticorpos democráticos que ainda possui, possivelmente poderiam estar em andamento ações monopolistas do poder semelhantes àquelas que são vistas na Venezuela e Bolívia, com censura à imprensa, não renovação de concessões de serviços de radiodifusão sonora e de som e imagens aos que ousassem fazer críticas ao governo, proibições de manifestações estudantis — cujas

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Paulo Pampolin/Digna Imagem


democracia em perigo Gervásio Baptista/ABr

Ives Gandra da Silva Martins Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIFMU, UNIFIEO, UNIP e das Escolas de Comando e Estado Maior do Exército-ECEME e Superior de Guerra-ESG, presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio e do Centro de Extensão Universitária - CEU

passeatas terminam por ser impedidas, sob o fraco argumento de que as autorizações não foram requeridas a tempo. O desrespeito a contratos, de que é exemplo a "gatunagem moraliana" das instalações da Petrobras, a que o Brasil foi obrigado a se submeter, entregando por preço pífio duas refinarias, assim como a costumeira convicção marxista de que o inimigo não tem que ser vencido apenas, mas eliminado, contaminam o continente ao ponto de Sua Santidade, Bento XVI, alertar para esta nova forma de autoritarismo, que avança, neste lado do Ocidente. É o avanço do retrocesso, em que a manipulação das massas é a única moeda capaz de amortecer as reações do povo desejoso da democracia. No Brasil, inclusive, a insegurança jurídica domina a sociedade e é denunciada por professores de Direito, nas diversas áreas. A ameaça de "grampeagem" de todos os cidadãos, pondo em xeque a privacidade das comunicações, e o pouco respeito ao direito à imagem, cláusulas pétreas da Constituição, têm levado magistrados, que também são professores de Direito, a temer conversar ao telefone com seus alunos orientandos de cursos de pós-graduação, diante do risco de se tornarem suspeitos de atuação irregular. Temem, também, conceder li-

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Os ideais da Revolução de 1932 ainda são atuais, quando o povo bandeirante lutou por uma constituição democrática, em oposição ao golpe getuliano de Estado, obrigando Vargas a promulgar a Constituição de 1934.

minares, em ações cautelares, mandados de segurança ou "habeas corpus", mesmo em face do Direito líquido e certo do cidadão, que busca a prestação jurisdicional. Uma conversa considerada suspeita pode gerar uma prisão temporária para averiguações, com busca e apreensão de todos os arquivos e bens dos cidadãos, que podem revelar segredos pessoais — de nenhum interesse para a polícia — desventrando a intimidade da pessoa, que a Constituição proíbe. A carga tributária indecente leva, muitas vezes, o contribuinte a não poder pagar o que deve, tornando-se um criminoso, enquanto nenhuma providência é tomada para conter os notórios e inúteis desperdícios do governo na acomodação de aliados, mediante a criação de ministérios, secretarias, cargos e funções, criticados pela imprensa local e mundial, como um dos grandes entraves para o crescimento maior do Brasil. Quem muito trabalha e não pode pagar a confiscatória carga tributária é um criminoso. Quem pouco trabalha e desperdiça recursos públicos com mordomias, viagens, secretos cartões de crédito e multiplicação de exigências burocráticas sobre o povo, é considerado herói entre seus pares. O Judiciário acuado; o Legislativo mais interessado nos seus próprios benefícios; o Executivo desperdiçando o elevado nível de tributos (o dobro da média mundial dos países emergentes) que arranca do cidadão brasileiro, a custa de ameaças de prisão e blitz; o Ministério Público dedicado a ajudar a exigir que o cidadão suporte um iníquo nível de imposição tributária; e as Polícias Federal, Estadual e Municipal, mais voltadas em atingir a denominada "elite" empresarial, do que em combater o crime organizado e o narcotráfico, que dominam a nação; são o retrato de um país que, com os sinais trocados, perde a batalha do progresso para os principais concorrentes, entre os países em desenvolvimento. Estou convencido de que, na nação, quem tem poder, interessa-se mais por mantê-lo a qualquer custo, anestesiando o povo com operações cinematográficas para desviar a atenção de seus principais problemas: "excesso de governo e escassez de cidadania". O governante, de tudo se beneficia, e o cidadão, que deve sustentá-lo, vive em constante incerteza, pois é chamado apenas a pagar tributos e obedecer. Por esta razão, há nuvens sobre a democracia latino-americana, que começam a ser deslocadas para o território brasileiro. Neste contexto, são ainda atuais as lições da Revolução de 1932, em que o povo bandeirante lutou para que se elaborasse

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Em um gesto simbólico, São Paulo resistiu, durante três meses, sem meios e sem armas.

uma constituição democrática e cidadã, objetivando contrapor-se ao golpe getuliano de Estado. Seu gesto simbólico de resistir durante três meses, sem meios, sem armas, nem aviões (eram 6 aviões paulistas contra 44 do governo federal), e sua rendição obrigaram Getúlio a promulgar a Constituição de 1934. Infelizmente, no novo golpe de Estado, de 10/11/37, foi ela revogada pela Lei Suprema de 1937, outorgada pelo mesmo Getúlio e escrita por Francisco Campos, a quem os juristas da época chamavam de "Chico Ciência" e do qual diziam: "Quando as luzes de sua inteligência acendem, provocam curto-circuito em todos os fusíveis da democracia". A Revolução Paulista de 9 de julho de 1932 objetivou, de rigor, impor uma autêntica democracia no País, com os governantes servindo o povo, o verdadeiro destinatário das ações do Estado. E, não, como nos dias atuais, em que a Constituição é permanentemente violentada, para gáudio dos governantes, no que diz respeito a direitos fundamentais, sem que o acuado Poder Judiciário sinta-se com a coragem e a independência necessárias para resguardá-los. Em matéria tributária, são constantes as violações da lei suprema pelos governos que, incapacitados de conter as suas enormes despesas por inchaço da máquina adaptada à recepção dos aliados de ocasião, exigem "tributos" legais e ilegais, sob o beneplácito da Justiça, em que

se nota nítido receio dos magistrados de se tornarem "suspeitos" de "beneficiar" contribuintes, quando apenas os protegem contra tais excessos. Pela primeira vez, uma constituição brasileira falou em ampla defesa administrativa e judicial (art. 5º, inc. LV) e que qualquer pessoa só pode ser considerada culpada mediante o trânsito em julgado de decisão condenatória (art. 5º, inc. LVII). No entanto, nunca a defesa foi tão restrita, inclusive com a aplicação de sanções políticas, desfigurando a imagem de pessoas expostas pelas autoridades administrativas e policiais, com respaldo do Judiciário, como agora. São Paulo, em 1932, lutou para que o Brasil tivesse uma constituição democrática, a preservar o domínio do povo sobre os governos. Os governados, na Constituição de 1934, eram os que dominavam e não os detentores do poder. Hoje, que acontece o oposto, tais ideais têm de ser resgatados, para que nós, cidadãos, possamos viver num real Estado democrático de Direito e não apenas num "Estado democrático de aparência", que na sua essência é autoritário, policialesco e norteado, apenas, pela desmedida ambição dos governantes, orientados pela máxima "o poder pelo poder". Que falta faz, em 2007, a voz patriótica e vibrante de Ibrahim Nobre, o arauto da Revolução de 1932!!!

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Associação Comercial de São Paulo (ACSP) teve um papel relevante no Movimento Constitucionalista, em particular pela corajosa atuação de seu presidente na época, Carlos de Souza Nazareth, que assumiu o comando da entidade em 11 de fevereiro de 1932. O Brasil passava por uma profunda crise econômica e política, com o País sendo dirigido por um governo provisório, chefiado por Getúlio Vargas, que adiava o processo de reconstitucionalização do País para se manter no poder. A ACSP articulou um amplo movimento, chamado Liga Paulista PróConstituinte, que serviu de apoio à Frente Única Paulista (FUP), fruto da união entre membros do Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Democrático (PD), que tinha como principais reivindicações a autonomia de São Paulo, a nomeação imediata de um interventor no Estado que fosse paulista e civil (no que foi atendido) e a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. A Liga congregava dezenas de entidades representativas do Estado, que assinaram um manifesto em que se comprometeram a não pagar impostos federais e estaduais até que as reivindicações fossem atendidas. Ela também organizou um gigantesco comício na Praça da Sé, no dia 24 de fevereiro do mesmo ano, que reuniu mais de 100 mil manifestantes. As atas das reuniões da ACSP mostram a preocupação do seu presidente com a situação do Estado. Foram várias as correspondências trocadas na época com Getúlio Vargas: 19 de maio de 1932 - "Sua Excelência Senhor Dr. Getúlio Vargas, Chefe do Governo Provisório. As Associações representativas do comércio, indústria e da lavoura do Estado de São Paulo têm a honra de vir à presença de Vossa Excelência, a fim de pedir a sua esclarecida atenção para a grave situação deste Estado, que está com sua vida em suspenso diante da crise, já excessivamente prolongada de sua administração (...) Traduzindo as apreensões gerais, as corporações das classes conservadoras apelam para V. Excelência no sentido do interventor Pedro de Toledo (...) ser autorizado a dar à presente crise a solução

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urgente que ela reclama, organizando sem demora o seu Secretariado definitivo. Carlos de Souza Nazareth." 20 de maio de 1932 - "Senhor Carlos de Souza Nazareth, Presidente da ACSP. Acuso recebimento vosso telegrama, que tomei na melhor consideração, informando-vos que o assunto nele tratado será resolvido ainda esta semana e para facilitar-lhe a solução pedirei ao interventor ouvir seus signatários, representantes do comércio, indústria e lavoura de São Paulo, os quais não lhe negarão certamente a sua colaboração. Cordiais saudações. Getúlio Vargas." É indiscutível a relevância da atuação da ACSP junto ao governo provisório até a intervenção do embaixador Pedro de Toledo, que embora há muito tempo afastado do Estado, mereceu o apoio da FUP e acabou aderindo ao movimento constitucionalista. No dia 22 de maio, Getúlio Vargas envia o seu ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, para se reunir com o interventor Pedro de Toledo. Temia-se que a intenção era pressionar a formação de um secretariado tenentista, alinhado com a ditadura de Vargas. Várias manifestações ocorreram na cidade. No dia 23 de maio o movimento ganhou proporções gigantescas. A ACSP conclamou o comércio a fechar suas portas e a se juntar à multidão. O povo ocupou ruas, praças e janelas de edifícios, ouvindo discursos inflamados de oradores, como o promotor público Ibraim Nobre, José Lefevre, Gomes Martins, Dario Ribeiro Filho, Pereira Lima e outros. A multidão lotou a Praça do Patriarca, dirigiu-se ao Viaduto do Chá, Conselheiro Crispiniano, até chegar ao Palácio dos Campos Elíseos. Nesta mesma noite, manifestantes reunidos na Praça da República tentam invadir a sede da Legião Revolucionária, uma entidade pró-Vargas. Foram recebidos a tiros. Morreram os jovens Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, imortalizados pela sigla MMDC. Pedro de Toledo se alinhou com os paulistas e formou seu secretariado com base em nomes sugeridos pelo promotor Ibraim Nobre. No dia 16 de junho, a ACSP organiza uma recepção ao interventor


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9 de julho de 1932: o dia em 52

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que São Paulo lutou pela democracia MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO

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Fotos: Arquivo pessoal

Em 16 de junho de 1932, a ACSP organiza recepção ao interventor Pedro de Toledo e ao seu secretariado, com a participação de membros da Frente Única Paulista.

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quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, trouxe conseqüências nefastas para a economia mundial, inclusive a brasileira — diversas fábricas fecharam e a cotação do café, principal produto de exportação, despencou no mercado internacional. O resultado foi uma profunda crise econômica, com altos índices de desemprego e miséria da população. Foi este cenário que serviu como pano de fundo para a eleição presidencial de 1º de março de 1930, que tinha como candidatos Júlio Prestes, apoiado pelo presidente Washington Luís, e Getúlio Vargas, líder da Aliança Liberal, formada por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Era a época da política café-com-leite, em que São Paulo e Minas Gerais se alternavam no poder. Washington Luís era o representante da oligarquia paulista, o que significava que o candidato apoiado por Minas Gerais deveria ser o próximo presidente. Mas em meio a denúncias de fraudes em vários níveis, venceu Júlio Prestes, que ganhou, mas não levou. O assassinato do governador da Paraíba, João Pessoa, em 26

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de julho de 1930, foi o estopim de uma insurreição armada no início de outubro do mesmo ano, articulada pelos Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. No dia 24 de outubro cai o presidente Washington Luís e Júlio Prestes é exilado. Assume o poder uma junta governativa, composta pelos generais Tasso Fragoso e Menna Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha. Em 3 de novembro, Getúlio Vargas assume a chefia do governo provisório e promete uma nova constituição para o País. Em São Paulo, duas forças dominavam o cenário político, o Partido Republicano Paulista (PRP), que representava a oligarquia local, e o partido Democrático (PD). Getúlio Vargas afastou os antigos líderes do PRP do governo estadual e os substituiu por políticos do PD. Mas a insatisfação era geral, já que o País atravessava uma grave crise econômica. A situação se agravou quando Vargas nomeou João Alberto Lins de Barros, um militar pernambucano, interventor em São Paulo. Os democratas não aceitaram e exigiram a nomeação de um novo interventor, que fosse paulista e civil.


Tabela 3

gás natural liquefeito da Argélia, Trinidad-Tobago e outros países seriam uma opção a analisar, mas que também têm custos consideráveis. O Brasil depende e dependerá por muito tempo de petróleo e gás e precisa buscar alternativas que reduzam seu consumo. IV. A reestruturação do setor elétrico nacional e seus equívocos

zo: a relação entre as reservas provadas e a produção atual é da ordem de 20 anos. Mesmo com novas descobertas, os investimentos são crescentes. A substituição da gasolina pelo álcool contribuiu significativamente para atingir a auto-suficiência em petróleo, objetivo perseguido há décadas. Vale dizer também que a auto-suficiência é física, não econômica: o nosso petróleo não é de boa qualidade e são necessárias ainda importações. A conta-petróleo do País apresentou até agosto de 2006 um déficit comercial de US$ 3,2 bilhões (só de óleo bruto, o déficit atingiu US$ 2,22 bilhões). O movimento reflete, principalmente o forte aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, que têm anulado os efeitos do aumento da produção interna. Enquanto o Brasil pagou cerca de US$ 77,62 por barril que comprou no exterior em agosto, o barril exportado saiu pelo equivalente a US$ 57,44, o que dá uma diferença de US$ 20,18 por cada barril. A Petrobras, que controla 98% do petróleo refinado no Brasil, tem de importar óleo leve (mais caro) para processar nas suas refinarias. A auto-suficiência não se aplica ao gás natural, apesar de terem sido identificadas nos últimos anos grandes reservas de gás natural no Sudeste. Para viabilizar seu uso, grandes investimentos precisam ser feitos nos sistemas de transportes do produto (como gasodutos e compressores). Existe a possibilidade de usar e até mesmo ampliar o fornecimento de gás da Bolívia, onde a Petrobras já fez investimentos consideráveis, mas há dúvidas sobre a estratégia de importarmos gás desse país, considerando os recentes problemas políticos lá ocorridos. Além de maior volume, tem havido aumento nos preços da matéria-prima importada do país vizinho. As compras de gás natural da Bolívia atingiram US$ 986 milhões nos oito primeiros meses de 2006, com aumento de 63% sobre igual período de 2005. A definição do interesse na importação não é determinada apenas pelo risco de suprimento. Ela tem que ser tomada considerando aspectos econômicos ligados à energia e ao desenvolvimento dos dois países. No caso da Bolívia, é necessário considerar as opções econômicas do país e decidir se há possibilidade desta nação mesmo renunciar à sua exportação para o Brasil. A redução nas exportações de gás da Bolívia reduzirá a capacidade de seu desenvolvimento, ampliando tensões sociais e reduzindo sua disposição de importar produtos brasileiros. Alternativas como importar

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A desestatização do setor elétrico foi apenas parcialmente realizada: ocorreu em cerca 70% da capacidade de distribuição, mas em apenas 30% da geração. Isso levou a um colapso parcial do planejamento e à crise do "apagão" de 2001, uma vez que os investidores privados, preocupados com incertezas regulatórias, se mantiveram arredios a novos investimentos. A partir de 2000, um novo modelo foi adotado pelo governo federal a fim de tentar reduzir o risco dos investidores. Isto foi feito dividindo o mercado gerador de eletricidade em dois segmentos, um composto de consumidores livre e outro de consumidores cativos. Os consumidores livres poderiam escolher seus supridores entre produtores independentes, através de contratos bilaterais. Os cativos seriam atendidos pelas empresas que formariam uma câmara de transações. Este modelo foi modificado em 2002, com a criação de EPE (Empresa de Planejamento Energético, vinculada ao Ministério de Minas e Energia), que coloca em leilão os empreendimentos que considera necessários para atender a demanda nos próximos cinco anos, baseando-se em projeções futuras da demanda. Contudo, as projeções da EPE para o consumo de eletricidade até o ano 2015 não passam de um exercício de macroeconomia, em que são feitas hipóteses simplistas sobre o crescimento do mercado, baseadas em expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a elasticidade na demanda. Nestes estudos se assumem para o período entre 2005 e 2015 taxas de crescimento do PIB entre 4,2% (cenário de trajetória alta) e 5,8% (trajetória baixa) ao ano, tendo 5,2% ao ano como cenário de referência, isto é, mais provável para o crescimento. Todos estes cenários são extremamente otimistas, considerando que o PIB brasileiro está crescendo a uma taxa de menos de 3 % ao ano, como mostra a Tabela 2 . O novo modelo do setor elétrico é baseado em simulações de computador que partem de premissas equivocadas, o que claramente não está funcionando como mostram os últimos "leilões de energia" amplamente discutidos na imprensa. Um dos resultados perversos desses leilões foi o de que a maioria da energia comercializada é de usinas térmicas, o que não só deve encarecer a energia, como vai agravar problemas ambientais. Em outras palavras, o "novo modelo" do setor elétrico está levando o País a abandonar sua vocação natural, que é o uso de seu abundante potencial hídrico, uma energia mais limpa e renovável. Dessa forma, é claro o contraste entre a sustentabilidade ambiental e as alternativas que o "novo modelo" privilegiou em nome da urgência. Como exemplo, a Tabela 3 apresenta o resultado do último leilão da EPE. Construir usinas a carvão, uma fonte altamente poluente, tornou-se um bom negócio no País. Além das unidades já con-


Ulisses Job/Diário Catarinense

ções não-governamentais. Há um motivo evidente para esse conflito: os grandes impactos ambientais que projetos como Tucuruí e Balbina apresentaram no passado. Na ânsia de aprovar os projetos, considerados urgentes pelos modelos da EPE, freqüentemente os órgãos de licenciamento ambiental são apontados como os obstáculos ao desenvolvimento, impedindo a construção de usinas hidrelétricas e levando os leilões de energia a privilegiarem outras fontes. Essa é uma visão distorcida da realidade, por uma série de razões:

Carbonífera Belluno, em Siderópolis (SC).

CARVÃO

BOX 4

O

carvão mineral em uso no Brasil tem duas origens: o carvão vapor (energético), que é nacional e tem cerca 90% do seu uso na geração elétrica e o carvão metalúrgico, importado para produzir o coque, especialmente usado na indústria siderúrgica. O carvão nacional é de baixa qualidade com impurezas de óxidos de enxofre que podem atingir até 7%. O carvão mineral manteve em 2004 a participação de 6,7% na matriz energética brasileira, sendo um quarto desse total de origem nacional.

tratadas, a EPE habilitou 43 usinas a diesel e a óleo combustível para o próximo leilão, que ocorreu em outubro. Isto representa 4.070 MW, ou 20% da capacidade instalada total oferecida neste leilão. Duas térmicas a carvão devem entrar no leilão com 1.192 MW, mesmo sendo problemática a qualidade do carvão nacional (Box 4). Parece claro, portanto, que o Brasil está na contramão da história, já que o resto do mundo vem procurando alternativas para diminuir a participação de fontes poluentes na matriz energética. Além da sua contribuição ao "efeito estufa", as impurezas de carvão provocam um fenômeno conhecido há mais de um século nas grandes cidades, o "smog" – camada de névoa escura altamente tóxica que provoca problemas respiratórios. O óleo combustível também tem os mesmos problemas, ainda que em menor proporção. A vocação do País está nas hidrelétricas e há grandes potenciais ainda não explorados. É o caso do complexo de usinas no Rio Madeira (6.450 MW, R $20 bilhões em investimentos) e da usina de Belo Monte (11.000 MW, R$ 7,5 bilhões), pontos de grande conflito entre o Ministério de Minas e Energia com determinados setores da sociedade, principalmente as organiza-

- Muitos empreendedores (e até setores governamentais) têm a visão de que o licenciamento ambiental é uma mera formalidade, esquecendo-se dos preceitos constitucionais e das leis em vigor no País; - Freqüentemente se iniciam as obras antes de se iniciar o licenciamento ambiental nos órgãos competentes; - Muitos dos estudos de impacto ambiental são incompletos, que o próprio interessado demora em concluir; - Há aspectos macroeconômicos, como as altas taxas de juros, que levam o empreendedor a privilegiar projetos de construção mais rápida; - Certos empreendedores procuram agilizar o licenciamento de um projeto sem querer realizá-lo, apenas para vender um "pacote pronto". O que se impõe é que os órgãos ambientais encontrem saídas para o complicado processo de licenciamento das usinas hidrelétricas – a vocação natural do País. A solução passa por compensações ambientais, pelas quais o empreendedor deve alocar pelo menos 0,5% do valor total da implantação de seu projeto na criação de novas unidades de conservação ou na manutenção das existentes. Além disso, outras medidas são indispensáveis, como o reassentamento adequado das populações atingidas pela construção das usinas. Economizar nessas medidas é o que mais contribui para atrasar a expansão do setor hidrelétrico. É preciso procurar um equilíbrio entre os interesses contrariados dos que são atingidos pelos empreendimentos e os interesses de populações muito maiores dos que se beneficiam deles a grandes distâncias do local onde o empreendimento é implantado. V. A conservação de energia no Brasil Toda a área de racionalização do uso de energia não tem recebido prioridade. Nos países da OCDE o consumo de energia seria 49 % maior do que é atualmente se não fossem as sérias medidas de racionalização e eficiência energética adotadas após as crises do petróleo da década de 1970 (Figura 1). Num país em desenvolvimento como o Brasil, o consumo de energia "per capita" ainda é pequeno e não se poderia esperar

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Figura 1

que medidas de eficiência energética tivessem tanto impacto como na OCDE, já que é indispensável que o consumo de energia cresça para promover o desenvolvimento (Figura 2). No entanto, nada impede que o uso de tecnologias modernas e eficientes sejam introduzidas logo no início do processo de desenvolvimento, acelerando com isso o uso de tecnologias eficientes. Esse é o chamado efeito leapfrogging, que se contrapõe ao pensamento de que para haver desenvolvimento é preciso que ocorram impactos ambientais. Isso pode ser concretizado por meio de políticas e ações relativamente simples e muitas vezes economicamente atrativas. Novas tecnologias, mais eficientes em refrigeradores, aparelhos de ar-condicionado, motores e lâmpadas já são produzidas e/ou comercializadas no País. A conservação de eletricidade reduz o consumo e posterga a necessidade por investimentos em expansão da capacidade instalada, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados aos usuários finais. A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de ao mesmo tempo reduzir os custos e os impactos ambientais locais e globais. Além disso, a conservação diminui a necessidade de subsídios governamentais para a produção de energia. Estimativas recentes feitas por um grupo da Universidade de Campinas (Unicamp) indicam que na área de eletricidade seria viável obter uma redução de 38% no consumo de eletricidade a ser atingido em 2020. Contudo, é preciso tomar certos cuidados com "modelos", tanto os da EPE quanto os da Unicamp. Da mesma forma que projeções otimistas do crescimento do PIB levam a conclusões superestimadas sobre a expansão

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da geração de eletricidade, cenários prospectivos com resultados exagerados de conservação de energia em relação às políticas em vigor acabam sendo rotulados de "manifestações de desejos". Quando essas diferentes visões se encontram, em geral há conflitos entre os "wishful thinkings" desenvolvimentistas e conservacionistas. A forma de se resolver essa questão está nas políticas que fomentam as melhores formas de conservação e geração de energia. O planejamento energético não pode ser um debate entre cenários. O Brasil possui hoje dois programas específicos para a promoção da conservação da energia e racionalização do seu uso, que são essencialmente voltadas para a disseminação de informações e a conscientização da população para a importância do uso mais eficiente de energia: - O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), coordenado pela Eletrobrás e que promove ações de educação, etiquetagem, gestão energética municipal, iluminação pública, gestão de eletricidade na indústria e em edificações e saneamento ambiental; e - O Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural (CONPET), coordenado pela Petrobras e que promove ações de etiquetagem de produtos e em transporte. Há porém dois poderosos instrumentos legais pouco utilizados atualmente que poderiam ser ativados para promover tecnologias mais eficientes: - A Lei nº 9.991 de 24/7/2000 estabelece que as concessio-


Figura 2

nárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica ficam obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, 0,75% de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e, no mínimo, 0,25% em programas de eficiência energética no uso final. - A Lei nº 10.295 de 17/10/2001 determina que o Poder Executivo estabelecerá níveis máximos de consumo específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados no País, com base em indicadores técnicos pertinentes. IV – Conclusão Projeções do consumo futuro de energia dependem criticamente do tipo de desenvolvimento e crescimento econômico que o País terá. Por essa razão, os diversos exercícios que tem sido feitos, tanto por órgãos do governo, como por grupos universitários, refletem visões diferentes do futuro e dão portanto resultados diferentes. As decisões de um país na área de energia não podem ser calcadas em meros modelos. A matriz energética brasileira depende dos rumos que o desenvolvimento econômico do País vai seguir. A necessidade de uma política energética, que reconheça este fato fundamental é crescente, visto que parte do sistema energético foi privatizado e depende portanto de investimentos não-governamentais, que não ocorrerão a não ser que regras claras sejam estabelecidas. Em todos os casos, o licenciamento ambiental de empre-

endimentos deve ser obedecido. É possível mitigar muitos dos impactos e, com políticas corretas e prévio e transparente estudo de impacto ambiental, proceder a compensações ambientais justas. Há muito espaço para ampliar a gestão governamental no setor de energia, visto que ainda são modestos os resultados das ações pela maior eficiência no uso final de energia. Além disso, não se podem deixar de lado aspectos de segurança no fornecimento, criação de empregos e de sustentabilidade ambiental. Por exemplo, a utilização de biomassa, além de ser competitiva comercialmente com o petróleo, é mais limpa, renovável e permite gerar muito mais empregos. A reativação da "Fase 2" do Proinfa, que estabelece uma meta tangível nas novas fontes renováveis de geração de eletricidade, é um poderoso estímulo aos agentes de mercado. Programas de eficiência energética, baseados na adoção de padrões mandatórios, estimulam o setor de serviços, reduzem a poluição e prolongam a vida das reservas de petróleo e gás. Este fato, apesar de ser politicamente relevante e reconhecido, não é considerado explicitamente nos programas de expansão energética. Além disso, a definição do perfil industrial brasileiro tem grande impacto na quantidade e tipo de energia final que teremos que produzir. Historicamente, o País é um grande produtor de produtos intensivos no uso de energia, como papel e celulose, ferro e aço e alumínio. A mudança desse perfil para produtos menos energo-intensivos pode alterar, no longo prazo, a demanda de energia no País e adicionar valor à nossa produção e exportações.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

ESPECIAL - 5

Ponha o bicho na bagagem e viaje com a família completa A burocracia foi reduzida e hoje é bem mais fácil viajar com seu animal, de carro, ônibus ou avião. Depois, há vários hotéis preparados para receber os animais - e com direito a todas as mordomias Divulgação

E

les estão tão presentes no cotidiano que viajar também se tornou comum, de carro, ônibus ou avião. Antes era mais complicado embarcar animais em viagens aéreas, tinha de ser emitido o Guia de Transporte Animal (GTA) pelo Ministério da Agricultura. E, dependendo do destino, deveria seguir as regras locais, vacinando de acordo com a epidemia do momento da região. A veterinária Juliana Ferreira Leite sempre tinha de se informar sobre as vacinas exigidas, que mudavam constantemente: “Isso criava uma confusão, pois o dono do animal chegava ao guichê e sempre encontrava coisa nova”. Desde o ano passado a burocracia diminuiu. O Ministério da Agricultura determinou, pela Instrução Normativa 18, a necessidade de uma carta do veterinário com informações gerais sobre a saúde do animal, além da carteira de vacinação em dia. A maleta de transporte é outra regra a ser seguida. O animal precisa ter um espaço em que ele possa rodar por 360°: “Interessante também colocar um cobertor dentro dessa caixa de transporte para que ele não sinta frio”. Outra norma, que depende da companhia aérea, é sobre sedação. Para algumas, independente do tamanho, é necessário sedar para ser colocado no departamento de cargas. Outras empresas deixam animais pequenos de até cinco quilos acompanharem o dono na cabine. Os de grande porte sempre vão com cargas em espaços reservados para os bichos. Também é importante, pelo menos 48 horas antes, se informar com a empresa aérea, fazer a reserva do animal e saber quais as exigências e o ho-

A mala de viagem para cães da Pet Society, importante para garantir a segurança do bicho

rário de check-in, por exemplo. Há também taxas a serem pagas, que dependem do peso do animal. Para sedar, o medicamento usado pelos veterinários é o Assepran e a quantidade precisa ser exata. Segundo a veterinária Fabiana Kekis, são três gotas para cada quilo do animal: “Cachorros cardíacos não podem tomar. Aí, outros procedimentos devem ser adotados com o veterinário responsável”. Apesar de alguns donos não aprovarem o sedativo, Juliana afirma que há necessidade, pois o animal fica mais estressado com o barulho, está longe do dono e nem sabem onde está: “Seria interessante o pró-

prio veterinário fazer a sedação. Aí passa no consultório antes e depois vai para o aeroporto. Às vezes, o dono não consegue ir antes e precisa fazer isso sozinho”. Fabiana também conta que as

pessoas também têm viajado mais com seus animais de carro ou de ônibus. Neste caso, o veterinário passa um medicamento contra vômito, comum nas viagens: “Se o animal for muito agitado, recorremos

à sedação. Mesmo em viagens rodoviárias, a maleta de transporte é importante para garantir a segurança do bicho”. Hospedagem Hotéis e pousadas já estão se adaptando à tendência de amor pelos animais e alguns já aceitam os de pequeno porte. É o caso do Marriot Executive Apartments, linha de hotel para hóspedes de longa temporada, que aceita animais de até dez quilos. A diária custa R$ 80 para o bicho, mas na hora do ckeck-in ele já recebe de presente snacks, chocolate canino, brinquedos, ração, comedor, bebedouro, cama e tapete ou caixa higiênica. O pacote também inclui passeios diários de

uma hora com o dog walker, um espécie de babá que leva o cão para passear, e um banho a cada dez dias. Segundo a gerente de vendas e marketing do hotel, Juliana Yoshida, os funcionários são preparados para receber os animais e a equipe de limpeza é reforçada para que tudo fique limpo sempre. Na arrumação do quarto o cachorro recebe diariamente 250 gramas de ração Purina, apropriada para a sua espécie. O Hotel Fazenda Hípica Atibaia (www.hotelfazendaatibaia.com.br), a 80 km de São Paulo, começou suas atividades já percebendo que seus usuários são amantes do mundo animal: “Quem gosta de cavalo, gosta de cão. Outro motivo é que o hotel tem o perfil de família, em que todos vêm, incluindo o cachorro”, explica o gerente Jaime Pla. Os apartamentos do Hípica Atibaia foram desenvolvidos com salas para receber o bicho de estimação. Algumas regras devem ser seguidas para o bom convívio com outros hóspedes: circular sempre com coleira, com identificação, e não transitar em áreas sociais, como piscina e restaurante. A diária custa R$ 40 para o animal e o dono leva a ração. Para adultos, a diária sai a R$ 300 com pensão completa, com direito aos passeios de charrete e trem. O passeio a cavalo sai por R$ 30. A assessora de comunicação Adriana Toledo viajou com sua família, incluindo a Kika da raça Lhasa Apso, para o hotel fazenda: “Como trabalho muito, não tenho tempo nem para o cachorro. Então reuni a família e todos se divertiram. Lá, o animal é como se fosse mais um hóspede. Agora, só viajo para locais que aceitam meu animal de estimação”. (PT)

Educação, base de uma convivência pacífica Pablo de Sousa

Nesse quesito, o ponto principal é sempre manter a liderança sobre o cão. Isso não significa ser rude, mas determinar regras para ele seguir. O adestramento serve para todas as raças e estreita os laços

A

chegada de um filhote a casa é uma grande aleg r i a , p a re c e a chegada de um bebê. Vêm os mimos, os brinquedos, a atenção especial. Então se esquece ou se dá pouca importância à educação do cão. A verdade é que os animais estão se humanizando e o dono tem de respeitar a espécie e costumes. O primeiro passo é entender a origem do animal. Antigamente, eles andavam em matilha, onde há o líder e o subordinado. O principal é sempre manter a liderança sobre o cão. “Não significa ser rude, mas determinar regras para ele seguir”, avisa o adestrador e terapeuta comportamental de cachorros, Henrique Branco. É necessário estabelecer disciplina com o animal, como determinar o local para dormir e o espaço de ração e água. O horário da alimentação também deve ser estabelecido, pois ele co-

me somente quando o dono permite. A ração não pode ficar a vontade, por uma questão de educação e saúde. “Quando o cão percebe que o dono dá a proteção, comida e o carinho, ele já associa quem é o líder e passa a respeitar as normas”. O cachorro associa causa é efeito. Mostre qual é o local que ele deve usar como banheiro. Quando ele defecar, leve-o até o jornal. E na limpeza, sempre deixe uma folha urinada para sentir o cheiro e fazer ali. A bronca só deve ser feita na hora e nada de usar violência para o cão aprender. Basta falar firme ou mudar o tom de voz. “A memória do cachorro não é longa e as broncas devem ser dadas na hora”. Quanto aos latidos, Branco diz que o dono deve observar primeiro o que o cachorro quer dizer: “Pode ser um latido de alarme. Se não for, o dono não pode dar atenção, pois ele continuará. Neste caso, o caminho é ignorar até ele perceber que não é assim que se deve proce-

der. O latido também significa falta de atividade”. Outra queixa comum dos donos é na hora que sai para passear e ele puxa. A coleira melhor para ser utilizada é a de nylon. Aí cabe o proprietário mostrar as condutas. Quando ele avançar demais, é preciso dar um toque que cause desconforto e parar de imediato para ele perceber que não está correto: “A posição da coleira também não pode ficar perto da face, pois se perde o controle”.

Para Henrique Branco, é importante estabelecer disciplina, como local para dormir e o espaço de ração e água

Adestramento O adestramento é a maneira mais correta para o cão ficar educado e com bons hábitos. Existe aquela imagem negativa de que é necessário bater ou judiar do animal para que ele aprenda. Errado. Os métodos utilizados são de recompensas: “O adestramento serve para todas as raças e estreita os laços do dono com o animal”. O zootecnista e adestrador Alexandre Rossi avisa que não há idade para adestrar, pois o animal está sempre aprendendo: “Quanto mais cedo, melhores hábitos e convívio social”. Os comandos básicos de um adestramento é o junto, não, fica, senta, deita e aqui. O resto é mais uma questão de charme para o cão. Ambos os treinadores afirmam que o adestramento só é

interessante se houver comprometimento do dono. “Se não praticar em casa, o cão não obedecerá e as aulas terão de ser retomadas”, explica Rossi. Aulas com o dono A Escola de Adestramento de Cães Húngaro Soares segue o princípio de que os próprios donos devem passar as técnicas de adestramento. “Assim, se estabelece uma fácil comunicação do ser humano com o cão e possibilita controle do cachorro em qualquer circunstância”. Segundo Soares, o objetivo do método é fazer com que o animal aprenda o valor lingüístico associado a cada movimento físico: “Muitas vezes, o cão continuava a manifestar os comportamentos indesejados com os seus donos, obedecendo somente aos comandos do adestrador”. Foi quando se percebeu que a educação deve ser feita junto com o proprietário. (PT)

SERVIÇO Alexandre Rossi (11) 3571-8138 www.caocidadao.com.br Dr. Henrique Branco Clínica B2 Vet - (11) 3865 0233 Húngaro Soares (11) 6969-5770 www.hungarosoares.com.br


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6 - ESPECIAL

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Creches e hotéis para o cão ficar de bem com a vida Se o dono tem um motivo forte para ficar longe do animal, não precisa se preocupar: há inúmeras creches, academias e hotéis preparados para cuidar bem dele. E ainda se pode acompanhá-lo pela internet Masao Goto/e-SIM

S

e os pais colocam seus filhos menores em creches ou escolinhas, podem fazer o mesmo com seus animais de estimação. Alguns espaços são voltados para quem não pode tomar conta do cachorro, ou vai sair de férias, trocar ou reformar a casa e em caso de separação de casais. Já é possível acompanhar seu animal pela internet e até participar de reuniões de pais. Na cidade e arredores há creches para cães, academias e, para quem for viajar, hotéis. A D o g Wa l k e r ( w w w. dogwalker.com.br) começou há três anos, depois de perceber a necessidade dos donos de deixar seu animal num lugar apropriado. A proprietária Raquel Yukie Hama trabalhava com consultoria e adestramento. Ela lembra das queixas e foi um impulso para buscar um espaço adequado para montar o negócio. A creche para cachorros, como os donos preferem chamar, tem playground, sala de descanso e um espaço para a alimentação. São 80 clientes (cães), que vão todos os dias ou pelo menos três por semana e ficam sob o cuidado intenso de doze funcionários. Tudo começa às 7 horas da manhã, direto para o playground: “As brincadeiras são educativas de acordo com a raça, idade e temperamento”. Às 12 horas, almoço: “A ‘mãe’ do cachorro manda a lancheira com o que ele deve comer”. Em seguida, todos são levados para a sala de descanso para um cochilo: “Eles dormem em média duas horas. Quando acordam, proporcionamos brincadeiras entre os próprios cães para estimular a sociabilidade entre eles”. Quando os donos vêm buscar, a partir das 16 horas, todos já tomaram o banho a seco e vão limpinhos para casa. Quando cachorro é matriculado no Dog Walker, passa por avaliação de saúde, comportamento e temperamento. Todas as vacinas (V8, V10, Raiva, Giárdia e Tosse dos Canis) devem estar em dia. O controle de pulgas e carrapato é feito mensalmente e o vermífugo a

Raquel Yukie Hama e seus hóspedes: a creche Dog Walker tem playground, sala de descanso e um espaço para alimentação

cada três meses. Também a cada seis meses é feito exame de fezes para saber se tem verme, o que garante a saúde também do dono: “Tudo para garantir a segurança de todos os cães”. Os animais recebem as regras da casa como não latir, não pular, não morder, sentar para ganhar recompensa e cumprimentar. Normas também são passadas para os donos, para que as mesmas condutas sejam aplicadas em casa. “O cachorro também passa por uma fase de adaptação para não estranhar quando o dono não estiver perto e não levar um choque”. A matrícula para o cão na creche custa R$ 240 para duas vezes por semana e R$ 510 para cinco vezes e já inclui parte básica de adestramento. Outro serviço para os donos é a pos-

sibilidade de vê-los ao vivo pela internet: “Os ambientes têm câmera e eles podem ver o que está ocorrendo”. A veterinária Pollyanna Tong, dona de um Welsh Corgi, percebeu a importância do serviço para o animal: “Ele ficava sozinho e começou a destruir a casa. Além disso, sua raça é agitada e precisa gastar energia”. Outro fator que o deixou mais tranqüilo foi o convívio social com outros animais: “É o mesmo que deixar uma criança sem atividade em casa”. Por trabalhar de dez a doze horas por dia, a administradora de empresa Sandra Moraes adotou a creche para os seus dois cães da raça Westie Highland White Terrier: “Sempre quis ter cachorro e, quando fui morar sozinha, realizei o sonho,

mas nos primeiros dias ficava com o coração partido de deixálos sem ninguém. Então busquei um lugar apropriado. Os resultados são notáveis, pois eles ficaram mais calmos”. A Dog Walker deixa os donos tranqüilos, graças aos serviços da internet e as reuniões de pais - geralmente um veterinário psicólogo dá uma palestra sobre comportamento. Outra sugestão para não deixar o animal sozinho é levá-lo para a Academia Canina Skillak i D o g s ( w w w . h a p p ydogs.com.br). São oferecidos modalidades de Agility, o Flyball e o Frisbee, além de natação, caminhadas e corridas. Segundo a proprietária Helena Hestermann, os cães precisam de muito exercício e a maioria dos donos não tem tempo nem

local para deixá-los correr livremente: “A falta de exercício ocasiona uma série de problemas de comportamento, como a hiperatividade, destrutividade e latidos em excesso. Participando de um programa educativo e recreativo adequado, os cães liberam o excesso de energia contida e passam a ficar mais tranqüilos e bem comportados em casa”. A academia também é voltada para cães obesos que necessitam de um programa de emagrecimento. Hotel Para quem vai viajar e não sabe onde deixar o seu animal, pode optar, por exemplo, pelo Clube de Cãompo (www.clubedecaompo.com.br). Funciona em Itu (100 km de SP) há dez anos num espaço de 60 mil m² e

abriga 125 chalés de 10m² cada para os cães. Segundo o veterinário Aldo Macellaro Jr, idealizador da idéia, o espaço é voltado para quem não pode tomar conta do cachorro, quando vão sair de férias, troca ou reforma de casa e quando há casos de separação de casais. Ele conta que 66% dos seus clientes moram em São Paulo. O Clube de Cãompo é ideal para o bicho ter contato com a natureza, sociabilização, adestramento e solução de comportamento. Macellaro explica que os cães grandes são separados dos pequenos “por uma questão de fragilidade”. Os bravos também têm área especial. Os requisitos exigidos para freqüentar o clube são vacinação e antipulgas e a diária custa a partir de R$ 35. (PT)

Os perigos desta vida e seus remédios milagrosos

O

Alguns donos gostam de levar seus cães a perigosas aventuras ou apenas a caminhadas pela cidade. Em qualquer situação é preciso tomar alguns cuidados - e o mercado se encarrega da prevenção

que pode parecer exagero ou desperdício de dinheiro, na verdade é apenas um agrado ou reconhecimento pelo carinho e atenção que os animais de estimação dispensam aos seus donos. Seja qual for o motivo, o fato é que a cada dia novas formas de mimar os bichos surgem no mercado. Corridas e caminhadas são conhecidas maneiras de se exercitar e manter a saúde física e mental, sobretudo dos animais que ficam trancados em casas e apartamentos durante todo o dia. Assim como os humanos, eles precisam se hidratar e repor as energias no decorrer do exercício, mas poucos lugares dispõem de bebedouros apropriados. E carregar água, potes ou petis-

Divulgação

cos pode ser cansativo e desagradável. Uma solução encontrada pela marca Bichinho Chic foi a Mochila Aventura. Nela, o animal pode carregar seus pertences, sem atrapalhar suas passadas ou as do dono. Nesse caso, a recomendação fica por conta da atenção dada à quantidade de objetos e o peso que o animal carregará. Numa cidade com tanta poluição e poucas áreas verdes como São Paulo, correr pode acabar se tornando ainda mais cansativo e estressante. Para essas pessoas, que preferem o contato mais próximo com a natureza e fortes emoções, esportes de aventura podem ser mais interessantes. Principalmente se o melhor amigo do homem gostar de água. Meca paulista dos esportes de aven-

tura, a cidade de Brotas (242 km da Capital) possui uma vasta gama de rios apropriados para o rafting. No rio Jacaré Pepira, famoso por suas corredeiras, a agência Brotas Aventura oferece toda a estrutura para a prática do esporte, inclusive para os cães, que dispõem de equipamentos de segurança adaptados. Caso o amigo não goste muito do ambiente aquático, seu dono pode escolher o floating, mais tranqüilo. Claro, esportes de aventura carregam uma considerável dose de perigo e riscos, o que ajuda a despertar enorme facínio. Pequenos cortes e arranhões muitas vezes são inevitáveis e acabam se tornando uma espécie de troféu por ter passado intacto, ou quase, por tanta adrenalina. Ainda que o ferimento não seja grande ou profundo, inspira cuidados. E nessas situações, prevenção é essencial. Após lavar adequadamente o ferimento do animal, é importante combater a proliferação de bactérias por meio de anti-sépticos. E como é quase impossível evitar que o cão interropa a higienização com lambidas no ferimento, a saída pode ser a utilização de produtos de rápida absorção, como o

A Bichinho Chic lançou a Mochila Aventura para o animal carregar seus pertences, sem atrapalhar suas passadas ou as do dono

Fito Guard Antisséptico, que também pode ser aplicado em gatos e auxilia na cicatrização. No entanto, não basta cuidar dos machucados se, após horas na água gelada, não tirar a friagem com um banho quente. E se der para aliviar as dores musculares, decorrentes das atividades intensas, melhor ainda. Uma solução relaxante é ofurô com cristais de banho da Pet Society que, além de energizante, mantém a hidratação da pele e da pelagem. A devida secagem do aninal é outro item que mere-

ce atenção, sobretudo se for ao final do dia. No cair da noite, é normal que cão e dono estejam cansados. Junto com a moleza, vem o sono. Os olhos começam a piscar e lacrimejar. Alguns cachorros possuem muita acidez nas lágrimas e, como conseqüencia, a pelagem abaixo dos olhos e maxilares pode ficar manchada. Muita gente não se importa, mas se isso incomodar a aplicação de Corretivo para Área dos Olhos, da Pet Society, pode resolver. Além de difarçar as manchas, o produto

cria uma película em volta do pêlo que impede o contato com as substâncias que o escurece. Com a crescente humanização no tratamento dos animais, as pessoas tendem a reproduzir seu estilo vida nos bichos de estimação. Mas, independentemente do produto ou serviço adquirido, na maioria das vezes o único objetivo dos donos e criadores é manter elevada a qualidade de vida do animal ou passar mais tempo ao seu lado e suprir sua carência afetiva. (PT)


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Masao Goto/e-SIM

Estrelas de talento, com muito treino e carinho Não é tão simples transformar animais em estrelas de cinema ou de tevê - isto requer muito adestramento. Mas alguns cães e gatos já nascem estrelas e fazem parte do casting de agências de modelos

I

ndispensável aos apaixonados por fotos e animais registrar em imagens seus bichos de estimação, seja pela beleza, talento ou carinho que nutrem por eles. E nesse tempo de televisão digital, Orkut e Youtube, exibi-los pode se tornar tão importante quanto o trabalho de fotógrafos especializados, agências segmentadas e adestradores habilidosos. Apesar do recente boom do mercado pet, o interesse por animais é antigo, sobretudo no cinema e na publicidade. Há tempos, diversos adestradores exibem nas telinhas e telonas o resultado dessa difícil arte de treinar animais. No Brasil, o maior ou o mais famoso deles é Gilberto Miranda. Com cerca de trinta anos de carreira, ele participou de mais de mil trabalhos em diferentes mídias, para distintas finalidades. Mas não é fácil circular nesse universo. Primeiro, estudar cada espécie, saber suas particularidades, o que gosta, qual o melhor horário para trabalhar, etc. Com técnica de adestramento baseada no carinho, Miranda esclarece: “O animal (selvagem) não é domesticado. Ele é condicionado a fazer alguma coisa”. Grandes felinos, como os leões, figuram entre os bichos de mais árduo condicionamento, o que exige do profis-

P

sional grande paciência. Técnicas consolidadas por meio da imposição de medo, força ou castigos físicos estão em declínio, devido ao respeito pelos animais e as suas conseqüências desastrosas: “Você pode bater nele, mas um dia ele vai te pegar”. Casting Alguns cães e gatos, no entanto, trilham um caminho diferente para chegar ao estrelato - pelo casting de uma agência de modelos. Habituado a lidar com imagem e som, o publicitário Christian Agabiti aproveitou uma lacuna no mercado pet e lançou a agência Pegadas da Fama, hoje com aproximadamente 300 agenciados. Assim como pessoas, alguns animais possuem perfis que se adequam a desfiles, filmes ou fotografias. No entato, às vezes é necessário o acompanhamento de um consultor comportamental para realizar um leve adestramento: “O resultado de nosso trabalho se dá 50% pelo perfil do animal e 50% pela obediência ou adestramento”. Os bichos mais procurados por agências de propaganda são cães, sobretudo os de raças populares, como Labrador e Yorkshire, ou pertencentes às raças exóticas. Em contrapartida, muitos criadores se restringem a exibir suas estrelas dentro dos portões de suas casas ou, no

Lionel Falcon: depois de muito brilho com suas estrelas, agora um projeto para valorizar o vira-lata

máximo, em álbuns de fotos e passeios pelo bairro em que vivem. É o caso da publicitária Fernanda Helena Tavares que, com o apoio da família e amigos, fez um book de sua cadelinha. Por hora ela não pensa em fazer outro, até porque “tenho um chaveiro e um mouse pad com a foto dela”. Pet Foto Fazer bons registros de animais requer mais do que competência. É preciso habilidade

e sintonia com os modelos. Com 45 anos de carreira e há dez no mercado pet, o fotógrafo Lionel Falcon utiliza brinquedos, petiscos e até mesmo música para criar o clima desejado em suas sessões: “Os sons são muito importantes. Gatos, aves e répteis, por exemplo, precisam de silêncio para serem retratados”. Mais uma vez um curso de adestramento, mais a experiência como repórter fotográfico, paparazzi, entre outros traba-

Marcelo Min/AFG

lhos em diferentes segmentos, tudo foi de vital importância para melhorar a relação com os animais e deixar a criativade fluir com maior facilidade. No entanto, alguns casos são marcados não pelas características do animal, mas do dono. “Os donos interferem na personalidade do animal e, muitas vezes, a presença deles atrapalha”. Responsável por uma série de fotos estampadas em cartões telefônicos entre 2002 e 2004, Lionel se orgulha das

parcerias com empresas, das exposições que realiza e também das sessões para pessoas comuns e anônimas, que só querem uma recordação física do seu bicho. Entre seus vários planos, Falcon ainda encontra tempo para se dedicar a um novo projeto: clicar cães sem raça definida, os vira-latas. Uma forma de valorizar esses animais, constantemente menosprezados, apesar de sua beleza e grande inteligência. (PT)

Marcelo Soares/Hype

O bicho anda depressivo? Florais de Bach nele E não apenas esse tratamento: acupuntura e homeopatia também podem ser muito importantes para o físico e o comportamento dos animais. Todos dão bons resultados e não se trata apenas de um luxo

ode até soar como luxo ou mimo exagerado reservado aos cães, mas os tratamentos alternativos se tornaram eficazes no combate a doenças. Florais de Bach, acupuntura, homeopatia ainda não são aplicados como prevenção. Talvez ainda por preconceito ou desinformação. A terapeuta Marisa Poloni aplica Florais de Bach em animais faz quinze anos, desde que se profissionalizou no assunto. A terapia tem como função tratar a parte emocional e assim proteger o físico: “A doença é um estágio avançado de um estado emocional doente. Isso também serve para o ser humano”. Segundo ela, a depressão é o problema mais comum entre os cães, por ter o instinto de se apegar ao dono. Um dos sintomas é quando pára de comer, não brinca e fica desanimado. A

fêmea pode trazer até gravidez psicológica. Não existe tempo determinado para o tratamento, embora o indicado seja pelo menos por seis meses. Marisa conta que geralmente o dono vem buscar ajuda dos florais primeiro e leva para o cachorro: “Às vezes trato dono e cachorro ao mesmo tempo. Interessante que, às vezes, o proprietário está passando por uma dificuldade e o cão sente e absorve o problema”. Marisa elabora os florais via radioestesia. Com o nome, raça, cor e idade, ela capta a energia do bicho e vê suas necessidades: “Essas informações são a assinatura. Entro em sintonia com a energia da espécie”. Também é indicado para filhotes em fase de adaptação e sem a mãe: “Os pequenos ficam confusos e os florais os trazem entendimento”.

Adriano: animais ficam quietos durante as sessões de acupuntura. Marisa: “A doença é um estágio avançado de um estado emocional doente”

A secretária Elisabeth Donterberg usou os benefícios dos florais para acalmar sua cadela vira-lata. Como foi pega na rua, veio com traumas, estranhava as pessoas e era agressiva. Com o floral, o animal ficou mais tranqüilo. Para ter efeito, deve-se aplicar gotas na boca quatro vezes ao dia. Cada frasco dura em média trinta dias e custa R$ 30. Também baseado nos princípios naturais, a homeopatia é reconhecida pelo Conselho de Medicina Veterinária como

uma especialidade médica. A veterinária homeopata Ana Regina Torro conta que desde os tempos remotos a técnica é aplicada em animais, mas somente agora ganhou forças. A homeopatia não agride o organismo e trata o corpo e o comportamento do bicho. São indicados para casos de alergias, cálculo de bexiga, transtornos e tratamentos dermatológicos. Outra técnica utilizada pela veterinária é a fitoterapia, uma técnica baseada em medica-

mentos à base de ervas chinesas: “Não é luxo. É uma necessidade e um carinho com o seu animal”. A acupuntura é outro tratamento usual nesse mundo animal. O veterinário acupunturista Adriano Caquetti explica que a técnica é indicada para problema de coluna, displasia e alterações de comportamento. Pode até parecer estranho, mas os animais ficam quietos durante a sessão. Caquetti alerta que a acupuntura deve-

ria ser utilizada como prevenção e não na cura de dores. As sessões duram 40 minutos e custam em média R$ 50. (PT)

SERVIÇO Acupuntura - Adriano Caquetti - (11) 9973-4961 Floria de Bah - Marisa Poloni www.mycenaflorais.com.br Homeopatia - Ana Regina Torro - (11) 4220.3977


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Gustavo Lourenço/e-SIM Newton Santos/Hype

Leonardo Rodrigues/Hype

Leandro Dupret buscou auxílio: “Nos Estados Unidos todos os cegos têm direito a um cão-guia de graça. Sempre achei que isso só era possível nos filmes”

Heróis treinados para guiar e salvar os homens Esses cães trabalham com segurança pública e privada, serviços de busca e salvamento, além de guias para deficientes. A Associação Cão-Guia de Cegos encaminha animais para pessoas selecionadas e nada cobra

Flávio e Sandra Verdi (no alto): nas caminhadas pelo Parque da Independência, toda a atenção ao filho Mike. Acima, Milena Rodrigues, Alexandre Capitani e o filho Figo

O pior cão do mundo, história de pura ternura

Marcelo Min/AFG

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“Marley & Eu” virou best seller nos Estados Unidos e aqui são vendidos milhares de exemplares. No Brasil centenas de casais tratam seus bichos da mesma forma - são filhos e merecem até foto na carteira

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livro “Marley & Eu - Vida e amor ao lado do pior cão do mundo”, de John Grogan, virou um best seller nos Estados Unidos, o primeiro na lista do New York Times. É um dos mais procurados aqui também e já vendeu milhares de cópias. Trata-se da história de John e Jenny que haviam acabado de se casar. Jenny queria testar seu talento materno antes de enveredar pelo caminho da gravidez. Então decidiram ter um mascote. Vão a uma fazenda e escolhem Marley. A vida daquela família nunca mais seria a mesma. Marley rapidamente cresceu e se tornou um gigantesco e atrapalhado Labrador de 44 kg, um cão como nenhum outro. Ele arrebentava portas por medo de trovões, rompia paredes de compensado, babava nas visitas, apanhava roupas de varais vizinhos e comia praticamente tudo que via pela frente, incluindo tecidos de sofás e jóias. As escolas de adestramento não funcionaram - Marley foi expulso por ter ridicularizado a treinadora. Mas, acima de tudo, o coração de Marley era puro. Da mesma forma que ele recusava alegremente qualquer limite ao seu comportamento, seu amor e lealdade também eram ilimitados. Marley repartia o contentamento do casal em sua primeira gravidez e sua decepção quando sobreveio o aborto. Ele estava lá quando os bebês finalmente chegaram e quando os gritos de uma adolescente de dezessete anos cortaram a noite ao ser esfaqueada. Por todo esse

tempo, ele continuou firme, um modelo de devoção, mesmo quando sua família estava quase enlouquecendo. Eles aprenderam que o amor incondicional pode vir de várias maneiras. A história de Marley não é apenas conto de livro. Há centenas de casais testando seus dons de pai e mãe em um cachorro. Há quem afirme de pé junto que de fato eles são filhos. Como é o caso do casal Milena Rodrigues e Alexandre Capitani. O pequeno Figo, da raça Lhasa Apso, chegou por acaso - ela queria um gato e ele não. No final, a surpresa deu certo, Milena se apaixonou pela bolinha de pêlos logo à primeira vista. Em sua nova casa, Figo ganhou brinquedos variados, diferentes tipos de snacks e, apesar dos mimos intensos, Alexandre afirma que ele respeita as regras da casa. O marido chama o filho de bebezinho e ele atende. Milena compra guloseimas caninas em datas especiais, como panetone e ovo de páscoa para cachorro. Em seu primeiro ano de vida, uma festa digna de um filho cachorro: decoração especial, bolo, chapeuzinho e convidados. Mas na hora de apagar as velinhas, ele se contentou com seus bolinhos caninos. Afinal, doces não podem ser dados para cachorro e seus pais sabem muito bem disso. A festa de segundo ano já está em planejamento para novembro e desta vez terá a presença dos amiguinhos caninos. A família, que não gostava de cachorro, também se rendeu aos seus encantos. Almoço de domingo não po-

de haver sem presença de Figo. Quando o casal chega a casa, outra surpresa: Alexandre afirma que Figo o enche de beijo. E ainda o pequeno ser está conectado ao mundo. Tem orkut e encontra as sobrinhas de Milena pela webcam do MSN. Elas chamam e ele late respondendo. Outra família feliz é a de F l á v i o e S a n d r a Ve r d i . Quando ele se casou, logo depois de seis meses adotou Mike, um pastor Schetland, também conhecido como mini collie. Para atender as necessidades da nova criança, aumentou um dia a mais da presença da empregada para não deixá-lo sozinho. Flávio reconhece que sua rotina de vida mudou graças ao filho Mike. Chega mais cedo em casa e nada de happy hour com os amigos. O destino é sempre do trabalho para casa para deixar o filhinho o menos tempo sem companhia. Quando sai para caminhar no Parque da Independência, sua atenção é totalmente voltada para ele. Nada de ficar distraído e conversando à toa, pois o bichinho pode precisar do pai a qualquer instante. Sandra estranhou um pouco no começo, mas logo sentiu a doçura do filho adotivo. Pode parecer estranho, mas na hora da saudade ambos pegam as fotos na carteira e mostram para os amigos. Verdade: foto do cachorro no bolso como filho mesmo. Para o casal, a vida agora é a três - o animal é um verdadeiro aprendizado para daqui a uns dois anos, quando Sandra pretende engravidar. (PT)

rabalham com prazer, são competentes na execução de suas tarefas, não pedem salário, carteira assinada, fundo de garantia ou qualquer outro direito trabalhista. Superfuncionários e, por muitas vezes, super-heróis, os cães podem desempenhar diversas funções, além de simples companhia. Essas são as características dos animais que trabalham diretamente com segurança pública e privada, serviços de busca e salvamento, além de orientação de caminhos para deficientes. Por razões culturais e, principalmente, financeiras, a demanda por cães-guia é grande no Brasil, em que há 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual (159.854 incapazes de enxergar), conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, poucas instituições promovem esse tipo de adestramento e o valor cobrado no fornecimento de um animal pode ser superior a 15 mil reais. Essa foi a principal razão que levou o engenheiro eletrônico Leandro Dupret, deficiente visual desde os dois anos, a buscar auxílio em outro país: “Sempre achei que isso só era possível nos filmes. Como nos Estados Unidos todos os cegos têm direito a um cão-guia gratuitamente, fui até lá para conseguir um. Meu único gasto foram os 600 dólares da passagem”. O engenheiro optou pela companhia de Pit, mistura de Labrador com Poodle Gigante, pois com a bengala não podia prever a existência de um buraco, placa ou mesmo a parte superior de um orelhão. Em contrapartida, com a finalidade de dar olhos aos deficientes visuais e integrá-los à sociedade, desde 1981 a Associação Cão-Guia de Cegos desenvolve o treinamento de cães para trabalhar como guias e os encaminha para indivíduos previamente selecionados, sem nada cobrar. Apesar de qualquer cão poder realizar esse trabalho, as raças mais utilizadas são Pastor branco, Collie (de pêlo curto ou longo), Golden Retriever e Retriever do Labrador - a mais empregada em todo o mundo -, pois se adapta com facilidade a essa função. Mais importante que a própria raça, o perfil e temperamento do animal devem ser semelhantes

O sargento Marcelo Garcia Dias e Nick, de seis meses: adestramento no Corpo de Bombeiros

ao do dono. “O Pastor branco é muito ativo, indicado para atletas e pessoas mais dinâmicas. O Collie, por sua vez, é calmo, ideal para pessoas tranqüilas”, orienta o adestrador Adylson Lima. Os cães iniciam seu treinamento por volta dos três meses. Após a castração, é feita a socialização do animal por meio do convívio com uma família voluntária. Nesse período, praticase, também, a obediência a comandos básicos para sentar, deitar, andar junto à pessoa, permanecer à direita ou à esquerda do condutor e fazer as necessidades fisiológias em horas e locais determinados. A fase seguinte é caracterizada pelo treinamento com obstáculos, como subir, descer escadas, andar na rua e fazer travessias com segurança. O último estágio, conhecido como treinamento inteligente, possibilita ao cão desobedecer seu dono em casos de riscos, como seguir na direção de um buraco. Se, após os sinais do cão, o dono insistir, o animal se põe entre o indivíduo e o perigo iminente. Todo o condionamento do cachorro dura em média dois anos e seu custo é de aproximadamente R$ 1.200 mensais. Os heróis Diferente do cão-guia, os cães do corpo de bombeiros têm a possibilidade de ajudar

dezenas de pessoas durante seus anos de trabalho. Devido à sociabilidade e faro mais aguçado que as demais raças, o Labrador, Golden Retriever e Pastor Holandês são, na maioria das vezes, escolhidos para trabalhar na corporação. Destinados para operações de busca e salvamento, o condicionamento dos animais dura cerca de 18 meses e se baseia numa brincadeira de esconde-esconde. O adestrador coloca um determinado odor numa bolinha que o cão goste de brincar e a esconde. Em seguida, apresenta o cheiro ao cachorro e o incentiva a procurá-la. Esse tipo de treinamento é realizado em diferentes ambientes, para que, numa situação real, o cão possa se locomover com desenvoltura sem riscos de se ferir. Não é só o cão que carece de estudo, os bombeiros que trabalham diretamente com eles se submetem a cursos que abordam desde as características físicas e psicológicas do animal até técnicas de adestramento. “Apesar dos cães exigirem bastante da gente, todo mundo quer trabalhar com eles. Porém, se alguma coisa der errado, a culpa nunca é do cachorro e sim do adestrador”, afirma o tenente Luciano de Almeida, do 1º Grupamento de Bombeiros. (PT)


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

LENTE DE

AUMENTO

PISTA CURTA PARA OS JUROS

Q

G Daqui pra

frente, pilotar a política monetária exigirá cuidados iguais ao pouso em Congonhas. criação de vagas no mercado de trabalho e os elevados valores do nível de utilização da capacidade instalada da indústria. Nosso cenário básico para a Selic é de mais três quedas de 25 pontos base no corrente ano. Mas qual é a chance de ser interrompido, ainda este ano, o processo de distensão monetária? Caso isso ocorra, a interrupção da queda poderia, por si só, debelar um eventual soluço inflacionário ou seria necessária uma elevação da taxa em 2008? A nosso ver, a interrupção da série de quedas do juro, ainda em 2007, possui probabilidade não desprezível, digamos, algo em torno de 40%. Como tem sido destacado reiteradas vezes por analistas e pelo próprio Banco Central, boa parte do processo de abrandamento monetário ainda não exerceu plenamente seus efeitos sobre a economia. E, apesar disso, parece haver poucas dúvidas de que, na margem, o ritmo de

crescimento da demanda interna supera o de expansão do produto potencial. Se é plausível um cenário de interrupção da queda da Selic, é admissível que a mesma volte a subir, em 2008? Nossa resposta é sim, e a probabilidade que atribuímos a tal evento, embora menor do que 50%, também não é desprezível. As justificativas para este cenário mais conservador, que deve ser levado em conta ao se assumir posições nos mercados futuros de juros, são muitas e vêm sendo discutidas há algum tempo. Resumidamente, pode-se destacar: 1) a continuidade, pelo menos até meados do ano que vem, dos estímulos de demanda provocados pelas quedas da Selic já realizadas e pelas a serem promovidos ainda este ano; 2) o fato de a economia não apresentar mais capacidade ociosa e de que, no que pese o crescimento dos investimentos, ser muito improvável que todo o diferencial (para maior) entre as taxas de expansão da demanda interna e da oferta possa continuar sendo coberto pela queda das exportações líquidas; e, 3) são claros os sinais de que a política fiscal pró-cíclica vem se tornando progressivamente mais expansionista. Para finalizar, cabe mencionar que nossas simulações com modelo estrutural de inflação, semelhante ao utilizado pelo Banco Central, mantendo a Selic constante em 11,5% e adotando hipóteses que julgamos realistas para as variáveis explicativas, projeta, em alguns casos, inflação para 2008, muito próxima da meta de 4,5% . Observe-se que tais resultados são obtidos apesar de, nestas simulações, trabalharmos com taxas de câmbio bem abaixo das adotadas em nosso cenário básico. Ou seja, pilotar a política monetária, daqui para frente, exige cuidado semelhante ao necessário para operar aeronaves nas perigosas pistas do aeroporto de Congonhas: qualquer erro pode ser fatal

JOÃO DE SCANTIMBURGO

O NOVO

MINISTRO Céllus

uais as chances de interrupção da queda do juro? Desde o início do ciclo de distensão monetária em curso, iniciado em setembro de 2005, a Selic já caiu 825 pontos-base. As condições favoráveis no front inflacionário – queda tanto das medidas de núcleo como das expectativas – garantiram a tranqüilidade de um processo que, a despeito de críticas daqueles que julgavam viável um ritmo maior da queda, contribuiu para o aquecimento da atividade econômica. Os indicadores do nível de atividade mais recentes vêm suscitando, porém, preocupação justificada: a lista de evidências de aquecimento exagerado da demanda inclui (sem se limitar) a alta das vendas no varejo, o ritmo de

150 bilhões no cofre. Para que tanta reserva? ROBERTO FENDT

A

s reservas internacionais do País superaram, pela primeira vez, o marco de 150 bilhões de dólares. Não se trata de um resultado corriqueiro. Em dezembro do ano passado, as reservas internacionais brasileiras estavam um pouco abaixo de 86 bilhões, o que implica constatar que as reservas cresceram 76% entre 31 de dezembro e 16 de julho. Mais que isso: ao atingir 150 bilhões de dólares o País tem em reservas mais que o suficiente para pagar toda a sua dívida externa de médio e longo prazos. Ou, se quisermos, equivalem ao dobro da dívida externa do setor público, da ordem de 75 bilhões de dólares. A persistir no ritmo de compras até aqui observado, não surpreenderá, como já apontamos neste espaço, que até o final do ano as reservas atinjam 180 bilhões de dólares e subam para 200 bilhões até o final de 2008. Há diversas questões relacionadas com essa acumulação de reservas. A primeira diz respeito ao significado de o BC manter reservas quando o regime cambial é de taxa flutuante. A segunda refere-se ao próprio montante. Finalmente, é de se indagar qual o objetivo do Banco Central, a meta de inflação ou a meta e outros objetivos, como a taxa de câmbio e o volume de reservas. Alguns se surpreendem que o Banco Central atue tão pesadamente no mercado de divisas, tendo em vista que o câmbio é flutuante. Nesse regime, mudanças de humor do mercado – com entradas maciças ou saídas bruscas de divisas – refletem-se na taxa de câmbio, provocando sua valorização ou desvalorização. Em defesa da política de compras do BC pode-se alegar que o Brasil ocupa um espaço pequeno no mercado internacional de capitais. Uma mudança brusca e significativa das taxas de juros dos EUA, por exemplo, pode deflagrar um rápido processo de saída de divisas, com uma elevação súbita e marcada da taxa de câmbio. Isso obviamente causaria perdas significativas aos devedores em moeda estrangeira e uma pressão não menos expressiva sobre os preços – trazendo de volta a inflação.

Se assim for, a segunda questão refere-se ao montante das reservas. Pelo andar da carruagem, até o final do ano as reservas brasileiras serão equivalentes ao total da dívida externa do País, pública e privada. Seria necessário continuar aumentando as reservas, nessa situação? A pergunta é pertinente, já que a acumulação de reservas tem um custo: é preciso emitir títulos para financiar a compra das reservas. Como o custo dessa dívida é maior que o retorno da aplicação das reservas, é natural que se procure limitar o valor das reservas ao estritamente necessário. A questão é saber o que é o "estritamente necessário". Não há consenso a esse respeito. O exemplo de outros países emergentes, notadamente os da Ásia, não serve de modelo: China, Índia e outros emergentes asiáticos têm reservas muito maiores que as brasileiras, em valor absoluto e como porcentagem dos respectivos PIBs. Alguns estudos apontam que esse percentual "ideal" estaria em torno de 10% do PIB; outros, que no limite o valor "ideal" corresponderia ao total da dívida externa. Pelo primeiro critério, as reservas internacionais do Brasil já seriam excessivas hoje; pelo segundo, teríamos atingido este mês o valor "ideal".

T

udo leva a crer que o BC vai continuar ampliando as reservas internacionais acima dos valores "ideais" – qualquer que seja a definição de "ideal" adotada. Fica, portanto, a questão: por quê? A resposta mais simples é que o BC não tem alternativa. Se parar de comprar, o real continuará a se apreciar; se isso ajuda no lado do controle da inflação, tem como efeito colateral a crescente perda de competitividade das exportações de produtos manufaturados. Uma resposta que vai um pouco mais além indicaria que a acumulação de reservas apressa a concessão do grau de investimento para o País. Tudo isso leva a concluir que o BC tem mais objetivos que o simples controle da inflação. E, ao que tudo indica até aqui, vem sendo bem sucedido em atingi-los.

É necessário continuar aumentando as reservas internacionais?

TRECHOS DO COMENTÁRIO ECONÔMICO DA MCM CONSULTORES

Álcool no motor da economia

O Copom pode congelar a queda dos juros ainda em 2007?

LUIZ GONZAGA BERTELLI

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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O

álcool da cana-de-açúcar poderá ser, doravante, o grande supridor da matéria-prima básica para a indústria petroquímica, em substituição à nafta, fração da destilação do petróleo. Algumas empresas já projetam a construção de pólos alcoolquímicos, que poderão fabricar, entre outros, polietileno, estireno, cetona, acetaldeído, ácido acético, éter e a acetona, que fazem parte da vida quotidiana nos copos descartáveis, líqüidos para freios de automóveis, detergentes, fios e fibras sintéticas, revestimentos internos de refrigeradores e brinquedos. Em decorrência, o álcool tende a ser um diferencial importante para essa cadeia produtiva, especialmente em relação à concorrência externa. Diante dos altos preços do petróleo, já superando US$ 75 o barril, a alcoolquímica poderá significar a redução das nossas importações de nafta petroquímica, cuja importação já corresponde à metade do consumo interno. Com as novas indústrias sucroalcooleiras, a serem construídas, podendo a produção superar 38 bilhões de litros, na safra 2012/13, não faltará álcool para os veículos (84% de venda dos novos são carros flex), alcoolquímica, exportações e termoelétricas.

P

O crescente interesse do álcool, desta forma, fará ressurgir a alcoolquímica, que foi preterida nos últimos 20 anos, diante do baixo preço do petróleo e da nafta. A cana permeia a história nacional e tudo indica que o álcool, um dos seus principais subprodutos, tem ainda uma forte contribuição a dar para o desenvolvimento sustentado do País, desde que a sua potencialidade seja bem aproveitada, com o estímulo de uma política setorial eficiente e racional.

A

principal crítica formulada no início do Proálcool - e que, ainda, infelizmente, encontra ecos nacionais e do exterior - é que a expansão da cana prejudica o cultivo dos alimentos. Esta falsa acusação não se sustenta nem em São Paulo, nem em qualquer outra região brasileira. Outra aberração é que haverá plantações de cana na Amazônia. Plantar a gramínea naquela região não é possível, porque ela necessita de área com período seco, a fim de concentrar o açúcar e produzir o álcool ou sacarose. A cana ocupa 3 milhões de hectares de terra e a área total agricultável é estimada em 60 milhões de hectares. LUIZ GONZAGA BERTELLI É PRESIDENTE DA ACADEMIA PAULISTA DE HISTÓRIA

ólos alcoolquímicos trarão vantagem competitiva aos produtos brasileiros

escolha de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa, no lugar de Waldir Pires, deve ter levado em consideração o seu passado. Nelson Jobim foi deputado, ministro da Justiça, do Supremo Tribunal Federal e agora foi chamado - numa hora crítica para Aeronáutica - para assumir a Defesa. Provavelmente, como ocorre sempre no Brasil, foi a personalidade do ministro Jobim que pesou na escolha, o fato de ser ele um homem de fala franca, um homem durão, como se diz vulgarmente nas rodas de café. De resto, esse predicado o próprio ministro acentuou ao afirmar que não há comando no transporte aéreo e que ele vai impô-lo. O assunto é tremendamente complexo, pois a Infraero é subordinada a Aeronáutica, hoje vinculada ao Ministério da Defesa numa secretaria e não numa pasta autônoma, com ministro independente, subordinado apenas ao presidente da República. Antes, estávamos aparelhados a discutir problemas como o transporte aéreo sem darmos satisfação outra que não ao ministro da Aeronáutica, ao passo que hoje temos que escalar andares intermediários que não dão solução há problemas imediatos. É esta, de resto, a situação da aviação comercial, que vinha funcionando muito bem até a criação do Ministério da Defesa. O ministro Jobim tem competência para desempenhar o mandato, escolhido que foi pelas suas qualidades pelo presidente (e, segundo o próprio ministro, também por sua mulher).

A

oltamos à questão do transporte aéreo, que funcionou muito bem durante anos e que agora entrou em decadência, quando mais o Brasil precisa de ligações aéreas para acelerar o seu desenvolvimento econômico. O ministro Jobim pode fazer muita coisa com a autoridade que lhe foi dada pelo presidente da República, pelo tipo psicológico que ele encarna e pelo princípio de autoridade que ele sabe manter, embora às vezes exagerando. Em suma, o ministro Jobim foi uma boa escolha. Um homem treinado em vários comandos na sua vida particular e política.

V

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Pesou na escolha do ministro Jobim o fato dele ser um homem de fala franca, um homem durão.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Sergio Lima/Folha Imagem

Política

Pesquisa exclusiva Ibope/Diário do Comércio mostra a ascensão do prefeito Gilberto Kassab (DEM). Há um ano ele figurava quase como desconhecido. Hoje é reconhecido e aprovado por seu trabalho. Davi Franzon

A

Roosewelt Pinheiro/ABr

Uma afirmação dos técnicos chamou nossa atenção: a aeronave saiu em linha reta e caiu diretamente no prédio da TAM. Isso indica que não ocorreu um movimento de arremetimento. Marco Maia, deputado (PT)

Luiz Prado - LUZ

Eu sou ex-morador de rua. Manda relaxar e gozar ali. Quero ver ela (a ministra do Turismo, Marta Suplicy) sentar ali, deitar ali, relaxar e gozar ali. Seu Jorge, cantor e compositor, durante passeata em São Paulo contra o caos aéreo.

Fábio Pozzebom/ABr

Celso Júnior/AE

82% dos entrevistados já ouviram falar do projeto "Cidade Limpa" 56% acham que São Paulo ficou visualmente mais bonita 24% conhecem o serviço de nota fiscal eletrônica 60% lembram da merenda escolar

Valter Campanato/ABr

Os pepinos fazem parte da vida, certo? O importante não é o pepino, mas saber lidar com ele. Cozinhar o pepino, cortá-lo corretamente. É ter inteligência para trabalhar com os pepinos e, principalmente, ter calma para se trabalhar com pepino. brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero

administração do prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP) é aprovada por 23% dos moradores da cidade de São Paulo, aponta pesquisa exclusiva Ibope/Diário do Comércio. A avaliação da atual gestão é classificada como "boa" por 20% dos entrevistados e "ótima" por 3%. O levantamento indica uma evolução da popularidade do prefeito junto à sociedade. "Comparando com os números dos outros institutos de pesquisa, esta gestão teve um desempenho positivo", afirmou o gerente de projetos do Ibope, Maurício Garcia. "Claro que os próximos meses serão fundamentais para a avaliação final desta administração", ressaltou. Boas notas – Quando questionada sobre a qualidade dos serviços oferecidos pela Prefeitura de São Paulo, a população coloca o "Bilhete Único" como o melhor deles. A aprovação, em uma escala de 0 a 10, chega a 8,7. Ações na área de saúde também foram bem avaliadas. O programa de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) recebeu nota 7,9; o "Mãe Paulistana", por sua vez, teve 7,8%. Garcia avalia que o desempenho dos serviços de saúde é um "bom sinal" para a atual gestão, pois a nota é dada pelo usuário desse serviço. "Foi o tema central da última disputa eleitoral. José Serra (PSDB) venceu Marta Suplicy (PT) prometendo mudanças no modelo de saúde. Os números indicam que a população o aprovou", disse Garcia. Já o Bilhete Único, explica o especialista do Ibope, tem sua

aprovação atrelada ao benefício financeiro concedido. A população dá uma nota elevada para a economia que faz no seu dia-a-dia. A pesquisa também questionou o grau de otimismo do paulistano em relação ao futuro da capital paulista: 33% estão otimistas. "Esse é um sentimento geral do paulistano. Fizemos a pergunta antes de perguntar sobre a gestão Kassab. O cidadão percebe uma melhora no seu bairro, na sua vizinhança. O clima é de otimismo, indiferente da esfera política", observa Garcia. Cidade Limpa – Os entrevistados foram questionados sobre qual o principal projeto da gestão Kassab. A redução da poluição visual, por meio da retirada de cartazes e placas ilegais, a Lei "Cidade Limpa", foi a mais lembrada (82% dos entrevistados já ouviram falar) e registrou a melhor nota entre os paulistanos com nível superior completo. Quando questionados se houve ou não uma melhora após a iniciativa, 20% disseram que melhorou muito e 36% que melhorou um pouco. Para 56%, a redução da poluição visual deixou São Paulo mais bonita. "O projeto é recente. Uma avaliação mais concreta virá nos próximos meses", explicou o gerente do Ibope. Com relação ao próximo passo, quando será combatida a poluição do ar, 90% aprovaram a iniciativa. A pesquisa Ibope/Diário do Comércio foi realizada entre os dias 20 e 25 de julho. Foram entrevistadas 805 pessoas, com grau de escolaridade do fundamental ao superior completo. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou menos.

Vera Gonçalves/ AE

Milton Mansilha/LUZ

A CPI está dando uma ordem que tem que ser cumprida. A CPI terá acesso aos dados (da caixapreta do Airbus da TAM) nem que seja na marra. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vice-presidente da CPI do Apagão Aéreo.

Nossa preocupação foi não estabelecer nenhuma característica de ordem política, mas sim de ordem cívica (sobre o movimento Cansei!) João Dória Júnior

23 %

KASSAB

É um costume o funcionalismo estadual negociar o facultamento das sextas-feiras de julho (folgas). O decreto normatiza uma prática comum por aqui. Ana Júlia Carepa, governadora (PT)

No atual grau em que estão as investigações envolvendo a caixapreta do Airbus não se pode afirmar nada nem especular dados. brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Cenipa

Leia mais sobre a avaliação dos projetos do prefeito Kassab em www.dcomercio.com.br

dos paulistanos já aprovam

A agência reguladora (Anac) não tem responsabilidade direta pelo acidente envolvendo o Airbus A320 da TAM. Não foi nossa culpa essa fatalidade. Milton Zuanazzi, presidente da Anac

O sentimento que extravasei foi de repúdio àqueles que sordidamente aproveitaram da comoção vivida pelo país, para insistir na postura de oposição sistemática. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência

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Prefeito Gilberto Kassab durante retirada de cartazes na Marginal Tietê. Projeto "Cidade Limpa" é conhecido por 82% dos paulistanos.


DIGESTO ECONÔMICO - MAIO/JUNHO 2007 - ANO LXII - Nº 443

MAIO/JUNHO 2007 - ANO LXII Nº 443 - R$ 4,50


Distritais DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

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ACSP Andrei Bonamin/Luz

VILA MARIA FAZ 15 ANOS E PROPÕE MUDANÇAS A Distrital pretende trabalhar pela revitalização do Parque do Trote (ao lado) e por melhorias para a região. A extensão do Metrô e o fim do comércio irregular estão entre as prioridades.

André Alves

na, depois de constatarem a necessidade de expandir os trabalhos da distrital na zona norte. Conquistas - Em 15 anos de atividades, a entidade acumu-

lou importantes conquistas. Entre elas, destacam-se a fundação do Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro de Vila Maria (Camp), atualmente Centro

de Apoio ao Aprendizado Profissional de Vila Maria (Caap); participação na inauguração do Cingapura e no movimento em protesto contra a CPMF; parcerias com o Sebrae na realização de cursos e treinamentos; participação na Frente Parlamentar de Apoio à Micro e Pequena Empresa na Assembléia Legislativa e no Ato Público da Frente Brasileira contra a MP 232; trabalho junto à subprefeitura na pavimentação de ruas e participação ativa na campanha De Olho no Imposto. De acordo com o superintendente da Distrital Vila Maria, Daniel Gomes Aguilar, estão em pauta muitos projetos para a região. "Além de angariar novos associados para a distrital, queremos que os comerciantes e as entidades de classe participem mais ativamente das discussões pertinentes à zona norte. Precisamos fortalecer a nossa representatividade", disse. Também faz parte dos planos do dirigente o plantio de mudas de árvores, por meio de parceria

Venda melhor no Dia dos Pais, com o tema Inadimplência: cuidados para garantir o recebimento de vendas. Inscrições - 0800 728 0202. Às 14h30, av. Santa Catarina, 641. I Centro– A distrital e o Creci promovem a palestra O marketing digital na vida do corretor de imóveis. Às 18h, rua Galvão Bueno, 83. I Ipiranga – A distrital realiza reunião do Conseg. Às 19h, rua Benjamin Jafet, 95. I Penha – Reunião com as Lojas Maçônicas para organizar festa de 340 anos do bairro. Às 19h, av. Gabriela Mistral, 199. I Sudeste – A distrital e o Sebrae promovem a oficina Venda Melhor no Dia dos Pais, com o tema Técnicas de vendas; como vender mais e melhor. Às 19h, rua Afonso Celso, 1659. I Tatuapé – A distrital promove a palestra Supersimples ou Simples Nacional, coordenada por José Vanildo Veras da Silva. Às 19h30, praça Sílvio Romero, 29. Reservas - 6192-2979 e 6941-6397.

ACSP. Às 17h, rua Boa Vista, 51/11º andar. I Ipiranga – A distrital e o Sebrae promovem a palestra Projeto de Integração e Empreendedorismo. Às 19h, rua Benjamin Jafet, 95. I Sudeste – A distrital e o Sebrae/SP promovem a oficina Venda Melhor no Dia dos Pais, com o tema Marketing de serviços como planejar ações para satisfazer seus clientes. Às 19h, rua Afonso Celso, 1659.

do Projeto Empreender. Às 19h30, rua Galvão Bueno, 83. I Tatuapé – A distrital promove a palestra Tema regional estratégico da Zona Leste, coordenada pelo engenheiro da subprefeitura da Vila Formosa, Carrão e Aricanduva, Nelson Amilton Garcia. Às 19h30. Praça Sílvio Romero, 29. I Santana – A distrital promove a palestra O que o mercado fala hoje sobre varejo. Às 19h45, rua Jovita, 309.

A

Distrital Vila Maria da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) comemorou 15 anos de sua fundação. Ao longo dos anos, a entidade vem se destacando por sua participação na discussão dos assuntos mais importantes de sua área de jurisdição, que abrange 16 bairros da zona norte da capital. Atualmente a distrital tem diversos projetos e desafios para a região, como solucionar os problemas viários e de comércio ambulante, aumentar o número e a participação dos associados e lojistas na discussão dos temas tratados pela entidade e terminar a revitalização do Parque do Trote, entre outros. Fundada em 10 de junho de 1992, a Distrital Vila Maria teve como primeiro diretor superintendente Norival Cunha. A idéia de criar a sede distrital surgiu por iniciativa de alguns conselheiros da Distrital Santa-

O comércio informal na Guilherme Cotching (à direita) é um dos problemas apontados por Aguilar (ao alto) e Perosa (acima)

com a subprefeitura. Ele alertou que a Vila Maria possui uma carência de 1 milhão de unidades, e que o bairro possui uma das maiores temperaturas médias da cidade. Problemas - Um dos principais problemas enfrentados na região é a dificuldade nos acessos viários. Para o superintendente, o problema está presente principalmente no bairro da Vila Guilherme. "Sugerimos diversas alterações para a revisão do Plano Diretor". A falta de vagas de estacionamento e o comércio informal na avenida Guilherme Cotching são outros desafios apontados. Outro projeto em que a distrital está tendo uma participação ativa é na revitalização do Parque do Trote. "Já terminamos as pistas de cooper e de ciclismo, os playgrounds e o salão de festas. Estamos entrando na segunda fase do projeto, que contempla outros aspectos da infra-estrutura do Parque. A previsão é de que até o final do ano as obras estejam concluídas", afirmou Aguilar.

Entre todos os projetos defendidos pela entidade, um dos mais ousados é a vinda do metrô para a Vila Maria. A distrital sugere que a Linha Amarela do metrô não deve parar na Estação da Luz, mas simplesmente passar por ela, continuando pela Vila Maria e tendo como ponto final a confluência das rodovias Fernão Dias e Dutra. "Por enquanto é só uma pretensão, já que ainda não existe nenhum projeto concreto". Parceria - Segundo o subprefeito da Vila Maria, Antonio Perosa, a ACSP, por meio da distrital, é parceira em todos os projetos de políticas públicas da região. "Junto com a entidade desenvolvemos projetos como a construção da alça de acesso ao terminal de cargas da Fernão Dias, que deverá ser inaugurada em novembro. Também estamos trabalhando na retirada de ambulantes de importantes vias comerciais. O Parque do Trote está em processo de finalização e, quando pronto, terá livrarias, museus e oficinas culturais", disse o subprefeito.

Divulgação

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I CEO - O presidente da ACSP,

Alencar Burti, coordena reuniãoalmoço com a CEO do Council of the Americas, Susan Segal. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º. I Santo Amaro – A distrital e o Sebrae promovem a oficina Venda melhor no Dia dos Pais com o tema Atendimento, um diferencial para conquistar clientes. nscrições - 0800 728 0202 ou www.sebraesp.com.br. Às 14h30, av. Mário Lopes Leão, 406. I Plenária - O presidente da ACSP, Alencar Burti, coordena reunião plenária quinzenal com palestra do deputado federal José Eduardo Cardozo, sobre Reforma Política. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar. I Santana – A distrital e o Sebrae promovem a oficina Aumente suas vendas no Dia dos Pais, com o tema Técnicas de exposição de produtos. Às 19h, rua Jovita, 309. I Sudeste – A distrital e o Sebrae promovem a oficina Inadimplência, cuidados para garantir o recebimento de vendas. Às 19h, rua Afonso Celso, 1659.

Amanhã I Jabaquara – A distrital e o

Sebrae promovem a oficina

Quarta I Sudeste – Reunião do

Comitê Técnico de Política Urbana. Às 13h30, rua Afonso Celso, 1659. I Centro – A distrital e o Sebrae promovem o curso Técnicas de exposição de produtos; ações promocionais para aumentar suas vendas. Às 18h, rua Galvão Bueno, 83. I Meio Ambiente - Reunião da Comissão de Meio Ambiente da

Quinta

Sexta

I Jabaquara – A distrital e o

I Jabaquara – A distrital

Sebrae promovem a oficina Venda melhor no Dia dos Pais, com o tema Marketing e comunicação – como elaborar uma divulgação eficaz". Inscrições - 0800 728 0202. Às 9h, av. Santa Catarina, 641. I Centro – Reunião de aquarelistas do Projeto Empreender. Às 14h, rua Galvão Bueno, 83. I Jabaquara – A distrital e o Sebrae promovem a oficina Venda melhor no Dia dos Pais, com o tema Técnicas de exposição de produtos; ações promocionais para aumentar suas vendas. Inscrições - 0800 728 0202. Às 19h, av. Santa Catarina, 641. I Sudeste – A distrital e o Sebrae promovem a oficina Venda Melhor no Dia dos Pais, com o tema Marketing de comunicação; como elaborar uma divulgação eficaz. Às 19h, rua Afonso Celso, 1659. I Centro – Reunião de óticas

promove a palestra Dislipdemia, do projeto Viva a Vida com Diabetes. Às 8h30, av. Santa Catarina, 641. I EUA - O presidente da ACSP, Alencar Burti, coordena reunião-almoço com o embaixador do Brasil nos EUA, Antonio Patriota. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º (Enre). I Santo Amaro – A distrital e o Sebrae promovem a oficina Venda melhor no Dia dos Pais, com o tema Técnicas de exposições de produtos; ações promocionais para aumentar suas vendas. Inscrições - 0800 728 0202 ou www.sebraesp.com.br. Às 14h30, av. Mário Lopes Leão, 406. I Sudeste – A distrital e o Sebrae/SP promovem a oficina Venda Melhor no Dia dos Pais, com o tema Marketing de serviços; como planejar ações para satisfazer seus clientes. Às 19h, rua Afonso Celso, 1659.

Reunião no Centro discutiu temas do Comitê de Política Urbana

Política urbana no Centro

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Distrital Centro realizou a sua 6ª reunião ordinária da diretoria e conselho para tratar de assuntos do Comitê Técnico de Política Urbana. Foram discutidos a limpeza pública, iluminação, calçadas, camelôs, segurança pública, regularidade de imóveis e alvará de funcionamento. Na oportunidade, foi firmada uma parceria com o Hospital Bandeirantes para o lançamento do Plano de Revitalização da Liberdade. Durante a reunião foram empossados na distrital os seguintes conselheiros: Antônio de Souza Neto (presidente do Instituto Cultural Galeria do Rock), Dirceu Flora Stockler (presidente da Primus Contabilidade) e Joaquim Antônio de Medeiros (superintendente-geral do Hospital Bandeirantes).

Bovespa – A distrital também apresentou o programa Bovespa Mais - Como sua empresa pode ter acesso ao mercado de Ações, que é um segmento do mercado de balcão organizado e administrado pela Bovespa. Seu propósito é acolher empresas que tenham uma estratégia gradual de acesso ao mercado de capitais, viabilizando sua exposição a esse mercado e apoiando sua evolução em termos de transparência, para concretizar seus projetos de crescimento. A apresentação do Bovespa Mais foi feita pelo analista de desenvolvimento de empresas, Thiago Almeida Ribeiro da Rocha. Esteve presente o vice-presidente da ACSP e coordenador institucional das distritais, Roberto Mateus Ordine e o superintendente da distrital, Marcelo Flora Stockler.



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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Facesp nterior

Fotos: Paulo Pampolin/21/05/2005

TURISTAS LOTAM SANTO ANTÔNIO DO PINHAL

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cidade de Santo A n t ô n i o d o P inhal, localizada na Serra da Mantiqueira, assim como a vizinha Campos do Jordão, também se destaca pelo seu Festival de Inverno e outros eventos característicos da época mais fria do ano. O município, cuja população é estimada em aproximadamente 7 mil habitantes, chega a receber perto de 50 mil turistas nos meses de julho. O comércio, as pousadas e os restaurantes agradecem o aumento de visitantes e comemoram anualmente os ótimos resultados desta época do ano. Não é apenas Campos do Jordão, mais conhecida do público, que planeja atividades para estação mais fria do ano. O inverno de Santo Antônio do Pinhal sedia importantes eventos festivos, entre eles o Festival de Inverno, a Feirart - Feira de Artesanato e a Festa da Orquídea. Os milhares de turistas também podem conhecer vários pontos turísticos como a Casa do Artesão, as fontes São Geraldo, Santo Estevão e Santo Antonio, a Estação Eugênio Lefévre, além do Pico Agudo, onde são praticados esportes radicais com regularidade. "Nos últimos anos o turismo na cidade aumentou consideravelmente. Há cinco anos, tínhamos apenas 15 pousadas. Hoje já temos 52 empreendimentos desse tipo. E eles estão constantemente investindo na sua infra-estrutura", afirmou o prefeito de Santo Antônio do Pinhal, Augusto Pereira.

A fria Santo Antonio do Pinhal, na Serra da Mantiqueira, tem vários pontos turísticos: igrejas, fontes, feiras de artesanato e de orquídeas

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Notícias das associações comerciais e industriais do interior do Estado

LIMEIRA Associação Comercial e A Industrial de Limeira (Acil) realiza amanhã, às

Os adeptos de esportes radicais costumam visitar o Pico Agudo

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Divulgação

Na Serra da Mantiqueira, não é apenas a conhecida Campos de Jordão que atrai visitantes. A cidade vizinha recebe 50 mil pessoas na estação mais fria do ano. André Alves

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Sahade, da Acasap, e Pereira, prefeito, apostam em mais crescimento

Crescimento - De acordo com o prefeito, o turismo na cidade cresce anualmente. "Devido a aspectos como natureza exuberante, tranquilidade, pouca badalação, maior segurança, preços mais baixos e a proximidade de Campos do Jordão, além de boa infra-estrutura dos serviços públicos, esperamos neste inverno um crescimento da ordem de 15% no número de turistas em comparação ao mesmo período do ano passado". O perfil dos visitantes do município é formado principalmente por famílias, apesar de haver muitos jovens. "Muitos deles passam o dia em Campos e pernoitam em Santo Antônio do Pinhal. Aqui as filas são menores e há um ambiente mais bucólico", disse Augusto Pereira. Com o crescimento do turismo, o comércio e o setor de prestação de serviços da cidade se beneficiam. Segundo o presidente da Associação Comercial e Agrícola de Santo Antônio do Pinhal (Acasap), Alfredo Sahade Filho, o turismo representa cerca de 80% da receita do município. "No inverno, as pousadas dobram suas taxas de ocupação, com 100% dos leitos ocupados nos finais de semana do mês de julho. O movimento nos restau-

19h30, a palestra Como Evitar o Assédio Moral e Sexual nas Relações de Trabalho". O objetivo é oferecer dicas de prevenção para evitar ocorrência de ações indenizatórias. Os palestrantes são Marcelo Luis Roland Zovico, professor de Direito Civil, Financeiro e Econômico, e Liliane Elias, procuradora de Limeira, professora e mestre em Direito. O custo é de R$ 20 para sócios e R$ 30 para nãosócios. Mais informações no 3404-4900.

AMERICANA egundo levantamento do Serviço Central de S Proteção ao Crédito (SCPC)

Belezas naturais atraem cada vez mais turistas: 50 mil pessoas visitam a cidade no inverno

rantes aumenta 70% e o comércio em geral registra índice de 50% de crescimento nas vendas, como nas lojas de materiais de construção". Esportes radicais - Apesar da tranquilidade, o município, nos últimos anos, vem atraindo cada vez mais os adeptos de esportes radicais na baixa temporada. Segundo Pereira, há muitos campeonatos de ciclismo e outras modalidades, como asa delta. "Ao conhecer a cidade durante esses eventos, muitos esportistas voltam na alta temporada para relaxar e aproveitar os atrativos de Santo Antônio do Pinhal". Até há alguns anos, o turista que visitava a Serra da Mantiqueira só permanecia em Santo Antônio do Pinhal quando acabavam os leitos disponíveis na vizinha e mais conhecida Campos do Jordão. Atualmente, com os investimentos

públicos, como os realizados na revitalização e iluminação do centro da cidade e das praças, Santo Antônio do Pinhal passou a ser uma opção de escolha imprescindível. Isso pode ser verificado nas reservas das pousadas, que são feitas com mais de um mês de antecedência. "São viagens planejadas. O fato de a hospedagem ser mais barata, de haver maior tranquilidade e de a cidade ficar a apenas 15 minutos de Campos do Jordão, o visitante prefere se estabelecer no município nesse período", explicou Sahade. Comércio - O proprietário da pousada Le Lieu, Robson Rezende, já pretende investir na ampliação de seu estabelecimento, atualmente com oito apartamentos. Nos próximos dois anos, o empresário planeja construir mais seis unidades. "Durante todo o mês de ju-

lho, nossa ocupação foi de praticamente 100% nos finais de semana e de 80% de segunda a quinta-feira". Praticamente todas as reservas foram feitas com mais de um mês de antecedência. "Apesar de sofrermos com a queda do dólar, que estimula viagens ao exterior, o apagão aéreo está nos beneficiando bastante neste inverno, já que as pessoas estão preferindo viajar de carro e para lugares mais próximos", ressaltou Rezende. O mesmo otimismo é compartilhado pela proprietária do restaurante Picanha e Pasta, Denise Santos. "No inverno atingimos a lotação máxima nos finais de semana. A diferença entre outras épocas do ano é que o gasto médio dos turistas nesse período é 50% maior. Espero abrir mais uma unidade dentro de um ano", concluiu Denise.

da Associação Comercial e Industrial de Americana (Acia), a movimentação do comércio da cidade registrou em junho um aumento de 5,3% em comparação ao mesmo mês de 2006. Foram realizadas 58,3 mil consultas, superior às 55,3 mil registradas no ano passado. Segundo o diretor do SCPC, Marcelo Fiorani, junho apresentou dados que superaram as expectativas. "O Dia dos Namorados e a campanha promocional aqueceram as vendas", disse.

ITATIBA Associação Industrial e A Comercial de Itatiba (Aicita) promove amanhã um workshop sobre o fenômeno O Segredo, com os palestrantes Taís Boza e Charles Ikeda. O livro, de mesmo nome, fala da lei da atração praticada com altas doses de pensamento positivo – em cada aspecto da vida. O livro O Segredo se tornou um sucesso de vendas e já é considerado um fenômeno entre as obras de auto-ajuda. O workshop acontece das 19h às 22h, na Aicita. O investimento é de R$ 30 por pessoa. Mais informações pelo telefone 4534-7892.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 - INTERNACIONAL/OPINIÃO

O

recente “tsunami Marx que acaba de invadir as prateleiras das livrarias de todo o País”, como o qualifica entusiasticamente O Estado de S. Paulo do dia 22, comprova, da maneira mais clara possível, algo que venho dizendo há tempos: o bom e velho Partido Comunista ainda domina a indústria editorial e a mídia cultural no Brasil, aí exercendo um poder mais vasto e eficiente até do que nos anos 50 ou 60. É natural que esse controle monopolístico do mercado jamais admita sua própria existência, procurando, ao contrário, explicar a onipresença retumbante da propaganda marxista nas livrarias como se fosse um fenômeno espontâneo gerado pela pura “vitalidade intelectual” do marxismo, imune ao fracasso econômico dos regimes socialistas. Mas essa vitalidade intelectual simplesmente inexiste. Nove décimos do “pensamento marxista” desde a morte de Marx consistem em produzir novos significados para a doutrina do mestre, de modo que ela acabe dizendo o que não dizia antes e, a cada vez que é refutada pelos fatos, pareça emergir do confronto revigorada e vitoriosa. Uma das estratégias mais freqüentes usadas para esse fim é dissolver a estrutura da teoria tal como aparece nos escritos de Marx e reconstruí-la desde algum ângulo que pareça mais vantajoso – ou menos vexaminoso – desde o ponto de vista do estado presente dos conhecimentos. O marxismo, como o darwinismo, não sobrevive ao teste do tempo mediante repetidas comprovações da sua veracidade originária, como acontece com a aritmética elementar ou com a tabela periódica dos elementos, mas mediante a descoberta – ou invenção -- de novas veracidades possíveis ocultas sob os escombros das suas pretensões refutadas.

Qualquer filosofia que (...) mude de significado quando bem lhe interesse adquire o delicioso privilégio de não poder ser jamais contraditada pelos fatos

Qualquer teoria, beneficiada ciclicamente por esse tratamento rejuvenescedor, pode adquirir uma espécie de eternidade. O que os responsáveis por semelhante milagre geriátrico jamais informam à deslumbrada platéia é que esse tipo de vida eterna não é próprio das teorias científicas e sim dos símbolos literários, que, justamente por não terem significados estáveis e definitivos, podem sempre se enriquecer de novos e novos significados, até mesmo contraditórios entre si, à medida que a experiência os sugira à fértil imaginação de cada interessado. Mergulhado de tempos em tempos nessa fonte da juventude, até mesmo o “eterno retorno” nietzscheano pode retornar eternamente sem que ninguém jamais consiga refutá-lo de uma vez por todas, embora todo mundo saiba que ele é falso. Mas essa estratégia, no caso do marxismo, seria impotente para obter resultados tão animadores se não fosse secundada por uma técnica ainda mais sutil e maravilhosa, que é a de camuflar as ações e os efeitos da própria militância marxista sob a aparência de forças sociais impessoais que, hipostasiadas, posam então de agentes da história em lugar dos agentes de carne e osso a serviço dos movimentos revolucionários. Não deixa de haver uma certa virtude ascética na humildade com que os exércitos de formadores de opinião e agentes de influência esquerdistas renunciam ao mérito histórico das suas ações e desaparecem por trás do cenário, atribuindo os resultados de seus esforços à dialética anônima do “mercado”, a qual, abstração feita da guerra cultural incessante movida pela militância esquerdista para corromper o capitalismo desde dentro, parece até funcionar como Marx disse que funcionaria. O acontecimento mental mais importante e notório da segunda metade do século XX é a disseminação do “marxismo cultural” entre as classes superiores no mun-

segunda-feira, 30 de julho de 2007

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington, DC

Karl Marx na fonte da juventude

do ocidental. Ela tem como corolário inevitável a apostasia geral em relação aos valores morais e religiosos que fundaram o capitalismo. Na geração dos baby-boomers que hoje brilham nos altos postos das finanças, da indústria, da mídia e do show business, quem não aderiu francamente ao esquerdismo e ao anti-americanismo ao menos abjurou por completo das crenças religiosas dos seus pais e se imbuiu de um progressismo darwinista ou de um liberalismo amoral que não hesita em promover as causas esquerdistas – especialmente o abortismo e o gayzismo –, pensando só nas vantagens econômicas imediatas que isso pode lhe trazer e nem de longe se preocupando com as conseqüências sociais, culturais e políticas de longo prazo. O resultado é que a democracia vai sendo minada nas suas bases por meio dos mesmos instrumentos econômicos criados para fomentá-la. Se, nesse panorama, você fizer abstração do fator “guerra cultural”, que é o principal determinante do conjunto, restará apenas a contradição crescente entre democracia e enriquecimento capitalista, dando razão aparente à previsão de Marx. Assim os próprios agentes da guerra cultural matam dois coelhos com uma só cajadada: dão sumiço às suas próprias ações subversivas e no mesmo ato elevam ao nível de verdade profética a visão fantasiosa que Marx tinha das “contradições do capitalismo”. (Como já expliquei dias atrás -h t t p : / / w w w. o l a v o d e c a r v alho.org/semana/070620dce.html --, a duplicidade de línguas é traço permanente e estrutural da mente esquerdista, toda ela modelada pelo exemplo “dialético” de Stalin, que fomentava o nazismo em segredo e o condenava em público.) O “tsunami Marx”, além de ser um acúmulo de simultaneidades demasiado ostensivo para poder ser explicado ele próprio pelas tendências espontâneas do mercado, é todo ele constituído de mutações retroativas como aquela que acabo de descrever. O novo Karl Marx que ali se apresenta para receber os aplausos da galera tem tanto a ver com o antigo quanto o evolucionismo do sr. Richard

Dawkins, onde tudo acontece por acaso, tem a ver com o darwinismo originário no qual nada acontece por acaso (de modo que em qualquer dos dois casos o evolucionista está sempre com a razão). Qualquer filosofia ou teoria científica que se arrogue o direito de mudar de significado quando bem lhe interesse adquire o delicioso privilégio de não poder ser jamais contraditada pelos fatos. Que uma parcela significativa da classe intelectual e de seus acólitos na mídia se dedique à produção dessas transmutações, é a prova incontestável de que a “cultura superior” está se transformando cada vez mais numa modalidade socialmente aceita de crime organizado.

Absoluta falta de escrúpulos No meu artigo anterior, escrevi: “O movimento gayzista foge a toda discussão, ele não quer debater com seus adversários, mas destruí-los socialmente, privá-los de seus meios de expressão, reduzilos à condição de párias e, por fim, colocá-los na cadeia em massa. Nos sites e assembléias onde se prepara a reação gayzista aos críticos, não se vê uma só tentativa de conceber argumentos para um eventual enfrentamento dialético: só planos de assédio judicial, de boicote, de assassinato moral.” Na mesma semana, reagindo a um outro artigo meu (http:// www.olavodecarvalho.org/semana/070719jb.html), a militância enfurecida ofereceu ainda mais provas disso, estampando no Orkut apelos ostensivos à minha imediata exclusão da mídia. O mais bonito foi este: “O Julio Severo já foi calado, só falta esse monte de b...ta chamado Olavo.” Para não dizer que essa palavra de ordem veio desacompanhada de qualquer tentativa de refutar os meus argumentos, o remetente, respondendo à minha afirmativa de que “Júlio Severo se limita a opor ao homossexualismo a moral cristã, que não manda currar ninguém”, informava a um estupefato mundo que o Levítico manda empalar – sim, empalar – os acusados de homossexualismo. Não sei se fi-

co mais mavavilhado ante esse feito sublime de exegese bíblica ou ante a passividade sonsa das entidades cristãs e judaicas que deixam todo mundo praticar com total impunidade o crime de ultraje a culto. Recebi também algumas cartas de gayzistas enfezados, que me acusavam de “associar o movimento homossexual à pedofilia”. A reclamação não faz sentido. Quem associou gayzismo e pedofilia não fui eu. Foram os líderes gayzistas Luiz Mott e Denilson Lopes, o primeiro com aquela sua desavergonhada apologia do “moleque ideal”, o segundo em artigos e conferências que, no mínimo, verberam como “intolerância” toda condenação à pedofilia. Outra associação da qual muito reclamam é entre homossexualismo e promiscuidade. Mas ela também não é uma rotulação externa, vinda de fanáticos homofóbicos ou mesmo de críticos sérios do movimento. Ao contrário, é um título de glória ostentado pelo sr. Luiz Mott, que se gaba de ter tido relações homossexuais com pelo menos quinhentos homens! Se Mott e Lopes são representantes autorizados do movimento gay, então é manifesto que este defende a pedofilia e a promiscuidade. Se não são, então os demais líderes do movimento têm a obrigação de expressar publicamente seu repúdio à conduta de ambos. Como não fizeram isso até agora, não têm o direito de reclamar quando a palavra dos dois é tomada como se fosse a sua própria palavra. Por outro lado, é óbvio que inventei o neologismo “gayzista” (ou gueizista), em oposição a gay, para marcar a distância entre condenar uma conduta sexual e criticar um movimento político. Até o momento, tudo o que escrevi foi contra o movimento político, a ideologia e o projeto de poder gayzistas e contra a sua expressão mais imediata, a proposta de lei “anti-homofóbica” – mas, pelas reações que meus artigos suscitam entre a militância, é patente que isso também se enquadra no delito de “homofobia”. Se eu quisesse uma prova suplementar de que esse movimento é totalitário na sua inspiração e

nos resultados políticos que planeja obter, essas reações já bastariam para fornecê-la com a máxima clareza possível. Quando se acusa de “homofobia” cada objeção à lei “anti-homofóbica”, é claro que a divergência em si já está criminalizada, antes mesmo que a proposta se consagre em lei. Isso é totalitarismo no sentido mais eminente do termo. Da minha parte, não apenas me abstive de participar de qualquer cruzada moralizante contra o homossexualismo (nisso diferindo dos críticos religiosos), mas tenho feito o possível para compreendêlo como experiência humana, sine ira et studio. Não tenho portanto a menor dificuldade em simpatizar com a causa dos homossexuais que desejam ser aceitos socialmente como tais e não apenas como “seres humanos” ou “cidadãos”, abstrata e assexualmente. No mínimo, sei o que é um fumante ser admitido, entre sorrisos postiços, em ambientes que professam ser hospitaleiros aos fumantes... contanto que eles procedam como se não o fossem. Por motivos que já expliquei aqui ( h t t p : / / w w w. o l a v o d e c a r valho.org/semana/070326dc.html), o gay que tenha de fazer abstração de sua preferência sexual para se sentir aceito socialmente vivencia isso como a mais intolerável das humilhações. Meu problema com a militância gayzista não tem nada a ver com homossexualismo, mesmo porque há muitos gayzistas que não são gays (o sr. presidente da República é um; o prefeito de São Paulo é outro; o PT e as fundações Ford e Rockefeller estão repletas de tipos similares) e muitos gays que não são gayzistas (nas igrejas cristãs, por exemplo). Meu problema é que a ideologia gayzista, desde suas primeiras formulações, já mostrou uma inclinação totalitária escandalosa, descarada, persistente. Ela não quer proteger os homossexuais, garantir para eles um lugar entre pessoas que sejam diferentes deles. Ela quer destruir radicalmente tudo o que, na sociedade, na cultura ou nas mentes individuais, seja contrário ao homossexualismo. Ela quer proibir toda divergência moral, toda repulsa espontânea, toda palavra adversa, todo pensamento que a desagrade, todo mandamento religioso que lhe seja contrário. Ela quer eliminar toda diferença e imperar, soberana, sobre uma montanha de concordância e subserviência. Quem diz isso não sou eu. São as próprias atitudes públicas de seus porta-vozes. Um exemplo já antigo é a perseguição aberta, oficial, aos ex-gays e aos psicólogos que professem ajudar o paciente interessado em abandonar as práticas homossexuais. O movimento gayzista trata os primeiros como traidores abjetos e os segundos como criminosos. Que é que se pode depreender disso senão que é proibido abandonar o homossexualismo, que a liderança gayzista se dá o direito de policiar a vida privada de cada homossexual e de se impor como uma verdadeira máfia, na qual se pode entrar livremente mas só se pode sair morto? Não há maior atentado à liberdade individual do que forçar um ser humano a ostentar uma identidade social que ele já não considera sua. Mais tarde veio a discriminação dos homossexuais machões aos transexuais que ousavam invadir o espaço sacrossanto das saunas gays. Repugnava aos primeiros ver peitos de silicone numa atmosfera que desejariam cem por cento varonil, musculosa e peluda. “Tenho nojo disso”, exclamava um deles ante os travecos. Ora, todo mundo sabe que o instinto sexual se compõe não só de afeição a certos estímulos (visuais, tácteis etc.) mas de repugnância instintiva aos estímulos contrários. Um homem cujas fantasias eróticas envolvam privacidade e segredo sentirá repulsa incoercível ante

exibições públicas de erotismo. O transexual do tipo conhecido como “autoginéfilo”, que só se excita quando se vê como mulher, se sentirá humilhado e constrangido se o parceiro lhe lembrar por atos ou palavras a sua condição de varão. Mutatis mutandis, o homossexual puro sangue, o macho atraído por machos, sentia nojo de homens que pareciam mulheres. Lembro-me de que o sr. Luiz Mott, convidado a arbitrar a disputa, deu razão aos dois lados, mostrando que compreendia perfeitamente bem a dialética de atração e repulsa. Mas o mesmo Luiz Mott, ante o heterossexual a quem repugnem as ostentações de homossexualismo, gritará: “Crime!”, “Homofobia!”, “Nazismo!” O direito à repulsa, portanto, é monopólio exclusivo da comunidade gay. Os demais, que tratem de gostar do que não gostam. Conheci uma vez um guru argentino, da escola gurdijeffiana, famosa nos meios ocultistas por sua índole autoritária e brutal. Para quebrar a resistência dos discípulos recém-chegados, ele já lhes ditava logo na entrada o parágrafo número um do seu regulamento disciplinar: “Que te guste lo que no te gusta.” É isso aí. É o mandamento número um que a ideologia gayzista impõe aos não-gays. Para os recalcitrantes, cadeia. São ou não são uns intolerantes hipócritas esses líderes gayzistas?

(..) a liderança gayzista se dá o direito de policiar a vida privada de cada homossexual e de se impor como uma máfia, na qual se pode entrar livremente mas só se pode sair morto?

Vejam por exemplo a diferença, o duplo critério no julgamento dos heteros e dos homos. A mulher que admita ter ido para a cama com quinhentos homens desiste, ipso facto, de qualquer pretensão à respeitabilidade familiar. Mas o sr. Luiz Mott se vangloria dos seus quinhentos parceiros, e ai de quem o chame de promíscuo! Nada, na galeria da presunção universal, se compara à prepotência gayzista. Se ainda duvidam, leiam este despacho da Agência de Notícias da Aids (http://www.ac apa.com.br/site/noticia.asp?codigo=2029): “Stalinista. Foi dessa forma que o ativista José Araújo, diretor da AFXB (Centro de convivência para crianças que vivem com HIV/Aids em São Paulo), classificou alguns setores do movimento gay... ‘A fome de poder deles está sendo saciada pelo Programa Nacional [de DST/Aids]’, avalia Araújo. "Para José Roberto Pereira, mais conhecido como Betinho, está acontecendo ‘um aumento cada vez maior da intervenção do movimento gay no movimento de Aids’. “‘Eu sou gay, não tenho o menor problema com gay, mas... existe uma espécie de estrangulamento do movimento de Aids com o crescimento do movimento gay’, acredita Betinho. “Fundos importantes da Aids estão indo para o movimento gay e não estou vendo uma queda dos índices [da epidemia do HIV entre os homossexuais]’, avalia Betinho, um dos colaboradores do Projeto Bem-Me-Quer. (...) ‘O movimento de Aids está perdendo sua característica. Está virando um grande movimento gay’, lamentou, em outro momento, José Araújo, da AFBX.” Se os líderes gayzistas a que se referem Betinho e Araújo não se vexam nem de roubar dinheiro do socorro a seus correligionários aidéticos para fomentar uma agenda política, que é que pode impedi-los de usar, contra seus poucos e inermes adversários, as armas mais torpes e mesquinhas? Escrúpulos? É claro que eles não têm nenhum. Por isso é que é mais urgente do que nunca distinguir entre gays e gayzistas. Seria horrivelmente injusto atribuir à totalidade dos primeiros os hábitos ditatoriais e perversos da minoria ativista, revolucionária e gnóstica que, escorada no dogma da própria impecabilidade essencial, se concede o direito a todas as baixezas, a todas as iniqüidades, a todos os crimes, sempre em nome dos belos ideais que diz personificar.


assumiram inúmeras tarefas para auxiliar o movimento. Foram responsáveis pelo controle de receita e despesa, além de serem um importante elo de comunicação entre governo e entidades de classe, comércio, indústria e agricultores. A ACSP foi a responsável pelas campanhas de produção de capacetes e de doação de ouro (Ouro para o Bem de São Paulo). Nazareth chefiou pessoalmente o Departamento de Abastecimento e dirigiu outros serviços, que tinham o objetivo de promover a assistência à frente de combate e retaguarda, incluindo o auxílio às famílias dos voluntários. O presidente da ACSP chegou a fazer um apelo pela Rádio Educadora Paulista aos comerciantes e às indústrias para que não aumentassem os preços dos produtos e que garantissem o emprego e os salários dos empregados que desejassem alistarse ao movimento. Tudo isso para evitar que a população fosse penalizada ainda mais com a situação. Em discurso transmitido pela Rádio Sociedade Record, Carlos de Souza Nazareth afirmou: "Não foi senão para restituir ao País a tranqüilidade de que o fizera órfão a ditadura que São Paulo deixou a alavanca - utensílio da paz - e apanhou o fuzil - utensílio da guerra. Se havia de mandar emissários ao Rio, para insistir naquele jogo inútil de conferências, que a nenhum resultado prático chegavam, preferiu enviar seus filhos para as trincheiras, com autoridade para negociar ao som dos canhões da liberdade, o único acordo possível: o acordo da vitória!" Entre agosto e setembro os combates foram ferozes e a desvantagem dos paulistas frente às forças federais era evidente. Soldados de Minas Gerais atravessaram a fronteira e ameaçavam as cidades de Cruzeiro e Campinas; tropas federais tomam Itapira (próximo a Mogi Mirim), Pinheiros, Lavrinhas e outras cidades do Vale do Paraíba. A última batalha foi em torno de Campinas, que foi bombardeada. Em 1º de outubro é assinado

o armistício, com o fim da guerra. Após a rendição dos paulistas, Carlos de Souza Nazareth, juntamente com outros líderes do movimento, foi preso, enviado à Casa de Correção do Rio de Janeiro e depois exilado em Portugal, onde ficou por dois anos até o País restabelecer o regime democrático. Da prisão, após saber que seria deportado, Nazareth enviou uma mensagem por telégrafo para a diretoria da ACSP, concluída com a célebre frase, que tornou-se o seu lema: "Não esmorecer para não desmerecer". Ao regressar ao Brasil, Carlos de Souza Nazareth assumiu a presidência da Companhia de Armazéns Gerais e mais tarde foi eleito deputado na assembléia Estadual Constituinte até 1937. Deixou a política e se dedicou às atividades relacionadas com o comércio e a indústria. Foi presidente da Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP, que em maio de 1991 foi incorporada à BM&F). Carlos de Souza Nazareth faleceu no dia 28 de março de 1951 por problemas cardíacos. Seis anos depois, seus restos mortais foram transferidos para o mausoléu no Obelisco do Ibirapuera da Revolução de 1932. Em 19 de agosto de 2003, o governador Geraldo Alckmin, por meio do Decreto Nº 48.033 oficializou a criação do Colar Carlos de Souza Nazareth, instituído pela Associação Comercial de São Paulo, que tem por objetivo homenagear personalidades brasileiras ou estrangeiras, que por seus méritos pessoais e relevantes serviços prestados a tudo quanto diz respeito à cidadania, tenham-se tornado dignas de reconhecimento público. Trata-se de uma cruz de Malta esmaltada de amarelo e perfilada de ouro, com 75 mm de extremo a extremo de seus ramos, com a efígie de Carlos de Souza Nazareth, de perfil oitavado e no reverso um disco trazendo o emblema da Associação Comercial de São Paulo.

MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO

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Reprodução/AE

Arquivo pessoal

Os principais líderes da Revolução de 1932 foram presos e levados pra a Casa de Correção do Rio de Janeiro. Na primeira foto da página, Carlos de Souza Nazareth está em pé na segunda fileira, é o primeiro da direita para a esquerda. Juntamente com outras lideranças do movimento, Nazareth foi deportado para Portugal a bordo do navio Pedro I. Ele está de pé, na primeira fileira, é o primeiro da esquerda para a direita.

MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO

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Reprodução

O mapa ilustra as batalhas travadas entre o Exército Constitucionalista e as tropas federais. Foi a maior mobilização militar do País no século 20, envolvendo no total 135 mil homens. Desde o início ficou evidente a desvantagem de São Paulo. O confronto deixou 830 mortos, dos quais 630 paulistas.

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DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007


Alex Ribeiro/DC

O Obelisco do Ibirapuera é um monumento em homenagem aos heróis da Revolução de 1932. No seu interior há um mausoléu, onde se encontram os restos mortais de Carlos de Souza Nazareth.

federal e ao seu secretariado, com a participação de membros da Frente Única Paulista. Em seu discurso, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, o presidente Carlos de Souza Nazareth disse: "(...) em torno do nosso governo, que não é hoje somente uma expressão da sociedade politicamente organizada, mas também um símbolo da dignidade paulista, congregam-se todos os que aqui nasceram e que aqui vivem, todos os que pensam, trabalham e produzem animados pelos mesmos ideais. Já agora não sois somente o delegado do governo provisório, sois também o mandatário do povo, que vos outorgou, de modo inequívoco, os poderes que só a ele pertencem nas democracias fundadas no direito e na sociedade (...)" Dois dias depois, 18 de junho, o presidente da ACSP é homenageado no Clube Comercial, solenidade que reuniu cerca de 300 pessoas, entre representantes do governo, da Liga PróConstituinte, associações de classe, centros e grêmios acadêmicos. Em seu discurso, Nazareth enfatizou: "(...) De São Paulo, meus senhores, deve partir o grande gesto de paz, a palavra de transigência e de concórdia, para a maior grandeza do Brasil. Cabe à nossa terra a grandiosa missão de serenidade. Se os paulistas demonstraram o seu valor cívico sabendo ser soldado quando foi preciso, também sabe persuadir quando é mister congraçar e justo quando deve julgar. Meus amigos, São Paulo exige que todos os seus filhos estejam unidos. São Paulo unido será forte, forte será livre e livre será feliz. Que a nossa sociedade anatematize aqueles que pretendem romper essa união." Em 9 de julho de 1932 estoura a Revolução Constitucionalista. Carlos de Souza Nazareth e os membros da diretoria da ACSP

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Descontentes, em fevereiro de 1932, membros do PD se uniram ao PRP e formaram a Frente Única Paulista (FUP), em oposição ao governo provisório, cujos principais lemas eram a constitucionalização do País e a autonomia de São Paulo. Diante da pressão popular, Vargas vai cedendo (ele teria dito: "Vamos dar um bife ao tigre, para que ele não tente devorar o domador") e em 2 março nomeia o exembaixador Pedro de Toledo novo interventor de São Paulo. Com 73 anos de idade e já cansado, Getúlio Vargas esperava que Toledo fosse ponderado, pacífico e manobrável. Em maio de 1932, Vargas também chegou a marcar nova eleição para o próximo ano, mas naquele momento a medida não surtiu efeito para conter os ânimos, que já se exaltavam. No dia 23 de maio, uma multidão ocupou ruas, praças e janelas de edifícios, alimentados por discursos inflamados de oradores como o promotor público Ibraim Nobre, José Lefevre, Gomes Martins, Dario Ribeiro Filho, Pereira Lima e outros. O povo lotou a Praça do Patriarca, seguiu pelo Viaduto do

Chá, Conselheiro Crispiniano e chegou ao Palácio dos Campos Elíseos. A ACSP conclamava o comércio a fechar suas portas e a se juntar à multidão. Na noite do mesmo dia, manifestantes reunidos na Praça da República resolveram invadir a sede da Legião Revolucionária, entidade tenentista transformada no Partido Popular Progressista, dirigido pelo general Miguel Costa. Tiros foram disparados para dispersar a multidão. No final trágico, sobre a calçada, ficaram os corpos de quatro jovens estudantes — Martins, Miragaia, Draúzio e Camargo, que ficaram conhecidos pela sigla MMDC. No dia 9 de julho, o movimento ganhou as ruas da capital e do interior de São Paulo, e no dia 10, Pedro de Toledo, exinterventor, é aclamado pela massa, concentrada diante do Palácio dos Campos Elíseos, governador de São Paulo. As rádios conclamaram voluntários para defender o Estado. Foi a maior mobilização militar do País no século 20, envolvendo no total mais de 135 mil homens, dos quais apenas 35 mil eram paulistas As tropas federais bloquearam as fronteiras e

No dia 10 de julho, Pedro de Toledo é aclamado governador de São Paulo pela massa, diante do Palácio dos Campos Elíseos.

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Fotos: Reprodução

Manifestantes reunidos na Praça da República tentaram invadir a sede da Legião Revolucionária e são recebidos a tiros. Morrem os jovens Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, que ficaram imortalizados pela sigla MMDC. Abaixo, aviões foram usados nas batalhas.

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Paulo Pampolin/Digna Imagem

atacaram o interior. A violência dos combates foram cruéis: cidades eram abandonadas pelos moradores, saques e incêndios se alastravam pelas fazendas, comércios e indústrias. Bombardeios aéreos ocorreram em cidades como Campinas, provocando pânico e protestos. Conta-se que, ao saber que aviões estavam sendo usados para bombardear cidades, Santos Dumont, o "pai da aviação", caiu em profunda depressão e, aos 59 anos, no dia 23 de julho, cometeu suicídio, se enforcando com uma gravata no Grande Hotel de La Plage, no Guarujá, litoral paulista. Com a guerra civil em marcha, a Associação Comercial de São Paulo articula-se rapidamente com as demais entidades de classes e com o governo paulista, buscando desenvolver um programa de ação para garantir a normalidade da população, a eficiência dos serviços de assistência civil e do alistamento ao Exército Constitucionalista. O presidente


A ACSP se articula com outras entidades e com o governo paulista, buscando desenvolver um programa de ação para garantir a normalidade da população, a eficiência dos serviços de assistência civil e do alistamento ao Exército Constitucionalista.

da ACSP, Carlos de Souza Nazareth, e demais membros da diretoria assumiram diversas tarefas em prol do movimento. A entidade foi responsável pelo controle de receitas e despesas da revolução, forneceu apoio material e logístico para as tropas e desenvolveu campanhas importantes, como "Capacetes de Aço para os Soldados Constitucionalistas" e a "Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo" (veja matéria pág. 67). A inferioridade bélica dos paulista era muito grande e desde logo a situação se mostrou insustentável. Os governos do Rio Grande do Sul e Minas Gerais, embora fossem favoráveis à campanha pela constitucionalização, decidiram apoiar a força militar do governo federal. Isolados, os paulistas não tiveram condições de manter por muito tempo o movimento. Em 1º de outubro de 1932 assinaram a rendição. O saldo foi trágico: o confronto deixou 830 mortos, dos quais 630 paulistas e 200 soldados das tropas federais. Por outro lado, os ideais que iluminaram o Movimento Constitucionalista não se apagaram. Dois anos depois do fim do conflito, Getúlio Vargas convocou a Assembléia Constituinte defendida por São Paulo.

Bandeira que ficou hasteada no Largo São Francisco durante a Revolução de 32 e que hoje está na sede do jornal O Estado de S. Paulo. Fotos: Reprodução

Marcelo Min/AFG

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Fotos: Reprodução

A campanha do ouro foi iniciada a partir de uma reunião na ACSP, em 8 de agosto de 1932. Já em 12 de agosto, começam os trabalhos de arrecadação de recursos, que se alongam até setembro. Cerca de 450 kg de ouro foram destinados ao Tesouro do Estado de São Paulo para a compra de artefatos militares e à luta revolucionária. Percebendo a supremacia das tropas federais, em 23 de setembro o excedente é doado à Santa Casa de Misericórdia. Temia-se perder o dinheiro arrecadado.

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Agliberto Lima/DC

eu vivia a importuná-lo, de tempos em tempos, em busca do ouro perdido... Ele ameaçou: "Compre logo, ou ficará sem. Chegou hoje. Trata-se de uma raridade, vou vender rápido". Agradeci, "comovido", e resolvi dar uma busca extra em bibliotecas. Acabei por encontrar um exemplar da raridade na Mário de Andrade, que, como mostram os registros de consulta, mofava esquecido há décadas. Larguei, sem pestanejar, qualquer preocupação comezinha de editor e empresário, dedicando-me a ler, ávido, o achado, dias seguidos, com ganas de historiador. E os olhos foram se arregalando a cada descoberta. A edição deste Relatório das Comissões de Direção e Executiva da Campanha do Ouro e da Comissão da Campanha do Ouro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo data de 1940 e foi publicada em livro pela Editora Revista dos Tribunais. (Curiosamente, nas minhas primeiras consultas, há cerca de um ano, a obra estava alocada na seção geral da biblioteca; em recente busca pelo livro, para checar informações para a redação do presente artigo, fui encontrá-lo, depois de um bom périplo na Mário de Andrade, na seção de livros raros).

Assina o relatório Synesio Rangel Pestana, um dos três representantes nomeados pela Associação Comercial de São Paulo para integrar a Comissão Executiva da Campanha do Ouro e produzir o inventário dos episódios relativos a ela. Os outros dois membros eram João Maurício de Sampaio Vianna (que faleceu no decorrer dos trabalhos) e José Carlos de Macedo Soares (que se ausentou de suas tarefas). Chama a atenção, desde logo, que se passaram cerca de oito anos entre o fim da Campanha do Ouro e a publicação do relatório. O próprio autor, Rangel Pestana, esclarece as dificuldades encontradas para relatar, a contento, as atividades da Campanha. De todo modo, o relatório é um mapa da mina, que oferece pistas valiosas sobre a história do movimento de arrecadação de recursos para a Revolução de 1932 e seus desdobramentos. Na introdução, fica explicado que a Campanha do Ouro foi iniciada a partir de reunião realizada na sede da Associação Comercial de São Paulo, em 8 de agosto de 1932. Já em 12 de agosto, começam os trabalhos de arrecadação de recursos, que se alongam até setembro. Cerca de 450 Kg de ouro foram destinados ao Te-

Em outubro de 1934, a Santa Casa de Misericórdia repassa para a ACSP barras de ouro e prata fundidas com os objetos arrecadados na campanha. Essas peças fazem parte do acervo da entidade.

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Eu acho que vai ter apagão sim. Não no Estado de São Paulo, pois o bagaço de cana vai nos salvar."

José Goldemberg

Paulo Pampolin/Hype

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Nem sei o que pensei. Parti para o coração e consegui virar a luta. Foi na garra.” Pedro Lima, do boxe

1

Esporte

Fico muito feliz por ter jogado o Pan com três times diferentes e sido campeão com todos.” Marcelinho, do basquete

almanaque Celso Unzelte

O MELHOR PAN DO BRASIL

Terceiro colocado no quadro geral, com 161 medalhas, sendo 54 de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. Jamais o Brasil conquistou tantos pódios, nem tantos ouros, quanto no Pan do Rio. Em termos de colocação, o resultado só é inferior ao dos Jogos de São Paulo, em 1963, quando o Brasil conseguiu o segundo lugar, atrás apenas dos Estados Unidos. Acima, o brasileiro Tetsuo Okamoto, paulista de Marília, ganhador de dois dos nossos cinco ouros no primeiro Pan, em Buenos Aires, 1951, nos 400 e nos 1.500 metros livre.

QUINTO MELHOR EM TODOS OS TEMPOS Apesar da boa campanha nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no ranking geral de medalhas em todos os tempos o Brasil estacionou na mesma posição que ocupava: quinto lugar, atrás de Estados Unidos, Cuba, Canadá e Argentina. No total geral de medalhas, somando-se os resultados do Pan do Rio, o País até passa agora a superar os argentinos (são 926 medalhas contra 899). No número de medalhas de ouro (que é o primeiro critério de colocação), porém, a Argentina ainda tem 258 contra 241 do Brasil.

NOSSO NOVO HOMEM-RECORDE Com o primeiro lugar por equipes conquistado no tênis de mesa, Hugo Hoyama passou a ser o atleta brasileiro com o maior número de medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos. Foi a nona, somando-se às que ele ganhou nos Jogos de Indianápolis, 1987 (por equipes); Havana, 1991 (por equipes, duplas masculinas e individual); Mar del Plata, 1995 (por equipes, duplas masculinas e individual); Santo Domingo, 3003 (duplas masculinas). Deixou para trás o nadador Gustavo Borges, com oito medalhas de ouro.

Eduardo Knapp/Folha Imagem

Arquivo Celso Unzelte

FECHO DE OUR Arnaldo Carvalho/AE

O

último dia dos Jogos Pan-Americanos foi praticamente perfeito para o torcedor brasileiro. Ainda empolgados com o título do vôlei masculino, na noite de sábado, vimos Franck Caldeira vencer a maratona, depois de uma incrível arrancada nos quilômetros finais. Ele ainda estava ofegante quando passamos ao basquete masculino, que arrasou Porto Rico por 86 a 65 e conquistou o tricampeonato. Sem tomar fôlego, acompanhamos a prata de Rodrigo Pessoa e seu cavalo Rufus na prova de saltos. E vibramos com a vitória de Flávio Saretta no tênis, dono da última medalha de ouro dos Jogos - mas não o último pódio, já que Franck só foi receber o prêmio pela maratona lá no Maracanã, na cerimônia de encerramento. Franck, de 24 anos, é considerado jovem para provas de longa distância. O favorito era outro brasileiro, Vanderlei Cordeiro de Lima, mas, como bom mineiro (nascido em Sete Lagoas e atleta do Cruzeiro), o jovem Franck se manteve a uma distância segura do líder, Caetano Barreira/Reuters

o guatemalteco Amado Garcia, e atacou a menos de 3 quilômetros da linha de chegada. “Foi uma prova estudada, mas tinha pernas se a disputa no fim fosse mais difícil”, disse Franck, que no Maracanã foi ao pódio mancando: ficou com uma bolha no pé esquerdo, culpa dos tênis novos enviados em cima da hora pela Nike. “Não tive tempo de amaciá-lo e precisei suportar a dor.” No basquete, a festa maior foi de Marcelinho Machado, o único presente nas três conquistas seguidas do basquete masculino no Pan - Winnipeg, Santo Domingo e Rio. O ala-armador mostrou grande evolução no seu jogo e agora se prepara para o Pré-Olímpico, no mês que vem, em Las Vegas (EUA). Em jogo, duas vagas e o sonho da primeira Olimpíada o Brasil está fora dos Jogos desde 1996, em Atlanta. “Estou muito confiante”, avisa. “Precisamos melhorar”, alerta o técnico Lula Ferreira, que poderá contar com os astros Nenê, Varejão e Leandrinho, que não disputaram o Pan. No tênis, foi preciso uma batalha para Saretta conseguir joFernando Pilatos/AE

gar. A chuva que caiu desde a manhã de sábado no Rio adiou a final contra o chileno Adrian Garcia, até que a organização decidiu mudar o jogo para umclube com quadra coberta mas sem torcida. “Fico muito feliz de ter tido sorte e competência para virar uma situação adversa e ganhar”, afirmou Saretta, que salvou dois match points e fechou o jogo em 6/3, 4/6 e 7/6 (7/2). O domingo cheio de ouro fechou a melhor participação brasileira na história do Pan, com 161 medalhas: 54 de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. Agora, que venha Pequim. CONFIRA NA PÁGINA 3 A LISTA DE TODAS AS MEDALHAS DO BRASIL Flávio Saretta, Franck Caldeira e o basquete masculino ganharam ontem as últimas três medalhas de ouro para o Brasil no Pan: em duas semanas, nossos atletas ocuparam 54 vezes o lugar mais alto do pódio, com mais 40 medalhas de prata e 67 de bronze. O melhor desempenho na história da competição deixou boas sementes plantadas para a Olimpíada de Pequim Fernando Pilatos/AE Jonne Roriz/AE

“Fui lá para passear. Mas nas eliminatórias dos 1.500 livres baixei meu tempo em 15 segundos. Então, me animei e parti para as cabeças.” (Tetsuo Okamoto, nadador, ganhador de duas medalhas de ouro no primeiro Pan, em Buenos Aires, 1951, e bronze no ano seguinte, 1952, nos Jogos de Helsinque.) Há 77 anos, no dia 30 de julho de 1930, o Uruguai vencia a Argentina por 4 a 2 e conquistava, jogando em casa, a primeira Copa do Mundo de todos os tempos. Trinta e seis anos depois, no mesmo dia e mês de 1966, a Inglaterra também ganhava a Copa do Mundo em casa, vencendo a Alemanha por 4 a 2 na prorrogação, depois de um empate em 2 a 2 no tempo normal. Amanhã, 31 de julho, completa 22 anos a inusitada decisão do Brasileiro de 1985, entre Bangu e Coritiba, no Maracanã. Após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, o Coritiba ganhou nos pênaltis e levou o título pela primeira vez. O resultado do jogo de ontem entre Corinthians e Flamengo mantém o equilíbrio histórico do confronto: são, agora, 43 vitórias do Flamengo, 42 do Corinthians e 23 empates. Pelo Brasileiro, deu Flamengo 16 vezes, Corinthians 15 e 13 empates.

Rodrigo fica com a prata

Cuba antecipa vôo contra deserções Fernando Soutello/AE

A

última parte da delegação cubana nos Jogos Pan-Americanos do Rio, com cerca de 180 atletas, deixaria o Brasil ontem à noite em vôo fretado, com destino a Havana. Sem escala. Dirigentes da delegação cubana passaram o dia tentando explicar o embarque às pressas de 242 pessoas, por volta das 2h15 da madrugada de sábado para ontem. Um boato de que haveria deserção em massa dos atletas, não confirmado pelos dirigentes cubanos, teria provocado o embarque antecipado de parte da delegação. Raul Castro, irmão de Fidel e presidente interino de Cuba, teria dado a ordem para o abandono imediato do Brasil.

Madrugada de domingo no Aeroporto Tom Jobim: cubanos em retirada

Os cubanos não compareceram sequer à cerimônia de premiação do vôlei masculino na noite de sábado, deixando de receber as medalhas de bron-

ze. De cara fechada, atletas, dirigentes e funcionários embarcaram na aeronave de fabricação russa, Iliushin-96, para o vôo antecipado. Mesmo as-

sim, os insistentes boatos de novas deserções não foram confirmados pelos cubanos. “Não estamos fugindo, apenas antecipamos a nossa viagem para casa”, disse Luis Carredona, um dos técnicos da equipe, ao partir no vôo antecipado. Pedro Cabrera, assessor de imprensa da delegação, insistia na manhã do domingo: “Ainda temos cerca de 180 cubanos aqui, competimos na maratona masculina e vamos participar da festa de encerramento. Não existe o perigo de deserções em massa”, garantiu, com a mesma tranqüilidade com que, dias antes, negara a deserção anterior de dois pugilistas, um jogador de handebol e um técnico de ginástica.

S

ó faltou o hipismo para que o Brasil levasse as quatro medalhas de ouro em disputa no último dia do Pan. Rodrigo Pessoa acabou com a medalha de prata na disputa individual de saltos do hipismo, atrás apenas da canadense Jill Henselwood. Ele já tinha sido ouro na disputa por equipe, ao lado de Pedro Veniss, Bernardo Alves e César Almeida, e, feliz pela rara oportunidade de competir no Brasil, diz que espera outros bons resultados com Rufus, sucessor de Baloubet du Rouet, o já aposentado campeão olímpico em Atenas. “Ele ainda não está pronto para a Olimpíada de Pequim, mas estou bem motivado por ver como ele está evoluindo desde janeiro”, explica Rodrigo.


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Alex Ribeiro/DC

A fachada do prédio Ouro para o Bem de São Paulo, reproduz a bandeira paulista tremulando. Acima, placa fixada no hall.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C

segunda-feira, 30 de julho de 2007

SÃO PAULO ALCANÇA O BOTAFOGO EM PONTOS

QUASE IGUAIS Frnakie Marcone/Futura Press

O

Botafogo, enfim, tem companhia no topo da classificação do Campeonato Brasileiro. É o São Paulo, que, com a vitória de ontem por 1 a 0 sobre o lanterna América, em Natal, chegou a 28 pontos ganhos, o mesmo número de pontos dos cariocas. Agora, os dois times estão iguais, inclusive no número de vitórias (oito cada um). Ou quase: pelo segundo critério de desempate, o saldo de gols, é o Botafogo que continua na frente, com 12 contra nove. Além disso, o time carioca tem um jogo a menos, aquele contra o Corinthians, que ainda não realizado por conta da ocupação do Maracanã durante os Jogos Pan-Americanos. Por falar em Corinthians, o time perdeu ontem, no Morumbi, uma excelente oportunidade para pôr fim ao jejum de vitórias que já dura nove partidas e 49 dias — a última foi o 2 a 1 sobre o América, em

AMÉRICA 0

paSse livre Roberto Benevides

Com gol de Richarlyson, São Paulo derrota o América, em Natal, e alcança o mesmo número de pontos do líder Botafogo. Santos perde, Palmeiras empata e Corinthians chega a nove jogos sem conseguir vencer

Natal, no já longínquo 10 de junho. Não só saiu na frente do Flamengo como chegou a ampliar a vantagem para 2 a 0 na metade do segundo tempo, mas acabou cedendo o empate. Apesar da reação, o Flamengo resolveu demitir seu técnico, Ney Franco. O Corinthians só não terminou a rodada de

volta à zona de rebaixamento porque o Juventude, que vencia o Palmeiras em Caxias até os últimos quinze minutos de partida, acabou cedendo o empate. Com a igualdade, o Alviverde caiu da sexta para a oitava posição. Nenhum outro time paulista, porém, teve um resultado

pior na rodada do fim de semana que o Santos. Recebendo o Náutico, então penúltimo colocado, na Vila Belmiro, no sábado, o time perdeu por 2 a 1. Aliás, o Santos está especializando-se em perder em casa para os últimos colocados: 2 a 1 foi também o resultado contra o América, também na Vila.

JUVENTUDE 1

SANTOS1

CORINTHIANS 2

Renê, Eduardo (Leandro Sena), Cris, Édson Borges e Márcio Goiano; Reinaldo (Adriano Peixe), Carlos Eduardo, Marquinhos (Beá) e Souza; Paulo Isidoro e Geovane. Técnico: Marcelo Veiga.

Felipe, Édson, Fábio Ferreira, Zelão e Wellington; Bruno Octávio, Moradei, Dinelson (Arce) e Willian; Clodoaldo e Wilson (Ricardinho). Técnico: Paulo César Carpegiani.

Michel Alves, Barão (James), Leonardo Silva, Wescley e Zé Rodolpho; Marcão, Júlio César (Marabá), Renato e Fábio Baiano; Luciano (Bruno) e Ivo. Técnico: Valteir Franco.

SÃO PAULO 1

FLAMENGO 2

PALMEIRAS 1

Rogério Ceni, Reasco, Miranda, André Dias (Breno) e Richarlyson; Josué, Hernanes, Jorge Wagner e Souza; Leandro (Hugo) e Borges (Diego Tardelli). Técnico: Muricy Ramalho. Gol: Richarlyson, 28/1. Local: Machadão. Árbitro: Luis Antônio Silva Santos (RJ). Cartões amarelos: Reasco (S), Cris (A), Jorge Wagner (S). Cartão vermelho: Édson Borges (A).

Bruno, Leonardo Moura, Moisés, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton (Roger), Cristian (Paulo Sérgio), Léo Medeiros e Renato Augusto; Souza e Obina. Técnico: Ney Franco Gols:Clodoaldo, 36/1; Dinélson, 18/2; Souza, 27/2; Léo Medeiros, 35/2. Local: Morumbi. Árbitro: Carlos Eugênio Simon (RS). Cartões amarelos: Bruno Octávio (C) e Arce (C). Cartão vermelho: Bruno Octávio (C)

Diego Cavalieri, Nen (Paulo Sérgio), Gustavo, Dininho e Wendel; Pierre, Martinez, Deyvid (William) e Leandro; Luiz Henrique e Max (Luís). Técnico: Caio Júnior. Gols: Marcão, 33/1; Luís, 30/2. Local: Estádio Alfredo Jaconi. Árbitro: Wagner Tardelli (SC). Cartões amarelos: Leandro (P) e Bruno (J).

F

Não adianta nada eu marcar gols e o time não vencer.” Clodoaldo (Corinthians)

Miguel Schincariol/AE

2

Fábio Costa, Alessandro, Domingos (Carlinhos), Adaílton e Kléber; Rodrigo Souto, Adriano (Vítor Júnior), Rodrigo Tabata e Pedrinho (Renatinho); Marcos Aurélio e Kléber Pereira. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

NÁUTICO 2 Eduardo, Sidny (Deleu), Toninho, Onildo e Hamilton; Elicarlos, Daniel Paulista, Radamés (Rafael Mineiro) e Acosta; Tales (Júlio César) e Ferreira. Técnico: Roberto Fernandes. Gols: Elicarlos, 32/1; Acosta, 19/2; Kléber Pereira, 42/2. Local: Vila Belmiro. Árbitro: João Alberto Gomes Duarte (RN) Cartões amarelos: Pedrinho (S), Radamés (N), Adriano (S), Kléber (S) e Hamilton (N). Cartão vermelho: Ferreira (N).

Bônus da liderança

A

cabou a festa do Pan, com muito ouro e poucos resultados realmente expressivos para o Brasil, e voltamos todos a prestar mais atenção neste Campeonato Brasileiro que ia se desenhando em preto e branco, mas paulatinamente se faz mais uma vez tricolor. O Botafogo vai pagando caro pela cafeína turbinada em farmácia de manipulação que custou ao artilheiro Dodô uma suspensão de 120 dias e o São Paulo vai se dando bem com o futebol de resultados que não emociona a torcida, mas rende pontos no Brasileirão. O bi é concretíssima possibilidade. Ontem, o Bota tropeçou diante do Cruzeiro, perdendo por 3 a 2 no Mineirão. O São Paulo fez 1 a 0 no América em Natal. Estão empatados em pontos na linha de frente do Brasileirão. Os cariocas fizeram um jogo a menos e têm melhor saldo de gols. São líderes, portanto. Mas o vice-líder está chegando. A recuperação do São Paulo era previsível, embora muita gente tenha bombardeado o trabalho de Muricy Ramalho depois da desclassificação na Libertadores e do começo ruim no Brasileirão. Daqui a pouco, mesmo que o time continue mostrando este futebol apenas mediano e um tanto inconstante, todos o estarão de novo aplaudindo. Basta que o São Paulo continue vencendo, o que é absolutamente normal para um elenco claramente superior ao de todos os adversários. É o bônus da liderança.

OS SEM-MEDALHA

MORRE O CAMPEÃO

A Bolívia tem razão de brigar para mandar seus jogos na altitude. Ao nível do mar, o rendimento esportivo dos bolivianos cai a zero. No Pan, a Bolívia não conseguiu uma medalha sequer - como Aruba, Belize, Bermuda, Costa Rica, Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, e Suriname.

Poucos minutos depois dos 3 a 0 sobre os EUA que valeram a Giba e companhia a medalha de ouro, morreu em Belo Horizonte, de infarto, um campeão pan-americano de vôlei: Carlos Eduardo Feitosa, jogador da seleção que conquistou o ouro em 1963. Feitosa foi também o técnico da campanha que valeu a prata ao Brasil no Pan de 1975.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

Marília entre os quatro

D

epois de várias rodadas, o futebol paulista volta a ter um representante entre os quatro primeiros colocados da Série B do Campeonato Brasileiro, a zona de acesso para a Série A do ano que vem. É o Marília, que, mesmo punido com a perda de seis pontos pelo STJD da CBF, ocupa atualmente a segunda posição, a sete pontos do líder Criciúma. Na última semana, o MAC acumulou mais duas vitórias, ambas por 3 a 1. Na terça-feira, venceu o Gama jogando em casa. No sábado, bateu o Remo em Belém do Pará. Outras três equipes do Estado estão bem próximas do grupo dos quatro primeiros. A Portuguesa é a sexta colocada, com 24 pontos, depois das duas vitórias da semana passada: 3 a 1 no Avaí, jogando no Canindé, na terça-feira, e 2 a 1 no Gama, sexta-feira, no Distrito Federal. Também com 24 pontos, porém com menos vitórias que a Lusa (seis contra sete), aparece o Grêmio Barueri. Na terça, o time da Grande

14ª Rodada

SÉRIE C

Só o Bragantino garante a vaga altando apenas uma rodada para o final da primeira fase da Série C, a ser realizada no próximo fim de semana, 13 equipes já garantiram lugar na próxima etapa. Entre os paulistas, somente o Bragantino conseguiu garantir a vaga por antecipação. Jogando ontem em Sertãozinho, o Braga ganhou (2 a 1) e chegou a 10 pontos na liderança do Grupo 13.

Não pode, assim, ser alcançado pelo Águia Negra-MS, terceiro colocado, que tem 5 pontos. O Sertãozinho, com quatro, também está eliminado. Pelo Grupo 11, o Guarani foi ao Rio e perdeu (3 a 2) para o América, que com esse resultado somou 10 pontos e classificou-se. O Guarani decide a outra vaga contra o Jaguaré (ES), em Campinas. Os dois times

estão juntos em segundo lugar, com sete pontos. Pelo Grupo 12, o Rio Claro, terceiro colocado, fez 1 a 0 no Noroeste, que agora é quarto. Ambos têm chances de classificação, embora este grupo seja liderado pelo Volta Redonda, com oito pontos. O segundo colocado é o Friburguense, com 6 pontos e saldo de gols superior ao do RioClaro.

Pelo Grupo 14, o Juventus fez 1 a 0 no Madureira, na Rua Javari, e manteve-se em segundo. O líder é o Democrata de Governador Valadares, que ontem foi goleado pelo Villa Nova-MG: 7 a 1. Na última rodada, o Juventus vai a Minas enfrentar o Democrata. Se vencer, está classificado. Perdendo, torce pelo Madureira, que recebe o Villa Nova.

Coritiba 2 x 1 Ponte Preta Santa Cruz 1 x 1 Ceará Criciúma 3 x 0 Ituano Brasiliense 6 x 0 Vitória Portuguesa 3 x 1 Avaí São Caetano 3 x 1 Remo Ipatinga 0 x 0 Barueri Fortaleza 2 x 0 Santo André Marília 3 x 1 Gama Paulista 2 x 2 CRB

15ª Rodada Gama 1 x 2 Portuguesa Ponte Preta 5 x 1 Ipatinga Santo André 3 x 3 Criciúma Avaí 0 x 0 Santa Cruz Vitória 3 x 1 Coritiba Barueri 2 x 1 Fortaleza Remo 1 x 3 Marília CRB 1 x 0 São Caetano Ceará 2 x 1 Paulista Ituano 3 x 0 Brasiliense *Perdeu seis pontos no STJD.

São Paulo foi a Ipatinga e voltou com um empate: 0 a 0. Sábado, jogando em casa, na Arena Barueri, recebeu o Fortaleza, estreou o tecnico Estevam Soares e ganhou por 2 a 1. Oitava colocada, a Ponte Preta perdeu seu jogo de terça-feira, fora de casa, para o Coritiba, de virada, por 2 a 1. Mas recuperou-se na sextafeira, goleando o Ipatinga em Campinas por 5 a 1. Na parte de baixo da tabela, dois times paulistas não conseguem deixar o penúltimo e o último lugares — algo preocupante, considerandose que os quatro últimos colocados serão rebaixados para a Série C do ano que vem. O Ituano segue na penúltima colocação. Na terça-feira, jogando em Santa Catarina, perdeu do líder Criciúma, por 3 a 0. No sábado, recuperou-se vencendo o Brasiliense, em Itu, pelo mesmo placar. Já o Paulista apenas empatou em casa, com o CRB, na terça (2 a 2) e perdeu para o Ceará, em Fortaleza, no sábado, por 2 a 1. Classificação

P

V

SG

GP

1 Criciúma

33

10

17

33

2 Marília*

26

10

9

32

3 Coritiba

26

8

4

21

4 Brasiliense

25

7

6

27

5 Vitória

24

8

11

32

6 Portuguesa

24

7

5

23

7 Barueri

24

6

2

23

8 Ponte Preta

21

6

2

25

9 CRB

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10 Gama

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11 Fortaleza

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12 São Caetano

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13 Ceará

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14 Ipatinga

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15Avaí

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16 Santo André

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17 Santa Cruz

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18 Remo

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19 Ituano

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20 Paulista

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-10

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TESOURO HISTÓRICO

SOTERRADO Alex Ribeiro/DC

A

Campanha "Doe Ouro para o Bem de São Paulo" é um episódio relevante da História do Brasil. Mas ficou sempre relegada a segundo plano pela historiografia, a notas de rodapé, ao limbo. Há, sem exagero, várias centenas de livros escritos sobre a Revolução Constitucionalista de 1932. Sobretudo relatos do front, dos chamados heróis de guerra. Já sobre a Campanha do Ouro, nada, ou quase nada. É, no mínimo, intrigante... Afinal, trata-se de uma mobilização cívica que, durante várias semanas, envolveu dezenas de milhares de participantes, com organização extremamente sofisticada e com expressivos resultados numéricos (seja em quantidade de doadores, ou em volume de recursos arrecadados). Há emoção nisso tudo. Lances pitorescos de sobra. Crime, inclusive – como se verá adiante. Um verdadeiro tesouro histórico. Soterrado pelo esquecimento. Bem, comecemos nossa história pelo princípio. Quando resolvi mudar a Editora Lettera.doc para o centro da cidade, em fins de 2005, encantou-me, desde logo, o prédio Ouro para o Bem de São Paulo, localizado no Largo da Misericórdia, a duas quadras do Páteo do Colégio. A placa fixada no hall de entrada chama a atenção pelos dizeres: "Irmandade da Santa

Alex Ribeiro/DC

Casa de Misericórdia de São Paulo – este edifício foi construído com o ouro angariado para o bem de São Paulo em 1932". Engenhada pelo escritório de arquitetura Severo e Villares, sucessor de Ramos de Azevedo, a fachada do prédio, com suas formas recurvadas, reproduz a bandeira paulista tremulando. Farejei: "aí tem história". E, já com a Editora Lettera.doc instalada no prédio, pus-me a pesquisar. Eu já ouvira falar na Campanha do Ouro de 32 e sabia da confusão que reinava entre ela e sua congênere, a campanha "Doe Ouro para o Bem do Brasil", organizada por Assis Chateubriand e seus Diários Associados em prol do golpe civil-militar de 1º de abril de 1964. Era tudo que eu sabia. Clica em sites de busca na internet daqui; consulta bibliotecas e livrarias dali; enfim, concluí, depois de algumas semanas de pesquisa, que o assunto era muito maltratado pela historiografia. Já estava desistindo de encontrar qualquer livro específico, quando, por obra do destino, deparei, em um sebo, exemplar, em dois grossos volumes, com detalhadas informações sobre a Campanha do Ouro de 1932. Quis o livreiro vultosa quantia. Negociante, ele já se acostumara com minha presença de curioso, pois

Cássio Schubsky Diretor Editorial da Editora Lettera.doc, bacharel em Direito pela USP e em História pela PUC/SP, autor de Advocacia – a trajetória da Associação dos Advogados de São Paulo e co-autor de A heróica pancada – Centro Acadêmico XI de Agosto: cem anos de lutas cassio@letteradoc.com.br

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Ouro Prata Medalhas Bronze

DIÁRIO DO COMÉRCIO

FOI A MELHOR CAMPANHA DO BRASIL NO PAN

3 Robson Fernandjes/AE

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Nosso time foi muito unido, do início ao fim, e fizemos nossa melhor partida na decisão.” Falcão, do futsal

OS 161 PÓDIOS DO BRASIL O “fator campo” sempre empurra os países-sede para cima no quadro de medalhas. No Rio não foi diferente: o Brasil chegou a brigar com Cuba pelo segundo lugar e acabou em terceiro, com o melhor desempenho da história. Veja aqui os heróis que fizeram o Hino Nacional tocar e a bandeira tremular.


Crescimento econômico José Paulo Lacerda/Ag.Pixel

Antonio Delfim Netto Economista, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento

D

esde o final da Segunda Guerra até a crise do petróleo em 1979, o crescimento econômico brasileiro foi muito elevado, um dos mais pujantes do mundo. A partir dessa data praticamente estagnou. A tabela abaixo indica a evolução do PIB real e do PIB per capita: Visto de outro ângulo, o PIB per capita brasileiro, em PPP, ocupava em 1980 o 40º posto, numa amostra de 93 países, enquanto que em 2005, no mesmo conceito, havia caído para 46º * Nesta geração, o Brasil patinou enquanto outros países, 64 dos 93, apresentaram crescimento superior ao nosso (2005 relativo à média dos anos 1980/82). No Gráfico 1 são mostradas as diferenças percentuais de crescimento do PIB per capita de cada país em relação ao Brasil. Fomos muito mal. Na América Latina, o Chile teve o melhor desempenho: 158% de crescimento do PIB per capita (96% maior do que o desempenho brasileiro). No período, o crescimento do PIB per capita do Brasil foi de 31%, enquanto os da Costa Rica, Colômbia e Uruguai foram, respectivamente, de 55%, 54% e 37%. Não há dúvida de que fatores como hiperinflação, valorização cambial e política monetária superconservadora contribuíram para este desempenho modesto. São causas que podem ser corrigidas por medidas macroeconômicas, num tempo relativamente curto. Há um outro fator, porém, de natureza política, que nos últimos 20 anos tem dificultado o nosso crescimento: o comportamento do setor público. A experiência mostra que no processo do crescimento econômico, o Estado desempenha um papel fundamental na prestação de bens públicos e na correção de eventuais imperfeições do mercado.

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DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007

Corbis

* Em 2005, num total de 125 países, o PIB per capita do Brasil aparece em 58% (PPP). Na comparação acima foi necessário reduzir o número de países para 93, em virtude da disponibilidade de informações estatísticas.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Natação Ginástica Pequim-2008 Futebol feminino

VEJA QUEM PODE BRILHAR NA OLIMPÍADA

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Saio com a sensação de dever cumprido. Dei muitas alegrias ao Brasil.” Hugo Hoyama

Marcelo Ferrelli/AE

4

FESTA BRASILEIRA C

arlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, atestou na festa de encerramento do Pan, no Maracanã: “Missão cumprida”. Só se for para os cartolas: para os atletas, o Pan foi apenas o primeiro estágio de uma missão maior: um bom desempenho na Olimpíada de Pequim, de 8 a 24 de agosto do ano que vem. É claro que nem no mais belo dos mundos o Brasil conseguirá repetir na China a chuva de medalhas conquistadas no Rio. Mas muita gente que se habituou a subir nos pódios cariocas pode repetir o movimento em Pequim. Por exemplo, os nadadores César Cielo, três medalhas de ouro, e Thiago Pereira, seis de ouro. Por incrível que pareça, é Cielo quem tem mais chances de brilhar nos 50 m livre, seu tempo na conquista do ouro no Pan lhe daria o título do Mundial disputado em março deste ano. Thiago tem um problema: nas prova de medley, sua especialidade, vai encar ninguém me-

Wilton Júnior/AE

nos que o tubarão norte-americano Michael Phelps. A ginástica também tem chances de obter bons resultados: Diego Hypólito, dois ouros e uma prata no Rio, já foi campeão e vice mundial no solo e tem tudo para lutar pelo título olímpico em Pequim. E se Daiane dos Santos está machucada, Jade Barbosa, 16 anos e três medalhas no Pan, tem tudo para encantar - já é apontada como a mais completa ginasta do Brasil. Nos esportes coletivos, o imbatível vôlei masculino é favoritíssimo, ainda mais se Ricardinho acertar os ponteiros e voltar ao time. O futebol feminino, liderado por Marta, também tem boas chances de voltar a uma final olímpica - foi prata em Atenas. No atletismo, se destacam talentos como Fabiana Murer, Maurren Maggi, Jadel Gregório e Marilson dos Santos. Há ainda o vôlei feminino, o basquete, o hipismo... O que não falta é torcida. CONFIRA NA PÁGINA 3 A LISTA DE TODAS AS MEDALHAS DO BRASIL

Marcelo Ferrelli/AE

Cores e alegria no Maracanã durante a festa de encerramento, com mais vaias ao presidente Lula e a alegria de Nuzman: “Missão cumprida” Fábio Motta/AE

lho/AE

Eduardo Nico

lau/AE

Wilton Júnior/AE

Eduardo Nico

lau/AE

Arnaldo Carva

Os nadadores Thiago Pereira e César Cielo e os ginastas Diego Hypólito e Jade Babosa: figurinhas fáceis nos pódios do Pan e fortes candidatos a um bom desempenho na Olimpíada de Pequim, assim como as equipes de vôlei masculino e de futebol feminino


e setor público

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 - LOGO

Logo Logo

A televisão só falou bem dos Jogos Pan-Americanos, mas muita coisa foi mascarada, principalmente sobre o nível técnico dos atletas, que está muito aquém de mundiais ou Olimpíadas. Há 20 anos, nenhum recorde mundial é batido.

www.dcomercio.com.br/logo/

Maria Paula Gonçalves da Silva, a Magic Paula, do basquete, ao comentar o resultado da competição.

JULHO

Thiago Bernardes/Luz

segunda-feira, 30 de julho de 2007

30 Nascimento da escritora e poetisa britânica Emily Brontë (1818-1848), autora do clássico O Morro dos Ventos Uivantes

C ENSURA C A R T A Z

Restrições à internet Relatório aponta que mais de 20 países tentam inibir acesso à web

U Divulgação

FOTOGRAFIA

E M

O fotógrafo JR Duran exibe facetas menos conhecidas na individual Cautelas. Galeria Leme, Rua Agostinho Cantu, 88, Butantã, tel. 3814-8184, das 10h às 19h. Grátis. Últimos dias.

R ELIGIÃO

Criança egípcia decora o Alcorão Uma menina de cinco anos foi condecorada pela instituição religiosa de Al Azhar, a mais respeitada do Islamismo sunita, por ser a egípcia mais nova a memorizar todo o Alcorão. Segundo a agência de notícias egípcia "Mena", o grande xeque de Al Azhar, Mohammed Sayed Tantaui, deu um certificado e uma gratificação no valor de US$ 200 (cerca de R$ 400) a Heba Essam Abdul Aziz. Heba, nascida em Alexandria, foi a ganhadora do concurso organizado pela instituição, entre 2.391 estudantes do Alcorão de diferentes províncias do país. Segundo o pai da menina, ela

m novo relatório sobre internet apontou que mais de 20 países adotam medidas de restrições estatais ao uso da internet. Esses países empregam regras contraditórias e medidas indiscriminadas para impedir o acesso à rede e sufocar a oposição política. Em "Governing the Internet", a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) apresentou estudos sobre censura à internet no Cazaquistão e na Geórgia, e apontou para conclusões semelhantes com respeito a países como China, Irã, Sudão e Belarus. "Medidas recentes contra a liberdade de expressão na in-

ternet, tomadas por diversos países, servem como um amargo lembrete da facilidade com que alguns regimes, tanto democracias quanto ditaduras, buscam suprimir as formas de expressão que eles desaprovam ou simplesmente temem", afirma o relatório da OSCE, que congrega 56 nações. Em um novo caso de que o relatório não trata, um importante ministro do governo da Malásia anunciou esta semana que aplicará uma lei que estabelece pena de prisão para os autores de comentários negativos na web sobre o islamismo ou o rei do país. O estudo aponta um incidente conhecido, em 2005,

quando o Cazaquistão tomou o controle de todos os domínios ".kz", e fechou um site considerado ofensivo, operado pelo comediante britânico Sacha Baron Cohen, que produziu o filme satírico "Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan". Em discurso no plenário da OSCE, Yermukhamet Yertysbayev, ministro da informação do Cazaquistão, insistiu em que seu país está determinado a reforçar a democracia e a criar um "governo eletrônico", expandindo o acesso à internet e tornando a mídia do país "mais livre, contemporânea e independente". (Reuters)

L

Tour de France - Alemão diverte-se, vestido de diabo, enquanto espera a etapa final de 146 quilômetros do 94º Tour de France. A maior competição de ciclismo, que teve início em 1903 , foi vencida pelo espanhol Alberto Contador, da equipe americana Discovery. D ESIGN GRÁFICO

"Asanhabucha Day" em Bancoc. A celebração marca o aniversário do dia em que Buda entregou seu primeiro sermão para 1250 discípulos.

I NTERNET

Roubando o tempo do trabalho de 8,5 horas. A internet está no topo da lista das distrações, de acordo com 34% das pessoas ouvidas. Em seguida aparece a socialização com os colegas (a famosa conversa no cafezinho, com 20,3%), e a realização de atividades pessoais (17%). Entre os principais motivos para essas "escapadas" durante o expediente estão o tédio e não ter o que fazer (alternativa com 18% das respostas), o excesso de tempo gasto no ambiente de trabalho (13,9%), o salário ruim (11,8%) e a falta de desafios (11,1%).

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Projetor de estrelas e nuvens

Informações nutricionais

www.salar y.com

Impressões americanas ma belíssima coleU ção com 617 capas de 132 revistas, entre elas a famosa New Yorker e a desconhecida Puck, está na internet. As imagens refletem a auto-imagem da sociedade americana de 1890 a 1950. www.ellisparkerbutler.info/ epb/coverar t.asp

A TÉ LOGO

Mulheres, personagens constantes nas capas de revistas: olhares expressivos, colorido e sofisticação

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Ranking da UFRJ coloca o Porto de Santos entre os piores do Brasil USP cria um programa próprio de inclusão social sem qualquer viés racial

L

www.batavosaude.com.br

L ITERATURA

O primeiro livro escrito em celular

A planta que não precisa de água

L

laser-cosmos/index.html

O Laser Cosmos é um aparelho que projeta estrelas ou nuvens no teto. Basta focalizar o projetor e escolher a opção de vários cenários, constelações e galáxias. Por US$ 268.

O jornal britânico Financial Times publicou uma ampla análise das mudanças que começam a ser feitas no setor da aviação no Brasil. Segundo o jornal, a queda de Waldir Pires do Ministério da Defesa e as anunciadas mudanças na alta direção da Infraero mostram que as medidas necessárias começam a ser tomadas para retomar a ordem no setor. O jornal cita os blecautes no sistema de radar na Amazônia, a recusa de pilotos a usar o aeroporto de Congonhas, a decisão da TAM de dizer a seus pilotos para não pousar sob chuva e outros fatos que provocaram a crise, como o imbroglio que envolve a atividade dos controladores de vôo.

C IÊNCIA

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www.iwantoneofthose.com/

A Batávia lançou recentemnteo portal Batavo Saúde, com informações sobre nutrição dirigidas aos profissionais e estudantes da área de saúde. O site traz material de referência, tabelas alimentares, pirâmide nutricional, artigos assinados por especialistas, informações sobre dietas alimentares e valor calórico dos alimentos. Há ainda artigos sobre temas específicos, como dietas para quem tem intolerância á lactose e para os vegetarianos e, é claro, receitas.

B RAZIL COM Z

Robert Bernocco, um profissional italiano de tecnologia informação, decidiu usar seu celular para escrever um romance durante os minutos ociosos ou tediosos de sua jornada diária para o trabalho.O livro de ficção científica de 384 páginas Compagni di Viaggio ("Companheiros de Viagem"), escrito num Nokia equipado com o sistema de digitação T9, com abreviações comuns de mensagens de texto, será lançado pelo site Lulu.com, que tem milhares de obras à disposição. O livro de Bernocco ocupa o lugar de número 19.720 em termos de vendas e pode ser comprado por US$ 17,38.

Reproduções/site

Um estudo elaborado pela emrpesa Salary acaba de denunciar os funcionários entediados que, durante o expediente, geralmente recorrem à mesma fonte de entretenimento: a internet. Segundo o estudo, a web e outras atividades produtivas "roubam" em média 20% do dia de trabalho dos funcionários norteamericanos. Nesta pesquisa online com 2.057 participantes dos EUA, 60% dos entrevistados admitiram usar mal seu tempo no trabalho – com isso, eles perdem em média 1,7 hora do expediente

O maior casamento comunitário do Brasil foi realizado no último sábado, em Cuiabá, no Mato Grosso. A cerimônia reuniu 2.511 casais e entrou para o RankBrasil – o livro dos recordes brasileiros. Até então, o título de maior "casamenteira" pertencia à cidade de Curitiba, no Paraná, com 1.434 uniões. A cerimônia foi oficializada pela juíza Vera Conceição Fernandes Alencastro. "É inexplicável a emoção de realizar um casamento para mais de 2,5 mil casais", afirmou a juíza, que realiza normalmente cerca de 30 casamentos por semana.

As medidas fundamentais

começou a decorar o livro sagrado aos três anos, em uma das escolas de Al Azhar, e completou a memorização há dois meses. Foi o pai de Heba, Essam, que a encorajou a participar do concurso. O irmão mais velho da menina também memorizou grande parte do livro. Essam afirmou que quer que a filha siga a carreira religiosa em um dos colégios de Al Azhar. O ato realizado neste domingo na instituição de ensino teológico tinha o objetivo de condecorar os candidatos que aprenderam de cor uma grande parte do Alcorão, além dos professores do Egito e de outros países muçulmanos.

F ESTA

Crianças tailandesas vestem-se de animais para comemorar o

Mais de 2,5 mil casamentos

Joel Saget/AFP

Pornchai Kittiwongsakul/AFP

Primeiro discurso de Buda é celebrado

R ECORDE

A marca de calçados brasileira Arezzo deve fechar acordo para abrir 300 lojas na China

Cientistas do Instituto de Biologia Molecular e Celular da cidade de Rosário, na Argentina, desenvolveram plantas transgênicas capazes de crescer e multiplicar-se mesmo sob condições de "grave estresse ambiental". A seca, as radiações, a salinidade, a falta de nutrientes e a carência de ferro poderiam deixar de ser um problema, graças à solução encontrada pelo grupo, que consiste em inserir um determinado gene bacteriano no genoma vegetal. Os pesquisadores acharam esse gene nas cianobactérias, microorganismos que povoam os oceanos e vivem em condições extremas, a solução para a parte do planeta que está coberta por solos não aptos para o cultivo.


ser manobrado para fazer declarações que poderiam ser interpretadas como críticas a nossos aliados. Sua melhor atitude é ficar fora completamente de qualquer discussão política ou religiosa. Ao entrar nela, você só vai ajudar aos propagandistas nazistas, que estão tentando criar problemas entre os iraquianos.”

Desnecessário dizer, Hitler também vai tentar usar as diferenças entre nós mesmos e os iraquianos para causar problemas. Mas nós temos uma arma para derrotar esse tipo de coisa: um simples e geral bom senso. Vamos usá-lo. O jogo de Hitler é dividir e conquistar. O nosso é unir e vencer!” Durante todo o texto, há um enorme esforço dos comandantes em alertar os soldados americanos sobre as diferenças entre os dois países e, sobretudo, que elas têm de ser respeitadas: “Diferenças? Claro que há diferenças. Diferenças de costume. Diferenças de alimentação. Diferenças de hábitos e de crenças religiosas. Diferentes atitudes em relação às mulheres. Diferenças abundam. Mas e daí? Você não está indo ao Iraque para mudar os iraquianos. Justamente o contrário. Nos estamos travando esta guerra para preservar o princípio de 'viva e deixe viver'. Talvez isso pareça como um monte de palavras quando você estava em casa. Agora você tem a chance de demonstrá-lo para você mesmo e para os outros. Se você conseguir, será um mundo melhor para se viver para todos nós.” As autoridades de Washington expressam enfaticamente que os soldados devem evitar entrar em qualquer tipo de conflito com os iraquianos: “É uma boa idéia, em qualquer país estrangeiro, evitar qualquer discussão política ou religiosa. Isso é ainda mais verdadeiro no Iraque do que em outros países, porque ocorre que aqui os próprios muçulmanos estão divididos em duas facções, algo como nossa divisão entre católicos e protestantes – então não meta o nariz quando os iraquianos discutirem sobre religião. Também há diferenças políticas no Iraque, que têm confundido diplomatas e estadistas. Você não vai ajudar de forma nenhuma ao participar delas. Além disso, se você discutir política externa com os iraquianos, você pode

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Em vários trechos, “Um Pequeno Guia para o Iraque” explica quais procedimentos o soldado americano deve ter em relação às mesquitas: “Os iraquianos são muito devotados à sua religião e não gostam que um 'infiel' (para eles, você é um 'infiel') chegue perto de suas mesquitas. Geralmente, você pode reconhecer uma mesquita por sua torre alta. Fique longe das mesquitas. Mesmo que você tenha visitado mesquitas na Síria ou no Egito, não se pode entrar nas mesquitas no Iraque. Se tentar entrar em uma, você será expulso, provavelmente com muita violência. Os muçulmanos iraquianos até se ressentem caso os infiéis cheguem perto das mesquitas. Se você ficar perto demais de uma mesquita, afaste-se rapidamente antes que os problemas comecem. A religião muçulmana exige que um homem reze cinco vezes por dia. O que é feito na direção da cidade sagrada de Meca e com uma série de prostrações. Não olhe fixamente para ninguém que esteja rezando e, sobretudo, não zombe. Respeite a religião deles e eles respeitarão a sua.” Já sobre as muçulmanas, o guia chama muito a atenção para cuidados especiais: “As mulheres muçulmanas não se misturam livremente com os homens. A maior parte do tempo elas passam em casa, com sua família. Nunca aborde uma mulher ou tente chamar sua atenção nas ruas ou em outro local público. Não fique perto quando elas estiverem fazendo compras. Se ocasionalmente uma mulher deixar cair o véu durante as compras, não fique olhando para ela nem sorria. Olhe para o outro lado. Essas regras são extremamente importantes. Os muçulmanos vão desgostar de você imediatamente e haverá problemas se você não tratar as mulheres de acordo com as normas e costumes deles. Essas regras são aplicadas tanto nas cidades, quanto nas vilas e nos desertos. As mulheres da vila e do deserto saem mais sem véu do que as das cidades e parecem ter mais liberdade. Mas as regras ainda são restritas. Qualquer abordagem de sua parte vai significar problemas, muitos problemas. Até quando estiver falando com um iraquiano, nenhuma menção deve ser feita às mulheres da família dele. Os próprios iraquianos seguem esse costume e ficarão ressentidos se alguém, principalmente um estrangeiro, não fizer o mesmo. Repetindo: Não tente paquerar nenhuma mulher muçulmana ou haverá problemas. De qualquer modo, você não conseguirá nada com isso. As prostitutas não andam pelas ruas, elas vivem em bairros especiais das cidades.”


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

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fato comprovado que os programas de estabilização que deram certo, ou seja, que permitiram que o País criasse as condições para a volta do crescimento econômico no curto prazo, foram aqueles que realizaram o ajuste cortando despesas de governo. O Brasil, ao contrário dos demais países, não voltou a crescer, ingressando numa fase de estagnação econômica nos cinco anos seguintes porque o ajuste foi produzido pelo pior caminho, o aumento dos impostos. A arrecadação federal precisou crescer para acudir ao aumento das despesas que prosseguiu num ritmo extremamente forte, da ordem de 6% em termos reais todos os anos de governo FHC. A economia brasileira foi submetida a um tratamento sem paralelo em sua história, obrigando-se a suportar um déficit fiscal de 2% e um crescimento da carga tributária até o nível em que se encontra hoje , da ordem de 37% a 38% do Produto Outros fatores retardaram a retomada do crescimento até o final daquele governo, como a indecente taxa de juros, a supervalorização cambial, o apagão energético de 2001 e a dívida externa. O grande vilão, porém, continua sendo o nível da carga tributária. Quando o setor público, claramente o menos eficiente, insiste em se apropriar de 40% de tudo o que o setor privado produz, é muito difícil ampliar os investimentos na medida necessária para um desenvolvimento robusto.

É

EMPREENDEDORISMO

ANTONIO DELFIM NETTO

Receita para mergulhar no mercado? Não há.

AJUSTE

NECESSÁRIO

T

Personalidades de sucesso contam o que fizeram quando caíram na água sozinhas. Por Paulo Brito Amr Dalsh/Reuters

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

G Navegue pelas idéias G É preciso estar realmente entusiasmado G Planos de negócio são importantes G É preciso certa ingenuidade mpresas que dão certo fascinam muita gente: concorrentes, professores de administração, jornalistas e principalmente pessoas que querem enriquecer ou fazer notáveis carreiras de empreendedoras. Todos querem saber qual foi a receita do sucesso - que braçadas foram dadas logo nos primeiros momentos do salto para que tudo desse certo. Ou, de onde os fundadores tiraram as idéias que os tornaram ricos, como conseguiram investidores, o que deu errado e como viraram o jogo? Jessica Livingston trouxe não uma, mas muitas respostas no livro Founders at Work: Stories of Startups' Early Days, (500 páginas, Apress). A obra é uma excelente referência para aqueles interessados pela química que impulsiona as mentes por trás de alguns dos melhores empreendimentos do mundo, e traz pérolas como esta, do co-fundador da Apple, Steve Wozniak: As melhores coisas que eu fiz na Apple foram por (a) não ter dinheiro e (b) nunca ter feito antes. Naturalmente que o texto não contém nenhuma receita pronta, um roteiro de desenvolvimento ou um passo-a-passo para o sucesso, mas serve de inspiração a quem está ou pretende estar envolvido num empreendimento, porque conta muitos detalhes dos passos iniciais das startups, as empresas novas (e inovadoras) dos Estados Unidos, fundadas por pessoas que hoje são celebridades. Essas pessoas contam o que aconteceu quando os funcionários eram apenas elas mesmas, alguns amigos e uma boa idéia. Além de Wozniak, foram

E

entrevistados Caterina Fake (do site Flickr), Mitch Kapor (da L o tu s ), Max Levchin (do PayPal) e Sabeer Bhatia (do Hotmail), que contam suas surpresas e descobertas no processo de construir essas empresas – e em especial as melhores empresas dos últimos 30 anos no setor de software. valor do conhecimento sobre uma startup está no fato de que ela é um negócio em sua verdadeira essência, geralmente funcionando sem grandes refinamentos, e a razão pela qual seus fundadores enriquecem é porque esses empreendimentos criam valor mais intensamente do que qualquer outro. A autora é fundadora da Y Combinator, uma empresa de investimentos especializada justamente em st ar tup s, baseada em Cambridge, Massachusetts – não por acaso, a cidade onde ficam duas das melhores universidades dos EUA: Harvard e o Massachusetts Institute of Technology. Anteriormente, ela foi vice-presidente de marketing no banco de investimentos Adams Harkness. Felizmente, ao escrever o livro, ela não correu atrás dos nomes habituais (Google e Microsoft por exemplo), mas incluiu uma diversidade empresarial que passa por Wozniak e David Heinemeier Hansson (da empresa 37 Signals), Dan Bricklin (desenvolvedor do Visicalc, a primeira planilha eletrônica) até Blake Ross (do Firefox, o navegador de internet em código aberto). Vai mais ou menos do início dos anos 80 até a segunda onda da Internet, que está apenas começando.

O

ara os interessados, o conteúdo é muito mais do que história: são lições sobre como dar conta de uma empresa em seus primeiros passos, necessárias para qualquer pessoa interessada em entender como funcionam os bons negócios. Claro que não se pode tomar ao pé da letra tudo o que está escrito, porque as trajetórias das empresas são como as das pessoas – muitas vezes trata-se também de estar no lugar certo à hora certa, ou seja: provavelmente não será possível repetir todos os passos, ainda que eles sejam muito claros, porque o tempo é outro e o ambiente também outro; assim como você pode ouvir dizer que alguém viveu muito tempo tomando uma dose de bebida alcoólica todos os dias, mas ninguém pode garantir que isso vai fazer bem a você e dar esse resultado. Ao invés de uma coletânea de histórias engraçadinhas, a autora recolheu informações valiosas dos empreendedores, cuja memória é uma verdadeira mina de ouro em termos de conselhos e informações sobre como iniciar um empreendimento.

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As duas melhores coisas que fiz na Apple: não ter dinheiro e não ter feito antes nada igual. Steve Wozniak

Algumas vezes você acaba lendo declarações aparentemente contraditórias sobre uma mesma empresa, vindas de dois fundadores – na verdade cada um está mostrando um percurso num determinado setor, e o que parece contradição faz sentido no longo prazo: às vezes um diz que o grande foco era em tecnologia, enquanto outro garante que o foco era em oportunidades de mercado. Isso mostra apenas que são muitos e às vezes simultâneos os caminhos a serem percorridos por uma empresa durante o seu desenvolvimento. inda assim, a autora conseguiu capturar em seus entrevistados algumas verdades universais, entre as quais estão as seguintes: Navegue pelas idéias – a primeira nem sempre é a melhor; Planos de negócio são importantes – mas é bom estar preparado para mudá-los muitas vezes; É preciso uma certa ingenuidade - "não estar sobrecarregado de realidade" Persistência -é o que faz toda a diferença; É preciso estar realmente entusiasmado - com o que se está fazendo, e pensar que aquilo é realmente importante; Ouça e entenda os seus clientes ou usuários finais.

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er um livro desses à mão quando se está abrindo um empreendimento é provavelmente como ter uma boa equipe de orientadores e contar com a cabeça de gente que passou pela experiência de começar do zero e chegou ao estrelato.

T

oda a vez que se tornou necessário fazer um ajuste fiscal no Brasil, nos últimos 20 anos, ele foi feito aumentandose os impostos. Invariavelmente fizemos o movimento na direção oposta à que a experiência universal recomenda ou o que uma dona-de-casa sensata impõe toda a vez que se vê desafiada por problema semelhante. Para dar certo, o ajuste tem que ser feito pelo corte de despesas. Em todos esses anos, desde 1985, na verdade, não há notícia de governo que tenha tido a coragem de cortar 10 centavos de suas despesas, nem governos estaduais, nem o federal nem municipais. O ministro Reis Veloso lembrou recentemente que uma geração inteira de brasileiros não teve a oportunidade de receber os benefícios de uma economia em desenvolvimento. É a mesma geração de cidadãos que vêm sofrendo a maior tunga tributária de nossa história. Desde quando o cidadão ou cidadã estava no jardim de infância, de cada 4 cartilhas oferecida na escola o governo ficava com uma; vinte anos depois, de cada 10 automóveis que saem da linha de montagem,o governo se apossa de 4. té a metade da última década do século passado, a carga de impostos crescia lentamente todos os anos sem ultrapassar, no entanto, uma faixa de 24% ou 25% do PIB. Em 1994, foi lançado o plano de estabilização, o Plano Real, que teve um resultado formidável na queda da taxa de inflação. Na seqüência, o programa de estabilização não foi capaz de criar as condições para a retomada do desenvolvimento. Era uma questão crucial que o governo realizasse um forte ajuste fiscal para o sucesso da estabilização, cortando despesas de custeio da máquina pública e liberando os recursos para o setor privado voltar a investir no crescimento da produção.

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G Não há

notícia de governo que tenha tido a coragem de cortar 10 centavos de suas despesas

vital que o governo Lula aproveite esse início, ainda modesto, de crescimento da produção e o renascimento do ânimo de investir do setor privado para: 1. Sustar o aumento da carga tributária que, embora em ritmo mais lento, deve terminar 2007 acusando um crescimento de meio ponto percentual do PIB; 2. Conter os gastos de custeio, procurando eliminar os enormes desperdícios na administração; 3. Aproveitar o aumento de arrecadação que está ocorrendo em razão do próprio crescimento de 5% do PIB este ano para liberar recursos para o setor privado, dilatando prazos de recolhimento dos impostos e reduzindo algumas alíquotas; 4. Direcionar o investimento público para a recuperação da infra-estrutura rodoviária, ferroviária, portuária e energética, de preferência alavancando os investimentos privados nesses setores.

É

ANTONIO DELFIM NETTO É PROFESSOR EMÉRITO DA FEA/USP , EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO CONTATODELFIMNETTO@ TERRA.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


Mas, sete páginas depois, no capítulo de dicas de saúde, o alto comando adverte: “Há muitas doenças venéreas por aí, então não corra o risco.” O guia também trata do que se pode fotografar no país, pois há muitas restrições por causa da grande quantidade de iraquianos que têm medo do 'mau-olhado'. “Muitos iraquianos acreditam no 'mauolhado'. Isso está na mente deles, como pôr um 'feitiço' está na mente do povo de algumas regiões do nosso país. Se você olhar fixamente para as pessoas, especialmente crianças, alguém pode achar que você possui um 'mauolhado' e que está tentando lançar uma maldição em quem você está olhando. Alguns iraquianos acham que a lente de uma câmara também é um 'mau-olhado' e você fará inimigos ao fazer fotos de rosto e possivelmente vai acabar com uma faca nas costas. Paisagens gerais e cenas de ruas não vão causar problemas. Com exceção das mesquitas. Não tente fotografar as mesquitas.” Em alguns trechos, o guia dá conselhos muitos pessoais, por exemplo, sobre o que fazer quando precisar ir ao banheiro: “Banheiros como os dos Estados Unidos são muito raros. Você terá de se acostumar a se aliviar ao ar livre em qualquer local conveniente. Certifique-se que está longe das principais ruas e bem distante das mesquitas. E fora da vista de alguém o quanto for possível. Você terá de carregar seu próprio estoque de papel higiênico. Os muçulmanos não permitem que outras pessoas os vejam despidos. Não urine na presença deles. Eles fazem isso acocorados e não gostam de ver outras pessoas urinando em pé. Essas coisas podem parecer triviais, mas são importantes se você quiser entender-se bem com os iraquianos.”

MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO

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O Brasil será a Arábia Saudita verde?

O

professor José Goldemberg é um dos maiores especialistas em energia no Brasil. Foi secretário de Ciências e Tecnologia e ministro da Educação no governo Collor e secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin. Atualmente, ele coordena a Comissão Especial de Bioenergia na Secretaria de Desenvolvimento do governo paulista. O professor Goldemberg visitou a Associação Comercial de São Paulo e concedeu uma entrevista exclusiva para a revista Digesto Econômico. Na sua opinião, se nada for feito agora, ainda no governo Lula teremos um novo apagão, agora de energia, como em 2001. Em relação à energia nuclear, o professor prevê muitas dificuldades na construção de Angra 3, por conta dos protestos e das ações que devem ser impetradas na Justiça. Digesto Econômico - Temos assistido a um crescimento da economia, não tanto quanto nos outros países em desenvolvimento, mas um crescimento. Haverá energia para sustentar isso? José Goldemberg - Para sustentar o crescimento, seria preciso que a produção de energia crescesse de 3 a 4 milhões de kilowatts por ano. O sistema

O Brasil planta 3 milhões de hectares de cana-de-açúcar, a maioria no Estado de São Paulo.

Epitácio Pessoa/AE

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DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007

brasileiro atual é 100 milhões de kilowatts, precisaria crescer de 3% a 4 % ao ano. E do jeito que as coisas vão, existe um grande ceticismo do que vai ocorrer, porque têm os problemas ambientais travando parte das discussões, mas não são só eles. Eu acho até que os problemas ambientais têm sido usados como desculpa para não fazer certas coisas.


4

Congresso Planalto Crise aérea CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Para o ministro Nelson Jobim, Cumbica e Viracopos devem ser preparados para receber até 7 milhões de passageiros adicionais.

SERRA SUGERE OBRAS PARA DISTRIBUIR FLUXO AÉREO

Niels Andreas / AE 27.07.07

Eymar Mascaro

Carta na manga

T

endo êxito no controle da atual crise aérea que assola o País, o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, pode entrar na lista de pré-candidatos do PMDB à presidência em 2010. Filiado a legenda, Jobim pode sim contar com o apoio de Lula. Afinal o PT, pelo o que tudo indica, não terá ninguém com chances reais de vencer o pleito. Essa decisão garantirá o PMDB na base de apoio ao presidente, o que era tão desejado pelos petistas. As chances do ex-presidente do STJ aumentam quando é lembrado que ele era o nome mais cotado para compor a chapa eleitoral para presidente em 2006. O jurista seria o vice de Lula na disputa pela reeleição.

O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim se reúne hoje com o presidente Lula para discutir novas medidas para resolver o caos aéreo.

NO FOGO

PROPOSTAS PARA JOBIM O ministro se reúne com o governador José Serra para discutir soluções para a crise do setor aéreo

O

governador de São Paulo, José Serra (PSDB), propôs na última sexta-feira ao novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, a construção de um terceiro terminal para o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, como uma medida para ajudar a aliviar a atual crise que enfrenta o setor aéreo. O ministro esteve reunido por quase duas horas no Palácio dos Bandeirantes. Estavam presentes, além de José Serra, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM); cinco secretários estaduais; o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Juniti Saito; além de

representantes de entidades empresariais e especialistas em aviação. Entre eles, estava o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti. Burti afirmou ter saído "bem impressionado" da reunião de sexta-feira. Para ele, "a convergência de pontos de vista leva a crer que uma solução para o caos aéreo poderá ser mais rápida do que o imaginado". Mas o terceiro terminal não foi a única proposta apresentada. Serra também falou sobre a construção de um trem para ligar o aeroporto de Guarulhos a São Paulo, com recursos dos governos estadual e federal e da iniciativa privada. Também

foi discutida a expansão da capacidade do aeroporto de Viracopos, em Campinas, e a utilização de Jundiaí para aviação executiva. Jobim reforçou a necessidade de diminuir o número de vôos saindo de Congonhas, que se tornou o principal ponto de conexões do país, com cerca de 18 milhões de passageiros por ano, apesar da capacidade de 12 milhões. Para o ministro, Cumbica e Viracopos devem ser preparados para receber até 7 milhões de passageiros adicionais, absorvendo o excedente gerado pelo aeroporto paulistano. As iniciativas para reequilibrar o tráfego aéreo na capital paulis-

Acordo pode costurar reforma trabalhista

G

overno e setores da oposição vão negociar na volta do recesso parlamentar, que termina na próxima quarta-feira, um acordo para costurar uma reforma trabalhista que, inicialmente, não tenha como alvo direto mexer na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A proposta, com papéis definidos para o presidente Luiz

Inácio Lula da Silva e para as lideranças do DEM, prevê que Lula continue a trabalhar no convencimento das centrais sindicais, enquanto a oposição não falará em "flexibilização da CLT". O assunto já foi discutido em uma reunião da Executiva do DEM. Diante das pesquisas de opinião, mostrando que as palavras "reforma trabalhista" só

tiram votos e popularidade – por serem vistas como sinônimos de corte de direitos –, o DEM traçou uma estratégia alternativa. "Vamos fazer um projeto para falar e tratar da inclusão dos 48 milhões de trabalhadores que estão na informalidade e não mexer na CLT", resumiu o deputado Guilherme Campos (DEM-SP). (AE)

ta são consequência do acidente que matou cerca de 200 pessoas no dia 17, quando um avião da TAM fracassou na tentativa de pouso e colidiu com um prédio da própria empresa. Segundo Alencar Burti, a reunião mostrou que o ministro Jobim tem o comando e um diagnóstico para a situação dos aeroportos. Jobim deve se encontrar hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir mudanças. Também está confirmada para hoje a primeira reunião do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) sob o comando do novo ministro. Sergio Leopoldo Rodrigues

PT muda estatuto para encurtar mandato de Berzoini

D

epois de mais de um ano discutindo a possibilidade de encurtar o mandato de sua atual direção, o PT deverá de fato alterar o seu estatuto e agendar novas eleições internas ainda este ano. Apesar de reconhecer que ainda existem algumas divergências em relação ao assunto, o presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirma que as discussões ocorridas nos últimos meses demonstram que as principais correntes da sigla tendem a endossar a proposta. "Há uma tendência de a maioria querer fazer a eleição ainda este ano. Os que defendem essa posição entendem que isso é melhor para pacificar o partido", afirma o presidente da legenda. As eleições devem acontecer em novembro. De acordo com Berzoini, ainda existem algumas polêmicas em relação ao assunto, mas a mudança tende a ser ratificada durante o 3º Congresso do PT, que ocorrerá nos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro, em São Paulo. (AE) Dida Sampaio / AE 25.01.2005

Jobim assumiu um ministério em crise. Se colocar a casa em ordem e abafar a crise, seu nome ganhará muita força no Planalto. Ele enfrentará outros nomes que também podem ter o apoio de Lula, embora não pertençam ao PT, como Aécio Neves e Ciro Gomes (PSB).

MIGRAÇÃO

NO ÍNTIMO

No entanto, pessoas próximas ao exgovernador garantem que ele deseja disputar o cargo, e o fará. O tucano avalia que pode vencer a disputa em 2008. Ele é totalmente contrário a idéia de ficar mais dois anos fora de um cargo no executivo, por isso dá grande importância ao pleito municipal.

ACORDO

FATOR CIRO

O grupo de aliados de José Serra, por exemplo, é contra uma candidatura tucana em São Paulo, mais precisamente a de Geraldo Alckmin. O governador prefere que a sua legenda acerte o apoio ao atual prefeito Gilberto Kassab (DEM), para obter o apoio dos democratas na disputa do Planalto, em 2010.

DISPUTA

Serra acredita que o apoio dado à reeleição de Kassab, em 2008, terá como retribuição a entrada dos democratas na sua campanha presidencial. O governador paulista avalia que dificilmente sua legenda escolherá outro nomes.

Lula admite que poderia apoiar o governador de Minas, caso ele deixe o PSDB. Aécio já recebeu mais de um convite de Michel Temer (SP), mas até agora tem resistido. Ele admite que ainda não é hora de pensar numa troca de legenda. Além do mineiro, o governo federal avalia outra alternativa: o deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Também não é descartada uma chapa formada por Aécio e pelo ex-ministro. O Planalto avalia que a coligação tem chances reais de vitória em 2010. Antes de decidir se fica ou sai do tucanato, Aécio ainda disputará a vaga de candidato a presidente com o governador José Serra (SP). Caso o PSDB tome sua decisão baseado no resultado das últimas pesquisas de opinião, Serra leva grande vantagem sobre o mineiro. O mineiro tentará reverter esse quadro após as visitas que fará as lideranças do seu partido.

TV

Além das viagens, o tucano de Minas prepara uma campanha pesada de marketing e programas de televisão. O objetivo é apresentar aos demais estados suas ações como governador do estado. Mesmo com essa estratégia bem montada, ele decidiu não fechar as portas no PMDB. Uma saída de última hora sempre é bom.

CHAPA

Serra não aceita uma provável saída de Aécio do PSDB rumo ao PMDB. O governador paulista insiste na idéia de fechar a chapa "pura" com o mineiro, oferecendo a ele o posto de vice-presidente. Aécio dificilmente aceitará tal proposta. Berzoini: "Os que defendem essa posição entendem que isso é melhor para pacificar o partido".

candidatura a prefeito de São Paulo, responde que só é candidato à presidência do Santos. Por enquanto, o exgovernador não quer assumir nenhum compromisso político.

IRONIA

Alckmin, quando questionado sobre sua

CERTEZA

NEGATIVA

Apesar das pesquisas dizerem o contrário, há gente no PSDB que não acredita numa divisão de votos entre Alckmin e Kassab. Os aliados do ex-governador afirmam que ele possui seu eleitorado fiel, e que dificilmente o dividiria com qualquer outro candidato, seja de qual partido for.

DIVISÃO 1

A mesma pesquisa apresenta, caso Alckmin não dispute o cargo, uma igualdade entre Kassb e Marta Suplicy. Quando o ex-governador é adicionado ao material, o democrata sofre uma queda significativa, o que beneficia o nome petista na disputa. O dado colabora ainda mais com a pressão para que o exgovernador não concorra ao posto.

DIVISÃO 2

Não é apenas o atual prefeito que perde com a entrada de um terceiro nome na disputa. Marta Suplicy sofreria uma perda de votos com a entrada da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) no cenário eleitoral. A parlamentar agrada uma parcela considerável de petistas na cidade.


segunda-feira, 30 de julho de 2007

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Não faltam candidatos ao posto de novo prefeito de São Paulo, apenas as definições dos partidos.

O FUTURO DA CIDADE DE SÃO PAULO

ELEIÇÕES 2008

Arte Abê- Fotos: Andrea Felizolla/LUZ, Antonio Cruz/ABr e Caetano Barreira/ Reuters

QUEM SE HABILITA À CAPITAL? Os aspirantes ao governo paulistano ainda não se apresentaram oficialmente, mas a bolsa informal de apostas já mostra uma grande agitação antes das inscrições

O líder democrata se declara defensor ferrenho da reeleição de Gilberto Kassab – com ou sem apoio tucano. "Da minha parte, ficarei com o Gilberto em qualquer hipótese. Porém, acredito que ele deva ser candidato. É jovem, engenheiro, administrador de empresas, economista, um homem com dois títulos na USP, e que está demonstrando uma grande capacidade", afirma. Lembo diz desconhecer a hipótese, levantada no meio político paulistano, de que o grupo de Alckmin estaria oferecendo a Kassab a candidatura de vicegovernador em chapa nas próximas eleições estaduais – um prêmio para uma possível desistência para o pleito municipal. "Não sei se isso é uma po-

Não temos nenhum candidato. Faremos coligação para vice, que será muito bemvinda se for junto com o Gilberto Kassab. Antônio Goulart, vereador (PMDB) monstrado", conclui Lembo. Apoio do PMDB– Enquanto o prefeito Gilberto Kassab decide seu futuro, aumentando a ansiedade dentro da hoste tucana, alguns partidos históricos – mas não tão bem cotados – já admitem o apoio aos democratas. É o caso do PMDB. "Não temos nenhum candidato. Faremos coligação para vice, que será muito bemvinda se for junto com o Kassab. Ele vem fazendo uma ótima administração", sinaliza o vereador Antônio Goulart. Segundo ele, o PMDB quer evitar riscos, como o fiasco das últimas eleições, que desgastou até a imagem do líder Orestes Quércia. Por essa razão, a ala peemede bista sonha com o racha DEM-PSDB.

Quem ganha com racha PSDB-DEM

P

ara o PT – considerado o maior partido adversário da coligação PSDBDEM – a divisão de Alckmin e Kassab em duas candidaturas seria um doce presente. No entanto, o partido tem de definir ainda sua própria estratégia de campanha, tentando aproximar os partidos de esquerda – que ameaçam sair com candidato próprio em bloco –, fruto do desgaste entre os deputados Aldo Rebelo (PCdoB) e Arlindo Chinaglia (PT) na disputa pela presidência da Câmara. "É claro que não seria interessante haver essa separação. Assim como o possível racha PSDB-DEM, também estaríamos dividindo o eleitorado", explica o vereador Paulo Fiorilo, líder do PT no município. Ele acrescenta que o PT tentará também diálogo de aproximação com o PSB, de Luiza Erundina – outro elemento pulverizador do eleitorado petista. A ex-prefeita Marta Suplicy continua sendo o nome mais forte do PT, seguido pelo senador Aloizio Mercadante. O temor petista com a candidatura própria de Luiza Erundina tem fundamento, conforme o vereador do PSB, Eliseu Gabriel. "Ela é nosso nome mais forte para a Prefeitura e só depende dela a candidatura própria", afirma. Ele ressalva que outro cenário se formará caso o bloco esquerdista (PSB, PSD, PDT, PCdoB, PMN, PHS e PRB) resolva sair. "Nesse caso, o Aldo Rebelo (PCdoB) e o Paulinho da Força Sindical (PDT), disputariam a cabeçade-chapa", observa Gabriel.

Patricia Cruz/ ABr - 31/08/05

Daniel Guimarães/Palácio dos Bandeirantes

própria dos democratas – fato fortalecido após os resultados positivos das últimas pesquisas sobre sua administração (veja pesquisa Ibope na pág. 3). O novo fenômeno criou um mal-estar geral dentro do PSDB, principalmente à ala que defende a volta ao Executivo do ex-governador Geraldo Alckmin. Um impasse que pode ameaçar a coligação vencedora e até provocar um racha tucano, já que o apoio à candidatura Kassab é um trunfo bem visto pelo governador José Serra – de olho na ajuda do DEM para sua escalada ao Planalto em 2010. As candidaturas próprias de Kassab e Alckmin, dividindo o eleitorado, viriam como um presente perfeito para o PT, que alimenta as esperanças de ver Marta Suplicy na briga. Isto é, caso o PSB seja convencido pelos petistas de desistir do vôo-solo da deputada e exprefeita Luiza Erundina. Outra divisão de um mesmo eleitorado. Se o cenário persistir, a polarização lulistas-oposicionistas não se repetirá como nas últimas eleições. A pulverização do eleitorado paulistano, pelo menos no primeiro turno, é a perspectiva do momento. Fator Kassab – "Os prefeitos anteriores foram muito ruins para São Paulo. O Kassab está sendo um excelente prefeito e

Ele (Kassab) é um homem com maior qualificação técnica do que a ex-prefeita Marta Suplicy. É minha posição como líder partidário. Cláudio Lembo (DEM)

sição do PSDB. Não posso me intrometer em assuntos domésticos de outros partidos. Mas, da minha parte, repito: o meu candidato é Gilberto Kassab", frisa o ex-governador. Evitando comentar as chances de Alckmin no embate com Kassab, o líder democrata enfatiza que não vê candidato com força suficiente para bater a crescente popularidade do prefeito. "Ele é um homem com maior qualificação técnica do que a ex-prefeita Marta Suplicy, possível adversária. Não é somente minha posição como líder partidário, mas também como cidadão paulistano. Ele está mais preparado para servir a cidade", afirma, entusiasmado. Assediado pela imprensa, o prefeito se esquiva do assunto para não ferir os aliados e desconversa sobre a possibilidade de concorrer contra um candidato tucano. No entanto, em nenhum momento nega sua crescente popularidade, principalmente após a última pesquisa do Datafolha, na qual sua aprovação entre os paulistanos dobrou de 15% para 30% este ano. "Não vejo ninguém com potencial para ganhar do Kassab, com a autoridade que ele tem de-

Não seria interessante essa separação (PTCdoB). Assim como o possível racha PSDB-DEM, dividiríamos o eleitorado, Paulo Fiorilo, vereador (PT)

Milton Mansilha / LUZ - 29/03/07

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ia 30 de setembro próximo é o prazo máximo para os partidos definirem seus filiados para as eleições municipais 2008. É também o ponto inicial para que os partidos definam os nomes de seus quadros internos para a sucessão em São Paulo. Em outras palavras, é o momento de tentar impor seu possível campeão de votos aos aliados. Na luta dos cabeças de chapa, o atual prefeito Gilberto Kassab começa a ganhar peso como a possível candidatura

tem conhecimento pleno da cidade de São Paulo. É um grande candidato e deve ser reeleito", defende o ex-governador Cláudio Lembo, liderança principal do DEM na capital. Ele não descarta possível coligação com o PSDB, mas acredita que seria "ingenuidade" dos democratas perderem o "cabeça-de-chapa" mais bem cotado de toda a história do partido na cidade. "Como homem de partido que sou, defendo que o Kassab seja nosso candidato já nessa eleição. Porém o processo político é sempre evolutivo, vamos ver o que acontece até outubro do ano que vem", pondera.

Paulo Liebert/ AE - 21/06/05

Fernando Porto

(Luiza Erundina) é nosso nome mais forte para a Prefeitura e só depende dela a candidatura própria. Eliseu Gabriel, vereador (PSB)

Outros partidos – Nas esferas menores da sucessão da prefeitura, os partidos se organizam. "Em princípio, sairemos com candidatura própria. Duas possibilidades: o vereador Roberto Trípoli e o secretário Eduardo Jorge (do Verde e do Meio Ambiente)", afirma Carlos Camacho, presidente municipal do PV. No PPS, o líder Roberto Freire tenta impor candidatura própria, com o nome de Zulaiê

Cobra Ribeiro. "Mas uma corrente, a do deputado Arnaldo Jardim, defende a coligação com o PSDB", explica a vereadora Myriam Athiê. O próprio Freire cogita sair candidato a vereador em São Paulo. No PP, não se fala ainda em Paulo Maluf. "Queremos oferecer uma alternativa: o deputado Celso Russomanno, que já disputou a prefeitura de Santo André", diz o vereador Attila Russomanno.


O que há é que a incerteza regulatória é grande e os investidores se perdem. DE - O senhor avalia que o País vai ter um novo apagão, como o de 2001? JG - Eu acho que vai ter apagão sim. Não no Estado de São Paulo, pois o bagaço de cana vai nos salvar. Mas no resto do Brasil, acho que vai ter problemas em três, talvez quatro anos. O governo Lula vai tentar empurrar para frente. Mas para isso, alguma coisa tem de ser feita rapidamente. O governo precisa destravar estas coisas que estão segurando os investimentos na área de energia. DE - O País já virou exportador de usinas de etanol. A Dedini, de Piracicaba, tem vendido tecnologia para o mundo todo e não consegue dar conta dos pedidos. Criou-se até o "turismo da cana", em que investidores visitam usinas e ficam sabendo que 80% da produção já está vendida. Eles chamam o Brasil de Arábia Saudita verde. Qual a sua opinião sobre isso? JG - Há um componente de exagero nesta imagem que fazem do Brasil. A produção brasileira de etanol é aproximadamente igual ao dos Estados Unidos, só que lá eles usam o etanol de milho, que não é tão bom quanto o etanol da cana-de-açúcar. Somando as duas produções, o etanol hoje substitui apenas 3% da gasolina no mundo. Mas aqui no Brasil é diferente, o etanol substitui 40% da gasolina, com a vantagem da baixa emissão de gás poluente, combatendo o efeito estufa. Estamos servindo de exemplo, tanto pelo combate ao aquecimento global, quanto pelo modelo eficiente que criamos, com preços baixos. A grande pergunta que se faz é a seguinte: esses 3% podem subir para quanto? E aí temos de olhar os números. A produção de cana-deaçúcar voltada para a etanol no Brasil é de aproximadamente 3 milhões de hectares, a maioria em São Paulo. Para que o Brasil se torne uma Arábia Saudita do etanol, precisaria aumentar muito essa área; e dá para aumentar, mas temos limitações. Aqui em São Paulo já se está usando um bocado de terra para a cana-de-açúcar. Outros Estados poderiam também produzir, mas alguns têm limitações. Eu acredito que o máximo que se poderá conseguir no Brasil é aumentar a produção para um fator 10, ou seja, aumentar em dez vezes a produção. DE - Atualmente, usamos 80% do etanol produzido. Com um fator 10 significa que sobraria para a exportação? JG - Sobraria. Ao invés de usar 3 milhões de hectares para a produção do etanol, o máximo que eu vejo aqui no Brasil é aumentar isso para 20 a 30 milhões. Isso não é nenhuma Arábia Saudita. O que vai acontecer com isso é que a gente vai substituir talvez 10% a 20% da gasolina no mundo. Este é um

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DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007

cenário que poderia ocorrer em 10 anos. DE – Além de São Paulo, as terras viáveis seriam de onde? JG - Já estão ocorrendo licitações para Minas, Goiás e Mato Grosso. São Paulo se tornou o grande centro produtor, pois aqui temos condições privilegiadas, já que a cana-de-açúcar cresce sem irrigação. Quando se começa a colocar irrigação, como ocorre no Nordeste, os custos passam a ficar mais altos. DE - E a qualidade da cana do Nordeste é a mesma? JG - A qualidade é a mesma, mas o rendimento por hectare é menor, a produtividade é mais baixa. Então, essa imagem de Arábia Saudita verde tem suas limitações. A gasolina representa 1/3 do petróleo produzido mundialmente. O mundo consome 80 milhões de barris para a gasolina, outro 1/3 vai para o óleo diesel e 1/3 para outros derivados. A expansão previsível e otimista do álcool é substituir 10% da gasolina, e não 10% do petróleo. DE - O Proinfa, programa do governo federal para o uso de fontes alternativas de energia, criado em 2002, ainda não decolou. O Ministério das Minas e Energia admite que os projetos estão bastante atrasados. Qual a sua opinião em relação ao Proinfa? JG - O Proinfa é uma boa iniciativa. Ele é baseado em experiências bem-sucedidas de outros países, sobretudo da Alemanha. A idéia do programa é a seguinte: o governo decide que um determinado tipo de energia alternativa é boa, então ele se compromete a comprar tudo o que for produzido. Na Alemanha, eles chamam isso de "Feed Law". Lá, se alguém decidir instalar máquinas para produção de energia alternativa, o governo banca. No Brasil não existe desta forma, aqui o governo compra até 1 milhão de kilowatts. Os projetos estão atrasados, pois o governo brasileiro tem a mania de regulamentar detalhes. Os burocratas lá do ministério fazem alguns cálculos e dizem que compram uma determinada quantidade de energia e estipulam o preço, só que o empreendedor não tem essa mesma visão. O governo diz então que a iniciativa privada está esperando a situação se agravar para começar a investir... o que o governo quer que o setor privado faça? DE - O governo ameaça trocar parte da matriz por energia nuclear, como o senhor vê isso? JG - Essa é uma ameaça do tipo que a gente faz com crianças, para colocar medo. Mesmo que o governo decida abraçar a opção nuclear em grande escala, por exemplo consolidando a construção de Angra-3 amanhã, levaria de 7 a 8 anos para ficar pronta, isso se a promotoria pública não entrar com uma ação contra essa iniciativa, que é uma tra-


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 30 de julho de 2007

Os EUA não estão em condições de entrar em conflito militar conosco Manouchehr Mottaki, chanceler iraniano

Com ajuda militar, EUA busca apoio de árabes

O

s secretários norte-americanos de Estado, Condoleezza Rice, e de Defesa, Robert Gates, iniciam nesta segunda uma série de visitas a países parceiros no Oriente Médio, em busca de apoio árabe a questões-chave para a administração de George W. Bush, como a ocupação no Iraque e a recente escalada bélica do Irã. A visita acontece dois dias depois de Washington ter aprovado um controverso pacote que inclui a venda de US$ 20 bilhões em armas para a Arábia Saudita e outros países aliados no Golfo Pérsico. O plano foi divulgado no último sábado e o Congresso dos Estados Unidos deve ratificá-lo em breve. O objetivo da iniciativa, disseram membros do governo a jornais americanos, é reforçar a presença dos EUA na região e, ao mesmo tempo, mostrar aos aliados do Golfo que está comprometido com a região. O pacote de ajuda causou controvérsia porque é lançado em um momento em que crescem as críticas do Congresso e de funcionários da Casa Branca em relação ao papel dos sauditas e outros aliados no Iraque, que não esta-

riam contribuindo com o processo de estabilização. Condoleezza e Gates reúnem-se com os ministros de Assuntos Exteriores do Conselho de Cooperação do Golfo da Jordânia e do Egito, na terça-feira. Depois, seguem para Arábia Saudita, onde serão recebidos pelo rei Abdullah. Eles participam também de uma conferência de paz entre israelenses e palestinos, na próxima quarta-feira. Resistência O envio de armas à Arábia Saudita enfrentava resistência do premiê israelense Ehud Olmert. Mas após o anúncio, ontem, de que os Estados Unidos darão ao seu país US$ 30,4 bilhões para ajuda militar nos próximos dez anos — alta de 43% ante o orçamento atual —, Olmert declarou seu consentimento à estratégia americana. "Entendemos a necessidade dos EUA de ajudarem os estados árabes moderados, que estão em uma frente com eles e conosco na luta contra o Irã". O pacote para a Arábia Saudita melhoraria sua defesa aérea e sua capacidade naval. Os EUA também preparam um pacote de ajuda militar de US$ 13 bilhões para o Egito na próxima década. (Agências)

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Essam Al-Sudani

Internacional

Iraquiano ergue uma réplica da taça da Copa da Ásia conquistada ontem pela seleção de seu país. Em meio à festa, quatro pessoas morreram

Lágrimas e tiros no Iraque M

ilhares de iraquianos saíram às ruas no domingo, desafiando o toque de recolher imposto pelo governo, para comemorar a inédita conquista da Copa da Ásia de futebol. Na final do torneio, disputado em Jacarta, na capital da In-

DERROTA bloco conservador do O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, sofreu uma derrota devastadora nas eleições para o Senado realizadas ontem. Mas apesar do revés, o premiê de 52 anos disse que pretende continuar no cargo. "Estou determinado a cumprir minhas promessas, apesar de a situação ser grave", declarou um abatido Abe, admitindo ser responsável pela derrota. As pesquisas indicam que o Partido Liberal Democrático, de Abe, terá entre 39 e 55 assentos — bem abaixo dos 64 necessários para manter sua maioria no Senado, onde metade das 242 vagas serão renovadas. (Reuters)

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donésia, os "leões da Mesopotâmia" venceram a seleção da Arábia Saudita por 1 a 0. "Longa vida ao Iraque" e "Bagdá é vitoriosa", gritavam os torcedores ao dançar e dar tiros para cima em cidades como Bagdá, cuja população é PROMESSA O novo premiê norte-coreano disse que o país deseja encerrar seu programa nuclear Issei Kato/Reuters

mista de xiitas e sunitas, em Basra (predominantemente xiita), em Tikrit (sunita) e Sulaimaniyah (maioria curda). Segundo o governo iraquiano, pelo menos quatro pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas pelos disparos feitos

Ó RBITA

VISITA Gordon Brown iniciou ontem sua primeira visita aos EUA desde que assumiu o cargo

Decepção: Shinzo Abe aguarda os resultados das eleições ao Senado

durante as comemorações. "Essa é uma vitória para o povo iraquiano. Mas nossa maior alegria será quando o exército dos Estados Unidos for embora", disse o aposentado sunita Salih Jabr Jassim, de 60 anos. (AE)

AMEAÇAS m porta-voz do U movimento fundamentalista islâmico Talebã anunciou a extensão, até esta segunda-feira, do prazo para que o governo do Afeganistão liberte 23 prisioneiros da milícia. Caso contrário, executará um ou mais dos 22 reféns sulcoreanos capturados no último dia 19 de julho. Vários outros prazos dados pelos guerrilheiros ao governo se esgotaram nos últimos dias, mas o Talebã assassinou apenas um dos reféns. O presidente afegão, Hamid Karzai, disse ontem que a situação "terá um impacto vergonhoso na dignidade do povo afegão". (AE)

Reuters

Chávez: novos 'Bônus Kirchner' O

Chávez: ajuda à Argentina

presidente da Venezuela, Hugo Chávez, desembarcará no próximo dia 6 de agosto na capital argentina para uma visita oficial que incluirá a ostensiva compra de US$ 1 bilhão em títulos da dívida pública. Chávez, que em tom de brincadeira denomina os títulos de "Bônus Kirchner", foi, desde o fim da reestruturação da dívida pública argentina com os credores privados, em 2005, o principal comprador dos papéis do

país. No total, nos últimos dois anos, ele gastou US$ 5,2 bilhões em títulos. Além de ser um compulsivo comprador dos "Bônus Kirchner", Chávez também tornou-se uma espécie de garoto-propaganda. Em diversas ocasiões ele faz alarde das benesses dos bônus argentinos, os quais define como "mais confiáveis" que os títulos de "Mister Danger" (apelido que confere ao presidente americano, George W. Bush). (AE)


Atuais soldados parecem que não leram o guia

Fabrizio Bensch/Reuters

Goran Tomasevic/Reuters

C

om as imagens praticamente diárias dos ataques, até a mesquitas, no Iraque e os maus-tratos que os soldados norte-americanos impõem aos prisioneiros iraquianos, tem-se a impressão que os militares dos Estados Unidos não leram “Um Pequeno Guia para o Iraque”. Ou, se leram, não estão seguindo seus conselhos, principalmente os que dizem respeito a não entrar em discussões políticas e ser bem-educado. As tropas norte-americanas, no país desde 2003, também estão realizando projetos para a reconstrução e o desenvolvimento do Iraque, como melhorias na infra-estrutura, programas de educação e outras questões, procurando o apoio dos civis iraquianos. A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, justificou a importância desses projetos: “Acredito que aprendemos uma importante missão durante nossa temporada no Iraque – nós não queremos construir e ajudar os iraquianos a construírem uma sociedade

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Os militares norteamericanos que ocupam o Iraque desde 2003 não leram esse guia publicado em 1942, e se leram, não estão seguindo os seus conselhos. AFP Photo

democrática estável só de cima para baixo, mas também de baixo para cima”. Entretanto o que mais chama a atenção do mundo e até dos Estados Unidos são as cenas de tortura e de violência entre as várias facções. Pois, ao derrubar Saddam Hussein, um sunita, os americanos passaram a ser vistos como aliados dos xiitas, descumprindo um dos principais pontos do guia: não se intrometer na política interna. Após quatro anos de ocupação e mais de 7 mil soldados americanos mortos , o projeto do presidente George W. Bush de democratizar e pacificar o Iraque parece distante e, segundo muitos especialistas em geopolítica, as tropas americanas ainda vão ficar em território iraquiano por muito tempo. O próprio presidente Bush, que deseja mais verbas para as Forças Armadas, tem declarado: “Rejeito qualquer prazo artificial para a retirada do Iraque e/ou a tentativa de políticos de Washington (referindo-se aos congressistas) tentarem dizer àqueles que vestem a farda como fazer seu trabalho.”


dição no mundo todo, não só do Brasil. Em todo o mundo, a construção de usinas nucleares tem sido atrasada por ações populares. DE - Mas nós temos condições para construir hidrelétricas em número suficiente? JG - Foi usado no Brasil apenas 30% do potencial de hidrelétricas. Naturalmente, os melhores lugares já foram ocupados. Em São Paulo não há mais nenhum grande aproveitamento. Então, as opções agora são as seguintes: em primeiro lugar, uma maior quantidade de usinas pequenas e médias. As pequenas a gente chama de PCH (Pequenas Centrais Hidrelétricas), cada uma delas não fornece muita energia, e aí é preciso muitas. Mas do ponto de vista do empresário isso até que é bom, porque o empreendedor pode fazer uma PCH sem grandes investimentos. O maior problema está nas obras médias, que não estão andando por motivos que não são somente ambientais, mas pela falta de confiança dos investidores no marco regulatório. Os grandes consumidores, que são empresas como a Votorantim e outras, estes resolveram a vida deles. Você acredita que 30% da energia é comprada diretamente da fonte, não vai para o mercado, não vai para leilão, são contratos cativos e são baratos? O que vai para os leilões é energia para o público e aí eles ficam inseguros acerca do preço, por mais que o governo tenha se esforçado.

Dida Sampaio/AE

DE - Como o senhor avalia a política energética do atual governo? JG - Eu acho que esse modelo que o governo Lula tentou implementar, ele não vai muito bem, mas fica claro o seguinte: o governo Fernando Henrique não conseguiu completar o processo de privatização, então acabou ficando uma coisa híbrida. O que foi privatizado no governo Fernando Henrique foi a distribuição, todas as estatais permaneceram. Há um claro movimento de mudança estatizante no atual governo e o setor privado então fica inseguro. O próprio presidente Lula declarou que gostaria que a Eletrobrás fosse como a Petrobras. Com isso, o setor privado fica mais arredio e eu acredito que no começo do governo, o presidente Lula pensou seriamente em desfazer algumas privatizações, mas optou por focar na segurança geral de todos os contratos firmados. Mas na prática eu gostaria, e acho que muitos concordam, de uma grande presença estatal nessa área, como é no petróleo, só que não há dinheiro para isso. Passaram a querer controlar o setor, enfraquecendo as agências reguladoras para tentar ter mais poder de intervenção. E isso acaba resultando na desconfiança do empresário. DE - Além da desconfiança, também há problemas ambientais. Como o senhor vê esta questão? JG - Os problemas ambientais existem, mas a experiência que eu ganhei na Secretaria de Meio AmUsineiro faz queimadas para limpar a terra, poluindo o ar. Muitos também queimam o bagaço, ao invés de usá-lo na geração de energia.

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segunda-feira, 30 de julho de 2007

Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

1 Geralmente, as pessoas esperam para comprar após o 5º dia útil. Como esfriou e começamos a liqüidar, isso foi antecipado. Michel Kralm Dias, gerente da loja Casado

FRIO E PREÇOS BAIXOS LEVARAM MUITOS FILHOS A ANTECIPAR PRESENTE PARA O DIA DOS PAIS

PREVISÃO DO TEMPO: COMPRAS Fotos: Rafael Hupsel/LUZ

Último final de semana das férias de julho foi marcado por shoppings e lojas de ruas populares lotados, como o Depósito de Meias São Jorge na Rua 25 de Março (acima). Para muitos comerciantes, o movimento pode significar que bons negócios virão neste Dia dos Pais.

Vanessa Rosal

O

paulistano aproveitou o último final de semana das férias escolares para ir às compras. Além das liqüidações em todo o comércio, o Dia dos Pais, que este ano será comemorado em 12 de agosto, foi um atrativo a mais. Nem a queda de temperatura, que chegou a 7 graus na manhã de sábado, espantou os consumidores. Agasalhados e carregando sacolas de todos os tamanhos, eles lotaram as tradicionais ruas de comércio popular da região da 25 de Março, no Centro, e na Voluntários da

Pátria, em Santana. O movimento por lá só não foi maior porque muita gente preferiu conferir as promoções do Liqüida São Paulo, com descontos de até 70% em 14 shoppings da cidade (leia mais sobre as liquidações na página 3). Otimistas com os negócios do fim de semana, os comerciantes projetam crescimento de até 20% nas vendas para o Dia dos Pais em relação à mesma data de 2006. Segundo o gerente da loja de sapatos Casado da Rua 25 de Março, Michel Kralm Dias, os últimos dias apresentaram vendas acima do esperado. "Geralmente, as pessoas esperam para comprar os presentes dos pais após

o 5º dia útil de agosto. Como presentes para os pais aumenesfriou e começamos a liqüi- te ainda mais na última hora." dar produtos, isso foi antecipaAntecipação – A enfermeira Michele Cristina Fernandes do", disse. era uma dos Sem falar em que procuranúmeros, o div a m u m p reretor do Depósente para o sito de Meias pai na 25 de São Jorge, Jorge Dib, também Março. "Sempre deixo para aposta em crespor cento é quanto cimento nas comprar na sepodem crescer as mana que anvendas deste Dia dos Pais. tecede a data. vendas para os pais Mas, como tive As duas lojas uma folga no da empresa na trabalho, deci25 de Março lotaram no sábado. "Quando es- di conferir as novidades." Já a comerciante Sílvia Aziz fria e não chove, nosso desempenho melhora muito. Mas es- procurava flores artificiais paperamos que a procura por ra dar de brinde a seus clientes.

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"Para o meu pai, vou comprar o presente no shopping. É mais prático", disse ela que, apesar do frio, acordou bem cedo no sábado. "Vale à pena vir aqui (no Centro). Tem de tudo e é mais barato." Na Rua Voluntários da Pátria, em Santana, o movimento também foi intenso durante todo o dia, animando os lojistas. A sub-gerente da High Point, Melissa Tisera, espera aumento de 10% nas vendas para o Dia dos Pais, já que neste ano o período de liqüidações foi antecipado. "Estamos oferecendo peças com 60% de desconto. Os produtos mais vendidos são camisetas e calças jeans. Jaquetas e moletons, que estão

mais em conta, também atraem o cliente." Próximo dali, na Avenida Cruzeiro do Sul, o Shopping D também iniciou contagem regressiva para o Dia dos Pais. A loja da Claro, por exemplo, oferece celulares gratuitos para quem contratar planos póspagos a partir de 70 minutos ao mês. A ação, iniciada no Dia das Mães, deverá aumentar as vendas de aparelhos em 15% no período dos pais, segundo a supervisora Cíntia de Moraes. Filas – A empresária Vanir Soares aproveitou o último sábado das férias para comprar roupas para o marido e filho. "No Dia dos Pais, dou presente para os dois. Por isso é bom aproveitar as liqüidações", disse. Ela foi à loja de moda masculina e feminina Fredy e enfrentou uma fila de 20 minutos para pagar. Segundo o gerente Luis Carlos Mendes Correa, cerca de mil pessoas passaram pela loja no sábado. "Esperamos aumentar as vendas em 20%", afirmou. Com tantos incentivos às vendas neste mês de agosto, alguns shoppings têm expectativas bem otimistas para o Dia dos Pais, data que normalmente não representa elevação significativa nos negócios. O Shopping D e o SP Market esperam crescimento de 15%. Já o Metrô Tatuapé deve aumentar as vendas em 10%, e no Shopping Popular da Madrugada, no Brás, os negócios também devem ser maiores que os da mesma época de 2006.


O que foi 32? Paulo Bomfim Foi a soma dos sonhos e do sacrifício de um povo, a confraternização de raças e condições sociais no batismo das trincheiras; o esforço das indústrias, o despreendimento do comércio, a grandeza de uma causa, a generosidade dos moços, a participação dos cabelos brancos, o entusiasmo das crianças, a força que vem da mulher-terra paulista, o verbo dos poetas e dos tribunos, dos jornalistas e dos sacerdotes; a sacralidade da lei, o fuzil ao lado do livro, a trincheira continuação da escola, a caserna dependência do lar, o campo de batalha, sementeira da justiça! O que foi 32? Foi bandeira que voltou do passado, passado que se transformou em bandeira, bênção de Anchieta e de Frei Galvão, vigília de João Ramalho, grito de guerra de Tibiriçá, inspiração de Bartira, presença dos que partiram, convocação do amanhã, cocar-capacete de aço, gibão que virou farda cáqui, canoa monçoeira transformada em trem blindado, mortos e vivos marchando, igreja, escola, oficina em batalhões rezando a mesma oração, prece de amor e esperança, holocausto e clarinada, asa de glória gravando no sangue das gerações: Enquanto houver injustiça, Enquanto houver sofrimento, Enquanto a terra chorar, Enquanto houver pensamento, Enquanto a história falar, Enquanto existir beleza, Enquanto florir paixão, Enquanto o sonho for sonho, Enquanto o sangue for sangue, Enquanto existir saudade, Enquanto houver esperança, Enquanto os mortos velarem, É sempre 9 de julho! O poeta Paulo Bomfim é membro da Academia Paulista de Letras

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biente daqui de São Paulo mostra que não se deve ter posições "xiitas". O caso do Rodoanel, por exemplo. Do ponto de vista ambiental é um trecho complicado, porque tem uma população enorme morando lá perto, a energia está lá, é perto dos mananciais e tem aldeias indígenas. Por tudo isso, a obra vai ficar 20% mais cara, mas é o custo a ser pago pela sociedade. O setor privado resiste muito aos aumentos de custos das exigências ambientais. É preciso ser claro: ou paga ou não sai. No governo federal ainda há um outro problema. Muitos ambientalistas, que foram encorajados a vida toda a serem do contra, agora fazem parte do governo e estão no exercício da atividade de licenciamento, e naturalmente não sabem lidar com essas situações. DE - Há recursos próprios para fazer as hidrelétricas ou será necessário recorrer ao Banco Mundial, que tem uma política muito rigorosa em relação ao meio ambiente? JG - Eu acho que é inevitável recorrer ao BID e ao Banco Mundial, pois são investimentos muito grandes e que demoram para terem um retorno. Não há o hábito aqui no Brasil de investimentos que retornam em 10 ou 20 anos. Agora, com a situação econômica melhorando, já há empréstimos mais atraentes. Antigamente, não se conseguia empréstimos. Em relação ao Banco Mundial, eles não são "xiitas" na consideração ambiental, mas são rigorosos, vi

O Brasil tem vocação para hidrelétricas, uma energia limpa e renovável. Na foto, Itaipu.

André Dusek/AE

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muitos projetos serem devolvidos. O que acontece é que dentro das organizações não-governamentais têm grupos muitos radicais. Essas brincadeiras que fazem acerca dos bagres, do problema dos peixes, isso tem em tudo quanto é hidrelétrica do mundo. As pessoas aprenderam a fazer hidrelétrica. DE - Quais são outros problemas que atrapalham o crescimento energético do País? JG - Existem 10 milhões de kilowatts em construção espalhados pelo Brasil. O governo precisaria de uma "Swat" para destravar esses projetos. Os obstáculos para esses 10 milhões de kilowatts não são apenas de natureza ambiental, há outros problemas burocráticos. Às vezes é o empreendedor que está interessado, às vezes ele não está interessado ou então ele não tinha cacife para conduzir uma obra daquele tamanho, e ele vai diminuir o ritmo. Isso inclui muitas obras do Proinfra, que são subsidiadas pelo governo. Porque existe uma figura nesses setores de energia no Brasil que é a do despachante. Ele pega uma autorização para uma usina, mas ele não tem dinheiro e depois ele vende aquela autorização para alguém. Isso ocorreu com usinas de álcool. Eu me lembro de um cidadão que apareceu lá e colocou, sem licenciar, um pedido de uma usina de álcool para construir. E há uma exigência burocrática, que diz que no momento que entra um pedido, ele é obrigado a publicar em três


CARTA AO LEITOR Desde o início do segundo mandato do presidente Lula, quando foi anunciado o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, o empresariado e especialistas estão alertando sobre o risco de falta de energia. Recentemente, o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, afirmou que não há como a mineradora programar novos investimento após 2012, por conta da falta de horizontes na área de geração de energia elétrica. Outros setores estão prevendo um apagão mais cedo, entre 2009 e 2010. Na reportagem de capa, o professor José Goldemberg, um dos maiores especialistas em energia do País, diz acreditar em um apagão ainda no governo Lula, mas afirma que São Paulo será salvo pela biomassa, com a produção de energia térmica proveniente da queima de bagaço da cana-deaçúcar. Em relação ao anúncio do governo em apostar na energia nuclear, com a construção de Angra 3, o professor Goldemberg alerta que a iniciativa deverá sofrer muita resistência, dentro e fora do governo, com ações impetradas na Justiça e manifestações populares. Na sua opinião, o Brasil tem uma vocação para hidrelétricas e outras energias renováveis, como o etanol - o País já é chamado de "Arábia Saudita verde". Os 75 anos da Revolução Constitucionalista é outro destaque desta edição. No dia 9 de julho de 1932, São Paulo pegou em armas para defender a democracia. Em 1930, o presidente Washington Luís foi deposto, assumiu o poder uma junta governativa, liderada por Getúlio Vargas, que nomeou interventores em todos os Estados. Desde o início de 1932, manifestações em São Paulo exigiam a autonomia do Estado e a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. A Associação Comercial de São Paulo teve papel fundamental no movimento. A entidade foi responsável pelo controle de receitas e despesas da revolução, forneceu apoio material e logístico. Já o ex-ministro do Planejamento Antonio Delfim Netto faz uma análise sobre o crescimento econômico e o setor público. Na sua opinião, o Brasil vive hoje o verdadeiro milagre econômico, não por apresentar um extraordinário crescimento, mas por estar crescendo sem motivos concretos. Trazendo análises comparativas de indicadores internacionais, Delfim Netto mostra que a posição brasileira não é confortável: temos a maior carga tributária para países com renda per capita semelhante, o Índice de Desenvolvimento Humamo (IDH) é muito baixo, tem havido uma violação crescente à propriedade física e intelectual e em construção de infraestrutura, a nossa posição é a 79ª, entre 125 países. O economista Ulisses Ruiz Gamboa, do Instituto Gastão Vidigal, da ACSP, mostra em seu artigo como foi realizado a reforma previdenciária no Chile, que teve início no governo do ditador Augusto Pinochet. Por essa razão, muitos setores da sociedade rejeitam a aplicação do modelo chileno por motivos puramente ideológicos, sem conhecê-lo profundamente.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Alencar Burti Superintendente Institucional Marcel Domingos Solimeo

ISSN 0101-4218

Diretor-Responsável João de Scantimburgo Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editores Domingos Zamagna e Carlos Ossamu Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho Projeto Gráfico e Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Capa Foto: Paulo Pampolin/Hype Arte: Roberto Alvarenga Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) 3244-3122 Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Impressão Laborgraf

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Celso junior/AE

jornais importantes. São uns 50 mil reais e ele estava reclamando que não tinha dinheiro para pagar. Eu falei: "Escuta, qual é o problema? Essa usina vai custar, no mínimo, 100 milhões de reais e o senhor não tem 50 mil para publicação em jornais?" Ele falou: "Não. Eu queria a licença para vender".

DE - Como o senhor avalia a questão do gás natural? JG - Eu me lembro que, quando eu estava na Comgás, há muitos anos, a Petrobras naquela época não dava importância para gás, não quiseram autorizar a construção de um gasoduto para trazer gás encanado para São Paulo. Para a Comgás de São Paulo foi uma luta e a razão é muito simples: eles achavam que o gás não era importante. Para a Petrobras, a prioridade era o petróleo... e queimavam gás, são os flares. Agora diminuiu um pouco, mas continuam queimando. Com esse problema com a Bolívia, ficou uma situação difícil e a solução disso é naturalmente cara. Pensa-se em importar o gás, há navios especiais que transportam gás liqüefeito, mas é preciso baixar a temperatura e usar pressão, é um processo complicado. Esta é uma opção, mas há outra que eu acho que inclusive vai salvar São Paulo da crise energética, que é a produção da eletricidade a partir do bagaço da cana. Como o programa do etanol está A energia eólica, que se utiliza da força dos ventos, ainda se expandindo muito, há um excedente é pouco usada no País. Muitos projetos estão no Proinfa, de bagaço, que está lá na usina e tem programa do governo que ainda não decolou. custo zero. O usineiro usa o bagaço para gerar energia. Muitos estão fazendo. É claro que no começo não deu muito certo, por um motivo cultural. Aqui no Brasil, as usinas mas. Um deles é o bagaço da cana e ele está sensível eram empresas familiares, mas agora elas estão fiao fato de que 70% da cana hoje é queimada e isto cando mais profissionalizadas, estão colocando geestá criando problemas para as cidades vizinhas às rentes profissionais, e esse pessoal percebeu logo usinas. Então, o governador José Serra está prepaesta oportunidade. rado medidas governamentais, decretos ou leis para encorajar as usinas a produzirem energia térmiDE - Uma produção significativa de energia elétrica a ca. As questões técnicas são simples de se resolver. partir do bagaço da cana seria uma alternativa viável Atualmente, queima-se o bagaço para produzir vaainda no governo Lula? por na preparação do etanol. Se queimar em caldeiJG - O governo Lula ainda não acordou para isso, ras de alta pressão, tem suficiente vapor para tocar quem acordou foi o governo do Estado de São Pauum navio ou uma locomotiva, é uma tecnologia lo e a iniciativa está nas mãos do setor privado de que já existe. Alguns usineiros me procuraram e energia. Toda a produção do etanol também está disseram primeiro que queriam financiamento. Isnas mãos do setor privado. Como vocês sabem, sou so não é problema, pois o BNDES financia bem escoordenador de uma comissão de bioenergia do Este tipo de projeto. Mas na realidade, o que eles quetado de São Paulo, cuja função é propor medidas riam era uma redução na alíquota do ICMS e aí surque o governador adote para resolver os problegiu um problema regulatório. Então, o diabo está

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O Brasil poderia se beneficiar com a experiência chilena de reforma previdenciária, que carece de uma sintonia fina, mas o governo não pretende voltar ao sistema antigo. Na foto, vista de Santiago do Chile.

Divulgação

sidenta Bachelet formou o citado Conselho Assessor Presidencial para a Reforma Previdenciária, cujos trabalhos foram realizados durante o ano passado. Assim, após congregar 15 especialistas na área, independentemente de sua filiação política, e realizar um amplo diagnóstico da situação atual e futura do sistema previdenciário, o conselho elaborou 70 propostas de reforma, que visam solucionar os problemas anteriores. As reformas são de caráter microeconômico, ampliando a concorrência entre as AFP e aumentando a cobertura geral, efetuando uma "sintonia fina" do sistema 15. Em nenhum momento se pretende voltar ao sistema antigo de repartição, cujos resultados para o país e para a população seriam com grande probabilidade muito inferiores. De fato, Cerda (2006) realiza o exercício contrário a Corbo e Schimdt-Hebbel (2003), estimando os efeitos macroeconômicos de haver seguido com o sistema de repartição no Chile durante o período 1981-2004, com e sem aumento da idade mínima de aposentadoria. Os resultados obtidos apontam para um déficit previdenciário equivalente a 20% do PIB, uma redução do estoque de capital de 11% e diminuições dos salários reais, do emprego e do PIB per capita em 2,4%,10% e 10%, respectivamente. 6. Conclusões e lições para o caso brasileiro Que lições podem extrair-se para o caso brasileiro, a partir da experiência acumulada no Chile durante mais de 25 anos de existência do

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novo sistema previdenciário? Em primeiro lugar, a realização de uma reforma previdenciária efetiva, que combinasse em algum grau a participação estatal com um sistema de capitalização, ao redundar na geração de um "déficit de transição", requer a geração de superávits fiscais primários, que viabilizem a transição para o novo sistema sem comprometer a solvência do Tesouro. No caso brasileiro, a realização de uma política fiscal cada vez mais expansionista por parte do atual governo, consubstanciada na redução do superávit primário que acompanhará a implementação do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) reduziria progressivamente a viabilidade dessa reforma. Em segundo lugar, uma reforma da previdência que introduz um sistema de capitalização tende a produzir no médio prazo efeitos macroeconômicos positivos não só na redução do déficit previdenciário, mas também em termos de aumentar a poupança, o investimento produtivo, o emprego formal, a produtividade do trabalho, os salários e a taxa de crescimento do PIB. Além disso, a maior disponibilidade de poupança interna permite desenvolver o mercado de capitais, o que possibilita reduzir o custo de capital das empresas e famílias, melhorar o uso dos recursos da economia, aumentando sua produtividade e reduzir a vulnerabilidade externa da economia. No caso do Brasil, é muito provável que uma reforma previdenciária nos moldes chilenos também produza os efeitos anteriores, o que permitiria reduzir a carga tributária e contar, ao mesmo tempo, com uma taxa de juros real mais baixa, única via para produzir um importante aumento da taxa de crescimento do PIB. Em terceiro lugar, a experiência chilena mostra que uma reforma previdenciária baseada exclusivamente em aumentos da idade mínima de aposentadoria, como a que se esboça no Brasil, embora tendam a reduzir o déficit previdenciário, são de caráter paliativo, tornando o financiamento do sistema previdenciário insustentável frente aos efeitos da transição demográfica que ocorre naturalmente nos países. Além disso, ao manter um sistema de repartição, o País perde a oportunidade de beneficiar-se a partir dos efeitos macroeconômicos anteriores. Por último, qualquer sistema previdenciário deve ser aperfeiçoado através do tempo, para aumentar sua margem de cobertura frente ao envelhecimento da população e à maior participação da mulher no mercado de trabalho, fenômenos de caráter global nos dias de hoje. De qualquer forma, na comparação com o sistema previdenciário chileno, a despesa com nosso sistema de repartição equivale a 12,2% do PIB,


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Há quase dois séculos e meio, Adam Smith observou historicamente e teorizou, adequadamente, que o desenvolvimento econômico, ou melhor, a "riqueza das nações", depende de umas poucas coisas: Um Estado que tribute levemente seus súditos e utilize eficientemente tais recursos para:

2) Garantir a propriedade privada; 3) Proporcionar um razoável grau de justiça; 4) Construir uma adequada infra-estrutura e 5) Manter um comportamento amigável com relação ao setor privado e aos mercados, mas que estimule duramente a competição.

1) Assegurar a paz interna pelo monopólio da força;

Adam Smith estava longe de ter uma crença ingênua nas virtudes do regime de concorrência pura e na amoralidade da atividade econômica. Reprodução

Quando isso se realiza, o crescimento econômico acontece quase por gravidade: será o resultado da ação dos empresários em busca do lucro e do comportamento dos consumidores na busca de melhor e maior satisfação de suas necessidades. Elas se harmonizam pela liberdade de escolha de cada um, através do sistema de preços dos fatores de produção e dos bens de consumo estabelecido pelo mercado. O velho Smith estava, entretanto, longe de ter — como alguns ainda pensam — uma crença ingênua nas virtudes do regime de concorrência pura e na amoralidade da atividade econômica. Este desvio foi resultado do trabalho de alguns economistas entre 1850 e 1950 quando, mimetizando os modelos da física clássica e inventando uma

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psicologia conveniente, construíram uma "ciência econômica" que repudiava os juízos de valor. 1883 foi o anno humanae salutis dos economistas. Ele viu morrer um (Marx) e viu nascer dois (Schumpeter e Keynes) dos maiores contestadores desse científismo inconseqüente, que ainda infesta alguns dos nossos brilhantes "neoliberais". Talvez seja um exercício útil, mas assustador, como o passeio por um "túnel de horror" de alguns parques de diversão, comparar a simplicidade do processo descrito por Adam Smith e a confusão que se armou na sociedade brasileira nos últimos 20 anos. Vamos lá. 1) Tributação leve e eficiência no seu uso: o Gráfico 2 fala por si. Temos a maior carga tributária para países com a nossa renda per capita e um medíocre crescimento, revelado pelos números dentro dos pequenos círculos do Gráfico 2. Quanto à eficiência dos gastos públicos, o Brasil é 119º classificado em 125 países examinados pelo World Economic Forum de 2006, como se vê no Gráfico 3. O índice de desenvolvimento humano (IDH) do Brasil também está muito abaixo

dos países que tem tributação semelhante. É uma outra indicação que sugere a baixa eficiência das despesas públicas. Estamos gastando mal, em lugares errados e prestando serviços de baixa qualidade à população, particularmente educação e saúde, como se vê no Gráfico 4. 2) Paz interna: já faz muito tempo que a insensatez de governos locais transacionou o monopólio da força com o jogo, a droga e a bandidagem no Rio de Janeiro. Hoje, pelo menos lá, em São Paulo e em Pernambuco, há dois "Estados": um legal e outro marginal. Só agora parece nascer a vontade política apoiada, infelizmente, em recursos ainda "a definir", de eliminar o "Estado-Marginal" que controla a periferia dos grandes centros urbanos. O Gráfico 5 mostra uma situação muito ruim em relação ao crime organizado, uma das manifestações mais sérias contra a tranqüilidade. 3) Garantia da propriedade privada: tem havido violação crescente e cada vez mais freqüente à propriedade física e temos respeitado pouco a propriedade intelectual.

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DCARR Nº 179

Conheça os caminhões novos na praça: um Volkswagen urbano e dois MercedesBenz estradeiros. Todos na página 3.

Pablo de Sousa

São Paulo, 30 de julho de 2007

Fotos: Divulgação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TIIDA

A APOSTA HATCH DA NISSAN PÁGINAS 4, 5 E 6


Mesmo assim, a classificação do Brasil (62º entre 125 países), como mostra o Gráfico 6, é animadora, quando comparada com os outros indicadores. 4) Razoável grau de justiça: o Gráfico 7 revela que, lamentavelmente, somos o 92º país entre 125 com relação à independência do Judiciário, segundo a avaliação do World Economic Forum de 2006. 5) Construção de infra-estrutura: nossa posição no mundo ocupa o 79º lugar entre os 125 países analisados pelo World Economic Forum de 2006, o que mostra a necessidade imperiosa da rápida execução do PAC no setor de energia, transportes etc. O Brasil é um país com uma fronteira agrícola que se expandiu de forma fantástica. A competitividade no mercado externo desta atividade depende fortemente do transporte rodoviário e dos custos portuários. A qualidade deles é fundamental. Infelizmente, ela deixa muito a desejar pelo baixo investimento público dos últimos 20 anos. Os Gráficos 8 e 9 mostram nosso ranking em relação ao mundo.

6) Comportamento amigável com o setor privado: aqui temos um desastre. O Brasil é o 124º colocado entre os 125 países analisados pelo Fórum com relação ao "Peso da Regulação Governamental". E o 119º colocado entre 155 países analisados no Doing Business 2005 do Banco Mundial com relação à "Facilidade de Produzir". A burocracia tem ampliado o seu espaço e criado as próprias regras. Haja visto as dificuldades recentes com os projetos de energia e da utilização de novas variedades de sementes na agricultura, geneticamente modificadas, e que apresentam maior produtividade e menor custo. Mesmo esquecendo a maior taxa de juro real e a moeda mais valorizada do mundo, os fatos acima sugerem que o Brasil está "bombando" sem causa... Parece que, agora sim, estamos vivendo um verdadeiro milagre. Todos sabemos que o crescimento econômico é um "estado de espírito" apoiado em condições objetivas. O primeiro existe pela soma de um aumento virtuoso do crédito e uma ação divina, que eliminou a vulnerabilidade externa; o segundo não! A dúvida é até quando ele durará se não atendermos às lições de Adam Smith...

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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

índice COMERCIAIS - 3 Volks e Mercedes investem em novos caminhões para aproveitar momento favorável do mercado.

CAPA - 4 e 5 Conheça o Tiida, o novo hatch que a Nissan está trazendo do México.

MERCADO - 6 No disputado segmento dos hatchs pequenos, o Astra lidera com a venda de 2 mil unidades/mês.

ACESSÓRIOS - 7 As novidades da Blaupunkt, unidade de som automotivo do Grupo Bosch.

COMPETIÇÃO - 8 Em Campos do Jordão, encontro de proprietários de veículos 4x4 da Toyota em rali de regularidade.

MOTOBOYS: UMA NECESSIDADE URBANA aGenDa ia 27 de julho foi o Dia do Motociclista. O termo motociclista se enquadra a todos que andam de moto caracterizados pela paixão por duas rodas. Hoje, nos grandes centros urbanos, como São Paulo, muitos optam pela moto como instrumento de trabalho. Então aplica-se o termo motoboy. No trânsito caótico, andar com este tipo de veículo é mais prático, embora se questione a segurança. É aí que começam os conflitos. É difícil encontrar um motorista, principalmente nas grandes cidades, que nunca tenha enfrentado algum tipo de problema com uma moto. Afinal, na pressa em realizar seu trabalho, muitos entregadores acabam se envolvendo em acidentes de trânsito. Essa “costura” diária entre carros resulta em problemas que vão desde a irritação do motorista, aos acidentes fatais. As estatísticas não deixam dúvidas sobre a gravidade da situação. Apenas em São Paulo, 380 motoqueiros morreram em acidentes em 2006, sendo uma média de uma morte e 25 feridos por dia. O número cresceu 10% em relação a 2005 (345 casos fatais), segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Estudo detalhado da CET sobre acidentes no trânsito revela que os motociclistas representaram 25,6% dos mortos no ano passado. Destes, 52% trafegavam entre veículos, no “corredor”. Em 18% dos casos, houve desrespeito ao farol vermelho e, em 10%, a vítima estava acima da velocidade permitida no local. É necessário acabar com a guerra no trânsito. Não defendemos os motoboys. Mas alguém já

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conseguiu imaginar o que aconteceria com o fim deles? A dinâmica da economia, dos negócios - cito aqui os entregadores de pizza -, seria seriamente afetada até que fossem criados novos métodos rápidos de entrega. É preciso estabelecer regras específicas para evitar esta "guerra" diária nas ruas e aumentar a segurança dos profissionais. Hoje, em São Paulo, há aproximadamente 550 mil motocicletas registradas, sendo cerca de 150 mil de motoboys, transportando pequenas cargas. Se há maus motociclistas, também há maus motoristas e todos perdem neste clima de conflito. Precisamos pensar na segurança do motociclista, com legislação e fiscalização rigorosas, punindo aos desobedientes das normas de segurança, como o uso do capacete e o peso máximo da carga. É também necessário fiscalizar as empresas de entrega e autônomos, evitando jornada excessiva de trabalho - que obriga os motoboys a correrem cada vez mais para cumprir todas as entregas. E, claro, melhorar a educação no trânsito. Pela lei, as motos estão sujeitas às mesmas regras e punições impostas aos automóveis. Se o motoqueiro “costura” no trânsito é porque não há uma fiscalização. Enquanto não houver a consciência de todas as partes envolvidas, a guerra no trânsito não vai terminar. E quem sairá perdendo somos todos nós: motoristas, motociclistas ou simplesmente pedestres. Marcelo Gatti Reis Lobo, advogado, do Dabul & Reis Lobo Advogados Associados

30 e 31 de julho

Começa hoje, no Hotel Jequitimar, no Guarujá, o evento de lançamento dos novos modelos Citroën, o C4 Pallas e o novo Xsara Picasso.

6 de agosto

Acontece na Unicamp, na rua Saturnino de Brito, Cidade Universitária, Campinas, SP, o Simpósio Powertrain, promovido pela SAE Brasil.

14 e 15 de agosto

As empresas locadoras de automóveis se reúnem em encontro nacional no Transamerica ExpoCenter (SP).

Presidente Alencar Burti Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Alex Ribeiro Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


souro do Estado de São Paulo para a compra de artefatos militares e suporte à luta revolucionária. Percebendo a supremacia das tropas federais no circo das operações de guerra, consuma-se, em 23 de setembro, a doação do montante excedente arrecadado para entidades filantrópicas, com destaque para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Temia-se que, além da guerra, os paulistas também perdessem o ouro e o dinheiro arrecadados. Com justeza, alerta o autor que, antes de a Associação Comercial de São Paulo, a sua congênere de Santos tivera a idéia de iniciar uma campanha de arrecadação de recursos. Centralizada a Campanha do Ouro na capital paulista, foram organizadas duas comissões: a Diretiva (comandada por José Maria Whitaker) e a Executiva (presidida por Antonio Prado Jr.). Esta, por sua vez, organizou dois departamentos: Direção Artística e Direção de Publicidade. A Direção Artística – capitaneada pelo artista J. Watsch – cuidou de projetar cartazes de propaganda e modelos de diplomas, medalhas e anéis comemorativos. A Direção de Publicidade – a cargo do jornalista Francisco Pati – elaborava releases diários para a imprensa sobre novidades da Campanha do Ouro.

Um concurso organizado pela Direção Artística estimulou a produção de cartazes comemorativos e de propaganda, e os três primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro. Houve exposição dos cartazes concorrentes, na Rua Libero Badaró – "visitadíssima", segundo o relatório. Foi montada uma sofisticada estrutura logística para arrecadação, avaliação e fundição do ouro, envolvendo uma rede espalhada pelo Estado inteiro. Jóias e objetos de arte, além de dinheiro, também foram fartamente doados. No total, foram realizadas cerca de 70 mil doações, incluindo – número assombroso! – exatas 56.283 alianças de casamento, que foram trocadas por anéis de latão com a inscrição "doei ouro para o bem de São Paulo". O valor total arrecadado com a Campanha, segundo dados da Santa Casa, foi de

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Acima, anéis entregues pela população para a campanha 'Doe Ouro para o Bem de São Paulo'. Foram mais de 56 mil anéis doados.

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Paulo Pampolim/Digna Imagem

o Lima/

Aglibert

DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007

Os anéis e outros objetos eram depositados em uma salva de prata (ao lado). Foram contabilizados mais de 70 mil doações.


São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

DCARRO

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VW WORKER 9.150E O VW Worker 9.150E destina-se ao transporte de cargas refrigeradas, líquidos, bebidas, areia, brita, água etc

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PARA USO URBANO E MÉDIA DISTÂNCIA OU... Ideal para o transporte de cargas de alta densidade, o novo caminhão deve alavancar vendas da marca no segmento de leves

e olho em um segmento em expansão, a Volkswagen Caminhões e Ônibus iniciou este mês a produção de um novo modelo leve, para nove toneladas. É o caminhão VW Worker 9.150E, projetado para o transporte de produtos refrigerados, líquidos, bebidas, areia, brita, botijões de gás, água ou cargas gerais com alta densidade, o que o torna ideal para aplicações urbanas ou rodoviárias de médias distâncias. Inicialmente desenvolvido para atender o Grupo Martins, um dos maiores atacadistas do País, o modelo começa, agora, a ser comercializado junto a outros segmentos de mercado. Com VW 9.150E a Volkswagen espera aumentar ainda mais

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as vendas na faixa dos leves. "O novo produto é ideal para o cliente que necessita de um veículo superior a 8 toneladas sem perder a agilidade de um caminhão leve", afirma Ricardo Alouche, diretor de Vendas e Marketing da montadora. Interior - Já incorporada a outros veículos da marca, a cabine Worker oferece amplo espaço interno para os motoristas e demais ocupantes, isolamento termo-acústico que atende as necessidades do usuário, painel de instrumentos e acabamento bastante funcional. Além de facilidade nas manobras, proporciona boa visibilidade, se-

gurança e fácil acesso ao motor e transmissão em caso de manutenção. O VW 9.150E é equipado com motor eletrônico Cummins Interact 4.0, que utiliza o sistema Common Rail com tecnologia de sistemas de gerenciamento e injeção de combustível. Possui potência de 150 cavalos, quatro cilindros, turbo e intercooler.

que o constante crescimento da economia brasileira vem repercutindo positivamente no mercado de caminhões leves. De janeiro a junho desse ano, a Volkswagen comercializou 5.129 unidades de seus modelos de até 9 toneladas, 41% a mais que em 2006. O crescimento reflete-se em toda a indústria automotiva: no primeiro semestre de 2007 foram vendidos 13.570 caminhões entre 5 e 9 toneladas, número 26% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Vendas em alta - Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), demonstram

MERCEDES 1728 E 2428

... ESTRADAS E GRANDES PERCURSOS

Mercedes-Benz apresentou dois novos membros da família de caminhões Atego, lançada em 2004. Com o lançamento dos 1728 e 2428, quer ampliar a eficiência da marca em aplicações nas médias e longas distâncias rodoviárias. O 1728, com preço sugerido de R$ 192 mil, é um cavalo-mecânico semipesado para o transporte de produtos de grande volume como, por exemplo, o de automóveis (os populares cegonheiros), combustíveis e eletrodomésticos. O 2428, que custa R$ 208 mil, já vem equipado com o terceiro eixo e garante, segundo a fabricante, maior velocidade média operacional. O cavalo-mecânico 1728 é indicado para tracionar semi-reboques de dois eixos convencionais ou distanciados, permitindo acoplar diversos tipos de carretas e aumentando a flexibilidade de utilização do caminhão. Outro

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equipamento que propicia uma melhor sensação térmica no interior da cabina e pode ser utilizado até com o caminhão e o ar-condicionado desligados. O Atego 1728 e o 2428 são equipados com o motor eletrônico OM 926 LA, da própria MercedesBenz, com turbocooler, de seis cilindros, que oferece potência de 279 cavalos a 2.200 rpm e torque de 112 mkgf entre 1.400 e 1.600 rpm.

Mercedes-Benz amplia família de caminhões Atego, para uso em longas distâncias

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ANTÔNIO FRAGA

diferencial: pode ser equipado com cabina leito teto alto, além das conhecidas versões standard, estendida (com cama opcional) e leito. O 2428, além do terceiro eixo, tem como destaque a possibilidade de

receber um segundo eixo dianteiro, tornando-se um veículo 8x2, otimizando a capacidade de carga e a distribuição de peso no caminhão. Em ambos os modelos, outra novidade é o climatizador,

Mercado - Segundo os executivos da marca, o mercado de caminhões no primeiro semestre somou 45.885 unidades no segmento de 35 toneladas. Desse total, ela teve participação de 32%, com 14.589 unidades comercializadas. É um crescimento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Os setores que mais colaboraram com esse crescimento foi o agronegócio (cana-de-acúçar), mineração e construção civil.


DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

TIIDA

Fotos: Pablo de Sousa

ANDANDO

CHICOLELIS

nome Tiida, com o segundo "i" pronunciado apenas levemente, tem um significado muito simples: é maré, em japonês. E a Nissan aposta na boa maré deste que é o único hatch do mercado brasileiro de uma montadora oriental. Ela quer vender 1.500 unidades do modelo nos próximos cinco meses. Disponível em quatro versões, o Tiida custa entre R$ 53.290 (S mecânica) e R$ 67.590 (SL automática). A versão S automática custa R$ 57.290 e a SL mecânica, R$ 63.590. Os preços não são baratos, mas o diretor de Marketing da Nissan, Arison Souza, tem uma explicação para eles, baseando-se no comparativo com a concorrência. Ele observa que Peugeot 307 (R$ 54.100), o Volkswagen Golf (R$ 53.270) ou Stilo (R$ 50.450) não apresentam todos os itens de conforto e segurança que são de série no hatch japonês. Outros concorrentes são o Chevrolet Astra, o Ford Focus, com preços nestas faixas também. Leia sobre este segmento em "Mercado", na página 6. Já Mário Furtado, diretor de Produto da marca, é mais enfático na sua afirmativa. Para ele, o Tiida "é um carro de primeira classe, enquanto seus concorrentes estão na classe econômica". Fabricado em sete países, com vendas em todos os continentes, o Tiida surpreendeu a própria Nissan com seu sucesso nos EUA, onde ganhou o prêmio de imprensa "Carro Interamericano", superando as vendas do seu "irmão" maior e mais velho, o Sentra,

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O hatch da marca japonesa chega do México para somar com o Sentra, ampliando a oferta da montadora, mais conhecida por seus utilitários 4x4

A BOA MARÉ DA NISSAN

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também à venda no Brasil. Movimento na rede aumentou Com o lançamento do novo Sentra, no primeiro semestre, o movimento na rede de concessionários Nissan aumentou 145% segundo o presidente da empresa, Thomas Benson. Ele acredita que o surgimento do Tiida deverá incrementar ainda mais as visitas à rede, com conseqüente aumento das vendas da marca, que oferece o esportivo 350Z e a Pathfinder na categoria luxo, e a Frontier, X-Terra e X-Trail, entre os veículos 4x4 de alta performance. Para atrair o comprador, a Nissan aponta como arma do Tiida o seu conforto interno. Quatro pessoas com altura próxima a 1m90 sentam-se confortavelmente no carro, principalmente na traseira, com a possibilidade de inclinar o encosto, acomodando-se melhor em viagens longas. Outra atração está no seguro, um forte ponto de vendas nos dias atuais. A Nissan fez um acordo com a Mapfre Seguros e o preço do prêmio do Tiida é, com certeza, um dos menores do País: R$ 860. No consumo, outra atração: com câmbio manual, 11,6 km/l na cidade e 16,8 km/l na estrada; com automático, 11,2 km/l e 16,6 km/l, respectivamente. Em todas as versões, o carro vem com motor 1.8 16 válvulas. O porta-malas tem 289 litros de capacidade, com os bancos traseiros em condições normais, ou 463 com eles rebatidos. No tanque, como ele não é flex, cabem 52 litros, só de gasolina.

Ele não é uma maravilha, mas tem um bonito e agradável desenho, com seu teto solar, painel de boa visibilidade, ótimo espaço nos bancos traseiros, um motor 1.8 16V competente, porta-malas espaçoso e ampliável. A Nissan aposta no sucesso dele. E com razão.

Um carro como muitos e a vantagem de ser japonês, como o brasileiro gosta. Assim é o Nissan Tiida em relação ao seu design. Como os concorrentes, tem qualidades que definem a preferência do consumidor. As do Nissan Tiida são a harmonia entre motor, câmbio e dirigibilidade. Apesar de testarmos duas versões, automática e mecânica, vamos nos ater à segunda de seis marchas, porque o modelo automático apresentou problema de vibração na traseira, provavelmente por causa dos pneus, o que prejudicou nossa avaliação. Isto acontece com máquinas. O Nissan Tiida tem motor derivado da família que equipa outros carros da marca, inclusive o Sentra. É elástico e competente, de 1,8 litro, 16 válvulas. Está bem no filme diante dos adversários. O motor possui variação da abertura das válvulas através de variador de fase (é o CVVTCS) e de acelerador eletrônico. Durante o teste ele mostrou muita disposição e um casamento perfeito com o câmbio manual de seis velocidades. Esta não é exatamente uma novidade para o consumidor brasileiro, pois a Honda o adotou no recente Civic Si. Segundo a montadora, o Tiida acelera de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos e atinge velocidade máxima de 192 km/h. Semelhante à concorrência. Impressiona positivamente o silêncio e estabilidade. Mas desde que o critério para avaliação se resuma a pisos lisos. Nos irregulares, o carro transmite em excesso o barulho assimilado. Os freios também não demonstraram nenhum aborrecimento em relação à sua atuação, embora na nossa avaliação não tenham sido muito solicitados. A versão top, a SL, vem com freios auxiliados por ABS com controle eletrônico de frenagem (EBD) e assistência de frenagem (BAS). Por que o modelo S, o "mais simples", também não tem? Afinal, pelo preço, deveria. A posição de dirigir é boa, o banco, apesar de duro, é agradável. Todos os instrumentos têm fácil visibilidade e os controles estão ao alcance das mãos. Resumindo: o carro com câmbio manual é muito agradável e tem bom desempenho. Mas pelo preço e acesso à manutenção (já que Fiat e GM, por exemplo, têm mais concessionárias), o Tiida tinha que ter algum atrativo a mais em relação aos concorrentes. Melhor preço? Antônio Fraga

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Finanças Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Shopping que será construído em antigo terreno da Ford na Mooca ficará pronto em 2009

COMO INVESTIR A PARTIR DOS 20 ANOS

ESPECIALISTAS INDICAM AS ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO PARA QUEM NÃO CONHECE FINANÇAS

INVESTIR GARANTE A APOSENTADORIA Sonaira San Pedro

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ocê não precisa saber o que são juros compostos ou blue chips (ações mais negociadas na Bolsa) para conquistar uma aposentadoria tranqüila. Especialistas em finanças afirmam que, tão importante como decidir em que investir e definir uma meta a que se quer chegar, é ter disciplina e guardar mais de 10% do salário todos os meses. E quanto mais cedo isso começar mais cedo é possível alcança a independência financeira. "Para definir uma estratégia de investimentos, primeiro é preciso determinar que tipo de aplicador você é, se mais conservador ou mais agressivo, e quais investimentos se encaixam melhor em seu perfil", afirma o consultor financeiro Gustavo Cerbasi. Organização para aplicar todos os meses e estabelecer os objetivos de curto, médio e longo prazos são itens mais que necessários. "Há meses em que o investidor vai até entrar no vermelho, mas mesmo assim deve prosseguir com os investimentos",

diz o consultor. "Isso porque o que está aplicado vai render por muitos anos, enquanto o poupador vai recuperar no mês seguinte os gastos com o cheque especial." O perfil e a idade do investidor definem se as aplicações tendem a se concentrar em renda fixa ou variável. "Os jovens podem apostar mais nos investimentos de renda variável, pois têm mais tempo para suportar as oscilações do mercado e ainda ganhar mais dinheiro", diz o consultor. "Mas é preciso ter sangue-frio para que o sobe-e-desce não afete o lado psicológico do investidor e ele perca dinheiro sacando na época errada", afirma. Entre 20 e 30 anos de idade, a indicação é de que até 40% das economias se concentrem em aplicações de renda variável. "Isso vale para fundos, clubes de investimentos ou compra de papéis diretamente da Bolsa de Valores", diz o administrador de investimentos Fábio Colombo. A tendência é de que as aplicações em renda variável diminuam conforme avança a idade do aplicador. "Aos 40 ou 50 anos de idade, o investidor deve concentrar, no má-

ximo, 10% ou 20% de suas economias em renda variável", acrescenta Colombo. O montante aplicado em renda fixa deve se dividir em mensalidades para a previdência privada, fundos e uma pequena parte para a caderneta de poupança. "A compra de um segundo imóvel, além da residência, somente é recomendada depois que o investidor tenha acumulado mais de R$ 500 mil, já que essa opção apresenta menor liquidez", diz Colombo. A caderneta de poupança, muitas vezes desprezada por oferecer menores rendimentos, mas que deve se tornar mais atraente com as recentes mudanças de cálculos na Taxa Referencial (TR), é uma boa opção de aplicação em caso de necessidade de saques de emergência. Os especialistas alertam que antes de destinar as economias para algum tipo de aplicação, o interessado precisa conhecer a fundo as regras, prazos e os encargos cobrados, como taxas de administração, de carregamento e de resgate e de corretagem, no caso de compra de ações, além da incidência dos vários impostos.

Um projeto de aplicações exige disciplina e sangue-frio nos momentos de turbulências

Fotos: Rafael Hupsel/Luz

Área para o novo centro de compras é de 70 mil metros quadrados

Galpão na Mooca dá espaço a shopping Patrícia Büll

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O funcionário SAMUEL FRIGI HERMANN, RG 20.972.174-1 e CPF 254.882.128-50 não compareceu à empresa do dia 16/06/2007 até a presente data. Comunicamos então o abandono de emprego conforme a CLT. “MATTAVELLI GRÁFICA E FOTOLITO LTDA, situada à Rua Hermínio Lemos, 341, Cambuci, torna público que recebeu na Agência Ipiranga da CETESB as licenças LIP 31002115, LIP 31002096, LI 31003042 e LI 31003023, referentes a solicitação de ampliação de horário e de instalação de novos equipamentos.”

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1300/07/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula e Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Prof. Roberto Garcia Losz - Rua 92, BV, s/nº - Jardim Boa Vista - Rio Claro/SP - 150 - 460,95 - R$ 89.301,00 - R$ 8.930,00 - 09:30 - 16/08/2007. 05/1301/07/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula e Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Aristides Rodrigues Simões - Av. São Paulo, 1 - Centro - Herculândia/SP - 90 - 174,56 - R$ 38.723,00 - R$ 3.872,00 - 10:30 - 16/08/2007. 05/1313/07/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Prof. Uacury Ribeiro de Assis Bastos - Rua Maria Salomé Braz, 80 - Jardim Monte Belo I - Campinas/SP - 210 - 501,12 - R$ 75.479,00 - R$ 7.547,00 - 11:30 16/08/2007. 05/1376/07/02 - Construção de ambientes complementares com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Profª Sueli Oliveira Silva Martins - Rua 2, 110 - Caputera/Conj. S. Sebastião - Mogi das Cruzes/SP - 210 - 154,32 - R$ 58.467,00 - R$ 5.846,00 - 14:00 - 16/08/2007. 05/1400/07/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula e Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Profª Dinah de Moraes e Seixas - Av. Lea Feldman, 645 - “O” - Cidade Nova - Pederneiras/SP - 180 - 259,20 - R$ 51.085,00 - R$ 5.108,00 - 15:00 - 16/08/2007. 05/1406/07/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio Escolar construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Paulo Clemente Santini - Rua Mario Malheiros, 1 - Jardim Belmar - Guarujá/SP - 210 253,87 - R$ 89.541,00 - R$ 8.954,00 - 16:00 - 16/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 30/07/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 15/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO Concorrência SeMAE nº 03/2007- Processo SeMAE nº 045/2007. Encerramento da entrega dos envelopes: 30 de agosto de 2007 às 08h30. Abertura dos envelopes de habilitação: 30 de agosto de 2007 às 08h35 . Objeto: Registro de Preços para aquisição de materiais elétricos. Custo estimado global: R$ 193.395,96 – Prazo: 12 meses. Informações e Retirada do Edital: na Rua Antônio de Godoy, n° 2.881, próximo ao Palácio das Águas, das 7:30 às 12:00h e das 13:30 às 17:00h em dias úteis, fone/fax:(17) 3211-8105. página da Internet: http://www.riopreto.sp.gov.br/cpub/pt/semae/licitacoes.php - Amparo Legal: Lei nº 8.666/93. S. J. do Rio Preto, 27.07.2007. Ronaldo L. Oliveira - Presidente da C. Licitações - SEMAE. ASSOCIAÇÃO CIVIL PARQUE ITAPETINGA CNPJ/MF nº 54.608.567/0001-74 CONVOCAÇÃO PARA AGO – ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA A Associação Civil Parque Itapetinga, em conformidade com o capítulo V, artigos 10º e 14º do Estatuto Social, convoca seus associados (Águia Branca I,II e Recanto Serrano) a comparecerem a esta Assembléia, a ser realizada nas dependências do Restaurante do Atibaia Clube de Montanha, Parque das Cascatas, s/n- Atibaia, São Paulo, em única convocação no dia 04 de agosto de 2007, às 16h, com a seguinte ordem do dia; AGO 1) Análise do demonstrativo de Despesas e Receita do 1º. Semestre de 2007; 2) Aprovação da mudança do endereço da secretaria da Associação; 3) Discussão e definição sobre a utilização de bombas no lago interno dos loteamentos Águia I e II, para o projeto de outorga junto ao DAEE; 4) Situação da regularização das áreas do Residencial Parque Itapetinga - loteamentos Águia I e II e Refúgio Serrano; 5) Implantação da coleta seletiva de resíduos não orgânicos; 6) Segurança – Participação e colaboração dos associados; 7) Assuntos Gerais. São Paulo 26 de julho de 2007. Luiz Carlos Cambraia - Presidente

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 27 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Construtora Ltda. - Rua Cotoxó, Requerente: Perfilam S.A. Indús303 - 1ª Vara de Falências tria de Perfilados - Requerido: Zappi Construções e Empre- Requerente: Polyenka Ltda. - Requerido: Indústria e Comércio endimentos Imobiliários Jorge Camasmie Ltda. - Rua Ltda. - Rua Vergueiro, 2.016 – Lord Cockrane, 851 - 2ª Vara de 5º andar, conj. 51 - 2ª Vara de Falências Falências Requerente: Caetano Com. e SerRecuperação Judicial viços de Engenharia Ltda. - Requerido: Bop Construtora Requerente: Modal Real Express Transportes Ltda. EPP - RequeLtda. - Av. Brigadeiro Faria rido: Modal Real Express Lima, 1306 – 8º andar - 2ª Vara Transportes Ltda. EPP - Rua de Falências Padre Germano Mayer, 141 - 2ª Requerente: Atimaky Esquadrias MeVara de Falências tálicas Ltda. - Requerido: J.H.O

ão Paulo vai ganhar um novo shopping center, e o bairro escolhido foi a Mooca. Com previsão de inauguração em junho de 2009, ele será construído na antiga fábrica da Ford, na Avenida do Estado, em terreno de 70 mil metros quadrados, e terá inicialmente 38 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). O anúncio foi feito na última sexta-feira, em comunicado da BRMalls, que assinou acordo com a Construtora São José para o desenvolvimento, implantação e exploração conjunta do shopping, que será administrado e comercializado pela BRMalls. A empresa tem ou administra centros de compras espalhados por todo o País, como os shoppings Tamboré, Butantã, Center 3 e Villa Lobos, na capital paulista. Segundo a nota, o investimento previsto é de R$ 129 milhões, e a BRMalls será responsável por 60% do valor. A transformação do tradicional bairro da coletividade italiana, cujos antigos galpões de fábrica estão dando lugar a empreendimentos imobiliários, está entre os principais motivos da escolha do local para o centro de compras. O potencial de consumo de R$ 1,5 bilhão anuais e a renda familiar mensal média entre R$ 5,2 mil e R$ 19,2 mil na região são os outros motivos para a escolha. A exemplo de outros empreendimentos da BRMalls, o novo shopping center terá o conceito lifestyle center, que valoriza espaços a céu aberto, paisagismo e áreas destinadas a restaurantes e lazer incorporando o estilo de vida dos moradores da região.

A previsão é de que cerca de 46% da ABL será composta por lojas-âncoras e megalojas. Os 54% restantes serão divididos entre lojas-satélites, incluindo os espaços de entretenimento. Duas empresas de consultoria analisaram a região e os hábitos de consumo dos moradores, e constataram a demanda por um shopping para as classes A e B. Com base nesse estudo, estima-se o faturamento de um shopping de médio porte. Nova roupagem –Na onda de ampliações e reformas de shoppings, o Top Center, na Avenida Paulista, vai passar por sua primeira reformulação em 32 anos de existência. Mais conhecido por suas duas salas de cinema, os Top Cine 1 e 2, que só exibiam filmes de arte, o Top Center receberá investimentos entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões e passará por mudanças arquitetônicas e no mix de lojas e serviços. Segundo Rubens Kochen, sócio-diretor da Kochen Associados, responsável pelo gerenciamento da reforma, a intenção não é competir com os centros de compra da região, como o Shopping Paulista, mas manter a característica de shopping de vizinhança, oferecendo mais conforto e comodidade aos usuários habituais. Por isso, não há intenção de atrair loja-âncora, mas ampliar as ofertas do varejo. "Queremos ampliar o mix de lojas das atuais 50 para 100. Para isso daremos atenção especial às duas salas onde antes funcionavam os cinemas, que abrigarão os novos espaços para lojistas", disse Kochen. Após a reforma, a previsão é de que o fluxo de pessoas aumente dos atuais 6 mil para 10 mil. O Top Center não será fechado durante a reforma.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

MERCADO

PREÇO ALTO IMPEDE TIIDA DE BRIGAR "NA PONTA" Custando entre R$ 53,3 mil e R$ 67,6 mil, o novo Nissan está entre os mais caros dos hatchs médios, o que dificulta sua disputa pela liderança JOSÉ CARLOS PONTES*

na decisão de compra do brasileiro, o Tiida é um dos mais caros entre os seus concorrentes, sem contar que ele não terá versão flex, outro fator que influencia o comprador.

A

inda bem que a Nissan não quer fazer do Tiida um campeão de vendas. Este hatch é um bom carro, tem amplo espaço interno e alguns detalhes que agradam, como a reclinação do banco traseiro. Mas oferece pouco pelo que custa. Os seus concorrentes diretos vendem muito mais do que a montadora japonesa pretende atingir com o seu hatch. Se tudo correr como a empresa programou, o Tiida só vai superar o Mercedes-Benz A3 em volume de comercialização, que totalizou apenas 639 unidades no primeiro semestre, uma média de 106 carros por mês. O Chevrolet Astra é o campeão de vendas no segmento, com 12.318 unidades no período de janeiro a junho de 2007, ou mais de 2 mil/mês. Com exceção do A3, todos os con-

correntes venderam mais de 5 mil carros neste primeiro semestre. Números que só poderiam ser atingidos pelo Tiida se houvesse um radical reposicionamento de preço: o carro teria que ser oferecido abaixo dos R$ 40 mil, coisa que, segundo a empresa, não está nos seus planos. Pelo menos por enquanto. Na disputa pelo preço, fator importante

Concorrentes - Nas versões de entrada, o Ford Focus 1.6 flex aparece como o mais barato, custando R$ 44 mil, enquanto o Tiida sai por R$ 53,3 mil, uma diferença muito grande mesmo considerando que o carro da montadora japonesa tem motor 1.8, enquanto o da norte-americana tem o 1.6. Na versão top de linha, o Tiida custa R$ 67,6 mil com o mesmo propulsor 1.8, enquanto o Focus sai por R$ 65 mil e o motor é mais potente, 2.0. Na comparação com o Astra, o modelo da Nissan também perde em preço. O modelo Chevrolet tem motorização 2.0 flex e tem preço a partir de R$ 47 mil, indo até R$ 64,8 na versão completa. O Tiida tem valor de tabela menor quando a

comparação é feita com o Peugeot 307 (veja as tabelas de preços e de vendas dos concorrentes diretos do Tiida). *Da Agência AutoInforme

PERUAS

SPACEFOX DETONA CONCORRENTES Todo o crescimento do mercado de peruas este ano deve-se às boas vendas do modelo da Volkswagen Divulgação

JOEL LEITE, DA AGÊNCIA AUTOINFORME

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o contrário do segmento de sedans pequenos, no qual a chegada de um carro novo (o Prisma) não chegou a prejudicar os concorrentes, no mercado de peruas o lançamento da Spacefox atrapalhou o desempenho dos produtos de outras marcas e, ao mesmo tempo, foi decisivo para o crescimento da demanda por este tipo de veículo. Enquanto as vendas totais de automóveis cresceram 25,7% de janeiro a junho, as de peruas pequenas tiveram o expressivo aumento de 42,62%, com um total de 42.829 unidades comercializadas no período. Dessas, 11.815 foram da Spacefox, que teve um volume equivalente a toda a expansão do segmento registrada no período. Não dá pra afirmar que a única responsável pelo crescimento deste mercado foi a perua da Volkswagen, mas uma análise objetiva dos números mostra que, sem a Spacefox, o segmento das peruas

estaria estagnado. Nenhum dos outros modelos oferecidos pelas concorrentes acompanhou a expansão global das vendas de veículos. O carro com a melhor performance do segmento, a perua Peugeot 206, teve um aumento de 18,88% no semestre, portanto abaixo da média de 25,7%. A perua Corolla Fielder vendeu apenas 4,05% a mais em relação aos primeiros seis meses do ano passado e a Palio Weekend foi a mais atingida pelo furacão Spacefox: a perua da Fiat vendeu 14,05% a menos do que no acumulado de janeiro a junho de 2006. A Parati, também da marca Volkswagen e que já vinha registrando demanda decrescente mesmo antes da marca colocar o seu novo produto no mercado, enterrou-se ainda mais, vendendo 8,38% a menos. Liderança - O espetacular desempenho da Spacefox lhe deu o primeiro lugar no ranking do segmento este ano, com 11.815 unidades vendidas. A perua Palio veio a

seguir, com 9.142, depois a Parati, com 8.042, e a Peugeot 206, com 7.891 unidades comercializadas no semestre. Mais dois lançamentos realizados neste ano contribuíram para que o segmento das

peruas tivesse este formidável desempenho durante o primeiro semestre: a perua Mégane, da Renault, e a perua 307, da Peugeot. A primeira encerrou o semestre com 1.625 unidades vendidas e a 307 vendeu 175.


segunda-feira, 30 de julho de 2007

Finanças Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O evento (Zás-Trás) é tradicional, e os clientes aprovam. Tivemos aumento de 22% no fluxo de pessoas. Maria Eugênia Duva, gerente de marketing

LOJISTAS SEGUEM COM LIQÜIDAÇÕES

LIQÜIDA SÃO PAULO ELEVOU VENDAS EM ATÉ 15%. E PROMOÇÕES DEVEM CONTINUAR.

LIQÜIDAÇÕES LOTAM SHOPPINGS Rafael Hupsel/LUZ

TENSÃO Turbulência ainda afeta mercado nesta semana

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Coleção de inverno com descontos: bom para o consumidor, que leva produtos com preços atraentes, e para o lojista, que desova o estoque

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erminou ontem a 19ª edição da Liqüida São Paulo, tradicional promoção para queima de estoques promovida pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), que este ano reuniu 14 shopping centers da capital e Grande São Paulo. A expectativa dos lojistas participantes é que as vendas tenham crescido entre 8% e 15% sobre a edição de 2006. A previsão da Alshop é semelhante, mas de acordo com Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de Relacionamento com o Mercado da associação, o balanço oficial só será divulgado no decorrer da semana. No Centro Comercial Leste Aricanduva, o movimento superou as expectativas da coordenadora de marketing, Rosana Errera. "O fluxo de pessoas A TÉ LOGO

me surpreendeu, nunca vi o com suas promoções para aushopping tão cheio." Segundo mentar as vendas, com grande Rosana, os 300 lojistas aderi- enfoque para o Dia dos Pais." Zás-Trás – O Shopping SP ram à megaliqüidação, e os números preliminares indicam Market, na zona sul da capital, um aumento de venda de 8%. além de aderir à Liqüida São Paulo, realizou Uma das lon o f i m d e s ejas mais movimana a campamentadas na nha Zás-Trás, t a rd e f r i a d e já tradicional domingo foi a Os lojistas d o c e n t ro d e Zêlo, que vencontinuarão com suas c o m p r a s . S ede produtos de promoções para gundo a gerencama, mesa e aumentar as vendas, t e d e m a r k ebanho. "As com grande enfoque ting, Maria Eupessoas comgênia Duva, topraram muitos para o Dia dos Pais. dos os lojistas cobertores e Rosana Errera, do participaram saíram de lá Aricanduva da campanha, com sacolas e saem de mais cheias", disse uma etapa saRosana. Ela explicou, ainda, que as promo- tisfeitos com os resultados. "O ções deverão continuar mes- evento é tradicional, e os clienmo com o final da Liqüida São tes aprovam. Tanto, que tivePaulo. "Os lojistas continuarão mos aumento de 22% no fluxo

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Bancos públicos querem garantir lucros

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Governo e oposição negociam reforma trabalhista

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Votação na defesa da concorrência será dia 7

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Anatel promete rigor contra abusos da TV paga VICUNHA SIDERURGIA S.A.

CNPJ nº 02.871.007/0001-04 - NIRE 33-300.270.728 Ata da Assembléia Geral Extraordinária Realizada em 2 de Julho de 2007 (lavrada sob a forma de sumário, de acordo com a autorização contida no parágrafo primeiro do artigo 130 da Lei nº 6.404/76) Data, Horário e Local: Aos dois dias do mês de julho de 2007, às 12:00 horas, na sede social da Companhia, na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Rua São José 20, grupo 1602, parte. Presença: acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas no Livro de Presença de Acionistas. Composição da Mesa: Elisabeth Steinbruch Schwarz - Presidente. Rubens dos Santos - Secretário. Convocação: dispensada a publicação dos anúncios de convocação, tendo em vista a presença dos acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, na forma do parágrafo quarto do artigo 124 da Lei nº 6.404/76. Deliberações: os acionistas presentes, por unanimidade de votos e sem quaisquer restrições, deliberaram e aprovaram: 1. aprovar a efetivação, na presente data, do pagamento dos dividendos cuja distribuição foi aprovada na Assembléia Geral Ordinária, realizada em 30 de abril de 2007, no montante global de R$ 372.497.045,41 (trezentos e setenta e dois milhões, quatrocentos e noventa e sete mil, quarenta e cinco reais e quarenta e um centavos), equivalente a R$ 0,35512 por ação. 2. aprovar a distribuição complementar de dividendos, por conta de lucros acumulados em exercícios anteriores ao presente, no valor global de R$ 128.913.851,32 (cento e vinte e oito milhões, novecentos e treze mil, oitocentos e cinqüenta e um reais e trinta e dois centavos), equivalentes a aproximadamente R$ 0,122900 por ação, a serem pagos aos acionistas na presente data. Encerramento e Assinaturas: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a assembléia geral e lavrada e lida a presente ata que, achada conforme, vai assinada pelos presentes. Rio de Janeiro, 2 de julho de 2007. Eliezer Steinbruch - Secretário. Arquivada na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro sob nº 1714426 em 17 de julho de 2007 - Secretária Geral - Valéria Gaspar Massena Serra.

de pessoas nesse final de semana em relação ao mesmo evento do ano passado", disse. Na opinião de Maria Eugênia o frio também ajudou as vendas porque as peças em liquidação, com até 70% de desconto, eram, em sua maioria, para queima de estoque da coleção de inverno. "Quando a temperatura cai, o consumidor se anima". A expectativa é que as vendas apresentem expansão de 15% sobre a liqüidação do ano passado. Mais descontos – Já os shoppings que ficaram de fora da Liqüida São Paulo, como o Morumbi e o Anália Franco, realizam de 3 a 5 de agosto a Liquidação do Lápis Vermelho. Lojistas do Shopping Jardim Sul também oferecem descontos atraentes durante a tradicional liquidação Pá Pum, que ocorre entre os dias de 8 e 12. (VR)

clima de tensão deve permanecer no mercado financeiro mundial. A semana começa com uma única certeza entre os analistas e investidores e ela não é nada animadora: os próximos dias, talvez semanas, terão muita volatilidade. A maior dúvida do mercado diz respeito aos reflexos da crise imobiliária norte-americana em outros setores da economia e nos balanços de empresas e instituições financeiras. Com isso, os indicadores do setor imobiliário voltam a ganhar importância no cenário financeiro. Na próxima quarta-feira, sai nos Estados Unidos o Índice de Refinanciamento de Hipotecas relativo à semana encerrada em 29 de julho. No mesmo dia, saem ainda os dados de vendas pendentes de imóveis no mês de junho no país.

No âmbito da macroeconomia, a agenda desta semana também trará informações novas e importantes. Amanhã deverá ser anunciado o índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do mês de junho. Trata-se do indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Mercado de trabalho – A divulgação dos índices norte-americanos não acaba por aí. Na sextafeira, será conhecido o resultado do relatório do mercado de trabalho (o payroll) referente ao mês de julho. Nesse cenário, de acordo com o analista do BES Investimento Fábio Knijnik, "os fatores técnicos de mercado vão se sobrepor aos resultados dos indicadores macroeconômicos". (AE)


Paulo Pampolin/Hype

Reprodução

ÍNDICE

6 O Brasil será a Arábia Saudita verde? Entrevista

14 6 e 14

24 Crescimento econômico e setor público Antonio Delfim Netto

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46 O legado do constitucionalismo, no Jubileu de Diamante Renato Pompeu

Alex Ribeiro/DC

Energia e meio ambiente no Brasil José Goldemberg e Oswaldo Lucon

Reprodução

52 9 de julho de 1932: o dia em que São Paulo lutou pela democracia

60 Um herói que saiu das fileiras da ACSP

66 78

32

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Reforma previdenciária chilena: Impactos macroeconômicos e lições para o caso brasileiro Ulisses Ruiz de Gamboa

Bento XVI no Brasil de todos os santos Domingos Zamagna

Para derrotar Hitler, EUA ocuparam o Iraque Rodrigo Garcia Reprodução

Agliberto Lima/DC

66

72

Tesouro histórico soterrado Cássio Schubsky

42

42 Revolução de 32 e a democracia em perigo Ives Gandra da Silva Martins

78 MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO

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São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

DCARRO

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LOGAN

APIMENTADO Divulgação

DCARRO POR AÍ

Divulgação

PARA CORSA E MONTANA 1.4 FLEX

esenvolvido para ser um carro familiar, o Logan mostra que também pode contar com um visual mais esportivo. Com o apoio das empresas ELF, Nokia, ATW Motorsport e Siemens VDO, a Renault apresenta o

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"Logan Tuning", versão "apimentada" do modelo. Desenvolvido em parceria com a TM Concept, o carro tem pintura especial e traz equipamentos como molas de suspensão Eibach; bancos esportivos Recaro e rodas de liga leve esportivas de 19''.

BLAUPUNKT

PROPOSTA DE Divulgação

Fabricante de equipamentos de som mostra linha 2007

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GM está colocando no mercado 44 acessórios, para equipar as linhas dos Corsa sedan e hatchback e picape Montana com motor 1.4 Econo.Flex. Eles podem ser instalados nas concessionárias, de acordo com a conveniência do consumidor. Entre os acessórios, destacam-se o navegador Chevrolet – sistema de navegação portátil, novas rodas de alumínio, adesivo da tampa traseira do Corsa no

hatch e a linha de CD Players com entrada para iPod, SD Card e USB. A lista inclui também, para o Corsa hatch e o sedan, aerofólio, saias laterais, sensor de estacionamento, farol máscara negra e rodas de alumínio 14”, entre outros. Para a Montana foram reservadas roda de alumínio 15”, cobertura marítima, protetor de caçamba, além de navegador Chevrolet e sensor de estacionamento.

PARCERIA ENTRE PEUGEOT E INDIANA

VW AMPLIA HORÁRIO

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CONECTIVIDADE

Blaupunkt, unidade de som automotivo do Grupo Bosch, traz ao mercado sua linha 2007, dentro do conceito de oferecer conectividade, potência, design moderno e jovem. Então, surgiu o carro-show baseado no Volkswagen CrossFox. O modelo foi equipado com CD Player Memphis MP66, a unidade principal no painel, com duas entradas Aux/In e uma USB para conexão de MP3 Players, Pen Drives e iPods. Tem leitor de cartões MMC e SD e interface Bluetooth. Na linha de vídeo, monitor de LCD de 17”, resolução de 1280 x 1024 pixels e

A

interface VGA. Entre os amplificadores, o VPA 11500, com 680 x 85 x 265,5 mm e potência máxima de 4500 watts em um canal, e o sistema subwoofer Vw300, com 2.250 watts. Tem mais três amplificadores kit de voz: um GTA 275 e dois GTA 475. Os alto-falantes, High Power. Nas portas dianteiras, o coaxial GTx 542, com 170 watts de potência máxima, e o kit componente de duas vias GTc 662, com potência máxima de 210 watts, também instalado na porta traseira. No tampão, o coaxial Gtx 542, o triaxial GTx 693, com 220 watts de potência.

Banco Peugeot e a Indiana estão lançando o Seguro Extensão Garantia Peugeot – Veículos Novos, desenvolvido com exclusividade para comercialização na rede de concessionárias da marca francesa. A partir de agora, ao adquirir um carro zero-quilômetro, o proprietário tem a opção de contratar o seguro que cobre defeitos de fabricação por até dois anos, para peças e mão-deobra. Ele oferece vantagens como o atendimento emergencial 24 horas para panes mecânicas.

DE ATENDIMENTO

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Central de Relacionamento com o Cliente (CRC) da Volkswagen acaba de ampliar em duas horas seu horário de atendimento ao público durante a semana. O serviço pode ser acionado agora, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados das 8h às 14h, por meio do telefone 0800 019 5775. “Nosso objetivo é melhorar a qualidade do atendimento e, conseqüentemente, a satisfação com a marca”, explica Luciana Risardo, supervisora da Central de Relacionamento com os Clientes da VW.


Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COLEÇÃO PRIMAVERA-VERÃO NO BRÁS

RIO FICA COM O OURO DO PAN: R$ 1,4 BI Mario Tonocchi

O

s comerciantes do varejo e a rede hoteleira do Rio de Janeiro devem fechar o faturamento nos XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007, encerrados ontem, em R$ 100 milhões cada. A estimativa é do comitê organizador do evento (CO-RIO), que calcula em R$ 5,2 bilhões todo o movimento financeiro relacionado com os jogos, incluindo investimentos estaduais, federais e municipais que chegaram a R$ 3,5 bilhões. Só os turistas deixaram R$ 1,4 bilhão na cidade . As empresas confirmam as cifras do comitê. Patrocinadora oficial dos jogos, com investimento total de R$ 10,6 milhões, a Olympikus informou que até meados de junho, antes da abertura oficial, no dia 12 de julho, havia vendido 347 mil peças da linha oficial de artigos licenciados (bonés, sandálias, bermudas, tênis e outros). Só essa comercialização chegou a R$ 6,8 milhões, faturamento que eles estimavam repetir durante o período dos jogos encerrados ontem. "Sempre acreditamos que os jogos Pan-Americanos seriam um grande impulsionador de vendas da marca", disse o diretor da Calçados Azaléia S.A., detentora da marca Olympikus, que paga 10% de royalties sobre a venda dos produtos li-

segunda-feira, 30 de julho de 2007

cenciados. Além disso, a empresa também investiu no fornecimento dos uniformes das delegações brasileiras. Ainda no varejo direto, a rede de lanches rápidos Bob's atendeu, só nos dez primeiros dias, 500 mil pessoas. Com investimento de R$ 2,5 milhões, a empresa montou 97 pontos-devendas em 15 locais de competição, que consumiram 2,5 toRicardo Stuckert/PR

Patrocínio dos jogos trouxe lucros

neladas de carne, 150 mil latas de bebidas e 300 quilos de pães na preparação dos lanches, ao preço médio de R$ 12. De acordo com o diretor de marketing da rede, Flavio Maia, a operação do Bob's no Pan gerou 7 mil empregos diretos e indiretos. Além da venda direta ao consumidor, também participaram dos negócios ligados aos jogos marcas que trabalharam só com reforço institucional, como a Odontoprev. A empresa, de acordo com a assessoria de imprensa, instalou infra-estrutura completa nos

locais das disputas para atender todos os 1,2 mil atletas das 42 delegações. A Yamaha também apostou no evento esportivo. A companhia ofereceu motocicletas personalizadas para servir de apoio aos fiscais do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Os veículos também fizeram o transporte rápido de equipes de televisão e rádio. Já o setor de hotelaria, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ) gerou 3,5 mil empregos diretos e indiretos com a movimentação de R$ 100 milhões no Rio 2007. No rastro dos hóspedes, a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) calcula que os 630 mil turistas atraídos pelos jogos deixaram na cidade R$ 1,4 bilhão. Cidade – Para a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o desempenho dos setores de comércio e serviços na exploração do evento foi decepcionante. De acordo com o presidente do Conselho de Varejo da Associação, Daniel Plá, o comércio de roupas de lojas finas da zona sul carioca esperava aumento de pelo menos 30% nas vendas. Ficou em 10%. O ramo de bares e restaurantes, que estimava crescimento de 50% no movimento, teve de se contentar com 15%. "Certamente, a crise aérea evitou que muitos turistas viessem ao Rio, e isso prejudicou o comércio na cidade", disse.

Alaor Filho/AE

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Os lucros vieram com a venda dos produtos licenciados e com o apoio na organização dos jogos.

Gabriel de Paiva/AG

Bob's, rede contratada para os jogos do Pan, serviu lanches para 500 mil pessoas nos primeiros dez dias

Marketing errou a estratégia Adriana David

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mpresas brasileiras não souberam explorar com eficiência os Jogos PanAmericanos do Rio 2007. Essa foi a opinião de participantes do 2º Simpósio Internacional de Administração e Marketing, realizado na Escola Superior de P ro p a g a n d a e M a r k e t i n g (ESPM) na semana passada. Para o diretor do canal ESPN Brasil, Celso Foster, as companhias com interesse no mercado externo é que deveriam ter investido no evento, e não empresas como Caixa Econômica Federal e Oi, voltadas para o mercado interno. A única com foco em visibilidade internacional presente ao evento foi a Petrobras. Foster afirmou que os patrocinadores da Uefa

Championship League, a associação européia de futebol, acertam melhor na estratégia, firmando contratos de visibilidade global. O publicitário disse que clubes de futebol internacionais, como o Real Madrid, concentram os investimentos em televisão. A estratégia é global, uma vez que os campeonatos atingem audiências internacionais. Em 2006, foram aplicados US$ 292 milhões em marketing conectado com a marca do clube espanhol, grande parte na TV. Foster disse que os investimentos publicitários em esportes no Brasil são significativos, entre 20% e 30% de todo o dinheiro aplicado em marketing no País. "O problema é a concentração das verbas em mídias restritas a Rio e São Paulo",

observou. Apesar de o futebol brasileiro ser pentacampeão mundial, tem baixa visibilidade internacional, na opinião do professor da ESPM João Paulo de Jesus Lopes, que atribui isso à má saúde financeira dos clubes, que estão deficitários. Juntas, as principais agremiações brasileiras faturaram no ano passado R$ 987 milhões, enquanto o Real Madrid sozinho conseguiu a marca de R$ 830 milhões. Projeto – Uma tentativa para obter recursos para programas públicos de esporte está em tramitação na Câmara Municipal paulistana – um projeto de lei que isenta do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) os clubes que fizerem doações para o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad).

Milton Mansilha/Luz

Desfile no Brás em março passado: apresentação atrai compradores.

Das lojas do Brás para a novela das oito Neide Martingo

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Mega Pólo de Moda, shopping do bairro do Brás que atende atacadistas de todo o Brasil, está completando 15 anos de existência em grande estilo. As peças em exibição na terceira semana de moda, que começa hoje, poderão ser vistas na próxima novela do horário nobre da TV Globo. "As pessoas vão ver a novela Duas Caras, a próxima exibição da TV Globo, e, quando se interessarem por alguma peça, poderão ligar para a emissora e descobrir o nome da grife. A moda estará ainda mais acessível", afirmou o consultor de marketing do Mega Pólo de Moda, Alê Duarthe. A semana de moda do centro comercial do Brás vai mostrar, até o próximo dia 2 de agosto, 1.415 looks, montados por 283 grifes, em 16 sessões na passarela. A expectativa é de que aproximadamente 5 mil lojistas de todo o Brasil visitem o local para conferir as tendências e comprar mercadorias. De acordo com Duarthe, o faturamento do Mega Pólo de Moda deve aumentar cerca de 170% nos quatro dias de evento, na comparação com igual período do ano passado, quan-

do houve lançamento da moda primavera-verão, mas sem desfiles. "Apresentar as roupas nas passarelas funciona como uma estratégia de marketing. Os revendedores se interessam muito mais em comprar quando vêem as composições prontas", afirmou o consultor do empreendimento. Vários artistas vão participar dos desfiles, entre eles os atores Marcelo Novaes, Max Fercondini e Gustavo Leão. Destaques – Duarthe adianta que a moda da estação quente destacará a cintura alta em calças e saias, principalmente em tecido jeans. Outros destaques, segundo ele, devem ser a frente única, os shorts bem curtos e balonês, as estampas geométricas, as cores vivas e as bijuterias em ouro velho e prata. O Mega Pólo de Moda reúne um total de 400 lojas, um centro empresarial com 76 salas e um hotel com capacidade para 300 hóspedes. O centro de compras tem ainda uma rodoviária própria para 40 ônibus. O bairro do Brás vende diariamente cerca de R$ 25 milhões em produtos têxteis e recebe mais de 150 ônibus fretados por grupos de compradores de todo o País. No ano passado, as lojas da região movimentaram R$ 7,5 bilhões.


O legado do constitucionalismo, no jubileu de diamante 46

DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

HILUX EXPEDITION

SEU 4X4 FAZENDO O QUE GOSTA

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ANDERSON CAVALCANTE

ábado ensolarado e muitas pessoas deixam de lado a oportunidade de tomar uma cervejinha com amigos, de aproveitar alguns momentos na piscina ou até mesmo de ir ao shopping com a família. Na TV, nem mesmo os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro ou os treinos de uma das etapas da Fórmula 1 conseguiram prender a atenção de uma família muito especial que preferiu passar o final de semana na bela e fria cidade paulista de Campos do Jordão num passeio "pra lá" de especial. A família de proprietários de veículos 4x4 da marca Toyota (picape Hilux, Hilux SW4, Rav4, Land Cruiser Prado e Bandeirante) reuniu-se mais uma vez para o rali de regularidade Hilux Expedition, com um trajeto que percorreu diversas trilhas, atravessando fazendas, florestas, riachos e outras belas paisagens. Para os 79 pilotos e seus carros, a prova não foi exigente já que o sol colaborou para que as trilhas não estivessem muito escorregadias. Os navegadores tiveram um pouco de trabalho para seguir as informações contidas nas planilhas, que mostravam velocidade média e tempo ideal para cada trecho, contribuindo para que a equipe não saísse do percurso e perdesse pontos.

Serviços pesados - Já os 68 "zequinhas" (acompanhantes que auxiliam as equipes) tiveram bastante trabalho. Acostumados muitas vezes a apenas acompanhar as provas no banco traseiro e apreciar as paisagens, desta vez precisaram entrar e sair várias vezes dos veículos, correr e "amassar" muito barro para abrir e fechar um grande número de porteiras encontradas no trajeto. No final do dia, após percorrer e curtir as belezas da Serra da Mantiqueira, localizadas na região de Campos do Jordão e até o Sul de Minas Gerais, a sensação ainda não é de dever cumprido. Nada de brigas por uma melhor ou pior colocação, o momento é de confraternização, de verificação dos melhores resultados e de presentear a região que acolheu a família Toyota durante mais um evento. Entidades beneficentes da região receberam 1.200 kg de alimentos arrecadados nas inscrições para o rali. Agora sim, depois de muita festa, é hora de voltar para casa e aguardar a confirmação da próxima prova que deve ocorrer no dia 25 de agosto em Natal (RN), para levar novamente estas máquinas para fazer aquilo que elas realmente "gostam". Enquanto isso os "Toyotas 4x4" vão ter que se contentar em levar seus proprietários para cumprir a rotina do dia-a-dia, seja no campo, nas pequenas cidades ou nas grandes metrópoles.

Divulgação

Toyota reúne proprietários de veículos fora de estrada da marca para um rali de regularidade em Campos do Jordão

O centro de Campos do Jordão foi o ponto de partida. No caminho, belas paisagens e um baixo grau de dificuldade. É que São Pedro ajudou. Bem, para quem gosta de lama, não foi exatamente ajuda, certo?


segunda-feira, 30 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Ayrton Vignola/Folha Imagem

MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO


nas entrelinhas. Um outro problema surgiu com a companhia de eletricidade. O usineiro coloca uma caldeira para produzir eletricidade, que é transmitida por cabo até a porta da propriedade - é como nas casas, dentro é sua responsabilidade, do relógio para fora é da companhia de eletricidade. Mas esta não quer construir uma linha para carregar a eletricidade da porta da usina até os troncos, pois as usinas estão cada uma num canto. Este é um problema antigo e para resolvê-lo, alguém vai ter de pagar a conta e pode ser a população, com os custos embutidos nas tarifas. DE - Qual a sua opinião sobre os relatórios que estão sendo divulgados sobre aquecimento global? JG - O efeito é real, eu acho que o período de dúvidas já passou. Estes estudos estão sendo feitos desde 1988 e a probabilidade de que eles estejam errados é nula. O efeito existe, o que podemos agora é discutir a gravidade do cenário. Eu particularmente fiquei aborrecido com o nosso presidente, porque ele perdeu uma boa oportunidade de ajudar na discussão, na reunião do G8 na Alemanha. Eu acho que a situação dos Estados Unidos está evoluindo, vários Estados já se dissociaram da política federal. Lá, os Estados podem fazer mais coisas do que aqui. Por exemplo, o Estado da Califórnia decidiu que ele vai reduzir as emissões e ponto final. Eu perguntei isso aqui para pessoa da área jurídica, se o Estado de São Paulo tinha autoridade semelhante. A resposta foi não, que isso não tem valor internacional algum, ninguém vai comprar os créditos daqui de São Paulo. DE - Até que ponto essa pressão por medidas que minimizem os efeitos do aquecimento global irá prejudicar os países em desenvolvimento? JG - A China é o segundo emissor mundial de gases que causam o efeito estufa, a emissão da China é bem maior que a do Brasil. Os Estados Unidos emitem 23% e a China emite 17%, mas ela está crescendo rapidamente e dentro de cinco anos ela vai ultrapassar os Estados Unidos. A situação real é que estamos no mesmo barco e todo barco está afundando, e temos de trabalhar juntos. Mas o senado americano diz: nós não vamos tomar medidas sérias enquanto os países em desenvolvimento, como a China, não tomarem uma atitude. A China usa exatamente o mesmo argumento e o Lula é o advogado. Eles estão poluindo há mais tempo, mas o entendimento científico de que essas emissões causam danos é recente. Isso só se confirmou nos últimos 20 anos. Não era possível, em 1950, os Estados Unidos ou a Inglaterra não terem utilizado o carvão, com a preocupação ambiental. Então não adianta o argumento que o Lula usou — "vocês poluíram no passado, agora

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DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007

nós temos o direito de poluir". Nosso argumento devia ser outro, nós devemos ser compensados de alguma forma pelo estrago no planeta. Nós temos bons argumentos, pois estamos nos desenvolvendo de uma maneira muita mais limpa do que eles, nós utilizamos hidroelétrica, álcool e bagaço de cana. O nível do programa de etanol brasileiro é muito melhor do que qualquer outro que está sendo feito em outros países. Ou seja, nós já damos uma contribuição positiva. E essa idéia de que você só se desenvolve usando as tecnologias poluentes, que foram usadas no desenvolvimento nos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha cem anos atrás, é incorreta; você pode se desenvolver mesmo porque a tecnologia evoluiu extraordinariamente. O presidente Lula deveria dizer: "Nós vamos conservar a floresta Amazônica, que é importante para todos, mas vocês terão de pagar por isso. DE - A presidência não possui uma assessoria científica para alertar o presidente sobre esses fatos, de forma que ele não perca essas oportunidades nos fóruns internacionais? JG - Eu e meus colegas nos perguntamos isso constantemente, eu acho que tem alguns componentes, como o Itamaraty com o Samuel Pinheiro Guimarães, que tem uma visão ideológica anti-americana notória e portanto, há sempre um jogo de nós contra eles. Então, o Brasil se associa automaticamente com os países em desenvolvimento. Há também outro componente ideológico, como a de Fidel Castro, de que a utilização do etanol vai provocar fome no mundo. Não é verdade. A razão pela qual existe fome no mundo é a distribuição inadequada de alimentos. Não é problema de suprimento, há excesso de alimento no mundo. Nós estamos usando 3 milhões de hectares, podemos chegar a 60 milhões, e não é isso que irá provocar fome no mundo. Eu acho que nós estamos vivendo uma situação difícil, porque o Brasil de fato poderia exercer um papel de liderança, mas esta posição que o País está tomando legitima o que a China está fazendo. Os chineses estão esgotando os recursos naturais numa velocidade muito grande e emitindo poluentes que não prejudicam somente eles, mas todo o planeta. DE - Os Estados Unidos estão procurando outras fontes de energia por razões além do meio ambiente, eles sabem que quando compram o petróleo do Oriente Médio, principalmente da Arábia Saudita, o dinheiro acaba nas escolas islâmicas que formam os terroristas. A maior aposta é no etanol de milho. JG - Os Estados Unidos colocaram uma sobretaxa para proteger os produtores de etanol de milho. Mas esta situação não vai perdurar muito tempo, porque a produção de milho é limitada, o mi-


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Nacional Finanças Tr i b u t o s Comércio Exterior

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

CONTRIBUINTES NÃO ESTÃO MOTIVADOS A INVESTIR

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mil reais é o custo de implantação da NF-e para uma empresa que fatura R$ 20 milhões por ano

FORAM REALIZADAS 945 MIL OPERAÇÕES COM O DOCUMENTO DIGITAL NA FASE DE EXPERIÊNCIA. MAS AINDA É POUCO.

NOTA FISCAL ELETRÔNICA GIRA R$ 7,4 BI Rafael Hupsel/Luz

Sílvia Pimentel

A

nota fiscal eletrônica (NF-e), em fase de experiência no Brasil, já foi usada em 945 mil operações de vendas, realizadas desde setembro do ano passado até o momento. Em valores, foram R$ 7,4 bilhões. O número de documentos – desenvolvidos pela Receita Federal, secretarias de Fazenda estaduais e iniciativa privada – emitidos pelos mais de 50 participantes do projeto-piloto está de acordo com as expectativas do fisco, mas é considerado baixo por empresários e especialistas. Werner Dietschi, diretor da Lumen IT, empresa especializada em soluções fiscais e responsável pelo desenvolvimento do sistema para uma companhia paulista, no início do projeto, em 2006, disse que as expectativas da Receita eram bem mais otimistas. Segundo ele, esperava-se a emissão de até 10 milhões de notas eletrônicas por mês. "Os contribuintes não se sentem estimulados a participar, preferem esperar até serem obrigados por lei ou receberem algum incentivo do governo", avalia. O custo para implantar o sistema de emissão de nota pode chegar a R$ 100 mil para uma empresa com faturamento anual de R$ 20 milhões. Na opinião do presidente da Associação Brasileira de e-Business, Richard Lowenthal, é

Para Richard Lowenthal, é pequeno o número de documentos gerados

"quase nada" o número de documentos gerados. Ele leva em conta o fato de uma única grande companhia de alimentação emitir perto de 1 milhão de notas mensalmente. Ele lembra que, por enquanto, os participantes do projeto escolhem as operações a serem feitas com o documento digital. Para Lowenthal, o projeto precisa ser mais divulgado, como demonstra pesquisa recente elaborada pela entidade com 75 empresas de grande e médio portes. No levantamento, 48% dos entrevistados disseram considerar insuficiente o conhecimento sobre o projeto da NF-e. Além disso, aqueles que ouviram falar do projeto não se sentem motivados a

investir na novidade. "É difícil calcular o retorno do investimento", diz. A Receita Federal, entretanto, está satisfeita com o andamento do projeto. "É um número expressivo, levando em conta que, por enquanto, a adesão é espontânea", diz o auditor fiscal Eduardo Bruno Rabelo Machado. Ele lembra que, a partir de abril de 2008, empresas do setor de combustível e cigarros serão obrigadas a usar o documento digital em todas as transações. "Muitas companhias não perceberam as vantagens econômicas oferecidas pela ferramenta. O custo para armazenar e recuperar o documento em papel é altíssimo", justifica,

ao admitir que o fisco também ganha em eficiência. Isso porque a NF-e permite à Receita ter acesso em tempo real a todas as transações, aumentando seu poder de controle sobre os contribuintes, inclusive os pequenos que realizam negócios com as empresas obrigadas a usar a NF-e. "Com esse método, pode-se dizer que as notas frias estão com os dias contados", prevê. De acordo com o auditor, a NF-e é uma novidade tanto para o contribuinte como para o fisco, que se inspirou em projeto semelhante desenvolvido pelo Chile e que ganha força em outros países da América Latina. "Essa experiência de sucesso chamou a atenção, inclusive, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)", informa. Diferentemente da nota fiscal eletrônica criada há um ano pela Prefeitura de São Paulo, cuja adesão superou as expectativas da Secretaria de Finanças, o documento digital da Receita e das fazendas estaduais, apesar da semelhança do nome, registra o recolhimento dos impostos sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) e sobre Produtos Industrializados (IPI). Além disso, a emissão e recebimento das notas são restritas a negócios entre empresas. Participam do projeto piloto, entre outras, Petrobras, Ultragaz, Sadia, Souza Cruz, Toyota do Brasil, Wickbold, Aché, Drogasil, General Motors e Kaiser.

Clubes atraem sócios com falsas promessas Paula Cunha

A

cena é familiar: você chega em casa, abre a correspondência e recebe, entre contas e extratos, um folheto em seu nome anunciando que ganhou um título de sócio completamente quitado de um clube de campo. Em letras garrafais há a oferta de um brinde. Em minúsculas, vem outra informação: será cobrada taxa de conservação. Muitas vezes, esse dado nem consta da propaganda, como ocorreu com Daniel Alfredo Rente. O mecânico recebeu três cartas com oferta de um título familiar quitado do Clube Fiscal do Brasil. "Na quarta remessa, fiquei interessado pelo prêmio, um relógio digital ou uma câmera fotográfica. O folheto prometia a entrega, mesmo para quem não se associasse. Quando perguntei se o título era mesmo grátis, me informaram que havia uma taxa de manutenção. O 'detalhe' não estava no folheto. Desisti da adesão, mas exigi o prêmio. Alegaram ter acabado e estou esperando até agora." Existem diversos sites no Google com informações contra e a favor do empreendimento. A comunidade virtual Inforum, por exemplo, exibe depoimentos contra o Clube Fiscal do Brasil e a sua administradora, a Rusk Consultoria e Administração, que não foram localizadas pela reportagem do DC. No site Consultor Jurídico, a Rusk é acusada de cobrar títulos inativos. No momento em que o brinde não é oferecido e a promessa de gratuidade não é cumprida, o consumidor sente-se lesado. A Fundação Procon recebeu diversos pedidos de esclarecimento a respeito das condições de oferta de títulos familiares, teoricamente gratuitos,

do Clube de Campo Comerciários, localizado no município de Cotia – a entidade pertence ao Sindicado dos Comerciários de São Paulo. Segundo a técnica Márcia Christina Oliveira, o Procon recebeu várias ligações de consumidores reclamando não ter recebido o brinde. Outras alegam não terem sido informadas a respeito da taxa de manutenção – no folheto consta, em letras pequenas, que o interessado contribuirá "somente com a taxa de conservação". Márcia diz que o Procon tem encaminhado ao Ministério Público os consumidores que aderiram ao plano, desistiram oficialmente, mas continuam recebendo boletos de cobrança. O Sindicato dos Comerciários foi contatado, mas não deu retorno até as 19h30 de sexta-feira. A funcionária Elinéia Alves confirmou a existência da taxa, informando que o consumidor é informado no folheto. "Ela varia de R$ 25 a R$ 32,50 por mês, e o contrato é por tempo determinado", disse. Quanto ao envio do material de divulgação, argumentou que "terceirizamos o sorteio dos contemplados para a RPV Turismo". Esta, por sua vez, explicou que a correspondência é enviada a quem preenche fichas promocionais, oferecidas por funcionários do clube em pontos comerciais, como postos de gasolina. Segundo a técnica da Fundação Procon, os consumidores lesados têm o direito de exigir tudo o que foi prometido e recomenda alguns cuidados a serem tomados por quem se interessar em se associar (veja quadro acima). "Mesmo não assinando o contrato, o consumidor tem o direito de processar a empresa, tanto pela falsa promessa de gratuidade do título quanto pela perda de tempo para receber o prêmio."


A

sob pena de incorrer em punições previstas té que ponto estão vivas, 75 anos em leis e códigos de leis — um dos objetivos depois, as idéias formuladas peda Revolução de 1932, que hoje está aceito colos que levaram adiante a Revolumo a situação que deve prevalecer. As manição de 1932? A mais importante, o festações ordeiras, segundo a lei, não podem constitucionalismo, hoje não é negada por ser reprimidas, muito menos com violência. praticamente ninguém no Brasil, a não ser Parece até difícil de crer que essa situação de uns poucos extremistas isolados. A idéia, ennormalidade tenha sido alguma vez contesfim, de que a sociedade e seu governo devem tada no passado. Mas que o regime constitureger-se pelo império da lei e da ordem, rescional nem sempre foi unanimidade é mospaldado por uma Carta aceita por todos e trado pela carta de 17 de fevereiro de 1931, de que proporcione garantias a cada cidadão várias entidades, tendo à frente a Associação frente aos poderes do governo, que não pode Comercial de São Paulo, em que se exige do ser discricionário e nem arbitrário, mas tem chefe do governo federal provisório, Getúlio de seguir o que está previsto em uma consVargas, "a volta do nosso País, no mais breve tituição e em leis aprovadas por congressos, prazo, ao regime constitucional". assembléias e câmaras eleitos por sufrágio Outra idéia da universal, está pleRevolução de 1932 namente vitoriosa. que está plenamenÉ inconcebível te consagrada é a da hoje que volte a unidade nacional ocorrer a situação brasileira; ou seja, prevalente em São segundo a palavra Paulo nos primeide seus líderes, enros meses de 1932, fatizada no encerraem que os soldados mento do manifesto do governo federal do governo paulista provisório instituíque reconheceu a do após a Revoluderrota militar, reção de 1930 e que digido pelo profesgovernava através sor de Direito Valde decretos, "mardemar Ferreira: chavam por São "Deu São Paulo tudo Paulo dando tiros quanto podia dar ao para o alto em deBrasil! Tudo por São monstração de poA Liga Pró-Constituinte, da Paulo! Tudo pelo Brader e se serviam de qual a ACSP fazia parte, sil!" —, nunca se delojas e restaurantes, convocou a população para fendeu o separatissaindo sem pagar as o comício dia 24 de mo, apesar da prodespesas", segundo fevereiro na Praça da Sé. paganda em contráartigo de Lúcia Herio do governo lena de Camargo no federal provisório. Especial 9 de Julho É verdade que havia uma ínfima minoria de do Diário do Comércio, em 2004, além do separatistas em São Paulo, mas eles não adeque investiram violentamente diversas veriram à Revolução Constitucionalista, que foi zes contra manifestantes pacíficos, inclusive na verdade um movimento para isolar os secom mortes. paratistas e para consagrar a unidade nacioDesse modo, hoje, os corpos armados, nenal brasileira, pois a constituição almejada cessários para garantir a lei e a ordem, têm em era para todos os brasileiros, respeitadas as princípio de auto-restringir-se às suas funautonomias estaduais, não só de São Paulo, ções específicas, segundo regras que protecomo de todos os Estados da Federação. gem os direitos individuais e a incolumidade Afinal, a própria bandeira paulista, em nodos cidadãos, além do que as atividades da me da qual os constitucionalistas lutavam, sociedade civil, como o comércio — fundatraz em seu quartel principal o mapa íntegro mental para a vida das pessoas —, precisam do País. A unidade nacional brasileira hoje ter a sua vigência e sua segurança garantidos. não é posta em xeque por praticamente ninQuem obtém artigos em lojas, ou toma refeiguém. Que o movimento de 1932 não era seções em restaurantes, tem de pagar por isso,

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DIGESTO ECONÔMICO MAIO/JUNHO 2007

Newton Santos/Hype

Reprodução/AE


lho é usado para alimentação e outros produtos. Eu acho que os Estados Unidos vão ter necessidade de mais etanol e essa taxa deve cair e vai haver então incentivo, um bom incentivo, uma pressão muito forte para aumentar a produção aqui. Há colegas meus que fizeram estimativas se seria possível expandir a produção de cana para um fator muito grande, um fator 30, por exemplo. O número que eu citei anteriormente é um número mais conservador, porque eu acho que aumentar mais de 10 vezes a produção vai acabar se chocando com problemas ambientais e até com outras prioridades. Além de que a terra não é tão boa quanto a de São Paulo. São Paulo não exige irrigação. Então eu acho que o esforço que nós devemos fazer aqui em São Paulo é o de aumentar a produtividade da cana nas áreas em que elas já se encontram, isso é possível fazer, e naturalmente a grande expectativa é uma tecnologia de segunda geração, que não usaria a cana, usaria qualquer coisa, como celulose. DE - Se o Lula souber que pode fazer álcool com celulose, acaba com os nossos jornais... JG - Nos EUA também estão dando uma grande ênfase a pesquisas nesta área. Estão sendo feitas pesquisas aqui em São Paulo também. A Fapesp tem um programa para produzir álcool de celulose. Os Estados Unidos estão muito otimistas de que vá funcionar rapidamente, mas eu não acredito. Essa tecnologia de etanol a partir da celulose é conhecida, há experiências de laboratório com

plantas pilotos, mas a gente não consegue ter uma idéia de custo real com planta piloto. DE - As outras alternativas de energia são irrevelantes? JG - Elas vão contribuir nas bases. A União Européia entendeu claramente a mensagem, ela decidiu que no ano de 2020, 20% da energia que eles consomem serão renováveis, englobando etanol, aquecimento solar e todas outras tecnologias que já estão aí no mercado. Existem dois problemas neste ponto, pois algumas dessas tecnologias são muito caras e as outras têm problemas de distribuição. Na Alemanha, o governo cria um mecanismo que encoraja o setor privado a entrar e aos poucos o governo vai saindo. Isso eles estão fazendo com várias tecnologias. O aquecimento de água com energia solar é uma ótima idéia, na China está pegando, mas aqui no Brasil, que é um país ensolarado, pouca gente faz. Em Israel, não se consegue o habite-se se não tiver o coletor solar. E o Kassab está introduzindo uma Lei na Câmara Municipal para incentivar este tipo de energia. Uma coisa que está pegando no Japão são as células fotovoltaicas. Eles cobrem o telhado com estas células, durante o dia a casa exporta eletricidade para a rede e de noite ela compra. Existem 20 a 30 mil casas no Japão que não pagam pela eletricidade. À medida que estas energias vão entrando, o preço vai caindo. Agora, nós ainda vamos precisar dos combustíveis fósseis por um bocado de tempo, mas a quantidade vai diminuir. Placas fotovoltaicas para captura de energia solar: tecnologia vem sendo usada no Japão, onde milhares de casas não pagam energia elétrica.

Biblelife.org

MAIO/JUNHO 2007 DIGESTO ECONÔMICO

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Indicadores Econômicos

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1,8

27/7/2007

por cento foi a queda do índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, na última sexta-feira.

Informe Publicitário FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo

Empresarial LP Esher LP Hope LP JCP-SUL LP Master Recebíveis LP Múltiplo LP Redfactor LP Valecred LP

Posição em:

P.L. do Fundo

Valor da Cota Subordinada

% rent.-mês

% ano

Valor da Cota Sênior

% rent.-mês

% ano

rating

24/07/2007 24/07/2007 24/07/2007 24/07/2007 24/07/2007 24/07/2007 24/07/2007 24/07/2007

16.648.848,62 24.370.735,15 11.330.219,47 505.497,37 1.954.849,72 12.428.529,43 5.302.060,71 2.502.859,98

1.471,232236 1.335,758901 1.141,393825 995,073562 1.212,169839 1.394,950114 1.052,456128 995,296008

1,1305 0,2242 1,8251 -0,2697 0,6143 1,1810 2,3258 0,3457

13,27 13,51 14,14 -0,49 1,82 11,41 5,25 -0,47

1.112,844634

0,8301

7,52

1.020,244900

0,8452

2,02

1.225,794178

0,8323

7,53

A (Austin) BBB (Austin) AA- (Austin) AA- (Austin) A+ (Austin) A+ (Austin) AA (Austin) A (Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

Informática

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

A veterinária Adriane Tomimassu na clínica, no bairro do Pacaembu: os laboratórios mandam o exame por fax. Os que têm site, demoram um dia para revelar os resultados.

O velho fax, ainda firme e forte. Existem cerca de 24 milhões de aparelhos espalhados em mais de 5 milhões empresas de diversos portes no País Leonardo Rodrigues/Hype

Luiz Henrique Galvão, do Hospital Sepaco: o fax é padrão no setor.

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Vanderlei Campos

ltrapassado, porém útil. O fax continua a fazer parte do dia-adia de várias empresas. Mas o serviço pode ser integrado ao ambiente de informática e internet. Conforme uma pesquisa da Opinião Consultoria, existem cerca de 24 milhões de aparelhos de fax espalhados em mais de 5 milhões empresas do País. Em uma amostragem com 359 empresas, de diversos portes e regiões do Brasil, 70,5% avaliam que o fax é um equipamento ultrapassado, porém útil. As microempresas predominam entre os 52,4% que utilizam o aparelho como meio efetivo de comunicação. Usuários - Nascida em 1980, a veterinária Adriane Tomimassu tem uma vaga idéia do que seria um videocassete ou um disquete de 5,25 polegadas. Mas convive com um de seus contemporâneos. "Os laboratórios mandam o exame por fax. Os que têm site, demoram um dia para revelar os resultados. Os fornecedores de medicamentos também enviam as listas de produtos por fax. Quando formulo receitas para farmácias de manipulação, é preciso a assinatura e o carimbo. E as receitas normalmente são escritas à mão, durante a consulta". Aberto em 2006, o Centro Veterinário Pacaembu já começou com um sistema atual de computação e internet, com ra-

zoável uso de e-mail para comunicação com os clientes. Todavia, o volume relativamente baixo de faxes não mobilizou a médica a tentar usar o PC para essa aplicação. "O usuário médio se enrola com os comandos do programa de envio, principalmente quando acontece algum imprevisto com a chamada", constata o consultor Ronaldo Fernandes. Servidor - No Hospital Sepaco, o volume de 200 faxes recebidos e 150 retornos por dia justificou a implantação de um servidor de fax. "A comunicação com as operadoras e as autorizações dos convênios são via fax. Isso é um padrão nesse mercado", explica Luiz Henrique Galvão, gerente de TI do hospital. "Antes, tínhamos que encarregar um funcionário de distribuir pilhas de faxes aos destinatários. Hoje, o servidor recebe as mensagens, pode direcionar por e-mail ao destinatário, e o documento fica guardado em formato eletrônico. Além de agilidade e redução de custos, praticamente reduzimos os riscos de extravio. O arquivamento e a eventual recuperação também ficam mais simples", descreve. O custo de envio de uma página cai de R$ 0,45 para R$ 0,20 com o uso do RightFax, produto usado no Hospital Sepaco. "O servidor pode ser programado para horários com melhor tarifação, usar rotas mais econômicas", diz.

1 TV, telefone e internet num só pacote, como o comprado por Gustavo Torres. Vale a pena? Na 6.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Diversão Datas E mais Te l e f o n i a

P

O site da Xenicare, para quem quer emagrecer, mudou. Confira em www.xenicare.com.br.

DE TUDO UM POUCO PARA A SUA INFORMAÇÃO

estão no topo da produtividade em TI: Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e Reino Unido. Os Estados Unidos lideram a lista, mas as nações da Ásia-Pacífico também estão bem representadas com Japão, Coréia do Sul e Austrália, entre os cinco primeiros colocados. Na Europa o destaque é o Reino Unido, seguido pela Suíça e pela Dinamarca. Futuro – A pesquisa também concluiu que, no futuro, a rivalidade no setor tecnológico entre Índia e China deve ocorrer também com Rússia, Brasil, Malásia e Vietnã, além de nações menores. O desenvolvimento de software e serviços para nichos específicos representarão o principal fator para alavancar a participação destes países no setor de TI. O estudo diz que poucas

Divulgação

Tecnologia, ainda privilégio de poucos países.

esquisa feita pela Business Software Alliance – organização dedicada à promoção de segurança e legalidade no mundo digital – apontou que alguns dos fatores mais críticos para o desenvolvimento do setor de tecnologia de informação são cultura de inovação, infra-estrutura tecnológica de ponta, regime legal robusto e suporte do governo. O estudo, conduzido pelo Economist Intelligence Unit (a unidade de informação de negócios do The Economist Group, que publica o jornal The Economist) em 64 países, concluiu que poucos países têm os fatores necessários para suportar o setor da Tecnologia da Informação (TI). Atualmente, quatro países

terça-feira, 31 de julho de 2007

EU NAVEGO O cantor e compositor Ed Motta navega pelo site dustygroove.com, que mostra novidades sobre música. E se diz fã do blog http://loronix.blogspot.com.

MOUSE NA TOCA

nações conseguem compensar fraquezas do mercado local – Índia e China, por exemplo, equilibram as barreiras de idioma com os altos níveis de desempenho do mercado. Além de capacidades técnicas, os profissionais de tecnologia do futuro deverão agregar conhecimento em gestão de projetos e análises ambientes de negócios. Poucos sistemas educacionais já se ajustaram a essa nova realidade. O estudo da BSA afirma que as nações precisam balancear a competitividade aberta com um sistema judiciário de proteção à propriedade intelectual. Como exemplo, a pesquisa cita a parceria entre Estados Unidos e o leste Europeu com a União Européia, com o objetivo de unir esforços para ampliar a proteção ao setor.

Divulgação

Q

uem tem um notebook e detesta usar o touchpad (que substitui o mouse) ganha agora uma opção: é o PC Card Mouse, da HP. O nome não é à toa: parece mesmo um cartão – 8,6 cm x 5,4 cm x 0,5 cm, e pesa apenas 41 gramas – e por ser pequeno pode ser guardado encaixado no slot PC Card (PCMCIA) dos notebooks de qualquer fabricante. Ali, recebe energia para carregar a bateria interna. Não tem fios: a comunicação com o computador se dá pela tecnologia Bluetooth. Não importa se o seu notebook não tem conexão Bluetooth: ao comprar o mouse, vem um dispositivo adaptador que pode ser plugado na saída USB. De resto, funciona como qualquer mouse óptico. Pode

HP PC Card Mouse: funciona com conexão sem fio Bluetooth.

até parecer estranho no início, mas o uso é confortável. É só retirar do slot, deslocar uma pequena haste na parte de baixo, para que o sensor óptico obtenha a distância correta para funcionar. No primeiro uso, o software Bluetooth deve fa-

zer uma busca por dispositivos para localizar o mouse. Nas próximas vezes, basta acionar um dos botões do mouse por dois segundos. O PC Card Mouse já está na rede de revendas da HP pelo preço sugerido de R$ 159. L.C.A

Tetris, Sudoku, Batalha Naval e muitos outros jogos que são sucesso na internet podem ser baixados em www.ocio2007.com.br.

Impressora de Gutenberg

Da Europa para os Estados Unidos

Modelo criado por Abraham Reese

Impressora de cilindro a vapor, de Frederick Koenig.

Impressora rotativa, mais rapidez.

Impressora Miehle, americana.

Rotativa moderna: impressão de milhares de jornais

1440

1640

1820

1880

1880

1946

2000

Neste tecladoa r não enta poeir

H

ospitais, clínicas médicas e dentárias, laboratórios, salas cirúrgicas são os clientes potenciais do novo teclado de silicone maleável, desenvolvido pela Brasil Health Service, empresa do Centro Incubador

de Empresas Tecnológicas (Cietec) da USP. O equipamento "dust free" (livre de poeira) tem a vantagem de não possuir fendas entre as teclas, evitando su- D jeira e bactérias, e ivulga çã o pode ser higienizado com produtos de limpeza e de desinfecção hospitalar. Ele custa R$ 85 e é vendido em lotes de 50 unidades para empresas, pela Distribuidora São Cir - (11) 3909-8228. Outras marcas

Pesquisa Sergio Kulpas

Impressoras: de Gutenberg às rotativas.

Sergio Kulpas sergiokulpas@gmail.com

Biometria: você é quem o seu corpo diz ser.

Silicone. E maleável.

de teclado de silicone estão à venda nas lojas online Submarino e Americanas, a preços entre R$ 140 e R$ 159. B.O Divulgação

Scanner Biótico da NCR

LEITURA DINÂMICA

A

NCR, uma das principais fabricantes do mundo em soluções de auto-serviço, traz ao mercado brasileiro modelos inéditos da sua linha de Scanners Bióticos – máquinas com dupla capacidade de leitura dos códigos de barras dos produtos. Os equipamentos, voltados a atender às necessidades de todas as redes de varejo, tem como característica principal a fácil utilização. Para ler o código de barras dos produtos, os operadores de caixas das lojas precisam apenas deslizar a mercadoria sobre a zona de feixe. Os scanners realizam a leitura dos seis lados do produto, independente de onde estiver a codificação da mercadoria, tanto na horizontal, quanto na vertical, sem malabarismos. Ctr l+Alt+ Del: na nota "Lixo de Taiwan no seu PC", publicada na semana passada, a Comissão de Trabalho Anti-spam, CT-Spam, do CGI.br, foi identificada como "entidade". É uma comissão.

Divulgação

D

e m e rcear ias a p a rques de diversões, a identificação por impressão digital está crescendo rapidamente nos EUA. Por um lado, há vantagens práticas no sistema, que dispensa c a r t õ e s e c h eques. Por outro, cresce a preocupação com a (falta de) privacidade dos consumidores. A identificação biométrica (por digitais, imagem da retina, geometria da mão, padrão de veias dos dedos ou voz) sempre foi uma idéia recorrente na ficção científica. Agora, se tornando cada vez mais reais, com várias empresas concorrendo para oferecer soluções melhores e mais baratas para o varejo. Segundo o site Biometric Consortium (www.biometrics.org), as tecnologias de identificação biométrica estão se tornando a base de um novo setor de reconhecimento de clientes cadastrados. E se tornam mais relevantes em vista do crescente número de fraudes nos sistemas tradicionais para cadastrar clientes. Recentemente, parques temáticos, como o Disney World e o Universal Studios na Flórida, implementaram a verificação por impressões digitais para impedir que os visitantes dessem ou vendessem seus ingressos para outras pessoas depois do passeio. No passado, um visitante do Universal Studios podia comprar um passe válido para vários dias, usar por um curto período e vender o bilhete ainda válido para

O reconhecimento biométrico ganha mercado por conta das fraudes nos sistemas tradicionais de cadastramento

outra pessoa. O novo sistema requer que o visitante registre a impressão do indicador direito na entrada do parque. A imagem é associada ao número de série do ingresso, e cada nova entrada exigirá a checagem da digital. Se a digital não bater com o número, o acesso é negado. Já nas grandes redes, como JewelOsco, Cub Foods, Piggly Wiggly e Harris Teeter, a tecnologia de verificação de digitais está se tornando a norma para facilitar pagamentos. Várias lojas dessas redes já testam com sucesso o sistema da empresa Pay By Touch. Com esse sistema, quando o consumidor registra sua digital ele poderá comprar sem precisar de dinheiro, cheque ou cartão. Com a autorização do cliente, o débito é autorizado diretamente da conta bancária. A pessoa poderá fazer suas compras sem levar a carteira ou bolsa. Pequenas redes estão adotando as tecnologias biométricas mais rapida-

mente. Seus custos de implementação são obviamente menores do que o de grandes redes como o WalMart. Uma grande preocupação é a reação negativa dos clientes e de grupos de defesa dos consumidores diante de uma tecnologia que permite uma nova dimensão de invasão de dados pessoais. Até o momento, foram poucas as manifestações contrárias, mas esse número pode aumentar à medida que essas tecnologias se tornarem "mainstream". Para o varejo, há ainda outras possibilidades de uso dessas tecnologias na cadeia de suprimentos. É possível usar esses sistemas para substituir os relógios de ponto, reduzindo a ocorrência de fraudes quando um funcionário registra a entrada ou saída de outro empregado. A verificação de digitais poderá ser usada também na entrega de mercadorias na casa das pessoas.


terça-feira, 31 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Te l e f o n i a Per fil Diversão Datas

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TRANSFORMERS: ASSISTA O FILME, JOGUE O GAME.

O game, que reproduz cenas de violência, custa R$ 99 e é recomendado para maiores de 12 anos.

Transforme seu PC em um campo de batalha Transformers – The Game pega carona no filme produzido por Steven Spielberg e dirigido por Michael Bay. De novo, a eterna luta entre o bem e o mal. Fotos: Divulgação

Fábio Pellegrino

A

série Transformers se tornou febre no Brasil na década de 1980. A mania está de volta nas telonas do cinema e, claro, o roteiro é mais do que uma boa oportunidade de sucesso para o desenvolvimento de um jogo baseado no filme. O inicio da história se passa no planeta Cybertron, onde uma raça de formas de vida robóticas autônomas travou uma guerra civil sem limites para ter o domínio do AllSpark, um artefato de poder indescritível para sua raça. Em meios ao caos, surgiram duas facções: os Autobots, que juraram proteger o artefato, e os traiçoeiros Decepticons, que desejam o poder desse objeto místico para realizar seus planos malignos. Transformers – The Game, lançado no Brasil pela Electronic Arts, permite escolher entre proteger a Terra, como os Autobots, ou destruí-la, como os Decepticons, na pele (ou no aço) de personagens famosos da série, como Optimus Prime, Bumblebee e Megatron. O game também propõe ao jogador transformar-se instan-

O usuário pode escolher entre proteger a Terra, como os Autobots, ou destruí-la, como os Decepticons.

taneamente de um enorme robô a um veículo de alta potência, deixando seus inimigos comendo poeira. É verdade que no modo carro até dá para lembrar o Need for Speed, nas perseguições da polícia, mas na transformação para robô a ação muda totalmente: qualidade e ação sem precedentes. Cada objeto no ambiente de jogo, incluindo os edifícios e veículos, pode ser esmagado, tombado, destruído, até mesmo ser usado como arma. Para destruir os inimigos, é possível

arremessar desde carros a pedaços de concreto dos prédios destruídos. As árvores e postes podem servir de taco de beisebol e arremessar os robôs como se fossem bolas rebatidas. Em caso de distâncias maiores, usar armas de longo alcance pode ser uma excelente alternativa, tanto no modo robô quanto no modo veículo. A qualidade sonora apesar de ser boa não consegue trazer nenhum diferencial ao que já é visto em outros jogos do gênero, a não ser pelas vozes origi-

SÓ PARA AS CRIANÇAS Produtos eletrônicos com as marcas Barbie e Hot Wheels: MP3 player, DVD, rádio-relógio e CD player Divulgação

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Aulik, tradicional empresa de eletrônicos, acaba de lançar produtos com as marcas Barbie e Hot Wheels. A linha é composta por quatro produtos: MP3, DVD portátil, rádio relógio e CD player, nas cores rosa para a Barbie; e azul para Hot Wheels. O MP3 player tem memória de 256 MB, rádio FM digital e

reproduz MP3 e WMA. Custa Já o CD player traz rádio AM e FM stéreo, display tipo LCD, compatível com CDR/RW, programação para 20 faixas, função reapet/all e funcionamento bivolt ou pilhas. Não inclui saída para fone de ouvido. Custa R$ 149 O Mini-DVD portátil é compatível com DVD, SVCD, VCD, CD, CD-R/RW, MP3 e

Photo CD, e disponibiliza as informações de funções na própria tela. Custa R$ 199. O rádio relógio oferece sintonias com AM e FM com iluminação, despertador com música ou alarme. , funções sleep ou snooze, controle de volume rotativo e apresenta fácil manuseio, além de decorar o ambiente das garotas e garotos. Custa R$ 59.

Deixe o PlayStation novinho

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Trust lançou o Kit 14 em 1 para PSP, voltado para proteger e prolongar o tempo de uso do videogame PlayStation, da Sony. O conjunto traz acessórios como o carregador para carros, capaz de recarregar a bateria em apenas 4 horas, e um case para armazenar os jogos. Já com as capas de borracha, que também acompanham o kit, tela e corpo do aparelho ficarão protegidos contra sujeira, areia de praia ou mesmo materiais cortantes que estiverem na mochila. Os fones de ouvido especiais e cabo de áudio possibilitam ao usuário ouvir música e trilha sonora dos games em alta fidelidade, para aqueles que utilizam o PSP para assistir filmes e

Divulgação

O kit traz 14 ferramentas úteis para conservar o aparelho

clipes. O kit vem, ainda, com um suporte que permite o ajuste da tela para o ângulo desejado. Outro destaque são os dois cabos USB retráteis, um para dados e outro para

carregar a bateria, e o pano de limpeza com o qual o usuário poderá manter seu PSP livre de marcas de impressões digitais. Preço: R$ 170 – www.superkit.com.br.

nais de Optimus Prime e Megatron, que mantém a autenticidade, e sons de transformação que dá aquela pitada de emoção ao game. O Transformers: The Game conta com 20 robôs jogáveis e traz vários aspectos positivos, porém, a jogabilidade também ficou prejudicada. Além de uma boa prática no mouse é preciso fazer manobras e ter habilidade para conseguir teclar ou mesmo lembrar de todos os botões necessários para controlar a máquina.

SERVIÇO Transformers: The Game Distribuído pela Electronic Arts – Telefone: (11) 55061173 Configuração mínima do sistema: Microsoft Windows XP ou Vista, Processador Pentium 4 de 2 GHz, 256 MB de memória RAM (1 GB para sistemas utilizando o Windows Vista), 4 GB de espaço livre em disco rígido, unidade de DVD-ROM de 4x, placa de vídeo aceleradora 3D de 64 MB e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0c. Idioma: software em inglês, manual em português. Faixa etária: 12 anos. Preço sugerido: R$ 99,90.


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

RESENHA

NACIONAL

A ANAC E O JOBIM

A

G Jobim pode

A GLÓRIA

DO ESPORTE

Da consciência para a ação

enho receio de que Jobim, de perfil autoritário, aproveite a necessidade de substituir os diretores da Anac para reformular os objetivos da agência, transformando-a em um apêndice burocrático do ministério. É o que de pior pode fazer-se pelo consumidor brasileiro. Jobim conhece bem os lullopetistas, que adoram cargos, comissões e politização de decisões. Como, provavelmente, o Ministério da Defesa é apenas um estágio, dentro da sua expectativa de ascensão política, pode ser que ele seja induzido a cometer esse erro.

T

BENEDICTO FERRI DE BARROS

N

COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

A Anac não tem defendido o consumidor

oticiou este jornal dia 27 de julho, sob o título Cansei a formação de um movimento que desde já se pode identificar como um fato destinado a representar um marco na evolução histórica do País. Por uma série numerosa de fatos pregressos chegamos nos dias de hoje a uma situação gravíssima que se pode configurar como pré-anárquica. O trágico desastre com o avião da TAM e o inaudito e generalizado volume de escândalos em todos os setores públicos foram corretamente identificados pelos líderes que iniciaram esse movimento como o sinal vermelho de iminente desagregação da estrutura institucional do País. A consciência dessa situação não é o aspecto mais notável desse movimento, pois não era novidade para quantos têm cultura e discernimento adequados para avaliar os fatos. Digno de louvor é que pessoas que representam o que há de mais elevado na liderança nacional tenham se decidido a fazer alguma coisa. Trata-se, como foi deixado claro desde o início, de uma iniciativa apolítica e apartidária, que não é contra o governo, mas, como foi designada, de um Movimento Cívico pelos Direitos dos Brasileiros. Nada mais correto e adequado, pois a situação de descalabro em que nos achamos tem de fato sua origem mais próxima em um verdadeiro golpe branco contra a República e a ordem constitucional do País. Isto sucedeu quando o Congresso ordinário que veio após o governo militar arrogouse o direito espúrio de fazer uma nova Constituição, ao arrepio de todos os preceitos da tradição jurídica constitucional e depois desse atentado permanecer no poder sem ter sido eleita nem para uma coisa nem outra. Esse arremedo de Constituição a que seu mentor deu a designação apropriada de Constituição dos Miseráveis, entre todas as misérias e indecências que criou, erigiu os políticos como uma classe de cidadãos privilegiada, acima e fora dos deveres civis. Uma casta de foras-da-lei

protegida por dispositivos que a fazem imune, inimputável, irresponsável e impunível. A usurpação de poderes constitucionais converteu-se numa tradição adotada pelos Congressos ordinários subseqüentes, de tal forma que acabamos sem ter Constituição alguma, mas uma colcha de retalhos diariamente remendada por Congressos cada vez mais ordinários, incapaz de assegurar uma ordem jurídica. Esse é o foco seminal de onde se origina a anarquia jurídica do País. E onde ela prevalece é impossível sob qualquer governo garantir o mínimo dos direitos do homem e do cidadão – os chamados direitos civis. O banditismo do criminoso comum é menos perigoso e oneroso do que o do político corrupto, porque afeta apenas suas vítimas, enquanto a do político afeta toda a população. E escárnio supremo: se pilhado, o corrupto pode renunciar para voltar na próxima eleição. Dos ladrões se toma o fruto do roubo. Dos poucos políticos condenados chegou-se a tomar alguma coisa? O que ocorre coma atual presidência do Senado está abaixo de qualquer comentário decente.

S

ob tais condições não é de admirar que a política brasileira constitua carreira preferencial da elite cinzenta do País, nem que guerrilheiros tomem eleitoralmente o comando da desordem nacional e a agravem a cada dia em nome de um marxismo caduco, confessado e aplicado por incompetentes funcionais. Por inominavelmente graves que sejam a tragédia aeronáutica e os escândalos políticos, eles não passam da ponta do iceberg da situação nacional. Submerso se acha o insondável pântano da total perda da consciência e dos direitos e garantias fundamentais da cidadania. E é a transformação da consciência desse fato em uma ação destinada a evitar o pior que desde já confere ao Movimento Cívico pelos Direitos dos Brasileiros seu caráter de marco histórico para o País.

É impossível garantir o mínimo dos direitos do homem e do cidadão. Cansamos.

O turismo chora a incompetência

Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Cláudio Vaz, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cerqueira Júnior, João de Almeida Sampaio Filho, José Fernandes Vasquez, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nilton Molina, Paulo Roberto Pisauro, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Valmir Madázio Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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m poucos anos, o Brasil deu um salto olímpico na prática esportiva em geral. O jornal O Globo de ontem nos trouxe a seguinte manchete: Um Pan que vai ficar na História. Toda a torcida que compareceu aos estádios dos Jogos Pan-Americanos vai firmar a nossa posição, como promotores de grandes pugnas esportivas, sem medo de enfrentar qualquer outra nação do mundo. Para se fazer uma idéia do que foi a arrancada brasileira que se impôs no esporte, aqui vai a relação das medalhas conquistadas pelos nossos atletas: 54 medalhas de ouro, 40 medalhas de prata e 67 medalhas de bronze, somando um total de 161 medalhas conquistadas. O esporte, em geral, é uma atividade que requer ginástica constante e, metodicamente orientada em práticas a que se dedicam durante várias horas por dia em seu esporte favorito. Para isso, obedecendo regras alimentares, regras de sono e vigília, ausência de sexo, ausência de bebida alcóolica e prática continuada para a disputa nos estádios adrede escolhidos, com competidores também submetidos a enérgicas posições de estudo e prática do esporte escolhido. Para ilustração das nossas considerações para o esporte, lembremos o que são os EUA, a primeira potência mundial no esporte, exceção feita ao futebol, que eles não cultivam. Foi possível preparar atletas que brilharam no Pan graças à exemplos estrangeiros trazidos para cá e a perfeita escolha dos que utilizariam as nossas cores e disputariam nos estádios, diante das torcidas, mobilizadas para aplaudi-los.

E

Paulo Bravos/Agência O Globo

transformar a Anac em um apêndice burocrático do Ministério. Nada pior.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

as empresas operadoras. Compare-se o quadro dirigente da Anac com as diretorias iniciais da ANP, da ANEEL e ANATEL. As diretorias daquelas agências eram integradas por profissionais reputados, sobre os quais não pairavam suspeitas de procedimentos ilícitos ou imorais. O espírito que norteou a criação das agências reguladoras foi o de retirar o conteúdo político que, até então, vigorava em relação às atividades reguladas. Reduzir-se-ia o grau de politização das decisões em prol da boa técnica. Isso igualmente atendia aos entes regulados.

Céllus

inda não foi possível a identificação cadavérica de mais de 100 vítimas do trágico desastre com o Airbus da TAM, mas as autoridades já realizaram, publicamente, duas cerimônias em que predominaram o deboche e o desdém. A condecoração de Zuanazzi e Denise, diretores da Anac, e os discursos de Lulla, na substituição de Waldir Pires por Nelson Jobim, no Ministério da Defesa, marcaram o tom farsesco com que o governo lullopetista está tratando a questão. O mais preocupante, a meu ver, é o fato de Zuanazzi, até agora, permanecer na Anac. Sabe-se que ele é da cota pessoal de Dilma Roussef e não ficará na agência um minuto além do que ela determinar. Portanto, Zuanazzi está na Anac enquanto o governo não resolver seu destino. Ao contrário dos modernos conceitos (com os quais foram criadas as agências reguladoras), que eram os de fiscalizar concessionárias ou outros modelos empresariais dos controlados e representar os interesses do consumidor, a Anac não tem nem defendido o consumidor e, muito menos, fiscalizado

ALBERTO SAMPAIO

I

nfelizmente, choramos os mortos da TAM sem ainda desinchar os olhos pelos mortos da Gol e perplexos pelo descaso com o usuário da malha aérea. Quem perde mais? O governo se preocupa com a imagem e seus índices na pesquisa, os deputados da CPI do Apagão pediram para a Gol trocar as barrinhas de cereais, mas as pessoas estão desesperadas para viajar a trabalho e fechar negócios, resolver problemas de saúde ou de férias, afinal todos têm direito ao descanso e a realizar sonhos! O Brasil perdeu a grande chance de ser o destino de férias dos estrangeiros e sua injeção de dólares e euros na nossa economia. De que adianta ter o Cristo Redentor como uma das sete maravilhas do mundo moderno se as balas perdidas assustam o Rio e a falta de avião afasta até o aposentado que tem o direito de viajar com incentivo? É um momento para refletirmos e identificarmos oportunidades de negócio para o turismo.

S

em entrar no mérito de novas iniciativas governamentais, o turismo de negócios está tremendamente prejudicado. Agora, as empresas investem em videoconferência ou em outros recursos de reunião à distância. Hotéis perdem reservas e contabilizam os prejuízos. Do turismo de lazer, nem se fala! Virou um estresse coletivo! Centenas de famílias preferem cancelar suas reservas e ficar próximo de casa. Já não querem arriscar. E novamente os hotéis do nordeste são os mais prejudicados. A imagem do Brasil está na lama. É preciso reagir, solucionar esse caos e ser firme na condução de profissionais do setor da cadeia do turismo, pessoas comprometidas com a missão de fazer do turismo uma fonte de receita para o País. ALBERTO SAMPAIO É DIRETOR DA SAMPAIO HOTELARIA

MARKETING E VENDAS

A imagem do Brasil está na lama. É preciso reagir e solucionar esse caos.

omos hoje uma potência olímpica. Saímos do P an c on sa g ra do s na disputa das medalhas que vieram engrossar a nossa reserva, insignificante até agora. Podemos afirmar que somos grandes no esporte em geral, como grandes temos sido no futebol, com notáveis praticantes neste esporte que é o favorito das multidões e ao qual vieram se incorporar os mais recentes, disputados nos estádios olímpicos do Brasil.

S

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR

G Podemos

afirmar que somos grandes no esporte em geral, como grandes temos sido no futebol.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

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Política DE SAÍDA, MAS AINDA COM O 'PEPINO' Não há martírio. O que há são substituições normais. Tudo que entra, sai. Tudo que sobe, desce. José Carlos Pereira (Infraero)

Celso Junior / AE

a maior

tragédia

O

ministro da Defesa, Nelson Jobim, evitou comentar ontem a demissão do presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, na entrevista que concedeu após a reunião com o Conselho de Aviação Civil (Conac). "Não tratamos desse assunto", limitou-se a dizer. O fato, porém, é dado como consumado. Mais cedo, na reunião com o grupo de coordenação política que trocaria o presidente da Infraero, Jobim antecipou que o ex-presidente do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, não poderá assumir o cargo porque há impedimentos, mas poderia ajudar no conselho administrativo da empresa. O tema da renovação da presidência da Infraero – tratada pelo brigadeiro, com bom humor, de 'pepino' – foi deixada para depois. Questionado se acredita que as medidas anunciadas pelo

Já defenestrado dos planos do novo ministro da Defesa, o brigadeiro José Carlos Pereira sustenta que ainda preside a Infraero – e é verdade. Mas é verdade também que o governo busca seu sucessor. Conac poderiam acabar com o caos no setor aéreo até o fim do ano, Jobim respondeu: "Como esperança, a resposta é sim, mas, como afirmação, não tenho condição de dizer." Com relação aos aeroportos, Jobim relatou ao grupo de coordenação política que a solução seria a construção de um terceiro terminal e uma terceira pista no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Jobim disse que o prefeito de Guarulhos lhe garantiu que para as obras seria necessária a remoção de 5 mil famílias. Outra alternativa seria a ampliação do terminal de Viracopos. Fico – Apesar da confirmação de que será mesmo demitido da Infraero, José Carlos Pereira chegou, no início da noite de ontem, para acompanhar a reunião do Conac. Cercado por jornalistas, negou que tivesse sido comunicado de sua saída e reafirmou que não pretende renunciar ao cargo. Apesar de toda a pressão e do vazamento da informação

de que ele será substituído, Pereira disse que não ocorrerá propriamente uma demissão. "Eu fui colocado aqui e preciso sair da mesma forma", disse. Questionado se teme ficar marcado como culpado pela situação dos aeroportos, Pereira disse: "Ninguém deve ter medo de ser martirizado. Não há martírio. O que há são substituições normais". E acrescentou: "Tudo que entra, sai. Tudo que sobe, desce". Apesar de não admitir que estaria sendo demitido, Pereira afirmou, por exemplo, que toda mudança implica em alguma diferença. "Quando se muda um gestor, a grande esperança é de que as coisas melhorem", comentou. Questionado sobre qual seria o perfil do novo presidente da Infraero, o brigadeiro respondeu: "Qualquer pessoa pode assumir a presidência de qualquer coisa. A responsabilidade é de quem nomeia e a consciência é de quem recebe (o cargo)". (AE/Reuters)

Procura-se um substituto para o brigadeiro Pereira

N

a Infraero, as substituições já estão em curso. O governo ainda procura um nome para ocupar o lugar do brigadeiro José Carlos Pereira na presidência na estatal. A mudança está certa, mas só deve ocorrer nos próximos dias. A lógica mais forte até agora ainda é a de um civil para o cargo e a idéia inicial é abrir o capital da Infraero para garantir mais investimentos à instituição. O ministro da Defesa Nelson Jobim, porém, não está totalmente convencido disso. A carta branca dada a Jobim na Infraero pavimenta o caminho para a transformação da estatal numa empresa mista (com até 49% das ações negociadas na Bolsa de Valores), o que desagrada os militares. Sem aeroporto – Ontem, na reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou o argumento apresentado por Jobim, indicando que o mais conveniente, neste momento, é investir na construção da terceira pista do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Ficou então descartada a possibilidade de se construir um terceiro aeroporto em São Paulo, pelo menos no curto prazo. A decisão foi tomada

dez dias após o presidente da República e a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff terem anunciado publicamente a intenção de o governo federal erguer esse novo aeroporto fora de São Paulo. Vitória de Serra – Prevaleceu, portanto, a proposta do governador paulista, José Serra (PSDB), que, em conversa com Jobim na última sexta-feira, se manifestou contra a construção de outro aeroporto em São Paulo, por considerá-la uma idéia "pouco sensata". Em pronunciamento à Nação, no dia 20 – três dias após a tragédia com o Airbus da TAM –, o presidente Lula anunciou uma série de providências para desafogar o tráfego aéreo em Congonhas. E citou, textualmente, a decisão tomada à tarde, na reunião do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) desse mesmo dia, sobre o novo aeroporto. "Quero garantir às famílias que, além da apuração rigorosa dos fatos, estamos tomando todas as providências ao nosso alcance para diminuir os riscos de novas tragédias", disse o presidente em rede nacional. Ao pontuar as medidas, Lula disse, no item 4º: "Definição, em 90 dias, do local da construção de um novo aeroporto na região de São Paulo".

Poucos minutos antes do pronunciamento presidencial, em cadeia nacional de rádio e televisão, a ministra Dilma não só anunciou a construção do novo aeroporto, como disse que ele ficaria "na região da Grande São Paulo", e não na capital. Ao ser questionada sobre a provável localização, ela acrescentou que "jamais" diria o local para "não ser fonte de especulação imobiliária". Agora, porém, o discurso oficial é de que essa é uma solução de longo prazo. Na reunião da coordenação política, Jobim disse que já conversou sobre o assunto não apenas com Serra, como com o prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (do PT). Pelo relato do ministro da Defesa, o governador tucano tem interesse em investir numa linha de trem ligando o centro de São Paulo ao Aeroporto de Cumbica e pediu ajuda federal. Serra defende ainda a ampliação do terminal de passageiros em Viracopos e a construção de mais uma pista expressa para ligar São Paulo a Campinas. Estudos anteriores do governo esbarravam em um problema: para erguer a terceira pista seria necessário desalojar 20 mil famílias. O prefeito de Guarulhos, no entanto, corrigiu para 5 mil famílias. (AE)

Apadrinhados na Anac ganham tempo

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elson Jobim, que dissera que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) era um "problema legal" e que não apresentava resultados por abrigar políticos em cargos técnicos, terá de conviver com os apadrinhados do governo, pelo menos por enquanto. O governo acredita que este não é o momento para mais turbulências administrativas no setor aéreo, além da troca do comando da Infraero. A avaliação alivia, por ora, a pressão sobre mudanças imediatas na Anac. Fontes do Planalto explicaram, porém, que não pode haver instrumentos desafinados na condução da crise, o que não significa que a hipótese de renúncia em massa da diretoria esteja descartada.

Nas primeiras declarações como ministro da Defesa, no dia 24, Nelson Jobim atacou o quadro de políticos do órgão e deixou claro que tentaria por meios legais ou na negociação política demitir os diretores, que têm estabilidade e mandato fixo. Petistas – Dos cinco diretores da Anac, pelo menos dois são dos quadros do PT. O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, é afilhado político da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Já a diretora Denise Abreu é apadrinhada do exdeputado José Dirceu (PT-SP), com quem trabalhou na administração federal. O Poder Executivo agora avalia que é preciso esperar para ver se a agência nacional se "enquadra" no novo modelo de comando da

aviação civil, nas palavras de assessores diretos de Lula. O Executivo ressalta que caberá ao Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) definir as metas do setor. A agência apenas cumprirá determinações do órgão composto por ministros. Jobim irá avaliar se a Anac corresponde às expectativas. Estabilidade – Na prática, os diretores da Anac continuam com os salários, mesmo que percam influência. Eles têm mandato fixo e estabilidade até 2011. O modelo da agência "engessa" o setor aéreo, afirmou Jobim na quinta-feira. "Que a Anac não atrapalhe e dê conta de executar as medidas determinadas pelo Conac ", afirmou uma fonte, sob condição do anonimato. (AE)

Despedida? Brigadeiro José Carlos Pereira diz que ainda não foi comunicado sobre sua saída do governo. Véslei Marcelino /AE

Dilma e Jobim durante reunião da coordenação política: construção de terceiro aeroporto é descartada Adriano Machado / AE

Lula: 'Só Jobim pode falar de crise aérea'.

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer mais polêmicas e declarações precipitadas de seus auxiliares sobre a crise aérea. Lula avalia que setores da mídia e da opinião pública foram "afoitos" ao jogar no governo toda a culpa pelo acidente com o Airbus da TAM que explodiu no Aeroporto de Congonhas, no último dia 17, causando a morte de 199 pessoas. Por isso Lula destacou que só o ministro da Defesa, Nelson Jobim, falará sobre o assunto nos próximos dias e insistiu ser necessário que se esperem as conclusões da Aeronáutica sobre as causas da tragédia. Jobim teve pela manhã, no Planalto, uma audiência privada com o presidente Lula. Na conversa, o ministro fez um balanço de suas primeiras ações à frente do ministério. Depois, Lula o convidou a participar da reunião do grupo de ministros da Coordenação Política. Foi nessa reunião que o presidente mandou um recado aos ministros mais influentes do governo: "qualquer balanço da crise e qualquer afirmação serão feitos apenas pelo ministro da Defesa", avisou, segundo o

Lula não quer mais declarações precipitadas sobre a crise aérea

relato de um participante. Popularidade –Pesquisas encomendadas pela administração federal após o acidente no Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo, indicam que a popularidade do presidente caiu, sob retudo em São Paulo, e em camadas das classes

média e alta. "Ninguém vai me emparedar", disse Lula aos ministros, na reunião de coordenação política. "Eu não vou deixar de andar o País por causa de vaia." O levantamento acendeu a luz amarela no Poder Executivo, após dez meses de crise aérea. (AE)


terça-feira, 31 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Albert Gea/Reuters

Tudo considerado, [Ingmar Bergman] é provavelmente o maior artista do cinema desde a invenção da câmera cinematográfica. Do cineasta norte-americano Woody Allen, quando Ingmar Bergman completou 70 anos.

terça-feira, 31 de julho de 2007

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JULHO

2 - LOGO

31 Nascimento do romancista, poeta e cientista italiano Primo Levi (1919-1987)

C INEMA E SPORTE

Ele filmou a alma humana

Bruno Peres/CBPress/AE

Ingmar Bergman, cultuado como gênio do cinema do século 20, morre aos 89 anos Jonas Ekstromer/AFP

S

Piquet na auto-escola Com a pontuação na carteira nacional de habilitação (CNH) estourada, o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet iniciou ontem as aulas de reciclagem do Detran do Distrito Federal. Piquet perdeu a carteira para não colocar em risco os demais motoristas. Para voltar a dirigir, Piquet terá de fazer o curso de cinco dias numa auto-escola de Brasília. O curso começou ontem e termina na sexta-feira. O ex-piloto freqüentou a aula nesta segunda ao lado da mulher Viviane, entre 14h30m e 17h30m, dividindo a sala com outros 20 alunos. A diretoria do

Detran de Brasília não deu detalhes da punição aplicada a Piquet, mas o Código Brasileiro de Trânsito (CBT) prevê a cassação da carteira, por um período de um a doze meses, quando o motorista acumula mais de 20 pontos em multas num período de doze meses. Também pode ter a CNH suspensa o motorista punido por infrações definidas como gravíssimas (sete pontos), como excesso de velocidade acima de 50% da permitida na via. Segundo o código, a CNH será devolvida ao titular após aprovação no curso de reciclagem.

eparações amorosas, encontros com a morte, ausência de Deus, mas também a magia da vida: o cineasta sueco Ingmar Bergman criou uma obra de grande riqueza emocional na qual levou aos holofotes a trágica condição humana. Reverenciado no cenário internacional desde os anos 50, Bergman só foi reconhecido por seus compatriotas no fim de sua vida. Nascido em 14 de julho de 1918 em Uppsala, Ernst Ingmar Bergman recebeu uma educação austera que deixou traços em toda a sua obra. Sua carreira começou no início dos anos 1940 no teatro. Em 1945, afirmava que o único meio moderno de se exprimir era o cinema: "Fazer filmes é, para mim, um instinto, uma vontade como a de comer, beber ou amar", declarou. Em 1955, veio o primeiro sucesso, Sorrisos de uma noite de amor, que inspirou a nouvelle vague francesa. Depois, durante toda a sua carreira, Bergman nutriu um interesse particular que marcou a maiorua de seus filmes: desvendar os terrenos dos desejos contraditórios da alma feminina. Jacob Forsell/AFP

Ingmar Bergman em cenas de bastidores: com uma das suas esposas, Liv Ullman, com o filho Daniel (esquerda, abaixo) e no set de filmagem de Fanny e Alexander

Um Google para poupar energia Uma pesquisa indicou que se o Google tivesse a tela preta, e não branca, levando-se em consideração o número gigantesco de pessoas que acessam o site todos os dias, seria possível economizar 750 megawatts-hora durante um ano inteiro. É que a tela negra exige menor gasto de energia pelo monitor do computador. Por isso, uma empresa chamada Heap Media criou o Blackle, o Google em tela negra. Os resultados da busca são os mesmos obtidos pelo Google, mas o Blackle ainda não tem opção de busca de imagens, como o tradicional. Quem quer poupar energia e contribuir para preservar o meio ambiente pode apostar nesta idéia. www.blackle.com

B RAZIL COM Z

AFP

Depois do Pan, outros desafios Jornais e agências do exterior, como o Los Angeles Times e a BBC, destacaram ontem o interesse do Brasil de realizar no país as Olimpíadas de 2016. Com os Jogos Panamericanos e Para-Panamericanos no currículo, o Rio de Janeiro será a cidade escolhida para representar o País em uma candidatura. Esta é a terceira tentativa do Rio de sediar os jogos olímpicos. A primeira foi em 2004 e a segunda em 2012, mas os escolhidos foram Atenas, na Grécia, e Londres, Inglaterra. Se o País sediar mesmo a Copa de 2010, terá chances multiplicadas.

Q UÊNIA AFP

Boniface Mwangi/Reuters

I NTERNET

Ahmad Shalhaa/Reuters

T ECNOLOGIA

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Uma zebra corre atrás de guardas do serviço de apoio à vida selvagem em Naivasha, a 100 quilômetros de Nairobi. Autoridades quenianas estão retirando cerca de 2 mil animais do Rancho Marula, devastado pela seca, e transferindo-os para o famoso parque Meru.

C A R T A Z

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VISUAIS

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Guarda-chuva meteorológico

A RQUEOLOGIA

Arte abstrata, concreta e universal na mostra Torres García – Universalismo Construtivo . No Instituto Tomie Ohtake, Av. Faria Lima, 201 (entrada pela Rua Coropés), tel.: 2245-1900. Grátis. G @DGET DU JOUR

FELIZES PARA SEMPRE - Casais libaneses participam de uma cerimônia coletiva de casamento nas ruínas do templo romano de Barkos, em Baalbeck, maior tesouro do império romano no Líbano, considerada uma maravilha do mundo antigo.

F AVORITOS

Alívio para a tensão Dicas para sua nos pulsos próxima leitura

www.whatshouldireadnext.com

Chor Sokunthea/Reuters

www.ambientdevices.com

C IÊNCIA

USP cria 'YouTube científico' O Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) lançou um sistema de publicação online de vídeos acadêmicos que deve ser disponibilizado sob forma de software livre até o fim do ano. O "YouTube Científico", como vem sendo chamado, tem o objetivo de divulgar vídeos de ensino e pesquisas produzidos no País. O sistema permite que os usuários criem grupos abertos e fechados de vídeos que podem ser acessados por qualquer um ou apenas por membros autorizados. http://video.rnp.br

Antiguidade de 1.200 a.C. representa mito cambojano

L OTERIAS Concurso 241 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

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www.feelgoodstore.com

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Se você leu a uma obra de um autor, gostou e quer encontrar um livro semelhante para sua próxima leitura, pode consultar o site em inglês What Should I Read Next. O site traz dicas de leitura associando um título e um autor indicados pelo internauta a outras obras do mesmo gênero ou tema. Embora traga mais referências de escritores estrangeiros, na lista também constam alguns de nossos autores mais importantes, como Machado de Assis. Você também pode se registrar e, assim, indicar leituras a outros internautas.

ma cerimônia no Museu Nacional do Camboja marcou a devolução de uma escultura de arenito do século XII ao país asiático. A peça estava envolvida em uma história fantástica de roubo e contrabando e foi localizada nos Estados Unidos. A escultura é uma representação de um dançarino Apsara, da era Angkor, simbólico para os cambojanos. Durante a entrega, a peça foi medida e sua autenticidade analisada pelos arqueólogos cambojanos.

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O GripGlider é um aparelho de massagem para aliviar a tensão nas mãos e pulsos, depois de horas usando o teclado. Segundo o fabricante, alguns minutos de uso diário ajudam a aumentar a flexibilidade e tônus muscular, reduzindo o risco de traumas. O aparelho vem com pesos e apoios para vários exercícios. Por US$ 36.

Dançarino pródigo

A companhia Ambiente Devices, dos EUA, desenvolveu um guarda-chuva que prevê quando vai chover. Em termos de design, o objeto não difere em nada de um guarda-chuva normal. Mas o acessório possui, no cabo, um receptor de informações sobre a previsão do tempo. Se houver previsão de chuva para as próximas 12 horas, o cabo se acende. Pulsos intermitentes significam que você pode esperar chuva leve e pulsos rápidos indicam tempestade a caminho.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Rabino argentino Ruben Sternschein escolhido para substituir Sobel nas festas judaicas Ministério da Saúde decreta estado de alerta contra rubéola; 1,2 mil casos são confirmados São Paulo ganha a partir do próximo sábado biblioteca especializada em cultura popular

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Datas E mais Te l e f o n i a Per fil

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Eles são ideais para o mercado doméstico e também para pequenas e médias empresas

OS PACOTES DE SERVIÇOS DAS OPERADORAS

Comprou? Não, é tudo alugado. Terceirizar a infra-estrutura de TI pode ser uma boa opção

Newton Santos/Hype

to, a empresa desistir do pacote antes do prazo determinado pelo contrato, pagará uma multa que varia conforme o tempo de uso da solução. Barbara Oliveira Desde que foi lançado para valer, em abril deste ano, a Tempresas pequenas e lefônica já vendeu 12,8 mil paprofissionais liberais cotes do Posto Telefônico, uma n ã o c o s t u m a m t e r idéia surgida na matriz espagente especializada nhola, onde o mercado exigia para resolver problemas de um provedor único para resolhardware, de rede, de telefonia ver os problemas de TI das emou de internet. Quando surge presas. "Adaptamos a solução um problema, recorre-se ao fi- para o Brasil e hoje somos os lho do amigo ou a um técnico únicos a fornecer desse tipo de de fora. Na hora de atualizar as serviço na América Latina, em máquinas, o jeito é correr para escritórios, clínicas, corretoo varejo e comprar o que o ven- ras, lojas, pizzarias etc.", informa Mesquita. dedor recomenda. A configuraPara atender ção básica de justamente esse hardware - com mercado SoHo máquinas Intel e de pequenas e low end + Speemédias empre- O cliente não precisa dy de 512 Kbps sas, a Telefôni- se preocupar com a + assistência c a e s t á o f e r etécnica - custa cendo o Posto atualização dos PCs, R$ 157. SegunI n f o r m á t i c o já que findo o período do Mesquita, es(w ww. tel efo ni- de 24 ou 36 meses do sa configuração ca.com.br/pos- contrato, ele troca o representa 50% t oi nf or ma ti co ) hardware. das vendas e A s o l u ç ã o i nPaulo Mesquita quanto maior o clui três confinúmero de PCs, gurações de mais barata a c o m pu t a d o re s , cinco velocidades de acesso à mensalidade. A outra metade internet em banda larga e su- dos clientes é dividida entre os pacotes intermediário ou porte técnico 24 horas. A vantagem do Posto Infor- avançado e velocidades Speemático, segundo o diretor de dy entre 1 e 2 Mbps, com preços Desenvolvimento de Produ- a partir de R$ 272 mensais. Os tos da Telefônica, Paulo Mes- valores variam também conquita, é que além da banda lar- forme a tela (CRT ou LCD) e o ga com velocidades de 550 prazo do contrato (mais longo, Kbps a 8 Mbps, "o cliente não mais barato). O suporte técniprecisa se preocupar com a co é no modelo 24/7 (24 horas atualização dos PCs, já que fin- por dia, 7 dias por semana). A empresa tem 150 pessoas do o período de 24 ou 36 meses d o c o n t r a t o , e l e t r o c a o para atendimento telefônico no hardware sem alterar o valor primeiro nível (os problemas da mensalidade". Se, no entan- mais comuns) e outras 100 no

E

nível mais técnico. "Geralmente, os problemas se resolvem no primeiro nível, porque são casos de pessoas que chutam o fio da tomada e o PC desliga", brinca Mesquita. Se a empresa precisar de uma rede cabeada ou Wi-Fi, o custo será adicionado à mensalidade do Posto Informático. A expectativa da Telefônica é vender 40 mil desses postos até o fim do ano. Alternativa - A GVT (www.gvt.com.br), operadora do Sul, Centro-Oeste e Norte, tem um plano especial para esse segmento, o Economix Flex, com telefonia, banda larga (ADSL2+), número de linhas, franquias para celular, suporte e firewall a preços flexíveis para cada situação. Ricardo San Felice, gerente de Marketing de Produtos da GVT, informa que o plano mais popular para os pequenos negócios é o de 500 Kbps + três linhas telefônicas + 1.500 minutos, por R$ 233,10 mensais. Se a empresa precisar de uma internet mais rápida, a sugestão de San Felice é o combo de 1 Mbps + 1.500 minutos, por R$ 243,80 (preço no Paraná). Os bundles da Oi (www.oi.net.br ) para as regiões Sudeste, Nordeste e Norte de banda larga + planos de minutos + longa distância + mobilidade também são customizados para as necessidades da empresa. Seus pacotes corporativos começam em 150 Kbps e sobem a 1 Mbps. Quanto mais serviços o cliente contratar, mais em conta ele sai. Por exempo, um combo que inclua 600 Kbps e outros serviços de telefonia sairá mais barato (R$ 89,90) do que um plano só de banda larga com a mesma velocidade (R$ 189).

Márcio Carvalho: o foco é o mercado residencial, mas PME e profissionais liberais também podem comprar.

Internet, TV e telefone num só pacote.

A

Net Serviços (www.net.tv.br) é a única a oferecer triple play no País em uma única plataforma, com tevê por assinatura, banda larga e voz chegando aos domicílios por um cabo. A voz do Net Fone via Embratel foi agregada ao pacote em abril do ano passado, com ligações a custos zero na mesma cidade ou preço de chamada local para outras localidades. O diretor de produtos e serviços da Net, Márcio Carvalho, diz que o foco da empresa é o mercado residencial, embora pequenas empresas ou profissionais liberais também possam comprar uma entre as 20

combinações (combos) disponíveis para banda larga, além de franquias de minutos do Net Fone. "Neste caso, temos uma parceria com a Embratel PME para a comercialização do produto", diz Carvalho. Para utilizar o Net Fone, o usuário não precisa trocar de aparelho. Ele recebe um terminal que conecta o telefone convencional aos cabos da Net, cedido em comodato. Hoje, no País, a Net dispõe de 2,3 milhões de assinantes de tevê (junto com a operadora Vivax); 1,1 milhão de usuários do Vírtua e 354 mil do Net Fone via Embratel. A empresa não divulga o número de clientes em triple play.

Os períodos de fidelidade vão de 12 a 18 meses, e se o cliente quiser antecipar o fim do contrato (razão técnica, mudança, descontentamento com o serviço), ele paga multa em torno de R$ 300 para bancar os custos de instalação e dos equipamentos na casa do usuário. Os preços dos pacotes da Net de TV e banda larga começam em R$ 89 (os básicos, com 200 Kbps e programação standard), e sobem para R$ 349,90 para os combos Gold de tevê + 8 Mbps. Há isenções nas franquias do Net Fone de 6 a 12 meses, com o usuário só pagando as ligações que fizer. Mas depende do plano. (B.O.)

Newton Santos/Hype

Paulo Pampolin/Hype

ESCRITÓRIO MONTADO – Caio Augusto Lucchesi, diretor da Fair Corretora de Câmbio S/A, de São

ECONOMIA – O publicitário Gustavo Torres tem dois notebooks e um desktop, todos ligados em rede e

Paulo, é um dos 12 mil clientes do Posto Informático da Telefônica. Atualizou parte dos computadores da empresa ao comprar 20 novas máquinas high end e dois links dedicados, de 512 Kbps cada.

adquiriu, há dois meses, um pacote Gold (TV + 2 Mbps + Net Fone com franquia de 340 minutos). Antes, gastava R$ 550 com internet e telefone, hoje paga menos de R$ 300 com a vantagem de ter tevê a cabo.

É

pequeno, discreto, eficiente. Pode ser acomodado em qualquer tipo de carga e, durante qualquer percurso, transmite continuamente sua posição para uma central. É um meio de monitorar continuamente qualquer carga, mesmo em ambientes fechados. É o PT200, voltado para empresas de seguros, logística e transportadoras. "É o único rastreador compacto desenvolvido específicamente para rastreamento de cargas", afirma Tarik Sarhan, diretor de Novos Negócios da WiseTrack (www.wisetrack.com.br). O funcionamento não podia ser mais simples. Dotado de um GPS, ou Global Positioning System (sistema de posi-

cionamento global), o apare- (terceira geração) de telefonia lhinho capta sinais de satélites, celular e considerada uma das calcula a posição e envia as co- mais acuradas em relação a ouordenadas utilizando a rede de tras tecnologias de rastreadados de telefonia celular. Os mento. Liga-se a qualquer sisdados são recebidos por um tema de telefonia - GSM, CDsoftware, o Track-Web, que po- MA ou WCDMA - como um GPS autônomo ou baseado em de ser acessado via internet. Por ser muito pequeno (84 estações móveis. Para o dono mm x 42,7 mm da carga, o rosx 2,34 mm) e le- Divulgação to visível do ve (apenas 150 gpsOne é um gramas), tem mapa com ingrande chance formações de não ser engeográficas. contrado por Ou os dados ladrões de carpodem ser ga. Pode ser cotransferidos locado no meio para um celude um contêi- PT200: rastreador de cargas. lar, com inforner, misturado à carga. Pode vir com uma de mações reduzidas mas ainda dois tipos de baterias: a padrão funcionais. Segundo a Qualdura dez dias; a estendida fun- comm, a solução gpsOne é a mais utilizada em todo o munciona por 21 dias sem parar. Utiliza tecnologia híbrida de do. Os dados estão disponíveis localização gpsOne, da Qual- 24 horas por dia – podem ser comm, que permite a localiza- feitas consultas a qualquer ção mesmo através de paredes momento, o que leva em média 10 segundos. O preço dee telhados. A tecnologia utilizada é a pende do sistema que o dono Assisted-GPS (GPS assistido), da carga quiser montar. ou A-GPS, usada em redes 3G Luiz Carlos de Assis

ois Mais d s re celula s" to "esper as nas loj

R

ecentemente, foram lançados dois modelos de telefones inteligentes: o BlackBerry Curve, da RIM, comercializado, com exclusividade, pela Vivo (no período de um mês), e o MotoQ GSM, da Motorola. O novo BlackBerry Curve, para redes GSM/Edge, tem formato mais anatômico e curvado do que seus antecessores e é menor, com 10,7 cm de altura por 6 cm de largura e 15 mm de espessura. Pesa 110 gramas. O teclado Querty permite comodidade na hora de enviar emails ou escrever textos no Word. O equipamento tem capacidade para receber mensagens do correio eletrônico da empresa ou pessoal, em tempo

real, acessar a internet, e sincronizar calendários, contatos, visualizar planilhas e apresentações ou arquivos PDF. Mas como o produto também é voltado para os usuários domésticos, funciona como player musical e de vídeo, além de trazer câmera fotográfica de 2 Mpixel, com zoom de 5x e memória interna de 64 MB. A Vivo está com um preço promocional de R$ 749 a clien-

Divulgação

s Ladrõe s a de carg que se ! cuidem

O Blackberry Curve custa R$ 749

tes individuais que optarem pelo plano Vivo Escolha 350. A Motorola, por sua vez, também lançou o MotoQ, desta vez para GSM (o modelo anterior era para CDMA). Também slim, com 11,5 mm de espessura e 115 gramas, o aparelho traz 40 MB de memória interna e cartão de 512 MB incluído no kit. A memória embarcada é suficiente para armazenar arquivos em Word, planilhas e apresentações, mas o usuário pode expandi-la se quiser ampliar as possibilidade do aparelho, salvando músicas, imagens e e-mails importantes em até 1 GB. Basicamente, o MotoQ traz as mesmas funções do BlackBerry com relação à conectividade (ambos trazem Bluetooth) e recursos multimídia, e ambos se integram aos servidores da empresa. A diferença é que enquanto o Blackberry utiliza um browser (navegador) próprio da RIM, o MotoQ dispõe do Windows Mobile 6.0 e uma câmera inferior, com resolução de apenas 1.3 Mpixel. O seu preço é de R$ 1.249. B.O


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Proposta: reduzir a arrecadação por lei.

PAULO SAAB A TOLERÂNCIA ESTÁ ACABANDO s sinais são claros, evidentes. Somente a soberba poderia impedir que a realidade seja vista como tal. As vaias ao presidente Lula no Maracanã não foram apenas o amontoado de explicações dados pelos que defenderam o presidente ou os que tentaram interpretar o sentimento da massa ali presente. A verdade é mais simples, como sempre. A população brasileira, especialmente o enorme contingente da classe média (talvez os cerca de 40% dos eleitores que não votaram em Lula e mais parcela dos que votaram) estão com seu grau de tolerância aos desatinos do governo chegando ao fim. Como mencionou em editorial o Estadão, "o improviso do presidente Lula ao dar posse ao ministro Jobim, não foi o primeiro de sua lavra a atropelar a lógica, a sintaxe, o significado das palavras. Tampouco foi a primeira vez em que, no papel de gente como a gente, falou coisas que, embora corriqueiras em conversas informais, chefes de governo ou de Estado se guardam de proferir em público. Mas, infinitamente pior do que suas dificuldades com o idioma, foi a demonstração que Lula deu de uma falta de compostura sem precedentes, mesmo para os seus padrões. Enxovalhou com seus gracejos um evento que a rigor era o equivalente político de uma cerimônia fúnebre. As piadas de maus gosto de um presidente falastrão e insensível ofenderam a duas centenas de famílias brasileiras enlutadas."

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

DIETA PARA O LEÃO Por Antoninho Marmo Trevisan pragmatismo tributário brasileiro tratou de legislar levando principalmente em conta a capacidade do Fisco de controlar, fiscalizar e arrecadar determinados grupos de contribuintes. Tornou-se comum a autoridade fazendária usar esse pragmatismo para defender certos tributos que, apesar da sua péssima qualidade técnica, traziam alta eficácia arrecadadora ou tinham baixo custo para cobrar e fiscalizar. Assim, a sociedade brasileira aceitou tributos indiretos incidentes sobre mesma base, como a C ofins, duplicando a incidência deles sobre o lucro das empresas, a chamada Contribuição Social sobre o Lucro Líqüido (CSLL). Não se sustentam mais as alegadas razões da Receita Federal de que os aumentos se devem a fatores específicos. Sem entrar em outros méritos, a questão é que o continuado aumento da carga tributária resulta do vigor da economia brasileira. Considerando apenas o incremento de arrecadação no primeiro semestre deste ano de 2007, deveremos fechar o ano com o equivalente a duas CPMFs anuais. Em conseqüência, a carga tributária aumenta.

O

Até quanto é difícil dizer, já que desde 1994 ela se mantém crescente. Daí a indagação. Quem se apropria desse aumento? O governo dirá: com isto distribuímos melhor a renda e os pobres serão melhor tratados. Aparentemente ninguém poderia contestar essa afirmativa tão humana. Mas não é uma afirmativa cem por cento honesta. Porque são os mais pobres os verdadeiros injustiçados pela má qualidade do sistema tributário. A injustiça, parece-nos, decorre do fato de que dois terços da arrecadação vêm dos tributos indiretos, justamente os que são cobrados sobre a produção e a venda de forma indiscriminada, independentemente da renda do indivíduo. as o mais cruel é que a alta carga tributária inibe o crescimento econômico de forma harmônica e gera muito menos emprego do que poderia gerar. Novamente os mais pobres são quem pagam a conta. Ao taxar excessivamente as empresas e tomar 34,5% de tudo o que é produzido, o governo retira o desejo animal do empreendedor brasileiro como tão bem batizou o professor Delfim Netto.

M

É verdade também que se já não é necessário ser seletivo na hora de taxar, uma vez que os impostos estão alcançando a mais ampla comunidade, por que não devolver o exced e n t e d e a r re c a d a ç ã o exatamente para aqueles que sempre foram o alvo da tributação? or isso é que defendi, em nome dos conselheiros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, na reunião plena do dia 17 de julho, a criação de norma legal que definisse um limite à arrecadação. Porque ela é crescente e a atual capacidade arrecadadora ainda está longe de ser atingida. Muitos tributaristas, aí me incluo, entendem que somente em função da produtividade tributária há espaço para se aumentar a atual carga em pelo menos dez pontos percentuais do PIB. Esse aumento seria, na proposta que apresentamos no CDES, devolvido no ano seguinte pela diminuição automática e proporcional de todas as alíquotas de impostos em vigor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente a esta reunião, ouviu atentamente, mas não deu sinais de que aprovava a idéia.

P

Já o ministro Mantega, que igualmente participou da plenária, declarou aos jornais que não via com bons olhos essa limitação. de se esperar que os governos prefiram garantir receitas ilimitadas para, assim, com folga no Tesouro, executar sua programação sem sustos. Mas é necessário alertar as autoridades - e o faço com o maior respeito - afirmando de que se trata de um erro político e técnico. Parte importante das empresas está estressada por conta de tantos anos carregando dissabores, como o câmbio desarticulado, os juros e impostos elevados. Daí, seria um enorme trunfo para a economia (e a sociedade receberia com legítima satisfação) a demonstração de que governos também são capazes de pensar nas pessoas físicas e nas jurídicas. Estas sim, as pessoas que promovem a produção e são geradoras de felicidade.

É

ANTONINHO MARMO TREVISAN É PRESIDENTE DA

BDO TREVISAN AUDITORES E MEMBRO DO CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

Tiago Queiroz/AE

G Por que

o excedente de arrecadação não pode ser usado para diminuir todas as alíquotas dos impostos?

stá em cartaz no Teatro Frei Caneca a peça Se piorar, estraga, de onde originou uma música que faz enorme sucesso na internet, onde o mote único, em situação normal, é de ofensa, quando se deseja a alguém, pejorativamente, que... Bem, num contexto amplo é coisa para Marco Aurélio Garcia e assessor! O que vale registrar, todavia, é que a platéia (teatro lotado) é instada a manifestar de público a quem desejaria que fosse... Espontaneamente, os presentes foram mencionando: o Senado, o Lula, a Anac, a Infraero... e o público aplaudia com entusiasmo, revelando efetivamente que a tolerância está chegando ao fim. A citação cabe porque revela, num âmbito de público tradicionalmente de apoio ao PT e Lula, que todos os limites do bom senso e da moralidade estão sendo ultrapassados pelo governo federal e transformam o termo chulo e sua exploração numa severa crítica social e política aplaudida com entusiasmo. É só um exemplo. Basta ao leitor olhar em volta, conversar, indagar, provocar o tema. Os arautos da demagogia populista vão reagir como sempre. Ofendendo, tirando acusações ideológicas sem pé nem cabeça do armário da História (de onde muitos também retiram os benefícios de "pensões" tendenciosas). Não darão respostas para os desatinos, a corrupção, a impunidade, que se tornaram marcas registradas do reinado lulista. Mas farão gestos obscenos e dirão coisas que farão a citada música acima parecer oração de beata. Certamente o leitor não é beneficiado pelas "bolsas-esmolas", que criam um eleitorado cativo para Lula. Mas é quem paga tudo isso. E, aposto, sua tolerância também está chegando ao fim.

G Infinitamente

pior do que as dificuldades com o idioma foi a demonstração que Lula deu de sua falta de compostura. Se piorar, estraga.

questão é: esgotada a paciência com a forma como o País está sendo dilapidado, o que fazer? Nossos políticos são comprometidos. Nossos governantes são comprometidos. Os que não são se calam, se omitem. Como os bons parlamentares, que se submetem ao estrago feito pelos maus, certamente, minoritários. E a nossa Justiça? Peço respeitosa vênia para declarar: quá-quá-quá... Em nome da saúde física e mental, tolerância esgotada, vamos resistir às tentações e trabalhar com dignidade para chegarmos às eleições de 2010 inteiros.

A

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Congresso Planalto Presidência CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007 Fábio Pozzebom/ABr

Governo manterá 75% do policiamento especial do Pan no Rio de Janeiro

CONSELHO DE ÉTICA JULGARÁ ASSESSOR

GARCIA SERÁ JULGADO Ufanismo PELO 'TOP TOP' L

Eymar Mascaro

Comissão de Ética Pública avalia uma punição ao assessor especial da presidência Danilo Verpa/Folha Imagem

O

assessor especial CNBB, pelos advogados Rod a P re s i d ê n c i a , berto de Figueiredo Caldas, e M a r c o A u r é l i o Hermann Baeta, ex-presidente Garcia, será convo- do Conselho Federal da Orcado a prestar esclarecimentos dem dos Advogados do Brasil à Comissão de Ética Pública, (OAB), passaram o dia reuniórgão ligado à presidência. Os dos, no Rio de Janeiro. No começo da noite de onintegrantes da comissão começaram ontem uma avaliação tem, o secretário-executivo da do polêmico gesto feito por comissão, Mauro Bogéa, inforGarcia para comemorar a notí- mou que a decisão tomada só cia de que uma falha em um será divulgada depois que dos reversos teria levado à Garcia fosse informado. Marcílio Marques Moreira, queda do airbus da TAM, há duas semanas, em Congonhas. que saiu sem dar entrevista, O gesto, segundo o presidente disse, antes do encontro, que da comissão, o ex-ministro seria designado um relator para cuidar do caso e M a r c í l i o M a rque Marco Auréques Moreira, polio Garcia será oude levar a punivido no próximo ções que vão de encontro, marcauma simples ad- Há uma do para daqui a v e r t ê n c i a à d e- jurisprudência que um mês. missão – em um indica que um servidor Hermann Baeta caso extremo. Toafirmou, logo das elas estão pre- público tem que usar vistas no Estatuto os mesmos princípios após deixar a reudo Servidor Pú- éticos na vida privada nião, que defende uma punição "de blico. e na pública. média a grave" ao Marques MoMarques Moreira assessor especial reira disse ontem da presidência. q u e a j u r i s p ruDesculpas – Marco Aurélio dência da comissão indica que um servidor deve ter ética Garcia voltou a se desculpar sempre, em sua conduta priva- pela sua reação em relação ao da. "Há uma jurisprudência acidente da com o avião da que indica que um servidor TAM. Sem citar nomes, ele público tem que usar os mes- também criticou o que chamou mos princípios éticos na vida de "exploração sórdida" do privada e na pública", disse o episódio por parte de órgãos ex-ministro, se referindo ao fa- de imprensa. "Diante de certa to de que Marco Aurélio Gar- perplexidade de partidos de cia foi flagrado em na privaci- oposição, acho que alguns órgãos de imprensa estão tentandade do seu gabinete. Debruçados sobre reporta- do substituir os partidos de gens que noticiaram a reação oposição", acusou Garcia. do assessor especial, princi- O assessor revelou ainda que palmente naquelas em que ele chegou a colocar seu cargo à pede desculpas pelos gestos, disposição. "Quando eu tive os integrantes do órgão, for- claro o dano que isso poderia mado pelo padre José Ernanne trazer para o governo, evidenPinheiro, assessor político da temente eu me comuniquei

PRETENDENTES

Mantendo o discurso de que terá seu candidato na disputa de 2010, o PT ainda avalia os nomes do governador da Bahia, Jacques Wagner, e dos ministros Tarso Genro, Dilma Rousseff e Marta Suplicy. Líderes da legenda assumem que as opções não oferecem condições suficientes para vencer o principal candidato da oposição, cuja aposta é de que será o governador José Serra (PSDB-SP).

NORDESTE

Marco Aurélio pediu desculpas pelo seu ato e criticou a imprensa

com o chefe de gabinete e disse que estava colocando o meu cargo à disposição", disse. Ele garante que seu ato foi uma reação a um artigo que teria sido publicado, em um grande jornal de circulação nacional, acusando o governo de assassinar 200 pessoas. "Isso é muito forte", afirmou. "Quando veio aquela notícia (de que o acidente poderia ter sido causado por falha mecânica do

avião), longe de se comemorar, o que se pretendeu era uma reação de desabafo", concluiu. O assessor disse ainda que o desabafo era contra aqueles que tentaram "instrumentalizar uma tragédia em proveito de determinadas pessoas conhecidas do meio político". Garcia concordou que há falhas no sistema aéreo, mas que não se pode atrelar o acidente a esse quadro. (AE)

Uéslei Marcelino/Folha Imagem

Lula comemora resultados deixados pelo Pan

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem, no seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente", um balanço dos jogos Pan-Americanos realizados no Rio de Janeiro. Lula disse que valeu a pena gastar o dinheiro "que tinha que gastar". Ele afirmou que "no fundo isso credencia o Brasil para sediar a Copa do Mundo ou uma Olimpíada. "Agora é importante que a gente veja também a organização, a segurança, a participação dos agentes comunitários, houve menos assalto, houve menos roubo no Rio de Janeiro", disse. Lula explicou que o importante é que todos os 56 mil atletas participaram de um Pan-Americano em que as

condições oferecidas eram iguais ou melhores a qualquer Olimpíada que eles já participaram anteriormente. Na sua análise, ele afirmou que o Brasil está longe de ser uma potência olímpica, até porque durante muitas décadas o esporte não foi levado muito a sério. Lula disse que seu governo tomou decisões para fazer com que o País caminhe para se transformar numa potência esportiva brevemente. Segurança – Os comentários do presidente em relação aos jogos também destacaram os feitos no campo da segurança pública no Rio de Janeiro, quando foram investidos mais de R$ 560 milhões em todo o setor. Lula disse que "a idéia é que

ula promete uma surra na oposição durante a eleição presidencial de 2010. Sem um nome forte dentro do PT, tudo indica que o presidente aposte suas fichas em um candidato fora de sua legenda. Empolgado durante seus discursos no Nordeste, Lula lembrou aos presentes que derrotou a oposição na disputa pela reeleição e que vencerá mais uma vez, mas agora elegendo seu sucessor. Mas a passagem do presidente pelo "território amigo" não foi marcado somente por aplausos, como esperava a assessoria do Palácio do Planalto. As vaias aconteceram mais uma vez, o que não foi comentado por ninguém da comitiva.

Alguns petistas admitem que Jacques Wagner pode atrair votos da região Nordeste. Eles ressaltam que os nordestinos sempre votaram maciçamente em Lula, o que pode colaborar com a escolha do governador da Bahia. O PT destaca que a região possui 33 milhões de eleitores.

CANDIDATURA

Ciente do quadro acima, Lula admite apoiar um "nome" de outra legenda, mais precisamente do PMDB. O presidente, segundo fontes do Planalto, chegou a sugerir indiretamente que Aécio Neves deixasse o PSDB e migrasse para o PMDB. Lula gosta da idéia de ter o mineiro como candidato em 2010.

CONVITE

Atento aos comentários do presidente, Michel Temer (PMDB-SP) insiste no convite ao governador de Minas Gerais. Por enquanto, o tucano diz que não trocará de legenda, mas ele pode mudar de idéia com a provável escolha de Serra como o candidato do PSDB em 2010.

DISPUTA

Presidente diz que País ganhou credencial para Olimpíada e Copa

tudo que foi montado no âmbito da segurança pública no estado, a começar pela inteligência, os aviões, carros, e todos os ítens sejam mantidos, ou seja, 75% disso tudo vai ficará no Rio de Janeiro", disse o presidente. Segundo Lula, o mais importante é que ficará uma experiência acumulada de um

trabalho conjunto entre a Polícia Federal, a Polícia Militar do Rio de Janeiro, a comunidade que participou das ações, foram quase 10,5 mil jovens voluntários, vindos de mais de 116 comunidades fluminenses. "Tudo será aproveitado no futuro. Nada será perdido com o tempo", avaliou (AE)

Aécio sabe que leva desvantagem na disputa com o tucano paulista, principalmente após a divulgação das pesquisas encomendadas pela legenda, quando ficou claro que uma decisão baseada pelos números apresentados favorecerá Serra. O mineiro tentará reverter esse quadro.

Epitácio Pessoa/AE - 30.10.2001

Ex-juiz cumpria pena domiciliar alegando sofrer de depressão grave

Juiz Nicolau volta à carceragem da PF

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juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto foi preso novamente na última sextafeira. Ele foi ficará na Custódia da Polícia Federal (PF), na Lapa, zona oeste de São Paulo. A decisão veio após um pedido do Ministério Público Federal (MP), atendido pela juíza Paula Mantovani Avelino, da 1º Vara Federal Criminal. Segundo nota do MP, o exjuiz foi preso após conclusão do laudo pericial, elaborado pela Coordenação de Saúde da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado, com a de um assistente social, psicólogo, psiquiatra e uma médica

clínica, que concluiu que não há depressão grave. O advogado Ricardo Sayeg, que defende o ex-juiz, diz que irá recorrer da decisão. Em entrevista à rádio "CBN", Sayeg disse que aguarda uma decisão de retorna a prisão domiciliar. "Até traficante tem tratamento domiciliar, por que uma pessoa que tem a saúde comprometida não teria? Tenho certeza que o recurso será aceito, assim como consegui das outras vezes", disse. O regime de detenção domiciliar foi concedido no último dia 29 de maio pelo Tribunal Regional Federal. (AE)

vice-presidente na chapa de Lula em 2006.

AMIGOS

Ganhando a vaga, Jobim enfrentaria seu amigo José Serra pelo Planalto, caso o tucano seja mesmo o nome do PSDB na disputa. Os dois já dividiram um apartamento funcional em Brasília quando eram deputados federais. O governador paulista é padrinho de casamento do ministro da Defesa.

OPÇÃO

Além de Aécio e Jobim, o presidente tem o exministro Ciro Gomes (PSB) como uma terceira opção. Os socialistas preparam Ciro para disputar a vaga em 2010. O deputado também pode compor uma chapa com Aécio Neves, sendo o vice do mineiro. Essa coligação depende da migração do governador de Minas para o PMDB.

PROMESSA

Ao comentar que vai dar "uma surra" na oposição, Lula descartou qualquer hipótese de lutar por um terceiro mandato em 2010. Nas entrelinhas, ele admitiu que disputará 2014. Não há espaço para o presidente alterar a Constituição e conseguir disputar mais uma vez o Palácio do Planalto.

INCENTIVO

Líder do PSDB na Câmara, o deputado Antonio Carlos Pannunzio saiu do ninho e defendeu a candidatura de Geraldo Alckmin para prefeito de São Paulo. Ele é contra a desistência pelo tucanato. O parlamentar avalia como fundamental reconquistar a capital paulista. Mesmo a vaga de vice de kassab não vista com bons olhos pelo tucano.

ACORDO

Pannunzio não quer nem saber da história de apoio garantido do grupo de José Serra ao prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP). O deputado diz que assumirá a posição de líder no movimento em favor da candidatura do exgovernador. (própria) no partido. Kassab apresentou um avanço na preferência do eleitorado paulistano, como foi divulgado pela pesquisa Ibope/Diário do Comércio.

NA MOITA

SURGE OUTRO

Lula ganhou outra opção de candidato dentro do PMDB: o Ministro da Defesa Nelson Jobim. O êxito de Jobim no complicado setor aéreo brasileiro o levará à lista dos pré-candidatos a sucessão presidencial em 2010. O ministro ficou muito próximo da vaga de

Alckmin mantém seu discurso de que só irá decidir seu futuro eleitoral em 2008, o ano da eleição para o executivo municipal. O tucano não quer fomentar um clima ruim com o grupo favorável a coligação e com o próprio José Serra. Geraldo sabe que o governador paulista fará o possível para cumprir o acordo fechado com os democratas. Ele conta com o apoio do DEM na disputa presidencial de 2010.


terça-feira, 31 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


Congresso Planalto Crise Aérea CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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OPOSIÇÃO QUER SAÍDA DO PRESIDENTE DA ANAC

Leonardo Rodrigues / Hype

terça-feira, 31 de julho de 2007

O movimento não tem intenção de ir contra os governos. Pelo contrário: é a favor do Brasil Luiz Flávio Borges D´Urso

Milton Mansilha / LUZ

REFORMA? SÓ COM PRESSÃO. Para o deputado petista José Eduardo Cardozo, dificilmente a reforma política será aprovada na atual legislatura. Alternativa seria 'fatiar' o projeto. Sergio Leopoldo Rodrigues

O

deputado federal José Eduardo Cardozo, do PT de São Paulo, não acredita que a reforma política possa sair ainda na atual legislatura. Isso complica o quadro político brasileiro. O petista acha que, sem concluir a "mãe de todas as reformas", dificilmente serão feitas as outras – como a tributária, previdenciária e trabalhista –, fundamentais para alavancar o setor produtivo e reduzir a exclusão social. Sem muitas alternativas reais, visto que o próprio Congresso teria votar contra alguns de seus interesses corporativos, Cardozo apontou uma alternativa bastante conhecida no mundo parlamentar: "fatiar" a reforma, começando por pontos menos polêmicos e de maior consenso, como a fidelidade partidária. Mesmo assim, o deputado deixou claro que as "coisas só vão andar" se houver pressão da sociedade sobre o Congresso Nacional. "Por isso, não nos abandonem", disse, brincando, para líderes empresariais de diversos setores na reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O grande temor de Cardozo é que, sem a reforma política, o quadro político institucional, formado por partidos fracos, que dificulta "grandes acordos"

de interesse nacional, seja mantido neste e nos próximos governos. Isso, segundo ele, reforçará um modelo arcaico de alianças para a governabilidade, calcado apenas na oferta de cargos, interesses menores, entre outras coisas. Sobretudo, num momento em que boa parte da classe política "está abaixo dos desafios que o País pede e exige". Sem a reforma política, acrescentou Cardozo, também não se discutirá a forma de financiamento das campanhas, "a porta aberta para a corrupção". Favorável ao financiamento público, ele explica: "Grande parte do que vai hoje para todas as campanhas já é dinheiro público desviado". Ou seja, de qualquer forma a sociedade é quem banca as campanhas eleitorais. Ele defendeu o voto distrital misto e o voto em lista partidária como forma de dar mais credibilidade, transparência e representatividade ao sistema político. "Mas, se implodir o atual sistema, terá sido um bom começo", afirmou. O deputado fez duras críticas à falta de espírito público que leva situação e oposição a viverem cotidianamente uma disputa eleitoral sem fim. "Por isso não há clima para pacto algum, porque qualquer coisa é fator para disputa", disse. Em outras palavras, "buscam-se as divergências e nunca as convergências". Pior que isso, segundo o par-

lamentar do PT, é que não é possível viver continuamente nesse palanque geral. "Isso gera um momento esquizofrênico na política", especialmente quando a maioria da população mal conhece as regras do atual jogo político nacional. "Mas, se a sociedade perceber essa pobreza de espírito, vai agir para a formação de pactos que levem ao desenvolvimento". Sem isso, alertou, "o Brasil não vai avançar um milímetro". Alencar Burti, presidente da ACSP, reconheceu que o quadro político partidário precisa ser mudado. "Sem a reforma política, as outras reformas podem acabar sendo transformadas em remendos piorados". Para Burti, a paralisação das reformas pode ter conseqüências imprevisíveis para o Brasil. "A sociedade precisa se mobilizar para exigir um compromisso de mudança dos poderes constituídos, em todos os níveis", resumiu. Burti pediu mais ação aos brasileiros. "Não podemos delegar, temos que assumir a nossa parcela de responsabilidade e não transferi-la para outra pessoa", enfatizou. Ele acha que o momento sugere que o cidadão brasileiro participe do cenário político, conhecendo vários pontos de vista. "As visões contraditórias de um fato são importantes para formar uma opinião consistente", concluiu.

Niels Andreas / AE

Burti e José Eduardo Cardozo, durante a plenária: sem a reforma política, setor produtivo não avança.

Congresso retoma os trabalhos e fecha o cerco sobre a Anac Deputados da oposição querem forçar a demissão do presidente do órgão.

A

questão aérea deve esquentar nesta semana com possíveis medidas que o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, pode anunciar para o setor, envolvendo até a troca de auxiliares. A retomada dos trabalhos do Congresso amanhã, dia 1 de agosto, também aumenta a pressão sobre o governo por parte dos parlamentares, que tendem a cobrar novas ações para o setor aéreo, além das que vem sendo anunciadas para o Aeroporto de Congonhas. Partidos de oposição querem aproveitar a retomada dos trabalhos para criar fatos políticos que desestabilizem o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, para que ele e outros dois diretores do órgão renunciem. O Democratas preparou uma ação judicial popular pedindo a anulação da indicação de Zuanazzi e de

outros dois diretores: Denise Abreu e Leur Lomanto. Segundo duas fontes, Lomanto quis deixar o cargo nesta sexta-feira, mas foi convencido a não fazê-lo agora. Uma demissão coletiva foi analisada e pode se concretizar na semana que vem. A assessoria da Anac nega a informação. Segundo uma alta fonte do Planalto, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, pressionaram pela renúncia. O argumento jurídico dos Democratas é que a lei que criou a agência determina aos diretores formação universitária compatível com a função e elevado conhecimento técnico do setor. A principal queixa é que essas duas exigências não foram consideradas à época da indicação e aprovação dos nomes pelo Congresso. "Vamos fazer pressão. Esse Zuanazzi tem que sair", disse à Reuters o senador

Demóstenes Torres (DEMGO), relator da CPI da Crise Aérea. "Aprovamos de forma errada pessoas que não têm notório saber. É preciso mudar isso", acrescentou. Milton Zuanazzi é engenheiro mecânico e pósgraduado em Sociologia, com ênfase em Análise Política. O ministro Jobim não descarta mudar a lei da Anac para garantir que ela cumpra suas atribuições. Além de negligência com passageiros, o governo entende que o órgão regulador pecou na distribuição da malha aérea no País. Outro tema que deverá aquecer as sessões será o debate em torno do julgamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter suas contas particulares, em especial a pensão alimentícia da filha que teve com a jornalista Mônica Veloso, pagas pelo lobista Claudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior. (Reuters)

Lula visita imagem de santa milagrosa em Campo Grande O

Na defensiva: Berzoini desdenha reação cívica, mas admite que o partido pode debater o tema

Para Berzoini, movimento 'Cansei' é provocação

O

presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), disse ontem que a legenda não é obrigada a dar uma reposta ao movimento "Cansei", liderado por diversas entidades, entre elas a OAB-SP e o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), entidades presididas por Luiz Flavio Borges D'Urso e João Dória Jr., respectivamente. Ele sugeriu que os organizadores teriam ligações e interesses político-partidários que não são assumidos publicamente. "Temos que ter tranqüilidade para não aceitar esse tipo de provocação e nem alavancar esse tipo de movimento, cujo patrono deve ser ou Haddock Lobo ou Oscar Freire", ironizou Berzoini. "Sabemos que a sociedade tem outras opiniões e não aceita esse tipo de movimento que é dissimulado e não assume sua característica partidária",

acrescentou. Embora tenha menosprezado o movimento e considere que o "Cansei" não deve figurar nas preocupações do partido, Berzoini admitiu que ele poderá ser tema das discussões da Executiva Nacional do PT, hoje, na sede nacional da legenda, em São Paulo. "Acredito que é um movimento daqueles que foram derrotados na eleição passada e que querem talvez retomar a esperança de manter o País em clima de eleição." Sobre o protesto realizado no último domingo pelos familiares das vítimas do acidente aéreo com o Airbus da TAM, que reuniu 6 mil pessoas e entoou gritos de "Fora Lula", Berzoini disse que a democracia permite aos familiares responsabilizar o presidente, mas considera a avaliação injusta. Pelo Brasil – O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção de São Paulo –

(OAB-SP), Luiz Flávio Borges D´Urso, não quis rebater as críticas de Berzoini ao movimento “Cansei”, do qual é uma das lideranças junto com a Associação Comercial de de São Paulo e outras entidades da sociedade. “Não comento a manifestação do presidente do PT. Mas reitero que o movimento é apartidário; não tem intenção de ir contra os governos federal, estadual e municipal. Pelo contrário: é a favor do Brasil”, afirmou. 'Cansamos' – A direção da CUT (Central Única dos Trabalhadores) enviou ontem um email para outras sindicais lançando uma campanha para reagir ao movimento "Cansei". Com o nome de 'Cansamos', a proposta é reagir de maneira sarcástica . "A campanha será veiculada em nossas páginas de internet, em jornais impressos e programas de rádio de que dispomos", diz o comunicado da CUT. (Agências)

presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca hoje à tarde na Base Aérea de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para cumprir dois compromissos. Um deles é o lançamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado. O outro estava fora da programação, mas acabou sendo confirmado ontem: uma visita à imagem de Nossa Senhora de Fátima, que es-

tá vertendo mel "milagroso" desde o dia 16 de maio. Haverá protestos nos dois locais, segundo dizem os dirigentes de associações e sindicatos dos funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As obras do PAC em Campo Grande, Dourados, Co-

rumbá e Três Lagoas somam R$ 326 milhões, segundo informações da assessoria do governo estadual. Desse valor, já antecipou investimentos de R$ 93 milhões em obras de melhoria e ampliação do sistema de esgotamento sanitário dos municípios de Corumbá e Dourados. Antes porém, o presidente deverá passar pela periferia da cidade, para visitar a imagem que verte mel. (AE)


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E mais Te l e f o n i a Per fil Diversão

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

A HISTÓRIA DE ERICK, QUE NÃO PODIA BRINCAR NA RUA.

O programa de segurança Digifort, criado por Eric, vem sendo adotado por grandes corporações.

Eric Fleming Bonilha morava num bairro violento e os pais não o deixavam sair de casa. Aos

9 anos, ele ganhou um computador, aos 13 interessou-se por programação...

´ ESTE RAPAZ E UM

M

enino d e c idade, s e m poder sair à r u a considerada perigosa pelos pais, preso dentro de casa diante do computador, jogando games. Não parece um pouco a história da vida de muitos e muitos garotos? Com apenas 18 anos, Eric Fleming Bonilha fez um sistema de segurança pioneiro e atual líder no mercado brasileiro na tecnologia IP surveillance (monitoramento de câmeras via rede e internet). No mundo existem apenas quatro sistemas semelhantes. O de Eric, hoje com 23 anos, é o único 100% brasileiro. Para se tornar um gênio da informática talvez seja bom ter um pai ligado em tecnologia. O pai de Eric, Carlos Eduardo, trabalhou como gerente de informática na Ericsson e tecnologia, e na Glasurit. Quando Eric tinha 9 anos, em 1993, ele comprou um computador. "Era um Intel 286", lembra Eric", que passava os dias jogando Doom, Prince of Persia e OutRun. Ele não podia sair na rua do bairro Prosperidade, em São Caetano do Sul, no ABC paulista. Não se interessava por jogar bola, considerase até hoje um tanto "perna-depau". "Eu era meio nerd", lembra. Sem dúvida era: até a 5ª ou 6ª séries, por volta de 1997, pedia que a professora lhe passasse exercícios extras pelo simples prazer de resolver problemas. Criador de jogos – Jogava e, com o tempo, imaginou ser ele próprio um criador de jogos. Aos 13 anos, pedira ao pai livros sobre programação. Assim, aos 15, quando o pai trocou o PC 286 por um 486, que rodava a 33 MHz (os primeiros PCs rodavam à velocidade de 4,77 MHz; os Pentium 4 de hoje, chegam a 3 GHz, ou 3.000 MHz), achou que tinha as ferramentas necessárias para se tornar um programador. Uma de suas primeiras criações foi um jogo de truco, InterTruco, que aperfeiçoado ao

longo dos anos tornou-se o programa oficial da Liga Nacional de Clãs Brasileiros (www.lncb.com.br). Até hoje é utilizado e gera cerca de 30 mil acessos por mês. Outros aplicativos ocorreram aos 14 anos de idade, quando passou a ajudar o pai na empresa que este fundou, a Systrade: controle de estoque, contas a pagar, contas a receber – então desenvolvidos em linguagem dBase. Eric, mais moderno, acabou passando tudo para a interface gráfica Windows. Câmeras IP – Aos 18 anos, estava pronto para a Faculdade e, como era esperado, entrou no curso de Ciência da Computação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (IMES). Trabalhava com o pai e fazia seus joguinhos, quando apareceu um cliente, de nome Alberto, que queria um sistema de segurança. Alberto tinha comprado câmeras IP (Internet Protocol) e não sabia como utilizá-las. Ele conseguia ver as portarias, mas queria gravar tudo e ter maior controle. Sua alternativa eram os sistemas importados, que exigiam a compra de cada funcionalidade à parte. Desafiado por Alberto, Eric passou a fazer um sistema de monitoramento inicialmente simples. Pegou uma câmera emprestada do cliente e fez os testes. Viu que podia desenvolver todas as funções em um único programa desde que tivesse os drivers (controladores) para as diversas câmeras do mercado. Hoje, seu programa, o Digifort, desenvolvido em linguagem Delphi, é praticamente o único no mundo que trabalha com uma grande variedade de câmeras. Foi essa facilidade que atraiu a Panasonic e está atraindo a Sony. A Panasonic já adotou o programa de Eric no Brasil e deve levá-lo ao exterior. A Sony está passando ao jovem brasileiro os parâmetros de suas câmeras para que elas sejam compatíveis com o programa. Eric faz todos os drivers ainda pelo método mais difícil, desde o zero, sem utilizar módulos prontos. Muitos programadores, hoje, usam esses módulos feitos por outros programadores e acabam se tornando "montadores" de programas. Eric, que acumula um milhão de linhas de código em seu programa, tem orgulho de ser um verdadeiro programador. Luiz Carlos de Assis

o O mund de olho em um a sistem iro brasile

A

os 18 anos, quando cursava o primeiro ano da faculdade, Eric criou seu melhor programa: o Digifort (www.digifort.com.br), um sistema de segurança digital, líder no mercado brasileiro na tecnologia IP Surveillance, ou monitoramento de câmeras via rede e internet. Organizações de grande porte são os principais usuários do software. Mas o produto tem variações mais simples e pode ser adaptado para pessoas físicas que tenha

interesse em ter seus bens vigiados 24 horas por dia, com a comodidade do acompanhamento via internet. "No início o sistema foi implantando em condomínios, escolas e até residências. Hoje, conta com quatro versões diferenciadas para cada perfil, e graças às inúmeras parcerias com distribuidores, conquistou a credibilidade em empresas maiores", explica Eric. A gigante japonesa Panasonic foi uma das parcerias mais importantes: quando a empresa Systrade, de seu pai, negociava a parceria, o diretor de tecnologia da empresa veio do Japão. Viu e aprovou, e o Digifort se tornou o software oficial da Panasonic no Brasil. O jovem aproveitou a brecha no mercado brasileiro e obteve seu reconhecimento. Atualmente, organizações como Casas Bahia, Petrobras, Infraero, Alcan,

Marcelo Min/AFG

Gênio Milton

Mansi

lha/Lu

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Nike, Siemens, Votorantim Cimentos e TVA, entre outras, figuram em sua carteira de clientes, além de prefeituras e órgãos públicos espalhadas pelo País. "Na época, só havia produtos importados e muito caros", lembra Eric, que completa: "Hoje o Digifort oferece recursos que já superam os produtos importados, além de ser mais acessível financeiramente". Além da conveniência financeira, o sistema tem a vantagem, para os brasileiros, de ser todo em português. Pode receber alarmes por meio de sensores ou botões de pânico, controlar à distância alarme de colégios, repartições públicas e empresas, abrir e fechar portas, acender luzes, ligar ar-condicionado e qualquer aparelho eletrônico.

Tudo pode ser feito remotamente pelo usuário, envolvendo apenas um sistema e um custo. Nos sistemas importados estas e outras funcionalidades similares são comercializadas separadamente. O software também pode ser um aliado contra enchentes. Por meio de uma placa de sinalização desenvolvida para o sistema, é possível administrar o nível de cheias das cidades, enviando um sinal para um centro de monitoramento e também para a Defesa Civil, bombeiros e outros órgãos de segurança pública. O Digifort já ganhou versão em inglês e brevemente terá versão em espanhol. "Temos contatos com compradores da Europa e Estados Unidos. O sistema está sendo constantemente aperfeiçoado para garantir o sucesso no exterior também", diz Eric.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 31 de julho de 2007

Na Ásia, 10 milhões de desabrigados

A

atual temporada de chuvas torrenciais, a pior da última década, segue fazendo vítimas na Ásia. Estima-se que o número de desabrigados na China, Índia e Nepal já ultrapasse 10 milhões de pessoas. As atuais inundações na China provocaram 500 mortos, 5 milhões de pessoas retiradas de suas casas e 200 milhões de atingidos, afirmou a Federação Internacional da Cruz Vermelha. As inundações, a maior parte no leste e no sul do país, destruíram 452 mil casas e afetaram 119 milhões de pessoas apenas na última semana. Na Índia, o número de desabrigados totaliza aproximadamente 4 milhões. (Agências)

Reuters

Chinesa chora ao ver casa destruída pelas enchentes na região de Yunxi

Chávez pressiona e RCTV deve sair S do ar amanhã

Paquistão vê nova invasão a mesquita

Governo de Hugo Chávez reitera que o canal oposicionista, que já teve sua licença caçada e opera atualmente na tevê a cabo, deve se adaptar à legislação local até amanhã; diretores da RCTV dizem que não cumprirão exigência

Q

uinze dias após ter recomeçado suas transmissões, agora via tevê por assinatura, a emissora de televisão RCTV deve tirar seu sinal do ar já amanhã. O governo venezuelano reiterou ontem que os canais de televisão a cabo com transmissão local devem se registrar na Comissão Nacional de Telecomunicações até amanhã, dia 1º, sob o risco de terem suas licenças caçadas. O canal, único de oposição com alcance em todo o território, já se manifestou contrário à medida. A decisão levou grupos internacionais, como a Sociedade Interamericana de Imprensa, a expressarem preocupação com o que chamam de "perseguição" contra a RCTV por parte do governo Chávez. "Com a nova investida, podem restar poucas dúvidas so-

Alamgir Bitani/Reuters

bre a perseguição e a obsessão de parte do governo venezuelano em acabar com qualquer voz crítica a sua gestão", disse em comunicado a entidade, que reúne empresários de comunicação das Américas. O anúncio da medida foi feito na última semana pelo ministro de Telecomunicações da Venezuela, Jesse Chacón, para quem a RCTV tinha que cumprir a lei audiovisual vigente", o que significa a transmissão de pronunciamentos oficiais de Hugo Chávez e a execução do hino do país. Os diretores da RCTV entendem que, como o canal realiza a transmissão para outros países, deve ser tratado como outras emissoras internacionais que operam na Venezuela e não assumem leis locais. Além disso, alegam que o fato de a empresa ter escritório no exte-

rior a exime de se submeter às leis de Caracas. Histórico A RCTV começou a transmitir por tevê por assinatura em 17 de julho, 50 dias depois que o sinal em aberto saiu do ar por não ter a concessão renovada. A decisão provocou críticas até por parte do governo brasileiro. O governo de Hugo Chávez, à época, foi acusado de não ter renovado a concessão sob os pretexto de que o canal era oposicionista. Chávez acusava insistentemente a RCTV de ter colaborado no golpe de estado fracassado de abril de 2002. A necessidade de registro inclui, além da RCTV, outros 45 pequenos canais de alcance local ou regional que só são conhecidos por quem vive no perímetro de transmissão. (Agências)

etenta militantes pró-Talebã tomaram o controle do templo de Turangzai Sahib, no noroeste do Paquistão, e o batizaram de Mesquita Vermelha, em homenagem ao local que foi o estopim da atual onda de violência que tomou o país. Desde a invação da mesquita em Islamabad por estudantes islâmicos, há três semanas, o conseqüente massacre ocasionado pelas forças de segurança do governo contra os insurgentes, e uma série de atentados em represália, mais de 180 morreram no país. A tomada de outra mesquita é mais uma dor de cabeça para o presidente Pervez Musharraf, pressionado pelos EUA a dominar os radicais. O noroeste do país tem servido de base para o reagrupamento da AlQaeda e do Talebã. (AE)

Reuters

Cerca de 70 militantes ocupam a mesquita Larry Downing/Reuters

ACUSAÇÃO

EXECUÇÃO

premiê israelense, Ehud O Olmert, prestará depoimento em agosto à

ilitantes do Talebã M anunciaram ontem a morte de mais um refém sul-

primeiroO ministro britânico, Gordon

polícia por seu suposto envolvimento em um escândalo de corrupção, disse a tevê estatal de Israel. Ele é acusado de ter dispensado tratamento especial, quando era titular do Ministério da Economia, em 2005, ao empresário australiano Frank Lowy, que desejava na época controlar parte do capital do Banco Leumi. (Agências)

coreano, disse um porta-voz do grupo radical islâmico, horas antes de a tevê Al-Jazira divulgar um vídeo com alguns dos outros missionários cristãos seqüestrados no último dia 19. A milícia condiciona a libertação dos coreanos à soltura de militantes do grupo presos pelo governo do Afeganistão. (AE)

Brown, reafirmou ao presidente dos EUA, George W. Bush, o comprometimento de Londres com a guerra no Iraque. Brown disse que compartilha da posição americana de que "há responsabilidades e tarefas a cumprir" em Bagdá. (AE)

Ó RBITA COMÉRCIO O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, defendeu ontem a adesão do México ao Mercosul

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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

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1,33

milhão de empresas foram direto para o Supersimples por não terem pendências

Milton Mansilha/Luz

GOVERNO PRORROGA PRAZO PARA A ADESÃO AO SUPERSIMPLES Hoje seria o último dia, mas agora as empresas têm até 15 de agosto para mudar Paulo Pampolin/Digna Imagem

Silvia Pimentel* Para a contabilista Elvira de Carvalho, o prazo anterior era curto para superar as barreiras burocráticas

O

governo adiou para 15 de agosto o prazo de adesão ao sistema Simples Nacional, conhecido como Supersimples, que expiraria hoje, assim como a data final para as micros e pequenas empresas devedoras solicitarem o pedido de parcelamento especial na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), na Receita Federal (120 meses) e nos municípios. Hoje será publicada no Diário Oficial da União a resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional com a nova data. De acordo com balanço do Fisco, dos 1.281.644 contribuintes que registraram o pedido até a última quinta-feira, só 81.046 tiveram o sinal verde para ingressarem no novo regime tributário. A maioria das empresas (1.112.977) deve para a União, estados ou municípios. Outros 1,33 milhão de contribuintes migraram automatica-

Consultor Motta vê "disfarce" para aumentar a carga tributária

mente do antigo regime pelo fato de não terem pendências cadastrais ou fiscais. O contribuinte paulista com débitos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que quiser entrar no Supersimples poderá regularizar sua dívida até dia 30 de setembro.

As reclamações contra o prazo exíguo de adesão, que terminaria hoje, eram muitas. "Não prevaleceu o bom senso. O prazo deveria ser esticado, pois nem os técnicos da Receita estão conseguindo assimilar direito a legislação", dizia o diretor da King Contabilidade, Márcio Shimomoto, antes de

ser anunciado o novo prazo. Quinta-feira, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, encaminhou ofício ao secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, solicitando a prorrogação do prazo para o dia 31 de dezembro. "Os empresários ainda têm muitas dúvidas que impedem a decisão racional sobre o enquadramento no regime", justificava Burti. Segundo a contabilista da King, Elvira Carvalho, dos 300 clientes que estavam no antigo Simples, metade migrou automaticamente para o Simples Nacional. O escritório formulou o pedido de adesão para 150 empresas e aguarda a resposta da Receita. "O prazo deveria ser repensado, pois não é fácil regularizar todos os débitos por causa da burocracia", criticava Elvira. No escritório Penafiel Serviços Contábeis, a correria para entrar com o pedido de adesão não foi diferente. E ainda não

se sabe se os pedidos serão aceitos. "Algumas empresas possuem pendências cadastrais e não tivemos tempo de regularizar", informava a gerente do escritório, Dinecir Borges Collado. Segundo ela, das 50 empresas que estavam no antigo regime, 13 migraram de forma automática. O restante formalizou pedido na Receita para aderir ao novo regime. Mais impostos –O Supersimples também não escapa de críticas quando o assunto é carga tributária. Para muitas firmas, ao contrário do que divulgavam o governo e o Serviço Brasileiro de Apoio à micro e Pequena Empresa (Sebrae), o enquadramento nesse sistema significa pagar mais impostos do que antes. "É apenas um disfarce para aumentar a carga tributária das micros e pequenas empresas", critica o consultor da Confirp, Welinton Motta. A empresa contábil já anali-

sou os números de 300 firmas que antes eram tributadas pelo antigo Simples, que vigorou até o dia 30 de junho. Do universo de empresas do setor de serviços, 95% pagariam mais impostos caso fizessem a opção pelo Supersimples. O aumento pode chegar a 200%. Segundo levantamento feito pela Confirp, nem o comércio nem a indústria foram totalmente beneficiados com o novo regime. "Nesses setores, cerca de metade dos clientes analisados terá aumento de carga tributária. Poucos tiveram redução da carga de impostos", diz o consultor Motta. Outro dado que chamou a atenção do especialista da Confirp é que o novo regime não se mostrou vantajoso nem para as empresas que eram optantes do lucro presumido, em princípio fortes candidatas para ingressar no Supersimples. (*Com agências)


Finanças Empresas Tr i b u t o s Agronegócio

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terça-feira, 31 de julho de 2007

Giuliano Gomes/AE

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SUPERSIMPLES: MAIS UMA QUESTÃO NA JUSTIÇA

Profissionais manifestamse contra o final do prazo de adesão ao Supersimples no PR

Divulgação

Evandro Monteiro/Digna Imagem

Tiziane: como se apropriar de crédito não pago?

Para Rasador, proibição de uso é inconstitucional

Créditos de imposto podem ser discutidos na Justiça A proibição para optantes do Supersimples gera uma polêmica muito acirrada Paulo Pampolin/Hype

Sílvia Pimentel

A

proibição ao uso e transferência de créditos de tributos pelas micros e pequenas empresas enquadradas no Supersimples pode ser questionada na Justiça. Um dos pontos mais polêmicos da lei que criou o novo regime tributário, a vedação afeta a competitividade das optantes, segundo advogados que estudam a possibilidade de recorrer ao Judiciário. Pela legislação, só as empresas que estão fora do regime do Simples podem gerar créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) ao venderem mercadorias, reduzindo a carga tributária do comprador. Diante da proibição de transferir créditos, as compras das participantes podem se tornar mais onerosas. Na opinião do diretor da Pactum – Consultoria Empresarial, Gilson Rasador, qualquer norma que impeça o aproveitamento de créditos de IPI e ICMS, tributos considerados não-cumulativos, não tem respaldo na Constituição Federal. Para o consultor, essa proibição resulta em sobreposição de incidência, considerando que esses tributos foram pagos em algum ponto da cadeia produtiva. "O Supersimples é um regime diferenciado para as participantes e não pode representar uma restrição

Priscila Forone/AE

Silva, da ASPR: lei ordinária acabou com cumulatividade de impostos

de direito ao crédito para quem não é optante", resume. Na ASPR Auditoria e Consultoria, a questão foi levada por empresas que adquirem produtos de participantes do Simples Nacional. Para o consultor Pedro César da Silva, um dos argumentos que poderiam ser explorados em uma ação judicial é o fato de o PIS e a Cofins terem se transformados em tributos não-cumulativos por meio de uma lei ordinária. "Essa sistemática deveria estar prevista na Constituição Federal", afirma. Além disso, o consultor diz se tratar de uma nãocumulatividade restritiva, "já que existem vários impedimentos na geração desses créditos", diz. Há quem acredite, no entanto, que a tese não deve prosperar nos tribunais. É o caso do advogado Regis Pallotta Trigo, do escritório Marcondes Advogados. "O Simples Nacional é considerado um incentivo

fiscal, embora possa trazer aumento de carga tributária para algumas empresas. Sendo assim, não acho que essa proibição seja inconstitucional", diz. Tratamento diferente – A mesma linha de raciocínio tem a advogada tributarista Tiziane Machado, sócia do escritório Machado Advogados e Consultores Associados. Ela diz que a Constituição Federal estabelece tratamento diferenciado às micros e pequenas empresas como, por exemplo, a vedação ao uso de créditos de impostos. "As optantes não pagam os mesmos impostos recolhidos por quem não é participante. Por que se apropriariam de crédito de tributo não pago?", indaga. Para a advogada, o único ponto inconstitucional na nova lei do Simples é o tratamento diferenciado entre as prestadoras de serviços e as demais. "O setor foi bastante prejudicado com o aumento de carga tributária."

Protesto dos contabilistas do Paraná durou duas horas

Contabilistas protestam em Curitiba

C

ontabilistas realizaram ontem um protesto no Centro de Curitiba (PR) contra o prazo de adesão das pequenas e microempresas ao Supersimples, que terminaria hoje e foi adiado para o dia 15 de agosto. A manifestação foi organi-

O funcionário SAMUEL FRIGI HERMANN, RG 20.972.174-1 e CPF 254.882.128-50 não compareceu à empresa do dia 16/06/2007 até a presente data. Comunicamos então o abandono de emprego conforme a CLT.

zada pelo Sindicato dos Contabilistas de Curitiba (Sicontiba) e pela Federação dos Contabilistas do Paraná (Fecopar). O protesto durou duas horas. Segundo a Gazeta do Povo, aproximadamente 100 profissionais participaram da mobilização, que teve uma passeata

que foi da Boca Maldita até a Praça Santos Andrade. Os manifestantes caminharam pelo calçadão da Rua XV de Novembro, com camisetas estampadas com a frase "Contabilista não é escravo", em protesto contra o prazo exíguo de adaptação ao regime. (DC)

SINDICATO DAS EMPRESAS DE COMPRA, VENDA, LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS DE SÃO PAULO SECOVI–SP Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Pelo presente edital, ficam convocados todos os associados e sindicalizados deste Sindicato, quites e em pleno gozo de seus direitos sindicais, para participarem da Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 07 de agosto de 2007, às 11h30 (onze horas e trinta minutos), à Rua Dr. Bacelar, 1043 – Vila Mariana, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Outorga à Diretoria de plenos poderes para negociar com as respectivas entidades representativas das categorias profissionais, firmar convenções coletivas de trabalho, requerer instauração de dissídios coletivos, relativos ao período de 07 agosto de 2007 a 06 de agosto de 2008, com as Federações e Sindicatos das categorias profissionais próprias do setor; b) Deliberação sobre a contribuição assistencial; c) Outros assuntos trabalhistas de interesse da categoria econômica. Não havendo, na hora acima indicada, número legal de associados e sindicalizados para a instalação dos trabalhos em primeira convocação, a Assembléia será realizada uma hora após, no mesmo dia e local, em segunda convocação, com qualquer número de associados e sindicalizados presentes. São Paulo, 30 de julho de 2007. RICARDO YAZBEK - Presidente em Exercício - SECOVI-SP FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - PROCESSO ADMINISTRATIVO N.º 6247/2007 - CONCORRÊNCIA PÚBLICA N.º 006/2007 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se encontra aberta licitação na modalidade de CONCORRÊNCIA PÚBLICA, do TIPO MENOR PREÇO GLOBAL para a execução dos serviços de limpeza pública neste Município, conforme abaixo discriminado, e de acordo com as especificações constantes nos anexos I e II que ficam fazendo parte do presente edital: a) Coleta de resíduos sólidos domiciliares e seu transporte até o local indicado pela Prefeitura; b) Operação de aterro sanitário de resíduos sólidos domiciliares; c) Coleta e transporte de resíduos de serviços de saúde originários de estabelecimentos hospitalares, laboratórios de análises, clínicas veterinárias, centros de saúde, clínicas odontológicas, farmácias e similares; d) Fornecimento de serviços de tratamento de resíduos de serviços de saúde. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Comissão Permanente de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, n.º 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 31 de julho de 2007 até o dia 30 de agosto de 2007, no horário das 09:00h às 12:00h e 14:00h às 16:30h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Comissão Permanente de Licitações até às 09:00 horas do dia 30 de agosto de 2007, quando após o recebimento, iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos, 30 de julho de 2007. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE SERVIÇOS DE SAÚDE HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA

PUBLICAÇÃO EDITAL DE CONCORRÊNCIA PÚBLICA Acha-se aberta na Seção de Compras do Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha, CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 01/2007 referente ao processo nº 001.0125.000414/ 03, objetivando a Seleção de Empresa para Operação e Exploração Comercial de Estacionamento de Veículos Automotores para o Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha. O encerramento dar-se-á às 10:30 horas do dia 25/09/2007. O Edital na íntegra encontra-se à disposição dos interessados à Av. Deputado Emílio Carlos, 3.000 - Térreo, na Seção de Compras, das 09:00 às 16:00 horas, de 2ª a 6ª feira, sendo que a visita técnica será realizada no dia 17/09/2007, nos horários das 14:00 às 16:00 horas (contato - fone 3859-4822 - ramal 1235/1147). As firmas interessadas em adquirir o Edital, deverão recolher em qualquer Agência do Banco Nossa Caixa S/A, a favor da Secretaria de Estado da Saúde FUNDES, a importância de R$ 25,00 (vinte e cinco reais), através da Guia de Recolhimento que será fornecida pela Seção de Compras no endereço acima mencionado. O Edital para consulta encontra-se no site www.imesp.com.br, salientando que os interessados deverão comparecer no endereço acima para a retirada do respectivo edital mediante comprovação do pagamento.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de Prédio Escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1447/07/02 - EE Hely Lopes Meirelles - Rua São Paulo, 726 - Campos Elíseos - Ribeirão Preto/SP – 210 - 82,80 - R$ 43.408,00 – R$ 4.340,00 – 09:30 – 17/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 01/08/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 16/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA ENTREGA IMEDIATA PREGÃO Nº 045/2007-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 265/2007-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 31 de julho a 15 de agosto de 2007, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 38152680–ramal 111-FAX (0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/ licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 045/ 2007-FAMESP/HEB, PROCESSO Nº 265/2007-FAMESP/HEB, que tem como objetivo AQUISIÇÃO DE MÓVEIS (ARMÁRIO, CADEIRA, MESA, ETC...), PARA AS DEPENDÊNCIAS DO HOSPITAL ESTADUAL BAURU, do tipo menor preço global por lote, em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 16 de agosto de 2007, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, localizado na Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, n.º 1-100, Jardim Santos Dumont, na Cidade de Bauru, no Estado de São Paulo, C.E.P. 17.033-360. Botucatu, 30 de julho de 2007. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1448/07/02 - EE Profª Maria Aparecida França Barbosa de Araujo - Av. Honório Ferreira Pedrosa, 611 - Nova Caçapava Caçapava/SP – 120 - R$ 17.181,00 – R$ 1.718,00 – 10:30 – 17/08/2007. 05/1467/07/02 - EE Pres. Tancredo Neves - Al. das Violetas, s/nº - Jardim Primavera - Guarujá/SP – 150 - R$ 26.877,00 – R$ 2.687,00 – 14:00 – 17/08/2007. 05/1468/07/02 - EE Prof. José Vilagelin Neto - Rua Dom Luiz Antonio de Souza, 89 - Jardim Proença - Campinas/SP – 150 R$ 28.275,00 – R$ 2.827,00 – 15:00 – 17/08/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 01/08/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 16/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: CONCORRÊNCIAS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que achase aberta licitação para execução de Obras: CONCORRÊNCIA N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1345/07/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador / Construção de ambientes complementares, de sala de aula e reforma de prédio escolar construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Profª Olga Chakur Farah - Av. Antonio Paulino de Miranda, 101 - Centro - Salesópolis/SP – 210 - 351,37; EE Antonio Olegário dos Santos Cardoso - Rua Comend Koheiji Adachi (Ant. Estrada Mogi/Taiaçupeva), s/nº - Jardim Santos Dumont - Mogi das Cruzes/SP – 270 - 2.198,60 - R$ 396.379,00 – R$ 39.637,00 – 09:30 – 01/09/2007. 05/1382/07/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador / Construção de ambientes complementares, de sala de aula e reforma de prédio escolar - Terreno Jardim Pedra Branca - Estrada São Simão, s/nº - Jardim Pedra Branca - José Bonifácio - São Paulo/SP – 240 - 4.210,88; EE Profª Jacyra Moya Martins Carvalho - Rua Alm. Aristides Guilhen, 38 - Jardim Juçara - Butantã - São Paulo/SP – 120 - 190,42 - R$ 530.627,00 – R$ 53.062,00 – 10:30 – 01/09/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 01/08/2007, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 31/08/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 30 de julho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Refine Alimentos Nutritivos Ltda. Requerido: Fiel S.A. Móveis e Equipamentos Industriais - Rua Cachoeira, 670 - 2ª Vara de Falências Requerente: Refine Alimentos Nutritivos Ltda. Requerido: Fiel S.A. Móveis e Equipamen-

tos Industriais - Rua Cachoeira, 670 - 2ª Vara de Falências Requerente: Spenco Construtora de Obras e Engenharia Ltda. - Requerido: Forfer Fornecedora de Ferramentas Ltda. - Rua Francisco Serrador, 90 - sala 1.304 - 1ª Vara de Falências

PUBLICIDADE Fone: 11 3244-3344 Fax: 11 3244-3894

O Jornal do Empreendedor


terça-feira, 31 de julho de 2007

Nacional Finanças Tr i b u t o s Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A PARTIR DE AMANHÃ, GUIAS ELETRÔNICAS PARA O FGTS

Essa medida vai contribuir também para desobstruir a Justiça brasileira. Marcio Aranha, da ACSP

A ACSP E O MACKENZIE QUEREM UMA INSTÂNCIA JURÍDICA PARA RESOLVER PROBLEMAS DAS PEQUENAS

JUIZADO ESPECIAL PARA AS EMPRESAS Milton Mansilha/Luz

FGTS Internet ajuda a apressar o pagamento do FGTS para demitidos

A

partir de amanhã, todas as empresas serão obrigadas a fazer o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por meio eletrônico em caso de rescisões. Atualmente, cerca de 70% deles são feitos mensalmente dessa forma, abrangendo 630 mil trabalhadores. De acordo com José Maria Oliveira Leão, gerente nacional do FGTS da Caixa Econômica Federal, o formulário antigo não será mais aceito. Como existe prazo para recolher, a empresa que descumprir a determinação ficará sujeita a multa de 10%, mais juros de mora de 0,5% ao mês, e atualização monetária, calculada com base na variação da Taxa Referencial de Juros (TR). "Além disso, a companhia poderá pagar multa administrativa, aplicada pela fiscalização do trabalho, pelo prejuízo causado ao trabalhador por recolhimento fora do tempo", diz. A mudança, segundo a Caixa, vai apressar o recebimento dos recursos do FGTS por parte dos empregados demitidos. O pagamento, feito hoje no prazo de 20 dias, passará a ser realizado em até quatro dias úteis, com o uso do formulário eletrônico. Além de o dinheiro chegar mais rapidamente às mãos dos trabalhadores, o banco pretende ainda acabar com as discrepâncias entre os cálculos realizados pela CEF e os realizados pelas empresas. O programa de computador criado para o

preenchimento da guia, não só recupera os dados das folhas de pagamento das companhias como interage com o sistema de computadores da CEF. Assim, possibilita automaticamente o acesso aos depósitos do FGTS feitos em nome do empregado envolvido, evitando tanto erros de cálculo como de preenchimento. "As informações são mais confiáveis", explica o gerente nacional do FGTS da CEF. "Os erros de cálculo e de preenchimento das guias são muito freqüentes e, geralmente, provocam problemas para o trabalhador na hora de receber", afirma Leão. As discrepâncias geram várias pendências, principalmente devido a diferenças de valores, que a empresa precisa regularizar depois. O sistema encontra-se disponível na seção do FGTS/ GRRF – Aplicativos e Arquivos, no site da CEF. Depois da transmissão das informações pela internet, a guia com os valores a serem recolhidos, incluindo a multa rescisória de 40%, paga nos casos de demissões sem justa causa, estará pronta para ser impressa. Como o documento já vem com código de barras, os valores a serem pagos podem ser transferidos para a conta dos trabalhadores pela internet. Eles poderão ser sacados na CEF, em postos de auto-atendimento ou lotéricas. O banco dispõe de uma central para tirar dúvidas, pelo telefone 0800 726 01 04. (ABr)

RN regulamenta a Lei Geral

O

Rio Grande do Norte dá os primeiros passos para a regulamentação da Lei Geral no estado. Ontem, a governadora Wilma de Faria assinou

decreto que assegura tratamento tributário diferenciado e favorecido às micros e pequenas empresas locais nos processos de licitação. (AE)

Renato Carbonari Ibelli

S

ão Paulo poderá ter um juizado especial para dar encaminhamento legal e gratuito aos problemas específicos das micros e pequenas empresas. A iniciativa é resultado de um convênio, a ser firmado hoje, entre a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Universidade Mackenzie. As instituições encaminharão ao Judiciário pedido para que seja autorizada a criação desse juizado. A idéia é que essa instância judicial possa resolver pendências no valor de até 40 salários mínimos. Geralmente, elas são motivadas por cheques sem fundo de clientes, prejuízos com mercadorias entregues fora do prazo ou com contratos não cumpridos. Por lei, os juizados especiais dispensam a necessidade de o agente da ação contratar advogado para resolver problemas envolvendo questões estimadas em até 20 salários mínimos. Segundo o juiz Núncio Theophilo Neto, um dos responsáveis pela iniciativa, os casos acima desse valor serão

Bancos terão de ouvir clientes

O

aumento da procura por serviços bancários e, conseqüentemente, do número de atendimentos nas instituições, levaram o Conselho Monetário Nacional a aprovar

Aranha, da ACSP: o juizado não custará nada aos órgãos públicos.

acompanhados por advogados cedidos pelo Mackenzie, embora continuem sendo tratados pelo juizado especial. Como os valores envolvidos nesses problemas são relativamente pequenos, muitas em-

presas acreditam não compensar enfrentar o lento e custoso trâmite judicial para tentar resolvê-los. Somados, no entanto, eles podem representar valores significativos. Para o superintendente-geral da ACSP, Már-

resolução obrigando as instituições a criar ouvidorias para atender reclamações e encaminhar soluções dos clientes. Até 30 de setembro, os bancos terão de colocar à disposição do público um serviço de telefone 0800. Para instituições e cooperativas de crédito de pequeno porte,

o prazo vai até 30 de novembro Segundo Paulo Sérgio Cavalheiro, diretor de Fiscalização do Banco Central, o CMN determinou, ainda, que a cada seis meses as ouvidorias preparem e encaminhem ao BC um relatório do qual constem as reclamações recebidas e os

cio Aranha, com um juizado especializado, esses casos terão andamento simples e rápido. "Essas pequenas questões atrapalham o andamento do Judiciário. A medida vai contribuir também para desobstruir a Justiça brasileira", diz Aranha. Segundo Neto, mesmo nos juizados de pequenas causas já existentes, as pendências das empresas são relegadas a segundo plano. "Eles se especializaram em resolver os problemas dos consumidores. Como as demandas dos empresários são bem diferentes, elas ficam paradas. Por isso, a necessidade de se instituir um juizado especializado no atendimento às empresas de pequeno porte", diz o juiz. A criação do juizado especial para micros e pequenas empresas não custará um centavo aos cofres públicos. Ela será totalmente custeada pela iniciativa privada. O aluguel do prédio, os computadores e demais equipamentos serão mantidos pela ACSP. O encaminhamento dos processos será feito por alunos da faculdade de direito do Mackenzie, com a orientação dos professores e advogados da universidade. encaminhamentos dados a elas. Eles serão revisados por auditorias externas. Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) comunicou que apóia a aprovação da resolução por entender que a medida contribui para melhorar as relações entre os bancos e a sociedade. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Finanças Negócios Tr i b u t o s

terça-feira, 31 de julho de 2007

BC DA CHINA QUER CONTER ECONOMIA

25

anos é o prazo máximo para o financiamento de imóveis no ABN Amro Real, Bradesco e Itaú.

SEGUNDO PRESIDENTE DO BANCO, ALTA NO ANO PODERIA SER ATÉ MAIOR SE NÃO FOSSE A BASE ELEVADA

CRÉDITO DEVE CRESCER 25% NO ABN Newton Santos/Hype

O

Susan Segal e Alfredo Cotait durante encontro promovido ontem na Associação Comercial de São Paulo

São Paulo firma parceria com o conselho das Americas Adriana David

C

om o objetivo de construir relações econômicas com a cidade de São Paulo e o Brasil, a presidente e CEO da Americas Society and Council of the Americas, Susan Segal, chegou ontem ao País e visitou a sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ela trabalhou mais de 25 anos na iniciativa privada em mercados da América Latina e em países emergentes. O Council of the Americas busca promover o diálogo econômico e social entre os países de todo o continente. Na ACSP, Susan participou de encontro com o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, secretários de governo – João de Almeida Sampaio Filho, da Agricultura, e Alfredo Cotait, de Assuntos Internacionais e também vice-presidente da Associação Comercial.

O prefeito Kassab, responsável pela vinda de Susan ao Brasil, disse que a visita aproxima a entidade norte-americana da Associação Comercial de São Paulo para a consolidação de um relacionamento permanente. "A minha expectativa é iniciar um diálogo com membros da entidade", afirmou. Para Alfredo Cotait, a visita de Susan estabelece um relacionamento comercial e político com o País. Na quarta visita ao Brasil – a primeira foi em 1983 –, Susan avaliou que o País melhorou bastante nesse período e pode melhorar ainda mais. "Sou otimista em relação ao País, que tem mostrado um forte crescimento econômico, com empresas abrindo capital, o consumo crescendo e inovações tecnológicas, especialmente em relação ao etanol", disse. Ela participará da conferência "Brazil 2020: Long-Term Growth and Investment Stra-

IGP-M Índice captou inflação de 0,28% em julho, taxa um pouco superior à de junho (0,26%).

Ó RBITA

DISPARADA

A

s ações preferenciais da Telemig Celular registraram forte alta ontem: subiram 10,7%, bem acima da valorização de 3,12% do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa). Fontes do mercado avaliam que a alta reflete as expectativas com relação aos resultados da empresa no segundo trimestre, a serem divulgados hoje, e ao processo de venda da operadora, que poderá sair nos próximos dias. (AE)

CARROS EM ALTA

A

HSBC Banco teve no Brasil lucro bruto de US$ 360 milhões no primeiro semestre deste ano

BC CHINÊS ELEVA COMPULSÓRIO

P

ela sexta vez neste ano, o Banco Popular da China (o banco central) decidiu elevar o depósito compulsório dos bancos comerciais. Ele subiu de 11,5% para 12%, a partir de 15 de agosto. A medida é mais uma tentativa do governo chinês de conter o acelerado crescimento econômico por meio do controle do excesso de liquidez e do crédito, segundo informou o banco chinês, em comunicado. O anúncio não chegou a surpreender os analistas econômicos, em razão dos dados referentes ao primeiro semestre do ano, que mostraram que a economia A TÉ LOGO

chinesa continua superaquecida. No último quadrimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês apresentou expansão de 11,9%, a maior taxa em 12 anos, apesar dos recentes esforços para diminuir o ritmo de crescimento. Neste ano, a taxa básica de juros do país já foi elevada em três ocasiões pelo BC, a última no dia 20 de julho. Segundo o comunicado, o governo chinês quer manter o crescimento econômico para reduzir a pobreza, mas teme que os altos investimentos no setor imobiliário pressionem ainda mais a inflação e levem a uma crise de inadimplência. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Guerra no mercado de equipamentos de beleza

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Rio abre licitação para concessão do Engenhão

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Arezzo vai abrir 300 lojas de sapatos na China

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AGU faz levantamento de 146 ações contra o PAC

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ntes mesmo de terminar o mês, a indústria automobilística já registra o melhor julho de sua história, com vendas, até sexta-feira passada, de 191 mil veículos zero quilômetro, incluindo caminhões e ônibus. Com esses resultados, o setor está perto de superar o recorde mensal de maio, quando foram vendidas 211,1 mil unidades. (AE)

tegies", que será realizado quinta-feira no Hotel Renaissance. Participam do evento o ministro da Educação, Fernando Haddad, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Antonio Patriota, e Clifford Sobel, embaixador norte-americano no Brasil. Para Susan, a educação é a base de todo o desenvolvimento econômico. No Rio de Janeiro, o combustível alternativo será tema de reuniões com o ministro de Energia, Nelson José Hubner Moreira, e sete CEOs de companhias de vários setores relacionados à atual política energética, como os de mineração e automobilístico. Susan também participará de reuniões em Brasília. Depois de Susan, o prefeito Kassab gostaria de receber na capital paulista Michael Bloomberg. A intermediação poderá ser feita por ela.

MCDonald’s processado na China por usar inglês

presidente do banco ABN Amro Real, Fábio Barbosa, disse ontem acreditar que a carteira de crédito da instituição crescerá entre 20% e 25% neste ano. "A expansão dos empréstimos só não será maior porque o segundo semestre de 2006 foi bastante forte. A base de comparação é muito alta", disse. De acordo com ele, deverão ser destaque este ano as operações voltadas para pequenas e médias empresas, as de financiamento imobiliário, de cartão de crédito e as de financiamento de veículos. No segmento imobiliário, o banco já começou a fazer operações com prazos de 25 anos, seguindo o movimento dos concorrentes Bradesco e Itaú. O presidente do ABN Amro Real aposta na estabilização da inadimplência no banco, em-

bora em patamar superior ao registrado no passado. As operações vencidas há mais de 90 dias correspondiam a 3,3% da carteira de crédito do ABN em maio (último dado divulgado pelo banco), abaixo dos 4,8% do mercado. A inadimplência é praticamente igual à de 3,2% apresentada no final do ano passado, mas acima do nível de 2,8% do final de 2005. "A estabilidade econômica brasileira é uma força que puxa a inadimplência para baixo, enquanto a penetração do crédito em novos mercados puxa o índice de atrasos nos pagamentos para cima. O resultado disso no momento é uma inadimplência estável", explicou. Barbosa atribuiu o crescimento do lucro do banco no primeiro semestre de 2007 à forte expansão da carteira de crédito, especialmente nas operações mais rentáveis, co-

mo as voltadas para pequenas e médias empresas. O resultado da instituição no Brasil representou 23% do lucro mundial do grupo holandês ABN Amro sem considerar o La Salle, unidade norteamericana vendida ao Bank of América. No ano passado, essa participação foi de 18%. Considerando a contribuição do La Salle para o resultado mundial, o lucro do Brasil representou 17% do total no primeiro semestre deste ano, ante 13% no mesmo intervalo de 2006. Em relação ao resultado da América Latina, o Brasil responde historicamente por 95% do total. No mundo, o ABN Amro obteve lucro líquido de 1,13 bilhão de euros (US$ 1,54 bilhão) no segundo trimestre deste ano, 7,1% a menos que o de 1,21 bilhão de euros registrado em igual período de 2006. (AE)

MERCOSUL Para uruguaio, liderança brasileira não existe

O

Mercosul não funciona e a liderança brasileira na América do Sul não existe. O desabafo é do uruguaio Carlos Perez Del Castillo, ex-presidente do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e candidato derrotado para o cargo de diretor-geral dessa entidade. Dois anos após sua derrota, em parte devido à recusa do Brasil em apoiá-lo, Castillo ataca a política comercial para a região. "O Mercosul vive um caos", disse. "Não estamos nem em uma zona de livre comércio e nem em uma união aduaneira. A tarifa externa comum (TEC) é uma ficção e, para completar, Uruguai e Argentina estão em crise por causa das fábricas de celulose (que deveriam ser construídas em território uruguaio). Se não bastasse, o Brasil adota uma postura de neutralidade. Se os brasileiros querem ser líderes, precisam se envolver nos temas regionais", acrescentou. Castillo, que hoje atua como consultor e é presidente do painel da OMC criado para investigar os subsídios proibidos à Airbus, foi derrotado nas eleições para a entidade máxima do comércio pelo francês Pascal Lamy. Mas o que lhe causou surpresa foi o fato de o Brasil ter decidido lançar seu próprio candidato, o diplomata Luis Felipe de Seixas Correa,

também derrotado. Em Montevidéu, a decisão do Itamaraty foi considerada uma traição, e foi vista como um dos fatores que impediram que o uruguaio vencesse o pleito. Depois de um longo período de silêncio, Castillo volta a dar declarações. "Para ser líder, um país precisa adotar posições altivas. E isso não tenho visto (no Brasil)", afirmou. Uma de suas queixas se refere às "amarras" que os pequenos países do Mercosul sofrem por fazerem parte do bloco. "De um lado, a TEC não funciona. Mas, ao mesmo tempo, exigese das economias menores que não busquem acordos de forma isolada para supostamente não minar a TEC. Parece-me uma razão um pouco estranha", afirmou. A queixa se refere ao veto do Mercosul aos projetos do Uruguai de buscar um acordo comercial com os Estados Unidos. Castillo não deixa de insinuar que o bloco terá problemas com a entrada da Venezuela, mas evita entrar em detalhes sobre o assunto. Para ele, a solução seria uma decisão dos governos de negociar os problemas "com uma sinceridade que até agora não se viu. Só assim poderemos voltar a ter uma situação boa no Mercosul. Nos últimos anos, a integração do bloco recuou", disse Castillo. Méxic o – O presidente da

Argentina, Néstor Kirchner, defendeu ontem, na Cidade do México, a adesão dos mexicanos ao Mercosul. "Consideramos essencial, por parte da Argentina, a incorporação e a aproximação (do México)", afirmou Kirchner durante entrevista coletiva à imprensa, no Palácio Nacional mexicano, ao lado do presidente Felipe Calderón. Kirchner também disse que é preciso construir novos acordos regionais e aprofundar os existentes para "forjar no mundo o lugar que nós merecemos no contexto da globalização". Ele e a mulher, a senadora e candidata à presidência da República, Cristina Fernández, se encontram no México para uma visita de três dias. O principal compromisso do casal Kirchner no primeiro dia da visita foi a assinatura do acordo de associação estratégica para fortalecer as relações políticas, econômicas e de cooperação bilaterais. "Creio realmente que estamos criando um ponto de inflexão que será muito importante tanto na integração das Américas do Norte e do Sul como nas relações bilaterais, na qual apostamos fortemente", disse Kirchner. O presidente mexicano, por sua vez, destacou que os o seu país e a Argentina "acreditam na democracia, na justiça e na lei". (Agências)

Investimentos crescem 22%

O

secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que a "evolução positiva" das contas públicas no primeiro semestre pode ser avaliada pelo fato de que os investimentos cresceram 22% em relação a igual período do ano passado. As despesas totais subiram 12,7%. De janeiro a junho de 2006, os investimentos pagos pelo Tesouro somaram R$ 6,01 bilhões; no mesmo período deste ano, ficaram em R$ 7,34 bilhões. O valor aplicado em investimentos representa, no entanto, apenas 29,9% do total de R$ 24,4 bilhões previsto pelo governo para este ano. Os gastos do Projeto Piloto de Investimentos (PPI), que podem ser

descontados do superávit primário, totalizaram R$ 1,18 bilhão no primeiro semestre – o que representa apenas 10% do valor programado para 2007, que é de R$ 11,3 bilhões. Augustin disse que, no segundo semestre, os gastos com o PPI deverão aumentar. Todas as despesas do governo aumentaram no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado, com destaque para as vinculadas ao salário mínimo, como a Lei Orgânica da Previdência Social (Loas), que subiram 19,2%, e as despesas com abono salarial e seguro desemprego, que aumentaram 16%. Os gastos com salários do funcionalismo subiram de

4,39% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2006 para 4,51% do PIB no primeiro semestre deste ano. O secretário afirmou que o Brasil tem condições de enfrentar turbulências ainda mais fortes do que as que chacoalharam o mercado financeiro na semana passada. Ele ressaltou ainda que o Brasil vai sair desse processo melhor que os outros emergentes. O secretário-adjunto do Tesouro, Paulo Valle, disse que o colchão de liquidez do governo, superior a R$ 100 bilhões, é suficiente para honrar o pagamento de títulos que vencem nos próximos três a quatro meses e, dessa forma, enfrentar as eventuais turbulências. (AE)


terça-feira, 31 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA - 5


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Agronegócio Empresas Moda Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

Apresentação das peças em desfile é bem-recebida por compradores

MEGA PÓLO TEM HOTEL E RODOVIÁRIA

Desfiles mostram looks do Brás para o próximo verão

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Apresentações das coleções no Mega Pólo de Moda vão até a próxima quinta-feira Neide Martingo

H

á até pouco tempo, os fabricantes de vestuário do Brás copiavam as tendências de moda lançadas pelas grandes grifes. Agora, as vitrines das 400 lojas do bairro exibem modelos próprios. As roupas da coleção primaveraverão 2008 começaram a ser apresentadas ontem no Mega Pólo Moda, considerado um dos maiores shoppings de atacado do País. Os desfiles vão até a próxima quinta-feira. A comerciante de Cascavel, no Paraná, Ângela Tsujiguchi, vai uma vez por mês ao Mega Pólo para abastecer as prateleiras de sua loja, a Griffe's. Normalmente, ela gasta entre R$ 8 mil e R$ 10 mil a cada viagem. "As lojas que estão no shopping são as mesmas do Bom Retiro. Mas a comodidade é a grande vantagem. Aqui eu tenho um carrinho de supermercado para carregar os pacotes, a rodoviária fica dentro do empreendimento, assim como o hotel onde me hospedo. As facilidades estimulam as compras", afirma Ângela. O empreendimento neste ano tem mais um atrativo para os lojistas: os looks da estação quente serão vistos na próxima novela do horário nobre da TV Globo, Duas Caras. "Sempre fui obrigada a comprar as

novidades que aparecem nas novelas. Imagine agora que as peças serão oficialmente do Mega Pólo do Brás. Aumentei o total de compras já em razão disso", afirma a empresária paranaense. A proprietária da grife Full Stop, Andréa Florêncio de Souza, diz ter registrado crescimento de 40% no faturamento da loja ontem, quando as novidades da marca foram apresentadas nas passarelas. Ela tinha estoque de peças, só

Camisetas apareceram nos desfiles de todas as marcas

faltava divulgação para vendê-las. "Os clientes vêm de Mato Grosso, de Minas Gerais. Chegam de mala e já vão assistir aos desfiles. Depois das apresentações, correm para comprar, nem descansam." Rodoviária — O Mega Pólo Moda faz parte de um complexo formado por rodoviária, shopping e hotel. De acordo com o superintendente do empreendimento, Adelino Basílio, o movimento dos ônibus deve aumentar até 15% nos próximos três dias. "Os compradores ficaram preocupados com a crise aérea e preferiram utilizar a rodoviária que fica dentro do shopping. O local tem capacidade para receber 40 ônibus", diz. Basílio afirma ter detectado o interesse de comerciantes de outros bairros pelo Brás. "A região está lançando moda. Pela primeira vez, em 15 anos de existência, o Mega Pólo Moda registrou 100% de ocupação das lojas. E há fila de espera." O consultor de moda do Mega Pólo, Alê Duarthe, diz que o conceito da moda feita pelos lojistas do Brás vem das ruas. "A passarela é o reflexo do cotidiano." Ele afirma que a parceria feita com a TV Globo veio a calhar, porque a novela sempre mostra o público de A a Z, dos moradores da periferia aos mais abastados. "A intenção do Mega Pólo de Moda é essa: servir a todos", observa.

Bolsas grandes são tendência para estação quente

Vestidos estão entre os destaques da nova coleção

Roupas vendidas no Brás devem fazer parte do figurino da próxima novela do horário nobre da TV Globo

DC

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Segundo Basílio, ocupação no Mega Pólo é de 100%

Alê diz que peças do Brás são reflexo do cotidiano

Jeans e decotes na estação quente

U

ma parede decorada com samambaias foi o cenário dos desfiles da coleção primavera-verão do Mega Pólo Moda. A inspiração veio da última edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), a principal semana de moda da capital paulista, que escolheu a preservação do meio ambiente como tema dos eventos de lançamento das coleções de 2008. "A natureza foi retratada nas apresentações, mas o foco foi a beleza", disse o consultor de

moda do Mega Pólo, Alê Duarthe. Segundo ele, alguns detalhes das coleções, como o coldre nos braços dos modelos, da apresentação da grife Zune Jeans, e os vestidos metalizados com lenço na cabeça da Iorane, são os chamarizes dos desfiles. "Mas o que se vê nas passarelas do Mega-Pólo é a moda vista nas ruas da cidade." Os jeans e as camisetas foram as peças que mais apareceram nas apresentações, com poucas

diversificações. As mulheres vão usar decotes generosos, e mostrar também ombros e costas. As calças serão leggings ou corsário, com cintura muito baixa (mas para quem está em boa forma física). Os vestidos podem ser curtíssimos ou longos, tendência da estação passada que continua. Para os homens, calças jeans claras com muitos bolsos e em tom mais escuro. Nos desfiles do Mega Pólo Moda não faltaram malas de viagem, bolsas e acessórios. (NM)


Ano 83 - Nº 22.428

São Paulo, terça-feira, 31 de julho de 2007

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

JOBIM DECOLA. E DEGOLA

Fotos: Ailton Freitas/Ag. O Globo

Como explicou ontem o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira (dir.), "tudo que entra, sai; tudo que sobe, desce." Ele próprio já está no ciclo de sair e descer, por decisão do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Sua degola só não foi anunciada oficialmente, embora a procura de quem o substituirá tenha começado publicamente. O ministro Jobim (acima) já decolou rumo às soluções para o caos aéreo. Ele quer um terceiro terminal em Cumbica, jatinhos em Jundiaí e criou um comitê para refazer a malha aérea. Pág. 3 e C 1 e 2

Supersimples: prazo prorrogado Hoje seria o último dia, mas agora micros e pequenas empresas têm até 15 de agosto para aderir ao Simples Nacional, assim como para pedir parcelamento especial de dívidas. E1 Leonardo Rodrigues/Hype

Marcelo Min/AFG

AFP

Paulo Pampolin/Hype

Faz frio. Mas modelos não perdem a pose.

ACSP e Mackenzie: parceria pelas micros.

Temperaturas caem no Sudeste e São Paulo tem mínima de 6,4°. Mas o frio não inibe os desfiles (com pouca roupa) da moda verão. E 6 e C 3

Convênio a ser firmado hoje propõe ao Judiciário um juizado especial para resolver problemas de micros e pequenas empresas. E 3

HOJE Parcialmente nublado Máxima 17º C. Mínima 5º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 19º C. Mínima 6º C.

Bergman, o intérprete da vida. Aos 89 anos, morre o diretor sueco que viveu para filmar a condição humana. Em Logo

Um novo gênio. E o velho fax. Eric Bonilha (foto), 23 anos, criou um sistema de segurança digital já adotado por grandes corporações. E mais: o fax resiste e não sai da rotina da veterinária Adriane. Em Informática


terça-feira, 31 de julho de 2007

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

30/7/2007

COMÉRCIO

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0,28

por cento foi a alta do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de julho, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas.


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Per fil Diversão Datas E mais

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

Lamborghini e Ducati, dois mitos italianos, saíram da garagem para a mesa do escritório.

DEZ SUGESTÕES DE PRESENTES PARA O 12 DE AGOSTO

Seu pai não quer só almoço

N

acessórios para o escritório a gadgets eletrônicos, o varejo está cheio de ofertas. Confira algumas

o Dia dos Pais, 12 de agosto, não basta marcar um almoço: tem que presentear. De

sugestões selecionadas pela repórter Barbara Oliveira. E lembre-se: ao comprar, informe-se

sobre garantia, prazo de entrega nas compras online e também sobre a assistência técnica. Os preços são sugeridos.

4 EM 1 – O kit para notebook tem mouse óptico e fio retrátil, teclado numérico USB, um headset com cabo ajustável e hub com 4 entradas USB. Sai por R$ 99 nas lojas ou na www.leadership.com.br. WEBCAM –A SPC500NC Philips tem cabeça giratória e taxa de transferência de 30 quadros por segundo. Custa R$ 129. :d

tos

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DVD PORTÁTIL – O Airis LW260 pode ser levado no carro. Tem tela de 7", pesa 1,1 kg e vem com controle remoto, em forma de cartão, alto-falantes e cabo para conectar ao acendedor. A maleta serve de suporte para ser acomodada no banco. Preço sugerido no varejo: R$ 799. SEM FIO –O trackball Targus controla as funções do mouse do PC e funciona até 15 metros de distância do notebook. Preço R$ 219. No varejo e nas lojas online especializadas.

MP3 –O Zimo T50 tem duas saídas de fones de ouvido. Pesa 26 gramas e memória de 512 MB a 4 GB. Preços a partir de R$ 229. www.zimo.com.

MAIS QUE TECLADO – Da Clone, vem com webcam acoplada e microfone. R$ 119, no varejo.

PARA VIAGEM –O PM1311 Philips tem minimouse e hub de 4 portas USB 2.0. Vem num estojo de couro e bolsa transparente. Preço no varejo: R$ 249.

ULTRAFINO –O Motoslvr L7i, da Motorola, suporta cartão de até 2 GB e fone de ouvido.Custa, em média, R$ 599.

MP4 –O Vibemix Gold, da Extralife, tem memória interna de 2 GB e permite ler arquivos de textos, letras de músicas, livros eletrônicos, ouvir música, gravar a voz, visualizar imagens e reproduzir vídeos. Custa R$ 399 na www.extralife.com.br.

GADGET –A caneta Gotec tem escrita fina, bateria interna recarregável e memória flash de 256 MB, que também grava sons. Encontrada na www.leadershop.com.br por R$ 174.

O notebook Asus, feito sob licença da marca italiana Lamborghini, vem nas cores do superesportivo, amarelo e preto.

DAS PISTAS PARA SEU ESCRITÓRIO Fotos: divulgação.

M

arcas associadas à velocidade emprestam prestígio a marcas associadas à tecnologia. Dois exemplos são o notebook Asus VX2S com a grife Lamborghini e o Flash Drive USB Extreme Ducati Edition, da SanDisk. Por enquanto, só uma versão do Asus Lamborghini está sendo vendida no Brasil e também serve como sugestão de presente para os pais. O flash drive só será lançado daqui a algumas semanas nos Estados Unidos e na Europa. Velocidade – O VX2S, lançado recentemente na Europa em substituição ao VX1, tem chip Intel Core 2 Duo T7500, é montado em liga de alumínio, magnésio e fibra de carbono, como os automóveis da marca, sempre nas cores amarelo e preto. A tampa da ventoinha para ventilação segue o formato das rodas do carro e a câmera integrada gira a 240º, como se fossem faróis. A segurança dos dados é protegida graças ao leitor biométrico das digitais do usuá-

rio. A tela é wide screen (15.4") de alto brilho e o usuário terá mais mobilidade graças ao gerenciador de energia Asus Power4 Gear eXtreme, que prolonga a duração da bateria em 25%. A memória DDR2 é de 1GB e o HD de 200 GB, com placa de vídeo GeForce 8600 M e Windows Vista. À venda na Europa por 2.416 euros. No Brasil, o portátil deve chegar em breve, mas o modelo VX1, também com a marca Lamborghini, está disponível em lojas especializadas como a carioca Notebook One (www.notebookone.com.br). O preço médio do VX1, também com chip Dual Core 2 Duo, está em R$ 6.999. Mais inf o r m a ç õ e s e m http://br.asus.com. Ducati Flash –Fabricado pela SanDisk sob licença da marca italiana de motos Ducati, o Flash Drive reproduz o tanque de combustível das motos esportivas da marca e leva as cores vermelha e preta, das Ducati Corse, de competição. A luz que se acende quando

O flash drive da SanDisk tem o formato do tanque de combustível das motos italianas Ducati.

o dispositivo é inserido na porta USB reproduz a luz de freio das motos. O drive tem capacidade de 4GB e, segundo o fabricante, oferece leitura de 20 MB por segundo, a mais rápida entre os drives da marca. O drive é compatível com

Windows 2000, Windows XP, Windows Vista, e com as versões 10.1.2 ou posteriores do Mac OS. Será lançado agora em agosto nos Estados Unidos e na Europa pelo equivalente a 125 dólares. Dentro de alguns meses deve chegar ao Brasil.


C idades O FATOR VIRACOPOS DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

a maior

Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo

tragédia Mário Tonocchi

A

pesar de ser uma das principais apostas para normalização do tráfego aéreo brasileiro, o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), ainda é uma alternativa tímida para desafogar o tráfego aéreo do Aeroporto de Congonhas. Com capacidade para receber dois milhões de passageiros ao ano, o terminal pode chegar, de imediato, a quatro milhões, segundo cálculos da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Para efeito de comparação, a média em Congonhas é de 22 milhões de passageiros por ano. Mesmo para dobrar o atendimento atual, Viracopos teria de operar 24 horas por dia, sete dias por semana e ampliar os saguões de embarque, desembarque e check-in, dos atuais 1,1 mil para 2.560 metros quadrados. Essa ampliação, que já está em curso, é um remanejamento de espaços para aumentar o tamanho do saguão. A obra, iniciada há duas semanas, deveria ficar pronta em dois meses, mas a Infraero quer adiantar em pelo menos 40 dias. E a estatal, que administra os aeroportos brasileiros, garante que a ampliação imediata, apesar do grande volume de operações programadas, é segura. Para aumentar ainda mais a capacidade e se posicionar como uma alternativa eficiente ao tráfego aéreo brasileiro, é necessário investir em Viracopos pelo menos R$ 500 milhões, para a construção de uma segunda pista, e outros R$ 2,7 bilhões para um trem de alta velocidade entre o aeroporto de Campinas e São Paulo. Entraves - Além de o governo não ter destinado os investimentos para a segunda pista, há outras questões que emperram o processo, inclusive ambientais. Após um processo de 30 anos para desapropriar uma área de 17 bairros e 5,6 mil famílias, o governo voltou atrás e reiniciou o processo, desta vez do outro lado do aeroporto, em uma região que abriga a maior área de vegetação remanescente de cerrado de Campinas. Hoje, para atender as operações de carga e o transporte de cerca de 800 mil passageiros por ano, as companhias aéreas e terceirizadas que operam em Viracopos contam com 1.050 funcionários. A estrutura atual inclui cerca de 18 escadas para embarque e desembarque e aproximadamente 35 carretas para o transporte de bagagens. Essa estrutura já mostrou que não é suficiente apenas com os vôos alternados de Congonhas, como os das últimas semanas, e provocou reclamações da infraestrutura e do atendimento de Viracopos, em meio à falta de informação dos passageiros. A empresária Miriam Ibrahin, proprietária do Munduberry American Bar, localizado no saguão de check-in, também reclama da falta de informação. Segundo ela, a Infraero ainda não informou oficialmen-

Pista do Aeroporto Internacional de Viracopos: para tornar-se alternativa viável a Congonhas, é necessária uma segunda pista

Nova pista envolve problemas ambientais

te aos comerciantes o que está acontecendo e qual a possibilidade do aeroporto receber mais passageiros. "Ninguém consegue programar estoques e o número de pessoas para atender um público maior", disse. A Infraero informou, por meio de sua assessoria de imprensa em Viracopos, que também espera informações, principalmente sobre o número de vôos que o aeroporto vai receber de Congonhas para, então, informar aos permissionários sobre as mudanças. Isso pode acontecer, entretanto, no mesmo dia do início das alterações e aumento de pousos e decolagens em Viracopos. Clima - Apesar de tudo isso, Viracopos tem grandes vantagens para tornar-se uma alternativa viável. Em relação às condições meteorológicas, o terminal suspendeu as operações por apenas 22 horas e 45 minutos nos últimos 12 meses. Dessas 22 horas, cinco não foram por causa do mau tempo, mas para a retirada de um avião. Além disso, até maio do próximo ano será concluída a instalação do ILS (Instrument Landing Sistem) CAT-1. Ao custo de R$ 9,7 milhões, o sistema vai permitir mais segurança em pousos e decolagens com tempo adverso, por instrumentos. Mais informações na página seguinte e em Política (página 3)

Até 2008, equipamentos para aumentar segurança nas operações

1 Aeroporto Internacional de Viracopos necessita de um trem de alta velocidade para a Capital.

Aeroporto Internacional de Campinas desponta como uma das alternativas para desafogar os aeroportos de Congonhas e de Cumbica. Mas para que isso aconteça, ainda são necessários investimentos de R$ 3,2 bilhões, dos quais R$ 500 milhões apenas para a construção de uma nova pista. No aeroporto de Cumbica, a ampliação esbarra na saturação do terminal e no grande adensamento urbano no entorno do aeroporto. Em Jundiaí, o aeroporto local precisa ser modernizado. Em Ribeirão Preto, há disputas judiciais, além do problema da distância da Capital: 319 quilômetros.

Saguão de passageiros está sendo ampliado

FAB estuda ampliação de Jundiaí

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pesar de o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) ter definido ontem que apenas a aviação geral (jatos executivos e táxis aéreos) deve ficar no Aeroporto Estadual Comandante Rolim Adolfo Amaro, em Jundiaí, a Aeronáutica já tinha encomendado estudos sobre a possibilidade de ampliação do local para receber também a aviação comercial. Ontem

mesmo, segundo fontes da Aeronáutica, oficias do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP) no Aeroporto de Viracopos, estudavam possíveis rotas aéreas para que um aeroporto não interferisse no outro. Na semana anterior ao acidente com o Airbus da TAM, até o comandante da Aeronáu-

tica, brigadeiro Juniti Saito, esteve em Jundiaí para avaliar as condições da área. "Acho difícil uma ampliação, pois, de um lado, temos a Serra do Japi e, do outro, a rodovia", disse o secretário Estadual de Transportes, Mauro Arce, responsável pela administração do aeroporto. "Não tem lugar para estacionar aeronaves grandes. Hoje, cabem no máximo cinco Boeings", disse o secretário.

Antes mesmo de o Conac se pronunciar contra a construção imediata de um terceiro aeroporto na Grande São Paulo, o Ministério Público Estadual (MPE) informou, no início da tarde de ontem, que pretende abrir um procedimento de apuração para acompanhar os possíveis impactos ambientais e de ocupação do solo urbano que a construção trataria.(Agências)


Nacional Empresas Agronegócio Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007

GREVE PREJUDICA COMÉRCIO AGROPECUÁRIO

Jack Anderson/ AFP

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Mercado brasileiro de café é um dos maiores do mundo. E continua em crescimento.

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

PRODUÇÃO DE CAFÉ PODE FICAR PEQUENA PARA O CONSUMO Os estoques mundiais de café diminuíram, mas a demanda continua crescendo. A associação de produtores, preocupada com o mercado, vai fazer em outubro o levantamento final com dados da oferta e da demanda de grãos. Alex Almeida/Folha Imagem

Adriana David Com uma demanda crescente de café no mercado interno e externo, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) começa a se preocupar com a possibilidade de faltar o grão no fim de 2007 e início de 2008. A safra a ser colhida neste ano é baixa – 32 milhões de sacas –, assim como os estoques privados, que em abril somavam 17 milhões de sacas. A conclusão final da situação do mercado, segundo o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, será defin i d a a p a r t i r d e o u t u b ro , quando a indústria vai verificar os números exatos da colheita e da demanda mundial. "Com o desequilíbrio, pode haver redução de preço do café no início do próximo ano", diz o diretor. O mercado interno brasileiro, um dos maiores do mundo, teve crescimento e

Compradores querem certificado

a importação mundial se manteve em níveis altos. "O mundo não se ressentiu do pequeno estoque físico brasileiro ou de outros países", afirma. Conillon – O executivo diz que, em meio a apreensões quanto ao preço, o cafeicultor brasileiro começa a intensificar a produção de café conillon

(variedade do robusta). Este tem sido cada vez mais usado pela indústria para a mistura com outros grãos, representando hoje entre 35% e 40% do volume vendido. Com isso, o preço do robusta está subindo mais do que o café arábica. Entre as vantagens do conillon, Nathan aponta o custo menor de produção e a produtividade mais alta (40 sacas por hectare do conillon, ante 20 sacas do arábica). No entanto, há um inibidor para o cultivo em alguns estados como Espírito Santo, Rondônia e Sul da Bahia. A cultura desse tipo de grão se dá melhor em Minas Gerais e no Paraná, estados em que sua produção deve crescer. O executivo discorda da opinião de que a mistura do café robusta no produto final altera a bebida. Herszkowicz diz que as indústrias que fazem a mistura participam de programas de controle da Abic, destinados a manter a qualidade.

Safra brasileira que será colhida neste ano deve ser de 32 milhões de sacas. Consumo interno fica com 17 milhões

Sustentabilidade é uma exigência do mercado externo

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Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) está estimulando os produtores a integrar o programa de certificação em sustentabilidade. As primeiras fazendas a seguirem as normas de manejo do programa são do Cerrado e Sul de Minas. A Sara Lee, maior torrefadora do Brasil, por exemplo, vende em lojas da marca Café do Ponto produtos de pequenos produtores que recebem certificação sócio-ambiental. E as embalagens de café torrado e moído recebem selo da Abic mostrando que a produção do grão é sustentável. A Abic também sugere regras para o controle da quali-

dade do café comprado pelos órgãos públicos por meio de licitações. Esses organismos são responsáveis por 6% de todo o café consumido no País, que hoje totaliza cerca de 17 milhões de sacas. A entidade também integra o programa internacional 4Cs (Código Comum da Comunidade Cafeeira) e com ele pretende atender, principalmente, a demanda do mercado mundial por mercadoria produzida com sustentabilidade. As embalagens terão indicação do programa 4Cs. Um dos países com mercado sustentável mais desenvolvido são os Estados Unidos, para onde vão 55% das exportações de ca-

fé brasileiro torrado e moído. A meta dos associados do 4Cs é de produzir 2,8 milhões de grãos em todo o mundo até o fim de 2007. "O objetivo não é ter apenas um nicho, mas aumentar o café sustentado para atender a uma demanda do consumidor que também traga benefícios para o produtor." No Brasil, integram o programa 11 mil associados da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) e da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuáristas Ltda. (Cocapec). Entre as exigências do 4Cs estão a ausência de trabalho infantil nas fazendas, preservação ambiental e menor uso de agrotóxicos. (AD)

INFORME PUBLICITÁRIO

Concentração é a tendência

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diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, acredita que a atual situação do setor apresenta tendência para fusões e aberturas de capital. "Há cada vez

VOCÊ CONHECE O POP?

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POP (Proteção do Investimento com Participação) é um novo produto de renda variável, negociado na BOVESPA, que proporciona uma determinada proteção contra a eventual desvalorização do investimento em ações em troca de uma participação nos potenciais ganhos desse investimento. Isso é possível por meio da combinação da aplicação em ações e seus respectivos derivativos. COMO FUNCIONA O investidor define o nível de proteção desejado ao escolher em que série de POP vai investir. Se a ação cair, ele recebe o valor do capital protegido, cobrindo assim o risco correspondente à desvalorização. Em contrapartida, se a ação subir, o aplicador abre mão de parte do lucro obtido

com a valorização do papel. A proteção do POP pode ser menor do que o investimento, mas é válida somente se mantida até o vencimento. VENCIMENTO No vencimento do POP, podem acontecer duas coisas: se o valor da ação for menor que o capital protegido, o investidor escolherá receber esse montante em vez de ficar com a própria ação. Essa escolha é o exercício da opção, que deverá ser comunicado à Corretora que o administra para ser executada no mercado. Se o valor da ação for maior que o capital protegido, o investidor deverá escolher se quer ficar com a ação sem qualquer proteção ou adquirir um novo POP, para continuar a ter uma determinada proteção ao seu capital. Essa escolha também deverá ser comunicada à Corretora.

RESGATE Caso o investidor precise resgatar o POP antes de seu vencimento, será realizada uma transação comum. O POP, assim como as ações, é um bem que pode ser comprado ou vendido a qualquer instante e em qualquer montante (obedecidos os lotes mínimos de negociação). Caso o investidor decida, basta dar à Corretora a ordem de vendê-lo e o valor correspondente será disponibilizado em sua conta. Nesse caso, ele receberá o valor de mercado do POP no momento da venda. É importante ressaltar que o valor do capital protegido é assegurado somente no vencimento do POP e a sua negociação antes do vencimento é efetuada aos preços do mercado. Para mais informações ligue para 0800 7710194 ou acesse o site www.bovespa.com.br.

COMO INVESTIR

COMO ACOMPANHAR

PROTEÇÃO

I O processo para investir no POP é o mesmo para comprar ações. O primeiro passo é procurar uma Corretora de Valores. Elas são as únicas instituições autorizadas a operar na BOVESPA. Acesse o site www.bovespa.com.br e veja a lista completa de Corretoras Membros.

I O investidor que deseja acompanhar suas aplicações no POP pode acessar o site da BOVESPA (www.bovespa.com.br), pela área "Cotação Rápida" ou a página da CBLC (www.cblc.com.br) e procurar pela seção CEI – Canal Eletrônico do Investidor.

I O funcionamento do POP e suas características de risco-retorno só valem se ele for mantido inalterado. Se o investidor vender ou comprar qualquer um dos três instrumentos do POP, a proteção de capital tornase inválida. Portanto, antes de "desmanchar" um POP, consulte sua Corretora.

Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país

mais concentração, e o mercado cresce. É possível que estrangeiros queiram investir na indústria cafeeira brasileira no médio e longo prazo", afirma. O executivo lembrou que as 20 maiores empresas de café instaladas faturaram o equiva-

lente a 50,35% do mercado de café torrado e moído entre maio de 2006 e abril de 2007. No período anterior, o percentual foi mais baixo, 48,74%. Já entre as cinco maiores torrefadoras, a participação passou de 34,46% para 37,02%. (AD)

Toneladas de produtos parados

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greve dos fiscais federais agropecuários, que hoje completa uma semana, causou a retenção de 202 mil toneladas de mercadorias nas aduanas do Rio Grande do Sul até sextafeira à tarde. O valor dos produtos que aguardavam liberação de entrada ou saída no Brasil foi estimado em US$ 95 milhões pelos fiscais. A categoria reivindica reestruturação da carreira, com reajuste médio de 45%. Durante a greve, os fiscais são obrigados a manter 30% do quadro em atividade. Se o Ministério da Agricultura confirmar a publicação de portaria delegando a função dos fiscais aos estados, a categoria pretende ingressar na Justiça contestando a me-

dida, disse o presidente da Associação dos Fiscais Federais Agropecuários no Rio Grande do Sul (Afama), José Luiz Castilhos. "Os estados não têm essa competência nem treinamento", observou. Conforme o dirigente, a alteração significaria fragilizar a fiscalização, comprometendo acordos que o Brasil mantém com países importadores. Am azo nas – Com o movimento dos fiscais federais, a Secretaria da Produção Rural (Sepror) do Amazonas assumiu ontem as ações de defesa, vigilância e fiscalização relacionadas à inspeção fitossanitária de embalagens e suportes de madeira para armazenamento nos portos, aeroportos e postos de fronteiras.

A iniciativa tem o objetivo de contribuir para reduzir os impactos causados na Zona Franca de Manaus (ZFM) e ao comércio local, porque os insumos estão retidos em portos e aeroportos. Alguns fiscais em greve tentaram impedir a ação dos servidores da Secretaria de Estado da Produção Rural. Eles bloquearam o acesso a documentos nos computadores e também à circulação dos funcionários por algumas áreas. "Essa ação cabe aos fiscais federais. Ao determinar que outros profissionais a façam, infelizmente o Ministério da Agricultura e a Sepror estão agindo contra a lei", argumentou um dos grevistas, o fiscal federal Adauto Carneiro. (AE)

Suco: documentos de cartel serão abertos.

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juiz-substituto da 5ª Vara Federal do Distrito Federal, Paulo Ricardo de Souza Cruz, negou mandado de segurança apresentado pela Louis Dreyfus (LD) Commodities que pedia a suspensão da abertura de documentos apreendidos durante a chamada "Operação Fanta" na Coinbra Frutesp, antigo nome da indústria processadora de suco de laranja. Com a decisão tomada na última quinta-feira, foi mantida a abertura dos documentos, prevista para ontem e hoje na Secretaria de Direito Econômico (SDE), em Brasília. No despacho, Cruz sustentou a decisão usando acórdãos que também negavam a aber-

tura de documentos, tanto para a LD Commodities quanto para a Montecitrus Trading, em decisões tomadas pela desembargadora Consuelo Yoshida, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, no início deste mês. "O mandado de segurança não pode ser usado como supedâneo (base) recursal para reformar decisão de outro órgão judiciário, notadamente de tribunal", informou o juiz substituto para indeferir o mandado de segurança da LD Commodities. Cruz ainda alegou que não foram apresentadas, no pedido inicial, provas documentais dos fatos para justificar a suspensão da abertura dos documentos.

Cartel – Na "Operação Fanta", realizada em 24 de janeiro de 2006, a Polícia Federal apreendeu documentos e material no processo que apura a prática de cartel por parte de processadoras de suco de laranja na compra da fruta dos produtores. A ação ocorreu em escritórios e unidades industriais das processadoras Cutrale, Montecitrus, LD Commodities e Citrovita, em Araraquara, Monte Azul Paulista, Bebedouro e São Paulo, além da antiga sede da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus) e na residência do ex-presidente da Louis Dreyfus Commodities, Reinaldo Roberto Sesma, ambas em Ribeirão Preto. (AE)


terça-feira, 31 de julho de 2007

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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FUNDO VAI FINANCIAR INSTITUTOS E ESCOLAS

5,8

por cento é o crescimento estimado para a indústria pela LCA consultores e pela Rosenberg & Associados

PRESIDENTE DO BNDES DIZ QUE NÃO FALTARÃO RECURSOS PARA PROJETOS COM BOAS TAXAS DE RETORNO

MAIS DINHEIRO PARA INFRA-ESTRUTURA Lula Marques/Folha Imagem

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Luciano Coutinho, do BNDES: "Nos últimos dez, 15, 20 anos houve abandono do planejamento no Brasil".

presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem, em Curitiba, onde se reuniu com empresários, que pretende criar, em curto prazo, um fundo para financiar institutos e escolas do setor público ou consultorias privadas para o desenvolvimento de projetos de infra-estrutura, que tenham viabilidade técnica e econômica. "Nos últimos dez, 15, 20 anos houve abandono do planejamento no Brasil", criticou. "E infra-estrutura não se faz de improviso. Requer planejamento de longo prazo", completou. Coutinho afirmou já ter conversado com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef,

País faz acordo setorial para aviação

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Brasil e 30 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) assinaram ontem o Entendimento Setorial 2007 sobre créditos de Exportação para Aeronaves Civis. O acordo firmado no Rio de Janeiro é resultado de quase três anos de negociações multilaterais e estabelece regras que limitam o financiamento de governos para subsidiar exportações de empresas nacionais fabricantes de aviões. Para o subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores, Roberto Azevedo, o acordo vai reduzir gastos dos tesouros nacionais, dar transparência e igualdade de condições para concorrência entre as empresas e reduzir as disputas e litígios comerciais entre países. As tratativas para substi-

tuir o antigo Entendimento Setorial Aeronáutico, de 1986, considerado defasado, foram iniciadas em 2004, são uma opção às discussões bilaterais infrutíferas entre Brasil e Canadá, na Organização Mundial de Comércio (OMC), por causa de disputas de mercado envolvendo a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a fabricante canadense de aviões Bombardier. Sem conflitos – Para o embaixador do Canadá no Brasil, Guillermo Rischynski, o acordo vai abrir portas para que os dois países passem a interagir positivamente em outras áreas de interesse e mostra a importância de organismos de negociação multilateral para a resolução pacífica de conflitos. Segundo o vice-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Armando Mariante Carvalho, as condições

de financiamento da indústria aeronáutica não vão mudar muito no País, já que vai diminuir a necessidade de equalização do Tesouro Nacional. Segundo o vice-presidente da Embraer, Henrique Rzezinski, o acordo é uma grande realização, pois garante que todos as empresas estejam sob as mesmas regras. "As condições passam a ser previsíveis e iguais para todos." Rzezinski não quis estimar quanto as vendas da empresa podem crescer, com as novas regras, mas garantiu que várias concorrências foram perdidas no passado em decorrência das condições assimétricas do mercado. A Embraer produz, por ano, cerca de 160 aviões, fazendo do Brasil o terceiro maior produtor de aeronaves comerciais do mundo. Perto de 90% da produção da empresa é destinada às exportações. (Agências)

Embraer: vantagens para exportar

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Canadá terá de alterar mais seus financiamentos oficiais às exportações da fabricante de aviões Bombardier do que o Brasil em relação ao crédito para vendas dos produtos da Embraer, de acordo com o vicepresidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Armando Mariante Carvalho. As mudanças seriam conseqüência do acordo internacional assinado ontem no Rio de Janeiro sobre financiamento à exportação entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Brasil. Estados Unidos e União Eu-

Companhia está em situação confortável

A

Embraer fica mais confortável para um futuro período de redução da liquidez na economia mundial com o acordo sobre financiamento oficial à exportação de aeronaves assinado ontem pelo governo brasileiro e por países participantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo o vice-presidente para Relações Internacionais da empresa, Henrique Rzezinski. O executivo lembrou que há muita liquidez no mercado e a empresa não tem necessidade de financiar as exportações pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (AE)

ropéia também teriam que mudar seus sistemas de financiamento, segundo Mariante. "Mas é um ajuste fino que os outros países terão que fazer, não um ajuste grosseiro", afirmou o executivo do BNDES. De acordo com ele, o acordo reduzirá o uso de recursos do Tesouro Nacional para equalizar taxas de juros no programa brasileiro de financiamento às exportações Proex. Já em relação aos financiamentos feitos pelo BNDES para as vendas da Embraer, o acordo "muda muito pouco", disse. "Não teremos que alterar nossas regras. Nós já vínhamos seguindo uma linha de mercado. Outros países é que não", afirmou. "A Em-

braer precisa muito menos do BNDES do que no passado. Hoje, a Embraer se financia no mercado", disse Mariante, que estava no Itamaraty na cerimônia de assinatura do acordo. Ele observou que o crédito é muito importante para as vendas de avião. "Uma aeronave custa de US$ 30 milhões a US$ 100 milhões. Não se compra um avião, compram-se dezenas, e o financiamento, normalmente, alcança 100% do valor da aeronave", destacou. O vice-presidente do BNDES disse ainda que a decisão de trocar de fabricante é muito difícil para o comprador porque está relacionada à manutenção da frota. (AE)

sobre a proposta e ontem, antes de viajar a Curitiba, onde chegou atrasado em razão dos problemas nos aeroportos, telefonou para o ministro da Defesa, Nelson Jobim. "Coloquei o BNDES à disposição para auxiliar na elaboração de estudos e projetos que permitam enfrentar de forma objetiva e eficaz a crise na infra-estrutura aeroportuária", acentuou. Além da questão aeroportuária, Coutinho também considerou como "prioridade zero" a elaboração de projetos no setor energético. O presidente do BNDES afirmou que ainda não tem estipulado quanto de recursos o novo fundo terá. "Mas deve ser um valor condizente com o tamanho dos desafios", prometeu. "A idéia é que seja um fundo rotativo, que

possa viabilizar a recuperação da consultoria e da atividade de engenharia do País ." Ele garantiu que não faltará recursos para projetos que tenham taxa de retorno satisfatória. "Não faltará dinheiro para projetos que tenham mérito e relevância do ponto de vista econômico e social", salientou. Na reunião com empresários paranaenses, Coutinho ouviu pedidos resumidos em um documento assinado por parlamentares federais do estado. Entre as solicitações estão programas de modernização de rodovias e ferrovias, ampliação dos terminais aeroviários, modernização dos portos, diversificação da matriz elétrica e projetos de eficiência energética para a indústria e parques tecnológicos. (AE)

Produção industrial em alta

O

s indicadores prévios sobre a produção industrial de junho sugerem que esse índice deve registrar nova alta, porém em ritmo menor, na próxima sextafeira, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os números. A LCA consultores, por exemplo, projeta uma variação de 5,8% na atividade, ante junho de 2006, mas de apenas 0,9% frente a maio, mês em que a alta na margem foi de 1,3%. Pelo ajuste sazonal utilizado pela consultoria, a variação seria de 0,6% entre maio e junho. A Rosenberg & Associados também estima crescimento

anual de 5,8% e 0,7% na margem com ajuste. Segundo a LCA, cinco dos oito indicadores avaliados subiram entre maio e junho, com destaque para a produção de petróleo e gás natural. A confirmação da expansão da capacidade produtiva da Petrobras deve contribuir para um resultado mais positivo da indústria extrativa em 2007. A Rosenberg diz que a indústria extrativa mineral crescerá 10%. Os resultados positivos da atividade no segundo trimestre fizeram a LCA revisar a expectativa de aumento da produção industrial em 2007 de 4% para 4,3%. A Rosenberg ci-

ta como indicador positivo a queda no desemprego em junho, mas destaca, sobretudo, o aumento do crédito nesse mês, quando a relação entre crédito e Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 32,1%, em maio, para 32,3% em junho. Automóveis – Os dados da Anfavea (entidade que representa as montadoras de veículos) mostram que a indústria automobilística produziu, no primeiro semestre, 1,4 milhão de veículos – 6,3% mais que em igual período de 2006. O setor mostra expansão a taxas próximas às verificadas em 2004, o último ano considerado forte para a indústria. (AE)

Grau de investimento: sem mudança

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a avaliação do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, exministro da Fazenda, de Administração e da Ciência e Tecnologia e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, a classificação do Brasil como grau de investimento deve vir, mas não "muda nada". "O Brasil não vai melhorar nem piorar por causa disso", afirmou. Atualmente, o Brasil está a apenas uma nota do grau de investimento pelas agências de classificação de risco Standard & Poor's e Fitch e a dois degraus pela Moody's. Segundo Bresser Pereira, essa classificação serve para trazer mais investimentos para o País, mas "o Brasil não está precisando de mais investimento". "A quantidade de investimento que está vindo para o Brasil é enorme", comentou, discordando da opinião de alguns analistas de que o Brasil vive um de seus melhores mo-

mentos, uma fase dourada. "Isso é ridículo. Estamos crescendo ridículos 3,5% ao ano." Para ele, o Brasil viveu fases douradas em outras épocas, como nos anos 1930 ou 1970, do milagre econômico, quando o crescimento do PIB chegou a 11%.

Para Bresser, o Brasil não soube e não está sabendo aproveitar o bom momento de liquidez internacional dos últimos cinco anos e, por isso, continua atrás de outros países emergentes em termos de crescimento econômico. (AE)


Ambiente Educação Aeropor tos Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DISPUTA JUDICIAL ENGESSA SOLUÇÃO

Marcelo Soares/Hype

terça-feira, 31 de julho de 2007 Leonardo Rodrigues/Hype

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Construção de nova pista no aeroporto de Cumbica depende da remoção de 10 mil pessoas.

Congonhas terá redução diária de 151 vôos Maior parte dos vôos irá para Cumbica e Viracopos

a maior

tragédia

O Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos: projeto para construção de nova pista ainda depende de processo de desapropriação

Em Cumbica, terceira pista está no papel há 10 anos Além de não estar prevista no orçamento de 2007, obra depende de desapropriações de bairros em Guarulhos Marcelo Soares/Hype

a maior

tragédia Ivan Ventura *

A

construção da terceira pista no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, está programada há 10 anos e nunca saiu do papel. E não há garantia que se torne realidade, pois está engessada por uma briga judicial pela posse de um terreno ocupado, indefinição sobre o início da obra e pelo crescimento populacional no entorno do maior aeroporto do País, estimado em 10 mil pessoas. De acordo com a Infraero, o projeto e a planta estão prontos. As duas pistas existentes tem uma extensão de 3.700 metros e 3 mil metros. A terceira teria pouco mais de 1.500 metros e, com a nova obra, 30% dos vôos de Congonhas seriam transferidos para Cumbica. Para este ano, a Infraero informou que dificilmente haverá investimentos para a construção da nova pista. Porém, estão previstos R$ 400 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção de um terceiro terminal no aeroporto, o que elevaria o número de passageiros dos atuais 17 mi-

No jardim Marilene, briga judicial emperra desapropriação para pista

lhões anuais para 29 milhões (aumento de 71%). Ocupação - Além da falta de recursos, a construção da nova pista esbarra nas desapropriações necessárias para as obras em bairros como o jardim dos Eucaliptos, Malvinas e Marilene. No jardim Marilene, há uma briga judicial pela posse do terreno, entre moradores e um empresário português, o que retarda o processo de desapropriação, já que o caso corre na Justiça. A própria Infraero prevê um gasto de R$ 2,8 milhões com desapropriações, nos três bairros. O presidente da Câmara de Guarulhos, vereador Paulo Carvalho (PR), não é a favor e

nem contra a pista. “As pessoas desses bairros querem uma solução. É preciso decidir se vai construir ou não”. A presidente da Associação Pró-moradia Nosso Lar Nosso Teto, Maria Ede Lages da Silva, 48 anos afirmou que não gostaria de sair. “Mas se não tiver outro jeito vou pedir mais de R$ 30 mil, dinheiro que investi na minha casa”, disse a moradora do jardim Marilena, um dos bairros que serão alvos de desapropriações. Ambiente - O procuradorgeral de Justiça do Estado, Rodrigo César Pinho, manifestou ontem, em nota à imprensa, preocupação com a possibilidade de construção de um no-

vo aeroporto na Grande São Paulo, devido às questões ambientais. A construção de um novo aeroporto é uma das muitas medidas propostas para desafogar o tráfego aéreo do Aeroporto de Congonhas. "Além da saturação de espaços disponíveis, a região metropolitana de São Paulo está confinada por territórios de grande relevância ambiental, como a Serra da Cantareira, os grandes mananciais de abastecimento de água e, em todo o entorno, o chamado 'cinturão verde', declarado pela Unesco como reserva da biosfera. Tratamos, aqui, de espaços já fragilizados e que, como é notório, têm importância estratégica vital para a sustentabilidade da quarta maior concentração urbana do planeta" afirma, na nota, o representante do Ministério Público Estadual. Segundo o procurador, é necessário "avaliar, com prudência, a existência de outros caminhos menos danosos ao meio ambiente". O procurador ressalta, na nota, que, na ânsia de procurar soluções após o acidente com o Airbus da TAM, "causa grande preocupação (ao MPE) a possibilidade de construção de um novo aeroporto na região metropolitana, que acabe por atingir o meio ambiente da área, já agredido ao extremo". (* com AE)

Conselho de Aviação Civil (Conac) determinou ontem a redução de 151 vôos diários no Aeroporto de Congonhas, na zona sul, e transferência da maior parte deles para os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas. Para isso, determina à Infraero que tome todas as medidas e procedimentos para estudar melhorias nos dois aeroportos. O Conac estabeleceu prazo até o dia 20 de outubro para que os dois terminais tenham um novo "layout", capaz de abrigar um fluxo maior de passageiros. Em 30 dias, a Infraero também terá de apresentar estudo para ampliar a capacidade operacional de Viracopos e Cumbica. De imediato, há a determinação de que sejam transferidos de Congonhas para o aeroporto de Jundiaí (SP) todos os vôos particulares e executivos. Com as mudanças, Congo-

nhas passará a operar vôos para apenas 11 destinos: Brasília (DF), Confins (MG), Galeão (RJ), Santos Dumont (RJ), Vitória (ES), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Foz do Iguaçu (PR), Campo Grande (MS) e interior do Estado de São Paulo. O aeroporto de Brasília passará a centralizar vôos para o Norte e Centro-Oeste do País. Já o Tom Jobim, no Rio, terá como prioridade vôos para o Nordeste, Europa e Estados Unidos. Ontem, apesar da calma aparente, a realidade ainda era de atrasos e cancelamentos de vôos nos aeroportos. Até as 18h, de 1.511 vôos programados no País, 306 atrasaram mais de uma hora (20,2%), e 105 foram cancelados (6,9%), segundo boletim da Infraero. O aeroporto internacional de Cumbica, que recebeu 64 vôos transferidos de Congonhas, registrou atrasos superiores a uma hora em 11,3% dos vôos até o fim do dia. Outros quatro foram suspensos. Em Congonhas, 29 vôos foram cancelados até as 18h, dos 143 que estavam programados para ontem. (FV e Agências)

Thiago Bernardes/Luz

Aeroporto de Congonhas, ontem: medidas devem desafogar terminal


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Agronegócio Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TESOURO MANTÉM LEILÃO DE TÍTULOS

terça-feira, 31 de julho de 2007

8,4

bilhões de reais foi o total de compras com cartões de pessoas com mais de 60 anos no 1º semestre

MELHORA DOS MERCADOS EM NOVA YORK PERMITIU RECUPERAÇÃO DA BOLSA PAULISTA, QUE SUBIU 3,12%

BOVESPA COMEÇA SEMANA EM ALTA Fotos: Rafael Hupsel/Luz

A

queda do preço do petróleo e maior prudência das empresas do segmento de crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos garantiram ontem pregões positivos em Nova York. Com isso, houve espaço para uma recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O Ibovespa, principal referência do mercado brasileiro de ações, fechou com alta de 3,12%, em 54.573 pontos. Na semana passada, a turbulência externa fez o indicador perder 7,8%. Por isso, operadores disseram que a alta de ontem também foi resultado de uma "caça às barganhas" no mercado. Muitos investidores aproveitaram a melhora do ambiente para comprar ações de empre-

sas com boas perspectivas por preços atrativos, o que acabou contribuindo para a valorização do Ibovespa. Para se ter uma idéia, só quatro papéis do Ibovespa fecharam em baixa e as oito maiores altas do pregão foram superiores a 4%. Com o desempenho de ontem, a bolsa paulista voltou a acumular alta de 0,33% no mês. Desde o início do ano, os ganhos somam 22,71%. O volume financeiro negociado totalizou R$ 3,953 bilhões, giro um pouco inferior à média registrada neste ano. O destaque à tarde foi a decisão da GMAC Financial Services de reduzir sua carteira de empréstimos de segunda linha (subprime) no trimestre. A notícia garantiu a alta de 0,7% do índice Dow Jones, da Bolsa de

Valores de Nova York, e de 0,82% da Nasdaq. Dólar — Com o cenário mais tranqüilo, o dólar comercial começou a semana em baixa. A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 1,874 para compra e a R$ 1,876 para venda, com queda de 1%. A taxa de risco do Brasil caiu 0,95%, para 209 pontos-base. O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o governo deve manter o leilão de títulos públicos previsto para quinta-feira. Segundo ele, as turbulências diminuíram. Na última quintafeira, a volatilidade chegou a fazer o Tesouro cancelar um leilão de papéis, pois os investidores estavam exigindo taxas muito elevadas para aceitar os títulos. (Agências)

Chacon, do Itaú: segmento de cartões para pessoas com mais de 60 anos crescerá 7,3% neste ano.

Para FMI, turbulência é passageira. Cartões: 3ª idade é público cobiçado.

A

s fortes quedas nas bolsas de valores de todo o mundo iniciada na semana passada pode ter breve duração, pois o mercado financeiro americano é robusto o suficiente para absorver a turbulência no setor de crédito imobiliário de alto risco. Além disso, o crescimento econômico mundial está se fortalecendo. A avaliação foi feita ontem pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato. "Do ponto de vista macroeconômico e no médio prazo, acredito não ser inteligente tomar conclusões precipitadas sobre um comportamento de mercado que pode durar alguns dias", disse Rato.

"Não acredito que podemos julgar o desempenho do mercado com base em movimentos de curto prazo", afirmou. "Pode estar havendo uma nova precificação imediata de risco, que veremos quanto vai durar", afirmou o diretor, lembrando também a possibilidade de a turbulência ser resultado de realização de lucros dos investidores. De acordo com Rato, tem havido atualmente uma inegável complacência entre os bancos americanos em relação ao nível de risco envolvido nos empréstimos imobiliários aos consumidores com histórico de crédito ruim. Ele afirmou, entretanto, que os problemas não são insolúveis.

"Colocando as coisas em perspectiva, temos visto problemas no mercado de crédito de alto risco nos Estados Unidos. Talvez eles sejam importantes, mas quando são colocados no contexto da economia americana, temos confiança que podem ser resolvidos." As condições da economia dos Estados Unidos e global continuam sólidas, com a inflação contida em muitos países e o avanço alicerçado em uma base mais ampla do que dois ou três anos atrás, na avaliação de Rato. "As condições econômicas no mundo se fortaleceram, porque vemos o crescimento se acelerando em relação às nossas projeções de três meses atrás." (AE)

Focus: mais investimentos diretos

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m conseqüência do surpreendente ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) em junho, o mercado elevou a estimativa para o fluxo de IED em 2007 de US$ 23 bilhões para US$ 25 bilhões, segundo a pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central. Para 2008, as apostas para o fluxo de IED ficaram em US$ 20 bilhões. O levantamento mostrou uma ligeira alta nas projeções para o superávit em conta corrente (saldo das transações do País com o exterior) neste ano d e U S $ 11 , 5 b i l h õ e s p a r a US$ 11,6 bilhões. Para 2008, contudo, a previsão para o superávit em conta corrente foi mantida em US$ 5,25 bilhões. Em relação à balança comercial, o mercado financeiro elevou de US$ 43,55 bilhões para US$ 43,8 bilhões a estimativa para o superávit neste ano. E para 2008, subiu de US$ 37,15 bilhões para US$ 37,2 bilhões. Na pesquisa Focus, que consulta 100 instituições financei-

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bilhões de reais em investimentos estrangeiros diretos devem entrar no País neste ano, de acordo com estimativas do mercado financeiro. ras, os economistas alteraram a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, de 3,7% para 3,72%. Para 2008, a projeção não foi alterada (4%). As apostas feitas pelas cinco instituições que mais acertam suas estimativas para o IPCA subiu de 3,61% para 3,64% em 2007 e de 3,65% para 3,8% no próximo ano. O indicador é usado pelo governo para balizar a meta de inflação.

Juros e dólar — De acordo com a pesquisa, as projeções do mercado para a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) no final deste ano mantiveram-se em 10,75% ao ano. Para setembro, quando ocorre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) o mercado espera corte de 0,25 ponto percentual, com a Selic ficando em 11,25% ao ano. A maioria dos analistas espera que a taxa fique em 2007 em uma média de 11,84% ao ano, mesmo percentual registrado na semana passada. Para o ano que vem, a taxa de juros média prevista subiu de 10,11% para 10,15% ao ano. A cotação do dólar no final de 2007 recuou de R$ 1,90 para R$ 1,89, conforme a Focus. Para o fim de 2008, a redução foi de R$ 1,98 para R$ 1,95. O mercado espera que o dólar feche este mês em R$ 1,87, repetindo a projeção da semana anterior, enquanto a expectativa para o fim de agosto é de R$ 1,86 ante R$ 1,87 há uma semana. (AE)

Mario Tonocchi

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os seis primeiros meses deste ano, os 7,8 milhões de cartões de crédito que estão nas mãos dos 2,8 milhões de brasileiros com mais de 60 anos realizaram R$ 8,4 bilhões em compras. O dado é do estudo "Cartões de Crédito na Terceira Idade", apresentado ontem pela Itaucard. O valor representa 10% do total movimentado pelos 78 milhões em circulação no País. Até o final do ano, o faturamento relacionado aos cartões de pessoas da terceira idade deve chegar a R$ 18 bilhões. De acordo com o levantamento, no primeiro semestre os produtos mais comprados por essa faixa etária foram os vendidos em supermercados. Em seguida, vieram restaurantes, agências de turismo e viagens. As farmácias também têm destaque. Em média, o valor unitário das compras da terceira idade é de R$ 230 no caso de equipa-

Chinellato: um serviço caro.

mentos eletrônicos — mais do que o tíquete médio de outras faixas etárias (R$ 221) nesse segmento. Nos restaurantes, a compra média da terceira idade é de R$ 134, ante R$ 102 dos mais jovens. Excluindo a população com renda mensal inferior a R$ 500, o rendimento médio das pessoas com mais de 60 anos (R$ 1.678) supera em 15% a renda da faixa até 59 anos (R$ 1.462). Quem tem 60

anos ou mais hoje gasta o mesmo que os mais novos em papelarias, livrarias e no pagamento de cursos. De acordo com o diretor de marketing de cartões do Itaú, Fernando Chacon, o públicoalvo das administradoras dos plásticos no caso da terceira idade soma 13,2 milhões de pessoas. "Só neste ano o mercado deve crescer 7,3%", afirmou. A estimativa do executivo, no entanto, não deve incluir os amigos publicitários Lauro Chinellato e Plácido Fontenelle. Os dois já utilizaram os cartões de crédito, mas desistiram. "É um serviço caro, que pode levar ao descontrole financeiro se a pessoa não souber usar", disse Chinellato. Os juros nos cartões de crédito para quem opta por não pagar o valor total da fatura variam de 1,99% a 14% ao mês. Na população com mais de 60 anos, as mulheres têm destaque. Em 2005, elas representavam 44,3% do total de cartões da terceira idade, ante 55,7% dos homens.

Receita do Tesouro cresce 13,1%

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esmo com todas as desonerações tributárias anunciadas pelo governo, as receitas do Tesouro Nacional explodiram no primeiro semestre deste ano. O crescimento nominal foi de 13,1% ante o mesmo período do ano passado, ou R$ 26,8 bilhões a mais, segundo dados divulgados ontem pela Secretaria do Tesouro Nacional. Em termos reais (descontada a inflação), o aumento superou 8,5%. De janeiro a junho de 2006, o crescimento nominal tinha sido de 11,1% ante o mesmo período de 2005. Essa grande arrecadação permitiu que o governo aumentasse muito suas despesas

e, ao mesmo tempo, elevasse seu superávit primário (a economia para pagar os juros das dívidas públicas). No primeiro semestre, o superávit atingiu R$ 43,78 bilhões — R$ 5,2 bilhões a mais do que em igual período do ano passado. Já as despesas cresceram 12,7% ante o mesmo período de 2006, em termos nominais — ritmo de crescimento superior ao do Produto Interno Bruto (PIB), que, segundo estimativa apresentada pelo Tesouro, teria subido 9,8% de janeiro a junho. O superávit primário em junho foi de R$ 5,3 bilhões, ante R$ 4,7 bilhões em maio. De acordo com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, o supe-

rávit do primeiro semestre já é igual ao previsto para o período de janeiro a agosto. No ano, a meta de superávit do governo é de R$ 53 bilhões. Arrecadação — A arrecadação bruta do Tesouro inclui as receitas com impostos, contribuições, taxas, concessões de serviços públicos, dividendos e demais receitas. De janeiro a junho de 2006, as receitas representaram 18,89% do PIB, enquanto de janeiro a junho atingiram 19,39% do PIB. O crescimento da arrecadação divulgado ontem pelo Tesouro Nacional projeta novo aumento da carga tributária neste ano, mas Augustin não quis comentar o fato. (AE)


terça-feira, 31 de julho de 2007

Transpor te Ciência Clima Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Alex Silva/AE

Paulistana se protege do vento que ontem à tarde cortava a avenida Paulista.

SENSAÇÃO TÉRMICA CHEGOU A ZERO GRAU

José Patrício/AE

Madrugada gelada: termômetro marca 6 graus na avenida Paulista. Sensação térmica chegou a zero grau.

Frio só deve diminuir na quinta-feira Massa polar baixa a temperatura em todas as capitais da região Sudeste

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forte massa polar que entrou na região Sudeste neste fim de semana provocou recorde de frio ontem em todas as capitais da região. De acordo com a empresa Climatempo, em São Paulo, no Mirante de Santana, na zona norte da cidade, a temperatura mínima foi de 6,4º C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. O recorde anterior era de 6, 6º C, no dia 5 de junho. Em outro ponto da cidade, na região sul, o Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) da USP registrou 3,3º C, também o recorde do ano. O anterior era de 4,1º C no dia 4

de junho. No Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, em Cumbica, Guarulhos, foram registrados 3º C às 5 horas da madrugada. No Rio de Janeiro, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou 9,5º C no Alto da Boa Vista. O recorde anterior deste ano era de 10º C, no dia 20 de julho. Ainda no Rio, a ressaca no mar assustou quem passava pela orla da zona sul. No Leblon, as ondas chegaram a quatro metros de altura no meio da tarde de domingo. Pedestres, vendedores ambulantes e ciclistas correram amedrontados e muitos acaba-

ram molhados. A força da água fez com que pedras portuguesas do calçadão se soltassem. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) retirou grande quantidade de areia, devolvida à praia. Na Urca, na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes a maré trouxe lixo. O frio também chegou forte a Belo Horizonte. Ontem, a temperatura mínima foi de 9,3º C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. O recorde anterior era de 12,2 ºC, no dia 31 de maio. A partir da quinta-feira, o frio deverá diminuir no Sudeste. (Agências)


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Transpor te Tr â n s i t o Urbanismo Saúde

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 31 de julho de 2007 Reprodução/Viva o Centro

Pela proposta da Prefeitura, piso de mosaico será retirado das áreas que serão abertas ao trânsito.

COMÉRCIO DEFENDE A VOLTA DOS VEÍCULOS

Novo Anhangabaú à espera de definição A Associação Viva o Centro, autora de um projeto de reabertura do Anhangabaú ao tráfego ordenado de veículos, critica proposta a ser apresentada pela Prefeitura Rejane Tamoto

Paulo Pampolin/Digna Imagem

Reprodução/Viva o Centro

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abertura de calçadões para o tráfego de veículos no vale do Anhangabaú, estratégia da Prefeitura para recuperar o Centro de São Paulo, pode criar um impasse entre a subprefeitura da Sé e a Associação Viva o Centro. O projeto executivo para o vale, aprovado pela subprefeitura da Sé, prevê a abertura ao trânsito da avenida São João (entre as ruas Conselheiro Crispiniano Rambla proposta pela Associação Viva o Centro na avenida São João e Formosa), da rua Formosa (da Reprodução/Viva o Centro avenida São João à praça Ramos de Azevedo, sentido Teatro Municipal), da rua Anhangabaú (da alça da avenida 23 de Maio até a avenida São João), e da avenida São João (trecho da rua Anhangabaú até a rua Líbero Badaró). "A proposta da Prefeitura não contempla o vale do Anhangabaú de forma global. Ora descaracteriza o atual desenho ora preserva-o sem critérios estabelecidos. Encontramos problemas no projeto, como a ausência de entradas de carga e descarga, de áreas de embarque e desembarque para passageiros e de acesso às garagens dos prédios", disse o superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida. Ao todo, a Prefeitura quer abrir no vale 4,4 mil m² de área de calçadão para tráfego local de veículos, com limite de velocidade entre 10 e 15km/hora. Segundo informações da subprefeitura da Sé, o piso de moVista do vale do Anhangabaú, que deverá ser reurbanizado e liberado aos carros saico será retirado das áreas que serão abertas ao trânsito. As ruas serão pavimentadas com Segundo ele, há uma clara Anhangabaú apresenta confli- presas de enconcreto rígido e a área para pe- incongruência entre a geome- tos com o fluxo e a segurança genharia e ardestres será delimitada nas late- tria que consta do projeto exe- de pedestres, em decorrência quitetura. Serais das vias por postes de ferro cutivo de abertura de calça- da sinuosidade das vias pro- g u n d o a fundido, a exemplo do que dões, da Prefeitura, com o ob- postas. Outra preocupação é a proposta, orocorreu com a abertura do cal- jetivo de permitir o acesso aos implantação de curvas com çada em R$ 12 çadão da rua 24 de edifícios instalados raios abertos, com a velocida- m i l h õ e s , o s Maio. Ainda não há na região, por meio de dos veículos, com o uso de acessos pelo data de previsão para de embarque e de- blocos de concreto e com a re- e i x o n o r t e Pela proposta da Viva o Centro, circulação de carros e pedestres de forma harmônica a abertura de licitação sul/sul-norte sembarque e de carga visão do paisagismo. para essas obras. o c o r r e r i a m Até o fechamento desta edie descarga. "Não foi Não podemos Problemas – O suprevisto o acesso às ção, a subprefeitura da Sé in- pelas alças de retorno existentes permitir perintendente da Asgaragens dos edifí- formou que não havia recebi- nas extremidades do vale. soluções sociação Viva o Cen"Enviamos uma carta à subcios do vale, seja por do a análise da Associação Vitro fez uma análise intermediárias desenho de via ou de- va o Centro e, portanto, não co- prefeitura, com nossas considenquanto se discute aberto, faria mais festas no preliminar do projeto rações, e pedimos para que nos mentou as críticas feitas ao marcação. No caso da qual o melhor projeto happy hour. "O problema da para o vale. da Prefeitura e detecvia que liga a avenida projeto executivo da Prefeitu- consulte antes do início das para abrir os calçadões região é chegar e, depois, onMarco Antônio São João à Praça Ra- ra. Além disso, a subprefeitura obras (calçadão com lojas, restou problemas no dedo Anhangabaú ao trânsito, de parar o carro", disse. Ramos de mos, ao chegar ao va- não encaminhou ao DC uma taurantes, bares e hotéis, a senho, que amputa o Nos últimos dois anos, o os comerciantes da região esbelvedere (estrutura Almeida, da Viva le, ela desvia do tra- cópia do projeto executivo da exemplo das ramblas de Barceperam pela concretização do gerente conta que perdeu o Centro çado da rua Formosa abertura de calçadões no vale lona), por onde os pedestres cirque permite usufruir projeto e a abertura das vias. de 10% a 15% do movimenda vista) da avenida e passa distante do do Anhangabaú, após uma se- culariam pela avenida São João, A esperança é que o tráfego to, em decorrência da saída São João. "Não podeentre o Paissandu e a rua Líbero alinhamento dos edi- mana de pedidos. local restaure o vale, atraindo de importantes empresas mos permitir remendos ou so- fícios. Traz dificuldades para o A abertura dos calçadões no Badaró. Os veículos transitaum novo público consumi- da região, como o Bank Bosluções intermediárias para o va- acesso aos edifícios e mutila a vale do Anhangabaú aos carros riam pelas vias paralelas. Os fludor, trazido pela instalação de ton, Klabin e escritórios de le. Enviamos uma carta à sub- parte central do Anhanga- é defendida pela Associação Vi- xos vindos dos dois lados do empresas na região. O geren- advocacia. "Eram clientes prefeitura, com nossas conside- baú", disse. va o Centro desde 2005, quando Anhangabaú cruzariam o eixo te do restaurante Bovinus, que consumiam aqui, que rações e pedimos para que nos Segundo a análise da Viva o a entidade apresentou ao poder da São João e seriam direcionaDomingo Capra, de 38 anos, tinham vales-refeição alconsulte antes do início das Centro, o projeto executivo pa- público um projeto desenvolvi- dos para uma passagem de nídisse que, se o calçadão fosse tos", afirmou. (RT) obras", disse Almeida. ra a abertura de calçadões no do em parceria com quatro em- vel exclusiva", disse Almeida.

Comércio aguarda os carros

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Nacional Finanças Va r e j o Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 2 de julho de 2007

EM MÉDIA, SÃO 48 HORAS DE TRABALHO SEMANAIS

52,8

por cento dos comerciários são do sexo feminino

LIVRO COM DADOS DA FUNDAÇÃO SEADE MOSTRA RAIO X DO COMERCIÁRIO PAULISTANO

PEQUENO COMÉRCIO EMPREGA MAIS FÉRIAS Renato Carbonari Ibelli

Newton Santos/ Hype

A

maioria (60,7%) dos trabalhadores do varejo do município de São Paulo está empregada em micros ou pequenos estabelecimentos com até 10 funcionários. Os pontos comerciais desse porte são também os que empregam a grande massa de informais. Dos cerca de 120 mil comerciários da cidade que não possuem carteira assinada, 86,5 mil são de estabelecimentos com até quatro funcionários. Os dados fazem parte de uma pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que deu origem à publicação "Perfil dos Comerciários do São Paulo", distribuída pelo sindicato da categoria na capital. A informalidade abrange cerca de um terço dos 430 mil comerciários representados pelo sindicato. De acordo com a publicação, os sem carteira assinada estão em sua maioria espalhados por pequenos estabelecimentos porque esses não são alvos freqüentes de fiscalização. Os informais também cumprem maior jornada de trabalho. Ainda que a média para os registrados e não registrados seja igualmente de 48 horas semanais, quando a jornada é estendida, a dos informais chega a 59 horas sema-

Ricardo Patah: descanso semanal

nais enquanto a dos formais atinge 55 horas semanais. Segundo o presidente do sindicato dos comerciários, Ricardo Patah, isso ocorre porque "não se respeita o descanso aos domingos estabelecido por lei". Nos próximos dias, o governo deve editar medida provisória que altera a Lei Federal nº 10.101, de 2000, que, entre outros pontos, regulamenta o trabalho aos domingos. A medida vai alterar o esquema conhecido como três por um – em um período de quatro semanas, ao menos uma folga tem de cair em um domingo –, e estabelecer o esquema dois por um – a cada duas semanas, um domingo deve ser de folga. "A mudança vai trazer multa para o comerciante que não cumprir a determinação", diz Patah. A publicação também mos-

DIANA PAOLUCCI S/A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO CNPJ (MF) 60.715.703/0001-28 – NIRE nº 35.300.033.264 Ata de Assembléia Geral Extraordinária de Acionistas realizada em 11 de junho de 2007 Data, Hora e Local: 11/6/2007, 09:30h, sede social. Quorum: Totalidade. Convocação: Dispensada. Mesa: João Paolucci, Presidente e Stanislau Ronaldo Paolucci, Secretário. Deliberações Unânimes: 1) Aprovados: Implementação de práticas de governança corporativa, mediante reestruturação da Diretoria, criação do Conselho de Administração e novo Estatuto Social: Capítulo I – Denominação, Sede, Objeto e Duração. Art. 1º: A Cia. denomina-se Diana Paolucci S/A Indústria e Comércio. Art. 2º: A Cia. tem sede na Av. Brigadeiro Faria Lima, 3015, 5º, Jd. Paulistano, CEP 01452-000, Município de São Paulo, Estado de São Paulo. § Único: Por deliberação do Conselho de Administração, a Cia. poderá abrir e encerrar sucursais, depósitos, filiais e agências em qualquer localidade no país ou exterior. Art. 3º: Objeto social da Cia. consiste: a) na fabricação, confecção, comércio, importação e exportação, por atacado e varejo, dos seguintes produtos: i) ferragens em geral, cutelaria, armas, munições, ferramenta elétricas, mecânicas, e manuais, tais como martelos, alicates, chaves de fenda etc; ii) artigos domésticos; iii) mobílias p/ escritórios, casas, escolas e hospitais; iv) artigos de caça e pesca; v) roupas e artigos esportivos, tais como calçados, tênis, agasalhos, meias, esteiras, bolas, uniformes, mochilas etc; vi) artigos náuticos, navios, barcos, lanchas, chatas, motores, equipamentos de combate a incêndio, inclusive p/ portos, dentre outros; vii) artigos de cinema e fotografia, tais como filmes, máquinas, papéis etc; viii) artefatos de madeira, ferro, aço, PVC, SMC e correlatos; ix) roupas e artigos escolares, tais como calçados, calças, camisetas, tênis, agasalhos, meias, cuecas, uniformes, mochilas etc; x) artigos de segurança, tais como portas e móveis de aço, extintores, cofres, produtos blindados etc; xi) artigos de couro, lona, borracha, EVA, plástico e tecido, tais como calçados, malas, malotes, bolsas, cintos, calças etc; xii) derivados de frutas e de legumes enlatados ou em conserva, dentre outras preparações alimentícias como: palmito, azeitona, cogumelos etc; xiii) matéria-prima p/ fabricação de remédios, produtos farmacêuticos, medicamentos, cosméticos, artigos p/ toucador, produtos de higiene e limpeza, perfume, saneantes, domissaneantes e correlatos; xiv) equipamentos médicos, clínicos, hospitalares e laboratoriais, tais como instrumentos médicos, aparelhos cirúrgicos, materiais p/ clínicas, laboratórios, hospitais, unidade de terapia intensiva (UTI); xv) materiais de consumo laboratorial, hospitalar e ambulatorial, tais como: ataduras, escape, gases, seringas, luvas cirúrgicas, uniformes, cânulas, materiais p/ soro, sangue, urina, fezes, drenos, fios de poliéster, polipropileno, aço, seda, catgut, dentre outros; xvi) artigos de papel, papelaria e escolares, tais como cadernos, lápis, borrachas, livros, brinquedos, jogos pedagógicos, quadro negro, dentre outros; xvii) materiais p/ escritórios e gráficos; xviii) veículos e máquinas especiais, viaturas militares; xix) equipamentos p/ combate de incêndio, auto bomba, auto tanque, auto busca, salvamento, ambulância, carros-estrada, carros-oficina, carros-escola, peruas, ônibus, microônibus; xx) equipamentos rodoviários, ferroviários e náuticos; xxi) veículos p/ transporte de asfalto, combustível, lixo, água, frios, iluminação, abastecimento de aeronaves, combate a incêndio em aeroportos e portos; xxii) veículos e kits equipados com perfuratriz, perfuratrizes, similares e peças de reposição da linha de perfuração; xxiii) artigos de vestuário, tais como blusas, cuecas, meias, bonés, conjuntos, uniformes, casacos, aventais, capas, cintos de lona, blusões, japonas, dentro outros; xxiv) máquinas p/ execução de obras, materiais p/ serviços elétricos, pneus, toldos, caçambas, capotas, dentre outros; xxv) motocicletas, bicicletas, peças p/ veículos, máquinas e outros; xxvi) bombas p/ combustível, moto bombas e equipamentos de salvatagem; xxvii) tintas, vernizes e solventes; xviii) produtos eletrônicos, computadores e bens de informáticas; xix) artigos de cama, mesa e banho; xxx) barracas, acessórios e equipamentos p/ acampamento como ferragens, mesas, cadeiras, calçados de segurança em geral; xxxi) equipamentos de segurança e de proteção individual (EPIs), tais como capacetes de segurança em aço, fibra, plásticos e outros materiais, coletes de segurança, coletes à prova de bala, coletes de segurança com faixa refletivas, luvas em geral de couro, plásticos, tecidos, malhas etc, cinturões em couro, nylon, tecidos etc; b) na prestação dos seguintes serviços: i) extração de madeira p/ mobiliários; ii) distribuição de matéria prima; iii) construção civil em geral, terraplanagem e manutenção de rodovias; iv) de pesquisa, perfuração de poços, minas e correlatos; v) incorporação de imóveis comerciais e residenciais; vi) intermediação de negócios; vii) conserto de máquinas e assistência técnica; viii) comunicação por meio de terminais de computador, transmissão de mensagens e imagens, serviços de aluguel de tempos de acesso a bancos de dados; ix) televendas; x) representação comercial por conta própria e de terceiros, dentre outros; c) na participação em outras sociedades, nacionais ou estrangeiras, na condição de acionista, sócia ou quotista, em caráter permanente ou temporário, como controladora ou minoritária. Art. 4º: O prazo de duração da Cia. é por tempo indeterminado. Capítulo II – Capital Social, Ações e Acionistas. Art. 5º: O capital social da Cia, totalmente subscrito e integralizado, é R$ 14.865.989,43 dividido em 5.527.401 ações ordinárias nominativas, s/ valor nominal. § Único. Os acionistas terão preferência na subscrição de novas ações, no caso de aumento do capital, respeitada proporção do número de ações que já são possuidores. Art. 6º: Cada ação ordinária dará direito a 1 voto nas deliberações das Assembléias. Art. 7º: A Cia. está autorizada a criar e/ou emitir, em decorrência de subscrição, bonificação ou desdobramento, uma ou mais classes de ações preferenciais, com ou sem direito a voto, fixando-lhes as respectivas preferências, vantagens, condições de resgate, amortização ou conversão. Art. 8º: O valor econômico de todas as ações ordinárias é igual, ou seja, não há deságio entre as existentes, ressalvada apenas diferença das eventuais ações preferenciais e suas classes consoante direitos econômicos conferidos por ocasião de sua emissão, valendo a premissa p/ oferta pública de ações ou p/ alienação a qualquer título das mesmas. Art. 9º: A cessão, transferência ou alienação, a qualquer título, das ações da Cia. por um dos acionistas enseja, p/ os demais e p/ a própria Cia, direito de preferência na aquisição de tais ações objeto da alienação, em igualdade de termos e condições com terceiros, respeitando-se o que constar de eventuais acordos de acionistas, anteriores ou posteriores a este Estatuto. § Único: Qualquer transferência de ações de emissão da Cia. ou de direitos de preferência, bem como qualquer transferência direta ou indireta de propriedade das mesmas, efetuadas em desacordo com disposições deste Estatuto serão consideradas nulas e inoperantes em relação à Cia. aos demais acionistas e terceiros, de modo que, a Diretoria recusará pedido de registro de quaisquer transferências em desacordo com este Estatuto, facultando, ainda, na inércia da Diretoria, qualquer acionista impugnar e impedir o ato e, sendo esse realizado, a despeito da impugnação, será nulo e ocasionará responsabilização do diretor pelos prejuízos que ocasionar com tal omissão. Art. 10: É vedado à Cia. ou a qualquer de seus acionistas e diretores, gravar, conceder avais, fianças, ou de qualquer forma onerar e empenhar as ações desta Cia, a terceiros, tampouco serem as mesmas penhoradas por credores dos acionistas, no todo ou em parte, salvo se tal ato for de interesse direto da Cia, devidamente formalizado através ata de reunião de Diretoria apontando ônus, ratificada pelo Conselho de Administração. Capítulo III – Assembléia Geral. Art. 11: A Assembléia é órgão soberano da Cia. com poderes e atribuições conferidos por lei e este Estatuto. Art. 12: Compete privativamente à Assembléia, convocada na forma da lei, deliberar sobre matérias previstas no art. 122 da Lei 6404/76, e também: a) aquisição de ações do capital da Cia. p/ permanência em tesouraria, respeitados limites legais; b) emissão de novas ações ou de bônus de subscrição; c) eleição de membros do Conselho de Administração e respectivos cargos; d) fixar remuneração global dos administradores da Cia. § Único: É vedada delegação aos órgãos administradores do poder de deliberar sobre qualquer assunto que não lhes for expressamente confiado neste Estatuto. Art. 13: A Assembléia reunir-se-á ordinariamente nos 4 meses seguintes ao término do exercício, e extraordinariamente, sempre que interesses sociais exigirem. § 1º: Compete ao Conselho de Administração ou à Diretoria a convocação das assembléias e, excepcionalmente, a qualquer acionista, se os Administradores retardarem a convocação por mais de 30 dias, nos casos previstos em lei ou neste Estatuto. § 2º: A Assembléia será instalada, em 1ª convocação, com presença de acionistas que representem, no mínimo, 2/3 do capital com direito a voto e, em 2ª convocação, com presença de qualquer número de acionistas. § 3º: A presença da totalidade dos acionistas à Assembléia dispensa convocação e supre eventuais irregularidades. § 4º: O acionista somente poderá ser representado na Assembléia por procurador constituído nos termos do § 1º do art. 126 da Lei 6404/76. Art. 14: A Assembléia será instalada e presidida pelo Presidente do Conselho de Administração ou, na sua falta, impedimento ou indicação, por outro membro do Conselho de Administração, o qual escolherá, dentre acionistas presentes, um ou mais secretários p/ auxiliá-lo nos trabalhos. Art. 15: As deliberações da Assembléia, ressalvadas exceções previstas na lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando votos em branco ou nulos. Capítulo IV – Conselho de Administração. Art. 16: Compete ao Conselho de Administração: a) fixar orientação geral dos negócios da Cia. b) eleger e destituir diretores da Cia. e fixar-lhes atribuições, remunerações, bônus e gratificações, observado que a respeito dispuser o Estatuto. c) fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, livros e papéis da Cia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos. d) convocar Assembléia quando julgar conveniente, ou no caso do art.132. e) manifestar-se sobre relatório da administração e contas da Diretoria. f) aprovar e modificar plano anual de operações e orçamento anual da Cia. g) escolher e destituir os auditores independentes. h) autorizar celebração, alteração, cessão e rescisão de contratos entre a Cia. e seus acionistas ou partes relacionadas aos acionistas, direta ou indiretamente. i) autorizar constituição de garantia real ou fidejussória de qualquer espécie pela Cia. em favor de terceiros, dentre elas hipotecas, cauções, fianças e avais. j) autorizar aquisição e alienação de bens do ativo permanente ou de participações societárias detidas pela Cia. § Único: O Conselho de Administração, em cada exercício, examinará e submeterá à decisão da Assembléia Ordinária as Demonstrações Financeiras da Cia, bem como proposta de distribuição de resultados, anexando parecer do Conselho Fiscal ou de auditores independentes, se houver. Art. 17: O Conselho de Administração será composto por 3 membros eleitos pela Assembléia, acionistas da Cia, residentes no país, p/ mandato de 3 anos. § 1º: Caberá à Assembléia nomear Presidente e Vice-Presidente do Conselho de Administração.O Presidente permanecerá nesta qualidade pelo prazo de 1 ano, podendo, após este período, ser substituído da qualidade de Presidente, mas não de Conselheiro, por outro membro do Conselho de Administração que venha ser apontado pela Assembléia. § 2º: Os membros do Conselho de Administração permanecerão nos cargos e exercerão suas atribuições até posse dos sucessores.§ 3º: Em caso de vacância de cargo de qualquer membro do Conselho de Administração e restando número de Conselheiros inferior ao mínimo, seu substituto será eleito pela Assembléia, a ser convocada e realizada no prazo máximo de 30 dias contados da constatação da vacância, e ocupará cargo do membro substituído até o final do período restante do seu mandato. Art. 18: O Presidente do Conselho de Administração terá as atribuições: a) convocar Assembléias. b) convocar reuniões do Conselho de Administração, sempre que entender conveniente ou a pedido de qualquer Conselheiro. c) encaminhar e fazer com que deliberações tomadas pelas Assembléias e pelo Conselho de Administração sejam implementadas pela Diretoria. d) presidir as Assembléias e reuniões do Conselho de Administração. § 1º: O Presidente do Conselho de Administração não terá voto de qualidade nas deliberações do Conselho de Administração. § 2º: Nas ausências ou impedimentos temporários do Presidente, o Vice-Presidente o substituirá com relação às atribuições próprias do Presidente estabelecidas neste Estatuto. Art. 19: O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, a cada 2 meses e, extraordinariamente, sempre que necessário. § 1º: Compete ao Presidente e Vice-Presidente do Conselho de Administração convocação das reuniões e, excepcionalmente, a qualquer conselheiro, se for retardada a convocação por mais de 30 dias, nos casos previstos em lei ou neste Estatuto. § 2º: As reuniões do Conselho de Administração instalar-se-ão, em 1ª convocação, com presença mínima de 3 Conselheiros; em 2ª convocação, com presença de qualquer número de Conselheiros. § 3º: As reuniões do Conselho de Administração serão convocadas mediante comunicação escrita, recebida com antecedência mínima de 10 dias antes da realização, no caso da 1ª convocação. Não se realizando reunião em 1ª convocação por falta de quorum, os Conselheiros serão notificados novamente p/ uma 2ª e última convocação, devendo tal notificação ser recebida com antecedência mínima de 5 dias da data prevista p/ reunião em 2ª convocação. § 4º: Presença da totalidade dos Conselheiros a qualquer

Divulgação

tra grandes discrepâncias entre os salários dos registrados e dos informais. Enquanto para o trabalhador do varejo que possui carteira assinada a remuneração equivalia, entre dezembro de 2004 e janeiro de 2005, a R$ 815, a dos sem-carteira, nesse mesmo período, foi de R$ 589. Além disso, enquanto 68,9% dos funcionários formais recebem algum tipo de benefício, apenas 28,5% dos trabalhadores informais alcançam os mesmos direitos. Negros – O Dieese também constatou que os negros são minoria entre os comerciários. Segundo Patah, em shoppings "eles representam pouco mais de 1% dos funcionários das lojas, e seus salários equivalem a 54,7% dos recebidos pelos empregados brancos". Mulheres e jovens são a maioria no setor. Segundo o estudo, dos 430 mil comerciários, 52,8% são do sexo feminino. Do total, 80% têm idade inferior a 40 anos, sendo que a maior parte (53,1%) é constituída de solteiros. No grau de instrução, 51% dos comerciários do município de São Paulo possuem o ensino médio completo. Do total, 9,9% possuem ensino superior. A permanência do comerciário em uma mesma empresa costuma ser breve. Pela publicação, 36,95% não ficam mais de um ano. Só cerca de 7,65% ficam em uma empresa por mais de 10 anos.

CAMPOS ESPERA COM CAUTELA O TURISMO DO FRIO Mario Tonocchi

O

comércio de Campos do Jordão está mais cauteloso na previsão de negócios nestas férias de julho do que no mesmo mês do ano passado. Em 2006, a expectativa era aumentar os resultados em 20% sobre 2005. Neste ano, o máximo esperado é alta de 10%, de acordo com a Associação Comercial e Empresarial da cidade. "Pelo menos no meu setor, o de serviços, pode ser que fique até abaixo dos 10%", disse o primeiro-tesoureiro da associação, Renato José Januzzi, dono de uma empresa de instalação de antenas parabólicas. "Na minha área, o mês forte é junho, a pré-temporada que, neste ano, foi muito fraca. Os empresários não apostam em grande faturamento neste inverno", disse. Ele analisa os motivos do menor crescimento: o atrativo das viagens internacionais, com dólar baixo, mesmo com "apagão aéreo". Festival – O setor de restau-

reunião dispensa convocação e supre eventuais irregularidades. § 5º: Reuniões ordinárias do Conselho de Administração poderão ser dispensadas mediante expressa concordância de todos Conselheiros em exercício. Art. 20: Deliberações do Conselho de Administração serão tomadas por maioria absoluta dos Conselheiros, não se computando votos em branco ou nulos, com exceção da matéria prevista no art. 16, alínea “b”, supra, que requer aprovação de, no mínimo, 2/3 dos membros do Conselho de Administração. Capítulo V – Diretoria Executiva. Art. 21: Diretoria Executiva é órgão executivo de administração e representação, cabendo-lhe, dentro da orientação traçada pelo Conselho de Administração, assegurar funcionamento regular da Cia. A Diretoria fica p/ esse fim investida dos poderes de administração e gestão dos negócios sociais, podendo realizar quaisquer atos relacionados às matérias relacionadas com objeto social, exceto aquelas que, pela sua natureza ou por este Estatuto, sejam competência da Assembléia ou do Conselho de Administração. Art. 22: Diretoria Executiva será composta por 2 membros, residentes no país, eleitos pelo Conselho de Administração com mandato de 3 anos, permitida reeleição, destituíveis a qualquer tempo, exercendo suas funções em regime de tempo integral. § 1º: Os membros da Diretoria ocuparão cargos de Diretor Executivo Presidente e Diretor Executivo Vice-Presidente da Cia. § 2º: Salvo Diretor Executivo Presidente, que será obrigatoriamente um membro do Conselho de Administração da Cia, o cargo de Diretor Executivo Vice-Presidente será ocupado por profissional de mercado selecionado por critério de competência e experiência profissional prévia. § 3º: Terminado prazo de mandato, os membros da Diretoria permanecerão no cargo até posse dos sucessores. § 4º: No caso de impedimento ou ausência temporária do Diretor Executivo Presidente, este será provisoriamente substituído por 1 membro do Conselho de Administração por ele designado, o qual assumirá, então, cumulativamente, a Presidência da Diretoria Executiva. Em caso de impedimento ou ausência temporária do Diretor Vice-Presidente, este será substituído por outro Diretor, eleito pelo Conselho de Administração. Art. 23: Membros da Diretoria, em regime de responsabilidade individual, executarão diretrizes, planos e programas estabelecidos pelo órgão, tendo em vista permanentemente objetivos e interesses da Cia, os deveres determinados em lei aos Diretores, as exigências do Poder Público e função social da Cia. Art. 24: Observado disposto no art. 21, compete à Diretoria: a) praticar todos atos necessários ao funcionamento regular da Cia. b) aprovar normas e regulamentos internos da Cia. c) cumprir e fazer cumprir deliberações da Assembléia e Conselho de Administração, Estatuto, disposições legais, regulamentos da Cia, e as próprias deliberações adotadas em Reunião de Diretoria. d) contratar, nomear e dispensar funcionários, fixando-lhes vencimentos e gratificações por bons serviços prestados à Cia. e) propor ao Conselho de Administração diretrizes fundamentais de administração e estratégia operacional que devam ser objeto de deliberação. f) submeter à deliberação do Conselho de Administração a celebração de contratos, pela Cia, com acionistas ou pessoas por eles contratadas ou a eles coligadas, direta ou indiretamente. g) solicitar convocação da Assembléia, do Conselho de Administração e Conselho Fiscal, sempre que necessário e casos previstos em lei. h) elaborar orçamento anual, estimativas da receita, dotações gerais da despesa e previsão de investimentos da Cia. em cada exercício, a serem submetidas ao Conselho de Administração. i) elaborar, ao final de cada exercício, demonstrações financeiras da Cia. e, se for o caso, proposta de destinação de resultados, p/ serem submetidos apreciação do Conselho de Administração e exame e deliberação da Assembléia. j) aplicar e distribuir lucros apurados conforme deliberações da Assembléia ou do Conselho de Administração. k) representar a Cia, com amplos e gerais poderes, perante qualquer repartição pública na esfera federal, estadual ou municipal, autarquias, estatais, podendo negociar preços, subscrever documentos e declarações, assinar propostas de preços e formular lances em pregões, ou quaisquer outros tipos de licitações, negociar diretamente com pregoeiro, assinar requerimentos p/ cadastramento da Cia. em órgãos públicos ou privados, assinar atas de licitações públicas ou privadas, assinar contratos de fornecimento ou de serviços junto a órgão públicos ou privados, apresentar impugnações, contestações e recursos, junto a órgãos da administração, bem como praticar qualquer ato em nome da Cia. junto a licitações públicas ou concorrências privadas. l) substabelecer a terceiros idôneos poderes previstos na alínea “k”, supra, mediante procuração ou substabelecimento, sempre com prazo de validade não superior a 1 ano. m) emitir letras de câmbio ou notas promissórias, duplicatas e quaisquer outros títulos de crédito em nome da Cia. n) emitir cheque em nome da Cia. bem como endossar cheques p/ depósitos bancários, emitir ou endossar, p/ efeitos de desconto, caução ou cobrança, unicamente a favor de estabelecimentos bancários, as duplicatas da Cia. o) representar a Cia. perante bancos, instituições financeiras de crédito ou seguro, bem como controlar e praticar todos atos relacionados ao setor administrativo, financeiro e contábil da Cia, à importação, à exportação e ao comércio exterior, com poderes p/ efetuar qualquer operação financeira de liquidação, obter e emitir cartas de crédito, abrir e encerrar contas, negociar taxas bancárias e contratos afins, realizar operações bancárias em geral, tais como descontos de duplicatas, recebimentos, contratos de câmbio, comprar, vender, transferências bancárias, TEDs e DOCs, dentre outros; p) aprovar a realização de investimentos e contratação, alteração, cessão, pagamento antecipado, quitação e rescisão de empréstimos, financiamento, arrendamento mercantil e a realização de operações afins. q) praticar, em geral, todos atos nominais de gestão e mais transigir sobre quaisquer controvérsias, a fim de prevenir ou extinguir litígios, renunciar direitos da Cia, assumir por esta encargos e obrigações, exceto aqueles de competência exclusiva da Assembléia e do Conselho de Administração.Art. 25: A Diretoria será sempre representada e considerar-se-á obrigada pelas assinaturas, sempre em conjunto, de ambos Diretores, ou por 1 Diretor e 1 procurador da Cia, que deverá ser membro do Conselho de Administração, em todos atos ou instrumentos. Art. 26: É expressamente vedado a qualquer um dos Acionistas, Diretores, Procuradores e funcionários, e será nulo de pleno direito, emprego da denominação social em negócios estranhos ao interesse da Cia, tais como avais, endossos, fianças ou em quaisquer garantias de favor a terceiros, além de outros atos praticados em desconformidade com este Estatuto, sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal do infrator. Art. 27: A Diretoria reunirse-á ordinariamente, 1 vez por mês, por convocação do Diretor Executivo Presidente e, extraordinariamente, sempre que for necessário.§ 1º: Deliberações da diretoria serão tomadas por unanimidade de votos.§ 2º: Reuniões ordinárias da Diretoria poderão ser dispensadas mediante expressa concordância de todos Diretores em exercício. § 3º: Reuniões da Diretoria serão convocadas mediante comunicação por qualquer meio, desde que fique comprovado que todos Diretores em exercício têm ciência inequívoca da pauta, data e hora da realização da reunião, com antecedência mínima de 5 dias, a qual poderá ser dispensada em caso do comparecimento de todos. § 4º: A saída, retirada ou exclusão do acionista da Cia. implica na renúncia automática do mesmo ao cargo de Diretor eventualmente ocupado.Art. 28: Caso de falecimento, renúncia ou impedimento definitivo de qualquer membro da Diretoria, o Conselho de Administração designará um substituto em 15 dias, contados da ocorrência da vaga, que completará respectivo mandato. Art. 29: Procurações da Cia. serão outorgadas necessariamente pela Diretoria, sempre com assinatura conjunta de ambos Diretores, terão poderes específicos e prazo de validade não superior a 1 ano, à exceção dos mandatos ad judicia, que terão prazo indeterminado. Capítulo VI – Conselho Fiscal. Art. 30: O Conselho Fiscal, nos exercícios em que for instaurado a pedido de algum acionista na forma da lei, se reunirá quando convocado por seu Presidente, ou pela maioria absoluta de seus membros. Art. 31: O Conselho Fiscal, se instaurado, será constituído de 3 membros e igual de suplentes, eleitos anualmente pela Assembléia, podendo ser reeleitos, devendo exercer respectivas funções até 1ª Assembléia Ordinária que se seguir à Assembléia da eleição. Art. 32: A remuneração dos membros do Conselho Fiscal, além do reembolso obrigatório, despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função, será fixada pela Assembléia que os elegerem.Art. 33: Competem ao Conselho Fiscal atribuições privativas e indelegáveis definidas em lei. Capítulo VII – Exercício Social, Resultados, Lucro Líquido e Distribuição. Art. 34: O exercício compreenderá 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano, quand serão elaboradas Demonstrações Financeiras conforme legislação pertinente.Art. 35: Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, prejuízos acumulados, provisão p/ I.Renda e demais provisões legais. Art. 36: Do resultado do exercício, atendida ordem legal, poderão ser deduzidos, ainda e facultativamente, recursos fixados pela Diretoria e ratificados pelo Conselho de Administração, como bônus e gratificações dos Administradores. Art. 37: O lucro líquido do exercício, assim entendido o resultado do exercício que remanescer depois deduzidas participações referidas nos arts. 35 e 36, supra, terá destinação: a) 5% p/ constituição da Reserva Legal, até limite de 20% do capital. b) 25% p/ pagamento dividendo obrigatório, no mínimo. § 1º: Se for o caso, o saldo remanescente do lucro líquido será distribuído como determinado pela Assembléia. § 2º: O dividendo acima previsto não será obrigatório no exercício em que a Diretoria informar à A. G. O. ser ele incompatível com a situação financeira da Cia. Neste caso, lucros que deixarem de ser distribuídos, serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos em dividendos assim que permitir a situação financeira da Cia, nos termos dos § 4º e 5º do art. 202 da Lei 6404/76. Capítulo VIII – Liquidação, Dissolução e Exintinção. Art. 38: Cia. entra em liquidação, dissolução e extinção nos casos previstos em lei. § Único. A Assembléia nomeará liquidante, determinará modo de liquidação e elegerá o Conselho Fiscal, que deverá funcionar durante todo período de liquidação. Capítulo IX – Responsabilidade dos Administradores. Art. 39: Os Administradores respondem individualmente perante a Cia. e terceiros pelos atos que praticarem no exercício de suas funções, nos termos da lei e deste Estatuto. § 1º: O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir p/ impedir sua prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão da administração, ao conselho fiscal, se em funcionamento, ou à assembléia. § 2º: É facultado a qualquer administrador, durante vigência de seu mandato, renunciar funções que assumiu e deixar o cargo p/ qual foi eleito. A renúncia tornar-se-á eficaz, em relação à Cia, desde o momento em que o renunciante lhe entregar comunicação por escrito, e em relação a terceiros de boa-fé, após arquivamento no registro de comércio e publicação do ato, que poderão ser promovidos pelo renunciante. Art. 40: A Cia. assegurará aos membros do Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Diretoria, quando legalmente possível, a defesa em processos judiciais e administrativos contra as pessoas desses Administradores, durante ou após respectivos mandatos, por atos de gestão praticados no exercício de suas funções. § Único: Se o membro do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, o Diretor ou empregado for condenado, com decisão transitada em julgado, a Cia. arcará com todos custos, despesas e prejuízos. Art. 41: Administradores da Cia. estão dispensados de prestar caução p/ garantia de suas gestões. Capítulo X – Disposições Gerais. Art. 42: Acionistas representando, no mínimo, 5% do capital poderão solicitar exibição dos livros societários na sede da Cia. a qualquer momento. Art. 43: A Cia. observará acordos de acionistas arquivados em sua sede, sendo expressamente vedado aos integrantes da mesa diretora da Assembléia acatar declaração de voto de qualquer acionista, signatário de acordo de acionistas devidamente arquivado na sede social, que for proferida em desacordo com que tiver sido ajustado no referido acordo, sendo também expressamente vedado à Cia. aceitar e proceder à transferência de ações e/ou à cessão de preferência à subscrição de ações e/ou de outros valores mobiliários que não respeitar aquilo que estiver previsto e regulado em acordo de acionistas. Art. 44: Casos omissos neste Estatuto serão regulados pelas disposições legais em vigor e aplicáveis a matéria, em especial pela Lei 6404/76 com alterações posteriores. 2) Eleito, por 3 anos, o Conselho de Administração: Presidente, João Paolucci, brasileiro, casado, empresário, RG 3.147.618 SSP/SP e CPF/MF 045.658.788-87, Av. Barão de Campos Gerais, 314, aptº. 11. Vice-Presidente: Stanislau Ronaldo Paolucci, brasileiro, casado, empresário, RG 3.390.010 SSP/SP e CPF/MF 058.225.138-91, Av. Jurandir, 1025 e Conselheiro: Abelardo Paolucci, brasileiro, casado, empresário, RG 4.656.001 SSP/SP e CPF/MF 535.872.948-87, Av. Barão de Campos Gerais, 74, aptº 131, todos residentes e domiciliados nesta capital. 3) Fixada remuneração global anual dos Conselheiros e Diretores em até R$ 300.000,00 a ser dividido conforme 1ª reunião ordinária do Conselho de Administração. (aa) João Paolucci: Presidente e Stanislau Ronaldo Paolucci: Secretário. Acionistas e Conselho de Administração: João Paolucci, Stanislau Ronaldo Paolucci e Abelardo Paolucci. Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 244.133/07-4 em 26/06/2007. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

Dólar baixo pode levar turista habitual de Campos para fora do País

rantes também aposta em aumento de 10% no faturamento neste ano, principalmente pela movimentação do Festival de Gastronomia, que começou no final do mês passado e se estende até 31 de agosto. Junho, ao contrário do que ocorreu com a prestação de serviços em imóveis e residências, foi muito bom para a gastronomia, segundo o proprietário do restaurante Festival Della Pasta, Carmelo Flaviano. "Em relação ao ano passado, creio que aumentou 20%. Agora, em julho, ainda não sabemos, já que o dólar baixo pode prejudicar nosso movimento", disse. A cautela dos empreendedores contrasta com a euforia da administração municipal de Campos do Jordão. A Secretaria de Turismo aposta no frio e trabalha com o dado médio de 35 mil turistas ao dia nesta tempo-

rada. A média de freqüência hoje é de 32 mil pessoas nos finais de semana. Para atender a todos, segundo a prefeitura, Campos do Jordão tem oito mil leitos em hotéis e pousadas e 25 mil casas de veraneio. Uma grande esperança dos comerciantes para atrair turistas é o 38º Festival Internacional de Inverno, que começa no próximo dia 7. O evento terá 48 espetáculos em 23 dias. Entre as diversas opções para compras em Campos do Jordão, o shopping sazonal de inverno Market Plaza espera receber, até o próximo dia 29 de julho, 315 mil pessoas, cerca de 5% a mais do que no ano passado. Com essa expectativa, o shopping ampliou o número de lojas de 76 para 82. Para as vendas, a previsão é otimista: aumento de pelo menos 15% em relação a 2006.

MF SERRALHERIA DE ALUMÌNIO LTDA-ME torna público que recebeu da CETESB a licença de instalação nº 29001326 e requereu a licença de operação para a atividade de serralheria sita na Rua Galatéa, 1.627 - Carandirú - SP. COMUNICADO

Eu Regina Maria Giffoni Marsiglia, comunico a perda de meu diploma de doutorado em Ciência Política pela USP, título homologado em 1 de junho de 1993.

CASA DE SAÚDE SANTA RITA S/A CNPJ/MF nº. 60.882.289/0001-41 Edital de Convocação – Assembléia Geral Extraordinária Ficam convocados os Senhores Acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada em primeira convocação no dia 13 de julho de 2007, às 15 horas, na sua sede social à Rua Cubatão, 1.190, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Homologação do aumento do Capital Social de R$ 4.050.800,00 para R$ 4.970.800,00, ou seja, um aumento de R$ 920.000,00,através de moeda corrente nacional ou mediante a utilização de créditos em conta corrente, mediante a emissão de 3.680.000 ações ordinárias nominativas sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 0,25 cada uma, valor este estipulado nos estritos termos do disposto no artigo 170, § 1º da Lei 6.476/76. O referido aumento foi deliberado na AGOE de 25/04/07, quando se iniciou o prazo de subscrição e integralização do mesmo, observando-se o direito de preferência dos senhores acionistas, conforme disposto no artigo 171,§ 4 da Lei nº. 6.404/76. 2. Em conseqüência do item anterior, deliberar a respeito da nova redação do “caput” do artigo 5º do Estatuto Social em vigor. São Paulo, 29 de junho de 2007. Dr. Carlos Eduardo Lichtenberger – Diretor Presidente. (02, 03 e 04/07/2007) HTD CORRETORA DE CÂMBIO LTDA

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO As pessoas físicas abaixo identificadas, por intermédio do presente instrumento: I - Declaram: Sua intenção de constituir uma instituição com as características abaixo especificadas: Denominação social: HTD CORRETORA DE CÂMBIO LTDA. Local da sede: São Paulo-SP. Capital inicial: R$350.000,00. Composição societária: - Controladora: Fátima Aparecida Mourão de Mesquita - CPF nº 052.032.198-77. Percentual de participação: 75%; - Outro quotista detentor de participação qualificada: Adriano de Azevedo Fogaça de Assis - CPF nº 126.245.068-37. Percentual de participação: 25%. Administração: Fátima Aparecida Mourão de Mesquita - C.I. RG. Nº 18.186.688-2-SSP-SP e CPF Nº 052.032.198-77 - Diretora. II - Esclarecem que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais objeções à presente declaração devem ser comunicadas diretamente ao Banco Central do Brasil, no endereço abaixo, no prazo de trinta dias contados da data da publicação desta, por meio formal em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que os declarantes podem, na forma da legislação em vigor, ter direito a vistas do processo respectivo. Banco Central do Brasil. Departamento de Organização do Sistema Financeiro. Gerência Técnica em São Paulo. Av. Paulista, nº 1804 - 5º andar - São Paulo-SP - CEP 01310922. Processo nº 0701376368. São Paulo, 15 de junho de 2007. Subscritores: Fátima Aparecida Mourão de Mesquita e Adriano de Azevedo Fogaça de Assis.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 29 de junho de 2007, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: zônia Ltda. - Requerido: Via Requerente: Assitalia Assistência Motos Comércio Ltda. - End.: Médica S/C Ltda. - Autofalência n/c - 1ª Vara de Falências - Requerida: Assitalia Assistência Médica S/C Ltda. - Requerente: SP Banco de Fomento Mercantil e Consultoria Ltda. Autofalência - Rua Rego Freitas, - Requerido: Móveis Teperman 454 - 7º andar - conj. 73 - 2ª Vara Ltda. - Rua Lopes Neto, 155 de Falências 1ª Vara de Falências Requerente: Moto Honda da Ama-

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